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Introdução à Avaliação Psicológica
Observações Clínicas.
Constituem-se como elemento crucial da Entrevista;
Frequentemente, o comportamento do sujeito (em situação de entrevista) sugere
o seu grau/qualidade de funcionamento (“normal”/”patológico”;
“adequado”/”inadequado”);
o e.g., problemas de depressão, ansiedade, hiperatividade, mania, podem
ser deduzidos a partir de observações dos comportamentos verbais e não
verbais do sujeito.
Aparência/Aspeto.
Inclui elementos de observação relativos a aspetos físicos, tipo corporal,
anomalias, modo de vestir, higiene, …;
Apesar de por si só não fornecerem informação clínica relevante, quando
integrados num quadro mais amplo de informação clínica podem contribuir para
validar um diagnóstico e definir/circunscrever as preocupações do sujeito;
o e.g., ver se a aparência é consonante com a idade, ocupação, estatuto
socioeconómico do sujeito.
Idade aparente;
Modo de vestir-se;
Asseio (condição da pele, cabelo, barba, unhas, dentes, etc.);
Postura (curvado, cabisbaixo, tenso, …);
Estado geral de saúde e nutrição;
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Vantagens do MMSE.
Rápidos (+/- 10 minutos);
Bem aceites pelos pacientes;
Sem necessidade de treino extenso para a sua aplicação;
Cotação fácil;
Sensível e específico para o rastreio de Doença de Alzheimer.
Desvantagens do MMSE.
Elevada de taxa de falsos negativos;
Reduzida sensibilidade aos quadros clínicos de declínio cognitivo ligeiro;
Frequente efeito teto dos desempenhos;
Pouco adequado para indivíduos com escolaridade mais elevada;
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Tem a vantagem de
incorporar o MMSE;
Amplia os domínios viso-
espacial, memória,
linguagem e acrescenta
uma tarefa de fluência
verbal;
A utilidade da aplicação
do ACE-R tem sido
corroborada em várias
condições clínicas como
o DCL, Demência
Frontotemporal e
Demência Vascular,
doença de Alzheimer,
doença de Huntington e
doença de Parkinson;
Tem normas que cruzam
as variáveis idade e
escolaridade.
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Vantagens do ACE-R.
Elevada sensibilidade e capacidade discriminativa entre diferentes tipos de
défices;
Utilidade particular das subpontuações para deteção de declínio ou défice
cognitivo em componentes (e.g., linguagem, memória, etc);
Utilidade preditiva de défices cognitivos mais particulares;
Boa medida no exame breve de condutores idosos e muito útil em contexto de
investigação;
Possui normas para a população geral, DCL, Demência, Depressão.
Desvantagens do ACE-R.
Poderá ser considerado um instrumento de rastreio de aplicação mais longa, e
por isso, preterido face aos demais;
Alguns estudos evidenciam a pouca utilidade do resultado total da prova;
A idade e escolaridade explicam 40% da variância (como os restantes
instrumentos de rastreio).
ACE-R.
Pontuação total: 100 pontos;
Tempo de administração: 20 minutos;
Funções cognitivas avaliadas: atenção/orientação temporal e espacial, memória a
curto e a longo prazo, fluência verbal fonémica e semântica, linguagem,
capacidade viso-espacial;
Indicado para a deteção de demência e para o diagnóstico diferencial entre tipos
de demência.
A Observação Direta.
A OBSERVAÇÃO DIRETA
Introdução.
Observação e método
científico;
Transversalidade da observação
às diferentes técnicas de
avaliação e modelos teóricos;
Estamos perante observação
quando:
o Quem observa é um
perito (e/ou recebeu
informação);
o Se observam factos que
ocorrem numa situação
natural (ou análoga);
o A observação é sistemática, seguindo um protocolo de registo.
Âmbito de Utilização.
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Tipos de Observação.
Observação naturalista;
Observação análoga/laboratorial;
Observação do comportamento livre – role play.
Observação Naturalista/em Meio Natural.
Amostra direta do comportamento “tal como ele ocorre”, no tempo e lugar da sua
ocorrência (método mais direto, menos inferencial).
Observações em casa;
o Interações pais-criança; obedecer a regras e ordens; respostas dos pais ao
comportamento da criança.
Observações na escola;
o Estar sentada e prestar atenção; quantidade de trabalho realizado;
interações estabelecidas com os professores e com os colegas; interações
no recreio.
