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FISi06

Laboratório de Física B
Eletromagnetismo, Ótica e Física Moderna

Professores de Física - UNIFEI


Sumário

I Ótica
1 Lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 OBJETIVOS 9
1.2 MATERIAIS UTILIZADOS 9
1.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 9
1.4 ANÁLISE DOS DADOS 10

2 Difração e de Interferência da luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11


2.1 OBJETIVOS 11
2.2 MATERIAIS UTILIZADOS 11
2.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 11
2.3.1 PADRÃO DE DIFRAÇÃO DE FENDA SIMPLES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3.2 INTERFERÊNCIA EM FENDA DUPLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4 ANÁLISE DOS DADOS 12

3 Interferômetro de Michelson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1 Objetivos 15
3.2 Introdução 15
3.3 Procedimento Experimental 17
3.3.1 Alinhamento do interferômetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3.2 Medição comprimento de onda de um laser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3.3 Contagem das franjas de interferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4 Polarização da Luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.1 Objetivos 21
4.2 Materiais 21
4.3 Procedimentos 21

II Física Moderna
5 Radiação do corpo negro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.1 Introdução 27
5.2 OBJETIVOS 27
5.3 MATERIAIS UTILIZADOS 28
5.4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 28
5.5 ANÁLISE DOS DADOS 28

6 Espectrometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6.1 Objetivos 29
6.2 Materiais 29
6.3 Procedimentos 29

III Eletromagnetismo
7 Gerador de Van de Graaff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
7.1 OBJETIVOS 35
7.2 MATERIAIS UTILIZADOS 35
7.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 35
7.4 ANÁLISE DOS DADOS 36

8 Lei de Ohm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8.1 Introdução e objetivos 37
8.1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
8.2 Materiais necessários 38
8.3 Teoria 38
8.3.1 Associações em série e paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
8.4 Procedimento experimental 42
8.4.1 Utilização de um multímetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
8.4.2 Associação em série de lâmpadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
8.4.3 Associação em paralelo de lâmpadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
8.4.4 Determinação da resistência elétrica de um resistor . . . . . . . . . . . . . . . . 45
8.4.5 Determinação da resistência elétrica de uma associação de resistores em
série ou em paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
8.4.6 Identificação de um resistor não-ôhmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

9 Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
9.1 OBJETIVOS 51
9.2 MATERIAIS UTILIZADOS 51
9.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 51
9.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 52
9.4.1 Correções para os Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

10 Superfícies Equipotenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
10.1 OBJETIVOS 55
10.2 MATERIAIS UTILIZADOS 55
10.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 55
10.4 QUESTIONÁRIO 57

11 Capacitor de Placas Paralelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59


11.1 OBJETIVOS 59
11.2 MATERIAIS UTILIZADOS 59
11.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 59
11.4 TRATAMENTO DE DADOS 60

12 Campo Magnético da Terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63


12.1 Objetivos 63
12.2 Fundamentação Teórica 63
12.3 Material 63
12.4 Procedimento 63
12.5 Considerações importantes sobre valor final. 64

13 Transformador e Freio Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65


13.1 OBJETIVOS 65
13.2 MATERIAIS UTILIZADOS 65
13.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 65
I
Ótica

1 Lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 OBJETIVOS
1.2 MATERIAIS UTILIZADOS
1.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1.4 ANÁLISE DOS DADOS

2 Difração e de Interferência da luz


11
2.1 OBJETIVOS
2.2 MATERIAIS UTILIZADOS
2.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.4 ANÁLISE DOS DADOS

3 Interferômetro de Michelson . . . . 15
3.1 Objetivos
3.2 Introdução
3.3 Procedimento Experimental

4 Polarização da Luz . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.1 Objetivos
4.2 Materiais
4.3 Procedimentos
1. Lentes

1.1 OBJETIVOS
1. Verificar as leis da Reflexão
2. Verificar qualitativamente e quantitativamente a lei de Snell
3. Observar a dispersão da luz em um prisma

1.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• foco de luz,
• lentes,
• disco graduado,
• régua,

1.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Entenda o funcionamento do aparato previamente montado.
1. Com o prisma semicircular colocado sobre o disco graduado conforme a figura 1.1 a,
faça as medidas dos ângulos de incidência θ1 e do ângulo de refração θ2 e complete
a tabela 1.1:
2. Coloque a lente semicircular como mostra a figura 1.1b e determine o ângulo limite
θlim no qual ocorre reflexão interna total.
3. Verifique experimentalmente a equação para o ângulo de desvio.
4. utilizando a fonte de luz com 3 feixes verifique experimentalmente a distância focal
da lente.
5. Com um prisma triangular verifique os valores dos ângulos do prisma e o ângulo de
desvio mínimo. Observe e anote a ordem das cores na dispersão da luz pelo prisma.
10 Capítulo 1. Lentes

Tabela 1.1: Medidas dos ângulos de refração.

senθ1
θ1 (graus) θ2 senθ1 senθ2 senθ2
0 - - - -
10 - - - -
20 - - - -
30 - - - -
40 - - - -
50 - - - -
60 - - - -
70 - - - -
80 - - - -

Figura 1.1: Esboço da lente semicircular sobre disco graduado.

6. Faça um esboço com o raio incidente, o prisma, o raio refratado nas duas faces do
prisma e o espectro após a dispersão.

1.4 ANÁLISE DOS DADOS


1. Faça o desenho para cada uma das situações observadas no procedimento 1. Trace
raios de luz que justifiquem cada situação.
2. Desenhe em escala as reflexões internas/refrações sofridas pelo raio refratado até
sair da lente semicircular, utilizando as leis da refração e reflexão.
3. Complete a tabela realizando os cálculos solicitados.
4. Na tabela você obteve um valor constante para a razão senθ 1/senθ 2 ? Justifique.
Faça o gráfico: senθ 1 x senθ 2. Obtenha uma estimativa para o índice de refração da
lente a partir deste gráfico.
5. Calcule o valor do índice de refração da lente a partir do ângulo limite. Calcule a
distância focal para a lente utilizada.
6. Compare os dois resultados obtidos para o índice de refração.
2. Difração e de Interferência da luz

2.1 OBJETIVOS
1. Analisar padrões de difração e de interferência da luz.
2. Determinar a largura e a distância entre fendas a partir dos padrões de interferência
e de difração produzidos por elas.

2.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• Laser,
• Lâmina com fendas e orifícios de várias dimensões,
• Suporte para lâmina,
• Anteparo,
• Trena,
• Detector de luz,

2.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Entenda o funcionamento do aparato previamente montado.

2.3.1 PADRÃO DE DIFRAÇÃO DE FENDA SIMPLES


1. Monte o aparato colocando o suporte das fendas próximo ao laser, em um dos lados
da mesa e o anteparo no lado oposto.
Meça a distância da fenda ao anteparo. Direcione o feixe do laser para a fenda
identificada (1)
2. Prenda uma folha de papel ao anteparo e, cuidadosamente, copie nela a figura de
difração observada. (Todas as análises posteriores serão feitas com base nas a
notações contidas nessa folha, portanto faça-as com cuidado e atenção.)
12 Capítulo 2. Difração e de Interferência da luz

3. Desloque verticalmente a folha de papel, no anteparo, de cerca de 2 cm; posicione a


segunda fenda identificada (2) como na frente do feixe do laser e copie a figura de
difração correspondente.

2.3.2 INTERFERÊNCIA EM FENDA DUPLA


1. Direcione o feixe do laser para a fenda dupla identificada na lâmina. Prenda no-
vamente a folha ao anteparo e, cuidadosamente, copie nela, abaixo das figuras de
difração, a figura de interferência observada.
2. Desloque verticalmente a folha de papel, no anteparo, de cerca de 2 cm; posicione a
segunda fenda dupla identificada como na frente do feixe do laser e copie a figura de
interferência correspondente.
3. Com base na equação (1):
máximos dsenθ = mλ m = 1, 2, 3, ...,
mínimos dsenθ = (m + 12 )λ m = 1, 2, 3, ....
Determine qual das duas fendas duplas deve produzir uma figura de interferência
com os máximos de intensidade mais próximos um do outro. Verifique se seu
resultado está de acordo com as figuras copiadas.
4. Como as fendas têm uma certa largura, a figura observada no anteparo consiste em
um padrão de difração determinado pela largura das fendas, superposto a um padrão
de interferência determinado pela separação entre as fendas. Para verificar isso,
compare as duas figuras de interferência com a figura de difração foi obtida com a
fenda simples "1". Procure identificar, nas figuras de interferência, os mínimos que
são devidos à difração. Justifique por que esses mínimos estão na mesma posição
que na situação da fenda simples.
5. Para o padrão de interferência de fenda dupla “d = 2a”, meça as distâncias dos três
primeiros mínimos de intensidade ao centro do padrão de interferência (θ = 0). Em
uma tabela, anote essas medidas e os índices m correspondentes (veja equação 1).

