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DE DANOS

relatório
MATERIAIS
E PREJUÍZOS
decorrentes de desastres naturais no brasil
(1995-2019)

2ª edição
BANCO MUNDIAL
GLOBAL FACILITY FOR DISASTER REDUCTION AND RECOVERY (GFDRR)
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA (FAPEU)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC)
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ENGENHARIA E DEFESA CIVIL (CEPED)

DE DANOS
relatório

MATERIAIS
E PREJUÍZOS
decorrentes de desastres naturais no brasil
(1995-2019)

2ª edição
Elaborado pelo CEPED UFSC e atualizado pela FAPEU,
com apoio do Banco Mundial.
2020
Banco Mundial

As opiniões, interpretações e conclusões apresentadas neste documento são dos


autores e não devem ser atribuídas, de modo algum, ao Banco Mundial, às ins-
tituições afiliadas, ao seu Conselho Diretor, ou aos países por eles representados.
O Banco Mundial não garante a precisão da informação incluída e não aceita
responsabilidade alguma por qualquer consequência de seu uso.
É permitida a reprodução total ou parcial do texto deste documento, desde que
citada a fonte.

B213r Banco Mundial. Global Facility for Disaster Reduction and Recovery.
Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária.
Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Estudos e
Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil.

Relatório de danos materiais e prejuízos decorrentes de desastres


naturais no Brasil : 1995 – 2019 / Banco Mundial. Global Facility for
Disaster Reduction and Recovery. Fundação de Amparo à Pesquisa e
Extensão Universitária. Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e
Defesa Civil. [Organização Rafael Schadeck] – 2. ed. – Florianópolis:
FAPEU, 2020.
156 p. : il. color.; 30 cm.

Inclui Bibliografia.

1. Desastres – Brasil. 2. Gestão de riscos de desastres. 3. Impactos


econômicos. I. Banco Mundial. II. Global Facility for Disaster Reduction and
Recovery. III. Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária.
IV. Universidade Federal de Santa Catarina. V. Centro de Estudos e
Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil. VI. Título.
CDD 363.34
Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.
LISTA DE ABREVIATURAS

CEPED Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil


COBRADE Classificação e Codificação Brasileira de Desastres
CODAR Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos
DEATE Declaração Estadual de Atuação Emergencial
DMATE Declaração Municipal de Atuação Emergencial
ECP Estado de Calamidade Pública
FIDE Formulário de Informações do Desastre
GRD Gestão de Risco e Desastres
MDR Ministério do Desenvolvimento Regional
PIB Produto Interno Bruto
SE Situação de Emergência
SEDEC Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
S2ID Sistema Integrado de Informação sobre Desastres
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
APRESENTAÇÃO

Compreender os desafios sociais e econômicos im- ção de estados e regiões do país. Espera-se que as
postos pelas mudanças climáticas na agenda do análises aqui apresentadas possam contribuir para
desenvolvimento é fundamental para entendermos a compreensão de como os atores diretos e indire-
como eles podem afetar os avanços alcançados re- tos da agenda consigam desenhar e implementar
centemente. Nesse sentido, dados sobre as perdas estratégias de mitigação de riscos de desastres,
humanas e econômicas devido à ocorrência de de- identificação e mapeamento de riscos, formulação
sastres confirmam a hipótese de que eventos natu- de políticas públicas, dentre outras.
rais extremos impactam negativamente a agenda Em suma, o estudo identificou perdas econô-
de desenvolvimento como um todo do país. Com micas de R$ 333,36 bilhões durante os 25 anos de
vistas à promoção da redução da pobreza e com- abrangência dos dados, o que reforça a relevân-
partilhamento da prosperidade, o Banco Mundial cia do tema para o país. Em específico, eventos de
reconhece a real necessidade de se agir proativa- inundações, secas, vendavais, dentre outros, ocasio-
mente na agenda de gestão de riscos de desastres naram perdas mensais em habitações, infraestru-
como um instrumento para a promoção do desen- turas e setores produtivos superiores a R$ 1 bilhão.
volvimento de forma inclusiva e integradora a fim Principalmente em um cenário no qual os dados
de se reduzir as discrepâncias observadas. indicam um aumento na recorrência de desastres
Para a tomada de decisão, no entanto, é im- ao longo dos anos, identificar onde estas perdas
portante conhecermos a fundo o problema para ocorreram é fundamental para podermos melhor
que medidas eficientes sejam adotadas. Nesse planejar nossas intervenções a fim de se gerenciar
âmbito, o Banco Mundial, em parceria com dife- de forma mais eficaz o crescimento urbano, polí-
rentes atores e entidades governamentais, vem ticas de investimentos, gestão fiscal com o macro
investindo no desenvolvimento e disseminação objetivo de contribuir ao Brasil na sua agenda de
de conhecimento sobre a temática. Os resultados eficiência de gastos públicos, melhoria dos marcos
apresentados neste relatório, obtidos a partir da de políticas e proteção de ativos e pessoas frente à
pesquisa e organização dos dados históricos de ocorrência de eventos de desastres.
desastres relacionados a eventos naturais extre-
mos, demonstram como as perdas se distribuem PALOMA ANOS CASERO
no território nacional e como impactam a popula- Diretora do Banco Mundial em Brasilia
SUMÁRIO

13
CAPÍTULO 1

Introdução

17
CAPÍTULO 2

Metodologia

CAPÍTULO 3

Danos e 23
Prejuízos

29
CAPÍTULO 4

Danos Materiais

CAPÍTULO 5

Prejuízos 59
CAPÍTULO 6

105 Danos e Prejuízos por


Tipologia de Desastres

CAPÍTULO 7

137 Relação dos Danos


e Prejuízos com a
População e PIB

CAPÍTULO 8

145 Considerações
Finais

150 Glossário

151 Referências

SUMÁRIO
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

12
INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO 13
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, o Brasil foi palco de inúmeros prevenção quanto na resposta aos desastres. Infor-
desastres que ocasionaram perdas significativas, mações sobre tipos de desastres, onde e quando
as quais afetaram e continuam a afetar de modo ocorrem, e seus principais impactos são essenciais
considerável a economia, o ambiente e a sociedade para tornar as comunidades capazes de se adaptar,
como um todo. O somatório dos danos e prejuízos restabelecer, recuperar e reconstituir após a ocor-
causados por desastres recorrentes¹, como inunda- rência de um desastre em condições mais susten-
ções e secas, tem um impacto muito significativo, táveis e seguras do que as anteriores. Além disso,
principalmente quando atingem repetidamente assim como a versão inicial, esta publicação segue
municípios de pequeno e médio porte. Buscando a proposta de contribuir para o conhecimento em
retratar essa condição, o relatório apresenta a aná- relação aos danos materiais e prejuízos decorrentes
lise de 64.429 registros realizados pelos municípios de desastres no Brasil. Para isso, são apresentados
e estados ao longo dos 25 anos de recorte da pes- mapas temáticos e gráficos, fornecendo dados e
quisa, classificando os danos materiais e prejuízos análises relevantes aos gestores públicos, ao setor
reportados quanto ao tipo, data e localização. privado, à academia e à população em geral.
Por caracterizar a interrupção do funcionamen- Mesmo com todo o esforço dos órgãos compe-
to de uma comunidade ou sociedade, a ocorrência tentes para a prevenção e mitigação dos desastres
do desastre está diretamente relacionada ao pla- no Brasil, os desastres relacionados à dinâmica ge-
nejamento e ao controle urbano que, frequente- ológica ou geomorfológica, bem como à dinâmica
mente, envolvem mudança de paradigmas e con- atmosférica e hidrológica são bastante comuns no
flito de interesses. A percepção dessa realidade é país. Esse cenário sofre influência principalmente
fundamental para lidar com as dificuldades, que pela sua extensão territorial e pelas dificuldades de
envolvem ainda limitação de recursos. O rápido um país ainda em desenvolvimento.
crescimento associado à insuficiência de plane- O Brasil é o maior país da América do Sul e
jamento resulta em uma ocupação territorial que quinto do mundo, com uma extensão territorial
usualmente não considera a segurança em relação de 8.510.295,914 km² e uma população estimada
ao risco de desastres. Com isso, tem-se a expansão de 210.147.125 pessoas (IBGE, 2019). Apenas Rússia,
de assentamentos informais, em acessos precários Canadá, China e Estados Unidos têm território com
aos serviços básicos e, por consequência, o aumen- extensão maior.
to da vulnerabilidade e exposição a desastres. Atualmente, o território brasileiro está dividido
Diante desse cenário, a construção da resiliên- em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
cia a desastres exige que haja compreensão dos Sudeste e Sul. Elas representam divisões territoriais
riscos e das consequências (danos e prejuízos) para com características similares, sejam elas físicas, so-
sua aplicação. Os dados apresentados neste relató- ciais ou econômicas. A Figura 1 apresenta algumas
rio possibilitam aos governantes adotarem políticas características de cada região.
públicas bem fundamentadas e investir tanto na

¹ Risco recorrente é uma característica das áreas onde as comunidades estão expostas e vulneráveis a inundações frequentes, tem-
pestades, deslizamentos de terra ou secas. É f requentemente associado à pobreza, urbanização desordenada e degradação ambien-
tal (UNISDR, 2017, tradução nossa).

14
Norte
Clima: Equatorial
Densidade demográfica: 4,72 hab/km² Nordeste
PIB (2017): R$ 367,86 bilhões
IDH (2010): 0,667 Clima: Equatorial e Tropical
(úmido e semiárido)
Densidade demográfica: 36,26 hab/km²
PIB (2017): R$ 953,21 bilhões
IDH (2010): 0,663

Centro-Oeste
Clima: Tropical úmido
Densidade demográfica: 10,01 hab/km²
PIB (2017): R$ 659,76 bilhões
IDH (2010): 0,757

Sul Sudeste
Clima: Subtropical Clima: Tropical (úmido e de altitude)
Densidade demográfica: 52,09 hab/km² Densidade demográfica: 92,02 hab/km²
PIB (2017): R$ 1.121,72 bilhões PIB (2017): R$ 3.480,77 bilhões
IDH (2010): 0,754 IDH (2010): 0,766

Figura 1: Características predominantes das cinco regiões do Brasil.

INTRODUÇÃO 15
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

16
METODOLOGIA

INTRODUÇÃO 17
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

METODOLOGIA
Ao longo da década de 90, o uso dos documentos Em conjunto com a Instrução Normativa nº 01,
de Notificação Preliminar de Desastre (NOPRED) e de 24 de agosto de 2012, os registros de desastres
o Formulário de Avaliação de Danos (AVADAN) para passaram a ser feitos por meio de um documento
o registro dos desastres no Brasil foi sendo consoli- único, o Formulário de Informações do Desastre
dado. Os dois seguiam a Codificação de Desastres, (FIDE). Para o processo de reconhecimento federal
Ameaças e Riscos (CODAR). O NOPRED era utiliza- de situação de emergência ou estado de calami-
do para o registro inicial do desastre, devendo ser dade pública, determina-se que o FIDE seja acom-
preenchido em até 12 horas após a sua ocorrência, e panhado de documentos complementares, como
o AVADAN apresentava os dados levantados, como a Declaração Municipal de Atuação Emergencial
a área afetada, os danos humanos, materiais e am- (DMATE) ou a Declaração Estadual de Atuação
bientais e os prejuízos econômicos e sociais. Emergencial (DEATE).
A partir de 2012, com a publicação da Portaria MI Ainda, com a IN nº 01 de 2012, foi determina-
nº 526, de 06 de setembro de 2012, foram estabeleci- do o uso da Classificação e Codificação Brasileira
dos os procedimentos para a solicitação de reconhe- de Desastres (Cobrade), que classifica os desastres
cimento de Situação de Emergência (SE) e de Estado quanto à sua origem, em naturais e tecnológicos. A
de Calamidade Pública (ECP) por meio do Sistema Figura 2 apresenta a linha do tempo de registro dos
Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID)². desastres no Brasil.

2016

IN nº 02, de
20 de dezembro

Figura 2: Linha do tempo do registro de desastres no Brasil.

Para centralizar os dados de danos materiais e posto pelo município, a data e o tipo de evento que
prejuízos do Brasil em um único lugar, os documen- originou o desastre informado. Esse trabalho foi rea-
tos utilizados para registro de desastres no país, an- lizado por meio de um Acordo de Cooperação entre
tes da criação do S2ID, foram obtidos em visitas às 26 a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Se-
capitais brasileiras e ao Distrito Federal. Em seguida, dec) e o Ceped, entre os anos de 2010 e 2012.
foram digitalizados e tiveram seus dados tabulados Com isso, os dados utilizados para desenvolvi-
e consolidados em registros no S2ID, cada um com- mento do Relatório de Danos Materiais e Prejuízos

² O S2ID é uma plataforma web desenvolvida pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) em conjunto com o Ceped
e que tem como principal objetivo apoiar os órgãos de proteção e defesa civil proporcionando maior celeridade e transparência à
gestão de risco e desastres no Brasil.

18
foram retirados dos registros de desastres do S2ID, Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI)
considerando desde o ano de 1995 até 2019. Foram de final de período. Dessa forma, ressalta-se que
levantados para a elaboração deste relatório 64.429 não é possível realizar uma comparação direta
registros realizados pelos estados e municípios. dos dados desse relatório com a sua primeira edi-
Dentre esses, foram identificados aqueles que apre- ção, uma vez que os dados lá apresentados estavam
sentavam informações sobre danos materiais e pre- corrigidos para o ano de 2014. Além disso, na primei-
juízos públicos e/ou privados. ra edição os valores correntes foram corrigidos pelo
Após a reunião de todos os registros, para cons- deflator do PIB (Produto Interno Bruto). A mudança
trução do banco de dados utilizado neste relatório, foi no índice utilizado foi necessária em função da in-
desenvolvido um processo de tratamento dos dados. disponibilidade de uma série atualizada compatível
Ele dividiu-se em três etapas principais, que consisti- com a utilizada anteriormente.
ram na verificação de ocorrências repetidas, valores Com a correção monetária feita, é possível com-
extremos e análise agrupada por mesorregião. parar os valores de anos entre si. Sendo assim, as
Para verificar a ocorrência de registros duplica- variações entre um ano e outro estão relacionadas
dos, inicialmente, foram analisados os protocolos re- somente a diferenças no número de registros, seja
lacionados aos eventos de seca e estiagem. Como a pelo aumento de ocorrência ou por um maior uso do
renovação da situação de emergência ou estado de sistema, ou na intensidade dos desastres ocorridos.
calamidade pública é feita semestralmente e são Com a base de dados tratada e a correção mo-
eventos que usualmente perduram por muito tem- netária feita, os dados foram analisados de três ma-
po, foram desconsiderados eventos registrados em neiras distintas: considerando todas as tipologias,
um intervalo muito inferior a 6 meses. Em seguida, por grupo de desastres e por grupo de tipologia. Os
as outras tipologias foram analisadas considerando Quadros 1 a 3, divididas por grupo de desastres, apre-
a data de ocorrência e o município, evitando que sentam a tipologia definida pela Cobrade e seus res-
fossem considerados mais de um registro vinculado pectivos grupos de tipologias.
ao mesmo desastre. Os registros que resultaram em Destaca-se que, alguns registros apresentados
Reconhecimento Federal, Decreto ou Portaria foram no S2ID são feitos agrupando diversos municípios de
mantidos, e aqueles que indicavam repetição e que um mesmo estado. Com isso, alguns desses regis-
não foram reconhecidos, foram analisados individu- tros agrupados, por não apresentarem as infor-
almente, optando-se pela sua exclusão ou não. mações individuais de cada município, não apa-
Na segunda etapa do tratamento foram consi- recem nos mapas de análise das mesorregiões.
derados os valores extremos de registros, inicialmen- Além deste relatório, uma aplicação virtual e in-
te para todo o país e, em seguida, por mesorregião. terativa foi desenvolvida para que os interessados
Com essa análise foi possível identificar erros de di- no tema possam fazer suas próprias consultas. Por
gitação presentes nos documentos existentes, tanto meio dela é possível acessar todos os dados para to-
por falhas no preenchimento do AVADAN, NOPRED dos os tipos de danos materiais e prejuízos, além de
ou FIDE como por falha na transcrição desses valores apresentar uma opção para exportação da base de
para o banco de dados. Os registros que apresenta- dados. A aplicação apresenta maior frequência de
ram essa característica foram corrigidos conforme atualização, por isso sua base de dados pode tra-
os valores verificados em outros documentos ou na zer informações mais atualizadas do que as apre-
própria descrição textual, ou desconsiderados quan- sentadas neste relatório.
do não foi possível determinar o valor correto. Ela pode ser acessada por meio do seguinte link:
Após esse tratamento, por apresentar valo- http://relatoriodedesastres.ceped.ufsc.br/
res monetários de diferentes anos, os dados foram
corrigidos para o ano de 2019 com base no Índice

METODOLOGIA 19
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Grupo de desastres climatológico

Cobrade Desastre Grupo de tipologia

13310 Onda de Calor Onda de Calor e Baixa Umidade

13321 Onda de Frio - Friagem Onda de Frio

13322 Onda de Frio - Geada Onda de Frio

14110 Estiagem Estiagem e Seca

14120 Seca Estiagem e Seca

14131 Incêndio Florestal em áreas protegidas Incêndio Florestal

14132 Incêndio Florestal em áreas não protegidas Incêndio Florestal

Quadro 1: Grupo de desastres climatológico.

Grupo de desastres hidrológico

Cobrade Desastre Grupo de tipologia

11311 Quedas, Tombamentos e rolamentos - Blocos Movimento de Massa

11312 Quedas, Tombamentos e rolamentos - Lascas Movimento de Massa

11313 Quedas, Tombamentos e rolamentos - Matacões Movimento de Massa

11314 Quedas, Tombamentos e rolamentos - Lajes Movimento de Massa

11321 Deslizamentos Movimento de Massa

11331 Corridas de Massa - Rocha/detrito Movimento de Massa

11332 Corridas de Massa - Rocha/detrito Movimento de Massa

11340 Subsidências e colapsos Movimento de Massa

12100 Inundações Inundações

12200 Enxurradas Enxurradas

12300 Alagamentos Alagamentos

13214 Tempestade Local/Convectiva - Chuvas Intensas Chuvas Intensas

Quadro 2: Grupo de desastres hidrológico.

20
Grupo de desastres meteorológico

Cobrade Desastre Grupo de tipologia

13111 Ciclones - Ventos Costeiros (Mobilidade de Dunas) Vendavais e Ciclones

13112 Ciclones - Marés de Tempestade (Ressacas) Vendavais e Ciclones

13120 Frentes Frias/Zonas de Convergência Onda de Frio

13211 Tempestade Local/Convectiva - Tornados Tornado

13212 Tempestade Local/Convectiva - Tempestade de Raios Vendavais e Ciclones

13213 Tempestade Local/Convectiva - Granizo Granizo

13215 Tempestade Local/Convectiva - Vendaval Vendavais e Ciclones

Quadro 3: Grupo de desastres meteorológico.

METODOLOGIA 21
DANOS E
PREJUÍZOS

333,36 BI EM DANOS E
PREJUÍZOS TOTAIS

32.832 REGISTROS COM DANOS


E PREJUÍZOS TOTAIS

13,33 BI MÉDIA DE DANOS


E PREJUÍZOS POR ANO
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

DANOS E
PREJUÍZOS TOTAIS
danos e prejuizos totais: R$ 333,36 bilhões

Conforme apresentado na Figura 3, a distribuição


dos danos e prejuízos no território brasileiro con-
centra-se nas faixas litorâneas e de fronteira com os
países da América do Sul, havendo uma faixa mais
branda na porção central do país em direção ao
norte. Assim, são os estados do Rio Grande do Sul,
Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina
os cinco com as maiores somas de danos e preju-
ízos, respondendo por quase metade (49,14%) dos
333,36 bilhões totais.

Figura 3: Danos materiais e prejuízos por mesorregião.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

35bi 3500

28bi 2800

21bi 2100

14bi Média 1400


13,3bi

7bi 700

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 4: Danos materiais e prejuízos distribuídos anualmente.

24
Danos e Registros (un.)
Prejuízos (R$)

60bi 4800

50bi 4000

40bi 3200

30bi 2400

20bi 1600

10bi 800

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 5: Danos materiais e prejuízos distribuídos mensalmente.

Em relação à distribuição anual, os anos que ul- fundados, focados em cada caso e cruzando infor-
trapassam R$ 25 bilhões em danos e prejuízos são mações de histórico de ocorrências, localidades,
2009 (R$ 26,64 bi), 2013 (R$ 28,15 bi), 2018 (R$ 30,24 tipo de risco etc. Assim, ao longo deste relatório, as
bi) e 2017 (R$ 32,75 bi) correspondendo, juntos, a análises apresentadas apenas indicam possíveis
35,34% das perdas referentes aos 25 anos desta aná- justificativas que, para confirmações e detalhamen-
lise. Em média, os danos e prejuízos totais têm um tos, devem ser mais bem exploradas.
impacto anual de R$ 13,33 bilhões, observando-se Por sua vez, a observação da distribuição mensal
(Figura 4) uma tendência de crescimento ao longo destaca os meses de janeiro, março, abril, maio e no-
dos anos, tanto em número de registros (57,57% na vembro como os acima da média de 27,8 bilhões em
última década) como em valores (72,76% também danos e prejuízos. Janeiro lidera também em núme-
entre 2010 e 2019). ro de registros, seguido pelos meses de março, se-
Sabe-se que entre as razões para o aumento tembro e outubro. Uma análise mais detalhada da
observado está o aperfeiçoamento e ampliação dos distribuição mensal poderá ser verificada ao longo
processos de registros de desastres no país, princi- do relatório, por grupo de desastre, uma vez que, de-
palmente a partir da utilização do Sistema Integra- vido à sua constância, não há sazonalidade para a
do de Informações sobre Desastres (S2ID) adotado seca do semiárido brasileiro, o que reflete nos dados
a partir de 2012. Outras justificativas para esse au- totais que igualmente ficam sem essa referência.
mento, entretanto, demandam estudos mais apro-

DANOS E PREJUÍZOS TOTAIS 25


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 41,3bi 3512


Minas Gerais 35bi 4406
Bahia 32,8bi 3048
Pernambuco 29,1bi 2072
Santa Catarina 25,7bi 3629
Ceará 25,3bi 2353
Paraná 20,2bi 1742
Paraíba 15,8bi 2763
Rio de Janeiro 15,2bi 502
Piauí 13,7bi 1443
Espirito Santo 13,3bi 604
Mato Grosso 10,1bi 632
Mato Grosso do Sul 8,7bi 383
São Paulo 8,5bi 770
Alagoas 8,4bi 642
Rio Grande do Norte 7bi 2132
Amazonas 6,1bi 515
Sergipe 4,6bi 302
Maranhão 4bi 380
Pará 3,6bi 568
Goiás 1,5bi 128
Rondônia 1,3bi 50
Acre 0,8bi 35
Tocantins 0,7bi 88
Roraima 0,5bi 72
Amapá 0,2bi 26
Distrito Federal 0,1bi 3

Figura 6: Perdas totais e registros por estado.

