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DIREITO CONSTITUCIONAL –
DIREITO MATERIAL
ÍSIS A. MIGUEL
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
DIREITO CONSTITUCIONAL –
DIREITO MATERIAL
ÍSIS A. MIGUEL
SUMÁRIO
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
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1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1.1 COMPOSIÇÃO
Em caso de colisão entre normas do Corpo Fixo da CRFB/88 e do ADCT, aplicar-se-á a norma
mais específica para a situação em concreto.
1.2 CLASSIFICAÇÃO
CRFB/88:
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1.3 ELEMENTOS
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Importante destacar que NÃO há hierarquia entre as normas de eficácia plena, contida e
limitada. E todas elas produzem efeitos jurídicos (não existe norma constitucionais sem efeitos
jurídicos, vai variar somente quanto ao grau destes efeitos):
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2 PODER CONSTITUINTE
2.1 CONCEITO
O poder que fundamenta a criação de uma nova Constituição 4 , a reforma desse texto
constitucional5 e, nos Estados Federativos, o poder que legitima a auto-organização por meio de
suas próprias Constituições6, bem como as respectivas reformas aos textos estaduais.
2.2 ESPÉCIES
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CRFB/88, art. 1º, parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
Titular POVO
• Direto (POVO)
Exercício
• Indireto (Representantes)
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= MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
Formalmente as Constituições somente podem ser modificadas por Emendas
Constitucionais, na forma do art. 60, CRFB/88.
Entretanto, INFORMALMENTE , pode ser também modificada pelo fenômeno da
Mutação Constitucional, à luz de novos fatos, nova realidade, permitindo que a Constituição esteja
sempre conectada com a realidade do País. É uma mudança de sentido ou contexto SEM
alteração formal do dispositivo.
O século XX foi marcado por duas grandes e graves guerras mundiais, com o fim da 2ª
Guerra (em 1945), iniciou-se o processo de internacionalização dos direitos humanos. A partir
de então, nós passamos de titulares do poder constituinte apenas no plano interno do país para
titulares de um poder constituinte também externo (fora do Estado), o Poder Supranacional. Assim,
devemos ser respeitados onde quer que nos encontrarmos, pois o indivíduo, após a 2ª Guerra,
passou a ocupar o epicentro do ordenamento jurídico, sendo sujeito de direitos também no plano
internacional.
PCO PCD
1º grau 2º grau
Inicial Subordinado
7 Acima do Estado.
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O PCO é ILIMITADO em relação ao direito positivo anterior por não precisar respeitar os limites
traçados na Constituição antiga (a exemplo do ato jurídico perfeito, do direito adquirido e da
coisa julgada), uma vez que cria um novo ordenamento jurídico.
Por outro lado, muitos autores sustentam que o PCO seria LIMITADO em relação ao direito
natural, que diz respeito aos valores superiores à própria existência, os ideais de igualdade, de
liberdade, os valores fundamentais, os quais foram consagrados ao longo dos anos e não
podem ser aniquilados.
LO dos Municípios
LO do DF
(art. 11, parágrafo único, do ADCT e art. 29,
(art. 32, CRFB/88)
da CRFB/88)
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IMPLÍCITAS:
• Forma (República) e Sistema (Presidencialismo) de
Governo – após o plebiscito;
• Titularidade do Poder Constituinte – POVO;
• Art. 60 – rigidez constitucional.
2.7 JURISPRUDÊNCIAS
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“Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo
Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas
do Congresso, não perdeu sentido normativo.” (ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em
13-4-2005, Plenário, DJ de 22-9-2006.)
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23-4-2004.)”
3 DA INTERPRETAÇÃO DA NORMA
CONSTITUCIONAL
HERMENÊUTICA INTERPRETAÇÃO
LITERAL A lei significa o que nela está escrito, sendo o ponto de partida do legislador,
(ou gramatical) mas, na maioria das vezes, não é o seu ponto de chegada.
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• Supremacia da Constituição;
• Unidade Constitucional:
o Normas constitucionais (convivem de forma harmoniosa):
▪ Princípios;
▪ Regras.
• Concordância Prática (harmonização) – o ponto de partida é o princípio da unidade
constitucional, presume-se que as normas não colidem entre si. Entretanto, aqui a visão é mais
dinâmica, otimizando as normas em conflito ao invés de esvaziar o conteúdo de uma delas para a
solução deste, pois o direito que irá prevalecer vai depender muito do caso;
• Efeito integrador (eficácia integradora) – a Constituição é um instrumento comunitário,
de mudança, que interfere na vida das pessoas. Não vai existir em todas as decisões, mas, quando
for possível, é bom que o intérprete o adote.
• Justeza (conformidade funcional) – impõe limites à atuação do intérprete, ou seja, não
se pode violar a Constituição sob o argumento de se estar realizando a interpretação da norma;
• Máxima efetividade das normas constitucionais – deve-se extrair o máximo de
efeitos jurídicos de todas as normas da Constituição, inclusive as programáticas. Isso porque o
caráter programático das normas sociais, por exemplo, não impede o intérprete de dar sua máxima
efetividade, tampouco impede de se reivindicar sua efetivação em juízo, pois todos os direitos
fundamentais geram DIREITOS PÚBLICOS SUBJETIVOS ;
• Presunção de constitucionalidade das leis:
o Normas constitucionais:
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4 NEOCONSTITUCIONALISMO
Características:
• Constitucionalização do ordenamento jurídico – passou-se a falar dos princípios
processuais à luz da Constituição, da constitucionalização do direito civil, da ordem econômica
compromissória constitucional. Esse novo constitucionalismo prestigia muito os princípios como
fontes das decisões (a normatividade dos princípios);
• Renovação da Teoria das Fontes – prestigiando ainda mais os princípios;
• Uma nova Teoria dos Princípios – analisando os princípios expressos e implícitos que
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5 EMENDAS CONSTITUCIONAIS
AVULSAS (ATÉCNICAS)
6 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
Sinônimos:
o Mudança informal da Constituição;
o Transição Constitucional;
o Poder Constituinte Difuso.
NÃO é um processo exclusivo do Poder Judiciário, pode ser feito também pelo Poder
Executivo e pelo Legislativo.
Entretanto, no Brasil, os exemplos de Mutação Constitucional foram decididos pelo STF
(guardião da Constituição), por meio das chamadas “viradas jurisprudenciais”. Ocorre a mutação
quando a Corte muda radicalmente o entendimento sobre um assunto constitucional.
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c) consequência prática negativa de determinada linha de entendimento (...)” (STF, ADI 4764).
LIMITES:
o Cláusulas pétreas;
o Princípios fundamentais (princípio federativa, republicano, da separação dos
poderes, aqueles que caracterizam o Estado brasileiro) etc.
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↔ ↕
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Objetivo: deslocar a competência da Polícia Civil para a Polícia Federal, se o caso estiver na
instância policial; ou, ainda, da Justiça Comum Estadual para a Justiça Federal, caso a situação
já esteja em grau de julgamento.
Art. 109, §5º, da CRFB/88 – Instituído pela EC 45/2004, para evitar que o Brasil venha ser
responsabilizado, por instâncias internacionais, pela omissão, negligência, por não conduzir o
inquérito ou fase processual de forma adequada.
O pedido do IDC pode ser feito a qualquer momento, desde o inquérito até o processo,
desde que os requisitos sejam preenchidos.
Requisitos (cumulativos):
o Grave violação de direitos humanos;
o Risco de sanção internacional;
o Negligência ou omissão, seja na fase policial ou na judicial.
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Ex.: Pacto San José da Costa Rica9 – HC 87585/TO, RE 466343/SP (Info 531)
Súmula Vinculante nº 25. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito.
Os tratados que versam sobre outros temas, bem como os TIDH incorporados até 1988 (arts.
49, I, e 84, VIII):
Art. 1º Fica aprovado, nos termos do § 3º do art. 5º da Constituição Federal, o texto do Tratado
de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência
Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, celebrado em
Marraqueche, em 28 de junho de 2013.
Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que
possam resultar em revisão do referido Tratado, bem como quaisquer ajustes complementares
que, nos termos do inciso I do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
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Esse decreto legislativo precisa ser submetido ao Presidente para a sua promulgação, por
meio de decreto presidencial. Por isso, até o momento, ele não está disponível com status de
emenda no site oficial do Planalto.
9 NACIONALIDADE
9.1 CONCEITO
É o vínculo jurídico civil que liga o indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo-o
componente do povo e titular de direitos e de obrigações.
