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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

Introdução ..................................................................................................................................................... 02

Um pouco de história .................................................................................................................................... 04

Números decimais – Os números nossos de cada dia ................................................................................ 05

A Porcentagem no dia-a-dia ......................................................................................................................... 09

Mas o que é mesmo estatística? .................................................................................................................. 15

Método Estatístico ........................................................................................................................................ 17

População-alvo, estatística, amostra e amostragem ................................................................................... 20

Distribuição de Frequência ............................................................................................................................ 25

Medidas de Posição ...................................................................................................................................... 27

Definições básicas da estatística ................................................................................................................. 31

Variáveis ....................................................................................................................................................... 32

Tabela primitiva e rol .................................................................................................................................... 36

Medidas de Posição ...................................................................................................................................... 40

Fazendo uma média ..................................................................................................................................... 41

Moda .............................................................................................................................................................. 51

Mediana ......................................................................................................................................................... 52

Medidas de dispersão ................................................................................................................................... 54

Representação Tabular ................................................................................................................................ 55

Séries estatísticas ......................................................................................................................................... 56

Gráficos estatísticos ...................................................................................................................................... 57

Cadastro e Estatística de Acidentes do Trabalho ......................................................................................... 63

Referências Bibliográficas ............................................................................................................................. 92

Técnico em Segurança do Trabalho

ESTATÍSTICA APLICADA
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Baseado nos estudos de Alexandre José Garmzotto de julho a outubo de 2002

e do prof. Isaías Enoque L.Bastos, consultor técnico, gestor ambiental e prof. da Escola Técnica de Maracanaú

Introdução

Dois milhões de trabalhadores morrem a cada ano de doenças ocupacionais e


acidentes ocorridos no ambiente de trabalho. Segundo um relatório da Organização
Internacional do Trabalho divulgado nesta sexta-feira, morrem mais de 5 mil pessoas
por dia de problemas relacionados ao trabalho. O número anual de mortes inclui as de
12 mil crianças. Quatro de cada cinco acidentes fatais ocorrem com homens.

O relatório está sendo divulgado para discussão durante o Congresso Mundial


de Segurança Ocupacional e Saúde no Trabalho, que será aberto neste domingo, em
Viena, na Áustria. A agricultura, que emprega mais de metade dos trabalhadores do
mundo, responde por mais de 50% das mortes, ferimentos e doenças. A construção
civil, a atividade madeireira, a pesca e a mineração também estão na lista das mais
perigosas.

“Os acidentes fatais são apenas a ponta do iceberg. Dependendo do tipo de


trabalho, para cada morte, ocorrem 500 a 2 mil pequenos acidentes”, afirmou Jukka
Takala, diretor da Organização Internacional Trabalho. Ele afirma que 270 milhões de
trabalhadores se envolvem em acidentes ocupacionais anualmente, entre os quais
aproximadamente 360 mil são fatais, e outros 160 milhões de trabalhadores sofrem de
doenças ocupacionais.

A incidência de mortes por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais


aumentou claramente desde 1990, segundo a organização, ligada à ONU, mas não
foram divulgadas estatísticas que permitissem essa comparação.

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Doenças transmissíveis como a malária e a hepatite não eram contabilizadas


antes e o número de casos de câncer e doenças circulatórias - entre as quais a
hipertensão, associada ao estresse, aumentou, diz o relatório.

A principal causa de morte por problema ocupacional é o câncer, responsável


por 640 mil 32% dos óbitos. Em seguida vêm as doenças circulatórias (23%), acidentes
(19%), doenças transmissíveis (17%) e doenças respiratórias (7%).

O desenvolvimento do trabalho trouxe não apenas novas ocupações, mas,


segundo o deu origem a novos problemas de saúde. O relatório aponta que mais
trabalhadores estão sofrendo de doenças musculares, estresse, problemas mentais e
reações alérgicas devido à exposição de agentes químicos e radioativos.

O relatório aponta que a maior parte das mortes no trabalho ocorre com pessoas
em início de carreira. Esse tipo de acidente é a apontado pelo documento com a
terceira causa de morte, perdendo apenas para tumores e doenças circulatórias.

Cerca de 4% do produto interno bruto (PIB) mundial vão embora devido a


faltas ao trabalho por motivos de saúde ou são gastos em tratamentos de doenças
e benefícios pagos a pessoas incapacitadas. As substâncias perigosas matam 340 mil
trabalhadores a cada ano, deste total cem mil morrem devido à contaminação por
amianto.

“O fumo é claramente um grande problema recém-reconhecido no trabalho. De


acordo com uma estimativa, a exposição ocupacional à fumaça do cigarro é
responsável por 2,8% de todos os tumores de pulmão”, diz o relatório. Cerca de 200
mil mortes são resultado de doenças pulmonares crônicas, asma, isquemia cardíaca e
derrame cerebral causado por fumo passivo, acrescentou o documento.

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Primeiro, vamos iniciar com o Histórico e os conceitos da Estatística Descritiva para, em


seguida, adentrarmos a Estatística de Acidentes do trabalho.

 ESTATÍSTICA: ramo da matemática aplicada.


 ANTIGUIDADE: os povos já registravam o número de habitantes, nascimentos, óbitos. Faziam
"estatísticas".
 IDADE MÉDIA: as informações eram tabuladas com finalidades tributárias e bélicas.
 SEC. XVI: surgem as primeiras análises sistemáticas, as primeiras tabelas e os números
relativos.
 SEC. XVIII: a estatística com feição científica é batizada por GODOFREDO ACHENWALL. As
tabelas ficam mais completas, surgem as primeiras representações gráficas e os cálculos de
probabilidades. A estatística deixa de ser uma simples tabulação de dados numéricos para se
tornar "O estudo de como se chegar a conclusão sobre uma população, partindo da
observação de partes dessa população (amostra)".

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NÚMEROS DECIMAIS – OS NÚMEROS NOSSOS DE CADA DIA

Quando falamos em números com aqueles com os


quais lidamos na nossa vida diária, na padaria, no
ônibus, no posto de gasolina, estamos nos referindo a
uma classe bem especial de números racionais – os
chamados números decimais.

BREVE HISTÓRICO: O ZERO E O VAZIO


Há um livro maravilhoso, escrito por Tobias Dantzig, cujo título é Número, a linguagem da ciência. Não
há afirmação mais verdadeira. Seria impossível atingir o desenvolvimento científico-tecnólogico a que
chegamos sem dispor de ferramenta tão eficaz quanto o sistema numérico decimal representado por
algarismos indo-arábicos.
Esse sistema, que o mundo todo usa, teve suas origens na Índia, por volta de 200 a.C., e foi adotado
pelos árabes no século XVIII. Em 711, os árabes cruzaram o Estreito de Gilbraltar e invadiram a
Península Ibérica, levando na bagagem os algarismos e tantos outros conhecimentos de Astronomia,
Medicina etc. –, e hoje enriquecem a cultura ocidental. O restante da Europa eventualmente se rendeu
ao novo sistema, mas não o fez sem muita resistência. A grande qualidade do sistema numérico decimal,
representado pelos algarismos indo-arábicos, os nossos números de cada dia, é sua simplicidade, aliada
a uma notação extremamente feliz – posicional. Ao escrevermos 1.1031, onze mil e trinta e um, usamos
o algarismo 1 em três situações, com diferentes significados, diferenciados apenas por suas posições em
relação aos demais algarismos, o 3 e o 0. Essa conquista estupenda, tanto para a Matemática quanto
para as demais ciências, se fez sem alarde nem nomes – de maneira anônima –, bem ao estilo da
cultura hindu. Isso só foi possível devido à introdução de um símbolo representando o nada – a coluna
vazia. Isso não fora considerado pelas outras culturas; representar o vazio era inconcebível. Veja que a
ETIMOLOGIA da palavra zero é do latim zephyrum, o nome do vento oeste, que provém de sifr, árabe
para vazio, pronunciado vulgarmente séfer. Sem o zero, não poderíamos representar a ausência de
“quantidade” na matemática.

Esses números podem representar medidas de comprimento, preços de objetos,


notas de provas, índices dos mais diversos e muito mais.

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Veja alguns exemplos:

 Um cafezinho na padaria pode custar R$ 0,65.


 A passagem de ônibus no Rio de Janeiro custa R$ 2,10.
 Antônio mede 2,75 metros.
 Joana tirou 5,5 na prova de matemática.
 A poupança rende 0,5% (meio por cento) ao mês.
 Ana comprou um celular de R$ 300,00.

Apesar de serem uma parcela realmente pequena de números, mesmo se


considerarmos apenas o conjunto dos números racionais, eles bastam para a maioria
das nossas necessidades diárias.
Os números decimais são todos os números que podem ser escritos na forma de
uma fração. Nessa fração, o denominador (numeral que fica embaixo do traço da
fração) tem que ser um múltiplo de 10, ou seja, 1, 10, 100, 1.000, 10.000, e assim por
diante. Então, os números do exemplo anterior podem ser escritos da seguinte forma:

70 = 0,70; 210 = 2,10; 300 = 300,00; _5_ = 0,5; 175 = 1,75


10 10 1 10 100

Chamamos de casas decimais os espaços ocupados pelos números depois da


vírgula, ou seja, o número 0,70 tem duas casas decimais, assim como o número 0,5
tem uma casa decimal.

Decompondo os Números Decimais...

Os números decimais possuem uma parte que chamamos de inteira e outra


que chamamos de decimal. A parte inteira é a que fica antes da vírgula, enquanto a
decimal é a que fica depois da vírgula.
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Todos os números naturais são representados a partir de suas unidades,


dezenas (10 unidades), centenas (10 dezenas ou 100 unidades), milhares (10
centenas ou 100 dezenas ou 1.000 unidades), e assim por diante. O lugar ocupado
pelo algarismo indica a ordem em que ele se encontra. Veja a tabela a seguir:

Milhar Centena Dezena Unidade


1.351 1 3 5 1
450 4 5 0
74 7 4
2 2

Para entender melhor o que é ordem, vamos observar passo a passo o número
1.351 que está na tabela anterior:
• O número 1 ocupa a ordem do milhar, e podemos considerar que o 1 está
multiplicado por 1.000.
• O número 3 ocupa a ordem da centena, e podemos considerar que o 3 está
multiplicado por 100.
• O número 5 ocupa a ordem da dezena, e podemos considerar que o 5 está
multiplicado por 10.
• O número 1 ocupa a ordem da unidade, e podemos considerar que ele está
multiplicado por 1.
Assim, o número 1.351 = 1 × 1.000 + 3 × 100 + 5 × 10 + 1 × 1 1.351 = 1.000 + 300
+ 50 + 1

*A parte inteira de um número decimal se encaixa na representação mostrada na tabela anterior


(milhar, centena, dezena e unidade).

Já a ordem ocupada pela parte decimal é representada pelos décimos


(unidade), centésimos (unidade), milésimos (unidade), 10 100 1.000 e
assim por diante, conforme podemos observar na tabela a seguir:

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Parte inteira Décimo Centésimo Milésimo


8,5 8 5 0 0
0,5 0 5 0 0
0,75 0 7 5 0
0,003 0 0 0 3

Vamos, agora, analisar passo a passo o número 8,5 da tabela anterior:


a) O 8 é a parte inteira, pois está antes da vírgula. Ele ocupa a ordem das
unidades, ou seja, está multiplicado por 1.
b) O 5 é da parte decimal, pois está depois da vírgula. Ele ocupa a ordem dos
décimos, ou seja, está dividido por 10.
Assim, o número 8,5 = (8 x 1) + (5 ÷ 10)
8,5 = 8 + 0,5

Transformação de fração decimal em numeral decimal:

- Vamos transformar __35__ em número decimal = 0,0035


10.000

Para transformar uma fração decimal em número decimal, escreve-se o


numerador da fração com tantas ordens decimais quantos forem os zeros do
denominador.

Exemplos:

a) 324 = 32,4 (1 zero, implica em 1 casa decimal)


10

b) __34__ = 0,0034 (4 zeros, implica 4 casas decimais)


10.000
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A PORCENTAGEM NO DIA-A-DIA

Quem nunca precisou calcular um desconto oferecido por um vendedor? E aquela


conta do mês passado esquecida na gaveta? Você sabe calcular o valor da multa?
Como você pode ver, a
porcentagem faz parte do nosso
cotidiano. Ela está presente nos
descontos concedidos em compras,
nos juros das prestações, nos
dados estatísticos veiculados nos
meios de comunicação etc.
É muito comum encontrarmos, em livros didáticos, definições sobre porcentagem
capazes de gerar confusão na cabeça de qualquer pessoa. Esse não é nosso objetivo!
Na tentativa de minimizar as possíveis dificuldades, procuramos desenvolver uma
aula valorizando os conhecimentos que você já possui. Sendo assim, pense na figura
anterior e tente desenvolver em sua mente uma explicação para ela. Não conseguiu?
Calma! Ao final desta disciplina, você conseguirá.

BREVE HISTÓRICO:
A porcentagem passou a ser utilizada no final do século XV em questões
comerciais, como o cálculo de juros, prejuízos e impostos. A ideia,
porém, teve origem muito antes. Quando o imperador romano César
Augusto estabeleceu um imposto sobre todas as mercadorias em hasta
pública, chamado centésima, a taxa era de 1/100. Outras taxas romanas
eram de 1/20 sobre cada escravo libertado e 1/25 sobre cada escravo
vendido. Sem reconhecer porcentagens como tal, os romanos usavam
frações facilmente redutíveis a centésimos (DAVIS, p. 64-65).

