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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

Introdução ...................................................................................................................... 02
Direitos Humanos .......................................................................................................... 03
Processo Legislativo ...................................................................................................... 10
Leis.................................................................................................................................. . 20
Diário Oficial ................................................................................................................... 29
Constituição.................................................................................................................... 30
Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT ..................................................................... 32
Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS ........................................................ 34
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS .......................................................... 35
Programa de Integração Social - PIS ............................................................................. 39
Funcionário Público ........................................................................................................ 40
Trabalho Formal ............................................................................................................. 42
Pessoa Jurídica .............................................................................................................. 43
Pessoa Física ................................................................................................................. 46
Trabalho Informal ........................................................................................................... 47
Legislação de Higiene e Segurança do Trabalho ........................................................... 49
Técnico em Segurança do trabalho.......................... ....................................................... 52
Leis 8212/91 e 8213/91 da Previdência Social................................................................ 55
História da Legislação e Normas e SMS ......................................................................... 65
Momento Linha/Momento Agulha.................................................................................... 68
Análise Preliminar de Riscos – APR ............................................................................... 71
Obrigações da Área de Segurança e Saúde Ocupacional .............................................. 76
Programas de Qualidade Total nas Empresas ................................................................ 77

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 83

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INTRODUÇÃO

A profissão de Técnico em Segurança do Trabalho, regulamentada pela Lei nº


7.410, de 27 de novembro de 1985. Dentre suas atribuições, definidas pela Portaria nº
3.275/89, do Ministro do Trabalho, destacam-se a informação do empregador e dos
trabalhadores sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho e a promoção de
campanhas e outros eventos de divulgação das normas de segurança e saúde no
trabalho, além do estudo dos dados estatísticos sobre acidentes e doenças relacionadas
ao trabalho.

Na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO - editada pelo Ministério do


Trabalho e Emprego, o técnico de segurança do trabalho recebe o código 3516-05. A
CBO registra que este profissional deve participar da elaboração e implementação de
políticas de segurança do trabalho, entre outras funções.

As empresas podem ser obrigadas a contratar técnicos de segurança do trabalho


para integrar o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT), em razão de seu código na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE - e número de empregados. A obrigação está prevista no artigo 162
da Consolidação das Leis do Trabalho e detalhada na Norma Regulamentadora nº 4,
aprovada pela Portaria nº 33/83, da extinta Secretaria de Segurança e Medicina do
Ministério do Trabalho (atual Secretaria de Inspeção do Trabalho).

A equipe do SESMT pode ser composta também por engenheiro de segurança


do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar de enfermagem do
trabalho.

A categoria é representada pela Federação Nacional dos Técnicos de Segurança


do Trabalho, entidade vinculada à Confederação Nacional dos Trabalhadores no
Comércio (CNTC).

O dia do Técnico em Segurança do Trabalho é comemorado em 27 de novembro,


em função da data em que foi regulamentada a profissão.

Isto posto, torna-se imperativo para esse profissional o conhecimento da


legislação pertinente e leis correlatas, objetivo-fim do presente material bibliográfico,
complementado com o uso do Manual Atlas de Legislação.

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Direitos humanos
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Para introduzir o nosso tema, vamos falar um


pouco sobre Direitos Humanos e conhecer como
surgem as leis.

Direitos do homem - Pintura mural em Saint-Josse-


ten-Noode (Bélgica). O texto resume os artigos 18 e
19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os direitos humanos são
os direitos e liberdades básicos de todos os seres
humanos. Normalmente o conceito de direitos
humanos tem a idéia também de liberdade de
pensamento e de expressão, e a igualdade perante
a lei.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem da

Organização das Nações Unidas afirma:

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade


e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir Artigo
uns para com os outros em espírito de fraternidade. 1º

A ideia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos


naturais que seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria nenhuma
diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta
nomenclatura etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser necessário
manter termos separadas para eliminar a associação com características normalmente
relacionadas com os direitos naturais, sendo John Locke talvez o mais importante
filósofo a desenvolver esta teoria.

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Existe um importante debate sobre a origem cultural dos direitos humanos.


Geralmente se considera que tenham sua raiz na cultura ocidental moderna, mas
existem ao menos duas posturas principais mais. Alguns afirmam que todas as culturas
possuem visões de dignidade que se são uma forma de direitos humanos, e fazem
referência a proclamações como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional
do Império de Mali. Não obstante, nem em japonês nem em sânscrito clássico, por
exemplo, existiu o termo direito até que se produziram contatos com a cultura ocidental,
já que estas culturas colocaram tradicionalmente um peso nos deveres. Existem
também quem consideram que Ocidente não criou a ideia nem o conceito dos direitos
humanos, ainda que se uma maneira concreta de sistematizá-los, uma discussão
progressiva e o projeto de uma filosofia dos direitos humanos.

As teorias que defendem o universalismo dos direitos humanos se contrapõem ao


relativismo cultural, que afirma a validez de todos os sistemas culturais e a
impossibilidade de qualquer valorização absoluta desde um marco externo, que neste
caso seriam os direitos humanos universais. Entre estas duas posturas extremas se
situa uma gama de posições intermediárias. Muitas declarações de direitos humanos
emitidas por organizações internacionais regionais põem um acento maior ou menor no
aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos de acordo com sua
trajetória histórica.

A Organização da Unidade Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de


Direitos Humanos e de Povos, que reconhecia princípios da Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948 e adicionava outros que tradicionalmente se tinham negado
na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos Estados de eliminar todas
as formas de exploração econômica estrangeira. Mais tarde, os Estados africanos que
acordaram a Declaração de Túnez, em 6 de novembro de 1992, afirmaram que não se
pode prescrever um modelo determinado a nível universal, já que não podem se
desvincular as realidades históricas e culturais de cada nação e aas tradições, normas e
valores de cada povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de Bangkok,
emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e de Cairo, firmada pela
Organização da Conferência Islâmica em 5 de agosto de 1990.

Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada nos direitos


civis e políticos, se opôs um pouco durante a Guerra Fria, destacando no seio
das Nações Unidas, ao do bloco socialista, que privilegiava os direitos econômicos,
sociais e culturais e a satisfação das necessidades elementares.

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História

Os direitos humanos são o resultado de uma longa história, foram debatidos ao


longo dos séculos por filósofos e juristas. O início desta caminhada , remete-nos para a
área da religião, quando o Cristianismo, durante a Idade Média, é a afirmação da defesa
da igualdade de todos os homens numa mesma dignidade, foi também durante esta
época que os filósofos cristãos recolheram e desenvolveram a teoria do direito natural,
em que o indivíduo esta no centro de uma ordem social e jurídica justa, mas a lei divina
tem prevalência sobre o direito laico tal como é definido pelo imperador, o rei ou o
príncipe.

Mais tarde, a Escola do direito natural, defendeu a existência de direitos que


pertencem essencialmente ao homem, que são inerentes à natureza, que ele goza pelo
simples fato de ser homem. Com a idade moderna, os racionalistas dos séculos XVII e
XVIII, reformulam as teorias do direito natural, deixando de estar submetido a uma
ordem divina. Para os racionalistas todos os homens são por natureza livres e têm
certos direitos inatos de que não podem ser despojados quando entram em sociedade.
Foi esta corrente de pensamento que acabou por inspirar o atual sistema internacional
de proteção dos direitos do homem.

A evolução destas correntes veio a dar frutos pela primeira vez em Inglaterra, e
depois nos Estados Unidos. A Magna Carta (1215) deu garantias contra a arbitrariedade
da Coroa, e influencio diversos documentos, como por exemplo o Acto Habeas Corpus
(1679), que foi a primeira tentativa para impedir as detenções ilegais. A Declaração
Americana da Independência surgiu a 4 de Julho de 1776, onde constavam os direitos
naturais do ser humano que o poder político deve respeitar, esta declaração teve como
base a Declaração de Virgínia proclamada a 12 de Junho de 1776, onde estava
expressa a noção de direitos individuais.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em Franca em


1789, e as reivindicações ao longo dos séculos XIV e XV em prol das liberdades,
alargou o campo dos direitos humanos e definiu os direitos econômicos e sociais.

Mas o momento mais importante, na história dos Direitos do Homem, é durante


1945-1948. Em 1945, os Estados tomam consciência das tragédias e atrocidades
vividas durante a 2º Guerra Mundial, o que os levou a criar a Organização das Nações
Unidas em prol de estabelecer e manter a paz no mundo. Foi através da Carta das
Nações Unidas, assinada a 20 de Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua
determinação « em preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé
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nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana, na


igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das nações, grande e
pequenas; em promover o progresso social e instaurar melhores condições de vida
numa maior liberdade. A criação das Nações Unidas simboliza a necessidade de um
mundo de tolerância, de paz, de solidariedade entre as nações, que faça avançar o
progresso social e econômico de todos os povos.

Os principais objetivos das nações unidas passam por manter a paz, a segurança
internacional, desenvolver relações amigáveis entre as nações, realizar a cooperação
internacional resolvendo problemas internacionais do cariz econômico, social, intelectual
e humanitário, desenvolver e encorajar o respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais sem qualquer tipo de distinção.

Assim, a 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas


proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem. A Declaração Universal dos
Direitos do Homem é fundamental na nossa Sociedade, quase todos os documentos
relativos aos direitos humanos têm como referência esta Declaração, e alguns Estados
fazem referência direta nas suas constituições nacionais. A Declaração Universal dos
Direitos do Homem, ganhou uma importância extraordinária contudo não obriga
juridicamente que todos os Estados a respeitem e, devido a isso, a partir do momento
em que foi promulgada, foi necessário a preparação de inúmeros documentos que
especificassem os direitos presentes na declaração e assim força-se os Estados a
cumpri-la. Foi nesse contexto que, no período entre 1945-1966 nasceram vários
documentos.

Assim, a junção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os dois pactos


efetuados em 1966, nomeadamente O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, sócias e Culturais, bem como os dois
protocolos facultativos do Pacto dos Direitos Civis e Políticos (que em 1989 aboliu a
pena de morte), constituem A Carta Internacional dos Direitos do Homem.

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Evolução histórica

Muitos filósofos e historiadores do Direito consideram que não se pode falar de


direitos humanos até a modernidade no Ocidente. Até então, as normas da comunidade,
concebidas na relação com a ordem cósmica, não deixavam espaço para o ser humano
como sujeito singular, se concebendo o direito primariamente como a ordem objetivo da
sociedade. A sociedade estamental tem seu centro em grupos como a família, a
linhagem ou as corporações profissionais ou laborais, o que implica que não se
concebem faculdades próprias do ser humano enquanto tal. Pelo contrário, se entende
que toda faculdade atribuível ao indivíduo deriva de um duplo status: o do sujeito no
seio da família e o desta na sociedade. Fora do status não há direitos.

A existência dos direitos subjetivos, tal e como se pensam na atualidade, será


objeto de debate durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o que é relevante porque
habitualmente se diz que os direitos humanos são produto da afirmação progressiva da
individualidade e que, de acordo com ele, a idéia de direitos do homem apareceu pela
primeira vez durante a luta burguesa contra o sistema do Antigo Regime. Sendo esta a
consideração mais estendida, outros autores consideram que os direitos humanos são
uma constante na História e tem suas raízes no mundo clássico; também sua origem se
encontra na afirmãção do cristianismo da dignidade moral do homem enquanto pessoa.

Antecedentes remotos

O Cilindro de Ciro hoje no British Museum,


a primeira declaração dos direitos humanos.

Um dos documentos mais antigos que vinculou os direitos humanos é o Cilindro


de Ciro, que contêm uma declaração do rei persa (antigo Irã) CiroII depois de sua
conquista da Babilônia em 539 aC. Foi descoberto em 1879 e a ONU o traduziu
em 1971 a todos seus idiomas oficiais. Pode ser resultado de uma tradição
mesopotâmica centrada na figura do rei justo, cujo primeiro exemplo conhecido é o rei
Urukagina, de Lagash, que reinou durante o século XXIV aC, e de onde cabe destacar
também Hammurabi da Babilônia e seu famoso Código de Hammurabi, que data do
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século XVIII aC. O Cilindro de Ciro apresentava características inovadoras,


especialmente em relação a religião. Nele era declarada a liberdade de religião e
abolição da escravatura. Tem sido valorizado positivamente por seu sentido humanista e
inclusive foi descrito como a primeira declaração de direitos humanos.

Documentos muito posteriores, como a Carta Magna da Inglaterra, de 1215, e


a Carta de Mandén, de1222, se tem associado também aos direitos humanos. Na Roma
antiga havia o conceito de direito na cidadania romana a todos romanos.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789

No século XVII e XVIII, filósofos europeus,


destacando-se John Locke, desenvolveram o conceito do
direito natural. Os direitos naturais, para Locke, não
dependiam da cidadania nem das leis de um Estado, nem
estavam necessariamente limitadas a um grupo étnico,
cultural ou religioso em particular. A teoria do contrato social,
de acordo com seus três principais formuladores, o já citado
Locke,Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, se baseia
em que os direitos do indivíduo são naturais e que, no estado
de natureza, todos os homens são titulares de todos os
direitos.

A primeira declaração dos direitos humanos da época moderna é a Declaração


dos Direitos da Virgínia de 12 de junho de 1776, escrita por George Mason e
proclamada pela Convenção da Virgínia. Esta grande medida influenciou Thomas
Jefferson na declaração dos direitos humanos que se existe na Declaração da
Independência dos Estados Unidos da América de 4 de julho de 1776, assim como
também influenciou a Assembleia Nacional francesa em sua declaração, a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 esta última definia o direito individual e
coletivo das pessoas.

A noção de direitos humanos não experimentou grandes mudanças até o século


seguinte com o início das lutas operárias, surgiram novos direitos que pretendiam dar
solução a determinados problemas sociais através da intervenção do Estado. Neste
processo são importantes a Revolução Russa e a Revolução Mexicana.

