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VOLUME

VOLUMEBAHIA
PARÁ
VOLUME
VOLUMEBAHIA
PARÁ
PRESIDENTE DA REPÚBLICA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E
Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff PESQUISAS SOBRE DESASTRES
MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL Diretor Geral
Excelentíssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho Professor Antônio Edésio Jungles, Dr.
SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL Diretor Técnico e de Ensino
Excelentíssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE Diretor de Articulação Institucional
MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES Professor Irapuan Paulino Leite, Msc.
Excelentíssimo Senhor Rafael Schadeck
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Superintendente Geral
Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Professor Pedro da Costa Araújo, Dr.
Professor Álvaro Toubes Prata, Dr.
Diretor do Centro Tecnológico da Universidade Federal
de Santa Catarina
Professor Edson da Rosa, Dr.

Esta obra é distribuída por meio da Licença Creative Commons 3.0


Atribuição/Uso Não-Comercial/Vedada a Criação de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e


Pesquisas sobre Desastres.
Atlas brasileiro de desastres naturais 1991 a 2010: volume Bahia / Centro
Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianópolis: CEPED
UFSC, 2011.
75 p. : il. color. ; 30 cm.

Volume Bahia.
ISBN 978-85-64695-07-8

1. Desastres naturais. 2. Estado da Bahia - atlas. I. Universidade Federal de


Santa Catarina. II. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres. III. Secretaria Nacional de Defesa Civil. IV. Título.

CDU 912(813.8)
Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.
APRESENTAÇÃO

A construção de uma nova realidade para a Defesa Civil no Brasil, Nas últimas décadas os Desastres Naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das
principalmente no que se refere à política de redução de riscos, requer populações. Há um aumento considerável não só na frequência e intensidade, mas também nos impactos
conhecer os fenômenos e os desastres que nosso território está sujeito. Para gerados, com danos e prejuízos cada vez mais intensos.
O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais é um produto de pesquisa resultado do acordo de cooperação entre a
nos prepararmos, precisamos saber os perigos que enfrentamos.
Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade
O levantamento de informações e a caracterização do cenário nacional de
Federal de Santa Catarina.
desastres é uma necessidade antiga, compartilhada por todos que trabalham A pesquisa teve por objetivo compilar e disponibilizar informações sobre os registros de desastres ocorridos em
com Defesa Civil. A concretização do referido levantamento contou com a todo o território nacional nos últimos 20 anos (1991 a 2010), por meio da publicação de 26 Volumes Estaduais e
participação de todos os estados e da academia. A cada dia fica mais evidente um Volume Brasil.
que a colaboração entre os atores envolvidos (Distrito Federal, estados e O levantamento dos registros históricos, derivando na elaboração dos mapas temáticos e na produção do Atlas,
municípios) é essencial para o alcance de objetivos comuns. é relevante na medida em que viabiliza construir um panorama geral das ocorrências e recorrências de desastres
A ampla pesquisa realizada e materializada pela publicação deste Atlas teve no país e suas especificidades por Estado. Possibilita, assim, subsidiar o planejamento adequado em gestão
de risco e redução de desastres, a partir da análise ampliada abrangendo o território nacional, dos padrões de
como objetivo corrigir essa falta de informações. O conhecimento gerado
frequência observados, dos períodos de maior ocorrência, das relações destes eventos com outros fenômenos
poderá beneficiar os interessados no assunto, a partir dos mais diversos
globais e da análise sobre os processos relacionados aos desastres no país.
propósitos, e estará em constante desenvolvimento e melhoria. O Brasil não possuía, até o momento, bancos de dados sistematizados e integrados sobre as ocorrências de
Finalmente, deixo aqui expresso meu sincero agradecimento a todos aqueles desastres e, portanto, não disponibilizava aos profissionais e aos pesquisadores informações processadas acerca
que de alguma forma contribuíram para a construção deste trabalho que destes eventos, em séries históricas.
a Secretaria Nacional de Defesa Civil, em cooperação com a Universidade Este Atlas é o primeiro trabalho em âmbito nacional realizado com a participação de 14 pesquisadores para recolher
Federal de Santa Catarina, apresenta para a sociedade brasileira. dados oficiais nos 26 Estados e no Distrito Federal do Brasil e envolveu um total de 53 pessoas para a sua produção.
As informações apresentadas foram retiradas de documentos oficiais nos órgãos estaduais de Defesa Civil, Ministério
da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Arquivo Nacional e Imprensa Nacional.
Secretário Humberto Viana
A proposta de desenvolver um trabalho desta amplitude mostra a necessidade premente de informações que
Secretário da Secretaria Nacional de Defesa Civil
ofereçam suporte às ações de proteção civil. O foco do trabalho consiste na caracterização dos vários desastres
enfrentados pelo país nas duas últimas décadas.
Este volume apresenta os mapas temáticos de ocorrências de desastres naturais do Estado da Bahia, referente
a 2.921 documentos compulsados, que mostram, anualmente, os riscos relacionados a estiagens e secas,
inundações bruscas e outros eventos naturais adversos.
Nele, o leitor encontrará informações relativas aos totais de registros dos desastres naturais recorrentes no Estado,
espacializados nos mapas temáticos dos eventos adversos, que, juntamente com a análise de infográficos com
registros anuais, gráficos de danos humanos, frequências mensais das ocorrências e de médias de precipitação,
permitem uma visão global dos desastres na Bahia, de forma a subsidiar o planejamento e a gestão das ações de
minimização no Estado.

Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr.


Coordenador Geral CEPED UFSC
EXECUÇÃO DO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

Coordenação do projeto Geoprocessamento Priscila Stahlschmidt Moura


Professor Antônio Edésio Jungles, Dr. Professor Carlos Antonio Oliveira Vieira, Dr. Renato Zetehaku Araujo
Renato Zetehaku Araujo Thiago Hülse Carpes
Supervisão do projeto Thiago Linhares Bilck
Professor Rafael Schadeck, Ms. - Geral Revisão bibliográfica e ortográfica Vinícius Neto Trucco
Jairo Ernesto Bastos Krüger - Adjunto Graziela Bonin Vlade Dalbosco
Pedro Paulo de Souza
Equipe de elaboração do atlas Equipe de apoio
Bruna Alinne Clasen Revisão do conteúdo Eliane Alves Barreto
Daniela Prá S. de Souza Gerly Mattos Sánchez Juliana Frandalozo Alves dos Santos
Diane Guzi Mari Angela Machado Lucas Martins
Drielly Rosa Nau Michely Marcia Martins Paulo Roberto dos Santos
Evandro Ribeiro Sarah Marcela Chinchilla Cartagena Valter Almerindo dos Santos
Frederico de Moraes Rudorff
Gerly Mattos Sánchez Equipe de campo, coleta e tratamento de dados
Lucas dos Santos Carolinna Vieira de Cisne
Mari Angela Machado Daniel Lopes Gonçalves
Michely Marcia Martins Daniela Prá S. de Souza
Patricia de Castilhos Drielly Rosa Nau
Regiane Mara Sbroglia Bruno Neves Meira
Rita de Cassia Dutra Érica Zen
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena Fabiane Andressa Tasca
Fernanda Claas Ronchi
Projeto Gráfico Filipi Assunção Curcio
Alex-Sandro de Souza Gabriel Muniz
Douglas Araújo Vieira Gerly Mattos Sánchez
Eduardo Manuel de Souza Karen Barbosa Amarante
Marcelo Bezzi Mancio Larissa Dalpaz de Azevedo
Larissa Mazzoli
Diagramação Laura Cecilia Müller
Alex-Sandro de Souza Lorran Adão Cesarino da Rosa
Annye Cristiny Tessaro (Lagoa Editora) Lucas Soares Mondadori
Douglas Araújo Vieira Lucas Zanotelli dos Santos
Eduardo Manuel de Souza Michely Marcia Martins
José Antônio Pires Neto Monique Nunes de Freitas
Marcelo Bezzi Mancio Nathalie Vieira Foz
Patricia Carvalho do Prado Nogueira
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Esquema do registro de desastres----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11


Figura 2 - Hierarquização de Documentos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
Figura 3 - Codificação dos documentos oficiais digitalizados----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
Figura 4 - Vista do Morro do Pai Inacio, Chapada Diamantina - Bahia-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 17

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Frequência mensal das estiagens e secas na Bahia, no período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
Gráfico 2 - Danos humanos ocasionados por estiagens e secas na Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------- 31
Gráfico 3 - Frequência mensal de inundações bruscas na Bahia, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 37
Gráfico 4 - Danos humanos causados por inundações bruscas na Bahia, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 39
Gráfico 5 - Médias pluviométricas em 1992, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado da Bahia------------------------------------------- 45
Gráfico 6 - Frequência mensal de inundação gradual na Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 46
Gráfico 7 – Danos humanos ocasionados por inundação gradual na Bahia, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------------- 47
Gráfico 8 - Frequência mensal de vendaval e/ou ciclone na Bahia, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 49
Gráfico 9 – Danos humanos ocasionados por vendaval e/ou ciclone na Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------- 49
Gráfico 10 - Frequência mensal de tornados na Bahia, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 50
Gráfico 11 - Frequência mensal de granizos na Bahia, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51
Gráfico 12 – Danos humanos ocasionados por granizos na Bahia, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51
Gráfico 13 – Frequência mensal de movimentos de massa na Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 53
Gráfico 14 - Danos humanos ocasionados por movimentos de massa na Bahia, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------- 55
Gráfico 15 - Frequência mensal de erosão linear na Bahia, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 56
Gráfico 16 - Frequência mensal de erosão fluvial na Bahia, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 56
Gráfico 17 - Danos humanos ocasionados por erosão linear na Bahia, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 57
Gráfico 18 - Danos humanos ocasionados por erosão fluvial na Bahia, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 57
Gráfico 19 - Frequência mensal de erosão marinha na Bahia, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 59
Gráfico 20 - Danos humanos ocasionados por erosão marinha na Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------- 59
Gráfico 21 – Percentual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado da Bahia, durante o período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------- 65
Gráfico 22 - Freqüência mensal dos desastres naturais mais recorrentes da Bahia, no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------- 65
Gráfico 23 – Municípios mais atingidos, da Bahia, classificados pelo total de registros de desastres naturais, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------- 67
Gráfico 24 - Total de danos humanos no Estado da Bahia período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67
Gráfico 25 - Comparativo de registros de ocorrência de desastres entre as décadas de 1990 e 2000---------------------------------------------------------------------------------------------------- 75
Gráfico 26 - Total de registros coletados entre 1991 e 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 75

LISTA DE INFOGRÁFICOS

Infográfico 1 – Municípios atingidos por estiagens e secas no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------- 33
Infográfico 2 – Municípios atingidos por inundações bruscas no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------- 41
Infográfico 3 - Municípios atingidos por inundações graduais no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------- 46
Infográfico 4 - Municípios atingidos por vendavais no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 50
Infográfico 5 - Município atingido por tornado no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 50
Infográfico 6 - Municípios atingidos por granizos no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51
Infográfico 7 - Municípios atingidos por movimentos de massa no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 55
Infográfico 8 – Municípios atingidos por erosão linear no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------- 57
Infográfico 9 - Municípios atingidos por erosão fluvial no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------- 57
Infográfico 10 – Municípios atingidos por erosão marinha no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------ 61

LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Político do Estado da Bahia------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 16


Mapa 2 - Político das Mesorregiões Metropolitana de Salvador, Nordeste e Centro Norte Baiano------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
Mapa 3 - Político das Mesorregiões Centro Sul, Extremo Oeste Baiano e Vale São-Franciscano da Bahia------------------------------------------------------------------------------------------------ 20
Mapa 4 - Político da Mesorregião Sul Baiano---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22
Mapa 5 - Desastres naturais causados por estiagens e secas nas Mesorregiões da Bahia no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------- 28
Mapa 6 - Desastres naturais causados por estiagens e secas nas Mesorregiões da Bahia no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------- 30
Mapa 7 - Desastres naturais causados por estiagens e secas na Mesorregião Sul Baiano no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------- 32
Mapa 8 - Desastres naturais causados por inundações bruscas nas Mesorregiões da Bahia período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------ 36
Mapa 9 - Desastres naturais causados por inundações bruscas nas Mesorregiões da Bahia período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------ 38
Mapa 10 - Desastres naturais causados por inundações bruscas na Mesorregião Sul Baiano período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------- 40
Mapa 11 - Desastres naturais causados por inundação gradual na Bahia no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------- 44
Mapa 12 - Desastres naturais causados por vendaval e/ou ciclone e tornado na Bahia período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------- 48
Mapa 13 - Desastres naturais causados por granizo na Bahia no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 52
Mapa 14 - Desastres naturais causados por movimentos de massa, erosão linear e erosão fluvial na Bahia no período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------- 54
Mapa 15 - Desastres naturais causados por erosão marinha na Bahia no período de 19991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 60
Mapa 16 - Total de registros de desastres naturais por município nas Mesorregiões da Bahia no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------- 64
Mapa 17 - Total de registros de desastres naturais por município nas Mesorregiões da Bahia no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------- 66
Mapa 18 - Total de registros de desastres naturais por município na Mesorregião Sul Baiano no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------- 68

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos desastres naturais quanto à origem------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12


Tabela 2 - População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo Brasil, Estado da Bahia e as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010-------------------------- 19
Tabela 3 - População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Nordeste e Unidades da Federação – 2000/2010------------------------------------------------ 21
Tabela 4 - Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Região Nordeste e Unidades da Federação – 2004/2008-------------------------------------------------------------------------------------- 21
Tabela 5 - Déficit Habitacional Urbano em Relação aos Domicílios Particulares Permanentes, Segundo Brasil, Região Nordeste e Unidades da Federação - 2008--------------------------------- 21
Tabela 6 - Distribuição percentual do Déficit Habitacional Urbano por Faixas de Renda Média Familiar Mensal, Segundo Região Nordeste e Unidades da Federação - FJP/2008---------------- 21
Tabela 7 - Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuição percentual, por grupos de anos de estudo - Brasil, Região Nordeste e Estado da Bahia – 2009-------------------- 23
Tabela 8 - Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo - Brasil, Região Nordeste e Unidades--------- 23
Tabela 9 - Registros de desastres naturais por evento, nos municípios da Bahia, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------- 67
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11

O ESTADO DA BAHIA 15

DESASTRES NATURAIS NA BAHIA DE 1991 A 2010 25

ESTIAGEM E SECA 29

INUNDAÇÃO BRUSCA 37

INUNDAÇÃO GRADUAL 45

VENDAVAL E/OU CICLONE, TORNADO 49

GRANIZO 51

MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL 53

EROSÃO MARINHA 59

DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA 63

CONSIDERAÇÕES FINAIS 75
Elevador Lacerda - Salvador/BA
Fonte: Secretaria de Turismo da Bahia
INTRODUÇÃO 11
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

INTRODUÇÃO O Relatório de Danos foi um documento para registro do Ministério da Integração Nacional e Secretaria Nacional de
oficial utilizado pela Defesa Civil até meados de 1990, sendo Defesa Civil, por meio de consulta de palavras-chave “desastre”,
No Brasil, as informações oficiais sobre um desastre substituído, posteriormente, pelo AVADAN. Os documentos “situação de emergência” e “calamidade”.
podem ocorrer pela emissão de dois documentos distintos, não são armazenados em meio físico, de responsabilidade das
obrigatoriamente dependentes: o Formulário de Notificação Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil. Tratamento dos Dados
Preliminar de Desastre (NOPRED) e/ou o Formulário de Avaliação A relevância da pesquisa refere-se à importância que
de Danos (AVADAN). Quando um município encontra-se em deve ser dada ao ato de registrar e armazenar, de forma precisa, Para compor a base de dados do Atlas Brasileiro de Desastres
situação de emergência ou calamidade pública, um representante integrada e sistemática, os eventos adversos ocorridos no país. Naturais e a fim de evitar a duplicidade de registros, os documentos
da Defesa Civil do município preenche o documento e o envia Até o momento da pesquisa, não foram evidenciados bancos de foram selecionados de acordo com a escala de prioridade da |..
simultaneamente para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil dados ou informações sistematizadas sobre o contexto brasileiro Figura 2 – Hierarquização de Documentos
e para a Secretaria Nacional de Defesa Civil. de ocorrências e controle de desastres no Brasil.
Após a emissão de um dos dois documentos, ocorre Assim, a pesquisa justifica-se pela construção pioneira
a oficialização da ocorrência do desastre por meio de um do resgate histórico e ressalta a importância dos registros pelos
Decreto Municipal exarado pelo Prefeito. Quando não é possível órgãos federais, distrital, estaduais e municipais de Defesa Civil,
preencher um dos dois documentos, o Prefeito Municipal pode para que estudos abrangentes e discussões sobre as causas e
oficializar a ocorrência de um desastre diretamente pela emissão intensidade dos desastres possam contribuir para a construção
do Decreto. de uma cultura de proteção civil.
Em seguida, ocorre a homologação do Decreto pela
divulgação de uma Portaria no Diário Oficial da União, emitida Levantamento de Dados
pelo Secretário Nacional de Defesa Civil ou Ministro da Integração
Nacional, como forma de tornar pública e reconhecida uma Entre outubro de 2010 a maio de 2011, pesquisadores
situação de emergência ou um estado de calamidade pública. do CEPED UFSC visitaram as 26 capitais brasileiras para obter os
A Figura 1 ilustra o processo de informações para a oficialização documentos oficiais de registros de desastres disponibilizados Fonte: Própria pesquisa, 2011.

de um registro de um desastre. pelas Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil. Os


Figura 1 - Esquema do registro de desastres pesquisadores também foram à Secretaria Nacional de Defesa Os documentos selecionados foram nomeados com
Civil para coletar os registros arquivados. Primeiramente, todas base em um código formado por 5 campos (Figura 3), que
as Coordenadorias Estaduais receberam um ofício da Secretaria permitem a identificação da:
Nacional de Defesa Civil comunicando o início da pesquisa e 1 – Unidade Federativa
solicitando a cooperação no levantamento dos dados. 2 – Tipo do documento:
Como na maioria dos Estados os registros são realizados A – AVADAN
em meio físico e arquivados, os pesquisadores utilizaram como N – NOPRED
equipamento de apoio um scanner portátil para transformar em R – Relatório de danos
meio digital os documentos disponibilizados. Foram digitalizados P – Portaria
os documentos datados entre 1991 e 2010, possibilitando o D – Decreto municipal ou estadual
resgate histórico dos últimos 20 anos de registros de desastres O – Outros documentos (tabelas, ofícios, etc.)
3 – Código do município estabelecido pelo IBGE
no Brasil. Os documentos oficiais encontrados consistem em
4 – Codificação de desastres, ameaças e riscos (CODAR)
relatório de danos, AVADANs, NOPREDs, decretos e portarias. 5 – Data de ocorrência do desastre (ano/mês/dia).
Como forma de minimizar as lacunas de informações, Quando não foi possível identificar a data do evento, foi
Fonte: Própria pesquisa, 2011. foram coletados documentos em arquivos e banco de dados considerada a data do decreto de homologação ou elaboração
do relatório.
INTRODUÇÃO 13
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Produção de Mapas Temáticos A análise apresenta uma descrição do contexto onde os


eventos ocorreram e permitem subsidiar os órgãos competentes
Com o objetivo de possibilitar a análise dos dados, para ações de prevenção e reconstrução. Assim, o Atlas
foram desenvolvidos mapas temáticos para espacializar e Brasileiro de Desastres Naturais consiste em uma fonte para
representar a ocorrência dos eventos. Utilizou-se a base de pesquisas e consultas, pois reúne informações sobre os eventos
dados georreferenciada do Instituto Brasileiro de Geografia e adversos registrados no território nacional o que contribui para
Estatística (IBGE, 2005), como referência para a produção dos a construção de conhecimento.
mapas. Assim, os mapas que compõem a análise dos dados por
Estado, são: Limitações da pesquisa
• Mapa Político do Estado;
• Mapas temáticos para cada tipo de desastre; As principais dificuldades encontradas na pesquisa,
• Mapa temático com o total de registros no Estado. foram: as condições de acesso, as lacunas de informações por
mau preenchimento, banco de imagens e referencial teórico
Análise dos Dados para a caracterização geográfica de cada Estado, além da
armazenagem inadequada dos formulários, muitos guardados
A partir dos dados coletados para cada Estado, foram em locais sujeitos a fungos e à umidade.
desenvolvidos mapas, gráficos e tabelas que possibilitaram Por meio da realização da pesquisa, evidenciaram-se
construir um panorama espaço-temporal sobre a ocorrência de algumas fragilidades quanto ao processo de gerenciamento das
desastres. Quando encontradas fontes teóricas que permitissem informações sobre os desastres brasileiros, como:
caracterizar os aspectos geográficos do Estado, como clima, • A ausência de unidades e campos
vegetação e relevo, as análises puderam ser complementadas. padronizados para as informações declaradas
Os aspectos socioeconômicos do Estado também compuseram pelos documentos;
uma fonte de informações sobre as características locais. • Ausência de sistema de coleta sistêmica e
A análise consiste na breve caracterização dos aspectos armazenamento dos dados;
geográficos do Estado, avaliação dos registros de desastres e • Cuidado quanto ao registro e integridade
avaliação dos danos humanos relativos às ocorrências, com a histórica;
utilização de mapas e gráficos para elucidar a informação. Assim, • Dificuldades na interpretação do tipo de
as informações do Atlas são apresentadas em três capítulos: desastre pelos responsáveis pela emissão dos
Capítulo 1 – Apresentação do Estado, mapa político, documentos;
aspectos geográficos e demográficos; • Dificuldades de consolidação, transparência e
Capítulo 2 – Análise dos desastres naturais do Estado acesso aos dados.
entre 1991-2010, mapas temáticos e análise de cada desastre Cabe ressaltar que o aumento do número de registros a
ocorrido, gráficos relacionados aos registros de desastres e cada ano pode estar relacionado à evolução dos órgãos de Defesa
danos humanos; Civil quanto ao registro de desastres nos documentos oficiais.
Capítulo 3 – Diagnóstico dos desastres naturais no Assim, acredita-se que pode haver carência de informações sobre
Estado, mapa temático contendo todos os registros desastres os desastres ocorridos no território nacional, principalmente entre
ocorridos entre 1991-2010 e gráficos de todos os desastres 1991 e 2001, período anterior ao formulário AVADAN.
recorrentes.
O Estado da Bahia

Fonte: Secretaria de Turismo da Bahia


16 O ESTADO DA BAHIA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 1 - POLÍTICO DO ESTADO DA BAHIA !

48°W 45°W 42°W 39°W 36°W


Pará Maranhão
Pernambuco
9°S 9°S

Piauí
Alagoas
!

!
VALE SAO-FRANCISCANO DA BAHIA
Sergipe
To c a n t i n s
NORDESTE BAIANO
!

