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5.

Propostas de resolução dos


exercícios do manual
Domínio 1

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Sugestões de respostas

1. A realidade social pode ser entendida como o conjunto de todas as relações que se estabelecem
entre os seres humanos e entre estes e o que os rodeia. Essas relações são diversas (políticas,
religiosas, económicas, jurídicas, históricas, culturais, etc.) e inter-relacionadas, logo, a realidade
social é indivisível. Por ser una (indivisível) e complexa, aquilo a que chamamos de realidade
económica, de facto, é apenas a perspetiva económica da realidade social, não existindo separação
entre as duas. Desta forma, a realidade económica é a realidade social estudada segundo a
perspetiva da atividade económica das sociedades.

2. Cada ciência social tem uma perspetiva própria da mesma realidade obtendo-se, assim, uma maior
profundidade no seu conhecimento. A interdisciplinaridade é uma atitude que procura integrar o
contributo das várias ciências sociais ou disciplinas na explicação da realidade social, que é
complexa, para que não se perca a compreensão da totalidade e unidade que esta representa.

3. O professor, enquanto mediador, deve garantir que os alunos:


 reconheçam as diferenças existentes entre as ciências exatas e as ciências sociais;
 concluam que:
– a realidade é uma só (o ser humano é um ser biológico e social que age sobre a natureza e
é condicionado por ela).
– todas as ciências se debruçam sobre a mesma realidade, segundo perspetivas ou interesses
diferentes.

Proposta de debate:
 Dividir a turma num número par de grupos heterogéneos;
 Escolher algumas disciplinas/ciências sociais (escolhidas por sorteio, por áreas de interesse do
curso ou outra);
 Propor que cada dois grupos se debrucem sobre uma das disciplinas/ciências sociais e, em
grupo, encontrem resposta à questão “De que forma o sono pode ser estudado pela ciência
social escolhida?”
 Os grupos que trabalharam a mesma ciência deverão pronunciar-se sobre as suas conclusões
e, na aula seguinte, serão colocados frente a frente para discutirem sobre:
a. a validade das conclusões, tendo em conta o objeto de estudo da referida disciplina
b. a validade das justificações para as conclusões apresentadas.

Estes aspetos serão do conhecimento dos alunos que terão de trabalhar sobre eles como TPC.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Proposta alternativa – pesquisa:


Recursos necessários – acesso à internet, portáteis, tablet ou telemóveis.
Proposta de trabalho – consulta de notícias (trabalho de pares) que respondam a questões de
partida levantadas por eles numa primeira discussão orientada pelo professor.

Sugestão de abordagem:
 A Sociologia pode ter interesse em estudar o fenómeno “criminalidade”. A falta de sono pode
levar ao aumento da criminalidade?
a. Sugestão de notícia para o professor
b. https://www.noticiasmagazine.pt/2018/ha-relacao-privacao-do-sono-criminalidade/
 O Direito preocupa-se com a criação de legislação baseada na necessidade de dormir?
a. Sugestão de notícia para o professor
b. https://www.publico.pt/2019/11/15/politica/noticia/parlamento-volta-recomendar-governo-
estude-aplicacao-sesta-preescolar-1893963
 A privação de sono pode afetar a economia?
a. Sugestão de notícia para o professor
b. https://exame.abril.com.br/carreira/7-maneiras-como-o-sono-afeta-seu-trabalho-e-voce-
nem-imaginava/
 A falta de sono pode estar na origem de fenómenos estudados pela Sociologia ou Psicologia?
 A história pode estudar “o sono”?
a. Sugestão de notícia para o professor
b. https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/02/120223_sono_oito_horas_mito_fn
 Outras ciências podem ser invocadas.

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4.a. A escassez decorre do facto de os recursos serem insuficientes para satisfazerem as
necessidades humanas, que são múltiplas e ilimitadas.

4.b. A escolha resulta da escassez, ou seja, é uma consequência da impossibilidade de satisfazer


todas as necessidades humanas (que são ilimitadas) com os recursos disponíveis, que são limitados
e passíveis de utilizações alternativas. Essas escolhas devem ser orientadas pela racionalidade
económica, ou seja, devem permitir a obtenção da máxima satisfação de necessidades e melhoria
do bem-estar da sociedade (maximizar os benefícios), com a utilização do mínimo de recursos
possível (minimizar os gastos).
Qualquer escolha implica a utilização de um recurso na satisfação de uma necessidade, impedindo
ou limitando a sua utilização na satisfação de outras necessidades, porque os recursos são escassos.
Ora, a melhor das alternativas abandonadas para a utilização de um recurso representa o custo de
oportunidade da sua utilização.

5. O problema económico resulta da dicotomia “necessidades ilimitadas-recursos escassos”, sendo,


por isso, necessário que sejam feitas escolhas sobre a utilização dos recursos. Ora, a escassez
decorre do facto de os recursos serem insuficientes para satisfazerem as necessidades humanas,
que são múltiplas e ilimitadas e a necessidade de se fazer uma escolha advém da necessidade de
se optar por uma aplicação dos recursos disponíveis em detrimento de outra utilização alternativa.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

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6. A Ciência Económica estuda a escolha (ou a decisão) da aplicação de recursos escassos.
Os recursos são escassos (insuficientes) porque são limitados e as necessidades são ilimitadas, logo,
a impossibilidade de satisfazer todas as necessidades humanas impõe que sejam feitas escolhas que
permitam a obtenção do máximo benefício com o mínimo gasto (ou sacrifício) possível.
No texto, o aluno refere uma necessidade que não foi satisfeita (ter um PC para cada aluno na sala
TIC), porque os recursos monetários (dinheiro/receitas do Orçamento do Estado), que o Estado dá à
Escola, são insuficientes para a satisfação de todas as suas necessidades (escassez), logo, a
decisão/escolha foi adquirir um PC para cada dois alunos com aula na sala TIC.

8. Há problema económico quando os recursos são insuficientes para a satisfação das necessidades.
Os recursos podem ser abundantes (haver muito) mas, mesmo assim, serem insuficientes (escassos)
para as necessidades a satisfazer, sendo, portanto, necessário fazer escolhas. Não é, então, possível
garantir a inexistência de problema económico na situação apresentada na questão.

9. O problema económico resulta da relação entre recursos limitados e necessidades ilimitadas. Se


os recursos limitados são insuficientes para a satisfação das necessidades, há escassez. Desta
forma, como o rendimento mensal desta família é insuficiente para a satisfação das suas múltiplas
necessidades, é escasso, existe um problema económico que obriga que tenha de ser feita uma
escolha entre consumir ou poupar. Essa escolha será feita com base na racionalidade económica,
que resulta da comparação entre o custo e o benefício que resultariam de cada uma das opções.
A escolha recairá pela opção que permitirá o máximo benefício com o mínimo de custo para o bem-
estar desta família.
Esse bem-estar pode ser ponderado do ponto de vista económico, uma vez que, ao poupar parte do
rendimento em detrimento do consumo, pode acumular riqueza para um consumo futuro (o carro),
ou do ponto de vista da saúde de quem está a consumir tabaco que, ao abdicar desse consumo no
presente, terá um retorno em termos de saúde (evitar complicações respiratórias, cardíacas, cancro
do pulmão, dentição ou saúde oral, etc.).

Sugestões de recursos para abordar o aspeto da saúde no nível de bem-estar:


https://www.publico.pt/2018/05/30/sociedade/noticia/-uma-princesa-nao-fuma-saude-lanca-
campanha-de-choque-contra-tabaco-1832601

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10. A atividade económica é o conjunto de todas as ações indispensáveis à obtenção de bens e
serviços aptos a satisfazerem as necessidades humanas.

11.a. A distribuição é a atividade económica que tem como objetivo estabelecer a ligação entre a
produção e o consumo, colocando os produtos à disposição do consumidor (recorrendo ao transporte
e ao comércio).

11.b. A repartição de rendimentos é a atividade económica que consiste em dividir pelos diferentes
participantes no processo produtivo a riqueza gerada pela produção, depois de pagos os impostos
ao Estado. Esta repartição é feita através do pagamento de salários aos trabalhadores, de rendas
aos proprietários, de juros aos financiadores e de lucros aos investidores.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

12.a. Ao conjunto de atividades de transformação de matérias em bens dá-se o nome de produção.


Para que os bens produzidos sejam postos à disposição de quem deles necessita, é necessária outra
atividade económica, a distribuição, ou seja, os bens têm de ser transportados (transporte) do
produtor para o consumidor e colocados à venda (comércio).
Desta forma, a distribuição estabelece a ligação entre a produção e o consumo.

12.b. Para a satisfação das necessidades humanas, é necessário o desenvolvimento de ações ou


processos de transformação de matérias em bens, a produção. O consumo é a utilização desses
bens (e serviços) para a satisfação de necessidades. Sem produção não haveria bens para serem
consumidos e sem consumo não haveria motivação para produzir.

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13. A produção gera riqueza que é repartida pelos intervenientes nesse processo (repartição de
rendimentos), através do pagamento de salários, rendas, juros e lucros. Uma parte desse rendimento
repartido é utilizada na aquisição de bens e de serviços para serem utilizados (Consumo) na
satisfação de necessidades e outra parte é poupada (Acumulação). A parte da riqueza repartida que
é utilizada em consumo gera mais produção de forma a serem obtidos mais bens e serviços; a parte
que é poupada será canalizada pelos bancos para o financiamento das empresas, gerando
renovação e aumento da capacidade produtiva. Essa continuidade e aumento da atividade de
produção gera riqueza e, novamente, repartição de rendimentos e assim consecutivamente. Daí a
sua importância para o desenvolvimento da atividade produtiva.

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15. Um agente económico é alguém, indivíduo ou instituição, com personalidade jurídica (tem direitos
e obrigações), que intervém na atividade económica, exercendo com autonomia (liberdade de tomar
as suas próprias decisões), pelo menos, uma função económica.

16. Quando os agentes económicos (famílias, empresas não financeiras, instituições financeiras e
Estado) de determinada economia/país interagem com agentes económicos de outras
economias/países, dizemos que estamos na presença de uma economia aberta, sendo utilizado o
agente económico resto do mundo, para designar todos os agentes económicos desses países com
quem os agentes internos se relacionam. Se os agentes económicos não estabelecem relação com
o resto do mundo, dizemos que a economia é fechada.

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17.a. A1. B3. C5. D2. E4.

17.b. Sugestão:
– Refletir sobre a importância das empresas não financeiras, por exemplo, empresas de pesca
ou agrícolas que proporcionam os bens necessários à satisfação das necessidades de
alimentação das famílias, e que fornecem matérias-primas aos restaurantes e à indústria
alimentar (indústria de conservas, pão, etc., por exemplo);
– Justificar a importância das instituições financeiras: seguradoras que fazem o seguro das
colheitas dos agricultores, protegendo-os dos riscos de más colheitas derivadas do mau
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

tempo, dos bancos que concedem crédito às empresas, para que possam investir e
aumentar os postos de trabalho, etc.;
– Refletir sobre a importância das famílias, que consomem. Se o consumo diminuir, diminui a
produção e com ela a repartição primária dos rendimentos (analisar o esquema da
unidade 1);
– Refletir sobre a importância do Estado na satisfação das necessidades coletivas e na
redistribuição dos rendimentos (por exemplo, atribuindo subsídios aos pescadores para que
preservem as espécies – articular com Geografia – garantindo a continuidade da atividade
económica das pescas).

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2. No texto, estão presentes os seguintes conceitos económicos: problema económico, escassez,
escolha e custo de oportunidade. Existe problema económico, na medida em que os recursos são
insuficientes para a satisfação de todas as necessidades da Lúcia, ou seja, os recursos são escassos.
Como há escassez, é necessário fazer escolhas, tomar decisões, quanto à forma como os recursos
serão utilizados. Dessa escolha resultará o sacrifício de necessidades que não serão satisfeitas, ou
seja, implicará um custo a suportar. O custo de oportunidade de cada escolha será a melhor das
alternativas que a Lúcia abandona ao fazer essa escolha.

3. O problema económico resulta da existência de escassez de recursos, ou seja, recursos


insuficientes face às necessidades existentes, num dado momento.
A aparente abundância de água pode induzir em erro quem efetivamente não se apercebe de que
ela é um recurso escasso, daí que seja indispensável fazer escolhas quanto à sua utilização, isto é,
tomar decisões que permitam otimizar a sua utilização. Esta insuficiência de água para satisfação de
todas as necessidades identificadas no texto (abastecimento público, agricultura, indústria, etc.)
define o problema económico, que só pode ser resolvido com base em critérios de racionalidade
económica.

4. O José faz parte do agente económico Famílias, cuja função principal é consumir (conduzir o
automóvel adquirido, utilizar o serviço da escola de condução). O banco é uma instituição financeira
e a sua função principal é prestar serviços de natureza financeira (o banco aceita o depósito),
assim como a seguradora (que presta serviço de seguro automóvel).
O carro é adquirido num stand automóvel, que é uma empresa não financeira. Esta empresa coloca
os automóveis à disposição dos consumidores (distribuição). Os automóveis foram importados da
fábrica alemã incluída no agente económico Resto do Mundo. Os impostos foram pagos ao Estado
que está igualmente presente no texto quando é referido o organismo público que presta um serviço
não comercializável ao “emitir o certificado de matrícula” e na cobrança de impostos, que serão
utilizados para satisfazer necessidades coletivas dos cidadãos.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Domínio 2

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Sugestões de respostas

1. Uma necessidade é um estado de privação que provoca mal-estar e que, por isso, precisa de ser
ultrapassado.

2.1. As características multiplicidade, substituibilidade, saciabilidade e relatividade estão presentes


em todas as necessidades.
Quando temos necessidade de nos alimentarmos, podemos ter igualmente outras necessidades em
simultâneo, por exemplo, de respirar, de nos agasalharmos (porque está frio), de afeto (porque
estamos tristes), de descansar (porque estamos cansados), de lazer (por isso preferimos jantar fora),
etc. Estamos na presença da característica das necessidades denominada multiplicidade, ou seja,
elas nunca existem sozinhas, pois todos sentimos várias necessidades em simultâneo.
Podemos satisfazer a necessidade de alimentação ao comer um pão com fiambre ao almoço ou com
uma refeição completa na cantina. Este exemplo evidencia outra característica das necessidades, a
substituibilidade, que consiste em ser possível satisfazer uma necessidade com recurso a
diferentes bens e serviços.
Se, para a satisfação da necessidade de alimentação comemos uma fatia de bolo, e depois a
segunda, a terceira… à medida que comemos sucessivas fatias de bolo, já não sentiremos a
mesma necessidade de alimentação, porque ela vai diminuindo (ficamos cada vez mais
satisfeitos ou saciados). A esta característica chamamos de saciabilidade.
A necessidade de alimentação varia no tempo e no espaço, ou seja, goza da característica da
relatividade. Por exemplo, quando éramos bebés a necessidade de alimentação era diferente
daquela que hoje sentimos e, dependendo da cultura onde estamos inseridos, do clima, do tipo de
trabalho que as pessoas desenvolvem (despendendo mais ou menos energia), esta necessidade
também varia (há pessoas que necessitam de um pequeno-almoço reforçado e outras há que nem o
tomam).