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Desde o nascimento da Organização das Nações Unidas em 1945, o conceito de


direitos humanos se tem universalizado, alcançando uma grande importância na cultura
jurídica internacional. Em 10 de dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos
Humanos foi adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em sua
Resolução 217 A (III), como resposta aos horrores da Segunda Guerra Mundial e como
intento de sentar as bases da nova ordem internacional que surgia atrás do armistício.
Coincidência ou não, foi proclamada no mesmo ano da proclamação do estado
de Israel.

Posteriormente foram aprovados numerosos tratados internacionais sobre a


matéria, entre os quais se destacam os Pactos Internacionais de Direitos Humanos
de 1966, e foram criados numerosos dispositivos para sua promoção e garantia.

Sede da ONU, Genebra, Suíça

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PROCESSO LEGISLATIVO

No Brasil, os projetos de lei podem ser de iniciativa do Presidente da República,


de um parlamentar ou de presidentes dos tribunais superiores. Há ainda a possibilidade
de projetos de leis de iniciativa popular.

Poder Legislativo do Brasil

O Poder Legislativo do Brasil é um dos poderes


constituídos do país. A Constituição Federal adota os princípios
da soberania popular e da representação, segundo os quais o
poder político pertence ao povo e é exercido em nome deste
por órgãos constitucionalmente definidos (art. 1º, parágrafo
único). Para tanto, a Constituição Federal constitui três
Poderes, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos (art. 2º).
O Poder Legislativo do Brasil é exercido, no âmbito federal, desde 1891,
pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, compostos, respectivamente, por deputados federais e senadores.

Com a proclamação da República, a tradição constitucional brasileira espelhou-se


no modelo norte-americano para criar um Legislativo federal bicameral, dividindo-o em
duas vertentes, uma a representar os estados federados, com senadores eleitos pelo
sistema majoritário, e outra o povo, com deputados eleitos pelo sistema proporcional,
formando portanto duas câmaras mutuamente revisoras. Foram exceções as
Constituições de 1934 e 1937, que preconizavam o unicameralismo. A doutrina entende
que o bicameralismo é o sistema mais apropriado às federações, ao apontar o Senado
como a câmara representativa dos estados federados.

Na esfera federal, também integra o Poder Legislativo o Tribunal de Contas da


União, órgão de extração constitucional que auxilia o Congresso Nacional na
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração pública direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas. Essa atividade
recebe o nome de controle externo.
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Histórico
A Constituição do Império do Brasil, de 1824, delegou o Poder Legislativo a uma
Assembleia Geral, dividida em duas Casas, a Câmara dos Deputados e a Câmara dos
Senadores ou Senado. A primeira era eletiva e temporária, com mandato de quatro
anos, enquanto que o Senado era composto de membros vitalícios. Com a progressão
do Império na direção de um sistema semelhante ao parlamentarismo, a Câmara dos
Deputados logrou, por via costumeira e interpretativa, reservar-se o direito de provocar a
demissão do ministério.

A República, organizada segundo o modelo presidencialista norte-americano,


retirou do Legislativo (agora denominado Congresso Nacional) a prerrogativa de demitir
o ministério e definiu a duração da legislatura em três anos. Aboliu-se a natureza
vitalícia do Senado, cujos integrantes passaram então a ter mandato de nove anos, com
três senadores eleitos por estado.

A Constituição de 1934 aumentou a duração da legislatura para quatro anos, mas


criou a figura do deputado corporativista (representante eleito pelas organizações
profissionais). O Senado (agora chamado Senado Federal) recebeu a competência de
coordenar os demais poderes constituídos; os senadores - dois eleitos por estado -
tinham mandato de oito anos.

A ditadura do Estado Novo fechou o Congresso, embora a Constituição de


1937 dispusesse acerca do Parlamento Nacional, composto da Câmara dos Deputados
e do Conselho Federal (este, representando os estados). Na prática, o Poder Legislativo
foi transferido, na sua totalidade, ao Presidente da República, que o exercia por meio de
"decretos-lei" (art. 180).

A Constituição de 1946 retomou as designações Congresso Nacional, Câmara


dos Deputados e Senado Federal, com mandatos de quatro anos para os deputados e
de oito anos para os senadores, e, em vigor durante um período democrático, permitiu
ao Legislativo operar de modo independente, com poderes amplos (votar o orçamento,
convocar ministros, propor e votar as leis etc.)

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A Constituição de 1967, promulgada durante o Regime Militar de 1964,


ressuscitou o instituto do "decreto com força de lei" (que a Emenda Constitucional de
1969 renomearia "decreto-lei" e ampliaria), que permitia ao Presidente da República
exercer parcela das atribuições do Legislativo.

A Constituição de 1988 restaurou plenamente ao Congresso Nacional o Poder


Legislativo. Na vigência da normalidade democrática, o Congresso exerce suas
prerrogativas legislativas e fiscalizadoras com plena desenvoltura.

A independência do Poder Legislativo, preconizada por todas as Constituições


brasileiras republicanas, foi exercida na prática apenas em alguns períodos da história:
1891-1930; 1934-1937; 1946-1967; e após 1985. Nos demais períodos, a função
legislativa dependia, em maior ou menor grau, do Poder Executivo.

Órgãos e autoridades legislativas

Os principais órgãos do Poder Legislativo brasileiro são:

Orgãos federais

 Congresso Nacional
 Senado Federal: representado pelos senadores.
 Câmara dos Deputados: representada pelos deputados federais.

Orgãos estaduais

 Assembleias legislativas: representadas pelos deputados estaduais.

Orgãos municipais

 Câmaras municipais: representadas pelos vereadores.

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Autoridades

As autoridades civis do Poder Legislativo são:

Autoridades federais

 Senadores;
 Deputados federais.

Autoridades estaduais

 Deputados estaduais.

Autoridades municipais

 Vereadores

Congresso Nacional

O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso


Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal. (artigo 44)

Os senadores representam as unidades


federativas (estados e Distrito Federal) e os deputados,
o povo. Na verdade, tanto o Congresso quanto cada
uma de suas casas representam a nação como um todo.

O exercício da representação legislativa é dividido em períodos


denominados legislaturas. Cada legislatura dura 4 anos e se inicia com a posse dos
deputados, após cada eleição. As legislaturas são divididas em períodos anuais,
chamados sessões legislativas.

" O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de


fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro." (artigo 57)

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O Congresso pode se reunir fora desses períodos, em sessão extraordinária,


convocada:

"I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de


defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado
de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em
caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso
com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Nacional." (artigo 57)

Para determinados trabalhos, as câmaras funcionam separadamente; para


outros, em plenário, isto é, em conjunto.

Senadores e deputados não podem exercer atividades que comprometam sua


função e seus interesses coletivos, podendo vir a perder o mandato.

Atribuições

Ressalvadas as matérias de competência exclusiva da Câmara dos


Deputados ou do Senado Federal, cabe ao Congresso, como um todo, legislar sobre
todas as questões de interesse nacional e de competência da União. Além disso, é o
Congresso que dispõe sobre vários assuntos administrativos, por determinação
expressa da constituição, como por exemplo:

 aprovar a declaração de guerra e a celebração da paz;


 autorizar o presidente e o vice-presidente a ausentarem do País por mais
de 15 dias;
 aprovar ou suspender o estado de defesa, o estado de sítio e a
intervenção federal;
 A fiscalizar os atos do Poder Executivo, inclusive na administração indireta,
etc. (artigos 48 e 50)
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Imunidade parlamentar

Para que possam desempenhar suas funções sem medo de represálias, ou


arbitrariedades, senadores e deputados gozam de imunidade parlamentar: sua pessoa é
inviolável, isto é, o parlamentar não pode ser preso — salvo no caso de flagrante delito
em crime inafiançável — nem processado criminalmente, sem prévia licença da câmara
a que pertence; e não pode ser responsabilizado por opiniões e votos emitidos no
exercício de sua função. (artigo 53)

Embora lamentável, acontece que a imunidade parlamentar tem servido, também,


para impedir que seus parlamentares respondam por seus crimes; como qualquer
cidadão. Com muita razão, alguns países vêm restringido tal privilégio, ou até mesmo
abolindo-o, como fez, a Itália, em 1987.

Câmara dos Deputados

Os deputados federais são representantes do


povo, eleitos por voto direto e secreto, para
um mandato de quatro anos, entrebrasileiros maiores
de 21 anos, exercício dos direitos políticos.

"A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo


sistema proporcional, em cada Estado, em cada Territórioe no Distrito Federal.

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e


pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para
que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
Deputados.

§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados."

Além da participação na função legislativa, a Câmara dos Deputados tem


importantes atribuições. Cabe-lhe privativamente, entre outras tarefas, autorizar

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instauração de processo contra o presidente, o vice-presidente da República e


os ministros de Estado; aprovar moção de censura a ministro de Estado, etc.

Senado Federal
Em número de três por estado e
pelo Distrito Federal, os senadores são eleitos
entre brasileiros maiores de 35 anos, no
exercício dosdireitos políticos. O mandato é
de oito anos, mas as eleições são de quatro em
quatro anos, renovando-se alternadamente, 1/3
e 2/3 da representação dos estados e do
Distrito Federal. Cada senador é eleito com dois suplentes.

Além da participação na função legislativa, o Senado Federal tem importantes


encargos, Entre outras atribuições, cabe-lhe privativamente processar e julgar, nos
crimes de responsabilidade, o presidente da República, os ministros de
Estadonos crimes de mesma natureza conexos com o presidente e vice-presidente da
república, do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República, nos crimes
de responsabilidade, aprovar a escolha de ministros de tribunais, casos previstos pela
constituição. (artigo 52)

Comissões parlamentares
As comissões parlamentares ganharam força e
importância na nova constituição. Podem ser
permanentes ou temporárias e suas atribuições são
previstas no regimento ou no ato de sua criação. Na
sua composição, procura-se garantir, na medida do
possível, a representação de partidos e blocos
parlamentares. As comissões podem, por exemplo, aprovar leis que dispensam a
competência do plenário, realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

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convocar ministros de Estado para prestar informações sobre temas em debate nas
comissões; solicitar depoimentos de qualquer autoridade ou cidadão, etc. (artigo 58)

Em geral, conseguem mais notoriedade as Comissões Parlamentares de


Inquérito (CPI), que podem ser criadas pela Câmara dos Deputados, pelo Senado ou
pelo conjunto do Congresso, para apuração de determinados fatos. A CPI tem poderes
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos do Congresso. Quando for o caso, as conclusões da CPI serão enviadas ao
Ministério Público para instauração do devido processo.

Nas democracias, entre as atribuições do Legislativo, está a fiscalização. São os


recursos do povo que movimentam a máquina estatal; por isso, a Constituição dá
grande importância à fiscalização financeira e orçamentária.

"Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que


utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária." (artigo 70, parágrafo único)

Cada um dos poderes exerce o seu controle interno, através de órgãos próprios e
o Poder Legislativo faz o controle externo de toda a administração, através do Tribunal
de Contas da União. Art. 71 da Constituição Federal.

Poder Legislativo Estadual

O órgão legislativo é a Assembleia


Legislativa, é unicameral composta de
representantes eleitos para um período de 4
anos. Aplicam-se aos deputados estaduais as
mesmas regras da constituição federal
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, etc. A remuneração
dos deputados será fixada em cada legislatura para a legislação seguinte.

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O número de deputados, na Assembleia Legislativa, proporcional à população


do estado e ao número de seus deputados federais. Para deputado federal, elegem-se
três estaduais, até completar 36 membros na Assembleia Legislativa. Daí em diante, a
cada deputado federal corresponde um estadual.

Deputados federais (artigo 45) 8 9 10 11 12 13 14 15 70

Deputados estaduais (artigo 27) 24 27 30 33 36 37 38 39 94

Assim, o número mínimo de deputados na Assembleia Legislativa é 24 e o


máximo 94. Atualmente a quantidade de deputados estaduais são:

 Acre - 24  Paraíba - 40
 Alagoas - 27  Paraná - 54
 Amapá - 24  Pernambuco - 49
 Amazonas - 27  Piauí - 30
 Bahia - 63  Rio de Janeiro - 70
 Ceará - 46  Rio Grande do Norte - 24
 Distrito Federal - 24  Rio Grande do Sul - 55
 Espírito Santo - 30  Rondônia - 24
 Maranhão - 47  Santa Catarina - 40
 Mato Grosso - 24  São Paulo - 94
 Mato Grosso do Sul - 24  Sergipe - 24
 Minas Gerais - 77  Tocantins - 25
 Pará - 40

O processo legislativo segue o esquema federal, com as devidas adaptações.


Para exercer a fiscalização financeira e orçamentária, o Legislativo conta com
o Tribunal de Contas do Estado, cuja estruturação e funcionamento (semelhantes aos
dos Tribunais de Contas da União) são definidos pela Constituição estadual. (artigo 75)

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Poder Legislativo Municipal

No município, o poder é exercido pela Câmara de Vereadores. Estes são eleitos


pelo povo, para um mandato consecutivo de 4 anos, seguindo as normas gerais
das constituições federal e estadual.

O número de vereadores é proporcional à população do município, observados


os seguintes limites, conforme artigo 29, IV da Constituição de 1988:

"a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)


habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)


habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil)


habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil)


habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte


mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e


sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;

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h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos


mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000


(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos


mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos


e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos


mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão


e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um


milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e
cinquenta mil) habitantes;

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e


trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes;

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um


milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes;

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um


milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes;

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois


milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três


milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;

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t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro


milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco


milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis


milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete


milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito


milhões) de habitantes;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 23 de
setembro de 2009).

A constituição garante ainda a:

"inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício


do mandato e na circunscrição do Município" e prescreve:

"proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que


couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na
Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembleia Legislativa. (artigo
29, IX)

O processo legislativo municipal segue as linhas gerais dos níveis federal e


estadual, com as devidas adaptações.

