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Resumos Geologia:

1. Minerais, os constituintes básicos das rochas

Os minerais são compostos sólidos e inorgânicos, de ocorrência natural e que possuem


uma composição química definida, fixa ou que pode variar dentro de intervalos definidos.
Apresentam uma estrutura cristalina ordenada e característica.

A estrutura interna das substâncias que


ocorrem na natureza pode ser cristalina, onde
as partículas desses constituintes se
distribuem regularmente no espaço
(minerais), ou amorfa, onde as partículas
constituintes se distribuem aleatoriamente no
espaço (mineraloides).

Os minerais ocorrem na natureza sob a forma


de cristais. Quando as condições de cristalização são favoráveis , o arranjo interno da
estrutura cristalina manifesta-se formando cristais delimitados por superfícies planas e bem
desenvolvidas - cristais euédricos - e quando as condições não são favoráveis, o arranjo
cristalino revela-se sem faces definidas - cristais anédricos.

Propriedades dos minerais:


Existem técnicas muito precisas de identificação dos minerais, mas é possível identificar
macroscopicamente alguns minerais com recurso a propriedades físicas, como: a clivagem,
cor, dureza e traço ou risca.

- Clivagem

A clivagem é a propriedade física que traduz a tendência de alguns minerais para se


fragmentarem por aplicação de uma força mecânica, segundo superfícies planas e paralelas
entre si, de orientação bem definida e constante. A clivagem está associada com a estrutura
cristalina do mineral, resultando do arranjo dos átomos e do facto de as ligações químicas
serem mais fracas numa direção do que noutra.

A clivagem de um mineral pode ser classificada em perfeita, distinta ou boa, indistinta ou


pobre, difícil e ausente, em função da facilidade de obtenção dos planos de clivagem e da
sua perfeição. É uma propriedade característica dos minerais, já que contribui para o
reconhecimento dos mesmos, sobretudo dos que ocorrem na forma de cristais anédricos.

- Cor

A cor é a propriedade que resulta da absorção por parte do mineral de radiações que
compõem a luz branca, variando de acordo com a composição química do mineral.

● Idiocromáticos, são os minerais que apresentam cor constante;


● Alocromáticos, são os minerais que apresentam uma gama variada de cores.
- Dureza

A dureza é a resistência que o mineral oferece à abrasão, ou seja, a ser riscado (sulcado)
por outro mineral ou por um determinado objeto. Está associada à força das ligações que
compõem os minerais: minerais mais duros possuem uma rede cristalina formada por
ligações mais fortes do que os minerais com dureza inferior.

A dureza pode ser determinada em relação a uma escala de dureza constituída por 10
minerais padrão de dureza crescente, a Escala de Mohs (escala exponencial).

A Escala de Mohs representa as relações de dureza entre os minerais, não medindo a


dureza absoluta dos mesmos. Para determinar a dureza de Mohs de uma dada amostra
mineral, analisa-se a capacidade que esta tem de riscar os sucessivos termos de dureza, do
mais duro para o menos duro, a fim de evitar o desgaste dos minerais da escala de menor
dureza. Quando a amostra mineral risca um dos termos da escala de Mohs, é possível
determinar dureza relativa: o mineral da amostra tem uma dureza superior à dos minerais
que risca e inferior à dos minerais que não risca.

Um mineral é mais duro do que o outro,


se e só se o riscar sem se deixar
arriscar por ele. Dois minerais têm a
mesma dureza se se riscam ou não se
arriscam mutuamente.

Ser riscado não tem a ver com a risca, tem a ver com o facto de o mineral ser sulcado.

O aumento da dureza de um mineral


para outro não é sempre na mesma
proporção, mas dão-nos intervalos de
dureza/dureza.

- Traço ou Risca

O traço ou risca é a cor de um mineral, quando reduzido a pó. Para se determinar esta cor
risca se com o mineral a superfície de expelida de uma porcelana. Este método aplica-se
nos minerais com dureza inferior à da porcelana de aproximadamente 7 na escala de Mohs
para apenas deixar as partículas agarradas à porcelana e não formar um sulco.

