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relatório
MATERIAIS
E PREJUÍZOS
decorrentes de desastres naturais no brasil
(1995-2019)
2ª edição
BANCO MUNDIAL
GLOBAL FACILITY FOR DISASTER REDUCTION AND RECOVERY (GFDRR)
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA (FAPEU)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ENGENHARIA E DEFESA CIVIL (CEPED)
DE DANOS
relatório
MATERIAIS
E PREJUÍZOS
decorrentes de desastres naturais no brasil
(1995-2019)
2ª edição
Elaborado pelo CEPED UFSC e atualizado pela FAPEU,
com apoio do Banco Mundial.
2020
Banco Mundial
B213r Banco Mundial. Global Facility for Disaster Reduction and Recovery.
Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária.
Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Estudos e
Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil.
Inclui Bibliografia.
Compreender os desafios sociais e econômicos im- ção de estados e regiões do país. Espera-se que as
postos pelas mudanças climáticas na agenda do análises aqui apresentadas possam contribuir para
desenvolvimento é fundamental para entendermos a compreensão de como os atores diretos e indire-
como eles podem afetar os avanços alcançados re- tos da agenda consigam desenhar e implementar
centemente. Nesse sentido, dados sobre as perdas estratégias de mitigação de riscos de desastres,
humanas e econômicas devido à ocorrência de de- identificação e mapeamento de riscos, formulação
sastres confirmam a hipótese de que eventos natu- de políticas públicas, dentre outras.
rais extremos impactam negativamente a agenda Em suma, o estudo identificou perdas econô-
de desenvolvimento como um todo do país. Com micas de R$ 333,36 bilhões durante os 25 anos de
vistas à promoção da redução da pobreza e com- abrangência dos dados, o que reforça a relevân-
partilhamento da prosperidade, o Banco Mundial cia do tema para o país. Em específico, eventos de
reconhece a real necessidade de se agir proativa- inundações, secas, vendavais, dentre outros, ocasio-
mente na agenda de gestão de riscos de desastres naram perdas mensais em habitações, infraestru-
como um instrumento para a promoção do desen- turas e setores produtivos superiores a R$ 1 bilhão.
volvimento de forma inclusiva e integradora a fim Principalmente em um cenário no qual os dados
de se reduzir as discrepâncias observadas. indicam um aumento na recorrência de desastres
Para a tomada de decisão, no entanto, é im- ao longo dos anos, identificar onde estas perdas
portante conhecermos a fundo o problema para ocorreram é fundamental para podermos melhor
que medidas eficientes sejam adotadas. Nesse planejar nossas intervenções a fim de se gerenciar
âmbito, o Banco Mundial, em parceria com dife- de forma mais eficaz o crescimento urbano, polí-
rentes atores e entidades governamentais, vem ticas de investimentos, gestão fiscal com o macro
investindo no desenvolvimento e disseminação objetivo de contribuir ao Brasil na sua agenda de
de conhecimento sobre a temática. Os resultados eficiência de gastos públicos, melhoria dos marcos
apresentados neste relatório, obtidos a partir da de políticas e proteção de ativos e pessoas frente à
pesquisa e organização dos dados históricos de ocorrência de eventos de desastres.
desastres relacionados a eventos naturais extre-
mos, demonstram como as perdas se distribuem PALOMA ANOS CASERO
no território nacional e como impactam a popula- Diretora do Banco Mundial em Brasilia
SUMÁRIO
13
CAPÍTULO 1
Introdução
17
CAPÍTULO 2
Metodologia
CAPÍTULO 3
Danos e 23
Prejuízos
29
CAPÍTULO 4
Danos Materiais
CAPÍTULO 5
Prejuízos 59
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
145 Considerações
Finais
150 Glossário
151 Referências
SUMÁRIO
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
12
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO 13
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o Brasil foi palco de inúmeros prevenção quanto na resposta aos desastres. Infor-
desastres que ocasionaram perdas significativas, mações sobre tipos de desastres, onde e quando
as quais afetaram e continuam a afetar de modo ocorrem, e seus principais impactos são essenciais
considerável a economia, o ambiente e a sociedade para tornar as comunidades capazes de se adaptar,
como um todo. O somatório dos danos e prejuízos restabelecer, recuperar e reconstituir após a ocor-
causados por desastres recorrentes¹, como inunda- rência de um desastre em condições mais susten-
ções e secas, tem um impacto muito significativo, táveis e seguras do que as anteriores. Além disso,
principalmente quando atingem repetidamente assim como a versão inicial, esta publicação segue
municípios de pequeno e médio porte. Buscando a proposta de contribuir para o conhecimento em
retratar essa condição, o relatório apresenta a aná- relação aos danos materiais e prejuízos decorrentes
lise de 64.429 registros realizados pelos municípios de desastres no Brasil. Para isso, são apresentados
e estados ao longo dos 25 anos de recorte da pes- mapas temáticos e gráficos, fornecendo dados e
quisa, classificando os danos materiais e prejuízos análises relevantes aos gestores públicos, ao setor
reportados quanto ao tipo, data e localização. privado, à academia e à população em geral.
Por caracterizar a interrupção do funcionamen- Mesmo com todo o esforço dos órgãos compe-
to de uma comunidade ou sociedade, a ocorrência tentes para a prevenção e mitigação dos desastres
do desastre está diretamente relacionada ao pla- no Brasil, os desastres relacionados à dinâmica ge-
nejamento e ao controle urbano que, frequente- ológica ou geomorfológica, bem como à dinâmica
mente, envolvem mudança de paradigmas e con- atmosférica e hidrológica são bastante comuns no
flito de interesses. A percepção dessa realidade é país. Esse cenário sofre influência principalmente
fundamental para lidar com as dificuldades, que pela sua extensão territorial e pelas dificuldades de
envolvem ainda limitação de recursos. O rápido um país ainda em desenvolvimento.
crescimento associado à insuficiência de plane- O Brasil é o maior país da América do Sul e
jamento resulta em uma ocupação territorial que quinto do mundo, com uma extensão territorial
usualmente não considera a segurança em relação de 8.510.295,914 km² e uma população estimada
ao risco de desastres. Com isso, tem-se a expansão de 210.147.125 pessoas (IBGE, 2019). Apenas Rússia,
de assentamentos informais, em acessos precários Canadá, China e Estados Unidos têm território com
aos serviços básicos e, por consequência, o aumen- extensão maior.
to da vulnerabilidade e exposição a desastres. Atualmente, o território brasileiro está dividido
Diante desse cenário, a construção da resiliên- em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
cia a desastres exige que haja compreensão dos Sudeste e Sul. Elas representam divisões territoriais
riscos e das consequências (danos e prejuízos) para com características similares, sejam elas físicas, so-
sua aplicação. Os dados apresentados neste relató- ciais ou econômicas. A Figura 1 apresenta algumas
rio possibilitam aos governantes adotarem políticas características de cada região.
públicas bem fundamentadas e investir tanto na
¹ Risco recorrente é uma característica das áreas onde as comunidades estão expostas e vulneráveis a inundações frequentes, tem-
pestades, deslizamentos de terra ou secas. É f requentemente associado à pobreza, urbanização desordenada e degradação ambien-
tal (UNISDR, 2017, tradução nossa).
14
Norte
Clima: Equatorial
Densidade demográfica: 4,72 hab/km² Nordeste
PIB (2017): R$ 367,86 bilhões
IDH (2010): 0,667 Clima: Equatorial e Tropical
(úmido e semiárido)
Densidade demográfica: 36,26 hab/km²
PIB (2017): R$ 953,21 bilhões
IDH (2010): 0,663
Centro-Oeste
Clima: Tropical úmido
Densidade demográfica: 10,01 hab/km²
PIB (2017): R$ 659,76 bilhões
IDH (2010): 0,757
Sul Sudeste
Clima: Subtropical Clima: Tropical (úmido e de altitude)
Densidade demográfica: 52,09 hab/km² Densidade demográfica: 92,02 hab/km²
PIB (2017): R$ 1.121,72 bilhões PIB (2017): R$ 3.480,77 bilhões
IDH (2010): 0,754 IDH (2010): 0,766
INTRODUÇÃO 15
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
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METODOLOGIA
INTRODUÇÃO 17
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
METODOLOGIA
Ao longo da década de 90, o uso dos documentos Em conjunto com a Instrução Normativa nº 01,
de Notificação Preliminar de Desastre (NOPRED) e de 24 de agosto de 2012, os registros de desastres
o Formulário de Avaliação de Danos (AVADAN) para passaram a ser feitos por meio de um documento
o registro dos desastres no Brasil foi sendo consoli- único, o Formulário de Informações do Desastre
dado. Os dois seguiam a Codificação de Desastres, (FIDE). Para o processo de reconhecimento federal
Ameaças e Riscos (CODAR). O NOPRED era utiliza- de situação de emergência ou estado de calami-
do para o registro inicial do desastre, devendo ser dade pública, determina-se que o FIDE seja acom-
preenchido em até 12 horas após a sua ocorrência, e panhado de documentos complementares, como
o AVADAN apresentava os dados levantados, como a Declaração Municipal de Atuação Emergencial
a área afetada, os danos humanos, materiais e am- (DMATE) ou a Declaração Estadual de Atuação
bientais e os prejuízos econômicos e sociais. Emergencial (DEATE).
A partir de 2012, com a publicação da Portaria MI Ainda, com a IN nº 01 de 2012, foi determina-
nº 526, de 06 de setembro de 2012, foram estabeleci- do o uso da Classificação e Codificação Brasileira
dos os procedimentos para a solicitação de reconhe- de Desastres (Cobrade), que classifica os desastres
cimento de Situação de Emergência (SE) e de Estado quanto à sua origem, em naturais e tecnológicos. A
de Calamidade Pública (ECP) por meio do Sistema Figura 2 apresenta a linha do tempo de registro dos
Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID)². desastres no Brasil.
2016
IN nº 02, de
20 de dezembro
Para centralizar os dados de danos materiais e posto pelo município, a data e o tipo de evento que
prejuízos do Brasil em um único lugar, os documen- originou o desastre informado. Esse trabalho foi rea-
tos utilizados para registro de desastres no país, an- lizado por meio de um Acordo de Cooperação entre
tes da criação do S2ID, foram obtidos em visitas às 26 a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Se-
capitais brasileiras e ao Distrito Federal. Em seguida, dec) e o Ceped, entre os anos de 2010 e 2012.
foram digitalizados e tiveram seus dados tabulados Com isso, os dados utilizados para desenvolvi-
e consolidados em registros no S2ID, cada um com- mento do Relatório de Danos Materiais e Prejuízos
² O S2ID é uma plataforma web desenvolvida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) em conjunto com o Ceped
e que tem como principal objetivo apoiar os órgãos de proteção e defesa civil proporcionando maior celeridade e transparência à
gestão de risco e desastres no Brasil.
