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MOÇAMBIQUE

Petição da American Bar Association (Ordem dos


Advogados dos Estados Unidos), Center for Human
Rights (Centro para os Direitos Humanos) (ABA CHR)
relativamente ao terceiro ciclo periódico da Revisão
Periódica Universal (UPR) da República de Moçambique,

38ª sessão do Grupo de Trabalho UPR (Maio de 2021)


SOBRE
Ordem dos Advogados dos Estados Unidos
Centro para os Direitos Humanos
A Ordem dos Advogados dos Estados Unidos Centro para os Direitos Humanos promove e protege os direitos
humanos em todo o mundo, defendendo os defensores dos direitos humanos que enfrentam retaliação,
reunindo líderes de pensamento sobre questões cruciais e responsabilizando governos abusivos perante
a lei.

AGRADECIMENTOS
Esta petição foi preparada pela American Bar Association, Center for Human Rights (Center) e reflete as
opiniões do Center. Ela não foi aprovada pela Câmara dos Delegados ou pela Junta de Governadores da
American Bar Association e, portanto, não deve ser interpretada como uma representação da política
da American Bar Association como um todo. Além disso, nada neste relatório deve ser considerado
aconselhamento jurídico em um caso específico.

Apresentada por: Hon. James A. Wynn, Jr., Presidente da


American Bar Association, Center for Human Rights,
https://www.americanbar.org/groups/human_rights/
E-mail: Michael Pates, Michael.pates@americanbar.org
1050 Connecticut Ave. N.W. Suite 400
Washington, D.C. 20036
Telefone: + 1 (202) 662-1000

Copyright © 2021 by the American Bar Association. All rights reserved.

ii
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................1

DESENVOLVIMENTOS DESDE A ÚLTIMA REVISÃO......................................................................1


Recomendações............................................................................................................................2

DESDOBRAMENTOS RECENTES QUE AFETAM OS DIREITOS HUMANOS................................2

VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS NO CONTEXTO DO CONTRATERRORISMO........3


Direitos do Devido Processo.............................................................................................................3
Desaparecimentos Forçados...........................................................................................................3
Execuções Extrajudiciais...................................................................................................................3
Supressão de Acesso à Informação.................................................................................................4
Recomendações............................................................................................................................4

PREOCUPAÇÕES MAIS AMPLAS COM A LIBERDADE DE EXPRESSÃO..................................5


Assédio, Intimidação e Ataques Contra Jornalistas e Defensores dos Direitos Humanos........5
Leis Criminais de Difamação............................................................................................................6
Recomendações............................................................................................................................6

NOTAS FINAIS...........................................................................................................................................7

iii
INTRODUÇÃO
A American Bar Association (ABA), Center for Human Rights (Center)1 submete esta informação
relativamente ao terceiro ciclo da UPR da República de Moçambique. Fundada em 1878, a ABA é a maior
associação voluntária de advogados e profissionais jurídicos do mundo. O Center promove e protege os
direitos humanos em todo o mundo - mobilizando advogados para ajudar defensores ameaçados; reunindo
líderes de opinião em questões vitais; e responsabilizando governos abusivos.

DESENVOLVIMENTOS DESDE A
ÚLTIMA REVISÃO
Durante o segundo ciclo, Moçambique aceitou 180 das 210 recomendações recebidas. Entre elas, estavam
recomendações para ratificar o Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais (ICESCR),i
e o Primeiro Protocolo Opcional ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (ICCPR-OP1);ii bem
como estender um convite permanente aos procedimentos especiais;iii aceitar formalmente um pedido
de visita do Relator Especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias;iv e enviar relatórios
pendentes aos órgãos de tratado relevantes.v Apesar de ter assinado a Convenção para a Proteção de
Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado (ICPPED), uma recomendação para ratificá-la não foi
apoiada.vi

Moçambique estendeu um convite permanente para procedimentos especiais em 12 de abril de 2016,vii e


aceitou formalmente a visita do Relator Especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias
em 1 de julho de 2019. A visita, que estava marcada para maio de 2020, foi adiada.viii Moçambique ainda
não ratificou nenhum dos tratados e não apresentou os seus relatórios atrasados sobre os Protocolos
Opcionais da Convenção sobre os Direitos da Criança,ix ou Comité para a Eliminação da Discriminação
Racial.x Além disso, os seus relatórios para o Comité de Direitos Humanos, ou Comité contra a Tortura,
previstos para 2017, estão atrasados.

Em relação às leis nacionais, Moçambique apoiou as recomendações para a adoção de um novo Código de
Processo Penal.xi Em dezembro de 2019, o Código de Processo Penal revisto e uma nova revisão do Código
Penal foram publicados. Ambos deveriam entrar em vigor 180 dias após a sua publicação,xii mas isso foi
adiado devido a atrasos na execução dos processos necessários para a sua implementação adequada,
causados pela pandemia de COVID-19. O Código de Processo Penal e o Código Penal ainda não haviam
entrado em vigor na época desta petição.