2.2. As necessidades secundárias são aquelas que estão relacionadas com a qualidade de vida dos
seres humanos e diferem das primárias, na medida em que não são indispensáveis à sobrevivência
das pessoas (ao contrário das primárias). Ora, a alimentação é indispensável à sobrevivência dos
indivíduos, logo, é uma necessidade primária.
Uma necessidade diz-se individual por ser pertencente ou própria de cada indivíduo. A necessidade
de alimentação difere de pessoa para pessoa, estando relacionada com as suas necessidades
biológicas e psicológicas e as pessoas sentem necessidade de alimentação, independentemente de
viverem em sociedade, logo, esta é uma necessidade individual.
Para a satisfação da necessidade de alimentação, são utilizados bens escassos, pelo que é
necessário despender bens, dinheiro ou trabalho, logo, é uma necessidade económica.

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5. Entendemos consumo como a utilização de um bem ou de um serviço na satisfação de uma
necessidade, assim, não basta escolher, ou comprar as sapatilhas, para que se possa considerar
esse um ato de consumo. É necessário utilizar as sapatilhas na satisfação da necessidade para a
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

qual elas foram compradas, neste caso, para correr. Desta forma, a figura 1 é a única que espelha
essa utilização, por isso, o conceito de consumo.

6. Uma vez que todos os fenómenos sociais (e não só) podem ser perspetivados por diferentes
pontos de vista, dadas as múltiplas dimensões que os caracterizam (são multidimensionais) e as
diversas interações que estabelecem com outros fenómenos (são complexos), todo o fenómeno
social é total. Considerando que todo o fenómeno social é total, uma reação de rejeição do consumo
de plástico, assim como qualquer outro exemplo considerado, é um fenómeno social total, na medida
em que essa rejeição pode ser perspetivada do ponto de vista de várias ciências sociais (e não só,
porque, também, se relaciona com as ciências naturais, dadas as implicações na natureza, que a
reação a este consumo envolve), porque todos os fenómenos são simultaneamente políticos
(decisões do governo de cada país e das organizações internacionais de reduzir o plástico), jurídicos
(fazer as leis necessárias para se reduzir o consumo de plástico), sociológicos e antropológicos
(compreender o comportamento dos consumidores diante dos materiais de plástico, enquanto cultura,
e as propriedades simbólicas dos objetos, de forma a envolver a sociedade num projeto de mudança),
psicológicos (compreender a subjetividade do comprador e do vendedor para os convencer da
importância da mudança de hábitos de consumo), económicos (fazer as escolhas racionais, tendo
em vista a melhoria do nível de bem-estar da sociedade de hoje e de amanhã), etc.

7. Tendo em conta que consumir corresponde à utilização de bens e de serviços na satisfação das
necessidades, no texto são referidos, de forma explícita, os seguintes atos de consumo: tomar um
café, fazer uma viagem de comboio (é com a viagem que é satisfeita a necessidade e não com o
passe ou o seu carregamento), ler o jornal, descascar laranjas para decorar o bolo (também houve
consumo dos restantes ingredientes para fazer o bolo da filha, mas não há referência explícita, e o
facto de estarem armazenados não significa que foram todos consumidos).

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8. Se o consumo for feito pelo Estado, diz-se que o consumo é público, mas se for feito por qualquer
outra entidade, nomeadamente pelos cidadãos, diz-se que ele é privado.

10. Tendo em conta a finalidade da utilização da água, produzir outro bem/serviço ou satisfazer
diretamente uma necessidade, podemos classificar o consumo em intermédio ou final,
respetivamente.
A água, quando utilizada pelo hotel, não satisfaz diretamente uma necessidade (a necessidade é
satisfeita, quando os hóspedes tomam o chá), logo, é consumo intermédio. A função principal do hotel
não é consumir, é produzir bens e serviços. Serão esses bens e serviços a satisfazerem diretamente
uma necessidade.
A utilização da água pela família satisfaz diretamente uma necessidade (a necessidade é fazer um
chá), então, é consumo final.

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12.1. Por consumo, entendemos a utilização de bens e de serviços na satisfação das necessidades,
por isso, os consumos presentes no texto são utilizar o carro da família Sobral e utilizar a autoestrada
(naturalmente que a família também consumiu gasolina, entre outros, e o Estado utiliza recursos
públicos para limpar as bermas, mas não está explícito no texto).
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Utilizar o carro é um consumo individual, porque o beneficiário está perfeitamente definido, a família
Sobral, podendo este beneficiário impedir qualquer pessoa de utilizar o carro, porque lhe pertence
(há uma titularidade de propriedade).
Utilizar a autoestrada é um consumo coletivo, porque os beneficiários são todos os cidadãos que dela
necessitem, sem que nenhum dos seus beneficiários possam excluir (impedir) qualquer outro cidadão
da sua utilização, porque ela é de todos (porque todos pagamos os impostos para que ela possa
existir).

12.2. Uma vez que ambos os consumos, utilização do carro e utilização da autoestrada, se destinam
à satisfação direta e imediata de uma necessidade, são classificados como consumos finais.

12.3. Uma vez que a utilização do carro (consumo) foi efetuada por um particular (família Sobral) na
satisfação das suas necessidades (visitar a avó), trata-se de um consumo privado.
Se considerarmos que, sempre que utilizamos uma autoestrada, há um desgaste que envolve
despesa para o Estado na sua manutenção (para garantir a nossa segurança e para que ela continue
a satisfazer as necessidades da população), então podemos considerar tratar-se de um consumo
público.

13. O consumo pode ser classificado em público ou privado, consoante o autor do consumo seja o
Estado ou uma qualquer entidade particular. Nos dois casos referidos, a utilização de uma farda militar
é um consumo público, porque o autor deste consumo é o Estado (Ministério da Defesa), sendo o
Estado a suportar a despesa correspondente, e a utilização de uma farda por parte do cozinheiro é
consumo privado, porque o autor é um particular (um chefe famoso).

14.1. Tendo em conta que uma necessidade é um estado de privação que provoca mal-estar e que,
por isso, precisa de ser ultrapassado através da utilização de bens e de serviços (consumo), estão
presentes no texto as necessidades de ler um livro de Eça de Queirós e de utilizar o telemóvel.
Também está presente a necessidade de sucesso educativo. Uma vez que o livro não foi lido (e não
obteve sucesso na disciplina de Português), a utilização do telemóvel, que se concretizou, foi a única
necessidade satisfeita através de um ato de consumo.

14.2. A necessidade de utilizar o telemóvel (para aceder às redes sociais, por exemplo) é uma
necessidade individual, uma vez que diz respeito às características pessoais da Raquel. A
necessidade de sucesso escolar ou de educação, presente no texto, é uma necessidade coletiva,
porque deriva do facto de vivermos em sociedade e esta deseja esse sucesso escolar (por questões
várias, por exemplo, porque todos os contribuintes estão a pagar imensos impostos para proporcionar
a todos os jovens e crianças a educação necessária para que se possa alcançar uma sociedade
melhor, mais produtiva e com mais conhecimento para encontrar soluções para os vários problemas
da humanidade).
Então, tendo em conta os conceitos explicitados, podemos concluir que a Raquel, ao satisfazer a
necessidade de utilizar o telemóvel (que é individual) em detrimento/alternativa de ler o livro
necessário para ter sucesso na disciplina de Português, comprometeu a satisfação de uma
necessidade coletiva.

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16. Resposta sob orientação da professora.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

17. Padrão de consumo corresponde a um modelo que depende da época histórica (a maioria dos
bens consumidos pelos consumidores de hoje são diferentes dos bens consumidos há 100 anos), da
localização geográfica (pensemos nos bens que satisfazem as necessidades de uma pessoa que
vive num país muito quente e de uma pessoa que vive num país muito frio), do escalão de rendimento,
da faixa etária, do género, da cultura, dos valores de uma sociedade e de tantos outros fatores que
determinam o consumo, entre os quais a tecnologia, referida na imagem. Diferentes necessidades
resultam em diferentes bens consumidos e estes dão origem a diferentes padrões de consumo.
As tecnologias da sociedade atual diferem das utilizadas no início do século XX. Essa diferença
traduz-se nos bens que utilizamos para a satisfação das nossas necessidades (comer, vestir, ocupar
os tempos livres, brincar…) e nas próprias necessidades que sentimos, com repercussões no
modelo de consumo que adotamos (padrão de consumo).

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19.1. Os fatores económicos presentes na imagem e texto são:
– inovação tecnológica, ao ser referido no texto “desejam a última versão dos telemóveis”;
– rendimento, ao ser referido no texto que os pais dão boas mesadas aos filhos;
– acesso ao crédito, uma vez que é referido que os pais oferecem “aos filhos o direito de
possuírem o seu próprio cartão de crédito”.

Os fatores extra económicos presentes na imagem e texto são:


– a moda, imposta pelos “influenciadores digitais”;
– as estratégias de marketing (no qual se inclui a publicidade), já que é referido que os
“vendedores […] direcionam as suas estratégias”;
– a idade, a imagem mostra uma jovem e o texto fala em “adolescentes”;
– o modo de vida, explicitado no termo “nativos digitais” ou na expressão “padrões de
consumo”.

19.2. O consumo (utilização de bens e de serviços) permite a satisfação das necessidades. Para que
essa utilização seja possível, é necessário que os bens e serviços sejam adquiridos, sendo
indispensável efetuar despesa em bens e serviços, ou despesa de consumo.
O nível de consumo é medido pela despesa efetuada em consumo e o padrão de consumo é definido
pelo tipo de bens consumidos.
Mantendo-se tudo o resto constante, os fatores referidos no texto implicam aumento da despesa de
consumo, ou seja, do nível de consumo. Por exemplo, o marketing leva os jovens a sentirem
necessidades antes inexistentes; a inovação tecnológica e a alteração da moda podem tornar um
bem obsoleto para a satisfação de uma mesma necessidade, implicando a sua substituição ou criando
necessidades; o maior acesso ao crédito e o aumento do rendimento elevam a capacidade financeira
para a aquisição de bens. Esses fatores também alteram o padrão de consumo, uma vez que
provocam alteração no tipo de bens consumidos. Por exemplo, diferentes idades, níveis de
rendimento ou modos de vida implicam diferenças nas necessidades e nos bens consumidos para a
satisfação das mesmas necessidades, ou seja, definem diferentes padrões de consumo.

19.3. O padrão de consumo é entendido como um modelo específico do consumo e depende de


muitos fatores, entre os quais os referidos no texto e imagem, ou seja, a idade, o rendimento, o acesso
ao crédito, a moda, o marketing e o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Os jovens consomem determinados produtos valorizados por outros jovens (formando-se padrões de
consumo), com os quais se identificam, tornando o consumo, desta forma, um elemento de interação
e de integração nos grupos sociais.

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20. A estrutura de consumo corresponde à forma como as famílias distribuem o seu rendimento pelas
diferentes classes de despesa de consumo, ou seja, ao peso de cada classe no total da despesa de
consumo.

21. Uma vez que o padrão de consumo corresponde a um modelo específico do consumo das
famílias, tendo em conta os fatores que o determinam, em determinado momento e espaço,
alterações persistentes no rendimento que alterem a estrutura de consumo implicam, também,
alterações no padrão de consumo. Da mesma forma, o padrão de consumo sofre modificação, em
virtude da alteração de gostos, rendimento, moda, etc. Assim, esse fenómeno levará a que as famílias
consumam mais determinadas classes de bens em detrimento de outras, afetando o peso de cada
uma no total da despesa das famílias em geral, e, portanto, na de cada família em particular,
provocando alteração na estrutura do consumo das mesmas. Os conceitos estão relacionados.

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24.1. Apresentar fórmulas:

Despesa de consumo relativa à alimentação


C.O. * = Despesa total em consumo
x 100

* Coeficiente orçamental relativo às despesas de consumo em alimentação e bebidas não alcoólicas

Despesa total em consumo = Despesa em alimentação e bebidas não alcoólicas + despesa relativa
aos restantes bens e serviços.

Apresentar o processo de cálculo (explicitando os cálculos auxiliares e pressupostos):

Despesa total em consumo (em 2017) = 12 000,00 + 28 000,00↔

Despesa total em consumo (em 2017) = 40 000,00 €

12 000
C.O.*(2017) = 40 000
x 100 ↔ C.O. = 30%

Despesa total em consumo (em 2018) = 10 800,00 + 25 200,00↔

Despesa total em consumo (em 2018) = 36 000,00 €

10 800
C.O.*(2018) = 36 000
x 100 ↔ C.O. = 30%

Apresentar a resposta com unidade de medida:

Em ambos os anos, o coeficiente orçamental relativo à alimentação e bebidas não alcoólicas foi de
30%.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

24.2. O C.O. relaciona a despesa efetuada numa classe de consumo com a despesa total em
consumo e vem expresso em percentagem.
Em ambos os anos, a despesa relativa aos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas não sofreu
alteração e representava 30% do total da despesa em consumo.

24.3. De acordo com a Lei de Engel, o peso das despesas alimentares, no total das despesas de
consumo das famílias, diminui à medida que aumenta o seu rendimento, mantendo-se tudo o resto
constante.
Os coeficientes orçamentais, relativos às despesas em alimentação em 2017 e 2018, são iguais
(30%), logo, de acordo com a Lei de Engel, o rendimento da família Sousa não sofreu alteração.
Apesar dessa manutenção do rendimento, a despesa total em consumo (nível de consumo) da família
Sousa diminuiu (de 40 000,00 € passou para 36 000,00 €), assim como a despesa afeta a cada uma
das rubricas.
Uma vez que o rendimento das famílias é utilizado em poupança e em consumo, uma explicação
para esta evolução da despesa total poderá ter sido o facto de esta família ter aumentado a sua
poupança.

