Você está na página 1de 17

Brazilian Journal of Development 10152

ISSN: 2525-8761

Estresse oxidativo: uma introdução ao estado da arte

Oxidative stress: an introduction to the state of art

DOI:10.34117/bjdv7n1-688

Recebimento dos originais: 26/12/2020


Aceitação para publicação: 26/01/2021

José Carlos Rebuglio Vellosa


Doutor em Análises Clínicas - Bioquímica e Pós-doutor em Imunologia
Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas - UEPG
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, Ponta Grossa-PR, Brasil
E-mail: josevellosa@yahoo.com.br

Marilene Biavatti
Graduação em Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas - UEPG
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, Ponta Grossa-PR, Brasil
E-mail: marybiavatti@gmail.com

Pamella Cristina Oliveira Françóia


Graduação em Farmácia
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas - UEPG
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, Ponta Grossa-PR, Brasil
E-mail: pamella_francoia@hotmail.com

Bruna Juliana de Mello


Graduação em Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas - UEPG
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, Ponta Grossa-PR, Brasil
E-mail: brunajudemello@gmail.com

Any Caroline de Almeida


Graduação em Educação Física
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas - UEPG
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, Ponta Grossa-PR, Brasil
E-mail: almeidakapp@gmail.com

Gabriel Elias Bueno


Graduação em Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas - UEPG
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, Uvaranas, Ponta Grossa-PR, Brasil
E-mail: gabrieleliasbuenno@gmail.com

RESUMO
No presente trabalho são apresentados elementos introdutórios à compreensão do estresse
oxidativo, como conceitos relativos a radicais livres (RL), espécies reativas de oxigênio
(ERO), antioxidantes, possibilidades de biomarcadores e algumas doenças em que o

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10153
ISSN: 2525-8761

estresse oxidativo se faz presente. RL e ERO são fisiologicamente importantes para as


funções normais das células, mas podem promover danos aos tecidos e trazerem prejuízos
à saúde quando em excesso, favorecendo o estresse oxidativo. Os antioxidantes
endógenos e ingeridos atuam na proteção contra o estresse oxidativo. Diferentes
moléculas que participam da geração de RL e ERO, ou que atuam no combate aos danos
que estas promovem, podem ser utilizadas na avaliação do estresse oxidativo. Diferentes
doenças têm o estresse oxidativo como um dos elementos envolvidos. Aqui são citadas
informações sobre algumas delas e maiores aprofundamentos podem ser obtidos em
diversos artigos da literatura científica, tendo como ponto de partida o nosso trabalho.

Palavras-chave: radicais livres, estresse oxidativo, antioxidantes, biomarcadores,


doenças.

ABSTRACT
In the present work, we presente introductory elements usefull to oxidative stress
understanding, such as concepts related to free radicals (RL), reactive oxygen species
(ROS), antioxidants, possibilities of biomarkers and some diseases in which oxidative
stress participates. RL and ROS are physiologically important for normal cell functions,
but they can promote tissue damage and harm health when in excess, favoring oxidative
stress. Endogenous and ingested antioxidants act to protect against oxidative stress.
Different molecules that participate in the generation of RL and ROS or that act to fight
the damage they promote can be used in the evaluation of oxidative stress. Different
diseases have oxidative stress as one of the elements involved. In this paper, informations
about some of them is cited and further details can be found in several articles in the
scientific literature, taking our work as a starting point.

Keywords: free radicals, oxidative stress, antioxidants, biomarkers, diseases.

1 INTRODUÇÃO
Radicais livres (RL) são constantemente produzidos no organismo e são átomos
ou moléculas que contém um ou mais elétrons desemparelhados na sua última camada, o
que lhes confere sua característica reatividade (KUMAR; PANDEY, 2015; RADI, 2018).
A produção dos radicais livres ocorre em diferentes vias e situações, como, por exemplo,
no metabolismo mitocondrial, na via do ácido úrico (enzima xantina oxidase), nos
peroxissomos, na inflamação e em fagócitos, no processo de isquemia e nos exercícios
físicos. Fatores externos (como tabagismo, poluição, radiação, medicamentos, pesticidas,
solventes industriais dentre outros) influenciam nos níveis de radicais livres. Quando
presentes em excesso, os radicais livres levam ao estresse oxidativo, causando prejuízos
ao organismo (KUMAR; PANDEY, 2015; GUAN; LAN, 2018). Alguns dos radicais
livres são espécies reativas derivadas do oxigênio (ERO), instáveis e altamente reativas,
que são resultantes do processo metabólico aeróbico tradicional, mas tornam-se
prejudiciais quando seus níveis se encontram elevados. Tal desequilíbrio é denominado

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10154
ISSN: 2525-8761

estresse oxidativo e pode resultar na degradação de estruturas biológicas essenciais para


o funcionamento orgânico celular (ABDALLA, et al, 2001) e proporcionar o
desenvolvimento ou agravamento de doenças. Cabe aqui destacar que nem toda ERO é
um radical livre e nem todo radical livre é ERO, mas ambos, RL e ERO, apresentam
participação importante em processos fisiopatológicos REDOX do organismo, o que dá
relevância ao assunto e torna interessante a atualização literária sobre o tema. Desta
forma, o presente artigo tem o objetivo de introduzir os conceitos básicos relativos ao
estresse oxidativo e ilustrar, com exemplos, diferentes situações em que o mesmo ocorre.

