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RADICAIS LIVRES
Resumo
O envelhecimento é definido como um conjunto de alterações morfológicas,
fisiológicas e bioquímicas que ocorrem inevitavelmente no organismo. Este
processo pode ser influenciado por fatores ambientais devido à geração de RL,
que podem ser combatidos por substâncias antioxidantes. O presente trabalho
procurou realizar um levantamento bibliográfico sobre a ação antioxidante das
vitaminas A, C e E no combate aos RL e consequentemente ao
envelhecimento que essas substâncias podem acarretar. A dieta é um
importante meio de defesa contra os RL, pois contém substâncias com
capacidade de retardar ou inibir a ação dos mesmos prevenindo o
envelhecimento celular. Entretanto, são necessárias mais pesquisas para
definir as recomendações de consumo diário.
Introdução
O envelhecimento pode ser definido como sendo um conjunto de
alterações morfológicas, fisiológicas e bioquímicas inevitáveis que ocorrem
progressivamente no organismo ao longo de nossas vidas (Ribeiro, 2006). O
envelhecimento começa a se manifestar a partir dos 30 anos de idade e pode
ser classificado em envelhecimento intrínseco ou cronológico que está
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Metodologia
O tema foi investigado através de revisão de literatura disponível nos
bancos de dados Scielo, no sistema de busca do google acadêmico e no
acervo da biblioteca do Centro Universitário São Camilo, na cidade de
Cachoeiro de Itapemirim - ES. Os bancos de dados foram pesquisados entre o
período de Agosto de 2011 a Novembro de 2011, utilizando referências a partir
do ano de 2001, nos idiomas português e inglês. Os termos utilizados na busca
foram: antioxidantes, radicais livres, vitaminas antioxidantes, envelhecimento
celular, vitamina A, betacaroteno, Vitamina E, vitamina C.
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Envelhecimento celular
O envelhecimento é um processo natural que acontece desde o
nascimento (PIAZZA, 2011) e implica alterações em nível celular, com
diminuição da capacidade dos órgãos executarem suas funções normais,
podendo resultar em doença e morte (MONTAGNER e COSTA 2009).
Segundo FARINATTI (2002), teorias biológicas direcionadas ao
envelhecimento examinam o assunto sob a ótica da degeneração de funções e
estruturas dos sistemas orgânicos e das células. Essas teorias podem ser
dividas em teorias de natureza genética e teorias de natureza estocástica. No
primeiro caso o processo de envelhecimento seria programado do nascimento
até a morte. Já as teorias estocásticas levantam a hipótese de que o
envelhecimento ocorre em detrimento do acúmulo de agressões do meio
externo que atingem um nível incompatível com a manutenção das funções
orgânicas, como por exemplo, a exposição à poluição e a radiação,
principalmente a ultravioleta. Porém, vale ressaltar que inúmeros
investigadores sugerem que a velocidade do envelhecimento é condicionada
por fatores genéticos (MOTA, FIGUEIREDO & DUARTE, 2004).
TESTON, NARDINO & PIVATO (2010) confirmam que o envelhecimento
é frequentemente determinado por fatores genéticos e ambientais. Um dos
órgãos humanos que mais demonstra o processo de envelhecimento é a pele,
assim é o mais utilizado em estudos sobre esse processo que é considerado
inevitável. O envelhecimento cutâneo geralmente começa a se manifestar a
partir dos 30 anos de idade quando os problemas da pele estão associados ao
conjunto colágeno e elastina, que são fibras protéicas complexas do tecido
conjuntivo e que fazem parte do sistema de suporte, que se deterioram
tornando a pele menos elástica, mais rígida, diminuindo assim sua espessura
em até 50% a 75% aos 75 anos.
A exposição excessiva a radiação ultravioleta também é um fator
agravante no processo de envelhecimento da pele, pois sua ação cumulativa
pode alterar a pigmentação, provocando manchas e rugas profundas, além do
ressecamento, e estímulo a formação de RL que danificam a estrutura celular
da pele (TESTON, NARDINO & PIVATO, 2010).
