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Belo Horizonte
1°/2021
SUMÁRIO
1. Introdução…………………………………………………………………………………3
2. Revisão e descrição do processo de produção......................……………………………...4
2.1. Querosene de aviação.....………………………………………………………………...4
2.2. Bioquerosene de aviação.....…………………………………………………………......5
2.3. Gasolina de aviação.....………………………………………………………………......5
3. Fluxograma…………………………………………………………………………………6
3.1 Dessalga...............................................................................................................................6
3.2 Torre Atmosférica................................................................................................................6
3.3 Tratamento Merox................................................................................................................7
4. Contextualização no Brasil……………………………………………………………….....8
5. Vantagens e desvantagens…………………………………………………………………...8
6. Legislações quanto ao uso e comercialização...............................…………………………..9
7. Conclusão..............................................................................................................................10
8. Referências Bibliográficas…………………………………………………………………12
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1. INTRODUÇÃO
O principal combustível para uso pela aviação é o querosene de aviação (QAV), usado em
turbinas a jato, também utilizado em helicópteros dotados de motores à turbina ou aviões
menores com turboélices. Este é o combustível mais importante para o transporte por vias
aéreas nas principais rotas comerciais do mundo, enquanto um combustível menos utilizado
conhecido como gasolina de aviação é o segundo mais utilizado em rotas curtas fora do
circuito principal internacional. (Centro Brasileiro de Infraestrutura, 2019)
O querosene de aviação, comercializado pela Petrobras como QAV-1, também conhecido no
mercado internacional como Jet-A1, é um derivado de petróleo utilizado em motores movidos
a turbina. A expressiva evolução da indústria aeronáutica ao longo do século XX e início do
século XXI determinou atualizações sistemáticas nas especificações dos combustíveis de
aviação, caracterizando-as como as mais dinâmicas em relação a todos os produtos derivados
de petróleo. As exigências de segurança são fatores importantes para a produção, controle e
manuseio do QAV, uma vez que desvios de qualidade podem resultar em acidentes aéreos. Há
diferentes tipos de querosene que se dão principalmente pela região de utilização, ponto de
fulgor e ponto de congelamento – havendo adequação do produto às questões de segurança e
necessidades específicas, como por exemplo, uso militar ou o uso em condições de frio
extremo (Jet B). (Centro Brasileiro de Infraestrutura, 2019)
Já a gasolina de aviação, também conhecida por sua sigla GAV, é o combustível utilizado
predominantemente em aviões de pequeno porte, como aeronaves empregadas na aviação
particular, na agricultura, em treinamento de pilotos, na aviação comercial de menor porte e
nos aviões experimentais e esportivos, que possuem motores com ignição por centelha. A
gasolina de aviação possui características especiais que são controladas através de rigorosos
testes laboratoriais. Assim garante-se seu alto padrão de qualidade, a conformidade com a
especificação e, consequentemente, o seu bom desempenho nos motores. (Petrobras, 2020)
Um outro combustível é conhecido como BioQAV ou biocombustível da aviação, ou
bioquerosene é uma substância derivada de biomassa renovável que pode ser usada em
turborreatores e turbopropulsores aeronáuticos ou, conforme regulamento, em outro tipo de
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aplicação que possa substituir parcial ou totalmente o combustível de origem fóssil.
(Engenharia 360, 2020)
Os principais biocombustíveis com potencial para substituir querosene de origem fóssil são
essencialmente obtidos a partir de óleos vegetais e matérias açucaradas que posteriormente
passam por processos de produção para a obtenção de bioquerosene. Assim como o etanol, ele
pode ser adicionado ao querosene de aviação em proporções que podem chegar a 50%,
segundo informações da ANP. (Engenharia 360, 2020)
2. PROCESSO DE PRODUÇÃO
2.1 QUEROSENE DE AVIAÇÃO (QAV)
O querosene de aviação é um derivado de petróleo, e possui cadeias de 9 a 15 átomos de
carbono. No Brasil, são produzidos dois tipos de QAV: QAV-1, querosene de aviação de uso
geral; e querosene de aviação especial para a Marinha do Brasil. O QAV-1 é produzido por
fracionamento do petróleo nas unidades de destilação atmosférica seguido de tratamentos e
acabamentos que visam eliminar os efeitos indesejáveis dos compostos sulfurados,
nitrogenados e oxigenados. O processo de refino básico utilizado para produção de QAV-1 é
o de destilação seguido de tratamento cáustico regenerativo (tratamento merox).
