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Você sabia que é possível anular uma multa de trânsito por transitar acima da velocidade mesmo
sendo culpado pela infração?
Leia este post até o final porque eu tenho certeza de que você ganhará muito conhecimento a
respeito do assunto!
Então vamos lá!
A infração por transitar acima da velocidade é uma das mais cometidas no nosso país (e creio que
seja a maior).
E uma das razões disso, é que as autuações por excesso de velocidade são em sua grande maioria,
realizadas por aparelhos medidores instalados nas rodovias, estradas ou avenidas das nossas
cidades, onde autuam praticamente 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano.
Em outras palavras, são os melhores empregados que órgãos de trânsito podem ter, porque não
precisam comer nem beber e só recebem uma manutenção 1 vez por ano (quando recebem)!
Para você ter uma ideia, olhe estes números que retirei do site de DETRAN aqui do Rio Grande do
Sul a respeito da quantidade de multas aplicadas a cada ano:
Perceba que a quantidade de multas aplicadas do Art. 218 do CTB, por excesso de velocidade, é
muito maior do que a que está em 2º lugar (art. 230).
Obviamente que não estou aqui querendo dizer que sejam injustas as aplicações de multas por
excesso e velocidade, mesmo porque a quantidade de acidentes de trânsito por causa desta infração
no nosso país é muito grande.
Milhares de pessoas morrem todo o ano por conta de imprudências no trânsito, e o excesso de
velocidade nas rodovias é um dos motivos que contribuem para esta estatística terrível!
No entanto, o meu papel não é defender infratores como pessoa, mas sim, defender o direito que
eles têm de contestar a multas aplicadas pelos órgãos de trânsito!
Nesse contexto, da mesma maneira que nós abusamos da velocidade nas rodovias, os órgãos
de trânsito também cometem abusos ao autuarem o motorista que em muitos casos são
multados injustamente!
Então, neste estudo você vai aprender 12 ARGUMENTOS que você poderá usar para se defender
de uma multa de trânsito por transitar acima da velocidade permitida!
Se você já é leitor deste Blog, deve saber que as multas de trânsito em sua grande maioria, são
anuladas por meio de defesa ou recurso, quando contém erros Formais ou Processuais.
Dificilmente se consegue anular uma multa discutindo o mérito da autuação, ou seja, se você
cometeu ou não a infração.
Em outras palavras, é possível anular uma multa de trânsito mesmo tendo-a cometido!
No caso das multas por excesso de velocidade, que é o nosso estudo hoje, talvez seja bem mais
difícil de anular argumentando que não cometeu a infração, uma vez que na maioria das
notificações de multa, a foto do veículo supostamente “comprova” o cometimento da infração.
Todavia, não é só porque você foi “flagrado” por uma foto de radar, lombada eletrônica ou pardal,
que você não tem mais argumentos para se defender de uma infração por excesso de velocidade!
Longe disso!
Vou mostrar pra você que existem várias teses que poderão ser usados para tentar anular uma
multa por excesso de velocidade!
Estes argumentos são voltados para erros formais cometidos pelo órgão de trânsito, ou pela
negligência destes em não atender os requisitos previstos em Lei e das normas no CONTRAN
(Conselho Nacional de Trânsito).
Vou ensinar pra você como identificar estes erros e apontar na sua defesa ou recursos, e ainda como
prová-los se não estiverem visíveis na notificação da multa ou nas rodovias e estradas onde
ocorrem as autuações.
Mas antes disso, veremos os aspectos legais para a aplicação deste tipo de multa.
O nosso Código de Trânsito prevê no Art. 218 as infrações e penalidades para este tipo de multa.
Vejamos:
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por
instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais
vias:
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento) Infração - média;
II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50%
(cinquenta por cento): Infração - grave;
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinquenta por cento): Infração –
gravíssima, Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de dirigir e
apreensão do documento de habilitação.
Com a nova redação deste artigo, dada pela Lei 11.334/06, houve a inclusão da multa de categoria
média por excesso de velocidade em até 20%.
Já a multa por exceder a velocidade de 20% á 50% ficou como sendo Grave.
E a multa por ultrapassar a velocidade limite acima de 50% de categoria gravíssima, gera a
suspensão do direito de dirigir.