Neste campo, a nova Constituição prevê a participação da comunidade, através


de "iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município,
da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do
eleitorado." (artigo 29, XIII)

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Leis
A palavra lei indica um preceito de ordem
geral, ditado pela autoridade competente, para
atender às exigências do bem comum. A lei
obriga a todos, e a ninguém é reconhecido o
direito de não a cumprir, a pretexto de ignorá-la.
De acordo com a constituição, temos os
seguintes tipos de leis:

1. Emendas à constituição: destinam-se a alterar alguma parte


da constituição, para corrigir falhas ou adaptá-Ia à evolução do Estado;
2. Leis complementares: são leis expressamente previstas no texto
constitucional, destinadas a regulamentar algum dispositivo da constituição.
Devem ser aprovadas pela maioria absoluta das duas casas do Congresso;
3. Leis ordinárias: são as resultantes do trabalho comum
do Legislativo, não alterando nem complementando a constituição, nem
assumindo caráter de elaboração extraodinária;
4. Leis delegadas: são elaboradas pelo presidente da República, por
delegação do Congresso, através de resolução que define seu conteúdo e
alcance, podendo exigir exame posterior pelo plenário do Congresso.
5. Decretos legislativos: são leis que não precisam ser remetidas
ao presidente da República para sanção. Trata-se de decisões da competência
do Congresso Nacional, como, por exemplo, a ratificação de tratados celebrados
pelo Executivo;
6. Resoluções: são atos particulares do Senado Federal ou
do Congresso, que não dependem de sanção presidencial. Exemplos: a
autorização para o presidente da República ausentar-se do País e a aprovação
ou suspensão do estado de sítio ou da intervenção federal. (artigos 59 a 69)

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Emendas à constituição

Para modificar a constituição, exige-se uma lei própria, a Emenda à Constituição,


que só pode ser feita quando proposta:

 por um terço, no mínimo, dos deputados federais ou dos senadores; ou


 pelo presidente da República; ou
 por mais da metade das Assembleias Legislativas das Unidades da
Federação.

A proposta de emenda passará por dois turnos de discussão e votação


na Câmara dos Deputados e no Senado. Para ser aprovada, precisa ter os votos de 3/5
dos membros de cada Casa do Congresso. A promulgação da Emenda à Constituição é
feita pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. (artigo 60)

Iniciativa das leis

Toda lei começa com um projeto de lei, que será apresentado ao Congresso
Nacional.

Leis sobre determinadas matérias como, por exemplo, a criação de cargos,


funções ou empregos públicos, na administração direta ou indireta, são da competência
exclusiva dopresidente da República.

"A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou


Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
ao presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores,
ao procurador-geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos
nestaConstituição." (artigo 61)

"A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles." (artigo 61, par. 29)

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Também os projetos de lei de iniciativa do presidente da República são


apresentados, inicialmente, à Câmara dos Deputados.

Aprovação das leis[editar | editar código-fonte]

Como já foi dito, toda lei começa com um projeto de lei, apresentado a uma das
Casas do Congresso Nacional para apreciação. Se for rejeitado, o projeto é arquivado.
Se for aprovado, vai à outra casa para revisão.

Se a casa revisora aprovar o projeto, ele vai a sanção ou promulgação; se o


projeto for rejeitado, é arquivado. Se for modificado, volta à casa iniciadora para nova
discussão.

Se for aprovado pelas duas casas do Congresso, o projeto de lei é enviado


ao Chefe do Executivo. Se este sancionar o projeto, isto é, concordar com ele, a lei está
pronta, sendo então promulgada pelo presidente da República. (artigos 64 a 68)

A promulgação é a declaração expressa do poder estatal, reconhecendo a


existência da lei e determinando seu cumprimento.

"Se o presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
prazo de quinze dias úteis: contados da data do recebimento e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao presidente do Senado Federal, os motivos do veto." (artigo 66,
par. 19)

O Congresso tem o prazo de 30 dias para apreciar, em sessão conjunta, o veto


presidencial, podendo recusá-lo ou mantê-lo pelo voto da maioria absoluta. O projeto
volta, então, a Presidência da República para promulgação, dentro de 48 horas; findo
esse prazo sem promulgação do Executivo a lei é promulgada pelo Legislativo, através
do presidente do Senado, se ele não o fizer dentro de 48 horas, deve fazê-lo o vice-
presidente do Senado.

Como a Emenda à Constituição "e a lei delegada têm processos especiais; tal
esquema só se aplica às leis complementares e as leis comuns.

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Constitucionalidade das leis[editar | editar código-fonte]

As leis e os atos das autoridades não podem entrar em choque com a


constituição. Cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar as ações de
inconstitucionalidade, que são movidas para esclarecer se alguma lei ou ato do governo
fere a constituição. A ação de inconstitucionalidade pode ser proposta pelo presidente
da República, pelas mesas do Senado, da Câmara dos Deputados ou de Assembleia
Legislativa, pelo procurador-geral da República, por governador de Estado, pelo
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou por confederação sindical ou
entidade de classe de âmbito nacional. (artigos 97; 103)

Códigos

No campo jurídico, o código é uma sistematização de leis sobre determinada


matéria. Ao mesmo tempo que unifica a legislação dispersa, a codificação procura
atualizá-la. Os principais códigos brasileiros são:

1. Código Comercial: (Lei nº 556, de 25/06/1850). É o mais antigo de


todos. Alterado e complementado por numerosas leis, trata das várias
atividades comerciais eproblemas correlatos;
2. Código Civil: (Lei nº 10.406, de 10/01/2002). Alterado e
complementado por diversas leis, trata dos direitos e obrigações de ordem
particular, referentes às pessoas, bens e relações. O casamento, o direito
de herança, o direito de posse são alguns dos aspectos regidos por ele;
3. Código Penal: (Decreto-lei nº 2.348, de 07/12/1940). Trata dos
vários tipos de crimes e das penalidades aplicáveis em cada caso. Depois de
receber várias alterações, passou por uma completa atualização através da Lei
nº 7209, de 1978.

Além destes, há vários outros códigos, todos importantes: o de Processo Penal, o


de Processo Civil, o Tributário, o Penal Militar, o de Propriedade Industrial, o
deMineração, etc. Deve-se lembrar, também, a Consolidação das Leis do Trabalho, que
reúne a legislação trabalhista. (Decreto-Lei nº 5.452, de 01/05/1943). Posteriormente

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alterada e complementada por novas leis, a C.L.T. deverá, futuramente, ser


transformada em código.

Princípio da publicidade

"Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece".

Caso este princípio não existisse, as leis seriam, provavelmente, inoperantes,


pois bastaria que os réus alegassem ignorância para se esquivarem de cumpri-las. Este
princípio é, compreensivelmente, um preceito legal em todo o mundo civilizado. No
Brasil, está expresso no artigo 3º da LICC, e em Portugal está expresso no Código Civil,
no art.º 6.º, onde refere "A ignorância ou a má interpretação da lei não justifica a falta do
seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nelas estabelecidas".

Vigência e revogação

No Brasil, a obrigatoriedade da lei surge a partir da sua publicação no Diário


Oficial, mas a sua vigência não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o
determinar. O intervalo entre a data de sua publicação e sua entrada em vigor chama-
se vacatio legis.

Uma lei deve ser aplicada até que seja revogada ou modificada por outra (no
Brasil, este princípio está positivado no art. 2º da LICC). A revogação pode ser total (ab-
rogação: a lei anterior é totalmente revogada pela nova, que não substitui seu conteúdo;
sub-rogação: a lei anterior é totalmente revogada pela nova, substituindo o seu
conteúdo), ou parcial (derrogação: a lei anterior é parcialmente revogada por uma nova,
sem substituição do conteúdo revogado; modificação: a lei anterior é parcialmente
revogada por uma nova, substituindo seu conteúdo). A repristinação ocorre quando uma
lei revogada volta a ter vigência e é um assunto extremamente controverso. No Brasil, é
proibida.

Em princípio, as leis começam a vigorar para legislar sobre casos futuros, e não
passados. Assim, a aplicação das leis deve observar três limites: a) ato jurídico
perfeito; b) direito adquirido; c) coisa julgada. Esses limites têm como objetivo
aumentar a segurança jurídica da sociedade. Ou seja, se hoje você realiza um ato legal
pelas normas vigentes atualmente, você tem a garantia de não ser punido mesmo se o
seu ato passe a ser ilegal devido a uma lei que seja promulgada no futuro.

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Hierarquia das leis

Em todos os Estados, as leis apresentam uma hierarquia


(uma ordem de importância), na qual as de menor grau devem
obedecer às de maior grau.

A hierarquia trata-se portanto de uma escala de valor, à


semelhança de um triângulo (pirâmide de Hans Kelsen).

Admite-se, contudo, a seguinte classificação, inobstante eventuais divergências


doutrinárias:

Direito brasileiro

 Lei constitucional
o Emenda à lei constitucional
 Tratado internacional sobre Direitos Humanos aprovado pelo órgão legislativo e
executivo, em rito semelhante ao de emenda à constituição
 Lei complementar
 Lei ordinária
 Tratado internacional aprovado pelo órgão legislativo e executivo
 Medida provisória
 Lei delegada
 Decreto legislativo
 Resolução
 Decreto
 Portaria

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Processo de Formação das Leis da Assembleia da República

Este processo inicia-se com o projeto de lei (texto apresentado pelos Deputados
ou pelos Grupos Parlamentares à Assembleia da República para que esta se
pronuncie) ou com a proposta de lei (texto apresentado pelo Governo à Assembleia da
República para que esta se pronuncie), depois de aprovado pela Assembleia da
República, designa-se por Decreto e, só após promulgação pelo Presidente da
República, é publicado como Lei. O texto de uma lei pode ainda ser apresentado por um
grupo de cidadãos eleitores.

A promulgação é um ato pelo qual o Presidente da República atesta solenemente


a existência de norma jurídica e intima à sua observação. O Presidente da República
poderá não promulgar o diploma e exercer o direito de veto, que poderá ser jurídico ou
político. A promulgação é uma etapa essencial no decorrer do processo legislativo, pois,
só após esta, o texto torna a designação de Lei e a falta de promulgação tem como
consequência a Inexistência Jurídica do Ato.

Após a promulgação, o diploma é enviado ao Governo para referenda ministerial,


seguindo-se a publicação no Diário da República sob a forma de Lei, para a sua entrada
em vigor.

Processo de Formação dos decretos-lei pelo Governo

Nas suas competências legislativas pode optar por uma de duas situações:

 Assinaturas sucessivas: O texto do diploma é submetido separadamente à


assinatura do Primeiro-Ministro e de cada um dos ministros competentes. Uma
vez obtidas as assinaturas, o diploma é enviado ao Presidente da República para
promulgação.
 Aprovação em Conselho de Ministros: O texto do respetivo Decreto-Lei é
apresentado e aprovado em Conselho de Ministros, sendo depois enviado ao
Presidente da República para promulgação.

Em caso de veto, o Governo pode:

 arquivar;
 alterar;
 enviar para a Assembleia da República sob a forma de Proposta de Lei

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Diário Oficial

Original do Diário Oficial de 14 de maio de 1888, com a


lei 3353, abolindo a escravidão no Brasil
(foto: Ana Nascimento).

Diário Oficial (DO) é uma publicação onde são publicadas as leis, licitações, atas
de plenário e todas as demais atividades de uma divisão administrativa brasileira. São
publicados Diários Oficiais da Presidência da República, de cada governo estadual, e de
cada município. Algumas localidades os disponibilizam, de forma integral, na Internet.

Diários Oficiais no Brasil

Esta lista está incompleta. Veja também Imprensa Oficial.

 União
o Diário Oficial da União, publicado pela Imprensa Nacional.
o Diário da Justiça, publicado pela Imprensa Nacional.
 DF
 Diário Oficial do Distrito Federal
 PR
 Diário Oficial Comércio Indústria e Serviços, Diário Oficial Executivo, Diário Oficial
da Justiça e Diário Oficial do Município, publicados pelo Departamento de
Imprensa Oficial do Estado - DIOE.

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Constituição

Uma constituição é um sistema de governação - muitas vezes codificada num


documento escrito - que estabelece as regras e princípios de uma entidade política
autônoma. No caso dos países, este termo refere-se especificamente para uma
constituição nacional que define os princípios políticos fundamentais, e estabelece a
estrutura, procedimentos, poderes e deveres, de um governo. A maior parte das
constituições nacionais também garantem certos direitos à população. o termos
constituição pode aplicar-se a qualquer lei que defina o funcionamento governamental,
incluindo muitas constituições históricas que existiram antes do desenvolvimento das
modernas constituições nacionais.

As constituições aplicam-se a diferentes tipos de organizações políticas. São


encontradas extensivamente em governos regionais, supranacionais (ex. União
Europeia) e federais (ex. Constituição dos Estados Unidos).

Constituição (ou Carta Magna), se escrita e rígida, é o conjunto de normas


supremas do ordenamento jurídico de um país. A Constituição limita o poder, organiza o
Estado e define direitos e garantias fundamentais. Se for flexível suas normas
desempenham a mesma função mas encontram-se no nível hierárquico das normas
legislativas.

A teoria constitucional moderna - técnica específica de limitação do poder com


fins garantistas, segundo a definição do constitucionalista português J.J. Gomes
Canotilho - tem a sua origem nas Revoluções Estadunidense e Francesa e coincide com
a positivação dos direitos fundamentais.

A Constituição rígida situa-se no topo da pirâmide normativa, recebe nomes como


Lei Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei Maior ou Magna Carta.

Preâmbulo da Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1891)

A Constituição é elaborada pelo


denominado poder constituinte originário ou
primário (cujo poder é, segundo a teoria
clássica hoje questionada, soberano e
ilimitado) e nos países democráticos é
exercido por uma Assembleia Constituinte. A
reforma (revisão ou emenda) da
Constituição é feita pelo denominado poder
constituinte derivado reformador. O poder
reformador é derivado, condicionado e
subordinado à própria Constituição, enfim é
limitado pela vontade soberana do Poder
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Constituinte Originário. Se for uma Constituição escrita e rígida exigirá procedimentos


mais difíceis e solenes para elaboração de emendas constitucionais do que exige para a
criação de leis ordinárias.