Limitações.
Método pouco económico;
Exige muito tempo;
Não é adequado para comportamentos muito pouco frequentes ou que só
ocorrem na ausência de outras pessoas;
Pode causar reatividade no observado.
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Ocorrência (sim/não).
Sem relação com o tempo. Pretende apenas registar a ocorrência (ou não) de um evento
comportamental;
Ordem.
Explicitar a sequência das observações realizadas;
Frequência.
Extensão da ocorrência de um evento num determinado período de tempo (também
conhecida por Registo de Acontecimentos/Event Recording);
Esta técnica é indicada para o estudo de comportamentos:
o Descontínuos e com início e término bem definidos;
o Que tomem aproximadamente a mesma quantidade de tempo;
o Que sejam fáceis de delimitar quanto à sua frequência.
(e.g., falar sem autorização; levantar-se do lugar).
Duração.
Começo e término do comportamento; intervalo entre estímulo-resposta; intervalo entre
manifestações sucessivas observadas.
Registo frequentemente expresso em percentagem;
;
(e.g., numa aula de 60 minutos esteve fora do lugar em 15 minutos – 25% do
tempo da aula);
O registo de duração é útil para:
o Comportamentos contínuos;
o Discretos (com um início e fim bem definidos);
o Que duram pelo menos alguns segundos;
(e.g., lavagem compulsiva das mãos, comportamentos de choro, tempo
passado a estudar).
Dimensões Qualitativas.
Intensidade/Magnitude. Grau no qual se manifesta um determinado
comportamento (medido numa escala ordinal, e.g., intensidade de um dano
provocado);
Adequação. Forma como um determinado comportamento se adequa
socialmente. Não apenas o tempo que demorou a realizar uma tarefa (adequação
temporal) mas quão bem a realizou.
Técnicas de Registo.
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Registo Reestruturado.
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Análise/Hipóteses;
o Parece que o problema crítico do Pedro não são os comportamentos de
luta, mas um "problema de partilhar”/uma dificuldade em partilhar;
o O Pedro não sabe como ou apresenta dificuldades em partilhar/repartir,
possuir em comum e aceitar ofertas/propostas de partilhar;
o O Pedro responde inapropriadamente a estímulos antecedentes que
deveriam conduzir a comportamentos de partilha e é reforçado na recusa
de partilhar através do acesso a brinquedos desejados.
Vantagens;
o Pode permitir identificar comportamentos relevantes;
o Não requer qualquer tipo de equipamento (elaborado);
o Pode sugerir hipóteses acerca de fatores que controlam o
comportamento-alvo (organização do registo sob a forma A-B-C:
antecedentes, comportamentos e consequências).
Limitações.
o Não é suscetível de quantificação;
o A sua validade é questionável;
o Depende largamente da perícia do observador.
Escalas de Estimação.
Quando é pretendida a quantificação ou qualificação das atividades (e.g.,
frequência, intensidade) do objeto de observação, utilizando:
o Descrições comportamentais específicas;
o Atributos previamente estabelecidos.
Observador participante realiza/ou observação em amplos períodos de tempo
(e.g., mãe/pai que observa comportamento do filho);
As descrições comportamentais usadas podem variar de acordo com nível de
análise, nível de inferência e objetivos;
Descrições/categorias distintas (e.g., comportamentos; atributos);
Exemplos de itens GATSB (total = 11 itens).
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Nível de participação;
Expetativas;
Formação.
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Estimativas poderão não ser rigorosas por incompreensão dos itens ou falta de
familiaridade com a amplitude ou diversidade do comportamento “normal”.
Questões Psicométricas.
1. Fiabilidade/Precisão;
a. Consistência interna. Deve ser elevada para as escalas unidimensionais,
mas não necessariamente para as multidimensionais;
b. Acordo inter-informadores. Mais elevado entre pais de crianças
“normais” do que entre pais de crianças encaminhadas para consulta;
mais elevado para fatores externalizantes do que para os internalizantes;
mais elevado para o resultado total e menor para itens individuais; é
possível desacordo pais-professores, sendo, por vezes, dada maior
credibilidade à estimativa dos professores;
c. Teste-reteste/estabilidade temporal. Efeito de prática, e.g., os mesmos
informadores tendem a comunicar menos problemas da 1ª para a 2ª
aplicação por efeito placebo, regressão estatística para a média,
reatividade, etc.; este efeito não se verifica da 2ª para a 3ª avaliação.
i. Formas de aumentar a fiabilidade teste-reteste: (1) diminuir
intervalos entre avaliações; (2) delimitação do tempo de
referência da estimação relativa aos comportamentos (e.g., as
duas últimas semanas);
ii. Aplicação repetida de instrumentos.
