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O GÁS NATURAL
Breve histórico no mundo
Os combustíveis gasosos sempre foram usados para o acionamento de motores. Em 1801, o
engenheiro e químico francês Phillipe Lebon obteve a mais antiga patente de motores de
que se tem notícia. O combustível era uma mistura de gases equivalente ao gasogênio.
Os motores desenvolvidos pelo belga Étienne Lenoir em 1860, e pelo alemão Nicolaus Otto
em 1876, eram acionados por combustíveis gasosos em sua versão original.
Durante a 2a Guerra Mundial, em 1941, motores ciclo Otto foram convertidos para diesel
na estação de tratamento de esgotos de
No Brasil
Em nosso país, o gás natural é utilizado desde o início dos anos 80. Atualmente, o
mercado interno é abastecido por jazidas nacionais e pelo gasoduto Bolívia-Brasil,
sendo o Estado do Rio de Janeiro respon¬sável por 46% do gás produzido no Brasil. As
reservas nacionais conhecidas seriam suficientes para mais de três décadas de consumo,
se¬gundo dados da Petrobrás.
Os estudos para utilização do gás natural como combustível alterna¬tivo para automóveis
começaram no início da década de 80. Em 1992, a Petrobrás Distribuidora inaugurava seu
primeiro posto de GNV, na cidade do Rio de Janeiro. Até o ano 2000, o combustível
estava dispo¬nível também nas cidades de São Paulo, Natal, Fortaleza, Maceió, Aracaju,
Salvador, Recife, Vitória e Belo Horizonte, entre outras.
Após a inauguração do gasoduto Bolívia-Brasil até São Paulo, estendeu-se um ramal em
direção ao sul do país que, em breve, também estará disponível.
Em Minas Gerais, o gás natural já era utilizado como combustível industrial desde
1990. No final de 1998 foi inaugurado o primeiro posto GNV de Belo Horizonte.
amonia e uréia.
A participação em projetos de usinas
termoelétricas é uma prioridade da Gaspetro, que
tem como objetivo contribuir no suprimento de
energia elétrica nos próximos anos. Em turbinas
termoelétricas, combi¬nado com caldeiras
recuperadoras de calor, o gás pode ter dupla
função: geração de energia elétrica e produção
de vapor. Esse processo tem o nome de co-geração
e, por sua segurança operacional e econômica,
vem sendo utilizado por diversas indústrias no
país e no mundo.
Composição e
propriedades
Sua composição pode variar depen¬dendo do gás
estar ou não associado ao óleo, ou de ter sido
ou não processado em unidades indus¬triais. A
composição básica inclui metano, etano, propano
e hidrocar-bonetos de maior peso molecular (em
menores proporções).
Adsorvido
O fluido é mantido gasoso, na forma adsorvida, em temperatura ambiente, em carvão ativo
e a pressão média (cerca de 20 atm). Carvão de 600 g/l, adsorção de 8% em peso.
Alta pressão
O fluido é mantido gasoso e comprimido a alta pressão (cerca de 200 atm) e temperatura
ambiente.
Por que devemos comprimir o gás?
A compressão do gás justifica-se pela necessidade de se ter, em um volume relativamente
pequeno, uma quantidade de energia suficiente para proporcionar ao veículo uma
autonomia satisfatória.
Um litro de gasolina possui uma energia de aproximadamente 8.500 kcal. Todos sabemos
que a gasolina encontra-se em estado líquido nas condições normais de pressão e
temperatura. Para se obter a mesma energia, nas mesmas condições, necessita-se de
aproximadamente 950 litros de gás natural. Para reduzir esse volume, é necessário
diminuir a temperatura ou aumentar a pressão.
Tecnologicamente, o mais simples e econômico é manter o gás em recipiente a alta
pressão, mantendo uma temperatura muito inferior à ambiente. Por isso, a solução passa
por armazenar o gás a alta pressão (200 bar) em temperatura ambiente.
Poder calorífieo
Combustão
É uma combinação rápida de oxigênio com um combustível, resultando em liberação de
calor e força motriz. Para que ocorra uma combustão, são necessários três elementos
principais: combustível + comburente (ar) + fonte de calor (ignição).