Você precisa ficar atento quando receber uma multa por excesso de velocidade gravíssima, pois,
somente esta infração já pode suspender a sua CNH!
Recebo semanalmente muitos e-mails de motoristas que foram autuados na infração prevista no
inciso III, e que não sabiam que esta multa poderia gerar a suspensão da CNH.
O inciso III diz que haverá a “suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do documento de
habilitação”.
Há 2 erros aqui.
Primeiro é que não é possível a suspensão imediata do direito de dirigir, uma vez que antes disso é
necessário que o suposto infrator se defenda contra a multa a ele aplicada através da defesa
de autuação (ou defesa prévia), e de Recurso em 1ª e 2ª instância administrativa, garantindo
assim seu direito à ampla defesa.
Segundo, se houver o indeferimento dos recursos contra a multa, ou se o motorista optou por não
apresentar defesa contra a autuação, ainda o DETRAN DEVERÁ instaurar o Processo de
Suspensão do Direito de Dirigir, onde o motorista também pode se defender antes de entregar a
CNH para cumprir a suspensão (caso não for Deferido obviamente).
Uma última observação não menos importante referente a este inciso III, é quanto a apreensão do
documento de habilitação mencionada na última parte.
Aqui é importante ressaltar que o CTB não prevê neste Art. 218, a MEDIDA ADMINISTRATIVA de
recolhimento da CNH no ato do cometimento da infração, assim como em outras infrações como,
por exemplo, de dirigir sob a influência de álcool do Art. 165.
Tão somente diz apreensão do documento.
Desse modo, destacamos que a palavra apreensão quer dizer confiscar algo ou se apropriar
legalmente de alguma coisa que pertence a outra pessoa.
Já recolhimento, conforme prevê o Código de Trânsito como medida administrativa prevista no Art.
269 III, é o ato ou efeito de recolher algo ou alguma coisa.
Talvez as duas expressões possuam o mesmo sentido, mas dentro do contexto do inciso III do Art.
218, entendo que o legislador quis realmente dizer com a palavra apreensão, que é confiscar a
CNH do motorista após o cometimento da infração, no ATO da abordagem, haja vista que antes
disso previu a “suspensão imediata” (que como já vimos é impossível).
Ressalto que é este o entendimento que tenho como operador do direito, mas respeito a sua opinião
se não concordar comigo.
Então, analisando o conjunto da obra, tenho por mim que o motorista que transitou acima
de 50% da velocidade permitida, deveria sim ter a sua CNH apreendida imediatamente após
ser flagrado!
No entanto, assim como você já pode ter observado, que hoje em dia isso é praticamente impossível
de ocorrer!
Primeiro é que a maioria das multas por excesso de velocidade são realizadas por aparelhos
medidores fixos como radar e lombada eletrônica, o que obviamente torna impossível a apreensão
da CNH do motorista, uma vez que não há agentes de trânsito na Rodovia monitorando a velocidade
a todo o momento.
Segundo, quando a autuação é realizada por aparelho móvel, estático ou portátil (veremos as
definições adiante), dificilmente os policiais ou agentes de trânsito abordam o motorista, e quando
abordam geralmente não apreendem a CNH, e liberam o motorista (sim, eu sei que não é prevista
tal medida administrativa).
E aqui encontramos mais erros (veja que uma coisa puxa a outra)
Acompanhe o meu raciocínio que você ficará surpreso com as inúmeras possibilidades para se
argumentar numa eventual defesa contra este tipo de infração!
Pois bem, se o legislador do Código de Trânsito diz que deverá ser apreendida a carteira de
habilitação quando o motorista infringir esta norma do Art. 218 III é porque existe uma razão para
isso, de acordo com os motivos que contextualizamos acima.
(Dizem que a lei não contém palavras inúteis, mas me parece que neste caso não se aplica esta
“máxima”).
O motivo do Legislador para dizer que a CNH do motorista deve ser apreendida quando oco rrer a
infração por excesso de velocidade, é porque o objetivo do Código de Trânsito é a proteção à
vida das pessoas!
Em outras palavras, um motorista flagrado acima da velocidade permitida, tem mais chances de
causar um acidente de trânsito e consequentemente até tirar a vida de alguém ou dele mesmo, ou
na melhor das hipóteses apenas danos materiais no veículo (ou veículos caso haja colisão) ou danos
corporais.