Sul Norte
87,2bi 13,2bi e prejuízos, com total de R$ 34,96 bilhões (10,49%).
26,2% 4% Bahia apresenta R$ 32,78 bilhões (9,83%), sendo con-
Nordeste tabilizados 3.048 registros. Para as regiões brasileiras,
140,6bi o maior montante concentra-se no Nordeste, com
42,2%
R$ 140,59 bilhões e 46,15% dos registros, seguido pela
Região Sul, com um total de R$ 87,21 bilhões.
Por fim, no que se refere aos grupos de desas-
tres (Figura 8), os danos materiais e prejuízos no
Brasil são originados principalmente por desastres
climatológicos, que acumulam 60,32% do valor to-
tal, e pelos desastres hidrológicos, com 34,47%. O
grupo de desastres climatológico só não tem des-
Sudeste
Centro-Oes te taque na Região Norte, ao passo que nas regiões
71,9bi
20,4bi
21,6%
6,1%
do Nordeste e Centro-Oeste equivalem a mais da
metade dos valores, com 83,13% e 53,81% respecti-
Figura 7: Danos materiais e prejuízos por região. vamente. Para os desastres hidrológicos, os valores
são significativos em todas as regiões, com maior
destaque para o Norte (88,30%) e Sudeste (51,91%).
Já a distribuição dos danos e prejuízos entre as O grupo de desastres meteorológico representa os
regiões e Unidades Federativas (Figuras 6 e 7) mos- menores valores, com apenas 4,16% do valor total de
tra o estado do Rio Grande do Sul como o mais im- desastres no Brasil. Para esse grupo, o principal des-
pactado, registrando R$ 41,25 bilhões, o que repre- taque é para a Região Sul, que acumula 14,07% de
senta 12,38% do valor total referente a 3.512 registros. seus danos materiais e prejuízos.
Minas Gerais tem o segundo maior valor de danos

26
861 mi
6,52%
633 mi
52,4 mi

0,40% 4,79%

130 mi

0,09% 1,1
Norte
0,78%
22,4 bi

15,99%
11,6 bi
Nordeste
88,30%

91 mi 116 bi
703 mi
0,45% 83,13%
3,46%

Centro-
Oeste
629 mi
1,3 bi 0,88%
8,6 bi 1,84%
10,9 bi
42,29% 53,81%

Sudeste

37,3 bi 32,6 bi
190 mi
0,21% 51,91% 45,38%
12,2 bi

13,63%

Sul

39,9 bi

43,49%

4,16% 1,05%

BRASIL

114 bi
201 bi
34 ,47%
60,32%

Figura 8: Danos materiais e prejuízos por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões.

DANOS E PREJUÍZOS TOTAIS 27


DANOS MATERIAIS

66,54 BI EM DANOS
MATERIAIS TOTAIS

13.902 REGISTROS COM DANOS


MATERIAIS TOTAIS

2,66 BI MÉDIA DE DANOS


MATERIAIS POR ANO
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

DANOS MATERIAIS
DANOS MATERIAIS TOTAIS
danos materiais totais: R$ 66,54 bilhões

Em relação especificamente aos danos materiais,


entre o total de 32.832 registros estudados, apenas
42,3% deles possuem esse tipo de informação. Não
se observa na distribuição territorial uma concen-
tração em regiões ou estados específicos, sendo os
valores mais bem distribuídos em todo o território
brasileiro (Figura 9).

Figura 9: Danos materiais por mesorregião

Registros (un.)
Danos (R$)

10bi 1400

8bi 1120

6bi 840

4bi 560

Média
2,7bi
2bi 280

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 10: Danos materiais distribuídos anualmente

30
Registros (un.)
Danos (R$)

20bi 2500

16bi 2000

12bi 1500

8bi 1000

4bi 500

0bi 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 11: Danos materiais distribuídos mensalmente

Na distribuição anual, o ano de 2011 foi o que materiais. O segundo maior valor de danos totais
apresentou o maior valor de danos materiais totais, refere-se aos meses de abril, com R$ 7,39 bilhões, o
com R$ 9,24 bilhões, o equivalente a 13,89% do va- equivalente a 11,11% do valor de danos totais.
lor absoluto. Diferente da soma de danos e preju- Quando se analisa os dados por Unidade Fede-
ízos totais, estes não demonstram uma tendência rativa, observa-se um valor médio por estado de R$
tão clara de aumento, embora a última década 2,46 bilhões e quase 515 registros. O maior valor está
responda por 56% dos danos materiais entre os 25 no Rio de Janeiro, com R$ 9,87 bilhões ou 14,83% do
anos da pesquisa. Destaca-se ainda a sequência valor total desses danos, principalmente em função
dos anos de 2008 a 2011, em função de grandes de- do desastre da Região Serrana em 2011. Nesse esta-
sastres como da Região do Vale do Itajaí em Santa do foram contabilizados 404 registros. O segundo
Catarina em 2008, inundações em Pernambuco e maior valor ocorre no estado de Santa Catarina, que
Alagoas em 2010 e Região Serrana Fluminense em totaliza R$ 8,01 bilhões (12,03%), também em função
2011. Nesse cenário, a média anual de danos mate- do grande desastre de 2008, sendo ainda um esta-
riais fica em R$ 2,7 bilhões. do de grande recorrência de desastres, responsável
Já a distribuição mensal demonstra uma que- por 19,3% (2.704) dos registros com danos materiais.
da de registros e danos no meio do ano, entre ju- Entre as regiões, o Sudeste apresenta maior va-
nho e agosto, e destaque para os meses de janeiro lor de danos materiais totais com R$ 25,02 bilhões
que concentram 25% dos valores (R$ 16,6 bilhões) (37,60%). Foram contabilizados nessa região 3.575
referentes a 2.396 registros entre os 13.893 de danos registros. Em seguida está a Região Sul que, com

DANOS MATERIAIS 31
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (R$) Registros (un.)

Rio de Janeiro 9,9bi 404


Santa Catarina 8bi 1289
Minas Gerais 7,1bi 2704
São Paulo 4,9bi 2113
Paraná 4,8bi 621
Rio Grande do Sul 4,4bi 1905
Pernambuco 3,7bi 402
Espirito Santo 3,1bi 438
Amazonas 3bi 415
Bahia 2,9bi 497
Alagoas 2,1bi 121
Maranhão 2bi 289
Pará 2bi 502
Mato Grosso 1,8bi 545
Ceará 1,7bi 308
Paraíba 1bi 278
Piauí 0,9bi 255
Mato Grosso do Sul 0,7bi 255
Acre 0,6bi 28
Rio Grande do Norte 0,6bi 239
Goiás 0,5bi 105
Rondônia 0,4bi 45
Sergipe 0,2bi 44
Roraima 0,2bi 34
Amapá 0,1bi 24
Tocantins 0,1bi 41
Distrito Federal 0,002bi 1

Figura 12: Danos materiais e registros por estado

Sul Norte De forma geral, os danos materiais no Brasil


17,2bi 6,3bi
25,8% 9,5% são originados principalmente por desastres hi-
drológicos, que acumulam 89,21% do valor. Em se-
Nordeste
15bi
guida, o grupo de desastres meteorológico apare-
22,6% ce com 7,47%, e o grupo climatológico é o menos
significativo, com apenas 0,63% do valor de danos
materiais. Todas as regiões apresentam destaque
para o grupo hidrológico, com o menor percentual
acumulado para a Região Sul (73,93%), e o Sudeste
com o maior valor (96,44%). O grupo de desastre
Centro-Oes te climatológico não apresenta valores significativos
3bi em danos materiais, e ainda que a Região Nordes-
4,5%
Sudeste te seja a mais afetada, representa apenas 1,36% en-
25bi
tre os demais grupos.
37,6%
Na sequência, são apresentados os detalhes das
Figura 13: Danos materiais por região quatro principais categorias de danos materiais de-
finidas nos documentos de registros de desastres,
quais sejam: danos em infraestrutura, com um total
5.896 ocorrências, totaliza R$ 17,19 bilhões (25,83%); de R$ 39,13 bilhões; danos em habitações, correspon-
valores muito próximos ao Nordeste, com danos dente a R$ 24,43 bilhões e dividida em habitações
materiais somados em R$ 15,05 bilhões (22,61%), destruídas e danificadas; danos em ensino, R$ 1,43
mas com menos da metade dos registros sulistas, bilhão; e danos em saúde, com R$ 659,37 milhões.
ou seja, 2.432 ocorrências.

32
437 mi
6,92%
25,9 mi
29,3 mi
0,41%
0,46%

822 mi

Norte 5,47%
46 mi 204 mi

0,31% 1,36%

5,8 bi
92,20%
Nordeste

13,9 bi

184 mi
92,86%
6,22% 7,5 mi
52,2 mi
0,25%
1,76%

215 mi
Centro- 0,86%
Oeste 642 mi 31,6 mi

2,57% 0,13%
2,7 bi
91,76%
Sudeste

24,1 bi
131 mi
148 mi 96,44%
0,76%
4,2 bi 0,87%
24,44%

Sul

12,7 bi
73,93%
1,7 bi
2,69%
418 mi
4,9 bi
0,63%
7,47%

BRASIL

59,3 bi
89,21%

Figura 14: Danos materiais por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

DANOS MATERIAIS 33
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

DANOS EM INFRAESTRUTURA
danos em infraestrutura: R$ 39,13 bilhões

A observação dos danos em infraestrutura realça


a Região Sudeste com 38% do montante total, co-
locando em destaque também algumas áreas do
Mato Grosso e Amazonas, muito em função da divi-
são por mesorregião nesses estados corresponder a
maiores extensões territoriais, mas sem efetivamen-
te sobressair-se em valores. Assim, por exemplo, os
valores de Mato Grosso e Amazonas são de R$ 1,5 e
R$ 1,7 bilhão, respectivamente, enquanto Minas Ge-
rais lidera o ranking, com R$ 5,3 bilhões acumulados
em danos em infraestrutura ao longo dos 25 anos
desta análise.

Figura 15: Danos materiais em infraestrutura por mesorregião

Registros (un.)
Danos (R$)

6bi 1500

5bi 1250

4bi 1000

3bi 750

2bi 500

Média
1,6bi

1bi 250

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 16: Danos materiais em infraestrutura distribuídos anualmente

34
Registros (un.)
Danos (R$)

10bi 2500

8bi 2000

6bi 1500

4bi 1000

2bi 500

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 17: Danos materiais em infraestrutura distribuídos mensalmente

A média anual é de R$ 1,6 bilhão, mantendo a Ao analisar os mesmos dados em relação aos
sequência dos anos 2008 a 2011 como principal perí- meses, mantém-se a distribuição de predominân-
odo de danos materiais no Brasil. Juntos esses anos cia aos meses de janeiro, em queda até os meses
somam R$ 15,63 bilhões, o que equivale a 40% do de julho e agosto quando há uma nova tendência
total, com 2009 liderando os montantes em R$ 5,47 de aumento até o fim do ano. Nesse contexto, os
bilhões. Os picos de registros são observados nos meses de janeiro totalizam R$ 9,38 bilhões, corres-
anos de 2004, 2011, 2014 e 2017, todos acima de 750 pondendo a 24% do valor total. No que se refere ao
ocorrências por ano. Não há aqui uma tendência ao número de registros, o mês de janeiro também lide-
aumento de ocorrências ou danos quando observa- ra, seguido por fevereiro e março, com 2.230, 1.287 e
das as duas últimas décadas, ou seja, a década de 1.259 registros, respectivamente.
2000 marca 5.571 registros e R$ 18,46 bilhões de da-
nos, enquanto a década de 2010 tem 5.968 registros
e R$ 20,16 bilhões de danos.

DANOS MATERIAIS 35
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (R$) Registros (un.)

Minas Gerais 5,3bi 1863


Santa Catarina 4,5bi 2223
Rio de Janeiro 4bi 319
São Paulo 3,6bi 570
Rio Grande do Sul 2,8bi 1723
Paraná 2,4bi 891
Bahia 2,1bi 44 4
Pernambuco 1,8bi 380
Espirito Santo 1,7bi 354
Mato Grosso 1,7bi 515
Amazonas 1,5bi 213
Pará 1,5bi 412
Maranhão 1,4bi 270
Ceará 1,3bi 288
Mato Grosso do Sul 0,6bi 173
Piauí 0,5bi 172
Paraíba 0,5bi 271
Goiás 0,4bi 91
Rio Grande do Norte 0,4bi 218
Alagoas 0,3bi 109
Acre 0,2bi 24
Rondônia 0,2bi 43
Roraima 0,2bi 30
Sergipe 0,1bi 36
Tocantins 0,1bi 31
Amapá 0,03bi 14

Figura 18: Danos materiais em infraestrutura e registros por estado

Sul Norte cada e danos superiores a R$ 2,5 bilhões, sendo R$


9,7bi 3,7bi
24,9% 9,4% 5,3 bilhões para MG, R$ 4,5 bilhões para SC e R$ 2,8
bilhões para RS. De outro lado, Rio de Janeiro, São
Nordeste Paulo, Paraná e Bahia registram poucas ocorrências
8,3bi
21,1%
(menos de mil cada), mas danos elevados, sendo
R$ 4 bilhões para RJ, R$ 3,6 bilhões para SP, R$ 2,4
bilhões para PR, e R$ 2 bilhões para BA. Esses sete
estados juntos são responsáveis por 63% dos danos
em infraestrutura (R$ 24,83 bilhões) e 69% das ocor-
rências (8.033 registros). Observados os acumula-
Centro-Oes te dos por regiões, Sudeste representa 38% dos danos,
2,7bi
6,9% seguida pelas regiões Sul (25%) e Nordeste (21%).
Sudeste Por fim, ao analisar os danos em infraestrutura
14,7bi por grupos de desastres, percebe-se quão predo-
37,7%
minante são os desastres hidrológicos, responden-
Figura 19: Danos materiais em infraestrutura por região do por mais de 90% em todo o território nacional, e
próximo a isso em todas as regiões. Na Região Nor-
deste há pequena incidência também do grupo cli-
Em relação à distribuição pelos estados, entre os matológico (1,86%), e na Região Sul do meteorológi-
que têm danos superiores a R$ 2 bilhões, observa-se co (10,75%), sendo que as demais regiões mantêm o
duas situações. Minas Gerais, Santa Catarina e Rio padrão nacional.
Grande do Sul possuem mais de 1500 ocorrências

36
332 mi
9,09%
13 ,7 mi
3,9 mi
0,38%
0,11%

655 mi
Norte 7,92%
154 mi
22,3 mi
1,86%
0,27%
3,3 bi
90,43%
Nordeste
147 mi
6,43% 4,9 mi
7,5 mi 74,4 bi
0,18% 89,95%
0,28%

Centro-
Oeste
106 mi
0,72%
2,5 bi
187 mi 25,9 mi
93,11% 1,28% 0,18%

Sudeste

117 mi
14,4 bi
1.20% 141 mi
1 bi 97,83%
1.46%
10.75%

Sul

8,4 bi
86.59%
1,3 bi
3,54%
340 mi
1,2 bi
3,24% 0,87%

BRASIL

36,1 bi
92,34%

Figura 20: Danos materiais em infraestrutura por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

DANOS MATERIAIS 37
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

DANOS EM HABITAÇÕES
danos em habitações: R$ 24.43 bilhões

Para os danos em habitações, com média anual de


R$ 977,19 milhões, o mapa (Figura 21) mostra con-
centração na faixa litorânea, área de maior densi-
dade populacional no país. O número de registros,
entretanto, faz da Região Sul a mais afetada em
quantidade de ocorrências, correspondente a 39%
de todo o país, ou seja, 4.524 dos 11.616 registros que
mencionam danos em habitações.

Figura 21: Danos materiais em habitações por


mesorregião.

Registros (un.)
Danos (R$)

5bi 1300

4bi 1040

3bi 780

2bi 520

1bi Média 260


1bi

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 22: Danos materiais em habitações distribuídos anualment

38
Registros (un.)
Danos (R$)

7bi 2100

6bi 1800

5bi 1500

4bi 1200

3bi 900

2bi 600

1bi 300

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 23: Danos materiais em habitações distribuídos mensalmente

Na distribuição anual, a sequência dos anos de apresentam valores entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões, exce-
2008 a 2011 volta a sobressair, observando-se duas ção aos meses de julho e agosto, que não ultrapas-
situações distintas. Uma como a de 2011, quando sam os R$ 500 milhões. No que se refere aos regis-
poucos registros podem ocasionar grandes danos, tros, janeiro também lidera a soma (2.083 registros),
contabilizando R$ 4,85 bilhões; e outra quando o havendo tendência de queda nos meses do meio
somatório de diversos registros leva a um montan- do ano, e nova subida ao final. Por sua vez, a obser-
te de danos elevado, como é o caso dos anos de vação dos dados por estado aponta que 10 entre as
2008, 2009 e 2010, todos com danos na casa dos R$ 27 Unidades Federativas chegam à casa do bilhão,
2 bilhões. Mais uma vez, a década de 1990 não se estando novamente o Rio de Janeiro muito à fren-
destaca, havendo considerável oscilação entre os te dos demais, com R$ 5,41 bilhões ou 22% do valor
anos das duas décadas seguintes sem, entretanto, total desse dano. O segundo maior valor está no es-
ultrapassar o R$1,6 bilhão. tado de Santa Catarina, que totaliza R$ 3,17 bilhões
Ao analisar os mesmos dados em relação aos (13%), seguido pelo estado do Paraná, com R$ 2,1 bi-
meses (Figura 23), observa-se que os meses de ja- lhões ou 8,6% do total. No que se refere à quantida-
neiro apresentam o maior montante, com R$ 6,83 de de registros, foi observado que o estado de Minas
bilhões de danos em habitações o que equivale a Gerais lidera, seguido por Santa Catarina e Paraná
28% do valor total desse dano. Os demais meses com 1.891, 1.873 e 1.339 registros, respectivamente.

DANOS MATERIAIS 39
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (R$) Registros (un.)

Rio de Janeiro 5,4bi 538


Santa Catarina 3,2bi 1873
Paraná 2,1bi 1339
Pernambuco 1,8bi 374
Alagoas 1,7bi 135
Minas Gerais 1,6bi 1891
Rio Grande do Sul 1,4bi 1312
Espirito Santo 1,2bi 481
Amazonas 1bi 375
São Paulo 1bi 757
Bahia 0,7bi 416
Maranhão 0,6bi 254
Paraíba 0,5bi 236
Pará 0,4bi 396
Ceará 0,4bi 249
Piauí 0,3bi 207
Acre 0,3bi 29
Rio Grande do Norte 0,2bi 216
Rondônia 0,2bi 34
Mato Grosso do Sul 0,1bi 183
Amapá 0,1bi 24
Goiás 0,1bi 75
Sergipe 0,1bi 44
Mato Grosso 0,04bi 136
Roraima 0,03bi 13
Tocantins 0,01bi 28
Distrito Federal 0,0009bi 1

Figura 24: Danos materiais em habitações e registros por estado

Sul Norte total. A Região Sul vem em seguida com R$ 6,72 bi-
6,7bi 2,1bi
27,5% 8,5%
lhões, equivalente a 27,5%. Ali também está a maior
quantidade de registros (4.464), equivalendo a 39%
Nordeste do total nessa categoria.
6,2bi
No que diz respeito aos grupos de desastres
25,5%
para os danos materiais em habitações no Brasil,
a maior predominância está no grupo hidrológico
e, com menos incidência, o grupo meteorológico,
sem destaque para o climatológico. Para o grupo
hidrológico, os principais desastres que influenciam
Centro-Oes te os danos são as enxurradas e inundações, enquanto
0,2bi para o grupo de desastres meteorológico são grani-
0,8%
Sudeste zo e vendaval. O grupo hidrológico destaca-se com
9,2bi 85,36% do valor, seguido do grupo de desastres me-
37,7%
teorológico, com 13,32% do total. Os danos materiais
Figura 25: Danos materiais em habitações por região em habitações relacionados ao grupo hidrológico
são os que predominam também em todas as re-
giões, com maior incidência nas regiões Nordeste,
Em relação às regiões brasileiras, a Região Su- Sudeste e Norte que apresentam 96,97%, 95,57%
deste apresenta o maior valor de danos em habita- e 95,18%, do valor total de cada região, respectiva-
ções, com R$ 9,2 bilhões (37,69%). Nessa região foi mente. De outro lado, os desastres do grupo mete-
contabilizada também a segunda maior quantida- orológico incidem mais nas regiões Sul e Centro-O-
de de registros, com 3.634 ocorrências ou 31,66% do este, respectivamente, com 42,2% e 16,4%.

40
73,2 mi
3,54%
17,5 mi 8,8 mi

0,85% 0,43%

152 mi
2,44%
Norte
20,5 mi 15,9 mi
0,33% 0,26%
1,9 bi
95,18%
Nordeste

6 bi
8,8 mi
2,6 mi 96,97%
4,82%
30 mi
1,44%
16,40%

Centro- 42,1 mi
Oeste 0,46%
347 mi 1,9 mi

141 mi
3,77% 0,02%
77,34%

Sudeste

11,5 mi 4,4 mi
8,8 bi
0,17% 0,07% 95,75%
2,8 bi
42,20%
Sul

3,8 bi
57,56%

Figura 26: Danos materiais em habitações por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

DANOS MATERIAIS 41
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

HABITAÇÕES DANIFICADAS
habitações danificadas: 2.674.447 unidades habitacionais

As ocorrências com habitações danificadas es-


tão presentes em 10.981 registros, o que representa
incidência em 79% das ocorrências com algum dano
material e implica em uma média de 243,47 habi-
tações danificadas para cada registro e quase 107
mil por ano. Na distribuição em território nacional,
observam-se duas áreas principais, uma no extre-
mo Norte e outra no litoral sul e sudeste, conforme
confirmam os dados por estado, em que os cinco
primeiros incluem os estados do Sul, Minas Gerais e
Amazonas. Juntos, esses estados representam 64%
das unidades habitacionais danificadas no Brasil.

Figura 27: Habitações danificadas por mesorregião

Registros (un.)
Danos (un. )

300mil 1200

250mil 1000

200mil 800

150mil 600

Média
100mil 107mil 400

50mil 200

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 28 Habitações danificadas distribuidas anualmente

42
Registros (un.)
Danos (un. )

400mil 2000

300mil 1500

200mil 1000

100mil 500

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 29: Habitações danificadas distribuidas mensalmente

Na distribuição anual, os registros de habita- década de 2010 responsável por 60% do número de
ções danificadas superam os 200 milhões nos anos unidades habitacionais danificadas.
de 2004 (209 milhões), 2008 (201,23 milhões), 2009 Em relação aos meses, as curvas de unidades
(234,46 milhões) e 2015 (278,76 milhões), sendo este danificadas e registros são semelhantes, com des-
último o maior da série histórica. Em termos de nú- taque para os meses de janeiro (379,48 milhões de
meros de registros, 2009 se sobressai, sendo o úni- habitações danificas e 1.975 registros) e outubro
co a chegar à casa do milhar, com 1170 ocorrências, (386,20 milhões e 1.146). A tendência permanece a
seguido de 2004 com 932. A tendência de cresci- de elevação no início e fim de cada ano, com queda
mento é bastante clara ao longo dos anos, sendo a significativa nos meses de julho e agosto.

DANOS MATERIAIS 43
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (un. ) Registros (un.)

Santa Catarina 650,1mil 1801


Rio Grande do Sul 378,3mil 1270
Paraná 308mil 1295
Minas Gerais 207,7mil 1808
Amazonas 172,8mil 356
Rio de Janeiro 158,3mil 522
São Paulo 150,1mil 637
Espirito Santo 147,4mil 463
Acre 76mil 29
Pernambuco 68,8mil 355
Pará 63,5mil 367
Bahia 47mil 390
Maranhão 44 ,8mil 243
Piauí 41,3mil 192
Ceará 40,2mil 233
Alagoas 23,4mil 121
Rio Grande do Norte 20mil 202
Mato Grosso do Sul 18,8mil 175
Paraíba 16,3mil 209
Amapá 9,3mil 22
Mato Grosso 7,3mil 117
Rondônia 7mil 32
Goiás 5,8mil 67
Roraima 5mil 11
Sergipe 4,7mil 40
Distrito Federal 1,4mil 2
Tocantins 1,2mil 22

Figura 30: Habitações danificadas e registros por estado

Sul Norte
1,3bi 334,8mil
50% 12,5% Por sua vez, a análise das ocorrências por Uni-
dade Federativa coloca em destaque os três esta-
Nordeste dos do Sul, nesta ordem: Santa Catarina com 650
306,5mil
11,5%
milhões de unidades habitacionais danificadas e
1.801 registros; Rio Grande do Sul com 378,3 mi-
lhões e 1.295 registros; e Paraná com R$ 308 mi-
Centro-Oes te
33,3mil lhões e 1.295 registros. Juntos eles respondem por
1,2% exatos 50% do número de habitações danificadas
e 40% dos registros. A Região Sudeste vem em se-
Sudeste guida com 25% da quantidade de habitações dani-
663,5mil ficadas para 3.430 ocorrências.
24,8%
Em relação ao grupo de desastres, observa-se
que para as habitações danificadas, o maior des-
Figura 31: Habitações danificadas por região taque do Brasil é para o grupo hidrológico, que
acumula 63,54% das unidades registradas. Para as
regiões Norte, Nordeste e Sudeste, o grupo de de-
sastres hidrológicos apresenta os maiores valores.
Para o Centro-Oeste, os desastres meteorológicos
têm destaque com 70,16%. A Região Sul apresenta
valores similares para o grupo de desastres hidro-
lógico e meteorológico, acumulando, respectiva-
mente, 41,14% e 56,48%.

