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SUMMARY: Childhood is surrounded by folk stories, plays, music and films, which nourish
the imagination. We have always been enchanted by the beautiful fantastic stories, present
in children's movies with princesses, villains and good guys. The light of the analysis of
discourse, which assumes that there is no innocent speech, we understand, from the movie
"Beauty and the iron," which is taken as the object of analysis, the discourses that circulate in
the children's narratives and are passed in order subjective (not considering the subjectivity
of the subject) for boys and girls. We suggest that these discourses there is a pedagogical
intention, once we find situations involving, sensitize, turn, form, firm values, feelings and
attitudes to those who attend. Hence, the relevance of bringing the discussion to the
inclusion of children's works in the training of children.
INTRODUÇÃO
Desde a infância, a maioria das pessoas começa a ter acesso aos contos
infantis. As histórias narradas nos contos envolvem, sensibilizam, transformam,
formam, firmam valores, sentimentos e posicionamentos em quem os lêem. O fato é
que, nas histórias infantis, existem significações que se mantém, porque há uma
“intenção” pedagogia nelas. Podemos entender melhor com a citação a seguir, em
que Bettelheim (2007) explicita a idéia de que a criança aprende se divertindo:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2 ANÁLISE DO CORPUS
(http://www.animatoons.com.br/a-bela-e-a-fera/a-bela-e-a-fera-artigo-
especial/)
encontramos Madame Samová (o bule) e seu filho Zip (uma xícara), dois amigos
Ornoz (o relógio) e Lumier (o castiçal). Aparecem também seres como o cachorro,
que se transforma em um banco de descanso para as pernas, o armário, o
espanador, as vassouras e louças.
(http://www.animatoons.com.br/a-bela-e-a-fera/a-bela-e-a-fera-artigo-
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Bela, no filme, é filha única. Mora apenas com o pai. Em momento algum, há
referência à figura materna. Bela é uma mulher à frente do seu tempo. Ela entoa
canções cujo tema é a busca por algo mais, que a vida do interior não pode lhe dar.
Na aldeia, tudo para bela é sempre igual, monótono. A existência não tem sentido.
A partir do anseio de Bela em busca de “um mundo bem mais amplo, com
coisas lindas para ver...” é que ocorre o desenlace da história. Vejamos a seguir a
cena em que ela canta e dança em uma biblioteca:
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Na simbologia da cena, podemos observar a liberdade da personagem tanto
no movimento corporal quanto na formação das ideias que os livros podem lhe
proporcionar. É como se Bela estivesse apta subir os degraus da aprendizagem e
abraçar o mundo.
Ao demonstrar o interesse pelos livros, ela assume um discurso pedagógico
de incentivo à leitura. Mostra que os sentidos materializados nas histórias dos livros
conduzem os indivíduos, em um passo de mágica, para lugares distantes, onde
encontraremos príncipes encantados. No entanto, os hábitos de Bela não deixam de
causar estranheza aos moradores da aldeia, tendo em vista que a leitura não fazia
parte do universo feminino, era uma prática, puramente masculina. Daí, entoarem
uma canção na qual questiona os hábitos de Bela: “sonhadora criatura, tem mania
de leitura, é um enigma para nós a nossa Bela...”.
O tema da leitura volta a ficar em foco quando a Fera, na tentativa de
conquistar o coração da amada, faz uma surpresa: presenteia Bela com uma
gigantesca biblioteca. Diante dessa atitude, como era de se esperar, Bela fica
maravilhada e até ensina à Fera a reaprender o hábito da leitura. Do ponto de vista
discursivo, podemos dizer que Bela refuta os discursos da formação discursiva
dominante do século XIX, que ditam o que a mulher pode e deve fazer. Vejamos a
seguir a cena em que Bela conduz o trabalho da leitura para reintroduzir a Fera em
seu universo perdido:
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alusão não só à beleza exterior, mas também aos valores, aos princípios, à conduta
ético/moral da jovem.
Observamos também na trama que o tema da valorização do idoso configura-
se no cuidado de Bela para com seu pai (idoso), oferecendo-se para ficar no lugar
do pai, libertando-o das garras da Fera.
