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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE E DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS MESTRADO EM ENGENHARIA E GESTÃO DE ÁGUAS


Beira, Moçambique – Fevereiro de 2023

USO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA ANÁLISE AMBIENTAL EM BACIAS HIDROGRÁFICAS (PUNGUE)

Estudantes:
Alfredo Simão Manjate
António Acácio Morela
Dalton Manuel João Bovene
Nelta José Maria Orientador: Prof. Doutor Ubaldo Ginova Ombe Gemusse

INTRODUÇÃO CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO


O processo erosivo dos solos em Moçambique já foi muito avaliado em função das áreas agrícolas. Após algum tempo, constatou-se que o problema 3.1 Descrição da Bacia do Pungue
era muito mais sério nos locais de bacias hidrográficas. A remoção das matas ciliares, cada vez mais indiscriminadamente, ignorando o aparato legal de De acordo com EGIRH (2005), o rio Pungué nasce nas terras altas do leste de
preservação, vem ocasionando, a cada dia, o agravamento no processo de assoreamento de rios, lagos e nascentes. As matas ciliares funcionam como Zimbabwe e corre para leste em direcção ao oceano indico, desaguando na
barreira natural, os sistemas radiculares das espécies ali existentes além de exercerem a função de sustentação, absorção de nutrientes e melhoria no cidade da Beira. O rio tem 400 km2 de comprimento e corre numa área total
aporte de carbono orgânico, interferem na estruturação do solo em função dos exsudados orgânicos liberados, enquanto a parte aérea contribui com de 31151 km2 dos quais 1461 km2 (4.7%) em território zimbabueano e 29690
protecção contra o impacto directo das gotas de chuva no solo, o que ocasionaria as enxurradas e consequentemente arraste de partículas e material km2 (95.3%) em território moçambicano. A forma da sua bacia é um losango
existente na superfície do solo directo para o reservatório, e também na adição de material orgânico, fonte de nutrientes para a mesma. Catharino com a orientação do eixo maior NW-SE, tem vários afluentes da nascente para
(1989) dá uma outra ênfase ao termo “mata ciliar” em virtude de não encontrar apenas florestas nas beiras dos cursos de água, mas também outras a foz dos quais Honde, Nhazonia, Txatora, Vanduzi, Urema e Muda (vide figura
associações vegetais. Segundo o autor, são encontrados desde o pântano com água salobra, ou manguezais, formações abertas sob influência de água no 3).No presente trabalho nos focaremos na sub-bacia de Muda ,
doce, até florestas densas ao longo da calha de diversos rios Moçambicanos. concretamente na zona de intercessão com a EN6.
Além do processo de urbanização, as matas ciliares sofrem pressão antrópica por uma série de factores: são as áreas directamente mais afectadas na
Figura 3 – Bacia hidrografia do Pungue Fonte: Os Autores, 2023.
construção de hidroeléctricas; nas regiões com topografia acidentada, são as áreas preferenciais para a abertura de estradas; para a implantação de
culturas agrícolas e de pastagens; para os pecuaristas, representam obstáculos de acesso para o gado ao curso de água, etc (Martins, 2007).É
3.2 Cobertura vegetal da Sub-Bacia de
necessário que as autoridades responsáveis pela conservação ambiental adoptem uma postura rígida no sentido da preservação das matas ciliares que
ainda restam, e que os produtores rurais e as populações em geral sejam conscientizados sobre a importância da conservação dessa vegetação Muda
(Martins, 2007). As matas ciliares funcionam como filtros, sendo de total importância para a quantidade e qualidade da água e consequentemente a Como podemos constatar na (Fig.4-Cobertura vegetal no ponto
fauna aquática e a população humana (Martins & Dias, 2001). São importantes também como corredores ecológicos, ligando fragmentos florestais e, de análise na Bacia ,Anexo 1- Cobertura vegetal do ponto de
portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo génio entre as populações de espécies de animais e vegetais. análise).esta nitido a violação das normas de conservação das
Matas ciliares naquele ponto de análise.Temos as plantações de
cana de açucar pertecentes a Empresa açucareira de
Mafambisse , junto as margens do Rio , sem ao minimo
respeitar , os afastamentos minimos preconizados pelas
OBJECTIVOS leisgilação indicada acima no ponto 2.6 , do presente trabalho.

O presente trabalho visa fazer uso de sistemas de informação geográfica na análise ambiental na bacia hidrográfica de Pungue, onde faremos a análise
ao nível da existência ou não das matas ciliares, suas motivações e impactos no ecossistema dentro da bacia. Propostas de preservação e
Fig.4-Cobertura vegetal no ponto de analise na Bacia (Anexo 4- Cobertura vegetal do ponto de análise)
melhoramento.

CAPÍTULO II – REFERENCIAL TEÓRICO 3.3 Medidas correctivas


Para corrigir esse cenário que esta a trazer grandes problemas de
2.1 BACIA HIDROGRÁFICA inundação; redução do calado do Rio , assim como a degradação do
Bacia hidrográfica ou bacia de drenagem é uma área da superfície terrestre que drena água, sedimentos e materiais dissolvidos para uma saída ecossistema naquele ponto , o que é semelhante a outros troços ,como
comum, num determinado ponto de um canal fluvial. O limite de uma bacia hidrográfica é conhecido como divisor de drenagem ou divisor de águas. por exemplo a exploração do Ouro em Manica , onde também não se
respeita as distancias mínimas de protecção das Matas ciliares , como

2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) ilustra a Fig.5. Será necessário fazer-se um reposição(Repovoamento)

O SIG, como definido por Burrough (1986), é um “poderoso elenco de ferramentas para coleccionar, armazenar, recuperar, transformar e exibir dados das espécies florestais que se adequam a cada zona degradada, como

espaciais referenciados ao mundo real. ilustra a Figura 6, abaixo.


Figura 5 – Garimpo de Ouro em Manica (Bacia hidrografia do Pungue )Fonte:
https://www.dw.com/pt-002/manica-contamina%C3%A7%C3%A3o-de-rios-por-
merc%C3%BArio-afeta-produ%C3%A7%C3%A3o-de-alimentos/a-63714337
2.3 DEFINIÇÃO DE MATA CILIAR
Segundo Oliveira Filho (1994), as matas ciliares são formações vegetais do tipo florestal que se encontram associados aos corpos de águas, ao longo
dos quais podem estender-se por dezenas de metros a partir das margens e apresentar marcantes variações na composição florística, dependendo das
interacções que se estabelecem entre o ecossistema aquático e seu entorno.

2.4 IMPORTÂNCIA DAS MATAS CILIARES

As matas ciliares são importantes por apresentarem um conjunto de funções ecológicas extremamente relevantes para a qualidade de vida,
especialmente das populações humanas locais e da bacia hidrográfica, sendo fundamentais para a conservação da diversidade da fauna e flora nativas
da região, tanto terrestres como aquáticas. As matas ciliares influenciam na qualidade da água, na regulação do regime hídrico, na estabilização de
margens do rio, na redução do assoreamento da calha do rio e são influenciadas pelas inundações, pelo aporte de nutrientes e pelos ecossistemas
aquáticos que elas margeiam.

2.5 CAUSAS DA DEGRADAÇÃO DAS MATAS CILIARES

As principais causas de degradação das matas ciliares segundo Martins (2007) são o desmatamento para a extensão da área de cultivo nas
propriedades rurais; para extensão de áreas urbanas; para obtenção de madeira; incêndios naturais ou por efeitos antrópicos; extracção de areia dos
rios; empreendimentos turísticos mal planejados.

2.6 LESGILAÇÃO APLICAVEL EM MOÇAMBIQUE PARA A GESTÃO DAS MATAS CILIARES/MANGAL

Podemos encontrar no Anexo 3- Resolução n.º 33/2020 de 18 de Maio *Estratégia de Gestão do Mangal (Estratégia do Mangal) 2020 – 2024* e Anexo
Fig.6-Plano de Repovoamento florestal no ponto de analise na Bacia (Anexo 2- Plano de Repovoamento florestal)
4- Lei n.º 5/2017 de 11 de Maio *Lei de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade Biológica.*todos os preceitos preconizados na
matéria de gestão das matas ciliares em Moçambique.
CONCLUSÕES REFERÊNCIAS
Ao nível internacional, no caso concreto dentro do território Brasileiro, encontramos no Anexo 5 - Código Florestal - Lei 4.771/65 Áreas de preservação
A exploração desordenada dos recursos dentro da Bacia de •ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS
permanente - artigo 2º, todos os preceitos preconizados na matéria de gestão das matas ciliares, materializados na figura abaixo.
Pungue, esta perigar a sustentabilidade do ecossistema do mesmo DA BACIA DO RIO PUNGUÉ (EGIRH, 2005). Cenário de Desenvolvimento da
Bacia do Rio Pungué. Moçambique.
,tendo como consequências: inundações (por conta da redução da
secção do Rio) , secas , redução do pescado , contaminação da água •ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS
DA BACIA DO RIO PUNGUÉ. (EGIRH, 2004). Relatório Principal da Bacia do
do Rio(criando custos avultado ao FIPAG, na correcção dos Pungué. Moçambique.
parâmetros de potabilidade da água), entre outras situações. •Práticas de Recuperação de Mata Ciliar em Bacias Hidrográficas (Heloísa
Bortolin Bruno - Botucatu - SP 2014 .
Assim sendo somos todos chamados ,a sociedade e o governo a
aderir as medidas correctivas e de preservação dos pontos que
ainda possam existir as matas ciliares.

ANEXOS
•Anexo 1- Resolução n.º 33/2020 de 18 de Maio *Estratégia de Gestão do Mangal (Estratégia do Mangal) 2020 – 2024*
•Anexo 2- Lei n.º 5/2017 de 11 de Maio *Lei de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade Biológica*
•Anexo 3 - Código Florestal - Lei 4.771/65 Áreas de preservação permanente - artigo 2º:
•Anexo 4- Cobertura vegetal do ponto de análise.
Figura 1 - LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 (Brasil) •Anexo 5- Plano de Repovoamento florestal.
Cobetura Vegetal noPonto de Análise (Sub-Bácia de Muda , na zona de
intersecção do Rio Púngue com a EN6 (Fonte:os Autores)

LEGENDA:
LEGENDA:
Áreas cobertas por vegetação

Áreas cobertas por vegetação


Áreas inundadas
Áreas sem vegetação(solo exposto)

Áreas inundadas
Áreas sem vegetação(solo exposto)

(Fonte:os Autores ,Beira 2023)

GSPublisherVersion 0.54.100.100
Plano de repovoamento forestal noPonto de Análise (Sub-Bácia de Muda , na zona de
intersecção do Rio Púngue com a EN6 (Fonte:os Autores)

S
LEGENDA: E TR
O

, 90M
33
Área do Rio
Áreas de repovoamento florestal

34,7
36,4

0M
0 MET
ROS

ETR
OS
OS TR
56,40 ME
62,30 METROS

58,90 METROS

PLANTAÇÕES DA AÇUCAREIRA
70,40 METROS

GSPublisherVersion 800
0
.15

(Fonte:os Autores ,Beira 2023)


GSPublisherVersion 0.54.100.100
Segunda-feira, 18 de Maio de 2020 I SÉRIE — Número 93

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. Estratégia de Gestão do Mangal (Estratégia


do Mangal) 2020 – 2024
AVISO
Contextualização
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma Moçambique possui uma linha de costa de aproximadamente
por cada assunto, donde conste, além das indicações 2.7001 Km e divide-se, ecologicamente, em três regiões distintas,
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, a saber:
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim • Zona Norte (ou costa de coral), que vai da foz do Rovuma
da República». (10o 20`S) até ao limite Norte do Arquipélago das
Ilhas Primeiras e Segundas (17o 20`S), caracterizada
por águas límpidas e existência de baías de águas
profundas com destaque para as baías de Pemba,
SUMÁRIO Memba e Nacala. Os fundos são rochosos e a extensão
estimada é de 800 km de comprimento.
Conselho de Ministros: • Zona Central (ou costa pantanosa), caracterizada pelo
Resolução n.º 33/2020: escoamento de vários rios importantes, com destaque
para o Zambeze, Pungué e Save, com uma extensão de
Aprova a Estratégia de Gestão do Mangal 2020-2024. cerca de 900 km, que se estendem, desde o limite Norte
do arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas (17
o 20`S), até ao limite Norte do Arquipélago do Bazaruto
(21o 10`S). Nesta região existe uma zona húmida de
CONSELHO DE MINISTROS importância internacional alberga a maior extensão
de cobertura de mangais do país. Do ponto de vista
Resolução n.º 33/2020 sócio-económico, é a zona costeira onde existe maior
de 18 de Maio
concentração de população e consequentemente um
elevado número de pescadores artesanais residentes.
A Política e a Estratégia do Mar, bem como a Agenda 2030 que • Zona Sul (ou costa de dunas parabólicas), localizada
aprova os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre o arquipélago de Bazaruto (21º 10`S) e a Ponta
preconizam a necessidade de o País proteger e gerir de forma do Ouro, é caracterizada por extensas lagoas costeiras
(Inharrime, Bilene), vários sistemas pantanosos
sustentável os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar
e charcos criados pela água das chuvas.
Mais de 60% da população moçambicana vive na zona
costeira sendo altamente dependente dos recursos e ecossistemas
e produtivos. costeiros e marinhos, principalmente pesqueiros, para subsistência
Afigura-se, pois, pertinente estabelecer uma Estratégia e rendimento. Os mangais são o habitat natural e local
de reprodução para estas espécies tornando-os cruciais para
para a gestão do mangal a diferentes níveis de organização a segurança alimentar e geração de rendimento para grande
parte da população. Apesar disto, o mangal em Moçambique,
e preservação. tem sido alvo de exploração elevada devido à pobreza e ao
desenvolvimento das zonas costeiras, o que leva à sua degradação
Nestes termos e ao abrigo das disposições combinadas em alguns locais.
da alínea f) do n.º 1 e do n.º 2, ambas do artigo 79 da Lei As maiores taxas de degradação do mangal estão localizadas
n.º 20/2019, de 8 de Novembro, Lei de Revisão da Lei do Mar, ao redor das principais cidades como Maputo, Beira, Quelimane e
o Conselho de Ministros determina: Pemba. As causas de degradação dos mangais são principalmente
Único. É aprovada a Estratégia de Gestão do Mangal 2020- de carácter antropogénico e incluem o corte para combustível
lenhoso, estabelecimento de salinas, áreas agrícolas, recolha de
2024, em anexo, que é parte integrante da presente Resolução.
estacas para construção de casas e barcos e desenvolvimento
Aprovada pelo Conselho de Ministros, aos 14 de Abril urbano. Por outro lado, eventos extremos ou mudanças climáticas
de 2020. têm causado danos ao ecossistema de mangal.
Publique-se.
1
Pag. 11 da Brochura Editada da Política e Estratégia do Mar (POLMAR), aprovada pela Resolução
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
552 I SÉRIE — NÚMERO 93

Reconhecendo o valor social, económico e ecológico deste c) . A gestão do mangal assenta em


ecossistema, e a crescente preocupação da manutenção da bio-
diversidade biológica a nível internacional (14º Objectivo de e ou empírica, a qual é partilhada entre as partes
Desenvolvimento Sustentável -ODS 14-), como a nível nacional, interessadas e sujeita à monitorização e avaliação,
baseado no princípio da utilização e gestão racional dos recursos observando-se os princípios e procedimentos estatuítos;
naturais, o Governo de Moçambique decidiu elaborar a Estratégia d) . O sistema de gestão do mangal promove
Nacional e Plano de Acção de Gestão do Mangal para o período a integração e coordenação de acções de todos
2020-2024. os actores interessados que devem ser envolvidos
O objectivo central desta estratégia é de promover um na utilização sustetável dos recursos do ecossistema
desenvolvimento sustentável e contribuir para maior resiliência às do mangal.
mudanças climáticas, através de um conjunto de acções centradas
nas comunidades locais, sociedade civil e no Governo.
A gestão do mangal baseia-se em princípios de conservação do
ambiente e uso sustentável dos recursos naturais, nomeadamente:
A Estratégia Gestão do Mangal, também é um documento que a) . Promove
se constitue num instrumento de política concebida para combater a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos
e reverter a situação de degradação e destruição do ecossistema e a manutenção da biodiversidade e do ecossistema;
de mangal no País. Pretende-se, também, que este instrumento b)
acrescente valor aos esforços que vêm sendo desenvolvidos . Reconhece e respeita o conhecimento local e
para impulsionar e orientar a regulação dos direitos, deveres sua importância para a gestão. Promove o papel activo
e obrigações quanto ao uso sustentável do ecossistema de mangal a ser desempenhado pelas comunidades locais e seus
em Moçambique. representantes bem como outros actores-chave;
O objectivo desta Estratégia é de manter ou aumentar c) . Considera o grau de incerteza
a biodiversidade, os valores e a função do ecossistema do mangal,
de modo a responder às necessidades de protecção ambiental medidas precaucionárias e preventivas relativas
em estuários e zonas costeiras. Pretende-se também que esta ao uso, protecção, conservação e sustentabilidade
estratégia contribua para minimizar os efeitos do aquecimento do ecossistema do mangal e estabelece sistemas
global através do processo de sequestro e armazenamento de prevenção;
de carbono, absorvendo dióxido de carbono da atmosfera d) . A gestão do mangal reconhece
a necessidade da existência de um equilíbrio entre
implementação da estratégia pode também abrir novos caminhos o desenvolvimento económico, a sociedade e a
para o auto-emprego, como o ecoturismo, restauração e replantio, conservação do mangal e seus recursos. Este equilíbrio
a aquacultura e a apicultura, ajudando a melhorar as condições deve basear-se em parâmetros de planificação
socio-económicas das comunidades costeiras. estratégica dos espaços para desenvolvimento rural
1. Estratégia de Gestão do Mangal e urbano;
e) . Defende que o acesso
A Estratégia de Gestão do Mangal consiste no conjunto e a utilização do mangal e seus recursos é pago pelos
de acções de mudança a empreender, de forma coordenada utilizadores e quem de qualquer forma degradar
e integrada, a vários níveis, assente em valores e princípios, para o mangal;
o alcance da meta global, traduzida em visão. f) . Reconhece a respon-
Nesta ordem de ideais, a Estratégia de Gestão do Mangal sabilização de todas as pessoas singulares ou colectivas
pela reparação e compensação na mesma proporção
a atingir em relação à gestão dos mangais em Moçambique, dos danos causados ao mangal;
numa acção efectiva e inclusiva de todas as partes interessadas g) . Promove
no ecossistema de mangal, rumo à sustentabilidade no uso deste a gestão responsável e integrada, inter-sectorial,
meio. multi-disciplinar e transversal do mangal, garantindo
a coordenação de todas as partes interessadas
e afectadas;
O Governo da República de Moçambique adopta a Estratégia h) .
de Gestão do Mangal, a qual assenta na observância dos valores Na gestão do mangal deve-se garantir a consulta
e princípios que se descriminam abaixo: e auscultação das comunidades locais e outras partes
interessadas e afectadas no mangal. Garantir o acesso
a) . O uso racional do mangal e recursos da informação e transparência;
associados, deve assentar na busca constante do i) . A gestão do mangal,
equilíbrio entre a conservação da biodiversidade reconhece a necessidade de educar de forma contínua
e as necessidades de desenvolvimento económico e sistemática, diferentes utilizadores e gestores
e social do País; em matérias do ambiente e sustentabilidade deste
b) . Na gestão sustentável do mangal promove- escossistema;
-se a distribuição justa dos benefícios do uso deste j) . O Estado
recurso, de modo a contribuir para o bem-estar e as partes interessadas poderão socorrer-se de
das comunidades, superar as desigualdades ao nível entidades regionais e internacionais para partilha
do género, grupo etário e estrato social e promover de experiências, capacitação técnica e formação
a igualdade de oportunidades para todos os grupos de gestores excelentes de mangal a nível estatal
interessados; e comunitário.
18 DE MAIO DE 2020 553