44
1,4 mil
0,44%
4 mil
7,92 mil
2,37% 1,22%

Norte 8,1 mil


2,67%
5,4 mil 3,8 mil

321 mil 1,76% 1,25%


95,98%

Nordeste

289 mil
0,49 mil
94,32%
1,56% 0,003 mil
0,01%

22,3 mil
9 mil
70,16% Centro- 28,27% 1 mil
Oeste 0,15%
32,8 mil
102 mil
4,96%
15,47%

Sudeste

0,40 mil
31.4 mil
0,03%
2,35% 526 mil

549 mil
79,42%
41.14%
Sul

754 mil
56,48%

11,5 mil
0,43%
72,2 mil
893 mil
2,70%
33,41%

BRASIL

1,69 mi
63,45%

Figura 32: Habitações Danificadas por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

DANOS MATERIAIS 45
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

HABITAÇÕES DESTRUIDAS
habitações destruidas: 244.278 unidades habitacionais

As unidades habitacionais registradas como des-


truídas estão presentes em 5.259 entre os quase
14 mil registros de danos materiais, somando pou-
co mais de 224 mil habitações, em uma média de
9.771 unidades destruídas ao ano. A visualização
no mapa mostra os dados distribuídos em poucas
áreas de cada estado, com destaque para áreas
específicas entre Rio Grande do Sul e São Paulo,
litoral de Alagoas e Pernambuco, e porção leste do
estado do Amazonas.

Figura 33: Habitações destruidas por mesorregião

Registros (un.)
Danos (un. )

40mil 800

30mil 600

20mil 400

10mil Média 200


9,8mil

0 0
00

04

08
06

09
07
02

03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 34: Habitações destruidas distribuidas anualmente

46
Registros (un.)
Danos (un. )

45mil 1200

36mil 960

27mil 720

18mil 480

9mil 240

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 35: Habitações destruidas distribuidas mensalmente

Ao observar os dados ao longo dos 25 anos de meses de julho e agosto como os de menor inci-
análise, verifica-se uma oscilação entre aumentos dência, mas amplia a diferença entre os meses de
e quedas ao longo do período, com destaque para destaque e os de menos ocorrências. Assim, janeiro,
os anos de 2004, em que 28,5 mil habitações foram abril, maio, junho e outubro são os meses de pico,
destruídas; 2009 com 31,9 mil; 2010 com 34,2 mil e variando entre 44,1 mil e 27,5 mil habitações destruí-
2015 com 41,9 mil unidades destruídas, sendo este das. Esses cinco meses são responsáveis por 74% das
o ano de maior número da série histórica, ou seja, unidades habitacionais destruídas. Em relação ao
17,15% do total. Em relação às quantidades de regis- número de registros, entretanto, a variação é mais
tros, a oscilação também aparece, sendo conside- suave entre os meses, fazendo com que o destaque
rados os anos de 2004 e 2009 como os de pico, res- recaia apenas sobre janeiro, com 1.113 registros. Em
pectivamente, 656 e 774 registros. seguida está o mês de abril, com pouco mais da
A distribuição mensal mantém o padrão dos metade dos registros de janeiro, ou seja, 597.

DANOS MATERIAIS 47
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (un. ) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 41,5mil 308


Rio de Janeiro 23,4mil 290
Pernambuco 20,3mil 290
Maranhão 18,7mil 212
Minas Gerais 17,7mil 1006
Alagoas 16,4mil 109
Amazonas 15mil 170
São Paulo 13,1mil 321
Santa Catarina 12mil 522
Paraná 10,6mil 337
Bahia 10mil 324
Paraíba 8,8mil 194
Piauí 8,2mil 168
Ceará 8mil 202
Rio Grande do Norte 6,7mil 148
Espirito Santo 6,3mil 256
Pará 3,5mil 184
Acre 0,8mil 16
Sergipe 0,8mil 39
Mato Grosso 0,6mil 51
Mato Grosso do Sul 0,6mil 42
Goiás 0,4mil 29
Tocantins 0,3mil 17
Amapá 0,3mil 6
Rondônia 0,2mil 12
Roraima 0,02mil 5
Distrito Federal 0,003mil 1

Figura 36: Habitações destruidas e registros por estado

Sul Norte correspondendo a 41,5 mil e 23,4 mil, respectiva-


64,1mil 20,1mil
26,3% 8,2% mente. Em terceiro lugar está Pernambuco, que
registra 20,3 mil habitações destruídas. Esses es-
Nordeste tados não são, entretanto, os que possuem mais
97,9mil
registros no período, perdendo para Minas Gerais
40,1%
(1006), Santa Catarina (522) e Paraná (337).
Por sua vez, quando os dados são agrupados por
região brasileira, é o Nordeste que se destaca com
40% do número de habitações destruídas em rela-
ção a todo o país, seguido pelas regiões Sul (26%) e
Sudeste (25%). Os registros mantêm as mesmas três
regiões em destaque, porém em ordem diferente:
Sudeste Centro-Oes te Sudeste (36%), Nordeste (32%) e Sul (22%).
60,5mil Finalmente quando se avalia a ocorrência por
1,6mil
24,8%
0,7%
grupo de desastres, observa-se que para o Brasil,
Figura 37: Habitações destruidas por região assim como ocorre para as habitações danificadas,
as habitações destruídas apresentam concentra-
ção de ocorrência nos desastres hidrológicos, com
Quando se observa a distribuição entre os es- 74,85% do valor total. Para a Região Sul, o grupo
tados, verifica-se que as habitações destruídas não de desastres meteorológico apresenta maior valor
replicam os dados de habitações danificadas, com acumulado, com 76,21% das unidades registradas.
grande destaque ao estado do Rio Grande do Sul, Para as demais regiões do país, o grupo de desas-
que possui quase o dobro de unidades destruídas tres hidrológicos apresenta destaque.
em relação ao Rio de Janeiro, em segundo lugar,

48
1,18 mil
5,50%
0,04 mil
369 mil
0,21%
1,83%

Norte
1,18 mil
1,21% 0,15 mil
0,98 mil
18,6 mil 1,01% 0,16%
92,46%

Nordeste

0,02 mil
95,5 mil
1,58% 0,05 mil 97,62%
0,55 mil 3,66%
35,02%

Centro- 0,77 mil


Oeste 1,27% 0,02 mil
6,9 mil 0,05%
0,94 mil 11,42%
59,75%

Sudeste

0,02 mil 52,7 mil


0,005 mil
0,03% 87,26%
0,01%
14,9 mil
23,24%
Sul

49,2 mil
76,71%
3,1 mil
1,27%
0,291 mil
58 mil
0,12%
23,76%

BRASIL

182 mil
74,85%

Figura 38: Habitações destruidas por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

DANOS MATERIAIS 49
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

DANOS EM ENSINO
danos em ensino: R$ 1,43 bilhoes

Os danos materiais identificados na categoria de


ensino, encontram-se em 31,5% do total de 13.893
registros que referem danos materiais, novamen-
te concentrando-se na faixa litorânea e parte da
Região Norte, em especial o estado do Amazo-
nas que registra o maior valor entre os estados,
próximo a R$ 292 milhões.

Figura 39: Danos materiais em ensino por mesorregião

Registros (un.)
Danos (R$)

160mi 500

120mi 375

80mi 250

Média
57mi

40mi 125

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 40: Danos materiais em ensino distribuídos anualmente

50
Registros (un.)
Danos (R$)

280mi 700

240mi 600

200mi 500

160mi 400

120mi 300

80mi 200

40mi 100

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 41: Danos materiais em ensino distribuídos mensalmente

A distribuição anual apresenta forte tendência materiais totais e de infraestrutura e habitações, os


de crescimento, com apenas três anos, entre os últi- meses de janeiro não se sobressaem, mas sim os me-
mos 12, tendo registro inferior a R$ 70 milhões, sen- ses de abril com R$ 274,90 milhões (21,46%) e de maio
do eles 2011, 2016 e 2018. O pico de registros está em com R$ 245,20 milhões ou 19,14% do valor total dessa
2009, correspondente a 11% do total, ou seja, 484 re- categoria. No que diz respeito ao número de ocorrên-
gistros, enquanto o pico monetário observa-se em cias, janeiro volta ao topo, seguido por outubro e fe-
2015 quando os danos chegaram a quase R$ 160 mi- vereiro, com 616, 544 e 415 registros, respectivamente.
lhões. O segundo maior montante ocorreu no ano Já quando se trata da distribuição do total de da-
de 2019, com R$ 146,65 milhões ou 10,30% do valor nos pelos estados brasileiros é o Amazonas que apre-
total nessa categoria. Nesse cenário, o valor médio senta os maiores montantes, com R$ 291,94 milhões,
anual de danos em ensino é de R$ 56,98 milhões. correspondentes a 21% do valor total desse dano,
Ao analisar os mesmos dados em relação aos embora não tenha destaque nos registros (292 ou 7%
meses do ano, verifica-se que, diferente dos danos da categoria). O segundo maior montante é obser-

DANOS MATERIAIS 51
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (R$) Registros (un.)

Amazonas 291,9mi 292


Rio de Janeiro 171,9mi 157
Santa Catarina 163,9mi 772
Paraná 127,7mi 471
Espirito Santo 105,4mi 150
São Paulo 83,7mi 226
Rio Grande do Sul 74,5mi 722
Pernambuco 69,6mi 184
Minas Gerais 67,6mi 518
Bahia 57,5mi 171
Alagoas 41,7mi 38
Acre 31,8mi 19
Pará 29,6mi 135
Maranhão 22,5mi 99
Ceará 19,4mi 107
Mato Grosso 10,4mi 46
Rondônia 10,4mi 14
Amapá 10,3mi 15
Piauí 8,4mi 53
Paraíba 8,0mi 46
Rio Grande do Norte 7,6mi 65
Sergipe 4mi 12
Mato Grosso do Sul 4mi 43
Tocantins 1,9mi 4
Roraima 1,8mi 5
Goiás 1mi 19
Distrito Federal 0,4mi 1

Figura 42: Danos materiais em ensino e registros por estado

Sul Norte A Região Sudeste segue sendo a mais afetada


366,1mi 377,8mi
26,5%
também pelos danos categorizados, como ensino,
25,7%
com o maior montante no valor de R$ 428,53 mi-
lhões (40,85%). Em relação aos registros, essa região
contabilizou 1.051 ocorrências, que equivale a 23,98%
do total registrado nesse dano. O segundo maior
montante ocorre na Região Sul, com R$ 366, 13 mi-
Nordeste lhões (34,90%), sendo contabilizados 1.965 ocorrên-
238,7mi
cias ou 44,83% do total de registros.
16,7%
Em relação aos grupos de desastres para os da-
nos materiais em ensino, no Brasil, o grupo hidro-
lógico permanece em destaque, com um total de
Sudeste Centro-Oes te 84,60%, seguido pelo grupo meteorológico que re-
428,5mi 15,8mi gistra apenas 13,79% dos valores. Quando avaliadas
30% 1,1%
as regiões separadamente, Sul e Centro-Oeste pra-
Figura 43: Danos materiais em ensino por região ticamente se equivalem na distribuição percentual
entre os grupos hidrológico e meteorológico, em-
bora em valores absolutos, os quase 40% de danos
vado no Rio de Janeiro, que totaliza R$ 171,86 milhões no grupo meteorológico da Região Centro-Oeste,
(32%), seguido pelo estado de Santa Catarina, com sejam drasticamente inferiores aos quase 9% da Re-
R$ 163,87 milhões em danos em ensino (11,75%). San- gião Sudeste, ou seja, R$ 6 milhões e R$ 37 milhões.
ta Catarina é também o estado com mais registros, O grupo climatológico representa apenas 0,33% do
772, seguido pelo Rio Grande do Sul e Minas Gerais, valor total nacional, e 1,55% na Região Sudeste.
com 722 e 518 registros, respectivamente.

52
13 mi
3,44%
5,1 mi 277 mil

1,36% 0,07%

4 mi
Norte
1,68%
1,8 mi 3,7 mi

0,78% 1,55%
359 mi
95,12%

Nordeste

131 mil
0 229 mi
0,80% 0% 95,98%

Centro-
Oeste
972 mil
6,1 mi 0,23% 681 mil
39,93% 9,1 mi 37,3 mi
8,71% 0,16%
59,27%

Sudeste

184 mil 389 mi


21 mil
0,05% 90,90%
0,01%

Sul

146 mi
219 mi
39,95%
60%

18,2 mi
4,6 mi
1,28%
196 mi
0,33%
13,79%

BRASIL

1,2 bi
84,60%

Figura 44: Danos materiais em ensino por grupo de desastres para o Brasil e suas regiõe

DANOS MATERIAIS 53
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

DANOS EM SAÚDE
danos em saúde: R$ 659,35 milhões

Conforme os dados registrados, os danos mate-


riais referentes à saúde não chegam à casa do bi-
lhão e correspondem somente a 2.635 registros,
entre os quase 14 mil que contêm informação so-
bre danos materiais. A incidência no território na-
cional segue a tendência de concentração na faixa
litorânea e parte do Norte do país, onde se destaca
o estado do Amazonas.

Figura 45: Danos materiais em saúde por mesorregião

Registros (un.)
Danos (R$)

120mi 300

100mi 250

80mi 200

60mi 150

40mi 100

Média
26,4mi
20mi 50

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 46: Danos materiais em saúde distribuídos anualmente

54
Registros (un.)
Danos (R$)

150mi 450

120mi 360

90mi 270

60mi 180

30mi 90

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 47: Danos materiais em saúde distribuídos mensalmente

Como se vê na Figura 46 e ao contrário do pa- para os meses de maio (R$ 122,04 milhões e 18,51%),
drão dos demais danos materiais, os anos de 2008 ainda que mantenham a maior incidência de ocor-
a 2011 não tiveram destaque nos danos em saúde, rências (411 dos 2.634 registros de danos em saúde). A
embora os registros estejam equiparados, com leve característica de queda no meio do ano permanece,
alta em relação aos anos de maiores montantes, com alta nos meses subsequentes.
a saber: 2015, com R$ 117,4 milhões de danos e 232 Para a distribuição das ocorrências entre os es-
registros; 2013 com R$ 79,46 milhões e 249 registros; tados o que se vê é que os mesmos 10 estados que
e 2017 com R$ 75,21 milhões e 207 registros. Neste possuem o maior número de registros (acima de
caso há uma forte tendência de crescimento, uma 100) são também os que possuem maiores danos
vez que os valores da última década correspondem (acima de R$30 milhões), embora a ordem não se
a 71% do total de 25 anos, ou seja, R$ 468,6 milhões. mantenha a mesma para cada análise. Nesse senti-
Assim, enquanto a média nacional total fica em R$ do, Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia lideram em
26,37 milhões ao ano, a média anual para a década valores com R$ 72,9 milhões, R$ 68,3 milhões e R$
de 2010 sobe consideravelmente para R$ 55 milhões 60,2 milhões, respectivamente. A liderança em regis-
de danos materiais em saúde. tros, por sua vez, fica com Santa Catarina (421), segui-
Da mesma forma, os dados da distribuição men- da por Rio Grande do Sul (408) e Minas Gerais (313).
sal de danos fogem ao padrão até agora observado No que se refere à distribuição pelas regiões bra-
para os danos materiais, uma vez que os meses de ja- sileiras, seguem as mesmas três regiões de maior
neiro (R$ 66,4 milhões em danos) perdem destaque montante, ou seja, a Região Sudeste com a maior in-

DANOS MATERIAIS 55
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos (R$) Registros (un.)

Pernambuco 72,9mi 118


Rio de Janeiro 68,3mi 132
Bahia 60,2mi 117
Minas Gerais 58,2mi 313
São Paulo 58mi 153
Rio Grande do Sul 55,3mi 408
Amazonas 48,8m i 159
Santa Catarina 47,8mi 421
Espirito Santo 45,1mi 106
Paraná 33,1mi 294
Maranhão 20mi 46
Alagoas 18,7mi 27
Pará 15,1mi 81
Mato Grosso do Sul 15mi 23
Acre 10,9mi 16
Sergipe 10,1mi 9
Ceará 5,7mi 66
Mato Grosso 5mi 27
Piauí 2,9mi 32
Rondônia 2,6mi 7
Goiás 1,5mi 9
Rio Grande do Norte 1,4mi 32
Paraíba 1,4mi 26
Amapá 1mi 6
Tocantins 0,1mi 4
Roraima 0,1mi 2
Distrito Federal 0,02mi 1

Figura 48: Danos materiais em saúde e registros por estado

Sul Norte do 43% da Região Sul, 27% da Região Sudeste e 18%


136,2mi 78,7mi
20,7% 11,9% da Região Nordeste.
Em relação aos grupos de desastres para os da-
Nordeste
193,4mi
nos materiais em saúde, o hidrológico segue com
29,3% forte predominância, correspondendo a 80,25% do
valor total do Brasil, seguido do grupo meteoroló-
gico, que acumula 15,92%. Os principais desastres
que influenciam esse resultado são as enxurradas
e inundações, com destaque também para chuvas
intensas e granizo. Todas as regiões apresentam va-
lor significativo para o grupo de desastres hidroló-
gico, sendo o maior valor acumulado para a Região
Sudeste Centro-Oes te Nordeste, com 91,92%, e o menor para a Região Sul,
229,6mi 21,5mi
3,3%
com 49,82%. O grupo meteorológico aparece com
34,8%
destaque na Região Sul (50,03%), e em menor es-
Figura 49: Danos materiais em saúde por região cala para Centro-Oeste e Sudeste, com um valor
de 22,32% e 13,29%, respectivamente. Os desastres
que mais influenciam esse cenário são o granizo e
cidência, próxima a 35% correspondente a R$ 229,58 o vendaval. Por fim, o grupo de desastres climatoló-
milhões; seguida pela Região Nordeste, que totaliza gico não tem influência significativa para os danos
R$ 193,4 milhões (29,33%), e Região Sul com R$ 136,2 materiais em saúde, aparecendo com pouca rele-
milhões (20,7%). Em relação ao número de registros, vância na Região Nordeste, onde representa 6,36%
as mesmas três regiões concentram 88% deles, sen- do valor total da região.

56
9,1 mi
11,67% 128 mil

1,2 mi 0,16%
1,63%
3 mi
Norte 1,59%
258 mil
12,3 mi
0,13% 6,36%
68,1 mi
86,54%

Nordeste

13 mil 177 mi

0,06% 0 91,92%
0%
4,7 mi
22,32%

Centro-
0
Oeste
0% 349 mil
30,5 mi
0,15%
16,6 mi 13,29%
77,62%
Sudeste

58 mil 198,7 mi
153 mil
0,04% 86,56%
0,11%

68,1 mi
50,03%
Sul

67,8 mi
49,82%
12,9 mi
12,3 mi
1,87%
1,96%
104 mi
15,92%

BRASIL

529 mi
80,25%

Figura 50: Danos materiais em saúde por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

DANOS MATERIAIS 57
PREJUÍZOS

266,81 BI EM PREJUÍZOS
TOTAIS

29.886 REGISTROS COM


PREJUÍZOS TOTAIS

10,67 BI MÉDIA DE
PREJUÍZOS POR ANO
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

PREJUÍZOS PRIVADOS
E PÚBLICOS TOTAIS
prejuízos privados e públicos totais: R$ 266,81 bilhões

Os danos e prejuízos totais estão presentes em 91%


de todos os registros analisados para este relatório, e
representam 80% do total de R$ 333,36 bilhões. Pelo
mapa, o extremo sul brasileiro e a região a partir do
norte de Minas Gerais até o estado do Ceará são as
áreas que mais se sobressaem, com destaque se-
cundário para o oeste do país desde o sul até o Mato
Grosso, com faixas mais claras de prejuízos.

Figura 51: Prejuízos por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

30bi 3300

24bi 2640

18bi 1980

12bi 1320
Média
10,7bi

6bi 660

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 52: Prejuízos distribuídos anualmente

60
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

40bi 4000

32bi 3200

24bi 2400

16bi 1600

8bi 800

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 53: Prejuízos distribuídos mensalmente

A média anual de prejuízos é de R$ 10,67 bi- Ao verificar os mesmos dados em relação aos
lhões, havendo tendência de crescimento como se meses do ano, o valor médio mensal fica em R$
observa na Figura 52, tanto em valores como em 22,23, com destaque para os meses de janeiro com
quantidade de registros, embora haja intervalos 3.829 registros e R$ 36,98 bilhões ou 13,86% do valor.
com queda significativa. O ano de 2017 apresenta Os meses de março apresentam o segundo maior
o maior montante de prejuízos públicos e privados montante, com total de R$ 30,49 bilhões, que cor-
totais, com R$ 29,97 bilhões ou 11,23% do valor dessa respondem a 11,43% do total de prejuízos públicos
categoria. Esse ano contabilizou 3.211 registros, que e privados, sendo contabilizados 3.427 registros. Os
resultou no valor médio de R$ 9,33 milhões por re- meses de julho e agosto seguem sendo os meses de
gistro. Para 2018, segundo ano com maior valor, o mais queda, seguidos por uma segunda onda ligei-
total é de R$ 28,73 bilhões ou 10,77% do valor total de ramente mais leve nos meses de segundo semestre.
prejuízos. Por sua vez, a última década representa
64,5% de todos os prejuízos analisados.

PREJUÍZOS 61
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 36,8bi 3047


Bahia 29,8bi 2971
Minas Gerais 27,8bi 4007
Pernambuco 25,4bi 2009
Ceará 23,6bi 2323
Santa Catarina 17,7bi 3024
Paraná 15,5bi 1391
Paraíba 14,9bi 2686
Piauí 12,8bi 1424
Espirito Santo 10,1bi 539
Mato Grosso 8,3bi 494
Mato Grosso do Sul 8bi 307
Rio Grande do Norte 6,4bi 2093
Alagoas 6,3bi 621
Rio de Janeiro 5,3bi 420
Sergipe 4,4bi 288
São Paulo 3,6bi 623
Amazonas 3,1bi 427
Maranhão 2bi 363
Pará 1,6bi 497
Goiás 1bi 93
Rondônia 0,9bi 38
Tocantins 0,7bi 83
Roraima 0,4bi 70
Acre 0,2bi 26
Amapá 0,1bi 19

Figura 54: Prejuízos e registros por estado

Sul Norte lhões (13,81%) e 3.047 registros. Em relação à quanti-


70bi 6,9bi
26,3% 2,6%
dade de registos, lideram o ranking Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, todos com mais de
Nordeste 3.000 ocorrências. A Região Nordeste é a que apre-
125,6bi
senta o maior valor de prejuízos, com R$ 125,55 bi-
47,1%
lhões (47,06%), e 14.778 registros ou 49,45% do total
de ocorrências. Na Região Sul, o valor total foi de R$
70,03 bilhões (26,25%) e 7.462 registros.
Em relação aos grupos de desastres, o contraste
com os danos materiais é bastante nítido ao des-
tacar o grupo climatológico (75,21% dos prejuízos
Sudeste registrados) até então sem relevância, tanto nos
46,9bi danos totais como nas categorias de infraestrutu-
17,6% Centro-Oes te
17,4bi ra, habitação, ensino e saúde. O grupo hidrológi-
6,5%
co, destacado nos danos materiais, aqui apresenta
Figura 55: Prejuízos por região apenas 20,82% dos prejuízos nacionais. Os desastres
que apresentam os maiores valores acumulados
são estiagem, secas, enxurradas e inundações. A
Quando se observa a distribuição por estado, ve- leitura dos dados por região mantém o pradrão na-
rifica-se que os cinco estados com maior montante cional, exceção feita à Região Norte, onde o grupo
de prejuízos (RS, BA, MG, PE e CE) são os que regis- hidrológico predomina com quase 85% dos preju-
tram valores acima de R$ 20 bilhões, somando mais ízos. O grupo de desastres meteorológico é menos
da metade de todos os prejuízos, ou seja, 54%. O Rio relevante, registrando apenas 11,53% e 1,45% para as
Grande do Sul apresenta o maior valor, R$ 36,84 bi- regiões Sul e Sudeste, respectivamente.