O Art. 1º da Resolução 396/11, diz que a medição das velocidades desenvolvidas pelos veículos
automotores nas vias públicas, deve ser efetuada por meio de instrumento ou
equipamento que registre a velocidade medida, com ou sem dispositivo registrador de
imagem dos seguintes tipos:
I - Fixo: medidor de velocidade com registro de imagens instalado em local definido e em caráter
permanente;
II - Estático: medidor de velocidade com registro de imagens instalado em veículo parado ou em
suporte apropriado;
III - Móvel: medidor de velocidade instalado em veículo em movimento, procedendo a medição ao
longo da via;
IV - Portátil: medidor de velocidade direcionado manualmente para o veículo alvo.
O medidor FIXO são as lombadas eletrônicas e os chamados “pardais”, e para a sua operação não é
necessária a presença do policial ou agente de trânsito.
Importante destacar, que os medidores MÓVEL, PORTÁTIL e ESTÁTICO não é obrigatório que
registrem a imagem do veículo, diferentemente dos medidores fixos que são obrigatórios.
Obviamente que existem outros erros formais e processuais que poderão anular a multa, mas não
trataremos neste estudo uma vez que já os vimos em outros artigos deste blog.
Cabe ainda lembrar a você, que os argumentos que veremos neste estudo, nem sempre são
possíveis de serem provados, mas é necessário que sejam colocados na defesa ou recurso.
O Art. 280 do CTB em seu § 2º, diz que a infração deverá ser comprovada por declaração da
autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento
audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente
disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
A ÚNICA maneira do órgão de trânsito autuar um motorista por excesso de velocidade é através de
um aparelho eletrônico.
Por esta razão, estes equipamentos medidores devem ser previamente regulamentados pelo
CONTRAN, o que ocorre através desta Resolução 396/11.
Todavia, para que estes equipamentos possam autuar, é necessário que sejam aprovados e
inspecionados pelo INMETRO.
I - ter seu modelo aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia -
INMETRO, atendendo à legislação metrológica em vigor e aos requisitos estabelecidos nesta
Resolução;
II - ser aprovado na verificação metrológica pelo INMETRO ou entidade por ele delegada;
III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada obrigatoriamente com
periodicidade máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação
metrológica em vigência.
Nesse sentido, o primeiro argumento que você deve utilizar é questionando o órgão de trânsito
sobre a aferição do INMETRO no aparelho que realizou a autuação, se o mesmo foi verificado nos
últimos 12 meses como manda o CONTRAN.
Se você já foi autuado numa infração por excesso de velocidade, provavelmente já tenha observado
que na notificação geralmente consta a data em que o aparelho medidor de velocidade foi aferido
ou inspecionado pelo INMETRO pela última vez.
Mesmo que na notificação da multa consta que a data da última verificação do INMETRO seja
inferior a 12 meses, é necessário requerer mediante defesa ou recurso, que o órgão de
trânsito junte aos autos do processo administrativo o laudo que aferiu o aparelho medidor
de velocidade usado pra lhe autuar.
Apesar de que o órgão de trânsito como parte da administração pública goza da presunção de
legitimidade de seus atos, a chamada “fé pública”, ainda assim podem ocorrer erros (propositais?)
referente a data de aferição.
Portanto, na sua defesa você deve questionar se o aparelho foi ou não aferido pelo INMETRO nos
últimos 12 meses, e caso não tenha sido, peça a anulação da multa.
A sinalização nas vias por meio de placas é essencial e necessária para que os motoristas possam
ser informados a respeito da velocidade permitida para aquele determinado trecho de rodovia.
Se não existir a sinalização ou ela for insuficiente ou incorreta, é possível anular uma multa por
excesso de velocidade.
O Art. 90 do CTB ensina que não serão aplicadas as sanções previstas no Código de Trânsito por
inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.
Sendo assim, o órgão de trânsito com circunscrição sobre a via é o responsável pela implantação
da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação (§ 1º).
Nesse sentido, diante destas normas legais, se na rodovia, estrada, rua ou avenida em que você
tenha sido autuado por infração de excesso de velocidade, não houver sinalização informando o
limite de velocidade para aquele trecho, ou se esta não for suficiente para informar o
motorista, deve a multa ser anulada.
