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Nathalia Masson
Direito Constitucional - Analista Legislativo – Senado Federal Aula 13
Poder Legislativo
- Somente em âmbito federal o Poder estrutura-se de modo bicameral (uma vez que o
Congresso Nacional é formado pela reunião de duas Casas Legislativas: a Câmara dos
Deputados e o Senado Federal).
Estrutura
- Nas outras esferas da Federação, o Poder é unicameral. Desta forma, em âmbito
estadual cada Estado possui sua Assembleia Legislativa, em âmbito distrital há a Câmara
Legislativa, e em âmbito municipal cada Município possui sua Câmara Municipal.
- Se uma lei complementar for editada e criar um novo TF, ele não será ente federado, por
não possuir autonomia (ele integrará a União), mas terá uma Câmara Territorial, dotada
de atribuição meramente deliberativa, conforme indica o art. 33, § 3º, CF/88 (dispositivo
ainda não regulamentado).
- A eleição das respectivas Mesas é realizada para mandato de dois anos, sendo vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente (art. 57, § 4º,
CF/88). Não é considerada ‘recondução’ a eleição para o mesmo cargo em Legislaturas
diferentes, ainda que sucessivas.
- Em regra, as sessões do Congresso Nacional são bicamerais (cada Casa vota e apura
seus votos em separado).
Sistema Eleitorais
- No Brasil existem dois sistemas eleitorais: o majoritário (que se subdivide em
e considerações
simples/puro e absoluto/dois turnos) e o proporcional.
iniciais
(iv) Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88),
independentemente do seu número de habitantes ele terá 4 representantes na CD (art.
45, § 2°, CF/88);
Composição da
Câmara dos (v) Deputados Federais devem ser brasileiros, natos ou naturalizados;
Deputados (vi) O Presidente da CD deve ser brasileiro nato, necessariamente (art. 12, § 3°, II, CF/88);
(vii) O mandato dos Deputados Federais é de 4 anos (1 legislatura);
(viii) A renovação na CD, a cada eleição, é total (o que significa que podemos alterar os
513 Deputados da legislatura anterior);
(ix) A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 21 anos (art. 14, § 3°, VI, ‘c’,
CF/88).
- A idade mínima deve ser comprovada na data da posse (art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/97).
- O art. 51, CF/88 enuncia um rol de tarefas que são privativas da Casa e serão, em regra,
exercidas através de resolução, que dispensa sanção ou veto presidencial:
Atribuições da - A expressão “em regra” foi utilizada em virtude da atribuição do inciso IV, referente à
Câmara dos iniciativa para apresentação de projeto de lei para a remuneração de seus servidores: a
Deputados CD irá exercer a iniciativa apresentando a proposição legislativa de remuneração dos
cargos, empregos e funções de seus serviços e, depois que a matéria for aprovada nas
duas Casas Legislativas (CD e SF), será encaminhada para a deliberação executiva
(sanção ou veto presidencial).
(iii) A representação para os Estados e DF é paritária (são 3 para cada entidade); (Estado)
(iv) Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88), ele
não terá representantes no SF, já que não será uma entidade federada;
(viii) A renovação no SF, a cada eleição, é parcial (o que significa que nunca poderemos
alterar de uma só vez os 81 Senadores da República; ora renovaremos 1/3 da Casa, ora
2/3)1;
(ix) A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 35 anos (art. 14, § 3°, VI, ‘a’,
CF/88).
- As atribuições privativas do Senado Federal estão descritas no art. 52. CF/88 e serão,
em regra, cumpridas por meio da edição de resolução, que dispensa sanção ou veto
presidencial:
- Não amparam o suplente, pois este não exerce a função, apenas goza de mera
expectativa de no futuro vir a exercê-la.
- São irrenunciáveis.
(i) Declarada pela Casa Legislativa, nos casos dos incisos III, IV e V do art. 55 (art. 55, § 3º).
(ii) Decidida pela Casa Legislativa, nos casos dos incisos I, II e VI do art. 55, em votação
que, desde novembro de 2013 (EC 76), é aberta (art. 55, § 2º).
- A 1ª Turma do STF tem entendido (desde maio de 2017) que quando a condenação
ultrapassar 120 dias em regime fechado, a perda do mandato será uma consequência
lógica da condenação (em razão do disposto no art. 55, III, CF/88).
- A imunidade formal referente a prisão não exclui o crime, antes o pressupõe, e importa
na impossibilidade de o parlamentar federal ser preso, salvo em flagrante pela prática de
crime inafiançável (art. 53, § 2°, CF c/c com art. 5°, XLII a XLIV, CF e artigos 323 e 324 do
CPP).
- O art. 102, I, ‘b’, delimitou (em conjunto com o art. 53, § 1°) que o STF seria competente
para o julgamento dos Congressistas diante do cometimento de qualquer infração penal:
da contravenção ao crime doloso contra a vida, abarcando até os delitos eleitorais.
- Conforme entendimento recente da nossa Corte Suprema (de maio de 2018), as normas
da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função
devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham
sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele.
- Se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal,
Congressistas
não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo
ocupando o cargo de parlamentar federal.
- Mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não
apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro
privilegiado.
- O termo final do foro especial é o encerramento do mandato. No entanto, conforme
fixado pelo STF na questão de ordem da AP 937, após o final da instrução processual, com
a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a
competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o
agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja
o motivo.
Foro especial para os - De acordo com o art. 27, § 1º e o art. 32, § 3º, o foro dos Deputados Estaduais e Distritais
Deputados Estaduais e é o Tribunal de Justiça e decorre da CF/88. No entanto, em razão da previsão da súmula
Distritais 702 do STF, pode ser o TRE ou o TRF, a depender da natureza da infração.
- Em junho de 2021 (no julgamento da ADI 6842), o Supremo Tribunal Federal fez
prevalecer seu entendimento atual, que é contrário à extensão discricionária do rol de
autoridades detentoras do foro por prerrogativa de função – por entender que isso
Foro especial para os
afronta os princípios constitucionais da simetria, da isonomia e do juiz natural. Deste
Vereadores
modo, vereadores (assim como os vice-prefeitos) não mais podem possuir foro especial
por prerrogativa de função perante o Tribunal de Justiça, já que a Constituição Federal a
eles não concedeu e as Constituições estaduais não estão autorizadas a realizar referida
extensão.