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Olhemos,
portanto, para as pessoas idosas como nós seremos no futuro.
Reconheçamos que as pessoas idosas são únicas, com necessidades
e talentos e capacidades individuais e não um grupo homogêneo
por causa da idade.
KOFI ANNAN, EX-SECRETÁRIO GERAL DA ONU, DURANTE
A ASSEMBLEIA MUNDIAL SOBRE ENVELHECIMENTO
HUMANO, MADRI, 2002.
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CAPÍTULO 1 – Importância do curso para o idoso e para os
cuidadores
Este curso objetiva capacitar e resgatar o papel dos cuidadores, tendo em vista o
aumento progressivo da população idosa. Em razão da complexidade cada vez
maior na organização das sociedades, enfatiza-se a necessidade do preparo,
treinamento e aprendizado específicos para exercer a função de cuidador.
* Quem é o cuidador?
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O cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço
de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. Costuma doar-se ou
voluntariar-se para as áreas de sua vocação ou inclinação. Seus préstimos têm
sempre um cunho de ajuda e apoio humanos, com relações afetivas e
compromissos positivos.
Ajudar nas atividades da vida diária; administrar medicamentos por via oral
prescritos pelo especialista; auxiliar na deambulação e mobilidade; cuidados
com a organização do ambiente protetor e seguro, acesso a dispositivos de ajuda
(equipamentos) para a atenção ao idoso; propiciar conforto físico e psíquico;
estimular o relacionamento e contato com a realidade e levar o idoso a participar
de atividades recreativas e sociais. Conferir sinais vitais, reconhecer sinais de
alterações (alerta) e prestar socorro em situações de urgência (os primeiros).
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Qualidades físicas e intelectuais: Deve possuir saúde física, incluindo força e
energia, condições essenciais nas situações em que há necessidade de carregar o
idoso ou dar apoio para vestir-se e cuidar da higiene pessoal. Ser capaz de
avaliar e administrar situações que envolvem ações e tomada de decisões.
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Com o tempo, maiores cuidados são necessários. A responsabilidade de cuidar,
sempre que possível, deve ser compartilhada com outros membros da família ou
com amigos.
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Legislação atual sobre a profissão de Cuidador de Idosos
É importante que sua Carteira de Trabalho seja assinada com este código para
que todos seus direitos sejam garantidos.
Mas o que muda de fato nas relações entre os cuidadores e seus patrões, depois
da PEC das domésticas (dos cuidadores também), a partir de agora?
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Para efeitos de direitos trabalhistas, a função de cuidador de idosos é enquadrada
na classe de trabalhadores domésticos. O cuidador de idosos tem as mesmas
garantias trabalhistas e os mesmos direitos que a empregada doméstica, a
passadeira, a cozinheira, o jardineiro e a babá.
Agora, todos os cuidadores de idosos terão grande parte dos direitos que já
usufruem todas as outras classes de trabalhadores da indústria, do comércio e da
área de serviços, já que seus deveres já eram iguais ou até maiores que a de
outras classes trabalhistas (exemplo: jornada de trabalho maior).
Todos os direitos, inclusive os aprovados na PEC das domésticas, estão listados
a seguir. Leiam com atenção, pois são muitos os detalhes e muitas dúvidas
podem surgir:
*Trabalhando mais que 3 dias por semana na casa da pessoa idosa, o cuidador
de idosos tem direito a uma série de obrigações, por parte de quem o contrata,
por parte do patrão:
Receber o pagamento mensal até o quinto dia útil do mês seguinte ao mês
de trabalho;
Ter a garantia de Férias + o Abono de 1/3 de Férias para cada ano
trabalhado;
Ter direito ao 13o. salário, pago a primeira parcela em novembro e a
segunda em dezembro;
Ter estabilidade no emprego até o quinto mês após o parto;
Direito a descansar nos domingos e feriados, ou pelo menos um dia na
semana;
Aposentadoria por tempo de trabalho, idade ou por invalidez;
Aviso Prévio de 30 dias, limitado a 90 dias de acordo com o tempo de
trabalho, caso o patrão resolva demitir a empregada sem justa causa;
Licença Paternidade de 5 dias, quando a mulher tem filho (para o homem);
Licença Maternidade sem prejuízo do salário, por no mínimo 120 dias;
Vale-Transporte, quando a empregada usa condução para ir e vir do
trabalho;
Recebimento de pensão equivalente, pelos filhos menores, no caso de
morte do empregado doméstico, pagos pela Previdência Social.
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Seguro Desemprego;
Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho – FGTS;
Adicional Noturno. Somente para quem trabalha das 22 as 5 horas da manhã.
Empregada que dorme em casa neste horário não tem direito;
Salário Família;
Auxilio Creche para filhos de empregados domésticos de até 5 anos de idade;
Seguro Acidente de Trabalho.
*Escrito em cor preta: direitos anteriores já consolidados. Escrito em cor
vermelha: novos direitos pela PEC da domésticas, já valendo. Os escritos em cor
vermelha grifados ainda precisam de regulamentação pelo Congresso Nacional e
do Ministério do Trabalho e do Emprego.
*fonte: www.domesticalegal.com.br
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CAPÍTULO 2 – O processo de envelhecimento populacional
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provavelmente vou melhorar e, ainda que tenha algumas limitações, envelhecer.
Se os casais têm menos filhos, com o decorrer do tempo vão existir menos
crianças e mais jovens, adultos e velhos.
É essa soma de fatores que faz com que a população envelheça, ou seja, que
hoje haja mais pessoas idosas em nossa sociedade. Sabemos disso porque as
vemos diariamente andando pelas ruas, no transporte público, nos bailes de
terceira idade, nos supermercados, nos bancos, enfim, em todos os lugares.
Com frequência, os grupos de terceira idade têm muito mais mulheres que
homens. Por que será? Será que eles ficam em casa e, por isso, não os vemos nas
ruas? Em parte é verdade, mas o fato é que existem mais idosas que idosos. Isso
ocorre porque, ainda hoje, os homens morrem mais cedo que as mulheres, por
diversas razões, especialmente por diferenças nas condições de vida e trabalho
que assumiram durante a vida. Esse panorama está mudando e é provável que,
no futuro, esse quadro se modifique.
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ficarmos doentes. A senescência tem características particulares, e mesmo entre
indivíduos da mesma idade pode haver grandes diferenças nas reservas
funcionais: há idosos bem dispostos e em boas condições de saúde; há também
idosos cansados e com muitos problemas de saúde.
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A pele perde a elasticidade e fica mais fina, sua menos e produz menos sebo.
Por isso é comum que ela fique mais fina, seca e áspera, sendo mais fácil coçar e
mais fácil abrir feridas com pequenos traumas.
O andar fica mais lento, a flexibilidade e os reflexos diminuem, tornando mais
fáceis as quedas e mais difícil proteger-se delas.
O coração pode bater mais lento, mesmo em situações em que deveria acelerar,
e diminui sua capacidade de adaptação ao "stress".
O sono se altera, sendo comum o idoso dormir menos à noite, e ter períodos de
sonolência (cochilos) durante o dia, principalmente quando não tem atividade
nenhuma.
Portanto, ser idoso não é uma doença, mas é uma fase da vida
caracterizada por diminuição das reservas funcionais e da
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capacidade do organismo em se adaptar a mudanças bruscas, tornando-o mais
susceptível a infecções, quedas, desidratação, efeito colateral de medicamentos,
entre outros. O idoso doente tem sinais e sintomas de doença, e deve receber
tratamento.
- Medidas preventivas:
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* O cuidador e a equipe de saúde
As atividades que o cuidador vai realizar devem ser planejadas junto aos
profissionais de saúde e com os familiares. Nesse planejamento deve ficar claro
para todos as atividades que o cuidador pode e deve desempenhar. É bom
escrever as rotinas e quem se responsabiliza pelas tarefas. É importante que a
equipe deixe claro ao cuidador que procedimentos ele não pode e não deve fazer,
quando chamar os profissionais de saúde, como reconhecer sinais e sintomas de
perigo. As ações serão planejadas e executadas de acordo com as necessidades
da pessoa a ser cuidada e dos conhecimentos e disponibilidade do cuidador.
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CAPÍTULO 3 – Doenças respiratórias
Respiração
Nós respiramos para levar oxigênio (O2) para todas as células do corpo e
remover delas os resíduos existentes sob a forma de gás carbônico. O ar, que
contém o O2, entra no organismo pelo nariz, onde é aquecido, filtrado e
umedecido, e caminha por diferentes estruturas internas de nosso corpo até
chegar aos pulmões.
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As principais doenças respiratórias são:
- Bronquite crônica
- Asma
- Pneumonia
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou Enfizema Pulmonar
- Câncer de pulmão
Sobre a pneumonia podemos dizer que se trata de uma inflamação dos pulmões.
As doenças pulmonares ocorrem em todas as idades, mas as pessoas idosas são
as que sofrem os quadros mais graves com maior risco à vida. A pneumonia é
uma das principais causas de óbito entre as pessoas idosas, sendo a quinta causa
de morte mais comum nesta população.
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CAPÍTULO 4 – Osteoporose
Para entender o que acontece, é preciso lembrar que os ossos são compostos de
uma matriz na qual se depositam complexos minerais com cálcio. Outra
característica importante é que eles estão em constante processo de renovação e
esse processo permanente e constante possibilita a reconstituição do osso
quando ocorrem fraturas e explica por que a mais ou menos a cada dez anos o
esqueleto humano se renova por inteiro.
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Causas e fatores de risco
Sintomas
As lesões mais comuns são as fraturas das vértebras por compressão, que levam
a problemas de coluna e à diminuição da estatura e as fraturas do colo do fêmur,
punho (osso rádio) e costelas. Nas fases em que se manifesta, a dor está
diretamente associada ao local em que ocorreu a fratura ou o desgaste ósseo.
Diagnóstico
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Prevenção
Tratamento
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para os casos mais graves de osteoporose, e para os intolerantes aos
bisfosfonatos.
Recomendações
2) a dieta diária deve incluir alimentos ricos em cálcio como leite, queijos,
iogurtes; o cálcio é um mineral indispensável para garantir a recomposição da
estrutura óssea;
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CAPÍTULO 5 – Acidente vascular cerebral (AVC) e Acidente
vascular encefálico (AVE)
* O que é AVC?
