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SUMÁRIO
DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................... 5
I – CONSTITUCIONALISMO ................................................................................................. 5
1. Conceito de constitucionalismo .................................................................................. 5
2. Fundamentos do constitucionalismo .......................................................................... 5
3. Origem do constitucionalismo ..................................................................................... 5
4. Panorama geral da evolução histórica do constitucionalismo ................................ 5
5. Constitucionalismo antigo ............................................................................................ 5
6. Constitucionalismo moderno (1ª fase - Constituições liberais) ............................... 7
7. Constitucionalismo moderno (2ª fase - Constituições sociais) ................................ 8
8. Constitucionalismo contemporâneo (neoconstitucionalismo) ................................ 9
9. Síntese da evolução do constitucionalismo .............................................................10
II - NEOCONSTITUCIONALISMO (APROFUNDAMENTO) .............................................11
1. Marco Histórico: Pós-Segunda Guerra Mundial ......................................................11
2. Marco Filosófico: Pós-positivismo .............................................................................11
3. Marco teórico ...............................................................................................................12
III – NOVAS CLASSIFICAÇÕES DO CONSTITUCIONALISMO .......................................15
1. Constitucionalismo do Futuro ou do Porvir .............................................................15
2. Constitucionalismo Transnacional .............................................................................15
3. Transconstitucionalismo .............................................................................................16
4. Constitucionalismo Popular........................................................................................17
5. Constitucionalismo Democrático ...............................................................................17
6. Constitucionalismo Autoritário ..................................................................................17
IV – SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO .................................................................................19
1. Constituição em sentido sociológico ........................................................................19
2. Constituição em sentido político ...............................................................................19
3. Constituição em sentido material e formal ...............................................................20
4. Constituição em sentido jurídico ...............................................................................20
5. Concepção culturalista da constituição ....................................................................21
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ......................................................... 22
I – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ....22
1. Fase da absoluta indiferença......................................................................................22
2. Fase da mera imputação criminal ..............................................................................22
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3. Fase tutelar ...................................................................................................................22
4. Fase da proteção integral ...........................................................................................23
II - IMPACTOS DO CASO MARY ELLEN............................................................................24
DIREITO CIVIL ........................................................................................................ 26
I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS .......................................................................................26
II - LINDB E CONCEITOS GERAIS ......................................................................................28
1.1. Aplicabilidade da LINDB ......................................................................................29
1.2. Diferenças entre lei e norma................................................................................29
1.3. Fontes do direito ...................................................................................................30
III – APLICAÇÃO DA LEI E ANTINOMIAS JURÍDICAS .....................................................31
1. Lacunas..........................................................................................................................31
2. Omissão da lei e vedação ao "non liquet"................................................................32
3. Antinomias das leis ......................................................................................................33
3.1. Antinomias aparentes ou reais ............................................................................33
3.2. Antinomias próprias ou impróprias ....................................................................34
3.3. Quanto ao grau da antinomia .............................................................................34
IV - EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO .....................................................................................35
1. Conceitos relevantes ...................................................................................................35
1.1. Promulgação e publicação ..................................................................................35
1.2. Vigência e vigor .....................................................................................................36
1.3. Vacância da lei .......................................................................................................37
2. Princípios informadores da eficácia das leis.............................................................39
3. Espécies de revogação ...............................................................................................40
4. Repristinação e efeito repristinatório ........................................................................40
DIREITO EMPRESARIAL ......................................................................................... 41
I - EVOLUÇÃO DO DIREITO EMPRESARIAL .....................................................................41
1. Teoria dos atos de comércio ......................................................................................41
2. Teoria da empresa .......................................................................................................41
II - TEORIA POLIÉDRICA .....................................................................................................43
DIREITOS HUMANOS ............................................................................................ 45
I - DIREITOS HUMANOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS .................................................45
1. Conceitos ......................................................................................................................45
2. Direitos Humanos ........................................................................................................45
2.1. Dimensões (gerações) dos Direitos Humanos ..................................................46
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3. Direitos Fundamentais ................................................................................................47
3.1. Previsão dos direitos fundamentais e status dos tratados internacionais .....48
II - CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS ........................................................50
III – FONTES E INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ......................................52
1. Fontes dos Direitos Humanos ....................................................................................52
2.4. Interpretação dos Direitos Humanos .....................................................................52
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DIREITO CONSTITUCIONAL
I – CONSTITUCIONALISMO
1. Conceito de constitucionalismo
2. Fundamentos do constitucionalismo
3. Origem do constitucionalismo
5. Constitucionalismo antigo
5
atualmente. Contudo, existiam algumas ideias e práticas que podem ser consideradas
como precursores do constitucionalismo moderno.