2. Validade.
a. Discriminar grupos de crianças com problemas clínicos de grupos de
crianças “normais”;
b. Relação com o diagnóstico psiquiátrico ou outras medidas de desvio
comportamental;
c. Relação com o prognóstico e com a eficácia diferencial de estratégias de
intervenção (e sensibilidade à mudança);
d. Estratégias para aumentar a validade:
i. Incluir itens que descrevem competências ou comportamentos
positivamente orientados (e não apenas “negativos”);
ii. O tempo decorrido entre “o que acontece” e a sua avaliação deve
ser relativamente reduzido;
iii. Os critérios de formulação de juízos de intensidade e/ou
frequência do comportamento devem ser definidos;
iv. Normas adequadas;
v. A alternativa de resposta tipo Likert é geralmente mais adequada;
vi. Maior número de itens e maior especificidade situacional de
itens;
vii. Treino em procedimentos de observação.
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A CBCL e a TRF podem ser preenchidas por todos os adultos significativos que
interagem com a criança;
Ajudam os profissionais a documentar as semelhanças e as diferenças relatadas
no comportamento da(o) criança/adolescente;
A YSR é preenchida pela(o) própria(o) adolescente, para documentar as
semelhanças e as diferenças na forma como a/o jovem se perceciona a si
próprio/a e os outros a/o percecionam.
CBCL dos 6 aos 18.
112 itens com questões estruturadas, referentes a problemas, comportamentos e
competências;
3 questões abertas, que permitem conhecer a perceção geral dos pais ou outros
informadores que interagem com a/o criança/adolescente no contexto familiar;
Os itens descrevem problemas comportamentais, emocionais e sociais das
crianças no período escolar (6-18 anos);
São pontuados em escalas de síndromes e em escalas orientadas pelo DSM-5;
As questões abertas permitem ao adulto registar informação sobre:
o Doenças;
o Dificuldades;
o Principais preocupações com a(o) criança/adolescente;
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O item 113 requer que o jovem escreva sobre outros problemas que não figuram
nos itens anteriores.
Questionário de Comportamentos da Criança para Professores (TRF).
A TRF é um questionário constituído por:
112 itens, com questões estruturadas que descrevem tipos específicos de
problemas comportamentais, emocionais e sociais que caraterizam crianças no
período escolar (6-18 anos);
Um item adicional (113), que requer que o informador escreva sobre problemas
que não constam nos itens anteriores;
Itens de resposta aberta, para encorajar o informador a descrever a criança;
Dos 112 itens, 97 têm congéneres na CBCL;
Este questionário permite recolher informação sobre:
o Dados sociodemográficos da criança;
o Papel do informador junto da mesma;
o O grau de conhecimento que tem da(o) criança/adolescente;
o Em que contexto a observa;
o A quantidade de tempo que está com ela;
o Em que tipo de aula/serviço se insere;
o Informações relativas ao seu rendimento académico;
o Alguma caraterísticas adaptativas.
O TRF deve ser preenchido por:
o Professores;
o Assistentes operacionais;
o Outras pessoas que observem o funcionamento da criança no contexto
escolar.
O processo de resposta implica o posicionamento numa escala de Likert de três
pontos:
o 0 – Não é verdadeira;
o 1 – Alguma forma ou algumas vezes verdadeira;
o 2 – Muito verdadeira ou frequentemente verdadeira;
o O/A informador(a) deve considerar o comportamento da(o)
criança/adolescente nos últimos dois meses.
Embora a TRF tenha sido desenhada para crianças e adolescentes entre os 6 e os
18 anos, poderá ser utilizada para avaliar crianças de 5 anos de idade que:
o Estejam no seu primeiro ano de escolaridade;
o Se prevê reavaliar depois do sexto aniversário.
Estudos Portugueses.
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9. Para idades entre os 13-18: queixas somáticas, álcool, droga, problemas com a
lei.
