DIREITO ELEITORAL - Elegibilidade e Inelegibilidade

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DIREITO ELEITORAL

CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA - ELEGIBILIDADE


Capacidade eleitoral passiva – aptidão para ser
eleito
ELEGIBILIDA Condições – CF/88 e legislação complementar;
DE Elegibilidade a “conta gotas” – a questão da idade
mínima;
Condições/Requisitos constitucionais (mínimos)
ELEGIBILIDADE
Art. 14 - § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;           
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
ELEGIBILIDADE

Nacionalidade – questão Portugal


Pleno exercício dos direitos políticos – adquiridos no alistamento / ver casos de
perda ou suspensão
- como comprovar o pleno exercício?
Domicílio Eleitoral – qual marco temporal para contagem do prazo?
  
ELEGIBILIDADE
Lei 9.504
Art. 9º  Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na
respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo.
Art. 11 - § 10.  As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser
aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas
as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a
inelegibilidade.
Resoluções TSE
Eleições 2018 – contar da data da eleição.   
ELEGIBILIDADE
Filiação Partidária
- Fontes principais: CF/88, Lei 9.504, Lei 9.096, Resoluções TSE e Estatutos
- art. 14, §3º, V cc Lei 9.504, Art. 11 § 14 (É vedado o registro de candidatura
avulsa, ainda que o requerente tenha filiação partidária)
- RE 1238853 STF  CF/88 versus Convenção Americana DH
Lei 9.504/1997 - Art. 4º  Poderá participar das eleições o partido que, até seis
meses antes do pleito, tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de
direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto.
ELEGIBILIDADE
-Filiação partidária  vínculo jurídico (Art. 16 a 22-A Lei 9.096/1995 + Estatutos);
-Perda de mandato por desfiliação partido (minirreforma 2015);
Art. 22-A.  Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo
qual foi eleito.
Parágrafo único.  Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;               
II - grave discriminação política pessoal; e          
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido
em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.                    
ELEGIBILIDADE
Banco de dados – informes anuais ao TSE
- Duplicidade ou pluralidade de filiações? - LPP, art. 22, parágrafo único;
Idade Mínima
- incongruências práticas – substituições em caso de impedimento ou
vacância.
-L.E, art. 11, § 2º  data da posse.
-alguma doutrina dissonante  data da eleição  vontade constitucional
e ato de escolha;
ELEGIBILIDADE

A ONDA MILITAR NA POLÍTICA PARTIDÁRIA BRASILEIRA

“E O MOURÃO????”
ELEGIBILIDADE
De qual militar nós estamos falando?
- Art. 142, § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes,
além das que vierem a ser fixadas em lei.
- Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.
- § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier
a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º,
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.  
ELEGIBILIDADE

Militar da ativa não pode estar filiado a partido político (Art. 142, V, §
3º, CF/88);
E então como eles podem ser eleitos? – Resolução TSE nº
21.787/2004).
ELEGIBILIDADE
Art. 14 - § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.
ELEGIBILIDADE
J.J.Gomes: “Na condição de agregado ou adido, o militar deixa de
ocupar vaga na escala hierárquica da organização a que serve,
embora continue a figurar no respectivo registro militar, sem número,
no mesmo lugar que até então ocupava (vide Estatuto dos Militares,
arts. 80 e 84). Não sendo eleito, retorna à caserna, reassumindo seu
posto. Se eleito, passa, automaticamente, à inatividade no ato da
diplomação.”
- Militar na reserva – necessidade de filiação partidária
ELEGIBILIDADE
Possibilidade de arguição judicial quando da falta de condições de
elegibilidade
- afirmação de ofício ou por provocação (AIRC);
- Justiça Eleitoral e competência territorial;
- não existe prazo  caso venha a ser eleito, RCED;
Perda superveniente das condições de elegibilidade (pós registro de
candidatura)
- de ofício (matéria de ordem pública) ou por provocação;
INELEGIBILIDADE
A INELEGIBILIDADE – “impedimento ao exercício da cidadania passiva, de
maneira que o cidadão fica impossibilitado de ser escolhido para ocupar
cargo político-eletivo.” (Gomes, 2018)
- defesa dos princípios eleitorais (democracia, republicano, moralidade,
legitimidade, etc)

Fontes – CF e lei complementar (64/90)


INELEGIBILIDADE
ART 14 - CF / 88
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subseqüente.              (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
INELEGIBILIDADE
 

ART 14 - 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de


inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra
a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
ou emprego na administração direta ou indireta.   

