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Sumário
ESTRESSE OXIDATIVO .............................................................................................. 4
FLAVONÓIDES ............................................................................................................ 9
CAROTENÓIDES ........................................................................................................ 10
VITAMINA A .............................................................................................................. 12
VITAMINA C............................................................................................................... 15
VITAMINA E ............................................................................................................... 19
ZINCO .......................................................................................................................... 23
SELÊNIO ...................................................................................................................... 30
NUTRIÇÃO ................................................................................................................. 35
ALIMENTAÇÃO ......................................................................................................... 36
ALIMENTOS ............................................................................................................... 36
NUTRIENTES ............................................................................................................. 37
DIETOTERAPIA ......................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 55
ESTRESSE OXIDATIVO
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• NO (óxido nítrico)
• O2 (oxigênio molecular)
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Fonte:http://andreiatorres.com/blog/2016/11/22/estresse-oxidativo-em-crianas-
com-sndromede-down
DEFESA ANTIOXIDANTES
Tipos de antioxidantes
ANTIOXIDANTES NA DIETA
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incluindo proteção contra doenças crônico-degenerativas associadas ao acúmulo de
radicais livres.
Os antioxidantes também têm sido relacionados com a diminuição de efeitos
colaterais advindos do uso de fármacos antitumorais como, por exemplo, a
nefrotoxicidade, que é um dos principais efeitos colaterais da terapia com a cisplatina
(fármaco antitumoral). Evidências mostram que uma abordagem alternativa para
proteção contra esses efeitos colaterais é o uso de conhecidos antioxidantes da dieta tais
como, vitaminas C e E, curcumina, selenito de sódio e o carotenoide bixina (ANTUNES
& BIANCHI, 2004).
Entre os nutrientes com ação antioxidante, destacam-se: os flavonoides e
carotenoides, vitaminas A, C e E e os minerais zinco e selênio.
FLAVONÓIDES
Ação antioxidante
CAROTENÓIDES
Carotenóide Coloração
Luteína Amarela
β-caroteno Laranja
Bixina Laranja
10
Norbixina Laranja
Astaxantina Vermelha
Ação antioxidante
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→ Abstração de hidrogênio: há a remoção de um átomo de hidrogênio da
molécula de carotenoide, formando o radical neutro;
→ Adição: ocorre a adição de um radical à molécula de carotenoide, formando o
radical adulto.
VITAMINA A
Função da vitamina A
A vitamina A desempenha papel essencial na visão, crescimento,
desenvolvimento dos ossos, no desenvolvimento e manutenção do tecido epitelial, no
processo imunológico, na reprodução normal e tem ação antioxidante. Suas
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propriedades moleculares incluem o controle da expressão gênica, bem como danos ao
DNA.
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Figura - Sinais clínicos da deficiência de vitamina A
Causas de deficiência
As deficiências primárias de vitamina A são consequência de uma dieta
inadequada. Já as secundárias podem ser oriundas de fatores que podem interferir na
absorção, estoque ou transporte de vitamina A.
→ Má absorção devido à insuficiência de ácidos biliares ou
insuficiência pancreática;
→ Desnutrição proteico-energética;
→ Doenças hepáticas;
→ Deficiência de zinco.
Toxicidade
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crianças. Os sintomas incluem náuseas, vômitos, fadiga, fraqueza, cefaleia e anorexia.
Nos lactantes, o sintoma pode ser a fontanela abaulada.
A hipervitaminose A crônica reflete o uso inadequado do consumo constante de
suplementos de vitamina A, alcançando uma ingesta de pelo menos 10 vezes a mais as
recomendações estabelecidas pelo RDA: 4,2mg de retinol (14.000UI) para um lactante
ou 10 mg de retinol (33.000UI) para um adulto. A resposta a esse excesso crônico é
altamente variável entre os indivíduos.
Os sintomas desaparecem em semanas ou meses após a suspensão da
suplementação. Além dos sinais e sintomas, níveis acima de 500 UI/dl no sangue
constituem indicação adicional da hipervitaminose.
Fontes de vitamina A
VITAMINA C
A vitamina C ou ácido ascórbico é um composto derivado da hexose e
classificado como um carboidrato intimamente relacionado aos monossacarídeos. O
ácido ascórbico é reversivelmente oxidado no organismo em ácido deidroascórbico, que
é mais ativo.
No trato gastrointestinal, a absorção da vitamina C ingerida é por transporte
ativo saturável, dependente de sódio e da dose presente no lúmen intestinal. Cerca de
80% a 90% da ingestão oral de ácido ascórbico pode ser absorvida, mas essa absorção
pode diminuir quando se aumenta a quantidade ingerida. E facilmente absorvida pelo
duodeno, parte proximal do jejuno e também tem absorção bucal. Outro mecanismo de
regulação da vitamina C é sua excreção renal ou de seus de seus metabólitos.
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No plasma, o ácido ascórbico é transportado em forma de ascorbato, sendo que
não necessita de transportador para circular em meio extracelular por ser uma vitamina
hidrossolúvel. Para o interior das células sanguíneas, o ascorbato é transportado na
forma de deidroascorbato, composto mais permeável à membrana.
