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FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL
Lavras - MG
Julho - 2014
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................4
2. OBJETIVOS................................................................................................6
3. CAUSAS NATURAIS DA FRAGMENTAÇÃO.......................................6
3.1 Flutuações climáticas...............................................................................7
3.2 Heterogeneidade de solos e Topografia...................................................8
3.3 Processos de sedimentação e hidrodinâmica em rios e no mar...............9
3.4 Processos hidrogeológicos.....................................................................10
3.4.1 A perturbação da hidrologia e sua relação com a fragmentação
florestal........................................................................................................................ 11
4. FRAGMENTAÇÃO E SEUS EFEITOS...................................................12
5.1 Efeitos na Mata Atlântica......................................................................15
6. EFEITO DE BORDA................................................................................17
6.1 Efeitos abióticos.....................................................................................18
6.2 Efeitos bióticos......................................................................................19
6.2.1 Diretos....................................................................................................19
6.2.2 Indiretos..............................................................................................20
7. VARIABILIDADE GENÉTICA...............................................................21
8. ECOLOGIA DA PAISAGEM..................................................................22
8.1 Estrutura da paisagem............................................................................23
8.2 Área e isolamento dos fragmentos.........................................................24
8.2.1 Isolamento dos fragmentos................................................................24
8.3 A matriz na fragmentação florestal........................................................25
8.4 A conectividade entre os habitats..........................................................25
8.4.1 Movimentos da fauna nos fragmentos florestais................................26
9. A TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DAS ILHAS.....................................27
10. METAPOPULAÇÕES..............................................................................29
11. CORREDORES ECOLÓGICOS..............................................................30
11.1 Projeto de Corredores Ecológicos no Brasil......................................30
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................33
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LISTA DE FIGURAS
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1. INTRODUÇÃO
Devido ao desmatamento ter se orientado pelas atividades socioeconômicas, de
forma que a velocidade e a intensidade ocorreram em consonância com o nível de
ocupação e estrutura estabelecida pelas vilas ou conglomerados populacionais, há
elevação do nível de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais (PIROVANI,
2010).
Estima-se que, no período de 1981 a 1990, foram suprimidos 154 milhões de
hectares, o equivalente a 7,3% do total das florestas tropicais mundiais (VIANA, 1990;
WILSON, 1997). Esse dado corrobora com a FAO (2010) que relata a perda, a cada
ano, de que cerca de 13 x 106ha de florestas no mundo.
De acordo ainda com a FAO (2010), a área total de floresta no mundo é de
apenas 4000 milhões de hectares, os cinco países mais ricos em florestas (Rússia, Brasil,
Canadá, EUA e China) encontram-se ainda com cerca de 50% da sua área original de
floresta, enquanto dez países ou áreas não possuem florestas e outras 54 têm
aproximadamente de 10% do que era a sua área total de floresta (Figura 1).
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florestas tropicais remanescentes no mundo (Mata Atlântica e Amazônia), e é
reconhecidamente um dos mais importantes repositórios da diversidade biológica
mundial.
A fragmentação florestal segundo Korman (2003) é a separação ou
desligamentos não naturais de áreas amplas em fragmentos espacialmente segregados,
promovendo a redução dos tipos de habitat e a divisão dos remanescentes em unidades
menores e isoladas, o que afeta a biodiversidade e a qualidade ambiental.
Esse processo introduz uma série de novos fatores na história evolutiva de
populações naturais de plantas e animais (VIANA E PINHEIRO, 1998), afetando de
forma diferenciada os parâmetros de mortalidade e natalidade de diferentes espécies, e
consequentemente a estrutura e dinâmica de ecossistemas (OLIVEIRA, 2011). No caso
das comunidades vegetais, as respostas de cada espécie à fragmentação variam de
acordo com diversos fatores, como histórico da fragmentação, seu tamanho e forma,
impactos das ações humanas atuais, grau de isolamento e a sensibilidade da comunidade
e dos indivíduos de cada espécie a estes processos (COLLI, 2003 apud CANTINHO,
2010).