sustentável e não existe legislação, política ou estratégia


Visão
existem lacunas e a implementação da legislação actualmente
Até 2024 ter um ecossistema de mangal saudável a desem-
penhar as funções ecológicas e ambientais com benefícios sociais
e económicos para o bem-estar da sociedade, contribuindo para efectivamente as questões referentes a protecção de mangais
um desenvolvimento sustentável.
Missão e protocolos internacionais) relacionados com a gestão
da biodiversidade. A implementação destes acordos assim como
Promover a gestão sustentável e integrada do mangal através
de outros instrumentos legais não têm garantido uma gestão
da implementação de medidas de gestão com a participação activa
de todos os actores e sectores, de modo a garantir a biodiversidade,
se rever os instrumentos existentes e se criar uma legislação
função e serviços do ecossistema, contribuindo para a melhoria
das condições de vida das comunidades costeiras e promovendo
A protecção e uso sustentável do ecossistema de mangal
o desenvolvimento sustentável do país.
Objectivo instrumentos legais. É necessário assegurar o reforço e devida
A estratégia tem por objectivo estabelecer e enraizar um

disciplinar e orientar as actividades de protecção, conservação,


utilização e exploração dos recursos.
A Estratégia está estruturada em cinco (5) áreas que constituem
Pilares de Intervenção, nomeadamente:
A responsabilidade de gestão e conservação do mangal revela
1. Gestão, protecção e uso sustentável do ecossistema alguma dispersão, fragilidade e pouca coordenação. A existência
de mangal;
2. Fiscalização e Legislação; coordenação intra e inter-institucional pode duplicar e/ou
3. Capacitação e coordenação institucional; diluir responsabilidades e esforços para a gestão e conservação
4. Educação e consciencialização ambiental; do mangal tanto a nível central, provincial como distrital.
5. Pesquisa e gestão do conhecimento. Com uma coordenação efectiva, partilha de responsabilidades
Cada um destes pilares inclui objectivos estratégicos e acções e de informação, é possível melhorar a gestão do mangal
prioritárias que irão guiar a implementação da Estratégia: em Moçambique.
A nível local verifica-se a existência de organizações
da sociedade civil e de base comunitária de defesa e gestão
A gestão do mangal deve ser feita de forma integrada do ambiente, com articulação limitada com instituições do estado.
assegurando o envolvimento de todos os sectores e partes É necessário maior envolvimento e coordenação com os sectores
interessadas, incluindo as comunidades locais que devem ter governamentais.
um papel chave na conservação e uso sustentável dos recursos A existência de capacidade institucional constitui um
naturais. Uma gestão efectiva constitui uma importante factor determinante na gestão e protecção efectiva do mangal.
intervenção estratégica para a conservação dos mangais e sua A capacidade técnico-científica, financeira e material são
biodiversidade em Moçambique. considerados desafios institucionais que interferem na
Apesar de ser um dos ecossistemas mais produtivos, o mangal implementação das políticas, estratégias, programas e planos.
tem sido subvalorizado devido à fraca gestão, tornando-o num O reforço da capacidade institucional nas áreas acimas descritas
dos ecossistemas costeiros mais vulneráveis. Em Moçambique, constitui prioridade para a implementação desta estratégia
o mangal está sob ameaça devido a pressões antropogénicas e plano de acção.
e naturais. A perda de mangal leva à redução dos recursos
pesqueiros, perda de biodiversidade, redução da protecção
costeira e erosão dos solos, com prejuízos sociais e económicos É necessário melhorar a compreensão e entendimento sobre
para a sociedade. A utilização do mangal deve ser sustentável o valor do mangal e recursos associados incluindo serviços do
mantendo a integridade funcional do ecossistema. ecossistema e, sobre os benefícios resultantes de uma gestão
Tendo em conta os factores acima descritos agravados pela sustentável. A consciencialização pública de todos os actores-
vulnerabilidade do país a efeitos climáticos tais como os ciclones -chave incluindo o governo, organizações da sociedade civil,
e cheias há necessidade de um plano para proteger, conservar sector privado, instituições académicas, comunidades locais, entre
e restaurar o ecossistema de mangal. São conhecidas algumas outros, sobre a importância dos mangais e ameaças que os mesmos
iniciativas bem-sucedidas de restauração de mangal no país, enfrentam, é crucial para a sua conservação a longo prazo.
no entanto existe a necessidade de aperfeiçoar a metodologia O sucesso dos esforços de gestão depende da compreensão
de restauração tendo em conta a racionalização de recursos. e participação activa dos actores-chave. É importante a promoção
Neste pilar propõe-se a criação de um modelo de gestão focado da educação, consciencialização e sensibilização pública
na protecção e uso sustentável do ecossistema de mangal com relacionada com a conservação e uso sustentável dos mangais.
a integração efectiva dos diferentes sectores e respectivas A sensibilização sobre a gestão sustentável deve ocorrer dentro
responsabilidades. dos sistemas educativos formais, mas também deve ser oferecida

Em Moçambique embora existam vários instrumentos decisores e as comunidades locais uma vez que são os principais
legais com aplicação sobre o mangal, estes usam os princípios
fundamentais da protecção do meio ambiente e da utilização e conhecimento entre os investigadores, os gestores, os detentores
gestão racional dos recursos naturais para o desenvolvimento de conhecimento tradicional e o público em geral.
554 I SÉRIE — NÚMERO 93

A conservação do mangal requer a compreensão do valor 3.2. Reforçar a coordenação multissectorial com envol-
desse ecossistema e do apoio dos cidadãos a todos os níveis da vimento de todos os actores-chave, atraves de partilha
sociedade. Para que todos os cidadãos possam compreender a de informação.
importância ecológica, económica, social e cultural do mangal
é importante que se desenvolvam actividades educativas e de
4.1. Desenvolver o interesse dos estudantes pelo ecossistema
sensibilização. Esta consciencialização deverá ser abordada de mangal.
usando métodos convencionais formais como inclusão do 4.2. Promover e realizar a consciencialização pública sobre
tema dos mangais no currículo escolar, mas também poderá ter o mangal.
inciativas inovadoras com linguagem adequada ao público-alvo.
No caso das comunidades locais a comunicação pode ser em
formato de banda desenhada e com recurso as línguas locais, 5.1. Desenvolver pesquisa aplicada para reforçar o conhe-
para facilitar a disseminação de informação. cimento sobre o mangal e apoiar a tomada de decisões.
5.2. Criar e divulgar uma base de dados sobre o mangal.
2. Implementação da Estratégia.

os mangais são um factor limitante para os esforços de gestão e A Estratégia de Gestão do Mangal é um instrumento
conservação. Neste sentido, a pesquisa e gestão do conhecimento da administração pública e, pela sua natureza transversal, a sua
são uma prioridade para o incremento do conhecimento, acesso implementação é coordenada pelo ministério que superintende
e disseminação da informação. os assuntos do mar. Assim, para assegurar a implementação
O papel ecológico, económico e social dos mangais incluindo a das acções preconizadas no presente instrumento bissêfalo,
o MIMAIP irá designar um órgão interno que terá a função
cultural e ligações com a pesca, só poderão ser melhor de coordenar, harmonizar, monitorar e avaliar a implementação
reconhecidos e compreendidos com maior disponibilidade de da estratégia. Esta unidade coordenadora sempre que assuntos
informação. A tomada de decisão pelos organismos de gestão mais estruturantes o indicarem, irá apresentar as questões
deverá basear-se em informação integrada, actualizada e de coordenação ao CNM do Mar, entidade já criada e preconizada
detalhada. É também necessário que a informação obtida através
de acções de investigação sobre o mangal esteja largamente A nível provincial, a implementação das acções previstas
disponível e seja amplamente divulgada. na estratégia, serão coordenadas pelos órgãos provinciais que
A implementação das acções de investigação e de gestão representam os sectores do mar, que terão as mesmas funções
dependem, da existência de recursos humanos e capacidade que o MIMAIP a nível central. Estes órgãos subordinam-se
técnica dentro das instituições responsáveis. Todavia, ao Conselho Executivo Provincial e Municipios e estarão sob
a capacidade institucional em termos de recursos humanos orientação técnica e supervisão do MIMAIP. A equipe técnica
deverá ser constituída pelo menos, pelos seguintes órgãos com
representação e expressão na província:
na gestão dos mangais pelas instituições responsáveis envolvidas
é de um modo geral fraca. • Orgão Provincial que representa o Mar (Coordenador);
• Orgão Provincial que representa o sector do Ambiente;
• Orgão Provincial que representa o sector das Obras
Cada área estratégica ou Pilar de Intervenção inclui objectivos Públicas;
estratégicos que irão guiar a implementação da Estratégia. Assim • Orgão Provincial que representa o sector dos Recursos
os objectivos estratégicos por pilar são: Minerais e Energia;
• Orgão Provincial que representa o sector da Admnistração
Estatal e Função Pública;
• Orgão Provincial que representa o sector de Transportes
1.1. Assegurar a gestão e o uso sustentável dos mangais e Comunicação;
de forma participativa. • Orgão Provincial que representa o sector da Agricultura
1.2. Promover a protecção, conservação e restauração e Desenvolvimento Rural;
ecológica do mangal. • Orgão Provincial que representa o sector do Turismo;
1.3. • Orgão Provincial que representa o sector de Educação
dependentes do ecossistema de mangal e seus em coordenação com o Instituto Nacional de Desen-
recursos, atraves da promoção e dissiminação volvimento da Educação;
de tecnologias que promovem uma gestão efectiva deste • Instituições de Ensino Superior e ou de Pesquisa
(existentes na província);
• Representantes de ONGs com representação local;
do mangal. • Representantes das comunidades locais;
• Sector Privado.
No Distrito e Município, a coordenação da implementação
da estratégia do mangal estará a cargo dos Serviços Distritais
sobre o mangal.
e Municipais que zelam pelos assuntos do ambiente e do mar,
2.2. Disseminar a legislação específica sobre gestão que terão como principal actividade coordenar e garantir que as
e conservação do mangal. acções de pesquisa, restauração e capacitação sejam abrangentes,
inclusivas e integradas.
e seus recursos. A composição da equipe de coordenação distrital, pode ser
ajustada de acordo com a realidade a nível local, no entanto,
3.1. Reforçar a capacidade de intervenção a nível central devem estar pelo menos, os seguintes representantes:
e local para a gestão do mangal. • Orgão que superitende a área do Mar;
18 DE MAIO DE 2020 555

• Orgão que superitende a área do Ambiente; Para tanto, as acções a empreender, por pilar e objectivo
• Municípios onde se aplicar; estratégico, para se atingir as metas relativamente à sustentabilidade
• Associações de base comunitária existentes no distrito do ecossistema do mangal e seus recursos, são:
(CCPs e/ou CGRNs, Associações Ambientais);
• ONGs e OSC com representação e actividade no distrito;
• Empresas privadas com interesse no distrito e no mangal.
a) Do objectivo estratégico 1.1.: Assegurar a gestão e o uso
sustentável dos mangais de forma participativa.
As actividades constantes nos planos de acção, devem estar Acções
inscritas nos Cenários Fiscais de Médio e Longo Prazo e no I. Conceber um modelo de gestão participativa
Plano Económico e Social (PES) de cada sector ou entidade, do mangal;
II. Implementar o modelo de gestão participativa
e disponibilização dos recursos, quer humanos, como materiais a nível provincial;
III. Implementar o modelo de gestão participativa
de Acção de Gestão de Mangal. a nível distrital;
Sem prejuízo, da planificação pública, a implementação IV. Elaborar um plano de gestão local que sirva
da estratégia e plano de acção pode ser realizada através de de modelo a replicar;
parceiros de cooperação, bem como de entidades privadas, V. Elaborar e implementar planos de gestão locais;
VI. Identificar mecanismos para melhorar a participação
central e monitorados pelo órgão local responsável. das comunidades na gestão do mangal.
Será efectuado um manual de implementação da estratégia
e plano de acção, que será o guião onde estarão descritos os b) Do objectivo estratégico 1.2.: Promover a protecção,
conservação e restauração do mangal.
processos, os procedimentos, as metodologias e os indicadores
aplicáveis em cada local. Acções
I. Identificar áreas prioritárias para protecção
e restauração do mangal;
O órgão competente pela coordenação da estratégia deve II. Propôr áreas para protecção total ou parcial
indicar uma instituição a ele subordinado ou tutelado, que será do mangal;
responsável pela gestão da implementação da estratégia e plano de III. Envolver o sector privado em acções de conservação
gestão dos mangais. A Unidade de Gestão dos Mangais terá entre e restauração do mangal.
IV. Produzir um guião com técnicas básicas para
diversas actividades constantes no plano de acção, articular com restauração do mangal (incluindo a tradução para
os diferentes intervenientes de gestão do mangal a nível local e línguas locais, que deve ser divulgado em rádios
regional e estabelecer normas e critérios para o uso sustentável comunitárias e televisão);
deste ecossistema. V. Restaurar áreas degradadas do mangal;
VI. Estabelecer viveiros de mangal em locais
de implementação de actividades de restauração.
A monitoria da implementação da estratégia é da respon-
sabilidade do Governo, através do Ministério que superintende c)
os assuntos do mar e deve ser feita semestralmente. Os de subsistência das comunidades dependentes
procedimentos de monitoria devem ser iguais aos usados para do ecossistema de mangal e seus recursos, através
o balanço do PES. Cabe à unidade encarregada por coordenar da promoção e disseminação de tecnologias que
promovem uma gestão efectiva deste ecossistema.
a implementação da estratégia, a responsabilidade de elaborar
os respectivos relatórios de acompanhamento. Acções
A avaliação da estratégia e plano de acção sobre os mangais I. Criar e divulgar meios alternativos de subsistência
é feita anualmente. Será realizada uma avaliação intermédia da para comunidades dependentes de mangal;
estratégia e sua implementação, dois anos e meio após o início II. Introduzir técnicas para melhoria da eficiência
da implementação. A Unidade de Gestão é responsável por energética da lenha e carvão;
elaborar os indicadores de aferição e os termos de referência III. Incentivar o uso de fontes de energia alternativas
para a avaliação intermédia em coordenação com o CNC para à madeira de mangal para carvão e lenha.
posterior aprovação pelo MIMAIP. d)
As avaliações da implementação da estratégia serão realizadas mecanismos sustentáveis de financiamento para
por entidade independente e selecionada através de concurso a conservação do mangal.
público para o efeito. Acções
A presente estratégia de Gestão do Mangal será operacionalizada I. Aceder a programas de financiamento para pagamento
através do Plano de Accão, em anexo. pelo Serviço de Ecossistema, contrabalanços
da biodiversidade, créditos de carbono através
Anexo I da implementação de REDD+, blue carbon,
Fundo Climático Verde e abordagens afins;
II. Estabelecer mecanismos e prioridades de finan-
O Plano de Acção de Gestão do Mangal é a parte ciamento do programa de investigação;
que operacionaliza a Estratégia Nacional de Gestão do Mangal, III. Promover o eco-turismo comunitário, que
incluem a construção de passadeiras e centros
de visão, seja atingido. de informação sobre o ecossistema do mangal.
556 I SÉRIE — NÚMERO 93

a) Do objectivo estratégico 2.1.: Rever a legislação a) Do objectivo estratégico 4.1.: Desenvolver o interesse
existente, identificar lacunas e criar legislação dos estudantes pelo ecossistema de mangal.
Acções
Acções I. Desenvolver um programa de educação integrando
I. Rever o quadro legal aplicável ao mangal; conteúdos relacionados com o mangal no
II. Criar legislação específica para o mangal; currículo escolar;
III. Alinhar a legislação nacional com as convenções II. Fomentar programas de visitas de estudo em zonas
e protocolos regionais e internacionais, relacio- de mangal como forma de motivar o interesse dos
nados com a gestão e conservação dos mangais. estudantes por este ecossistema;
b) Do objectivo estratégico 2.2.: Disseminar a legislação III. Desenvolver a capacidade artística dos estudantes,
sobre a gestão e conservação do mangal. através de competições escolares, para despertar
o interesse pela conservação do mangal.
Acções
b) Do objectivo estratégico 4.2.: Promover a conscie-
I. Disseminar a legislação sobre a conservação e gestão
ncialização pública sobre mangal.
sustentável do mangal a todos os níveis;
II. Promover a participação das comunidades locais Acções
na disseminação da legislação. I. Realizar campanhas de sensibilização de boas
c) práticas (Rádios comunitárias e Televisão) em
do ecossistema de mangal e seus recursos. linguagem adequada (Português e línguas locais)
para o uso sustentável dos mangais, dirigida aos
Acções
vários sectores da sociedade, incluindo escolas;
I. Reforçar as acções de fiscalização e aplicação da lei; II. Promover programas de consciencialização para
II. Envolver a comunidade na fiscalização do mangal. decisores a diferentes níveis, sobre o valor do
ecossistema de mangal.
a) Do objectivo estratégico 3.1.: Reforçar a capacidade
de intervenção a nível central e local para gestão
do mangal. a) Do objectivo estratégico 5.1.: Desenvolver pesquisa
aplicada para apoio a tomada de decisão.
Acções
Acções
I. Implementar programas de treinamento em matéria
de legislação do mangal para melhorar e facilitar I. Elaborar um programa e prioridades de investigação
a sua aplicação e implementação; em mangais;
II. Criar um programa de bolsas de estudo em gestão II. Realizar inventários do mangal (mapeamento,
de recursos naturais/mangal para funcionários do distribuição de espécies e estado de conservação
estado afectos as províncias de Zambézia, Sofala do mangal, identificação de áreas degradadas
e Nampula; e causas de degradação);
III. Reforçar as capacidades dos diferentes III. Realizar pesquisa aplicada em ecologia e socio-
intervenientes na gestão do mangal com destaque económica sobre os mangais, para melhor tomada
para as comunidades locais; de decisões;
IV. Treinar técnicos em monitoria e avaliação IV. Aumentar a cooperação entre instituições de
dos recursos de mangal usando técnicas simples pesquisa nacionais e internacionais sobre
e padronizadas; ecossistemas de mangal;
V. Capacitar diferentes intervenientes na restauração V. Realizar estudos sobre pagamento pelos serviços
do mangal, com destaque para as comunidades de ecossistema;
locais; VI. Disseminar os resultados de estudos e pesquisas;
VI. Capacitar organizações de base comunitárias VII. Elaborar planos de gestão dos recursos pesqueiros
e outros intervenientes em técnicas para do mangal, baseado numa abordagem holística
a construção de infraestruras de mangal e acesso e integrada com destaque para o caranguejo
as tecnologias de produção em viveiros. e búzio do mangal;
VIII. Realizar estudos sobre o impacto das mudanças
b) Do objectivo estratégico 3.2.: Reforçar a coordenação
climáticas para o ecossistema de mangal;
multissectorial com envolvimento de todos os actores-
IX. Monitorar o desmatamento e degradação ambiental
chave, através de partilha de informação.
por satélite e outras tecnologias recomendadas.
Acções
b) Do objectivo estratégico 5.2. : Criar e divulgar uma base
I. Criar e operacionalizar um Conselho Nacional de dados sobre o mangal.
de Coordenação para implementação da estratégia;
Acções
II. Criar e operacionalizar os Conselhos Provinciais
de Coordenação para implementação da estratégia; I. Criar bases de dados sobre os mangais
III. Criar a Unidade de Implementação da Coordenação em Moçambique;
do mangal a nível distrital; II. Criar uma plataforma digital de partilha
IV. Elaborar o Manual de Implementação da estratégia. de informação sobre o mangal.
18 DE MAIO DE 2020