CENTRO NORTE BAIANO

12°S 12°S

EXTREMO OESTE BAIANO


METROPOLITANA DE SALVADOR

OCEANO
CENTRO SUL BAIANO AT L Â N T I C O
Goiás

MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE BAHIA NO BRASIL

15°S 70°W 40°W 15°S

Convenções
Goias 0°
! Capital
D i s t r i t!o F e d e r a l SUL BAIANO
Mesorregião
Divisão Municipal
Curso d´água

! Minas Gerais Projeção Policônica


Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


30°S a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
18°S CEPED UFSC 2010/2011. 18°S
1:5000000
Espirito Santo 0 50 100 150 200 250 km Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
1:75000000
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
O ESTADO DA BAHIA 17
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

O ESTADO DA BAHIA O relevo é caracterizado pela presença de planícies, O Estado da Bahia possui extensão de 1.065 km coberta
que não ultrapassam 200 metros de altitude, que inclui a por cursos d’água e o principal rio do complexo hidrográfico
Caracterização Geográfica existência de dunas, restingas e manguezais no litoral e do Estado da Bahia é o São Francisco. A bacia do São Francisco
planaltos e chapadões ao oeste, cortado pela depressão do se estende até o extremo norte do Estado, beneficiando, em
O Estado da Bahia está localizado ao sul da região vale do rio São Francisco. Na extensa área dos chapadões seu curso, alguns centros econômicos e parte da sua região
Nordeste do Brasil, entre as latitudes 18°20’07”S e 8°32’00”S e centrais, especialmente da Chapada Diamantina, as altitudes semiárida. Outras bacias também importantes pertencem aos
as longitudes 46°36’59”W e 37°20’37”W (BAHIA, 2011). são superiores a 1.000 m e superam, em algumas regiões, 1.500 rios Itapicuru, Paraguaçu, Contas, Pardo e Jequitinhonha (SEI,
Limita-se ao norte, com os Estados de Alagoas, Sergipe, m. O ponto mais alto do Estado é representado pela serra do 1997).
Pernambuco e Piauí; a leste, com o Oceano Atlântico; ao sul, com Barbado, com 2.033 metros. Nas chapadas, o relevo desce até o A vegetação do litoral do Estado apresenta floresta
os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo; e a oeste, com os vale do Rio São Francisco para, em seguida, subir suavemente tropical úmida, com áreas remanescentes de floresta atlântica.
Estados de Goiás e Tocantins. Com uma área de 564.830,859 km² para o extremo oeste, onde se encontra uma extensa área Na região do semiárido, a vegetação predominante é a da
de extensão (IBGE, 2010), 68,7% do seu território encontra-se na plana com baixas altitudes, característica dos planaltos do caatinga, em toda a região norte, ocupando 50% da área
região do semiárido, enquanto o litoral se estende por 1.183 semiárido do sertão brasileiro. Os planaltos apresentam uma estadual, e na área central do estado, em áreas da depressão
km, considerado o maior dentre todos os estados brasileiros série de patamares, por onde cruzam rios vindos da Chapada do São Francisco e na Serra do Espinhaço. Enquanto a oeste
(COELBA/ANEEL, 2001; BRASIL, [20--?]). Diamantina e da Serra do Espinhaço (COELBA/ANEEL, 2001; da Bahia a vegetação dominante é a típica do cerrado (BAHIA,
A Bahia contém 417 municípios, com a capital em BAHIA, 2011; BRASIL, [20--?]). 2011; GIULIETTI, 2005).
Salvador, localizada no litoral do Estado. Divide-se em seis
mesorregiões: Nordeste Baiano, Centro Norte Baiano, Vale
São-Franciscano da Bahia, Extremo Oeste Baiano, Sul Baiano,
e Metropolitana de Salvador, conforme os Mapas 1, 2, 3 e 4
(Político do Estado da Bahia e de suas Mesorregiões).
O clima tropical predomina em todo o Estado, com
distinções apenas quanto aos índices de precipitação em
cada uma das diferentes áreas. Em regiões como o sertão, há
predominância do clima semiárido. A média de precipitação
anual varia em torno de 363 mm, nas porções norte e nordeste
da Bahia. No litoral e na região da planície costeira de Ilhéus
a umidade é maior e os índices pluviométricos ultrapassam
os 1.500 mm anuais. Na faixa litorânea, encontra-se o clima
úmido e úmido a subúmido; no semiárido, na região do sertão,
depressões do vale do Rio São Francisco, a temperatura é
quente. Nos extremos norte e nordeste do Estado, o clima tem
características de árido. De maneira geral, o Estado apresenta
temperaturas médias anuais que oscilam entre 19,2º C e 26,6º
C (BAHIA, 2011; BRASIL, [20--?]; COELBA/ANEEL, 2001). As
temperaturas mais elevadas da Bahia se encontram no vale do
Figura 4 – Vista do Morro do Pai Inacio, Chapada Diamantina - Bahia
Rio São Francisco, região de menor altitude, abrigada pelos
Fonte: Gerly Sanchez.
chapadões centrais (COELBA/ANEEL, 2001).
18 O ESTADO DA BAHIA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 2 - POLÍTICO DAS MESORREGIÕES: METROPOLITANA DE SALVADOR,


NORDESTE BAIANO E CENTRO NORTE BAIANO
42°W Pernambuco 40°W 38°W
Piauí
Alagoas

Santa Brígida

Uauá
Jeremoabo

10°S 10°S
Jaguarari Canudos Pedro Alexandre

VALE SAO-FRANCISCANO DA BAHIA Campo Formoso


Andorinha Sítio do Quinto
Coronel João Sá
Monte Santo Novo Triunfo
Antas
Senhor do
Bonfim Euclides da Cunha

Umburanas Antônio Cícero Dantas Adustina


Gonçalves Fátima
Banzaê Sergipe
Paripiranga
Pindobaçu Filadélfia Itiúba Cansanção Ribeira do Heliópolis
Mirangaba Quijingue Pombal

Ourolândia Nordestina
Saúde Ponto Novo
Jussara Tucano Ribeira do Amparo

Caldeirão Grande Queimadas


São Gabriel
Várzea Nova Cipó
Jacobina Caém
Central
Santaluz Araci Itapicuru
João Dourado
Presidente
Dutra Capim Nova Soure
Irecê Grosso

Quixabeira Valente
Gentio do Ouro Uibaí
América Miguel Calmon São José Olindina
Serrolândia
Dourada do Jacuípe São Domingos
Teofilândia Crisópolis
Lapão Gavião Retirolândia
Várzea Barrocas
Morro do Chapéu
do Poço Rio Real
Ibipeba Conceição do Coité Biritinga Sátiro Dias
Ibititá Várzea da Roça Nova
Fátima Serrinha Jandaíra
Acajutiba
Capela do
Piritiba
Alto Alegre
Mairi Ichu Aporá
Canarana Cafarnaum
Riachão do Lamarão Inhambupe
Jacuípe
Água Fria Conde
Barro Alto
Tapiramutá Pintadas Pé de Serra Candeal
Santa
Barra do Mulungu Bárbara
Mundo Novo Esplanada
Mendes do Morro Baixa Grande Tanquinho Santanópolis
12°S Ouriçangas Cardeal 12°S
Souto Soares Irará Aramari da Silva
Entre Rios
Serra Preta
Pedrão
Macajuba
Ipirá
Anguera Feira de Santana Coração
Alagoinhas
Araças OCEANO
Iraquara Ruy Barbosa de Maria Teodoro
Sampaio
AT L Â N T I C O
Ipecaetá
Conceição
Antônio Catu Itanagra
do Jacuípe Pojuca
Lajedinho Cardoso
São Gonçalo
Terra
Amélia Nova Mata de
Convenções
Santo Estêvão dos Campos Rodrigues
Rafael Jambeiro São João
Itaberaba Conceição
da Feira
São Sebastião Mesorregião
do Passé
Governador Cabaceiras Santo Amaro
Ibiquera
Mangabeira do Paraguaçu Cachoeira Divisão Municipal
Muritiba São Francisco Dias D'Ávila
do Conde
Santa Cruz
Almas
das São Félix Candeias Curso d´água
Teresinha Camaçari
Itatim Sapeaçu Madre de
Castro Alves Simões
Deus
Boa Vista do Tupim Saubara Filho
São Maragogipe Projeção Policônica
Iaçu
CENTRO SUL BAIANO Conceição Felipe Lauro de
Datum: SIRGAS 2000
do Almeida Salinas da Freitas
Elísio Dom Macedo Margarida Itaparica
Salvador Meridiano Central: 40° W. Gr.
Medrado Varzedo Costa Nazaré
Paralelo de Referência: 0°

µ
Santo Antônio Muniz
Vera Cruz
de Jesus Ferreira
Aratuípe Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Jaguaripe Dados de Desastres Naturais gerados


a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
CEPED UFSC 2010/2011.
1:2000000
0 20 40 60 80 100 km SUL BAIANO Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W
O ESTADO DA BAHIA 19
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Dados Demográficos Tabela 2 – População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo Brasil, Estado da Bahia e as Grandes Regiões do Brasil –
2000/2010

A Região Nordeste do Brasil possui uma densidade


demográfica de 34,15 hab/km², a terceira menor do Brasil. E Taxa de Densidade
Taxa de Pop.
também possui a terceira menor taxa de crescimento do país, Grandes Regiões População em 2000 População em 2010 Crescimento Demográfica
Urbana - 2010
com 11,18%, no período de 2000 a 2010. Já o Estado da Bahia 2000 a 2010 (hab/km²) 2010
apresenta uma população de 14.021.432 habitantes e densidade
demográfica de 25,94 hab/km² (Tabela 2). BRASIL 169.799.170 190.732.694 12,33% 22,43 84,36%
A população baiana é urbana, em sua maioria, com uma Região Norte 12.900.704 15.865.678 22,98% 4,13 73,53%
taxa de 72,07%, a terceira menor entre os estados da região. A Região Nordeste 47.741.711 53.078.137 11,18% 34,15 73,13%
Bahia 13.070.250 14.021.432 7,28% 25,94 72,07%
característica de maior população urbana é encontrada também
Região Sudeste 72.412.411 80.353.724 10,97% 86,92 92,95%
na Região Nordeste, com 73,13%, a menor do país, e Brasil, com Região Sul 25.107.616 27.384.815 9,07% 48,58 84,93%
84,3% (Tabelas 2 e 3). Região Centro-Oeste 11.636.728 14.050.340 20,74% 8,75 88,81%
Fonte: Censo Demográfico de 2000 e 2010 (IBGE, 2010)
Produto Interno Bruto

Em relação ao estoque de domicílios particulares


O PIB1 per capita do Estado da Bahia, segundo dados Indicadores Sociais Básicos
permanente do Estado da Bahia, o déficit corresponde a 11,50%.
da Tabela 4, cresceu em média 45%, entre 2004 a 2008, abaixo
Se comparados aos percentuais de domicílios particulares, está
da média da Região Nordeste, em torno de 53%, e da média do Déficit Habitacional no Brasil2
entre os mais altos entre os estados da região, e está acima
Brasil, em torno de 50%.
do percentual regional, 13,00%, mas abaixo do nacional, 9,6%,
No ano de 2008, era de R$ 8.378,41, maior que a No Brasil, em 2008, o déficit habitacional urbano, que
conforme a Tabela 5.
média regional - R$ 7.487,55 – mas abaixo da média nacional - engloba as moradias sem condições de serem habitadas, em
R$15.989,75. O PIB per capita do Estado é o segundo mais alto razão da precariedade das construções ou do desgaste da
Déficit habitacional urbano em 2008, segundo faixas de
entre todos os estados da Região Nordeste, perdendo somente estrutura física, correspondeu a 5.546.310 milhões de domicílios,
renda familiar em salários mínimos
para o Sergipe – 7.559,35. No mesmo período, a taxa de variação dos quais 4.629.832 milhões estão localizados nas áreas urbanas.
foi de 45% (Tabela 4). Em relação ao estoque de domicílios particulares permanentes
A análise dos dados refere-se à faixa de renda média
do país, o déficit corresponde a 9,6%. No Estado da Bahia, o
familiar mensal em termos de salários mínimos sobre o déficit
déficit habitacional, em 2008, foi de 124.047 mil domicílios, dos
habitacional. O objetivo é destacar os domicílios urbanos
quais 71.358 mil localizados nas áreas urbanas e 52.689 nas
precários e sua faixa de renda, alvo preferencial de políticas
áreas rurais (Tabela 5).
públicas que visem à melhoria das condições de vida da
população mais vulnerável.
¹ PIB – Produto Interno Bruto: É o total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produ-
toras residentes destinadas ao consumo final sendo, portanto, equivalente à soma dos valores
2
No Estado da Bahia, as desigualdades sociais estão
adicionados pelas diversas atividades econômicas acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB Déficit Habitacional: o conceito de déficit habitacional utilizado está ligado diretamente às
também é equivalente à soma dos consumos finais de bens e serviços valorados a preço de mer- deficiências do estoque de moradias. Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, em expressas pelos indicadores do déficit habitacional, segundo
cado sendo, também, equivalente à soma das rendas primárias. Pode, portanto, ser expresso por função da coabitação familiar forçada (famílias que pretendem constituir um domicilio unifami-
três óticas: a) da produção – o PIB é igual ao valor bruto da produção, a preços básicos, menos o liar), dos moradores de baixa renda com dificuldade de pagar aluguel e dos que vivem em casas faixa de renda. Os dados mostram que a renda familiar mensal
consumo intermediário, a preços de consumidor, mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre e apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa rubrica a moradia em
produtos; b) da demanda – o PIB é igual a despesa de consumo das famílias, mais o consumo imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto, das famílias é extremamente baixa, em que 94,90% recebem
como déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de estoque. O conceito de do-
do governo, mais o consumo das instituições sem fins de lucro a serviço das famílias (consumo
micílios improvisados engloba todos os locais e imóveis sem fins residenciais e lugares que
renda mensal de até 3 salários mínimos. Na Região Nordeste,
final), mais a formação bruta de capital fixo, mais a variação de estoques,mais as exportações de
bens e serviços, menos as importações de bens e serviços; c) da renda – o PIB é igual à remu- servem como moradia alternativa (imóveis comerciais, embaixo de pontes e viadutos, carcaças representa 95,6%, enquanto a média no Brasil é de 89,6% das
neração dos empregados, mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e de carros abandonados e barcos e cavernas, entre outros), o que indica claramente a carência de
a importação, mais o rendimento misto bruto, mais o excedente operacional bruto. IBGE / 2008. novas unidades domiciliares. Fonte: Fundação João Pinheiro/ Déficit Habitacional no Brasil/2008. famílias (Tabela 6).
20 O ESTADO DA BAHIA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 3 - POLÍTICO DAS MESORREGIÕES: CENTRO SUL BAIANO,


EXTREMO OESTE BAIANO E VALE SÃO-FRANCISCANO DA BAHIA
48°W 45°W 42°W 39°W Paraíba

Pernambuco
Abaré

9°S
Maranhão Piauí
9°S

Casa Nova Glória


Curaçá Macururé

Chorrochó Rodelas
Campo Alegre Juazeiro Paulo Afonso
de Lourdes Remanso
Sobradinho Alagoas

Pilão Arcado
Sento Sé

Buritirama
Sergipe
To c a n t i n s
Itaguaçu da Bahia
Barra Xique-Xique NORDESTE BAIANO
Formosa do Rio Preto Santa Rita de Cássia
Mansidão

CENTRO NORTE BAIANO


Riachão das Neves
Cotegipe
Wanderley Morpará
Ipupiara

Ibotirama Bonito
Barreiras Angical Brotas de Utinga
12°S Muquém de Macaúbas 12°S
Luis Eduardo São Francisco
Magalhães Cristópolis Wagner
Catolândia Oliveira dos
Tabocas do
Brejinhos Seabra
Brejo Velho Lençóis
Brejolândia
Palmeiras
Ibitiara
Paratinga Andaraí
Baianópolis Sítio do
Mato Boquira Novo Boninal METROPOLITANA DE SALVADOR
São Desidério Nova
Serra Dourada Horizonte
Ibipitanga Redenção
Milagres

Canápolis Santana Rio do


Pires
Piatã Mucugê
Itaeté Marcionílio
Souza
Nova
Itarana Brejões
São Miguel
Amargosa das Matas
OCEANO
AT L Â N T I C O
Macaúbas Planaltino Irajuba Laje
Santa Maria Bom Jesus da Lapa Caturama Ubaíra
Abaíra Mutuípe
da Vitória Botuporã Santa Inês
Ibicoara Lajedo do Jiquiriçá
Érico Cravolândia
São Félix Serra do
Cardoso Iramaia Tabocal Itaquara
Correntina do Coribe Ramalho Tanque Jussiape Maracás Itiruçu
Novo Paramirim Rio de Barra da
Riacho de Estiva Lafaiete Jaguaquara
Santana Contas
Coutinho
Livramento de Contendas
Coribe Nossa Senhora
Matina Igaporã Dom Ituaçu do Sincorá Apuarema
Jequié
Basílio
Lagoa Jitaúna
Carinhanha
Caetité Real
Jaborandi Feira da Palmas de Aiquara
Mata Tanhaçu Manoel Vitorino SUL BAIANO
Malhada
Monte Alto
Guanambi
Ibiassucê
Brumado Mirante Itagi
Convenções
Rio do Malhada Caetanos
Candiba Antônio de Pedras Aracatu Bom Jesus Boa Nova Dário Mesorregião
Goias Cocos Iuiú
Sebastião Pindaí
Caculé da Serra Meira
Licínio de PoçõEs
Laranjeiras
Almeida
Guajeru Maetinga Caraíbas Anagé
Iguaí
Divisão Municipal
Presidente Planalto
Urandi
Jacaraci Jânio Quadros
Belo Nova
Ibicuí Curso d´água
Barra do
Campo Choça Canaã
Condeúba Vitória da
Mortugaba Tremedal Conquista Caatiba
CordeirosPiripá Itororó Projeção Policônica
15°S 15°S
Itambé
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Itapetinga
Cândido Sales Paralelo de Referência: 0°

µ
Ribeirão
do Largo
Macarani
Encruzilhada
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Minas Gerais Maiquinique Potiraguá
Dados de Desastres Naturais gerados
Itarantim
Distrito Federal a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:4000000 CEPED UFSC 2010/2011.
0 40 80 120 160 200 km
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
O ESTADO DA BAHIA 21
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Tabela 3 – População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Nordeste e Unidades da Federação – 2000/2010 Tabela 5 – Déficit Habitacional Urbano em Relação aos Domicílios Particulares
Permanentes, Segundo Brasil, Região Nordeste e Unidades da Federação - 2008

População Taxa de
Taxa de População Taxa de População Déficit Habitacional - Valores Absolutos – 2008
Abrangência Geográfica Crescimento
Urbana (2010) Rural (2010)
(2000-2010) Percentual em
2000 2010 Abrangência
Relação aos
BRASIL 169.799.170 190.732.694 12,33% 84,36% 15,70% Geográfica
Total Urbano Rural Domicílios
Região Nordeste 47.741.711 53.078.137 11,18% 73,13% 26,87%
Particulares
Maranhão 5.651.475 6.569.683 16,25% 63,07% 36,93%
Permanentes
Piauí 2.843.278 3.119.015 9,7% 65,77% 34,23%
Ceará 7.430.661 8.448.055 13,69% 75,09% 24,91% Brasil 5.546.310 4.629.832 916.478 9,60%
Rio Grande do Norte 2.776.782 3.168.133 14,09% 77,82% 22,18% Nordeste 1.946.735 1.305.628 641.107 13,00%
Paraíba 3.443.825 3.766.834 9,38% 75,37% 24,63,% Maranhão 434.750 204.632 230.118 26,90%
Pernambuco 7.918.344 8.796.032 11,08% 80,15% 19,85% Piauí 124.047 71.358 52.689 14,20%
Alagoas 2.822.621 3.120.922 10,57% 73,64% 26,36% Ceará 276.915 186.670 90.245 11,70%
Sergipe 1.784.475 2.068.031 15,89% 73,51% 26,49% Rio Grande do
104.190 78.261 25.929 11,70%
Bahia 13.070.250 14.021.432 7,28% 72,07% 27,93% Norte
Paraíba 104.699 87.746 16.953 9,60%
Fonte: Censo Demográfico de 2000 e 2010 (IBGE, 2010).
Pernambuco 263.958 214.182 49.776 10,60%
Tabela 4 – Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Região Nordeste e Unidades da Federação – 2004/2008 Alagoas 85.780 63.353 22.427 9,70%
PIB PER CAPITA EM R$ Sergipe 66.492 57.606 8.886 11,70%
Taxa de Bahia 485.904 34.820 144.084 11,50%
Abrangência Geográfica Fonte: Déficit Habitacional no Brasil 2008 (BRASIL, 2008, p.31)
2004 2005 2006 2007 2008 Variação
2004/2008
BRASIL 10.692,19 11.658,12 12.686,60 14.464,73 15.989,75 50,00%
Região Nordeste 4.889,99 5.498,83 6.028,09 6.748,81 7.487,55 53,00%
Maranhão 3.587,90 4.509,51 4.627,71 5.165,23 6.103,66 70,00%
Tabela 6 – Distribuição percentual do Déficit Habitacional Urbano por
Piauí 3.297,24 3.701,24 4.211,87 4.661,56 5.372,56 63,00% Faixas de Renda Média Familiar Mensal, Segundo Região Nordeste e Uni-
Ceará 4.621,82 5.055,43 5.634,97 6.149,03 7.111,85 54,00% dades da Federação - FJP/2008
Rio Grande do Norte 5.259,92 5.950,38 6.753,04 7.607,01 8.202,81 56,00% Faixas de Renda Média Familiar Mensal
Paraíba 4.209,90 4.691,09 5.506,52 6.097,04 6.865,98 63,00% Abrangência (Em Salário Mínimo)
Pernambuco 5.287,29 5.933,46 6.526,63 7.336,78 8.064,95 49,00% Geográfica Mais de
Até 3 3a5 5 a 10 Total
Alagoas 4.324,35 4.688,25 5.162,19 5.858,37 6.227,50 44,00% 10
Sergipe 6.289,39 6.823,61 7.559,35 8.711,70 9.778,96 55,00% Brasil 89,60% 7,00% 2,80% 0,60% 100%
Bahia 5.780,06 6.581,04 6.918,97 7.787,40 8.378,41 45,00% Nordeste 95,60% 2,80% 1,20% 0,40% 100%
Fonte: IBGE, 2004/2008. Maranhão 95,30% 3,40% 1,30% - 100%
Piauí 91,50% 5,40% 3,10% - 100%
Ceará 95,60% 2,60% 1,40% 0,40% 100%
Escolaridade Rio Grande do
91,00% 3,60% 4,20% 1,20% 100%
ser o quarto menor com relação aos outros estados da região; Norte
A média de anos de estudo do segmento etário que Paraíba 97,70% 1,10% 0,60% 0,60% 100%
de analfabetos funcionais (14,80%), ou seja, pessoas com
Pernambuco 97,50% 2,00% 0,40% 0,10% 100%
compreende as pessoas acima de 25 anos ou mais de idade até 3 anos de estudos, e os de baixa escolaridade (22,10%), Alagoas 98,20% 0,90% - 0,90% 100%
revela a escolaridade de uma sociedade, segundo IBGE (2010). compondo um indicador formado pelos sem escolaridade, com Sergipe 98,30% 0,60% 1,20% - 100%
O indicador de escolaridade no Estado da Bahia pode muito baixa e baixa escolaridade, que, na soma, corresponde Bahia 94,90% 3,50% 1,00% 0,60% 100%
ser visto pelo percentual de analfabetos (22,90%), que indica a 59,80% da população acima de 25 anos (Tabela 7). Fonte: Déficit Habitacional no Brasil 2008 (BRASIL, 2008).
22 O ESTADO DA BAHIA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 4 - POLÍTICO DA MESORREGIÃO SUL BAIANO


42°W 40°W 38°W 36°W

Valença
Presidente
Tancredo Neves
Cairu
Teolândia
Taperoá
Wenceslau Guimarães Nilo Peçanha

Itamari Gandu Ituberá


Nova Ibiá Piraí do Norte
CENTRO SUL BAIANO Igrapiúna

Ibirataia

14°S Camamu
Ipiaú Ubatã Ibirapitanga 14°S

Barra do Rocha
Maraú
Itagibá
GongogiUbaitaba

Aurelino Leal Itacaré

Itapitanga
Uruçuca

Coaraci

Almadina Itajuípe
Governador Ilhéus
Lomanto Júnior
Floresta Azul
Ibicaraí Itabuna
Firmino Santa Cruz
Alves da Vitória
Itapé Buerarema
São José
da Vitória
Jussari
Itaju do Colônia
Una
Arataca

Pau Brasil Camacan Santa Luzia

Mascote Canavieiras
O C E A N O AT L Â N T I C O
Itapebi

Belmonte
16°S 16°S
Itagimirim

Santa Cruz Cabrália


Eunápolis

Guaratinga

Porto Seguro
Itabela

Minas Gerais
Jucuruçu

Itamaraju Convenções
Itanhém Prado Mesorregião
Vereda
Divisão Municipal

Medeiros Neto Curso d´água


Teixeira de Freitas
Alcobaça
Projeção Policônica
Lajedão
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 40° W. Gr.
Caravelas Paralelo de Referência: 0°

µ
Ibirapuã

Base cartográfica digital: IBGE 2005.


