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Sólido e líquido

estado físico da matéria

O estado sólido é um estado da matéria, cujas características são ter volume e forma definidos, isto é, a
matéria resiste à deformação. Dentro de um sólido, os átomos ou as moléculas estão relativamente
próximos, ou "rígidos". Mas isto não evita que o sólido se deforme ou comprima. Na fase sólida da
matéria, os átomos têm uma ordenação espacial fixa, mas uma vez que toda a matéria tem alguma
energia cinética, até os átomos do sólido mais rígido movem-se ligeiramente, num movimento
"invisível". Os sólidos quando submetidos a altas temperaturas, passam para a fase líquida quando
alcançam o ponto de fusão, que é variável dependendo do material e através da sublimação é possível
que passem direto para a fase de vapor. Além disso, as forças de coesão (agrupamento) são maiores que
as forças de repulsão em suas moléculas. As partículas possuem apenas energia cinética vibracional,
apenas vibram em posições fixas, definidas.

O gelo é o estado sólido da água.

Propriedades dos sólidos

Os sólidos possuem algumas características:

Fragilidade: O sólido frágil rompe-se com facilidade sem antes deforma-se e uma de suas característica é
romper bruscamente, a fragilidade também é o oposto da ductilidade.

Exemplo: A grafite é um material frágil.

Dureza: O sólido duro apresenta resistência a ter sua superfície riscada. A dureza pode ser medida pela
Escala de Mohs.

Exemplo: As pedras preciosas são materiais de grande dureza.

Resistência: O sólido resistente é capaz de suportar a ação de forças intensas sem romper-se.

Exemplo: O ferro e outros metais são materiais resistentes a esforços externos.

Elasticidade: O sólido elástico deforma-se e recupera a forma original quando a força que produziu a
deformação é retirada.

Exemplo: A borracha é um material elástico.

Flexibilidade: O sólido flexível dobra-se sem romper-se.

Exemplo: Algodão, lã, náilon e outras fibras têxteis são materiais flexíveis.

Ductilidade: O sólido dúctil estende-se com facilidade, formando fios. A ductilidade é o oposto da
fragilidade.
Exemplo: O ouro é bastante dúctil.

A plasticidade descreve a deformação de um material submetido as forças aplicadas.

Os sólidos são classificados em cristalinos ou amorfos.

Sólidos cristalinos

Cristais de insulina.

Com exceção do mercúrio, os metais se caracterizam por estarem no estado sólido em temperatura
ambiente, logo, sais e a maioria dos minerais são cristais. Os seres humanos já conheciam cristais como
o sal e o quartzo há vários séculos, mas apenas no século XX, que eles foram interpretados como
arranjos regulares de átomos. Em 1912 foram utilizados raios X para corroborar que todo cristal é um
arranjo ordenado e tridimensional. As medidas mostraram que os átomos de um cristal estavam muito
próximos, com a distância entre eles aproximadamente ao comprimento dos raios X.

Materiais cujos constituintes são dispostos em um padrão regular são conhecidos como cristais. Em
sólidos cristalinos, as partículas (átomos, moléculas ou íons) estão em um padrão de regularidade
ordenada, repetitivas. Há muitas estruturas cristalinas diferentes, e da mesma substância pode ter mais
de uma estrutura (ou fase sólida), por exemplo, o gelo tem quinze estruturas cristalinas conhecidas, ou
quinze fases sólida, que existem em várias temperaturas e pressões. Uma das características dos sólidos
é a organização das moléculas que compõem o material, pois estão de forma organizada, logo, outros
materiais como o vidros, plásticos e outros, que não possuem essa organização, são denominados
sólidos amorfos.

No estado sólido, a distância média de separação entre os átomos, ou moléculas, que formam a amostra
é comparável aos seus diâmetros. Neste caso, a intensidade da interação entre os átomos, ou moléculas
é da mesma ordem de grandeza que a intensidade da interação que mantém unidos os átomos em
moléculas isoladas.

Uma base para classificar os sólidos cristalinos é a natureza das forças que mantêm o ordenação da rede
cristalina. A energia de coesão em um cristal depende das forças de ligação dominantes entre esses
átomos, ou moléculas. A classificação dos sólidos cristalinos são: sólidos cristalinos iônicos, sólidos
cristalinos covalentes, sólidos cristalinos moleculares e sólidos cristalinos metálicos.

Sólidos cristalinos iônicos: Nos sólidos iônicos a rede cristalina é formada por íons positivos e negativos.
Por causa das forças eletrostáticas relativamente intensas entre os íons, os sólidos iônicos são
geralmente duros, frágeis e têm um elevado ponto de fusão. Por não terem elétrons livres, sua
condutividade elétrica é muito baixa. Os sólidos iônicos podem ser solúveis, ou mesmo, muito solúveis,
pois, por exemplo, em contato com a água, os íons dispersam-se no líquido. Possuem energia de
vibração da rede menor que a dos sólidos covalentes. Os exemplos deste tipo de sólidos são o cloreto de
sódio (NaCl) e o cloreto de césio (CsCl).