1  Esta petição foi preparada pela American Bar Association, Center for Human Rights (Center) e reflete as opiniões do Center.
Ela não foi aprovada pela Câmara dos Delegados ou pela Junta de Governadores da American Bar Association e, portanto, não
deve ser interpretada como uma representação da política da American Bar Association como um todo. Além disso, nada neste
relatório deve ser considerado aconselhamento jurídico em um caso específico.

1
RECOMENDAÇÕES
Em relação à estrutura legal nacional e internacional de Moçambique, bem como a sua cooperação
com organismos de direitos humanos, o Center recomenda que os Estados que fazem as recomendações
apelem para que Moçambique:

• Siga com a ratificação do ICPPED, conforme recomendado por vários Estados durante a UPR
anterior.xiii
• Ratifique o ICESCR,xiv e o ICCPR-OP1,xv conforme aceite durante a última revisão.
• Envie todos os relatórios atrasados aos órgãos de tratados, de acordo com as recomendações
apoiadas durante a última revisão.
• Garanta que a visita do Relator Especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou
arbitrárias seja reprogramada assim que razoavelmente possível, e forneça todo o apoio
necessário para garantir que ela ocorra.

DESDOBRAMENTOS RECENTES
QUE AFETAM OS DIREITOS
HUMANOS
Dois desenvolvimentos em Moçambique desde a última UPR tiveram impacto sobre os direitos humanos
no local. Em 2016, foi revelado que o país possuía uma dívida de mais de US$ 1,2 mil milhões, adquirida
em 2013, que não havia sido divulgada ao FMI. As dívidas não divulgadas eram de empréstimos garantidos
pelo Estado, contraídos por três empresasxvi, e feitos sem aprovação parlamentar, facto contrário às
exigências da Constituição da República de Moçambique.xvii Organizações da sociedade civil e cidadãos
que defendem a responsabilidade em relação à dívida enfrentaram retaliação.xviii
Em outubro de 2017, relatos de violência extremista surgiram na província mais a norte de Moçambique
- Cabo Delgado, onde reservas de petróleo e gás tinham sido descobertas anteriormente em 2011 e
2012.xix Acredita-se que um grupo rebelde local, conhecido como Ahlu Sunna Wal Jama, esteja por trás
dos ataques, embora o Estado Islâmico e grupos extremistas do Quénia e da Tanzânia também estejam
envolvidos.xx A infraestrutura do governo foi destruída e armas militares foram roubadas na região.xxi
Além disso, mais de 1.000 pessoas foram supostamente mortas,xxii e mais de 250.000 ficaram desabrigadas
internamente.xxiii

2
VIOLAÇÕES DOS DIREITOS
HUMANOS NO CONTEXTO
DO CONTRATERRORISMO
DIREITOS DO DEVIDO PROCESSO

As preocupações com as prisões e detenções arbitrárias e as violações dos direitos do devido processo
continuam no país. As preocupações foram bem significativas no contexto da insurgência ao norte,
onde houve relatos de agentes do Estado realizando “incursões”, detendo e interrogando indivíduos,
submetendo-os a buscas arbitrárias e prendendo quaisquer indivíduos cujos dispositivos eletrónicos
contivessem mensagens de áudio ou informações de redes sociais relacionadas com os ataques.xxiv
Contrariamente aos seus direitos, civis foram detidos pelas forças militares, mantidos detidos em quartéis
militares ou locais de detenção não registados e não foram apresentados a uma autoridade competente
dentro do prazo legalmente determinado.xxv Muitas das prisões supostamente envolveram recurso ao
uso excessivo da força, sendo negado aos detidos o acesso aos seus familiares, aos seus advogados
ou médicos.xxvi Alguns também supostamente foram sujeitos a tortura, tratamento cruel, desumano e
degradante, bem como prisão preventiva prolongada.xxvii Por exemplo, o jornalista Amade Abubacar foi
preso a 5 de janeiro de 2019, em Cabo Delgado, e mantido incomunicável sob custódia militar até 17
de janeiro, antes de ser transferido para as celas da polícia.xxviii Os militares supostamente sujeitaram-
no a tortura, tratamento cruel, desumano e degradante durante o tempo em que esteve detido.xxix Ele
aparentemente não foi formalmente acusado até abril, mais de 3 meses após a sua prisão.xxx A 23 de abril
de 2019 ele foi libertado condicionalmente enquanto aguardava julgamento e supostamente enfrenta
acusações de “incitação pública através da utilização de meios eletrónicos”, “incitação”, “difamação
contra forças de ordem pública”, “associação para cometer um delito”, “crime contra a organização
do Estado”,“incitação ou provocação à desordem pública” e “ordem e paz pública”.xxxi Organizações de
direitos humanos de confiança documentaram outros casos de prisão arbitrária e violação dos direitos do
devido processo relacionados com a crise de Cabo Delgado e em outras partes do país.xxxii