2.4 ANÁLISE DOS DADOS


7.3.1a Observe as duas figuras de difração registradas no papel e discuta as seguintes
questões:
7.3.1b Determine qual das fendas produz uma figura de difração com o máximo central
mais largo. Explique por que isso ocorre.
7.3.1c Considerando a tendência observada nas figuras registradas, como deverá ser a figura
de difração se a fenda for muito estreita. Se ela for muito larga. Verifique se suas
conclusões estão de acordo com a equação: asen(θ ) = mλ , onde a é largura da
fenda.
7.3.1d Na figura de difração que você desenhou para a fenda “1”, meça as distâncias dos
quatro primeiros mínimos de intensidade ao centro do padrão de difração (θ = 0).
Sugestão: Para minimizar erros, meça a distância entre dois mínimos simétricos em
relação a θ = 0 e tome a metade desse valor. Em uma tabela, anote essas medidas e
os índices m correspondentes a cada mínimo. Com base nesses resultados, determine
o melhor valor para largura da fenda.
7.3.2 Com base nesses resultados, determine o melhor valor para a separação entre as
fendas. Compare-o com o valor “d = 2a"especificado.
Referências Bibliográficas

[1] Halliday, D.; Resnick, R.; Walker, J. Fundamentos de Física, Vol. 2, 8ed., LTC, Rio de
Janeiro, 2008.

[2] Moyses Nussenzveig Herch. Curso de física básica: volume 4: ótica, relatividade e
física quântica. 8 reimpressão, 2010. Edgard Blucher.
3. Interferômetro de Michelson

3.1 Objetivos
• Medir o comprimento de onda da luz emitida por um laser.
• Medir o índice de refração de um vidro usando um interferômetro de Michelson

3.2 Introdução
A Figura-3.1 mostra o diagrama do interferômetro desenhado originalmente por Michelson
para provar a existência do eter, um meio hipotético no qual a luz poderia se propagar.
O feixe luminoso emitido pelo laser incide sobre um divisor de feixe, onde 50% da onda
incidente é refletida e o outro 50% é transmitida. O feixe incidente, então dividi-se em dois
outros feixes: um deles é refletido em direção ao espelho M2 e o outro é transmitido em
direção ao espelho M1 . Os espelhos M1 e M2 refletem o feixe de volta ao divisor de feixe.
Metade da luz proveniente do espelho M2 é transmitida através do divisor em direção à
tela e metade da luz proveniente do espelho M1 é refletida pelo divisor, também em direção
à tela de observação.
Já que os dois feixes que atingem a tela provem da mesma fonte luminosa, eles estão em
fase. Ao se superporem em qualquer ponto da tela de observação, a diferença de fase
entre eles depende da diferença de caminho ótico percorrida por cada feixe até a tela de
observação. As franjas geradas pelo interferômetro, na tela de observação, podem ser
melhor visualizadas colocando-se uma lente convergente de curta distância focal entre o
laser e o separador de feixe. O sistema de franjas de interferência produzido é similar ao
mostrado na Figura-3.2.
Podemos alterar o caminho ótico de um dos feixes deslocando o espelho M1 . Se afastamos
o espelho M1 , do divisor de feixes, uma distância λ /4, o caminho ótico do feixe aumentara
em λ /2. Nessa configuração, as franjas de interferência mudam de modo que o raio dos
máximos aumentará e ocupara a posição dos mínimos iniciais. Agora se deslocamos o
16 Capítulo 3. Interferômetro de Michelson

Tela de observação

Lente convergente
(18 mm)
Espelho
Divisor móvel (M1 )
de feixe
Laser
Espelho
Compensador

Espelho fixo
(M2 )

Figura 3.1: Diagrama do interferômetro de Michelson

Figura 3.2: Franjas de interferência produzidas pelo interferômetro de Michelson


3.3 Procedimento Experimental 17

espelho M1 uma distância adicional de λ /4, o novo padrão de franjas de interferência


produzido será indistinguível do original.
Portanto, deslocando lentamente o espelho uma distância d e contando o número m de
franjas que vão passando por um ponto fixo da tela de observação, o comprimento de onda
da luz pode ser calculada usando:

2d
λ= (3.1)
m

3.3 Procedimento Experimental


3.3.1 Alinhamento do interferômetro
1. Na mesa de trabalho colocar a base do interferômetro com os espelhos M1 e M2 . O
micrômetro deve estar ajustado a zero.
2. Nivelar a base do interferômetro, se necessário ajustar os parafusos acoplados à base.
3. Fixar o laser no suporte e orientar-o perpendicular ao espelho M1 . O feixe deve
incidir no centro do espelho e deve se observar um ponto brilhante no anteparo.
4. Verifique que o feixe refletido pelo espelho M1 coincida com a abertura do laser.

3.3.2 Medição comprimento de onda de um laser


1. Colocar o divisor de feixes na posição indicada na base do interferômetro.
2. Na tela de observação serão geradas dois conjuntos de pontos brilhantes provenientes
de ambos os espelhos.
3. Cada conjunto estará formado por pontos mais brilhantes e outros de menor intensi-
dade, gerados pelas reflexões múltiplas.
4. Ajustar os parafusos do espelho M2 , até que os dois conjuntos de pontos coincidam
na tela de observação.
5. Colocar a lente convergente de curta distância focal sobre o suporte magnético. Na
tela de observação deverá ser gerada um sistema de franjas de interferência fechado.

3.3.3 Contagem das franjas de interferência


Por causa das aberrações das componentes óticas e deficiências no alinhamento, é possível
que as franjas de interferência não sejam totalmente circulares. Contudo, este fato não
introduz erros nas medidas enquanto os máximos e mínimos sejam distinguíveis.
A contagem das franjas deve ser feita selecionando uma linha de referência na tela de
observação, onde apareça uma linha de separação entre um máximo e um mínimo. Depois
giramos o micrômetro até o seguinte máximo e mínimo atinjam a posição previamente
determinada.
Referências Bibliográficas

[1] Raymond Serway A, John Jewett Junior. Princípios de Física: vol. 4, ótica e física
moderna. 3 Edição 2009. Cengage Learning.

[2] Moyses Nussenzveig Herch. Curso de física básica: volume 4: ótica, relatividade e
física quântica. 8 reimpressão, 2010. Edgard Blucher.
4. Polarização da Luz

Polarização da Luz. 1

4.1 Objetivos
• Analisar qualitativamente a polarização da luz emitida por diferentes fontes.
• Verificar a lei de Malus.

4.2 Materiais
• fonte de luz não polarizada;
• dois polarizadores com medidor de ângulo;
• suportes para os polarizadores;
• sensor de luz;
• plataforma com estrutura de fixação do sensor de luz;
• disco com máscaras para o sensor de luz (aberturas diversas);
• bancada óptica;
• interface PASCO 750;
A Figura 4.1 exibe fotografias dos equipamentos que serão utilizados nesta prática.

4.3 Procedimentos
*ATENÇÃO: Neste experimento, será utilizado um laser. Nunca olhe diretamente para o
feixe do laser pois isso poderá causar danos sérios e permanentes à retina de seus olhos.
1 livro de experimentos da UFMG
22 Capítulo 4. Polarização da Luz

Figura 4.1: Equipamentos usados nesta prática.

Observações Qualitativas
• Com um polarizador na frente dos olhos, observe a luz emitida por uma lâmpada
incandescente ou fluorescente. Em seguida, gire o polarizador em torno da direção
perpendicular ao seu plano. Descreva o que foi observado e explique.
• Agora, observe a mesma lâmpada através de dois polarizadores paralelos. Mantenha
um deles fixo e gire o outro. Descreva o que acontece com a intensidade da luz que
você observa e explique o que ocorre.
• Observe, através de um polarizador, a luz refletida por uma superfície qualquer. Gire
o polarizador. Descreva o que acontece com a intensidade da luz que você observa e
explique.

