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UDM

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIENCIAS TECNOLÓGICAS

Licenciatura em Engenharia e Gestão de Recursos Petrolíferos

Analise das tecnologias de conversão de veiculos a combustiveis liquidos em combustiveis


gasosos e sua viabilidade para Moçambique

Discente: Crescêncio Pedro Cossa


Supervisor: Adilson Mahanjane

Maputo, Março 2023


Índice
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................3
Objetivos....................................................................................................................................................4
PROBLEMATIZAÇÃO...........................................................................................................................5
METODOLOGIA.....................................................................................................................................6
ORIGEM DO GÁS NATURAL...........................................................................................................6
COMPOSIÇÃO DO GÁS NATURAL.................................................................................................6
Historial do Gás Natural.......................................................................................................................7
REVISAO BIBLIOGRAFICA.................................................................................................................7
JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................9
Vantagens técnicas no uso de GNV....................................................................................................12
Como funciona um veículo movido a GNV........................................................................................13
Kit de conversão..................................................................................................................................15
Hipóteses..................................................................................................................................................17
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO

GNV (Gás Natural Veicular) tem sido muito utilizado como combustível para veículos. Além de
ser mais barato do que o álcool e a gasolina, o GNV gera um baixo índice de poluentes
atmosféricos em comparação aos combustíveis fósseis. Portanto, é considerado uma fonte de
energia limpa.

O gás natural veicular, o GNV, é um combustível em sintonia com as necessidades do mundo


moderno, conciliando eficiência, economia e respeito ao meio-ambiente. É um combustível
disponibilizado na forma gasosa que, a cada dia mais, vem sendo utilizado em automóveis. A sua
qualidade é garantida, pois o GNV não pode ser adulterado. A tecnologia de conversão é
regulamentada e atende às normas internacionais. O cilindro de gás é muito mais resistente que o
tanque de gasolina e/ou álcool e conta com sistema de segurança adequado. Além disso, não
altera o combustível original do veículo. Ou seja, sempre que quiser, você pode usar gasolina
e/ou álcool.

Além disso, o uso do GNV tem importante papel na redução dos níveis de poluição atmosférica,
uma vez que a sua combustão com excesso de ar tende a ser completa, liberando apenas dióxido
de carbono (CO2), em menor proporção que os combustíveis líquidos, e água (H2O). Por ser um
combustível gasoso, possui um sistema de abastecimento e alimentação do motor isolado da
atmosfera, reduzindo bastante as perdas por manipulação para abastecimento e estocagem.

Se tudo isso não bastasse, a conversão proporciona uma média de economia de até 65% sobre o
valor do litro da gasolina. Aliado ao custo do combustível, o GNV é mais econômico, pois ele
tem um rendimento de 20% maior em relação à gasolina e de 50% maior em relação ao álcool.

Destacou-se o Gás Natural Veicular, apresentando a evolução dos sistemas de conversão, os


procedimentos para instalação dos Kits GNV e fez-se uma comparação deste com outros
combustíveis automotivos
Objetivos
Geral

 Debruçar sobre as tecnologias de conversão de veículos a combustíveis líquidos em


combustíveis gasosos e sua viabilidade para Moçambique.

Específicos

 Identificar os tipos de tecnologias de conversão de gás natural veicular;


 Estudar os processos de conversão de veículos combustíveis líquidos em combustíveis
gasosos;
 Analisar a viabilidade técnica e econômica dos veículos convertidos a gás natural veicular.
PROBLEMATIZAÇÃO
Os kits de conversão de veículos para o uso de GNV vêm evoluindo constantemente com a
evolução dos automóveis e hoje estão na 5a geração, em que a partir da 3a geração já vinha
sendo utilizado em veículos com injeção eletrônica, onde nessa geração se tinha correção da
dosagem da mistura ar/GNV através da sonda, mas ainda era aspirado pelo mesclador. A partir
da 4a geração ouve uma grande evolução, foi onde o GNV começou a ser injetado no coletor de
admissão, controlado por uma unidade de gerenciamento, ao invés de ser aspirado através do
mesclador. E a 5ª Geração é similar a 4ª Geração, mas se caracteriza por ter múltiplos injetores
de GNV, ou seja, um para cada cilindro

Para finalizar, as vantagens de instalar um kit gás em seu automóvel não se limitam apenas em
mais economia para o motorista, mas também em menos danos para o meio ambiente. O GNV
polui menos do que os combustíveis líquidos, como gasolina e etanol. Isso porque ele registra
uma emissão de CO2 em média 20% mais baixa dos seus concorrentes.

