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Texto complementar

CAPILARIDADE
Se você colocar um tubo de vidro verticalmente dentro de um recipiente
com água, a água penetrará no tubo da forma mostrada na figura da
esquerda. Repare que o nível da água dentro do tubo é maior do que o
nível da água de fora e que na interface da água com o ar se forma uma
curva com concavidade para cima.
Se você repetir esse experimento colocando o tubo de vidro em um
recipiente com mercúrio, o mercúrio também penetrará no vidro, mas da
forma mostrada na figura da direita. No mercúrio, o nível do líquido
dentro do tubo fica abaixo do nível do líquido de fora e a interface com o
ar tem uma concavidade para baixo.
Quando um líquido está em um recipiente, as moléculas da interface do líquido com o ar ficam sujeitas a duas forças:
− a força de coesão, exercida pelos outros átomos do líquido e dirigida para o interior do líquido;
− a força de adesão, proporcionada pela atração das moléculas do recipiente.
Assim, as moléculas da interface estão sujeitas à resultante dessas duas forças.
No caso da água no tubo de vidro, a força de adesão é maior que a de coesão, o líquido sobe no tubo e a interface com
o ar faz uma curva como a da figura da esquerda; no caso do mercúrio com vidro, a força de coesão é maior que a de
adesão, o líquido entra pouco no tubo e a interface com o ar tem o formato da outra figura.
Outro experimento interessante é mergulhar uma
lâmina de vidro em um líquido. O vidro atrai as
moléculas da água e, na superfície livre, se forma
um menisco côncavo. Assim, uma pequena
camada de água é puxada para cima, junto à
lâmina de vidro. Coloque outra lâmina, ao lado da
primeira. As duas puxarão a água para cima e,
então, uma camada maior de água se eleva
ligeiramente no espaço entre as lâminas. Quanto
mais estreito for esse espaço, mais alto se elevará
a água, como pode ser visto na figura ao lado.
(Fonte: Sala de demonstrações do Elmo -
www.fisica.ufmg.br/~demo/.)
Essas experiências explicam porque os líquidos
sobem em um tubo aberto, muito fino, embora
as pressões externa e interna sejam a mesma. Isso
acontece quando os tubos são "capilares" (isto é,
de diâmetro interno muito pequeno) e o líquido
molha o vidro. No caso do mercúrio, como as forças de coesão são superiores às de adesão, o líquido desce no tubo
capilar. Em ambos os casos, o fenômeno é conhecido como capilaridade.
Em várias situações, o fenômeno da capilaridade desempenha um papel importante:
− Em uma vela, é graças à capilaridade que a cera derretida sobe pelo pavio, para alimentar a chama.
− Quando a extremidade de um pedaço de pano (ou papel) seco é introduzida na água, observa-se que o líquido atinge
grande parte do tecido não mergulhado, porque é conduzido, por capilaridade, através das fibras do tecido.
− A subida da seiva em uma árvore se deve a uma série de fatores, entre eles a capilaridade.
− Nosso sistema circulatório tem nas pontas do sistema vasos capilares que fazem o sangue chegar em todos os pontos
de nosso corpo.

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