DESAPARECIMENTOS FORÇADOS

Além disso, foram relatados casos de supostos desaparecimentos forçados na região. Os Defensores dos
Direitos Humanos (HRD), Roberto Mussa Ambasse e Muemede Suleimane Jumbe foram supostamente
sequestrados por agentes do Estado a 11 de março de 2020 em Cabo Delgado.xxxiii A 23 de abril, o partido
da oposição, Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), acusou os militares de assassinar os dois
defensores dos direitos humanos. A 7 de abril de 2020, o jornalista Ibraimo Abú Mbaruco foi sequestrado
a caminho do trabalho, na Rádio Comunitária de Palma, por pessoas presumidamente militares.xxxiv A
sua família procurou por ele no quartel militar em Palma e denunciou o caso ao Serviço Nacional de
Investigação Criminal (SERNIC), bem como ao Ministério Público.xxxv No entanto, nenhuma das autoridades
deu qualquer esclarecimento sobre o seu sequestro e a sua família ainda não tinha informações sobre seu
paradeiro no momento desta apresentação.

EXECUÇÕES EXTRAJUDICIAIS

Em 2020, houve vários relatos de execuções extrajudiciais (EJE) por agentes do Estado.xxxvi Particularmente,
foram relatados EJE por oficiais militares no contexto da insurgência em Cabo Delgado. Roberto Mussa
Ambasse e Muemede Suleimane Jumbe, mencionados acima, são considerados vítimas de EJE pelos
militares. Em setembro de 2020, o vídeo de uma mulher nua a ser espancada e baleada 36 vezes por

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agentes militares começou a circular nas redes sociais. A Amnistia Internacional verificou que as imagens
foram filmadas em Cabo Delgado.xxxvii

SUPRESSÃO DE ACESSO À INFORMAÇÃO

As autoridades têm procurado evitar que as informações sobre a situação em Cabo Delgado se tornem
públicas, supostamente para encobrir a verdadeira extensão da situação e atrocidades, incluindo pelas
forças de segurança do Estado. Isso inclui o confisco arbitrário de dispositivos de cidadãos contendo
informações relacionadas aos ataques.xxxviii Casos de prisão e desaparecimento de jornalistas, como
Amade Abubacar e Ibraimo Abú Mbaruco, também estão relacionados com essas restrições. Jornalistas
internacionais e outros que desenvolvem investigações na área também foram presos. Por exemplo, a 30
de junho de 2018, Pindai Dube, jornalista da eNCA, uma estação independente de tele-notícias com sede
na África do Sul, foi preso e detido pela polícia em Cabo Delgado, enquanto realizava investigações sobre
a insurgência.xxxix Ele teria sido acusado de espionagem e tentativa de derrubar o governo de Moçambique
ao apoiar o grupo de insurgência. Durante a sua detenção, foi interrogado, sem advogado, antes de ser
libertado sem acusação a 4 de julho de 2018.xl A 17 de dezembro de 2018, David Matsinhe, investigador
da Amnistia Internacional, e o jornalista Estacio Valoi, também foram detidos sob a mira de uma arma por
oficiais militares na mesma área, enquanto realizava investigações sobre a insurgência. Foram libertados
na noite de 18 de dezembro, mas os militares ficaram com suas câmaras, computadores e telemóveis.xli
Além disso, aqueles que fizeram comentários sobre a situação na área foram submetidos a assédio. Por
exemplo, o bispo Dom Luís Fernando Lisboa, da cidade de Pemba, tornou-se alvo de uma campanha de
difamação nas redes sociais pela sua franqueza. Em agosto de 2020, o presidente Nyusi fez um comentário
negativo sobre ele que exacerbou a intimidação e o assédio, incluindo pedidos da sua expulsão nas redes
sociais.xlii

RECOMENDAÇÕES
Em relação aos esforços de combate ao terrorismo, o Center recomenda que os Estados que fazem as
recomendações apelem para que Moçambique:
• Tome as medidas adequadas para garantir o respeito pelos direitos humanos, incluindo a
liberdade de expressão e acesso à informação e o direito a um julgamento justo, na luta
contra o terrorismo, insurgência e outras operações de segurança interna, e garanta que
todos os autores de violações sejam levados à justiça.
• Em linha com as recomendações apoiadas por Moçambique durante a última UPR, “tome
medidas para garantir que a aplicação da lei em Moçambique cumpra as normas nacionais
e internacionais de direitos humanos; e garanta investigações imediatas e completas, além
de processos onde as evidências garantam todas as alegações de violações dos direitos
humanos, incluindo tortura.”xliii Isso deve aplicar-se também a ações realizadas por agentes
de segurança do Estado.
• Assegure que todos os agentes de segurança do Estado se abstenham de causar
desaparecimentos forçados, realize investigações imediatas e imparciais em casos de
desaparecimentos causados por pessoas ou grupos de pessoas e leve à justiça os responsáveis
pelos desaparecimentos - forçados ou não.
• Garanta uma investigação imediata, imparcial e completa de todos os casos relatados de
execuções extrajudiciais e garanta que os autores sejam levados à justiça.