Tabela 1: Quadro Lógico da Estratégia do Mangal Plano de Acção

Custos
(MZM)
Governo Modelo Nr de 1,675,000.00
local a nível de gestão instrumentos
I.Criar um provincial participativa legais aprovados
modelo de gestão e distrital, para criação de
Alta MIMAIP 1 3 Meses Nacional
participativa do Autarquias, modelo de gestão
mangal ONGs, OSC, participativa
sector privado
e comunidades
Pilar 1. Governo Criadas Nr de unidades 6,700,000.00
Gestão, 1.1. Assegurar local a nível unidades de gestão por
Protecção a gestão e o II.Implementar o provincial de gestão província costeira
e Uso uso sustentável modelo de gestão DPMAIPs, e distrital, participativa
Média 10 6 meses Nacional
Sustentável dos mangais participativa a Municipios Autarquias, do mangal
do de forma nível provincial ONGs e OSC, a nível
Ecossistema participativa sector privado provincial
de Mangal e comunidades
Governo Criadas Nr de unidades de
local a nível unidades gestão por distrito
III. Implementar
provincial de gestão costeiro com
o modelo
e distrital, participativa mangal
Alta de gestão SDAE 50 6 meses Nacional
Autarquias, do mangal a
participativa a
ONGs e OSC, nível distrital
nível distrital
sector privado
e comunidades
557
558

Metas
Custos
(MZM)

1,340,000.00
Governo local
IV.Elaborar um
a nível distrital, Um distrito
plano de gestão Plano de Nr de planos de
Alta MIMAIP ONGs e OSC, 1 1 Ano costeiro a
local que sirva de gestão distrital gestão elaborados
sector privado
modelo a replicar
e comunidades

13,132,000.00

Pilar 1. Governo local Planos de


Gestão, 1.1. Assegurar a nível distrital gestão locais
V.Elaborar
Protecção a gestão e o SDAE ou e municipal, com causas Nr de planos de
Alta planos de gestão 49 2 anos Nacional
e Uso uso sustentável municípios ONGs e OSC, de degradação gestão elaborados
locais
Sustentável dos mangais sector privado
do de forma e comunidades mitigadas
Ecossistema participativa
de Mangal
2,010,000.00

SDAE, SDPI, Melhorada a Zonas


mecanismos Nr. de actividades
Autarquias, participação remotas
para melhorar a realizadas pela Pelo menos
ONGs, comunitária com elevado
participação das MIMAIP comunidade/com 50% das 1 ano
instituições em matéria nível de
comunidades na participação da actividades
académicas e de gestão de degradação
gestão local dos comunidade
de pesquisa mangais do mangal
mangais
I SÉRIE — NÚMERO 93
Custos
(MZM)
Governo local Mapa de áreas Relacionado
a nível distrital, degradadas com o Pilar 5,
18 DE MAIO DE 2020

áreas prioritárias
Autarquias passíveis de 1 mapa por alínea a) ponto
Alta para protecção MIMAIP Mapa 2 anos Nacional
ONGs e OSC, reabilitação distrito II.
e restauração do
sector privado para todo o
mangal
e comunidades país.
Governo Áreas de 335,000.00
local a nível protecção total
II.Propôr áreas provincial e
Nr de áreas de Pelo menos
Média para protecção SDAE distrital, ONGs estabelecidas 3 Anos Nacional
protecção total 5 áreas
total do mangal e OSC, sector pelas
privado e comunidades
Pilar 1. comunidades locais
Gestão, III.Envolver o Acções de
1.2. Promover
Protecção sector privado conservação Hectares
a protecção, Pelo menos
e Uso em acções de MIMAIP e e restauração restaurados com
conservação e Baixa Sector privado 1000 3 anos Nacional
Sustentável conservação e MITA do mangal apoio do sector
restauração do hectares
do restauração do realizadas pelo privado
mangal
Ecossistema mangal. sector privado
de Mangal
IV. Produzir 1,340,000.00
um guião com
técnicas básicas
para restauração
Guião de
do mangal
técnicas
(incluindo a
básicas de
tradução para MIMAIP Academia Guião 1 6 meses Nacional
restauração
línguas locais,
adoptado e
que deve ser
divulgado
divulgado
em rádios
comunitárias e
televisão
559
560

Custos
(MZM)
Governo 67,000,000.00
local a nível
provincial
V.Restaurar áreas Áreas de Hectares
e distrital, Nacional/por
Alta degradadas do SDAE mangal de mangal *5000 2 anos
Autarquias,
mangal restauradas restaurado
ONGs e OSC,
Pilar 1. sector privado
Gestão, e comunidades
1.2. Promover
Protecção
a protecção, Governo 16,750,000.00
e Uso
conservação e local a nível Locais a
Sustentável
restauração do VI.Estabelecer provincial
do
mangal viveiros de (DPMAIP, nas
Ecossistema
de Mangal mangal em DPASAs e Viveiros Pelo menos províncias da
SDAE ou Nr de viveiros de
Média locais de Centros zonais) de mangal 5 viveiros 1 ano Zambézia,
municípios mangal
implementação e distrital, estabelecidos no país Sofala,
de actividades de Autarquias, Nampula
restauração ONGs e OSC, e Cabo
sector privado Delgado
e comunidades
I SÉRIE — NÚMERO 93
18 DE MAIO DE 2020

Custos
(MZM)
Redução do nr
Governo
de utilizadores % de utilizadores
I. Criar meios local a nível
directos dos directos de
alternativos de provincial Áreas de
recursos de mangal na x% de
subsistência para e distrital, grande
Média MIMAIP mangal e comunidade utilizadores 4 anos
comunidades Autarquias, pressão pela
alternativas de com actividades directos
os meios de dependentes de Academia, comunidade
subsistência de subsistência
subsistência das mangal ONGs e OSC e
criadas e alternativas
Pilar 1. comunidades sector privado
implementadas
Gestão, dependentes do
% de redução Províncias 3,350,000.00
Protecção ecossistema de II. Introduzir
da quantidade com maior
e Uso mangal e seus técnicas para MIREME,
Melhoria da de madeira incidência
Sustentável recursos, atraves melhoria da FUNAE, 50% de
Média MIMAIP de mangal 4 anos de uso de
do da promoção e ONGs e OSCs, redução
energética utilizada como mangal para
Ecossistema dissiminação de energética da sector privado
combustível combustível
de Mangal tecnologias que lenha e carvão
(lenha e carvão) lenhoso
promovem uma
gestão efectiva III. Incentivar Utilização Províncias 1,340,000.00
deste ecossistema o uso de fontes de fontes Nr de agregados com maior
MITA, Aumento
de energia de energia familiares que incidência
MIREME, de 50% de
Média alternativas MIMAIP alternativas usam fontes 4 anos de uso de
FUNAE, agregados
à madeira de como painéis alternativas de mangal para
ONGs e OSCs familiares
mangal para solares, e energia combustível
carvão e lenha outros lenhoso
561
562

Custos
(MZM)
I. Aceder 2,010,000.00
a programas
Mecanismos
de Áreas com
para Pagamento
elevado
pelos Serviços
implementados potencial de
de Ecossistemas,
MITA, FNDS, (para apoiar Nr de programas serviços do
contabalanço 1 por
Média MIMAIP ONG's, OSC's, os meios 3 anos ecossistema
da biodiversidade província
Sector privado alternativos de activos como o
e créditos de
subsistência, Rovuma ou
carbono como
restauração e o Delta do
REDD+, blue
conservação Zambeze
Pilar 1. carbon, Fundo
do mangal)
Gestão, e implementar Climático Verde
Protecção mecanismos e outros
e Uso sustentáveis de II. Estabelecer 335,000.00
Sustentável mecanismos e
MITA, FNDS,
do para a prioridades de e priorizados 1 por
Média MIMAIP ONG's, OSC's, Nr de programas 5 Anos Todo Pais
Ecossistema conservação do programas de província
Sector privado
de Mangal mangal do programas de Financimento
investigação;
III. Promover 1,340,0000.00
o eco-turismo
comunitário,
MITA,
que incluem Nr de Área com
MIMAIP, Infraestruturas
a construção infraestruturas Pelo menos elevado
MITUR sector privado, de eco-turismo 5 anos
de passadeiras de eco-turismo 1 potencial
ONGs, estabelecidas
e centros de comunitário turístico
comunidades
informação sobre
o ecossistema de
mangal
Subtotal
3,685,000.00
Pilar 1
I SÉRIE — NÚMERO 93
Metas
Custos
18 DE MAIO DE 2020

(MZM)

Nr de estudos 1,005,000.00
I. Rever o MITA, ONG's, base de
quadro legal Instituições Lacunas revisão da
Alta MIMAIP 1 1 ano Nacional
aplicável ao académicas e legislação
mangal de pesquisa relacionada
com o mangal
Nr de 3,015,000.00
2.1 Rever a II. Criar MITA, ONG's,
Regulamento Regulamentos
legislação legislação Instituições
Alta MIMAIP 1 6 meses Nacional
existente, académicas e
Pilar 2. mangal elaborado criados, se
mangal de pesquisa
Reforço da necessário
lacunas e criar
Legislação e III. Alinhar 1,005,000.00
legislação
a legislação
sobre o nacional com Nr de
Legislação
mangal as convenções compromissos
alinhada com Pelo menos
e protocolos relacionados
as convenções 75% dos
Média regionais e MIMAIP MITA com o mangal 2 anos Nacional
e protocolos compromissos
internacionais, adoptados
regionais e adoptados
relacionados na legislação
internacionais
com a gestão e nacional
conservação dos
mangais
I. Disseminar a 3,350,000.00
2.2. legislação sobre Governo local a
Disseminar a conservação nível provincial
Maior Nr de
a legislação e gestão e distrital,
Média MIMAIP consciencialização programas de 3 por província 1 ano Nacional
sobre a gestão sustentável Autarquias,
sobre a legislação disseminação
e conservação do mangal de ONGs e OSC e
do mangal forma adequada sector privado
a todos os níveis
563
564

Metas
Custos
(MZM)

II. Promover a Nr de 670,000.00


2.2. Disseminar Governo local a
participação das Comunidades membros da
a legislação nível provincial
comunidades com papel chave comunidade Pelo menos 5
sobre a gestão e Baixa MIMAIP e distrital, 4 anos Nacional
locais na na disseminação que por distrito
conservação do ONGs e OSC e
disseminação da da legislação participam na
Pilar 2. mangal sector privado
legislação disseminação
Reforço da
I. Reforçar Reduzidos 4,020,000.00
Legislação Governo local a Nr de Pelo menos 1
as acções de os impactos
e 2.3 Promover a Alta MIMAIP nível provincial acções de acção por mês 2 anos Nacional
negativos sobre
e distrital por distrito
aplicação da lei. os mangais
ecossistema de
mangal e seus II. Envolver a Governo local a Nr de agentes
Comunidades Pelo menos
recursos comunidade na nível provincial comunitários
Média MIMAIP envolvidas na 5 agentes por 2 anos Nacional
e distrital, envolvidos na
distrito
mangal ONGs
Subtotal
13,065,000.00
Pilar 2
I SÉRIE — NÚMERO 93
18 DE MAIO DE 2020

Metas
Custos
(MZM)

I. Implementar 13,065,000.00
programas de Governo
treinamento local a nível
Governo local
em matéria de provincial, Pelo menos 1
e comunidades Nr de
legislação do e distrital, por província
Baixa MIMAIP capacitados para capacitações 2 anos Nacional
mangal para Autarquias, e 2 em cada
implementação da realizadas
melhorar e autoridades distrito
legislação
facilitar a sua tradicionais e
aplicação e comunidades
implementação
II. Criar um 15,075,000.00
3.1 Reforçar a Nr de
programa de
capacidade de funcionários
Pilar 3. bolsas de estudo Funcionários do
intervenção a com
Capacitação em gestão Instituições estado formados Pelo menos 1
nível central Baixa MIMAIP formação 1 ano Nacional
e de recursos académicas em gestão de por província
e local para a em gestão
coordenação naturais para recursos naturais
implementação de recursos
funcionários do
da estratégia naturais
estado
Governo local a 18,090,000.00
nível provincial
III. Reforçar e distrital
Intervenientes
as capacidades (conselhos Nr de
com
dos diferentes consultivos e formações Pelo menos 2
Média MIMAIP conhecimento 2 anos Nacional
intervenientes autoridades em gestão do por província
técnico para
na gestão do tradcionais), mangal
gestão do mangal
mangal Autarquias, e
comunidades e
OSC)
565
566

Metas
Custos
(MZM)

IV. Treinar 13,400,000.00


técnicos e
DPMAIP´S
comunidades Nr de 2 técnicos
SDAE,SDPI,
locais em técnicos formados
Autoridades
monitoria e Acções de locais por distrito;5
tradicionais,
Média avaliação dos MIMAIP formação (distrito) e membros da 2 Anos Nacional
comunidades, OSC
recursos de implementadas membros da comunidade
Instituições de
mangal usando comunidade formados em
pesquisa, academia, e
técnicas formados cada distrito
ONGs
simples
padronizadas
V. Capacitar Governo local a nível Acções de Nr de 50,250,000.00
Pelo menos
3.1 Reforçar a diferentes provincial e distrital formação em formações
1 formação
capacidade de Alta intervenientes MIMAIP (SDAE , SDPI() restauração em 1 Ano Nacional
por distrito
Pilar 3. intervenção a na restauração ), Autarquias e de mangal restauração
por ano
Capacitação e nível central do mangal comunidades e OSC implementadas nos distritos
coordenação e local para a VI.Capacitar 20,100,000.00
implementação organizações
da estratégia de base
comuntárias
e outros
MITA, Intervnientes
intervenientes Nr de
MADER,Governo com
em tecnicas formações
local a nível conhecimentos pelo menos
Media para a MIMAIP em 2 Anos Nacional
provincial e distrital, tecnicos em 20 formações
construcao de restauração
Autarquias, OBC, construção de
infraestruras nos distritos
OSC. viveiros
de mangal
e acesso as
tecnologias de
producção em
viveiros..
I SÉRIE — NÚMERO 93
Metas
Custos (MZM)

MITA, 335,000.00
3.2 Reforçar a
MOPHRH,
coordenação
MTC,
multissectorial
I. Criar MIREME,
18 DE MAIO DE 2020

com Conselho Nr de 1 regulamento


Pilar 3. mecanísmos de MAEFP,
envolvimento Nacional de Regulamento interno e 5
Capacitação e Alta operacionalização MIMAIP MICTUR, 3 meses Nacional
de todos os Coordenação em interno e relatórios
coordenação da implementação instituições
actores-chave, funcionamento relatórios anuais anuais
da estratégia de ensino
atraves de
e pesquisa,
partilha de
ONGs, OSCs,
informação
CTA
DPTADER, 1,005,000.00
DPOPHRH,
DPTC, 9 regulamentos
II. Criar e
DPREME, Regulamento interno e 72
operacionalizar
DPAEFP, interno dos relatórios
os Conselhos Conselhos
DPCTUR, Conselhos semestrais de
Provinciais e Provinciais de
Alta MIMAIP instituições Provinciais de balanço (9 6 meses Nacional
Autarqwuicos de Coordenação em
de ensino Coordenação províncias,
Coordenação para funcionamento
e pesquisa, e relatórios 2 relatórios
implementação da
ONGs, OSCs, semestrais semestrais por
estratégia
sector privado, ano)
comunidades,
Autarquias
SDAE, SDPI, 2,010,000.00
Regulamento 50
Autoridades
III. Criar a Unidade Unidade de interno das regulamentos
tradicionais,
de implementação Implementação Unidades de internos e
Alta MIMAIP ONGs e OSCs, 9 meses Nacional
da coordenação a distritais em Implementação 100 relatórios
empresas
nível distrital funcionamento e relatórios semestrais de
privadas e
semestrais balanço
comunidades
IV. Elaborar Manual de 335,000.00
o Manual de Implementação Manual de
Alta MIMAIP 1 6 meses Nacional
Implementação da da estratégia Implementação
estratégia elaborado
Subtotal
133,665,000.00
Pilar 3
567
568

Metas
Custos
(MZM)

I. Desenvolver 5,025,000.00
12 distritos
um programa Conteúdo
costeiros
de educação DPEDH, de educação Programa
com mangal
integrando DPMAIP, relacionado de educação
Baixa MIMAIP 1 2 anos a selecionar
conteúdos DTADER, com o mangal com conteúdo
(pelo menos
relacionados com ONGs integrado nas de mangal
1 escola por
o mangal nas escolas
distrito)
escolas
804,000.00
II. Fomentar
programas de 12 distritos
4.1 visitas de estudo costeiros
Estudantes
Desenvolver em zonas de Nr de Visitas com mangal
SDAEs, com maior
Pilar 4. o interesse Baixa mangal como DPMAIPs de estudo 24 4 anos a selecionar
SDEJT, ONGs conhecimento
Educação e dos forma de motivar realizadas (pelo menos
sobre o mangal
consciencialização estudantes o interesse dos 1 escola por
ambiental pelo estudantes por distrito)
ecossistema este ecossistema
de mangal

III. Desenvolver 402,000.00


a capacidade
artística dos 12 distritos
estudantes, Nr de costeiros
através de Estudantes com Competições com mangal
Baixa competições MIMAIP SDEJT maior interesse escolares 24 4 anos a selecionar
escolares, para sobre o mangal com o tema (pelo menos
despertar o do mangal 1 escola por
interesse pela distrito)
conservação o
mangal
I SÉRIE — NÚMERO 93
Metas
18 DE MAIO DE 2020

Custos
(MZM)

Realizar 13,400,000.00
campanhas de
sensibilização
de boas práticas
(Radios
comunitárias Nr de
Maior
e Televisão) campanhas de
Pilar 4. 4.2. Promover a DPMAIP, conhecimento 2 25 distritos
em linguagem sensibilização
Educação e consciencialização DPTADER, sobre as boas campanhas costeiros
Média adequada MIMAIP (programas 4 anos
consciencialização pública sobre o SDAE, SDPI práticas para o anuais em com mangal
(Portugues e de TV e
ambiental mangal e ONGs uso sustentável 25 distritos
linguas locais)para rádio, posters,
dos mangais
o uso sustentável
dos mangais,
em linguagem
adequada, dirigida
aos vários sectores
da sociedade
II. Promover 10,050,000.00
programas de
Decisores
consciencialização 3 por ano
com maior Nr de
para decisores a (nacional,
Média MIMAIP MITA conhecimento Reuniões 4 anos Nacional
diferentes níveis, provincial e
sobre o valor temáticas
sobre o valor do distrital)
dos mangais
ecossistema de
mangal
Subtotal
29,681,000.00
Pilar 4
569
Metas 570
Custos
(MZM)