2 RADICAIS LIVRES, ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO E


ANTIOXIDANTES
Tanto a produção de radicais livres, quanto a produção de espécies reativas de
oxigênio fazem parte do processo fisiológico e metabólico do organismo humano,
podendo ajudar o sistema imune no combate aos microrganismos (SIES, 1985), porém,
outros tipos de estímulos também podem gerar algumas dessas espécies reativas.
Em sua maioria, as espécies reativas de oxigênio, fazem referência a uma gama
de subprodutos que derivam do oxigênio diatômico (O₂), sendo eles radicais livres ou
não, tais como o peróxido de hidrogênio (H2O2), o radical ânion superóxido (O₂•-) e o
radical hidroxila (HO•) (SOUSA et al., 2007). As ERO, ocorrem da oxidação ou redução
incompleta do oxigênio (GECHEV et al., 2006) cuja estrutura eletrônica favorece a
formação de radicais livres (IGHODARO; AKINLOYE, 2018). Para o formar superóxido
(O₂•-), o oxigênio ganha um elétron. O radical hidroperoxila (•HO2) é formado quando o
superóxido recebe um próton (FERREIRA; MATSUBARA, 1997). A formação do
peróxido de hidrogênio ocorre por dismutação espontânea do superóxido que também é
catalisada pela enzima superóxido dismutase. O peróxido de hidrogênio da origem a
radicais hidroxil por meio da Reação de Haber-Weiss (catalisada por íons de ferro).
Peroxidases catalisam a produção de ácido hipocloroso e/ou oxigênio singlete (¹O2) a
partir do peróxido de hidrogênio (BRIEGER et al., 2012).
A produção das ERO pode ter origem endógena, como NADPH oxidase,
peroxissomos, mitocôndria, citocromo p-450 e xantina oxidase e ser estimulada de forma
exógena, como por radiação UV, infecções, poluentes e outros oxidantes. A produção
excessiva de radicais livres pode ter, como fatores de influência, uma grande ativação de
fagócitos, alteração da transferência normal de elétrons na cadeia respiratória,

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10155
ISSN: 2525-8761

concentração acentuada de íons de transição metálicos onde houver doenças metabólicas


ou lesões e diminuição da defesa aos antioxidantes, contando também com os fatores
exógenos, como radiação e poluição (FILIPPIN et al., 2008). Quando há produção
excessiva de ERO no organismo, tais moléculas promovem danos nas estruturas celulares
por meio de reações com proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos nucléicos, levando a
alterações funcionais ou mesmo destruição completa das células (RADI, 2018; BRIEGER
et al., 2012).
Para equilibrar o potencial danoso de RL e ERO, o organismo conta com um
sistema de defesa antioxidante, que pode ser subdividido em sistema enzimático e sistema
não enzimático, sendo o primeiro de origem endógena, ou seja, o próprio organismo os
produz, e o segundo obtido de fontes exógenas, em geral através da dieta (HALLIWELL;
CROSS, 1994).
Diversas atividades inerentes à vida humana são beneficiadas pela ação dos
antioxidantes. A exemplo disso Finaud et al. (2006) demonstram que a atividade física
regular, apesar de aumentar a produção das ERO, aumenta também a capacidade
adaptativa do organismo na síntese dos antioxidantes. O saldo final acaba sendo muito
positivo ao indivíduo que pratica atividade física, apresentando estresse oxidativo em
níveis reduzidos, quando comparados com indivíduos não praticantes.
Dentre os compostos antioxidantes endógenos pode-se destacar, por exemplo, a
superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR) e
catalase. É importante também evidenciar, que no plasma sanguíneo é possível de se
encontrar compostos como ácido úrico, albumina, hemopexina e transferrina, que
também são capazes de auxiliar no estatus antioxidante do organismo. Dentre os
antioxidantes exógenos, destacam-se a Vitamina E, os caratenóides, os polifenóis e a
vitamina C (PIETTA, 2000).
O interesse pela atividade antioxidante de alguns compostos cresceu muito nas
últimas décadas. As ações destas substâncias, dentre tantos efeitos benéficos, podem
resultar na inibição ou retardamento do surgimento de células tumorais, na ação para o
atraso do envelhecimento ou na prevenção do aparecimento de outras danos celulares
resultantes do desbalanço REDOX. Desta forma, ganham interesse as pesquisas ligadas
à ação dos compostos antioxidantes, sendo largamente utilizados na produção de
cosméticos, fármacos e alimentos, não só como agentes conservadores, mas também
como matéria prima fundamental (BAILEY, 1996). Dentre os compostos antioxidantes
corriqueiramente empregados em cosméticos, por exemplo, estão a Vitamina C, a

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10156
ISSN: 2525-8761

Vitamina E e a Coenzima Q10 (PHILLIPS et al, 1994; STEINER, 2008). Além disso, por
conta de sua atividade biológica contra oxidantes, chamam a atenção os flavonóides,
presentes em diversos grupos alimentares (BRAVO, 1998).
Há diferenciação em relação ao mecanismo de combate às ERO, podendo os
antioxidantes serem classificados em primários (atuando como doadores de prótons e
impedindo o processo inicial de ação dos radicais livres) e secundários, que agem na
decomposição dos peróxidos e hidroperóxidos, transformando-os nas formas inativas
com o auxílio de agentes redutores que bloqueiam a cascata de reações através da
captação dos intermediários reativos (DONNELI; ROBINSON, 1995). Assim, as
atividades dos antioxidantes, favorecem a manutenção metabólica e o equilíbrio orgânico
dos sistemas afetados pelas ERO sendo importantes na prevenção de doenças
desencadeadas pelos radicais livres, além de colaborar para melhor qualidade de vida dos
indivíduos.

