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SUMÁRIO
Questões sobre a aula ....................................................................................................................................... 2
Gabarito ............................................................................................................................................................. 6
Questões Comentadas....................................................................................................................................... 7

MUDE SUA VIDA!


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QUESTÕES SOBRE A AULA


1. (Questão Alfacon) Pela sua relevância e particularizações, o Direito Penal constitui
disciplina autônoma, com princípios, regras e institutos próprios, o que o torna um ramo
completamente independente das demais ramificações do Direito.

Certo ( ) Errado ( )

2. (Questão Alfacon) O Direito Penal é um ramo do Direito Público cujas normas regulam a
tipificação das infrações penais e a cominação das respectivas sanções penais.

Certo ( ) Errado ( )

3. (Questão Alfacon) O Direito Penal tem normas que são indisponíveis, impostas e
dirigidas a todas as pessoas e tem o Estado como o titular exclusivo do direito de punir, e,
portanto, como sujeito passivo em todo crime ou contravenção penal.

Certo ( ) Errado ( )

4. (Questão Alfacon) O objeto de estudo do Direito Penal são as infrações penais (que é
sinônimo de crime) e as respectivas sanções penais (que por sua vez se referem às penas).

Certo ( ) Errado ( )

5. (Questão Alfacon) O Direito Penal tem como função a proteção de todos os bens
jurídicos, pois deve preservar a paz pública, ou seja, garantir a ordem no convívio em
sociedade.

Certo ( ) Errado ( )

6. (Questão Alfacon) A finalidade de impedir a prática de novos delitos refere-se à


finalidade preventiva do Direito Penal, a qual se subdivide em: geral e especial, aquela se
observa quando a pena é imposta a qualquer indivíduo e os demais componentes da
sociedade reagem a isso, e nesta a análise é sobre os efeitos da pena na pessoa do acusado e
não na sociedade.

Certo ( ) Errado ( )

7. (Questão Alfacon) O Direito Penal é regido por normas que por sua vez se subdividem
em regras e princípios.

Certo ( ) Errado ( )

8. (Questão Alfacon) O princípio da legalidade proíbe o juiz de criar figura típica não
prevista na lei, por analogia ou interpretação extensiva, entretanto, o julgador pode, para
benefício do réu, combinar dispositivos de uma mesma lei penal para aplicar a pena mais
adequada ao caso concreto.
Certo ( ) Errado ( )

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9. (Agente Penitenciário (SEJUS PI) - NUCEPE UESPI/2017) Não há crime sem lei ou
decreto anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação.

Certo ( ) Errado ( )

10. (Questão Alfacon) A competência para legislar sobre Direito Penal é privativa da União
e indelegável.

Certo ( ) Errado ( )

11. (Questão Alfacon) Considerando o conceito do Direito Penal e sua posição no


Ordenamento Jurídico, assinale a alternativa correta:

a) O Direito Penal garante ao Estado o direito de punir de forma irrestrita.


b) O Direito Penal é ramo do direito privado.
c) O Estado figura como sujeito passivo em todo e qualquer crime ou contravenção
penal.
d) O objeto de estudos do Direito Penal é somente os crimes.
e) O objeto de estudos do Direito Penal é somente as penas.

12. (Questão Alfacon) Com relação às Ciências Criminais, considere:

I. Ciência jurídica que se destina a interpretar, sistematizar e desenvolver as normas


penais.
II. Ciência empírica que tem por objeto o estudo das causas e contexto social do crime.
III. Estudos do Poder que tem o Estado de definir as diretrizes do controle social,
constituindo-se numa ponte entre a Ciência jurídico-penal e a realidade.

Os conceitos apresentados estão respectivamente relacionados às ciências:

a) I. Direito Penal, II. Criminologia e III. Política Criminal.


b) I. Política Criminal, II. Criminologia e III. Direito Penal.
c) I. Criminologia, II. Direito Penal e III. Política Criminal.
d) I. Política Criminal, II. Direito Penal e III. Criminologia.
e) I. Direito Penal, II. Política Criminal e III. Criminologia.

13. (Questão Alfacon) Com relação à finalidade do Direito Penal, assinale a alternativa
INCORRETA:

a) O Direito Penal possui, ao menos, duas finalidades: prevenção e retribuição.


b) A finalidade preventiva visa impedir a prática de novos delitos.
c) A finalidade retributiva visa a imposição de um castigo ao agente infrator.
d) Não há previsão expressa no atual Código Penal brasileiro sobre as finalidades do
Direito Penal.
e) A finalidade preventiva se subdivide em: geral e especial.

14. (Questão Alfacon) Para a maioria da doutrina, qual a função do Direito Penal brasileiro?

a) Demonstrar o poder Estatal.


b) Proteção do Ordenamento Jurídico.

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c) Proteger a vida.
d) Proteção dos Bens Jurídicos mais relevantes.
e) Garantir ao Estado o poder de intervenção para reprimir classes sociais.

15. (Questão Alfacon) Observando os princípios do Direito Penal diante da sistemática do


Ordenamento Jurídico, assinale a alternativa com a afirmação correta:

a) Princípios não têm força normativa.


b) Os princípios estão hierarquicamente abaixo das leis.
c) Os princípios do Direito Penal servem como limitadores do poder punitivo estatal
estabelecendo valores a serem seguidos ou finalidades a serem atingidas.
d) Por serem abstratos, não é possível encontrar previsão expressa dos princípios na
legislação.
e) Princípio é gênero que se subdivide em normas e regras.

16. (Questão Alfacon) Acerca dos princípios e fontes do direito penal, assinale a opção
correta:

a) É indelegável a competência legislativa sobre Direito Penal.


b) A única fonte formal do Direito Penal é o Código Penal.
c) A fonte indireta do Direito Penal é a Lei.
d) Os costumes são fontes diretas do Direito Penal.
e) A única fonte material é o Estado cuja competência para legislar sobre Direito Penal
é privativa da União.

17. (Questão Alfacon) Sobre a retroatividade de lei penal é correto afirmar que:

a) Não possui previsão constitucional


b) É vedado a retroatividade da lei penal em qualquer caso
c) Lei posterior que estabeleça uma situação mais gravosa para o réu se aplica nos casos
cujos processos ainda estejam pendentes de julgamento.
d) Retroagirá a lei posterior que de alguma forma beneficiar o réu
e) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, desde que não tenham sido decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

18. (Questão Alfacon) Conforme jurisprudência do STF, do princípio da Legalidade é


possível extrair as seguintes consequências, exceto:

a) Proibição da retroatividade da lei penal


b) Proibição da criação de crimes pelo costume
c) Proibição da criação de penas pelo costume
d) Proibição do emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas
e) Proibição de medida provisória tratar sobre Direito Penal, mesmo que seja benéfica.

19. (Questão Alfacon) O Direito Penal é regido por diversos princípios, dentre eles o
princípio da legalidade e o princípio da reserva legal, sendo que este é:

a) a exigência de lei para a criação de crimes ou contravenções e cominação de penas.


b) uma das vertentes daquele, determinando que somente lei em sentido estrito pode
definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais.

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c) a competência exclusiva da União para legislar sobre crimes.


d) aplicado somente para a cominação dos crimes e não das penas.
e) a proibição da retroatividade de lei penal

20. (Questão Alfacon) O princípio que impede o uso dos costumes e analogia para criar tipos
penais incriminadores ou agravar as infrações existentes é:

a) proporcionalidade.
b) pessoalidade.
c) legalidade.
d) individualização.
e) Culpabilidade.