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6. Constitucionalismo moderno (1ª fase - Constituições liberais)
7
7. Constitucionalismo moderno (2ª fase - Constituições sociais)
8
8. Constitucionalismo contemporâneo (neoconstitucionalismo)
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9. Síntese da evolução do constitucionalismo
FASE CARACTERÍSTICAS
Estado de Direito e Estado mínimo.
Direitos de 1ª geração: implementação dos direitos políticos.
Constitucionalismo americano (1787): primeira constituição
escrita dotada de supremacia. Adoção do sistema presidencialista e
MODERNO
da forma federativa de Estado. Estabelecimento das regras políticas
(1ª fase – constituições
Liberais) do jogo.
Constitucionalismo francês: a Constituição era prolixa e foi
imposta como um instrumento de transformação político-social, ou
seja, com o intuito de transformar a realidade social, além de prever
também as regras do jogo político.
Constitucionalismo maioria.
Contemporâneo Efetividade dos direitos fundamentais, e não apenas sua
(neoconstitucionalismo)
consagração.
Direitos de 3ª dimensão: fraternidade e solidariedade.
Força normativa da Constituição por todo o continente europeu.
Fortalecimento do Poder Judiciário.
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II - NEOCONSTITUCIONALISMO (APROFUNDAMENTO)
O mundo pós-Segunda Guerra foi marcado por uma profunda reflexão sobre a
necessidade de proteção dos direitos humanos fundamentais. As atrocidades
cometidas durante o conflito levaram a comunidade internacional a buscar meios de
evitar futuros episódios de violência e aprimorar a proteção dos direitos inalienáveis
dos indivíduos. Nesse contexto, a Constituição se apresentou como um instrumento
central para a promoção da dignidade humana e a garantia dos direitos fundamentais.
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No entanto, ao longo do tempo, surgiram várias críticas ao positivismo,
questionando sua capacidade de lidar com questões complexas e morais.
Essas críticas tornaram-se mais acentuadas após a Segunda Guerra Mundial,
período em que a comunidade internacional testemunhou as graves violações aos
direitos humanos perpetradas pelos regimes totalitários. A negação desses crimes por
parte dos governos nazista e fascista expôs as limitações do positivismo, que era
incapaz de reconhecer como ilegais ou injustas ações que fossem formalmente válidas
segundo as leis dos respectivos países.
Uma das contribuições mais importantes do pós-positivismo é o
desenvolvimento da teoria dos princípios. Ronald Dworkin, um dos principais
expoentes dessa corrente, defende que os princípios são normas que fornecem razões
para ações e decisões jurídicas, e que têm uma dimensão moral vinculante. Para
Dworkin, os princípios devem ser considerados na tomada de decisões jurídicas, não
apenas as regras estritamente positivadas.
Com o pós-positivismo, portanto, surge uma nova abordagem que reconhece
a relevância dos princípios e valores no ordenamento jurídico, ampliando a noção de
fontes do direito para além das normas positivadas, permitindo uma leitura mais ampla
e teleológica das normas constitucionais, considerando-as como verdadeiros princípios
orientadores da ordem jurídica.
3. Marco teórico
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Essa perspectiva vai além do positivismo estrito, que considerava as normas
constitucionais como meras declarações formais sem força vinculante. A força
normativa da Constituição confere-lhe uma efetividade e autoridade que devem ser
observadas por todos os poderes estatais, incluindo o Poder Legislativo e o Executivo.