3 ATUAÇÃO DE BIOMOLÉCULAS COM POTENCIAL DE BIOMARCADORES


DO ESTRESSE OXIDATIVO
Algumas biomoléculas decorrentes ou participantes da produção ou da
neutralização de RL e ERO podem ser utilizadas para avaliação do estatus antioxidante e
estresse oxidativo. Algumas biomoléculas interessantes neste sentido são as
tiorredoxinas, tiorredoxina reduse, peroxirredoxina, glutationa (GSH), glutationa
peroxidase (GPx) glutationa redutase (GR), superóxido dismutase (SOD), catalase
(CAT), TBARS, 8-OHdG, Paraoxonase (PON), Ceruloplasmina e Mieloperoxidase
(MPO).
O sistema Tiorredoxina apresenta atividade dissulfeto redutase, regulando o
equilíbrio de dissulfetos, fornecendo elétrons para as peroxidases dependentes de tiol
(peroxirredoxinas), para remoção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e espécies
reativas de nitrogênio (RNS) e apresentando uma taxa de reação rápida (LU, 2014;
EKLUND, 1991).
A Glutationa é um tripeptídeo e o principal e mais abundante tiol não proteíco do
organismo. Ela atua como um antioxidante na defesa celular contra espécies reativas de
oxigênio e, portanto, apresenta um papel importante na defesa celular contra o estresse
oxidativo (HUBER et al., 2008; FRIJHOFF et al., 2015). A diminuição dos níveis de
glutationa celular está relacionada a diversas condições patológicas no organismo
(OESTRICHER; MORGAN, 2019; ATKURI, 2007).

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10157
ISSN: 2525-8761

A glutationa peroxidase contém resíduo de selenocisteína no seu sitio ativo e são


encontradas em tecidos de origem animal, onde apresentam-se como um conjunto
enzimático atuando na defesa contra radicais livres. No cérebro, a glutationa peroxidase
apresentou um papel protetor neutralizando a deteriorização celular causada por ERO e
espécies reativas do nitrogênio (ERN) nas células (HUBER et al., 2008; CARDOSO et
al., 2017). A Glutationa redutase é enzima responsável pela redução da glutationa oxidada
(dissulfeto) regenerando sua forma reduzida. (HUBER et al., 2008; OESTRICHER;
MORGAN, 2019).
A superóxido dismutase catalisa a conversão de superóxido em oxigênio e
peróxido de hidrogênio monitorando assim o seu potencial citotóxico. Desta forma,
desempenha papel crítico na inibição do processo de formação de peroxinitrito e
disfunções endotelial e mitocondrial (WANG et al., 2018; FUKAI; FUKAI, 2011).
A catalase é um antioxidante cuja principal função é catalisar a conversão do
peroxido de hidrogênio em oxigênio e água. A deficiência de catalase ou seu
funcionamento inadequado está relacionada ao surgimento de diversas doenças, tais como
diabetes mellitus, hipertensão arterial, anemia, câncer, Alzheimer, Parkinson dentre
outras (PRIETO et al, 2009; NANDI et al., 2019).
Substâncias Reativas do Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) são produtos formados
como resultado do processo de peroxidação lipídica induzida por radicais livres
(CHAKRABORTY et al., 2009). Quando há elevada peroxidação lipídica é possível
verificar quantidades altas de TBARS excretadas através da urina de pacientes com
elevado estresse oxidativo (FERNANDES et al., 2016).
A 8-hidroxi-2-deoxiguanosina (8-OHdG) é um dos biomarcadores que tem sido
utilizado para avaliação do estresse oxidativo. É formada via oxidação da guanosina
oriunda do DNA que foi danificado. Tem sido dosada na urina de pacientes e se apresenta
como um excelente biomarcador para existência de estresse oxidativo no indivíduo sem,
porém, indicação específica do órgão em que este estresse oxidativo possa ocorrer
(VALAVANIDIS et al, 2009; KONISHI et al, 2018).
As Paraoxonases são um grupo de enzimas com multi-funções, estando
envolvidas em uma série e reações celulares, inluindo ações antioxidantes. A família das
Paraoxonases inclui 3 proteínas: PON1, PON 2 e PON 3. PON 1 e PON 3 estão associadas
às partículas de lipoproteína de alta densidade (HDL) e apresentam funções antioxidantes
e antiinflamatórias. PON 2 e PON 3 são enzimas intracelulares que modulam a produção

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10158
ISSN: 2525-8761

de ânion superóxido mitocondrial e a apoptose induzida por estresse oxidativo


(CHISTIAKOV et al., 2017; BACCHETTI et al., 2017).
A Ceruloplasmina é uma ferroxidase sérica transportadora de cobre no plasma e
capaz de oxidar substratos por meio da transferência de 4 elétrons para o oxigênio.
Estudos atuais indicam a ceruloplasmina como tendo um papel essencial no metabolismo
do ferro no cérebro e na sobrevivência neuronal (Hellman; Gitlin, 2002; Vasilyev, 2019).
Além disso, a ceruloplasmina tem funções antioxidantes protetoras teciduais. Quando há
acúmulo de ferro e cobre, ocorre a diminuição sérica da ceroluplasmina, causando
neurotoxicidade, oque pode indicar participação relevante no desenvolvimento de
doenças neurodegenerativas, bem como potencial terapêutico para elas (WANG; WANG,
2019).
A mieloperoxidase (MPO) é uma peroxidase expressa principalmente em
neutrófilos. Em presença de peróxido de hidrogênio e haletos, a mieloperoxidase catalisa
a formação de ácido hipocloroso. É, portanto, um mediador de resposta inflamatória
comparticipação importante em doenças cardiovasculares (ARATANI, 2017; MALECKI
et al., 2020). Rickli et al. (2020) observaram que os níveis séricos da mieloperoxidase
encontraram-se alterados em indivíduos com doença renal crônica que realizam
hemodiálise.