Na trama, o pai de Bela era um inventor, trabalhava incansavelmente na
montagem de uma máquina de cortar lenha, queria concorrer a um prêmio em uma
feira de invenções. O prêmio seria para ele o início de uma nova vida. Por isso, o
idoso era tratado por Gaston (líder que ganhou notoriedade pela força física) e por
alguns moradores da aldeia como louco. Em um gesto de interpretação, dizemos
que temos, aqui, formações discursivas que se opõem: uma que defende o
desenvolvimento mecânico para facilitar a vida do homem no cotidiano; outra,
plantada na manutenção da tradição, que prima pela força física.
Gastom, personagem que se configura como um solteirão, arrogante e
convencido de sua beleza, é um caçador que domina as técnicas de empalhar
animais, para mantê-los como se estivessem vivos. Enfim, era um homem rude,
bruto e sem modéstia. O desejo dele era casar com Bela, mas censurava nela o
hábito da leitura. Entendia que o ato de ler poderia levá-la a ter ideias, o que era
inconcebível à mulher naquela circunstância. Gaston gostaria de fazer de Bela uma
espécie de animal empalhado, sem vida própria, mantida sob seu controle. Nos
processos discursivos, verificamos que se evidenciam nos discursos uma cultura de
dominação do homem sob a mulher, violência imposta pela sociedade patriarcal.
Para chegarmos a esse entendimento, seguimos os passos de Orlandi (2007,p. 67 e
68), quando ela diz que a interpretação:
A interpretação não é um gesto vazio, ela deve ocorrer com base em sentidos
arquivados historicamente nas formulações, que se relacionam com as condições de
produção. Os enunciados trazem em si uma memória discursiva que permite a
emergência dos dizeres em uma determinada formação discursiva. Temos assim,
de um lado, Gaston como a representação de uma sociedade patriarcal que gestou
a guerra como forma de resolução dos conflitos e, de outro, Bela uma mulher
aparentemente frágil, mas muito determinada para aos costumes da época. Ao
sentir-se rejeitado por Bela, Gaston comete mais um ato de violência: coloca o pai
da donzela, já idoso, em um sanatório, prometendo somente voltar atrás depois do
“sim” de sua pretendente.
Presa no castelo, depois de ter ficado no lugar do pai, Bela vai à ala oeste,
lugar proibido, onde se encontra guardada a “rosa encantada”: símbolo do
desabrochar do sentimento. Depois de quebrado o encanto, as predições dizem que
se o amor entre Bela e Fera não florescer até a queda da última pétala, o feitiço que
tornou o príncipe uma Fera se perpetuaria na eternidade. A Fera, ao ver a invasão
do local proibido, expulsa Bela do castelo, encurralando-o na floresta tenebrosa,
repleta de lobos famintos. Mas vendo-a em perigo, a Fera arrepende-se e se arriscar
para salvá-la. A partir daí, eles começam a se entenderem. No ápice da fúria, o
“monstro” tem uma atitude que surpreende a todos, mostra que é capaz de sentir
amor pelo próximo. Inicia-se assim um entendimento, uma amizade que tende a
florescer. O lado “monstro” da Fera começa a perder força dando lugar um
sentimento dócil e sentimental, próprios dos seres sensíveis.
(http://blogcafeliterario.blogspot.com/2010/06/sentimentos.html)
Cabe ressaltar que no primeiro “convite” que Fera faz a Bela, ele é agressivo
e arrogante que a deixa com medo e até com raiva dele. As outras personagens
que presenciam a cena tentam orientar a Fera, lembrando-lhe os bons modos,
buscando restabelecer os hábitos humanos que havia dentro dele e estavam
adormecidos. No segundo convite para jantar, o telespectador já percebe mudanças
no comportamento da Fera, depara-se com um ser carinhoso e educado. A
mudança de comportamento da fera toca o coração de Bela. Os dois se encontram
no salão, prontos para uma noite de gala, e ao descerem o primeiro vão de escadas,
se unem formando “um par”. Nesse encontro, percebe-se que os sentimentos estão
ascendendo.
(http://jaguar.impacta.com.br/Domingo/21Paulista07/Aluno11/Daniela/M
arina/Instrutor/ultima%20aula/)
(http://www.animatoons.com.br/a-bela-e-a-fera/a-bela-e-a-fera-artigo-
especial/)
A principal canção da trilha sonora e tema do filme é Beauty and the beast,
(na voz de Celine Dion e Peabo Bryson) chegou a ganhar uma versão em
português. No filme, a canção é interpretada por Madame Samová (o buli) na hora
da valsa para celebrar o jantar especial. A letra da canção, dentre outras coisas, diz
que os sentimentos mudam mesmo para quem não acredita que pode amar alguém
um dia e que esses sentimentos podem trazer novas sensações, doces emoções e
um novo prazer. A composição resume a história de amor entre os dois.