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TRABALHANDO COM A PORCENTAGEM

Atualmente, muitas empresas adotam a prática de premiar os melhores


funcionários do mês. Imagine que o seu futuro emprego será em alguma dessas
empresas que valorizam seus colaboradores e por isso distribui prêmios de 30% (lê-se
trinta por cento) a mais no salário dos seus melhores funcionários.
Esse é um bom motivo para iniciarmos o estudo de porcentagem, não acha?
Como tenho certeza de que você não perderá a oportunidade de ser o melhor
funcionário da empresa, vamos analisar o que significa um aumento de 30% no seu
salário.
Receber esse prêmio de 30% a mais significa dizer que para cada R$100,00 do
seu salário você receberá R$30,00 a mais. Poderíamos, ainda, dizer que esse prêmio
30
está numa razão de 30 por 100, ou simplesmente 100 , que é igual a 0,30.
Como você pôde observar no exemplo anterior, a taxa que representa o prêmio
oferecido pela empresa foi expressa de três formas diferentes:

- Na forma percentual, 30% (trinta por cento), como o próprio nome já diz.
- Na forma fracionária, temos que 30% correspondem 30/100
- Na forma decimal, temos que 30% equivalem a 0,30.

Supondo que você foi contratado para trabalhar como técnico em segurança, com
um salário inicial de R$ 1.000,00, como pode calcular o prêmio de 30% que irá receber
no próximo mês?

Vejamos o seguinte: para cada R$ 100,00 do seu


salário você receberá R$ 30,00 a mais, certo? Como R$
1.000,00 é igual a R$ 100,00 multiplicados por 10, basta
agora multiplicar os R$ 30,00 por 10. Assim, 30% de R$
1.000,00 (lê-se trinta por cento de R$ 1.000,00) é igual a
R$ 300,00.

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Portanto, você receberá um prêmio de R$ 300,00 por ter sido o melhor funcionário
do mês.
Porcentagem é o valor obtido quando aplicamos uma fração de denominador 100
(fração centesimal) a um determinado valor, ou seja, multiplicamos a fração centesimal
por esse valor.
Em jornais e revistas é muito comum o uso de expressões que indicam
acréscimo, quantidade ou desconte, em taxas percentuais. Por exemplo: “Os acidentes
do trabalho tiveram um aumento de 7%”, ou ainda, “A inflação subiu um ponto
percentual”.
A propósito, você sabe calcular percentuais?
Vejamos: se o preço dos EPI subir de 8% no ano de 2013 para 16% no ano de
2014, podemos dizer que houve um aumento de oito pontos percentuais no seu custo.
Ponto percentual é o nome da unidade que representa a diferença, em VALOR
ABSOLUTO, entre quaisquer pares de porcentagens.

VALOR ABSOLUTO, é o próprio valor do numeral independentemente de


sinal ou posição que ele ocupa num determinado número.

DOMINANDO OS LUCROS E OS PREJUÍZOS

Provavelmente você já se deparou com situações envolvendo lucros e prejuízos.


Por exemplo, comprar uma casa por R$ 40.000,00 e vendê-la por R$ 50.000,00
caracteriza um lucro.

No caso de um automóvel, provavelmente o proprietário terá um prejuízo ao


vendê-lo. Isso quer dizer que, se você comprar um carro por R$ 15.000,00 e algum
tempo depois decidir vendê-lo, possivelmente o preço da revenda será menor que R$
15.000,00. 11
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Pense em uma loja que revenda equipamentos de segurança do trabalho. É fácil


deduzir que o dono dessa loja revende seus produtos por um preço maior que o
PREÇO DE CUSTO.

Com isso, podemos dizer que a diferença entre o preço final


da mercadoria – por exemplo, um capacete – e o preço de custo
do mesmo é o lucro obtido pelo lojista. Esse lucro normalmente é
expresso em porcentagem.

Então, como calcular o preço de um capacete sabendo que o preço de custo foi
R$ 20,00 e o comerciante deseja obter um lucro de 20% na revenda desse importante
item de segurança?

*Observe o seguinte. Um lucro de 20% significa um acréscimo de 20% no preço final do capacete.
Para isso, podemos calcular 20% de R$ 20,00 e adicionar esse resultado ao preço de custo.

RESUMINDO...

• Porcentagem é o valor obtido quando aplicamos uma fração de denominador 100 a um determinado
valor.

• Uma taxa pode ser expressa de três formas diferentes: forma percentual (ex.: 10%), forma
fracionária (ex.: 1/100) e forma decimal (ex.: 0,10).

• Para calcular porcentagem basta multiplicar a fração, que representa a taxa percentual, pelo valor
inicial.

• Ponto percentual é a unidade que representa a diferença entre duas taxas percentuais quaisquer.

• O fator multiplicador para um acréscimo é igual a 1 + a taxa na forma decimal. Já para o caso de um
desconto será igual a 1 – a taxa também na forma decimal.
• O cálculo de porcentagem com o auxílio da calculadora deve seguir estes procedimentos: 1) digitar
o número (valor inicial) na calculadora; 2) apertar a tecla de multiplicação; 3) digitar a taxa percentual
(número); 4) apertar a tecla %. O valor que aparecer na tela é o resultado final.
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CONHECENDO A ESTATÍSTICA E O ESTATIQUÊS:

Agora, você será apresentado ao universo da estatística. É possível que você


esteja se perguntando por que deve estudar essa matéria na sua formação em Técnico
de Segurança do Trabalho, não é verdade? Então, imagine que hoje seja seu primeiro
dia de trabalho no cargo de Técnico de Segurança no Trabalho numa empresa
qualquer, numa obra de construção civil ou ainda na Secretaria de Urbanismo, Obras e
Serviços Públicos do seu município, por exemplo:

Para testar seus conhecimentos, seu chefe apresenta a você os dois gráficos a
seguir. Ele pede que, após analisá-los, você apresente estratégias que possam diminuir
os índices de óbitos relativos a acidentes de trabalho nos itens que apresentam a maior
frequência de morte. Para atendê-lo, você acha que precisa analisar os dois gráficos?
A quais itens você daria maior atenção?
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Afogamento
8,7 4,3
13 Agressão a PAF

Atropelamento
13 Impacto sofrido

52,2 Queda
8,7
n = 23 Ignorada

Obs.: ROs – Registros de Óbitos


Fonte: Dados fictícios

O Gráfico 1 é um gráfico em setor. Cada setor (pedaço) representa o percentual de óbitos


(mortes) de trabalhadores em consequência de um determinado tipo de acidente (especificado no quadro
ao lado do gráfico) em relação ao total de acidentes ocorridos na área da construção civil.

Idade ignorada

70 a 79 anos
Feminino
50 a 59 anos Masculino

30 a 39 anos

15 a 19 anos

5 a 9 anos

Menor 1 ano
2000

Obs.: DOs – Declarações de Óbitos


Fonte: Dados fictícios

O Gráfico 2 é de barras. Ele mostra a quantidade de óbitos em consequência de causas externas


(morte não-natural), por sexo e por idade. No eixo horizontal, temos o número de mortes. Já no eixo
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vertical, temos as faixas etárias. As barras de cor cinza representam o sexo masculino, enquanto as
barras de cor preta o sexo feminino.

Achou difícil responder às perguntas? Se não tiver conseguido, não se


preocupe. Ao final das Aulas, que tratam de gráficos, tenho certeza que você será
capaz de respondê-las. O objetivo do desafio era mostrar que a estatística fará parte de
sua vida profissional daqui por diante.

MAS O QUE É MESMO ESTATÍSTICA?

Muitos cientistas fazem previsões fundamentadas em dados numéricos que


foram colhidos no presente ou no passado. Você já percebeu que em nosso dia-a-dia
também somos capazes de fazer
algumas previsões baseadas em
informações observadas? Quando
saímos de casa e vemos o céu
nublado, levamos conosco o guarda-
chuva. Fazemos isso porque, ao
observarmos o grande número de
nuvens no céu, acreditamos que a
probabilidade de chover seja grande.

*Uma análise CUIDADOSA dos dados nos permite acreditar que alguns
acontecimentos têm grande probabilidade de acontecer, enquanto outros não...

A Estatística é a ciência que estuda as relações entre dados numéricos e


prováveis acontecimentos futuros. Além de fundamentar previsões, ela também ensina:
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 representar os dados numéricos em tabelas e gráficos;


 estabelecer processos de análise sobre diversos tipos de dados;
 tomar decisões com base em métodos científicos.

Somos expostos a informações


estatísticas o tempo todo. Quando vemos a
previsão do tempo, os resultados das pesquisas
eleitorais, a eficácia de um remédio e as
previsões de inflação para o próximo ano,
estamos diante de resultados baseados em
análises estatísticas.

Você pode perceber que vivemos em um mundo baseado em números. Por isso,
é necessário que você seja capaz de relacionar os números com os fatos, sob pena de
não acompanhar as rápidas transformações do dia-a-dia ou até mesmo de ser
enganado por resultados manipulados.

A Estatística nos primórdios

A Estatística é uma ciência que remonta à Antiguidade. Naquela época, ela era usada para
operações de contagem populacional com o intuito de se obter informações sobre os habitantes, as
riquezas e o poderio militar dos povos.
Após a Idade Média, a preocupação com a difusão de doenças endêmicas que poderiam
devastar populações fez com que os governos da Europa Ocidental passassem a obter e armazenar
informações sobre nascimentos, casamentos e funerais como forma de acompanhar o crescimento
ou a diminuição da população. Entre os séculos XVI e XVIII, várias nações começaram a buscar o
poder econômico como forma de poder político. Os governantes, por sua vez, viram a necessidade
de coletar informações estatísticas referentes a variáveis econômicas, tais como comércio exterior,
produção de bens e de alimentos, dentre outras.

Fonte: Adaptado de www.ence.ibge.gov.br/estatistica/default.asp

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Todas as matérias que estudamos possuem vocabulário próprio e utilizam


termos específicos da área. Para entender o assunto, precisamos dominar esses
termos. Com a estatística não é diferente. Por isso, ainda nesta aula, você será
apresentado a conceitos importantes para prosseguir com nosso estudo.

ESTATIQUÊS PARA VOCÊ ENTENDER

A melhor forma de começar a entender estatística é aprendendo sobre termos


que você já deve conhecer, só que em outro contexto. Por exemplo, você sabe o que é
uma população, não é verdade? Mas, em Estatística, população tem uma definição
toda especial que é característica desta disciplina.

MÉTODO ESTATÍSTICO

NATUREZA E CAMPO DA ESTATÍSTICA

Como já vimos, estatística é a ciência que diz respeito à coleta, apresentação e


análise de dados quantitativos, de tal forma que seja possível efetuar julgamentos
sobre os mesmos.

Ramos da Estatística:

Estatística descritiva  trata da observação de fenômenos de mesma


natureza, da coleta de dados numéricos referentes a esses fenômenos, da sua
organização e classificação através de tabelas e gráficos, bem como da análise e
interpretação.

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Probabilidade estatística  utilizada para analisar situações que envolvem o


acaso (aleatoriedade).

Inferência estatística  estuda as características de uma população com base


em dados obtidos de amostras.

OBS: Estatística Indutiva pode ser denominada como inferência. Portanto, a estatística
indutiva estuda as características de uma população, com base em dados obtidos de
amostras.

Inferência = Indução + Margem de Erro

DIAGRAMA DO MÉTODO ESTATÍSTICO

A realização de uma pesquisa deve passar, necessariamente pelas fases


apresentadas, a seguir:

Definição Coletas Crítica


do  Planejamento  dos  dos
problema Dados Dados

Análise e
Apresentação
dos dados  Tabelas e Gráficos  interpretação dos
dados

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1) Definição do problema  Saber exatamente o que se pretende pesquisar, ou


seja, definir corretamente o problema.

2) Planejamento  determinar o procedimento necessário para resolver o


problema, como levantar informações sobre o assunto objeto do estudo. É importante a
escolha das perguntas em um questionário, que na medida do possível, devem ser
fechadas.

 O levantamento de dados pode ser de dois tipos: Censitário e Amostragem.

 Outros elementos do planejamento de uma pesquisa são:

 Cronograma das atividades;


 Custos envolvidos;
 Exame das informações disponíveis;
 Delineamento da amostra.

3) Coleta de Dados  consiste na busca ou compilação dos dados. Pode ser


classificado, quanto ao tempo em:

 Contínua (inflação, desemprego, etc);


 Periódica (Censo);
 Ocasional (pesquisa de mercado, eleitoral)

4) Crítica dos dados  objetiva a eliminação de erros capazes de provocar


futuros enganos. Faz-se uma revisão crítica dos dados suprimindo os valores
estranhos ao levantamento.

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5) Apresentação dos dados  a organização dos dados denomina-se “Série


Estatística”. Sua apresentação pode ocorrer por meio de tabelas e gráficos.

6) Análise e Interpretação dos Dados  consiste em tirar conclusões que


auxiliem o pesquisador a resolver seu problema, descrevendo o fenômeno através do
cálculo de medidas estatísticas, especialmente as de posição e as de dispersão.

POPULAÇÃO-ALVO, ESTATÍSTICA, AMOSTRA e AMOSTRAGEM

Em janeiro de 2003, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística


(IBOPE) divulgou o resultado de uma pesquisa de opinião sobre a aceitação de
alimentos transgênicos pela população brasileira. Uma das perguntas dessa pesquisa
foi: Você já ouviu falar em alimentos transgênicos?

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O resultado foi o seguinte:

 37% dos entrevistados já tinham ouvido falar em


alimentos transgênicos;
 67% nunca tinham ouvido falar;
 2% não responderam à pergunta ou não
souberam responder.