Nova Viçosa
Dados de Desastres Naturais gerados
18°S a partir do levantamento do Planejamento
Mucuri 18°S
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:2500000 CEPED UFSC 2010/2011.
Espirito Santo 0 25 50 75 100 125 km
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W 36°W
O ESTADO DA BAHIA 23
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Esperança de Vida ao Nascer3 Tabela 8 – Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo - Brasil,
Região Nordeste e Unidades

No Estado da Bahia, o indicador de esperança de vida


– 72,55 anos – está abaixo da média nacional – 73,1 anos – mas Taxa de Taxa Bruta Taxa Bruta Taxa de
Esperança de Vida ao Nascer
acima da regional – 70,4 anos – e é o mais alto entre os estados Abrangência Geográfica Fecundidade de de Mortalidade
da região. O indicador taxa de fecundidade – 1,87% - está abaixo Total Natalidade Mortalidade Infantil
do regional – 2,04% - e do nacional – 1,94 – e é o segundo menor Total Homens Mulheres
entre os estados da região perdendo somente para o Sergipe BRASIL 1,94% 15,77% 6,27% 22,50% 73,10 69,40 77,00
– 1,83%. O indicador taxa bruta de natalidade – 18,81% - está Região Nordeste 2,04% 18,91% 6,56% 33,20% 70,40 66,90 74,10
Maranhão 2,31% 20,56% 6,45% 36,50% 68,44 64,59 72,48
próximo ao regional – 18,91% - e acima do nacional – 15,77%
Piauí 2,05% 19,92% 6,26% 26,20% 69,68 66,67 72,84
- é o quarto mais baixo entre os estados da região. O indicador Ceará 2,14% 17,96% 6,41% 27,60% 70,95 66,75 75,37
Rio Grande do Norte 2,10% 17,98% 6,48% 32,20% 71,12 67,34 75,08
Tabela 7 – Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distri- Paraíba 2,24% 14,76% 7,29% 35,20% 69,75 66,33 73,34
buição percentual, por grupos de anos de estudo - Brasil, Região Nordeste e Pernambuco 2,05% 17,42% 7,33% 35,70% 69,06 65,65 72,65
Estado da Bahia – 2009 Alagoas 2,29% 23,18% 7,00% 46,40% 67,59 63,69 71,69
Pessoas de 25 anos ou mais de idade
Sergipe 1,83% 20,42% 5,90% 31,40% 71,59 68,27 75,07
Bahia 1,87% 18,81% 6,11% 31,40% 72,55 69,35 75,91
Distribuição percentual, por grupos de Fonte: IBGE, Síntese dos Indicadores Sociais 2009.
anos de estudo

Abrangência
taxa bruta de mortalidade – 6,11% - está próximo do regional – BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação.
Total (1000 Sem 6,56% - e do nacional – 6,27%. O indicador taxa de mortalidade Déficit habitacional no Brasil 2008. Brasília: Fundação João
Geográfica
pessoas) Instrução e Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. 2008. 129p. (Projeto
infantil – 31,40% - está abaixo da média regional – 33,20% - mas
Menos de 1 1 a 3 anos 4 a 7 anos PNUD-BRA-00/019 – Habitar Brasil – BID). Disponível em:
acima da média nacional – 22,5% (Tabela 8). <http://www.fjp.gov.br/index.php/servicos/81-servicos-cei/70-
ano de
Estudo O Estado da Bahia apresentou um quadro de indicadores deficit-habitacional-no-brasil>. Acesso em: 19 de set. 2011.
sociais com limitadas condições de desenvolvimento, se
Brasil 111.952 12,90% 11,80% 24,80% BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. O Estado da Bahia.
comparado aos indicadores da Região Nordeste e do Brasil. O
Nordeste 29.205 23,20% 14,90% 22,20% Revistas Textos do Brasil, Brasília, n. 3. v. 4, [20--?]. Disponível em:
Maranhão 3.236 23,90% 15,90% 21,60% Produto Interno Bruto per capita do Estado é o segundo mais
<http://www.dc.mre.gov.br/imagens-e-textos/revista3-mat4.pdf>.
Piauí 1.745 29,10% 16,80% 20,40% alto entre todos os estados da Região Nordeste e é maior Acesso em: 09 nov. 2011.
Ceará 4.590 23,20% 14,40% 21,20% que a média regional. No entanto, é possível observar que há
Rio Grande do
1.745 19,20% 15,30% 24,70% discrepância entre os indicadores econômicos e os indicadores COELBA - COMPANHIA DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA.
Norte
sociais, demonstrando que ocorre, no Estado, uma má distribuição ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Estado da Bahia: atlas
Paraíba 2.108 26,30% 14,50% 21,60%
do potencial eólico. [S.l.]: [s.n.], 2001. Disponível em: <http://www.
Pernambuco 4.894 20,80% 13,20% 23,30% de renda entre os municípios.
cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/atlas_eolico_
Alagoas 1.646 27,20% 18,70% 23,20%
Sergipe 1.096 19,30% 15,50% 21,40% BA.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2011.
REFERÊNCIAS
Bahia 8.115 22,90% 14,80% 22,10%
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE, 2009a).
GIULIETTI, A. M. Projeto flora da Bahia: apresentação. Feira de
BAHIA. Viver Bahia: aspetos geográficos. Bahia: [s.n.], 2011.
Santana: Projeto Flora da Bahia, 2005. Disponível em: <http://www.
Disponível em: <http://www.bahia.com.br/page/aspectos-
uefs.br/floradabahia/apresent.html>. Acesso em: 09 nov. 2011.
3
No Brasil, o aumento de esperança de vida ao nascer, em combinação com a queda do nível geral geograficos>. Acesso em: 09 nov. 2011.
de fecundidade, resulta no aumento absoluto e relativo da população idosa. A taxa de fecundidade
total corresponde ao número médio de filhos que uma mulher teria no final do seu período fértil.
Essa taxa, no Brasil, vem diminuindo nas últimas décadas, e sua redução reflete a mudança que
vem ocorrendo no processo de urbanização e na entrada da mulher no mercado de trabalho.
24 O ESTADO DA BAHIA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


Estados@: Bahia. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/
estadosat/perfil.php?sigla=ba>. Acessado em 09 nov. 2011.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


Contas regionais do Brasil 2004 - 2008. Tabela 4 - Produto
Interno Bruto a preços de mercado per capita , segundo Grandes
Regiões e Unidades da Federação - 2003-2007. 2008. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/
contasregionais/2003_2007/tabela04.pdf>. Acesso em 19 de set.
2011.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2009. 2009a.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/>. Acesso em: 05 set.
2011.

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Sinopse do Censo Demográfico 2010. 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/
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IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições
de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2009b.
(Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Socioeconômica,
26). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/
estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/
sinteseindicsociais2009/indic_sociais2009.pdf>. Acesso em: 10 set.
2011.

SEI – SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONOMICOS E SOCIAIS DA


BAHIA. Informações geoambientais: tipologia climática. Bahia: SEI,
1997. Disponível em: <http://www.sei.ba.gov.br/side/frame_tabela.
wsp?tmp.volta=sg6&tmp.tabela=78>. Acesso em: 09 nov. 2011.
Desastres Naturais na
Bahia de 1991 a 2010

Fonte: Banco de Imagens da Studio Digital. Fonte: Banco de Imagens da Studio Digital.

Fonte: Acervo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Pernambuco. Fonte: Acervo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Pernambuco.
28 ESTIAGEM E SECA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 5 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR ESTIAGEM E SECA


EM MESORREGIÕES DA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
42°W Pernambuco 40°W 38°W
Piauí
Alagoas

Santa Brígida

Uauá
Jeremoabo

10°S 10°S
Jaguarari Canudos Pedro Alexandre

Campo Formoso
Andorinha Sítio do Quinto
Coronel João Sá
Monte Santo Novo Triunfo
Antas
Senhor do
Bonfim Euclides da Cunha

Umburanas Antônio Cícero Dantas Adustina


Gonçalves Fátima
Banzaê Sergipe
Paripiranga
Pindobaçu Filadélfia Itiúba Cansanção Ribeira do Heliópolis
Mirangaba Quijingue Pombal

Ourolândia Nordestina
Saúde Ponto Novo
Jussara Ribeira do Amparo
Tucano
Caldeirão Grande Queimadas
São Gabriel
Várzea Nova Cipó
Jacobina Caém
Central
Araci Itapicuru
2
João Dourado Santaluz

O
Presidente

NT O
Dutra Capim Nova Soure

IC
Irecê Grosso
3

N
Uibaí Quixabeira Valente

AT C E A
Gentio do Ouro América Miguel Calmon São José
Serrolândia Olindina
Dourada do Jacuípe São Domingos
Teofilândia Crisópolis
Lapão Gavião Retirolândia


Várzea Barrocas
Morro do Chapéu
do Poço Rio Real

O
Ibipeba Conceição do Coité Biritinga Sátiro Dias
Ibititá Várzea da Roça Nova
Fátima Serrinha
Capela do
Piritiba
Alto Alegre
Mairi Ichu Aporá
Cafarnaum
Canarana Riachão do
Jacuípe
Lamarão Inhambupe Número de
Água Fria
Barro Alto
Tapiramutá Pintadas Pé de Serra Candeal registros
Santa
Barra do Mulungu Bárbara
Mundo Novo
Mendes Baixa Grande Tanquinho
do Morro Santanópolis
Ouriçangas
1-3
12°S 12°S
Souto Soares Irará Aramari 4-6
Entre Rios
Serra Preta
Pedrão 7-9
Macajuba
Ipirá
Anguera Feira de Santana Coração 10 - 12
Iraquara Ruy Barbosa de Maria 13 - 15
Ipecaetá
Conceição
Antônio
do Jacuípe
Lajedinho Cardoso
Convenções
Rafael Jambeiro Santo Estêvão
Itaberaba Conceição
da Feira
Mesorregião
Governador Cabaceiras
Ibiquera
Mangabeira do Paraguaçu Cachoeira Divisão Municipal
Muritiba
1
Santa Curso d´água
Itatim Teresinha
Sapeaçu
Castro Alves
Boa Vista do Tupim
Iaçu Projeção Policônica
Datum: SIRGAS 2000
Elísio Meridiano Central: 40° W. Gr.
Medrado
Paralelo de Referência: 0°

µ
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Legenda mesorregiões Dados de Desastres Naturais gerados
1 - Metropolitana de Salvador a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
2 - Nordeste baiano CEPED UFSC 2010/2011.
1:2000000
0 20 40 60 80 100 km 3 - Centro-Norte baiano Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W
ESTIAGEM E SECA 29
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

DESASTRES NATURAIS NA BAHIA DE 1991 A 2010 períodos de tempo. Assim, a forma crônica deste fenômeno é ser condicionada pelo efetivo manejo dos recursos naturais
denominada seca (KOBIYAMA, et al., 2006). A seca, do ponto de realizado na área (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2004).
ESTIAGEM E SECA vista meteorológico, é uma estiagem prolongada, caracterizada Na Bahia, entre os anos de 1991 e 2010, foram registrados
por provocar uma redução sustentada das reservas hídricas 2.326 registros oficiais de estiagens e secas, distribuídos em
Os desastres relativos aos fenômenos de estiagens e existentes (CASTRO, 2003). 322 municípios do Estado. Esses registros estão espacializados
secas compõem o grupo de desastres naturais relacionados à Na seca, para que se configure o desastre, é necessária nos Mapas 5, 6 e 7 (Desastres naturais causados por estiagens
intensa redução das precipitações hídricas. uma interrupção do sistema hidrológico de forma que o fenômeno e secas nas mesorregiões da Bahia no período de 1991 a 2010).
O conceito de estiagem está diretamente relacionado adverso atue sobre um sistema ecológico, econômico, social e As mesorregiões Centro Norte e Centro Sul Baiano
à redução das precipitações pluviométricas, ao atraso dos cultural, vulnerável à redução das precipitações pluviométricas. O foram as mais atingidas e apresentaram os maiores totais de
períodos chuvosos ou à ausência de chuvas previstas para desastre seca é considerado, também, um fenômeno social, pois registros de estiagens e secas nos vinte anos analisados, 765 e
uma determinada temporada, em que a perda de umidade caracteriza uma situação de pobreza e estagnação econômica, 541, respectivamente (Mapas 5 e 6). Na mesorregião Centro Sul
do solo é superior a sua reposição (CASTRO, 2003). A redução advinda do impacto desse fenômeno meteorológico adverso. Baiano situa-se o maior número de municípios atingidos (total
das precipitações pluviométricas relaciona-se com a dinâmica Desta forma, a economia local, sem a menor capacidade de de 114), por ser caracterizada pela ocorrência cíclica de seca
atmosférica global, que comanda as variáveis climatológicas gerar reservas financeiras ou de armazenar alimentos e demais (PEREIRA, 2011).
relativas aos índices de precipitação pluviométrica. insumos, é completamente bloqueada (CASTRO, 2003). Livramento de Nossa Senhora, situado no Centro Sul,
O fenômeno estiagem é considerado existente quando Além de fatores climáticos de escala global, como La foi o município que registrou mais recorrência desses eventos,
há um atraso superior a quinze dias do início da temporada Niña, as características geoambientais podem ser elementos com o total de 16 registros. Filadélfia (Centro Norte), Anagé e
chuvosa e quando as médias de precipitação pluviométricas condicionantes na frequência, duração e intensidade dos danos Vitória da Conquista (Centro Sul) registraram 15 registros cada.
mensais dos meses chuvosos permanecem inferiores a 60% e prejuízos desses desastres. As formas de relevo e a altitude Os municípios: Nova Fátima (Nordeste Baiano), Abaré (Vale São-
das médias mensais de longo período, da região considerada da área, por exemplo, podem condicionar o deslocamento Franciscano da Bahia), Caculé, Igaporã, Brumado e Bom Jesus
(CASTRO, 2003). de massas de ar, interferindo na formação de nuvens e, da Serra (Centro Sul) registraram, cada um, 14 ocorrências. Os
A estiagem é um dos desastres de maior ocorrência consequentemente, na precipitação (KOBIYAMA et al., 2006). demais se enquadram conforme as classes definidas nos mapas.
e impacto no mundo, devido, principalmente, ao longo O padrão estrutural da rede hidrográfica pode ser também O clima baiano é diversificado, apresentando
período em que ocorre e a abrangência de grandes áreas um condicionante físico que interfere na propensão para a áreas de semiárido no litoral, com atuação de fenômenos
atingidas (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2004). Assim, a construção de reservatórios e captação de água. O porte da
estiagem, enquanto desastre, produz reflexos sobre as reservas cobertura vegetal pode ser caracterizado, ainda, como outro Gráfico 1 – Frequência mensal das estiagens e secas na Bahia, no período
de 1991 a 2010
hidrológicas locais, causando prejuízos à agricultura e à pecuária. condicionante, pois retém umidade, reduz a evapotranspiração
Dependendo do tamanho da cultura realizada, da necessidade do solo e bloqueia a insolação direta no solo, diminuindo Frequência mensal de estiagem e seca
de irrigação e da importância desta na economia no município, também a atuação do processo erosivo (GONÇALVES; MOLLERI; (1991 a 2010)
377
os danos podem apresentar magnitudes economicamente RUDORFF, 2004). 400
350
catastróficas. Seus impactos na sociedade, portanto, resultam da Dessa forma, situações de secas e estiagens não são
300 264
250 244
relação entre eventos naturais e as atividades socioeconômicas necessariamente consequências somente de índices pluviais 250
181 189
desenvolvidas na região, por isso, a intensidade dos danos abaixo do normal ou de teores de umidade de solos e ar 200 172
151 153
145
gerados é proporcional à magnitude do evento adverso e ao 150
deficitários. Pode-se citar como outro condicionante o manejo 90
110
100
grau de vulnerabilidade da economia local ao evento (CASTRO, inadequado de corpos hídricos e de toda uma bacia hidrográfica, 50
2003). resultados de uma ação antrópica desordenada no ambiente. 0
As estiagens, se comparadas às secas, são menos As consequências, nestes casos, podem assumir características jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

intensas e caracterizam-se pela menor intensidade e por menores muito particulares, e a ocorrência de desastres, portanto, pode Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
30 ESTIAGEM E SECA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 6 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR ESTIAGEM E SECA


EM MESORREGIÕES DA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W Paraíba

Pernambuco
Abaré

9°S
Maranhão Piauí
9°S

Casa Nova Glória


Curaçá Macururé

Chorrochó Rodelas
Campo Alegre Juazeiro Paulo Afonso
de Lourdes Remanso
Sobradinho Alagoas

Pilão Arcado
Sento Sé

3
Buritirama
Sergipe
To c a n t i n s
Itaguaçu da Bahia
Barra Xique-Xique
Formosa do Rio Preto Santa Rita de Cássia
Mansidão

Riachão das Neves


Cotegipe
Wanderley Morpará
Ipupiara

Ibotirama Bonito
Angical Brotas de Utinga
12°S Muquém de Macaúbas 12°S
São Francisco
Cristópolis Wagner
Catolândia Oliveira dos
Tabocas do
Brejinhos Seabra
Brejo Velho Lençóis
Brejolândia
Palmeiras
Ibitiara
Paratinga Andaraí
Baianópolis Sítio do
Mato Boquira Novo Boninal
Nova
2 Serra Dourada Horizonte
Ibipitanga Redenção

Piatã Mucugê Nova


Milagres
Amargosa
Número de
Canápolis Santana
Macaúbas
Rio do
Pires
Itaeté Marcionílio
Souza
Itarana Brejões
registros
Bom Jesus da Lapa Caturama Planaltino Irajuba Ubaíra
Santa Maria
Abaíra
da Vitória Botuporã Santa Inês
Jiquiriçá
São Félix Serra do
Érico Ibicoara Lajedo do
Cravolândia 1-3
Cardoso Iramaia Tabocal Itaquara
do Coribe Ramalho Tanque Jussiape Maracás Itiruçu 4-6
Novo Paramirim Rio de Barra da
Riacho de Estiva Lafaiete Jaguaquara 7-9
Santana Contas
Coutinho
Coribe
Livramento de
Nossa Senhora
Contendas 1 10 - 12
Matina Igaporã Dom Ituaçu do Sincorá Apuarema
Basílio
Jequié 13 - 16
Lagoa Jitaúna
Carinhanha
Caetité Real
Jaborandi Feira da Palmas de Aiquara
Tanhaçu Manoel Vitorino
Mata Monte Alto
Guanambi
Brumado Mirante Itagi
Convenções
OCEANO
Malhada Ibiassucê
Rio do Malhada Caetanos
Candiba Antônio de Pedras Aracatu Bom Jesus Boa Nova Dário Mesorregião
Goias
AT L Â N T I C O
Sebastião Caculé da Serra Meira
Cocos Iuiú Pindaí
Laranjeiras Licínio de
Almeida Guajeru Maetinga Caraíbas Anagé
PoçõEs
Divisão Municipal
Iguaí
Presidente Planalto
Urandi
Jacaraci Jânio Quadros
Ibicuí Curso d´água
Belo Barra do
Campo Choça
Condeúba Vitória da
Mortugaba Tremedal Conquista Caatiba
CordeirosPiripá Itororó Projeção Policônica
15°S 15°S
Itambé
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.