Octanagem do combustível
Ou número de octanas. É a capacidade antidetonante que o combustível possui. Isso
indica a pressão que é capaz de suportar o combustível sem produzir detonação. A medida
de octanas ou octanagem é a comparação da antidetonância do combustível com o octano
(C8H18).
A octanagem do GNV está entre 120 e 130 (a da gasolina é aproximadamente 90). Isso
permite tra¬balhar com relações de compressão
Limite de inflamabilidade no ar
Define a faixa de proporções na qual um mistura gás/ar se inflamará quando submetida a
uma condição de ignição, O limite de inflamabilidade também é chamado de "campo de
explosividade". A ocorrência de uma inflamação, ou de uma explosão, dependerá do grau
de confinamento da mistura inflamável e sua capacidade de aliviar a expansão dos gases
gerada pela combustão.
Permite operar em melhores condições de segurança. Por ser mais leve que o ar, o gás
natural se dissipa na atmosfera em caso de vazamentos, reduzindo o risco de explosões e
incêndios. O abastecimento é realizado sem que o produto entre em contato corri o ar,
evitando-se a possibilidade de combustão.
Tem baixo custo em relação a outros combustíveis, proporcionando uma economia de
aproximadamente 55%, dependendo do veículo e do motor utilizado.
Proporciona o dobro de durabilidade do óleo lubrificante. Pelo fato da combustão do
GNV ser mais limpa, os resíduos de carbono são quase inexistentes e a vida do óleo
lubrificante aumenta, proporcionando um maior período para troca e redução dos custos
de manutenção. Aumenta a durabilidade do motor em cerca de 30%. Tem baixas emissões
tóxicas. A queima do gás natural é muito mais completa do que a da
gasolina, álcool ou diesel. Por isso, os veículos que o utilizam emitem menos
poluentes, tais como óxidos nitrosos (NOX), dióxido de carbono (CCte) e,
principalmente, monóxido de carbono (CO). Assim, o gás natural é uma grande opção de
combustível nos grandes centros urbanos, ajudando no controle dos níveis de poluição e
melhorando a qualidade de vida das pessoas. Gera aumento da autonomia do veículo, já
que, ao tanque de combustível original, soma-se o cilindro de 16 m3 do GNV. Não é
tóxico em contato com o ar. Não satura materiais inflamáveis.
Desvantagens
Diminui o espaço livre no compartimento de bagagem. Aumenta o peso do veículo por
conseqüência do cilindro. Ocasiona uma perda de potência
em torno de 10% a 20%. Há uma menor quantidade de
postos de abastecimento.
As atividades relacionadas ao uso do GNV estão regulamentas por leis de âmbito federal,
estadual e municipal. Algumas dessas leis são relacionadas a seguir:
Poder Executivo -Presidência da República
•Decreto-lei N° 8.723, de 28 de
outubro de 1993
•Decreto-lei N° 1.787, de 12/01/96
Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN
•Resolução N° 775, de 10/11/93
•Resolução N° 25, de 28/12/98
•Resolução N° 41
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO
•Portaria N° 222 de 1991
•RTQ 33 - "Avaliação da Capacitação Técnica de Convertedor
de Veículo para Uso do Gás
Metano Veicular"
•RTQ 37 - "Inspeção de Veículo
Convertido ao Uso do Gás Metano
Veicular"
Do instalador:
•Contrato social registrado - RTQ 33,
item 4.3
•Registro da empresa junto ao CREA -
RTQ 33, item 4.2
•Layout detalhado da empresa instaladora - RTQ 33, item 4.11
•Laudo do Corpo de Bombeiros - RTQ
33, item 4.8
Do sistema:
•Contrato de fornecimento do sistema
(kit) - RTQ 33, item 4.9
•Declaração de conformidade do kit
com a NBR 11.353 (fabricante/
fornecedor) - RTQ 33, item 4.9
•Procedimento de instalação do kit -
RTQ 33, item 4.5
•Roteiro básico de instalação
•Manual do usuário - RTQ 33, item 4.10
•Controle de entrega de certificado de
ensaio do cilindro e CSV (homologação) - RTQ 33, item 4.13
•Lista de inspeção inicial e finai
Da empresa instaladora:
•Espaço de conversão adequado - RTQ
33, item 3.7, e RTQ 37, item 4.A
•Armazenagem de material - RTQ 33,
item 7.3
•Elevador ou fosso em condições de
segurança - RTQ 33, item 4.6
•Ambiente de trabalho (salubridade) -
RTQ 33, item 7.2.2 B
•Pulmão de gás metano ou similar com
teste hidrostático - RTQ 33, item 4.6
•Disponibilidade de ferramental - RTQ
O GNV proveniente dos cilindros de armazenamento passa pela tubulação de alta pressão e
alcança a válvula de abastecimento. Se esta válvula estiver aberta, o gás passa pelo
manômetro e chega ao regu¬lador de pressão.