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25.1.1.
Despesa de consumo relativa à alimentação
Coeficiente Orçamental relativo às despesas em alimentação = Despesa total em consumo
x
100

2912
14,3 = Despesa total em consumo x 100 ↔

Despesa total em consumo= 20 363, 63 euros (em média, por agregado familiar)

25.1.2.
Despesa de consumo relativa a transporte
Coeficiente orçamental relativo às despesas em transporte = Despesa total em consumo
x 100

Despesa de consumo relativa a transporte


14,1 = 20 363,63
x 100 ↔

Despesas de consumo relativas a transporte = 2871,27 €

25.2. A estrutura de consumo corresponde à forma como as famílias distribuem o seu rendimento
pelas diferentes classes de despesa de consumo. O valor da despesa de consumo revela o nível de
consumo de cada família.
Conforme é referido no texto, em termos da estrutura do consumo em Portugal, houve “perda da
importância relativa nas despesas com produtos alimentares e bebidas não alcoólicas”, no período
referido. Esta perda de peso, no total da despesa de consumo, é percecionada pela evolução do
coeficiente orçamental relativo à alimentação e bebidas não alcoólicas, que passou de 18,7% em
2000, para 15,5% no período de 2005/2006, 13,3% em 2010/2011 e 14,3% em 2015/2016.
Tendo presente a Lei de Engel, segundo a qual o peso relativo das despesas em alimentação, no
total das despesas de consumo das famílias, diminui à medida que o nível do seu rendimento
aumenta, podemos afirmar que, mantendo-se tudo o resto constante, o rendimento das famílias em
2015/2016 é maior comparativamente ao de 2005/2006, uma vez que o peso das despesas em
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

alimentação e bebidas não alcoólicas em 2015/2016, no total da despesa de consumo, é menor


(14,3%) comparativamente a 2005/2006 (15,5%).
Como o peso dessa despesa diminui, significa que outras classes de despesa terão um maior peso
(porque a soma desses pesos deve dar 100%), como pode ser constatado na parte final do texto,
quando se faz referência à despesa em habitação: água, eletricidade, gás e outros combustíveis, que
teve um aumento de 26,6% para 31,9%. Havendo, desta forma, alteração na estrutura do consumo
das famílias residentes em Portugal, no período referido.
Relativamente ao nível de rendimento, a condição “mantendo-se tudo o resto constante” permite
considerar que não houve alteração no nível de poupança. Como o rendimento é utilizado em
poupança e consumo, se o valor do rendimento aumenta e a poupança se mantém, então, a despesa
em consumo (nível de consumo) aumenta.

Página 75
26. A sociedade de consumo tem a sua origem no período pós-guerra, como consequência da
necessidade de escoar a produção em grande escala, conseguida através da inovação tecnológica
aplicada ao processo produtivo, sendo, por isso, caracterizada pelo consumo de massas, consumo
em grande escala de produtos normalizados e de curta duração.

26. Consultar:
https://www.pordata.pt/Europa/Despesas+de+consumo+final+das+fam%C3%ADlias+total+e++por+t
ipo+de+bens+e+servi%C3%A7os+(Euro)-1519.

28. O consumerismo é um movimento desenvolvido por indivíduos e por organizações cujo objetivo
é promover o consumo racional, ético, socialmente responsável e compatível com a preservação
ambiental, e surgiu para contrariar o consumismo, na medida em que este corresponde a
comportamentos de consumo irracionais, impulsivos, sem critérios e alheios às preocupações ligadas
à defesa do ambiente, à ética e à responsabilidade social, com efeitos negativos na vida dos
consumidores (por exemplo, endividamento excessivo), no ambiente, decorrentes da pressão sobre
os recursos naturais que acarreta e na sociedade em geral por não haver, quando não há por parte
do consumidor, a preocupação com a forma como os bens são produzidos (trabalho mal pago, ilegal,
infantil, etc.).

Página 76
29. As necessidades humanas são ilimitadas e os recursos para as satisfazerem são insuficientes
(são escassos). Desta forma, a satisfação das necessidades obriga que sejam feitas escolhas. Essas
escolhas são feitas de acordo com a racionalidade económica, ou seja, procurando a maximização
do benefício com o mínimo de dispêndio de recursos possível (mínimo gasto). No primeiro texto, é
referido que “[o]s consumidores da geração Millennial, que agora representam a maior fatia da
população ativa e com maior poder de compra, estão dispostos a pagar mais por produtos
sustentáveis. Na análise da relação entre os benefícios e os gastos relativos a cada uma das nossas
escolhas, a reflexão que se faz agora já não pode ser só em relação à quantidade de bens que
podemos obter com o mesmo rendimento, mas, sobretudo, se o benefício obtido na satisfação das
nossas necessidades ao mais baixo preço justifica o custo associado à degradação do nosso bem-
estar medido pela qualidade do ar que respiramos, da água que consumimos, do mar e da terra que
nos sustentam, pela extinção das espécies que povoam o planeta, pelas alterações climáticas… é
urgente que nos questionemos sobre quais destas necessidades devem ser satisfeitas e como. O
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

segundo texto promove um consumo responsável, na medida em que, ao comprar o que é nacional,
iremos reduzir o impacto que o transporte dos bens tem sobre a natureza. No terceiro texto, é referido
que um dos objetivos do desenvolvimento sustentável é empenhar-se em dissociar crescimento
económico da degradação ambiental. Para que este objetivo seja alcançado, é necessário que as
nossas escolhas dos bens e serviços a serem utilizados na satisfação das nossas necessidades
(consumo) tenham presente também a escolha entre continuar a contribuir para a destruição do
planeta ou “comprar (escolher) a mudança que queremos ver no mundo” (consumo responsável),
mudando o paradigma da escolha.

Página 77

Verifica a tua aprendizagem

Grupo II

1.2. O crédito representa a cedência temporária de valores monetários mediante o pagamento de


juros e implica a obrigação do reembolso (amortização ou devolução) no prazo acordado. Tem o
mesmo efeito sobre o consumo que o aumento do rendimento. Quando há maior facilidade de acesso
ao crédito, os agentes económicos têm maior capacidade financeira para adquirirem os bens e os
serviços que utilizarão na satisfação das suas necessidades, aumentando o consumo.
Com o maior acesso ao crédito, os agentes económicos devem ser cautelosos, na medida em que
este acarreta responsabilidades no futuro, o pagamento de juros e o reembolso do valor emprestado,
podendo, caso essa responsabilidade seja excessiva, levar ao sobre-endividamento e mesmo ao
incumprimento, com todas as consequências negativas que estes implicam.

2.1. No texto, podemos identificar uma das características das necessidades, a substituibilidade, que
consiste na capacidade de uma mesma necessidade poder ser satisfeita por diferentes bens, em
alternativa. Esta característica está presente quando é referido “que uma mesma necessidade pode
ser satisfeita substituindo um consumo por outro”, ou quando se refere à “troca” de uma ida ao teatro
por “uma ida ao cinema…”, ou, ainda, quando o autor diz que podemos satisfazer a necessidade de
beber utilizando um refrigerante ou água da fonte.

2.2. O texto faz referência às “necessidades vitais para cada um de nós enquanto pessoa”, sendo,
por isso, classificadas como primárias, apresentando um exemplo – beber. As necessidades de
assistir um filme no cinema, ver uma peça no teatro ou ver televisão são classificadas como
secundárias, uma vez que a não satisfação não compromete, de imediato, a vida das pessoas,
contudo, é necessário satisfazê-las para a nossa qualidade de vida.

2.3. No texto destacado, está implícito o critério de classificação das necessidades quanto à vida em
sociedade. O texto faz referência às “necessidades vitais para cada um de nós enquanto pessoa”,
sendo, por isso, classificadas como individuais e “sendo apenas o resultado da própria civilização
em que estamos inseridos e na qual participamos, ou seja, as necessidades coletivas.

3.
Fórmulas:
Rendimento disponível = Despesa em Consumo + poupança
Despesa em consumo = Despesa em bens alimentares + Despesa em consumo não alimentar
Despesa de consumo relativa à alimentação
Coef. orçamental relativo às despesas em alimentação = Despesa total em consumo
x 100
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Processo:

Família Costa
Despesa de consumo (2018) = 10 000 - 500↔ Despesa de consumo (2018) = 9 500,00 €
Despesa em consumo alimentar (2018) = 9500,00 – 3 040,00↔
Despesa em consumo alimentar (2018) = 6 460,00 €
6 460,00
C.O. relativo à alimentação = 9 500,00
x 100 ↔ C.O. (2018) = 68%

Despesa de consumo (2019) = 11 000 - 500↔Despesa de consumo (2019) = 10 500,00 €


Despesa em consumo alimentar (2019) = 10 500,00 – 4 095,00↔
Despesa em consumo alimentar (2019) = 6 405,00 €
6 405,00
C.O. relativo à alimentação = 10 500,00 x 100 ↔ C.O. (2018) = 61%

(enunciar a Lei de Engel)

Entre 2018 e 2019, o coeficiente orçamental relativo à alimentação da família Costa diminuiu,
passando de 68% para 61%, e o rendimento disponível aumentou, passando de 10 000,00 € para
11 000, 00. Esta família comportou-se de acordo com a Lei de Engel.

Família Santos
Despesa de consumo (2018) = 20 000 - 2000↔Despesa de consumo (2018) = 18 000,00 €
Despesa em consumo alimentar (2018) = 18 000,00 – 7 020,00↔
Despesa em consumo alimentar (2018) = 10 980,00 €
10 980,00
C.O. relativo à alimentação = 18 000,00
x 100 ↔ C.O. (2018) = 61%

Despesa de consumo (2019) = 25 000,00 – 2 000,00↔


Despesa de consumo (2019) = 23 000,00 €
Despesa em consumo alimentar (2019) = 23 000,00 – 10 120,00 ↔
Despesa em consumo alimentar (2019) = 12 880,00 €
12 880,00
C.O. relativo à alimentação = 23 000,00
x 100 ↔ C.O. (2018) = 56%

Entre 2018 e 2019, o coeficiente orçamental relativo à alimentação da família Santos diminuiu,
passando de 61% para 56%, e o rendimento disponível aumentou, passando de 20 000,00 € para
25 000, 00 €. Esta família comportou-se de acordo com a Lei de Engel.

Família Cruz

Despesa de consumo (2018) = 50 000,00-10 000,00↔ Despesa de consumo (2018) = 40 000 €


Despesa em consumo alimentar (2018) = 40 000,00-20 000,00 ↔ Despesa em consumo alimentar
(2018) = 20 000,00 €
20 000,00
C.O. relativo à alimentação = 40 000,00
x 100 ↔ C.O. (2018) = 50%

Despesa de consumo (2019) = 53 000,00 –10 000,00 ↔ Despesa de consumo (2019) = 43 000,00 €
Despesa em consumo alimentar (2019) = 43 000,00 – 21 070,00 ↔ Despesa em consumo alimentar
(2019) = 21 930,00 €
21 930,00
C.O. relativo à alimentação = 43 000,00
x 100 ↔ C.O. (2018) = 51%
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Entre 2018 e 2019, o coeficiente orçamental relativo à alimentação da família Cruz aumentou,
passando de 50% para 51%, e o rendimento disponível aumentou, passando de 50 000,00 € para
53 000,00. Esta família não se comportou de acordo com a Lei de Engel.

4. Os movimentos consumeristas atuais visam combater os comportamentos de consumo irracional,


impulsivo, sem critérios e alheios às preocupações ambientais (consumismo) e surgiram em reação
à sociedade de consumo, caracterizada pelo consumo de massas, em grande escala, de produtos
normalizados e de curta duração. O consumerismo designa, assim, a formação de associações dos
consumidores e as respetivas ações desenvolvidas, com a finalidade de verem reconhecidos os seus
direitos. Estas organizações defendem um consumo esclarecido, responsável, consciente dos seus
direitos e deveres, enquanto consumidores, e ético, entendendo-se por ético o consumo que obedece
a critérios, tendo em vista a defesa dos direitos humanos (rejeitar o consumo de bens produzidos com
mão de obra infantil ou mal paga ou com recurso à imigração ilegal) e do ambiente (preferir produtos
amigos do ambiente, rejeitar o desperdício e a delapidação dos recursos naturais). Estes movimentos
são importantes, na medida em que contribuem para a promoção da mudança de mentalidades e
para desenvolver comportamentos de consumo mais responsáveis do ponto de vista ambiental e
social, numa lógica de desenvolvimento sustentável.

5. A frase destacada remete para o conceito de consumismo, entendido como um conjunto de


comportamentos de consumo irracional, compulsivo, sem critérios e alheio a preocupações
ambientais e sociais, intra e intergeracionais, na medida em que as escolhas de hoje não permitem
uma repartição equitativa dos recursos disponíveis entre a mesma geração, como também não
permitem assegurar a possibilidade de as gerações futuras acederem aos recursos que estamos a
esgotar e beneficiarem de boas condições de habitabilidade e bem-estar neste planeta que é de todas
as gerações, as de ontem, as de hoje e aquelas que virão.

6. De acordo com a Lei de Engel, admitindo que apenas o rendimento das famílias varia, mantendo-
-se tudo o resto constante, verifica-se que, à medida que o rendimento aumenta, o peso das despesas
em alimentação diminui (aumentando em contrapartida o peso de outras despesas, nomeadamente
das despesas em lazer).
De acordo com os dados apresentados, em 2010, relativamente a 2000, as famílias da Polónia não
se comportaram de acordo com a Lei de Engel, uma vez que o coeficiente orçamental, relativo à
alimentação das famílias da Polónia, diminuiu (passou de 22,7% para 19,1%), e o rendimento, em
percentagem do PIB, também diminuiu (de 71% passou para 62,1%).
As famílias portuguesas e francesas, pelo contrário, comportaram-se de acordo com a Lei de Engel,
já que os respetivos coeficientes orçamentais relativos à alimentação diminuíram, de 13,4% para
13%, no caso da França, e de 16,5% para 15,9%, no caso de Portugal, e os rendimentos em
percentagem do PIB aumentaram (de 60,2% para 63,5%, nas famílias francesas, e de 70,1% para
70,6%, nas famílias portuguesas). Mantendo-se tudo o resto constante, inclui o PIB que não variou.

Domínio 3

Página 89

Sugestões de respostas

1. O ser humano e as instituições têm necessidades que são satisfeitas através da utilização de bens
e de serviços. Alguns destes bens não existem na natureza, sendo necessária a sua produção.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

2. B.

3.1. Os bens materiais são palpáveis (tangíveis), têm visibilidade física (visíveis) e são armazenáveis,
ao contrário dos serviços, que são bens imateriais, porque não têm visibilidade física e não são
armazenáveis. No texto, estão presentes o serviço de telejornal da estação de televisão, o serviço de
conta online do banco e o serviço de seguro de saúde da seguradora. Quanto aos bens materiais,
encontramos referidos o telemóvel, o frango assado e o LCD.