Acidente Vascular Cerebral (AVC) também conhecido por derrame pode ser
definido como o surgimento de um déficit neurológico súbito causado por um
problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Classicamente o
AVC é dividido em 2 subtipos:
Sinais de Alerta
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Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um
lado do corpo
Confusão, alteração da fala ou compreensão
Alteração na visão (em um ou ambos os olhos)
Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar
Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente
3 – Peça à pessoa para repetir uma frase completa que você disser. Ex.: O Brasil
é o país do futebol
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CAPÍTULO 6 – Transtornos Mentais em Idosos
* Demência
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Os sintomas incluem alterações na memória, na linguagem, na capacidade de
orientar-se. Há perturbações comportamentais como agitação, inquietação, andar
a esmo, raiva, violência, gritos, desinibição sexual e social, impulsividade,
alterações do sono, pensamento ilógico e alucinações.
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* Demência vascular
* Esquizofrenia
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Os sintomas incluem retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento
ilógico, alucinações e afeto rígido. Os idosos com esquizofrenia respondem bem
ao tratamento com drogas antipsicóticas que devem ser administradas pelo
médico com cautela.
* Transtornos depressivos
* Transtorno delirante
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A idade de início ocorre por volta da meia-idade, mas pode ocorrer em idosos.
Os sintomas são alterações do pensamento mais comumente de natureza
persecutória (os pacientes crêem que estão sendo espionados, seguidos,
envenenados ou de algum modo assediados). Podem se tornar violentos contra
seus supostos perseguidores, se trancarem em seus
aposentos e viverem em reclusão. A natureza dos
pensamentos pode ser em relação ao corpo, como
acreditar ter uma doença fatal (hipocondria).
* Transtornos de ansiedade
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serve para anular uma obsessão) podem aparecer pela primeira vez em idosos,
embora geralmente seja possível encontrar esses sintomas em pessoas que eram
mais organizadas, perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-se
excessivos em seu desejo por organização, rituais e necessidade excessiva de
manter rotinas. Podem ter compulsões para verificar as coisas repetidamente,
tornando-se geralmente inflexíveis e rígidos.
* Transtornos Somatoformes
São um grupo de transtornos que incluem sintomas físicos (por exemplo dores,
náuseas e tonturas) para os quais não pode ser encontrada uma explicação
médica adequada e que são suficientemente sérios para causarem um sofrimento
emocional ou prejuízo significativo à capacidade do paciente para funcionar em
papéis sociais e ocupacionais. Nesses transtornos, os fatores psicológicos são
grandes contribuidores para o início, a severidade e a duração dos sintomas. Não
são resultado de simulação consciente.
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A apresentação clínica é variada e inclui quedas, confusão mental, fraca higiene
pessoal, depressão e desnutrição.
* Depressão
O que é a depressão?
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semanas, nem sempre sendo possível saber o porquê de a pessoa está assim. O
mais importante é saber como a pessoa se sente, como ela continua organizando
a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene,
alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a
fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.
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com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente
em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria
tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo
vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas
pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.
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CAPÍTULO 7 – Doença de Parkinson
Sintomas
Causas
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Tratamento
Recomendações
Procurar um médico tão logo perceba um ligeiro tremor nas mãos ou tenha
notado que sua letra diminuiu de tamanho (micrografia).
Mantenha a atividade intelectual; leia, acompanhe o noticiário.
Não atribua ao passar dos anos, a perda da expressão facial e o piscar dos olhos
menos freqüentes.
Pratique atividade física. Fazer exercícios físicos regularmente ajuda a preservar
a qualidade dos movimentos.
Estimular as motivações.
Melhorar ao máximo a capacidade física, a mobilidade geral e atividade
voluntária das mãos.
Favorecer uma dicção clara.
Avaliar as possibilidades da volta ao trabalho.
Contribuir aos planos de apoio continuado do paciente e sua família satisfazendo
a necessidade de estímulo para manter o paciente em seu melhor nível de
rendimento físico e intelectual.
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CAPÍTULO 8 – Doença de Alzheimer
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Neurônios normais x Alzheimer
Etiologia Genética
Idade Elevada
Sexo feminino
Traumatismos cranianos
Síndrome de Down em um parente de primeiro grau
Exposição ao alumínio, zinco e toxinas
Tratamentos hormonais à base de estrógenos durante a menopausa
* Fases da degeneração
1ª Fase – DA Inicial:
Déficit de memória
Desorientação espacial
Dificuldade de recordar acontecimentos recentes
Dificuldades de linguagem
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2ª Fase – DA Intermediária:
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3ª Fase – DA Avançada ou Terminal:
Não é fácil – ao contrário é muito difícil – para o idoso e seus familiares receber
e aceitar o diagnóstico de provável DA, principalmente por ser uma doença de
evolução progressiva e ainda incurável. A notícia, com certeza, o abalará tanto
quanto a sua família, pois todos saberão que ele demandará cada vez mais ajuda.
Mas isso é motivo de desespero? Certamente, não. Já vimos que muitas doenças
do passado, consideradas incuráveis, tiveram o prognóstico modificado com o
avançar da ciência, que nos surpreende a cada dia. Enquanto causas, tratamentos
e cura continuam a ser incessantemente buscados, podemos ampliar nosso leque
de informações de forma a superar o desgaste físico, mental e emocional que
uma notícia como essa pode provocar. Uma pessoa atualizada e bem informada
pode encarar a situação de maneira positiva e garantir ao doente e a si mesma
melhor qualidade de vida. Receber diagnóstico de DA necessariamente
provocará mudanças na vida do idoso. Cada pessoa é única e reage a uma
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notícia como essa a seu modo. Há algumas maneiras de enfrentar a situação,
ficar mais relaxado ou diminuir o estresse causado pela notícia.
Deve-se entender que o diagnóstico é parte da vida do idoso e não toda a sua
vida; mudanças sempre acontecem, algumas são mais difíceis de lidar que outras.
Os familiares e as pessoas próximas devem procurar auxiliá-lo a utilizar seu
tempo desenvolvendo atividades menos estressantes, como jardinagem, cuidado
de animais, música, exercícios ao ar livre, e a passar mais tempo com a família e
os amigos.
b) Esconder a verdade não vai poupar o idoso, só vai quebrar sua confiança.
Dizer a verdade é uma demonstração de respeito e de valorização, pois assim ele
vai poder participar da decisão sobre o tratamento e planejar o futuro. Esse
planejamento pode se referir a questões legais (o idoso poderá dizer quem quer
como seu tutor), escolher os tratamentos que prefere e rejeitar outros para as
fases avançadas da doença (reanimação, sondagem etc.), definir como
administrar seus bens etc. Essas decisões, quando compartilhadas, diminuem, e
muito, o estresse do cuidador familiar no futuro, pois ele agirá conforme a
vontade de seu parente idoso sem ter muitas dúvidas a esse respeito.
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Mesmo que ainda acredite que pode fazer “as coisas sozinha”, é conveniente que
a pessoa com DA recém-diagnosticada vá à consulta médica com alguém, um
familiar ou amigo próximo. Essa pessoa poderá fazê-la, sentir-se mais confiante,
ajudá-la a recordar coisas que tinha planejado perguntar e, depois, a lembrar-se
do que foi dito pelo médico. Seu parente ou amigo também pode querer discutir
algumas coisas com o médico, como: o que esperar do futuro; tipos de serviços
que serão necessários e onde encontrá-los; como manter o próprio bem-estar e o
da família como um todo.
Essa não é uma pergunta tão simples. Ela requer avaliação prévia bem cuidadosa.
Alguns questionamentos podem auxiliar nessa decisão:
a) Está confusa ou tem comportamentos imprevisíveis?
b) É capaz de reconhecer uma situação de perigo (por exemplo, um incêndio)?
c) Sabe utilizar um telefone em caso de emergência?
d) Sabe pedir ajuda?
e) Costuma permanecer em casa?
f) Anda sem rumo e fica desorientada com facilidade?
g) Mostra sinais de agitação, depressão ou afastamento quando fica sozinha
durante curtos períodos de tempo?
h) Tenta realizar atividades que podem provocar ferimentos, como cozinhar,
fazer pequenos consertos etc.?
* Perambulação
O que fazer?
Embora possa ser muito irritante para o cuidador, esse comportamento, em si,
não causa nenhum mal nem coloca a pessoa em perigo. Deixe-a andar. Se isso
acontecer à noite e o idoso residir em um apartamento, providencie um calçado
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confortável com solado de borracha para não fazer barulho e incomodar os
vizinhos do andar de baixo.
Reorganize o ambiente de modo a permitir que ele tenha espaço para andar sem
ficar se chocando com móveis ou outros obstáculos.
* Perguntas repetitivas
Ações ou frases repetitivas podem expressar aquilo que ela ainda consegue fazer
e que, de alguma forma, a interessa ou a preocupa. Assim, uma mãe com DA
pode falar ao telefone com o filho todos os dias, em diferentes momentos e
sempre perguntar se ele se alimentou (não importa a hora), se dormiu, se está
bem.
O que fazer?
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tempo, enquanto o valor da hora provavelmente tenha perdido seu significado
concreto.
Você pode representar a única referência de segurança que ele ainda tem; o resto
do mundo pode parecer hostil e ameaçador. Pode também ser um
comportamento mimético, ou seja, o doente reproduz os gestos, atitudes, idas e
vindas do cuidador. Isso ocorre pela evolução da doença, quando o doente perde
a autonomia em relação ao ambiente e passa a imitar o comportamento das
pessoas ao redor. Indica dependência social. Esse comportamento pode ainda
representar a angústia que a pessoa sente em ficar sozinha.
O que fazer?
Procure entreter o doente com algum tipo de atividade que ele gosta de fazer e
que o distrai. Momentaneamente ele vai esquecê-lo, mas permanecerá tranquilo
porque sabe que você está por perto. Tente descobrir outras pessoas com quem
ele se sente tranquilo e estude a possibilidade de elas virem, rotineiramente,
visitá-lo. Isso o auxiliará a manter outros vínculos e não se sentir inseguro na
ausência de seu cuidador. Acostume-o também a ficar sozinho em alguns
momentos.
* Apatia ou tristeza
O que fazer?
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Busque as atividades que lhe dão prazer e faça-as com ele. Mas avalie bem, pois,
se ele não conseguir desempenhar a atividade, esse fato poderá induzi-lo a
perceber seu fracasso, aumentando ainda mais a angústia. Evite que ele faça o
que não se sente capaz de fazer. Não o coloque em situações de
hiperestimulação; dê-lhe tempo para entender o que lhe foi solicitado e para que
tente responder. Valorize seus sucessos, mesmo que mínimos.
* Inquietação, nervosismo
O que fazer?
A pessoa idosa com DA pode referir que vê, ouve ou sente coisas, pessoas ou
animais que não existem (alucinações) na realidade, ou ainda expressar temor ou
pensamentos que não condizem com a realidade (ideias delirantes).
Em geral as alucinações são visuais, simples ou muito elaboradas. Podem
também ser auditivas (ouvir a mãe chamando, alguém falando etc.). Na maioria
das vezes são fenômenos transitórios. Em alguns casos são favorecidas por
comprometimentos sensoriais (redução da visão ou da audição).