O gás, ao entrar no regulador de pressão, é filtrado e, em três etapas sucessivas, é
descomprimido da pressão de armazenamento (200 kgf/cm2) até a pressão atmosférica (l
kgf/cm2). O motor do veículo solicita do regulador de pressão a quantidade necessária
de gás, de acordo com as suas condições de operação. O gás passa do regulador para o
motor através da mangueira de gás de baixa pressão e do mesclador (dosificador)
instalado no coletor de admissão do motor.
O regulador de pressão possui uma eletroválvula (solenóide) que é acionada pela chave
comutadora eletrônica colocada no painel do veículo. Essa eletroválvula bloqueia a
passagem de gás da segunda para a terceira etapa do regulador. A eletrováivula só
permite a passagem de gás quando se dá a partida do motor ou quando ele está em
funcionamento.
A chave comutadora possui um dispositivo de segurança que, através de um sinal
eletrônico recebido do cabo da bobina do sistema de ignição, permite ou não a abertura
da eletroválvula do redutor. Dessa maneira, se por qualquer motivo o motor parar de
funcionar, a eletro-válvula fechará imediatamente, impedindo a passagem do gás.
INSTALAÇÃO DO SISTEMA DE GNV
Avaliação prévia
O veículo deve inicialmente ser avaliado quanto às suas condições para o recebimento do
sistema de gás natural veicular. Qualquer irre¬gularidade deverá constar em relatório,
sendo solicitada sua imediata regularização. Se o defeito for grave, o proprietário
deverá ser informado quanto à impossibilidade da instalação.
Após a inspeção inicial do veículo, deve-se avaliar qual o equipamento
adequado para a instalação, bem como o cilindro compatível com as dimensões do
habitáculo do veículo.
IMPORTANTE
Componentes genéricos
Cilindro de gás –
reservatório utilizado para o armazenamento de GNV a alta pressão.
Válvula de cilindro –
válvula com a função de bloquear a passagem total de GNV do cilindro para o
restante Ela é rosqueada ao gargalo do cilindro e tem atuação manual ou automática,
podendo ou não ter válvula de excesso de fluxo e 23 válvula de drenagem associadas
Manômetro de pressão -
indicador de pressão da linha de
alta pressão e cilindro.
Regulador de pressão -
principal componente do sistema. É
responsável pelo controle da quantidade de GNV
necessária ao motor, de acordo com as diversas condições de condução do veículo.
Válvula de abastecimento
- válvula utilizada para a operação
de abastecimento do cilindro.
Mesclador ou dosificador -
componente que proporciona a mistura/injeção
de GNV e ar no coletor de admissão do motor.
Eletroválvula de combustível
Variador de avanço –
esse acessório é utilizado para
alternar o ponto de ignição do
motor, quando estiver
operando com GNV ou com o
combustível original.
Requisitos de segurança
INÍCIO DA INSTALAÇÃO
IMPORTANTE
A instalação deve ser iniciada pelos componentes que não interfiram diretamente no
funcionamento do motor, permitindo que ele esteja o maior tempo possível disponível
para funcionamento.