NACIONALIDADE CIDADANIA
Ou seja, será um cidadão, detentor de direitos políticos no Brasil, estrangeiro, uma vez que
NÃO se naturalizou.
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Art. 12, §2º, da CRFB/88. A lei NÃO poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
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Ministro do STF;
PROPRIEDADE §1º. Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e
do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e
de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da
programação.
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Hipóteses TAXATIVAS !
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Naturalização
ORDINÁRIA É um ato DISCRICIONÁRIO do Poder Público, ou seja, ainda que
preenchidos os requisitos é possível que se negue a aquisição da
nacionalidade.
Naturalização
c. Arts. 64, III, e 68, da Lei 13.445/2017.
ESPECIAL
Naturalização
d. Arts. 64, IV, e 70, da Lei 13.445/2017.
PROVISÓRIA
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10 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Tutela a liberdade de ir e vir que esteja ameaçada ou que já tenha sofrido lesão (art. 5º,
XV).
o Base constitucional – Art. 5º, LXVIII;
o Pode ser: preventivo ou repressivo;
o É uma ação GRATUITA (art. 5º, LXXVII).
Tutela a intimidade, a vida privada das pessoas (art. 5º, X) e informações pessoais (art. 5º,
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XXXIII).
o Base constitucional – Art. 5º, LXXII;
NÃO cabe HD se NÃO houver recusa da informação por parte da autoridade administrativa.
E o decurso do tempo faz prova da recusa do dado.
NÃO cabe HD para acessar dados sobre terceiros, SALVO o herdeiro, que pode acessar
dados do falecido, retificá-los ou complementá-los.
MI ≠ ADO
MI Coletivo – legitimados no art. 12, Lei Legitimados – art. 103, I a IX, da CRFB/88.
13.300/2016.
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Possui uma natureza RESIDUAL, pois somente será cabível se não couber nenhuma
outra ação mais específica.
o Direito líquido e certo;
o Prova PRÉ-CONSTITUÍDA (documental).
11 DIREITOS POLÍTICOS
Democracia (Participativa
Regime Político → ou Semidireta)
↓ Art. 1º, parágrafo único,
Soberania Popular da CRFB/88
Tem como base a →
↓
Aquele que só outorga o direito de voto àqueles que cumprirem com certas
Capacitário características especiais, notadamente de natureza intelectual. Ex.: as
mulheres não votavam na época das Constituições de 1824 e 1891, a primeira
10SUFRÁGIO é a essência dos direitos políticos, é o direito público subjetivo político que permite que o
indivíduo participe da formação da vontade nacional.
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a) Alistamento eleitoral
• Estrangeiros;
o ATENÇÃO! Português equiparado a brasileiro
INALISTÁVEIS naturalizado que tenha preenchido os requisitos do
Decreto 3927/2001 – equiparado a cidadão.
• Conscritos (aquele que está cumprindo o serviço militar obrigatório).
Art. 61, §2º (Lei 9709/98), 27, • NÃO há iniciativa popular para a apresentação de
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art. 49, XV, da CRFB/88 (e art. • São, no plano federal, convocados pelo
2º, da Lei 9709/98) Congresso Nacional por meio de Decreto Legislativo.
AÇÃO POPULAR
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a) Inelegibilidades
Afetam os direitos políticos passivos, ou seja, inelegível é aquele que NÃO pode ser eleito.
• Inalistáveis:
ABSOLUTAS
o Estrangeiros;
o Conscritos.
Art. 14, §4º • Analfabetos.
ROL TAXATIVO
Este rol NÃO pode ser ampliado por legislação infraconstitucional.
RELATIVAS
• §6º - DESINCOMPATIBILIZAÇÃO – os titulares de
cargos do executivo que pretenderem concorrer a outro cargo eletivo
Art. 14, §§ 5º, 6º, 7º e
têm que renunciar 6 MESES antes do pleito.
9º
o NÃO há, no entanto, desincompatibilização em caso
de reeleição!
§9º - Este rol PODE ser ampliado por legislação infraconstitucional (LC
64/90).
INELEGIBILIDADE REFLEXA (§7º)
Família (art. 226, §3º, da CRFB/88) – cônjuge, companheiro, pais, avós, filhos, netos, irmãos,
sogros, genros, noras, cunhados.
11Tal regra NÃO atinge os Vice-Prefeitos. Além disso, o Titular NÃO pode nem mesmo se candidatar a
Vice na 3ª vez consecutiva.
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ATENÇÃO! O STF entendeu ser inelegível para o cargo de prefeito de município resultante
de desmembramento territorial o irmão (a família) do atual chefe do poder executivo do
município-mãe. O regime jurídico das inelegibilidades comporta interpretação construtiva dos
preceitos que lhe compõem a estrutura normativa. O mesmo ocorre em relação ao governador
de novo Estado.
Em todo caso, os familiares dos Vices somente são atingidos pela inelegibilidade se estes
substituírem os titulares nos últimos 6 MESES do mandato.
b) Perda e Suspensão
Afastam os direitos políticos positivos ativos e passivos (NÃO podem votar e nem se
eleger).
É VEDADA a cassação de direitos políticos (retirada sem fundamentação).
PERDA
SUSPENSÃO
Gera o CANCELAMENTO do título de
PARALIZAÇÃO temporária.
eleitor.
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Ação constitucional usada para invalidar a diplomação obtida de forma fraudulenta, com
abuso de poder econômico, com corrupção.
Tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta má-fé.
É necessário prova PRÉ-CONSTITUÍDA.
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12 PARTIDOS POLÍTICOS
§1º - Os partidos políticos têm autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime
de suas coligações (grupos de partidos) somente nas eleições MAJORITÁRIAS 12, VEDADA
sua celebração nas eleições proporcionais13. Ou seja, NÃO há coligação partidária para o
sistema proporcional.
EC 97/2017 – art. 3º. Aplicar-se-á a partir das eleições de 2030. (Regra de transição)
13 DIREITOS SOCIAIS
• Direitos de 2º dimensão;
• Primeira Constituição Social no Brasil – 1934;
12 Demais eleições.
13 Eleições de Deputados Federais, Estaduais, Distritais e Vereadores.
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13.1 PRINCÍPIOS
a) MÍNIMO EXISTENCIAL
b) RESERVA DO POSSÍVEL
ATENÇÃO! ADPF 45 – Ministro Celson de Melo diz que a reserva do possível somente
configura obstáculo à concretização dos direitos sociais se realmente o Estado comprovar de
forma OBJETIVA que NÃO pode reorganizar os recursos para cumprir aquela demanda.
• Art. 23, II, da CRFB/88 – o direito à SAÚDE é de responsabilidade solidária dos entes,
qualquer um deles pode ser demandado – competência comum/cumulativa/paralela.
• O conteúdo programático nas normas que tratam de direitos sociais NÃO impede
a sua concretização, pois TODOS os direitos fundamentais geram direito público subjetivo e
podem e devem ser reivindicados em juízo (art. 5º, XXXV, da CRFB/88).
Assim, o Poder Judiciário pode atuar nas políticas públicas omissas ou prestadas de forma
indevida, desde que se respeite os princípios do mínimo existencial e da reserva do possível e
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14 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
14.1 FEDERAÇÃO
• Estado Composto;
• Há uma descentralização político-administrativa, o poder NÃO é concentrado nas mãos
da União como era na época do Império (Estado Unitário);
• O Brasil tornou-se um País Federativo no dia 15 de novembro de 1889 – Proclamação
da República.
a) Autonomia
Entes Federativos:
o União;
o Estados;
o Distrito Federal; e
o Municípios.
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b) Federalismo Tricotômico
Tem três manifestações de poder (local, regional e nacional – Município, Estado/DF e União
respectivamente), em vez de duas, como no federalismo clássico, dual (nacional e regional), norte
americano.
c) Repartição de Competências
• Legislativas;
• Materiais (políticas ou administrativas);
• Tributárias.
Competências LEGISLATIVAS:
• Art. 22 – competências PRIVATIVAS da União;
o ATENÇÃO! Podem ser delegadas aos Estados
e ao DF por meio de LC.
• Art. 24 – competências CONCORRENTES da União,
dos Estados e do DF;
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Art. 25:
• §1º - tem natureza material e legislativa;
PODER RESIDUAL • §2º - se a MP for adotada pelo Estado como norma, ela
DOS ESTADOS NÃO pode tratar de gás canalizado;
• §3º - os Estados, mediante LC, poderão instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas, microrregiões.