I.Elaborar um 335,000.00
programa e Instituições Conhecidos as
Alta prioridades de MIMAIP de pesquisa, areas tematicas Nr de estudos 6 1 Ano Nacional
investigação academia por estudar
em mangais
II. Realizar 16,700,000.00
inventários
do mangal
(mapeamento,
distribuição
de espécies Dados
Distritos
e estado de estatísticos Nr de
Alta MIMAIP MITA 50 2 Anos costeiros
conservação sobre o mangal Inventários
com mangal
do mangal, conhecidos

de áreas
degradadas
e causas de
5.1 Desenvolver degradação)
Pilar 5. Pesquisa pesquisa
e Gestão do aplicada para III. Realizar 1,340,000.00
Conhecimento apoio a tomada pesquisa
de decisão. aplicada em
ecologia
Melhorada a Pelo
e socio- Instituições Nr de
qualidade da menos 3
Média economia MIMAIP de pesquisa, publicações 2 anos Nacional
informação publicações
sobre os academia
produzida anuais
mangais,
para melhor
tomada de
decisões
IV.Aumentar N/A
a cooperação
entre
instituições MCTESTP, Nr de
Partilha de
de pesquisa instituições projectos de Pelo menos
Baixa MIMAIP conhecimento e 5 anos Nacional
nacionais e de pesquisa, investigação 1 por ano
metodologias
internacionais academia conjuntos
sobre
ecossistemas
de mangal
I SÉRIE — NÚMERO 93
Metas
Custos
(MZM)

V. Realizar N/A
estudos sobre Instituições
18 DE MAIO DE 2020

Maior
pagamento de pesquisa, Nr de estudos
Média MIMAIP conhecimento 5 por ano 2 anos Nacional
pelos serviços academia, realizados
sobre o mangal
de ecossistema e ONGs
outros
Nr de 10,500,000.00
VI. Disseminar Instituições
Maior seminários
os resultados de pesquisa,
Média MIMAIP conhecimento sobre o 2 5 anos Nacional
de estudos e academia,
sobre o mangal mangal no
pesquisas ONGs
país
VII. Elaborar 2,100,000.00
planos de gestão
dos recursos Melhorar a
pesqueiros do gestão de
5.1
mangal, baseado Instituições recusrso Nº de planos
Desenvolver
Alta numa abordagem MIMAIP de pesquisa, pesqueiros de gestão 2 2 Anos Nacional
Pilar 5. Pesquisa pesquisa
holistica e academia dependentes do realizados
e Gestão do aplicada
integrada com ecossistema do
Conhecimento para apoio
destaque para mangal
a tomada de
o caranguejo e
decisã
búzio do mangal
VIII.Realizar 1,340,000.00
Melhorar o
estudos sobre
Instituições conhecimento
o impacto das Numero
de pesquisa, sobre ao
Alta mudanças MIMAIP de estudos 2 5 Anos Nacional
academia, impacto das
climáticas para Realizados
ONGs mudanças
o ecossistema de
climáticas
mangal.
IX.Monitorar o 670,0000.00
Melhorar o
desmatamento
conhecimento
e degradação 1 por ano
sobre o Nr de
Media ambiental por MIMAIP MITA por cada 5 anos Nacional
estado de monitorias
satélite e outras provincia
conservação
tecnologias
do mangal
recomendadas
571
572

Metas
Custos
(MZM)

Instituições 3,350,000.00
I. Criar bases
de pesquisa,
de dados Informação
academia, Nr de Bases
Alta sobre os MIMAIP sistematizada e 1 1 ano Nacional
ONGs, de dados
mangais em compilada
5.2 Criar comunidades,
Moçambique
e divulgar governo
uma base de II. Criar uma 1,340,000.00
dados sobre o Instituições
plataforma
mangal. de pesquisa, Informação
digital de
academia, sistematizada e Nr de
Média partilha de MIMAIP 1 1 ano Nacional
ONGs, acessível para plataformas
informação
comunidades, o público
sobre o
governo
mangal.
Sub-Total
36,180,000.00
Pilar 5

Total 330,913,000.00
I SÉRIE — NÚMERO 93
18 DE MAIO DE 2020 573

Anexo II e animais marinhos que crescem e ocorrem na zona


costeira, entre as linhas de maré alta e baixa, e ao longo
da zona entre-marés banhada pelos rios. O ecossistema
CBD — Convenção da Diversidade Biológica. de mangal forma uma comunidade vegetal adaptada a
— Conselho Comunitário de pescas. ambiente hidrológico costeiro muito variável uma vez
CDS-ZC — Centro de Desenvolvimento Sustentável das Zonas que deve fazer face as alterações dos níveis de água,
Costeiras. oxigénio e salinidade.
— Centro de Pesquisa do Ambiente Marinho e Costeiro. – conjunto de actividades turísticas
— Instituto Nacional de Investigação Pesqueira. desenvolvidas nas áreas naturais, assegurando
INE — Instituto Nacional de Estatística. a conservação do ambiente e o bem-estar das
— União Internacional para a Conservação da Natureza. comunidades locais com o envolvimento dos turistas
— Ministério Para a Coordenação da Acção Ambiental. e consumidores de produtos e serviços turísticos.
— Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas.
— Ministério da Terra e Ambiente.
OBC — Organização de Base Comunitária. e o meio ambiente num ecossistema.
ODS — Objectivo de Desenvolvimento Sustentável. – alterações provocadas pelo
— Organização Não-governamental. homem.
OSC — Organização da Sociedade Civil. – alterações causadas por processos
— Serviços Distritais de Actividades Económicas. ou fenómenos naturais.
— Serviços Distritais de Planeamento e Infraestruturas. – operações de créditos de carbono
— Fundo Mundial para a Natureza. em mercados sem obrigações de entrega de direitos ou

gases efeitos estufa (GEE).


Anexo III
– mecanismo de avaliação económica do meio
ambiente e capital natural com instrumentos que
Para efeitos da presente Estratégia Nacional e Plano de Acção, permitem a concessão de incentivos económicos
entende-se por:
– actividades e práticas e imprescindíveis para o bem-estar humano.
de educação ambiental com recurso a diferentes formas REDD+ – redução de emissões resultantes do desmatamento
e actores da sociedade.
– Resultado
mensurável da conservação resultante de acções – restituição de um ecossistema ou de uma
destinadas a compensar impactos residuais adversos população bravia degradada, o mais próximo possível
significativos sobre a biodiversidade decorrentes da sua condição natural.
do desenvolvimento de um projecto após terem – refere-se ao conjunto
sido tomadas medidas apropriadas de prevenção de funções do ecossistema que correspondem a uma
e de mitigação.
(exemplo, colheitas de invertebrados e outros produtos
de uso da terra ou a redução a longo prazo da cobertura como materiais para construção e medicamentos)
florestal abaixo do limite de 30% de cobertura e "serviços" (exemplo, recreação, turismo, valor
de copas. cultural-espiritual, protecção costeira ou os benefícios
– refere-se ao conjunto derivados de determinadas funções de regulação
de árvores e outras plantas associadas bem como ecológica e habitat como o ar puro, a paisagem e função
os recursos pesqueiros, invertebrados, aves, insectos no combate às mudanças climáticas).
Preço — 120,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.


Quinta-feira, 11 de Maio de 2017 I SÉRIE —
­ Número 73

BOLETIM DA REPÚBLICA
   PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. ARTIGO 5


(Sistema nacional de áreas de conservação)
AVISO O sistema nacional de áreas de conservação é constituído
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser pelos órgãos de administração das áreas de conservação, os
remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada mecanismos de financiamento das áreas de conservação e a
assunto, donde conste, além das indicações necessárias para rede nacional das áreas de conservação.
esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado:
Para publicação no «Boletim da República». ARTIGO 8
(Mecanismos de financiamento das áreas de conservação)

1. Os mecanismos de financiamento das áreas


de conservação, são adoptados para minimizar os
SUMÁRIO prejuízos e aumentar os benefícios ao nível local, nacional
e internacional através do estabelecimento de:
Assembleia da República:
a) parceria público-privada e comunitária;
Lei n.º 5/2017: b) criação de instituições para apoio às actividades
Altera e republica a Lei n.º 16/2014, de 20 de Junho, Lei de conservação;
de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade c) capitalização da riqueza genética, fauna bravia, outros
Biológica. recursos naturais e dos conhecimentos locais e
tradicionais sobre o uso de material biológico;
d) compensação ao esforço da conservação, pelos serviços
ecológicos, e outros que forem estabelecidos pelo
Conselho de Ministros.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 2. Incumbe ao Governo a responsabilidade primária na
mobilização de recursos internos e externos necessários à
Lei n.º 5/2017 prossecução dos fins de conservação, incluindo o melhor
aproveitamento das janelas de financiamento, no quadro
de 11 de Maio dos acordos e convenções internacionais sobre protecção,
conservação da biodiversidade e do ambiente em geral.
Havendo necessidade de introduzir alterações à Lei
n.º 16/2014, de 20 de Junho, Lei de Protecção, Conservação ARTIGO 11
e Uso sustentável da Diversidade Biológica, ao abrigo do disposto
(Mecanismos de compensação ao esforço
no número 1, do artigo 179 da Constituição da República,
de conservação)
a Assembleia da República, determina:
1. A entidade pública ou privada, que explora recursos
ARTIGO 1 naturais na área de conservação ou sua zona tampão, beneficia
de protecção proporcionada por uma área de conservação
(Disposições alteradas)
e deve contribuir financeiramente para a protecção da
São alterados os artigos 2, 5, 8, 11, 50, 53, 54, 61, 62 da Lei biodiversidade na respectiva área de conservação.
n.º 16/2014, de 20 de Junho, que passam a ter a seguinte redacção: 2. A entidade pública ou privada, que explora recursos
naturais na área de conservação ou sua zona tampão, deve
“ARTIGO 2 compensar pelos seus impactos para assegurar que não haja
perda líquida da biodiversidade.
(Objecto) 3. O direito de uso e aproveitamento dos estoques
A presente Lei tem como objecto o estabelecimento dos de carbono existentes numa área de conservação e a
princípios e normas básicos sobre a protecção, conservação, sua respectiva zona tampão pertencem à entidade que
gere a respectiva área de conservação, podendo a sua
restauração e utilização sustentável da diversidade biológica
comercialização ser feita em colaboração com outras
em todo o território nacional, especialmente nas áreas entidades públicas ou privadas.
de conservação, bem como o enquadramento de uma 4. Os mecanismos de compensação ao esforço da
administração integrada, para o desenvolvimento sustentável conservação são definidos por regulamento do Conselho
do País. de Ministros.
406 I SÉRIE — NÚMERO 73

ARTIGO 50 ARTIGO 62
(Exercício da protecção e fiscalização) (Penas de prisão aos agentes do crime)

1.... 1. Está sujeito a pena de prisão maior de doze a dezasseis


2. A protecção e a fiscalização visam a prevenção e o anos e multa correspondente, aquele que:
combate a realização de quaisquer actividades que perturbem a) abater, sem licença, qualquer elemento das espécies
a harmonia da natureza, em todo o território nacional, protegidas ou proibidas da fauna e flora, incluindo
especialmente nas áreas de conservação e respectivas zonas as espécies constantes na lista dos Anexos I e II
tampão, e são exercidas por fiscais do Estado, agentes da CITES;
comunitários e fiscais ajuramentados. b) chefiar, dirigir, promover, instigar, criar ou financiar,
3.... aderir, apoiar, colaborar de forma directa ou
indirecta, grupo, organização ou associação de
ARTIGO 53 duas ou mais pessoas que, actuando de forma
(Normas gerais)
concertada, pratique conjunta ou separadamente,
o crime de abate ou destruição das espécies
1. São punidas com pena de prisão, multa e acompanhadas protegidas ou proibidas da fauna e flora, incluindo
de medidas de recuperação ou de indemnização obrigatória as espécies constantes na lista dos Anexos I e II da
os danos causados, sem prejuízo de aplicação das demais CITES ou a exploração ilegal de recursos minerais
sanções penais a que derem lugar. nas áreas de conservação e zona tampão;
2. .... c) sem permissão legal, extrair recursos florestais e
3. .... faunísticos, puser a venda, distribuir, comprar,
4. .... ceder, receber, proporcionar a outra pessoa,
5. .... transportar, importar, exportar, fizer transitar ou
ilicitamente detiver animais, produtos de fauna ou
ARTIGO 54 preparados das espécies protegidas ou proibidas,
(Infracções e sanções) incluindo as espécies constantes na lista dos
Anexos I e II da CITES.
1. Sem prejuízo de responsabilidade criminal, constituem
2. Está sujeito a pena de prisão maior de oito a doze anos
infracções puníveis com pena de multa que varia de 1 a 10
e multa correspondente, aquele que:
salários mínimos da função pública as seguintes:
a) caçar, nos meses que pelas normas for proibido o
a) ….
exercício da caça, ou que, nos meses que não forem
b) ….
defesos, caçar por modo proibido pelas mesmas
c) ….
normas;
2. Sem prejuízo de responsabilidade criminal, constituem b) sem permissão legal converter, transformar, mudar o
infracções puníveis com pena de multa que varia de 11 a 50 carácter original de partes orgânicas de quaisquer
salários mínimos da função pública as seguintes: espécie animal ou arvoredo legalmente protegida,
a) …. com o objectivo de ocultar ou dissimular a sua
b) …. origem ilícita, passagem, transporte, posse,
c) …. importação, exportação ou de auxiliar a pessoa
d) …. implicada nas infracções contra o meio ambiente a
e) …. escapar das autoridades da lei e eximir-se das suas
3. Sem prejuízo de responsabilidade criminal, constituem responsabilidades;
infracções puníveis com pena de multa que varia de 50 a c) puser veneno ou qualquer substância letal ou nociva
1000 salários mínimos da função pública a realização de a saúde animal no meio ambiente, em alimentos
exploração, armazenamento, transporte ou comercialização ou água dos rios, lagos, charcos ou qualquer local
onde os animais possam beber;
ilegal de espécies constantes na lista de espécies protegidas
d) colocar fogo e por este meio destruir no todo ou em
no País.
parte, floresta, mata ou arvoredo dentro das áreas
ARTIGO 61 de conservação e ou zona tampão;
e) praticar artes de pesca proibidas por lei, particularmente
(Armas proibidas) uso de explosivos, substâncias tóxicas, venenosas
1. É condenado à pena de prisão maior de doze a dezasseis ou equivalentes ou com recurso a rede varredoura
anos e multa correspondente, se pena mais grave não ou armadilha mais estreita que a que for limitada
pela entidade pública ou pescar por qualquer
couber, aquele que exercer actividade ilegal, numa área de
outro modo proibido pelas mesmas posturas
conservação, usando armas proibidas tais como definidas
ou regulamentos, ou ainda que pescar espécies
no Código Penal e em legislação específica. protegidas.”
2. É condenado à mesma pena do número anterior, aquele
que exercer actividade ilegal usando armadilhas mecânicas ARTIGO 2
ou de quaisquer tipos.
3. As armas de fogo apreendidas, assim como os (Aditamentos)
depoimentos de suspeitos detidos, fora do território nacional, São introduzidos na Lei n.º 16/2014, de 20 de Junho, Lei
indiciados de cometerem infracções previstas na presente de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade
Lei, constituem matéria de investigação e promoção de Biológica os artigos 59A, 63A, 63B e 63C com a seguinte
acção penal em relação ao proprietário e portador da arma. redacção.
11 DE MAIO DE 2017 407

“ARTIGO 59A Republicação da Lei n.º 16/2014, de 20


(Tentativa e frustração) de Junho, Lei de Protecção, Conservação
A tentativa e frustração de infracções previstas na presente e Uso Sustentável da Diversidade Biológica.
Lei são punidas como crime consumado.
A importância ambiental, económica, social, cultural
ARTIGO 63A e científica de ecossistemas naturais, terrestres e aquáticos no
fornecimento de bens e serviços para a sociedade moçambicana
(Buscas e apreensões)
justifica que se estabeleça uma legislação adequada, que promova
1. As buscas e apreensões de quaisquer produtos, objectos a protecção, conservação e uso sustentável da diversidade
e instrumentos de infracções previstas na presente Lei biológica em benefício da humanidade e dos moçambicanos,
podem ocorrer fora dos limites estabelecidos em legislação em particular.
processual penal em portos, aeroportos, residências, meios Nestes termos e ao abrigo do preceituado no número 1, do
de transporte, estabelecimentos comerciais e outros locais, artigo 179 da Constituição, a Assembleia da República determina:
desde que justificadas e judicialmente autorizadas.
2. A autorização judicial é dispensada nos casos de CAPÍTULO I
flagrante delito caso o ocupante da habitação não se oponha
à busca e lavrado o auto que deve ser por ele assinado. Disposições Gerais
ARTIGO 1
ARTIGO 63B
(Definições)
(Auxiliar do Ministério Público)
As definições dos termos usados na presente Lei constam
Na investigação e instrução preparatória de processos do Glossário, em anexo, que dela faz parte integrante.
referentes às infracções previstas na presente Lei, o Ministério
Público é auxiliado por técnicos do Ministério que superintende ARTIGO 2
o sector das áreas de conservação e pela Polícia competente.
(Objecto)
ARTIGO 63C
A presente Lei tem como objecto o estabelecimento dos
(Depósito e guarda de produtos de fauna e flora) princípios e normas básicos sobre a protecção, conservação,
restauração e utilização sustentável da diversidade biológica em
1. Os produtos de fauna bravia e flora apreendidos no
todo o território nacional, especialmente nas áreas de conservação,
âmbito da fiscalização, ao abrigo da presente Lei, devem
ser entregues imediatamente ao Ministério que superintende bem como o enquadramento de uma administração integrada,
o sector das áreas de conservação, para efeitos de para o desenvolvimento sustentável do País.
inventariação, extracção de amostras, exames laboratoriais, ARTIGO 3
guarda e controlo, sem prejuízo de acesso aos mesmos
durante a investigação criminal ou julgamento. (Âmbito)
2. Realizados os exames e actos subsequentes, a 1. O regime jurídico estabelecido na presente Lei é aplicável
autoridade judicial pode determinar, oficiosamente ou ao conjunto dos valores e recursos naturais existentes no território
mediante requerimento do Ministério Público ou outra
nacional e nas águas sob jurisdição nacional.
autoridade competente pela destruição por incineração
2. São abrangidas pela presente Lei todas as entidades públicas
dos produtos de fauna bravia, qualquer que seja a fase
ou privadas que directa ou indirectamente possam influir no
do processo.
sistema nacional das áreas de conservação do país.
3. No acto da destruição devem estar presentes, para além
do Ministério Público, o representante do Ministério que ARTIGO 4
tutela o sector das áreas conservação.
4. O acto de destruição referido no número anterior deve (Princípios)
ser certificado por auto. " A presente Lei rege-se pelos seguintes princípios:
ARTIGO 3 a) Património Ecológico - a diversidade biológica e
ecológica como património nacional e da humanidade
(Entrada em vigor) que deve ser preservada e mantida para o bem das
A presente Lei entra em vigor 15 dias após a sua publicação. gerações vindouras. O uso sustentável dos recursos
para o benefício dos moçambicanos e da humanidade
ARTIGO 4 na forma compatível com a manutenção dos
ecossistemas. A assunção, em pleno, pelo Estado,
(Republicação) da sua responsabilidade perante a humanidade pela
É Republicada a Lei n.º 16/2014, de 20 de Junho, Lei protecção da diversidade biológica no seu território,
de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade incluindo a responsabilidade administrativa e
Biológica. financeira;
b) Soberania - o direito e soberania do Estado e do povo
Aprovada pela Assembleia da República, 30 de Novembro
moçambicano de conservar e explorar os seus recursos
de 2016. – A Presidente da Assembleia da República,
naturais, tendo em conta políticas e legislação
Verónica Nataniel Macamo Dlhovo.
ambientais aplicáveis, assim como as convenções
Promulgada aos 4 de Abril de 2017. ratificadas e os acordos internacionais;
Publique-se. c) Igualdade - a igualdade entre os cidadãos e o
reconhecimento do papel do género na gestão, uso,
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi. conservação e reabilitação dos recursos naturais;
408 I SÉRIE — NÚMERO 73