De acordo com esse contexto surge a seguinte pergunta de pesquisa: Qual é a viabilidade das
tecnologias de conversão usada para converter veículos de combustíveis líquidos em
combustíveis gasosos para Moçambique?
METODOLOGIA

Este trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica que teve por objetivo reunir informações
sobre o gás natural e sua aplicação veicular a partir de diversas fontes como: relatórios, livros,
artigos e sites especializados, onde foram obtidos dados e informações sobre o tema proposto.
Sendo assim, essa pesquisa foi feita utilizando materiais de vários autores que estão disponíveis
nas referências bibliográficas ao término do trabalho
Origem Gás Natural

O gás natural é encontrado na natureza em acumulações de rochas porosas no subsolo terrestre


ou marinho e, geralmente, está acompanhado de petróleo. A sua formação está presente na
natureza até os dias atuais, porém em menor quantidade comparada a época da sua descoberta
(SANTOS et al., 2002; FIOREZE et al., 2013). Em decorrência da sua origem, o GN pode ser
classificado em associado e não-associado (figura 1). O tipo associado ocorre quando há a
predominância do petróleo na exploração da jazida, sendo este separado durante o processo de
produção, passando a ser considerado um coproduto. Enquanto o gás não-associado é obtido em
extensas quantidades diretamente do reservatório, sendo pequena a parcela da produção de
petróleo (VIEIRA et al., 2005).

COMPOSIÇÃO DO GÁS NATURAL


Segundo (CEGÁS, 2019; BIRELO, 2013 O gás natural é constituído predominantemente por
hidrocarbonetos, tendo como principais componentes: o metano (CH4), etano (C2H6) e o
propano (C3H8). Em seu estado bruto, ele é composto também, em menores quantidades, por
hidrocarbonetos mais pesados e por CO2, N2, O2, H2S, entre outras impurezas. Podendo sua
composição variar de campo para campo, de acordo com a matéria orgânica a partir da qual se
originou e os processos naturais aos quais foi submetido (FIOREZE et al., 2013).

Historial do Gás Natural


Segundo (FERRE,2º19) O gás natural foi descoberto na Pérsia entre 6000 a.C. e 2000 a.C. e,
segundo algumas indicações históricas, era usado para manter aceso o “fogo eterno”. Na China é
conhecido desde 900 a.C., mas a sua primeira utilização, segundo um manuscrito chinês, data de
347 a.C. Este documento descreve um “ar de fogo” que podia ser usado para iluminação.
Segundo (Pereira et al. (2007), ele foi descoberto na Europa no ano de 1659, porém não
despertou interesse, devido ao gás resultante do carvão carbonizado, que foi o primeiro
combustível responsável pela iluminação das casas e ruas. Finalmente, graças a descoberta de
Robert Bunsen em 1885, misturando ar e gás natural, foi iniciado seu emprego como
combustível. Como consequência, o mesmo passou a ser muito utilizado, tornando-se fonte de
energia para aquecimento do ambiente, de água e para cozimento de alimentos. Entretanto, só
após os anos 40 houve uma abrangência na utilização do GN, que passou a ser largamente
disponibilizado para o uso nos transportes (FERRÉ, 2019).

REVISAO BIBLIOGRAFICA
GÁS NATURAL VEICULAR

Segundo PACHECO; CASTRO,2004, O gás natural veicular (GNV) é um combustível que se


adapta bem à substituição dos combustíveis tradicionais para motores que funcionam através da
ignição por centelhamento, sejam motores de quatro tempos (ciclo Otto) ou motores de dois
tempos. Qualquer processamento desta substância, seja compressão, expansão, evaporação,
variação de temperatura, liquefação ou transporte exigirá um tratamento termodinâmico como
qualquer outro gás (PACHECO; CASTRO, 2004). É considerado um combustível "limpo" por
não apresentar impurezas e resíduos da sua combustão. Outro ponto favorável para a sua
utilização é o fato de não ser corrosivo nem produzir depósitos de carbonos nas câmaras de
combustão (BAHIA, 2007). A mistura ar-combustível é perfeita com qualquer temperatura e a
sua combustão é mantida por mais tempo do que os demais combustíveis, o que se transforma
em benefícios para a vida útil do motor (BAHIA, 2007).