A concentração de vitamina C nos tecidos é maior que no plasma e na saliva. O
pool corpóreo é, em média, de 1200 a 2000mg, e tem uma meia vida de 20 dias. A
necessidade diária de vitamina C é estimada entre 25 mg e 30 mg por 1.000 kcal, que
devem ser obtidos por meio da ingestão de alimentos de origem vegetal e frescos. As
necessidades alimentares do ácido ascórbico estão aumentadas nos idosos, na gestação e
na lactação.
Função da vitamina C
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concentrações plasmáticas e dos tecidos diminuem consideravelmente. Os primeiros
sintomas de deficiência são equimoses e petéquias. As equimoses se tornam mais
proeminentes, desenvolvendo hiperqueratose folicular, seguida de hemorragia ocular.
Sintomas proeminentes são anormalidades psicológicas, como histeria e depressão. A
deficiência de vitamina C geralmente está associada com doenças específicas, sendo o
escorbuto a principal delas. Este é raramente encontrado em países desenvolvidos,
embora possa ocorrer em alcoolistas crônicos.
A diarreia crônica aumenta a perda fecal, e a acloridria diminui a quantidade
absorvida. A anemia também está geralmente associada ao escorbuto e pode ser tanto
macrocítica, induzida pela deficiência de folato, como microcítica, induzida pela
deficiência de ferro. As deficiências de ascorbato e de folato são associadas, já que
ambos possuem as mesmas fontes alimentares, e a deficiência de ferro pode ser
secundária à menor absorção deste, que seria facilitada pela presença do ascorbato.
Embora atualmente seja rara, uma deficiência grave de ácido ascórbico causa
escorbuto. Os sintomas aparecem quando os níveis séricos caem abaixo de 0,2 mg/dl.
Pode-se definir escorbuto como diminuição da capacidade do organismo de sintetizar
colágeno, dando lugar a uma elevada fragilidade nos capilares sanguíneos, aparecimento
de derrames na pele, órgãos e músculos esqueléticos, retardo na cicatrização, perda dos
dentes, astenia, sonolência, anemia e dores articulares. A forma severa de escorbuto
pode resultar na perda dos dentes, danos nos ossos, hemorragia interna e infecção.
A deficiência de vitamina C em crianças produz anormalidades no crescimento e
problemas na ossificação, hemorragias e anemias.
Causas de deficiência
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→ Alimentação deficiente;
→ Drogas que interferem no metabolismo;
→ Diarreia crônica.
Toxicidade
Doses de 1 g têm sido consumidas sem efeito adverso conhecido, porém doses
de 2 g ou mais podem causar gastroenterite ou diarreia osmótica em alguns indivíduos.
Megadoses também podem afetar adversamente a disponibilidade da vitamina B12 dos
alimentos, e em indivíduos que tomam doses de 1 g ou mais podem desenvolver
deficiência de vitamina B12. Efeitos adversos relacionados ao consumo excessivo:
distúrbios gastrointestinais, cálculos renais e absorção excessiva de ferro. Os limites
superiores toleráveis (UL) estão mostrados na tabela a seguir.
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Fontes de vitamina C
A concentração estimada de vitamina C nos alimentos é afetada por diversos
fatores: estação do ano, transporte, estágio de maturação, tempo de armazenamento e
modo de cocção. Produtos animais contêm pouca vitamina C, e os grãos não a possuem.
As fontes usuais de ácido ascórbico são vegetais, frutas e legumes.
Tabela - Teor de ácido ascórbico em alimentos
VITAMINA E
O termo vitamina E é usado para uma família de oito moléculas de estrutura
semelhante. Sua atividade no organismo é desempenhada pelos tocoferóis (alfa, beta,
gama e delta) e pelos tocotrienóis (alfa, beta, gama e delta).
A vitamina E consiste em uma molécula de sinalização celular e interage com
receptores de células, fatores de transcrição, afetando a expressão gênica, níveis de
proteína e atividade enzimática de alvos moleculares específicos.
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A sua característica química mais importante é a sua propriedade antioxidante.
A vitamina E é captada na forma alcoólica livre (6-hidroxil) pelo intestino sem
discriminação dos isômeros individuais, não havendo diferença na cinética de absorção
entre o alfa-tocoferol livre e seus ésteres acetato ou succinato após a administração oral.
O alfa-tocoferol absorvido é secretado pelo intestino em quilomícrons e os
remanescentes de quilomícron são capturados pelo fígado, que secreta o alfa-tocoferol
em VLDL. O metabolismo do VLDL resulta na incorporação de alfa-tocoferol pelo
LDL e HDL.
O nível recomendado de ingestão média diária para adultos de ambos os
gêneros foi aumentado pelo Food and Nutrition Board (FNB) da Academia Nacional de
Ciências (6) e leva em consideração apenas a forma alfa-tocoferol (AT) da vitamina E.
1–3
Crianças
4-8 5 6 200
9 – 13 6 7 300
Masculino e
14 – 18 9 11 600
Feminino
19 – 70 12 15 800
>70 12 15 1000
14 – 18 19 -
Gravidez 12 15 800
50
14 – 18 19 -
Lactação 16 19 800
50
Fonte: ILSI BRASIL, 2014.
