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Operação de Unidade de Processamento de Óleo

APOSTILA

OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO

DISCIPLINA

Produtos Químicos utilizados na Produção


de Petróleo

AUTORES:

Nilce Hiromi Shioya


José Jorge Ferreira Peixoto
João Carlos Ribeiro
Eduardo Costa Bastos

Página 0
CURSO DE FORMAÇÃO EM OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO
PETROBRAS/PSP/SC-1-11 DE SETEMBRO DE 2001

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra


sem autorização do editor
Operação de Unidade de Processamento de Óleo

ÍNDICE

PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO................2


1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................2

2. DESEMULSIFICANTES:......................................................................................................3
2.1. Ponto de injeção:.........................................................................................................3
2.2. Dosagem:.....................................................................................................................3
2.3. Fatores que favorecem a separação:...........................................................................3
2.4. Cálculo da concentração de desemulsificante:............................................................3

3. ANT-INCRUSTANTES........................................................................................................4
3.1. Ponto de injeção:........................................................................................................4
3.2. Dosagem:....................................................................................................................4
3.3. Natureza química:........................................................................................................4
3.4. Cálculo da concentração de anti-incrustante:.............................................................5

4. ANTI-ESPUMANTE............................................................................................................6
4.1. Ponto de injeção...........................................................................................................6
4.2. Dosagem.......................................................................................................................6
4.3. Cálculo da concentração de anti-espumante...............................................................6

5. RECOMENDAÇÕES QUANTO AO USO DOS PRODUTOS QUÍMICOS......................................7

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PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NA


PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

1. INTRODUÇÃO

Devido à presença de impurezas no petróleo , se faz necessário um tratamento nos campos


produtores para torna-lo mais estável e adequado para as etapas de transporte e refino.

Nos sistemas de produção, significa basicamente a remoção do gás e da água produzida do


óleo. A água pode se proveniente do próprio reservatório e/ou de mecanismos de
recuperação como injeção de água e a sua eliminação poderá ser efetuada por separação,
desemulsificação e tratamento eletrostático. Normalmente são utilizados de forma integrada,
aliados ao fornecimento de calor ao fluido a ser tratado.

Na Bacia de Campos normalmente são encontrados para essa finalidade, separadores


trifásicos e tratadores eletrostáticos.

Na maioria dos processos de produção, destaca-se o aparecimento de água de formação


associada ao óleo sob forma de emulsão que, além de acarretar elevados custos
energéticos de transferência (alta viscosidade), traz consigo sais incrustantes que irão se
depositar nos equipamentos de produção.

A água de formação também se apresenta na forma de água livre que se separa do óleo
com facilidade, sendo necessário apenas um tempo para que se dê a separação de fato.

Outro fator determinante na obtenção de uma boa separação desta água é o tempo de
residência, isto é, quanto mais tempo a mistura óleo/água dispor para que ocorra o processo
de separação, melhor será a eficiência do tratamento. Entretanto, para sistemas de
produção offshore principalmente, onde a disponibilidade de espaço é bastante reduzida,
torna-se impraticável a instalação de equipamentos que forneçam tempos de residência
elevados, além de economicamente inviável. Este problema é contornado utilizando-se
processo de separação, reduzindo-se a necessidade de tempos de residência muito
elevados.

Os desemulsificantes também são utilizados para facilitar o escoamento de misturas


água/óleo, em linhas de surgência e até em oleodutos. Neste caso a finalidade do produto é
reduzir a viscosidade de mistura através da quebra de emulsão.

Ainda com relação à água de formação, são consideráveis os problemas causados pelos
sais incrustantes presentes nesta água. Estes sais se precipitam e se depositam quando
encontram condições favoráveis para que isto ocorra, obstruindo equipamentos de
superfície e de sub-superfície.

Na Bacia de Campos, comumente ocorrem incrustações de sulfato de bário e estrôncio nos


campos de Namorado e Cherne e de carbonato de cálcio no campo de Pampo. Em
Namorado, também injeta-se na formação (squeeze) para proteger os equipamentos de sub-
superfície evitando assim intervenções freqüentes nos poços para limpeza da coluna de
produção.

Informações adicionais sobre os assuntos apresentados e os demais que envolvem


utilização de produtos químicos encontram-se no anexo.

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2. DESEMULSIFICANTES:

A grande maioria dos desemulsificantes comerciais apresenta 2 componentes principais em


sua composição: solvente e material ativo.

Os solventes empregados são de natureza apolar (hidrocarbonetes aromáticos tais como


xilenos, toluenos, etil-benzeno) ou polares que são geralmente uma mistura de etanol e
água.

