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TÍTULOS DE CRÉDITO

1. CONTEXTO DE SURGIMENTO ........................................................................................................................................................................... 4


2. CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO ................................................................................................................................................................. 4
3. CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ............................................................................................................................................... 5
4. PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO .......................................................................................................................................................... 5
4.1 CARTULARIDADE .................................................................................................................................................................................... 5
4.1.1 DUPLICATAS VIRTUAIS ................................................................................................................................................................. 5
4.2 LITERALIDADE ........................................................................................................................................................................................ 6
4.3 AUTONOMIA ........................................................................................................................................................................................... 6
4.3.1 INOPONIBILIDADE DAS EXEÇÕES PESSOAIS ................................................................................................................................ 7
4.4 INDEPENDÊNCIA..................................................................................................................................................................................... 8
4.5 LEGALIDADE ........................................................................................................................................................................................... 8
5. DISPOSIÇÕES GERAIS (CÓDIGO CIVIL) ........................................................................................................................................................... 8
5.1 OMISSÃO DE REQUISITOS x VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO ORIGINÁRIO ...................................................................................... 8
5.2 REQUISITOS DO TÍTULO DE CRÉDITO (CC) ............................................................................................................................................ 9
5.3 CLÁUSULAS CONSIDERADAS NÃO ESCRITAS ........................................................................................................................................ 9
5.4 TÍTULO DE CRÉDITO INCOMPLETO ........................................................................................................................................................ 9
5.5 AUSÊNCIA OU EXCESSO DE PODERES ................................................................................................................................................. 10
5.6 TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CRÉDITO ........................................................................................................................................... 10
5.7 IMPOSSIBILIDADE DE REIVINDICAÇÃO DO PORTADOR DE BOA-FÉ .................................................................................................... 10
5.8 OUTRAS REGRAS GERAIS (CC) ............................................................................................................................................................ 11
6. CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................................................................................. 11
6.1 QUANTO À FORMA DE TRANSFERÊNCIA .............................................................................................................................................. 11
6.1.1 TÍTULO AO PORTADOR ............................................................................................................................................................... 11
6.1.2 DO TÍTULO NOMINAL ................................................................................................................................................................. 12
7. PERDA OU EXTRAVIO DO TÍTULO [CC x LUG x DECRETO Nº 2.044/1908] .................................................................................................... 13
8. ATOS CAMBIÁRIOS ........................................................................................................................................................................................ 14
8.1 ENDOSSO ............................................................................................................................................................................................. 14
8.1.1 VEDAÇÕES .................................................................................................................................................................................. 15
8.1.2 ENDOSSO EM BRANCO E ENDOSSO EM PRETO ........................................................................................................................ 15
8.1.3 ENDOSSO IMPRÓPRIO ................................................................................................................................................................ 16
8.1.4 ENDOSSO APÓS O VENCIMENTO x PÓSTUMO/TARDIO.............................................................................................................. 17
8.1.5 CLÁUSULUA PROIBITIVA ENDOSSO (CC) ................................................................................................................................... 18
8.1.6 PROIBIÇÃO DE NOVO ENDOSSO (LUG) ...................................................................................................................................... 18
8.1.7 ENDOSSO x CESSÃO CIVIL ......................................................................................................................................................... 18
8.2 AVAL ..................................................................................................................................................................................................... 19
8.2.1 AVAL PARCIAL (CC x LUG) ......................................................................................................................................................... 19
8.2.2 REGRAS GERAIS ......................................................................................................................................................................... 20
8.2.3 RESPONSABILIDADE DO AVALISTA ............................................................................................................................................ 20
8.2.4 AVAL EM BRANCO E AVAL EM PRETO........................................................................................................................................ 21
8.2.5 AVAL SIMULTÂNEO - COAVAL .................................................................................................................................................... 21

elaborado por @fredsmcezar


8.2.6 AVAL SUCESSIVO ....................................................................................................................................................................... 21
8.2.7 OUTORGA CONJUGAL PARA PRESTAÇÃO AVAL [CC x STJ]....................................................................................................... 22
8.2.8 SÚMULA 26-STJ – AVALISTA (TÍTULO VINCULADO A CONTRATO DE MÚTUO) ........................................................................ 22
8.2.9 AVAL x FIANÇA............................................................................................................................................................................ 22
8.3 PROTESTO ............................................................................................................................................................................................ 22
8.3.1 PROCEDIMENTO ......................................................................................................................................................................... 23
8.3.2 DA DESISTÊNCIA E SUSTAÇÃO DO PROTESTO .......................................................................................................................... 24
8.3.3 DO PAGAMENTO ......................................................................................................................................................................... 25
8.3.4 DO REGISTRO DO PROTESTO ..................................................................................................................................................... 25
8.3.5 PROTESTO POR FALTA DE ACEITE ............................................................................................................................................. 25
8.3.6 PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO .................................................................................................................................... 26
8.3.7 DO CANCELAMENTO DO PROTESTO .......................................................................................................................................... 26
8.3.8 SÚMULA 476 STJ – PROTESTO INDEVIDO ................................................................................................................................. 26
8.3.9 SÚMULA 475 STJ ....................................................................................................................................................................... 27
8.3.10 PROTESTO: CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO ................................................................................................................. 27
8.3.11 PROTESTO FACULTATIVO x PROTESTO NECESSÁRIO ................................................................................................................ 27
9. LETRA DE CÂMBIO ......................................................................................................................................................................................... 29
9.1 REQUISITOS FORMAIS ......................................................................................................................................................................... 29
9.2 DO VENCIMENTO .................................................................................................................................................................................. 30
9.3 ACEITE .................................................................................................................................................................................................. 30
9.3.1 PRAZO DE RESPIRO .................................................................................................................................................................... 31
9.3.2 ACEITE LIMITATIVO x ACEITE MODIFICATIVO ............................................................................................................................ 31
9.4 FALTA DE ACEITE ................................................................................................................................................................................. 32
9.4.1 PROTESTO POR FALTA DE ACEITE ............................................................................................................................................. 32
9.5 VENCIMENTO ANTECIPADO DO TÍTULO: ACEITE PARCIAL E FALÊNCIA .............................................................................................. 32
9.5.1 CLÁUSULA NÃO ACEITÁVEL ....................................................................................................................................................... 33
9.6 TRANSFERÊNCIA DA LETRA DE CÂMBIO (Art. 11 LUG) ....................................................................................................................... 33
9.7 PRAZO PRESCRICIONAL ....................................................................................................................................................................... 33
10. NOTA PROMISSÓRIA ................................................................................................................................................................................. 34
10.1 REGIME JURÍDICO ................................................................................................................................................................................ 34
10.2 REQUISITOS FORMAIS ......................................................................................................................................................................... 34
10.2.1 INFO 697 – DATAS DE VENCIMENTO DIVERGENTES .................................................................................................................. 36
10.3 SÚMULA 258-STJ ................................................................................................................................................................................. 36
10.4 NOTAS PROMISSÓRIAS VINCULADAS A CONTRATO ........................................................................................................................... 36
10.4.1 NOTA PROMISSÓRIA RURAL ...................................................................................................................................................... 37
10.5 SÚMULA 504-STJ ................................................................................................................................................................................. 37
10.6 COMMERCIAL PAPERS (Instrução Normativa 134 da CVM) ................................................................................................................ 37
11. CHEQUE ..................................................................................................................................................................................................... 38
11.1 TRANSMISSIBILIDADE DO CHEQUE – ENDOSSO OU CESSÃO CIVIL .................................................................................................... 38
11.2 CLÁUSULA PROIBITIVA DE ENDOSSO .................................................................................................................................................. 38
11.3 PAGAMENTO PARCIAL ......................................................................................................................................................................... 38
11.4 REQUISITOS ......................................................................................................................................................................................... 39
11.5 SÚMULA 370-STJ ................................................................................................................................................................................. 39
11.5.1 PÓS DATAÇÃO REGULAR X IRREGULAR (INFO 584-STJ) ........................................................................................................... 40
11.6 PRAZO PARA APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................. 40

elaborado por @fredsmcezar


11.7 PRAZO PRESCRICIONAL ....................................................................................................................................................................... 41
11.7.1 PROTESTO .................................................................................................................................................................................. 41
11.7.2 PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO ........................................................................................................................................... 42
11.7.3 AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO (art. 61) ....................................................................................................................................... 42
11.7.4 AÇÃO DE COBRANÇA (causal) (art. 62) ....................................................................................................................................... 42
11.7.5 AÇÃO MONITÓRIA (SÚMULAS 299, 503 E 531-STJ) .................................................................................................................. 42
11.8 CHEQUE CRUZADO ............................................................................................................................................................................... 43
11.9 CHEQUE VISADO................................................................................................................................................................................... 43
11.10 CHEQUE ADMINISTRATIVO ............................................................................................................................................................. 44
11.11 CHEQUE DE VIAGEM ........................................................................................................................................................................ 44
11.12 REVOGAÇÃO E SUSTAÇÃO DA ORDEM ............................................................................................................................................ 44
11.13 MORTE OU INCAPACIDADE DO EMITENTE ...................................................................................................................................... 44
11.14 JUROS DE MORA E CORREÇÃO ....................................................................................................................................................... 44
11.15 RESPONSABILIDADE DO BANCO ..................................................................................................................................................... 45
11.16 SÚMULA 388 – DEVOLUÇÃO INDEVIDA E DANO MORAL ................................................................................................................ 45
12. DUPLICATA................................................................................................................................................................................................ 46
12.1 EMITENTES........................................................................................................................................................................................... 46
12.2 REQUISITOS ......................................................................................................................................................................................... 46
12.3 VENDA PARCELADA.............................................................................................................................................................................. 47
12.4 VALOR DA FATURA ............................................................................................................................................................................... 47
12.5 VENDA E ENTREGA DE ENTREGA DE MERCADORIA ............................................................................................................................. 48
12.6 DA REMESSA E DA DEVOLUÇÃO DA DUPLICATA ................................................................................................................................. 48
12.7 ACEITE .................................................................................................................................................................................................. 49
12.7.1 ACEITE E O PRINCÍPIO DA ABSTRAÇÃO ...................................................................................................................................... 49
12.7.2 ACEITE EXPRESSO ...................................................................................................................................................................... 50
12.7.3 ACEITE PRESUMIDO ................................................................................................................................................................... 50
12.8 PAGAMENTO ........................................................................................................................................................................................ 50
12.9 TRIPLICATA .......................................................................................................................................................................................... 50
12.10 AVAL ................................................................................................................................................................................................ 50
12.11 RESGATE DA DUPLICATA ................................................................................................................................................................ 51
12.12 RETENÇÃO DA DUPLICATA .............................................................................................................................................................. 51
12.13 REFORMA OU PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO .......................................................................................................... 51
12.14 PROTESTO ....................................................................................................................................................................................... 51
12.15 DO PROCESSO PARA COBRANÇA DA DUPLICATA ........................................................................................................................... 52
12.16 PRESCRIÇÃO.................................................................................................................................................................................... 53
12.17 SÚMULA 248-STJ (DUPLICATA NÃO ACEITA E PROTESTADA – TÍTULO HÁBIL P/ PEDIDO DE FALÊNCIA) ..................................... 53
12.18 DUPLICATA VIRTUAL ....................................................................................................................................................................... 53
12.19 DUPLICATA RURAL .......................................................................................................................................................................... 54
12.20 CRIME DE DUPLICATA SIMULADA (art. 172 do CP) ........................................................................................................................ 54
12.20.1 PROTESTO OBRIGATÓRIO ........................................................................................................... Erro! Indicador não definido.

elaborado por @fredsmcezar


1. CONTEXTO DE SURGIMENTO

O cosmopolitismo, uma das principais características do direito empresarial, deu origem a usos e costumes comuns a todos os
comerciantes, independentemente de sua nacionalidade, a exemplo da criação, pela Convenção de Genebra, de uma lei uniforme
para a letra de câmbio e a nota promissória. (certa) CESPE - 2012 - DPE-ES
Costuma-se dividir o direito cambiário em quatro períodos históricos distintos. Primeiramente, houve o período italiano (até
1650), no qual os títulos surgiram para facilitar o câmbio trajetício, em que o transporte da moeda em determinado trajeto ficava por
conta e risco de um banqueiro. Esse câmbio trajetício se instrumentalizava por meio de dois documentos: a cautio, apontada como
origem da nota promissória, por envolver uma promessa de pagamento (o banqueiro reconhecia a dívida e prometia pagá-la no
prazo, lugar e moeda convencionados), e a littera cambii, apontada como origem da letra de câmbio, por se referir a uma ordem
de pagamento (o banqueiro ordenava ao seu correspondente que pagasse a quantia nela fixada).
Depois houve período francês (1650 a 1848), merecendo destaque, nessa época, o surgimento da cláusula à ordem e do
endosso, que permitia ao beneficiário da letra de câmbio transferi-la independentemente de autorização do sacador.
A terceira fase corresponde ao período alemão (1848 a 1930), marcada pela edição da Ordenação Geral do Direito Cambiário,
uma codificação que continha normas especiais sobre letras de câmbio.
A quarta fase corresponde ao período uniforme, que se iniciou em 1930, com a realização da Convenção de Genebra sobre
títulos de crédito e a consequente aprovação, no mesmo ano, da Lei Uniforme das Cambiais, aplicável às letras de câmbio e às
notas promissórias.
Atualmente, os títulos de crédito passam por um importante período de transição, decorrente do surgimento da internet e do
desenvolvimento tecnológico. Além de o comércio eletrônico ter diminuído o uso dos títulos de crédito tradicionais, a tecnologia tem
permitido a desmaterialização dos títulos, isto é, a sua criação e negociação em meio virtual, sem a necessidade de
instrumentalização em meio físico (papel).1
2. CONCEITO DE TÍTULO DE CRÉDITO

“Seguindo os ensinamentos do jurista italiano Cesare Vivante, costuma-se conceituar título de crédito como o “documento
necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”. O conceito de Vivante é o ideal porque nos remete, por
intermédio das expressões “necessário”, “literal” e “autônomo”, aos três mais importantes princípios do regime jurídico cambial:
cartularidade, literalidade e autonomia”.
CC. Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz
efeito quando preencha os requisitos da lei.

• Os títulos de crédito são atos jurídicos unilaterais que contêm direito autônomo, o qual se revela mais fortemente no momento em que o
título circula. (certa) CESPE - 2009 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Trata-se de documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, só produzindo efeito quando preenchidos os
requisitos legais. (certa) FCC - 2009 - DPE-PA
• O conceito mais clássico de título de crédito, praticamente reproduzido no artigo 887 do Código Civil, foi elaborado por Tullio Ascarelli. (errada)
CESPE - 2012 - TJ-PI – JUIZ

• O título de crédito, documento dispensável ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha
os requisitos da lei. (errada) VUNESP - 2018 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito nele contido, produz efeito independentemente de preenchidos os requisitos
legais. (errada) VUNESP - 2018 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei. (certa) VUNESP - 2018 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O título de crédito, enquanto documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, produz efeitos se preenchidos ou
não os requisitos legais. (errada) FCC - 2018 - DPE-AM
• O Código Civil estabelece como título de crédito o documento necessário ao exercício literal e autônomo nele contido, somente produzindo
efeito quando preenchidos os requisitos previstos em lei. Com referência a esse conceito e aos princípios que tratam dos títulos de crédito,
é correto afirmar que o princípio da autonomia preconiza que, para que o crédito possa circular, a obrigação representada pelo título não
dependa de mais nada do que esteja escrito no documento, desvinculando-se o negócio jurídico inicialmente firmado da cártula originada.
(certa) CESPE - 2019 - MPE-PI

1
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 403)
elaborado por @fredsmcezar
3. CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Do conceito de título de crédito podemos extrair também suas principais características. Pode-se dizer ainda que os títulos de
crédito:
(i) são documentos formais, por precisarem observar os requisitos essenciais previstos na legislação cambiária;
(ii) são considerados bens móveis (nesse sentido, aliás, dispõem os arts. 82 a 84 do Código Civil), sujeitando-se aos princípios
que norteiam a circulação desses bens, como o que prescreve que a posse de boa-fé vale como propriedade, e;
(iii) são títulos de apresentação, por serem documentos necessários ao exercício dos direitos neles contidos.
Outra característica dos títulos de crédito é que eles constituem títulos executivos extrajudiciais (art. 784 do novo CPC), por
configurarem uma obrigação líquida e certa. Destaque-se também que os títulos de crédito representam obrigações quesíveis
(querable), cabendo ao credor, em regra, dirigir-se ao devedor para receber a importância devida.
Ademais, a emissão do título e a sua entrega ao credor tem, em regra, natureza pro solvendo, isto é, não implica novação no
que se refere à relação jurídica que deu origem ao título: a relação jurídica que originou o título, portanto, não irá se confundir com
a relação cambiária representada pelo título emitido. 2
4. PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

CARTULARIDADE
LITERALIDADE
AUTONOMIA
INDEPENDÊNCIA/SUBSTANTIVIDADE
LEGALIDADE/TIPICIDADE

4.1 CARTULARIDADE
Segundo o princípio da cartularidade, o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua posse legítima. O
titular do crédito representado no título deve estar na posse deste (ou seja, da cártula), que se torna, pois, imprescindível para a
comprovação da própria existência do crédito e da sua consequente exigibilidade. Em síntese, o princípio da cartularidade nos
permite afirmar que o direito de crédito mencionado na cártula não existe sem ela, não pode ser transmitido sem a sua tradição
e não pode ser exigido sem a sua apresentação.

Assim, em obediência ao princípio da cartularidade:

(i) a posse do título pelo devedor presume o pagamento do título;


(ii) só é possível protestar o título apresentando-o e;
(iii) só é possível executar o título apresentando-o, não suprindo a sua ausência nem mesmo a apresentação de cópia
autenticada.
• Tendo em vista a simplicidade que caracteriza os títulos de crédito e as regras gerais introduzidas pelo Código Civil a esse respeito, a
cartularidade deixou de ser pressuposto para a eficácia legal desses títulos. (errada) CESPE - 2009 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Pelo princípio da cartularidade, trazido na expressão “documento necessário ao exercício do direito”, o título de crédito é representado por
uma cártula, documento sem o qual não poderá o devedor ser cobrado. (certa) 2013 - TJ-SC - JUIZ

Obs.: Em razão do princípio da cartularidade, a duplicata mercantil só pode ser protestada se o credor estiver na posse do título.
(errada) CESPE - 2011 - TJ-PB – JUIZ

Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.


Isto é, se a duplicata é protestável por falta de devolução significar dizer que se trata de uma hipótese na qual o credor não está
na posse do título.
4.1.1 DUPLICATAS VIRTUAIS

CC. Art. 889 § 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que
constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.

• O título de crédito poderá ser emitido a partir de caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e desde que conste da
escrituração do emitente, observados requisitos mínimos estabelecidos em lei. (certa) FCC - 2013 - TJ-PE – JUIZ
• A duplicata virtual é representada documentalmente pela emissão do chamado boleto bancário. (certa) 2013 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA

2
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 402)
elaborado por @fredsmcezar
• Ao dispor sobre títulos de crédito, o Código Civil estabeleceu que o título não poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em
computador, se o emitente também não o fizer sobre papel. (errada) FCC - 2014 - TJ-AP - JUIZ

Jurisprudência em Teses do STJ - EDIÇÃO N. 56: TÍTULOS DE CRÉDITO


3) As duplicatas virtuais possuem força executiva, desde que acompanhadas dos instrumentos de protesto por indicação e dos
comprovantes de entrega da mercadoria e da prestação do serviço.

DUPLICATAS VIRTUAIS - 13.775/2018


Art. 3º A emissão de duplicata sob a forma escritural farse-á mediante lançamento em sistema eletrônico de escrituração gerido
por quaisquer das entidades que exerçam a atividade de escrituração de duplicatas escriturais.

Art. 9º Os lançamentos no sistema eletrônico de que trata o art. 3º desta Lei substituem o Livro de Registro de Duplicatas, previsto
no art. 19 da Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968.

Art. 10. São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que vedam, limitam ou oneram, de forma direta ou indireta, a emissão
ou a circulação de duplicatas emitidas sob a forma cartular ou escritural.

4.2 LITERALIDADE
“Segundo o princípio da literalidade, o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em outros
termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no próprio título produzem efeitos jurídicos perante
o seu legítimo portador. A literalidade, em síntese, é o princípio que assegura às partes da relação cambial a exata correspondência
entre o teor do título e o direito que ele representa. Por um lado, o credor pode exigir tudo o que está expresso na cártula, não
devendo se contentar com menos. Por outro, o devedor também tem o direito de só pagar o que está expresso no título, não
admitindo que lhe seja exigido nada mais. 3

• De acordo com a doutrina, o princípio da literalidade tem consequências favoráveis e contrárias tanto para o credor quanto para o devedor,
o qual não será obrigado a mais do que estiver mencionado no documento. (certa) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO

“[...] Assim, uma quitação parcial, por exemplo, deve ser feita no próprio título, porque, caso contrário, poderá ser contestada.
O mesmo ocorre, também, com o aval e com o endosso. Um aval tem que ser feito no próprio título, sob pena de não produzir
efeito de aval. O endosso, da mesma forma, tem de ser feito no próprio título, sob pena de não valer como endosso. Se o aval é
feito, eventualmente, num instrumento separado do título, não será válido como aval, porque não respeita o princípio da
literalidade. Poderá valer, no máximo, como uma fiança, que é um instituto do direito civil assemelhado ao aval, porém com efeitos
jurídicos diversos.” 4

• Pelo princípio da literalidade o título tem sua existência regulada pelo teor de seu conteúdo, ou seja, em um escrito, e somente se leva em
conta o que nele está estampado. (certa) 2013 - TJ-SC – JUIZ
• Uma das características dos títulos de crédito é a literalidade, ou seja, só são extraídos efeitos do título daquilo que estiver nele escrito. (certa)
CESPE - 2014 - MPE-AC

4.3 AUTONOMIA
Segundo o princípio da autonomia, o título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo, originário
e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem.
Assim, as relações jurídicas representadas num determinado título de crédito são autônomas e independentes entre si, razão
pela qual o vício que atinge uma delas, por exemplo, não contamina a(s) outra(s).
Melhor dizendo: o legítimo portador do título pode exercer seu direito de crédito sem depender das demais relações que o
antecederam, estando completamente imune aos vícios ou defeitos que eventualmente as acometeram. Como bem ensinou o
próprio Cesare Vivante, o direito representado num título de crédito é autônomo porque a sua posse legítima caracteriza a existência
de um direito próprio, não limitado nem destrutível por relações anteriores. 5

AUTONOMIA As relações representadas em um título são independentes.