18
foram retirados dos registros de desastres do S2ID, Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)
considerando desde o ano de 1995 até 2019. Foram de final de período. Dessa forma, ressalta-se que
levantados para a elaboração deste relatório 64.429 não é possível realizar uma comparação direta
registros realizados pelos estados e municípios. dos dados desse relatório com a sua primeira edi-
Dentre esses, foram identificados aqueles que apre- ção, uma vez que os dados lá apresentados estavam
sentavam informações sobre danos materiais e pre- corrigidos para o ano de 2014. Além disso, na primei-
juízos públicos e/ou privados. ra edição os valores correntes foram corrigidos pelo
Após a reunião de todos os registros, para cons- deflator do PIB (Produto Interno Bruto). A mudança
trução do banco de dados utilizado neste relatório, foi no índice utilizado foi necessária em função da in-
desenvolvido um processo de tratamento dos dados. disponibilidade de uma série atualizada compatível
Ele dividiu-se em três etapas principais, que consisti- com a utilizada anteriormente.
ram na verificação de ocorrências repetidas, valores Com a correção monetária feita, é possível com-
extremos e análise agrupada por mesorregião. parar os valores de anos entre si. Sendo assim, as
Para verificar a ocorrência de registros duplica- variações entre um ano e outro estão relacionadas
dos, inicialmente, foram analisados os protocolos re- somente a diferenças no número de registros, seja
lacionados aos eventos de seca e estiagem. Como a pelo aumento de ocorrência ou por um maior uso do
renovação da situação de emergência ou estado de sistema, ou na intensidade dos desastres ocorridos.
calamidade pública é feita semestralmente e são Com a base de dados tratada e a correção mo-
eventos que usualmente perduram por muito tem- netária feita, os dados foram analisados de três ma-
po, foram desconsiderados eventos registrados em neiras distintas: considerando todas as tipologias,
um intervalo muito inferior a 6 meses. Em seguida, por grupo de desastres e por grupo de tipologia. Os
as outras tipologias foram analisadas considerando Quadros 1 a 3, divididas por grupo de desastres, apre-
a data de ocorrência e o município, evitando que sentam a tipologia definida pela Cobrade e seus res-
fossem considerados mais de um registro vinculado pectivos grupos de tipologias.
ao mesmo desastre. Os registros que resultaram em Destaca-se que, alguns registros apresentados
Reconhecimento Federal, Decreto ou Portaria foram no S2ID são feitos agrupando diversos municípios de
mantidos, e aqueles que indicavam repetição e que um mesmo estado. Com isso, alguns desses regis-
não foram reconhecidos, foram analisados individu- tros agrupados, por não apresentarem as infor-
almente, optando-se pela sua exclusão ou não. mações individuais de cada município, não apa-
Na segunda etapa do tratamento foram consi- recem nos mapas de análise das mesorregiões.
derados os valores extremos de registros, inicialmen- Além deste relatório, uma aplicação virtual e in-
te para todo o país e, em seguida, por mesorregião. terativa foi desenvolvida para que os interessados
Com essa análise foi possível identificar erros de di- no tema possam fazer suas próprias consultas. Por
gitação presentes nos documentos existentes, tanto meio dela é possível acessar todos os dados para to-
por falhas no preenchimento do AVADAN, NOPRED dos os tipos de danos materiais e prejuízos, além de
ou FIDE como por falha na transcrição desses valores apresentar uma opção para exportação da base de
para o banco de dados. Os registros que apresenta- dados. A aplicação apresenta maior frequência de
ram essa característica foram corrigidos conforme atualização, por isso sua base de dados pode tra-
os valores verificados em outros documentos ou na zer informações mais atualizadas do que as apre-
própria descrição textual, ou desconsiderados quan- sentadas neste relatório.
do não foi possível determinar o valor correto. Ela pode ser acessada por meio do seguinte link:
Após esse tratamento, por apresentar valo- http://relatoriodedesastres.ceped.ufsc.br/
res monetários de diferentes anos, os dados foram
corrigidos para o ano de 2019 com base no Índice
METODOLOGIA 19
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
20
Grupo de desastres meteorológico
METODOLOGIA 21
DANOS E
PREJUÍZOS
333,36 BI EM DANOS E
PREJUÍZOS TOTAIS
DANOS E
PREJUÍZOS TOTAIS
danos e prejuizos totais: R$ 333,36 bilhões
35bi 3500
28bi 2800
21bi 2100
7bi 700
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
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20
20
20
20
19
19
19
19
19
24
Danos e Registros (un.)
Prejuízos (R$)
60bi 4800
50bi 4000
40bi 3200
30bi 2400
20bi 1600
10bi 800
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Em relação à distribuição anual, os anos que ul- fundados, focados em cada caso e cruzando infor-
trapassam R$ 25 bilhões em danos e prejuízos são mações de histórico de ocorrências, localidades,
2009 (R$ 26,64 bi), 2013 (R$ 28,15 bi), 2018 (R$ 30,24 tipo de risco etc. Assim, ao longo deste relatório, as
bi) e 2017 (R$ 32,75 bi) correspondendo, juntos, a análises apresentadas apenas indicam possíveis
35,34% das perdas referentes aos 25 anos desta aná- justificativas que, para confirmações e detalhamen-
lise. Em média, os danos e prejuízos totais têm um tos, devem ser mais bem exploradas.
impacto anual de R$ 13,33 bilhões, observando-se Por sua vez, a observação da distribuição mensal
(Figura 4) uma tendência de crescimento ao longo destaca os meses de janeiro, março, abril, maio e no-
dos anos, tanto em número de registros (57,57% na vembro como os acima da média de 27,8 bilhões em
última década) como em valores (72,76% também danos e prejuízos. Janeiro lidera também em núme-
entre 2010 e 2019). ro de registros, seguido pelos meses de março, se-
Sabe-se que entre as razões para o aumento tembro e outubro. Uma análise mais detalhada da
observado está o aperfeiçoamento e ampliação dos distribuição mensal poderá ser verificada ao longo
processos de registros de desastres no país, princi- do relatório, por grupo de desastre, uma vez que, de-
palmente a partir da utilização do Sistema Integra- vido à sua constância, não há sazonalidade para a
do de Informações sobre Desastres (S2ID) adotado seca do semiárido brasileiro, o que reflete nos dados
a partir de 2012. Outras justificativas para esse au- totais que igualmente ficam sem essa referência.
mento, entretanto, demandam estudos mais apro-
Sul Norte
87,2bi 13,2bi e prejuízos, com total de R$ 34,96 bilhões (10,49%).
26,2% 4% Bahia apresenta R$ 32,78 bilhões (9,83%), sendo con-
Nordeste tabilizados 3.048 registros. Para as regiões brasileiras,
140,6bi o maior montante concentra-se no Nordeste, com
42,2%
R$ 140,59 bilhões e 46,15% dos registros, seguido pela
Região Sul, com um total de R$ 87,21 bilhões.
Por fim, no que se refere aos grupos de desas-
tres (Figura 8), os danos materiais e prejuízos no
Brasil são originados principalmente por desastres
climatológicos, que acumulam 60,32% do valor to-
tal, e pelos desastres hidrológicos, com 34,47%. O
grupo de desastres climatológico só não tem des-
Sudeste
Centro-Oes te taque na Região Norte, ao passo que nas regiões
71,9bi
20,4bi
21,6%
6,1%
do Nordeste e Centro-Oeste equivalem a mais da
metade dos valores, com 83,13% e 53,81% respecti-
Figura 7: Danos materiais e prejuízos por região. vamente. Para os desastres hidrológicos, os valores
são significativos em todas as regiões, com maior
destaque para o Norte (88,30%) e Sudeste (51,91%).
Já a distribuição dos danos e prejuízos entre as O grupo de desastres meteorológico representa os
regiões e Unidades Federativas (Figuras 6 e 7) mos- menores valores, com apenas 4,16% do valor total de
tra o estado do Rio Grande do Sul como o mais im- desastres no Brasil. Para esse grupo, o principal des-
pactado, registrando R$ 41,25 bilhões, o que repre- taque é para a Região Sul, que acumula 14,07% de
senta 12,38% do valor total referente a 3.512 registros. seus danos materiais e prejuízos.
Minas Gerais tem o segundo maior valor de danos
26
861 mi
6,52%
633 mi
52,4 mi
0,40% 4,79%
130 mi
0,09% 1,1
Norte
0,78%
22,4 bi
15,99%
11,6 bi
Nordeste
88,30%
91 mi 116 bi
703 mi
0,45% 83,13%
3,46%
Centro-
Oeste
629 mi
1,3 bi 0,88%
8,6 bi 1,84%
10,9 bi
42,29% 53,81%
Sudeste
37,3 bi 32,6 bi
190 mi
0,21% 51,91% 45,38%
12,2 bi
13,63%
Sul
39,9 bi
43,49%
4,16% 1,05%
BRASIL
114 bi
201 bi
34 ,47%
60,32%
Figura 8: Danos materiais e prejuízos por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões.
66,54 BI EM DANOS
MATERIAIS TOTAIS
DANOS MATERIAIS
DANOS MATERIAIS TOTAIS
danos materiais totais: R$ 66,54 bilhões
Registros (un.)
Danos (R$)
10bi 1400
8bi 1120
6bi 840
4bi 560
Média
2,7bi
2bi 280
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
30
Registros (un.)
Danos (R$)
20bi 2500
16bi 2000
12bi 1500
8bi 1000
4bi 500
0bi 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Na distribuição anual, o ano de 2011 foi o que materiais. O segundo maior valor de danos totais
apresentou o maior valor de danos materiais totais, refere-se aos meses de abril, com R$ 7,39 bilhões, o
com R$ 9,24 bilhões, o equivalente a 13,89% do va- equivalente a 11,11% do valor de danos totais.
lor absoluto. Diferente da soma de danos e preju- Quando se analisa os dados por Unidade Fede-
ízos totais, estes não demonstram uma tendência rativa, observa-se um valor médio por estado de R$
tão clara de aumento, embora a última década 2,46 bilhões e quase 515 registros. O maior valor está
responda por 56% dos danos materiais entre os 25 no Rio de Janeiro, com R$ 9,87 bilhões ou 14,83% do
anos da pesquisa. Destaca-se ainda a sequência valor total desses danos, principalmente em função
dos anos de 2008 a 2011, em função de grandes de- do desastre da Região Serrana em 2011. Nesse esta-
sastres como da Região do Vale do Itajaí em Santa do foram contabilizados 404 registros. O segundo
Catarina em 2008, inundações em Pernambuco e maior valor ocorre no estado de Santa Catarina, que
Alagoas em 2010 e Região Serrana Fluminense em totaliza R$ 8,01 bilhões (12,03%), também em função
2011. Nesse cenário, a média anual de danos mate- do grande desastre de 2008, sendo ainda um esta-
riais fica em R$ 2,7 bilhões. do de grande recorrência de desastres, responsável
Já a distribuição mensal demonstra uma que- por 19,3% (2.704) dos registros com danos materiais.
da de registros e danos no meio do ano, entre ju- Entre as regiões, o Sudeste apresenta maior va-
nho e agosto, e destaque para os meses de janeiro lor de danos materiais totais com R$ 25,02 bilhões
que concentram 25% dos valores (R$ 16,6 bilhões) (37,60%). Foram contabilizados nessa região 3.575
referentes a 2.396 registros entre os 13.893 de danos registros. Em seguida está a Região Sul que, com
DANOS MATERIAIS 31
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
32
437 mi
6,92%
25,9 mi
29,3 mi
0,41%
0,46%
822 mi
Norte 5,47%
46 mi 204 mi
0,31% 1,36%
5,8 bi
92,20%
Nordeste
13,9 bi
184 mi
92,86%
6,22% 7,5 mi
52,2 mi
0,25%
1,76%
215 mi
Centro- 0,86%
Oeste 642 mi 31,6 mi
2,57% 0,13%
2,7 bi
91,76%
Sudeste
24,1 bi
131 mi
148 mi 96,44%
0,76%
4,2 bi 0,87%
24,44%
Sul
12,7 bi
73,93%
1,7 bi
2,69%
418 mi
4,9 bi
0,63%
7,47%
BRASIL
59,3 bi
89,21%
Figura 14: Danos materiais por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
DANOS MATERIAIS 33
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
DANOS EM INFRAESTRUTURA
danos em infraestrutura: R$ 39,13 bilhões
Registros (un.)
Danos (R$)
6bi 1500
5bi 1250
4bi 1000
3bi 750
2bi 500
Média
1,6bi
1bi 250
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
34
Registros (un.)
Danos (R$)
10bi 2500
8bi 2000
6bi 1500
4bi 1000
2bi 500
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média anual é de R$ 1,6 bilhão, mantendo a Ao analisar os mesmos dados em relação aos
sequência dos anos 2008 a 2011 como principal perí- meses, mantém-se a distribuição de predominân-
odo de danos materiais no Brasil. Juntos esses anos cia aos meses de janeiro, em queda até os meses
somam R$ 15,63 bilhões, o que equivale a 40% do de julho e agosto quando há uma nova tendência
total, com 2009 liderando os montantes em R$ 5,47 de aumento até o fim do ano. Nesse contexto, os
bilhões. Os picos de registros são observados nos meses de janeiro totalizam R$ 9,38 bilhões, corres-
anos de 2004, 2011, 2014 e 2017, todos acima de 750 pondendo a 24% do valor total. No que se refere ao
ocorrências por ano. Não há aqui uma tendência ao número de registros, o mês de janeiro também lide-
aumento de ocorrências ou danos quando observa- ra, seguido por fevereiro e março, com 2.230, 1.287 e
das as duas últimas décadas, ou seja, a década de 1.259 registros, respectivamente.
2000 marca 5.571 registros e R$ 18,46 bilhões de da-
nos, enquanto a década de 2010 tem 5.968 registros
e R$ 20,16 bilhões de danos.
DANOS MATERIAIS 35
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
36
332 mi
9,09%
13 ,7 mi
3,9 mi
0,38%
0,11%
655 mi
Norte 7,92%
154 mi
22,3 mi
1,86%
0,27%
3,3 bi
90,43%
Nordeste
147 mi
6,43% 4,9 mi
7,5 mi 74,4 bi
0,18% 89,95%
0,28%
Centro-
Oeste
106 mi
0,72%
2,5 bi
187 mi 25,9 mi
93,11% 1,28% 0,18%
Sudeste
117 mi
14,4 bi
1.20% 141 mi
1 bi 97,83%
1.46%
10.75%
Sul
8,4 bi
86.59%
1,3 bi
3,54%
340 mi
1,2 bi
3,24% 0,87%
BRASIL
36,1 bi
92,34%
Figura 20: Danos materiais em infraestrutura por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
DANOS MATERIAIS 37
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
DANOS EM HABITAÇÕES
danos em habitações: R$ 24.43 bilhões
Registros (un.)