Muitas Constituições proíbem a abolição do conteúdo de algumas normas


consideradas fundamentais (núcleo intangível).

No Brasil (cuja constituição atual foi


promulgada em 1988), essas normas são
conhecidas como cláusulas pétreas, e são
previstas pelo art.60 (implicitamente irreformável),
que também prevê além das cláusulas pétreas
(limitações materiais), limitações circunstanciais e
formais.

Dentre as cláusulas pétreas podemos citar, o artigo primeiro que trata dos
fundamentos da República Federativa do Brasil; o artigo 3º que trata dos objetivos de
nossa sociedade; o artigo 5º que elenca as Garantias e Direitos Fundamentais e
invioláveis; o artigo 6º que elenca um grupo de direitos mínimos (Piso Vital Mínimo) sem
os quais o ser humano (no Brasil) não se desenvolve plenamente. Há outros: art. 170
(atividade econômica), 225 (Meio Ambiente), etc

Nos Estados Federativos, além da Constituição Federal, temos Constituições de


cada Estado Federado, subordinadas às previsões da Constituição Federal. É o poder
constituinte derivado decorrente.

A principal garantia dessa superioridade (supremacia, primazia) das


Constituições rígidas são os mecanismos de controle de constitucionalidade, que
permitem afastar num caso concreto a aplicação de uma norma incompatível com texto
constitucional (controle difuso) ou anulá-las quando uma norma, em tese, violar a
Constituição (controle concentrado).

As demais normas jurídicas (ditas infraconstitucionais) devem estar em


concordância com a Constituição, não podendo contrariar as exigências formais
impostas pela própria Constituição para a edição de uma norma infra-constitucional
(constitucionalidade formal) nem o conteúdo da Constituição (constitucionalidade
material).

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Consolidação das Leis do Trabalho – CLT

A Consolidação das Leis do


Trabalho (CLT) é a principal norma
legislativa brasileira referente ao
Direito do trabalho e o Direito
processual do trabalho. Ela foi criada
através do Decreto-Lei nº 5.452, de1
de maio de 1943 e sancionada pelo
então presidente Getúlio Vargas,
unificando toda legislação trabalhista
então existente no Brasil. Seu
objetivo principal é a
regulamentação das relações
individuais e coletivas do trabalho,
nela previstas.

Foi assinada em pleno Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da


Gama), que estava lotado para a comemoração da assinatura da CLT.

Veja a transcrição do art. 1º da CLT.


Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações
individuais e coletivas de trabalho, nela previstas.

O termo "Celetista", derivado da sigla "CLT", costuma ser utilizado para


denominar o indivíduo que trabalha com registro em carteira de trabalho. O seu oposto é
o profissional que trabalha como pessoa jurídica (PJ), ou profissional autônomo, ou
ainda como servidor público estatutário.

Técnico em Segurança do Trabalho 32


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História

Presidente Getúlio Vargas.

A CLT surgiu como uma necessidade


institucional após a criação da Justiça do
Trabalho em 1939. Em janeiro de 1942 o presidente
Getúlio Vargas e o ministro do trabalho Alexandre
Marcondes Filho trocaram as primeiras ideias sobre a
necessidade de fazer uma consolidação das leis do
trabalho. A ideia primária foi de criar a ―Consolidação
das Leis do Trabalho e da Previdência Social‖.

Foram convidados para fazer parte da empreitada os juristas José de Segadas


Viana, Oscar Saraiva, Luís Augusto Rego Monteiro, Dorval Lacerda
Marcondes e Arnaldo Lopes Süssekind.

Na primeira reunião ficou definido que a comissão seria dividida em Trabalho e


Previdência e que seriam criadas duas consolidações diferentes. As fontes materiais da
CLT foram, em primeiro lugar, as conclusões do 1° Congresso Brasileiro de Direito
Social, realizado em maio de 1941, em São Paulo, para festejar o cinquentenário
da Encíclica Rerum Novarum, organizado pelo professor Cesarino Júnior e pelo
advogado Rui Azevedo Sodré. A segunda fonte foram as convenções internacionais do
trabalho. A terceira foi a própria Encíclica Rerum Novarum e, finalmente, os pareceres
dos consultores jurídicos Oliveira Viana e Oscar Saraiva, aprovados pelo ministro do
Trabalho.

Em novembro de 1942, foi apresentado o anteprojeto da CLT, publicado


posteriormente no Diário Oficial para receber sugestões. Após estudar o projeto, Getúlio
Vargas deu aos co-autores e nomeando os mesmos para examinar as sugestões e
redigir o projeto final, finalmente assinado em 1º de maio de 1943.

A CLT é chamada de Consolidação das Leis Trabalhistas, ao invés de Código


das Leis Trabalhistas porque seu objetivo foi apenas reunir a legislação esparsa
trabalhista já existente na época, consolidando-a. Daí seu nome. Não poderia receber a
denominação "Código" por não se tratar de um direito novo, apenas de uma reunião
consolidadora. Cabe ainda esclarecer que uma lei será denominada "Código", quando
os dispositivos legais no diploma legislativo forem votados um a um e simultaneamente
pelo Congresso Nacional. Isso significa dizer que deve ser votado artigo por artigo.

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Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS

Modelo moderno da Carteira de

Trabalho e Previdência Social

A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)


é um documento obrigatório para quem venha a prestar algum tipo de serviço
profissional no Brasil.

A carteira de trabalho é um dos únicos documentos a reproduzir, esclarecer e


comprovar dados sobre a vida funcional do trabalhador.

Instituída pelo decreto nº 21.175, de 21 de março de 1932, e posteriormente


regulamentada pelo decreto 22.035, de 29 de outubro de 1932, o documento garante o
acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro-desemprego,
benefícios previdenciários e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Programa
de Integração Social (PIS).

Em 1934, o governo do presidente Getúlio Vargas tornou a carteira de trabalho


obrigatória para fins de consolidação dos direitos trabalhistas.

As responsáveis pela emissão de carteiras de trabalho são as Delegacias


Regionais do Trabalho (DRT) e as respectivas subdelegacias regionais são as
responsáveis pela emissão do documento, bem como os Pontos de Atendimento ao
Trabalhador (PAT), algumas prefeituras do interior e sindicatos.

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Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS

O Fundo de Garantia do Tempo de


Serviço (FGTS), criado em 1966 e atualmente
regulado pela Lei nº 8.036, é um conjunto de
recursos financeiros administrados pelo Estado
brasileiro com a finalidade principal de amparar
os trabalhadores em algumas hipóteses de
encerramento da relação de emprego, sendo
também destinado a investimentos
em habitação, saneamento e infra-estrutura.

A principal fonte de recursos do FGTS são os depósitos mensais


dos empregadores nas contas vinculadas dos trabalhadores, abertas na Caixa
Econômica Federal.

Histórico

Até 13 de setembro de 1966, data da criação do FGTS, todo empregado que


cumprisse 10 anos de trabalho em uma empresa tornava-se estável, tendo o direito a
apenas ter seu contrato de trabalho encerrado caso incorresse em justa causa.

Nesse sistema anterior, aos empregados com mais de um ano de tempo de


serviço e que fossem dispensados antes de completarem o decênio era devida uma
indenização, correspondente ao valor de um mês de salário para ano laborado.
Ultrapassados os 10 anos de serviço, para dar conteúdo à garantia da estabilidade,
essa indenização tinha seu valor dobrado.

Como essa indenização acabava representando um valor muito elevado, para o


qual os empregadores não se preparavam, na prática, muitos trabalhadores eram
demitidos pouco antes de completarem o decênio ou não recebiam a indenização que
lhes era devido e eram obrigados a reclamarem seu direito na justiça.

Apontado como encargo que onerava as empresas, não agregava valor a


sociedade como um todo, e não favorecia os empregados, uma vez que não se permitia
cumprir o decênio necessário, a saída adotada foi a criação do FGTS pela lei nº 5.107,
em alternativa à estabilidade, como um fundo que os empregadores mantinham durante
o contrato e pelo qual os empregados poderiam optar ou não. Independentemente da
opção do empregado, o empregador tinha obrigação de depositar o valor do FGTS em
conta específica, em nome do trabalhador como ―não optante‖.
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Os recursos do FGTS eram remunerados com baixos juros e atualização


monetária visando o incremento das áreas de habitação, infra-estrutura e saneamento.

A partir de outubro de 1988, com a publicação da Constituição Federal, foi extinta


a estabilidade no emprego para empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis
Trabalhistas), permanecendo estáveis apenas aqueles que já possuíam 10 anos de
trabalho na mesmo empresa. A partir daí, todos os trabalhadores celetistas contratados
ou já existente passaram a ser obrigatoriamente optantes pelo FGTS.

Funcionamento

Todo trabalhador regido pela Consolidação das Leis do Trabalho deve possuir
uma conta de FGTS na Caixa Econômica Federal para cada vínculo empregatício
existente, onde o empregador deve depositar o valor referente a 8% do salário bruto
desse trabalhador, a exceção do menor aprendiz cujo recolhimento deve importar em
2% da sua remuneração. Para promover o recolhimento do FGTS o empregador deve
utilizar o Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informação à Previdência
Social – SEFIP, para recolhimentos regulares e a Guia de Recolhimento Rescisório do
FGTS – GRRF, para os recolhimentos rescisórios, inclusive a Multa rescisória.

As guias de recolhimento somente são geradas após a transmissão dos arquivos


pelo Conectividade Social, canal de relacionamento entre o empregador e a Caixa,
viabilizado pela certificação eletrônica.

Os arquivos SEFIP e GRRF apresentam informações da empresa e dos


trabalhadores, bem como possibilitam ajustes cadastrais dos mesmos.

Quem tem direito ao FGTS?

• Trabalhadores urbanos e rurais, regidos pela Consolidação das Leis do


Trabalho – CLT;

• diretor não empregado, ou seja, que não pertence ao quadro de pessoal da


empresa, mas que tenha sido equiparado a empregado;

• trabalhadores avulsos, como estivadores, conferentes, vigias portuários, etc;

• empregados domésticos cujos empregadores optaram pelo recolhimento do


FGTS.

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Quem não tem direito ao FGTS?

• Trabalhadores eventuais que prestam serviços provisórios, não estando sujeitos


a ordem e a horário, e que não exerçam tarefas ligadas à atividade principal do tomador
de serviços;

• Trabalhadores autônomos;

• Servidores públicos civis e militares, sujeitos ao regime trabalhista próprio;

Quando o trabalhador é demitido sem justa causa, o empregador é obrigado a


fazer o depósito a título de multa rescisória na conta do trabalhador. Essa multa
corresponde a 50% do valor do somatório dos depósitos efetuados na conta do
trabalhador, devidamente corrigidos, dos quais 40% são creditados na conta vinculada
do trabalhador e 10% refere-se a contribuição social, Fica isento de pagamento do
percentual referente a 10% os empregadores domésticos que optaram por recolher o
FGTS.

A conta vinculada FGTS do trabalhador recebe no dia 10 de cada mês


rendimentos e atualização monetária similar àquela aplicada às contas de poupança
com aniversário no mesmo dia e taxa de juros de 3% ao ano.

Solicitação do Saque

Quando há rescisão sem justa causa de contrato de trabalho, cabe ao


empregador comunicar o ocorrido à CAIXA por meio da Guia de Recolhimento
Rescisório do FGTS – GRRF e do canal eletrônico Conectividade Social. Em até 5 dias
úteis, munido da documentação exigida, o trabalhador poderá sacar seu benefício. Nos
demais casos, a solicitação de saque é feita pelo trabalhador que comparece a uma
agência da CAIXA portando os documentos devidos. O saque também é liberado em
até 5 dias úteis.

Realização do saque

O saque dos recursos do FGTS de valor até R$ 600,00 poderá ser realizado um
terminal de auto-atendimento, nas casas lotéricas ou nos correspondentes CAIXA Aqui,
com uso do cartão do cidadão e senha. Para valores superiores a R$ 600,00 e para
trabalhadores que não possuam cartão do cidadão o resgate do recurso pode ser feito
em qualquer agência da CAIXA. Nos locais onde não houver agência da CAIXA, o
saque será efetuado no banco conveniado onde foi feita a solicitação do benefício. Na
ocasião, o trabalhador deve portar a documentação exigida.

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Regras para Saque

Em caso de demissão sem justa causa:

 Apresentar Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho


devidamente homologado junto ao Sindicato da Categoria ou Ministério do
Trabalho no caso de contrato de trabalho que ultrapasse um ano de
duração.

Com demissão com justa causa:

 O trabalhador somente terá direto de saque passados 3 anos da demissão


e se o mesmo não contrair nenhum vínculo trabalhista celetista. Ou seja,
deverá passar por um período de três anos fora do regime do FGTS. Além
disso, após completar os três anos, o trabalhador deverá procurar a Caixa
Econômica Federal somente a partir do mês de seu próximo aniversário.

Aquisição da casa própria:

 Caso o trabalhador tenha mais de trinta e seis meses, consecutivos ou


não, de contribuição, pode usar o saldo como complemento para compra/
de casa própria, caso o mesmo ainda não possua casa própria.
 É permitido, ainda, o uso do FGTS para amortização, liquidação ou
abatimento de parte de prestação de financiamento habitacional contraído
no âmbito do SFH ou com recursos do Fundo de Garantia.