ABSTRAÇÃO A abstração importa na circulação do título sem qualquer ligação com a causa que lhe deu gênese. (certa) 2013
- TJ-SC – JUIZ

A doutrina relativa ao direito cambiário trata do princípio da abstração, um subprincípio derivado do princípio da autonomia,
que destaca a ligação entre o título de crédito e o fato jurídico que deu origem à obrigação que ele representa. (certa) CESPE - 2016 - PGE-
AM

3
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 400)
4
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 400)
5
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 400)
elaborado por @fredsmcezar
Ex.: Paulo emitiu à sociedade empresária CT Ltda. cheque, com cláusula sem protesto, que não foi compensado por insuficiência
de fundos disponíveis. A sociedade, então, ingressou com ação cambial contra Paulo e Fernanda, titulares de conta conjunta. A CT
Ltda. deverá expor, na petição inicial, o negócio jurídico que deu origem ao cheque. (errada) CESPE - 2017 - PROCURADOR MUNICIPAL
• Por força do princípio da autonomia ABSTRAÇÃO, o título de crédito se desvincula da causa que lhe deu origem, independentemente de ter ou
não circulado. Configurando, assim, documento constitutivo de direito novo, autônomo e originário. (errada) 2009 - MPDFT
• Entende-se por independência ou autonomia do título de crédito - termos sinônimos - que ele não guarda relação com o contrato que lhe
deu origem. (errada) CESPE - 2009 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título
de crédito, não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo documento. (certa) 2011 - TJ-RO - JUIZ SUBSTITUTO
• Consoante o princípio da autonomia ABSTRAÇÃO, o título de crédito desvincula-se do negócio jurídico que lhe deu origem, ou seja, questões
relativas a esse negócio jurídico subjacente não afetam o cumprimento da obrigação do título. (errada) CESPE - 2012 - TJ-PI – JUIZ
• Se existir vicio no negócio jurídico que ensejou a obrigação, é possível sempre investigar-se sua causa subjacente, porque a autonomia e a
abstração dos títulos de crédito não são absolutas. (errada) PGR - 2015 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA
• O princípio da autonomia preconiza que, para que o crédito possa circular, a obrigação representada pelo título não dependa de mais nada
do que esteja escrito no documento, desvinculando-se o negócio jurídico inicialmente firmado da cártula originada. (certa) CESPE - 2019 - MPE-PI

Dentre os princípios que regem os títulos de crédito deve-se ressaltar o da autonomia ou independência, que prevê que o
cheque, após expedido, desliga-se da obrigação que lhe deu origem, tornando-se autônomo e exigível por terceiro detentor do título,
em razão de sua circulação. (certa) FCC - 2015 - DPE-SP
A sociedade empresária X firmou contrato com a sociedade empresária Y, para que Y lhe prestasse determinado serviço, tendo
Y recebido como título de crédito uma nota promissória, sem indicação expressa da sua vinculação ao citado contrato. Caso o
contrato não seja cumprido e a sociedade Y ponha a nota promissória em circulação, o devedor não poderá opor-se ao pagamento
a terceiro que apresente o referido título de crédito, em face da autonomia ABSTRAÇÃO da cártula e da inoponibilidade das exceções ao
terceiro de boa-fé. (errada) CESPE - 2015 - DPE-PE
Ex.: A nulidade da obrigação por incapacidade do avalizado não afasta a obrigação do avalista, não havendo vício de forma.
(certa) CESPE - 2013 - MPE-RO

4.3.1 INOPONIBILIDADE DAS EXEÇÕES PESSOAIS

Lei Uniforme: “as pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações
pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido
conscientemente em detrimento do devedor” (LUG, art. 17).

“[...] por decorrência da INOPONIBILIDADE das exceções pessoais, os devedores não podem alegar vícios e defeitos de suas
relações jurídicas contra o portador de boa-fé que não participou do negócio jurídico do qual resultou a dívida que lhes é exigida.”
6

• A firma do emissor de cheque expressa a sua vontade, razão pela qual, agindo o terceiro de boa-fé, não exercita direito próprio, uma vez que
oponível eventual direito pessoal do devedor contra o credor em prol da segurança da circulação dos títulos de crédito. (errada) CESPE - 2015 -
DPE-PE

EXCEÇÕES
SÚMULA 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez
do título que a originou.
2009 - TJ-MG – JUIZ / CESPE - 2012 - MPE-PI / CESPE - 2013 – AGU / 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO / FCC - 2016 - DPE-BA
.
• Conquanto a nota promissória de regra tenha autonomia, quando vinculada a contrato de abertura de crédito ela perde esse atributo, em
razão da iliquidez do título que a originou. (certa) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• A nota promissória vinculada a um contrato de abertura de crédito apresenta características como literalidade, autonomia e cartularidade.
(errada) CESPE - 2013 - TJ-MA – JUIZ

• A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito goza de autonomia em razão da liquidez do título que originou. (errada) 2015 -
MPE-SP

• A mera vinculação de nota promissória a contrato de abertura de crédito não é apta a retirar a autonomia do referido título cambial. (errada)
CESPE - 2020 - MPE-CE

Ex.: Marlon Luiz abriu uma conta corrente garantida no Banco do Brasil S.A., com limite de crédito de R$5.000,00. Assinou o
contrato de abertura de crédito em conta corrente e uma nota promissória em branco, como garantia, ficando como avalistas, por
simples assinaturas, Pedro e sua esposa Margarida. Passando por dificuldades financeiras, Marlon foi obrigado a utilizar o limite do
cheque especial, ficando inadimplente com a instituição financeira, que encerrou a sua conta e mandou que o departamento jurídico
do Banco tomasse as providências cabíveis. O advogado do Banco do Brasil, analisando o caso de Marlon e verificando que este

6
(2020, Curso de Direito Comercial e de Empresa 2 - Ricardo Negrão, P. 46)
elaborado por @fredsmcezar
emitiu uma nota promissória em branco, preencheu-a no valor utilizado do cheque especial e resolveu propor uma ação de execução
contra todos os coobrigados. O procedimento do advogado está incorreto, pois a nota promissória vinculada a contrato de abertura
de crédito em conta corrente não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou, conforme sumulado pelo STJ.
(certa) 2009 - DPE-MG

4.4 INDEPENDÊNCIA
“Independentes seriam os títulos autossuficientes, ou seja, que não dependem de nenhum outro documento para completá-los
(por exemplo: letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata)”. 7

4.5 LEGALIDADE
“Já o princípio da legalidade significa que os títulos de crédito são tipos legais, ou seja, só receberiam a qualificação de título de
crédito aqueles documentos assim definidos em lei”. 8
5. DISPOSIÇÕES GERAIS (CÓDIGO CIVIL)

As normas do Código Civil sobre títulos de crédito aplicam-se supletivamente em relação às letras de câmbio, notas promissórias,
cheques e duplicatas. (certa) CESPE - 2014 - PGE-BA
• Ao dispor sobre títulos de crédito, o Código Civil estabeleceu que ficam revogadas todas as leis especiais sobre títulos de crédito. (errada) FCC
- 2014 - TJ-AP – JUIZ

• O Código Civil veda o aval parcial e, por se tratar de norma posterior, revogou o dispositivo da Lei Uniforme de Genebra que permite o aval
parcial em notas promissórias. (errada) CESPE - 2016 - PC-PE - DELEGADO DE POLÍCIA

5.1 OMISSÃO DE REQUISITOS x VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO ORIGINÁRIO


Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.
• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito sua validade como título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que lhe
deu origem. (errada) FCC - 2009 - DPE-PA
• A invalidade da cambial implica a nulidade da relação jurídica que a criou. (errada) 2009 - TJ-SC - JUIZ
• A omissão de um requisito no TC, que tire a sua validade, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. (certa) 2012 - PGE-SC

• A invalidade do título de crédito, por ausência de determinado requisito legal, irradia efeitos à relação jurídica que lhe deu origem, maculando
o negócio que justificou sua emissão. (errada) 2013 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA
• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico
que lhe deu origem. (certa) 2013 - MPE-MG
• A omissão de requisito legal exigido ao título de crédito implica a invalidação do negócio jurídico que lhe tenha dado origem. (errada) CESPE -
2014 - MPE-AC

• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio que lhe
deu origem. (certa) FCC - 2014 - TJ-AP - JUIZ
• A omissão de qualquer requisito legal que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, implicará, por consequência, a invalidade do
negócio jurídico que lhe deu origem. (errada) 2015 - MPE-SP
• A omissão de qualquer requisito legal que retire a validade do título de crédito implica também a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem. (errada) CESPE - 2015 - DPE-RN
• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, acarreta a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem. (errada) FAURGS - 2016 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O título de crédito emitido sem o preenchimento de requisito de forma que lhe retire a validade, acarreta a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem. (errada) FCC - 2016 - DPE-BA
• A omissão de qualquer requisito legal no título de crédito implica na invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. (errada) 2016 - PGE-MS

• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, implica a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem. (errada) FCC - 2018 - DPE-AM
• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico
que lhe deu origem. (certa) VUNESP - 2018 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
• A omissão de requisito legal não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem. (certa) CESPE - 2018 - PROCURADOR MUNICIPAL

7
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 401)
8
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 401)
elaborado por @fredsmcezar
• A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, implicará a invalidade também do negócio
jurídico que lhe tiver dado origem. (errada) CESPE - 2019 - TJ-PA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

5.2 REQUISITOS DO TÍTULO DE CRÉDITO (CC)


Art. 889. Deve o título de crédito conter:

a) a data da emissão,

b) a indicação precisa dos direitos que confere,

c) e a assinatura do emitente.
Os requisitos essenciais de um título de crédito atípico/inominado estão descritos no art. 889 do Código Civil. Outros requisitos,
portanto, não são essenciais, de modo que na ausência deles se estabelecem presunções legais. Assim, quando não há menção
expressa à data de vencimento, o título se considera à vista (§ 1.0), e quando não há menção expressa ao lugar de emissão e de
pagamento, considera-se como tal o domicílio do emitente (§ 2.0). 9

§ 1º É À VISTA o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.


• A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será considerada pagável no prazo de trinta dias contados da data da
emissão. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Conforme o Código Civil, a assinatura de nota promissória cuja data de vencimento não tenha sido previamente definida acarreta a definição
do vencimento como sendo à vista. (certa) CESPE - 2013 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Não se considera válido e eficaz o título de crédito em que não conste data de vencimento expressa nele próprio. (errada) CESPE - 2014 - MPE-AC

§ 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título, o domicílio do emitente.
• Na falta de indicação especial, o lugar onde a nota promissória foi passada considera-se como sendo o lugar do pagamento. (certa) 2010 - TRF -
4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

• No tocante ao título de crédito, quando não indicado, considera-se lugar de sua emissão e de pagamento o domicílio do credor DEVEDOR. (errada)
FCC - 2012 - TJ-GO – JUIZ

• Caso um título de crédito tenha sido emitido sem a indicação do lugar da emissão e de pagamento e sem a indicação de vencimento,
considera-se que o lugar da emissão e de pagamento seja o domicílio do emitente e que o pagamento do título deva ser feito à vista. (certa)
CESPE - 2013 - DPE-TO

• Em regra, considera-se o lugar da emissão do título, quando não indicado expressamente, o domicílio do emitente, e o lugar do pagamento,
quando não estipulado, o domicílio do sacado ou do credor beneficiário. (errada) CESPE - 2014 - MPE-AC
• Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no título de crédito, o lugar onde a obrigação deve ser resolvida ou,
subsidiariamente, o domicílio do emissor EMITENTE. (errada) VUNESP - 2018 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA

5.3 CLÁUSULAS CONSIDERADAS NÃO ESCRITAS


Art. 890. Consideram-se não escritas no título

a) a cláusula de juros,
b) a proibitiva de endosso,
c) a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas,
d) a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a
e) que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
• Entre outras, consideram-se como não escritas no título a cláusula de juros e a proibitiva de endosso. (certa) FCC - 2009 - TJ-AP – JUIZ

• Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por
despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja
direitos e obrigações. (certa) 2012 - MPE-MG

5.4 TÍTULO DE CRÉDITO INCOMPLETO


Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
• O título incompleto ao tempo da emissão não pode ser preenchido posteriormente. (errada) FCC - 2009 - TJ-AP – JUIZ

9
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 408)
elaborado por @fredsmcezar
• De acordo com o princípio da literalidade, o título de crédito deve satisfazer seus requisitos formais no momento da emissão, sendo, em
regra, nulo o título que, emitido em branco ou incompleto, venha depois a ser preenchido ou complementado pelo beneficiário. (errada) CESPE
- 2011 - TJ-PB – JUIZ

• Não é possível o preenchimento do título de crédito incompleto pelo credor após a sua emissão. (errada) VUNESP - 2015 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de
oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.

5.5 AUSÊNCIA OU EXCESSO DE PODERES


Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário
ou representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto
mandante ou representado.
• Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de
outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto mandante. (certa) 2012 / 2013 - MPE-MG
• O TC não pode ser emitido por mandatário ou representante do emitente, porque é considera personalíssimo. (errada) 2012 - PGE-SC

5.6 TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO DE CRÉDITO


Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes.

• A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes; (certa) 2011 - TJ-DFT - JUIZ

• No tocante ao título de crédito, sua transferência não implica a de todos os direitos que lhe são inerentes. (errada) FCC - 2012 - TJ-GO - JUIZ

Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que
regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da entrega do título
devidamente quitado.
• O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação,
ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, alem da entrega do título devidamente quitado; (certa) 2011 - TJ-DFT - JUIZ

Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas
judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa.
• Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não,
separadamente, os direitos ou mercadorias que representa; (certa) 2011 - TJ-DFT – JUIZ
• Enquanto estiver em circulação, só o título de crédito poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não separadamente
os direitos ou mercadorias que ele represente. (certa) CESPE - 2012 - TJ-PI – JUIZ
• Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não,
separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. (certa) 2012 - MPE-MG
• Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não,
separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. (certa) 2013 - MPE-MG
• Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não,
separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. (certa) VUNESP - 2018 - TJ-MT - JUIZ SUBSTITUTO

5.7 IMPOSSIBILIDADE DE REIVINDICAÇÃO DO PORTADOR DE BOA-FÉ


Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que
disciplinam a sua circulação.
Ex.: Um cheque assinado foi furtado e circulou. O terceiro de boa-fé que recebeu o cheque não poderá sofrer a reivindicação do
título.
• O título pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e de acordo com as normas que disciplinam sua circulação. (errada) FCC -
2009 - TJ-AP – JUIZ

• O TC pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade da lei que disciplina a sua circulação. (errada) 2012 - PGE-
SC

• O título de crédito pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua circulação.
(errada) 2013 - MPE-MG

• O título de crédito poderá ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé, desde que a transmissão tenha origem ilícita. (errada) 2015 -
MPE-SP

elaborado por @fredsmcezar


5.8 OUTRAS REGRAS GERAIS (CC)
Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição,
salvo se agiu de má-fé.

Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do título, quitação regular.

Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento,
fica responsável pela validade do pagamento.
• O credor de obrigação lastreada em título de crédito não é obrigado a receber o pagamento antes da data de vencimento constante da cártula.
(certa) 2013 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA

Lúcia deve certa soma em dinheiro a João, tendo sido a obrigação de pagar reconhecida em um título de crédito. Incomodada
com o status de devedora, ela quer pagar o quanto antes. Segundo as regras do Código Civil, se ela pagar antes do vencimento,
ficará responsável pela validade do pagamento. (certa) VUNESP - 2023 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO
§ 1º No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
• Pode o credor de título de crédito recusar o pagamento antes do vencimento do título, bem como o pagamento parcial no vencimento.
(errada) 2010 - TJ-PR – JUIZ

• O credor, vencido o título de crédito, não tem a faculdade de recusar o pagamento parcial. (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O credor, no vencimento do título, não pode recusar o pagamento parcial. (certa) 2013 - MPE-SP

• No vencimento, o credor não pode recusar-se ao recebimento do pagamento, ainda que parcial. (certa) VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POLÍCIA
CIVIL

§ 2º No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, ALÉM da quitação em separado, OUTRA deverá ser
firmada no próprio título.
• No vencimento, pode o credor recusar o pagamento do título se for parcial, e, caso concorde, no caso em que se não opera a tradição do
título, é suficiente a quitação firmada no próprio título. (errada) VUNESP - 2018 - TJ-MT - JUIZ SUBSTITUTO

Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.

6. CLASSIFICAÇÃO
6.1 QUANTO À FORMA DE TRANSFERÊNCIA
6.1.1 TÍTULO AO PORTADOR

Título ao portador é aquele que circula pela mera tradição, uma vez que neles a identificação do credor não é feita de forma
expressa. Sendo assim, qualquer pessoa que esteja com a simples posse do título é considerada titular do crédito nele
mencionado, de modo que a mera entrega do documento (cártula) opera a transferência da titularidade do crédito. 10

Isto é, como o título ao portador não é nominativo, não é identificado o credor e assim, não é preciso endossar. Assim, o
título ao portador circula por simples tradição.
• Título ao portador é aquele que circula pela mera tradição, não sendo identificado o credor de forma expressa; enquanto título nominal, por
sua vez, é aquele que identifica expressamente o seu titular, ou seja, o credor. (certa) CONSULPLAN - 2021 - TJ-MS – CARTÓRIO

Ex.: Considera-se título ao portador o bilhete de loteria. (certa) FCC - 2015 - TJ-RR - JUIZ SUBSTITUTO

• Os títulos ao portador ostentam o nome do credor, ou seja, circulam por mera tradição. (errada) CESPE - 2012 - TJ-PA - JUIZ

Os títulos ao portador, de uma maneira geral, foram proibidos no Brasil por força de determinação legal expressa da Lei n.
8.021/90, numa tentativa de combate à sonegação fiscal. O Código Civil, todavia, disciplinou os títulos ao portador em seus arts. 904
a 909, mas o próprio legislador ressalvou a excepcionalidade do título ao portador, dispondo no art. 907 que “é nulo o título ao
portador emitido sem autorização de lei especial”.

Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.

Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.

Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente.
• Quando ao portador, a prestação é indevida quando o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. (errada) VUNESP - 2009 -
TJ-SP - JUIZ

10
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 404)
elaborado por @fredsmcezar
• Em se tratando de título ao portador, seu possuidor tem direito à prestação nele indicada mediante a sua simples apresentação ao devedor,
sendo a prestação devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. (certa) 2010 - TJ-PR – JUIZ
• O possuidor de título ao portador, mediante sua simples apresentação ao devedor, tem direito à prestação nele indicada, ainda que o título
tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. (certa) CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ
• O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor, exceto se o título
tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. (errada) VUNESP - 2018 - TJ-MT - JUIZ SUBSTITUTO

Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação.

Art. 907. É NULO o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
Ex.: O cheque ao portador permite sua circulação, sendo o titular do crédito quem porta o título, não havendo limites à sua
emissão. (errada) FCC - 2015 - DPE-SP
• Relativamente aos títulos de crédito, pode-se dizer que, quando ao portador, são nulos se emitidos sem autorização de lei especial. (certa)
VUNESP - 2009 - TJ-SP – JUIZ

• É permitida a emissão de títulos ao portador livremente. (errada) FCC - 2014 - TJ-AP – JUIZ
• É anulável o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• São válidos os títulos ao portador atípicos. (errada) CESPE - 2019 - TJ-PA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO.

Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito a obter do emitente a SUBSTITUIÇÃO do anterior,
mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas.

Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo,
bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos.

Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que
ele tinha conhecimento do fato.

6.1.2 DO TÍTULO NOMINAL


Título nominal, por sua vez, é aquele que identifica expressamente o seu titular, ou seja, o credor. Assim, a transferência da
titularidade do crédito não depende apenas da mera entrega do documento (cártula) a outra pessoa: é preciso, além disso, praticar
um ato formal que opere a transferência da titularidade do crédito.

Títulos nominais podem ser:

À ORDEM ENDOSSO

NÃO À ORDEM CESSÃO CIVIL

Nos títulos nominais à ordem, esse ato formal é o endosso, típico do regime jurídico cambial.
• A cláusula "não à ordem", lançada no título de crédito, impede a circulação do crédito. (errada) CESPE - 2009 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

• A circulação dos títulos de crédito à ordem se dará por endosso, completando-se a transferência com a tradição do título. (certa) FCC - 2012 -
MPE-AL

• A cláusula “não à ordem” impede a circulação do cheque. (errada) CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• A cláusula “não à ordem” impede a circulação mediante endosso. (certa) VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

Já nos títulos nominais não à ordem (outros documentos representativos de dívida, que não se enquadrem na definição de título
de crédito), esse ato formal é a cessão civil, a qual, como o próprio nome já indica, submete-se ao regime jurídico civil.

Ex.: Uma empresa de pequeno porte, fabricante de perfumes, adquire mil unidades de embalagens de determinado fornecedor.
Como pagamento, emite um cheque pré-datado para o mês seguinte, nominativo, com cláusula “não à ordem”. Considerando tais
informações, esse cheque pode ser transferido por cessão civil, não respondendo o cedente pelo pagamento do título. (certa)
VUNESP - 2021 – PROCURADOR MUNICIPAL

• Os títulos nominativos não à ordem identificam o titular do crédito e se transferem por endosso CESSÃO CIVIL
. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ
SUBSTITUTO

Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.

elaborado por @fredsmcezar


Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.

Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário.

• O título nominativo não pode ser transferido por endosso em preto. (errada) 2007 - PGFN
• Relativamente aos títulos de crédito, pode-se dizer que, quando nominativo, não pode ser transferido por endosso que contenha o nome do
endossatário. (errada) VUNESP - 2009 - TJ-SP – JUIZ

7. PERDA OU EXTRAVIO DO TÍTULO [CC x LUG x DECRETO Nº 2.044/1908]

CC. Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injustamente desapossado dele, poderá obter novo título em
juízo, bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos.

Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que
ele tinha conhecimento do fato.

LUG. Art. 16. O detentor de uma letra é considerado portador legitimo se justifica o seu direito por uma serie ininterrupta de
endossos, mesmo se o último for em branco. Os endossos riscados consideram-se, para este efeito, como não escritos. Quando
um endosso em branco é seguido de um outro endosso, presume-se que o signatário deste adquiriu a letra pelo endosso em branco.

Se uma pessoa foi por qualquer maneira desapossada de uma letra, o portador dela, desde que justifique o seu direito pela maneira
indicada na alínea precedente, não é obrigado a restituí-la, salvo se a adquiriu de má-fé ou se, adquirindo-a, cometeu uma falta
grave.

Decreto nº 2.044/1908. Art. 36. Justificando a propriedade e o extravio ou a destruição total ou parcial da letra, descrita com clareza
e precisão, o proprietário pode requerer ao juiz competente do lugar do pagamento na hipótese de extravio, a intimação do sacado
ou do aceitante e dos coobrigados, para não pagarem a aludida letra, e a citação do detentor para apresentá-la em juízo, dentro
do prazo de três meses, e, nos casos de extravio e de destruição, a citação dos coobrigados para, dentro do referido prazo, oporem
contestação, firmada em defeito de forma do título ou, na falta de requisito essencial, ao exercício da ação cambial. (5)

elaborado por @fredsmcezar


8. ATOS CAMBIÁRIOS
8.1 ENDOSSO
O endosso nos termos do Código Civil endosso só serve para transmitir e não para garantir. É uma exceção. Não é aplicado a
nenhum título existente na atualidade.

CC. Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento
da prestação constante do título.

