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Estudantes:
Alfredo Simão Manjate
António Acácio Morela
Dalton Manuel João Bovene
Nelta José Maria Orientador: Prof. Doutor Ubaldo Ginova Ombe Gemusse
O presente trabalho visa fazer uso de sistemas de informação geográfica na análise ambiental na bacia hidrográfica de Pungue, onde faremos a análise
ao nível da existência ou não das matas ciliares, suas motivações e impactos no ecossistema dentro da bacia. Propostas de preservação e
Fig.4-Cobertura vegetal no ponto de analise na Bacia (Anexo 4- Cobertura vegetal do ponto de análise)
melhoramento.
2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG) ilustra a Fig.5. Será necessário fazer-se um reposição(Repovoamento)
O SIG, como definido por Burrough (1986), é um “poderoso elenco de ferramentas para coleccionar, armazenar, recuperar, transformar e exibir dados das espécies florestais que se adequam a cada zona degradada, como
As matas ciliares são importantes por apresentarem um conjunto de funções ecológicas extremamente relevantes para a qualidade de vida,
especialmente das populações humanas locais e da bacia hidrográfica, sendo fundamentais para a conservação da diversidade da fauna e flora nativas
da região, tanto terrestres como aquáticas. As matas ciliares influenciam na qualidade da água, na regulação do regime hídrico, na estabilização de
margens do rio, na redução do assoreamento da calha do rio e são influenciadas pelas inundações, pelo aporte de nutrientes e pelos ecossistemas
aquáticos que elas margeiam.
As principais causas de degradação das matas ciliares segundo Martins (2007) são o desmatamento para a extensão da área de cultivo nas
propriedades rurais; para extensão de áreas urbanas; para obtenção de madeira; incêndios naturais ou por efeitos antrópicos; extracção de areia dos
rios; empreendimentos turísticos mal planejados.
Podemos encontrar no Anexo 3- Resolução n.º 33/2020 de 18 de Maio *Estratégia de Gestão do Mangal (Estratégia do Mangal) 2020 – 2024* e Anexo
Fig.6-Plano de Repovoamento florestal no ponto de analise na Bacia (Anexo 2- Plano de Repovoamento florestal)
4- Lei n.º 5/2017 de 11 de Maio *Lei de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade Biológica.*todos os preceitos preconizados na
matéria de gestão das matas ciliares em Moçambique.
CONCLUSÕES REFERÊNCIAS
Ao nível internacional, no caso concreto dentro do território Brasileiro, encontramos no Anexo 5 - Código Florestal - Lei 4.771/65 Áreas de preservação
A exploração desordenada dos recursos dentro da Bacia de •ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS
permanente - artigo 2º, todos os preceitos preconizados na matéria de gestão das matas ciliares, materializados na figura abaixo.
Pungue, esta perigar a sustentabilidade do ecossistema do mesmo DA BACIA DO RIO PUNGUÉ (EGIRH, 2005). Cenário de Desenvolvimento da
Bacia do Rio Pungué. Moçambique.
,tendo como consequências: inundações (por conta da redução da
secção do Rio) , secas , redução do pescado , contaminação da água •ESTRATÉGIA CONJUNTA DE GESTÃO INTEGRADA DOS RECURSOS HÍDRICOS
DA BACIA DO RIO PUNGUÉ. (EGIRH, 2004). Relatório Principal da Bacia do
do Rio(criando custos avultado ao FIPAG, na correcção dos Pungué. Moçambique.
parâmetros de potabilidade da água), entre outras situações. •Práticas de Recuperação de Mata Ciliar em Bacias Hidrográficas (Heloísa
Bortolin Bruno - Botucatu - SP 2014 .
Assim sendo somos todos chamados ,a sociedade e o governo a
aderir as medidas correctivas e de preservação dos pontos que
ainda possam existir as matas ciliares.
ANEXOS
•Anexo 1- Resolução n.º 33/2020 de 18 de Maio *Estratégia de Gestão do Mangal (Estratégia do Mangal) 2020 – 2024*
•Anexo 2- Lei n.º 5/2017 de 11 de Maio *Lei de Protecção, Conservação e Uso sustentável da Diversidade Biológica*
•Anexo 3 - Código Florestal - Lei 4.771/65 Áreas de preservação permanente - artigo 2º:
•Anexo 4- Cobertura vegetal do ponto de análise.
Figura 1 - LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 (Brasil) •Anexo 5- Plano de Repovoamento florestal.
Cobetura Vegetal noPonto de Análise (Sub-Bácia de Muda , na zona de
intersecção do Rio Púngue com a EN6 (Fonte:os Autores)
LEGENDA:
LEGENDA:
Áreas cobertas por vegetação
Áreas inundadas
Áreas sem vegetação(solo exposto)
GSPublisherVersion 0.54.100.100
Plano de repovoamento forestal noPonto de Análise (Sub-Bácia de Muda , na zona de
intersecção do Rio Púngue com a EN6 (Fonte:os Autores)
S
LEGENDA: E TR
O
, 90M
33
Área do Rio
Áreas de repovoamento florestal
34,7
36,4
0M
0 MET
ROS
ETR
OS
OS TR
56,40 ME
62,30 METROS
58,90 METROS
PLANTAÇÕES DA AÇUCAREIRA
70,40 METROS
GSPublisherVersion 800
0
.15
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Em Moçambique embora existam vários instrumentos decisores e as comunidades locais uma vez que são os principais
legais com aplicação sobre o mangal, estes usam os princípios
fundamentais da protecção do meio ambiente e da utilização e conhecimento entre os investigadores, os gestores, os detentores
gestão racional dos recursos naturais para o desenvolvimento de conhecimento tradicional e o público em geral.
554 I SÉRIE — NÚMERO 93
A conservação do mangal requer a compreensão do valor 3.2. Reforçar a coordenação multissectorial com envol-
desse ecossistema e do apoio dos cidadãos a todos os níveis da vimento de todos os actores-chave, atraves de partilha
sociedade. Para que todos os cidadãos possam compreender a de informação.
importância ecológica, económica, social e cultural do mangal
é importante que se desenvolvam actividades educativas e de
4.1. Desenvolver o interesse dos estudantes pelo ecossistema
sensibilização. Esta consciencialização deverá ser abordada de mangal.
usando métodos convencionais formais como inclusão do 4.2. Promover e realizar a consciencialização pública sobre
tema dos mangais no currículo escolar, mas também poderá ter o mangal.
inciativas inovadoras com linguagem adequada ao público-alvo.
No caso das comunidades locais a comunicação pode ser em
formato de banda desenhada e com recurso as línguas locais, 5.1. Desenvolver pesquisa aplicada para reforçar o conhe-
para facilitar a disseminação de informação. cimento sobre o mangal e apoiar a tomada de decisões.
5.2. Criar e divulgar uma base de dados sobre o mangal.
2. Implementação da Estratégia.
os mangais são um factor limitante para os esforços de gestão e A Estratégia de Gestão do Mangal é um instrumento
conservação. Neste sentido, a pesquisa e gestão do conhecimento da administração pública e, pela sua natureza transversal, a sua
são uma prioridade para o incremento do conhecimento, acesso implementação é coordenada pelo ministério que superintende
e disseminação da informação. os assuntos do mar. Assim, para assegurar a implementação
O papel ecológico, económico e social dos mangais incluindo a das acções preconizadas no presente instrumento bissêfalo,
o MIMAIP irá designar um órgão interno que terá a função
cultural e ligações com a pesca, só poderão ser melhor de coordenar, harmonizar, monitorar e avaliar a implementação
reconhecidos e compreendidos com maior disponibilidade de da estratégia. Esta unidade coordenadora sempre que assuntos
informação. A tomada de decisão pelos organismos de gestão mais estruturantes o indicarem, irá apresentar as questões
deverá basear-se em informação integrada, actualizada e de coordenação ao CNM do Mar, entidade já criada e preconizada
detalhada. É também necessário que a informação obtida através
de acções de investigação sobre o mangal esteja largamente A nível provincial, a implementação das acções previstas
disponível e seja amplamente divulgada. na estratégia, serão coordenadas pelos órgãos provinciais que
A implementação das acções de investigação e de gestão representam os sectores do mar, que terão as mesmas funções
dependem, da existência de recursos humanos e capacidade que o MIMAIP a nível central. Estes órgãos subordinam-se
técnica dentro das instituições responsáveis. Todavia, ao Conselho Executivo Provincial e Municipios e estarão sob
a capacidade institucional em termos de recursos humanos orientação técnica e supervisão do MIMAIP. A equipe técnica
deverá ser constituída pelo menos, pelos seguintes órgãos com
representação e expressão na província:
na gestão dos mangais pelas instituições responsáveis envolvidas
é de um modo geral fraca. • Orgão Provincial que representa o Mar (Coordenador);
• Orgão Provincial que representa o sector do Ambiente;
• Orgão Provincial que representa o sector das Obras
Cada área estratégica ou Pilar de Intervenção inclui objectivos Públicas;
estratégicos que irão guiar a implementação da Estratégia. Assim • Orgão Provincial que representa o sector dos Recursos
os objectivos estratégicos por pilar são: Minerais e Energia;
• Orgão Provincial que representa o sector da Admnistração
Estatal e Função Pública;
• Orgão Provincial que representa o sector de Transportes
1.1. Assegurar a gestão e o uso sustentável dos mangais e Comunicação;
de forma participativa. • Orgão Provincial que representa o sector da Agricultura
1.2. Promover a protecção, conservação e restauração e Desenvolvimento Rural;
ecológica do mangal. • Orgão Provincial que representa o sector do Turismo;
1.3. • Orgão Provincial que representa o sector de Educação
dependentes do ecossistema de mangal e seus em coordenação com o Instituto Nacional de Desen-
recursos, atraves da promoção e dissiminação volvimento da Educação;
de tecnologias que promovem uma gestão efectiva deste • Instituições de Ensino Superior e ou de Pesquisa
(existentes na província);
• Representantes de ONGs com representação local;
do mangal. • Representantes das comunidades locais;
• Sector Privado.
