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Instituto Superior Mutasa

Curso de Direito
Cadeira de Introdução ao Estudo Direito

Tema: Sistemas Jurídicos

Discentes:
Edson Titos Nove
Roberto jose alberto
Fernando Bernardo Macombo
Isaías Suzana Uetimane

Docente: Msc Amido Razi

Maputo, Abril de 2023

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Índice
1. Sistemas Jurídicos ................................................................................................................. 4
1.1. Conceito ........................................................................................................................ 4
1.2. Origem do sistema jurídico ........................................................................................... 4
1.3. Características do sistema jurídico ................................................................................ 4
1.4. Tipos de sistemas jurídicos ........................................................................................... 5
1.4.3 Sistema hibrido................................................................................................................. 5
1.5. Importância do sistema jurídico .................................................................................... 5
2. Sistemas jurídico moçambicano ............................................................................................ 6
2.1 Origem do sistema jurídico moçambicano .......................................................................... 6
3. Conclusão .............................................................................................................................. 8

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Introdução
O termo sistema jurídico tem dois significados completamente distintos e essa diferença
de sentido e aplicação, comum em várias palavras da língua portuguesa, pode acabar
confundindo quem as utiliza.
Sistema jurídico é um conjunto de normas reunidas por um elemento unificador, que
deve estar vinculado aos valores da Constituição.
No presente trabalho de pesquisa iremos abordar sobre a sua origem, características,
tipos, bem como do sistema jurídico moçambicano.

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1. Sistemas Jurídicos
1.1. Conceito
Quando falamos de sistema jurídico há dois significados possíveis. Um deles é o próprio
sistema legal, ou seja, o conjunto de normas interdependentes, reunidas por um elemento
unificador, com o objectivo de disciplinar a convivência social e a conduta dos indivíduos.
Mas há um outro sentido para a expressão, o da tecnologia. Nesse caso, o sistema jurídico
ou ERP jurídico é um software de gestão especializado para automatizar as rotinas e dar
mais eficiência ao dia-a-dia de escritórios de advocacia, advogados autónomos ou
departamentos jurídicos de empresas.

1.2. Origem do sistema jurídico


Os sistemas jurídicos têm a sua origem nas relações entre os indivíduos, cuja
complexidade depende da complexidade das interações sociais que ocorriam,
entendimento alicerçado na assertiva de Wolkmer (2006, p. 2) de que: “Certamente que
cada povo e cada organização social dispõe de um sistema jurídico que traduz a
especialidade de um grau de evolução e complexidade.” Os sistemas mais antigos de que
se tem conhecimento são dos povos do Oriente Médio, como sumérios, babilônios, hititas
e assírios.

1.3. Características do sistema jurídico


O sistema jurídico é caracterizado pela Bilateralidade, Generalidade, Abstratividade,
Imperatividade e pela Coercibilidade.

 Bilateralidade – o direito existe sempre vinculado a duas ou mais pessoas, atribuindo


poder a uma parte e impondo dever à outra;
 Generalidade – É a característica relacionada ao facto da norma valer para qualquer um,
sem distinção de qualquer natureza;
 Abstratividade – A norma não foi criada para regular uma situação concreta ocorrida,
mas para regular, de forma abstrata, abrangendo o maior numero possível de casos
semelhantes;
 Imperatividade – É a característica de impor aos destinatários a obrigação de obedecer.
Não depende da vontade dos indivíduos, pois a ordem não é conselho, mas sim obrigação
a ser cumprida;
 Coercibilidade – Possibilidade do uso da força para combater aqueles que não observam
as normas.

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1.4. Tipos de sistemas jurídicos
1.4.1. Sistema Civil Law

Sistema civil law ou sistema Romano-Germânico pode ser entendido como conjunto de
regras jurídicas que vigoraram no Império Romano, desde a fundação da cidade de Roma,
em 754 a.C. até o falecimento do Imperador Justiniano em 565 d.C. Este é um sistema
onde a codificação do Direito e a interpretação da lei orientam a atuação do operador do
Direito.

1.4.2. Sistema Common Law

A primeira concepção de Common Law é de “Direito Comum”, isto é, aquele originário


das sentenças judiciais dos tribunais de Westminster, que eram cortes constituídas pelo
Rei e a ele directamente subordinadas. Tal sistema veio a suplantar os direitos
consuetudinários e particulares de cada tribo dos povos primitivos da Inglaterra. O
referido sistema jurídico tem estrutura diversa do direito Europeu continental e dos países
seguidores da tradição do direito codificado.

1.4.3 Sistema hibrido


Um certo estado não se integra na plenitude nem em um nem nu outro.
È um sistema misto não faz parte de um nem de outro, não tem características de sistema
romano-germano e sistema common law ex: Africa do sul .