Função da vitamina E
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o alfa-tocoferol a isoforma com maior atividade. A vitamina E está presente de forma
abundante nas membranas biológicas, onde protege os ácidos graxos poli-insaturados da
peroxidação, contribuindo assim para a manutenção da integridade e estabilidade de
estruturas celulares. O alfatocoferol reage com radicais peroxila e hidroxila, impedindo
a propagação das reações em cadeia induzidas pelos radicais livres.
Além de possuir propriedades de captura de radicais, o alfa-tocoferol pode agir
como um potente redutor e um agente eletrofílico em reações químicas. O alfa-tocoferol
e seus isômeros podem estar envolvidos na progressão da oxidação de LDL e na
aterosclerose, não apenas por suas propriedades anti ou pró-oxidantes, mas também por
sua capacidade de regular a expressão gênica. A captação dietética de vitamina E pelo
intestino é inespecífica, mas seu transporte pela VLDL é regulado por proteínas
citosólicas envolvidas no tráfego intracelular de tocoferóis hidrofóbicos. Todas as
formas de vitamina E ativam a expressão gênica pelo receptor pregnano X. Esse
receptor nuclear é conhecido por regular enzimas metabolizadoras de drogas como
CYP3A4. Mecanismos alternativos envolvendo efeitos anti-inflamatórios e na
sinalização intracelular têm sido o foco de investigações intensas.
O alfa-tocoferol atua como regulador da expressão gênica por meio de duas vias
centrais de transdução de sinais, a proteína C quinase e a fosfatidilinositol 3-quinase,
que regulam inúmeros fatores de transcrição. Dessa forma, mudanças na atividade
destas quinases podem influenciar uma série de eventos altamente relevantes às funções
celulares. Apesar de a sua capacidade de modular a transdução de sinal e expressão
gênica ser descrita em vários estudos, os mecanismos moleculares ainda devem ser mais
bem elucidados.
Redução da vitamina E no organismo
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ataxia possuem uma neuropatia periférica caracterizada pela morte dos axônios de
grande calibre nos nervos sensoriais. Pacientes com essa síndrome possuem
concentração reduzida de vitamina E em seus nervos previamente ao aparecimento da
função nervosa anormal.
Causas de deficiência
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Toxicidade
A toxicidade por suplementação de vitamina E é baixa, mesmo em níveis
relativamente altos. Entretanto, deve-se ter cuidado com megadoses por longos
períodos.
Alguns sintomas sugerem que o excesso da vitamina E interfere com a absorção
e/ou utilização de outras vitaminas lipossolúveis, já que estes sintomas são os mesmos
que aparecem quando há carência de vitaminas A, D e K, como por exemplo.
Fontes de vitamina E
A vitamina E é um nutriente essencial e, portanto, deve ser obtido por alimentos
e suplementos. Os alimentos ricos em ácido graxo poli-insaturado possuem boas
quantidades de vitamina E.
As melhores fontes são óleos vegetais ricos em ácido graxo poli-insaturado,
sementes, oleaginosas e cereais integrais. Boas fontes também são aspargos, abacate,
frutas vermelhas, vegetais de folhas verdes e tomate.
ZINCO
Zinco é um mineral essencial para as células e exerce funções estruturais,
enzimáticas e regulatórias. É encontrado no organismo humano em maior que os outros
elementos-traço, só perdendo para o ferro. são encontrados de 1,3 a 2,5 g de zinco no
organismo de um adulto, com as maiores concentrações no fígado, pâncreas, rins, ossos
e músculos voluntários, além de ser encontrado também em várias partes dos olhos,
glândula prostática, espermatozoides, pele, cabelo, unhas e secreção das glândulas
endócrinas. É encontrado na estrutura cristalina do osso e nas enzimas ósseas.
O zinco é constituinte de muitas enzimas (aproximadamente 300 enzimas),
participando de inúmeros reações enzimáticas. Nas enzimas, o zinco pode ter função
catalítica ou estrutural. Também é necessário para a ação de vários hormônios. A
concentração do hormônio de crescimento (IGF-I) diminui na deficiência de zinco.
Função do Zinco
Dentre as várias funções do zinco em nosso metabolismo, podemos citar:
→ Participa de reações que envolvem a síntese e degradação de
carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos.
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→ É um mineral necessário para ação de vários hormônios entre eles
a insulina, o hormônio de crescimento (GH), hormônios sexuais,
hormônios da tireoide, do Timo, da supra-renal, testículos e para
modulação de prolactina.
→ O zinco está relacionado com a interação entre os hormônios e
seus receptores e com melhoras no estímulo pós-receptor.
→ A insulina pode se ligar ao zinco melhorando a solubilidade deste
hormônio nas células beta do pâncreas, e ainda, esse mineral pode
aumentar a capacidade de ligação da insulina ao seu receptor e pós-
receptor.
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reduções significativas em seu tamanho. As células epiteliais do timo
também secretam o hormônio timulina, o qual promove a maturação
dos linfócitos T. Sua atividade é dependente das concentrações séricas
de zinco. Em órgãos periféricos como baço, linfonodos e sangue, a
quantidade de linfócitos T também é reduzida.
→ Quando há alterações no conteúdo corporal de zinco ocorre um
desenvolvimento e função prejudicadas de linfócitos B na medula óssea
e alterações nas funções de monócitos e macrófagos.