Enunciados importantes
• Súmula Vinculante nº 2 – base legal: art. 22, XX;
• Súmula Vinculante nº 38 – base legal: art. 30, I;
o EXCEÇÃO: o horário de funcionamento dos bancos – competência da
União (STF RE 118363/PR).
• Súmula Vinculante nº 39 – a autonomia do DF é parcialmente mitigada pela União –
art. 21, XIV;
• Súmula Vinculante nº 46 – base legal: art. 22, I;
• Súmula Vinculante nº 49- violaria o princípio da livre iniciativa privada, livre
concorrência. O STF entendeu ser contrário ao interesse local (art. 30, II) e fere os arts. 1º, IV
(livre iniciativa), e 170 (livre concorrência), além de violar os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.
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Com uma das casas representando a vontade do Povo (Câmara dos Deputados) e outra
que representa os Estados e o DF (Senado Federal).
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ATENÇÃO! Conflitos entre MPU e MPE NÃO é um conflito federativo e, sim institucional,
competindo ao PGR (chefe do MPU) solucioná-los.
15 INTERVENÇÃO FEDERAL E
ESTADUAL
15.1 CONCEITO
15.2 PRINCÍPIOS
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Condições de execução
• Estados; e
Art. 34 – Intervenção Federal nos:
• DF.
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INTERVENÇÃO FEDERAL
VI:
INTERVENÇÃO ESTADUAL
14 Se o Presidente não cumprir a requisição, responde por crime de responsabilidade (art. 85).
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Então, pode-se dizer, segundo boa parte da doutrina, que a ADI-Interventiva Federal é uma
ação do controle concentrado CONCRETO de constitucionalidade, a análise eventual
feita sobre uma lei é uma análise incidental, e não principal.
Ainda, diferentemente das demais ações de controle, as quais podem ser propostas pelos
legitimados enumerados no art. 103, I a IX, a RI-Interventiva Federal somente pode ser proposta
pelo PGR.
A Lei diz que a petição inicial deve conter a indicação do princípio constitucional violado ou,
no caso de recusa à execução de Lei Federal, as disposições federais que foram violadas, a
indicação do ato que serviu como base para uma das duas violações.
Comporta o cabimento de medida de urgência – art. 5º, Lei 12.562/11 – o STF por decisão
da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros poderá deferir.
• “Freios e Contrapesos”.
• É CLÁUSULA PÉTREA (art. 60, §4º, III)
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CONGRESSO NACIONAL
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18.1 CONCEITO
o Opiniões;
o Palavras; De conteúdo político, mesmo fora do plenário.
o Votos.
Algumas considerações:
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ATENÇÃO! Desde 2001, o STF NÃO precisa de autorização da Casa Legislativa a qual
pertence o parlamentar para iniciar o processo contra este.
Quanto à flagrante por crime INAFIANÇÁVEL (art. 5º, XLII a XLIV). Situação em que os
PRISÃO autos serão encaminhados, em até 24 horas, à Casa respectiva, a qual decidirá
sobre a prisão por maioria dos votos de seus membros.
• O entendimento do STF é de que, além da prisão em flagrante por
Art. 53, §2º
crime inafiançável, o parlamentar também pode ser preso em razão de sentença
condenatória criminal transitada em julgado.
respectiva e pelo voto da maioria de seus membros, tal pedido será apreciado
Art. 53, §§ no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
15 Se o crime foi cometido antes, tal imunidade quanto ao processo não se aplica.
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18.9 VEREADORES
ATENÇÃO!
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19 COMISSÕES PARLAMENTARES
DE INQUÉRITO
Características:
• Temporária;
• Pode ser criada no âmbito da CD ou do SF ou, ainda, ser mista (CPMI);
• Tem a função típica de fiscalizar (do Poder Legislativo), e, em que pese a CRFB/88 diga
que a CPI terá poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, a CPI NÃO exerce
atividade jurisdicional, não julga.
19.1 REQUISITOS
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19.3 VEDAÇÕES
19.4 PODERES
• Determinar, por ato próprio (maioria de seus membros), a quebra de sigilo bancário,
fiscal e telefônico (o que está documentado a respeito da conversa telefônica) dos investigados.
o ≠ Interceptação telefônica – captação da conversa.
• Pode pedir auxílio ao Tribunal de Contas – fiscalização contábil, orçamentária, financeira
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etc.;
• Pode convocar autoridades para depor, para participar da Comissão (art. 50, CRFB/88);
• Pode transportar-se a qualquer localidade que se faça necessária para tomar
depoimento, realizar a investigação (tem mobilidade no plano interno do País);
• Pode colher provas, ter acesso a documentos sigilos (mantendo, claro, o sigilo em
relação a terceiros);
• Os parlamentares, ao participarem de uma CPI, continuam tendo imunidade material.
O STF tem reconhecido o direito ao silêncio (privilégio contra a autoincriminação) tanto para os
investigados quanto para as testemunhas.
E, como quem preside uma CPI, no plano federal, é um Deputado ou um Senador, os mandados
de segurança, habeas corpus, impetrados contra atos das CPIs federais são julgados pelo STF
(art. 102, I, d, CRFB/88).
NÃO há número máximo de CPIs, desde que todas tenham sido criadas seguindo os requisitos.
A CPI, se for o caso, levará o relatório (final) ao Ministério Público OU à Advocacia Geral da
União, que decidirá sobre o ajuizamento ou não de uma Ação (Civil, Penal) (art. 6-A).
20.1.1 Características
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20.1.2 Composição
ATENÇÃO! O Ministério Público que atua junto ao TCU NÃO faz parte da estrutura clássica
do parquet, é uma carreira própria, com concurso próprio.
20.1.3 Funções
I – NÃO julga as contas do Presidente da República – apenas apresenta um parecer (art. 49,
IX – Compete ao CN);
• Por simetria – é o órgão legislativo correspondente que julga as contas dos Chefes
do Poder Executivo.
V – Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe;
VIII – aplicar sanções, multa – a qual, se não for paga administrativamente, será cobrada
judicialmente pelo órgão de representação judicial que defende o ente respectivo em juízo, ou
seja, a ação de cobrança somente pode ser proposta pelo ente público beneficiário da
condenação do Tribunal de Contas.
§§ 1º e 2º - “o TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos,
tem competência, conforme o art. 71, IX, pode determinar à autoridade administrativa que
promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou”.
ATENÇÃO! As alterações e o projetos da Lei Orgânica do TCU é promovida por este (art.
96) – caso contrário haverá vício de iniciativa.
Além dos poderes explícitos, o TCU também possui poderes implícitos relacionados aos que
estão no art. 71 da CRFB/88. Ex.: eventual determinação de suspensão de uma obra irregular.
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A Corte de Contas NÃO pode, por ato próprio, determinar a quebra do sigilo bancário, fiscal
dos investigados.
Súmula nº 347, STF – o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Assim, o TC pode rejeitar contas com
base em lei declarada inconstitucional – Controle REPRESSIVO, POLÍTICO e CONCRETO
(incidental).
20.1.4 Jurisprudências
O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem
competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a
anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou. [MS 23.550, rel. p/ o ac. min.
Sepúlveda Pertence, j. 4-4-2002, P, DJ de 31-10-2001] = MS 26.000, rel. min. Dias Toffoli, j. 16-
10-2012, 1ª T, DJE de 14-11-2012
(...) a atribuição de poderes explícitos, ao Tribunal de Contas, tais como enunciados no art.
71 da Lei Fundamental da República, supõe que se lhe reconheça, ainda que por implicitude, a
titularidade de meios destinados a viabilizar a adoção de medidas cautelares vocacionadas a
conferir real efetividade às suas deliberações finais, permitindo, assim, que se neutralizem
situações de lesividade, atual ou iminente, ao erário público. Impende considerar, no ponto, em
ordem a legitimar esse entendimento, a formulação que se fez em torno dos poderes implícitos,
cuja doutrina, construída pela Suprema Corte dos Estados Unidos da América, no célebre
caso McCulloch v. Maryland (1819), enfatiza que a outorga de competência expressa a
determinado órgão estatal importa em deferimento implícito, a esse mesmo órgão, dos meios
necessários à integral realização dos fins que lhe foram atribuídos. (...)É por isso que entendo
revestir-se de integral legitimidade constitucional a atribuição de índole cautelar, que, reconhecida
com apoio na teoria dos poderes implícitos, permite, ao TCU, adotar as medidas necessárias ao
fiel cumprimento de suas funções institucionais e ao pleno exercício das competências que lhe
foram outorgadas, diretamente, pela própria Constituição da República. [MS 24.510, rel. min. Ellen
Gracie, voto do min. Celso de Mello, j. 19-11-2003, P, DJ de 19-3-2004.] Vide MS 33.092, rel. min.
