Você está na página 1de 1939

Técnico Judiciário -

Área Administrativa
Edital n° 01 / 2015
SUMÁRIO

Português - Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Matemática - Prof. Dudan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Raciocínio Lógico - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
Direito Constitucional - Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 401
Direito Constitucional - Profª Alessandra Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 541
Direito Constitucional - Prof. Giuliano Tamagno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 563
Direito Constitucional - Prof. Cristiano de Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 583
Direito Administrativo - Prof. Cristiano de Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 599
Direito do Trabalho - Prof. Pedro Kuhn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 763
Direito Processual do Trabalho - Prof. Pedro Kuhn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 837
Direito Processual Civil - Prof. Giuliano Tamagno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 889
Administração Pública - Prof. Rafael Ravazolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 977
Administração Pública - Prof. Mateus Silveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1373
Administração Pública - Profª Amanda Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1411
Administração Pública - Prof. Edir Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1423
Administração Pública - Prof. Darlan Eterno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1449
Orçamento Público e Finanças - Prof. Fábio Furtado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1495
Regimento Interno do TRT 14ª Região - Profª Bruna Refosco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1837

www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

Professor Carlos Zambeli

www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ACENTUAÇÃO

Toda palavra tem uma sílaba que é pronunciada com mais intensidade que as outras. Essa sílaba
é chamada de sílaba tônica. Pode ocupar diferentes posições e, de acordo com essa colocação,
ser classificada como: oxítona, paroxítona, proparoxítona e monossílaba tônica.

Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas são acentuadas.


Simpática, proparoxítona , lúcida , cômodo

2. Paroxítonas
Quando terminadas em
a) L, N, R, X, PS, I, US: amável, hífen, repórter, tórax, bíceps, tênis, vírus.
b) UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, EI: álbum, ímã, órgão.
c) Ditongo crescente (SV +V): cárie, polícia, história.

3. Oxítonas
Quando terminadas em EM, ENS, A(S), E(S), O(S):
a) A, AS: está, guaraná, comprá-la.
b) E, ES: jacaré, você, fazê-los.
c) O, OS: avó, paletós.
d) EM: armazém, ninguém.
e) ENS: parabéns, armazéns.

4. Monossílabos tônicos
A, AS, E, ES, O, OS: mês, pó, já.

www.acasadoconcurseiro.com.br 7
5. Ditongo Aberto

Antes da reforma Depois da reforma


Os ditongos ‘éi’, ‘ói’ e ‘éu’ só continuam a ser
acentuados no final da palavra (oxítonas)
ÉU, ÉI, ÓI
céu, dói, chapéu, anéis, lençóis.
idéia, colméia, bóia, céu, constrói
Desapareceram para palavras paroxítonas.
boia, paranoico, heroico

6. Hiatos I e U

Antes da reforma Depois da reforma


Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados
sílaba ou com S (hiato). se vierem depois de um ditongo:
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Luís, Piauí baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, Sauipe

7. ÊE, ÔO

Antes da reforma Depois da reforma


Hiatos em OO (s) e as formas verbais terminadas Sem acento:
em EE(m) recebem acento circunflexo:
vôo, vôos, enjôos, abençôo, perdôo; voo, voos, enjoos, abençoo, perdoo;
crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem. creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

8. Verbos ter e vir


Ele tem e vem
Eles têm e vêm

a) Ele contém, detém, provém, intervém (singular do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);

b) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (plural do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR).

8 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

9. Acentos Diferenciais

Antes Depois
Ele pára
Eu pélo Só existem ainda
O pêlo, os pêlos
A pêra (= fruta) Pôde (pretérito)
Pôde (pretérito) Pôr (verbo)
Pôr (verbo)

10. Trema

Antes Depois
gue, gui, que, qui
quando pronunciados O trema não é mais utilizado.
bilíngüe Exceto para palavras estrangeiras ou nomes
Pingüim próprios: Müller e mülleriano...
Cinqüenta

1. Classifique as palavras destacadas, de acordo com a posição da sílaba tônica:


a) Ninguém sabia o que fazer.
b) Era uma pessoa sábia.
c) Vivo querendo ver o tal sabiá que canta nas palmeiras.
d) Anos antes ele cantara no Teatro São Pedro.
e) Anunciaram que ele cantará no teatro.
f) Não contem com a participação dele.
g) Ele alega que nosso projeto contém erros.
h) Tudo não passou de um equívoco.
i) Raramente me equivoco.

www.acasadoconcurseiro.com.br 9
2. Marque as opções em que as palavras são acentuadas seguindo a mesma regra. (regras antigas)
a) ( ) magnífico - básica
b) ( ) português - saí
c) ( ) gaúcho – renúncia
d) ( ) eliminatória – platéia
e) ( ) rápido – assédio
f) ( ) cipó – após
g) ( ) distribuído – saísse
h) ( ) realizará – invés
i) ( ) européia – sóis
j) ( ) alguém – túnel
l) ( ) abençôo – pôr
m) ( ) ânsia - aluguéis
n) ( ) prevêem - soubésseis
o) ( ) imbatível – efêmera

3. Acentue ou não:
a) Sauva , sauvinha, gaucha, gauchinha, viuvo, bau, bauzinho, feri-la, medi-la, atrai-los;
b) sos, le-la, reu, odio, sereia, memoria, itens, pires, tenue;
c) America, obito, coluna, tulipa, cinico, exito, panico, penico;
d) pendulo, pancreas, bonus, impar, item, libido, ravioli, traduzi-la, egoista.

10 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

ORTOGRAFIA

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

www.acasadoconcurseiro.com.br 11
3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

12 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção : corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

www.acasadoconcurseiro.com.br 13
Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

14 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

CLASSES DE PALAVRAS (MORFOLOGIA) / FLEXÃO NOMINAL E VERBAL

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...

Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.

Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

•• Dor, saudade, beijo, pontapé, chute, resolução, resposta

www.acasadoconcurseiro.com.br 15
Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.

•• Não aceito um não de você.

Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.

•• A Nossa banca é fácil.

16 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.
•• O querido médico nunca chega no horário!

•• O aluno concurseiro estuda com o melhor curso.

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.

•• Os concurseiros são dedicados.

Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)

Pronome

Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 17
•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.

•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração.
RETOS: assumem na oração as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.
OBLÍQUOS: assumem as funções de complementos, como o objeto direto, o objeto indireto, o
agente da passiva, o complemento nominal.

“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”

Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este ensina Português;
aquele, Matemática.

Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?

18 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.

Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

•• Ela reflete muito sobre acordar cedo!

•• Ela nunca pensa muito pouco!

•• Ela é muito charmosa.

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

www.acasadoconcurseiro.com.br 19
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.

Regência nominal: Somos favoráveis ao debate.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante –
por – sem – sob – sobre – trás.

•• Lugar: Estivemos em Londres.


•• Origem: Essas uvas vieram da Argentina.
•• Causa: Ele morreu, por cair de um guindaste.
•• Assunto: Conversamos muito sobre política.
•• Meio: Fui de bicicleta ontem.
•• Posse: O carro é de Edison.
•• Matéria: Comprei pão de leite.
•• Oposição: Corinthians contra Palmeiras.
•• Conteúdo: Esse copo é de vinho.
•• Fim ou finalidade: Ele veio para ficar.
•• Instrumento: Você escreveu a lápis.
•• Companhia: Sairemos com amigos.
•• Modo: nas próximas eleições votarei em branco.

Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.

•• Espero que você seja estudiosa.

20 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.

Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta

Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeição

www.acasadoconcurseiro.com.br 21
Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.

A cerveja que eu bebo gelada.

André Vieira é um professor exigente.

O bom da aula é o ensinamento que fica para nós.

Carlos está no meio da sala.

Leu meia página da matéria.

Aquelas jovens são meio nervosas.

Ela estuda muito.

Não faltam pessoas bonitas aqui.

O bonito desta janela é o visual.

Vi um bonito filme brasileiro.

O brasileiro não desiste nunca.

A população brasileira reclama muito de tudo.

O crescimento populacional está diminuindo no Brasil.


Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país.

Classifique as palavras destacadas, usando este código


1. numeral
2. artigo indefinido
a) ( ) Um dia farei um concurso fácil!
b) ( ) Tu queres uma ou duas provas de Português?
c) ( ) Uma aluna apenas é capaz de enviar os emails.
d) ( ) Zambeli só conseguiu fazer uma prova?
e) ( ) Não tenho muitas canetas. Então pegue só uma para você!
f) ( ) Ontem uma professora procurou por você.
g) ( ) Escrevi um artigo extenso para o jornal!
h) ( ) você tem apenas um namorado né?

22 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados:


a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano.
b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato.
c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo.
d) Assisti à aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim!
e) Por que você nunca lava _________ mãos?
f) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado.
g) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui.

Classifique a classe gramatical das palavras numeradas no texto extraído do jornal


Zero Hora.
Ciência mostra que estar só pode trazer benefícios, mas também prejudicar a saúde física e
mental
As (1) pessoas preferem sofrer a ficar sozinhas e desconectadas(2), mesmo que por poucos
minutos. Foi isso(3) que mostrou um recente(4) estudo realizado por pesquisadores(5) da
Universidade de(6) Virginia, nos Estados Unidos, e publicado este(7) mês na revista científica(8)
"Science". Colocados sozinhos em uma sala(9), os voluntários do experimento deveriam passar
15 minutos sem fazer(10) nada, longe de seus(11) celulares e qualquer outro estímulo, imersos
em seus pensamentos. Mas(12), caso quisessem, bastava apertar um botão(13) e tomariam
um choque(14) elétrico(15).
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.

www.acasadoconcurseiro.com.br 23
Português

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Número Pessoa Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Primeira Eu Me, mim, comigo
Singular Segunda Tu Te, ti, contigo
Terceira Ele / Ela Se, si, consigo, o, a, lhe
Primeria Nós Nos, conosco
Segunda Vós Vos, convosco
Plural
Se, si, consigo, os, as,
Terceira Eles / Elas
lhes

Emprego

Pronomes retos (morfologia) exercem a função de sujeito (sintática).


Pronomes oblíquos (morfologia) exercem a função de complemento.
Eu o ajudo, ele lhe oferece uma água!

2. Formas de Tratamento
a) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –r, -s, -z, assumem a forma lo,
la, los, las,e os verbos perdem aquelas terminações.
Queria vendê-la para o Pedro Kuhn.
b) o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –m, -ão, -õe, assumem a
forma no, na, nos, nas.
André Vieira e Pedro Kuhn enviaram-nas aos alunos.
c) O/A X Lhe
A Casa do Concurseiro enviou a apostila aos alunos nesta semana.

www.acasadoconcurseiro.com.br 25
Colocação

É o emprego dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em
relação ao verbo na frase.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo
(mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

PRÓCLISE
a) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo
algum.
Nada me emociona.
Ninguém te viu, Edgar.

b) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que,
caso...
Quando me perguntaram, respondi que te amava!
Se lhe enviarem o bilhete, avise que nos lembramos dela.

c) Advérbios
Aqui se estuda de verdade.
Sempre me esforcei para passar no concurso.
Se houver vírgula depois do advérbio, a próclise não existirá mais.
Aqui, estuda-se muito!

d) Pronomes
Alguém me perguntou isso? (indefinido)
A questão que te tirou do concurso foi anulada!!! (relativo)
Aquilo me emocionou muito. (demonstrativo)

e) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).


Deus o abençoe.
Macacos me mordam!

26 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Colocação Pronominal – Prof. Carlos Zambeli

f) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.


Em se plantando tudo dá.
Em se tratando de concurso, A Casa do Concurseiro é referência!

MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
Convidar-me-ão para a festa.
Entregá-lo-ia a você, se tivesse tempo.
Dar-te-ei a apostila de Português do Zambeli.

ÊNCLISE
Com o verbo no início da frase.
Entregaram-me as apostilas do curso.
Com o verbo no imperativo afirmativo.
Edgar, retire-se daqui!

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.

AUX + PARTICÍPIO:
O pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá
ficar antes do verbo auxiliar.
Havia-lhe contado aquele segredo.
Não lhe havia enviado os cheques.
Tenho-lhe contado a verdade.
Não lhe tenho contado a verdade.

AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO:


Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo
principal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 27
Infinitivo
Quero-lhe dizer o que aconteceu.Quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio
Estou lhe dizendo a verdade.
Ia escrevendo-lhe o e-mail.
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal.
Infinitivo
Não lhe vou dizer aquela história.
Não quero dizer-lhe meu nome.
Gerúndio
Não lhe ia dizendo a verdade.
Não ia dizendo-lhe a verdade.
Vou-lhe confessar. Estou-lhe telefonando.
Vou confessar-lhe. Estou telefonando-lhe.

Não lhe vou falar. Não lhe estou perguntando.


Não vou lhe falar. Não estou lhe perguntando.
Não vou falar-lhe. Não estou perguntando-lhe.

28 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Colocação Pronominal – Prof. Carlos Zambeli

Exercício (verdadeiro ou falso)

1. ( ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons. 13. ( ) Ninguém podia ajudar-nos naquela
hora.
2. ( ) O torneio iniciar-se-á no próximo
Domingo. 14. ( ) Algumas haviam-nos contado a
verdade.
3. ( ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.
15. ( ) Todos se estão entendendo bem.
4. ( ) Os alunos nos surpreendem com suas
respostas. 16. ( ) As meninas não tinham nos convidado
para sair.
5. ( ) Os amigos chegaram e me esperam lá
fora.

6. ( ) O torneio iniciará-se no próximo


domingo.

7. ( ) Tinha oferecido-lhes as explicações,


saíram felizes.

8. ( ) Este casamento não deve realizar-se.

9. ( ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.

10. ( ) É possível que o leitor não nos creia.

11. ( ) A turma quer-lhe fazer uma surpresa.

12. ( ) A turma havia convidado-o para sair.

www.acasadoconcurseiro.com.br 29
Português

SINTAXE DA ORAÇÃO (ANÁLISE SINTÁTICA)

Frase: é o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é
facultativo o uso do verbo.
Oração: é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
Período: é a oração composta por um ou mais verbos.

SUJEITO
É o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Que (me) é que?
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro.” (Djavan)

Existem aqui bons alunos, boas apostilas e exemplares professores.

Discutiu-se esse assunto na aula de Português da Casa.

Casos especiais
Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
Falaram sobre esse assunto no bar do curso.

“Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão.”

b) Com o verbo na 3ª pessoa do singular. (VI, VTI, VL) + SE


Precisa-se de muita atenção durante a aula.

Dorme-se muito bem neste hotel.

“Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud)

www.acasadoconcurseiro.com.br 31
Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na
oração.

Fenômeno da natureza
Venta forte no litoral cearense!

Deve chover nesta madrugada.

Haver - no sentido de existir, ocorrer, ou indicando tempo decorrido.


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” (Rubem
Alves)

Havia muitas coisas estranhas naquele lugar.

Deve haver bons concursos neste mês.

Devem existir bons concursos neste mês.

Fazer – indicando temperatura, fenômeno da natureza, tempo.


Faz 18ºC em Porto Alegre hoje.

Deve fazer 40ºC amanhã em Recife.

Fez calor ontem na cidade.

Faz 3 anos que eu trabalho na Casa do Concurseiro.

Está fazendo 10 meses que nós nos vimos aqui.

Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. A concordância será feita com o
predicativo.
Hoje são 29 de abril.

Hoje é dia 29 de abril.

Eram dezessete horas em Brasília.

Daqui até Porto Alegre são 229 km.

32 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Sujeito Oracional
Estudar para concursos é muito cansativo.
É necessário que vocês estudem em casa.

“Parecia que era minha aquela solidão.”

Praticar exercícios frequentemente é bom para a saúde.

Seria interessante se você estudasse pela Casa.

TRANSITIVIDADE VERBAL

1. Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento.


“O poeta pena quando cai o pano, e o pano cai.” (Teatro Mágico)

“Meu coração já não bate nem apanha. ” (Arnaldo Antunes)

2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard.” (Legião Urbana)

“Por onde andei enquanto você me procurava?” (Nando Reis)

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.
"Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você“ (Teatro Mágico)

“Acreditar por um instante em tudo que existe.” (Legião)

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – precisa de 2 complementos. (OD e OI)


“A Mônica explicava ao Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.” (Legião)

“Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.” (Natiruts)

5. Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação.


Esses verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características
são chamadas de predicativo do sujeito.
“O sonho é a realização de um desejo.” (Freud) ser, viver, acha, encontrar, fazer,
Tu estás cansado agora? parecer, estar, continuar, ficar,
permanecer, andar, tornar, virar

www.acasadoconcurseiro.com.br 33
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.

Advérbio X Adjunto Adverbial


Hoje eu prometo a você uma taça de vinho na minha casa alegremente!
Ontem assisti à aula do Zambeli na sala confortavelmente

APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
Edgar, o professor de matemática, também sabe muito bem Português!

Sempre me disseram duas coisas: estude e divirta-se.

“Não chore, meu amor, tudo vai melhorar” (Natiruts)

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de


palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivo, artigos,
pronomes, numerais, locução adjetiva. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que
modificara o nome ao qual se refere.
Artigo – O preço do arroz subiu.
Adjetivos – A política empresarial deve ser o grande debate no seminário.
Pronome – Algumas pessoas pediram essas dicas.
Numeral – Dez alunos dedicados fizeram o nosso simulado.
Locução adjetiva – A aula de Português sempre nos emociona muito!

Complemento Nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (adjetivo, substantivo ou
advérbio).

34 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Temos necessidade de ajuda.

Estamos confiantes na vitória.

OBS.: o complemento nominal pode ser representado por um pronome oblíquo.


Aquela atitude lhe era prejudicial.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o
termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento
nominal.
b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a
substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

CN Adjunto Adnominal
Sempre preposicionado; Nem sempre preposicionado;
Completa substantivo, adjetivo ou advérbio; Refere-se a substantivo abstrato ou concreto;
Sentido passivo. Sentido ativo.

A vila aguarda a construção da escola.

A autora fez uma mudança de cenário.

Observamos o crescimento da economia.

Assaltaram a loja de brinquedos.

Sujeito X Objeto Direto


Existiram algumas reclamações nesta semana.

Ouvi algumas reclamações nesta semana.

Bastam três gostas do remédio.

Tomaram três gostas do remédio.

www.acasadoconcurseiro.com.br 35
Objeto Direto X Objeto Indireto
Gostamos de todas as matérias!

Estudamos todas as matérias!

Assisti aos vídeos no sábado.

Vi os vídeos no sábado.

Objeto Indireto X Complemento Nominal


O livro resistiu ao tempo.

O livro ofereceu resistência ao tempo.

Tenho necessidade de algum tempo livre.

Necessito de algum tempo livre.

Predicativo do sujeito X Adjunto Adverbial


Eu estava nervoso.

Eu estava na rua.

Edgar anda rápido.

Edgar anda estressado.

Classifique os elementos sublinhados das orações abaixo.


a) O aluno voltou da prova.

b) Fatos impressionantes relatou-nos aquele professor.

c) O professor do curso ofereceu-lhe um lugar melhor na sala.

d) Procurei-a por toda a cidade.

e) “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica...”

f) Talvez ainda haja questões difíceis.

36 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

g) Taxa de homicídio cresce em 15 anos no país.

h) A prova foi interessante.

i) Hotel oferece promoções aos clientes.

j) Contei-lhe uma historia verdadeira!

www.acasadoconcurseiro.com.br 37
Português
Português

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 39
3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

40 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça – façam/ fixe – fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver – poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se – Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista – existam / podem haver – pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz – fazem/ realiza – realizam/ deve haver – devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe – existem/ traduza – traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata – tratam/ exige – exigem/ deve haver – devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se – Iniciaram-se/ havia – haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se –


publicam-se / compartilha-se – compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez – fizeram)

www.acasadoconcurseiro.com.br 41
13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se – prestaram-se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz – fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz – fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

42 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

www.acasadoconcurseiro.com.br 43
7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

44 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

www.acasadoconcurseiro.com.br 45
Português

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. São verbos significativos, capazes de


constituir o predicado sozinhos. Sua semântica é completa.
•• O balão subiu.
•• O cão desapareceu desde ontem.
•• Aquela geleira derreteu no inverno passado.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!

www.acasadoconcurseiro.com.br 47
Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.

Verbos de Ligação

Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...

Pronome relativo

QUE:
Retoma pessoas ou coisas.

•• André Vieira, que me ensinou Constitucional, é uma grande professor!

•• Os arquivos das provas de que preciso estão no meu email.

•• O colega em que confio é o Dudan.

Função sintática dos pronomes relativos

Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.

48 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Objeto direto

•• Chegaram as apostilas que comprei no site.

Objeto indireto

•• Aqui há tudo de que você precisa para o concurso.

Complemento nominal

•• São muitas aprovações de que a Casa do Concurseiro é capaz.

Predicativo do sujeito

•• Reconheço a grande mulher que você é.

Agente da passiva

•• Aquela é a turma do curso por que foste homenageado?

Adjunto adverbial

•• Este é o curso em que trabalho de segunda a sábado!

QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.

•• A professora em quem tu acreditas pode te ajudar.

•• O amigo de quem Pedro precisará não está em casa.

•• O colega a quem encontrei no concurso foi aprovado.

O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.

•• O chocolate de que gosto está em falta.

•• O chocolate do qual gosto está em falta.

•• A paixão por que lutarei.

•• A paixão pela qual lutarei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 49
•• A prova a que me refiro foi anulada.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.

•• A prova cujo assunto eu não sei será amanhã!

•• A professora com cuja crítica concordo estava me orientando.

•• A namorada a cujos pedidos obedeço sempre me abraça forte.

ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE

•• O país aonde viajarei é perto daqui.

•• O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje.

•• O lugar onde deixo meu carro fica próximo daqui.

Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:

•• O policial não assistiu as vítimas durante a prova = O policial não as assistiu...

•• O conselho tutelar assiste todas as crianças.

VTI: ver, olhar, presenciar (prep. A obrigatória):

•• Assistimos ao vídeo no youtube = Assistimos a ele.

•• O filme a que eu assisti chama-se “ Intocáveis”.

Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:

•• Pagou a conta.

50 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

VTI: OI – A alguém:

•• Pagou ao garçom.

VTDI: alguma COISA A ALGUÉM:

•• Pagou a dívida ao banco.

•• Pagamos ao garçom as contas da mesa.

Querer
VTD – desejar, almejar:

•• Eu quero esta vaga para mim.

VTI – estimar, querer bem, gostar:

•• Quero muito aos meus amigos.

•• Quero a você, querida!

Implicar
VTD: acarretar, ter consequência

•• Passar no concurso implica sacrifícios.

•• Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida.

VTI: ter birra, implicância

•• Ela sempre implica com meus amigos!

Preferir
VTDI: exige a prep. A = X a Y

•• Prefiro concursos federais a concursos estaduais.

Ir, Voltar, Chegar


Usamos as preposições A ou DE ou PARA com esses verbos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 51
•• Chegamos a casa.

•• Foste ao curso.

Esquecer-se, Lembrar-se: VTI (DE)


Esquecer, Lembrar: VTD
•• Eu nunca me esqueci de você!

•• Esqueça aquilo.

•• O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado.

•• O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado.

Aspirar
VTD – respirar

•• Naquele lugar, ele aspirou o perfume dela.

•• O cheiro que aspiramos era do gás!

VTI – desejar, pretender

•• Alexandre aspira ao sucesso nos concursos!

•• O cargo a que todos aspiram está neste concurso.

Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A

•• Zambeli nunca obedece ao sinal de trânsito.

Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:

•• A prova do concurso constará de trinta questões objetivas.

(B) No sentido de “estar incluído, registrado”, constrói-se com a preposição EM:

•• Seu nome consta na lista de aprovados do concurso!

52 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Visar
VTD – quando significa “mirar”

•• O atirador visou o alvo certo!

VTD – quando significa “assinar”

•• Você já visou o chegue?

VTI – quando significar “ almejar, ter por objetivo”

•• Visamos ao sucesso no vestibular de verão!

•• A vaga a que todos visam está desocupada.

Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.

•• Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se.

•• Ele procede de boa família.

VI – ter lógica.

•• Teus argumentos não procedem.

Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!

Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!

Simpatizar/ antipatizar – VTI


•• Eu simpatizei com ela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 53
Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o ermo
ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

•• A vila aguarda a construção da escola.

•• A autor fez uma mudança de cenário.

•• Observamos o crescimento da economia.

•• Assaltaram a loja de brinquedos.

54 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português
Português

CRASE

Eles foram à praia no fim de semana (A prep. + A artigo)


A aluna à qual me refiro é estudiosa (A prep. + A do pronome relativo A Qual)
A minha blusa é semelhante à de Maria (A prep. + A pronome demonstrativo)
Ele fez referência àquele aluno (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele).

Ocorre crase

1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.
•• Eles foram à praia.
•• O menino não obedeceu à professora.
•• Sou indiferente às críticas!

2. Substitua os demonstrativos Aqueles(s), Aquela(s), Aquilo por A este(s), A esta(s), A isto;


mantendo-se a lógica, haverá crase.
•• Ele fez referência àquele aluno.
•• Aquele: Refiro-me àquele rapaz.
•• Aquela: Dei as flores àquela moça!
•• Aquilo: Refiro-me àquilo que me contastes

3. Nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais.


à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas;
à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.
•• Pagamos a vista / à vista.
•• Tranquei a chave / à chave.
•• Estudaremos a sombra / à sombra.

www.acasadoconcurseiro.com.br 55
4. Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”;
se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A.
•• Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia)
•• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).

5. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.
•• Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de).

Observação:
Se o nome do lugar estiver acompanhado
de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório.

•• Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações.

6. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais


A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o
verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase.
•• São regras às quais todos os funcionários devem obedecer.
•• Esta foi a conclusão à qual Pedro Kuhn chegou.
•• A novela à qual assisto passa também na internet.

7. Crase com o Pronome Demonstrativo "a“


•• Minha crise é ligada à dos meus irmãos
•• Suas lutas não se comparam as dos jovens de hoje.
•• As frases são semelhantes às da minha ex-namorada.

8. Se a palavra "distância" estiver determinada, especificada, o "a" deve ser acentuado.


Observe:
•• A cidade fica à distância de 70 km daqui (determinada).
•• A cidade fica a grande distância daqui (não-determinada).

56 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

Crase Opcional

1. Antes de nomes próprios femininos.


•• Entreguei o presente a Ana (ou à Ana).

2. Depois da preposição ATÉ.


•• Fui até a escola. (ou até à escola).

3. Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular.


•• Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua.

Não ocorre crase

1. Antes de palavras masculinas.


•• Ele saiu a pé.
•• Barco a vapor.

2. Antes de verbos.
•• Estou disposto a colaborar com ele.
•• Produtos a partir de R$ 1,99.

3. Antes de artigo indefinido.


•• Fomos a uma lanchonete no centro.

4. Depois de preposição diferente de A


•• Eles foram para a praia.
•• Ficaram perante a torcida após o gol.

5. Antes de alguns pronomes


•• Passamos os dados do projeto a ela.
•• Eles podem ir a qualquer restaurante.
•• Refiro-me a esta aluna.
•• A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada.
•• O restaurante a cuja dona me referi é ótimo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 57
6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
•• Refiro-me a pessoas que são competentes.
•• Entregaram tudo a secretárias do curso.

7. Em locuções formadas pela mesma palavra.


•• Tomei o remédio gota a gota.
•• A vítima ficou cara a cara com o ladrão.

Utilize o acento indicativo de crase quando necessário.


a) Chegamos a ideia de que a regra não se refere a pessoas jovens.
b) A todo momento, damos sinais de que nos apegamos a vida.
c) Ela elevou-se as alturas.
d) Os alunos davam valor as normas da escola.
e) As duas horas as pegaríamos a frente da escola.
f) Ele veio a negócios e precisa falar a respeito daquele assunto.
g) Foi a Bahia, depois a São Paulo e a Porto Alegre.
h) Eles tinham a mão as provas que eram necessárias.
i) Graças a vontade de um companheiro de trabalho, reformulamos a agenda da semana.
j) Refiro-me a irmã do colega e as cunhadas, mas nada sei sobre a mãe dele.
k) Aderiu a turma a qual todos aderem.
l) A classe a qual pertenço é a única que não fará a visita aquela praia.
m) Não podemos ignorar as catástrofes do mundo e deixar a humanidade entregue a própria
sorte.
n) Somos favoráveis as orientações dos professores.
o) O ser humano é levado a luta que tem por meta a resolução das questões relativas a
sobrevivência.
p) Sou a favor da preservação das baleias.
q) Fique a espera do chefe, pois ele chegará as 14h.
r) A situação a que me refiro tornou-se complexa, sujeita a variadas interpretações.
s) Após as 18h, iremos a procura de auxilio.
t) Devido a falta de quorum, suspendeu-se a sessão.
u) As candidatas as quais foram oferecidas as bolsas devem apresentar-se até a data marcada.

58 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

v) Dedicou-se a uma atividade beneficente, relacionada a continuidade do auxílio as camadas


mais pobres da população.
w) Se você for a Europa, visite os lugares a que o material turístico faz referência.
x) Em relação a matéria dada, dê especial atenção aquele caso em que aparece a crase.
y) Estaremos atendendo de segunda a sexta, das 8h as 19h.
z) A pessoa a quem me refiro dedica-se a arte da cerâmica.

www.acasadoconcurseiro.com.br 59
Português
Português

PONTUAÇÃO

Emprego da Vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao deslocarem-se o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• As pessoas desta turma enviaram as dicas de Português aos colegas no domingo.

•• As pessoas desta turma enviaram aos colegas as dicas de Português no domingo.

Dica Zambeliana = Não se separam por vírgulas


•• predicado de sujeito = Restam, dúvidas sobre a matéria!

•• objeto de verbo = Informei, ao grupo, o sério problema.

•• adjunto adnominal de nome = A prova, do concurso, estava acessível!

Entre os termos da oração

1. Para separar itens de uma série. (Enumeração)

•• Na páscoa, preciso comer também alface, rúcula, brócolis, cenoura, tomate, chocolate!

•• Tempo é um recurso raro, valioso e não renovável.

2. Para assinalar supressão de um verbo.


•• Ele vê filmes no youtube; eu, no cinema.

www.acasadoconcurseiro.com.br 61
3. Para separar o adjunto adverbial deslocado.

•• "O preço que se paga, às vezes, é alto demais…"

•• No próximo domingo, farei meu concurso!

•• O tomate, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.

Observação: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não
ser que se queira enfatizar a informação nele contida.
•• Ontem comemoramos o seu aniversário.

4. Para separar o aposto.

•• Sempre dei dois conselhos: viva muito e seja feliz!

•• São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.

5. Para separar o vocativo.

•• Colega, você pode me emprestar esta caneta?

6. Para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou enfáticas


(aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor, por exemplo,
etc.).

•• As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
dos lucros altos.

•• Preciso estudar, ou seja, adeus final de semana.

Entre as orações
1. Para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ”Não me falta cadeira, não me falta sofá, só falta você sentada na sala, só falta você
estar.” (Arnaldo Antunes)

62 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas
são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora),
adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque,
pois).

•• Todos os alunos gostarão dessa dica, no entanto não há chances de ser cobrada na
prova.

3. Para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os sujeitos sejam
diferentes.
•• As pessoas assistiam ao protestos pacificamente, e a polícia respeitava a todos.

•• Os sentimentos podem mudar com o tempo e as pessoas não entendem isso!

4. Para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, ele ficou bastante estressado, porque não encontrava vaga
para estacionar.

5. Para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto desenvolvidas


quanto reduzidas.
•• Como pretendia retirar-se logo, aproximou-se da porta.

•• Nossas intenções, conforme todos podem comprovar, são as melhores.

6. Orações Subordinadas Adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas: Delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• As frutas que apodreceram foram descartadas no lixo.

•• Os protestos que ocorreram em 2013 podem voltar!

•• As rosas que são vermelhas embelezam o planeta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 63
b) Explicativas: Explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente
(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• A telefonia móvel, que facilitou a vida do homem moderno, provocou também


situações constrangedoras.

•• Os cachorros, que são peludos, devem ser bem tratados neste canil.

•• As rosas, que são perfumadas, embelezam o planeta.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. Para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula ou que
encerrem comparações e contrastes.
•• Os jogadores estavam suados, nervosos, procurando a vitória; os espectadores
gritavam, incentivavam o time, exigiam resultados; o treinador angustiava-se, projetava
substituições.

2. Para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam deslocadas.


•• As pessoas educadas, todavia, não suportaram aquela atitude.

•• Considere-se, portanto, livre deste compromisso.

•• Esperava encontrar todos os conteúdos na prova; enxerguei, porém, apenas alguns

3. Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos


1. Para anunciar uma citação.
•• Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim."
2. Para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência ou um
esclarecimento.
•• Sempre tive três grandes amigos: Edgar, Pedro e Sérgio.

•• Não há motivo para preocupações: tudo já está resolvido.

64 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

TEMPOS E MODOS VERBAIS – VERBOS

Tempos verbais do Indicativo

1. Presente – é empregado para expressar um fato que ocorre no momento em que se fala;
para expressar algo frequente, habitual; para expressar um fato passado, geralmente
nos textos jornalísticos e literários (nesse caso, trata-se de um presente que substitui o
pretérito).
“Não vejo mais você faz tanto tempo. Que vontade que eu sinto de olhar em seus olhos, ganhar
seus abraços. É verdade, eu não minto.” (Caetano Veloso)
“Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido palavras de amor.” (Roberto Carlos)

2. Pretérito Perfeito – revela um fato concluído, iniciado e terminado no passado.


“Pra você guardei o amor que nunca soube dar. O amor que tive e vi sem me deixar sentir sem
conseguir provar.” (Nando Reis)
“Ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora.” (Natiruts)

3. Pretérito Imperfeito – pode expressar um fato no passado, mas não concluído ou uma ação
que era habitual, que se repetia no passado.
“Quando criança só pensava em ser bandido, ainda mais quando com um tiro de soldado o pai
morreu. Era o terror da sertania onde morava...” (Legião)

4. Pretérito mais-que-perfeito – expressa um fato ocorrido no passado, antes de outro


também passado.
“E se lembrou de quando era uma criança e de tudo o que vivera até ali.” (Legião)
Eu já reservara a passagem, quando ele desistiu da viagem.