d) Participação do Cidadão na Gestão e nos Benefícios - o 2. Compete ao Conselho de Ministros a definição de políticas
direito de todos os cidadãos de serem envolvidos nos que orientem a administração das áreas de conservação, as
processos decisórios, em toda a cadeia de valor da quais são implementadas e supervisionadas pelo Ministério que
conservação e na utilização sustentável dos recursos superintende o sector das áreas de conservação.
naturais; 3. Cabe ao órgão implementador da administração das
e) Responsabilidade Ambiental - a preservação, protecção áreas de conservação a execução das políticas para as áreas
e gestão do meio ambiente deve priorizar o de conservação, administrando-as, garantindo a participação e
responsabilização do sector privado e das comunidades locais.
estabelecimento de sistemas de prevenção de actos
lesivos ao ambiente. O dever de quem danifica os ARTIGO 7
recursos naturais, repô-los e/ou pagar os custos para a
eliminação e compensação dos danos por si causados (Gestão participativa das áreas de conservação)
de modo a garantir que não ocorra nenhuma perda 1. Compete ao Conselho de Ministros a criação do Conselho
líquida da biodiversidade ou dos recursos naturais; de Gestão da Área de Conservação, órgão consultivo, presidido
f) Desenvolvimento - o papel da conservação da diversidade pelo Administrador da Área de Conservação, constituído por
biológica e a criação e manutenção de áreas dedicadas representantes das comunidades locais, do sector privado, das
especificamente a este fim como instrumentos na associações e dos órgãos locais do Estado que, sob a supervisão do
promoção do desenvolvimento e na erradicação da órgão implementador da administração das áreas de conservação,
pobreza; apoia a gestão e maneio da respectiva área de conservação.
g) Parcerias Público-Privada - a promoção, pelo Estado, 2. Os Conselhos de Gestão das Áreas de Conservação apoiam
do envolvimento das autoridades locais e nacionais, a Administração da Área de Conservação na:
comunidades locais, sector privado, organizações não a) implementação de planos de maneio;
governamentais no desenvolvimento que permitam b) fiscalização das áreas de conservação;
a viabilização económica dessa política. O uso, pelo c) resposta às necessidades de desenvolvimento das
Estado, de mecanismos baseados em transparência, comunidades que legalmente residem nas áreas de
responsabilização e recompensa nas suas relações com conservação e nas zonas tampão;
o sector privado e com as comunidades locais; d) elaboração de planos estratégicos de desenvolvimento
h) Precaução e Decisão Informada - o fundamento das das áreas de conservação;
decisões relacionadas com a criação, alteração, gestão e) busca de novas actividades de rendimento que diminuam
e extinção de áreas de conservação num conhecimento a pressão exercida pelas comunidades locais sobre
científico amplo da diversidade biológica existente, a biodiversidade, incluindo negócios baseados na
biodiversidade;
o seu valor ecológico e das determinantes da sua
f) supervisão da implementação dos contratos de concessão
conservação, baseado num sistema de investigação
com operadores no âmbito do desenvolvimento de
e de partilha de informação que apoia os processos parceria público-privada e comunitárias;
decisórios, não prejudicando o princípio de precaução g) tomada de medidas que fortaleçam a capacidade de
onde esse conhecimento ainda é insuficiente. A conservação no contexto do plano de maneio.
promoção da disponibilidade e de fácil acesso de
informação relacionada com a conservação e os ARTIGO 8
recursos naturais para apoiar na implementação da
(Mecanismos de financiamento das áreas de conservação)
estratégia e aumentar o envolvimento e colaboração
dos cidadãos; 1. Os mecanismos de financiamento das áreas de conservação,
i) Cooperação Internacional - a plena assunção pelo país são adoptados para minimizar os prejuízos e aumentar os
do seu papel no esforço global e regional para garantir benefícios ao nível local, nacional e internacional através
a conservação da diversidade biológica cumprindo do estabelecimento de:
com as obrigações ambientais convencionadas e no a) parceria público-privada e comunitária;
desenvolvimento de formas de gestão integrada onde b) criação de instituições para apoio às actividades
os ecossistemas são partilhados com países vizinhos de conservação;
e se ligam às obrigações internacionais. c) capitalização da riqueza genética, fauna bravia,
outros recursos naturais e dos conhecimentos locais
CAPÍTULO II e tradicionais sobre o uso de material biológico;
d) compensação ao esforço da conservação, pelos
Administração das Áreas de Conservação serviços ecológicos, e outros que forem estabelecidos
ARTIGO 5 pelo Conselho de Ministros.
(Sistema nacional de áreas de conservação) 2. Incumbe ao Governo a responsabilidade primária na
mobilização de recursos internos e externos necessários à
O sistema nacional de áreas de conservação é constituído pelos prossecução dos fins de conservação, incluindo o melhor
órgãos de administração das áreas de conservação, os mecanismos aproveitamento das janelas de financiamento, no quadro dos
de financiamento das áreas de conservação e a rede nacional acordos e convenções internacionais sobre protecção, conservação
das áreas de conservação. da biodiversidade e do ambiente em geral.

ARTIGO 6 ARTIGO 9
(Órgãos de administração das áreas de conservação) (Parceria público-privada e comunitária)

1. O Estado administra as áreas de conservação de forma 1. O Estado pode estabelecer parcerias com o sector privado,
participativa, estabelecendo mecanismos apropriados para a comunidades locais, organizações da sociedade civil nacionais
participação das entidades públicas, privadas e comunitárias. e estrangeiras mediante contrato e sob financiamento, no todo
11 DE MAIO DE 2017 409

ou em parte, do parceiro privado para a administração das g) promover a utilização dos princípios e práticas de
áreas de conservação, criando sinergias a favor da conservação conservação e maneio de recursos naturais, no processo
da diversidade biológica, sem prejuízo da partilha das de desenvolvimento, especialmente por parte das
responsabilidades nos custos e benefícios da gestão das áreas comunidades locais;
de conservação. h) proteger as paisagens naturais e culturais de especial
2. O Estado pode estabelecer parcerias em forma de contrato de beleza bem como os patrimónios natural e cultural,
concessão de direitos ao sector privado e às comunidades locais, representativos da identidade nacional;
com fins de geração de rendimentos. i) proteger e recuperar recursos hídricos e áreas húmidas;
j) incentivar e desenvolver as actividades de investigação
ARTIGO 10 científica;
(Instituições para apoio à conservação) k) promover a educação ambiental, a interpretação da
natureza, o lazer e recreação, bem como o ecoturismo
O Estado incentiva e apoia o sector privado a criar instituições nas áreas de conservação.
com o objectivo de apoiar as actividades de conservação da
diversidade biológica, prestando todas as facilidades, nos termos CAPÍTULO III
da lei. Zonas de Protecção
ARTIGO 11 SECÇÃO I

(Mecanismos de compensação ao esforço de conservação) Classificação das zonas de protecção e categorias das áreas de
conservação
1. A entidade pública ou privada, que explora recursos naturais
ARTIGO 13
na área de conservação ou sua zona tampão, beneficia de protecção
proporcionada por uma área de conservação e deve contribuir (Classificação das zonas de protecção)
financeiramente para a protecção da biodiversidade na respectiva
1. As zonas de protecção são áreas territoriais delimitadas,
área de conservação.
representativas do património natural nacional, destinadas à
2. A entidade pública ou privada, que explora recursos naturais
conservação da diversidade biológica e de ecossistemas frágeis
na área de conservação ou sua zona tampão, deve compensar
ou de espécies animais ou vegetais.
pelos seus impactos para assegurar que não haja perda líquida
2. As zonas de protecção são classificadas para garantir a
da biodiversidade.
conservação representativa dos ecossistemas e espécies e a
3. O direito de uso e aproveitamento dos estoques de carbono
coexistência das comunidades locais com outros interesses e
existentes numa área de conservação e a sua respectiva zona
valores a conservar.
tampão pertencem à entidade que gere a respectiva área de
3. As zonas de protecção classificam-se em:
conservação, podendo a sua comercialização ser feita em
colaboração com outras entidades públicas ou privadas. a) áreas de conservação total;
3. Os mecanismos de compensação ao esforço da conservação b) áreas de conservação de uso sustentável.
são definidos por regulamento do Conselho de Ministros. 4. Consideram-se áreas de conservação total as áreas de
domínio público, destinadas à preservação dos ecossistemas e
ARTIGO 12 espécies sem intervenções de extracção dos recursos, admitindo-
(Rede nacional de áreas de conservação) se apenas o uso indirecto dos recursos naturais com as excepções
previstas na presente Lei.
1. A rede nacional de áreas de conservação é constituída por 5. Consideram-se áreas de conservação de uso sustentável
um conjunto de áreas de conservação categorizadas ao abrigo as áreas de domínio público e de domínio privado, destinadas à
da presente Lei. conservação, sujeito a um maneio integrado com permissão de
2. A rede nacional de áreas de conservação tem como níveis de extracção dos recursos, respeitando limites sustentáveis
objectivos fundamentais: de acordo com os planos de maneio.
a) contribuir para a manutenção da diversidade biológica
e dos recursos genéticos no território nacional e nas ARTIGO 14
águas jurisdicionais moçambicanas;
(Áreas de conservação total)
b) proteger as espécies ameaçadas de extinção, raras e
endémicas nos âmbitos nacional, provincial, distrital São categorias de maneio das áreas de conservação total as
e autárquico; seguintes:
c) contribuir para a preservação e a restauração da a) reserva natural integral;
diversidade de ecossistemas naturais, terrestres ou b) parque nacional;
aquáticos; c) monumento cultural e natural.
d) promover o desenvolvimento sustentável a partir do uso
e aproveitamento sustentável dos recursos naturais; ARTIGO 15
(Reserva natural integral)
e) valorizar económica e socialmente a diversidade
biológica, promovendo actividades sustentáveis 1. A reserva natural integral é uma área de conservação
incluindo a caça, concessionamento de direitos para total, de domínio público do Estado, delimitada, destinada à
exercício do turismo contemplativo e pesca, de forma preservação da natureza, à manutenção dos processos ecológicos,
a dotar financeiramente a conservação; do funcionamento dos ecossistemas e das espécies ameaçadas
f) conservar os recursos naturais necessários à subsistência ou raras.
das comunidades locais, respeitando e valorizando o 2. Na reserva natural integral são rigorosamente proibidas,
seu conhecimento e a sua cultura; excepto por razões científicas para fins de fiscalização ou para
410 I SÉRIE — NÚMERO 73

a prática de turismo de contemplação, desde que sem qualquer b) proporcionar a realização de actividades de ecoturismo,
implantação de infra-estrutura, as seguintes actividades: recreação, educação e investigação científica;
a) caçar, pescar, acampar, exercer qualquer exploração c) garantir a preservação e reprodução das espécies ou
florestal, agrícola ou mineira; formações vegetais raras, endémicas, protegidas e em
b) realizar pesquisas, prospecções, sondagens, terraplanagens via de extinção;
ou trabalhos destinados a modificar o aspecto do d) prevenir ou eliminar qualquer forma de ocupação ou
terreno ou da vegetação; exploração incompatível com o objecto da tutela de
c) praticar quaisquer actos que prejudiquem ou perturbem monumento;
a diversidade biológica; e) contribuir para o desenvolvimento económico e social
d) introduzir ou colher quaisquer espécies zoológicas ou local, pela promoção do turismo e da participação das
botânicas quer indígenas, quer exóticas, selvagens ou comunidades locais nos benefícios resultantes dessas
domésticas. actividades.
3. Podem ser demarcadas reservas naturais integrais em outras 3. O maneio é realizado consoante a tradição, uso restrito,
categorias de áreas de conservação previstas na presente Lei. princípios e as necessidades de conservação do monumento.
ARTIGO 16 4. São também considerados monumentos naturais as árvores
de valor ecológico, estético, histórico e cultural.
(Parque nacional)
ARTIGO 18
1. O parque nacional é uma área de conservação total, de
domínio público do Estado, delimitada, destinada a propagação, (Áreas de conservação de uso sustentável)
protecção, conservação, preservação e maneio da flora e fauna
bravias bem como à protecção de locais, paisagens ou formações 1. São categorias de maneio das áreas de conservação de uso
geológicas de particular valor científico, cultural ou estético, no sustentável as seguintes:
interesse e para recreação pública, representativos do património a) reserva especial;
nacional. b) área de protecção ambiental;
2. Excepto por razões científicas ou por necessidades de c) coutada oficial;
maneio, no parque nacional são rigorosamente interditas as d) área de conservação comunitária;
seguintes actividades: e) santuário;
a) caçar, exercer qualquer exploração florestal, agrícola, f) fazenda do bravio;
mineira ou pecuária; g) parque ecológico municipal.
b) realizar pesquisa ou prospecção, sondagem ou construção
2. As áreas de conservação podem ser de âmbito nacional,
de aterros;
provincial, distrital e municipal.
c) todos os trabalhos tendentes a modificar o aspecto do
3. As responsabilidades e contrapartidas dos órgãos do Estado,
terreno ou as características da vegetação bem como
provocar a poluição das águas; das autarquias locais e das autoridades comunitárias aos diferentes
d) todo o acto que, pela sua natureza possa causar níveis são regulamentadas pelo Conselho de Ministros.
perturbações a manutenção dos processos ecológicos, ARTIGO 19
à flora, fauna e ao património cultural;
e) toda a introdução de espécies zoológicas ou botânicas (Reserva especial)
quer indígenas quer exóticas, selvagens ou domésticas.
1. A reserva especial é uma área de conservação de uso
3. Nos parques nacionais admite-se a presença do Homem sob sustentável, de domínio público do Estado, delimitada, destinada
condições controladas previstas no plano de maneio, desde que à protecção de uma determinada espécie de fauna ou flora raras,
não constitua ameaça à preservação dos recursos naturais e da endémica ou em vias de extinção ou que denuncie declínio ou
diversidade biológica. com valor cultural e económico reconhecido.
4. Nos parques nacionais permite-se a investigação científica
2. Aplicam-se à reserva especial as permissões e proibições
controlada e monitoria dos seus recursos naturais para fins de
previstas para o parque nacional, com as excepções previstas na
gestão da área.
presente Lei.
5. A intervenção de maneio de espécies de flora e fauna dirige-
se apenas para manter o equilíbrio ecológico, garantindo-se o 3. Exceptuando os recursos cuja exploração é permitida pelo
controlo das populações das respectivas espécies. plano de maneio, é proibida a exploração de quaisquer recursos
na reserva especial.
ARTIGO 17 4. A reserva especial pode ser de interesse nacional ou
(Monumento cultural e natural)
provincial, consoante os interesses que procuram salvaguardar.

1. Os monumentos constituem áreas de conservação total de ARTIGO 20


domínio público do Estado, autárquico, comunitário ou privado, (Área de protecção ambiental)
contendo um ou mais elementos com valor natural, estético,
geológico, religioso, histórico ou cultural excepcional ou único, 1. A área de protecção ambiental é uma área de conservação de
em área inferior a 100 hectares que, pela sua singularidade uso sustentável, de domínio público do Estado, delimitada, gerida
e raridade, exigem a sua conservação e manutenção da sua de forma integrada, onde a interacção entre a actividade humana
integridade. e a natureza modelam a paisagem com qualidades estéticas,
2. Os monumentos visam a realização dos seguintes fins: ecológicas ou culturais específicas e excepcionais, produzindo
a) proteger ou conservar elementos naturais ou culturais serviços ecológicos importantes para os seus residentes e seus
específicos; vizinhos.
11 DE MAIO DE 2017 411

2. A área de protecção ambiental visa a realização dos seguintes onde estas possuem o direito de uso e aproveitamento da terra,
objectivos: destinada à conservação da fauna e flora e uso sustentável dos
a) assegurar a protecção e preservação dos componentes recursos naturais.
ambientais, bem como a manutenção e melhoria dos 2. A área de conservação comunitária visa a realização dos
ecossistemas de reconhecido valor ecológico e sócio- seguintes objectivos:
económico; a) proteger e conservar os recursos naturais existentes na
b) manter uma relação harmoniosa da natureza e da área do uso consuetudinário da comunidade, incluindo
cultura, protegendo a paisagem e garantindo formas conservar os recursos naturais, florestas sagradas
tradicionais de ocupação do solo e de construção, bem e outros sítios de importância histórica, religiosa,
como de expressão de valores sócio-culturais; espiritual e de uso cultural para a comunidade local;
c) encorajar modos de vida e actividades sócio-económicas b) garantir o maneio sustentável dos recursos naturais de
sustentáveis em harmonia com a natureza, bem forma a resultar no desenvolvimento sustentável local;
como com a preservação de valores culturais das c) assegurar o acesso e perenidade das plantas de uso
comunidades locais;
medicinal e à diversidade biológica em geral.
d) manter a diversidade da paisagem e do habitat, bem como
as espécies e ecossistemas associados; 3. O licenciamento para o exercício de actividades de
e) prevenir e eliminar qualquer forma de ocupação do solo exploração de recursos a terceiros só pode ser feito com
e actividades incompatíveis que, pela dimensão ou prévio consentimento das comunidades locais, após processo
grandeza, ponham em causa os objectivos da protecção de auscultação, que culmine na celebração de um contrato
da paisagem; de parceria.
f) proporcionar aos cidadãos espaços de lazer ao ar livre 4. A gestão dos recursos naturais existentes na área de
respeitando as qualidades essenciais da área de conservação comunitária é feita de acordo com as regras e práticas
conservação; consuetudinárias das respectivas comunidades locais, mas sem
g) contribuir para o desenvolvimento sustentável ao nível prejuízo do cumprimento da legislação nacional.
local, pela promoção do turismo e da participação das
comunidades locais nos benefícios resultantes dessas ARTIGO 23
actividades.
(Santuário)
3. A área de protecção ambiental pode abranger áreas terrestres,
águas lacustres, fluviais ou marítimas e outras zonas naturais 1. Santuário é uma área de domínio público do Estado ou de
distintas. domínio privado, destinada à reprodução, abrigo, alimentação e
4. Na área de protecção ambiental podem ser explorados investigação de determinadas espécies de fauna e flora.
os recursos naturais, observando o plano de desenvolvimento 2. O santuário pode ser demarcado dentro de uma área de
integrado. conservação já criada ou fora dela.
5. No interior da área de protecção ambiental podem existir 3. Os recursos existentes no santuário podem ser explorados
outras categorias de áreas de conservação. mediante licença especial, nos termos a regulamentar,
exceptuando as espécies que se pretendam proteger, desde que
ARTIGO 21 estejam de acordo com o respectivo plano de maneio e com a
(Coutada oficial) presente Lei.
4. No santuário podem ser realizadas actividades de
1. A coutada oficial é uma área de conservação de uso
repovoamento de espécies, mediante observância do disposto na
sustentável, de domínio público do Estado, delimitada, destinada a
legislação nacional e do respectivo plano de maneio.
actividades cinegéticas e a protecção das espécies e ecossistemas,
na qual o direito de caçar só é reconhecido por via do contrato de
concessão celebrado entre o Estado e o operador. ARTIGO 24
2. São interditas na coutada oficial as actividades susceptíveis (Fazenda do bravio)
de comprometer os objectivos que conduziram à celebração do
contrato de concessão referido no número anterior. 1. Fazenda do bravio é uma área de domínio privado vedada e
3. É permitido o uso de recursos florestais e faunísticos por destinada a conservação de fauna e flora em que o direito de caçar
parte das comunidades locais, desde que realizado em moldes é limitado ao respectivo titular do direito de uso e aproveitamento
sustentáveis com fins de subsistência e não comprometa os da terra ou àqueles que deles houver autorização, sendo que uns
objectivos referidos no número 1 do presente artigo. e outros carecem da respectiva licença emitida pela autoridade
4. Podem ser realizadas na coutada oficial actividades de competente.
repovoamento de recursos cinegéticos mediante observância do 2. O titular da fazenda do bravio pode estabelecer uma
disposto na legislação nacional e o respectivo plano de maneio. exploração equilibrada de determinadas espécies para a produção
5. A gestão da coutada oficial deve ser realizada de acordo de carne e aproveitamento de outros despojos e subprodutos.
com um plano de maneio devidamente aprovado pelo órgão 3. O titular da fazenda do bravio que colocar animais em
implementador da administração das áreas de conservação, sob cativeiro é responsável pela alimentação, saúde e manutenção.
proposta da entidade gestora. 4. O titular da fazenda do bravio tem a pertença dos animais
ARTIGO 22 que introduzir.
5. Caso o titular da fazenda do bravio pretenda ter a pertença
(Área de conservação comunitária) dos animais encontrados na área pode comprá-los ao Estado.
1. A área de conservação comunitária constitui área de 6. Na fazenda do bravio podem ser realizadas actividades de
conservação de uso sustentável, do domínio público comunitário, repovoamento de espécies, mediante observância do disposto na
delimitada, sob gestão de uma ou mais comunidades locais legislação nacional e do respectivo plano de maneio.
412 I SÉRIE — NÚMERO 73

