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Índice
ARTIGO 1
Os radicais livres e o dano muscular produzido pelo exercício:
papel dos antioxidantes
ARTIGO 2
Glutationa - Envolvimento em defesa antioxidante, regulação
de morte celular programada e destoxificação de drogas
ARTIGO 3
Effect of single and combined supply of glutamine, glycine,
N-acetylcysteine, and R,S-a-lipoic acid on glutathione content
of myelomonocytic cells
ARTIGO 4
Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores
modulatórios
Artigo 1
ARTIGO
DE REVISÃO
RESUMO bico), junto com minerais como o zinco (Zn), atuam como
agentes protetores antioxidantes.
O exercício físico intenso e contínuo é acompanhado pela
produção de radicais livres, que provocam uma alteração Palavras-chave: Antioxidantes. Ácido ascórbico. Beta-carotenos.
das membranas celulares, o que causa uma lesão acompa- CK. Exercício. LDH. Mioglobina. Tocoferol. Trei-
nhada por um processo inflamatório ao nível das fibras namento.
musculares. Várias causas foram sugeridas para estas alte-
rações, entre as quais o alto grau de estresse provocado
INTRODUÇÃO
pelo exercício, alterações da microcirculação, produção de
metabólitos tóxicos e depleção intramuscular dos substra- O oxigênio, no processo de respiração celular, é utiliza-
tos energéticos. do no interior das mitocôndrias, onde intervém no metabo-
O rápido desenvolvimento da lesão das fibras muscula- lismo de gorduras, proteínas e carboidratos, liberando-se
res e do tecido conjuntivo é acompanhado por uma disfun- água, dióxido de carbono e catabólitos diversos, além da
ção e migração de componentes intracelulares para os es- energia calórica produzida.
paços intesticial e plasmático. O dano muscular está asso- Os radicais livres são moléculas instáveis ou fragmen-
ciado com aumentos dos níveis plasmáticos de creatino- tos de moléculas sem um par de elétrons nas suas órbitas
quinase (CK) e de lactato desidrogenase (LDH), o que serve exteriores. Os radicais livres do oxigênio incluem o radi-
como indicador do aumento da permeabilidade celular re- cal superóxido, o peróxido de hidrogênio e o radical hidró-
sultante. xilo. Os radicais livres são altamente reativos. A sua ativa-
A formação de radicais livres e o desencadeamento do ção pode causar processos traumáticos nos tecidos pelo
processo de peroxidação também contribuem para o dano desencadeamento de diversas cadeias de reações. Se um
muscular. Embora o papel do exercício na produção da ra- radical reage com um não-radical, é produzido um novo
dicais livres não esteja ainda bem esclarecido, um grande radical livre.
número de autores sugerem que a elevação do consumo de Atualmente, sabe-se claramente que o exercício físico
oxigênio durante o exercício induz a produção de radicais intenso e contínuo é acompanhado pela produção de radi-
livres e outras substâncias oxidantes. cais livres que causam alterações das membranas celula-
Recentemente, na literatura foi demonstrado que as vi- res. Isto provoca uma lesão de fibras musculares, acompa-
taminas A (beta-caroteno), E (tocoferol) e C (ácido ascór- nhada por um processo inflamatório, o que conduz a uma
redução da função muscular com a liberação de enzimas
Endereço para correspondência: musculares, alterações histológicas evidentes e dor mus-
Prof. Dr. Alfredo Córdova cular1-4.
Departamento de Fisiologia e Bioquímica
E.U. Fisioterapia
Campus Universitario de Soria Traduzido, com permissão por escrito, do original: Córdova A, Navas FJ.
C/ Nicolás Rabal, 17 Los radicales libres y el daño muscular producido por el ejercicio. Papel de
42003 – Soria – Espanha los antioxidantes. Arch Med Deporte 2000;76:169-75.
Glutationa
Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular
programada e destoxificação de drogas
Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
drogas.
UFP-FCS
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
drogas.
UFP-FCS
Glutationa
Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular
programada e destoxificação de drogas
Porto 2010
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
drogas.
UFP-FCS
Glutationa
Discente:
Orientadora:
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Sumário
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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UFP-FCS
Abstract
Altered glutathione metabolism in association with increased oxidative stress has been
implicated in the pathogenesis of many diseases. However, whether strategies aimed at
restoring glutathione concentration and homeostasis are effective in ameliorating or
modifying the natural history of these states is unknown. In this review we focus the
pathogenic role for altered glutathione metabolism in several diseases.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
drogas.
UFP-FCS
Agradecimentos/Dedicatória
Por fim queria dedicar este documento aos meus pais. Não pelo conteúdo do
documento mas pela importância associada à dissertação. Sem eles não sou o que sou
hoje, sem eles não teria tirado um curso e sem eles era metade de mim. Pelo enorme
exemplo que sempre me deram como excelentes seres humanos e educandos, serei
eternamente grata pelo facto de ter o privilégio de serem meus pais. Ao meu pai José
Neto e à minha mãe Filomena Cunha, dedico esta dissertação.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Índice de figuras
Figura 13: Vias do estado homeostático da glutationa nas células (Síntese, reacções
redox e conjugação) 32
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Abreviaturas
AP – Proteína activadora
CH2Cl2 – Diclorometano
Cl - – Ião cloreto
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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GR – Glutationa redutase
GS – Glutationa sintetase
GST – Glutationa-S-transferase
K+ – Ião potássio
mM – Milimolar
NMDA – N-metil-D-aspartato
OPA – o-ftaldialdeído
.
R – Radical livre
XH – Xenobiótico
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
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SNC – Sistema Nervoso Central
µM – Micromolar
Dissertação de Mestrado
Ana Neto Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 1 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Estudos recentes acerca desta importante molécula têm vindo a ser desenvolvidos,
surgindo desta forma dados novos, relevantes e promissores sobre a mesma que vêm
despertar um interesse acrescido para o conhecimento mais aprofundado sobre o papel
da glutationa nos processos celulares. O carácter benéfico desta molécula já é de
conhecimento geral, no entanto a sua potencial relação com fenómenos apoptóticos,
envolvimento em fenómenos oncológicos e prevenção da degeneração celular são
assuntos ainda em estudo.
Esta dissertação tem por objectivo fazer uma revisão de carácter geral sobre esta
notória e essencial molécula, reconhecendo as características benéficas para o
organismo, assim como apresentar informação mais actual sobre o seu envolvimento
tanto na apoptose como na destoxificação celular.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 2 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 3 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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A importância biológica da glutationa (GSH) tem sido apreciada desde que foi
descrita pela primeira vez, em 1888 por Rey-Pailhade, como “philothion”, designando
simplesmente algo que continha enxofre (Penninckx, 1999).
Figura 1: Síntese de GSH; Adaptado de: Misra, I., Griffith, O.W. (1998) Expression
and Purification of Human γ-Glutamylcysteine Synthetase., Protein Expression and
Purification, 13(2), pp. 268-275
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 4 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Legenda:
Esta molécula é sintetizada no interior das células. A sua síntese irá variar de
acordo com a biodisponibilidade dos aminoácidos, mais concretamente da cisteína, uma
vez que este aminoácido é dos três o mais escasso nos alimentos. Para além desta
limitação na sua biodisponibilidade, este aminoácido apresenta na sua estrutura um
componente que o caracteriza bioquimicamente, o enxofre, designado de grupo tiol.
Este grupo vai conferir à glutationa a capacidade de desempenhar as funções que lhe são
características e de importância vital no organismo (Höehr, 2001).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 5 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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C10 H17 N3 O6 S
C20 H32 N6 O12 S2
A glutationa na forma reduzida é o tiol não proteico mais prevalente nas células
animais. A síntese de GSH associada com a redução de GSSG, promove a manutenção
do estado redox intracelular, funcionando este tripeptídeo como co-factor para enzimas
citoplasmáticas e indutor de certas modificações translacionais em diversas proteínas
(Tapiero, 2003).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 6 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Define-se como radical livre toda e qualquer espécie que apresenta um ou mais
electrões desemparalhados. Como o nome sugere, existe um electrão que se apresenta
livre e é característico em átomos como hidrogénio, enxofre, nitrogénio, oxigénio,
carbono ou nos metais de transição. No entanto, basicamente existem apenas duas
espécies, oxigénio e monóxido de azoto, capazes de no estado fundamental gerar
espécies reactivas de oxigénio (Bonnefoy, 2002).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 7 Porto 2010
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2.3) Funções
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 8 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Para que melhor se possa proteger, a própria célula tem estratégias de combate à
agressão por parte dos ROS, nomeadamente organelos, como mitocôndria e núcleo, que
têm a sua própria reserva de GSH, protegendo individualmente estas estruturas contra a
acção destas espécies. Esta protecção é fulcral pois a alteração do estado redox
intracelular pode implicar processos pré-mutagénicos no DNA (Lu, 2009).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 9 Porto 2010
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Ana Neto 10 Porto 2010
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2.4) Síntese
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 11 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 12 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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A enzima GCS sofre então uma regulação pela GSH através de um feedback
negativo. Este facto faz com que se evite a acumulação excessiva do produto de reacção
ou do intermediário γ-glutamilcisteína. Em contrapartida, a enzima responsável pela
segunda reacção não está sujeita à inibição por feedback de GSH.
Desta forma a glutationa é sintetizada por duas etapas principais na qual os seus
aminoácidos constituintes interagem e se ligam para formar uma nova molécula. Este
processo pode ser inibido pela butionina sulfoximina (BSO) que a nível estrutural
apresenta-se idêntico a um intermediário na reacção catalisada pela GCS, provocando
assim um decréscimo na concentração em GSH (Almeida, 2008).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 13 Porto 2010
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Ana Neto 14 Porto 2010
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Ana Neto 15 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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1) Catabolismo extenso dentro dos espaços apicais (por exemplo, bile e líquido tubular
renal), bem como no interior de compartimentos sinusoidais de algumas espécies
(Ballatori, 2009);
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Ana Neto 16 Porto 2010
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Ana Neto 17 Porto 2010
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Ana Neto 18 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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3.1) Destoxificação
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Ana Neto 19 Porto 2010
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Ana Neto 20 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 21 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Para que ocorra a conversão de GSH a ácido mercaptúrico é necessário que ocorra
a clivagem sequencial do ácido glutâmico e glicina a partir do grupo glutationa, seguido
da N-acetilação do conjugado de cisteína resultante. As duas primeiras etapas da síntese
do ácido mercaptúrico são catalisadas pelas γ-glutamiltranspeptidase e aminopeptidase
M (Almeida, 2008).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 22 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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intermediários reactivos, que vão ser são destoxificados pela conjugação com a
glutationa. A glutationa é também um co-factor para a sua respectiva peroxidase. Esta
desempenha um papel importante na protecção das células contra a peroxidação
lipídica. A resistência a compostos tóxicos é diversas vezes associada a uma expressão
exacerbada da GST (Bertini, 2003).