Sólidos cristalinos covalentes: Nos sólidos covalentes ocorre o compartilhamento de pares de elétrons
de valência entre os átomos, formando ligações covalentes. Cada elétron está ligado de forma que não
há elétrons livres. Por isso esses sólidos possuem baixa condutividade elétrica. Esses sólidos também
possuem a característica de serem duros e difíceis de deformar. As energias de vibração da rede são
elevadas, da mesma forma são as frequências geradas. Um exemplo típico deste tipo de sólidos é o
diamante.

Sólidos cristalinos moleculares: Esses sólidos são constituídos por moléculas apolares, ou seja, os
elétrons encontram-se emparelhados e não formam ligações covalentes, suas moléculas estão ligadas
pelas forças de Van der Waals. Esses sólidos possuem baixa condutividade elétrica, são altamente
compressíveis e deformáveis e apresentam um ponto de fusão baixo, porque as ligações
intermoleculares que unem as suas moléculas são relativamente frágeis, quebrando-se com alguma
facilidade.

Sólidos cristalinos metálicos: São formados a partir de átomos com alguns elétrons fracamente ligados
nas camadas mais externas, que passam a se mover por todo o sólido. Um sólido cristalino metálico é
constituído por uma rede ordenada de íons positivos que são mantidos juntos por uma espécie de gás
de elétrons livres. A mobilidade dos elétrons de valência que constituem esse gás de elétrons torna
esses metais bons condutores de eletricidade. Os sólidos metálicos são opacos, visto que os referidos
eletrões livres absorvem os fotões das radiações eletromagnéticas do visível.

Aos sólidos que são organizados em um único cristal, esses são denominados monocristais e aos
agregados em muitos cristais, são denominados policristais.

Sólidos amorfos

Amostras de metal amorfo, com escala em milimetros

São aqueles não possuem uma ordenação interna uniforme, carecem de um rede de cristalização, aliás,
sua estrutura interior se assemelha mais aos líquidos, com disposição interna em grande parte aleatória.
Os sólidos amorfos são por exemplo, os plásticos, os vidros, os sabões, as parafinas e muitos outros
compostos orgânicos e inorgânicos.

Em muitos amorfos as partículas possuem uma liberdade para vaguear pelo material. Isso é evidenciado,
por exemplo, na elasticidade da borracha, na tendência do vidro fluir quando sujeito a tensões por
longos períodos de tempo.

Algumas das aplicações dos vidros e dos materiais plásticos derivam de sua qualidade de serem
facilmente moldáveis quando submetidos a aumentos de temperatura.
Podem ser encontrados exemplos de sólidos amorfos nos três grupos de materiais (metálicos, cerâmicos
e poliméricos), embora esses três grupos tenham uma maior propensão a serem cristalinos. Uma das
formas de se obter um sólido amorfo é evitar sua cristalização durante o processo de solidificação. Em
muitas substâncias é possível evitar a cristalização, por exemplo, através do rápido resfriamento.

Os metais puros tem grande são propensos à cristalização, por outro lado a solidificação ultra-rápida de
diversos metais produzem metais amorfos, também denominados vidros metálicos. O primeiro metal
amorfo a se ter notícia era uma liga de ouro e silício (Au75Si25) produzida pelos cientistas W. Klement
(Jr.), Willens e Duwez em 1960.

A ausência de simetria fazem dos vidros metálicos excelentes materiais magnéticos. Geralmente
apresentam grande resistência metálica e tenacidade. São mais resistentes a corrosões do que as ligas
cristalinas tradicionais. Apresentam alta resistência elétrica e baixas perdas acústicas.

Os sólidos amorfos também são chamados de sólidos vítreos.

Estudos dos sólidos

Os físicos chamam ao estudo dos sólidos física do estado sólido. Este ramo inclui o estudo de
semicondutores e de supercondutividade, também tem como objetivo explicar e prever as diversas
propriedades macroscópicas dos materiais cristalinos, tais como, térmicas, elétricas, magnéticas, ópticas
etc. A partir da aplicação das leis da física a seus constituintes microscópicos. Os materiais densos não-
cristalinos não se incluem nesse estudo, pois são considerados mais semelhantes aos líquidos. A física da
matéria condensada é uma área da física cujo objeto de investigação engloba o da física do estado
sólido e inclui sólidos amorfos e líquidos. Essa área de estudo parte, em geral, dos métodos e modelos
desenvolvidos na física do estado sólido, modificando-os e adaptando-os de modo adequado.

A ciência dos materiais preocupa-se primariamente com propriedades dos sólidos tais como a força e
transformações de fase. É largamente coincidente com a física do estado sólido.