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acompanhadas de agitação podem estar associadas a um evento clínico, e o
médico deve ser comunicado. As ideias delirantes representam uma
interpretação equivocada de uma situação vivida. As mais comuns referem-se a
roubo, ciúme ou ao fato de a pessoa estar convencida de que querem se livrar
dela.
O que fazer?
Não entre em pânico e não tente argumentar dizendo que aquilo que ele afirma
ver, sentir ou ouvir não é real. Para ele é muito real, e ele tem plena convicção
disso, resistindo a qualquer tentativa de lhe mostrarem o contrário. Se for
possível, remova-o do ambiente ou comece outro assunto muito diferente, por
exemplo, o que fizeram durante o dia. Procure prender sua atenção com uma
atividade prazerosa.
No caso de ideias delirantes, se você for o alvo de acusações, não as leve como
ofensa pessoal. Não se zangue, pois, por mais que pareça, não se trata de nada
pessoal. Se o alvo for outra pessoa, procure certificar-se da veracidade da
situação (talvez não seja verdade, mas também pode ser). Deixe-o falar, procure
não tomar partido, evite argumentar, alimentar ou contradizer suas colocações;
tranquilize-o e desvie sua atenção para uma atividade de substituição.
* Esconder objetos
O doente pega uma coisa de que pensa precisar, coloca-a em um lugar que lhe
pareceu adequado naquele momento e, em seguida, esquece que a pegou e onde
a colocou. Por essa razão, ele não vai entender sua irritação.
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É comum que o doente coloque objetos em locais inusitados e não se lembre do
local onde estão ou negue tê-los pego. Isso ocorre em geral porque ele esqueceu
o que devia fazer com esses objetos ou se distraiu quando os pegou. Ou, ainda,
ele nega ter visto ou pego os objetos para não ter de reconhecer seus deficits.
Há situações em que ele vai referir que foi roubado e pode acusar você ou outra
pessoa que trabalha na casa, gerando situações tensas.
O que fazer?
Não o repreenda, ele não fez por mal. Possivelmente quis realmente guardar o
objeto, mas não vai lembrar nem que o pegou nem onde o colocou. A noção de
significado das coisas pode estar perdida ou alterada. Assim, procure os objetos
perdidos em todos os possíveis esconderijos (qualquer lugar onde ele possa
caber). Considere olhar dentro dos bolsos das roupas no armário; dentro de
sapatos e bolsas guardados; embaixo do tapete, do colchão ou de outros objetos
maiores; dentro do lixo, da geladeira, atrás de almofadas etc.
Para evitar essas situações, procure ser organizado e não deixe objetos de valor
(chaves, talão de cheques, contas) ao alcance do idoso. Procure diminuir o
número de “esconderijos” possíveis. Retire as chaves das gavetas, deixando-as
trancadas. Nunca despreze o lixo sem olhar seu interior.
Tenha sempre cópias das chaves mais importantes e coloque-as em lugares
distintos. Ficar repetindo que quer ir para casa, mas está nela. Em consequência
da doença, ele está desorientado e pode ter dificuldade em reconhecer o
ambiente como familiar, principalmente se foi modificado.
O que fazer?
Não tente argumentar e explicar que ele está na casa dele. Tire-o do ambiente,
dê uma volta e retorne. Isso pode bastar para que ele se acalme. Se estiver muito
agitado, coloque-o no carro e dê uma volta mais longa.
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* Não reconhecer mais a si mesmo no espelho ou aos membros da
família
É triste, mas é próprio da doença, e seus mecanismos ainda não estão totalmente
esclarecidos. Não significa que houve uma falha no cuidado, apenas evolução da
doença. Às vezes ocorre de ele reconhecer a foto da esposa no álbum de
casamento, mas não a mulher a seu lado como sendo ela.
Ele pode olhar no espelho e conversar com sua imagem como se fosse um
estranho, e até achar que as pessoas que vê na televisão são personagens reais e
iniciar uma conversa com elas.
O que fazer?
É necessário explicar aos familiares, que sofrem muito com essas situações, por
mais que entendam que são causadas pela doença. Oriente-os a não tentarem
argumentar, não guardarem rancor, não se torturarem e, acima de tudo, não o
repreenderem.
Isso pode acontecer por várias razões. Com o envelhecimento, a pessoa tende a
dormir menos horas. Se apresentar períodos de sonolência durante o dia e o
cuidador permitir que ela durma por longos períodos, isso vai interferir no sono
noturno (pequenos cochilos não são ruins). Talvez ela não tenha tido nenhum
gasto energético durante o dia (falta de atividade física). Pode acordar à noite e
se sentirq desorientada e perdida, ficando com medo, inquieta e ansiosa.
O que fazer?
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perceber o ambiente onde está. Programe passeios mais longos, mas bem
planejados e de preferência à tarde. Certifique-se de que ele esvaziou a bexiga
antes de deitar.
Caso ele se levante e você não veja, ao perceber procure se aproximar dele com
calma, de frente, olhando em seus olhos, falando delicadamente e lembrando a
ele quem você é. Mostre-lhe que está escuro; não adianta dizer que “é noite”,
pois isso talvez não tenha nenhum significado. Converse calmamente com ele e
tente levá-lo de volta ao quarto. Caso ele insista em ficar acordado, proponha
alguma atividade para entretê-lo.
* Reações catastróficas
O que fazer?
Para o cuidador, são situações sempre difíceis de lidar, pois cansam, estressam e
magoam. O cuidador sempre fica se perguntando o que fez para desencadear
essa situação. Muitas vezes não fez nada ou fez algo interpretado de modo
inadequado. Quando ocorrer esse tipo de situação, procure manter a calma e
tente controlar o doente. Não grite com ele nem o segure com força, pois ele
pode se sentir ameaçado e agredido, o que só vai piorar o quadro.
Não se afaste, fale com ele em tom normal, devagar e com delicadeza; se estiver
chorando, console-o. Não tente argumentar ou racionalizar, nem procure se
justificar, pois isso só piorará a situação. Se ele ficar agressivo, não tente segurá-
lo, saia do seu alcance, mas deixe que ele continue visualizando você. Aguarde a
ira passar e, depois, esqueça o ocorrido. Não tente conversar a respeito, isso não
vai ajudar. Por mais difícil e ilógico que pareça, em geral há uma razão para o
desencadeamento dessas situações. Procure descobrir qual é para poder evitá-la.
Se isso acontecer em um ambiente público, não se estresse e não sinta vergonha.
Procure afastar as pessoas e explique que o idoso é portador de DA. Hoje em dia
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essa doença já é bastante conhecida e alguém poderá ajudá-lo a conter a situação
conversando com as pessoas que porventura se aglomerem ao seu redor.
O que fazer?
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difícil acesso. Colocar uma cortina ou uma tapeçaria cobrindo a porta também
auxilia. Não se desespere e não se sinta necessariamente culpado.
O que fazer?
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sexualmente seu cuidador, fazer propostas sexuais a uma pessoa desconhecida,
apalpar pessoas desconhecidas ou com quem não tem nenhuma intimidade.
O que fazer?
1. Perambulação
. Mantenha o ambiente organizado retirando objetos dos corredores de
circulação para permitir que ela se mova com liberdade.
. Assegure-se de que o piso não é escorregadio; evite o uso de ceras.
. Retire tapetes pequenos do caminho e instale rampas nos locais onde existem
desníveis.
. Certifique-se de que o idoso está calçado com sapato de solado de borracha.
. Tranque portas e janelas e mantenha uma chave com você e outra guardada em
lugar seguro.
. Instale mecanismos de segurança nas janelas limitando sua abertura e
impedindo a passagem de uma pessoa.
. Coloque alarmes de segurança nas portas e janelas.
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. Coloque sinais de “pare”, “não entre”, “fechado” em pontos estratégicos das
portas. Reduza os sinais que indiquem saídas (sapatos, chaves, maletas, casacos,
guarda-chuvas).
. Coloque uma pulseira de identificação na pessoa idosa ou fixe na parte interna
de sua roupa um identificador com nome, endereço e telefone de contato.
. Informe aos vizinhos sobre a possibilidade de a pessoa sair e peça a eles que o
comuniquem de imediato se isso ocorrer.
. Nunca deixe o doente sozinho.
2. Esconder objetos
. Medicamentos e produtos perigosos devem ser colocados fora do alcance da
pessoa idosa e trancados.
. Elimine alimentos estragados ou vencidos, pois o doente pode não saber
diferenciar um alimento bom de um inadequado.
. Não deixe coisas de valor ou documentos visíveis.
. Reserve um local para que a pessoa possa colocar as coisas livremente.
. Tranque a porta de cômodos que não são usados, o mesmo fazendo em
armários e gavetas.
. Periodicamente faça uma busca na casa mesmo que não esteja sentindo falta de
nada (você pode não ter percebido o sumiço ainda).
. Oriente a família a pintar as paredes da casa com cores claras para que possam
refletir a luz. Prefira cores sólidas, sem brilho (paredes decoradas podem
confundir a pessoa idosa).
. Mantenha o ambiente com iluminação adequada; pouca iluminação pode
produzir sombras e desorientar ainda mais a pessoa idosa.
. Retire ou cubra espelhos se eles estiverem contribuindo para esses episódios.
. Preste atenção se as alucinações ocorrem em locais específicos; se é o caso,
avalie o local para identificar possíveis causas.
. Evite mudanças no ambiente; também evite ficar mudando o ambiente em que
o idoso permanece a maior parte do tempo todos os dias, pois isso pode
aumentar sua desorientação.
. Evite que o doente assista programas violentos ou perturbadores na televisão,
pois ele pode achar que a história é real e amedrontar-se.
. Não confronte a pessoa idosa nem negue o que ela diz. Procure tranquilizá-la e
certifique-se de que haja uma saída do ambiente que não passe pelo local que
está causando desconforto.
52
* Como auxiliar a pessoa idosa com DA a administrar as atividades
básicas do dia a dia
Todos os dias realizamos várias atividades que fazem parte de uma “rotina”
pessoal criada ao longo de muitos anos. Comemos nos mesmos horários,
fazemos nossa higiene pessoal na mesma sequência (escovar os dentes, barbear-
se, lavar o rosto, banhar-se) etc. Depois que crescemos, costumamos
desempenhar essas atividades sem a ajuda de ninguém, porque somos
autônomos e independentes.
Observe que uma ação que executamos uma ou mais vezes ao dia, tão
rotineiramente, requer, na realidade, várias sequências em uma ordem bem
definida. Enquanto não desenvolvermos problemas físicos ou cognitivos
(relacionados a nossa estrutura de pensamento), seremos independentes para
desenvolvê-la e autônomos para decidir como e quando fazê-la.