62
424 mi
6,14%
23,1 mi 607 mi
0,33% 8,79%

Norte 84,4 mi
0,07%
8,5 bi 277 mi

6,78% 0,22%
5,8 bi
116 bi
84,73%
92,93%
Nordeste

38,8 mi 518 mi
0,22% 2,98%

5,8 bi 10,9 bi
Centro-
33,84% 62,95%
Oeste
677 mi 414 mi
1,45% 0,88%

32,6 bi
13,2 bi
Sudeste 69,51%
28,16%

59,6 mi
8 bi
0,09%
11,53%
39,8 bi
56,86%
Sul

22 bi
31,53%

8,8 bi 1,6 bi
3,33% 0,64%

55,5 bi 200 bi
20,81%
BRASIL 75,22%

Figura 56: Prejuízos por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 63
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

PREJUÍZOS PRIVADOS
PRIVADO TOTAL
prejuízos privados totais: R$ 226,28 bilhões

Os prejuízos privados referem-se à agricultura, pe-


cuária e indústria – detalhados isoladamente nas
seções que se seguem – e acumulam 85% dos pre-
juízos públicos e privados totais, estando presen-
tes em 88,5% dos registros de prejuízos (26.448 de
29.883 registros). A distribuição espacial acentua,
mais uma vez, duas linhas no mapa: uma do Rio
Grande do Sul e sentido oeste até o Amazonas; e ou-
tra na faixa leste do país, que parte do Espírito San-
to até o Ceará, passando por Minas Gerais. Na soma
dos valores o destaque localiza-se na Região Nor-
deste, com 101,6 bilhões ou 45% do total brasileiro.

Figura 57: Prejuízos privados por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

25bi 3300

20bi 2640

15bi 1980

10bi 1320
Média
9bi

5bi 660

0 0
00

04

08
06

09
07
02

03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 58: Prejuízos privados distribuídos anualmente

64
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

35bi 3500

28bi 2800

21bi 2100

14bi 1400

7bi 700

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 59: Prejuízos privados distribuídos mensalmente

A média anual nesta categoria é de R$ 9,05 bi- Observa-se ainda que na distribuição mensal
lhões, sendo que os anos de maiores prejuízos cor- permanece o destaque aos meses de janeiro, com
respondem a 2018 (R$ 23,92 bilhões) e 2017 (R$ 23,34 R$ 31,92 bilhões, equivalente a 14,11% do prejuízo pri-
bilhões), que juntos correspondem a 21% dos preju- vado e com 3.255 registros. A segunda maior ocor-
ízos no período de 25 anos. As linhas de número de rência de prejuízos é observada nos meses de mar-
ocorrências e valores de prejuízos seguem o mesmo ço, com R$ 26,2 bilhões ou 11,50% do valor total desse
padrão, com oscilações de dois ou três anos de alta prejuízo, e 3.058 registros. A queda permanece nos
e dois anos de queda, sendo que a última década meses de julho e agosto.
corresponde a 63% do total de prejuízos privados.

PREJUÍZOS 65
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 35bi 2875


Bahia 27,4bi 2793
Minas Gerais 24,6bi 3426
Pernambuco 19,9bi 1912
Ceará 18,5bi 1795
Santa Catarina 15,9bi 2573
Paraná 13,9bi 1108
Paraíba 9,9bi 2619
Piauí 9,7bi 1404
Espírito Santo 9,2bi 482
Mato Grosso do Sul 7,6bi 207
Mato Grosso 7,5bi 375
Alagoas 6bi 511
Rio Grande do Norte 4,6bi 1960
Sergipe 4,3bi 273
Rio de Janeiro 2,9bi 321
São Paulo 2,4bi 436
Amazonas 2,2bi 371
Maranhão 1,3bi 331
Goiás 0,8bi 70
Pará 0,8bi 394
Rondônia 0,7bi 37
Tocantins 0,6bi 71
Roraima 0,3bi 69
Acre 0,1bi 23
Distrito Federal 0,04bi 2
Amapá 0,03bi 10

Figura 60: Prejuízos privados e registros por estado

Sul Norte tros, Minas Gerais é o único estado que ultrapassa


64,8bi 4,7bi
28,6% 2,1% a casa dos três milhares, com 3426. Nessa perspec-
tiva, sobressai-se o estado do Rio Grande do Norte
Nordeste que, apesar de possuir número elevado de registros
101,7bi
44,9%
(1960), não tem destaque em valores (R$ 4,63 bi-
lhões), ficando na 14ª posição no ranking.
Na distribuição por regiões brasileiras, a Região
Nordeste é a que apresenta os maiores prejuízos
privados, com R$ 101,65 bilhões (44,93%) e mais da
metade das ocorrências (13.598). Em seguida está a
Região Sul, com R$ 64,79 bilhões (28,64%) e 6.556 ou
Sudeste 24,79% dos registros.
39,1bi
Centro-Oes te Considerando os diferentes grupos de desas-
17,3%
16bi tres para os prejuízos privados no Brasil, os desas-
7,1%
tres climatológicos representam a maior parte, com
Figura 61: Prejuízos privados por região 78,45% do valor total, seguido pelos hidrológicos
com 17,78%. Os desastres que mais influenciam esse
resultado são estiagem, seca, enxurradas e inun-
Para a análise por Unidades Federativas três dações. O grupo de desastres meteorológico não
são os estados com prejuízos superiores a R$ 20 bi- apresenta valores significativos, e aparece acima
lhões: Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais, res- dos 10% somente na Região Sul (11,09%). Foge ao pa-
ponsáveis por 38,4% de todo o prejuízo registrado drão nacional a Região Norte, onde os desastres hi-
nacionalmente. Em relação ao número de regis- drológicos aparecem com destaque, ou seja, 89,41%.

66
43,1 mi
2,9 mi 0,92%
451 mi
0,06%
9,61%

Norte
51,2 mi
0,05%
4,2 bi
5,5 bi 139 mi
89,41% 5,45% 0,14%

95,9 bi

Nordeste 94,36%

21,2 mi 364 mi
0,13% 2,29%
10,9 bi
4,6 bi
68,43%
29,16% Centro-
Oeste
444 mi 251 mi
1,14% 0,64%
7,6 bi
30,7 bi
19,50% 78,72%
Sudeste

7,1 bi 26,4 mi

11,09% 0,04%
39,3 bi

18,1 bi
60,79%
Sul
28,08%

7,7 bi 824 mi
3,41% 0,36%
40,2 bi
17,78% 177 bi
78,45%
BRASIL

Figura 62: Prejuízos privados por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 67
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

AGRICULTURA
prejuízos em agricultura: R$ 149,82 bilhões

Os prejuízos privados referentes exclusivamente à


agricultura estão registrados na maioria das ocor-
rências de prejuízos, ou seja, em 24.441 das 29.883
de prejuízos totais e 26.448 de prejuízos privados.
Por sua vez, os valores correspondem a 56,16% da
soma de prejuízos públicos e privados e a 66,22%
dos prejuízos privados somente. A distribuição es-
pacial em território brasileiro acentua, mais uma
vez, duas porções: uma a oeste, do Rio Grande do
Sul ao Mato Grosso; e outra a leste, do norte do Es-
pírito Santo, passando por Minas Gerais e seguindo
sentido interior dos estados do Nordeste.

Figura 63: Prejuízos privados com agricultura por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

15bi 3000

12bi 2400

9bi 1800

6bi Média 1200


6bi

3bi 600

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 64: Prejuízos privados com agricultura distribuídos anualmente

68
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

25bi 3500

20bi 2800

15bi 2100

10bi 1400

5bi 700

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 65: Prejuízos privados com agricultura distribuídos mensalmente

No que diz respeito à distribuição anual, há, nas anos da série ultrapassaram esse número e juntos
últimas duas décadas, forte oscilação entre anos equivalem a 29,5% do total.
com prejuízos próximos aos R$ 15 bilhões e anos Os dados de distribuição mensal, por sua vez, se-
com prejuízos que não ultrapassam os R$ 6 bilhões, guem o padrão da maior parte das categorias deste
resultando em uma média anual de R$ 6 bilhões, relatório, em que os meses de janeiro se sobressaem
considerando-se todo o período de análise, mas tanto em prejuízos (R$ 22,99 bilhões) como em re-
que se eleva para R$ 7,45 ao considerar somen- gistros (2.922). Os prejuízos seguem então em queda
te as décadas de 2000 e 2010, e ainda para R$ R$ até agosto, quando retomam a tendência de cresci-
8,93 bilhões para os últimos dez anos, demonstran- mento até o fim do ano, embora mais suave. Já para
do, portanto, uma tendência de alta. Em relação à os registros, os meses de março e setembro equipa-
quantidade de registros, se até 2017 não se atingiu a ram-se a janeiro, com 2.841 e 2.804 respectivamente.
marca de 2.000 ocorrências ao ano, os últimos três

PREJUÍZOS 69
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 28,3bi 2732


Bahia 15,8bi 2651
Ceará 15bi 1755
Minas Gerais 13,5bi 3005
Paraná 12,1bi 990
Pernambuco 10,5bi 1837
Santa Catarina 10,5bi 2328
Piauí 8,7bi 1397
Mato Grosso 6,5bi 295
Paraíba 6,1bi 2580
Espírito Santo 5,7bi 394
Rio Grande do Norte 3,4bi 1918
Sergipe 3bi 225
Mato Grosso do Sul 3bi 140
Alagoas 1,6bi 474
São Paulo 1,2bi 312
Maranhão 1,1bi 320
Amazonas 1bi 348
Goiás 0,8bi 46
Rio de Janeiro 0,8bi 215
Tocantins 0,5bi 66
Pará 0,3bi 289
Rondônia 0,2bi 26
Roraima 0,1bi 67
Acre 0,03bi 22
Distrito Federal 0,01bi 2
Amapá 0,002bi 7

Figura 66: Prejuízos privados com agricultura e registros por estado

Sul Norte co e Santa Catarina, em ordem decrescente. No que


50,9bi 2,1bi
34% 1,4%
se refere aos registros, o destaque fica com Minas
Gerais (3005), seguida pelos estados do Rio Grande
Nordeste do Sul, Bahia, Paraíba e Santa Catarina, todos com
65,3bi
mais de 2.000 registros ao longo dos 25 anos de série
43,6%
histórica. As regiões Nordeste e Sul são as que pos-
suem prejuízos mais significativos em relação a todo
o Brasil, com 43,6% e 34%, respectivamente, sendo
que em quantidade de registros o Nordeste possui
mais que o dobro do Sul, ou seja, 13.157 para 6.050.
Finalmente em relação aos grupos de desastres,
Sudeste os prejuízos privados em agricultura ocorrem princi-
21,2bi palmente por desastres climatológicos (80,44%) e hi-
14,1% Centro-Oes te
10,3bi drológicos (15,22%). Os desastres meteorológicos con-
6,9%
tabilizam apenas 4,02% do valor total. Os desastres
Figura 67: Prejuízos privados com agricultura por região que mais influenciam nesse resultado são a estiagem
e a seca, seguidos das enxurradas, inundações e chu-
vas intensas. Mais uma vez o grupo de desastres me-
Quando os dados são organizados por Unidades teorológico não apresenta valor significativo, estando
Federativas, percebe-se o grande destaque ao esta- acima dos 10% somente na Região Sul (11,22%). Já a
do do Rio Grande do Sul (R$ 28,3 bilhões) com quase Região Norte inverte a proporção de prejuízos entre
o dobro dos prejuízos da Bahia (R$ 15,8 bilhões) que os grupos hidrológico e climatológico, contabilizando
vem sem segundo lugar. Acima dos R$ 10 bilhões 88,83% do montante para o primeiro.
estão ainda Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambu-

70
15 mi

780 mil 0,72%


216 mi
0,04%
10,41%

Norte 47,6 mi
0,07%
3,1 bi 37 mi

1,8 bi
4,82% 0,06%
62 bi
88,83%
95,05%

Nordeste

3,5 mi 334 mi

0,03% 3,24%
6,7 bi

3,2 bi 65,19%
Centro-
31,53% 263 mi
Oeste 1,24%
79 mi
2,3 bi
0,37%
11,13%
18,4 bi
87,25%
Sudeste

5,7 bi 8,4 mi

11,22% 0,02%
33 bi

12,1 bi 64,82%
23,95% Sul

6 bi 474 mi
4,02% 0,32%
22,7 bi
120 bi
15,22%
80,44%
BRASIL

Figura 68: Prejuízos privados com agricultura por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 71
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

PECUÁRIA
prejuízos em pecuária: R$ 55,72 bilhões

Os prejuízos em pecuária, quando observados em


sua distribuição espacial, acentuam a caracterís-
tica de atividade produtiva de interior, sem desta-
que para a faixa litorânea que concentra os maiores
aglomerados urbanos. A média anual é de R$ 2,23
bilhões de prejuízos, com um total de 17.129 ocorrên-
cias, o que significa que 57% de todos os registros de
prejuízos públicos e privados contém informação
referente à pecuária, e 65% dos prejuízos privados
também o registram.

Figura 69: Prejuízos privados com pecuária por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

10bi 2100

8bi 1680

6bi 1260

4bi 840

Média
2bi 2,2bi 420

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 70: Prejuízos privados com pecuária distribuídos anualmente

72
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

8bi 2400

6bi 1800

4bi 1200

2bi 600

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 71: Prejuízos privados com pecuária distribuídos mensalmente

Quando observada a distribuição anual, os pre- No que se refere à distribuição mensal, observa-
juízos são mais acentuados nos três últimos anos, -se que o padrão se altera em comparação à maioria
especialmente em 2018. A mesma observação é das categorias analisadas, com os meses de setem-
feita em relação aos registros que até 2016 não ul- bro sobressaindo-se aos demais meses do ano tanto
trapassaram 1.500 ocorrências, mas que em 2018 em valores monetários (R$ 7,36 bilhões) quanto em
chegaram a 2.040. A análise dividida por décadas quantidade de registros (1.968). Junto a setembro,
demonstra forte tendência de crescimento, sendo destacam-se em registros também os meses de ja-
que os anos de 2010 concentram 71% de todo o pre- neiro e março, com 2.261 e 2.024 respectivamente.
juízo dos 25 anos de série histórica.

PREJUÍZOS 73
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Bahia 10,6bi 2471


Minas Gerais 9,9bi 2821
Pernambuco 8,8bi 1560
Rio Grande do Sul 5,2bi 2028
Mato Grosso do Sul 4,5bi 147
Ceará 2,6bi 988
Paraíba 2,4bi 839
Alagoas 2,2bi 410
Santa Catarina 1,3bi 1542
Espírito Santo 1,2bi 316
Piauí 1,1bi 750
Amazonas 1,1bi 232
Sergipe 1bi 202
Paraná 0,9bi 627
Rio Grande do Norte 0,9bi 1101
Mato Grosso 0,7bi 185
Pará 0,4bi 251
Rio de Janeiro 0,3bi 192
Maranhão 0,2bi 132
Roraima 0,2bi 49
São Paulo 0,1bi 172
Rondônia 0,1bi 26
Tocantins 0,04bi 42
Goiás 0,02bi 19
Acre 0,02bi 18
Distrito Federal 0,01bi 2
Amapá 0,001bi 7

Figura 72: Prejuízos privados com pecuária e registros .por estado

Sul Norte prejuízos em todo o território nacional. Em núme-


7,4bi 1,7bi
13,4% 3% ros de registros, o estado de Mato Grosso do Sul se
destaca pela desproporção, em que poucos regis-
tros (147) causam elevados prejuízos (R$ 4,5 bilhões).
Assim, nas cinco primeiras posições de ocorrências
Sudeste
11,6bi mantêm-se os mesmos estados dos prejuízos, em-
20,8% bora em ordem alternada, e Santa Catarina apareça
no lugar do Mato Grosso do Sul. Entre as regiões,
a Região Nordeste foi a que acumulou os maiores
prejuízos privados (R$ 29,8 bilhões ou 53,4%), en-
quanto a Norte os menores (R$ 1,7 bilhões ou 3%).
Centro-Oes te
Com relação aos grupos de desastres, o clima-
5,2bi
9,4% Nordeste tológico prevalece mais uma vez no país (89%) e em
29,8bi
53,4% todas as regiões (sempre acima de 70%), exceto na
Norte, em que o hidrológico supera os demais com
Figura 73: Prejuízos privados com pecuária por região 87%. A Região Sul é a que apresenta maior distri-
buição entre os grupos, marcada também pelos
desastres hidrológicos (21%) e meteorológicos (6%);
Quanto às Unidades Federativas, Bahia, Minas em outro extremo está a Região Nordeste que con-
Gerais, Pernambuco, Rio Grande do sul e Mato Gros- centra os desastres climatológicos como os mais
so do Sul foram os que acumularam prejuízos acima prevalentes para os prejuízos em pecuária, ou seja,
dos R$ 4 bilhões, sendo responsáveis por 70% dos 98% deles.

74
2,9 mi
362 mil 0,18%
0,02%
212 mi
12,65%
440 mil

Norte 0,00%
540 mi 20,9 mi
1,82% 0,07%
1,4 bi
87,15% 29,2 bi
98,11%
Nordeste

3,1 mi 4,5 mi
0,06% 0,09%
1,1 bi
4 bi
21,57%
Centro- 78,28%
Oeste
36,6 mi
0,32% 54,4 mi
813 mi
7,03% 0,47%

10,6 bi
92,19%
Sudeste

446 mi 1,1 mi
5,99% 0,02%

1,5 bi
20,99% 5,4 bi
Sul 73%

486 mi
0,87% 84 mi
5,5 bi
0,15%
9,98%

49,6 bi
89,09%
BRASIL

Figura 74: Prejuízos privados com pecuária por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 75
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

INDÚSTRIA
prejuízos em industria: R$ 7,44 bilhões

Os registros de prejuízos caracterizados como in-


dustriais, referem-se somente a 3,28% do total de
prejuízos privados e espacialmente localizam-se
em regiões bastante específicas do Brasil, tendo os
estados de Alagoas e Santa Catarina as únicas re-
giões com registros na última classe de prejuízos,
ou seja, acima de R$ 500 milhões por mesorregião.

Figura 75: Prejuízos privados na indústria por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

1,5bi 300

1,2bi 240

0,9bi 180

0,6bi 120

0,3bi Média 60
0,3bi

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 76: Prejuízos privados na indústria distribuídos anualmente

76
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

1,6bi 400

1,2bi 300

0,8bi 200

0,4bi 100

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 77: Prejuízos privados na indústria distribuídos mensalmente

A média anual de prejuízos em indústria está A distribuição mensal repete a observação de


próxima aos R$ 300 milhões, sendo que houve pre- que número de ocorrências não necessariamente
juízos superiores a R$ 500 milhões apenas nos anos significa prejuízos altos em indústria. Nesse sentido,
de 2008, 2009, 2013, 2014 e 2017. Em relação aos re- os meses de novembro são significativamente mais
gistros, observa-se que o padrão de ocorrências não representativos em valores (R$1,58 bilhões), embo-
coincide com o de prejuízos, havendo anos em que ra sejam apenas o sétimo mês com mais registros
poucas ocorrências provocam prejuízos mais altos (195). Os registros seguem o padrão de destaque
(por exemplo, 2008), ao mesmo tempo em que um para os meses de janeiro, com queda até o meio do
maior número de ocorrências não resulta em tantos ano e nova subida a partir de setembro.
prejuízos (como em 2005, 2006 e 2007). Em quanti-
dade, destacam-se os anos de 2013 e 2014 com 276 e
273 registros respectivamente.

PREJUÍZOS 77
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Santa Catarina 1,8bi 407


Espírito Santo 681mi 108
Alagoas 643mi 55
Paraná 604mi 178
Rio Grande do Sul 475mi 274
São Paulo 455mi 114
Minas Gerais 407mi 328
Rondônia 391mi 12
Bahia 347mi 137
Paraíba 330mi 11
Pernambuco 290mi 64
Mato Grosso 184mi 97
Ceará 157mi 65
Rio de Janeiro 151mi 72
Rio Grande do Norte 133mi 313
Pará 111mi 91
Sergipe 104mi 5
Mato Grosso do Sul 79mi 38
Maranhão 19mi 15
Amapá 16mi 2
Amazonas 14mi 29
Piauí 12mi 16
Distrito Federal 6,9mi 2
Acre 5mi 6
Tocantins 2mi 4
Roraima 2mi 2
Goiás 1mi 6

Figura 78: Prejuízos privados na indústria e registros por estado

Sul Norte de registros se destacam, além de Santa Catarina,


2,9bi 0,5bi
39% 7,3%
também Minas Gerais (328), Rio Grande do Norte
(313) e Rio Grande do Sul (274), sendo que os demais
estados não chegam a 200 registros no período
Nordeste
2bi de 25 anos de análise. Entre as regiões, Sul é a que
27,3% concentra 39% dos prejuízos (R$ 2,9 bilhões), segui-
da pelo Nordeste (27,4% ou R$ 2 bilhões) e Sudeste
com 22,8% ou R$ 1,7 bilhão.
Por fim, para os grupos de desastres, os prejuízos
na indústria são resultado principalmente de even-
tos hidrológicos (55,62%) e climatológicos (35,41%),
Centro-Oes te
sendo que o grupo meteorológico representa ape-
0,3bi
Sudeste 3,6% nas 8,48% do valor total para o país. Cada região,
1,7bi entretanto, apresenta dados muito particulares, não
22,8%
sendo possível estabelecer um padrão. O grupo me-
Figura 79: Prejuízos privados na indústria por região teorológico, por exemplo, aparece de forma pouco
significativa, mas tem mais impacto na Região Sul
(18,10%). Já o grupo hidrológico, é mais representa-
Em relação aos estados, Santa Catarina está tivo em todas as regiões, com destaque para o Nor-
bem à frente dos demais, com R$ 1,8 bilhão de pre- te (98,62%) e com menos incidência no Nordeste
juízos e 407 ocorrências, seguida pelos estados de (11,41%). O grupo de desastres climatológico, por sua
Espírito Santo, Alagoas e Paraná, todos com pre- vez, apresenta mais destaque nas regiões Nordeste
juízos na casa dos R$ 600 milhões. Em número (88,51%), Centro-Oeste (28,43%) e Sudeste (21,47%).

78
2,6 mi
0,49%
466 mil 4,3 mi
0,09% 0,80%

1,7 mi
Norte
0,09% 0

232 mi 0%
533 mi 11,41% 1,8 bi

98,62% 88,51%
Nordeste

5 mi 7,2 mi

1,91% 2,75%

74,9 mi
28,43%
Centro-
Oeste

176 mi 97,8 mi 13,4 mi

66,91% 5,77% 0,79%


363 mi
21,47%
Sudeste

13,2 mi 1,2 bi
525 mi 0,46% 71,96%
18,10% 388 mi
13,40%

Sul

1,9 bi
68,04%
630 mi 26,5 mi
8,48% 0,49%
2,6 bi
35,41%

BRASIL

4,1 bi
55,62%

Figura 80: Prejuízos privados na indústria por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 79
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

PREJUÍZOS PÚBLICOS
PÚBLICO TOTAL
prejuízos públicos totais: R$ 40,53 bilhões

Os prejuízos públicos representam 15% do total de


prejuízos privados e públicos e referem-se aos im-
pactos nos serviços de saúde, água e esgoto, ener-
gia, ensino e transporte. Sua distribuição espacial
destaca principalmente a porção norte do Estado
de Minas Gerais, em direção aos estados do Nor-
deste, havendo ainda alguma incidência nas regi-
ões Norte e Sul. Os registros de prejuízos públicos
estão presentes em 73% das ocorrências, com pre-
juízos e 66% de todos os registros avaliados neste
relatório (danos materiais e prejuízos).