Baseado nessas respostas, o IBOPE chegou à seguinte conclusão: a maioria


dos brasileiros não sabe o que é um produto transgênico. Você já parou para pensar
em como são feitas pesquisas como essa? Você acha que o IBOPE entrevistou toda a
população brasileira para chegar a essa conclusão?
Vamos então partir do exemplo anterior para apresentar a você alguns conceitos
importantes da Estatística. Na pesquisa anterior, o alvo do estudo é a população
brasileira. Em Estatística, chamamos o alvo da pesquisa de universo estatístico ou
população-alvo estatística. Isso quer dizer que, para a Estatística, população é o
conjunto de elementos (pessoas, objetos etc.) que têm em comum uma característica
que está sendo estudada. No caso do nosso exemplo, a característica é o
conhecimento (ou não) do produto transgênico.

Digamos que uma empresa de cosméticos queira lançar


um batom com gosto de frutas. Ela encomenda uma pesquisa
para descobrir qual a faixa etária que mais se interessará pelo
produto. Essa informação é importante na hora de decidir qual
a estratégia que deverá ser utilizada para atingir o público-alvo.
Nesse exemplo, quem você acredita ser o universo ou
população-alvo estatística?
*Se o produto é um batom,
quem deve ser o alvo da pesquisa? 21
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Não é difícil imaginar que se o produto é um batom ele só pode ser dirigido a
mulheres, ou seja, a população-alvo da pesquisa são todas as mulheres.

*Voltemos a uma das perguntas do início do nosso estudo: você acha


que o IBOPE precisaria entrevistar toda a população brasileira para
chegar à conclusão de que o brasileiro desconhece produto
transgênico? Não, não é necessário entrevistar toda a população.
Isso é possível porque os resultados de uma pesquisa podem ser
obtidos por amostragem.
A amostragem é uma técnica utilizada para recolher elementos
(conjunto de pessoas ou objetos) da população-alvo. Esse conjunto
escolhido irá representar toda a população. Esse subconjunto da
população-alvo é chamado de amostra.
Optamos pelo uso da amostra quando a população-alvo é muito
grande (caso da população brasileira), o que dificulta a pesquisa, seja
por questões econômicas seja pelo tempo que seria necessário para realizá-la.

Ou seja, no caso da pesquisa sobre produtos transgênicos, foi escolhido um


grupo de pessoas para responder à pesquisa, e o resultado obtido representou a
opinião de toda a população brasileira.

Para que as conclusões da pesquisa sejam corretas, é preciso ter certeza de


que a amostra escolhida seja representativa da população. Isso quer dizer que ela deve
ter as mesmas características básicas da população-alvo, em relação ao que se quer
pesquisar.

No caso de pesquisas de opinião, escolher uma amostra torna o


processo mais simples, porque a população-alvo costuma ser muito
grande. Outra situação em que a amostragem facilita a pesquisa é no
caso do controle de qualidade de produtos ou materiais de determinada
indústria. Nesse caso, não é testado tudo o que foi produzido, e sim uma
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amostra de cada item, com essa amostra representando toda a


produção.
Existem diversas técnicas de amostragem, ou seja, várias formas de se
escolher uma amostra. Em todas elas a escolha do grupo representativo
da população-alvo é feita de maneira que se dê ao acaso. Isso permite
que cada elemento da população passe a ter a mesma chance de ser
escolhido, garantindo à amostra o caráter de representatividade.

Preencha as lacunas com os termos que definem os conceitos a seguir:

a. Grupo representativo de uma população-alvo.

b. Ciência que estuda as relações entre dados numéricos e fatos.

c. Alvo de uma pesquisa estatística.

d. Técnica utilizada para escolher os elementos que irão representar uma população-
alvo.
a.
b.
c. *
d.

RELEMBRANDO OS CONCEITOS DE POPULAÇÃO, AMOSTRA e AMOSTRAGEM

. Obtenção de resultados para uma


INFERÊNCIAS
população com base em observações
ESTATÍSTICAS extraídas a partir de uma amostra retirada

desta população
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POPULAÇÃO:

É o conjunto de elementos (na totalidade) que têm, em comum, uma


determinada característica. Pode ser finita, como o conjunto de alunos de uma
determinada escola, ou infinita, como o número de vezes que se pode jogar um dado.

AMOSTRA:

É qualquer subconjunto da população. A técnica de seleção desse subconjunto


de elementos é chamada de Amostragem.

Como já vimos, a inferência estatística tem como objetivo a estimação de


parâmetros para uma população tendo como base as informações extraídas através de
uma amostra. Neste contexto, o estudo dos mais diversos tipos de procedimentos de
amostragem se faz necessário.

As técnicas de amostragem podem ser classificadas em dois grandes grupos: a


amostragem probabilística e a amostragem não probabilística.

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AMOSTRAGEM

MÉTODOS PROBABILÍSTICOS

 Exige que cada elemento da população possua determinada probabilidade de


ser selecionado. Normalmente possuem a mesma probabilidade. Assim, se N
for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento ser selecionado
será 1/N. Trata-se do método que garante cientificamente a aplicação das
técnicas estatísticas de inferências. Somente com base em amostragens
probabilísticas é que se podem realizar inferências ou induções sobre a
população a partir do conhecimento da amostra.

 É uma técnica especial para recolher amostras, que garantem,


tanto quanto possível, o acaso na escolha.

AMOSTRAGEM CASUAL ou ALEATÓRIA SIMPLES

 É o processo mais elementar e frequentemente utilizado. É equivalente a um


sorteio lotérico. Pode ser realizada numerando-se a população de 1 a n e
sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatório qualquer, x números
dessa sequência, os quais corresponderão aos elementos pertencentes à
amostra.

Ex: Vamos obter uma amostra, de 10%, representativa para a pesquisa da


estatura de 90 alunos de uma escola:

1º - numeramos os alunos de 1 a 90.

2º - escrevemos os números dos alunos, de 1 a 90, em pedaços iguais de papel,


colocamos na urna e após mistura retiramos, um a um, nove números que
formarão a amostra.

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OBS: quando o número de elementos da amostra é muito grande, esse tipo de


sorteio torna-se muito trabalhoso. Neste caso utiliza-se uma Tabela de números
aleatórios, construída de modo que os algarismos de 0 a 9 são distribuídos ao
acaso nas linhas e colunas.

.AMOSTRAGEM PROPORCIONAL ESTRATIFICADA:

 Quando a população se divide em estratos (sub-populações), convém que o


sorteio dos elementos da amostra leve em consideração tais estratos, daí
obtemos os elementos da amostra proporcional ao número de elementos desses
estratos.

Ex: Vamos obter uma amostra proporcional estratificada, de 10%, do exemplo


anterior, supondo, que, dos 90 alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam meninas.
São portanto dois estratos (sexo masculino e sexo feminino). Logo, temos:

SEXO POPULACÃO 10 % AMOSTRA

MASC. 54 5,4 5

FEMIN. 36 3,6 4

Total 90 9,0 9

Numeramos então os alunos de 01 a 90, sendo 01 a 54 meninos e 55 a 90,


meninas e procedemos o sorteio casual com urna ou tabela de números
aleatórios.

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AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA:

 Quando os elementos da população já se acham ordenados, não há


necessidade de construir o sistema de referência. São exemplos os prontuários
médicos de um hospital, os prédios de uma rua, etc. Nestes casos, a seleção
dos elementos que constituirão a amostra pode ser feita por um sistema imposto
pelo pesquisador.

Ex: Suponhamos uma rua com 900 casas, das quais desejamos obter uma
amostra formada por 50 casas para uma pesquisa de opinião. Podemos, neste
caso, usar o seguinte procedimento: como 900/50 = 18, escolhemos por sorteio
casual um número de 01 a 18, o qual indicaria o primeiro elemento sorteado para
a amostra; os demais elementos seriam periodicamente considerados de 18 em
18. Assim, suponhamos que o número sorteado fosse 4 a amostra seria: 4ª
casa, 22ª casa, 40ª casa, 58ª casa, 76ª casa, etc.

AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADOS (ou AGRUPAMENTOS)

 Algumas populações não permitem, ou tornam extremamente difícil que se


identifiquem seus elementos. Não obstante isso, pode ser relativamente fácil
identificar alguns subgrupos da população. Em tais casos, uma amostra
aleatória simples desses subgrupos (conglomerados) pode ser colhida, e uma
contagem completa deve ser feita para o conglomerado sorteado. Agrupamentos
típicos são quarteirões, famílias, organizações, agências, edifícios etc.

Ex: Num levantamento da população de determinada cidade, podemos dispor


do mapa indicando cada quarteirão e não dispor de uma relação atualizada dos
seus moradores. Pode-se, então, colher uma amostra dos quarteirões e fazer a
contagem completa de todos os que residem naqueles quarteirões sorteados.

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MÉTODOS NÃO PROBABILÍSITCOS

 São amostragens em que há uma escolha deliberada dos elementos da


amostra. Não é possível generalizar os resultados das pesquisas para a
população, pois as amostras não-probabilísticas não garantem a
representatividade da população.

AMOSTRAGEM ACIDENTAL

 Trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão


aparecendo, que são possíveis de se obter até completar o número de
elementos da amostra. Geralmente utilizada em pesquisas de opinião, em
que os entrevistados são acidentalmente escolhidos.

Ex: Pesquisas de opinião em praças públicas, ruas de grandes cidades;

AMOSTRAGEM INTENCIONAL

 De acordo com determinado critério, é escolhido intencionalmente um grupo


de elementos que irão compor a amostra. O investigador se dirige
intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião.

Ex: Numa pesquisa sobre preferência por determinado cosmético, o


pesquisador se dirige a um grande salão de beleza e entrevista as pessoas que
ali se encontram.

AMOSTRAGEM POR QUOTAS

 Um dos métodos de amostragem mais comumente usados em


levantamentos de mercado e em prévias eleitorais. Ele abrange três fases:

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1ª - classificação da população em termos de propriedades que se sabe, ou


presume, serem relevantes para a característica a ser estudada;

2ª - determinação da proporção da população para cada característica, com


base na constituição conhecida, presumida ou estimada, da população;

3ª - fixação de quotas para cada entrevistador a quem tocará a responsabilidade


de selecionar entrevistados, de modo que a amostra total observada ou
entrevistada contenha a proporção e cada classe tal como determinada na 2ª
fase.

Ex: Numa pesquisa sobre o "trabalho das mulheres na atualidade",


provavelmente se terá interesse em considerar: a divisão cidade e campo, a
habitação, o número de filhos, a idade dos filhos, a renda média, as faixas
etárias etc.

A primeira tarefa é descobrir as proporções (porcentagens) dessas


características na população. Imagina-se que haja 47% de homens e 53% de
mulheres na população. Logo, uma amostra de 50 pessoas deverá ter 23
homens e 27 mulheres. Então o pesquisador receberá uma "quota" para
entrevistar 27 mulheres. A consideração de várias categorias exigirá uma
composição amostral que atenda ao n determinado e às proporções
populacionais estipuladas.

a) Amostragem Probabilística: neste grupo encontram-se os planos amostrais que


utilizam mecanismos aleatórios de seleção dos elementos da amostra, atribuindo a
cada um deles uma probabilidade, conhecida à priori, de pertencer a amostra.

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b) Amostragem Não Probabilística: neste grupo encontram-se os planos amostrais


que não utilizam mecanismos aleatórios de seleção dos elementos da amostra, e
dessa forma, não existe nenhuma probabilidade associada a seleção desses
elementos.

MÉTODO: é um meio mais eficaz para atingir determinada meta.

MÉTODOS CIENTÍFICOS: destacamos o método experimental e o método estatístico.

MÉTODO EXPERIMENTAL: consiste em manter constante todas as causas, menos


uma, que sofre variação para se observar seus efeitos, caso existam.

Ex: Estudos da Química, Física, etc.

MÉTODO ESTATÍSTICO: diante da impossibilidade de manter as causas


constantes (nas ciências sociais), admitem todas essas causas presentes variando-
as, registrando essas variações e procurando determinar, no resultado final, que
influências cabem a cada uma delas. Ex: Quais as causas que definem o preço de
uma mercadoria quando a sua oferta diminui? Ou ainda, Quais as causas que definem
o número de acidentes quando o treinamento diminui?

 Seria impossível, no momento da pesquisa, manter constantes a uniformidade


dos salários, o gosto dos consumidores, nível geral de preços de outros
produtos, etc.

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DEFINIÇÕES BÁSICAS DA ESTATÍSTICA

FENÔMENO ESTATÍSTICO: é qualquer evento que se pretenda analisar, cujo estudo


seja possível a aplicação do método estatístico. São
divididos em três grupos:

Fenômenos de massa ou coletivo: são aqueles que não podem ser


definidos por uma simples observação. A
estatística dedica-se ao estudo desses
fenômenos. Ex: A natalidade na Grande
Fortaleza, O preço médio dos EPI no
Ceará, etc.

Fenômenos individuais: são aqueles que irão compor os fenômenos de


massa. Ex: cada nascimento na Grande
Fortaleza, cada preço de EPI no Ceará, etc.

Fenômenos de multidão: quando as características observadas para a


massa não se verificam para o particular.

DADO ESTATÍSTICO: é um dado numérico e é considerado a matéria-prima


sobre a qual iremos aplicar os métodos estatísticos.

POPULAÇÃO: é o conjunto total de elementos portadores de, pelo menos,


uma característica comum.