53
O que ocorre com uma pessoa com doença de Alzheimer?
* Banhos de urgência
Procure levá-la ao banheiro antes de sair. Não pergunte apenas se está com
vontade de ir ao banheiro. Lembre-se de que ela pode não fazer mais a
associação necessidade/ação.
Verifique se as roupas que está utilizando são adequadas e fáceis de despir e
vestir. Prepare uma valise com roupas adicionais para utilizá-las em caso de
“acidente”; inclua toalha e lenços higiênicos.
Assim que chegar ao destino, localize o banheiro mais próximo e acompanhe-a
até lá. Auxilie-a, pois será um ambiente estranho e ela poderá apresentar
dificuldades. Faça isso a cada duas horas aproximadamente. Fique atento a
54
sinais que demonstrem que ela tem vontade de ir ao banheiro (ficar inquieta ou
tentar tirar a roupa); aja rápido, mas com calma.
* Uso de fraldas
Quando a pessoa idosa não conseguir mais ser continente ou sua dificuldade em
chegar ao banheiro a tempo for muito acentuada apesar de todas as adaptações,
converse com a família sobre a possibilidade do uso de fraldas. Essa não deve
ser, no entanto, a primeira medida do cuidador.
A pessoa idosa com DA pode ter dificuldade inicial de aceitar a fralda. Não a
apresente como tal, diga-lhe que é uma nova peça do vestuário, mais moderna e
mais fácil de usar. Auxilie-o a colocar com naturalidade sem dar muita ênfase ou
explicações. As justificativas não serão compreendidas, e falar muito sobre o
assunto pode despertar uma atenção desnecessária no momento. Agir com
naturalidade como faz com outras peças do vestuário não despertará a atenção
do idoso, que passará a incorporá-la com mais facilidade.
Fraldas com calça plástica são melhores porque fornecem uma proteção maior.
Também já existem fraldas adequadas à incontinência urinária masculina, que
são menos volumosas e causam menor estranhamento. Há várias no mercado.
A incontinência fecal é mais rara e ocorre nas fases mais avançadas da doença.
A obstipação intestinal, ou prisão de ventre, é mais comum nas pessoas idosas
em geral. Isso pode ser melhorado com a adoção de hábitos alimentares mais
adequados. O cuidador deverá conhecer os hábitos intestinais do idoso de quem
cuida, qual sua regularidade intestinal e utilizá-la como referência. Nunca use
laxantes sem falar previamente com o médico.
55
*Sono e repouso
* Comunicação
56
A comunicação entre os seres humanos é feita basicamente pela linguagem. Essa
é uma habilidade perdida com o avançar da DA, e é muito frustrante para a
pessoa idosa, para seus familiares e também para o cuidador. Ela vai aos poucos
esquecendo o nome das coisas e das pessoas, trocando palavras, diminuindo seu
vocabulário. Isso não ocorre apenas com a linguagem verbal, mas também com
a escrita. Progressivamente o idoso terá dificuldades de expressar o que sente ou
o que deseja, o que torna seu cuidado um grande desafio para o cuidador.
Comunicação verbal
• Quando a pessoa idosa começa a apresentar dificuldade de encontrar o nome
de um objeto, peça-lhe que aponte para ele e, quando o fizer, repita o nome
correspondente.
• Quando ela errar ou trocar palavras, não a corrija sistematicamente apontando
seu erro. Reelabore a frase e repita para ela.
• Se ela parar no meio da frase, auxilie-a repetindo duas ou três vezes a última
palavra dita. Se a pessoa não conseguir continuar, mude calmamente de assunto.
• Dê-lhe tempo para falar, não a interrompa para ajudar, respeite seu ritmo.
• Cuide para que haja apenas um interlocutor de cada vez, especialmente quando
várias pessoas estiverem juntas, pois isso poderá confundi-la ainda mais.
• Converse muito com ela. A verbalização ajuda-a a sentir-se integrada ao
contexto familiar e à vida.
• Fique atento ao tom de voz utilizado, pois a percepção dela pode não estar
alterada, e ela perceberá seu humor como bom ou ruim e reagirá a isso.
• Não utilize frases longas, seja direto.
• Evite palavras difíceis mesmo que o idoso seja muito letrado.
• Comunique apenas uma ideia em cada frase.
• Evite explicações, pois ele poderá não compreender. O que conta não é o que
você diz, mas o que ele consegue entender.
• Faça perguntas simples.
• Evite colocá-lo em situações de escolha.
Comunicação escrita
• Utilize quando você precisar se ausentar e ele ainda for capaz de entender
recados escritos.
• Procure redigir mensagens curtas, diretas e fáceis de entender (“O almoço está
sobre o fogão”).
• Não faça anotações adicionais (“Depois que comer, não se preocupe em lavar o
prato que eu arrumo tudo quando chegar, pois não vou demorar”).
• Deixe as anotações em locais bem visíveis.
57
• Utilize letras de forma e em tamanho grande.
• Evite o uso de papéis desenhados ou coloridos.
Procure encorajar o idoso sorrindo (não rindo dele!). O bom humor é a melhor
maneira de contornar situações constrangedoras, evitar confusões e mal-
entendidos em casa ou fora dela. Tudo fica mais fácil e menos penoso.
58
insistentemente em alguma coisa ou em si mesma. Apatia e passividade podem
estar relacionadas ao avançar da doença. O cuidador deve estar atento se a
instalação desse quadro foi repentina, pois pode indicar alterações físicas
(doenças, infecções etc.).
Para o alcance dessas vantagens, o cuidador deve estar atento a três regras
básicas:
1. As atividades propostas devem mobilizar as capacidades físicas e mentais
remanescentes do idoso: .Não proponha atividades que com certeza ele não
consegue mais desempenhar. .Procure conhecer os hábitos e preferências do
idoso e propor atividades que já fazia antes.
2. O cuidador não deve fazer a atividade pelo idoso, mas com o idoso.
3. O cuidador deve dar ao idoso o tempo necessário para a execução da
atividade.
59
• Demonstre como fazer quando vir o idoso com dúvidas, mas não faça por ele.
• A qualidade do produto não deve ser importante; a execução e o
entretenimento causado é que importam.
• Passear é adequado e estimulante do ponto de vista físico, cognitivo e social. O
período da tarde é o mais indicado. Procure fazer os mesmos trajetos, pois a
rotina auxilia a reduzir a desorientação causada pela doença. Procure um lugar
ou horário tranquilo (menos barulho, menor tráfego). Estimule-o durante o
passeio, conversando, mostrando as coisas. Não tenha pressa, o passeio não é
uma corrida. Se ele quiser parar, faça uma pausa.
• Atividades culinárias para mulheres costumam ser familiares e estimulantes.
Evite objetos cortantes ou que possam quebrar.
. Oriente-a passo a passo e supervisione a atividade valorizando seus acertos.
1. Lembre-se sempre de que você está cuidando de uma pessoa que tem uma
doença crônica e progressiva e que pode apresentar problemas de
comportamento conforme ela for avançando.
2. A agitação ou mudança de comportamento não é intencional ou deliberada.
3. Carinho, afeto, atenção, calma tornam o cuidado do idoso com DA mais fácil
de ser desempenhado.
4. O idoso com DA esquece as coisas, inclusive seu passado; não adianta ficar
remoendo ou lembrando coisas ruins que já aconteceram.
5. É necessário estar sempre atualizado quanto à doença e aos progressos em
relação a seu tratamento.
6. Procure desenvolver boas técnicas de comunicação tanto com o doente quanto
com seus familiares.
7. Mantenha sempre um ambiente organizado, calmo, tranquilo e encorajador.
8. Demonstre segurança naquilo que vai fazer com o idoso; se você ficar
inseguro, ele vai perceber e poderá se agitar.
9. Procure controlar situações que possam ser constrangedoras para ele; nunca o
exponha ao ridículo.
10. Retire-o de situações que possam gerar frustrações ou assustá-lo; faça-o com
calma, distraindo-o.
11. Trate-o com naturalidade e como adulto, sempre com muito respeito.
12. Seja realista, não espere que o idoso apresente grandes melhoras.
13. Nunca discuta com o idoso nem argumente muito, pois ele não o
compreenderá; só perceberá sua irritação, o que poderá assustálo ou enfurecê-lo.
14. Tente rotinizar todas as atividades diárias de modo que cada dia possa ser
bem programado.
60
15. Supervisione a alimentação e o atendimento de necessidades de eliminação
do idoso; ele pode não saber mais referir que as sente.
16. Mudança de comportamento repentino sempre tem uma causa, física ou
psicológica; procure identificá-la e ajudá-lo a resolvê-la.
17. Evite tarefas cansativas ou frustrantes; não dê ao idoso responsabilidades
além de suas capacidades.
18. NUNCA, em hipótese alguma, empurre, bata, grite, xingue ou desrespeite o
idoso. Isso é considerado violência contra o idoso, passível de ações penais.
19. Se ficar cansado, irritado ou descompensado, peça uma folga, saia do
ambiente, tire férias, mas NUNCA desconte na pessoa idosa.
20. Tenha paciência, paciência e... paciência.
61
CAPÍTULO 9 – Incontinência urinária e fecal
* Incontinência Urinária
Calcula-se que pelo menos uma em cada três pessoas idosas tenha algum grau
de dificuldade para controlar a urina. Semanalmente, cerca de uma em cada dez
pessoas idosas perde a urina sem querer, molhando as roupas. Praticamente, a
62
metade das pessoas idosas que moram nas instituições de longa permanência
para idosos (ILPI) apresenta esse problema.
Existem vários tipos de incontinência urinária, mas é comum que o idoso que
está perdendo urina tenha mais de um tipo diferente ao mesmo tempo.
É importante saber que, pelo menos, duas em cada três pessoas idosas que
perdem urina sem querer, podem ser curadas quando avaliadas de maneira
correta por um profissional da saúde capacitado.
63
Veja abaixo algumas questões em que o cuidador deve prestar atenção quando
estiver diante de uma pessoa idosa com incontinência urinária, para respondê-las
ao médico.
Para responder estas perguntas com maior fidelidade, o cuidador deverá, durante
alguns dias, fazer um relatório, um diário sobre a incontinência, ou seja, registrar
todas as vezes que a pessoa idosa urinar, no vaso ou como incontinência, para
poder entender um possível padrão, qualificando melhor esta intercorrência.
Assim, o médico poderá fazer um correto diagnóstico e terá melhores condições
de indicar os meios para solucionar este problema, de maneira mais eficaz.