Dentro desse contexto Myers et al, (2002) relata a existência de 25 hotspots em
apenas 1,4% da superfície terrestre do planeta (Figura 2), que abriga cerca de 44% de
todas as espécies de plantas vasculares e 35% de todas as espécies e quatro grupos de
vertebrados que estão confinados nessas áreas de especial atenção.
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O referido autor citado a cima aponta que alguns hotspots são muito mais ricos
do que outros em termos de número de espécies endêmicas. Os Andes Tropicais,
Sundaland, Madagascar, Mata Atlântica do Brasil e o Caribe contém plantas endémicas
e vertebrados correspondentes a pelo menos 2% do total de espécies no planeta, juntos,
compõem entre 20% e 16% todas as plantas e vertebrados respectivamente.
Faz-se possível então, observar que a conservação da biodiversidade representa
um dos maiores desafios da atualidade (VIANA E PINHEIRO, 1998), e para que seja
possível aplicar estratégias que possam reduzir os efeitos prejudiciais da fragmentação,
o estudo da ecologia dos fragmentos florestais é fundamental (PIÑA-RODRIGUES et
al., 2007). Dessa forma, deve-se realizar a análise dos fragmentos numa escala de
paisagem, identificando a dinâmica das várias interações presentes nas áreas
fragmentadas (COSTA & SCARIOT, 2003), sendo potencialmente muito útil em
políticas de manejo e conservação (BUENO, 2008).
2. OBJETIVOS
Entender efeitos e teorias relevantes sobre a fragmentação florestal, a partir de
uma pesquisa bibliográfica que contará com apoio de diversos artigos científicos e
livros sobre este tema.
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Topografia: que pode formar ilhas de tipos específicos de vegetação em locais
elevados;
Processos de sedimentação e hidrodinâmica em rios e no mar;
Processos hidrogeológicos: que produzem áreas temporariamente ou
permanentemente alagadas, onde ocorrem tipos particulares de vegetação.
Assim, pode-se afirma que a fragmentação natural tem grande relevância na
geração da diversidade biológica, podendo ser proveniente tanto da ação conjunta dos
fatores quanto da ação isolada, sendo um processo dinâmico que ocorre em um longo
intervalo de tempo.
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aumento nas populações de invertebrados devido o aumento da oferta de alimento na
forma de detritos, redução na profundidade (que favorece algumas espécies de larvas de
insetos) e a formação de poças, que diminuem a área de colonização, aumentando a
densidade dos organismos.
No meio estuário a relevância do processo de sedimentação é indiscutível,
espécies ali presentes podem ser extintas localmente devido ao acúmulo de areia sobre o
sedimento da praia. Observa-se ainda como isso afeta a distribuição espacial da
avifauna local, visto que a mesma sofre influência dos recursos alimentares que estão
vinculados ao tipo de sedimento.
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3.4.1 A perturbação da hidrologia e sua relação com a fragmentação
florestal
Sabe-se que são inúmeros os benefícios ambientais de se manter a cobertura
florestal e entre eles, Pattanayak (2004), destaca: o controle da erosão, a melhoria na
qualidade do solo, o aumento na produção de água, a estabilização na distribuição da
água e controle de sedimentos na calha dos rios como sendo os principais benefícios.
A estreita relação existente entre a cobertura florestal e o ciclo hidrológico de
uma bacia hidrográfica pode ser observada no esquema abaixo (Figura 4), no qual se
tem a interferência no movimento da água em vários níveis do sistema, inclusive nas
saídas para a atmosfera (FRANCISCO et al., 2003). Assim, pode-se afirmar que os
regimes hidrológicos de paisagens fragmentadas diferem muito dos das florestas
intactas (KAPOS, 1989).