Figura 81: Prejuízos públicos por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

7bi 2800

6bi 2400

5bi 2000

4bi 1600

3bi 1200

2bi 800
Média
1,6bi

1bi 400

0 0
00

04

08
06

09
07
02

03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 82: Prejuízos públicos distribuídos anualmente

80
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

7bi 2800

6bi 2400

5bi 2000

4bi 1600

3bi 1200

2bi 800

1bi 400

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 83 Prejuízos públicos distribuídos mensalmente

A média anual de prejuízos públicos é de R$ 1,6 5,07 bilhões) e março (R$ 4,47 bilhões). A partir de
bilhão, havendo clara tendência de alta na última abril, segue-se a tendência de queda até agosto,
década, principalmente a partir de 2013 quando os com leve retomada de nos meses subsequentes.
prejuízos ultrapassaram os R$ 4 bilhões até então Os registros, por sua vez, continuam a destacar os
presentes na casa dos R$ 2 bilhões. O ano de 2017 meses de janeiro (2.619) com forte queda em feve-
se destaca como o de valores mais elevados (R$ 6,62 reiro para retomada em abril e daí o padrão, conta-
bilhões) e, também, com maior número de registros bilizando uma média mensal de 72 registros.
(2.754). Só a década de 2010 representa 72,5% de Na observação por Unidades Federativas os es-
todo o montante de prejuízos do período analisado. tados do Nordeste ocupam as seis primeiras posi-
Na distribuição mensal os meses de abril des- ções, exceção à Minas Gerais que aparece em quar-
toam dos demais, com prejuízos acumulados de to lugar. Juntos, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Piauí
R$ 6,41 bilhões, seguido pelos meses de janeiro (R$ e Bahia somam mais da metade dos prejuízos pú-

PREJUÍZOS 81
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Pernambuco 5,5bi 1453


Ceará 5bi 2171
Paraíba 4,9bi 1450
Minas Gerais 3,3bi 3525
Piauí 3,1bi 1018
Bahia 2,5bi 1800
Rio de Janeiro 2,4bi 338
Rio Grande do Sul 1,8bi 1896
Santa Catarina 1,8bi 1910
Rio Grande do Norte 1,7bi 1779
Paraná 1,6bi 878
São Paulo 1,2bi 454
Espirito Santo 0,9bi 411
Amazonas 0,9bi 386
Mato Grosso 0,8bi 398
Pará 0,8bi 454
Maranhão 0,7bi 286
Mato Grosso do Sul 0,4bi 218
Alagoas 0,3bi 468
Rondônia 0,2bi 29
Goiás 0,2bi 68
Sergipe 0,1bi 180
Acre 0,1bi 25
Tocantins 0,1bi 70
Roraima 0,1bi 54
Amapá 0,02bi 18
Distrito Federal 0,02bi 3

Figura 84: Prejuízos públicos e registros por estado

Sul Norte tinas fecha em 59%, seguida pelos estados do Sul


5,2bi 2,2bi
12,9% 5,4% com 19,2% ou R$7,8 bilhões.
Na análise dos prejuízos públicos por grupo de
desastres, em perspectiva nacional, equilibram-
Sudeste -se os climatológicos e hidrológicos, com 57,15% e
7,8bi
19,2% 37,77%, respectivamente. Já na caracterização por
região brasileira, as especificidades de cada uma
fazem com que não se visualize um padrão. Des-
sa forma na Região Nordeste, destaca-se o grupo
de desastres climatológicos (87%), seguido pelo
Centro-Oes te hidrológico (12%) e sem destaque para os demais.
1,4bi
3,5% Na Região Sudeste, a situação é inversa, ou seja,
Nordeste hidrológico com (72%) e climatológico com (23%),
23,9bi aparecendo o meteorológico com apenas 3%. A Re-
58,9%
gião Sul também registra destaque ao hidrológico
Figura 85: Prejuízos públicos por região (74%), mas em seguida estão os desastres meteoro-
lógicos (17%). O Centro-Oeste, por sua vez, mantém
a representatividade dos hidrológicos (87%), mas
blicos de todo o Brasil, ou seja, 52%. Em relação aos são outros tipos de desastres que se seguem (11%),
registros, Minas Gerais está bem à frente dos de- e finalmente a Região Norte, onde os hidrológicos
mais com 3.525 ocorrências, seguida pelo estado do têm incidência de 75%, também seguida por ou-
Ceará com 2.171 registros. Os demais estados estão tros (17%), mas com algum registro também para
todos abaixo dos 1.500 registros. Regionalmente, os climatológicos com 7%.
a soma de todas as Unidades Federativas nordes-

82
381 mi
155 mi
17,26%
7,06%
20,1 mi
0,91%
Norte 33,1 mi
0,14% 138 mi
2,9 bi 0,58%
1,6 bi 12,42%
20,7 bi
74,76%
86,86%
Nordeste

153 mi
10,93% 11 mi

17,6 mi 0,79%
1,25%

Centro-
Oeste
233 mi 163 mi

3% 2,10%
1,8 bi
1,2 bi
23,20%
87,03%
Sudeste

33,2 mi
0,63% 432 mi
5,5 bi
883 mi 71,70%
8,25%
16,89%

Sul

3,8 bi
74,22%

1,1 bi 869 bi
2,93% 2,15%

23,1 bi
57,15%
BRASIL

15,3 bi
37,77%

Figura 86: Prejuízos públicos por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 83
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

ÁGUA E ESGOTO
prejuízos em água e esgoto: R$ 26,06 bilhões

Os prejuízos em água e esgoto estão presentes em


72,8% dos registros de prejuízos públicos, ou seja,
15.820 ocorrências. A observação do mapa destaca a
Região Nordeste junto à porção norte da Região Su-
deste, demonstrando que os estados com mesorre-
giões mais destacadas são Pernambuco, Paraíba e
Minas Gerais. O restante do território brasileiro situa-
-se na classe mais baixa de prejuízos, não atingindo
mais de R$ 98 milhões em todo o período de análise
deste relatório, exceção a áreas bem específicas no
Amazonas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figura 87: Prejuízos públicos com água e esgoto por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

6bi 2400

5bi 2000

4bi 1600

3bi 1200

2bi 800

Média
1bi 400
1bi

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 88: Prejuízos públicos com água e esgoto distribuídos anualmente

84
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

5bi 2000

4bi 1600

3bi 1200

2bi 800

1bi 400

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 89: Prejuízos públicos com água e esgoto distribuídos mensalmente

A distribuição anual dos prejuízos concentra-se respondendo a 17,02% do valor total desse prejuízo.
nos anos de 2010, período que responde por 76% O mês de março totaliza R$ 2,71 bilhões em prejuízos
dos prejuízos em água e esgoto, com destaque com água e esgoto, o que equivale a 10,42% desse
para o ano de 2017, pico tanto em valores (R$ 5,5 total. No que se refere ao número de registros, verifi-
bilhões) como em registros (2.184). As curvas de re- ca-se que os meses de destaque não acompanham
gistros e prejuízos estão próximas nas variações de a quantidade de ocorrências, sendo os picos corres-
queda e alta, com média anual de R$ 1,04 bilhão pondentes aos meses de janeiro, março e setembro,
em prejuízos e 633 registros. com 1.892, 1.795 e 1.767 registros, respectivamente.
Ao analisar os mesmos dados em relação aos Na distribuição dos prejuízos com água e esgo-
meses, verifica-se os meses de abril como os de to nos estados, o prejuízo médio por estado é de R$
maior prejuízo acumulado, com R$ 4,43 bilhões, cor- 964,67 milhões. O maior prejuízo está no Pernam-

PREJUÍZOS 85
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Pernambuco 5,1bi 1286


Paraíba 4,8bi 1276
Ceará 4,6bi 2043
Piauí 2,8bi 896
Minas Gerais 2bi 2785
Bahia 1,8bi 1618
Rio Grande do Norte 1,6bi 1567
Rio de Janeiro 0,6bi 216
Maranhão 0,5bi 119
Santa Catarina 0,4bi 962
Rio Grande do Sul 0,3bi 986
São Paulo 0,2bi 255
Espirito Santo 0,2bi 252
Amazonas 0,2bi 176
Alagoas 0,2bi 338
Paraná 0,2bi 369
Sergipe 0,1bi 167
Goiás 0,1bi 29
Mato Grosso do Sul 0,1bi 84
Rondônia 0,1bi 12
Pará 0,1bi 182
Tocantins 0,1bi 36
Mato Grosso 0,04bi 107
Roraima 0,03bi 24
Acre 0,03bi 22
Distrito Federal 0,02bi 2
Amapá 0,001bi 11

Figura 90: Prejuízos públicos com água e esgoto e registros por estado

Sul Norte esgoto, correspondente a 55,5%. A quantidade de


0,9bi 0,5bi
3,3% 1,7%
registros, por sua vez, coloca Minas Gerais em des-
Sudeste
3bi taque (2.785), seguida do Ceará (2.043); os demais
11,7% estados não superam a cada de dois milhares de
Centro-Oes te ocorrências. Esse cenário, coloca o Nordeste como
0,2bi
0,8% a principal região impactada, concentrando 82,4%
dos prejuízos nacionais.
Para os grupos de desastres, os prejuízos com
água e esgoto são originados principalmente por
desastres climatológicos, com 84,63% do valor to-
tal, seguido dos desastres hidrológicos, com 14,16%,
padrão que se replica apenas na Região Nordeste,
Nordeste com 93% de prejuízos oriundos de desastres clima-
21,5bi tológicos e 6,63% dos hidrológicos. Na Região Su-
82,4%
deste há maior equilíbrio entre climatológico (55%)
Figura 91: Prejuízos públicos com água e esgoto por região. e hidrológico (42%), sendo que nas demais regiões
há inversão da predominância para o hidrológico.
Os desastres meteorológicos não apresentam valo-
buco, com R$ 5,07 bilhões, correspondendo a 19,5% res significativos, aparecendo apenas com 7,5% no
do total de prejuízos. A Paraíba totaliza R$ 4,75 bi- Sul e 3% no Norte. O Centro-Oeste é a região que
lhões ou 18,2% do valor total, com valores muito pró- apresenta o maior valor acumulado para outros de-
ximos ao Ceará, com R$ 4,63 bilhões, o equivalen- sastres, que correspondem a 26% de seu total, oca-
te a 17,7%. Juntos, os três estados são responsáveis sionado principalmente por eventos de erosão.
por mais da metade de todo o prejuízo em água e

86
26,7 mi
12,9 mi
5,88%
2,86%
101 mi
22,29%
Norte
1,5 mi
0,01% 68,7 mi
1,4 bi 0,32%
313 mi 6,63%
68,97% 19,9 bi
93,04%
Nordeste

56,7 mi 3,8 mi

26,38% 1,80%

Centro-
826 mil
Oeste
0,38%
33,5 mi 45,5 mi

153 mi 1,10% 1,49%


1,6 bi
71,44%
55,26%

Sudeste

2,4 mi
64,6 mi 1,2 bi
0,28% 42,15%
7,50%
280 mi
32,57%
Sul

514 mi
59,65%
200 mi
113 mi
0,77%
0,44%
3,6 bi
14,16%
22 bi
84,63%
BRASIL

Figura 92: Prejuízos públicos com água e esgoto por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 87
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

TRANSPORTE
prejuízos em transportes: R$ 8,83 bilhões

Os prejuízos públicos em transporte estão presen-


tes em 5.845 dos 21.737 registros de prejuízos públi-
cos totais, equivalendo a 22% do montante acumu-
lado. A distribuição espacial dos dados demonstra
que as áreas de maior impacto estão ao norte do
Mato Grosso, norte do Rio Grande do Sul e parte do
estado do Rio de Janeiro, não havendo destaque
para os estados da Região Nordeste.

Figura 93: Prejuízos públicos em transporte por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

1,5bi 750

1,2bi 600

0,9bi 450

0,6bi 300

Média
0,3bi 0,4bi 150

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 94: Prejuízos públicos em transporte distribuídos anualmente

88
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

2,0bi 1100

1,6bi 880

1,2bi 660

0,8bi 440

0,4bi 220

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 95: Prejuízos públicos em transporte distribuídos mensalmente

A média anual equivale a R$ 353,28 milhões, o padrão da maior parte das categorias de análi-
com destaque para o ano de 2014, único ano em se, em que os meses de janeiro se sobressaem aos
que os prejuízos atingiram a casa do bilhão (R$ 1,28 demais, com queda até os meses de agosto e reto-
bilhão) e os registros chegaram a 613 ocorrências. mada da alta a partir de então. Nesse contexto, os
Em número de ocorrências, 2017 se assemelha a meses de janeiro registram R$ 1,88 bilhão de pre-
2014 com 616 registros, sendo que os demais anos juízos, equivalendo a 21,36% do total na categoria,
não chegam à marca de 500 ocorrências. As oscila- seguidos pelos meses de abril, que apresentam R$
ções entre registros e valores não permitem avaliar 1.271,71 milhões ou 14,4% do total deste prejuízo. No
claramente uma tendência de alta, embora a déca- que se refere ao número de registros, os meses de
da de 2010 responda por 67,5% do total de prejuízos janeiro seguem liderando, seguidos pelos meses
públicos em transporte. de março e fevereiro, totalizando 1.069, 606 e 594
Em relação à distribuição mensal, observa-se registros, respectivamente.

PREJUÍZOS 89
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Rio de Janeiro 1,2bi 147


Rio Grande do Sul 1bi 784
Minas Gerais 984,1mi 1103
Santa Catarina 977,9mi 962
Paraná 962,2mi 493
Mato Grosso 704mi 290
São Paulo 601,6mi 260
Pará 586,6mi 229
Espirito Santo 480,2mi 246
Mato Grosso do Sul 252,5mi 121
Bahia 237mi 284
Piauí 119,2mi 166
Ceará 93,4mi 78
Pernambuco 92,2mi 136
Maranhão 87,8mi 111
Rondônia 67,4mi 16
Amazonas 64,1mi 116
Goiás 60,5mi 36
Roraima 49,4mi 17
Paraíba 33,4mi 71
Acre 33,2mi 13
Rio Grande do Norte 32,7mi 79
Alagoas 26,9mi 56
Tocantins 20,8mi 15
Amapá 14,4mi 6
Sergipe 8,5mi 10

Figura 96: Prejuízos públicos em transporte e registros por estado

Sul Norte (11,85%), Minas Gerais (11,14%), Santa Catarina (11,07%)


3bi 0,8bi
33,8% 9,5% e Paraná (10,89%). Em relação aos registros, Minas
Nordeste Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul lideram
0,7bi
8,3% em ocorrências, com 1103, 962 e 784 ocorrências
respectivamente. A análise por regiões, destacam-
-se Sudeste e Sul com prejuízos na casa dos R$ 3 bi-
lhões, seguidas pelo Centro-Oeste com R$ 1 bilhão
Centro-Oes te
1bi acumulado na série histórica.
11,5% Em relação aos grupos de desastres para os
prejuízos em transporte, o grupo hidrológico des-
taca-se com 90,14% do valor total nacional. Em se-
guida, o meteorológico apresenta 3,74%, seguido do
Sudeste climatológico, com apenas 1,60%. Os desastres que
3,3bi
36,9% mais contribuem para esse cenário são enxurradas,
inundações e chuvas intensas. O grupo climatológi-
Figura 97: Prejuízos públicos em transporte por região co não aparece de forma significativa, com o maior
registro na Região Nordeste de 6,08%. Os desastres
meteorológicos têm alguma incidência nas regi-
Na distribuição dos prejuízos em transporte nos ões Sul (8,04%) e Sudeste (2,63%). Na Região Norte,
estados, destacam-se os cinco que marcam prejuí- por sua vez, há registros de outros desastres que
zos acima de R$ 900 milhões, ou seja, Rio de Janeiro respondem por 38,01% dos prejuízos públicos em
que apresenta o maior valor, equivalendo a 13,54% transporte, ocasionados principalmente por even-
do prejuízo total, seguido pelo Rio Grande do Sul tos de erosão.

90
3,6 mi
317 mi
0,44%
38,01%
19,2 mi

1,4 mi 2,69%
Norte 44,4 mi
0,19% 6,08%

691 mil
513 mi
0,08%
61,47% Nordeste

665 mi
35 mi
94,04%
3,44%
2,2 mi
2,5 mi
0,25% 0,22%

Centro- 12,1 mi
Oeste 0,37%
85,7 mi 47,8 mi
2,63% 1,47%
977 mi
96,09%

Sudeste
14,5 mi
0,49%
43,3 mi
240 mi
1,45% 3,1 bi
8,04%
95,53%

Sul

2,6 bi

399 mi 90,02%
4,52%
141 mi
330 mi
1,60%
3,74%

BRASIL

7,9 bi
90,14%

Figura 98: Prejuízos públicos em transporte por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 91
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

SAÚDE
prejuízos em saúde: R$ 1,66 bilhões

Os prejuízos em saúde estão marcados em 4.312 re-


gistros, do total de 21.737, com referência a prejuízos
públicos, distribuindo-se no território brasileiro de
maneira esparsa por ocorrências, presentes em to-
das as regiões. Quando se trata de valores, entretan-
to, os prejuízos concentram-se na Região Nordeste,
com pequenos destaques para parte do Amazonas
e oeste do Paraná, onde há registros de prejuízos na
classe acima de R$ 56 milhões.

Figura 99: prejuízos públicos em saúde por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

250mi 500

200mi 400

150mi 300

100mi 200

Média
66,5mi
50mi 100

0 0
00

04

08
06

09
07
02

03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 100: Prejuízos públicos em saúde distribuídos anualmente

92
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

250mi 600

200mi 480

150mi 360

100mi 240

50mi 120

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 101: Prejuízos públicos em saúde distribuídos mensalmente

A média anual é de R$ 66,46 milhões, havendo 15,19% de prejuízos em saúde, seguidos pelos me-
tendência de crescimento até 2009 e a partir daí ses de maio. Os meses de agosto, que nas outras
forte oscilação em número de ocorrências e mais categorias costumam ter os valores mais baixos,
amena em valores, sendo que a década de 2010 aqui apresentam-se na terceira posição, com pre-
concentra 73% dos prejuízos e 59% das ocorrências. juízos de R$ 193,72 milhões, ou seja, 11,66%. No que
O ano de 2017 é o que apresenta os maiores pre- se refere ao número de registros, os meses de maio
juízos na saúde (R$ 218,23 milhões), o que equivale também se sobressaem, seguidos pelos meses de
a 13,13% do prejuízo total nessa categoria durante o janeiro e abril, quando foram registrados 542, 493 e
período analisado. Em seguida está 2010, com R$ 492 ocorrências, respectivamente.
206,12 milhões ou 12,41% do total desse prejuízo. No Na distribuição dos prejuízos em saúde por es-
que se refere aos registros, constatou-se que 2009 tado, a Bahia está bem à frente dos demais com
apresentou a maior quantidade de ocorrências, se- as perdas, totalizando R$ 281,13 milhões ou 16,92%
guido por 2013 e 2017, totalizando 455, 443 e 435 re- do prejuízo da categoria. Baixando para a casa dos
gistros, respectivamente. R$ 100 milhões estão os estados do Ceará, Paraná,
Ao analisar os mesmos dados em relação à dis- Amazonas e Paraíba. A quantidade de registros, por
tribuição mensal, vê-se repetir o destaque nos me- sua vez, demonstra mais uma vez que a relação en-
ses de janeiro, que acumulam R$ 252,32 milhões ou tre ocorrências e montante não é direta, havendo

PREJUÍZOS 93
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Bahia 281,1mi 329


Ceará 177,9mi 266
Paraná 135,1mi 206
Amazonas 112,7mi 255
Paraíba 106mi 75
Pernambuco 96,2mi 145
Rio de Janeiro 93,2mi 139
São Paulo 92,9mi 143
Minas Gerais 88,4mi 554
Rio Grande do Norte 74,5mi 374
Piauí 64mi 366
Mato Grosso do Sul 53,2mi 42
Rio Grande do Sul 51,8mi 239
Pará 49,2mi 233
Maranhão 37,1mi 144
Santa Catarina 32,7mi 298
Espirito Santo 30,6mi 126
Alagoas 29,2mi 155
Mato Grosso 16,5mi 108
Tocantins 11,3mi 38
Acre 10mi 19
Rondônia 8,7mi 14
Roraima 3,9mi 15
Amapá 2,3mi 10
Goiás 2,1mi 12
Sergipe 0,8mi 7

Figura 102: Prejuízos públicos em saúde e registros por estado

Sul Norte
219,7mi 197,9mi
13,2% 11,9% (52%), estando as demais distribuídas em percen-
tual na casa das dezenas, exceção ao Centro-Oeste
que registra apenas 4,3%.
Sudeste Por fim, ao considerar os diferentes grupos de
305,1mi
18,4% desastres para os prejuízos em saúde no Brasil, ob-
serva-se que o grupo hidrológico representa 45% do
valor total, o climatológico 43% e o meteorológico
apenas 4%. Os desastres que mais influenciam nesse
resultado são estiagem, enxurrada, inundação e seca.
Centro-Oes te Ao avaliar os dados por região, verifica-se a ausência
71,8mi
4,3% de padrão entre elas, com destaque para a Região
Nordeste Centro-Oeste, onde outros tipos de desastres são res-
866,9mi ponsáveis por 73% dos prejuízos em saúde, ocasiona-
52,2%
do principalmente por eventos de doenças infeccio-
Figura 103: Prejuízos públicos em saúde por região sas. Na Região Nordeste o grupo climatológico é que
lidera na categoria, com 63,5%, o que ocorre também
na Região Sul, porém de maneira mais distribuída
estados com muitos registros, mas sem destaque com os outros grupos, ou seja, climatológico à frente
em prejuízos, como é o caso de Minas Gerais, e es- com 44,5%, seguido pelo hidrológico (29,5%) e pelo
tados mais à frente em valores, sem destaque em meteorológico (22%). Norte e Sudeste concentram os
ocorrências, como é o caso da Paraíba. Ao agrupar prejuízos em função dos desastres hidrológicos com
os estados em regiões, observa-se que a Região 83% e 69%, respectivamente.
Nordeste acumula mais da metade dos prejuízos

94
12,1 mi

261 mil 6,11%


20,4 mi
0,13%
10,33%

63,3 mil 21,5 mi


Norte
0,01% 2,49%

550 mi
294 mi
165 mi 63,50%
34%
83,42% Nordeste

2,2 mi
3,12%
12,3 mi
17,20%
4,5 mi
Centro-
6,28%
Oeste
43,1 mi
38,5 mi
14,15% 12,64%
52,7 mi 12,8 mi
73,40% 4,21%

Sudeste

8,3 mi 210 mi
48,8 mi 69,01%
3,78%
22,23%
97,8 mi
44 ,53%
Sul

64,7 mi
29,46%
137 mi
8,30%
66,5 mi
4%
709 mi
42,70%
BRASIL

747 mi
44 ,99%

Figura 104: Prejuízos públicos em saúde por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 95
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

ENSINO
prejuízos em ensino: R$ 1,59 bilhões

Os prejuízos públicos em ensino colocam em evi-


dência a Região Norte e parte do Mato Grosso, bem
como a Região Sul, havendo, de toda forma, registro
também nos demais estados brasileiros. Para esta
categoria, a pesquisa trabalhou com 4.729 registros,
ou seja, 22% das ocorrências que informam prejuí-
zos públicos. Uma única mesorregião está contida
na última classe de valores, registrando R$ 207,7 mi-
lhões ao longo dos 25 anos de série histórica, as de-
mais áreas do mapa tiveram prejuízos acumulados
inferiores a R$ 107 milhões.