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GABARITO
1. ERRADO
2. CERTO
3. CERTO
4. ERRADO
5. ERRADO
6. CERTO
7. CERTO
8. ERRADO
9. ERRADO
10. ERRADO
11. C
12. A
13. D
14. D
15. C
16. E
17. D
18. E
19. B
20. C

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QUESTÕES COMENTADAS
1. Pela sua relevância e particularizações, o Direito Penal constitui disciplina autônoma,
com princípios, regras e institutos próprios, o que o torna um ramo completamente
independente das demais ramificações do Direito.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito ERRADO
Solução Rápida

Ao contrário do que afirma a questão, o Direito Penal não é independente em


relação aos demais ramos do direito, ele na verdade integra um sistema lógico
devendo ser interpretado observando todo o ordenamento jurídico, sendo que este é
apenas didaticamente dividido em vários ramos, como o Direito Constitucional, o
Direito Administrativo, o Direito Civil, o Direito Penal, entre outros, sem prejudicar
princípios, regras e institutos próprios de cada ramo.

Solução Completa

O ordenamento jurídico é um complexo unitário e dinâmico de normas,


valores e princípios que conservam relação entre si, apresenta, portanto, uma
estrutura unitária que por sua vez se ramifica em diversas áreas em decorrência da
necessidade de especialização para tratar os diversos assuntos da sociedade
(contratos, crimes, meio ambiente, etc.), porém, não desfrutam de real
autonomia, pois é imprescindível a complementação dos diversos ramos para
compreender a finalidade e sentido da norma quando individualizada, apenas como
exemplo, para ter o real sentido do que seria “coisa alheia móvel” prevista no artigo
155 do Código Penal precisamos compreender o que seria coisa móvel e como
determinar a propriedade para definir o que seria alheia, e a resposta encontramos
no Direito Civil.
Outra característica do ordenamento jurídico que é importante destacar nesse
momento é a hierarquia das normas, estruturada pelo jurista e filósofo austríaco
Hans Kelsen, neste sistema as normas superiores são o fundamento de validade das
inferiores e assim sucessivamente, portanto, o Direito Penal se fundamenta na
Constituição Federal, que é a norma maior dentro do ordenamento jurídico e
fundamenta todos os demais ramos do direito.
Nesse contexto, cito os ensinamentos dos professores André Estefam e Victor
Eduardo Rios:
“Todo ordenamento jurídico deve ser interpretado e adaptado à Constituição
Federal. De há muito superamos a fase da onipotência do legislador, transpondo-nos
do Estado Legalista de Direito para o Estado Constitucional (e democrático) de
Direito. A harmonização das leis à Constituição deve se realizar não apenas no plano
da congruência formal, senão também no que toca à compatibilização com os valores
consagrados, expressa ou implicitamente, no Texto Maior.” (Direito penal
esquematizado: parte geral / André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves. – 7.
ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p. 139)

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2. O Direito Penal é um ramo do Direito Público cujas normas regulam a tipificação das
infrações penais e a cominação das respectivas sanções penais.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito CERTO
Solução Rápida

Exatamente, para fixar o conceito podemos esquematizar o que foi dito na


questão evidenciando os elementos que caracterizam o Direito Penal:
1 – O Direito Penal é Ramo do Direito Público
2 – Que tem a função de regular a tipificação das Infrações penais (crimes
e contravenções penais)
3 – e reger as Sanções penais cominando as penas e as medidas de
segurança.

Solução Completa

Vamos começar lendo o conceito de Direito Penal apresentado por alguns


doutrinadores:

- Para o Professor Cezar Roberto Bittencourt:


“O Direito Penal apresenta-se como um conjunto de normas jurídicas que tem
por objeto a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções
correspondentes – penas e medidas de segurança.” (BITENCOURT, Cezar Roberto.
Tratado de Direito Penal: parte geral, volume 1. 10ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006,
p. 02.)

- Para o Professor Fernando Capez:


“O Direito Penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de
selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos à coletividade,
capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social, e
descrevê-los como infrações penais, cominando-lhes, em consequência, as
respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras complementares e gerais
necessárias à sua correta e justa aplicação.” (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito
Penal, volume 1, parte geral: (Arts. 1º a 120), 17ª edição, São Paulo: Saraiva, 2013,
p. 19.)

Para compreender o conceito do Direito Penal e não precisar apenas decorar


(não tente decorar os conceitos acima), vamos analisar cada um dos elementos que
estruturam o seu conceito, ou seja: ramo do Direito Público; institutos próprios;
tipificação das infrações penais e cominação das sanções penais.
Conforme visto no comentário da alternativo anterior, o ordenamento jurídico
é uno, porém apresenta ramificações para tratar das especificações das diversas
áreas de interessa da sociedade como Civil, Administrativa, Tributária, Penal, etc.
Pois bem, essas ramificações são agrupadas em dois grandes grupos, a saber,
Direito Público e Direito Privado.

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Resumidamente, o Direito Privado regula as relações entre indivíduos, quanto


às relações familiares, patrimoniais e obrigacionais. Enquanto o Direito Público
estabelece uma relação jurídica entre os indivíduos e o Estado ou mesmo relações
jurídicas entre os próprios órgãos que integram o Estado. Nesse ponto, conforme
visto na aula, o direito de punir pertence exclusivamente ao Estado, e por isso o
Direito Penal é parte do Direito Público.
O segundo elemento a ser abordado é as características do Direito Penal,
veremos ao longo do curso diversos institutos próprios do Direito penal como o crime,
a tipicidade, a ilicitude, a culpabilidade, e alguns princípios que são característicos
como os intranscendência das penas, da retroatividade da lei penal mais benigna, da
bagatela, entre outros. Cabe reforçar neste ponto que apesar de o Direito Penal
constituir institutos e princípios próprios, não podemos dizer que se trata de ramo
totalmente independente das demais ramificações do Direito.
O terceiro elemento é a Tipificação das Infrações Penais, cujas espécies são
os crimes e as contravenções penais. É desse elemento que decorre a
incumbência do Direito Penal estabelecer quais condutas serão consideradas crimes
bem como à sua aplicação temporal, espacial e no que se refere às pessoas por ela
abrangidas.
Consequentemente temos a Cominação de Sanções Penais como o quarto
elemento, que compreende as penas e medidas de segurança. Devemos entender
as Sanções Penais como o resultado ou consequência em razão da atitude do sujeito
perante a norma, cabendo ao Estado o dever de punir através do Direito Penal.

3. O Direito Penal tem normas que são indisponíveis, impostas e dirigidas a todas as
pessoas e tem o Estado como o titular exclusivo do direito de punir, e, portanto, como sujeito
passivo em todo crime ou contravenção penal.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito CERTO
Solução Rápida

A indisponibilidade se refere ao dever de aplicação das normas do Direito Penal


pelo Estado, pois ele é o titular exclusivo do jus puniendi (Direito de Punir) e sujeito
passivo nas relações jurídico-penais. E a imposição se refere à obrigatoriedade de
todas as pessoas obedecerem às referidas normas, sob pena de sanção penal.

Solução Completa

O Direito, de maneira geral, pode ser conceituado como um conjunto de


normas (regras e princípios) que acondiciona as condutas da vida em
sociedade, instituído por um ente soberano (O Estado) e imposto
coativamente a todos (A População).
É desse conceito que tiramos as características de indisponibilidade e imposição
do Direito Penal. A indisponibilidade decorre da lógica, pois o Estado tem o dever de
proteger os bens jurídicos, fundamenta-se num panorama contratualista, pois o
crime é considerado uma ofensa a um direito subjetivo individual e um dever Estatal.