µ
Itapetinga
Cândido Sales Ribeirão Paralelo de Referência: 0°
do Largo
Macarani
Encruzilhada
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Minas Gerais Maiquinique Potiraguá Legenda mesorregiões Dados de Desastres Naturais gerados
Itarantim
Distrito Federal 1 - Centro-sul Baiano a partir do levantamento do Planejamento
2 - Extremo Oeste Baiano Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:4000000 CEPED UFSC 2010/2011.
0 40 80 120 160 200 km 3 - Vale São-Franciscano
da Bahia Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
ESTIAGEM E SECA 31
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

meteorológicos muitas vezes distintos. De acordo com o Gráfico 2 – Danos humanos ocasionados por estiagens e secas na Bahia, socioambientais, que culminam na geração e aumento da
período de 1991 a 2010
Ministério de Minas e Energia (2009), nas mesorregiões do pobreza da população local (OLIVEIRA JUNIOR, 2009).
litoral e na do Extremo Oeste se concentram as maiores Danos humanos por estiagem e seca O Estado da Bahia e principalmente a região do
(1991 a 2010)
médias anuais de precipitação pluvial do Estado. De fato, são semiárido do país necessita de importantes e detalhados estudos
7000000 6512265
as mesorregiões com as menores recorrências de desastres, 6000000 dos cenários de seca e de seus impactos, visando mitigação e
conforme apresentam os Mapas 5, 6 e 7. 5000000 adaptação a essas condições (TANAJURA; GENZI; ARAÚJO,

habitantes
4000000
O ano que apresentou o maior número de ocorrências 3000000 2010).
2000000
foi 1995, com 415 eventos adversos, registrados por 260 1000000 863 1078 90482 3850 205 85 37202 165
municípios baianos, conforme o Infográfico 1 (Municípios 0

atingidos por estiagens e secas). Em 2001, foram 264 eventos,


distribuídos em 262 municípios; em 1998, 257 eventos, em 253
municípios; enquanto no ano de 2002, foram 242 ocorrências,
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
em 198 municípios. Estas informações nos induzem a crer que
a média de municípios que decreta situação de emergência por
estiagens ou secas é aproximadamente a mesma, nos anos em o período de análise, um número elevado de pessoas foi
que os fenômenos são mais extremos. atingido pelas consequências dos eventos de estiagens e secas.
Segundo dados do CPTEC/INPE (2011), que registra as De acordo com Gráfico 2 (Danos humanos por estiagens e
ocorrências do fenômeno El Niño desde 1877, dos anos com secas 1991-2010), cerca de 6.512.265 pessoas foram afetadas,
maiores registros de desastres, 1998 teve forte influência de El 863 desalojadas, 1.078 desabrigadas, 90.482 deslocadas, 3.850
Niño, enquanto em 1995 e 2002 a intensidade foi moderada. O desaparecidas, 205 levemente feridas, 85 gravemente feridas,
ano de 2001 não foi considerado de El Niño, porém durante o 37.202 enfermas e 165 mortas.
bimestre de maio e junho registrou-se precipitações abaixo da Dos 165 óbitos registrados no Estado, 151 ocorreram
média histórica. A atuação de vórtices e cavados em altos níveis, no município de Serra Preta, segundo as informações dos
no interior da região Nordeste, e o predomínio de altas pressões documentos oficiais.
sobre o continente resultou em um cenário desfavorável às Os municípios mais afetados por danos humanos, foram
chuvas em quase toda a região (CPTEC/INPE, 2001). Feira de Santana, Guanambi e Itiúba. O grande número de
Quanto à frequência mensal dos desastres, em todos afetados acarreta problemas sociais e econômicos aos municípios
os meses foram registrados desastres causados por estiagens atingidos, dificuldades vivenciadas recorrentemente pelo Estado.
e secas, entre os anos de 1991 e 2010, conforme apresenta O uso inadequado dos recursos hídricos e do solo, a
o Gráfico 1 (Frequência mensal de estiagens e secas 1991- destruição da vegetação nativa e as queimadas são fatores
2010). Os maiores totais de registros correspondem aos meses da ação antrópica que podem intensificar a ocorrência de
de março, com 377 desastres; outubro, com 264; abril, com estiagem e seca, e ainda tornar mais vulnerável os processos de
250; e maio, com 244. Com esta distribuição da frequência de desertificação em muitas áreas do semiárido nordestino (LEITE;
desastres no Estado, é possível verificar que há regiões baianas SOARES; MARTINS, 1993).
em que a incidência do evento sucede até mesmo nos períodos Grande parte do nordeste brasileiro está inserida
de maiores índices pluviométricos, em função da localização e no polígono das secas, onde são identificados manejos
dos aspectos climáticos regionais. insustentáveis dos recursos naturais. Este fato, aliado à fragilidade
Com relação aos danos humanos registrados durante natural do ecossistema da região, acarreta graves problemas
32 ESTIAGEM E SECA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 7 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR ESTIAGEM E SECA


NA MESORREGIÃO SUL BAIANO NO PERÍODO DE 1991 A 2010
42°W 40°W 38°W 36°W

Valença

Wenceslau
Guimarães

Itamari Ituberá

Ibirataia

14°S 14°S
Barra do
Rocha

Itagibá

Coaraci

Almadina Itajuípe

Floresta
Firmino Azul Itabuna
Alves
Santa Cruz
da Vitória
Itapé

Jussari
Itaju do Colônia

Canavieiras
O C E A N O AT L Â N T I C O
Itapebi

16°S 16°S

Número de
registros
1
Minas Gerais 2

Convenções
Mesorregião
Vereda
Divisão Municipal

Medeiros Neto
Curso d´água

Projeção Policônica
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 40° W. Gr.
Caravelas Paralelo de Referência: 0°

µ
Ibirapuã

Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


18°S a partir do levantamento do Planejamento
Mucuri 18°S
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:2500000 CEPED UFSC 2010/2011.
Espirito Santo 0 25 50 75 100 125 km
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W 36°W
ESTIAGEM E SECA 33
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Infográfico 1 - Municípios atingidos por estiagens e secas no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010 Continuação...
450 415 450 415

257 264 242 257 264 242


Municípios Atingidos 186 Municípios Atingidos 186
225 158 148 148 152 225 158 148 148 152
por Estiagem e Seca 94 116 por Estiagem e Seca 94 116
74 74
33 9 12 1 2 2 13 33 9 12 1 2 2 13
0 0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Nova Redenção 11 Cansanção 9
Ourolândia 11 Capim Grosso 9
Pedro Alexandre 11 Cícero Dantas 9
Planaltino 11 Curaçá 9
Presidente Dutra 11 Gavião 9
Queimadas 11 Glória 9
Quijingue 11 Guajeru 9
Rafael Jambeiro 11 Iramaia 9
Remanso 11 Itiruçu 9
Riacho de Santana 11 Lajedo do Tabocal 9
Santana 11 Lapão 9
Sebastião Laranjeiras 11 Macaúbas 9
Serra Dourada 11 Miguel Calmon 9
Valente 11 Morro do Chapéu 9
Xique-Xique 11 Mulungu do Morro 9
Antônio Cardoso 10 Paratinga 9
Brejolândia 10 Pé de Serra 9
Caetanos 10 Pilão Arcado 9
Cafarnaum 10 Pindaí 9
Campo Alegre de Lourdes 10 Poções 9
Candeal 10 Santa Brígida 9
Capela do Alto Alegre 10 Saúde 9
Caraíbas 10 Serrinha 9
Condeúba 10 Tremedal 9
Euclides da Cunha 10 Uauá 9
Feira de Santana 10 Umburanas 9
Guanambi 10 Wagner 9
Ichu 10 Água Fria 8
Ipecaetá 10 América Dourada 8
Ipirá 10 Anguera 8
Irajuba 10 Barrocas 8
Itaberaba 10 Biritinga 8
Itatim 10 Bom Jesus da Lapa 8
Ituaçu 10 Boquira 8
Iuiú 10 Cabaceiras do Paraguaçu 8
Jacobina 10 Canarana 8
Lamarão 10 Candiba 8
Licínio de Almeida 10 Castro Alves 8
Mortugaba 10 Coronel João Sá 8
Nova Itarana 10 Encruzilhada 8
Presidente Jânio Quadros 10 Gentio do Ouro 8
Retirolândia 10 Irecê 8
Rio do Antônio 10 Jaguarari 8
Santa Bárbara 10 Jussiape 8
São Gabriel 10 Monte Santo 8
Serrolândia 10 Muquém de São Francisco 8
Urandi 10 Paramirim 8
Abaíra 9 Pintadas 8
Adustina 9 Piripá 8
Andaraí 9 Quixabeira 8
Antônio Gonçalves 9 Riachão do Jacuípe 8
Boa Vista do Tupim 9 Rio de Contas 8
Caetité 9 Rodelas 8
34 ESTIAGEM E SECA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... Continuação...
450 415 450 415

257 264 242 257 264 242


Municípios Atingidos 186 Municípios Atingidos 186
225 158 148 148 152 225 158 148 148 152
por Estiagem e Seca 94 116 por Estiagem e Seca 94 116
74 74
33 9 12 1 2 2 13 33 9 12 1 2 2 13
0 0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Santa Inês 8 Novo Horizonte 6
Santa Rita de Cássia 8 Oliveira dos Brejinhos 6
Sátiro Dias 8 Paripiranga 6
Serra do Ramalho 8 Pedrão 6
Serra Preta 8 Piritiba 6
Souto Soares 8 Ribeira do Pombal 6
Tabocas do Brejo Velho 8 Boa Nova 5
Tanquinho 8 Bonito 5
Tucano 8 Brejões 5
Várzea da Roça 8 Cipó 5
Várzea Nova 8 Cocos 5
Barra da Estiva 7 Contendas do Sincorá 5
Boninal 7 Crisópolis 5
Cândido Sales 7 Cristópolis 5
Carinhanha 7 Entre Rios 5
Ibotirama 7 Feira da Mata 5
Iraquara 7 Ibipeba 5
Itaguaçu da Bahia 7 Ipupiara 5
Jussara 7 Itapicuru 5
Lajedinho 7 Jacaraci 5
Macajuba 7 Jequié 5
Mansidão 7 Mucugê 5
Mundo Novo 7 Nova Soure 5
Novo Triunfo 7 Olindina 5
Ruy Barbosa 7 Piatã 5
Santaluz 7 Ribeira do Amparo 5
Santanópolis 7 Ribeirão do Largo 5
Santo Estêvão 7 Santa Maria da Vitória 5
São Félix do Coribe 7 Santa Teresinha 5
Seabra 7 Sítio do Mato 5
Sítio do Quinto 7 Érico Cardoso 4
Sobradinho 7 Aiquara 4
Teofilândia 7 Angical 4
Uibaí 7 Catolândia 4
Utinga 7 Coribe 4
Várzea do Poço 7 Elísio Medrado 4
Antas 6 Fátima 4
Banzaê 6 Governador Mangabeira 4
Barra 6 Ibicoara 4
Barra do Mendes 6 Ibipitanga 4
Barro Alto 6 Irará 4
Caldeirão Grande 6 Itaquara 4
Canápolis 6 Jaborandi 4
Ibiquera 6 Lençóis 4
Inhambupe 6 Pindobaçu 4
Itaeté 6 Sento Sé 4
João Dourado 6 Aporá 3
Juazeiro 6 Aramari 3
Lafaiete Coutinho 6 Barra do Choça 3
Lagoa Real 6 Cravolândia 3
Malhada 6 Formosa do Rio Preto 3
Milagres 6 Jaguaquara 3
Morpará 6 Palmeiras 3
ESTIAGEM E SECA 35
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... REFERÊNCIAS
450 415

257 264 242


Municípios Atingidos
por Estiagem e Seca
225
94
186 158 148 148 152
116
ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. SGH – Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica.
74

0
33 9 12 1 2 2 13
Dados pluviométricos de 1991 a 2010. Brasília: ANA, 2010.
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Paulo Afonso 3
Riachão das Neves
São José do Jacuípe
3
3
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres naturais. Brasília (DF): Ministério da
Tapiramutá
Almadina
3
2
Integração Nacional, 2003. 182 p.
Baianópolis 2
Caatiba 2
Firmino Alves
Heliópolis
2
2
CPTEC - CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS. INPE - Instituto Nacional De
Ibirapuã 2 Pesquisas Espaciais. Condições Climáticas no Brasil em Abril e Início de Maio de 2001. Infoclima. ano 8,
Itagi 2
Itaju do Colônia 2 n. 5, mai. 2001. Disponível em: <http://infoclima.cptec.inpe.br/>. Acesso em: 28 dez. 2011.
Jiquiriçá 2
Macarani 2
Maiquinique 2
Muritiba 2 CPTEC - CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS; INPE - INSTITUTO NACIONAL DE
Ouriçangas 2
Amargosa 1 PESQUISAS ESPACIAIS. Ocorrência de El Niño. 2011. Disponível em: <http://enos.cptec.inpe.br/tab_
Apuarema 1
Barra do Rocha 1 elnino.shtml>. Acesso em: 23 set. 2011.
Cachoeira 1
Canavieiras 1

GONÇALVES, E. F.; MOLLERI, G. S. F.; RUDORFF, F. M. Distribuição dos desastres naturais no Estado de
Caravelas 1
Coaraci 1
Conceição da Feira
Conceição do Jacuípe
1
1
Santa Catarina: estiagem (1980-2003). In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS, 1., 2004,
Coração de Maria
Cotegipe
1
1
Florianópolis. Anais... Florianópolis: GEDN/UFSC, 2004. p.773-786.
Dário Meira 1
Floresta Azul 1
Ibicuí
Ibirataia
1
1
KOBIYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba: Organic Trading,
Iguaí
Itabuna
1
1
2006. 109 p.
Itagibá 1
Itajuípe 1
Itamari 1 LEITE, F. R. B.; SOARES, A. M. L.; MARTINS, M. L. R. Áreas degradadas susceptíveis aos processos de
Itambé 1
Itapé 1 desertificação no Estado do Ceará : 2ª Aproximação. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,
Itapebi 1
Itapetinga 1 7., 1993, São Paulo. Anais... São Paulo: INPE, 1993. Disponível em: <http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.
Itarantim 1
Itororó 1 br/marte%4080/2008/05.19.18.22/doc/156-161.pdf>. Acesso em: 30 out. 2011.
Ituberá 1
Jitaúna 1
Jussari 1
Medeiros Neto
450 415
1 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Projeto atlas pluviométrico do Brasil: Mapa Estado da Bahia isoietas
Mucuri
Potiraguá
Municípios Atingidos
257 264 242
1
1 anuais médias período 1977 a 2006. Bahia: [s.n.], 2009.1 mapa. Escala 1:1.000.000. Disponível em: <http://
225 186
www.cprm.gov.br/publique/media/Isoietas_Totais_1977_2006_BA.pdf>. Acesso em: 14 nov.2011.
Rio Reale Seca 158 148 148 152 1
por Estiagem 94 116
Santa Cruz da Vitória 74 1
33 9 12 2 2 13
1
Sapeaçu 0 1
Ubaíra
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 1
Total
Valença
Vereda
1
1
PEREIRA, S. R. N. A Constituição urbana de Guanambi no Centro Sul Baiano. In: SIMPURB – SIMPÓSIO
Wanderley
Wenceslau Guimarães
1
1
NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA, 12., 2011, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: , 2011. Disponível
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 3 Registros 2 Registros 1 Registro 2326 em: <http://xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/24b3282ea2958ae1d80bb3c16df72a30.pdf>.
Acesso em: 12 nov. 2011.

TANAJURA, C. A. S.; GENZI, F.; ARAÚJO, H. A. de. Mudanças climáticas e recursos hídricos na Bahia:
validação da simulação do clima presente do hadrm3p e comparação com os cenários a2 e b2 para
2070-2100. Revista Brasileira de Meteorologia, Salvador, v. 25, n. 3, p. 345-358, 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbmet/v25n3/a06v25n3.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2011

OLIVEIRA JUNIOR, I. de. Mapeamento de áreas degradadas e com risco à desertificação no Sudoeste
Baiano. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 13., 2009, Viçosa. Anais... Viçosa:
[s.n.], 2009. Disponível em: <http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/
eixo11/044.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2011.
36 INUNDAÇÃO BRUSCA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 8 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR INUNDAÇÃO


BRUSCA EM MESORREGIÕES DA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
42°W Pernambuco 40°W 38°W
Piauí
Alagoas

Santa Brígida

Uauá
Jeremoabo

10°S 10°S
Jaguarari Canudos

Campo Formoso

Novo Triunfo
Antas

Senhor do Bonfim Euclides da Cunha

Cícero Dantas
Fátima
Banzaê Sergipe
Paripiranga
Pindobaçu Filadélfia Itiúba Cansanção
Mirangaba Quijingue Ribeira do Pombal

Nordestina
Saúde

Jussara
2 Ribeira do Amparo

Queimadas

Várzea Nova
Jacobina Caém

Araci Itapicuru
João Dourado

O
Presidente

NT O
Dutra Nova Soure

IC
Irecê

N
Uibaí Valente

AT C E A
Gentio do Ouro
América Dourada
3 Serrolândia
São José do Jacuípe São Domingos
Teofilândia
Lapão Gavião Retirolândia


Morro do Chapéu Barrocas

O
Conceição do Coité Biritinga Sátiro Dias
Ibititá Várzea da Roça Nova Fátima
Serrinha Jandaíra
Capela do Acajutiba
Alto Alegre
Mairi Ichu
Canarana
Riachão do Jacuípe
Inhambupe Número de
Pintadas Candeal
Conde
registros
Mundo Novo Santanópolis Esplanada
Baixa Grande
Mulungu do Morro Ouriçangas Cardeal
1
12°S Barra do Mendes
12°S
Irará Aramari da Silva 2
Entre Rios
Serra Preta
Pedrão 3
Alagoinhas
Anguera Feira de Santana 4-5
Ruy Barbosa
Teodoro Sampaio
6-7
Ipecaetá
Antônio Catu
Lajedinho Cardoso Terra Nova Convenções
Mata de São João
Rafael Jambeiro Conceição
Itaberaba da Feira
São Sebastião
do Passé
Mesorregião
Cabaceiras do Governador
Ibiquera Paraguaçu Mangabeira São Francisco Dias D'Ávila
Divisão Municipal
do Conde Candeias
Santa Curso d´água
Itatim Teresinha Camaçari
Madre de Deus Simões
Boa Vista do Tupim Saubara Filho
Projeção Policônica
Iaçu
1 Salvador
Lauro de
Freitas Datum: SIRGAS 2000
Itaparica
Elísio Medrado Meridiano Central: 40° W. Gr.
Varzedo Nazaré
Muniz Paralelo de Referência: 0°

µ
Ferreira Vera Cruz

Aratuípe Base cartográfica digital: IBGE 2005.


Legenda mesorregiões Dados de Desastres Naturais gerados
1 - Metropolitana de Salvador a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
2 - Nordeste baiano CEPED UFSC 2010/2011.
1:2000000
0 20 40 60 80 100 km 3 - Centro-Norte baiano Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W
INUNDAÇÃO BRUSCA 37
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

INUNDAÇÃO BRUSCA em campo e à ambiguidade das definições existentes. Além dos Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe. As chuvas provocaram o
problemas tipicamente conceituais e etimológicos, algumas extravasamento de diversos açudes na região. As fortes chuvas,
Inundações bruscas e alagamentos compõem o grupo características comportamentais são similares para ambas às principalmente durante o mês de janeiro, foram decorrentes da
de desastres naturais relacionados com o incremento das inundações, ou seja, ocorrem tanto nas inundações bruscas incursão de frentes frias até o Estado da Bahia, favorecendo a
precipitações hídricas e com as inundações. São provocadas como nas graduais (KOBIYAMA et al., 2006). ocorrência de chuvas moderadas a fortes. De acordo com os
por chuvas intensas e concentradas em locais de relevo Os desastres naturais por inundações bruscas no Estado dados oficiais, os eventos relacionados a inundações bruscas de
acidentado ou mesmo em áreas planas, caracterizando-se por da Bahia, entre os anos de 1991-2010, somam 496 registros 2004, na Bahia, demonstram que mais de 90% são registrados
rápidas e violentas elevações dos níveis das águas, as quais oficiais. Ao espacializar esses registros nos Mapas 8, 9 e 10 entre os meses de janeiro a março, principalmente no mês de
escoam de forma rápida e intensa. Nessas condições, ocorre (Desastres naturais causados por inundações bruscas nas fevereiro.
um desequilíbrio entre o continente (leito do rio) e o conteúdo mesorregiões da Bahia período de 1991 a 2010), nota-se que os O período chuvoso sobre quase todo o Estado da
(volume caudal), provocando transbordamento (CASTRO, 2003). eventos estão distribuídos em todas as mesorregiões do Estado Bahia, ocorre nos meses de novembro a fevereiro. A partir do
Por ocorrer em um período de tempo curto, este fenômeno baiano. Todavia, a Mesorregião do Extremo Oeste Baiano teve Gráfico 3 (Frequência mensal de inundações bruscas 1991-
costuma surpreender por sua violência e menor previsibilidade, menor frequência de inundações bruscas, se comparada às 2010), observa-se que todos os meses apresentam registros de
provocando danos materiais e humanos mais intensos do que outras mesorregiões do Estado. inundações bruscas, no entanto, os meses com maior número
as inundações graduais (GOERL; KOBIYAMA, 2005). O município de Catu, na Mesorregião Metropolitana de de registros de desastres, foram: fevereiro, com 177; março, com
Os alagamentos, também incluídos nesta classificação do Salvador, apresentou sete ocorrências de inundações bruscas 87; e abril, com 79. A grande parcela das ocorrências do mês de
Atlas, caracterizam-se pelas águas acumuladas no leito das ruas na escala de tempo adotada para as análises, sendo a maior fevereiro é relativa aos registros do ano de 2004. No entanto,
e nos perímetros urbanos decorrentes de fortes precipitações frequência do evento no Estado. Também na Mesorregião verifica-se que há períodos de chuvas em diferentes regiões do
pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem Metropolitana de Salvador os municípios de Candeias, Simões Estado da Bahia. Em grande parte do litoral baiano o principal
deficientes, podendo ter ou não relação com processos de Filho e Salvador apresentaram seis ocorrências cada, entre os 20 período chuvoso ocorre nos meses de abril a junho. Durante
natureza fluvial (MIN. CIDADES/IPT, 2007). Canholi (2005) anos de dados oficiais. a escala temporal analisada, há 123 registros de ocorrência do
explica que a drenagem urbana das grandes metrópoles foi, De acordo com Ministério de Minas e Energia (2009), desastre nesses meses.
durante muitos anos, abordada de maneira acessória, e somente a mesorregião mais afetada situa-se em área com os maiores Com relação aos danos humanos provocados pelas
em algumas metrópoles a drenagem urbana foi considerado índices de médias anuais de precipitações da Bahia, cerca de 2.100 inundações bruscas, 2.685.997 pessoas foram afetadas,
fator preponderante no planejamento da sua expansão. Desta mm. Esses municípios também estão localizados em regiões de
forma, assiste-se atualmente a um conjunto de eventos trágicos grandes centros urbanos do Estado, o que aumenta a chance de Gráfico 3 – Frequência mensal de inundações bruscas na Bahia, no período
a cada período de chuvas, que se reproduzem em acidentes de ocorrências de alagamentos causados por grande intensidade de 1991 a 2010

características semelhantes em áreas urbanas de risco em todo de chuvas, pois a impermeabilização do solo é maior, e há Frequência mensal de inundação brusca
País - vales inundáveis e encostas erodíveis - inexistindo, na quase uma considerável remoção da vegetação, dificultando, assim, (1991 a 2010)
totalidade de municípios brasileiros, qualquer política pública o escoamento pluvial. Muitas vezes, o sistema de drenagem 200 177
para equacionamento prévio do problema (BRASIL, 2003). urbana é deficiente, não projetado adequadamente para esses
150
Conforme Castro (2003), é comum a combinação dos episódios de precipitações intensas (UFBA, [20--?]).
fenômenos de inundação brusca (enxurrada) e alagamento em Conforme o Infográfico 2 (Municípios atingidos por 100 87
79
áreas urbanas acidentadas, como ocorre no Rio de Janeiro, Belo inundações bruscas) na Bahia os anos de maior frequência de
50 30 31
Horizonte e em cidades serranas, causando danos ainda mais inundações bruscas são os de 1992, 1997, 2004 e 2010. 13 18 16
26
6 3 10
severos. Segundo Gondim Filho et al. (2004), ocorreram cheias 0
Existe certa dificuldade na distinção dos tipos de nos meses de janeiro e fevereiro de 2004, na Bacia do rio São jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

inundação. Isto se deve à complicada identificação do fenômeno Francisco, provocadas por fortes precipitações nos estados de Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
38 INUNDAÇÃO BRUSCA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 9 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR INUNDAÇÃO


BRUSCA EM MESORREGIÕES DA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W Paraíba

Pernambuco
Abaré

9°S
Maranhão Piauí
9°S

Casa Nova Glória


Curaçá

Chorrochó Rodelas
Campo Alegre Juazeiro Paulo Afonso
de Lourdes Remanso
Sobradinho Alagoas

Pilão Arcado
Sento Sé

Buritirama
Sergipe
To c a n t i n s
Barra Xique-Xique
Formosa do Rio Preto Santa Rita de Cássia
Mansidão

Cotegipe
Morpará
Ipupiara

Barreiras
12°S Muquém de 12°S
São Francisco
Cristópolis
Oliveira dos
Brejinhos Seabra
Lençóis