Danos (R$)
5bi 1300
4bi 1040
3bi 780
2bi 520
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
38
Registros (un.)
Danos (R$)
7bi 2100
6bi 1800
5bi 1500
4bi 1200
3bi 900
2bi 600
1bi 300
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Na distribuição anual, a sequência dos anos de apresentam valores entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões, exce-
2008 a 2011 volta a sobressair, observando-se duas ção aos meses de julho e agosto, que não ultrapas-
situações distintas. Uma como a de 2011, quando sam os R$ 500 milhões. No que se refere aos regis-
poucos registros podem ocasionar grandes danos, tros, janeiro também lidera a soma (2.083 registros),
contabilizando R$ 4,85 bilhões; e outra quando o havendo tendência de queda nos meses do meio
somatório de diversos registros leva a um montan- do ano, e nova subida ao final. Por sua vez, a obser-
te de danos elevado, como é o caso dos anos de vação dos dados por estado aponta que 10 entre as
2008, 2009 e 2010, todos com danos na casa dos R$ 27 Unidades Federativas chegam à casa do bilhão,
2 bilhões. Mais uma vez, a década de 1990 não se estando novamente o Rio de Janeiro muito à fren-
destaca, havendo considerável oscilação entre os te dos demais, com R$ 5,41 bilhões ou 22% do valor
anos das duas décadas seguintes sem, entretanto, total desse dano. O segundo maior valor está no es-
ultrapassar o R$1,6 bilhão. tado de Santa Catarina, que totaliza R$ 3,17 bilhões
Ao analisar os mesmos dados em relação aos (13%), seguido pelo estado do Paraná, com R$ 2,1 bi-
meses (Figura 23), observa-se que os meses de ja- lhões ou 8,6% do total. No que se refere à quantida-
neiro apresentam o maior montante, com R$ 6,83 de de registros, foi observado que o estado de Minas
bilhões de danos em habitações o que equivale a Gerais lidera, seguido por Santa Catarina e Paraná
28% do valor total desse dano. Os demais meses com 1.891, 1.873 e 1.339 registros, respectivamente.
DANOS MATERIAIS 39
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
Sul Norte total. A Região Sul vem em seguida com R$ 6,72 bi-
6,7bi 2,1bi
27,5% 8,5%
lhões, equivalente a 27,5%. Ali também está a maior
quantidade de registros (4.464), equivalendo a 39%
Nordeste do total nessa categoria.
6,2bi
No que diz respeito aos grupos de desastres
25,5%
para os danos materiais em habitações no Brasil,
a maior predominância está no grupo hidrológico
e, com menos incidência, o grupo meteorológico,
sem destaque para o climatológico. Para o grupo
hidrológico, os principais desastres que influenciam
Centro-Oes te os danos são as enxurradas e inundações, enquanto
0,2bi para o grupo de desastres meteorológico são grani-
0,8%
Sudeste zo e vendaval. O grupo hidrológico destaca-se com
9,2bi 85,36% do valor, seguido do grupo de desastres me-
37,7%
teorológico, com 13,32% do total. Os danos materiais
Figura 25: Danos materiais em habitações por região em habitações relacionados ao grupo hidrológico
são os que predominam também em todas as re-
giões, com maior incidência nas regiões Nordeste,
Em relação às regiões brasileiras, a Região Su- Sudeste e Norte que apresentam 96,97%, 95,57%
deste apresenta o maior valor de danos em habita- e 95,18%, do valor total de cada região, respectiva-
ções, com R$ 9,2 bilhões (37,69%). Nessa região foi mente. De outro lado, os desastres do grupo mete-
contabilizada também a segunda maior quantida- orológico incidem mais nas regiões Sul e Centro-O-
de de registros, com 3.634 ocorrências ou 31,66% do este, respectivamente, com 42,2% e 16,4%.
40
73,2 mi
3,54%
17,5 mi 8,8 mi
0,85% 0,43%
152 mi
2,44%
Norte
20,5 mi 15,9 mi
0,33% 0,26%
1,9 bi
95,18%
Nordeste
6 bi
8,8 mi
2,6 mi 96,97%
4,82%
30 mi
1,44%
16,40%
Centro- 42,1 mi
Oeste 0,46%
347 mi 1,9 mi
141 mi
3,77% 0,02%
77,34%
Sudeste
11,5 mi 4,4 mi
8,8 bi
0,17% 0,07% 95,75%
2,8 bi
42,20%
Sul
3,8 bi
57,56%
Figura 26: Danos materiais em habitações por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
DANOS MATERIAIS 41
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
HABITAÇÕES DANIFICADAS
habitações danificadas: 2.674.447 unidades habitacionais
Registros (un.)
Danos (un. )
300mil 1200
250mil 1000
200mil 800
150mil 600
Média
100mil 107mil 400
50mil 200
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
42
Registros (un.)
Danos (un. )
400mil 2000
300mil 1500
200mil 1000
100mil 500
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Na distribuição anual, os registros de habita- década de 2010 responsável por 60% do número de
ções danificadas superam os 200 milhões nos anos unidades habitacionais danificadas.
de 2004 (209 milhões), 2008 (201,23 milhões), 2009 Em relação aos meses, as curvas de unidades
(234,46 milhões) e 2015 (278,76 milhões), sendo este danificadas e registros são semelhantes, com des-
último o maior da série histórica. Em termos de nú- taque para os meses de janeiro (379,48 milhões de
meros de registros, 2009 se sobressai, sendo o úni- habitações danificas e 1.975 registros) e outubro
co a chegar à casa do milhar, com 1170 ocorrências, (386,20 milhões e 1.146). A tendência permanece a
seguido de 2004 com 932. A tendência de cresci- de elevação no início e fim de cada ano, com queda
mento é bastante clara ao longo dos anos, sendo a significativa nos meses de julho e agosto.
DANOS MATERIAIS 43
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
Sul Norte
1,3bi 334,8mil
50% 12,5% Por sua vez, a análise das ocorrências por Uni-
dade Federativa coloca em destaque os três esta-
Nordeste dos do Sul, nesta ordem: Santa Catarina com 650
306,5mil
11,5%
milhões de unidades habitacionais danificadas e
1.801 registros; Rio Grande do Sul com 378,3 mi-
lhões e 1.295 registros; e Paraná com R$ 308 mi-
Centro-Oes te
33,3mil lhões e 1.295 registros. Juntos eles respondem por
1,2% exatos 50% do número de habitações danificadas
e 40% dos registros. A Região Sudeste vem em se-
Sudeste guida com 25% da quantidade de habitações dani-
663,5mil ficadas para 3.430 ocorrências.
24,8%
Em relação ao grupo de desastres, observa-se
que para as habitações danificadas, o maior des-
Figura 31: Habitações danificadas por região taque do Brasil é para o grupo hidrológico, que
acumula 63,54% das unidades registradas. Para as
regiões Norte, Nordeste e Sudeste, o grupo de de-
sastres hidrológicos apresenta os maiores valores.
Para o Centro-Oeste, os desastres meteorológicos
têm destaque com 70,16%. A Região Sul apresenta
valores similares para o grupo de desastres hidro-
lógico e meteorológico, acumulando, respectiva-
mente, 41,14% e 56,48%.
44
1,4 mil
0,44%
4 mil
7,92 mil
2,37% 1,22%
Nordeste
289 mil
0,49 mil
94,32%
1,56% 0,003 mil
0,01%
22,3 mil
9 mil
70,16% Centro- 28,27% 1 mil
Oeste 0,15%
32,8 mil
102 mil
4,96%
15,47%
Sudeste
0,40 mil
31.4 mil
0,03%
2,35% 526 mil
549 mil
79,42%
41.14%
Sul
754 mil
56,48%
11,5 mil
0,43%
72,2 mil
893 mil
2,70%
33,41%
BRASIL
1,69 mi
63,45%
Figura 32: Habitações Danificadas por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
DANOS MATERIAIS 45
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
HABITAÇÕES DESTRUIDAS
habitações destruidas: 244.278 unidades habitacionais
Registros (un.)
Danos (un. )
40mil 800
30mil 600
20mil 400
0 0
00
04
08
06
09
07
02
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
46
Registros (un.)
Danos (un. )
45mil 1200
36mil 960
27mil 720
18mil 480
9mil 240
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ao observar os dados ao longo dos 25 anos de meses de julho e agosto como os de menor inci-
análise, verifica-se uma oscilação entre aumentos dência, mas amplia a diferença entre os meses de
e quedas ao longo do período, com destaque para destaque e os de menos ocorrências. Assim, janeiro,
os anos de 2004, em que 28,5 mil habitações foram abril, maio, junho e outubro são os meses de pico,
destruídas; 2009 com 31,9 mil; 2010 com 34,2 mil e variando entre 44,1 mil e 27,5 mil habitações destruí-
2015 com 41,9 mil unidades destruídas, sendo este das. Esses cinco meses são responsáveis por 74% das
o ano de maior número da série histórica, ou seja, unidades habitacionais destruídas. Em relação ao
17,15% do total. Em relação às quantidades de regis- número de registros, entretanto, a variação é mais
tros, a oscilação também aparece, sendo conside- suave entre os meses, fazendo com que o destaque
rados os anos de 2004 e 2009 como os de pico, res- recaia apenas sobre janeiro, com 1.113 registros. Em
pectivamente, 656 e 774 registros. seguida está o mês de abril, com pouco mais da
A distribuição mensal mantém o padrão dos metade dos registros de janeiro, ou seja, 597.
DANOS MATERIAIS 47
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
48
1,18 mil
5,50%
0,04 mil
369 mil
0,21%
1,83%
Norte
1,18 mil
1,21% 0,15 mil
0,98 mil
18,6 mil 1,01% 0,16%
92,46%
Nordeste
0,02 mil
95,5 mil
1,58% 0,05 mil 97,62%
0,55 mil 3,66%
35,02%
Sudeste
49,2 mil
76,71%
3,1 mil
1,27%
0,291 mil
58 mil
0,12%
23,76%
BRASIL
182 mil
74,85%
Figura 38: Habitações destruidas por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
DANOS MATERIAIS 49
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
DANOS EM ENSINO
danos em ensino: R$ 1,43 bilhoes
Registros (un.)
Danos (R$)
160mi 500
120mi 375
80mi 250
Média
57mi
40mi 125
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
50
Registros (un.)
Danos (R$)
280mi 700
240mi 600
200mi 500
160mi 400
120mi 300
80mi 200
40mi 100
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
DANOS MATERIAIS 51
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
52
13 mi
3,44%
5,1 mi 277 mil
1,36% 0,07%
4 mi
Norte
1,68%
1,8 mi 3,7 mi
0,78% 1,55%
359 mi
95,12%
Nordeste
131 mil
0 229 mi
0,80% 0% 95,98%
Centro-
Oeste
972 mil
6,1 mi 0,23% 681 mil
39,93% 9,1 mi 37,3 mi
8,71% 0,16%
59,27%
Sudeste
Sul
146 mi
219 mi
39,95%
60%
18,2 mi
4,6 mi
1,28%
196 mi
0,33%
13,79%
BRASIL
1,2 bi
84,60%
Figura 44: Danos materiais em ensino por grupo de desastres para o Brasil e suas regiõe
DANOS MATERIAIS 53
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
DANOS EM SAÚDE
danos em saúde: R$ 659,35 milhões
Registros (un.)
Danos (R$)
120mi 300
100mi 250
80mi 200
60mi 150
40mi 100
Média
26,4mi
20mi 50
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
54
Registros (un.)