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E no mesmo ponto, sendo o outro lado da moeda, fundamenta-se a obrigação


dirigida a todos os indivíduos da sociedade, conforme acertou John Locke:

“O único modo legítimo pelo qual alguém abre mão de sua liberdade natural e
assume os laços da sociedade civil consiste no acordo com outras pessoas para se
juntar e unir-se em comunidade, para viverem com segurança e paz umas com as
outras, com a garantia de gozar das suas posses, e de maior proteção contra quem
não faça parte dela.” (LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. 2. ed. São
Paulo: Martin Claret, 2006, p. 76.).

Desta forma, em todo crime o Estado será o sujeito passivo mediato, o que
não o impossibilita ser sujeito passivo imediato (diretamente prejudicado pelo crime)
em determinados crimes, a exemplo dos crimes contra a Administração Pública.

4. O objeto de estudo do Direito Penal são as infrações penais (que é sinônimo de crime) e
as respectivas sanções penais (que por sua vez se referem às penas).

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito ERRADO
Solução Rápida

O objeto de estudo do Direito Penal são as infrações penais (que é sinônimo


de crime) e as respectivas sanções penais (que por sua vez se referem às penas).

O erro da questão foi em restringir os conceitos de Infração Penal e Sanção


penal excluindo as contravenções penais e medidas de segurança, vamos reescrever:

O objeto de estudo do Direito Penal são as infrações penais (crimes e


contravenções penais) e as respectivas sanções penais (penas e medidas de
segurança).

Solução Completa

A questão cobrou o conhecimento sobre o objeto de estudo da Ciência da


Dogmática Penal que é a tipificação de condutas como infrações penais, que podem
ser tipificadas como crime ou contravenção penal, e também a previsão e aplicação
de sanções penais, que por sua vez podem ser penas ou medidas de segurança.
Sabendo disso, vamos rapidamente compreender o que é cada um desses
institutos.
1 - Infração Penal é gênero que se subdivide em duas espécies, crimes e
contravenções, por essa divisão é que o sistema adotado no Brasil foi o dualista ou
binário, sendo o que diferencia um do outro é o grau de gravidade da conduta medido
pelo legislador durante a elaboração da lei.
Vejamos a definição de crime e contravenção penal sob a ótica legal,
extraída do artigo 1º do Decreto-Lei 3.914/41, denominado de “Lei de Introdução do
Código Penal e da Lei das Contravenções Penais”:

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Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena
de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.”
A lei que rege as contravenções penais é o Decreto-Lei 3.688/1941, existem
outras diferenças entre crime e contravenção, a exemplo da limitação da pena
enquanto para os crimes o artigo 30 do Código Penal, com a redação dada pela Lei
13.964/2019, prevê o máximo de 40 anos, por sua vez a Lei das Contravenções
Penais prevê em seu artigo 10 o limite de 5 anos de prisão simples, demais definições
serão estudadas oportunamente durante o curso, tais com as definições formal,
material e analítica do crime, está com grande importância científica e didática.

2 - Sanção penal é gênero, do qual são espécies a pena e a medida de


segurança, aquela é a medida repressiva imposta aos indivíduos imputáveis que
tenham praticado crime ou contravenção penal, e esta é a sanção imposta aos
inimputáveis, em razão de sua periculosidade, que violaram uma norma penal.
O artigo 32 do Código Penal classifica as penas em três grupos: privativas de
liberdade; restritivas de direitos e de multa.
Ao passo que as medidas de segurança podem ser detentivas, internação em
hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou restritiva, sujeição a tratamento
ambulatorial, conforme artigo 97 do Código Penal.

5. O Direito Penal tem como função a proteção de todos os bens jurídicos, pois deve
preservar a paz pública, ou seja, garantir a ordem no convívio em sociedade.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito ERRADO
Solução Rápida

Não cabe ao Direito Penal a proteção de todos os bens jurídicos, mas apenas
daqueles mais relevantes, pois trata-se de ramo do Direito Público que intervém de
maneira mais drástica nos direitos individuais quando aplicado, portanto, tal restrição
serve como limitadora do poder punitivo estatal.

Solução Completa

O Direito Penal é uma importante ferramenta do Estado para a proteção dos


bens jurídicos, porém, não é a única. Nesse contexto o Direito Penal deve, diante de
todos os bens jurídicos que carecem de proteção, selecionar apenas os mais
relevantes, refere-se ao princípio de intervenção mínima do Direito Penal que
encontra expressão nos princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade.

Vamos ver os ensinamentos de Claus Roxin:

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“A proteção de bens jurídicos não se realiza só mediante o Direito Penal, senão


que nessa missão cooperam todo o instrumental do ordenamento jurídico.” (ROXIN,
Claus. Derecho penai- parte geral. Madrid: Civitas, 1997.1.1, p. 65.)

O professor Cezar Roberto Bitencourt aborda o mesmo ponto da seguinte


forma:
“A criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário
para a proteção de ataques contra bens jurídicos importantes.” (BITENCOURT, Cezar
Roberto. Tratada de direito penal: parte geral. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p.
54.)

Direito Penal é o ramo do Direito com a consequência jurídica mais drástica,


por isso não deve ser um remédio para todos os males, mas para casos extremos.
Deve ser reservado para condutas de especial gravidade. Revelando-se, assim, seu
caráter subsidiário, ele não visa proteger todos os bens jurídicos de toda e qualquer
lesão.
Cito um exemplo, a conduta de deixar de pagar ou atrasar o pagamento de
alguma parcela decorrente de algum contrato de aluguel ou de compra e venda, tal
conduta trata-se de uma ofensa a um bem jurídico, o direito de receber do credor,
todavia não se trata de um ilícito penal, pois o Direito Civil tem meios para coibir e
punir tais condutas, como multas, juros, protesto, penhora, entre outras, destarte a
aplicação do Direito Penal é desnecessária e desproporcional.

6. A finalidade de impedir a prática de novos delitos refere-se à finalidade preventiva do


Direito Penal, a qual se subdivide em: geral e especial, aquela se observa quando a pena é
imposta a qualquer indivíduo e os demais componentes da sociedade reagem a isso, e nesta
a análise é sobre os efeitos da pena na pessoa do acusado e não na sociedade.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito CERTO
Solução Rápida

Perfeito, ao estabelecer as condutas proibidas tipificando-as como infrações e


as sanções penais correspondentes, o Estado visa conservar a convivência pacífica e
harmônica entre as pessoas. As normas penais, portanto, são uma forma de coerção
que possuem uma finalidade social, que abona a imposição de penas aos indivíduos
que violam a norma penal.

Solução Completa

As funções retributiva e preventiva podem ser extraídas do caput do artigo


59 do Código Penal:

Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,


à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime:

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No mesmo sentido prevê o artigo 1º da Lei de Execução Penal (LEP), a Lei


7.210/84:

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença


ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração
social do condenado e do internado.

Para explicar a finalidade que possuem as penas, surgiram diversas teorias:

Teoria absoluta ou da retribuição:


O foco da pena é a punição do agente. A pena é a retribuição ou o castigo do
Estado para aquele que violou a norma penal.

Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção:


O foco da pena é prevenir que o crime aconteça. Para essa teoria a pena é uma
ferramenta para se alcançar a finalidade preventiva, que se dá por meio da prevenção
especial ou geral.
A análise da prevenção especial é sobre os efeitos da pena na pessoa do
acusado servindo, portanto, como desincentivo à repetição da conduta reprimida.
Nas palavras de Christiano Gonzaga:

“Na prevenção especial, quando alguém está cumprindo pena, devem ser
permitidos a ele os benefícios da execução penal, como a progressão de regime, a
remição da pena pelo trabalho e pelo estudo, saídas temporárias, entre outros.
Somente com essa reinserção social gradativa é que a pena terá cumprido o seu
papel ressocializador.” (GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição.
2018. São Paulo: Editora Saraiva. 2018. p. 120.)

Já a prevenção geral entende que as penas se voltam à sociedade, que passa


a compreender as proibições das normas penais. Fundamenta-se na coação
psicológica, de que o impulso sensitivo de cometer o crime pode ser eliminado se o
agente souber que sua conduta não compensa frente às consequências da aplicação
do Direito Penal. O fim imediato da pena seria, então, intimidar todos os cidadãos
por meio da lei, desincentivando conduta semelhante à do infrator.

7. O Direito Penal é regido por normas que por sua vez se subdividem em regras e
princípios.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito CERTO
Solução Rápida

Para nunca mais esquecer: norma é gênero, do qual são espécies as regras e
os princípios.

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Solução Completa

Conforme entendimento doutrinário conceituado, as normas jurídicas


consistem em proposições hipotéticas, é uma norma de conduta bilateral (ao mesmo
tempo que estabelece direitos e garantias impõe obrigações), de forma que seu
desígnio imediato ou mediato é conduzir o comportamento das pessoas e do próprio
Estado, dotada de coercibilidade (tem o poder de se fazer cumprir à força), sendo a
vocação especial da norma jurídica a realização do Direito. Ficou muito abstrato?
Vamos tentar deixar claro com um exemplo, a estrutura da norma penal pode ser
resumida da seguinte forma: Se mato alguém, então incide o artigo 121 do CP; se
há a incidência, então devo ser punido (sanção).
Prosseguindo, conforme Hans Kelsen, em sua obra “Teoria Pura do Direito, nos
ensina que para a teoria normativa, só se pode falar em direito onde há um
ordenamento jurídico, ou seja, um conjunto ordenado de normas. Disso podemos
compreender que a norma é a responsável por dar juridicidade às relações, pois não
há relação que seja naturalmente jurídica (há relações morais, éticas, sociais,
econômicas) de sorte que é a norma que impõe juridicidade e, portanto,
imperatividade. A norma qualifica a relação como jurídica.
Compreendido o que é norma penal, vamos compreender as diferenças entre
suas espécies, regras e princípios, para isso cito os ensinamentos de Ronald
Dworking:

"As regras são aplicáveis à maneira do tudo-ou-nada. Dados os fatos que uma
regra estipula, então ou a regra é válida, e neste caso a resposta que ela fornece
deve ser aceita, ou não é válida, e neste caso em nada contribui para a decisão
(...).Os princípios possuem uma dimensão que as regras não têm - a dimensão do
peso ou importância. Quando os princípios se intercruzam (...), aquele que vai
resolver o conflito tem de levar em conta a força relativa de cada um" (Levando o
Direito a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 35-46.).

Nessa obra, Ronald Dworkin cita o caso “Riggs contra Palmer” em que um
jovem, visando ficar com a herança, matou o seu avô. O Tribunal de Nova Iorque,
ao julgar o caso em 1889, constatou que a legislação local da época não previa o
homicídio como causa de exclusão da sucessão. Para solucionar o caso, o Tribunal
aplicou um princípio do direito, não legislado, que diz que ninguém pode se beneficiar
de sua própria perversidade ou ilicitude. A consequência foi que o assassino não
recebeu a herança.
Destaca-se dessa forma que regras e princípios são normas com características
distintas, mas ambas vinculantes e, em certos casos, os princípios poderão justificar,
de forma mais razoável, a decisão judicial no caso concreto.

8. O princípio da legalidade proíbe o juiz de criar figura típica não prevista na lei, por
analogia ou interpretação extensiva, entretanto, o julgador pode, para benefício do réu,
combinar dispositivos de uma mesma lei penal para aplicar a pena mais adequada ao caso
concreto.

Certo ( ) Errado ( )

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Gabarito ERRADO
Solução Rápida

A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XXXIV, e o Código Penal em seu
art. 1º apresentam a seguinte norma: “não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Desta forma, em respeito ao
princípio da legalidade, verificamos a exigência de lei, em sentido estrito, para a
criação do tipo penal e a aplicação de penas.

Solução Completa

O princípio da Legalidade é uma norma importante, pois dela decorrem


relevantes consequências para o Direito Penal, ou seja, a proibição da retroatividade
da lei penal; a proibição da criação de crimes e penas pelo costume; a proibição do
emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas e a proibição
de incriminações vagas e indeterminadas.
Esse princípio está expressamente previsto na Constituição Federal em seu art.
5º, inciso XXXIV, e, também, no Código Penal em seu art. 1º. Vamos ver a literalidade
desses dispositivos:

Constituição Federal
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

Código Penal
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal

Apresentado o princípio vamos o que seriam a analogia e a interpretação


extensiva mencionadas na questão:

A analogia é técnica de integração do Direito, sua função é suprir as lacunas da


lei em determinados casos com a utilização de outras normas que regulam situações
semelhantes. Dessa forma, a analogia não pode ser utilizada para normas penais
incriminadoras, in malam partem, mas sim a analogia in bonam partem, ou seja,
para beneficiar o réu.
A interpretação extensiva, por sua vez, é uma classificação da interpretação
quanto ao resultado. Diz-se extensiva a interpretação quando se considera que a lei
expressa menos do que pretende, diz menos do que queria dizer. Nestes casos,
busca-se adequar o sentido da lei para que o seu alcance seja o adequado.

Constatamos que o princípio da legalidade proíbe a criação de figura típica não


prevista na lei, por exemplo, utilizando-se da analogia. Em relação à interpretação

MUDE SUA VIDA!


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extensiva de normas penais existe controvérsia a respeito de adotá-la quando se


trata de situação contrária ao interesse do réu, havendo basicamente duas posições
doutrinárias: a primeira admite a interpretação extensiva, que amplia o alcance da
norma penal, somente para beneficiar o réu; a segunda entende que a interpretação
é apenas uma forma de se extrair o sentido da norma, não se tratando de sua
alteração, portanto, admite quando beneficia ou não. Por ser tema controvertido, não
costuma ser cobrado de forma direta nas provas, mas é importante compreender
para o estudo da matéria.

Continuando a análise da questão, na parte final a afirmação de que “o julgador


pode, para benefício do réu, combinar dispositivos de uma mesma lei penal para
aplicar a pena mais adequada ao caso concreto” está incorreta, pois também é
necessária lei prévia em sentido estrito para a cominação das penas, função essa do
legislador, não do julgador.
Apesar de ser ponto controverso na doutrina, o Superior Tribunal de Justiça
tem se posicionado pela não admissão da combinação de leis penais:

Sumula 501
É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

No mesmo sentido o Supremo Tribunal Federal também tem julgado


contrariamente à possibilidade de combinação de leis penais:

“Embargos de declaração no agravo regimental no recurso extraordinário com


agravo. Matéria criminal. Questões afastadas nos julgamentos anteriores. Ausência
de obscuridade. Precedentes. Rejeição dos embargos. Aplicação retroativa do § 4º
do art. 33 da Lei nº 11.343/06 sobre a pena cominada com base na Lei nº 6.368/76.
Impossibilidade. Precedente. Necessidade de se recalcular a pena com base na
legislação mais benéfica ao recorrente. Ordem de habeas corpus concedida de ofício.
1. No julgamento do agravo regimental, as questões postas pela parte embargante
foram enfrentadas adequadamente. Inexiste, portanto, qualquer dos vícios do art.
337 do RISTF. 2. O Plenário da Suprema Corte, no julgamento do RE nº 600.817/MS,
Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu pela impossibilidade da aplicação
retroativa do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06 sobre a pena cominada com base
na Lei nº 6.368/76, ou seja, pela não possibilidade de combinação de leis. 3.
Embargos de declaração rejeitados. 4. Habeas corpus concedido de ofício para que o
juízo de piso realize novamente a dosimetria da pena considerando a legislação mais
benéfica ao embargante, nos estritos termos do RE nº 600.817/MS.” (ARE 703988
AgR-ED/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, Julgamento em 09/04/2014).