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→ Em homens, suas principais funções consistem na
diferenciação das gônadas, no crescimento dos testículos, na síntese e
maturação dos espermatozoides, influenciando, portanto, a manutenção
da fertilidade.
26
Redução de Zinco no organismo
27
→ Alteração da menstruação;
→ Caspas e queda de cabelo;
→ Abuso de álcool;
→ Doença do tecido cognitivo;
→ Mancha branca nas unhas;
→ Artrite reumatóide;
→ Feridas na boca, língua branca e mau hálito;
→ Osteoporose.
Causas de deficiência
→ anorexia nervosa;
→ dietas da moda;
→ deficiência proteica;
→ dieta vegetariana;
→ cirrose alcoólica;
→ envelhecimento;
→ infecções e/ou inflamações agudas;
→ alcoolismo;
→ perda de peso aumentada (pó-trauma, queimadura)
aumentando a necessidade de zinco.
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→ Agentes quelantes;
→ Acrodermatite enteropatia;
→ Diálise;
→ Acloridria/ hipocloridria;
→ Doenças hepáticas;
→ Doença celíaca;
→ Doença inflamatória do intestino;
→ Diarreia;
→ Síndrome de má absorção;
→ Ressecção intestinal;
→ Cirurgia bariátrica;
→ Perda sanguínea crônica;
→ Síndrome do intestino curto;
→ Insuficiência pancreática.
Toxicidade
O zinco alimentar não apresenta efeitos tóxicos e sua ingestão acima dos limites
estabelecidos não é comum, à exceção de indivíduos que consomem alguns alimentos
de origem marinha em grandes quantidades.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura - FAO/WHO (2001), em casos de ingestão excessiva (mais de 4 g) de
suplementos, podem ocorrer sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, febre e letargia.
A ingestão elevada por longos períodos de tempo pode interferir com o metabolismo de
outros nutrientes, como é o caso do cobre.
Quantidades não muito superiores aos valores de UL, que foram estabelecidos
em 45 mg/dia, podem promover alterações nos níveis sanguíneos de cobre. Ingestões
dez vezes superiores ao valor de UL são associadas a reduções importantes nos níveis
de cobre, de ceruloplasmina e, por consequência, com a anemia, visto que a
ceruloplasmina é imprescindível à absorção de ferro.
Outros parâmetros afetados pelo consumo excessivo de suplementos de zinco
são o estado imunológico e os níveis de lipídeos séricos, ambos também relacionados ao
metabolismo do cobre.
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Fontes de Zinco
Grande quantidade de zinco é encontrada na ostra, porém, outras boas fontes
são frutos do mar, peixes, fígado e carne vermelha. Boas concentrações de zinco
também são encontradas em aves, cereais integrais, leguminosas, levedo de cerveja,
milho e alguns vegetais.
SELÊNIO
Atualmente são conhecidas cerca de 30 selenoproteínas. Destas,
aproximadamente metade foi isolada e tem funções definidas para os humanos.
Depois de ficar sujeito a descobertas contraditórias durante décadas, ficou
conhecida a sua importância vital no metabolismo humano, oferecendo proteção contra
diversos tipos de câncer e, na verdade contra um amplo espectro de doenças.
atualmente, as principais funções atribuídas ao selênio incluem a capacidade
antioxidante, a participação na conversão de T4 (tiroxina) em T3 (triiodotironina), a
proteção contra a ação nociva de metais pesados e xenobióticos, a redução do risco de
doenças crônicas não transmissíveis e o aumento da resistência do sistema imunológico.
As recomendações de ingestão de selênio em diferentes estágios de vida de
acordo com a EAR (estimated average requirement/necessidade média estimada) e RDA
(recommended dietary allowance /ingestão dietética recomendada) são:
30
Fonte: IOM, 2000 apud ILSI Brasil, 2009.
AI = ingestão adequada; EAR = necessidade média estimada; RDA= ingestão
dietética recomendada; UL= limite máximo tolerado de ingestão diária.
Função do Selênio
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miocitólise. A doença de Kashin-Beck, também decorrente de baixos níveis de selênio
no organismo, é uma osteoartrite endêmica que ocorre durante a pré-adolescência ou
adolescência. Seu aspecto patológico mais marcante é a degeneração necrótica dos
condrócitos, que pode promover nanismo e deformação das articulações (Burk &
Levander, 2003).
Indivíduos com alterações ou mau funcionamento do trato digestório podem
apresentar deficiência de selênio. A má absorção ou o aumento das perdas intestinais
podem produzir estados de deficiência marginal (Navarro-Alarcón & López-Martínez,
2000). Outros grupos mais suscetíveis à deficiência são crianças e idosos.
Causas de deficiência
A carência de selênio pode ser agravada com níveis baixos de vitamina E.
Algumas doenças são relacionadas com deficiência de selênio:
→ Câncer;
→ Dermatite;
→ Doença degenerativa;
→ Hipertensão;
→ Depressão;
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→ Esquizofrenia;
→ Doenças cardíacas;
→ Estresse oxidativo elevado;
→ Diminuição da fertilidade;
→ Alterações da tireóide.