Por motivo de doença:

 Trabalhadores que portem as doenças SIDA (Aids no Brasil) e Neoplasia


Maligna (Câncer) podem efetuar saque do saldo de sua conta vinculada.
Deverá o trabalhador comparecer à Caixa com o laudo histopatológico e
atestado médico no qual conste descrição e CID da doença, carimbo,
assinatura e CRM do médico responsável, além da CTPS. Também é
admitido o saque do FGTS quando o trabalhador ou qualquer de seus
dependentes estiver em estágio terminal de vida. Em caso de desastre
natural que resulte em decretação de calamidade pública ou situação de
emergência devidamente reconhecida pelo Governo Federal , também é
permitido o saque do FGTS, desde que autorizado por Lei.
 O FGTS pode ser liberado, ainda, nos casos de aposentadoria, falecimento
e para trabalhadores com mais de 70 anos.
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Programa de Integração Social – PIS

Programa de Integração Social é:

 Número cadastrado (de onze dígitos decimais) através de Documento de


Cadastro do Trabalhador e Cartão de CNPJ, sendo que que este serve
para dar segurança ao FGTS e gerir o Programa de Integração que é:
 Um programa de complementação de renda governamental onde até a
constituição de 1988, destinava a taxa PIS-COFINS para quotas deste
programa sendo que o rendimento destas quotas podem ser sacadas
anualmente e as mesmas somente em eventos específicos como
aposentadoria, morte ou doenças graves (Neoplasia e SIDA). O
matrimonio não é mais motivo para o saque. Outra possibilidade de ganho
é o abono salarial que segue a seguinte métrica, tendo cinco anos de
cadastro no banco de dados que é o PIS, trinta dias trabalhados
formalmente e media salarial igual ou inferior a dois salários mínimos
informados por Relação Anual de Informações Sociais - RAIS. Existem
outras possibilidades de ganho como o defeso para pescadores.
 Um banco de dados onde a CEF, o Sistema Único de Saúde, o Ministério
de Trabalho e Emprego, entre outros tem os dados de cidadãos, porém
somente a CEF acata o DCT que serve para a contagem do tempo do
cadastro do cidadão. Esse banco de dados conversa anualmente com seu
irmão siamês, gerido pelo Banco do Brasil o PASEP.

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Funcionário Público

Funcionário público é todo aquele


empregado de uma administração estatal.

Sendo uma designação geral, engloba


todos aqueles que mantêm vínculos
de trabalho com entidades governamentais,
integrados em cargos ou empregos das
entidades político-administrativas, bem como em
suas
respectivas autarquias e fundações de direito
público, ou ainda, é uma definição a todo aquele
que mantém um vínculo empregatício com o
estado, e seu pagamento provém da arrecadação
pública de impostos.

Brasil

O Código Penal brasileiro assim define o funcionário público: "Art. 327 -


Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública."

Regime Jurídico dos Servidores Públicos

Originariamente, a Constituição Federal havia estabelecido que seria aplicado


aos entes federativos um regime jurídico único para todas as suas contratações.
Posteriormente, a Emenda Constitucional n°. 19 flexibilizou tal exigência, estabelecendo
a possibilidade de adoção de regime estatutário ou celetista.

A regulamentação do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das


Autarquias e das fundações públicas federais é realizada, no Brasil, pela Lei Federal n°.
8.112/1990. Não estão incluídos no regime jurídico estabelecido por esta lei os
empregados públicos federais que são regulados pelos ditames da Consolidação das
Leis do Trabalho e da Lei Federal n°. 9.962/2000.

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Ressalve-se que a partir da Constituição Federal de 1988, ambos os regimes


devem respeitar algumas regras constitucionalmente estabelecidas, como, por exemplo:
todos os admitidos pelo empregador público devem estar sujeitos a um processo
seletivo ou concurso público.

Assim, no Brasil existem os chamados servidores estatutários (vinculados ao


regime da Lei Federal n°. 8.112) e os chamados servidores celetistas (obedecem à
Consolidação das Leis do Trabalho).

Funcionário Público

A expressão funcionário público não é empregada na Constituição Federal de


1988, que preferiu empregar a designação "servidor público" e "agente público" para
referir os trabalhadores do Estado. Agente Público é a designação mais abrangente:
alcança os agente políticos, os servidores públicos e os particulares em atuação
colaboradora. Os servidores públicos são referidos como categoria de agentes
públicos: são os agentes permanentes, profissionais, a serviço da Administração
Pública.

Todavia, tendo em vista a concessão de cautelar com efeitos ex nunc na data


de 2 de agosto de 2007 na ADIn 2.135, que suspendeu a eficácia da EC 19 na parte em
que modifica o caput do Art. 39 da CF/1988 por violação ao Art. 60, II, da CF/1988 (vício
de iniciativa), o Regime Jurídico Único foi restabelecido.

No Código Penal Brasileiro, contudo, há referência a funcionário público, que tem


abrangência maior que a do servidor público. Um mesário, por exemplo, ao exercer uma
função pública (ajudar no processo eleitoral), é funcionário público (em relação aos atos
praticados como mesário), apesar de ter uma função pública transitória e não
remunerada.

Provimento

Provimento é o ato administrativo de preenchimento de cargo público,


regulamentado no Brasil pela Lei Nº 8.112, de 11 de novembro de 1990.

De acordo com a legislação, o provimento poderá se dar mediante de nomeação,


promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.

Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na


administração pública e especificam a forma legal de acesso ao cargo público no Brasil.

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Remuneração

A retribuição pecuniária referente aos serviços prestados pelo agente público ao


estado se dá da seguinte forma:
I Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei;

II Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens


pecuniárias permanentes estabelecidas em lei;

III Subsídio: é a retribuição pecuniária exclusiva e fixada em parcela única, vedado o


acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória. Esse tipo de remuneração não é a regra geral e aplica-
se aos casos que a lei especificar;

IV Provento: é a retribuição pecuniária paga ao exercente da cargo público quando


passa da atividade para a inatividade, ou seja, quando se aposenta;

V Pensão: é a retribuição pecuniária paga às pessoas a quem a lei atribui a


condição de beneficiárias do servidor público que veio a falecer.

CF/88 Art. 39 § 4°: O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os


Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
qualquer caso disposto no art. 37, X e X

Deve-se ressaltar que nenhum salário dentro do serviço público pode ser
superior ao valor dos subsídios pagos aos Ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo. Apesar dessas regras existirem, muitas pessoas se
questionam se elas são, de fato, obedecidas.

Trabalho formal

O trabalho formal é o trabalho com


benefícios e carteira profissional
assinada.

Trabalho fornecido por


uma empresa ou pessoa jurídica.

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Pessoa jurídica

Pessoa jurídica, segundo o dicionário


Michaelis, é a entidade abstrata com
existência e responsabilidade jurídicas
como, por exemplo, uma
associação, empresa, companhia,
legalmente autorizadas.

Conceito

Muita discussão tem ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica.


Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente
da ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria
orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito e,
assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum
(teoria da ficção da pessoa jurídica). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza das
pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de
uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo
assim, ela não preexiste ao direito.

A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas


físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a
massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a
autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto
o expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica
como o sujeito de direito inanimado personalizado.

São requisitos para a existência da pessoa jurídica a organização de pessoas ou


bens, a licitude de propósitos e capacidade reconhecida por norma.

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Classificação

Pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de


personalidade jurídica própria e constituido na forma da lei Conforme o artigo 40
do Código Civil de 2002, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro) são de
direito público (interno ou externo) e de direito privado. As primeiras encontram-se no
âmbito de disciplina do direito público, e as últimas, no do direito privado.

Pessoas jurídicas de direito público interno

Conforme o artigo 41 do Código Civil de 2002, são a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Territórios, os municípios, as autarquias (como o INSS, etc) e as demais
entidades de caráter público criadas por lei (por exemplo, fundações públicas como
as universidades federais ou estaduais).

Sua existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e extinção, ocorre pela
lei.

Pessoas jurídicas de direito público externo

São os Estados nacionais, considerados


reciprocamente, além de organismos internacionais
(ONU, OEA, União Européia, Mercosul, etc) são
pessoas jurídicas supra estaduais.

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Eles se constituem e se extinguem geralmente mediante fatos históricos (guerras,


revoluções, etc).

Art. 42 Código Civil de 2002, São pessoas jurídicas de direito público externo os
Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público.

Pessoas jurídicas de direito privado

Dividem-se em duas categorias: de um


lado, as estatais; de outro, as particulares. Para
essa classificação interessa a origem dos recursos
empregados na constituição da pessoa, posto que
são estatais aquelas para cujo capital houve
contribuição do Poder Público (sociedades de
economia mista, empresas públicas) e particulares
as constituídas apenas com recursos particulares.

A pessoa jurídica de direito privado particular pode revestir cinco formas


diferentes: a fundação, a associação, a sociedade, as organizações religiosas e
os partidos políticos. O traço característico mais moderno tendo em vista o direito
comparado a nível internacional é o fato das pessoas jurídicas serem a união de
esforços para a realização de fins comuns, como as cinco formas apontadas acima,
porém se esses fins são econômicos-financeiros, a pessoa jurídica é necessariamente
uma sociedade, porém se o objeto for somente o econômico ou de realização
econômica encaram os quatro restantes, tanto isso é verdade que nas organizações
religiosas e nas fundações, essas duas as mais antigas; existia a figura quase lendária
do "ecônomo", ou "responsável pela economia aziendária dessas instituições"(quando
da idade média ou medieval), e que, em que em algumas entidades de direito
internacional ainda persistem.

Devemos sempre, sob o ponto


científico do direito, ter o cuidado de
estudar a ciência do direito internacional
comparado e a jurisprudência desse,
devido ao fato da "globalização" da
chamada "aldeia global" que já se
configura, pela influência da "Internet",
que virá a ser nosso planeta unificado
nesse direito, daqui a alguns anos;
sendo esse o trabalho de uma enciclopédia como a Wiki, que se preocupa com o futuro
pelo próprio compromisso de sua fundação e Fundação.
Técnico em Segurança do Trabalho 45
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Personalidade legal

A personalidade legal de uma pessoa jurídica, incluindo seus direitos, deveres,


obrigações e ações, é separada de qualquer uma das outras pessoas físicas ou
jurídicas que a compõem. Assim, a responsabilidade legal de uma pessoa jurídica não é
necessariamente a responsabilidade legal de qualquer um de seus componentes.

Por exemplo, um contrato assinado em nome de uma pessoa jurídica só afeta


direitos e deveres da pessoa jurídica; não afeta os direitos e deveres pessoais das
pessoas físicas que executaram o contrato em nome da entidade legal.

Desconsideração da personalidade jurídica

No entanto, há casos especiais em que a personalidade jurídica pode ser


desconsiderada, possibilitando o juiz, em determinado processo judicial, a atingir o
patrimônio dos sócios ou responsáveis pela pessoa jurídica: é a desconsideração da
personalidade jurídica (disregard of legal entity).

Pessoa Física

Pessoa é um vocábulo
provavelmente de origem etrusca, do qual
proveio o termo em latim persona, que
originalmente significava a ‗máscara, figura,
personagem de teatro, papel representado
por um ator‘, e daí assumiu o significado de
ser humano. Entre os juristas romanos,
passou a designar ‗ser que tem direitos e
obrigações‘.

Pessoa física ou natural "É o ser humano considerado como sujeito de direitos e
obrigações" (Maria Helena Diniz), que para receber essa denominação de pessoa, basta
nascer com vida, e desse modo adquirir personalidade.

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Trabalho informal

Trabalho informal é o trabalho sem vínculos


ou benefícios fornecidos por uma empresa,
sem carteira assinada, renda fixa e férias pagas.

Entre os tipos de trabalhadores informais


podem citar-se os camelôs, prostitutas, feirantes etc.

Trabalhador autônomo

O trabalhador autônomo é
pessoa física que exerce por conta
própria atividade econômica com ou
sem fins lucrativos. É o prestador de
serviços que não tem vínculo
empregatício porque falta o requisito
da subordinação. Segundo dispõe
a Lei Federal nº 8.212/91, trabalhador
autônomo é a pessoa física que
exerce por conta própria atividade
econômica de natureza urbana, com
fins lucrativos ou não. É incorreta a
definição da Lei 8.212 quando
menciona que o autônomo é apenas
quem exerce atividade de natureza
urbana, pois o engenheiro agrônomo
ou o veterinário podem exercer suas
atividades no âmbito rural.

Em outras palavras, é a pessoa física que presta serviços a outrem por conta
própria, por sua conta e risco. Não possui horário, nem recebe salário, mas sim uma
remuneração prevista em contrato. Não se exige como requisito do trabalhador
autônomo o diploma de curso superior. Tanto é autônomo o advogado, o médico, o
engenheiro, o contador, como o vendedor de tecidos, o vendedor de livros religiosos,
etc.

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Empregado(a) Doméstico(a)

Considera-se empregado(a) doméstico(a) aquele(a) maior de 18 anos que presta


serviços de natureza contínua (freqüente,
constante) e de finalidade não-lucrativa à
pessoa ou à família, no âmbito residencial
destas. Assim, o traço diferenciador do
emprego doméstico é o caráter não-
econômico da atividade exercida no
âmbito residencial do(a) empregador(a).
Nesses termos, integram a categoria
os(as) seguintes trabalhadores(as):
cozinheiro(a), governanta, babá,
lavadeira, faxineiro(a), vigia, motorista
particular, jardineiro(a), acompanhante de
idosos(as), entre outras. O(a) caseiro(a)
também é considerado(a) empregado(a)
doméstico(a), quando o sítio ou local
onde exerce a sua atividade não possui
finalidade lucrativa.

A Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto nº


71.885, de 9 de março de 1973, dispõe sobre a profissão do(a) empregado(a)
doméstico(a), conceituando e atribuindo- lhe direitos. A Constituição Federal de 1988,
por sua vez, concedeu outros direitos sociais aos(as) empregados(as) domésticos(as),
tais como: salário- mínimo; irredutibilidade salarial; repouso semanal remunerado; gozo
de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal;
licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias;
licença-paternidade; aviso-prévio; aposentadoria e integração à Previdência Social.

Com a edição da Lei n.º 11.324, de 19 de julho de 2006, que alterou artigos da
Lei n.º 5.859, de 11 de dezembro de 1972, os trabalhadores domésticos firmaram direito
a férias de 30 dias, obtiveram a estabilidade para gestantes, direito aos feriados civis e
religiosos, além da proibição de descontos de moradia, alimentação e produtos de
higiene pessoal utilizados no local de trabalho.