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Vitamina A
A vitamina A é um álcool lipossolúvel e insaturado. Pode ser encontrada
em alimentos de origem animal na forma de ésteres, e também em forma de
carotenóides nos vegetais verdes e folhosos e frutas alaranjadas (CHAGAS et.
al., 2003).
Dentre os precursores da vitamina A estão os carotenóides, que assim
como a vitamina A estão presentes em alimentos de pigmentação amarelada,
alaranjada e avermelhada. Existem mais de 600 carotenóides conhecidos, e
destes aproximadamente 50 são precursores da vitamina A e 20 são
encontrados no corpo humano e são provenientes da dieta. O carotenóide
precursor possui pelo menos um anel de β-ionona não substituído, com cadeia
lateral poliênica com o mínimo de carbonos (Fig. 5) (MORAES e COLLA, 2006;
CERQUEIRA et. al., 2007).
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Vitamina C
A vitamina C também denominada ácido ascórbico, é uma vitamina
hidrossolúvel e termolábil, que seres humanos são incapazes de sintetizar. A
Fig. 6 representa a estrutura química da vitamina C.
Pode ser encontrada sob duas formas: reduzida ou oxidada, sendo esta
última denominada ácido deidroascórbico. Todas as duas formas são
igualmente ativas, entretanto a forma oxidada é menos encontrada em
substâncias naturais. O ácido ascórbico participa de processos de oxirredução,
na biossíntese das catecolaminas. Além de prevenir o escorbuto e ser
essencial para a formação das fibras colágenas existentes em praticamente
todos os tecidos do corpo humano. Sendo também de grande importância para
integridade do sistema de defesa do organismo e da parede dos vasos
sanguíneos (MANELA-AZULAY et. al., 2003).
O ácido ascórbico, que ainda pode receber a denominação de
ascorbato, quando em sua forma ionizada é de grande solubilidade em água e
por isso está localizado em compartimentos aquosos do organismo, atuando
ainda como redutor de metais de transição encontrados nos sítios de enzimas
ou livres no organismo. A vitamina C pode ser oxidada pela maioria dos RL que
são gerados ou não nos compartimentos aquosos do organismo. Sua oxidação
produz inicialmente o radical semidesidroascorbato, pouco reativo que pode ser
reconvertido em ascorbato novamente, ou duas moléculas de Vitamina C
podem sofrer desproporcionamento originando uma molécula de
desidroascorbato e regenerando uma molécula de ascorbato. O
desidroascorbato pode ser regenerado a ascorbato através de um sistema
enzimático, ou ser oxidado irreversivelmente gerando oxalato e treonato
(BARREIROS, DAVID & DAVID, 2006).
Segundo DALCIN, SCHAFFAZICK & GUTERRES (2003) a vitamina C é
responsável por realizar grandes efeitos fisiológicos na pele como clareamento
de manchas e síntese de colágeno, além de atuar como co-fator nas reações
de hidroxilação da prolina e da lisina, que são importantes aminoácidos
promotores da formação da tripla-hélice das fibras de colágeno do tecido
conjuntivo.
A vitamina C além de ser co-fator de várias enzimas regenera o radical
tocoferila formado na reação do α-tocoferol com radicais. Estudos realizados
com voluntários verificaram que o uso da vitamina E apresenta maiores
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Vitamina E
A vitamina E é mais encontrada nos alimentos como tocoferol, que pode
ser de quatro formas α, β, γ e δ-tocoferol, sendo o α-tocoferol a forma
antioxidante amplamente distribuída nos tecidos e no plasma, mostrando-se
como o mais ativo (MORAES e COLLA, 2006), já que interrompe a reação em
cadeia da peroxidação lipídica sequestrando os RL (CERQUEIRA et. al., 2007).
A Fig. 7 representa a estrutura química de tocoferóis.
Considerações finais
Os radicais livres são capazes de causar grandes danos às moléculas
de DNA podendo acarretar sérios problemas de saúde como o câncer, além de
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Referências
ANDRADE JR, D. R. et al. Radicais livres de oxigênio e as doenças
pulmonares. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v.31, n.1, p.60-68
jan/fev. 2005.