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Olá concurseiros do JáPassei!

Nesta aula iremos começar nossa esquematização do Código Eleitoral.


Observação: Os trechos destacados da cor azul são trechos retirados literalmente
do código eleitoral.

Vamos lá!

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Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício
de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.

Este é o objeto do Direito Eleitoral: Disciplinar regras em relação aos direitos políticos
e relativo às votações (eleições). Tendo em vista que se trata de matéria de interesse
de todos, é, portanto, uma matéria de Direito Público.

Disciplinar regras em relação


Objeto do Direito Eleitoral aos direitos políticos e relativo às
votações (eleições)

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel
execução.

A base do Direito Eleitoral é a Constituição Federal, que disciplina regras gerais,


mormente no Artigo 22, I, onde estabelece a competência privativa da União para
legislar sobre matéria eleitoral.

A competência privativa significa que somente a União poderá dispor sobre regras
gerais em matéria Eleitoral, mas poderia, em tese, delegar aos demais entes a
possibilidade de dispor sobre as matérias específicas. (Diferentemente da
competência exclusiva, onde somente um ente pode exercer a competência em
qualquer matéria)

Em teoria, o Parágrafo único do Artigo 22 da Constituição Federal, autoriza a União


Federal a transferir sua competência legislativa em matéria Eleitoral para os Estados,
entretanto, em razão da Cláusula Pétrea Federalista, isso jamais seria possível. As
eleições no Brasil são gerais e a Federação é indissolúvel, ou seja, em que pese a
possibilidade dada pelo §único do Art. 22 da CF/88, o Federalismo deverá prevalecer.

Matéria Eleitoral União (Competência Privativa)

Outro ponto é o Parágrafo Único do Código Legislativo, que diz que o TSE “expedirá
Instruções para sua Fiel execução”. Ou seja, o Código Eleitoral e a CF/88 darão as leis,
as regras, e o TSE, por sua vez, fará instruções para que as Leis sejam cumpridas.

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Desta forma, o TSE não CRIA REGRAS, pois isso é competência do Legislativo, mas sim
julga e define INSTRUÇÕES para a execução das regras.

TSE Não cria REGRAS.

REGULAMENTA regras,
expedindo INSTRUÇÕES.

Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em seu nome, por mandatários
escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados por partidos políticos
nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis
específicas.

Todas as Eleições no Brasil serão diretas, ou seja, os cidadãos serão os detentores do


poder decisório em escolher os seus Representantes.

A exceção apontada no artigo, “eleição indireta” ocorrerá no caso de vacância do


cargo de Presidente ou Vice-Presidente do Executivo Federal (República) nos últimos
dois anos de Mandato, quando então o substituto/a será escolhido por votação do
Congresso Nacional.

Igualmente, no Executivo Estadual, no caso de vacância do Governador e Vice-


Governador nos dois últimos anos do mandato, a Assembleia Legislativa Estadual fará
a eleição indireta.

Por sua vez, no caso de vacância do Mandato do Prefeito ou Vice-Prefeito nos dois
últimos anos do mandato, a Câmara dos Vereadores fará a legislação indireta.

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Eleição Regra Geral
Diretas (votos do povo)

Exceção: Vacância nos 2


últimos anos do mandato do
Presidente da República,
Governador, Prefeito e seus
respectivos Vices.

Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as


condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade.

O Art. 3º trata da Capacidade Eleitoral PASSIVA, ou seja, a capacidade de ser votado.

A Capacidade de ser eleito, portanto dependerá de requisitos e conterá


impedimentos, ou seja, devemos estudar agora os REQUISITOS para investidura e os
IMPEDIMENTOS (Hipóteses de Inexigibilidade).

Vejamos, portanto o Artigo 14, §º da Constituição Federal, que disciplina os


Requisitos Gerais de Elegibilidade:

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - A nacionalidade brasileira;

II - O pleno exercício dos direitos políticos;

III - O alistamento eleitoral;

IV - O domicílio eleitoral na circunscrição;

V - A filiação partidária;

VI - A idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da


República e Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do


Distrito Federal;
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c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

Idade Mínima para ser elegível


35 anos 30 anos 21 anos
Presidente da R. Governador Dep. Estadual e Federal
Vice-Presidente da R. Vice-Governador Prefeito
Vice-Prefeito
Juiz de Paz

Ainda, devemos observar o caso de Militares que queiram se tornar elegíveis. As


disposições sobre estes são contidas no artigo 14, §8º da Constituição Federal:

§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes


condições:
I - Se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade.

Ou seja, O Militar com MENOS de 10 anos de exercício deverá solicitar


afastamento da atividade de militar caso queira se tornar elegível.