4
PREOCUPAÇÕES MAIS
AMPLAS COM A LIBERDADE
DE EXPRESSÃO
ASSÉDIO, INTIMIDAÇÃO E ATAQUES CONTRA JORNALISTAS E DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS

Durante a sua última UPR, Moçambique apoiou recomendações para garantir a plena liberdade de
expressão,xliv bem como garantir um ambiente de trabalho seguro para jornalistas e trabalhadores da
imprensa.xlv No entanto, ataques à liberdade de expressão continuam a ser uma preocupação séria. Até ao
momento, ninguém foi responsabilizado pelo assassinato de 3 de março de 2015, do advogado e professor
de Direito Constitucional, Gilles Cistac,xlvi ou pelo assassinato do dia 28 de agosto de 2015 do fundador
e editor do jornal online Diário de Notícias, Paulo Machava.xlvii Desde então, ocorreram outros casos de
ataques, intimidação e assédio de jornalistas, defensores de direitos humanos e pessoas que criticam o
governo, para os quais não houve investigações aparentes e ninguém foi responsabilizado. Abaixo estão
alguns exemplos.

Em 23 de maio de 2016, atiradores sequestraram o Prof. Jamie Macuane, um professor de ciência


política e comentarista do programa televisivo “Pontos de Vista”, na cidade de Maputo.xlviii Ele foi levado
ao bairro de Marracuene, baleado na perna e abandonado.xlix Em 27 de março de 2018, dois atiradores não
identificados na capital, Maputo, sequestraram seu sucessor como comentarista, Enricino de Salema. l
Eles bateram fortemente em suas pernas antes de deixá-lo no mesmo lugar onde o Prof. Macuane havia
sido deixado menos de 2 anos antes. Em 23 de agosto de 2020, um grupo não identificado incendiou o
escritório do semanário independente Canal de Moçambique.li O jornal noticiou casos de corrupção e
criticou o governo. Os ataques físicos ao Prof. José Jamie Macuane e Enricino de Salema, bem como o
atentado ao Canal de Moçambique, teriam sido uma retaliação pelas suas críticas às autoridades.lii
Em 2 de dezembro de 2017, um homem armado supostamente ameaçou matar Aunício da Silva, um
jornalista investigativo e editor da IKWELI, uma publicação semanal da cidade de Nampula.liii O atirador
teria acusado a publicação de Aunício da Silva de manchar a imagem de Daviz Simango, presidente do
Movimento Democrático de Moçambique (MDM), bem como de Carlos Saíde, candidato do partido nas
eleições para prefeito da cidade de Nampula em janeiro de 2018.

A revelação da dívida oculta em abril de 2016 levou a um aumento das críticas ao governo por parte das
CSOs, em particular do Centro de Integridade Pública (CIP). Segundo consta, a equipe do CIP começou
a receber ameaças e intimidações, inclusive nas redes sociais, onde foram acusados de não serem
patriotas.liv Em pelo menos dois incidentes, estranhos abordaram familiares de funcionários do CIP no
local para alertá-los a aconselhar seus parentes a pararem de criticar o governo.lv Fátima Mimbire,
pesquisadora do CIP e apresentadora do programa de TV Opinião No Feminino entre 2015 e 2019, recebeu
mensagens intimidadoras e ameaças de morte por meio do Facebook, WhatsApp e outras postagens nas
redes sociais.lvi A intimidação e ameaças parecem estar relacionadas ao seu envolvimento na campanha
do CIP, bem como às opiniões expressas no programa de TV. Em maio de 2019, Alice Tomás, membro
do parlamento pertencente ao partido político governante da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO), supostamente pediu que ela “fosse estuprada por 10 homens fortes e enérgicos para lhe
ensinar uma lição.”lvii

5
LEIS CRIMINAIS DE DIFAMAÇÃO

Apesar dos apelos para que o país revogue as leis criminais de difamação,lviii o Código Penal de Moçambique
continua a criminalizar a difamação e a calúnia, incluindo sentenças de até um ano de prisão, ou dois
anos se for contra o presidente.lix Esses crimes também foram incluídos na revisão do Código Penal de
2019.lx Além disso, a difamação e calúnia contra o Presidente, membros do governo, parlamentares,
magistrados e outras autoridades públicas também são criminalizadas na Lei de Imprensa.lxi

RECOMENDAÇÕES
Em relação à liberdade de expressão, o Center recomenda que os Estados que fazem as recomendações
apelem para que Moçambique:
• Realize investigações imparciais e completas em todos os casos de assassinatos, ataques,
intimidação e assédio de jornalistas, defensores de direitos humanos e outros indivíduos
politicamente ativos, certificando-se de que os responsáveis sejam levados à justiça.
• Tome todas as medidas necessárias, através da lei e da política governamental, para
garantir o respeito, proteção e promoção da liberdade de expressão, incluindo os meios
de comunicação, e que os defensores dos direitos humanos, jornalistas e indivíduos sob
a jurisdição de Moçambique possam envolver-se em assuntos de interesse público sem
retaliação.
• Em linha com as recomendações recebidas por Moçambique no ciclo anterior, “Descriminalize
a difamação e coloque-a no Código Civil, de acordo com as normas internacionais.”lxii

