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Mestrado em Engenharia de Minas e Geoambiente

Disciplina: Hidromineralurgia

Docentes: António Fiúza e Aurora Futuro

Relatório de laboratório

Dimensionamento da área unitária de um espessador

Relatório realizado por:

Adalberto B. Macieira Gomes, mmg09015@fe.up.pt

1ºAno

25 De Maio de 2010
Índice
Objectivo do trabalho-------------------------------------------------------------------------------------------------3
Introdução teórica-----------------------------------------------------------------------------------------------------3
Procedimento ---------------------------------------------------------------------------------------------------------4
Cálculos efectuados --------------------------------------------------------------------------------------------------5
Resultados obtidos ---------------------------------------------------------------------------------------------------6
Conclusão--------------------------------------------------------------------------------------------------------------13
Bibliografia-------------------------------------------------------------------------------------------------------------13

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1. Objectivos

Este trabalho de laboratório teve como objectivo determinar a área unitária de um


espessador , através da velocidade de sedimentação de uma polpa em regime descontinuo,
durante o período de sedimentação livre.

2. Introdução

O espessamento é uma operação de separação sólido – líquido baseada no fenómeno da


sedimentação. O espessamento é utilizado para aumentar a densidade de polpas formando
uma camada de sólidos em decantação e um líquido sobrenadante clarificado livre de sólidos
em suspensão.

O espessador – equipamento utilizado na operação de espessamento – é constituído


por uma bacia de sedimentação, geralmente cilindro-cónica, provida de um mecanismo de
arraste para conduzir os sólidos decantados no fundo para um ponto de descarga. A operação
dos espessadores consiste numa decantação contínua dos sólidos em suspensão na polpa de
alimentação, resultando na recuperação da maior parte da água contida na polpa (“overflow”),
e na descarga, pelo fundo, (“underflow”).

Os estudos deste processo, envolvem testes para a selecção de reagentes químicos


que favorecem a sedimentação das partículas (coagulantes e floculantes) e testes para
dimensionamento dos equipamentos (que é o objectivo deste trabalho). O dimensionamento é
feito com base em testes de sedimentação, visando à determinação da área, profundidade e
forma do espessador. Os testes podem ser feitos em escala piloto (testes contínuos ou semi-
contínuos) ou em escala de bancada (teste descontínuo).

Nos testes descontínuos, pode observar-se que as partículas em suspensão na polpa


podem sedimentar segundo três regimes: clarificação, sedimentação por zona e compressão.
Estes regimes de sedimentação são governados pela densidade da polpa (alimentação) e pela
tendência das partículas de formarem agregados.

Um dos objectos deste trabalho prático é precisamente o dimensionamento de


espessadores. Para se poder dimensionar espessadores é necessário realizar testes de
sedimentação e de consolidação. Nos testes de sedimentação utilizam-se polpas de diferentes
densidades, variando desde a polpa simulando a alimentação até à polpa mais espessa
exibindo sedimentação livre.

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3. Procedimento experimental

a) material utilizado
 Copos graduados; · Balança;
 Agitador manual; · Minério seco;
 Cronómetro ou relógio; · Régua;
 3 Provetas graduadas; · Floculante: SuperFloc 16 – Conc: 1g/l;
 Papel milimétrico; Dosagem habitual – 50 mg/1000 gr de
sólido;

b) Determinação da área unitária:


1. Determinar a quantidade de fase sólida e fase líquida necessária para a obtenção de

polpas com as diluições de trabalho, tendo em conta o volume de polpa não pode

ultrapassar os 1000 ml (volume das provetas);


2. Pesar a fase sólida necessária;
3. Medir o volume de água necessário;
4. Colocar a fita de papel milimétrico na proveta;
5. Medir a altura da proveta, ou altura do papel milimétrico;
6. Medir o diâmetro da proveta;
7. Misturar na proveta a fase sólida e líquida para obtenção da polpa;
8. Medir a altura da polpa na proveta;
9. Determinar o volume de floculante necessário;
10. Medir o volume de floculante;
11. Adicionar o floculante;
12. Medir a altura da polpa com floculante na proveta;
13. Uma vez obtidas as polpas nas provetas as amostras são agitadas, com um agitador
manual, para homogeneizar as polpas;
14. Após a homogeneização retirar o agitador e inicia-se a decantação;
15. Quando a superfície superior da polpa atinge aproximadamente os 3 mm abaixo da
superfície livre do líquido inicia-se a marcação da superfície de subsidência da polpa.
16. Esta marcação deverá ser efectuada em curtos intervalos de tempo, durante os minutos
iniciais, pois a velocidade de sedimentação é rápida;
17. Após o período mais rápido de sedimentação os intervalos de leitura podem ser mais
alargados.