A força normativa da Constituição está atrelada à ideia da capacidade de a
Constituição exercer influência vinculante sobre o sistema jurídico como um todo. Essa
ideia está associada à concepção de que os princípios e valores constitucionais
possuem um status superior, devendo orientar a interpretação e aplicação das demais
normas infraconstitucionais.
Essa abordagem, presente no neoconstitucionalismo, leva à necessidade de
uma hermenêutica mais aberta e voltada para a realização dos valores fundamentais da
sociedade. Por esse motivo é que o neoconstitucionalismo está atrelado ao maior
protagonismo do Poder Judiciário, pois cabe a ele desempenhar um papel essencial
nesse processo: interpretar a Constituição de forma a concretizar seus princípios e
objetivos.
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Nova Hermenêutica Constitucional
A natureza principiológica das normas constitucionais exigiu o desenvolvimento
de uma nova hermenêutica constitucional destinada à interpretação. Os princípios são
normas que possuem maior grau de abstração e permitem maior margem de
ponderação e flexibilidade na aplicação.
Nesse sentido, foram adotados princípios orientadores da interpretação
constitucional, tais como:
i) Princípio da Unidade da Constituição: as normas constitucionais devem ser
interpretadas de forma coerente e sistêmica, buscando a harmonia entre elas.
ii) Princípio da Concordância Prática: em casos de colisão entre princípios
constitucionais, deve-se buscar uma solução que viabilize a máxima realização possível
de ambos.
iii) Princípio da Eficiência Integradora: busca-se a máxima efetividade dos
direitos fundamentais e dos valores constitucionais, a fim de tornar a Constituição uma
norma viva e eficaz.
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III – NOVAS CLASSIFICAÇÕES DO CONSTITUCIONALISMO
2. Constitucionalismo Transnacional
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criar uma constituição supranacional que abranja múltiplos Estados, superando
fronteiras e criando um sistema jurídico e político mais abrangente.
O Constitucionalismo Transnacional pode desempenhar um papel relevante na
prevenção de ditaduras, pois se baseia na premissa de que as normas e princípios
estabelecidos na constituição supranacional devem respeitar as constituições nacionais
dos países membros. Essa salvaguarda visa assegurar que os direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos sejam protegidos em todos os níveis de governança e que
nenhum país possa impor unilateralmente medidas autoritárias que violem os direitos
e garantias constitucionais.
3. Transconstitucionalismo
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O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAIS caracteriza-se por um
descumprimento generalizado das normas constitucionais, o que
justifica que o Judiciário solicite providências por parte de vários
órgãos estatais para solucionar o problema. Esse conceito permite
que o Judiciário atue de forma mais efetiva em situações em que
todos os poderes estão desrespeitando a ordem constitucional.
4. Constitucionalismo Popular
Trata-se de uma abordagem proposta por Mark Tushnet, jurista dos Estados
Unidos, que tem como ponto central a retirada ou redução do judicial review (a
possibilidade de o Poder Judiciário revisar e invalidar leis e atos dos outros poderes,
inclusive a própria Constituição).
Defende-se um maior protagonismo da população de forma mais direta e ativa
para a determinação do significado e interpretação da Constituição, rechaçando a ideia
de que essas questões devem ficar a cargo exclusivamente do Poder Judiciário.
Ao retirar ou limitar o judicial review, o Constitucionalismo Popular busca
descentralizar o poder de interpretação constitucional, possibilitando que a sociedade
tenha uma maior influência na construção do ordenamento jurídico e na definição de
suas normas fundamentais.
5. Constitucionalismo Democrático
6. Constitucionalismo Autoritário
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entre o constitucionalismo liberal e o autoritarismo, apresentando compromissos
apenas moderados com os princípios constitucionais.
O constitucionalismo autoritário não representa um regime distinto em si, mas
sim uma forma sutil e sofisticada de exercer o poder por parte das elites governantes
em Estados com um desenvolvimento democrático frágil. Nesse contexto, aqueles que
detêm o poder, apesar de revestirem-se de uma aparência constitucional e
democrática, exercem sua autoridade de maneira autoritária, disfarçando suas ações
por meio de um discurso constitucionalista.