Lei de Malus
Na Figura 4.2, está representada a montagem a ser utilizada nesta parte do experimento.
Um feixe de luz de um laser não-polarizado passa através de dois polarizadores e em
seguida incide em um sensor de luz.
• Faça a montagem representada na Figura 4.2 e direcione o feixe do laser para a
abertura do sensor. Inicialmente, ajuste o ângulo entre os eixos dos polarizadores de
forma que a intensidade da luz transmitida seja máxima. Em seguida, mantendo um
polarizador fixo, gire o outro e meça a intensidade I da luz em função do ângulo θ
entre os polarizadores. Por meio de uma análise gráfica das variáveis I e θ , verifique
se seus resultados estão de acordo com a lei de Malus.
4.3 Procedimentos 23

Figura 4.2: Esquema da montagem experimental usada para verificação da lei de Malus.
II
Física Moderna

5 Radiação do corpo negro . . . . . . 27


5.1 Introdução
5.2 OBJETIVOS
5.3 MATERIAIS UTILIZADOS
5.4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
5.5 ANÁLISE DOS DADOS

6 Espectrometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6.1 Objetivos
6.2 Materiais
6.3 Procedimentos
5. Radiação do corpo negro

5.1 Introdução
Todo e qualquer corpo acima de 0o K emite radiação eletromagnética. A intensidade
da radiação emitida depende da temperatura absoluta do corpo sendo que a curva da
intensidade em função do comprimento de onda I (l ) em função do l chamada radiância
espectral é suave passando por um máximo. Este máximo se desloca com a temperatura
crescente para l ´s cada vez menores. Você sabe disso. À medida que o corpo esquenta a
radiação emitida vai do infravermelho ao rubro, ao amarelo até o branco. A explicação
correta da emissão de radiação eletromagnética a partir do corpo aquecido necessita além
do conhecimento do eletromagnetismo clássico da hipótese da quantização, introduzida
por Planck em 1900. A radiância total integrada (de l zero até ∞ ) obedece à Lei de Stefan
- Boltzmann:
E = s.T 4 ,
onde
s = 5, 67x10−8W /m2 K 4
é a constante de Stefan- Boltzmann e a temperatura absoluta aparece na quarta potência.
No caso de corpos reais aquecidos mergulhados num meio também à temperatura diferente
de 0o K a Lei de Stefan- Boltzmann se altera para:
E = s(T14 − T24 ),
onde s é uma constante que depende do corpo(especialmente forma e tipo de superfície) e
do ambiente, T1 é a temperatura do corpo e T2 é a temperatura do ambiente.

5.2 OBJETIVOS
Reconhecer a dependência do revestimento de superfíces com a sua capacidade de emitir e
absorver energia radiada e com a sensação térmica percebida pelos indivíduos, Medir a
28 Capítulo 5. Radiação do corpo negro

radiação IR emitida por um corpo aquecido. Comparar a taxa de emissão de radiação de


diferentes superfícies.

5.3 MATERIAIS UTILIZADOS


• 01 conjunto para radiação térmica com plataforma rotacional,
• 01 termômetro
• 01 água em ebulição (100ml)
• 01 termômetro para infravermelho

5.4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Entenda o funcionamento do aparato experimental antes de tocar. Verifique quais são as
peças mais sensíveis. Lembre-se que elas demandam de cuidado redobrado e atenção no
manuseio.
1. Coloque o cubo de radiação sobre a plataforma rotacional. retire a rolha de bor-
racha perfurada e coloque água fervente com a ajuda de um funil. espere 3 min e
faça a primeira medida em cada uma das faces do cubo utilizando o termômetro
(IR).(mantenha-o sempre com a mesma distância entre a face do cubo o termômetro
para infravermelho.
2. Posicione o cubo na posição e repita o procedimento anterior.e faça medidas a cada
2 minutos.
3. Preencha a Tabela 5.1 com as respectivas incertezas:

Tabela 5.1: medidas de Temperatura versus tempo para cubo de Leslie sobre plataforma
rotacional

Tempo Face negra (◦C) Face branca (◦C) Face fosca (◦C) Face polida (◦C)
3 - - -
4 - - -
5 - - -

4. Faça um gráfico temperatura versus tempo, para as quatro faces.

5.5 ANÁLISE DOS DADOS


1. Quando a temperatura do emissor e do detetor é igual não se detecta radiação? Qual
a face mais absorsora, justifique?
2. Tendo em vista a construção de uma garrafa térmica, qual o motivo de serem
construídas com uma superfície interna refletora?
3. Compare a temperatura do sensor devida a radiação emitida pela face preta do cubo
com a face branca.
4. Compare a temperatura do sensor devida a radiação emitida pela face fosca do cubo
com a face polida.
5. Considerando a taxa de emissão da face negra como 100% determine a taxa de
emissão das outras faces.
6. Espectrometria

6.1 Objetivos
• Estudar o espectro de emissão de fontes de luz variadas.

6.2 Materiais
• tubos de espectro de substâncias variadas;
• fonte de alta tensão (5 kV);
• espectrômetro;
A Figura 6.1 exibe uma fotografia do espectrômetro que será usado nesta prática. Nela,
estão indicados seus principais componentes.

6.3 Procedimentos
O espectrômetro deverá ter sido previamente configurado. Todavia, peça ao professor
que verifique o equipamento e em caso de necessidade que o auxilie na execução dos
procedimentos de configuração.

Configuração do Espectrômetro

1. Nivelamento
(a) Coloque o espectrômetro em uma superfície plana.
(b) Nivele a mesa do espectrômetro ajustando os três parafusos localizados sob a
mesa.
2. Focalização
(a) Olhando através da lente do telescópio, desloque a “peça do olho” para frente
e para trás até que a mira se torne nítida.
30 Capítulo 6. Espectrometria

Figura 6.1: Elementos do espectrômetro.

(b) Afrouxe e gire a gratícula até que um dos segmentos da mira esteja alinhado
com a vertical. Prenda a gratícula e refocalize se necessário.
(c) Focalize o telescópio no infinito ajustando seu foco em um objeto distante
(próximo ao horizonte através da janela da sala).
(d) Verifique se a fenda do colimador está parcialmente aberta.
(e) Alinhe o telescópio com o colimador de modo que ambos estejam em posições
diametralmente opostas.
(f) Olhando através do telescópio, ajuste o foco do colimador e, se necessário, a
posição angular do telescópio até que a fenda se torne nítida. Não altere o foco
do telescópio.
(g) Utilize o controle de ajuste fino da posição angular do telescópio para alinhar
o segmento vertical da gratícula com a borda fixa da fenda. Caso a fenda não
esteja na vertical, afrouxe anel de travamento da fenda e a realinhe, travando-a
novamente em seguida. Ajuste a largura da fenda de modo a observar uma
imagem clara e brilhante.

Montagem da Rede de Difração

ATENÇÃO: A rede de difração é um componente delicado do espectrômetro. Seja bastante


cuidadoso ao manuseá-lo para evitar que sua superfície funcional seja danificada. Segure o
componente pelas faces laterais. Após a utilização, guarde-o novamente na caixa protetora.
As instruções a seguir descrevem como a rede de difração deve ser montada e alinhada. As
6.3 Procedimentos 31

etapas de 1 a 3 já foram previamente realizadas. Caso não tenham sido realizadas, execute
todas as etapas sob supervisão do professor ou técnico do laboratório.
1. Afrouxe o parafuso-trava da mesa do espectrômetro. Gire a mesa até que as linhas
de referência gravadas sobre sua superfície estejam orientadas paralelamente aos
eixos ópticos do colimador e do telescópio. Trave novamente a mesa.
2. Usando os parafusos de mão localizados sob a mesa do espectrômetro, fixe o suporte
da rede de difração em uma posição perpendicular às linhas de referência.
3. Insira a rede de difração nas presilhas do suporte. Verifique se a orientação da rede
de difração está correta. Isso pode ser feito observando a luz difratada de uma fonte
comum através das lentes do telescópio. Deve ocorrer dispersão horizontal da luz
em suas várias componentes.
4. Posicione uma fonte de luz de espectro discreto a uma distância de aproximadamente
1 cm da fenda do colimador. Ajuste a largura da fenda de modo que a imagem vista
pelo telescópio esteja nítida e brilhante. Se necessário, ajuste a altura da mesa do
espectrômetro para que a imagem fique centralizada no campo de visão do telescópio.
5. Gire o telescópio até encontrar uma linha espectral nítida. Alinhe a vertical da mira
do telescópio com a borda fixa da imagem e meça cuidadosamente o ângulo de
difração.
6. A rede de difração produz dois espectros idênticos simetricamente localizados em
relação ao ângulo do feixe de luz não-difratado. Localize a linha espectral simétrica
àquela identificada no item anterior e meça o ângulo de difração correspondente.
7. Para um correto alinhamento da rede de difração, os ângulos de linhas simétricas
devem ser iguais. Se os ângulos não coincidirem, use o controle de ajuste fino da
rotação da mesa para eliminar a diferença.
8. Os passos de 4 a 7 devem ser repetidos até que os ângulos de duas linhas simétricas
sejam iguais com uma tolerância de um minuto de grau.