2. Se a pessoa idosa se perde, não sabendo onde fica o banheiro e não chega a
tempo, acontecendo assim a incontinência, uma das dicas é sinalizar bem a porta
do banheiro, com palavras grandes e chamativas (rosa-choque, verde e azul
exuberantes, vermelho...) ou colocar a própria figura de um vaso sanitário. À
noite, deixe a luz do banheiro acesa. Acomode a pessoa idosa num quarto mais
perto do banheiro. Em alguns casos, o ideal seria deixar o recipiente chamado de
papagaio ou comadre junto à cama. Finalmente, facilitar o uso do vaso sanitário
com assentos altos e adaptados e barras de apoio laterais;
64
3. É uma má idéia diminuir a ingestão de líquidos, para a pessoa idosa urinar
menos. Esta atitude pode causar desidratação e, piorar ainda mais sua saúde.
Algumas vezes, com a orientação do médico é aceitável um ajuste nos horários
da oferta dos líquidos, normalmente com mais incentivo durante o dia para
evitar a perda de urina à noite;
6. Se a pessoa idosa não consegue ir até o banheiro para urinar por diversos
problemas e a incontinência é mais severa, o uso de fralda geriátrica é
imperativo, durante todo o dia (dia e noite). Deve-se atentar, então, para alguns
cuidados como a troca de fraldas em intervalos regulares. Nunca deixar fraldas
molhadas no corpo por muito tempo, evitando assaduras e feridas na pele. Uma
boa higiene com uso de água e sabonete, em cada troca, é muito importante para
retirar resíduos de fezes e de urina. Nas mulheres, a má higiene pode, inclusive,
ser causa de infecção urinária. Ao fazer a limpeza, sempre limpar a região anal
de frente para trás, isto é, da vagina para o ânus, evitando levar fezes para o
canal da uretra, pois isso contamina a urina;
65
que deve ser trocada, no máximo, a cada três semanas, por profissional, com
rigorosa técnica de assepsia;
9. Quando indicada pela equipe de saúde, a cateterização intermitente deve ser
feita com treinamento adequado da pessoa idosa (com boa visão, habilidade
manual e capacidade mental preservada) ou cuidador disposto a aprender. Tal
procedimento é repetido quatro ou mais vezes durante o dia e deve ser realizado
com rigorosa assepsia para prevenir infecções vesicais;
10. O uso do coletor externo, o condom, também conhecido como uripen, é uma
outra opção que pode ser indicada pela equipe de saúde. Porém, só oferece
vantagens para o homem devido à anatomia do órgão genital externo. O
cuidador deve estar atento a complicações como lesões de pele por alergia;
13. Existe uma alta probabilidade de obter sucesso, para isso, é preciso manter
uma postura otimista e procurar o auxílio de uma equipe de saúde treinada nesse
problema.
* Incontinência Fecal
Existem várias causas para essa alteração como: doenças do intestino, uso de
medicações como os laxantes, incapacidade funcional de chegar ao banheiro,
quadros de confusão mental, lesão de um nervo da região genital que é comum
nas mulheres durante o parto e outras.
Lembrar que na pessoa idosa sadia o ritmo intestinal pode não ser diário.
Recebendo esta informação, a pessoa idosa não se sente mal, mesmo que não
66
evacue diariamente, sabendo que não se trata de prisão de ventre. Os problemas
se iniciam quando a pessoa idosa e o cuidador pensam que o correto é evacuar
diariamente, fazendo, com isso, uso de laxantes.
A própria presença de impactação fecal ou fecaloma pode induzir ao que se
chama de incontinência fecal paradoxal, caracterizada por perda de fezes
líquidas ou semi-sólidas, várias vezes ao dia, mesmo que o final do intestino
esteja com fezes endurecidas paradas.
Importante lembrar
67
CAPÍTULO 10 - Quedas, fraturas, hospitalização e risco de
mortalidade
68
úmero, do tornozelo e da coluna vertebral, decorrentes de traumatismo de baixa
energia.
69
RX mostrando uma fratura de fêmur esquerdo (setas brancas e pretas)
70
Haste bloqueada fixando uma fratura de fëmur proximal - após este
procedimento o paciente já pode andar em menos de 1 semana.
71
CAPÍTULO 12 - Prevenção de incidentes no domicílio
Cuidados importantes
1. A cama não deve ser muito alta. Deve ter uma altura entre 50 e 55 centímetros.
2. Os interruptores precisam ficar ao alcance da pessoa na cama para que ela não
tenha que se movimentar no escuro antes de acender a luz.
72
4. Barras de apoio no banheiro tanto no vaso como dentro do box são
fundamentais para evitar queda.
7. Os móveis devem ser adaptados para serem de fácil alcance e devem ter os
seus cantos arredondados.
9. As prateleiras não devem se nem muito altas ou baixas para evitar que a
pessoa tenha que se esticar ou abaixar para pegar algo.
12. O ideal é que sempre haja alguém em casa, pois caso aconteça algo, ela
poderá prestar ajuda.
73
Gavetas abertas;
Objetos deixados no caminho;
Má iluminação;
Escadas com degraus de tamanhos diferentes;
Fios elétricos ou de telefone deixados no chão;
Soleiras das portas não niveladas com o chão;
Banheiro sem barras de apoio ou tapete antiderrapante.
RECOMENDAÇÕES
74
CAPÍTULO 13 - Posicionamentos Terapêuticos e suas
finalidades
75
Exemplo de posicionamento correto com o paciente em decúbito dorsal
76
- Posição ortostática (ereto) ou de pé
- Posição fowler
77
- Posição semi-fowler
Decúbito lateral
78
79
- Posição sentada
80
CAPÍTULO 14 - Atividade física na terceira idade
Benefícios:
81
O MÉDICO SEMPRE DEVE SER CONSULTADO ANTES DO INÍCIO DE
QUALQUER ATIVIDADE FÍSICA.
82
CAPÍTULO 15 - Exercícios para treinar equilíbrio, força e
flexibilidade
Flexão Plantar
Flexão de Joelho
Flexão de Quadril
83
Mantenha a posição um pouco;
Lentamente abaixe a perna até o chão (inspirando);
Ao terminar as séries com uma perna, repita com a outra.
Extensão de Quadril
Este exercício tem por objetivo fortalecer os músculos do abdômen, das costas,
do quadril e da coxa.
Coloque um travesseiro no encosto de uma cadeira;
Sente na metade anterior do assento da cadeira, com os joelhos flexionados e
com os pés totalmente apoiados no chão;
Recline sobre o travesseiro, permanecendo com o tronco inclinado e com as
costas retas;
Leve o tronco à frente até ficar sentado com as costas retas, usando
minimamente as mãos (inspirando);
Levante lentamente, usando minimamente as mãos (expirando);
Sente lentamente, usando minimamente as mãos (inspirando);
84
Recline novamente o corpo, apoiando as costas no travesseiro, retornando assim
à posição inicial (expirando);
Mantenha as costas e os ombros retos durante toda a execução do exercício.
Outros exercícios
85
Extensão de Cotovelo
Este exercício tem por objetivo fortalecer o músculo posterior do braço (tríceps).
Sente em uma cadeira;
Mantenha os pés totalmente apoiados no cão, separados na largura do ombro;
Levante um braço com o cotovelo flexionado, até este ficar apontando para o
teto (e a mão deve estar próxima ao ombro);
Apoie a mão do braço oposto logo abaixo do cotovelo para dar suporte para o
exercício;
Extenda o cotovelo lentamente;
Mantenha a posição um pouco;
Flexione o cotovelo lentamente, voltando à posição inicial;
Repita o exercício com o outro braço após terminar as séries;
Flexão de Cotovelo
Flexão de Ombro
Empurrar a Cadeira
86
Este exercício serve para fortalecer os músculos da parte de trás dos braços
(tríceps), das costas, do antebraço e do peito.
Sente em uma cadeira com braços;
Incline o corpo ligeiramente à frente, mantendo as costas retas;
Segure nos braços da cadeira;
Posicione os pés abaixo da cadeira, com o peso sobre os artelhos;
Lentamente levante o corpo utilizando apenas os braços (expirando);
Lentamente desça os braços até a posição inicial (inspirando).
Dificuldade moderada:
Nadar
Pedalar
Andar rapidamente em superfície plana
Fazer faxina
Jogar golfe a pé
Jogar tênis em duplas
Jogar voleibol
Remar
Dançar.
Dificuldade vigorosa:
Subir escadas
Andar rapidamente em superfícies íngremes (subidas)
Subir superfícies íngremes de bicicleta
Jogar tênis
Nadar rapidamente
Marcha atlética
Correr lentamente.
87
88
CAPÍTULO 16 - Transferências: mobilização e transporte de
pessoas idosas mais dependentes
89
região lombar e o outro na região posterior da coxa. As duas pessoas devem
sincronizar seu movimento de modo a trazer o idoso para o lado da cama em que
estão de forma coordenada
90
d) Colocação em decúbito lateral 2 – Esse procedimento também pode ser feito
com o auxílio do lençol móvel. Ficar do lado oposto ao que o idoso vai virar;
puxar o lençol móvel de modo a trazer a pessoa em sua direção (para a beira da
cama), mantendo as costas eretas e utilizando o peso do próprio corpo; elevar o
lençol cuidadosamente, fazendo com que o idoso vire para o lado oposto. É
recomendável que no lado oposto exista uma grade ou que a cama seja
aproximada da parede, para evitar que o idoso caia no chão.
91
e) Subir o idoso na cama – Preferencialmente, executar essa manobra em duas
pessoas, uma de cada lado da cama. Tirar o travesseiro da cabeça do idoso e
colocá-lo na cabeceira da cama (para proteger de traumas); utilizar o lençol
móvel para realizar o movimento; segurar firmemente o lençol com as duas
mãos e, em movimento ritmado, movimentar o idoso no sentido da cabeceira.
92
g) Sentar na cama 2 – Quando o idoso for incapaz de colaborar, o ideal é
executar essa manobra em duas pessoas, uma de cada lado da cama, olhando em
direção à cabeceira. Elas devem colocar um de seus joelhos no nível do quadril
do idoso e sentar-se sobre o próprio tornozelo; utilizar o lençol móvel ou uma
toalha resistente sob as costas do idoso e puxá-lo de forma sincronizada,
elevando-o.
93
* Auxílio no transporte de idosos mais dependentes
94
c) Transferência da cama para a cadeira de rodas/poltrona
Posicionar a cadeira de rodas ao lado da cama com a frente voltada para o
cuidador; travar as rodas e erguer os apoios de pés e pernas; sentar o idoso na
cama; virá-lo para o lado em que vai sair da cama; colocar os membros
inferiores para fora da cama próximos à beira do leito; elevar a cabeça ou o
tronco do idoso e girá-lo até que se sente.