3.2. Tendo em conta o critério duração, se a capacidade de um bem para satisfazer uma necessidade
se esgota, quando utilizado uma única vez, o bem é classificado como não duradouro e será
duradouro se a sua utilidade se mantiver, apesar de utilizado várias vezes. Um frango, ao ser comido,
deixa de ser capaz de satisfazer uma nova necessidade, por isso é um bem não duradouro. Já o
telemóvel mantém a capacidade de satisfazer necessidades, mesmo depois de utilizado, por isso é
um bem duradouro.

Página 90
4.1. Tendo em conta as relações que estes bens estabelecem entre si no texto, estes dois bens são
sucedâneos ou substitutos. Bens sucedâneos são aqueles que se podem substituir na satisfação
de uma mesma necessidade. No texto, é referido que Maria, na satisfação da sua necessidade de
tomar o pequeno-almoço, substitui o leite meio-gordo com café pelo chá.

4.2. Uma vez que a máquina de café, sem as cápsulas, não satisfaz a necessidade da Maria, estes
bens são complementares, ou seja, bens cuja utilização conjunta é necessária para a satisfação de
uma necessidade. Esta complementaridade é horizontal, porque os bens são de consumo.

5. Numa padaria, podemos identificar como bens duradouros, ou seja, aqueles que podem ser
utilizados várias vezes sem perderem a capacidade de satisfazerem a necessidade a que se
destinam, por exemplo, o forno, os cestos, as prateleiras, o balcão e a máquina registadora que,
simultaneamente, são bens classificados como bens de produção, porque a sua função é a produção
de outros bens, mais especificamente, bens de equipamento.
Como exemplos de bens não duradouros, ou seja, aqueles cuja capacidade de satisfação de uma
necessidade se esgota numa utilização, temos o pão, que também é classificado como bem material,
porque tem existência física e é armazenável, e de consumo, porque a sua função é a satisfação
direta de uma necessidade. Temos, ainda, a farinha, a água, o sal, o fermento, etc., que, para além
de serem não duradouros, são classificados quanto à sua função como bens de produção, de
consumo intermédio, matérias-primas, porque são transformados e incorporados no produto final (o
pão).
O serviço prestado pelos vendedores da padaria é um bem imaterial, por ser intangível e não
armazenável.

6. Quando as laranjas são utilizadas pela Maria, satisfazem de forma direta e imediata uma
necessidade: fazer um copo de sumo ao pequeno-almoço. Por isso, quanto à sua função, as laranjas
são bens de consumo. Contudo, quando utilizadas pela fábrica, as laranjas desempenham uma
função distinta e passam a ser consideradas como bens de produção, porque são utilizadas como
matérias--primas na fabricação de outro bem, sumo empacotado, satisfazendo, assim, de forma
indireta, a necessidade de alguém beber um copo de sumo.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Página 95
7. Podemos definir processo produtivo como o conjunto dinâmico de fases ou etapas através das
quais um conjunto de bens transforma (bens de equipamento) e se vai transformando (bens de
consumo intermédio) em produtos acabados e aptos a serem utilizados na satisfação de
necessidades (bens de consumo final).

8.1. A atividade económica desenvolvida pelo Sr. José é a produção, porque ele cultiva (produz) um
bem (espinafres), capaz de satisfazer necessidades humanas.

8.2. A atividade principal desenvolvida pelo Sr. José está relacionada com a agricultura, ou seja, com
o aproveitamento dos recursos naturais (terra, sol, água), sem que estes sofram transformação, e
com a recolha de bens que a Natureza disponibiliza (os espinafres). Por isso, de acordo com a
classificação de Colin Clark, a atividade desenvolvida insere-se no setor primário.

8.3. O processo produtivo dos espinafres embalados é constituído por um conjunto de etapas
necessárias à produção de um bem (espinafres embalados), englobando todas as fases de
transformação, desde a entrada das matérias (espinafres e embalagens), passando pelo processo
de seleção, limpeza e embalamento até à obtenção do bem, apto a ser utilizado na satisfação de
necessidades.

9. Figura 1 – Segundo Colin Clark, a extração de minério do subsolo insere-se no setor primário por
se tratar de uma atividade de recolha de bens que a Natureza disponibiliza.

Figura 2 – A produção de energia pertence ao setor secundário. Na figura, vemos o vento que, sem
a transformação obtida através de um processo produtivo, não satisfaz a necessidade que a energia
elétrica satisfaz.

Figura 3 – A criação de animais (pecuária) insere-se no setor primário.

10. Tendo em conta o conceito de produção, uma vez que o trabalho do Simão não é remunerado e
o serviço produzido não se destina ao mercado (não será transacionado), não é incluído nessa
conceção.

Página 98
11.1. Em 1974, a população empregada estava distribuída de forma equilibrada pelos 3 setores de
atividade. Do total da população empregada, o setor primário empregava 35%, o setor secundário
34% e o setor terciário 31%.
Entre 1974 e 2019, esta distribuição alterou-se, uma vez que, em 2019, o setor terciário passa a
ocupar a maior percentagem da população empregada (70%), tendo duplicado a sua importância. O
setor primário que, em 1974, ocupava 1/3 da população empregada foi aquele que perdeu mais peso,
passando a utilizar, apenas, 5% do total da população empregada.

11.2. Conforme pode ser constatado da análise dos dois gráficos, a evolução do peso da população
empregada, passando o setor terciário a representar o maior contributo (70%), em detrimento do setor
primário que perdeu peso e passou a representar o menor contributo (5%) na ocupação da população
empregada total, sendo estas características de uma economia desenvolvida, podemos concluir que
o nível de desenvolvimento de Portugal melhorou.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

11.3. O conceito de terciarização de uma economia está associado ao peso do contributo do setor
terciário na criação da riqueza de um país (medida através do produto) e na ocupação dos
trabalhadores (medida através da percentagem da população empregada em cada setor de
atividade).
Da análise dos gráficos referidos, podemos dizer que houve um processo de terciarização da
economia portuguesa entre 1974 e 2019, uma vez que o setor terciário passou a ocupar a maior
percentagem da população empregada (70% contra 35%) e a gerar a maior percentagem do produto
(passou de 48% para 76%).

12. Os fatores de produção correspondem a tudo aquilo que é indispensável à produção, e


encontram-se agrupados em três grupos: trabalho, capital e recursos naturais.

13.1. Os recursos naturais são aqueles que são obtidos da Natureza e que têm utilidade mesmo sem
terem sofrido qualquer transformação produzida pelo ser humano. Com base neste conceito, na
primeira figura, podemos identificar, como recursos naturais, os peixes no seu habitat natural e a água
(do mar ou do rio) e, eventualmente, a areia do mar. Na segunda imagem, as florestas, o Sol e o ar.

Tópicos para debate:


Explicitar o conceito de recurso natural e dar exemplos.
Explicitar o conceito de recurso natural renovável e dar exemplos.
Estabelecer a relação entre a intensidade da utilização do recurso natural e a capacidade de
regeneração da Natureza.
Debater as possíveis situações em que o recurso poderá ser considerado natural e renovável ou não.
Promover a reflexão sobre a importância do consumo responsável e sustentável.

Página 113
14.2. O texto refere que a “experiência” do agricultor assim como a sua “formação especializada” são
“o fator diferenciador da sua produção”. Ora, tendo presente o conceito de trabalho (ou recurso
humano), enquanto conjunto de competências, experiência profissional e aptidões humanas,
remuneradas, utilizadas na produção de bens e de serviços, quanto maior for a experiência e
melhores forem essas competências e aptidões, maior será o aumento da quantidade de bens que o
agricultor produzirá em cada hora de trabalho, permitindo a redução do custo de produção de cada
unidade, e melhor será a qualidade da produção. Estes fatores permitem que a sua produção seja
mais competitiva no mercado, ou seja, mais barata e melhor do que a de outras empresas, suas
concorrentes.

14.3. A produção de bens e de serviços resulta da combinação dos fatores produtivos, recursos
naturais, trabalho e capital, sendo este último derivado dos outros dois fatores. Não é possível
produzir cenouras sem a intervenção de, pelo menos, um trabalhador, porque, no limite, se as
cenouras nascessem espontaneamente da Natureza, elas teriam de ser recolhidas antes de
satisfazerem a necessidade de alimentação. Da mesma forma, um agricultor, para produzir,
necessita, no limite, da terra, da água da chuva e da semente de uma planta para a cultivar, mas
precisará também de enxadas e de sistemas de rega para os dias de seca, etc.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Página 114
15.1.
Apresentar fórmula:

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 = 𝑥100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎

Apresentar processo e resultado com unidade de medida:

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎
6,7 = 𝑥100
5260

População desempregada = 5260 x 0,067 ↔População desempregada = 352,42 milhares de


indivíduos.

15.2.
Apresentar fórmula:

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑒𝑚𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎


𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑜 𝑓𝑒𝑚𝑖𝑛𝑖𝑛𝑜 = 𝑥100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑓𝑒𝑚𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎
População ativa total = População ativa feminina + população ativa masculina

Apresentar processo e resultado com unidade de medida:


5260 = 2655,1 + população feminina ativa ↔ População feminina ativa (M) = 2 604,9 milhares de
indivíduos.

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑒𝑚𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎


7,5 = 𝑥100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑓𝑒𝑚𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎

↔ População desempregada feminina = 0,075 x 2 604,9 ↔ População desempregada feminina =


195,368 milhares de indivíduos

15.3.
Apresentar fórmula:

𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑥100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Taxa de atividade + taxa de inatividade = 100% (ou 1)

Apresentar processo e resultado com unidade de medida:

5260
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑥100 ↔ 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 51,24%
10 264,8

Taxa de inatividade = 1-0,5124 ↔ taxa de inatividade = 48,76%

Página 117
17. A inovação tecnológica altera a estrutura do emprego e modifica os perfis profissionais e pode
eliminar postos de trabalho. Assim, o desemprego tecnológico resulta da dificuldade de adaptação do
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

trabalhador às novas tecnologias e da substituição do trabalhador por algum tipo de tecnologia


(automação, robotização, informatização) que desempenha a mesma função.

18. O desemprego repetitivo pode resultar da sazonalidade de determinadas atividades económicas


e, também, da inadaptação do trabalhador a sucessivos postos de trabalho, muitas vezes, por falta
de formação, tal como acontece com o desemprego tecnológico. Assim, o desemprego repetitivo e o
desemprego tecnológico têm como causa comum esta incapacidade do trabalhador acompanhar as
novas tecnologias adotadas pelas empresas.

19.1. Tendo presente que o desemprego tecnológico, ou seja, aquele que resulta da extinção de
alguns postos de trabalho (ou de profissões) e da inadequação dos trabalhadores à evolução
tecnológica, se pode transformar em desemprego de longa duração, por se prolongar para além de
um ano, devido à menor rapidez das empresas e dos trabalhadores no ajustamento à modificação
dos perfis profissionais.
De acordo com o texto, idealmente, os empregos destruídos ou perdidos, na sequência do processo
de robotização nos setores da indústria transformadora e no comércio, seriam substituídos por outros
e os trabalhadores deveriam acompanhar essa evolução através da requalificação e da melhoria das
suas competências. A velocidade com que a inovação acontece justifica a importância da formação
ao longo da vida, para que se dê a reconversão da força de trabalho. Outro fator importante para
evitar que esse desemprego se transforme em desemprego de longa duração é o crescimento
económico e o investimento das empresas que criem mais emprego para esses trabalhadores
requalificados.

19.2. Um processo produtivo robotizado caracteriza-se pela utilização de equipamentos


eletromecânicos, programáveis, que têm capacidade de movimento, sendo alguns dos seus
benefícios o facto de permitir aumentar a produção, aumentar a eficiência e diminuir os custos de
produção, possibilitar a produção ininterrupta e permitir a redução dos acidentes de trabalho (escolher
um deles). Como exemplo de um dos seus custos, temos o desemprego por falta de adaptação e/ou
formação adequada (tendo em conta que ainda não falámos nos custos do investimento).

20.1. Da comparação dos dados referentes à taxa de desemprego de longa duração relativos ao ano
de 2018, podemos constatar que, em Portugal, a taxa de desemprego de longa duração é menor em
comparação com a média da União Europeia, em 0,1 pontos percentuais, a total e a masculina, e em
0,2 pontos percentuais, a feminina. Em Portugal, como na U.E., a taxa de desemprego de longa
duração das mulheres (3,2% e 3,4%, respetivamente) é maior que a dos homens (3% e 3,1%,
respetivamente) Contudo, a diferença entre elas é maior na média da U.E. (0,3 p.p.),
comparativamente a Portugal (0,2 p.p).

Página 125
21. O conceito de riqueza traduz a posse de bens e a sua utilização para satisfação direta das
necessidades do seu proprietário, que difere do conceito de capital, uma vez que ele é a aplicação
dos bens no processo produtivo.

22. A produtividade de um fator produtivo mede a quantidade (ou o valor monetário) da produção que
se obtém com a utilização de uma determinada quantidade (ou valor monetário) do fator produtivo
utilizado e pode ser representada pela seguinte expressão matemática:
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑜𝑢 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟)𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜


𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜 =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑜𝑢 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟) 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟

Desta forma, quando dizemos que a produtividade de um fator produtivo aumentou, significa que se
obtém maior quantidade (ou valor) de produção por cada unidade (física ou monetária) do fator
produtivo utilizado, ou se obtém a mesma quantidade (ou valor) da produção com menor quantidade
(ou valor) do fator produtivo.

23. Dizer que, na empresa X, no mês de abril, a produtividade média do trabalho foi de 5 unidades
monetárias por cada unidade monetária gasta, significa que, por cada unidade monetária utilizada
com o fator produtivo trabalho (gastos com o pessoal), a empresa cria valor (produção)
correspondente a 5 unidades monetárias (nota que, neste caso, no indicador produtividade média, o
numerador e o denominador estão expressos em unidades monetárias).

Página 126
24.1. A Lei dos rendimentos marginais decrescentes (LRMD) afirma que, se adicionarmos unidades
sucessivas de um fator produtivo variável a um fator produtivo fixo, os aumentos da produção, a partir
de certo ponto, são progressivamente menores. Para se determinar o número de trabalhadores a
partir do qual a LRMD se verifica, analisamos o comportamento da produtividade marginal do
trabalho, calculada a partir da seguinte expressão:

𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑃𝑚𝑔) =
𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜
Número de Quantidade produzida
Pmg do trabalho
trabalhadores por dia (em unidades)
1 50 -
2 150 100
3 289 139
4 448 159
5 580 132
6 670 90
7 700 30

Podemos concluir que a Pmg do trabalho é máxima quando a empresa emprega o 4.º trabalhador,
verificando-se a LRMD a partir do 5.º trabalhador, porque, ao acrescentarmos o 5.º trabalhador, o
acréscimo de produção é menor (132 unidades) do que aquele que se conseguiu ao acrescentar o
4.º trabalhador (159 unidades).