Danos (R$)
150mi 450
120mi 360
90mi 270
60mi 180
30mi 90
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Como se vê na Figura 46 e ao contrário do pa- para os meses de maio (R$ 122,04 milhões e 18,51%),
drão dos demais danos materiais, os anos de 2008 ainda que mantenham a maior incidência de ocor-
a 2011 não tiveram destaque nos danos em saúde, rências (411 dos 2.634 registros de danos em saúde). A
embora os registros estejam equiparados, com leve característica de queda no meio do ano permanece,
alta em relação aos anos de maiores montantes, com alta nos meses subsequentes.
a saber: 2015, com R$ 117,4 milhões de danos e 232 Para a distribuição das ocorrências entre os es-
registros; 2013 com R$ 79,46 milhões e 249 registros; tados o que se vê é que os mesmos 10 estados que
e 2017 com R$ 75,21 milhões e 207 registros. Neste possuem o maior número de registros (acima de
caso há uma forte tendência de crescimento, uma 100) são também os que possuem maiores danos
vez que os valores da última década correspondem (acima de R$30 milhões), embora a ordem não se
a 71% do total de 25 anos, ou seja, R$ 468,6 milhões. mantenha a mesma para cada análise. Nesse senti-
Assim, enquanto a média nacional total fica em R$ do, Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia lideram em
26,37 milhões ao ano, a média anual para a década valores com R$ 72,9 milhões, R$ 68,3 milhões e R$
de 2010 sobe consideravelmente para R$ 55 milhões 60,2 milhões, respectivamente. A liderança em regis-
de danos materiais em saúde. tros, por sua vez, fica com Santa Catarina (421), segui-
Da mesma forma, os dados da distribuição men- da por Rio Grande do Sul (408) e Minas Gerais (313).
sal de danos fogem ao padrão até agora observado No que se refere à distribuição pelas regiões bra-
para os danos materiais, uma vez que os meses de ja- sileiras, seguem as mesmas três regiões de maior
neiro (R$ 66,4 milhões em danos) perdem destaque montante, ou seja, a Região Sudeste com a maior in-
DANOS MATERIAIS 55
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
56
9,1 mi
11,67% 128 mil
1,2 mi 0,16%
1,63%
3 mi
Norte 1,59%
258 mil
12,3 mi
0,13% 6,36%
68,1 mi
86,54%
Nordeste
13 mil 177 mi
0,06% 0 91,92%
0%
4,7 mi
22,32%
Centro-
0
Oeste
0% 349 mil
30,5 mi
0,15%
16,6 mi 13,29%
77,62%
Sudeste
58 mil 198,7 mi
153 mil
0,04% 86,56%
0,11%
68,1 mi
50,03%
Sul
67,8 mi
49,82%
12,9 mi
12,3 mi
1,87%
1,96%
104 mi
15,92%
BRASIL
529 mi
80,25%
Figura 50: Danos materiais em saúde por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
DANOS MATERIAIS 57
PREJUÍZOS
266,81 BI EM PREJUÍZOS
TOTAIS
10,67 BI MÉDIA DE
PREJUÍZOS POR ANO
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
PREJUÍZOS PRIVADOS
E PÚBLICOS TOTAIS
prejuízos privados e públicos totais: R$ 266,81 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
30bi 3300
24bi 2640
18bi 1980
12bi 1320
Média
10,7bi
6bi 660
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
60
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
40bi 4000
32bi 3200
24bi 2400
16bi 1600
8bi 800
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média anual de prejuízos é de R$ 10,67 bi- Ao verificar os mesmos dados em relação aos
lhões, havendo tendência de crescimento como se meses do ano, o valor médio mensal fica em R$
observa na Figura 52, tanto em valores como em 22,23, com destaque para os meses de janeiro com
quantidade de registros, embora haja intervalos 3.829 registros e R$ 36,98 bilhões ou 13,86% do valor.
com queda significativa. O ano de 2017 apresenta Os meses de março apresentam o segundo maior
o maior montante de prejuízos públicos e privados montante, com total de R$ 30,49 bilhões, que cor-
totais, com R$ 29,97 bilhões ou 11,23% do valor dessa respondem a 11,43% do total de prejuízos públicos
categoria. Esse ano contabilizou 3.211 registros, que e privados, sendo contabilizados 3.427 registros. Os
resultou no valor médio de R$ 9,33 milhões por re- meses de julho e agosto seguem sendo os meses de
gistro. Para 2018, segundo ano com maior valor, o mais queda, seguidos por uma segunda onda ligei-
total é de R$ 28,73 bilhões ou 10,77% do valor total de ramente mais leve nos meses de segundo semestre.
prejuízos. Por sua vez, a última década representa
64,5% de todos os prejuízos analisados.
PREJUÍZOS 61
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
62
424 mi
6,14%
23,1 mi 607 mi
0,33% 8,79%
Norte 84,4 mi
0,07%
8,5 bi 277 mi
6,78% 0,22%
5,8 bi
116 bi
84,73%
92,93%
Nordeste
38,8 mi 518 mi
0,22% 2,98%
5,8 bi 10,9 bi
Centro-
33,84% 62,95%
Oeste
677 mi 414 mi
1,45% 0,88%
32,6 bi
13,2 bi
Sudeste 69,51%
28,16%
59,6 mi
8 bi
0,09%
11,53%
39,8 bi
56,86%
Sul
22 bi
31,53%
8,8 bi 1,6 bi
3,33% 0,64%
55,5 bi 200 bi
20,81%
BRASIL 75,22%
Figura 56: Prejuízos por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 63
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
PREJUÍZOS PRIVADOS
PRIVADO TOTAL
prejuízos privados totais: R$ 226,28 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
25bi 3300
20bi 2640
15bi 1980
10bi 1320
Média
9bi
5bi 660
0 0
00
04
08
06
09
07
02
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
64
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
35bi 3500
28bi 2800
21bi 2100
14bi 1400
7bi 700
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média anual nesta categoria é de R$ 9,05 bi- Observa-se ainda que na distribuição mensal
lhões, sendo que os anos de maiores prejuízos cor- permanece o destaque aos meses de janeiro, com
respondem a 2018 (R$ 23,92 bilhões) e 2017 (R$ 23,34 R$ 31,92 bilhões, equivalente a 14,11% do prejuízo pri-
bilhões), que juntos correspondem a 21% dos preju- vado e com 3.255 registros. A segunda maior ocor-
ízos no período de 25 anos. As linhas de número de rência de prejuízos é observada nos meses de mar-
ocorrências e valores de prejuízos seguem o mesmo ço, com R$ 26,2 bilhões ou 11,50% do valor total desse
padrão, com oscilações de dois ou três anos de alta prejuízo, e 3.058 registros. A queda permanece nos
e dois anos de queda, sendo que a última década meses de julho e agosto.
corresponde a 63% do total de prejuízos privados.
PREJUÍZOS 65
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
66
43,1 mi
2,9 mi 0,92%
451 mi
0,06%
9,61%
Norte
51,2 mi
0,05%
4,2 bi
5,5 bi 139 mi
89,41% 5,45% 0,14%
95,9 bi
Nordeste 94,36%
21,2 mi 364 mi
0,13% 2,29%
10,9 bi
4,6 bi
68,43%
29,16% Centro-
Oeste
444 mi 251 mi
1,14% 0,64%
7,6 bi
30,7 bi
19,50% 78,72%
Sudeste
7,1 bi 26,4 mi
11,09% 0,04%
39,3 bi
18,1 bi
60,79%
Sul
28,08%
7,7 bi 824 mi
3,41% 0,36%
40,2 bi
17,78% 177 bi
78,45%
BRASIL
Figura 62: Prejuízos privados por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 67
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
AGRICULTURA
prejuízos em agricultura: R$ 149,82 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
15bi 3000
12bi 2400
9bi 1800
3bi 600
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
68
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
25bi 3500
20bi 2800
15bi 2100
10bi 1400
5bi 700
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
No que diz respeito à distribuição anual, há, nas anos da série ultrapassaram esse número e juntos
últimas duas décadas, forte oscilação entre anos equivalem a 29,5% do total.
com prejuízos próximos aos R$ 15 bilhões e anos Os dados de distribuição mensal, por sua vez, se-
com prejuízos que não ultrapassam os R$ 6 bilhões, guem o padrão da maior parte das categorias deste
resultando em uma média anual de R$ 6 bilhões, relatório, em que os meses de janeiro se sobressaem
considerando-se todo o período de análise, mas tanto em prejuízos (R$ 22,99 bilhões) como em re-
que se eleva para R$ 7,45 ao considerar somen- gistros (2.922). Os prejuízos seguem então em queda
te as décadas de 2000 e 2010, e ainda para R$ R$ até agosto, quando retomam a tendência de cresci-
8,93 bilhões para os últimos dez anos, demonstran- mento até o fim do ano, embora mais suave. Já para
do, portanto, uma tendência de alta. Em relação à os registros, os meses de março e setembro equipa-
quantidade de registros, se até 2017 não se atingiu a ram-se a janeiro, com 2.841 e 2.804 respectivamente.
marca de 2.000 ocorrências ao ano, os últimos três
PREJUÍZOS 69
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
70
15 mi
Norte 47,6 mi
0,07%
3,1 bi 37 mi
1,8 bi
4,82% 0,06%
62 bi
88,83%
95,05%
Nordeste
3,5 mi 334 mi
0,03% 3,24%
6,7 bi
3,2 bi 65,19%
Centro-
31,53% 263 mi
Oeste 1,24%
79 mi
2,3 bi
0,37%
11,13%
18,4 bi
87,25%
Sudeste
5,7 bi 8,4 mi
11,22% 0,02%
33 bi
12,1 bi 64,82%
23,95% Sul
6 bi 474 mi
4,02% 0,32%
22,7 bi
120 bi
15,22%
80,44%
BRASIL
Figura 68: Prejuízos privados com agricultura por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 71
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
PECUÁRIA
prejuízos em pecuária: R$ 55,72 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
10bi 2100
8bi 1680
6bi 1260
4bi 840
Média
2bi 2,2bi 420
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
72
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
8bi 2400
6bi 1800
4bi 1200
2bi 600
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Quando observada a distribuição anual, os pre- No que se refere à distribuição mensal, observa-
juízos são mais acentuados nos três últimos anos, -se que o padrão se altera em comparação à maioria
especialmente em 2018. A mesma observação é das categorias analisadas, com os meses de setem-
feita em relação aos registros que até 2016 não ul- bro sobressaindo-se aos demais meses do ano tanto
trapassaram 1.500 ocorrências, mas que em 2018 em valores monetários (R$ 7,36 bilhões) quanto em
chegaram a 2.040. A análise dividida por décadas quantidade de registros (1.968). Junto a setembro,
demonstra forte tendência de crescimento, sendo destacam-se em registros também os meses de ja-
que os anos de 2010 concentram 71% de todo o pre- neiro e março, com 2.261 e 2.024 respectivamente.
juízo dos 25 anos de série histórica.
PREJUÍZOS 73
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
74
2,9 mi
362 mil 0,18%
0,02%
212 mi
12,65%
440 mil
Norte 0,00%
540 mi 20,9 mi
1,82% 0,07%
1,4 bi
87,15% 29,2 bi
98,11%
Nordeste
3,1 mi 4,5 mi
0,06% 0,09%
1,1 bi
4 bi
21,57%
Centro- 78,28%
Oeste
36,6 mi
0,32% 54,4 mi
813 mi
7,03% 0,47%
10,6 bi
92,19%
Sudeste
446 mi 1,1 mi
5,99% 0,02%
1,5 bi
20,99% 5,4 bi
Sul 73%
486 mi
0,87% 84 mi
5,5 bi
0,15%
9,98%
49,6 bi
89,09%
BRASIL
Figura 74: Prejuízos privados com pecuária por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 75
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
INDÚSTRIA
prejuízos em industria: R$ 7,44 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
1,5bi 300
1,2bi 240
0,9bi 180
0,6bi 120
0,3bi Média 60
0,3bi
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
76
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
1,6bi 400
1,2bi 300
0,8bi 200
0,4bi 100
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
PREJUÍZOS 77
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
78
2,6 mi
0,49%
466 mil 4,3 mi
0,09% 0,80%
1,7 mi
Norte
0,09% 0
232 mi 0%
533 mi 11,41% 1,8 bi
98,62% 88,51%
Nordeste
5 mi 7,2 mi
1,91% 2,75%
74,9 mi
28,43%
Centro-
Oeste
13,2 mi 1,2 bi
525 mi 0,46% 71,96%
18,10% 388 mi
13,40%
Sul
1,9 bi
68,04%
630 mi 26,5 mi
8,48% 0,49%
2,6 bi
35,41%
BRASIL
4,1 bi
55,62%
Figura 80: Prejuízos privados na indústria por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 79
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
PREJUÍZOS PÚBLICOS
PÚBLICO TOTAL
prejuízos públicos totais: R$ 40,53 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
7bi 2800
6bi 2400
5bi 2000
4bi 1600
3bi 1200
2bi 800
Média
1,6bi
1bi 400
0 0
00
04
08
06
09
07
02
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
80
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
7bi 2800
6bi 2400
5bi 2000
4bi 1600
3bi 1200
2bi 800
1bi 400
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média anual de prejuízos públicos é de R$ 1,6 5,07 bilhões) e março (R$ 4,47 bilhões). A partir de
bilhão, havendo clara tendência de alta na última abril, segue-se a tendência de queda até agosto,
década, principalmente a partir de 2013 quando os com leve retomada de nos meses subsequentes.
prejuízos ultrapassaram os R$ 4 bilhões até então Os registros, por sua vez, continuam a destacar os
presentes na casa dos R$ 2 bilhões. O ano de 2017 meses de janeiro (2.619) com forte queda em feve-
se destaca como o de valores mais elevados (R$ 6,62 reiro para retomada em abril e daí o padrão, conta-
bilhões) e, também, com maior número de registros bilizando uma média mensal de 72 registros.