Figura 105: Prejuízos públicos em ensino por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

250mi 750

200mi 600

150mi 450

100mi 300

Média
63,5mi
50mi 150

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 106: Prejuízos públicos em ensino distribuídos anualmente

96
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

350mi 700

280mi 560

210mi 420

140mi 280

70mi 140

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 107: Prejuízos públicos em ensino distribuídos mensalmente

Na distribuição anual, destaca-se o ano de 2009 acompanha a oscilação dos registros, com pico na
tanto em registros (766) como em valores, com R$ metade do primeiro semestre, seguindo em que-
255,52 milhões equivalendo a 16,10% do total de pre- da até julho, nova subida até outubro, e finalizan-
juízos nessa categoria. Para 2013, segundo ano com do com queda em dezembro. Assim, os meses de
maior prejuízo, o total é de R$ 193,65 milhões que abril acumulam R$ 329,26 milhões de prejuízos,
corresponde a 12,2%, seguido pelo ano de 2014, com que equivalem a 20,75% do total na categoria, e
prejuízo de R$168,14 milhões, ou seja, 10,6%. Ao so- 649 ocorrências. Na soma semestral o destaque
mar os prejuízos da última década não se verifica fica com os seis primeiros meses correspondendo
tão forte tendência de crescimento, sendo responsá- a 66% do total na série histórica.
vel por 55% do total de prejuízos em ensino. A média Na distribuição dos prejuízos em ensino nos
anual de prejuízos em ensino é de R$ 63,48 milhões. estados, o Amazonas é o que apresenta o maior
Ao analisar os mesmos dados em relação prejuízo com R$ 304,83 milhões, corresponden-
aos meses, observa-se que a oscilação de valores te a 19,21% do prejuízo total. O Paraná apresenta o

PREJUÍZOS 97
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Amazonas 304,8mi 284


Paraná 185,5mi 287
Santa Catarina 130,5mi 549
Rio de Janeiro 129,4mi 77
Rio Grande do Sul 112,6mi 588
Pernambuco 109,7mi 216
São Paulo 70,7mi 147
Pará 61,9mi 262
Espirito Santo 55,8mi 128
Maranhão 52,9mi 211
Alagoas 51,3mi 135
Minas Gerais 51,2mi 471
Bahia 48,2mi 264
Ceará 42,1mi 202
Rio Grande do Norte 40,4mi 330
Piauí 34 ,1mi 141
Mato Grosso 25,6mi 144
Rondônia 22,6mi 17
Acre 15,7mi 13
Paraíba 13,5mi 138
Mato Grosso do Sul 10,8mi 43
Tocantins 9,3mi 24
Roraima 4,6mi 18
Amapá 1,6mi 12
Sergipe 1mi 10
Goiás 1mi 18

Figura 108: Prejuízos públicos em ensino e registros por estado

Sul Norte
428,6mi 420,7mi
27% 26,5% respectivamente). Na quantidade de ocorrências, o
único estado que ultrapassa Santa Catarina é o Rio
Grande do Sul, com 588 ocorrências. Nesse cenário,
a análise por regiões praticamente empata os pre-
juízos em saúde entre Sul e Norte, com a Região
Nordeste também muito próxima percentualmen-
te, ou seja, 27%, 26,5% e 24,8% respectivamente.
Por fim, em relação aos grupos de desastres, os
Sudeste
prejuízos em ensino no Brasil são oriundos principal-
307,1mi
19,4% mente de desastres hidrológicos que representam
77% do valor total. O grupo meteorológico repre-
Nordeste
Centro-Oes te senta 14,31%, seguido do climatológico, com apenas
393,2mi
37,4mi 24,8% 8,01%. Os desastres que apresentam os maiores va-
2,4%
lores de prejuízos em ensino são inundação, enxur-
Figura 109: Prejuízos públicos em ensino por região rada, vendaval e granizo. Alinhada ao cenário nacio-
nal, a distribuição dos grupos de desastres também
evidencia os desastres hidrológicos em cada região,
segundo maior montante (R$ 185,53 milhões ou sendo a Norte com mais prevalência (91,94) e a Sul
11,69%), seguido por Santa Catarina e Rio de Janei- a mais equilibrada (53,55%) com os desastres mete-
ro, com valores bastante próximos em prejuízos (R$ orológicos (46,37%). Destaca-se ainda a Região Nor-
130,5 milhões e R$ 129,4 milhões respectivamente), deste, onde os desastres climatológicos registram
mas discrepante em número de registros (549 e 77 22,44% dos prejuízos em ensino.

98
7,3 mi

2,7 mi 1,75%
23,7 mi
0,66% 5,64%

Norte 1,8 mi
1,8 mi
0,47% 0,46%
88,2 mi

386 mi
22,44%
91,94%
Nordeste

301 mi
1,1 mi
3% 76,63%
236 mil
3,8 mi
0,63%
10,38%

Centro- 297 mil

Oeste 19,8 mi
0,10% 14,6 mi

6,45% 4,76%

32,1 mi
85,98% Sudeste

27 mil 312 mil


272 mi
0,01% 0,07%
88,70%

Sul

198 mi 229 mi

10,6 mi 46,37% 53,55%


0,67%
127 mi
227 mi
14,31% 8,01%

BRASIL

1,2 bi
77,01%

Figura 110: Prejuízos públicos em ensino por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 99
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

ENERGIA
prejuízos em energia: R$ 913,95 milhões

Os prejuízos públicos em energia referem-se


a 2.198 ocorrências, o que equivale a 10% de todos
os registros de prejuízos públicos. Destacam-se na
última classe de valores, ou seja, acima de R$ 265
milhões, as áreas do norte do Maranhão e da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, sendo possível no-
tar que não há, nesta categoria, grandes concentra-
ções espaciais, estando os prejuízos relativamente
bem distribuídos em todo o território nacional.

Figura 111: Prejuízos públicos com energia por mesorregião

Registros (un.)
Prejuízos (R$)

150mi 300

120mi 240

90mi 180

60mi 120

Média
37,6mi
30mi 60

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 112: Prejuízos públicos com energia distribuídos anualmente

100
Registros (un.)
Prejuízos (R$)

250mi 350

200mi 280

150mi 210

100mi 140

50mi 70

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 113: Prejuízos públicos com energia distribuídos mensalmente

A média dos prejuízos em energia fica em R$ tanto em valores como em registros, que seguem o
37,6 milhões ao ano, com apenas três anos ultrapas- mesmo padrão de variação.
sando a casa dos R$ 100 milhões em prejuízos: 2004, Em relação à distribuição mensal, os prejuízos
2009 e 2010, em ordem crescente. O pico de valores públicos em energia mantêm os meses de janeiro
é observado em 2010, referente a R$ 145,52 milhões como os de mais elevados valores e registros, com
que correspondem a 15,48%; e o pico de registros em R$ 213,15 milhões (22,67%) e 233 ocorrências, a partir
2009, quando houve 287 ocorrências. Não se obser- daí há tendência de queda até o meio do ano, sen-
va, neste caso, tendência de crescimento, uma vez do os meses de julho os menos significativos, com
que nos anos após 2010 houve queda significativa nova subida no segundo semestre.

PREJUÍZOS 101
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Prejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 197,8mi 419


Rio de Janeiro 185,6mi 97
Santa Catarina 135,2mi 438
Pernambuco 64,8mi 78
Minas Gerais 64,4mi 261
Paraná 61,7mi 206
Ceará 48,6mi 45
Piauí 39,3mi 77
São Paulo 33,9mi 110
Espirito Santo 20,9mi 94
Amazonas 14,8mi 63
Maranhão 10,8mi 34
Mato Grosso 10,2mi 26
Bahia 9,8mi 57
Pará 6,7mi 57
Acre 6,3mi 12
Alagoas 6mi 26
Goiás 5,8mi 7
Paraíba 5,2mi 10
Mato Grosso do Sul 3,4mi 28
Amapá 2,6mi 4
Tocantins 2,2mi 4
Rio Grande do Norte 2,2mi 21
Rondônia 1mi 9
Roraima 0,8mi 11
Distrito Federal 0,2mi 1
Sergipe 0,2mi 3

Figura 114: Prejuízos públicos com energia e registros por estado

Sul Norte
394,7mi 34 ,5mi
42% 3,7% goria, ou seja, 55%. São eles também os que ultra-
Nordeste passam a casa dos R$ 100 milhões: Rio Grande do
186,8mi
19,9% Sul (R$197,8 milhões e 419 registros), Rio de Janeiro
(R$ 185,6 milhões e 97 registros) e Santa Catarina (R$
135,2 milhões e 438 registros). Os demais estados fi-
cam com prejuízos abaixo de R$ 65 milhões e re-
Centro-Oes te
gistros inferiores a 261 ocorrências. Neste cenário, a
19,6mi
2,1% Região Sul é a que mais prejuízos em energia regis-
tra, responsável por 42% deles, seguida pela Região
Sudeste com 32,4%.
Sudeste Por fim, na distribuição por grupo de desastres,
304,7mi o Brasil acumula 58,5% dos prejuízos no grupo hi-
32,4%
drológico, vindo em seguida o grupo meteorológi-
co (35,5%) muito influenciado pela Região Sul, onde
Figura 115: Prejuízos públicos com energia por região essa proporção se inverte, ou seja, ali os desastres
meteorológicos somam 64,4% e os hidrológicos
34%. Nas demais regiões, o padrão de influência do
hidrológico mantém-se entre 72% e 82%, do me-
A análise dos dados por Unidades Federativas teorológico fica entre 4% e 15%, e o climatológico é
revela que os três estados com maiores prejuízos praticamente insignificante nas regiões Sul e Cen-
respondem por mais da metade do total da cate- tro-Oeste, registrando entre 3% e 7,8% nas demais.

102
5,9 mi 2,1 mi
17,15% 6,31%
1,4 mi
4,23%
Norte
9,6 mi
14,5 mi
5,16% 7,80%
24,9 mi 27,9 mi
72,31% 14,97%
Nordeste

134 mi
349 mil
72,07%
1,80% 102 mil
0,53%
2,9 mi
15,36%
Centro- 8,6 mi
Oeste 2,83%
10,4 mi
46,9 mi
3,43%
15,42%
15,9 mi
82,32%
Sudeste

2,6 mi 3,4 mi
0,68% 0,88%
238 mi
134 mi 78,32%
34 ,05%
Sul

254 mi
64,40%

27,1 mi 30,7 mi
2,89% 3,27%
333 mi
35,48%

BRASIL

548 mi
58,48%

Figura 116: Prejuízos públicos com energia por grupo de desastres para o Brasil e suas regiões

PREJUÍZOS 103
DANOS E PREJUÍZOS
POR TIPOLOGIA DE
DESASTRES
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

GRUPO DE DESASTRES
Neste capítulo, são apresentados e analisados os meteorológicos; perfil que pode ser decorrente da
danos e prejuízos totais para cada grupo de desas- forma como o registro de desastres era feita naquele
tres. Assim, como se vê na Figura 117, na distribuição período. Já a partir da década de 2000, o grupo cli-
anual dos danos materiais e prejuízos por grupo de matológico apresenta tendência para crescimento
desastre, os grupos climatológico e hidrológico são ainda alternando predominância com o grupo hi-
os que predominam no valor de contribuição das drológico. Na última década, ou seja, anos 2010, ape-
perdas totais. nas no ano de 2016 é que o grupo climatológico não
Em médias anuais, registra-se: climatológico dominou os registros, estando abaixo de 50% deles.
com danos e prejuízos de R$ 8,04 bilhões, hidroló- Em relação aos valores totais, o grupo de desas-
gico com R$ 4,60 bilhões, meteorológico com R$ tres climatológico contribui com 60,32% dos valores
554,68 milhões e outros desastres com R$ 151,58 e com 51,98% dos registros. O grupo de desastres hi-
milhões. Quando analisadas as décadas, vê-se que drológico contabiliza 34,47% dos valores de perdas e
na segunda metade da década de 1990 há predo- 35,69% dos registros, e o grupo meteorológico acu-
minância dos desastres hidrológicos seguidos pelos mula 4,16% do valor total e 10,17% dos registros.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0
11
97
95

12

13

15

17
96

99

16

19
98

01

18
10

14
03

07
02

05

06

09
00

04

08

20

20

20
20

20
20

20
20
20
20

20
19

19
19

19
19

20

20
20

20
20

20
20
20
20

Climatológico Hidrológico Meteorológico Outros

Figura 117: Percentual de contribuição nos danos materiais e prejuízos por grupo de desastres ao longo dos anos

106
CLIMATOLÓGICO

Figura 118: Danos materiais e prejuízos climatológicos por mesorregião

Os danos e prejuízos totais do grupo de desastres Sul Norte


40bi 0,6bi
climatológico são de R$ 201,06 bilhões, que corres- 19,9% 0,3%
*
ponde a 60,32% de todo o montante. Esse grupo
apresenta concentração dos danos materiais e pre-
juízos na Região do Semiárido brasileiro. Um segun-
do bloco de destaque parte do norte do Rio Grande
do Sul e segue de forma mais branda pela faixa oes-
te do Brasil até o Mato Grosso.
Os estados que apresentam os maiores valores Sudeste
são: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Rio 32,6bi
16,2%
Grande do Sul. Para os quatro primeiros, os prin-
cipais prejuízos estão relacionados à agricultura, Centro-Oes te Nordeste
pecuária e ao abastecimento de água. Para o Rio 10,9bi 116,9bi
5,4% 58,1%
Grande do Sul, além dos setores de agricultura e pe-
cuária, os prejuízos no setor industrial são bastante Figura 119: Danos materiais e prejuízos
significativos. Nesse cenário, a Região Nordeste acu- climatológicos por região
mula 58,1% do valor de danos e prejuízos, seguida
pela Região Sul, que apresenta 19,9% do valor total.

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 107


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

HIDROLÓGICO

Figura 120: Danos materiais e prejuízos hidrológicos por mesorregião

Os danos e prejuízos do grupo de desastres hidro- Sul Norte


34 ,8bi 11,7bi
lógico são de R$ 114,89 bilhões, que corresponde 30,3% 10,2%
a 34,47% de todo o montante. O Brasil apresenta
maior distribuição espacial de valores dos danos Nordeste
materiais e prejuízos para esse grupo, sobressaindo- 22,5bi
19,6%
-se alguns pontos entre Mato Grosso e Amazonas;
Alagoas, Rio de Janeiro e estados da Região Sul.
Os estados que apresentam os maiores valores
são Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, Minas Gerais e São Paulo. Para Santa Catarina
Centro-Oes te
e Rio Grande do Sul, as principais perdas ocorrem 8,6bi
devido a danos em infraestrutura e prejuízos no se- 7,5%

tor de agricultura. Para os outros estados, os danos Sudeste


37,3bi
em infraestrutura e em habitações são os de maior 32,5%
destaque, seguidos pelos prejuízos em transporte.
Com isso, a Região Sudeste destaca-se com 32,5% Figura 121: Danos materiais e prejuízos
das perdas com desastres hidrológicos, seguida hidrológicos por região
pela Região Sul, com 30,3% do valor total.

108
METEOROLÓGICO

Figura 122: Danos materiais e prejuízos meteorológicos por mesorregião

Os danos materiais e prejuízos totais do grupo de Nordeste


130,5mi
desastres meteorológico são de R$ 13,87 bilhões, 0,9%
que corresponde a 4,16% de todo o montante. Para Centro-Oes te
esse grupo, a concentração de danos e prejuízos 91,1mi
0,7%
parte do sul do Brasil sentido sudeste, perdendo Norte
52,4mi
Sudeste
destaque já em parte do estado do Paraná. As de- 1,3bi
0,4% *
mais mesorregiões do território brasileiro somam 9,5%

perdas inferiores a R$ 275 milhões para todos os 25


anos de análise.
A Região Sul concentra os danos materiais e
prejuízos levantados no período de análise ao acu-
mular 88,5% do valor total. Para o Rio Grande do Sul
e Santa Catarina, os prejuízos em agricultura e os
danos em habitações e em infraestrutura apresen-
tam os principais valores. Para o Paraná, além dos Sul
danos em habitações e prejuízos em agricultura, os 12,3bi
88,5%
prejuízos no setor industrial são expressivos. O Su-
deste, segunda região com maior percentual, repre- Figura 123: Danos materiais e prejuízos
senta apenas 9,5% do valor total. meteorológicos por região

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 109


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

TIPOLOGIA DE DESASTRES

Danos e prejuízos
Classificação Atlas Registros
totais (R$)
Estiagem e Seca 199.827.733.880,93 17927

Enxurradas 54.973.642.044,00 5411

Inundações 32.176.118.836,78 3238

Chuvas Intensas 16.285.527.029,67 1538

Vendavais e Ciclones 7.001.635.741,41 1757

Granizo 6.310.856.353,56 1110

Movimento de Massa 6.261.391.090,20 446

Alagamentos 5.193.476.097,38 593

Erosão 2.301.897.706,22 341

Outros 906.874.747,40 111

Incêndio Florestal 820.353.374,93 144

Tornado 509.601.620,71 62

Onda de Frio 378.888.652,68 57

Doenças infecciosas 191.922.159,05 46

Onda de Calor e Baixa Umidade 131.849.968,46 6


Rompimento/Colapso de barragens 85.248.513,12 13

Tabela 1: Ranking de tipologias pelo total de danos materiais e prejuízos

Vendavais Granizo
Ao analisar as perdas por tipologia de desastres,
e Ciclones 6,3bi
verifica-se que o maior valor é para a estiagem e 7bi 1,9% Outros
seca, que acumula R$ 199,83 bilhões, ou seja, 59,94% 2,1% 16,8bi
do valor total. Da mesma maneira, representa o 5%
Chuvas Intensas
maior número de registros, contabilizando 17.927 16,3bi
(54,66%), resultando em um valor médio de R$ 11,15 4,9%

milhões por registro. Em seguida, as enxurradas


Inundações
aparecem representando 16,49% do valor total de 32,2bi
perdas, as inundações 9,65% e as chuvas intensas 9,7%

4,89%. Apesar de as chuvas intensas aparecerem


em terceiro lugar para o valor acumulado de per-
das, o grupo de vendavais e ciclones tem um maior
Enxurradas
valor de número de registros, que equivale a 5,36% 55bi
do total de ocorrências. Ressalta-se que as ocorrên- 16,5%
Estiagem
cias de chuvas intensas passaram a ser registradas e Seca
199,8bi
somente a partir de 2013, com a IN nº 01 de 2012, que 59,9%
oficializa a Cobrade para classificação dos desastres.
A seguir são analisadas, individualmente, as oito Figura 124: Danos materiais e prejuízos meteorológicos
tipologias com os maiores valores de perdas. por região

110
ESTIAGEM E SECA
danos e prejuizos: R$ 199,83 bilhões
registros: 17.927

Figura 125: Danos materiais e prejuízos com seca e estiagem por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

30bi 2400

25bi 2000

20bi 1600

15bi 1200

10bi 800

Média
8bi

5bi 400

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 126: Danos e prejuízos com seca e estiagem distribuídos anualmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 111


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Estiagem e seca são desastres responsáveis por 59,94%


dos danos e prejuízos totais analisados neste relatório
e por 54,66% dos registros. Seus danos e prejuízos refe-
rem-se quase que totalmente (99,8%) a prejuízos, sen-
do que os danos materiais registram apenas R$ 390
milhões dos quase R$ 200 bilhões totais desta tipo-
logia. Quando se observa os prejuízos isoladamente,
percebe-se que a área mais afetada é da agricultura,
como prejuízo privado, responsável por 60% da soma
entre públicos e privados. Entre os prejuízos públicos,
a água responde por 10,9% do total.
Em relação à distribuição anual, o ano de 2018
apresenta o maior valor de danos e prejuízos com
estiagem e seca (R$ 26,46 bilhões), sendo 2017 o se-
gundo ano com maior valor, ao totalizar R$ 25,79 bi-
lhões. No que se refere aos registros, 2017 lidera, se-
guido por 2018 e 2019, respectivamente, com 2.181,
Figura 127: Danos e prejuízos com seca e 2.093 e 1.981 registros. Na observação por décadas, a
estiagem por mesorregião de 2010 é responsável por 66,5% dos danos e prejuí-
zos, revelando grande tendência de alta.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

30bi 3000

25bi 2500

20bi 2000

15bi 1500

10bi 1000

5bi 500

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 128: Danos e prejuízos com seca e estiagem distribuídos mensalmente

112
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Bahia 28,8bi 2579


Minas Gerais 24,2bi 2300
Pernambuco 23,5bi 1633
Ceará 22,4bi 2068
Rio Grande do Sul 21,3bi 1047
Paraíba 14,6bi 2486
Piauí 11,7bi 1224
Paraná 11bi 434
Santa Catarina 7,3bi 847
Espirito Santo 7,3bi 125
Rio Grande do Norte 6bi 1890
Mato Grosso do Sul 5,8bi 64
Alagoas 4,7bi 520
Sergipe 4,3bi 252
Mato Grosso 3,8bi 38
Maranhão 0,9bi 91
São Paulo 0,8bi 118
Goiás 0,6bi 20
Rio de Janeiro 0,4bi 35
Roraima 0,2bi 29
Tocantins 0,1bi 44
Amazonas 0,1bi 54
Pará 0,1bi 21
Distrito Federal 0,05bi 2
Acre 0,02bi 5
Amapá 0,001bi 1
Rondônia 0 0

Figura 129: Danos e prejuízos com seca e estiagem e registros por estado

Sul Norte após janeiro, com março sendo o segundo mês de


39,5bi 0,6bi
19,8% 0,3% maiores valores e registros para seguir em decrés-
*
cimo até agosto, com nova retomada em setembro
e nova queda até o dezembro.
Na distribuição espacial, observa-se duas áreas
Sudeste de concentração no mapa, uma referente à região
32,6bi
16,3%
do semiárido brasileiro que abrange parte do Espí-
rito Santo sentido norte de Minas Gerais e boa parte
dos estados nordestinos; e outra que se inicia no sul
do Brasil até o Mato Grosso em suas porções a oeste.
Portanto, ao se observar os estados com mais per-
Centro-Oes te das, os cinco primeiros (BA, MG, PE, CE e RS) ultra-
10,3bi Nordeste passam os R$ 20 bilhões e juntos são responsáveis
5,1%
116,9bi
58,5%
por 60% das perdas totais. São eles também que se
destacam em número de registros, embora para
Figura 130: Danos e prejuízos com seca e es- além deles Rio Grande do Norte seja um caso que
tiagem por região destoa do padrão ao apresentar muitas ocorrências
(1.890) e perdas comparativamente menores, (R$ 6
Já no que diz respeito aos meses, o padrão en- bilhões). Finalmente, em relação às regiões desta-
tre registros e danos e prejuízos segue similar, ex- ca-se a Região Nordeste com mais da metade dos
ceto para os picos, em que os meses de janeiro res- danos e prejuízos, ou seja, R$ 116,87 bilhões (58,5%),
pondem pelo pico de valores (R$ 26,87 bilhões ou seguida por Sul e Sudeste com R$ 39,5 bilhões e
13, 45%), e de setembro pelo pico de registros (2.606 R$32,6 bilhões respectivamente.
ou 14,54%). A oscilação registra uma queda logo

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 113


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

ENXURRADA
danos e prejuizos: R$54,97 bilhões
registros: 5.411

Figura 131: Danos e prejuízos com enxurrada por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

10bi 600

8bi 480

6bi 360

4bi 240

Média
2bi 2,2bi 120

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 132: Danos e prejuízos com enxurrada distribuídos anualmente

114
As enxurradas são responsáveis por 16,5% tanto do vamente. Em relação aos registros, essas mesmas
montante em danos e prejuízos quanto de todos os regiões lideram, mas agora o Sul totalizou 2.448 re-
registros analisados neste relatório. As perdas provo- gistros o que equivale a quase a metade (45,24 %) e
cadas equilibram-se entre os danos materiais (56%) o Sudeste ocupa a segunda posição com 1.417, equi-
e prejuízos (44%), com destaque para infraestrutura, valendo a 26,19% do número de registros..
no caso dos danos materiais, com acumulado de R$
18,59 bilhões; agricultura, no caso dos prejuízos pri-
vados (R$ 8,88 bilhões) e transporte, para os prejuí-
zos públicos (R$ 3,79 bilhões).
Na distribuição anual, com média de R$ 2,2 bi-
lhões, o destaque de valores está para os anos entre
o final da década de 2000 e início de 2010, com forte
queda a partir de 2012, tendo o pico registrado em
2011, com R$ 9,70 bilhões. Em relação aos registros, o
pico está em 2009 com 593 ocorrências. A visualiza-
ção do gráfico (Figura 132) demonstra que a tendên-
cia de queda é maior para os valores que para os re-
gistros, ou seja, se a partir de 2012 até 2019 os valores
somam apenas 19% dos 25 anos, para as ocorrências
dos mesmos oito últimos anos a soma resulta em
30%. Em relação as regiões brasileiras, destacam-se
as regiões Sudeste e Sul que apresentaram os maio-
res valores em danos e prejuízos com enxurradas,
totalizando R$ 20,964 bilhões, que equivale a 38,14% Figura 133: Danos e prejuízos com enxurrada
do valor total e R$ 18,98 bilhões (34,53%), respecti- por mesorregião

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

20bi 1500

16bi 1200

12bi 900

8bi 600

4bi 300

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 134: Danos e prejuízos com enxurrada destruídos mensalmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 115


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Santa Catarina 10,2bi 1176


Rio de Janeiro 9,7bi 131
Rio Grande do Sul 5,7bi 381
Pernambuco 4,4bi 891
Espirito Santo 4,3bi 341
Minas Gerais 3,6bi 272
São Paulo 3,4bi 677
Paraná 3bi 337
Bahia 1,9bi 213
Amazonas 1,7bi 19
Mato Grosso 1,7bi 161
Pará 1,1bi 182
Maranhão 0,8bi 89
Alagoas 0,7bi 76
Paraíba 0,5bi 194
Mato Grosso do Sul 0,4bi 42
Goiás 0,4bi 44
Piauí 0,3bi 56
Ceará 0,3bi 28
Rio Grande do Norte 0,3bi 55
Roraima 0,2bi 13
Sergipe 0,1bi 15
Rondônia 0,03bi 10
Tocantins 0,01bi 5
Acre 0,01bi 2
Amapá 0,00002bi 1

Figura 135: Danos e prejuízos com enxurrada e registros por estado

Sul Norte Por sua vez, na distribuição mensal, os meses


19bi 3,1bi
34,5% 5,7% de janeiro sobressaem-se com grande discrepância
Nordeste entre os demais, sendo responsáveis por 32% dos
9,4bi
17% prejuízos e 24% dos registros, a partir de então há
tendência de queda até setembro, com novo desta-
que para os meses de novembro, em valores e em
dezembro, em registros.
Centro-Oes te A visualização do mapa demonstra uma distri-
2,5bi
4,6% buição espacial mais diluída, com a área litorânea
brasileira destacando-se ao longo de toda a costa,
juntamente à parte do Mato Grosso e do Amazo-
nas em relação às faixas de valores por mesorregião.
Sudeste Quando se observa mais atentamente os dados por
21bi
38,1% estados brasileiros, vê-se que Santa Catarina e Rio de
Janeiro são os que se aproximam da casa dos R$ 10
Figura 136: Danos e prejuízos com enxurrada bilhões em danos e prejuízos, mais exatamente R$
e registros por estado 10,2 bilhões para Santa Catarina e R$ 9,7 para o Rio
de Janeiro. Santa Catarina é também o estado com
maior número de registros 1.176, ao passo que o cená-
rio fluminense é oposto, ou seja, poucas ocorrências
(131) responsáveis por grandes impactos. Na soma por
regiões, o Sudeste está à frente com 38% do total de
danos e prejuízos, seguido pelo Sul, com 34,5%.