95
d) Transferência da cama para a cadeira de rodas/poltrona 2
Se o idoso tiver condições de executar essa manobra sozinho, ele pode ser
orientado a utilizar uma prancha/tábua de transferência. O cuidador coloca a
cadeira ao lado da cama (cadeira e cama devem ter a mesma altura), trava a
cadeira e a cama (se necessário), remove o braço da cadeira e eleva o apoio dos
pés e posiciona a prancha/tábua apoiada seguramente entre a cama e a cadeira. O
idoso, então, desliza pela prancha/tábua até a cama.
96
A utilização dessas manobras, além de preservar a saúde do cuidador, auxilia na
construção de um vínculo positivo com o idoso ao fornecer--lhe segurança.
97
CAPÍTULO 17 - Atividades da vida diária
Outros têm os mesmos problemas, mas não conseguiram fazer o mesmo tipo de
acompanhamento e, por essa razão, apresentaram complicações das doenças,
como derrame, amputações etc. Essas pessoas podem encontrar-se bem mais
limitadas em suas atividades e, para desempenhá-las, necessitam da presença de
um cuidador. Apesar de apresentarem limitações que comprometem sua
independência, elas mantêm suas capacidades mentais e são capazes de decidir
como desejam que as coisas sejam feitas, isto é, preservam sua autonomia.
98
Dependência é a incapacidade de sobreviver satisfatoriamente sem ajuda (por
limitações físicas, funcionais e/ou mentais) de algo (bengala, andador) ou
alguém (cuidador).
99
CAPÍTULO 18 - A família do idoso no processo de
envelhecimento
Quando a pessoa idosa está mais fragilizada, é comum que sua rede de relações
fique restrita à família, porque é sobre ela que recai a maior carga de
responsabilidade por seus cuidados.
Esse cuidador começa, então, a ter um contato muito próximo com o idoso e
com sua família, reagindo de diferentes maneiras ao tipo de relações com que
passa a conviver.
100
No interior da família, cada um se mostra como realmente é e isso pode
gerar situações agradáveis e descontraídas ou momentos tensos e
constrangedores. Não há como evitar um envolvimento com essas relações,
porém é necessário que o cuidador entenda que essa é a família do idoso e não a
sua; ele participou e contribuiu de alguma forma para a construção dessas
relações.
101
CAPÍTULO 19 - O Estatuto do Idoso
Um breve resumo
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
102
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha
conhecimento.
DO DIREITO À VIDA
ALIMENTOS
assistência social.
DO DIREITO À SAÚDE
103
Art. 15 - O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde
(SUS).
§ 2° Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses,
órteses
e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o
critério da idade.
A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado
(hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses.
Art. 16. O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem
direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que
o atende.
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
DA HABITAÇÃO
104
Art. 39 - Os maiores de 65 anos têm direito ao transporte coletivo público
gratuito. (Antes do estatuto, apenas algumas cidades garantiam esse benefício
aos idosos, a car-
teira de identidade é o comprovante exigido).
Nos veículos de transporte coletivo é obrigatória a reserva de 10% dos assentos
para os
idosos,com aviso legível.
Art. 40 - Nos transportes coletivos interestaduais, o estatuto garante a reserva de
duas vagas gratuitas em cada veículo para idosos com renda igual ou inferior a
dois salários mínimos. Se o número de idosos excederem o previsto, eles devem
ter 50% de desconto no valor da passagem, considerando-se sua renda.
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
III – em razão de sua condição pessoal.
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser
aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que
se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
• Requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar
ou domiciliar;
• Abrigo em entidade;
• Abrigo temporário.
105
Art. 50 - Algumas das obrigações das entidades de atendimento são:
• Fornecer vestuário adequado se for pública, e alimentação suficiente;
• Oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade.
Art. 49. Uns dos princípios que as entidades que desenvolvam programas de
institucionalização de longa permanência deverão adotar é a preservação dos
vínculos familiares.
DO ACESSO À JUSTIÇA
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas dos
idosos.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e
na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou
interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância.
§ 2° A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em
favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável,
maior de 60 (sessenta) anos.
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
106
Art. 74. Entre as competências do Ministério Público estão:
• Zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
• Assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais
cabíveis.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados,
O ministério público, a união, os estados, o distrito federal, os municípios e a
OAB (Ordem de advogados do Brasil) se tornam representantes legais dos
idosos em todas as pendências jurídicas.
Conclusão
Sabemos que o maior legado que podemos deixar para as gerações que estão se
constituindo é a educação voltada para o respeito aos direitos humanos. Só é
possível uma harmonia que escapa da violência, dos maus-tratos na infância e na
velhice, dos salários indignos,das piores condições de sobrevivência, do
sofrimento e do abandono social quando existir o respeito e a valorização do
outro, da natureza e da humanidade. Diz o provérbio chinês: “Aquele que
garante o bem-estar dos outros garante o próprio”.
107
A velhice deve ser considerada como a idade da vivência e da experiência, que
jamais devem ser desperdiçadas. O futuro será formado por uma legião de
indivíduos mais velhos e se não estivermos conscientes das transformações e
preparados para enfrentar esta nova realidade, estaremos fadados a viver em
uma civilização solitária e totalmente deficiente de direitos e garantias na
terceira idade. O Estatuto do Idoso é a concretização de um sonho para milhões
de idosos que vivem
na miséria e no
abandono.
108
CAPÍTULO 20 - Tipos de instituições voltadas para o
acolhimento de idosos
Esta totalidade de intervenções deve ser oferecida nas proximidades do lar, (ou
mesmo no lar) do idoso:
Unidade mantida pelo Estado, por entidade civil ou constituída por idosos sob
sistema participativo, em caráter residencial com ou sem suporte familiar, de
caráter gratuito ou não, tendo por objetivo a promoção do bem-estar e da
autonomia de idosos, com capacidade máxima para 12 (doze) residentes.
MODALIDADE I
Destinada aos idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos
de auto-ajuda.
MODALIDADE II
Destinada aos idosos com dependência funcional (dependência em qualquer
atividade de auto-cuidado: alimentação, mobilidade, higiene, entre outras), e que
necessitem de auxílios e cuidados especializados;
109
MODALIDADE III
Destinada aos idosos com dependência que requeiram assistência total nas
atividades de auto-cuidado.
110
Comunicar à Secretaria Municipal de Assistência Social ou congênere, a
situação de abandono familiar do idoso ou a ausência de identificação civil deste.
Comunicar à autoridade sanitária local toda ocorrência de moléstia infecto-
contagiosa passível de comunicação compulsória.
Manter arquivado no prontuário ou ficha individual do idoso comprovante dos
bens móveis pertencentes ao idoso, sob a guarda da instituição.
111
CAPÍTULO 21 - Principais alterações fonoaudiológicas
decorrentes da idade
Presbiofonia;
Alterações respiratórias;
Tensões musculares;
Problemas de postura;
Presbiacusia;
Disfagia;
Disartria;
Distúrbios da motricidade oral.
112
* Estratégias para melhorar a comunicação com o paciente idoso
Não basta ouvir, a pessoa quer compreender o que é dito... Usar os dispositivos
para auxiliar na comunicação!
Objetivos
113
CAPÍTULO 22 - Manobra Heimlich para intervir em caso de
engasgo
Engasgo
114
Sinais de sufocação/asfixia por engasgo
115
• repita até que o objeto seja expelido.
Caso o idoso não consiga ficar em pé, ou se você não tem força suficiente esta
manobra poderá ser realizada com ele sentado ou deitado.
116
Manobra Heimlich com o idoso consciente deitado
NÃO ESQUEÇA
Em primeiro lugar, mande alguém ligar para um serviço móvel de socorro (por
exemplo, o SAMU “192”) enquanto você começa a prestar o socorro mais
imediato.
117
CAPÍTULO 23 - A sexualidade na terceira idade
Essas alterações não devem ter algum impacto funcional em relação ao usufruto
subjetivo de um encontro sexual.
Essas mudanças não são disfunções e que uma assistência pra corrigir as praticas
sexuais, pode ser indispensável para prevenir tal ocorrência devido à ansiedade
ou medo de falhar.
118
ALGUMAS DICAS PRÁTICAS PARA OS CUIDADORES (AS):
A ansiedade pode ser controlada com um contato físico (um abraço, por
exemplo), não esqueça que atitudes gentis transmitem calma e confiança.
119
Comportamentos difíceis, que exigem da família e de quem cuida muito tato,
discernimento e compreensão do que é a doença de Alzheimer e como agir
nestes casos mais complicados.
120
CAPÍTULO 24 - Infecção por HIV em idosos
121
Em geral, como se dá a contaminação destes pacientes?
Quais fatores contribuíram para o aumento do número de pacientes com AIDS
nesta faixa etária?
Quais doenças podem estar associadas ao HIV nesta faixa etária?
Qual a dificuldade de tratar essas doenças?
Como deve ser a abordagem ou cuidados no tratamento destes pacientes?
Por que estes pacientes nunca estiveram no foco das campanhas de prevenção?
O tratamento para o HIV é o mesmo para esta faixa etária?
A adesão destes pacientes ao tratamento é mais fácil ou mais difícil que
naqueles de outras faixas etárias?
Como a família reage com o diagnóstico de um familiar idoso portador do vírus
HIV?
Os pacientes sofrem preconceitos?
Existem ambulatórios especializados para o tratamento desses pacientes?
Em sua opinião, com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, quais os
rumos que a AIDS pode tomar?
122
Quais os principais sintomas da AIDS?
123
CAPÍTULO 25 - Câncer
* O que é o câncer?
124
* O que causa o câncer?
Tabagismo
125
Hábitos Alimentares
Alcoolismo
Hábitos Sexuais
Medicamentos
Fatores Ocupacionais
Radiação solar
Hereditariedade
126
próstata antes dos 60 anos devem realizar consulta médica para investigação da
doença a partir dos 45 anos.
9. Evite exposição prolongada ao sol, entre 10h e 16h, e use sempre proteção
adequada, como chapéu, barraca e protetor solar. Se você se expõe ao sol
durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga, camisa de
manga longa e calça comprida.
127
CAPÍTULO 26 - Alimentação e envelhecimento
128
* Cuidados com a refeição da pessoa idosa
129
CAPÍTULO 27 – Tipos de dietas (enteral, parenteral e outras)
e sua administração
* DESNUTRIÇÃO
130
* A ALIMENTAÇÃO POR SONDA (naso-gástrica e gastrostomia)
131
CAPÍTULO 28 - O idoso diabético
Perguntas
* Tipos de Diabetes
132
Diabetes gestacional
Perguntas
Não fume;
Use escovas de dente macias,
Escove os dentes após cada refeição,
Massageie a gengiva,
Use fio dental todos os dias;
133
Examine os pés diariamente, mantenha-os limpos, secos e sem calosidades; use
calçados confortáveis;
Consulte o oftalmologista;
Antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, procure um serviço médico;
Não use medicamentos sem aviso prévio;
Não fique muito tempo sem se alimentar;
Ande sempre com identificação de diabético.