Há, portanto, a utilização da Constituição como uma ferramenta para que um
grupo governante consolide seu controle sobre o poder, buscando legitimidade
constitucional e evitando sanções internacionais, tudo sob a fachada de uma aparente
democracia constitucional. Não há a consagração de uma Constituição como fonte de
limitação dos poderes. Há uma camuflagem.
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IV – SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO
A visão política foi desenvolvida por Carl Schmitt, para o qual a Constituição é
uma DECISÃO POLÍTICA FUNDAMENTAL, qual seja, a decisão política do titular do poder
constituinte.
A Constituição surge, portanto, a partir de um ato constituinte, fruto de uma
vontade política fundamental de produzir uma decisão eficaz sobre modo e forma de
existência política de um Estado.
Para essa teoria, a decisão é válida quando emanada de um poder constituinte
e se estabelece por vontade dele.
Nessa concepção política, Schmitt estabeleceu uma distinção entre
CONSTITUIÇÃO e LEIS CONSTITUCIONAIS: a Constituição disporia somente sobre as
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matérias de grande relevância jurídica; as demais normas integrantes do texto de uma
Constituição seriam, tão somente, leis constitucionais.
Com base nessa teoria, podemos mencionar um aspecto importante para
concursos: a distinção entre Constituição em sentido material e Constituição em sentido
formal criada por Carl Schmitt .
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filosófico. Embora reconheça a relevância dos fatores sociais numa dada sociedade,
Kelsen sempre defendeu que seu estudo não compete ao jurista como tal, mas ao
sociólogo e ao filósofo.
Segundo Kelsen, a validade de uma norma jurídica positivada é completamente
independente de sua aceitação pelo sistema de valores sociais vigentes em uma
comunidade, tampouco guarda relação com a ordem moral.
Essa era a essência da teoria pura do direito: desvincular a ciência jurídica de
valores morais, políticos sociais ou filosóficos. Kelsen desenvolveu dois sentidos para a
palavra Constituição: (i) sentido lógico- jurídico; (ii) sentido jurídico positivo.
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
3. Fase tutelar
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A doutrina regente nessa fase era a da situação irregular (muito perguntado em
prova). Separavam as crianças com família e aquelas sem família. Para aquele que
estivesse em situação irregular, aplicava-se o código de menores (aos menores
abandonados ou delinquentes), e para aqueles que estivesse em situação regular, por
outro lado, aplicava-se o direito de família.
Outra questão a ser observada era que as medidas aplicadas aos menores
“delinquentes” eram as mesmas aplicadas aos menores em situação de abandono (os
dois eram internados na “Funaben”).
O juiz nessa etapa tutelar era visto e atuava como um “bom pai de família”, com
ampla discricionariedade de dizer o que era melhor para a criança e em procedimentos
informais, então não havia por que ter contraditório e ampla defesa, já que não fazia
sentido se defender desse bom pai.
As principais normas que representaram essa etapa foram as seguintes:
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II - IMPACTOS DO CASO MARY ELLEN
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e à cultura. Além disso, o ECA prevê a criação de conselhos tutelares em cada município
para zelar pelos direitos das crianças e adolescentes e encaminhar casos de violação de
direitos ao Ministério Público.
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DIREITO CIVIL
I - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
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Código Civil de 2002. Esse mesmo sistema aberto de cláusulas gerais foi adotado no
Novo Código de Processo Civil, que se baseia em princípios como a dignidade da
pessoa humana e a boa-fé objetiva.
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II - LINDB E CONCEITOS GERAIS
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Art. 7º Normas relacionadas à pessoa e à família.
Art. 8º Bens.
Art. 9º Obrigações.
Art. 10 Sucessões.
Norma e lei são usadas comumente como expressões equivalentes, mas norma
abrange na verdade também o costume e os princípios gerais do direito, é o
mandamento de um comportamento normal, extraído do senso comum de justiça de
cada coletividade.