(2.754). Só a década de 2010 representa 72,5% de Na observação por Unidades Federativas os es-
todo o montante de prejuízos do período analisado. tados do Nordeste ocupam as seis primeiras posi-
Na distribuição mensal os meses de abril des- ções, exceção à Minas Gerais que aparece em quar-
toam dos demais, com prejuízos acumulados de to lugar. Juntos, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Piauí
R$ 6,41 bilhões, seguido pelos meses de janeiro (R$ e Bahia somam mais da metade dos prejuízos pú-
PREJUÍZOS 81
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
82
381 mi
155 mi
17,26%
7,06%
20,1 mi
0,91%
Norte 33,1 mi
0,14% 138 mi
2,9 bi 0,58%
1,6 bi 12,42%
20,7 bi
74,76%
86,86%
Nordeste
153 mi
10,93% 11 mi
17,6 mi 0,79%
1,25%
Centro-
Oeste
233 mi 163 mi
3% 2,10%
1,8 bi
1,2 bi
23,20%
87,03%
Sudeste
33,2 mi
0,63% 432 mi
5,5 bi
883 mi 71,70%
8,25%
16,89%
Sul
3,8 bi
74,22%
1,1 bi 869 bi
2,93% 2,15%
23,1 bi
57,15%
BRASIL
15,3 bi
37,77%
Figura 86: Prejuízos públicos por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 83
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
ÁGUA E ESGOTO
prejuízos em água e esgoto: R$ 26,06 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
6bi 2400
5bi 2000
4bi 1600
3bi 1200
2bi 800
Média
1bi 400
1bi
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
84
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
5bi 2000
4bi 1600
3bi 1200
2bi 800
1bi 400
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A distribuição anual dos prejuízos concentra-se respondendo a 17,02% do valor total desse prejuízo.
nos anos de 2010, período que responde por 76% O mês de março totaliza R$ 2,71 bilhões em prejuízos
dos prejuízos em água e esgoto, com destaque com água e esgoto, o que equivale a 10,42% desse
para o ano de 2017, pico tanto em valores (R$ 5,5 total. No que se refere ao número de registros, verifi-
bilhões) como em registros (2.184). As curvas de re- ca-se que os meses de destaque não acompanham
gistros e prejuízos estão próximas nas variações de a quantidade de ocorrências, sendo os picos corres-
queda e alta, com média anual de R$ 1,04 bilhão pondentes aos meses de janeiro, março e setembro,
em prejuízos e 633 registros. com 1.892, 1.795 e 1.767 registros, respectivamente.
Ao analisar os mesmos dados em relação aos Na distribuição dos prejuízos com água e esgo-
meses, verifica-se os meses de abril como os de to nos estados, o prejuízo médio por estado é de R$
maior prejuízo acumulado, com R$ 4,43 bilhões, cor- 964,67 milhões. O maior prejuízo está no Pernam-
PREJUÍZOS 85
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
Figura 90: Prejuízos públicos com água e esgoto e registros por estado
86
26,7 mi
12,9 mi
5,88%
2,86%
101 mi
22,29%
Norte
1,5 mi
0,01% 68,7 mi
1,4 bi 0,32%
313 mi 6,63%
68,97% 19,9 bi
93,04%
Nordeste
56,7 mi 3,8 mi
26,38% 1,80%
Centro-
826 mil
Oeste
0,38%
33,5 mi 45,5 mi
Sudeste
2,4 mi
64,6 mi 1,2 bi
0,28% 42,15%
7,50%
280 mi
32,57%
Sul
514 mi
59,65%
200 mi
113 mi
0,77%
0,44%
3,6 bi
14,16%
22 bi
84,63%
BRASIL
Figura 92: Prejuízos públicos com água e esgoto por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 87
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
TRANSPORTE
prejuízos em transportes: R$ 8,83 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
1,5bi 750
1,2bi 600
0,9bi 450
0,6bi 300
Média
0,3bi 0,4bi 150
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
88
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
2,0bi 1100
1,6bi 880
1,2bi 660
0,8bi 440
0,4bi 220
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média anual equivale a R$ 353,28 milhões, o padrão da maior parte das categorias de análi-
com destaque para o ano de 2014, único ano em se, em que os meses de janeiro se sobressaem aos
que os prejuízos atingiram a casa do bilhão (R$ 1,28 demais, com queda até os meses de agosto e reto-
bilhão) e os registros chegaram a 613 ocorrências. mada da alta a partir de então. Nesse contexto, os
Em número de ocorrências, 2017 se assemelha a meses de janeiro registram R$ 1,88 bilhão de pre-
2014 com 616 registros, sendo que os demais anos juízos, equivalendo a 21,36% do total na categoria,
não chegam à marca de 500 ocorrências. As oscila- seguidos pelos meses de abril, que apresentam R$
ções entre registros e valores não permitem avaliar 1.271,71 milhões ou 14,4% do total deste prejuízo. No
claramente uma tendência de alta, embora a déca- que se refere ao número de registros, os meses de
da de 2010 responda por 67,5% do total de prejuízos janeiro seguem liderando, seguidos pelos meses
públicos em transporte. de março e fevereiro, totalizando 1.069, 606 e 594
Em relação à distribuição mensal, observa-se registros, respectivamente.
PREJUÍZOS 89
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
90
3,6 mi
317 mi
0,44%
38,01%
19,2 mi
1,4 mi 2,69%
Norte 44,4 mi
0,19% 6,08%
691 mil
513 mi
0,08%
61,47% Nordeste
665 mi
35 mi
94,04%
3,44%
2,2 mi
2,5 mi
0,25% 0,22%
Centro- 12,1 mi
Oeste 0,37%
85,7 mi 47,8 mi
2,63% 1,47%
977 mi
96,09%
Sudeste
14,5 mi
0,49%
43,3 mi
240 mi
1,45% 3,1 bi
8,04%
95,53%
Sul
2,6 bi
399 mi 90,02%
4,52%
141 mi
330 mi
1,60%
3,74%
BRASIL
7,9 bi
90,14%
Figura 98: Prejuízos públicos em transporte por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 91
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
SAÚDE
prejuízos em saúde: R$ 1,66 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
250mi 500
200mi 400
150mi 300
100mi 200
Média
66,5mi
50mi 100
0 0
00
04
08
06
09
07
02
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
92
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
250mi 600
200mi 480
150mi 360
100mi 240
50mi 120
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média anual é de R$ 66,46 milhões, havendo 15,19% de prejuízos em saúde, seguidos pelos me-
tendência de crescimento até 2009 e a partir daí ses de maio. Os meses de agosto, que nas outras
forte oscilação em número de ocorrências e mais categorias costumam ter os valores mais baixos,
amena em valores, sendo que a década de 2010 aqui apresentam-se na terceira posição, com pre-
concentra 73% dos prejuízos e 59% das ocorrências. juízos de R$ 193,72 milhões, ou seja, 11,66%. No que
O ano de 2017 é o que apresenta os maiores pre- se refere ao número de registros, os meses de maio
juízos na saúde (R$ 218,23 milhões), o que equivale também se sobressaem, seguidos pelos meses de
a 13,13% do prejuízo total nessa categoria durante o janeiro e abril, quando foram registrados 542, 493 e
período analisado. Em seguida está 2010, com R$ 492 ocorrências, respectivamente.
206,12 milhões ou 12,41% do total desse prejuízo. No Na distribuição dos prejuízos em saúde por es-
que se refere aos registros, constatou-se que 2009 tado, a Bahia está bem à frente dos demais com
apresentou a maior quantidade de ocorrências, se- as perdas, totalizando R$ 281,13 milhões ou 16,92%
guido por 2013 e 2017, totalizando 455, 443 e 435 re- do prejuízo da categoria. Baixando para a casa dos
gistros, respectivamente. R$ 100 milhões estão os estados do Ceará, Paraná,
Ao analisar os mesmos dados em relação à dis- Amazonas e Paraíba. A quantidade de registros, por
tribuição mensal, vê-se repetir o destaque nos me- sua vez, demonstra mais uma vez que a relação en-
ses de janeiro, que acumulam R$ 252,32 milhões ou tre ocorrências e montante não é direta, havendo
PREJUÍZOS 93
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
Sul Norte
219,7mi 197,9mi
13,2% 11,9% (52%), estando as demais distribuídas em percen-
tual na casa das dezenas, exceção ao Centro-Oeste
que registra apenas 4,3%.
Sudeste Por fim, ao considerar os diferentes grupos de
305,1mi
18,4% desastres para os prejuízos em saúde no Brasil, ob-
serva-se que o grupo hidrológico representa 45% do
valor total, o climatológico 43% e o meteorológico
apenas 4%. Os desastres que mais influenciam nesse
resultado são estiagem, enxurrada, inundação e seca.
Centro-Oes te Ao avaliar os dados por região, verifica-se a ausência
71,8mi
4,3% de padrão entre elas, com destaque para a Região
Nordeste Centro-Oeste, onde outros tipos de desastres são res-
866,9mi ponsáveis por 73% dos prejuízos em saúde, ocasiona-
52,2%
do principalmente por eventos de doenças infeccio-
Figura 103: Prejuízos públicos em saúde por região sas. Na Região Nordeste o grupo climatológico é que
lidera na categoria, com 63,5%, o que ocorre também
na Região Sul, porém de maneira mais distribuída
estados com muitos registros, mas sem destaque com os outros grupos, ou seja, climatológico à frente
em prejuízos, como é o caso de Minas Gerais, e es- com 44,5%, seguido pelo hidrológico (29,5%) e pelo
tados mais à frente em valores, sem destaque em meteorológico (22%). Norte e Sudeste concentram os
ocorrências, como é o caso da Paraíba. Ao agrupar prejuízos em função dos desastres hidrológicos com
os estados em regiões, observa-se que a Região 83% e 69%, respectivamente.
Nordeste acumula mais da metade dos prejuízos
94
12,1 mi
550 mi
294 mi
165 mi 63,50%
34%
83,42% Nordeste
2,2 mi
3,12%
12,3 mi
17,20%
4,5 mi
Centro-
6,28%
Oeste
43,1 mi
38,5 mi
14,15% 12,64%
52,7 mi 12,8 mi
73,40% 4,21%
Sudeste
8,3 mi 210 mi
48,8 mi 69,01%
3,78%
22,23%
97,8 mi
44 ,53%
Sul
64,7 mi
29,46%
137 mi
8,30%
66,5 mi
4%
709 mi
42,70%
BRASIL
747 mi
44 ,99%
Figura 104: Prejuízos públicos em saúde por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 95
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
ENSINO
prejuízos em ensino: R$ 1,59 bilhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
250mi 750
200mi 600
150mi 450
100mi 300
Média
63,5mi
50mi 150
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
96
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
350mi 700
280mi 560
210mi 420
140mi 280
70mi 140
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Na distribuição anual, destaca-se o ano de 2009 acompanha a oscilação dos registros, com pico na
tanto em registros (766) como em valores, com R$ metade do primeiro semestre, seguindo em que-
255,52 milhões equivalendo a 16,10% do total de pre- da até julho, nova subida até outubro, e finalizan-
juízos nessa categoria. Para 2013, segundo ano com do com queda em dezembro. Assim, os meses de
maior prejuízo, o total é de R$ 193,65 milhões que abril acumulam R$ 329,26 milhões de prejuízos,
corresponde a 12,2%, seguido pelo ano de 2014, com que equivalem a 20,75% do total na categoria, e
prejuízo de R$168,14 milhões, ou seja, 10,6%. Ao so- 649 ocorrências. Na soma semestral o destaque
mar os prejuízos da última década não se verifica fica com os seis primeiros meses correspondendo
tão forte tendência de crescimento, sendo responsá- a 66% do total na série histórica.
vel por 55% do total de prejuízos em ensino. A média Na distribuição dos prejuízos em ensino nos
anual de prejuízos em ensino é de R$ 63,48 milhões. estados, o Amazonas é o que apresenta o maior
Ao analisar os mesmos dados em relação prejuízo com R$ 304,83 milhões, corresponden-
aos meses, observa-se que a oscilação de valores te a 19,21% do prejuízo total. O Paraná apresenta o
PREJUÍZOS 97
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
Sul Norte
428,6mi 420,7mi
27% 26,5% respectivamente). Na quantidade de ocorrências, o
único estado que ultrapassa Santa Catarina é o Rio
Grande do Sul, com 588 ocorrências. Nesse cenário,
a análise por regiões praticamente empata os pre-
juízos em saúde entre Sul e Norte, com a Região
Nordeste também muito próxima percentualmen-
te, ou seja, 27%, 26,5% e 24,8% respectivamente.