* O “PÉ DIABÉTICO”
134
CAPÍTULO 29 - Hipertensão
135
* Como aferir a pressão arterial?
A Pressão Arterial de um indivíduo varia de acordo com vários fatores tais como
a idade, o estado emocional, a temperatura ambiente, a posição postural (em pé,
deitado, sentado), estado de vigília, ou sono e com uso de drogas (fumo, álcool,
etc ... ).
A medida da pressão arterial é simples e o método é fácil, mas certos cuidados e
recomendações devem ser levados em consideração para que se evitem erros;
observar no anexo 1.
136
A medida incorreta da pressão arterial pode trazer conseqüências graves, tanto
por levar pessoas normotensas a serem tratadas sem necessidade ou, ao contrário,
deixar de tratar pessoas hipertensas.
As fontes de erros mais comuns são apresentadas no anexo 11. Um cuidado
especial deve ser tomado quanto à escolha adequada do manguito quando as
pessoas são muito gordas ou muito magras.
O problema da pressão alta (hipertensão arterial) é de extrema gravidade no
mundo. No Brasil, sabe-se que essa doença é responsável direta ou
indiretamente por 19% de todas as mortes ocorridas no país e 3% de todas as
internações, além de se constituir na terceira causa de afastamento do trabalho
(Iogo depois das doenças mentais e tuberculose).
Seu diagnóstico é muito fácil, mas exige algumas considerações como veremos
adiante.
137
5. Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço,
centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior da
braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do manguito
dobrando-o ao meio;
138
09. Fechar a válvula da pera e insuflar o manguito rapidamente até 30 mmHg
acima da pressão sistólica registrada;
139
1. Sistemas inadequadamente calibrados ou testados;
140
141
CAPÍTULO 30 - O idoso em fase terminal
A situação pela qual o paciente terminal está passando é composta por uma série
de medos:
Medo do desconhecido
Medo da perda do corpo
Medo da solidão
Medo da perda da família e dos amigos
Medo da perda de autocontrole
Medo do sofrimento e dor
Medo da perda da identidade
142
1. Aceitar a morte como parte da experiência vital: nascemos, vivemos e
morremos.
2. Ver o paciente terminal como vivo e não como morto. Parecer haver um
pensamento generalizado de que aquele que tem uma doença incurável está
acabado.
3. Ter maturidade frente à morte e o morrer para que o cliente possa falar sobre
o que lhe aflige; saber ouvir. Acompanhar uma pessoa que está morrendo é uma
oportunidade de aumentar nossa capacidade de amar e vencer o medo. Ter medo
da morte é ter medo de viver. A vida é um processo e não uma meta.
6. Respeitar a vontade da pessoa, tanto para morrer, como para depois da morte.
7. A família e peça chave, por isso e preciso prepará-la para enfrentar as diversas
fases do processo de morrer.
143
144
CAPÍTULO 31 - A morte
Falar sobre a morte e o morrer quase sempre é um tabu. Mas o cuidador irá lidar
com a morte com muita frequência.
Todas as pessoas que sofrem algum tipo de perda ou que têm a possibilidade de
sofrer (morte de ente querido, diagnóstico de doença, falência, traição, punição
criminal, etc.) passam por um processo de luto, para poder elaborar e lidar com
essa situação.
Pensamentos Comportamentos
• “Isso não é verdade!” • Buscar uma segunda opinião ou
• “Isso não pode estar acontecendo!” outras explicações para a questão.
• “Vai passar.” • Continuar se comportando como
• “Sempre dou um jeito em tudo, vou antes (ignorando a situação).
resolver isso também.” • Não aderir ao tratamento (no caso de
doença) ou não falar sobre o assunto
(no caso de morte, desemprego ou
traição).
145
* Segunda fase: raiva
Nessa fase a pessoa expressa raiva por aquilo que ocorre. É comum o
aparecimento de emoções como revolta, inveja e ressentimento. Geralmente
essas emoções são projetadas no ambiente externo; percebendo o mundo, os
outros, Deus, etc. como causadores de seu sofrimento. A pessoa sente-se
inconformada e vê situação como uma injustiça.
Pensamentos Comportamentos
• “Por que eu?” • Perde a calma quando fala sobre o
• “Isso não é justo!” assunto.
• “Por que fizeram isso comigo?” • Recusa-se a ouvir conselhos.
• Evita falar sobre o assunto.
• Pode ser rude com o cuidador e
familiares
Nessa fase busca-se fazer algum tipo de acordo de maneira que as coisas possam
voltar a ser como antes. Essa negociação geralmente acontece dentro do próprio
indivíduo ou às vezes voltada para à religiosidade. Promessas, pactos e outros
similares são muito comuns e muitas vezes ocorrem em segredo.
Pensamentos Comportamentos
• “Vou acordar cedo todos os dias, • Rezar e fazer um acordo com Deus.
tratar bem as pessoas, parar de beber, • Buscar agradar (no caso de uma
procurar um emprego e tudo ficará traição).
bem.” • Se alimentar com produtos lights e
• “Vou pensar mais positivamente e diets para compensar os outros
tudo se resolverá.” alimentos.
• “Deus, deixe-me ficar bem de saúde,
só até meu filho crescer.” (pessoa ao
saber que está doente)
146
Pensamentos Comportamentos
• “Não tenho capacidade para lidar • Chorar.
com isso.” • Afastar-se das pessoas.
• “Nunca mais as coisas ficarão bem.” • Comportar-se de maneira
• “Eu me odeio.” autodestrutiva.
• "Estou tão triste. Por que me
preocupar com qualquer coisa?"
Pensamentos Comportamentos
• “Não é o fim do mundo.” • Buscar ajuda para resolver a situação.
• “Posso superar isto.” • Conversar com outros sobre o
• “Posso aprender com isto e assunto.
melhorar.” • Planejar estratégias para lidar com a
• “Tudo vai acabar bem.” questão.
As pessoas não passam por essas fases de maneira linear, ou seja, elas podem
superar uma fase, mas depois retornar a ela (ir e vir), estacionar em uma delas,
sem ter avanços por longo período ou ainda suplantar todas as fases rapidamente
até a aceitação. Não há regra. Tudo depende do histórico de experiências da
pessoa e crenças que ela tem sobre si mesma e sobre a situação em questão.
Tem pessoas que podem passar meses ou anos num vai e vem e não chegar à
aceitação nunca. Tem pessoas que em poucas horas ou dias fazem todo o
processo, isso varia também em função da perda sofrida pela pessoa.
147
que eles estavam contentes quando, no fundo, eles ansiavam por rir de verdade e
aproveitar as coisas bobas em suas vidas de novo."
148
CAPÍTULO 32 - Testamento e inventário
Se nos relacionamos com pessoas e coisas ao longo de nossa vida para formar
um patrimônio, com a morte, esse patrimônio será transferido aos nossos
herdeiros. Dessa sucessão aos herdeiros cuida o Direito das Sucessões.
Na sucessão por lei quem determina para quem vão os bens é a lei: 95% das
sucessões em nosso país são legais.
149
2°) Quando se morre sem testamento, os nossos bens vão para nossos filhos, a
quem mais queremos bem, então não precisamos testar.
3°) Pela burocracia, despesa em cartório.
150
CAPÍTULO 33 – Cuidando da pele
151
CAPÍTULO 34 - Higiene, vestimenta e conforto
* Higiene corporal
O banho tem muitos objetivos, entre eles: limpar a pele; remover as bactérias;
eliminar e prevenir odores corporais; estimular a circulação e a movimentação
articular; prevenir úlceras de pressão; promover conforto e sensação de bem-
estar.
O banho diário é uma prática recente, comum em países de clima tropical como
o Brasil. Muito antigamente, a sujeira não era malvista. Não tomar banho com
frequência mostrava que a pessoa não sentia frio tão facilmente e, portanto, era
uma demonstração de força. Acreditava-se que a sujeira lhe fornecia proteção
adicional.
152
* Tipos de banho
• Banho de leito
• Banho parcial
Nesse tipo de banho, dado na cama ou no banheiro, face, mãos, axilas, pescoço,
nádegas e genitália são, normalmente, as áreas higienizadas. A higiene oral pode
ser feita nesse momento.
153
* Cuidados gerais com o banho de pessoas idosas
154
• Evite interrupções (nem as mais breves) durante a execução do banho (atender
telefones ou outras pessoas, sair do local do banho deixando a pessoa idosa
sozinha).
* Assaduras
As assaduras são lesões na pele das dobras do corpo e das nádegas, provocadas
pela umidade e calor ou pelo contato com fezes e urina. A pele se torna
avermelhada e se rompe como um esfolado. As assaduras são portas abertas para
outras infecções.
- Aparar os pêlos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a
área mais seca.
155
- Fazer a higiene íntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a
região.
- Se for possível exponha a área com assadura ao sol, isso ajuda na cicatrização
da pele.
Se mesmo com esses cuidados a pessoa apresentar assadura é importante
comunicar o fato à equipe de saúde e solicitar orientação.
156
157
158
* Ostomia
159
Dependendo do lugar onde foi realizada a abertura a ostomia recebe um nome:
160
Cuidados com a bolsa
• Usar a bolsa adequada para coleta de fezes ou urina seguindo as orientações do
profissional de saúde.
• O recorte da bolsa deve ser sempre de acordo com o tamanho e formato da
ostomia.
• As bolsas devem ser guardadas em locais limpos, secos e protegidas do sol
para evitar umidade e ressecamento que comprometam a capacidade adesiva da
bolsa.
• A bolsa deve ser esvaziada sempre que estiver com 1/3 do espaço ocupado
com fezes ou urina.
• Umedeça a pele com água morna e descole delicadamente a bolsa para evitar
ferir a pele.
• Não utilize álcool, benzina ou éter, pois esses produtos podem ser absorvidos
pela ostomia e ressecam a pele.
• Lave a ostomia e a pele ao redor delicadamente com água e sabonete neutro
sem esfregar.
• Seque com pano macio em toques leves. Não é necessário usar nenhum tipo de
produto.
• Observe se a ostomia está com coloração saudável, isso é, vermelho vivo ou
rosa brilhante.
161
• Feche a parte de baixo com o clamp.
Fique Atento: A bolsa não deve ser retirada e recolocada sem que haja
necessidade, porque vai perdendo a cola.
Pessoas idosas com diabetes requerem cuidado especial com os pés. Nesses
casos, o encaminhamento para um podólogo pode ser necessário. Pergunte ao
seu professor mais informações sobre o “pé diabético”.