No entanto, é necessário produzir provas desta alegação.
Se for, por exemplo, numa rodovia em que você tenha sido autuado e por onde você não retornará
por um bom tempo, dificilmente se conseguirá provar que não há sinalização naquela rodovia.
Já nos casos de avenidas do seu município onde geralmente é instalado um medidor de velocidade
tipo fixos, ficaria até mais fácil comprovar a falta ou a insuficiência da sinalização, e assim poder
anular a multa.
O Art. 280 do CTB diz que a infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do
agente da autoridade de trânsito, e que o agente da autoridade de trânsito competente para lavrar
o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar
designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência (§§
2 e 4).
Existem algumas teorias no meio jurídico que afirmam que as multas de aparelho eletrônico como
as por excesso de velocidade seriam ilegais, uma vez que não são realizadas por um agente de
trânsito ou policial.
O Art. 4º e § 1º diz que não é obrigatória a presença da autoridade de trânsito ou de seu agente,
no local da infração, quando utilizado o medidor de velocidade com dispositivo registrador de
imagem.
Ora, então se presume que quando a autuação ocorrer por aparelho que não registra a imagem
do veículo, é necessário que o agente ou policial esteja no local da suposta infração!
É óbvio que isso também não é muito fácil de provar, mas se conseguir, entendo que a multa deve
ser anulada.
Tal norma quer dizer que o agente ou policial possui a fé pública, ou seja, que os seus atos possuem
validade até que se prove o contrário.
Nesse contexto, se o aparelho medidor de velocidade usado para autuar seja um que não registra a
imagem do veículo no momento da autuação, a presença do agente de trânsito ou do policial
supriria a ausência de foto na notificação da multa, presumindo-se que o “Estado” na pessoa do
policial constatou a infração.
ARGUMENTO 4: AUSÊNCIA DE ESTUDO TÉCNICO
O Art. 4º da Resolução 396/11 prevê que à autoridade ou órgão de trânsito autuador com
circunscrição sobre a via, é o responsável por determinar a localização, a sinalização, a
instalação e a operação dos medidores de velocidade do tipo fixo.
Para que estes medidores de velocidade sejam instalados nas rodovias e passem a funcionar e a
autuar motoristas, é necessário que seja realizado um estudo técnico que venha a comprovar
a necessidade de controle ou redução do limite de velocidade no local, garantindo a
visibilidade do equipamento (§ 2º).
Portanto, quando você for autuado numa infração por excesso de velocidade sendo o aparelho
um tipo fixo, como lombada eletrônica ou pardal, é necessário que tenha sido realizado
estudo técnico que determine a necessidade da instalação deste aparelho naquele trecho de
rodovia.
Desta maneira, quando você apresentar a sua defesa contra a autuação ou o recurso, faça o pedido
para que o órgão autuador junte o estudo técnico no processo administrativo.
Os estudos técnicos devem estar disponíveis ao público na sede do órgão ou entidade de trânsito,
devendo ser encaminhados às Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI dos
respectivos órgãos, e ainda ser encaminhados ao órgão máximo executivo de trânsito da União e
aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN ou ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
CONTRADIFE, quando por eles solicitados (§ 6º, inc. I, II e III).
Se este estudo não foi realizado pelo órgão autuador, então a multa é nula de pleno direito, uma vez
que deixou de obedecer as normas do CONTRAN, o que torna inviável a aplicação da multa.
O Art. 4 § 7º da Res. 396/11, diz que quando em determinado trecho da via houver instalado
medidor de velocidade do tipo fixo, os equipamentos dos tipos estático, portátil e
móvel, somente poderão ser utilizados a uma distância mínima daquele
equipamento de quinhentos metros em vias urbanas e trechos de vias rurais com
características de via urbana, e dois quilômetros em vias rurais e vias de trânsito rápido(I e
II).
Portanto, quando houver um medidor tipo fixo instalado, a fiscalização com outros tipos de
aparelhos somente poderão ser utilizados a determinadas distâncias como vemos acima.
Outro erro cometido pelos órgãos de trânsito que pode ser usado como argumento para requerer
a anulação das multas por excesso de velocidade, diz respeito a porcentagem de tolerância entre o
limite de velocidade para aquela via, a medição de velocidade e a velocidade considerada.