5. Futuro do presente – indica um fato que vai ou não ocorrer após o momento em que se
fala.
“Verás que um filho teu não foge à luta”. (Hino Nacional)
Os professores comentarão a prova depois do concurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 65
6. Futuro do pretérito – expressar um fato futuro em relação a um fato passado, habitualmente
apresentado como condição. Pode indicar também dúvida, incerteza.
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.”
“Eu aceitaria a vida como ela é, viajaria a prazo pro inferno, eu tomaria banho gelado no
inverno.” (Frejat)

Tempos verbais do Subjuntivo

1. Presente – expressa um fato atual exprimindo possibilidade, um fato hipotético


Espero que o André Vieira faça um churrasco.

Talvez eu volte com você.


Só quero que ela retorne para mim.

2. Pretérito imperfeito – expressa um fato passado dependente de outro fato passado.

“Mas se eu ficasse ao seu lado de nada adiantaria. Se eu fosse um cara diferente sabe lá como
eu seria.” (Engenheiros)

3. Futuro – indica uma ação hipotética que poderá ocorrer no futuro. Expressa um fato futuro
relacionado a outro fato futuro.

Se eu fizer 18 acertos, passarei.


Se vocês se concentrarem, a aula termina mais cedo!
Disse-me que fará quando puder.
“Quando o segundo sol chegar...” (Nando Reis)

Cuidado com eles!

Ter – tiver – Se ela mantiver a calma, passará!

Ver – vir – Quando ela vir a bagunça, ficará brava!

Vir – vier – Se isso lhe convier, será interessante!

Pôr – puser – Se você dispuser de tempo, faça o curso.

66 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Tempos e Modos Verbais/ verbos – Prof. Carlos Zambeli

Imperativo

Presente do IMPERATIVO Presente do IMPERATIVO


indicativo AFIRMATIVO Subjuntivo NEGATIVO
EU QUE EU NÃO
TU QUE TU NÃO
ELE QUE ELE NÃO
NÓS QUE NÓS NÃO
VÓS QUE VÓS NÃO
ELES QUE ELES NÃO

1. EU

2. Ele = você
Eles = vocês

3. Presente do indicativo = tu e vós – S = Imperativo Afirmativo

4. Presente do subjuntivo (Que) – completa o restante da tabela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 67
Exercícios

1. Complete
a) Ele ____________ no debate. Porém, eu não _____________ (intervir – pretérito perfeito)
b) Se eles não ___________ o contrato, não haveria negócio. (manter)
c) Se o convite me _____________, aceitarei. (convir)
d) Se o convite me _____________, aceitaria. (convir)
e) Quando eles __________ o convite, tomarei a decisão. (propor)
f) Se eu ____________ de tempo, aceitarei a proposta. (dispor)
g) Se eu ______________ de tempo, aceitaria a proposta. (dispor)
h) Se elas __________ minhas pretensões, faremos o acordo. (satisfazer)
i Ainda bem que tu _________ a tempo. (intervir – pretérito perfeito)
j) Quem se ____________ de votar deverá comparecer ao TRE. (abster – futuro do subjuntivo)
k) Quando eles __________ a conta, perceberão o erro. (refazer)
l) Se eles _______________ a conta, perceberiam o erro. (refazer)
m) Quando não te ____________, assinaremos o contrato. (opor)
n) Se eu ___________ rico, haveria de ajudá-lo. (ser )
o) Espero que você _______ mais atenção a nós. (dar )
p) Se ele ________________ no caso, poderia resolver o problema. (intervir)
q) Eu não __________ nesta cadeirinha! ( caber – presente indicativo)
r) Se nós ____________ sair, poderíamos. (querer)
s) Quando ela ___________ o namorado com outra, vai ficar uma fera! (ver – futuro do
subjuntivo)
t) e ela __________ aqui com o namorado, poderá se hospedar aqui. (vir – futuro do subj.)

2. Complete as lacunas com a forma do imperativo mais adequada:


a) Por favor, ___________ à minha sala, preciso falar com você. (vir)
b) __________ para nós. Participe do nosso programa. (ligar)
c) __________ agora os documentos que lhe pedimos hoje. (enviar)
d) __________ a sua boca e ________ quieto. (calar e ficar)
e) _______ até o guichê 5 para receber a sua ficha de inscrição. (ir)
f) _______ a sua casa e _______ o dinheiro num fundo. (vender e pôr)
g) _______ o seu trabalho e ________ os resultados. (fazer e ver)
h) Vossa Excelência está muito nervoso. _________ calma. (ter)
i) Só me resta lhe dizer uma coisa: ________ feliz. (ser)

3. Complete
a) Já lhe avisei! ____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
b) Já te avisei! _____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
c) Vocês aí! ________________ com mais entusiasmo. (cantar)

68 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

VOZES VERBAIS

Voz é a forma assumida pelo verbo para indicar a relação entre ele e seu sujeito.
Escrevi uma redação!
Fui atropelado pela moto!
Para passar uma oração da voz ativa para a voz analítica, é necessário que haja objeto direto,
pois esse termo será o sujeito da voz passiva.

Voz Ativa

O professor abriu a gramática.


Na frase acima, o professor pratica a ação expressa pelo verbo. É um sujeito agente. A gramática
recebe a ação expressa pelo verbo. É um objeto direto.

Voz Passiva

A voz passiva é marcada principalmente pela circunstância de que o sujeito passa a sofrer a
ação. Como é construída tanto com o auxílio verbo ser (passiva analítica ou com auxiliar), como
com o pronome se (passiva sintética ou pronominal), suas nuances de emprego textual devem
ser observadas com atenção.
A rua foi interditada pelos manifestantes.
A rua sofre a ação expressa pelo verbo. Trata-se de um sujeito paciente. Os manifestantes é o
elemento que pratica a ação de interditar. É o agente da passiva.

A voz passiva pode ser:


Analítica: formada pelo verbo ser + o particípio do verbo principal.
Sintética ou pronominal: formada pelo verbo principal na 3a. pessoa, seguido do pronome se.

www.acasadoconcurseiro.com.br 69
Passiva Analítica

As questões serão elaboradas pelos professores do curso.


•• Os candidatos devem ser apresentados, neste dia, pelos seus partidos.
Obs.: Os verbos TER, HAVER e POSSUIR, a despeito de exigirem objeto direto, NÃO podem ser
apassivados.

TRANSFORMAÇÃO DA ATIVA PARA A PASSIVA ANALÍTICA


•• objeto direto – sujeito
•• SER no tempo do verbo + particípio
•• sujeito – agente da passiva
•• A passiva analítica SEMPRE terá um verbo a mais que a ativa.
Os nossos colegas podem estudar a gramática nesta aula!

O detalhe está aqui ó!


O segredo está no verbo SER, pois ele terá o tempo e o modo do verbo principal! O principal vai
ficar no particípio (invariável)

Eu fiz a redação. (pretérito perfeito do indicativo)


A redação foi feita por mim.
Ana fará a redação. (futuro do presente do indicativo)
A redação será feita por Ana.
Eu escrevia uma redação. (pretérito imperfeito do indicativo)
Uma redação era escrita por mim.

Passiva Sintética

Formada por um verbo transitivo na terceira pessoa (singular ou plural, concorda com o sujeito)
mais o pronome apassivador se:
Consertam-se aparelhos elétricos.

70 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Vozes Verbais – Prof. Carlos Zambeli

TRANSFORMAÇÃO DA ATIVA PARA A PASSIVA SINTÉTICA


•• verbo no mesmo tempo e modo que na ativa + se
•• objeto direto – sujeito paciente
•• O número de verbos é o mesmo que na ativa.
•• na voz passiva sintética nunca há agente da passiva.
•• o sujeito fica posposto ao verbo.

Escreveram as notícias no site!


Escreveram-se as notícias no site!
Viram-se todos os jogos neste final de semana.
Exigem-se referências.
Plastificam-se documentos.
Entregou-se uma flor à mulher.

Voz Reflexiva

Ele se penteou. Eu me afastei constrangido.


O sujeito pratica e recebe a ação verbal, ou seja, ele é, ao mesmo tempo, o agente e o paciente
da ação.
Passe as frases a seguir de uma voz para a outra.

1. Os voluntários promoveram campanhas de donativos.

2. A Gripe Suína e a Febre Amarela ceifam milhares de vida.

3. O governo liberou os recursos em vinte dias.

4. A experiência ensina-nos muitas coisas.

5 Eu já lhes dei todas as questões da prova.

www.acasadoconcurseiro.com.br 71
6. Todos o consideravam honesto.

7. Quem pagará esses prejuízos?

8. Sem o povo, o Chile não reconstruiria a cidade.

9. O crime da família foi julgado também pelo povo.

10. A polícia pode ser corrompida pelo povo facilmente.

Exemplos de questão

1. Só não é possível a voz passiva em:


a) Os brasileiros defendem a idéia de uma democracia social.
b) Conflitos sociais não transpõem os abismos estratificados.
c) Esse abismo não conduz a conflitos tendentes à transposição dos estragos sociais.
d) Os privilegiados ignoram ou ocultam as mazelas sociais.
e) Os brasileiros raramente percebem os profundos abismos cruciais a seu desenvolvimento.

2. Talvez o governo adote outras medidas de combate à inflação.


Mudando a oração acima para a voz passiva, sem alterar tempo e modo do verbo, obtém-se a
forma verbal:
a) são adotadas
b) fossem adotadas
c) sejam adotadas
d) seja adotada
e) será adotada.

Gabarito: 1. C 2. C

72 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

IDENTIFICAÇÃO DA IDEIA CENTRAL

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 73
EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

74 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Identificação da Ideia Central – Prof. Carlos Zambeli

Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 75
Português

ESTRATÉGIA LINGUÍSTICA

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem.
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

www.acasadoconcurseiro.com.br 77
1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação generalizada.


Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

78 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 79
3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que
é possível dominar as incertezas da existência por meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

80 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 81
Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol
(séculos XVI-XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

82 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

www.acasadoconcurseiro.com.br 83
a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

84 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 85
I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

86 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

INFERÊNCIA

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 87
Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

88 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Inferência – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 89
c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos.

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

90 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

www.acasadoconcurseiro.com.br 91
(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

92 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

www.acasadoconcurseiro.com.br 93
ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

94 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

www.acasadoconcurseiro.com.br 95
EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

96 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 97
Português

COMPREENSÃO GRAMATICAL DO TEXTO

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

www.acasadoconcurseiro.com.br 99
mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

100 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. D 6. B 7. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 101
Português

DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

www.acasadoconcurseiro.com.br 103
Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

104 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Conotação e Denotação – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos:
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

www.acasadoconcurseiro.com.br 105
4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

106 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

ELEMENTOS REFERENCIAIS

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

www.acasadoconcurseiro.com.br 107
1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

108 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 109
5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

110 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 111
Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

112 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 113
ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

www.acasadoconcurseiro.com.br 115
Português

POLISSEMIA E FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

www.acasadoconcurseiro.com.br 117
1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

118 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

www.acasadoconcurseiro.com.br 119
Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

120 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Pensamento
Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

www.acasadoconcurseiro.com.br 121
Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

122 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 123
Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

124 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

TIPOLOGIA TEXTUAL

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

www.acasadoconcurseiro.com.br 125
1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

126 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Tipologia Textual – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 127
“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

128 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português
Aula XX

GÊNERO TEXTUAL

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

www.acasadoconcurseiro.com.br 129
1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

130 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

www.acasadoconcurseiro.com.br 131
4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

132 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

www.acasadoconcurseiro.com.br 133
Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 135
QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

136 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

www.acasadoconcurseiro.com.br 137
O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente.
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

138 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 139
É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

www.acasadoconcurseiro.com.br 141
Português

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

www.acasadoconcurseiro.com.br 143
Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

144 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

www.acasadoconcurseiro.com.br 145
1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

146 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 147
Português

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

www.acasadoconcurseiro.com.br 149
1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil, 1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.

150 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E

www.acasadoconcurseiro.com.br 151
nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

152 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

Professor Dudan

www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Números Naturais (ℕ)

Definição: ℕ = {0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℕ* = {1, 2, 3, 4,...} naturais não nulos.

Números Inteiros (ℤ)

Definição: ℤ = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℤ* = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não nulos.

ℤ + = {0, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não negativos (naturais).

ℤ*+ = {1, 2, 3, 4,...} inteiros positivos.

ℤ- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0} inteiros não positivos.

ℤ*- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1} inteiros negativos.

O módulo de um número inteiro, ou valor absoluto, é a distância da origem a esse ponto


representado na reta numerada. Assim, módulo de – 4 é 4 e o módulo de 4 é também 4.

|– 4| = |4| = 4

www.acasadoconcurseiro.com.br 155
Faça você

1. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas


( ) 0 ∈ N ( )0∈Z ( )–3∈Z ( )–3∈N ( )NcZ

2. Calcule o valor da expressão 3 – |3+ | – 3|+|3||.

Números Racionais (ℚ)

Definição: Será inicialmente descrito como o conjunto dos quocientes entre dois números
inteiros.
p
Logo ℚ = { | p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*}
q

Subconjuntos
ℚ* à racionais não nulos.
ℚ + à racionais não negativos.
ℚ*+ à racionais positivos.
ℚ - à racionais não positivos.
ℚ*- à racionais negativos.

Faça você
3. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
( ) 0,333... ∈ Z ( ) 0 ∈ Q* ( ) – 3 ∈ Q+
( ) – 3,2 ∈ Z ( ) NcQ ( ) 0,3444... ∈ Q*
( ) 0,72 ∈ N ( ) 1,999... ∈ N ( ) 62 ∈ Q
( ) QcZ

156 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

Frações, Decimais e Fração Geratriz


Decimais exatos
2 1
= 0,4 = 0,25
5 4

Decimais periódicos
1 7
= 0,333... = 0,3 = 0,777... = 0,7
3 9

Transformação de dízima periódica em fração geratriz

São quatro passos

1. Escrever tudo na ordem, sem vírgula e sem repetir.


2. Subtrair o que não se repete, na ordem e sem vírgula.
3. No denominador:
a) Para cada item “periódico”, colocar um algarismo “9”;
b) Para cada intruso, se houver, colocar um algarismo “0”.

Exemplos
a) 0,333... Seguindo os passos descritos acima: (03 – 0) = 3/9 = 1/3
9
b) 1,444... Seguindo os passos descritos acima: 14 – 1 = 13/9
9
c) 1,232323... Seguindo os passos descritos acima: 123 – 1 = 122/99
99
d) 2,1343434... Seguindo os passos descritos acima: 2134 – 21 = 2113/990
990

Números Irracionais (𝕀)

Definição: Todo número cuja representação decimal não é periódica.

Exemplos:
0,212112111... 1,203040... 2 π

Números Reais (ℝ)


Definição: Conjunto formado pelos números racionais e pelos irracionais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 157
ℝ = ℚ ∪ 𝕀, sendo ℚ ∩ 𝕀 = Ø

Subconjuntos
ℝ* = {x ∈ R | × ≠ 0} à reais não nulos
ℝ + = {x ∈ R | × ≥ 0} à reais não negativos Q I

Z
ℝ*+ = {x ∈ R | × > 0} à reais positivos
N
ℝ- = {x ∈ R | × ≤ 0} à reais não positivos
ℝ*- = {x ∈ R | × < 0} à reais negativos

Números Complexos ( )
Definição: Todo número que pode ser escrito na forma a + bi, com a e b reais.

Exemplos:
3 + 2i – 3i – 2 + 7i

9 1,3 1,203040...

2 π

Resumindo:
Todo número é complexo.

Faça você
4. Seja R o número real representado pela dízima 0,999...
Pode-se afirmar que:
a) R é igual a 1.
b) R é menor que 1.
c) R se aproxima cada vez mais de 1 sem nunca chegar.
d) R é o último número real menor que 1.
e) R é um pouco maior que 1.

158 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

5. Entre os conjuntos abaixo, o único formado apenas por números racionais é:


a)

b)

c)

d)

e)

6. Dados os conjuntos numéricos ℕ, ℤ, ℚ e ℝ, marque a alternativa que apresenta os


elementos numéricos corretos, na respectiva ordem.
a) – 5, – 6, – 5/6, .
b) – 5, – 5/6, – 6, .
c) 0, 1, 2/3, .
d) 1/5, 6, 15/2, .
e) , 2, 2/3, .

- 1 + 25
7. A lista mais completa de adjetivos que se aplica ao número é:
2
a) Complexo, real, irracional, negativo.
b) Real, racional, inteiro.
c) Complexo, real, racional, inteiro, negativo.
d) Complexo, real, racional, inteiro, positivo.
e) Complexo, real, irracional, inteiro.

8. Observe os seguintes números.


I – 2,212121...
II – 3, 212223...
III – /5
IV – 3,1416
V–
Assinale a alternativa que identifica os números irracionais.
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e V
e) III e V

www.acasadoconcurseiro.com.br 159
9. Se a = , b = 33/25, e c = 1,323232..., a afirmativa verdadeira é
a) a<c<b
b) a<b<c
c) c<a<b
d) b<a<c
e) b<c<a

Gabarito: 1. * 2. * 3. * 4. A 5. B 6. C 7. D 8. C 9. E

160 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

TEORIA DOS CONJUNTOS (LINGUAGEM DOS CONJUNTOS)

Conjunto é um conceito primitivo, isto é, sem definição, que indica agrupamento de objetos,
elementos, pessoas etc. Para nomear os conjuntos, usualmente são utilizadas letras maiúsculas
do nosso alfabeto.

Representações:
Os conjuntos podem ser representados de três formas distintas:
I – Por enumeração (ou extensão): Nessa representação, o conjunto é apresentado pela citação
de seus elementos entre chaves e separados por vírgula. Assim temos:
•• O conjunto “A” das vogais –> A = {a, e, i, o, u}.
•• O conjunto “B” dos números naturais menores que 5 –> B = {0, 1, 2, 3, 4}.
•• O conjunto “C” dos estados da região Sul do Brasil –> C = {RS, SC, PR}

II – Por propriedade (ou compreensão): Nesta representação, o conjunto é apresentado por


uma lei de formação que caracteriza todos os seus elementos. Assim, o conjunto “A” das vogais
é dado por A = {x / x é vogal do alfabeto} –> (Lê-se: A é o conjunto dos elementos x, tal que x é
uma vogal)
Outros exemplos:
•• B = {x/x é número natural menor que 5}
•• C = {x/x é estado da região Sul do Brasil}
III – Por Diagrama de Venn: Nessa representação, o conjunto é apresentado por meio de uma
linha fechada de tal forma que todos os seus elementos estejam no seu interior. Assim, o
conjunto “A” das vogais é dado por:

www.acasadoconcurseiro.com.br 161
Classificação dos Conjuntos
Vejamos a classificação de alguns conjuntos:
•• Conjunto Unitário: possui apenas um elemento. Exemplo: o conjunto formados pelos
números primos e pares.
•• Conjunto Vazio: não possui elementos, é representado por ∅ ou, mais raramente, por { }.
Exemplo: um conjunto formado por elemento par, primo e diferente de 2.
•• Conjunto Universo (U): possui todos os elementos necessários para realização de um
estudo (pesquisa, entrevista etc.)
•• Conjunto Finito: um conjunto é finito quando seus elementos podem ser contados um a
um, do primeiro ao último, e o processo chega ao fim. Indica-se n(A) o número (quantidade)
de elementos do conjunto “A”.
Exemplo: A = {1, 4, 7, 10} é finito e n(A) = 4
•• Conjunto Infinito: um conjunto é infinito quando não é possível contar seus elementos do
primeiro ao último.

Relação de Pertinência

É uma relação que estabelecemos entre elemento e conjunto, em que fazemos uso dos
símbolos ∈ e ∉.
Exemplo:
Fazendo uso dos símbolos ∈ ou ∉, estabeleça a relação entre elemento e conjunto:

a) 10 ____ ℕ

b) – 4 ____ ℕ

c) 0,5 ____ 𝕀

d) – 12,3 ____ ℚ

e) 0,1212... ____ ℚ

f) 3 ____ 𝕀

g) -16 ____ ℝ

162 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Prof. Dudan

Relação de Inclusão

É uma relação que estabelecemos entre dois conjuntos. Para essa relação fazemos uso dos
símbolos ⊂, ⊄, ⊃ e ⊅.

Exemplos:
Fazendo uso dos símbolos de inclusão, estabeleça a relação entre os conjuntos:
a) ℕ _____ ℤ
b) ℚ _____ ℕ
c) ℝ _____ 𝕀
d) 𝕀 _____ ℚ

Observações:
•• Dizemos que um conjunto “B” é um subconjunto ou parte do conjunto “A” se, e somente
se, B ⊂ A.
•• Dois conjuntos “A” e “B” são iguais se, e somente se, A ⊂ B e B ⊂ A.
•• Dados os conjuntos “A”, “B” e “C”, temos que: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.

União, Intersecção e Diferença entre Conjuntos

Exemplos:
Dados os conjuntos A = {1, 3, 4, 5}, B = {2, 3, 4} e C = {4, 5, 10}. Determine:
a) A ⋂ B c) A – B e) A ⋂ B ⋂ C

b) A ⋃ B d) B – A f) A ⋃ B ⋃ C

www.acasadoconcurseiro.com.br 163
1. Numa sala há n pessoas. Sabendo que 75 pessoas dessa sala gostam de
matemática, 52 gostam de física, 30 pessoas gostam de ambas as matérias e
13 pessoas não gostam de nenhuma dessas matérias. É correto afirmar que
n vale:
a) 170
b) 160
c) 140
d) 100.
e) 110.

2. Numa pesquisa encomendada sobre a preferência entre rádios numa determinada


cidade, obteve o seguinte resultado:
•• 50 pessoas ouvem a rádio Riograndense
•• 27 pessoas escutam tanto a rádio Riograndense quanto a rádio Gauchesca
•• 100 pessoas ouvem apenas uma dessas rádios
•• 43 pessoas não escutam a rádio Gauchesca O número de pessoas entrevistadas
foi.
a) 117
b) 127
c) 147
d) 177
e) 197

164 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Prof. Dudan

3. Uma pesquisa sobre a inscrição em cursos de esportes tinha as seguintes


opções: A (Natação), B (Alongamento) e C (Voleibol) e assim foi montada a
tabela seguinte:

Cursos Alunos
Apenas A 9
Apenas B 20
Apenas C 10
AeB 13
AeC 8
BeC 18
A, B e C 3

Analise as afirmativas seguintes com base nos dados apresentados na tabela.


1. 33 pessoas se inscreveram em pelo menos dois cursos.
2. 52 pessoas não se inscreveram no curso A.
3. 48 pessoas se inscreveram no curso B.
4. O total de inscritos nos cursos foi de 88 pessoas.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) 1e2
b) 1e3
c) 3e4
d) 1, 2 e 3
e) 2, 3 e 4

4. Assinale a alternativa incorreta:


a) ℝ⊂𝕔
b) ℕ⊂ℚ
c) ℤ⊂ℝ
d) ℚ⊂ℤ
e) �⊂ℕ

Gabarito: 1. E 2. C 3. B 4. D

www.acasadoconcurseiro.com.br 165
Matemática

INTERVALOS NUMÉRICOS

O conjunto dos números reais é formado a partir da união dos conjuntos dos números Naturais,
Inteiros, Racionais e Irracionais.
Pode-se representar o conjunto dos números reais associando cada número x ϵ R a um ponto
de uma reta r.
Assim se convencionarmos uma origem O, associando a ela o zero, adotamos uma unidade e
um sentido positivo para esta reta, teremos aquela que denominamos reta orientada.

Tipos de intervalo

Intervalos Limitados

Intervalo fechado:
Números reais maiores ou iguais a “a” e menores ou iguais a “b”.

Intervalo: [a, b]
Conjunto: {x ϵ R | a ≤ x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + 4]

www.acasadoconcurseiro.com.br 167
Intervalo aberto:
Números reais maiores do que a e menores do que b.

Intervalo: ]a, b[
Conjunto: {x ϵ R | a < x < b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + 4)

Intervalo fechado à esquerda:


Números reais maiores ou iguais a a e menores do que b.

Intervalo: [a, b[
Conjunto: {x ϵ R | a ≤ x < b}
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + 4)

Intervalo fechado à direita:


Números reais maiores do que a e menores ou iguais a b.

Intervalo: ]a, b]
Conjunto: {x ϵ R | a < x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + 4]

168 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Intervalos Numéricos – Prof. Dudan

Intervalos ilimitados

Semirreta esquerda, fechada, de origem b:


Números reais menores ou iguais a b.

Intervalo: ] – ∞ ,b]
Conjunto: {x ϵ R | x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – ∞; + 4]

Semirreta esquerda, aberta, de origem b:


Números reais menores que b.

Intervalo: ] – ∞ ,b[
Conjunto: {x ϵ R | x < b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – ∞; +4)

Semirreta direita, fechada, de origem a:


Números reais maiores ou iguais a a.

Intervalo: [a,+ ∞ [
Conjunto: {x ϵ R | x ≥ a}

www.acasadoconcurseiro.com.br 169
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + ∞)

Semirreta direita, aberta, de origem a:


Números reais maiores que a.

Intervalo: ]a, +∞ [
Conjunto: {x ϵ R | x > a}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + ∞)

Reta numérica:
Números reais.

Intervalo: ] – ∞ ,+ ∞ [
Conjunto: R

Exercicios:

1. Se A = {x ϵ IR; –1 < x < 2} e B = {x ϵ IR; 0 ≤ x < 3}, o conjunto A ∩ B é o intervalo:


a) [0; 2[
b) ]0; 2[
c) [–1; 3]
d) ]–1; 3[
e) ]–1; 3]

2. Para o intervalo A = [–2, 5], o conjunto A ∩ IN* é igual a:


a) {–2,–1, 1, 2, 3, 4, 5}
b) {1, 2, 3, 4, 5}
c) {1, 5}

170 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Intervalos Numéricos – Prof. Dudan

d) {0, 1, 2, 3, 4, 5}
e) ]1, 5]

3. A diferença A – B, sendo A = {x ϵ IR; – 4 ≤ x ≤ 3} e B = {x ϵ IR; – 2 ≤ x < 5} é igual a:


a) {x ϵ IR; – 4 ≤ x < – 2}
b) {x ϵ IR; – 4 ≤ x ≤ – 2}
c) {x ϵ IR; 3 < x < 5}
d) {x ϵ IR; 3 ≤ x ≤ 5}
e) {x ϵ IR; – 2 ≤ x < 5}

4. Dados os conjuntos A = [1, 3[ e B = ]2, 9], os conjuntos (A U B), (A ∩ B) e (A – B) são,


respectivamente:
a) [1, 9], ]2, 3[, [1, 2]
b) ]1, 9], ]2, 3[, ]1, 2]
c) ]1, 9[, ]2, 3[, ]1, 2]
d) [1, 9], ]2, 3], [1, 2]
e) [1, 9], [2, 3], [1, 2]

Gabarito: 1. A 2. B 3. A 4. A

www.acasadoconcurseiro.com.br 171
Matemática

NÚMEROS PRIMOS

Por definição, os números primos são números pertencentes ao conjunto dos números naturais
não nulos, que possuem exatamente apenas dois divisores naturais distintos, o número 1 e o
próprio número.
Segundo esta definição o número 1 não é um número primo, pois o mesmo não apresenta dois
divisores distintos. Seu único divisor é o próprio 1.
O número 2 é o único número primo par, já que todos os demais números pares possuem ao
menos 3 divisores, dentre eles a unidade, o próprio número e o número 2.
Números naturais não nulos que possuem mais de dois divisores são chamados de números
compostos.

Exemplos:
a) 2 tem apenas os divisores 1 e 2, portanto 2 é um número primo.
b) 17 tem apenas os divisores 1 e 17, portanto 17 é um número primo.
c) 10 tem os divisores 1, 2, 5 e 10, portanto 10 não é um número primo.

Observações:
•• 1 não é um número primo, porque ele tem apenas um divisor que é ele mesmo.
•• 2 é o único número primo que é par.
Os números que têm mais de dois divisores são chamados números compostos.

Exemplo:
15 tem mais de dois divisores → 15 é um número composto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 173
Como identificar se um número é primo?

Iremos testar a divisibilidade do número por cada um dos números primos, iniciando em 2, até
que a divisão tenha resto zero ou que o quociente seja menor ou igual ao número primo que se
está testando como divisor.
Vamos testar se o número 17 é primo ou não:
17 ÷ 2 = 8, resta 1;
17 ÷ 3 = 5, restam 2;
17 ÷ 5 = 3, restam 2.
Neste ponto já podemos ter a certeza de que o número 17 é primo, pois nenhum dos divisores
primos testados produziu resto 0 e o quociente da divisão pelo número primo 5 é igual a 3 que
é menor que o divisor 5.
Vejamos agora se o número 29 é primo ou não:
29 ÷ 2 = 14, resta 1;
29 ÷ 3 = 9, restam 2;
29 ÷ 5 = 5, restam 4.
Como neste ponto quociente da divisão de 29 pelo número primo 5 é igual ao próprio divisor
5, podemos então afirmar com certeza que o número 29 é primo, pois nenhum dos divisores
primos testados resultou em uma divisão exata.
E o número 161?
Ele não é par, portanto não é divisível por 2;
1 + 6 + 1 = 8, portanto não é divisível por 3;
Ele não termina em 0 nem em 5, portanto não é divisível por 5;
Quando dividido por 7 ÷ 161 / 7 = 23, com resto zero, logo 161 é divisível por 7, e portanto não
é um número primo.
E o número 113:
Ele não é par, portanto não é divisível por 2;
1 + 1 + 3 = 5, portanto não é divisível por 3;
Ele não termina em 0 nem em 5, portanto não é divisível por 5;
Se dividido por 7 ÷ 113 / 7 = 16, com resto 1. O quociente (16) ainda é maior que o divisor (7).
Agora dividido por 11 ÷ 113 / 11 = 10, com resto 3. O quociente (10) é menor que o divisor (11),
e além disso o resto é diferente de zero (o resto vale 3), portanto 113 é um número primo.

174 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Números Primos e Primos Entre Si – Prof. Dudan

O Que São Números Primos Entre Si?

Um resultado na teoria de números é que todo número natural, maior que 1, pode ser escrito
como um produto, em que os fatores são todos números primos.
Por exemplo, (2.2.5) é a decomposição do número 20 em fatores primos, isto é, 20 = 2.2.5
Deve-se observar que, se o número em questão for um número primo, então a decomposição
será o próprio número.
Por exemplo, 7 será a decomposição em fatores primos do número 7.
Assim, se após a decomposição de dois números naturais a e b (maiores que 1), em fatores
primos, não houver fatores comuns; então a e b serão denominados números primos entre si.
Observe que 20 e 21 são números primos entre si, pois 20 = 2.2.5 e 21 = 3.7;
Já os números 15 e 21 não são primos entre si, pois 15 = 3.5 e 21 = 3.7
Resumindo: Um conjunto de números inteiros é chamado de mutuamente primo se não existir
um inteiro maior do que 1 que divida todos os elementos.
Assim chamamos de números primos entre si um conjunto de dois ou mais números naturais
cujo único divisor comum a todos eles seja o número 1.

Exemplo:
Os divisores do número 10 são: 1, 2, 5 e 10.
Os divisores de 20 são: 1, 2, 4, 5, 10 e 20.
Os divisores de 21 são: 1, 3, 7 e 21.
Podemos então afirmar que juntos, os números 10, 20 e 21 são primos entre si, ou mutuamente
primos, já que o único divisor comum a todos eles continua sendo o número 1.
Observe, no entanto que os números 10 e 20 não são números primos, pois os números 1, 2, 5
e 10 são divisores comuns aos dois.
Em síntese para sabermos se um conjunto de números são primos entre si, ou mutuamente
primos, basta calcularmos o seu máximo divisor comum (MDC). Se for 1, todos números do
conjuntos serão primos entre si.
Regra prática para descobrir se dois números naturais são primos entre si:
Seriam os números 49 e 6 primos entre si?
46
Se colocarmos 49 e 6 na forma de fração , não dá para simplificar por nenhum número,
logo temos uma fração IRREDUTÍVEL. 6

Assim dizemos que 49 e 6 são PRIMOS ENTRE SI.

www.acasadoconcurseiro.com.br 175
Matemática

OPERAÇÕES MATEMÁTICAS

Observe que cada operação tem nomes especiais:


•• Adição: 3 + 4 = 7, onde os números 3 e 4 são as parcelas e o número 7 é a soma ou total.
•• Subtração: 8 – 5 = 3, onde o número 8 é o minuendo, o número 5 é o subtraendo e o número
3 é a diferença.
•• Multiplicação: 6 × 5 = 30, onde os números 6 e 5 são os fatores e o número 30 é o produto.
•• Divisão: 10 ÷ 5 = 2, onde 10 é o dividendo, 5 é o divisor e 2 é o quociente, neste caso o resto
da divisão é ZERO.

Regra de sinais da adição e subtração de números inteiros

•• A soma de dois números positivos é um número positivo.


(+ 3) + (+ 4) = + 7, na prática eliminamos os parênteses. + 3 + 4 = + 7

•• A soma de dois números negativos é um número negativo.


(-3) + (-4) = – 7, na prática eliminamos os parênteses. – 3 – 4 = – 7

•• Se adicionarmos dois números de sinais diferentes, subtraímos seus valores absolutos e


damos o sinal do número que tiver o maior valor absoluto.
(– 4) + (+ 5) = + 1, na prática eliminamos os parênteses. – 4 + 5 = 1 assim, 6 – 8 = – 2.

•• Se subtrairmos dois números inteiros, adicionamos ao 1º o oposto do 2º número.