LEI COMPLEMENTAR 64/90


INELEGIBILIDADE
NATUREZA JURÍDICA
- STATUS DE DIREITO PÚBLICO (capacidade de ser elegível ou não) – IMPOSIÇÃO
DE RESTRIÇÃO A DIREITOS FUNDAMENTAIS;
- adequação do indivíduo ao regime jurídico eleitoral – não há direito adquirido
ao regime jurídico;

FUNDAMENTO
Inelegibilidade-sanção (efeito direto e imediato; efeito secundário) /
inelegibilidade-status (situações art. 14, §§ 4 a 7 e outros – caso MP e juízes)
INELEGIBILIDADE
CARACTERÍSTICAS
- necessidade de reconhecimento da inelegibilidade (declaração oficial) – LE (art.
11, §10) : “as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da
formalização do pedido de registro da candidatura”
- necessidade de norma legal (Lei complementar), de ordem pública;
- necessidade de estabelecimento de requisitos temporais;
- ato personalíssimo;
- interpretação restrita;
- direta ou reflexa;
INELEGIBILIDADE

– incompatibilidade x inelegibilidade /  impedimento decorrente


do exercício de cargo, emprego ou função públicos.
- finalidade – res publica
- desincompatibilização  CF e LC / OBS – cargos sem necessidade
de desincompatibilização
INELEGIBILIDADE
HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE
1 – Inelegibilidade dos inalistáveis;
2 – inelegibilidade dos analfabetos – Justiça Eleitoral e as concepções restritas sobre analfabetismo / Prova:
documento de escolaridade. E na sua falta?
- é titular de documento que enseja presunção de escolaridade. Súmula TSE nº 55: “A Carteira Nacional de
Habilitação gera a presunção da escolaridade necessária ao deferimento do registro de candidatura”.
- declaração de próprio punho perante a autoridade eleitoral. Note-se que a declaração deve ser produzida
perante a autoridade. A jurisprudência já considerou que a mera assinatura em documentos é insuficiente
para provar a condição de alfabetizado do candidato (TSE – REspe nº 21.958/SE – PSS 3-9-2004).
- prova ou teste. Para que se considere alfabetizada, basta que a pessoa possa “ler e escrever, ainda que de
forma precária” (TSE – AgR-REspe nº 90.667/RN – PSS 8-11-2012) ou “minimamente” (TSE – AgR-REspe nº
424.839/SE – DJe, t. 170, 4-9-2012, p. 50).
INELEGIBILIDADE
3 – inelegibilidade por motivos funcionais - artigo 14, § 5º / situações
4 – inelegibilidade reflexa
“§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.”
- não alcança vice
- pode haver chapa formada pelos cônjuges ou companheiros (TSE – Res. nº 23.087 – DJe 1º-9-
2009, p. 48). / e também entre outros parentes.
INELEGIBILIDADE
Resolução TSE nº 22.156/2006: “O cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo
grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de Estado, de território, ou do
Distrito Federal são inelegíveis para sua sucessão, salvo se este, não tendo sido reeleito, se
desincompatibilizar seis meses antes do pleito.” Regra idêntica foi prevista no artigo 15, § 2º, da
Resolução TSE nº 22.717/2008.
- sucessão de cargos pela família através de desincompatibilização do cargo. Eventual terceiro
mandato por membro de mesmo grupo familiar. NÃO PODE. (TSE – Cta nº 11.726/DF – DJe 12-9-
2016, p. 36-37).
SÚMULA 6 TSE - São inelegíveis para o cargo de chefe do Executivo o cônjuge e os parentes,
indicados no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se este,
reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até seis meses
antes do pleito.
INELEGIBILIDADE
Súmula Vinculante nº 18 : “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do
mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.”
- E SE FOR O/A AMANTE? (Precedentes: Recurso Ordinário nº 1.101, Rel. Min. Carlos Ayres Britto,
DJ de 2-5-2007; Recurso Especial Eleitoral nº 23.487, Rel. Min. Caputo Bastos, sessão de 21-10-
2004; Recurso Especial Eleitoral nº 24.417, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 13-10-2004; Consulta nº
845, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 8-5-2003)” (TSE – Res. nº 22.784 – JTSE 2:2008:212
- e o divórcio, separação (judicial ou de fato) durante um mandato?
- situação diversa: a viuvez (sem possibilidade de um “terceiro mandato”)
- Súmula TSE nº 12: “São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o cônjuge
e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do município-
mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato eletivo.”
INELEGIBILIDADE
- OS CASOS DA LEI COMPLEMENTAR 64/90;
- diferença entre inelegibilidades constitucionais e inelegibilidades
infraconstitucionais  preclusão
- três princípios:
(a) proteção da probidade administrativa;
(b) proteção da moralidade para exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato;