Outra mudança significativa para incrementar a formalização dos vínculos dos


empregados domésticos foi a dedução no Imposto de Renda Pessoa Física de 12% do
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Esta dedução é garantida sobre o valor
do recolhimento referente a um salário mínimo mensal de um doméstico, incluindo a
parcela de 13º e 1/3 de férias.

Também permitiu ao empregador recolher a contribuição referente a competência


de novembro de cada ano até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição
referente ao 13º salário, utilizando-se de um único documento de arrecadação (GPS).

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Decreto que lista as piores formas de trabalho infantil passa a vigorar - O Decreto
nº 6.481, que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil, já está em
vigor. Assinado pelo presidente Lula no dia 12 de junho - data em que foi
celebrado o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil e Dia Nacional - o
decreto regulamenta a Convenção 182, da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), ratificada pelo Brasil. Ele entrou em vigor 90 dias após publicação no Diário
Oficial da União (DOU), em 13 de junho. O decreto atualizou a lista de atividades
econômicas consideradas insalubres e perigosas para o trabalho de menores de 18
anos. Pelo decreto, fica proibido o trabalho do menor de dezoito anos - por força de
dispositivo da Constituição Federal (art. 7º, XXXIII) - em 94 tipos de atividades, entre
elas, trabalhos prejudiciais à moralidade e o trabalho doméstico.

Entre as atividades elencadas, estão as que se referem aos serviços domésticos.


Isso porque os jovens que trabalham nestas atividades estão sujeitos, por exemplo, a
esforços físicos intensos; isolamento; abuso físico, psicológico e sexual; longas jornadas
de trabalho; trabalho noturno; calor; exposição ao fogo, posições antiergonômicas e
movimentos repetitivos, podendo comprometer o processo de formação social e
psicológica. O trabalho a partir de 16 anos fica autorizado apenas em situações onde os
adolescentes não estejam expostos a riscos comprometedores à saúde, à segurança e
à moral. Portanto, a faixa entre 16 e 18 anos, que antes podia trabalhar como
doméstico, fica proibida a partir deste decreto presidencial.

*Atualizado em setembro/2008

LEGISLAÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO

PORTARIA N.º 3.214 , DE 08 DE JUNHO DE 1978

Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II,


da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho.

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O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO, no uso de suas atribuições


legais, considerando o disposto no art. 200, da Consolidação das Leis do
Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977,
resolve: Art. 1º - Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e
Medicina do Trabalho:

NOTA: Inicialmente com 28 Normas


regulamentadoras, hoje somam 36 NR, como veremos, a
seguir, e a NR-37; Esta nova Norma Regulamentadora - NR
estabelece princípios e requisitos para gestão da segurança e
saúde no trabalho, encontra-se em fase de análise e
apreciação, deixando uma clara demonstração do aspecto
dinâmico das leis.

NORMAS REGULAMENTADORAS

NR - 1 - Disposições Gerais

NR - 2 - Inspeção Prévia

NR - 3 - Embargo e Interdição

NR - 4 - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT

NR - 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

NR - 6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI

NR - 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

NR - 8 - Edificações

NR - 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

NR - 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR - 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR - 12 - Máquinas e Equipamentos

NR - 13 – Caldeiras e Vasos sob Pressão

NR - 14 - Fornos

NR - 15 - Atividades e Operações Insalubres

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NR - 16 - Atividades e Operações Perigosas

NR - 17 - Ergonomia

NR - 18 – Condições e Meio-ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR - 19 - Explosivos

NR - 20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis

NR - 21 - Trabalhos a Céu Aberto

NR - 22- Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

NR - 23 - Proteção Contra Incêndios

NR - 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR - 25 - Resíduos Industriais

NR - 26 - Sinalização de Segurança

NR - 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTb

NR - 28 - Fiscalização e Penalidades

NR - 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR - 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR - 31 - Segurança e Saúde na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,

Exploração Florestal e Aquicultura

NR - 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde

NR - 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NR – 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e

Reparação Naval.

NR – 35 – Trabalho em altura

NR – 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento

de Carnes e Derivados.

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Técnico em Segurança do Trabalho

O Técnico em Segurança do Trabalho é um profissional com formação


pelo ensino secundário, regulado pela Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985. Dentre
suas atribuições, definidas pela Portaria nº 3.275/89, do Ministro do Trabalho, destacam-
se a informação do empregador e dos trabalhadores sobre os riscos presentes no
ambiente de trabalho e a promoção de campanhas e outros eventos de divulgação das
normas de segurança e saúde no trabalho, além do estudo dos dados estatísticos sobre
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

Na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO - editada pelo Ministério do


Trabalho e Emprego, o técnico de segurança do trabalho recebe o código 3516-05. A
CBO registra que este profissional deve participar da elaboração e implementação de
políticas de segurança do trabalho, entre outras funções.

As empresas podem ser obrigadas a contratar técnicos de segurança do trabalho


para integrar o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT), em razão de seu código na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE - e número de empregados. A obrigação está prevista no artigo 162
da Consolidação das Leis do Trabalho e detalhada na Norma Regulamentadora nº 4,
aprovada pela Portaria nº 33/83, da extinta Secretaria de Segurança e Medicina do
Ministério do Trabalho (atual Secretaria de Inspeção do Trabalho).

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A equipe do SESMT pode ser composta também por engenheiro de segurança


do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar de enfermagem do
trabalho.

A categoria é representada pela Federação Nacional dos Técnicos de Segurança


do Trabalho, entidade vinculada à Confederação Nacional dos Trabalhadores no
Comércio (CNTC).

O dia do Técnico de Segurança do Trabalho é comemorado em 27 de novembro.

Registro Profissional do Técnico de Segurança do


Trabalho no MTE,regulamentado pela NR – 27,
(Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008)
foi substituído pela anotação na Carteira
Profissional - CTPS no órgão do MTE - SRT de
cada região.

Classificação Brasileira de Ocupações - CBO

CBO, a Classificação Brasileira de Ocupações, é uma norma de classificação


enumerativa e descritiva de atividades econômicas e profissionais determinada pela
Comissão Nacional de Classificação - CONCLA para o uso por órgãos governamentais.

As duas principais versões são a CBO 94 e a CBO 2002, sendo esta última a que
está atualmente em vigor.

Como consequência, ela é usada também em relatórios (inclusive eletrônicos)


entregues para órgãos governamentais, inclusive declarações de Imposto de
Renda e RAIS.

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COMPROVANTE DE INSCRIÇÃO CARTÃO DO CNPJ, SINDICATO


REPRESENTATIVO DA CATEGORIA NO ESTADO E CARTÃO DO CNPJ

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RESUMO DAS LEIS 8212/91 E 8213/91 DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Origem e Finalidade:

O Direito Previdenciário originou-se com o


desenvolvimento da sociedade humana após a
revolução industrial, onde ocorreram vários acidentes
de trabalho e os trabalhadores ficavam desamparados
eis que impossibilitados de proverem o sustento
próprio, bem como de suas famílias.

• Constituição da República Federativa do Brasil (CF/88)


• Legislação Previdenciária:

 Lei nº. 8212/91 – custeio


 Lei nº. 8213/91 – benefícios
 Decreto nº. 3048/99 (regulamenta ambas as leis)

SEGURIDADE SOCIAL

A seguridade social é um sistema de proteção social visa amparar as essenciais


(naturais) carências dos Homens. Assegura um mínimo essencial para a vida. O sistema
da seguridade social está previsto nos art. 194 a 204 da CF/88, e compreende o
conjunto integrado de ações dos poderes públicos e sociedade (particulares).
A seguridade social compreende a saúde, previdência e assistência sociais.
Em regra, podemos falar que a previdência fornece benefícios, a saúde fornece
serviços e a assistência fornece ambos.

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PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL

I – Constitucionais Gerais:
• Isonomia
• Legalidade II – Constitucionais Próprios:
• Direito adquirido • universalidade
• Uniformidade
• seletividade e distributividade
• irredutibilidade
• Equidade
III – Constitucionais Específicos: • diversidade
• solidariedade • caráter democrático
• Pré existência de custeio
• Anterioridade mitigada
(ou nonagesimal ou trimestralidade)

SEGURIDADE SOCIAL É, PORTANTO:

CONJUNTO INTEGRADO DE AÇÕES DE INICIATIVA DOS PODERES


PÚBLICOS E DA SOCIEDADE, DESTINADAS A ASSEGURAR OS
DIREITOS À SAÚDE, À PREVIDÊNCIA E À ASSISTÊNCIA SOCIAL.

TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL :

SAÚDE : PARA TODOS.

ASSISTÊNCIA : PARA QUEM DELA NECESSITAR.

PREVIDÊNCIA : PARA QUEM CONTRIBUI.

PREVIDÊNCIA SOCIAL É:

DIREITO SOCIAL DE CARÁTER CONTRIBUTIVO


E FILIAÇÃO OBRIGATÓRIA

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A PREVIDÊNCIA SOCIAL SUBSTITUI A RENDA


DO SEGURADO-CONTRIBUINTE,
OBSERVADO O TETO,
QUANDO DA PERDA
DE SUA CAPACIDADE LABORATIVA

“A Previdência Social oferece um plano de benefícios que protege


não só o segurado, como também sua família, contra perda salarial (renda),
temporária ou permanente, em decorrência de exposição do segurado a situações
de risco social”

Perda da capacidade de trabalho:

 morte;
 invalidez parcial ou total;
 velhice (idade avançada).

Perda da capacidade de trabalho:

 doença;
 acidente;
 maternidade;
 reclusão.

CONTRIBUTIVIDADE E OBRIGATORIEDADE:

UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO;

UNIFORMIDADE DOS BENEFÍCIOS URBANOS E RURAIS

EQÜIDADE :

(DEPENDE DO TEMPO DE SERVIÇO, CONTRIBUIÇÕES, ETC.)

SOLIDARIEDADE ENTRE AS GERAÇÕES

SELETIVIDADE ;
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 Nenhum benefício pode ter valor inferior ao salário mínimo.

 Preservação dos benefícios contra a inflação.

 Substituição da renda nos casos de perda de capacidade para o trabalho,

observado o teto de R$ 4.390,24 (13/01/2014),

ESTRUTURA DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO

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ESTRUTURA DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL


Trabalhadores do Setor Privado

Obrigatório, nacional, público, sistema de repartição, subsídios sociais,


contribuição definida: Variando de R$ 1.317,07 (8%), R$ 2.195,12 (9%) e R$ 4.390,24
(11%). Admite Fundo de Previdência Complementar.
Administrado pelo INSS.

REGIME DE PREVIDÊNCIA DOS MILITARES FEDERAIS


Obrigatório, público, nível federal, sistema de repartição, benefício definido =
última remuneração com promoção para uma patente acima daquela em que se dá a
disponibilidade.

Administrado pelo governo federal.

REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Obrigatório, público, níveis federal, estadual e municipal, sistema de


repartição, beneficio definido = última remuneração. Admite Fundo de Previdência
Complementar.
Administrado pelos respectivos governos.

*Os segurados obrigatórios são todos os trabalhadores urbanos e rurais


que exercem atividades remuneradas não sujeitas a regime próprio de
previdência social.

São eles:

 empregados;
 empregados domésticos;
 trabalhadores avulsos;
 contribuintes individuais (autônomos e empresários);
 segurados especiais.

Existe, ainda, a categoria dos segurados facultativos.


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O universo dos segurados empregados é bastante amplo e inclui, dentre outros:

 trabalhadores temporários,
 diretores-empregados,
 aqueles que prestam serviços a órgãos públicos ocupando
apenas cargos comissionados,
 brasileiros que prestam serviços para o Governo Federal
no exterior,
 empregados de empresas brasileiras com filial no exterior;

E MAIS:

 o aprendiz, de 14 a 18 anos;
 o empregado de conselho, ordem ou autarquia;
 o trabalhador volante (bóia-fria);
 o detentor de mandato eletivo, etc..

TRABALHADOR DOMÉSTICO

Trabalhador que presta serviço na residência de uma pessoa ou família:

São eles:

 empregada doméstica,
 motorista particular,
 piloto particular,
 enfermeira particular,
 caseiro,
 mordomo, jardineiro, governanta, entre outros.

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TRABALHADOR AVULSO

São aquelas pessoas que trabalham para empresas, mas cuja


contratação é feita por intermédio dos órgãos gestores de mão-de-obra ou dos
sindicatos que as representam.

São eles:
 estivadores, carregadores, vigias;
 armadores e trabalhadores de limpeza e conservação
de embarcações, todos no setor portuário;
 são avulsos também os salineiros e os ensacadores
de café e cacau.

SEGURADOS ESPECIAIS

Assim dispõe a lei:

―São segurados especiais: o produtor,


o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o
pescador artesanal e mariscador, que
exerçam suas atividades, individualmente ou
em regime de economia familiar, com ou sem
o auxílio eventual de terceiros, bem como
seus respectivos cônjuges ou companheiros
e filhos maiores de dezesseis anos de idade
ou a eles equiparados, desde que trabalhem
comprovadamente com o grupo familiar
respectivo‖.

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Pescador artesanal ou assemelhado: faz da pesca sua profissão habitual


ou meio principal de vida, desde que:

 não utilize embarcação;


 utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que
com o auxílio de parceiro;
 na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado,
 utilize embarcação de até dez toneladas de arqueação bruta.

OBS.: arqueação: medida dos espaços internos de uma embarcação


(1 ton = 2,832 m³).

SEGURADOS FACULTATIVOS
Podem ser segurados facultativos aqueles com mais de 16 anos de idade
que não exercem atividade profissional remunerada.

São eles:

 donas-de-casa;
 estudantes;
 desempregados;
 síndicos que não recebem ―pró-labore‖;
 presidiários não remunerados;
 estudantes bolsistas;
 brasileiros residentes no exterior, desde que não filiados a regime de
previdência do país com o qual o Brasil possui acordo.