AMOSTRA: é uma parcela representativa da população que É EXAMINADA com


o propósito de tirarmos conclusões sobre a essa população.

PARÂMETROS: São valores singulares que existem na população e que


servem para caracterizá-la. Para definirmos um parâmetro

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devemos examinar toda a população. Ex: Os alunos do 2º ano de


TST têm em média 1,70 metros de estatura.

ESTIMATIVA: é um valor aproximado do parâmetro e é calculado com o uso da


amostra.

ATRIBUTO: quando os dados estatísticos apresentam um caráter qualitativo, o


levantamento e os estudos necessários ao tratamento desses dados são
designados genericamente de estatística de atributo.

VARIÁVEL: É o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno.

Você já brincou de cara-ou-coroa? Quando jogamos a


moeda para cima, esperamos que possam acontecer dois
resultados possíveis: ou vai dar cara, ou coroa. Em
Estatística, jogar a moeda para cima é o que chamamos de
evento, e os resultados possíveis são chamados de variáveis.
*Quando lançamos um dado,
podemos ter como resultado
seis diferentes variáveis: 1 a 6.

No exemplo do cara-ou-coroa, temos duas variáveis possíveis: cara ou coroa.


Se pensarmos em um evento como o número de matrículas em uma escola, veremos
que existe um número grande de resultados possíveis (o número de alunos que se
matricularam nessa escola). Nesse caso, o número de variáveis deverá encontrar-se
dentro do conjunto dos números naturais (0, 1, 2, 3, ...,n).

Agora vamos imaginar os possíveis resultados para a altura de todas as


pessoas que moram na sua cidade. A altura de uma pessoa é um
número dentro do conjunto dos números reais. Apesar de o número de
pessoas na sua cidade ser finito e não existirem pessoas com menos de
0 metros nem mais de 3 metros, a possibilidade de encontrarmos alturas
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dentro desse intervalo (0 e 3 metros) é infinita, porque, dependendo do


sistema de medição usado, podemos encontrar valores como 1,70;
1,701; 1,7011; 1,70119 (quanto maior o número de casas decimais,
maior a precisão da medida).

Dependendo de algumas de suas


características, as variáveis podem ser
classificadas como quantitativas ou
qualitativas. A seguir, você verá o que
diferencia umas das outras.

VARIÁVEL QUALITATIVA: Quando seu valores são expressos por atributos:


sexo, cor da pele ,etc.

Variáveis qualitativas são, portanto, aquelas


expressas por atributos (qualidades), e não por
números. Por exemplo: Qual o alimento preferido de
uma população? Arroz, feijão, carne, verduras. Qual a
cor da pele predominante no nosso país? Branca,
preta, amarela, parda.

Mas o que fazemos com os dados coletados em um evento? Eles devem ser
analisados. Para tanto, precisaremos, primeiro, agrupá-los, facilitando o trabalho.

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VARIÁVEL QUANTITATIVA
Variáveis quantitativas são aquelas que podem ser
expressas em número, como, por exemplo: quantidade de
alunos matriculados em uma escola, salário dos
empregados de uma fábrica, número de habitantes de um
país. Uma variável quantitativa que pode apresentar
qualquer valor entre dois limites é chamada de variável
contínua. Já uma variável que possa assumir valores que
pertencem a um conjunto enumerável (aquele que pode ser contado) é chamada de
variável discreta.

*De modo geral, as variáveis contínuas têm seus valores medidos (por balanças e fitas métricas, por exemplo), enquanto as
discretas têm seus valores contados ou enumerados (e esses valores não podem ser quebrados, não existe 0,5 pessoa).

Usando os exemplos dados anteriormente, podemos dizer que o número de


alunos matriculados na escola e as possíveis respostas para o cara-ou-coroa são
variáveis discretas, enquanto as possíveis alturas das pessoas de sua cidade são
variáveis contínuas.

Ainda não ficou claro? Vamos a mais um exemplo: o número de


alunos de uma escola pode assumir qualquer um dos valores do
conjunto dos números naturais (0, 1, 2, ..., 58, ...), mas nunca valores
como 2,5 ou 3,78 ou 4,325. Já o peso desses alunos é uma variável
contínua, pois um aluno pode pesar 72 kg ou 72,5 kg ou 72,54 kg. A
determinação desses valores vai depender da precisão da balança
utilizada.
As variáveis são representadas por letras, geralmente x, y ou z.

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VARIÁVEL QUANTITATIVA: Quando os dados são de caráter nitidamente


quantitativo, e o conjunto dos resultados possui
uma estrutura numérica, trata-se portanto da
estatística de variável e se dividem em :

VARIÁVEL DISCRETA OU DESCONTÍNUA: Seus valores são


expressos geralmente através de números inteiros não negativos.
Resulta normalmente de contagens. Ex: Nº de alunos presentes às aulas
de introdução à estatística aplicada no 1º semestre de 2014: mar = 18 ,
abr = 30 , mai = 35 , jun = 36.

VARIÁVEL CONTÍNUA: Resulta normalmente de uma mensuração, e a


escala numérica de seus possíveis valores corresponde ao conjunto
R dos números Reais, ou seja, podem assumir, teoricamente, qualquer
valor entre dois limites. Ex.: Quando você vai medir a temperatura de seu
corpo com um termômetro de mercúrio o que ocorre é o seguinte: O filete
de mercúrio, ao dilatar-se, passará por todas as temperaturas
intermediárias até chegar na temperatura atual do seu corpo.

Exemplos -

. Cor dos olhos das alunas: qualitativa

. Índice de liquidez nas indústrias cearenses: quantitativa


contínua

. Produção de café no Brasil: quantitativa


contínua

. Número de defeitos em aparelhos de TV: quantitativa


discreta
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. Comprimento dos pregos produzidos por uma empresa: quantitativa


contínua

. O ponto obtido em cada jogada de um dado: quantitativa


discreta

TABELA PRIMITIVA E ROL

Para realizar uma atividade solicitada por sua professora de Matemática, Joana
coletou a altura de todos os seus colegas de turma, inclusive a dela mesma. Após
medir todas as alturas, Joana montou a seguinte tabela de valores:

*Tabela primitiva com os valores das alturas de todos os alunos da turma de Joana.
Os valores estão em centímetros.
Estaturas dos 40 alunos da turma de Joana
166 160 161 150 162 160 165 167 164 160
162 161 168 163 156 173 160 155 164 168
155 152 163 160 155 155 169 151 170 164

A tabela anterior é chamada de tabela primitiva. Nela, os dados coletados por


Joana não estão organizados, ou seja, eles foram colocados de maneira aleatória,
conforme ela tirava a medida de seus colegas. Por isso, não existe uma ordem entre os
valores.
Da forma como a Tabela 6.1 foi montada, não é fácil retirar informações
dela. Sobre qual valor tendem a se concentrar as estaturas? Qual a
menor altura? E a maior? Quantos alunos se encontram abaixo de uma
determinada estatura? Você consegue perceber como seria mais fácil
responder a essas perguntas se as informações estivessem ordenadas?

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Chamamos uma coleção de dados organizados de rol. Uma forma de organizar os


valores da tabela é colocando-os em ordem crescente ou decrescente. Assim, obtemos
a tabela a seguir.

*Tabela com as alturas, em centímetros, de todos os alunos da turma de Joana em ordem crescente de
valores. Esse conjunto de dados organizados é chamado de rol.

Estaturas dos 40 alunos da turma da Joana


150 154 155 157 160 161 162 164 166 169
151 155 156 158 160 161 162 164 167 170
152 155 156 158 160 161 163 164 168 172
153 155 156 160 160 161 163 165 168 173

Analisando os dados na tabela acima, podemos saber, com facilidade, que 150
centímetros é a menor estatura e 173 centímetros é a maior. Quinze alunos medem
abaixo de 160 centímetros.

*A melhor forma de lidarmos com um grande número de informações


é organizando-as de forma que fique fácil encontrar os dados.

Uma outra informação que podemos tirar da tabela acima é que a altura de 160
centímetros se repete mais vezes do que as outras, ou seja, é a altura que predomina.
Para chegar a esse conhecimento, tivemos de contar quantas vezes cada altura se
repetiu, ou seja, qual a sua frequência.

RESUMINDO...

• Estatística é a ciência que estuda as relações entre dados numéricos e prováveis


acontecimentos futuros.

• População-alvo estatística ou universo estatístico é o alvo de uma pesquisa estatística, um


conjunto de elementos que têm uma característica em comum. 37
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• Amostra é um grupo representativo da população-alvo estatística.

• Amostragem é a técnica utilizada para se escolher uma amostra.

• Variáveis são os resultados possíveis de se encontrar em uma pesquisa.

• Variáveis quantitativas são aquelas que podem ser contadas (discretas) ou medidas (contínuas).

• Variáveis qualitativas são as que representam atributos (qualidades) da população-alvo.

• Tabela primitiva é aquela em que os dados coletados não estão organizados.

• Rol é uma coleção organizada de dados que facilita a identificação dos dados.

DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA

 É um tipo de tabela que condensa uma coleção de dados conforme as


frequências (repetições de seus valores).

Tabela primitiva ou dados brutos: É uma tabela ou relação de elementos que


não foram numericamente organizados. É
difícil formarmos uma ideia exata do
comportamento do grupo como um todo, a
partir de dados não ordenados.

Ex : 45, 41, 42, 41, 42 43, 44, 41 ,50, 46, 50, 46, 60, 54, 52, 58, 57, 58, 60, 51

ROL: É a tabela obtida após a ordenação dos dados

(crescente ou decrescente).

Ex : 41, 41, 41, 42, 42 43, 44, 45 ,46, 46, 50, 50, 51, 52, 54, 57, 58, 58, 60, 60

Distribuição de frequência SEM INTERVALOS DE CLASSE: É a simples condensação dos


dados conforme as repetições de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável esta
distribuição de frequência é inconveniente, já que exige muito espaço.

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Quando o tamanho da amostra é


Distribuição de frequência COM INTERVALOS DE CLASSE:
elevado, é mais racional efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de
classe.

ELEMENTOS DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA

(com intervalos de classe) 

CLASSE: são os intervalos de variação da variável e é simbolizada por i e o


número total de classes simbolizada por k.

LIMITES DE CLASSE: são os extremos de cada classe. O menor número é o limite


inferior de classe ( li ) e o maior número, limite superior de
classe ( Li ).

PONTO MÉDIO DE CLASSE: é o ponto que divide o intervalo de classe em duas


partes iguais.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA DISTRIBUIÇÃO

Histograma, Polígono de frequência e Polígono de frequência acumulada

 Em todos os gráficos acima utilizamos o primeiro quadrante


do sistema de eixos coordenados cartesianos ortogonais.
Na linha horizontal (eixo das abscissas) colocamos os
valores da variável e na linha vertical (eixo das ordenadas),
as frequências.

Histograma:

é formado por um conjunto de retângulos


justapostos, cujas bases se localizam sobre o eixo
horizontal, de tal modo que seus pontos médios
coincidam com os pontos médios dos intervalos de
classe. A área de um histograma é proporcional à
soma das frequências simples ou absolutas.

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MEDIDAS DE POSIÇÃO

Introdução

 São as estatísticas que representam uma série de dados orientando-nos quanto


à posição da distribuição em relação ao eixo horizontal do gráfico da curva de
frequência.

 As medidas de posições mais importantes são as medidas de tendência


central ou promédias (verifica-se uma tendência dos dados observados a se
agruparem em torno dos valores centrais).

 As medidas de tendência central mais utilizadas são: média aritmética, moda e


mediana. Outros promédios menos usados são as médias: geométrica,
harmônica, quadrática, cúbica e biquadrática.

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 As outras medidas de posição são as separatrizes, que englobam: a própria


mediana, os decis, os quartis e os percentis.

A fim de melhor compreendermos e trabalharmos com os conceitos da estatística,


vamos rever alguns princípios matemáticos, tais como a conversão de números
decimais em frações e vice-versa ou ainda em números percentuais que servirão de
base para os nossos estudos:

FAZENDO UMA MÉDIA

Como Técnico em Segurança do Trabalho você


está apto a sugerir e implantar programas de prevenção
de acidentes no trabalho. Para tanto, é importante que você seja capaz,
entre outras coisas, de analisar informações contidas em gráficos e
tabelas.

Imagine que você já é um Técnico em Segurança no Trabalho.


Ao chegar ao trabalho, encontrou sobre sua mesa a tabela a seguir.

*Valores ano a ano, durante três décadas (70, 80 e 90), do número total de trabalhadores; de
ACIDENTES ocorridos (tanto TÍPICOS quanto ocorridos durante o trajeto para o trabalho); de
doenças relacionadas ao trabalho; de acidentes relacionados ao trabalho; de acidentes ocorridos a
cada 100 mil trabalhadores; de óbitos relacionados ao trabalho; de óbitos a cada 100 mil
trabalhadores e de óbitos a cada 10 mil acidentes ocorridos.