• A cláusula “não à ordem” impede a circulação mediante endosso. (certa) VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

O endosso é o ato cambiário que permite a circulação do crédito em títulos nominais à ordem. Nos títulos nominais não à
ordem, repita-se, a circulação é feita por cessão civil de crédito. 11
• Para a validade do endosso é indispensável a prévia anuência do devedor original, a ser dada no próprio título ou em documento em
separado. (errada) FCC - 2010 - PGE-AM
• Sem a tradição do título, não se completará a transferência por endosso. (certa) CESPE - 2012 - TJ-PA – JUIZ
• O endosso transmite a propriedade da letra de câmbio. Para a validade do endosso, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do
endossador ou do mandatário especial, no verso da letra. O endossatário pode completar este endosso. (certa) CONSULPLAN - 2015 - TJ-MG -
CARTÓRIO

• O título de crédito pode ser transferido por endosso com a assinatura do título, independentemente da tradição. (errada) FCC - 2021 - DPE-BA

O endosso produz dois efeitos, basicamente:


(i) transferência da titularidade do crédito (art. 14 da LUG)

(ii) responsabilização do endossante, o qual se torna codevedor (devedor indireto) do título (art. 15 da LUG)

LUG. Art. 14. O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. FCC - 2016 - DPE-ES

LUG. Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra.
O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente
endossada.
• O endossante, salvo cláusula em contrário, não é garante da aceitação ou do pagamento da letra. (errada) FCC - 2011 - MPE-CE

• É nula cláusula que desonere o endossante do cumprimento da prestação constante do título. (errada) CESPE - 2012 - TJ-PA – JUIZ
• Na letra de câmbio é vedada cláusula que exima o endossante da garantia de aceitação e pagamento. (errada) 2012 - TJ-DFT - JUIZ
• O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque e, salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento. (certa) FCC
- 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO

• Pelo endosso transmitem-se todos os direitos emergentes da letra de câmbio e da nota promissória e o endossante, salvo cláusula em
contrário, garante o pagamento desses títulos. (certa) FCC - 2016 - DPE-ES

Em princípio, o endosso deve ser feito no verso do título, bastando para tanto a assinatura do endossante. Caso o endosso
seja feito no anverso da cártula, deverá conter, além da assinatura do endossante, menção expressa de que se trata de endosso
(art. 13 da LUG e art. 910, § 10 do Código Civil).
CC. Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§ 1º Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples
assinatura do endossante.
Determinado título de crédito foi emitido com eficácia sujeita às normas previstas no Código Civil, não sendo aplicável, na espécie,
nenhuma norma especial. É correto afirmar que será possível a realização do endosso, que deverá ser dado exclusivamente no
anverso do título. (errada) CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO
• Para a validade do endosso dado no anverso do título de crédito, é suficiente a assinatura do endossante, imediatamente após a qual ocorre
a transferência do referido título. (errada) CESPE - 2009 – AGU
• O endosso que tiver sido dado no anverso do título será considerado não escrito. (errada) CESPE - 2012 - TJ-PA – JUIZ
• Considera-se cessão de crédito o endosso feito no anverso do título ao portador. (errada) CESPE - 2013 - MPE-RO

11
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 413)
elaborado por @fredsmcezar
8.1.1 VEDAÇÕES
É vedado o endosso parcial ou limitado a certo valor da dívida representada no título, o qual é considerado nulo.

LUG. Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita.
2012 - MPE-RJ

• Endosso deve ser puro e simples, reputando-se como não escrita qualquer condição a que seja subordinado. (certa) FCC - 2009 - TJ-GO - JUIZ

CC. Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o subordine o endossante.

Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.


• O endosso pode ser parcial. (errada) 2012 - AGE-MG
• É válido o endosso parcial de título ao portador. (errada) CESPE - 2013 - MPE-RO

• O cheque pode ser endossado parcialmente e não admite aceite. (errada) 2013 - TJ-SC – JUIZ
• É válido o endosso parcial de títulos de crédito. (errada) CESPE - 2016 - PC-PE - DELEGADO DE POLÍCIA
• O Código Civil veda tanto o aval parcial quanto o endosso parcial. (certa) CESPE - 2016 - PC-PE - DELEGADO DE POLÍCIA
• A legislação estabelece que o endosso parcial é válido. (errada) VUNESP - 2018 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
• Nos termos do Código Civil é possível a realização do endosso na forma parcial. (errada) CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO

• No cheque, o endosso parcial é admitido, desde que aposto de maneira inequívoca no título. (errada) VUNESP - 2021 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

Veda-se também o endosso subordinado a alguma condição, a qual será considerada não escrita (art. 12 da LUG e art. 912 do
Código Civil).
• Endosso deve ser puro e simples, reputando-se como não escrita qualquer condição a que seja subordinado. (certa) FCC - 2009 - TJ-GO - JUIZ
• O endosso, que pode ser parcial, deve ser puro e simples, não se admitindo subordiná-lo a condição. (errada) FCC - 2011 - MPE-CE
• O endosso pode ser condicional, mas não parcial. (errada) FCC - 2016 - DPE-ES

Reputa não escrita qualquer condição a que o endosso seja subordinado. (certa) FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
Ressalte-se, por fim, que em princípio não há limite quanto ao número de endossos, mesmo em relação ao cheque, já que a
legislação tributária aplicável à CPMF, que permitia apenas um único endosso nesse título de crédito, foi revogada. 12

8.1.2 ENDOSSO EM BRANCO E ENDOSSO EM PRETO


O endosso em branco é aquele que não identifica o seu beneficiário, chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o
endossante assina no verso do título, sem identificar a quem está endossando, o que acaba, na prática, permitindo que o título
circule ao portador, ou seja, pela mera tradição da cártula.
O beneficiário de endosso em branco pode, então, tomar basicamente três atitudes:
1) transformá-lo em endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro;
2) endossar novamente o título, em branco ou em preto;
3) transferir o título sem praticar novo endosso, ou seja, pela mera tradição da cártula.
Na segunda situação acima descrita, o endossatário, ao realizar novo endosso, passa a integrar a cadeia de codevedores,
responsabilizando-se pelo adimplemento da obrigação constante do título. Na terceira situação descrita, todavia, o endossatário
transfere o crédito sem assumir nenhuma responsabilidade pelo seu adimplemento, já que não pratica novo endosso.
• O endossatário de um título de crédito próprio, por endosso em branco, poderá transferir o crédito nele representado por mera tradição,
hipótese em que não fica coobrigado pelo seu adimplemento. (certa) 2009 – MPDFT
• Se o endosso for em branco, será nula a alteração para endosso em preto pelo endossatário. (errada) CESPE - 2012 - TJ-PA – JUIZ

• Sendo essencial, na nota promissória, o lançamento no documento do nome do beneficiário, não é eficaz o endosso em branco, podendo o
sacador se negar ao pagamento ao portador cujo nome não consta no título; (errada) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
• O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em preto, desde que o complete com o seu nome ou de terceiro, bem
como pode endossar novamente o título, mas não pode transferi-lo sem novo endosso. (errada) VUNESP - 2015 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO
• No título à ordem, o endossatário de endosso em branco não pode mudá-lo para endosso em preto. (errada) 2017 - MPE-RS

12
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 413)
elaborado por @fredsmcezar
O endosso em preto, por sua vez, é aquele que identifica expressamente a quem está sendo transferida a titularidade do
crédito, ou seja, o endossatário. Assim, só poderá circular novamente por meio de um novo endosso, que poderá ser em branco
ou em preto. Nesse caso, pois, o endossatário, ao recolocar o título em circulação, assumirá a responsabilidade pelo adimplemento
da dívida, uma vez que deverá praticar novo endosso.
CC. Art. 910. § 1º Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a
simples assinatura do endossante.

• O endosso em preto produz mero efeito de cessão civil. (errada) 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

8.1.3 ENDOSSO IMPRÓPRIO


Em princípio, o endosso tem dois efeitos: transferir a titularidade do crédito e responsabilizar o endossante como codevedor.
Chama-se endosso impróprio aquele que não produz esses efeitos, tendo apenas a finalidade de legitimar a posse de alguém
sobre o título. 13
O endosso próprio transfere a propriedade do título de crédito e, portanto, legitima o portador ao exercício de todos os direitos
emergentes da cártula e responsabiliza o endossante como codevedor. O endosso impróprio legitima a posse do detentor do título,
permitindo-lhe, assim, o exercício dos direitos representados na cártula. (certa) 2009 – MPDFT
• A letra de câmbio admite as formas de endosso denominadas endosso-mandato e endosso-caução. (certa) FGV - 2009 - TJ-PA - JUIZ

ENDOSSO-MANDATO
Endosso-mandato, também chamado de endosso-procuração, está previsto no art. 18 da LUG e no art. 917 do Código Civil. Por
meio dele, o endossante confere poderes ao endossatário - por exemplo, uma instituição financeira - para agir como seu legítimo
representante, exercendo em nome daquele os direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo etc.14
• Também conhecido como forma de endosso impróprio, o endosso-mandato se caracteriza por não operar a cessão da titularidade do crédito
representado pelo título endossado. (certa) 2014 - PGE-MS

CC. Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes
ao título, salvo restrição expressamente estatuída.
• A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição
expressamente estatuída. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição
expressamente estatuída. (certa) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL

§ 1º O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos
poderes que recebeu.
• O endossatário, na hipótese de endosso-mandato, não pode endossar o título novamente. (errada) 2014 - PGE-MS

§ 2º Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde eficácia o endosso-mandato.


• O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte, ou sobrevinda incapacidade legal do mandatário. (certa) FCC
- 2011 - MPE-CE

• O endosso mandato perde a eficácia com a morte do endossante. (errada) CESPE - 2013 - MPE-RO

§ 3º Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o endossante.
• O endosso mandato admite que sejam invocadas as exceções pessoais que o devedor teria contra o endossante, sendo que este tipo de
mandato não se extingue com a incapacidade do mandatário; entretanto, só permite que se faça um novo endosso mandato. (certa) 2011 - PGE-
RS

• O devedor pode opor ao endossatário de endosso-mandato as exceções que tiver contra ele. (errada) FAURGS - 2016 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO
SUBSTITUTO

.ENDOSSO-CAUÇÃO
O endosso-caução, também chamado de endosso-pignoratício ou de endosso-garantia, está previsto no art. 19 da LUG e no
art. 918 do Código Civil, e caracteriza-se quando o endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida contraída
perante o endossatário. Havendo o endosso-caução, o endossatário não assume a titularidade do crédito, ficando o título em sua
posse apenas como forma de garantia da dívida que o endossante contraiu perante ele.15
• O endosso-garantia confere ao endossatário propriedade do título. (errada) 2009 - TJ-MG - JUIZ

13
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 416)
14
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 415)
15
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 416)
elaborado por @fredsmcezar
Caso o endossante pague a dívida contraída, portanto, resgata o título; caso, todavia, a dívida não seja honrada, o endossatário
poderá executar a garantia e passar, então, a possuir a titularidade plena do crédito. 16
• No endosso-garantia, há entre o endossatário e o devedor relação jurídica cambial. (errada) 2009 - TJ-MG - JUIZ

CC. Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao
título.
§ 1º O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o título na qualidade de procurador. VUNESP - 2016 - PROCURADOR
MUNICIPAL

§ 2º Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver
agido de má-fé.
• Qualquer endosso, posterior ao endosso pignoratício, feito pelo possuidor do título, só vale como endosso a título de procuração. (certa) 2009
- TJ-MG – JUIZ

• O endossatário-pignoratício poderá endossar novamente o título apenas mediante endosso-mandato. (certa) CESPE - 2019 - TJ-PA - JUIZ DE DIREITO
SUBSTITUTO

CC. Art. 1.455. Deverá o credor pignoratício cobrar o crédito empenhado, assim que se torne exigível. Se este consistir numa
prestação pecuniária, depositará a importância recebida, de acordo com o devedor pignoratício, ou onde o juiz determinar; se
consistir na entrega da coisa, nesta se sub-rogará o penhor.
Parágrafo único. Estando vencido o crédito pignoratício, tem o credor direito a reter, da quantia recebida, o que lhe é devido,
restituindo o restante ao devedor; ou a excutir a coisa a ele entregue.
• Ainda que não vencido o crédito do endossatário pignoratício, tem ele, recebendo o valor do devedor do endossante, o direito de reter o
valor que lhe é devido, depositando o restante em favor do endossante ou onde o juiz indicar; (errada) 2012 - TJ-DFT - JUIZ

LUG. Art. 19. Quando o endosso contém a menção “valor em garantia”, “valor em penhor” ou qualquer outra menção que implique
uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a
título de procuração.
Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais deles com o endossante, a
menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.
• No endosso pignoratício, os co-obrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais deles com
o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. (certa) FCC - 2011 -
MPE-CE

8.1.4 ENDOSSO APÓS O VENCIMENTO x PÓSTUMO/TARDIO


Segundo o art. 20 da LUG (art. 920 do Código Civil), o endosso pode ser dado após o vencimento do título, caso em que
produzirá seus efeitos de transferência do crédito e de responsabilização do endossante normalmente.

CC. Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anterior. CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ

LUG. Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. [...]

Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto.
• O endosso posterior ao vencimento não produz os mesmos efeitos do anterior. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL
• O endosso feito posteriormente ao vencimento tem efeito de cessão civil. (errada) CESPE - 2018 - PROCURADOR MUNICIPAL
• O endosso posterior ao vencimento do título produz os mesmos efeitos de uma cessão ordinária de direitos (cessão civil). (errada) CESPE -
2019 - TJ-PA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

No entanto, o mesmo dispositivo dispõe que: “todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois
de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos”. Esse endosso
feito após o protesto ou após o prazo para a realização do protesto é chamado pela doutrina de endosso póstumo ou endosso
tardio. Nesse caso, o endosso não produz os efeitos normais de um endosso, valendo tão somente como uma mera cessão civil de
crédito. O mesmo art. 20 da LUG estabelece a presunção de que o endosso sem data foi feito antes do prazo para a realização do
protesto.17
LUG. Art. 20. [...] Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado
para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

16
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 415)

17
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 416)
elaborado por @fredsmcezar
• O endosso posterior ao protesto por falta de pagamento produz apenas os efeitos de cessão ordinária de créditos. (certa) CESPE - 2014 - PGE-BA

• O endosso póstumo libera o avalista e, em regra, apenas obriga, perante o endossatário, o emitente do título. (errada) 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ
FEDERAL

8.1.5 CLÁUSULUA PROIBITIVA ENDOSSO (CC)


A aposição de cláusula proibitiva de endosso no título de crédito é considerada pelo Código Civil como não escrita. (certa) CESPE -
2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO

• Entre outras, consideram-se como não escritas no título a cláusula de juros e a proibitiva de endosso. (certa) FCC - 2009 - TJ-AP – JUIZ

• É vedada a inserção nos títulos de crédito de cláusula de juros, de proibitiva de endosso e de excludente de responsabilidade pelo pagamento
ou por despesas. (certa) CESPE - 2013 - TJ-MA – JUIZ

8.1.6 PROIBIÇÃO DE NOVO ENDOSSO (LUG)


O endossante pode proibir um novo endosso. Apesar da expressão “proibir”, utilizada pelo legislador genebrino, ao expressar
sua vontade nesse sentido, o endossante apenas isenta-se do pagamento do título a qualquer pessoa a quem o título vier a ser
posteriormente endossado (LUG, art. 15, final). A proibição não impede a circulação do título, mas retira a garantia quanto ao
pagamento do endossante que clausulou relativamente a outros figurantes que não o seu endossatário. 18

LUG. Art. 15. (...) O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a
letra for posteriormente endossada.
Ex.: “A” passa o título, por meio de endosso, para “B”. Isso significa dizer que “A” transmitiu o título e se tornou garantidor.
Contudo, na hipótese de “A” fazer constar essa cláusula proibitiva de endosso, é certo dizer que caso “B” endosse o título para “C”,
“A” não pode ser cobrado por “C”.

Ex.: Antônio emitiu, em 13/10/2009, cheque no valor nominal de R$ 3.000,00 para pagar móveis encomendados ao seu
marceneiro Luís, fabricados com a ajuda de Marcos. Caso Marcos receba o cheque por endosso, pode proibir novo endosso, o que
de fato impedirá tal ato. (errada) CESPE - 2009 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• O endossante pode proibir novo endosso, e neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada.
(certa) FCC - 2011 - MPE-CE

• A cláusula proibitiva do endosso, aposta em nota promissória, não impede a transferência do crédito. (certa) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
SUBSTITUTO

8.1.7 ENDOSSO x CESSÃO CIVIL19


A cessão civil de crédito é ato formal e solene que opera a transferência dos títulos nominais não à ordem, enquanto o endosso
transfere os títulos nominais à ordem (lembrando que os títulos de crédito típicos/nominados são, em regra, títulos nominais à
ordem, por isso são transmitidos normalmente por endosso).

Obs.: Ao assinar no verso “não à ordem”, o credor que está transmitindo o título passa a ser identificado como CEDENTE e não
como endossante.
• A cláusula “não à ordem" impede a circulação mediante endosso. (certa) VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

Enquanto o endosso é ato unilateral que deve ser feito no próprio título, em obediência ao princípio da literalidade, a cessão
civil de crédito é negócio bilateral formalizado por meio de contrato, ou seja, instrumento à parte. Ademais, em regra o endosso
acarreta a responsabilização do endossante, o qual passa a ser codevedor da dívida representada no título.
Na cessão civil de crédito, por sua vez, a regra é que o cedente não assume responsabilidade pelo adimplemento da obrigação
que cedeu, respondendo tão somente pela existência do crédito cedido.
Em síntese: no endosso, se a dívida não for paga pelo devedor principal, o endossatário pode cobrá-la do endossante;
Na cessão civil de crédito, o cessionário não pode cobrar a dívida do cedente em caso de mero inadimplemento do devedor.
O cedente só responderá se tiver cedido crédito inexistente, representado por um documento falso, por exemplo.
Por fim, outra diferença relevante entre endosso e cessão civil de crédito está relacionada à inoponibilidade das exceções
pessoais ao terceiro de boa-fé (art. 17 da LUG e arts. 915 e 916 do Código Civil).
LUG. Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações
pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido
conscientemente em detrimento do devedor.

18
(2020) Curso de Direito Comercial e de Empresa 2 - Ricardo Negrão, p. 92
19
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 417)
elaborado por @fredsmcezar
• As pessoas acionadas em virtude de uma letra de câmbio não podem, em nenhuma circunstância, opor ao portador exceções fundadas
sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores. (errada) CESPE - 2012 - MPE-RR

CC. Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as
exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de
representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação.
• O devedor nada pode opor ao portador do título de crédito relativamente as relações pessoais com os portadores precedentes ou mesmo
com o emitente do título, salvo se o portador estiver de má-fé. (certa) 2015 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA

CC. Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas
ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.

Em decorrência do princípio da autonomia, o endosso transfere o crédito sem nenhum vício relativo aos negócios feitos
anteriormente com o título. Assim, o devedor não poderá opor ao endossatário - se este recebeu o título de boa-fé, o que em
princípio se presume - exceções que não lhe digam respeito, ou seja, exceções relacionadas a relações antecedentes.
Na cessão civil de crédito, no entanto, isso não ocorre: o devedor pode opor contra o cessionário qualquer exceção pessoal
que tinha contra o cedente (nesse sentido é a regra do art. 294 do Código Civil). 20
CC. Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a
ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.

8.2 AVAL
O aval é “ato cambiário pelo qual um terceiro (avalista) se responsabiliza pelo pagamento da obrigação constante do título.
Está regulado pelo art. 30 da LUG (no mesmo sentido é o art. 897 do Código Civil). O avalista, ao garantir o cumprimento da
obrigação do avalizado, responde de forma equiparada a este. 21
• A assinatura de pessoa estranha à emissão do cheque, no anverso deste, é considerada aval, ainda que não especificada a sua finalidade.
(certa) 2009 - TJ-MG – JUIZ

• É um ato jurídico benéfico e, portanto, interpreta-se de forma restritiva. (certa) 2011 - MPE-PB
• Aval é negócio jurídico unilateral de garantia, celebrado em favor de quaisquer dos obrigados cartulares, informal, pessoal e gerador de
obrigação subsidiária. (errada) 2013 - MPE-SP

Ex.: Caio emitiu em 29 de abril de 2011 uma nota promissória em favor de Ticio no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com
vencimento para 29 de setembro de 2011.Na véspera do vencimento Ticio endossou a nota promissória para Griselda, menor
impúbere, a qual, ainda na véspera do vencimento, endossou-a parcialmente para Felipe, endosso este no valor de R$ 6.500,00
(seis mil e quinhentos reais). A endossante Griselda foi avalizada por Paulo,maior e capaz. Face às características cambiais dessa
nota promissória, é correto afirmar que o endossatário Felipe poderá propor ação cambial em face de Paulo pelo valor do aval
por ele prestado. (certa) 2012 - MPE-RJ

JURISPRUDÊNCIA EM TESES (STJ) – TÍTULOS DE CRÉDITO


10) A autonomia do aval não se confunde com a abstração do título de crédito e, portanto, independe de sua circulação.
.
• A autonomia do aval decorre da abstração do título de crédito e, portanto, depende da sua circulação. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO
DE POLÍCIA CIVIL

8.2.1 AVAL PARCIAL (CC x LUG)


O Código Civil veda expressamente o aval parcial. (certa) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• O aval é, de acordo com o Código Civil, garantia cambiária típica, sendo permitido total ou parcialmente. (errada) CESPE - 2012 - TJ-AC - JUIZ
SUBSTITUTO

CC. Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. FCC - 2018 - DPE-AM
• O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval, ainda que parcial. (errada)
FCC - 2009 - DPE-PA

• O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval, podendo este ser parcial
ou para garantir o total da dívida. (errada) 2011 - TJ-DFT – JUIZ

20
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 417)
21
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 418)
elaborado por @fredsmcezar
• O pagamento de título de crédito que contenha obrigação de pagar soma determinada pode ser garantido por aval, ainda que parcial. (errada)
CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ

• Assinale a alternativa correta a respeito da disciplina dos Títulos de Crédito, prevista no Código Civil. O pagamento de título de crédito pode
ser garantido por aval total ou parcial. (errada) FAURGS - 2016 - TJ-RS - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• Com referência às disposições do Código Civil acerca de endosso e aval, assinale a opção correta. É válido o aval parcial de títulos de
crédito. (errada) CESPE - 2016 - PC-PE - DELEGADO DE POLÍCIA
• É permitido garantir o pagamento de título de crédito que contenha obrigação de pagar soma determinada por aval parcial. (errada) FUNCAB -
2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL

• De acordo com a legislação vigente no país, o aval parcial é vedado, porém, a mesma legislação estabelece que o endosso parcial é válido.
VUNESP - 2018 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA

• O título de crédito que contenha obrigação de pagar soma determinada pode ser garantido por aval parcial. (errada) FCC - 2021 - DPE-BA

Diferentemente, de acordo com a LUG, o aval pode ser parcial ou total.


LUG. Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.

Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.


• Em relação à nota promissória, é permitido o aval, mas a Lei Uniforme de Genebra não admite a limitação de responsabilidade do avalista,
pois não é autorizado o denominado benefício de ordem. (errada) FGV - 2013 - TJ-AM - JUIZ
• O pagamento de uma letra de câmbio ou de uma nota promissória pode ser no todo ou em parte garantido por aval. (certa) FCC - 2016 - DPE-ES

• É viável o aval parcial aposto em cheque. (certa) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• É viável o aval parcial aposto em nota promissória. (certa) 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Ex.: João emitiu, em 1.º/10/2012, um cheque em pagamento de uma mercadoria no valor de R$ 500,00 avalizado por Bosco —
que aceitou dar o aval no valor de R$ 300,00. Dois dias após a celebração do contrato, João constatou um grave defeito na
mercadoria, que impedia seu funcionamento. Ao procurar o vendedor, para devolver a mercadoria e receber seu cheque de volta,
João foi por ele informado de que o cheque havia sido endossado a Pedro, que, procurado por João, informou-lhe que endossara o
cheque em branco. Carlos, que havia recebido o cheque, tendo preenchido o endosso em seu nome, apresentou-o, no dia
28/10/2012, para pagamento. O pagamento do cheque foi recusado por falta de fundos, motivo declarado no próprio cheque pela
câmara de compensação. É válido o aval parcial dado por Bosco, estando ele, portanto, obrigado a pagar R$ 300,00. (certa) CESPE -
2013 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

8.2.2 REGRAS GERAIS


O local apropriado para a realização do aval é o anverso do título, caso em que basta a simples assinatura do avalista.
• É correto afirmar que será possível a realização do aval, que será válido com a simples assinatura do avalista no anverso do título. (certa)
CESPE - 2019 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO

Nada impede, todavia, que o aval seja feito no verso da cártula, bastando para tanto, além da assinatura, a expressa menção de
que se trata de aval (art. 31 da LUG e art. 898, § 1º do Código Civil). 22
LUG. Art. 31. O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.

