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REGIMENTO INTERNO

Considerações Introdutórias
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CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Antes de abordar, de fato, o Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de


Minas Gerais, é necessário ter conhecimento de alguns conceitos introdutórios acerca da
organização do Poder Legislativo, que permitem perceber que alguns pontos trazidos no
regimento interno baseiam-se na Constituição Federal.

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES DE MINAS GERAIS – CEMG

Art. 6º São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.

Este, acima, é um artigo presente na Constituição do Estado de Minas Gerais, mas


também é princípio da República Federativa do Brasil, podendo ser identificado em todos os
regimentos internos do país, presente nas diferentes esferas da organização político-admi-
nistrativa - a única exceção é que, em se tratando de DF, não se fala em 3 poderes, mas em 2.

PODER LEGISLATIVO DE MINAS GERAIS

O Poder Legislativo do Estado de Minas Gerais é exercido pela Assembleia Legislativa


de Minas Gerais (ALMG), uma vez que cada estado possui seu próprio Poder Legislativo. No
âmbito federal, fala-se em Poder Legislativo bicameral, ou seja, constituído de duas câma-
ras: câmara baixa, dos deputados, e câmara alta, o Senado Federal. Logo, em princípio, o
processo legislativo de âmbito federal ou nacional percorre duas casas, uma iniciadora e a
outra como revisora. Em termos estaduais, por outro lado, o Legislativo é unicameral, por-
tanto constituído de uma única câmara.
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Dando continuidade, então, a ALMG é composta por Deputados Estaduais, represen-
tantes do povo, eleitos na forma da legislação federal. A competência dessa assembleia
é, então, atribuída pela Constituição Federal e pela CEMG. Nesse sentido, é interessante
ressaltar que a Constituição Federal brasileira, em seu artigo 1º, parágrafo único, determina
que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
tamente nos termos desta Constituição”, reforçando a questão de como os Deputados Esta-
duais configuram-se como mandatários, representantes da soberania popular.
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DEPUTADOS ELEITOS NA FORMA DA LEGISLAÇÃO FEDERAL

No Brasil, há dois princípios que regulam as eleições: o sistema majoritário, em que,


simplificadamente, quem possui mais votos, ganha, e quem tem menos, perde; e o sistema
proporcional - este último é mais interessante para esta aula, pois é o sistema aplicado para
eleição dos Deputados Estaduais.
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O sistema eleitoral majoritário é aplicado em todos os Poderes Executivos, seja ele fede-
ral, estadual ou municipal, e no Poder Legislativo é aplicado apenas do Senado. Já as casas
legislativas, exceto o Senado, como Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas,
Câmaras Legislativas e Câmara Municipal, o sistema empregado é o proporcional, em que
nem sempre o mais votado ganha ou o menos votado perde. Isso se dá porque as vagas são
distribuídas proporcionalmente aos membros do partido, conforme a distribuição dos votos.

SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL

Neste sistema, primeiro calcula-se o quociente eleitoral e, depois, distribuem-se as vagas


pelos partidos, observando a ordem de votação.

Cálculo do Quociente Eleitoral

O quociente eleitoral é o resultado da divisão entre o número de votos válidos - ou seja,


dispensa os votos em branco, os votos nulos e as ausências - e o número de vagas. Em
termos estaduais, Minas Gerais tem, hoje, aproximadamente 16.000.000 de eleitores, sendo
o segundo maior colégio eleitoral do país. Supondo que todos compareçam às eleições, não
havendo votos em branco ou nulos e, considerando que existem 77 vagas na Assembleia
Legislativa, o cálculo do quociente eleitoral seria o seguinte:

N. de votos válidos/N. de Vagas na ALMG


16.000.000/77 = cerca de 207.000

Na medida em que o partido somar 207.000 votos, ele ocupa 1 cadeira na assembleia.
Dessa forma, ao somar 414.000 votos, ocupa 2; ao somar 621.000, ocupa 3 cadeiras e assim
sucessivamente. Para entender uma situação muito comum, imagine a seguinte situação: o
partido tem um candidato que é um grande puxador de votos e, sozinho, teve 450.000 votos.
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Dessa forma, ele conseguiu eleger-se e, ainda, eleger mais um candidato do partido, justa-
mente por isso, é possível que um candidato com 50.000 votos seja eleito e um com 80.000,
por exemplo, não seja - por estar em um partido que não alcançou o quociente eleitoral
necessário.
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A lógica por trás deste sistema é que o eleitorado votará no candidato, mas vota, ainda,
na ideologia que aquele candidato representa e em seu partido, que possui um determinado
escopo ideológico. Como uma crítica paralela, é possível questionar o exercício desse sis-
tema no Brasil pois, por muitas vezes, os partidos não têm uma identidade ideológica dada a
pulverização partidária, diferentemente dos EUA, por exemplo.
Sendo assim, retomando, caso o partido alcance 3 vezes o quociente eleitoral, serão
eleitos seus 3 candidatos mais votados. O 4º, 5º e 6º mais votados são, automaticamente,
suplentes dos 3 eleitos. Se o partido não alcançar o quociente eleitoral, logicamente, não há
nenhum eleito.

REGRAS DA CF A SEREM APLICADAS NA ALEMG

Há um dispositivo muito importante da Constituição Federal que estabelece regras a


serem adotadas na Câmara dos Deputados e que, de igual forma, devem ser aplicadas nas
Assembleias Legislativas estaduais. O dispositivo é o artigo 27, abaixo:
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Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representa-


ção do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

Há, portanto, vários pontos do artigo 27 que são aplicados na Câmara dos Deputados
em Brasília e que, de forma reflexa, são aplicados nas Assembleias Legislativas. Porém, no
caput do artigo, fala-se especificamente da composição das Assembleias Legislativas. O
número de deputados estaduais, então, está relacionado com o número de deputados fede-
rais que aquele estado em questão tem. Por sua vez, o número de deputados federais que
cada estado possui, relaciona-se com o tamanho da sua população: quanto maior a popula-
ção, maior a representação na Câmara dos Deputados. Nesse sentido, a Constituição esta-
belece um limite mínimo de 8 e um máximo de 70, ou seja, por menor que seja a população
do estado, ele ainda conta com, ao menos, 8 deputados federais e, consequentemente, por
maior que seja sua população, o estado não pode contar com mais de 70 deputados federais.
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Nesse intervalo, por exemplo, existem estados como São Paulo, que possui 70 deputados
federais; Minas Gerais, com 53; Rio de Janeiro, com 46; Bahia, com 39 e assim por diante,
até chegar nos estados que contam apenas com 8 deputados, como Rondônia, Amapá, Rio
Grande do Norte, Roraima ou o DF, por exemplo.
Logo, o número de deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais está direta-
mente relacionado ao número de deputados federais que o estado possui em Brasília. De
forma concreta, MG conta com 53 deputados federais.
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Sabendo disso e relendo o artigo 27 acima, é possível calcular o número de deputados
estaduais. Logo, se o estado tem entre 8 e 12 deputados federais, apenas multiplica-se por
3 para encontrar o valor exato. Por exemplo:

se 8 = 24; se 10 = 30; se 12 = 36

Passando do limite de 36, ou seja, se o estado tem mais de 13 deputados federais, o cál-
culo, a caráter de exemplo é feito da seguinte forma:

São Paulo tem 70 deputados federais, logo: 70-12 = 58 ∴ 58+36 = 94;


Se Minas Gerais tem 53, logo: 50-12 = 41 ∴ 41+36 = 77.

De forma mais simples, é possível calcular o número de deputados estaduais apenas


somando 24 ao número de deputados federais, como:

se 70 = 94; se 46 = 70; se 39 = 63
30m

Finalmente, apesar desse número poder ser alterado a partir da composição de deputa-
dos federais do estado, a composição da ALEMG conta com 77 deputados estaduais, pois
53+24 = 77.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Mário Elesbão.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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