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Segundo Laurance et al. (1997), as espécies que têm necessidade de grandes
áreas, que possuem populações instáveis ou variáveis, que ocorrem em baixas
densidades, com capacidade de dispersão limitada, baixa fecundidade, que evitam ou
raramente utilizam a matriz e são intolerantes as mudanças de habitat dentro do
fragmento são as mais vulneráveis à esse processo. A riqueza de espécies de muitos
organismos é comprometida devido ao declínio da área do habitat original, sendo
evidente em briófitas (ZARTMAN, 2003), mudas de árvores (BENÍTEZ-MALVIDO et
al., 2003), palmeiras (SCARIOT, 1999), aves insetívoras de sub-bosque (STRATFORD
e STOUFFER, 1999; FERRAZ et al., 2007), primatas (GILBERT e SETZ, 2001;
BOYLE e SMITH, 2010) e grandes mamíferos herbívoros, entre outros. A
fragmentação florestal resulta ainda na redução da variabilidade genética que aumenta
os efeitos da deriva gênica, endogamia e perda de alelos (TERBORGH, 1992).
Em relação às comunidades, as espécies exercem determinada função ecológica
dentro do grupo, podendo ser substituídas por outras que exerçam as mesmas atividades
ou similar, isso dependerá muitas vezes da capacidade de transitar entre as áreas
remanescentes, o que pode comprometer o número original de espécies que compunha a
comunidade assim como a sua diversidade e função no ecossistema. Estudos sobre
fragmentação de florestas tropicais têm demostrado que a eliminação de algumas
espécies, como os predadores de topo, pode acarretar em um processo de extinção em
cadeia (SOULÉ e TERBORGH, 1999).
Tratando-se da diversidade, a mesma está definitivamente associada ao
funcionamento dos ecossistemas e aos serviços ecológicos prestados por eles à espécie
humana (NEPSTAD et al., 1995). Há perda de espécies não só pela redução de habitats,
como pelo comprometimento da cadeia trófica existente e das relações que ocorrem em
cada comunidade e entre elas. Assim, o desaparecimento das espécies pode ser citado
como a principal consequência da fragmentação de hábitats (DIAMOND, 1992).
5. FRAGMENTAÇÃO ANTRÓPICA
Desde os tempos imemoriáveis, as populações sempre tiveram a necessidade da
terra para a produção de seus alimentos, desenvolvimento das atividades econômicas e
assentamentos humanos, hoje em dia, a situação não é diferente. Porém iniciam-se no
século XXI questionamentos a respeito do modo de vida contemporâneo, no qual o
desenvolvimento tecnológico e econômico é acompanhado da degradação ambiental e
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do aumento de problemas da saúde física, mental e social dos indivíduos (NUCCI,
2007).
A deterioração ambiental em conjunto com: o efeito estufa, a mudança dos
padrões de chuva e o crescimento populacional desordenado das cidades, têm acarretado
a fragmentação dos ecossistemas e por consequência levado a iminência de uma crise
dos recursos filogenéticos. Segundo Cerqueira et al. (2003) muitos habitats naturais
contínuos foram fragmentados pelo homem, tornando-se mosaicos compostos por
manchas isoladas do habitat original em meio de plantações, pastos e área urbanas.
Assim, a fragmentação florestal é considerada uma das principais causas que ameaçam
as espécies de extinção (MMA, 2009).
No entanto, é possível observar algumas iniciativas em pro da conservação
ambiental, instituições nacionais e internacionais de pesquisa têm fornecido apoio para
o desenvolvimento de tecnologias voltadas ao manejo sustentável (VIANA, 1995), há
também, o emprego de estratégias como a restauração e recuperação para a proteção
ambiental e para produção e até mesmo o abandono das áreas. Porém a questão crucial
está relacionada a forma de uso da terra que deve ser baseada na percepção ambiental,
econômica, tecnológica, institucional, cultural e seu contexto social (Figura 6).
14
A
B
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(MURCIA, 1995). De acordo com Brooks et al., (1999), a fragmentação originária da
ocupação antrópica é um fenômeno global que tem colocado em risco a riqueza e a
diversidade da flora e da fauna (FISCHER, 2007).
