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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
FUNDAMENTOS DE QUÍMICA APLICADA À ENGENHARIA – CE0900

ANNA SHARA MAGALHÃES EUFRÁSIO


ANTONIO THIAGO FERNANDES MOURA
BIANCA OLIVEIRA LIMA
EDNA MARA BARROSO CARDOSO MATTZA TORRES
FELIPE LUNA PINHEIRO LANDIM

A COMBUSTÃO DE HIDROCARBONETOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS


AMBIENTAIS

FORTALEZA
2023.1
1 INTRODUÇÃO

A combustão de hidrocarbonetos é um processo químico no qual esses compostos


reagem com oxigênio, resultando na liberação de energia na forma de calor, luz e gases. É
uma reação exotérmica que ocorre em diversas aplicações, como motores de combustão
interna, caldeiras e processos de geração de energia.
Os hidrocarbonetos são compostos formados exclusivamente por átomos de carbono e
hidrogênio. Eles são encontrados em várias formas, desde moléculas simples, como o metano
(CH4), até cadeias complexas, como os hidrocarbonetos aromáticos encontrados na gasolina.
Na interação entre a engenharia mecânica e a química, a combustão de hidrocarbonetos
é de grande importância. A engenharia mecânica está envolvida no projeto e no
desenvolvimento de sistemas de combustão, como motores e caldeiras, enquanto a química
estuda as reações e os produtos resultantes da combustão.

2 BRASIL UM PAÍS COM UM COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO OU NÃO

Em 1975, o governo brasileiro criou o programa Proálcool (Programa Nacional do


Álcool), com o intuito de aumentar a produção do etanol para substituir a gasolina, pois,
durante a década de 70, o mundo sofria com a crise do petróleo. Para o programa acontecer, o
Governo Federal ofereceu subsídios para os produtores da cana de açúcar para aumentar a
produtividade e para as empresas automobilísticas desenvolverem carros movidos a álcool.
Na primeira década do proálcool, os resultados foram positivos, pois os consumidores
priorizam os veículos movidos a álcool. Em 1991, aproximadamente 60% dos carros
brasileiros eram movidos por essa fonte energética.
Entretanto, o Proálcool, apesar de substituir parcialmente o petróleo, promoveu uma
série de problemas, como o aumento da dívida pública, e, em 1990, o preço do petróleo
diminuiu, fazendo com que os usineiros passassem a destinar a sua produção ao mercado
externo, já que o seu preço era mais atrativo. Assim, esses fatos fizeram com que a diferença
entre a gasolina e o álcool diminuísse, e todos esses aspectos fizeram com que os
consumidores e os fabricantes de automóveis voltassem a priorizar os veículos movidos a
gasolina.
Entretanto, em 2003, uma nova crise do petróleo impulsionou uma nova produção de
carros movidos a álcool, mas dessa vez as indústrias automobilísticas inovaram e começaram
a produzir “motores flex”.
Em 2006, a Petrobrás anunciou a descoberta de uma grande reserva petrolífera
localizada no Rio de Janeiro, abaixo de uma espessa camada de sal situada a mais de sete mil
km abaixo do nível do mar.
A exploração do petróleo começou em 2010, sendo a Petrobrás a responsável pela
exploração que começou no campo Jubarte, localizada na bacia de Campos, no Espírito
Santo. Atualmente, o pré-sal contém aproximadamente 152 poços de exploração, que estão
sendo explorados em um tempo cada vez menor devido às tecnologias aplicadas no processo
de exploração. Logo, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, em fevereiro de 2023, foram produzidos 2,556 milhões de barris diários de
petróleo no pré-sal.

3 A COMBUSTÃO DE HIDROCARBONETOS E AS CONSEQUÊNCIAS


AMBIENTAIS

Durante a combustão de hidrocarbonetos, ocorrem várias reações químicas complexas.