A risca é uma propriedade constante e a cor é uma propriedade variável. Nos minerais
idiocromáticos, o traço é da cor do próprio mineral, enquanto que nos minerais
alocromáticos, o traço é branco.
2. Principais etapas de formação das rochas sedimentares

As rochas constituem apenas 5% a 10% do volume total da crusta. No entanto, são as mais
abundantes à superfície terrestre e perto desta, formando uma cobertura de sedimentos que
se originam pela meteorização das rochas preexistentes (magmáticas, metamórficas e
sedimentares). As rochas sedimentares são consequência da existência de uma atmosfera
oxidante com algum dióxido de carbono e vapor de água, da existência de uma hidrosfera
que intervém em processos de meteorização, erosão, transporte e sedimentação, e da
existência de uma biosfera que promove fenómenos de alteração e erosão das rochas.

Na formação de produtos sedimentares intervém, de forma lenta e gradual, um conjunto de


processos, nomeadamente:

➔ Sedimentogénese (Inclui a meteorização, a erosão, o transporte e a deposição)

- Meteorização

Uma vez que a maioria das rochas se forma em profundidade,sob o efeito de elevadas
temperaturas e pressões, quando ascendem à superfície ficam sujeitas a diferentes
condições de pressão e temperatura e em contacto com agentes, como a água e o ar. As
rochas sofrem assim desintegração e desagregação.

A meteorização é o conjunto de fenómenos que leva à alteração das características iniciais


das rochas por ação de processos físicos e químicos que ocorrem na superfície da Terra.
Este é um processo que altera as características primárias das rochas, ajudando na
fragmentação das mesmas em pequenas porções que posteriormente serão erodidas.

Meteorização Física: Inclui os diversos processos que fragmentam a Rocha em pedaços


cada vez mais pequenos, sem que, no entanto, ocorram transformações químicas que
alterem a sua composição.

Ação da água A ação constitui o mais importante fator de alteração das rochas, a
ou alternância de períodos secos com períodos de forte humidade, origina
Hidroclastia um aumento de volume e retrações, gerando tensões que conduzem à
fracturação e, eventualmente, a desagregação do material rochoso.

Ação do Gelo As variações da temperatura podem originar cristais de gelo nas


ou fendas/diáclases das rochas. A pressão do gelo provoca o alargamento
Crioclastia das fendas e a desagregação/fragmentação da rocha. Rochas porosas e
fissuradas desagregam-se com mais facilidade.

Ação da As rochas são constituídas por minerais diferentes que se comportam de


temperatura modos diferentes quando expostos a variações de temperatura. Um
ou aumento da temperatura implica dilatação e um arrefecimento implica
Termoclastia contração. Esta mudança térmica sistemática leva a uma grande
fraturação das rochas, com formação de materiais soltos.
Ação dos As raízes de árvores de elevado porte podem ser responsáveis pela
seres vivos expansão das fendas, com consequente separação dos blocos
ou Bioclastia rochosos, e aumento da meteorização. Alguns animais escavam tocas
ou galerias, favorecendo a desagregação dos
blocos rochosos.

Ação da A água que existe nas fraturas e poros das rochas contêm sais
precipitação dissolvidos que podem precipitar e iniciar o seu crescimento, exercendo
dos sais assim uma força expansiva que contribui para uma maior desagregação
dissolvidos das rochas.

A ação da As rochas formadas em profundidade sob grande pressão, quando são


pressão aliviadas do peso das rochas suprajacentes, expandem, fraturam e
formam diáclases.

Meteorização Química: a estrutura interna do mineral sofre alteração, com remoção/


adição de alguns elementos químicos e a formação/conversão de novos minerais mais
estáveis nas condições que dominam na superfície terrestre. Este tipo de meteorização é
mais intenso em regiões quentes e o mito das nas quais a temperatura tem um papel
importante na velocidade e dinâmica destas reações.

Esta meteorização pode ocorrer de duas maneiras distintas:


- Os minerais são dissolvidos completamente podendo posteriormente precipitar, formando
os mesmos minerais;
- Os minerais são alterados e posteriormente formam novos minerais.

- Erosão

Após a meteorização das rochas, ocorre a erosão, processo pelo qual os agentes erosivos,
principalmente água e o vento, arrancam e separam fragmentos da rocha-mãe.

Ação erosiva da água: as águas correntes possuem um papel muito importante na erosão
das rochas, por exemplo, as águas das chuvas são responsáveis pela formação de sulcos
profundos nos solos, principalmente quando os solos são desprovidos de vegetação.

Ação erosiva do vento: o primeiro processo consiste na remoção de partículas


sedimentares, de modo a que a rocha fique sujeita à ação da meteorização. No segundo
processo, o vento em conjunto com as partículas que transporta, desgasta as rochas por
abrasão, pois age como se fosse uma Lixa. Assim, as diferentes rochas vão sendo
alteradas de um modo diferenciado, preferencialmente ao nível do solo, podendo originar
estruturas pedunculadas.