Por fim, em relação aos grupos de desastres, os
Sudeste
prejuízos em ensino no Brasil são oriundos principal-
307,1mi
19,4% mente de desastres hidrológicos que representam
77% do valor total. O grupo meteorológico repre-
Nordeste
Centro-Oes te senta 14,31%, seguido do climatológico, com apenas
393,2mi
37,4mi 24,8% 8,01%. Os desastres que apresentam os maiores va-
2,4%
lores de prejuízos em ensino são inundação, enxur-
Figura 109: Prejuízos públicos em ensino por região rada, vendaval e granizo. Alinhada ao cenário nacio-
nal, a distribuição dos grupos de desastres também
evidencia os desastres hidrológicos em cada região,
segundo maior montante (R$ 185,53 milhões ou sendo a Norte com mais prevalência (91,94) e a Sul
11,69%), seguido por Santa Catarina e Rio de Janei- a mais equilibrada (53,55%) com os desastres mete-
ro, com valores bastante próximos em prejuízos (R$ orológicos (46,37%). Destaca-se ainda a Região Nor-
130,5 milhões e R$ 129,4 milhões respectivamente), deste, onde os desastres climatológicos registram
mas discrepante em número de registros (549 e 77 22,44% dos prejuízos em ensino.
98
7,3 mi
2,7 mi 1,75%
23,7 mi
0,66% 5,64%
Norte 1,8 mi
1,8 mi
0,47% 0,46%
88,2 mi
386 mi
22,44%
91,94%
Nordeste
301 mi
1,1 mi
3% 76,63%
236 mil
3,8 mi
0,63%
10,38%
Oeste 19,8 mi
0,10% 14,6 mi
6,45% 4,76%
32,1 mi
85,98% Sudeste
Sul
198 mi 229 mi
BRASIL
1,2 bi
77,01%
Figura 110: Prejuízos públicos em ensino por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 99
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
ENERGIA
prejuízos em energia: R$ 913,95 milhões
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
150mi 300
120mi 240
90mi 180
60mi 120
Média
37,6mi
30mi 60
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
100
Registros (un.)
Prejuízos (R$)
250mi 350
200mi 280
150mi 210
100mi 140
50mi 70
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
A média dos prejuízos em energia fica em R$ tanto em valores como em registros, que seguem o
37,6 milhões ao ano, com apenas três anos ultrapas- mesmo padrão de variação.
sando a casa dos R$ 100 milhões em prejuízos: 2004, Em relação à distribuição mensal, os prejuízos
2009 e 2010, em ordem crescente. O pico de valores públicos em energia mantêm os meses de janeiro
é observado em 2010, referente a R$ 145,52 milhões como os de mais elevados valores e registros, com
que correspondem a 15,48%; e o pico de registros em R$ 213,15 milhões (22,67%) e 233 ocorrências, a partir
2009, quando houve 287 ocorrências. Não se obser- daí há tendência de queda até o meio do ano, sen-
va, neste caso, tendência de crescimento, uma vez do os meses de julho os menos significativos, com
que nos anos após 2010 houve queda significativa nova subida no segundo semestre.
PREJUÍZOS 101
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
Sul Norte
394,7mi 34 ,5mi
42% 3,7% goria, ou seja, 55%. São eles também os que ultra-
Nordeste passam a casa dos R$ 100 milhões: Rio Grande do
186,8mi
19,9% Sul (R$197,8 milhões e 419 registros), Rio de Janeiro
(R$ 185,6 milhões e 97 registros) e Santa Catarina (R$
135,2 milhões e 438 registros). Os demais estados fi-
cam com prejuízos abaixo de R$ 65 milhões e re-
Centro-Oes te
gistros inferiores a 261 ocorrências. Neste cenário, a
19,6mi
2,1% Região Sul é a que mais prejuízos em energia regis-
tra, responsável por 42% deles, seguida pela Região
Sudeste com 32,4%.
Sudeste Por fim, na distribuição por grupo de desastres,
304,7mi o Brasil acumula 58,5% dos prejuízos no grupo hi-
32,4%
drológico, vindo em seguida o grupo meteorológi-
co (35,5%) muito influenciado pela Região Sul, onde
Figura 115: Prejuízos públicos com energia por região essa proporção se inverte, ou seja, ali os desastres
meteorológicos somam 64,4% e os hidrológicos
34%. Nas demais regiões, o padrão de influência do
hidrológico mantém-se entre 72% e 82%, do me-
A análise dos dados por Unidades Federativas teorológico fica entre 4% e 15%, e o climatológico é
revela que os três estados com maiores prejuízos praticamente insignificante nas regiões Sul e Cen-
respondem por mais da metade do total da cate- tro-Oeste, registrando entre 3% e 7,8% nas demais.
102
5,9 mi 2,1 mi
17,15% 6,31%
1,4 mi
4,23%
Norte
9,6 mi
14,5 mi
5,16% 7,80%
24,9 mi 27,9 mi
72,31% 14,97%
Nordeste
134 mi
349 mil
72,07%
1,80% 102 mil
0,53%
2,9 mi
15,36%
Centro- 8,6 mi
Oeste 2,83%
10,4 mi
46,9 mi
3,43%
15,42%
15,9 mi
82,32%
Sudeste
2,6 mi 3,4 mi
0,68% 0,88%
238 mi
134 mi 78,32%
34 ,05%
Sul
254 mi
64,40%
27,1 mi 30,7 mi
2,89% 3,27%
333 mi
35,48%
BRASIL
548 mi
58,48%
Figura 116: Prejuízos públicos com energia por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões
PREJUÍZOS 103
DANOS E PREJUÍZOS
POR TIPOLOGIA DE
DESASTRES
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
GRUPO DE DESASTRES
Neste capítulo, são apresentados e analisados os meteorológicos; perfil que pode ser decorrente da
danos e prejuízos totais para cada grupo de desas- forma como o registro de desastres era feita naquele
tres. Assim, como se vê na Figura 117, na distribuição período. Já a partir da década de 2000, o grupo cli-
anual dos danos materiais e prejuízos por grupo de matológico apresenta tendência para crescimento
desastre, os grupos climatológico e hidrológico são ainda alternando predominância com o grupo hi-
os que predominam no valor de contribuição das drológico. Na última década, ou seja, anos 2010, ape-
perdas totais. nas no ano de 2016 é que o grupo climatológico não
Em médias anuais, registra-se: climatológico dominou os registros, estando abaixo de 50% deles.
com danos e prejuízos de R$ 8,04 bilhões, hidroló- Em relação aos valores totais, o grupo de desas-
gico com R$ 4,60 bilhões, meteorológico com R$ tres climatológico contribui com 60,32% dos valores
554,68 milhões e outros desastres com R$ 151,58 e com 51,98% dos registros. O grupo de desastres hi-
milhões. Quando analisadas as décadas, vê-se que drológico contabiliza 34,47% dos valores de perdas e
na segunda metade da década de 1990 há predo- 35,69% dos registros, e o grupo meteorológico acu-
minância dos desastres hidrológicos seguidos pelos mula 4,16% do valor total e 10,17% dos registros.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0
11
97
95
12
13
15
17
96
99
16
19
98
01
18
10
14
03
07
02
05
06
09
00
04
08
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Figura 117: Percentual de contribuição nos danos materiais e prejuízos por grupo de desastres ao longo dos anos
106
CLIMATOLÓGICO
HIDROLÓGICO
108
METEOROLÓGICO
TIPOLOGIA DE DESASTRES
Danos e prejuízos
Classificação Atlas Registros
totais (R$)
Estiagem e Seca 199.827.733.880,93 17927
Tornado 509.601.620,71 62
Vendavais Granizo
Ao analisar as perdas por tipologia de desastres,
e Ciclones 6,3bi
verifica-se que o maior valor é para a estiagem e 7bi 1,9% Outros
seca, que acumula R$ 199,83 bilhões, ou seja, 59,94% 2,1% 16,8bi
do valor total. Da mesma maneira, representa o 5%
Chuvas Intensas
maior número de registros, contabilizando 17.927 16,3bi
(54,66%), resultando em um valor médio de R$ 11,15 4,9%
110
ESTIAGEM E SECA
danos e prejuizos: R$ 199,83 bilhões
registros: 17.927
Figura 125: Danos materiais e prejuízos com seca e estiagem por área
30bi 2400
25bi 2000
20bi 1600
15bi 1200
10bi 800
Média
8bi
5bi 400
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
30bi 3000
25bi 2500
20bi 2000
15bi 1500
10bi 1000
5bi 500
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
112
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)
Figura 129: Danos e prejuízos com seca e estiagem e registros por estado
ENXURRADA
danos e prejuizos: R$54,97 bilhões
registros: 5.411
10bi 600
8bi 480
6bi 360
4bi 240
Média
2bi 2,2bi 120
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
114
As enxurradas são responsáveis por 16,5% tanto do vamente. Em relação aos registros, essas mesmas
montante em danos e prejuízos quanto de todos os regiões lideram, mas agora o Sul totalizou 2.448 re-
registros analisados neste relatório. As perdas provo- gistros o que equivale a quase a metade (45,24 %) e
cadas equilibram-se entre os danos materiais (56%) o Sudeste ocupa a segunda posição com 1.417, equi-
e prejuízos (44%), com destaque para infraestrutura, valendo a 26,19% do número de registros..
no caso dos danos materiais, com acumulado de R$
18,59 bilhões; agricultura, no caso dos prejuízos pri-
vados (R$ 8,88 bilhões) e transporte, para os prejuí-
zos públicos (R$ 3,79 bilhões).
Na distribuição anual, com média de R$ 2,2 bi-
lhões, o destaque de valores está para os anos entre
o final da década de 2000 e início de 2010, com forte
queda a partir de 2012, tendo o pico registrado em
2011, com R$ 9,70 bilhões. Em relação aos registros, o
pico está em 2009 com 593 ocorrências. A visualiza-
ção do gráfico (Figura 132) demonstra que a tendên-
cia de queda é maior para os valores que para os re-
gistros, ou seja, se a partir de 2012 até 2019 os valores
somam apenas 19% dos 25 anos, para as ocorrências
dos mesmos oito últimos anos a soma resulta em
30%. Em relação as regiões brasileiras, destacam-se
as regiões Sudeste e Sul que apresentaram os maio-
res valores em danos e prejuízos com enxurradas,
totalizando R$ 20,964 bilhões, que equivale a 38,14% Figura 133: Danos e prejuízos com enxurrada
do valor total e R$ 18,98 bilhões (34,53%), respecti- por mesorregião
20bi 1500
16bi 1200
12bi 900
8bi 600
4bi 300
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
116
INUNDAÇÃO
danos e prejuizos: R$32,18 bilhões
registros: 3.238
7bi 560
6bi 480
5bi 400
4bi 320
3bi 240
2bi 160
Média
1bi 1,3bi 80
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
6bi 600
5bi 500
4bi 400
3bi 300
2bi 200
1bi 100
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
118
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)
Sul Norte
7,7bi 7,2bi
23,9% 22,4%
ses seguem o padrão de queda até agosto e subida
moderada até dezembro, tanto em valores como
em ocorrências.
A análise espacial demonstra que boa parte do
território brasileiro é afetado pelas inundações, com
maior concentração nas extremidades, ou seja, ao
norte de leste a oeste; e ao sul, também bifurcando
tanto a leste quanto a oeste. Dessa forma, a distri-
Nordeste
6,6bi
buição por regiões fica bastante equilibrada, com
20,6% Sudeste na casa dos R$ 8 bilhões de danos e pre-
juízos (27%), Sul e Norte na Casa dos R$ 7 bilhões
Sudeste
8,7bi Centro-Oes te (24% e 22%, respectivamente), Nordeste com 21% e
27,1% 1,9bi Centro-Oeste, este sim, com menos destaque, res-
6,1%
pondendo por apenas 6% dos valores totais. Em re-
Figura 142: Danos e prejuízos com inundações por região lação aos estados, Minas Gerais está à frente tanto
em registros (760) como em perdas (R$ 4,8 bilhões).
