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Perícia
Grafotécnica

Prática

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SUMÁRIO
1 – Tipos de Assinatura............................................................................4
2 - Fases da Produção do Grafismo .......................................................... 6
3 – Mudanças no Grafismo ......................................................................6
4 – Gênese e Aspecto Formal...................................................................7
5 – Termos Gráficos: ................................................................................7
6 - Tipos de ataques, remates e traços de ligação: ................................... 8
7 - Formas do Grama: ..............................................................................9
8 - Fechamento dos Gramas Circulares: ................................................. 10
9) Sentido dos Gramas Retos: ................................................................ 10
10 - Sentido dos Gramas Circulares: ...................................................... 12
11 – Peso de Punho ............................................................................... 12
12 – Limitantes verbais: ......................................................................... 13
13 – Gladiolagem:.................................................................................. 13
14 – Eixo Axial ....................................................................................... 14
15 - Traço de Ligação: ........................................................................... 15
16 – Motivos e Padrões ......................................................................... 16
17 – Falsificação de Assinaturas............................................................. 17
18 – Conclusão: ..................................................................................... 18
19 – Aplicação de análise e termos periciais: ......................................... 19
Referências Bibliográficas:..................................................................... 21

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1 – Tipos de Assinatura

Vamos primeiramente definir uma das acepções do termo "firma" como


um símbolo gráfico que representa formalmente uma determinada pessoa e é
usado para autenticar documentos por ela emitidos, ou manifestar concordância
com os termos de um documento que lhe foi apresentado. Esse simbolo pode
ser produzido manualmente pela própria pessoa (assinaturas e rubricas) ou ser
impresso por um ins trumento especifico, por ela adotado (chancela).

Em geral, os termos "firma" e "assinatura" podem ser usados como


sinônimos, mas a rigor, a última é espécie, enquanto a primeira é o gênero.
Assinatura é uma firma produzida manualmente e usada como principal simbolo
de autenticação pessoal. Rubrica é uma firma abreviada, usada para situações
de menor criticidade, como a aposição de vistos sobre partes de um documento
(folhas de ponto e correções ou alterações feitas em um documento já concluído,
p. ex.), ou aindar quando se precisa autenticar muitas folhas em documentos
extensos, reservando-se a assinatura principal apenas para a última. Portanto o
termo rubrica será aqui empregado para referenciar firmas abreviadas (curtas),
de importância secundária.

Assinaturas e rubricas podem conter simbolos alfabéticos plenamente


legíveis (geralmente consistindo no nome do seu detentor) ou símbolos não
alfabéticos, criados por uma determinada pessoa especificamente para serem
usados como sua firma. São as assinaturas e rubricas ilegíveis (o termo rubrica,
portanto, não tem nenhuma relação com legibilidade, apenas com abreviação,
simplificação). Há ainda situações intermediárias, em que o signatário altera de
forma muito personalizada algumas letras que constituem o seu nome, criando
um formato diferenciado e exclusivo, embora ainda legível ao menos
parcialmente. Estas firmas podem ser chamadas de estilizadas.

Um fato importante sobre assinaturas é que elas normalmente são os


grafismos mais frequentemente produzidos por uma pessoa durante toda a sua
vida, inclusive em relação à escrita do próprio nome. Consequente. mente, a
assinatura tende a ser o símbolo gráfico produzido com maior automatismo,
espontaneidade e facilidade. Por essa razão, espera-se que uma assinatura

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reflita mais fielmente os hábitos gráficos de seu detentor do que qualquer outro
manuscrito de mesma extensão.

É necessário entender que assinar e escrever o próprio nome são ações


distintas para muitas pessoas. Nesses casos, usa-se como assinatura um
simbolo que difere, ainda que ligeiramente, do próprio nome escrito com letras
normais. Mas mesmo as pessoas que escrevem e assinam seus nomes no
mesmo formato podem apresentar alguma diferença em seus estados mentais
durante uma e outra execução.

A) Escrita Primária: também chamadas de rústica e canhestra. Caracterizada


pelo fato do ato de escrever nao fazer parte dos hábitos do indivíduo e exige
grande concentração para cada um dos movimentos, traços lentos, quebras,
oscilações e muitas paradas. Baixa cultura gráfica

B) Escrita Escolar: observa desenvoltura e facilidade, traço fluem com rapidez,


corresponde à cultura média gráfica.

C) Escrita Secundária: escrita flui de forma automática, não necessita atenção


para realização dos gestos gráficos. Mostra formas criativas, qualidades
particulares, velocidade da execução dos traços. Alta cultura gráfica.

D) Escrita Senil: escrita com sinais de decadêncial, naturalmente mais comum


em escrita de pessoas idosas. Porém nem todo idoso produz escritas senil, esta
também pode ser uma execução comprometida por problemas motores ou por
degeneração natural dos músculos. Cultura grafíca decadente.

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2 - Fases da Produção do Grafismo

Após aprendermos a escrever normalmente usamos um modelo, mas


logo depois adquirimos nosso processo criativo e nossa escrita toma formas
particulares.