Legenda:
1- Substância antineoplásica;
3- Catião sulfónico;
4/ 5-Óxidos arenos;
10- Quinona;
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 23 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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A8 B8
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 24 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 25 Porto 2010
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Ana Neto 26 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Figura 12: Quatro mecanismos possíveis de interacção da GSH com as proteínas MRP.
1- GSH propriamente dita como substrato para a proteína MRP; 2- O transporte de GSH
é promovido pela presença de outros substratos, mas estes não são transportados, apenas
a GSH; 3- A GSH é co-transportada juntamente com outro substrato; 4- O transporte de
alguns substratos é estimulado e/ou é dependente de GSH, mas GSH em si não é
transportada. Adaptado de Ballatori N., Hammond C.L., Krance S.M., Marchan R.
(2008) Plasma membrane glutathione transporters and their roles in cell physiology and
pathophysiology. Elsevier, Aspects of Medicine, pp.3-10
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 27 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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verifica-se uma segunda linha de defesa contra a oxidação, estando a cargo de enzimas
glutationa-dependentes que atingem principalmente subprodutos nocivos gerados por
ROS e evitam em simultâneo a propagação de radicais livres. Enzimas como a GST,
catalisam a conjugação de GSH com diversificados compostos que são produzidos in
vivo na presença de stresse oxidativo (Franklin, 2010)
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 28 Porto 2010
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Ana Neto 29 Porto 2010
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Ana Neto 30 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Cada vez mais existem estudos que sustentam a evidência de que a formação
reversível de moléculas contendo GSH e resíduos cisteínicos de proteínas com pka
baixo são uma importante contribuição para a regulação metabólica, estrutural e
dinâmica translacional das proteínas, e ainda, para a regulação da sinalização das vias
metabólicas em sistemas celulares intactos. Como tal, é visível o “poder” que a
glutationa tem sob o organismo humano a nível metabólico. Sendo uma molécula que
desempenha múltiplas funções, é difícil atribuir uma causa directa para determinada
doença por alteração dos níveis de GSH ou do estado redox. Apenas se pode inferir que
existe uma participação da GSH para a manifestação e progressão da patologia
(Bonnefoy, 2002).
No entanto, os níveis de GSH não podem ser apenas resumidos a estes três
mecanismos, porque também são influenciados por condições que podem alterar o seu
estado redox, formando-se conjugados S-glutationa, ou complexos que afectam a
distribuição de GSH no organismo (Chen, 2004).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 31 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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A síntese de GSH varia em função do tipo de célula e tecido. Após a sua síntese,
como já mencionado, parte é compartimentalizada intracelularmente, para mitocôndrias,
reticulo endoplasmático e núcleo. Outra parte vai para o espaço extracelular, inclusive o
plasma sanguíneo, secreções exócrinas, fluido de revestimento do pulmão, e fluido
cerebrospinal. O conteúdo de GSH que segue para o núcleo é efectuado por difusão
passiva através dos poros nucleares (Lu, 2009).
Figura 13: Vias do estado homeostático da glutationa nas células (Síntese, reacções
redox e conjugação). Adaptado de Ballatori, N., et alii. (2009) Glutathione
dysregulation and the etiology and progression of human diseases. The Journal of
Biological Chemistry, 390, pp. 191-214.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 32 Porto 2010
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Ana Neto 33 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 34 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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hipertensão arterial mas é possível de ser impedida por MRP1. Esta característica foi
designada pelo aumento dos níveis de GSH nas células do endotélio vascular,
provocado pela diminuição da exportação de GSH. Uma hipótese terapêutica sugerida
para atenuar estes efeitos é a administração de GSH em lipossomas (Bruguera, 2002;
Ballatori, 2008).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 35 Porto 2010
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contribuir para o aumento do risco de DPOC. Decorrem assim vários estudos no sentido
de verificar os benefícios de compostos antioxidantes, tais como a N-acetilcisteína e o
polifenol resveratrol, em doenças pulmonares. No futuro, o uso de substâncias
neutralizantes dos RLO pode fazer parte do arsenal terapêutico no combate às principais
doenças pulmonares (Carolis, 2009).
Outra alternativa a ser estudada é a administração directa de GSH, que revela ser
uma alternativa terapêutica bastante benéfica, uma vez que vai proteger e “revitalizar”as
células epiteliais na prevenção contra a asma (Rahman, 2005).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 36 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 37 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Outros estudos em modelo de ratos, revelam que este tipo de terapia sugerido para
o tratamento de diabetes, pode também ser útil para diabéticas grávidas. Verificou-se
que durante este estado os níveis de GSH encontram-se igualmente baixos bem como a
taxa de síntese. Após a administração de GSH, observou-se que os valores de GSH
foram recuperados parcialmente e, a actividade da γ-glutamilcisteína sintetase é possível
mesmo em estados de hiperglicemia, melhorando assim o crescimento do embrião e a
ocorrência de malformações (Ballatori, 2009).
Alguns estudos incidem na associação que a GSH pode ter durante o processo de
infecção viral e, de que forma a GSH melhora essa infecção (Obert, 1994; Franklin,
2010).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 38 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Ballatori, 2009). O mesmo estudo revela a existência de uma associação entre os níveis
baixos de GSH com a replicação do vírus. Sabe-se que um défice de GSH em doentes
infectados por HIV, vai favorecer a replicação viral e consequentemente a progressão da
doença. Os mecanismos subjacentes a este processo não estão ainda esclarecidos, no
entanto há evidências de que há diminuição de GSH e que durante a progressão do HIV
o número de linfócitos CD4+ vai diminuindo, sendo que a diminuição de GSH contribui
para a apoptose dessas células CD4+ (Ballatori, 2009).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 39 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 40 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Como na ciência tudo é certo até se provar o contrário, é de se prever que para
breve estas limitações possam ser ultrapassadas e se verifique um grande avanço no
meio terapêutico no âmbito da utilização da GSH, visto ser uma molécula com extremas
potencialidades.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 41 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 42 Porto 2010
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4.3.8) Neoplasias
É sabido que ROS e espécies electrofílicas podem danificar o DNA e que a GSH
tem capacidade protectora face a esses agentes tóxicos. A GSH pode ainda destoxificar
directamente substâncias cancerígenas através da Fase II do metabolismo e subsequente
exportação destes produtos da célula. Por outro lado, índices elevados de GSH
verificados em vários tipos de células cancerígenas e em tumores sólidos conferem a
essas células e tecidos uma resistência acrescida face à quimioterapia. Outros dados
demonstram que este tipo de células patogénicas também apresenta uma actividade
superior em GCS e GST, e uma maior expressão do transportador para a glutationa
MRP/ABCC, como bombas de exportação (Tapiero, 2003).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 43 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Tabela adaptada: Ballatori, N., et alii. (2009) Glutathione dysregulation and the etiology
and progression of human diseases. The Journal of Biological Chemistry, 390, pp. 191-
214.
Transportadores :
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 44 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 45 Porto 2010
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5.1) Apoptose
Da mesma forma que existem factores que promovem a apoptose, existem outros
que a suprimem e muitas vezes inibem o processo. Entre eles destacam-se: hormonas
androgénicas e esteroídes, ião de zinco e factores da matriz celular (Anazetti, 2007).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 46 Porto 2010
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Legenda:
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 47 Porto 2010
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 48 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Dados recentes afirmam processo apoptótico não se sucede apenas da forma como
até agora tem sido descrito: um desencadear de activações em cascata que culminam na
morte celular. Existe antes e durante o fenómeno, todo um ambiente intracelular que
promove a apoptose, isto é, para este processo se efectuar é necessário que o interior da
célula tenha condições favoráveis para tal. O estado redox e alterações fisiológicas do
meio intracelular são essenciais para que a “célula pré-apoptótica” obtenha a sinalização
adequada (Grivicich, 2007).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 49 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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A GCS é um factor que relaciona a GSH à apoptose uma vez que pode proteger as
células de estímulos extrínsecos e intrínsecos que levam à activação das vias de
sinalização. Níveis elevados de GCS inibem a activação de apoptose porque a GSH em
excesso protege a célula de estímulos apoptóticos Por outro lado, níveis reduzidos de
GCS levam à activação do fenómeno em diversos tipos de células. Outra informação
interessante é o facto do promotor desta enzima apresentar locais de ligação para o
reconhecimento de proteínas como a proteína activadora-1 (AP-1 ou TRE), AP-2, factor
nuclear kB(NF-kB) e EpRE (elemento de resposta antioxidante). Este elemento
encontra-se localizado no flanco 5’ da sequência de genes em ambas as subunidades
estruturais (catalítica e reguladora) da GCS. Esta informação isolada não demonstra ter
directamente interferência com a apoptose. No entanto, o EpRE, mediante o gene
expressado, regulada a funcionalidade do factor Nrf2. Este quando em concentrações
baixas, reduz consequentemente a expressão de GCS, o que leva à diminuição de GSH e
enzimas GSH-dependentes. Este ambiente em défice de GSH leva à progressão de um
ambiente propício aos radicais livres, e posterior apoptose. Por conseguinte, o Nrf2 é
relacionado com a resistência à apoptose e protecção contra a oxidação. (Friesen, 2004;
Kiechle, 2002).
Uma questão lógica e pertinente é qual será a mais-valia, GSH no meio interno
citosólico ou no meio interno mitocondrial? Visto que ambos os meios se vêm
envolvidos com diferentes vias de activação apoptótica, será interessante saber se é mais
vantajoso existir uma saturação de GSH num meio do que no outro e qual será a
consequência inversa.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 50 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 51 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 52 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Também para Bcl-2 se verificou uma relação com a GSH. Este regula de certa
forma o conteúdo de GSH em diferentes localizações na célula. Ao nível da mitocôndria
este interactua de uma forma directa com o conteúdo em GSH, mediando a sua função
antioxidante. Assim, o facto de existir um decréscimo de GSH faz com que a resistência
que Bcl-2 oferece à apoptose não seja suficiente para a evitar. Contudo, o contexto desta
situação só foi reportado em células de carácter específico e em circunstâncias atípicas
do “ambiente” normal (Kannan, 2000).
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 53 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 54 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 55 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
6) Conclusão
Muito para além do que foi discutido ao longo desta dissertação podia ter sido
abordado, muitos outros dados podiam ter sido mencionados, no entanto, optou-se por
uma panóplia de informação que se pensa ser mais relevante. Não é de todo uma
temática fácil. Por um lado torna-se difícil apenas restringir o projecto num só tema,uma
vez que existe uma variedade de informação num largo espectro de campos de actuação
e, de igual forma torna-se complexo criar algo inteiramente novo, onde não exista
confronto de informação e repetição de conceitos.