No Art. 5º e § 1º da Res. 396/11 do CONTRAN, objeto do nosso estudo, diz que para configurar aas
infrações previstas no art. 218 do CTB, a velocidade considerada para efeito da aplicação da
penalidade será o resultado da subtração da velocidade medida pelo instrumento ou
equipamento pelo erro máximo admitido previsto na legislação metrológica em vigor,
conforme tabela de valores referenciais de velocidade e tabela para enquadramento infracional
constantes do Anexo II.
Vejamos algumas partes da tabela apenas como exemplo. Se você quiser ver a tabela inteira, baixe
no site do DENATRAN (www.denatran.gov.br/Resoluções).
Observações:
Para velocidades medidas superiores aos indicados na tabela, considerar o erro máximo admissível
de 7%, com arredondamento matemático para se calcular a velocidade considerada.
Portanto, se a velocidade considerada não estiver de acordo com estas tabelas, a multa deve ser
anulada.
ARGUMENTO 8: PLACA R-19 EM DESACORDO COM AS NORMAS
Já vimos acima no argumento 2º, que a sinalização é obrigatória nas vias de trânsito para que o
motorista seja informado a respeito da velocidade máxima permitida.
Logicamente, que por sinalização entende-se todo o tipo de sinalização, e não apenas as placas que
informam o limite de velocidade.
Contudo, no caso do nosso estudo, a sinalização que nos referimos é a placa que informa a
velocidade permitida para determinado local.
No Art. 6º da Res. 396/11, diz que a fiscalização de velocidade deve ocorrer em vias com sinalização
de regulamentação de velocidade máxima permitida (placa R-19), de forma a garantir a segurança
viária e informar aos condutores dos veículos a velocidade permitida para aquele trecho de
rodovia.
Portanto, é obrigatório que a autoridade de trânsito que possui competência para autuar em
determinado local, instalar a sinalização (placa) informando o limite máximo de velocidade.
Se não houver esta placa R-19 informando os motoristas, então o que vale é a velocidade prevista
no Art. 61 do CTB, como veremos logo abaixo no próximo argumento.
Destacamos ainda 2 pontos referente á sinalização:
No § 1º do Art. 6º da Res. 396/11 do CONTRAN que estamos estudando, prevê que a fiscalização de
velocidade com medidor do tipo móvel só pode ocorrer em vias rurais e vias urbanas de trânsito
rápido sinalizadas com a placa R-19 conforme legislação em vigor e onde não ocorra variação de
velocidade em trechos menores que 5 (cinco) km.
Porém, como já vimos na introdução este tipo de medidor de velocidade que é instalado em veículo
em movimento, é pouco utilizado pelos agentes de trânsito.
A justificativa para o pouco ou nenhum uso deste aparelho, talvez seja que a própria Res. 396/11
no art. 7º e § 2º, prevê que o aparelho medidor móvel deve estar visível aos condutores, o que
neste caso seria bem difícil, uma vez que ambos os veículos tanto o do policial e dos motoristas,
estariam em movimento, o que dificultaria a visibilidade do aparelho (ainda mais se estiver dentro
da viatura policial).
Mas caso você for autuado por este aparelho tipo móvel, o mesmo só poderá ser utilizado em vias
rurais e vias urbanas de trânsito rápido sinalizadas com a placa R-19, e onde não ocorra
variação de velocidade em trechos menores que 5 (cinco) km.
Outro ponto importante a destacar, é o que está previsto no § 3º do art , 6º, que prevê que para a
fiscalização de velocidade com medidor dos tipos fixo, estático ou portátil, deve ser observada
entre a placa R-19 e o medidor de velocidade, uma distância compreendida no
intervaloestabelecido na tabela constante do Anexo IV, facultada a repetição da placa em
distâncias menores, conforme ilustração abaixo:
Em trechos de estradas e rodovias onde não houver placa R-19, poderá ser realizada a
fiscalização com medidores de velocidade dos tipos móvel, estático ou portátil, desde que
observados os limites de velocidade estabelecidos no § 1º do art. 61 do CTB (Art. 7º da Res.
396/11).