A Lei é o veículo da norma, é posta. A norma jurídica, por outro lado, é
pressuposta, uma prescrição de conduta.
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Temos que uma lei é geral e abstrata, sendo de cumprimento obrigatório e
sujeito a sanções. Lei seria o ato que atesta a existência da norma que o direito vem
reconhecer como de fato existente, ou das formas da norma.
É a regra escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o
comportamento considerado indesejável e perigoso pela sociedade.
As fontes são elementos de onde deriva o Direito. Servem para colocar balizas
dentro da solução jurídica que será decidida pelo Juiz e consequentemente impedem
que o juiz, ao decidir os casos concretos que lhe são postos, deixe transbordar o seu
subjetivismo.
Trata-se do sentido sociológico. São aquelas causas Representam os meios pelos quais o direito
objetivo se manifesta.
que determinam a formulação da norma jurídica
(direito objetivo). São os fatos sociais, éticos,
filosóficos, etc., que inspiram o legislador. Primárias Secundárias
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III – APLICAÇÃO DA LEI E ANTINOMIAS JURÍDICAS
1. Lacunas
Na lacuna axiológica há norma, mas essa norma apresenta uma solução que
não é considerada justa, não é satisfatória. É um problema de valor, podendo ser
suprida pela equidade (art. 5º, da LINDB).
Na lacuna ontológica, por sua vez, há norma, mas ela não está mais adequada
à realidade, não possui eficácia social.
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LACUNA NORMATIVA
Ausência de norma jurídica expressa
que regule um fato concreto.
LACUNA DE COLISÃO
Há normas, mas as soluções por elas LACUNA ONTOLÓGICA
apresentadas são conflitantes. É a
LACUNAS Há norma que não está
. adequada à realidade.
LACUNA AXIOLÓGICA
Há norma que não apresenta uma
solução considerada justa.
A vedação ao non liquet é a que proíbe o juiz deixar de decidir por falta de
solução na lei. Essa proibição consta expressamente no art. 140 do CPC ao estabelecer
que “juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico”.
Existem situações, fatos, ocorrências que interessam ao Direito, mas que não há
qualquer norma no ordenamento pátrio apta a solucioná-los. Há uma patente lacuna
que precisa ser resolvida pela integração de norma.
Presentes as lacunas, deverão ser utilizadas as formas de integração da norma
jurídica, tidas como ferramentas de correção do sistema, constantes dos arts. 4.º e 5.º
da Lei de Introdução.
O art. 4º da LINDB determina que o juiz deverá fazer o uso da analogia, dos
costumes ou dos princípios gerais do direito.
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A doutrina discute acerca da necessidade ou não de se seguir a ordem prevista
no referido dispositivo.
Para a corrente clássica (majoritária): há uma ordem entre os meios que
devem ser escolhidos pelo juiz, cabendo primeiro tentar utilizar a analogia, para depois
se utilizar dos costumes e por fim lançar mão dos princípios gerais do direito.
Para a corrente moderna (minoritária), não existe ordem de preferência entre
os meios de integração de suprir a lacuna, sobretudo porque os princípios são
norteadores do direito. A noção neoconstitucional adotada em 1988 é essencialmente
principiológica, axiológica. Ou seja, os princípios são os pilares do ordenamento
jurídico brasileiro, não podem ser relegados a último plano no momento de suprir
lacunas legislativas.
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Para Maria Helena Diniz, a antinomia real pode ser solucionada com o art. 5º da
LINDB, por meio da técnica da ponderação, sobretudo no conflito entre princípios.
Também poderá seguir o critério do da equidade, com a justiça no caso concreto.