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 56 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 57 Porto 2010
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UFP-FCS drogas
Dissertação de Mestrado
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Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 63 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
Índice
Sumário V
Abstract VI
Agradecimentos VII
Índice figuras X
Abreviaturas XI
Anexos XV
2.4) Síntese.................................................................................................................. 11
Dissertação de Mestrado
Ana Neto 64 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
UFP-FCS drogas
6) Conclusão ................................................................................................................... 56
7) Bibliografia ................................................................................................................ 59
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Ana Neto 65 Porto 2010
Glutationa: Envolvimento em defesa antioxidante, regulação de morte celular programada e destoxificação de
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Dissertação de Mestrado
Ana Neto 66 Porto 2010
Artigo 3
ARTICLE IN PRESS
Clinical Nutrition (2003) 22(6): 515–522
r 2003 Elsevier Ltd. All rights reserved.
doi:10.1016/S0261-5614(03)00053-0
ORIGINAL ARTICLE
Abstract,Background & aims: Several diseases are characterised by decreased glutathione (GSH) levels due to an
enhanced formation of oxygen radicals.To increase GSH levels, the additional supply of GSH precursors was suggested.
In this study we evaluated the potency of a single and combined administration of the GSH modulating substances
glutamine (GLN), N-acetylcysteine (NAC), and glycine (GLY) as well as R,S-a-lipoic acid (LA) to enhance intracellular
GSH content in a well-de¢ned model system. Results: Exposure of myelomonocytic U937 cells for 24 h to GLN revealed
a 1.5-fold enhancement of GSH levels with a concomitant decrease in the formation of reactive oxygen species and lipid
peroxidation. Addition of NAC stimulated GSH formation only at subphysiological GLN levels. GLYenhanced GSH levels
under GLN starvation, but caused a diminution of GSH content under optimal GLN supply. LA in combination with
2 mmol/l GLN evoked a 3.6-fold enhancement of GSH content compared to GLN starved cells. Conclusion: These
results demonstrate that the GSH content of U937 cells is dependent on the supply of GLN, NAC, LA, and GLY.
Combinations of the single substances can enhance but also decrease the intracellular GSH content, which is of clinical
importance when supplying GSH-modulating substances to patients.
r 2003 Elsevier Ltd. All rights reserved.
Key words: glutathione; glutamine; N-acetylcysteine; cysteine and GSH deficiency in HIV infection (4).
a-lipoic acid; glycine Several clinical studies, especially with HIV patients,
have been performed, but the results are controversial
and single experiments even reveal pro-oxidative effects
Introduction of NAC (5–8).
Another thiol compound, R,S-a-lipoic acid (LA), is
The redox state of the local microenvironment repre- effective in the upregulation of intracellular GSH
sents a fine-tuned balance between oxidant and anti- content. Packer et al. demonstrate that LA and its
oxidant activity, whereby the tripeptide glutathione reduced form dihydrolipoic acid are able to scavenge
(GSH), consisting of l-glutamate, l-cysteine, and various ROS. Moreover, the LA/dihydrolipoic acid
GLY, constitutes about 90% of the factors determining redox couple is capable of recycling other antioxidants
the intracellular redox balance (1). Several diseases are like vitamin E, vitamin C, and GSH, thus forming a so-
associated with lowered GSH levels caused by stimu- called ‘antioxidant defence network’ (9). In 1959,
lated oxidative stress (2). Therefore, recent therapies Rosenberg and Culik found that in vitamin C- or
focus either on reducing the formation of reactive vitamin E-deficient animals a combination of LA with
oxygen species (ROS) or on improving the defence vitamin C or vitamin E, respectively, is more effective
system against oxidative stress mainly by enhancing than either compound alone (10). Recently, Liu et al.
intracellular GSH content. Up to the present, the most have reported that LA acts synergistically with acetyl-l-
applicable therapy seems to be the stimulation of GSH carnitine in preventing age-associated memory loss,
synthesis by providing the patients with one or several of mitochondrial oxidative decay, and reduction of meta-
the precursor substances. bolic function in rats (11–13).
For many years, cysteine has been considered to be Decreased GLN concentrations found during cata-
the rate-limiting precursor of in vivo GSH synthesis as bolic stress raised the hypothesis that GLN as well as
the physiological concentration of glutamine (GLN) cysteine could become rate limiting for GSH synthesis.
far exceeds that of cysteine (3). Droege et al. propose The potency of GLN in enhancing intracellular GSH
a treatment with N-acetylcysteine (NAC) to ameliorate content is shown in vitro and partly confirmed in animal
the immunological consequences of the virus-induced models and in clinical trials. GLN supplementation
515
ARTICLE IN PRESS
516 GSH MODULATING SUBSTANCES
prevents loss of lymphocytes, and GSH depletion in whereas LA was directly dissolved into the medium. As
Peyer’s Patches of endotoxemic mice (14), reduces the indicated in the particular figure legends, cell suspen-
toxicity of radiochemotherapy of patients with esopha- sions were incubated with different concentrations of
geal cancer (15), and increases the T cell mitogenic GLN (0.05–2 mmol/l), GLY (0.1–5 mmol/l), 0.5 mmol/l
response in patients undergoing colorectal resection or NAC, 100 mmol/l LA, and various combinations of the
patients with severe acute pancreatitis (16). GLN- substances. Respective controls were treated with an
containing solutions are already used as infusion equal volume of PBS. Cells were incubated for 24 h at
therapeutics, especially for the treatment of intensive standard conditions.
care unit (ICU) patients where GLN supply improves
clinical outcome by reducing the infection rate of the
Flow cytometric determination of intracellular GSH levels
patients (17). It is assumed that this therapeutical effect
is associated with a modulation of the cellular redox Intracellular GSH levels were measured by flow
potential of immune cells. cytometry according to a method described by Sen
So far, the GSH precursor GLY is disregarded with et al. (22). To achieve reproducible results, the method
respect to GSH metabolism. Although GLY has been was slightly modified. Briefly, the thiol probe mono-
used in many experimental and clinical studies as bromobimane (MBB) was dissolved into acetonitril
‘control’ amino acid for many years, recent experiments (Fluka, Buchs, Switzerland) to obtain a 40 mmol/l stock
reveal that GLY is cytoprotective in a variety of solution. After 24 h of incubation with supplements,
experimental models, most of them associated with the cells were pelleted (300 g 10 min, 41C) and resus-
generation of ROS (18–20). Furthermore, GLY is pended in PBS at 106 cells/ml. Then MBB was added to
suggested to exert immunoenhancing effects (21). the cell suspension such that the final concentration of
The apparent importance of GSH deficiency in the the bimane reagent was 40 mmol/l. After a 10 min
etiology of many diseases increases the interest to incubation period at room temperature in the dark,
evaluate the effect of single and combined administra- cells were washed twice to prevent further reaction of
tion of GSH precursors, such as NAC, GLN, GLY, and the thiol probe with cellular sulfhydryl groups and
LA on the redox potential of cells. This is the first study resuspended in cold PBS at a concentration of 106 cells/
quantifying the impact of different substrates and ml. As MBB binds to intracellular GSH as well as to
substrate combinations on GSH levels using a well- other intracellular thiols it was necessary to treat
defined model system. additional control cells with 150 mmol/l l-buthionine-
[S,R]-sulfoximine (BSO), a specific inhibitor of GSH
synthesis, for 24 h. These GSH-depleted cells allow for
Materials and methods the estimation of unspecific background staining.
Bimane-loaded cells were excited using a 20 mW-
Chemicals powered UV line (350 nm) of an Innova 90-4 argon
ion laser (Coherent, Dieburg, Germany) in an EPICS
Chemicals were purchased from Sigma Chemical Co (St. Altra flow cytometer (Beckman Coulter, Fullerton, CA,
Louis, MO, USA) unless otherwise indicated. All USA). Fluorescent emission from cellular sulfhydryl
reagents were of the highest grade obtainable. reacted bimane was recorded using a 450 nm bandpass
filter. A morphometrically homogenous cell population,
Cell culture typically representing 80–90% of the total cell popula-
tion, was gated. Data were collected from at least 10,000
The human myelomonocytic cell line U937 was obtained cells at a flow rate of 400–600 cells/s. In order to
from the German Collection of Microorganisms and standardise the assays and to correct for day-to-day
Cell Cultures (DSMZ, Braunschweig, Germany). Cells variations in instrument performance, the mean channel
were maintained in continuous cell suspension at 371C fluorescence (MCF) of calibration beads (Immuno-
under 5% CO2 and humidified air in RPMI 1640 check, Beckman Coulter, Fullerton, CA, USA) was
medium (BioWhittaker, Verviers, Belgium) supplemen- recorded previously to each measurement. MCF of
ted with 2 mmol/l GLN and 10% fetal bovine serum calibration beads was adjusted by tuning the high
(FBS, Linaris, Bettingen, Germany). The same serum lot voltage to 2170.5. GSH content was calculated by
containing 5 mmol/l GLN was used in all experiments. subtracting MCF of BSO-treated cells from MCF of the
respective probe.
Cell treatment with GSH regulatory substances
Determination of GSH by HPLC
Cells were harvested (300 g 10 min), washed twice
with phosphate buffered saline (PBS, Gibco BRL, After the indicated incubation time, cells were harvested
Paisly, Scotland) and resuspended at 2 105 cells/ml in and washed twice with cold PBS. 2 106 cells were
RPMI 1640 (w/o GLN) containing 10% FBS. GLN, mixed vigorously with 1 ml of an aqueous 6.5% (w/v)
NAC, and GLY stock solutions were prepared in PBS, sulfosalicylic acid (Merck Inc., Darmstadt, Germany).
ARTICLE IN PRESS
CLINICAL NUTRITION 517
After 15 min incubation on ice, the supernatant was acid, 0.375% (w/v) TBA, 0.25 mol/l HCl). The samples
snap frozen in liquid nitrogen and stored at 701C until were heated on a thermoblock for 15 min at 1001C,
further analysis by HPLC. Hundred microliters of the cooled down to room temperature, and after centrifuga-
neutralized sample or GSH standard were mixed with tion at 15,000 g 10 min, the absorbance of the
100 ml MBB (0.57% (w/v) in acetonitril and sodium supernatant was measured using a U-3000 spectro-
N-ethylmorpholine, pH 10.1), and allowed to react in photometer (Hitachi High Technologies, Finchamp-
the dark for 5 min before the reaction was stopped by the stead, UK). Absorbance was converted to pmol
addition of 10 ml 50% (w/v) sulfosalicylic acid (23). The malondialdehyde/106 cells.
