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Exploração e Produção de Petróleo

A
E&P: tecnologias de exploração e produção

ssim como o carvão, o petróleo também precisa que a matéria

orgânica tenha  sido exposta a condições específicas: acúmulo
da matéria orgânica, sedimentação,  condições de temperatura e
pressão na ausência de agentes que possam degradar  os
hidrocarbonetos (p. ex. bactérias, condições inadequadas de
temperatura...) e  tempo. Diferente do carvão, o petróleo só existe em
rochas sedimentares que já foram  leitos marítimos. Além disso, por sua
característica fluida, o petróleo necessita que  condições geológicas sejam
atendidas para que haja a formação de um reservatório,  são elas: (1)
rocha geradora (2) que a rocha geradora tenha sido exposta a 
temperaturas e pressões adequadas à formação de petróleo (3) rocha
reservatório  com porosidade adequada; (4) rocha capeadora; (5)
disposição geométrica adequada  da rocha geradora, reservatório e
capeadora chamada de “armadilha geológica”; (6)  a formação de todos
esses fatores deve se dar em tempo adequado e (7) o  reservatório deve
proteger o petróleo de degradação física, biológica ou escape até a 
produção.

A exploração de petróleo pode ser feita em duas modalidades, onshore

(no  continente) ou offshore (ambiente marítimo). Na modalidade onshore
os poços são  perfurados em terra firme, como as que acontecem no
recôncavo baiano, onde o  primeiro poço comercial de petróleo no Brasil
foi perfurado no fim da década de 40 e  produz até os dias de hoje.

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     O Brasil obtém cerca de 93% de sua produção de plataformas offshore.

Essas  plataformas podem ser caracterizadas basicamente pelos seus
objetivos (produção  ou perfuração), o local onde é feito o controle do poço
(superfície ou fundo do mar),  e a existência da capacidade de
armazenamento. A plataforma fixa é utilizada em  lâminas d'água de até
300 m para perfuração e produção. A semissubmersível pode  ser
empregada em águas ultraprofundas em perfuração ou produção, ou em
ambas.  Já as FPSOs são geralmente convertidas a partir de navios,
operam em águas  profundas ou ultraprofundas e são usadas para
produzir e armazenar.

O processo de exploração inicia-se com os dados das análises geológicas

e  geofísicas, que determinam as bacias sedimentares que são
potencialmente  produtivas. Essas bacias são então divididas em blocos
exploratórios e suas  concessões de exploração são leiloadas pela ANP
para a exploração. Até o começo  da elevação do óleo do poço, 6 etapas
devem ser executadas: 

1) Aquisição do bloco exploratório: obtém os direitos de exploração

conforme  normas da ANP (concessão x partilha);

2) Prospecção: levantamento de dados geológicos e geofísicos da região;

3) Perfuração: irá reconhecer se há ou não hidrocarbonetos com até 72h

para  avisar à ANP da descoberta.

4) Plano de Avaliação da Descoberta (PAD): caso necessite estudar a

região  perfurada, a empresa propõe à ANP seus métodos e intenções
para levantar  dados através de um relatório a ser aceito ou não pela ANP.

5) Avaliação da Descoberta: executa os planos do PAD, analisando

resultados  adicionais como do TLD – Teste de Longa Duração (que visa
analisar o poço  em produção) e elabora o estudo de viabilidade técnico-
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econômica. Se o  empreendimento for inviável, os direitos exploratórios

retornam à ANP.

6) Plano de Desenvolvimento (PD): se houver a comerciabilidade, a

empresa tem  180 dias para enviar um plano completo sobre a previsão
da vida produtiva do  poço, incluindo o descomissionamento.

A etapa de produção consiste no tratamento primário de separação a que

o óleo  é submetido na plataforma ou no campo produtor. Uma plataforma
do tipo FPSO típica segue o esquema na Fig. 1. As áreas 200C, 300 e
400 são dedicadas ao gás, a 200A ao óleo e a 200B à água.

Fig. 1 – Fluxograma típico de produção em uma

FPSO

Conhecer a segunda maior empresa do Brasil atualmente é uma das

maiores  do mundo, a Petróleo Brasileiro S.A., a Petrobras é essencial
para entender a  evolução da E&P nacional e internacional. 

O primeiro afloramento de petróleo do Brasil foi encontrado na Bahia em

1939  e em 1941 o primeiro poço comercial em Candeias foi perfurado.
Daí surge a  necessidade de construção da primeira refinaria, a RLAM
(Refinaria Landulpho Alves)  finalizada em 1956, recentemente vendida
por R$ 1,65 bilhões. Com o fim da  Segunda Guerra mundial, o petróleo

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mostrava-se como o insumo mais estratégico  para a soberania dos

países e por isso insurge o movimento nacionalista “O Petróleo  é nosso!”
a fim de garantir o monopólio brasileiro da produção e exploração. No 
mesmo ano, o presidente Getúlio Vargas assina a lei que cria a Petrobras
como única  empresa habilitada a produzir e explorar petróleo no Brasil.
Em 1961 é criada a  REDUC no RJ, a maior da américa latina à época.