Gilmar Mendes, j. 24-3-2015, 2ª T, DJE de 17-8-2015
A LC 105, de 10-1-2001, não conferiu ao TCU poderes para determinar a quebra do sigilo
bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil. O legislador conferiu esses poderes ao
Poder Judiciário (art. 3º), ao Poder Legislativo Federal (art. 4º), bem como às CPIs, após prévia
60
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
aprovação do pedido pelo plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do plenário
de suas respectivas CPIs (§§ 1º e 2º do art. 4º). Embora as atividades do TCU, por sua natureza,
verificação de contas e até mesmo o julgamento das contas das pessoas enumeradas no art. 71,
II, da CRFB/88, justifiquem a eventual quebra de sigilo, não houve essa determinação na lei
específica que tratou do tema, não cabendo a interpretação extensiva, mormente porque há
princípio constitucional que protege a intimidade e a vida privada, art. 5º, X, da CRFB/88, no qual
está inserida a garantia ao sigilo bancário. [MS 22.801, rel. min. Menezes Direito, j. 17-12-2007, P,
DJE de 14-3-2008.] = MS 22.934, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 17-4-2012, 2ª T, DJE de 9-5-2012
20.2.1 Jurisprudências
61
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
A CRFB/88 PROIBIU que os municípios criassem suas Cortes de Contas próprias (art.
31, §4º). No Brasil, só existem dois TCMs – RJ e SP (criados ANTES da CRFB/88).
A fiscalização do Município é feita, portanto, pelas Câmaras Municipais com o auxílio do
TCE do respectivo Estado OU o próprio Estado cria um Tribunal de Contas dos Municípios para
auxiliar as Câmaras Municipais.
62
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
ATENÇÃO!
• Nos Municípios, a Corte de Contas NÃO julga as contas do Prefeito, mas o parecer
emitido por aquela somente deixará de prevalecer por voto de 2/3 dos membros da Câmara
Municipal.
• Prerrogativa de Foro:
o Art. 102, I, c – compete ao STF processar e julgar os membros do TCU;
o Art. 105, I, a – compete ao STJ processar e julgar os conselheiros dos TCEs
e os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios.
20.3.1 Jurisprudências
Para os fins do art. 1º, inciso I, alínea “g”, da Lei Complementar 64, de 18 de maio de 1990,
alterado pela Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010, a apreciação das contas de prefeitos,
tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com o auxílio
dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por
decisão de 2/3 dos vereadores. Essa a tese fixada por decisão majoritária do Plenário em
conclusão de julgamento de recurso extraordinário no qual se discutia a definição do órgão
competente par julgaras contas do chefe do Poder Executivo que age na qualidade de ordenador
de despesas — v. Informativos 833 e 834. Vencidos os Ministros Luiz Fux e Rosa Weber. RE
848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski,
17.8.2016. (RE-848826)
63
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
21.2.1 Jurisprudência
64
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
21.3 MANDATO
65
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
• São IRRENUNCIÁVEIS , pois pertencem ao cargo e não àquele que está ocupando
temporariamente o mandato.
Do Presidente da República:
66
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
67
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
• NÃO gozam da Imunidade Formal quanto à prisão, podem ser presos como pessoas
comuns;
• Igualmente, a Imunidade Formal quanto ao processo também NÃO se estende aos
Governadores e Prefeitos.
Então, o STF fez uma virada jurisprudencial, à luz do Princípio Republicando, que determina
que os governantes devem ser responsabilizados pelos seus atos, e desde então (maio/2017)
o entendimento é de que a imunidade formal quanto ao processo, que prevê o juízo de
admissibilidade da Câmara dos Deputados é EXCLUSIVA do Presidente da República.
GOVERNADORES PREFEITOS
ATENÇÃO! Aplica-se mesmo em caso de crimes dolosos contra a vida, uma vez que
prerrogativa de foro funcional prevista na CRFB/88 afasta a competência do Tribunal do Júri.
68
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
ATENÇÃO! Em qualquer caso, os crimes podem estar ou não relacionados com o exercício
das funções, pois a Cláusula da Irresponsabilidade Penal Relativa (art. 86, §4º) NÃO se aplica,
sendo EXCLUSIVA do Presidente da República.
21.7 JURISPRUDÊNCIA
69
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
governadores.
ARGUMENTOS
d) ofensa à igualdade (CRFB/88, art. 5º, “caput”) – devem ser julgados como pessoas
comuns, pelo menos com relação à essa cláusula.
Essa exigência foi expressamente prevista apenas para presidente da República, vice-
presidente e ministros de Estado. Essa é uma decorrência das características e competências que
moldam e constituem o cargo de presidente da República, mas que não se observam no cargo de
governador. Diante disso, verifica-se a extensão indevida de uma previsão excepcional válida para
o presidente da República, porém inexistente e inaplicável a governador. Sendo a exceção prevista
de forma expressa, não pode ser transladada como se fosse regra ou como se estivesse
cumprindo a suposta exigência de simetria para governador. As eventuais previsões em
Constituições estaduais representam, a despeito de se fundamentarem em suposto respeito à
Constituição Federal, ofensa e usurpação das regras constitucionais. Segundo o relator, afastado
o argumento de suposta obediência à simetria, a consequência da exigência de autorização prévia
de assembleia legislativa para processamento e julgamento de governador por crime comum
perante o STJ é o congelamento de qualquer tentativa de apuração judicial das eventuais
70
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
responsabilizações dos governadores por cometimento de crime comum. Essa previsão afronta a
responsividade exigida dos gestores públicos, o que viola o princípio republicano do Estado.
A exigência viola, ainda, a separação de poderes, pois estabelece condição não prevista
pela CRFB/88 para o exercício da jurisdição pelo Poder Judiciário. Assim, o STJ fica impedido de
exercer suas competências e funções até a autorização prévia do Poder Legislativo estadual. Esse
tipo de restrição é sempre excepcional e deve estar expresso na CRFB/88. Além disso, a previsão
do estabelecimento de condição de procedibilidade para o exercício da jurisdição penal pelo STJ
consiste em norma processual, matéria de competência privativa da União (CRFB/88, art. 22, I),
portanto impossível de ser prevista pelas Constituições estaduais.
O relator afirmou que estabelecer essa condição de procedibilidade equivale a alçar um
sujeito à condição de desigual, supostamente superior por ocupar relevante cargo de
representação. No entanto, tal posição deveria ser, antes de tudo, a de servidor público.
A autorização prévia de assembleias estaduais para o processamento e julgamento de
governador por crime comum perante o STJ é, portanto, afronta cristalina à cláusula geral de
igualdade estabelecida na CRFB/88. Destacou que a Emenda Constitucional (EC) 35/2001 alterou
a redação do art. 53, § 1º, da CRFB/88 e aboliu a exigência de autorização prévia das casas
legislativas para o processamento e julgamento de deputados federais e estaduais. O mesmo
entendimento de valorização da igualdade e “accountability” dos representantes do povo deve ser
aplicado aos governadores, sem as exigências prévias que consubstanciam privilégios e restrições
não autorizados pela CRFB/88. Por fim, sustentou inexistir inconstitucionalidade na expressão “ou
queixa”, por considerá-la coerente com o disposto no art. 105, I, “a”, da CRFB/88. Explicou que a
CRFB/88 não fez nenhuma distinção ao se referir a “crimes comuns”, ou seja, não fez diferenciação
entre crimes de ação penal pública ou crimes de ação penal privada. Da mesma forma, a
Constituição do Estado de Minas Gerais previu o afastamento do governador no caso de
recebimento de denúncia ou queixa. Nesta assentada, o ministro Roberto Barroso esclareceu
acompanhar o relator, e o ministro Marco Aurélio esclareceu, ultrapassada a preliminar de
admissibilidade da ação, também acompanhar o relator. Vencidos os ministros Dias Toffoli e Celso
de Mello, que julgaram improcedente a ação, na linha da jurisprudência até então prevalecente na
Corte no sentido de considerar legítimas as normas de Constituições estaduais que subordinam a
deflagração formal de um processo acusatório contra o governador a um juízo político da
assembleia legislativa local”. ADI 5540/MG, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 3.5.2017. (ADI-
5540).