HPLC separation of low molecular mass thiol–bimane
adducts was achieved on a Supelcosil LC-18 octadecyl-
silyl silica column (150 mm 4.6 mm, 3-mm particle size; Intracellular amino acids
Supelco Inc., Bellefonte, PA, USA) reversed-phase resin, Following treatment, 3 106 cells in 0.5 ml PBS were
followed by fluorimetric detection (FP920 fluorescence deproteinized with 50 ml of sulfosalicylic acid (30%
detector; Jasco, Tokyo, Japan) at an excitation wave- (w/v)) containing 1 mmol/l b-(2thienyl)-DL-alanine as
length of 394 nm and an emission wavelength of 480 nm. internal standard. The samples were kept at –201C for
Elution solvent A was composed of aqueous 9% (v/v) 30 min and then centrifuged at 15,000 g 5 min after
acetonitril, 0.25% (v/v) acetic acid (Merck Inc., Darm- equilibration to room temperature. The supernatant was
stadt, Germany), and 0.25% (v/v) perchloric acid stored at –701C until HPLC analysis (26). Therefore, the
(Merck Inc., Darmstadt, Germany). The pH was probes were mixed 1:1 with o-phtalaldehyde (OPA)
adjusted to 3.7 with 40% (w/v) sodium hydroxide reagent, consisting of 0.125% (w/v) OPA and 0.5% (v/v)
(Merck Inc., Darmstadt, Germany). Elution solvent B 2-mercaptoethanol. The separation of the amino acids
was based on a 75% (v/v) aqueous solution of was obtained by HPLC (Beckman, Fullerton, CA, USA)
acetonitrile. The elution program consisted of 100% equipped with an ODS Hypersil column (150 mm
solvent A for 7 min, followed by 100% solvent B to elute 3.0 mm, 3 mm particle size; Thermo Hypersil-Keystone,
matrix interferences, and returning to solvent A for re- Cheshire, UK) and a chromguard HPLC column, SS
equilibration for 12 min at a flow rate of 1.0 ml/min. The 10 mm 3 mm (Chrompack International, Middleburg,
resultant profiles were quantified on the basis of peak Netherlands) at 221C using a step gradient formed by
areas and compared with those of authentic external the following buffers: Buffer A consisted of aqueous
standards of GSH (usually 0.625–10 mmol/l). 0.096% (w/v) sodium acetate, 0.058% (v/v) acetic acid,
and 0.28 (v/v) tetrahydrofuran (Fluka, Buchs, Switzer-
Intracellular ROS land). Buffer B was based on aqueous 55.7% (v/v) aceto-
nitrile and 0.8% (v/v) tetrahydrofuran. The flow rate
The production of ROS was measured using 6-carboxy- was 0.5 ml/min. Detection was performed fluorometri-
20 ,70 -dichlorodihydrofluorescein-diacetate, di(acetoxy- cally (Jasco, Tokyo, Japan) with an excitation wave-
methylester) (c-H2DCFDA, Molecular Probes, Eugene, length of 330 nm and an emission wavelength of 440 nm.
OR, USA) as indicator, which forms fluorescent Data acquisition and evaluation were carried out by
carboxy-dichlorofluorescein upon oxidation by intracel- the Beckman System Gold software (Beckman, Full-
lular ROS. Cells were incubated in medium containing erton, CA, USA).
different concentrations of GLN (0.05 and 2 mmol/l) in
the absence or presence of 150 mmol/l BSO. After 24 h,
cells were loaded with 5 mmol/l c-H2DCFDA and Statistical analysis
incubated at 371C for another hour. Cells were washed Data are presented as mean7standard deviation.
twice with cold PBS and the fluorescence emission from Statistical analysis was performed using the Student’s
carboxy-dichlorofluorescein was detected by flow cyto- t-test. In the case of multiple comparisons, one-way
metry at a wavelength of 530730 nm (24). analysis of variance (ANOVA) with Tukey post-test was
applied. Regression analysis was performed using the
Lipid peroxidation SPSS software package (SPSS for Windows, Release
8.0.0, Chicago, IL, USA). A probability of Po0:05 was
Lipid peroxidation was measured by the previously considered statistically significant.
described thiobarbituric acid (TBA) assay with certain
modifications as specified below (25). After 24 h of
incubation, GLN- and BSO-treated cells were washed,
Results
counted, and resuspended in 0.5 ml PBS w/o Ca2+ and
Mg2+. To avoid lipid peroxidation during the assay,
Measurement of GSH by flow cytometry vs HPLC
butylated hydroxytoluene (0.6 mmol/l final concentra-
tion) and EDTA (0.3 mmol/l final concentration) were We compared two different methods (flow cytometry
added to the sample prior to the precipitation with 1 ml and HPLC) for the determination of intracellular GSH
TCA–TBA–HCl reagent (15% (w/v) trichloroacetic levels. Staining of intact cells with MBB for flow
ARTICLE IN PRESS
518 GSH MODULATING SUBSTANCES
25
30 + 0.5 mmol/l NAC
Glutathione - FC [MCF]
Glutathione [ ∆ MCF]
20
20
15
2 10
10 R = 0.7859
p < 0.001
5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 0
0.05 0.3 0.6 2
Glutathione - HPLC [nmol/106 cells]
Glutamine [mmol/l]
Fig. 1 Correlation of GSH determination by flow cytometry (FC)
and HPLC. Different GSH concentrations were obtained by incubat- Fig. 2 Effect of GLN and NAC on GSH levels. U937 cells were
ing cells with different GSH modulating substances (150 mmol/l BSO, incubated with different concentrations of GLN and with (black
2 mmol/l GLN, or 2 mmol/l GLN+100 mmol/l LA) for 24 h. Determi- columns) or without (gray columns) 0.5 mmol/l NAC for 24 h. GSH
nation of GSH levels was performed by HPLC and FC as described in content was measured by flow cytometry. Results were expressed as
the Materials and methods section. Data obtained by both methods D mean fluorescence (probeBSO control)7SD calculated from
were plotted against each other. five independent experiments. *Po0:05 and **Po0:01 vs treatment
without NAC and oPo0:05 and oooPo0:001 vs 0.05 mmol/l GLN.
5
0
5 (A)
0.1 0.3 1 2 5
Glutathione [∆ MCF]
5
100 mmol/l LA for 24 h. GSH content was measured by HPLC. Results
were expressed as nmol/106 cells7SD calculated from four indepen- 0 (B)
dent experiments. *Po0:05 and **Po0:01 vs 0.05 mmol/l GLN and 0.1 0.3 1 2 5
1Po0:05 vs 0.05 GLN+LA.
Glycine [mmol/l]
Influence on intracellular GLN levels
Fig. 4 Effect of Glycine on GSH levels. U937 cells were incubated
Incubating U937 cells for 24 h with 2 mmol/l GLN and with the indicated concentrations of glycine and 0.05 (A), 0.3 (B), 0.6
various concentrations of GLY (0.1–5 mmol/l) showed (C), or 2 mmol/l (D) GLN for 24 h. GSH content was measured by
that intracellular GLN levels were dependent on the flow cytometry as described in the Materials and methods section.
Results were expressed as D mean fluorescence (probeBSO con-
extracellular GLY concentration (Fig. 5). The addition trol)7SD calculated from five independent experiments. *Po0:05;
of GLY to the culture medium containing 2 mmol/l **Po0:01; and ***Po0:001 vs 0.1 mmol/l GLY.
GLN resulted in a dose-dependent decrease of intracel-
lular GLN to only 41712% reaching significance at
2 mmol/l GLY (Po0:05).
functions such as signal transduction, cell proliferation,
and immune response.
Discussion We modified a previously described method for the
detection of GSH in human cells by means of flow
Our results revealed that the GSH content of U937 cells cytometry to yield an accurate and fast tool for the
was affected by the supply of GLN, NAC, GLY, and measurement of intracellular GSH levels. We could
LA. Combinations of the various GSH-modulating show that the flow cytometric method correlates
substances were able to enhance but could also decrease significantly with the standard HPLC method. The
the intracellular GSH content when administered in main advantage of using flow cytometry for determina-
particular concentrations. GSH is the main component tion of GSH content is that morphological homogenous
of the intracellular redox state. Therefore, changes of cells can be gated. Therefore, it will be possible to regard
GSH concentrations mainly influence the intracellular the GSH content of different subpopulations in further
redox state and subsequently many important cellular investigations.
ARTICLE IN PRESS
520 GSH MODULATING SUBSTANCES
Intracellular Glutamine 15 40
40
** ˚˚˚
30
30
10
* 20
20 *
5 *
10
10
9.1 8.0 7.1 4.8 3.7
0
00
0.1 0.3 1.0 2.0 5.0
Glycine [mmol/l] control 2
0.05 +B
O
S
0.05 2 mmol/l GLN
(A) + BSO
Fig. 5 Effect of GLY on intracellular GLN concentrations. U937
cells were incubated with the indicated concentrations of GLY and 40
40
20
20
*
In our model system, we found that intracellular GSH
10
10
levels were dependent on GLN supply reaching a
maximum at 0.6 mmol/l GLN which reflects the normal
00
human plasma concentration of this amino acid. These
conto
0.05 rl 2 +S
0.05O
B 2 mmol/l GLN
data suggest that our model system agrees very well with
human in vivo conditions. Previous results reveal that (B) + BSO
GLN increases GSH both in PHA-stimulated CD4+
Fig. 6 Effects of GLN and BSO on ROS formation (A) and lipid
and CD8+ lymphocyte subsets leading to enhanced peroxidation (B). U937 cells were treated with 0.05 or 2 mmol/l GLN
proliferation rates and a propagation of the cell cycle with or without 150 mmol/l BSO for 24 h. ROS formation was
from the G1 to S and G2/M phases (27). In a previous measured using c-H2DCFDA oxidation (A). Lipid peroxidation was
quantified by the TBA assay (B). Values are the mean7SD calculated
study, we found a significant correlation of GLN from five independent experiments. *Po0:05 and **Po0:01 vs
supply, lymphocyte proliferation and cellular GSH 0.05 mmol/l GLN and 11Po0:01and 111Po0:001 vs 2 mmol/l GLN.
content. These data demonstrate that a GLN-enriched
diet fed to endotoxemic mice leads to the enhancement
of lymphocyte numbers in Peyer’s Patches and spleen,
which is associated with an increase of GSH content (14, pathways within cells. Oxidative stress induces for
28). Furthermore, another experimental study shows example the transcription factor NF-kB in many cells,
that GLN-supplemented nutrition preserves hepatic but especially lymphocytes, leading to enhanced cyto-
GSH levels leading to an improved survival during kine formation which is an important immunological
acetaminophen toxicity (29). In our study, we obtained response to prevent immunosuppression (31).