ARTIGO 25 ARTIGO 29
(Parque ecológico autárquico) (Caça por licença simples)
1. O parque ecológico autárquico é uma área de conservação de 1. A caça por licença simples é exercida pelas comunidades
uso sustentável de domínio público autárquico, para a conservação locais, nas áreas de conservação de uso sustentável e nas zonas
de ecossistemas sensíveis no contexto urbano e de povoação. tampão com o objectivo de satisfazer necessidades de consumo
2. O parque ecológico autárquico visa a realização dos próprio.
seguintes objectivos:
2. O licenciamento da caça para os membros das comunidades
a) proteger elementos da natureza cruciais para o equilíbrio locais, nos termos do número anterior, é feito pelos conselhos
ecológico da autarquia local, incluindo terras húmidas, locais de acordo com as normas e práticas costumeiras e em
mangais, encostas, dunas, áreas florestais;
coordenação com o sector de tutela.
b) proteger e conservar espécies e ecossistemas endémicos,
raros ou ameaçados; ARTIGO 30
c) prevenir a ocupação arbitrária e a urbanização
descontrolada e desregrada dos espaços verdes (Caça desportiva)
localizados nas autarquias locais;
A caça desportiva é exercida por pessoas singulares nacionais
d) contribuir para a qualidade de vida dos munícipes;
e) estimular a educação ambiental, recreação e lazer dos e estrangeiras, nas coutadas oficiais, nas fazendas do bravio e em
munícipes bem como a prática de ecoturismo; outras áreas de conservação de uso sustentável e zonas tampão,
f) permitir a regeneração de espécies essenciais à em conformidade com o plano de maneio.
subsistência das populações;
g) incentivar a pesquisa científica, especialmente associada ARTIGO 31
aos estabelecimentos de ensino e investigação. (Caça comercial)
3. No parque ecológico autárquico é admitida a presença
A caça comercial é exercida por pessoas singulares ou
do homem, desde que não ponha em causa os objectivos que
presidiram a sua criação. colectivas nas fazendas do bravio, visando a obtenção dos
despojos ou de troféus para a comercialização, através da criação
SECÇÃO II de animais bravios nos termos da presente Lei e demais legislação
Actividades nas áreas de conservação
aplicável.
ARTIGO 26 ARTIGO 32
(Exercício de actividades nas áreas de conservação) (Instrumentos e meios de caça)
1. Por razões de necessidade, utilidade ou interesse público, As restrições à prática de caça são objecto de regulamentação
pode ser autorizado o exercício de actividades nas áreas de específica, não sendo permitida a utilização de meios e
conservação referidas na presente Lei, de acordo com os
instrumentos que resultem na apanha ou abate indiscriminado
objectivos de cada categoria da área, que incluem:
de espécies ou indivíduos, tais como queimadas, explosivos,
a) concessões para o exercício da actividade turística; laços, armadilhas mecânicas, substâncias tóxicas, venenosas
b) concessões para a prática ou exercício cinegético;
e armas automáticas.
c) caça, pesca e exploração do recurso florestal;
d) captura de animais vivos e apanha de ovos; ARTIGO 33
e) apicultura;
f) investigação científica. (Caça em defesa de pessoas e bens)
2. Outras actividades podem ser autorizadas se previstas no 1. A caça fora das modalidades previstas na presente Lei só
plano de maneio. é permitida em defesa de pessoas e bens, contra ataques actuais
ARTIGO 27 ou iminentes de animais bravios quando não seja possível
o afugentamento ou captura;
(Legislação aplicável às actividades nas áreas de conservação) 2. A caça referida no presente artigo é exercida prontamente,
As concessões para o exercício das actividades turística, após o conhecimento dos factos, pelas brigadas especializadas
cinegética, pesca, exploração florestal, apicultura e investigação do Estado ou pelo sector privado e pelas comunidades locais
científica são implementadas obedecendo a legislação específica, devidamente autorizadas.
as permissões e restrições impostas pela presente Lei e o plano
de maneio da respectiva área de conservação. ARTIGO 34

ARTIGO 28 (Períodos de defeso)

(Modalidades de caça) Compete ao Conselho de Ministros estabelecer os períodos de


defeso geral e especiais previstos na presente Lei.
1. O exercício da caça deve observar as seguintes modalidades:
a) caça por licença simples; ARTIGO 35
b) caça desportiva;
(Concessões para a actividade cinegética)
c) caça comercial.
2. Os termos e condições e as quotas anuais de abate de animais Por diploma próprio são estabelecidas as condições específicas
bravios, bem como os instrumentos permitidos para a prática de de realização de actividade cinegética nas coutadas oficiais,
caça nas modalidades referidas no número anterior são fixados fazendas do bravio em outras áreas de conservação de uso
por diploma específico. sustentável e nas zonas tampão em regime de concessão.
11 DE MAIO DE 2017 413

SECÇÃO III pelo sector privado, por organizações não governamentais, por
Área de conservação transfronteiriça
comunidades locais ou pelos munícipes, consoante as categorias
em causa.
ARTIGO 36
ARTIGO 39
(Área de conservação transfronteiriça)
(Ordenamento do território)
1. A área de conservação transfronteiriça é uma área estabelecida
por um instrumento legal e gerida de forma colaborativa, que 1. A criação, modificação, extinção e administração de áreas
atravessa uma ou mais fronteiras entre Estados, composta por de conservação devem ser compatibilizadas com a legislação
áreas de conservação ou outras formas de uso da terra, que por que se rege o ordenamento do território nos níveis nacional,
contribuem para a protecção e manutenção da diversidade provincial, distrital e autárquico.
biológica e dos recursos naturais e culturais associados, bem 2. As regiões ecológicas onde se situam uma ou mais áreas de
como promove o desenvolvimento sócio-económico. conservação devem ser objecto do plano especial de ordenamento
2. Constituem objectivos da área de conservação transfronteiriça: do território que inclua, igualmente, as zonas tampão, corredores
ecológicos e outros elementos essenciais à preservação do
a) a cooperação regional ou internacional na gestão de equilíbrio ecológico e à continuidade espacial.
recursos partilhados; 3. A delimitação das áreas de conservação é, obrigatoriamente,
b) a prossecução dos objectivos de cada categoria de área registada no Cadastro Nacional de Terras, enquanto instrumento
de conservação e que são integrados nas áreas de geral de ordenamento do território.
conservação transfronteiriça;
c) a implementação de abordagens comuns da conservação SECÇÃO V
de ecossistemas e espécies para manter a conectividade Zona tampão
de habitat, formações vegetais e de populações de
ARTIGO 40
animais.
(Zona tampão)
3. A área de conservação transfronteiriça é estabelecida por
tratado ou acordo celebrado e aprovado pelos órgãos competentes 1. A zona tampão é uma porção territorial delimitada em
do Estado. redor da área de conservação, formando uma faixa de transição
entre a área de conservação e a área de utilização múltipla com
SECÇÃO IV o objectivo de controlar e reduzir os impactos decorrentes das
actividades incompatíveis com a conservação da diversidade
Criação, modificação ou extinção de áreas de conservação
biológica, tanto de dentro para fora, como de fora para dentro da
ARTIGO 37 área de conservação.
(Aprovação, modificação e extinção das áreas de conservação) 2. A criação da zona tampão visa:
1. Compete ao Conselho de Ministros aprovar, modificar ou a) formação de uma área de amortecimento no redor de
extinguir as reservas naturais totais, os parques nacionais, os uma área de conservação que minimize as pressões
monumentos culturais e naturais de domínio público do Estado, das diversas actividades humanas;
as reservas especiais, as áreas de protecção ambiental, as coutadas b) protecção de cursos e demais fontes de água, resguardando
oficiais, independentemente das suas dimensões, bem como a sua qualidade e a quantidade;
os santuários, as fazendas do bravio e as áreas de conservação c) promoção e manutenção da paisagem em geral e do
comunitárias com dimensões superiores a 10.000 hectares. desenvolvimento do turismo, com a participação do
2. Compete ao Ministro que tutela as áreas de conservação sector privado e das comunidades locais;
aprovar, modificar ou extinguir os santuários, as fazendas do d) promoção da educação ambiental servindo como base
bravio e as áreas de conservação comunitárias com dimensão para consolidar a atitude de respeito às actividades
entre 1.000 a 10.000 hectares. e necessidades ligadas à conservação e a qualidade
3. Compete ao governo provincial aprovar, modificar ou de vida;
extinguir as fazendas do bravio, os santuários e as áreas de e) contenção da urbanização contínua e desordenada;
conservação comunitárias com dimensão até ao limite máximo f) consolidação de usos adequados de actividades
de 1.000 hectares, bem como os monumentos cultural e natural complementares à proposta do plano de maneio da
de domínio público comunitário e de domínio privado. área de conservação;
4. Compete à assembleia municipal aprovar, modificar ou g) estender as medidas de conservação de forma a promover
extinguir os monumentos cultural e natural de domínio público o uso sustentável dos recursos naturais;
autárquico e os parques ecológicos municipais que se localizam h) providenciar a função de corredores ecológicos de forma
dentro dos limites da respectiva autarquia. a assegurar a manutenção da estrutura e processos
5. O processo de criação, modificação ou extinção de áreas de biológicos, a conectividade de habitat bem como
conservação segue o processo indicado na legislação sobre a terra. a movimentação de material genético entre áreas
6. A reserva natural total, o parque nacional e a reserva de conservação.
especial possuem uma zona tampão, parte integrante da área de 3. Na zona tampão, qualquer actividade susceptível de
conservação, de acordo com as condições ecológicas. afectar a sua biótica deve ser previamente aprovada pelo órgão
implementador da administração das áreas de conservação e
ARTIGO 38 sujeita ao licenciamento ambiental, baseado na avaliação do
(Proposta de criação de áreas de conservação)
impacto ambiental, nos termos da legislação específica.
4. A criação da zona tampão deve obedecer aos mesmos
A proposta de criação de áreas de conservação pode ser pressupostos do artigo 39, sobre a aprovação, modificação
feita pelos órgãos governamentais, por instituições académicas, ou extinção de áreas de conservação.
414 I SÉRIE — NÚMERO 73

SECÇÃO VI e) a orientação da gestão dos recursos naturais e as eventuais


Gestão das áreas de conservação
medidas de restauração do meio ou de espécies em
situação crítica;
ARTIGO 41
f) as infra-estruturas e medidas de fomento de actividades
(Regime de usos) tradicionais e outras melhorias das condições de vida
da população local;
1. Os eventuais usos ou exercício de actividades numa área
g) as normas de visitas da área, quando necessário, a
de conservação devem obedecer ao previsto na presente Lei e
segurança dos visitantes, os aspectos de informação
respectiva regulamentação e, se for o caso, a delimitação da área
e interpretação da natureza e, em geral, todo o uso
e as demais determinações do plano de maneio.
público;
2. Os usos compatíveis com a área podem ser sujeitos a
h) as instalações e infra-estruturas necessárias para a gestão
autorização directa da administração da mesma, desde que
da área;
previstos pelo plano de maneio e, em caso de eventuais pedidos
i) os planos especiais que devam ser elaborados para tratar
de autorização provenientes de outros órgãos do Estado, estes
em detalhe qualquer aspecto da infra-estrutura ou
carecem do parecer da administração da área e tem carácter
necessidade de gestão da área;
vinculativo.
3. Os usos incompatíveis com a finalidade da área de j) os estudos necessários para conhecer melhor a área,
conservação, em cada caso, ficam fora da respectiva ordenação contendo o seguimento das condições ambientais e
e devem ser eliminados com a urgência que couber. de uso necessários para apoiar a gestão e a estimação
económica das inversões correspondentes, se houver;
ARTIGO 42 k) o regime de gestão e envolvimento de parceiros.
(Normas de gestão) 2. O plano de maneio deve abranger a área de conservação, a
sua zona tampão, incluindo medidas com o fim de promover a
1. A administração da área de conservação deve procurar sua integração à vida económica e social das comunidades locais.
salvaguardar os valores que motivaram a sua declaração, manter 3. O plano de maneio de uma área de conservação possui a
a qualidade ambiental e, na medida do possível, restaurar o meio. mesma força legal que o plano de gestão ambiental e o plano de
2. As espécies catalogadas que se encontrem no interior ordenamento territorial.
de uma área de conservação recebem especial atenção, com 4. Como medida transitória, enquanto não houver ou se
vista à recuperação da sua população e eliminação dos factores prepara o plano de maneio, a área de conservação pode ser
de ameaça.
gerida através duma declaração de intenções de maneio, que deve
3. As variedades de cultivo e espécies de animais autóctones
incluir uma descrição dos valores dos recursos naturais e culturais
que possam ser encontradas na área de conservação são
significativos e existentes na área e uma proposta de gestão e uso.
consideradas recursos genéticos de interesse para a preservação
da diversidade biológica e são inventariadas e objecto de atenção CAPÍTULO IV
especial caso a sua sobrevivência estiver ameaçada.
4. A administração da área de conservação deve garantir que Recuperação e Restauração da Diversidade Biológica
o aproveitamento dos recursos naturais, onde sejam autorizados, ARTIGO 44
se faça de maneira controlada e sustentável.
(Critério geral)
5. A administração da área de conservação deve gerir a mesma
em colaboração com as comunidades locais e fomentar e apoiar 1. O Estado promove a recuperação de áreas degradadas
as actividades que, sendo compatíveis com a sua conservação, através do reflorestamento, preferencialmente nas dunas, bases
contribuam para a melhoria de qualidade de vida das comunidades e encostas das montanhas, vales e outras zonas sensíveis, bacias
locais. hidrográficas e nos ecossistemas frágeis.
2. O Estado promove o repovoamento da fauna bravia de
ARTIGO 43
acordo com o plano de maneio previamente aprovado e com a
(Plano de maneio) observância da legislação sobre a matéria.
1. As áreas de conservação devem ser geridas através de um 3. Nas áreas de conservação não é permitida a transformação
plano de maneio enquanto documento técnico mediante o qual, de área degradada para outra finalidade de uso devendo esta ser
com fundamento nos objectivos gerais da área de conservação, restaurada à sua condição anterior.
se estabelece o ordenamento e as normas que devem presidir o
uso e o maneio dos recursos naturais, inclusive a implantação ARTIGO 45
das infra-estruturas necessárias à gestão da área, nomeadamente: (Responsabilização)
a) os objectivos de gestão e o seu alcance temporal;
b) a classificação da área e seus limites geográficos e o 1. Quando a degradação de ecossistemas for provocada por
mapa da área junto com zoneamento, se for aplicável; desflorestamento, incêndios ou quaisquer outros actos voluntários,
c) os usos que são considerados proibidos e aqueles o infractor é obrigado a efectuar a recuperação da área degradada
submetidos a autorização em função das necessidades nos termos e nas condições a serem definidos por regulamento
de protecção da área, sem prejuízo dos já estabelecidos próprio, independentemente de outros procedimentos civis e
pela presente Lei; criminais que couberem.
d) as disposições urbanísticas, normas arquitectónicas e 2. Aquele que, de qualquer forma, provocar o declínio da fauna
medidas de protecção complementares, de acordo bravia fica obrigado a efectuar o repovoamento das espécies
com o estipulado na presente Lei, as quais não exime afectadas, nos termos e condições a serem definidos por decreto,
o cumprimento das já existentes; sem prejuízo de procedimentos civil e criminal que derem lugar.
11 DE MAIO DE 2017 415