(c) preservação da normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na Administração direta ou indireta.
INELEGIBILIDADE
1. Inelegibilidades legais absolutas (art. 1º, I)
1.1 Perda de mandato legislativo – regras do artigo 55, I e II CF e
respectivas legislações dos demais entes federados;
1.2 Perda de mandato executivo – “infringência a dispositivo da
Constituição Estadual ou Lei Orgânica” – crime de responsabilidade
(impeachment)
- e a Dilma? Art. 52, § único, CF – inabilitação ≠ inelegibilidade
INELEGIBILIDADES
1.3 abuso de poder econômico ou político
- qualquer pessoa;
- finalidade eleitoral;
- “representação”  ação judicial;
- quando começa e quando termina? Súmula TSE nº 19, que reza: “O prazo de
inelegibilidade decorrente da condenação por abuso do poder econômico ou
político tem início no dia da eleição em que este se verificou e finda no dia de
igual número no oitavo ano seguinte (art. 22, XIV, da LC nº 64/90)”.
- as diferenças para a alínea h, I, artigo 1º da LC 64/90.
INELEGIBILIDADE
1.4 Condenação criminal (art. 1º, I, e)
- suspensão dos direitos políticos como premissa;
- LC 64 e ampliação do rol de punição e do prazo de inelegibilidade
“os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da
pena, pelos crimes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o
patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os
previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais,
para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que
houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de
lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins,
racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra
a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando”.
INELEGIBILIDADE
- e os outros crimes? Não gera essa inelegibilidade da alínea e?
- irrelevante o caráter da pena  Súmula TSE nº 61: “O prazo concernente à hipótese de
inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90 projeta-se por oito anos após o cumprimento da
pena, seja ela privativa de liberdade, restritiva de direito ou multa”.
- Tribunal do Juri como órgão colegiado – TSE - REspe nº 61.103/RS – DJe 13-8-2013;
- Súmula TSE nº 59: “O reconhecimento da prescrição da pretensão executória pela Justiça Comum
não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, e, da LC nº 64/90, porquanto não extingue os efeitos
secundários da condenação”.
- extinção da pretensão executória versus extinção da pretensão punitiva
- Súmula TSE nº 58: “Não compete à Justiça Eleitoral, em processo de registro de candidatura, verificar
a prescrição da pretensão punitiva ou executória do candidato e declarar a extinção da pena imposta
pela Justiça Comum.”
INELEGIBILIDADE
- e o réu em processo criminal? É inelegível?  ADPF nº 144/DF (2008)
1.6 Rejeição de Contas
“os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade
administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver
sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8
(oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no
inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição”
INELEGEBILIDADE
- Justiça eleitoral deve apenas analisar os fatos que tem conhecimento e ver
enquadramento legal;
- incide também sobre o ordenador de despesas (servidor públicos);
- Requisitos:
1. a existência de prestação de contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas;
2. o julgamento e a rejeição ou desaprovação das contas;
3. a detecção de irregularidade insanável;
4. essa irregularidade caracterize ato doloso de improbidade administrativa;
5. decisão irrecorrível no âmbito administrativo;
6. emanada do órgão competente para julgar as contas.
INELEGIBILIDADE
- não há necessidade de condenação em improbidade administrativa  função de
estruturação da inelegibilidade;
- juízo da insanabilidade e do ato improbo pela Justiça Eleitoral
- irrecobilidade em âmbito administrativo / quem é o órgão competente?
- marco inicial – data da publicação da decisão.
1.7 Abuso Poder Político/Econômico por agente público
“os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que
beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem
condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado,
para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que
se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes”.
INELEGIBILIDADE
Requisitos
(1) existência de abuso de poder econômico ou político;
(2) a qualidade de agente público do autor do abuso de poder;
(3) a finalidade eleitoral do abuso, de modo a carrear benefício ao próprio agente ou a
terceiro;
(4) a existência de condenação judicial do autor do abuso em decisão transitada em julgado