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Acidentes Acidentes/ Óbitos


Ano Trabalha- Doenças Total 100mil Óbitos /100 mil Óbitos/10mil
dores Típico Trajeto Acidentes trabalhadores trabalhadores acidentes
1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 1.220.111 16.750 2.232 31 18

1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 1.330.523 17.614 2.587 34 19

1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 1.504.723 18.465 2.854 35 19

1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 1.632.696 14.900 3.173 29 19


1974 11.537.024 1.756.649 36.273 1.839 1.796.761 15.573 3.833 33 21

1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 1.916.187 14.743 4.001 31 21

1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 1.743.825 11.667 3.900 26 22


1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 1.614.750 9.733 4.445 27 28

1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 1.551.461 9.324 4.342 26 28


1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 1.444.627 8.190 4.673 26 32
Média anos 70 12.428.828 1.535.843 36.497 3.227 1.575.66 13.696 3.604 30 23
1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 1.464.211 7.835 4.824 26 33

1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 1.270.465 6.620 4.808 25 38

1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 1.178.472 6.050 4.496 23 38

1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 1.003.115 5.099 4.214 21 42

1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 961.575 4.887 4.508 23 47

1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 1.077.861 5.095 4.384 21 41

1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 1.207.859 5.449 4.578 21 38

1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 1.137.124 5.027 5.738 25 50

1988 23.661.579 926.354 60.202 5.025 991.581 4.190 4.616 19 47

1989 24.486.553 825.081 58.524 4.838 888.443 3.628 4.554 18 51

Média Anos 80 21.077.804 1.053.909 59.937 4.220 1.118.071 5.388 4.672 22 42


1990 23.198.656 632.012 56.343 5.217 693.572 2.990 5.355 23 77

1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 632.322 2.749 4.527 20 72

1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 532.514 2.391 3.516 16 66

1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 412.293 1.780 3.110 13 75


1994 23.667.241 350.210 22.824 15.270 388.304 1.641 3.129 13 81
1995 23.755.736 374.700 28.791 20.646 424.137 1.785 3.967 17 94

1996 23.830.312 325.870 34.696 34.889 395.455 1.659 4.488 19 113


1997 24.104.428 347.482 37.213 36.648 421.343 1.748 3.469 14 82

1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 414.341 1.692 3.793 16 92

1999 24.993.265 326.404 37.513 23.903 387.820 1.552 3.896 16 100


Média Anos 90 23.648.341 414.686 35.618 19.706 470.210 1998 3.925 17 85

Fonte: BEAT, INSS


http://www.protecao.com.br/novo/imgbanco/imagens/Re-Anuario%202006/20_Estatisticas_Tabelas.pdf

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Analisando as informações contidas na tabela apresentada, você diria que, com


o passar das décadas, o número de acidentes que ocorrem no trajeto do trabalhador de
sua casa ao local de trabalho e o número de óbitos (mortes) relacionados ao trabalho
está aumentando ou diminuindo? Com base em que informação da tabela fica fácil tirar
essa conclusão?
Se você não conseguiu responder à pergunta, não se preocupe. Ainda vamos
voltar a esse ponto, e você, com certeza, vai descobrir a resposta.

AS MEDIDAS DA ESTATÍSTICA

Olhe atentamente para a Tabela, com sua grande quantidade de linhas e


colunas. Essa tabela, como você já aprendeu, representa um grande conjunto de
dados. Agora pense em como analisar todos os valores existentes nesse grande
conjunto e compará-los entre si, para então se chegar a uma conclusão a respeito do
que eles estão informando. Parece trabalhoso, não é mesmo?

Por isso, é indispensável sintetizar adequadamente os dados estatísticos para


termos maior e mais fácil compreensão das informações sobre o fato ou fenômeno que
está sendo estudado. Você aprenderá algumas formas de resumir os dados de um
conjunto por meio de medidas estatísticas chamadas de medidas de posição.

Tais medidas informam sobre o comportamento da variável que as originou, isto


é, as medidas, sendo um único número, dão a ideia da tendência de todo um conjunto
de dados. As medidas estatísticas de posição mais utilizadas são: a média, a moda e a
mediana. Todas funcionam como uma “medida-resumo”, pois passam a ideia do
comportamento geral dos dados estudados. É possível, ainda, dizer que tais medidas
são como valores de referência, em torno dos quais os outros valores se distribuem.

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As médias são as medidas de posição mais populares; já a mediana é definida como o valor
que ocupa a posição central em um conjunto de dados ordenados; portanto, tem a
propriedade de dividir um conjunto de observações em duas partes iguais. A moda é o valor
que aparece mais vezes, ou seja, é aquele que apresenta a maior frequência observada.
Mas não se preocupe, você será apresentado, com detalhes, a cada uma delas.

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL:


NA METADE DO CAMINHO, OU BEM PRÓXIMA DELA...

Entre os vários tipos de medidas de posição, as medidas de tendência central são


as mais comuns. O nome já nos dá uma dica de sua função. Esse tipo de medida
determina em torno de que valor os dados tendem a ser encontrados.
Veja um exemplo para ficar mais claro. Durante o primeiro semestre do ano
passado, Clara gastou, por mês, em suas compras de supermercado, os seguintes
valores:

Em janeiro – R$ 82,00
*Observe que os valores são todos próximos a R$
80,00, ou seja, os valores tendem a estar perto desse
valor. Se colocarmos os valores em ordem crescente,
Em fevereiro – R$ 79,00
fica fácil visualizar que R$ 80,00 é um valor mais
central nessa distribuição.

Veja:
Em março – R$ 81,00
79,00 80,00 80,00 81,00 82,00 102,00

*Mesmo existindo um valor distante de R$ 80,00, que Em abril – R$ 80,00


é R$ 102,00, todos os outros cinco estão perto dele.
Por isso, dizemos que Clara costuma gastar em torno
de R$ 80,00 em compras, porque todos os outros
valores estão próximos desse valor.
Em maio – R$ 102,00
*A medida de tendência central é o valor em torno do
qual os outros valores de um conjunto de dados estão
posicionados.
Em junho – R$ 80,00
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No exemplo anterior, determinamos o valor de R$ 80,00 como sendo


o valor central, usando nosso bom senso. Mas há métodos mais confiáveis
de se chegar ao valor central. Existem três tipos de medidas de tendência
central: média, mediana e moda.
Cada uma dessas medidas possui uma maneira específica de
estabelecer o valor central de um conjunto de dados. Nesta aula, você vai
aprender sobre as médias.

MÉDIA: UM POR TODOS E TODOS POR UM!

Existem vários tipos de média, como, por exemplo, média


aritmética, média geométrica e média harmônica. Nós vamos
estudar apenas a média aritmética e a média ponderada, que são
as mais utilizadas.
Existem dois tipos de média aritmética: média aritmética
simples e média aritmética ponderada. Vamos começar pela média
aritmética simples.

MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES

Vamos voltar ao exemplo da Clara e ao valor de suas


compras durante os seis primeiros meses do ano. Ela agora
está querendo colocar uma parte do seu salário na poupança.
Para isso, ela tem que calcular quanto, aproximadamente, vai
gastar durante o mês, para saber o que conseguirá poupar.
*Clara quer poupar, mas para isso ela deve ter uma
ideia de quanto vai gastar durante o mês.

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Mas como saber os valores das contas que ela ainda não recebeu? Uma boa
ideia para resolver esse problema é fazer a média simples dos valores pagos nos
últimos meses. Assim, ela pode ter a ideia aproximada de quanto serão suas despesas.
A média aritmética simples é o valor obtido quando somamos todos os valores
de um determinado conjunto de dados e dividimos esse valor total pela quantidade de
dados (valores).

Entendeu? Não? Vamos voltar aos valores das compras da Clara. Veja como se
faz o cálculo da média das compras que Clara fez nos últimos seis meses:

X = 82 + 79 + 81 + 102 + 80 = 84
6

Veja que Clara gastou em média R$ 84,00


nas compras de supermercado.

O X (lê-se X barra) é o símbolo de média.

Vamos ver mais um exemplo? Observe a Tabela a seguir, que apresenta o


número de acidentes, a incapacidade temporária e as mortes em vários setores de
atividade econômica do Estado de São Paulo no ano de 2005:

Tabela: Apresenta as colunas: diversos setores de atividade econômica (primeira coluna); número médio de
vínculos empregatícios, ou seja, de pessoas empregadas (segunda coluna); total de acidentes relacionados
ao trabalho (terceira coluna); número de trabalhadores incapacitados temporariamente (quarta coluna);
número de mortes relacionadas ao trabalho (quinta coluna) e número de trabalhadores com idades entre 16
e 34 anos (sexta coluna). Os valores referentes a cada coluna estão divididos por vários setores de
atividade econômica do estado de São Paulo (primeira coluna).

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Nº Médio Total de Incapacidade Nº de Faixa etária:


Setor
de vínculos acidentes temporária mortes 16 a 34 anos

Indústria de transformação 4.959.814 110.130 79.315 437 58.046


Comércio de reparação de veículos
automotores, objetos pessoais e domésticos 4.734.552 40.674 39.460 471 27.594
Agricultura, pecuária e serviços relacionados 1.332.974 29.754 28.871 207 15.594
com essas atividades
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços
2.980.400 27.878 25.025 253 16.032
prestados às empresas
Saúde e serviços sociais 960.580 25.202 12.800 21 12.952
Transporte, armazenagem e comunicações 1.404.873 23.399 21.349 419 11.435
Construção 1.088.177 21.972 20.030 310 10.676
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 1.265.481 14.692 12.507 85 7.518

Administração pública, defesa e seguridade 1.956.510 6.942 6.311 54 2.397


social
Alojamento e alimentação 792.363 6.799 6.631 38 4.154
Intermediação financeira 550.251 4.160 3.636 16 1.266
Educação 762.539 3.834 2.885 9 1.618
Produção e distribuição de eletricidade,
188.434 2.773 2.245 46 836
gás e água
Indústrias extrativas 112.628 2.260 1.632 27 1.125
Pesca 23.108 911 944 10 507
Fonte: Previdência Social – Anuário Estatístico 2005

Observe a Tabela. Comece observando as colunas de número de


acidentes no trajeto (quarta coluna) e a de número de óbitos (oitava
coluna). Note que, ao final de cada dez anos (uma década), existe uma
média dos valores. Essa média funciona como um resumo do período.
Compare o valor de uma década com a outra. Esse valor está
aumentando ou diminuindo? Você acha que isso torna a análise mais
fácil? Qual o setor mais perigoso para o trabalhador?

Mas nem tudo na média aritmética é simples. Calma, não é que vá ficar muito
complicado! É porque existe outro tipo de média aritmética chamada de ponderada. É
nosso próximo assunto.

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Agora que você viu como se calcula a média aritmética simples, chegou a hora
de praticar. Leia atentamente os exercícios a seguir e faça os cálculos. É bom que você
tenha uma calculadora à mão, para ajudá-lo nas contas:

- Um técnico do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial), ao visitar uma indústria de produtos químicos, pesou 16 potes de
soda cáustica para conferir se as massas eram iguais.
Após a pesagem (em gramas), ele montou no computador (com o auxílio de uma
planilha eletrônica) uma tabela com a massa dos potes. Ao imprimir a tabela, a
impressora falhou e o último número não apareceu. Veja, a seguir, como ficou a tabela.

173 241 184 174 191 178 181 175

177 174 169 215 166 187 173

Por sorte, ele tinha em mãos a média aritmética simples dos 16 números. A
média era 183,75. Com essa informação é possível achar o valor que não apareceu.
Ajude o técnico a calcular o número que está faltando.

Este exercício é um pouco mais desafiador. Para que você possa realizá-lo,
vamos dar algumas dicas:
a) Monte a equação para calcular a média aritmética simples.

b) Substitua pela letra X o número que você não conhece.

c) Ao montar a equação, ela será igual a 183,75 (lembre-se: ele sabe qual é o valor
da média, ela é igual a 183,75).

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MÉDIA ARITMÉTICA PONDERADA

Cristina comprou o jornal para conferir o gabarito das provas que


fez para o concurso de Técnico em Segurança do Trabalho da
CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales de São
Francisco e Parnaíba).
Ela fez prova de Língua Portuguesa, Legislação da CODEVASF,
Conhecimentos Gerais e Conhecimentos Específicos (de Segurança
no Trabalho). Ao reler o EDITAL, Cristina verificou que as diversas provas tinham
pesos diferentes. É comum as provas terem valores diferentes quando o domínio de
determinados conhecimentos é mais importante para o desempenho da função do que
outros. Assim, as matérias de maior importância têm peso maior.

Veja, a seguir, a tabela com as provas, o número de questões e o peso de cada


prova:
*Tabela: Provas aplicadas no concurso da CODEVASF para nível médio,
com o número de questões e o peso de cada prova.
Provas Nº de questões Peso de cada prova
Língua Portuguesa 10 2,5
Matemática 5 2,5
Legislação da CODEVASF 5 2,0
Conhecimentos Gerais 5 1,5
Conhecimentos Específicos 15 3,0
TOTAL DE QUESTÕES 40 questões
PONTUAÇÃO MÁXIMA 100 pontos

Ter pesos diferentes significa que algumas provas valem mais que outras.
Observando a Tabela, você pode perceber que a prova de Conhecimentos Específicos
vale mais do que todas as outras (tem peso 3), enquanto a prova de Conhecimentos
Gerais vale menos do que as outras (tem peso 1,5).

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Ao conferir o gabarito, Cristina verificou que tinha acertado sete questões da


prova de Língua Portuguesa, três questões da prova de Matemática, quatro questões
da prova de Legislação da CODEVASF, três questões da prova de Conhecimentos
Gerais e onze questões da prova de Conhecimentos Específicos. O que devemos fazer
para calcular a nota de Cristina?
É fácil! Devemos multiplicar o número de questões de cada prova pelo respectivo
peso da prova. Veja como ficam os cálculos:
Notas das provas

 7 2,5  2 2,5  4 2  3 1,5  113  17,5  5,0  8,0  4,5  33  68

Ou seja, de um total de 100 pontos, Cristina fez 68 pontos no concurso.


Para entender o que é média ponderada, é importante que você tenha entendido
que alguns valores podem ter peso, ou seja, que alguns valores podem ser mais ou
menos importantes do que outros.