the highest GSH levels by supplementing the cells with Several clinical studies applying NAC to ameliorate
0.6 mmol/l GLN. Enhancing the dosage up to 2 mmol/l the GSH deficiency in HIV infection failed in enhancing
resulted in a slight, but not significant, decrease of GSH GSH levels of lymphocytes from HIV-infected patients
content. GLN-starved U937 cells (GLN supply of (7, 32, 33). Breitkreutz et al. suggested that the negative
0.05 mmol/l) exhibited the lowest GSH content in our results could be due to relatively low doses of NAC or to
model system. This starvation effect may also be a relatively short observation period (5). In our study,
responsible for an impaired stress response of the cells we compared the effect of NAC under low and normal
as we showed in a recent publication (30). We suggest GLN conditions. The results revealed that NAC given in
that the physiological concentration of 0.6 mmol/l GLN a state of low GLN concentration was able to enhance
is sufficient to obtain a maximal increase in GSH levels. GSH levels of myelomonocytic cells, whereas supplying
Moreover, our study demonstrated that GLN deficiency the cells with NAC under optimal GLN levels, did not
resulted in an enhanced production of ROS and a affect GSH content. We therefore propose that plasma
concomitant increase in the amount of lipid peroxida- GLN concentrations could be an important factor in the
tion (see Fig. 6). Therefore, the ROS-diminishing effect response of patients to NAC.
of GLN seems to be associated with a stimulating effect When using LA as SH-donor, GSH levels were
of GLN supply on GSH synthesis. Low GLN levels as increased only when cells were supplied with optimal
detected under various clinical conditions, such as GLN concentrations. This was in strong contrast to
prolonged starvation, severe injury, or sepsis may lead supplementation with NAC. As LA needs to be actively
to an increase of ROS due to low intracellular GSH reduced by the cells to exert some of its antioxidant
content. However, it should be mentioned that ROS properties (34), we hypothesise that under GLN
generation is important for the initiation of signalling deficiency cells might have a decreased reducing capacity
ARTICLE IN PRESS
CLINICAL NUTRITION 521
leading to the loss of GSH-enhancing effects by LA. severe illness. Therefore, combined infusions of these
Other experimental studies—conducted with optimal substances should be applied with care.
GLN levels—show that LA also increases intracellular
concentrations of GSH in human Jurkat T cells, red
blood cells, peripheral blood lymphocytes, glia and References
neuroblastoma cell lines (35). Recently, several clinical
and experimental investigations have revealed that LA is 1. Deneke S M. Thiol-based antioxidants. Curr Top Cell Regul 2000;
effective in preventing diabetes complications that arise 36: 151–180
2. Exner R, Wessner B, Manhart N, Roth E. Therapeutic potential of
from an overproduction of ROS, such as cataract glutathione. Wien Klin Wochenschr 2000; 112: 610–616
formation, vascular damage, and polyneuropathy (36). 3. Lu S C. Regulation of glutathione synthesis. Curr Top Cell Regul
Moreover, a combined supply of acetyl-l-carnitine and 2000; 36: 95–116
4. Droege W, GroX A, Hack V et al. Role of cysteine and glutathione
R-LA improves performance on memory tasks by in HIV infection and cancer cachexia: therapeutic intervention
lowering oxidative damage and improving mitochon- with N-acetylcysteine. Adv Pharmacol 1997; 38: 581–600
drial function of old rats (11–13). From our data, we 5. Breitkreutz R, Pittack N, Nebe C T et al. Improvement of immune
functions in HIV infection by sulfur supplementation: two
hypothesise that a combined supply of GLN and LA randomized trials. J Mol Med 2000; 78: 55–62
may substantially increase the resistance of cells against 6. De Rosa S C, Zaretsky M D, Dubs J G et al. N-acetylcysteine
oxygen radicals by increasing GSH levels and could be replenishes glutathione in HIV infection. Eur J Clin Invest 2000;
30: 915–929
tested in pathologies such as diabetes, cancer, cardio- 7. Akerlund B, Jarstrand C, Lindeke B, Soennerborg A, Akerblad A
vascular diseases, Alzheimer’s disease, Parkinson’s C, Rasool O. Effect of N-acetylcysteine (NAC) treatment on HIV-
disease, protein energy malnutrition, ageing, infection 1 infection: a double blind placebo-controlled trial. Eur J Clin
Pharmacol 1996; 50: 457–461
and other chronic diseases. 8. Kleinveld H A, Demacker P N M, Stalenhoef A F H. Failure of
As GLY, the smallest amino acid, consists only of a N-acetylcysteine to reduce low-density lipoprotein oxidizability in
single carbon molecule attached to an amino and a healthy subjects. Eur J Clin Pharmacol 1992; 43: 639–642
9. Packer L. a-lipoic acid: a metabolic antioxidant which regulates
carboxyl group, it is very remarkable, that GLY exerts NF-kB signal transduction and protects against oxidative injury.
numerous clinical effects. In this respect, GLY mini- Drug Metab Rev 1998; 30: 245–275
mises ischemia/reperfusion injury of kidneys and the 10. Rosenberg H R, Culik R. Effect of a-lipoic acid on vitamin C and
vitamin E deficiencies. Arch Biochem Biophys 1959; 80: 86–93
liver (20, 37), protects rats against shock caused either 11. Liu J, Head E, Gharib A M et al. Memory loss in old rats is
by blood loss or endotoxin (38), and is protective against associated with brain mitochondrial decay and RNA/DNA
oxidant-mediated damage in human umbilical vein oxidation: partial reversal by feeding acetyl-l-carnitine and/or
R-a-lipoic acid. Proc Natl Acad Sci USA 2002; 99: 2356–2361
endothelial cells (39). However, a clinical study per- 12. Liu J, Killilea D W, Ames B N. Age-associated mitochondrial
formed on a large collective of ICU-patients has not decay: improvement of carnitine acetyltransferase substrate-bind-
been able to exert an improvement of clinical outcome ing affinity and activity in brain by feeding old rats acetyl-l-
carnitine and/or R-a-lipoic acid. Proc Natl Acad Sci USA 2002;
(40). Our results demonstrated that GLY acted in a two- 99: 1876–1881
sided manner on GSH metabolism. Under low GLN 13. Hagen T M, Liu J, Lykkesfeldt J et al. Feeding acetyl-l-carnitine
concentrations, the supply of GLY increased the GSH and lipoic acid to old rats significantly improves metabolic
function while decreasing oxidative stress. Proc Natl Acad Sci
content of U937 cells. But under optimal GLN USA 2002; 99: 1870–1875
conditions, increasing GLY supply caused a sharp 14. Manhart N, Vierlinger K, Spittler A, Bergmeister H, Sautner T,
decline of intracellular GSH, whereby this dependency Roth E. Oral feeding with glutamine prevents lymhocyte and
glutathione depletion of Peyer’s patches in endotoxemic mice. Ann
already reached significance at a physiological concen- Surg 2001; 234: 92–97
tration of 0.3 mmol/l GLY. Furthermore, in the current 15. Yoshida S, Matsui M, Shirouzu Y, Fujita H, Yamana H, Shirouzu
study the decline in GSH content was accompanied by a K. Effects of glutamine supplements and radiochemotherapy on
systemic immune and gut barrier function in patients with
decrease in intracellular GLN content. We suggest that advanced esophageal cancer. Ann Surg 1998; 227: 485–491
the addition of GLY leads to a lowered uptake of GLN 16. O’Riordain M G, De Beaux A, Fearon K C. Effect of glutamine
as these amino acids share the same transporter systems on immune function in the surgical patient. Nutrition 1996; 12:
S82–S84
for their uptake into the cell (41). 17. Griffiths R D, Allen K D, Andrews F J, Jones C. Infection,
In summary, our study introduces a useful model multiple organ failure, and survival in the intensive care unit:
system to test various substances on their GSH influence of glutamine-supplemented parenteral nutrition on
acquired infection. Nutrition 2002; 18: 546–552
modulating ability. Our results reveal that GLN, 18. Hall J C. Glycine. J Parenter Enteral Nutr 1998; 22: 393–398
NAC, GLY, and LA are able to modulate intracellular 19. Mauriz J L, Matilla B, Culebras J M, Gonzalez P, Gonzalez-
GSH levels of myelomonocytic cells. We are aware that Gallego J. Dietary glycine inhibits activation of nuclear factor
kappa B and prevents liver injury in hemorrhagic shock in the rat.
our experiments have been confined to myelomonocytic Free Radic Biol Med 2001; 31: 1236–1244
cells which may not necessarily reflect the effects on 20. Yin M, Zhong Z, Connor H D et al. Protective effect of glycine on
other human cell types. However, our data demonstrate renal injury induced by ischemia-reperfusion in vivo. Am J Physiol
Renal Physiol 2002; 282: F417–F423
for the first time that administration of combined GSH 21. Wheeler M D, Ikejema K, Enomoto N et al. Glycine: a new
precursor substances may either stimulate or inhibit anti-inflammatory immunonutrient. Cell Mol Life Sci 1999; 56:
GSH content when compared to single precursor 843–856
22. Sen C K, Roy S, Han D, Packer L. Regulation of cellular thiols in
supply. Moreover, the investigated GSH precursors human lymphocytes by alpha-lipoic acid: a flow cytometric
are already used as infusion substrates, especially in analysis. Free Radic Biol Med 1997; 22: 1241–1257
ARTICLE IN PRESS
522 GSH MODULATING SUBSTANCES
23. Luo J L, Hammarqvist F, Cotgreave I A, Lind C, Andersson K, 33. Look M P, Rockstroh J K, Rao G S et al. Sodium selenite and
Wernerman J. Determination of intracellular glutathione in N-acetylcysteine in antiretroviral-naive HIV-1-infected patients:
human skeletal muscle by reversed-phase high-performance liquid a randomized, controlled pilot study. Eur J Clin Invest 1998;
chromatography. J Chromatogr B 1995; 670: 29–36 28: 389–397
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Supplementation of N-acetylcysteine fails to increase glutathione Hematol J 2000; 1: 243–249
in lymphocytes and plasma of patients with AIDS. AIDS Res
Hum Retroviruses 1995; 11: 141–143
RESUMO
O estresse oxidativo decorre de um desequilíbrio entre a geração de compostos oxidantes e a atuação dos
sistemas de defesa antioxidante. A geração de radicais livres e/ou espécies reativas não radicais é resultante do
metabolismo de oxigênio. A mitocôndria, por meio da cadeia transportadora de elétrons, é a principal fonte
geradora. O sistema de defesa antioxidante tem a função de inibir e/ou reduzir os danos causados pela ação
deletéria dos radicais livres e/ou espécies reativas não radicais. Esse sistema, usualmente, é dividido em enzimático
(superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase) e não-enzimático. No último caso, é constituído por
grande variedade de substâncias antioxidantes, que podem ter origem endógena ou dietética. Objetivou-se
revisar os principais mecanismos de geração de radicais livres, bem como a ação dos agentes mais relevantes
do sistema de defesa antioxidante, ressaltando suas implicações sobre os marcadores do estresse oxidativo.