24.2. Uma vez que os dados são fornecidos em unidades físicas:

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜 = ↔
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟

670
↔ 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 =
6
Produtividade média do trabalho (quando são utilizados 6 trabalhadores) = 111,66 bolos/trabalhador.
Se a empresa utilizar 6 trabalhadores, em média, cada trabalhador produzirá 111,6 bolos.

24.3. O maior acréscimo de produção acontece quando a produtividade marginal do fator variável
(trabalho) atinge o seu valor máximo, neste caso, quatro trabalhadores.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

25.1. Os pontos estão assinalados numa isoquanta, ou seja, numa curva que expressa as diferentes
combinações de fatores produtivos que permitem obter o mesmo nível de produção. Assim, esta
empresa pode obter diariamente 12 000 unidades do bem, utilizando qualquer uma das combinações
definidas pela isoquanta 1, destacando-se 3 exemplos, nomeadamente, utilizando 30 trabalhadores
e 120 máquinas (ponto D), 60 trabalhadores e 60 máquinas (ponto E) ou 110 trabalhadores e 40
máquinas (ponto F).

25.2.
Apresentar fórmula:

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜 = ↔
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟

Apresentar processo e resultado com unidade de medida:

12 000
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 (𝑃𝑚𝑑) 𝑒𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑠 = ↔ 𝑃𝑚𝑑 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙
120𝑥12,5€
12 000
= ↔ 𝑃𝑚𝑑 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 = 8 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑢. 𝑚. 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙
150 000

Por cada u.m. aplicada em capital, a HORTORIZ produz 8 caixas de tomates, por dia.

Página 131
26. Os custos fixos são todos aqueles que não variam com a atividade da empresa (produção ou
vendas) e os custos variáveis são todos os que variam com ela.

27. Se um determinado aumento do volume de produção for acompanhado por um aumento menos
do que proporcional dos custos de produção, o custo total médio diminui, e teremos economias de
escala; se for acompanhado por um aumento mais do que proporcional dos custos de produção, o
custo total médio aumenta, e teremos deseconomias de escala.

28. São fatores que implicam redução do custo médio de produção, por exemplo, o aumento da
produtividade do trabalho e/ou do capital, a inovação tecnológica, a especialização dos trabalhadores,
a melhor capacidade da empresa para negociar preços com os fornecedores, a obtenção de melhores
taxas de juros no financiamento da empresa, etc. (escolhe dois)

29. Explicitar o conceito e fórmula de cálculo:


O custo total médio representa o custo de cada unidade produzida e pode ser obtido através da
seguinte expressão:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝐶𝑇)


𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 ) =
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 (𝑄)

𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒, 𝐶𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐹𝑖𝑥𝑜 (𝐶𝐹 ) + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 (𝐶𝑉)

Apresentar processo e resultado com unidade de medida:

𝐶𝑇 = 1 400 + 24 600 ↔ 𝐶𝑇 = 26 000 €

26 000 €
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑜𝑢 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 ) = ↔ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑜𝑢 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 ) = 2,50 €
10 400 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Página 132
30.1. O aluno deve apresentar e identificar todas as fórmulas e cálculos que efetuar.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝐶𝑇)


CT = CF + CV e 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 ) = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 (𝑄)

Tendo em conta o conceito de custos variáveis, despesas suportadas por uma unidade produtiva que
varia em função da quantidade produzida, quando a empresa produz zero unidades, apenas irá
suportar os custos fixos. Então, CV = 0 e CT = CF + 0.
Tendo em conta o conceito de custos fixos, despesas suportadas por uma unidade de produção,
independentemente das quantidades produzidas, se a calcularmos, será igual para todas as
quantidades apresentadas. Assim, quando a empresa produz 10 000 unidades, suporta um custo
total de 50 000 €, então CF = CT – CV ↔CF = 50 000 – 30 000 ↔ CF = 20 000 €.

50 000
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜 (𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧 10 000 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠) = ↔ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 = 5,00 €
10 000

Voltando ao cálculo do CT, quando Q=0, CT = 20 000 € e não há lugar ao cálculo do custo unitário.
Para determinar a quantidade, quando o custo unitário é de 3 € e o custo total é de 60 000 €,
substituímos na expressão:

60 000
3 = ↔ 𝑄 = 20 000
𝑄

Quando a empresa produz 25 000 unidades:

𝐶𝑇
2,5 = ↔ 𝐶𝑇 = 62 500 € 𝑒, 𝑐𝑜𝑚𝑜 62 500 = 20 000 + 𝐶𝑉 ↔ 𝐶𝑉 = 42 500 €
25 000

Fazemos o mesmo raciocínio, quando o custo total é de 78 000 €:

78 000
3 = ↔ 𝑄 = 26 000 𝑒, 𝑐𝑜𝑚𝑜 78 000 = 20 000 + 𝐶𝑉 ↔ 𝐶𝑉 = 58 000 €
𝑄

Completar o quadro:
Quantidade produzida Custos Fixos Custos variáveis Custo Total Custo total médio
diariamente (CF) (CV) (CT) (custo unitário)
(em unidades) (em €) (em €) (em €) (em €)

0 20 000 0 20 000 -

10 000 20 000 30 000 50 000 5

20 000 20 000 40 000 60 000 3

25 000 20 000 42 500 62 500 2,5

26 000 20 000 58 000 78 000 3

30.2. Considerando que, no longo prazo, o ponto ótimo da produção toma o nome de dimensão
ótima e é aquele que corresponde ao mínimo custo unitário de produção, esta empresa atinge essa
dimensão quando produz 25 000 unidades por dia, uma vez que consegue obter o custo total médio
(ou custo por unidade) mais baixo, 2,50 euros por unidade produzida. Se produzir 20 000 unidades,
terá um custo por unidade mais elevado (3,00 €), o mesmo sucedendo se produzir mais do que 25 000
unidades.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

30.3. Com base nos pontos correspondentes à quantidade produzida e respetivos custos unitários,
construir o seguinte gráfico:

Custo total médio (ou custo unitário)


6 5
5

Custo unitário
4 3 3
3 2.5

2
1
0
0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000
Quantidade produzida

30.5. A partir dos resultados obtidos na alínea 30.1, podemos verificar que, quando a empresa produz
10 000 unidades, cada unidade tem um custo total médio de 5 €, por isso, o preço de venda de 4,80
€ por unidade não permite cobrir os custos suportados.
A partir da produção de 20 000 unidades, a diferença entre preço de venda e custo de cada unidade
passa a ser positiva (4,80 € – 3,00 €).

30.6. A Lei das Economias de Escala diz que, até certo ponto, à medida que aumenta a produção,
diminui o custo total médio (ou unitário). Uma vez que o aumento da produção de 10 000 para 20 000
unidades (aumento de 100%) implicou um aumento menos do que proporcional do custo total, que
passou de 50 000 € para 60 000 € (aumento de 20%), o custo total médio (ou unitário) diminui de 5 €
para 3 €, havendo, portanto economias de escala.

Página 134

Verifica a tua aprendizagem

1. Tendo em conta a relação que os bens estabelecem com outros bens, podemos identificar na
imagem 1 um candeeiro e uma lâmpada, que são bens complementares, porque a utilidade do
candeeiro e da lâmpada só existe se os dois bens forem utilizados em conjunto, assim como na
imagem 2, o caderno e o lápis. Nestes dois conjuntos, a complementaridade é horizontal, porque se
estabelece entre bens de consumo.
Na imagem 2, também encontramos bens que satisfazem a mesma necessidade, ou seja, bens
sucedâneos, o computador e o caderno, assim como, na imagem 3, temos os fósforos e o isqueiro.

3.1. Na imagem, está presente o conceito de processo produtivo, uma vez que traduz um conjunto
dinâmico de fases de transformação que se inicia após a entrada das matérias-primas e culmina com
a saída do produto final.

5.1. Em termos dinâmicos, o setor terciário foi o mais importante para a criação de emprego, já que,
de acordo com o gráfico 32, em 2019, comparativamente a 2018, apesar da diminuição verificada no
setor primário (-8,2%), houve aumento do emprego total (1%) que resultou, sobretudo, do aumento
do emprego no setor terciário (2%), já que no secundário o aumento foi pequeno (0,3%).
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

6.1.
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑃𝑚𝑑) =
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 (𝑃𝑚𝑔) =
𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

10 10−0
Q=10: Pmd = 1
↔ Pmd = 10 unid./trabalhador; Pmg= 1−0
↔ Pmg = 10 unid.

24 24−10
Q=24: Pmd = 12
↔ Pmd = 12 unid./trabalhador; Pmg= 2−1
↔ Pmg = 14 unid.

39 39−24
Q=39: Pmd = 3
↔ Pmd = 13 unid. /trabalhador; Pmg= 3−2
↔ Pmg = 15 unid.

52 52−39
Q=52: Pmd = 4
↔ Pmd = 13 unid./trabalhador; Pmg= 4−3
↔ Pmg = 13 unid.

61 61−52
Q=61: Pmd = 5
↔ Pmd = 12,2 unidades/trabalhador; Pmg= 5−4
↔ Pmg = 9 unid.

Trabalho Produtividade Produtividade


Produção (centenas Capital
(horas de trabalho por marginal do média do
de Kg por dia)
dia) trabalho trabalho

0 0 5 - -

10 1 5 10 10

24 2 5 14 12

39 3 5 15 13

52 4 5 13 13

61 5 5 9 12,2

6.2. Mantendo-se constante as unidades do fator capital, quando a empresa emprega o terceiro
trabalhador, o acréscimo na produção é máximo (Pmg = 15), então, a combinação 5 unidades de
capital e 3 horas de trabalho é aquela que garante a máxima eficiência técnica, uma vez que, de
acordo com a Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes (LRMD), a partir dessa combinação, se
adicionarmos unidades sucessivas do fator produtivo variável, que neste caso é o trabalho, a um fator
produtivo fixo, neste caso o capital, os aumentos da produção serão progressivamente menores.

6.3. Para o cálculo da produtividade total, relacionamos a produção com a soma dos dois fatores
produtivos. Uma vez que produção (24 centenas de Kg), capital (5 unidades) e trabalho (2 horas)
estão expressos em unidades físicas diferentes, torna-se necessário a sua tradução em valores
monetários:

Valor de mercado da produção = 2 4 00 Kg x 2 € ↔ Valor da produção = 4 800 €

Valor do trabalho = 2 x 5,50 € ↔ Valor do trabalho = 11 €

Valor do capital = 5 x 100 € ↔ Valor do capital = 500 €

Valor da produção 4 800


𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ↔ 𝑃𝑟𝑜𝑑. 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
valor dos fatores produtivos utilizados 511
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Produtividade total = 9,39

Quando são utilizadas duas unidades (horas) de trabalho e 5 de capital, por cada unidade monetária
utilizada nos fatores produtivos trabalho e capital, obtemos 9,39 unidades monetárias de produção,
ou seja, nove vezes mais (aproximadamente).

Domínio 4

Página 152

Sugestões de respostas

4.2. A deslocação ao longo da curva da procura 1, do ponto A (60;5) para o ponto B (40;15), resulta
do aumento do preço do bem Y, de 5 € para 15 €, que, segundo a lei da procura, mantendo-se tudo
o resto constante, implicou a diminuição da quantidade procurada, de 60 para 40 unidades.
Tendo presente que a curva da procura agregada é a soma das curvas de procura individuais e que
as restantes determinantes da procura não se alteraram, esta deslocação acontece porque alguns
compradores reduziram as suas intenções de compra e outros deixarão mesmo de procurar o bem,
uma vez que, como o seu rendimento é o mesmo, terão de fazer escolhas e renúncias de consumo,
ou, ainda, porque o preço dos bens substitutos é o mesmo, podendo estes tornarem-se, agora,
relativamente mais baratos (entre outras explicações para este comportamento da procura).

Página 153
5.2. A Lei da procura traduz a relação entre a variação na quantidade procurada de um bem e a
variação no preço desse bem e diz que, mantendo-se tudo o resto constante, a quantidade procurada
varia na razão inversa ao preço. Da análise dos dados do quadro 2, podemos constatar que, à medida
que o preço sobe sucessivamente, de 1 até 6, a quantidade procurada diminui sucessivamente, de
120 até 25 unidades.

6.2. Há deslocação para a esquerda da curva da procura de lírios, já que na sequência da diminuição
do preço de um bem substituto, as rosas, mantendo-se tudo o resto constante, para cada um dos
preços dos lírios, diminui a quantidade procurada de lírios.
Essa deslocação acontece porque, considerando que as floristas mantêm constante o preço pedido
pelos lírios, a opção das compradoras pelas rosas resulta da racionalidade económica e deve-se ao
facto de as rosas passarem a ser relativamente mais baratas.

6.3. Com exceção do aumento do preço dos lírios (porque provoca deslocação ao longo da curva),
as determinantes que provocam deslocação da curva da procura para a direita são, por exemplo, o
aumento do rendimento disponível das famílias, o aumento do preço dos bens substitutos, a
diminuição do preço dos bens complementares, alteração dos gostos dos consumidores (aumenta a
preferência).

Página 160
8. Uma deslocação da curva da oferta de um bem para a direita revela que, para os mesmos preços,
agora os vendedores estão dispostos a oferecer uma quantidade maior desse bem. Esta situação
acontece quando há diminuição dos custos de produção, aumento da produtividade do trabalho e/ou
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

do capital, da inovação tecnológica (por permitir reduzir custos, aumentar a produtividade, melhorar
o produto existente ou acrescentar um novo produto, etc.), quando diminui o preço dos bens
substitutos (porque, mantendo-se tudo o resto constante, alguns dos produtores desses bens
substitutos, irão abandonar essa produção para produzir o bem mais caro, porque dará mais lucro),
quando aumenta o preço dos bens complementares (uma vez que os vendedores de bens
complementares têm o mesmo comportamento). Se estivermos a falar de bens agrícolas, outro
exemplo poderá ser as boas condições climáticas para a produção desse bem.