9. Não há crime sem lei ou decreto anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação.

MUDE SUA VIDA!


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Certo ( ) Errado ( )

Gabarito ERRADO
Solução Rápida

“Não há crime sem lei ou decreto anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação”

Decretos não podem tratar sobre matéria penal e a prévia cominação das penas
também devem ser por meio de lei!

Código Penal

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal

Solução Completa

Já vimos que o princípio da legalidade exige lei em sentido estrito para a


previsão de crime. Assim, não se pode prever um novo crime em uma medida
provisória, em uma lei delegada e muito menos em um decreto, se pudessem, seria
um convite para a tirania dos governantes.
Vamos aproveitar para solidificar o conhecimento sobre o princípio da
legalidade.
Em um Estado Democrático de Direito, que é o caso do Brasil, há o
reconhecimento de direitos fundamentais e da separação de poderes, a constituição
se encontra no topo hierárquico do ordenamento jurídico e o poder emana do povo.
Neste contexto, a legalidade é o único meio para se limitar direitos individuais, já que
a lei representa, respeitando o processo legislativo, a vontade do povo.
Encontramos o fundamento dessa posição na Constituição no inciso II do seu
artigo 5º:

II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei

No ramo do Direito Penal já vimos os textos trazidos na Constituição e no


Código Penal, todavia há outra importante previsão do princípio da legalidade no
Pacto de São José da Costa Rica, do qual o Brasil faz parte, vejamos:

Artigo 9º - Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no


momento em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito
aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no
momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a
imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.

Destarte, notamos que decorrem da legalidade os princípios da anterioridade


e o da reserva legal, vejamos:

MUDE SUA VIDA!


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- Do princípio da anterioridade devemos entender que a lei precisa ser anterior


ao fato criminoso, excetuando apenas a lei penal mais benéfica, que pode retroagir
para beneficiar o réu.
- Do princípio da reserva legal notamos a exigência de lei em sentido estrito
que é a espécie normativa que atenda, cumulativamente, ao critério material
(conteúdo) e critério formal de lei (processo legislativo, arts. 59 a 69 da CF).

10. A competência para legislar sobre Direito Penal é privativa da União e indelegável.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito ERRADO
Solução Rápida
A competência para legislar sobre Direito Penal é privativa da União e
indelegável.
De fato, a competência para legislar sobre direito penal é privativa da União,
porém é delegável por meio de lei complementar aos Estados da federação, vejamos
a previsão constitucional:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho (...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Solução Completa
A questão nos remete à temática das Fontes do Direito que designam tanto os
modos de elaboração quanto os de revelação da norma jurídica.
Com relação a fontes formais do Direito Penal podemos citar como exemplos
o Código Penal, a Constituição Federal, a lei das Contravenções Penais, a lei da
Lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/1998), a lei Organizações Criminosas (Lei nº
12.850/2013), dentre outros diplomas.
Por outro lado, como fonte material do Direito Penal podemos apontar o
Congresso Nacional, ou, de forma mais ampla, a União, que elabora as leis penais e
altera ou revoga as existentes por meio do processo legislativo regido nos termos
dos artigos 59 a 69 da CF.
Nesse ponto encontramos o fundamento para responder à questão, para a
doutrina a única fonte material é o Estado, que possui a prerrogativa de elaboração
de leis penais. Conforme os termos já mencionados do artigo 22 da CF, compete à
União, de forma privativa, legislar sobre Direito Penal, entretanto, o parágrafo único
do mesmo artigo prevê que lei complementar federal pode autorizar os Estados-
Membros e o Distrito Federal a legislarem sobre questões específicas de Direito Penal.

11. Considerando o conceito do Direito Penal e sua posição no Ordenamento Jurídico,


assinale a alternativa correta:

MUDE SUA VIDA!


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a) O Direito Penal garante ao Estado o direito de punir de forma irrestrita.


b) O Direito Penal é ramo do direito privado.
c) O Estado figura como sujeito passivo em todo e qualquer crime ou contravenção
penal.
d) O objeto de estudos do Direito Penal é somente os crimes.
e) O objeto de estudos do Direito Penal é somente as penas.

Gabarito letra C
Solução Rápida
A – ERRADA. O Direito Penal garante ao Estado o direito de punir de forma
irrestrita.
Direito Penal também pode ser visto sob a ótica protetiva, ou seja, como
limitador do poder punitivo estatal.

B – ERRADA. O Direito Penal é ramo do direito privado.


O Direito Penal rege a relação jurídica entre as pessoas e o Estado, por isso é
um ramo do direito público.

C – CORRETA. O Estado figura como sujeito passivo em todo e qualquer crime


ou contravenção penal.
A afirmação está correta pois, como o Estado é quem cria as normas penais e
é o titular do direito de punir, todo crime significa uma ofensa a ele.

C – ERRADA. O objeto de estudos do Direito Penal é somente os crimes.


D – ERRADA. O objeto de estudos do Direito Penal é somente as penas.
O objeto de estudo do Direito Penal são as infrações penais e as respectivas
sanções penais.

Solução Completa

A - O Direito Penal garante ao Estado o direito de punir de forma irrestrita.


O Estado não pode exercer o seu direito de punir de maneira ilimitada, para
isso é preciso obedecer a diversos princípios e regras, tais como o devido processo
legal, dignidade da pessoa humana, legalidade, dentre outros. Apenas como
exemplo, vejamos alguns dispositivos constitucionais que restringem o direito de
punir Estatal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;

MUDE SUA VIDA!


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c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

B - O Direito Penal é ramo do direito privado.


O Direito Penal é Ramo do Direito Público, conforme comentários da Questão
de número 2.

C - O Estado figura como sujeito passivo em todo e qualquer crime ou


contravenção penal.
Exatamente. O sujeito passivo do crime é aquele que sofre suas consequências.
Nesse ponto a doutrina divide o sujeito passivo em duas categorias: Formal e
Material.
Como sujeito passivo formal ou mediato temos o Estado, pois, como é ele
quem criou as normas penais e é o titular do direito de punir, todo crime significa
uma ofensa ao Estado. Dessa forma, em todo crime o Estado será o sujeito passivo
mediato.
Como sujeito passivo material ou imediato temos o titular do bem jurídico
lesado ou ameaçado de lesão, pode ser pessoa física ou jurídica, conforme o caso.
Inclusive o próprio Estado pode ser sujeito passivo imediato ou material (diretamente
prejudicado pelo crime) em determinados crimes, a exemplo dos crimes contra a
Administração Pública.

D - O objeto de estudos do Direito Penal é somente os crimes.