O querosene é produzido através de um processo de refino básico de destilação atmosférica
seguido de tratamentos para eliminar os efeitos dos compostos indesejáveis (FARAH, 2012).
Processos de produção do QAV:
• Pré-aquecimento da carga
Após o óleo ser tratado, é encaminhado por oleoduto para processamento nas unidades de
destilação. Ao entrar na unidade o óleo passa inicialmente pela primeira bateria de pré-
aquecimento, composta por trocadores de calor do tipo casco e tubos, que têm como objetivo
promover um pré-aquecimento da carga de cru antes de entrar nas dessalgadoras.
• Dessalgadoras
Dessalgador é o equipamento destinado à remoção de sais inorgânicos, água e sedimentos que
estão dissolvidos no petróleo.
• Aquecimento da carga para a torre atmosférica
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Como o petróleo pré-vaporizado ainda está com a temperatura abaixo da necessária para que
ocorra um fracionamento eficaz, com o objetivo de elevar mais a temperatura para que as
condições ideais de fracionamento sejam atingidas, a carga é introduzida em fornos tubulares,
onde recebe energia térmica produzida pela queima de gás combustível.
• Torre Atmosférica
A fase líquida, rica em compostos mais pesados, segue em direção ao fundo da torre de
destilação, enquanto a fase vapor gerada, mais leve e rica em compostos mais voláteis,
segue para o topo. Este fracionamento fornece nafta pesada como produto de topo, resíduo
atmosférico como produto de fundo e querosene e diesel como produtos laterais.
• O processo de Tratamento Merox
Os processos de tratamento têm a finalidade de eliminar os efeitos indesejáveis de compostos
nitrogenados, sulfurados e oxigenados, para adequar os derivados à qualidade exigida pelo
mercado. O tratamento Merox tem a finalidade de promover o adoçamento do querosene
proveniente das unidades de destilação atmosférica, através da conversão de mercaptans a
dissufetos. O tratamento de adoçamento transforma os compostos de enxofre em compostos
menos nocivos.
2.2 BIOQUEROSENE DE AVIAÇÃO
O bioquerosene de aviação é um combustível derivado de biomassa 14 renovável destinado
ao consumo em turbinas de aeronaves. Através do processo de produção do bioquerosene
chamado Biomassa para líquido (BtL) a matéria-prima é decomposta através da gaseificação,
um processo pelo qual a biomassa é aquecida a uma temperatura extremamente elevada,
promovendo a quebra das moléculas, produzindo o gás de síntese. Este, então, é convertido
em combustível líquido através do processo de Fischer-Tropsch.
O processo BtL tem quatro principais passos. O primeiro passo é a produção de gás de
síntese, que é uma mistura de hidrogénio e monóxido de carbono. O segundo passo é a
remoção de compostos indesejados, tais como CO2, além de impurezas da corrente do gás de
síntese. O terceiro passo é o processo de síntese. Este produto bruto da síntese
(hidrocarbonetos de cadeia linear), por fim, deve ser processado, para obtenção de um
combustível aceitável.
2.3 GASOLINA DE AVIAÇÃO (AVGAS)
Assim como o QAV, a gasolina de aviação também é um derivado de petróleo, obtida a partir
do refino, mas que possui cadeias de 5 a 8 carbonos. Este produto é usado exclusivamente em
aviões de pequeno porte, que possuem motores a pistão, com ignição por centelha.
Para a produção de gasolina de aviação é necessária uma unidade de alcoilação (fixação de
um radical alcoílo numa molécula) catalítica para efetuar o processo de conversão. Este
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recorre a um catalisador para proceder à junção de duas moléculas leves e formar uma de
maior peso molecular, permitindo a formação da gasolina de aviação (GAV).
3.1 DESSALGA
Inicialmente o petróleo chega através do oleoduto e passa por trocadores de calor a fim de
promover o pré-aquecimento para as dessalgadoras, no processo de dessalga o óleo é separado
da água juntos com sais minerais que são sedimentados, a água com os compostos químicos
são enviados para o centro de tratamento de efluentes e a parte aquosa é realizada um novo
processo de pré-aquecimento para a torre atmosférica.
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Fonte: Jurandir Gomes da Silva Júnior
Com o petróleo pré-aquecido a parte gasosa será direcionada para o topo e a líquida para o
fundo e nela ocorre o processo de destilação, obtendo vários subprodutos como o diesel e o
nosso produto principal, a querosene.