Paratinga
Sítio do
Boquira
2 Mato
Nova
Ibipitanga Redenção

Nova
Milagres
São Miguel
Amargosa das Matas
Número de
Santana
Macaúbas
Rio do
Pires
Marcionílio
Souza
Itarana
Laje
registros
Bom Jesus da Lapa Caturama Irajuba Ubaíra
Abaíra Mutuípe
Botuporã Jiquiriçá
Serra do
Érico Ibicoara Lajedo do 1
Cardoso Iramaia Tabocal Itaquara
Correntina Ramalho
Paramirim
Maracás Itiruçu 2
Rio de
Riacho de Lafaiete Jaguaquara 3
Santana Contas
Coutinho
4
Coribe
Matina Igaporã Dom 1 Contendas
do Sincorá Apuarema
Basílio
Jequié 5
Lagoa Jitaúna
Carinhanha
Caetité Real
Jaborandi Feira da Palmas de Aiquara
Tanhaçu
Mata Monte Alto Brumado Itagi
Convenções
OCEANO
Malhada Ibiassucê
Rio do Caetanos
Antônio Boa Nova
Dário Mesorregião
Goias
AT L Â N T I C O
Sebastião Caculé Meira
Cocos Iuiú
Laranjeiras Maetinga Anagé
PoçõEs
Divisão Municipal
Iguaí
Planalto
Urandi
Nova
Ibicuí Curso d´água
Belo
Campo Canaã
Condeúba Vitória da
Mortugaba Conquista Caatiba
Cordeiros Itororó Projeção Policônica
15°S 15°S
Itambé
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Itapetinga
Paralelo de Referência: 0°

µ
Ribeirão
do Largo
Macarani
Encruzilhada
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Minas Gerais Maiquinique Potiraguá Legenda mesorregiões Dados de Desastres Naturais gerados
Itarantim
Distrito Federal 1 - Centro-sul Baiano a partir do levantamento do Planejamento
2 - Extremo Oeste Baiano Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:4000000 3 - Vale São-Franciscano
CEPED UFSC 2010/2011.
0 40 80 120 160 200 km
da Bahia Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
INUNDAÇÃO BRUSCA 39
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

63.693 ficaram desalojadas, 17.415 desabrigadas, 6 pessoas Infográfico 2 – Municípios atingidos por inundações bruscas no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
desaparecidas, 7.714 deslocadas, 796 levemente feridas, 120
86
103
69 67
Municipios Atingidos
13 gravemente feridas, 3.874 pessoas ficaram enfermas e por Inundação Brusca
60
13 8 15 8
25
8 10
23
14
39
7 1
ocorreram 27 óbitos, conforme o Gráfico 4 (Danos humanos Município
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Érico Cardoso 2
por inundações bruscas 1991 -2010). Aiquara 2
Alagoinhas 2

A capital Salvador, um dos municípios com maior Anagé


Anguera
2
2

recorrência de desastres dessa tipologia, apresenta 54% do total Araci


Aramari
2
2
Aratuípe 2
de pessoas afetadas no Estado. Os municípios de Ilhéus, Juazeiro Baixa Grande 2
Barro Preto 2
e Feira de Santana, também representam um dos municípios Biritinga
Buerarema
2
2

com mais danos humanos relacionados a inundações bruscas. Cabaceiras do Paraguaçu


Cairu
2
2
Camaçari 2
Feira de Santana registrou 75.082 pessoas afetadas somente no Candeal 2
Cansanção 2
episódio do ano de 2010. Cardeal da Silva
Cícero Dantas
2
2

Além dos fatores climáticos do Estado, a ação antrópica, Contendas do Sincorá


Curaçá
2
2
Dário Meira 2
a morfologia e características da região estão entre os outros Fátima 2
Gongogi 2
fatores que podem influenciar na extensão e ocorrência do Iaçu 2
Ibicaraí 2

desastre. O adensamento populacional é um dos fatores que Igaporã


Iguaí
2
2

aumenta a suscetibilidade a este tipo de evento natural. Isto


Ipecaetá 2
Ipupiara 2
Irecê 2
é uma realidade na zona costeira do país, onde se concentra Itabuna 2
Itagimirim 2

grande parte da população e também diversas atividades Itanhém


Itaparica
2
2

econômicas. O Estado da Bahia possui o maior litoral do Brasil, Itapebi


Itapicuru
2
2
Itaquara 2
com uma alta densidade populacional e um expressivo gradiente Itarantim 2
Itororó 2
pluviométrico nos meses correspondentes ao período do verão, João Dourado
Juazeiro
2
2

intensificando, dessa forma, o risco de ocorrência de inundações Lagoa Real


Laje
2
2
Lajedinho 2
bruscas (OLIVEIRA, 2006).. Macaúbas 2
Maiquinique 2
Medeiros Neto 2
Mirangaba 2
Nordestina 2
Gráfico 4 – Danos humanos causados por inundações bruscas na Bahia, pe- Nova Canaã 2
Nova Itarana 2
ríodo de 1991 a 2010. Nova Redenção 2

Danos humanos por inundação brusca


(1991 a 2010)
3000000 2685997
2500000
Habitantes

2000000
1500000
1000000
500000 63693 17415 7714 6 796 13 3874 27
0

Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.


40 INUNDAÇÃO BRUSCA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 10 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR INUNDAÇÃO BRUSCA


NA MESORREGIÃO SUL BAIANO NO PERÍODO DE 1991 A 2010
42°W 40°W 38°W 36°W

Valença
Presidente
Tancredo Neves
Cairu
Teolândia

Wenceslau Guimarães

Itamari Gandu
Nova Ibiá Piraí do Norte

Ibirataia

14°S Camamu
Ipiaú Ubatã 14°S

Barra do Rocha
Maraú
Itagibá
Gongogi

Itapitanga
Uruçuca

Almadina
Governador Ilhéus
Lomanto Júnior
Ibicaraí Itabuna
Firmino Santa Cruz
Alves da Vitória
Itapé Buerarema
São José
da Vitória

Itaju do Colônia
Una

Pau Brasil

Mascote Canavieiras
O C E A N O AT L Â N T I C O
Itapebi

Belmonte
16°S 16°S
Itagimirim

Eunápolis
Santa Cruz Cabrália Número de
registros
1
Guaratinga
2
Porto Seguro
Itabela
3
4
Minas Gerais 6
Jucuruçu

Itamaraju Convenções
Itanhém Prado Mesorregião
Divisão Municipal

Medeiros Neto Curso d´água

Alcobaça
Projeção Policônica
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 40° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Ibirapuã

Base cartográfica digital: IBGE 2005.


Nova Viçosa
Dados de Desastres Naturais gerados
18°S a partir do levantamento do Planejamento
Mucuri 18°S
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:2500000 CEPED UFSC 2010/2011.
Espirito Santo 0 25 50 75 100 125 km
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W 36°W
INUNDAÇÃO BRUSCA 41
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... Continuação...
120 103 120 103
86 86
69 67 69 67
Municipios Atingidos Municipios Atingidos
60 39 60 39
por Inundação Brusca por Inundação Brusca 25
25 23 15 23
13 8 15 8 8 10 14 13 8 7 8 8 10 14
7 1 1
0 0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Nova Viçosa 2 Carinhanha 1
Pau Brasil 2 Caturama 1
Pilão Arcado 2 Chorrochó 1
Planalto 2 Cocos 1
Porto Seguro 2 Conceição da Feira 1
Ribeira do Pombal 2 Conceição do Coité 1
Santanópolis 2 Condeúba 1
São Francisco do Conde 2 Cordeiros 1
São Miguel das Matas 2 Coribe 1
São Sebastião do Passé 2 Correntina 1
Sátiro Dias 2 Cristópolis 1
Saubara 2 Dias d'Ávila 1
Saúde 2 Dom Basílio 1
Sento Sé 2 Encruzilhada 1
Sobradinho 2 Esplanada 1
Teodoro Sampaio 2 Euclides da Cunha 1
Teofilândia 2 Feira da Mata 1
Ubatã 2 Feira de Santana 1
Valença 2 Firmino Alves 1
Vera Cruz 2 Formosa do Rio Preto 1
Vitória da Conquista 2 Gavião 1
Abaíra 1 Gentio do Ouro 1
Acajutiba 1 Glória 1
Alcobaça 1 Governador Mangabeira 1
Almadina 1 Ibiassucê 1
Amargosa 1 Ibicuí 1
Antas 1 Ibipitanga 1
Antônio Cardoso 1 Ibiquera 1
Apuarema 1 Ibirataia 1
Banzaê 1 Ibititá 1
Barra 1 Ichu 1
Barra do Mendes 1 Inhambupe 1
Barra do Rocha 1 Irajuba 1
Barreiras 1 Iramaia 1
Barrocas 1 Irará 1
Belo Campo 1 Itagi 1
Boa Nova 1 Itagibá 1
Boa Vista do Tupim 1 Itamari 1
Bom Jesus da Lapa 1 Itapé 1
Boquira 1 Itapitanga 1
Botuporã 1 Itatim 1
Brumado 1 Itiruçu 1
Buritirama 1 Jaborandi 1
Caculé 1 Jaguarari 1
Caém 1 Jequié 1
Caetanos 1 Jeremoabo 1
Caetité 1 Jiquiriçá 1
Camamu 1 Jitaúna 1
Campo Alegre de Lourdes 1 Jucuruçu 1
Campo Formoso 1 Jussara 1
Canarana 1 Lafaiete Coutinho 1
Canavieiras 1 Lajedo do Tabocal 1
Canudos 1 Lapão 1
42 INUNDAÇÃO BRUSCA
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... Continuação...
120 103 120 103
86 86
69 67 69 67
Municipios Atingidos Municipios Atingidos
60 39 60 39
por Inundação Brusca 25 por Inundação Brusca
15 23 25 23
13 8 7 8 8 10 14 13 8 7 15 8 8 10 14
1 1
0 0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Lençóis 1 Seabra 1
Maetinga 1 Sebastião Laranjeiras 1
Malhada 1 Senhor do Bonfim 1
Mansidão 1 Serra do Ramalho 1
Maracás 1 Serra Preta 1
Maraú 1 Sítio do Mato 1
Marcionílio Souza 1 Tanhaçu 1
Mascote 1 Terra Nova 1
Mata de São João 1 Uauá 1
Matina 1 Ubaíra 1
Milagres 1 Uibaí 1
Morpará 1 Una 1
Morro do Chapéu 1 Urandi 1
Mortugaba 1 Uruçuca 1
Mucuri 1 Valente 1
Mulungu do Morro 1 Várzea da Roça 1
Muquém de São Francisco 1 Várzea Nova 1
Mutuípe 1 Varzedo 1
Nova Fátima 1 Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 3 Registros 2 Registros 1 Registro 496
Nova Ibiá 1
Nova Soure 1
Novo Triunfo 1
Oliveira dos Brejinhos 1
Ouriçangas 1
Palmas de Monte Alto 1
Paramirim 1
Paratinga 1
Paripiranga 1
Paulo Afonso 1
Pedrão 1
Pintadas 1
Piraí do Norte 1
Prado 1
Presidente Dutra 1
Presidente Tancredo Neves 1
Quijingue 1
Rafael Jambeiro 1
Retirolândia 1
Riacho de Santana 1
Ribeira do Amparo 1
Ribeirão do Largo 1
Rio de Contas 1
Rio do Antônio 1
Rodelas 1
Santa Brígida 1
Santa Cruz Cabrália 1
Santa Cruz da Vitória 1
Santana 1
Santa Rita de Cássia 1
Santa Teresinha 1
São Domingos 1
São José da Vitória 1
São José do Jacuípe 1
INUNDAÇÃO BRUSCA 43
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

REFERÊNCIAS UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Departamento de Hidráulica


e Saneamento. Precipitação. In: ______. Grupo de recursos hídricos:
ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. SGH – Superintendência apostila de hidrologia. Bahia: Universidade Federal da Bahia, [20--?].
de Gestão da Rede Hidrometeorológica. Dados pluviométricos de cap. 3. Disponível em: <http://www.grh.ufba.br/download/2005.2/
1991 a 2010. Brasília: ANA, 2010. Apostila(Cap3%20-%20Parte1).pdf>. Acesso em: 12 nov. 2011.

BRASIL. A questão da drenagem urbana no Brasil: elementos para


formulação de uma política nacional de drenagem urbana. Ministério
das Cidades, 2003.

CANHOLI, Aluisio Prado. Drenagem urbana e controle de


enchentes. São Paulo: Oficina de Textos, 2005.

CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres


naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.

GOERL, Roberto Fabris ; KOBIYAMA, Masato. Consideração sobre


as inundações no Brasil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS
HIDRICOS, 2005, João Pessoa. Anais... João Pessoa: [s.n.], 2005.

GONDIM FILHO, J. G. et al. Análise da cheia de 2004 na bacia do rio


São Francisco. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE DEASTRES NATURAIS,
1., 2004, Florianópolis, Anais... Florianópolis: GEDN/UFSC, 2004. P.
524-538. 1 CD-ROM. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~gedn/
sibraden/cd/EIXO%203_OK/3-39.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2011.

KOBIYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos


básicos. Curitiba: Organic Trading, 2006. 109 p.

MINISTÉRIO DAS CIDADES / INSTITUTO DE PESQUISAS


TECNOLÓGICAS – IPT – Mapeamento de riscos em encostas
e margens de rios. Brasília: Ministério das Cidades; Instituto de
Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2007. 176 p.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Projeto atlas pluviométrico do


Brasil: Mapa Estado da Bahia isoietas anuais médias período 1977 a
2006. Escala 1:1.000.000. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/
publique/media/Isoietas_Totais_1977_2006_BA.pdf. Acessado em 14
nov.2011>. Acessado em 12 nov. 2011.

OLIVEIRA, C,R, P. de. Impactos causados pela ocupação desordenada


na zona costeira de Maria Farinha-PE. In: SEMINÁRIO ÁREAS
PROTEGIDAS E INCLUSÃO SOCIAL - SAPIS, 2., [S.l.]. Anais... [S.l.]:
[s.n.], 2006. Disponível em: <http://www.ivt-rj.net/sapis/2006/pdf/
CinthiaOliveira.pdf>. Acesso em: 25 out. 2011.
44 INUNDAÇÃO GRADUAL
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 11 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR INUNDAÇÃO


GRADUAL NA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
Pará Maranhão
Abaré
Pernambuco
9°S 9°S

Piauí Curaçá

Campo Alegre
de Lourdes
Remanso
Juazeiro
Alagoas
Uauá

Pilão Arcado

Andorinha
Senhor Antas
do Bonfim

Sergipe
To c a n t i n s Mirangaba

Xique-Xique
Barra

Araci
Capim Grosso
Gentio do Ouro Miguel Calmon

Serrinha Jandaíra

Água
Fria

Ibotirama Baixa Grande

12°S Muquém de
Alagoinhas 12°S
São Francisco

Santo
OCEANO
AT L Â N T I C O
Amaro
São Francisco
do Conde
Saubara
Lauro de
Freitas

Amargosa
Santa Maria
da Vitória Bom Jesus da Lapa

Presidente
Tancredo Neves
Paramirim Jussiape
Lafaiete Wenceslau
Coutinho Guimarães
Livramento de
Nossa Senhora Itamari Gandu
Piraí do
Norte

Ipiaú

Guanambi
Malhada Ubaitaba

Dário Meira Aurelino


Caculé Leal
Número de
Pindaí Uruçuca
Iuiú

Jacaraci
Presidente
Jânio Quadros
Itabuna
registros
Santa Cruz
Tremedal da Vitória
1
15°S Itambé 15°S
2
3

Goias Maiquinique

Distrito Federal Convenções


Belmonte
Mesorregião
Divisão Municipal

Porto Seguro
Curso d´água

Minas Gerais Projeção Policônica


Itamaraju Datum: SIRGAS 2000
Vereda
Prado Meridiano Central: 42° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
18°S CEPED UFSC 2010/2011. 18°S
1:5000000
Espirito Santo 0 50 100 150 200 250 km Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
INUNDAÇÃO GRADUAL 45
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

INUNDAÇÃO GRADUAL características comportamentais são similares para ambas às oficiais, com maior concentração de eventos nas mesorregiões
inundações, ou seja, ocorrem tanto nas inundações bruscas Vale São-Franciscano da Bahia, Centro Sul e Sul Baiano.
Inundações graduais compõem o grupo de desastres como nas graduais (KOBIYAMA et al., 2006). Ao espacializar as ocorrências de inundações graduais
naturais relacionados com o incremento das precipitações Assim, de um modo geral, a previsibilidade das cheias no Mapa 11 (Desastres naturais causados por inundação gradual
hídricas e com as inundações. Representam o transbordamento periódicas e graduais facilita a convivência harmoniosa com o na Bahia no período de 1991 a 2010) verifica-se que somente
das águas de um curso d’água, atingindo a planície de inundação, fenômeno, de tal forma que possíveis danos ocorrem apenas a Mesorregião do Extremo Oeste Baiano registrou apenas um
também conhecida como área de várzea. Quando estas águas nas inundações excepcionais, em função de vulnerabilidades evento na escala temporal adotada para o Atlas. Todas as outras
extravasam a cota máxima do canal, as enchentes passam a ser culturais (CASTRO, 2003). mesorregiões apresentaram maior frequência de registros de
chamadas de inundações e podem atingir moradias construídas No Estado da Bahia, atuam sistemas meteorológicos inundações graduais. O município de Juazeiro, o mais atingido
sobre as margens do rio, transformando-se em um desastre que são responsáveis pelos períodos chuvosos bem definidos pelo evento ao longo dos vinte anos analisados, teve 3 registros.
natural. Desta forma, segundo Castro (2003), as inundações nas sub-regiões do Estado, como: a Zona de Convergência O Infográfico 3 (Municípios atingidos por inundações
graduais são caracterizadas pela elevação das águas de forma do Atlântico Sul (ZCAS), o vórtice ciclônico de altos níveis graduais) demonstra que houve casos de inundações graduais
paulatina e previsível, mantendo-se em situação de cheia (VCAN), brisas terrestres, ondas de leste e sistemas frontais registrados em quase todos os anos, entre 1991-2010, sendo
durante algum tempo, para após, escoarem-se gradualmente. ou seus vestígios (NOBRE; MOLION 1988; CHAVES 1999; mais recorrente a partir do ano de 2001. Os anos de 1992, 2004
As enchentes e as inundações são eventos naturais CHAVES; CAVALCANTI 2001; MOLION; BERNARDO 2002 apud e 2007 apresentaram maior frequência do evento.
que ocorrem com periodicidade nos cursos d’água, sendo TANAJURA; GENZI; ARAÚJO, 2010). Na faixa litorânea, os índices No ano de 1992, a média de precipitação pluviométrica
características das grandes bacias hidrográficas e dos rios de precipitações são assegurados pela atuação de dois sistemas anual foi uma das maiores em 20 anos de dados fornecidos
de planície, como o Amazonas. O fenômeno evolui de forma meteorológicos: as perturbações de leste, que produzem pela ANA. Foram cerca de 830 mm em 65 dias, sendo que os
facilmente previsível e a onda de cheia desenvolve-se de instabilidade e mau tempo, especialmente no setor setentrional, meses de janeiro, fevereiro, novembro e dezembro foram os de
montante para jusante, guardando intervalos regulares (CASTRO, e as frentes frias, que causam chuvas frontais no setor litorâneo maior acumulado médio mensal, conforme Gráfico 5 (Médias
2003). (SILVA et al., 2002). pluviométricas em 1992). Neste ano, ocorreram 23 episódios de
O fenômeno é intensificado por variáveis climatológicas Os desastres naturais por inundações graduais no Estado inundação gradual na Bahia.
de médio e longo prazo e pouco influenciáveis por variações da Bahia, entre os anos de 1991-2010, somam 73 registros O período de maior frequência de chuvas na maioria
diárias de tempo. Relacionam-se muito mais com períodos das regiões do Estado da Bahia fica entre os meses de outubro
demorados de chuvas contínuas do que com chuvas intensas Gráfico 5 – Médias pluviométricas em 1992, com base nos dados das Es- a fevereiro (ANÁLISE..., [20--?]). De acordo com o Gráfico 6
e concentradas. Caracteriza-se por sua abrangência e grande tações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado da (Frequência mensal de inundação gradual 1991 2010), foram os
Bahia
extensão. Em condições naturais, as planícies e fundos de vales meses entre os anos de 1991 – 2010, que tiveram maior número
estreitos apresentam lento escoamento superficial das águas das Médias pluviométricas em 1992 de ocorrências de desastres naturais relacionados a inundações
chuvas, e nas áreas urbanas estes fenômenos são intensificados 300,00 264,00 graduais. Principalmente entre os meses de janeiro e fevereiro,
por alterações antrópicas, como a impermeabilização do solo, 250,00 incidindo, em sua grande maioria, nas mesorregiões do Centro
retificação e assoreamento de cursos d’água. Este modelo de 200,00 157,40 Sul Baiano, Vale São-Franciscano da Bahia e Centro Norte
150,00 127,60
urbanização, do uso do espaço com a ocupação das planícies de Baiano. No entanto, conforme o Ministério de Minas e Energia,
,
100,00 77,86
inundação e impermeabilização ao longo das vertentes, é uma 39 86
39,86 30 85
30,85 36,60 2009, as mesorregiões que apresentaram maior frequência de
50,00 29,12 28,64 20,79
afronta à natureza (TAVARES; SILVA, 2008). 7,35 11,32 inundações graduais estão inseridas na região onde os níveis de
0,00 11 12 5 3 2 5 5 3 4 3 6 8
Existe certa dificuldade na distinção dos tipos de precipitações são menores no Estado.
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
inundação. Isto se deve à complicada identificação do fenômeno De acordo com Tanajura; Genzi e Araúj (2010) e Molion
em campo e à ambiguidade das definições existentes. Além dos média mensal média dias de chuva e Bernardo (2009) o principal período chuvoso sobre quase todo
problemas tipicamente conceituais e etimológicos, algumas Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado CEPED UFSC, 2011. o Estado da Bahia, ocorre nos meses de novembro a fevereiro,
46 INUNDAÇÃO GRADUAL
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Gráfico 6 – Frequência mensal de inundação gradual na Bahia, período de Infográfico 3 – Municípios atingidos por inundações graduais no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
1991 a 2010. 30
23

Frequência mensal de inundação gradual Municípios Atingidos


15
13 13
por Inundação Gradual
(1991 a 2010) 2 2 2 3 4 2
5
1 1 1 1
35 0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
29
30 Juazeiro 3
Abaré 2
25
20 Barra 2
20 Bom Jesus da Lapa 2
Itabuna 2
15 Itamari 2
9
10 Jandaíra 2
4 Santo Amaro 2
5 3 2 3
1 1 1 0 0 Senhor do Bonfim 2
0 Uruçuca 2
Água Fria 1
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Alagoinhas 1
Amargosa 1
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2010. Andorinha 1
Antas 1
com máximo climatológico em dezembro, principalmente Araci 1
Aurelino Leal 1
em municípios mais localizados ao sul do Estado. Os índices Baixa Grande 1
Belmonte 1
pluviométricos variam de 600 mm/ano (interior) a mais de 3.000 Caculé 1
Campo Alegre de Lourdes 1
mm/ano (litoral) (MOLION; BERNARDO, 2009). Em praticamente Capim Grosso 1
todo o litoral da Bahia, o principal período chuvoso ocorre nos Curaçá 1
Dário Meira 1
meses de abril a junho. Este período chuvoso é em grande parte Gandu 1
Gentio do Ouro 1
explicado pela interação de circulação de brisa terrestre com os Guanambi 1
ventos alísios predominantes de leste e sudeste (KOUSKY, 1980 Ibotirama 1
Ipiaú 1
apud TANAJURA; GENZI; ARAÚJO, 2010). Itamaraju 1
Itambé 1
A precipitação no semiárido do Brasil, que inclui grande Iuiú 1
Jacaraci 1
parte do Estado da Bahia, é influenciada por variabilidade Jussiape 1
interanual, particularmente pelo El Niño/Oscilação Sul (ENOS) e Lafaiete Coutinho 1
Lauro de Freitas 1
pelo dipolo do Atlântico (SOUZA; NOBRE, 1998). É uma região Livramento de Nossa Senhora 1
Maiquinique 1
bastante vulnerável a essa variabilidade, pois se as chuvas no Malhada 1

período chuvoso são fracas, há um prolongamento do período Miguel Calmon 1


Mirangaba 1
de estiagem com fortes secas (TANAJURA; GENZI; ARAÚJO, 2010). Muquém de São Francisco 1
Paramirim 1
Tanto as intensas chuvas, como as estiagens e secas que Pilão Arcado 1
Pindaí 1
assolam parte do território baiano, causam grande impacto na Piraí do Norte 1
população, que muitas vezes depende da lavoura de subsistência Porto Seguro 1
Prado 1
para sobreviver. Assim, os eventos de inundação gradual no Presidente Jânio Quadros 1
Presidente Tancredo Neves 1
Estado, durante os anos de 1991-2010, deixaram 44.657 pessoas Remanso 1

afetadas, 2.941 pessoas desalojadas, 2.221 desabrigados, Santa Cruz da Vitória


Santa Maria da Vitória
1
1
160 pessoas deslocadas, 100 pessoas levemente feridas, 4
gravemente feridas, 84 pessoas enfermas e houve 5 óbitos,
conforme demonstra Gráfico 7 (Danos humanos por inundação
INUNDAÇÃO GRADUAL 47
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... MOLION, L. C. B.; BERNARDO, S. de O. Dinâmica das chuvas no