Também serão abordados os principais fatores exógenos moduladores do estresse oxidativo.
Termos de indexação: Antioxidantes. Espécies reativas de nitrogênio. Espécies reativas de oxigênio. Estresse
oxidativo. Radicais livres.
ABSTRACT
There is evidence that oxidative stress, defined as a persistent imbalance between the production of highly
oxidative compounds and antioxidant defenses, leads to tissue damage. Oxygen metabolism generates free
1
Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Tecnologia de Alimentos, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos. Av. P.H. Rolfs, s/n., Campus Universitário, 36570-000, Viçosa, MG, Brasil. Correspondência para/Correspondence
to: J. BRESSAN. E-mail: <jbrm@ufv.br>.
2
Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Nutrição e Saúde. Viçosa, MG, Brasil.
3
Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Geral. Viçosa, MG, Brasil.
4
Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Tecnologia de Alimentos. Viçosa, MG, Brasil.
radicals and/or non-radical reactive oxygen species. The mitochondria, through the electron transport chain,
are the main generator of these species. The antioxidant defense system has the function of inhibiting and/or
reducing the damage caused by the deleterious free radicals and/or non-radical reactive oxygen species. This
system is divided into enzymatic (superoxide dismutase, catalase and glutathione peroxidase), and nonenzymatic.
The nonenzymatic system consists of a variety of antioxidant substances, which may be endogenous or dietary.
This study proposed to review the main mechanisms of reactive oxygen species generation and the role of the
most relevant agents of the antioxidant defense system on the biomarkers of oxidative stress. The main exogenous
factors that modulate oxidative stress will also be discussed.
Indexing terms: Oxidative stress. Free radicals. Reactive oxygen species. Antioxidants. Reactive nitrogen species.
nismos podem, especialmente, ser favorecidos meio da reação com o radical livre óxido nítrico
pelos íons ferro e cobre7. A mitocôndria, por meio (NO•), gerar a espécie reativa de nitrogênio, pero-
da cadeia transportadora de elétrons, é a principal xinitrito (ONOO), também potencialmente reati-
fonte geradora de radicais livres5. va5,8 (Figura 1).
Em condições fisiológicas, os organismos Os íons ferro e cobre são muito ativos em
aeróbicos metabolizam 85% a 90% do oxigênio reações de óxido-redução, o que os capacitam
(O2) consumido na mitocôndria, por meio da ca- como potentes catalisadores das reações de gera-
deia transportadora de elétrons. Os restantes 10% ção de radicais livres. A participação desses metais
a 15% são utilizados por diversas enzimas se dá, especialmente, por meio das reações de
oxidases e oxigenases e, ainda, por reações quí- Fenton e Haber-Weiss. A primeira diz respeito à
micas de oxidação direta8. geração de radical OH•, por meio da reação do
H2O2 com os íons em questão, ao passo que, na
Na mitocôndria, o O2 sofre redução tetra-
segunda, estes íons catalisam a reação entre o
valente, com aceitação de quatro elétrons, resul-
H2O2 e o radical O2•, a fim de gerar, da mesma
tando na formação de água (Figura 1). A enzi-
forma, o radical OH•7,8 (Figura 1).
ma catalisadora dessa reação é a citocromo oxi-
dase. Na parte terminal da cadeia transportadora A ligação do ferro e cobre às proteínas
de elétrons, a referida enzima oxida quatro molé- específicas: transferrina, ferritina e ceruloplas-
culas de citocromo c removendo um elétron de mina, por meio da quais estes são transportados,
cada uma delas. Esses elétrons são adicionados utilizados e estocados, previne e/ou minimiza as
ao O2 para formar água. A ação da citocromo reações de geração de radicais livres catalisadas
oxidase controla a geração de radicais livres, por esses metais. No citoplasma de células hepá-
impedindo sua geração excessiva na mitocôndria. ticas, o ferro livre (não ligado à ferritina) é facil-
No entanto, cerca de 2% a 5% do oxigênio meta- mente dissociado na forma de íon, o que o torna
bolizado nas mitocôndrias são desviados para cataliticamente ativo e apto para participar de
outra via metabólica, e reduzidos de forma univa- reações de óxido-redução e, consequentemente,
lente, dando origem aos radicais livres2,7,8. de geração de radicais livres7,9.
Em face da redução univalente do O2 são Os ácidos graxos poli-insaturados contidos
gerados os radicais superóxido (O2•), hidroxila nas membranas celulares fazem com que essas
(OH•) e, ainda, peróxido de hidrogênio (H2O2). Esse sejam potentes geradoras de radicais livres, alco-
processo se dá mediante reações específicas, cata- xila (LO•) e peroxila (LO2•), por meio da lipopero-
lisadas por enzimas e com a participação dos íons xidação. Tal processo constitui-se de reações em
ferro e de cobre (Figura 1). O H2O2, apesar de cadeia, representadas pelas etapas de iniciação,
não ser um radical livre, por não ter um elétron propagação e terminação2.
desemparelhado na sua última camada eletrônica, O radical OH•, por meio da retirada de um
é uma espécie com alto potencial reativo. Por átomo de hidrogênio dos ácidos graxos poli-
participar da reação de geração de OH• tem ação -insaturados da membrana celular, desempenha
deletéria potencial, uma vez que esse se constitui importante papel na lipoperoxidação, sendo consi-
no mais reativo dos radicais livres, pois pode alterar derado o principal iniciador de tal processo9.
qualquer estrutura celular que se encontre próxi- Entretanto, a participação do ferro também é con-
ma. Diferente dos radicais livres, o H2O2 tem vida siderada fator determinante, ressaltando-se a im-
longa e é capaz de atravessar as membranas portância da relação equimolar entre Fe3+/ Fe2+,
celulares apresentando-se potencialmente tóxico para possibilitar a iniciação desse processo. Os íons
para as células. Esta toxicidade pode ser aumen- ferro agem como catalisadores da conversão de
tada em dez mil vezes pela presença de ferro2,8. hidroperóxidos lipídicos (LOOH) em radicais LO• e
Além da capacidade do O2• em participar LO2•, que, por serem potencialmente reativos,
de reações de geração de OH•, pode ainda, por iniciam uma nova cadeia de reações, as quais po-
dem ser rápidas ou lentas, de acordo com a valên- pela ação deletéria dos radicais livres ou das espé-
cia do ferro2. cies reativas não-radicais. Tais ações podem ser
Outra importante fonte geradora de radi- alcançadas por meio de diferentes mecanismos
cais livres são as enzimas NADPH oxidases de ação: impedindo a formação dos radicais livres
(Nicotinamide Adenine Dinucleotide Phosphate ou espécies não-radicais (sistemas de prevenção),
Oxidases). Essas se referem a proteínas transmem- impedindo a ação desses (sistemas varredores) ou,
brana que têm, por excelência, a função de trans- ainda, favorecendo o reparo e a reconstituição
ferir os elétrons através das membranas celulares. das estruturas biológicas lesadas (sistemas de
Geralmente, o aceptor de elétrons é o oxigênio reparo)7,11.
e, dessa forma, em decorrência desse processo, Usualmente, esse sistema é dividido em
gera-se o radical O2•. Tais enzimas existem em
enzimático e não-enzimático. No último caso, é
pelo menos seis isoformas, diferindo quanto ao
constituído por grande variedade de substâncias
local de expressão e co-fatores necessários para
antioxidantes, que podem ter origem endógena
a sua ativação10.
ou dietética (Tabela 1). Os antioxidantes são defi-
nidos como qualquer substância que, presente
Sistema de defesa antioxidante em menores concentrações que as do substrato
oxidável, seja capaz de atrasar ou inibir a oxidação
O sistema de defesa antioxidante tem a deste de maneira eficaz. Tais substâncias podem
função de inibir e/ou reduzir os danos causados agir diretamente, neutralizando a ação dos radi-
DNA: ácido desoxirribonucléico; CAt: catalase; GPx: glutationa peroxidase; Cu: cobre; ERO’s: espécies reativas de oxigênio; H2O2: peróxido de
hidrogênio; LDL: lipoproteína de baixa densidade; LDL-ox: lipoproteína de baixa densidade oxidada; Mn: magnésio; O2•: radical superóxido; Se:
selênio; SOD: superóxido dismutase; Zn: zinco.
Fonte: Adaptado de Barbosa et al.16.
cais livres e espécies não-radicais, ou indireta- O referido radical (OH•) vem sendo indica-
mente, participando dos sistemas enzimáticos do como o de maior potencial reativo e com extre-
com tal capacidade4. ma instabilidade (vida média de 10-9 segundos).
Essas características os capacitam como o radical
livre mais propício na produção de danos oxida-
Sistema enzimático tivos. Além de ser o principal iniciador do processo
de peroxidação lipídica, tendo como consequência
O sistema de defesa enzimático inclui as a alteração da função biológica das membranas
enzimas Superóxido Dismutase (SOD), Catalase celulares, esse radical é capaz de agir sobre as
(CAT) e Glutationa Peroxidase (GPx) (Tabela 1). proteínas, alterando-as em relação à sua estrutura
Essas enzimas agem por meio de mecanismos de e/ou função biológica. Seu ataque ao DNA possi-
prevenção, impedindo e/ou controlando a forma- bilita a ocorrência de mutações9.
ção de radicais livres e espécies não-radicais, Considerando a potencialidade do radical
envolvidos com a iniciação das reações em cadeia OH• e o fato da não existência de defesa enzi-
que culminam com propagação e amplificação mática especializada, é de extrema importância a
do processo e, consequentemente, com a ocor- manutenção do perfeito equilíbrio entre as enzi-
rência de danos oxidativos2,8. mas antioxidantes, com o propósito de promover
a manutenção da integralidade celular. Assim, a
As enzimas CAT e GPx agem com o mesmo GPx merece atenção especial, uma vez que sua
propósito, ou seja, o de impedir o acúmulo de ação depende da manutenção do ciclo redox da
peróxido de hidrogênio. Tal ação integrada é de glutationa, por meio do controle da relação entre
grande importância, uma vez que essa espécie glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG)2,8,17
reativa, por meio das reações de Fenton e Haber- (Figura 2).