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro que mais sofreu e sofre com os intensos e
persistentes processos de degradação e fragmentação florestal, sendo os mesmos
oriundos de cinco séculos de acentuada ocupação humana, que resultou em uma
paisagem na qual se encontra pequenas, perturbadas e isoladas manchas florestais
(DEAN, 1996).
Sendo considerado mundialmente como um hotspot - áreas de maior índice de
diversidade, com altas taxas de endemismo e ao mesmo tempo com elevada pressão
antrópica (MITTERMEIER et al., 1999; WEBB et al., 2005). Autores como Myers et
al., (2000) alertam para a constante ameaça a essa biodiversidade visto que, em um
hectare desse bioma é possível encontrar cerca de 300 espécies de árvores (ROLIM e
CHIARELLO 2004).
De acordo com estudos recentes a situação do bioma Mata Atlântica é delicada,
Ribeiro et al., (2009) e Magnago et al., (2014) relatam que mais de 80% das suas
manchas possuem uma área inferior a 50 hectares, que em quase metade dos
remanescentes florestais a distância entre o interior e a borda é menor que 100 m e que a
distância média entre fragmentos florestais é de 1440 metros.
Diante desse cenário assume-se que os remanescentes florestais da Mata
Atlântica são refúgios de biodiversidade adaptados as suas próprias condições
biofísicas. Assim, a configuração territorial, se dá pelo conjunto formado pelos
ecossistemas naturais existentes e pelos acréscimos que as populações sobrepuseram no
seu sistema natural. A conformação territorial não se restringe ao espaço físico, e sim a
sua realidade cheia de materialidade e vida que o anima; tendo uma existência material
própria, oriunda das relações sociais (SANTOS e SILVEIRA, 2004).
É preciso que haja uma forte articulação entre o governo e a sociedade civil
organizada junto com o engajamento das comunidades locais, considerando o espaço
geográfico dentro de um espaço social, para que se consiga concretizar as medidas
mitigatórias a fim de diminuir as pressões antrópicas e eliminar o isolamento dos
fragmentos (SILVEIRA, 2010).
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6. EFEITO DE BORDA
No ano de 1905, Clements tinha proposto o conceito ecótono para designar a
transição entre dois ecossistemas, ele acreditava que a sucessão conduzia a um único
estágio climáxico, enquanto o autor Gleason, sustentava que a sucessão se desenvolvia
em múltiplos estágios climáxicos definidos pela história do ecossistema (GLEASON e
CRONQUIST, 1964). Outros autores discutiram a utilização dos termos ecótono, borda,
fronteira e zona de transição, a fim de estabelecer uma diferença semântica entre os
mesmos. Segundo Odum (1971), as fronteiras antrópicas poderiam ser consideradas
ecótonos, levando a uma larga definição de ecótono, no entanto Lovejoy et al., (1986) e
Murcia (1995), propõem que os limites naturais de ecossistemas sejam chamados de
ecótonos; e limites de origem antrópica denominados bordas.
De acordo com Murcia (1995), o efeito de borda pode ser definido como o
resultado da interação de dois ecossistemas adjacentes ou qualquer alteração na
distribuição de uma dada variável, em que ocorra a transição entre habitats (LIDICKER,
1999; LIDICKER e PETERSON, 1999).
O efeito de borda pode ser dividido em duas categorias: abióticos ou físicos e os
biológicos diretos e indiretos (MURCIA, 1995). Os efeitos abióticos envolvem
mudanças nos fatores climáticos ambientais, onde a zona de influência das bordas
apresenta maior exposição aos ventos, altas temperaturas, baixa umidade e alta radiação
solar (DAVIES-COLLEY et al. 2000; REDDING et al. 2003). Os efeitos bióticos
diretos envolvem mudanças na abundância e na distribuição de espécies provocada
pelos fatores abióticos nas proximidades das bordas, como por exemplo, o aumento da
densidade de indivíduos devido à maior produtividade primária causada pelos altos
níveis de radiação solar (MACDOUGALL e KELLMAN 1992; DIDHAN e LAWTON
1999). Os indiretos envolvem mudanças na interação entre as espécies, como predação,
parasitismo, herbivoría, competição, dispersão de sementes e polinização (GALETTI et
al., 2003; KOLLMANN e BUSCHOR, 2003).
