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RESPOSTA TÉCNICA

Título

Desodorização de óleo de coco

Resumo

Informa sobre o processo de desodorização do óleo de coco a ser usado na fabricação de


sabonetes bem como indica fornecedores de máquinas e matérias-primas.

Palavras-chave

Desodorização; fabricação; óleo de coco; óleo essencial; produção

Assunto

Fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho

Demanda

Deseja informações sobre o processo de desodorização do óleo de coco a ser usado na


fabricação de sabonetes além indicações de fornecedores de máquinas e matérias-primas.

Solução apresentada

Desodorização de óleo

A desodorização é a última etapa do refino do óleo e tem como finalidade como o próprio nome
sugere, a remoção de sabores e odores indesejáveis. As principais substâncias removidas são:

• Aldeídos;
• Cetonas;
• Ácidos graxos oxidados;
• Produtos de decomposição de proteínas;
• Carotenóides e esteróis, formados durante o armazenamento e processamento;
• Hidrocarbonetos insaturados e ácidos graxos de cadeia curta e média, naturalmente
presentes nos óleos; ácidos graxos livres e peróxidos.

Esta etapa visa também uma melhoria no aspecto sabor, cor e estabilidade do produto, porém
só é possível se as etapas anteriores forem realizadas corretamente, visto que as deficiências
de processos anteriores dificilmente são totalmente corrigidas, afetando a qualidade final do
produto.

O processo de desodorização, além de remover os produtos indesejáveis como os já citados


acima, remove também traços de pesticidas organoclorados utilizados durante o plantio da
semente e solubilizados no óleo na etapa de extração.

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Processo de desodorização de óleo

A desodorização nada mais é do que uma destilação efetuada com auxílio de vapor direto,
utilizado como veículo de arraste dos voláteis. A utilização do vapor direto (stripping) permite
uma redução na pressão de volatilização dos componentes a serem removidos, de forma que o
processo seja realizado a uma temperatura que não cause dano ao óleo ou a gordura.

É efetuada, dependendo do tipo de óleo, a uma temperatura entre 180ºC até 270ºC e pressão
residual (vácuo) de 2 a 6 mbar. O tempo de retenção (permanência do produto no
desodorizador nas condições de processo) varia de 15 até 80 minutos sendo o mais usual 45 a
60 minutos.

O tempo de desodorização é importante não só para máxima eliminação das substâncias


voláteis assim como para a redução da cor. A cor nos óleos é provocada pelos carotenóides
que, na desodorização se decompõe pela ação da temperatura, em cadeias curtas e
conseqüentemente voláteis. Na desodorização observa-se uma grande redução na cor amarela
do óleo.

As etapas do processo

O processo de desodorização é constituído de quatro etapas básicas:

• Desaeração;
• Aquecimento;
• Retenção;
• Resfriamento.

Etapa de desaeração

A desaeração tem por finalidade a remoção do oxigênio dissolvido assim como da umidade
residual do produto. É feita normalmente a uma de temperatura de cerca de 80ºC e sob alto
vácuo. Evitando assim que durante a etapa de aquecimento o óleo se oxide ou sua acidez
aumente por cisão dos triglicerídeos.

Etapa de aquecimento

O óleo é levado até a temperatura de desodorização através de regeneração de calor


(trocando calor com o óleo já desodorizado) e finalmente com um fluido de aquecimento,
preferivelmente com vapor de água a alta temperatura.

Etapa de retenção ou desodorização

O óleo é submetido a tratamento com injeção de vapor direto por um tempo determinado, de
maneira a que as frações voláteis sejam eliminadas e a cor reduzida.

Etapa de resfriamento

A temperatura do óleo é reduzida até a temperatura de armazenagem. Para que não haja
reversão do processo e perda da qualidade, recomenda-se que o resfriamento seja efetuado
sob alto vácuo e injeção de vapor direto até pelo menos 110 C (preferivelmente 80 C). O
resfriamento é feito em parte por regeneração (trocando calor com o óleo a desodorizar) e
finalmente com água de resfriamento.

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Os tipos básicos de desodorizadores são:

• Descontínuos ou por batelada;


• Semi-contínuos;
• Contínuos.