(+ 5) – (+ 2) = (+ 5) + (– 2) = + 3, na prática eliminamos os parênteses escrevendo o oposto
do segundo número, então: + 5 – 2 = + 3 (o oposto de +2 é – 2)
(– 9) – (- 3) = – 9 + 3 = – 6
(– 8) – (+ 5) = – 8 – 5 = – 13

DICA
Na adição e subtração, quando os sinais forem iguais, somamos os números e
conservamos o mesmo sinal, quadno os sinais forem diferentes, diminuimos os
números e conservamos o sinal do maior valor absoluto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 177
1. Calcule:
a) – 3 + 5 = b) + 43 – 21 =

c) – 9 – 24 = d) – 25 + (– 32) =

e) + 5 – 14 = f) + 7 + (– 4) =

g) – 19 – (– 15) = h) + 7 – (– 2) =

i) + 9 – 5 = j) – 8 + 4 + 5 =

k) – 9 – 1 – 2 = l) + (-6) – (+3) + 5 =

Regra de sinais da multiplicação e divisão de números inteiros


•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais positivos, o resultado é um
número positivo.
a) (+ 3) × (+ 8) = + 24
b) (+12) ÷ (+ 2) = + 6

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais negativos, o resultado é um


número positivo.
a) (– 6) × (– 5) = + 30
b) (– 9) ÷ (– 3) = + 3

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais diferentes, o resultado é um


número negativo.
a) (– 4) × (+ 3) = – 12
b) (+ 16) ÷ (– 8) = – 2

DICA
Na multiplicação/divisão, quando os dois sinais forem iguais, o resultado é (+), e
quando forem diferentes, o resultado é (–).

178 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

2. Calcule os produtos e os quocientes:


a) (– 9) × (– 3) = b) 4 ÷ (– 2) = c) – 6 × 9 =

d) (– 4) ÷ (– 4) = e) 12 ÷ (– 6) = f) – 1 × (– 14) =

g) (+ 7) × (+ 2) = h) (– 8) ÷ (– 4) = i) – 5 x (- 4) ÷ 2 =

3. Efetue os cálculos a seguir:


a) 2085 – 1463 = b) 700 + 285 = c) 435 x 75 =

d) 4862 ÷ 36 = e) 3,45 – 2,4 = f) 223,4 + 1,42 =

g) 28,8 ÷ 4 = h) 86,2 x 3 =

Potenciação e Radiciação
•• No exemplo 72 = 49 temos que: 7 é a base, 2 é o expoente e 49 é a potência.
•• A potência é uma multiplicação de fatores iguais: 72 = 7 x 7 = 49
•• Todo número inteiro elevado a 1 é igual a ele mesmo:
Ex.: a) (– 4)1 = – 4 b) (+ 5)1 = 5
•• Todo número inteiro elevado a zero é igual a 1.
Ex.: a) (– 8)0 = 1 b) (+ 2)0 = 1
•• No exemplo 3 8 = 2 temos que: 3 é o índice da raiz, 8 é o radicando, 2 é a raiz e o simbolo
é o radical.
Ex.: a) 52 = 25 b) 23 = 8 c) 34 = 81
d) 4 625 = 5 e) 64 = 8 f) 3 27 = 3

Regra de sinais da potenciação de números inteiros


•• Expoente par com parênteses: a potência é sempre positiva.
Exemplos: a) (– 2)4 = 16, porque (– 2) × (– 2) × (– 2) × (– 2) = + 16
b) (+ 2)² = 4, porque (+ 2) × (+ 2) = + 4

•• Expoente ímpar com parênteses: a potência terá o mesmo sinal da base


Exemplos: a) (– 2)3 = – 8, porque ( – 2) × (– 2) × ( – 2) = – 8
b) (+ 2)5 = + 32, porque (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) = + 32

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
•• Quando não tiver parênteses, conservamos o sinal da base independente do expoente.
Exemplos: a) – 2² = – 4
b) – 23 = – 8
c) + 3² = 9
d) + 53 = + 125

4. Calcule as potências:
a) 3² = b) (– 3)² =

c) – 3² = d) (+ 5)3 =

e) (– 6)² = f) – 43 =

g) (– 1)² = h) (+ 4)² =

i) (– 5)0 = j) – 7² =

k) (– 2,1)² = l) – 1,13 =

m) (–8)² = n) – 8² =

Propriedades da Potenciação

•• Produto de potência de mesma base: Conserva-se a base e somam-se os expoentes.


Exemplos:
a) a3 x a4 x a2 = a9
b) (– 5)2 x (– 5) = (– 5)3
c) 3 x 3 x 32 = 34

•• Divisão de potências de mesma base: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.


Exemplos:
a) b5 ÷ b2 = b3
b) (– 2)6 ÷ (– 2)4 = (– 2)2
c) (– 19)15 ÷ (– 19)5 = (– 19)10

•• Potência de potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.


Exemplos:
a) (a2)3 = a6
b) [(– 2)5]2 = (– 2)10

180 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

•• Potência de um produto ou de um quociente: Multiplica–se o expoente de cada um dos


elementos da operação da multiplicação ou divisão pela potência indicada.
Exemplos:
a) [(– 5)2 x (+ 3)4]3 = (– 5)6 x (+ 3)12
b) [(– 2) ÷ (– 3)4]2 = (– 2)2 ÷ (– 3)8

Expressões numéricas
Para resolver expressões numéricas é preciso obedecer a seguinte ordem:
1º resolvemos as potenciações e radiciações na ordem em que aparecem.
2º resolvemos as multiplicações e divisões na ordem em que aparecem.
3º resolvemos as adições e subtrações na ordem em que aparecem.

Caso contenha sinais de associação:


1º resolvemos os parênteses ( )
2º resolvemos os colchetes [ ]
3º resolvemos as chaves { }

5. Calcule o valor das expressões numéricas:


a) 6² ÷ 3² + 10² ÷ 50 =

b) 20 + 23 × 10 – 4² ÷ 2 =

c) 100 + 1000 + 10000 =

d) 5² – 5 × 15 + 50 × 53 =

e) 53 – 2² × [24 + 2 × (23 – 3)] + 100 =

f) 2 × {40 – [15 – (3² – 4)]} =

www.acasadoconcurseiro.com.br 181
Simplificação de frações

•• Para simplificar uma fração, divide-se o numerador e o denominador da fração por um


mesmo número.
Exemplo:
a) 6 ÷ 2 = 3
14 2 7
2
b) 40 ÷ 2 = 20 ÷ 2 = 10 ou 40 ÷ 4 = 10
12 2 6 3 12 4 3
•• Quando o numerador é divisível pelo denominador efetua-se a divisão e se obtém um
número inteiro.
Exemplo:
a) 100 = – 4
-25
b) 299 = 13
23

6. Simplifique as frações, aplicando a regra de sinais da divisão:

a) – 75 b) – 48 c) – 36 d) – 10
50 84 2 15

A relação entre as frações decimais e os números decimais

•• Para transformar uma fração decimal em número decimal, escrevemos o numerador da


fração e o separamos com uma vírgula deixando tantas casas decimais quanto forem os
zeros do denominador.
Exemplo: a) 48 = 4,8 b) 365 = 3,65 c) 98 = 0,098 d) 678 = 67,8
10 100 1.000 10

•• Para transformar um número decimal em uma fração decimal, colocamos no denominador


tantos zeros quanto forem os números depois da vírgula do número decimal.

Exemplo: a) 43,7 = 437 b) 96,45 = 9.645 c) 0,04 = 4 d) 4,876 = 4.876


10 100 100 1.000

182 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

Adição e subtração de frações


Com o mesmo denominador
•• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou diminuir os numeradores.
Exemplo: a) 21 – 4 + 9 = 26 simplificando 26 = 13 b) 1 + 3 = 4 = 1
6 6 6 6 6 3 4 4 4

Com denominadores diferentes


•• Sendo os denominadores diferentes é preciso encontrar as frações equivalentes às frações
dadas de modo que os denominadores sejam iguais, uma maneira prática é encontrar o
MMC dos denomiadores, veja:
2 4
3 – 5 o MMC de 3 e 5 é 15. Para encontrar os novos numeradores, dividi-se o MMC (15)
pelo denominador da primeira fraçã e multiplica o resultado da divisão pelo seu numerador:
15 ÷ 3 = 5 x 2 = 10 e assim procedemos com as demais frações, então: 2 – 4 = 10 – 12
3 5 15 15
2
Observe que a fração 10 é equivalente à fração e a fração 12 é equivalente a fração 4
15 3 15 5
Por fim, efetuamos o cálculo indicado entre 10 – 12 = – 2
15 15 15

7. Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

a) – 3 + 2 – 5 – 5 b) 7 + 2 – 1
4 10 2 10 3 4

Multiplicação e divisão de frações


•• Para multiplicar frações, basta multiplicar os numeradores entre si e os denominadores
entre si também.
Exemplo: a) 2 x �– 3 � = – 6 simplificando – 3
5 4 20 10

•• Para dividir frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda.
1
3 3 7 21 2
5
Exemplo: a) – ÷ = – x = – b) _____
=– 1 x 5 – 5
8 7 8 5 40 3 2 3 6

5

DICA
Dividir por um número é multiplicar pelo seu inverso!

www.acasadoconcurseiro.com.br 183
8. Efetue e simplifique quando for possível:
a) 4 ÷ �– 2 � b) – 1 �– 3 � 2 c) (– 4) ÷ �– 3 � d)
7 5 2 4 3 8

9. Aplique seus conhecimentos e calcule o valor das expressões numéricas. Observe


as operações indicadas, a existência de sinais de associação e tenha cuidado com as
potências.

a) (– 1 – 2 – 3 – 4 – 5) ÷ (+ 15) =

b) (8 + 10 ÷ 2 – 12) ÷ (– 4 + 3) =

c) – 3 – {– 2 – [(- 35) ÷ 25 + 2]} =

d) 4 – {(– 2) × (– 3) – [– 11 + (– 3) × (– 4)] – (– 1)} =

e) – 2 + {– 5 – [- 2 – (– 2) – 3 – (3 – 2) ] + 5} =

f) – 15 + 10 ÷ (2 – 7) =

10. Efetue os cálculos a seguir:

a) 2075 – 2163 b) 740 – 485 c) 415 × 72

d) 1548 ÷ 36 e) 13,46 – 8,4 f) 223,4 + 1,42

g) 3,32 × 2,5 h) 86,2 × 3 i) 78,8 ÷ 4

j) 100 ÷ 2,5 k) 21,2 ÷ 0,24 l) 34,1 ÷ 3,1

184 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

Potenciação e radiciação de frações


•• Para elevarmos uma fração a uma determinada potência, determina-se a potenciação do
numerador e do denominador obedecendo as regras de sinais da potenciação.
Exemplo: a) � – 2 �2 = + 4 b) � – 1 �3 = – 1 c) �+ 3 �3 = 27
3 9 4 64 5 125
•• Um número racional negativo não tem raiz de índice par no conjunto Q, se o índice for
ímpar pode ter raiz positiva ou negativa.
Exemplo: a) - 36 = ∉ Q
b) 4 -81 = ∉ Q
•• Já o índice ímpar admite raiz nagativa em Q.
Exemplo: a) 3 -64 = – 4, porque (- 4)3 = – 64
b) 5 -32 = – 2, porque (- 2)5 = – 32

Expoente negativo

Todo número diferente de zero elevado a um expoente negativo é igual ao inverso do mesmo
número com expoente positivo.
Exemplo: a) 1 = 1 b) 4-3 = 1 = 1 c) �– 2 �-2 = �– 4 �2 = + 16
7² 49 4³ 64 4 2 4

www.acasadoconcurseiro.com.br 185
Matemática

FRAÇÕES

Definição

Fração é um modo de expressar uma quantidade a partir de uma razão de dois números
inteiros. A palavra vem do latim fractus e significa "partido", dividido ou "quebrado (do verbo
frangere: "quebrar").
Também é considerada parte de um inteiro, que foi dividido em partes exatamente iguais. As
frações são escritas na forma de números e na forma de desenhos. Observe alguns exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 187
Na fração, a parte de cima é chamada de numerador, e indica quantas partes do inteiro foram
utilizadas.
A parte de baixo é chamada de denominador, que indica a quantidade máxima de partes em
que fora dividido o inteiro e nunca pode ser zero.

Ex.: Uma professora tem que dividir três folhas de papel de seda entre quatro alunos, como ela
pode fazer isso?
Se cada aluno ficar com 3/4 (lê-se três quartos) da folha. Ou seja, você vai dividir cada folha em
4 partes e distribuir 3 para cada aluno.
Assim , por exemplo, a fração 56/8 (lê-se cinquenta e seis oitavos) designa o quociente de 56
por 8. Ela é igual a 7, pois 7 × 8 = 56.

Relação entre frações decimais e os números decimais


Para transformar uma fração decimal (de denominador 10) em um número decimal, escrevemos
o numerador da fração e o separamos com uma vírgula deixando tantas casas decimais à direita
quanto forem os zeros do denominador.
Exemplo: 48 /10 = 4,8 365 / 100 = 3,65
98/1000 = 0,098 678 / 10 = 67,8
Para a transformação contrária (decimal em fração decimal), colocamos no denominador
tantos zeros quantos forem os números à direita da vírgula no decimal.
Exemplo: 43,7 = 437 / 10 96,45 = 9645/ 100
0,04 = 4 / 100 4,876 = 4876 / 1000

SIMPLIFICAÇÃO de FRAÇÕES
Para simplificar uma fração, se possível, basta dividir o numerador e o denominador por um
mesmo número se eles não são números primos entre si.
Exemplos:

188 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Frações – Prof. Dudan

COMPARAÇÃO entre FRAÇÕES


Se duas frações possuem denominadores iguais, a maior fração é a que possui maior numerador.
Por exemplo:
3 < 4
5 5

Para estabelecer comparação entre frações, é preciso que elas tenham o mesmo denominador.
Isso é obtido através do menor múltiplo comum.
Exemplo:

Na comparação entre frações com denominadores diferentes, devemos usar frações


equivalentes a elas e de mesmo denominador, para assim compará-las.
O MMC entre 5 e 7 é 35, logo:

Assim temos que

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou subtrair os numeradores e manter o
denominador.
Exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 189
• Se os denominadores forem diferentes será necessário encontrar frações equivalentes
(proporcionais) que sejam escritas no mesmo denominador comum. Usaremos o M.M.C , veja:
Exemplo:

O m.m.c de 3 e 5 é 15 , em seguida divide-se o m.m.c pelo denominador original de cada fração


e multiplica o resultado pelo numerador, obtendo assim , uma fração equivalente.
Observe que com isso , temos :

Por fim efetuamos o cálculo

Exemplo:

Exemplo: Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

190 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Frações – Prof. Dudan

MULTIPLICAÇÃO e DIVISÃO
Para multiplicar frações basta multiplicar os numeradores entre si e fazer o mesmo entre os
denominadores, independente se são iguais ou não.
Exemplo:

Para dividir as frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração.
Exemplo:

Exemplos: Efetue e simplifique quando for possível:

→ Potenciação e radiciação de frações


Para elevarmos uma fração à uma determinada potência, basta aplicar a potência no numerador
e também no denominador, respeitando as regras dos sinais da potenciação.
Exemplo:

www.acasadoconcurseiro.com.br 191
Caso seja necessário aplicar um radical numa fração, basta entender que: “a raiz da fração é a
fração das raízes.”
Exemplos:

Exemplo: Calcule o valor das expressões:

Questões:

1. João e Tomás partiram um bolo retangular. João comeu a metade da terça parte e Tomás comeu
a terça parte da metade. Quem comeu mais?
a) João, porque a metade é maior que a terça parte.
b) Tomás.
c) Não se pode decidir porque não se conhece o tamanho do bolo.
d) Os dois comeram a mesma quantidade de bolo.
e) Não se pode decidir porque o bolo não é redondo.

2. Dividir um número por 0,0125 equivale a multiplicá-lo por:


a) 1/125.
b) 1/8.
c) 8.
d) 12,5.
e) 80.

Gabarito: 1. D 2. E

192 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

POTÊNCIAS

A potenciação indica multiplicações de fatores iguais.


Por exemplo, o produto 3 . 3 . 3 . 3 pode ser indicado na forma 34. Assim, o símbolo an, sendo
a um número inteiro e n um número natural, n > 1, significa o produto de n fatores iguais a a:

an = a . a . a . ... . a
n fatores

Exemplo:
26 = 64, onde,
2 = base
6 = expoente
64 = potência

Exemplos:
a) 54 = 5 . 5 . 5 . 5 . = 625
•• 5 é a base;
•• 4 é o expoente;
•• 625 é a potência
b) ( – 6)2 = ( – 6) . ( – 6) = 36
•• -6 é a base;
•• 2 é o expoente;
•• 36 é a potência
c) ( – 2)3 = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = – 8
•• - 2 é a base;
•• 3 é o expoente;
•• - 8 é a potência
d) 101 = 10
•• 10 é a base;
•• 1 é o expoente;
•• 10 é a potência

www.acasadoconcurseiro.com.br 193
Casos especiais:

a1 = a 1n = 1 a0 = 1
a ≠ 0

Exemplo: Calcule as potências.


a) 52 = b) – 52 = c) ( – 5)2 =

d) – 53 = e) ( – 5)3 = f) – 18 =

g) – ( – 5)3 = h) (√3)0 = i) – 100 =

j) – 3³ = k) ( – 3)³ = l) – 3²=

m) ( – 3)² = n) ( – 3)0 = o) – 30 =

Potências “famosas”
21 = 2 3¹ = 3 5¹= 5
2² = 4 3² = 9 5² = 25
2³ = 8 3³ = 27 5³ = 125
24 = 16 34 = 81 54 = 625
25 = 32 35 = 243
26 = 64
27 = 128
28 = 256
29 = 512
210 = 1024

194 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Potências – Prof. Dudan

Potências de base “dez”

“n” inteiro e positivo “n” inteiro e positivo

10n = 10000...0 10n = 0,0000...001


“n” zeros “n” algarismos

Exemplos:
a) 104 = 10000 d) 10-5 = 0,00001
b) 106 = 1000000 e) 10-2 = 0,01
c) 103 = 1000 f) 10-1 = 0,1

Exemplo: Analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa que completa os parênteses


corretamente e na ordem correta.
( ) 44 + 44 + 44 + 44 = 45
( ) 320 + 320 + 320 = 920
( ) 27 + 27 = 28
( ) 53 + 53 + 53 + 53 + 53 = 515
a) V–F–F–F
b) V–V–V–V
c) F–V–F–V
d) V–F–V–F
e) F–V–V–F
Exemplo: Qual o dobro de 230?

a) 430
b) 260
c) 460
d) 231
e) 431
Exemplo: Qual a metade de 2100?
a) 250
b) 299
c) 1100
d) 150
e) 225

www.acasadoconcurseiro.com.br 195
Propriedades de potências

Produto de potências de mesma base


Na multiplicação de potências de bases iguais, conserva-se a base e somam-se os expoentes.

ax . ay = ax + y

Exemplos:

a) 23 . 22 = 23 + 2 = 25 = 32
b) 54 . 5 = 54 + 1 = 55
c) 2x . 26 = 2x + 6
d) 24 . 2-3 = 24 + (-3) = 24 - 3 = 21 = 2
e) 37 . 3-7 = 37 + (-7) = 37 - 7 = 30 = 1
f) xn . x-n = xn + (-n) = xn - n = x0 = 1
g) 8 . 2x = 23 . 2x = 23 + x
h) 2x . 2x = 2x + x = 22x

Observação: A propriedade aplica-se no sentido contrário também

am + n = am . an
Exemplo:
a) 2x + 2 = 2x . 22 = 2x . 4 = 4 . 2x
b) 32x = 3x + x = 3x . 3x = (3x)2
c) 5m + x = 5m . 5x
d) 42 + n = 42 . 4n = 16 . 4n

Observação: Somente podemos aplicar essa propriedade quando as bases são iguais.
25 . 32 ≠ 65 + 2 (não há propriedade para esses casos)

Não é possível multiplicar as bases quando houver expoente (não há propriedade para esses
casos)
Exemplos:
a) 2 . 6x ≠ 12x
b) 32 . 3x = 32 + x

196 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Potências – Prof. Dudan

Divisão de potências de mesma base


Na divisão de potências de bases iguais, conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.

ax ÷ ay = ax - y
OU

ax = a x - y
ay
Exemplos:
a) 710 ÷ 78 = 710 - 8 = 72 = 49
b) 32 ÷ 3-5 = 32- (-5) = 32 + 5 = 37
c) 102x ÷ 10x = 102x - x = 10x
d) 20 ÷ 25 = 20 - 5 = 2-5
103x
e) = 103x - x = 102x
10x
f) 13x ÷ 13x + 2 = 13x - (x + 2) = 13x - x - 2 = 13- 2
g) 53 ÷ 53 = 53 - 3 = 50 = 1
h) 43 ÷ 48 = 43 - 8 = 4-5
i) 11-5 ÷ 113 = 11-5 - 3 = 11- 8
x5n
j) = x5n - 10n = x-5n
x10n

A propriedade aplica-se no sentido contrário também.

am - n = am ÷ an
Exemplos:
a) 2x-2 = 2x ÷ 22 = 2x ÷ 4 = 2x/4
b) 5m-x = 5m ÷ 5x = 5m/5x
c) 42 - n = 42 ÷ 4n = 16 + 4n = 16/4n

www.acasadoconcurseiro.com.br 197
Potência de potência
Quando uma potência está elevada a algum expoente, conserva-se a base e multiplica-se o
expoente.

(ax)y = axy
Exemplos:

a) (22)3 = 22 . 3 = 26 = 128
b) (33x)2 = 36x
c) (54 + x)3 = 512+3x
d) (77)0 = 77 . 0 = 70 = 1
e) (2-3)2 = 2(-3) . 2 = 2-6

Cuidado!
n
(am)n ≠ am
Exemplo:
2
(23)2 ≠ 23   →  26 ≠ 29  →  128 ≠ 512

Potência de mesmo expoente


O produto de dois números quaisquer a e b, ambos elevados a um expoente n, conserva-se o
expoente e multiplicam-se as bases.

an . bn = (a . b)n
Exemplos:
a) (3 . 2)3 = 33 . 23 = 27 . 8 = 216
b) (5x)2 = 52 . x2 = 25x2
c) ( – 2ab)4 = ( – 2)4 . a4 . b4 = 16 a4 . b4
d) (x2y3)4 = (x2)4 . (y3)4 = x8 . y12
e) 57 . 27 = (5 . 2)7 = 107
f) (4 . a3 . b5)2 = 42 . (a3)2 . (b5)2 = 16 . a6 . b10

Exemplo: A soma dos algarismos do produto 421 . 540 é:

198 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Potências – Prof. Dudan

Divisão de mesmo expoente


A divisão de dois números quaisquer a e b, ambos elevados a um expoente n, conserva-se os
expoentes e dividem-se as bases. (b ≠ 0)

n
an ⎛ a ⎞
=⎜ ⎟
b ⎝ b⎠
n

Exemplos:
4
⎛ ⎞ 4
a) 2 = 2 = 16
⎜⎝ 3 ⎟⎠ 34 81
7
7
⎛ ⎞
b) 5 = 5 = 17 = 1
5 ⎜⎝ 5 ⎟⎠
7

( )( )
3 3 3
3 4
⎛ 2x 4z2 ⎞ 2 x z2 8x12z6
c)
⎜ 3y 3 ⎟ = =
( )
3
⎝ ⎠ 33 y 3 27y 9
8
88 ⎛ 8 ⎞
d) 8 = ⎜ ⎟ = 48
2 ⎝ 2⎠
2x
e) 9 = ⎛ 9 ⎞ = 32x
2x

32x ⎜⎝ 3 ⎟⎠

Potência de expoente negativo


O expoente negativo indica que se deve trabalhar com o inverso multiplicativo dessa base.

Expoente – 1 Expoente qualquer

n n n
−1 1 1 1
−1 − n −n 1 1 1 − n −ou
− n −1 1 1 1
a = aa = = a =a a= =n a =a n n= a− n =
a a a a a a a a an

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
Exemplos:

1
a) 5−1 =
5
2
−21 1
b) x = =
x x2
3
−3 1 1
c) 2 = =
2 8
1
d) y −1 =
y

Casos especiais:

−n n −1
a b a b
= =
b a b a

Exemplos:

−1
2 3
a) =
3 2
−2 2
5 3 9
b) = =
3 5 25
−4 4
1 2
c) = = 24 = 16
2 1
−2 2
3 x x2
d) − = − =
x 3 9

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Potências – Prof. Dudan

Regras importantes
Base NEGATIVA elevada a expoente ÍMPAR resulta em NEGATIVO
Exemplo:
a) ( – 1)5 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
b) ( – 2)3 = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = – 8
c) ( – 5)1 = – 5

Base NEGATIVA elevada a expoente PAR resulta em POSITIVO


Exemplo:
a) ( – 2)4 = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = + 16
b) ( – 7)2 = ( – 7) . ( – 7) = + 49
c) ( – 1)6 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = + 1

Caso especial para BASE = – 1


Exponente PAR Exponente ÍMPAR
( – 1)0 = + 1 (-1)1 = -1
( – 1)2 = ( – 1) . ( – 1) = + 1 (-1)3 = (-1) . (-1) . (-1) = -1
( – 1)4 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = + 1 ( – 1)5 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
( – 1)6 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = + 1 ( – 1)7 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
. .
. .
. .
( – 1)PAR = + 1 ( – 1)ÍMPAR = – 1

Exemplos:

a) ( – 1)481 = – 1
b) ( – 1)1500 = + 1
c) ( – 1)123 . ( – 1)321 = ( – 1)123 + 321 = ( – 1)444 = + 1
d) ( – 1)2n = + 1 pois "2n" é um número par
e) ( – 1)6n - 1 = – 1 pois "6n – 1" é um número ímpar

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
Exemplos: Calcule as potências:

a) 83 . 165 = j) 0,25-3 =
−1
b) 77 ÷ 7-4 = 7
k) =
c) 5 = -3 4

d) (33)5 = l) π0 =

e) ( – 5)0 = m) 105 =
-3
f) – 50 = n) 10 =
2 −4 −1
3 1 7 o) (0,001)3 =
g) − = −
4 2 4 p) (0,001)-3 =
-23 −4 −1
3 q) 410 ÷ 2 =
h) − = −1 7
4 2 4 r) 10003 =
2 −4 −1
3 1 7
− i) − =
4 2 4

Exemplo: Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


( ) 05
( ) 50 a) 1
( ) ( – 1)7 b) – 1
( ) ( – 1)10 c) 0
( ) 10

A alternativa que completa corretamente os parênteses, de cima para baixo é:


a) a–b–c–b–a
b) c–a–b–a–a
c) c–b–b–b–a
d) c–b–a–b–c
e) a–a–a–a–c

202 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

RADICAIS

Certas situações envolvendo radicais podem ser simplificadas utilizando algumas técnicas
matemáticas. Vamos através de propriedades, demonstrar como simplificar números na forma
de radicais, isto é, números ou letras que podem possuir raízes exatas ou não. Nesse último
caso, a simplificação é primordial para os cálculos futuros e questões de concurso.

Definição
Se perguntássemos que número multiplicado por ele mesmo tem resultado 2, não
encontraríamos nenhum número natural, inteiro ou racional como resposta.
Uma raiz nada mais é que uma operação inversa à potenciação, sendo assim, ela é utilizada
para representar, de maneira diferente, uma potência com expoente fracionário.
Radiciação de números relativos é a operação inversa da potenciação. Ou seja:
n
an = b ⇔ b = �a (com n > 0)

Regra do “SOL e da sombra”

www.acasadoconcurseiro.com.br 203
Exemplos:
3 3
5 5
a)a)7 57=5 = 737=3 =5 343
5
343
3 3
4 4
b)b) 232=3 =
2 42 4
1 1

3 3= = 3 3
c)c) 2 2

5 5
3 3
d)d) 3232= =
22 3 3

8 8 4 4
0 ,80 ,8 5 5 5 5 4 4 5 5
e)10 = 10
e)10 = 10 = 10
= 10= = 1010= = 10000
10 10
10000

Atenção: par
negativo ≠ IR

Propriedades

I. Simplificação de radicais
Regra da chave-fechadura
Exemplos:
a) �27 = b) = �32
c) 3�16 = d) = 5�32
e) �36 = f) = 4�512
g) �243 = h) = 3�729
i) �108 = j) = 3�-64

Atenção!
�an = a
n

II. Soma e subtração de radicais


Exemplos:
a) �5 − 5�20 + �45 − 7�125 + �320 =
b) 3�2 − 3�54 + 3�128 =

204 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Radicais – Prof. Dudan

III. Multiplicação de raízes de mesmo índice

�a . n�b = n�a . b
n

Exemplos:
a) �2 . �5 = 4.5 = �10
3
b) 3�4 . 3�2 = 4.2 = 3�8 = 2
c) 2�27 . 2�3
d) 3�16 . 3�2

IV. Divisão de raízes de mesmo índice

n 20 20
aa a) = = 4 =2
= n
20 20 5
5
n
b b a) = = 4 =2
5 5 4 3
4 3
b) = = 2 3
Exemplos: Atenção:
2 3 2

3
a)
20
=
20
= 4 =2 4 4 3 144 144 12
5 5 b) =3 1 ,=44 =2
100
= =
10
= 1 ,2
3
2 2 100
20 20
a) 3 = = 4 =2
45 3 4 5 3 m n
b) = = 2 a = m.n a
3
2 2

144 144 12
1 , 44 = = 64 = 64= 2 ,2
= 64 == 1
3
4 4
b) =3 =32 a) 3 2.3
=2 6 6 6
3
V.1 Raiz
144
2
, 442= de raiz
=
144 12
= = 1 ,2
100 100 10
100 100 10
5 4
b) 3 = 5.4 3 = 20 3
144 144 12
1 , 44 = = = = 1 ,2
m n
a = m.n a
m n
a = m.n a100 100 10

m n m.n
a) a =3 64 a= 2.3 64 = 6 64 = 26 = 2
6

Exemplos:
3 6
5 34 2.3 6
a) 64 = 2.3 64 = 6 64 = 26 = 2
20 6
3 ==5.4 364= = 3 64 = 2 = 2
6
a)
b) 64

5 4 5 4
b) 3 = 5.4 3 = 20 3
b) 3 = 5.4 3 = 20 3

www.acasadoconcurseiro.com.br 205
VI. Simplificação de índice e expoente

n.p n
am.p = am
n.p n
am.p = am n.p n
Exemplos: am.p =4 am 4 2
4 4
a) 9= 3 = 3
a) 9 = 32 = 3
4 4
a) 9 8= 6 32 2= 3 4 3
.4 2.3
b)
8
76 =
2.4
72.3 = 73
4
b) 7 = 7 = 7
n.p n
am.p = am
2.3 8 2.4 4
m
a⋅n b =
m.n
b) 7 6
=
an ⋅ bm
VII. Multiplicação de raízes de míndices
7 = 7 3

a ⋅ n bdistintos
m.n
a) 4
9= 3 = 3
4 2 = an ⋅ bm
3 12
a) 5 ⋅ 4 7 = 5 4 ⋅ 73 m m.n
b)
8
76 =
2.4
72.3 = 73
4
a ⋅ n b 3= 4an ⋅ b12m 4 3
5 4 20 20
a)15 5 ⋅ 7 = 5 ⋅ 7
b)
m n ⋅ 5n3 =m 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 2 ⋅ 5
22 m.n 8
a⋅ b = a ⋅ b
Exemplos: 3 12
a) 5 5⋅ 4 27 =4 354 ⋅2073 2⋅4 3⋅5 20 8 15
a) 3
5 ⋅ 4 7 = 5 4 ⋅ 73
12 b) 2 ⋅ 5 = 2 ⋅ 5 = 2 ⋅5
5 4 20 20
b)
5
22 ⋅ 53 = 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 28 ⋅b)
4 20
515
20
22 ⋅ 53 = 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 28 ⋅ 515

Exercícios

1. Se x = �2 e y = �98 − �32 − �8 então:


a) y = 3x
b) y = 5x
c) y=x
d) y = −x
e) y = 7x

2. Se a = �2 e b = �2 − �8, então a/b é um número:


a) racional positivo.
b) racional não inteiro.
c) racional.
d) irracional.
e) complexo não real.

206 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Radicais – Prof. Dudan

3. O numeral 5120,555 é equivalente a:


a) 32.
b) 16�2.
c) 2.
d) �2.
�2.
5
e)
1,777...
4. O valor de é:
0,111...

a) 4,444...
b) 4.
c) 4,777...
d) 3.
e) 4/3.
5. O valor de (16%)50% é:
a) 0,04%
b) 0,4%
c) 4%
d) 40%
e) 400

2 2 3
6. O valor de 8 + 14 + 6 + 4 é:
a) 2�3
b) 32�2
c) �5
d) 2�5
e) 5�2
7. Se a = 23,5, então:
a) 6 < a < 8,5.
b) 8,5 < a < 10.
c) 10 < a < 11,5.
d) 11,5 < a < 13.
e) 13 < a < 14,5.

Gabarito: 1. C 2. C 3. A 4. B 5. D 6. A 7. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 207
Matemática

PRODUTOS NOTÁVEIS

Existem alguns produtos que se notabilizaram por algumas particularidades, chamam-se


de PRODUTOS NOTÁVEIS. Essas multiplicações são freqüentemente usadas e para evitar a
multiplicação de termo a termo, existem algumas fórmulas que convém serem memorizadas.

QUADRADO DA SOMA DE DOIS NÚMEROS

O quadrado da soma de dois números é igual ao quadrado do primeiro somado duas vezes o
primeiro pelo segundo, somado o quadrado do segundo.