22 PODER JUDICIÁRIO
71
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
• Súmula Vinculante;
• Conselho Nacional de Justiça;
• Conselho Nacional do Ministério Público.
72
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
• É preciso que a matéria constitucional esteja sedimentada, tendo em vista que a Súmula
Vinculante foi criada para uniformizar o entendimento;
• Necessidade de controvérsias judiciais ou administrativas (atuais) sobre a matéria;
• Quórum de 2/3 dos Ministros (8, no mínimo).
De ofício;
Mediante provocação:
PGR (art. 2º, §2º, da Lei 11.417/06) – nas propostas que NÃO houver
formulado, manifestar-se-á previamente, atuando com custos legis (fiscal da
73
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
lei).
Amicus Curiae (art. 3º, §2º, da Lei 11.417/2006) – o relator poderá admitir,
por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos
do Regimento Interno do STF.
NÃO há legitimação popular, então o amicus curiae veio suprir o esse déficit
democrático, ou seja, é o instrumento indispensável para democratizar o
debate constitucional a respeito da Súmula Vinculante.
Porém, a Lei 11.417/2006, em seu art. 3º, §1º, traz a previsão de uma
incidental de Súmula Vinculante em processo no qual seja parte.
Em regra, a Súmula irá produzir efeitos a partir de sua edição, mas é possível que haja
uma modulação dos efeitos por 2/3 do Ministros (art. 4º, da Lei 11.417/2006), tendo em vista:
o Razões de segurança jurídica; ou
o Excepcional interesse público.
22.2.6 RECLAMAÇÃO
74
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
O STF já decidiu que as Súmulas Vinculantes NÃO podem ser objeto de nenhuma das
ações de controle concentrado de constitucionalidade, porque, se houver a necessidade de revisão
ou cancelamento de súmula, é possível que os legitimados ativos façam um requerimento
administrativo ao próprio STF
22.3.2 COMPOSIÇÃO
22.3.3 PRESIDÊNCIA
75
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
22.3.4 FUNÇÕES
O STF já decidiu que as Resoluções do CNJ são atos normativos primários e podem ser objeto
de ações controle concentrado de constitucionalidade.
Durante muitos anos, o STF entendeu que o CNJ NÃO podia realizar controle incidental de
constitucionalidade nos processos administrativos sob a sua análise.
Houve uma virada de jurisprudência e o entendimento, hoje, é o de que o CNJ pode sim
realizar esse controle incidental, afastando leis e atos violadores da Constituição no julgamento
dos processos administrativos colocados sob sua análise.
22.4.2 COMPOSIÇÃO
22.4.3 PRESIDÊNCIA
76
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
22.4.4 FUNÇÕES
ATENÇÃO!
Art. 102, I, r, CRFB/88 – é competência do STF julgar as ações contra o CNJ e contra o CNMP:
• Habeas corpus;
• Habeas data;
• Mandados de segurança; e
• Mandados de injunção.
23 CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
77
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
• Normas infraconstitucionais;
• Normas Constitucionais DERIVADAS (ECs).
As leis e emendas produzidas no país podem ser declaradas inconstitucionais caso violem
o que?
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE
23.1.3 HISTÓRICO
a) Direito Comparado
79
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Fato histórico
relevante do MODELO Controle de constitucionalidade em abstrato, surgiu na Áustria, em
CONCENTRADO 1920, pela criação de Hans Kelsen, era exercido pelo Poder
(reservado ou fechado) Judiciário, um Tribunal ou uma Corte Constitucional.
b) Direito Brasileiro
CONSTITUIÇÃO DE 1824
A Constituição Imperial dava competência ao Poder Legislativo para fiscalizar seus próprios atos
e aferir a compatibilidade com a Constituição.
80
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
CONSTITUIÇÃO DE 1937
CONSTITUIÇÃO DE 1946
CONSTITUIÇÃO DE 1967/69
CONSTITUIÇÃO DE 1988
81
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
TOTAL PARCIAL
82
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
SUPERVENIENTE
ORIGINÁRIA
(NÃO adotada no Brasil)
Quanto ao MOMENTO
83
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Ex.: ADI, que somente pode ter por objeto lei vigente.
84
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Quanto ao ÓRGÃO
JUDICIAL ou
O controle é realizado pelo PODER JUDICIÁRIO .
JURISDICIONAL
85
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
STF
(em âmbito federal, quando o
ÓRGÃO parâmetro é a CRFB/88)
Qualquer Juiz ou Tribunal
COMPETENTE
86
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
TRIBUNAL = PLENO
87
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
RESUMO
Ou seja, o Órgão Fracionário NÃO pode nem declarar a inconstitucionalidade da lei nem
deixar de aplicá-la por entender que é inconstitucional sem que esteja devidamente apoiado em
88
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Em caso de Turmas A Turma Recursal, embora seja um órgão colegiado, NÃO tem status
Recursais de de Tribunal, pois é formada por Juízes de 1º Grau.
Juizados Especiais; E a regra da reserva de plenário somente se aplica a Tribunais.
Quando o juízo for A Reserva de Plenário é necessária quando há uma efetiva declaração
pela ilegalidade da de INCONSTITUCIONALIDADE e NÃO para declarar a ilegalidade
norma; das normas secundárias.
Em nosso país, uma norma pré-constitucional (de 1920, por exemplo)
Quando for pela não
declarada incompatível materialmente com a Constituição NÃO será
recepção da lei.
declarada inconstitucional, será, no entanto, REVOGADA.
23.6 JURISPRUDÊNCIA
89
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Houve na ocasião, a dispensa da cláusula da reserva de plenário, ao passo que o relator julgou
sozinho, por decisão monocrática, a inconstitucionalidade de uma norma respaldado por uma
decisão do colegiado do STF em um processo anterior, em que se discutiu a mesma norma.
Está-se diante de uma espécie de uma “exceção dentro de uma exceção”, visto que a exceção
do art. 949, parágrafo único, do CPC, permite que um órgão fracionário, apoiado em precedente
do colegiado, pudesse afastar a constitucionalidade da Lei, enquanto que o caso narrado
permitiu que uma decisão monocrática pudesse declarar uma lei inconstitucional, quando
apoiada em uma decisão anterior do Supremo.
ATENÇÃO!
“...Não afronta o Enunciado 10 da Súmula Vinculante, nem a regra do art. 97 da
Constituição Federal, o ato da autoridade judiciária que deixa de aplicar a norma infraconstitucional
por entender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida
mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição”. (STF, Rcl
24284/SP)
Neste caso, houve a não aplicação da lei, entretanto o motivo NÃO foi a inconstitucionalidade,
mas sim ausência de subsunção aos fatos, ou seja, a lei não foi aplicada por não ser a norma
adequada àquele caso concreto.
90
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
O STF (seja em sede de HC, MS, RE etc. – analisando um caso concreto) – decide,
incidentalmente, que a Lei é INCONSTITUCIONAL.
Essa decisão vale para as partes, mas o STF, por força do art. 178, de seu Regimento, é
OBRIGADO a comunicar o Senado Federal dessa decisão.
O Senado Federal, por sua vez, PODERÁ emitir uma RESOLUÇÃO , com base no art. 52, X,
CRFB/88, dando efeito ERGA OMNES à decisão do Supremo.
• Ilegalidade; ou
NÃO SE APLICA • Não-recepção.
o art. 52, X: Nesses casos, o STF NÃO é obrigado a comunicar sua decisão ao
Senado Federal. Se não há declaração de inconstitucionalidade, NÃO há
atuação do Senado Federal.
Tem sido prestigiado em prova que a SUSPENSÃO da execução da Lei pelo Senado Federal
gera seus efeitos dali para frente, ou seja, EX NUNC.
Divergência entre autores ex nunc (Bandeira de Melo) e ex tunc (Gilmar Mendes e Barroso).
Administração Pública Direta e Indireta – os efeitos são EX TUNC (Dec. 2.346/97, art. 1º).
É preciso destacar que o tema é controvertido, mas se tem adotado, em regra, que os efeitos
91
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
são ex nunc, muito embora alguns doutrinadores sustentem ser ex tunc, por sustentarem que o
Brasil adota, em regra, a teoria da nulidade (lei inconstitucional é nula de pleno direito),
retroagido os efeitos de sua suspensão até o momento da criação da norma.
