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DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Legislativo – Introdução


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PODER LEGISLATIVO – INTRODUÇÃO

ARTIGOS 44 A 75

Texto Constitucional
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajus-
tes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação
tenha menos de oito ou mais de setenta deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

CÂMARA SENADO
Representa o povo. Representa os estados e o DF.
É a Câmara BAIXA. É a Câmara ALTA.
Entre 8 e 70 membros, proporcional à população. Número fixo de 3 por unidade da federação.
Mandato de 4 anos (UMA legislatura). Mandato de 8 anos (DUAS legislaturas).
Idade mínima: 21 anos. Idade mínima: 35 anos.
Renovação TOTAL a cada 4 anos. Renovação PARCIAL a cada 4 anos (1/3 e 2/3).
Em regra, Casa INICIADORA. Em regra, é a Casa REVISORA.
Se um Território for criado, possuirá 4 deputados. Território não possuirá senadores.
Submete-se às regras da fidelidade partidária. Não se submete às regras da fidelidade partidária.
Deputado não tem suplentes. Senador possui 2 suplentes.
Eleição pelo sistema ou princípio proporcional. Eleição pelo sistema ou princípio majoritário.
ANOTAÇÕES

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• Dentro do Senado Federal haverá número fixo de 3 senadores, enquanto dentro da


Câmara dos Deputados, haverá entre 8 a 70 deputados.
– Ocorre que esse valor, referente ao deputados, varia de acordo com a população,
que se locomove dentro do território nacional; assim, essa distribuição, conforme a
Constituição Federal de 1988 (CF/88) deveria ser feita através de uma Lei Comple-
mentar Federal (LC) editada um ano antes do pleito.

Obs.: essa LC foi feita (LC n. 78/1993), mas ela delega essa tarefa – que pelo poder cons-
tituinte originário, foi dada ao Congresso Nacional (CN) – ao Tribunal Superior Elei-
toral (TSE) por meio de resolução, que deveria pegar os dados do IBGE e assim
redistribuir.

– Alguns estados ganharam número de deputados e alguns estados perderam número


de deputados.

Diante disso, esse caso foi para o Supremo Tribunal Federal (STF), através de Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI), sob alegação de inconstitucionalidade na LC federal,
que ao fazer a delegação ao TSE, seria inconstitucional, vez que não poderia ser repassado
do CN a outro órgão.
Por conseguinte, o STF entendeu que essa delegação por meio de resolução para o
TSE, de fato era inconstitucional.

Obs.: se caiu a LC, por arrastamento, por reverberação, ricochete, consequência ou decor-
rência, também caiu a resolução editada pelo TSE.

– Diantedisso, para refazer a distribuição do quantitativo dos Deputados Federais,


somente é possível por meio de LC federal, que deve ser editada pelo CN
(dentro da sua competência). Além disso, não é possível fazer a sua delegação.

• Câmara BAIXA: Câmara dos Deputados (CD).


• Câmara ALTA: Senado Federal (SF).
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• O mandato varia, mas o conceito de legislatura não:


– Há uma legislatura no âmbito da CD e duas legislaturas no âmbito do SF.

Obs.: não é adequado dizer que a legislatura dentro do SF teria 8 anos.

• Dentro do processo legislativo ordinário, que vale para lei ordinária.

Obs.: a CD atua, em regra, como Casa iniciadora.


Obs.: o SF atua como Casa revisora.

Obs.: quando se está diante de um PL, ela iniciaria na CD (regra geral).

Uma PEC apresentada pelo Presidente da República (PR) começará na CD, SF ou


tanto faz?
• A lógica da Lei ordinária irá mudar, pois nesse caso tanto faz.
• A PEC pode ser apresentada em qualquer uma das Casas e por qualquer um dos
legitimados.

Obs.: se vier de da CD ou do SF, iniciará na sua respectiva Casa.

O PULO DO GATO
O que será cobrado em prova, será a PEC de iniciativa do PR:
Assim, não precisa ser a Câmara dos Deputados a Casa iniciadora, em caso de PEC por
iniciativa do Presidente da República, poderá ser, também, o Senado Federal.

Fidelidade partidária

5m
Segundo o STF e o TSE: As regras de fidelidade partidária se aplicam, exclusivamente,
à CD, e candidatos em cargos majoritários não se submetem à questão da fidelidade. Assim,
podem sair do partido, deixar a legenda, sem a perda do mandato. Deputados federais e
vereadores podem sair do partido sem perder o mandato, se e somente se, houver
justa causa.
A Emenda n. 17/2017 promoveu duas modificações no cenário eleitoral:
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1. Colocaou fim às coligações nas eleições proporcionais: deputados e vereadores.

Obs.: eleições majoritárias – Chefes do Poder Executivo e senadores.

