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Parte Médica
● Identificação
→ Nome, sexo, idade, estado civil, grupo étnico, procedência, religião, profissão.
● Queixa principal
→ Breve descrição sobre o problema atual para o qual ele está buscando ajuda
profissional. (observar quem encaminhou, de quem foi a iniciativa de buscar ajuda e
com que objetivo).
● Exame físico
→ Deve ser feito diariamente, visando verificar se os sinais e sintomas estão
associados a condições orgânicas ou psiquiátricas.
Apresentação Geral
❖ Psicomotricidade
● Local
● Presença de outros participantes
● Intercorrências eventuais
Linguagem e Pensamento
❖ Características da fala - descreve-se o volume da fala, se é espontânea e defeitos na
verbalização como afasia (prejuízo na compreensão ou transmissão de idéias,
através da linguagem, característico de dano cerebral), disartria (incapacidade na
articulação de palavras), guagueira…
❖ Progressão da fala
❖ Forma do pensamento
➢ Logicidade do Pensamento:
Senso e Percepção
- Hiperprosexia: distraibilidade.
- Alopsíquica (Orientação Temporal: Que dia é hoje? Qual o dia do mês? Em que ano
estamos? // Orientação Espacial: Onde estamos? Como se chama a cidade onde
estamos?)
Parte Fenomenológica
- “Fenômeno” = aquilo que se mostra (não somente aquilo que aparece ou parece);
“logos” = pensamento, capacidade de refletir.
→ “Nós intuímos o sentido das coisas, e para tratar desse tema, usamos a palavra de
origem latina 'essência', portanto captamos a essência pelo sentido.”
→ “Husserl diz, por exemplo, que não interessa o fato de existir, mas o sentido desse
fato.”
→ “Como o que nos interessa é o sentido das coisas, deixamos de lado tudo aquilo que
não é o sentido do que queremos compreender e buscamos, principalmente, o
sentido.”
→ “A percepção é uma porta, uma forma de ingresso, uma passagem para entrar no
sujeito, ou seja, para compreender, como é que o ser humano é feito.”
→ “A percepção vai ser resultado do dar-nos conta. Esse ‘dar-se conta’ é a consciência
de algo, por exemplo, a consciência de tocar alguma coisa.”
→ “Ver e tocar são vivências, e se são vivências, quer dizer que são registradas por nós
e delas temos consciência. Ter consciência dos atos que são por nós registrados são
vivências.”
→ “... temos o primeiro nível de consciência que é o nível dos atos perceptivos, e um
segundo nível de consciência que é o nível dos atos reflexivos.”
→ “Em geral, o impulso em direção a alguma coisa é registrado por nós, pois temos
consciência do impulso e queremos vivê-lo.”
→ “ Husserl conclui que podemos dizer que temos um corpo baseando-nos na análise
dos atos registrados por nós, isto é, das sensações corpóreas que registramos.”
● Impulso psíquico → são atos não queridos ou não controlados por nós; não somos
nós a origem deles, nem nós que os provocamos, mas os encontramos. ( ex: sentir
medo) (reações e emoções).
● Espírito → parte que reflete, decide, avalia, e está ligada aos atos da compreensão,
da decisão, da reflexão, do pensar.
→ “A percepção é aquele ato que se dirige a um objeto físico, concreto, que está diante
de mim.”
→ “Os atos psíquicos têm sempre motivos, mas o que compõe os atos psíquicos é o
universo da motivação e a motivação implica numa atividade espiritual.”
→ “Husserl diz que existe um caminho anterior à percepção, que ele chama de síntese
passiva.” → “Ou seja, nós reunimos elementos sem nos darmos conta de que o
estamos fazendo.”
→ “... entre os nossos diversos atos, há um que podemos chamar de Einfühlung, e sua
peculiaridade é a de sentirmos imediatamente que estamos em contato com outro ser
humano, de modo tal que podemos falar de ‘nós’.”
→ “Podemos afirmar que os atos nunca se dão isoladamente, pois junto com o ato
perceptivo está esse ato específico da entropatia que é um apreender o outro, e essa
apreensão é imediata.”
→ O ato de entropatia quer dizer que sinto a existência de um outro ser humano, como
eu, é, portanto, uma apreensão de semelhança imediata. → “... se trata de
semelhança e não de identidade, pois eu percebo que somos dois, que o outro não é
idêntico, mas semelhante a mim.”
→ “A entropatia é um ato específico, não pode ser confundido com a reação psíquica
da simpatia.” → “Usamos entropatia para dizer que, imediatamente, captamos que
estamos diante de seres viventes como nós.”