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IV - EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO
1. Conceitos relevantes
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A promulgação atesta a existência da lei, enquanto a publicação é requisito para a
vigência, mas não equivale necessariamente ao momento de início da vigência. Ambas
as etapas são essenciais para garantir a efetividade da legislação e o cumprimento das
normas estabelecidas pelo Estado
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tempo em que uma lei é aplicável, enquanto o vigor se refere à capacidade da lei de
produzir efeitos jurídicos.
a) Conceito
O legislador, ao criar uma lei, no que diz respeito à produção de efeitos, poderá
tomar alguns caminhos:
Determinar que a lei entrará em vigor na data da publicação;
Indicar um prazo específico posterior à publicação (ex: 1 dia, 1 ano, 1 mês
etc.);
Não indicar prazo. O legislador pode se omitir, incidindo, assim, o prazo
geral de vacância de 45 dias (art. 1º, da LINDB).
c) Vacatio no exterior
Lembre-se que há uma norma brasileira específica que versa sobre os efeitos
da lei no exterior:
d) Contagem da vacatio
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Art. 8º, §1º, LC 95/98: A contagem do prazo para
entrada em vigor das leis que estabeleçam período
de vacância far-se-á com a inclusão da data da
publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
f) Norma corretiva
A Lei pode sofrer correção antes de sua vigência, durante o período de vacatio
e após a sua vigência.
Antes de sua vigência e durante o período de vacatio: o prazo da vacatio
legis começa a contar da nova publicação. A alteração da lei durante o prazo de vacatio
não gera outra lei. Haverá a mesma lei (mesmo número), que será republicada.
Sobre a contagem do prazo, se deve ou não ser reiniciado o prazo para a lei
inteira ou só para a parte corrigida, duas correntes:
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1ª corrente: para Maria Helena Diniz e Caio Mário, sendo alteração substancial,
o prazo reinicia-se para toda a lei; se for alteração não substancial, o prazo reinicia-se
apenas para a parte alterada.
2ª corrente: para Carlos Roberto Gonçalves, independentemente do tipo de
alteração, reinicia-se o prazo para toda a lei.
Após a vigência: considera-se como lei nova (lei com novo número).
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3. Espécies de revogação
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DIREITO EMPRESARIAL
2. Teoria da empresa
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Seguindo à risca a inspiração do Codice Civile de 1942, o novo Código Civil
brasileiro derrogou grande parte do Código Comercial de 1850, na busca de uma
unificação, ainda que apenas formal, do direito privado. O Código Civil de 2002 trata,
no seu Livro II, Título I, do “Direito de Empresa".
Tendo o Código Civil de 2002 adotado a teoria da empresa, restou superado o
ultrapassado e deficiente critério do Código Comercial de 1850, que definia o
comerciante como aquele que pratica habitualmente atos de comércio. Com a edição
do Código Civil de 2002, portanto, tornam-se obsoletas as noções de comerciante e de
ato de comércio, que são substituídas pelos conceitos de empresário e de empresa,
respectivamente.
Quem criou essa teoria foi Alberto Asquini e quem trouxe no Brasil foi Waldirio
Bulgarelli.
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II - TEORIA POLIÉDRICA
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A teoria poliédrica tem sido cada vez mais adotada por empresas que buscam
uma gestão mais sustentável e responsável, inclusive por incluir questões ambientais
dentro desses aspectos apresentados por Asquini.
Além disso, a teoria poliédrica tem influenciado o desenvolvimento do direito
empresarial, levando a uma maior preocupação com a responsabilidade social e
ambiental das empresas e com a proteção dos direitos dos trabalhadores e dos
consumidores.
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DIREITOS HUMANOS
1. Conceitos
2. Direitos Humanos
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2.1. Dimensões (gerações) dos Direitos Humanos
PRIMEIRA DIMENSÃO
SEGUNDA DIMENSÃO
TERCEIRA DIMENSÃO
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Lenza e Uadi Lamego Bulos e é considerada majoritária. Para parte da doutrina
(minoritária) os direitos fundamentais de 4ª geração estão relacionados à democracia e
liberdades públicas, a uma maior participação popular.
Os direitos de quinta dimensão, por fim, também são controvertidos na
doutrina. Para Silvio Motta, são os direitos decorrentes da internet e da cibernética. Para
Paulos Bonavides, relacionam-se com o direito à paz. Há também quem sustente
estarem relacionados com os direitos dos animais não-humanos.