O formulário de observação inclui:
120 itens centrados nos problemas;
Um item de resposta aberta para registar até 3 problemas adicionais observados
durante a entrevista;
Permite recolher informação sobre o comportamento, afeto e estilo de interação
observadas durante a entrevista e as tarefas que integram a SCICA;
Alguns dos itens destes formulários foram adaptados com base nos itens da
CBCL e do TRF, enquanto outros são específicos deste instrumento;
Os itens são cotados numa escala de Likert de 3 pontos (0 – sem ocorrência; 3 –
ocorrência muito severa).
CONCLUSÃO
As escalas de avaliação do comportamento são elementos fundamentais da
avaliação, principalmente em crianças e adolescentes;
O modelo ASEBA fornece uma estrutura integrada de avaliação de contextos e
competências, oferecendo uma avaliação multidimensional;
A avaliação a partir dos instrumentos incluídos na ASEBA permite:
o Caraterizar a base de funcionamento da(o) criança/adolescente e aferir se
há necessidade de intervenção;
o Identificar problemas e desvios em relação à norma;
o Determinar o detalhe que é preciso dar à continuidade da avaliação;
o Auxiliar na identificação de agentes facilitadores e bloqueadores do
comportamento ajustado da criança/adolescente em função dos
contextos.
CONCEITOS DE PSICOMETRIA
Psicometria – Teste Psicológico.
Os testes psicológicos incluem escalas (e.g., de inteligência, comportamentais),
questionários (e.g., de personalidade) ou inventários (e.g., de sintomas) e são
constituídos por itens ou tarefas que incluem perguntas (testes verbais),
problemas a resolver ou manipulação de objetos (nos testes de desempenho, nos
quais o sujeito deve efetuar um certo trabalho de manipulação, executar uma
certa tarefa manual, desenhar);
Os (itens dos) testes psicológicos servem de estímulo a respostas ou
comportamentos;
A estandardização subjacente ao uso dos testes psicológico define com precisão
as condições de administração, cotação e interpretação das pontuações obtidas
por cada sujeito viabilizando a comparação dos seus resultados á qual os
indivíduos pertencem considerando variáveis como a idade e/ou a escolaridade,
permitindo assim caraterizar e classificar o sujeito examinado;
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Aferição.
Processo de adaptação/ajustamento de um instrumento de medida a uma
população;
Objetivo. Estabelecimento de normas que permitam interpretar os resultados
(assegurar a comparabilidade e interpretabilidade dos resultados brutos);
As normas constituem parâmetros tanto mais adequados para avaliar e
interpretar os resultados num teste quanto mais a amostra de aferição for
representativa da população à qual o teste se destina (população alvo);
Inclui ideia de estudos de validação psicométrica;
Amostra de aferição.
Método da Amostragem Estratificada Proporcional.
Identificar as variáveis sociodemográficas que se sabe estarem relacionadas com
aquilo que o teste mede;
No caso dos testes psicológicos (inteligência): sobretudo, idade, nível escolar,
mas também nível socioeconómico, nível cultural/educativo e profissional do
sujeito e dos seus progenitores, género, área de residência (urbana, rural, …) e
região geográfica, tipo de escola frequentada, doenças, deficiências
manifestadas, …;
Para cada uma destas variáveis são definidas as respetivas categorias ou estratos;
Para cada uma destas categorias são obtidas as percentagens de pessoas nelas
englobadas na população-alvo (censos nacionais, outras fontes disponíveis);
Nas grandes aferições é impossível selecionar os sujeitos individualmente ao
acaso a partir da população-alvo no seu todo ou mesmo de estratos específicos
dessa população. Neste caso, usar uma unidade de amostragem maior, as escolas
por exemplo. Avaliam-se todos os alunos das escolas selecionadas ou procede-se
uma seleção ao acaso dentro das escolas.
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Fiabilidade.
Também referida como “fidedignidade”, “fidelidade”, “precisão”;
Um instrumento é considerado fiável quando os seus resultados estão isentos de
erros de medida ocasionais, não sistemáticos;
Grau de confiança que é possível ter nos resultados de um instrumento de
avaliação.
Critérios de Estimação;
o Estabilidade temporal;
o Consistência interna;
o Acordo entre avaliadores;
o Formas equivalentes.
Erro de Medida (um teste nunca é 100% fidedigno);
Variância do Erro;
o Intervalo de flutuação resultante de fatores casuais (seleção dos itens,
disposição do respondente, temporalidade),
o Em que medida as alterações verificadas se devem a alterações do
respondente (nas variáveis medidas);
o Que percentagem da variância é variância de erro?