Segundo CABRAL, O ramo automotivo tem sido um dos principais canais de expansão do uso
do GN, neste caso denominado ʺgás natural veicularʺ, qualquer carro movido a gasolina ou a
etanol, e alguns carros a diesel, podem ser convertidos para gás natural. O que não altera o uso
do combustível original, tornando o veículo bicombustível (SILVA, 2002). Segundo Brandão
Filho (2005), o GNV pode ser armazenado na sua forma comprimida, com uma pressão de
serviço de 200 a 250 kgf/cm2. Sendo os cilindros armazenados na parte traseira, na subestrutura
ou sob o veículo. Silva (2002) explica que, após a instalação, o veículo está apto a operar com
dois combustíveis: gás natural e um combustível líquido.

Segundo, Santos et al. (2002), a substituição de outros combustíveis fósseis pelo gás natural
provoca uma redução nas emissões de CO2 na ordem de 20 a 23% quando comparado ao óleo
combustível, sendo em torno de 40 a 50% menor que o carvão mineral. Do ponto de vista
ambiental, o gás natural é considerado, dentre os combustíveis fósseis, como sendo uma
contribuição para a redução das emissões de poluentes atmosféricos. Pois, quando usado
corretamente, sua queima reduz a emissão de óxido de enxofre (SO), fuligem e materiais
particulados, bem como possibilita um bom controle das emissões de CO e NOX (SANTOS et
al., 2002). Ele ainda apresenta as seguintes vantagens: menor corrosão dos equipamentos, baixo
custo de manutenção e presença de contaminantes, melhoria do rendimento energético, maior
competitividade das indústrias e geração de energia elétrica junto aos centros de consumo
PBGÁS (2011)

JUSTIFICATIVA
Sistemas de Conversão do Gás Natural Veicular
Segundo Oliveira (2018), para os veículos utilizarem o GNV, deve ocorrer a instalação de um kit
para que se adapte ao novo combustível. Entretanto, com o passar dos anos, o sistema de
conversão do GNV passou por grandes desenvolvimentos tecnológicos para se adaptar aos novos
modelos de motores, tipos de injeção e maior controle sobre as emissões de poluentes. Essa
evolução compreende as chamadas “Gerações de Kits de Conversão”, que atualmente se dividem
em 5 classes, resumidas a seguir (VALIENTE, 2006).

1ª Geração: Primeiro kit que surgiu no mercado, era dedicado apenas a carros que possuíam
motores com carburadores mecânicos. O gás contido no cilindro sofre uma redução de pressão
ao passar por um redutor que possui 3 estágios, no qual passa pelo misturador, sendo aspirado
por meio da depressão no coletor de admissão do motor. O sistema possui dois registros
mecânicos, um responsável pelo funcionamento do motor em marcha lenta e o outro pelo
funcionamento do motor em carga. No regulador de GNV existe uma válvula tipo agulha que
permite ajustar a proporção da mistura de ar/GNV. A primeira geração do kit GNV possui altos
índices de emissão de poluentes e alto consumo de combustível por não conter nenhum tipo de
controle eletrônico no motor, que prejudica também seu rendimento térmico. O uso desse kit de
conversão em veículos com injeção eletrônica não é recomendável por ser prejudicial ao
funcionamento do motor e consequentemente, seu desempenho.

2ª Geração: Essa geração de kit pode ser usada em automóveis com carburadores mecânicos e
com injeção eletrônica do tipo monopontos (Com apenas um bico injetor). Neste caso o redutor
de pressão possui uma regulagem da sensibilidade da membrana do 3° estágio, no qual o gás
dissipa para o misturador após ter sua pressão diminuída do cilindro através desta membrana, e é
aspirado pela diminuição de pressão no coletor de admissão do motor. A principal diferença que
se dá entre a 1° geração e a 2° geração se dá pela substituição do registro mecânico responsável
pela regulagem da 33 mistura ar/GNV para um motor de passo ou modulador de pressão
controlado eletricamente que ajusta a mistura de gás natural com o ar de admissão. Este sistema
possui um alto índice de emissão de poluentes e alto consumo de combustível mesmo com
controle mais preciso da quantidade de combustível injetado no coletor de admissão do motor.
Notando também baixo rendimento térmico comparados a gerações futuras.