• O candidato à Presidência da República, Enéas Carneiro, que virou deputado federal


do estado de São Paulo. Seu partido, o PRONA, teve quociente eleitoral para nomear 6
(seis) deputados federais, mas o partido era tão pequeno, que somente tinha 5 (cinco)
candidatos a deputado federal e todos foram eleitos.

O STF entende que o candidato "puxado" deve apresentar o mínimo de viabilidade.



Assim, vale a regra na qual ele deve demonstrar que teve o desempenho individual
mínimo de do quociente eleitoral.

Obs.: justamente para evitar casos como o do partido do deputado Enéas Carneiro.

O assunto que pode cair dentro do Direito Constitucional ou dentro do Direito Eleitoral, é
sobre as sobras eleitorais.
Quando se tem a distribuição de cadeiras, têm-se vários partidos e cada um obtém um
certo desempenho, que normalmente é aferido em números inteiros.
Exemplo:
O partido A ganhou 3,4 cadeiras;
O partido B ganhou 5,2 cadeiras;
O partido C ganhou 0,9 cadeiras.
O partido D ganhou 1,7 cadeiras.

No primeiro momento, deve-se levar em consideração os números inteiros, e as sobras


são os números que aparecem após a vírgula.
10m

Obs.: não existe mais coligação desde a Emenda n. 97/2017. Em 2018 continuaram exis-
tindo coligações para as eleições proporcionais, o que reverbera até 2022, quando
ocorrerem novas eleições. A legislatura de 2019 a 2022 ainda foi marcada por coliga-
ções no âmbito da CD.
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• Ao fazer as distribuições das cadeiras, percebeu-se que o partido C ficou com nada,
pois ficou com 0,9.
• Assim, sempre se entendeu que o partido que tivesse "0, alguma coisa" se quer pode-
ria participar das sobras.

Ex.: uma situação inusitada ocorreu no DF. Em 1994, o candidato a Deputado Federal
do DF mais votado não foi eleito, pois estava em um partido pequeno e o consciente eleito-
ral dele foi de 0,9, e assim ‘’ficou de fora’’. Se fosse atualmente, ele teria a participação nas
sobras, conforme entendeu o STF.

2. Trouxe de volta a cláusula de barreira ou de desempenho.

• Suplentes:
– Deputados não têm suplentes.

Obs.: pode ocorrer do partido ter suplente, mas não do parlamentar.

– Senador: é cargo majoritário e cada senador tem 2 suplentes.

Obs.: a Lei n. 13.165/2015 dispõe sobre a vacância. Assim, quanto aos cargos majoritários,
em parte ela foi declarada inconstitucional.

Ocorrendo dupla vacância nos cargos de Presidente da República, governadores e pre-


feitos, ocorreriam eleições indiretas apenas faltando 6 meses para o fim do mandato.
Assim, a regra ficou com as eleições diretas.
• Essa disposição, de acordo com o STF, viola frontalmente o texto da Constituição,
na medida em que o artigo 81 da CF prevê um procedimento específico para o Pre-
sidente da República:
– Se for dupla vacância nos 2 primeiros anos: eleições diretas;
– Se for dupla vacância nos 2 últimos anos: eleições indiretas.
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Obs.: a lei, ao ir contra o texto da Constituição, resulta na inconstitucionalidade da nor-


ma, quanto à dupla vacância do Presidente da República. Contudo, a norma tem
aplicação, quanto ao governador e ao prefeito, se o motivo da dupla vacância for
eleitoral, na medida em que cabe privativamente à União legislar sobre Direito
Eleitoral.

Obs.: se a causa da dupla vacância não for eleitoral, valerá o que está disposto na Lei Or-
gânica do Município ou na Constituição Estadual, em virtude da autonomia do Ente
federado.

• A lei dispõe sobre vacância em cargos majoritários, não se resumindo aos cargos de
Chefes do Executivo. Assim, o cargo de senador é um cargo majoritário, contudo, o
texto da Constituição dispõe o contrário.
15m

Obs.: se faltar menos de 15 meses para o término do mandato e não houver suplente,
ficará vago o cargo.

ATENÇÃO
Assim, a Lei n. 13.165/2015, que dispõe sobre a (dupla) vacância de cargos majoritários,
não tem aplicação nem para o Presidente da República e nem para os senadores, vez
que a constituição Federal disciplina de modo diverso.

• Território federal
– Território federal não existe, mas caso seja criado, terá metade do mínimo da repre-
sentação da Câmara dos Deputados (4 deputados), em relação aos estados-mem-
bros da federação.
– Não haverá senadores.

MANDATO NAS MESAS

• Duração de 2 anos, vedada a reeleição.


– Ocorreu uma interpretação das Casas Legislativa entendendo que: é vedada a ree-
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leição, mas na mesma legislatura.

(im)possibilidade de reeleição na mesma legislatura.