30
23
nordeste brasileiro. CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA,
Municípios Atingidos
2009, Maceió. Anais... Maceió: [s.n.], 2009. Disponível em: <http://
13 13
por Inundação Gradual 15
5
www.cbmet.com/cbm-files/12-7ea5f627d14a9f9a88cc694cf707236f.
2 2 2 3 4 2
1 1 1 1 pdf>. Acesso em: 13 nov. 2011.
0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
São Francisco do Conde 1
Saubara 1
SILVA, D. D. et al,. Chuvas intensas no Estado da Bahia. Revista
Serrinha 1 Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande,
Tremedal 1
v. 6, n. 2, p. 362-367, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
Uauá 1
Ubaitaba 1 rbeaa/v6n2/v6n2a30.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2011.
Vereda 1
Wenceslau Guimarães 1
Xique-Xique 1 TANAJURA, C. A. S.; GENZI, F.; ARAÚJO, H. A. de. mudanças climáticas
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 3 Registros 2 Registros 1 Registro 73 e recursos hídricos na Bahia: validação da simulação do clima
presente do hadrm3p e comparação com os cenários a2 e b2 para
2070-2100. Revista Brasileira de Meteorologia, Salvador, v. 25, n. 3,
Gráfico 7 – Danos humanos ocasionados por inundação gradual na Bahia, p. 345-358, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbmet/
período de 1991 a 2010. REFERENCIAS v25n3/a06v25n3.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2011.
Danos humanos por inundação gradual
(1991 a 2010) ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. SGH – Superintendência TAVARES, A.C; SILVA, A.C.F. Urbanização, chuvas de verão e
50000 44657 de Gestão da Rede Hidrometeorológica. Dados pluviométricos de inundações: uma análise episódica. Climatologia e Estudos da
40000
1991 a 2010. Brasília: ANA, 2010. Paisagem, Rio Claro, v. 3, n.1, p. 4-15, jan./jun. 2008.
habitantes

30000
20000
ANÁLISE da pluvimetria. [S.l.]: CPRM, [20--?]. Disponível em: <ftp://
10000
ftp.cprm.gov.br/pub/pdf/ps/clima/clima_pluviometria.pdf>. Acesso
2941 2221 160 100 84
0 4 5 em: 15 nov. 2011.
0

CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres


naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.

Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2010. GONDIM FILHO, J. G. C.; et al,. Análise da cheia de 2004 na Bacia do
rio São Francisco. In SIMPÓSIO BRASILEIRO DE DEASTRES NATURAIS,
gradual). O número considerável de afetados pelas inundações 1., 2004, Florianópolis, Anais... Florianópolis: GEDN/UFSC, 2004. p.
graduais pode ser reflexo da elevada densidade demográfica, 524-538. 1 CD-ROM. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~gedn/
principalmente junto às margens de rios, destacando o rio São sibraden/cd/EIXO%203_OK/3-39.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2011.
Francisco e seus afluentes, em planícies de inundações, propícias
KOBIYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos
à implantação de perímetros de irrigação, responsáveis pelo
básicos. Curitiba: Organic Trading, 2006. 109 p.
sustento econômico dessas populações (GONDIM FILHO et al.,
2004). MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Projeto atlas pluviométrico do
Os municípios de Gandu e Santo Amaro, localizados Brasil: Mapa Estado da Bahia isoietas anuais médias período 1977 a
nas mesorregiões do Sul Baiano e Metropolitana de Salvador, 2006. Bahia: Ministério de Minas e Energia, 2009. Escala 1:1.000.000.
Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/media/Isoietas_
respectivamente, apresentaram maior quantidade de pessoas
Totais_1977_2006_BA.pdf. Acessado em 14 nov.2011>. Acesso em:
afetadas pelo evento, sendo que, das cinco mortes registradas, 12 nov. 2011.
uma foi no município de Santo Amaro e as outras quatro no
município de Senhor do Bonfim, no Centro Norte Baiano.
48 VENDAVAL E/OU CICLONE, TORNADO
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 12 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR VENDAVAL E/OU CILCONE


E TORNADO NA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
Pará Maranhão
Pernambuco
9°S 9°S

Piauí
Alagoas

Senhor do Bonfim

Sergipe
To c a n t i n s

Utinga
12°S 12°S
Coração de Maria

OCEANO
AT L Â N T I C O

Ubaíra

Apuarema

Número de registros
Vendaval e/ou Cilcone
Santa Cruz da Vitória
1
15°S Tornado 15°S
Itapetinga
1

Goias
Distrito Federal Convenções
Mesorregião
Eunápolis Divisão Municipal
Curso d´água

Minas Gerais Projeção Policônica


Datum: SIRGAS 2000
Vereda
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Medeiros Neto

Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
18°S CEPED UFSC 2010/2011. 18°S
1:5000000
Espirito Santo 0 50 100 150 200 250 km Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
VENDAVAL E/OU CICLONE, TORNADO 49
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

VENDAVAL E/OU CICLONE, TORNADO Maria, Itapetinga, Eunápolis, Apurema e Santa Cruz da Vitória mortes relacionadas ao desastre natural; geralmente, os maiores
registraram ocorrência de vendavais. De acordo com as danos são de origem material.
Vendaval e/ou ciclone descrições dos eventos nos documentos oficiais, a maioria dos Os vendavais associados a tempestades, enquanto
municípios relatou ocorrências de vendavais vinculados a fortes desastres, provocam grandes efeitos adversos como queda de
Quanto a sua origem, todos os dois eventos se enquadram chuvas. árvores e danos às plantações; derrubada das fiações elétricas
como desastres naturais de causa eólica, relacionados com a O Gráfico 8 (Frequência mensal de vendavais e/ou e telefônicas; produzem danos estruturais em edificações,
intensificação do regime dos ventos ou com a forte redução da ciclone 1991-2010), demonstra a ocorrência dos vendavais em assim como destelhamento e, ocasionalmente, feridos e mortos
circulação atmosférica. Dependendo do Estado, os registros são vários meses do ano, tanto em época de chuvas quanto em (CASTRO, 2003).
relativos a uma ou outra tipologia, ou até mesmo às duas. No época de seca no Estado, havendo mais de um registro nos
caso do Estado da Bahia, os registros referem-se a vendavais. meses de setembro e novembro. Sendo que os eventos do ano Tornado
Os vendavais são caracterizados como o deslocamento de 2008 ocorreram entre os meses de setembro e novembro em
violento de uma massa de ar, de uma área de alta pressão municípios de mesorregiões diferentes. Os tornados incluem-se na classificação de desastres
para outra de baixa pressão, ou seja, perturbações acentuadas No caso dos danos humanos causados por vendavais naturais de causa eólica, pois estão relacionados com a
no estado normal da atmosfera, normalmente causados pelo durante as ocorrências registradas na Bahia, no Gráfico 9 intensificação do regime dos ventos ou com a forte redução da
intenso gradiente de pressão e um incremento do efeito de atrito (Danos humanos por vendaval e/ou ciclone), constatou-se uma circulação atmosférica.
e das forças centrífuga, gravitacional e de Coriolis. Na Escala de quantidade de 8.401 pessoas afetadas, 2.435 desalojadas, 1.076 Tornados são definidos como vórtices ou redemoinhos
Beaufort, correspondem a ventos muito duros de número 10, desabrigadas, 131 deslocadas, 183 levemente feridas, 3 feridas de vento formados na baixa atmosfera. Apresentam-se com
com velocidades que variam entre 88 a 102 km/h. Normalmente, e 1 pessoa enferma, ao longo dos vinte anos. nuvens escuras, de formato afunilado, que tocam a superfície
os vendavais são acompanhados de tempestades, precipitações Dentre os municípios atingidos por vendavais, Eunápolis terrestre com grande velocidade de rotação e forte sucção,
hídricas intensas e concentradas, bem como de granizo ou de teve o maior número de danos humanos, com 6.000 afetados, representando grande potencial destrutivo. São formados
neve, quando são denominados nevascas (CASTRO, 2003). 1.000 desalojados e 90 desabrigados, em um evento no ano de em processos convectivos, caracterizados pela formação de
O superaquecimento local gera correntes de 2009. Santa Cruz da Vitória é o segundo mais atingido, com grandes nuvens cumulonimbus e em situações do encontro de
deslocamentos horizontal e vertical de grande violência e com 1.000 afetados, 112 desalojados e 15 desabrigados, em um massas de ar altamente diferenciadas e de grande intensidade.
poder destruidor, ao provocar a formação de cumulonimbus evento em 2010. Em nenhuma das ocorrências foram registradas A partir dessas condições é instalada uma célula de baixa
isolados. Estes tipos de nuvens são acompanhados normalmente
Gráfico 8 – Frequência mensal de vendaval e/ou ciclone na Bahia, período
de raios e trovões (CASTRO, 2003). de 1991 a 2010 Gráfico 9 - Danos humanos ocasionados por vendaval e/ou ciclone na Bahia,
Os desastres naturais causados por vendavais, entre os período de 1991 a 2010
Frequência mensal de vendaval e/ou ciclone (1991 a
anos de 1991-2010, no Estado da Bahia, somam 9 registros 2010) Danos humanos por Vendaval e/ou Ciclone
oficiais, de acordo com os registros do Estado. Conforme 3 (1991 a 2010)
o Mapa 12 (Desastres naturais causados por vendaval e/ 10000 8401
ou ciclone e tornado na Bahia período de 1991 a 2010), a 2 2 8000

Habitantes
2 6000
localização da grande parte dos municípios atingidos está na
4000 2435
Mesorregião do Sul Baiano, mais próximos à faixa litoral. Como 1 1 1 1 1 1076
2000
131 0 183 3 1 0
demonstrado pelo Infográfico 4 (Municípios atingidos por 1
0
vendavais), todos os nove municípios atingidos apresentaram
0 0 0 0 0
somente 1 registro cada. 0
Houve uma maior recorrência do evento a partir do jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

ano de 2008, onde os municípios de Vereda, Coração de Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
50 VENDAVAL E/OU CICLONE, TORNADO
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

pressão nas camadas superiores da atmosfera que ocasiona o Infográfico 4 – Municípios atingidos por vendavais no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
efeito chaminé e a ascensão do ar para a alta troposfera. Este 4
3

arranjo caracteriza o efeito de vórtice, responsável pela forte Municípios Atingidos


2
2
por Vendaval e/ou Ciclone 1 1 1 1
sucção, que provoca o arrancamento de árvores, a destruição de
edificações e a elevação no ar de destroços e objetos. Portanto, o Município
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Apuarema 1
ar em movimento é o que forma o tornado, com força suficiente Coração de Maria 1
para causar grandes danos à superfície terrestre, assim como à Eunápolis 1
Itapetinga 1
população local (CASTRO, 2003). Medeiros Neto 1
Santa Cruz da Vitória 1
Dentre as perturbações atmosféricas, o tornado é Senhor do Bonfim 1
considerado uma das mais violentas. Como um tornado pode Utinga 1
Vereda 1
atingir até 320 km/h, esse fenômeno supera a violência do Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro 9

furacão, pois seu poder destrutivo é altamente concentrado


e violento, mas com duração e área afetada menor (CASTRO, Infográfico 5 – Município atingido por tornado no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
2003). 2

As trombas d’água compõem esta classificação, pois Município Atingido 1


1
são fenômenos semelhantes aos tornados, porém ocorrem por Tornado

somente sobre uma superfície aquosa, no mar ou num lago. 0


Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Nesses casos, a sucção no centro da tempestade eleva para os Ubaíra 1

ares a água da superfície. Geralmente, desaparecem quando Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro 1

entram em contato com a superfície da terra (CASTRO, 2003).


No Estado da Bahia, entre os anos de 1991-2010, houve causados por vendaval e/ou ciclone e tornado na Bahia período REFERÊNCIAS
apenas 1 registro oficial de tornado, registrado pelo município de 1991 a 2010).
de Ubaíra. Este se localiza na Mesorregião do Centro Sul Baiano, O evento foi registrado em março de 1997, como mostra CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres
o Gráfico 10 (Frequência mensal de tornado 1991-2010) e o naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.
conforme espacializado pelo Mapa 12 (Desastres naturais
Infográfico 5 (Município atingido por tornado). Em função de
a Bahia apresentar um único registro, não há como fazer uma
Gráfico 10 - Frequência mensal de tornados na Bahia, período de 1991 a
2010 análise da recorrência mensal do evento no Estado.
O único evento registrado não apresentou informações
Frequência mensal de tornado (1991 a 2010)
relativas a danos humanos em seu documento oficial.
2
Episódios de tornados muitas vezes são confundidos
com vendavais intensos, pelo fato de a população não ter bem
claro a definição e as características que remetem a este evento
1
1 natural. Este pode ser um dos motivos para o número reduzido
de registros no Estado da Bahia.

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.


GRANIZO 51
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

GRANIZO Infográfico 6 – Municípios atingidos por granizos no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
2

Os granizos compõem o grupo de desastres naturais Municípios Atingidos


1
1 1 1
por Granizo
relacionados com temperaturas extremas. São caracterizados
por precipitação sólida de pedras de gelo, transparentes Município
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
ou translúcidas, de forma esférica ou irregular, de diâmetro Lamarão 1
Salvador 1
igual ou superior a 5 mm, que se formam na parte superior Utinga 1

das nuvens convectivas, do tipo cumulonimbus. Estas nuvens Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro 3

apresentam temperaturas extremamente baixas no seu topo


e elevado desenvolvimento vertical, podendo alcançar alturas Com relação aos danos humanos causados por quedas Gráfico 12 - Danos humanos ocasionados por granizos na Bahia, período de
1991 a 2010
de até 1.600 m, condições propícias para a transformação das de granizos na Bahia, pelo Gráfico 12 (Danos humanos por
gotículas de água em gelo. As gotas congeladas ao crescerem, granizos) verificam-se 600 pessoas afetadas, 35 desalojadas e 75 Danos humanos por Granizo (1991 a 2010)
pelo processo de coalescência (agrupamento com outras gotas desabrigadas. Esses números correspondem à única ocorrência 700 600
600
menores), movimentam-se com as correntes subsidentes. Nessa no município de Lamarão. Os outros dois municípios, Salvador
500

habitantes
movimentação, ao se chocarem com gotas mais frias, crescem e Utinga, não informaram o número de pessoas prejudicadas 400
rapidamente até alcançarem um peso máximo, ao ponto de não pelos eventos. Geralmente esse tipo de fenômeno promove 300
200
serem mais suportadas pelas correntes ascendentes, quando efeitos negativos sobre as infraestruturas urbanas e atividades 100 35
75
0 0 0 0 0 0
ocorre a precipitação. O tempo de duração de uma precipitação agropecuária em áreas rurais. 0

de granizo está relacionado à extensão vertical da zona de O granizo, enquanto desastre, causa grandes danos e
água no interior da nuvem, que normalmente supera 3 km e prejuízos econômicos à agricultura. No Brasil, as regiões de clima
é formada por gotas assimétricas (KULICOV; RUDNEV, 1980; temperado são as mais atingidas por este evento, prejudicando as
KNIGHT; KNIGHT, 2001). culturas de frutas e de fumo, mais vulneráveis ao granizo. Dos danos Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
O granizo, também conhecido por saraivada, pode ser materiais provocados pelo fenômeno, a destruição de telhados é
subdividido em gotas de chuvas congeladas ou flocos de neve a mais relevante, especialmente quando construídos com telhas de amianto ou de barro. Outra relevância, é que estes episódios
fundidos e recongelados e em grânulos de neve envolvidos por geralmente são acompanhados por vendavais e tempestades,
gelo (CASTRO, 2003). Gráfico 11 - Frequência mensal de granizos na Bahia, período de 1991 a o que dificulta definir isoladamente as consequências para se
No Estado da Bahia, somam-se 3 registros oficiais 2010 decretar uma situação de emergência (CASTRO, 2003).
de desastres naturais relacionados à precipitação de granizo, Frequência mensal de granizo (1991 a 2010)
ao longo dos vinte anos de análise. Os municípios atingidos, 3
REFERÊNCIAS
foram: Lamarão, Utinga e a capital Salvador, todos com
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres
1 registro cada, conforme consta no Mapa 13 (Desastres 2
2 naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.
naturais causados por granizo na Bahia no período de 1991
a 2010). 1 KNIGHT, C. A.; KNIGHT, N. C. Hailstorms. In: DOSWELL III, C. A.
O Infográfico 6 (Municípios atingidos por granizos) 1 Severe convective storms. Boston: American Meteorological
apresenta 1 ocorrência nos anos de 1995, 1996 e 2003. Society, 2001. (Meteorological Monographs, v. 28, n. 50, 2001. p.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 223-249).
Os meses em que os eventos foram registrados constam 0
no Gráfico 11 (Frequência mensal de granizo 1991 -2010) - julho jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
KULICOV, V. A.; RUDNEV, G. V. Agrometeorologia tropical. Havana:
de 1995, novembro de 1996 e novembro 2003. Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. Científico-Técnica, 1980.
52 GRANIZO
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 13 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR


GRANIZO NA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
Pará Maranhão
Pernambuco
9°S 9°S

Piauí
Alagoas

Sergipe
To c a n t i n s

Lamarão

Utinga
12°S 12°S

OCEANO
AT L Â N T I C O
Salvador

Número de
15°S
registros 15°S

Goias
Distrito Federal Convenções
Mesorregião
Divisão Municipal
Curso d´água

Minas Gerais Projeção Policônica


Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
18°S CEPED UFSC 2010/2011. 18°S
1:5000000
Espirito Santo 0 50 100 150 200 250 km Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL 53
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, dependendo da viscosidade e do tipo de material, podem receber O Mapa 14 (Desastres naturais causados por
EROSÃO FLUVIAL outros nomes como fluxos de terra (earthflows), fluxos de lama movimentos de massa, erosão linear e erosão fluvial na Bahia
(mudflows) e fluxos de detrito (debrisflows). no período de 1991 a 2010) espacializa os registros e demonstra
Movimentos de massa Os rastejos são caracterizados como movimentos de que, na Mesorregião Metropolitana de Salvador, dois municípios,
massa lentos, porém contínuos ou pulsantes. O processo não Candeias e a capital Salvador, foram atingidos pelo evento 2
Os movimentos de massa compõem o grupo de desastres apresenta superfície de ruptura bem definida e os limites são vezes. Na Mesorregião Sul Baiano, o município de Camacan
naturais relacionados com a geomorfologia, o intemperismo, a transicionais entre a massa em movimento e o terreno estável apresentou apenas 1 ocorrência de deslizamento de terra.
erosão e a acomodação do solo. Na classificação adotada no (CASTRO, 2003). Podem preceder movimentos mais rápidos, No período, somente os anos de 2003, 2009 e 2010
Atlas, foram agrupados os seguintes eventos naturais do grupo: como os escorregamentos. Embora lentos, os rastejos podem registraram o evento no Estado, conforme o Infográfico 7
escorregamentos ou deslizamentos; corridas de massa; rastejos ser facilmente identificados pela mudança na verticalidade das (Municípios atingidos por movimentos de massa). O ano de 2009
e quedas, tombamentos e/ou rolamentos de matacões e/ou árvores, postes, etc. (AUGUSTO FILHO, 1994). apresentou maior frequência, sendo os municípios de Camacan,
rochas. As quedas e os tombamentos de rochas caracterizam- Salvador e Candeias os afetados.
Dentre as formas de movimentos de massa, os se por movimentos extremamente rápidos de blocos ou Todas as ocorrências, conforme Gráfico 13 (Frequência
escorregamentos, também denominados deslizamentos, são os fragmentos em queda livre, em planos de cisalhamento ou mensal de movimentos de massa 1991-2010), foram registradas
mais importantes desta classificação, haja vista ser o mais recorrente clivagem, enquanto que os rolamentos de matacões são no bimestre dos meses de abril e maio, correspondentes ao
dentre todos os tipos aqui apresentados. São provocados pelo provocados por processos erosivos que removem os apoios das período de chuvas na maior parte da faixa litorânea do Estado
escorregamento de materiais sólidos (solo, vegetação, etc.) ao bases (CASTRO, 2003). Nestes fenômenos, a maior preocupação da Bahia.
longo de terrenos inclinados, tais como, encostas, pendentes é com a trajetória dos blocos, ou seja, durante a queda e o De acordo com os documentos oficiais do Estado, os
ou escarpas. Caracterizam-se por movimentos gravitacionais rolamento (AUGUSTO FILHO, 1994). deslizamentos ou escorregamentos de terra foram causados em
rápidos de massa, cuja superfície de ruptura é bem definida A identificação da tipologia é de fundamental decorrência de chuvas, que muitas vezes causaram inundações e/
por limites laterais e profundos. No momento em que a força importância para o entendimento das causas dos fenômenos ou alagamentos, trazendo para a população diversos transtornos.
gravitacional vence o atrito interno das partículas, responsável ocorridos (CEPED UFSC, 2009). Assim, conhecendo-se as causas, Sobretudo em áreas urbanas, como é o caso de Candeias e
pela estabilidade, a massa de solo movimenta-se encosta abaixo. procura-se alcançar, por meio do entendimento dos processos especialmente a capital Salvador; além dos aspectos geológicos,
Esses movimentos gravitacionais de massa relacionam-se com a envolvidos, respostas às questões: por que ocorrem os geomorfológicos, pedológicos e topográficos, e a ausência de
infiltração de água e a embebição do solo das encostas, o que escorregamentos, quando, onde e quais são seus mecanismos, vegetação, as áreas atingidas sofrem pela grande influência
provoca a diminuição ou perda total do atrito entre as partículas. permitindo a predição da suscetibilidade (VARNES, 1978).
Gráfico 13 - Frequência mensal de movimentos de massa na Bahia, período
Por esse motivo, no Brasil, os escorregamentos são nitidamente Todos esses eventos são tratados como movimentos de 1991 a 2010
sazonais e guardam efetiva relação com os períodos de chuvas de massa, que envolvem fenômenos diretamente relacionados
Frequência mensal de movimento de Massa
intensas e concentradas (CASTRO, 2003). com o processo natural de evolução das vertentes. Além disso, (1991 a 2010)
As corridas de massa, embora mais lentas que os pertencem a um grande grupo classificado com base na atuação 4
escorregamentos, desenvolvem-se de forma implacável, atingindo dos processos geológicos que regem a dinâmica da crosta 3
terrestre e promovem as mudanças sobre o relevo terrestre. Em 3
grandes áreas e provocando danos extremamente intensos. Esses
movimentos têm grande capacidade de transporte, mesmo em sua maioria, esses desastres relacionam-se com a dinâmica das 2
2
áreas planas, pois são gerados a partir de um grande aporte de encostas e são regidos por movimentos gravitacionais de massa
material de drenagem, sobre terrenos pouco consolidados, que, e processos de transporte de massas (CASTRO, 2003). 1

ao serem misturados com grandes volumes de água infiltrada, Os desastres naturais por movimentos de massa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
formam uma massa semifluida, que adquire um alto poder de registrados no Estado da Bahia, totalizam 5 registros oficiais, jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
destruição (CASTRO, 2003). Conforme Kobiyama et al. (2006), relativos a escorregamentos ou deslizamentos de terra.
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
54 MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 14 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR MOVIMENTO DE MASSA,


