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LA_71a124:50liçõesfilosofia 13/03/14 11:21 Page 76

14 Testes

Proposta de resolução do Teste 1

GRUPO I

1 – c; 2 – a; 3 – a; 4 – d; 5 – a; 6 – d; 7 – d; 8 – d

GRUPO II

1.1 – A conclusão do texto é que é impossível aprender filosofia, sendo apenas possível apren-
der a filosofar.
1.2 – A premissa presente no texto é esta: «Para que pudesse aprender filosofia teria de come-
çar por já haver uma filosofia».
1.3 – A premissa que está implícita do texto é que não há uma filosofia.
1.4 – Dizer que em filosofia quase só há problemas em aberto significa que grande parte dos
problemas da filosofia não têm uma resposta consensual; dizer que em filosofia quase só
há respostas contestadas significa que as respostas dadas pelos filósofos aos problemas
da filosofia não são consensuais, são rejeitadas por outros filósofos.

GRUPO III

Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes, e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos.
1 – Ideia fundamental do texto de Perry: a filosofia é prática, apesar de ser abstrata e teórica, por-
que as abstrações e teorias da filosofia dizem respeito «aos conceitos e valores básicos com os
quais enfrentamos a experiência».
2 – Ideia fundamental: para que a definição fosse correta, tudo o que é filosofia teria de ser amor
pela sabedoria e tudo o que é amor pela sabedoria teria de ser filosofia.

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14 Testes

Proposta de resolução do Teste 2

GRUPO I
1 – c; 2 – a; 3 – b; 4 – d; 5 – d; 6 – c; 7 – c; 8 – b

GRUPO II
1.1 – A principal razão dada a favor do determinismo é a ideia de que este é consistente com
a forma como julgamos que o mundo funciona, e, na suposição de que o determinismo é
verdadeiro, nenhuma diferença assinalável veríamos no mundo.
1.2 – Refere-se às crenças sobre nós próprios como seres dotados de livre-arbítrio.
1.3 – Alegando que cada uma das nossas escolhas é o ponto inicial ou a causa primeira das
nossas ações e que, portanto, estas não são determinadas por acontecimentos anteriores,
antes dão origem a um novo conjunto de acontecimentos. Isto porque as nossas ações
são causadas pela nossa mente (crenças, desejos, deliberações) e esta não está sujeita à
causalidade natural ou física.
1.4 – O principal argumento é a ideia de que um mundo em que nem tudo está determinado
não é consistente com aquilo que sabemos acerca dele, e não temos quaisquer razões
para negar a tese determinista.

GRUPO III
Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos.
1 – Se a resposta for sim, o aluno poderá desenvolver os argumentos deterministas radicais de
acordo com os quais se as nossas ações estão causalmente determinadas por acontecimentos
exteriores, então a sensação de que poderíamos agir de modo diferente nada mais é do que
uma mera sensação – e o livre-arbítrio uma ilusão. Se a resposta for não, o aluno poderá desen-
volver os argumentos libertistas ou deterministas moderados segundo os quais sem livre-arbí-
trio a conceção que temos de nós próprios e da ação humana é ininteligível – uma vez que essa
conceção é perfeitamente inteligível, o livre-arbítrio não é uma ilusão.
2 – Se a resposta for sim, o aluno poderá desenvolver os argumentos deterministas moderados de
acordo com os quais o livre-arbítrio é compatível com o determinismo. Se a resposta for não, o
aluno poderá optar por desenvolver as críticas feitas ao determinismo moderado de acordo
com as quais o determinismo é apenas compatível com a sensação de livre-arbítrio, que para
sermos verdadeiramente livres as nossas escolhas não podem estar determinadas por aconte-
cimentos anteriores ao nosso nascimento.