A partir daí os registros seguem a menos da meta-
Na distribuição mensal, o primeiro semestre de entre os demais estados, sem muitos destaques.
tem grande destaque, em especial entre os meses Em valores, permanecem acima dos R$ bilhões em
de março e maio, que concentram 45% dos danos danos e prejuízos os estados de Rio Grande do Sul,
e prejuízos e 41% das ocorrências. Janeiro supera Amazonas, Santa Catarina, Ceará e Rio de Janeiro.
em ocorrências, com 598 registros. Os demais me-
CHUVA INTENSA
danos e prejuizos: R$ 16,29 bilhões
registros: 1.538
3,5bi 350
3,0bi 300
2,5bi 250
Média
2,3bi
2,0bi 200
Sem dados
1,5bi 150
1,0bi 100
0,5bi 50
0 0
00
04
08
06
09
07
02
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
120
Os desastres de chuvas intensas passaram a ser re-
gistrados em 2013, devido à alteração da antiga Co-
dificação de Desastres, Ameaças e Riscos (CODAR)
para a atual Classificação e Codificação Brasileira
de Desastres (COBRADE), sendo, portanto, o perí-
odo de análise desses dados de sete anos (2013 a
2019). Os dados desse período referem-se a 5% do
total de danos e prejuízos e, também, do total de
ocorrências, sendo que os prejuízos respondem por
62,82% do acumulado no período para esta tipolo-
gia, correspondente a R$ 10,23 bilhões. Os prejuízos
privados são maiores que os públicos, ao somar $
7,67 bilhões, com destaque para a agricultura (34,5%
dos valores totais para chuvas intensas); os públicos
somam R$ 2,56 bilhões, dos quais o setor de trans-
porte é o principal com R$ 1,86 bilhões.
Na distribuição anual, o pico de valores ocorre
em 2014 e 2019, com praticamente os mesmos va- Figura 145: Danos e prejuízos com chuvas
lores, arredondados em R$ 3,2 bilhões. Juntos, 2014 intensas distribuídos mensalmente
e 2019 representam 40% do total de danos e prejuí-
zos em chuvas intensa. Já em relação aos registros,
o pico ocorre em 2017, com 21% das ocorrências, ou
seja, 321 registros.
3,5bi 210
3,0bi 180
2,5bi 150
2,0bi 120
1,5bi 90
1,0bi 60
0,5bi 30
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Figura 146: Danos e prejuízos com chuvas intensas e registros por estado
Sul Norte
7,1bi 0,8bi
43,8% 5,1%
os meses de junho em relação aos registros (206) e
Nordeste
1,5bi os meses de março em relação aos valores (R$ 3,31
9,5% bilhões). O primeiro semestre costuma ter os meses
com maiores impactos, correspondendo a 76% dos
danos e prejuízos e 64% das ocorrências.
Por fim, ao analisar os dados por distribuição
espacial, percebe-se uma concentração na parte
sul do Brasil que segue em duas linhas, uma lito-
rânea com machas até a Paraíba; e outra que vai a
Centro-Oes te
3,8bi oeste destacando áreas da porção centro-oeste do
23% país. Os valores por estado destacam Rio Grande
122
VENDAVAIS E CICLONES
danos e prejuizos: R$ 7 bilhões
registros: 1.757
1,5bi 250
1,2bi 200
0,9bi 150
0,6bi 100
0,3bi Média 50
0,3bi
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
1,6bi 400
1,2bi 300
0,8bi 200
0,4bi 100
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
124
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)
Figura 153: Danos e prejuízos com vendavais e ciclones e registros por estado
GRANIZO
danos e prejuizos: R$ 6,31 bilhões
registros: 1.110
1,2bi 120
1,0bi 100
0,8bi 80
0,6bi 60
0,4bi 40
Média
0,3bi
0,2bi 20
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
126
Os desastres associados a granizo são responsá-
veis por 2% dos danos e prejuízos totais e por 3%
das ocorrências analisadas neste relatório. Entre os
R$ 6,31 bilhões acumulados ao longo dos 25 anos,
56,91% referem-se a prejuízos privados, com a agri-
cultura acumulando quase metade dos valores to-
tais, ou seja, R$ 3,09 bilhões (48,91%). Em seguida
estão os danos materiais, com 38,66%, sendo que
a habitação responde por R$ 1,9 bilhão, ou 30% do
total de danos e prejuízos. Por fim, os prejuízos pú-
blicos ficam na casa dos milhões, respondendo por
somente 4,43% do total geral, sendo o ensino o setor
mais afetado.
Na distribuição anual, percebe-se alguma ten-
dência de crescimento tanto nos registros como nos
valores, sendo a última década responsável por 51%
das ocorrências e 55% do montante total. O ano de
pico (2015) é o mesmo para registros (com 116 ocor- Figura 157: Danos e prejuízos com granizo
rências) e valores (com R$ 1 bilhão). O ano de 2013 vem por mesorregião
na sequência dos valores, correspondente a R$ 568,21
milhões. Já os registros marcam os anos de 2007 (82)
e 2008 (87) como os que acompanham o destaque
de 2015, sem, entretanto, ocasionar danos e prejuízos
comparativamente elevados. A média anual fica em
R$ 996,92 milhões de danos e prejuízos.
2,5bi 300
2,0bi 240
1,5bi 180
1,0bi 120
0,5bi 60
0,0bi 0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
128
MOVIMENTO DE MASSA
danos e prejuizos: R$ 6,26 bilhões
registros: 446
2,5bi 50
2,0bi 40
1,5bi 30
1,0bi 20
0,5bi 10
Média
0,3bi
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
2,5bi 150
2,0bi 120
1,5bi 90
1,0bi 60
0,5bi 30
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
130
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)
Alagoas 2,4bi 4
Rio de Janeiro 1,8bi 70
Minas Gerais 632,7mi 158
Bahia 441,4mi 17
São Paulo 336,2mi 21
Pernambuco 196,3mi 22
Santa Catarina 157,6mi 46
Espirito Santo 89,2mi 31
Pará 56,2mi 13
Rio Grande do Sul 45,7mi 11
Amazonas 42,6mi 13
Paraná 39,5mi 16
Acre 26,4mi 3
Mato Grosso do Sul 18,8mi 2
Mato Grosso 14mi 5
Paraíba 12,6mi 3
Maranhão 5,9mi 3
Ceará 2mi 3
Rio Grande do Norte 0,4mi 2
Sergipe 0,02mi 1
Rondônia 0,01mi 1
Goiás 0,001mi 1
Amapá 0 0
Piauí 0 0
Roraima 0 0
Tocantins 0 0
Figura 165: Danos e prejuízos com movimentação de massa e registros por estado
Sul Norte
0,2bi 0,1bi
3,9% 2% gistros está nos meses de janeiro, mais de dez vezes
Nordeste superior aos meses de setembro (126 ocorrências) e
3bi
48,3% metade dos danos e prejuízos, ou seja, R$ 1,13 bilhão.
Assim, em relação aos registros, os picos encontram-
-se no início e ao fim de cada ano, ao passo que en-
tre os valores há oscilação ao decorrer do ano.
No que diz respeito à localização espacial dos
danos e prejuízos, percebe-se no mapa pontos de
concentração próximos às divisas dos estados de
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; bem como
em regiões litorâneas da Bahia, Alagoas e Pernam-
Sudeste Centro-Oes te buco. Há ainda pequenos destaques no Sul, subin-
2,8bi 0,03bi do sentido oeste até a Região Norte. A observação
45,3% 0,5%
direta por estados coloca Alagoas e Rio de Janeiro
Figura 166: Danos e prejuízos com movimentação de na casa dos bilhões em danos e prejuízos, R$ 2,4 bi-
massa por regiã lhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente. Minas Gerais
vem em seguida, com R$ 632,7 milhões, mas lide-
rando em número de registros, com 158, mais da
A mesma leitura de contraste entre ocorrências metade do Rio de Janeiro. Chama a atenção Alago-
e perdas é feita na distribuição mensal, em que ao as que, apesar de ter os valores mais altos em danos
mesmo tempo que os meses de setembro ocasio- e prejuízos, registra apenas quatro ocorrências. Na
nam muitas perdas (35,5% ou R$ 2,22 bilhões) são análise por regiões, sobressaem-se as regiões Nor-
os que possuem menos registros (10). O pico de re- deste (48,3%) e a Sudeste (45,3%).
ALAGAMENTO
danos e prejuizos: R$ 5,19 bilhões
registros: 593
1,00bi 80
0,75bi 60
0,50bi 40
0,25bi 20
Média
0,2bi
0 0
0
04
08
06
09
07
2
03
05
01
10
14
18
98
16
19
96
99
17
97
12
13
15
95
11
0
0
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
19
19
19
19
19
132
Os desastres de alagamentos referem-se a 1,5% do
montante em danos e prejuízos e a 2% de todos
os registros analisados neste relatório. Os impac-
tos causados por esse tipo de desastre registram
mais danos materiais, ou seja, 57,21% dos R$ 5,19
bilhões dessa tipologia, concentrados em danos
à infraestrutura (R$ 1,96 bilhão). Já entre os preju-
ízos, os públicos registram 23,09%, que impactam
principalmente o setor de esgoto (R$ 550 milhões),
ficando os prejuízos privados com 19,7%, referentes
principalmente à agricultura, que registra impacto
de R$ 360 milhões.
O gráfico de distribuição anual registra forte
tendência de alta nos registros, embora nos últi-
mos cinco anos os danos e prejuízos não sejam tão
elevados comparativamente ao seu pico, registra-
do nos anos de 2013 e 2014, com R$ 894 milhões e
R$ 871,61 milhões, respectivamente. Assim, a últi- Figura 169: Danos e prejuízos com alagamentos
ma década é marcada por 76% dos registros e 67% por mesorregião
dos danos e prejuízos. A média anual fica em R$
207,74 milhões em perdas.
1,0bi 100
0,8bi 80
0,6bi 60
0,4bi 40
0,2bi 20
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Bahia 827,9mi 67
Maranhão 558,9mi 20
Espirito Santo 498,2mi 10
Rio de Janeiro 497,8mi 21
Minas Gerais 422,9mi 68
São Paulo 386,9mi 23
Paraná 286,1mi 41
Santa Catarina 278,6mi 114
Mato Grosso do Sul 232,4mi 18
Ceará 193,2mi 21
Rio Grande do Sul 167,1mi 41
Pará 162,2mi 43
Amazonas 123,7mi 26
Sergipe 101mi 10
Alagoas 98,5mi 2
Goiás 70,6mi 8
Pernambuco 55,1mi 12
Piauí 42,4mi 8
Mato Grosso 41,6mi 18
Tocantins 40,7mi 3
Roraima 38,2mi 2
Rio Grande do Norte 21,7mi 3
Rondônia 17mi 5
Acre 15,8mi 1
Paraíba 13,1mi 5
Amapá 2,1mi 3
134
DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 135
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
136
RELAÇÃO DOS DANOS
E PREJUÍZOS COM A
POPULAÇÃO E PIB
138
Conforme apresentado anteriormente, a concen- Considerando os danos materiais e prejuízos
tração das perdas no Brasil está nos estados do Rio per capita (Figura 174), destacam-se as Regiões Nor-
Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e deste e Sul, com os estados de Piauí, Paraíba, Santa
Santa Catarina. Ao considerar os danos e prejuízos Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Para es-
em relação ao PIB estadual (Figura 173), os estados ses estados, o valor médio das perdas per capita por
da Região Nordeste aparecem com os maiores va- ano varia entre R$ 175,65 a R$ 150,79. Considerando o
lores, com destaque para o Piauí, Paraíba, Ceará e Brasil, a média per capita anual é de R$ 69,90.
Pernambuco, para os quais, em média, as perdas
anuais representam 1,21%, 1,02%, 0,68% e 0,64% do
PIB, respectivamente.
Figura 175: Danos e prejuízos climatológicos em Figura 176: Danos e prejuízos climatológicos per capita
relação ao PIB
Entre os grupos de desastres, o climatológico perdas anuais pelo PIB, assim como os valores per
apresenta as maiores médias de perdas anuais per capita, a Região Nordeste destaca-se, com os esta-
capita, com o principal destaque para a Região Nor- dos do Piauí (1,03%) Paraíba (0,94%) e Ceará (0,60%)
deste, nos estados da Paraíba e Piauí. Em relação às apresentando os maiores valores.
200
150
100
50
PB PI PE CE MS SE ES BA RS RN AL MT MG SC PR RR MA TO GO AM AC RJ SP PA AP RO
140
Figura 178: Danos e prejuízos hidrológicos Figura 179: Danos e prejuízos hidrológicos per capita
em relação ao PIB
As médias de perdas anuais per capita para o são Santa Catarina, Mato Grosso e Amazonas. Para
grupo de desastres hidrológico variam entre as re- os valores de danos e prejuízos anuais em relação
giões, com os principais destaques no Oeste do Bra- ao PIB, os estados que se destacam são Alagoas
sil. No entanto, os estados com os maiores valores (0,28%), Amazonas (0,25%) e Santa Catarina (0,22%).
