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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA FOZ DO ITAJAÍ

Experiência 7
Lei dos Gases Ideais

Aline Souza da Silva


Franciani Goedert

Professora: Adriane Gruber


Física Experimental II
Engenharia de Petróleo

Balneário Camboriú, 7 de Maio de 2018


Resumo
O experimento realizado tem como objetivo determinar as constantes de
proporcionalidade de um gás ideal utilizando as leis de Charles e Gay-Lussac e assim, determinar
a quantidade de mols do gás existente dentro de um cilindro de prova.

Introdução
O estudo dos gases tem como objetivo definir suas características e comportamentos,
para que se possa calcular e solucionar problemas envolvendo-os. Este experimento será
baseado em, principalmente, três leis: Lei de Gay-Lussac, que trata sobre pressão constante; Lei
de Charles, que trabalha sobre volume imutável; e Lei de Boyle-Mariotte, as quais são
indispensáveis para esta compreensão. Para lidar com gases, existem algumas variáveis
indispensáveis: P, V, n, R ( R=0,082(atm . l)/( mol . K )) e T (em Kelvin), as quais são,
respectivamente: pressão, volume, número de mols da amostra, constante ideal dos gases e,
por fim, temperatura. Quando comparadas, as três leis geram a seguinte relação

P 0 V 0 PV
=
T0 T

Onde o índice 0 significa “inicial”. Outra fórmula a nos auxiliar é a de Clapeyron.

PV =nRT

Este experimento contou com duas etapas: o teste da Lei de Charles, e o teste de Gay-
Lussac. Para ambas, o mesmo método de aumento de temperatura foi utilizado: um cilindro
(com água) mergulhado em um béquer cheio d’água é conectado por um tubo flexível ao
êmbolo. É desse modo que o volume e a pressão do êmbolo foram alterados.

A primeira etapa do experimento tem por objetivo testar a Lei de Charles, onde a
pressão se mantém constante, próxima à pressão atmosférica (pressão inicial de quando o
sistema foi vedado). Esta se mantém inalterada pois o êmbolo contém uma parte móvel
praticamente sem atrito. Assim, como volume e pressão variam, foi medido o volume do
êmbolo variando a temperatura entre aproximadamente 5-15 K, iniciando de 296 K e indo até
até 357 K. Com esses dados, a lei pôde ser testada.

Já na segunda etapa do experimento, o teste é sobre a Lei de Gay-Lussac, a volume


constante. Do mesmo modo, à medida que a temperatura do sistema (cilindro, mangueira,
êmbolo) aumentava, a cada 5 K o volume da amostra foi medida. Com temperatura inicial de
300,8 K e variando até 356 K. Assim, a constante “b” pôde ser calculada experimentalmente.

Procedimento
Medidos massa e diâmetro de êmbolo e temperatura inicial de cada etapa, inicia-se os
procedimentos do experimento.

Fórmulas utilizadas

Média:
∑ xi
x= i=1
n


n

Desvio padrão: ∑ ( x i−x)2


i=1
σ=
n−1
σ
Desvio padrão da média: σ m=
√n

Incerteza total do valor médio: 𝜎tot = ( σm )2+(σap) ²

Equação da reta: y(x) = ax + b

Lei dos gases ideais: pV = nRT

Método dos Mínimos Quadrados:


 Primeira etapa do experimento: Foi observada a expansão de um gás quando aquecido pelo
aumento de seu volume. O aumento do volume era facilmente observável já que o gás se
expandia dentro do cilindro com um êmbolo livre.

A primeira marcação do volume do êmbolo foi em a 318 K. Variando a temperatura


entre 5 K a 15 K, foi anotado seu volume até o termômetro marcar 363 K.

Deve-se tomar o cuidado de deixar o cilindro deitado para que a força gravitacional não
realize trabalho sobre o êmbolo, e assim existirá apenas a pressão atmosférica atuando de
maneira constante sobre o mesmo, o que nos confere o estado de pressão constante.

O gás utilizado era o ar atmosférico, e o gás de todo o sistema estava presente no


cilindro, no interior da mangueira, e no interior de um cilindro metálico, que por sua vez estava
em contato com a fonte de calor.

Com este experimento, foi obtido os seguintes resultados:

Comprimento cilindro (m) 0,163


Diâmetro cilindro (m) 0,039
Volume Cilindro (L) 0,194718269
Comprimento tubo (m) 0,477
Diâmetro tubo (m) 0,654
Volume tubo (L) 0,016023735

Volume Êmbolo (L) Volume Total (L) Temperatura (K)


20 x 10⁻³ 0,230742004 296
24 x 10⁻³ 0,234742004 307
27 x 10⁻³ 0,237742004 313
32 x 10⁻³ 0,242742004 328
34 x 10⁻³ 0,244742004 333
37 x 10⁻³ 0,247742004 338
39 x 10⁻³ 0,249742004 343
41 x 10⁻³ 0,251742004 348
42 x 10⁻³ 0,252742004 353
44 x 10⁻³ 0,254742004 357
Média 34 x 10⁻³ 0,244742004 331,6
Desvio Padrão 8,137703744 0,008137704 20,48414
Desvio Padrão Médio 2,573367875 0,002573368 6,477654
1.12

1.1 Temperatura X Volume


1.08

1.06
Volume (L)

1.04 Series2
Linear
1.02 (Series2)

0.98

0.96

0.94 Temperatura (K)


280 290 300 310 320 330 340 350 360

1 experimento X Y σi σi² 1/ (σi²)


296 0,230742004 0,05 0,0025 400
307 0,234742004 0,05 0,0025 400
313 0,237742004 0,05 0,0025 400
328 0,242742004 0,05 0,0025 400
333 0,244742004 0,05 0,0025 400
338 0,247742004 0,05 0,0025 400
343 0,249742004 0,05 0,0025 400
348 0,251742004 0,05 0,0025 400
353 0,252742004 0,05 0,0025 400
357 0,254742004 0,05 0,0025 400