EROSÃO LINEAR E EROSÃO FLUVIAL NA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
Pará Maranhão
Pernambuco
9°S 9°S

Piauí
Alagoas

Sergipe
To c a n t i n s
Barra

Capela do Alto Alegre

12°S 12°S

OCEANO
Candeias
AT L Â N T I C O
Sítio do Mato
Salvador

Número de registros
Movimentos de massa
1
2

Erosão linear
1
15°S Erosão fluvial 15°S

1
Camacan

Goias
Distrito Federal Convenções
Mesorregião
Divisão Municipal
Curso d´água

Minas Gerais Projeção Policônica


Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


a partir do levantamento do Planejamento
Mucuri Nacional para Gestão do Risco - PNGR
18°S CEPED UFSC 2010/2011. 18°S
1:5000000
Espirito Santo 0 50 100 150 200 250 km Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL 55
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

da ação antrópica, sendo assim fatores condicionantes que Infográfico 7 – Municípios atingidos por movimentos de massa no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
interferem na dinâmica dos processos de vertente, acelerando 4
3
e/ou intensificando os processos de instabilização de encostas Municípios Atingidos
2
por Movimento de Massa 1 1
(CASTRO, 2006; WOLLE, 1988 apud MARCELINO, 2003).
Os danos humanos registrados a partir dos movimentos Município
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
de massas ocorridos na Bahia totalizam 42.198 pessoas atingidas, Candeias 2
Salvador 2
nos três municípios que decretaram situação de emergência. Camacan 1
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro
Camacan apresentou o maior número de pessoas afetadas, 5

cerca de 60%, em apenas uma ocorrência registrada. Os eventos


ainda deixaram 1.083 pessoas desalojadas, 2.868 desabrigadas, componentes mistos (naturais e antrópicos) e assumem de canais muito rasos. As ravinas ocorrem quando a água do
13 levemente feridas e 2 mortas, na capital do Estado, de acordo características de evolução aguda (CASTRO, 2003). escoamento superficial escava o solo, formando canais mais
com o Gráfico 14 (Danos humanos por movimentos de massa). Em áreas rurais, há predominância de processos de largos e profundos. Possuem forma retilínea, alongada e
Os principais fatores que contribuem para a ocorrência transportes de massa, que consistem em um desenvolvimento estreita e apresentam perfil transversal em “V” e geralmente
dos escorregamentos são os relacionados com a geologia, gradual e de agravamento progressivo. A erosão provoca ocorrem entre eixos de drenagens, muitas vezes associadas a
geomorfologia, aspectos climáticos e hidrológicos, vegetação e grandes perdas de solo agricultável, representando danos estradas, trilhas de gado e carreadores. As voçorocas são formas
ação do homem quanto às formas de uso e ocupação do solo materiais e econômicos à população local (CASTRO, 2003). mais complexas e destrutivas do quadro evolutivo da erosão
(TOMINAGA, 2007). Apesar dos danos causados pelos movimentos de linear. Devem-se à ação combinada das águas do escoamento
Além dos aspectos fisiográficos, as áreas atingidas massa, estes fenômenos são um processo natural que faz parte superficial e subterrâneo. Em geral, são ramificadas, de grande
sofrem também grande influência das alterações do homem da evolução da paisagem, sendo o mais importante processo profundidade, apresentando paredes irregulares e perfil
no meio, principalmente nas áreas urbanas, as mais populosas. geomorfológico modelador da superfície terrestre (BIGARELLA transversal em “U” (PROIN/CAPES; UNESP/IGCE, 1999).
Nessas áreas, os movimentos gravitacionais de massa ocorrem et al., 1996). Enquanto desastre, a ocorrência da erosão linear
com relativa frequência em áreas de encostas desestabilizadas está relacionada a alguns fatores que intensificam os danos
por ações antrópicas, provocando graves desastres súbitos. Erosões linear e fluvial causados à população afetada.
Assim, os desastres relativos a movimentos de massa têm Um deles é o balanço hídrico, onde os processos
O fenômeno da erosão linear apresenta os estágios erosivos intensificam-se em função da oposição entre
Gráfico 14 - Danos humanos ocasionados por movimento de massa na períodos de intensas e concentradas chuvas tropicais e
Bahia, no período de 1991 a 2010
de sulcos, ravinas e voçorocas, e assim como o da erosão
fluvial, que corresponde ao processo erosivo na calha dos períodos de deficiência hídrica. Quanto ao tipo de solo,
Danos humanos por movimento de massa rios, enquadram-se na classificação de desastres naturais ocorrem preferencialmente em solos de padrão arenoso,
(1991 a 2010) relacionados com a geomorfologia, o intemperismo, a erosão semiconsolidados ou inconsolidados. Os solos arenosos
45.608
50000 e a acomodação do solo. profundos e permeáveis, como os solos aluviais pouco
40000
desenvolvidos, e as areias quartzosas, são os mais propícios
Habitantes

A erosão linear é aquela causada pelo contínuo


30000
20000 escoamento da água na superfície que, ao arrastar partículas à erosão linear, especialmente quando apresenta pouca
10000 1.083 3.011 de solo, cria pequenos canais. Eles se formam no terreno ao cobertura vegetal. Outro fator é o geomorfológico, que exerce
13 2
0 longo do tempo, tornando-se caminhos preferenciais da água uma importante influência indireta no desenvolvimento de
da chuva e, de acordo com a sua intensidade, esses canais vão voçorocas, quando combinado com os fatores relativos ao solo
gradualmente se aprofundando (AMARAL; GUTJAHR, 2011). e à geologia. E, por último, fatores de intervenções antrópicas,
Sua evolução é denominada de acordo com seu onde a erosão linear é intensificada pelas atividades humanas
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. estágio: os sulcos são pequenas incisões na superfície na forma
56 MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

inadequadas, em áreas de urbanização, construção de vias de fluvial, também com 2 registros oficiais, durante os anos de principalmente por solapamento ou escorregamento (SILVA;
transporte e manejo agropecuário (CASTRO, 2003). 1991 a 2010. A recorrência de erosões está ligada às maiores NEVES; NEVES, 2008).
No caso do processo erosivo fluvial, resultante da concentrações de precipitação, que pode ser esperada entre De acordo com Brasil ([2007?]), a partir do município de
ação dos rios sobre a superfície, inicia com a erosão laminar e os meses de outubro a março, tendo característica sazonal. Bom Jesus da Lapa, vizinho de Sítio do Mato, situado à margem
em sulcos ou ravinas, prosseguindo através da erosão fluvial. Ao espacializar os desastres naturais por erosões oposta do rio São Francisco, o leito fluvial é caracterizado
Depende da interação de quatro diferentes mecanismos gerais. linear e fluvial no Mapa 14 (Desastres Naturais causados por pelas erosões de margens que ocorrem principalmente por
Um deles é a ação hidráulica da água, que ocorre movimento de massa, erosão linear e erosão fluvial na Bahia ocasião das cheias. De acordo com Brasil ([2007?]), a partir do
quando a corrente hídrica é suficientemente forte, levando no período de 1991 a 2010), 2 municípios foram atingidos por município de Bom Jesus da Lapa, vizinho de Sítio do Mato e
pelo curso do rio areia e detritos de rochas, depositados no erosão linear: Capela do Alto Alegre e Mucuri; e 2 por erosão localizados em ambas as margens do rio São Francisco, o leito
leito do rio, prosseguindo assim até uma nova sedimentação fluvial: Barra e Sítio do Mato. Estes dois municípios estão fluvial é caracterizado por erosão das margens, mais evidentes
e de uma nova intensificação da corrente hídrica. A ação localizados na Mesorregião Vale São-Franciscano da Bahia, às por ocasião das cheias. Este fenômeno provoca, em muitos
corrosiva das partículas em suspensão na água ocorre quando margens do rio São Francisco.
fragmentos de rochas ou areia, em suspensão no fluxo, Os desastres por erosão linear ocorreram em janeiro Gráfico 15 - Frequência mensal de erosão linear na Bahia, no período de
1991 a 2010
atritam sobre camadas rochosas das margens e dos fundos de 2002 e julho de 2009. No caso da erosão fluvial, os anos
dos rios, provocando a escavação das mesmas. Já a ação foram: 2007 e 2009, conforme apresentam os Infográficos 8 e Frequência mensal de erosão linear (1991 a 2010)
abrasiva é o processo onde o material em trânsito nos rios é 9 (Municípios atingidos por erosão linear; Municípios atingidos 2
erodido, formando partículas cada vez menores ao atritar com por erosão fluvial).
superfícies rochosas, formando pedras roladas, cascalhos, areia Nesse sentido, com relação à frequência mensal, os
grossa e areia fina pela suspensão e transporte das partículas meses que apresentaram mais registros de erosão linear foram 1 1
1
na água. E por último, a corrosão ou diluição química, processo janeiro e julho, com 1 ocorrência em cada, conforme mostra o
segundo o qual a água, na condição de solvente universal, Gráfico 15 (Frequência mensal de erosão linear na Bahia, 1991
dilui os sais solúveis, liberados das rochas, em consequência a 2010).
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
da ação mecânica, e os transporta sob a forma de soluções De acordo com o documento oficial do município de 0
(CASTRO, 2003). Capela do Alto Alegre, o evento de erosão linear ocorreu devido jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

O desbarrancamento dos rios pode ocorrer de duas a intensas chuvas no município, ocasionando a ocorrência de Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
formas genéricas: lateral, quando o desgaste é efetuado nas voçoroca com tamanho relevante.
Gráfico 16 - Frequência mensal de erosão fluvial na Bahia, período de 1991
margens, contribuindo para o gradual alargamento dos vales, Com relação à erosão fluvial, que também de certa a 2010
ou vertical, quando a erosão atua no aprofundamento gradual maneira está atrelada ao elevado índice das precipitações e
Frequência mensal de erosão fluvial
do leito dos rios (CASTRO, 2003). aumento da velocidade do escoamento dos rios, apresentou (1991 a 2010)
O fenômeno denominado terras caídas ocorre quando registros nos meses de setembro e outubro, como apresenta o 2
a água atua sobre uma das margens e provoca um processo Gráfico 16 (Frequência mensal de erosão fluvial 1991 a 2010).
de erosão subterrânea e minagem. Esta ação erosiva abre Os meses de outubro a fevereiro correspondem
extensas cavernas subterrâneas até que uma súbita ruptura ao período de maior pluviosidade no alto e médio curso 1
1 1

provoca a queda do solo da margem, que é tragado pelas do rio São Francisco, onde ocorre a maior contribuição de
águas. Acontece, normalmente, em terrenos sedimentares, de descarga dos seus afluentes mais importantes (CASADO et
natureza arenosa (CASTRO, 2003). al., 2002). Assim, o fenômeno da erosão fluvial possui uma 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
No Estado da Bahia, os desastres relativos à erosão relação com os índices pluviométricos pelo considerável jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
linear somam 2 registros oficiais, assim como de erosão aumento da vazão nos rios que pode destruir as margens,
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL 57
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

trechos, o progressivo alargamento do rio e a consequente Gráfico 17 - Danos humanos ocasionados por erosão linear na Bahia, perí- Gráfico 18 - Danos humanos ocasionados por erosão fluvial na Bahia, perí-
odo de 1991 a 2010 odo de 1991 a 2010
queda nas profundidades. Por ocasião das maiores cheias, na
bacia do rio São Francisco, de cerca de 9.000 m³/s, com período Danos humanos por erosão linear (1991 a 2010) Danos humanos por erosão fluvial (1991 a 2010)
de recorrência em torno de 8 anos, as águas extravasam o 8 7 800 736
7 700
leito principal provocando alagamento das áreas marginais, 6 600

Habitantes
Habitantes
também chamadas de terraços aluviais. 5 500
4 400
É importante mencionar que o processo erosivo das 3 2 300
2 200
margens do rio São Francisco é continuamente intensificado 1 100
por fatores antrópicos. As populações ribeirinhas que se 0 0

estendem ao longo das margens têm como um dos meios de


sobrevivência a supressão da vegetação local, para produção
de terras agrícolas, deixando as margens totalmente expostas
à ação das águas. Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
Ambos os tipos de erosão, fluvial e linear, são processos
de erosão hídrica que atuam como modeladores da paisagem Infográfico 8 – Municípios atingidos por erosão linear no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
2
e podem, ou não, ocasionar danos econômicos e sociais.
A erosão fluvial, enquanto desastre, causa maiores Municípios Atingidos
1
1 1
por Erosão Linear
danos à população quando a urbanização se aproxima
0
dos leitos dos rios, aumentando o desmatamento, e assim Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Capela do Alto Alegre 1
influenciando no avanço de processos erosivos nas margens de Mucuri 1
rios. A ocupação rente aos rios pode provocar, na maioria das Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro 2

vezes, erosão causada pelo solapamento, o qual se torna mais


intenso e evidente, nas épocas das cheias dos rios e, de forma
perturbadora, nas cheias excepcionais (PETRY; VERBDUM, Infográfico 9 – Municípios atingidos por erosão fluvial no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
2
2004).
1 1
A erosão fluvial pode causar prejuízos pela perda Municípios Atingidos
1
por Erosão Fluvial
de terrenos cultiváveis, desvalorização das terras ribeirinhas,
0
comprometimento ou destruição de estruturas de engenharia Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Barra 1
próximas ao leito dos rios e contribuição para o assoreamento Sítio do Mato 1
do canal fluvial (HOLANDA, et al., 2007). Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro 2

Com relação aos danos humanos causados pelos dois


tipos de erosões, durante o intervalo temporal da pesquisa Por erosão fluvial, soma-se um total de 736 habitantes Os processos relacionados à erosão, seja fluvial ou
(1991 a 2010) foi registrado um total de 745 habitantes desalojados, conforme apresenta o Gráfico 18 (Danos humanos linear, constituem fatores importantes que modificam a
atingidos. Por desastre natural associado à erosão linear, por erosão fluvial 1991-2010). O dado refere-se ao episódio morfodinâmica de uma determinada área. Enquanto desastres,
apenas o município de Capela do Alto Alegre registrou danos do município de Sítio do Mato, em decorrência do processo a erosão linear provoca aprofundamento de ravinas até o nível
humanos, totalizando 7 pessoas desabrigadas e 2 mortes, erosivo das margens do rio São Francisco. O município de Barra do lençol freático, principalmente nos meses mais chuvosos,
conforme apresenta o Gráfico 17 (Danos humanos por erosão não apresentou em seu documento oficial danos humanos à e a erosão fluvial, com a retirada da cobertura vegetal e
linear 1991-2010). população local. dependendo do tipo de solo, causa o desbarrancamento
58 MOVIMENTO DE MASSA, EROSÃO LINEAR, EROSÃO FLUVIAL
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

dos rios. São consequências que podem provocar danos HOLANDA, F. S. R. et al., Análise multitemporal e caracterização
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EROSÃO MARINHA
59
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

EROSÃO MARINHA A complicada variabilidade nos processos físicos se Gráfico 20 - Danos humanos ocasionados por erosão marinha na Bahia, pe-
ríodo de 1991 a 2010
reflete na complexa morfologia dos canais, bancos e flechas
A erosão marinha está inserida na classificação de arenosas adjacentes, que, como consequência, promove o Danos humanos por erosão marinha
desastres naturais relacionados com a geomorfologia, o aumento da vulnerabilidade da costa à erosão. A erosão marinha, (1991 a 2010)
intemperismo, a erosão e a acomodação do solo, influenciada enquanto desastre natural, implica no desequilíbrio de vários 35000 31055
30000
pelos processos geológicos que regem a dinâmica da crosta pontos da costa, causando um processo de erosão progressiva

Habitantes
25000
variando de moderada a severa, onde praias adjacentes à 20000
terrestre e promovem mudanças no relevo. 15000 12022 12033
Com a atuação dos movimentos das águas oceânicas desembocadura de estuários se caracterizam por um intenso 10000
5000 1630 0 84 6 0 0
sobre as bordas litorâneas, há um modelamento destrutivo dinamismo (OLINTO, et al. 1998). 0
do relevo, bem como construtivo, resultando em acumulação O Estado da Bahia apresentou somente 4 registros
marinha e, como consequência, originando praias, recifes, oficiais de desastres por erosão marinha, ao longo dos anos
restingas e tômbolos (CASTRO, 2003). analisados (1991 a 2010). O Mapa 15 (Desastres naturais
Os desastres incluídos nessa classificação relacionam-se causados por erosão marinha na Bahia no período de 1991 a Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.

com a dinâmica das encostas e, no caso da erosão marinha, são 2010) apresenta a distribuição espacial dos registros pelo Estado.
regidos por processos de transporte de massa promovidos pela Os municípios atingidos, foram: Vera Cruz, Jandira, Mucuri e Com relação à frequência mensal dos registros, o mês
ação hídrica. Na condição de agente de erosão, o mar atua com Nova Viçosa, todos com 1 registro em cada. de setembro apresenta 2 registros, enquanto os meses de
os mecanismos de ação hídrica sobre o relevo litorâneo, com a Conforme apresenta o Infográfico 10 (Municípios junho e julho, 1 registro em cada, de acordo com o Gráfico 19
desagregação das rochas; de ação corrosiva (erosão mecânica), atingidos por erosão marinha), as ocorrências do ano de 2009 se (Frequência mensal de erosão marinha 1991 a 2010).
com o desgaste do relevo pelo atrito de fragmentos de rocha referem aos municípios de Mucuri e Nova Viçosa, as do ano de De acordo com o Gráfico 20 (Danos humanos por erosão
e areia em suspensão; de ação abrasiva, com o desgaste dos 2010 foram registradas pelos municípios de Vera Cruz e Jandira. marinha), os danos humanos causados por desastres de erosão
fragmentos de rochas em suspensão e, de ação corrosiva, A maioria dos registros se refere à invasão do mar, num marinha foram significativos pela frequência do fenômeno no
diluindo os sais solúveis provenientes da desagregação das processo evolutivo da linha de costa, afetando a infraestrutura Estado em vinte anos analisados. Somam-se 31.055 afetados,
rochas e de restos de animais marinhos (CASTRO, 2003). próxima à praia, assim como residências e casas comerciais. 84 levemente feridos, 6 gravemente feridos, 1.630 deslocados,
Os processos erosivos atuantes na costa estão 12.033 desabrigados e 12.022 desalojados.
relacionados às características geológicas do relevo litorâneo O município de Mucuri foi o que mais apresentou
e topográficas da faixa de contato entre o mar e o litoral; à Gráfico 19 - Frequência mensal de erosão marinha na Bahia, período de danos humanos referentes à erosão marinha dentro da escala
1991 a 2010 temporal analisada, com cerca de 20 mil pessoas afetadas pelo
intensidade, duração e sentido dos ventos dominantes na
região; intensidade e sentido das correntes marinhas locais; Frequência mensal de erosão marinha único evento registrado. Os municípios de Mucuri e Vera Cruz
(1991 a 2010) foram os que registraram pessoas desabrigadas e desalojadas.
intensidade e altura das marés; intensidade das ondas; maior ou 2
menor proximidade da foz de rios e atividades antrópicas que
2 Somente o município de Jandira não apresentou nenhum dano
contribuam para alterar o equilíbrio dinâmico local (CASTRO, humano em seu registro do evento de erosão marinha, no
2003). entanto, não indica que o desastre natural causado por erosão
1 1
Na maioria das vezes, as erosões marinhas são 1 marinha não tenha causado prejuízos à população local.
intensificadas por atividades antrópicas, relacionadas com a
concentração de atividades econômicas, industriais, de recreação
0 0 0 0 0 0 0 0 0
e turismo em áreas de restinga, e/ou dunas frontais junto à 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
faixa litorânea, que, em conjunto com os diversos processos
hidrodinâmicos, modificam o ambiente costeiro. Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
EROSÃO MARINHA
60
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 15 - DESASTRTES NATURAIS CAUSADOS POR EROSÃO MARINHA


NA BAHIA NO PERÍODO DE 1991 A 2010.
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
Pará Maranhão
Pernambuco
9°S 9°S

Piauí
Alagoas

Sergipe
To c a n t i n s

Jandaíra

12°S 12°S

OCEANO
AT L Â N T I C O
Vera Cruz

Número de
15°S
registros 15°S

Goias
Distrito Federal Convenções
Mesorregião
Divisão Municipal
Curso d´água

Minas Gerais Projeção Policônica


Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°

µ
Base cartográfica digital: IBGE 2005.

Dados de Desastres Naturais gerados


Nova Viçosa a partir do levantamento do Planejamento
Mucuri Nacional para Gestão do Risco - PNGR
18°S CEPED UFSC 2010/2011. 18°S
1:5000000
Espirito Santo 0 50 100 150 200 250 km Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
EROSÃO MARINHA
61
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Infográfico 10 – Municípios atingidos por erosão marinha no Estado da Bahia, período de 1991 a 2010
3
2 2
Municípios Atingidos
1,5
por Erosão Marinha

0
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Jandaíra 1
Mucuri 1
Nova Viçosa 1
Vera Cruz 1
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. 1 Registro 4

REFERÊNCIAS

CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres


naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.