Exprime-se pelas palavras “bom para aval” ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval.

O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas
do sacado ou do sacador.

O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador.

8.2.3 RESPONSABILIDADE DO AVALISTA


LUG. Art. 32. O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.

A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício
de forma.

Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval
e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.

• O avalista se obriga pelo avalizado, e sua responsabilidade subsiste ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, mesmo que a
nulidade decorra de vício de forma. (errada) CESPE - 2013 - DPE-TO

22
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 417)
elaborado por @fredsmcezar
• A responsabilidade do avalista subsiste ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, mesmo nos casos em que a nulidade decorra
de vício de forma. (errada) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLICIA CIVIL

8.2.4 AVAL EM BRANCO E AVAL EM PRETO


O aval em branco é aquele que não identifica o avalizado.

LUG. Art. 31. [...] O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador.

• O aval é uma garantia fidejussória, cuja obrigação cambiaria constituída é solidária, autônoma, direta e pessoal, presumindo-se que foi
dado em favor do sacador na falta de indicação. (certa) 2011 - PGE-RS
• Havendo aval no título de crédito, as partes devem indicar, de forma expressa, o seu avalizado, pois a ausência de indicação acarretaria
nulidade do aval. (errada) CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Nesta hipótese, “presume-se que foi dado em favor de alguém: no caso da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador
(art. 31, parte final da LUG); nos demais títulos, em favor do emitente ou subscritor ”. 23

Ex.: Em pagamento de serviços que lhe foram prestados, Antônio emitiu cheque nominal em favor de Bianca, que o endossou
a Carlos, que, por sua vez, o endossou a Débora. Após, Eduardo lançou aval no cheque, porém sem indicar quem seria o avalizado.
Nesse caso, de acordo com a Lei do Cheque (Lei n° 7.357/1985), considera-se avalizado Antônio, somente. (certa) FCC - 2019 - TJ-AL -
JUIZ SUBSTITUTO

• É vedado o aval em branco. (errada) CESPE - 2013 - MPE-RO

CC. art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
O aval em preto é aquele em que o avalizado é expressamente indicado.

8.2.5 AVAL SIMULTÂNEO - COAVAL


Os avais simultâneos, também denominados de coavais, ocorrem quando duas ou mais pessoas avalizam um título
conjuntamente, garantindo a mesma obrigação cambial. Assim, nos avais simultâneos os avalistas são considerados uma só
pessoa, razão pela qual assumem responsabilidade solidária regida pelas regras do direito civil. 24

Os avais simultâneos estabelecem entre os coavalistas uma relação fundada na solidariedade de direito comum, e não
cambiária. Assim, se um deles pagar a dívida, terá o direito de exigir do outro apenas a quota parte que caberia a este. (certa) CESPE -
2016 - TJ-DFT - JUIZ

• Com relação aos avais simultâneos, o pagamento do título por um dos avalistas não libera o devedor principal do direito de regresso em favor
do que pagou. (certa) VUNESP - 2012 - TJ-RJ – JUIZ
.
SÚMULA 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
.
SIMULTÂNEO
• No caso do cheque, se houver dois avais superpostos e em branco, considera-se que houve aval de aval . (errada) CESPE - 2016 - TJ-
DFT – JUIZ

• Avais em branco e superpostos não se consideram simultâneos e [não] sucessivos. (errada) 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• Os avais em branco e superpostos presumem-se simultâneos e sucessivos. (errada) CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - CARTÓRIO

8.2.6 AVAL SUCESSIVO


Os avais sucessivos, por sua vez, também chamados de aval de aval, ocorrem quando alguém avaliza um outro avalista. Nesse
caso, todos os eventuais avalistas dos avalistas terão a mesma responsabilidade do avalizado, ou seja, aquele que pagar a dívida
terá direito de regresso em relação ao total da dívida, e não apenas em relação a uma parte dela. 25

23
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 418)
24
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 418)
25
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 419)
elaborado por @fredsmcezar
8.2.7 OUTORGA CONJUGAL PARA PRESTAÇÃO AVAL [CC x STJ]
CC. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da
separação absoluta:

III - prestar fiança ou aval;


• Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta, prestar fiança ou aval. (certa) CESPE - 2012 -
MPE-PI

• É desnecessário NECESSÁRIO o consentimento do cônjuge, inclusive EXCETO


no regime de separação absoluta de bens, para que o outro preste
aval; (errada) 2012 - TJ-DFT - JUIZ
.
CÓDIGO CIVIL STJ26

TÍTULOS INOMINADOS TÍTULOS TÍPICOS

O aval não depende de outorga de cônjuge nos títulos típicos


CC. Art. 1.647. (letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, cédulas
e notas de crédito). STJ. 3ª Turma. REsp 1526560-MG, 16/3/2017 (Info 604).
STJ. 4ª Turma. REsp 1633399-SP 10/11/2016.

8.2.8 SÚMULA 26-STJ – AVALISTA (TÍTULO VINCULADO A CONTRATO DE MÚTUO)


SÚMULA 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas,
quando no contrato figurar como devedor solidário.
• O avalista de nota promissória vinculada a contrato de mútuo, quando figurar no contrato como devedor solidário, também responde pelas
obrigações pactuadas. (certa) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• O avalista de título de crédito vinculado a contrato de mútuo não responde pelas obrigações pactuadas, ainda que no contrato figure como
devedor solidário. (errada) 2012 - TJ-RS - JUIZ
• O avalista do título de credito vinculado a contrato de mutuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como
devedor solidário. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• Se o título de crédito avalizado for vinculado a contrato de mútuo, o avalista deverá responder pelas obrigações nele contidas, ainda que ali
não figure como devedor solidário. (errada) CESPE - 2016 - TJ-DFT - JUIZ

8.2.9 AVAL x FIANÇA


AVAL FIANÇA
* DIREITO CAMBIÁRIO * DIREITO CIVIL
* OBRIGAÇÃO AUTÔNOMA – (AUTONOMIA) * OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA (GRAVITAÇÃO)
* NÃO ADMITE BENEFÍCIO DE ORDEM * REPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
* PRESTADA NO PRÓPRIO TÍTULO (LITERALIDADE) * PODE SER PRESTADA SEPARADAMENTE
.
• Como o aval e a fiança são garantias acessórias, o vício que atinge a obrigação principal se transmite à obrigação do garante. (errada) 2011 –
MPDFT

• Sobre o aval e a fiança mercantil, é correto afirmar a invalidade da obrigação original compromete como regra a validade da fiança, mas não
a validade do aval. (certa) VUNESP - 2019 - PROCURADOR MUNICIPAL

Ex.: A incapacidade do devedor principal que emite nota promissória implica nulidade do aval aposto no título. (errada) 2012 - TJ-RS -
JUIZ

8.3 PROTESTO
O protesto pode ser definido como o ato formal pelo qual se atesta:
a) falta de aceite do título
b) falta de devolução do título ou
c) falta de pagamento do título.

26
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é necessária prévia autorização do cônjuge para que a pessoa preste aval em títulos de créditos típicos. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/23685a2431acad7789c1e3d43ea1522c>. Acesso em: 03/02/2022
elaborado por @fredsmcezar
Lei 9.492/1997. Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação
originada em títulos e outros documentos de dívida.
• O protesto necessário tem o efeito de evitar o perecimento de algum direito, provando tanto o descumprimento da obrigação quanto a
impontualidade do devedor, mas não pode se dar quando da recusa da letra emitida para o aceite. (errada) 2011 - PGE-RS
• O protesto é ato não solene. (errada) FCC - 2014 - DPE-PB
• Protesto é o ato registrário pelo qual se objetiva discutir o cumprimento DESCUMPRIMENTO ou não de obrigações originadas em títulos creditícios
ou contratos em geral. (errada) FCC - 2021 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO

Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução.
O protesto só é indispensável se o credor deseja executar os codevedores, como é o caso, por exemplo do endossante. Mas
se a execução é dirigida contra o devedor principal do título (emitente da nota promissória, p. ex), o protesto é desnecessário.27
• A cobrança judicial do crédito mencionado em nota promissória contra o devedor principal independe do prévio protesto do título. (certa) FCC
- 2010 - PGE-AM

• O protesto facultativo ocorrerá somente quando o título não tiver coobrigados, mas apenas devedor principal, como, por exemplo, ocorre
com a nota promissória sem endosso e sem aval. (errada) CESPE - 2012 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
• No que se refere a protesto de títulos, será ele tirado exclusivamente por falta de pagamento ou de aceite. (errada) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ
SUBSTITUTO

8.3.1 PROCEDIMENTO
Art. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não
apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.

Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião obstará o registro do protesto.

• A legislação vigente exime o tabelião de protesto da responsabilidade de investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade do título ou
documento de dívida, responsabilizando-o apenas pela observância dos seus caracteres formais que obstam o registro do protesto. (certa)
2009 - TJ-RS - JUIZ

• Todos os títulos de crédito levados a protesto serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios,
cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade. (errada) 2010 - TJ-PR - JUIZ
• Todos os títulos serão examinados pelo tabelião de protesto em seus caracteres formais, inclusive quanto à ocorrência de prescrição ou
caducidade, só tendo curso se não apresentarem vícios. (errada) FCC - 2011 - TJ-PE – JUIZ
• Conforme estabelece a legislação pertinente, todos os títulos e documentos de dívida protocolizados devem ser examinados em seus
caracteres formais e ter curso se não apresentarem vícios, cabendo ao tabelião de protesto investigar a ocorrência de prescrição ou
caducidade. (errada) CESPE - 2012 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
• Cabe ao tabelião de protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade do título apresentado a protesto. (errada) CESPE - 2013 - TJ-RN
– JUIZ

• Cabe ao tabelião de protesto, devendo ele investigar a ocorrência da prescrição do cheque lhe apresentado a protesto, a fim de evitar a
ocorrência de danos ao emitente e de responder, solidariamente, pela sua reparação. (errada) PUC-PR - 2014 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO
• Os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais, mas poderá o Tabelião de Protesto verificar
a ocorrência de prescrição ou caducidade, por se tratar de matéria de ordem pública. (errada) FCC - 2018 - PGE-AP
• Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião de Protesto de Títulos, ou a ocorrência de prescrição ou caducidade por ele
verificada, obstará o registro do protesto. (errada) FCC - 2021 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO

Art. 10. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, emitidos fora do Brasil, desde que
acompanhados de tradução efetuada por tradutor público juramentado.
§ 1º Constarão obrigatoriamente do registro do protesto a descrição do documento e sua tradução.

§ 2º Em caso de pagamento, este será efetuado em moeda corrente nacional, cumprindo ao apresentante a conversão na data de
apresentação do documento para protesto.

§ 3º Tratando-se de títulos ou documentos de dívidas emitidos no Brasil, em moeda estrangeira, cuidará o Tabelião de observar
as disposições do Decreto-lei nº 857, de 11 de setembro de 1969, e legislação complementar ou superveniente.
• Em nenhum caso serão protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, emitidos fora do Brasil. (errada) FCC - 2011 -
TJ-PE - JUIZ

• Não poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, que foram emitidos fora do Brasil. (errada) CESPE -
2013 - TJ-RN - JUIZ

27
Direito Empresarial Esquematizado , André Luiz Santa Cruz Ramos, ed. Método, p. 418.
elaborado por @fredsmcezar
• Só poderão ser protestados títulos e outros documentos de débito em moeda nacional, defeso o protesto de títulos emitidos fora do Brasil.
(errada) FCC - 2018 - PGE-AP

• Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda estrangeira, emitidos fora do Brasil, desde que acompanhados de
tradução efetuada por tradutor público juramentado, constando obrigatoriamente do registro do protesto a descrição do documento e sua
tradução. (certa) FCC - 2021 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO

Não há necessidade de acionar o avalista para o protesto extrajudicial, pois a própria lei não determina o protesto de avalista;
em contrapartida, expõe, com fundamento legal (art. 14 da Lei de Protestos), a necessidade de se intimar o devedor do título, e
somente o devedor, afastando a possibilidade de protesto contra qualquer outro terceiro responsável pelo título ou documento de
dívida. Nesse sentido, o tabelião de protestos deve fazer constar no instrumento, quando requerido, o nome do avalista ou
qualquer outro responsável pela obrigação.

Art. 12. O protesto será registrado dentro de 3 (três) dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida.

§ 1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se o dia da protocolização e inclui-se o do vencimento.

• O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização do título ou documento de dívida. Na contagem desse prazo,
inclui-se o dia da protocolização e exclui-se o do vencimento. (errada) FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
• O protesto será registrado no 5º (quinto) dia útil subsequente à data da protocolização do título. (errada) FCC - 2014 - DPE-PB
• O protesto será registrado dentro de dois dias úteis, contados da protocolização do título ou documento de dívida, incluindo-se tanto o dia
da protocolização como o do vencimento. (errada) FCC - 2021 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO

§ 2º Considera-se não útil o dia em que não houver expediente bancário para o público ou aquele em que este não obedecer ao
horário normal.
Art. 13. Quando a intimação for efetivada excepcionalmente no último dia do prazo ou além dele, por motivo de força maior, o
protesto será tirado no primeiro dia útil subseqüente.
.
Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereço
fornecido pelo apresentante do título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo
endereço.

§ 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio tabelião, ou por qualquer outro meio, desde que o
recebimento fique assegurado e comprovado através de protocolo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente.
• Uma vez apresentado o pedido de protesto, o devedor deverá ser intimado por qualquer meio que assegure a comprovação do recebimento,
vedada a intimação por portador do próprio tabelião. (errada) FCC - 2018 - DPE-AM

§ 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor, elementos de identificação do título ou documento de dívida, e prazo
limite para cumprimento da obrigação no Tabelionato, bem como número do protocolo e valor a ser pago.

Art. 15. A intimação será feita por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta ou
ignorada, for residente ou domiciliada fora da competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber
a intimação no endereço fornecido pelo apresentante.

§ 1º O edital será afixado no Tabelionato de Protesto e publicado pela imprensa local onde houver jornal de circulação diária.

§ 2º Aquele que fornecer endereço incorreto, agindo de má-fé, responderá por perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
civis, administrativas ou penais.
• A intimação do protesto deverá sempre ocorrer pessoalmente ao devedor, vedada a sua intimação por edital. (errada) CESPE - 2013 - TJ-RN - JUIZ

• A intimação do devedor será feita por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, sua localização incerta ou ignorada,
for residente ou domiciliada fora da competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço
fornecido pelo apresentante. (certa) FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO

8.3.2 DA DESISTÊNCIA E SUSTAÇÃO DO PROTESTO


Art. 16. Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentante retirar o título ou documento de dívida, pagos os emolumentos e
demais despesas.
• Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentante retirar o título ou documento de dívida, independentemente do pagamento dos
emolumentos e de quaisquer despesas. (errada) FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
• Antes da lavratura do protesto, o apresentante poderá retirar o título, desde que pagos os emolumentos e demais despesas. (certa) FCC - 2014
- DPE-PB

Art. 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo respectivo, os títulos ou documentos de dívida cujo protesto for
judicialmente sustado.
elaborado por @fredsmcezar
§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago, protestado ou retirado
com autorização judicial.
• O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago, protestado ou retirado mediante autorização
judicial. (certa) CESPE - 2012 - TJ-AC - JUIZ SUBSTITUTO
• O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização
judicial. (certa) FCC - 2018 - DPE-AM

§ 2º Revogada a ordem de sustação, não há necessidade de se proceder a nova intimação do devedor, sendo a lavratura e o
registro do protesto efetivados até o primeiro dia útil subseqüente ao do recebimento da revogação, salvo se a materialização do
ato depender de consulta a ser formulada ao apresentante, caso em que o mesmo prazo será contado da data da resposta dada.
• Revogada a ordem de sustação, não se exige nova intimação do devedor, devendo a lavratura e o registro do protesto ser efetivados até o
primeiro dia útil subsequente ao do recebimento da revogação, salvo se a materialização do ato depender de consulta a ser formulada ao
apresentante, caso em que o mesmo prazo deverá ser contado da data da resposta dada. (certa) CESPE - 2012 - TJ-BA - JUIZ SUBSTITUTO
• Uma vez revogada a ordem judicial de sustação do protesto, o tabelião deverá lavrar novamente o protesto e proceder a nova intimação do
devedor. (errada) FCC - 2018 - DPE-AM

§ 3º Tornada definitiva a ordem de sustação, o título ou o documento de dívida será encaminhado ao Juízo respectivo, quando
não constar determinação expressa a qual das partes o mesmo deverá ser entregue, ou se decorridos trinta dias sem que a parte
autorizada tenha comparecido no Tabelionato para retirá-lo.

Art. 18. As dúvidas do Tabelião de Protesto serão resolvidas pelo Juízo competente.

8.3.3 DO PAGAMENTO
Art. 19. O pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto será feito diretamente no Tabelionato
competente, no valor igual ao declarado pelo apresentante, acrescido dos emolumentos e demais despesas.

§ 1º Não poderá ser recusado pagamento oferecido dentro do prazo legal, desde que feito no Tabelionato de Protesto competente
e no horário de funcionamento dos serviços.
• O pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto será feito diretamente no tabelionato competente e não poderá
ser recusado, se oferecido dentro do prazo legal, no tabelionato de protesto competente e no horário de funcionamento dos serviços. (certa)
FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO

§ 2º No ato do pagamento, o Tabelionato de Protesto dará a respectiva quitação, e o valor devido será colocado à disposição do
apresentante no primeiro dia útil subseqüente ao do recebimento.

§ 3º Quando for adotado sistema de recebimento do pagamento por meio de cheque, ainda que de emissão de estabelecimento
bancário, a quitação dada pelo Tabelionato fica condicionada à efetiva liquidação.

§ 4º Quando do pagamento no Tabelionato ainda subsistirem parcelas vincendas, será dada quitação da parcela paga em apartado,
devolvendo-se o original ao apresentante.

8.3.4 DO REGISTRO DO PROTESTO


Art. 20. Esgotado o prazo previsto no art. 12 [DE 3 DIAS], sem que tenham ocorrido as hipóteses dos Capítulos VII [DESISTÊNCIA / SUSTAÇÃO] e
VIII [PAGAMENTO], o Tabelião lavrará e registrará o protesto, sendo o respectivo instrumento entregue ao apresentante.

8.3.5 PROTESTO POR FALTA DE ACEITE


Art. 21. § 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do
prazo legal para o aceite ou a devolução. FCC - 2021 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO
• O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução, só podendo ser efetuado o protesto por falta de aceite antes do
vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução. (certa) FCC - 2011 - TJ-PE - JUIZ
• O protesto por falta de aceite deve ser providenciado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a
devolução. (certa) CESPE - 2012 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
• O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado depois do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite
ou a devolução. (errada) CESPE - 2012 - MPE-RR
• Em se tratando de protesto por falta de aceite, deverá este ser providenciado após o vencimento da obrigação e do decurso do prazo legal
para aceite ou devolução. (errada) MPE-PB -CESPE - 2012
• O protesto de um título de crédito por falta de aceite somente poderá ser efetuado após o vencimento da obrigação e do decurso do prazo
legal para o aceite ou a devolução. (errada) CESPE - 2013 - DPE-TO
• O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite
ou a devolução. (certa) FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO

elaborado por @fredsmcezar


• No que se refere a protesto de títulos, aquele tirado por falta de aceite poderá ser efetuado antes ou após o vencimento da obrigação, desde
que após o decurso do prazo legal para o ato de aceite. (errada) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO
• O protesto pode ser tirado por falta de aceite, antes ou após o vencimento da obrigação, desde que antes do prazo para devolução do título
da dívida. (errada) FCC - 2018 - PGE-AP

8.3.6 PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO


Art. 21. § 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro
do protesto por motivo não previsto na lei cambial.
• Após o vencimento da obrigação, o protesto poderá ser efetuado por falta de pagamento ou aceite, sendo defesa a lavratura e registro do
protesto por motivo não previsto na lei cambial. (errada) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO

8.3.7 DO CANCELAMENTO DO PROTESTO


É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito, é ônus do devedor. (certa) VUNESP - 2012 - TJ-MG - JUIZ DE
DIREITO SUBSTITUTO

Em caso de protesto legitimamente realizado e pagamento posterior do título pelo devedor, cabe a este, e não ao credor,
proceder à respectiva baixa em cartório. Esse é também o entendimento do STJ, consolidado no REsp 1.339.436/SP.
.
• Incumbe ao credor providenciar o cancelamento do protesto após a quitação da dívida, salvo pactuação expressa em contrário. (errada) FUNCAB
- 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• O cancelamento do protesto após a quitação do débito é ônus do devedor. (certa) CONSULPLAN - 2021 - TJ-MS – CARTÓRIO

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer
interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a declaração de
anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso
translativo.
• Cabe ao devedor requerer o cancelamento do registro do protesto diretamente ao tabelionato de protesto de títulos, mediante apresentação
do documento original protestado, e, na ausência do documento original, só se admite o cancelamento do registro do protesto por ordem
judicial. (errada) CESPE - 2013 - DPE-TO

§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-mandato, será suficiente a declaração de anuência
passada pelo credor endossante.
• Para o cancelamento do registro do protesto, na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-mandato, será
necessária, além da declaração de anuência passada pelo credor-endossante, a do apresentante-mandatário. (errada) 2009 - TJ-RS – JUIZ

§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que não no pagamento do título ou documento de dívida,
será efetivado por determinação judicial, pagos os emolumentos devidos ao Tabelião.

§ 4º Quando a extinção da obrigação decorrer de processo judicial, o cancelamento do registro do protesto poderá ser solicitado
com a apresentação da certidão expedida pelo Juízo processante, com menção do trânsito em julgado, que substituirá o título ou o
documento de dívida protestado.

§ 5º O cancelamento do registro do protesto será feito pelo Tabelião titular, por seus Substitutos ou por Escrevente autorizado.

§ 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será
lançado em documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e anotado no índice
respectivo.