-Weiss, mediante a participação dos metais ferro A atividade das enzimas em questão
e cobre, culmina na geração do radical OH• (Figura muitas vezes depende da participação de cofa-
1), contra o qual não há sistema enzimático de tores enzimáticos, especialmente antioxidantes de
defesa2,8. origem dietética. Tais co-fatores podem diferir de
acordo com os compartimentos celulares de ação
- +
1) O2+ 4e + 4H 2H2O + energia das enzimas. A SOD pode ser encontrada sob duas
-
2) O2 + e O2 • formas: no citoplasma, é dependente de cobre e
SOD
3) 2O2• + 2H+ H2O2 zinco (SOD-Cu/Zn), enquanto na mitocôndria, ne-
2+ + -
4) Fe /Cu + H2O2 OH• + OH + Fe3+/Cu2+ cessita do manganês como co-fator (SOD-Mn). A
Fe/Cu • -
5) H2O2 + O2 OH + OH + 02 GPx também existe sob duas formas: dependente
-
6) O2• + NO• ONOO e independente de selênio e pode apresentar-se
no citoplasma ou na mitocôndria2,5.
Figura 1. Formação mitocondrial de radicais livres via cadeia trans-
portadora de elétrons.
Nota: 1) Redução tetravalente do oxigênio, por meio da qual recebe
quatro elétrons (e-) e quatro íons de hidrogênio (H+), formando
Sistema não-enzimático
duas moléculas de água (H2O) e liberando energia. 2) Geração
do radical superóxido (O2•) pela adição de um elétron a uma O sistema de defesa não-enzimático inclui,
molécula de oxigênio no estado fundamental (O2). 3) Por meio
de um processo denominado dismutação, o radical O2•, ao rece- especialmente, os compostos antioxidantes de ori-
ber íons de hidrogênio, gera peróxido de hidrogênio (H2O2). Tal gem dietética, entre os quais se destacam: vita-
reação é catalisada pela superóxido dismutase (SOD), que acele-
ra a reação na ordem de 104 vezes. 4) Reação de Fenton: quando
minas, minerais e compostos fenólicos. O ácido
o H2O2 reage com íons ferro (Fe2+) ou cobre (Cu+) é gerado o ascórbico (vitamina C), o α-tocoferol e β-caroteno,
radical hidroxila (OH•). 5) Reação de Haber-Weiss: os referidos precursores das vitaminas E e A, respectivamente,
íons também podem catalisar a reação entre H2O2 e O2• gerando,
da mesma forma, OH•. 6) O radical O2• pode também reagir com
são compostos vitamínicos potencialmente an-
o óxido nítrico (NO•) gerando peroxinitrito (ONOO)8. tioxidantes. Outros carotenóides sem atividade de
vitamina A, como licopeno, luteína e zeaxan-tina, ação oxidante, tornando-a capaz de produzir es-
também o são. Entre os minerais destacam--se o pécies radicais (OH•) e não-radicais (H2O2)3.
zinco, cobre, selênio e magnésio3,18 (Tabela 1). Estudo realizado com cultura de células
Usualmente, os estudos que se referem à mostrou que essas, quando incubadas em H2O2,
ação de compostos antioxidantes limitam-nos à sofreram danos em resposta à ação oxidativa
avaliação de nutrientes e/ou alimentos isola- dessa espécie. A vitamina C, em presença de ferro,
dos19-28, em detrimento da consideração dos pa- aumentou a expressão dos danos referidos. Os
drões dietéticos. Tal fato consiste em relevante li- autores sugerem o envolvimento da vitamina C
mitação metodológica, uma vez que não se consi- na regulação do metabolismo de ferro, aumen-
dera a interação entre os vários nutrientes e ali- tando sua absorção e tornando-o mais apto a de-
mentos que podem atuar em sinergia na proteção sempenhar sua ação catalítica sobre as reações
de Fenton, resultando na conversão do H2O2 em
contra os danos oxidativos às células e aos tecidos.
radicais OH•, potencialmente mais reativos. Tam-
Assim, pode-se incorrer em erros na interpretação
bém ressaltaram que, concomitantemente, ocorre
dos resultados referentes ao potencial antioxi-
a modulação da expressão de dois genes rela-
dante dos compostos estudados.
cionados aos receptores de transferrina e ferri-
A vitamina C é, por excelência, um antioxi- tina29.
dante em potencial. No entanto, a presença de
Outra interação diz respeito ao composto
metais de transição como o ferro possibilita sua
quercetina, flavonóide amplamente encontrado
no vinho tinto. Tal composto é potencialmente
antioxidante. Entretanto, pode reagir com ferro
e tornar-se um pró-oxidante3.
SOD REAÇÃO DE FENTON
O2" H2O2 OH
"
As vitaminas C e E, por sua vez, demons-
REAÇÃO DE HABER-WEISS
tram interação cooperativa na inibição da peroxi-
dação lipídica e na proteção contra danos oxida-
H2O2 + H2O2
H2O2
2GSH NAPDP+ tivos ao DNA3. No entanto, Huang et al.22 não
CAT GPX encontraram efeito sinérgico (p=0,12) entre a
Grd
O2 2H2O ação das vitaminas C (500mg/dia) e E (400 IU de
2H2O GSSG NADPH
α-tocoferol/dia) suplementadas durante dois me-
ses, nos níveis urinários de PGF2-alfa-8-isopros-
DANOS tano, marcador da peroxidação lipídica.
OXIDANTES
A avaliação do potencial antioxidante in
Figura 2. Integração dos sistemas de defesa enzimático. vivo dos compostos não-enzimáticos depende de
Nota: Por meio da reação de dismutação, a superóxido dismutase (SOD) algumas variáveis, entre elas: absorção e biodispo-
catalisa a geração de peróxido de hidrogênio (H2O2) a partir do
radical superóxido (O2•). As enzimas catalase (CAT) e glutationa nibilidade em condições fisiológicas; concentração
peroxidase (GPx) se integram para impedir o acúmulo de H2O2 plasmática ideal para desempenhar sua atividade
que, apesar de não ser um radical livre, é igualmente reativo e
capaz de promover danos potenciais. O acúmulo dessa espécie
antioxidante; tipos de radicais livres gerados no
reativa (H2O2) possibilita, por meio das reações de Fenton e Haber- processo oxidativo; em qual compartimento celu-
Weiss, a geração do radical hidroxila (OH•), contra o qual não
lar foram gerados e como foram gerados3.
existe defesa enzimática. A GPx reduz o H2O2 à água, no entanto
o faz à custa da conversão da glutationa reduzida (GSH) em oxi- A ação de determinado antioxidante pode,
dada (GSSG), essa última que promove ação oxidante em função
da ligação dissulfeto existente em sua estrutura. Assim, é de ex-
portanto, variar de acordo com o compartimento
trema importância a ação da glutationa redutase (GRd), respon- celular ou tecido no qual atua. A vitamina C apre-
sável pela recuperação da glutationa reduzida (GSH), possibili- senta intensa atividade antioxidante contra radi-
tando a manutenção da integralidade do ciclo redox da glutationa
e, consequentemente, do equilíbrio adequado entre os sistemas cais livres gerados em meio hidrofílico. No entan-
de defesa enzimáticos17. to, tal vitamina pode não ser capaz de inibir os
Prasad et al.18 referem-se ao zinco como TBARS, teste das substâncias que reagem com o
um agente antioxidante altamente eficiente. Estes ácido tiobarbitúrico, dosa os aldeídos, substâncias
autores testaram, em indivíduos entre 55 e 87 que se destacam como metabólitos secundários
anos de idade, o efeito antioxidante da suple- da oxidação de lipídeos. Dentre esses, o malon-
mentação de zinco (45mg de zinco elementar). dialdeído é um dos mais abundantes4,31,36.
Após seis meses de suplementação, o zinco Karlsen et al.28 avaliaram o efeito da inges-
mostrou-se capaz de diminuir os níveis plasmáticos tão diária de uma taça de vinho tinto sobre mar-
de malondialdeído (M=1,66, DP=0,34 versus cadores do estresse oxidativo. Sugere-se que a
M=1,35, DP=0,18; p=0,002) e 8-hidroxil-2’-deoxi-
ação protetora do vinho sobre o estresse oxidativo
guanosina (8HdG) (M=0,63, DP=0,16 versus
se dá, especialmente, pela presença dos compos-
M=0,50, DP=0,14; p=0,030). O composto 8-OHdG
tos fenólicos. O estudo foi realizado com 94 indi-
tem sido apontado como o marcador de maior
víduos (31 homens e 57 mulheres) com idade
relevância na avaliação do dano oxidativo ao
entre 37 e 70 anos. Estes foram divididos em dois
DNA4,31,35.
grupos: teste (150mL/dia de vinho tinto) e contro-
Bruno et al.23 testaram, em ratos Sprague le. Independente do sexo, o vinho tinto não foi
Dawley, o efeito de dietas adequadas (AZ; 50mg capaz de exercer efeito sobre nenhum dos mar-
de Zn/kg de dieta; n=12) e deficientes em zinco cadores avaliados: FRAP e níveis plasmáticos dos
(DZ; <0,05mg de Zn/kg de dieta; n=12), admi- antioxidantes, α-tocoferol, β-caroteno, gluta-
nistradas por 21 dias. O grupo DZ mostrou meno- tiona e compostos fenólicos totais. Cabe ressaltar
res níveis plasmáticos de F2-isoprostanos (p<0,05) que tal estudo teve os seguintes critérios de exclu-
e menor Ferritin-reducing Ability of Plasma (FRAP) são: presença de doenças crônicas não transmis-
(p=0,039). Além do efeito sobre esses marcadores, síveis, tabagismo, uso de medicamentos (estatinas
associaram-se à DZ menores níveis plasmáticos e aspirinas) e consumo de álcool além do presente
dos antioxidantes: vitamina C (p=0,003) e α-toco- no vinho. Estes foram estabelecidos com o obje-
ferol (p<0,001). O FRAP diz respeito a uma medida tivo de promover maior homogeneidade da
da capacidade antioxidante do plasma, pois me- amostra e minimizar os efeitos de possíveis vieses.
nor FRAP indica menor capacidade de ligação da
Destaca-se, aqui, a ampla faixa etária da popu-
ferritina ao ferro e, consequentemente, maior
lação estudada e a ausência de controle dos hábi-
quantidade de ferro livre, capaz de catalisar a
tos dietéticos e de atividade física.
geração de radicais OH•, por meio das reações
de Fenton e Haber-Weiss7,9. Outros fatores dietéticos que não a suple-
mentação de antioxidantes também se mostraram
Oteiza et al.19 também testaram em ratos
capazes de exercer efeitos sobre o estresse oxi-
Sprague Dawley o efeito de dieta deficiente em
dativo. Dentre esses, o de maior expressão é a
zinco (DZ; 0,5µgZn/g de dieta; n=10) sobre mar-
adequação da ingestão energética37,38.
cadores do estresse oxidativo. Após 14 dias, o
grupo DZ, quando comparado ao que recebeu Burneiko et al.37 destacam que a ingestão
dieta adequada em zinco (AZ; 25µgZn/g de dieta; de dietas hiperenergéticas se associa com o de-
n=10), mostrou maiores níveis plasmáticos de senvolvimento de câncer, doenças degenerativas
grupos carbonila (M=3,6, DP=0,2 versus M=2,4, relacionadas ao envelhecimento, dislipidemia, ate-
DP=0,2; p<0,05) e TBARS (Thiobarbituric Acid- rosclerose e doenças cardiovasculares. Os autores
Reative Substances) (M=39, DP=3 versus M=25, ressaltam que o estresse oxidativo vem sendo
DP=2; p<0,05). No entanto, não houve efeito considerado importante elo em tais associações
significativo sobre o marcador da oxidação ao e que os efeitos benéficos da restrição energética
DNA, o composto 8-hidroxil-2’-deoxiguanosina podem estar associados à redução do peso
(M=8,9, DP=1 versus M=6,8, DP=1; p>0,05). O corporal.