De acordo com Lidicker (1999), existem dois tipos gerais de efeitos na
fragmentação: o efeito da matriz e o efeito de ecótono. Esta classificação se baseia em
reconhecer se a borda não tem propriedades emergentes, ou seja, se a borda se comporta
como um habitat diferente e adjacente. O efeito da matriz (KINGSTON e MORRIS,
2000), se refere a uma mudança brusca na distribuição de uma variável, que ocorre na
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zona de borda (Figura 7). Este tipo de câmbio é devido unicamente aos habitats
adjacentes serem diferentes e não gerarem nenhum efeito de borda.
A B
Efeito da matriz A BORDA B
Borda abrupta
Efeito de Ecótono
Efeito de Ecótono
Efeito mutuo/Ecótono
Borda macia
Efeito de Ecótono
Sem efeito de
borda
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6.2 Efeitos bióticos
6.2.1 Diretos
Os efeitos bióticos diretos podem ser descritos como mudanças na composição,
estrutura e abundancia das espécies em função das alterações físicas ocorridas na borda
do fragmento. Essas modificações são refletidas na diversidade de plantas e animais,
como aves, mamíferos e insetos, que apresentam valores mais baixos quando
comparados ao interior do fragmento.
O aumento da luminosidade próximo às bordas estimula tanto o crescimento das
plantas quanto as taxas de reprodução. Geralmente, a abundância de lianas,
principalmente aquelas de diâmetros menores, é aumentada como resposta a este fator
(LAURENCE, 1997). A intensidade da luz nas bordas estimula também a germinação
de sementes fotossensíveis, presentes no banco de sementes do solo, alterando os
padrões de recrutamento de plântulas, sendo dessa forma, todo o piso florestal afetado.
Há também um hiperdinamismo visível nas bordas que é definido como um
aumento na frequência e/ ou amplitude da população, comunidade e dinâmica da
paisagem em habitats fragmentados. Exemplos de parâmetros que podem ser alterados
em fragmentos de habitat incluem: regimes de perturbação, taxas de mortalidade e
recrutamento, flutuação populacional de espécies individuais, taxas de extinção e de
turnover de espécies, o ritmo do ciclo biogeoquímico (LAURENCE, 2002).
No entanto, nem todos os processos ambientais irão acelerar, alguns podem
permanecer estáveis ou mesmo declinar, mas na maioria dos processos ecológicos em
paisagens fragmentadas ocorrerá o hiperdinâmismo (LAURENCE, 2002).
Aparentemente, se morrem mais árvores nas bordas do que no interior, seria esperado
então, que as bordas tivessem menos árvores. Porém isso não ocorre, devido as altas
taxas de recrutamento, que acarreta na elevação da densidade, sustentadas pela alta
regeneração das espécies de borda. Esses processos levam a uma modificação na
composição das espécies, havendo substituição de espécies tolerantes à sombra por
espécies pioneiras (DISLICH et al., 2002).
Um exemplo desse fenômeno é o trabalho realizado por Hundera et al. (2013),
no qual verifica-se a utilização do café como uma cultura adjacente a um fragmento
florestal pode ser empregada de forma amigável e que o uso do cultivo junto à floresta
como um sistema agroflorestal desempenha um papel importante na conservação em
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uma paisagem dominada pelo homem (BHAGWAT et al., 2008). Porém a conservação
de vestígios florestais inalterados é essencial (ANAND et al, 2010; TSCHARNTKE et
al, 2011) para a manutenção da biodiversidade. As respostas obtidas com esse estudo
podem se aplicar não somente a orquídeas epífitas, mas também a samambaias que
necessitam de uma área com pouca ou nenhuma modificação das espécies arbóreas e
arbustivas da sua composição e estrutura das suas populações (Figura 8).