8.3.8 SÚMULA 476 STJ – PROTESTO INDEVIDO

SÚMULA 476-STJ. O endossatário de título de crédito por endosso mandado só responde por danos decorrentes de protesto
indevido se extrapolar os poderes do mandatário. 2014 - PGE-MS / VUNESP - 2023 - MPE-SP
Ex.: Luiz Domingues emitiu uma nota promissória em favor de Alexandre Costa, com pagamento no dia 15/07/2012 na praça de
Carutapera. Este endossou a cártula para Humberto de Campos para fins de cobrança. Exercendo fielmente os poderes recebidos
do endossante, o endossatário levou o título a protesto, que foi lavrado pelo tabelião. Ocorre que a dívida já havia sido paga antes
do aponte do título, sem que Humberto de Campos tenha sido informado do fato pelo endossante. O endossatário não responde
pelos danos decorrentes de protesto indevido porque não extrapolou os poderes de mandatário. (certa) FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE
POLÍCIA

• Na Duplicata, a instituição financeira endossatária do título por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido
se extrapolar os poderes de mandatário. (certa) FGV - 2013 - TJ-AM – JUIZ
elaborado por @fredsmcezar
• Só responde por danos materiais e morais o endossatário que recebe título de crédito por endosso-mandato e o leva a protesto se extrapola
os poderes de mandatário ou em razão de ato culposo próprio, como no caso de apontamento depois da ciência acerca do pagamento
anterior ou da falta de higidez da cártula. (certa) 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• No endosso para cobrança, com a cláusula “por procuração”, tendo agido nos limites dos poderes, o endossatário não é responsável pelo
dano gerado a partir do indevido protesto do título. (certa) 2014 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Em caso de endosso-mandato, o endossatário responde pelo protesto indevido, ainda que tenha agido nos limites de seus poderes. (errada)
VUNESP - 2015 - PC-CE - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• No caso de endosso-mandato, os danos decorrentes de protesto indevido e não previstos no mandato serão exclusivos do endossante.
(errada) CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO

8.3.9 SÚMULA 475 STJ

SÚMULA 475-STJ - Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo
título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
endossantes e avalistas.
Uma questão relacionada ao protesto muito discutida nos tribunais é a responsabilidade daquele que recebe um título de crédito por endosso
e o leva a protesto indevidamente. Em se tratando de credor que recebeu o título por endosso normal (conhecido como endosso translativo),
entende o STJ que se aplica o enunciado da súmula 475. 28
• O endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo vício formal, sendo inexistente a causa para c onferir lastro à
emissão de duplicata, responde pelos danos causados diante de protesto indevido, ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes
e avalistas. (certa) 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• No que se refere a protesto de títulos, não responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe, por endosso
translativo, título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, cabendo ao suposto devedor exigir o valor reparatório diretamente
dos endossantes. (errada) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO
• Em caso de endosso translativo, o endossatário que responder por dano decorrente de protesto indevido de título com vício formal tem
direito de regresso contra endossantes e avalistas. (certa) CESPE - 2019 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO

8.3.10 PROTESTO: CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO


CC. Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á por PROTESTO CAMBIAL (III);

• O simples protesto cambiário não interrompe a prescrição. (errada) 2009 - TJ-MG - CARTÓRIO
• De acordo com a lei substantiva civil, o protesto cambiário tem por objeto título de crédito, não correspondendo a ato judicial, e, por isso,
não interrompe o prazo prescricional da ação cambiária. (errada) CESPE - 2012 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO

8.3.11 PROTESTO FACULTATIVO x PROTESTO NECESSÁRIO


A cláusula “sem despesas” transforma em facultativo o protesto necessário contra quaisquer devedores. (certa) CESPE - 2017 - TRF - 5ª
REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Art. 46. O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula “sem despesas”, “sem protesto”, ou outra cláusula
equivalente, dispensar o portador de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder exercer os seus
direitos de ação.

Essa cláusula não dispensa o portador da apresentação da letra dentro do prazo prescrito nem tampouco dos avisos a dar. A prova
da inobservância do prazo incumbe àquele que dela se prevaleça contra o portador.

• Cláusula sem protesto inserida no título pelo sacador produz efeitos em relação a todos os obrigados pela letra; inserida pelo endossante ou
avalista somente produzirá efeitos em relação a esse endossante ou avalista. (certa) CESPE - 2012 - MPE-RR

“Via de regra, o prazo para executar os endossantes e os avalistas do endossantes é contado do protesto. Porém, quando é
inserida a cláusula “sem despesas”, o protesto não é mais necessário. É como se o endossante ao colocar essa cláusula ele falasse:
“pode me cobrar sem protesto”. Daí, uma vez ausente o protesto, o prazo prescricional começará a contar do vencimento do título.”
(Estefânia Rossignoli)

Art. 70. As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em
tempo útil, ou da data do vencimento, se trata de letra que contenha cláusula “sem despesas”.

• Havendo cláusula sem protesto, a prescrição ocorre a partir da data do vencimento do título. (certa) CESPE - 2012 - MPE-RR

A mesma cláusula tem previsão na Lei nº 7.357/85 (Cheques) no art. 50.

28
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 423)
elaborado por @fredsmcezar
Art. 50 O emitente, o endossante e o avalista podem, pela cláusula “sem despesa’’, “sem protesto’’, ou outra equivalente, lançada
no título e assinada, dispensar o portador, para promover a execução do título, do protesto ou da declaração equivalente.

§ 1º A cláusula não dispensa o portador da apresentação do cheque no prazo estabelecido, nem dos avisos. Incumbe a quem alega
a inobservância de prazo a prova respectiva.
A cláusula torna o protesto facultativo. Isto é, não fica vedado o protesto e, caso seja feito, será o portador responsável pelas
despesas.
Ar. 50. § 3º Se, apesar de cláusula lançada pelo emitente, o portador promove o protesto, as despesas correm por sua conta. (...)
Ex.: Paulo emitiu à sociedade empresária CT Ltda. cheque, com cláusula sem protesto, que não foi compensado por insuficiência
de fundos disponíveis. A sociedade, então, ingressou com ação cambial contra Paulo e Fernanda, titulares de conta conjunta. Nessa
situação hipotética, a CT Ltda. poderá cobrar, na ação, as despesas efetuadas com o protesto do título. (errada) CESPE - 2017 - PROCURADOR
MUNICIPAL

elaborado por @fredsmcezar


9. LETRA DE CÂMBIO

A letra de câmbio é título de crédito que estrutura como ordem de pagamento, razão pela qual, ao ser emitida, dá origem a três
situações jurídicas distintas:29

• A letra de câmbio constitui uma ordem de pagamento. (certa) 2011 - TJ-DFT – JUIZ
• A letra de câmbio é ordem de pagamento à vista ou a prazo de quantia determinada. (certa) 2012 - MPE-SP

a) a do SACADOR, que emite a ordem;


b) a do SACADO, a quem a ordem é destinada; e
c) a do TOMADOR, que é o beneficiário da ordem.
Ex.: Em uma letra de câmbio, Pedrita mandou Barney (sacado) pagar uma determinada quantia para Fredd (tomador), que, por
sua vez, através de endosso, transferiu a letra para Vilma. Levando em conta esta estrutura da letra, são respectivamente Sacador
e Endossante, Pedrita e Fredd. (certa) CONSULPLAN - 2017 - TJ-MG - CARTÓRIO
Essas três situações jurídicas distintas a que nos referimos acima não precisam, necessariamente, estar ocupadas por três
pessoas diferentes.
LUG. Art. 3º. A letra pode ser à ordem do próprio sacador.

Pode ser sacada sobre o próprio sacador.

Pode ser sacada por ordem e conta de terceiro.

Ordinariamente, a letra de câmbio propicia ao sacador a opção de, em vez de efetuar o pagamento de determinada dívida
diretamente ao tomador, em vista de ter crédito perante o sacado, emitir uma letra de câmbio, por meio da qual será satisfeito o
seu crédito perante o sacado, bem como o crédito do tomador perante o próprio sacador. (certa) CESPE - 2012 - TJ-BA - JUIZ SUBSTITUTO
• Para a emissão de letra de câmbio, que corresponde a ordem de pagamento, não é permitido que a mesma pessoa ocupe simultaneamente
mais de uma situação. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO

Tratando-se de letra de câmbio, sacador, sacado e tomador podem ser a mesma pessoa. Nesse caso, a letra é emitida com o
objetivo único de circular e representar uma dívida que o sacador/sacado/tomador tem perante um terceiro, com quem fez o desconto
do título. (certa) CESPE - 2012 - DPE-ES
• A letra de câmbio é um título não causal. [adaptada] (certa) CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

9.1 REQUISITOS FORMAIS


Art. 1º. A letra contém:

1. a palavra “letra” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;

2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;

3. o nome daquele que deve pagar (sacado);

4. a época do pagamento;

5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;

6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;

8. a assinatura de quem passa a letra (sacador).

• Para que a letra de câmbio produza os efeitos pretendidos, basta a identificação do sacador, do sacado e do tomador, não havendo requisito
de natureza formal. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
• Não é necessário que a letra de câmbio mencione o lugar do pagamento e o lugar do saque. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO

• Entre os requisitos, estabelecidos em lei, essenciais à produção de efeitos da letra de câmbio inclui-se a obrigatória identificação do tipo de
título de crédito que se pretende gerar. (certa) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
• A letra de câmbio é ordem de pagamento à vista ou a prazo de quantia determinada. (certa) 2012 - MPE-SP

29
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 424)
elaborado por @fredsmcezar
Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos
determinados nas alíneas seguintes:

A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista.

Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e,
ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado.

A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador.

• A letra de câmbio é ordem de pagamento dirigida a determinado devedor para que pague certa quantia em dinheiro a terceiro. Como se trata
de título formal, é indispensável para sua validade que preencha todos os seus requisitos, entre os quais o tempo de pagamento. (errada) 2012
- TJ-PR - JUIZ

LUG. Art. 6º. Se na letra a indicação da quantia a satisfazer se achar feita por extenso e em algarismos, e houver divergência entre
uma e outra, prevalece a que estiver feita por extenso.

• Em caso de uma letra de câmbio preenchida com valor em algarismo diferente do valor indicado por extenso será considerado o valor por
extenso, dispensando a anuência das partes. (certa) CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - CARTÓRIO

9.2 DO VENCIMENTO
LUG. Art. 33. Uma letra pode ser sacada:

à vista;

a um certo termo de vista;

a um certo termo de data;

pagável num dia fixado.

As letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, são nulas.

• Havendo datas sucessivas de vencimento na letra de câmbio, considerar-se-á como válida a data de vencimento que estabeleça maior prazo.
(errada) 2012 - TJ-DFT - JUIZ

LUG. Art. 5º. Numa letra pagável à vista ou a um certo termo de vista, pode o sacador estipular que a sua importância vencerá
juros. Em qualquer outra espécie de letra a estipulação de juros será considerada como não escrita.

• É eficaz, na letra de câmbio, com vencimento a certo termo de data, cláusula de juros compensatórios, estipulada pelo sacador; (errada) 2012
- TJ-DFT - JUIZ

• Estabelece a lei uniforme relativa às letras de câmbio e às notas promissórias que o sacador de letra de câmbio pagável à vista ou a certo
termo de vista pode fazer constar a incidência de juros sobre o valor a ser pago. (certa) CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
.
DIA CERTO Vence em data pré-estabelecida pelo sacador.
O vencimento é aquele da apresentação do título ao sacado. Não há a prefixação de uma data
LETRA À VISTA
específica
CERTO TERMO DA VISTA Vence após um determinado prazo. Ex.: a letra vence dois meses após o aceite.
Também vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, mas que começa a correr não
CERTO TERMO DA DATA
a partir do aceite, mas a partir da própria emissão (saque) do título.

9.3 ACEITE
LUG. Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada.

O aceite é instituto típico da letra de câmbio; é o ato de vontade materializado pela oposição de assinatura no título, mediante a
qual o sacado concorda com a ordem do sacador, tornando-se o principal responsável da quantia expressa na letra de câmbio na
data de seu vencimento. (certa) 2012 - MPE-SP

Decreto nº 2.044/1908. Art. 45. Pelo aceite, o sacado fica cambialmente obrigado para com o sacador e respectivos avalistas.
• Emitida a letra de câmbio pelo sacador, nasce de imediato a obrigação cambial de pagamento do título ao sacado. (errada) FCC - 2009 - MPE-CE

Art. 47. Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o
portador.
elaborado por @fredsmcezar
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se
obrigaram.

O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a tenha pago.

• O sacador e o aceitante não são solidariamente responsáveis pelo pagamento da letra de câmbio, contudo o endossante ou avalista o serão.
(errada) CESPE - 2012 - TJ-PA - JUIZ

A concordância do sacado com a ordem de pagamento é eventual e facultativa de modo que “se o sacado, a pessoa a quem a
ordem é dada e cujo nome, obrigatoriamente, deve ser mencionado na letra, desejar cumprir a ordem, lançará no título a sua
assinatura, passando a ser aceitante e nesse caso, em virtude daquela assinatura, se tornara o obrigado principal pelo pagamento”
30

• Sendo o aceite da letra de câmbio uma faculdade do sacado, não é necessário que ele justifique a sua recusa, mas esta produzirá efeitos
para o sacador e para o tomador, uma vez que ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador exigir do sacador o seu
imediato pagamento. (certa) CESPE - 2013 - TJ-RR - CARTÓRIO

Decreto 2.044/1908. Art. 14. O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido por
aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso
ou no anverso da letra.
• O pagamento de uma letra de câmbio, independentemente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é
suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra. (certa) 2016 - TRF - 4ª
REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

O aceite não é um requisito para prestação de aval. Quando a ordem de pagamento é emitida e não ocorre o aceite, o
emitente/sacador passa a ser o devedor principal do título. (Estefânia Rossignoli)
• Somente a letra de câmbio com aceite pode ser garantida por aval. (errada) 2012 - TJ-RS - JUIZ

9.3.1 PRAZO DE RESPIRO31


Destaque-se que, uma vez apresentada a letra para aceite, o sacado deve devolvê-la de imediato (art. 24 da LUG), não podendo
retê-la, sob pena, inclusive, de responsabilização penal pelo crime de apropriação indébita (art. 168 do Código Penal).
Pode o sacado, todavia, requerer ao tomador que a letra lhe seja apresentada novamente no dia seguinte ao da primeira
apresentação, ou seja, 24 horas depois. Trata-se do chamado “prazo de respiro”.
Art. 24. O sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte ao da primeira apresentação. Os
interessados somente podem ser admitidos a pretender que não foi dada satisfação a este pedido no caso de ele figurar no protesto.
O portador não é obrigado a deixar nas mãos do aceitante a letra apresentada ao aceite.
• O “prazo de respiro” constitui uma faculdade atribuída ao sacado, que pode pedir que o título lhe seja apresentado no dia seguinte, para
checagem de informações ou meditação acerca da conveniência de aceitá-lo ou recusá-lo. (certa) CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - CARTÓRIO

9.3.2 ACEITE LIMITATIVO x ACEITE MODIFICATIVO 32

O sacado pode aceitar a letra parcialmente, situação em que haverá, consequentemente, uma recusa parcial. Há duas espécies
de aceite parcial:

ACEITE LIMITATIVO por meio do qual o sacado aceita apenas parte do valor do título.

ACEITE MODIFICATIVO por meio do qual o sacado altera alguma condição de pagamento do título, como, por exemplo, o seu
vencimento.

Ex.: João era o sacado de uma letra de câmbio no valor de mil reais, com vencimento previsto para 31/12/2018. Em 1.º/11/2018,
ao receber o título para aceite, ele discordou do valor e declarou no anverso que aceitaria pagar somente quinhentos reais. Nessa
situação hipotética, o aceite foi parcial e limitativo, com a possibilidade de execução do título após a recusa parcial, com vencimento
antecipado do título. (certa) CESPE - 2019 - TJ-BA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
Nesses casos, também ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador cobrar a totalidade do crédito contra o
sacador. A única diferença entre a recusa total e a recusa parcial, pois, relaciona-se à posição assumida pelo sacado. No primeiro
caso, ele não assume obrigação cambial nenhuma. No segundo caso, porém, ele se vincula ao pagamento do título nos termos do
seu aceite (art. 26 da LUG)

30
(MARTINS, Fran. Títulos de Crédito, 17ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 84).
31
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 427)
32
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 426)
elaborado por @fredsmcezar
LUG. ART. 26 [...] O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite.

9.4 FALTA DE ACEITE


É preciso ressaltar, todavia, que a recusa do aceite produzirá efeitos relevantes para o sacador e para o tomador, uma vez que
ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador exigir do sacador - codevedor da letra, como visto – o seu pronto
pagamento.33
Se não houve aceite, não há responsável e a letra de câmbio deixa de ter natureza de título de crédito, consistindo em um
mero documento, produzido unilateralmente pelo sacador. 34
Assim, na letra de câmbio não aceita não há obrigação cambial que vincule o sacado.
Nesse caso, o sacador somente tem ação extracambial contra esse sacado não aceitante.
Obs.: O prazo prescricional dessa pretensão não sofre as interferências do protesto do título de crédito. A prescrição
interrompida pelo protesto cambial se refere única e exclusivamente à ação cambiária, sendo endereçada unicamente ao responsável
principal e, eventualmente, aos devedores indiretos do título, entre os quais não se enquadra o sacado não aceitante. STJ. 3ª Turma.
REsp 1748779-MG, 19/05/2020 (Info 672).

9.4.1 PROTESTO POR FALTA DE ACEITE


LUG. Art. 21. § 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação e após o decurso
do prazo legal para o aceite ou a devolução.
FCC - 2011 - TJ-PE - JUIZ / CESPE - 2012 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO / CESPE - 2013 - DPE-TO / FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO / FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO / FCC - 2018 - PGE-AP

• É cabível o protesto de letra de câmbio por falta de aceite. (certa) CESPE - 2013 - DPE-DF

Lei nº 9.492/97. Art. 21 § 5º Não se poderá tirar protesto por falta de pagamento de letra de câmbio contra o sacado não
aceitante. (Lei nº 12.767/2012)
Em outras palavras, contra o não aceitante, é possível o protesto por falta de aceite, nos termos do art. 21. §1º (LUG), mas não
por falta de pagamento.

• É permitido tirar protesto por falta de pagamento de letra de câmbio contra o sacado não aceitante. (errada) CESPE - 2013 - CARTÓRIO
• É admitido o protesto por falta de pagamento de letra de câmbio contra o sacado não aceitante. (errada) FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO

Decreto 2.044/1908. Art. 34. No ato do protesto pela falta ou recusa do aceite, a letra pode ser aceita por terceiro, mediante a
aquiescência do detentor ou portador.
• No ato de protesto da letra de câmbio por falta ou recusa de aceite, o título pode ser aceito por terceiro, desde que haja aquiescência do
detentor ou portador. (certa) 2012 - TJ-RS – JUIZ

9.5 VENCIMENTO ANTECIPADO DO TÍTULO: ACEITE PARCIAL E FALÊNCIA


LUG. Art. 43. O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra os endossantes, sacador e outros coobrigados:

no vencimento;

se o pagamento não foi efetuado;

mesmo antes do vencimento:

1º) se houve recusa total ou parcial de aceite;


• Considere que Ana emita letra de câmbio cuja ordem seja destinada a Bento e cujo beneficiário seja Caio. Nessa situação hipotética, se Bento
aceitar parcialmente a letra de câmbio, ocorrerá o vencimento antecipado do título, sendo admissível, então, a Caio cobrar a totalidade do
crédito da sacadora. (certa) CESPE - 2012 – AGU

2º) nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensão de pagamentos do mesmo, ainda que não
constatada por sentença, ou de ter sido promovida, sem resultado, execução dos seus bens;
• B emitiu letra de câmbio em benefício de A para ser paga por C, com vencimento para o dia 10 de outubro de 2010. Em 5 de janeiro de 2010,
foi decretada a falência de C. Nessa situação, considerando-se que ainda não havia sido dado o aceite do referido título de crédito, essa
decretação de falência não alterará a data de vencimento da cártula. (errada) CESPE - 2010 - AGU

3º) nos casos de falência do sacador de uma letra não aceitável.

33
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 426)
34
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Na letra de câmbio não aceita não há obrigação cambial que vincule o sacado e assim, o sacador somente tem ação extracambial contra o sacado não aceitante, cujo prazo
prescricional não sofre as interferências do protesto do título de crédito. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/545e91a14706478dc240764245cd4bd1>. Acesso em: 03/02/2022
elaborado por @fredsmcezar
9.5.1 CLÁUSULA NÃO ACEITÁVEL
Ao emitir uma letra de câmbio o sacador corre o risco de ter de honrá-la mesmo antes do seu vencimento, o que ocorre
quando o sacado não aceita a letra, total ou parcialmente (art. 43 LUG). 35
No entanto, há uma forma específica de o sacador se prevenir quanto ao vencimento antecipado da letra: colocando no título a
cláusula não aceitável (art. 22 da LUG).
LUG. Art. 22. [...] O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada
data.

Nesse caso, se o sacado se recusar a fazer o aceite, não ocorrerá o vencimento antecipado da letra, uma vez que aquele dia já
é a data de vencimento do título.
• O sacador da letra de câmbio, com objetivo de impedir que o título, em decorrência da recusa do aceite, seja cobrado antes do vencimento,
pode nela introduzir a chamada cláusula não aceitável. (certa) CESPE – 2014
• A cláusula “não aceitável” é cabível somente nos títulos de crédito com vencimento a certo termo de vista. (errada) CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO
- JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

9.6 TRANSFERÊNCIA DA LETRA DE CÂMBIO (Art. 11 LUG)


A letra de câmbio, por expressa disposição legal é transferível por endosso, mesmo não contendo explícita a cláusula à ordem.
(certa) 2011 - TJ-DFT – JUIZ

LUG. Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de
endosso.

Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras “não à ordem”, ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela
forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

Ex.: O sacador pode impedir a circulação da letra de câmbio pelo endosso, com a aposição, no respectivo documento, da cláusula
“não à ordem”, de sorte que sua circulação só poderá ser feita mediante cessão de crédito, podendo o devedor opor ao cessionário
todas as exceções que tinha contra o beneficiário, no momento em que soube da cessão. (certa) 2012 - TJ-DFT - JUIZ

9.7 PRAZO PRESCRICIONAL


LUG. Art. 70. Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento.

As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em tempo
útil, ou da data do vencimento, se trata de letra que contenha cláusula "sem despesas".

As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6 (seis) meses a contar do dia em que o
endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.

35
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 426)
elaborado por @fredsmcezar
10. NOTA PROMISSÓRIA

A nota promissória se estrutura como uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão dá origem a duas situações
jurídicas distintas: a do SACADOR / PROMITENTE / SUBSCRITOR, que emite a nota e promete pagar determinada quantia a alguém;
e a do TOMADOR, em favor de quem a nota é emitida e que receberá a importância prometida.

• A nota promissória é uma promessa de pagamento. Seu subscritor é o devedor principal e se trata de título que não admite aceite, embora
possa ser endossado. (certa) FCC - 2009 - TJ-AP – JUIZ
• Quem concorda em se obrigar por uma nota promissória aceita a circulação do crédito correspondente, uma vez que a nota promissória
corresponde a promessa de pagamento. (certa) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
• Nota promissória é promessa escrita de pagamento de certa soma em dinheiro; nasce com a assinatura do devedor. (certa) 2012 - MPE-SP

• Com relação à nota promissória, a referida nota é uma promessa de pagamento. (certa) CESPE - 2017 - DPE-AC

• Com relação à nota promissória, para que a cartularidade dessa nota seja garantida, é necessário aceite. (errada) CESPE - 2017 - DPE-AC

10.1 REGIME JURÍDICO


O regime jurídico a que se submete a nota promissória é o mesmo aplicável às letras de câmbio (art. 77 da LUG).
• A nota promissória, relativamente ao endosso, segue as mesmas disposições da letra de câmbio. (certa) FGV - 2009 - TJ-PA – JUIZ
• Embora não admitam aceite, as notas promissórias podem ser emitidas com vencimento a certo termo da vista, devendo o credor, nessa
hipótese, apresentar o título ao visto do emitente no prazo de um ano do saque. (certa) FCC - 2009 - MPE-CE
• Não são aplicáveis às notas promissórias as disposições da Lei Uniforme de Genebra atinentes às letras de câmbio. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO
- JUIZ FEDERAL

• Na falta de indicação especial, o lugar onde a nota promissória foi passada considera- se como sendo o lugar do pagamento. (certa) 2010 - TRF
- 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

• Na Nota Promissória, o seu subscritor não responde da mesma forma que o aceitante da Letra de Câmbio; (errada) 2011 - MPE-SP
• A nota promissória e a letra de câmbio, diversas quanto à constituição e exigibilidade do crédito, são disciplinadas por regi mes jurídicos
diversos. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
• As notas promissórias admitem aceite e, por isso, a recusa deste acarreta o vencimento antecipado do título. (errada) FCC - 2012 - TJ-GO – JUIZ

A LUG admite, em seu art. 78, a emissão de nota promissória a certo termo da vista, caso que o título deve ser levado ao visto
do subscritor, no prazo de um ano a contar do saque da nota. Após o visto do subscritor, começa então a correr um certo prazo, já
estipulado desde a emissão, após o qual considera-se vencido o título.
Portanto, o art. 78 da LUG prevê que “o subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de
uma letra". As regras aplicáveis ao aceitante da letra, pois, devem ser aplicadas ao subscritor da nota.
Exemplificando, pode-se dizer que o prazo de prescrição da nota em relação ao subscritor da nota é igual ao da letra em relação
ao aceitante (três anos, contados do vencimento, conforme disposto no art. 70 da LUG) 36
• Dispensa-se o aceite desde a emissão da nota promissória, não se aplicando a esse título a modalidade de vencimento a certo termo da vista,
na medida em que, nessa modalidade, a data para pagamento é estabelecida a partir do momento do aceite. (errada) CESPE - 2012 - TJ-BA - JUIZ
SUBSTITUTO

• É lícita a inclusão, na nota promissória, de cláusula de juros compensatórios, quando tiver vencimento a tempo certo de vista; (certa) 2012 - TJ-
DFT - JUIZ

10.2 REQUISITOS FORMAIS


LUG. Art. 75. A nota promissória contém:

1. denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
• Neste ano de 2017, determinada pessoa está sendo executada judicialmente com base em nota promissória vencida e válida, com aposição
de local e data pelo portador. A nota promissória refere-se ao ano de 2016. Das informações a respeito da situação hipotética apresentada
infere-se que a denominação “nota promissória” foi redigida por extenso e na língua em que foi emitida. (certa) CESPE - 2017 - DPE-AC

2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

3. a época do pagamento;

4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;

5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;

36
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 428)
elaborado por @fredsmcezar
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;

7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).