Toxicidade
A toxicidade do selênio é dependente de diversos fatores, entre eles, do
composto e do método de administração utilizados, do tempo de exposição, do estado
fisiológico e da idade do indivíduo, e da interação com outros compostos. Entretanto, a
toxicidade por formas orgânicas ou inorgânicas de selênio resulta em características
clínicas semelhantes, porém, com velocidade de início e relação com as concentrações
teciduais do mineral diferentes.
Além da fragilidade e perda de unhas e de cabelos, a intoxicação por selênio
também pode causar alterações gastrintestinais, erupções cutâneas, odor de alho na
respiração, fadiga, irritabilidade e anormalidades do sistema nervoso. Também podem
ocorrer alterações no funcionamento do sistema endócrino, na síntese de hormônios da
tireóide e de hormônios relacionados ao crescimento. Alguns pesquisadores sugerem
que os sintomas mais tóxicos ocorrem com ingestões que variam de aproximadamente 3
a 7 mg/dia, e os sintomas moderados, com cerca de 1,3 mg/dia. Esse último valor
relaciona-se a uma concentração de selênio no sangue de 1.350 µg/L (IOM, 2000,
NavarroAlarcon & CabreraVique, 2008 apud ILSI Brasil, 2009).
Ambas as formas orgânica e inorgânica são igualmente tóxicas em casos de
ingestão excessiva crônica. A selenometionina, quando consumida em doses elevadas,
promove aumento importante nas concentrações teciduais de selênio, ao contrário das
formas inorgânicas. Entretanto, os precursores inorgânicos são mais tóxicos, sendo que
doses muito menores podem causar intoxicação (IOM, 2000 apud ILSI Brasil, 2009).
Fontes de Selênio
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armazenamento.
Além de todos os nutrientes citados, com informações obtidas em livros e
publicações governamentais, a ANVISA (2016) determinou quais são os nutrientes e os
não nutrientes que possuem alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde, como
pode observar na tabela a seguir.
Tabela - Nutrientes e não nutrientes com alegações de propriedades funcionais
e/ou de saúde.
NUTRIENTES E ALEGAÇÕES
NÃO NUTRIENTES
Ácidos graxos Ômega 3
Auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos,
quando associado a hábitos alimentares saudáveis.
Carotenóides Licopeno, Luteína e Zeaxantina
Possui ação antioxidante que auxilia na proteção das células
contra os radicais livres, desde que esteja associado hábitos
alimentares saudáveis.
Fibras alimentares Fibras alimentares, Dextrina Resistente, Goma Guar
parcialmente hidrolisada, Lactulose e Polidextrose
Contribui para o adequado funcionamento intestinal. Seu
consumo deve estar associado à uma alimentação saudável e
equilibrada.
Beta Glucana em farelo de aveia, aveia em flocos e farinha
de aveia
Pode auxiliar na redução do colesterol. Seu consumo deve
estar associado à hábitos alimentares saudáveis e baixa
ingestão de gorduras saturadas.
Frutooligossacarídeos– FOS e Inulina (Prebiótico)
Contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal, quando
associada a uma alimentação saudável.
Psillium ou Psyllium
Auxilia na redução da absorção de gordura, desde que esteja
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associada a hábitos alimentares saudáveis.
Quitosana
Auxilia na redução da absorção de gordura e colesterol,
quando associada a hábitos alimentares saudáveis.
Fitoesteróis Auxiliam na redução da absorção de colesterol, quando
associada a hábitos alimentares saudáveis.
Polióis Manitol/ Xilitol/ Sorbitol
Não produz ácidos que prejudicam os dentes.
Probióticos Melhoram o equilíbrio microbiano intestinal produzindo
efeitos benéficos à saúde do indivíduo.
Proteína de soja O consumo diário de no mínimo 25 g de proteína de soja pode
auxiliar na redução do colesterol.
Fonte: ANVISA, Resolução n°2, de 07/1/2002; ANVISA, 2016.
NUTRIÇÃO
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podem mais ser aproveitadas”. Whitney e Rolfes (2008) definem nutrição como
“combinação de processos por meio dos quais o organismo recebe e utiliza o material
necessário para obtenção de energia, para manutenção de suas funções e para a
formação e regeneração dos tecidos corporais”.
Mas a nutrição é bem mais ampla e complexa, envolvendo aspectos desde a
seleção e escolha dos alimentos, passando pelo contexto de vida do indivíduo até sua
relação com a saúde e doença, sem esquecer os aspectos fisiológicos. Dessa forma
inclui implicações sociais, econômicas, culturais e psicológicas relacionadas aos
alimentos e à alimentação. Portanto, uma definição mais completa aponta nutrição
como: Ciência dos alimentos, dos nutrientes e outras substâncias afins; sua atuação,
interação e balanço em relação à saúde e enfermidade, e o processo através do qual o
organismo ingere, digere, absorve, transporta, utiliza e excreta as substâncias
alimentares; estando relacionada às implicações sociais, econômicas, culturais e
psicológica, entre o alimento e o indivíduo (CARVALHO; RAMOS, 2005.).