6.2.2 Indiretos
Os efeitos bióticos indiretos são visíveis nas alterações das interações entre duas
ou mais espécies, tais como herbivoría, predação, polinização, dispersão e competição.
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Sendo que a polinização e a dispersão podem ou não ser dependentes de vetores animais
(mamíferos aves ou insetos).
Nos casos das florestas tropicais úmidas, a maioria das plantas características de
estádios sucessionais mais avançados, são dispersas e polinizadas por animais, muitas
vezes em relações especificas. Se o fluxo entre os fragmentos apresentar algum
empecilho, em razão da grande distância ou mesmo uma matriz desfavorável à
movimentação, os processos de polinização e dispersão poderão ser afetados,
comprometendo a germinação dessas espécies. Atualmente, muitas espécies de árvores
neotropicais estão ameaçadas por uma combinação dessas causas (TABARELLI et al.,
2004).
7. VARIABILIDADE GENÉTICA
De acordo com Primack e Rodriguez (2003), a variabilidade genética é
importante na medida em que permite que as populações se adaptem a um ambiente em
transformação.
A fragmentação florestal dificulta o movimento entre populações o que provoca
a diminuição do número de indivíduos, favorecendo a perda de variação genética. A
população remanescente passa a ter um tamanho menor que o mínimo adequado. Nessa
população pequena pode ocorrer, a curto prazo, deriva genética, o que significa ter as
frequências de seus genes afastadas daquelas da população original, inclusive chegando
a perder alelos; a longo prazo, ainda pode haver um aumento da endogamia, decorrente
da maior probabilidade de autofecundação e acasalamento entre indivíduos aparentados
(KAGEYAMA, BERTIN e INGLEZ DE SOUZA, 1998).
Em um estudo proposto por Breed et al., (2013) a espécie de importância
comercial ( Swietenya macrophylla – Meliaceae) tem a redução da diversidade de pólen
recebido na copa das árvores acarretando em um processo de depressão endogamia
devido a fragmentação das florestas da América Central (Figura 9). Outro efeito similar
é relatado no estudo de Conson et al., (2013) na Mata Atlântica com a espécie Luehea
divaricata (Malvaceae) no qual demonstra que a fragmentação do habitat é uma das
causas de perda da qualidade genéticas dos indivíduos e produz efeitos no recrutamento
da espécie (ISMAIL et al., 2014).
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Figura 9. Possíveis respostas do sistema de acasalamento de árvores a perturbação do
habitat, incluindo (a) insuficiência de pólen / polinizadores; (b) aumento da
autofecundação; (c) aumento cruzamentos endogâmicos; (d) diminuição da diversidade
do pólen. Árvores geneticamente semelhantes são representadas pelas mesmas cores. A
polinização é indicada: linhas que mostram a polinização falhou (linhas pontilhadas
coloridas seguindo por uma cruz vermelha); reduzido polinização (linhas tracejadas);
polinização normal (linha cheia); um aumento relativo da polinização por linhas
coloridas com um plus verde (+). Respostas (b, aumento da autofecundação), (c,
aumentou cruzamentos endogâmicos) e (d, diminuição da diversidade de pólen) não são
mutuamente exclusivas para espécies hermafroditas e auto-compatível. Fonte: Breed et
al., (2013).
8. ECOLOGIA DA PAISAGEM
É a ciência que estuda e procura melhorar o relacionamento entre os processos
ecológicos no ambiente e ecossistemas particulares. Isso é feito dentro de uma
variedade de escalas de paisagem, desenvolvimento de padrões espaciais e níveis
organizacionais de pesquisas e políticas. Está relacionado com o estudo da estrutura,
função e mudança de uma região heterogênea composta de ecossistemas em interação
(SOARES FILHO, 1998).