OLINTO, Andrea. et al. Estudo da erosão marinha da região de


Maracaípe, Ipojuca. Pernambuco: Gerco/PE, 1998.
Fonte: Acervos das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil dos Estados de Alagoas e Pernambuco,.
Diagnóstico
Diagnóstico dos Desastres
dos Desastres Naturais
Naturais no Estado de Alagoas
no Estado da Bahia
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
64
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 16 - TOTAL DE DESASTRES NATURAIS POR MUNICÍPIO


DAS MESORREGIÕES 1, 2 E 3 NO PERÍODO DE 1991 A 2010
42°W Pernambuco 40°W 38°W
Piauí
Alagoas

Santa Brígida

Uauá
Jeremoabo

10°S 10°S
Jaguarari Canudos Pedro Alexandre

Campo Formoso
Andorinha Sítio do Quinto
Coronel João Sá
Monte Santo Novo Triunfo
Antas
Senhor do
Bonfim Euclides da Cunha

Umburanas Antônio Cícero Dantas Adustina


Gonçalves Fátima
Banzaê Sergipe
Paripiranga
Pindobaçu Filadélfia Itiúba Cansanção Ribeira do Heliópolis
Mirangaba Quijingue Pombal

Ourolândia Nordestina
Saúde Ponto Novo
Jussara Tucano Ribeira do Amparo

Caldeirão Grande Queimadas


São Gabriel
Várzea Nova Cipó
Jacobina Caém
Central

Santaluz Araci Itapicuru


João Dourado

O
Presidente

NT O
Dutra Capim Nova Soure

IC
Irecê Grosso

N
Quixabeira Valente
Uibaí

AT C E A
Gentio do Ouro América Miguel Calmon São José
Serrolândia Olindina
Dourada do Jacuípe São Domingos
Teofilândia Crisópolis
Lapão Gavião Retirolândia


Várzea Barrocas
Morro do Chapéu
do Poço Rio Real

O
Ibipeba Conceição do Coité Biritinga Sátiro Dias
Ibititá Várzea da Roça Nova
Serrinha Jandaíra
Fátima Acajutiba
Capela do
Piritiba
Alto Alegre
Mairi Ichu Aporá
Cafarnaum
Canarana Riachão do
Jacuípe
Lamarão Inhambupe Número de
Água Fria
Barro Alto
Tapiramutá Pintadas Pé de Serra Candeal
Conde
registros
Santa
Barra do Mulungu Bárbara
Mundo Novo Esplanada
Mendes Baixa Grande Tanquinho
do Morro Santanópolis
Ouriçangas
1-4
12°S Cardeal 12°S
Souto Soares Irará Aramari da Silva 5-8
Entre Rios
Serra Preta
Pedrão 9 - 12
Macajuba Alagoinhas
Ipirá
Anguera Feira de Santana Coração 13 - 16
Iraquara Ruy Barbosa de Maria Teodoro 17 - 18
Sampaio
Ipecaetá
Conceição
Antônio Catu
do Jacuípe
Lajedinho Cardoso Terra
Nova Mata de
Convenções
Rafael Jambeiro Santo Estêvão São João
Itaberaba Conceição
da Feira
São Sebastião Mesorregião
do Passé
Governador Cabaceiras Santo Amaro
Ibiquera
Mangabeira do Paraguaçu Cachoeira Divisão Municipal
Muritiba São Francisco Dias D'Ávila
Santa do Conde
Candeias Curso d´água
Itatim Teresinha Camaçari
Madre de
Castro Alves Sapeaçu Simões
Boa Vista do Tupim Saubara Deus Filho
Iaçu Projeção Policônica
Lauro de
Freitas
Datum: SIRGAS 2000
Elísio Itaparica Salvador Meridiano Central: 40° W. Gr.
Medrado Varzedo Nazaré
Paralelo de Referência: 0°

µ
Muniz
Vera Cruz
Ferreira
Aratuípe Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Legenda mesorregiões Dados de Desastres Naturais gerados
1 - Metropolitana de Salvador a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
2 - Nordeste baiano CEPED UFSC 2010/2011.
1:2000000
0 20 40 60 80 100 km 3 - Centro-Norte baiano Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
65
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO os municípios atingidos e especifica o número de ocorrências Os picos de maior frequência do evento foram entre os meses de
ESTADO DA BAHIA oficiais em cada tipologia. março e abril. Os efeitos adversos atrelados às inundações bruscas
Estiagens e secas, diretamente relacionadas à redução podem muitas vezes estar associados a vendavais e granizo, e
Ao analisar os desastres naturais que ocorreram no das precipitações pluviométricas, estão entre os desastres também podem desencadear outros eventos que potencializam
Estado da Bahia ao longo de 20 anos (1991-2010), destacam-se a naturais mais frequentes e tidos como um dos maiores problemas o efeito destruidor, aumentando os danos causados.
ocorrência de: estiagens e secas; inundações graduais e bruscas; do Estado. Esses fenômenos correspondem a 2.326 registros, Os demais desastres naturais ocorridos no Estado -
vendavais; movimentos de massas; erosão marinha, fluvial e linear; equivalentes a 80% dos desastres naturais da Bahia, conforme o inundações graduais, erosão marinha, fluvial e linear, movimentos
granizos e tornado, sendo que alguns desses eventos naturais Gráfico 21 (Desastres naturais mais recorrentes). Considerando de massa, vendaval, granizo e tornado - foram pouco expressivos
adversos são bastante recorrentes no ano. Estes eventos adversos as características climáticas predominantes no Estado da na escala temporal analisada, com 1 a 9 ocorrências. Foram
somam 2.921 registros oficiais relativos a desastres naturais na Bahia, somadas a outras características físicas, tais como solos classificados, portanto, na categoria Outros, que representa 3%
Bahia. rasos e embasamento cristalino, percebe-se a fragilidade e do total dos desastres da Bahia, conforme o Gráfico 21.
Dos 417 municípios do Estado, 390 foram atingidos por vulnerabilidade que afeta grande extensão territorial e produz Os registros das estiagens e secas, assim como os das
algum tipo de desastre, no decorrer da escala temporal adotada, efeitos negativos e prolongados na economia e, principalmente inundações bruscas foram distribuídos em uma frequência
conforme pode ser observado nos Mapas 16, 17 e 18 (Total de na sociedade (RIBEIRO; SILVA, 2010). mensal ao longo dos anos de 1991 a 2010. Verifica-se que os
registros de desastres naturais por município nas mesorregiões A Bahia sofre anualmente com a escassez das chuvas e, meses referentes ao período seco na Bahia apresentam poucos
da Bahia no período de 1991 a 2010). De acordo com o Mapa por outro lado, com o excesso dela em algumas épocas do ano, registros de desastres ocasionados por chuvas concentradas.
17, as mesorregiões do Centro Sul Baiano e Vale São-Franciscano em virtude das precipitações concentradas em períodos curtos O Gráfico 22 (Frequência mensal dos desastres mais
da Bahia apresentaram ocorrências de desastres em todos os de tempo, em diversos municípios, sejam áreas rurais ou urbanas. recorrentes), também demonstra que há sempre registros de
municípios. As mesorregiões menos atingidas por desastres Os desastres relativos à inundação brusca apresentam-se como o estiagem e seca em todos os meses do ano. E em todos os
foram a Metropolitana de Salvador, com alguns registros em segundo desastre natural de maior ocorrência no Estado, com um meses os desastres relacionados à estiagem e seca são sempre
poucos municípios, com mais ocorrências na capital do Estado total de 251 registros, equivalentes a 17% dos desastres ocorridos mais frequentes que qualquer outro desastre natural registrado
(Mapa 17), e o Extremo Oeste Baiano (Mapa 18). nos últimos vinte anos, afetando mais de dois milhões de pessoas. no Estado, entre os anos de 1991-2010. Na região do semiárido
A maior parte dos registros compõe a classe 9-12 da Gráfico 21 – Percentual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado da
legenda do mapa, com 1.299 ocorrências em 124 municípios. Bahia, durante o período de 1991 a 2010. Gráfico 22 – Freqüência mensal dos desastres naturais mais recorrentes da
Os municípios de Abaré, Filadélfia, Anagé, Livramento, Bahia, no período de 1991 a 2010.
Desastres mais recorrentes na Bahia
Rio do Pires, Senhor do Bonfim e Vitória da Conquista, registraram Frequência mensal dos desastres mais recorrentes
(1991 a 2010)
os maiores totais de registros, entre 17 e 18 desastres, conforme (1991 a 2010)
3%
os Mapas 16 e 17. O município de Abaré, na Mesorregião Vale 400
17% 350
Sao-Franciscano da Bahia e o município de Filadélfia, no Centro
300
Norte Baiano, foram os mais atingidos no Estado da Bahia, com 250
18 registros ao longo dos vinte anos de análise. 200
150
A localização geográfica desses municípios influencia
80% 100
diretamente nesses valores, uma vez que estão distribuídos em 50
regiões semiáridas do Estado, de acordo com a delimitação dos 0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
climas da Bahia.
estiagem e seca inundação brusca outros inundação brusca Outros estiagem
A Tabela 9 (Registros de desastres naturais por evento,
nos municípios da Bahia, no período de 1991 a 2010) apresenta Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
66
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 17 - TOTAL DE DESASTRES NATURAIS POR MUNICÍPIO


DAS MESORREGIÕES 1, 2 E 3 NO PERÍODO DE 1991 A 2010
48°W 45°W 42°W 39°W Paraíba

Pernambuco
Abaré

9°S
Maranhão Piauí
9°S

Casa Nova Glória


Curaçá Macururé

Chorrochó Rodelas
Campo Alegre Juazeiro Paulo Afonso
de Lourdes Remanso
Sobradinho Alagoas

Pilão Arcado
Sento Sé

Buritirama
Sergipe
To c a n t i n s
Itaguaçu da Bahia
Barra Xique-Xique
Formosa do Rio Preto Santa Rita de Cássia
Mansidão

Riachão das Neves


Cotegipe
Wanderley Morpará
Ipupiara

Ibotirama Bonito
Barreiras Angical Brotas de Utinga
12°S Muquém de Macaúbas 12°S
São Francisco
Cristópolis Wagner
Catolândia Oliveira dos
Tabocas do
Brejinhos Seabra
Brejo Velho Lençóis
Brejolândia
Palmeiras
Ibitiara
Paratinga Andaraí
Baianópolis Sítio do
Mato Boquira Novo Boninal
Serra Dourada Horizonte Nova
Ibipitanga Redenção

Piatã Mucugê Nova


Milagres
São Miguel
Amargosa das Matas
Número de
Canápolis Santana
Macaúbas
Rio do
Pires
Itaeté Marcionílio
Souza
Itarana Brejões
Laje
registros
Bom Jesus da Lapa Caturama Planaltino Irajuba Ubaíra
Santa Maria
Abaíra Mutuípe
da Vitória Botuporã Santa Inês
Jiquiriçá
São Félix Serra do
Érico Ibicoara Lajedo do
Cravolândia 1-4
Cardoso Iramaia Tabocal Itaquara
Correntina do Coribe Ramalho Tanque
Paramirim
Jussiape Maracás Itiruçu 5-8
Novo Rio de Barra da
Riacho de Estiva Lafaiete Jaguaquara 9 - 12
Santana Contas
Coutinho
Livramento de Contendas 13 - 16
Coribe Nossa Senhora
Matina Igaporã Dom Ituaçu do Sincorá Apuarema
Basílio
Jequié 17 - 18
Lagoa Jitaúna
Carinhanha
Caetité Real
Jaborandi Feira da Palmas de Aiquara
Tanhaçu Manoel Vitorino
Mata Monte Alto
Guanambi
Brumado Mirante Itagi
Convenções
OCEANO
Malhada Ibiassucê
Rio do Malhada Caetanos
Candiba Antônio de Pedras Aracatu Bom Jesus Boa Nova Dário Mesorregião
Goias
AT L Â N T I C O
Sebastião Caculé da Serra Meira
Cocos Iuiú Pindaí
Laranjeiras Licínio de
Almeida Guajeru Maetinga Caraíbas Anagé
PoçõEs
Divisão Municipal
Iguaí
Presidente Planalto
Urandi
Jacaraci Jânio Quadros
Nova
Ibicuí Curso d´água
Belo Barra do
Campo Choça Canaã
Condeúba Vitória da
Mortugaba Tremedal Conquista Caatiba
CordeirosPiripá Itororó Projeção Policônica
15°S 15°S
Itambé
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 42° W. Gr.
Itapetinga
Cândido Sales Paralelo de Referência: 0°

µ
Ribeirão
do Largo
Macarani
Encruzilhada
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Minas Gerais Maiquinique Potiraguá Legenda mesorregiões Dados de Desastres Naturais gerados
Itarantim
Distrito Federal 1 - Centro-sul Baiano a partir do levantamento do Planejamento
2 - Extremo Oeste Baiano Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:4000000 3 - Vale São-Franciscano
CEPED UFSC 2010/2011.
0 40 80 120 160 200 km
da Bahia Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
48°W 45°W 42°W 39°W 36°W
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
67
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Gráfico 23 – Municípios mais atingidos, da Bahia, classificados pelo total de Com base no total de registros levantados – 2.921, é que há muitos registros confirmados e caracterizados como
registros de desastres naturais, no período de 1991 a 2010
possível diagnosticar que o Estado da Bahia, possui, no âmbito desastre. Isso porque qualquer desequilíbrio mais acentuado
Municípios mais atingidos na Bahia (1991 a 2010) dos desastres naturais, uma grande problemática proveniente no regime hídrico local gera impactos significativos sobre a
Mairi
de eventos adversos de estiagens e secas. É fato que muitos dinâmica econômica e social. Cabe ressaltar, que as condições
municípios foram afetados de forma constante, não somente de seca na Região Nordeste são registradas desde o tempo da
Itiúba
no período das secas. Aliás, os municípios mais atingidos, como colonização, trazendo há anos prejuízos à população (RIBEIRO;
Igaporã
citado anteriormente, situam-se na região do Estado marcada SILVA, 2010).
Caculé por um severo período de seca, devido ao clima tropical quente O modelo de planejamento e gestão dos recursos
Vitória da Conquista semiárido. hídricos, assim como a estruturação da rede de drenagem
Senhor do Bonfim
O Estado apresenta grande parte do seu espaço territorial urbana, as formas de armazenamento e distribuição de água
inserido no chamado polígono das secas, na região semiárida podem agravar o impacto gerado pela escassez de chuvas no
Rio do Pires
do Nordeste (BONILLA; MARTINS; LEITE, 2010), o que o torna município ou região atingida. É necessário compreender que
Livramento de Nossa Senhora
vulnerável aos fenômenos da seca, caracterizada principalmente a recorrência das estiagens e das secas não são provenientes
Anagé pela irregularidade têmporo-espacial e escassez pluviométrica apenas de fatores climáticos e meteorológicos, mas sim do
Filadélfia em determinados períodos do ano. Nesses, o regime de chuvas resultado da influência de um conjunto de elementos, sejam
Abaré
é altamente concentrado, com cerca de 90% dos totais anuais eles naturais ou antrópicos.
incidindo dentro do período de seis meses, potencializando
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Número de Registros seu efeito pelas altas taxas de evaporação/evapotranspiração
Gráfico 24 – Total de danos humanos no Estado da Bahia período de 1991
inundação brusca estiagem outros (IPECE, [19--?]; RIBEIRO; SILVA, 2010). a 2010
Esses eventos naturais, comuns ao Estado, passaram a
Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011. causar danos à população da Bahia recorrentemente, de forma Total de anos humanos na Bahia
10000000 9328583
baiano, especificamente, as estiagens prolongadas caracterizam- direta ou indireta. Isso porque tais desequilíbrios naturais geram
se por ocorrer durante longos períodos de tempo, por alguns impactos significativos sobre a dinâmica econômica e social. 8000000

Habitantes
meses, inclusive em mais de uma estação do ano. Ao longo dos vintes anos analisados, foram afetados 9.328.583 6000000
4000000
Ao considerar todos os registros oficiais de desastres baianos. Além disso, foram registradas 201 mortes, 41.161
2000000
naturais ocorridos na Bahia, foram selecionados os 11 municípios pessoas enfermas, 111 gravemente feridas, 1.381 levemente 83808 36916100117 3856 1381 111 41161 201
0
mais atingidos para as três tipologias de desastres naturais mais feridas, 3.856 desaparecidas, 100.117 deslocadas, 36.916
recorrentes Gráfico 23 (Municípios mais atingidos na Bahia desabrigadas e 83.808 desalojados, conforme consta no Gráfico
1991-2010). 24 (Total de danos humanos no Espírito Santo 1991-2010).
Os municípios de Abaré e Filadélfia lideram o ranking O município com o maior número de pessoas afetadas
dos municípios com o maior número de registros, com um total por desastres naturais entre os anos analisados (1991 a Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.
de 18 ocorrências, das quais 14, em Abaré, e 15, em Filadélfia, 2010) foi Feira de Santana, com 274.582 habitantes afetados,
correspondem a desastres por estiagens e secas. Os municípios registrados nos 11 eventos adversos, que resultaram situações
de Anagé, Livramento de Nossa Senhora, Rio dos Pires, Senhor de emergência.
do Bonfim e Vitória da Conquista aparecem em segundo lugar, Estes fenômenos, portanto, são responsáveis por
com 17 ocorrências, das quais a maioria é referente a estiagens grande parte dos estados de emergência e calamidade pública
e secas. Em terceiro lugar, ocupam os municípios de Caculé, decretados no Estado. Tais eventos naturais, comuns ao Estado,
Igaporã, Itiúba e Mairi, com 16 eventos registrados. passaram a causar danos à população baiana, na medida em
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
68
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

MAPA 18 - TOTAL DE DESASTRES NATURAIS POR MUNICIPIO


NA MESORREGIÃO SUL BAIANO NO PERÍODO DE 1991 A 2010
42°W 40°W 38°W 36°W

Valença
Presidente
Tancredo Neves
Cairu
Teolândia

Wenceslau Guimarães

Itamari Gandu Ituberá


Nova Ibiá Piraí do Norte

Ibirataia

14°S Camamu
Ipiaú Ubatã 14°S

Barra do Rocha
Maraú
Itagibá
GongogiUbaitaba

Aurelino Leal

Itapitanga
Uruçuca

Coaraci

Almadina Itajuípe
Governador Ilhéus
Lomanto Júnior
Floresta Azul
Ibicaraí Itabuna
Firmino Santa Cruz
Alves da Vitória
Itapé Buerarema
São José
da Vitória
Jussari
Itaju do Colônia
Una

Pau Brasil Camacan

Mascote Canavieiras
O C E A N O AT L Â N T I C O
Itapebi

Belmonte
16°S 16°S
Itagimirim

Eunápolis
Santa Cruz Cabrália Número de
registros
1
Guaratinga
2
Porto Seguro
Itabela
3
4-5
Minas Gerais 6-7
Jucuruçu

Itamaraju Convenções
Itanhém Prado Mesorregião
Vereda
Divisão Municipal

Medeiros Neto Curso d´água

Alcobaça
Projeção Policônica
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 40° W. Gr.
Caravelas Paralelo de Referência: 0°

µ
Ibirapuã

Base cartográfica digital: IBGE 2005.


Nova Viçosa
Dados de Desastres Naturais gerados
18°S a partir do levantamento do Planejamento
Mucuri 18°S
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
1:2500000 CEPED UFSC 2010/2011.
Espirito Santo 0 25 50 75 100 125 km
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
42°W 40°W 38°W 36°W
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
69
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Tabela 9 – Registros de desastres naturais por evento, nos municípios da Bahia, no período de 1991 a 2010 Continuação...
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
70
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... Continuação...
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
71
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... Continuação...
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
72
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

Continuação... Continuação...

Fonte: Documentos oficiais do Estado da Bahia, 2011.


DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DA BAHIA
73
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

REFERÊNCIAS

BONILLA, O. H.; MARTINS, C. M.; LEITE, M. S. Caracterização da


vegetação costeira na reserva ecológica particular de Sapiranga -
Fortaleza – CE. Revista da Gestão Costeira Integrada, n. 2, 2010.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 74

Fonte: Acervo da Secretaria Nacional de Defesa Civil.


CONSIDERAÇÕES FINAIS 75
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Bahia

CONSIDERAÇÕES FINAIS É, portanto, por meio da capacitação e profissionalização Gráfico 25 – Comparativo de registros de ocorrência de desastres entre as
décadas de 1990 e 2000
dos agentes de defesa civil que se busca sanar as principais
Total de registros por ano na Bahia
O acordo de cooperação entre a Secretaria Nacional de limitações no registro e produção das informações de desastres. 500
431
Defesa Civil e o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre É a valorização da história e seus registros que irá contribuir 400

Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina destaca-se pela para que o país consolide sua política nacional de defesa civil e 300 265 273
248
203 187 185 166 200 193
sua capacidade de produzir conhecimento referente aos desastres suas ações de redução de riscos de desastres. 200
185
115
86 84
naturais dos últimos vintes anos, e marca o momento histórico que Os dados coletados sobre o Estado da Bahia e publicados 100
33 27 14 25
1
vivemos diante da recorrência de desastres e de iminentes esforços neste volume, por exemplo, demonstram que o registro de 0

para minimizar perdas em todo território nacional. ocorrência de desastres cresceu 16,69% nos últimos dez anos,
mas não permite, sem uma análise mais detalhada, afirmar que Fonte: Documentos oficias do Estado da Bahia, 2011
Neste contexto, o Atlas Brasileiro de Desastres
Naturais torna-se capaz de suprir a necessidade latente dos houve um aumento de ocorrências na mesma proporção. É o
Gráfico 26 – Total de registros coletados entre 1991 e 2010
gestores públicos de olhar com mais clareza para o passado, que ilustram os Gráficos 25 e 26.
compreender as ocorrências atuais, e então pensar em estratégias Apesar de não poder assegurar a relação direta entre
de redução de risco de desastres adequadas à sua realidade registros e ocorrências, o presente documento permite uma
local. Além disso, deve fundamentar análises e direcionar as série de importantes análises, ao oferecer informações –
decisões políticas e técnicas da gestão de risco. nunca antes sistematizadas – que ampliam as discussões
O Atlas é também matéria-prima para estudos sobre as causas das ocorrências e intensidade dos desastres.
e pesquisas científicos mais aprofundados, fonte para a Com esse levantamento, podem-se fundamentar novos
compreensão das séries históricas de desastres naturais no estudos, tanto de âmbito nacional, quanto local, com
Brasil, e análise criteriosa de causas e consequências. análises de informações da área afetada, danos humanos,
Fonte: Documentos oficias do Estado da Bahia, 2011.
Há que se registrar, contudo, que durante a análise dos materiais e ambientais, bem como prejuízos sociais e
dados coletados foram identificadas algumas limitações da econômicos. Também é possível estabelecer relações entre
pesquisa. Limitações que menos comprometem o trabalho, mas as informações sobre desastres e sua contextualização com
muito contribuem para ampliar o olhar dos gestores públicos as variáveis geográficas regionais e locais.
às lacunas presentes no registro e cuidado da informação sobre No Estado da Bahia, por exemplo, percebe-se a incidência
desastres. de duas tipologias fundamentais de desastres - estiagens e
Destacou-se entre as limitações a clara observação secas - que possibilitam verificar a sazonalidade e recorrência, e
de variações e inconsistências no preenchimento de danos assim subsidiar os processos decisórios para direcionar recursos
humanos, materiais e econômicos. Diante de tal variação, a e reduzir danos e prejuízos, assim como perdas humanas.
opção para garantir a credibilidade dos dados foi de não publicar A partir das análises que se derivem deste Atlas, se
os danos materiais e econômicos, e posteriormente aplicar um pode afirmar que este estudo é mais um passo na produção
instrumento de análise mais preciso para validação dos dados. do conhecimento necessário para a construção de comunidades
As inconsistências retratam certa fragilidade histórica resilientes e sustentáveis.
do Sistema Nacional de Defesa Civil, principalmente pela O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais marca o
ausência de profissionais especializados em âmbito municipal, início do processo de avaliação e análise das séries históricas de
e consequente ausência de unidade e padronização das desastres naturais no Brasil. Espera-se que o presente trabalho
informações declaradas pelos documentos de registros de possa embasar projetos e estudos de instituições de pesquisa,
desastres. órgãos governamentais e centros universitários. .

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