Utilizamos a média ponderada quando queremos calcular a média


de valores que têm peso. Isso é muito comum quando queremos calcular
a média de nossas notas na escola. Muitas vezes os professores
colocam pesos para as notas que você tirou em cada bimestre.

Lembra-se de quando foi falado, no começo da aula, que existem quatro tipos
de médias? As mais comuns são a média simples e a ponderada, que você já
aprendeu; as outras duas são as médias geométrica e harmônica.
As médias geométrica e harmônica são menos utilizadas. O cálculo dessas
medidas é um pouco mais complexo e lançamos mão dele em situações bastante
particulares.

Ficou interessado em aprender sobre essas medidas?


Então, corra para o computador mais próximo e acesse a internet.
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Se quiser entender a média geométrica, digite o endereço:


http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2774u33.jhtm
Se quiser saber sobre média harmônica, o endereço é:
http://www.universitario.com.br/ufrgs/media_harmonica_ufrgs.php

Desvio em relação à média: é a diferença entre cada elemento de um conjunto de


valores e a média aritmética, ou seja:.

di = Xi -

MODA - Mo

 É o valor que ocorre com maior freqüência em uma série de valores.

 Desse modo, o salário modal dos empregados de uma fábrica é o salário mais
comum, isto é, o salário recebido pelo maior número de empregados dessa
fábrica.

A Moda quando os dados não estão agrupados 

 A moda é facilmente reconhecida: basta, de acordo com definição, procurar o


valor que mais se repete.

Ex: Na série { 7 , 8 , 9 , 10 , 10 , 10 , 11 , 12 } a moda é igual a 10.

 Há séries nas quais não exista valor modal, isto é, nas quais nenhum valor
apareça mais vezes que outros.

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Ex: { 3 , 5 , 8 , 10 , 12 } não apresenta moda. A série é amodal.

 .Em outros casos, pode haver dois ou mais valores de concentração.


Dizemos, então, que a série tem dois ou mais valores modais.

Ex: { 2 , 3 , 4 , 4 , 4 , 5 , 6 , 7 , 7 , 7 , 8 , 9 } apresenta duas modas: 4 e 7.


A série é bimodal.

MEDIANA - Md

 A mediana de um conjunto de valores, dispostos segundo uma ordem (


crescente ou decrescente), é o valor situado de tal forma no conjunto que o
separa em dois subconjuntos de mesmo número de elementos.

A mediana em dados não-agrupados 

Dada uma série de valores como, por exemplo: { 5, 2, 6, 13, 9, 15, 10 }

De acordo com a definição de mediana, o primeiro passo a ser dado é o da ordenação


(crescente ou decrescente) dos valores: { 2, 5, 6, 9, 10, 13, 15 }

O valor que divide a série acima em duas partes iguais é igual a 9, logo a

Md = 9.

Método prático para o cálculo da Mediana:

 Se a série dada tiver número ímpar de termos: O valor mediano será o


termo de ordem dado pela fórmula :

.( n + 1 ) / 2

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Ex: Calcule a mediana da série { 1, 3, 0, 0, 2, 4, 1, 2, 5 }

1º - ordenar a série { 0, 0, 1, 1, 2, 2, 3, 4, 5 }

n = 9 logo (n + 1)/2 é dado por (9+1) / 2 = 5, ou seja, o 5º elemento da série


ordenada será a mediana

A mediana será o 5º elemento = 2

Se a série dada tiver número par de termos: O valor mediano será o termo de
ordem dado pela fórmula :....

.[( n/2 ) +( n/2+ 1 )] / 2

Obs: n/2 e (n/2 + 1) serão termos de ordem e devem ser substituídos pelo valor
correspondente.

Notas:

 Quando o número de elementos da série estatística for ímpar, haverá


coincidência da mediana com um dos elementos da série.

 Quando o número de elementos da série estatística for par, nunca haverá


coincidência da mediana com um dos elementos da série. A mediana será
sempre a média aritmética dos 2 elementos centrais da série.

 Em uma série a mediana, a média e a moda não têm, necessariamente, o


mesmo valor.

 A mediana, depende da posição e não dos valores dos elementos na série


ordenada. Essa é uma da diferenças marcantes entre mediana e média ( que
se deixa influenciar, e muito, pelos valores extremos). Vejamos: 53
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Em { 5, 7, 10, 13, 15 } a média = 10 e a mediana = 10

Em { 5, 7, 10, 13, 65 } a média = 20 e a mediana = 10

 isto é, a média do segundo conjunto de valores é maior do que a do primeiro, por


influência dos valores extremos, ao passo que a mediana permanece a mesma.

MEDIDAS DE DISPERSÃO ABSOLUTA

AMPLITUDE TOTAL: É a única medida de dispersão que não tem na média o


ponto de referência.

 Quando os dados não estão agrupados a amplitude total é a diferença entre o


maior e o menor valor observado:

AT = X máximo - X mínimo.

 A amplitude total tem o inconveniente de só levar em conta os dois valores


extremos da série, descuidando do conjunto de valores intermediários. Faz-se
uso da amplitude total quando se quer determinar a amplitude da temperatura
em um dia, no controle de qualidade ou como uma medida de cálculo rápido
sem muita exatidão.

54
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REPRESENTAÇÃO TABULAR

Consiste em dispor os dados em linhas e colunas, distribuídas de modo ordenado,


segundo algumas regras práticas e obedecendo à Resolução nº 886/66, de 26 de
outubro de 1966, do Conselho Nacional de Estatística.

As tabelas devem apresentar:

Título  O quê? Onde? Quando?


Cabeçalho  especifica o
conteúdo das colunas
Coluna indicadora  especifica o
conteúdo das linhas
Corpo  caselas onde são
registrados os dados
Rodapé  notas e identificação
da fonte dos dados.

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SÉRIES ESTATÍSTICAS

TABELA: É um quadro que resume um conjunto de dados dispostos segundo


linhas e colunas de maneira sistemática.

 De acordo com a Resolução 886 do IBGE, nas casas ou células da tabela


devemos colocar :
 um traço horizontal ( - ) quando o valor é zero;
 três pontos ( ... ) quando não temos os dados;
 zero ( 0 ) quando o valor é muito pequeno para ser expresso pela
unidade utilizada;
 um ponto de interrogação ( ? ) quando temos dúvida quanto à
exatidão de determinado valor.

Obs: O lado direito e esquerdo de uma tabela oficial deve ser aberto..

SÉRIE ESTATÍSTICA: É qualquer tabela que apresenta a distribuição de um


conjunto de dados estatísticos em função da época, do local
ou da espécie.

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GRÁFICOS ESTATÍSTICOSG

 São representações
visuais dos dados estatísticos
que devem corresponder, mas
nunca substituir as tabelas
estatísticas.

Características: Uso de
escalas, sistema de
coordenadas, simplicidade, clareza e veracidade.

Gráficos de informação: São gráficos destinados principalmente ao público em


geral, objetivando proporcionar uma visualização
rápida e clara. São gráficos tipicamente expositivos,
dispensando comentários explicativos adicionais. As
legendas podem ser omitidas, desde que as
informações desejadas estejam presentes.

Gráficos de análise: São gráficos que prestam-se melhor ao trabalho estatístico,


fornecendo elementos úteis à fase de análise dos dados,
sem deixar de ser também informativos. Os gráficos de
análise frequentemente vêm acompanhados de uma tabela
estatística. Inclui-se, muitas vezes um texto explicativo,
chamando a atenção do leitor para os pontos principais
revelados pelo gráfico.

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 Uso indevido de Gráficos: Podem trazer uma ideia falsa dos dados que estão
sendo analisados, chegando mesmo a confundir o leitor. Trata-se, na realidade,
de um problema de construção de escalas.

Classificação dos gráficos: Diagramas, Estereogramas, Pictogramas e


Cartogramas.

1 - DIAGRAMAS:

 São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. São os mais usados na


representação de séries estatísticas. Eles podem ser :

1.1- Gráficos em barras horizontais.

1.2- Gráficos em barras verticais (colunas ).

 Quando as legendas não são breves


usa-se de preferência os gráficos em
barras horizontais. Nesses gráficos os
retângulos têm a mesma base e as
alturas são proporcionais aos
respectivos dados.

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 A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e


a decrescente, se for geográfica ou categórica.

1.3- Gráficos em barras compostas.

1.4- Gráficos em colunas superpostas.

 Eles diferem dos


gráficos em barras ou
colunas convencionais
apenas pelo fato de
apresentar cada barra
ou coluna segmentada
em partes componentes.
Servem para representar
comparativamente dois
ou mais atributos.

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1.5- Gráficos em linhas ou lineares.

 São frequentemente usados para representação de séries cronológicas com um


grande número de períodos de tempo. As linhas são mais eficientes do que as
colunas, quando existem intensas flutuações nas séries ou quando há
necessidade de se representarem várias séries em um mesmo gráfico.
 Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a variação de
dois fenômenos, a parte interna da figura formada pelos gráficos desses
fenômenos é denominada de área de excesso.

1.6- Gráficos em setores.

 Este gráfico é construído com base em um


círculo, e é empregado sempre que
desejamos ressaltar a participação do dado
no total. O total é representado pelo círculo,
que fica dividido em tantos setores quantas
são as partes. Os setores são tais que suas
áreas são respectivamente proporcionais aos
dados da série. O gráfico em setores só deve
ser empregado com, no máximo, sete dados.

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Obs: As séries temporais geralmente não são


representadas por este tipo de gráfico.

2 - ESTEREOGRAMAS:

 São gráficos geométricos dispostos em três


dimensões, pois representam volume. São usados nas
representações gráficas das tabelas de dupla entrada. Em
alguns casos este tipo de gráfico fica difícil de ser
interpretado dada a pequena precisão que oferecem.

3 - PICTOGRAMAS:

 São construídos a partir de figuras representativas da intensidade do fenômeno.


Este tipo de gráfico tem a
vantagem de despertar a atenção
do público leigo, pois sua forma é
atraente e sugestiva. Os
símbolos devem ser auto-
explicativos. A desvantagem dos
pictogramas é que apenas
mostram uma visão geral do
fenômeno, e não de detalhes minuciosos:

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4- CARTOGRAMAS:

 São ilustrações relativas a cartas


geográficas (mapas). O objetivo desse
gráfico é o de figurar os dados estatísticos
diretamente relacionados com áreas
geográficas ou políticas.

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Agora nos deteremos à aplicação da estatística na Segurança do Trabalho

CADASTRO E ESTATÍSTICAS DE
ACIDENTES DO TRABALHO

As estatísticas de acidentes não


são compiladas unicamente com fins de
investigação e estudo da prevenção dos
acidentes. Embora seja esta a razão
principal, também é importante que
todos os interessados conheçam
devidamente qual a situação existente
no tocante aos acidentes, para alertá-los
e estimular seu interesse, ajudando-os a
adquirir a consciência da segurança.

Para esses elementos pode ser conveniente apresentar os dados estatísticos


não somente em cifras, mas também em forma gráfica, que indiscutivelmente chama-
se melhora atenção que os números. Num país como o nosso, em que grande parte da
população é desprovida de preparo adequado, a publicação de figuras que exponham
informações sobre os acidentes e seus efeitos resulta em arma de grande eficácia para
convencer os trabalhadores sobre a importância de sua segurança.
A CIPA, de acordo com a NR-5 da Portaria no 3214/78, e obrigada a preencher
uma ficha com dados sobre o acidente. Essa ficha deverá ser aberta quando da
ocorrência de acidente com afastamento e será discutida em todas as reuniões até que
as medidas propostas para evitar repetição do acidente tenham sido adotadas.
Ao tomar conhecimento da ocorrência o Departamento de Segurança deverá
providenciar a investigação do acidente. Um elemento do Departamento dirigir-se-á ao
local onde fará uma inspeção detalhada e colherá depoimentos dos operários da seção
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e, posteriormente, do encarregado. Quando houver vítima, esta deverá também


descrever o ocorrido.
A descrição do acidente e a identificação de suas causas serão apresentadas
pelo encarregado da investigação ao Departamento de Segurança, que verificará a
conveniência de alguma medida já adotada em caráter provisório e procurara encontrar
as soluções mais cabíveis.
Qualquer programa de Segurança deve incluir métodos de controle e avaliação
dos resultados. A reunião das informações e dados relativos as ocorrências, a partir
dos diversos formulários, tais como a Ficha de Comunicação de Acidentes (CAT) Ficha
de Investigação de Acidentes e Ficha de Inspeção de Segurança, possibilita a fixação
das metas e objetivos.
Para um resumo dos acidentes em tabelas e gráficos que possibilitem controle e
avaliação mais rápidos e precisos, podem ser estimados resumos periódicos, por
exemplo, mensais e anuais. Em termos gerais, considera-se o ano estatístico de 1o de
janeiro a 31 de dezembro e o mês estatístico do 1o último dia desse mês.
Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), registrar mensalmente em
quadros estatísticos da CIPA os dados mensais atualizados e acumulados de acidentes
do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo conforme
a NBR 14.280, no mínimo os quesitos descritos nos modelos dos mapas constantes
nos quadros III, IV V e VI, anexos da NR-4, Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho, da Portaria nº 3.214, de 08/06/78.
A empresa encaminha os mapas contendo a avaliação anual nos quadros III, IV
V e VI ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), através da SRT (Superintendência
Regional do Trabalho), até 31 de janeiro de cada ano, conforme determina o subitem
4.12 alínea "i" da NR-4.
Vários coeficientes e taxas podem ser utilizados. Os índices citados a seguir são
os mais comuns, e embora alguns autores critiquem uns em defesa de outros,
acreditam que todos são válidos em termos estatísticos.
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As lesões, consequências dos acidentes, são a prova de que algum risco ou a


combinação de riscos não foi adequadamente corrigido. Um número excessivo de
lesões constitui a prova de que o trabalho não está sendo realizado dentro das
condições de segurança.
Para podermos aplicar uma medida com relação às lesões ocorridas, com a
finalidade de determinarmos o grau de segurança alcançado, torna-se necessário saber
com que frequência ocorrem e a gravidade das lesões.
A maneira usual para a verificação das condições de nossas indústrias em
relação à prevenção de acidentes é através do cadastro de acidentes. Além do mais, o
cadastro serve para:

a) avaliar se os gastos feitos com o programa estão sendo compensados;

b) criar interesse na prevenção de acidentes;

c) determinar as fontes principais de acidentes;

d) fornecer informação à diretoria, aos supervisores, reuniões de CIPA e de


segurança, sobre os atos e as condições inseguras.