Art. 76. O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo
nos casos determinados das alíneas seguintes.

a) A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será considerada à vista.
• A assinatura de nota promissória cuja data de vencimento não tenha sido previamente definida acarreta a definição do vencimento como
sendo à vista. (certa) CESPE - 2013 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

Ex.: João subscreveu uma nota promissória em favor de Paulo. Além da denominação “nota promissória”, a cártula, devidamente
assinada por João, contém a promessa pura e simples de pagar a Paulo a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a indicação da
data em que foi emitida e do lugar onde foi passada, mas não prevê nem a época do pagamento, nem o lugar onde este deve ser
realizado. Nesse caso, a cártula vale como nota promissória, sendo que, à falta de indicação da época do pagamento, considera-se
o título à vista. (certa) FCC - 2015 - TJ-RR - JUIZ SUBSTITUTO
b) Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo
tempo, o lugar do domicílio do subscritor da nota promissória.

c) A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado
ao lado do nome do subscritor.
• A nota promissória emitida sem indicação da data de vencimento, mas que contenha os demais requisitos formais do título será exigível
após a notificação do emitente, indicando o dia do pagamento. (errada) 2009 – MPDFT
• A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será considerada pagável no prazo de trinta dias contados da data da
emissão. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• A nota promissória não produzirá efeito quando faltarem a indicação de vencimento e a indicação do lugar em que se deva efetuar o
pagamento. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• A nota promissória pode ser transferida e cobrada sob o regime do direito cambiário mesmo que não esteja revestida das formalidades
legais. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
• Nota promissória emitida em branco, cujo preenchimento se deu antes do vencimento estipulado pelas partes e da apresentação para o
resgate, possuindo no momento de sua emissão apenas a assinatura do emitente, é válida e eficaz, se não houve excesso ao completá-la.
(certa) 2011 - PGE-RS

A sociedade empresária X firmou contrato com a sociedade empresária Y, para que Y lhe prestasse determinado serviço, tendo
Y recebido como título de crédito uma nota promissória, sem indicação expressa da sua vinculação ao citado contrato. No título de
crédito, a indicação de vencimento e do lugar em que se deve efetuar o pagamento não são requisitos indispensáveis. Na falta
dessas informações, a nota promissória será considerada nota à vista e pagável no local de sua emissão. (certa) CESPE - 2015 - DPE-PE

É pacífica a jurisprudência desta Corte de que a irregularidade formal de ausência de indicação da data de emissão da nota
promissória afasta a exigibilidade do título. (AgInt no AREsp 1.280.469-SP)
A data de emissão da nota promissória é essencial para que se possa verificar a capacidade do emitente que assumiu a
obrigação, bem assim para a escorreita contagem dos prazos de vencimento nos casos de títulos emitidos com termo certo" (AgRg
no AREsp 733.863-RO.

.
• A ausência de indicação de data de emissão em nota promissória torna-a inexigível como título executivo extrajudicial. (certa) VUNESP - 2018 - TJ-
SP - JUIZ SUBSTITUTO

Decreto nº 2.044/1908. Art. 4º Presume-se mandato ao portador para inserir a data e o lugar do saque, na letra que não os contiver.
• Não se presume que o portador de uma nota promissória tenha mandato para inserir data e lugar de emissão do título, se não contiver esses
requisitos, hipótese em que a promissória será inexigível. (errada) 2012 - TJ-RS - JUIZ

Decreto nº 2.044/1908. Art. 28. Parágrafo único. O protesto deve ser tirado do lugar indicado na letra para o aceite ou para o
pagamento. Sacada ou aceita a letra para ser paga em outro domicílio que não o do sacado, naquele domicílio deve ser tirado o
protesto.
• O protesto de nota promissória deve ser tirado no lugar onde deva ser efetuado o pagamento do título e, na ausência de
indicação de local para pagamento, considera-se o lugar do domicílio do sacado DE EMISSÃO. (errada) CESPE - 2012 - MPE-RR

elaborado por @fredsmcezar


10.2.1 INFO 697 – DATAS DE VENCIMENTO DIVERGENTES 37
Caso concreto: na nota promissória constaram duas informações diferentes sobre a data de vencimento do título. Em
determinado local constou que a data de vencimento do título seria “05.02.2008” e, em outro campo, constou que a data de
vencimento seria “cinco de julho de dois mil e oito”.

Vale ressaltar que a nota promissória foi emitida em 05.02.2008 (essa é a data de emissão). Assim, a nota promissória contém
duas datas de vencimento, sendo que a primeira delas coincide com a data de emissão do título, aposta numericamente (05.02.2008).

Qual delas deverá prevalecer? A data de cinco de julho de dois mil e oito.

Diante da divergência entre as expressões numérica e por extenso da data de vencimento de nota promissória, deve-se
presumir que a efetiva vontade do emitente da nota era a de que o vencimento se desse após a emissão, prevalecendo, assim, a
segunda e mais futura data de vencimento. A nota promissória é um título de crédito próprio e, como tal, se propõe à concessão de
um prazo para o pagamento, distinto da data da emissão da cártula, de forma que não faz sentido a emissão de uma nota promissória
com data de vencimento coincidente com a data de emissão. STJ. 3ª Turma. REsp 1920311-MG, 18/05/2021 (Info 697).

10.3 SÚMULA 258-STJ

SÚMULA 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez
do título que a originou. 2009 - TJ-MG – JUIZ / 2015 - MPE-SP / FCC - 2016 - DPE-BA
.
• A nota promissória vinculada a contrato de cheque especial goza de autonomia. (errada) 2010 - TJ-SC – JUIZ

• Conquanto a nota promissória de regra tenha autonomia, quando vinculada a contrato de abertura de crédito ela perde esse atributo, em
razão da iliquidez do título que a originou. (certa) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito goza de autonomia em razão da liquidez do título que a originou. (errada) CESPE
- 2012 - MPE-PI

• A nota promissória vinculada a um contrato de abertura de crédito apresenta características como literalidade, autonomia e cartularidade.
(errada) CESPE - 2013 - TJ-MA – JUIZ

• Arnaldo celebrou contrato com determinado banco, o qual se obrigou a disponibilizar ao cliente, por prazo determinado, certa quantia em
dinheiro, aceitando os saques por ele efetuados. Para garantir a dívida, Arnaldo pode assinar nota promissória, que gozará de autonomia e
liquidez. (errada) CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. (certa)
2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

• A mera vinculação de nota promissória a contrato de abertura de crédito não é apta a retirar a autonomia do referido título cambial. (errada)
CESPE - 2020 - MPE-CE

10.4 NOTAS PROMISSÓRIAS VINCULADAS A CONTRATO


O reconhecimento da nulidade de um contrato determina a inexigibilidade das notas promissórias a ele vinculadas, caso
estejam na posse do credor original. (certa) VUNESP - 2017 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

Explicação: Se o título está em posse do credor original quer dizer que o título NÃO CIRCULOU. Para que o princípio da abstração
possa se manifestar é necessário que o título entre em circulação.

• De acordo com o princípio da abstração, o emitente de título cambial não pode opor ao beneficiário as exceções fundadas no negócio jurídico
subjacente, ainda que o título não tenha entrado em circulação. (errada) CESPE - 2011 - TJ-PB - JUIZ

Ex.: Carnes da Planície S.A. processa e vende carnes congeladas no Brasil, onde detém 60% do mercado relevante de suínos
congelados, e também exporta esses produtos para diferentes países. Não obstante ela ser companhia sólida e com ações vendidas
em bolsa de valores, Paulino dos Santos e Alice Nova, como seus administradores e acionistas, resolveram duplicar o faturamento
da sociedade, negociando a compra e venda de dólares no mercado de câmbio futuro. Apesar de inexistir autorização nos estatutos
da sociedade para tal, assim o fizeram sem consultar os demais órgãos da companhia e os agentes reguladores competentes. Ocorre
que a cotação do dólar os surpreendeu, levando a que a situação financeira da Carnes da Planície S.A. beirasse a insolvência. Na
hipótese de a sociedade empresária ter entregado notas promissórias em garantia aos contratos de câmbio, elas permanecerão
como títulos acessórios vinculados a esses contratos. Entretanto, a autonomia ABSTRAÇÃO dessas notas será reconstituída se elas
forem endossadas a terceiros de boa-fé. (errada) CESPE - 2013 - AGU

37
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A aposição de datas de vencimento divergentes em nota promissória não inquina os títulos de crédito de nulidade, devendo-se adotar a data posterior, se a outra coincide com
a data de emissão do título. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0b3f44d9054402de39441e165a4bdfe0>. Acesso em: 04/02/2022
elaborado por @fredsmcezar
Explicação: O simples fato de emitir uma nota promissória para garantir um contrato não é suficiente para dizer que houve
vinculação do título ao contrato. O título não passa a ser acessório do contrato. Para que isso aconteça é necessário que exista a
referência de vinculação expressa no título em respeito ao princípio da cartularidade. (Estefânia Rossignoli)

10.4.1 NOTA PROMISSÓRIA RURAL


Art. 42. Nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais
ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza entregues pelos seus cooperados,
e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus associados poderá ser utilizada, como título
de crédito, a nota promissória rural, nos têrmos deste Decreto-lei. 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

Parágrafo único. A nota promissória rural emitida pelas cooperativas a favor de seus cooperados, ao receberem produtos entregues
por êstes, constitui promessa de pagamento representativa de adiantamento por conta do preço dos produtos recebidos para
venda.(Revogado pela Lei nº 13.986, de 2020)

§ 1º A nota promissória rural emitida pelas cooperativas de produção agropecuária em favor de seus cooperados, ao receberem
produtos entregues por eles, constitui promessa de pagamento representativa de adiantamento por conta do preço dos produtos
recebidos para venda. (Lei nº 13.986/2020)

§ 2º A nota promissória rural poderá ser emitida sob a forma escritural, mediante lançamento em sistema eletrônico de escrituração,
observado, no que couber, o disposto nos arts. 10-A, 10-B, 10-C e 10-D deste Decreto-Lei. (Lei nº 13.986/2020).

10.5 SÚMULA 504-STJ

SÚMULA 504-STJ. O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é
quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
.
• O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte ao vencimento do título. (certa) FUNDEP - 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte ao vencimento do título. (certa) 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• Ação judicial proposta com fundamento em nota promissória vencida e não paga deverá ser admitida, se proposta ação monitória até o
decurso de cinco anos do vencimento do título. (certa) VUNESP - 2017 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

10.6 COMMERCIAL PAPERS (Instrução Normativa 134 da CVM)


Art. 1º As companhias poderão emitir, para colocação pública, notas promissórias que conferirão a seus titulares direito de crédito
contra a emitente.
O commercial paper tem sido utilizado para permitir a captação de recursos financeiros para o custeio de sociedades anônimas, geralmente
com problemas momentâneos de liquidez, como uma alternativa além dos empréstimos bancários.
• Em caso de emissão de valores imobiliários cujo objetivo seja captar recursos para a realização de empreendimentos de grande porte, a
companhia deverá valer-se das notas promissórias com vencimentos em dez anos, conhecidas como commercial papers. (errada) CESPE - 2015
- TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Art. 2º As notas promissórias circularão por endosso em preto, de mera transferência de titularidade, conforme previsto no artigo
15 do Anexo I da Convenção para Adoção de uma Lei Uniforme sobre Letras de Câmbio e Notas Promissórias, promulgada pelo
Decreto nº 57.663, de 24 de janeiro de 1966.
Parágrafo único. Constará obrigatoriamente do endosso a cláusula “sem garantia”, devendo tal condição constar, ainda,
necessariamente, do prospecto de lançamento (artigo 22).

Art. 7º O prazo de vencimento das notas promissórias, contado a partir da data da emissão, será de:

COMPANHIA FECHADA No mínimo de 30 dias e no máximo de 180.

COMPANHIA ABERTA No mínimo de 30 dias e no máximo de 360.


..
• O commercial paper é uma nota promissória emitida para distribuição pública no mercado de valores mobiliários com prazo de vencimento
de até trezentos e sessenta dias a contar da data de sua emissão; (certa) FGV - 2021 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO

elaborado por @fredsmcezar


11. CHEQUE

O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário (Art. 32). O cheque é emitido contra banco,
ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (Art. 3º).
• O cheque constitui ordem de pagamento. (certa) 2011 - TJ-DFT - JUIZ
• Se o cheque pós-datado for apresentado em data anterior à indicada para pagamento, não poderá ser pago de imediato, pois se terá
descaracterizado como ordem de pagamento à vista. (errada) FCC - 2012 - TJ-GO – JUIZ
• O sacado não deve pagar o cheque, ainda que o emitente tenha fundos, se no título houver cláusula acordada entre emitente e beneficiário
que indique que deve ser pago em data posterior à constante da apresentação. (errada) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
• O cheque é sempre uma ordem de pagamento à vista e, por isso, não será admitido o aval. (errada) FGV - 2013 - TJ-AM - JUIZ
• Quanto ao cheque, é correto afirmar que pode ter seu pagamento garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o
sacado, ou mesmo pelo signatário do título. (certa) VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ

É um título de modelo vinculado, uma vez que só é cheque aquele documento emitido pelo banco, em talonário específico,
com uma numeração própria, seguindo os padrões fixados pelo Banco central.38
Ao cheque aplicam-se institutos como o protesto, o aval e o endosso; mas não o aceite. (certa) CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO
SUBSTITUTO

O cheque representa título de crédito classificado como abstrato ou não causal, pois sua emissão não se condiciona a nenhuma
causa preestabelecida em lei. (certa) 2015 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA

11.1 TRANSMISSIBILIDADE DO CHEQUE – ENDOSSO OU CESSÃO CIVIL


Art. 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa “à ordem”, é transmissível por via de endosso.
Nada impede, entretanto, que o emitente do cheque faça dele constar, expressamente, a cláusula não à ordem, situação em
que o título não poderá circular por meio de endosso, sendo possível, porém, que circule via cessão civil de crédito.39
• Cheque pagável a pessoa nomeada, com cláusula “não à ordem”, ou outra equivalente, é transmissível por endosso e também pela forma e
com os efeitos de cessão. (errada) FCC - 2009 - TJ-GO – JUIZ
• Como regra geral, a cláusula não à ordem, implícita em todo cheque, significa que esse tipo de título se transmite, normalmente, mediante
endosso. (errada) CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO
• O cheque emitido em favor de determinada pessoa com a cláusula “não à ordem” ou outra equivalente só é transmissível pela forma e com
os efeitos de cessão ordinária. (certa) 2012 - TJ-RS - JUIZ
• Cheque pagável a pessoa nomeada, com cláusula “não à ordem”, ou outra equivalente, é transmissível por endosso e também pela forma e
com os efeitos da cessão. (errada) 2013 - TJ-PR – JUIZ
• O cheque estipulado pagável a favor de pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa à ordem, é transmissível por via de endosso. (certa)
CESPE - 2013 - TJ-RN - JUIZ

• O cheque pagável à pessoa nomeada, com ou sem a cláusula expressa “à ordem”, é transmissível por via de endosso, diferentemente do
cheque pagável à pessoa nomeada com a cláusula “não à ordem” ou equivalente, o qual somente se transmite pela forma e com os efeitos
da cessão. (certa) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• O cheque nominal, com ou sem a cláusula expressa “à ordem”, é transmissível por via de endosso, enquanto o cheque nominal com cláusula
“não à ordem” somente pode ser transmitido pela forma de cessão. (certa)

O cheque ao portador permite sua circulação, sendo o titular do crédito quem porta o título, não havendo limites à sua emissão.
Já o cheque nominativo a ordem faz expressa menção do titular do crédito, o que impede sua circulação, só sendo transmissível
através da cessão civil de créditos. (errada) FCC - 2015 - DPE-SP

11.2 CLÁUSULA PROIBITIVA DE ENDOSSO


Art. 21 Salvo estipulação em contrário, o endossante garante o pagamento.
Parágrafo único - Pode o endossante proibir novo endosso; neste caso, não garante o pagamento a quem seja o cheque
posteriormente endossado.
• Acerca do cheque, admite cláusula proibitiva do endosso, enquanto forma de transmissão cambiária. (certa) FCC - 2014 - DPE-PB

11.3 PAGAMENTO PARCIAL


Art. 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entregue quitado pelo portador.

38
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 431)
39
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 433)
elaborado por @fredsmcezar
Parágrafo único. O portador não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir que esse pagamento conste
do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
Ex.: Maria, beneficiária de um cheque não endossado, compareceu em uma instituição financeira e o apresentou para pagamento.
A instituição financeira verificou que o emitente do cheque não possuía fundos para arcar com a totalidade do seu valor. A instituição
então deseja efetuar o pagamento de forma parcial, devolver o cheque a Maria e exigir que ela dê a quitação parcial. Maria não
poderá recusar o pagamento parcial, e, nesse caso, a instituição financeira poderá exigir que o pagamento conste do cheque e que
seja dada a respectiva quitação. (certa) CESPE - 2019 - TJ-PA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO.

11.4 REQUISITOS
Art. 1º O CHEQUE CONTÊM:

I - a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido;
CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL / CESPE - 2011 - TJ-ES - JUIZ SUBSTITUTO

II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; CESPE - 2009 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• O cheque contém a ordem incondicional de pagar quantia determinada. (certa) FCC - 2009 - TJ-AP - JUIZ

Art.12 Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de divergência. lndicada a quantia mais
de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia.
• Num cheque em que a quantia é indicada mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece no caso de divergência, a
indicação resultante da média aritmética entre elas MENOR QUANTIA. (errada) 2013 - TJ-SC - JUIZ

Ex.: Alberto emitiu um cheque nominal em favor de Bruno, que, por sua vez, endossou o título a Carlos, subordinando o endosso
a determinada condição que anotou do verso da cártula. Carlos então apresentou o cheque para pagamento ao banco sacado dentro
do prazo legal. Nesse caso, considerando que Alberto mantém fundos suficientes e disponíveis para o pagamento, o banco sacado
deve pagar o cheque, reputando-se não escrita a condição anotada na cártula pelo endossante. (certa) FCC - 2015 - TJ-PI - JUIZ SUBSTITUTO

III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);

IV - a indicação do lugar de pagamento;

V - a indicação da data e do lugar de emissão;


• A indicação da data de emissão não é requisito essencial do cheque. (errada) FCC - 2014 - DPE-CE

VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.

Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de
legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente.

Art. 2º O título, a que falte qualquer dos requisitos enumerados no artigo precedente não vale como cheque, salvo nos casos
determinados a seguir:

I - na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o lugar designado junto ao nome do sacado; se designados
vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles; não existindo qualquer indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão;

II - não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.

11.5 SÚMULA 370-STJ


O denominado cheque pré-datado, apesar de usual no comércio brasileiro, não está previsto na legislação, segundo a qual o
cheque é uma ordem de pagamento à vista, estando a instituição bancária obrigada a pagá-lo no ato de sua apresentação, de modo
que a instituição não pode ser responsabilizada pelo pagamento imediato de cheques datados com lembrete de desconto para data
futura. (certa) CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA

SÚMULA 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.


2011 - TJ-DFT – JUIZ / 2012 - TJ-RS – JUIZ / 2014 - MPE-PR / 2014 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO / FCC - 2014 - DPE-CE

Por ser o cheque uma ordem de pagamento a vista, embora a pós-datação não produza efeito cambial, pode gerar efeitos
reparatórios civis se a data futura não foi obedecida pelo beneficiário, por lesão à boa- fé objetiva. (certa) FCC - 2009 - DPE-PA
• Em razão da existência de dispositivo legal que não admite cheque “a data certa” ou “a certo termo de vista”, a jurisprudência não acolhe
pedido de dano moral em virtude de apresentação antecipada de cheque pré-datado. (errada) CESPE - 2012 - MPE-PI

elaborado por @fredsmcezar


• Por ser o cheque ordem de pagamento à vista, a apresentação antecipada do cheque pré-datado não caracteriza dano moral. (certa) CESPE -
2014 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

• Um cheque pós-datado é pagável em sua apresentação, à vista, mesmo que esta se dê em data anterior àquela indicada como a de sua
emissão. (certa) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO
• A apresentação antecipada de cheque pré-datado não caracteriza dano moral, visto consistir o cheque em ordem de pagamento à vista. (errada)
2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

• Não caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. (errada) FCC - 2018 - DPE-MA

Eva comprou mercadorias em uma loja popular e emitiu um cheque do Banco Bradesco em 10 de outubro, preenchendo a data
de emissão correta, mas combinando oralmente com a vendedora que ela deveria depositá-lo apenas em 01 de novembro do
mesmo ano. A vendedora endossa o cheque emitido por Eva a um de seus fornecedores, sem mencionar o que fora verbalmente
combinado. O endossatário apresenta o título ao Banco Bradesco antes de 01 de novembro. O cheque é devolvido por insuficiência
de fundos, e o nome de Eva é inserido no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) pelo Banco do Brasil, gestor do
referido cadastro, sem que este a notifique previamente. A apresentação do cheque ao Banco Bradesco pelo fornecedor antes da
data combinada entre Eva e a vendedora caracteriza dano moral imputável ao fornecedor. (errada) VUNESP - 2019 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

11.5.1 PÓS DATAÇÃO REGULAR X IRREGULAR (INFO 584-STJ)40


REGULAR IRREGULAR
Ex: No dia 20/05, João emitiu cheque e em vez de colocar Ex: João emitiu o cheque no dia 20/05, mas no verso
20/05, escreveu 20/07 (data que ficou combinada para que do cheque escreveu o seguinte: “bom para o dia 20/07” (que
Pedro sacasse o cheque). foi a data combinada para que Pedro sacasse o dinheiro).
O termo inicial do prazo de apresentação do cheque é o dia Essa anotação não altera o termo inicial do prazo de
20/07. STJ. 2ª Seção. REsp 1.423.464-SC, 27/4/2016 (recurso repetitivo) (Info 584). apresentação do cheque que continua sendo o dia 20/05.