No Distrito e Município, a coordenação da implementação
da estratégia do mangal estará a cargo dos Serviços Distritais
sobre o mangal.
e Municipais que zelam pelos assuntos do ambiente e do mar,
2.2. Disseminar a legislação específica sobre gestão que terão como principal actividade coordenar e garantir que as
e conservação do mangal. acções de pesquisa, restauração e capacitação sejam abrangentes,
inclusivas e integradas.
e seus recursos. A composição da equipe de coordenação distrital, pode ser
ajustada de acordo com a realidade a nível local, no entanto,
3.1. Reforçar a capacidade de intervenção a nível central devem estar pelo menos, os seguintes representantes:
e local para a gestão do mangal. • Orgão que superitende a área do Mar;
18 DE MAIO DE 2020 555
• Orgão que superitende a área do Ambiente; Para tanto, as acções a empreender, por pilar e objectivo
• Municípios onde se aplicar; estratégico, para se atingir as metas relativamente à sustentabilidade
• Associações de base comunitária existentes no distrito do ecossistema do mangal e seus recursos, são:
(CCPs e/ou CGRNs, Associações Ambientais);
• ONGs e OSC com representação e actividade no distrito;
• Empresas privadas com interesse no distrito e no mangal.
a) Do objectivo estratégico 1.1.: Assegurar a gestão e o uso
sustentável dos mangais de forma participativa.
As actividades constantes nos planos de acção, devem estar Acções
inscritas nos Cenários Fiscais de Médio e Longo Prazo e no I. Conceber um modelo de gestão participativa
Plano Económico e Social (PES) de cada sector ou entidade, do mangal;
II. Implementar o modelo de gestão participativa
e disponibilização dos recursos, quer humanos, como materiais a nível provincial;
III. Implementar o modelo de gestão participativa
de Acção de Gestão de Mangal. a nível distrital;
Sem prejuízo, da planificação pública, a implementação IV. Elaborar um plano de gestão local que sirva
da estratégia e plano de acção pode ser realizada através de de modelo a replicar;
parceiros de cooperação, bem como de entidades privadas, V. Elaborar e implementar planos de gestão locais;
VI. Identificar mecanismos para melhorar a participação
central e monitorados pelo órgão local responsável. das comunidades na gestão do mangal.
Será efectuado um manual de implementação da estratégia
e plano de acção, que será o guião onde estarão descritos os b) Do objectivo estratégico 1.2.: Promover a protecção,
conservação e restauração do mangal.
processos, os procedimentos, as metodologias e os indicadores
aplicáveis em cada local. Acções
I. Identificar áreas prioritárias para protecção
e restauração do mangal;
O órgão competente pela coordenação da estratégia deve II. Propôr áreas para protecção total ou parcial
indicar uma instituição a ele subordinado ou tutelado, que será do mangal;
responsável pela gestão da implementação da estratégia e plano de III. Envolver o sector privado em acções de conservação
gestão dos mangais. A Unidade de Gestão dos Mangais terá entre e restauração do mangal.
IV. Produzir um guião com técnicas básicas para
diversas actividades constantes no plano de acção, articular com restauração do mangal (incluindo a tradução para
os diferentes intervenientes de gestão do mangal a nível local e línguas locais, que deve ser divulgado em rádios
regional e estabelecer normas e critérios para o uso sustentável comunitárias e televisão);
deste ecossistema. V. Restaurar áreas degradadas do mangal;
VI. Estabelecer viveiros de mangal em locais
de implementação de actividades de restauração.
A monitoria da implementação da estratégia é da respon-
sabilidade do Governo, através do Ministério que superintende c)
os assuntos do mar e deve ser feita semestralmente. Os de subsistência das comunidades dependentes
procedimentos de monitoria devem ser iguais aos usados para do ecossistema de mangal e seus recursos, através
o balanço do PES. Cabe à unidade encarregada por coordenar da promoção e disseminação de tecnologias que
promovem uma gestão efectiva deste ecossistema.
a implementação da estratégia, a responsabilidade de elaborar
os respectivos relatórios de acompanhamento. Acções
A avaliação da estratégia e plano de acção sobre os mangais I. Criar e divulgar meios alternativos de subsistência
é feita anualmente. Será realizada uma avaliação intermédia da para comunidades dependentes de mangal;
estratégia e sua implementação, dois anos e meio após o início II. Introduzir técnicas para melhoria da eficiência
da implementação. A Unidade de Gestão é responsável por energética da lenha e carvão;
elaborar os indicadores de aferição e os termos de referência III. Incentivar o uso de fontes de energia alternativas
para a avaliação intermédia em coordenação com o CNC para à madeira de mangal para carvão e lenha.
posterior aprovação pelo MIMAIP. d)
As avaliações da implementação da estratégia serão realizadas mecanismos sustentáveis de financiamento para
por entidade independente e selecionada através de concurso a conservação do mangal.
público para o efeito. Acções
A presente estratégia de Gestão do Mangal será operacionalizada I. Aceder a programas de financiamento para pagamento
através do Plano de Accão, em anexo. pelo Serviço de Ecossistema, contrabalanços
da biodiversidade, créditos de carbono através
Anexo I da implementação de REDD+, blue carbon,
Fundo Climático Verde e abordagens afins;
II. Estabelecer mecanismos e prioridades de finan-
O Plano de Acção de Gestão do Mangal é a parte ciamento do programa de investigação;
que operacionaliza a Estratégia Nacional de Gestão do Mangal, III. Promover o eco-turismo comunitário, que
incluem a construção de passadeiras e centros
de visão, seja atingido. de informação sobre o ecossistema do mangal.
556 I SÉRIE — NÚMERO 93
a) Do objectivo estratégico 2.1.: Rever a legislação a) Do objectivo estratégico 4.1.: Desenvolver o interesse
existente, identificar lacunas e criar legislação dos estudantes pelo ecossistema de mangal.
Acções
Acções I. Desenvolver um programa de educação integrando
I. Rever o quadro legal aplicável ao mangal; conteúdos relacionados com o mangal no
II. Criar legislação específica para o mangal; currículo escolar;
III. Alinhar a legislação nacional com as convenções II. Fomentar programas de visitas de estudo em zonas
e protocolos regionais e internacionais, relacio- de mangal como forma de motivar o interesse dos
nados com a gestão e conservação dos mangais. estudantes por este ecossistema;
b) Do objectivo estratégico 2.2.: Disseminar a legislação III. Desenvolver a capacidade artística dos estudantes,
sobre a gestão e conservação do mangal. através de competições escolares, para despertar
o interesse pela conservação do mangal.
Acções
b) Do objectivo estratégico 4.2.: Promover a conscie-
I. Disseminar a legislação sobre a conservação e gestão
ncialização pública sobre mangal.
sustentável do mangal a todos os níveis;
II. Promover a participação das comunidades locais Acções
na disseminação da legislação. I. Realizar campanhas de sensibilização de boas
c) práticas (Rádios comunitárias e Televisão) em
do ecossistema de mangal e seus recursos. linguagem adequada (Português e línguas locais)
para o uso sustentável dos mangais, dirigida aos
Acções
vários sectores da sociedade, incluindo escolas;
I. Reforçar as acções de fiscalização e aplicação da lei; II. Promover programas de consciencialização para
II. Envolver a comunidade na fiscalização do mangal. decisores a diferentes níveis, sobre o valor do
ecossistema de mangal.
a) Do objectivo estratégico 3.1.: Reforçar a capacidade
de intervenção a nível central e local para gestão
do mangal. a) Do objectivo estratégico 5.1.: Desenvolver pesquisa
aplicada para apoio a tomada de decisão.
Acções
Acções
I. Implementar programas de treinamento em matéria
de legislação do mangal para melhorar e facilitar I. Elaborar um programa e prioridades de investigação
a sua aplicação e implementação; em mangais;
II. Criar um programa de bolsas de estudo em gestão II. Realizar inventários do mangal (mapeamento,
de recursos naturais/mangal para funcionários do distribuição de espécies e estado de conservação
estado afectos as províncias de Zambézia, Sofala do mangal, identificação de áreas degradadas
e Nampula; e causas de degradação);
III. Reforçar as capacidades dos diferentes III. Realizar pesquisa aplicada em ecologia e socio-
intervenientes na gestão do mangal com destaque económica sobre os mangais, para melhor tomada
para as comunidades locais; de decisões;
IV. Treinar técnicos em monitoria e avaliação IV. Aumentar a cooperação entre instituições de
dos recursos de mangal usando técnicas simples pesquisa nacionais e internacionais sobre
e padronizadas; ecossistemas de mangal;
V. Capacitar diferentes intervenientes na restauração V. Realizar estudos sobre pagamento pelos serviços
do mangal, com destaque para as comunidades de ecossistema;
locais; VI. Disseminar os resultados de estudos e pesquisas;
VI. Capacitar organizações de base comunitárias VII. Elaborar planos de gestão dos recursos pesqueiros
e outros intervenientes em técnicas para do mangal, baseado numa abordagem holística
a construção de infraestruras de mangal e acesso e integrada com destaque para o caranguejo
as tecnologias de produção em viveiros. e búzio do mangal;
VIII. Realizar estudos sobre o impacto das mudanças
b) Do objectivo estratégico 3.2.: Reforçar a coordenação
climáticas para o ecossistema de mangal;
multissectorial com envolvimento de todos os actores-
IX. Monitorar o desmatamento e degradação ambiental
chave, através de partilha de informação.
por satélite e outras tecnologias recomendadas.