4 ENVOLVIMENTO DO ESTRESSE OXIDATIVO EM DOENÇAS


Um antioxidante é o responsável por retardar ou inibir a oxidação de um substrato
(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1999). Devido a sua estabilidade, ela doa um elétron
para o radical livre, o neutralizando (HALLIWELL, 1995). Assim, o sistema de defesa
de antioxidantes minimiza os níveis de radicais livres, permitindo que funções essenciais
do organismo continuem sem danos (HALLIWELL, 2011). Entretanto, existem
momentos em que os níveis de antioxidantes não são suficientes para proteção tecidual
adequada e os efeitos da ERO e RL no organismo acabam por prevalecer causando danos
que contribuem para a evolução de diferentes doenças.
A artrite reumatoide uma doença sistêmica de caráter inflamatório e autoimune,
acometendo principalmente articulações superficiais (ALTINDAG et al., 2007). O
aumento na produção de radicais livres e de espécies reativas de oxigênio no organismo
é um fator de amplificação, ou seja, intensificador dessa doença, aumentando o processo
inflamatório e causando estresse oxidativo (HENROTIN, 2005). Radicais peroxil e

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10159
ISSN: 2525-8761

hidroxil, por exemplo, induzem a perda da integridade das membranas celulares causam
rigidez e deformidades (RAMOS et. al, 2000).
Outra condição em que o estresse oxidativo se faz presente é a aterosclerose, uma
das doenças arteriais mais comuns atualmente. Ela é decorrente do acúmulo de colesterol
e aumento de células musculares lisas no interior das artérias, e estas, por sua vez,
modificam as túnicas íntima e média (camadas arteriais), resultando em diversos
problemas circulatórios (ROSS, 1999; DZAU, 2004). O aumento nos níveis de LDL-
colesterol (LDL) deixa as partículas inflamatórias presentes no vaso suscetíveis à
oxidação, formando o composto LDLox, que é tóxico e lesivo às células endoteliais
(GROYER, 2006). No estresse oxidativo, a geração de citocinas pela alteração lipídica
pode levar ao aumento de moléculas de adesão, como a VCAM-1 (OSBORN, 1989). Essa
e outras moléculas de adesão após a ativação dos leucócitos vão participar do processo
inflamatório (BEVILACQUA, 1993).
A deficiência da G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) está estreitamente
relacionada à ocorrência de hemólise in vivo. A G6PD é uma enzima presente na via das
pentoses que catalisa a conversão de nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP)
na sua forma reduzida (NADPH) e mantem a glutationa no seu estado reduzido (GSH), o
que, desta forma, protege as células de danos oxidativos no microambiente
(CAPPELLINI; FIORELLI, 2008; ZHANG et.al., 2016).
Doenças metabólicas também estão relacionadas ao estresse oxidativo. O estado
hiperglicêmico de indivíduos diabéticos, por exemplo, é uma condição que favorece a
formação de espécies reativas de oxigênio (EROS) devido à auto-oxidação das moléculas
de glicose (GOMES; ACCARDO, 2019). Sabe-se que esses danos oxidativos podem
atingir, de forma inespecífica, proteínas, material genético e outras moléculas (CHONG
et al., 2017).
A obesidade é considerada uma condição inflamatória crônica, caracterizada pelo
acúmulo de tecido adiposo e com envolvimento das citocinas pró-inflamatórias, tais como
TNF-alfa (fator de necrose tumoral alfa), IL-6 (interleucina 6), IL-1 (interleucina 1) e
MCP-1 (proteína quimiotratora de macrófagos) (ENGIN, 2017). Matuzik et.al. (2015)
concluíram que, em crianças obesas, os níveis de lipoproteína de baixa densidade oxidada
(LDLox) estava elevado, enquanto a atividade da glutationa peroxidase (GPx)
encontrava-se reduzida.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença com múltiplos fatores
associados, tais como como obesidade, diabetes, distúrbios dos níveis de colesterol e

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10160
ISSN: 2525-8761

inflamação (RUDNICHI et al., 1998). A hipertensão arterial é uma doença vascular e


fator de risco para acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio
(MOLINA et al., 2003). A enzima angiotensina II estimula a produção de ânion
superóxido pela enzima NADP oxidase levando ao aumento dos níveis de espécies
reativas de oxigênio (ERO). Esse estresse e desbalanço oxidativo pode ativar uma série
de respostas inflamatórias importantes no sistema cardiovascular, aumentando a resposta
imune adaptativa, e, consequentemente, lesionando tecidos e órgãos, podendo causar
morte celular (HARRISON et al., 2011; HARRISON et al., 2012).
As manifestações clínicas das doenças vasculares normalmente envolvem lesões
por isquemia e reperfusão, ocasionadas pela ação do acúmulo de espécies reativas de
oxigênio (ERO), podendo gerar arritmias, necrose e morte celular do miocárdio (MOENS
et al., 2005; BIANCHI; ANTUNES, 1999). A reperfusão trata-se do reestabelecimento
sanguíneo que ocorre após uma situação isquêmica, porém esse processo pode agravar
ainda mais a lesão, principalmente quando há aumento da produção de espécies reativas
de oxigênio (ERO) superior à capacidade de neutralização pelos sistemas antioxidantes
superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPX) (GHOLAMPOUR; SADIDI,
2018).
A DPOC é uma doença crônica, de ordem pulmonar, onde há redução do fluxo de
ar e dificuldade respiratória. Atrelada a esta dificuldade, é observável também a presença
de uma resposta inflamatória, ocasionando lesões e problemas brônquicos (BARNES,
2000; FLETCHER, 1977). O estresse oxidativo, morte celular e alteração do sistema
protease-antiprotease são fatores relacionados à doença (MACNEE, 2005; ZANI et al.,
2019). O tabagismo se relaciona com o aumento da peroxidação lipídica (RAHMAN et
al., 1996) sendo que a fumaça do cigarro induz níveis elevados de espécies reativas de
oxigênio (ERO) contribuindo no desenvolvimento da DPOC (BARNES, 2000).
As infecções virais respiratórias, de forma geral, estão associadas à produção de
citocinas (ou tempestade de citocinas), responsáveis pela aceleração do processo
inflamatório, gerando estresse oxidativo, dano tecidual e morte celular (KHOMICH et
al., 2018; HUANG et al., 2019). O SARS-CoV-2 é um vírus proveniente da China, cuja
expansão já atingiu o mundo todo e é hoje uma das doenças mais significativas e
relevantes na área da saúde, causando milhares de mortes e sendo o foco de estudo da
maioria dos virologistas e pesquisadores atualmente (JOHNS HOPKINS UNIVERSITY,
2020). Estudos realizados anteriormente com células sanguíneas mononucleares de
sangue periférico (PBMC) de pacientes com o vírus SARS-CoV apontam a relação entre