1. DEFINIÇÕES E CONCEITOS

1.1 Acidente do trabalho

É todo aquele que se verifica pelo


exercício do trabalho, provocando direta ou
indiretamente lesão corporal, perturbação
funcional, ou doença que determine a morte,
a perda total ou parcial, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.

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1.2 Acidentes sem Perda de Tempo

Desde que não haja lesão permanente é aquele em que o acidentado,


recebendo tratamento de Pronto Socorro, não fica impossibilitado, na opinião do
médico, de reassumir no mesmo dia a sua ocupação habitual dentro do horário normal
de trabalho, ou no dia imediato ao do acidente, no horário regulamentar. Os acidentes
sem perda de tempo podem ser, ainda, casos de simples assistência médica.

NOTA.:

O A.S.P.T. – Acidentes Sem Perda de Tempo, não entram nos cálculos dos

C.F. (coeficiente de frequência) e dos C.G. (coeficientes de gravidade)

1.3 Incapacidade Temporária

Consiste na perda total de capacidade para o trabalho, por um período limitado


de tempo, nunca superior a 1 ano, impossibilitando o acidentado, na opinião do médico,
de voltar a sua ocupação habitual no dia imediato ao do acidente, dentro do horário
regulamentar.

Permanecendo o acidentado afastado de sua ocupação habitual por mais de um


ano, a incapacidade temporária será automaticamente considerada permanente, parcial
ou total.

1.4 Incapacidade Permanente

É a redução, em caráter permanente, parcial ou total, da capacidade para o


trabalho. Por exemplo: 66
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a) Incapacidade parcial permanente:


- Perda de qualquer membro ou parte do mesmo, perturbação permanente de
qualquer membro ou parte do mesmo. Ex.: perda de um dos olhos; perda de um dedo.
b) Incapacidade total permanente:
- Perda anatômica ou incapacidade funcional, em suas partes essenciais (mão
ou pé), de mais de um membro;
- Perda da visão de um olho e redução simultânea de mais metade da visão do
outro;
- Lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves ou permanentes de
qualquer órgão vital, ou quaisquer estados patológicos incuráveis que determinam
incapacidade para o trabalho.

1.5 Empregado

É toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual ao


empregador sob a dependência deste e mediante remuneração.

1.6 Número médio de empregados

Número médio de empregados, em um determinado intervalo de tempo, é a


relação entre a soma das durações do trabalho nos diversos empregados nestes
intervalos, e a duração normal do trabalho no intervalo. Assim:

- Número médio de empregados dias, por ano, é a relação entre


a soma dos dias de trabalho no ano e duração normal do trabalho num
ano, que é de 300 dias;
- Número médio de empregados dias por mês é a relação entre
a soma dos dias de trabalho num mês, e a duração normal do trabalho
num dia, que é de 8 horas;

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- Este número médio refere-se à totalidade dos empregados de


uma empresa devendo-se, em caso contrário, mencionar a seção da
empresa.

1.7 Horas/Homens Trabalhadas (HHT)

É o número que exprime a soma de todas as horas efetivamente trabalhadas por


todos os empregados do estabelecimento, inclusive do escritório, da administração, de
vendas ou de outras funções; são horas em que os empregados estão sujeitos a se
acidentarem no trabalho.

- No número de horas/homens trabalhadas devem ser incluídas


as horas extras e excluídas as horas remuneradas não trabalhadas, tais
como as decorrentes de faltas abonadas, licenças, férias, enfermidades
e descanso remunerado;
- O número de horas/homens trabalhadas referir-se-á à
totalidade dos empregados da empresa, devendo-se em caso diferente,
mencionar a seção ou ao departamento a que se referir.
- Para o empregado cujas horas efetivamente trabalhadas sejam
de difícil determinação, serão consideradas 8 horas por dia de trabalho.

1.8 Dias Perdidos

É o total de dias em que o acidentado fica incapacitado para o trabalho em


consequência de acidente com incapacidade temporária.

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- Os dias perdidos são dias corridos, contados do dia imediato


ao dia do acidente até o dia da alta médica, inclusive. Portanto, na
contagem dos dias perdidos se incluem os domingos, os feriados ou
qualquer outro dia em que não haja trabalho na empresa.
- Conta-se também qualquer outro dia completo de
incapacidade ocorrido depois do retorno ao trabalho em que seja em
consequência do mesmo acidente.
- Contar-se-ão os dias de afastamento do acidentado, cujo
acidente fora considerado inicialmente considerado sem afastamento e
que, por justa razão, passar a ser incluído entre os acidentes com
afastamento.
- No caso do item anterior, a contagem dos dias perdidos será
iniciada no dia da comunicação do agravamento da lesão.

1.9 Dias Perdidos Transportados

São os dias perdidos durante o mês por acidentado do mês anterior ou dos
anteriores.

1.10 Dias debitados por redução da capacidade ou morte

É o número de dias que convencionalmente se atribui aos casos de acidentes de


que resulte, incapacidade permanente total ou incapacidade permanente parcial,
representando a perda total ou a redução da capacidade para o trabalho, conforme a
tabela anexa à Portaria 32.

1.11 Tabela de avaliação convencional da redução permanente da


capacidade para o trabalho

É destinada a exprimir, convencionalmente, em dias, a redução permanente,


parcial ou total, da capacidade de trabalho, ou morte, por efeito de acidente, tomando
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por base a sobrevida média do trabalhador acidentado, estimada em 20 anos ou 6.000


dias.

A quantidade de dias debitados, foi obtida a partir das estimativas das variáveis:
idade ao se acidentar e a expectativa média de vida. Recentemente, estudos
mostraram que há redução na mortalidade e ganhos na expectativa de vida,
apontando assim, a necessidade de rever estes valores.

Anexo à Portaria "DNSHT- 32, de 19 de novembro de 1968"

Tabela de dias debitados

AVALIAÇÃO
NATUREZA DIAS DEBITADOS
PERCENTUAL
Morte 100 6.000
Incapacidade total e permanente 100 6.000
Perda da visão de ambos os olhos 100 6.000
Perda da visão de um olho 30 1.800
Perda do braço acima do cotovelo 75 4.500
Perda do braço abaixo do cotovelo 60 3.600
Perda da mão 50 3.000
Perda do primeiro quirodátilo (polegar) 10 600
Perda de qualquer outro quirodátilo (dedo) 05 300
Perda de dois outros quirodátilos 12,5 750
Perda de três outros quirodátilos 20 1.200
Perda de quatro outros quirodátilos 30 1.800
Perda do primeiro quirodátilo e qualquer outro 20 1.200
Perda do primeiro quirodátilo e dois outros 25 1.500
Perda do primeiro quirodátilo e três outros 33,5 2.000
Perda do primeiro quirodátilo e quatro outros 40 2.400
Perda da perna acima do joelho 75 4.500
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Perda da perna no joelho ou abaixo dele 50 3.000


Perda do pé 40 2.400
Perda do primeiro pododátilo (dedo grande) ou de
06 300
dois outros ou mais pododátilos
Perda do primeiro pododátilo de ambos os pés 10 6.000
Perda de qualquer outro pododátilo 00 00
Perda da audição de um ouvido 10 600
Perda da audição de ambos os ouvidos 50 3.000
Perda de três outros quirodátilos 10 600
Perda de quatro outros quirodátilos 50 3.000

1.12 Dias Computados

1. - Dias computados para cada acidentado: é o número de dias atribuídos a


cada acidentado, num só acidente, conforme:

a) Acidente com incapacidade temporária: os dias computados


correspondem aos dias perdidos;

b) Acidente com incapacidade permanente parcial: os dias


computados, correspondem à soma dos dias debitados por redução de capacidade,
até o limite de 4.500 dias;

c) Acidentes com incapacidade permanente total: os dias


computados correspondem a 6.000 dias (dias debitados);

d) Acidentes com morte: os dias computados correspondem a


6.000 dias (dias debitados);

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e) Dias computados por acidente: é o número que exprime a soma


dos dias computados de cada acidentado no mesmo acidente;

f) Dias computados no mês: é o total de dias perdidos, dias


debitados e dias transportados durante o mês considerado;

g) Dias computados acumulados: é a soma dos dias computados a


contar desde 1º de janeiro. Assim, os dias computados acumulados em fevereiro
correspondem à soma dos dias computados em janeiro com os de fevereiro; quando
em março, correspondem à soma dos dias computados em janeiro, fevereiro e março.

2. ESTATÍSTICAS

2.1 Estatística Mensal: Como o nome indica, é a estatística elaborada durante


um mês, com a finalidade de obter dados comparativos que permitam confronto com as
estatísticas de outros locais de atividades semelhantes.

2.2 Estatística Anual: Tem a mesma finalidade da estatística mensal, mas


abrange dados de todos os meses do ano.

2.3 Data de Encerramento da Estatística

a) O mês estatístico se encerra no último dia de cada mês;

b) O ano estatístico se encerra no dia 31 de dezembro.


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3. COEFICIENTES

3.1 Coeficiente de Frequência - C.F.

a) Expressa o número de acidentes com perda de tempo (a.c.p.t.) ocorridos em


um milhão de horas-homem trabalhadas. Este é o número padrão adotado para
possibilitar a comparação entre coeficientes de empresas que possuem diferentes
números de empregados.

b) O C.F. é calculado pela fórmula:

C.F. = Nº de acidentes com afastamento X 1.000.000

Horas/homens Trabalhadas

c) O coeficiente de freqüência mensal é calculado pelo número de acidentes


com afastamento ocorridos durante o mês e pelo total de horas/homens trabalhadas
durante o mesmo mês, utilizando-se a fórmula do item b.

d) O coeficiente de freqüência anual é calculado pela soma dos acidentes com


afastamento ocorridos durante o ano e pela soma das horas/homens trabalhadas
durante o mesmo ano, utilizando-se a fórmula do item b.

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3.2 Coeficiente de Frequência Atualizada - C.F.A.

a) É o coeficiente de frequência relativo ao período decorrido entre 1º de janeiro


e a data considerada.

b) É calculado pela fórmula do item b, utilizando-se a soma de todos os


acidentes com afastamento e o total de horas/homens trabalhadas desde 1º de janeiro.

c) O coeficiente de frequência atualizado e calculado em 31 de dezembro


corresponde ao coeficiente de frequência anual.

3.3 Coeficiente de Gravidade - C.G.

a) Representa a perda de tempo resultante dos acidentes em número de


dias, ocorridos em um milhão de horas-homem trabalhadas. A gravidade das lesões, é
dessa forma, medida pelos dias de trabalho perdidos pelos trabalhadores, em
decorrência de acidentes. Aos dias efetivamente perdidos, pelo acidentado que sofreu
lesão, incapacitado permanentemente, somam-se os dias debitados correspondentes à
lesão.

b) O coeficiente de gravidade é calculado pela fórmula :

C.G. = Dias computados X 1.000.000

Horas/homens trabalhadas

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c) O coeficiente de gravidade mensal é calculado pelos dias computados no mês


e pelo total de horas/homens trabalhadas no mês, utilizando-se a fórmula do item b.

d) O coeficiente de gravidade anual é calculado pela soma dos dias computados


de todos os meses do ano e pelo total de horas/homens trabalhadas durante o ano,
utilizando-se a fórmula do item b.

3.4 Coeficiente de gravidade atualizado - C.G.A.

a) É o coeficiente de gravidade relativo ao período decorrido entre 1º de janeiro e


a data considerada.

b) É calculado pela fórmula do item b, utilizando-se a soma dos dias computados


desde 1º de janeiro e o total de horas/homens trabalhadas no mesmo período.

c) O coeficiente de gravidade atualizado é calculado em dezembro, dia 31,


correspondente ao coeficiente de gravidade anual.

3.5 Cálculo dos coeficientes de uma empresa

Suponhamos uma empresa que tenha em média 1.000 empregados. Após o


levantamento do número de acidentes, dos dias perdidos, dos dias debitados que
constam nos relatórios de acidentes, calculamos os coeficientes de freqüência e
gravidade para uma período de 4 meses, conforme a tabela:

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Acidente com Dias Perdidos Coeficientes


Horas/Homens Dias
Mês Perda de
Trabalhadas Debitados
Tempo do Mês ant. Freq. Grav.
Jan 890.000 20 310 - - 22,47 348
Fev. 850.000 25 350 80 900 29,41 1.470
Atual 1.740.000 45 740 - 900 25,86 942
Mar. 910.000 18 240 50 - 19,78 318
Atual 2.650.000 63 1.030 - 900 23,77 728
Abr. 965.000 15 405 20 3.000 15,54 3.549
Atual 3.615.000 78 1.455 - 3.000 21,57 1.481

Os valores apresentados na forma de tabela também podem ser apresentados


na forma de gráficos:

4000
30
25 3000
20
15 2000
10 1000
5
0 0
Janeiro março Janeiro Março

Coeficiente de Frequência Coeficiente de Gravidade

4. ANÁLISE DE COEFICIENTES

Além do cálculo dos coeficientes de frequência e gravidade, torna-se necessário


um levantamento completo dos fatores envolvidos nos acidentes, para análise e
orientação nos pontos que apresentarem prioridade para a prevenção de acidentes.