Atos da Clínica
● Ato psíquico = ato involuntário = intuitivo
● Ato espiritual = ato voluntário\motivação = base do controle individual e
social (ativada pelo nao pode, recusar todas as outras coisas)
Encontro com cada um dos seres humanos que estão sofrendo (homem natureza =
aquele vinculado a corporeidade tangível e experimental)
Parte espiritual do ser humano não pode ser reduzido a um processo de base natural
(simplista), contato com a humanidade sofredora constitui uma fonte e uma prova
das afirmações teóricas
Transtorno mentais = não apenas parte psíquica, mas também ligada à esfera da
corporeidade e a da história pessoal (dimensão do tempo)
Duas chaves interpretativas, ele lê o transtorno mental, examinando não como uma
doença em si mesma, mas como modalidade daquela existência particular
Lhe parece insuficiente recorrer a uma causa psíquica para apreender o sentido do
mal-estar. Trata-se, ao contrário, de examinar a existência em sua globalidade, o seu
ser-no-mundo e as modalidades que o caracterizam
Conecta fenomenologia e psicopatologia: “propõe uma fenomenologia
psicopatológica não puramente descritiva dos fatos (existencial heideggeriana), mas
que visa à investigação do sentido dos fatos (valor transcendental husserliano)”
diagnóstico por sentimento > modificado para > diagnóstico por compenetração
Esquizoidia x Sintonia
Diz o psicopatólogo: a síndrome mental não é mais para nós uma simples associação
de sintomas, mas a expressão de uma modificação profunda e característica da
personalidade humana (Barthélémy, 2012, p. 96). A configuração sindrômica que
se apresenta à observação no exame psíquico, então, acontece secundariamente,
como consequência dos mecanismos de compensação fenomenológica
(Minkowski, 1927/2000).
Tempo: questão complexa que não pode servir como base de diagnóstico na
psiquiatria, ou seja, os fenômenos psíquicos se encontram em conexão direta com
a noção de tempo
Ímpeto Vital: É esse ímpeto que orienta toda nossa vida em direção ao futuro, ele se
manifesta exteriormente não pelo movimento voluntário, mas pela obra pessoal em
todas as suas nuances; ele tende também frequentemente em direção ao ideal.
Ímpeto pessoal, futuro, obra e talvez ideal estejam no fundo estreitamente ligados
entre si na vida humana, é somente nosso intelecto que consegue separar essas
noções umas das outras e introduzi-las em seguida em conceitos diferentes.
> O encontro
Corporeidade do amor
● Examina o sutil e difícil equilíbrio entre sexo e amor.
○ Sociedade atual: tende a exaltar o papel da atividade sexual
● A complexidade da estrutura do ser humano → abertura humana em direção
ao outro
● Amor é necessidade de troca, mas tal troca, para coenvolver a totalidade do
ser humano, requer uma relação pessoal exclusiva: “Enquanto o exercício do sexo
é possível com muitos [...] e é também possível no anonimato, o eu te amo é
possível somente com um, e supõe sempre um chamado, o nome, aquele nome
exclui os outros, qualquer outro”
● Patologias do casal: falta a troca e o alinhamento do plano existencial pleno
(dissociação entre plano afetivo e plano sexual à ausência de afinidades profundas
e à excessiva interdependência pessoal, vão da dependência em sentido único até
ao ciúme).
● Na melancolia assiste-se a uma diminuição da dimensão afetiva – já os
indivíduos no estado maníaco sofrem a fragmentação dos sentimentos que
impedem a comunhão de vida.
● Procedimento descritivo de Callieri e reconstrói um vasto continente de
perturbações em dois comportamentos: agressividade (base para condutas
pseudoamorosas de base sadomasoquista) e histeria (fonte das condutas
egocêntricas)
O Mundo-da-vida
● O mundo não é o conjunto das coisas que estão fora, mas é aquilo que está
dentro de nós, a modalidade com a qual cada um de nós vive a relação com as
coisas e com os outros seres humanos.
O Mundo do sagrado
“o sagrado como fundamento pré-categorial do religioso sempre indicou a via para
a abertura e interdições fundamentais à existência humana”
PSICANÁLISE (COMPLEMENTO)
Clínica na Psicanálise
Diagnóstico
1) O quadro clínico deve sempre ser descrito tendo em vista seu tratamento
possível ou sua etiologia sustentável à luz da compreensão psicanalítica.
2) Um quadro clínico é uma geratriz de sintomas possíveis, sendo sua estrutura
condicionante de seu fenomenologia e ambas apreciáveis em situações de
transferência.
3) Um quadro clínico deve ser apresentado de forma a se integrar ou a
questionar premissas metapsicológicas, requerendo uma explicitação tópica,
dinâmica e econômica de sua apresentação.
4) Um quadro clínico deve ser capaz de contraste e comparação com outros para
que sua descrição não seja tautológica e para que se admita explicações
concorrentes e redutíveis no processo de pesquisa sobre os mesmos.
- Na perversão, por sua vez, haveria uma negação simbólica com retorno
no imaginário: fetiche. A recusa, renegação ou desautorização
(Verleugnung) se daria por identificação com mãe fálica, equivalente
possível do Pai Real, agente da privação.
Terapêutica
● Retórica: interpretação, a convicção e a lógica do conflito
● Contexto
Tratamento
1. Logos - linguagem, racional
2. Mimesis - reprodução, representação, capacidade de narração
3. Aesthesis - ação
4. Carthasis - iluminação, insight