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10161
ISSN: 2525-8761

radicais livres, espécies reativas de oxigênio e resposta inflamatória com o vírus SARS-
CoV. Alguns genes mitocondriais e sanguíneos, como FOS, FTH1 e PRDX1
apresentaram resposta positiva em ambientes de estresse oxidativo, além de outros genes
que foram expressos de forma muito elevada, como IFDR1 e citocina IL-1B,
corroborando com a hipótese dessa relação entre o estresse oxidativo e a resposta
inflamatória na presença do vírus (SHAO et al., 2006).
Em doenças neurodegenerativas, o estresse oxidativo também parece ter um papel
relevante. O estresse oxidativo em elementos celulares como proteínas, lipídeos e ácidos
nucléicos são, em parte, responsáveis pela patogênese da doença de Alzheimer (DA).
Além disso, o consumo elevado de oxigênio e escassez de substâncias antioxidantes faz
com que os neurônios se tornem alvos primários dessa condição (AHMAD et.al., 2017).
Bradley-Whitman et.al. (2014) destacam que o dano oxidativo é precoce em DA, porém
não é exclusivo dessa doença neurodegenerativa.
O estresse oxidativo também foi observado na doença de Crohn, caracterizada por
ser uma doença inflamatória crônica que afeta a mucosa intestinal (PATLEVIČ, et.al.,
2016). A participação das ERO na patogenicidade da doença se correlaciona com a
intensa proliferação de células de defesa e liberação de citocinas (ALZOGHAIBI, 2013).
Beltrán et.al. (2010) avaliaram o estresse oxidativo em pacientes com doença de Crohn
no estado inicial e após remissão e encontraram altas concentrações circulantes de
malondialeído e 8-oxo-desoxiguanosina de forma permanente, o que corrobora com o
papel do estresse oxidativo na patogênese da doença.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo reúne informações sobre RL, ERO, antioxidantes e moléculas
relacionadas, bem como seus envolvimentos no estresse oxidativo. Este trabalho
possibilita a introdução de conceitos e informações relativas a um universo vasto de uma
interessante área de pesquisa com potencial relação com diferentes aspectos da vida dos
seres humanos. É importante destacar que as informações aqui apresentadas estão longe
de representar todo o conteúdo conhecido sobre o assunto, mas ilustram diferentes
elementos e condições relativas ao estresse oxidativo, possibilitando a introdução a esta
área do conhecimento e uma base para aprofundamento na mesma.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10162
ISSN: 2525-8761

REFERÊNCIAS

Abdalla DSP, Lima ES. Peroxidação lipídica: mecanismos e avaliação em amostras


biológicas. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. 2001; 37(3):293-303.

Ahmad W, Ijaz B, Shabbiri K, Ahmed F, Rehman S. Oxidative toxicity in diabetes and


Alzheimer's disease: mechanisms behind ROS/RNS generation. Journal of Biomedical
Science, 2017; 24(1):76. https://doi.org/10.1186/s12929-017-0379-z

Altindag O, Karakoc M, Kocyigit A, Çelik H, Soran N. Increased DNA damage and


oxidative stress in patients with rheumatoid arthritis. Clin Biochem. 2007; 40(3-4): 167-
71. https://doi.org/10.1016/j.clinbiochem.2006.10.006

Alzoghaibi MA. Concepts of oxidative stress and antioxidant defense in Crohn's disease.
World Journal of Gastroenterology, 2013; 19(39):6540–6547.
https://doi.org/10.3748/wjg.v19.i39.6540

Aratani Y. Myeloperoxidase: Its role for host defense, inflammation, and neutrophil
function. Archives of Biochemistry and Biophysics. 2018. 640: 47-52.
https://doi.org/10.1016/j.abb.2018.01.004

Atkuri K, Mantovani J. N-Acetylcysteine - a safe antidote for cysteine/glutathione


deficiency. Current Opinion in Pharmacology. 2007. 7(4):355-359.
https://doi.org/10.1016/j.coph.2007.04.005

Bacchetti T, Ferretti G, Sahebkar A. The role of paraoxonase in câncer. Seminars in


câncer biology. 2019; 56:72-86. https://doi.org/10.1016/j.semcancer.2017.11.013

Bailey AE. Bailey's Industrial Oil and Fat Products, 5th ed., John Wiley: New York, 1996,
vol. 3.