ALIMENTAÇÃO
ALIMENTOS
36
Alimento “é qualquer substância sólida ou líquida, de origem animal, vegetal ou
sintética que fornece aos indivíduos a energia de que precisam para realizar suas
funções metabólicas.” (TIRAPEGUI; MENDES, 2002). Outra definição de alimentos
considera-os como substâncias que uma vez deglutidas encerram em seu interior
materiais a partir dos quais o organismo pode produzir movimento, calor ou qualquer
outra forma de energia; materiais para o crescimento, reparação tecidual e reprodução;
substâncias necessárias para a regulação da produção de energia e dos processos de
crescimento e reparação tecidual.
Os componentes alimentares que desempenham todas essas funções são os
nutrientes. Os alimentos não são apenas o meio para adquirirmos os nutrientes, mas
assumem um papel emocional importante, pois os alimentos ou substâncias alimentares
são produtos naturais dotados de certas qualidades sensoriais (consistência, sabor e
aroma), com certo apelo emocional, que excitam nosso apetite e encerra uma variedade
de nutrientes, segundo sua composição química. Fisberg et al. (2002) dizem que
nenhum alimento é completo, com exceção do leite materno nos primeiros seis meses
de vida; portanto, nenhum outro alimento possui todos os nutrientes em quantidade
suficiente para suprir as necessidades do corpo.
Dessa forma, a alimentação deve ser variada no fornecimento dos alimentos.
NUTRIENTES
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alimentar para emagrecimento. A Dietética é a parte da Nutrição que se dedica ao
estudo das dietas aplicadas aos indivíduos e/ou coletividades sadias.
DIETA MODIFICADA
DIETOTERAPIA
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c) Segundo degrau: aqui estão os conhecimentos de técnica dietética, pois
se aplicam todas as séries de transformações que se produzem nos alimentos para que
sejam “veículo” adequado dos nutrientes até o organismo.
d) Terceiro degrau: encontram-se os conhecimentos sobre a fisiopatologia
dos processos de doença que acometem crianças, adolescentes, adultos e idosos,
embasadas a partir do estudo de conteúdos sobre fisiologia e patologia.
e) Topo da pirâmide: sustentada pelas bases anteriores está à nutrição
terapêutica ou dietoterapia, onde se aplicará uma alimentação adequada para
manutenção da saúde, prevenção de doenças ou tratamento das mesmas.
Convém destacar que o ser humano, objeto principal da dietoterapia, é um ser
indivisível (biopsicossocial), pois as doenças não são unidades independentes e que não
existem doenças, mas sim doentes. Dessa forma, todos os outros conteúdos dos cursos
de Nutrição vêm atender esta necessidade de tratamento nutricional completo do
homem e não do tratamento da doença ou de suas partes.
A dietoterapia é, portanto: O tratamento dos indivíduos portadores de
determinada patologia através da alimentação adequada, considerando-se não só a
doença, mas também todas as outras condições em que se encontra o indivíduo (visão
holística do atendimento); em que pacientes com a mesma patologia, conforme seu
estado físico, nutricional, psicológico, além de outras características, pode receber dietas
diferentes, mesmo que alguns princípios sejam idênticos (AUGUSTO, 2002.).
OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA
39
Objetivos Específicos:
PRINCÍPIOS DA DIETOTERAPIA
40
atualizada em 17 de setembro de 1991 pela Lei nº 8.234. A Resolução do Conselho
Federal de Nutrição (CFN) nº 380/2005 estabelece as atribuições específicas do
nutricionista nas suas diversas áreas de atuação. Em Nutrição Clínica as áreas de
atuação definidas pela resolução acima estão apresentadas no quadro abaixo.
41
e) Resolução CFN nº 390/2006: regulamenta a prescrição dietética de
suplementos nutricionais pelo nutricionista.
f) Resolução CFN nº 402/2007: regulamenta a prescrição fitoterápica pelo
nutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes
formas farmacêuticas.
g) Resolução CFN nº 417/2008: dispõe sobre procedimentos nutricionais
para atuação dos nutricionistas.
Com base nessas resoluções o nutricionista clínico pode atuar de forma mais
segura e acertada, encontrando diretrizes para uma atuação profissional de qualidade e
respaldada na legislação.
NUTRIÇÃO HOSPITALAR
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c) Área de pré-preparo e preparo das refeições normais (dietas gerais) e
modificadas (dietas especiais).
d) Áreas de produção especializada: Lactário, Bancos de Leite Humano,
Sala de Manipulação de Dietas Enterais: podendo estar presentes, ou não, dependendo
do porte do hospital.
e) Área de distribuição das refeições (refeitório) para funcionários e
acompanhantes autorizados. Alguns serviços dispõem de área para distribuição de
refeições e lanches para visitantes e acompanhantes (lanchonete, restaurante próprio),
estando subordinada ao serviço de nutrição do hospital.
f) Área para a distribuição das refeições dos clientes internados nas várias
unidades de atendimento da instituição hospitalar. Dois tipos de fornecimento (entrega)
de refeições são usados para entregá-las aos pacientes: centralizado e descentralizado.