Exemplos:
(x + 4)2 = x2 + 2.x.4 + 42 = x2 + 8x + 16
(3x + 1)2 = (3x)2 + 2.3x.1 + 12 = 9x2 + 6x + 1
(2a + 3b)2 = (2a)2 + 2.2a.3b + (3b)2 = 4a2 + 12ab + 9b2
(3x2 + 2x)2 = (3x2)2 + 2.3x2.2x + (2x)2 = 9x4 + 12x3 + 4x2

CUIDADO: (x + y)2 ≠ x2 + y2

DICA:
Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar:
(a + b)2 = (a + b).(a + b)

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
Aplicando a distributiva,

(a + b)2 = a2 + ab + ab + b2
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2

Exemplos:
a) (a + 7)2 =

b) (a³ + 5b)2 =

QUADRADO DA DIFERENÇA DE DOIS NÚMEROS

O quadrado da diferença de dois números é igual ao quadrado do primeiro subtraído duas


vezes o primeiro pelo segundo, somado o quadrado do segundo.

EXEMPLOS:
(x – 3)2 = x2 – 2.x.3 + 32 = x2 – 6x + 9
(5x – 3)2 = (5x)2 – 2.5x.3 + 32 = 25x2 – 30x + 9
(2a – 4b)2 = (2a)2 - 2.2a.4b + (4b)² = 4a2 + 16ab + 16b2
(3x2 – 2x)2 = (3x2)2 – 2.3x2.2x + (2x)2 = 9x4 – 12x3 + 4x2

CUIDADO: (x – y)2 ≠ x2 – y2

DICA:
Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar:
(a – b)2 = (a – b).(a – b)
Aplicando a distributiva,

210 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Produtos Notáveis – Prof. Dudan

(a – b)2 = a2 – ab – ab + b2
(a – b)2 = a2 – 2ab + b2

Exemplos:
a) (3x – 1)2 =
b) (5x2 – 3x)2 =

PRODUTO DA SOMA PELA DIFERENÇA ENTRE DOIS NÚMEROS

O produto da soma de dois termos pela sua diferença é igual ao quadrado do primeiro termo
subtraído o quadrado do segundo termo.

Exemplos:
(x + 1).(x – 1) = x2 – 12 = x2 – 1
(2a + 3).(2a – 3) = (2a)2 – 32 = 4a2 – 9
(3x + 2y).(3x – 2y) = (3x)2 – (2y)2 = 9x2 – 4y2

DICA:
Obs.: Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar de aplicar a distributiva:

(a + b).(a – b) = a2 – ab + ab – b2
(a + b).(a – b) = a2 – b2

www.acasadoconcurseiro.com.br 211
Exemplos:
(3a – 7).(3a + 7)=

(5a3 – 6).(5a3 + 6) =

Exercicios

1. A expressão (x – y)2 – (x + y)2 é equivalente a:


a) 0
b) 2y2
c) – 2y3
d) – 4xy
e) – 2xy

2. A expressão (3 + ab).(ab – 3) é igual a:


a) a2b – 9
b) ab2 – 9
c) a2b2 – 9
d) a2b2 – 6
e) a2b2 + 6

3. Se (x – y)2 – (x + y)2 = – 20, então x.y é igual a:


a) 0
b) –1
c) 5
d) 10
e) 15

4. Se x – y = 7 e xy = 60, então o valor da expressão x2 + y2 é:


a) 53
b) 109
c) 169
d) 420
e) 536

5. A diferença entre o quadrado da soma e o quadrado da diferença de dois números reais é igual:
a) a diferença dos quadrados dos dois números.
b) a soma dos quadrados dos dois números.
c) a diferença dos dois números.
d) ao dobro do produto dos números.
e) ao quádruplo do produto dos números.

Gabarito: 1. D 2. C 3. C 4. C 5. E

212 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

FATOR COMUM

Quando todos os termos de uma expressão tem um fator comum, podemos colocá-lo em
evidência. A forma fatorada é o produto do fator comum pelo que se obtém dividindo-se cada
termo da expressão original dada pelo fator comum.
Para usar este método temos que achar um fator que seja comum entre os termos, seja número
ou uma incógnita (letra), e colocá-lo em evidência.
Exemplos:
a) 2a + 2b = 2 (a +b)

1º Achamos o fator comum que é o 2.


2º Depois colocamos em evidência e dividimos cada termo pelo fator comum:
2a : 2 = a
2b : 2 = b

b) 6ax + 8ay = 2a (3x + 4y)

1º Neste caso temos a incógnita como fator comum, mas temos também números que
aparentemente não têm nada em comum, então devemos achar algum número que seja
divisível pelos dois números ao mesmo tempo, ou seja, encontramos o 2. Colocamos assim
em evidência.
2º Agora dividimos cada termo pelo fator comum:
6ax : 2a = 3x
8ay : 2a = 4y

www.acasadoconcurseiro.com.br 213
Exemplo: Colocando o fator comum em evidência, fatore os seguintes polinômios:

a) 10a + 10b =

b) 4a – 3ax =

c) 35c + 7c2 =

TRINÔMIO DO QUADRADO PERFEITO

Outra maneira de fatorar expressões algébricas é utilizando a regra do trinômio do quadrado


perfeito. Para fatorar uma expressão algébrica utilizando esse caso, a expressão deverá ser um
trinômio e formar um quadrado perfeito.
Então, para compreender melhor esse tipo de fatoração vamos recapitular o que é um trinômio
e quando um trinômio pode ser um quadrado perfeito.
Para que uma expressão algébrica seja um trinômio, ela deverá ter exatamente 3 termos. Veja
alguns exemplos de trinômios:

x3 + 2x2 + 2x

– 2x5 + 5y – 5

ac + c – b

É importante lembrar que nem todos os trinômios são quadrados perfeitos. Por isso é preciso
verificar se um trinômio pode ser escrito na forma de um quadrado perfeito.

Como identificar um trinômio do quadrado perfeito?


Veja se o trinômio 16x2 + 8x + 1 é um quadrado perfeito, para isso siga as seguinte regra:
Verifique se dois membros do trinômio têm raízes quadradas exatas e se o dobro delas é o
outro termo.

214 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Fator Comum – Prof. Dudan

Assim o trinômio 16x2 + 8x + 1 é quadrado perfeito.


Então, a forma fatorada do trinômio é 16x2 + 8x + 1 é (4x + 1)2, pois é a soma das raízes ao
quadrado.

Exemplos Resolvidos

Fatore a expressão x2 – 18x + 81.

Encontre a forma fatorada de x2 – 100x + 2500.

www.acasadoconcurseiro.com.br 215
Exercícios:

x+3
1. Para x ≠ 3, a simplificação da expressão é:
x2 − 9
a) x – 3

b) 3 – x
1
c)
x−3
1
d)
x+3
1
e)
3− x

2x2 − 8y2
2. Se y ≠ 0 e se x ≠ – 2y, a expressão é igual a:
3x2y + 6xy2
−2
a)
y + 2x

b) 2x − 4y
3xy
x − 4y
c)
y + 2x

1
d)
x + 2y

e) 2
3
a2 + 6a+ 9 a2 − 9
3. Para a ≠ – 3 e a ≠ 3, a expressão ÷ é equivalente a:
a+ 3 3 a− 3
a)
3
b) a + 2
c) a + 3
d) a – 3
e) a− 3
3

Gabarito: 1. C 2. B 3. A

216 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

DIVISORES E MÚLTIPLOS

Os múltiplos e divisores de um número estão relacionados entre si da seguinte forma:


Se 15 é divisível por 3, então 3 é divisor de 15, assim, 15 é múltiplo de 3.
Se 8 é divisível por 2, então 2 é divisor de 8, assim, 8 é múltiplo de 2.
Se 20 é divisível por 5, então 5 é divisor de 20, assim, 20 é múltiplo de 5.

Múltiplos de um número natural


Denominamos múltiplo de um número o produto desse número por um número natural
qualquer. Um bom exemplo de números múltiplos é encontrado na tradicional tabuada.
Múltiplos de 2 (tabuada da multiplicação do número 2)
2x0=0
2x1=2
2x2=4
2x3=6
2x4=8
2 x 5 = 10
2 x 6 = 12
2 x 7 = 14
2 x 8 = 16
2 x 9 = 18
2 x 10 = 20
E assim sucessivamente.
Múltiplos de 3 (tabuada da multiplicação do número 3)
3x0=0
3x1=3
3x2=6
3x3=9
3 x 4 = 12
3 x 5 = 15
3 x 6 = 18
3 x 7 = 21
3 x 8 = 24
3 x 9 = 27
3 x 10 = 30

www.acasadoconcurseiro.com.br 217
E assim sucessivamente.
Portanto, os múltiplo de 2 são: 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 18, 20, ...
E os múltiplos de 3 são: 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, ...

Divisores de um número natural


Um número é divisor de outro quando o resto da divisão for igual a 0. Portanto,
12 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12.
36 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18 e 36.
48 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24 e 48.

Importante!
• O menor divisor natural de um número é
sempre o número 1.
• O maior divisor de um número é o próprio
número.
• O zero não é divisor de nenhum número.
• Os divisores de um número formam um
conjunto finito.

Principais Critérios de Divisibilidade


Dentre as propriedades operatórias existentes na Matemática, podemos ressaltar a divisão,
que consiste em representar o número em partes menores e iguais.
Para que o processo da divisão ocorra normalmente, sem que o resultado seja um número
não inteiro, precisamos estabelecer situações envolvendo algumas regras de divisibilidade.
Lembrando que um número é considerado divisível por outro quando o resto da divisão entre
eles é igual a zero.

Regras de divisibilidade
Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.

218 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Divisores e Múltiplos – Prof. Dudan

Divisibilidade por 2
Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, ou 8, ou seja,
quando ele é par.
Exemplos: 5040 é divisível por 2, pois termina em 0.
237 não é divisível por 2, pois não é um número par.

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for
divisível por 3.
Exemplo: 234 é divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é igual a 2+3+4=9, e como 9 é
divisível por 3, então 234 é divisível por 3.

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado pelos dois
últimos algarismos da direita for divisível por 4.
Exemplos: 1800 é divisível por 4, pois termina em 00.
4116 é divisível por 4, pois 16 é divisível por 4.
1324 é divisível por 4, pois 24 é divisível por 4.
3850 não é divisível por 4, pois não termina em 00 e 50 não é divisível por 4.

Divisibilidade por 5
Um número natural é divisível por 5 quando ele termina em 0 ou 5.
Exemplos: 55 é divisível por 5, pois termina em 5.
90 é divisível por 5, pois termina em 0.
87 não é divisível por 5, pois não termina em 0 nem em 5.

Divisibilidade por 6
Um número natural é divisível por 6 quando é divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo.
Exemplos: 54 é divisível por 6, pois é par, logo divisível por 2 e a soma de seus algarismos é
múltiplo de 3 , logo ele é divisível por 3 também.
90 é divisível por 6, pelo mesmos motivos..
87 não é divisível por 6, pois não é divisível por 2.

www.acasadoconcurseiro.com.br 219
Divisibilidade por 7
Um número é divisível por 7 quando estabelecida a diferença entre o dobro do seu último
algarismo e os demais algarismos, encontramos um número divisível por 7.

Exemplos:
161 : 7 = 23, pois 16 – 2.1 = 16 – 2 = 14
203 : 7 = 29, pois 20 – 2.3 = 20 – 6 = 14
294 : 7 = 42, pois 29 – 2.4 = 29 – 8 = 21
840 : 7 = 120, pois 84 – 2.0 = 84

E o número 165928? Usando a regra : 16592 – 2.8 = 16592 – 16 = 16576


Repetindo o processo: 1657 – 2.6 = 1657 – 12 = 1645
Mais uma vez : 164 – 2.5 = 164 – 10 = 154 e 15 – 2.4 = 15 – 8 = 7
Logo 165928 é divisível por 7.

Divisibilidade por 8
Um número é divisível por 8 quando termina em 000 ou os últimos três números são divisíveis
por 8.

Exemplos:
1000 : 8 = 125, pois termina em 000
45128 é divisível por 8 pois 128 dividido por 8 fornece 16
45321 não é divisível por 8 pois 321 não é divisível por 8.

Divisibilidade por 9
Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número
múltiplo de 9.

Exemplos:
81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27

220 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Divisores e Múltiplos – Prof. Dudan

Divisibilidade por 10
Um número é divisível por 10 se termina com o algarismo 0 (zero).
Exemplos: 5420 é divisível por 10 pois termina em 0 (zero)
6342 não é divisível por 10 pois não termina em 0 (zero).

Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o
número formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2
algarismos, resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas
(11, 22, 33, 5555, etc.) são múltiplas de 11.
1342 : 11 = 122, pois 134 – 2 = 132 → 13 – 2 = 11
2783 : 11 = 253, pois 278 – 3 = 275 → 27 – 5 = 22
7150: 11 = 650, pois 715 – 0 = 715 → 71 – 5 = 66

Divisibilidade por 12
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.

Exemplos:
192 : 12 = 16, pois 192 : 3 = 64 e 192 : 4 = 48
672 : 12 = 56, pois 672 : 3 = 224 e 672 : 4 = 168

Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.

Exemplos:
1470 é divisível por 15, pois 1470:3 = 490 e 1470:5 = 294.
1800 é divisível por 15, pois 1800:3 = 600 e 1800:5 = 360.

Exemplo: Teste a divisibilidade dos números abaixo por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.


a) 1278
b) 1450
c) 1202154

www.acasadoconcurseiro.com.br 221
Matemática

FATORAÇÃO

Podemos escrever os números como produto (multiplicação) de números primos. Contudo,


qual a finalidade de fatorarmos esses números? Preciso realizar a fatoração separadamente ou
posso fazê-la simultaneamente, com dois ou mais números? Esses respostas virão adiante.
Um dos pontos importantes da fatoração, encontra-se no cálculo do M.D.C (Máximo Divisor
Comum) e do M.M.C (Mínimo Múltiplo Comum). Entretanto, devemos tomar cuidado quanto
à obtenção desses valores, pois utilizaremos o mesmo procedimento de fatoração, ou seja, a
mesma fatoração de dois ou mais números para calcular o valor do M.D.C e do M.M.C. Sendo
assim, devemos compreender e diferenciar o modo pelo qual se obtém cada um desses valores,
através da fatoração simultânea.
Vejamos um exemplo no qual foi feita a fatoração simultânea:
12, 42 2 (Divisor Comum)
6, 21 2
3, 21 3 (Divisor Comum)
1, 7 7
1 1

Note que na fatoração foram destacados os números que dividiram simultaneamente os


números 12 e 42. Isto é um passo importante para conseguirmos determinar o M.D.C. Se
fôssemos listar os divisores de cada um dos números, teríamos a seguinte situação:
D(12)={1, 2,3,4,6,12}
D(42)={1, 2,3,6,7,21,42}

Note que o maior dos divisores comuns entre os números 12 e 42 é o número 6. Observando
a nossa fatoração simultânea, este valor 6 é obtido realizando a multiplicação dos divisores
comuns.
Por outro lado, o M.M.C será obtido de uma maneira diferente. Por se tratar dos múltiplos,
deveremos multiplicar todos os divisores da fatoração. Sendo assim, o M.M.C (12,14) = 2 x 2 x
3 x 7 = 84.
Portanto , esse processo de fatoração é muito utilizado no cálculo do M.M.C e do M.D.C também,
mas cada um com seu respectivo procedimento, portanto, cuidado para não se confundir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 223
Exemplos: Vamos fatorar, para o cálculo do M.M.C os valores abaixo:
15, 24, 60 2
15, 12, 30 2
15, 6, 15 2
15, 3, 15 3
5, 1, 5 5
1, 1, 1

Logo o produto desses fatores primos: 2 . 2 . 2 . 3 . 5 = 120 é o menor múltiplo comum entre os
valores apresentados.
Agora se quiséssemos calcular o M.D.C , teríamos que fatorá-los sempre juntos, até não haver
mais divisor comum além do número 1.
Assim:
15, 24, 60 3
5, 8, 20

E com isso temos que o M.D.C dos valores dados é 3.


Exemplo: Fatore 20 e 30 para o cálculo do M.M.C
20, 30 2
10, 15 2
5, 15 3
5, 5 5
1 1

Assim o produto desses fatores primos obtidos: 2.2.3.5 = 60 é o M.M.C de 20 e 30.

224 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Fatoração – Prof. Dudan

De fato, se observarmos a lista de múltiplos de 20 e 30 verificaremos que dentre os comuns,


o menor deles é, de fato, o 60.
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160,...
M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150,...
Agora se buscássemos o M.D.C teríamos que fatorar de forma diferente.
20, 30 2
10, 15 5
2, 3

Com isso o produto desses fatores primos, 2 . 5 = 10, obtidos pela fatoração conjunta,
representa o M.D.C .
De fato, se observarmos a lista de divisores de 20 e 30 verificaremos que dentre os comuns,
o maior deles é, de fato, o 10.
D(20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20.
D(30) = 1, 2 ,3 ,5 ,6, 10, 15, 30.

www.acasadoconcurseiro.com.br 225
Matemática

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM

O mínimo múltiplo comum entre dois números é representado pelo menor valor comum
pertencente aos múltiplos dos números. Observe o MMC entre os números 20 e 30:
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, .... e M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150, 180, ...
Logo o MMC entre 20 e 30 é equivalente a 60.
Outra forma de determinar o MMC entre 20 e 30 é através da fatoração, em que devemos
escolher os fatores comuns de maior expoente e os termos não comuns.
Observe:
20 = 2 * 2 * 5 = 2² * 5 e 30 = 2 * 3 * 5 = 2 * 3 * 5 logo
MMC (20; 30) = 2² * 3 * 5 = 60
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea dos números, multiplicando
os fatores obtidos. Observe:
20, 30 2
10, 15 2
5, 15 3
5, 5 5
1
MMC(20, 30) = 2 * 2 * 3 * 5 = 60

Dica:
Apenas números naturais
têm MMC.

www.acasadoconcurseiro.com.br 227
Um método rápido e fácil para se determinar o MMC de um conjunto de números naturais é a
FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que ao menos um deles possa
ser dividido pelo fator primo apresentado, até que não sobrem valores maiores que 1.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Mínimo Múltiplo Comum.
Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar os números 6, 8 e 12 como exemplo.
Da fatoração destes três números temos:
6, 8, 12 2
3, 4, 6 2
3, 2, 3 2
3, 1, 3 3
1, 1, 1

O MMC(6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.M.C (6 , 8 , 12) = 2.2.2.3 = 24
Qual é o MMC(15, 25, 40)?
Fatorando os três números temos:
15, 25, 40 2
15, 25, 20 2
15, 25, 10 2
15, 25, 5 3
5, 25, 5 5
1, 5, 1 5
1, 1, 1

Assim o MMC(15, 25, 40) = 2. 2 . 2 . 3 . 5 . 5 = 600

228 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Mínimo Múltiplo Comum – Prof. Dudan

Propriedade do M.M.C.
Todo múltiplo comum de dois ou mais números inteiros é múltiplo do m.m.c. destes números.
Exemplo: os múltiplos comuns positivos de 2 , 5 e 6 são exatamente os múltiplos positivos de
30 (m.m.c. (2 ,5 , 6) = 30), ou seja, são 30 , 60, 90,...

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.M.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender que
o M.M.C por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao maior dos
valores apresentados , logo sempre um valor além dos valores dados.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade ele é o menor dos
múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do M.M.C.

Exemplo

1. Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina A a cada 3 dias, na
máquina B, a cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita a
manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máquinas receberão manutenção no
mesmo dia?
Temos que determinar o MMC entre os números 3, 4 e 6.
3, 4, 6 2
3, 2, 3 2
3, 1, 3 3
1, 1, 1
Assim o MMC (3, 4, 6) = 2 * 2 * 3 = 12
Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas. Portanto, dia 14
de dezembro.

www.acasadoconcurseiro.com.br 229
2. Um médico, ao prescrever uma receita, determina que três medicamentos sejam ingeridos
pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 horas,
remédio B, de 3 em 3 horas e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três
remédios às 8 horas da manhã, qual será o próximo horário de ingestão dos mesmos?
Calcular o MMC dos números 2, 3 e 6.
2, 3, 6 2
1, 3, 3 3
1, 1, 1
MMC (2, 3, 6) = 2 * 3 = 6
O mínimo múltiplo comum dos números 2, 3, 6 é igual a 6.
De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será
às 14 horas.

3. Em uma árvore de natal, três luzes piscam com frequência diferentes. A primeira pisca a
cada 4 segundos, a segunda a cada 6 segundos e a terceira a cada 10 segundos. Se num
dado instante as luzes piscam ao mesmo tempo, após quantos segundos voltarão, a piscar
juntas?

4. No alto da torre de uma emissora de televisão, duas luzes “piscam” com frequências
diferentes. A primeira “pisca” 15 vezes por minuto e a segunda “pisca” 10 vezes por
minuto. Se num certo instante, as luzes piscam simultaneamente, após quantos segundos
elas voltarão a “piscar simultaneamente”?
a) 12
b) 10
c) 20
d) 15
e) 30
5. Três ciclistas percorrem um circuito saindo todos ao mesmo tempo, do mesmo ponto, e com
o mesmo sentido. O primeiro faz o percurso em 40 s, o segundo em 36 s e o terceiro em 30
s. Com base nessas informações, depois de quanto tempo os três ciclistas se reencontrarão
novamente no ponto de partida, pela primeira vez, e quantas voltas terá dado o primeiro, o
segundo e o terceiro ciclista, respectivamente?
a) 5 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 13 voltas.
b) 6 minutos, 9 voltas, 10 voltas e 12 voltas.
c) 7 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 12 voltas.
d) 8 minutos, 8 voltas, 9 voltas e 10 voltas.
e) 9 minutos, 9 voltas, 11 voltas e 12 voltas.

Gabarito: 3. 60 Segundos 4. A 5. B 6. B

230 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

MÁXIMO DIVISOR COMUM (MDC)

O máximo divisor comum entre dois números é representado pelo maior valor comum
pertencente aos divisores dos números. Observe o MDC entre os números 20 e 30:
D(20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20. e D(30) = 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30.
O maior divisor comum dos números 20 e 30 é 10.
Podemos também determinar o MDC entre dois números através da fatoração, em que
escolheremos os fatores comuns de menor expoente. Observe o MDC de 20 e 30 utilizando
esse método.
20 = 2 * 2 * 5 = 2² * 5 e 30 = 2 * 3 * 5 = 2 * 3 * 5
Logo MDC (20; 30) = 2 * 5 = 10
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea e conjunta dos números,
multiplicando os fatores obtidos. Observe:
20, 30 2
10, 15 2
2, 3

Logo o M.D.C (20 , 30) = 10


Um método rápido e fácil para se determinar o MDC de um conjunto de números naturais é a
FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que todos eles devem
ser divididos, ao mesmo tempo, pelo fator primo apresentado, até que se esgotem as
possibilidades dessa divisão conjunta.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Máximo Divisor Comum.

www.acasadoconcurseiro.com.br 231
Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar novamente os números 6, 8 e 12
como exemplo.
Da fatoração conjunta destes três números temos:
6, 8, 12 2
3, 4, 6

O MDC(6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.D.C (6 , 8 , 12) = 2

Qual é o MDC (15, 25, 40)?


Fatorando os três números temos:
15, 25, 40 2
3, 5, 5

Assim o MDC (15, 25, 40) = 5

Exemplo:
Qual é o MDC (15, 75, 105)?
Fatorando os três números temos:
15, 75, 105 3
5, 25, 35 5
1, 5, 7

MDC (15, 75, 105) = 3 . 5 = 15


Note que temos que dividir todos os valores apresentados, ao mesmo tempo, pelo fator primo.
Caso não seja possível seguir dividindo todos , ao mesmo tempo, dá-se por encerrado o cálculo
do M.D.C.

Propriedade Fundamental
Existe uma relação entre o m.m.c e o m.d.c de dois números naturais a e b.
m.m.c.(a,b) . m.d.c. (a,b) = a . b
Ou seja, o produto entre o m.m.c e m.d.c de dois números é igual ao produto entre os dois
números.

232 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Máximo Divisor Comum – Prof. Dudan

Exemplo
Se x é um número natural em que m.m.c. (14, x) = 154 e m.d.c. (14, x) = 2, podemos dizer que
x vale.
a) 22
b) – 22
c) +22 ou – 22
d) 27
e) – 27

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.D.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender
que o M.D.C por ser um “divisor comum”, é um número sempre será menor ou igual ao menor
dos valores apresentados , logo sempre um valor aquém dos valores dados, dando ideia de
corte, fração.
Já o o M.M.C por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao
maior dos valores apresentados , logo sempre um valor além dos valores dados, criando uma
ideia de “futuro”.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade ele é o menor
dos múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do
M.M.C.

Exemplo:

1. Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mesmo comprimento. Após realizarem os


cortes necessários, verificou-se que duas peças restantes tinham as seguintes medidas: 156
centímetros e 234 centímetros. O gerente de produção ao ser informado das medidas, deu
a ordem para que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de maior comprimento
possível. Como ele poderá resolver essa situação?

2. Uma empresa de logística é composta de três áreas: administrativa, operacional e


vendedores. A área administrativa é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a
de vendedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza uma integração entre as
três áreas, de modo que todos os funcionários participem ativamente. As equipes devem
conter o mesmo número de funcionários com o maior número possível. Determine quantos
funcionários devem participar de cada equipe e o número possível de equipes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 233
3. Para a confecção de sacolas serão usados dois rolos de fio de nylon. Esses rolos, medindo
450cm e 756cm serão divididos em pedaços iguais e do maior tamanho possível. Sabendo
que não deve haver sobras, quantos pedaços serão obtidos?
a) 25
b) 42
c) 67
d) 35
e) 18
4. Nas últimas eleições, três partidos políticos tiveram direito, por dia, a 90 s, 108 s e 144 s
de tempo gratuito de propaganda na televisão, com diferentes números de aparições. O
tempo de cada aparição, para todos os partidos, foi sempre o mesmo e o maior possível. A
soma do número das aparições diárias dos partidos na TV foi de:
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20
5. Um escritório comprou os seguintes itens: 140 marcadores de texto, 120 corretivos e 148
blocos de rascunho e dividiu esse material em pacotinhos, cada um deles contendo um
só tipo de material, porém todos com o mesmo número de itens e na maior quantidade
possível. Sabendo-se que todos os itens foram utilizados, então o número total de
pacotinhos feitos foi:
a) 74
b) 88
c) 96
d) 102
e) 112

Dica:
Quando se tratar de MMC
a solução será um valor no
mínimo igual ao maior dos
valores que você dispõe. Já
quando se tratar de MDC
a solução será um valor no
máximo igual ao menor dos
valores que você dispõe.

Gabarito: 1. 78 2. 6 e 19 3. C 4. D

234 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

Definição
Expressões algébricas são expressões matemáticas que apresentam letras e podem conter
números, são também denominadas expressões literais. As letras constituem a parte variável
das expressões, pois elas podem assumir qualquer valor numérico.
No cotidiano, muitas vezes usamos expressões sem perceber que as mesmas representam
expressões algébricas ou numéricas.
Numa papelaria, quando calculamos o preço de um caderno somado ao preço de duas canetas,
usamos expressões como 1x + 2y, onde x representa o preço do caderno e y o preço de cada
caneta.
Num colégio, ao comprar um lanche, somamos o preço de um refrigerante com o preço de um
salgado, usando expressoes do tipo 1x+1y onde x representa o preço do salgado e y o preço do
refrigerante.
As expressões algébricas podem ser utilizadas para representar situações problemas, como as
propostas a seguir:
•• O dobro de um número adicionado a 20: 2x + 20.
•• A diferença entre x e y: x – y
•• O triplo de um número qualquer subtraído do quádruplo do número: 3x – 4x

Propriedades das expressões algébricas


Para resolver uma expressão algébrica, é preciso seguir a ordem exata de solução das operações
que a compõem:
1º Potenciação ou Radiciação
2º Multiplicação ou divisão
3º Adição ou subtração

www.acasadoconcurseiro.com.br 235
Se a expressão algébrica apresentar parênteses, colchetes ou chaves, devemos resolver
primeiro o conteúdo que estiver dentro dos parênteses, em seguida, o que estiver contido nos
colchetes e, por último, a expressão que estiver entre chaves. Em suma:
1º Parênteses
2º Colchetes
3º Chaves

Assim como em qualquer outro cálculo matemático, esta hierarquia é muito importante, pois,
caso não seja seguida rigorosamente, será obtido um resultado incorreto. Veja alguns exemplos:

a) 8x – (3x – √4)


8x – (3x – 2)
8x – 3x + 2
5x + 2

Exemplo Resolvido:
Uma mulher é 5 anos mais nova do que seu marido. Se a soma da idade do casal é igual a 69
anos, qual é a idade de cada um?
x + ( x – 5) = 69
x + x – 5 = 69
2x – 5 = 69
2x = 69 + 5
2x = 74
x = 37
69 – 37 = 32
37 – 5 = 32
Logo, a idade do marido é 37 anos e da mulher 32 anos.

236 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Expressões Algébricas – Prof. Dudan

Exercícios:

1. O resultado da expressão:
1 – 2 + 3 – 4 + 5 – 6 + 7 – 8 + . . . – 168 + 169 – 170
é igual a:
a) 170
b) – 170
c) 85
d) – 85
e) – 87
2. De um total de 40 questões planejadas para uma prova, eliminaram-se 2x delas e, do resto,
ainda tirou-se a metade do que havia sobrado. Qual a tradução algébrica do número de
questões que restaram?
a) (40 – 2x) – 20 + x
b) (40 – 2x) – 20
c) (40 – 2x) – X/2
d) (40 – 2x) – x
e) (40 – 2x) – 20 – x
3. Um ano de 365 dias é composto por n semanas completas mais 1 dia. Dentre as expressões
numéricas abaixo, a única cujo resultado é igual a n é:
a) 365 ÷ (7 + 1)
b) (365 + 1) ÷7
c) 365 + 1 ÷ 7
d) (365 – 1) ÷7
e) 365 – 1 ÷ 7
4. Adriano, Bernardo e Ciro são irmãos e suas idades são números consecutivos, cuja soma é
igual a 78. Considerando que Ciro é o irmão do meio, então a soma das idades de Adriano e
Bernardo há 8 anos era igual a:
a) 33
b) 36
c) 34
d) 37
e) 35

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. B

www.acasadoconcurseiro.com.br 237
Enigma Facebookiano

238 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

PROBLEMAS ALGÉBRICOS E ARITMÉTICOS

Definição
A aritmética (da palavra grega arithmós,”número”) é o ramo da matemática que lida com
números e com as operações possíveis entre eles. É o ramo mais antigo e mais elementar da
matemática, usado por quase todos, seja em tarefas do cotidiano, em cálculos científicos ou de
negócios e sempre cobrada em concursos públicos.
Já a álgebra é o ramo que estuda a manipulação formal de equações, operações matemáticas,
polinômios e estruturas algébricas. A álgebra é um dos principais ramos da matemática pura,
juntamente com a geometria, topologia, análise combinatória, e Teoria dos números.
O termo álgebra, na verdade, compreende um espectro de diferentes ramos da matemática,
cada um com suas especificidades.
A grande dificuldade encontrada pelos alunos nas questões envolvendo problemas é na
sua interpretação. O aluno tem que ler o texto e “decodificar” suas informações para o
matematiquês.
Em algumas questões iremos abordar alguns pontos importantes nessa interpretação.

Exemplos
Há 19 anos uma pessoa tinha um quarto da idade que terá daqui a 14 anos. A idade da pessoa,
em anos, está entre:
a) 22 e 26.
b) 27 e 31.
c) 32 e 36.
d) 37 e 41.
e) 42 e 46

www.acasadoconcurseiro.com.br 239
Um casal e seu filho foram a uma pizzaria jantar. O pai comeu 3/4 de uma pizza. A mãe comeu
2/5 da quantidade que o pai havia comido. Os três juntos comeram exatamente duas pizzas,
que eram do mesmo tamanho. A fração de uma pizza que o filho comeu foi:
a) 3/5
b) 6/20
c) 7/10
d) 19/20
e) 21/15

Dois amigos foram a uma pizzaria. O mais velho comeu 3/8 da pizza que compraram. Ainda da
mesma pizza o mais novo comeu 7/5 da quantidade que seu amigo havia comido. Sendo assim,
e sabendo que mais nada dessa pizza foi comido, a fração da pizza que restou foi:
a) 3/5
b) 7/8
c) 1/10
d) 3/10
e) 36/40

O dono de uma papelaria comprou 98 cadernos e ao formar pilhas, todas com o mesmo número
de cadernos, notou que o número de cadernos de uma pilha era igual ao dobro do número de
pilhas. O número de cadernos de uma pilha era:
a) 12
b) 14
c) 16
d) 18
e) 20

Durante o seu expediente Carlos digitalizou 1/3 dos processos que lhe cabiam pela parte
da manhã; no início da tarde ele digitalizou metade do restante e no fim da tarde ¼ do que
havia sobrado após os 2 períodos iniciais.Se no fim do expediente ele decidiu contar todos
os processos que não haviam sido digitalizados e encontrou 30 processos, o número total de
processos que ele devia ter digitalizado nesse dia era de:
a) 80
b) 90
c) 100
d) 110
e) 120

240 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

SISTEMA DE MEDIDA DE TEMPO

Medidas de tempo

É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:


•• Qual a duração dessa partida de futebol?
•• Qual o tempo dessa viagem?
•• Qual a duração desse curso?
•• Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida
de tempo.
A unidade de tempo escolhida como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
Um dia é um intervalo de tempo relativamente longo, neste período você pode dormir, se
alimentar, estudar, se preparar para concursos e muitas outras coisas.
Muitas pessoas se divertem assistindo um bom filme, porém se os filmes tivessem a duração de
um dia, eles não seriam uma diversão, mas sim uma tortura.
Se dividirmos em 24 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um dia, cada uma destas
frações de tempo corresponderá a exatamente uma hora, portanto concluímos que um dia
equivale a 24 horas e que 1 24 do dia equivale a uma hora.
Uma ou duas horas é um bom tempo para se assistir um filme, mas para se tomar um banho é
um tempo demasiadamente grande.
Portanto dependendo da tarefa precisamos fracionar o tempo, nesse caso, a hora.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo correspondente a uma hora, cada uma
destas 60 partes terá a duração exata de um minuto, o que nos leva a concluir que uma hora
equivale a 60 minutos, assim como 1 60 da hora equivale a um minuto.
Dez ou quinze minutos é um tempo mais do que suficiente para tomarmos um bom banho
ouvindo uma boa música, mas para atravessarmos a rua este tempo é um verdadeiro convite a
um atropelamento.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um minuto, cada uma destas
partes terá a duração exata de um segundo, com isto concluímos que um minuto equivale a 60
segundos e que 1 60 do minuto equivale a um segundo.
Das explicações acima podemos chegar ao seguinte resumo:
•• 1 dia = 24 horas
•• 1 hora = 60 minutos
•• 1 minuto = 60 segundos

www.acasadoconcurseiro.com.br 241
Assim tambem podemos concluir que :
•• 1 hora = 1/24 dia
•• 1 minuto = 1/60 hora
•• 1 segundo = 1/60 minuto.