Em 1968 A Petrobras descobre petróleo no mar do Sergipe e constrói sua 

primeira plataforma, a P-1, iniciando sua tradição offshore. Após o primeiro
choque  do petróleo em 1973, há a intensificação dos investimentos a fim
de garantir o  suprimento nacional de óleo e em 1974 o petróleo é
descoberto na Bacia de Campos,  em águas profundas. Apesar do
potencial do campo ser altíssimo, a exploração em  águas profundas era
praticamente inexistente e dessa forma o desafio era enorme,  além disso
o óleo encontrado era mais pesado do que o árabe leve utilizado até
então, de forma que foi preciso adequar as refinarias. A criação de
tecnologia foi  extremamente bem sucedida e, no final da década de 70, o
petróleo é descoberto em  águas ultraprofundas na Bacia de Santos com
um potencial ainda maior do que o da  Bacia de Campos. Adicionalmente,
técnicos da Petrobrás participaram da descoberta  do megacampo de
Majnoon no Iraque, o maior daquela década. Em 1997 é criada a  Lei do
Petróleo que quebra o monopólio da Petrobras e cria a ANP, responsável
pelos  leilões das concessões de exploração. Em 2006 ocorreu a
descoberta do pré-sal, outro  ponto de virada para a Petrobras e para a
economia nacional. Além dos diversos  prêmios ganhos pela estatal,
ressalta-se seu reconhecimento pela OTC que concedeu  seu prêmio
máximo 4 vezes à Petrobras por sua excelência em águas profundas e 
ultraprofundas. Além de sua recomposição após escândalos de corrupção
de vários executivos da empresa tendo ganhado um prêmio por gestão de
dívidas em 2016. 

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Atualmente, a política de desinvestimento da Petrobras visa seu 

particionamento e venda a fim de possibilitar uma abertura do mercado
petrolífero  nacional. Dessa forma, a tendência é a Petrobras tornar-se
uma empresa de  exploração e produção, visando a venda do setor de
refino e termelétricas.

A descoberta do pré-sal consolidou uma antiga teoria entre geólogos além

de  ter sido resultado de muitos anos de conhecimento acumulado pela
Petrobras.  Segundo a teoria, haveria sob a camada de sal da Bacia de
Santos um imenso  sistema de rocha geradora, cuja formação se deu
com a separação dos continentes  americano e africano. A descoberta se
concretizou como a maior descoberta de  petróleo em 50 anos e o volume
de petróleo proveniente do pré-sal dobrou a  estimativa das reservas
nacionais à época. A Petrobras informou que precisava de  mais de 4.100
poços para produzir 500 mil barris por dia em 1984 e com apenas 77 
poços do pré-sal já produzia 1,5 milhão de barris por dia em 2018.

Atualmente a produção no pré-sal responde por mais de 70% da

produção  nacional. Sendo o campo de Tupi o maior produtor nacional
com 32,8% da produção  brasileira. Contudo, Libra está entre os mais
promissores, com colunas de óleo que  chegam a 400 metros de
espessura, apresenta reservatórios que estão entre os mais  produtivos
do mundo.

Devido ao porte dos sistemas descobertos, em 2010 o regime de partilha

foi  criado para a exploração em lugar do de concessão. A Pré-Sal
Petróleo SA (PPSA) foi criada e encarregada da administração dos
contratos. Nesse regime, além de para pagar pelo direito de exploração as
empresas devem repassar parte da futura  produção à união além de uma
série de tributos.

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Atividade extra

Vídeos comemorativos de 60 anos da história da Petrobras

Episódio 1: Trabalhar e aprender ao mesmo tempo”:

https://www.youtube.com/watch?v=Wg_2FWQc62Q

“Episódio 2: Homens ao mar”:

https://www.youtube.com/watch?v=7JOwN1KbHAg

“Episódio 3: Viagem ao fundo do mar”: 

https://www.youtube.com/watch?v=gw6o3PYhy-M

"Episódio 4: A Era do Pré-sal”:

https://www.youtube.com/watch?v=FgieKvVzGC4

“Episódio 5: 2020 é agora”:

https://www.youtube.com/watch?v=Wg_2FWQc62Q

Para entender mais sobre o Regime de Partilha do pré-sal:

https://www.politize.com.br/pre-sal/

https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-geracao-e-uso-da-energia/turma/combustiveis-fosseis-e-derivados-de-petroleo/aula/e-p… 6/7
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Referência Bibliográfica

FARAH, M. A. O petróleo e seus derivados. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 

GAUTO, M. A. et al. Petróleo e gás: princípios de exploração, produção e
refino. Porto  Alegre: Bookman, 2016.

SELLEY, R. C.; SONNENBERG, S. A. Geologia do petróleo. Rio de

Janeiro: GEN  LTC, 2016.  

https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-geracao-e-uso-da-energia/turma/combustiveis-fosseis-e-derivados-de-petroleo/aula/e-p… 7/7