– Mandato tampão e o caso Rodrigo Maia.
Exemplo:
Rodrigo Maia presidiu a Câmara dos Deputados, de forma contínua, por mais de 4 anos.
Na época do impeachment da ex-Presidente Dilma, que presidia a Câmara dos Deputados,
era o deputado federal Eduardo Cunha, que admitiu a acusação contra a ex-Presidente e
teve seu mandato cassado pela Casa Legislativa. Assim, foi necessário alguém para concluir
o biênio (2015-2016) e foi eleito o Rodrigo Maia, assumindo o chamado mandato tampão.
Posteriormente, na mesma legislatura, ele foi eleito para cumprir um biênio completo
20m
(2017-2018). No ano de 2019, ele novamente foi eleito Presidente da Câmara dos Deputados
para o biênio de 2019-2020. Nesse sentido, o STF entendeu que era vedada a recondução
na mesma legislatura, e ele estava em uma legislatura diferente (nova), em 2019-2020.
Ocorre que, em 2020, Rodrigo Maia (Câmara dos Deputados) e Davi Alcolumbre (Senado)
tentaram a reeleição de seus mandatos de Presidentes das respectivas Casas. Assim, o STF
decidiu (em votação apertada) que não é permitida a recondução na mesma legislatura, mas
permite que seja feito o procedimento que era feito ao longo do tempo.
A posição minoritária permitiria que eles ficariam na mesma legislatura com a recondu-
ção. Assim, na prática, o mandato de Rodrigo Maia ficaria de meados de 2016 até 2022.

Constituições Estaduais: a proibição de reeleição é norma de repetição obrigatória?


Norma de repetição obrigatória (caso do Rodrigo Maia) ou norma de reprodução
compulsória:
Ex.: a Lei Orgânica do DF permite a reeleição na mesma legislatura. Assim, foi eleito o Pre-
sidente da CLDF no biênio 2019-2020, além disso, presidiu também no biênio de 2020-2021.

• A disposição que está no art. 57 da CF, que não permite recondução na mesma legis-
latura, o STF entende não se tratar de norma de repetição obrigatória, assim, as Casas
Estaduais, Distrital e Municipais podem decidir como quiserem.

Obs.: no caso do DF, foi colocada na Lei Orgânica do DF a permissão da recondução.


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REUNIÕES
25m

• Duração da sessão legislativa ordinária (SLO):


– 2/2 a 17/07 e 1º/08 a 22/12.
– 1º ano da Legislatura.

Obs.: é feita uma reunião preparatória (dia 01/02) para a eleição das Mesas das Casas.

• É preciso tomar 2 cuidados:


– Conceito de sessão legislativa ordinária e extraordinária, por conta da cláusula de
irrepetibilidade.
– Para leis complementares e leis ordinárias ela vale de modo relativo.
– Para medidas provisórias e emendas à Constituição vale de modo absoluto.

Obs.: a PEC rejeitada em uma sessão legislativa não pode ser reapresentada em uma
mesma sessão.

• No mesmo ano do calendário civil, pode-se ter a sessão legislativa ordinária e a sessão
legislativa extraordinária, ou seja, uma PEC pode ter sido rejeitada em uma sessão
legislativa ordinária e ser reapresentada em uma sessão legislativa extraordinária, por
serem sessões diferentes.

Ex.: em uma terça-feira, o Congresso Nacional rejeitou uma PEC, na quarta-feira (dia
seguinte), o Congresso Nacional aprova a PEC, na mesma sessão legislativa. Pode acon-
tecer ou não? Trata-se da PEC da redução da maioridade penal. O STF tem precedente
entendendo que pode ocorrer.

Obs.: ao se apresentar uma proposta de emenda à Constituição, será chamada de PEC


mãe ou PEC original; caso ela venha a sofrer alguma emenda, passa a tramitar como
PEC substitutiva ou PEC filha. Assim, quem foi rejeitada na terça-feira foi a PEC filha
ou substitutiva e na quarta-feira "desengavetaram" a PEC original/mãe.

Diante disso, o STF entende que esse procedimento é válido.


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EC n. 50/2006:

30m
Para trabalhar na sessão legislativa extraordinária os parlamentares recebem uma
verba extra?
– Redução do recesso parlamentar.
– Fim do Jeton.
A Emenda n. 50/2006 veio para moralizar boa parte do parlamento, reduzindo o recesso
parlamentar de 90 para 55 dias e acabando com a possibilidade do Jeton, que era o paga-
mento de verba extra, em caso de convocação.

Obs.: a convocação pode existir, mas não o pagamento de verba extra, no caso de convo-
cação.

Há Mesa da Câmara, Mesa do Senado e Mesa do Congresso.


• Mesa da Câmara e Mesa do Senado: propõem as ações de controle concentrado.
• Mesa da Câmara e Mesa do Senado, em conjunto: promulgam emendas à Constituição.

Obs.: a Mesa do Congresso Nacional não poderá fazer nenhum dos dois acima.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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