E - O objeto de estudos do Direito Penal é somente as penas.
O objeto de estudo do Direito Penal são as infrações penais (crimes e
contravenções penais) e as respectivas sanções penais (penas e medidas de
segurança). Caso ainda tenha ficado alguma dúvida nesse ponto eu indico os
comentários da questão 4 desse material.

12. Com relação às Ciências Criminais, considere:

I. Ciência jurídica que se destina a interpretar, sistematizar e desenvolver as normas


penais.

II. Ciência empírica que tem por objeto o estudo das causas e contexto social do
crime.

III. Estudos do Poder que tem o Estado de definir as diretrizes do controle social,
constituindo-se numa ponte entre a Ciência jurídico-penal e a realidade.

Os conceitos apresentados estão respectivamente relacionados às ciências:

a) I. Direito Penal, II. Criminologia e III. Política Criminal.


b) III. Política Criminal, II. Criminologia e I. Direito Penal.
c) II. Criminologia, I. Direito Penal e III. Política Criminal.
d) III. Política Criminal, I. Direito Penal e II. Criminologia.
e) I. Direito Penal, III. Política Criminal e II. Criminologia.

MUDE SUA VIDA!


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Gabarito letra A
Solução Rápida

I – Direito Penal é a Ciência jurídica que se destina a interpretar, sistematizar


e desenvolver as normas penais. (Dogmática Penal) Ciência Normativa, do “dever
ser”.
II – Criminologia é a Ciência empírica que se ocupa do estudo do crime, da
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo.

III – Política Criminal é a Ciência Política do Direito Penal que se ocupa dos
Estudos do Poder que tem o Estado de definir as diretrizes do controle social,
constituindo-se numa ponte entre a Ciência jurídico-penal e a realidade.

Solução Completa

Assunto que não vai cair na prova, mas vai ampliar a visão nos estudos do
Direito Penal e ajudar na compreensão dos seus institutos e metodologias. Na seara
das Ciências Penais a doutrina pode apresentar diversas nomenclaturas ou outras
ciências, mas podemos afirmar que são as áreas que predominam as ciências penais:
a Dogmática Penal (Direito Penal), a Política criminal e a Criminologia.
Elas não são ciências incomunicáveis, mas se inter-relacionam, sendo
imperativo, para compreender o Direito Penal, ter em mente a interação dessas
ciências, que formam o tripé para os estudos das ciências penais.
É com essa relação que o Estado adota a Política Criminal para determinar quais
medidas são mais adequadas para a sociedade, com fundamentos apresentados pela
criminologia, que se mostra mais versátil e apta a apresentar a realidade dela, com
estudos empíricos e interdisciplinares sobre o crime, criminoso, vítima e possíveis
métodos de controle social, que culminam na fundamentação para a formação de
leis, estruturando as teorias da parte geral do Código Penal e apontando as condutas
que devem ser penalizadas na parte especial e fundamentando também as demais
leis penais. Nessa estrutura cumpre ressaltar a função do direito penal de proteção
dos bens jurídicos mais importantes para a sociedade, criando normas de conduta e
penalizando seus infratores.

13. Com relação à finalidade do Direito Penal, assinale a alternativa INCORRETA:

a) O Direito Penal possui, ao menos, duas finalidades: prevenção e retribuição.


b) A finalidade preventiva visa impedir a prática de novos delitos.
c) A finalidade retributiva visa a imposição de um castigo ao agente infrator.
d) Não há previsão expressa no atual Código Penal brasileiro sobre as finalidades do
Direito Penal.
e) A finalidade preventiva se subdivide em: geral e especial.
Gabarito letra D
Solução Rápida

A – CORRETA. O Direito Penal possui, ao menos, duas finalidades: prevenção e


retribuição.

MUDE SUA VIDA!


21
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São as finalidades que encontramos no artigo 59, está citado abaixo. Podemos,
ainda, analisando o sistema jurídico, encontrar uma terceira finalidade, a
ressocialização do infrator, apesar de que na prática isso não ser visualizado.

B - CORRETA. A finalidade preventiva visa impedir a prática de novos delitos.


Tal finalidade pode ser dividida em dois aspectos, geral e especial, um visa
desincentivar a prática de de novos delitos pela comunidade, o outro tem foco na
figura do infrator.

C - CORRETA. A finalidade retributiva visa a imposição de um castigo ao agente


infrator.
O único objetivo aqui é devolver o mal para o criminoso.

D - INCORRETA. Não há previsão expressa no atual Código Penal brasileiro


sobre as finalidades do Direito Penal.
Encontramos as finalidades do Direito Penal no art. 59 do Código Penal:

Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,


à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime:

E - CORRETA. A finalidade preventiva se subdivide em: geral e especial.


Quanto a esses aspectos podemos visualizar duas características sobre sua
missão, positiva e negativa. A positiva visa conquistar a confiança da sociedade no
sistema penal, pois ao ver um crime ser penalizado a sociedade como um todo se
sente segura. A característica negativa, por outro lado, visa impor o medo na
sociedade em seguir os passos criminosos dos infratores, pois viu que o crime não
compensa.

Solução Completa

Ao tratar sobre a finalidade do Direito Penal em grande medida estamos


analisando as consequências da aplicação da pena perante a sociedade e o criminoso,
portanto, remeto a leitura dos comentários da questão 6 desse material.

14. Para a maioria da doutrina, qual a função do Direito Penal brasileiro?

a) Demonstrar o poder Estatal.


b) Proteção do Ordenamento Jurídico.
c) Proteger a vida.
d) Proteção dos Bens Jurídicos mais relevantes.
e) Garantir ao Estado o poder de intervenção para reprimir classes sociais.
Gabarito letra D
Solução Rápida

A – ERRADA. Demonstrar o poder Estatal.

MUDE SUA VIDA!


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Incompatível com o Estado Democrático de direito, como vimos, o próprio


Direito Penal é o ramo do Direito com a consequência jurídica mais drástica, por isso
é justificado o princípio da intervenção mínima, por exemplo.

B – ERRADA. Proteção do Ordenamento Jurídico.


A doutrina apresenta 2 correntes quando falamos em função imediata do direito
penal: 1ª Corrente diz que a missão imediata do Direito Penal é proteger bens
jurídicos (Roxin- mais aceita). Uma 2ª Corrente diz que a missão imediata é
assegurar o ordenamento, a vigência da norma (Jacobs). Esta não é a teoria adotada,
como veremos na alternativa D.

C – ERRADA. Proteger a vida.


A vida é um bem jurídico que merece proteção Estatal, entretanto não é a única,
podemos pensar nos crimes contra o patrimônio, contra a honra, dentre outros.

D – CORRETA. Proteção dos Bens Jurídicos mais relevantes.


Exatamente. Diante de todos os bens jurídicos que carecem de proteção, o
Direito Penal deve selecionar apenas os mais relevantes e as condutas mais gravosas.

E – ERRADA. Garantir ao Estado o poder de intervenção para reprimir classes


sociais.
A afirmação da alternativa se aproxima do Direito Penal do autor, consistente
na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos, desejos ou estilo de vida, o
que é vedado, já que adotamos o Direito Penal do fato, em que se pode julgar um
caso considerando o fato, as condutas humanas voluntárias.

Solução Completa

Remeto o aluno a leitura dos comentários da questão 5 desse material para


complementar o exposto acima.