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4. Cálculos efectuados no laboratório

a) Dados dos inicias


 Diluições da polpa: Ensaio 1 – D=7; Ensaio 2 – D=5; Ensaio 3 – D=3;
 Floculante: Designação – SuperFloc 16; Concentração – 1 g/l; Dosagem habitual – 50
ml/1000 g de sólido;
  (água)   (liquido )  1
 V (polpa) = 1000 ml = 1L
b) Calculo da densidade do sólido
 Peso (proveta) = 215,20 g
 m (sólido) = 150,00 g

Volume de sólido = 92 ml = 92 cm3
 Peso (proveta + sólido) = 365,20 g

Verificação da massa de sólido pesado:

M (sólido) = Peso (proveta + sólido) – peso (proveta)

= 365,20 – 215,20

= 150,00 g

m( sólido ) 150,00
 (densidade)    (densidade)   1,6304 g / ml
V ( sólido ) 92

c) Cálculos das quantidades de fase sólida e faz liquida


 Ensaio 1

L L T L
D   7  L  7T V ( polpa )  
T T  ( sólido )  (liquído )

T L
1000    1000  0,623T  7T  T  131,35 g
1,60 1
entaõ ,
L  7T  L  7  131,35  919,44ml

 Ensaio 2

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L L T L
D   5  L  5T V ( polpa )  
T T  ( sólido )  (liquído )

T L
 1000    1000  0,623T  5T  T  178,15 gr
1,60 1
entaõ ,
L  5T  L  5  178,15  890,73ml

 Ensaio 3

L L T L
D   3  L  3T V ( polpa )  
T T  ( sólido )  (liquído )

T L
 1000    1000  0,623T  3T  T  276,75 g
1,60 1
entaõ ,
L  3T  L  3  276,75  830,73ml

d) Calculo do volume de floculantes

 Ensaio 1

50 ml ------------ 1000 g

V1 ------------ 131,35 g V1 = 6,6 ml

 Ensaio 2

50 ml ------------ 1000 g

V2 ------------ 178,15 g V2 = 8,9 ml

 Ensaio 3

50 ml ------------ 1000 g

V3 ------------ 276,75 g V3 = 13,8 ml

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5. Resultados obtidos

A (Tabela-1) nos fornece os resultados obtidos durante o ensaio de laboratório para os ensaios
1,2 e 3 representados pelo volume, tempo e altura nas provetas

Tabela-1 Resultados obtidos no laboratório

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a) Gráficos

Os gráficos 1 ; 2 e 3 representam a evolução da volume da polpa em função do tempo

Gráfico-1 Diluição 7

Gráfico-2 Diluição 5

Gráfico-3 Diluição 3

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b) Cálculos efectuados fora do laboratório

Calculo da percentagem de sólidos em peso

 Ensaio 1

T 131,35
s s  s  0,1250  12,50%
T L 131,35  919,44

 Ensaio 2

T 178,15
s s  s  0,1667  16,67%
T L 178,15  890,73

 Ensaio 3

T 276,75
s s  s  0,2500  25,00%
T L 276,75  830,26

Calculo da percentagem de sólidos em volume

 Ensaio 1

T 131,35
 ( sólido ) 1,6304
S S  S  0,0805  8,05%
T L 131,35 919,44
 
 ( sólido )  (liquído ) 1,6304 1

 Ensaio 2

T 178,15
 ( sólido ) 1,6304
S S  S  0,1092  10,92%
T L 178,15 890,73
 
 ( sólido )  (liquído ) 1,6304 1

 Ensaio 3

T 276,75
 ( sólido ) 1,6304
S S  S  0,1697  16,97%
T L 276,75 830,26
 
 ( sólido )  (liquído ) 1,6304 1

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Calculo de volume final de liquido clarificado

Vfinal (liquido clarificado) = Alturafinal (liquido clarificado)  Secção (proveta)

Sendo,Secção (proveta)=

 Ensaio 1 Vfinal (liquido clarificado) = (34,5-4,1) cm    32 = 859,53 cm3


 Ensaio 2 Vfinal (liquido clarificado) = (35,8-5,8)    32 = 848, 23 cm3

Ensaio 3 Vfinal (liquido clarificado) = (34,2-9) cm    32 = 712,51 cm3

Vinicial (líquido )  Vfinal (liquido clarificad o)