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LIVRO DE APOIO 50
LIÇÕES DE
FILOSOFIA

Proposta de resolução do Teste 3

GRUPO I
1 – a; 2 – b; 3 – c; 4 – a; 5 – a; 6 – a; 7 – b; 8 – a

GRUPO II
1.1 – A teoria implicitamente defendida no texto é o relativismo quanto aos valores. Nesta teo-
ria defende-se a tese de que todos os valores são relativos à sociedade.
1.2 – As duas premissas presentes no texto que visam sustentar o relativismo são as seguintes:
primeiro, que juízos de valor das pessoas são determinados pelo grupo social a que per-
tencem; segundo, que diferentes sociedades consideram corretos diferentes juízos de va-
lor.
1.3 – O argumento da diversidade cultural a favor do relativismo tem como premissa a diversi-
dade cultural: diferentes sociedades defendem como verdadeiros diferentes juízos de
valor. A segunda premissa é a de que, se pelo menos alguns valores fossem objetivos, não
haveria diversidade cultural. Logo, nenhum valor é objetivo.
1.4 – O argumento da tolerância a favor do relativismo parte da ideia de que, se não aceitásse-
mos o relativismo, seríamos intolerantes. Dado que não devemos ser intolerantes, conclui-
-se que devemos aceitar o relativismo.

GRUPO III
Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos..
1 – Percurso: o aluno deve discutir os dois argumentos estudados a favor do subjetivismo, e respe-
tivas objeções, justificando adequadamente a sua tomada de posição.
2 – Percurso: caso concorde, o aluno deve avançar com pelo menos uma das objeções mais fortes
a cada uma das teorias ou às três em bloco, acrescentando algo como, por exemplo, a ideia de
que só Deus estaria em condições de arbitrar divergências e de avaliar corretamente juízos mo-
rais. Caso não concorde, terá de argumentar a favor de uma delas, comparando-a com as outras
e mostrando o que a torna mais fortes do que elas.

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LIVRO DE APOIO 50
LIÇÕES DE
FILOSOFIA

Proposta de resolução do Teste 4

GRUPO I

1 – c; 2 – a; 3 – a; 4 – c; 5 – d; 6 – d; 7 – d; 8 – a

GRUPO II

1.1 – Porque é condicional, tendo a seguinte forma: se quiseres ser feliz, faz x.
1.2 – Os imperativos categóricos distinguem-se dos imperativos hipotéticos porque são obri-
gações absolutas, como «Não mintas!», ao passo que hipotéticos são condicionais, como
«se não quiseres ser apanhado, não mintas».
1.3 – Porque os imperativos categóricos são normas absolutas de conduta, não sendo neces-
sária qualquer tipo de informação particular sobre como agir para atingir um determinado
fim, como acontece com os imperativos hipotéticos.
1.4 – Não porque se todos fizessem promessas com a intenção de as não cumprirem quando
isso lhes desse jeito, a própria prática de fazer promessas desapareceria.

GRUPO III

Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos.
1 – Tanto o aluno que concorda como aquele que discorda devem mostrar compreender que a afir-
mação em causa exprime um ponto de vista utilitarista acerca da moralidade, nomeadamente
que não há deveres morais absolutos, uma vez que a moralidade das ações depende das suas
consequências. O aluno que concordar pode desenvolver alguns dos argumentos de caráter
utilitarista, ao passo que o aluno que não concordar deve ser capaz de apresentar objeções ao
aspeto consequencialista do utilitarismo, se possível com exemplos que possam colocar essa
teoria em dificuldades.
2 – Tanto o aluno que concorda como aquele que discorda devem mostrar compreender que a afir-
mação em causa exprime o ponto de vista deontologista de Kant acerca da moralidade, refe-
rindo que não basta a mera conformidade com o dever para uma ação ter valor moral. O aluno
que concorda poderá desenvolver os argumentos kantianos, ao passo que o aluno que discorda
deverá colocar dificuldades a essa perspetiva.