Os desodorizadores descontínuos constituem-se de um único vaso dentro do qual são


realizadas sucessivamente todas as etapas do processo. São aplicáveis somente em
pequenas produções, por exemplo, para óleos especiais onde às condições de processo
devem ser específicas e rigidamente seguidas e a contaminação com outros tipos de produtos
não é permitida. Atualmente são utilizados devido a baixa produtividade e alto custo de
produção (inviabilidade da recuperação do calor) ficando sua utilização restrita a plantas piloto.

Já os semi-contínuos são mais complexos e constituem-se de diversos estágios em série nos


quais cada etapa do processo é executada. O óleo ou gordura passa de estágio a estágio de
forma intermitente e programada. São aplicados em fábricas que trabalham com grande
variedade de produtos e, portanto sujeita as várias mudanças diárias de produto. Apresentam,
porém uma alimentação e descarga contínuas, uma razoável recuperação de calor e podem
alcançar grande produção, desde que dimensionados de forma a prever as perdas de
capacidade advindas da troca de produto.

Os aparelhos contínuos são de relativa simplicidade, grande regeneração de calor e grande


produtividade, porém não permitem grande variação de produtos a serem desodorizados visto
os maiores riscos de misturas (normal até uma troca por dia).

Neste equipamento, o óleo ou gordura passa seqüencial e continuamente por todas as etapas
do processo sendo somente necessário o controle da vazão de processo (que define o tempo
médio de residência) e da temperatura de operação o que torna sua operação bastante simples
e confiável.

Nesta etapa removem-se as seguintes substâncias:

a) Compostos desenvolvidos durante armazenagem e processamento das sementes, tais


como, aldeídos, cetonas, ácidos graxos oxidados, produtos de decomposição de
proteínas, carotenóides, esteróis, fosfatídeos;
b) Substâncias naturais presentes nos óleos, tais como, hidrocarbonetos insaturados e
ácidos graxos de cadeia curta e média;
c) Ácidos graxos livres e peróxidos.

O uso de vácuo é essencial, pois reduz: o consumo de vapor direto; tempo do processo; perigo
de oxidação e hidrólise do óleo. Os desodorizadores podem ser descontínuos, semicontínuos e
contínuos. Este processo visa à remoção dos sabores e odores indesejáveis.

Segundo informações da Aboissa Óleos Vegetais < http://www.aboissa.com.br >, os


equipamentos para desodorização e desacidificação (refino físico) são os mesmos; o que varia
basicamente é a temperatura do processo, isto é, para o refino físico poderá ser um pouco
mais alto ou igual ao da desodorização e o tempo de retenção será mais prolongado, variando
este de 20% a 100% a mais, dependendo da quantidade dos ácidos graxos livres a serem
destilados e o residual final que se pretende atingir.

Conclusões e recomendações

Ressalta-se que já existe em nosso site < http://www.respostatecnica.org.br > resposta(s)


técnica(s) sobre o tema: Fornecedores de equipamentos e insumos para fabricação de óleo

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essencial. Para visualizá-la(s) clique em Banco de Respostas, insira a palavra-chave óleo
essencial e clique no ícone busca.

Sugere-se a leitura da(s) resposta(s) técnica(s) abaixo:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTA TÉCNICA. Óleo essencial de coco verde. USP/DT,


19 dez. 2006.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTA TÉCNICA. Óleos essenciais. REDETEC, 13 abr.


2007.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTA TÉCNICA. Óleo de alecrim. TECPAR, 14 fev. 2007

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTA TÉCNICA. Processo de extração industrial de


óleos essenciais. SENAI/RS, 05 maio 2007.

Recomenda-se que o cliente busque informações complementares através de todos os sites


citados nessa resposta técnica. É importante, se possível, contar com o apoio de um
profissional especialista na área, para elaboração de um projeto adequado, pois a orientações
dependem das condições específicas de cada estabelecimento.

Fontes consultadas

ABOISSA Óleos Vegetais. Desodorização – Desacidificação. Disponível em: <


http://www.aboissa.com.br/soja/desodorizacao.htm >. Acesso em: 19 fev. 2008.

WESTFALIA Separator do Brasil Ltda. Tecnologia de processamento de óleos, gorduras


vegetais e derivados. Disponível em: <
http://www.md.utfpr.edu.br/Intranet/professores/adm/download/apostilas/095135.pdf >. Acesso
em: 19 fev. 2008.

Elaborado por

Patricia Regina Cardoso da Silva

Nome da Instituição respondente

Rede de Tecnologia da Bahia - RETEC/IEL-BA

Data de finalização

27 fev. 2008

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