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Associação
A associação é qualquer iniciativa formal ou informal que reúne pessoas físicas ou outras
sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando a superar dificuldades e gerar benefícios
para os seus associados. Ou seja, é uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno
de seus interesses.
Sindicato
Tem-se por sindicato, a pessoa jurídica que defende os interesses gerais e a melhoria das
condições de sua categoria. Isso não significa, porém, que todo profissional seja associado ao
seu sindicato: a associação representa uma opção, em um ato explícito de vontade,realizado
através do preenchimento e assinatura da Ficha de Associação. A partir de então, o médico passa
a se tornar membro efetivo do Quadro de Sócios do Simes.
Trabalhador
Na atualidade, geralmente o trabalhador é considerado legalmente (formalmente) como
todo aquele que realiza tarefas baseadas em contratos, com salário acordado e direitos previstos
em lei (caracterizando-se mais como empregado), muito embora formas de escravidão e servidão
persistam.
Ministério Público
1
BALEIRA, Sérgio; TANNER, Christopher, Relatório final da pesquisa sobre os conflitos de terra, ambiente e
florestas e fauna bravia. Matola: CFJJ. [relatório de investigação não publicado]. 2004. Pag. 10.
preservar os princípios que vigoravam na versão originária, acrescentou os seguintes: da
supremacia da Assembleia Popular, passando também os tribunais a responder perante aquele
órgão (art. 69.o); e da prevenção e educação no cumprimento da lei. Quanto ao Ministério
Público, por umlado, estabeleceu o princípio da organização hierárquica subordinada ao
Procurador- Geral da República e, por outro lado, acrescentou que compete ao Ministério
Público a representação do Estado nos tribunais e a defesa da legalidade e a fiscalização no Este
constituiu o quadro constitucional que estabeleceu as bases mínimas para a posterior aprovação
das leis da organização judiciária e do Estatuto Orgânico da Procuradoria-Geral da República. 2
Nesta fase, havia uma relativa indefinição quanto às funções que se estenderiam para o
Ministério Público no quadro da nova legalidade (revolucionária) e num contexto de urgência
para assegurar e promover o acesso dos cidadãos à justiça. Por exemplo, com a proibição do
exercício privado da advocacia e dos serviços de consultoria, foi criado o Serviço Nacional de
Consulta e Assistência Jurídica (SNCAJ), que funcionaria na dependência da Procuradoria-Geral
da República, com o objectivo de prestar assistência Popular.
2
BALEIRA, Sérgio; TANNER, Christopher, Relatório final da pesquisa sobre os conflitos de terra, ambiente e
florestas e fauna bravia. Matola: CFJJ. [relatório de investigação não publicado]. 2004. Pág. 10-11.
3
Cardoso, Carlos (1998), “Soluções informais”. In Serra, Carlos. Estigmatizar e desqualificar: casos, análises,
encontros. Maputo: Livraria Universitária UEM.
O que conferia carácter “popular” ao sistema de justiça moçambicano era, não só a
preocupação de conformar a actividade judiciária (procedimentos, estrutura e conteúdos das
decisões) ao objectivo de construção de uma “democracia popular”, como também a previstos
para o SNCAJ. popular. Foi, assim, aprovada a primeira lei da organização judiciária, tribunais
populares, que estabelecia os princípios gerais de funcionamento dos órgãos de administração da
justiça, fixava as competências dos tribunais e determinava o âmbito de actuação do Ministério
Público.4
Estas reformas foram consagradas na Constituição de 1990 que alargou o regime dos
direitos e liberdades fundamentais individuais e colectivos, marcou a passagem de um regime
monopartidário e de orientação socialista para uma democracia multipartidária, institucionalizou
a economia de mercado e acolheu a separação de poderes. Estas transformações constitucionais
exigiram o redimensionamento do sistema de justiça.7
Foram introduzidos os seguintes princípios e regras relativas aos tribunais judiciais pela
Constituição de 1990: os tribunais como órgãos de soberania; a autonomia dos tribunais em
relação aos poderes executivo e legislativo; a independência dos juízes no exercício das suas
funções, devendo obediência à lei e à Constituição; os tribunais como garante do reforço da
legalidade e dos direitos e liberdades dos cidadãos; os tribunais cumprem uma função educativa
dos cidadãos no cumprimento voluntário e consciente das leis, estabelecendo uma justa e
harmoniosa convivência social; as decisões dos tribunais são de cumprimento obrigatório e
prevalecem sobre as outras autoridades; os juízes gozam de garantias de imparcialidade,
irresponsabilidade e inamovibilidade; os tribunais, quando julgam em primeira instância, são
colegiais, envolvendo a participação de juízes eleitos nas decisões sobre matéria de facto. 8
7
Pedroso, João; José, André Cristiano, “A justiça criminal nos tribunais provinciais”. In Santos, Boaventura de
Sousa; Trindade, João Carlos (orgs.). Conflito e transformação social: uma paisagem das justiças em Moçambique.