Avaliou-se em ratos Wistar o efeito de oxidativos causados pela ação de tais agentes.
Dieta Hiperenergética (DH) sobre marcadores do Esses mecanismos estão relacionados ao sistema
estresse oxidativo. Após oito semanas de experi- de defesa enzimático e não-enzimático8.
mentação, comparam-se os grupos DH e controle, Em decorrência da resposta adaptativa
não havendo diferenças em relação aos marca- mediada pela atividade física, as espécies reativas
dores avaliados: níveis plasmáticos totais de com- geradas têm ação de sinalizadores celulares capa-
postos antioxidantes e atividades das enzimas zes de ativar vias de regulação de genes rela-
catalase e glutationa peroxidase. Nesse mesmo cionados à expressão de enzimas e proteínas
estudo, os autores encontraram que a interação específicas responsáveis por manter o equilíbrio
entre DH e atividade física (natação 2 e 3 vezes/ intracelular entre oxidantes e antioxidantes. A
semana) tiveram efeito pró-oxidante, diminuindo enzima xantina oxidase está envolvida na produ-
a atividade enzimática da catalase mediante aná- ção do radical superóxido (O2•). No entanto, a
lise do fígado dos animais37. geração de proteínas com atividade quinase36,
entre outras ações, é responsável pelo aumento
Johnson et al.38 investigaram o efeito da
da expressão da superóxido dismutase, defesa
ingestão de dieta com restrição energética sobre
antioxidante contra o radical O2•.
marcadores do estresse oxidativo. Participaram do
estudo dez indivíduos obesos (IMC>30 kg/m2), os Souza et al.36 ao testar o efeito da atividade
quais receberam, em dias alternados, Dieta Res- física intensa sobre marcadores do estresse oxida-
tivo, observaram que, comparado ao repouso, a
tritiva (DR) com 20% de redução da ingestão ener-
corrida em esteira rolante determinou aumento
gética normal e Dieta Normal (DN), irrestrita. O
nos níveis plasmáticos de malondialdeído, princi-
grupo DR, comparado ao DN, mostrou meno-
palmente decorridos 23 (M=0,21m DP=0,012
res níveis plasmáticos de grupos carbonila e
versus M=1,5, DP=0,009; aumento de 714%;
F2-isoprostanos, após 2, 4 e 8 semanas de inter-
p<0,01) e 26 minutos (M=0,21, DP=0,012 versus
venção.
M=1,6, DP=0,013; aumento de 761%; p<0,01).
Os autores ainda ressaltaram que os níveis de
Atividade física malondialdeído relacionaram-se negativamente
com a capacidade total do plasma, sendo que
Durante uma atividade física intensa, o esta sofreu redução de 52% (M=483, DP=88
consumo total de oxigênio é aumentado em, versus M=233, DP=12); p<0,01) e 59% (M=483,
aproximadamente, dez a vinte vezes. A captação DP=88 versus M=200, DP=14; p<0,01), aos 23 e
do oxigênio pelo tecido muscular também sofre 26 minutos, respectivamente.
aumento relevante, da ordem de cem a duzentas Clarkson & Thompson11 ressaltam que a
vezes. Tais alterações no metabolismo de oxigênio atividade física intensa exerce efeitos sobre os
favorecem a geração de radicais livres e/ou espé- aumentos dos níveis plasmáticos de malondial-
cies reativas não-radicais. A atividade física intensa deído e concentração de pentano exalado no ar
expirado. Esse último marcador, segundo Knutson
é capaz de gerar as espécies em questão, por meio
et al.39, decorre da quantificação de compostos
da ativação de, pelo menos, três mecanismos
voláteis que constitui em outra técnica de aferição
principais: produção mitocondrial, citoplasmática
da oxidação lipídica. Entre tais compostos des-
e favorecida pelos íons ferro e cobre7. tacam-se, principalmente, os hidrocarbonetos
A atividade física intensa, em razão do etano e pentano, formados mediante peroxidação
incremento do consumo de oxigênio, é um fator lipídica dos ácidos graxos poli-insaturados da série
que predispõe à geração de agentes oxidantes. ômega 3 e 6, respectivamente.
No entanto, é também hábil em promover meca- Burneiko et al.37 estudaram, em ratos
nismos de adaptação capazes de mitigar os danos Wistar, o efeito da atividade física sobre o estresse
biológico no qual estes foram medidos (plasma, nina dinucleotídeo, age como aceptor de elétrons
soro, saliva ou urina). do xenobiótico em questão e sequencialmente,
Os efeitos do álcool sobre o estresse oxida- transfere este elétron a outro aceptor, desta vez
tivo podem ser diretos ou ainda mediados por o oxigênio, gerando assim radicais superóxido. Na
seus metabólitos secundários, sendo marcante sua presença de antimicina A (antibiótico produzido
atuação sobre a redução dos níveis plasmáticos por bactérias do gênero Streptomyces), alguns
ou séricos dos antioxidantes dietéticos, entre eles: intermediários da cadeia transportadora de
α-tocoferol, ácido ascórbico e selênio45. Das & elétrons, como a ubiquinona, se auto-oxidam
Vasudevan46, sugeriram que o metabolismo do dando lugar à perda de elétrons e consequente
etanol está diretamente envolvido na geração de formação de radicais superóxido49. Os anti-infla-
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, bem matórios não-esteróides (AINEs) induzem a gera-
como na depleção dos componentes do sistema ção de radicais superóxido, via ativação da NADPH
antioxidante e aumento nos níveis de marcadores oxidase, complexo enzimático transmembrana ge-
específicos, sobretudo malondialdeído. rador do radical superóxido. Li et al.50, demons-
traram que mediante a administração AINE houve
Lecomte et al.47, demonstraram que, inde-
aumento na expressão de NADPH oxidase e
pendente do estado nutricional, o álcool exerce
P22phox (subunidade necessária a ativação enzi-
efeito sobre os níveis plasmáticos de vitaminas e
mática) em tecido cardíaco e aorta de ratos hiper-
minerais antioxidantes, bem como sobre marca-
tensivos. Os autores ainda evidenciaram tais resul-
dores específicos. Foram estudados 417 homens,
tados em células endoteliais humanas.
entre 29 e 49 anos de idade, consumidores leves
As radiações ionizantes promovem a ins-
(<33g/dia; M=1, DP=10,6 - 9,2g/dia) e moderados
tauração do estresse oxidativo, entre os meca-
(>33g/dia; M=1, DP=59,0 - 25,7g/dia) de álcool.
nismos propostos destacam-se: a ativação das
Comparados a 102 pacientes alcoólatras sem
NADPH oxidases, a disfunção da cadeia transpor-
complicações hepáticas, as concentrações plas-
tadora de elétrons mitocondrial e a redução da
máticas de α-tocoferol, ácido ascórbico e selênio
atividade das enzimas antioxidantes, sobretudo
foram maiores (p≤0,001) nos bebedores leves, ao
da SOD-Mn. Lemon et al. 51 demonstraram
passo que as de malondialdeído foram menores
maiores níveis de 8-Hidroxyl-2’-Deoxyguanosine
(p≤0,001).
(8-OHdG), marcador de dano oxidativo ao DNA
Huang et al.48 ratificaram o efeito do álcool (ácido nucléico guanina), em ratos submetidos à
sobre o estresse oxidativo, analisando em 76 indi- radiação gama (yH2AX) proveniente de uma fonte
víduos alcoólatras, marcadores específicos. Tal radiotiva de césio (137Cs). Outros estudos ratificam
análise, quando comparada a do grupo controle o efeito das radiações ionizantes sobre marca-
(19 indivíduos saudáveis, não bebedores), mostrou dores do estresse oxidativo, sobretudo os refe-
níveis séricos significativamente maiores de ma- rentes ao dano oxidativo ao DNA52-54, decorrentes
londialdeído, enquanto que menor atividade da dos processos mutagênicos, aberrações cromossô-
SOD. micas, instabilidade genômica e alterações telo-
Entre os fatores exógenos, potencialmente méricas51.
geradores de radicais livres, destacam-se ainda O acúmulo de metais pesados em um siste-
os xenobióticos, radiações ionizantes, metais pesa- ma biológico propicia a catálise de reações que
dos, entre outros41. culminam na geração de espécies reativas de
Os xenobióticos promovem, via citocromo oxigênio, e ainda pode exercer influência sobre
P-450 ou ciclo redox, a produção de espécies os mecanismos de defesa antioxidante, sobretudo
reativas de oxigênio. Um mediador de baixo peso o enzimático43,55. Farombi et al.55, por meio de
molecular do ciclo redox, usualmente flavina ade- espectrofotometria de absorção atômica, eviden-
ciaram a presença de altos níveis de metais pesa- O efeito da dieta hiperenergética sobre a
dos (arsênio, chumbo, cádmio, cobre e zinco) nas instauração do estresse oxidativo, possivelmente,
águas do rio Ogun (Nigéria, África). Posterior- é mediado pela redução do peso corporal. Existem
mente, demonstraram que nos peixes nativos des- evidências de que os fatores exógenos tais como:
te rio houve diminuição da atividade das enzi- xenobióticos, radiações ionizantes, metais pesa-
mas superóxido dismutase e catalase, alterações dos, tabagismo e ingestão de álcool agem sobre
no ciclo redox da glutationa e, ainda, indução da a geração de radicais livres, bem como sobre a
peroxidação lipídica. atuação dos sistemas de defesa antioxidante, no
entanto, ainda não é possível determinar com se-
gurança, sobretudo em humanos, os níveis de
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