A pós-datação gera efeitos cambiais, por isso sendo obstada a apresentação do título a pagamento antes da data futura aposta.
(errada) FCC - 2009 - DPE-PA

Ex.: Em pagamento do preço acordado pela venda de uma geladeira, Ricardo emitiu um cheque em favor de Felipe no dia 20 de
julho de 2013. Porém, anotou o dia 30 de novembro de 2013 como sendo a data de emissão do cheque, ajustando com Felipe que
o título somente deveria ser apresentado para pagamento depois dessa data. Se Felipe apresentar o cheque para pagamento antes
da data de emissão constante do título, ficará sujeito ao pagamento de indenização por danos morais a Ricardo. (certa) FCC - 2014 - DPE-
CE

11.6 PRAZO PARA APRESENTAÇÃO


Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de:
VUNESP - 2009 - TJ-SP - JUIZ

30 dias quando emitido no lugar onde houver de ser pago

60 dias quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.


.
• Segundo as normas vigentes quanto ao cheque e prazo de sua apresentação, 30 (trinta) dias da data da emissão, quando emitido na mesma
praça de pagamento, e 60 (sessenta) dias contados da data da emissão, quando emitido em praça distinta da do pagamento. (certa) 2011 - TJ-
RO - JUIZ SUBSTITUTO

• O prazo de apresentação do cheque ao banco, para pagamento é 60 dias. (errada) 2012 - MPE-SP
• O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 90 (noventa) dias, quando emitido no exterior.
(errada) 2013 - TJ-SC - JUIZ

• O cheque, quando emitido no lugar onde houver de ser pago, deve ser apresentado para o pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo
de 30 dias. (certa) FCC - 2014 - TJ-AP - JUIZ

Em caso de cheque não pago pelo sacado, é desnecessário o protesto para cobrar de avalista do emitente do cheque. (certa) CESPE
- 2014 - MPE-AC

Art. 47. Pode o portador promover a execução do cheque:


I - contra o emitente e seu avalista;
• Cheque é título de crédito sacado contra instituição financeira e que para execução contra o emitente, depende de prévio protesto por falta
de pagamento. (errada) 2018 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA

40
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Cheque pré-datado e o seu prazo de apresentação para pagamento. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f50a6c02a3fc5a3a5d4d9391f05f3efc>. Acesso em: 06/02/2022
elaborado por @fredsmcezar
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada
pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por
declaração escrita e datada por câmara de compensação. 2012 - TJ-DFT - JUIZ
• Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, ou prescrita a ação
cambiária. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os efeitos deste.
• As declarações escritas e datadas que, emitidas pela instituição financeira ou por câmara de compensação, se refiram à recusa de pagamento
não suprem o protesto para a cobrança dos endossantes do cheque e de seus avalistas. (errada) CESPE - 2013 - DPE-DF

11.7 PRAZO PRESCRICIONAL


Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de APRESENTAÇÃO, a ação que o art. 47 desta Lei assegura
ao portador.

Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados
do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.

• O prazo prescricional do cheque é de seis meses a contar da data da sua emissão. (errada) CESPE - 2009 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• O portador de um cheque emitido na mesma praça, mesmo tendo apresentado o título ao sacado, perderá o direito de executá-lo, caso não
tome a iniciativa de promover a execução, se decorridos mais de 180 dias da data de sua emissão. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• A ação de execução do cheque prescreve em 6 (seis) meses da data do vencimento da cártula; (errada) 2011 - MPE-SP
• O cheque, ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em razão de fundos que o emitente tem contra o sacado, poderá ser
executado judicialmente, dentro do prazo prescricional de 6 (seis) meses, contados de sua emissão. (errada) CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - JUIZ DE
DIREITO SUBSTITUTO

• Cheque é título de crédito sacado contra instituição financeira e que para a execução contra o emitente, tem prazo prescricional de 6 meses
a contar de sua emissão. (errada) 2018 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA

Ex.: O Mercado Economia Ltda. recebeu, como pagamento pela compra de computadores e câmeras de segurança, cheque
emitido, em 1.º/3/2015. Considerando-se que o cheque tenha sido apresentado para pagamento na mesma praça onde tenha sido
emitido, o termo inicial do prazo prescricional para ajuizamento de execução do título ocorreu em 1.º/5/2015. (errada) 2015 - PC-DF -
DELEGADO DE POLÍCIA

I JORNADA DE DIREITO EMPRESARIAL - ENUNCIADO 40: O prazo prescricional de 6 (seis) meses para o exercício da pretensão
à execução do cheque pelo respectivo portador é contado do encerramento do prazo de apresentação, tenha ou não sido
apresentado ao sacado dentro do referido prazo. No caso de cheque pós-datado apresentado antes da data de emissão ao sacado
ou da data pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da data da primeira apresentação.
Antônio emitiu um cheque para pagamento de uma dívida no lugar onde deve ser pago. A ação de execução desse cheque,
assegurada ao portador Carlos, prescreve em seis meses, contados de termo do prazo de trinta dias, para a apresentação do cheque.
(certa) 2015 - DPE-PA

SÚMULA 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no
prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.
. Na hipótese de um cheque ser apresentado ao sacado fora do prazo legal de apresentação, ainda é cabível ação executiva
contra o emitente e seus avalistas, desde que observado o prazo prescricional de seis meses para o seu ajuizamento, contados do
término do prazo de apresentação. (certa) CESPE - 2018 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
Em face da responsabilidade patrimonial diante da assinatura de um cheque, no que se refere à legitimidade passiva e aos
requisitos da ação cambial visando a satisfação de um débito consignado no referido cheque, a ação pode ser proposta contra o
emitente do cheque e o seu avalista. (certa) CESPE - 2021 - PGE-CE

11.7.1 PROTESTO
Art. 6º Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do pagamento ou do domicílio do emitente, devendo do
referido cheque constar a prova de apresentação ao Banco sacado, salvo se o protesto tenha por fim instruir medidas pleiteadas
contra o estabelecimento de crédito.

• O protesto de cheque, independentemente da sua finalidade, poderá ser lavrado sem prova da apresentação do título ao banco sacado. (errada)
FCC - 2014 - DPE-PB

elaborado por @fredsmcezar


11.7.2 PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO
Obs.: Cheque prescrito não pode, em hipótese alguma, ser protestado no cartório de protesto de títulos de crédito, sob pena de o
apresentante responder civilmente por ato ilícito, podendo, assim, ser obrigado a reparar danos materiais e morais do emitente.
(errada) 2014 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO

Explicação: Lembrar que, nos termos do art. 9º da Lei 9.492/97, não cabe ao Tabelião verificar prescrição ou caducidade.

Ex.: José recebeu, como endossatário de boa-fé, um cheque com mais de dois anos decorridos desde a data de apresentação
nele aposta e com previsão de pagamento de juros de 1% ao mês.

• José poderá ajuizar ações não cambiais para recebimento do valor constante do cheque, e o devedor originário, nessa
hipótese, não poderá opor exceções pessoais ao credor, por força do princípio da abstração dos títulos de crédito. (errada)
CESPE - 2021 - PGE-MS

É possível a oposição de exceção pessoal ao portador de cheque prescrito. STJ. 3ª Turma. REsp 1.669.968-RO, 08/10/2019 (Info 658).
Isso porque se o cheque está prescrito, ele perde as suas características cambiárias, tais quais a autonomia, a independência
e a abstração. Assim, como o cheque prescrito perde a autonomia, não se aplica mais o conhecido princípio da inoponibilidade
das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé previsto no art. 25 da Lei do Cheque (Lei nº 7.357/85).41

• Caso leve o cheque a protesto, José deverá responder por danos morais, ainda que o título possa ser cobrado por outro
meio. (errada) CESPE - 2021 - PGE-MS
Não cabem danos morais se houve protesto de cheque prescrito, mas cuja dívida ainda poderia ser cobrada por outros meios.
(REsp 1677772/RJ, 14/11/2017, DJe 20/11/2017)
O protesto de título de crédito realizado enquanto ainda existe a possibilidade (pretensão) de cobrança relativa ao crédito
referente ao negócio jurídico subjacente não gera danos morais ao devedor. STJ. 3ª Turma. REsp 1713130/MG, 10/03/2020; STJ. 4ª Turma. REsp
1.536.035-PR, (Info 717).

11.7.3 AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO (art. 61)


Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento
do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo
desta Lei.
• Cheque é título de crédito sacado contra instituição financeira e que depois de prescrito, pode ser objeto de ação de locupletamento contra
o emitente. (certa) 2018 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA
• Ocorrendo a prescrição da via executiva, terá o portador o prazo de 2 (dois) anos a contar da data da emissão do cheque para promover a
ação de enriquecimento ilícito contra o emitente. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

11.7.4 AÇÃO DE COBRANÇA (causal) (art. 62)


Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova
do não-pagamento.

Art. 206. Prescreve em 5 (cinco) anos (§ 5º) a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou
particular (I).

11.7.5 AÇÃO MONITÓRIA (SÚMULAS 299, 503 E 531-STJ)

SÚMULA 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.


2009 – MPDFT / FCC - 2012 - MPE-AL / FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO / 2015 - PGFN
..

• Não é admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. (errada) VUNESP - 2016 - PROCURADOR MUNICIPAL

O avalista de cheque prescrito deverá responder pelo pagamento deste em ação monitória, independentemente da prova de ter-
se beneficiado da dívida. (errada) CESPE - 2016 - TJ-DFT - JUIZ
Explicação: A ação monitória não tem natureza cambial. Além disso, o cheque prescrito apenas vale como um documento que
comprova uma dívida. Logo, para que o avalista possa ser cobrado é necessária demonstração de que ele se beneficiou do negócio.
• O cheque pode ser avalizado, razão por que é possível ajuizar ação monitória contra o avalista de cheque prescrito. (errada) 2012 - TJ-RS - JUIZ

41
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível a oposição de exceção pessoal ao portador de cheque prescrito. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a3842ed7b3d0fe3ac263bcabd2999790>. Acesso em: 07/02/2022
elaborado por @fredsmcezar
SÚMULA 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal,
a contar do dia seguinte à data de EMISSÃO estampada na cártula.
CESPE - 2010 - MPE-ES / 2014 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO / 2014 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO / FCC - 2018 - DPE-MA - DEFENSOR PÚBLICO

• O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia
seguinte ao vencimento do título. (errada) 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• De acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça, o prazo para ajuizamento de ação monitória contra Luiz é de cinco anos, contados
do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. (certa) FCC - 2014 - DPE-CE
.

SÚMULA 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao
negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é indispensável a menção ao negócio jurídico
subjacente à emissão da cártula. (errada) FCC - 2018 - DPE-MA
• Para se valer de ação monitória contra o emitente, usando como prova da obrigação um cheque prescrito, deve o requerente declinar, na
petição inicial, do negócio jurídico subjacente. (errada) CESPE - 2014 - MPE-AC

11.8 CHEQUE CRUZADO


Art. 44. O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos no anverso do título.

§ 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação ‘’banco’’, ou outra
equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco.

§ 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se naquele.

§ 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente.

Art. 45. O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediante crédito em conta.
O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu,
mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança.
• Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois traços no anverso do título e escreve entre estes o dizer “banco”. (errada)
FCC - 2009 - DPE-SP

§ 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode cobrá-lo por conta de tais pessoas.
§ 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quais para
cobrança por câmara de compensação.
§ 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco portador que não observar as disposições
precedentes.
O cruzamento consiste na aposição de dois traços transversais e paralelos no anverso do título, e tem por objetivo conferir
segurança à liquidação de cheques ao portador. Isso porque ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser pago a um banco ou
a um cliente do banco, mediante crédito em conta, o que evita, consequentemente, o seu desconto na “boca do caixa”. 42
• O cruzamento do cheque tem o efeito legal de impedir que o título seja endossado. (errada) FCC - 2014 - DPE-CE

11.9 CHEQUE VISADO


Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e
ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título.
§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada
no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o
emitente, endossantes e demais coobrigados. CESPE - 2013 - DPE-TO
§ 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o
cheque lhe for entregue para inutilização.
• O cheque administrativo VISADO é aquele em que o emitente, para os fins de liquidez e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que
aponha visto ou certificado, bem como reserve o valor. (errada) FCC - 2009 - DPE-SP
• O cheque em que o próprio banco sacado declara a suficiência de fundos, durante o prazo de apresentação, é considerado cheque garantido
ou especial VISADO. (errada) CESPE - 2013 - TJ-MA – JUIZ
• Somente o cheque nominativo ainda não endossado comporta seu visamento, que não equivale ao aceite. (certa) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO

42
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 433)
elaborado por @fredsmcezar
O banco confirma, mediante assinatura no verso do título, a existência de fundos suficientes para pagamento do valor
mencionado. Segundo a lei, somente pode receber o visto do banco o cheque nominativo que ainda não tiver sido endossado. Ao
visar o cheque, o banco garante que o ele tem fundos e assegura o seu pagamento durante o prazo de apresentação. Com o visto,
o banco se obriga a reservar a quantia constante do cheque durante o período de apresentação.43
Ex.: Antônio emitiu, em 13/10/2009, cheque no valor nominal de R$ 3.000,00 para pagar móveis encomendados ao seu
marceneiro Luís, fabricados com a ajuda de Marcos. Luís pode apresentar o cheque ao sacado, pedindo que lance no verso do
título declaração de que a quantia ali indicada está reservada em seu benefício durante o prazo de apresentação do título,
qualificando-o como cheque visado. (certa) CESPE - 2009 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

11.10 CHEQUE ADMINISTRATIVO


Art. 9º O cheque pode ser emitido contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. (III)
• Cheque administrativo ou bancário é aquele em que o emitente se confunde com o sacado, ou seja, é emitido pela própria instituição
financeira. Estabelece a lei que regulamenta os cheques que o cheque pode ser emitido contra o próprio banco sacado, desde que ao
portador. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

11.11 CHEQUE DE VIAGEM


Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na moeda do país em que é apresentado, conforme com o câmbio
do dia. (certa) FCC - 2009 - DPE-SP

11.12 REVOGAÇÃO E SUSTAÇÃO DA ORDEM


Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial
ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo
promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei.
.
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando
ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente.
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.

11.13 MORTE OU INCAPACIDADE DO EMITENTE


Art. 37 A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não invalidam os efeitos do cheque.
• O cheque pós-datado não poderá ser apresentado ao sacador se ocorrer a morte do emitente em data anterior à ajustada para a sua
apresentação. (errada) 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Após emitido o cheque, caso o seu emitente venha a falecer ou ser declarado incapaz, os efeitos do cheque serão invalidados. (errada) CESPE
- 2013 - TJ-RN - JUIZ

• O título de crédito na modalidade cheque, cujo emissor vier a falecer, terá seus efeitos invalidados. (errada) FCC - 2021 - DPE-BA

11.14 JUROS DE MORA E CORREÇÃO


No Informativo 587/2016, o Tribunal confirmou o que foi explicado acima: “DIREITO EMPRESARIAL. TERMO INICIAL DE
CORREÇÃO MONETÁRIA E DE JUROS DE MORA EM COBRANÇA DE CHEQUE. RECURSO REPETITIVO. TEMA 942. Em qualquer
ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data de emissão estampada na
cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada ou câmara de compensação. (...)”
No tocante a crédito oriundo de cheque, o termo inicial para a incidência de correção monetária e o dies a quo para a contagem
de juros de mora são respectivamente, a data de emissão estampada na cártula e a data da primeira apresentação à instituição
financeira sacada ou câmara de compensação. (certa) FUNCAB - 2016 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
• Paulo emitiu à sociedade empresária CT Ltda. cheque, com cláusula sem protesto, que não foi compensado por insuficiência de fundos
disponíveis. A sociedade, então, ingressou com ação cambial contra Paulo e Fernanda, titulares de conta conjunta. os juros legais devem
incidir desde o dia da apresentação do cheque. (certa) CESPE - 2017 - PROCURADOR MUNICIPAL

43
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 434)
elaborado por @fredsmcezar
11.15 RESPONSABILIDADE DO BANCO
O banco sacado responde por ato ilícito que venha a praticar, mas não pode assumir qualquer obrigação cambial referente a
cheques sacados por seus correntistas. (certa) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO
O estabelecimento bancário não é responsável pelo pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou
concorrente do correntista. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
Como regra, o sacado de um cheque não tem qualquer obrigação cambial; assim, o credor do cheque não pode responsabilizar
o banco sacado pela inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis. (certa) FCC - 2012 - TJ-GO – JUIZ
Art. 39 O sacado que paga cheque “à ordem” é obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade
das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a câmara de compensação.

• Antes de pagar o cheque a endossatário, a instituição bancária deve averiguar a regularidade e autenticidade das assinaturas constantes da
cadeia de endossos. (errada) CESPE - 2014 - MPE-AC
• O sacado é obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, bem como a autenticidade das assinaturas dos endossantes. (errada) FCC
- 2014 - DPE-PB

11.16 SÚMULA 388 – DEVOLUÇÃO INDEVIDA E DANO MORAL

SÚMULA 388-STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.


VUNESP - 2019 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO
.
• A instituição bancária pode recusar-se ao pagamento de título que lhe for apresentado. Entretanto, a simples devolução indevida de cheque
caracteriza dano moral. (certa) 2011 - TJ-DFT – JUIZ
• A simples devolução indevida de cheque não caracteriza dano moral. (errada) 2012 - TJ-RS – JUIZ
• A simples devolução indevida do cheque não caracteriza dano moral, pois, para tanto, se exige prova de que o ato tenha causado angústia e
aborrecimento sério ao prejudicado pela conduta. (errada) CESPE - 2012 - MPE-PI
• Para o reconhecimento de dano moral decorrente da simples devolução indevida de cheque, é necessário que o autor da ação demonstre
violação a direito da personalidade. (errada) CESPE - 2014 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral, independentemente de prova do prejuízo sofrido pela vítima. (certa) FCC - 2018
- DPE-AP

• A simples devolução indevida de cheque não caracteriza dano moral. (errada) 2018 - PGE-SC
• A simples devolução indevida de cheque não caracteriza dano moral. (errada) FCC - 2018 - DPE-MA

elaborado por @fredsmcezar


12. DUPLICATA

A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar determinadas relações jurídicas pré-estabelecidas
pela sua lei de regência;44
a) uma compra e venda mercantil ou
b) um contrato de prestação de serviços.
• A duplicata mercantil deve ser emitida com base na fatura, corresponde a uma compra e venda mercantil e deve ser aceita pelo comprador,
que só pode recusa-la em situações expressamente previstas em lei. (certa) FCC - 2009 - TJ-AP – JUIZ
• A duplicata, por ser título de crédito causal, não comporta endosso. (errada) CESPE - 2009 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal

• Com relação à duplicata, é correto afirmar que só pode ser emitida, se o crédito por ela representado for oriundo de relação de compra e
venda de mercadorias ou prestação de serviços. (certa) FCC - 2010 - TJ-MS – JUIZ
• No que tange à duplicata o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das
mercadorias, exclusivamente. (errada) FCC - 2011 - TJ-PE - JUIZ
• A duplicata mercantil é título de crédito causal. (certa) 2011 – MPDFT
• A duplicata é título de crédito e, causal ou formal, segundo a natureza da dívida, dispensa a emissão de fatura, quando não corresponder à
venda de mercadorias. (errada) 2012 - TJ-RS - JUIZ
• Diz-se que a duplicata mercantil é um título causal porque não pode ser sacada em qualquer hipótese, segundo a vontade das partes
interessadas, só podendo ser emitida quando o pressuposto de fato escolhido pelo legislador estiver presente, que é a compra em venda
mercantil. (certa) NC-UFPR - 2013 - TJ-PR – JUIZ
• A duplicata mercantil é exemplo típico de título não causal. (errada) 2015 - MPE-SP
• A duplicata é um título necessariamente causal. (certa) VUNESP - 2017 - TJ-SP - JUIZ SUBSTITUTO

12.1 EMITENTES
Art. 20. Poderão emitir, na forma prevista nesta Lei, fatura e duplicata: (Lei nº 14.206/2021)

I - as empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis que se dediquem à prestação de serviços; e (Lei nº
14.206/2021)

II - o Transportador Autônomo de Cargas (TAC), de que trata o inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 11.442/2007. (Lei nº 14.206/2021)
• As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma
da lei, emitir fatura e duplicata. (certa) VUNESP - 2011 - TJ-SP – JUIZ
• As fundações, mesmo que se dediquem à prestação de serviços, não podem emitir duplicata. (errada) FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO

Art. 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o vendedor a ter e a escriturar o Livro de Registro de
Duplicatas.
• Se um contrato de compra e venda mercantil for celebrado entre partes domiciliadas no território brasileiro, ainda que com prazo não inferior
a trinta dias, ao vendedor será facultado ter e escriturar o livro de registro de duplicatas. (errada) CESPE - 2015 - TJ-PB - JUIZ SUBSTITUTO

12.2 REQUISITOS
A duplicata é um título de crédito vinculado ao modelo, ou seja, somente produz efeitos cambiais se observado o padrão exigido
para a constituição do título. (certa) CESPE - 2012 - TJ-PA - JUIZ
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo
admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
FCC - 2015 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO /

A duplicata pode ser sacada em data posterior à da emissão da fatura. (certa) CESPE - 2013 - DPE-DF

A duplicata mercantil pode ser sacada em data posterior à de emissão da fatura comercial. A menção à data de emissão da
fatura (Lei nº. 5474/68, art. 2º) deve ser entendida apenas como o termo a quo de saque da duplicata, o qual deve ser observado
em obediência à natureza causal deste título de crédito. (STJ, REsp 29235/MG, 25/11/2001)
.
• Poderão ser extraídas da fatura no ato de sua emissão para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. (certa) VUNESP - 2011 - TJ-SP – JUIZ
• A duplicata comercial é título de crédito de emissão obrigatória pelo vendedor, representando o crédito decorrente de uma venda mercantil.
(errada) 2012 - MPE-SP

44
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 438)
elaborado por @fredsmcezar
• É de emissão obrigatória quando se verificar uma venda a prazo. (errada) VUNESP - 2013 - TJ-RJ – JUIZ
• Em toda venda realizada em tais condições, o vendedor é obrigado a extrair da fatura a respectiva duplicata. (errada) VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ
SUBSTITUTO

• No ato da emissão da fatura, o vendedor extrairá a duplicata para circulação com efeito comercial, sendo admitida, nesse caso, qualquer
outra espécie de título de crédito, a exemplo da letra de câmbio ou da nota promissória, para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador. (errada) VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO
• No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação com efeito comercial, a qual consiste em título abstrato,
não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
(certa) 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

• No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer
outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. (certa) FCC - 2018 - DPE-AP

§ 1º A duplicata conterá:

I - a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem;

II - o número da fatura;

III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;

IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;

V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;

VI - a praça de pagamento;

VII - a cláusula à ordem;


• É lícita a emissão da duplicata com a cláusula “não à ordem”. (errada) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
• Sobre as duplicatas, “as partes poderiam inserir cláusula não à ordem na cártula e, assim, convencionar a cessão ordinária de crédito como
efeito do endosso”. (errada) CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite,
cambial;

IX - a assinatura do emitente.

§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.


• Uma só duplicata pode corresponder a mais de uma fatura, desde que todas correspondam a dívidas vencidas. (errada) FCC - 2013 - TJ-PE – JUIZ
• Uma só duplicata pode corresponder a duas ou mais faturas. (errada) 2013 - TJ-SC – JUIZ

• Uma mesma duplicata pode corresponder a mais de uma fatura. (errada) FCC - 2015 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO
• Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura. (certa) FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO

• Uma só duplicata poderá corresponder a mais de uma fatura, nos casos de venda para pagamento em parcelas, situação em que se
discriminarão todas as prestações e vencimentos, distinguindo-se a numeração pelo acréscimo, em sequência, de letra do alfabeto. (errada)
VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

É vedado uma duplicata corresponder a mais de uma fatura, mas é possível que várias duplicatas correspondam a uma mesma
fatura (ex. vendas parceladas).