Porto: Edições Afrontamento, 2003, pag. 34.
8
Idem pag. 35.
obstante o facto de continuar o regime de nomeação do Procuradoria-Geral da República e dos
Procuradores-Gerais Adjuntos por parte do Presidente da República. 9
A revisão constitucional de 2004 é fruto de pressões dos partidos da oposição, com vista
a um maior equilíbrio na distribuição do poder. A revisão ocorreu, basicamente, num duplo
sentido. Por um lado, atribui dignidade constitucional a determinados órgãos (Conselho Superior
da Comunicação Social, Conselho de Estado, Conselho Nacional de Defesa e Segurança,
Conselho Superior da Magistratura Judicial, Conselho Superior da Magistratura do Ministério
Público, Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa e Provedor de Justiça) e
redefine as respectivas composições, de modo a salvaguardar nos mesmos uma representação
proporcional das forças políticas com assento da Assembleia da República. Por outro lado, cria
órgãos locais do Estado (assembleias provinciais e distritais), assegurando que em todas as
circunscrições administrativas haja órgãos representativos do povo. 10
Entre as várias áreas de actuação, é na jurisdição criminal que o Ministério Público mais
se expõe à maior pressão da opinião pública porque é onde, tradicionalmente, se conforta com as
exigências de manutenção da ordem social. Neste caso, é importante, no entanto, distinguir a
intervenção no âmbito da delinquência dita comum da actuação contra o crime organizado. 13
A IAP nasceu em 1995, nas instalações das Nações Unidas em Viena, constituindo uma
organização não governamental que tem o estatuto de consultora junto do Conselho Económico
e Social das Nações Unidas, e que mantém contactos regulares com variadas organizações
internacionais, como a OSCE, OCDE, INPROL, Conselho da Europa, AIB, UNODC, PNUD,
AIAMP e Eurojust, entre outras; actualmente agrupa cerca de 130 organizações e membros
ligados ao Ministério Público de mais de 90 países por todo o mundo, sendo para nós de destacar
a presença na IAP de elementos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau e
Moçambique.14
Maputo, 1992.pag.71.
13
Idem pag.72.
14
BALEIRA, Sérgio; TANNER, Christopher, Relatório final da pesquisa sobre os conflitos de terra, ambiente e
florestas e fauna bravia. Matola: CFJJ. [relatório de investigação não publicado]. 2004. Pag. 19.
A IAP tem a sua sede na cidade de Haia, na Holanda, e para além de promover a
organização regular de encontros e conferências, edita um boletim trimestral e outras
publicações com matérias de interesse para todos os que exercem a sua actividade no Ministério
Público, assegura ainda o acesso à GPEN – Global Prosecutors E-Crime Network, que é uma
rede global de combate ao crime cibernético, mantém programas anuais de bolsas e de
intercâmbio e promove a publicação e divulgação de trabalhos académicos, científicos e
doutrinários relativos à actividade do Ministério Público.15
Moçambique também está representado na IAP pela única associação representativa dos
magistrados do Ministério Público – o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.
15
Idem pag.20.
16
Ibdem pag.2021.
17
EGERO, Bertil, Moçambique. Os Primeiros Dez Anos de Construção da Democracia. Maputo, 1992.pag. 79.