Tal dispositivo surgiu em 1934 e, à época, o controle do Senado surgiu para dar efeito mais
amplos às decisões do STF, que não produziam efeitos maiores, porque se tinha a predominância
do controle difuso.
Com a Constituição de 1988, nitidamente, houve o prestígio do controle concentrado,
ampliando o número de ações, de legitimados ativos. E muitas decisões importantes com efeitos
erga omnes são dadas pelo Supremo no próprio controle concentrado.
Então, para alguns doutrinadores e alguns Ministros do STF, o art. 52, X, teria se tornado
obsoleto, uma figura anacrônica, desnecessária, já que o STF tem tanto poder no controle
concentrado que se torna desnecessária essa atuação do Senado Federal no controle difuso.
Ex.: O STF julgou o HC 82.959/SP, no qual decidiu pela inconstitucionalidade incidental do art.
2º, da Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) – parte em que proibia a progressão de regime
de cumprimento de pena nos crimes hediondos.
Sabe-se que, no controle difuso, em regra, os efeitos são inter partes, mas é possível a produção
de efeitos erga omnes caso o Senado Federal, na forma do art. 52, X, crie uma Resolução.
A Defensoria Pública do Estado do Acre, sabendo dessa decisão do STF sobre o HC de São
Paulo, tentou a extensão dessa decisão para a progressão de regime de alguns presos no
estado.
Só que o Juiz da Vara de Execuções disse não ser obrigado a cumprir o que o STF decidiu no
HC citado, porque a decisão valeu apenas para as partes, uma vez que NÃO há Resolução do
Senado suspendendo a lei para todos.
Em face dessa decisão, a DPE do Acre apresentou uma Reclamação (RCL 4335/AC)
justificando que o Juiz da Vara de Execuções teria, supostamente, violado a decisão do Tribunal
no HC 82.959.
Os Ministros Eros Grau e Gilmar Mendes, em conjunto, defenderam uma tese chamada
abstrativização (abstratização ou objetivização) do controle difuso, pela qual TODAS as
decisões do STF, no controle difuso ou no concentrado, produziriam efeitos ERGA OMNES, e
a Resolução do Senado serviria apenas para dar mera publicidade às decisões do Supremo
que já produziriam esses efeitos em relação a todos sem a Resolução. Ou seja, os Ministros
defenderam que o controle difuso teria sofrido as influências do abstrato (concentrado).
92
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Os Ministros chegaram a alegar que o art. 52, X, da CRFB/88 teria sofrido uma Mutação
Constitucional¸ uma releitura ao longo dos tempos.
Essa Reclamação só foi concluída em 2014 e essa tese sustentada pelos Ministros NÃO foi a
vencedora. O Tribunal deu provimento à Reclamação, mas sob o fundamento de que ela teria
violado a Súmula Vinculante nº 26 (que nasceu depois).
O Ministro Teori Zavaski sustentou que já se tem muitas decisões do Supremo com efeitos mais
amplos: todas as decisões do controle concentrado, a possibilidade de criação de Súmula
Vinculante, o instituto da repercussão geral em Recurso Extraordinário.
A Teoria da Abstrativização é uma tendência sustenta por alguns Ministros do STF, que
defendem que o art. 52, X, da CRFB/88 teria sofrido uma mutação constitucional, que todas as
decisões do Tribunal, no controle difuso ou concentrado, produziriam efeitos erga omnes e, além
disso, que o Senado, no controle difuso, editaria uma Resolução meramente para dar
publicidade à decisão do STF.
ADO
Surgiram em 1988. ADPF – base infraconstitucional
ADPF
na Lei 9.882/99
Todas formam um processo OBJETIVO, sem partes, sem lide, sem pretensão resistida de
93
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
JURISPRUDÊNCIA:
- Partidos Políticos (VIII) – é legitimado UNIVERSAL principalmente pelo que diz o art. 17,
da CRFB.
- Confederação Sindical (IX – 1ª parte) – é formada por três federações, na forma do art. 535,
da CLT.
- Entidade de Classe de âmbito Nacional (IX – 2ª parte) – é aquela que representa interesses
de uma determinada categoria econômica ou profissional.
16É a relação de harmonia que deve existir entre o objeto da ação e o interesse da classe, do grupo, da
categoria, daquela população.
94
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
CABIMENTO
A tutela de urgência pode ser deferida em todas as ações do controle
DE MEDIDA DE
concentrado de constitucionalidade e tem NATUREZA LIMINAR .
URGÊNCIA
Até o advento do CPC atual, a jurisprudência do Supremo entendia que o Amicus Curiae
NÃO podia ser uma pessoa natural, deveria, portanto, ser uma pessoa jurídica,
associação, ONG, partido político etc.
A Corte sempre entendeu que o Amicus Curiae NÃO era um terceiro interessado
propriamente dito, mas sim um terceiro especial, aquele que teria vindo colaborar. E o
objetivo sempre foi o de dar uma maior pluralidade ao debate sobre matérias importantes.
Permite que seja pessoa natural ou jurídica, pode, inclusive, opor embargos de
declaração.
Assim, de acordo com a jurisprudência do STF, o Amicus Curiae somente pode ser uma
pessoa jurídica e trata-se de um terceiro especial, e não um terceiro interessado em sentido
formal, além disso, NÃO pode opor embargos de declaração.
Para o CPC, entretanto, em seu art. 138, o Amicus Curiae pode ser tanto pessoa natural quanto
jurídica, enquadra-se no título intervenção de terceiros e pode interpor embargos de declaração.
95
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
DA DECISÃO retroagindo à data da sua edição. Porém, muitas vezes, as leis demoram
muito tempo até que sejam declaradas inconstitucionais, enquanto isso vão
produzindo seus efeitos.
96
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
O Supremo NÃO fixou o número de decisões, nem a Lei 9.868 traz essa informação claramente,
mas aquele entendeu que o autor precisa convencer que há um volume expressivo de decisões
controvertidas que realmente legitimem a necessidade da ação declaratória.
23.9.2 ADO ≠ MI
ADO MI
Surgiu em 1988, por meio de uma norma de eficácia LIMITADA (art. 102, §1º, CRFB/88),
que somente foi regulamentada em 1999, pela Lei 9.882/99.
É RESIDUAL (art. 4º, §1º, Lei 9882/99) – pois somente pode ser proposta quando NÃO
houver nenhum outro meio eficaz para sanar a lesividade.
Se uma Lei Municipal violar, ao mesmo tempo, a Constituição do Estado – em uma norma de
observância obrigatória ao modelo federal – e, consequentemente, a Constituição Federal, a
ação cabível para impugnar essa lei é a Representação de Inconstitucionalidade (art. 125,
§2º, CRFB/88), RI-Estadual, também chamada de ADI-Estadual, perante o TJ, e NÃO a ADPF.
97
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
98
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
O STF está VINCULADO ao pedido, mas quando entre o dispositivo a ser declarado e
outros houver relação íntima, ele pode declarar a inconstitucionalidade destes conjuntamente.
• Art. 68, CPP – norma “ainda constitucional” – Info. 272 (RE 341.717) – está em processo
de inconstitucionalidade progressiva.
o No dia que todas as Defensorias Públicas do país forem criadas e estiverem em
pleno funcionamento, este dispositivo deixará de produzir os seus efeitos;
o Mas, enquanto isso, esse papel compete ao Ministério Público.
Na prática, quanto ao exemplo citado, onde existir Defensoria Pública, esta ajuíza a ação;
onde não existir, o próprio MP o faz.
99
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
O STF mostra que o direito é movimento, ou seja, uma norma pode ser considerada
constitucional hoje e está passando por um processo de inconstitucionalidade progressiva.
Nessa decisão, portanto, o STF fixou a possibilidade de um estágio transitório entre a plena
constitucionalidade de uma lei e a sua absoluta inconstitucionalidade.
Essa técnica recai sobre uma norma plurissignificativa, ou seja, uma norma repleta de
interpretações.
Para sua adoção, é preciso que pelo menos uma das interpretações da norma esteja em
conformidade com a Constituição.
Se não houver interpretação compatível com Constituição, a lei será declarada inconstitucional.
Entretanto, se pelo menos uma das interpretações da norma estiver em conformidade com a
Constituição, o Supremo a fixará como forma de interpretar aquela lei e determinará que todas
as demais interpretações são equivocadas.