Soma 3316 2,44742 0,5 0,025 4000

X/σi (X/σi)² X / (σi²) x.y (x.y/σi²) Y/ σi²


5920 35046400 118400 68,29963 27319,85 92,2968
6140 37699600 122800 72,0658 28826,32 93,8968
6260 39187600 125200 74,41325 29765,3 95,0968
6560 43033600 131200 79,61938 31847,75 97,0968
6660 44355600 133200 81,49909 32599,63 97,8968
6760 45697600 135200 83,7368 33494,72 99,0968
6860 47059600 137200 85,66151 34264,6 99,8968
6960 48441600 139200 87,60622 35042,49 100,6968
7060 49843600 141200 89,21793 35687,17 101,0968
7140 50979600 142800 90,9429 36377,16 101,8968

Soma 66320 4,41E+08 1326400 813,0625 325225 978,968


Delta 1/Delta A B
6,04E+09 1,65502E-10 0,000397 0,113205

Constante α

V=αT

Y=αX

Logo, α = 0,000397

Número de mols

αp
n=
R
Sabendo que α = 0,000397, R= 0,082 (atm · l)/(mol · K) e p = 1 atm

n = 0,004841 mol

 Segunda etapa do procedimento: O grupo buscou constatar as observações de Gay e Lussac


por meio de uma transformação isocórica. Neste experimento o mesmo cilindro de metal é
aquecido de cinco em cinco Kelvin, enquanto a variação de pressão foi lida pelo software
DataStudio que faz esta análise a partir de um aparelho eletrônico ligado ao cilindro e ao
computador por meio de um cabo USB.

Foram obtidos os seguintes resultados:

Temperatura (K) Pressão (atm)


300,8 0,997079
306 1,004194
311 1,007333
316 1,012791
326 1,032026
331 1,048132
336 1,057952
341 1,070585
346 1,083178
356 1,10189
Média 326,98 1,041516
Desvio Padrão 18,25874524 0,036501
Desvio Padrão Médio 5,773922218 0,011543
Temperatura x Pressão
1.12
1.1
1.08
1.06
Pressão (atm)

1.04 Series2
1.02 Linear (Series2)
1
0.98
0.96
0.94
290 300 310 320 330 340 350 360
Temperatura (K)

2º experimento X Y σi σi² 1/ (σi²)


300,8 0,997079 0,05 0,0025 400
306 1,004194 0,05 0,0025 400
311 1,007333 0,05 0,0025 400
316 1,012791 0,05 0,0025 400
326 1,032026 0,05 0,0025 400
331 1,048132 0,05 0,0025 400
336 1,057952 0,05 0,0025 400
341 1,070585 0,05 0,0025 400
346 1,083178 0,05 0,0025 400
356 1,10189 0,05 0,0025 400

Soma 3269,8 10,41516 0,5 0,025 4000

X/σi (X/σi)² X / (σi²) x.y (x.y/σi²) Y/ σi²


6016 36192256 120320 299,9213 119968,5 398,8315
6120 37454400 122400 307,2835 122913,4 401,6778
6220 38688400 124400 313,2805 125312,2 402,9331
6320 39942400 126400 320,0418 128016,7 405,1162
6520 42510400 130400 336,4404 134576,1 412,8103
6620 43824400 132400 346,9318 138772,7 419,2529
6720 45158400 134400 355,4719 142188,8 423,1809
6820 46512400 136400 365,0694 146027,8 428,2339
6920 47886400 138400 374,7796 149911,8 433,2712
7120 50694400 142400 392,2728 156909,1 440,756

Soma 65396 4,29E+08 1307920 3411,493 1364597 4166,064


Delta 1/Delta A B
4,8E+09 2,08303E-10 0,001981 0,393734

Constante b

P=bT

Y=bX

Logo, b = 0,001981

Número de mols

bV
n=
R
Sabendo que b = 0,001981, R= 0,082 (atm · l)/(mol · K) e V = 0,194718269

n = 0,004704 mol

Conclusão
Neste experimento pôde-se verificar que na primeira etapa, conforme o volume
aumentava, a temperatura também aumentava, comprovando assim a Lei de Charles
(transformações isobáricas) que diz que o volume e a temperatura, a uma pressão constante,
são grandezas diretamente proporcionais. Ao utilizar a constante encontrada de “a” foi
calculado o número de mols contido no gás em estudo, que foi de 0,004841mol. Observa-se no
gráfico de Temperatura x Pressão que os pontos fogem um pouco da reta, se acredita que isso
acontece devido a irregularização na variação de temperatura nesta etapa, pois não se teve um
controle exato e a temperatura não variou a cada 5 K e sim alternando entre 5-15 K.

Na segunda etapa, aplicando a lei de Gay-Lussac, foi observado que conforme a


temperatura foi aumentando a pressão também aumentava, o que é esperado, visto que na
transformação isocórica se uma pressão for exercida sobre o gás estudado, ocorrerá um
aumento proporcional da temperatura, caso o volume seja constante.
Ao utilizar a constante “b” encontrada, foi calculado o número de mols contido no gás, que foi
de 0,004704 mol. No gráfico de Pressão x Temperatura é mais evidente a linearização da reta,
pois nesta etapa se obteve um controle maior nos valores medidos de temperatura, variando
em torno de 5 K. Apesar da dificuldade em marcar o valor exato da pressão, já que essa muda
drasticamente e rapidamente.
Conclui-se que o experimento teve sucesso em relação a comprovação das leis, pois
ambas etapas apresentaram valores esperados de Volume e Temperatura.

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