Medindo os Ângulos de Difração


As escalas de vernier medem apenas posições angulares relativas do telescópio para a base
da mesa do espectrômetro. Portanto a medida do ângulo de difração será a diferença entre
a leitura da escala feita para o feixe difratado e a leitura feita para um feixe não-defletido
pela rede de difração (Veja a Figura 6.2).

Figura 6.2: Diagrama mostrando como se obtém a medida do ângulo de difração.


32 Capítulo 6. Espectrometria

Obtenção dos Espectros


• Certifique-se de que a fonte de alta tensão que será usada para alimentar os tubos
esteja desligada da tomada.
• Insira um dos tubos a ser analisado entre os terminais da fonte.
• Posicione a fonte de modo que a região central do tubo, de espessura afunilada,
esteja virada para a fenda do colimador e bem próxima dela.
• Conecte a fonte na tomada e em seguida aperte o botão para ligá-la. O gás contido
no tubo irá emitir uma radiação característica.
• Gire o telescópio suavemente, a partir da posição inicial, buscando pelos raios
difratados. Anote os valores dos ângulos lidos na escala de vernier para os quais foi
observado a incidência de um feixe através da lente do telescópio. Se for preciso,
use a lente de aumento disponível na bancada para realizar a leitura.
• Use a relação dsen(θ ) = mλ para medir o comprimento de onda de cada linha
espectral observada. Nessa relação, θ é o ângulo medido na escala do espectrômetro,
λ é o comprimento de onda da radiação incidente, d é o espaçamento entre as
fendas da rede de difração (d = 1, 66 × 10−3 mm para a rede com 600 linhas/mm) e
m é a ordem espectro difratado (m = 1). Compare com os valores fornecidos pelo
fabricante do espectro da substância contida no tubo.
• Repita os procedimentos acima para os demais tubos espectrais.
III
Eletromagnetismo

7 Gerador de Van de Graaff . . . . . . 35


7.1 OBJETIVOS
7.2 MATERIAIS UTILIZADOS
7.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
7.4 ANÁLISE DOS DADOS

8 Lei de Ohm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8.1 Introdução e objetivos
8.2 Materiais necessários
8.3 Teoria
8.4 Procedimento experimental

9 Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
9.1 OBJETIVOS
9.2 MATERIAIS UTILIZADOS
9.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
9.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

10 Superfícies Equipotenciais . . . . . . 55
10.1 OBJETIVOS
10.2 MATERIAIS UTILIZADOS
10.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
10.4 QUESTIONÁRIO

11 Capacitor de Placas Paralelas . 59


11.1 OBJETIVOS
11.2 MATERIAIS UTILIZADOS
11.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
11.4 TRATAMENTO DE DADOS

12 Campo Magnético da Terra . . . . 63


12.1 Objetivos
12.2 Fundamentação Teórica
12.3 Material
12.4 Procedimento
12.5 Considerações importantes sobre valor final.

13 Transformador e Freio Magnético 65


13.1 OBJETIVOS
13.2 MATERIAIS UTILIZADOS
13.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
7. Gerador de Van de Graaff

7.1 OBJETIVOS
Observar o princípio de funcionamento de um gerador eletrostático de correia . Utilizar um
gerador eletrostático para o estudo dos processos de eletrização, propriedades das cargas
elétricas.

7.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• 01 gerador Van de Graaff contendo: esfera de metal, escovas, roletes superior e
inferior, correia, bastão terminado em esfera usado para descarregar a cúpula;
• folhas picadas;
• papel alumínio.

7.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Entenda o funcionamento do aparato experimental antes de tocar. Verifique quais são as
peças mais sensíveis. Lembre-se que elas demandam de cuidado redobrado e atenção no
manuseio.
1. Com o gerador ligado, aproxime uma fita de papel alumínio do gerador segurando
com um material isolante, observe. faça com que ele encoste no gerador e coloque
sua mão a uma distancia que o papel possa tocar sua mão e o gerador. Ligue o
gerador e observe
2. Com o gerador desligado, coloque papel picado sobre a cúpula. Ligue o gerador e
observe
3. Com o gerador ligado, coloque papel picado sobre a cúpula em contato com a haste
aterrada. Observe.
36 Capítulo 7. Gerador de Van de Graaff

7.4 ANÁLISE DOS DADOS


1. Em relação às “linhas de campo”:
Qual seu significado? Quais são suas utilidades?
(a) Desenhe-as para uma carga (positiva e negativa) puntiforme isolada.
2. Como são produzidas altas tensões no gerador de Van de Graff?
3. Desenhe as linhas de campo entre o bastão do gerador de Van de Graff e a esfera
metálica dele. Lembre-se de considerar o sinal das cargas.
4. Como se explica o ruído e a cor azulada na centelha produzida durante a descarga
elétrica?
5. Explique, com suas palavras, o funcionamento da hélice no topo do gerador de Van
de Graff.
6. Presidiários continuam comandando o crime organizado de dentro dos presídios
utilizando comunicação sem fio. Explique, baseado em um fenômeno eletrostático,
como seria possível impedir este tipo de ação deles.
8. Lei de Ohm

8.1 Introdução e objetivos


A lei de Ohm é um dos princípios fundamentais da eletricidade e descreve a relação entre
a corrente elétrica que flui em um circuito, a diferença de potencial (também conhecida
como voltagem ou tensão) e a resistência do circuito. A lei foi enunciada pelo físico
alemão Georg Simon Ohm (1787-1854) em 1827. A lei de Ohm é amplamente utilizada
em todo o campo da eletricidade e eletrônica para projetar e entender como funcionam os
circuitos elétricos.
Quando aplicamos uma diferença de potencial ou tensão nos extremos de um condutor,
uma corrente elétrica se estabelece através dele. A intensidade de corrente I depende da
tensão e das característicvas próprias da susbtância ou material com a qual o condutor
é feito, ou seja, dois diferentes condutores oferecem diferentes resistências elétricas à
passsagem da corrente I.
Os condutores elétricos que oferecem uma resistência elétrica não desprezível à passa-
gem da corrente I são chamados resistências elétricas ou resistores e são simbolizados
conforme a figura 8.1.

R1
A B

Figura 8.1: Resistor. Representação simbólica de um resistor ou resistência elétrica.

A lei de Ohm pode ser aplicada a muitos, mas não a todos os materiais. Muitos materiais
possuem uma resistência constante sobre uma grande amplitude de voltagens aplicadas
e são denominados ôhmicos. Quando a resistência não é constante e varia de acordo
com a voltagem ou corrente elétrica, esses materiais são chamados não-ôhmicos, ou
não-lineares.
38 Capítulo 8. Lei de Ohm

Resistores comuns uilizados em circuitos são ôhmicos, o que permite a utilização da lei de
Ohm na análise de circuitos simples. Como veremos na seção teórica, a lei de Ohm é na
verdade um caso especial na definição de resistência.
Neste experimento, a lei de Ohm será investigada ao ser aplicada para componentes de
cicuitos simples.

8.1.1 Objetivos
Após realizar o experimento e analisar os dados, você deverá ser capaz de:
1. Diferenciar os componentes ôhmicos e não-ôhmicos.
2. Explicar a relação entre corrente e voltagem de acordo com a lei de Ohm.
3. Aplicar a lei de Ohm para obter valores de corrente ou voltagem em associações de
resistores em série e/ou paralelo.
4. Verificar a lei de Ohm experimentalmente.