No serviço centralizado a refeição é confeccionada e porcionada completamente na área
de produção dos alimentos ou próximo a ela, sendo entregue pelos copeiros por um
sistema de transporte adequado (carrinhos térmicos) com elevador de uso exclusivo para
tal (quando for o caso). O serviço descentralizado refere-se ao método no qual o
alimento ou refeição seja transportado para uma copa de serviços localizada na ala de
atendimento ao paciente e só então é confeccionada a refeição (normalmente pequenas
refeições como lanches) e levada ao paciente pelo copeiro hospitalar.
Neste contexto verifica-se que a população atendida pelo serviço de nutrição do
hospital é bastante diversificada, tanto com relação à faixa etária, tipo(s) de patologia(s),
hábitos alimentares e culturais, quanto com relação à presença de indivíduos sadios que
prestam assistência aos pacientes institucionalizados. Além disso, verifica-se que a
presença do profissional nutricionista envolve tanto o gerenciamento de unidades de
alimentação e nutrição como a assistência direta a indivíduos enfermos, cabendo ao
nutricionista clínico prestar o cuidado nutricional adequado a estes últimos.
43
apropriado conforme a legislação vigente sobre o tema.
As dietas enterais podem ser industrializadas ou artesanais e são ricas em macro
e micronutrientes e, por isso, tornam-se excelentes meios de crescimento de micro-
organismos, “devendo ser manipuladas por pessoal técnico devidamente capacitado e
em local adequado para evitar os riscos de contaminação do produto final”
(MAURÍCIO; GENTA; MATIOLI, 2005). “A contaminação dos componentes deste
tipo de formulação pode prejudicar a recuperação e o restabelecimento do paciente a ela
submetido, contribuindo para o aumento no risco de infecções e retardo da recuperação”
(MEDINA; NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2008). Todas as etapas de manipulação
dessas dietas ficam sob a responsabilidade do profissional nutricionista.
A Resolução nº 63, de 06 de junho de 2000, da Secretaria de Vigilância Sanitária
do Ministério da Saúde, que aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos
mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, apresenta todas as orientações
acerca desta modalidade de alimentação, desde definições de termos usados na área,
passando pelas atribuições dos profissionais da equipe de terapia nutricional, inclusive
nutricionista, até as recomendações sobre a área de manipulação de dietas enterais.
No anexo II do referido documento estão as Boas Práticas de Preparação de
Nutrição Enteral – BBPNE, com a fixação dos procedimentos a serem adotados pela
unidade hospitalar na manipulação de dietas enterais. Destaca-se, desse documento, que
as dietas enterais podem ser manipuladas tanto em ambiente hospitalar (em área
exclusiva ou compartilhada com o lactário do serviço, desde que atenda às
especificações do regulamento técnico) como em Empresas Prestadoras de Bens e
Serviços (EPBS) que se destinem à manipulação destas formulações.
Assim, a Unidade de Alimentação e Nutrição Hospitalar pode ter em seu
organograma uma área destinada à manipulação das dietas enterais ou pode terceirizar o
serviço, recebendo tais dietas de empresas especializadas que também possuem o
profissional nutricionista como responsável técnico das atividades. Tanto uma, como a
outra forma, devem seguir as diretrizes do regulamento técnico mencionado acima.
LACTÁRIO HOSPITALAR
44
seguindo rigorosas técnicas de controle higiênico-sanitário e microbiológico das
formulações preparadas em tal unidade.” (ROCHA; NOGUEIRA, 1997). Deve existir
em todas as Unidades Hospitalares que possuam atendimento pediátrico e/ou obstétrico,
obedecendo à Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 307, de 14 de novembro de
2002.
Nos hospitais que utilizam dietas enterais em sistema aberto a Resolução nº 307,
citada acima, orienta que a área de preparo e envase de fórmulas lácteas e não lácteas
pode ser compartilhada com a área de preparo e envase de dietas enterais, desde que
exista sala separada para fogão, geladeira, micro-ondas e freezer e constem, por escrito,
nos procedimentos e rotinas do serviço, horários distintos para as duas manipulações.
No caso de manipulação exclusiva de nutrição enteral em sistema fechado, o
hospital fica dispensado da área de manipulação, quando em conjunto com o lactário,
obedecendo-se rigorosamente as orientações de uso do fabricante e respeitando-se
horários diferenciados para envase das dietas. Segundo Tanaka, Reis e Ambrósio
(2007), o lactário é responsável pelo desenvolvimento das seguintes atividades, sempre
com a responsabilidade técnica do nutricionista:
g) Higienização de mamadeiras, copos e outros utensílios utilizados para
oferta das fórmulas lácteas em áreas destinadas à recepção e lavagem desses materiais.
h) Desinfecção das mamadeiras, copos e outros acessórios usados.
i) Preparo e envase de fórmulas lácteas e não lácteas (ex: à base de soja).
j) Esterilização terminal que consiste na autoclavagem das mamadeiras já
porcionadas e prontas para serem encaminhadas às unidades de internação hospitalar.
k) Estocagem e distribuição das formulações preparadas.
l) Recebimento das prescrições das fórmulas pediátricas e das dietas
enterais, seja de forma manual ou informatizada.
m) Limpeza e sanitização dos insumos usados no setor.
n) Além das áreas específicas para cada atividade acima mencionada, o
lactário hospitalar também deve dispor de vestiário para paramentação adequada dos
funcionários e depósito para material de limpeza.