9. A partir do conceito de oferta agregada, para cada um dos preços apresentados, a quantidade
oferecida será a soma das ofertas individuais, como pode ser constatado na seguinte tabela:

Preço de cada telemóvel (em €) 1500 1800 2000 2100 2500

Pela empresa A 10 15 19 21 28
Quantidade oferecida Pela empresa B 6,5 7,7 8,5 8,9 10,5
(em milhares de
Pela empresa C 15 18 20 21 25
unidades)
Pela empresa D 3 3,6 4 4,2 5
OFERTA AGREGADA
34,5 44,3 51,5 55,1 68,5
(em milhares de unidades)

Representação gráfica da oferta agregada:

Oferta do bem telemóveis


3000
(68,5; 2500)
2500 (55,1; 2100)
(51,5; 2000)
Preço (em euros)

2000 (44,3; 1800)


(34,5; 1500)
1500

1000

500

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
quantidade (em milhares de unidades)
oferta agregada

6. No texto, a inovação tecnológica é referida como determinante da oferta, na medida em que ela
permite o aumento da produtividade e da eficácia no processo produtivo, com implicações na redução
dos custos de produção e no aumento da quantidade oferecida. Assim, mantendo-se tudo o resto
constante, a curva da oferta desloca-se para a direita, pois, para cada um dos preços, a quantidade
oferecida será maior.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

12.2.

12.3. Há excesso da oferta para qualquer preço acima do preço de equilíbrio (25 euros), uma vez
que, para cada um desses preços, a quantidade oferecida é superior à quantidade procurada. Por
exemplo, ao preço de 30 euros, a quantidade que os vendedores estão disponíveis a oferecer é de
60 unidades, mas os compradores só estão interessados em adquirir 30 unidades.

Página 166
13. Em equilíbrio, a procura é igual à oferta, por isso, podemos igualar as respetivas expressões e
calcular o preço de equilíbrio:

Q procurada = Q oferecida ↔ 400 – 2P = -200 + 4P ↔ P e = 100 u.m.

Substituindo esse valor na expressão da procura (ou da oferta), teremos a quantidade de equilíbrio:

Q procurada = 400 – 2x 100 ↔ Q = 200 toneladas. Ou Q oferecida = - 200 + 4x100↔ Q = 200


toneladas.

Q e = 200 toneladas.

O Ponto (200; 100) mostra que, no mercado de cerejas, para um preço de 100 u.m., a quantidade
transacionada de cerejas será de 200 toneladas, valores que satisfa zem os interesses de ambas as
partes, compradores e vendedores.

Para fazer a representação gráfica, construa o seguinte quadro com o preço de equilíbrio e dois
preços hipotéticos, para definir três pontos (bastam dois para definir uma reta):

PROCURA OFERTA s
Q=400-2P Q=400-2P

P Q P Q

50 300 50 0

100 200 100 200

150 100 150 400


5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

13.2. Na situação inicial de equilíbrio, ao preço de 100 unidades monetárias, há convergência dos
interesses de ambos os intervenientes no mercado de cerejas, os compradores estão interessados
em adquirir 200 quilogramas e os vendedores estão interessados em vender, igualmente, 200
quilogramas do bem.
Mantendo-se tudo o resto constante, o aumento do preço dos fertilizantes provocará um aumento dos
custos de produção, por isso, ao preço de equilíbrio (100 u.m.) e para cada um dos preços, os
produtores terão menor margem de lucro, assim, a quantidade oferecida será menor. O mesmo é
dizer que a curva da oferta deslocar-se-á para a esquerda.
Esta deslocação da curva da oferta para a esquerda provocará um desequilíbrio no mercado das
cerejas, ao preço de equilíbrio anterior, 100 u.m., portanto, haverá excesso de procura face à oferta.
Os vendedores percebem que podem aumentar o preço do bem dada a escassez de oferta face à
procura. Tendo presente a Lei da oferta, como o preço do bem sobe, a quantidade oferecida aumenta
(deslocação ao longo da curva da oferta).
A nova situação de equilíbrio, no mercado de cerejas situar-se-á (comparando-a com o equilíbrio
inicial) à esquerda (quantidade inferior) e acima da anterior (o preço será maior).

14.1. Os bens são substitutos (porque têm a capacidade de satisfazer a mesma necessidade).
Na sequência da diminuição do preço do transporte aéreo, e mantendo-se as restantes determinantes
da oferta e da procura constantes, a curva da procura de transporte rodoviário deslocar-se-á para a
esquerda, pois para o preço de equilíbrio inicial (35 euros por viagem), a quantidade procurada de
viagens em transporte rodoviário será inferior à quantidade oferecida (porque alguns compradores
passam a preferir a viagem aérea, cujo preço baixou), existindo excesso de oferta.
No curto prazo, no mercado do transporte rodoviário, como, ao preço de 35 euros, a oferta de
transporte rodoviário excede a sua procura, os prestadores desse serviço tendem a diminuir o preço
do transporte rodoviário, para cativar mais compradores.
Uma vez que os preços começam a baixar, o interesse de alguns consumidores vai aumentando.
Tendo em conta a lei da procura, há uma deslocação ao longo da curva da procura, para baixo e para
a direita, dando origem à formação de um novo ponto de equilíbrio. O novo preço de equilíbrio será
inferior a 35 euros por viagem e a quantidade de viagens (procurada e oferecida) será inferior a
20 000.

Página 174
19. O bem é produzido por uma única empresa e a parte inicial do texto justifica o facto de ser um
Monopólio natural.
Ao longo do texto, são apresentadas as seguintes características: existência de um único vendedor
ou produtor, que tem total controlo sobre o preço de um bem, que é único, pois não tem substitutos
próximos no mercado.

20. Tendo em conta as características do mercado de concorrência perfeita, o mercado de laranja


deverá verificar os seguintes requisitos: entrada fácil no mercado com igual acesso à informação para
todos os produtores, existência de um elevado número de pequenas empresas que produzem
laranjas (atomicidade), que oferecem um produto homogéneo, não havendo substituto perfeito; por
isso, cada produtor, isoladamente considerado, não terá qualquer poder ou controlo sobre o preço de
venda de laranjas.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Página 175

Verifica a tua aprendizagem

3.2. Tendo em conta as componentes do rendimento disponível dos particulares, o aumento dos
salários de todas as famílias conduzirá ao aumento do rendimento disponível das mesmas. O
rendimento disponível é um dos fatores determinantes da procura. Assim, com o aumento do
rendimento disponível de todas as famílias, para cada um dos preços do bem X (ou para o mesmo
preço), as famílias estarão dispostas a adquirir maiores quantidades desse bem, havendo,
consequentemente, deslocação da curva da procura para a direita.
O aumento dos salários de todas as famílias também tem implicações na oferta do bem X, porque
conduz ao aumento dos seus custos de produção para todos os vendedores. Tendo em conta os
fatores determinantes da oferta, o aumento dos custos de produção de todos os vendedores implicará
que, para cada um dos preços do bem X (ou para o mesmo preço), alguns vendedores irão abandonar
ou reduzir a sua produção porque o lucro será menor. Assim, para cada um dos preços do bem X
haverá menor quantidade oferecida e, consequentemente, haverá deslocação da curva da oferta para
a esquerda.

Domínio 5

Página 186

Sugestões de respostas

3. Trata-se de moeda escritural, ou seja, moeda criada porque o banco concede crédito, e
corresponde a registos contabilísticos realizados nas contas correntes dos bancos. Este tipo de
moeda não tem valor de uso (não tem utilidade para a satisfação de uma necessidade), como
acontece com a moeda metálica, feita de metais que também são utilizados como matérias-primas
de outros bens, ou como acontecia com a moeda mercadoria. Uma vez que a moeda escritural não
tem valor de uso e constitui apenas um valor de troca, dizemos que, com ela, se dá o início da
desmaterialização da moeda.

Página 192
9.1. (Nesta atividade, é possível fazer a articulação entre as aprendizagens essenciais relativas aos
domínios 3 e 5.)

Primeira etapa: Cálculo do Custo Total


CT = Custo variável (CV) + Custo fixo (CF)
CT = 100 + 400↔ CT = 500 €

Segunda etapa: Cálculo do Custo total médio (ou custo unitário)


Custo total (100+400)
Custo unitário = quantidade produzida ↔Custo unitário = ↔Custo unitário = 0,50 €
1000

9.2. Preço de venda de cada unid. (pv) = preço de custo de cada unid. (pc) + margem de
comercialização (mc)

mc = 60% x pc ↔ pv = pc + 60% x pc ↔ pv = pc (1 + 0,60) ↔ pv = 0,5*1,60 ↔


5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Preço de venda unitário = 0,80 €

10.1. Referir que o valor de um bem corresponde a uma avaliação da satisfação que a posse do bem
proporciona, ou seja, da sua utilidade.
Quanto maior for a utilidade atribuída a um bem ou serviço, maior será o valor que lhe será atribuído
e, consequentemente, a quantidade de moeda necessária para o obter, ou seja, o seu preço (porque
os bens económicos são escassos).

10.2. O texto faz referência à procura e à oferta dos bilhetes de ambos os espetáculos ao referir o
tempo em que estes ficaram esgotados, mas há outros fatores determinantes do preço dos bilhetes
para além da oferta e da procura de bilhetes dos espetáculos (mecanismo de mercado), tais como os
custos de produção de cada evento e as respetivas margens de vendas e, ainda, as preferências dos
consumidores, entre outros.
Tendo em conta o texto, que nada refere relativamente aos custos e à margem bruta de vendas, o
fator determinante da diferença de preços foi o excesso de procura face à oferta de bilhetes para o
espetáculo da Madonna e o excesso da oferta face à procura de bilhetes para o outro espetáculo que
foi, com certeza, consequência direta das preferências dos espectadores.

Página 203
11.2. O Índice de Preços no Consumidor (IPC) é calculado tendo em conta a relação entre o valor do
cabaz de bens e de serviços (considerado representativo do consumo médio das famílias), no ano
que se está a considerar, e o valor desse cabaz num determinado ano-base. O IPC é um número
índice que mede a variação do nível médio de preços relativamente a esse ano-base; por isso, se for
superior a 100, significa que o nível médio de preços aumentou relativamente ao ano anterior e, tal
como se verifica neste caso (IPC 2020 = 91,3), sendo inferior a 100, significa que o nível médio de
preços diminuiu, relativamente ao do ano anterior (2019).

12. A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC), ou taxa de inflação
homóloga, representa a variação do IPC do mês corrente, relativamente ao IPC do mesmo mês do
ano anterior (mês homólogo), permitindo, assim, comparar o nível médio de preços do mês corrente
com o nível médio de preços do mesmo mês do ano anterior. No mês de outubro de 2019, o nível
médio de preços não sofreu alteração, comparativamente ao mesmo mês do ano anterior (outubro
de 2018), porque a referida taxa de variação foi de 0%.

13. A diferença pode ser explicada tendo em conta os respetivos conceitos. Assim, como o valor real
da moeda é expresso pela quantidade de bens (e serviços) que com ela podem ser adquiridos, a
perda do seu valor ocorre quando a inflação torna necessário despender uma maior quantidade de
moeda para adquirir a mesma quantidade de bens e serviços.
A deterioração (ou a redução) do poder de compra verifica-se quando a inflação provoca a redução
da quantidade de bens e serviços que é possível adquirir com a mesma quantidade de moeda
(com o mesmo rendimento ou salário nominal).
No primeiro conceito, estamos a falar da quantidade de moeda, mantendo-se a quantidade de bens,
no segundo, estamos a falar da quantidade de bens, mantendo-se a quantidade de moeda.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Página 205
14.2. Sabendo que o nível de vida é medido pelo indicador de poder de compra, calculado através da
fórmula:

Índice de rendimentos
Índice de poder de compra = 𝑥 100
IPC

Constatamos que este relaciona o Índice de rendimentos com o IPC, ou seja, com o indicador do
custo de vida. Então, mantendo-se o rendimento constante (numerador), se o custo de vida aumentar
(medido pelo IPC, que está no denominador), o nível de vida diminui; se o custo de vida diminuir, o
nível de vida aumenta.
Se, no entanto, o rendimento aumentar, mas menos do que o custo de vida, o nível de vida diminui;
se aumentar mais do que o custo de vida, o nível de vida aumenta.

Página 206

Verifica a tua aprendizagem

2.2. No texto, estão identificadas as dificuldades – existência de coincidência de interesses e de


estabelecimento de relações de troca justas. Na troca direta, quando uma pessoa tinha urgência ou
extrema necessidade em fazer uma troca, podia não encontrar alguém que estivesse, naquele
momento, interessado no bem que tinha para trocar ou, ainda, esse alguém poderia aproveitar-se da
situação de forma a fazer uma troca que, noutro contexto, poderia ser mais justa.

3.2. No texto, são referidos como fatores internos, ou seja, aqueles que dependem da gestão da
unidade produtiva, os custos de produção (custos totais = CF+ CV), que devem ser recuperados, e a
margem bruta de vendas, cujo objetivo é remunerar o capital; e como fatores externos, ou seja,
aqueles que não dependem da gestão da unidade produtiva, as determinantes do mercado, tais como
o número de produtores e de compradores no mercado do bem.

5.3. O valor real da moeda é expresso pela quantidade de bens (e serviços) que com ela podem ser
adquiridos. Uma vez que o nível médio de preços aumentou 4%, a moeda perdeu valor, pois será
necessária mais moeda para adquirir os mesmos bens.

5.5. É possível analisar o poder de compra com recurso ao indicador:

Índice de rendimentos
Índice de poder de compra = 𝑥 100
IPC

Um aumento de salários de 2% corresponde a um índice de rendimentos de 102 (100 é o índice do


ano-base; se cresceu 2% em relação ao ano-base, o índice é de 102).

IPC 2019−IPC 2018


O nível geral de preços aumentou 4%. Como a taxa de inflação é = IPC 2018
𝑥 100 , em que o
ano-base é 2018 (IPC 2018 = 100), então IPC 2019 = 104

102
Índice de poder de compra = 104 𝑥 100↔ Índice de poder de compra = 98,07.

Como o índice de poder de compra é menor do que 100, significa que diminuiu. Mantendo-se tudo o
resto constante, o salário da família não chegará para adquirir os mesmos bens que adquiria no ano
anterior, assim, a família perdeu poder de compra.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Nota: Nas respostas às questões 5.1., 5.2. e 5.4., devem ser apresentadas as respetivas fórmulas,
o processo e o resultado com a unidade de medida.

Domínio 6

Página 218

Sugestões de respostas

1.1. A atividade económica gera riqueza (valor acrescentado), que é repartida pelos agentes
económicos, que nela participam, sob a forma de rendimentos que constituem a sua remuneração
(pessoal ou funcional). Esta remuneração corresponde à distribuição ou repartição primária do
rendimento gerado pela atividade económica. (Rever a questão explicada da unidade 1 (esquema)
na página 31.)