Múltiplos e Submúltiplos do Segundo


Quadro de unidades

Múltiplos
Minutos Horas Dia
min h d
60s 60 min = 3.600s 24h = 1.440min = 86.400s

São submúltiplos do segundo:


•• décimo de segundo
•• centésimo de segundo
•• milésimo de segundo
Cuidado: Nunca escreva 2,40h como forma de representar 2h 40min. Pois o sistema de medidas
de tempo não é decimal.
Observe:

Tabela para Conversão entre Unidades de Medidas de Tempo

242 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Unidade de Tempo – Prof. Dudan

Além das unidades vistas anteriormente, podemos também relacionar algumas outras:

Unidade Equivale
Semana 7 dias
Quinzena 15 dias
Mês 30 dias *
Bimestre 2 meses
Trimestre 3 meses
Quadrimestre 4 meses
Semestre 6 meses
Ano 12 meses
Década 10 anos
Século 100 anos
Milênio 1000 anos

* O mês comercial utilizado em cálculos financeiros possui por convenção 30 dias.

Exemplos Resolvidos
•• Converter 25 minutos em segundos
A unidade de tempo minuto é maior que a unidade segundo, já que 1 minuto contém 60
segundos, portanto, de acordo com o explicado acima, devemos realizar uma multiplicação,
mas devemos multiplicar por quanto?
Devemos multiplicar por 60, pois cada minuto equivale a 60 segundos:
Visto que:
A min = 60 seg
Então:
Assim 25 min é igual a 1500 s

•• Converter 2220 segundos em minutos


Este exemplo solicita um procedimento oposto ao do exemplo anterior. A unidade de tempo
segundo é menor que a unidade minuto já que: 1s = 1 60 min
Logo devemos dividir por 60, pois cada segundo equivale a 1 60 do minuto: 2.200 ÷ 60 = 37
Note que alternativamente, conforme a tabela de conversão acima, poderíamos ter multiplicado
60 ao invés de termos dividido por 60, já que são operações equivalentes:
1

2.200 x 1 = 37
60
Assim 2.220 s é igual a 37 min

www.acasadoconcurseiro.com.br 243
•• Quantos segundos há em um dia?
Nos exemplos anteriores nos referimos a unidades vizinhas, convertemos de minutos para
segundos e vice-versa.
Como a unidade de tempo dia é maior que a unidade segundo, iremos solucionar o problema
recorrendo a uma série de multiplicações.
Pela tabela de conversão acima para convertermos de dias para horas devemos multiplicar por
24, para convertermos de horas para minutos devemos multiplicar por 60 e finalmente para
convertermos de minutos para segundos também devemos multiplicar por 60. Temos então o
seguinte cálculo:
1 x 24 x 60 x 60 = 864.000

•• 10.080 minutos são quantos dias?


Semelhante ao exemplo anterior, só que neste caso precisamos converter de uma unidade
menor para uma unidade maior. Como as unidades não são vizinhas, vamos então precisar de
uma série de divisões.
De minutos para horas precisamos dividir por 60 e de horas para dias temos que dividir por 24.
O cálculo será então:
10.080 ÷ 60 ÷ 24 = 7
Assim 10.080 minutos correspondem 7 dias.

1. Fernando trabalha 2h 20min todos os dias numa empresa, quantas minutos


ele trabalha durante um mês inteiro de 30 dias.

a) 420
b) 4200
c) 42000
d) 4,20
e) 42,00

2. Um programa de televisão começou às 13 horas, 15 minutos e 20 segundos, e


terminou às 15 horas, 5 minutos e 40 segundos. Quanto tempo este programa durou,
em segundos?
a) 6.620 s
b) 6.680 s
c) 6.740 s
d) 10.220 s
e) 13.400 s

244 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Unidade de Tempo – Prof. Dudan

3. Uma competição de corrida de rua teve início às 8h 04min. O primeiro atleta


cruzou a linha de chegada às 12h 02min 05s. Ele perdeu 35s para ajustar
seu tênis durante o percurso. Se esse atleta não tivesse tido problema com
o tênis, perdendo assim alguns segundos, ele teria cruzado a linha de chegada com o
tempo de
a) 3h 58min 05s.
b) 3h 57min 30s.
c) 3h 58min 30s.
d) 3h 58min 35s.
e) 3h 57min 50s.

4. Um atleta já percorreu o mesmo percurso de uma corrida por dez vezes. Em duas vezes
seu tempo foi de 2h 25 min. Em três vezes percorreu o percurso em 2h 17 min. Por
quatro vezes seu tempo foi de 2h 22 min e em uma ocasião seu tempo foi de 2h 11 min.
Considerando essas marcações, o tempo médio desse atleta nessas dez participações
é:
a) 2h 13 min.
b) 2h 18 min.
c) 2h 20 min.
d) 2h 21 min.
e) 2h 24 min.

5. Uma espaçonave deve ser lançada exatamente às 12 horas 32 minutos e 30 segundos.


Cada segundo de atraso provoca um deslocamento de 44 m de seu local de destino,
que é a estação orbital. Devido a uma falha no sistema de ignição, a espaçonave foi
lançada às 12 horas 34 minutos e 10 segundos. A distância do ponto que ela atingiu até
o destino previsto inicialmente foi de:
a) 2,2 km.
b) 3,3 km.
c) 4,4 km.
d) 5,5 km.
e) 6,6 km.

6. Os 3 de um dia correspondem a
50
a) 1 hora, 4 minutos e 4 segundos.
b) 1 hora, 26 minutos e 4 segundos.
c) 1 hora, 26 minutos e 24 segundos.
d) 1 hora, 40 minutos e 4 segundos.
e) 1 hora e 44 minutos.

Gabarito: 1. B 2. A 3. B 4. C 5. C 6. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 245
Matemática

CONVERSÃO DE UNIDADES

Apresentamos a tabela de conversão de unidades do sistema Métrico Decimal

Medida de Grandeza Fator Múltiplos Unidades Submúltiplos

Capacidade Litro 10 kl hl dal l dl cl ml


Volume Metro Cúbico 1000 km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Metro
Área 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quadrado
Comprimento Metro 10 km hm dam m dm cm mm
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg mg
⥂x
� �⥂x �⥂x �⥂x �⥂x ⥂x
� �⥂x � ⥂x

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida

Converta 2,5 metros em centímetros


Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro
está à esquerda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de metros para
centímetros saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:
2,5m .10.10 = 250cm
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Portanto: 2,5 m é igual a 250 cm

www.acasadoconcurseiro.com.br 247
Passe 5.200 gramas para quilogramas
Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama
está à direita de quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para
quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e
finalmente de hectograma para quilograma:
5200g :10:10:10 = 5,2 kg
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.
Portanto:5.200 g é igual a 5,2 kg

Quantos centilitros equivalem a 15 hl?


Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita. Multiplicaremos
então 15 por 10 quatro vezes:
15hl .10.10.10.10 = 150000 cl
Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.
Portanto: 150.000 cl equivalem a 15 hl.

Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?


Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à
esquerda. Dividiremos então 14 por 1000 seis vezes:
Portanto: 0,000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se expresso em notação científica
equivalem a 14 mm3.

Passe 50 dm2 para hectometros quadrados


Para passarmos de decímetros quadrados para hectometros quadrados, passaremos três
níveis à esquerda. Dividiremos então por 100 três vezes:
50dm² :100:100:100 = 0,00005 km²
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
Portanto: 50 dm2 é igual a 0,00005 hm2.

248 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Conversão de Unidades – Prof. Dudan

Agora observe os exemplos de transformações

1. Transforme 17,475hm em m

Para transformar hm (hectômetro) em m (metro) – observe que são duas casas à direita –
multiplicamos por 100, ou seja, (10 x 10).
17,475 x 100 = 1.747,50 ou seja 17,475 hm é = 1.747,50m

2. Transforme 2,462 dam em cm

Para transformar dam (Decâmetro) em cm (Centímetro) – observe que são três casas à direita –
multiplicamos por 1000, ou seja, (10 x 10 x 10).
2,462 x 1000 = 2462 ou seja 2,462dam é = 2462cm

3. Transforme 186,8m em dam.

Para transformar m (metro) em dam (decâmetro) – observe que é uma casa à esquerda –
dividimos por 10.
186,8 ÷ 10 = 18,68 ou seja 186,8m é = 18,68dam

www.acasadoconcurseiro.com.br 249
4. Transforme 864m em km.

Para transformar m (metro) em km (Kilômetro) – observe que são três casas à esquerda –
dividimos por 1000.
864 ÷ 1000 = 0,864 ou seja 864m é = 0,864km
Obs: Os quadros das medidas foram colocados em cada operação repetidamente, de
propósito, para que haja uma fixação, pois é fundamental conhecer “decoradamente” estas
posições.

Exercícios:

3
1. Os de um hectômetro correspondem a:
50

a) 60 mm.
b) 60 cm.
c) 60 dm.
d) 60 m.
e) 60 dam.

2. A atleta brasileira Fabiana Murer alcançou a marca de 4,60 m no salto com vara,
nos Jogos Pan-americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007. Sua melhor
marca é de 4,80 m, recorde sul-americano na categoria. Qual é a diferença, em
centímetro, entre essas duas marcas?
a) 0,2.
b) 2.
c) 20.
d) 200.
e) 2000.

3. O resultado de 15.000 mm² + 15 cm² é igual a:


a) 0,1515 dm²
b) 1,5015 dm²
c) 1,65 dm²
d) 15,15 dm²
e) 151,5 dm²

250 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Conversão de Unidades – Prof. Dudan

4. Uma tartaruga percorreu, num dia, 6,05 hm. No dia seguinte, percorreu mais 0,72
km e, no terceiro dia, mais 12.500 cm. Qual a distância que a tartaruga percorreu
nos três dias?
a) 1,45m
b) 14,5m
c) 145m
d) 1450m
e) 14500m.

5. Se 13,73 dam foram convertidos para várias unidades diferentes. Das conversões
abaixo, assinale a única que está errada.
a) 13730 cm
b) 137,3 m
c) 1,373 hm
d) 0,01373 km
e) 1373 dm

Equivalência entre medidas de Volume e medidas de Capacidade

As principais conversões entre volume e capacidade são:


1m³ = 1000 litros
1 dm³ = 1 litro
1 cm³ = 1 ml
• Um cubo de aresta de 10 cm terá um volume de 1.000 cm3, medida que equivalente a 1 l.
• Como 1.000 cm3 equivalem a 1 dm3, temos que 1 dm3 equivale a 1 l.
• Como um litro equivale a 1.000 ml, podemos afirmar que 1 cm3 equivale a 1 ml.
• dm3 equivalem a 1 m3, portanto 1 m3 é equivalente a 1.000 l, que equivalem a 1 kl.

www.acasadoconcurseiro.com.br 251
Exemplos de Conversão entre Medidas de Volume e Medidas de Capacidade

Quantos decalitros equivalem a 1 m3?


Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para convertermos de litros a decalitros,
passaremos um nível à esquerda. Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
1000l :10 = 100 dal
Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.
Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
Como 1 m3 equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então
passaremos dois níveis à direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:
ikl .10.10 = 100dal
Portanto: 100 dal equivalem a 1 m3.

348 mm3 equivalem a quantos decilitros?


Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu
equivalente em centimetros cúbicos: 0,348 cm3. Logo 348 mm3 equivale a 0,348 ml, já que cm3
e ml se equivalem.
Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de
medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à
esquerda.
Dividiremos então por 10 duas vezes:
0,348 ml :10:10 = 0,00348 dl
Logo: 348 mm3 equivalem a 0,00348 dl.

252 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Conversão de Unidades – Prof. Dudan

6. Transformando 3,5 m³ em dal, temos:


a) 0,35
b) 3,5
c) 35
d) 350
e) 3500

7. Quantos cm³ existem em 10 litros?


a) 10
b) 100
c) 1.000
d) 10.000
e) 100.000

Dúvidas Frequentes
•• Um metro cúbico equivale a quantos metros quadrados?
•• Converter medidas em decilitros para gramas.
•• Quantos litros cabem em um metro quadrado?
•• Como passar litros para milímetros?
•• Quantos centímetros lineares há em um metro quadrado?
•• Conversão de litros para gramas.
•• Um centímetro corresponde a quantos litros?
•• Como passar de centímetros quadrados para mililitros?
•• Quantos mililitros tem um centímetro?
•• Transformar m3 em metro linear.
•• Quanto vale um centímetro cúbico em gramas?

Você consegue notar algum problema nestas pesquisas?


O problema é que elas buscam a conversão entre unidades de medidas incompatíveis, como
por exemplo, a conversão de metro cúbico para metro quadrado. A primeira é uma unidade de
medida de volume e a segunda é uma unidade de medida de área, por isto são incompatíveis e
não existe conversão de uma unidade para a outra.
Então todas as conversões acima não são possíveis de se realizar, a não que se tenha outras
informações, como a densidade do material na última questão, mas isto já é uma outra
disciplina.
Acredito que a razão destas dúvidas é o fato de o estudante não conseguir discernir claramente
o que são comprimento, área, volume e capacidade, por isto vou procurar esclarecer tais
conceitos com maiores detalhes.
Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. D 5. D 6. C 7. D

www.acasadoconcurseiro.com.br 253
Matemática

RAZÃO E PROPORÇÃO
Razão
A palavra razão vem do latim ratio e significa a divisão ou o quociente entre dois números A e B,
A
denotada por .
B
12
Exemplo: A razão entre 12 e 3 é 4, pois = 4.
3
Proporção
Já a palavra proporção vem do latim proportione e significa uma relação entre as partes de uma
grandeza, ou seja, é uma igualdade entre duas razões.

6 10 6 10
Exemplo: = , a proporção é proporcional a .
3 5 3 5

A C
Se numa proporção temos B = D , então os números A e D são denominados extremos enquanto
os números B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios é igual ao produto
dos extremos, isto é:

A×D=C×B

x 12
Exemplo: Dada a proporção = , qual o valor de x?
3 9
Dica
x 12
= logo 9.x=3.12 → 9x=36 e portanto x=4 DICA: Observe a ordem com
3 9
que os valores são enunciados
para interpretar corretamente a
questão.
Exemplo: Se A, B e C são proporcionais a 2, 3 e 5,
•• Exemplos: A razão entre a e b
é a/b e não b/a!!!
logo: A B C A sua idade e a do seu colega são
= =
2 3 5 proporcionais a 3 e 4,
sua idade 3
logo = .
idade do colega 4

www.acasadoconcurseiro.com.br 255
Faça você

2
1. A razão entre o preço de custo e o preço de venda de um produto é . Se for
vendida a R$ 42,00 qual o preço de custo? 3

2. A razão entre dois números P e Q é 0,16. Determine P+Q, sabendo que eles são primos
entre si?

3. A idade do professor Zambeli está para a do professor Dudan assim como 8 está para
7. Se apesar de todos os cabelos brancos o professor Zambeli tem apenas 40 anos, a
idade do professor Dudan é de.
a) 20 anos.
b) 25 anos.
c) 30 anos.
d) 35 anos.
e) 40 anos.

4. A razão entre os números (x + 3) e 7 é igual à razão entre os números (x – 3) e 5. Nessas


condições o valor de x é?

256 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Razão e Proporção – Prof. Dudan

Grandezas diretamente proporcionais

A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade e etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta
= 300.x = 25.120 x= à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

www.acasadoconcurseiro.com.br 257
Grandeza inversamente proporcional

Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações onde ocorrem operações


inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que quando uma aumenta a outra


diminui e vice-versa. Percebemos que variando Dica!!
uma delas, a outra varia na razão inversa da
primeira. Isto é, duas grandezas são inversamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a Dias
outra se reduz pela metade; triplicando uma inv
delas, a outra se reduz para a terça parte... E Op. H/d
assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não, e se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x= à x=9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta a outra diminui.

258 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Razão e Proporção – Prof. Dudan

5. Diga se é diretamente ou inversamente proporcional:


a) Número de cabelos brancos do professor Zambeli e sua idade.
b) Número de erros em uma prova e a nota obtida.
c) Número de operários e o tempo necessário para eles construírem uma
casa.
d) Quantidade de alimento e o número de dias que poderá sobreviver um náufrago.
e) O numero de regras matemática ensinadas e a quantidade de aulas do professor
Dudan assistidas.

6. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto
tempo levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h.
b) 2h.
c) 2,25h.
d) 2,5h.
e) 2,75h.

www.acasadoconcurseiro.com.br 259
7. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros há víveres para 45 dias. Quanto
tempo poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130
b) 135
c) 140
d) 145
e) 150

8. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200km por dia?
a) 5
b) 6
c) 8
d) 9
e) 10

Gabarito: 1. R$28,00 2. 29 3. D 4. 18 5. B 6. B 7. B 8. D

260 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

REGRA DE TRÊS SIMPLES

Grandezas diretamente proporcionais

A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade e etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta
= 300.x = 25.120 x= à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

www.acasadoconcurseiro.com.br 261
100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

Grandeza inversamente proporcional


Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações onde ocorrem operações
inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que quando uma aumenta a outra


diminui e vice-versa. Percebemos que variando Dica!!
uma delas, a outra varia na razão inversa da
primeira. Isto é, duas grandezas são inversamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a Dias
outra se reduz pela metade; triplicando uma inv
delas, a outra se reduz para a terça parte... E Op. H/d
assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não, e se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x= à x=9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta a outra diminui.

262 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Simples – Prof. Dudan

Questões

1. Diga se é diretamente ou inversamente proporcional:


a) Número de cabelos brancos do professor Zambeli e sua idade.
b) Número de erros em uma prova e a nota obtida.
c) Número de operários e o tempo necessário para eles construírem uma casa.
d) Quantidade de alimento e o número de dias que poderá sobreviver um náufrago.
e) O número de regras matemática ensinadas e a quantidade de aulas do professor
Dudan assistidas.

2. Se (3, x, 14, ...) e (6, 8, y, ...) forem grandezas diretamente proporcionais, então o valor
de x + y é:
a) 20
b) 22
c) 24
d) 28
e) 32

3. Uma usina produz 500 litros de álcool com 6 000 kg de cana – de – açúcar. Determine
quantos litros de álcool são produzidos com 15 000 kg de cana.
a) 1000 litros.
b) 1050 litros.
c) 1100 litros.
d) 1200 litros.
e) 1250 litros.

4. Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir
um muro de 30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos tijolos serão
necessários?
a) 5000 tijolos.
b) 5100 tijolos.
c) 5200 tijolos.
d) 5300 tijolos.
e) 5400 tijolos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 263
5. Uma equipe de 5 professores gastaram 12 dias para corrigir as provas de um
vestibular. Considerando a mesma proporção, quantos dias levarão 30
professores para corrigir as provas?
a) 1 dia.
b) 2 dias.
c) 3 dias.
d) 4 dias.
e) 5 dias.

6. Em uma panificadora são produzidos 90 pães de 15 gramas cada um. Caso queira
produzir pães de 10 gramas, quantos iremos obter?
a) 120 pães.
b) 125 pães.
c) 130 pães.
d) 135 pães.
e) 140 pães.

7. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto
tempo levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h.
b) 2h.
c) 2,25h.
d) 2,5h.
e) 2,75h.

8. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros há víveres para 45 dias. Quanto
tempo poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130 dias.
b) 135 dias.
c) 140 dias.
d) 145 dias.
e) 150 dias.

264 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Simples – Prof. Dudan

9. A comida que restou para 3 náufragos seria suficiente para alimentá-los por
12 dias. Um deles resolveu saltar e tentar chegar em terra nadando. Com um
náufrago a menos, qual será a duração dos alimentos?
a) 12 dias.
b) 14 dias.
c) 16 dias.
d) 18 dias.
e) 20 dias.

10. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200km por dia?
a) 5 dias.
b) 6 dias.
c) 8 dias.
d) 9 dias.
e) 10 dias.

11. Para realizar certo serviço de manutenção são necessários 5 técnicos trabalhando
durante 6 dias, todos com o mesmo rendimento e o mesmo número de horas. Se
apenas 3 técnicos estiverem disponíveis, pode-se concluir que o número de dias a
mais que serão necessários para realizar o mesmo serviço será:
a) 2 dias.
b) 3 dias.
c) 4 dias.
d) 5 dias.
e) 6 dias.

www.acasadoconcurseiro.com.br 265
12. Três torneiras, com vazões iguais e constantes, enchem totalmente uma
caixa d’água em 45 minutos. Para acelerar esse processo, duas novas
torneiras, iguais às primeiras, foram instaladas. Assim, o tempo gasto para
encher essa caixa d’água foi reduzido em:
a) 18 min.
b) 20 min.
c) 22 min.
d) 25 min.
e) 28 min.

13. Um empreiteiro utilizou 10 pedreiros para fazer um trabalho em 8 dias. Um vizinho


gostou do serviço e contratou o empreiteiro para realizar trabalho idêntico em sua
residência. Como o empreiteiro tinha somente 4 pedreiros disponíveis, o prazo dado
para a conclusão da obra foi:
a) 24 dias.
b) 20 dias.
c) 18 dias.
d) 16 dias.
e) 14 dias.

Casos particulares

João, sozinho, faz um serviço em 10 dias. Paulo, sozinho, faz o mesmo serviço em 15 dias. Em
quanto tempo fariam juntos esse serviço?
Primeiramente, temos que padronizar o trabalho de cada um, neste caso já esta padronizado,
pois ele fala no trabalho completo, o que poderia ser dito a metade do trabalho feito em um
certo tempo.
Se João faz o trabalho em 10 dias, isso significa que ele faz 1/10 do trabalho por dia.

266 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Simples – Prof. Dudan

Na mesma lógica, Paulo faz 1/15 do trabalho por dia.

1 1 3 2 5 1
Juntos o rendimento diário é de + = + = =
10 15 30 30 30 6
Se em um dia eles fazem 1/6 do trabalho em 6 dias os dois juntos completam o trabalho.

Sempre que as capacidades forem diferentes, mas o serviço a ser feito for o mesmo,
1 1 1
seguimos a seguinte regra: + =
t1 t2 tT (tempo total)

14. Uma torneira enche um tanque em 3h, sozinha. Outra torneira enche o
mesmo tanque em 4h, sozinha. Um ralo esvazia todo o tanque sozinho em
2h. Estando o tanque vazio, as 2 torneiras abertas e o ralo aberto, em quanto
tempo o tanque encherá?
a) 10 h.
b) 11 h.
c) 12 h.
d) 13 h.
e) 14 h.

Gabarito: 1. * 2. E 3. E 4. E 5. B 6. D 7B 8. B 9. D 10. D 11. C 12. A 13. B 14. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 267
Matemática

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Definição: O SISTEMA MÉTRICO DECIMAL é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado


no Brasil tendo como unidade fundamental de medida o metro. O Sistema de Medidas é um
conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.  
Unidades de medida ou sistemas de medida é um tema bastante presente em concursos
públicos e por isto é mais um dos assuntos tratados nesse livro.
Para podermos comparar um valor com outro, utilizamos uma grandeza predefinida como
referência, grandeza esta chamada de unidade padrão.
As unidades de medida padrão que nós brasileiros utilizamos com maior frequência são o
grama, o litro e o metro, assim como o metro quadrado e o metro cúbico.
Além destas também fazemos uso de outras unidades de medida para realizarmos, por exemplo
a medição de tempo, de temperatura ou de ângulo.
Dependendo da unidade de medida que estamos utilizando, a unidade em si ou é muito grande
ou muito pequena, neste caso então utilizamos os seus múltiplos ou submúltiplos. O grama
geralmente é uma unidade muito pequena para o uso cotidiano, por isto em geral utilizamos
o quilograma, assim como em geral utilizamos o mililitro ao invés da própria unidade litro,
quando o assunto é bebidas por exemplo.

Utilização das Unidades de Medida


Quando estamos interessados em saber a quantidade de líquido que cabe em um recipiente, na
verdade estamos interessados em saber a sua capacidade. O volume interno de um recipiente
é chamado de capacidade. A unidade de medida utilizada na medição de capacidades é o litro.
Se estivéssemos interessados em saber o volume do recipiente em si, a unidade de medida
utilizada nesta medição seria o metro cúbico.
Para ladrilharmos um cômodo de uma casa, é necessário que saibamos a área deste cômodo.
Áreas são medidas em metros quadrados.
Para sabermos o comprimento de uma corda, é necessário que a meçamos. Nesta medição a
unidade de medida utilizada será o metro ou metro linear.
Se você for fazer uma saborosa torta de chocolate, precisará comprar cacau e o mesmo será
pesado para medirmos a massa desejada. A unidade de medida de massa é o grama.
Veja a tabela a seguir na qual agrupamos estas principais unidades de medida, seus múltiplos e
submúltiplos do Sistema Métrico Decimal, segundo o Sistema Internacional de Unidades – SI:

www.acasadoconcurseiro.com.br 269
Subconjunto de Unidades de Medida do Sistema Métrico Decimal

Medida de Grandeza Fator Múltiplos Unidades Submúltiplos

Capacidade Litro 10 kl hl dal l dl cl ml


3 3 3 3 3 3
Volume Métro Cúbico 1000 km hm dam m dm cm mm3
Metro
Área 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quadrado
Comprimento Metro 10 km hm dam m dm cm mm
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg mg

�⥂x �⥂x �⥂x �⥂x ⥂x


� ⥂x
� �⥂x ⥂x

Observe que as setas que apontam para a direita indicam uma multiplicação pelo fator
multiplicador (10, 100 ou 1000 dependendo da unidade de medida), assim como as setas que
apontam para a esquerda indicam uma divisão também pelo fator.
A conversão de uma unidade para outra unidade dentro da mesma grandeza é realizada
multiplicando-se ou dividindo-se o seu valor pelo fator de conversão, dependendo da unidade
original estar à esquerda ou à direita da unidade a que se pretende chegar, tantas vezes quantos
forem o número de níveis de uma unidade a outra.

O metro
O termo “metro” é oriundo da palavra grega “métron” e tem como significado “o que mede”.
Estabeleceu-se no princípio que a medida do “metro” seria a décima milionésima parte da
distância entre o Pólo Norte e Equador, medida pelo meridiano que passa pela cidade francesa
de Paris. O metro padrão foi criado no de 1799 e hoje é baseado no espaço percorrido pela luz
no vácuo em um determinado período de tempo.

Múltiplos e submúltiplos do Metro


Como o metro é a unidade fundamental do comprimento, existem evidentemente os seus
respectivos múltiplos e submúltiplos.
Os nomes pré-fixos destes múltiplos e submúltiplos são: quilo, hecto, deca, centi e mili.
Veja o quadro:

Múltiplos Unidade Principal Submúltiplos


Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Km Hm Dam M Dm Cm Mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
2000m 200m 20m 2m 0,2m 0,02m 0,002m
3000m 300m 30m 3m 0,3m 0,03m 0,003m

270 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Sistema Métrico Decimal – Prof. Dudan

Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes áreas/distâncias, enquanto os submúltiplos
para realizar medição em pequenas distâncias.

Leitura das Medidas de Comprimento


Podemos efetuar a leitura correta das medidas de comprimento com auxilio de um quadro
chamado “quadro de unidades”.
Exemplo: Leia 16,072 m

Km Hm Dam M Dm Cm Mm
Kilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1 6, 0 7 2

Após ter colocado os respectivos valores dentro das unidades equivalentes, lê-se a parte inteira
acompanhada da unidade de medida do seu último algarismo e a parte decimal com a unidade
de medida o último algarismo.
16,072m : dezesseis metros e setenta e dois milímetros.
Veja outros exemplos de leitura:
8,05 km = Lê-se assim: “Oito quilômetros e cinco decâmetros”
72,207 dam = Lê-se assim: “Setenta e dois decâmetros e duzentos e sete centímetros”
0,004 m = Lê-se assim: “quatro milímetros”.

Sistemas não Decimais

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km
O pé, a polegada, a milha e a jarda são unidades não pertencentes ao sistemas métrico decimal,
são utilizadas em países de língua inglesa. Observe as igualdades abaixo:
Pé = 30,48 cm
Polegada = 2,54 cm
Jarda = 91,44 cm
Milha terrestre = 1.609 m
Milha marítima = 1.852 m

www.acasadoconcurseiro.com.br 271
Observe que:
1 pé = 12 polegadas
1 jarda = 3 pés

272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

REGRA DE TRÊS COMPOSTA

A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou
inversamente proporcionais. Para não vacilar, temos que montar um esquema com base na
análise das colunas completas em relação à coluna do “x”.
Vejamos os exemplos abaixo.
Exemplo:
3
Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão
necessários para descarregar 125m3?
A regra é colocar em cada coluna as grandezas de mesma espécie e deixar o X na segunda linha.

+ –
Horas Caminhões Volume
8 20 160

5 x 125

Identificando as relações em relação à coluna que contém o X:


Se em 8 horas, 20 caminhões carregam a areia, em 5 horas, para carregar o mesmo volume,
serão MAIS caminhões. Então se coloca o sinal de + sobre a coluna Horas.
Se 160 m³ são transportados por 20 caminhões, 125 m³ serão transportados por MENOS
caminhões. Sinal de – para essa coluna.
Assim, basta montar a equação com a seguinte orientação: ficam no numerador, acompanhando
o valor da coluna do x, o MAIOR valor da coluna com sinal de +, e da coluna com sinal de –, o
MENOR valor.
Assim:
20 × 125 × 8
= 25 Logo, serão necessários 25 caminhões.
160 × 5

www.acasadoconcurseiro.com.br 273
Exemplo:
Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos
serão montados por 4 homens em 16 dias?
Solução: montando a tabela:

– +
Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16

Observe que se 8 homens montam 20 carrinhos, então 4 homens montam MENOS carrinhos.
Sinal de – nessa coluna.

Se em 5 dias se montam 20 carrinhos, então em 16 dias se montam MAIS carrinhos. Sinal de +.


20 × 4 × 16
Montando a equação: x = = 32
8× 5
Logo, serão montados 32 carrinhos.

Exemplo:
O professor Cássio estava digitando o material para suas incríveis aulas para a turma do BNB
e percebeu que digitava 30 linhas em 2,5 minutos num ritmo constante e errava 5 vezes a
digitação nesse intervalo de tempo.
Sabe-se que o numero de erros é proporcional ao tempo gasto na digitação.
Assim com o objetivo de diminuir o total de erros para 4, se Cassio for digitar 120 linhas com
velocidade 20% inferior ele precisará de um tempo igual a:
a) 300 segundos.
b) 400 segundos.
c) 500 segundos.
d) 580 segundos.
e) 600 segundos.

274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Composta – Prof. Dudan

RESOLUÇÃO:
Inicialmente organizaremos as colunas nas mesmas unidades de medida, portanto, usaremos o
tempo em segundos lembrando que 2,5 minutos = 2,5 x 60 segundos , logo 150 segundos.
Assim:

linhas t(seg) erros velocidade(%)


30 150 5 100
120 x 4 80

Agora temos que fazer as perguntas para a coluna do x:


Se 30 linhas precisam de 150 segundos para serem digitadas, 120 linhas gastarão MAIS ou
MENOS tempo? RESPOSTA: MAIS tempo.
Se 5 erros são cometidos em 150 segundos de digitação, 4 erros seriam cometidos em MAIS ou
MENOS tempo? RESPOSTA: MENOS tempo.
Se com velocidade de 100% a digitação é feita em 150 segundos, com velocidade reduzida em
20%gastaríamos MAIS ou MENOS tempo?RESPOSTA: MAIS tempo.
Agora colocamos os sinais nas colunas e montamos a equação.

+ – +
linhas t(seg) erros velocidade(%)
30 150 5 100
120 x 4 80

Assim basta colocar no numerador o valor que respeita o sinal colocado na coluna completa:
Sinal de + , coloca-se o MAIOR , sinal de - , coloca-se o MENOR valor.
X = 150.120.4.100 = 150.120.4.100 = 5.120.4.100 = 120.4.100 =
30.5.80 30.5.80 5.80 80
12.4.100 = 12.50 = 600 segundos.
8
Alternativa E

www.acasadoconcurseiro.com.br 275
Questões

1. Num acampamento, 10 escoteiros consumiram 4 litros de água em 6 dias. Se


fossem 7 escoteiros, em quantos dias consumiriam 3 litros de água?
a) 6,50
b) 6,45
c) 6,42
d) 6,52
e) 6,5

2. Em uma campanha publicitária, foram encomendados, em uma gráfica,quarenta e oito


mil folhetos. O serviço foi realizado em seis dias, utilizando duas máquinas de mesmo
rendimento, oito horas por dia. Dado o sucesso da campanha, uma nova encomenda
foi feita, sendo desta vez de setenta e dois mil folhetos. Com uma das máquinas
quebradas, a gráfica prontificou-se a trabalhar doze horas por dia, entregando a
encomenda em:
a) 7 dias
b) 8 dias
c) 10 dias
d) 12 dias
e) 15 dias

3. Franco e Jade foram incumbidos de digitar os laudos de um texto. Sabe-se que ambos
digitaram suas partes com velocidades constantes e que a velocidade de Franco era
80% de Jade. Nessas condições, se Jade gastou 10 min para digitar 3 laudos, o tempo
gasto por Franco para digitar 24 laudos foi?
a) 1h e 15 min.
b) 1h e 20 min.
c) 1h e 30 min.
d) 1h e 40 min.
e) 2h.