116
INUNDAÇÃO
danos e prejuizos: R$32,18 bilhões
registros: 3.238

Figura 137: Danos e prejuízos com inundações por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

7bi 560

6bi 480

5bi 400

4bi 320

3bi 240

2bi 160

Média
1bi 1,3bi 80

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 138: Danos e prejuízos com inundações distribuídos anualmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 117


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

As inundações são responsáveis por 10% tanto do


montante total em danos e prejuízos quanto de to-
dos os registros analisados neste relatório, equilibran-
do-se também entre danos materiais, que ficam
com 48,8% do total, e prejuízos que somam 51,2%.
Deste percentual, os prejuízos públicos respondem
por 13,6%, com destaque para o transporte, com acu-
mulado de R$ 1,4 bilhão de perdas, e os prejuízos pri-
vados somam 37,6%, sendo que deles a agricultura
tem mais impacto, registrado em R$ 7,74 bilhões.
A média anual para inundação é de R$ 1,3 bi-
lhão, observando-se poucos picos no decorrer dos
25 anos de análise, com destaque principalmente
para o ano de 2009, em que houve registro de R$
6,96 bilhões de perdas e 567 ocorrências, ou seja,
22% dos valores e 17,5% dos registros. Não há gran-
de tendência de alta em valores, dado que a última
Figura 139: Danos e prejuízos com inundações década concentra menos da metade (46,7%) e tam-
por mesorregião pouco em registros, com os anos de 2010 somando
36% de todo o período.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

6bi 600

5bi 500

4bi 400

3bi 300

2bi 200

1bi 100

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 140: Danos e prejuízos com inundações distribuídos mensalmente

118
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Minas Gerais 4,8bi 760


Rio Grande do Sul 4,5bi 318
Amazonas 3,7bi 342
Santa Catarina 2,6bi 298
Ceará 2,2bi 206
Rio de Janeiro 2,1bi 106
Piauí 1,6bi 143
São Paulo 1,5bi 76
Maranhão 1,3bi 140
Rondônia 1,2bi 26
Pará 1,2bi 182
Mato Grosso 1,1bi 115
Acre 0,7bi 22
Mato Grosso do Sul 0,7bi 19
Paraná 0,7bi 61
Rio Grande do Norte 0,6bi 157
Bahia 0,4bi 74
Espirito Santo 0,3bi 32
Pernambuco 0,2bi 23
Paraíba 0,2bi 66
Goiás 0,2bi 14
Tocantins 0,1bi 27
Amapá 0,1bi 12
Roraima 0,1bi 12
Alagoas 0,02bi 2
Sergipe 0,01bi 5

Figura 141: Danos e prejuízos com inundações e registros por estado

Sul Norte
7,7bi 7,2bi
23,9% 22,4%
ses seguem o padrão de queda até agosto e subida
moderada até dezembro, tanto em valores como
em ocorrências.
A análise espacial demonstra que boa parte do
território brasileiro é afetado pelas inundações, com
maior concentração nas extremidades, ou seja, ao
norte de leste a oeste; e ao sul, também bifurcando
tanto a leste quanto a oeste. Dessa forma, a distri-
Nordeste
6,6bi
buição por regiões fica bastante equilibrada, com
20,6% Sudeste na casa dos R$ 8 bilhões de danos e pre-
juízos (27%), Sul e Norte na Casa dos R$ 7 bilhões
Sudeste
8,7bi Centro-Oes te (24% e 22%, respectivamente), Nordeste com 21% e
27,1% 1,9bi Centro-Oeste, este sim, com menos destaque, res-
6,1%
pondendo por apenas 6% dos valores totais. Em re-
Figura 142: Danos e prejuízos com inundações por região lação aos estados, Minas Gerais está à frente tanto
em registros (760) como em perdas (R$ 4,8 bilhões).
A partir daí os registros seguem a menos da meta-
Na distribuição mensal, o primeiro semestre de entre os demais estados, sem muitos destaques.
tem grande destaque, em especial entre os meses Em valores, permanecem acima dos R$ bilhões em
de março e maio, que concentram 45% dos danos danos e prejuízos os estados de Rio Grande do Sul,
e prejuízos e 41% das ocorrências. Janeiro supera Amazonas, Santa Catarina, Ceará e Rio de Janeiro.
em ocorrências, com 598 registros. Os demais me-

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 119


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

CHUVA INTENSA
danos e prejuizos: R$ 16,29 bilhões
registros: 1.538

Figura 143: Danos e prejuízos com chuvas intensas distribuídos anualmente

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

3,5bi 350

3,0bi 300

2,5bi 250
Média
2,3bi

2,0bi 200

Sem dados
1,5bi 150

1,0bi 100

0,5bi 50

0 0
00

04

08
06

09
07
02

03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 144: Danos e prejuízos com chuvas intensas por mesorregião

120
Os desastres de chuvas intensas passaram a ser re-
gistrados em 2013, devido à alteração da antiga Co-
dificação de Desastres, Ameaças e Riscos (CODAR)
para a atual Classificação e Codificação Brasileira
de Desastres (COBRADE), sendo, portanto, o perí-
odo de análise desses dados de sete anos (2013 a
2019). Os dados desse período referem-se a 5% do
total de danos e prejuízos e, também, do total de
ocorrências, sendo que os prejuízos respondem por
62,82% do acumulado no período para esta tipolo-
gia, correspondente a R$ 10,23 bilhões. Os prejuízos
privados são maiores que os públicos, ao somar $
7,67 bilhões, com destaque para a agricultura (34,5%
dos valores totais para chuvas intensas); os públicos
somam R$ 2,56 bilhões, dos quais o setor de trans-
porte é o principal com R$ 1,86 bilhões.
Na distribuição anual, o pico de valores ocorre
em 2014 e 2019, com praticamente os mesmos va- Figura 145: Danos e prejuízos com chuvas
lores, arredondados em R$ 3,2 bilhões. Juntos, 2014 intensas distribuídos mensalmente
e 2019 representam 40% do total de danos e prejuí-
zos em chuvas intensa. Já em relação aos registros,
o pico ocorre em 2017, com 21% das ocorrências, ou
seja, 321 registros.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

3,5bi 210

3,0bi 180

2,5bi 150

2,0bi 120

1,5bi 90

1,0bi 60

0,5bi 30

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 146: Danos e prejuízos com chuvas intensas e registros por estado

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 121


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 3,3bi 241


Mato Grosso 2,9bi 186
Santa Catarina 2,1bi 305
Paraná 1,8bi 221
São Paulo 1,6bi 94
Minas Gerais 0,8bi 126
Mato Grosso do Sul 0,7bi 138
Rio de Janeiro 0,6bi 45
Paraíba 0,4bi 2
Alagoas 0,4bi 25
Tocantins 0,4bi 6
Maranhão 0,4bi 32
Pará 0,3bi 30
Bahia 0,1bi 34
Amazonas 0,1bi 2
Espirito Santo 0,1bi 14
Goiás 0,1bi 12
Sergipe 0,1bi 7
Pernambuco 0,04bi 5
Rondônia 0,04bi 3
Ceará 0,04bi 7
Roraima 0,001bi 2
Amapá 0,001bi 1
Acre 0 0
Piauí 0 0
Rio Grande do Norte 0 0

Figura 147: Danos e prejuízos com chuvas intensas por região

Sul Norte
7,1bi 0,8bi
43,8% 5,1%
os meses de junho em relação aos registros (206) e
Nordeste
1,5bi os meses de março em relação aos valores (R$ 3,31
9,5% bilhões). O primeiro semestre costuma ter os meses
com maiores impactos, correspondendo a 76% dos
danos e prejuízos e 64% das ocorrências.
Por fim, ao analisar os dados por distribuição
espacial, percebe-se uma concentração na parte
sul do Brasil que segue em duas linhas, uma lito-
rânea com machas até a Paraíba; e outra que vai a
Centro-Oes te
3,8bi oeste destacando áreas da porção centro-oeste do
23% país. Os valores por estado destacam Rio Grande

Sudeste do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina acima dos R$


3bi 2 bilhões e Paraná e São Paulo passando da mar-
18,6%
ca do R$ 1 bilhão. Em relação aos registros, os três
Figura 148: Danos e prejuízos com chuvas intensas estados da Região Sul são os que apresentam os
por região maiores números de ocorrências, ou seja, Santa Ca-
tarina com 305, Rio Grande do Sul com 241 e Paraná
com 221. Nesse cenário, a porcentagem por região
Ao analisar os dados por meses, percebe-se que aponta o Sul como o mais impactado em danos e
a alta em número de ocorrências corresponde a prejuízos, com 43,8% do total nacional, seguido pelo
uma queda em valores de danos e prejuízos, entre Centro-Oeste com 23%.
os meses de maio e junho. Assim, os picos marcam

122
VENDAVAIS E CICLONES
danos e prejuizos: R$ 7 bilhões
registros: 1.757

Figura 149: Danos e prejuízos com vendavais e ciclones por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

1,5bi 250

1,2bi 200

0,9bi 150

0,6bi 100

0,3bi Média 50
0,3bi

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 150: Danos e prejuízos com vendavais e ciclones distribuídos anualmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 123


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Os desastres referentes a vendavais e ciclones têm


uma participação de apenas 2% do montante total
de danos e prejuízos, e de 5% entre todos os registros
analisados neste relatório, sendo que a maior parte
corresponde aos prejuízos privados (55%); seguidos
pelos danos materiais (32,85%) e então os prejuízos
públicos (12,15%). Nos destaques estão, mais uma
vez, a agricultura para os prejuízos privados, com R$
2,86 bilhões; a habitação nos danos materiais, so-
mando R$ 1,22 bilhão e a energia para os prejuízos
públicos, com R$ 290 milhões.
Ao observar a distribuição anual de ocorrências
é possível identificar dois picos, um em 2009, com
216 registros, e outro em 2017, com 178 registros. Os
impactos em danos e prejuízos, entretanto, não des-
tacam o ano de 2017, fazendo com que 2009 fique
isolado em valores na casa do bilhão, ou seja, R$ 1,48
Figura 151: Danos e prejuízos com vendavais e bilhão. Os demais anos não ultrapassam os milhões,
ciclones por mesorregião sendo 2014 com R$ 650 milhões e 2017 com R$ 540
milhões. Nesse contexto, não se observa tendência
de alta, ficando a última década com apenas 38%
do total de danos e prejuízos.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

1,6bi 400

1,2bi 300

0,8bi 200

0,4bi 100

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 152: Danos e prejuízos com vendavais e ciclones distribuídos mensalmente

124
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 3,4bi 543


Santa Catarina 1,8bi 465
Paraná 872,8mi 275
Minas Gerais 274,4mi 191
São Paulo 263,4mi 54
Espirito Santo 81,9mi 32
Rio de Janeiro 79,8mi 24
Pernambuco 48,3m i 6
Mato Grosso 47,9mi 27
Amazonas 33,2mi 17
Ceará 25,1mi 6
Bahia 19,9mi 14
Mato Grosso do Sul 13,6mi 48
Pará 12,1mi 16
Maranhão 11,6mi 3
Rio Grande do Norte 10,3mi 10
Goiás 6,2mi 8
Alagoas 3,3mi 2
Piauí 3,2mi 2
Sergipe 2,8mi 2
Rondônia 2,3mi 2
Distrito Federal 1,9mi 1
Tocantins 1,9mi 1
Paraíba 1,3mi 3
Roraima 1,1mi 2
Acre 0,6mi 1
Amapá 0,3mi 2

Figura 153: Danos e prejuízos com vendavais e ciclones e registros por estado

Nordeste Por sua vez, a distribuição mensal destaca os


Norte 125,8mi
51,5mi 1,8% Centro-Oes te meses de outubro e novembro tanto em valores
0,7% como em ocorrências, ou seja, R$ 1,65 bilhão para
67,7mi
1%
407 registros e R$ 1,49 bilhão para 264 registros, res-
Sudeste pectivamente. Os demais meses do ano ficam com
699,5mi
10% danos e prejuízos abaixo de R$ 800 milhões.
Por fim, a visualização no mapa coloca em desta-
que as áreas mais ao sul do país, seguindo de forma
mais amena até Minas Gerais. Assim, ao se observar
os dados por estados, são exatamente Rio Grande
do Sul e Santa Catarina os que apresentam prejuí-
Sul
6,1bi zos na casa do bilhão e as ocorrências acima de 400
86,5% registros, ou seja, R$ 3,4 bilhões com 543 registros e
R$ 1,8 bilhão com 465, respectivamente. Juntos os
Figura 154: Danos e prejuízos com vendavais e dois estados somam 74% dos valores de todo o Brasil
ciclones por região e 57% das ocorrências. O estado do Paraná vem em
seguida, com R$ 872 milhões e 275 ocorrências, e
na sequência estão Minas Gerais e São Paulo. Nesse
cenário, a predominância dos danos e prejuízos fica
claramente na Região Sul, com 86,5% do total.

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 125


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

GRANIZO
danos e prejuizos: R$ 6,31 bilhões
registros: 1.110

Figura 155: Danos e prejuízos com granizo por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

1,2bi 120

1,0bi 100

0,8bi 80

0,6bi 60

0,4bi 40

Média
0,3bi
0,2bi 20

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 156: Danos e prejuízos com granizo distribuídos anualmente

126
Os desastres associados a granizo são responsá-
veis por 2% dos danos e prejuízos totais e por 3%
das ocorrências analisadas neste relatório. Entre os
R$ 6,31 bilhões acumulados ao longo dos 25 anos,
56,91% referem-se a prejuízos privados, com a agri-
cultura acumulando quase metade dos valores to-
tais, ou seja, R$ 3,09 bilhões (48,91%). Em seguida
estão os danos materiais, com 38,66%, sendo que
a habitação responde por R$ 1,9 bilhão, ou 30% do
total de danos e prejuízos. Por fim, os prejuízos pú-
blicos ficam na casa dos milhões, respondendo por
somente 4,43% do total geral, sendo o ensino o setor
mais afetado.
Na distribuição anual, percebe-se alguma ten-
dência de crescimento tanto nos registros como nos
valores, sendo a última década responsável por 51%
das ocorrências e 55% do montante total. O ano de
pico (2015) é o mesmo para registros (com 116 ocor- Figura 157: Danos e prejuízos com granizo
rências) e valores (com R$ 1 bilhão). O ano de 2013 vem por mesorregião
na sequência dos valores, correspondente a R$ 568,21
milhões. Já os registros marcam os anos de 2007 (82)
e 2008 (87) como os que acompanham o destaque
de 2015, sem, entretanto, ocasionar danos e prejuízos
comparativamente elevados. A média anual fica em
R$ 996,92 milhões de danos e prejuízos.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

2,5bi 300

2,0bi 240

1,5bi 180

1,0bi 120

0,5bi 60

0,0bi 0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 158: Danos e prejuízos com granizo distribuídos mensalmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 127


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Rio Grande do Sul 2,6bi 378


Paraná 2,4bi 290
Santa Catarina 824,3mi 281
Minas Gerais 180,9mi 86
Espírito Santo 121,4mi 20
São Paulo 94,7mi 17
Rio de Janeiro 53,6mi 19
Mato Grosso do Sul 17mi 8
Goiás 3,5mi 1
Bahia 2,3mi 3
Sergipe 2mi 1
Pará 0,8mi 2
Piauí 0,4mi 1
Mato Grosso 0,2mi 1
Rondônia 0,1mi 1
Pernambuco 0,02mi 1
Acre 0 0
Alagoas 0 0
Amazonas 0 0
Amapá 0 0
Ceará 0 0
Maranhão 0 0
Paraíba 0 0
Rio Grande do Norte 0 0
Roraima 0 0
Tocantins 0 0

Figura 159: Danos e prejuízos com granizo e registros por estado

Norte A análise, por meses, destaca o segundo semes-


0,9mi
0,01%
tre como principal período para ocorrência de grani-
Nordeste zo, sendo que as linhas de valores e registros mantêm
4,7mi Sul
o mesmo padrão, ou seja, marcam os meses de ou-
0,1% 450,6mi
* 7,1% tubro e setembro acima dos demais, com R$ 2,43 bi-
Centro-Oes te
20,8mi lhões e 299 ocorrências, e R$ 1,35 bilhão e 216 registros,
0,3% respectivamente. Juntos, esses meses concentram
60% dos danos e prejuízos e 46% das ocorrências.
Por sua vez, a distribuição espacial mostra pe-
quenas áreas de destaque em Minas Gerais, Espírito
Santo e São Paulo, colocando, de fato, em evidên-
cia o sul do território brasileiro. Os dados por estado
confirmam a discrepância entre a Região Sul e o
restante do país tanto de danos e prejuízos (92,4%)
Sudeste como em ocorrências (85,5%). Nesse contexto, Rio
5,8bi Grande do Sul lidera o ranking com R$ 2,6 bilhões
92,4%
e 378 registros, seguido por Paraná, com R$ 2,4 bi-
Figura 160: Danos e prejuízos com granizo por região lhões e 290 ocorrências e, então, Santa Catarina já
na casa dos milhões em danos e prejuízos (R$ 824,3
milhões) e 281 registros.

128
MOVIMENTO DE MASSA
danos e prejuizos: R$ 6,26 bilhões
registros: 446

Figura 161: Danos e prejuízos com movimentação de massa por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

2,5bi 50

2,0bi 40

1,5bi 30

1,0bi 20

0,5bi 10

Média
0,3bi

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 162: Danos e prejuízos com movimentação de massa distribuídos anualmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 129


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Os desastres de movimentos de massa são res-


ponsáveis por 2% dos danos e prejuízos totais e por
1% de todos os registros analisados neste relatório.
Assim, entre os R$6,26 bilhões mais da metade
(60,42%) são referentes aos danos materiais, ou seja,
R$ 3,78 bilhões. Os prejuízos ficam com 39,58%, con-
centrados nos privados, e mais especificamente, no
comércio, com 20,78% dos danos e prejuízos totais.
Os prejuízos públicos não atingem a casa do bilhão,
sendo o setor de transporte o mais afetado, com
3,46% do total geral.
Na distribuição anual, percebe-se que a quanti-
dade de ocorrências não é diretamente proporcio-
nal aos danos e prejuízos afetados, havendo anos
em que muitos registros causam poucas perdas, e
anos em que menos ocorrências causam mais per-
das. Assim, o ano de 2019 não lidera em número de
Figura 163: Danos e prejuízos com movimentação de ocorrências (26), mas tem forte destaque em valores
massa por mesorregião (R$ 2,38 bilhões), ao passo que em 2018 ocorre o pico
de registros (43), mas os danos e prejuízos causados
são comparativamente irrisórios (R$ 132,04 milhões),
bem abaixo da média anual de R$ 990,03 milhões.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

2,5bi 150

2,0bi 120

1,5bi 90

1,0bi 60

0,5bi 30

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 164: Danos e prejuízos com movimentação de massa distribuídos mensalmente

130
Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Alagoas 2,4bi 4
Rio de Janeiro 1,8bi 70
Minas Gerais 632,7mi 158
Bahia 441,4mi 17
São Paulo 336,2mi 21
Pernambuco 196,3mi 22
Santa Catarina 157,6mi 46
Espirito Santo 89,2mi 31
Pará 56,2mi 13
Rio Grande do Sul 45,7mi 11
Amazonas 42,6mi 13
Paraná 39,5mi 16
Acre 26,4mi 3
Mato Grosso do Sul 18,8mi 2
Mato Grosso 14mi 5
Paraíba 12,6mi 3
Maranhão 5,9mi 3
Ceará 2mi 3
Rio Grande do Norte 0,4mi 2
Sergipe 0,02mi 1
Rondônia 0,01mi 1
Goiás 0,001mi 1
Amapá 0 0
Piauí 0 0
Roraima 0 0
Tocantins 0 0

Figura 165: Danos e prejuízos com movimentação de massa e registros por estado

Sul Norte
0,2bi 0,1bi
3,9% 2% gistros está nos meses de janeiro, mais de dez vezes
Nordeste superior aos meses de setembro (126 ocorrências) e
3bi
48,3% metade dos danos e prejuízos, ou seja, R$ 1,13 bilhão.
Assim, em relação aos registros, os picos encontram-
-se no início e ao fim de cada ano, ao passo que en-
tre os valores há oscilação ao decorrer do ano.
No que diz respeito à localização espacial dos
danos e prejuízos, percebe-se no mapa pontos de
concentração próximos às divisas dos estados de
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; bem como
em regiões litorâneas da Bahia, Alagoas e Pernam-
Sudeste Centro-Oes te buco. Há ainda pequenos destaques no Sul, subin-
2,8bi 0,03bi do sentido oeste até a Região Norte. A observação
45,3% 0,5%
direta por estados coloca Alagoas e Rio de Janeiro
Figura 166: Danos e prejuízos com movimentação de na casa dos bilhões em danos e prejuízos, R$ 2,4 bi-
massa por regiã lhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente. Minas Gerais
vem em seguida, com R$ 632,7 milhões, mas lide-
rando em número de registros, com 158, mais da
A mesma leitura de contraste entre ocorrências metade do Rio de Janeiro. Chama a atenção Alago-
e perdas é feita na distribuição mensal, em que ao as que, apesar de ter os valores mais altos em danos
mesmo tempo que os meses de setembro ocasio- e prejuízos, registra apenas quatro ocorrências. Na
nam muitas perdas (35,5% ou R$ 2,22 bilhões) são análise por regiões, sobressaem-se as regiões Nor-
os que possuem menos registros (10). O pico de re- deste (48,3%) e a Sudeste (45,3%).

