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BREVE HISTÓRIA DE MISSÕES

Pr. Florencio de Ataídes.

TEXTO I: A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO NOS


PRIMEIROS SÉCULOS

Os Evangelhos encerram suas narrativas com uma nota


de alegria pela ressurreição de Jesus Cristo e uma ordem
para proclamar o evangelho do Reino em todo mundo, Mt.
28.19, Mc. 16.15, Lc. 24.47, Jo. 20.21, sendo o mesmo
assunto abordado no início da narrativa de Atos, At. 1.8.
O universalismo1 da mensagem bíblica não
particularidade apenas dos autores neo-testamentários,
mas a mesma estava profundamente enraizada também
no solo do Antigo Testamento, Is 49.6, Sl. 72, Zc. 9.9-10,
etc).

1 Referimo-nos ao “universalismo”, não no sentido da


doutrina escatológica exclusivista que afirma que todos os
homens serão salvos, mas no sentido de expansão da
expansão do evangelho entre todos os povos.

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Após o Pentecostes, At 2, os seguidores de Jesus se
conscientizam da universalidade da fé cristã e começaram
a compartilhar a mesma no seu contexto em Jerusalém e
posteriormente, após a perseguição e a morte de Estevão
em Samaria, Síria e por todo mundo nos anos
subseqüentes. Assim, a mensagem de Cristo foi levada a
praticamente todo o mundo civilizado ainda no primeiro
século da nossa era.

O fato do cristianismo ter começado em Jerusalém foi


providencial da parte de Deus, pois Israel ocupava
posição geográfica estratégia para disseminação do
evangelho, pois aquela região era um importante um
corredor entre Ásia e África e não muito distante da
Europa. Desta forma possibilitou uma expansão mais
rápida da Igreja a partir do Oriente Médio que se espalhou
num período relativamente curto.

A igreja se espalhou pelos três continentes conhecidos na


época ainda no primeiro século, especialmente nas

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regiões dominadas pelo império Romano, como Europa,
Norte da África e Oriente Médio.

1. África

O texto de Atos 2 relata que havia judeus egípcios em


Jerusalém no dia de Pentecostes. Provavelmente aqueles
peregrinos eram da cidade de Alexandria, onde havia uma
grande colônia judaica naquela época. Não sabemos ao
certo quem pregou o Evangelho naquela região, no
entanto, a tradição atribui a João Marcos, o evangelista, o
trabalho realizado naquela cidade. Eusébio de Cesaréia
(c. 311) foi o primeiro a registrar a possibilidade de
Marcos ter sido o fundador da igreja em Alexandria.

Nos primeiros séculos existia ali uma igreja forte que


através de um dos seus líderes, Panteno (c. 180), fundou
a primeira escola de preparo de missionário e foi uma das
primeiras igrejas a se preocupar com a tradução das
escrituras, pois já no terceiro século havia uma tradução

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do Novo Testamento para a língua copta, falada no Egito
da época.

O cristianismo egípcio foi severamente perseguido pelos


imperadores romanos em várias ocasiões deixando
muitos mártires. Orígenes, um dos pais da igreja, que
viveu no terceiro século, escreveu que se lembrava de
“milhares de mártires” em sua infância dado a ação cruel
contra os cristãos. Entretanto, dali surgiu alguns pais da
igreja, denominados Pais Latinos, que trouxeram
importantes contribuições no desenvolvimento da teologia
cristã ocidental, como por exemplo, os teólogos
Agostinho, Tertuliano e Cipriano, entre outros. Além disso,
na África começou a desenvolver o sistema monástico,
“anacoreta” ou “Pais do Deserto” que tiveram um papel
importante na preservação dos manuscritos durante a
idade média.

Outra região da África que foi evangelizada nos primeiros


séculos foi a Etiópia através dos irmãos Edésio e
Frumêncio, que por volta do ano 330 foram atacados por

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piratas e levados aquele país como escravos. Ali eles
tiveram um papel importante na evangelização entre os
palacianos, inclusive o rei, que se converteu, o qual os
alforriou como prova de gratidão do rei. Frumêncio viajou
para Alexandria e em contato com bispo Atanásio e pediu
que envie missionários para dar continuidade ao trabalho
que ele e o irmão começaram. Atanásio designou o
próprio Frumêncio como bispo daquele país, o qual é
reconhecido como o fundador da igreja etíope.