Fontes de Variância de Erro;
o Construção (e.g., ambiguidade dos itens);
o Administração;
o Cotação.
A fiabilidade preocupa-se com a consistência/concordância entre duas
pontuações independentes;
Representa o grau de confiança que podemos depositar nos resultados de um
instrumento.
Como estimar?
1. Estabilidade temporal (ou teste-reteste).
Coeficiente de correlação;
Expressa o grau de relacionamento entre duas pontuações independentes;
Coeficiente de correlação de Pearson (p).
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2. Acordo inter-avaliadores.
Consiste na aplicação e cotação do mesmo instrumento por diferentes
profissionais. A obtenção de resultados concordante fornece um importante
indicador de fidedignidade do instrumento.
Examina a possibilidade do instrumento proporcionar resultados
concordantes quando ele é administrado ou cotado por examinadores
diferentes;
Examina as fontes de erro que ocorrem aquando da aplicação de um
instrumento de avaliação e que são devidas ao examinador;
Cálculo do coeficiente de correlação entre os resultados obtidos por dois
ou mais examinadores, quando aplicam a mesma prova aos mesmos
sujeitos;
O coeficiente de acordo varia entre -1.00 e +1-00 (acordo entre
avaliadores perfeito).
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3. Formas equivalentes.
Forma alternada;
Forma A e Forma B; consistência de resposta a diferentes amostras de
itens;
Se a correlação é elevada sabemos que as diferentes formas são
confiáveis, pois a pontuação não depende da seleção de itens.
Como podemos garantir que as formas são equivalentes?
Se aplicarmos as duas formas de modo consecutivo poderemos
correlacionar o desempenho nas duas formas.
4. Consistência interna.
Grau em que diferentes partes de um instrumento de avaliação, administrado
num determinado momento, proporcionam resultados homogéneos
(consistentes) entre si.
Pode ser estimada através de:
Coeficiente alfa de Cronbach;
Método da bipartição.
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Método da Bipartição/Split-half.
Consiste em dividir o teste em duas metades e determinar a correlação entre elas (entre
itens pares e itens ímpares, por exemplo). O resultado é corrigido pela fórmula de
Spearman-Brown.
Confiabilidade do conteúdo;
Como pode ser feita a divisão? (e.g., itens pares/ímpares).
Variáveis que Afetam a Fiabilidade.
Intervalo teste-reteste. Quanto menor o intervalo de tempo entre as duas
administrações de um instrumento de avaliação (ou de formas equivalentes),
menor a hipótese de mudança e mais elevada a fidedignidade;
Respostas ao acaso. A fidedignidade é tanto maior quanto menos sujeitos
responderem aos itens ao acaso;
Variabilidade dos resultados. Valores mais elevados de fidedignidade são
obtidos com amostras heterogéneas (amostras que tem uma grande variabilidade
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dos resultados); valores mais reduzidos são obtidos a partir de amostras muito
homogéneas (amostras que tem uma variância muito reduzida);
Variações na situação de teste. A fidedignidade é tanto maior quanto menos
variações ocorrerem na situação de teste (falta de motivação, erros de cotação,
incompreensão das instruções);
Tamanho do teste. “Um bom teste é um teste longo”.
Validade.
O que mede o teste? Quão bem mede o que se propõe medir?
“Adequação das inferências realizadas a partir dos resultados dos testes ou
outras formas de avaliação”;
Wechsler Adult Intelligence Scale – II;
Minnesota Multiphasic Personality Inventory – 2;
Hamilton Rating Scale for Depression;
State-Trait Anxiety Inventory.
Qual o objetivo dos testes? Tradicionalmente – apto/inapto; posteriormente –
predição;
Inclui todos os aspetos do conceito a medir? Uma medida válida é aquela que
inclui diversos aspetos ou facetas, refletindo o peso de cada uma na medida
global;
Possibilidade de a escala refletir outras variáveis/conceitos.
A validação de um instrumento corresponde a um processo dinâmico e, por isso,
qualquer instrumento nunca está definitivamente validado.
Tipos de Validade.
a) Validade aparente/facial;
b) Validade de conteúdo;
c) Validade de critério ou empírica (concorrente e preditiva);
d) Validade de construto (convergente e discriminante; análise fatorial).
Validade Aparente/Facial.
O que parece o teste medir?
Importante para:
o Criar rapport e aceitação da parte dos respondentes;
o Aceitação pública do teste.