12.3 VENDA PARCELADA


§ 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão tôdas as
prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração a que se refere o
item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em seqüência.
• Nos casos de venda para pagamento em parcelas, é obrigatória a emissão de tantas duplicatas quantas forem as parcelas, vedada a emissão
de duplicata única. (errada) FCC - 2015 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO
• Nos casos de venda para pagamento em parcelas, deverão ser emitidas tantas duplicatas quantas forem as parcelas ajustadas, nas quais
haverá a discriminação dos vencimentos e do valor de cada prestação, consignando-se para cada qual numeração em sequência de ordem
dos vencimentos.

12.4 VALOR DA FATURA


Art. 3º A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a qualquer rebate, mencionando o
vendedor o valor líquido que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.
elaborado por @fredsmcezar
• Quando o comprador tiver direito a qualquer rebate, a duplicata indicará exclusivamente o valor líquido que o comprador deverá reconhecer
como obrigação de pagar. (errada) VUNESP - 2011 - TJ-SP – JUIZ
• Indicará ela sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido
que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar. (certa) FCC - 2013 - TJ-PE – JUIZ
• A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, a não ser que o comprador tenha direito a rebate ou compensação, citando o vendedor o
valor líquido que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar. (errada) FCC - 2018 - DPE-AP

§ 1º Não se incluirão no valor total da duplicata os abatimentos de preços das mercadorias feitas pelo vendedor até o ato do
faturamento, desde que constem da fatura.

• No valor total da duplicata serão incluídos os abatimentos de preços das mercadorias feitos pelo vendedor até o ato do faturamento, desde
que constem da fatura. (errada) VUNESP - 2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO
• Não se incluirão, no valor total da duplicata, os abatimentos de preços das mercadorias feitas pelo vendedor até o ato do faturamento, desde
que constem da fatura. (certa) FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO

12.5 VENDA E ENTREGA DE ENTREGA DE MERCADORIA


§ 2º A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma
praça vendedor e comprador, ou para pagamento em prazo inferior a 30 (trinta) dias, contado da entrega ou despacho das
mercadorias, poderá representar-se, também, por duplicata, em que se declarará que o pagamento será feito nessas condições.
• A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça
vendedor e comprador, ou para pagamento em prazo inferior a trinta dias, contado da entrega ou despacho das mercadorias, poderá
representar-se por duplicata, em que se declarará que o pagamento será feito nessas condições. (certa) FCC - 2018 - DPE-AP

12.6 DA REMESSA E DA DEVOLUÇÃO DA DUPLICATA


Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições
financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu
estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate,
segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.

§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão.

§ 2º Se a remessa fôr feita por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores ou correspondentes êstes
deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento.
• Se a remessa de duplicata for feita por intermédio de representantes, instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, esses
deverão apresentar o título ao comprador dentro de 10 dias, contados de seu recebimento na praça de pagamento. (certa) VUNESP - 2013 - TJ-RJ
– JUIZ

• Quando a remessa da duplicata for feita por intermédio de representantes, instituições financeiras, procuradores ou correspondentes, estes
deverão apresentar o título ao comprador, dentro de 10 dias contados da data de seu recebimento na praça de pagamento. (certa) VUNESP -
2016 - TJ-RJ - JUIZ SUBSTITUTO

Art . 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias,
contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da
falta do aceite.
• A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo previsto em lei, contado da data
de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta de aceite. Referido prazo
é de 10 dias. (certa) VUNESP - 2013 - MPE-ES

§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data
do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.
§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário, no ato do protesto ou na execução judicial,
a duplicata a que se refere. (Lei nº 6.458/1977)

elaborado por @fredsmcezar


12.7 ACEITE
O aceite obrigatório não significa, de modo algum, aceite irrecusável. A obrigatoriedade do aceite da duplicata, portanto, não
permite a afirmação de que o aceite jamais poderá ser recusado, significando apenas que para que haja recusa, é necessária a
apresentação de justificativa plausível, tal como: 45

a) avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
Art. 8.
Lei nº b) vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
5.474/68
c) divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
.
• O aceite do sacado, na duplicata, é obrigatório, salvo nas hipóteses de avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando a culpa for do
comprador VENDEDOR. (errada) FGV - 2009 - TJ-PA – JUIZ
• O comprador poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de avaria das mercadorias, quando expedidas por sua conta e risco. (errada)
VUNESP - 2013 - TJ-RJ – JUIZ

• A recusa de aceite de uma duplicata mercantil só pode ocorrer quando houver avaria ou não recebimento das mercadorias, vícios na qualidade
ou quantidade das mercadorias, ou divergências nos prazos ou preços ajustados. (certa) NC-UFPR - 2013 - TJ-PR – JUIZ
• A duplicata mercantil é título de aceite obrigatório e somente poderá ser recusado em caso de desistência do negócio por parte do comprador,
no prazo de 15 dias após a entrega das mercadorias. (errada) 2019 - MPE-SP

O aceite ordinário de duplicata mercantil é aquele dado no campo próprio do título, enquanto o aceite por comunicação é
confirmado por escrito. O aceite ordinário permite a circulação do título, já o aceite por comunicação não torna hábil a duplicata
para a circulação, embora o torne suficiente para o protesto e para a ação de execução. (certa) 2009 - TJ-SC - JUIZ
Em decorrência de compra e venda mercantil, determinada sociedade anônima sacou uma duplicata a ser paga por sociedade
empresária limitada em data certa previamente estabelecida mediante contrato firmado entre as partes. As mercadorias foram
entregues e recebidas sem quaisquer avarias, vícios, defeitos ou diferenças relativos a qualidade e quantidade, e não houve
divergências quanto ao prazo ou ao preço estipulados entre as referidas sociedades. A sociedade empresária poderia decidir dar
ou não o aceite, uma vez que tal ato é livre e normalmente decorrente de outras obrigações assumidas entre o sacador e o sacado.
(errada) CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Erasmo, vendedor, emitiu duplicata de compra e venda mercantil contra Carlos, comprador. Após obter o aceite deste, Erasmo
endossou o referido título para Lúcia, que exigiu que o amigo de Carlos, Ronaldo, figurasse na duplicata como avalista. Atendendo
à exigência, Ronaldo lançou sua assinatura no título mencionado. Nessa situação hipotética, o aceite de Carlos foi desnecessário,
uma vez que se requer o aceite apenas em letras de câmbio, não em duplicatas. (errada) CESPE - 2015 - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

12.7.1 ACEITE E O PRINCÍPIO DA ABSTRAÇÃO


A causalidade da duplicata não significa a não aplicação do princípio da abstração a ela, ou seja, mesmo sendo um título causal
a duplicata se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem quando aceita, principalmente se entra em circulação por meio de
endosso, de modo que, nesse caso, o devedor principal (sacado) não pode opor a terceiro de boa-fé (endossatário) exceções
pessoais que tem contra o sacador (endossante).46
Na duplicata, quando o sacado promover o aceite do título, a dívida, que era obrigacional, passará também a ser cambiária,
permitindo o acesso à via executiva, transformando-se em título executivo extrajudicial. (certa) 2016 - MPE-RS
A duplicata é um título causal e, em regra, não goza de abstração. (errada) FCC - 2016 - DPE-BA
• A duplicata é um título causal, emitido exclusivamente com vínculo a um processo de compra e venda mercantil ou a um contrato de prestação
de serviços e, por isso, é considerada um título cambiforme, ao qual não se aplica o princípio da abstração. (errada) CESPE - 2014 - PGE-BA

Miguel Pereira Artigos de Papelaria Ltda. ME sacou duplicata de compra e venda no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) contra
Miriam Lopez. O título foi descontado junto ao Banco Tolomei S/A para obtenção de recursos pela sacadora antes do vencimento,
pela forma de circulação permitida às duplicatas. No momento da cobrança pelo portador da duplicata aceita, vencida e sem
protesto por falta de pagamento, Miriam Lopes invocou a desconformidade da mercadoria com as especificações do pedido feito
ao sacador, recusando-se ao pagamento. A exceção ao pagamento por parte do aceitante não é cabível em razão do princípio da
abstração. (certa) FGV - 2014 - PROCURADOR MUNICIPAL

45
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 440)
46
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 439)
elaborado por @fredsmcezar
EREsp 1.439.749-RS: “a duplicata mercantil, apesar de causal no momento da emissão, com o aceite e a circulação adquire
abstração e autonomia, desvinculando-se do negócio jurídico subjacente, impedindo a oposição de exceções pessoais a terceiros
endossatários de boa-fé, como a ausência ou a interrupção da prestação de serviços ou a entrega das mercadorias”.

12.7.2 ACEITE EXPRESSO


É aquele realizado no próprio título, no local indicado. Nesse caso, a duplicata se aperfeiçoa como título de crédito sem maiores
formalidades.47

12.7.3 ACEITE PRESUMIDO


Ocorre quando o devedor (comprador) recebe, sem reclamação, as mercadorias adquiridas e enviadas pelo credor (vendedor).
Nesse caso, ainda que a duplicata não seja aceita expressamente, o simples fato de o devedor ter recebido as mercadorias sem
recusa formal já caracteriza o aceite do título, que se diz, portanto, presumido, provando-se pela mera demonstração do recebimento
das mercadorias.48

Ex.: Foi expedida uma duplicata mercantil, mas não consta do título o aceite do sacado. O sacado também não formalizou a sua
recusa no prazo estabelecido e as mercadorias foram devidamente entregues e recebidas por um preposto do sacado, o que consta
em um canhoto assinado, em documento apartado do título. Diante desse cenário, a execução forçada somente se torna viável caso
seja realizado o protesto do título. (certa) FCC - 2021 - DPE-GO

12.8 PAGAMENTO
Art. 10. No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do devedor resultantes de devolução de
mercadorias, diferenças de preço, enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados, desde que
devidamente autorizados.
• Em seu pagamento não podem ser deduzidos créditos a favor do devedor, ainda que relativos ao mesmo negócio jurídico, tendo em vista
sua origem causal. (errada) FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ
• No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças
de preço, enganos verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados, desde que devidamente autorizados. (certa) FCC - 2018 -
PGE-AP

12.9 TRIPLICATA
Art. 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá
às mesmas formalidades daquela.

Obs. Na hipótese de protesto por falta de devolução também é possível a emissão de triplicata.
A perda ou extravio da duplicata são as únicas hipóteses que, de acordo com a lei, obrigam o vendedor a extrair a triplicata,
cujos efeitos são os mesmos daquela. (errada) CESPE - 2012 - TJ-BA - JUIZ SUBSTITUTO
Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal,
o protesto poderá ser baseado na segunda via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter os
mesmos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada a exigência de qualquer formalidade não
prevista na lei que regula a emissão e circulação das duplicatas. (certa) FCC - 2018 - PGE-AP

12.10 AVAL
Art. 12. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta
da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora dêsses casos, ao comprador.

Parágrafo único. O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o prestado anteriormente
àquela ocorrência.

• A duplicata de fatura é título que admite aval. (certa) 2010 - TJ-SC - JUIZ

• O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, desde que prestado anteriormente ao vencimento do título. (errada) FCC - 2015 - TJ-
AL - JUIZ SUBSTITUTO

• O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, mas o aval dado posteriormente ao vencimento do título não produz efeitos.
(errada) FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO

47
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 441)
48
(Sinopse. Empresarial. André Santa Cruz, p. 441)
elaborado por @fredsmcezar
12.11 RESGATE DA DUPLICATA
Art. 9º É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento.
• É lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não antes do vencimento. (errada) FCC - 2011 - TJ-PE – JUIZ
• O comprador só pode resgatá-la após aceitá-la e a partir de sua data de vencimento. (errada) FCC - 2013 - TJ-PE – JUIZ
• É permitido ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento. (certa) FCC - 2015 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO

• É vedado ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la. (errada) FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO

• É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento. (certa) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO
• É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la, mas não antes da data do vencimento. (errada) FCC - 2018 - DPE-AP
• O comprador pode resgatar a duplicata antes de aceitá-la, mas não antes da data do vencimento. (errada) FCC - 2018 - PGE-AP
• É vedado ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la. (errada) FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO

§ 1º A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com podêres especiais, no verso
do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata.
§ 2º Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento
endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata nêle caracterizada.

12.12 RETENÇÃO DA DUPLICATA


Art. 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias,
contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da
falta do aceite.

§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data
do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.

§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário, no ato do protesto ou na execução judicial,
a duplicata a que se refere. (Lei nº 6.458/1977)

• Em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo comunicar eventuais divergências à
apresentante com a devolução do título. (errada) FCC - 2011 - TJ-PE - JUIZ

12.13 REFORMA OU PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VENCIMENTO


Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita,
assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com podêres especiais.

Parágrafo único. A reforma ou prorrogação de que trata êste artigo, para manter a coobrigação dos demais intervenientes por
endôsso ou aval, requer a anuência expressa dêstes.

• No que tange à duplicata: trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento. (errada) FCC - 2011
- TJ-PE – JUIZ

• A duplicata não permite reforma ou prorrogação de seu prazo de vencimento, que é imutável. (errada) FCC - 2012 - TJ-GO – JUIZ
• Não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, uma vez que se trata de título formal. (errada) FCC - 2013 - TJ-PE – JUIZ

• A duplicata não admite, em qualquer hipótese, reforma ou prorrogação de prazo de vencimento. (errada) VUNESP - 2013 - TJ-RJ – JUIZ
• O prazo de vencimento da duplicata é improrrogável. (errada) FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO
• A duplicata não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, sendo necessária a emissão de novo título para esses fins. (errada)
FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO

• A duplicata não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento em nenhuma hipótese. (errada) FCC - 2018 - PGE-AP
• A duplicata não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento. (errada) FCC - 2020 - TJ-MS - JUIZ SUBSTITUTO

12.14 PROTESTO
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. (Decreto-Lei 436/1969)
• O protesto da duplicata pode ser fundado na falta de aceite, de devolução ou de pagamento. (certa) FGV - 2009 - TJ-PA – JUIZ

• Somente a duplicata aceita pode ser objeto de protesto cambial. (errada) FCC - 2009 - TJ-AP - JUIZ
• Em razão do princípio da cartularidade, a duplicata mercantil só pode ser protestada se o credor estiver na posse do título. (errada) CESPE - 2011
- TJ-PB – JUIZ

elaborado por @fredsmcezar


• A duplicata mercantil é protestável somente por falta de pagamento e não admite ser garantida por aval, uma vez que se trata de título causal.
(errada) FCC - 2012 - TJ-GO – JUIZ

• A duplicata somente é protestável por falta de aceite e pagamento. (errada) 2013 - TJ-SC – JUIZ

• A duplicata é protestável por falta de aceite, devolução ou pagamento. (certa) FCC - 2015 - TJ-SC - JUIZ SUBSTITUTO

• A duplicata é protestável por falta de aceite, de devolução ou pagamento. (certa) FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO

§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata,
da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. (Decreto-Lei 436/1969)
• No que tange à duplicata: é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante
apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. (certa) FCC - 2011 - TJ-PE -
JUIZ

§ 2º O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de devolução, não elide a possibilidade
de protesto por falta de pagamento. (Decreto-Lei 436/1969)

§ 3º O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título. (Decreto-Lei 436/1969)

• O protesto da duplicata somente poderá ser tirado na praça em que estiver sediado o sacado. (errada) 2013 - TJ-SC - JUIZ

§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de
seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. (Decreto-Lei 436/1969)

• Ainda que o portador não tire o protesto da duplicata, regularmente e em trinta dias, contados da data de seu vencimento, não perderá o
direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. (errada) FCC - 2018 - PGE-AP

Art. 14. Nos casos de protesto, por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, ou feitos por indicações do portador do
instrumento de protesto deverá conter os requisitos enumerados no artigo 29 do Decreto nº 2.044, de 31 de dezembro de 1908,
exceto a transcrição mencionada no inciso II, que será substituída pela reprodução das indicações feitas pelo portador do título. (Decreto-
Lei 436/1969)

Art.15 § 1º - Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo de execução referido neste artigo,
quaisquer que sejam a forma e as condições do protesto
• Para a cobrança do valor constante da duplicata do sacador, endossante e respectivos avalistas, pode o portador se valer de qualquer forma
de protesto, independentemente das condições sob os quais foi tirado; (certa) 2012 - TJ-DFT – JUIZ
• Se o credor não enviar a duplicata para aceite e o devedor não pagá-la até o vencimento, não poderá o credor obter o registro de protesto
por falta de pagamento. (errada) CESPE - 2013 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Se o credor enviar a duplicata para aceite e o devedor não pagá-la até o vencimento, o credor deverá, inicialmente, promover o protesto do
título por falta de aceite. (errada) CESPE - 2013 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Se o credor não enviar a duplicata para aceite, não poderá protestá-la por falta de pagamento antes do vencimento. (certa) CESPE - 2013 - TRF - 2ª
REGIÃO - JUIZ FEDERAL

• Caso a empresa envie o título para aceite do devedor e este o devolva ao credor sem aceite e antes de decorrido o prazo legal para aceite, o
credor passa a ter, a partir do recebimento VENCIMENTO da duplicata, o direito ao registro do protesto. (errada) CESPE - 2013 - TRF - 2ª REGIÃO - JUIZ
FEDERAL

12.15 DO PROCESSO PARA COBRANÇA DA DUPLICATA


Art. 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos
extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar: (Lei nº 6.458/1977)

l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; (Lei nº 6.458/1977)

• Com relação à duplicata, a sua exigibilidade em relação ao devedor principal (sacado) depende do prévio registro no cartório de protesto de
títulos competente. (errada) FCC - 2010 - TJ-MS - JUIZ
• É indispensável à cobrança judicial de duplicata ou triplicata que tenha sido ela aceita e protestada. (errada) NC-UFPR - 2013 - TJ-PR – JUIZ

• Em relação à duplicata, o fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou devolução, elide a possibilidade
de protesto por falta de pagamento. (errada) FCC - 2018 - PGE-AP

II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente: (Lei nº 6.458/1977)

a) haja sido protestada; (Lei nº 6.458/1977)

b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e do recebimento da mercadoria, permitida a sua comprovação
por meio eletrônico; (Lei nº 14.301/2022)

elaborado por @fredsmcezar


c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º
desta Lei. (Lei nº 6.458/1977)

§ 1º - Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo de execução referido neste artigo, quaisquer que
sejam a forma e as condições do protesto. (Lei nº 6.458/1977)

§ 2º - Processar-se-á também da mesma maneira a execução de duplicata ou triplicata não aceita e não devolvida, desde que haja
sido protestada mediante indicações do credor ou do apresentante do título, nos termos do art. 14, preenchidas as condições do
inciso II deste artigo. (Lei nº 6.458/1977)

§ 3º A comprovação por meio eletrônico de que trata a alínea b do inciso II do caput deste artigo poderá ser disciplinada em ato do
Poder Executivo federal. (Lei nº 14.301/2022)
Em caso de falência da referida sociedade empresária, a sociedade anônima poderá requerer o vencimento antecipado da
cártula. (certa) CESPE - 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

12.16 PRESCRIÇÃO
Art. 18 - A pretensão à execução da duplicata prescreve: (Lei nº 6.458/1977)
2011 - TJ-DFT - JUIZ

l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3 (três) anos, contados da data do vencimento do título; (Lei nº 6.458/1977)

ll - contra endossante e seus avalistas, em 1 (um) ano, contado da data do protesto; (Lei nº 6.458/1977)

Ill - de qualquer dos coobrigados contra os demais, em 1 (um) ano, contado da data em que haja sido efetuado o pagamento do
título. (Lei nº 6.458/1977)

§ 1º - A cobrança judicial poderá ser proposta contra um ou contra todos os coobrigados, sem observância da ordem em que
figurem no título. (Lei nº 6.458/1977)

§ 2º - Os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento. (Lei nº 6.458/1977)

A duplicata, ordem de pagamento emitida pelo credor originário, com base em uma fatura, para documentar o crédito originado
de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços, poderá ser executada judicialmente em face do sacado e
respectivos avalistas dentro do prazo de 3 (três) anos, contados da data do vencimento do título. (certa) CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - JUIZ DE
DIREITO SUBSTITUTO

12.17 SÚMULA 248-STJ (DUPLICATA NÃO ACEITA E PROTESTADA – TÍTULO HÁBIL P/ PEDIDO DE FALÊNCIA)

SÚMULA 248-STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir
pedido de falência.

• Na prestação de serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir o pedido de falência, não sendo necessária a
comprovação dos serviços. (errada) CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL

12.18 DUPLICATA VIRTUAL


• O título de crédito poderá ser emitido a partir de caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e desde que conste da
escrituração do emitente, observados requisitos mínimos estabelecidos em lei. (certa) FCC - 2013 - TJ-PE – JUIZ
• A duplicata virtual é representada documentalmente pela emissão do chamado boleto bancário. (certa) 2013 - PGR - PROCURADOR DA REPÚBLICA

• Ao dispor sobre títulos de crédito, o Código Civil estabeleceu que o título não poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em
computador, se o emitente também não o fizer sobre papel. (errada) FCC - 2014 - TJ-AP - JUIZ

Jurisprudência em Teses do STJ - EDIÇÃO N. 56: TÍTULOS DE CRÉDITO


3) As duplicatas virtuais possuem força executiva, desde que acompanhadas dos instrumentos de protesto por indicação e dos
comprovantes de entrega da mercadoria e da prestação do serviço.

DUPLICATAS VIRTUAIS - 13.775/2018


Art. 3º A emissão de duplicata sob a forma escritural farse-á mediante lançamento em sistema eletrônico de escrituração gerido
por quaisquer das entidades que exerçam a atividade de escrituração de duplicatas escriturais.

Art. 9º Os lançamentos no sistema eletrônico de que trata o art. 3º desta Lei substituem o Livro de Registro de Duplicatas, previsto
no art. 19 da Lei nº 5.474, de 18 de julho de 1968.

Art. 10. São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que vedam, limitam ou oneram, de forma direta ou indireta, a emissão
ou a circulação de duplicatas emitidas sob a forma cartular ou escritural.

elaborado por @fredsmcezar


12.19 DUPLICATA RURAL
Decreto-Lei 167/1967 (Lei das Duplicatas Rurais)

Art. 60. Aplicam-se à cédula de crédito rural, à nota promissória rural e à duplicata rural, no que forem cabíveis, as normas de direito
cambial, inclusive quanto a aval, dispensado porém o protesto para assegurar o direito de regresso contra endossantes e seus
avalistas.

§ 1º O endossatário ou o portador de Nota Promissória Rural ou Duplicata Rural não tem direito de regresso contra o primeiro
endossante e seus avalistas. (Lei nº 6.754/1979).

Ex.: Armazém Jari Ltda., credor de duplicata rural recebida por endosso translativo do primeiro beneficiário, ajuizou ação de
execução por quantia certa em face do aceitante (pessoa jurídica) e de seu avalista (pessoa física, membro do quadro social da
pessoa jurídica aceitante), bem como em face do endossante (sacador da duplicata). É fato incontroverso que a duplicata rural não
foi submetida a protesto por falta de pagamento. Ao avaliar a legitimidade passiva dos demandados (aceitante, avalista e endossante),
o juiz concluiu que o endossatário da duplicata rural não tem ação de regresso em face do primeiro endossante, portanto, deve ser
proclamada sua ilegitimidade passiva; (certa) FGV - 2022 - TJ-AP - Juiz de Direito Substituto

12.20 CRIME DE DUPLICATA SIMULADA (art. 172 do CP)


Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao
serviço prestado.

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.

A emissão de duplicata mercantil que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, corresponde a ilícito
civil, sem conseqüências criminais. (errada) FCC - 2009 - MPE-CE

elaborado por @fredsmcezar

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