276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Composta – Prof. Dudan

4. Uma fazenda tem 30 cavalos e ração estocada para alimentá-los durante 2


meses. Se forem vendidos 10 cavalos e a ração for reduzida à metad, os
cavalos restantes poderão ser alimentados durante:
a) 3 meses.
b) 4 meses.
c) 45 dias.
d) 2 meses.
e) 30 dias.

5. Uma ponte foi construída em 48 dias por 25 homens, trabalhando​-se 6 horas por dia.
Se o número de homens fosse aumentado em 20% e a carga horária de trabalho em 2
horas por dia, esta ponte seria construída em:
a) 24 dias.
b) 30 dias.
c) 36 dias.
d) 40 dias.
e) 45 dias

6. Usando um ferro elétrico 20 minutos por dia, durante 10 dias, o consumo de energia
será de 5 kWh. O consumo do mesmo ferro elétrico se ele for usado 70 minutos por
dia, durante 15 dias será de.
a) 25 kWh.
b) 25,5 kWh.
c) 26 kWh.
d) 26,25 kWh.
e) 26,5 kWh.

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
7. Trabalhando oito horas por dia, durante 16 dias, Pedro recebeu R$ 2 000,00.
Se trabalhar 6 horas por dia, durante quantos dias ele deverá trabalhar para
receber R$ 3000,00?
a) 31 dias.
b) 32 dias.
c) 33 dias.
d) 34 dias.
e) 35 dias.

8. Cinco trabalhadores de produtividade padrão e trabalhando individualmente,


beneficiam ao todo, 40 kg de castanha por dia de trabalho referente a 8 horas.
Considerando que existe uma encomenda de 1,5 toneladas de castanha para ser
entregue em 15 dias úteis, quantos trabalhadores de produtividade padrão devem ser
utilizados para que se atinja a meta pretendida, trabalhando dez horas por dia?
a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14

9. Uma montadora de automóveis demora 20 dias, trabalhando 8 horas por dia, para
produzir 400 veículos. Quantos dias serão necessários para produzir 50 veículos,
trabalhando 10 horas ao dia?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

10. Em 12 horas de funcionamento, três torneiras, operando com vazões iguais e


constantes, despejam 4500 litros de água em um reservatório. Fechando-se uma das
torneiras, o tempo necessário para que as outras duas despejem mais 3 500 litros de
água nesse reservatório será, em horas, igual a:
a) 10h
b) 11h
c) 12h
d) 13h
e) 14h

278 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Regra de Três Composta – Prof. Dudan

11. Em uma fábrica de cerveja, uma máquina encheu 2 000 garrafas em 8 dias,
funcionando 8 horas por dia. Se o dono da fábrica necessitasse que ela
triplicasse sua produção dobrando ainda as suas horas diárias de
funcionamento, então o tempo, em dias, que ela levaria para essa nova
produção seria:
a) 16
b) 12
c) 10
d) 8
e) 4

12. Em uma fábrica de tecidos, 7 operários produziram, em 10 dias, 4 060 decímetros de


tecido. Em 13 dias, 5 operários, trabalhando nas mesmas condições, produzem um
total em metros de tecidos igual a:
a) 203
b) 377
c) 393
d) 487
e) 505

13. Para cavar um túnel, 30 homens demoraram 12 dias. Vinte homens, para cavar dois
túneis do mesmo tamanho e nas mesmas condições do primeiro túnel, irão levar:
a) 36 dias.
b) 38 dias.
c) 40 dias.
d) 42 dias.
e) 44 dias.

www.acasadoconcurseiro.com.br 279
14. Através de um contrato de trabalho, ficou acertado que 35 operários
construiriam uma casa em 32 dias, trabalhando 8 horas diárias. Decorridos 8
dias, apesar de a obra estar transcorrendo no ritmo previsto, novo contrato
foi confirmado: trabalhando 10 horas por dia, 48 operários terminariam a
obra. O número de dias gasto, ao todo, nesta construção foi:
a) 14
b) 19
c) 22
d) 27
e) 50

15. Numa editora, 8 digitadores, trabalhando 6 horas por dia, digitaram 3/5 de um
determinado livro em 15 dias. Então, 2 desses digitadores foram deslocados para um
outro serviço, e os restantes passaram a trabalhar apenas 5 horas por dia na digitação
desse livro. Mantendo-se a mesma produtividade, para completar a digitação do
referido livro, após o deslocamento dos 2 digitadores, a equipe remanescente terá de
trabalhar ainda:
a) 18 dias.
b) 16 dias.
c) 15 dias.
d) 14 dias.
e) 12 dias.

Gabarito: 1. C 2. D 3. D 4. C 5. B 6. D 7. B 8. A 9. B 10. E 11. B 12. B 13. A 14. C 15. B

280 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

DIVISÃO PROPORCIONAL

Existem problemas que solicitam a divisão de um número em partes diretamente proporcionais


a outro grupo de números, assim como aqueles que pedem a divisão em partes inversamente
proporcionais. Temos também os casos onde em uma mesma situação um número de
ser dividido em partes diretamente proporcionais a um grupo de números e em partes
inversamente proporcionais a um outro grupo de números.
A divisão proporcional é muito usada em situações relacionadas à Matemática Financeira,
Contabilidade, Administração, na divisão de lucros e prejuízos proporcionais aos valores
investidos pelos sócios de uma determinada empresa, por grupos de investidores em bancos
de ações e contas bancárias.
São questões sempre presentes em concursos públicos por isso faremos uma abordagem
cuidadosa e detalhada desse mecanismo.

CONSTANTE DE PROPORCIONALIDADE

Considere as informações na tabela:

A B As colunas A e B não são iguais, mas são PROPORCIONAIS.


5 10 Então, podemos escrever:
6 12
5 ∞ 10
7 14
6 ∞ 12
9 18
9 ∞ 18
13 26
15 30
Toda a proporção se transforma em uma
Assim podemos afirmar que: igualdade quando multiplicada por uma
constante
5k = 10
6k = 12


9k = 18
Onde a constante de proporcionalidade k é igual a dois.

www.acasadoconcurseiro.com.br 281
DIVISÃO PROPORCIONAL

Podemos definir uma DIVISÃO PROPORCIONAL, como uma forma de divisão no qual se
determinam valores que, divididos por quocientes previamente determinados, mantêm-se
uma razão constante (que não tem variação).
Exemplo Resolvido 1
Vamos imaginar que temos 120 bombons para distribuir em partes diretamente proporcionais
a 3, 4 e 5, entre 3 pessoas A, B e C, respectivamente:
Num total de 120 bombons, k representa a quantidade de bombons que cada um receberá.
Pessoa A - k k k = 3k
Pessoa B - k k k = 4k
Pessoas C - k k k = 5k
Se A + B + C = 120 então 3k + 4k + 5k = 120
3k + 4k + 5k = 120 logo 12k = 120 e assim k = 10
Pessoa A receberá 3 x 10 = 30
Pessoas B receberá 4 x 10 = 40
Pessoas C receberá 5 x 10 = 50
Exemplo Resolvido 2
Dividir o número 810 em partes diretamente proporcionais a 2/3, 3/4 e 5/6.
Primeiramente tiramos o mínimo múltiplo comum entre os denominadores 3, 4 e 6.
2 3 5 8 9 10
=
3 4 6 12 12 12

Depois de feito o denominador e encontrado frações equivalentes a 2/3, 3/4 e 5/6 com
denominador 12 trabalharemos apenas com os numeradores ignorando o denominador, pois
como ele é comum nas três frações não precisamos trabalhar com ele mais.
Podemos então dizer que:
8K + 9K + 10K = 810
27K = 810
K = 30.
Por fim multiplicamos cada parte proporcional pelo valor encontrado de k e assim obtemos:
240, 270 e 300.
8 x 30 = 240
9 x 30 = 270
10 x 30 = 300

282 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Divisão Proporcional – Prof. Dudan

Exemplo Resolvido 3
Dividir o número 305 em partes inversamente proporcionais a 3/8, 5 e 5/6.
O que muda quando diz inversamente proporcional? Simplesmente invertemos as frações pelas
suas inversas.

3 8
à
8 3
1
5 à Depois disto usamos o mesmo método de cálculo.
5
5 6
à
6 5

8 1 6 40 3 18
=
3 5 5 15 15
5 15

Ignoramos o denominador e trabalhamos apenas com os numeradores.


40K + 3K + 18K = 305 logo 61K = 305 e assim K = 5
Por fim,
40 x 5 = 200
3 x 5 = 15
18 x 5 = 90
200, 15 e 90
Exemplo Resolvido 4
Dividir o número 118 em partes simultaneamente proporcionais a 2, 5, 9 e 6, 4 e 3.
Como a razão é direta, basta multiplicarmos suas proporcionalidades na ordem em que foram
apresentadas em ambas.
2 x 6 = 12
5 x 4 = 20
9 x 3 = 27 logo 12K + 20K + 27K =
118 → 59K = 118 daí
K=2
Tendo então,
12 x 2 = 24
20 x 2 = 40 24, 40 e 54.
27 x 2 = 54

www.acasadoconcurseiro.com.br 283
Questões

1. Dividir o número 180 em partes diretamente proporcionais a 2,3 e 4.

2. Divida o número 250 em partes diretamente proporcionais a 15, 9 e 6.

3. Dividir o número 540 em partes diretamente proporcionais a 2/3, 3/4 e 5/6.

4. Dividir o número 48 em partes inversamente proporcionais a 1/3, 1/5 e 1/8.

5. Dividir o número 148 em partes diretamente proporcionais a 2, 6 e 8 e inversamente


proporcionais a 1/4, 2/3 e 0,4.

6. Dividir o número 670 em partes inversamente proporcionais simultaneamente a 2/5,


4, 0,3 e 6, 3/2 e 2/3.

284 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Divisão Proporcional – Prof. Dudan

7. Dividindo-se 70 em partes proporcionais a 2, 3 e 5, a soma entre a menor e a


maior parte é:
a) 35
b) 49
c) 56
d) 42
e) 28

8. Com o lucro de R$ 30.000,00. O sócio A investiu R$ 60.000,00, o sócio B R$ 40.000,00


e o sócio R$ 50.000,00. Qual a parte correspondente de cada um?

9. Quatro amigos resolveram comprar um bolão da loteria. Cada um dos amigos deu a
seguinte quantia:
Carlos: R$ 5,00 Roberto: R$ 4,00 Pedro: R$ 8,00 João: R$ 3,00
Se ganharem o prêmio de R$ 500.000,00, quanto receberá cada amigo, considerando
que a divisão será proporcional à quantia que cada um investiu?

10. Três sócios formam uma empresa. O sócio A entrou com R$ 2 000 e trabalha 8h/dia.
O sócio B entrou com R$ 3 000 e trabalha 6h/dia. O sócio C entrou com R$ 5 000 e
trabalha 4h/dia. Se, na divisão dos lucros o sócio B recebe R$ 90 000, quanto recebem
os demais sócios?

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
11. Três pessoas montam uma sociedade, na qual cada uma delas aplica,
respectivamente, R$ 20.000,00, R$ 30.000,00 e R$ 50.000,00. O balanço
anual da firma acusou um lucro de R$ 40.000,00. Supondo-se que o lucro seja
dividido em partes diretamente proporcionais ao capital aplicado, cada sócio
receberá, respectivamente:
a) R$ 5.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 25.000,00
b) R$ 7.000,00; R$ 11.000,00 e R$ 22.000,00
c) R$ 8.000,00; R$ 12.000,00 e R$ 20.000,00
d) R$ 10.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00
e) R$ 12.000,00; R$ 13.000,00 e R$ 15.000,00

12. Uma herança foi dividida entre 3 pessoas em partes diretamente proporcionais às suas
idades que são 32, 38 e 45
Se o mais novo recebeu R$ 9 600, quanto recebeu o mais velho?

13. Uma empresa dividiu os lucros entre seus sócios, proporcionais a 7 e 11. Se o 2º sócio
recebeu R$ 20 000 a mais que o 1º sócio, quanto recebeu cada um?

14. Certa herança foi dividida de forma proporcional às idades dos herdeiros, que tinham
35, 32 e 23 anos. Se o mais velho recebeu R$ 525,00 quanto coube ao mais novo?
a) R$ 230,00
b) R$ 245,00
c) R$ 325,00
d) R$ 345,00
e) R$ 350,00

286 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Divisão Proporcional – Prof. Dudan

15. Certo mês o dono de uma empresa concedeu a dois de seus funcionários
uma gratificação no valor de R$ 500. Essa gratificação foi dividida entre eles
em partes que eram diretamente proporcionais aos respectivos números de
horas de plantões que cumpriram no mês e, ao mesmo tempo, inversamente
proporcional à suas respectivas idades. Se um dos funcionários tem 36 anos
e cumpriu 24h de plantões e, outro, de 45 anos cumpriu 18h, coube ao mais
jovem receber:
a) R$ 302,50
b) R$ 310,00
c) R$ 312,5
d) R$ 325,00
e) R$ 342,50

Casos Especiais

Usaremos o método da divisão proporcional para resolver sistemas de equações que


apresentem uma das equações como proporção.
Exemplo Resolvido 5 :
A idade de meu pai está para a idade do filho assim como 9 está para 4. Determine essas idades
sabendo que a diferença entre eles é de 35 anos.
P=9
F=4

P–F=9
Como já vimos as proporções ocorrem tanto “verticalmente” como “horizontalmente”. Então
podemos dizer que:
P∝4
P está para 9 assim como F está para 4. Simbolicamente,
F∝9
Usando a propriedade de que “toda proporção se transforma em uma igualdade quando
multiplicada por uma constante”, temos:
P = 9k e F = 4k
Logo a expressão fica:
P – F = 35
9k – 4k = 35 Assim, P = 9 x 7= 63 e F = 4 x 7 = 28
5k = 35
K=7

www.acasadoconcurseiro.com.br 287
y
16. Se 9x = e x + y = 154 determine x e y:
13

17. Sabendo-se que x – y = 18, determine x e y na proporção xy = 5 .


2

18. Os salários de dois funcionários do Tribunal são proporcionais às suas idades que são
40 e 25 anos. Se os salários somados totalizam R$9100,00 qual a diferença de salário
destes funcionários?

19. A diferença entre dois números é igual a 52. O maior deles está para 23, assim como o
menor está para 19.Que números são esses?

20. A idade do pai está para a idade do filho assim como 7 está para 3. Se a diferença entre
essas idades é 32 anos, determine a idade de cada um.

Gabarito: 1. 40, 60 e 80 2. 125, 75 e 50 3. 240, 270 e 300 4. 9, 15 e 24 5. 32,36 e 80 6. 50, 20 e 600 7. B 8. 1200 / 8000 / 10000
9.R$ 125000, R$10000, R$200000 e R$75000 10. R$80000, R$ 90000 e R$100000 11.C 12. R$ 13500
13. R$35000 e R$ 55000 14. D 15. C 16. x = 63 / y = 91 17. 30 e 12 18. R$ 2100 19. 299 e 247 20. 56 e 24

288 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

PORCENTAGEM

DEFINIÇÃO: A percentagem ou porcentagem (do latim per centum, significando “por cento”,
“a cada centena”) é uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma
proporção ou uma relação entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de
uma fração cujo denominador é 100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Taxa Unitária
Quando pegamos uma taxa de juros e dividimos o seu valor por 100, encontramos a taxa
unitária.
A taxa unitária é importante para nos auxiliar a desenvolver todos os cálculos em matemática
financeira.
Pense na expressão 20% (vinte por cento), ou seja, essa taxa pode ser representada por uma
fração cujo numerador é igual a 20 e o denominador é igual a 100.

Como Fazer Agora é sua vez


10
10% = = 0,10
100 15%
20 20%
20% = = 0, 20
100 4,5%
5
5% = = 0, 05 254%
100
38 0%
38% = = 0,38
100 63%
1,5 24,5%
1,5% = = 0, 015
100
6%
230
230% = = 2,3
100

Dica:
A porcentagem vem
sempre associada a um
elemento, portanto,
sempre multiplicado a ele.

www.acasadoconcurseiro.com.br 289
Exemplos:

I. Calcule:

a) 20% de 450

b) 30% de 300

c) 40% de 400

d) 75% de 130

e) 215% de 120

f) 30% de 20% de 50

g) 20% de 30%de 50

Exemplo Resolvido
II. Um jogador de futebol, ao longo de um campeonato, cobrou 75 faltas, transformando em
gols 8% dessas faltas. Quantos gols de falta esse jogador fez?
8 600
8% de 75 = .75 = =6
100 100

Portanto o jogador fez 6 gols de falta.

290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

Exemplos:

2. Calcule:
a)
b) (20%)²
c) (1%)³

3. A expressão (10%)2 é igual a:


a) 100%.
b) 1%.
c) 0,1%.
d) 10%.
e) 0,01%

4. Uma mercadoria que custava US$ 2.400 sofreu um aumento, passando a custar US$ 2.880. A
taxa de aumento foi de:
a) 30%
b) 50%
c) 10%
d) 20%
e) 15%

5. Em um exame vestibular, 30% dos candidatos eram da área de Humanas. Dentre esses
candidatos, 20% optaram pelo curso de Direito. Do total dos candidatos, qual a porcentagem
dos que optaram por Direito?
a) 50%.
b) 20%.
c) 10%.
d) 6%.
e) 5%.

6. Uma certa mercadoria que custava R$ 10,50 teve um aumento, passando a custar R$ 11,34. O
percentual de aumento da mercadoria foi de:
a) 1,0%

www.acasadoconcurseiro.com.br 291
b) 10,0%
c) 10,8%
d) 8,0%
e) 0,84%

7. Se uma prova de matemática de 40 questões objetivas, um candidato ao vestibular errar 12


questões, o percentual de acertos será:
a) 4,8%
b) 12%
c) 26%
d) 52%
e) 70%

8. Dentre os inscritos em um concurso público, 60% são homens e 40% são mulheres. Já têm
emprego 80% dos homens e 30% das mulheres. Qual a porcentagem dos candidatos que já tem
emprego?
a) 60%
b) 40%
c) 30%
d) 24%
e) 12%

9. O preço de um bem de consumo é R$100,00. Um comerciante tem um lucro de 25% sobre o


preço de custo desse bem. O valor do preço de custo, em reais, é:
a) 25,00.
b) 70,50.
c) 75,00.
d) 80,00.
e) 125,00.

10. Numa melancia de 10 kg, 95% dela é constituída de água. Após desidratar a fruta, de modo que
se eliminem 90% da água, pode-se afirmar que a massa restante da melancia será, em kg, igual
a:
a) 1,45

292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

b) 1,80
c) 5
d) 9
e) 9,5

11. Em uma sala onde estão 100 pessoas, sabe-se que 99% são homens. Quantos homens devem
sair para que a percentagem de homens na sala passe a ser 98%?
a) 1
b) 2
c) 10
d) 50
e) 60

Fator de Capitalização

Vamos imaginar que certo produto sofreu um aumento de 20% sobre o seu valor inicial. Qual o
novo valor deste produto?
Claro que, se não sabemos o valor inicial deste produto, fica complicado para calcularmos, mas
podemos fazer a afirmação abaixo:
O produto valia 100% e sofreu um aumento de 20%. Logo, está valendo 120% do seu valor
inicial.
Como vimos no tópico anterior (taxas unitárias), podemos calcular qual o fator que podemos
utilizar para calcular o novo preço deste produto após o acréscimo.

120
Fator de Captalização = = 1,2
100
O Fator de capitalização é um número pelo qual devo multiplicar o preço do meu produto para
obter como resultado final o seu novo preço, acrescido do percentual de aumento que desejo
utilizar.
Assim, se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo meu
fator de capitalização (por 1,2) para conhecer seu novo preço. Nesse exemplo, será de R$ 60,00.
CALCULANDO O FATOR DE CAPITALIZAÇÃO: Basta somar 1 com a taxa unitária. Lembre-se que
1 = 100/100 = 100%

www.acasadoconcurseiro.com.br 293
COMO CALCULAR:
•• Acréscimo de 45% = 100% + 45% = 145% = 145/ 100 = 1,45
•• Acréscimo de 20% = 100% + 20% = 120% = 120/ 100 = 1,2

ENTENDENDO O RESULTADO:
Para aumentar o preço do meu produto em 20%, deve-se multiplicar o preço por 1,2.
Exemplo: um produto que custa R$ 1.500,00 ao sofrer um acréscimo de 20% passará a custar
1.500 x 1,2 (fator de capitalização para 20%) = R$ 1.800,00

COMO FAZER:

Agora é a sua vez:

Acréscimo Cálculo Fator


15%
20%
4,5%
254%
0%
63%
24,5%
6%

Fator de Descapitalização

Vamos imaginar que certo produto sofreu um desconto de 20% sobre o seu valor inicial. Qual
novo valor deste produto?
Claro que, se não sabemos o valor inicial deste produto, fica complicado para calcularmos, mas
podemos fazer a afirmação abaixo:

294 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

O produto valia 100% e sofreu um desconto de 20%. Logo, está valendo 80% do seu valor inicial.
Conforme dito anteriormente, podemos calcular o fator que podemos utilizar para calcular o
novo preço deste produto após o acréscimo.
80
Fator de Captalização = = 0,8
100
O Fator de descapitalização é o número pelo qual devo multiplicar o preço do meu produto
para obter como resultado final o seu novo preço, considerando o percentual de desconto que
desejo utilizar.
Assim, se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo meu
fator de descapitalização por 0,8 para conhecer seu novo preço, neste exemplo será de R$
40,00.
CALCULANDO O FATOR DE DESCAPITALIZAÇÃO: Basta subtrair o valor do desconto expresso
em taxa unitária de 1, lembre-se que 1 = 100/100 = 100%

COMO CALCULAR:
•• Desconto de 45% = 100% - 45% = 55% = 55/ 100 = 0,55
•• Desconto de 20% = 100% - 20% = 80% = 80/ 100 = 0,8

ENTENDENDO O RESULTADO:
Para calcularmos um desconto no preço do meu produto de 20%, devemos multiplicar o valor
desse produto por 0,80.

Exemplo:
Um produto que custa R$ 1.500,00 ao sofrer um desconto de 20% passará a custar 1.500 x 0,80
(fator de descapitalização para 20%) = R$ 1.200,00

COMO FAZER:

www.acasadoconcurseiro.com.br 295
AGORA É A SUA VEZ:
Desconto Cálculo Fator

15%

20%

4,5%

254%

0%

63%

24,5%

6%

Acréscimo e Desconto Sucessivos


Um tema muito comum abordado nos concursos é os acréscimos e os descontos sucessivos.
Isso acontece pela facilidade que os candidatos tem em se confundir ao resolver uma questão
desse tipo. O erro cometido nesse tipo de questão é básico: o de somar ou subtrair os
percentuais, sendo que na verdade o candidato deveria multiplicar os fatores de capitalização
e descapitalização.

Exemplo resolvido 1:
Os bancos vêm aumentando significativamente as suas tarifas de manutenção de contas.
Estudos mostraram um aumento médio de 30% nas tarifas bancárias no 1º semestre de 2009 e
de 20% no 2° semestre de 2009. Assim, podemos concluir que as tarifas bancárias tiveram em
média suas tarifas aumentadas em:
a) 50%
b) 30%
c) 150%
d) 56%
e) 20%

296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

Ao ler esta questão, muitos candidatos se deslumbram com a facilidade e quase por impulso
marcam como certa a alternativa “a” (a de “apressadinho”).
Ora, estamos falando de acréscimos sucessivos. Vamos considerar que a tarifa média mensal
de manutenção de conta no início de 2009 seja de R$ 100,00, logo após um acréscimo teremos:
100,00 x 1,3 = 130,00
Agora, vamos acrescentar mais 20% referente ao aumento dado no 2° semestre de 2009:
130,00 x 1,2 = 156,00
Ou seja, as tarifas estão 56,00 mais caras que o início do ano.
Como o valor inicial das tarifas era de R$ 100,00, concluímos que elas sofreram uma alta de
56%, e não de 50% como parecia inicialmente.

Como resolver a questão acima de uma forma mais direta:


Basta multiplicar os fatores de capitalização, como aprendemos no tópico 1.3:
• Fator de Capitalização para acréscimo de 30% = 1,3
• Fator de Capitalização para acréscimo de 20% = 1,2

1,3 x 1,2 = 1,56


logo, as tarifas sofreram uma alta média de: 1,56 – 1 = 0,56 = 56%

DICA: Dois aumentos sucessivos de 10% não implicam num aumento final de 20%.

COMO FAZER
Exemplo Resolvido 2:
Um produto sofreu em janeiro de 2009 um acréscimo de 20% sobre o seu valor, em fevereiro
outro acréscimo de 40% e em março um desconto de 50%. Neste caso podemos afirmar que o
valor do produto após a 3ª alteração em relação ao preço inicial é:
a) 10% maior
b) 10 % menor
c) Acréscimo superior a 5%
d) Desconto de 84%
e) Desconto de 16%

Resolução:
Fator para um aumento de 20% = 100% + 20% = 100/100 + 20/100 = 1+0,2 = 1,2
Aumento de 40% = 100% + 40% = 100/100 + 40/100 = 1 + 0,4 = 1,4
Desconto de 50% = 100% - 50% = 100/100 - 50/100 = 1 - 0,5 = 0,5

www.acasadoconcurseiro.com.br 297
Assim: 1,2 x 1,4 x 0,5 = 0,84 (valor final do produto)
Como o valor inicial do produto era de 100% e 100% = 1, temos:
1 – 0,84 = 0,16
Conclui-se então que este produto sofreu um desconto de 16% sobre o seu valor inicial.
Alternativa E

Exemplo Resolvido 3:
O professor Ed perdeu 20% do seu peso de tanto “trabalhar” na véspera da prova do concurso
público da CEF. Após este susto, começou a se alimentar melhor e acabou aumentando em 25%
do seu peso no primeiro mês e mais 25% no segundo mês. Preocupado com o excesso de peso,
começou a fazer um regime e praticar esporte conseguindo perder 20% do seu peso. Assim o
peso do professor Ed em relação ao peso que tinha no início é:
a) 8% maior
b) 10% maior
c) 12% maior
d) 10% menor
e) Exatamente igual

Resolução:
Perda de 20% = 100% - 20% = 100/100 – 20/100 = 1 – 0,2 = 0,8
Aumento de 25% = 100% + 25% = 100/100 + 25/100 = 1 + 0,25 = 1,25
Aumento de 25% = 100% + 25% = 100/100 + 25/100 = 1 + 0,25 = 1,25
Perda de 20% = 100% - 20% = 100/100 – 20/100 = 1 – 0,2 = 0,8
Assim: 0,8 x 1,25 x 1,25 x 0,8 = 1
Conclui-se então que o professor possui o mesmo peso que tinha no início.
Alternativa E

Exemplo Resolvido 4:
O mercado total de um determinado produto, em número de unidades vendidas, é dividido por
apenas duas empresas, D e G, sendo que em 2003 a empresa D teve 80% de participação nesse
mercado. Em 2004, o número de unidades vendidas pela empresa D foi 20% maior que em
2003, enquanto na empresa G esse aumento foi de 40%. Assim, pode-se afirmar que em 2004 o
mercado total desse produto cresceu, em relação a 2003,
a) 24 %.
b) 28 %.
c) 30 %.
d) 32 %.
e) 60 %.

298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Porcentagem – Prof. Dudan

Resolução:
Considerando o tamanho total do mercado em 2003 sendo 100%, e sabendo que ele é
totalmente dividido entre o produto D (80%) e o produto G (20%):

2003 2004
Produto D 0,8 Aumento de 20% = 0,8 * 1,2 = 0,96
Produto G 0,2 Aumento de 40% = 0,2 * 1,4 = 0,28
TOTAL: 1 0,96 + 0,28 = 1,24

Se o tamanho total do mercado era de 1 em 2003 e passou a ser de 1,24 em 2004, houve um
aumento de 24% de um ano para o outro.
Alternativa A

Exemplo Resolvido 5:
Ana e Lúcia são vendedoras em uma grande loja. Em maio elas tiveram exatamente o mesmo
volume de vendas. Em junho, Ana conseguiu aumentar em 20% suas vendas, em relação a maio,
e Lúcia, por sua vez, teve um ótimo resultado, conseguindo superar em 25% as vendas de Ana,
em junho. Portanto, de maio para junho o volume de vendas de Lúcia teve um crescimento de:
a) 35%.
b) 45%.
c) 50%.
d) 60%.
e) 65%.

Resolução:
Como não sabemos as vendas em maio, vamos considerar as vendas individuais em 100% para
cada vendedora. A diferença para o problema anterior é que, no anterior, estávamos tratando
o mercado como um todo. Nesse caso, estamos calculando as vendas individuais de cada
vendedora.

Maio Junho
Ana 1 Aumento de 20% = 1 * 1,2 = 1,2
Lúcia 1 Aumento de 25% sobre as vendas de Ana em junho = 1,2 * 1,25 = 1,5

Como as vendas de Lúcia passaram de 100% em maio para 150% em Junho (de 1 para 1,5),
houve um aumento de 50%.
Alternativa C

www.acasadoconcurseiro.com.br 299
12. Um trabalhador recebeu dois aumentos sucessivos, de 20% e de 30%, sobre o seu
salário.Desse modo, o percentual de aumento total sobre o salário inicial desse
trabalhador foi de
a) 30%
b) 36%
c) 50%
d) 56%
e) 66%

13. Descontos sucessivos de 20% e 30% são equivalentes a um único desconto de:
a) 25%
b) 26%
c) 44%
d) 45%
e) 50%

14. Considerando uma taxa mensal constante de 10% de inflação, o aumento de preços
em 2 meses será de
a) 2%.
b) 4%.
c) 20%.
d) 21%.
e) 121%.
e) 25%

15. Um comerciante elevou o preço de suas mercadorias em 50% e divulgou, no dia


seguinte uma remarcação com desconto de 50% em todos os preços. O desconto
realmente concedido em relação aos preços originais foi de:
a) 40%
b) 36%
c) 32%
d) 28%
e) 25%

16. Um revendedor aumenta o preço inicial de um produto em 35% e, em seguida, resolve


fazer uma promoção, dando um desconto de 35% sobre o novo preço. O preço final do
produto é
a) impossível de ser relacionado com o preço inicial.
b) superior ao preço inicial.
c) superior ao preço inicial, apenas se este for maior do que R$ 3.500,00.
d) igual ao preço inicial.
e) inferior ao preço inicial.

Gabarito: 1. * 2. * 3. B 4. D 5. D 6. D 7. E 8. A 9. D 10. A 11. D 12. D 13. C 14. D 15. E 16. E

300 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

EQUAÇÕES DO 1º GRAU

A equação de 1º grau é a equação na forma ax + b = 0, onde a e b são números reais e x é a


variável (incógnita). O valor da incógnita x é − b
a

ax + b = 0 → x=

Resolva as equações:
a) 10x – 2 = 0

b) – 7x + 18 = – x

c) x + 3 − x − 3 = 7
2 3

2x
d) +3= x
5

www.acasadoconcurseiro.com.br 301
Faça Você

1 1
1. Gastei do dinheiro do meu salário e depois gastei do restante ficando
3 4
com R$ 120,00 apenas. Meu salário é de:
a) R$ 480,00
b) R$ 420,00
c) R$ 360,00
d) R$ 240,00
e) R$ 200,00

2. Duas empreiteiras farão conjuntamente a pavimentação de uma estrada, cada


uma trabalhando a partir de uma das extremidades. Se uma delas pavimentar 2
da estrada e a outra os 81 km restantes, a extensão dessa estrada é de: 5

a) 125 km.
b) 135 km.
c) 142 km.
d) 145 km.
e) 160 km.

3. O denominador de uma fração excede o numerador em 3 unidades. Adicionando-


se 11 unidades ao denominador, a fração torna-se equivalente a 3 . A fração
4
original é:
a) 54
57
30
b)
33
33
c)
36

d) 42
45

18
e)
21

302 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Equações do 1º Grau – Prof. Dudan

1
4. Uma pessoa gasta do dinheiro que tem e, em seguida, 2 do que lhe resta,
4 3
ficando com R$ 350,00. Quanto tinha inicialmente?
a) R$ 400,00
b) R$ 700,00
c) R$ 1400,00
d) R$ 2100,00
e) R$ 2800,00

1
5. Uma peça de tecido, após a lavagem, perdeu de seu comprimento e este ficou
10
medindo 36 metros. Nestas condições, o comprimento, em m, da peça antes da
lavagem era igual a:
a) 44
b) 42
c) 40
d) 38
e) 32

7
6. Do salário que recebe mensalmente, um operário gasta e guarda o restante,
8
R$122,00, em caderneta de poupança. O salário mensal desse operário, em reais,
é:
a) R$ 868,00
b) R$ 976,00
c) R$ 1204,00
d) R$ 1412,00
e) R$ 1500,00

7. O valor de x que é solução da equação (x/3) – (1/4) = 2(x – 1) pertence ao intervalo:


a) ]0, 1]
b) ]1, 2]
c) ]2, 3]
d) ]3, 4]
e) ]4, 5]

Gabarito: 1. D 2. B 3. D 4. C 5. C 6. B 7. B

www.acasadoconcurseiro.com.br 303
Matemática

SISTEMAS DE EQUAÇÕES

Todo sistema linear é classificado de acordo com o número de soluções apresentadas por ele.

DETERMINADO
Admite uma única solução
POSSÍVEL OU COMPATÍVEL
quando admite solução �
SISTEMA INDETERMINADO


LINEAR Admite infinitas soluções

IMPOSSÍVEL OU INCOMPATÍVEL
quando não admite solução

Métodos de Resolução
Método da Adição
Definição
Consiste em somar as equações, que podem ser previamente multiplicadas por uma constante,
com objetivo de eliminar uma das variáveis apresentadas.
Esse método consiste em multiplicar as equações de maneira que se criem valores “opostos “
da mesma variável que será eliminada quando somarmos as equações.
Vale ressaltar que nem sempre é necessária tal multiplicação .