Vimos no argumento 4º sobre a instalação do medidor de velocidade tipo FIXO nas rodovias e
estradas, onde além do estúdio técnico, o órgão de trânsito precisa obrigatoriamente sinalizar a
rodovia através de placas informando os motoristas sobre o limite de velocidade.
Perceba que no Art. 7 que lemos acima, prevê que a fiscalização onde não houver sinalização por
meio de placa, os medidores de velocidade serão os do tipo móvel, estático ou portátil, não
mencionando o tipo fixo, justamente por este quando instalado em rodovia ou estradas, presume-
se pelo Art. 4º que a placa deve estar instalada.
Assim sendo, quando não houver sinalização naquele trecho de rodovia, e a fiscalização for por
meio de medidor não fixo, os limites de velocidade serão os previstos no CTB.
O Art. 61 § 1º do Código de Trânsito ensina que a velocidade máxima permitida para a via será
indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de
trânsito, e onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:
a) nas rodovias:
1) 110 (cento e dez) quilômetros por hora para automóveis, camionetas e motocicletas
Em trechos de estradas e rodovias onde não houver placa R-19 poderá ser realizada a fiscalização
com medidores de velocidade dos tipos móvel, estático ou portátil, desde que observados os
limites de velocidade estabelecidos no § 1º do art. 61 do Código de Trânsito Brasileiro(Art.
7º).
Além disso, quando ocorrer a fiscalização na forma prevista no art. 7º, e sendo utilizado o medidor
do tipo portátil ou móvel, a ausência da sinalização deverá ser informada no campo
“observações” do auto de infração (§ 1º).
Portanto, não havendo placa informando os motoristas sobre o limite de velocidade, o Policial
deverá descrever no próprio auto de infração lavrado, que não há sinalização naquele trecho de
rodovia.
Já no caso de fiscalização de velocidade com medidor dos tipos portátil e móvel sem registrador
de imagens, o agente de trânsito deverá descrever no campo “observações” do auto de infração
qual o local de instalação da placa R-19, exceto na situação prevista no art. 7º que vimos acima
(§ 2º do Art. 6º).
Estas são as situações que deverão ser informadas pelo policial ou agente de trânsito sob pen a de
nulidade do Auto de Infração.
Enquanto uns entendem que os aparelhos devem estar escondidos dos motoristas como ocorre
muito hoje em dia, outros entendem que devem estar visíveis aos motoristas.
Para cumprimento do disposto no caput (do art. 7º), a operação do equipamento deverá estar
visível aos condutores.
Vamos ver o que diz o art. 7º para entendermos melhor:
Art. 7º Em trechos de estradas e rodovias onde não houver placa R-19 poderá ser realizada a
fiscalização com medidores de velocidade dos tipos móvel, estático ou portátil, desde que
observados os limites de velocidade estabelecidos no § 1º do art. 61 do CTB.
Veja que os aparelhos que são operados pelos policiais DEVEM estar visíveis aos condutores de
veículos.
Claro que a norma diz nos casos onde não houver placa R-19. Contudo, frente ao princípio da
publicidade dos atos públicos, este preceito vale em qualquer situação, tendo ou não placa de
sinalização informando o limite de velocidade.
Então, quando você perceber que policiais ou agentes de trânsito estão operando estes tipos de
aparelhos escondidos atrás de uma árvore ou de postes, por exemplo, tais autuações são nulas
frente a esta norma do CONTRAN e do princípio da publicidade.
Posto aqui dois vídeos interessantes que demostram as irregularidades cometidas pelos agentes
de trânsito, que flagram motoristas sem a devida visibilidade dos aparelhos.
Como disse na introdução deste estudo, não sou contra multar mesmo porque muitos motoristas
abusam da velocidade e podem causar graves acidentes. No entanto, isso não significa que os
órgãos de trânsito através de seus agentes, possam descumprir as normas legais como é nos casos
dos vídeos acima.
Desta maneira, se você for autuado por um aparelho medidor de velocidade que esteja escondido
(e se você conseguir provar é claro), a multa deve ser anulada.
Quando o local ou trecho da via possuir velocidade máxima permitida por tipo de veículo,
a sinalização por meio da placa R-19 deverá estar acompanhada da informação complementar,
na forma do Anexo V (Art. 8º).