6
NOTAS FINAIS
i Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC), Relatório do Grupo de Trabalho sobre a Revisão Periódica
Universal: Moçambique, 2º ciclo, 12 de abril de 2016, A/HRC/32/6, disponível em https://documents-dds- ny.un.
org/doc/UNDOC/GEN/G16/075/29/PDF/G1607529.pdf?OpenElement, par. 128, recomendação 128.1 da Austrália;
Recomendação 128.2 da Nova Zelândia; Recomendação 128.3 da França e Geórgia; Recomendação 128.4 do Gana;
Recomendação 128.5 da Alemanha, Quénia, Montenegro, Turquia, Timor-Leste, Polónia e Tunísia; Recomendações 128.6
da Espanha; Recomendação 128.7 da Indonésia; Recomendação 128.8 da Namíbia; Recomendação 128.9 de Portugal; e a
Recomendação 128.10 da Eslováquia.
ii Ibid, par. 128, Recomendação 128.1 da Austrália; Recomendação 128.2 da Nova Zelândia; e Moçambique, 2º ciclo, A/
HRC/32/6/Add. 1 - par. 7, Recomendação 129.3 do Gana.
iii Nota 1 supracitada, par. 128, Recomendação 128.33 da Turquia, 128.34 da Polónia e Geórgia, Recomendação 128.35 da
Letônia e Recomendação 128.36 do Reino Unido.
iv Ibid, par. 128, Recomendação 128.36 do Reino Unido, Recomendação 128.37 dos EUA e Recomendação 128.38 da Suécia.
v Nota 1 supracitada, par. 128, Recomendação 128.31 da Serra Leoa.
vi Nota 1 supracitada, par. 130 & A/HRC/32/6/Add. 1 - par. 29, Recomendação 130.3 da Costa do Marfim. Veja também a
Recomendação 130.4 do Togo; Recomendação 130.2 da Tunísia; e a Recomendação 130.5 da França
vii Consulte a base de dados do OHCHR sobre convites permanentes, disponível em https://spinternet.ohchr.org/
StandingInvitations.aspx?lang=en.
viii Consulte a base de dados de Procedimentos Especiais do OHCHR, disponível em https://spinternet.ohchr.org/.
ix Vencimento em novembro de 2006 e abril de 2005, respetivamente.
x Vencimento em maio de 2010.
xi Nota 1 supracitada, par. 128, Recomendação 128.14 da Noruega
xii Veja o Artigo 8 da Lei de revisão do Código de Processo Penal, Lei nº 25/2019, publicada no Diário Oficial do Governo
em 26 de dezembro de 2019, disponível em https://reformar.co.mz/documentos-diversos/lei-25-2019-lei-de- revisao-do-
codigo-do-processo-penal.pdf e o Artigo 8 da Lei de revisão do Código Penal, Lei nº 24/2019, publicada no Diário Oficial
do Governo em 24 de dezembro de 2019, disponível em: https://reformar.co.mz/documentos-diversos/lei-24-2019-lei-de-
revisao-do-codigo-penal.pdf.
xiii Moçambique, 2º Ciclo, A/HRC/32/6 - par. 130 & A/HRC/32/6/Add. 1 - par. 29, Recomendação 130.3 da Costa do Marfim.
Veja também a Recomendação 130.4 do Togo; a Recomendação 130.2 da Tunísia; e a Recomendação 130.5 da França.
xiv UNHRC, Relatório do Grupo de Trabalho sobre a Revisão Periódica Universal: Moçambique, 2º ciclo, 12 de abril de
2016, A/HRC/32/6, disponível em https://documents-dds- ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G16/075/29/PDF/G1607529.