Acções
b) Do objectivo estratégico 5.2. : Criar e divulgar uma base
I. Criar e operacionalizar um Conselho Nacional de dados sobre o mangal.
de Coordenação para implementação da estratégia;
Acções
II. Criar e operacionalizar os Conselhos Provinciais
de Coordenação para implementação da estratégia; I. Criar bases de dados sobre os mangais
III. Criar a Unidade de Implementação da Coordenação em Moçambique;
do mangal a nível distrital; II. Criar uma plataforma digital de partilha
IV. Elaborar o Manual de Implementação da estratégia. de informação sobre o mangal.
18 DE MAIO DE 2020
Custos
(MZM)
Governo Modelo Nr de 1,675,000.00
local a nível de gestão instrumentos
I.Criar um provincial participativa legais aprovados
modelo de gestão e distrital, para criação de
Alta MIMAIP 1 3 Meses Nacional
participativa do Autarquias, modelo de gestão
mangal ONGs, OSC, participativa
sector privado
e comunidades
Pilar 1. Governo Criadas Nr de unidades 6,700,000.00
Gestão, 1.1. Assegurar local a nível unidades de gestão por
Protecção a gestão e o II.Implementar o provincial de gestão província costeira
e Uso uso sustentável modelo de gestão DPMAIPs, e distrital, participativa
Média 10 6 meses Nacional
Sustentável dos mangais participativa a Municipios Autarquias, do mangal
do de forma nível provincial ONGs e OSC, a nível
Ecossistema participativa sector privado provincial
de Mangal e comunidades
Governo Criadas Nr de unidades de
local a nível unidades gestão por distrito
III. Implementar
provincial de gestão costeiro com
o modelo
e distrital, participativa mangal
Alta de gestão SDAE 50 6 meses Nacional
Autarquias, do mangal a
participativa a
ONGs e OSC, nível distrital
nível distrital
sector privado
e comunidades
557
558
Metas
Custos
(MZM)
1,340,000.00
Governo local
IV.Elaborar um
a nível distrital, Um distrito
plano de gestão Plano de Nr de planos de
Alta MIMAIP ONGs e OSC, 1 1 Ano costeiro a
local que sirva de gestão distrital gestão elaborados
sector privado
modelo a replicar
e comunidades
13,132,000.00
áreas prioritárias
Autarquias passíveis de 1 mapa por alínea a) ponto
Alta para protecção MIMAIP Mapa 2 anos Nacional
ONGs e OSC, reabilitação distrito II.
e restauração do
sector privado para todo o
mangal
e comunidades país.
Governo Áreas de 335,000.00
local a nível protecção total
II.Propôr áreas provincial e
Nr de áreas de Pelo menos
Média para protecção SDAE distrital, ONGs estabelecidas 3 Anos Nacional
protecção total 5 áreas
total do mangal e OSC, sector pelas
privado e comunidades
Pilar 1. comunidades locais
Gestão, III.Envolver o Acções de
1.2. Promover
Protecção sector privado conservação Hectares
a protecção, Pelo menos
e Uso em acções de MIMAIP e e restauração restaurados com
conservação e Baixa Sector privado 1000 3 anos Nacional
Sustentável conservação e MITA do mangal apoio do sector
restauração do hectares
do restauração do realizadas pelo privado
mangal
Ecossistema mangal. sector privado
de Mangal
IV. Produzir 1,340,000.00
um guião com
técnicas básicas
para restauração
Guião de
do mangal
técnicas
(incluindo a
básicas de
tradução para MIMAIP Academia Guião 1 6 meses Nacional
restauração
línguas locais,
adoptado e
que deve ser
divulgado
divulgado
em rádios
comunitárias e
televisão
559
560
Custos
(MZM)
Governo 67,000,000.00
local a nível
provincial
V.Restaurar áreas Áreas de Hectares
e distrital, Nacional/por
Alta degradadas do SDAE mangal de mangal *5000 2 anos
Autarquias,
mangal restauradas restaurado
ONGs e OSC,
Pilar 1. sector privado
Gestão, e comunidades
1.2. Promover
Protecção
a protecção, Governo 16,750,000.00
e Uso
conservação e local a nível Locais a
Sustentável
restauração do VI.Estabelecer provincial
do
mangal viveiros de (DPMAIP, nas
Ecossistema
de Mangal mangal em DPASAs e Viveiros Pelo menos províncias da
SDAE ou Nr de viveiros de
Média locais de Centros zonais) de mangal 5 viveiros 1 ano Zambézia,
municípios mangal
implementação e distrital, estabelecidos no país Sofala,
de actividades de Autarquias, Nampula
restauração ONGs e OSC, e Cabo
sector privado Delgado
e comunidades
I SÉRIE — NÚMERO 93
18 DE MAIO DE 2020
Custos
(MZM)
Redução do nr
Governo
de utilizadores % de utilizadores
I. Criar meios local a nível
directos dos directos de
alternativos de provincial Áreas de
recursos de mangal na x% de
subsistência para e distrital, grande
Média MIMAIP mangal e comunidade utilizadores 4 anos
comunidades Autarquias, pressão pela
alternativas de com actividades directos
os meios de dependentes de Academia, comunidade
subsistência de subsistência
subsistência das mangal ONGs e OSC e
criadas e alternativas
Pilar 1. comunidades sector privado
implementadas
Gestão, dependentes do
% de redução Províncias 3,350,000.00
Protecção ecossistema de II. Introduzir
da quantidade com maior
e Uso mangal e seus técnicas para MIREME,
Melhoria da de madeira incidência
Sustentável recursos, atraves melhoria da FUNAE, 50% de
Média MIMAIP de mangal 4 anos de uso de
do da promoção e ONGs e OSCs, redução
energética utilizada como mangal para
Ecossistema dissiminação de energética da sector privado
combustível combustível
de Mangal tecnologias que lenha e carvão
(lenha e carvão) lenhoso
promovem uma
gestão efectiva III. Incentivar Utilização Províncias 1,340,000.00
deste ecossistema o uso de fontes de fontes Nr de agregados com maior
MITA, Aumento
de energia de energia familiares que incidência
MIREME, de 50% de
Média alternativas MIMAIP alternativas usam fontes 4 anos de uso de
FUNAE, agregados
à madeira de como painéis alternativas de mangal para
ONGs e OSCs familiares
mangal para solares, e energia combustível
carvão e lenha outros lenhoso
561
562
Custos
(MZM)
I. Aceder 2,010,000.00
a programas
Mecanismos
de Áreas com
para Pagamento
elevado
pelos Serviços
implementados potencial de
de Ecossistemas,
MITA, FNDS, (para apoiar Nr de programas serviços do
contabalanço 1 por
Média MIMAIP ONG's, OSC's, os meios 3 anos ecossistema
da biodiversidade província
Sector privado alternativos de activos como o
e créditos de
subsistência, Rovuma ou
carbono como
restauração e o Delta do
REDD+, blue
conservação Zambeze
Pilar 1. carbon, Fundo
do mangal)
Gestão, e implementar Climático Verde
Protecção mecanismos e outros
e Uso sustentáveis de II. Estabelecer 335,000.00
Sustentável mecanismos e
MITA, FNDS,
do para a prioridades de e priorizados 1 por
Média MIMAIP ONG's, OSC's, Nr de programas 5 Anos Todo Pais
Ecossistema conservação do programas de província
Sector privado
de Mangal mangal do programas de Financimento
investigação;
III. Promover 1,340,0000.00
o eco-turismo
comunitário,
MITA,
que incluem Nr de Área com
MIMAIP, Infraestruturas
a construção infraestruturas Pelo menos elevado
MITUR sector privado, de eco-turismo 5 anos
de passadeiras de eco-turismo 1 potencial
ONGs, estabelecidas
e centros de comunitário turístico
comunidades
informação sobre
o ecossistema de
mangal
Subtotal
3,685,000.00
Pilar 1
I SÉRIE — NÚMERO 93
Metas
Custos
18 DE MAIO DE 2020
(MZM)
Nr de estudos 1,005,000.00
I. Rever o MITA, ONG's, base de
quadro legal Instituições Lacunas revisão da
Alta MIMAIP 1 1 ano Nacional
aplicável ao académicas e legislação
mangal de pesquisa relacionada
com o mangal
Nr de 3,015,000.00
2.1 Rever a II. Criar MITA, ONG's,
Regulamento Regulamentos
legislação legislação Instituições
Alta MIMAIP 1 6 meses Nacional
existente, académicas e
Pilar 2. mangal elaborado criados, se
