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Avaliação de Dto Constitucional II

1) Quais são os órgãos que compõem o Poder Judiciário?


Resposta: Conforme disposto no art. 92 da Constituição Federal, são órgãos do Poder
Judiciário:
(i) o Supremo Tribunal Federal (composto por 11 ministros);
(ii) o Conselho Nacional de Justiça (composto por 15 membros);
(iii) o Superior Tribunal de Justiça (composto por, no mínimo, 33 ministros);
(iv) o Tribunal Superior do Trabalho (composto por 27 ministros);
(v) os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
(vi) os Tribunais e Juízes do Trabalho;
(vii) os Tribunais e Juízes Eleitorais;
(viii) os Tribunais e Juízes Militares;
(ix) os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

2) No que consiste o "quinto constitucional"?


Resposta: A regra do “quinto constitucional” afirma que um quinto dos membros de
determinados tribunais brasileiros sejam compostos por advogados e membros do
Ministério Público Federal ou Estadual, a depender se Justiça Federal ou Estadual.

Conforme o art. 94 da CF/88, in verbis, “um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto
de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados
de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das
respectivas classes.”

Com a Emenda Constitucional nº 45/2005, o Tribunal Superior do Trabalho e os


Tribunais Regionais do Trabalho também passaram a seguir essa regra (art. 111-A, I, e
art. 115, I).

3) Qual a composição do STJ?


Resposta: Conforme disposto no art. 104 da CF/88, o Superior Tribunal de Justiça
compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros, os quais serão escolhidos e
nomeados pelo Presidente da República a partir de lista tríplice, dentre brasileiros com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.

A origem dos ministros do STJ será de um terço dentre desembargadores dos


Tribunais Regionais Federais, um terço dentre desembargadores dos Tribunais de
Justiça e um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério
Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente.

4) Após a leitura do texto disponível no link que segue, compare a forma de nomeação
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal com os da Suprema Corte britânica e
explicite sua opinião sobre o tema. Texto:
https://www.conjur.com.br/2019-out-01/escolha-ministros-suprema-corte-britanica-
exaltada-eua
Resposta: No modelo de nomeação dos ministros do Supremo Tribunal Federal
adotado no Brasil, a indicação da pessoa cabe apenas ao presidente da República,
havendo algumas exigências para a escolha: que seja brasileiro nato, maior de 35 e
menor de 65 anos, com notório saber jurídico e reputação ilibada. Após a indicação, o
escolhido deverá ser sabatinado pelo Senado Federal, que pode rejeitar a escolha.
Aprovado por maioria absoluta, ele é empossado.

Tal modelo pressupõe que a indicação do nome pelo Poder Executivo e referendando
pelo Poder Legislativo, confere um equilíbrio entre os Poderes na escolha, além de
garantir amparo político. Entretanto, possui diversas críticas, como, por exemplo, o
poder excessivo do presidente na escolha, baseado apenas em critérios subjetivos,
poderia prejudicar a independência do Supremo.
Além disso, muito se questiona sobre o real papel da sabatina na análise do indicado,
posto a ausência de discussões profundas sobre temas polêmicos, limitando-se a
questionamentos formais e protocolares.
A título comparativo, nos Estados Unidos a sabatina pode durar dias, ou mesmo
meses, sendo um processo contínuo de debates. Ao passo que no Brasil, das últimas
16 sabatinas realizadas, apenas 4 duraram mais de 5 horas (9 delas, menos de 5
horas).

Nosso modelo é oriundo do existente nos Estados Unidos da América. Assim, tal qual
o norte americano, os interesses políticos e ideológicos são fatores determinantes
para a nomeação, pois os requisitos são pautados em discricionariedade (vide o termo
“terrivelmente evangélico” utilizado pelo presidente do Brasil ao se referir àquele que
seria seu próximo indicado).

Já no sistema britânico, é possível perceber um maior distanciamento político na


nomeação, haja vista todo o processo de seleção ser administrado por uma comissão,
a qual indica um nome com base nos critérios de mérito e experiência, após um
sistema de consulta a juízes experientes e de outras autoridades do judiciário.

Embora no Reino Unido, pelo princípio da soberania do parlamento, o modelo de


freios e contrapesos da separação de poderes não encontre ressonância e a Suprema
Corte seja muito mais limitada em seus poderes de controle judicial do que o STF, o
sistema adotado por eles mostra-se muito mais preocupado em zelar pelo bom
funcionamento e pela credibilidade do Poder Judiciário que o nosso.

Acredito que nosso sistema deveria passar por um processo de reforma,


aproximando-se mais do modelo britânico. Se para ascender na magistratura são
utilizados os critérios de antiguidade e merecimento, penso que para concorrer à vaga
de ministro do STF deveria observar critérios similares, a fim de afastar a
discricionariedade e elevada concentração de poder existente no nosso sistema atual.

5) Quais são os órgãos que compõem a Justiça Eleitoral?


Resposta: Conforme disposto no art. 118 da CF/88, são órgãos da Justiça Eleitoral:
(i) o Tribunal Superior Eleitoral (composto de, no mínimo, de sete membros, sendo três
juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dois juízes dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça);
(ii) os Tribunais Regionais Eleitorais (havendo um Tribunal Regional Eleitoral na
Capital de cada Estado e no Distrito Federal);
(iii) os Juízes Eleitorais;
(iv) as Juntas Eleitorais.

6) Qual a composição dos Tribunais Regionais Eleitorais?


Resposta: De acordo com o art. 120 da CF/88, os Tribunais Regionais Eleitorais são
compostos por sete juízes, sendo:
(i) quatro eleitos pelo voto secreto, dos quais dois serão dentre os desembargadores
do Tribunal de Justiça e dois dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de
Justiça;
(ii) um oriundo do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no
Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo
Tribunal Regional Federal respectivo;
(iii) dois nomeados pelo Presidente da República, dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

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