3ª Geração: utilizada somente em automóveis que possuíam sistemas de injeção eletrônica e


com catalisador (Conversor catalítico de gases do escape). A redução de pressão do cilindro para
o sistema, baseia-se nas gerações anteriores, utilizando o mesmo redutor de três estágios com
controle eletrônico de liberação de fluxo de gás. Porém, utiliza-se atuadores responsáveis por
regular a vazão de gás natural para o misturador, esses atuadores são comandados
eletronicamente por um processador em malha fechada, em função do sinal emitido pelo sensor
de Oxigênio – sonda lambda – original do automóvel. O último componente desse kit em que o
fluxo de gás natural atravessa é o misturador, isso antes que ele seja aspirado pelo método de
depressão no coletor de admissão do motor. Este kit possui maior eficiência de combustão
aumentando o desempenho do motor, isso se dá por se tratar de um sistema mais moderno que
possui um variador de avanço do ponto de ignição que executa informações recebidas do módulo
da injeção eletrônica através de sensores que tem o papel de verificar a posição do eixo do
virabrequim, fazendo com que o ponto de ignição seja reajustado no processo de combustão.
Caso o usuário tenha que usar o combustível original, no caso a gasolina, o fornecimento de gás
é interrompido através de uma válvula elétrica desde que seja selecionado a chave comutadora,
do mesmo modo em que os sistemas de injeção monopontos possuem uma válvula elétrica capaz
de interromper o fornecimento de combustível original quando o gás natural é selecionado. Essa
mesma função é realizada por um emulador de válvulas injetoras no caso da injeção multiponto,
que são conhecidos como “bicos injetores”, eles simulam um sinal de funcionamento para a ECU
(Eletrônico Control Unit) impedindo que haja a injeção de combustível. Com frequência,
domina-se o módulo de comando da injeção eletrônica como unidade central de comando
eletrônico. 34 comparados aos sistemas anteriores de conversão, o kit de 3° geração se destaca
por sua redução de índice de emissão de poluentes e baixo consumo de combustível, devido a
maior precisão resultante do controle eletrônico de injeção de gás natural. Outro ponto é o
controle do avanço de ignição, resultando em um maior índice de rendimento térmico.

4ª Geração: Assim como a 3° geração, ele também é usado somente em veículos com sistemas de
injeção eletrônica de combustível e com catalizador. A diferença se dá no processo de admissão
de gás natural no motor, ao invés de ser aspirado por meio de depressão no coletor, o gás é
injetado pelo sistema de injeção eletrônica – válvula de fluxo contínuo, que diferente das
gerações passadas, dispensa a necessidade de um misturador de combustível. Os kits de geração
3 e geração 4 são muitos semelhantes quando comparados as características e componentes do
sistema. Mas no caso da 4° geração, a perda de fluxo é bem menor comparado ao kit anterior,
por não necessita do misturador e a aspiração do gás no coletor de admissão pelo processo de
depressão, pois são substituídos pela injeção eletrônica, eliminando as restrições entre os
mescladores ou misturadores. Fatores que resultam no aumento de torque e de potência,
diminuindo ainda mais a emissão de poluentes e de consumo de combustível.

5ª Geração: Kit mais utilizados nos dias de hoje, dedicado apenas a veículos com injeção
eletrônica e catalisador. Essa geração é bem semelhante a 4° geração, pois também possui uma
injeção direta de gás natural no coletor de admissão, porém, esses injetores são de última geração
com grande semelhança aos originais do veículo, deixando de ser um simples solenoide e
atuando como um sistema de injeção eletrônica sequencial, resultando em uma maior precisão de
na quantidade de gás injetado e na qualidade da mistura dos gases. Esses injetores normalmente
são importados e conseguem adequar a sua vazão de acordo com cada tipo de cilindrada do
motor, resultando em uma melhor qualidade na mistura de ar/GNV injetada comparado ao uso de
um misturador de ar–gás natural. As outras características comparadas ao kit de 4° geração são
bem parecidas. O sistema de injeção eletrônica sequencial junto a calibração de motor presentes
no kit de 5° geração, apresentam o que há de mais avançado e preciso nos sistemas de conversão
nos dias de hoje. O kit dispõe de dois módulos de injeção eletrônica, um dedicado ao
combustível original do veículo e o outro dedicado ao gás natural. Com este módulo dedicado
apenas ao gás natural, o mapa de avanço de ignição de injeção se tornam mais precisos que os
demais kits, resultando em melhores características de rendimento térmico e baixa na emissão de
poluentes na atmosfera.