8.2 Materiais necessários


• 01 fonte de alimentação regulável (0 a 32 V e 0 a 5 A);
• 02 multímetros digitais;
• 01 quadro eletrônico CC e AC vertical isolante e transparente;
• 03 conectores com ponte elétrica;
• 01 conector com interruptor;
• 03 conectores com resistores R1, R2, R3;
• 03 conectores com soquete e lâmpada;
• 01 chave auxiliar multiuso;
• 01 conjunto com 08 (oito) cabos flexívies com pinos de pressão para derivação;

8.3 Teoria
Quando uma voltagem ou uma diferença de potencial (V ) é aplicada sobre um material,
uma corrente (I) proporcional a esta voltagem, V ∝ I, pode ser medida neste material. A
resistência elétrica, ou simplesmente, resistência (R) do material pode ser definida como a
razão entre a voltagem aplicada e a corrente resultante:

V
R= (8.1)
I
Para muitos materiais, a resistência é constante, ou pelo menos aproximadamente, em
uma faixa de voltagens aplicadas. Um resistor que tem resistência constante obedece
a lei de Ohm e é chamado “ôhmico”. Da equação 8.1, pode-se ver que a unidade de
resistência é o volt por âmpere (V /A). No entanto, a unidade combinada é chamada de
ohm (Ω), em homenagem a Georg Ohm (1787-1854), um físico alemão, que desenvolveu
essa relação conhecida como lei de Ohm. Note que, para evitar confusão com um zero, o
ohm é representado com a letra grega ômega maiúscula (Ω) ao invés de um O maiúsculo.
Um gráfico de V versus I para uma resistência ôhmica é uma linha reta. Materiais que não
obedecem a lei de Ohm são denominados de “não-ôhmicos” ou “não lineares” e possuem
8.3 Teoria 39

Figura 8.2: Resistência ôhmica. Um gráfico de voltagem versus corrente para uma
resistência ôhmica é uma linha reta, a inclinação desta reta é igual ao valor da resistência
(R = V /I).

uma relação não-linear entre tensão e corrente. Semicondutores e transistores são exemplos
de componentes não-ôhmicos.
Na prática, a lei de Ohm é escrita:

V = IR (8.2)

Sendo que é entendido que R é independente de V . Vale lembrar que a lei de Ohm não é
uma lei fundamental como a lei de gravitação de Newton. É um caso particular, já que não
existe uma lei que determina que os materiais devam possuir uma resistência constante.
Para entender as relações entre as grandezas na lei de Ohm, uma analogia que se pode se
considerar seria a de um cicruito hidráulico. Em um circuito hidráulico, a força para mover
o líquido é fornecida por uma bomba. A taxa de fluxo líquido depende da resistência ao
fluxo, por exemplo, devido a alguma obstrução parcial na tubulação do circuito, quanto
maior a resistência, menor será o fluxo líquido ou vazão.
Analogamente, em um circuito elétrico, uma fonte de tensão (uma bateria ou fonte de
alimentação) fornece a tensão (voltagem ou diferença de potencial) para o fluxo de carga, e
a magnitude da corrente é determinada pela resistência R no circuito. Para uma determinada
tensão, quanto maior a resistência, menor será a corrente através da resistência, como
pode ser visto a partir da lei de Ohm, I = V /R. Observe que a fonte de tensão fornece um
“aumento” de tensão que é igual à “queda” de tensão através da resistência e é dada por
V = IR (lei de Ohm).
40 Capítulo 8. Lei de Ohm

Figura 8.3: Analogia com um circuito hidráulico. Na analogia entre um circuito elétrico
simples e um circuito de hidráulico, a bomba corresponde a uma fonte de tensão, o fluxo
de líquido corresponde à corrente elétrica e a obstrução é análoga a uma resistência.

Em um circuito elétrico com duas ou mais resistências e uma única fonte de tensão, a lei
de Ohm pode ser aplicada a todo o circuito ou a qualquer parte do circuito. Quando ela é
aplicada a todo o circuito, a tensão é a tensão de entrada terminal fornecida pela fonte de
tensão, e a resistência é a resistência total do circuito. Quando a lei de Ohm é aplicada a
uma parte específica do circuito, as quedas de tensão, correntes e resistências individuais
são usadas para aquela parte do circuito.
Considere o diagrama do circuito mostrado na figura 8.4. Este é um circuito em série. A
tensão aplicada é fornecida por uma fonte de alimentação ou bateria. Rh é um reostato, um
resistor variável que permite variar a tensão através da resistência Rs . (Esse circuito é às
vezes chamado de divisor de tensão porque o reostato divide a tensão aplicada entre ele e
Rs .)
Um amperímetro A mede a corrente através da resistência Rs e um voltímetro V registra
a queda de tensão em ambos, Rs e o amperímetro A . S é uma chave para fechar e abrir
(ativar e desativar) o circuito.
Qualquer componente em um circuito que não gera ou fornece uma tensão age como um
elemento resistivo no circuito. Ocorrendo para os fios de conexão, o amperímetro e o
voltímetro. No entanto, os fios de conexão metálicos e o amperímetro possuem resistências
muito baixas, não afetando apreciavelmente a corrente.
Um voltímetro possui uma alta resistência, portanto, a corrente passando pelo voltímetro
é baixa. Assim, para boas aproximações, o amperímetro registra a corrente no resistor, e
o voltímetro a queda de tensão da resistência. Essas aproximações são adequadas para a
maioria das aplicações práticas.
Aplicando a lei de Ohm ao circuito considerando apenas Rs :

Vs = IRs (8.3)

Sendo Vs e I as leituras do voltímetro e do amperímetro, respectivamente. Observe que a


8.3 Teoria 41

Figura 8.4: Diagrama do circuito. O voltímetro está conectado em paralelo com a resis-
tência Rs e o amperímetro. A outra resistência, Rh , é a do reostato (resistor continuamente
variável).

mesma corrente I flui através do reostato Rh e da resistência Rs . A queda de tensão através


de Rh é então:

Vh = IRh (8.4)
Para aplicar a lei de Ohm ao circuito inteiro, usamos o fato de que a voltagem aplicada
"aumenta"ou a voltagem do terminal da fonte Vt de tensão deve ser igual às quedas de
tensão dos componentes ao redor do circuito. Então:

Vt = Vh +Vs (8.5)
Ou:

Vt = IRh + IRs = I(Rh + Rs ) (8.6)


A partir da Eq. 8.6, pode-se ver que, para uma Rs constante, a corrente através dessa
resistência, e portanto sua queda de tensão Vs , pode ser variada ao ajustar a resistênncia do
reostato Rh . A tensão do terminal, Vt , é constante. Da mesma forma, quando Rs é variado,
a tensão Vs pode ser mantida constante ajustando Rh .

8.3.1 Associações em série e paralelo


Série
Dois pontos quaisquer A e B de um circuito elétrico podem ser ligados através de uma
ou mais resistências elétricas (resistores). Caso estes resistores estejam ligados de modo
semelhante ao da Fig. 8.5, se diz que os mesmos formam uma associação em série de
resistores.
42 Capítulo 8. Lei de Ohm

Figura 8.5: Associação de resistores em série.

R1 R2 R3
A B

Paralelo
Casos estes resistores estejam ligados de modo semelhante ao da Fig. 8.6, sua ligação é
denominada associação em paralelo de resistores.

Figura 8.6: Associação de resistores em paralelo.

R1 R2 R3

Resistência equivalente
A associação de resistores em série e em paralelo é comumente encontrada em circuitos.
Sabe-se que a resistência equivalente R à vários resistores R1 , R2 , · · · , Rn é dada por:
• Associação em série:

R = R1 + R2 + · · · + Rn (8.7)

• Associação em paralelo:

1 1 1 1
= + +···+ (8.8)
R R1 R2 Rn

8.4 Procedimento experimental


8.4.1 Utilização de um multímetro
Medições de tensão, corrente e resistência elétricas são usualmente feitas com multíme-
tros, que são aparelhos em que se pode selecionar a função voltímetro, amperímetro ou
ohmímetro. Para usar um multímetro analógico ou digital, devem-se observar as seguintes
regras básicas:
• com a chave seletora do aparelho, escolha o tipo de medida a ser feita;
• caso o aparelho não tenha escala automática, escolha a escala apropriada para a
medição;
• conecte corretamente os cabos ao multímetro: o conector COM é comum para todos
os tipos de medição e é o polo negativo para medidas de corrente contínua.
Para medições de tensão o multímetro, na função voltímetro, deve-se ligado em paralelo
com o elemento cuja tensão deseja-se medir. Para utilizá-lo como amperímetro, deve-se
ligá-lo em série com o elemento.
8.4 Procedimento experimental 43

Entenda o funcionamento do aparato experimental antes de tocar. Verifique quais são as


peças mais sensíveis. Lembre-se de que elas demandam cuidado redobrado e atenção no
manuseio.