2. Ásia

Não podemos nos esquecer que o cristianismo é asiático,


nascendo em Jerusalém na Judéia teve sua primeira
expansão missionária além dos limites do Oriente Médio,
em Antioquia da Síria. Antioquia se destacou como uma
das principais centros do cristianismo nos primeiros
séculos, além de Jerusalém, Roma, Alexandria e
Constantinopla.

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O cristianismo depois de se solidificar em Antioquia foi
levado de lá para a Ásia Menor através do apóstolo Paulo
e seus companheiros, onde foi muito prospero durante
séculos. Quase todo o Novo Testamento foi escrito na
Ásia Menor ou para igrejas daquela região. De Antioquia
partiram missionários para Edessa, a primeira cidade-
estado a fazer do Cristianismo sua religião oficial, onde
também teve o primeiro templo cristão, e primeira
tradução dos evangelhos por volta de 160 e a partir dali
houve produção e distribuição de Bíblias e literatura cristã
em siríaco para o Oriente.

3. Europa

A tradição católica romana diz que foi o apóstolo Pedro o


fundador da igreja cristã em Roma, não há, no entanto,
base histórica que fundamente esta crença, no entanto,
desde muito cedo já havia grande número de cristãos em
Roma.

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a. A evangelização dos Godos – Os Godos eram
“bárbaros” da região do Danúbio que habitavam na
fronteira com o império romano e a partir do século III
constituíram-se uma ameaça para Roma. Em uma de
suas guerras, os godos capturaram alguns prisioneiros
capadócios que eram cristãos e assim tiveram o primeiro
contato com o evangelho. Mas a evangelização dos
godos aconteceu efetivamente com Úlfilas (c. 311-383)
que foi o principal missionário entre eles e prestou um
trabalho de grande relevância para o avanço do
cristianismo. Sua grande contribuição foi ter grafado a
língua gótica na forma de escrita e a tradução da Bíblia
para aquela língua.

b. A evangelização da Gália – O Evangelho foi levado


para a Gália, atual França, talvez por comerciantes. No
entanto, o principal missionário naquela região foi o bispo
Irineu, discípulo de Policarpo, discípulo do apóstolo João.
Criado em Esmirna, na Ásia Menor, onde se falava grego,
foi enviado a Lyon na França no outro extremo do império,

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onde se falava latim para pregar aquele povo. Ele
aprendeu a língua daquela região e se tornou um teólogo
latino.

Quem evangelizou o norte francês foi o bispo Martinho de


Tours no séc. IV, e no século seguinte, aconteceu a
conversão do rei franco Clóvis e em 25 de dezembro de
496 ele foi batizado com 3000 de seus guerreiros. Os
francos de Clóvis foram os primeiros “bárbaros” que
aceitaram a fé cristã.

c. Evangelização da Irlanda – A Irlanda nunca fez parte


do Império Romano, mas isso não impediu de ser
evangelizada. O missionário entre os irlandeses foi
Patrício, nascido na Inglaterra por volta de 389, sua aldeia
foi invadida por piratas que o sequestraram e o venderam
numa aldeia de irlandeses. Após seis anos de cativeiro,
conseguiu fugir e embarcar em um navio que ia para
França. Após um sonho (ou visão) convenceu-se de que
Deus o mandava de volta para Irlanda. O seu ministério
naquele país foi marcado por intenso esforço

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evangelístico, o que mudou a Irlanda de país pagão para
país cristão. Até hoje, Patrício é conhecido como patrono
da Irlanda. A tradição celta prestou relevante contribuição
ao Cristianismo na Alta Idade Média.

Foi assim que o cristianismo saiu do Oriente Médio e se


expandiu em todo o mundo civilizado da época, desta
forma criando uma forte base para superar os ataques
que viriam dos bárbaros germânicos e o islamismo.

