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Interferômetro de Michelson

Elder Pereira Samantha Bonette Maxmilian Alves

3 de outubro de 2022

Universidade Federal da Bahia


FISD39 - Fı́sica Geral Experimental IV
Docente: Caio Porto de Castro

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FISD39 - Fı́sica Geral Experimental IV

Sumário

1 Objetivo 3

2 Resumo 3

3 Introdução 3

4 Teórica 3

5 Procedimento experimental e resultados 4


5.1 Medida de comprimento de onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
5.1.1 Cálculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
5.2 Medida do ı́ndice de refração do vidro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
5.3 Medida de ı́ndice de refração do ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
5.3.1 Cálculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

6 Conclusão 8

7 Anexos 10

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1 Objetivo

Esse experimento tem como objetivo medir o comprimento de onda de um laser de


He-Ne, o ı́ndice de refração de um vidro e a refração do ar, utilizando o interferômetro de
Michelson.

2 Resumo

O experimento presente visa a análise, observação e o estudo acerca da interferência


utilizando o tipo mais fundamental de interferômetro de dois feixes, o interferômetro de
Michelson. Assim, sendo possı́vel estudar suas principais caracterı́sticas, os fenômenos de
propagação e determinar os parâmetros dos elementos envolvidos. Para a realização deste
experimento foi utilizado o roteiro disponibilizado pelo Instituto de Fı́sica da Universidade
Federal da Bahia para a realização dos procedimentos descritos neste relatório.

3 Introdução

O interferômetro idealizado por Albert Michelson representa uma das configurações


ópticas mais comuns para experimentos envolvendo interferência óptica. Michelson, em
conjunto com Edward Morley, utilizou este tipo de aparato para investigar a influência do
“éter luminoso” sobre a velocidade da luz. Este interferômetro consiste de um separador
de feixe e dois espelhos planos fixados em uma mesma base, conforme imagem abaixo:

Figura 1: Inteferômetro de Michelson

A radiação descendente de uma fonte incide sobre o separador de feixe onde é dividida
em duas partes iguais. Estas são dirigidas aos dois espelhos planos onde refletem e tornam
a se combinar novamente no separador de feixe. Por conseguinte deste processo, tem-se
a formação de um padrão de interferência da radiação, o qual é sensı́vel à diferença de
caminho óptico entre os dois feixes de radiação.
Desta forma, através deste experimento é possı́vel determinar as variações do caminho
geométrico, assim como o ı́ndice de refração do meio de propagação da radiação.

4 Teórica

No final do século XIX, tudo levava a crer que, assim como as ondas mecânicas, as
ondas eletromagnéticas necessitavam de um meio material para se propagarem. E esse
meio material, elástico e invisı́vel foi denominado de éter. Para se comprovar a existência

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(a) Ilustração do interferômetro de (b) Cı́rculos concêntricos do


Michelson-Morley. experimento.

do éter, em 1887, em Cleveland (EUA), Albert Abraham Michelson (fı́sico) e Edward


Williams Morley (quı́mico), construı́ram um aparelho denominado interferômetro. Este
tinha a capacidade de registrar variações de até frações de quilômetros por segundo da
velocidade da luz. O interferômetro de Michelson-Morley era constituı́do de instrumentos
ópticos montados sobre um suporte que flutuava em mercúrio, tudo isso para reduzir o
máximo possı́vel as vibrações que possivelmente afetariam as medições.
De acordo com o experimento, a propagação da luz nas direções normal e paralela
à da “correnteza do éter” não alterava a sua velocidade, fato que invalidava a hipótese
da existência do éter. A experiência foi repetida diversas vezes, em épocas e condições
técnicas diferentes, chegando às mesmas conclusões. Dessa forma, Michelson e Morley,
provaram não haver éter e propuseram que abandonassem qualquer ideia de sistema de
referência universal.

5 Procedimento experimental e resultados

Equipamentos utilizados:

• Interferômetro de Michelson,

• Laser, He-Ne com chave seletora de potência,

• Placa de vidro,

• Cubeta de vidro para vácuo,

• Bomba de vácuo manual com manômetro.

5.1 Medida de comprimento de onda


Conforme as instruções do roteiro, foi montado o aparato, em concordância com a
figura 1, mas sem a placa de vidro e sem a célula de vácuo. Feito isso, foi-se ajustando o
parafuso do micrométrico até que fosse possı́vel visualizar o mı́nimo de interferência. Em
seguida, o equipamento foi ajustado e o fenômeno foi observado para uma posição de 4,97
cm.
Subsequente a esse procedimento, girou-se o micrômetro no sentido horário e contou-
se trinta mı́nimos em que se formam no centro do padrão. Através do valor da posição

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registrado de 13,30 cm e tomando a antecedente supracitada como a posição inicial, é


possı́vel calcular o comprimento de onda utilizando a expressão abaixo;

2.(d − d0 )
λ=
N
Sendo N o número de mı́nimos registrados, tem-se que:

2.(13, 30 − 4, 97)
λ1 =
30
λ1 = 0, 5553mm
Repetindo os procedimentos para uma contagem de quarenta pontos de mı́nimos,
obteve-se os seguintes resultados:

2.(15, 06 − 4, 57)
λ2 =
40
λ2 = 0, 5295mm
Repetindo os procedimentos para uma contagem de cinquenta pontos de mı́nimos,
obteve-se os seguintes resultados:

2.(20, 47 − 4, 59)
λ3 =
50
λ3 = 0, 6352mm

5.1.1 Cálculos
Com os comprimentos de onda calculados, tem-se que a comprimento de onda médio
dado pela expressão 1
PN
k=1 λk
λ= (1)
N

λ = 0, 5733mm
Ademais, com os valores supracitado tem-se o seguinte desvio padrão
N
X (λk − λ)
∆λ = (2)
N
k=1

∆λ = 0, 0551mm

5.2 Medida do ı́ndice de refração do vidro


Mantendo a mesma montagem do tópico, foi inserido a placa de vidro no interferômetro
e foram realizados alguns ajustes para que o padrão de interferência continuasse centrali-
zado. Assim, foi posicionada a placa e ajustada em aproximadamente 0,4 ◦ , formando um
mı́nimo no centro do padrão.
Em sequência, foi realizada lentamente uma rotação e contado até cinquenta pontos
de mı́nimos formados. Obtendo dessa forma um ângulo de 9 ◦ .Assim, sendo possı́vel
determinar matematicamente o ı́ndice de refração do vidro, conforme expressão abaixo:

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2 2
(2t − N.λ).(1 − cos θ) + ( N 4t.λ )
n=
2t.(1 − cos θ) − N.λ
Onde t = 4mm é a espessura do vidro, θ = θm − θ0 e λ = 633nm é o comprimento de
onda laser.
Para N = 50:

θ = 9 − 0, 4 = 8, 6◦

2 2
(2.4 − 50.633).(1 − cos 8, 6) + ( 50 .0,000633
4.4 )
n=
2.4.(1 − cos 8, 6) − 50.633

n = 1, 65
Com esses parâmetros obtidos, colocou-se a placa para a posição inicial e o procedi-
mento foi repetido cem vezes.
Para N = 100.

θ = 14, 2 − 0, 4 = 13, 8◦

2 2
(2.4 − 100.633).(1 − cos 13, 8) + ( 100 .0,000633
4.4 )
n=
2.4.(1 − cos 13, 8) − 100.633

n = 1, 35

5.3 Medida de ı́ndice de refração do ar


Foi acrescendo a montagem uma célula de vácuo de modo que suas faces de vidro
ficassem paralelas ao espelho móvel, conforme figura 2.

Figura 2: Bomba de vácuo

Iniciando o procedimento em pressão ambiente ( p0 = 1004mBar), a pressão foi de-


crescida apertando lentamente o gatilho da bomba de vácuo e registrado nove pontos de

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mı́nimos em que desaparecem do centro do padrão. Outrossim, quando o gatilho chegou


ao fim de seu curso, soltou-se ele e foi registrado uma pressão de 0,1 Bar.
O procedimento supracitado foi repetido e a contagem de mı́nimos foi prosseguida
a partir da última leitura anotada. Destarte disso, contou-se dez pontos de mı́nimos e
obteve-se uma pressão de aproximadamente 0 Bar.

5.3.1 Cálculos
A partir dos dados registrados, foi confeccionado um gráfico, juntamente com o coefi-
ciente angular calculado. Salienta-se que como houve um decréscimo em relação à pressão

ambiente, o valor da pressão (P) foi corrigido para P = P0 − P .

N P (mBar) P0 (mBar) P corrigido (mBar)


9 0,1 1004 1003,9
10 0 1004 1004

Tabela 1

Utilizando a expressão 2 para calcular o desvio padrão dos parâmetros, têm-se que:

∆N = 9, 5

∆P = 1004mBar
Assim, como o coeficiente angular é dado por
∆N
= 0, 00946
∆P
Com os dados N e P registrados, foi-se confeccionado um gráfico utilizando o software
Excel para observar os resultados obtidos.

Figura 3: N x Pressão Corrigida

Dessa forma, o valor do ı́ndice de refração pode ser obtido como:

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∆n
n(p) = 1 + .p
∆p
Sendo
∆n λ ∆N
= .
∆p 2s ∆P
Onde λ = 633 nm é o comprimento de onda do laser e s = 41 nm é o comprimento
interna da célula de vácuo, tem-se que:

n(p) ≈ 1

6 Conclusão

Por conseguinte da realização do experimento, pode-se observar o funcionamento do


interferômetro de Michelson e os fenômenos ópticos envolvidas. Assim sendo possı́vel
alcançar o estudo proposto do experimento e determinar o comprimento de onda da luz
do laser de He-ne. Através dos ajustes realizados no interferômetro, testemunhou-se os
padrões de interferência com a formação de cı́rculos concêntricos claros e escuros. Ademais,
ao acrescentar aparatos como a placa de vidro e a célula de vidro ligada a uma bomba de
vácuo manual, foi possı́vel determinar experimentalmente os ı́ndices de refração do vidro
e do ar. Tendo em vista que os valores obtidos e as discussões supracitadas nos tópicos, o
fito da atividade foi alcançada.

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Referências

[1] Universidade Federal da Bahia. Interferômetro de Michelson. 20121. url: http://


www.fis.ufba.br/sites/fis.ufba.br/files/exp5.pdf.
[2] David Halliday, Robert Resnick e Kenneth S Krane. Fisica 4. Vol. 3. LTC, 1984.
[3] Herch Moysés Nussenzveig. Curso de fısica básica: Eletromagnetismo (vol. 3). Vol. 3.
Editora Blucher, 2015.

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7 Anexos

Figura 4: Folha de dados

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