pdf?OpenElement - par. 128, recomendação 128.1 da Austrália; Recomendação 128.2 da Nova Zelândia; Recomendação
128.3 da França e Geórgia; Recomendação 128.4 do Gana; Recomendação 128.5 da Alemanha, Quénia, Montenegro,
Turquia, Timor-Leste, Polónia e Tunísia; Recomendações 128.6 da Espanha; Recomendação 128.7 da Indonésia;
Recomendação 128.8 da Namíbia; Recomendação 128.9 de Portugal; e a Recomendação 128.10 da Eslováquia.
xv Ibid, par. 128, Recomendação 128.1 da Austrália; Recomendação 128.2 da Nova Zelândia; e Moçambique, 2º ciclo, A/
HRC/32/6/Add. 1 - par. 7, Recomendação 129.3 do Gana.
xvi Mozambique Asset Management (MAM), ProIndicus e Empresa Moçambicana de Atum (Ematum).
xvii U4 Anti- Corruption Resource Centre, The Mozambique hidden loans case: An opportunity for donors to demonstrate
anti-corruption, 2018, disponível em https://www.u4.no/publications/the-mozambique-hidden-loans- case-an-
opportunity-for-donors-to-demonstrate-anti-corruption-commitment. Veja também, Reuters, Factbox: Mozambique debt
crisis- What does the country owe, and to whom?, 9 de setembro de 2019, disponível em https://www.reuters.com/article/
us-mozambique-debt-creditors-factbox/factbox-mozambique-debt-crisis-what- does-the-country-owe-and-to-whom-
idUSKCN1VU1WE.
xviii Committee to Protect Journalists, Mozambique journalist abducted, assaulted, 28de março de 2018, disponível em https://
cpj.org/2018/03/mozambique-journalist-abducted-assaulted/.
xix Star Tribune, 7 Beheaded by extremist in Mozambique’s gas-rich North, 7 de fevereiro de 2020, disponível em https://
www.startribune.com/7-beheaded-by-extremists-in-mozambique-s-gas-rich-north/567658652/. Veja também https://
www.cmi.no/publications/file/7231-war-in-resource-rich-northern-mozambique-six-scenarios.pdf.
xx Foreign Policy, Mozambique’s insurgency is a regional problem, 1° de julho de 2020, disponível em https://foreignpolicy.
com/2020/07/01/mozambique-islamist-insurgency-regional-problem-cabo-delgado/.
xxi International Crisis Group, Report on Mozambique’s violence, disponível em https://www.crisisgroup.org/crisiswatch/
print?page=1&location%5B0%5D=125&crisis_=&t=CrisisWatch+Dat abase+Filter.
xxii Veja United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (UNOCHA), Cabo Ligado Weekly: 3 - 9 de agosto
de 2020, 12 de agosto de 2020, https://reliefweb.int/report/mozambique/cabo-ligado-weekly-3-9-august-2020.
xxiii Estatísticas do UNOCHA de julho de 2020, colocavam o número em 250.000. Veja United Nations High Commissioner for
Refugees- Mozambique, Cabo Delgado Update, agosto de 2020, que menciona essas estatísticas, disponível em: https://
reporting.unhcr.org/sites/default/files/UNHCR%20Mozambique%20Cabo%20Delgado%20Update%20-%20Aug2020.pdf .