Conforme observado, as especificações para funcionamento do lactário
hospitalar necessitam do profissional nutricionista gerenciando e coordenando todas as
etapas das atividades do setor.
45
BANCO DE LEITE HUMANO (BLH)
46
O NUTRICIONISTA CLÍNICO
47
Os setores de atuação do nutricionista clínico em unidade hospitalar são: chefia e
coordenação do serviço de nutrição clínica da instituição, membro do corpo clínico
diretor do hospital, atendimento dos pacientes nas unidades de internação (enfermarias),
atendimento nutricional em ambulatório hospitalar, responsável técnico pelo lactário,
banco de leite humano e equipe multidisciplinar de terapia nutricional – EMTN
(preferencialmente, conforme a legislação vigente, um responsável técnico para cada
setor citado anteriormente), bem como em qualquer atividade que esteja exercendo pode
desenvolver e coordenar estudos e pesquisas na área de nutrição clínica.
Para poder desempenhar adequadamente suas funções assistenciais, o
nutricionista clínico deve desenvolver uma série de qualidades e condições tais como:
sagacidade para interpretar todos os componentes pessoais de seus pacientes;
flexibilidade mental para adequar-se e adaptar-se às diferentes circunstâncias da atuação
profissional; poder de decisão para assumir a responsabilidade em determinar a conduta
dietética; capacidade de trabalhar em equipe para compreender as diferentes nuances do
trabalho em equipe e, principalmente, conviver com outras categorias profissionais,
respeitando seus limites de atuação e sentido existencial e humano, não rígido, nem
estrito e, tampouco esquemático, sendo sensível diante dos problemas humanos. Mas,
antes de tudo, o nutricionista deve assumir sua tarefa com atitude positiva, manter-se
permanentemente atualizado e amar sua profissão, respeitando-a com uma excelente
atuação e valorizando-a com ética e profissionalismo.
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b) Análise: estudo cuidadoso de todos os dados coletados para
interpretações acertadas.
c) Planejamento: estabelecimento das metas de tratamento dietoterápico a
partir dos problemas nutricionais detectados na análise das informações.
d) Implementação: viabilização prática do planejamento dietético. Requer
supervisão e acompanhamento dos outros profissionais envolvidos nesta etapa (técnicos
de nutrição, copeiros e até enfermeiros, pois administram a dieta) para a certificação do
cumprimento adequado da dieta planejada.
e) Evolução e acompanhamento: verificação constante e revisão, se
necessário, de todo o cuidado nutricional.
f) Preparação para alta: realizar orientações nutricionais de alta de acordo
com as necessidades clínicas e nutricionais do paciente, sem esquecer os aspectos
econômicos, sociais e culturais que envolvem este processo.
49
prática clínica demonstra que as tabelas possuem exatidão suficiente para atingir tais
objetivos, uma vez que são resultados de numerosas pesquisas, bastando para tal
escolher a (as) tabela (as) que melhor se adapte (m) às necessidades de trabalho do
nutricionista clínico.
Longo e Navarro (2002) afirmam que o nutricionista não precisa ser “uma tabela
de composição química dos alimentos ambulante”, mas que deve ter um conhecimento
geral que lhe permita responder, sem dificuldades, às consultas que lhe sejam feitas
acerca dos aspectos qualitativos dos alimentos.
50
ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL HOSPITALAR
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nutricional individualizada dispensada ao paciente torna-se imprescindível para que haja
esclarecimentos necessários sobre seu estado patológico e nutricional e a importância da
dieta no seu tratamento (AUGUSTO, 2002).
O médico pode delegar a formulação do pedido da dieta ao nutricionista clínico
ou pode formular a prescrição da dieta em conjunto com o nutricionista. Entretanto, ele
não pode delegar sua responsabilidade final pelo pedido ao nutricionista nem a qualquer
outro membro da equipe, assim como o nutricionista não pode fazê-lo com relação à
prescrição dietética.
Se o nutricionista clínico vai participar na formulação do pedido da dieta ele é
responsável por se familiarizar com o problema clínico do paciente antes de tomar
quaisquer decisões ou emitir recomendações acerca da prescrição da dieta
(ANDERSON, et al., 1988). Para tal ele precisa estar atualizado sobre a teoria e a
prática da dietoterapia e aspectos fisiopatológicos das doenças.
O Prontuário de Nutrição
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multiprofissionais e interdisciplinares.
Destaca-se que as anotações devem ser legíveis, em terceira pessoa, concisas e
concretas, sem nenhuma expressão de opinião ou julgamento acerca do comportamento
do paciente. Nele, o nutricionista deve registrar os dados referentes à avaliação e
diagnóstico nutricional, o planejamento dietoterápico adotado, a aceitação ou rejeição
dos alimentos oferecidos e a evolução do tratamento dietético e nutricional.
Manual de Dietas
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(dietas de prova), bem como normas e rotinas do serviço, inclusive com a descrição das
atribuições dos profissionais envolvidos com o serviço de nutrição e dietética. O manual
de dietas precisa ser flexível e periodicamente revisto e atualizado para se adequar às
mudanças dentro do setor de nutrição. Todos os nutricionistas da unidade hospitalar
devem estar envolvidos na elaboração e atualização do mesmo.
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REFERÊNCIAS
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