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x – y = 13
Assim multiplicaremos a segunda equação por 2, logo:
x + 2y = 16
� assim criamos os valores opostos 2y e – 2y.
6x - 2y = 26

Agora somaremos as 2 equações , logo:


x + 2y = 16
6x - 2y = 26
7x + 0y = 42

www.acasadoconcurseiro.com.br 305
42
Logo x = 7 → x = 6 e para achar o valor de y basta trocar o valor de x obtido em qualquer uma
das equações dadas:
10
Assim se x + 2 y = 16, então 6 + 2y = 16 → 2y = 10 e portanto y = →y=5
2

1. Resolva usando o método da adição.

3x + y = 9 3x − 2y = 7
a) b)
2x + 3y = 13 x + y = −1

Método da Substituição

Definição
Esse método consiste em isolar uma das variáveis numa equação e substituí-la na outra.
Vale ressaltar que preferencialmente deve-se isolar a variável que possuir “coeficiente” 1 assim
evitamos um trabalho com o M.M.C.

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x – y = 13

Assim isolando o “x” na primeira equação, temos:


x = 16 – 2y e substituindo-a na segunda equação:
−35
3(16 – 2y) – y = 13 → 48 – 6y – y = 13 → – 7y = 13 – 48 → – 7y = – 35 logo x = =5
−7
Daí basta trocar o valor de x obtido na equação isolada:
Se x = 16 – 2y, logo x = 16 – 2 x 5 → x = 16 – 10 → x = 6

2. Resolva usando o método da substituição.


3x + y = 9 3 x − 2y = 7
a) b)
2 x + 3y = 13 x + y = −1

Caso Especial
Sempre que nos depararmos com um sistema de duas equações no qual uma delas seja uma
“proporção” , podemos resolve-la de maneira eficaz e segura aplicando os conceitos de Divisão
proporcional

306 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Sistemas de Equações – Prof. Dudan

Exemplo:

3. A idade do pai está para a idade do filho assim como 7 está para 3. Se a diferença entre essas
idades é 32 anos, determine a idade de cada um.

4. Os salários de dois funcionários do Tribunal são proporcionais às suas idades que são 40
e 25 anos. Se os salários somados totalizam R$9100,00 qual a diferença de salário destes
funcionários?

Faça Você:

5. Na garagem de um prédio há carros e motos num total de 13 veículos e 34 pneus.


O número de motos nesse estacionamento é:

a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9

6. Um aluno ganha 5 pontos por exercício que acerta e pede 3 pontos por exercício
que erra. Ao fim de 50 exercícios tinha 10 pontos. Quantos exercícios ele acertou?

a) 15
b) 35
c) 20
d) 10
e) 40

7. Uma família foi num restaurante onde cada criança paga a metade do buffet e
adulto paga R$ 12,00. Se nessa família há 10 pessoas e a conta foi de R$ 108,00, o
número de adultos é:

a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 10

www.acasadoconcurseiro.com.br 307
8. O valor de dois carros de mesmo preço adicionado ao de uma moto é R$ 41.000. O
valor de duas motos iguais a primeira adicionado ao de um carro de mesmo preço
que os primeiros é de R$ 28.000. A diferença entre o valor do carro e o da moto é:
a) R$ 5.000
b) R$ 13.000
c) R$ 18.000
d) R$ 23.000
e) R$ 41.000

9. João entrou na lanchonete BOG e pediu 3 hambúrgueres, 1 suco de laranja e


2 cocadas, gastando R$ 21,50. Na mesa ao lado, algumas pessoas pediram 8
hambúrgueres, 3 sucos de laranja e 5 cocadas, gastando R$ 57,00. Sabendo-se
que o preço de um hambúrguer, mais o de um suco de laranja, mais o de uma
cocada totaliza R$ 10,00, assim o preço de cada um desses itens em reais,
respectivamente, vale.
a) 4; 2,5 e 3,5
b) 3; 2 e 4
c) 4; 3 e 2
d) 4; 2,5 e 3
e) 3; 2,5 e 3,5

10. Durante uma aula de ginástica, três amigas, também com a mesma preocupação,
resolveram avaliar o peso de cada uma, utilizando a balança da academia. A
pesagem, contudo, foi efetuada duas a duas. Ana e Carla pesaram, juntas, 98
kg; Carla e Márcia, 106 kg; Ana e Márcia, 104 kg. O peso das três amigas, juntas,
subtraindo o dobro do peso de Carla, é igual a:
a) 42 kg
b) 46 kg
c) 48 kg
d) 54 kg
e) 58 kg

Gabarito: 5. E 6. C 7. D 8. B 9. A 10. D

308 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

Professor Edgar Abreu

www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

PROPOSIÇÃO

PROPOSIÇÃO SIMPLES

Um argumento é uma sequência de proposições na qual uma delas é a conclusão e as demais


são premissas. As premissas justificam a conclusão.
Proposição: Toda frase que você consiga atribuir um valor lógico é proposição, ou seja, frases
que podem ser verdadeiras ou falsas.

Exemplos:

1) Ed é feliz.

2) João estuda.

3) Zambeli é desdentado

Não são proposições frases onde você


não consegue julgar, se é verdadeira
ou falsa, por exemplo:

1) Vai estudar?

2) Mas que legal!

Sentença: Nem sempre permite julgar se é verdadeiro ou falso. Pode não ter valor lógico.

Frases interrogativas, no imperativo, exclamativas e com sujeito indeterminado, não


são proposições.

www.acasadoconcurseiro.com.br 311
Sentenças Abertas: São sentenças nas quais não podemos determinar o sujeito. Uma forma
simples de identificá-las é o fato de que não podem ser nem Verdadeiras nem Falsas. Essas
sentenças também não são proposições
Aquele cantor é famoso.
A + B + C = 60.
Ela viajou.

QUESTÃO COMENTADA
(Cespe – Banco do Brasil – 2007) Na lista de frases apresentadas a seguir, há exatamente três
proposições.
I – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
II – A expressão X + Y é positiva.
III – O valor de
IV – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
V – O que é isto?
Solução:
Item I: Não é possível atribuir um único valor lógico para esta sentença, já que se considerar
que é verdadeiro, teremos uma resposta falsa (mentira) e vice-versa. Logo não é proposição.
Item II: Como se trata de uma sentença aberta, onde não estão definidos os valores de X e Y,
logo também não é proposição.
Item III: Como a expressão matemática não contém variável, logo é uma proposição,
conseguimos atribuir um valor lógico, que neste caso seria falso.
Item IV: Uma simples proposição, já que conseguimos atribuir um único valor lógico.
Item V: Como trata-se de uma interrogativa, logo não é possível atribuir valor lógico, assim não
é proposição.
Conclusão: Errado, pois existem apenas 2 proposições, Item III e IV.

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Proposição Composta é a união de proposições simples por meio de um conector lógico. Este
conector irá ser decisivo para o valor lógico da expressão.
Proposições podem ser ligadas entre si por meio de conectivos lógicos. Conectores que criam
novas sentenças mudando ou não seu valor lógico (Verdadeiro ou Falso).
Uma proposição simples possui apenas dois valores lógicos, verdadeiro ou falso.

312 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Já proposições compostas terão mais do que 2 possibilidades distintas de combinações dos


seus valores lógicos, conforme demonstrado no exemplo abaixo:
Consideramos as duas proposições abaixo, “chove” e “faz frio”
Chove e faz frio.

Cada proposição existe duas possibilidades distintas, falsa ou verdadeira, numa sentença
composta teremos mais de duas possibilidades.

E se caso essa sentença ganhasse outra proposição, totalizando agora 3 proposições em uma
única sentença:
Chove e faz frio e estudo.

A sentença composta terá outras possibilidades,

www.acasadoconcurseiro.com.br 313
PARA GABARITAR
É possível identificar quantas possibilidades distintas teremos de acordo com o número
de proposição em que a sentença apresentar. Para isso devemos apenas elevar o
numero 2 a quantidade de proposição, conforme o raciocínio abaixo:

Proposições Possibilidades
1 2
2 4
3 8
n
n 2

QUESTÃO COMENTADA
(CESPE – Banco do Brasil – 2007) A proposição simbólica P Ʌ Q V R possui, no máximo,
4 avaliações.
Solução:
Como a sentença possui 3 proposições distintas (P, Q e R), logo a quantidade de
avaliações será dada por:
2proposições = 23= 8
Resposta: Errado, pois teremos um total de 8 avaliações.

314 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Proposição – Prof. Edgar Abreu

Slides – Proposição

Prova:  UESPI  -­‐  2014  -­‐  PC-­‐PI  -­‐  Escrivão  de  Polícia  Civil  
 
Assinale,   dentre   as   alterna>vas   a   seguir,   aquela   que   NÃO  
caracteriza  uma  proposição.  
 
 a)  107  -­‐  1  é  divisível  por  5  
 b)  Sócrates  é  estudioso.  
 c)  3  -­‐  1  >  1  
 d)  
 e)  Este  é  um  número  primo.  

 Prova:  CESPE  -­‐  2014  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando  a  proposição  P:  “Nos  processos  sele?vos,  se  o  candidato  for  
pós-­‐graduado   ou   souber   falar   inglês,   mas   apresentar   deficiências   em  
língua   portuguesa,   essas   deficiências   não   serão   toleradas”,   julgue   os   itens  
seguintes  acerca  da  lógica  sentencial.  
 
 
A  tabela  verdade  associada  à  proposição  P  possui  mais  de  20  linhas  
 
(      )  Certo    (      )Errado  

www.acasadoconcurseiro.com.br 315
Prova:  CESPE  -­‐  2013  -­‐  SEGER-­‐ES  -­‐  Analista  Execu<vo    
 
Um  provérbio  chinês  diz  que:  
 
P1:  Se  o  seu  problema  não  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  
pois  nada  que  você  fizer  o  resolverá.  
P2:  Se  o  seu  problema  tem  solução,  então  não  é  preciso  se  preocupar  com  ele,  pois  
ele  logo  se  resolverá.  
 
O   número   de   linhas   da   tabela   verdade   correspondente   à   proposição   P2   do   texto  
apresentado  é  igual  a  
 a)  24.  
 b)  4.  
 c)  8.  
 d)  12.  
 e)  16.  

Prova:  CESPE  -­‐  2011  -­‐  MEC  -­‐  Todos  os  Cargos  
 
Considerando   as   proposições   simples   P,   Q   e   R,   julgue   os  
próximos   itens,   acerca   de   tabelas-­‐verdade   e   lógica  
proposicional.  
 
A  tabela-­‐verdade  da  proposição  (¬PVQ)→(R∧Q)V(¬R∧P)  tem  8  
linhas.  
(      )  Certo    (      )  Errado  
 
 
 

316 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO SIMPLES

1. Éder é Feio.
Como negamos essa frase?

Para quem, também disse: “Éder é bonito”, errou. Negar uma proposição não significa dizer o
oposto, mas sim escrever todos os casos possíveis diferentes do que está sugerido.
“Éder NÃO é feio.”
A negação de uma proposição é uma nova proposição que é verdadeira se a primeira for falsa e
é falsa se a primeira for verdadeira

PARA GABARITAR
Para negar uma sentença acrescentamos o não, sem mudar a estrutura da frase.

2. Maria Rita não é louca.


Negação: “Maria Rita é louca.”
Para negar uma negação excluímos o não

Simbologia: Assim como na matemática representamos valores desconhecidos por x, y, z... Na


lógica também simbolizamos frases por letras. Exemplo:

Proposição: Z
Para simbolizar a negação usaremos ~ ou ¬.
Negação: Éder não é feio.
Simbologia: ~ Z.

www.acasadoconcurseiro.com.br 317
Proposição: ~ A
Negação: Aline é louca.
Simbologia: ~ (~A)= A

p= Thiago Machado gosta de matemática.


~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
Caso eu queira negar que Thiago Machado não gosta de matemática a frase voltaria para a
proposição “p”, Thiago Machado gosta de matemática”.
~p = Thiago Machado não gosta de matemática.
~(~p) = Não é verdade que Thiago Machado não gosta de matemática.
ou
~(~p) = Thiago Machado gosta de matemática.

EXCEÇÕES
Cuidado, em casos que só existirem duas possibilidades, se aceita como negação o
"contrário", alternando assim a proposição inicial. Exemplo:
p: João será aprovado no concurso.
~p: João será reprovado no concurso
q: O deputado foi julgado como inocente no esquema "lava-jato".
~q: O deputado foi julgado como culpado no esquema "lava jato".

318 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONECTIVOS LÓGICOS

Um conectivo lógico (também chamado de operador lógico) é um símbolo ou palavra usado para
conectar duas ou mais sentenças (tanto na linguagem formal quanto na linguagem natural) de
uma maneira gramaticalmente válida, de modo que o sentido da sentença composta produzida
dependa apenas das sentenças originais.
Muitas das proposições que encontramos na prática podem ser consideradas como construídas
a partir de uma, ou mais, proposições mais simples por utilização de uns instrumentos lógicos,
a que se costuma dar o nome de conectivos, de tal modo que o valor de verdade da proposição
inicial fica determinado pelos valores de verdade da ou das, proposições mais simples que
contribuíram para a sua formação.
Os principais conectivos lógicos são:
I – "e" (conjunção).
II – "ou" (disjunção).
III – "se...então" (implicação).
IV – "se e somente se" (equivalência).

CONJUNÇÃO – “E”
Proposições compostas ligadas entre si pelo conectivo “e”.
Simbolicamente, esse conectivo pode ser representado por “^”.
Exemplo:
Chove e faz frio
Tabela verdade: Tabela verdade é uma forma de analisarmos a frase de acordo com suas
possibilidades, o que aconteceria se cada caso acontecesse.

Exemplo:
Fui aprovado no concurso da PF e Serei aprovado no concurso da PRF
Proposição 1: Fui aprovado no concurso da PF.
Proposição 2: Serei aprovado no concurso da PRF.
Conetivo: e.

www.acasadoconcurseiro.com.br 319
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p^q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:
H1:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.

H2:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H3:
p: Não fui aprovado no concurso da PF.
q: Não serei aprovado no concurso da PRF.

H4:
p: Fui aprovado no concurso da PF.
q: Serei aprovado no concurso da PRF.
Tabela Verdade: Aqui vamos analisar o resultado da sentença como um todo, considerando
cada uma das hipóteses acima.

p q P^Q
H1 F V F
H2 V F F
H3 F F F
H4 V V V

Conclusão

320 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Conectivo E (Conjunção) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo E (Conjunção)

1. Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue o item que se segue, relacionado à lógica proposicional.

A sentença “O reitor declarou estar contente com as políticas relacionadas


à educação superior adotadas pelo governo de seu país e com os rumos
atuais do movimento estudantil” é uma proposição lógica simples.
( ) Certo ( ) Errado

2. Prova: FCC - 2009 - TJ-SE Técnico Judiciário

Considere as seguintes premissas:

p : Trabalhar é saudável
q : O cigarro mata.

A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata" é FALSA se


a) p é falsa e ~q é falsa.
b) p é falsa e q é falsa.
c) p e q são verdadeiras.
d) p é verdadeira e q é falsa.
e) ~p é verdadeira e q é falsa.

Gabarito: 1. Errado 2. D

www.acasadoconcurseiro.com.br 321
Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO – “OU”

Recebe o nome de disjunção toda a proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ou. Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Estudo para o concurso ou assisto o Big Brother.
Proposição 1: Estudo para o concurso.
Proposição 2: assisto o Big Brother.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.
H2:
p: Não Estudo para o concurso.
q: assisto o Futebol.

H3:
p: Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol...

H4:
p: Não Estudo para o concurso.
q: Não assisto o Futebol.

www.acasadoconcurseiro.com.br 323
Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

324 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

DISJUNÇÃO EXCLUSIVA – “OU...OU”

Recebe o nome de disjunção exclusiva toda a proposição composta em que as partes estejam
unidas pelo conectivo ou “primeira proposição” ou “segunda proposição”. Simbolicamente,
representaremos esse conectivo por “v”.
Exemplo:
Ou vou a praia ou estudo para o concurso.
Proposição 1: Vou a Praia.
Proposição 2: estudo para o concurso.
Conetivo: ou.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de " v "
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v q
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H2:
p: Não Vou à praia.
q: estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H3:
p: Vou à praia.
q: Não estudo para o concurso do Banco do Brasil.

H4:
p: Não Vou à praia.
q: Não estudo para o concursodo Banco do Brasil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 325
Tabela Verdade:

p q PvQ
H1 V V F
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

326 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CONDICIONAL – “SE...ENTÃO...”

Recebe o nome de condicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo Se... então, simbolicamente representaremos esse conectivo por “→”.

Em alguns casos o condicional é apresentado com uma vírgula substituindo a palavra “então”,
ficando a sentença com a seguinte característica: Se proposição 1, proposição 2.

Exemplo: “Se estudo, então sou aprovado”.

Proposição 1: estudo (Condição Suficiente).

Proposição 2: sou aprovado (Condição Necessária).

Conetivo: se... então.

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “→”

Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p → q

Agora vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: estudo.
q: sou aprovado.

H2:
p: Não estudo.
q: sou aprovado.

H3:
p: Não estudo.
q: Não sou aprovado.

H4:
p: estudo.
q: Não sou aprovado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 327
p q P→Q
H1 V V V

H2 F V V
H3 F F V
H4 V F F

A tabela verdade do condicional é a mais cobrada em provas de concurso público.


A primeira proposição, que compõe uma condicional, chamamos de condição suficiente da
sentença e a segunda é a condição necessária.
No exemplo anterior temos:
• Estudo é condição necessária para ser aprovado.
• Ser aprovado é condição suficiente para estudar.

328 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

BICONDICIONAL – “... SE SOMENTE SE ...”

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se ... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Maria compra o sapato se e somente se o sapato combina com a bolsa”.
Proposição 1: Maria compra o sapato.
Proposição 2: O sapato combina com a bolsa.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “↔”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q.
Vamos preencher a tabela abaixo com as seguintes hipóteses:

H1:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

H2:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H3:
p: Maria compra o sapato.
q: O sapato combina com a bolsa.

H4:
p: Maria não compra o sapato.
q: O sapato não combina com a bolsa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
p q P↔Q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

O bicondicional só será verdadeiro quando ambas as proposições


possuírem o mesmo valor lógico, ou quando as duas forem verdadeiras
ou as duas proposições forem falsas.

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

PARA GABARITAR

SENTENÇA LÓGICA VERDADEIROS SE... FALSO SE...


p∧q p e q são, ambos, verdade um dos dois for falso

p∨q um dos dois for verdade ambos, são falsos

p→q nos demais casos que não for falso p=Veq=F

p↔q p e q tiverem valores lógicos iguais p e q tiverem valores


lógicos diferentes

330 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional) – Prof. Edgar Abreu

Slides – Conectivo “se e somente se” (Bicondicional)

1. Prova: FJG - RIO - 2014 - Câmara Municipal -RJ - Analista

P Q ~Q↔P
V V F
V F x
F V y
F F z

Os valores lógicos que devem substituir x, y e z são, respectivamente:

a) V, F e F
b) F, V e V
c) F, F e F
d) V, V e F

2. Prova: CESPE - 2012 - Banco da Amazônia - Técnico Científico

Com base nessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação E pode ser simbolicamente representada por A↔[B∨C], em que A, B e


C sejam proposições adequadas e os símbolos ↔ e ∨ representem, respectivamente,
a bicondicional e a disjunção.

( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 331
3. Prova: CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo

Com a finalidade de reduzir as despesas mensais com energia elétrica na sua


repartição, o gestor mandou instalar, nas áreas de circulação, sensores de presença e
de claridade natural que atendem à seguinte especificação:

P: A luz permanece acesa se, e somente se, há movimento e não há claridade natural
suficiente no recinto.

Acerca dessa situação, julgue os itens seguintes.

A especificação P pode ser corretamente representada por p ↔ (q Λ r ), em que p, q e


r correspondem a proposições adequadas e os símbolos ↔ e Λ representam,
respectivamente, a bicondicional e a conjunção

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Certo

332 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
Tautologia se ela for sempre verdadeira, independentemente dos valores lógicos das
proposições p, q, r, ... que a compõem.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “v”.
Assim podemos representar a sentença acima da seguinte forma: p v ~p.
Agora vamos construir as hipóteses:

H1:
p: Grêmio cai para segunda divisão.
~p: Grêmio não cai para segunda divisão.

H2:
p: Grêmio não cai para segunda divisão.
~p: Grêmio cai para segunda divisão.

p ~p p v ~p
H1 V F V
H2 F V V

Como os valores lógicos encontrados foram todos verdadeiros, logo temos uma TAUTOLOGIA!
Exemplo 2, verificamos se a sentença abaixo é uma tautologia:
Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo.
p = João é alto.
�p→pvq
q = Guilherme é gordo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 333
Agora vamos construir a tabela verdade da sentença anterior:

p q pvq p→pvq
H1 V F V V
H2 F V V V
H3 F V V V
H4 F F F V

Como para todas as combinações possíveis, sempre o valor lógico da sentença será verdadeiro,
logo temos uma tautologia.

334 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Tautologia – Prof. Edgar Abreu

Slides – Tautologia

1. Prova: Uespi - 2014 - PC-PI - Escrivão de Polícia Civil

Um enunciado é uma tautologia quando não puder ser falso, um


exemplo é:

a) Está fazendo sol e não está fazendo sol.


b) Está fazendo sol.
c) Se está fazendo sol, então não está fazendo sol.
d) não está fazendo sol.
e) Está fazendo sol ou não está fazendo sol.

2. Prova: Cespe - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário

Julgue os próximos itens, considerando os conectivos lógicos usuais


¬, ∧, ∨, →, ↔ e que P, Q e R representam proposições lógicas simples.

A proposição 𝑃 → 𝑄 ∧ 𝑅 ↔ ¬𝑃 ∨ 𝑄 ∧ ¬𝑃 ∨ 𝑅 é
uma tautologia.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 335
Raciocínio Lógico

CONTRADIÇÃO

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma
contradição se ela for sempre falsa, independentemente dos valores lógicos das proposições p,
q, r, ... que a compõem.
Exemplo: Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Brasil.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “^”.
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ^ ~p.

p ~p p ^ ~p
H1 V F F
H2 F V F

Logo temos uma CONTRADIÇÃO!

PARA GABARITAR
•• Sempre verdadeiro = Tautologia
•• Sempre Falso = Contradição
•• Verdadeiro e Falso = Contigência

www.acasadoconcurseiro.com.br 337
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Agora vamos aprender a negar proposições compostas, para isto devemos considerar que:
Para negarmos uma proposição conjunta devemos utilizar a propriedade distributiva, similar
aquela utilizada em álgebra na matemática.

NEGAÇÃO DE UMA DISJUNÇÃO.

Negar uma sentença composta é apenas escrever quando esta sentença assume o valor lógico
de falso, lembrando as nossas tabelas verdade construídas anteriormente.
Para uma disjunção ser falsa (negação) a primeira e a segunda proposição tem que ser falsas,
conforme a tabela verdade abaixo, hipótese 4:

p q P∨Q
H1 V V V
H2 F V V
H3 V F V
H4 F F F

Assim concluímos que para negar uma sentença do tipo P v Q, basta negar a primeira (falso) E
negar a segunda (falso), logo a negação da disjunção (ou) é uma conjunção (e).
Exemplo 1:
1. Estudo ou trabalho.
p = estudo.
� P∨Q
q = trabalho
Conectivo = ∨
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (p ∨ q) = ∼ p ∧ ∼ q
Não estudo e não trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 339
Para negar uma proposição composta por uma disjunção, nós negamos a primeira proposição,
negamos a segunda e trocamos “ou” por “e”.
Exemplo 2:
Não estudo ou sou aprovado.
p = estudo
q = sou aprovado � ∼p∨q
~p = não estudo
Conectivo: “∨”
Vamos agora negar essa proposição composta por uma disjunção.
∼ (∼ p ∨ q) = p ∧ ∼ q
Lembrando que negar uma negação é uma afirmação e que trocamos “ou” por “e” e negamos
a afirmativa.
Estudo e não sou aprovado.

NEGAÇÃO DE UMA CONJUNÇÃO.

Vimos no capítulo de negação simples que a negação de uma negação é uma afirmação, ou
seja, quando eu nego duas vezes uma mesma sentença, encontro uma equivalência.
Vimos que a negação da disjunção é uma conjunção, logo a negação da conjunção será uma
disjunção.
Para negar uma proposição composta por uma conjunção, nós devemos negamos a primeira
proposição e depois negarmos a segunda e trocamos “e” por “ou”.
Exemplo 1:
Vou a praia e não sou apanhado.
p = vou a praia.
�p∧∼q
q = não sou apanhado
Conectivo = ∧
Vamos agora negar essa proposição composta por uma conjunção.
Não vou à praia ou sou apanhado.

340 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Negação da conjunção e disjunção inclusiva (Lei de Morgan) – Prof. Edgar Abreu

PARA GABARITAR
Vejamos abaixo mais exemplo de negações de conjunção e disjunção:
~(p v q) = ~(p) ~(v) ~(q) = (~p ˄ ~q)
~(~p v q) = ~(~p) ~(v) ~(q) = (p ˄ ~q)
~(p˄~q) = ~(p) ~(˄) ~(~q) = (~p v q)
~(~p˄ ~q) = ~(~p) ~(˄) ~(~q) = (p v q)

1. Prova: CESPE – 2008 - TRT 5ª Região(BA) - Téc. Judiciário


Na linguagem falada ou escrita, o elemento primitivo é a sentença, ou proposição simples, formada basicamente
por um sujeito e um predicado. Nessas considerações, estão incluídas apenas as proposições afirmativas ou
negativas, excluindo, portanto, as proposições interrogativas, exclamativas etc. Só são consideradas proposições
aquelas sentenças bem definidas, isto é, aquelas sobre as quais pode decidir serem verdadeiras (V) ou falsas (F).
Toda proposição tem um valor lógico, ou uma valoração, V ou F, excluindo-se qualquer outro. As proposições serão
designadas por letras maiúsculas A, B, C etc. A partir de determinadas proposições, denominadas proposições
simples, são formadas novas proposições, empregando-se os conectivos “e”, indicado por v, “ou”, indicado por w,
“se ... então”, indicado por ÷, “se ... e somente se”, indicado por ø. A relação AøB significa que (A÷B) v (B÷A).
Emprega-se também o modificador “não”, indicado por ¬. Se A e B são duas proposições, constroem-se as
“tabelas-verdade”, como as mostradas abaixo, das proposições compostas formadas utilizando-se dos conectivos e
modificadores citados — a coluna correspondente a determinada proposição composta é a tabelaverdade daquela
proposição.
A B R
V V F
V F F
F V F
F F V

www.acasadoconcurseiro.com.br 341
Há expressões às quais não se pode atribuir um valor lógico V ou F, por exemplo: “Ele é juiz do TRT da 5.ª
Região”, ou “x + 3 = 9”. O sujeito é uma variável que pode ser substituído por um elemento arbitrário,
transformando a expressão em uma proposição que pode ser valorada como V ou F. Expressões dessa forma
são denominadas sentenças abertas, ou funções proposicionais. Pode-se passar de uma sentença aberta a
uma proposição por meio dos quantificadores “qualquer que seja”, ou “para todo”, indicado por oe, e
“existe”, indicado por ›. Por exemplo: a proposição (oex)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como F, enquanto a
proposição (›x)(x 0 R)(x + 3 = 9) é valorada como V. Uma proposição composta que apresenta em sua
tabelaverdade somente V, independentemente das valorações das proposições que a compõem, é
denominada logicamente verdadeira ou tautologia. Por exemplo, independentemente das valorações V ou F
de uma proposição A, todos os elementos da tabela-verdade da proposição Aw(¬A) são V, isto é, Aw(¬A) é
uma tautologia.
Considerando as informações do texto e a proposição P: "Mário pratica natação e judô", julgue os itens seguintes.

A negação da proposição P é a proposição R: “Mário não pratica natação nem judô”, cuja tabela-
verdade é a apresentada ao lado.

Certo Errado

2. Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

A negação da frase “Ele não é artista, nem jogador de futebol” é


equivalente a:

a) ele é artista ou jogador de futebol.


b) ele é artista ou não é jogador de futebol.
c) não é certo que ele seja artista e jogador de futebol.
d) ele é artista e jogador de futebol.
e) ele não é artista ou não é jogador de futebol.

Gabarito: 1. E 2. A

342 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA CONDICIONAL

Conforme citamos anteriormente, negar uma proposição composta é escrever a(s) linha(s) em
que a tabela verdade tem como resultado “falso”.
Sabemos que uma condicional só será falsa, quando a primeira proposição for verdadeira “e” a
segunda for falsa.
Assim para negarmos uma sentença composta com condicional, basta repetir a primeira
proposição (primeira verdadeira), substituir o conetivo “se...então” por “e” e negar a segunda
proposição (segunda falsa).
Vejamos um exemplo:

1. Se bebo então sou feliz.


p = bebo.
�p→q
q = sou feliz.
Conectivo = →

Negação de uma condicional.


~ (p → q) = p ∧ ~ q
Resposta: Bebo e não sou feliz.

2. Se não estudo então não sou aprovado.


p = estudo.
~p = não estudo.
� ~p→~q
q = sou aprovado.
~q = não sou aprovado
Conectivo = →

Negando: ~ (~ p → ~ q)= ~ p ∧ q
Resposta: Não estudo e sou aprovado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 343
3. Se estudo então sou aprovado ou o curso não é ruim.
p = estudo.
q = sou aprovado.
� p→q∨~r
r = curso é ruim.
~r = curso não é ruim.
Negando, ~ (p →q ∨ ~ r).
Negamos a condicional, mantém a primeira e negamos a segunda proposição, como a
segunda proposição é uma disjunção, negamos a disjunção, usando suas regras (negar as duas
proposições trocando “ou” por “e”).
~ (p →q ∨ ~ r)=p ∧ ~ (q ∨ ~ r)=p ∧ ~ q ∧r.
Estudo e não sou aprovado e o curso é ruim.

344 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE UMA BICONDICIONAL.

Existe duas maneiras de negar uma bicondicional. Uma é a trivial onde apenas substituímos o
conetivo “bicondiciona” pela “disjunção exclusiva”, conforme exemplo abaixo:
Sentença: Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � ~[ p ↔ ~ q ] = [ p � ~ q ]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Logo sua negação será: Ou Estudo ou não vou à praia.
A segunda maneira de negar uma bicondicional é utilizando a propriedade de equivalência e
negando as duas condicionais, ida e volta, temos então que negar uma conjunção composta
por duas condicionais.
Negamos a primeira condicional ou negamos a segunda, usando a regra da condicional em
cada uma delas.
Exemplo 1:
Estudo se e somente se não vou à praia.
p = estudo.
q = vou à praia. � p ↔ ~ q = [ p → ~ q ] Ʌ [ ~ q → p]
~ q = não vou à praia
Conectivo = ↔
Uma bicondicional são duas condicionais, ida e volta.
Negando,

~ (p ↔ ~ q) = ~ [[p → ~ q] Ʌ [~ q → p]] =
~ [p ↔ ~ q] � ~ [~ q → p ]
p Ʌ q � ~ q Ʌ ~ p.
Estudo e vou à praia ou não vou à praia e não estudo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 345
Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA DE UMA CONDICIONAL

Vamos descobrir qual a sentença equivalente a uma condicional, negando duas vezes a mesma
sentença.
Exemplo: Se estudo sozinho então sou autodidata.
Simbolizando temos:

p = estudo sozinho
�p → q
p = sou autodidata
conectivo = →

Simbolicamente: p → q
Vamos negar, ~ [ p →q ] = p ∧ ~ q
Agora vamos negar a negação para encontrarmos uma equivalência.
Negamos a negação da condicional ~ [p ∧ ~ q] = ~ p ∨ q

Solução: Não estudo sozinho ou sou autodidata.

Mas será mesmo que estas proposições, p → q e ~ p ∨ q são mesmo equivalentes? Veremos
através da tabela verdade.

p Q ~p p→q ~pvq
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

www.acasadoconcurseiro.com.br 347
Perceba na tabela verdade que p → q e ~ p ∨ q tem o mesmo valor lógico, assim essas duas
proposições são equivalentes.
Exemplo 2: Vamos encontrar uma proposição equivalente a sentença “Se sou gremista então
não sou feliz.”

p = Sou gremista.
q = Sou feliz. �p→~q
~ q = Não sou feliz.

Negação: ~ [ p → ~ q ] = p ∧ q
Sou gremista e sou feliz.
Equivalência: negação da negação.

~[p→~q]=p∧q
~[p∧q]=p∨~q
Logo, Não sou gremista ou não sou feliz é uma sentença equivalente.

Exemplo 3: Agora procuramos uma sentença equivalente a “Canto ou não estudo.”

c = Canto.
e = Estudo .� c ∨ ~ e
~ e = Não estudo.

Negação: ~ [ c ∨ ~ e ] = ~ c ∧ e
Equivalência: Negar a negação: ~ [ ~ c ∧ e ] = c ∨ ~ e
Voltamos para a mesma proposição, tem algo errado, teremos que buscar alternativa. Vamos
lá:
Vamos para a regra de equivalência de uma condicional.

p→q=~p∨q , podemos mudar a ordem da igualdade.

~p∨q=p→q
Veja que o valor lógico de p mudou e q continuou com o mesmo valor lógico.
Usando a regra acima vamos transformar a proposição inicial composta de uma disjunção em
numa condicional.
c∨~e=p→q
Para chegar à condicional, mudo o valor lógico de p,

348 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Equivalência de uma Condicional e Disjunção Inclusiva – Prof. Edgar Abreu

Troco “ou” por “se...então” e mantenho o valor lógico de q, ficando


Se não canto então não estudo.
Exemplo 4: Estudo ou não sou aprovado. Qual a sentença equivalente?

e = Estudo.
a = Sou aprovado. �e∨~a
~ a = Não sou aprovado.