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Assim devem ser analizados :

4.1 Agente da Lesão

Objetos, máquinas, ferramentas, materiais, substâncias associadas diretamente


com a lesão, etc.

4.2 Parte do Agente

Parte específica do agente mais estreitamente associada à lesão (fio de corte da


ferramenta, degrau de escada, etc.)

4.3 Tipo de Acidente

Quedas do mesmo nível, quedas de nível diferente, prensados entre, prensados


sob, batidas contra, envenenamento, esforço excessivo, etc.

4.4 Parte do corpo atingida

Cabeça, face, olhos, membros superiores, tórax, região lombar, membros


inferiores, etc.

Através dos dados colhidos em fichas de acidentes, pode-se levantar um quadro


estatístico, como os exemplos a seguir:

Agente da Lesão %

Máquinas 30,4

Ferramentas Elétricas 26,0

Ferramentas Manuais 18,5 77


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Transmissões Mecânicas 15,7

Escadas 5,4

Veículos 2,0

Substâncias Químicas 2,0

Tipo de Acidente %

Batida contra 24,40

Prensado entre 20,00

Esforço excessivo 18,60

Contato com partes quentes 13,00

Queda do mesmo nível 12,00

Queda de nível diferente 10,00

Queimadura por agente químico 2,00

Parte do Corpo %

Dedos 32,50

Mãos 21,40

Região Lombar 15,60

Pés 14,50

Artelhos 12,00 78
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Cabeça 1,80

Olhos 1,20

Face 1,00

5. Ministério da Previdência Social

Algumas empresas registram todos os acidentes, outras somente os mais


graves, que geram o benefício (Decreto-lei nº 6905 de 26/09/44 que estabelece norma
mediante a qual cabe ao empregador pagar aos empregados os primeiros 15 dias de
ausência ao trabalho por razão de enfermidade). Assim, para não penalizar aquelas
que consideram/registram todos (para não terem o número de acidentes maiores em
relação às outras) criou-se o IFD, que considera-se para os cálculos estatísticos,
somente os acidentes que geraram benefício, ou seja, superiores a 15 dias de
afastamento.

5.1 Índice de Freqüência Descontaminado – IFD

I FD = nº de acidentes com benefício x 1.000.000

HHT

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5.2 Índice de Gravidade

IG = DP dos acidentes com benefício x 1.000

HHT

DP = DA + DD + DT

DA – dias de afastamento

DD – dias debitados (INSS)

DT – dias transportados

ATIVIDADES APLICADA A ESTATÍSTICA DE ACIDENTES

Criar documentos para:

- Registro de acidentes mensal e anual;


- Elaborar estatísticas dos acidentes mensais e anuais, com cálculos e
demonstrações de taxas de frequência e gravidade;
- Demonstrar os tipos e local de lesão;
- Expor em gráficos comparativos, mensais e anuais.

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Os levantamentos estatísticos, bem como os cálculos, criação de tabelas, etc.,


deverão ser iniciados em sala de aula. Os trabalhos deverão ser entregues impressos
e/ou em meio eletrônico em duplas que farão apresentações para todo o grupo em sala
de aula, em data a ser combinada.

EMPRESA: NOSSA EMPRESA S/A

Ramo de atividade: Indústria Metalúrgica

Número de funcionários: 800

ACIDENTES OCORRIDOS NO ANO DE 2012

Janeiro

02 acidentes

1º) João da Cunha – dia 04, fraturou o pé direito ao sair do refeitório da empresa,
ficou afastado 45 para recuperação;

2º) Moacir da Rocha – dia 19, furou o olho esquerdo ao usar o policorte,
ficou afastado 50 dias para recuperação. HHT: 150.525
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Fevereiro

01 acidente

- Valdecir Feitosa – dia 15, prensou o dedo polegar da mão esquerda em uma
porta, ficou afastado 05 dias para recuperação.

HHT: 165.560

Março

04 acidentes

- Alex Galvão – dia 05, bateu com a perna direita na cadeira causando
escoriação, ficou afastado 02 dias para recuperação;

- Carlos Pinto de Souza – dia 09, escorregou na escada fraturando o braço


esquerdo, ficou afastado 40 dias para recuperação;

- Eduardo Milan – dia 13, ao deslocar-se empresa/residência, capotou sua


moto fraturando o pé direito, ficou afastado 45 dias para recuperação;

- Fernando Amarante – dia 26, cortou o dedo com o estilete,


ficou afastado 02 dias para recuperação.

HHT: 172.090

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Abril

02 acidentes

- Maria da Costa – dia 16, intoxicou-se com produto de limpeza, ficou afastada
10 dias para recuperação;

- Ademir da Guia – dia 23; feriu sua perna esquerda ao romper o vaso
sanitário, ficou afastado 10 dias para recuperação.

HHT: 145.605

Maio

01 acidente

- Osmar dias – dia 03, caiu da escada ao limpar uma calha, torcendo o pé
direito, ficou afastado 20 dias para recuperação.

HHT: 148.500

Junho

03 acidentes

- Wagner Almeida – dia 05, escorregou no piso molhado na copa, fraturando a


primeira vértebra do cóccix, ficou afastado 40 dias para recuperação;

- Rute Escobar – dia 06, bateu o carro da empresa, ferindo seu rosto com os
estilhaços do pára-brisa, ficou afastada 15 dias para recuperação;

- Ricardo Neves – dia 20, cortou a mão esquerda a cortar verduras, ficou
afastado 10 dias para recuperação. HHT: 141.010
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Julho

05 acidentes

- Joana Prado – dia 05, intoxicou-se com produto de limpeza, ficou afastada 15
dias para recuperação;

- Marcos Bertolli – dia 06, a fazer análise de produtos no laboratório usando


ácido sulfúrico, queimou a mão esquerda, ficou afastado 20 dias para recuperação;

- Silvana Andrade – dia 10, caiu na escada, fraturando o braço direito, ficou 40
dias para recuperação;

- Joaquim de Nobrega – dia 12, ao cortar uma chapa de aço na guilhotina,


amputou sua mão esquerda, ficou afastado 120 dias para recuperação;

- Jordana Carvalho – dia 30, feriu o dedo médio da mão esquerda com o
estilete, ficou afastada 03 dias para recuperação.

HHT: 155.600

Agosto

02 acidentes

- Darci do Carmo – dia 10, bateu a cabeça em uma cantoneira de ferro,


cortando sua testa, ficou afastado 05 dias para recuperação;

- Vilmar da Rosa – dia 20, ao digitar sentiu dores nos punhos (tendão), ficou
afastado 60 dias para recuperação.

HHT: 143.300

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Setembro

01 acidente

- Elizabete Campos – dia 13, cortou o punho ao arrumar o vidro da mesa de


trabalho, ficou afastada 15 dias para recuperação.

HHT: 144.440

Outubro

03 acidentes

- Durval Gomes – dia 03, ao digitar sentiu dores nos punhos (tendão), ficou
afastado 50 dias para recuperação;

- Edinei Rodrigues – dia 05, ao fazer manutenção em um painel elétrico,


recebeu uma descarga elétrica queimando seu rosto, ficou afastado 15 dias para
recuperação;

- Flademir Cooper – dia 19, caiu na moegas de milho, sendo soterrado e


morreu.

HHT: 146.230

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Novembro

02 acidentes

- Justino da Silva – dia 08, ao descarregar um caminhão de adubo, entrou um


cisco em seu olho direito, ficou afastado 05 dias para recuperação;

- Valdemar Ferreira – dia 15, ao pular do caminhão, torceu o pé esquerdo,


ficou afastado 15 dias para recuperação.

HHT: 147.300

Dezembro

01 acidente

- Natalino do Nascimento – dia 20, colocava enfeites de natal na parede do


prédio da administração, caiu sofrendo ferimento no abdômen, ficou afastado 40 dias
para recuperação.

HHT: 148.400

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ACIDENTES OCORRIDOS NO ANO DE 2013

Janeiro

01 acidente

- Januário Primeiro – dia 10, ao retirar os enfeites de natal na parede do prédio


da administração, caiu fraturando a perna direita, ficando afastado 45 dias para
recuperação.

HHT: 138.900

Fevereiro

Não houve acidente registrado.

HHT: 144.300

Março

02 Acidentes

- Mariano Fulano – dia 03, ao conferir o estoque no armazém, a empilhadeira


passou em cima de seu pé direito, fraturando-o, ficou afastado 30 dias para
recuperação;

- Marcos de Morais – dia 11, ao consertar o telhado do armazém, caiu batendo


com a cabeça e faleceu a caminho do hospital.

HHT: 142.000

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Abril

Não houve acidente registrado.

HHT: 145.450

Maio

01 Acidente

- Odilon de Lara – dia 08, ao digitar sentiu dores no punho (tendões), ficou
afastado 45 dias para recuperação.

HHT: 148.200

Junho

03 acidentes

- Adair Santana – dia 02, ao sair do refeitório pisou em falso torcendo o pé


direito, ficou afastado 15 dias para recuperação;

- Juliano Falante – dia 13, ao limpar a calçada, intoxicou com produto de


limpeza (ácido), ficou afastado 20 dias para recuperação;

- Sebastião Carvalho – dia 16, ao deslocar-se residência/empresa foi


atropelado, fraturando sua perna esquerda, ficou afastado 45 dias para recuperação.

HHT: 147.240

Julho

Não houve acidente registrado. HHT: 142.320

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Agosto

05 acidentes

- Josefina Primeira – dia 06, intoxicou-se com produto de limpeza, ficou


afastada 15 dias para recuperação;

- Marciano Barão – dia 07, a fazer análise de produtos no laboratório usando


ácido sulfúrico, queimou a mão esquerda, ficou afastado 20 dias para recuperação;

- Sandra Andrade – dia 11, caiu na escada, fraturando o braço direito, ficou 40
dias para recuperação;

- Joacir de Novembro – dia 13, ao cortar uma chapa de aço na guilhotina,


amputou sua mão esquerda, ficou afastado 120 dias para recuperação;

- Jordana Carvalho – dia 21, feriu o dedo médio da mão esquerda com o
estilete, ficou afastada 03 dias para recuperação.

HHT: 145.330

Setembro

03 acidentes

- Wanda Ferreira – dia 10, escorregou no piso molhado na copa, fraturando a


primeira vértebra do cóccix, ficou afastado 45 dias para recuperação;

- Raquel de Norton – dia 16, bateu o carro da empresa, ferindo seu rosto com
os estilhaços do pára-brisa, ficou afastada 15 dias para recuperação;

- Ribeiro Nabuco – dia 19, cortou a mão esquerda a cortar verduras, ficou
afastado 10 dias para recuperação. HHT: 143.340
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Outubro

Não houve acidente registrado

HHT: 141.300

Novembro

02 acidentes

- Álvaro Noite e Tânia Dias – dia 03, ao auditar o setor operacional,


intoxicaram com o veneno usado no tratamento de sementes, ficaram afastados 20
dias para recuperação.

HHT: 144.440

Dezembro

01 acidente

- Sérgio Carbox – dia 10, escorregou no piso molhado do refeitório, caiu,


fraturando o braço esquerdo, ficou afastado 20 dias para recuperação.

HHT: 145.470

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ACIDENTES OCORRIDOS NO ANO DE 2014

Janeiro

01 acidente

- Valmor Feitosa – dia 15, prensou o dedo polegar da mão esquerda em uma
porta, ficou afastado 10 dias para recuperação.

HHT: 147.680

Fevereiro

Não houve acidente registrado.

HHT: 149.490

Março

02 Acidentes

- Barbosa Ferraz – dia 04, ao efetuar limpeza em um painel elétrico, sofreu


uma descarga elétrica, queimando braços e rosto, ficou afastado 20 dias para
recuperação;

- Carvalho da Cruz – dia 16, ao levantar uma saca de ração, sentiu dores nas
costas, ficou afastado 20 dias para recuperação.

HHT: 145.400

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALEATORIZAÇÃO e outras estratégias amostrais. Disponível em: <http:


//matematiques.sites.uol.com.br/pereirafreitas/1.5.3aleatorizacao.htm>.
Acesso em: 19 nov. 2008.

BUSSAB, Wilton O.; MORETTIN, Pedro A. Estatística básica. 5. ed.


São Paulo: Saraiva, 2003.

ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS. O que é estatística? Disponível


em: <http://www.ence.ibge.gov.br/estatistica/ default.asp>. Acesso em: 19 nov. 2008.

MAGALHÃES, Marcos N.; LIMA, Antonio C. P. Noções de


probabilidade e estatística. 6. ed. São Paulo: EDUSP, 2005.

MARTINS, Gilberto A. Estatística geral e aplicada. 3. ed. São Paulo: Atlas. 2005
.
MILONE, Giuseppe. Estatística geral e aplicada. São Paulo:
Thomson Learning, 2003.

NBR 14280:2001 - ABNT Catalogo, disponível em:


www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=002449, acesso em: 20 dez. 2012.

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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