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FILIAÇÃO

A filiação é o vínculo que as INSCRIÇÃO


pessoas estabelecem com a Previdência
Inscrição é o ato pelo qual o
Social a partir do momento em que
segurado é cadastrado no Regime
passam a exercer uma atividade
Geral de Previdência Social, ou seja, é
remunerada ou a recolher as
a formalização da filiação.
contribuições previdenciárias.
É feita mediante a comprovação
Com a filiação, as pessoas
dos dados pessoais e de outros
tornam-se segurados efetivos da
elementos necessários e úteis à sua
Previdência, o que lhes garante direitos e
identificação perante a Previdência
acarreta obrigações.
Social.

A empresa (pessoa jurídica) e a cooperativa de trabalho são obrigadas


a efetuar a inscrição no INSS dos seus contratados e cooperados,
respectivamente, como contribuintes individuais, se ainda não inscritos.
São obrigadas, ainda, a arrecadar a contribuição desses contribuintes
individuais, descontando-a da respectiva remuneração, efetuando o
recolhimento ao INSS.

DEPENDENTES DO SEGURADO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL

Equiparam-se a filhos, mediante


I - Cônjuge, companheiro e filhos;
declaração escrita do segurado e desde
II - Pais;
que comprovada a dependência
III Irmãos.
econômica:

Dependência Econômica:
• o enteado;
Classe I, presumida;
• o menor sob tutela que não
Classes II e III, comprovada.
possua bens para o próprio
sustento.

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BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Aposentadoria por invalidez;


Aposentadoria por idade;
Aposentadoria por tempo de contribuição;
Aposentadoria especial;

Auxílio-doença;
Auxílio-acidente;
Auxílio-reclusão;

Pensão por morte;


Salário-maternidade;
Salário-família.

NORMAS GERAIS

É proibido receber ao
mesmo tempo seguro- AS APOSENTADORIAS POR IDADE,
desemprego com benefício TEMPO DE CONTRBIUIÇÃO E
da previdência social, exceto ESPECIAL CONCEDIDAS PELA
pensão por morte, auxílio- PREVIDÊNCIA SOCIAL SÃO
IRREVERSÍVEIS E IRRENUNCIÁVIES.
reclusão, auxílio-acidente,
auxílio-suplementar e abono
de permanência em serviço.

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HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO E NORMAS EM SMS

A preocupação com a segurança do trabalho está registrada em um documento


egípcio que fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as
condições de trabalho de um pedreiro.
Também no Egito, no ano 2.360 a.C., uma manifestação geral dos trabalhadores
deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as
condições de vida dos escravos.

1760
A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século
XVIII e se expandiu para o resto do mundo a partir do século XIX, começaram aí as
improvisações.
Mão de obra era formada por homens mulheres e até crianças, sem pre
ocupação com a saúde. Os índices de mortalidade entre trabalhadores eram muito altos,
principalmente entre as crianças.
As instalações das fábricas eram precárias e a carga horária era ilimitada.
Os pioneiros no estabelecimento de medidas de prevenção de acidentes foram
Plínio e Rotário que, pela primeira vez, recomendaram o uso de máscaras para evitar
que os trabalhadores das minas respirassem poeiras metálicas.

1779
Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um
trabalho sobre as causas e a prevenção de acidentes.
Em Milão, no mesmo ano, Pietro Verri fundou a primeira sociedade filantrópica,
visando ao bem-estar do trabalhador.

1802
Surgiu a lei de saúde moral dos aprendizes.
Essa lei estabelecia um limite de 12 horas por dia, proibia o trabalho noturno e
atribuía obrigações do empregador quanto às condições de higiene no ambiente do
trabalho.
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1831
Comissão Parlamentar de Inquérito-elaborou um documento sobre a condição de
vida dos trabalhadores.

1833
Lei das FÁBRICAS (FACTORY ACT), considerada a primeira legislação no
campo da proteção ao trabalhador.
Dizia que Maiores de 18 anos só poderiam trabalhar até 12h/dia não superior a
69h semanais.

1833
Idade mínima para trabalho era de 9 anos.
Fábricas que empregassem menor deveriam ter escolas, além de médicos para
acompanhamento do correto desenvolvimento físico desses menores.

1860
Surgiu a Legislação Alemã.

1900
Surgiu a Legislação Americana.

1919
Recomendações da OIT

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No Brasil

1930

É que o estado interveio nas relações do trabalho.

1943
No governo Vargas entra em vigor a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)
decreto lei 5452, 1 de maio de 1943.

1959
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) elaborou recomendações para
serviços de saúde ocupacional, a primeira de uma série, objetivando aproteção do
trabalhador.

1970
O Brasil era Campeão Mundial de Acidentes do Trabalho.

1977
Surgiu a Lei 6514 de 22 de dezembro de 1977 alterando o capítulo V do título II
da CLT.

SEGURANÇA – Voltada para a


proteção do trabalhador e para a
integridade das instalações e
equipamentos.

MEIO AMBIENTE – Para evitar a


poluição da água, ar e solo.

SAÚDE – Para o nosso bem estar, de


nossas famílias e das comunidades
vizinhas às unidades industriais.

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MOMENTO LINHA/MOMENTO AGULHA

Para viver momentos linha é preciso ter:

•presença de espírito

•treinamento e informação

•atenção e obediência às normas de SMS

O momento linha e momento agulha é uma filosofia de trabalho muito difundida


na Petrobrás. Consiste em aceitar que temos momentos bons e momentos ruins na
nossa vida, estados de espirito que variam regularmente, mas que não podem ser os
responsáveis por eventuais acidentes a saúde e a segurança do trabalhador no
ambiente de trabalho. Pense na analogia da linha e da agulha, tem momentos que
somos agulha, ou seja, saímos perfurando aquilo que está em nosso caminho, mas
temos que conciliar com o momento linha, ou seja, "amarrar" as pontas.

PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES NO TRABALHO

 Imprudência - É praticar uma ação sem as devidas precauções.

 Imperícia - É praticar uma ação sem aptidão especial, habilidade,


conhecimento ou experiência necessária.

 Negligência - É a omissão voluntária de cuidados necessários ou a falta


ou demora em prevenir algum acidente.
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Reduzir é diminuir o consumo de recursos naturais.

Reutilizar é dar uso adicional a um objeto que já


serviu à sua função sem alterar sua composição.

Reciclar é aproveitar o material usado como matéria


prima para a produção de outro bem.

Cerca de 700 mil casos de acidentes de trabalho são registrados em média no


Brasil todos os anos, sem contar os casos não notificados oficialmente, de acordo com o
Ministério da Previdência. O País gasta cerca de R$ 70 bilhões nesse tipo de acidente
anualmente. Entre as causas desses acidentes estão maquinário velho e desprotegido,
tecnologia ultrapassada, mobiliário inadequado, ritmo acelerado, assédio moral,
cobrança exagerada e desrespeito a diversos direitos. Os acidentes mais frequentes são
os que causam fraturas, luxações, amputações e outros ferimentos. Muitos causam a
morte do trabalhador. A atualização tecnológica constante nas fábricas e a adoção de
medidas eficazes de segurança resolveriam grande parte deles.

Acidentes Ambientais
Pode-se definir acidente ambiental como eventos inesperados que causem
impactos no meio ambiente e à saúde. Você deve perceber que quando se fala em
impacto ambiental esse pode ser positivo ou negativo. Positivo quando traz algum
benefício para uma comunidade e negativo, também chamado de dano ambiental,
quando traz prejuízo para a natureza.

Saiba mais em:


http://acidenteambientalreflexoesecriticastecbio.wordpress.com/2011/11/0
6/acidente-ambiental-conceito-e-classificacao/

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Coleta seletiva - Consiste em separar


e recolher o lixo reciclável do que não é
reciclável. Perceba que isto possibilita o
reaproveitamento de materiais e diminui a
necessidade de aterros sanitários. Com esse
gesto podemos aumentar a vida útil do aterro
sanitário além de termos matéria-prima para
fabricação de outros produtos.

PERMISSÃO PARA O TRABALHO (PT)

Permissão para o Trabalho (PT) A Permissão


para o Trabalho (PT) é uma autorização, utilizada em
grandes empresas, como por exemplo a Petrobrás, na
qual descreve os procedimentos para a realização do
serviço, os equipamentos de proteção individual (EPI)
necessários e o manuseio das ferramentas a serem
utilizados.
É importante o executante também verificar o que
está escrito neste documento, pois é ele que conhece a
área de serviço e pode verificar se tudo está adequado.
Deve-se seguir tudo o que está escrito nela, afim
de garantir a segurança das instalações e de todas as
pessoas.
A PT tem validade enquanto durar o horário de trabalho do requisitante, pois
depois deste período os riscos podem ser outros e por isso precisam ser novamente
avaliados.

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FUNÇÃO QUEM FAZ O QUE FAZ

Requisitante empregado considerado qualificado requisita a PT

Emitente empregado da Empresa contratante emite a PT

Executante empregado da contratante ou de executa o trabalho


empresa prestadora de serviço previsto na PT

PT - PERMISSÃO DE TRABALHO

• A PT é uma permissão, por escrito, que autoriza o início do serviço, tendo sido
avaliados os riscos de SMS, com a devida proposição de medidas de segurança
aplicáveis

• É válida para um serviço específico e no período da jornada de trabalho do


requisitante.

• Nenhum serviço poderá ser iniciado sem que a PT tenha sido emitida.

• Deverá ser disposta no local de trabalho em local visível, além de ter sido lida pela
equipe de executantes. Cópia deverá ficar em poder do emitente.

• Deverá ser preenchido a LV – Lista de Verificação no momento de preenchimento da


PT.

APR - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO

AST - ANÁLISE DE SEGURANÇA DO TRABALHO

APR OU AST - É ELABORADA POR UM GRUPO MULTIDISICPLINAR DE


PESSOAS ANTES DO INÍCIO DOS TRABALHOS.O ENCARREGADO DEVE
DIVULGAR AS INFORMAÇÕES NELAS CONTIDAS PARA SEUS SUBORDINADOS
SABEREM DOS RISCOS PREVISTOS PARA A EXECUÇÃO DOS TRABALHOS EM
CADA FASE.

Técnico em Segurança do Trabalho 71


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São ferramentas de planejamento de uma tarefa/atividade com foco em


segurança, com objetivo de se identificar os riscos potenciais e adotar medidas de
controle.

Benefícios de uma APR/AST


 Identificar os perigos e os riscos (Trabalho Seguro, Controle dos Riscos)
 Organizar execução da tarefa e atividade (Procedimentos e Planejamento)
 Estabelecer o procedimento seguro (Trabalhar de forma planejada e
segura)

PERIGO RISCO CONSEQUÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE

R= P/MC

 Etapas fundamentais de uma APR/AST

1º IR NA ÁREA ONDE SERÁ REALIZADO O SERVIÇO


2º A AST DEVERÁ SER ELABORADA POR QUEM CONHECE
E EXECUTARÁ O SERVIÇO

 Etapas da construção de uma APR/AST

 Indicar ações adicionais de controle.


 Antecipar o que pode sair errado.
 Descrever o processo seguro indicado para execução do trabalho, de modo a
evitar acidentes e ferimentos/lesões.
 Descrever a ação de controle para os riscos identificados em cada etapa do
trabalho.
 Descrever as etapas do trabalho em sequência, associando os riscos e as
consequências a cada etapa.
 Identificar e listar os perigos da área/local/acesso
 Ir na área / local onde o trabalho será realizado

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ETIQUETA, TRANCA E TESTE – EMITENTE

ETIQUETA, TRANCA E TESTE - REQUISITANTE

EMITENTE

O Emitente dever á ser profissional designado pelo responsável do


estabelecimento, comprovadamente treinado em Análise de Riscos (APR - AST) ou em
programa específico para liberação de áreas e emissão de PT, que conheça as
características de operação e riscos da área ou equipamento onde será feito o serviço.
São emitentes de PT, o empregado responsável pelo equipamento, sistema, ou
área específica onde deve ser realizado o trabalho. Em operação de instalações de
terceiros, as Gerências envolvidas (empresa e terceiros) determinam os responsáveis
para cumprimento do procedimento de PT.

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São obrigações do emitente: Certificar-se de que as condições de trabalho


estejam suficientemente seguras durante todo seu desenvolvimento. Para tanto,
segundo sua avaliação, deve realizar verificações periódicas do trabalho ou permanecer
no local. Em qualquer dos casos, permite-se designar um representante para realizar
estas funções.Repassar ao requisitante todos os cuidados necessários ao atendimento
da ITC- GESMS-055-001 – Permissão para Trabalho (PT).
Para emissão de uma PT o Emitente/ Co-Emitente deve atender aos
seguintes procedimentos:
a) Retirar o equipamento de operação, desenergizando-o, drenando-o,
despressurizando-o, limpando-o, se for o caso;
b) Providenciar, para cada caso, que seja feito o isolamento dos
equipamentos ou linhas com flanges cegos ou raquetes , quando aplicável,
elaborando um fluxograma com indicações das raquetes e flanges cegos,
devidamente identificados, de forma que ao término do trabalho, possa ser
seguido adequadamente o procedimento inverso para reiniciar a operação
normal:
c) Providenciar para que sejam providos, de forma segura, a ventilação,
exaustão, iluminação, além dos acessos seguros através de escadas e
andaimes, aplicáveis, conforme o caso;
d) Solicitar ao requisitante da PT o isolamento da área, quando necessário;
e) Cancelar a PT sempre que ocorrer pelo menos uma das condições
descritas na ITC- GESMS-055-001 – Permissão para Trabalho (PT).

REQUISITANTE

Encarregado pela equipe ou por pessoa que executará o serviço. O requisitante


deverá ter, comprovadamente, atribuições e qualificações para solicitar PT. É de
responsabilidade do requisitante e do executante o fiel cumprimento das
recomendações da PT.