- Fase da Ideação: a escrita adquire um “jeito especial” a cada punho escritor

Exemplo de grafismos com


ideações diferentes

- Fase da Evocação: o escritor lembra a forma de caracteres conhecidos que


irão compor o grafismo, pessoas não alfabetizadas por exemplo não fazem
evocação quando “copiam” uma grafia.

- Fase da Execução: transcrição do grafismo para o papel, o comando do cérebro


para os membros escritores, essa fase estabelece esquilíbrio com as fases de
evocação e ideação.

3 – Mudanças no Grafismo

A escrita está sujeito à modificações em decorrência do tempo.


A) Mudanças normais: fator principal é o tempo. Pode ocorrer evolução, na qual
o treinamento aperfeiçoa as fases da produção do grafismo, resultando no
automatismo gráfico. E involução, quando a senilidade se apresenta como único

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fator para mudança do grafismo, pois há pessoas idosas que mantém as
mesmaa características na forma.
B) Mudanças anormais: fatores internos como emoção, euforia, depressão,
medo, raiva, embriaguez, ferimentos e até mesmo mal de Parkinson. E fatores
externos como instrumento escritor defeituoso, postura incômoda, iluminação
ruim, escrita em movimento, etc.

4 – Gênese e Aspecto Formal


A gênese estuda as características individuais do grafismo que possibilita
determinar a sua origem e formação.
A forma ou imagem gráfica é o aspecto formal e visual da escrita que
evidencia os momentos da realização, como o grafismo foi criado
detalhadamente.

5 – Termos Gráficos:

- Ataque: traço inicial da escrita


- Calibre: a dimensão dos caracteres
- Comportamento gráfico: direção e distância consideradas da escrita em relação
à pauta ou base
- Proporcionalidade gráfica: relação dimencional entre as partes da escrita
- Valores angulares: predominância de ângulos na formação da escrita
- Valores curvilíneos: predominância de curvas na escrita
- Momento gráfico: é a tragetória gráfica em cada um dos traçados
- Traços de ligação: momento da junção de dois gramas
- Remate: traço final da escrita
- Grama: é o registro mínimo resultante do gesto gráfico realizado sem mudança
brusca de sentido. Ele é finalizado com uma parada ou ângulo que determina o
início de um novo grama.

Exemplos de gramas:

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Não é possível que duas pessoas tenham as mesmas características no
desenvolvimento dos gramas, mesmo que tentem “imitar” a grafia de outro.

6 - Tipos de ataques, remates e traços de ligação:

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7 - Formas do Grama:
- Circular : a , o , 8 , 9, 0 são realizados em curvas
- Semi-circular: c, g, q, b, p, d – quando a abertura é virada para cima, recebe o
nome de guirlanda e quando está virada para baixo é chamada de arco
- Sinuosos: S , ~ são ondulados
- Horizontais: r , F, E, t – realizados em sentido horizontal, chamados de platô na
grafia de r , barra no F , e em t chamado de barra de corte.
- Verticais: as hastes superiores de t , d, f - e as hastes inferiores de q, p.

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- Laçadas: l, t, e, f, g, p, q – podem ser laçadas inferiores ou superiores, de acordo
com a posição da linha de base.
- Dupla laçada: f
- Múltipla laçada: c
- Presilha: r – à esqueda do platô
- Mínimo gráfico: acentos, aspas, ponto ´ ~ .

8 - Fechamento dos Gramas Circulares:

O fechamento dos gramas circulares apresentam características técnicas


relevantes para a análise do grafismo.
Normalmente entre o ataque e o remate de um grama circular, existe um
espaço em branco ou sobreposição de traços, o melhor modo de localizar o
fechamento é usar horas do relógio como referência:

9) Sentido dos Gramas Retos:

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Dextrovolvente

Sinistrovolvente

Ascendente

Dextroascendente

Sinistroascendente

Descendente

Dextrodescendente

Sinistrodescendente

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• Para memorização mais fácil dos traços:

Ascendente: sobe verticalmente


Dextroascendente: sobe gradativamente para direita
Sinistroascendente: sobe gradativamente para esquerda
Descendente: desce verticalmente
Dextrodescendente: desce gradativamente para direita
Sinistrodescendente: desce gradativamente para esquerda
Dextrovolvente: horizontal para direita
Sinistrovolvente: horizontal para esquerda

10 - Sentido dos Gramas Circulares:

Dextrógiro

Sinistrógiro

11 – Peso de Punho

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É a força exercida para realização do traço.
a) Leve – pessão suave, traços mais finos e claros
b) Médio - pressão média com traços de espessura e tonalidade medianas
c) Pesado – pressão forte, traços espessos e escuros

12 – Limitantes verbais:

São linhas imaginárias traçadas para verificação de algumas características da


escrita:

lb = linha de base ou limitante verbal inferior


la = linha de ápice ou limitante verbal superior
ps = passante superior
pi = passante inferior
np = não passantes, caracteres grafados entre as limitantes verbais

13 – Gladiolagem:

Ocorre quando as limitantes verbais não são paralelas.

- Inexistência de gladiolagem

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- Gladiolagem positiva: limitantes não paralelas e se encontram à direita

- Gladiolagem negativa: limitantes não paralelas e se encontram à esquerda

Obs: Na mesma escrita podem ocorrer gladiolagem positiva e negativa ao


mesmo tempo.