Barnes PJ. Chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J Med. 2000;343(4):269-80.


https://doi.org/10.1056/NEJM200007273430407

Beltrán B, Nos P, Dasí F, Iborra M., Bastida G, Martínez M., O'Connor JE, Sáez, G,
Moret I, Ponce J. Mitochondrial dysfunction, persistent oxidative damage, and catalase
inhibition in immune cells of naïve and treated Crohn's disease. Inflammatory bowel
diseases, 2010; 16(1):76–86. https://doi.org/10.1002/ibd.21027

Bevilacqua MP. Endothelial-leukocyte adhesion molecules. Annu Rev Immunol 1993;


11:767-804. https://doi.org/10.1146/annurev.iy.11.040193.004003

Bianchi MDLP, Antunes LMG. Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta.


Revista de Nutrição. 1999; 12(2):123-130. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-
52731999000200001

Bradley-Whitman MA, Timmons MD, Beckett TL, Murphy MP, Lynn BC, Lovell MA.
Nucleic acid oxidation: a nearly feature of Alzheimer's disease. Journal of
Neurochemistry. 2014; 128(2):294-304. https://doi.org/10.1111/jnc.12444

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10163
ISSN: 2525-8761

Bravo L. Polyphenols: chemistry, dietary sources, metabolism and nutritional


significance. Nutrition Reviews. 1998; 56(11):317-333. https://doi.org/10.1111/j.1753-
4887.1998.tb01670.x

Brieger K, Schiavone S, Miller FJ, Krause KH. Reactive oxygen species: from health to
disease. Swiss Medical Weekly. 2012; 142:w13659.
https://doi.org/10.4414/smw.2012.13659

Cappellini MD, Fiorelli G. Glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. Lancet.


2008; 371(9606):64–74. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(08)60073-2

Cardoso B, Hare D, Bush A., Roberts B. Glutathione peroxidase 4: a new player in


neurodegeneration? Molecular Psychiatry. 2017; 22(3):328-335.
https://doi.org/10.1038/mp.2016.196

Chakraborty S, Singh OP, Dasgupta A, Mandal N, Das HN. Correlation between lipid
peroxidation-induced TBARS level and disease severity in obsessive-compulsive
disorder. Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry. 2009.
33(2):363–366. https://doi.org/10.1016/j.pnpbp.2009.01.001

Chistiakov D, Melnichenko AA, Orekhov AN, Bobryshev YV. Paraoxonase and


atherosclerosis-related cardiovascular diseases. Biochimie. 2017; 132:19-27.
https://doi.org/10.1016/j.biochi.2016.10.010

Chong CR, Clarke K, Levelt E. Metabolic Remodeling in Diabetic Cardiomyopathy.


Cardiovascular research. 2017; 113(4):422–430. https://doi.org/10.1093/cvr/cvx018

Donnelly JK, Robinson DS. Invited Review Free radicals in foods. Free Radical
Research. 1995; 22(2):147-176. https://doi.org/10.3109/10715769509147536

Dzau V.J. Markers of malign across the cardiovascular continuum: interpretation and
application. Circulation 2004; 109(supplement1): IV1-2.
https://doi.org/10.1161/01.CIR.0000133445.78855.AA

Engin A. The Pathogenesis of Obesity-Associated Adipose Tissue Inflammation.


Advances in experimental medicine and biology, 2017; 960:221–245.
https://doi.org/10.1007/978-3-319-48382-5_9

Eklund H, Gleason F, Holgren A. Structural and functional relations among thioredoxins


of different species. Proteins. 1991; 11:13–28. https://doi.org/10.1002/prot.340110103

Fernandes SM, Cordeiro PM, Watanabe M, Fonseca CD, Vattimo MFF. The role of
oxidative stress in streptozotocin-induced diabetic nephropathy in rats. Arch. Endocrinol
Metab. 2016. 60: 443-449. https://doi.org/10.1590/2359-3997000000188

Ferreira ALA, Matsubara LS. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema
de defesa e estresse oxidativo. Revista da Associacao Médica Brasileira. 1997; 43(1):61–
68. https://doi.org/10.1590/s0104-42301997000100014

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10164
ISSN: 2525-8761

Filippin LI, Vercelino R, Marroni NP, Xavier RM. Influência de Processos Redox na
Resposta Inflamatória da Artrite Reumatóide. Rev Bras Reumatol. 2008; 48(1):17-24.
https://doi.org/10.1590/S0482-50042008000100005

Finaud J, Lac G, Filaire E. Oxidative stress: relationship with exercise and training. Sports
Medicine. 2006;36(4):327-358. https://doi.org/10.2165/00007256-200636040-00004

Fletcher C, Peto R. The natural history of chronic airflow obstruction. Br Med J. 1977;
1(6077):1645-8. https://doi.org/10.1136/BMJ.1.6077.1645

Frijhoff J et al. Clinical relevance of biomarkers of oxidative stress. Antioxidants &


Redox signaling. 2015; 23:1144-1170. https://doi.org/10.1089/ars.2015.6317

Fukai T, Fukai MU. Superoxide Dismutases: Role in Redox Signaling, Vascular


Function, and Diseases. Antioxidants & Redox signaling. 2011. 15(6): 1583-1606.
https://dx.doi.org/10.1089%2Fars.2011.3999

Gechev TS, Van Breusegem F, Stone JM, Denev I, Laloi C. Reactive oxygen species as
signals that modulate plant stress responses and programmed cell death. BioEssays : news
and reviews in molecular, cellular and developmental biology 2006; 28(11):1091–1101.
https://doi.org/10.1002/bies.20493

Gholampour F, Sadidi Z. Hepatorenal protection during renal ischemia by quercetin and


remote ischemic preconditioning. Journal of Surgical Research. 2018; 231:224-233.
https://doi.org/10.1016/j.jss.2018.05.036

Gomes BF, Accardo CM. Immunoinflammatory mediators in the pathogenesis of diabetes


mellitus. Einstein. 2019; 17(1):eRB4596.
https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2019RB4596

Groyer E, Caligiuri G, Laschet-khallou J, Nicoletti A. Immunological aspects of


atherosclerosis. Presse Med. 2006; 35(3Pt 2):475-86. https://doi.org/10.1016/S0755-
4982(06)74622-X

Guan G, Lan S. Implications of Antioxidant Systems in Inflammatory Bowel Disease.