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8.1 Estrutura da paisagem
A paisagem é uma unidade heterogênea, composta por um conjunto de
subunidades interativas (ecossistemas, unidades de vegetação ou de uso e ocupação do
solo), cuja estrutura pode ser definida pela área, forma e disposição espacial (FORMAN
e GODRON, 1986; BLANDIN e LAMOTTE, 1988; OPDAM, 1988; OPDAM et al.,
1993 apud METZGER, 1999).
Segundo Forman e Godron, (1986), a estrutura da paisagem esta composta por:
Estrutura: é o produto do relacionamento espacial entre os distintos ecossistemas
ou elementos presentes. Mais especificamente, é como o arranjo ou padrão
espacial da paisagem (descrito por: tamanho, forma, número e tipos de
configurações dos ecossistemas) que governa a distribuição da energia, de
materiais e organismos;
Função: são as interações entre os elementos espaciais, representadas pelos
fluxos de energia, materiais e espécies entre os ecossistemas presentes;
Mudança: dada pela alteração na estrutura e na função do mosaico ecológico
através do tempo.
De acordo com Zonneveld (1972), a hierarquia da paisagem pode ser delineada
da seguinte forma:
Ecótopo (sítio, tessela ou célula): consiste na menor unidade holística da
paisagem (land unit), caracterizada pela homogeneidade de pelo menos um
atributo da terra ou geoesfera, a saber: atmosfera, vegetação, solo, rocha, água,
etc - e com variação não excessiva nos outros atributos;
Faceta terrestre (land facet), geofácies: corresponde a uma combinação de
ecótopos, formando um padrão de relacionamentos espaciais e sendo fortemente
vinculado às propriedades de pelo menos um atributo da terra.
Sistema terrestre (land system), geossistema: equivale a uma combinação de
geofácies que formam uma unidade mapeável em uma escala de
reconhecimento.
Paisagem principal (main landscape): consiste em uma combinação de sistemas
terrestres em uma região geográfica.
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8.3 A matriz na fragmentação florestal
É a área que circunda um fragmento e é especificamente o seu tipo que é de
suma importância para a manutenção da viabilidade dos fragmentos. Os tipos mais
comuns de habitat matriz são: áreas agrícolas, pastagens, culturas de árvores exóticas
como o eucalipto, áreas urbanas, rodovias ou estradas, vilas, lixões, dentre outros.
A estrutura e a composição da matriz afetam o fragmento. Muitos autores fazem
a consideração que esse elemento é determinante sobre os tipos de efeitos de borda no
fragmento, e que o tipo de matriz afeta a capacidade de dispersão das espécies. Aves
insetívoras (STOUFFER e STRATFORD, 1999), aranhas (MESTRE e GASNIER,
2008), abelhas (BECKER et al., 1991), besouros (QUINTERO e ROSLIN, 2005) e
primatas (BOYLE e SMITH, 2010) recolonizaram fragmentos antes abandonados
quando a matriz foi substituída de pasto para floresta secundária. Efeito similar foi
observado influenciando o movimento de polinizadores e dispersores afetando a chuva
de semente.
Nesse contexto, Laurance et al., (2011) afirma que o fragmento é um espelho da
sua matriz circundante. Entretanto, áreas de matriz podem representar um risco para
muitas espécies causando o efeito barreira ou permitindo a dispersão de espécies
invasoras não florestais (GASCON et al., 1999; ZARTMAN e NASCIMENTO, 2006;
ZARTMAN e SHAW, 2006; FÁVERI et al., 2008; LAURANCE, 2009).
Dessa forma, um fragmento não é simplesmente uma amostra da floresta
original, pois sofre perturbações relacionadas com o desmatamento, restrição do
tamanho das populações, redução da imigração, efeitos de maior magnitude
(competição, predação, polinização, dispersão, ciclagem de nutrientes) e imigração de
espécies exóticas.