Fonte: Petrobrás
Inicialmente a querosene passa pelo vaso de lavagem cáustica para retirada de H2S, que é
prejudicial a reação oxidativa de mercaptanas em dissulfeto, em seguida, é realizado a
filtração no filtro de areia, sua finalidade é reter a solução de soda cáustica do processo
anterior assim como reter alguns surfactantes. Feitos esse processo a querosene é levada para
o reator Merox e nele ocorre a conversão de mercaptanas em dissulfeto.
Neste reator está presente a soda cáustica que reage com a mercaptana e produz um
intermediário chamado de mercaptídico de sódio que é reagido com oxigênio e água
formando o dissulfeto e restaurando o hidróxido de sódio.
Depois da reação finalizada a mistura reacional é encaminhada para o vaso decantador que
separa a fase aquosa da fase orgânica. Na sequência a querosene passa no vaso de lavagem
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aquosa, seu papel é limpar qualquer vestígio de surfactantes e solução de NaOH, como isso
vem o momento da filtração de sal onde será retirado a água arrastada do processo anterior em
seguida é utilizado o filtro de argila que elimina os traços de alguns óleos que não deveriam
estar presentes e também os surfactantes que restaram.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO NO BRASIL
A história dos combustíveis de aviação é tão antiga quanto o vôo motorizado. Consta que
Santos Dumont, contrariando a opinião predominante de que seria muito arriscado utilizar
motores a combustão próximos a balões de hidrogênio, empregou com sucesso pequenos
motores a gasolina em seus primeiros dirigíveis e posteriormente em seus aeroplanos. De fato,
os idealizadores das primeiras aeronaves não tinham muitas opções de propulsores, então o
consumo de gasolina ou produtos similares eram praticamente a única alternativa. Durante
praticamente toda a primeira metade do século passado, os propulsores aeronáuticos foram
basicamente motores a pistão radiais e em linha, sempre a gasolina. Nesse período,
particularmente com a evolução dos aviões imposta pelas guerras, foi necessária a formulação
de gasolinas mais especializadas para utilização nos motores aeronáuticos, diferenciadas da
gasolina automotiva. Assim foram sendo adotadas especificações progressivamente
sofisticadas, considerando as crescentes exigências do mercado aeronáutico e impondo em
muitos casos o uso de aditivos.
Atualmente tem-se grande área de pesquisa em motores nos combustíveis para reduzir a
emissão de gás carbônico no meio ambiente a fim de diminuir esse poluente.
3. VANTAGENS E DESVANTAGENS
Vantagens:
• Alta produção
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• Baixo custo de produção em relação a gasolina
Desvantagens:
Vantagens:
Desvantagens:
• Baixa produção
Já a gasolina de aviação, deve ser utilizada apenas em motores ciclo Otto, é regulamentada
pela resolução ANP n°5 de 2009. Esta resolução tem como objetivo uniformizar os padrões
de avaliação de qualidade, atualizar as especificações do produto e firmar as
responsabilidades dos envolvidos na produção, importação e comercialização.
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Além disso, descreve qual a documentação deve ser apresentada para as comercializações
entre produtores, distribuidores, importadores e revendedores e as obrigações dos mesmos
para com o combustível, ou seja, os documentos que estes devem assegurar que o produto
tenha quando sob sua responsabilidade.
Ademais, ambas contam com o regulamento técnico em anexo que detalha as especificações
dos parâmetros os quais os combustíveis devem atender.
7. CONCLUSÃO
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Muitos costumam dizer que é nas grandes guerras que acontecem as maiores
inovações científicas, para ilustrar bem, cito como exemplo: O microondas, o GPS, produção
em larga escala de antibióticos, a Internet, os computadores e até mesmo serviços
ambulatórios surgiram apenas na segunda guerra mundial (Tecmundo, 2021). Diferente de
muitas outras tecnologias, a permanência do QAV como principal combustível utilizado para
aviação por todo esse tempo não se deve a falta de inovações na área e sim pela excelente
relação peso/energia que esse combustível oferece.
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8. REFERÊNCIAS
ARRUDA, Felipe. 8 tecnologias inventadas para a guerra que fazem parte do nosso
cotidiano. Tecmundo.com.br. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/tecnologia-
militar/34671-8-tecnologias-inventadas-para-a-guerra-que-fazem-parte-do-nosso-
cotidiano.htm>. Acesso em: 29 Apr. 2021.
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