Etapas da instalação
Instalação do manômetro
deve ser compatível com a pressão de trabalho.
•Instalação da linha de gás de alta pressão –
deve ser de aço
galvanizado especificado para a
pressão de serviço (200 bar) e
com diâmetro interno mínimo de
3 mm. Não deve sofrer reparo e sim, substituição. Deve ser fixada, sempre que
possível, em pontos cuja distância entre si não exceda a 500 mm. Abraçadeiras ou
fixadores de metal, utilizados na fixação da tubulação, devem ser revestidos com
material elastômero. Nos pontos onde a tubulação passa através de furos na carroceria
ou chassi, devem ser instalados passadores que impeçam o contato de metal com metal. A
tubulação deve seguir o menor percurso, passando por locais acessíveis, protegidos em
caso de colisão, e que permitam fácil fixação. Deve ser dotada de flexibilidade
suficiente para prevenir danos causados por vibrações, dilatações, contrações ou
trabalho da estrutura do veículo. Na saída de cada cilindro e em trechos retos, a cada
2,5 m, deve ser instalado um sistema de flexibilidade através de helicóide "s". Deve-
se tomar o cuidado para não apertar excessivamente as
conexões, evitando sua defor¬mação. É preciso verificar o correto posicionamento dos
niples e anilhas para não danificar as roscas dos componentes. Também é necessária a
proteção de todo o conjunto contra choques e temperaturas elevadas.
• Nos veículos com injeção eletrônica, deverão ser identificados todos os sinais dos
sensores e componentes que sofrerão interligação com o sistema do GNV.
CUIDADOS COM AS LIGAÇÕES ELÉTRICAS
ALERTA
Antes de iniciar as ligações elétricas, verifique se o sistema está desenergizado.
Todas as ligações elétricas devem ser soldadas com estanho para garantir uma perfeita
conexão e condutividade elétrica. Deve-se verificar também, junto ao proprietário, se
o veículo possui os códigos de bloqueio de alarmes, acessórios etc. antes de desligar
a bateria.
Entrega do veículo
MANUTENÇÃO
Informações gerais
Somente um profissional qualificado poderá executar qualquer alteração, manutenção e
revisões no sistema.
As operações de manutenção do sistema de gás devem ser realizadas em área adequadamente
ventilada e isolada. Antes de qual¬quer trabalho, o cilindro deve ser isolado do
conjunto fechando-se suas válvulas manuais.
O gás remanescente no sistema deve ser liberado, cuidadosamente, pela abertura de uma
conexão. Só assim o serviço pode ser iniciado.
Trechos de tubulação e conexões danificados não devem ser reparados, mas trocados. O
cilindro não pode sofrer aplicação de calor. Qualquer problema que comprometa a sua
integridade deve motivar seu reteste hidrostático ou troca.
Após a realização de qualquer manutenção, deve-se efetuar o ensaio de vazamento.
Em reparos no veículo que envolvam a utilização de solda ou chama
exposta, deve-se previamente liberar todo o gás do cilindro. Um adesivo com essa
recomendação deverá ser afixado em local visível.
Inspeção anual
Todos os componentes do sistema de GNV devem ser anualmente vistoriados, observando-se
seu funcionamento e atendimento aos itens do Manual de Inspeção da Conversão, conforme
RTQ 37 INMETRO. Qualquer problema verificado deverá ser corrigido somente pelo
convertedor homologado.
O proprietário do veículo deve ser orientado a verificar periodicamente todos os
componentes do sistema de GNV, atentando para as condições de funcionamento e de
vazamento de gás. Qualquer pro¬blema deverá ser corrigido somente pelo convertedor
homologado.
alta pressão a que o gás é arma¬zenado. Os cilindros, por sua vez, possuem a capacidade
de resistir a choques, colisões e até mesmo ao impacto de projéteis de armas de fogo.
Por tudo isso, podemos afirmar, com certeza, que o GNV é a melhor alternativa de
combustível seguro, de baixo custo e ecologicamente correto.
FALHAS E SOLUÇÕES
Dicas práticas para o se o dia-a-dia na oficina