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 131


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

ALAGAMENTO
danos e prejuizos: R$ 5,19 bilhões
registros: 593

Figura 167: Danos e prejuízos com alagamentos por área

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

1,00bi 80

0,75bi 60

0,50bi 40

0,25bi 20
Média
0,2bi

0 0
0

04

08
06

09
07
2
03

05
01

10

14

18
98

16

19
96

99

17
97

12

13

15
95

11
0
0

20

20

20

20

20
20

20
20
20

20

20
20
20

20

20
20

20
20
20

20
19

19
19

19
19

Figura 168: Danos e prejuízos com alagamentos distribuídos anualmente

132
Os desastres de alagamentos referem-se a 1,5% do
montante em danos e prejuízos e a 2% de todos
os registros analisados neste relatório. Os impac-
tos causados por esse tipo de desastre registram
mais danos materiais, ou seja, 57,21% dos R$ 5,19
bilhões dessa tipologia, concentrados em danos
à infraestrutura (R$ 1,96 bilhão). Já entre os preju-
ízos, os públicos registram 23,09%, que impactam
principalmente o setor de esgoto (R$ 550 milhões),
ficando os prejuízos privados com 19,7%, referentes
principalmente à agricultura, que registra impacto
de R$ 360 milhões.
O gráfico de distribuição anual registra forte
tendência de alta nos registros, embora nos últi-
mos cinco anos os danos e prejuízos não sejam tão
elevados comparativamente ao seu pico, registra-
do nos anos de 2013 e 2014, com R$ 894 milhões e
R$ 871,61 milhões, respectivamente. Assim, a últi- Figura 169: Danos e prejuízos com alagamentos
ma década é marcada por 76% dos registros e 67% por mesorregião
dos danos e prejuízos. A média anual fica em R$
207,74 milhões em perdas.

Danos e Registros (un.)


Prejuízos (R$)

1,0bi 100

0,8bi 80

0,6bi 60

0,4bi 40

0,2bi 20

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 170: Danos e prejuízos com alagamentos distribuídos mensalmente

DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 133


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Danos e P rejuízos (R$) Registros (un.)

Bahia 827,9mi 67
Maranhão 558,9mi 20
Espirito Santo 498,2mi 10
Rio de Janeiro 497,8mi 21
Minas Gerais 422,9mi 68
São Paulo 386,9mi 23
Paraná 286,1mi 41
Santa Catarina 278,6mi 114
Mato Grosso do Sul 232,4mi 18
Ceará 193,2mi 21
Rio Grande do Sul 167,1mi 41
Pará 162,2mi 43
Amazonas 123,7mi 26
Sergipe 101mi 10
Alagoas 98,5mi 2
Goiás 70,6mi 8
Pernambuco 55,1mi 12
Piauí 42,4mi 8
Mato Grosso 41,6mi 18
Tocantins 40,7mi 3
Roraima 38,2mi 2
Rio Grande do Norte 21,7mi 3
Rondônia 17mi 5
Acre 15,8mi 1
Paraíba 13,1mi 5
Amapá 2,1mi 3

Figura 171: Danos e prejuízos com alagamentos e registros por estado

Sul Norte Na distribuição mensal, os meses de janeiro são


0,7bi 0,4bi
os que registram o maior número de ocorrências,
14,1% 7,7%
Nordeste correspondente a 93 registros, e o pico de danos e
1,9bi
prejuízos ocorre nos meses de maio, com R$ 926,80
36,8%
milhões, seguido pelos meses de abril com R$ 859,15
milhões. Após os meses de maio, a tendência é de
queda até setembro, para nova alta tanto em valo-
res como em registros até dezembro. Na soma total,
o primeiro semestre é responsável por 67% tantos
dos registros quanto dos danos e prejuízos.
Por fim, na visualização espacial, vê-se uma dis-
Sudeste
tribuição esparsa de regiões com destaques, sendo
1,8bi
34,8% Centro-Oes te que diversos estados têm alguma mesorregião nas
0,3bi últimas classes de danos e prejuízos. Nos totais por
6,6%
estado, a Bahia destaca-se nos danos e prejuízos,
Figura 172: Danos e prejuízos com alagamentos estando bem à frente dos demais, com R$ 827,9
por região milhões. O mesmo ocorre com Santa Catarina em
relação aos registros (114), com quase o dobro da
Bahia (67), por exemplo. Em valores, ainda estão
acima dos R$ 400,00 milhões nos estados do Mara-
nhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na análise dos dados por região brasileira, equili-
bram-se com 36,8% e 34,8% as regiões Nordeste e
Sudeste, respectivamente.

134
DANOS E PREJUÍZOS POR TIPOLOGIA DE DESASTRES 135
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

136
RELAÇÃO DOS DANOS
E PREJUÍZOS COM A
POPULAÇÃO E PIB

RELAÇÃO DOS DANOS E PREJUÍZOS COM A POPULAÇÃO E PIB 137


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

RELAÇÃO DOS DANOS


E PREJUÍZOS COM A
POPULAÇÃO E PIB

Figura 173: Danos e prejuízos pelo PIB

138
Conforme apresentado anteriormente, a concen- Considerando os danos materiais e prejuízos
tração das perdas no Brasil está nos estados do Rio per capita (Figura 174), destacam-se as Regiões Nor-
Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e deste e Sul, com os estados de Piauí, Paraíba, Santa
Santa Catarina. Ao considerar os danos e prejuízos Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Para es-
em relação ao PIB estadual (Figura 173), os estados ses estados, o valor médio das perdas per capita por
da Região Nordeste aparecem com os maiores va- ano varia entre R$ 175,65 a R$ 150,79. Considerando o
lores, com destaque para o Piauí, Paraíba, Ceará e Brasil, a média per capita anual é de R$ 69,90.
Pernambuco, para os quais, em média, as perdas
anuais representam 1,21%, 1,02%, 0,68% e 0,64% do
PIB, respectivamente.

Figura 174: Danos e prejuízos per capita

RELAÇÃO DOS DANOS E PREJUÍZOS COM A POPULAÇÃO E PIB 139


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Figura 175: Danos e prejuízos climatológicos em Figura 176: Danos e prejuízos climatológicos per capita
relação ao PIB

Entre os grupos de desastres, o climatológico perdas anuais pelo PIB, assim como os valores per
apresenta as maiores médias de perdas anuais per capita, a Região Nordeste destaca-se, com os esta-
capita, com o principal destaque para a Região Nor- dos do Piauí (1,03%) Paraíba (0,94%) e Ceará (0,60%)
deste, nos estados da Paraíba e Piauí. Em relação às apresentando os maiores valores.

Danos per capita Prejuízos per capita

200

150

100

50

PB PI PE CE MS SE ES BA RS RN AL MT MG SC PR RR MA TO GO AM AC RJ SP PA AP RO

Figura 177: Danos e prejuízos climatológicos per capita por estado

140
Figura 178: Danos e prejuízos hidrológicos Figura 179: Danos e prejuízos hidrológicos per capita
em relação ao PIB

As médias de perdas anuais per capita para o são Santa Catarina, Mato Grosso e Amazonas. Para
grupo de desastres hidrológico variam entre as re- os valores de danos e prejuízos anuais em relação
giões, com os principais destaques no Oeste do Bra- ao PIB, os estados que se destacam são Alagoas
sil. No entanto, os estados com os maiores valores (0,28%), Amazonas (0,25%) e Santa Catarina (0,22%).

Danos per capita Prejuízos per capita

100

80

60

40

20

SC MT AM ES RS AL AC RJ MS RO RR PI PE PR MG MA TO PA CE PB RN BA AP SP SE GO

Figura 180: Danos e prejuízos hidroógicos per capita por estado

RELAÇÃO DOS DANOS E PREJUÍZOS COM A POPULAÇÃO E PIB 141


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Figura 181: Danos e prejuízos meteorológicos Figura 182: Danos e prejuízos meteorológicos per capita
em relação ao PIB

Para o grupo de desastres meteorológico, os ses, o maior valor aparece para o Rio Grande do Sul,
três estados da Região Sul apresentam os maiores seguido de Santa Catarina e do Paraná, com as per-
valores, com destaque também para o estado do das anuais médias em relação ao PIB equivalendo a
Espírito Santo e Minas Gerais. Para ambas as análi- 0,06%, 0,04% e 0,03%, respectivamente.

Danos per capita Prejuízos per capita

25

20

15

10

RS SC PR ES MG MT MS SP AM RJ PE RN CE RR SE MA PA GO BA RO TO AL PI AC AP PB

Figura 183: Danos e prejuízos meteorológicos per capita por estado

142
RELAÇÃO DOS DANOS E PREJUÍZOS COM A POPULAÇÃO E PIB 143
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

144
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Os dados apresentados neste relatório foram con- qualificado e tendo, como consequência, registros
solidados de forma a fornecer informações sobre capazes de retratar a realidade com mais precisão.
a distribuição no tempo e no território dos danos Vale ressaltar, ainda, que as análises aqui apre-
e prejuízos causados por desastres. As representa- sentadas não esgotam o tema, antes, representam
ções gráficas e mapas auxiliam no entendimento um ponto de partida para a compreensão de dife-
de como os desastres ocorrem no país, fornecen- rentes aspectos que impactam nas perdas causa-
do uma ferramenta útil à identificação dos riscos, das por desastres. Significa dizer que a finalidade
apoiando os tomadores de decisão na concepção e deste relatório abarca a proposta de ser uma refe-
implantação de políticas públicas para a Redução rência para a gestão de risco de desastres ao apre-
de Risco de Desastres. sentar os dados por distribuição espacial, temporal
Cabe, porém, salientar que o processo de análi- e por tipologia, e assim permitir análises aprofunda-
se desses dados é complexo e sua metodologia de- das de acordo com o interesse de quem o estuda.
monstra quão trabalhosa é a sua consolidação em Nesse contexto, o que se percebe da leitura ini-
um formato único para tratamento. São desafios cial dos dados é que os desastres afetam grande
como a consideração de diferentes protocolos para parte dos municípios brasileiros, uma vez que, den-
registro que se alteraram ao longo do tempo, como tro do período analisado, dos 5.570 municípios bra-
classificação de chuvas intensas, por exemplo; a re- sileiros, 4.755 (85,4%) fizeram algum registro com
petição de ocorrências, como seca e estiagem, em danos materiais ou prejuízos, contabilizando um to-
função das renovações de reconhecimento federal tal de R$ 333,36 bilhões de perdas com desastres, a
a cada seis meses; a verificação de valores extre- maior parte referente aos prejuízos privados e públi-
mos, por erros nos documentos originais ou nos cos (R$ 266,81 bilhões), estando os danos materiais
processos de transcrição; e os registros por grupos registrados em menor proporção (R$ 66,54 bilhões).
de municípios com ausência de dados específicos. Assim, viu-se que dos prejuízos totais, os priva-
Daí que dos 64.429 registros iniciais, restaram váli- dos correspondem à 84,81% deles, com destaque
dos para a análise pouco mais da metade deles, ou para a agricultura, que soma R$ 149,82 bilhões. Para
seja, 32.832 registros. os prejuízos públicos (R$ 40,53 bilhões ou 15,19% do
Esse cenário de tratamento de dados já aponta total em prejuízos) o setor mais significativo é o da
para uma primeira consideração, que a produção água, com mais da metade deles, ou seja, R$ 23,13
do relatório permitiu traçar, qual seja, a demanda bilhões. Em relação aos danos materiais, os relacio-
de capacitação para gestores e agentes no que diz nados à infraestrutura são os prevalentes, acumu-
respeito à identificação dos desastres, tornando a lando R$ 39,13 bilhões (58,80%). Os danos em habi-
avaliação de riscos um processo mais presente e tações somam R$ 24,43 bilhões (36,71%) e apenas

CONSIDERAÇÕES FINAIS 145


145
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

4,49% do total de danos materiais estão relaciona- número de ocorrências numa determinada faixa
dos às categorias de ensino, comunitário, saúde e não necessariamente coincide com o maior mon-
comercial. O infográfico da página 148 resume to- tante. Ou seja, se por um lado pouco mais da meta-
das as informações levantadas neste relatório. de das ocorrências está na faixa de perdas entre R$
Outro ponto importante, que o relatório tam- 1 milhão e R$ 10 milhões (52%) e juntas representam
bém permite aprofundar, é a recorrência e inten- 20,5% do total de danos e prejuízos; por outro, é a fai-
sificação dos impactos, sendo necessário investir xa de R$ 10 milhões a R$ 100 milhões que concentra
em estudos e pesquisas que detalhem os números os maiores danos e prejuízos (51%), embora detenha
aqui organizados. Em relação à distribuição anual, apenas 21% das ocorrências. Ainda, a faixa de ocor-
por exemplo, percebe-se que o número de ocor- rências com mais de 1 bilhão em danos e prejuízos
rências e o total de perdas intensificam-se ao lon- apresenta apenas 7 registros, com os 5 maiores sen-
go dos anos. Ao considerar os principais valores de do desastres do grupo hidrológico.
danos materiais e prejuízos, verifica-se que seis dos Nesse sentido, além dos aspectos gerais de dis-
sete maiores valores ocorreram após o ano de 2012 tribuição temporal, a análise dos dados também
e os últimos três anos apresentaram os maiores va- precisa considerar especificidades locais que pro-
lores de ocorrências. O aumento da frequência e movam o conhecimento ampliado das circunstân-
das perdas com os desastres pode estar associado cias que derivam em desastres, buscando estabe-
a diferentes influências, como aumento populacio- lecer relações de causa e efeito. São características
nal, mudanças climáticas e o incentivo, melhoria físicas, sociais, de uso e ocupação do solo e de infra-
dos sistemas de informação e facilidade no registro estrutura, por exemplo, que permitirão determinar
dos desastres no contexto nacional, com a padroni- as melhores políticas públicas e os investimentos
zação estabelecida a partir de 2012. com foco em redução de riscos de desastres e forta-
É possível ainda estabelecer faixas para identi- lecimento da resiliência.
ficar a relação entre magnitude e recorrência dos Portanto, para compreender melhor a distri-
desastres (Figura 184), demonstrando que o maior buição mensal dos danos materiais e prejuízos

Ocorrência (coluna) Ocorrência acumulada (Linha) Perdas acumulada (linha)

18000 100%

13500 75%

9000 50%

4500 25%

0 0

0 - 100 mil 100 mil até 1 milhão 1 milhão até 10 milhões até 100 milhões até maior que
10 milhões 100 milhões 1 bilhão 1 bilhão

Figura 183: Ocorrência de desastres e perdas acumuladas

146
registrados, por exemplo, é possível considerar as em seguida, com 34,5% do total de perdas e 36% das
diferentes regiões do Brasil, sendo observadas as ocorrências. Para esse grupo, as tipologias de enxur-
seguintes características: radas e inundações são as mais significativas. Já o
grupo de desastres meteorológico representa ape-
NORTE: apresenta concentração dos desastres do nas 4% dos valores de danos materiais e prejuízos e
grupo hidrológico, com os maiores valores de danos totaliza 10% dos registros, representado pelos desas-
e prejuízos nos meses de janeiro a junho; tres de granizo e vendaval, principalmente.
Mais uma vez, cabe registrar que a leitura e a
NORDESTE: para o grupo de desastres climatológi- análise esmiuçada dos dados requer a compreen-
co, as perdas são significativas ao longo de todo o são de alguns limitantes. Há que se considerar, por
ano, aparecendo de maneira mais intensa nos me- exemplo, que, devido à característica de perdurar
ses de setembro a novembro, com as ocorrências por longos períodos, as ocorrências de seca e estia-
concentradas na região do semiárido. Para o grupo gem têm impacto significativo nos dados, uma vez
de desastres hidrológico, os meses de abril a junho que correspondem a 59,94% (R$ 199,83 bilhões) do
apresentam os maiores valores de danos materiais valor global de danos materiais e prejuízos e 54,6%
e prejuízos, predominante na faixa litorânea e na (17.925) do total de registros. Outro aspecto que
fronteira com a Região Norte; deve ser observado são os grupos de municípios,
pois a aglutinação de diversos municípios em sob
CENTRO-OESTE: os danos e prejuízos na região um único protocolo pode comprometer a segmen-
concentram-se no primeiro semestre do ano, prin- tação dos dados, dificultando a análise minuciosa
cipalmente entre os meses de fevereiro a maio, das informações.
com as ocorrências concentradas na porção cen- Enfim, os resultados apresentados demonstram
tral da região; como os impactos causados pelas ocorrências aqui
analisadas tornaram-se consideráveis, principal-
SUDESTE: os eventos hidrológicos ocorrem princi- mente nas últimas décadas. E mesmo que desastres
palmente na faixa litorânea e se concentram entre de grande magnitude não ocorram no Brasil com a
os meses de dezembro e maio. Para os desastres cli- mesma frequência que em outros países (apenas
matológicos, as perdas e ocorrências concentram- oito registros com perdas superiores a R$1 bilhão),
-se no norte do Estado de Minas Gerais, região in- a recorrência dos eventos resulta em uma soma de
fluenciada pelo clima semiárido, que engloba desde danos e prejuízos relevante. Ao considerar o período
a parte central do Nordeste até o norte do Sudeste; desta pesquisa, anualmente são reportadas perdas
superiores a R$ 13,33 bilhões, o que significa que o
SUL: é a região do Brasil que apresenta os maiores país perde mais de R$ 1 bilhão mensalmente com
valores de danos e prejuízos relacionados a even- desastres. São valores que indicam a relevância dos
tos meteorológicos, concentrados nos meses de impactos econômicos relacionados a desastres no
setembro a dezembro. Os eventos climatológicos país, mesmo considerando que se trata de estima-
estão concentrados na faixa oeste da Região, com tivas dos municípios, em muitos casos imprecisas e
os valores mais significativos entre os meses de com lacunas de informações nos registros.
dezembro a abril; e os desastres hidrológicos estão Adicionalmente a este relatório, os dados de da-
distribuídos entre os três estados, concentrados nos e prejuízos nacionais estão disponíveis também
nos meses de outubro e janeiro. online, na plataforma relatoriodedesastres.ceped.
ufsc.br. Trata-se de uma forma mais dinâmica de
Por fim, em relação aos grupos de desastres, re- manter os dados com atualização frequente, poden-
gistra-se o climatológico como o que mais incide em do, portanto, os valores informados na plataforma
danos e prejuízos, respondendo por 60% dos valores apresentarem divergências com esta publicação.
e 55,2% dos registros. Esse resultado é influenciado
principalmente pela ocorrência dos eventos de es-
tiagem e seca. Os desastres hidrológicos aparecem

CONSIDERAÇÕES FINAIS 147


RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

Fonte: Elaborado pelo Banco Mundial em parceria Universidade


Federal de Santa Catarina (UFSC), com base nos dados da Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) e dos órgãos estaduais
de Defesa Civil, 1995 – 2019, com valores corrigidos para 2019.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 149
RELATÓRIO DE DANOS MATERIAIS E PREJUÍZOS DECORRENTES DE DESASTRES NATURAIS NO BRASIL (1995-2019)

GLOSSÁRIO
DANOS MATERIAIS: Resultado das perdas materiais TRANSPORTE: serviços essenciais de trans-
infligidas como consequência de um desastre; são portes locais, regionais e de longo curso.
dimensionados, predominantemente, pelos bens
imóveis e instalações danificadas ou destruídas. SEGMENTAÇÃO DO SETOR PRIVADO:

SEGMENTAÇÃO DOS DANOS MATERIAIS: AGRICULTURA: perdas no setor da economia


agrícola;
COMERCIAL: instalações públicas de uso co- COMÉRCIO: perdas no setor da economia co-
mercial; mercial;
COMUNITÁRIO: instalações públicas de uso INDÚSTRIA: perdas no setor da economia in-
comunitário; dustrial;
ENSINO: instalações públicas de ensino; PECUÁRIA: perdas no setor da economia pe-
HABITAÇÕES: habitações danificadas e des- cuária;
truídas; SERVIÇOS: perdas no setor da economia de
INFRAESTRUTURA: obras de infraestrutura; serviços;
SAÚDE: instalações públicas de saúde. AGRICULTURA: perdas no setor da economia
agrícola;
PREJUÍZOS PÚBLICOS E PRIVADOS: Medida de COMÉRCIO: perdas no setor da economia co-
perda relacionada com o valor econômico, social e mercial;
patrimonial de um determinado bem, em circuns- INDÚSTRIA: perdas no setor da economia in-
tâncias de desastre, relacionados aos setores priva- dustrial;
do ou público. PECUÁRIA: perdas no setor da economia pe-
cuária;
SEGMENTAÇÃO DO SETOR PÚBLICO: SERVIÇOS: perdas no setor da economia de
serviços.
ÁGUA: abastecimento de água potáve; .
COMBUSTÍVEL: distribuição de combustíveis;
ENERGIA: geração e distribuição de energia;
ENSINO: serviços essenciais de ensino;
ESGOTO: serviços essenciais de esgoto pluvial
e sanitário;
LIMPEZA: serviços essenciais de limpeza ur-
bana e de recolhimento e destinação do lixo;
PRAGAS: serviços essenciais de sistema de
desinfestação e desinfecção do habitat e de
controle de pragas e vetores;
SAÚDE: serviços essenciais de assistência mé-
dica, saúde pública e emergências médico-ci-
rúrgicas;
SEGURANÇA: serviços essenciais de segu-
rança pública.
TELECOMUNICAÇÃO: serviços essenciais de
telecomunicações.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Instrução Normativa Nº 1, de 24 de agosto ção de reconhecimento de Situação de Emergência
de 2012. Ministério da Integração Nacional Gabine- ou de Estado de Calamidade Pública por meio do
te do Ministro. Estabelece procedimentos e critérios Sistema Integrado de Informações sobre Desastres
para a decretação de situação de emergência ou es- - S2ID. Diário Oficial da União, Brasília, 10 set. 2012, nº
tado de calamidade pública pelos Municípios, Esta- 175, Seção 1, pág. 27. Disponível em:
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BRASIL. Instrução Normativa Nº 2, de 12 de setem- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍS-


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à jornada de trabalho de que trata o art. 19 da Lei zacao-dos-espacos-rurais-e-urbanos-do-brasil.ht-
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, regulamentado ml?=&t=sobre. Acesso em: 18 ago. 2020.
pelo Decreto nº 1.590, de 10 de agosto de 1995 e pelo
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BRASIL. Portaria Nº 526, de 6 de setembro de
2012. Ministério da Integração Nacional Gabinete do
Ministro. Estabelece procedimentos para a solicita-

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Créditos

ORGANIZAÇÃO PROJETO GRÁFICO


Rafael Schadeck, Me. Ana Leticia Oliveira do Amaral, Ma.

SUPERVISÃO FAPEU DIAGRAMAÇÃO


Gilberto Vieira Ângelo Igor Flores Freitas

SUPERVISÃO BANCO MUNDIAL GRÁFICOS


Joaquin Toro, Me. Giuliano Marcus Bianco
Frederico Ferreira Fonseca Pedrosos, Dr.
INFOGRÁFICOS
SUPERVISÃO CEPED UFSC (COLABORAÇÃO) Diego Borges, Me.
Prof. Amir Mattar Valente, Dr. Igor Flores Freitas

EQUIPE TÉCNICA REVISÃO TEXTUAL


Adriana Landim Quinaud Patrícia Leonor Martins, Ma.
Bárbara D’oro
Gabriel Machado FOTOGRAFIAS
Júlia Valentina Bonelli Antônio Cruz (Abr) - capa e contracapa
Leticia Dalpaz De Azevedo Felipe Dias (Unsplash) - 4-5
Lucas Trajano Soares Tânia Rêgo (Agência Brasil) - 6-7, 7-8
Maicon Basso Dos Santos Thiago Japyassú (Unsplash) - 12-13, 16-17
Milena Salgado Cardoso Dos Santos Antonio Cruz (Agência Brasil) - 22-23
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena Tânia Rêgo (Agência Brasil) - 28-29
Fernando Frazão (Agência Brasil)- 59-60
CARTOGRAFIA Sérgio Vale (Secom) - 104-105
Johnny Rafael Lang Adriano Machado (Agência Brasil) - 136-137
Marília Lima Trindade

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