mangal de pesquisa
Reforço da necessário
lacunas e criar
Legislação e III. Alinhar 1,005,000.00
legislação
a legislação
sobre o nacional com Nr de
Legislação
mangal as convenções compromissos
alinhada com Pelo menos
e protocolos relacionados
as convenções 75% dos
Média regionais e MIMAIP MITA com o mangal 2 anos Nacional
e protocolos compromissos
internacionais, adoptados
regionais e adoptados
relacionados na legislação
internacionais
com a gestão e nacional
conservação dos
mangais
I. Disseminar a 3,350,000.00
2.2. legislação sobre Governo local a
Disseminar a conservação nível provincial
Maior Nr de
a legislação e gestão e distrital,
Média MIMAIP consciencialização programas de 3 por província 1 ano Nacional
sobre a gestão sustentável Autarquias,
sobre a legislação disseminação
e conservação do mangal de ONGs e OSC e
do mangal forma adequada sector privado
a todos os níveis
563
564
Metas
Custos
(MZM)
Metas
Custos
(MZM)
I. Implementar 13,065,000.00
programas de Governo
treinamento local a nível
Governo local
em matéria de provincial, Pelo menos 1
e comunidades Nr de
legislação do e distrital, por província
Baixa MIMAIP capacitados para capacitações 2 anos Nacional
mangal para Autarquias, e 2 em cada
implementação da realizadas
melhorar e autoridades distrito
legislação
facilitar a sua tradicionais e
aplicação e comunidades
implementação
II. Criar um 15,075,000.00
3.1 Reforçar a Nr de
programa de
capacidade de funcionários
Pilar 3. bolsas de estudo Funcionários do
intervenção a com
Capacitação em gestão Instituições estado formados Pelo menos 1
nível central Baixa MIMAIP formação 1 ano Nacional
e de recursos académicas em gestão de por província
e local para a em gestão
coordenação naturais para recursos naturais
implementação de recursos
funcionários do
da estratégia naturais
estado
Governo local a 18,090,000.00
nível provincial
III. Reforçar e distrital
Intervenientes
as capacidades (conselhos Nr de
com
dos diferentes consultivos e formações Pelo menos 2
Média MIMAIP conhecimento 2 anos Nacional
intervenientes autoridades em gestão do por província
técnico para
na gestão do tradcionais), mangal
gestão do mangal
mangal Autarquias, e
comunidades e
OSC)
565
566
Metas
Custos
(MZM)
MITA, 335,000.00
3.2 Reforçar a
MOPHRH,
coordenação
MTC,
multissectorial
I. Criar MIREME,
18 DE MAIO DE 2020
Metas
Custos
(MZM)
I. Desenvolver 5,025,000.00
12 distritos
um programa Conteúdo
costeiros
de educação DPEDH, de educação Programa
com mangal
integrando DPMAIP, relacionado de educação
Baixa MIMAIP 1 2 anos a selecionar
conteúdos DTADER, com o mangal com conteúdo
(pelo menos
relacionados com ONGs integrado nas de mangal
1 escola por
o mangal nas escolas
distrito)
escolas
804,000.00
II. Fomentar
programas de 12 distritos
4.1 visitas de estudo costeiros
Estudantes
Desenvolver em zonas de Nr de Visitas com mangal
SDAEs, com maior
Pilar 4. o interesse Baixa mangal como DPMAIPs de estudo 24 4 anos a selecionar
SDEJT, ONGs conhecimento
Educação e dos forma de motivar realizadas (pelo menos
sobre o mangal
consciencialização estudantes o interesse dos 1 escola por
ambiental pelo estudantes por distrito)
ecossistema este ecossistema
de mangal
Custos
(MZM)
Realizar 13,400,000.00
campanhas de
sensibilização
de boas práticas
(Radios
comunitárias Nr de
Maior
e Televisão) campanhas de
Pilar 4. 4.2. Promover a DPMAIP, conhecimento 2 25 distritos
em linguagem sensibilização
Educação e consciencialização DPTADER, sobre as boas campanhas costeiros
Média adequada MIMAIP (programas 4 anos
consciencialização pública sobre o SDAE, SDPI práticas para o anuais em com mangal
(Portugues e de TV e
ambiental mangal e ONGs uso sustentável 25 distritos
linguas locais)para rádio, posters,
dos mangais
o uso sustentável
dos mangais,
em linguagem
adequada, dirigida
aos vários sectores
da sociedade
II. Promover 10,050,000.00
programas de
Decisores
consciencialização 3 por ano
com maior Nr de
para decisores a (nacional,
Média MIMAIP MITA conhecimento Reuniões 4 anos Nacional
diferentes níveis, provincial e
sobre o valor temáticas
sobre o valor do distrital)
dos mangais
ecossistema de
mangal
Subtotal
29,681,000.00
Pilar 4
569
Metas 570
Custos
(MZM)
I.Elaborar um 335,000.00
programa e Instituições Conhecidos as
Alta prioridades de MIMAIP de pesquisa, areas tematicas Nr de estudos 6 1 Ano Nacional
investigação academia por estudar
em mangais
II. Realizar 16,700,000.00
inventários
do mangal
(mapeamento,
distribuição
de espécies Dados
Distritos
e estado de estatísticos Nr de
Alta MIMAIP MITA 50 2 Anos costeiros
conservação sobre o mangal Inventários
com mangal
do mangal, conhecidos
de áreas
degradadas
e causas de
5.1 Desenvolver degradação)
Pilar 5. Pesquisa pesquisa
e Gestão do aplicada para III. Realizar 1,340,000.00
Conhecimento apoio a tomada pesquisa
de decisão. aplicada em
ecologia
Melhorada a Pelo
e socio- Instituições Nr de
qualidade da menos 3
Média economia MIMAIP de pesquisa, publicações 2 anos Nacional
informação publicações
sobre os academia
produzida anuais
mangais,
para melhor
tomada de
decisões
IV.Aumentar N/A
a cooperação
entre
instituições MCTESTP, Nr de
Partilha de
de pesquisa instituições projectos de Pelo menos
Baixa MIMAIP conhecimento e 5 anos Nacional
nacionais e de pesquisa, investigação 1 por ano
metodologias
internacionais academia conjuntos
sobre
ecossistemas
de mangal
I SÉRIE — NÚMERO 93
Metas
Custos
(MZM)
V. Realizar N/A
estudos sobre Instituições
18 DE MAIO DE 2020
Maior
pagamento de pesquisa, Nr de estudos
Média MIMAIP conhecimento 5 por ano 2 anos Nacional
pelos serviços academia, realizados
sobre o mangal
de ecossistema e ONGs
outros
Nr de 10,500,000.00
VI. Disseminar Instituições
Maior seminários
os resultados de pesquisa,
Média MIMAIP conhecimento sobre o 2 5 anos Nacional
de estudos e academia,
sobre o mangal mangal no
pesquisas ONGs
país
VII. Elaborar 2,100,000.00
planos de gestão
dos recursos Melhorar a
pesqueiros do gestão de
5.1
mangal, baseado Instituições recusrso Nº de planos
Desenvolver
Alta numa abordagem MIMAIP de pesquisa, pesqueiros de gestão 2 2 Anos Nacional
Pilar 5. Pesquisa pesquisa
holistica e academia dependentes do realizados
e Gestão do aplicada
integrada com ecossistema do
Conhecimento para apoio
destaque para mangal
a tomada de
o caranguejo e
decisã
búzio do mangal
VIII.Realizar 1,340,000.00
Melhorar o
estudos sobre
Instituições conhecimento
o impacto das Numero
de pesquisa, sobre ao
Alta mudanças MIMAIP de estudos 2 5 Anos Nacional
academia, impacto das
climáticas para Realizados
ONGs mudanças
o ecossistema de
climáticas
mangal.
IX.Monitorar o 670,0000.00
Melhorar o
desmatamento
conhecimento
e degradação 1 por ano
sobre o Nr de
Media ambiental por MIMAIP MITA por cada 5 anos Nacional
estado de monitorias
satélite e outras provincia
conservação
tecnologias
do mangal
recomendadas
571
572
Metas
Custos
(MZM)
Instituições 3,350,000.00
I. Criar bases
de pesquisa,
de dados Informação
academia, Nr de Bases
Alta sobre os MIMAIP sistematizada e 1 1 ano Nacional
ONGs, de dados
mangais em compilada
5.2 Criar comunidades,
Moçambique
e divulgar governo
uma base de II. Criar uma 1,340,000.00
dados sobre o Instituições
plataforma
mangal. de pesquisa, Informação
digital de
academia, sistematizada e Nr de
Média partilha de MIMAIP 1 1 ano Nacional
ONGs, acessível para plataformas
informação
comunidades, o público
sobre o
governo
mangal.