3. Direitos Fundamentais
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segurança social. Além disso, ela estabelece princípios de igualdade, não
discriminação, justiça e Estado de Direito.
A Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem foi adotada em
1948 pela Nona Conferência Internacional Americana em Bogotá, Colômbia. Ela é
considerada o primeiro instrumento internacional de direitos humanos das Américas e
inspirou a criação de outros sistemas regionais de proteção dos direitos humanos. Essa
declaração também enfatiza a dignidade humana e os direitos e liberdades
fundamentais. Ela estabelece direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais,
mas também destaca os deveres das pessoas em relação à sociedade e ao Estado.
Esses dois documentos históricos inauguraram a consagração dos direitos de
1ª dimensão, com o intuito de intenção frear o Estado Absolutista e impor limites ao
Estado, de forma a proteger os direitos individuais.
Servem, ademais, como parâmetro de aferição do grau de democracia de uma
sociedade. Em outras palavras, não há que se falar em democracia sem o
reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais.
Os direitos fundamentais, por fim, possuem papel decisivo na sociedade
porque é por meio deles que se avalia a legitimação de todos os poderes (sociais,
políticos e individuais).
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contra si mesmo – HC 119.941 do STF), a busca da felicidade (decorre da dignidade da
pessoa humana – RE 889.060, ADPF 132), e outros.
Com relação aos tratados internacionais, nem todos adotados pelo Brasil
integram o referido bloco.
Para o STF, somente aqueles tratados que forem aprovados com um quórum
especial e com maior rigor, nos moldes do § 3º do art. 5º da CF é que integrarão o bloco
de constitucionalidade, ou seja, apenas quando versarem sobre direitos humanos e
forem aprovados nas duas Casas do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos seus
membros.
Os demais tratados sobre direitos humanos não aprovados no rigor do § 3º do
art. 5º da CF terão força de norma infraconstitucional e supralegal, tal como o Pacto de
São José da Costa Rica.
Já os tratados internacionais que forem aprovados, mas que não versarem
sobre direitos humanos, por fim, terão status de lei ordinária.
O aspecto relevante é que as normas do bloco de constitucionalidade serão
consideradas como parâmetro para fins de controle de constitucionalidade.
Atualmente temos os seguintes tratados internacionais aprovados nos termos
do § 3º do art. 5º da CF:
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II - CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS
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Essencialidade: trata-se de direitos naturalmente essenciais, pois ligados à
dignidade humana e aos valores mais importantes da humanidade.
Inviolabilidade: esses direitos não podem ser desrespeitados por nenhuma
pessoa ou autoridade.
Inexaurabilidade (não taxatividade): não se exaurem, podendo ser
expandidos ou receber acréscimos a qualquer tempo.
Efetividade: devem ser criados todos os mecanismos que incrementem a
efetivação desses direitos.
Limitabilidade: em regra, podem sofrer limitação no caso de confronto ou
conflito com outros direitos humanos, ou ainda, em determinadas hipóteses
constitucionais.
Relatividade: é possível a colisão e ponderação entre os direitos humanos.
Parte da doutrina sustenta que há direitos que são absolutos, tais como o direito de não
ser torturado, o direito de não ser escravizado, o direito de não se associar
compulsoriamente, e o direito do brasileiro nato de não ser extraditado.
Proibição do retrocesso: os direitos são conquistas que não podem ser
suprimidos.
Indisponibilidade e irrenunciabilidade: esses direitos não podem ser
renunciados.
Imprescribilidade: eles não sofrem alterações em sua titularidade ou na
possibilidade de seu exercício com o simples decurso do tempo.
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III – FONTES E INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
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Critério da máxima efetividade dos direitos humanos: as normas de direitos
humanos possuem aplicação imediata e direta.
Critério da Interpretação pro homine: a interpretação deve ser mais
favorável ao indivíduo. Há uma norma que tem interpretações distintas e se
escolhe a mais favorável.
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