CAPÍTULO V 4. O Conselho de Ministros fixa as percentagens dos valores


provenientes das taxas de acesso e utilização de recursos para o
Gestão de Espécies Ameaçadas de Extinção
benefício das comunidades locais.
ARTIGO 46 5. As percentagens referidas no número anterior não podem
(Espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção) ser inferiores a 20%.
1. O Conselho de Ministros aprova por decreto a lista de CAPÍTULO VIII
espécies protegidas e a lista de espécies cuja utilização é
Fiscalização
permitida, incluindo a caça.
2. O Estado promove a pesquisa e investigação sobre o estado ARTIGO 50
da diversidade biológica do país para fornecer informação para a (Exercício da fiscalização)
tomada de decisões sobre a gestão das espécies.
1. A protecção, conservação, preservação, uso sustentável,
ARTIGO 47 transporte e manuseio dos recursos objecto da presente Lei estão
sujeitos à fiscalização.
(Importação e exportação de espécies de fauna e flora
ameaçadas de extinção)
2. A protecção e a fiscalização visam a prevenção e o combate
à realização de quaisquer actividades que perturbem a harmonia
1. O Estado toma medidas adequadas para assegurar a aplicação da natureza, em todo o território nacional, especialmente nas áreas
das disposições da Convenção do Comércio Internacional de de conservação e respectivas zonas tampão, e são exercidas por
Espécies de Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção. fiscais do Estado, agentes comunitários e fiscais ajuramentados.
2. O comércio internacional das espécies de fauna e flora 3. As forças de defesa e serviços de segurança do Estado
silvestres ameaçadas de extinção é sujeito a um conhecimento participam na fiscalização das áreas de conservação.
científico amplo da sua existência, do seu valor ecológico e das
determinantes da sua conservação. ARTIGO 51
3. As autoridades competentes determinam os mecanismos de (Dever de colaboração)
importação e exportação de espécies vivas ou mortas abrangidas
pela convenção sobre o comércio internacional de espécies de 1. Todas as entidades públicas e privadas e todos os cidadãos
flora a fauna silvestres ameaçadas de extinção. nacionais e estrangeiros bem como os portadores de licença
devem colaborar no exercício da vigilância necessária à protecção
CAPÍTULO VI dos recursos florestais, faunísticos, pesqueiros e outros recursos,
participando as infracções de que tiverem conhecimento
Reassentamento às autoridades competentes mais próximas e prestando o
ARTIGO 48 apoio e informações solicitadas pelos fiscais e outros agentes
da fiscalização.
(Reassentamento populacional)
2. O Estado assegura a protecção dos cidadãos denunciantes
1. O Estado pode realizar o reassentamento das populações nos termos da lei bem como as contrapartidas visando incentivar
humanas para fora da área de conservação, desde que a sua a participação de todos na protecção das áreas de conservação,
presença seja incompatível com o estatuto jurídico da área de nos termos a serem regulamentadas pelo Conselho de Ministros.
conservação ou impeça o seu bom maneio.
2. Aos abrangidos pelo reassentamento devem ser garantidas ARTIGO 52
condições de vida, iguais ou superiores as que possuem na área em (Uso e porte de arma de fogo)
que vivem, através de uma justa compensação acompanhada de
Os fiscais no exercício das suas funções têm direito de uso
medidas que promovam meios de vida, num processo consultivo e porte de arma de fogo e outro equipamento a ser definido por
onde participem, para além dos representantes das pessoas diploma próprio.
contempladas, o administrador da área de conservação em causa
e os órgãos locais do Estado. CAPÍTULO IX
3. É obrigação do Estado promover a criação de infraestruturas
e sinalização das áreas de conservação com o objectivo de Infracções e Penalizações
proteger a biodiversidade e as comunidades, reduzindo a ARTIGO 53
incidência do conflito homem-fauna bravia. (Normas gerais)
CAPÍTULO VII 1. São punidas com pena de prisão, multa e acompanhadas
Taxas de medidas de recuperação ou de indemnização obrigatória os
danos causados, sem prejuízo de aplicação das demais sanções
ARTIGO 49 penais a que derem lugar.
(Taxas) 2. Em casos devidamente justificados, ao infractor pode
ser aplicada pena alternativa incluindo de trabalho para a
1. São devidas taxas pelo acesso e utilização dos recursos compensação ao esforço da conservação.
naturais, pela compensação ao esforço da conservação e pelos 3. O não pagamento voluntário da multa sujeita o infractor
serviços ecológicos da área de conservação. às consequências previstas na legislação penal, na jurisdição
2. Compete ao Conselho de Ministros fixar os valores das taxas onde foi cometida a infracção, independentemente de outros
referidas no número anterior bem como para a emissão de licença procedimentos legais estabelecidos.
para o exercício de actividades e demais autorizações, incluindo 4. Para efeitos do número anterior consideram-se intervenientes
as sobretaxas do repovoamento. no processo de fiscalização e controlo os fiscais do Estado, agentes
3. As comunidades locais são isentas do pagamento de taxas comunitários, fiscais ajuramentados e as comunidades locais que
pela utilização dos recursos naturais desde que para fins não tiverem participado no respectivo processo de transgressão e, em
comerciais e em áreas que tais actividades sejam permitidas. geral, todo o cidadão que tiver denunciado a infracção.
416 I SÉRIE — NÚMERO 73

5. Compete ao Conselho de Ministros proceder à actualização ARTIGO 56


periódica dos valores das multas previstas na presente Lei.
(Circunstâncias atenuantes)
ARTIGO 54
1. Constituem circunstâncias atenuantes na graduação de
(Infracções e sanções) penas, para além das fixadas na legislação penal as seguintes:
1. Sem prejuízo de responsabilidade criminal, constituem a) ser infractor primário;
infracções puníveis com pena de multa que varia de 1 a 10 salários b) ter o infractor, espontaneamente, procurado membros
mínimos da função pública as seguintes: da fiscalização para voluntariamente, reportar o dano
a) armazenamento, transporte ou comercialização de causado;
recursos naturais objecto da presente Lei sem c) não ter o infractor, conhecimento ou noção das
autorização ou em desacordo com as condições consequências do acto praticado, levando-se em
legalmente estabelecidas;
b) recepção de recursos objecto da presente Lei sem que consideração os seus antecedentes, grau de instrução,
se tenha documento comprovativo da autorização do condições sócio-económicas e hábitos locais e local
vendedor ou transportador; onde vive.
c) transporte ilegal de animais na condição camuflada de 2. Em geral, quaisquer outras circunstâncias que precedam,
forma a não reconhecer seu sexo e espécie. acompanhem ou sigam a infracção, se enfraquecerem a
2. Sem prejuízo de responsabilidade criminal, constituem culpabilidade do agente ou diminuírem por qualquer modo
infracções puníveis com pena de multa que varia de 11 a 50 a gravidade.
salários mínimos da função pública as seguintes:
ARTIGO 57
a) realização exploração ilegal dos recursos naturais em
áreas de conservação; (Reincidência)
b) realizar na área de conservação trabalho arqueológico
1. Dá-se a reincidência quando o infractor, tendo sido
ou outras obras, sem autorização da autoridade
competente; condenado por sentença transitada em julgado por alguma
c) importação ou exportação de recursos naturais sem infracção, comete outra infracção da mesma natureza, antes de
licença ou em desacordo com as condições fixadas terem passado cinco anos desde a referida condenação, ainda que
pela lei; a pena da primeira infracção tenha sido prescrita.
d) abandono de produtos florestais ou faunísticos ou 2. No caso de reincidência, o montante e os limites mínimos
pesqueiros objectos de licença; e máximos das multas são elevados ao dobro e revertidos a
e) prática de quaisquer actos que perturbem recursos
favor do Estado os instrumentos usados na prática da infracção
naturais ou culturais em áreas de conservação.
e revogada a licença.
3. Sem prejuízo de responsabilidade criminal, constituem
3. Pode também ser determinado que o infractor reincidente,
infracções puníveis com pena de multa que varia de 50 a 1000
salários mínimos da função pública a realização de exploração, quando estrangeiro, seja impedido de trabalhar em território
armazenamento, transporte ou comercialização ilegal de espécies moçambicano, até trinta e seis meses.
constantes na lista de espécies protegidas no País. 4. Não exclui a reincidência a circunstância de ter sido o agente
4. A violação das disposições à convenção sobre o comércio autor de uma das infracções e cúmplice da outra.
internacional de espécies de fauna e flora silvestres ameaçadas
de extinção, inscritas nos respectivos anexos, é punível com as ARTIGO 58
seguintes penas de multa:
(Acumulação de infracções)
a) Anexo I, de 50 a 1000 salários mínimos da função
pública; Dá-se a acumulação de infracções, quando o agente comete
b) Anexo II, de 40 a 500 salários mínimos da função pública; mais de uma infracção na mesma ocasião, ou quando, tendo
c) Anexo III, de 30 a 400 salários mínimos da função perpetrado uma, comete outra antes de ter sido condenado pela
pública. anterior.
ARTIGO 55 ARTIGO 59
(Circunstâncias agravantes)
(Agentes dos crimes e responsabilidade solidária)
Constituem circunstâncias agravantes na graduação de penas,
1. Os agentes do crime são autores, cúmplices ou encobridores,
para além das fixadas na legislação penal, as seguintes:
tal como é definido nos termos da lei penal.
a) cometer a infracção no período de defeso;
2. O fiscal do Estado e o fiscal ajuramentado que não tomar as
b) cometer a infracção contra espécies protegidas;
c) ser o infractor fiscal do Estado, fiscal ajuramentado, medidas previstas na presente Lei e nos seus regulamentos bem
agente comunitário, funcionário ou agente do Estado, como todo aquele que tinha a obrigação legal de colaborar no
polícia ou agente equiparado; exercício da vigilância, e não o tiver feito, é punido nos termos
d) cometer a infracção durante a noite, domingo ou feriado; da lei.
e) usar a violência, ameaça ou sob qualquer forma, opor-se
ao exercício da fiscalização; ARTIGO 59A
f) ser o infractor ou responsável solidário, possuidor (Tentativa e frustração)
de licença;
g) utilizar práticas, instrumentos, técnicas e artes proibidas; A tentativa e frustração de infracções previstas na presente Lei
h) cometer a infracção em grupos organizados. são punidas como crime consumado.
11 DE MAIO DE 2017 417

ARTIGO 60 2. Está sujeito a pena de prisão maior de oito a doze anos


e multa correspondente, aquele que:
(Penas acessórias)
a) caçar, nos meses que pelas normas for proibido o
Da aplicação das penas previstas na presente Lei, resultam as exercício da caça, ou que, nos meses que não forem
seguintes penas acessórias: defesos, caçar por modo proibido pelas mesmas
a) reposição dos danos causados à natureza, repovoamento normas;
das áreas devastadas; b) sem permissão legal converter, transformar, mudar o
b) confisco pelo Estado dos produtos e subprodutos de flora carácter original de partes orgânicas de quaisquer
e fauna e culturais, sem prejuízo da pena aplicável à espécie animal ou arvoredo legalmente protegida, com
infracção; o objectivo de ocultar ou dissimular a sua origem ilícita,
c) reversão a favor do Estado dos instrumentos utilizados passagem, transporte, posse, importação, exportação
na prática da infracção; ou de auxiliar a pessoa implicada nas infracções contra
d) revogação da licença e cancelamento das autorizações o meio ambiente a escapar das autoridades da lei
emitidas em nome do infractor; e eximir-se das suas responsabilidades;
e) suspensão do exercício das actividades causadoras c) puser veneno ou qualquer substância letal ou nociva
da infracção; a saúde animal no meio ambiente, em alimentos ou
f) embargo da obra; água dos rios, lagos, charcos ou qualquer local onde
g) demolição da obra determinada pelo órgão implementador os animais possam beber;
da administração das áreas de conservação a partir da d) colocar fogo e por este meio destruir no todo ou em
constatação da ilegalidade da obra e da gravidade do parte, floresta, mata ou arvoredo dentro das áreas de
dano decorrente da infracção; conservação e ou zona tampão;
h) interdição de novas autorizações por período de um ano. e) praticar artes de pesca proibidas por lei, particularmente
uso de explosivos, substâncias tóxicas, venenosas ou
ARTIGO 61 equivalentes ou com recurso a rede varredoura ou
(Armas proibidas) armadilha mais estreita que a que for limitada pela
1. É condenado à pena de prisão maior de doze a dezasseis entidade pública ou pescar por qualquer outro modo
anos e multa correspondente, se pena mais grave não couber, proibido pelas mesmas posturas ou regulamentos, ou
aquele que exercer actividade ilegal, numa área de conservação, ainda que pescar espécies protegidas.
usando armas proibidas tais como as definidas no Código Penal
e em legislação específica. ARTIGO 63
2. É condenado à mesma pena do número anterior, aquele (Destino dos bens apreendidos)
que exercer actividade ilegal usando armadilhas mecânicas ou
Os produtos, objectos e instrumentos apreendidos e declarados
de quaisquer tipos.
perdidos a favor do Estado, ao abrigo da presente Lei, têm o
3. As armas de fogo apreendidas, assim como os depoimentos
seguinte destino:
de suspeitos detidos, fora do território nacional, indiciados de
cometerem infracções previstas na presente Lei, constituem a) alienação em hasta pública dos produtos salvo as
matéria de investigação e promoção de acção penal em relação excepções previstas na presente Lei;
ao proprietário e portador da arma. b) doação dos produtos perecíveis a instituições sociais
e organizações sem fins lucrativos, bem como
ARTIGO 62 às comunidades locais, após a sua discriminação
(Penas de prisão aos agentes do crime) detalhada em auto de apreensão;
1. Está sujeito a pena de prisão maior de doze a dezasseis anos c) a madeira apreendida oriunda da área de conservação
e multa correspondente, aquele que: pode ter utilização imediata pela respectiva área de
conservação;
a) abater, sem licença, qualquer elemento das espécies d) reencaminhamento dos exemplares vivos de flora e
protegidas ou proibidas da fauna e flora, incluindo fauna bravia à sua zona de origem, ou as zonas de
as espécies constantes na lista dos Anexos I e II conservação mais próxima;
da CITES; e) devolução dos instrumentos ao infractor primário,
b) chefiar, dirigir, promover, instigar, criar ou financiar, desde que não sejam proibidos, após o pagamento da
aderir, apoiar, colaborar de forma directa ou indirecta, respectiva multa e cumprimento das outras sanções
grupo, organização ou associação de duas ou mais ou obrigações legais;
pessoas que, actuando de forma concertada, pratique f) os instrumentos usados na prática da infracção caso
conjunta ou separadamente o crime de abate ou tenham utilidade na área de conservação e noutras
destruição das espécies protegidas ou proibidas da instituições sociais, entidades científicas e culturais
fauna e flora, incluindo as espécies constantes na lista serão doados a estas, desde que não sejam reclamados
dos Anexos I e II da CITES ou a exploração ilegal de num prazo de 15 dias.
recursos minerais nas áreas de conservação e zona
ARTIGO 63A
tampão;
c) sem permissão legal, extrair recursos florestais e (Buscas e apreensões)
faunísticos, puser a venda, distribuir, comprar, ceder, 1. As buscas e apreensões de quaisquer produtos, objectos
receber, proporcionar a outra pessoa, transportar, e instrumentos de infracções previstas na presente Lei podem
importar, exportar, fizer transitar ou ilicitamente ocorrer fora dos limites estabelecidos em legislação processual
detiver animais, produtos de fauna ou preparados das penal em portos, aeroportos, residências, meios de transporte,
espécies protegidas ou proibidas, incluindo as espécies estabelecimentos comerciais e outros locais, desde que justificadas
constantes na lista dos Anexos I e II da CITES. e judicialmente autorizadas.
418 I SÉRIE — NÚMERO 73

2. A autorização judicial é dispensada nos casos de flagrante no processo de fiscalização e controlo dos recursos ao abrigo
delito caso o ocupante da habitação não se oponha à busca e da presente Lei.
lavrado o auto que deve ser por ele assinado.
ARTIGO 68
ARTIGO 63B
(Regulamentação)
(Auxiliar do Ministério Público)
Compete ao Conselho de Ministros adoptar medidas
Na investigação e instrução preparatória de processos regulamentares, 180 dias após a sua publicação.
referentes às infracções previstas na presente Lei, o Ministério
Público é auxiliado por técnicos do Ministério que superintende
o sector das áreas de conservação e pela Polícia competente.
ANEXO
ARTIGO 63C
Glossário
(Depósito e guarda de produtos de fauna e flora)
A
1. Os produtos de fauna bravia e flora apreendidos no âmbito
da fiscalização, ao abrigo da presente Lei, devem ser entregues Actividade turística – actividade comercial que concorre para
imediatamente ao Ministério que superintende o sector das o fornecimento de prestações de alojamento, de restauração e/ou
áreas de conservação, para efeitos de inventariação, extracção satisfação das necessidades das pessoas que viajam para o seu
de amostras, exames laboratoriais, guarda e controlo, sem lazer ou por motivos profissionais, ou que têm por finalidade um
prejuízo de acesso aos mesmos durante a investigação criminal motivo de carácter turístico.
ou julgamento. Área de conservação – área terrestre ou aquática delimitada,
2. Realizados os exames e actos subsequentes, a autoridade estabelecida por instrumento legal específico, especialmente
judicial pode determinar, oficiosamente ou mediante requerimento dedicada a protecção e manutenção da diversidade biológica e
do Ministério Público ou outra autoridade competente pela dos recursos naturais e culturais associados.
destruição por incineração dos produtos de fauna bravia, qualquer Área degradada – porção de território com alterações adversas
que seja a fase do processo. das características naturais do ambiente, que inclui, entre outras, a
3. No acto da destruição devem estar presentes, para além do erosão dos solos, a poluição das águas e do ar, o desbastamento,
Ministério Público, o representante do Ministério que tutela o a desertificação, a fragmentação e perda do habitat, como
sector das áreas de conservação. consequência de factores antropogênicos.
4. O acto de destruição referido no número anterior deve ser Área de utilização múltipla – área fora das zonas de protecção
certificado por auto. dedicada a variadas formas de uso de terra, mediante a aplicação
dos instrumentos de ordenamento territorial.
CAPÍTULO X Arma branca – aquela que é dotada de uma lâmina cortante
Disposições Finais e Transitórias ou perfurante, usada na luta corpo a corpo.
ARTIGO 64 Arma de fogo – qualquer das que actua pela deflagração
de uma carga explosiva que dá lugar à libertação de gases cuja
(Revogação) expansão impele o projéctil.
São revogados o número 21, do artigo 1, os artigos 10, 11, 12,
40 e o número 1 do artigo 22, da Lei de Florestas e Fauna Bravia, C
Lei n.º 10/99, de 7 de Julho e o artigo 13 da Lei n.º 20/97, de 1 Caça – forma de exploração racional de recursos cinegéticos.
de Outubro, Lei do Ambiente, bem como as demais disposições Caçar ou acto venatório – série de movimentos que o caçador
legais que contrariem a presente Lei. realiza enquanto faz o uso das suas artes de caça e que consistem
ARTIGO 65 numa série de operações caracterizadas pela acção ou acções
de procurar, perseguir, esperar, apreender, abater e transportar
(Estudos e investigação) animais bravios, mortos ou vivos.
A actuação de missões de carácter científico que pressuponham CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional das
estudos ou actividades que estejam ao abrigo da presente Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção.
Lei carecem de autorização do Conselho de Ministros, sob Comunidade local – agrupamento de famílias e indivíduos
informação do órgão implementador da administração das áreas vivendo numa circunscrição territorial de nível de localidade ou
de conservação. inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da
protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas
ARTIGO 66 ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens,
fontes de água, áreas de caça e de expansão.
(Cooperação internacional)
Conservação – conjunto de intervenções viradas à protecção,
O Estado deve promover a cooperação com outros países, manutenção, reabilitação, restauração, valorização, maneio e
em particular com os da região, bem como com as organizações utilização sustentável dos recursos naturais de modo a garantir
internacionais para a partilha de boas práticas nos vários domínios a sua qualidade e valor, protegendo a sua essência material e
das áreas de conservação. assegurando a sua integridade.
ARTIGO 67 D
(Multas e seu destino) Defeso – período do ano que visa permitir a reprodução e
O Conselho de Ministros fixa os valores provenientes das crescimento das espécies durante o qual as actividades de sua
multas destinados ao benefício dos diversos intervenientes exploração são proibidas.
11 DE MAIO DE 2017 419