Sub-Total
36,180,000.00
Pilar 5
Total 330,913,000.00
I SÉRIE — NÚMERO 93
18 DE MAIO DE 2020 573
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
ARTIGO 50 ARTIGO 62
(Exercício da protecção e fiscalização) (Penas de prisão aos agentes do crime)
d) Participação do Cidadão na Gestão e nos Benefícios - o 2. Compete ao Conselho de Ministros a definição de políticas
direito de todos os cidadãos de serem envolvidos nos que orientem a administração das áreas de conservação, as
processos decisórios, em toda a cadeia de valor da quais são implementadas e supervisionadas pelo Ministério que
conservação e na utilização sustentável dos recursos superintende o sector das áreas de conservação.
naturais; 3. Cabe ao órgão implementador da administração das
e) Responsabilidade Ambiental - a preservação, protecção áreas de conservação a execução das políticas para as áreas
e gestão do meio ambiente deve priorizar o de conservação, administrando-as, garantindo a participação e
responsabilização do sector privado e das comunidades locais.
estabelecimento de sistemas de prevenção de actos
lesivos ao ambiente. O dever de quem danifica os ARTIGO 7
recursos naturais, repô-los e/ou pagar os custos para a
eliminação e compensação dos danos por si causados (Gestão participativa das áreas de conservação)
de modo a garantir que não ocorra nenhuma perda 1. Compete ao Conselho de Ministros a criação do Conselho
líquida da biodiversidade ou dos recursos naturais; de Gestão da Área de Conservação, órgão consultivo, presidido
f) Desenvolvimento - o papel da conservação da diversidade pelo Administrador da Área de Conservação, constituído por
biológica e a criação e manutenção de áreas dedicadas representantes das comunidades locais, do sector privado, das
especificamente a este fim como instrumentos na associações e dos órgãos locais do Estado que, sob a supervisão do
promoção do desenvolvimento e na erradicação da órgão implementador da administração das áreas de conservação,
pobreza; apoia a gestão e maneio da respectiva área de conservação.
g) Parcerias Público-Privada - a promoção, pelo Estado, 2. Os Conselhos de Gestão das Áreas de Conservação apoiam
do envolvimento das autoridades locais e nacionais, a Administração da Área de Conservação na:
comunidades locais, sector privado, organizações não a) implementação de planos de maneio;
governamentais no desenvolvimento que permitam b) fiscalização das áreas de conservação;
a viabilização económica dessa política. O uso, pelo c) resposta às necessidades de desenvolvimento das
Estado, de mecanismos baseados em transparência, comunidades que legalmente residem nas áreas de
responsabilização e recompensa nas suas relações com conservação e nas zonas tampão;
o sector privado e com as comunidades locais; d) elaboração de planos estratégicos de desenvolvimento
h) Precaução e Decisão Informada - o fundamento das das áreas de conservação;
decisões relacionadas com a criação, alteração, gestão e) busca de novas actividades de rendimento que diminuam
e extinção de áreas de conservação num conhecimento a pressão exercida pelas comunidades locais sobre
científico amplo da diversidade biológica existente, a biodiversidade, incluindo negócios baseados na
biodiversidade;
o seu valor ecológico e das determinantes da sua
f) supervisão da implementação dos contratos de concessão
conservação, baseado num sistema de investigação
com operadores no âmbito do desenvolvimento de
e de partilha de informação que apoia os processos parceria público-privada e comunitárias;
decisórios, não prejudicando o princípio de precaução g) tomada de medidas que fortaleçam a capacidade de
onde esse conhecimento ainda é insuficiente. A conservação no contexto do plano de maneio.
promoção da disponibilidade e de fácil acesso de
informação relacionada com a conservação e os ARTIGO 8
recursos naturais para apoiar na implementação da
(Mecanismos de financiamento das áreas de conservação)
estratégia e aumentar o envolvimento e colaboração
dos cidadãos; 1. Os mecanismos de financiamento das áreas de conservação,
i) Cooperação Internacional - a plena assunção pelo país são adoptados para minimizar os prejuízos e aumentar os
do seu papel no esforço global e regional para garantir benefícios ao nível local, nacional e internacional através
a conservação da diversidade biológica cumprindo do estabelecimento de:
com as obrigações ambientais convencionadas e no a) parceria público-privada e comunitária;
desenvolvimento de formas de gestão integrada onde b) criação de instituições para apoio às actividades
os ecossistemas são partilhados com países vizinhos de conservação;
e se ligam às obrigações internacionais. c) capitalização da riqueza genética, fauna bravia,
outros recursos naturais e dos conhecimentos locais
CAPÍTULO II e tradicionais sobre o uso de material biológico;
d) compensação ao esforço da conservação, pelos
Administração das Áreas de Conservação serviços ecológicos, e outros que forem estabelecidos
ARTIGO 5 pelo Conselho de Ministros.
(Sistema nacional de áreas de conservação) 2. Incumbe ao Governo a responsabilidade primária na
mobilização de recursos internos e externos necessários à
O sistema nacional de áreas de conservação é constituído pelos prossecução dos fins de conservação, incluindo o melhor
órgãos de administração das áreas de conservação, os mecanismos aproveitamento das janelas de financiamento, no quadro dos
de financiamento das áreas de conservação e a rede nacional acordos e convenções internacionais sobre protecção, conservação
das áreas de conservação. da biodiversidade e do ambiente em geral.
ARTIGO 6 ARTIGO 9
(Órgãos de administração das áreas de conservação) (Parceria público-privada e comunitária)
1. O Estado administra as áreas de conservação de forma 1. O Estado pode estabelecer parcerias com o sector privado,
participativa, estabelecendo mecanismos apropriados para a comunidades locais, organizações da sociedade civil nacionais
participação das entidades públicas, privadas e comunitárias. e estrangeiras mediante contrato e sob financiamento, no todo
11 DE MAIO DE 2017 409
ou em parte, do parceiro privado para a administração das g) promover a utilização dos princípios e práticas de
áreas de conservação, criando sinergias a favor da conservação conservação e maneio de recursos naturais, no processo
da diversidade biológica, sem prejuízo da partilha das de desenvolvimento, especialmente por parte das
responsabilidades nos custos e benefícios da gestão das áreas comunidades locais;
de conservação. h) proteger as paisagens naturais e culturais de especial
2. O Estado pode estabelecer parcerias em forma de contrato de beleza bem como os patrimónios natural e cultural,
concessão de direitos ao sector privado e às comunidades locais, representativos da identidade nacional;
com fins de geração de rendimentos. i) proteger e recuperar recursos hídricos e áreas húmidas;
j) incentivar e desenvolver as actividades de investigação
ARTIGO 10 científica;
(Instituições para apoio à conservação) k) promover a educação ambiental, a interpretação da
natureza, o lazer e recreação, bem como o ecoturismo
O Estado incentiva e apoia o sector privado a criar instituições nas áreas de conservação.
com o objectivo de apoiar as actividades de conservação da
diversidade biológica, prestando todas as facilidades, nos termos CAPÍTULO III
da lei. Zonas de Protecção
ARTIGO 11 SECÇÃO I
(Mecanismos de compensação ao esforço de conservação) Classificação das zonas de protecção e categorias das áreas de
conservação
1. A entidade pública ou privada, que explora recursos naturais
ARTIGO 13
na área de conservação ou sua zona tampão, beneficia de protecção
proporcionada por uma área de conservação e deve contribuir (Classificação das zonas de protecção)
financeiramente para a protecção da biodiversidade na respectiva
1. As zonas de protecção são áreas territoriais delimitadas,
área de conservação.
representativas do património natural nacional, destinadas à
2. A entidade pública ou privada, que explora recursos naturais
conservação da diversidade biológica e de ecossistemas frágeis
na área de conservação ou sua zona tampão, deve compensar
ou de espécies animais ou vegetais.
pelos seus impactos para assegurar que não haja perda líquida
2. As zonas de protecção são classificadas para garantir a
da biodiversidade.
conservação representativa dos ecossistemas e espécies e a
3. O direito de uso e aproveitamento dos estoques de carbono
coexistência das comunidades locais com outros interesses e
existentes numa área de conservação e a sua respectiva zona
valores a conservar.
tampão pertencem à entidade que gere a respectiva área de
3. As zonas de protecção classificam-se em:
conservação, podendo a sua comercialização ser feita em
colaboração com outras entidades públicas ou privadas. a) áreas de conservação total;
3. Os mecanismos de compensação ao esforço da conservação b) áreas de conservação de uso sustentável.
são definidos por regulamento do Conselho de Ministros. 4. Consideram-se áreas de conservação total as áreas de
domínio público, destinadas à preservação dos ecossistemas e
ARTIGO 12 espécies sem intervenções de extracção dos recursos, admitindo-
(Rede nacional de áreas de conservação) se apenas o uso indirecto dos recursos naturais com as excepções
previstas na presente Lei.
1. A rede nacional de áreas de conservação é constituída por 5. Consideram-se áreas de conservação de uso sustentável
um conjunto de áreas de conservação categorizadas ao abrigo as áreas de domínio público e de domínio privado, destinadas à
da presente Lei. conservação, sujeito a um maneio integrado com permissão de
2. A rede nacional de áreas de conservação tem como níveis de extracção dos recursos, respeitando limites sustentáveis
objectivos fundamentais: de acordo com os planos de maneio.
a) contribuir para a manutenção da diversidade biológica
e dos recursos genéticos no território nacional e nas ARTIGO 14
águas jurisdicionais moçambicanas;
(Áreas de conservação total)
b) proteger as espécies ameaçadas de extinção, raras e
endémicas nos âmbitos nacional, provincial, distrital São categorias de maneio das áreas de conservação total as
e autárquico; seguintes:
c) contribuir para a preservação e a restauração da a) reserva natural integral;
diversidade de ecossistemas naturais, terrestres ou b) parque nacional;
aquáticos; c) monumento cultural e natural.
d) promover o desenvolvimento sustentável a partir do uso
e aproveitamento sustentável dos recursos naturais; ARTIGO 15
(Reserva natural integral)
e) valorizar económica e socialmente a diversidade
biológica, promovendo actividades sustentáveis 1. A reserva natural integral é uma área de conservação
incluindo a caça, concessionamento de direitos para total, de domínio público do Estado, delimitada, destinada à
exercício do turismo contemplativo e pesca, de forma preservação da natureza, à manutenção dos processos ecológicos,
a dotar financeiramente a conservação; do funcionamento dos ecossistemas e das espécies ameaçadas
f) conservar os recursos naturais necessários à subsistência ou raras.