Validade do Conteúdo.
Análise feita por especialistas para determinar se o teste corresponde às especificações
pormenorizadas daquilo que pretende medir.
Importante para:
o Identificar se a prova tem conteúdo irrelevante;
o Identificar se a prova avalia todas as facetas do conteúdo que pretende
medir.
Não confundir validade de conteúdo com validade facial (esta última refere-se
ao grau em que o teste parece válido para as pessoas a quem se destina, ou seja,
aquilo que ele lhes parece medir).
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Validade de Critério.
Refere-se à relação entre os resultados obtidos no teste e os resultados alcançados
numa outra medida de referência que funciona como critério.
Validade concorrente;
o A informação relativa ao critério é obtida aproximadamente ao
mesmo tempo que os resultados do teste;
o Relevante para os testes que tem como objetivo o diagnóstico do
estado atual do funcionamento do sujeito.
o Tem como objetivo o diagnóstico da situação atual. Sendo relativa a
um critério, difere da validade preditiva, uma vez que a medida do
preditor e critério ocorre ao mesmo tempo.
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Validade preditiva.
o A informação relativa ao critério é obtida mais tarde;
o Relevante para os teste que pretendem prever ou fazer prognósticos
em relação a desempenhos futuros;
o Mede a capacidade de o teste prever um determinado
comportamento. Útil em contextos onde queremos prever o
comportamento (e.g., recrutamento e seleção; avaliação de risco;
prognósticos);
o Validade incremental. Quando acrescentamos novos preditores,
quanto é que estes explicam do critério?
Validade de Construto.
A validade de construto é um julgamento acerca do quão apropriadas são as inferências
extraídas a partir das pontuações de um teste. Requer a acumulação gradual de
evidência (informação) proveniente de múltiplas fontes.
É o grau em que o teste mede um determinado atributo psicológico
observável;
Grau em que o resultado da prova está relacionado significativamente com o
comportamento observável;
É o tipo de validade mais abrangente e compreensivo uma vez que inclui os
estudos quer da validade de conteúdo, quer da validade empírica a critérios
externos;
Evidências de mudanças com a idade;
o É esperado que determinados domínios (e.g., inteligência) sofram
mudanças. Logo, um teste válido deverá refletir essas mudanças.
Evidências de grupos clínicos/escolares/especiais;
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TEORIAS
Visão do mundo/ponto de vista adotado para olhar a realidade (Elkind);
Tentativas sistemáticas de explicas fenómenos, postulando as relações entre
esses fenómenos e um certo número de variáveis explicativas, também elas
relacionadas entre si (Kerlinger);
Etimologicamente, quer dizer “ver” (tarefa prática de “dar a ver”).
MODELOS
Abordagens concetuais/conceções particulares acerca dos fenómenos;
Mais particularizados que a teoria, mais específicos, representativos de uma
realidade bem determinada, restringidos a objetivos limitados e bem
determinados;
A teoria assegura a coerência do modelo.
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Modelo Mediacional.
Fatores internos (para além das variáveis ambientais) ocupam um papel
importante na determinação da conduta e devem, por isso, ser estudados e
analisados;
Tolman – variáveis intervenientes: motivação, jogo, experiências estéticas. S –
(R-S) – R; sistema central; sistema periférico;
Estímulos, respostas, consequências cobertas/internas vs. intermédias, construtos
hipotéticos;
Aspetos metodológicos. Inventários de autorresposta ou de autorrelato (meios
de acesso no conhecimento de expetativas e valor do reforço). Questionários
muito específicos e criticados por causa do pouco rigor.
Modelos de Avaliação centrados em variáveis da Pessoa e da Situação.
Modelo Cognitivo-Comportamental.
A conduta é função de um processo contínuo e dinâmico de interação
multidimensional (interação variáveis da pessoa e da situação);
Enfase no estudo dos processos cobertos/internos;
As variáveis do ambiente ou situacionais incluem as variáveis reais e as
percebidas;
A atividade cognitiva do sujeito desempenha um papel importante/ativo no
desenvolvimento de condutas adaptativas (ou inadaptadas) e na criação de
padrões afetivos;
Relevância de crenças, atribuições, expetativas, autoverbalizações;
Análise de padrões de pensamento, pensamento irracionais, autoinstruções;
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Avaliação Neuropsicológica.
Processamento de Informação.
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Autorrelato.
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