Por sua vez, o Militar com MAIS de 10 anos de exercício poderá ser elegível sem
ter que solicitar o afastamento, porém, caso eleito, será automaticamente
computado como inativo do serviço militar.

Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma


da lei.

O Artigo 4º trata da Capacidade Eleitoral Ativa, ou seja, a capacidade de votar.


“Maiores de 18 anos” é a regra geral, porém, como veremos posteriormente, há a
faculdade de os maiores de 16 anos e menores de 18 se alistarem.

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:

I - Os analfabetos;
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II - Os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.

Os incisos I e II são inconstitucionais, portanto, inaplicados.

Os analfabetos, segundo a CF/88, em verdade possuem alistamento FACULTATIVO.

Os habitantes nacionais que não souberem se exprimir na língua nacional, indígenas


no caso, possuem também seu direito de voto, não sendo aplicado ao todo o inciso
II. Entretanto, é sabido que estes mesmos indígenas, para outros fins de direito, são
considerados absolutamente incapazes.

Também não se podem alistar como eleitores os Estrangeiros e os Conscritos


(militares convocados para serviço).

Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a


oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas
militares de ensino superior para formação de oficiais.

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro


sexo, salvo:

I - Quanto ao alistamento:

a) os inválidos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os que se encontrem fora do país.

Da lista acima, apenas os MAIORES DE 70 ANOS POSSUEM ALISTAMENTO


FACULTATIVO. Isso se dá pois (I) o termo inválido não possui mais uso no direito
pátrio, mas sim deficiência. Dessa forma, todos os Deficientes que possuírem
Capacidade Civil também possuirão a obrigação de voto.

(III) – Os que se encontrarem fora do País, por sua vez, DEVERÃO votar nos consulados
brasileiros (Voto Obrigatório), mas apenas para o cargo de Presidente da República.

II - Quanto ao voto:

a) os enfermos;

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b) os que se encontrem fora do seu domicílio;

c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

Vemos acima os inexigíveis da obrigação de votar: enfermos, ausentes de seus


domicílios e funcionários em serviço. Os três, portanto, deverão justificar a ausência
perante o Cartório Eleitoral.

Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até
30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez)
por cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na
forma prevista no art. 367.

A Lei 6.091/74, que dispõe sobre procedimentos de justificação de voto dispõe que
devem a justificação deve ser feita em 60 DIAS, e, por ser lei posterior ao Código
Eleitoral, o derrogou nesse ponto.

JUSTIFICAR VOTO Até 60 dias.

§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de


que se justificou devidamente, não poderá o eleitor:

I - Inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou


empossar-se neles;

II - Receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego


público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas,
institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo
ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente
ao da eleição;

III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados,


dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;

IV - Obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas


econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem
como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja
administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos;

V - Obter passaporte ou carteira de identidade;


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VI - Renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo
governo;

VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou
imposto de renda.

OBRIGAÇÃO DE VOTAR

NÃO VOTOU

NÃO JUSTIFICOU

NÃO PODERÁ:
I - Inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se
ou empossar-se neles;
II - Receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou
emprego público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais,
empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas
pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo
mês subsequente ao da eleição;
III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos
Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas
autarquias;
IV - Obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas
econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem
como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja
administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
V - Obter passaporte ou carteira de identidade;
VI - Renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado
pelo governo;

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VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar
ou imposto de renda.

§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados


nos arts. 5º e 6º, sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos
relacionados no parágrafo anterior.

§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados, será


cancelada a inscrição do eleitor que não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não
pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última
eleição a que deveria ter comparecido.

§ 4o O disposto no inciso V do § 1o não se aplica ao eleitor no exterior que requeira


novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil.

Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado


que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira,
incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do salário-mínimo da
região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral através de selo federal
inutilizado no próprio requerimento.

Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição
eleitoral até o centésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que
completar dezenove anos.

Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos arts. 7º e 8º


incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários-mínimos vigentes na zona eleitoral ou
de suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias.

Este artigo fala sobre os funcionários públicos que, sabendo do impedimento


do cidadão que não votou, nem justificou, não tomam as medidas cabíveis de
cerceamento dos direitos elencados nos Artigos 7º e 8º.

Como exemplo, imaginemos que algum funcionário público não verifique a


situação eleitoral de João, que deseja participar de um concurso público. Neste caso,
o funcionário público deverá pagar a multa definida no Artigo 9º desta Lei.

Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por motivo justificado
e aos não alistados nos termos dos artigos 5º e 6º, nº 1, documento que os isente
das sanções legais.

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