das comunidades locais, respeitando e valorizando o 2. Na reserva natural integral são rigorosamente proibidas,
seu conhecimento e a sua cultura; excepto por razões científicas para fins de fiscalização ou para
410 I SÉRIE — NÚMERO 73
a prática de turismo de contemplação, desde que sem qualquer b) proporcionar a realização de actividades de ecoturismo,
implantação de infra-estrutura, as seguintes actividades: recreação, educação e investigação científica;
a) caçar, pescar, acampar, exercer qualquer exploração c) garantir a preservação e reprodução das espécies ou
florestal, agrícola ou mineira; formações vegetais raras, endémicas, protegidas e em
b) realizar pesquisas, prospecções, sondagens, terraplanagens via de extinção;
ou trabalhos destinados a modificar o aspecto do d) prevenir ou eliminar qualquer forma de ocupação ou
terreno ou da vegetação; exploração incompatível com o objecto da tutela de
c) praticar quaisquer actos que prejudiquem ou perturbem monumento;
a diversidade biológica; e) contribuir para o desenvolvimento económico e social
d) introduzir ou colher quaisquer espécies zoológicas ou local, pela promoção do turismo e da participação das
botânicas quer indígenas, quer exóticas, selvagens ou comunidades locais nos benefícios resultantes dessas
domésticas. actividades.
3. Podem ser demarcadas reservas naturais integrais em outras 3. O maneio é realizado consoante a tradição, uso restrito,
categorias de áreas de conservação previstas na presente Lei. princípios e as necessidades de conservação do monumento.
ARTIGO 16 4. São também considerados monumentos naturais as árvores
de valor ecológico, estético, histórico e cultural.
(Parque nacional)
ARTIGO 18
1. O parque nacional é uma área de conservação total, de
domínio público do Estado, delimitada, destinada a propagação, (Áreas de conservação de uso sustentável)
protecção, conservação, preservação e maneio da flora e fauna
bravias bem como à protecção de locais, paisagens ou formações 1. São categorias de maneio das áreas de conservação de uso
geológicas de particular valor científico, cultural ou estético, no sustentável as seguintes:
interesse e para recreação pública, representativos do património a) reserva especial;
nacional. b) área de protecção ambiental;
2. Excepto por razões científicas ou por necessidades de c) coutada oficial;
maneio, no parque nacional são rigorosamente interditas as d) área de conservação comunitária;
seguintes actividades: e) santuário;
a) caçar, exercer qualquer exploração florestal, agrícola, f) fazenda do bravio;
mineira ou pecuária; g) parque ecológico municipal.
b) realizar pesquisa ou prospecção, sondagem ou construção
2. As áreas de conservação podem ser de âmbito nacional,
de aterros;
provincial, distrital e municipal.
c) todos os trabalhos tendentes a modificar o aspecto do
3. As responsabilidades e contrapartidas dos órgãos do Estado,
terreno ou as características da vegetação bem como
provocar a poluição das águas; das autarquias locais e das autoridades comunitárias aos diferentes
d) todo o acto que, pela sua natureza possa causar níveis são regulamentadas pelo Conselho de Ministros.
perturbações a manutenção dos processos ecológicos, ARTIGO 19
à flora, fauna e ao património cultural;
e) toda a introdução de espécies zoológicas ou botânicas (Reserva especial)
quer indígenas quer exóticas, selvagens ou domésticas.
1. A reserva especial é uma área de conservação de uso
3. Nos parques nacionais admite-se a presença do Homem sob sustentável, de domínio público do Estado, delimitada, destinada
condições controladas previstas no plano de maneio, desde que à protecção de uma determinada espécie de fauna ou flora raras,
não constitua ameaça à preservação dos recursos naturais e da endémica ou em vias de extinção ou que denuncie declínio ou
diversidade biológica. com valor cultural e económico reconhecido.
4. Nos parques nacionais permite-se a investigação científica
2. Aplicam-se à reserva especial as permissões e proibições
controlada e monitoria dos seus recursos naturais para fins de
previstas para o parque nacional, com as excepções previstas na
gestão da área.
presente Lei.
5. A intervenção de maneio de espécies de flora e fauna dirige-
se apenas para manter o equilíbrio ecológico, garantindo-se o 3. Exceptuando os recursos cuja exploração é permitida pelo
controlo das populações das respectivas espécies. plano de maneio, é proibida a exploração de quaisquer recursos
na reserva especial.
ARTIGO 17 4. A reserva especial pode ser de interesse nacional ou
(Monumento cultural e natural)
provincial, consoante os interesses que procuram salvaguardar.
2. A área de protecção ambiental visa a realização dos seguintes onde estas possuem o direito de uso e aproveitamento da terra,
objectivos: destinada à conservação da fauna e flora e uso sustentável dos
a) assegurar a protecção e preservação dos componentes recursos naturais.
ambientais, bem como a manutenção e melhoria dos 2. A área de conservação comunitária visa a realização dos
ecossistemas de reconhecido valor ecológico e sócio- seguintes objectivos:
económico; a) proteger e conservar os recursos naturais existentes na
b) manter uma relação harmoniosa da natureza e da área do uso consuetudinário da comunidade, incluindo
cultura, protegendo a paisagem e garantindo formas conservar os recursos naturais, florestas sagradas
tradicionais de ocupação do solo e de construção, bem e outros sítios de importância histórica, religiosa,
como de expressão de valores sócio-culturais; espiritual e de uso cultural para a comunidade local;
c) encorajar modos de vida e actividades sócio-económicas b) garantir o maneio sustentável dos recursos naturais de
sustentáveis em harmonia com a natureza, bem forma a resultar no desenvolvimento sustentável local;
como com a preservação de valores culturais das c) assegurar o acesso e perenidade das plantas de uso
comunidades locais;
medicinal e à diversidade biológica em geral.
d) manter a diversidade da paisagem e do habitat, bem como
as espécies e ecossistemas associados; 3. O licenciamento para o exercício de actividades de
e) prevenir e eliminar qualquer forma de ocupação do solo exploração de recursos a terceiros só pode ser feito com
e actividades incompatíveis que, pela dimensão ou prévio consentimento das comunidades locais, após processo
grandeza, ponham em causa os objectivos da protecção de auscultação, que culmine na celebração de um contrato
da paisagem; de parceria.
f) proporcionar aos cidadãos espaços de lazer ao ar livre 4. A gestão dos recursos naturais existentes na área de
respeitando as qualidades essenciais da área de conservação comunitária é feita de acordo com as regras e práticas
conservação; consuetudinárias das respectivas comunidades locais, mas sem
g) contribuir para o desenvolvimento sustentável ao nível prejuízo do cumprimento da legislação nacional.
local, pela promoção do turismo e da participação das
comunidades locais nos benefícios resultantes dessas ARTIGO 23
actividades.
(Santuário)
3. A área de protecção ambiental pode abranger áreas terrestres,
águas lacustres, fluviais ou marítimas e outras zonas naturais 1. Santuário é uma área de domínio público do Estado ou de
distintas. domínio privado, destinada à reprodução, abrigo, alimentação e
4. Na área de protecção ambiental podem ser explorados investigação de determinadas espécies de fauna e flora.
os recursos naturais, observando o plano de desenvolvimento 2. O santuário pode ser demarcado dentro de uma área de
integrado. conservação já criada ou fora dela.
5. No interior da área de protecção ambiental podem existir 3. Os recursos existentes no santuário podem ser explorados
outras categorias de áreas de conservação. mediante licença especial, nos termos a regulamentar,
exceptuando as espécies que se pretendam proteger, desde que
ARTIGO 21 estejam de acordo com o respectivo plano de maneio e com a
(Coutada oficial) presente Lei.
4. No santuário podem ser realizadas actividades de
1. A coutada oficial é uma área de conservação de uso
repovoamento de espécies, mediante observância do disposto na
sustentável, de domínio público do Estado, delimitada, destinada a
legislação nacional e do respectivo plano de maneio.
actividades cinegéticas e a protecção das espécies e ecossistemas,
na qual o direito de caçar só é reconhecido por via do contrato de
concessão celebrado entre o Estado e o operador. ARTIGO 24
2. São interditas na coutada oficial as actividades susceptíveis (Fazenda do bravio)
de comprometer os objectivos que conduziram à celebração do
contrato de concessão referido no número anterior. 1. Fazenda do bravio é uma área de domínio privado vedada e
3. É permitido o uso de recursos florestais e faunísticos por destinada a conservação de fauna e flora em que o direito de caçar
parte das comunidades locais, desde que realizado em moldes é limitado ao respectivo titular do direito de uso e aproveitamento
sustentáveis com fins de subsistência e não comprometa os da terra ou àqueles que deles houver autorização, sendo que uns
objectivos referidos no número 1 do presente artigo. e outros carecem da respectiva licença emitida pela autoridade
4. Podem ser realizadas na coutada oficial actividades de competente.
repovoamento de recursos cinegéticos mediante observância do 2. O titular da fazenda do bravio pode estabelecer uma
disposto na legislação nacional e o respectivo plano de maneio. exploração equilibrada de determinadas espécies para a produção
5. A gestão da coutada oficial deve ser realizada de acordo de carne e aproveitamento de outros despojos e subprodutos.
com um plano de maneio devidamente aprovado pelo órgão 3. O titular da fazenda do bravio que colocar animais em
implementador da administração das áreas de conservação, sob cativeiro é responsável pela alimentação, saúde e manutenção.
proposta da entidade gestora. 4. O titular da fazenda do bravio tem a pertença dos animais
ARTIGO 22 que introduzir.
