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DOMÍNIO 1 • GEOLOGIA E MÉTODOS

1.2 Ciclo das rochas


O QUE SÃO ROCHAS?
 As rochas são materiais da Terra estudados na geologia, através dos quais os geólogos
podem extrair informação sobre a história do planeta, entre outros aspetos.
 As rochas são agregados naturais de um ou mais minerais. Contudo existem rochas
que não possuem minerais.

O QUE SÃO MINERAIS?


 Um mineral é um corpo sólido, natural, inorgânico, formado por processos geológicos,
com uma determinada estrutura cristalina e composição química bem definida ou
variável dentro de certos limites.

Existem três tipos de rochas, que se classificam de acordo com a sua génese (origem):

 Rochas sedimentares;
 Rochas magmáticas;
 Rochas metamórficas.

ROCHAS SEDIMENTARES
As rochas sedimentares são rochas formadas através da deposição, e consequente cimentação
ou consolidação de fragmentos provenientes de material mineral ou material orgânico.

A sua formação pode dividir-se em duas etapas: sedimentogénese e diagénese (litificação).

Sedimentogénese (rochas não coesas)


As rochas que se encontram à superfície sofrem alterações decorrentes da meteorização –
conjunto de processos físicos (origina/transforma as rochas em partículas cada vez mais
pequenas – clastos/detritos) e químicos (modifica os minerais das rochas, transformando-os
noutros).

Os agentes responsáveis por estas transformações são a água (no estado sólido, líquido ou
gasoso), a variação de temperatura superficial, o vento e os seres vivos, que podem,
simultaneamente, contribuir para a remoção do local onde são erosão
formados os produtos resultantes da meteorização – erosão
(remoção das partículas alteradas das rochas).

Seguidamente, ocorre o transporte (deslocação dos detritos para longas distâncias) dos
detritos, principalmente por ação da água e do vento. A eficácia do transporte depende da
energia do agente e das dimensões dos detritos. Quando a energia diminui estes agentes
perdem a capacidade de transportar e ocorre a deposição dos detritos e/ou a precipitação
dos iões que estavam dissolvidos na água – sedimentação. Esta deposição acontece,
geralmente, em depressões na crosta terrestre preenchidas por água – lagos, pântanos, mares
e oceanos – denominadas bacias sedimentares.
Em resultado da sedimentogénese formam-se rochas sedimentares não consolidadas.
Diagénese (rochas coesas)
À medida que os sedimentos se depositam uns sobre os outros, o aumento da pressão sobre
os sedimentos de camadas inferiores provoca a sua compressão – compactação – ,que é
acompanhada da sua desidratação. A precipitação de iões em solução forma um cimento
natural que une os diferentes sedimentos – cimentação. A diagénese leva à formação de
rochas sedimentares consolidadas.

Classificação das rochas sedimentares


De acordo com a génese dos sedimentos que lhes deram origem, as rochas sedimentares
classificam-se em três tipos:

 Detríticas;
 Quimiogénicas;
 Biogénicas.

As rochas sedimentares detríticas resultam da acumulação de detritos ou clastros, que podem


ou não ter sido sujeitos à ação da diagénese. Se a compactação e cimentação não tiverem
ocorrido, os sedimentos apresentam-se soltos e a rocha considera-se não consolidada.

Argila Areia
Rocha sedimentar Rocha sedimentar
detrítica constituída detrítica constituída por
por detritos soltos detritos soltos de
de dimensão fina. dimensão média (2mm).

Ex:

Cascalheira
Rocha sedimentar detrítica
constituída por detritos de contornos
angulosos e arredondados, com
dimensões superiores aos da areia –
balastros.

Caso tenha ocorrido a diagénese, os sedimentos apresentam-se agregados, em grande parte


devido à cimentação. Estas rochas mais coesas são consideradas consolidadas e encontram-se
dispostas em estratos.
Argilito Arenito
Rocha sedimentar detrítica Rocha sedimentar detrítica
consolidada, constituída consolidada, constituída por
por grãos do tamanho das grãos do tamanho das areias,
argilas. que se encontram unidos por
um cimento.