2.1. Identificar os dois tipos de distribuição, referindo que a distribuição (ou repartição) dos
rendimentos primários é pessoal, quando diz respeito à sua distribuição pela população (famílias)
residente no país, aqui representada pela Maria, e será funcional, quando diz respeito à sua
distribuição pelos fatores produtivos (capital e trabalho), tendo em conta a função que cada um deles
desempenha no processo produtivo, aqui representado pelo trabalho da Maria, que será remunerado
através do salário.

2.2. Explicar que o salário corresponde à remuneração do fator produtivo trabalho, que tomará a
designação de salário bruto, quando calculado antes de deduzidos os encargos por conta do
trabalhador (descontos), IRS e contribuição para a segurança social.

2.3.
Salário líquido = Salário ilíquido – Encargos (descontos) do trabalhador ↔

Salário líquido = Salário ilíquido – (IRS + Contribuição para a segurança social) ↔

Salário líquido = Sal. ilíquido – (taxa de IRS x salário ilíquido + TSU x Salário ilíquido) ↔

Salário líquido = 650,00 - (0 + 650,00 x 11%) ↔ Salário líquido = 578,50 €

2.4. (Na tua resposta, deves começar por explicitar os conceitos presentes na pergunta.) O salário
que a Maria ganha é o salário nominal, ou seja, a quantidade de moeda que ela recebe pelo seu
trabalho e com o qual vai poder adquirir os bens e os serviços necessários à satisfação das suas
necessidades. Se, em abril, o salário da Maria aumentou de 620,00 € para 650,00 €, houve um
aumento do salário nominal de 4,8%, assim calculado:

650,00 – 620,00
Taxa de variação do salário nominal = 620
x 100 ↔

Taxa de variação do salário nominal = 4,8%

Simultaneamente, os preços aumentaram 1% relativamente ao mês anterior, então, o salário real da


Maria, ou seja, a quantidade de bens e de serviços que ela pode adquirir com o seu salário nominal
também aumentou, uma vez que o aumento do seu salário nominal foi superior ao aumento dos
preços.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

Esse aumento pode ser assim calculado, tomando o ano anterior como ano-base (índice 100): índice
Índice de rendimento 104,8
de poder de compra = x 100↔índice de poder de compra = 101
x 100 ↔
IPC
índice de poder de compra = 103,76 (é superior a 100, logo, houve aumento relativamente ao ano-base)

3. O texto faz referência aos seguintes rendimentos primários:


– salários, quando refere que alguns dos inquiridos sofreram quedas nos seus rendimentos por
razões ligadas ao emprego (despedimento, lay-off e redução de salário);
– lucros, quando refere que os empresários sofreram reduções de 71,7% nos rendimentos de
empresa;
– rendas, quando refere que os inquilinos puderam adiar o pagamento das rendas aos senhorios.

Página 235

Sugestões de respostas

4.1. Completar o quadro, tendo em conta que a repartição pessoal de cada família corresponde ao
somatório dos rendimentos por elas recebidos (somatório em linha) e que, a nível nacional, o valor
da repartição funcional é igual ao da repartição pessoal.

Famílias Salários Rendas Juros Lucros Repartição pessoal

A 12 100 0 40 300 12 440

B 7 500 0 0 0 7 500

C 35 000 0 200 400 35 600

D 0 30 460 500 50 000 80 960

Repartição funcional 54 600 30 460 740 50 700 136 500

Calcular o valor da remuneração do fator capital:

Apresentar Fórmula: Remuneração do capital = Rendas + Juros + Lucros

Apresentar processo: Remuneração do capital = 30 460 + 740 + 50 700

Apresentar resultado com unidade de medida: Remuneração do capital = 81 900 u.m.

4.3.
Calcular o peso do rendimento pessoal (de cada família) no total do RN:

12 440
Peso do rendimento pessoal da Família A no total do RN =136 500x 100↔ Peso do rend. Fam. A =
9,11%

7 500
Peso do rendimento pessoal da Família B no total do RN =136 500x 100↔ Peso do rend. Fam. B =
5,49%

35 600
Peso do rendimento pessoal da Família C no total do RN =136 500x 100↔ Peso do rend. Fam. C =
26,08%
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

80 960
Peso do rendimento pessoal da Família D no total do RN = 136 500x 100↔ Peso do rend. Fam. D =
59,3%

Ao comparar o peso do rendimento recebido pela família que recebe a menor proporção do RN
(família B) e a família que recebe a maior proporção (família D), podemos concluir que há uma grande
assimetria/desigualdade na repartição pessoal do rendimento, sendo que a família B recebe 5,49%
do rendimento distribuído nesse país, enquanto que a família D recebe 59,3% (cerca de dez vezes
mais).
A partir dos dados apresentados, constatamos que há desigualdade no acesso aos rendimentos dos
fatores produtivos. Assim, a família B recebe, apenas, rendimento do trabalho, sendo o mais baixo
das 4 famílias, e a família D recebe rendimento do capital, sendo o mais alto das quatro famílias.
Podemos referir, como exemplos de fatores determinantes da desigualdade no acesso aos
rendimentos/diferenças salariais (que podem resultar de diferente formação/qualificação, experiência
do fator produtivo trabalho, género, natureza do trabalho, localização geográfica e ramo de atividade
do local de trabalho, etc.), posse ou não do fator capital e rendimentos provenientes de riqueza
acumulada.

Página 237
6.1. O indicador S80/S20 permite avaliar a proporção da desigualdade na repartição de rendimentos,
entre os 20% da população com rendimentos mais elevados e os 20% da população com rendimentos
mais baixos. No quadro 6, constatamos que, em 2018, na área metropolitana de Lisboa, o indicador
S80/S20 era de 5,6. Isso significa que a proporção do rendimento total recebido pelos 20% da
população com maiores rendimentos é 5,6 vezes maior que a parte do rendimento auferido pelos
20% de menores rendimentos.

7.1. O Índice de Gini é um indicador de desigualdade, que varia entre 0 e 100 (ou entre 0 e 1), sendo
que 0 significa igualdade absoluta na distribuição do rendimento pessoal, e 100 (ou 1) significa
desigualdade total. Com base no gráfico, podemos constatar que, no período considerado, em
Portugal e na média da UE, o indicador é baixo (muito afastado de 100), ou seja, a distribuição do
rendimento é pouco desigual.
Ao analisarmos a evolução do indicador, em termos comparativos entre Portugal e a UE, podemos
observar que Portugal tem acompanhado a tendência da evolução do indicador na média da UE, com
discrepâncias no período entre 2011 e 2012, no qual a desigualdade aumentou em Portugal (uma
vez que o indicador aumentou, passando de 34,2 para 34,5), enquanto, na média da UE, houve
redução da desigualdade (o indicador aumentou, passou de 30,4 para 30,5) e, no período entre 2012
e 2013, no qual a desigualdade diminuiu em Portugal (o indicador diminuiu, passou de 34,5 para
34,2), enquanto, na média da UE, houve aumento na desigualdade (o índice de Gini aumentou,
passou de 30,4 para 30,6), assim como entre 2017 e 2018 (em Portugal, o indicador diminui 1,4 e na
UE aumenta 0,1.)
Entre 2010 e 2018, em Portugal, verifica-se redução da desigualdade na distribuição do rendimento
(o indicador diminui, passa de 33,7 para 32,1), enquanto, na média da UE, pelo contrário, verificamos
um aumento na desigualdade (o indicador aumenta, passa de 30,2 para 30,4).

7.2. O RN per capita é uma média, por isso, atribui a cada um dos habitantes o mesmo rendimento,
não revelando, portanto, situações particulares na distribuição do rendimento pela população,
enquanto o índice de Gini evidencia o grau de concentração do rendimento ou a desigualdade na sua
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

distribuição pela população. Assim, podemos concluir que o índice de Gini constitui um melhor
indicador da repartição do rendimento pessoal num país, comparativamente ao RN per capita.

8. Explicar que o RN per capita permite conhecer o rendimento médio de cada habitante do país;
deduzir que, ao representar um valor médio do nível de rendimento de um país, esconde as reais
diferenças na distribuição pessoal do rendimento.

Página 242
10.1. A totalidade dos rendimentos gerados pela atividade produtiva de um país, o rendimento
nacional, é repartido (repartição primária) através da remuneração dos fatores produtivos que
contribuíram para a sua formação. Essa distribuição (repartição) dos rendimentos gera
desigualdades, uma vez que algumas famílias irão receber a remuneração do trabalho e do capital e
outras apenas do trabalho. Também a remuneração do trabalho é diferente consoante vários aspetos
(qualificação profissional do trabalhador, experiência, zona geográfica, tipo de trabalho, etc.).
O Estado intervém na repartição dos rendimentos para reduzir as desigualdades nessa repartição
(promovendo a equidade e a justiça social), através da aplicação de taxas progressivas nos impostos
sobre os rendimentos das famílias (aplicação de taxas maiores ou menores com o rendimento e a
situação do agregado familiar) e através de prestações sociais (ou transferências internas), como,
por exemplo, subsídios (de desemprego e outros), pensões (de reforma, de invalidez e outras), abono
de família, rendimento social de inserção, etc.

11. O Estado intervém na repartição pessoal dos rendimentos com o objetivo de promover uma
repartição mais justa e equitativa dos rendimentos gerados pela atividade produtiva do país.
Ao analisarmos os dados, podemos constatar que, considerando apenas os rendimentos do trabalho,
e outros rendimentos privados, ou seja, antes de qualquer transferência social do Estado, apesar da
redução da percentagem da população residente em Portugal em risco de pobreza (redução de 2,7
p.p. entre 2015 e 2018), em 2018, 43,4 pessoas em cada 100 residentes estavam em risco de
pobreza.
Se forem considerados os rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência,
podemos verificar que, em 2018, a percentagem de população em risco de pobreza diminuiu 23,4
p.p., já que esta passou de 46,1% (sem qualquer transferência do Estado), em 2015, para 22,7%
(após transferências relativas a pensões).
Se também considerarmos as transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade,
família, desemprego e inclusão social, a redução na percentagem de população em risco de pobreza
diminui para 17,2%.
(Foi feita uma análise diagonal da evolução. Em alternativa, poderíamos ter feito uma análise
horizontal – evolução entre 2015 e 2018 na taxa de risco de pobreza – e vertical – com e sem
transferências entre 2015 e 2018).

Página 245
12. O RDP é o conjunto dos rendimentos primários e secundários recebido pelas famílias, depois de
deduzidos os impostos diretos e as contribuições para a segurança social, mas também pode ser
visto como os recursos monetários (dinheiro) que as famílias têm à sua disposição para consumir e
poupar.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

17.1.
𝑅𝐷𝑃2018−𝑅𝐷𝑃 2017 141421,2−135497,6
Tx. crest.º do RDP 2018 = 𝑅𝐷𝑃 2017
x 100↔ T.c. do RDP 2018 = 135497,6
x 100
↔Tx. crest.º do RDP 2018= 4,37% (aumentou)

Aplicar a fórmula da taxa de variação para as componentes do RDP:

𝑅𝑇2018−𝑅𝑇 2017
Tx. crest.º do rendimento do trabalho 2018 = 𝑅𝑇 2017
x 100↔ Tx. crest.º do RT 2018 =
91 022,9−86 340,6
86 340,6
x 100 ↔Tx. crestº.do RT 2018= 5,42% (aumentou)

46 628,8−45 158,6
Tx. crest.º do rendimento de empresa e propriedade 2018 = 45 158,6
x 100 ↔Tx. crest.º do REP
2018= 3,26% (aumentou)

40 043,6−43 259,2
Tx. crest.º prestações sociais e O.T.C. 2018 = 43 259,2
x 100 ↔Tx. crest.º PSOTC 2018= 4,12%
(aumentou)

13 608,5−12 908,1
Tx. crest.º impostos diretos 2018 = 12 908,1
x 100 ↔Tx. crest.º ID 2018= 5,43% (aumentou)

27 665,6−26 352,7
Tx. crest.º contribuições sociais 2018 = 26 352,7
x 100 ↔Tx. crest.º ID 2018= 4,98% (aumentou)

17.2. Tendo em conta as taxas de crescimento determinadas na questão 17.1., podemos afirmar que
o RDP aumentou 4,37% entre 2017 e 2018, em termos nominais.

Uma vez que:

RDP = rendimento do trabalho + rendimento de empresa e propriedade + prestações sociais e outras


transferências correntes – impostos diretos – contribuições sociais

De acordo com os cálculos efetuados em 17.1., entre 2017 e 2018, todas as componentes com
contributo positivo para o RDP aumentaram em termos nominais (a remuneração do trabalho cresceu
5,4%, os rendimentos de empresa e propriedade cresceram 3,26% e as prestações sociais e outras
transferências correntes cresceram 4,12%), mas também as componentes com contributo negativo
para o RDP aumentaram (os impostos diretos cresceram 5,42% e as contribuições sociais cresceram
4,98%), terá sido o maior peso das componentes com contributo positivo, no total do RDP, que
justifica o aumento do RDP.

Página 249

Verifica a tua aprendizagem

2.3. Uma das componentes do rendimento disponível das famílias tem a designação de transferências
correntes, sendo constituída pelas transferências internas (as prestações sociais do Estado) e pelas
transferências externas (líquidas), estas obtidas pela diferença entre os montantes sem contrapartida
recebidos pelas famílias do resto do mundo e os montantes pagos ao resto do mundo (por isso,
podem assumir um valor positivo ou negativo, ao contrário das internas que serão sempre positivas
e unidirecionais).
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

São exemplos de transferências internas o abono de família, as pensões de reforma e de invalidez,


o rendimento social de inserção e o subsídio de desemprego (e outras prestações do Estado para as
famílias que não exigem qualquer contrapartida por parte de quem as recebe).
São exemplos de transferências externas as remessas dos emigrantes/imigrantes, os prémios de
lotaria/jogo e as doações (fluxos entre residentes e não residentes, sem contrapartida por parte de
quem os recebe).

3.1. Tendo presente a definição do INE, a população em risco de pobreza é aquela cujos rendimentos
são inferiores ao limiar de pobreza, cujo valor foi convencionado pela Comissão Europeia como sendo
o correspondente a 60% da mediana do rendimento por adulto equivalente de cada país.
Em 2018, considerando apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas,
43,7% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza (coluna 1). Após
transferências do Estado relativas a pensões, esse valor diminuiu para 22,7% da população residente
em Portugal (coluna 2) e, após pensões e outras transferências sociais (tais como, por exemplo,
abonos de famílias, subsídio de desemprego e RSI), a população em risco de pobreza diminuiu ainda
mais, passando a representar 17,3% da população residente em Portugal (coluna 3). Não
considerando as transferências relativas a pensões, as transferências sociais colocaram 5,4% da
população acima do limiar da pobreza; se forem consideradas as pensões, esse valor aumenta para
21% (colunas relativas aos diferenciais).