TEXTO II: EXPANSÃO DO CRISTINANISMO ENTRE


500 a 1000

Depois de mais de 100 anos de liberdade religiosa


concedida pelo império romano, o cristianismo
experimentou grande crise em razão dos acontecimentos
do final do IV século. Entre outros a queda do Império
Romano ou queda do Ocidente, que levou a nova e
crescente religião cristã a enfrentar grandes desafios,
especialmente entre os bárbaros que invadiram o império,
bem como o surgimento do Império Árabe que se

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expandiu para as regiões cristianizadas. Estes fatos
deixaram em risco a cristandade, que lutou árduo e
fervorosamente para sobreviver a estas turbulências. Com
a queda do Império Romano, aconteceu a “quebra” de um
elemento unificador na sociedade européia, que também
assegurava a igreja proteção: o imperador.

No sétimo século surgiu na Arábia, o islã, inspirado no


judaísmo e no Cristianismo. O crescimento do Islã nos
primeiros anos se deu no rastro do expansionismo
imperialista árabe. Logo nos primeiros anos do seu
surgimento, o islamismo se expandiu de forma
assustadora conseguindo conquistar a Palestina (o
nascedouro do cristianismo) a Síria e o Egito,
sobrevivendo apenas minorias cristãs. Menos de 100
anos depois, o cristianismo havia sido varrido do norte da
África, e penetrado na Espanha e ameaçava a França.
Felizmente Carlos Martel, avô de Carlos magno,
combateu os invasores impedindo-os de adentrar no
restante da Europa na guerra de Tours em 732. No outro

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extremo, penetrara a Ásia Menor (Turquia) e ameaçava
Constantinopla, a capital do império bizantino, mas
vencidos em 718, pelos exércitos cristãos, sendo,
portanto, um momento delicado para a fé cristã. Estas
vitórias das guerras cristãs mudaram o quadro da história
da igreja. Apesar disso a reconquista da Espanha só se
completou em 1492, quando os turcos foram
definitivamente expulsos.

Além dessa ameaças externas que tentavam sucumbir a


igreja, o problema maior era interno, pois a mesma era
implodida pelos seguidores que aderiram a igreja por
conveniência, sem contudo, ter uma verdadeira
experiência com Cristo. Com a “conversão” do imperador
Constantino que deu liberdade religiosa (313) e mais
tarde oficializada como religião oficial do Império Romano
(381) entrou na igreja uma enxurrada de pessoas que não
tinham uma verdadeira conversão, as quais traziam
comportamentos não bíblicos e idolatria para o seio da
igreja.

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Neste período, surgem líderes preocupados com a
preservação e expansão do cristianismo (catolicismo), e
para alcançar os seus intentos investem tempo, pessoal e
recursos para isso. Entre outros lideres do cristianismo
podemos citar Gregório, o grande, que se tornou papa em
590. Sendo um hábil administrador, soube utilizar com
perícia os serviços dos disciplinados monges beneditinos
(cuja “Regra” foi organizada por Bento de Núrsia em 529)
para o avanço missionário da igreja. Ele organizou uma
missão aos ingleses, escolheu como líder um monge
chamado Agostinho (não de Hipona). Estes missionários
enviados por Roma iniciaram sua missão no sul da
Inglaterra. Na parte norte da Inglaterra foi evangelizada
pelos cristãos celtas, os quais deram grande contribuição
à expansão do Cristianismo.

A evangelização da Irlanda coube a Patrício no começo


do V século e a Columba a Escócia no VI século, o qual
estabeleceu-se um centro cristão na ilha de Iona. Aos
poucos os pequenos reinos ingleses foram ganhos à fé

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cristã pelos missionários. Em 664, a igreja inglesa,
resolveu anexar-se à Roma. A Inglaterra passou de
campo para celeiro missionário num espaço de 100 anos,
enviando missionários para outros países como Holanda
e Alemanha.

Durante o reinado de Carlos Magno (768-814) foi grande


a expansão do cristianismo, pois o mesmo levava junto a
expansão territorial através de mais de 50 guerras em 46
anos de governo os missionários cristãos (católicos) para
as terras conquistadas e implantava a sua religião. Os
últimos 150 anos do fim do primeiro milênio foram anos
turbulentos, quando muitos papas sucederam no “trono de
Pedro”. Durante o nono século, piratas da Escandinávia
(os famosos vickings) devastam regiões como o norte das
Ilhas britânicas e a França e na fronteira oriental da
cristandade, os húngaros ameaçavam a fé cristã.