5. Caso o titular da fazenda do bravio pretenda ter a pertença
(Área de conservação comunitária) dos animais encontrados na área pode comprá-los ao Estado.
1. A área de conservação comunitária constitui área de 6. Na fazenda do bravio podem ser realizadas actividades de
conservação de uso sustentável, do domínio público comunitário, repovoamento de espécies, mediante observância do disposto na
delimitada, sob gestão de uma ou mais comunidades locais legislação nacional e do respectivo plano de maneio.
412 I SÉRIE — NÚMERO 73
ARTIGO 25 ARTIGO 29
(Parque ecológico autárquico) (Caça por licença simples)
1. O parque ecológico autárquico é uma área de conservação de 1. A caça por licença simples é exercida pelas comunidades
uso sustentável de domínio público autárquico, para a conservação locais, nas áreas de conservação de uso sustentável e nas zonas
de ecossistemas sensíveis no contexto urbano e de povoação. tampão com o objectivo de satisfazer necessidades de consumo
2. O parque ecológico autárquico visa a realização dos próprio.
seguintes objectivos:
2. O licenciamento da caça para os membros das comunidades
a) proteger elementos da natureza cruciais para o equilíbrio locais, nos termos do número anterior, é feito pelos conselhos
ecológico da autarquia local, incluindo terras húmidas, locais de acordo com as normas e práticas costumeiras e em
mangais, encostas, dunas, áreas florestais;
coordenação com o sector de tutela.
b) proteger e conservar espécies e ecossistemas endémicos,
raros ou ameaçados; ARTIGO 30
c) prevenir a ocupação arbitrária e a urbanização
descontrolada e desregrada dos espaços verdes (Caça desportiva)
localizados nas autarquias locais;
A caça desportiva é exercida por pessoas singulares nacionais
d) contribuir para a qualidade de vida dos munícipes;
e) estimular a educação ambiental, recreação e lazer dos e estrangeiras, nas coutadas oficiais, nas fazendas do bravio e em
munícipes bem como a prática de ecoturismo; outras áreas de conservação de uso sustentável e zonas tampão,
f) permitir a regeneração de espécies essenciais à em conformidade com o plano de maneio.
subsistência das populações;
g) incentivar a pesquisa científica, especialmente associada ARTIGO 31
aos estabelecimentos de ensino e investigação. (Caça comercial)
3. No parque ecológico autárquico é admitida a presença
A caça comercial é exercida por pessoas singulares ou
do homem, desde que não ponha em causa os objectivos que
presidiram a sua criação. colectivas nas fazendas do bravio, visando a obtenção dos
despojos ou de troféus para a comercialização, através da criação
SECÇÃO II de animais bravios nos termos da presente Lei e demais legislação
Actividades nas áreas de conservação
aplicável.
ARTIGO 26 ARTIGO 32
(Exercício de actividades nas áreas de conservação) (Instrumentos e meios de caça)
1. Por razões de necessidade, utilidade ou interesse público, As restrições à prática de caça são objecto de regulamentação
pode ser autorizado o exercício de actividades nas áreas de específica, não sendo permitida a utilização de meios e
conservação referidas na presente Lei, de acordo com os
instrumentos que resultem na apanha ou abate indiscriminado
objectivos de cada categoria da área, que incluem:
de espécies ou indivíduos, tais como queimadas, explosivos,
a) concessões para o exercício da actividade turística; laços, armadilhas mecânicas, substâncias tóxicas, venenosas
b) concessões para a prática ou exercício cinegético;
e armas automáticas.
c) caça, pesca e exploração do recurso florestal;
d) captura de animais vivos e apanha de ovos; ARTIGO 33
e) apicultura;
f) investigação científica. (Caça em defesa de pessoas e bens)
2. Outras actividades podem ser autorizadas se previstas no 1. A caça fora das modalidades previstas na presente Lei só
plano de maneio. é permitida em defesa de pessoas e bens, contra ataques actuais
ARTIGO 27 ou iminentes de animais bravios quando não seja possível
o afugentamento ou captura;
(Legislação aplicável às actividades nas áreas de conservação) 2. A caça referida no presente artigo é exercida prontamente,
As concessões para o exercício das actividades turística, após o conhecimento dos factos, pelas brigadas especializadas
cinegética, pesca, exploração florestal, apicultura e investigação do Estado ou pelo sector privado e pelas comunidades locais
científica são implementadas obedecendo a legislação específica, devidamente autorizadas.
as permissões e restrições impostas pela presente Lei e o plano
de maneio da respectiva área de conservação. ARTIGO 34
SECÇÃO III pelo sector privado, por organizações não governamentais, por
Área de conservação transfronteiriça
comunidades locais ou pelos munícipes, consoante as categorias
em causa.
ARTIGO 36
ARTIGO 39
(Área de conservação transfronteiriça)
(Ordenamento do território)
1. A área de conservação transfronteiriça é uma área estabelecida
por um instrumento legal e gerida de forma colaborativa, que 1. A criação, modificação, extinção e administração de áreas
atravessa uma ou mais fronteiras entre Estados, composta por de conservação devem ser compatibilizadas com a legislação
áreas de conservação ou outras formas de uso da terra, que por que se rege o ordenamento do território nos níveis nacional,
contribuem para a protecção e manutenção da diversidade provincial, distrital e autárquico.
biológica e dos recursos naturais e culturais associados, bem 2. As regiões ecológicas onde se situam uma ou mais áreas de
como promove o desenvolvimento sócio-económico. conservação devem ser objecto do plano especial de ordenamento
2. Constituem objectivos da área de conservação transfronteiriça: do território que inclua, igualmente, as zonas tampão, corredores
ecológicos e outros elementos essenciais à preservação do
a) a cooperação regional ou internacional na gestão de equilíbrio ecológico e à continuidade espacial.
recursos partilhados; 3. A delimitação das áreas de conservação é, obrigatoriamente,
b) a prossecução dos objectivos de cada categoria de área registada no Cadastro Nacional de Terras, enquanto instrumento
de conservação e que são integrados nas áreas de geral de ordenamento do território.
conservação transfronteiriça;
c) a implementação de abordagens comuns da conservação SECÇÃO V
de ecossistemas e espécies para manter a conectividade Zona tampão
de habitat, formações vegetais e de populações de
ARTIGO 40
animais.
(Zona tampão)
3. A área de conservação transfronteiriça é estabelecida por
tratado ou acordo celebrado e aprovado pelos órgãos competentes 1. A zona tampão é uma porção territorial delimitada em
do Estado. redor da área de conservação, formando uma faixa de transição
entre a área de conservação e a área de utilização múltipla com
SECÇÃO IV o objectivo de controlar e reduzir os impactos decorrentes das
actividades incompatíveis com a conservação da diversidade
Criação, modificação ou extinção de áreas de conservação
biológica, tanto de dentro para fora, como de fora para dentro da
ARTIGO 37 área de conservação.
(Aprovação, modificação e extinção das áreas de conservação) 2. A criação da zona tampão visa:
1. Compete ao Conselho de Ministros aprovar, modificar ou a) formação de uma área de amortecimento no redor de
extinguir as reservas naturais totais, os parques nacionais, os uma área de conservação que minimize as pressões
monumentos culturais e naturais de domínio público do Estado, das diversas actividades humanas;
as reservas especiais, as áreas de protecção ambiental, as coutadas b) protecção de cursos e demais fontes de água, resguardando
oficiais, independentemente das suas dimensões, bem como a sua qualidade e a quantidade;
os santuários, as fazendas do bravio e as áreas de conservação c) promoção e manutenção da paisagem em geral e do
comunitárias com dimensões superiores a 10.000 hectares. desenvolvimento do turismo, com a participação do
2. Compete ao Ministro que tutela as áreas de conservação sector privado e das comunidades locais;
aprovar, modificar ou extinguir os santuários, as fazendas do d) promoção da educação ambiental servindo como base
bravio e as áreas de conservação comunitárias com dimensão para consolidar a atitude de respeito às actividades
entre 1.000 a 10.000 hectares. e necessidades ligadas à conservação e a qualidade
3. Compete ao governo provincial aprovar, modificar ou de vida;
extinguir as fazendas do bravio, os santuários e as áreas de e) contenção da urbanização contínua e desordenada;
conservação comunitárias com dimensão até ao limite máximo f) consolidação de usos adequados de actividades
de 1.000 hectares, bem como os monumentos cultural e natural complementares à proposta do plano de maneio da
de domínio público comunitário e de domínio privado. área de conservação;
4. Compete à assembleia municipal aprovar, modificar ou g) estender as medidas de conservação de forma a promover
extinguir os monumentos cultural e natural de domínio público o uso sustentável dos recursos naturais;
autárquico e os parques ecológicos municipais que se localizam h) providenciar a função de corredores ecológicos de forma
dentro dos limites da respectiva autarquia. a assegurar a manutenção da estrutura e processos
5. O processo de criação, modificação ou extinção de áreas de biológicos, a conectividade de habitat bem como
conservação segue o processo indicado na legislação sobre a terra. a movimentação de material genético entre áreas
6. A reserva natural total, o parque nacional e a reserva de conservação.
especial possuem uma zona tampão, parte integrante da área de 3. Na zona tampão, qualquer actividade susceptível de
conservação, de acordo com as condições ecológicas. afectar a sua biótica deve ser previamente aprovada pelo órgão
implementador da administração das áreas de conservação e
ARTIGO 38 sujeita ao licenciamento ambiental, baseado na avaliação do
(Proposta de criação de áreas de conservação)
impacto ambiental, nos termos da legislação específica.