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São requisitantes de PT, empregados, Supervisores e Encarregados de firma


Contratada ou Empreiteira com treinamento de P.T. para requisitantes.
São obrigações do requisitante:
f) cumprir e fazer cumprir as normas e procedimentos de segurança
vigentes;
g) Providenciar e inspecionar as máquinas, ferramentas e equipamentos de
proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC), antes do inicio dos trabalhos;
h) Providenciar, para o ambiente onde serão realizados os serviços, evitando
a criação de novos riscos, ventilação, exaustão e iluminação, além de
acessos seguros através de escadas ou andaimes, aplicáveis conforme o
caso;
i) Instalar e manter instalados e prontos para o uso sistemas e equipamentos
de prevenção contra incêndio e acidentes pessoais (neblina d‘água,
cobertura dos coletores, de válvulas, isolamento de área etc.), conforme
solicitado pelo Emitente e/ ou Co-emitente da PT;
j) Comunicar aos executantes e a todos os membros da equipe de execução
dos trabalhos, todas as precauções e instruções de segurança constantes
da PT;
k) Acompanhar periodicamente o desenvolvimento do trabalho, a fim de
detectar alterações nas condições de segurança ou descumprimento das
recomendações estabelecidas;
l) Solicitar ao emitente e/ ou co-emitente o cancelamento da PT sempre que
ocorrer pelo menos uma das condições previstas na ITC-GESMS-055-001-
Permissão para Trabalho (PT).

CABE AO EXECUTANTE OU SUPERVISOR DA PT:

- Verificar o preenchimento da PT no local da realização do trabalho, juntamente com o


requisitante e com o emitente;
- Dar início e prosseguimento ao trabalho somente quando a PT estiver completamente
preenchida e aprovada;

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- Portar a primeira via da PT no local de trabalho em local visível e de fácil acesso,


durante toda a realização da tarefa;
- No caso em que os executantes sejam exclusivamente prestadores de serviços
(terceiros), eles serão representados pelo encarregado da empresa contratada, treinado
e certificado para tal fim;

OBRIGAÇÕES DA ÁREA DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL:

 Treinar os envolvidos no cumprimento deste procedimento;


 Prover treinamentos complementares, quando solicitados através do setor de
treinamento e seleção;
 Realizar avaliações ambientais , quando indicado na APR/AST, para autorizar a
execução do trabalho.

Nas áreas classificadas só poderão ser utilizados equipamentos à prova de


explosão, com prévia inspeção e autorização da Fiscalização do Terminal
As tomadas dos equipamentos deverão indicar a tensão e corrente elétrica de
trabalho.
Todos os equipamentos deverão ser ligados à rede elétrica através de soquetes e
tomadas de correntes, não sendo permitidas ligações diretas com a ponta dos cabos.
Os cabos elétricos deverão estar em boas condições de segurança. Os
equipamentos que não se encontrarem nas condições de conservação acima descritas,
não poderão ser utilizados.

OBRIGAÇÕES DOS CONTRATADOS:

Realizar INSPEÇÃO PRÉVIA DE:


Equipamentos, ferramentas, veículos, materiais, etc.
Realizar INSPEÇÃO PERIÓDICA DOS TRABALHOS verificando os itens abaixo:

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1 - Cumprimento das Normas Internas;


2 - Cumprimento das recomendações da PT, LV, APR ou AST;
3 - Cumprimento das cláusulas contratuais;
4 - Cumprimento das NRs (Normas Oficiais)
5 - Outras Normas Vigentes no país.

PROGRAMAS DE QUALIDADE TOTAL NAS EMPRESAS

O Conceito de Sistema de Gestão Integrada

A Gestão Integrada ou Sistema de Gestão Integrada (SIG)


representa o estabelecimento e a implementação de um modo
de organização da empresa que contemple o atendimento, de
modo integrado, aos requisitos de gestão da qualidade,
gestão ambiental, saúde e segurança. Isso significa que com a
mesma organização a empresa é capaz de comprovar o
atendimento às normas ISO 9000, ISO 14000, SA 8000, BS 8800 e
OHSAS 18000.

Evoluindo do Programa 5S para o Sistema ISO 9000

Os 5S´s é um programa que surgiu no Japão e que tem como


objetivo propiciar um ambiente agradável para o trabalho e a
harmonia nas relações sociais nas diversas organizações.

A ISO série 9000 surgiu em Genebra, na Suíça, é um sistema da


qualidade que tem como objetivo a normatização de processos para atingir
a qualidade dos produtos e serviços nas empresas.

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Na prática, o ideal para uma organização é implantar num primeiro momento o


Programa 5S preparando o ambiente empresarial para a implantação da ISO 9000. Com
a implantação dos 5S, como: Descarte, Organização, Limpeza, Higiene e Ordem
Mantida; os colaboradores estariam conscientes da importância de um programa de
qualidade, e ao mesmo tempo motivados por alcançarem os êxitos nos 5S, em especial
o da Ordem Mantida, que é o cumprimento de normas e regras da empresa.
Num segundo momento, com a implantação dos 5S´s consolidados nas
empresas pelas práticas das auditorias, mudanças de hábitos e costumes dos
colaboradores, a organização poderia planejar a implantação do Sistema ISO 9000, que
é a procedimentação das rotinas dos colaboradores e a manutenção do sistema através
de auditorias sistemáticas. Inclusive os próprios avaliadores do Programa 5S podem ser
treinados para serem auditores internos do sistema da qualidade.

A avaliação (auditoria) do Programa 5S é realizada através de um chek-list e


utilização de registros de filmagem ou fotografias, além dos relatórios que devem ser
analisados criticamente pelo comitê do Programa. Os 5S podem ser mantidos através
de eventos sociais que busquem a participação e o comprometimento da alta direção,
tais como: torneios, gincanas e avaliações periódicas nos setores. As avaliações são
mensuradas com adoção de fórmulas matemáticas e conceitos que podem ser expostos
nos setores auditados.
A ISO 9000 é mantida através de auditorias internas e externas, planejadas e
realizadas periodicamente por auditores formados em cursos específicos. Normalmente,
as auditorias são realizadas através da constatação comparativas, ou seja, verificar se o
colaborador está realizando suas atividades de acordo com o que está escrito em seu
procedimento ou instrução de trabalho

O Programa 5S e o Sistema ISO 9000 podem ser mantidos em harmonia nas


organizações, pois são complementares: enquanto os 5S atuam no ambiente e no
comportamento das pessoas, mudando hábitos e costumes; a ISO 9000 descreve a
rotina e padroniza as atividades. Assim, Programa e Sistema da Qualidade podem ser
praticados simultaneamente na empresa melhorando a gestão e a produção de
produtos e serviços.

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A expressão ISO 9000 designa um grupo de normas técnicas que estabelecem


um modelo de gestão da qualidade para organizações em geral, qualquer que seja o
seu tipo ou dimensão.
ISO é uma organização não-governamental fundada em 1947, em Genebra, e
hoje presente em cerca de 162 países. A sua função é a de promover a normatização
de produtos e serviços, para que a qualidade dos mesmos seja permanentemente
melhorada.
A denominação "International Organization for Standardization" permite diferentes
acrônimos em diferentes idiomas (IOS em inglês, OIN em francês, OIP em português) e,
por isso, seus fundadores decidiram usar a abreviatura ISO, que significa "igual".
Qualquer que seja o país ou a linguagem, a abreviatura é sempre ISO, que vem do
grego "isos" que significa igual, igualdade, pois o sistema prevê que os produtos
detenham o mesmo processo produtivo para todas as peças.
Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos
processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do
ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e
fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade.
Aplicam-se a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos e serviços.
A adoção das normas ISO é vantajosa para as organizações uma vez que lhes
confere maior organização, produtividade e credibilidade - elementos facilmente
identificáveis pelos clientes -, aumentando a sua competitividade nos mercados nacional
e internacional. Os processos organizacionais necessitam ser verificados através
de auditorias externas independentes.
O Brasil está no grupo dos países que mais crescem em número de certificações
em 2010, com aumento de 4.009 certificações, logo atrás da Itália (8.826), Rússia
(9.113) e China (39.961) que lidera o grupo.

O número de empresas que adotam a certificação ISO 9001 tem crescido


mundialmente, conforme mostra as pesquisas do número de empresas certificadas a
partir de 2003 em:

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Número total de certificados no mundo de ISO 9001:2000/2008

Dez Dez Dez Dez Dez Dez Dez Dez Dez


Dez 2009
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

457.834 510.349 561.767 497.919 660.132 773.867 896.929 951.486 982.832 1.064.785

Fonte: Pesquisa ISO9001 (2009)

O que é a série ISO 9000?

A ISO 9000 é uma série de 4 normas internacionais para "Gestão


da Qualidade" e "Garantia da Qualidade". Ela não é destinada a um
"produto" nem para alguma indústria específica. Tem como objetivo
orientar a implantação de sistemas de qualidade nas organizações.
As regras e os padrões da Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade são
complementares aos padrões do produto, e são implantados para melhorar a sua
qualidade, com impacto na funcionalidade do Sistema da Qualidade.

ISO 9001 - Especifica os requisitos do Sistema da Qualidade


para uso onde a capacidade da organização de prover produtos que
atendam ao cliente e aos requisitos regulatórios precisa ser
demonstrada.

ISO 14000 é uma série de normas desenvolvidas


pela International Organization for Standardization (ISO) e que
estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro
de empresas.

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A OHSAS 18001 consiste em uma série de


normas britânicas para orientação de formação de um Sistema
de Gestão e certificação da segurança e saúde ocupacionais (SSO). É
uma ferramenta que fornece orientações sobre as quais uma
organização pode implantar e ser avaliada, com relação aos
procedimentos de saúde e segurança do trabalho.
OHSAS é uma sigla em inglês para Occupational Health and Safety Assessment
Services, cuja melhor tradução é Série de Avaliação da Segurança e Saúde no
Trabalho. O sistema de gestão proposto pela OHSAS pode ser integrado aos sistemas
de gerenciamento ambiental e também aos sistemas de qualidade, mas sua
funcionalidade independe dos outros.
A norma OHSAS expõe requisitos mínimos para a construção de um sistema de
gestão da SSO onde a organização deve estudar os perigos e riscos do trabalho aos
quais os trabalhadores (próprios ou terceirizados) podem estar expostos.
O método consiste na elaboração da política de SSO e de objetivos relacionados
ao comportamento que esta empresa pretende ter com relação à SSO. Esse
comportamento será monitorado pela própria empresa, por meio de planos de ação,
indicadores, metas e auditorias. Os critérios de desempenho e a abrangência são
estipulados pela própria empresa, que deve definir qual o nível de detalhamento e
exigência deseja atingir na gestão de segurança.

A SA 8000 é uma norma internacional de avaliação


da responsabilidade social para empresas fornecedoras e
vendedoras, baseada em convenções da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) e em outras convenções das Nações
Unidas (ONU). Foi desenvolvida em outubro de 1997 pelo Órgão de
Credenciamento do Conselho de Prioridades Econômicas (CEPAA), ligada a ONU,
reunindo ONG, empresas e sindicatos.
A Itália é o país com mais empresas certificadas, seguida de Índia, China e Brasil.

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O que e a norma BS 8800?


É uma norma sobre Sistema de Gestão da Segurança e Saúde
no Trabalho publicada em maio de 1996, estruturada e de
responsabilidade do órgão Britânico de Normas Técnicas denominado
British Standards, tendo por base a forma de implantação de um
sistema de gerenciamento relativo à Segurança do Trabalho.

Há mais de 20 anos foi criado o sistema de gestão da qualidade, em


conformidade com a ISO 9001. Em seguida surgiram outros sistemas, entre eles: de
gestão ambiental, responsabilidade social e de segurança e saúde. O processo de
implantação destas ferramentas gera dificuldades e uma grande lista de requisitos a
serem cumpridos. O desafio é atender a todos, garantindo assim a eficácia da sua
aplicação e a satisfação de todas as partes interessadas.
A principal dificuldade de integração está na forma como os sistemas foram
implementados. Historicamente as organizações lidam com a qualidade de seus
produtos, a saúde e segurança de seus empregados, e os impactos adversos de suas
operações sobre o meio ambiente e a sociedade de forma isolada. E os profissionais que
conduzem esses sistemas, geralmente possuem formações acadêmicas diferentes, são
alocados em unidades funcionais distintas e submetidos a legislações e regulamentações
completamente independentes.
Ter sistemas integrados significar ter pensamento sistêmico. Cabe ao gestor
saber controlar o processo produtivo e uma maneira mais fácil de fazer isso é dispor de
um sistema de gestão único, fundamentado no ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) e
que englobe todos os requisitos de qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e
saúde e segurança contidos em seu processo.
A integração dos sistemas promove a melhoria do desempenho da organização, a
redução de custos, de duplicidades e de burocracia, de conflitos entre os sistemas, pois é
estabelecida uma única estrutura para a gestão, ligada às estratégias e objetivos
corporativos. Além disso, a integração dos sistemas permite também a realização de uma
única análise crítica e a melhoria da comunicação, já que é utilizado um conjunto
uniforme de objetivos e uma abordagem integrada, de equipe; e abordagem holística
para o gerenciamento dos riscos organizacionais, ao assegurar que todas as
consequências de uma determinada ação sejam consideradas.

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BIBLIOGRAFIA

Declaração Universal dos Direitos do Homem (artigo 1º), adotado pela Assembléia-
Geral com a resolução 217A (III) de 10 de dezembro de 1948.
http://www.unhchr.ch/html/menu6/2/fs2.htm

Natural rights in The Columbia Electronic Encyclopedia (2005)


http://columbia.thefreedictionary.com/Natural+rights

Peter Jones. Rights. Palgrave Macmillan, 1994, p. 73

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Atlas - Manuais de legislação Atlas


Segurança e medicina do Trabalho:
São Paulo - 63ºEDIÇÃO:: Atlas - www.atlasnet.com.br:, 2009

Giovanni Moraes
Normas Regulamentadoras Comentadas:
Rio de Janeiro:: Giovanni Moraes:, 2002

www.mte.gov.br/.../normas_regulamentadoras

www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm

www.nrcomentada.com.br/

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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