A química do estado sólido cobre em parte ambos estes campos, mas preocupa-se principalmente com
a síntese de novos materiais.
Mudança do estado físico

As mudanças do estado físico envolvendo o estado sólido são:

Fusão: é a passagem de uma substância do estado sólido para o estado líquido.

Solidificação: é a passagem do estado físico de uma substância do estado líquido para o estado sólido.

Sublimação: é a passagem de uma substância do sólido para o estado gasoso, esse processo só ocorre
em condições adequadas de pressão e temperatura. Sublimação também pode ser a passagem direta do
estado gasoso para o estado sólido, nesse caso pode ser chamada de ressublimação, ou sublimação
regressiva.

Líquido

estado da matéria

O estado líquido é um estado da matéria no qual a distância entre suas moléculas é suficiente para se
adequar a qualquer meio (tomando sua forma), porém sem alterar consideravelmente seu volume. As
moléculas de um material no estado líquido possuem mais energia do que as moléculas do mesmo
material em estado sólido, a uma mesma pressão. Esta maior energia se traduz em maior liberdade de
movimento, que é o que permite ao líquido adaptar sua forma à forma do recipiente que o contém,
embora o líquido seja praticamente incompressível. Com liberdade de movimento, suas moléculas se
chocam frequentemente, e a temperatura relaciona-se com a velocidade média das partículas.

Fluidez

Um líquido assume a forma daquilo que o contém

É dito um fluido aquilo cuja forma é usualmente determinada por aquilo que o contém. As partículas do
líquido (normalmente moléculas ou conjunto de moléculas) estão livres para se mover por todo o
volume do líquido, mas sua atração mútua limita a capacidade destas partículas abandonarem o volume.
O volume de uma quantidade de um líquido é determinado pela sua pressão e temperatura. Se este
volume difere ligeiramente do volume do recipiente que o contem, uma superfície é observada. A
superfície do líquido se comporta como uma membrana elástica, na qual a tensão superficial se
manifesta. Devido a este efeito, o líquido forma gotas e bolhas.

A capilaridade é outra consequência da tensão superficial. A diferença de pressão causada pela tensão
artificial e demonstrada pela equação de Laplace permite ao líquido subir ou descer pelas paredes de
um tubo capilar. Este fenômeno permite a aglutinação de grãos de areia quando há água entre eles.

Em função de sua fluidez, quando um líquido é acelerado para um determinado lado, seu gradiente de
pressão aumenta no sentido oposto, por inércia. Por este motivo, carros pipa não costumam trafegar
com seu tanque pela metade, já que durante as curvas, as oscilações da água dentro do tanque podem
causar acidentes. O pioneiro da aviação, Santos Dumont, durante a construção de seu dirigível SDN-4,
em 1900, adotou lastros líquidos e precisou lidar com este problema de instabilidade resultante.

Empuxo

As forças que atuam no princípio de Arquimedes.Objetos imersos em líquidos são submetidos ao


fenômeno do empuxo, que é a força para cima exercida sobre o objeto pelo líquido no qual ele está
submerso. Segundo o princípio de Arquimedes, a força de empuxo sobre um corpo é igual à massa
deslocada por ele.

O líquido exerce pressão nos lados de um recipiente como também em qualquer coisa nela imersa. Esta
pressão é transmitida em todas as direções e aumenta com a profundidade.

Note que esta fórmula assume que a pressão na superfície livre do líquido é zero, e que os efeitos da
tensão superficial podem ser negligenciados.

Água em ebulição

Líquidos ao seu respectivo ponto de ebulição convertem-se para gás, e ao seu ponto de congelamento,
transformam-se em sólido. Chama-se temperatura de saturação a máxima temperatura que um líquido
pode ter a uma determinada pressão, ou a temperatura na qual um líquido se converte em vapor e vice-
versa. Via destilação fracionada, os componentes líquidos de uma mistura podem ser separados,
utilizando-se do fato de possuírem pontos de ebulição distintos. Ebulição é o nome dado a esta
mudança de fase que ocorre ao longo de todo o líquido, e não apenas na superfície.

Mesmo abaixo do ponto de ebulição o líquido evapora na superfície. Um líquido irá evaporar até que a
concentração de vapor que o cerca alcançar uma pressão parcial de equilíbrio. Portanto nenhum líquido
pode existir permanentemente no vácuo. Esta mudança de fase que ocorre na superfície do líquido é
chamada de evaporação.

Vidro a temperatura normal pode ser considerado um "líquido super-resfriado" ou um sólido,


dependendo do ponto de vista. Veja o artigo vidro para maiores detalhes.

Líquidos geralmente expandem quando são aquecidos, e contraem quando esfriados.

Água

A água é o solvente biológico natural


A água, em sua fase líquida, é considerada um líquido complexo e funcional, em virtude de suas ligações
de hidrogênio e de uma série de anomalias já descritas, como o efeito hidrofóbico, que fazem dela o
solvente biológico natural.

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