100
80
60
40
20
SC MT AM ES RS AL AC RJ MS RO RR PI PE PR MG MA TO PA CE PB RN BA AP SP SE GO
Figura 181: Danos e prejuízos meteorológicos Figura 182: Danos e prejuízos meteorológicos per capita
em relação ao PIB
Para o grupo de desastres meteorológico, os ses, o maior valor aparece para o Rio Grande do Sul,
três estados da Região Sul apresentam os maiores seguido de Santa Catarina e do Paraná, com as per-
valores, com destaque também para o estado do das anuais médias em relação ao PIB equivalendo a
Espírito Santo e Minas Gerais. Para ambas as análi- 0,06%, 0,04% e 0,03%, respectivamente.
25
20
15
10
RS SC PR ES MG MT MS SP AM RJ PE RN CE RR SE MA PA GO BA RO TO AL PI AC AP PB
142
RELAÇÃO DOS DANOS E PREJUÍZOS COM A POPULAÇÃO E PIB 143
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
144
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Os dados apresentados neste relatório foram con- qualificado e tendo, como consequência, registros
solidados de forma a fornecer informações sobre capazes de retratar a realidade com mais precisão.
a distribuição no tempo e no território dos danos Vale ressaltar, ainda, que as análises aqui apre-
e prejuízos causados por desastres. As representa- sentadas não esgotam o tema, antes, representam
ções gráficas e mapas auxiliam no entendimento um ponto de partida para a compreensão de dife-
de como os desastres ocorrem no país, fornecen- rentes aspectos que impactam nas perdas causa-
do uma ferramenta útil à identificação dos riscos, das por desastres. Significa dizer que a finalidade
apoiando os tomadores de decisão na concepção e deste relatório abarca a proposta de ser uma refe-
implantação de políticas públicas para a Redução rência para a gestão de risco de desastres ao apre-
de Risco de Desastres. sentar os dados por distribuição espacial, temporal
Cabe, porém, salientar que o processo de análi- e por tipologia, e assim permitir análises aprofunda-
se desses dados é complexo e sua metodologia de- das de acordo com o interesse de quem o estuda.
monstra quão trabalhosa é a sua consolidação em Nesse contexto, o que se percebe da leitura ini-
um formato único para tratamento. São desafios cial dos dados é que os desastres afetam grande
como a consideração de diferentes protocolos para parte dos municípios brasileiros, uma vez que, den-
registro que se alteraram ao longo do tempo, como tro do período analisado, dos 5.570 municípios bra-
classificação de chuvas intensas, por exemplo; a re- sileiros, 4.755 (85,4%) fizeram algum registro com
petição de ocorrências, como seca e estiagem, em danos materiais ou prejuízos, contabilizando um to-
função das renovações de reconhecimento federal tal de R$ 333,36 bilhões de perdas com desastres, a
a cada seis meses; a verificação de valores extre- maior parte referente aos prejuízos privados e públi-
mos, por erros nos documentos originais ou nos cos (R$ 266,81 bilhões), estando os danos materiais
processos de transcrição; e os registros por grupos registrados em menor proporção (R$ 66,54 bilhões).
de municípios com ausência de dados específicos. Assim, viu-se que dos prejuízos totais, os priva-
Daí que dos 64.429 registros iniciais, restaram váli- dos correspondem à 84,81% deles, com destaque
dos para a análise pouco mais da metade deles, ou para a agricultura, que soma R$ 149,82 bilhões. Para
seja, 32.832 registros. os prejuízos públicos (R$ 40,53 bilhões ou 15,19% do
Esse cenário de tratamento de dados já aponta total em prejuízos) o setor mais significativo é o da
para uma primeira consideração, que a produção água, com mais da metade deles, ou seja, R$ 23,13
do relatório permitiu traçar, qual seja, a demanda bilhões. Em relação aos danos materiais, os relacio-
de capacitação para gestores e agentes no que diz nados à infraestrutura são os prevalentes, acumu-
respeito à identificação dos desastres, tornando a lando R$ 39,13 bilhões (58,80%). Os danos em habi-
avaliação de riscos um processo mais presente e tações somam R$ 24,43 bilhões (36,71%) e apenas
4,49% do total de danos materiais estão relaciona- número de ocorrências numa determinada faixa
dos às categorias de ensino, comunitário, saúde e não necessariamente coincide com o maior mon-
comercial. O infográfico da página 148 resume to- tante. Ou seja, se por um lado pouco mais da meta-
das as informações levantadas neste relatório. de das ocorrências está na faixa de perdas entre R$
Outro ponto importante, que o relatório tam- 1 milhão e R$ 10 milhões (52%) e juntas representam
bém permite aprofundar, é a recorrência e inten- 20,5% do total de danos e prejuízos; por outro, é a fai-
sificação dos impactos, sendo necessário investir xa de R$ 10 milhões a R$ 100 milhões que concentra
em estudos e pesquisas que detalhem os números os maiores danos e prejuízos (51%), embora detenha
aqui organizados. Em relação à distribuição anual, apenas 21% das ocorrências. Ainda, a faixa de ocor-
por exemplo, percebe-se que o número de ocor- rências com mais de 1 bilhão em danos e prejuízos
rências e o total de perdas intensificam-se ao lon- apresenta apenas 7 registros, com os 5 maiores sen-
go dos anos. Ao considerar os principais valores de do desastres do grupo hidrológico.
danos materiais e prejuízos, verifica-se que seis dos Nesse sentido, além dos aspectos gerais de dis-
sete maiores valores ocorreram após o ano de 2012 tribuição temporal, a análise dos dados também
e os últimos três anos apresentaram os maiores va- precisa considerar especificidades locais que pro-
lores de ocorrências. O aumento da frequência e movam o conhecimento ampliado das circunstân-
das perdas com os desastres pode estar associado cias que derivam em desastres, buscando estabe-
a diferentes influências, como aumento populacio- lecer relações de causa e efeito. São características
nal, mudanças climáticas e o incentivo, melhoria físicas, sociais, de uso e ocupação do solo e de infra-
dos sistemas de informação e facilidade no registro estrutura, por exemplo, que permitirão determinar
dos desastres no contexto nacional, com a padroni- as melhores políticas públicas e os investimentos
zação estabelecida a partir de 2012. com foco em redução de riscos de desastres e forta-
É possível ainda estabelecer faixas para identi- lecimento da resiliência.
ficar a relação entre magnitude e recorrência dos Portanto, para compreender melhor a distri-
desastres (Figura 184), demonstrando que o maior buição mensal dos danos materiais e prejuízos
18000 100%
13500 75%
9000 50%
4500 25%
0 0
0 - 100 mil 100 mil até 1 milhão 1 milhão até 10 milhões até 100 milhões até maior que
10 milhões 100 milhões 1 bilhão 1 bilhão
146
registrados, por exemplo, é possível considerar as em seguida, com 34,5% do total de perdas e 36% das
diferentes regiões do Brasil, sendo observadas as ocorrências. Para esse grupo, as tipologias de enxur-
seguintes características: radas e inundações são as mais significativas. Já o
grupo de desastres meteorológico representa ape-
NORTE: apresenta concentração dos desastres do nas 4% dos valores de danos materiais e prejuízos e
grupo hidrológico, com os maiores valores de danos totaliza 10% dos registros, representado pelos desas-
e prejuízos nos meses de janeiro a junho; tres de granizo e vendaval, principalmente.
Mais uma vez, cabe registrar que a leitura e a
NORDESTE: para o grupo de desastres climatológi- análise esmiuçada dos dados requer a compreen-
co, as perdas são significativas ao longo de todo o são de alguns limitantes. Há que se considerar, por
ano, aparecendo de maneira mais intensa nos me- exemplo, que, devido à característica de perdurar
ses de setembro a novembro, com as ocorrências por longos períodos, as ocorrências de seca e estia-
concentradas na região do semiárido. Para o grupo gem têm impacto significativo nos dados, uma vez
de desastres hidrológico, os meses de abril a junho que correspondem a 59,94% (R$ 199,83 bilhões) do
apresentam os maiores valores de danos materiais valor global de danos materiais e prejuízos e 54,6%
e prejuízos, predominante na faixa litorânea e na (17.925) do total de registros. Outro aspecto que
fronteira com a Região Norte; deve ser observado são os grupos de municípios,
pois a aglutinação de diversos municípios em sob
CENTRO-OESTE: os danos e prejuízos na região um único protocolo pode comprometer a segmen-
concentram-se no primeiro semestre do ano, prin- tação dos dados, dificultando a análise minuciosa
cipalmente entre os meses de fevereiro a maio, das informações.
com as ocorrências concentradas na porção cen- Enfim, os resultados apresentados demonstram
tral da região; como os impactos causados pelas ocorrências aqui
analisadas tornaram-se consideráveis, principal-
SUDESTE: os eventos hidrológicos ocorrem princi- mente nas últimas décadas. E mesmo que desastres
palmente na faixa litorânea e se concentram entre de grande magnitude não ocorram no Brasil com a
os meses de dezembro e maio. Para os desastres cli- mesma frequência que em outros países (apenas
matológicos, as perdas e ocorrências concentram- oito registros com perdas superiores a R$1 bilhão),
-se no norte do Estado de Minas Gerais, região in- a recorrência dos eventos resulta em uma soma de
fluenciada pelo clima semiárido, que engloba desde danos e prejuízos relevante. Ao considerar o período
a parte central do Nordeste até o norte do Sudeste; desta pesquisa, anualmente são reportadas perdas
superiores a R$ 13,33 bilhões, o que significa que o
SUL: é a região do Brasil que apresenta os maiores país perde mais de R$ 1 bilhão mensalmente com
valores de danos e prejuízos relacionados a even- desastres. São valores que indicam a relevância dos
tos meteorológicos, concentrados nos meses de impactos econômicos relacionados a desastres no
setembro a dezembro. Os eventos climatológicos país, mesmo considerando que se trata de estima-
estão concentrados na faixa oeste da Região, com tivas dos municípios, em muitos casos imprecisas e
os valores mais significativos entre os meses de com lacunas de informações nos registros.
dezembro a abril; e os desastres hidrológicos estão Adicionalmente a este relatório, os dados de da-
distribuídos entre os três estados, concentrados nos e prejuízos nacionais estão disponíveis também
nos meses de outubro e janeiro. online, na plataforma relatoriodedesastres.ceped.
ufsc.br. Trata-se de uma forma mais dinâmica de
Por fim, em relação aos grupos de desastres, re- manter os dados com atualização frequente, poden-
gistra-se o climatológico como o que mais incide em do, portanto, os valores informados na plataforma
danos e prejuízos, respondendo por 60% dos valores apresentarem divergências com esta publicação.
e 55,2% dos registros. Esse resultado é influenciado
principalmente pela ocorrência dos eventos de es-
tiagem e seca. Os desastres hidrológicos aparecem
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 149
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
GLOSSÁRIO
DANOS MATERIAIS: Resultado das perdas materiais TRANSPORTE: serviços essenciais de trans-
infligidas como consequência de um desastre; são portes locais, regionais e de longo curso.
dimensionados, predominantemente, pelos bens
imóveis e instalações danificadas ou destruídas. SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRIVADO:
150
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instrução Normativa Nº 1, de 24 de agosto ção de reconhecimento de Situação de Emergência
de 2012. Ministério da Integração Nacional Gabine- ou de Estado de Calamidade Pública por meio do
te do Ministro. Estabelece procedimentos e critérios Sistema Integrado de Informações sobre Desastres
para a decretação de situação de emergência ou es- - S2ID. Diário Oficial da União, Brasília, 10 set. 2012, nº
tado de calamidade pública pelos Municípios, Esta- 175, Seção 1, pág. 27. Disponível em:
dos e pelo Distrito Federal, e para o reconhecimento http: //www.lex.com.br/legis_23694605_PORTA-
federal das situações de anormalidade decretadas RIA_N_526_DE_6_DE_SETEMBRO_DE_2012. Acesso
pelos entes federativos e dá outras providências. em: 18 ago. 2020.
Diário Oficial da União, Brasília, 30 ago. 2012, nº 169,
Seção 1, pág. 30. Disponível em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍS-
http://www.editoramagister.com/doc_23667061_ TICA - IBGE. Cidades e estados. Site. Disponível em:
INSTRUCAO_NORMATIVA_N_1_DE_24_DE_AGOS- https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados . Acesso
TO_DE_2012.aspx. Acesso em: 18 ago. 2020. em: 26 de jun. 2020.
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RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)
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Créditos
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