Por volta de 950, a situação começa a melhorar, pois o


nível espiritual e moral da igreja se elevava graças a

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influência do mosteiro de Cluny que pregava uma reforma
religiosa dada a decadência espiritual da igreja.

No fim do século IX aconteceu a conversão de Geisa, um


dos chefes húngaros. No ano 1000, seu filho foi coroado
como o primeiro rei dos húngaros, com o nome de
Estevão I.

Após o surgimento do islã, a igreja grega se viu em uma


situação bastante complicada. Para aquela igreja, só
havia uma possibilidade de expansão missionária: o norte,
entre os povos eslavos. Os principais nomes do trabalho
missionário entre os eslavos são o dos irmãos Cirilo e
Metódio. Cirilo criou o alfabeto russo (base de várias
línguas eslavas) e traduziu a Bíblia para a língua russa2.
Percebe-se aí uma notável diferença na estratégia
missionária entre as igrejas do Oriente e do Ocidente:
enquanto a igreja ocidental sacralizou o latim, a igreja
oriental, à semelhança da igreja primitiva, adaptou-se com
mais versatilidade e incentivou a tradução da Bíblia e da

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liturgia para as línguas dos povos com os quais
trabalhavam.

2 Em homenagem a Cirilo, o alfabeto russo é chamado de


“alfabeto cirílico”.

Falou-se sobre cristãos na Índia e no Ceilão. Em


Malaipur, tradicional localização do túmulo de Tomé, há
uma cruz de pedra, com uma inscrição na língua pahlavi
(persa antigo). Os cristãos na Índia, provenientes da
Pérsia, eram de um grupo social elevado – tal fato trazia
vantagens e desvantagens para a igreja. Há relatos de
missionários cristãos de fala siríaca (c.520) trabalhando
com um grupo de hunos da Ásia Central. Em 550, o
Católicos3 consagra um bispo para os hunos de Báctria.
Um século mais tarde, outro Católicos apresenta um
relatório surpreendente sobre a atividade missionária
entre os hunos. Missionários em atividade no leste da
Pérsia viajam até a, então, capital da China, Chang-An.
No século VII, e em parte do séc. VIII, os cristãos
experimentam tolerância na China. Mas, com o declínio

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da dinastia T’Ang, há uma revitalização do Budismo, e
uma perseguição à “religião síria” (como o Cristianismo
era conhecido). Depois do ano 900, não há sinal de
Cristianismo na China.

TEXTO III: História das Missões Moravianas

Eis o selo da Igreja Moraviana, o tema deste opúsculo.


Diz "Venceu o nosso Cordeiro. Vamos segui-Lo".
Depois de muita perseguição no seu país de origem,
Boemia - Morávia, no centro da Europa, um pequeno
grupo escapou para a Alemanha oriental (1722). Cinco
anos depois, na vila de Herrnhut (abrigo do Senhor), na
propriedade rural do Conde de Zinzendorf, Deus
derramou sobre eles seu Espírito Santo de uma maneira
especial (1727). Não é que houve milagres e línguas,
mas muito quebrantamento verdadeiro e uma
consciência profunda de ser uma comunhão ao redor
do Cordeiro de Deus. Iniciaram o que seria a reunião de
oração mais longa da história, cem anos de intercessão
ininterrupta. Um grupo de jovens começou a preparar-se

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para missões após o dia de trabalho árduo de colono,
estudando a Bíblia, línguas, geografia e medicina. Mas
cinco anos depois, o Conde estava em Copenhagen na
festa de coroação de um rei dinamarquês. Ali ele recebeu
duas chamadas, uma para trabalhar entre os escravos
numa ilha dinamarquesa no Caribe, outra para ajudar na
evangelização entre os esquimós na Groenlândia.
Voltando para casa, a sua igreja aceitou o desafio,
iniciando o imenso trabalho missionário moraviano. Pastor
Florêncio descreve este movimento que, em 20 anos,
enviou mais missionários para os campos do que toda a
igreja protestante em dois séculos! "Venceu o nosso
Cordeiro! Vamos seguí-Lo!" Que privilégio ser
seguidor de Jesus! Vamos por onde Ele nos levar.
Amém!