4. A criação da zona tampão deve obedecer aos mesmos
A proposta de criação de áreas de conservação pode ser pressupostos do artigo 39, sobre a aprovação, modificação
feita pelos órgãos governamentais, por instituições académicas, ou extinção de áreas de conservação.
414 I SÉRIE — NÚMERO 73
2. A autorização judicial é dispensada nos casos de flagrante no processo de fiscalização e controlo dos recursos ao abrigo
delito caso o ocupante da habitação não se oponha à busca e da presente Lei.
lavrado o auto que deve ser por ele assinado.
ARTIGO 68
ARTIGO 63B
(Regulamentação)
(Auxiliar do Ministério Público)
Compete ao Conselho de Ministros adoptar medidas
Na investigação e instrução preparatória de processos regulamentares, 180 dias após a sua publicação.
referentes às infracções previstas na presente Lei, o Ministério
Público é auxiliado por técnicos do Ministério que superintende
o sector das áreas de conservação e pela Polícia competente.
ANEXO
ARTIGO 63C
Glossário
(Depósito e guarda de produtos de fauna e flora)
A
1. Os produtos de fauna bravia e flora apreendidos no âmbito
da fiscalização, ao abrigo da presente Lei, devem ser entregues Actividade turística – actividade comercial que concorre para
imediatamente ao Ministério que superintende o sector das o fornecimento de prestações de alojamento, de restauração e/ou
áreas de conservação, para efeitos de inventariação, extracção satisfação das necessidades das pessoas que viajam para o seu
de amostras, exames laboratoriais, guarda e controlo, sem lazer ou por motivos profissionais, ou que têm por finalidade um
prejuízo de acesso aos mesmos durante a investigação criminal motivo de carácter turístico.
ou julgamento. Área de conservação – área terrestre ou aquática delimitada,
2. Realizados os exames e actos subsequentes, a autoridade estabelecida por instrumento legal específico, especialmente
judicial pode determinar, oficiosamente ou mediante requerimento dedicada a protecção e manutenção da diversidade biológica e
do Ministério Público ou outra autoridade competente pela dos recursos naturais e culturais associados.
destruição por incineração dos produtos de fauna bravia, qualquer Área degradada – porção de território com alterações adversas
que seja a fase do processo. das características naturais do ambiente, que inclui, entre outras, a
3. No acto da destruição devem estar presentes, para além do erosão dos solos, a poluição das águas e do ar, o desbastamento,
Ministério Público, o representante do Ministério que tutela o a desertificação, a fragmentação e perda do habitat, como
sector das áreas de conservação. consequência de factores antropogênicos.
4. O acto de destruição referido no número anterior deve ser Área de utilização múltipla – área fora das zonas de protecção
certificado por auto. dedicada a variadas formas de uso de terra, mediante a aplicação
dos instrumentos de ordenamento territorial.
CAPÍTULO X Arma branca – aquela que é dotada de uma lâmina cortante
Disposições Finais e Transitórias ou perfurante, usada na luta corpo a corpo.
ARTIGO 64 Arma de fogo – qualquer das que actua pela deflagração
de uma carga explosiva que dá lugar à libertação de gases cuja
(Revogação) expansão impele o projéctil.
São revogados o número 21, do artigo 1, os artigos 10, 11, 12,
40 e o número 1 do artigo 22, da Lei de Florestas e Fauna Bravia, C
Lei n.º 10/99, de 7 de Julho e o artigo 13 da Lei n.º 20/97, de 1 Caça – forma de exploração racional de recursos cinegéticos.
de Outubro, Lei do Ambiente, bem como as demais disposições Caçar ou acto venatório – série de movimentos que o caçador
legais que contrariem a presente Lei. realiza enquanto faz o uso das suas artes de caça e que consistem
ARTIGO 65 numa série de operações caracterizadas pela acção ou acções
de procurar, perseguir, esperar, apreender, abater e transportar
(Estudos e investigação) animais bravios, mortos ou vivos.
A actuação de missões de carácter científico que pressuponham CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional das
estudos ou actividades que estejam ao abrigo da presente Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção.
Lei carecem de autorização do Conselho de Ministros, sob Comunidade local – agrupamento de famílias e indivíduos
informação do órgão implementador da administração das áreas vivendo numa circunscrição territorial de nível de localidade ou
de conservação. inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da
protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas
ARTIGO 66 ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens,
fontes de água, áreas de caça e de expansão.
(Cooperação internacional)
Conservação – conjunto de intervenções viradas à protecção,
O Estado deve promover a cooperação com outros países, manutenção, reabilitação, restauração, valorização, maneio e
em particular com os da região, bem como com as organizações utilização sustentável dos recursos naturais de modo a garantir
internacionais para a partilha de boas práticas nos vários domínios a sua qualidade e valor, protegendo a sua essência material e
das áreas de conservação. assegurando a sua integridade.
ARTIGO 67 D
(Multas e seu destino) Defeso – período do ano que visa permitir a reprodução e
O Conselho de Ministros fixa os valores provenientes das crescimento das espécies durante o qual as actividades de sua
multas destinados ao benefício dos diversos intervenientes exploração são proibidas.
11 DE MAIO DE 2017 419
Art. 1º Os arts. 1º, 4º, 14, 16 e 44, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
passam a vigorar com as seguintes redações:
"Art. 1º ...................................................................................................................
§ 1º As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização
e exploração das florestas e demais formas de vegetação são consideradas uso
nocivo da propriedade, aplicando-se, para o caso, o procedimento sumário
previsto no art. 275, inciso lI, do Código de Processo Civil.
§ 2º Para os efeitos deste Código, entende-se por:
I - pequena propriedade rural ou posse rural familiar: aquela explorada
mediante o trabalho pessoal do proprietário ou posseiro e de sua família,
admitida a ajuda eventual de terceiro e cuja renda bruta seja proveniente, no
mínimo, em oitenta por cento, de atividade agroflorestal ou do extrativismo,
cuja área não supere:
a) cento e cinqüenta hectares se localizada nos Estados do Acre, Pará,
Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e nas regiões situadas
ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do
meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão ou no Pantanal mato-grossense ou
sul-mato-grossense;
b) cinqüenta hectares, se localizada no polígono das secas ou a leste do
Meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; e
c) trinta hectares, se localizada em qualquer outra região do País;
II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2º e 3º
desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas;
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse
rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos
recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à
conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas;
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI
IV - utilidade pública:
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de
transporte, saneamento e energia; e
c) demais obras, planos, atividades ou projetos previstos em resolução do
Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA;
V - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa,
tais como: prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão,
erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, conforme
resolução do CONAMA;
b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena
propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem a cobertura
vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área; e
c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do
CONAMA;
VI - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º
S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do
Estado do Maranhão." (NR)
"Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social,
devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo
próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto.
§ 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do
órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do
órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º
deste artigo.
§ 2º A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em
área urbana, dependerá de autorização do órgão ambiental competente, desde
que o município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e
plano diretor, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual
competente fundamentada em parecer técnico.
§ 3º O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual e de
baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em área
de preservação permanente.
§ 4º O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da
autorização para a supressão de vegetação em área de preservação permanente,
as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo
empreendedor.
§ 5º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e
mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas "c" e "f" do art. 2º deste
Código, somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
§ 6º Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desapropriação ou
aquisição, pelo empreendedor, das áreas de preservação permanente criadas no
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI
seu entorno, cujos parâmetros e regime de uso serão definidos por resolução do
CONAMA.
§ 7º É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação
permanente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não
comprometa a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação nativa."
(NR)
"Art. 14. ................................................................................................................
...............................................................................................................................
b) proibir ou limitar o corte das espécies vegetais raras, endêmicas, em perigo
ou ameaçadas de extinção, bem como as espécies necessárias à subsistência das
populações extrativistas, delimitando as áreas compreendidas no ato, fazendo
depender de licença prévia, nessas áreas, o corte de outras espécies;
....................................................................................................................." (NR)
"Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as
situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas
ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são
suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no
mínimo:
I - oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada
na Amazônia Legal;
II - trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado
localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade
e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja
localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7º deste
artigo;
III - vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras
formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e
IV - vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada
em qualquer região do País.
§ 1º O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e
cerrado será definido considerando separadamente os índices contidos nos
incisos I e II deste artigo.
§ 2º A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser
utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e
critérios técnicos e científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as
hipóteses previstas no § 3º deste artigo, sem prejuízo das demais legislações
específicas.
§ 3º Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal
em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os
plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por
espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com
espécies nativas.
§ 4º A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental
estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou
outra instituição devidamente habilitada, devendo ser considerados, no processo
de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e
instrumentos, quando houver:
LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI
TÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
............................................................................................................................................................
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
............................................................................................................................................................
Seção IV
Da Cobrança do Uso de Recursos Hídricos
............................................................................................................................................................
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão
aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de
Recursos Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e
entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e
meio por cento do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido
em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a
quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)