* Higiene oral
162
• Eliminar restos alimentares e micro-organismos.
• Estimular a circulação sanguínea local.
• Evitar mau hálito, proporcionando sensação agradável de limpeza e conforto.
Sua falta ou deficiência podem ocasionar problemas como cáries, mau hálito,
sangramentos da gengiva, hipersensibilidade dos dentes e infecções.
Deve ser realizada ao acordar, após as refeições e antes de dormir. Isso vale
tanto para dentes naturais como para dentaduras e pontes.
• Se o idoso não puder escovar seus dentes e higienizar sua boca sozinho, deixe-
o sentado (ângulo de 45°) ou deitado com a cabeça de lado.
• Escove os dentes naturais das arcadas superior e inferior com movimentos
firmes, limpando os dentes e massageando a gengiva.
• Língua e mucosa oral também devem ser higienizadas. Existem no mercado
instrumentos próprios para limpar a língua; em seu lugar, pode ser utilizada a
própria escova de dentes ou uma espátula envolvida em gaze. Faça movimentos
suaves em um único sentido (de dentro para fora), para evitar náuseas (vontade
de vomitar).
• Após a escovação, a boca deve ser enxaguada com água limpa, desprezada em
recipiente próprio. Repita esse procedimento quantas vezes forem necessárias,
até que os dentes, a língua e a mucosa oral estejam limpos.
• Complemente a limpeza dos dentes com fio dental.
• No final do procedimento, lubrifique os lábios do idoso, para evitar seu
ressecamento e a ocorrência de rachaduras.
163
por velcro. Fechamentos frontais de roupas e peças íntimas proporcionam maior
independência do idoso na realização dessa atividade.
• Os calçados têm de ser de material macio, de fácil colocação e de adequada
adaptação aos pés, com solado antiderrapante. Chinelos devem ser evitados
(principalmente os de dedo), pois facilitam a ocorrência de quedas. Sapatos
fechados e sem cadarço são os mais recomendados. Existem no mercado
calçadeiras longas que ajudam a pessoa idosa a desempenhar essa atividade sem
ajuda. Estimule-a isso.
• Fique sempre atento à higiene do vestuário e sua organização, visando ao
conforto, à segurança e ao bem-estar do idoso.
• Manter a autonomia da pessoa idosa constitui o princípio básico na execução
desse cuidado. Auxilie-a e não decida por ela o que vai ou não vestir.
164
CAPÍTULO 35 - Úlceras por pressão ou escaras
* Identificação
O início das úlceras é evidenciado por manchas vermelhas ou roxas que não
desaparecem após a mudança de posição, bolhas que vão escurecendo ou até
mesmo perda da pele ou uma crosta preta (que é a escara). Também a pele mais
quente ou mais endurecida nestes locais pode evidenciar o início de uma lesão e
se não tratada, a ferida pode atingir até os ossos. Se a pessoa não tem controle da
urina e fezes e tem dificuldades para ter uma boa alimentação o problema pode
se agravar. No entanto, certas medidas podem ser usadas para diminuir o
problema.
Prevenção
165
tem que ser protegidas com almofadas ou travesseiros macios e os pés precisam
ser elevados.
ESTÁGIO I
Quando a pele está intacta, mas se observa vermelhidão e um pouco de
ulceração de pele.
ESTÁGIO II
Quando a pele já está perdendo sua espessura, manifestando abrasão, bolha ou
cratera superficial.
166
ESTÁGIO III
Quando se observa uma ferida de espessura completa, envolvendo a epiderme, a
derme e o subcutâneo.
ESTÁGIO IV
Quando se tem uma lesão significante, onde há a destruição ou necrose para os
músculos, ossos e estruturas de suporte (tendões e cápsula articular).
167
Em alguns casos é necessária a intervenção da cirurgia plástica.
Como prevenir?
168
Realizar massagem suave na pele sadia, em áreas potenciais de pressão e
Manter a limpeza das roupas de cama, bem como mantê-las secas e bem
esticadas.
169
CAPÍTULO 36 - Violência contra o idoso
(a) Estrutural, aquela que ocorre pela desigualdade social e é naturalizada nas
manifestações de pobreza, de miséria e de discriminação;
São expressões que se referem ao uso da força física para compelir os idosos a
fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade ou
morte.
170
ABUSO PSICOLÓGICO, VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA OU MAUS
TRATOS PSICOLÓGICOS
São termos que se referem ao ato ou jogo sexual de caráter homo ou hetero-
relacional, utilizando pessoas idosas. Esses abusos visam a obter excitação,
relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou
ameaças. Existem também os casos de gerontofilia.
ABANDONO
171
NEGLIGÊNCIA
172
Auto-negligência
Diz respeito à conduta do idoso que ameaça sua própria saúde ou segurança,
pela recusa de prover cuidados necessários a si mesmo.
173
CAPÍTULO 38 - Administração de medicamentos
Estudos mostram que os idosos compõem o grupo de pessoas que mais utilizam
medicamentos, muitas vezes sem receita médica, e aqueles que padecem de
doenças crônicas, como diabetes, artrite, hipertensão, doenças cardíacas e
articulares, entre outras, precisam usá-los por longo prazo.
Na maioria das vezes, os idosos usam em casa medicamentos que são vendidos
nas seguintes formas:
Todas as formas sólidas devem ser administradas com cuidado, pois o idoso
pode engasgar, principalmente quando são grandes, como ocorre com
antibióticos e complexos vitamínicos. É imprescindível que, durante a
administração do medicamento, ele fique sentado ou, caso esteja acamado, seja
colocado em decúbito elevado. Além disso, a quantidade de líquido para auxiliar
a ingestão do medicamento deve ser de pelo menos 100 mL (meio copo). Caso a
pessoa tenha restrição de líquidos (ex.: pacientes com problemas renais), deve-se
perguntar ao médico que volume pode ser dado.
174
mililitros (mL) nos medidores (conta-gotas, colheres, copinhos) são
fundamentais.
A administração correta dos medicamentos, que vai além dos cinco certos
clássicos (medicamento certo, dose certa, via certa, horário certo, paciente certo),
e o seguimento das recomendações médicas são essenciais para a obtenção do
efeito terapêutico desejado.
Para facilitar a administração de medicamentos à pessoa idosa e evitar
problemas, algumas condutas são fundamentais.
Anote:
175
• Leia atentamente a bula do medicamento, prestando atenção aos itens relativos
à dose, contraindicações, reações adversas, precauções, interações com outros
medicamentos e conservação.
• Mantenha o medicamento na embalagem original, mesmo após sua abertura
(para verificar prazo de validade, lote e não misturar com outros comprimidos);
no caso dos medicamentos em cartela (geralmente os distribuídos pelas
farmácias do governo), não a jogue fora, mesmo depois de retirada a maioria dos
comprimidos, pois o nome, a dose e o lote podem estar contidos na parte da
cartela que seria descartada.
• Jogue fora os medicamentos com prazo de validade vencido.
• Conserve o medicamento fora do alcance de crianças e pessoas com
comprometimento de memória ou problemas de alteração de comportamento.
• Não permita que o medicamento receitado pelo médico (nome, substância) seja
substituído por outro sem o conhecimento dele.
• Não aceite indicação de similares do balconista da farmácia.
• Oriente o idoso e sua família sobre os efeitos colaterais dos medicamentos,
pois muitas pessoas abandonam o tratamento por falta de esclarecimento a esse
respeito.
• Ofereça água na administração dos medicamentos.
No entanto, gelatina, purê ou cremes podem ser utilizados caso o idoso
apresente dificuldade para ingerir o comprimido.
• Ajuste o horário de administração do medicamento de acordo com a finalidade
terapêutica e a necessidade do idoso, por exemplo: antiemético (medicamento
para evitar náusea e vômito) 45-60 minutos antes das refeições principais;
diurético durante o dia, no máximo às 16 horas, para evitar que o idoso tenha de
levantar durante a noite.
• Evite administrar muitos medicamentos no mesmo horário; essa prática pode
alterar seus efeitos.
• Procure não administrar vários medicamentos macerados pela sonda enteral,
caso o idoso a utilize.
• Administre antiácidos de modo isolado; obedeça a intervalos de
aproximadamente duas horas entre o antiácido e qualquer outro medicamento.
• Se, ao administrar o medicamento, o paciente apresentar algum sintoma
estranho (coceira, náusea, vômito, palpitação, inchaço etc.), fale imediatamente
com o médico.
• Cuidado: a dose de um medicamento considerada normal para um adulto pode
causar intoxicação e sérios danos à saúde de uma criança, idoso ou paciente com
doença cardíaca, hepática ou renal.
• Evite a prática de automedicação pelo idoso.
• Nunca recomende um medicamento a outra pessoa nem aceite recomendações
desse tipo. As características de cada pessoa, bem como as indicações dos
176
medicamentos, devem levar em consideração vários fatores para os quais
somente os médicos estão habilitados.
• Não interrompa o tratamento do idoso por conta própria; sempre consulte o
médico antes de fazê-lo e não o faça sem sua autorização.
• Evite misturar álcool e medicamentos. Alguns medicamentos, como diazepam,
morfina e haldol, quando misturados com álcool, podem causar reações graves e
até morte, dependendo da dose e da idade da pessoa.
Ao acompanhar o idoso em uma consulta médica em que for dada uma receita
de medicamentos, certifique-se de que ele fez as seguintes perguntas:
• Qual o nome do medicamento e por que será usado?
• Qual o nome da doença que esse medicamento trata?
• Quantas vezes por dia o medicamento deve ser tomado?
• Quando e como tomar (horário, antes ou após as refeições, usar com água ou
leite)?
• Por quanto tempo o medicamento deve ser utilizado (até a próxima consulta,
por 15 dias)?
• Quanto tempo o medicamento demora para fazer efeito?
• Se houver esquecimento da tomada do medicamento, o que deve ser feito?
• Quais os efeitos indesejados que podem aparecer? Caso apareçam, o que deve
ser feito?
• Durante o tratamento, pode-se ingerir álcool? E usar outros tipos de
medicamentos?
• O medicamento pode interferir nas atividades do dia a dia, como tomar banho
sozinho, dirigir, assistir à televisão, cozinhar, sair de casa sozinho?
177
Declaração dos direitos do cuidador familiar
178
179
BIBLIOGRAFIA
<http://enfermagem.no.comunidades.net/index.php?pagina=1540470453>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_de_K%C3%BCbler-Ross>
Portal do Envelhecimento
180
CORREIO DO BRASIL (2012). Programa de Saúde do Idoso divulga análise de
fatores de risco de quedas. Disponível em
http://correiodobrasil.com.br/programa-de-saude-do-idoso-divulga-analise-de-
fatores-de-risco-de-quedas/436332/. Acesso em 02/05/2012.
181