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LIVRO DE APOIO 50
LIÇÕES DE
FILOSOFIA

Proposta de resolução do Teste 5

GRUPO I
1 – b; 2 – a; 3 – c; 4 – d; 5 – c; 6 – a; 7 – b; 8 – b

GRUPO II
1.1 – É a quarta estratégia. Porque esta, tal como a posição original, consiste numa situação hi-
potética e, tanto numa como na outra, as pessoas chegam a um acordo mesmo antes de
saberem o que lhes irá acontecer: que jogo lhes irá calhar, no exemplo do texto, e que lu-
gar irão ocupar na sociedade, na posição original descrita por Rawls. Em ambos os casos
as pessoas se encontram hipoteticamente numa situação de desconhecimento que per-
mita fazer escolhas imparciais, isto é, as pessoas têm de escolher sem ter em conta o jogo
que lhes vai calhar.
1.2 – O que se escolhe na posição original não é tanto uma sociedade particular, mas algo mais
geral: os princípios da justiça que caraterizam a estrutura básica da sociedade. Socieda-
des diferentes podem, portanto, estar de acordo com os mesmos princípios e exemplifi-
car a mesma estrutura.
1.3 – Não, pois a primeira parte do princípio da diferença de Rawls admite a existência de de-
sigualdades na distribuição da riqueza, caso estas favoreçam todos, em especial os mais
pobres. A igualdade que Rawls defende é a das liberdades básicas (primeiro princípio) e
também a igualdade de oportunidades (segunda parte do segundo princípio).
1.4 – Sandel argumenta que a imparcialidade é apenas uma forma de gerir diferentes preferên-
cias individuais, acrescentando que isso não significa que tais preferências sejam boas.
Ora, uma escolha correta é, em seu entender, aquela que promove o que é bom e o que
é bom não pode ser outra coisa a não ser o que numa comunidade de pessoas (não indi-
vidualmente) se entende, de forma partilhada, ser uma vida boa.

GRUPO III
Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos.
Se a resposta for sim, o aluno poderá desenvolver os argumentos libertários de Nozick, de acordo
com os quais a cobrança de impostos sobre o trabalho equivale a pôr umas pessoas a trabalhar para
outras (a quem o fruto desse trabalho será distribuído) sem o seu consentimento. Poderá acrescentar
que isso viola a autonomia das pessoas e os direitos de cada um sobre a sua própria vida. Se a res-
posta for não, o aluno poderá argumentar que a cobrança de impostos sobre o trabalho é um meio
de alcançar o bem comum e que este é mais importante do que os direitos individuais. Poderá aqui
seguir dois caminhos diferentes: adotando uma perspetiva semelhante à de Rawls ou uma perspe-
tiva mais próxima da de Sandel.

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14 Testes

Proposta de resolução do Teste 6

GRUPO I

1 – c; 2 – d; 3 – d; 4 – b; 5 – b; 6 – d; 7 – c; 8 – d

GRUPO II

1.1 – Serão os juízos estéticos subjetivos?


1.2 – O autor defende a tese do subjetivismo moderado. Ao afirmar, por um lado, que não há
um critério universal que permita reconciliar totalmente a diversidade de gostos, uma vez
que estes se baseiam frequentemente em sentimentos contrários, Hume está a assumir
um ponto de vista subjetivista. Por outro lado, ao considerar que há boas razões para
aprovar uns gostos e condenar outros, defendendo que os princípios gerais do gosto são
uniformes e que muitas das divergências têm origem no preconceito ou falta de prática
de algumas pessoas, Hume está a defender uma posição moderada, sugerindo que o
subjetivismo tem limites e que nem todos os gostos se equivalem.
1.3 – Há boas razões para aprovar uns gostos e condenar outros porque, para Hume, existe o
padrão do gosto. O padrão do gosto consiste naquilo que tem agradado ao longo dos
tempos às pessoas de diferentes épocas e países, mostrando assim que há certas coisas
que estão concebidas para agradar naturalmente aos nossos sentidos e outras não. As
pessoas que melhor reconhecem o padrão do gosto são aquelas que pessoas que, tendo
treinado e desenvolvido a sua sensibilidade, têm refinamento de gosto. Assim, a opinião
dessas pessoas tem mais valor do que a das pessoas com falta de sensibilidade. É por isso
que, se alguém disser que a música do Quim Barreiros é melhor do que a música dos
Beatles, isso mostra apenas que tais pessoas não seguem o padrão do gosto e não têm
refinamento de gosto.
1.4 – Kant, tal como Hume, defende que o juízo estético é uma questão gosto, pelo que ambos
partilham uma perspetiva subjetivista. Além disso, ambos consideram que os gostos obe-
decem a certos princípios, pelo que também rejeitam o subjetivismo radical. Contudo,
eles divergem quando se trata de identificar tais princípios: para Hume trata-se de algo
que pode ser observado ao longo dos tempos em diferentes lugares, o padrão do gosto;
para Kant esse princípio prende-se com a forma do juízo, a sua universalidade. Assim,
para Kant, o juízo estético é universal no sentido em que nas condições ideias todas as
pessoas sentiriam o mesmo ao observar os objetos.