3.3. Os valores das colunas dos diferenciais representam a percentagem da população que passa a
ficar acima do limiar da pobreza como consequência das prestações sociais. Assim, o impacto das
transferências sociais relativas a pensões foi elevado, sendo maior na Grécia (26,8%) e menor na
Irlanda (10,1%).
Em Portugal (21%), Itália (19,9%) e Grécia (26,8%), as transferências sociais relativas a pensões
conseguem retirar maior percentagem de população da situação de risco de pobreza,
comparativamente à média da UE a 27 (18,7%).
Se for considerado apenas as restantes transferências sociais, o impacto foi reduzido na maioria dos
países, em especial na Grécia (4,7%), com exceção da Irlanda, onde as restantes prestações sociais
retiraram 16% da população da situação abaixo do limiar da pobreza, sendo este impacto maior do
que o impacto das suas pensões (10,1%) e o maior do conjunto dos países em análise
(16%>8,2%>8%>5,4%>4,7%), no que diz respeito às restantes prestações sociais.

4.5. Com base nos dados do quadro completado na questão 4.1., podemos constatar que o valor do
rendimento nacional (89 750 milhares de u.m.) foi repartido por cada uma das quatro famílias de
forma desigual: a família A recebeu 1250 milhares de u.m., mais do que a família B (800 milhares de
u.m.), mas menos do que as famílias C (2900 milhares de u.m.) e D (4800 milhares de u.m.).
A desigualdade na repartição do rendimento resulta, portanto, do facto de, nomeadamente, a família
D receber 49,2% do rendimento gerado pela economia, enquanto as restantes três famílias
receberem, em conjunto, os restantes 50,8% dessa riqueza, sendo que, neste grupo, a família B
recebe apenas 8,2% do rendimento repartido.

4.6. Como fatores explicativos da desigualdade na repartição dos rendimentos gerados nesta
economia, podem ser apontados os seguintes:
– a diferença na participação no processo produtivo/propriedade dos fatores produtivos, já que a
família que recebe a menor percentagem dos rendimentos primários (família B) é remunerada
apenas pela cedência do fator produtivo força de trabalho, e a família que recebe a maior parte
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

do rendimento gerado (família D) também é remunerada pela cedência do fator produtivo


capital.
– a diferença na remuneração do fator produtivo trabalho, uma vez que a família com menor
rendimento (família B) tem o menor rendimento do trabalho e a família com maior percentagem
do rendimento gerado na economia tem a maior remuneração do fator produtivo trabalho. Esta
diferença salarial pode derivar do facto de os elementos desta família terem um nível de
qualificação profissional mais elevado, maior grau académico, mais experiência ou trabalharem
em setores de atividade ou empresas onde as remunerações são mais elevadas.

4.7. A política de redistribuição de rendimentos do Estado tem como objetivo, ou finalidade, promover
a equidade, ou seja, a redução das desigualdades sociais resultantes da desigualdade na repartição
primária dos rendimentos. Para prosseguir este objetivo, o Estado cobra impostos sobre o rendimento
e propriedade, penalizando mais as famílias com maiores rendimentos e menos as famílias com
menores rendimentos (aplica taxas progressivas) e faz transferências (prestações sociais) para as
famílias com menores rendimentos.

5.1. O coeficiente de Gini varia entre 0 e 100, em que 100 significa desigualdade absoluta e 0
nenhuma desigualdade. Sendo um indicador que considera toda a distribuição dos rendimentos,
reflete as diferenças de rendimentos entre os diferentes grupos populacionais, com maior ou menor
rendimento. Entre 2015 e 2018, o coeficiente de Gini diminui, tendo passado de 33,9 para 31,9,
indicando diminuição na desigualdade na repartição de rendimentos em Portugal.
O rácio S80/S20, que compara o rendimento monetário líquido equivalente aos 20% da população
com maiores recursos com o rendimento monetário líquido equivalente aos 20% da população com
menores recursos, diminuiu de 5,9 para 5,2 em 2017 (diminuiu a desigualdade). Em 2018, mantém-
-se o nível de desigualdade, ou seja, os 20% da população com maiores rendimentos continuam a
auferir 5,2 vezes mais do que os 20% da população com menores rendimentos.
O rácio S90/S10 mede a distância entre o rendimento monetário líquido, equivalente aos 10% da
população com maiores recursos, e o rendimento dos 10% da população com mais baixos recursos.
De acordo com este indicador, a desigualdade entre o decil superior e o decil inferior, na repartição
de rendimentos em Portugal, diminuiu; em 2015, os 10% da população com maiores rendimentos
recebiam 10,1 vezes mais que os 10% da população com menores rendimentos. Essa distância
reduziu-se para 8,6 vezes, em 2018.
Da análise dos três indicadores, podemos constatar que a desigualdade na repartição pessoal do
rendimento, em Portugal, diminuiu entre 2015 e 2018.

Domínio 7

Página 259

Sugestões de respostas

1. Parte significativa do rendimento disponível dos particulares (RDP), ou seja, do conjunto dos
rendimentos primários e secundários recebidos pelas famílias, depois de deduzidos os impostos
diretos e as contribuições para a segurança social, é utilizada em consumo para satisfação das
necessidades e o remanescente constitui a poupança. Desta forma, podemos dizer que o RDP
corresponde ao rendimento que as famílias dispõem para utilizarem em consumo e poupança e pode
ser expresso da seguinte forma:
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

RDP = Consumo + Poupança.

5. Do conjunto dos ativos que esta família possui nesse momento, é considerado investimento,
apenas, a compra da propriedade que será transformada em empreendimento turístico de alojamento
local.
Tendo presente que o investimento corresponde à aplicação da poupança na atividade produtiva:
– ao adquirir a propriedade, a família está a aplicar parte da sua poupança na atividade
produtiva. Esse valor aplicado é investimento.
– quanto aos depósitos, eles não constituem investimento, a intenção da posse desses ativos
é a obtenção de um rendimento, o juro.

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9. Explicar a importância do investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) para a atividade
económica, referindo, pelo menos, os seguintes aspetos:
– o investimento em I&D, ao possibilitar a oferta de novos e melhores produtos no mercado,
permite que as empresas se diferenciem das suas concorrentes, aumentando a sua presença
no mercado e, assim, que continuem a sua atividade (continuidade e competitividade das
empresas);
– a utilização de novos métodos de produção, mais eficientes, contribui para aumentar a
produção e reduzir os custos (médios) desta, munindo as empresas de maior capacidade de
competição nos mercados (aumentar a competitividade e a produtividade);
– o investimento em I&D, ao contribuir para o aumento da competitividade das empresas,
permite a obtenção de lucros (que poderão crescer). Esses lucros, ao serem reinvestidos,
asseguram a continuidade do processo de investimento em I&D (continuidade e crescimento
das empresas);
– o crescimento da empresa permite o crescimento do produto da economia e do rendimento
nela distribuído.

10. Refere duas vantagens do investimento direto estrangeiro (IDE), explicando-as. Exemplos:
 Quando o investimento direto é feito em atividades geradoras de emprego, resulta na criação
de emprego no país recetor.
 Gera desenvolvimento nas localidades onde se instalam, porque dinamizam as atividades
económicas locais (serviços utilizados pelas empresas, bens por elas adquiridos, etc.).
 Conduz ao aumento das exportações do país, uma vez que a sua produção é maioritariamente
destinada ao comércio externo.

Refere duas desvantagens do investimento direto estrangeiro (IDE), explicando-as. Exemplos:


 Saída de lucros do país (remuneração do capital estrangeiro investido no país).
 Se o peso do investimento direto estrangeiro é grande, o país recetor fica muito dependente do
interesse ou desinteresse desses investidores na permanência prolongada.
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

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13. O financiamento é externo quando os recursos financeiros não são gerados (poupados) pela
empresa, sendo necessário recorrer à poupança de terceiros para os obter.
O financiamento externo é direto quando o agente económico, com necessidade de financiamento,
obtém os recursos financeiros diretamente dos agentes económicos com capacidade de
financiamento, por exemplo, através do mercado de capitais.
O financiamento externo é indireto quando o agente económico, com necessidade de financiamento,
obtém os recursos financeiros indiretamente dos agentes económicos com capacidade de
financiamento, recorrendo a um intermediário, por exemplo, através de um banco.

14. A afirmação pode ser dividida em duas partes. Na primeira, é referido que, em 2019, a empresa
Meia Sola, Lda. tinha capacidade de financiamento, ou seja, possuía os recursos necessários ao
financiamento da sua atividade. Essa capacidade derivou da poupança realizada (ou dos recursos
internos/capital próprio). O mesmo é dizer que, nesse ano, o financiamento da atividade foi interno.
Em 2020, a empresa tinha necessidade de financiamento, o que significa que não possuía recursos
próprios suficientes para o financiamento da sua atividade. Essa situação exige a utilização de
recursos poupados por terceiros, que a empresa irá procurar junto dos agentes que possuam esses
recursos, ou seja, nesta situação a empresa terá recorrido a financiamento externo.

16. A empresa do Sr. João encontrou duas formas de se financiar: financiamento interno (ou
autofinanciamento) no valor de 75 mil euros, uma vez que estes meios monetários foram poupados
pela empresa, e financiamento externo no valor de 125 mil euros, dado que os meios monetários
serão fornecidos através da poupança de terceiros.
Este financiamento externo é indireto, visto que, para a obtenção dos meios monetários, há
intermediação de uma instituição financeira entre quem tem capacidade de financiamento, ou seja, o
aforrador (o depositante) e quem tem necessidade de financiamento, o investidor (o Sr. João).

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2. Trata-se da função "formação de capital", uma vez que os investimentos em aumento da


capacidade produtiva (aquisição de aviões novos) permitem aumentar o potencial de crescimento da
TAP, porque esta passa a produzir numa dimensão mais alargada, ou seja, passa a realizar mais
voos, gerando a utilização de mais fatores produtivos, que serão remunerados (serão repartidos mais
lucros, mais juros, mais rendas e mais salários, que serão utilizados em consumo e poupança,
gerando mais produção), potenciando, assim, o crescimento da riqueza gerada no país.

3. O investimento corresponde à aplicação da poupança na atividade económica e permite a


substituição dos bens de produção, contribuindo para a continuidade da produção e,
consequentemente, a manutenção do emprego e pode, igualmente, potenciar o aumento e a criação
de bens de produção, contribuindo para o aumento da capacidade produtiva e da produção e, assim,
aumentar o emprego. O aumento do emprego permite o aumento do rendimento distribuído e, por
conseguinte, utilizado em consumo e poupança, potenciando o crescimento da produção e
desenvolvendo o conjunto de atividades económicas.

4. Entre 2008 e 2010, o nível da FBCF total manteve-se em níveis inferiores ao verificado em 2008
(índice inferior a 100). Este comportamento pode ser explicado pela importância da diminuição do
5. Propostas de resolução dos exercícios do manual

nível de FBCF empresarial e habitação, apesar do aumento do investimento público verificado (índice
superior a 100).
Entre 2010 e 2019, o nível da FBCF total continua a manter-se em níveis inferiores ao verificado em
2008, embora tenha melhorado (aumentado) a partir de 2012. Este comportamento pode ser
explicado pela importância da recuperação (crescimento) da FBCF habitação e, sobretudo,
empresarial, cujo nível, em 2019, se aproxima do verificado em 2008, e tendo em consideração o
baixo nível da FBCF pública, comparativamente a 2010, e mesmo a 2008.
Após a crise de 2020, espera-se que o nível da FBCF total recupere, ficando ainda aquém do nível
verificado após a crise de 2008. Este comportamento pode ser explicado pela perspetiva, sobretudo,
do crescimento da FBCF empresarial e pública.
A recuperação da FBCF total projetada para depois de 2020 é mais rápida do que a que se seguiu
às duas recessões anteriores (2008 e 2011), em particular a observada após a crise da dívida
soberana (2011), refletindo o comportamento diferenciado do investimento residencial e público no
contexto atual.

5.1. Operações de investimento: I – despesas de formação; II – ampliação das instalações fabris; III
– aquisição de carrinha; IV – aquisição de obrigações. Operações de financiamento: II – empréstimo
obrigacionista; III – empréstimo bancário; V – emissão de ações, com recurso ao mercado de títulos.
O investimento corresponde à aplicação da poupança na atividade produtiva, enquanto que o
financiamento representa os meios necessários ao investimento.

5.2. As operações de financiamento interno são aquelas que recorrem a capitais próprios da empresa,
gerados pela atividade da empresa e por ela poupados. Embora a emissão de ações corresponda ao
aumento do capital próprio, esse capital não corresponde à poupança da empresa, logo, essa
emissão não é uma operação de financiamento interno.
As operações de financiamento externo são aquelas que recorrem a capitais alheios, como é o caso
dos empréstimos bancários (financiamento externo indireto) ou do recurso ao mercado de títulos para
obtenção de empréstimo obrigacionista ou de aumento do capital da empresa pela subscrição de
novos acionistas (financiamento externo direto).
Do exposto, podemos concluir que todas as operações são de financiamento externo.

5.3. O investimento é: imaterial, se incide sobre bens intangíveis, que não podemos tocar por não
terem forma física, como é o caso das despesas com o serviço de formação (I); material, se incide
sobre bens tangíveis, com existência física, como é o caso da aquisição da carrinha (III) ou da
ampliação das instalações fabris (II); financeiro, se compreende as aplicações de poupança em
valores mobiliários, como é o caso da aquisição de obrigações (IV).

5.4. Uma vez que em I a despesa em formação tem como objetivo a atualização tecnológica dos
trabalhadores fabris, esperando-se, com esta formação, conseguir melhor qualidade/eficiência da
produção (maior produtividade do trabalho) ou dos produtos, estamos na presença de investimento
de inovação.
A ampliação das instalações fabris, referida em II, permitirá o aumento da capacidade produtiva, por
isso, quanto à sua função, é investimento de capacidade.
A carrinha, referida em III, foi adquirida para a manutenção da capacidade produtiva, através da
reposição ou substituição do capital, já que a antiga, à medida que foi sendo utilizada (ou desgastada),
já não desempenhava bem a sua função, por isso, estamos na presença de investimento de
substituição.

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