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9. A TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DAS ILHAS
A Teoria da Biogeografia de Ilhas, desenvolvida em 1967 por Robert Macarthur
e Edward Wilson se propunha a explicar os fatores que determinavam a riqueza das
espécies em comunidades naturais, particularmente nas ilhas oceânicas, porém a mesma
teve sua aplicação estendida aos chamados Habitat-ilhas, que são ecossistemas
rodeados por uma área pouco favorável para suas populações; assim, o número de
espécies em uma ilha seria estabelecido por três fatores principais:
O tamanho;
A sua distância a partir da fonte de colonização; e
O equilíbrio dinâmico entre a imigração e extinção de espécies.
Essa teoria possibilitou o desenvolvimento de métodos para analisar a extinção,
a dispersão e a distribuição aplicadas a padrões de biodiversidade em ilhas e, mais
recentemente, em fragmentos. Embora o seu emprego seja recente, seus princípios são
antigos, já formulados por importantes naturalistas como: Charles Darwin e Alfred
Wallace, sendo esse último, o responsável por boa parte dos fundamentos aplicados hoje
(BROWN e LOMOLINO, 2006), dentre eles estão:
A competição, predação e outros fatores bióticos são importantes regras na
determinação da distribuição, dispersão e extinção de animais e plantas;
As áreas descontínuas ou habitats fragmentados são importantes causas de
extinções;
A especiação pode ocorrer com o isolamento geográfico de populações que
subsequentemente tornam-se adaptados ao clima local e ao habitat;
Determinadas espécies podem colonizar ilhas distantes, superando com maior
eficiência barreiras que outras espécies não conseguem;
A distribuição de organismos não adaptados a dispersões de longas distâncias
são boas evidências de conexões de ilhas no passado;
Na ausência da predação e competição, organismos isolados podem sobreviver e
se diversificar;
Quando duas grandes massas de terra são reunidas depois de um longo período
de separação, podem ocorrer extinções devido à possibilidade de se encontrar
novos competidores.
As ilhas se caracterizam por possuir sempre menos espécies que os continentes,
independentemente do grupo de animais ou de plantas. Essa escassez biológica é
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aparentemente causada pelo isolamento, porém estudos de campo mostram que há uma
relação mais forte com o tamanho da ilha, assim, ilhas grandes, mesmo mais isoladas,
tendem a ter mais espécies que ilhas menores mais próximas ao continente.
O princípio da biogeografia de ilhas de Macarthur e Wilson (1967), afirma que:
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11. CORREDORES ECOLÓGICOS
Os corredores ecológicos são porções dos ecossistemas naturais ou seminaturais,
que possibilitam o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de
espécies e a recolonização das áreas degradadas, bem como a manutenção das
populações que demandam para sua sobrevivência áreas com uma extensão maior do
que aquela das unidades individuais (BRASIL, 2000).
No caso das paisagens fragmentadas os corredores são geralmente formados pela
vegetação remanescente; sendo reconhecidos pelo controle do fluxo hídrico e biológico
na paisagem. Nesses casos, a taxa de mortalidade ou de predação no interior dos
corredores é mais baixa do que na matriz, permitindo assim o movimento através dos
mesmos. Ao facilitarem o fluxo entre os fragmentos, os corredores ecológicos permitem
reduzir os riscos de extinção local e favorecem as recolonizações, aumentando a
sobrevivência das metapopulações. Outra função dos corredores é de constituírem um
complemento de habitat na paisagem podendo servir de áreas de refúgio para a fauna
quando há perturbações.
30
O projeto Corredores Ecológicos das Florestas Tropicais Brasileiras tem como
objetivos principais:
Reduzir a fragmentação, mantendo ou restaurando a conectividade da paisagem
e facilitando o fluxo genético entre as populações;
Planejar a paisagem, integrando unidades de conservação, buscando conectá-las
e, assim, promover a construção de corredores ecológicos na Mata Atlântica e a
conservação daqueles já existentes na Amazônia;
Demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma
ferramenta para a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata Atlântica.
32
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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