- Transporte

Após a formação dos sedimentos detríticos e químicos pela ação da meteorização e da


erosão, estes podem ser transportados até ao momento em que ocorre deposição.
Em termos gerais, o transporte é a remoção, por ação da gravidade terrestre, do vento e
da água, dos materiais do local onde se formaram.

O transporte pela gravidade terrestre deve-se à força exercida pela aceleração da


gravidade, que faz com que muitos dos materiais se soltem e deslizem das zonas mais altas
para as zonas mais baixas. O poder de transporte do vento depende da sua intensidade e
do tamanho das partículas a transportar é um agente que atua preferencialmente em
regiões sem vegetação, nas quais as partículas do solo são facilmente levantadas,
arrastadas e transportadas. A água é o principal agente de transporte dos materiais
resultantes da meteorização das rochas. Estes materiais são transportados pela água por
suspensão, rolamento e dissolução. A força com que a água se desloca varia com a
inclinação do terreno e a quantidade de água presente.

- Deposição

Em locais onde a ação dos agentes de erosão e transporte se anula, isto é, quando o
agente de transporte deixa de ter energia suficiente para continuar o mesmo, ocorre a
deposição dos materiais, processo designado por sedimentação ou deposição.
Quando os sedimentos se depositam, formam superfícies mais ou menos paralelas que se
designam estratos ou camadas que representam um conjunto horizontal de sedimento
uniforme, vastos em termos de área, podendo apresentar espessura variável.

A velocidade da corrente necessária


para colocar um determinado detrito
em movimento - erosão - é maior do
que aquela que é necessária para o
manter em movimento - transporte.
A competência é avaliada em
ter­mos da partícula sólida de
diâmetro máximo que pode ser posta
em movimento no leito de um rio. No
diagrama da figura estão
representadas curvas experimentais
que tentam explicar a influência da
velocidade da corrente e da
dimensão dos materiais nos
fenómenos de erosão, de
transporte e de sedimentação.

➔ Diagénese

A diagénese é o conjunto de fenómenos físicos e químicos que transformam os sedimentos


em rochas sedimentares coesas. Nesta intervêm a compactação, a cimentação, a
metassomatose e a recristalização.
Na compactação, e à medida que vai ocorrendo a deposição, os sedimentos são
sucessivamente comprimidos por ação dos novos sedimentos que sobre eles se vão
depositando. Assim, os materiais subjacentes são sujeitos a um aumento da pressão
crescente, o que vai provocar a expulsão da água que existe entre eles e a diminuição da
sua porosidade com consequente diminuição do seu volume.

Entre os espaços ou vazios dos diferentes sedimentos, pode ocorrer circulação de


substâncias químicas em suspensão ou dissolvidas na água, capazes de criar um
cimento e agregar os sedimentos numa rocha coesa - cimentação.

A metassomatose é um fenómeno que consiste na troca de substâncias químicas em


qualquer fase da diagénese realizada entre os componentes iniciais da rocha e eventuais
soluções que nela circulam.

Durante a recristalização, ocorre a transformação de minerais iniciais noutros minerais


mais estáveis, devido a modificações nas condições de pressão e temperatura e
circulação de fluidos.

Quando não ocorre cimentação, as rochas são constituídas por detritos soltos, sendo, por
isso, denominadas rochas desagregadas (ex: areia de uma praia). Se, pelo contrário,
ocorrer cimentação, as rochas são designadas por rochas consolidadas (ex: arenito).

3. Classificação de rochas sedimentares

- Rochas detríticas

As rochas detríticas formam-se a partir de fragmentos sólidos, isto é, de detritos obtidos a


partir de outras rochas pré-existentes por processos de meteorização e de erosão. A
acumulação e a consolidação por diagénese de balastros, areias, siltes e argilas originam
as rochas sedimentares detríticas, como se resume no quadro seguinte.
- Rochas Quimiogénicas

As rochas quimiogénicas são rochas formadas pela precipitação química direta de


compostos químicos que se encontram dissolvidos na água ou numa solução aquosa.

Os evaporitos resultam da precipitação de sais dissolvidos, devido à intensa evaporação da


água nos lagos/rios/oceanos/regiões áridas que, ao diminuir o volume de água, aumenta a
concentração das substâncias dissolvidas e favorece a sua cristalização.

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