5° Geração dos Kits de Conversão O kit mais utilizado na atualidade é o de 5° geração,


apresentando alta tecnologia, maior eficiência e menor taxa de emissão de poluentes. De acordo
com a Gás Point, a Lovato é marca mais vendida de kits de conversão GNV, pertencendo ao
grupo de maiores marcas do mundo, atualmente sediada na Itália. Possui em seu kit uma injeção
multiponta de GNV para motores 4 cilindros, atende todas as normas e exigências nacionais e
internacionais, configurável via software e auto ajustável, livres da maior parte da perda de
potência, podendo chegar a perda 0 se tratando do kit Lovato Easy Fast que permite a utilização
do sistema híbrido no kit, injetando uma porcentagem de combustível líquido junto ao gás
natural. Podemos ver na Figura 03 a relação dos itens para a instalação do kit de 5° geração para
a conversão de veículos para o uso de gás natural veicular.
Como substituto da gasolina e do álcool hidratado, o GNV tem todas as propriedades físicas e
químicas que um veículo necessita para o bom desempenho. O uso de GNV proporciona a
potência necessária e o desempenho regular do motor, tanto em marcha lenta (baixas rotações e
sem carga), como em situação de altas solicitações de potência (altas rotações e com carga), ou
torque (baixas rotações e muita carga), sendo capaz, se bem regulado, de inibir de forma eficaz o
problema de detonação sem a adição de substâncias poluentes ao combustível.

Um motor especialmente projetado ou adequadamente adaptado para o uso de GNV, opera


normalmente com altas taxas de compressão (da ordem de 13/1 a 16/1), permitidas em função do
elevado poder antidetonante inerente ao gás; e, portanto, apresenta uma eficiência térmica
superior se comparado a motores à motores à gasolina ou álcool hidratado. Devido à
necessidade de conciliar a operação da forma “bicombustível”, em função de uma rede de
abastecimento ainda limitada, os veículos convertidos devem manter as taxas de compressão
originais de seus motores a gasolina (8/1) ou álcool hidratado (12/1), o que pode acarretar uma
subutilização das características originais do GNV e uma aparente perda de potência; no entanto,
largamente compensada pela economia. Mister citar, que as conversões bem realizadas com
Kits’s homologados pelo Proconve / Ibama, através do Certificado Ambiental para uso do Gás
Natural – CAGN, são tecnicamente mais qualificadas quanto a emissões e performance do
veículo, e apenas reduzem a potência em 8% a 12%, dependendo do modelo e motor do veículo.
Esta perda equivale a aproximadamente ou até inferior, à utilizada por equipamentos de ar
condicionado.

Vantagens técnicas no uso de GNV


O GNV apresenta importantes vantagens técnicas que, se comparadas com os combustíveis
tradicionais, gasolina e óleo diesel, o indicam como alternativa promissora em termos de
combustível automotivo:

• Temperatura de ignição superior, o que o torna mais seguro quanto ao manuseio;

• Menor densidade que o ar atmosférico, o que em caso de vazamento, possibilita sua rápida
dissipação na atmosfera, reduzindo a probabilidade de ocorrência de concentrações na faixa de
inflamabilidade;

• Não é tóxico nem irritante no manuseio;


• A combustão do GNV é muito próxima da combustão completa, reduzindo os resíduos de
dióxido de carbono e vapor d’água, e assim inibindo a formação de resíduos de carbono no
motor, o que aumenta sua vida útil e os intervalos entre os períodos de manutenção;

• O GNV é comercializado dentro de elevados padrões de segurança, e em função das altas


pressões de operação, praticamente elimina a possibilidade de escape do produto para o meio
ambiente;

• O gás possui ainda outra notável vantagem quanto a aspectos de seu armazenamento,
especialmente nos postos. Ainda em caso de vazamentos, que muito mais facilmente pode ser
detectado por equipamentos de controles, do que seus concorrentes líquidos, não produz o efeito
destes, em contaminar o subsolo e consequentemente os lençóis freáticos.

Como funciona um veículo movido a GNV


Segundo (BAHIA,2007) A conversão de veículos para uso de gás natural é bastante simples.
Uma montagem típica consiste na instalação do sistema de gás (que inclui tubulações extras,
conjunto de válvulas e a parte eletrônica) e do (s) cilindro (s) de armazenagem, sem remover
qualquer equipamento original do veículo.
Figure 1: Sistema de gás natural veicular

Com a instalação do kit, o veículo originalmente projetado para rodar com gasolina ou álcool,
está apto a operar com os dois combustíveis isoladamente. O motorista escolhe o combustível
acionando um simples botão instalado no painel do veículo. A escolha pelo combustível pode ser
feita até mesmo com o veículo em movimento. Após a instalação do kit de conversão, o veículo
amplia a sua autonomia, pois mantém o seu tanque original e acrescenta o (s) cilindro (s) de
armazenamento do gás natural (BAHIA, 2007).