O material ativo, cerca de 40 a 60% em peso composição, é basicamente polímeros das


moléculas de óxido de propileno (OP). Além destes polímeros base, são formulados hoje os
chamados desemulsificantes de 2ª (segunda) geração que quimicamente são obtidos pela
reação dos polióxidos de etileno e propileno (OE e OP) com resinas alquídicas ou resinas
fenólicas.

A seleção de um desemulsificante é feita inicialmente através de um teste em laboratório,


seguido de uma avaliação em campo.

2.1. Ponto de injeção:

O mais a montante possível de onde ocorre a separação água/óleo, numa região de maior
fluxo para que ocorra melhor homogeneização.

2.2. Dosagem:

A dosagem ideal é determinada experimentalmente. É desejável que se determine a curva


de desempenho do produto, visto que um aumento da dosagem não é diretamente
proporcional ao aumento do descarte de água.

2.3. Fatores que favorecem a separação:

Os principais fatores que influenciam a eficiência da separação água-óleo são:

 Utilização de desemulsificante específico para cada tipo de óleo, devido as


diferentes características químicas do petróleo.
 Temperatura de separação
 Maior tempo residência da emulsão no separador (o nível de interface água-óleo
deve ser o mais baixo possível).

2.4. Cálculo da concentração de desemulsificante:

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3. ANTI-INCRUSTANTES

Inibidores de incrustação podem ser defendidos como substâncias ou mistura de


substâncias que adicionadas ao meio têm a função de inibir ou retardar a incrustação ou
depósitos de origem inorgânica. Estas incrustações são na sua maioria sais de carbonato de
cálcio (CaCO3), a exemplo do que ocorre em Pampo, ou sais de sulfato de bário (BaSO 4) a
exemplo do que ocorre em Cherne, Namorado e Marlim.

3.1. Ponto de injeção:

A maneira mais eficiente é sem dúvida a injeção contínua a sua aplicação deve ser no
momento da formação do cristal para seu crescimento possa ser inibido. Nas plataformas, a
injeção tem sido dirigida para poços produtores de água, próximo a árvore de natal seca, ou
na chegada destes poços nas plataformas (A.N.M.).

3.2. Dosagem:

A dosagem dependerá das condições de cada sistema (pressão, temperatura, concentração


e tipos de sais incrustantes, etc.) mas concentrações da ordem de 15-25 ppm são
normalmente encontradas.

3.3. Natureza química:

1. Polifosfatos inorgânicos:

Aderem aos minúsculos cristais ou núcleos antes de terem a chance de crescer.


Apresentam a desvantagem de apresentarem efeitos contrários chamado reversão
quando tem abaixamento de pH o aumento de temperatura. Seu uso encontra-se
bastante reduzido.

2. Inibidores de incrustações orgânicos:

2.1. Ésteres de fosfato

Apresentam redução na sua efetividade quando exposto a longos períodos e


temperaturas de 95 °C.

2.2. Fosfonatos:

Quando existem altos teores de cálcio no sistema, tendem a se precipitar e tornam-


se inefetivos.

2.3. Polímeros:

Os mais comuns são os poliacrilatos, e estão sendo utilizados atualmente na Bacia


de Campos.

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3.4. Cálculo da concentração de anti-incrustante:

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4. ANTI-ESPUMANTE

O anti-espumante normalmente utilizado na industria de petróleo é o silicone (12500 a


60.000). Devido a sua elevada viscosidade, é necessário diluí-lo em solvente específico para
torná-lo bombeável. A concentração usual de silicone eé de cerca de 25 a 30, sendo que
este produto já vem pronto para utilização.

Os problemas de espuma são mais comuns em sistemas que operam a baixa temperatura e
baixa pressão (surge tanque, vasos de 3º estágio), e em plantas que estejam operando
acima de suas capacidades de processo.

4.1. Ponto de injeção

O mais a montante possível do ponto onde ocorrerá a separação gás/óleo.

4.2. Dosagem

A dosagem ótima é determinada experimentalmente e deve ser reavaliada sempre que


houver alteração nas condições de processo.

Os principais fatores que influenciam a formação de espuma são:

 Temperatura e pressão de operação


 Tempo de residência
 Característica do óleo (viscosidade, °API)

4.3. Cálculo da concentração de anti-espumante

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5. RECOMENDAÇÕES QUANTO AO USO DOS PRODUTOS QUÍMICOS

É necessário um constante acompanhamento das condições de processo para que os


gastos desnecessários não ocorram já que os custos de tratamento são elevados. É
recomendável o levantamento de curvas de eficiência periodicamente.

Evitar mistura ou contaminação dos produtos químicos devido a imiscibilidade entre


solventes e reatividade entre as matérias ativas. Uma vez contaminados, poderão tornar-se
impróprios para uso.

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