15. Observando os princípios do Direito Penal diante da sistemática do Ordenamento


Jurídico, assinale a alternativa com a afirmação correta:

a) Princípios não têm força normativa.


b) Os princípios estão hierarquicamente abaixo das leis.
c) Os princípios do Direito Penal servem como limitadores do poder punitivo estatal
estabelecendo valores a serem seguidos ou finalidades a serem atingidas.
d) Por serem abstratos, não é possível encontrar previsão expressa dos princípios na
legislação.
e) Princípio é gênero que se subdivide em normas e regras.
Gabarito letra C
Solução Rápida

A – ERRADA. Princípios não têm força normativa.


Os princípios enquanto espécies de normas tem sim força normativa.

B – ERRADA. Os princípios estão hierarquicamente abaixo das leis.

MUDE SUA VIDA!


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Ao contrário, as leis quando elaboradas ou aplicadas devem respeitar os


princípios que regem o ordenamento jurídico.

C – CORRETA. Os princípios do Direito Penal servem como limitadores do


poder punitivo estatal estabelecendo valores a serem seguidos ou finalidades a
serem atingidas.
Questão auto explicativa, pois de fato os princípios têm grande relevância no
sistema jurídico, servindo de base para a interpretação, integração, conhecimento e
aplicação do direito.

D – ERRADA. Por serem abstratos, não é possível encontrar previsão expressa


dos princípios na legislação.
Há diversos princípios expressamente previstos em nosso ordenamento
jurídico, a exemplo do princípio da legalidade, diversas vezes aqui citado .

E – ERRADA. Princípio é gênero que se subdivide em normas e regras.


A questão inverteu, vamos corrigir:
Norma é gênero que se subdivide em princípios e regras.

Solução Completa

Já aprofundamos nesse tema nos comentários da questão 7, mas é conveniente


ver os ensinamentos do Professor Guilherme Nucci, a saber:

Etimologicamente, princípio tem vários significados, entre os quais o de


momento em que algo tem origem; causa primária, elemento predominante na
constituição de um corpo orgânico; preceito, regra ou lei; fonte ou causa de uma
ação.
No sentido jurídico, não se poderia fugir de tais noções, de modo que o conceito
de princípio indica uma ordenação, que se irradia e imanta os sistemas de
normas, servindo de base para a interpretação, integração, conhecimento e aplicação
do direito positivo.
Há princípios expressamente previstos em lei, enquanto outros estão implícitos
no sistema normativo. Existem, ainda, os que estão enumerados na Constituição
Federal, denominados de princípios constitucionais (explícitos e implícitos) servindo
de orientação para a produção legislativa ordinária, atuando como garantias diretas
e imediatas aos cidadãos, bem como funcionando como critérios de interpretação e
integração do texto constitucional. (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito
penal. – 16. ed. – Rio de Janeiro: Forensse, 2020. P.96)

16. Acerca dos princípios e fontes do direito penal, assinale a opção correta:

a) É indelegável a competência legislativa sobre Direito Penal.


b) A única fonte formal do Direito Penal é o Código Penal.
c) A fonte indireta do Direito Penal é a Lei.
d) Os costumes são fontes diretas do Direito Penal.
e) A única fonte material é o Estado cuja competência para legislar sobre Direito Penal
é privativa da União.

MUDE SUA VIDA!


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Gabarito letra E
Solução Rápida

A – ERRADA. É indelegável a competência legislativa sobre Direito Penal.


Há previsão expressa no parágrafo único do artigo 22 da Constituição que Lei
complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre Direito Penal.

B – ERRADA. A única fonte formal do Direito Penal é o Código Penal.


O Código Penal não é a única fonte, podemos citar como exemplos a
Constituição Federal, a lei das Contravenções Penais, dentre outras.

C – ERRADA. A fonte indireta do Direito Penal é a Lei.


A lei é fonte DIRETA do Direito penal

D – ERRADA. Os costumes são fontes diretas do Direito Penal.


Os costumes, no sistema jurídico adotado no Brasil, não são fontes diretas do
Direito, pois não servem para criar ou revogar lei penal, apesar de servirem para o
processo de interpretação.

E – CORRETA. A única fonte material é o Estado cuja competência para legislar


sobre Direito Penal é privativa da União.
Considera-se fonte material a via pela qual se produz o direito, criando normas
penais, que, nesse caso, é a União, através do Congresso Nacional, nos termos do
artigo 22, I, da CF.

Solução Completa

As fontes do Direito Penal indicam o lugar de onde vem (fonte material) e como
se revela a norma Penal (fonte formal). Vamos esquematizar as classificações das
fontes:
Fonte material: Se refere ao órgão encarregado pela produção do Direito Penal.
Temos, portanto, que a União é fonte material do Direito Penal (art. 22, inc. I da CF).
No entanto, a Lei complementar pode autorizar o Estado a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas com o Direito Penal (art. 22, par. único da CF).
Fonte Formal: É o instrumento pelo qual se leva a conhecimento, ou seja, meio
de revelação da norma penal. A Fonte formal pode ser dividida em imediata- a Lei;
e fonte formal mediata- costumes e princípios gerais de Direito.
Com relação à fonte formal imediata, de acordo com a doutrina moderna,
podemos enumerá-la da seguinte forma:
1 - Lei: única capaz de criar infração penal e cominar sanção penal.
2 - Constituição Federal: não cria infração penal nem comina sanção penal.
Porém, a CF fixa alguns patamares abaixo dos quais a intervenção penal não se pode
reduzir (mandados constitucionais de criminalização ex. Art. 5, inc. XLI, XLII, XLIII).
3- Tratados Internacionais de Direitos Humanos: não criam crime, não
cominam pena para o Direito Interno.
4- Jurisprudência: também não cria crime e não comina pena. Exemplo, Súmula
Vinculante Art. 71 do Código Penal “condições de tempo”, a jurisprudência que revela

MUDE SUA VIDA!


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o crime continuado dentro do prazo de 30 dias, “condições de lugar” ela revela as


condições de ser a mesma comarca e comarcas contíguas.
5- Princípios: Não criam crime, nem cominam pena. Porém tem carga
normativa, vários são os julgados absolvendo ou reduzindo pena com base em
princípios.

17. Sobre a retroatividade de lei penal é correto afirmar que:

a) Não possui previsão constitucional


b) É vedado a retroatividade da lei penal em qualquer caso
c) Lei posterior que estabeleça uma situação mais gravosa para o réu se aplica nos casos
cujos processos ainda estejam pendentes de julgamento.
d) Retroagirá a lei posterior que de alguma forma beneficiar o réu
e) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, desde que não tenham sido decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
Gabarito letra D
Solução Rápida

A – ERRADA. Não possui previsão constitucional.


Há previsão expressa no artigo 5º, XXXIX: não há crime sem lei anterior que
o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

B – ERRADA. É vedado a retroatividade da lei penal em qualquer caso


Existe exceção que é quando a lei posterior for benéfica, conforme diz o artigo
5º, XL: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

C – ERRADA. Lei posterior que estabeleça uma situação mais gravosa para o
réu se aplica nos casos cujos processos ainda estejam pendentes de julgamento.
A anterioridade da lei incriminadora e a cominação devem ser verificadas em
relação ao fato, ao passo que se já há processo não pode aplicar lei posterior que
estabeleça situação mais gravosa, nesse caso, aplica-se a lei vigente no momento do
fato.

D – CORRETA. Retroagirá a lei posterior que de alguma forma beneficiar o réu.


É o que encontramos no artigo 2º do Código Penal:

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.

E – ERRADA. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-


se aos fatos anteriores, desde que não tenham sido decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.

MUDE SUA VIDA!