Desenvolvimento sustentável – desenvolvimento baseado P


numa gestão ambiental que satisfaz as necessidades da geração
Perda líquida da biodiversidade – são os impactos causados
presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente, permitindo
por actividades sobre a composição das espécies, estrutura
que as gerações futuras também satisfaçam as suas necessidades.
de habitat, funções ecossistêmicas, valores culturais e uso da
Despojos de caça – são as partes do animal que não se
biodiversidade pelas comunidades.
enquadram na definição de troféu, nomeadamente a carne, as
Pesca – a prática de quaisquer actos conducentes à captura
peles verdes (não curtidas).
de espécies aquícola no estado de liberdade natural exercida nas
Diversidade biológica – a variedade e variabilidade entre os
águas interiores ou nas respectivas margens.
organismos vivos de todas as origens, incluindo, entre outros os
Plano de maneio – documento técnico onde constam as
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos,
actividades e outras medidas técnicas a serem implementadas
assim como os complexos ecológicos dos quais fazem parte;
pelos vários intervenientes na conservação, administração e
compreendem a diversidade dentro de cada espécie, entre as
utilização dos recursos florestais e faunísticos.
espécies e de ecossistemas.
Preservação – visando manter o bem na condição em que
E se encontra, tentando ao mesmo tempo, travar ou retardar a sua
degradação.
Ecossistema – um complexo dinâmico de comunidades
vegetais, animais e de microrganismos e o seu ambiente não vivo, R
que interagem como uma unidade funcional.
Recurso natural – componentes ambientais naturais com
Ecossistema frágil – aquele que pelas suas características
utilidade para o ser humano e geradores de bens e serviços,
naturais e localização geográfica é susceptível a rápida degradação
incluindo ar, água, solo, floresta, fauna, pesca e os minerais.
dos seus atributos e de difícil recomposição.
Recursos minerais – qualquer substância sólida líquida
Ecoturismo – conjunto de actividades turísticas desenvolvidas
ou gasosa formada na crusta terrestre por fenómenos geológicos
nas áreas naturais, assegurando a conservação do ambiente e
ou a ele ligados.
o bem-estar das comunidades locais com o envolvimento dos
Recurso biológico – inclui recursos genéticos, organismos
turistas e consumidores de produtos e serviços turísticos.
ou parte destes, populações, ou quaisquer outros componentes
Erosão – desprendimento da superfície do solo pela acção
bióticos de ecossistemas com uso ou valor actual ou potencial
natural dos ventos ou das águas, intensificado por práticas
humanas de retirada de vegetação. para a humanidade.
Recurso cinegético – as aves e os mamíferos terrestres que
Espécie – conjunto de indivíduos que partilham o mesmo
se encontrem em estado de liberdade natural, quer os que sejam
fundo génico, morfologicamente semelhantes e capazes de se
sedentários no território nacional, quer os que migram através
cruzarem entre si gerando indivíduos férteis. deste, ainda que provenientes de processos de reprodução em
Espécie endémica – espécie confinada a uma determinada meio artificiais ou de cativeiro.
região geográfica. Recursos florestais e faunísticos – florestas e demais formas
Espécie ameaçada de extinção – espécie cuja população foi de vegetação, incluindo os produtos florestais, a fauna bravia, os
reduzida, ou com habitat reduzido, ou em processo de redução, troféus e despojos, quer tenham sido processados ou não.
que necessita de medidas de protecção especiais para garantir Restauração – restituição de um ecossistema ou de uma
a sua recuperação e conservação. população bravia degradada, o mais próximo possível da sua
Espécie rara – espécies com baixa abundância ou distribuição condição natural.
restrita, podendo por essas características ecológicas tornar-se Recursos genéticos – o material genético, nomeadamente de
espécie vulnerável. origem vegetal, animal ou microbiológica, contendo unidades
Espécime ou espécimen – designa um exemplar ou amostra de funcionais de hereditariedade, com um valor de utilização real
qualquer material ou ser vivo. Mais especificadamente, designa ou potencial.
individualmente um animal, planta ou microrganismo, ou uma
sua parte identificável, usado como amostra representativa T
para o estudo das propriedades de uma população da espécie Troféu – as partes duráveis dos animais bravios, nomeadamente
ou subespécie a que pertença. a cabeça, crânio, cornos, dentes, coiros, pêlos e cerdas, unhas,
Estoque de carbono – produto de um determinado ecossistema garras, cascos e ainda cascos de ovos, ninhos e penas desde que
natural ou modificado pelo peso da biomassa e necromassa não tenham perdido o aspecto original por qualquer processo
convertido em carbono. de manufactura.
Exploração sustentável – utilização racional e controlada U
dos recursos florestais e faunísticos, mediante a aplicação de
conhecimentos técnicos e científicos, visando atingir os objectivos Uso indirecto – aquele que não envolve consumo, colecta,
de conservação dos recursos para a presente e futuras gerações. dano ou destruição dos recursos naturais.
Uso directo – aquele que envolve colecta e uso, comercial
F ou não, dos recursos naturais.

Fauna bravia – conjunto de animais terrestres e aquáticos, V


anfíbios e a avifauna selvagens, e todos os mamíferos aquáticos, Valor natural – elemento da biodiversidade, paisagens,
de qualquer espécie, em qualquer fase do seu desenvolvimento, territórios, habitat ou geossítios.
que vivem naturalmente, bem como as espécies selvagens
capturadas para fins de criação em cativeiro. Z
Floresta – cobertura vegetal capaz de fornecer madeira ou Zoneamento – divisão e classificação do património florestal,
outros produtos vegetais, albergar a fauna e exercer um efeito faunístico e cultural, incluindo elementos afins, de acordo com o
directo ou indirecto sobre o solo, clima e regime hídrico. tipo, uso e finalidade.
Preço — 56,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.


LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965

Institui o Novo Código Florestal.

Art. 1º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação,


reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os
habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação
em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
Parágrafo único. As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na
utilização e exploração das florestas são consideradas uso nocivo da propriedade (art. 302, XI, b,
do Código de Processo Civil).

Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as


florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa
marginal cuja largura mínima seja:
1 - de 30 m (trinta metros) para os cursos d'água de menos de 10 m (dez metros) de
largura;
2 - de 50 m (cinqüenta metros) para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 m
(cinqüenta metros) de largura;
3 - de 100 m (cem metros) para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200
m (duzentos metros) de largura;
4 - de 200 m (duzentos metros) para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a
600 m (seiscentos metros) de largura;
5 - de 500 m (quinhentos metros) para os cursos d'água que tenham largura superior a
600 m (seiscentos metros).
* Alínea a com redação dada pela Lei nº 7.803, de 18/07/1989.
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer
que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m (cinqüenta metros) de largura;
* Alínea c com redação dada pela Lei nº 7.803, de 18/07/1989.
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45 , equivalente a 100%
na linha de maior declive;
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em
faixa nunca inferior a 100 m (cem metros) em projeções horizontais;
* Alínea g com redação dada pela Lei nº 7.803, de 18/07/1989.
h) em altitude superior a 1.800 m (mil e oitocentos metros), qualquer que seja a
vegetação.
* Alínea h com redação dada pela Lei nº 7.803, 18/07/1989.
Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos
perímetros urbanos definidos por lei municipal e nas regiões metropolitanas e aglomerações
urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores
e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

* Parágrafo com redação dada pela Lei nº 7.803, de 18/07/1989.

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas


por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:
a) a atenuar a erosão das terras;
b) a fixar as dunas;
c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;
e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;
g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;
h) a assegurar condições de bem-estar público.
§ 1º A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será
admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução
de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social.
§ 2º As florestas que integram o patrimônio indígena ficam sujeitas ao regime de
preservação permanente (letra g) pelo só efeito desta Lei.

Art. 4º Consideram-se de interesse público:


a) a limitação e o controle do pastoreio em determinadas áreas, visando à adequada
conservação e propagação da vegetação florestal;
b) as medidas com o fim de prevenir ou erradicar pragas e doenças que afetem a
vegetação florestal;
c) a difusão e a adoção de métodos tecnológicos que visem a aumentar
economicamente a vida útil da madeira e o seu maior aproveitamento em todas as fases de
manipulação e transformação.
*Vide Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001.
............................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.166-67, DE 24 DE AGOSTO DE 2001

Altera os arts. 1º, 4º, 14, 16 e 44, e acresce


dispositivos à Lei nº 4.771, de 15 de setembro
de 1965, que institui o Código Florestal, bem
como altera o art. 10 da Lei nº9.393, de 19 de
dezembro de 1996, que dispõe sobre o
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
- ITR, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62,


e tendo em vista o disposto no art. 225, § 4º, da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória,
com força de lei:

Art. 1º Os arts. 1º, 4º, 14, 16 e 44, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
passam a vigorar com as seguintes redações:
"Art. 1º ...................................................................................................................
§ 1º As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização
e exploração das florestas e demais formas de vegetação são consideradas uso
nocivo da propriedade, aplicando-se, para o caso, o procedimento sumário
previsto no art. 275, inciso lI, do Código de Processo Civil.
§ 2º Para os efeitos deste Código, entende-se por:
I - pequena propriedade rural ou posse rural familiar: aquela explorada
mediante o trabalho pessoal do proprietário ou posseiro e de sua família,
admitida a ajuda eventual de terceiro e cuja renda bruta seja proveniente, no
mínimo, em oitenta por cento, de atividade agroflorestal ou do extrativismo,
cuja área não supere:
a) cento e cinqüenta hectares se localizada nos Estados do Acre, Pará,
Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e nas regiões situadas
ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do
meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão ou no Pantanal mato-grossense ou
sul-mato-grossense;
b) cinqüenta hectares, se localizada no polígono das secas ou a leste do
Meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; e
c) trinta hectares, se localizada em qualquer outra região do País;
II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2º e 3º
desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas;
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos
recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à
conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas;
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IV - utilidade pública:
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de
transporte, saneamento e energia; e
c) demais obras, planos, atividades ou projetos previstos em resolução do
Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA;
V - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa,
tais como: prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão,
erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, conforme
resolução do CONAMA;
b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena
propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem a cobertura
vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área; e
c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do
CONAMA;
VI - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º
S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do
Estado do Maranhão." (NR)
"Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social,
devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo
próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto.
§ 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do
órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do
órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º
deste artigo.
§ 2º A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em
área urbana, dependerá de autorização do órgão ambiental competente, desde
que o município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e
plano diretor, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual
competente fundamentada em parecer técnico.
§ 3º O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual e de
baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em área
de preservação permanente.
§ 4º O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da
autorização para a supressão de vegetação em área de preservação permanente,
as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo
empreendedor.
§ 5º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e
mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas "c" e "f" do art. 2º deste
Código, somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
§ 6º Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desapropriação ou
aquisição, pelo empreendedor, das áreas de preservação permanente criadas no
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seu entorno, cujos parâmetros e regime de uso serão definidos por resolução do
CONAMA.
§ 7º É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação
permanente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não
comprometa a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação nativa."
(NR)
"Art. 14. ................................................................................................................
...............................................................................................................................
b) proibir ou limitar o corte das espécies vegetais raras, endêmicas, em perigo
ou ameaçadas de extinção, bem como as espécies necessárias à subsistência das
populações extrativistas, delimitando as áreas compreendidas no ato, fazendo
depender de licença prévia, nessas áreas, o corte de outras espécies;
....................................................................................................................." (NR)
"Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as
situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas
ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são
suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no
mínimo:
I - oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada
na Amazônia Legal;
II - trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado
localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade
e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja
localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7º deste
artigo;
III - vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras
formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e
IV - vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada
em qualquer região do País.
§ 1º O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e
cerrado será definido considerando separadamente os índices contidos nos
incisos I e II deste artigo.
§ 2º A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser
utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e
critérios técnicos e científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as
hipóteses previstas no § 3º deste artigo, sem prejuízo das demais legislações
específicas.
§ 3º Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal
em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os
plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por
espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com
espécies nativas.
§ 4º A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental
estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou
outra instituição devidamente habilitada, devendo ser considerados, no processo
de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e
instrumentos, quando houver:
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I - o plano de bacia hidrográfica;


lI - o plano diretor municipal;
III - o zoneamento ecológico-econômico;
IV - outras categorias de zoneamento ambiental; e
V - a proximidade com outra Reserva Legal, Área de Preservação Permanente,
unidade de conservação ou outra área legalmente protegida.
§ 5º O Poder Executivo, se for indicado pelo Zoneamento Ecológico
Econômico - ZEE e pelo Zoneamento Agrícola, ouvidos o CONAMA, o
Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, poderá:
I - reduzir, para fins de recomposição, a reserva legal, na Amazônia Legal, para
até cinqüenta por cento da propriedade, excluídas, em qualquer caso, as Áreas
de Preservação Permanente, os ecótonos, os sítios e ecossistemas especialmente
protegidos, os locais de expressiva biodiversidade e os corredores ecológicos; e
lI - ampliar as áreas de reserva legal, em até cinqüenta por cento dos índices
previstos neste Código, em todo o território nacional.
§ 6º Será admitido, pelo órgão ambiental competente, o cômputo das áreas
relativas à vegetação nativa existente em área de preservação permanente no
cálculo do percentual de reserva legal, desde que não implique em conversão de
novas áreas para o uso alternativo do solo, e quando a soma da vegetação nativa
em área de preservação permanente e reserva legal exceder a:
I - oitenta por cento da propriedade rural localizada na Amazônia Legal;
II - cinqüenta por cento da propriedade rural localizada nas demais regiões do
País; e
III - vinte e cinco por cento da pequena propriedade definida pelas alíneas "b" e
"c" do inciso I do § 2º do art. 1º.
§ 7º O regime de uso da área de preservação permanente não se altera na
hipótese prevista no § 6º.
§ 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de
matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a
alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de
desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste
Código.
§ 9º A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural
familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico,
quando necessário.
§ 10. Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de
Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual ou federal
competente, com força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização
da reserva legal, as suas características ecológicas básicas e a proibição de
supressão de sua vegetação, aplicando-se, no que couber, as mesmas
disposições previstas neste Código para a propriedade rural.
§ 11. Poderá ser instituída reserva legal em regime de condomínio entre mais de
uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel,
mediante a aprovação do órgão ambiental estadual competente e as devidas
averbações referentes a todos os imóveis envolvidos." (NR)
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"Art. 44. O proprietário ou possuidor de imóvel rural com área de floresta


nativa, natural, primitiva ou regenerada ou outra forma de vegetação nativa em
extensão inferior ao estabelecido nos incisos I, II, III e IV do art. 16, ressalvado
o disposto nos seus §§ 5º e 6º, deve adotar as seguintes alternativas, isoladas ou
conjuntamente:
I - recompor a reserva legal de sua propriedade mediante o plantio, a cada três
anos, de no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação, com
espécies nativas, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental
estadual competente;
II - conduzir a regeneração natural da reserva legal; e
III - compensar a reserva legal por outra área equivalente em importância
ecológica e extensão, desde que pertença ao mesmo ecossistema e esteja
localizada na mesma microbacia, conforme critérios estabelecidos em
regulamento.
§ 1º Na recomposição de que trata o inciso I, o órgão ambiental estadual
competente deve apoiar tecnicamente a pequena propriedade ou posse rural
familiar.
§ 2º A recomposição de que trata o inciso I pode ser realizada mediante o
plantio temporário de espécies exóticas como pioneiras, visando a restauração
do ecossistema original, de acordo com critérios técnicos gerais estabelecidos
pelo CONAMA.
§ 3º A regeneração de que trata o inciso II será autorizada, pelo órgão ambiental
estadual competente, quando sua viabilidade for comprovada por laudo técnico,
podendo ser exigido o isolamento da área.
§ 4º Na impossibilidade de compensação da reserva legal dentro da mesma
micro-bacia hidrográfica, deve o órgão ambiental estadual competente aplicar o
critério de maior proximidade possível entre a propriedade desprovida de
reserva legal e a área escolhida para compensação, desde que na mesma bacia
hidrográfica e no mesmo Estado, atendido, quando houver, o respectivo Plano
de Bacia Hidrográfica, e respeitadas as demais condicionantes estabelecidas no
inciso III.
§ 5º A compensação de que trata o inciso III deste artigo, deverá ser submetida
à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente, e pode ser
implementada mediante o arrendamento de área sob regime de servidão
florestal ou reserva legal, ou aquisição de cotas de que trata o art. 44-B.
§ 6º O proprietário rural poderá ser desonerado, pelo período de trinta anos, das
obrigações previstas neste artigo, mediante a doação, ao órgão ambiental
competente, de área localizada no interior de Parque Nacional ou Estadual,
Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva Biológica ou Estação
Ecológica pendente de regularização fundiária, respeitados os critérios previstos
no inciso III deste artigo." (NR)

Art. 2º Ficam acrescidos os seguintes dispositivos à Lei nº 4.771, de 15 de setembro


de 1965:

"Art. 3º -A. A exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente


poderá ser realizada pelas comunidades indígenas em regime de manejo
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florestal sustentável, para atender a sua subsistência, respeitados os arts. 2º e 3º


deste Código." (NR)
"Art. 37-A. Não é permitida a conversão de florestas ou outra forma de
vegetação nativa para uso alternativo do solo na propriedade rural que possui
área desmatada, quando for verificado que a referida área encontra-se
abandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada, segundo a vocação
e capacidade de suporte do solo.
§ 1º Entende-se por área abandonada, subutilizada ou utilizada de forma
inadequada, aquela não efetivamente utilizada, nos termos do § 3º, do art. 6º da
Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, ou que não atenda aos índices
previstos no art. 6º da referida Lei, ressalvadas as áreas de pousio na pequena
propriedade ou posse rural familiar ou de população tradicional.
§ 2º As normas e mecanismos para a comprovação da necessidade de conversão
serão estabelecidos em regulamento, considerando, dentre outros dados
relevantes, o desempenho da propriedade nos últimos três anos, apurado nas
declarações anuais do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR.
§ 3º A regulamentação de que trata o § 2º estabelecerá procedimentos
simplificados:
I - para a pequena propriedade rural; e
II - para as demais propriedades que venham atingindo os parâmetros de
produtividade da região e que não tenham restrições perante os órgãos
ambientais.
§ 4º Nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão da vegetação
que abrigue espécie ameaçada de extinção, dependerá da adoção de medidas
compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.
§ 5º Se as medidas necessárias para a conservação da espécie impossibilitarem
a adequada exploração econômica da propriedade, observar-se-á o disposto na
alínea "b" do art. 14.
§ 6º É proibida, em área com cobertura florestal primária ou secundária em
estágio avançado de regeneração, a implantação de projetos de assentamento
humano ou de colonização para fim de reforma agrária, ressalvados os projetos
de assentamento agro-extrativista, respeitadas as legislações específicas." (NR)
"Art. 44-A. O proprietário rural poderá instituir servidão florestal, mediante a
qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, a direitos
de supressão ou exploração da vegetação nativa, localizada fora da reserva legal
e da área com vegetação de preservação permanente.
§ 1º A limitação ao uso da vegetação da área sob regime de servidão florestal
deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva legal.
§ 2º A servidão florestal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula
do imóvel, no registro de imóveis competente, após anuência do órgão
ambiental estadual competente, sendo vedada, durante o prazo de sua vigência,
a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão a qualquer título, de
desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade." (NR)
"Art. 44-B. Fica instituída a Cota de Reserva Florestal - CRF, título
representativo de vegetação nativa sob regime de servidão florestal, de Reserva
Particular do Patrimônio Natural ou reserva legal instituída voluntariamente
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sobre a vegetação que exceder os percentuais estabelecidos no art. 16 deste


Código.
Parágrafo único. A regulamentação deste Código disporá sobre as
características, natureza e prazo de validade do título de que trata este artigo,
assim como os mecanismos que assegurem ao seu adquirente a existência e a
conservação da vegetação objeto do título." (NR)
"Art. 44-C. O proprietário ou possuidor que, a partir da vigência da Medida
Provisória nº 1.736-31, de 14 de dezembro de 1998, suprimiu, total ou
parcialmente florestas ou demais formas de vegetação nativa, situadas no
interior de sua propriedade ou posse, sem as devidas autorizações exigidas por
Lei, não pode fazer uso dos benefícios previstos no inciso III do art. 44.'' (NR)
............................................................................................................................................................
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LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,


cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do
art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da
Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de
1989.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
............................................................................................................................................................

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
............................................................................................................................................................

Seção IV
Da Cobrança do Uso de Recursos Hídricos
............................................................................................................................................................

Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão
aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de
Recursos Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e
entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e
meio por cento do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido
em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a
quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)

Art. 23. (VETADO)


............................................................................................................................................................
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