ou proferida por órgão colegiado.
OBS: alínea d objetiva impedir a candidatura dos beneficiários da conduta abusiva,
tornando-os inelegíveis “para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados”
ABUSO DE PODER RELIGIOSO?????????
INELEGIBILIDADES
1.8 Abuso de Poder - 1º, I, j, da LC nº 64/90
“os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado
da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação
ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em
campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito)
anos a contar da eleição.”
- casos incluídos pela Lei da Ficha Limpa (previstas antes em leis ordinárias - ilicitudes);
- art. 14 § 10, CF /88. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
- inelegibilidade não é aferida no momento da prolação da decisão, mas sim no registro (art. 11,
§10, LE)
INELEGIBILIDADES
- outras sanções (multa)  não gera inelegibilidade;
- “a contar da eleição”  marco inicial do prazo:
“Inelegibilidade – Prazo – Artigo 1º, alínea j, da Lei Complementar nº 64/1990. Tendo em conta
o disposto na alínea j, do artigo 1º da Lei Complementar nº 64/1990, o prazo de inelegibilidade
não coincide com a unidade de tempo de 1º de janeiro a 31 de dezembro, mas com a data da
eleição. [...] O contido, em termos de prazo, na parte final da alínea j, revela termo inicial
definido com clareza solar, para saber-se da extensão da inelegibilidade, sobressaindo a
alusão não à unidade de tempo de 1º de janeiro a 31 de dezembro, mas à data da eleição.
Refere-se à inelegibilidade pelo período de oito anos, a contar do escrutínio. Não se pode,
observada a interpretação do preceito, alcançar resultado que acabe por elastecer o prazo
estabelecido” (TSE – REspe nº 84-50/BA – DJe 6-3-2014 – excerto do voto do relator). “
INELEGIBILIDADES
1. 9 Renúncia ao mandato eletivo - art. 1º, I, k
- renúncia por conta de oferecimento de representação ou petição capaz de
autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da CF, CE e Lei
Orgânica (Ficha Limpa); / relação de causa e efeito;
- renúncia mesmo que o processo não tenha sido ainda instaurado – “capaz”;
- art. 55, §4, CF – parlamentar que renuncia – possibilidade de incidência da
alínea b; - ARTHUR DO VAL, 2022
INELEGIBILIDADES
1.10 Improbidade Administrativa
“os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa
que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o
trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena”.
- lei 8.429/92
- condenação por lesão ao patrimônio e enriquecimento ilícito? Jurisprudencia TSE
1.11 – Demissão do servidor público
“os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou
judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou
anulado pelo Poder Judiciário”.
INELEGIBILIDADES
2. INELEGIBILIDADES RELATIVAS (artigo 1º, II a VII )
- Impedimentos a alguns cargos / situações funcionais que exigem desincompatibilização;
- não se desincompatibilizando no prazo (3 a 6 meses), vários podem arguir a
inelegibilidade;
- ATENÇÃO – servidores públicos (1º, II, l) – prazo SEMPRE de 3 meses, independentemente
do cargo (estatutário ou comissionado); / TSE – REspe nº 12.418/ PI – DJe 1º-7-2013. –
servidor federal e estadual não precisam se desincompatibilizar para eleição municipal, mas
apenas aqueles que não exerçam a função NO MUNICÍPIO;
- integrante da OAB? - “cargo ou função de direção, administração ou representação” (TSE
2014)
- E apresentadores de TV? - artigo 45, § 1º, da Lei nº 9.504/97
INELEGIBILIDADES
3. MOMENTO DE AFERIÇÃO DAS INELEGIBILIDADES
- Formalização do requerimento de candidatura (art. 11, §10, LE);
- e se a inelegibilidade vier/for constatada posteriormente ? RCED (art. 262, C.E);
- MAS O QUE É INELEGIBILIDADE SUPERVENIENTE?
Súmula 47 – TSE - “A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição
de recurso contra expedição de diploma, fundado no art. 262 do Código Eleitoral,
é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, superveniente ao
registro de candidatura, e que surge até a data do pleito.”
- INELEGIBILIDADE CONSTITUCIONAL NÃO PRECLUI
INELEGIBILIDADES

Art. 17. É facultado ao partido político ou coligação que requerer o registro de candidato
considerando inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido
proferida após o termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva Comissão Executiva
do Partido fará a escolha do candidato.

Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República,


Governador de Estado e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-
Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles.

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