1.4.4 Direito Islâmico


São aplicados nos estados religiosos que professa islamismo. ex: Marrocos,
arabia saudita.

1.5. Importância do sistema jurídico


O direito contribui para fortalecer o entendimento dos valores morais da sociedade, por
que é por meio dele, que esses valores morais são detalhados e positivados. O direito tem
influencia educativa, moldando as opiniões e as condutas individuais. O direito
reconhece, direciona e consolida as mudanças da sociedade.

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2. Sistemas jurídico moçambicano
O sistema jurídico Moçambicano é baseado no direito romano-germânico, que é também
conhecido como sistema civil law. Este sistema tem raízes no direito romano e é
caracterizado pela ênfase na legislação escrita e no papel central do juiz na interpretação
e aplicação da lei. O sistema jurídico de Moçambique é influenciado pelo direito
português, já que Moçambique foi uma colônia de Portugal até 1975.

A Constituição de Moçambique é a lei fundamental do país e estabelece os princípios


básicos do sistema jurídico. O sistema jurídico de Moçambique é composto por tribunais
de várias instâncias, incluindo tribunais de primeira instância, tribunais superiores e o
Tribunal Supremo. Além disso, há tribunais especializados, como o Tribunal
Administrativo, que julga questões relacionadas com a administração pública.

A lei civil é a principal fonte de direito em Moçambique e é complementada pela lei


costumeira. A lei civil em Moçambique é baseada no Código Civil português de 1966. O
país também tem um sistema de direito penal que é regulado pelo Código Penal de 2014.
A lei trabalhista é governada pelo Código do Trabalho de 2007.

Além disso, Moçambique é membro da Comunidade para o Desenvolvimento da África


Austral (SADC) e está comprometido com a harmonização das leis da região. O país
também é membro da Organização para a Harmonização do Direito Comercial em África
(OHADA), que visa a harmonização das leis comerciais em toda a África.

2.1 Origem do sistema jurídico moçambicano


O sistema jurídico moçambicano tem suas raízes nas tradições jurídicas portuguesas,
devido ao fato de Moçambique ter sido uma colônia de Portugal por quase 500 anos.
Durante o período colonial, o sistema jurídico moçambicano era principalmente baseado
no direito português, com algumas adaptações às circunstâncias locais.

Após a independência em 1975, o governo moçambicano adotou um sistema jurídico


socialista, fortemente influenciado pelo direito soviético. No entanto, a Constituição de
1990 marcou uma importante reforma no sistema jurídico moçambicano, com o objetivo
de torná-lo mais moderno e compatível com os princípios do Estado de Direito.

A nova Constituição estabeleceu a separação dos poderes, a proteção dos direitos


humanos e a independência do judiciário, entre outras garantias fundamentais. Desde
então, o sistema jurídico moçambicano evoluiu significativamente, com a adoção de

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novas leis, a criação de tribunais especializados e o desenvolvimento da jurisprudência
dos tribunais.

O sistema jurídico moçambicano atual é composto por diversas fontes de direito,


incluindo a Constituição, leis nacionais, tratados internacionais e a jurisprudência dos
tribunais. O direito costumeiro também é reconhecido como uma fonte de direito em
algumas áreas, especialmente nas comunidades rurais.

O sistema jurídico moçambicano é administrado por tribunais de diferentes níveis, desde


os tribunais distritais até o Tribunal Supremo. Os tribunais têm a responsabilidade de
aplicar a lei e garantir a justiça em casos civis, criminais e administrativos. O Ministério
Público também desempenha um papel importante no sistema jurídico, sendo responsável
pela acusação em casos criminais e pela proteção dos interesses do Estado.

Atualmente, o sistema jurídico moçambicano é composto por diversas fontes de direito,


incluindo a Constituição, leis nacionais, tratados internacionais e a jurisprudência dos
tribunais. Além disso, o direito costumeiro também é reconhecido como uma fonte de
direito em algumas áreas, especialmente nas comunidades rurais.

Em resumo, o sistema jurídico moçambicano tem suas raízes no direito português, mas
evoluiu significativamente desde a independência em 1975, com a adoção de novas leis
e a criação de tribunais especializados. O sistema jurídico é composto por diversas fontes
de direito e é administrado por tribunais de diferentes níveis, com a responsabilidade de
garantir a justiça em casos civis, criminais e administrativos.

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3. Conclusão
Pode-se perceber que o fenômeno jurídico não é um ordenamento imutável e
mundialmente consistente: existem diversos sistemas jurídicos no mundo, cada qual com
sua região originária, seu desenvolvimento histórico, seus princípios, suas peculiaridades
e sua forma de operar o Direito.

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