Nesse sentido, para cumprimento do estabelecido no art. 8, os tipos de veículos devem estar
classificados conforme as duas denominações descritas abaixo (§ 1º):
Por exemplo, se você possui um veículo leve e o limite de velocidade é de 60Km naquela rodovia, e
você passou a 80 Km, mas existe placa R-19 informando que para o seu tipo de veículo o limite de
velocidade é 80 Km, tal multa será nula.
Terminamos aqui este pequeno estudo sobre os 12 argumentos que você poderá usar na sua defesa
contra multas por excesso de velocidade.
DEFESA DE AUTUAÇÃO
(Nericélio Freires e Silva), (brasileira), (casado), (Policial Militar), inscrito(a) no CPF sob o nº
(022.482.344 - 22) e no RG nº (46.324/PMPE), residente e domiciliado(a) à (Travessa José
Santiago, 173, Grossos – Verdejante - PE), vem respeitosamente apresentar Recurso de Multa
de Trânsito, o que faz conforme segue.
A notificação supracitada informa que o condutor do veículo (Fiat Uno Mile Fire), placa (KHJ
6373), teria (Transitado em Velocidade Superior a Máxima Permitida em mais de 20 % até 50
%), apontando-se a infração prevista no artigo (Artigo 218), inciso (II), do Código de Trânsito
Brasileiro.
Termos em que,
Pede deferimento.
(assinatura)
(nome do recorrente)
Caso a sinalização não exista, ou esteja em desconformidade com a norma, a multa poderá ser
desconsiderada como prevê o artigo 90 do Código de Trânsito.
Para tanto, disponibilizamos abaixo um modelo de recurso de multa por excesso de velocidade.
DEFESA DE AUTUAÇÃO
NOTIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO – (número)
INFRAÇÃO Nº (número)
(nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito(a) no CPF sob o nº (informar) e no RG nº (informar),
residente e domiciliado(a) à (rua), nº (informar) - (bairro), Cep (informar), na cidade de (município) - (UF), vem
respeitosamente apresentar Recurso de Multa de Trânsito, o que faz nos termos seguintes.
De acordo com a notificação acima especificada, o(a) condutor(a) do veículo (marca e modelo), placa (informar),
teria sido flagrado em irregularidade ao transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local.
Dessa forma, foi apontada violação ao artigo 218, inciso (informar) do Código de Trânsito Brasileiro.
Entretanto, referida multa deve ser considerada insubsistente, pois a sinalização existente no local se encontra
irregular, em desacordo com a legislação pertinente.
Isso porque a Resolução 396/2011 do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, em seu Anexo IV, estabelece as
distâncias que devem ser observadas entre a placa de limite de velocidade e o local do equipamento eletrônico
que faz sua medição.
De acordo com a referida norma, para limite de velocidade superior a 80 Km/h a placa deve estar a uma distância
entre 400 e 500 metros em via urbana e entre 1000 a 2000 metros em via rural. E para limite de velocidade de até
80 km/h a placa deve estar a uma distância entre 100 e 300 metros em via urbana e entre 300 a 1000 metros em
via rural.
E no local em que foi aferida a irregularidade, área (urbana ou rural) onde o limite de velocidade era de (informar)
Km/h, a placa indicativa deste limite se encontra a (informar) metros de distância, conforme se pode averiguar
pelas fotografias e imagem de satélite (google maps) anexas.
A este respeito diz o artigo 90 do Código de Trânsito Brasileiro que não serão aplicadas as sanções nele previstas
por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.
Diante do exposto, requer o deferimento do presente recurso, na forma do artigo 90 do Código de Trânsito
Brasileiro, por descumprimento da Resolução 396/2011 do CONTRAN, determinando-se o arquivamento do auto
de infração e julgando-se insubsistente seu registro, com o consequente cancelamento da multa e a extinção da
pontuação que a infração gerou no Prontuário Geral Único do recorrente.
Requer ainda seja concedido o efeito suspensivo no caso do recurso não ter sido julgado em até 30 (trinta) dias da
data de seu protocolo em conformidade com o parágrafo terceiro do artigo 285 também do Código de Trânsito
Brasileiro.
Termos em que,
Pede deferimento.
(assinatura)
(nome do recorrente)