18
EGERO, Bertil, Moçambique. Os Primeiros Dez Anos de Construção da Democracia. Maputo, 1992.pag.79.
Denominação
Fundação
Objetivos
19
osé Lebre de Freitas, Introdução ao Processo Civil - Conceito e Princípios Gerais à Luz do Novo Código, 4.a ed.,
Gestlegal, Coimbra, 2017. Pag. 31.
20
Idem pag. 32.
21
osé Lebre de Freitas, Introdução ao Processo Civil - Conceito e Princípios Gerais à Luz do Novo Código, 4.a ed.,
Gestlegal, Coimbra, 2017. Pag. 32-33.
São direitos dos associados:
a) Participar nas reuniões da assembleia-geral;
b) Eleger e ser eleito para os cargos sociais;
c) Requerer a convocação da assembleia geral extraordinária, nos termos do presente diploma;
d) Examinar os livros, relatórios e contas e demais documentos, desde que o requeiram por
escrito com a antecedência mínima de trinta dias e se verifique um interesse pessoal, direto e
legítimo.22
deveres dos associados
Assembleia Geral: um órgão deliberativo que tome as decisões voltadas para a consecução dos
fins sociais previstos no estatuto.
Diretoria: um órgão executivo que administre a instituição.
Conselho Fiscal: um órgão de controle e fiscalização.
Assembleia-geral
22
Idem pag. 33.
23
Ibdem pag.34.
24
josé Lebre de Freitas, A Ação Declarativa Comum - À Luz do Código de Processo Civil de 2013, 4.a ed.,
Gestlegal, Coimbra, 2017. Pag. 12.
Este órgão possui uma Mesa composta no mínimo por três elementos, dos quais um é o
presidente e os outros podem ser dois secretários ou um secretário e um vogal.
Aviso aos associados, por correio (tradicional ou eletrónico), e por anúncio num órgão da
imprensa local e/ou nacional;
Através de boletim próprio;
Por aviso nas instalações da associação e por anúncio num órgão da imprensa local e/ou
nacional. 26
A antecedência mínima para os avisos deve ser de 8 dias, devendo a convocação indicar o
dia, hora, local da reunião e a respetiva ordem de trabalhos.
Só serão válidas as deliberações tomadas sobre matéria estranha à ordem do dia, se todos os
associados comparecerem à reunião e todos concordarem.
A assembleia não pode deliberar, em primeira convocação, sem a presença de pelo menos
metade dos seus associados.
Direção
25
Idem pag. 13
26
Ibem
Admitir os associados efetivos;
Elaborar anualmente o relatório e as contas do exercício;
Elaborar o plano de atividades e o orçamento para o ano seguinte;
Assegurar a organização e o funcionamento dos serviços;
Gerir os recursos humanos da associação;
Zelar pelo cumprimento da lei, dos estatutos, dos regulamentos e das deliberações da
Assembleia Geral. 27
As funções a atribuir a cada elemento da direcção devem ser distribuídas de acordo com
a disponibilidade e capacidade de cada um. 29
Cada associação deve, ao elaborar o seu regulamento geral interno, adaptá-lo às suas
características específicas, objetivos, dimensão e até à comunidade onde se insere.
27
Maria Miguel Carvalho - Sociedades Comerciais (Sumários desenvolvidos), Braga, AEDUM, 2015 (com
atualização legislativa), pag. 345.
28
Idem pag. 345.
29
Ibdem 346.
30
Maria Miguel Carvalho - Sociedades Comerciais (Sumários desenvolvidos), Braga, AEDUM, 2015 (com
atualização legislativa), pag. 347.
Presidente da Direcção
Secretário
As decisões de gestão e o modo como as atividades vão ser geridas devem constituir uma
estratégia integrada e coordenada com o orçamento para alcançar os objetivos financeiros
estabelecidos. 32
Tesoureiro
Fazer a gestão das quotas (quando não existe alguém responsável por esta tarefa);
Pagar contas;
Examinar gastos;
Manter em dia os livros de contas (quando não existe alguém responsável pela
contabilidade);
Dar informações sobre a posição financeira da organização;
Preparar o relatório e contas a apresentar à Assembleia Geral Ordinária;
Aconselhar quanto ao uso de fundos para fins especiais e sobre as finanças da
organização em geral. 33
31
Idem pag. 347-348.