BioMed Research International, 2018; 1290179. https://doi.org/10.1155/2018/1290179

Halliwell B, Cross CE. Oxygen-derived species: their relation to human disease and
environmental stress. Environ. Health. Perspective. 1994; 102(2):5–12.
https://doi.org/10.1289/ehp.94102s105

Halliwell B. How to characterize an antioxidant: an update. Biochemical Society


Symposium, 1995; 61, 73–101. https://doi.org/10.1042/bss0610073

Halliwell B, Gutteridge J. M. C. Free Radicals in Biology and Medicine. Oxford, UK


(3nd edition): Clarendon Press. 1999.

Halliwell B. Free radicals and antioxidants - quo vadis? Trends in Pharmacological


Sciences, 2011; 32(3), 125–130. https://doi.org/10.1016/j.tips.2010.12.002

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10165
ISSN: 2525-8761

Harrison DG, Guzik TJ, Lob H, Madhur M, Marvar PJ, Tabhet S, Vinh A, Weyand C,
Inflammation, Immunity, and Hypertension. Hypertension. 2011; 57:132-140.
https://doi.org/10.1161/HYPERTENSIONAHA.110.163576

Harrison DG, Marvar PJ, Titze JM. Vascular inflammatory cells in hypertension.
Frontiers Research Foundation. 2012; 3(7):1-11.
https://doi.org/10.3389/fphys.2012.00128

Hellman N, Gitlin J. Ceruplasmin: Metabolism and function. Ann. Rev. Nutr. 2002. 22:
439: 458. https://doi.org/10.1146/annurev.nutr.22.012502.114457

Henrotin Y, Kurz B, Aigner T. Oxygen and reactive oxygen species in cartilage


degradation: friends or foes? Osteoarthritis Cartilage. 2005; 13(8):643-54.
https://doi.org/10.1016/J.JOCA.2005.04.002

Huang C, Wang Y, Li X, Ren L, et al. Clinical features of patients infected with 2019
novel coronavirus in Wuhan, China. Lancet 2020; 395:497-506.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30183-5

Huber P, Almeida W, Fátima A. Glutationa e enzimas relacionadas: papel biológico e


importância em processos patológicos. Química Nova. 2008; 31(5):1170-1179.
https://doi.org/10.1590/S0100-40422008000500046

Ighodaro OM, Akinloye OA. First line defence antioxidants-superoxide dismutase


(SOD), catalase (CAT) and glutathione peroxidase (GPX): Their fundamental role in the
entire antioxidant defence grid. Alexandria Journal of Medicine. 2018; 54(4):287-293.
https://doi:10.1016/j.ajme.2017.09.001

Johns Hopkins University. Coronavirus COVID-19 Global Cases by the Center for
Systems Science and Engineering (CSSE) at Johns Hopkins University (JHU).
Disponível em: https://coronavirus.jhu.edu/map.html. Acesso em: 29 de Nov. de 2020.

Khomich OA, Kochetkov SN, Bartosch B, Ivanov AV. Redox biology of respiratory viral
infections. Viruses 2018; 10(8):392. https://dx.doi.org/10.3390%2Fv10080392

Konish S, Yoshinaga J, Nishihama Y, Onoda Y, Chisaki Y. Urinary 8-Hydroxy-2 0-


deoxyguanosine (8-OHdG) Concentrations and Menstrual Cycle Characteristics in
Female University Students. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2018. 15(12):2616.
https://doi.org/10.3390/ijerph15122616

Kumar S, Pandey AK. Free Radicals: Health Implications and their Mitigation by
Herbals. Journal of Advances in Medicine and Medical Research. 2015; 7(6):438-457.
https://doi.org/10.9734/BJMMR/2015/16284

Lu J, Holmgren A. Selenoproteins. J. Biol. Chem. 2009; 284:723-727.


https://doi.org/10.1074/jbc.R800045200

MacNee W. Pathogenesis of chronic obstructive pulmonary disease. Proc Am Thorac


Soc. 2005; 2(4):258-266. https://dx.doi.org/10.1513%2Fpats.200504-045SR

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10166
ISSN: 2525-8761

Malecki C, Hambly BD, Jeremy RW, Robertson EN. The Role of Inflammation and
Myeloperoxidase-Related Oxidative Stress in the Pathogenesis of Genetically Triggered
Thoracic Aortic Aneurysms. Int. J. Mol. Sci. 2020. 21:76-78.
https://doi.org/10.3390/ijms21207678

Matusik P, Prokopowicz Z, Norek B, Olszanecka-Glinianowicz M, Chudek J, Malecka-


Tendera E. Oxidative/Antioxidative status in obese and sport trained children: a
comparative study. BioMed research international, 2015; 315747.
https://doi.org/10.1155/2015/315747

Moens A, Claeys MJ, Timmermans JP, Vrints CJ. Myocardial ischemia/reperfusion-


injury, a clinical view on a complex pathophysiological process. Int. J. Cardiol. 2005;
100(2):179-190, https://doi.org/10.1016/J.IJCARD.2004.04.013

Molina B, Del Carmen M, Cunha RS, Herknhoff LF, Mill JG. Hipertensão arterial e
consumo de sal em população urbana. Rev. Saúde Pública, 2003; 37(6):743-750.
https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000600009

Nandi A, Yan LJ, Jana CK, Das N. Role of Catalase in Oxidative Stress- and Age-
Associated Degenerative Diseases. Oxidative Medicine and Cellular Longevity. 2019;
9613090. https://doi.org/10.1155/2019/9613090

Oestreicher J, Morgan B. Glutathione: subcellular distribution and membrane transport.