A Morávia foi o útero mater de um dos maiores


movimentos de missões existentes no mundo até então.
Foi lá que o Conde Zinzendorf, impulsionado pelo desejo
profundo de evangelizar o mundo, realizou um grande

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projeto de Deus, despertando a Igreja do Senhor para
missões mundiais. Entre vários e importantes
acontecimentos que se deram durante a história da Igreja,
o movimento moraviano fundado por Zinzendorf tem uma
importância proeminente e singular. Contribuiu para a
formação de caráter e vida com Deus de milhares de
pessoas, além de dar significativa contribuição para as
missões modernas. Os moravianos foram praticamente os
pioneiros em missões protestante estrangeiras e
enviaram, num curto espaço de tempo, mais missionários
do que todos os protestantes juntos durante duzentos
anos de protestantismo. Certa vez o Conde visitou a
galeria de pintura em Dusseldorf e viu um quadro de
Cristo (Ecce homo), com as seguintes palavras embaixo:
"Eu tudo fiz por ti, o que fazes tu por mim"?. Isso tocou-o
tão profundamente que o levou a refletir a respeito de
Cristo. Ele sentiu-se como se não pudesse responder a
essa pergunta e saiu dali decidido a dedicar sua vida ao
serviço de Cristo. Como já mencionei anteriormente, a
Igreja Protestante, por motivos que, por falta de espaço,
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não abordaremos aqui, não se preocupou muito com
missões durante 300 anos de sua história. No entanto,
notamos que os moravianos foram os primeiros a se
levantarem com esse nobre propósito. Foram precursores
de um grande movimento do século XIX, que veio a se
chamar "o Grande Século". A Igreja moraviana não só
enviou missionários e influenciou outras igrejas da época,
como também contribuiu de forma significativa no
ministério de pessoas como John Wesley. Em 1738,
Wesley teve uma profunda experiência que o levou a um
ministério poderoso que resultou no frutífero movimento
metodista com um grande avivamento revolucionando
principalmente a Inglaterra e América do Norte. Além de
dedicação e vida consagrada, existia um fator
proeminente que considero preponderante nas
missões moravianas: a oração. Embora reconhecendo
a ordem da grande comissão, tinha uma profunda
motivação baseada em Isaías 53:10-12. Faziam do
sofrimento de Cristo o estímulo para sua atividade
missionária, com o lema "CONQUISTAR PARA O
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CORDEIRO QUE FOI MORTO A RECOMPENSA DOS
SEUS SOFRIMENTOS".

Precisamos atualmente de pessoas em nossa sociedade


que se despertem com os mesmos desejos, no que diz
respeito ao Reino de Deus. Precisamos sentir um pouco
do que ele e a sua igreja sentia, "paixão por Jesus, por
Jesus somente". Se isso existisse de fato, e na mesma
intensidade, na vida de cada pastor ou líder em geral,
teríamos igrejas profundamente apaixonadas por
missões. Ao ler e analisar as virtudes da igreja moraviana
na sua intimidade profunda com Deus, descobrimos o
segredo de como fazer uma grande obra. Esta obra na
Igreja moraviana não é resultado de uma mágica, mas de
uma devoção do mais alto nível que se possa imaginar.
Quando observamos a vida de oração que eles tinham e o
amor pelas almas perdidas, passamos a entender o
segredo dos resultados frutíferos desse trabalho.
Notamos aqui a importância preponderante de um líder
que ama a obra de Deus e leva sua Igreja a pensar como

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ele, a colocar em prática aquilo que Deus coloca no seu
coração. Zinzendorf foi tremendamente usado por Deus
para uma grande obra missionária no mundo. Ele e a sua
Igreja tornaram-se precursores das missões do "grande
século", o século XIX. Queridos irmãos, peçamos a Deus
a graça celestial para levar-nos cada vez mais perto do
seu proposito nas nossas vidas. Tenhamos zelo e amor
pelas almas de forma que venhamos a ser
instrumentos de Sua Pessoa cada vez mais. Ele curou
as nossas chagas e fez tudo por nós. Que fazemos
por Ele?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ATAÍDES, Florencio Moreira de. História das Missões


Moravianas. Arapongas: Aleluia, 2007.

NEILL, Stephen. História das Missões. São Paulo: Vida


Nova, 1989.

TUCKER, Ruth. Missões até os confins da terra. São


Paulo: Shedd, 2010.

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