Esta é uma técnica que recai sobre uma norma que na forma em que está escrita é considerada
inconstitucional, mas basta o STF afastar essa interpretação da lei para que ela seja mantida
no ordenamento jurídico brasileiro.
Na interpretação conforme, o Supremo fixa exatamente a única forma como aquela norma
deve ser interpretada.
23.13 JURISPRUDÊNCIAS
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101
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O STF entendeu que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) NÃO entra no conceito nem de
Confederação Sindical nem de Entidade de Classe de âmbito nacional. Mesmo entendimento
em relação à UNE (União Nacional dos Estudantes).
Durante uma época (até mais ou menos 2005), o STF entendeu que as Entidades de Classe de
2º Grau (as chamadas Associações de Associações) NÃO poderiam ser autoras das ações do
controle concentrado.
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A representação partidária perante o STF, nas ações diretas, constitui prerrogativa jurídico-
processual do diretório nacional do partido político, que é – ressalvada deliberação em contrário
dos estatutos partidários – o órgão de direção e de ação dessas entidades no plano nacional. [ADI
779 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 8-10-1992, P, DJ de 11-3-1994.]
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É a Constituição do Estado.
Entretanto, conforme jurisprudência do STF, todas essas ações precisam ter como parâmetro a
Constituição Estadual e como órgão competência para a realização do controle, o TJ.
É a própria Constituição Estadual que irá instituir essas ações ou uma emenda à Constituição
do estado.
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ATENÇÃO! Se uma mesma lei estadual violar ao mesmo tempo uma Constituição Estadual e
a Constituição Federal, o que fazer?
As duas ações podem ser propostas, porém o recebimento da ação federal SUSPENDE o
julgamento da ação estadual.
Se a ação federal for julgada procedente, a ação estadual será julgada extinta sem decisão de
mérito, vez que perdeu o objeto.
ATENÇÃO! Lei orgânica do Distrito Federal tem status de Constituição Estadual e pode,
portanto, ser parâmetro de controle concentrado no DF.
24.14.4 RECURSOS
ATENÇÃO! Muitos Tribunais aplicam, por analogia, a Lei 9868/99, uma vez que não há lei
específica disciplinando a ADI Estadual.
Todavia, o art. 26, do diploma legal supracitado, NÃO tem aplicabilidade no âmbito estadual,
porque, diferentemente das ações federais que geram decisões irrecorríveis, o acórdão do TJ
no Controle Concentrado Estadual, caso viole a CRFB/88, poderá ser objeto de um Recurso
Extraordinário.
Da mesma forma que no plano federal existe a figura do AMICUS CURIAE , no plano
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estadual, o Supremo já estabeleceu que deve existir também, para democratizar o debate
constitucional.
24 PROCESSO LEGISLATIVO
OBS.: NÃO existe hierarquia entre LC e LO, segundo entendimento majoritário, porque elas
retiram fundamento de validade do mesmo diploma normativa, que é a Constituição Federal.
Pode ser:
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2º - DISCUSSÃO E EMENDAS
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
3º - VOTAÇÃO
Presidente da O Presidente tem 15 dias úteis, a partir do momento que receber o projeto
República aprovado pela Câmara e pelo Senado, para SANCIONAR (tácita ou
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Se o Congresso NÃO cumprir o prazo de 30 dias, terá sua pauta (não inclui
as pautas individuais das duas casas do Congresso) trancada até que seja
decidido sobre, parando a tramitação de TODOS os atos daquele, sem
exceções, ou seja, até mesmo os atos com prazo ficam parados.
• IRRETRATÁVEL;
• SEMPRE EXPRESSO;
O VETO é: • SUPERÁVEL pela derrubada do CN (art. 66);
• pode ser TOTAL ou PARCIAL;
• pode ser POLÍTICO ou JURÍDICO.
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5º - PROMULGAÇÃO
6º - PUBLICAÇÃO
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Assim que for publicada no Diário Oficial da União, a Medida Provisória tem força de lei e deve
ser observada por todos.
Embora seja uma norma primária, a MP é PRECÁRIA, pois somente produzirá efeitos por um
prazo determinado.
24.3.3 PROCEDIMENTO
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Antes de ser encaminhada para o Plenário da Câmara dos Deputados, caberá à COMISSÃO
MISTA de Deputados e Senadores examinar a MP e sobre ela emitir parecer. Aí sim será
encaminhada para apreciação em sessão separada pelo Plenário de cada Casa (art. 62, §9º).
PRAZO (art. 62, §§ 3º, 4º e 7º) – 60 DIAS para as duas casas do Congresso Nacional
converterem ou não a MP em lei (começando pela Câmara dos Deputados), prorrogável uma única
vez (prorrogação imediata).
Prazo máximo: 60 dias + 60 (prorrogação) = 120 dias.
NÃO tem prazo mínimo. Se a MP foi criada hoje, a Câmara pode começar a votar ela hoje.
PEGADINHA! A MP tem vigência por no máximo 120 dias? NÃO! Pois, durante os períodos
de recesso do Congresso Nacional, este prazo é SUSPENSO , mas a MP continua vigente,
ou seja, o prazo de vigência será superior a 120 dias se contar com o recesso.
Medida Provisória rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo somente
poderá ser reeditada na Sessão Legislativa seguinte, SEM EXCEÇÃO (art. 62, §10) – do
contrário, abalaria a segurança jurídica.
Se NÃO for analisada ou se REJEITADA, ela perderá a eficácia e vigência, com efeitos
EX NUNC (não retroativos).
Entretanto, a Constituição diz que os efeitos dessa decisão de rejeição podem ser EX
TUNC – retroativos à data de edição da MP (art. 62, §§ 3º e 11) - o Congresso Nacional deverá
editar um DECRETO LEGISLATIVO que regulará as relações jurídicas que foram praticadas
durante a vigência da MP, em até 60 DIAS (é como se a MP nunca tivesse existido).
Se o CN NÃO fizer o Decreto Legislativo em 60 dias, as relações jurídicas decorrentes da
MP são consideradas válidas (como se fosse uma aceitação tácita, continuarão a ser regidas pela
MP). Não confunda isso com conversão da MP em lei!
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Se analisada e aprovada, SEM alteração, NÃO haverá sanção ou veto pelo Presidente
da República, e a MP é convertida em LEI ORDINÁRIA de imediato.
ATENÇÃO! Se o Congresso aprovar a MP COM ALTERAÇÕES (art. 62, §12), esta deixa de
ser uma MP e passa a ser um PROJETO DE LEI ORDINÁRIA (Projeto de Lei de Conversão),
seguindo para sanção ou veto presidencial.
Porém, o texto original da MP alterada permanecerá em vigor até que seja sancionado ou
vetado o Projeto de Lei de Conversão.
a) Relevância e urgência
Durante um bom tempo, o Supremo entendia que relevância e urgência eram conceitos
jurídicos indeterminados e cabia ao Chefe do Poder Executivo defini-los.
EXCEPCIONALMENTE , é possível o controle judicial dos requisitos de relevância e
urgência, são requisitos mais objetivos. A relevância tem a ver com a matéria em si e a urgência,
com a justificativa de ter se adotado uma MP por não ter tempo de esperar o processo legislativo
comum.
É possível que uma MP seja declarada inconstitucional por NÃO ter atendido os dois
pressupostos essenciais: relevância e urgência. Estar-se-ia diante de um vício de forma, pois
são requisitos que devem ser observados para fins de edição de medida provisória.
b) MP e o Controle Concentrado
No difuso, NÃO interessa se ela mudar de status, se ela se tornar uma lei ordinária ou
se for rejeitada.
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Nesse caso, o autor deverá promover um aditamento à ADI e informará que ajuizou a
ação em face de uma medida provisória, mas que fora convertida em lei (informa a mudança
do objeto).
O STF entende que a lei ordinária NÃO convalida os vícios existentes na MP de origem.
“Contrabando legislativo” é, por exemplo, quando uma MP versa sobre um assunto “x” e o
Congresso Nacional, no seu processo de conversão em lei ordinária, inclui nessa MP matérias que
não tem nada a ver com o assunto “x” tratado.
NÃO É PERMITIDO!
24.3.5.1 Jurisprudência
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Ecológica de Cuniã.
Porém, a medida provisória que originou a lei em questão contemplava, originalmente,
matérias distintas das tratadas nos citados artigos. O Colegiado reportou-se ao decidido na ADI
5.127/DF (DJE de 11.5.2016), no sentido de ser incompatível com a Constituição CRFB/88
apresentar emendas sem relação de pertinência temática com a medida provisória submetida à
apreciação.