7
xxiv Carta de Mozambique, Attacks in Cabo Delgado: SDS hands out “combs” to citizens and military personnel in the nine
affected districts, 12 de março de 2020, disponível em https://cartamz.com/index.php/politica/item/4645- ataques-em-
cabo-delgado-fds-passampente -fino-a-cidadaos-e-militares-nos-nove-distritos-afectadosp.
xxv Human Rights Watch, Report: Mozambique: Events of 2018, 13 de junho de 2018, disponível em https://www.hrw.org/
world-report/2019/country-chapters/mozambique.
xxvi United States, State Department Country Report 2019 on Mozambique, disponível em https://www.state.gov/
reports/2019-country-reports-on-human-rights-practices/mozambique/.
xxvii Ibid
xxviii American Bar Association, Centre for Human Rights, Effective counter-terrorism strategies do not include arresting
journalists, 11 de abril de 2019, disponível em https://www.americanbar.org/groups/human_rights/reports/
ArrestsInCaboDelgado/. Veja também a Carta e o Relatório apresentado pela ABA CHR, ao Ministro da Justiça, Assuntos
Constitucionais e Religiosos de Moçambique, disponível em https://drive.google.com/file/d/0B8HSIbsQeYKQNnIzTjYtRkp
mZTRpX0F0bHBFQklnX2p1ZVA4/view.
xxix Ibid.
xxx Ibid.
xxxi Estes são criminalizados ao abrigo dos artigos 323, 406, 458(1), 389, 398(1) e 401(2) do Código Penal de Moçambique,
respectivamente. Veja: Amnesty International, Urgent Action, Journalist charged with criminal offenses, Ninth UA:
001/19 Index: AFR 41/1029/2019 Mozambique Date, 13 de setembro de 2019, disponível em https://www.amnesty.org/
download/Documents/AFR4110292019ENGLISH.pdf.
xxxii Mozambique: Open letter of concern on declining human rights situation in the northern province of Cabo Delgado,
29 de abril de 2020, Index number: AFR 41/2239/2020, disponível em https://www.amnesty.org/en/documents/
afr41/2239/2020/en/. A carta aberta foi assinada por 17 organizações.
xxxiii Na noite de 11 de março de 2020, as forças de segurança prenderam Roberto Mussa Ambasse e Muemede Suleimane
Jumbe, dois ativistas locais e líderes comunitários, na sua residência no distrito de Palma, norte de Cabo Delgado, citado
no relatório da Amnistia Internacional, disponível em https: / /www.amnesty.org.uk/urgent-actions/end- smear-campaign-
against-bishop-lisboa.
xxxiv Human Rights Watch, Mozambique: Journalist feared ‘disappeared’, 17 de abril de 2020, disponível em https://www.hrw.
org/news/2020/04/17/mozambique-journalist-feared-disappeared.
xxxv Reporters Without Borders, Mozambique: Reporter missing for the past ten days in the far-north province, 17 de abril de
2020, disponível em https://rsf.org/en/news/mozambique-reporter-missing-past-ten-days-far-north- province.
xxxvi Veja por exemplo: Moçambique: Policia mata cidadãos por violam estado de emergência, e-Global, 27 de maio de 2020,
disponível em https://e-global.pt/noticias/lusofonia/mocambique/mocambique-policia-mata-cidadaos-por- violarem-
estado-de-emergencia/. Dois cidadãos foram supostamente mortos pela Polícia da República de Moçambique por
possíveis violações ao estado de emergência. Veja também DW, Polícia promove acusados da morte de observador
eleitoral em Moçambique, 25 de janeiro de 2020, disponível em https://www.dw.com/pt- 002/pol%C3%ADcia-promove-
acusados-da-morte-de-observador-eleitoral-em-mo% C3% A7ambique/a- 52148334; e LUSA, Polícia mata jovem por
alegada desobediência, 29 de julho de 2020, disponível em https://noticias.sapo.mz/sociedade/artigos/policia-mata-
jovem-por-alegada-desobediencia.
xxxvii Amnesty International, Mozambique: Video showing killing of naked woman further proof of human rights violations
by State armed forces, 15 de setembro de 2020, disponível em https://www.amnesty.org/en/latest/news/2020/09/
mozambique-video-showing-killing-of-naked-woman-further- proof-of-human-rights-violations-by-state-armed-forces/.
Veja também Human Rights Watch, Mozambique: Alleged soldiers execute woman, 17 de setembro de 2020, disponível
em https://www.hrw.org/news/2020/09/17/mozambique- alleged-soldiers-execute-woman.
xxxviii Carta de Mozambique, Attacks in Cabo Delgado: SDS hands out “combs” to citizens and military personnel in the nine
affected districts, 12 de março de 2020, disponível em https://cartamz.com/index.php/politica/item/4645-ataques-em-
cabo-delgado- fds-passampente -fino-a-cidadaos- e-militares-nos-nove-distritos-afectadosp.
xxxix ABA Center for Human Rights interview with Pindai Dube em 29 de julho de 2020. Veja também: Breaking News: eNCA
correspondent Pindai Dube released in Cabo Delgado, Mozambique, disponível em https://clubofmozambique.com/
news/breaking-news-enca-correspondent-pindai-dube-released-in-cabo-delgado- mozambique/. Veja também Amnistia
Internacional, Mozambique: Elections period clouded by attacks on civil society leaders, activists and journalists, disponível
em https://www.amnesty.org/en/latest/news/2019/09/mozambique-elections-period-clouded-by-attacks-on- Civil-
sociedade-líderes-ativistas-e-jornalistas /.
xl Ibid.
xli ABA CHR Interview with David Matsinhe em 13 de outubro de 2020. Veja também: Inter Press Services, Mozambique
reels from repeated attacks on press freedom, 23 de setembro de 2020, disponível em http://www.ipsnews.net/2020/09/
mozambique-reels-from-repeated-attacks-on-press-freedom/. Veja também CIVICUS, Open letter: Pope Francis’ visit to
Mozambique presents an opportunity to address human rights violations, 2 de setembro de 2019, disponível em https://
www.civicus.org/index.php/media-resources/news/4031- open-letter-pope-francis-visit-to-mozambique-presents-an-
opportunity-to-address-human-rights-violations. Veja também: The Globe and Mail, Canadian scholar freed after military
detention in Mozambique, 19 de dezembro de 2018, https://www.theglobeandmail.com/world/article-canadian-scholar-
freed-after-military-detention-in- mozambique/.
xlii Amnesty International, Urgent Action: End smear campaign against Bishop Lisboa, First UA:132/20 Index: AFR
41/2914/2020, 26 de agosto de 2020. Disponível em: https://www.amnesty.org/en/documents/afr41/2914/2020/en/.