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LIVRO DE APOIO 50
LIÇÕES DE
FILOSOFIA

GRUPO III

Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos.
1 – Se a resposta for sim, o aluno terá de ser capaz de defender de forma articulada e coerente al-
guma forma de subjetivismo estético. Se a resposta for não, deverá ser capaz de apresentar boas
objeções à perspetiva subjetivista patente nas palavras de Fernando Pessoa, argumentando a
favor de uma perspetiva objetivista.
2 – Se a resposta for sim, o aluno poderá defender alguma forma de expressivismo. Se a resposta
for não, deverá ser capaz de apresentar contraexemplos claros e de defender alguma das teo-
rias alternativas, seja ela a teoria da imitação ou a teoria formalista, ou até outras perspetivas di-
ferentes das estudadas.

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14 Testes

Proposta de resolução do Teste 7

GRUPO I

1 – c; 2 – b; 3 – d; 4 – c; 5 – c; 6 – d; 7 – c; 8 – a

GRUPO II

1.1 – Uma versão do argumento do desígnio a favor da existência de Deus.


1.2 – Porque se baseia em informação empírica para estabelecer a existência de Deus.
1.3 – O argumento pode ser claramente formulado de diversas formas, um delas é a seguinte:
1) As máquinas são criadas por seres inteligentes; 2) O mundo é como uma máquina;
Logo, 3) O mundo é criado por um ser inteligente (Deus).
1.1 – As principais dificuldades são as seguintes: a analogia entre artefactos e o mundo no seu
todo é franca; mesmo que estabelecesse a existência de um criador, não se segue que
esse criador é Deus.

GRUPO III

Sendo este um grupo de resposta aberta, as seguintes sugestões são meramente indicativas; respostas
igualmente corretas poderão seguir percursos diferentes. Como norma geral, o importante é 1) o esclareci-
mento correto dos conceitos relevantes e a formulação rigorosa dos argumentos, teorias e problemas em
causa, 2) uma argumentação sólida em defesa da posição do estudante e 3) a representação correta da posi-
ção contrária e respetivos argumentos.
1 – Se a resposta for sim, o aluno poderá desenvolver a defesa do livre-arbítrio contra o problema
do mal segundo a qual um mundo sem livre-arbítrio é um mundo em que as pessoas são como
máquinas e incapazes de fazer escolhas moralmente relevantes. Se a resposta for não, o aluno
poderá contestar a ideia de que o mal é necessário para a existência de livre-arbítrio, ou poderá
defender que nada justifica o sofrimento porque, por exemplo, milhares de crianças têm de
passar todos os anos, nem sequer a possibilidade de fazermos escolhas moralmente relevantes.
2 – Concorde ou não, o aluno terá de mostrar que este é um dos argumentos da perspetiva pessi-
mista não religiosa; e terá de explicar como este argumento funciona e quais são as objeções
que enfrenta.

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