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APOSTILA DISCIPLINA DE

ÉTICA E CIDADANIA
I TRIMESTRE
Prof° Tacio Lacerda

9º ano

MEDEIROS NETO, 2023.


Como funciona a divisão
dos 3 Poderes no Brasil
Você sabia que a divisão de poderes classicamente adotada no Brasil foi criada por Montesquieu? A
separação dos 3 poderes em executivo, legislativo e judiciário é uma teoria proposta por esse
pensador iluminista em sua obra “O espírito das leis”, em que ele descreve e cria fundamentos sobre
como seria uma organização política liberal. A premissa para esse modelo é a de que, para que não
sejam criados governos absolutistas com características ditatoriais, cada um dos 3 poderes tem
autonomia para exercer o seu papel e liberdade para fiscalizar os outros poderes.
Agora que você já sabe a origem dos 3 poderes, vamos entender melhor a função de cada um deles.

Poder executivo: O poder executivo é responsável por administrar o país, realizar políticas
públicas que sejam de interesse da população e aplicar as leis.
O poder executivo pode ser dividido em 3 esferas, que são: federal, estadual e municipal. A federal é
representada pelo Presidente da República, a estadual pelo Governador e a municipal pelo Prefeito.
O acesso à essas posições é dado pela eleição direta da população, por vivermos em um país
democrático.
Um ponto importante no caso do executivo é que, cada representante tem autonomia suficiente para
nomear ministros e secretários para auxiliar o seu governo. Desta forma, esses cargos são de
confiança e não eleitos pela população e cumprem a função de elaborar e executar políticas públicas
na sua área de atuação.

Poder legislativo: O legislativo tem como função ordenar e criar leis para o país, além de julgar
e fiscalizar as políticas do Poder Executivo. O legislativo também pode ser dividido pelas 3 esferas
(federal, estadual e municipal). Na esfera federal, o poder legislativo é composto pela Câmara dos
Deputado, que tem como obrigação criar leis, e o Senado Federal, que também pode criar leis, mas
tem como objetivo principal revisar e analisar todas as propostas de leis trazidas pela Câmara.
Quando pensamos no âmbito estadual, o legislativo vem representado pelos deputados estaduais e
no municipal pelos vereadores, ambos têm como objetivo a criação de leis estaduais e municipais,
respectivamente, assim como a fiscalização do executivo.

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Poder judiciário: O judiciário é o responsável por julgar através das leis criadas pelo legislativo e pela
constituição do país. Os órgãos que compõem o poder judiciário são:

 Supremo Tribunal Federal (STF): é o órgão máximo do Judiciário, composto por 11 ministros
indicados pelo Presidente da República, que também devem ter aprovação do Senado. Esses são
os únicos ministros que fazem parte do judiciário e do executivo, por não ser um cargo
concursado e sim de confiança. O Supremo deve zelar pelo cumprimento da Constituição e dar a
“voz final” em conflitos que envolvam normas constitucionais.

 Superior Tribunal de Justiça (STJ): está abaixo do STF e julga causas criminais que envolvam
pessoas que estão em cargos com o “foro privilegiado”, são eles desembargadores, governadores
estaduais, Juízes de Tribunais Regionais Federais, Eleitorais e Trabalhistas, Ministros e outras
autoridades.

 Justiças Estaduais: cada estado é tem o seu Tribunal de Justiça (TJ) e os Juízes Estaduais. Os
integrantes do TJ são os chamados desembargadores (juízes de segunda instância) e podem
contestar e avaliar a decisão de juízes estaduais (primeira instância).

TRÊS NÍVEIS DE GOVERNO: O QUE FAZ O FEDERAL, O ESTADUAL E O MUNICIPAL?

A administração do Estado brasileiro é dividida em três níveis de governo: federal, estadual e


municipal. Todos os estados (incluindo o Distrito Federal) e os municípios são membros da Federação
– estes últimos a partir da Constituição de 1988 – e, assim, tem suas administrações com diferentes
níveis de autonomia. Conforme definido na Constituição, os limites dessa autonomia determinam os
assuntos que podem ser legislados e os limites de ação do Executivo. Desse modo, não há hierarquia
entre eles e, ao contrário do que muitos imaginam, o Presidente da República não manda nos
governadores, que também não mandam nos prefeitos. No Brasil, existem 26 estados-membros, um
Distrito Federal e 5.570 municípios, cada um com um chefe do Executivo e parlamentares.

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A DIVISÃO DE
RESPONSABILIDADES
Você sabe como funciona a representatividade dos estados e municípios, na composição do governo

federal?

É interessante notar que a quantidade de vereadores no Brasil muda bastante entre as eleições

municipais, pois os municípios podem aumentar ou reduzir a quantidade de vereadores respeitando

o limite máximo constitucional (mínimo de 9 e máximo de 55) que é estabelecido proporcionalmente

à população do município. Como a população dos municípios tende a aumentar com o tempo, o

mesmo ocorre com o número máximo permitido de vereadores. No entanto, há municípios que

escolhem não usar todas as vagas que a Constituição permite – mas é uma decisão pouco comum.

Já a quantidade de deputados federais é fixa em 513, alterando-se somente a distribuição das vagas

pelos estados-membros de acordo com as variações populacionais, uma vez que esta distribuição é

proporcional à população de cada estado. A quantidade de deputados federais de cada estado

determina, proporcionalmente, a quantidade de deputados estaduais nas Assembleias Legislativas.

Com tantas pessoas em cargos eletivos no Brasil, é justo que as responsabilidades do Estado

sejam compartilhadas entre os níveis. É nessa hora que muitos brasileiros se confundem e culpam os

políticos errados pelos problemas. Vejamos a seguir quais são as responsabilidades de cada nível e a

quem devemos cobrar para melhorar cada serviço público.

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Agora que sabemos o que os três níveis de governo fazem, não adianta culpar o Presidente da
República pela falta de segurança pública se quem comanda as polícias Civis e Militares é
o governador, nem reclamar da precariedade dos postos de saúde e das escolas de ensino
fundamental se estas são responsabilidades do prefeito. O fato de o governo federal repassar
verbas aos estados e municípios, por meio de repasses obrigatórios pela lei ou por convênio de
programas federais, não isenta os prefeitos e governadores de aplicá-las corretamente.
Ao contrário do senso comum, a maioria dos assuntos e serviços públicos que afetam mais
diretamente a população são aqueles de responsabilidade dos níveis estadual e municipal. Para
financiar esses governos, existem impostos que são recolhidos por cada nível da administração.
Embora a União seja a responsável por arrecadar a maior parte dos impostos no Brasil, uma parte
deles é repassada aos estados e municípios, como mostrou a tabela abaixo.

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