Biochemin. Cell Biol. 2019; 97(3):270-289. https://doi.org/10.1139/bcb-2018-0189

Osborn L, Hession C, Tizard R, Vassalo C, Luhowskyi S, Chi-Rosso G, R Lobb. Direct


expression cloning of vascular cell adhesion molecule 1, a cytokine-induced endotelial
protein that binds to lymphocytes. Cell. 1989; 59:1203-11. https://doi.org/10.1016/0092-
8674(89)90775-7

Patlevič P, Vašková J, Švorc P, Jr Vaško L, Švorc P. Reactive oxygen species and


antioxidant defense in human gastrointestinal diseases. Integrative medicine research,
2016; 5(4):250–258. https://doi.org/10.1016/j.imr.2016.07.004

Pietta PG. Flavonoids as Antioxidants. Journal of Natural Products. 2000; 63(7):1035-


1042. https://doi.org/10.1021/np9904509

Prieto MA, Biarnés X, Vidossich P, Rovira C. The Molecular Mechanism of the Catalase
Reaction. J. AM. CHEM. SOC. 2009. 131(33):11751–11761.
https://doi.org/10.1021/ja9018572

Radi R. Oxygen radicals, nitric oxide, and peroxynitrite: Redox pathways in molecular
medicine. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of
America. 2018; 115(23):5839–5848. https://doi.org/10.1073/pnas.1804932115

Ramos VA, Ramos PA, Dominguez MC. Papel do estresse oxidativo na manutenção da
inflamação em pacientes com artrite reumatóide juvenil. Jornal de Pediatria. 2000;
76(2):125-32. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-02-125/port.pdf.
Acesso em: 30 de Nov. de 2020.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10167
ISSN: 2525-8761

Rahman J, Morrison D, Donaldson K, Machell W. Systemic oxydative stress in asthma,


COPD, and smokers. Am J Respir Crit Care Med. 1996; 154:1055-60.
https://doi.org/10.1164/ajrccm.154.4.8887607

Rickli C, Borato DCK, Silva AJM, Schuinski AFM, Vilela GHF, Vellosa JCR. Serum
Myeloperoxidase, C-reactive Protein and α1-acid Glycoprotein: Insights about
Cardiovascular Risk in End-stage Renal Disease. Exp Clin Endocrinol Diabetes.
2020;128(11):731-736. https://doi.org/10.1055/a-0895-5138

Ross R. Atherosclerosis-an inflammatory disease. N Engl JMed. 1999; 340:115-26.


https://doi.org/10.1056/NEJM199901143400207.

Rudnichi A, Safar M, Asmar R, Guize L, Benetos A. Prevalence of cardiovascular risk


factors in a French population. J Hypertens 1998; 16(Suppl):S85-S90

Shao H, Lan D, Duan Z, Liu Z, Min J, Zhang L, Huang J, Su J, Chen S, Xu A.


Upregulation of mitochondrial gene expression in PBMC from convalescent SARS
patients. J Clin Immunol. 2006; 26:546-554. https://doi.org/10.1007/s10875-006-9046-y

Sies H. Oxidative stress: introductory remarks. In: Oxidative Stress. London: Academic
Press. 1985; p.1-8. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-642760-8.50005-3

Sousa CMM, Rocha e Silva H, Vieira-Jr GM, Ayres MCC, Costa CLS, Araújo DS,
Cavalcante LCD, Barros EDS, Araújo PBM, Brandão MS, Chaves MH. Fenóis totais e
atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova. 2007; 30(2):351-355.
https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000200021

Valavanidis A, Vlachogianni T, Fiotakis C 8-hydroxy-2′-deoxyguanosine (8-OHdG): A


Critical Biomarker of Oxidative Stress and Carcinogenesis. J Environ Sci Health C
Environ Carcinog Ecotoxicol Ver. 2009. 27(2):120-139.
https://doi.org/10.1080/10590500902885684

Vasilyev V. Looking for a partner: ceruloplasmin in protein–protein interactions.


Biometals. 2019. 32(2): 195- 210. https://doi.org/10.1007/s10534-019-00189-1

Wang Y, Branicky R, Noe A, Hekimi S. Superoxide dismutases: Dual roles in controlling


ROS damage and regulating ROS signaling. J. Cell Biol. 2018. 217(6):1915-1928.
https://doi.org/10.1083/jcb.201708007

Wang B, Wang XP. Does Ceruloplasmin Defend Against Neurodegenerative Diseases?.


Current Neuropharmacology. 2019; 17(6): 539–549.
https://doi.org/10.2174/1570159x16666180508113025

Zani HP, Sousa AG, Borges GHI, Zendron IM, Moreira JM, Braga NCC. A relação entre
a doença pulmonar obstrutiva crônica e a função muscular esquelética: revisão de
literatura. Brazilian Journal of Dvelopment. 2019; 5(9):13780-13788.
https://doi.org/10.34117/bjdv5n9-011

Zhang J, Cao M, Yang W, Sun F, Xu C, Yin L, Pu Y. Inhibition of Glucose-6-Phosphate


Dehydrogenase Could Enhance 1,4-Benzoquinone-Induced Oxidative Damage in K562

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021


Brazilian Journal of Development 10168
ISSN: 2525-8761

Cells. Oxidative medicine and cellular longevity, 2016; 3912515.


https://doi.org/10.1155/2016/3912515

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.1, p.10152-10168 Jan. 2021

Você também pode gostar