O processo pode ser dividido em duas etapas principais: a fase de ignição e a fase de
propagação.
Na fase de ignição, é necessário fornecer uma fonte de energia para iniciar a reação.
Isso pode ser feito por meio de uma faísca, calor intenso ou uma chama piloto, dependendo
da aplicação. A fonte de energia inicial gera radicais livres altamente reativos, como o radical
hidroxila (OH·), que inicia a reação em cadeia.
Na fase de propagação, os radicais livres reativos produzidos na fase de ignição reagem
com o hidrocarboneto e o oxigênio para formar produtos intermediários, como o monóxido
de carbono (CO) e o dióxido de carbono (CO2). Esses produtos intermediários continuam
reagindo com o oxigênio e outros hidrocarbonetos presentes, liberando mais calor e
mantendo a reação em cadeia.
Embora a combustão de hidrocarbonetos seja uma fonte essencial de energia, ela
também tem consequências ambientais significativas. A principal preocupação é a emissão de
gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4). Estes gases
contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Além dos gases de efeito estufa, a combustão incompleta de hidrocarbonetos pode levar
à liberação de poluentes atmosféricos, como monóxido de carbono (CO), óxidos de
nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs). Esses poluentes têm impactos
negativos na qualidade do ar e na saúde humana, causando problemas respiratórios e
contribuindo para a formação de smog e chuva ácida.
Para mitigar os impactos ambientais da combustão de hidrocarbonetos, a engenharia
mecânica e a química trabalham em conjunto para desenvolver tecnologias mais eficientes e
limpas. Isso inclui o desenvolvimento de motores de combustão mais eficientes, sistemas de
controle de emissões e a pesquisa de combustíveis alternativos, como biocombustíveis e
hidrogênio, que têm menor pegada de carbono e produzem menos poluentes durante a
queima.
A engenharia mecânica desempenha um papel fundamental na mitigação das
consequências ambientais da combustão de hidrocarbonetos. Dentre as áreas de atuação da
engenharia mecânica nesse contexto estão:
1. Eficiência de combustão: A engenharia mecânica busca melhorar a eficiência dos
sistemas de combustão, como motores e caldeiras. Isso envolve o projeto de sistemas
mais eficientes em termos de consumo de combustível, redução de perdas de calor e
maximização da conversão de energia térmica em trabalho útil. Ao melhorar a
eficiência da combustão, é possível reduzir o consumo de combustível e,
consequentemente, as emissões de gases poluentes.
2. Controle de emissões: A engenharia mecânica desenvolve e implementa sistemas de
controle de emissões para reduzir a liberação de poluentes durante a combustão de
hidrocarbonetos. Isso inclui o uso de tecnologias como catalisadores, filtros de
partículas e sistemas de recirculação de gases de escape. Esses dispositivos ajudam a
reduzir a emissão de poluentes atmosféricos, como óxidos de nitrogênio (NOx),
monóxido de carbono (CO) e partículas sólidas.
3. Combustíveis alternativos: A engenharia mecânica está envolvida na pesquisa e no
desenvolvimento de combustíveis alternativos de baixa emissão, como
biocombustíveis e hidrogênio. Esses combustíveis apresentam menor pegada de
carbono e produzem menos poluentes durante a queima. A engenharia mecânica
desempenha um papel fundamental na adaptação dos sistemas de combustão
existentes para utilizar esses combustíveis alternativos de forma eficiente.
4. Modelagem e simulação: A engenharia mecânica utiliza técnicas de modelagem e
simulação computacional para entender melhor os processos de combustão e suas
implicações ambientais. Por meio dessas ferramentas, é possível otimizar o design de
sistemas de combustão, prever o desempenho e as emissões e testar diferentes
cenários de operação antes da implementação física. Isso permite uma abordagem
mais eficiente e sustentável no projeto de sistemas de combustão.
Além dessas áreas, a engenharia mecânica também está envolvida em estudos de
análise do ciclo de vida, análise de impacto ambiental e desenvolvimento de normas e
regulamentos relacionados à combustão de hidrocarbonetos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em resumo, a interação entre a engenharia mecânica e a química na combustão de


hidrocarbonetos envolve o projeto e o desenvolvimento de sistemas de combustão eficientes,
a compreensão das reações químicas envolvidas e a busca de soluções para reduzir os
impactos ambientais negativos, como a emissão de gases de efeito estufa e poluentes
atmosféricos. A engenharia mecânica desempenha um papel crucial na redução das
consequências ambientais da combustão de hidrocarbonetos, por meio do desenvolvimento
de tecnologias mais eficientes, sistemas de controle de emissões, pesquisa de combustíveis
alternativos e uso de ferramentas de modelagem e simulação para otimização do processo de
combustão.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Produção no


pré-sal bate recorde e corresponde a 78,1% do total nacional em fevereiro. [Brasília]:
ANP, 05 abr. 2023. Disponível em:
https://www.gov.br/anp/pt-br/canais_atendimento/imprensa/noticias-comunicados/producao-n
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FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. Proálcool. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/brasil/proalcool.htm. Acesso em: 24 mai. 2023.

G. V. Niharika. Pollution Control-Contribution of Mechanical Engineering towards the


Environment. INTERNATIONAL JOURNAL OF ENGINEERING RESEARCH &
TECHNOLOGY (IJERT). Volume 09. Issue 04 (April 2020). Disponível em:
https://www.ijert.org/pollution-control-contribution-of-mechanical-engineering-towards-envir
onment. Acesso em: 16 mai. 2023.

Jones, J C. Topics in environmental and safety aspects of combustion technology. United


Kingdom: N. p., 1997. Web.
SÃO PAULO (Estado). Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Emissão Veicular.
[São Paulo]: CETESB, [2020?]. Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/veicular/> Acesso
em: 16 mai. 2023.

SOUSA, Rafaela. Pré-sal no Brasil. Mundo Educação. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/presal-no-brasil.htm> Acesso em: 24 mai.
2023.

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