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xliii Moçambique, 2º Ciclo, A/HRC/32/6 - par. 128, Recomendação 128.79 do Canadá. Veja também a Recomendação 128.77
da Austrália; Recomendação 128.78 do Gana; Recomendação 128,73 da Nova Zelândia; Recomendação 128,74 da Costa
Rica; e 128,88 da Áustria
xliv Moçambique, 2º Ciclo, A/HRC/32/6 - par. 128, Recomendação 128.121
xlv Moçambique, 2º Ciclo, A/HRC/32/6/ Add.1 - par. 7, Recomendação 129.35 da Letônia
xlvi BBC News, Mozambique Lawyer Giles Cistac assassinated in Maputo, 3 de março de 2015, disponível em https://www.
bbc.com/news/world-africa-31709161,. Veja também o Amnesty International Report, Mozambique: Authorities must
promptly investigate the killing of a lawyer, 5 de março de 2015, disponível em https://www.amnesty.org/en/documents/
afr41/1137/2015/en/.
xlvii United Nations Educational Scientific and Cultural Organisation (UNESCO), Director-General Condemns murder of
Mozambican journalist Paulo Machava, disponível em https://en.unesco.org/news/director-general- condemns-murder-
mozambican-journalist-paulo-machava. Veja também Reporters Without Borders, Online newspaper editor gunned down
on Maputo street, 20 de janeiro de 2016, disponível em https://rsf.org/en/news/online- newspaper-editor-gunned-down-
maputo-street e https://cpj.org/data/people/paulo-machava/.
xlviii Amnesty International, Turn the Page: A human rights manifesto for Mozambican political parties and candidates, eleições
de outubro de 2019, p.15, disponível em https://www.amnesty.org/download/Documents/AFR4110192019ENGLISH.PDF.
Veja também News 24, Mozambique fails to probe rights abuses: ONU, 26 de setembro de 2018, disponível em https://
www.news24.com/news24/africa/news/mozambique-fails-to-probe-rights-abuses-un-20180926. Veja também: United
States, Department of State, 2016 Country Reports on Human Rights Practices: Mozambique, disponível em https://www.
state.gov/reports/2016-country-reports-on-human-rights-practices/mozambique/.
xlix Ibid.
l Committee to Protect Journalists, Mozambique Journalist abducted, assaulted, 28 de março de 2018, disponível em
https://cpj.org/2018/03/mozambique-journalist-abducted-assaulted/. Veja também: Human Rights Watch, Mozambique:
Growing fear among activists, 13 de abril de 2018, disponível em https://www.hrw.org/news/2018/04/13/mozambique-
growing-fear-among-activists.
li Amnesty International, Mozambique: Unprecedented arson attack on Canal Media must be promptly investigated, 31
de agosto de 2020, disponível em https://www.amnesty.org/en/latest/news/2020/08/mozambique- unprecedented-
arson-attack-on-canal- media/#:~:text=On%2023%20August%20an%20unidentified,destroying%20equipment%2C%20
furniture%20a nd%20files. Veja também: African News, Mozambican paper burnt down after state documents leaked, 24
de agosto de 2018, disponível em https://www.africanews.com/2020/08/24/mozambican-paper-burnt-down-after-state-
documents-leaked//.
lii Ibid.
liii Nota 38 supracitada na página 5.
liv Congressional Research Service, Mozambique: Politics, economy and US relations, 12 de setembro de 2019, p.4 nota 12,
disponível em https://fas.org/sgp/crs/row/R45817.pdf.
lv O Center foi informado que em 2016 o marido de Fátima Mimbire teria sido abordado por um estranho que se dizia ser
um antigo colega de classe seu e lhe pediu que a aconselhasse a parar de criticar o governo. Em dezembro de 2019, o
irmão de Edson Cortez, Diretor Executivo da CIP, foi abordado por três homens com o rosto coberto à procura de Edson
Cortez. Veja também : Carta de Moçambique, Edson Cortes e alvo de ameacas e intimidação, 4 de dezembro de 2019,
disponível em https://cartamz.com/index.php/politica/item/3841-edson-cortes- e-alvo-de-ameacas-e-intimidacao. Veja
também: Transparency International, Condemnation of harassment against anti-corruption campaigner in Mozambique, 5
de dezembro de 2019, disponível em https://www.transparency.org/en/press/condemnation-of-harassment-against-anti-
corruption-campaigner-in- mozambique#.
lvi Ibid.
lvii Focus on Africa, Mozambique, Dark elections: Threats against human rights defender, Fatima Mimbire, 25 de setembro
de 2029, disponível em https://www.focusonafrica.info/en/mozambique-dark-elections-threats-against- human-
rights-defender-fatima-mimbire/. Veja também: Amnesty International, Turn the page! A human rights manifesto
for Mozambican political parties and candidates, Eleição de outubro de 2019, Index: AFR 41/1019/2019, disponível
em https://reliefweb.int/sites/reliefweb.int/files/resources/AMR4110192019ENGLISH.PDF. Veja também: Amnesty
International, Mozambique: Woman human rights defender facing threats online: Fátima Mimbire, 29 de janeiro de 2019,
Index number: AFR 41/9744/2019, disponível em https://www.amnesty.org/en/documents/afr41/9744/2019/en/.
lviii Moçambique, 2º ciclo, A/HRC/32/6/ Add.1 - par. 24, Recomendação 129.30 da Irlanda. Veja também Moçambique, 2º
ciclo, A/HRC/32/6/ Add.1 - par. 25, Recomendação 129.31 da Noruega; e Recomendação 129.32 da Suíça.
lix Código Penal de Moçambique, artigos 229, 231 e 235.
lx Código Penal Revisto, Lei 24 de 24 de dezembro de 2019, artigos 233 a 239.
lxi Lei de Imprensa Moçambicana de 1991, Artigos 46 e 47.
lxii Moçambique, 2º ciclo, A/HRC/32/6/ Add.1 - par. 24, Recomendação 129.30 da Irlanda.

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