Ex:
Conglomerado
Rocha sedimentar detrítica consolidada,
constituída por sedimentos de maiores
dimensões do que as areias, que se
encontram unidos por um cimento. Os
grãos são arredondados, indicando um
transporte pela água relativamente longo.

Quando os iões dissolvidos em água, que resultam da meteorização das rochas, precipitam,
formam-se rochas sedimentares quimiogénicas.

Calcário
Rocha sedimentar quimiogénica formada pela
precipitação de carbonato de cálcio – CaCO3.
Faz efervescência com o ácido clorídrico.
As rochas sedimentares biogénicas formam-se a partir de restos de seres vivos ou de produtos
resultantes da sua decomposição. Os ambientes de formação destas rochas são, geralmente,
marinhos ou continentais pantanosos.

Calcário biogénico Carvão


Rocha sedimentar biogénica formada Rocha sedimentar biogénica,
a partir de restos de seres vivos com formada a partir de restos vegetais
concha constituída por carbonato de acumulados em ambientes,
cálcio. Faz efervescência com o ácido geralmente continentais,
clorídrico. pantanosos e podres em oxigénio

Ex:

ROCHAS MAGMÁTICAS
As rochas magmáticas ou ígneas resultam da consolidação do magma.

Em profundidade, onde a temperatura é mais elevada, o magma arrefece lentamente (assim


os cristais têm mais tempo para se formarem – cristalização) originando rochas plutónicas ou
intrusivas que possuem os minerais visíveis à vista desarmada, apresentando uma textura
fanerítica ou granular (ex: granito).

Ao atingir a superfície, o magma perde a sua fração volátil (gases), passando a denominar-se
lava.

O arrefecimento rápido do magma origina minerais de dimensão reduzida, os quais só


conseguimos observar ao microscópio. As rochas formadas nestas condições denominam-se
vulcânicas ou extrusivas e a sua textura é afanítica ou agranular (ex: basalto).

Quando o arrefecimento é praticamente instantâneo, os átomos não têm tempo para


estabelecerem ligações entre si e constituírem estruturas cristalinas. As rochas assim
formadas não possuem minerais, apenas matéria amorfa, e a sua textura é vítrea ou amorfa
(ex: obsidiana).
ROCHAS METAMÓRFICAS
As rochas metamórficas originam-se em profundidade a partir de rochas preexistentes, que
experimentam transformações mineralógicas e texturais no estado solido – recristalização.
Estas mudanças devem-se a condições de pressão e temperatura elevadas, bem como a ação
de fluidos de circulação ao longo de grandes intervalos de tempo – fatores de metamorfismo.

Podem considerar-se dois tipos de metamorfismo:

 Metamorfismo regional;
 Metamorfismo de contacto.

Metamorfismo regional
Ocorre em vastas regiões com elevadas pressões e altas temperaturas (ex: os limites
convergentes das placas litosféricas, estando associado a contextos tectónicos, como zonas de
subducção e formação de cadeias montanhosas). Geralmente, o aumento da pressão não
litostática provoca a reorientação dos minerais das rochas preexistentes. As rochas resultantes
do metamorfismo regional apresentam textura foliada, uma vez que os minerais se organizam
em planos paralelos entre si e perpendiculares à direção da pressão.

Metamorfismo de contacto ou local


A temperatura predomina sobre a pressão. Este tipo de metamorfismo resulta da ascensão do
magma através de rochas preexistentes, originando uma intrusão magmática. Esta intrusão
liberta calor e fluidos para as rochas encaixantes, distinguindo-se uma zona ao redor desta
intrusão que se designa auréola de metamorfismo. Neste caso, a recristalização dos minerais
nas rochas não conduz à sua orientação segundo uma direção preferencial, pelo que se
considera a textura não foliada ou granoblástica (ex: corneanas).

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