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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

O conselho Nacional de justiça é uma instituição cuja finalidade é aprimorar o sistema judiciário
nacional. Criado em 2004 e instalado em 2005, o enforque de sua atuação se concentra no
controle e na transparência administrativa e processual, dando azo a missão do conselho, que é
contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com moralidade, eficiência e
efetividade em benefício da sociedade.

1. ORIGEM
O conselho nacional de justiça principiou no ordenamento jurídico brasileiro a partir da emenda
constitucional n° 7/1975, editada durante o recesso do congresso nacional, por iniciativa do
então presidente da república com fundamento no ato institucional 5/1968. Entretanto com atese
de que o conselho poderia interferir na independência do judiciário surgiu nesse momento, não
tendo, no entanto, prosperado, pois sendo composto apenas por ministros acabava por ser
meramente uma corregedoria geral.

Em 31 de dezembro de 2004 foi aprovada a Emenda Constitucional 45 e instalado o


CNJ em 14 de junho de 2005, O conselho Nacional de Justiça foi criado como órgão do Poder
Judiciário brasileiro com a função de controla a atuação administrativa e financeira desse
mesmo poder, bem assim o cumprimento funcional dos juízes, conforme previsto no novel
artigo 103-B da Carta Magna.
Formado por 15 membros, com 35 anos de idade com mandato de dois anos, admitida
uma recondução sendo 9 de magistrados e 6 externos.
Nesta medida o Conselho se converteu em um órgão de composição híbrida e
democrática, que tem por objetivo precípuo a proposição de medidas para o aperfeiçoamento
da Justiça brasileira, além de sua função correcional. Quanto a tese de que da
inconstitucionalidade do Conselho por quebrantar a independência judicial, o STF decidiu que
a “composição híbrida do CNJ não compromete a independência interna ou externa do
Judiciário, porquanto não julga causa alguma, nem dispõe de atribuição, de competência, cujo
exercício interfira no desempenho da função típica do Judiciário, a jurisdicional.

2. COMPOSIÇÃO

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O Conselho compõe-se de quinze membros, com mais de 35 anos de idade, com
mandato de dois anos, admitida uma recondução (art. 103-B, caput), sendo um deles o
presidente do Supremo Tribunal Federal; um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado
pelo respectivo Tribunal; um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo
respectivo Tribunal; um desembargador de Tribunal de Justiça e um juiz estadual, indicados
pelo Supremo Tribunal Federal; um juiz de Tribunal Regional Federal e um juiz federal,
indicados pelo Superior Tribunal de Justiça; um juiz de Tribunal Regional do Trabalho e um
juiz do trabalho, indicados pelo Tribunal Superior do Trabalho; um membro do Ministério
Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; um membro do Ministério
Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo
órgão competente de cada instituição estadual; dois advogados, indicados pelo Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. Os membros
do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República após aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, à exceção do presidente do STF.
A composição CNJ possui característica extremamente democrática, pois de um lado
permite tanto uma pluralidade de atores na composição do Conselho como também torna plural
as origens das indicações. Conformando esta participação democrática participam do Conselho
nove magistrados, dois membros do parquet, dois advogados, dois cidadãos e ainda oficiam
perante o CNJ o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil.

3. COMPETÊNCIAS

De acordo com a Constituição Federal da Republica art.103-B, § 4° Compete ao Conselho o


controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos
deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura:

I- zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da


Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
II- zelar pela observância do art. 37 da Constituição e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
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Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas
da União;
III- Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder
Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do Poder Público ou oficializados, sem prejuízo
da competência disciplinar e correcional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço, e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV- Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a Administração
Pública ou de abuso de autoridade;
V- Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e
membros de tribunais julgados há menos de um ano;
VI- Elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças
prolatadas, por unidade da federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII- Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre
a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa.
Além dessas atribuições, a Lei n. 12.106/2009 criou, no âmbito do CNJ, o
Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de
Execução de Medidas Socioeducativas, que deve acompanhar o desempenho dos sistemas
carcerários do país, em parceria com os Tribunais estaduais e com a Corregedoria Nacional do
Ministério Público (CNMP). Essa iniciativa tem permitido ao Conselho reparar graves
injustiças envolvendo prisões ilegais, bem como trabalhar para aperfeiçoar a execução penal no
País.

4. PRINCIPAIS LEIS
LEI Nº 11.364, DE 26 DE OUTUBRO DE 2006.
Essa lei dispõe sobre as atividades de apoio ao Conselho Nacional de Justiça e dá
outras providências.

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LEI Nº 11.618, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2007.

Dispõe sobre a criação de cargos e de funções no Quadro de Pessoal do Conselho


Nacional de Justiça e altera a Lei no 11.364, de 26 de outubro de 2006.

LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979

Dispõe sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional que é uma das leis que
regulamentam o conselho nacional de justiça.

LEI Nº 12.106, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2009.

Cria, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça, o Departamento de Monitoramento


e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas e
dá outras providências.

RFERENCIAS
 MENDES, Gilmar Ferreira; Branco, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito
constitucional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

 PANSIERI, Flávio. Conselho Nacional de Justiça. Enciclopédia jurídica da PUC-SP.


1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível
em:< https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/52/edicao-1/conselho-nacional-de-
justica> acesso em: 03/06/2021

 RETAMAL , Sebastián Nicolás Julio. Conselho Nacional De Justiça (CNJ) Do


Brasil: Uma instituição que Chile necessita. stf.jus.com. Universidade Alberto
Hurtado Chile, 2016. Disponivel em:
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalStfInternacional/portalStfCooperacao_pt_br/an
exo/Sebastin.pdf acesso em: 03/06/2021

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