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Conforme vimos no artigo 2º, parágrafo único acima citado, deve-se aplicar
ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado

Solução Completa

Do princípio da legalidade extraímos que não basta que exista lei tipificar uma
conduta como crime, mas precisa ser anterior ao para que este se amolde à norma
e então surja o direito de punir do Estado.
Do princípio da anterioridade decorre o princípio da irretroatividade, na prática
eles significam a mesma coisa, concluímos, portanto, que uma conduta somente
poderá ser considerada infração penal se estiver prevista em uma lei anterior, não
podendo retroagir para alcançar fatos pretéritos a data de sua vigência. A exceção a
este princípio é a lei penal mais benéfica, que pode retroagir para beneficiar o réu.

18. Conforme jurisprudência do STF, do princípio da Legalidade é possível extrair as


seguintes consequências, exceto:

a) Proibição da retroatividade da lei penal


b) Proibição da criação de crimes pelo costume
c) Proibição da criação de penas pelo costume
d) Proibição do emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas
e) Proibição de medida provisória tratar sobre Direito Penal, mesmo que seja benéfica.
Gabarito letra E
Solução Rápida

Todas as alternativas apresentam consequências decorrentes da aplicação do


princípio da legalidade, exceto a alternativa E, pois contrariou o entendimento já
sumulado do STF, pois a vedação se restringe à possibilidade de criar crimes e
cominar penas, mas medida provisória in bonam partem, ou seja, benéfica, é
permitida para tratar sobre Direito Penal.

Solução Completa
Os comentários das questões 8 e 9 se mostram importantes também para essa
questão, portanto, indico a leitura deles.
Aproveito aqui para comentar sobre as Medidas Provisórias sobre matéria de
direito penal, elas são norma jurídica, ou seja, lei em sentido amplo, mas não em
sentido estrito, de modo que não pode criar lei penal (Não se amolda no conceito de
fonte formal imediata). Podemos encontrar isso da literalidade do Art. 62, §1º, I, “b”,
da CF/88:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria
I - Relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;

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Tal vedação se dá, pois, a medida é ato de vontade exclusivo do Presidente da


República, não nascendo da participação dos representantes do povo (Câmara dos
Deputados). Outro motivo se dá pela temporalidade e eficácia condicionada, pois a
medida provisória deve ser elaborada apenas em situações de relevância e de
urgência, possuindo validade por 60 dias, prorrogáveis por outros 60 dias. Passado
o período de vigência, a medida provisória pode ser ou não convertida em lei, caso
não o seja, haverá perda de sua eficácia.
Fica evidente, assim, que não há compatibilidade entre as normas penais
incriminadoras e as medidas provisórias, já que não se pode pensar na previsão de
um crime por uma forma legislativa cuja eficácia será condicional, aguardando sua
conversão em lei ou não. Não teria o menor sentido iniciar um processo penal, por
exemplo, sem saber se ele terá eficácia antes mesmo de conseguir marcar a primeira
audiência.
Entretanto, como em quase toda matéria de Direito, há a controvérsia sobre a
possibilidade de edição de medida provisória sobre Direito Penal, desde que se trate
de norma penal não incriminadora. Em que pese seja um julgado anterior à Emenda
Constitucional nº 32, que trouxe para a redação do art. 62 a vedação sobre MP tratar
de Direito Penal, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 254.818/PR,
sinalizou ser possível a edição de medida provisória sobre Direito Penal não
incriminador, ou seja, em benefício do réu. Vejamos:

“I. Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída


pela doutrina consensual – da interpretação sistemática da Constituição -, não
compreende a de normas penais benéficas, assim, as que abolem crimes ou lhes
restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção
de pena ou de extinção de punibilidade. II. Medida provisória: conversão em lei após
sucessivas reedições, com cláusula de "convalidação" dos efeitos produzidos
anteriormente: alcance por esta de normas não reproduzidas a partir de uma das
sucessivas reedições. III. MPr 1571-6/97, art. 7º, § 7º, reiterado na reedição
subsequente (MPr 1571-7, art. 7º, § 6º), mas não reproduzido a partir da reedição
seguinte (MPr 1571-8 /97): sua aplicação aos fatos ocorridos na vigência das edições
que o continham, por força da cláusula de "convalidação" inserida na lei de
conversão, com eficácia de decreto-legislativo.” (RE 254.818, Relator Ministro
Sepúlveda Pertence, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Julgamento em 08/11/2000).

19. O Direito Penal é regido por diversos princípios, dentre eles o princípio da legalidade e
o princípio da reserva legal, sendo que este é:

a) a exigência de lei para a criação de crimes ou contravenções e cominação de penas.


b) uma das vertentes daquele, determinando que somente lei em sentido estrito pode
definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais.
c) a competência exclusiva da União para legislar sobre crimes.
d) aplicado somente para a cominação dos crimes e não das penas.
e) a proibição da retroatividade de lei penal
Gabarito letra B
Solução Rápida

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Do princípio da legalidade decorrem os princípios da anterioridade e da reserva


legal.
O princípio da anterioridade impede que alguém seja punido por fato que, ao
tempo de seu cometimento, não constituía delito.
O princípio da reserva legal determina que somente lei em sentido
estrito (critérios material e formal) pode definir condutas criminosas e
estabelecer sanções penais.

Solução Completa

Nesse ponto já vimos bastante sobre o princípio da legalidade, mas, para você
gabaritar na sua prova, vamos ver os ensinamentos do Professor Guilherme de Souza
Nucci:

“Trata-se do fixador do conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja,


os tipos penais, mormente os incriminadores, somente podem ser criados através de
lei em sentido estrito, emanada do Poder Legislativo, respeitado o procedimento
previsto na Constituição. Encontra-se previsto, expressamente, no art. 5.º, XXXIX,
da CF, bem como no art. 1.º do Código Penal (será estudado em capítulo próprio).”

Ainda sobre a legalidade, mas agora sobre o corolário Princípio da


Anterioridade, o Professor faz os seguintes comentários:

“Significa que uma lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato
concreto, caso tenha tido origem antes da prática da conduta para a qual se destina.
Como estipulam o texto constitucional e o art. 1.º do Código Penal, “não há crime
sem l e i anterior que o defina”, nem tampouco pena “sem prévia cominação legal”
(destacamos).
De nada adiantaria adotarmos o princípio da legalidade, sem a correspondente
anterioridade, pois criar uma lei, após o cometimento do fato, seria totalmente inútil
para a segurança que a norma penal deve representar a todos os seus destinatários.
O indivíduo somente está protegido contra os abusos do Estado, caso possa ter
certeza de que as leis penais são aplicáveis para o futuro, a partir de sua criação,
não retroagindo para abranger condutas já realizadas.” (NUCCI, Guilherme de Souza.
Manual de direito penal. – 16. ed. – Rio de Janeiro: Forensse, 2020.)

Para complementar, remeto o aluno à leitura dos comentários das questões 8


e 9.

20. O princípio que impede o uso dos costumes e analogia para criar tipos penais
incriminadores ou agravar as infrações existentes é:

IV. proporcionalidade.
V. pessoalidade.
VI. legalidade.
VII. individualização.
VIII. Culpabilidade.

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Gabarito letra C
Solução Rápida

Apesar de apresentar alguns princípios que ainda serão estudos nesse curso, já
podemos gabaritar a questão.
Dessa forma, o princípio da LEGALIDADE impede o uso dos costumes e
analogia para criar tipos penais incriminadores ou agravar as infrações existentes.

Solução Completa

Assunto recorrente em concursos, indico a leitura dos comentários das questões


8, 9, 18 e 19.

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