8.4.2 Associação em série de lâmpadas


• Conecte:
– duas pontes elétricas aos bornes D2 e D3, E2 e E3;
– três lâmpadas aos bornes A1 e A2, D1 e E1, H1 e H2.
• Conecte cabos com pinos de pressão aos bornes A3 e H3 e faça a inserção da chave
entre o painel e a fonte de tensão. Ajuste a fonte para 4.5 V, conforme representado
na 8.8.

Figura 8.7: Lâmpadas em série. Ilustração da conexão de três lâmpada conectadas em


série.

Procedimento
1. Identifique o tipo de associação existente entre as lâmpadas L1, L2 e L3.
2. Ligue a chave e observe o brilho das lâmpada.
• Conecte o voltímetro aos bornes A3 e H3 e determine a tensão existente entre
estes pontos.
3. Meça a tensão aplicada a cada uma das lâmpadas ligando o voltímetro, pela parte
posterior do painel aos bornes a que as lâmpadas estão conectadas.
4. Anote estas tensões.
5. Com base nas leituras efetuadas, justifique como é possível ligar lâmpadas com
tensão nominal 1.5 V a uma fonte regulada para 4.5 V.
6. Com a chave ligada descreva o que ocorre quando a lâmpada L1 é retirada e recolo-
cada no suporte. Justifique o ocorrido.
44 Capítulo 8. Lei de Ohm

Figura 8.8: Lâmpadas em série. Ilustração da conexão de três lâmpada conectadas em


série mostrando a fonte de tensão e a chave auxiliar.

• A sua observação vale também para as lâmpadas L2 e L3? Experimente.


7. Caso um circuito possuísse 20 lâmpadas em série (como as existentes na maioria dos
enfeites de árvores de Natal) e uma das lâmpadas “queimasse”, o que aconteceria
com as demais lâmpadas do circuito?
• Justifique sua resposta, com base no experimento anterior.
8. Ajuste o multímetro para a função amperímetro. Retire o conector com ponte dos
bornes D2 e D3 e ligue neles o amperímetro.
• Percorra o circuito e você poderá perceber que está sendo medida a intensidade
de corrente que circula pela associação.
• Leia e anote esta corrente.
9. Ajuste o multímetro para a função voltímetro. Conecte-o em paralelo com a lâmpada
L3.
• Leia e anote esta tensão.
• Repita a medida de tensão para as lâmpadas L2 e L1.

8.4.3 Associação em paralelo de lâmpadas


Procedimento
• Conecte:
– a lâmpada L1 aos bornes E1 e E2;
– a lâmpada L2 aos bornes F1 e F2.
• Conecte os cabos com pinos de pressão aos bornes H1 e H2 e faça a inserção da
chave entre o painel a a fonte de tensão.
• Ajuste a fonte para 1.5 V.
• Verifique no circuito montado o sentido convencional da corrente elétrica.
8.4 Procedimento experimental 45

Figura 8.9: Lâmpadas em série. Ilustração da conexão de três lâmpada conectadas em


série mostrando a fonte de tensão, a chave auxiliar e o amperímetro.

• Classifique o tipo de associação elétrica existente entre as lâmpadas.


1. Feche o circuito e descreva o ocorrido quando a lâmpada L2 é retirada e recolocada
no circuito.
• Justifique fisicamente o ocorrido.
• Sua observação vale também para a lâmpada L3? Experimente.
2. Caso você construísse dois circuitos elétricos, um em série e outro em paralelo, em
qual deles a remoção de uma lâmpada não apagaria as demais?
3. Sob uma mesma tensão, em qual das associações estudadas as lâmpadas brilhariam
mais?
4. Em sua casa, quando uma lâmpada queima, outras lâmpadas se apagam?
• Com base em sua resposta, que tipo de ligação existe em sua casa?

8.4.4 Determinação da resistência elétrica de um resistor


Nessa parte do experimento, você deverá determinar a resistência de um resistor, R1 , e sua
respectiva incerteza de três maneiras diferentes:
1. Lendo o valor da resistência fornecido pelo fabricante por meio do código de cores;
2. Medindo-a diretamente com um multímetro na função ohmímetro;
3. Medindo valores de corrente para diferentes tensões aplicadas no resistor.
46 Capítulo 8. Lei de Ohm

Figura 8.10: Lâmpadas em série. Ilustração da conexão de três lâmpada conectadas em


série com o amperímetro.

Figura 8.11: Lâmpadas em série. Ilustração da conexão de três lâmpada conectadas em


série e o amperímetro em paralelo.

Montagem
• Faça as seguintes conexões ao painel:
8.4 Procedimento experimental 47

– Chave entre o terminal positivo da fonte e o borne H1.


– Borne H2 ao terminal negativo da fonte.
– Amperímetro entre os bornes D2 e E2.
– Ponte entre os bornes A1 e A2.
– Resistor R entre os bornes D1 e E1 e o voltímetro entre os bornes C1 e F1.
• Mantenha a chave auxiliar desligada e observe se a polaridade do amperímetro está
correta.

Figura 8.12: Resistor. Ilustração da conexão de um resistor conectado com um amperíme-


tro e um voltímetro.

• Determine o valor da resistência fornecido pelo fabricante por meio do código de


cores.
• Determine o valor da resistência medindo-a diretamente com um multímetro na
função ohmímetro.
• Para a etapa 3, monte o circuito mostrado na figura 8.12.
• Varie a tensão da fonte e obtenha pares de valores V , I. Atenção: não exceda o
limite de corrente estabelecido! Trace o gráfico V versus I com os dados obtidos.
• Faça uma regressão linear para determinar a equação da reta que melhor se ajusta a
esses pontos. A partir dos valores obtidos na regressão linear, especifique o valor da
resistência do resistor com sua respectiva incerteza.
• Compare e comente, do ponto de vista de confiabilidade e precisão, os valores da
resistência desse primeiro resistor encontrados nos três processos.
• Indique e justifique o melhor resultado para o valor da resistência.
Atenção: Antes de iniciar as medidas, peça ao professor que confira o circuito.
48 Capítulo 8. Lei de Ohm

Figura 8.13: Resistor. Ilustração da conexão de um resistor conectado com um amperíme-


tro e um voltímetro.

8.4.5 Determinação da resistência elétrica de uma associação de resistores em


série ou em paralelo
• Conecte os três resistores, R1 , R2 e R3 , em série no painel de ligações. Com o
multímetro na posição ohmímetro, meça o valor da resistência Rs do conjunto.
• Conecte, agora, os resistores em paralelo e meça o valor da resistência R p do
conjunto.
• Use as equações de associação de resistores para determinar a resistência equivalente,
com sua respectiva incerteza.
• Em seguida, meça essa resistência com o ohmímetro.
• Indique e justifique o melhor resultado.

8.4.6 Identificação de um resistor não-ôhmico


• Faça a montagem da figura 8.16, conectando:
• A chave auxiliar entre o terminal positivo da fonte e o borne H1.
• O borne H2 ao terminal negativo da fonte.
• O amperímetro aos bornes D2 e E2.
• A ponte aos bornes A1 e A2.
• A lâmpada L aos bornes D1 e E1.
• O voltímetro aos bornes C1 e F1.
• Ligue a fonte de alimentação e a regule para 0 V.
O comando energético para o circuito deve ser feito através da chave auxiliar. Não utilize
a chave da fonte para este fim.
1. Ligue a chave auxiliar e eleve a tensão da fonte de 0.3 V em 0.3 V até o valor máximo
de 1.5 V.
8.4 Procedimento experimental 49

Figura 8.14: Associação de resistores em série. Ilustração da conexão de uma associação


de resistores em série.

Figura 8.15: Associação de resistores em paralelo. Ilustração da conexão de uma


associação de resistores em paralelo.