O cilindro mais utilizado, com capacidade para 15 m³, tem autonomia variando entre 180 e 200
quilômetros, em tráfego urbano. O cilindro de GNV pesa em torno de 60 kg e, geralmente, sua
instalação é feita no porta-malas do veículo, havendo assim, perda de espaço para a bagagem.
Além disso, face ao seu peso, recomenda-se, em alguns casos, reforçar as molas da suspensão
(BAHIA, 2007).
Kit de conversão
Só os kits certificados podem garantir o funcionamento correto do veículo com gás natural,
atendendo às normas de emissões de poluentes e mantendo o patamar tecnológico do motor
original (GASNET, 2007).

O kit de conversão para GNV deve ser legalizado e possuir o Certificado Ambiental para Uso do
Gás Natural em Veículos Automotores (CAGN), emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama (GASNET, 2007).

Todos os componentes mecânicos do kit de conversão (cilindros, válvula de cilindro, invólucro


estanque, tubulação de baixa e alta pressão, redutor de pressão, válvulas de abastecimento e
suporte de cilindro) têm que possuir o selo de certificação (GASNET, 2007).

Ao kit de conversão deve-se acrescentar o cilindro (s) de acondicionamento do gás a alta pressão.
Desse modo, a conversão é possível por meio da composição: kit de conversão mais cilindro de
alta pressão (GASNET,).

Estes equipamentos permitem que o veículo convertido utilize o GNV como combustível,
conjuntamente com o combustível original. A seguir, destacam-se os componentes do kit de
conversão (GASNET,).

1. Redutor de pressão; 2. Válvula de abastecimento;

3. Válvula de cabeça de cilindro com dispositivos de excesso de pressão e fluxo;

4. Tubulação de aço de alta pressão;

5. Eletroválvula de combustível (gasolina ou álcool);

6. Tubulação de baixa pressão;

7. Tubulações e conexões para sistema de água quente;

8. Misturadores;

9. Chicote elétrico (não apresentado neste kit);


10. Chave comutadora e indicador de nível;

11. Manômetro (medidor de pressão do GNV);

12. Suportes das tubulações;

13. Tubulações de combustível (gasolina ou álcool)

Figure 1: Veiculo convertido para GNV


Hipóteses
O gás natural veicular é um combustível disponibilizado na forma gasosa, além da
sustentabilidade, o motivo que mais chama a atenção para a instalação do gás natural veicular é o
preço do combustível que é consideravelmente mais barato do que a gasolina. Os carros
convertidos para gás natural veicular se tornam bicombustível, comparado com a gasolina que e
obtido através do processo de refino ou craqueamento do petróleo.

O gás natural veicular surge como uma alternativa eficaz para reduzir a dependência do petróleo,
além de ser uma fonte menos agressiva ao meio ambiente. A utilização desse combustível reduz
em 65% a emissão de gases poluentes (sobretudo o dióxido de carbono) responsáveis pela
intensificação do efeito estufa.

Outro aspecto positivo do GNV é com relação à economia financeira, visto que seu custo é
inferior ao da gasolina e do álcool, além de apresentar rendimento superior: um metro cúbico de
GNV é suficiente para um automóvel percorrer 13 quilômetros, enquanto um carro a álcool
percorre aproximadamente 7 quilômetros com um litro do combustível.

O gás natural veicular é considerado um combustível extremamente eficaz na busca de


alternativas menos poluentes á natureza, entre os aspectos positivos: seu valor e inferior a
gasolina, não possui impurezas e é menos poluente.

A maximização do uso de Gás natural na indústria ou sector dos transportes em Moçambique,

Irá contribuir para o aumento da segurança energética e redução dos subsídios aos preços dos

Combustíveis importados.

Em suma, com o uso do Gás, tem-se, melhoria da saúde pública e qualidade de vida dos
cidadãos,

E redução de custos com a assistência médica e sanitária pela redução de emissões dos gases de

Combustão da gasolina e diesel.

O Estudo da tecnologia a ser usado para transformar carros movidos a combustível líquidos em
combustível gás natural veicular é da extrema importância para o tema em estudo.

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