Asseverou que a prática de inserção, mediante emenda parlamentar, no processo
legislativo de conversão de medida provisória em lei, de matérias de conteúdo temático estranho
ao objeto originário da medida provisória viola a Constituição, notadamente o princípio democrático
e o devido processo legislativo (CRFB/88, arts. 1º, “caput” e parágrafo único, 2º, “caput”, e 5º,
“caput” e LIV).
Entretanto, nos termos do citado precedente, deliberou pela manutenção dos atos
normativos atacados, por conta do princípio da segurança jurídica. Naquele caso, o Plenário
manteve hígidas todas as leis de conversão fruto dessa prática promulgadas até a data do
julgamento, ocorrido em 15.10.2015.
A ministra Rosa Weber (relatora), com ressalva de seu entendimento pessoal, endossou a
orientação quanto aos efeitos prospectivos daquela decisão. Vencido o ministro Marco Aurélio,
que julgava a ação procedente. ADI 5012/DF, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 16.3.2017.
(ADI-5012)
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à suposta exigência de lei específica (CRFB/88, art. 5º, XIII), o texto constitucional seria claro ao
estabelecer o direito fundamental ao livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
trazendo a possibilidade de que lei estabeleça qualificações e exigências para o exercício desse
direito fundamental. Assim, a liberdade profissional, em que pese seja direito individual de
liberdade, impondo ao Estado um dever, em princípio, de abstenção, não fora outorgada sem
limites.
Não obstante, qualquer limitação legal somente poderia fixar exigências e limitações que
guardassem nexo lógico com as funções e atividades a serem desempenhadas, sob pena de vício
de inconstitucionalidade por violação ao princípio da igualdade. Destacou que essa restrição ao
direito fundamental ao exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão consistiria em restrição
legal qualificada.
Nesse sentido, a Constituição não se limitaria a exigir que eventual restrição ao âmbito de
proteção de determinado direito fosse apenas prevista em lei, mas também estabeleceria as
condições especiais, os fins a serem perseguidos pela limitação. No caso, a reserva legal
qualificada fora satisfeita pela Lei 12.249/2010, tendo em vista que a matéria de seu art. 76 tem
por finalidade não a mera restrição ao direito fundamental de livre exercício da profissão de
contador, mas a imposição de qualificações para que o exercício desse direito, no âmbito da
profissão contábil, seja mais adequadamente realizado. A necessidade de lei formal para o
estabelecimento de qualificações para o exercício profissional deveria, portanto, observar as
regras de competência legislativa e não poderia impedir o exercício da profissão. Ao contrário,
deveria antes servir para assegurar à sociedade que determinados profissionais, em especial os
liberais, fossem efetiva e adequadamente qualificados para exercer uma específica atividade.
No ponto, a Lei 12.249/2010 estabelece, em seu art. 76, a exigência de determinadas
qualificações a serem cumpridas para o regular exercício da profissão de contador. Inova ao fixar
essas exigências e ainda estabelece uma regra de transição àqueles que exerçam o ofício de
técnicos em contabilidade. O Tribunal assentou que estariam cumpridos os requisitos formais e
materiais impostos constitucionalmente.
Destacou, por outro lado, que o processo legislativo de conversão de medida provisória,
não obstante ser peculiar e de tramitação mais célere, consistiria em espécie constitucionalmente
prevista, sem restrição quanto à matéria versada na lei impugnada.
Assim, não implicaria inconstitucionalidade o simples fato de a lei haver resultado de projeto
de conversão de medida provisória. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão
Min. Edson Fachin, 15.10.2015. (ADI-5127)
Art. 62, §6º - prazo para pressionar o Congresso Nacional a logo deliberar sobre a Medida
Provisória, para tentar, em defesa da segurança jurídica, já determinar se a MP seria convertida
116
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
ou rejeitada.
Se, até o 45º dia, NÃO tiver sido analisada, entrará em REGIME DE URGÊNCIA (tudo é
parado até que se analise a MP), suspendendo as demais deliberações da pauta da Casa em
que se encontrar (trancamento da pauta).
Reinterpretando o art. 62, §6º, a Câmara dos Deputados estabeleceu que o trancamento de
pauta da MP somente se daria com relação aos projetos de leis ordinárias, até porque a MP tem
força de lei ordinária.
O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Ministro Celso de Mello (Relator), indeferiu
o mandado de segurança e deu, ao § 6º do art. 62 da Constituição, na redação resultante da EC
32/2001, interpretação conforme à Constituição, para, sem redução de texto, restringir-lhe a
exegese, em ordem a que, afastada qualquer outra possibilidade interpretativa, seja fixado
entendimento de que o regime de urgência previsto em tal dispositivo constitucional – que impõe
o sobrestamento das deliberações legislativas das Casas do Congresso Nacional – refere-se, tão
somente, àquelas matérias que se mostram passíveis de regramento por medida provisória,
excluídos, em consequência, do bloqueio imposto pelo mencionado § 6º do art. 62 da Lei
Fundamental, as propostas de emenda à Constituição e os projetos de lei complementar,
de decreto legislativo, de resolução e, até mesmo, tratando-se de projetos de lei ordinária,
aqueles que veiculem temas pré-excluídos do âmbito de incidência das medidas provisórias
(CRFB/88, art. 62, § 1º, I, II e IV).
Vencido o Ministro Marco Aurélio. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Ausente o Ministro
Ricardo Lewandowski, participando do Seminário de Verão 2017, na Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra, em Portugal. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário,
29.6.2017. (STF, MS 27931)
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24.4.1 Limitações
Delegação ATÍPICA
Art. 68, §3º - delegação COM retorno.
(imprópria)
RESOLUÇÕES
São, via de regra, UNICAMERAIS , pois tratam das matérias que a Constituição reservou à
Câmara dos Deputados (art. 51) e ao Senado Federal (art. 52), isoladamente.
DECRETO LEGISLATIVO
É, por excelência, BICAMERAL, pois trata das matérias que o constituinte reservou ao
Congresso Nacional (art. 49).
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Segundo José Afonso da Silva, é aquele que tem por objeto as situações de crise, seja
um abalo institucional ou abalo ao país. E tem por objetivo recuperar/restaurar a normalidade
institucional.
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PESSOA HUMANA humana seja desconsiderada, ainda que em uma situação de crise.
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26 ORDEM ECONÔMICA
COMPROMISSÓRIA
O Brasil faz uma opção por uma ordem econômica capitalista, aquela que, a princípio, quem
deve tomar as decisões sobre os bens, os serviços, os valores, é a iniciativa privada, a empresa,
geridas pela lei da oferta e da procura. Ou seja, inicialmente, as decisões sobre a economia devem
ser tomadas nesse ambiente de liberdade privada. Só que a Constituição, ao mesmo tempo que
adota essa ordem econômica capitalista, também traz um viés social muito importante.
121
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
26.1 JURISPRUDÊNCIA
É certo que a ordem econômica na Constituição de 1988 define opção por um sistema no
qual joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a
assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Mais do que
simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a serem
realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado
e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus arts. 1º, 3º e 170. A livre
iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho.
Por isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da "iniciativa do Estado"; não a privilegia,
portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado a Constituição assegura a livre
iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o
efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto (arts. 23, V, 205, 208, 215 e 217, §
3º, da Constituição). Na composição entre esses princípios e regras há de ser preservado o
interesse da coletividade, interesse público primário. O direito ao acesso à cultura, ao es porte
e ao lazer são meios de complementar a formação dos estudantes.
[ADI 1.950, rel. min. Eros Grau, j. 3-11-2005, P, DJ de 2-6-2006.]
ART. 5º
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XI - INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
SALVO:
Flagrante delito
Prestar socorro
a) De Correspondência
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já decidiu que o Diretor de Presídio pode, SEM autorização judicial, violar a correspondência dos
presos.
b) Telegráfica
= DADOS.
c) Dados
d) Telefônica
• Investigação de crime;
• Instruir ação penal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel
Ponderação da liberdade
Mas o abuso de direito sempre poderá ser reprimido, puníveis.
“Marcha da Maconha”
Art. 287, do CP
Art. 5º, XVI
ADI 3483
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RECLAMAÇÃO 24284
MS 34530
8 Súmulas Vinculantes
44 – Somente por lei, Princípio da legalidade, art. 5º, II c/c art. 37, caput, da CRFB/88.
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