Calculo da diluição final D( final ) 
Caudal mássico sólidos

919,44  859,53
 Ensaio 1 D( final )   D( final )  0,45
131,35
890,73  848,23
 Ensaio 2 D( final )   D( final )  0,23
178,15
830,26  712,51
 Ensaio 3 D( final )   D( final )  0,42
276,75

Altura Liquido Clarificad o


Velocidade de sedimentação final v( se dim entação ) 
Tempo decorrido

(34,5  4,1)cm
 Ensaio 1 v( se dim entação )   10,13cm / min  6,08m / h
3 min
(35,8  5,8)cm
 Ensaio 2 v( se dim entação )   12,41cm / min  7,44m / h
2,41min
(34,2  9)cm
 Ensaio 3 v( se dim entação )   12,6cm / min  7,56m / h
2 min

D(inicial )  D( final )
Calculo da área unitária de sedimentação A
v( se dim entação )

7  0,45
 Ensaio 1 A  A  1,07m2 / t / h
6,08
5  0,23
 Ensaio 2 A  A  0,63m2 / t / h
7,44

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3  0,42
 Ensaio 3 A   A  0,34m2 / t / h
7,56

Calculo da área do projecto

A( projecto )  A(unitária sedmentação)  (1  Coef . Segurança )

 Ensaio 1 A( projecto )  1,07  (1  0,25)  1,34 / 24m2 / t / dia

 Ensaio 2 A( projecto )  0,63  (1  0,25)  0,79 / 24m2 / t / dia

 Ensaio 3 A( projecto )  0,34  (1  0,25)  0,42 / 24m2 / t / dia

c) Tabela resumo

S/
floculante Dados sobre o Área
POLPA A ENSAIAR (com floculante) POLPA ESPESSADA
Sólidos na Altura floculante
Proveta Proveta sólido + m2/t/dia
(g)
% Sólidos Vol. Altura Vol. Polpa Dose Conc.
Altura Vel. Sedim.
Em peso Em vol. (ml) (mm) (ml) interface (mm) (mm) mg/kg (%) Vol. (ml) (m/h)
1 12,5 8,06 974,97 345 115,92 41 131,35 344 50 1 6,6 6,08 0,055
2 16,7 10,93 1011,7 358 163,99 58 178,15 344 50 1 8,9 7,44 0,032
3 25 16,93 966,42 342 254,46 90 278,71 344 50 1 13,8 7,56 0,017

d) Cálculo da altura do espessador

Tempo de Massa
Volume Diluição Diluição Densidade
compactação sólidos na
clarificado (cm3) Teste média média
(h) polpa zona 1 zona 2 zona 3
0,013888889 19,79203372 2,92852 Tempo de retenção (h) 0,002778 0,011111 0,005556
2,26444 1,23230309 0,3774925 Massa sólidos (t/h/m2) 2,34916 2,34916 2,34916
0,016666667 387,3583742 1,600367 Carga sólidos (t/m2) 0,006525 0,026102 0,013051
1,22746 1,38173375 0,6203173 Massa de sólidos (t/m3) 0,377493 0,620317 1,770286
0,027777778 593,7610115 0,854558 Altura da zona (m) 0,017286 0,042078 0,007372
0,64001 1,60059449 0,975966
0,033333333 712,5132138 0,425463 Altura total 1,266737 m
0,033333333 966,9822188 -0,49403 0,18027 2,08940663 1,7702858

Altura Total (cm) 34,2


Raio Proveta 3
Secção 28,27433

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6. Conclusão

O cálculo da altura do espessador, bem como o processo mostrou-se um pouco complexo


quanto a transferência da escala laboratorial a industrial, para tal utilizou-se ainda um
coeficiente de segurança de 25% para melhor aproximar os resultados.

No final do trabalho laboratorial a partir dos resultados obtidos determinou-se para os ensaios
1, 2, e 3 as áreas de sedimentação unitária de 0,05, 0,032 e 0,017 m2/t/dia e as diluições da
polpa foram 8,05, 10,92 e 16,67% e para a percentagem de sólidos superior calculou-se a
altura do espessador igual 1,27 metros.

7. Bibliografia

 Fiúza, A. (2010) – “HIDROMINERALURGIA”, Departamento de Minas, FEUP, Porto;

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