14 – Eixo Axial

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É uma linha imaginária traçada perpendicularmente, a 90° da linha de base, ou
linha de paula.

a) Inclinação axial para a direita:

b) Inclinação axial para a esquerda:

15 - Traço de Ligação:
Traços entre os gramas em uma escrita.

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- Traço de ligação por cima

- Traço de ligação ao centro

- Traço de ligação por baixo

16 – Motivos e Padrões

São assinaturas oferecidas para confronto ou comparação para


determinar autenticidade ou para constituir prova de autoria.

- Motivo:

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É o nome dado ao grafismo a ser submetido a exame. O motivo também
é denominado de peça questionada nos trabalhos periciais, pois se trata de
espécime o qual teve a sua autoria colocada em dúvidas.

- Padrão:
Escrito sabidamente produzidos por uma determinada pessoa, e que
serão empregados em comparaçãoes de grafismo supostamente produzidos por
essa mesma pessoa.

a) Padrão especifico: Trata-se de grafismo colhido com finalidade determinada,


para servir de comparação em exames solicitados.

b) Padrão não especifico:Trata-se grafismo pré-existente, que não fora colhido


exatamente para servir de padrão nos exames solicitados, mas que foram
anexados pela sua utilidade e importância.

17 – Falsificação de Assinaturas

As falsificações de assinaturas ou grafismos apresentam variações


quanto à qualidade e o método usado na simulação dessa assinatura,
naturalmente, dependendo do treinamento do estelionatário. Também são raras
as perfeições encontradas em falsificações. Essas variações se enquadram em
cinco classes:

a) Sem imitação
O falsário desconhece a assinatura. Quando consegue um documento
como um cheque em branco, o estelionatário, por não conhecer a padrão da
assinatura do titular, se limita a escrever o nome, como se assim fosse o normal.
Neste caso nem houve imitação.

b) Imitação de memória:

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O falsário memoriza e executa o grafismo. Ele até acredita que está
fazendo um bom trabalho, confiando no poder da sua memória, sem, no entanto,
saber que a grafismo trás muito mais coisas do que simplesmente aspecto formal
ou aparência.

c) Servil ou modelo à vista:

O falsário se serve de um modelo que mantém à vista. Em alguns pontos do


grafismo ele consegue manter a forma, outros pontos ele consegue manter a
gênese, já que está executando uma cópia. Neste caso fica claro o emprego de
muita atenção, consequentemente, pouco ou nada de automatismo gráfico, ou
seja inexistência de espontaneidade.

d) Decalque:
O falsário usa moldes e transparências. Muda o método, mas os
procedimentos e implicações são os mesmo do método anterior, embora
apresente mais qualidade.

e) Livre:

O falsário atua livremente. A imitação livre exige muita memorização e


exaustivo treinamento de punho e produz imitações de muita qualidade.
Também não se fala em perfeição absoluta, pois em se tratando de uma
falsificação de assinatura, algum detalhe escapará ao falsário.

18 – Conclusão:

Uma conclusão deve expressar o grau de convicção do perito quanto a


autoria e não a probabilidade de tais escritos terem partido ou não do mesmo
punho que forneceu o padrão.
A conclusão deve ser clara, sucinta e direta remetendo a figuras ou
tabelas expostas anteriormente no laudo.
No caso o final deverá conter se a assinatura é autêntica ou falsa.

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a) Autenticidade: é a assinatura que foi produzida pelo seu legítimo detentor,
independente das circuntâncias envolvidas.
b) Falsidade: Negação que de a assinatura tenha sido produzida pelo legítimo
detentor.

19 – Aplicação de análise e termos periciais:

Exemplo A
Peça questionada

Peça Padrão

1 – Na peça questionada o ataque apoiado inicia em sentido sinistrodescendente


enquanto na peça padrão o ataque é no infinito sentido dextroascendente.

2 – Na grafia de “J” da peça questionada não se nota presença da cauda abaixo


da linha de base, já na peça padrão a presença é notória e com valores
angulares.

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Exemplo B

Peça questionada

Peça Padrão

1. No grama sinuoso “S” são notados caracteríscticas como , sem apoios,


do infinito em sentido sinistrógiro em ambas assinaturas.
2. É notória tanto na assinatura questionada quanto na padrão, a ausência
do traço de ligação entre o “S” e o “E”, indicando levantamento de caneta.
3. Em ambas assinaturas não se localiza traço de ligação entre o grama “B”
e o grama “A”, e também nota-se que a grafia de “A” é feita no sentido
sinistrógiro, com fechamento em 12h nas duas assinaturas.
4. Na letra “S” é possível observar nas duas assinaturas a presilha com
mesma característica de execução.
5. O passante superior na letra “T” é executado é laçada em ambas
assinaturas.

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Referências Bibliográficas:

FEUERHARMEL, Samuel; SIMÕES, Erick. Documentoscopia. São Paulo.


Millennium Editora, 2014.

SÉTIMO, Arureluz. Apostila – Treinamento em Documentoscopia, 2018.

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