No início da narrativa, o narrador situa os telespectadores de que a duração
da rosa (cronômetro que limita o tempo de transformação interior da Fera, para
finalização do feitiço) seria de vinte um anos, quando cairia a sua última pétala. A
canção principal também faz uma alusão “às primaveras”: “E numa estação como a
primavera, sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera.” Além da rosa,
a Fera recebe também da feiticeira um espelho mágico, que seria sua única “janela”
para o mundo exterior. Tudo que pedisse para ser visualizado, o espelho lhe
mostraria.
(ORLANDI, 2007,p.64)
Gaston, que estava junto com o grupo, seguiu direto à procura da Fera, mas
ao encontrá-lo, inicia uma série de ataques e agressões, recebidas pela Fera de
forma passível. Para Fera, a vida só teria sentido com o amor de Bela. Gaston
chega a questionar sua bondade e gentileza. Contudo, quando o embate parece ter
um fim, Bela retorna ao castelo, e Fera vê o sentido da sua vida voltar, montada em
um cavalo para salvá-lo.
Este fato foi crucial para Fera reagir, lutar pela vida. O combate termina
quando Gaston cai da torre do castelo, após ter findado uma faca na Fera. Nos
braços de Bela, há o momento tão esperado, o momento em que a Fera desfalece e
Bela deixa sua lágrima de amor verdadeiro cair sobre o rosto da Fera, pedindo para
que o mesmo não se vá, pois ela o amava. Assim, a última pétala da rosa encantada
cai. Quando todos acreditavam que havia chegado o fim ocorre a reciprocidade do
amor, os raios começam a cair do céu, o corpo de Fera começa a levitar, e inicia-se
a transformação. A Fera se transforma num belo príncipe. Bela não entende o
ocorrido, mas encontra a verdade no olhar do príncipe, porque das transformações,
algo que marcava a Fera para Bela era seu olhar (a janela da alma).
Num momento de plena magia, todos começam a retomar sua forma humana,
do buli ao castiçal. O encantamento invade o castelo, dessa vez, transformando-o
num espaço claro, reluzente e cheio de cores. Um fato marcante nas imagens é a
transformação das imagens diabólicas as quais configuram o castelo, em imagens
celestiais.
CONCLUSÃO
qualquer conteúdo, pois com o fantástico mundo das fantasias, nada fica “pesado”,
que não posso ser discutido. Com o filme “A bela e fera”, não é diferente, uma vez
que, são trabalhados vários valores, sociais, morais, sem perder o belo, o
fantasioso.
As concepções teóricas de BETTELHEIM, no Livro “A psicanálise dos Contos
de Fadas” explica através dos contos o impacto psicológico de situações em
acontecimentos onde envolvam a criança e de dar respostas comportamentais e
mostrando a visão infantil a cerca de determinados assuntos. Com essas relações,
ela tenta passar para a criança ensinamentos para as resoluções de problemas, seu
desenvolvimento com a inclusão da realidade que as rodeia, pois, ele transmite que
além de entreter a criança, os contos possuem princípios de importante relevância
para a mesma.
Através de um conto que aparentemente está cercado de imaginação, ou uma
história não real, onde predominam o maravilhoso podem estar, de modo disfarçado,
os sentimentos que cercam o interior da criança, como: esperteza, alegrias,
tristezas, egoismo, autroísmo. O filmel passa para a criança mensagens importantes
para sua vida, como nunca desistir perante os obstáculos por mais que no início
pareçam difíceis.
Dessa forma, a educação escolar tem um papel essencial como espaço de
práticas de relativação de tais mensagens, lugar onde estes discursos podem ser
(re) significados, vencendo ou, pelo menos, questionando. Os filmes que trazem
esses tipos de histórias não são, meramente, objetos determinados a divertir o
público infantil.
Essas histórias também podem ser refletidas como suporte cujo conteúdo
compreende crenças, ideologias e conceitos dos mais variados, pois se tratam de
produções culturais que trazem algum saber, que mostram características dos
contextos históricos , sociais e ideológico aos quais estão inseridos.
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REFERÊNCIAS:
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo:
Moderna, 2000.