2. Construa uma tabela com os valores de tensão aplicada, a intensidade de corrente e


o cálculo do valor da resistência (R = V /I ).
3. Faça o gráfico de tensão versus corrente da lâmpada.
50 Capítulo 8. Lei de Ohm

Figura 8.16: Resistor não-ôhmico. Ilustração da conexão de um resistor não-ôhmico


conectado com um amperímetro e um voltímetro.

Figura 8.17: Diagrama do circuito não-ôhmico. A figura representa um diagrama


esquemático do circuito a ser montado.

A
Amperímetro


Fonte + Ponte

Lâmpada

V
Voltímetro

• Compare o gráfico traçado com o de um resistor ôhmico.


4. A resistência elétrica oferecida por esta lâmpada é ôhmica ou não-ôhmica? Justifique
sua resposta.
9. Lei de Coulomb

9.1 OBJETIVOS
Verificação da lei de Coulomb.

9.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• Balança de torção;
• Sensor de carga;
• Esfera isolante.

9.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


ATENÇÃO: muito cuidado ao trabalhar com a fonte de alta tensão; antes de ligá-la verifique
se ela está zerada e, obrigatoriamente, consulte o professor.
Entenda o funcionamento do aparato experimental antes de manuseá-lo. Verifique quais
são as peças mais sensíveis. Lembre-se de que elas demandam cuidado redobrado e atenção
no manuseio.
1. Confira a montagem do experimento conforme a Figura 9.1.
2. Assegure que as esferas estejam completamente descarregadas tocando-as com a
sonda aterrada.
3. Mova a esfera deslizante sobre o trilho para a maior distância possível da esfera
suspensa.
4. Ajuste o disco de torção com a escala em graus para a posição 0.
5. Zere a balança de torção alinhando a marcação da parte suspensa (tracinho) com a
marcação da parte fixa. Para isto gire apropriadamente no plano horizontal o fixador
(pino) na parte inferior do fio (consulte o professor).
52 Capítulo 9. Lei de Coulomb

Figura 9.1: Esquema do aparato experimental.

6. Com as esferas separadas pela maior distância carregue ambas com um potencial
de 6 Kv usando a “sonda de carregamento”. Um dos terminais da fonte deve
estar aterrado! Imediatamente após carregar as esferas desligue a fonte para evitar
descargas elétricas.
7. Calibração: Posicione a esfera deslizante na posição de 20 cm. Ajuste o botão de
torção, localizado na parte superior da balança (acima do disco de torção), para
equilibrar as forças e trazer de volta o pêndulo para a posição zero.
8. Repita o procedimento 6 e então, reposicione a esfera deslizante na separação de 20
cm. Meça o ângulo θ1 de torção e anote na tabela 1. Da mesma maneira meça θ2 e
θ3 .
9. Repita os procedimentos 6, 7 e 8 para as distâncias 14, 10, 9, 8, 7, 6 e 5 cm.

9.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS


Determine a relação funcional entre a força, que é proporcional ao ângulo de torsão, e a
distância R. Isto pode ser feito das seguintes maneiras:
1. Construa o gráfico log θ × log R
(a) Assuma que θ = bRn , onde b e n são constantes a serem determinadas. Ao
linearizar esta função, você deverá obter a relação log θ = log b + n log R, que
é exatamente a equação da reta.
(b) O coeficiente linear desta reta é igual a log b e o coeficiente angular é a constante
n.
2. Construa o gráfico θ × R2
9.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 53

Tabela 9.1: Valores medidos de R e e parâmetros calculados.

θ1 θ2 θ3 R (cm) θ B θc 1/R
5 0,78
6 0,87
7 0,92
8 0,95
9 0,96
10 0,97
14 0,99
20 1,00
Raio da esfera: a = 1, 9

Cada um destes métodos demonstra que, para valores de R relativamente grandes, a força
é proporcional a 1/R2 . Entretanto, para pequenos valores de R, esta relação não é mantida.

9.4.1 Correções para os Dados


O desvio da relação do inverso do quadrado para curtas distâncias R é explicado pelo
fato das esferas não serem simplesmente cargas puntiformes. Uma esfera condutora
carregada e isolada de outras influências eletrostáticas atuará como uma carga puntiforme.
Entretanto, quando duas esferas carregadas estão separadas por uma distância que não é
grande comparada com o tamanho das esferas, as cargas se redistribuem sobre a superfície
das esferas de maneira a minimizar a energia eletrostática. Assim, a força medida entre as
esferas será menor do que o valor real para cargas puntiformes.
Um fator de correção B pode ser usado para corrigir o desvio observado. Isto é feito
simplesmente multiplicando cada valor de θ por 1/B, onde B = 1 − 4(a/R)3 .
1. Calcule cada ângulo corrigido θc pela seguinte expressão: θc = θ × (1/B). Anote
na Tabela 1 o valor calculado.
2. Reconstrua ambos os gráficos descritos nos procedimentos 1 e 2 utilizando os
valores de θc . Para obter uma comparação efetiva, faça estes novos gráficos junto
dos mesmos gráficos construídos anteriormente para os ângulos não corrigidos.
3. Explique como o fator de correção afetou os resultados.
10. Superfícies Equipotenciais

10.1 OBJETIVOS
• Verificar o perfil das superfícies equipotenciais geradas por dois eletrodos puntifor-
mes.
• Traçar superfícies equipotenciais.
• Calcular a carga Q.

10.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• Fonte CC – ajustável;
• Dois eletrodos pontuais;
• Um Multímetro;
• Uma cuba contendo água;
• Dois fios com garra jacaré e uma ponta de prova;
• Uma folha de papel milimetrada;
• Fita adesiva.

10.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Entenda o funcionamento do aparato experimental antes de tocar. Verifique quais são as
peças mais sensíveis. Lembre-se de que elas demandam cuidado redobrado e atenção no
manuseio.
1. Fixe o mapa quadriculado à mesa utilizando fita adesiva. Coloque a cuba contendo
água (aproximadamente com 1,0 cm de altura) em cima do mapa e fixe os dois
eletrodos, um em cada lateral vertical da cuba.
2. Faça as ligações elétricas do experimento como ilustrado na Figura 1.
56 Capítulo 10. Superfícies Equipotenciais

Figura 10.1: Desenho esquemático da montagem a ser utilizada.

3. Ligue a fonte DC em uma tensão inicial de 7,0 V. Meça a tensão entre os pontos
1 e 2 da Figura 1, utilizando a sonda de prova do voltímetro imersa na água e sem
encostá-la no eletrodo. Então, sintonize a tensão da fonte até que o voltímetro
indique 5,0 V entre estes pontos.
4. Ainda com a ponta de prova (procure colocá-la na vertical), encontre as sete superfí-
cies equipotenciais esquematizadas na Figura 1. Em cada superfície equipotencial
marque as coordenadas de oito pontos diferentes (sobre as linhas contínuas da Figura
1). Anote os resultados na Tabela 1.
5. Desenhe sobre um papel milimetrado um mapa com as posições dos dois eletrodos e
dos oito pontos pertencentes a cada uma das superfícies equipotenciais encontradas.
Desenhe as sete superfícies equipotenciais sobre os correspondentes pontos.

Tabela 10.1: Coordenadas das superfícies equipotenciais.

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
x,y x,y x,y x,y x,y x,y x,y x,y
SUPERFÍCIE 1 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 2 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 3 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 4 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 5 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 6 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 7 , , , , , , , ,
SUPERFÍCIE 8 , , , , , , , ,
10.4 QUESTIONÁRIO 57

10.4 QUESTIONÁRIO
1. No experimento realizado, os eletrodos imersos na água possuem cargas elétricas
puntiformes de mesmo módulo e sinal oposto: +Q e ˘Q. Meça a tensão em um
ponto B sobre a linha reta que une estas duas cargas em relação ao ponto médio
entre elas (ponto A). Então, calcule o valor da carga Q sabendo que a permissividade
ε da água destilada é 707 pF/m.
2. O campo elétrico entre os dois eletrodos é uniforme? Explique.
3. Exemplifique uma situação na qual o campo elétrico entre os dois eletrodos será
aproximadamente uniforme.
4. O que acontece com as moléculas de água (que são polares) quando a fonte é ligada?
11. Capacitor de Placas Paralelas

11.1 OBJETIVOS
Analisar o comportamento da capacitância em um capacitor de placas paralelas.

11.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• capacitor de placas paralelas;
• multímetro digital;
• folhas de papel sulfite e de plástico.