32
Ibdem pag. 348.
Para fazer a contabilidade da organização, caso ela não tenha contabilidade organizada, não é
necessário dispor de muitos livros. Um livro de bancos, um livro de caixa e um ficheiro de
correspondência serão os essenciais. Hoje em dia, com as novas tecnologias ao nível da
informática, os livros em papel podem ser substituídos por programas simples que por vezes são
criados na própria associação.
Não existem regras definidas quanto à escrita do livro de caixa. Os títulos Receitas e
Despesas ou Débito e Crédito são igualmente corretos; as receitas devem ser escritas à esquerda
e as despesas à direita. 34
No livro de caixa é registado tudo o que é pago ou recebido por caixa. A informática facilita
bastante este procedimento porque em Excel pode ser criada uma folha para cada mês do ano,
onde se faz o registo das entradas e das saídas. Estes registos devem ser sempre acompanhados
por um recibo ou fatura/recibo que comprova a despesa.
O livro de caixa deve ser mantido em dia, a fim de permitir conhecer em qualquer momento
a posição financeira da organização. 35
33
Maria Miguel Carvalho - Sociedades Comerciais (Sumários desenvolvidos), Braga, AEDUM, 2015 (com
atualização legislativa); pag. 350.
34
Idem pag. 351.
35
Maria Miguel Carvalho - Sociedades Comerciais (Sumários desenvolvidos), Braga, AEDUM, 2015 (com
atualização legislativa)pag. 352.
O tesoureiro deve fazer periodicamente um resumo da situação financeira da associação para
apresentar nas reuniões.
Será prudente garantir que qualquer gasto elevado ou não habitual seja convenientemente
autorizado e registado em ata, para deste modo precaver problemas futuros. 36
Orçamentação
Quotização;
Mensalidades;
Subsídios recebidos;
Donativos.
As despesas de forma simples compõe-se pelo montante de dinheiro que a associação gasta
no desenvolvimento das suas atividades e podem-se classificar da seguinte forma. 37
Processos Administrativos
36
oaquim José Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, Coimbra, Almedina, 2018
(Reimpressão da 7.a Edição de 2003), pag. 24.
37
oaquim José Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, Coimbra, Almedina, 2018
(Reimpressão da 7.a Edição de 2003) pag. 25.
O sistema a adotar, deve ser simples e metódico. Devem ser organizadas pastas para dar
resposta aos seguintes assuntos:
Assuntos pendentes;
Assuntos tratados;
Ficheiros de correspondência; Minutas;
Folhas do fundo de maneio;
Base de dados dos vários associados;
Documentação da constituição da Associação;
Contratos vários (títulos de propriedade, arrendamento (s), cartão de pessoa coletiva,
água/luz/telefones, seguros, etc.). 38
Conselho Fiscal
Trata-se de um órgão fiscalizador, o qual está incumbido de zelar pelo cumprimento dos
estatutos e da lei em vigor, ao nível da atividade administrativa e financeira da associação,
particularmente:
38
Idem pag. 26.
39
joaquim José Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, Coimbra, Almedina, 2018
(Reimpressão da 7.a Edição de 2003) pag.25.
40
Idem pag. 26.
Relacionamento dos órgãos
A relação que se estabelece entre os vários órgãos de uma associação é uma relação
democrática que se baseia na forma como estes cumprem as suas competências sem interferirem
no âmbito de intervenção uns dos outros.
Para além das disposições definidas nos estatutos que são específicas de cada associação
e da lei geral aplicável, as associações podem elaborar um regulamento interno que contribui
para uma melhor definição das funções de cada órgão. Estes documentos têm como objetivo
fixar regras de funcionamento interno dos órgãos para que assim exista harmonia e cooperação.
Podem ser ainda criados outros órgãos com funções consultivas ou executivas, que
deverão estar previstos nos estatutos ou regulamentos internos. 41
Conclusão
41
Ibdem pag. 27.