11.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Entenda o funcionamento do aparato experimental antes de tocar. Verifique quais são as
peças mais sensíveis. Lembre-se de que elas demandam cuidado redobrado e atenção no
manuseio.
1. Montagem:
(a) Ajuste o zero da régua na base da placa móvel quando as placas estão encosta-
das.
(b) Ligue o multímetro às placas e escolha a função CAPACÍMETRO na escala de
nF.
2. Coleta de dados para o capacitor vazio:
(a) Calcule a área A do capacitor.
(b) Varie a distância entre as placas de 1 mm até 20 mm, anote os valores da
capacitância C0 e preencha a Tabela 1 abaixo.
3. Coleta de dados para o capacitor com o Dielétrico 1:
(a) Preencha o capacitor com papel sulfite, variando de 1 mm até 6 mm, e anote os
valores da capacitância C1 , preenchendo a Tabela 2 abaixo.
60 Capítulo 11. Capacitor de Placas Paralelas

Tabela 11.1: Coordenadas das superfícies equipotenciais.

d (mm) 1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
C0 (pF) - - - - - - - - - - -
C1 = K1C0 (pF) - - - - - - - - - - -
C2 = K2C0 (pF) - - - - - - - - - - -

Tabela 11.2: Coordenadas das superfícies equipotenciais.

d (mm) - - - - - -
C1 (pF) - - - - - -

4. Coleta de dados para o capacitor com o Dielétrico 2:


(a) Preencha o capacitor com folha plástica (constante dielétrica K2 ), variando de
1 mm até 6 mm, e anote os valores da capacitância C2 , preenchendo a Tabela 3
abaixo.

Tabela 11.3: Coordenadas das superfícies equipotenciais.

d (mm) - - - - - -
C2 (pF) - - - - - -

5. Coleta de dados para o capacitor com os dois dielétricos (1 e 2) associados em série:


(a) Ajuste a distância total entre as placas do capacitor para d = 4mm. Preencha
a metade dessa distância (d1 = 2mm) com papel sulfite e a outra metade
(d2 = 2mm) com folha plástica. Anote o valor experimental da capacitância
equivalente Ceq medida para essa associação.

11.4 TRATAMENTO DE DADOS


1. Para o capacitor vazio, construa os seguintes gráficos: Gráfico 1 – C0 (pF) × d(m) ;
Gráfico 2 – C0 (pF) × 1/d.
2. No Gráfico 2, calcule a inclinação da reta com a respectiva unidade e obtenha o valor
da constante dielétrica para o ar.
3. Para o capacitor preenchido com o Dielétrico 1, faça o Gráfico 3 de C1 (pF) × 1/d.
Calcule a inclinação da reta com a respectiva unidade e obtenha o valor da constante
dielétrica K1 para o papel sulfite.
4. Para o capacitor preenchido com o Dielétrico 2, faça o Gráfico 4 de C2 (pF) × 1/d.
Calcule a inclinação da reta com a respectiva unidade e obtenha o valor da constante
dielétrica K2 para a folha plástica.
5. Ao utilizar os valores encontrados de K1 e K2 , preencha a Tabela 1 calculando os
valores das capacitâncias C1 = K1C0 e C2 = K2C0 para as várias distâncias entre as
placas (de 1 mm até 20 mm). A fim de obter uma comparação com o capacitor vazio,
11.4 TRATAMENTO DE DADOS 61

descreva no Gráfico 2 o comportamento dessas capacitâncias (C1 e C2 ) em função


de 1/d. Explique os resultados obtidos.
6. Ao utilizar os valores encontrados de K1 e K2 , calcule o valor teórico esperado para a
capacitância equivalente da associação em série descrita no Item 3.5 acima. Compare
este resultado com o valor experimental medido no Item 3.5.
12. Campo Magnético da Terra

Campo Magnético da Terra.1

12.1 Objetivos
• Determinar o valor da componente horizontal do campo magnético da Terra.

12.2 Fundamentação Teórica


12.3 Material
• Bússola,
• fonte de corrente contínua,
• suporte para bússola e fios para ligação.
• bobinas de Helmholtz
• amperímetro,
• resistor de 47Ω e 10W

12.4 Procedimento
1. Para se obterem bons resultados nas medições, é importante que as bobinas sejam
colocadas longe da influência de campos magnéticos perturbadores por exemplo,
aqueles produzidos por peças de ferro próximas ao local de medida. Para encontrar
o melhor local, mova a bússola sobre a mesa — se houver materiais magnéticos
próximos, a agulha se desviará da direção Norte-Sul.
2. Determine o valor médio do raio das bobinas e sua respectiva incerteza.
1 livro de experimentos ufmg
64 Capítulo 12. Campo Magnético da Terra

3. Coloque a bússola no centro das bobinas, sobre o suporte, como mostrado na Figura
2; oriente a Bobina de Helmholtz para que o seu eixo fique na direção Leste-Oeste.
4. Monte o circuito representado na Figura 2. O resistor de 47 Ω é incluído apenas
como proteção para a fonte contra curto-circuito.
5. Neste experimento, a componente horizontal do campo magnético da Terra será
determinada variando-se a corrente nas bobinas e medindo-se, para cada valor, o
respectivo ângulo θ de desvio da agulha da bússola. Faça essas medições, atentando
para que a corrente máxima permitida nas bobinas não seja ultrapassada.
6. Por meio de uma análise gráfica, tendo como base a equação 3, obtenha o valor de
BT k , com sua respectiva incerteza.
* Indique qual seria a informação complementar à medição feita, necessária para se
determinar a componente vertical do campo magnético da Terra.

12.5 Considerações importantes sobre valor final.


Podem ocorrer pequenas diferenças entre os valores encontrados e os tabelados, referente ao
coeficiente de dilatação dos materiais empregados, uma das causas é a variação encontrada
nas ligas e misturas obtidas em escala industrial.
13. Transformador e Freio Magnético

13.1 OBJETIVOS
• Estudar a indução eletromagnética em um transformador.
• Verificar o funcionamento de um transformador de tensão e corrente alternada.
• Verificar as linhas de indução magnética.
• Analisar o comportamento de um freio magnético.

13.2 MATERIAIS UTILIZADOS


• 1 bobina de 300 espiras;
• 1 bobina de 600 espiras;
• 1 bobina de 1200 espiras;
• 1 núcleo de ferro;
• 1 fonte Varivolt;
• 2 multímetros;
• cabos para ligação elétrica;
• imã em forma de barra;
• solenóide;
• bússola;
• 1 freio magnético.

13.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


1. Monte o transformador com o primário de 600 espiras e o secundário de 300 espiras.
Ligue o multímetro em série com o primário na escala de 20A para ver qual a
corrente IP que circula pela bobina primária ao conectá-la com a fonte varivolt em
50 V. Deixe o secundário em curto circuito para esta medição.
66 Capítulo 13. Transformador e Freio Magnético

2. Agora retire o multímetro da ligação do primário e ligue-o em série no secundário


para ver qual a corrente induzida IS no secundário. Mantenha a bobina primária
conectada com a fonte varivolt em 50 V. Verifique a relação IS = IP (NP/NS).
3. Meça a tensão em paralelo no primário e no secundário com o outro multímetro na
escala de 750VAC. Verifique a relação VS = VP (NS/NP).
4. Troque o secundário pela bobina de 1200 espiras e repita todo o procedimento
anterior (passos 1, 2 e 3), verificando as duas relações para corrente e tensão.
5. Substitua o secundário pela bobina sem identificação do número de espiras e repita
todo o procedimento anterior (passos 1, 2 e 3) para determinar o número NS desta
bobina.
6. Ligue o solenoide diretamente no varivolt, e analise o comportamento das linhas de
indução com o auxílio de uma bússola.
7. Utilizando o imã em forma de barra, faça uma variação do fluxo magnético no
interior da bobina de 1200 espiras conectada ao galvanômetro e descreva o que
acontece.
8. Visualize linhas de indução utilizando o imã em forma de barra sobre a mesa com
“limalhas”.
9. Analise o comportamento do freio magnético e interprete o fenômeno com base nas
correntes de Foucalt.
Referências Bibliográficas

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