Dica: quando for “ou” a equivalência sempre será “se...então”.


Assim, temos que transformar “ou” em “se...então”. Mas como?
p → q = ~ p ∨ q (equivalentes), vamos inverter.

~p∨q=p→q
Inverte o primeiro e mantém o segundo, trocando “ou” por “se...então”, transferimos isso para
nossa proposição.

e∨~a=~e→~a

Trocamos “e” por “~ e”, mantemos “~ a” e trocamos " ∨" por " →".
Logo, Se não estudo então não sou aprovado.
Não podemos esquecer que “ou” é comutativo, assim a opção de resposta pode estar trocada,
então atente nisto, ao invés de e ∨ ~ a pode ser ~ a ∨ e , assim a resposta ficaria:
Se sou aprovado então estudo.
Quaisquer das respostas estarão certas, então muita atenção!

www.acasadoconcurseiro.com.br 349
Raciocínio Lógico

CONTRAPOSITIVA

Utilizamos como exemplo a sentença abaixo:


Se estudo lógica então sou aprovado
p = estudo lógica.
�p→q
q = sou aprovado.

Vamos primeiro negar esta sentença:

�(p →q) = p Ʌ � q
Lembrando da tabela verdade da conjunção “e”, notamos que a mesma é comutativa, ou seja,
se alterarmos a ordem das premissas o valor lógico da sentença não será alterado. Assim vamos
reescrever a sentença encontrada na negação, alterando o valor lógico das proposições.
p Ʌ � q = �q Ʌ p
Agora vamos negar mais uma vez para encontrar uma equivalência da primeira proposição.

�(�q Ʌ p) ↔ � q � � p
Agora vamos utilizar a regra de equivalência que aprendemos anteriormente.
Regra:
p→q↔� p�q
Em nosso exemplo temos:
q� p↔ q→ p
� � �
Logo encontramos uma outra equivalência para a nossa sentença inicial.
Esta outra equivalência chamamos de contrapositiva e é muito fácil de encontrar, basta
comutar as proposições (trocar a ordem) e negar ambas.
p→q=� q→� p
Exemplo 2: Encontrar a contrapositiva (equivalente) da proposição “Se estudo muito então
minha cabeça dói”
p = estudo muito.
� p → q
q = minha cabeça dói.

www.acasadoconcurseiro.com.br 351
Encontramos a contrapositiva, invertendo e negando ambas proposições.
p→q= q→ p
� �
Logo temos que: Se minha cabeça não dói então não estudo muito.

PARA GABARITAR
EQUIVALÊNCIA 1: p → q = p � q

EQUIVALÊNCIA 2: p → q = q → p (contrapositiva)
� �

352 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Equivalência Contrapositiva – Prof. Edgar Abreu

Slides – Equivalência Contrapositiva

'

www.acasadoconcurseiro.com.br 353
354 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

EQUIVALÊNCIA BICONDICIONAL E CONDICIONAL

Recebe o nome de bicondicional toda proposição composta em que as partes estejam unidas
pelo conectivo ... se somente se... Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “ ↔ ”.
Portanto, se temos a sentença:
Exemplo: “Estudo se e somente se sou aprovado”
Proposição 1: Estudo.
Proposição 2: Sou aprovado.
Conetivo: se e somente se.
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “q” e o conetivo de “ ↔ ”
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p ↔ q
Sua tabela verdade é:

p q p↔q
H1 V F F
H2 F V F
H3 V V V
H4 F F V

Uma proposição bicondicional pode ser escrita como duas condicionais, é como se tivéssemos
duas implicações, uma seta da esquerda para direita e outra seta da direita para esquerda,
conforme exemplo abaixo:

Neste caso, transformamos um bicondicional em duas condicionais conectadas por uma


conjunção. Estas sentenças são equivalentes, ou seja, possuem o mesmo valor lógico.

p q p→q p←q (p → q) Ʌ (p ← q) p↔q


V V V V V V
F F V V V V
F V V F F F
V F F V F F

www.acasadoconcurseiro.com.br 355
Raciocínio Lógico

QUANTIFICADORES LÓGICOS

Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de proposições iniciais redunda em uma


outra proposição final, que será conseqüência das primeiras. Estudaremos aqui apenas os
argumentos que podemos resolver por diagrama, contendo as expressões: Todo, algum,
nenhum ou outras similares.
Um argumento válido tem obrigatoriamente a conclusão como consequência das premissas.
Assim, quando um argumento é válido, a conjunção das premissas verdadeiras implica
logicamente a conclusão.
Exemplo: Considere o silogismo abaixo:

1. Todo aluno da Casa do Concurseiro é aprovado.

2. Algum aprovado é funcionário da defensoria.


Conclusão:
Existem alunos da casa que são funcionários da defensoria.
Para concluir se um silogismo é verdadeiro ou não, devemos construir conjuntos com as
premissas dadas. Para isso devemos considerar todos os casos possíveis, limitando a escrever
apenas o que a proposição afirma.

Pelo exemplo acima vimos que nem sempre a conclusão acima é verdadeira, veja que quando
ele afirma que “existem alunos da casa que são funcionários da defensoria”, ele está dizendo
que sempre isso vai acontecer, mas vimos por esse diagrama que nem sempre acontece.

www.acasadoconcurseiro.com.br 357
Nesse diagrama isso acontece, mas pelo dito na conclusão, sempre vai existir, e vimos que não,
logo a conclusão é falsa.
No mesmo exemplo, se a conclusão fosse:
“Existem funcionários da defensoria que não são alunos da casa”.
Qualquer diagrama que fizermos (de acordo com as premissas) essa conclusão será verdadeira,
tanto no diagrama 1 quanto no diagrama 2, sempre vai ter alguém de fora do desenho.
Logo, teríamos um silogismo!
Silogismo é uma palavra cujo significado é o de cálculo. Etimologicamente, silogismo significa
“reunir com o pensamento” e foi empregado pela primeira vez por Platão (429-348 a.C.). Aqui
o sentido adotado é o de um raciocínio no qual, a partir de proposições iniciais, conclui-se uma
proposição final. Aristóteles (384-346 a.C.) utilizou tal palavra para designar um argumento
composto por duas premissas e uma conclusão.

ALGUM

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “algum”.


São considerados sinônimos de algum as expressões: existe(m), há pelo menos um ou qualquer
outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Existem elementos em A que são B.
Existem elementos em B que são A.
Existem elementos A que não são B.
Existem elementos B que não estão em A.

358 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Quantificadores Lógicos: Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

NENHUM

Vejamos agora as premissas que contém a expressão nenhum ou outro termo equivalente.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusões:
Nenhum A é B.
Nenhum B é A.

TODO

Vamos representar graficamente as premissas que contenham a expressão “todo”.


Pode ser utilizado como sinônimo de todo a expressão “qualquer um” ou outra similar.
Analise o desenho abaixo, que representa o conjunto dos A e B. O que podemos inferir a partir
do desenho?

Conclusão:
Todo A é B.
Alguns elementos de B é A ou existem B que são A.

www.acasadoconcurseiro.com.br 359
Prova: FGV - 2014 - AL-BA - Téc.Nível Médio

Afirma-se que: “Toda pessoa gorda come muito”.

É correto concluir que:

a) se uma pessoa come muito, então é gorda.


b) se uma pessoa não é gorda, então não come muito.
c) se uma pessoa não come muito, então não é gorda.
d) existe uma pessoa gorda que não come muito.
e) não existe pessoa que coma muito e não seja gorda.

Gabarito: 1. C

360 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

NEGAÇÃO DE TODO, ALGUM E NENHUM

As Proposições da forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um


elemento em comum com o conjunto B.
As Proposições da forma Todo A é B estabelecem que o conjunto A é um subconjunto de B.
Note que não podemos concluir que A = B, pois não sabemos se todo B é A.
Como negamos estas Proposições:
Exemplos:

1. Toda mulher é friorenta.


Negação: Alguma mulher não é friorenta

2. Algum aluno da casa será aprovado.


Negação: Nenhum aluno da casa vai ser aprovado.

3. Nenhum gremista é campeão.


Negação: Pelo menos um gremista é campeão.

4. Todos os estudantes não trabalham


Negação: Algum estudante trabalha.

PARA GABARITAR

Cuide os sinônimos como por exemplo, existem, algum e etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 361
1. Prova: Instituto AOCP – 2014 – UFGD – Analista
de Tecnologia da Informação

Assinale a alternativa que apresenta a negação de “Todos


os pães são recheados”.

a) Existem pães que não são recheados.


b) Nenhum pão é recheado.
c) Apenas um pão é recheado.
d) Pelo menos um pão é recheado.
e) Nenhuma das alternativas.

2. Prova: FJG-RIO – 2014 – Câmara Municipal do Rio de Janeiro –


Analista Legislativo

Seja a seguinte proposição: “existem pessoas que não acordam cedo e


comem demais no almoço”.

A negação dessa proposição está corretamente indicada na seguinte


alternativa:

a) Todas as pessoas acordam cedo ou não comem demais no almoço.


b) Não existem pessoas que comem demais no almoço.
c) Não existem pessoas que acordam cedo.
d) Todas as pessoas que não acordam cedo comem demais no almoço.

362 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Negação Todo, Nenhum e Existe – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados –


Técnico Legislativo

Considerando que P seja a proposição “Se o bem é público, então


não é de ninguém”, julgue os itens subsequentes.

A negação da proposição P está corretamente expressa por “O


bem é público e é de todos”.

( ) Certo ( ) Errado

4. Prova: FGV - 2013 – TJ/AM - Analista Judiciário - Serviço Social

José afirmou: “— Todos os jogadores de futebol que não são ricos jogam
no Brasil ou jogam mal“.

Assinale a alternativa que indica a sentença que representa a negação do que


José afirmou:

a) Nenhum jogador de futebol que não é rico joga no Brasil ou joga mal.
b) Todos os jogadores de futebol que não jogam no Brasil e não jogam mal.
c) Algum jogador de futebol que não é rico não joga no Brasil e não joga mal.
d) Algum jogador de futebol é rico mas joga no Brasil ou joga mal.
e) Nenhum jogador de futebol que é rico joga no Brasil ou joga mal.

Gabarito: 1. A 2. A 3. Errado 4. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 363
Raciocínio Lógico

SILOGISMO
Silogismo Categórico é uma forma de raciocínio lógico na qual há duas premissas e uma
conclusão distinta destas premissas, sendo todas proposições categóricas ou singulares.
Existem casos onde teremos mais de duas premissas.
Devemos sempre considerar as premissas como verdadeira e tentar descobrir o valor lógico de
cada uma das proposições, com objetivo de identificar se a conclusão é ou não verdadeira.
Sempre que possível devemos começar nossa linha de raciocínio por uma proposição simples
ou se for composta conectada pela conjunção “e”.
Abaixo um exemplo de como resolver uma questão envolvendo silogismo.

QUESTÃO COMENTADA
(FCC: BACEN - 2006) Um argumento é composto pelas seguintes premissas:
I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a
ser superada.
II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão
fantasioso.
III – Os superávits serão fantasiosos.
Para que o argumento seja válido, a conclusão deve ser:
a) A crise econômica não demorará a ser superada.
b) As metas de inflação são irreais ou os superávits serão fantasiosos.
c) As metas de inflação são irreais e os superávits são fantasiosos.
d) Os superávits econômicos serão fantasiosos.
e) As metas de inflação não são irreais e a crise econômica não demorará a ser
superada.
Solução:
Devemos considerar as premissas como verdadeiras e tentar descobrir o valor
lógico de cada uma das proposições.
Passo 1: Do português para os símbolos lógicos.

I – Se as metas de inflação não são reais, então a crise econômica não demorará a ser superada
~ P →~ Q

II – Se as metas de inflação são reais, então os superávits primários não serão fantasiosos.

~ P →~ R

III – Os superávits serão fantasiosos.

Passo 2: Considere as premissas como verdade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 365
PREMISSA 1 PREMISSA 2 PREMISSA 3
VERDADE VERDADE VERDADE
~P→~Q ~P→~R R
Não é possível determinar Não é possível determinar
o valor lógico de P e Q, já o valor lógico de P e Q, já
que existem 3 possibilidades que existem 3 possibilidades CONCLUSÃO: R=V
distintas que torna o distintas que torna o
condicional verdadeiro. condicional verdadeiro.

Passo 3: Substitui a premissa 3 em 2 e analise.


•• Como na premissa 3 vimos que R é V logo ~ R = F.
•• Como P é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.

Vamos testar:

P → ~R P → ~R
F F F V F
V F V F F

Como a premissa 2 é verdade e caso a proposição P tenha valor V teremos uma


premissa falsa, logo chegamos a conclusão que P = F.
Passo 3: Substitui a premissa 2 em 1 e analise.
•• Como na premissa 2 vimos que P é F logo ~ P = V.
•• Como Q é uma proposição, o mesmo pode ser F ou V.
•• Analisando o condicional temos:
~P → ~Q
V V V
V F F
Logo ~ Q = V, assim Q = F
Passo 4: Traduzir as conclusões para o português.
Premissa 1: P = F
•• as metas de inflação não são reais.
Premissa 2: Q = F
•• crise econômica não demorará a ser superada.

Conclusão: Alternativa A

366 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Slides

www.acasadoconcurseiro.com.br 367
368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento Com Proposições Válido (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

www.acasadoconcurseiro.com.br 369
Raciocínio Lógico

ARGUMENTO COM QUANTIFICADORES VÁLIDO – SILOGISMO

QUESTÃO COMENTADA
FCC: TCE-SP – 2010
Considere as seguintes afirmações:
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.
II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.
Se as duas afirmações são verdadeiras, então é correto afirmar que:
a) Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções de
Matemática.
b) Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.
c) Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então ele é
escriturário.
d) Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo.
e) Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não ter noções
de Matemática.

Resolução:
Primeiramente vamos representar a primeira premissa.
I – Todo escriturário deve ter noções de Matemática.

II – Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo são escriturários.

www.acasadoconcurseiro.com.br 371
Vejamos uma hipótese para a segunda premissa.

Vamos considerar agora a possibilidade de todos os funcionários terem noções de Matemática,


ficamos agora com duas possibilidades distintas.

Analisamos agora as alternativas:


Alternativa A: Todo funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ter noções
de Matemática

Solução:

Observe que o nosso símbolo representa um funcionário do TCE que não possui noção de
matemática. Logo a conclusão é precipitada.

372 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento com Quantificadores Válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Alternativa B: Se Joaquim tem noções de Matemática, então ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui noção de matemática, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

Alternativa C: Se Joaquim é funcionário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, então


ele é escriturário.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que possui é funcionário do TCE, porém não é
escriturário, logo a conclusão é precipitada e está errada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 373
Alternativa D: Se Joaquim é escriturário, então ele é funcionário do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo.

Solução:

O ponto em destaque representa alguém que é escriturário, porém não é funcionário do TCE,
logo a conclusão é precipitada e está alternativa está errada.

Alternativa E: Alguns funcionários do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo podem não
ter noções de Matemática.

Solução:

O ponto em destaque representa um funcionário do TCE que não tem noção de matemática,
como a questão afirma que “podem”, logo está correta.

374 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Argumento com Quantificadores Válidos (Silogismo) – Prof. Edgar Abreu

Prova: IESES - 2014 - IGP-SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico

Considere que as seguintes frases são verdadeiras e assinale a alternativa


correta:

- Algum policial é alto;


- Todo policial é educado.

a) Todo policial educado é alto.


b) Algum policial alto não é educado.
c) Algum policial não educado é alto.
d) Algum policial educado é alto.

Prova: FDRH - 2008 - IGP-RS - Papiloscopista Policial

Considere os argumentos abaixo:

I – Todos os gatos são pretos.


Alguns animais pretos mordem.
Logo, alguns gatos mordem.

II – Se 11 é um número primo, então, 8 não é um número par.


Ora 8 é um número par, portanto, 11 não é um número primo.

III – Todos os X são Y.


Todos os Z são Y.
Alguns X estão quebrados.
Logo, alguns Y estão quebrados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 375
Quais são válidos?

a) Apenas o I.
b) Apenas o II.
c) Apenas o III.
d) Apenas o II e o III.
e) O I, o II e o III.

Gabarito: 1. D 2. D

376 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

CÓDIGOS E ANAGRAMAS

1. (Prova: FCC – 2014 - TJ-AP – Analista Judiciário) Bruno criou um código secreto para se
comunicar por escrito com seus amigos. A tabela mostra algumas palavras traduzidas para esse
código.

A palavra MEL, no código de Bruno, seria traduzida como:


a) LDK.
b) NFM.
c) LFK.
d) NDM.
e) OGN.

2. (Prova: FCC – 2012 – PREF. São Paulo-SP – Auditor Fiscal) Considere a multiplicação abaixo, em
que letras iguais representam o mesmo dígito e o resultado é um número de 5 algarismos.

A soma (S + O + M + A + R) é igual a:
a) 33.
b) 31.
c) 29.
d) 27.
e) 25.

Gabarito: 1. D 2. D

www.acasadoconcurseiro.com.br 377
Raciocínio Lógico

QUESTÕES DE RESTO DE UMA DIVISÃO

São comuns as questões de raciocínio lógico que envolva resto de uma divisão. Normalmente
essas questões abordam assuntos relacionados a calendário, múltiplo ou divisores ou qualquer
outra sequência que seja cíclica.
Estas questões são resolvidas todas de forma semelhante, vejamos os exemplos abaixo:

QUESTÃO COMENTADA 1
CESGRANRIO: CAPES – 2008
Em um certo ano, o mês de abril termina em um domingo. É possível determinar o próximo
mês a terminar em um domingo?
a) Sim, será o mês de setembro do mesmo ano.
b) Sim, será o mês de outubro do mesmo ano.
c) Sim, será o mês de dezembro do mesmo ano.
d) Sim, será o mês de janeiro do ano seguinte.
e) Não se pode determinar porque não se sabe se o ano seguinte é bissexto ou não.
Solução:
Sabendo que o mês de Abril possui 30 dias, logo sabemos que dia 30 de abril foi um domingo.
Vamos identificar quantos dias teremos até o último dia de cada mês, assim verificamos se esta
distância é múltipla de 7, já que a semana tem 7 dias e os domingos acontecerão sempre um
número múltiplo de 7 após o dia 30 de Abril:

QUANT. DIAS DO
MÊS DIAS ATÉ 30/04 MÚLTIPLO DE 7
MÊS
MAIO 31 31 NÃO
JUNHO 30 61 NÃO
JULHO 31 92 NÃO
AGOSTO 31 123 NÃO
SETEMBRO 30 153 NÃO
OUTUBRO 31 184 NÃO
NOVEMBRO 30 214 NÃO
DEZEMBRO 31 245 SIM (245/7 = 35)
Solução será dia 31 de Dezembro do mesmo ano, alternativa C.

www.acasadoconcurseiro.com.br 379
QUESTÃO COMENTADA 2
FCC: TST – 2012
Pedro é um atleta que se exercita diariamente. Seu treinador orientou-o a fazer flexões de
braço com a frequência indicada na tabela abaixo:

Dia da semana Número de flexões


2ª e 5ª feiras 40
3ª e 6ª feiras 10
4ª feiras 20
Sábados 30
Domingos nenhuma

No dia de seu aniversário, Pedro fez 20 flexões de braço. No dia do aniversário de sua namorada,
260 dias depois do seu, Pedro:
a) não fez flexão.
b) fez 10 flexões.
c) fez 20 flexões.
d) fez 30 flexões.
e) fez 40 flexões.

Solução:
Com Pedro fez 20 flexões em seu aniversário, logo concluímos que caiu em uma quarta-feira.
Devemos descobrir qual o dia da semana será após 260 dias. Primeiramente vamos descobrir
quantas semanas se passaram até este dia, dividindo 260 por 7, já que uma semana tem 7 dias.
260 = 37 (resto 1)
7
Assim sabemos que se passaram 37 semanas e mais um dia.
Como ele fez aniversário na quarta, se somarmos 1 dia temos quinta-feira e o total de flexões
para este dia será de 40, segundo a tabela. Alternativa E

380 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Problemas Cíclicos/Calendário e Datas – Prof. Edgar Abreu

Prova: FCC - 2014 - AL-PE - Agente Legislativo

O dia 04 de março de 2014 foi uma terça-feira. Sendo assim, é


correto afirmar que o dia 04 de março de 2015 será:

a) segunda-feira.
b) quarta-feira.
c) quinta-feira.
d) domingo.
e) terça-feira.

Prova: FCC - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário

Um ano bissexto possui 366 dias, o que significa que ele é composto por
52 semanas completas mais 2 dias. Se em um determinado ano bissexto
o dia 1º de janeiro caiu em um sábado, então o dia 31 de dezembro cairá
em:

a) um sábado.
b) um domingo.
c) uma 2ª feira.
d) uma 3ª feira.
e) uma 4ª feira.

www.acasadoconcurseiro.com.br 381
Prova(s): FCC - 2013 - DPE-RS - Técnico de Apoio Especializado
Em uma montadora, são pintados, a partir do início de um turno de
produção, 68 carros a cada hora, de acordo com a seguinte sequência de
cores: os 33 primeiros são pintados de prata, os 20 seguintes de preto, os
próximos 8 de branco, os 5 seguintes de azul e os 2 últimos de vermelho.
A cada hora de funcionamento, essa sequência se repete.

Dessa forma, o 530º carro pintado em um turno de produção terá a cor:

a) prata.
b) preta.
c) branca.
d) azul.
e) vermelha.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C

382 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

PROBLEMAS DE MÍNIMO E MÁXIMO

1. Prova: FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário

A câmara municipal de uma cidade é composta por 21 vereadores, sendo


10 do partido A, 6 do partido B e 5 do partido C. A cada semestre, são
sorteados n vereadores, que têm os gastos de seus gabinetes auditados
por uma comissão independente. Para que se garanta que, em todo
semestre, pelo menos um vereador de cada partido seja necessariamente
sorteado, o valor de n deve ser, no mínimo,

a) 11.
b) 10.
c) 17.
d) 16.
e) 14.

2. Prova: FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 1

Numa cidade existem 10 milhões de pessoas. Nenhuma delas possui mais do


que 200 mil fios de cabelo. Com esses dados, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) existem nessa cidade duas pessoas com o mesmo número de fios de cabelo.
b) existem nessa cidade pessoas sem nenhum fio de cabelo.
c) existem nessa cidade duas pessoas com quantidades diferentes de fios de
cabelo.
d) o número médio de fios de cabelo por habitante dessa cidade é maior do que
100 mil.
e) somando-se os números de fios de cabelo de todas as pessoas dessa cidade
obtém-se 2 × 1012.

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
3. Prova: FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário

Em uma floresta com 1002 árvores, cada árvore tem de 900 a 1900 folhas.
De acordo apenas com essa informação, é correto afirmar que,
necessariamente,

a) ao menos duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.


b) apenas duas árvores dessa floresta têm o mesmo número de folhas.
c) a diferença de folhas entre duas árvores dessa floresta não pode ser
maior do que 900.
d) não há árvores com o mesmo número de folhas nessa floresta.
e) a média de folhas por árvore nessa floresta é de 1400.

Gabarito: 1. C 2. A 3. A

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

PROBLEMAS ENVOLVENDO FUTEBOL

1. (Prova: FCC – 2014 - TRT 2ª Região (SP) – Técnico Judiciário) Um jogo de vôlei entre duas equipes
é ganho por aquela que primeiro vencer três sets, podendo o placar terminar em 3 a 0, 3 a 1 ou
3 a 2. Cada set é ganho pela equipe que atingir 25 pontos, com uma diferença mínima de dois
pontos a seu favor. Em caso de igualdade 24 a 24, o jogo continua até haver uma diferença de
dois pontos (26 a 24, 27 a 25, e assim por diante). Em caso de igualdade de sets 2 a 2, o quinto
e decisivo set é jogado até os 15 pontos, também devendo haver uma diferença mínima de dois
pontos. Dessa forma, uma equipe pode perder um jogo de vôlei mesmo fazendo mais pontos
do que a equipe adversária, considerando-se a soma dos pontos de todos os sets da partida. O
número total de pontos da equipe derrotada pode superar o da equipe vencedora, em até:
a) 47 pontos.
b) 44 pontos.
c) 50 pontos.
d) 19 pontos.
e) 25 pontos.

2. (Prova: SHDIAS – 2014 – CEASA-Campinas – Assistente Administrativo) No basquete, uma cesta


pode valer 1, 2, ou 3 pontos, Na partida final do campeonato, Leonardo fez 5 cestas, em um
total de 11 pontos. Nesse caso, não é possível que Leonardo tenha feito exatamente:
a) Uma cesta de 1 ponto.
b) Quatro cestas de 2 pontos.
c) Três cestas de 3 pontos.
d) Três cestas de 2 pontos.

3. (Prova: CESPE – 2014 – SUFRAMA – Nível Superior) Em um campeonato de futebol, a pontuação


acumulada de um time é a soma dos pontos obtidos em cada jogo disputado. Por jogo, cada
time ganha três pontos por vitória, um ponto por empate e nenhum ponto em caso de derrota.
Com base nessas informações, julgue o item seguinte.
Nesse campeonato, os critérios de desempate maior número de vitórias e menor número de
derrotas são equivalentes.
( ) CERTO
( ) ERRADO

Gabarito: 1. B 2. D 3. Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 385
Raciocínio Lógico

PROBLEMAS COM DIREÇÃO E SENTIDO

1. (Prova: FCC – 2014 – METRÔ-SP – Técnico de Sistemas Metroviários) M, N, O e P são quatro


cidades próximas umas das outras. A cidade M está ao sul da cidade N. A cidade O está à leste
da cidade M. Se a cidade P está à sudoeste da cidade O, então N está a:
a) noroeste de P.
b) nordeste de P.
c) norte de P.
d) sudeste de P.
e) sudoeste de P.

2. (Prova: FCC – 2014 – SABESP – Tecnólogo) Partindo de um ponto inicial A, Laura caminhou 4 km
para leste, 2 km para sul, 3 km para leste, 6 km para norte, 6 km para oeste e, finalmente, 1 km
para sul, chegando no ponto B. Artur partiu do mesmo ponto A de Laura percorrendo X km para
norte e 1 km para a direção Y, chegando no mesmo ponto B em que Laura chegou. Sendo Y uma
das quatro direções da rosa dos ventos (norte, sul, leste ou oeste), X e Y são, respectivamente,
a) 6 e sul.
b) 2 e norte.
c) 4 e oeste.
d) 3 e leste.
e) 4 e leste.

3. (Prova: FCC – 2014 – TRF 3ª Região – Técnico Judiciário) Partindo do ponto A, um automóvel
percorreu 4,5 km no sentido Leste; percorreu 2,7 km no sentido Sul; percorreu 7,1 km no
sentido Leste; percorreu 3,4 km no sentido Norte; percorreu 8,7 km no sentido Oeste; percorreu
4,8 km no sentido Norte; percorreu 5,4 km no sentido Oeste; per- correu 7,2 km no sentido
Sul, percorreu 0,7 km no sentido Leste; percorreu 5,9 km no sentido Sul; percorreu 1,8 km no
sentido Leste e parou. A distância entre o ponto em que o automóvel parou e o ponto A, inicial,
é igual a :
a) 7,6 km.
b) 14,1 km.
c) 13,4 km.
d) 5,4 km.
e) 0,4 km.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A

www.acasadoconcurseiro.com.br 387
Raciocínio Lógico

QUESTÕES ENVOLVENDO SEQUÊNCIA DE NÚMEROS

É comum aparecer em provas de concurso questões envolvendo sequências de números, onde


o candidato terá que descobrir a “lógica” da sequência para solucionar o problema.
A verdade é que não existe uma regra de resolução destas questões, cada sequência é diferente
das demais, depende da lógica que o autor está cobrando.
O que vamos aprender neste capítulo é a resolver algumas das sequências que já foram
cobradas em concursos anteriores, este tipo de questão, só existe uma única maneira de
aprender a resolver, fazendo!

QUESTÃO COMENTADA
FCC: BACEN – 2006
No quadriculado seguinte os números foram colocados nas células obedecendo a um
determinado padrão.

16 34 27 X
13 19 28 42
29 15 55 66

Seguindo esse padrão, o número X deve ser tal que:


a) X > 100
b) 90 < X < 100
c) 80 < X < 90
d) 70 < X < 80
e) X < 70

Solução:
Quando a sequencia se apresenta em tabelas, similares a esta, procure sempre encontrar uma
lógica nas linhas ou nas colunas. A lógica da sequencia desta questão está na relação da linha
três com as linhas 1 e 2.
A linha 3 é a soma das linhas 1 e 2 quando a coluna for impar e a subtração das linhas 1 e 2
quando a coluna for par, note:

www.acasadoconcurseiro.com.br 389
Coluna 1: 16 + 13 = 29
Coluna 2: 34 - 19 = 15
Coluna 3: 27 + 28 = 55
Logo a coluna 4, que é par, teremos uma subtração:
x – 42 = 66 => x = 66 + 42 = 108
Alternativa A

QUESTÃO COMENTADA 2
FCC : TRT – 2011
Na sequência de operações seguinte, os produtos obtidos obedecem a determinado padrão.
1x1=1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12.321
1.111 x 1111 = 1.234.321
11.111 x 11.111 = 123.454.321
Assim sendo, é correto afirmar que, ao se efetuar 111 111 111 × 111 111 111, obtém-se um
número cuja soma dos algarismos está compreendida entre:
a) 85 e 100.
b) 70 e 85.
c) 55 e 70.
d) 40 e 55.
e) 25 e 40.

Solução:
Note que o termo centra do resultado da multiplicação é sempre a quantidade de número 1
que estamos multiplicando, conforme destacado na tabela abaixo:

1x1 1
11 x 11 121
111 x 111 12. 321
1. 111 x 1. 111 1. 234. 321
11. 111 x 11. 111 123. 454. 321

Perceba também que o resultado da multiplicação é formado por um número que começa com
1 e vai até a quantidade de números 1 que tem a multiplicação e depois começa a reduzir até o
número 1 de volta.

390 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

Logo a multiplicação de 111 111 111 × 111 111 111 temos 9 números 1, assim o resultado
certamente será composto pelo número 12345678 9 87654321. Agora basta apenas somar os
algarismos e encontra como resposta o número 81, alternativa B.

QUESTÃO COMENTADA 3
CESGRANRIO: TCE/RO – 2007
O sistema binário de numeração, só se utilizam os algarismos 0 e 1. Os números naturais,
normalmente representados na base decimal, podem ser também escritos na base binária
como mostrado:

DECIMAL BINÁRIO
0 0
1 1
2 10
3 11
4 100
5 101
6 110
7 111

De acordo com esse padrão lógico, o número 15 na base decimal, ao ser representado na base
binária, corresponderá a:
a) 1000
b) 1010
c) 1100
d) 1111
e) 10000

Solução:
No sistema decimal que conhecemos, cada vez que conhecemos, a cada 10 de uma casa
decimal forma-se outra casa decimal. Exemplo: 10 unidades é igual uma dezena, 10 dezenas é
igual a uma centena e assim sucessivamente.
Já no sistema binário, a lógica é a mesma, porém a cada 2 unidades iremos formar uma nova
casa decimal. Assim para transformar um número decimal em binário, basta dividirmos este
número sucessivamente por dois e analisar sempre o resto, conforme exemplo abaixo.
Transformando 6 em binário:
6 / 2 = 3 (resto zero, logo zero irá ocupar primeira casa binária).

www.acasadoconcurseiro.com.br 391
3 / 2 = 1 (resto 1, logo o 1 do resto irá ocupar a segunda casa binária enquanto o 1 quociente da
divisão irá ocupar a terceira casa binária).
Resultado: 110
Para saber se está certo, basta resolver a seguinte multiplicação:
110 = 1 x 2² + 1 x 2¹ + 0 x 20 = 4 + 2 + 0 = 6
Utilizando esta linha de raciocínio temos que:
15 / 2 = 7 (resto 1)
7 / 2 = 3 (resto 1)
3 / 2 = 1 (resto 1)
Logo o número será 1111, Alternativa D

1. Prova: IDECAN - 2014 - AGU - Agente Administrativo

Observe a sequência: 49, 64, 81, 100, ...

Qual será o sétimo termo?

a) 144.
b) 169.
c) 196.
d) 225.
e) 256.

392 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Números – Prof. Edgar Abreu

2. Prova: Instituto AOCP - 2014 - UFGD - Analista Administrativo

A sequência a seguir apresenta um padrão:

1; 8; 15; 22; ...

Qual é o quinto termo desta sequência?

a) 27.
b) 28.
c) 29.
d) 30.
e) 31.

3. Prova: FCC - 2010 - TCE-SP - Auxiliar da Fiscalização Financeira

Considere que os números inteiros e positivos que aparecem no


quadro abaixo foram dispostos segundo determinado critério.

www.acasadoconcurseiro.com.br 393
3. Completando corretamente esse quadro de acordo
com tal critério, a soma dos números que estão
faltando é:

a) maior que 19.


b) 19.
c) 16.
d) 14.
e) menor que 14.

4. Prova: FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO – Analista


Judiciário – Informática

A sequência numérica 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, 7, 8, 3, 4, 1, ..., cujos


dezesseis primeiros termos estão explicitados, segue o mesmo padrão de
formação infinitamente. A soma dos primeiros 999 termos dessa
sequência é igual a:

a) 4596.
b) 22954.
c) 4995.
d) 22996.
e) 5746.

Gabarito: 1. B 2. C 3. A 4. A

394 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

IMAGENS E FIGURAS

1. Prova: FCC – 2014 – TRT 16ª REGIÃO (AM)– Téc. Judiciário

Considere as figuras abaixo:

Seguindo o mesmo padrão de formação das dez primeiras


figuras dessa sequência, a décima primeira figura é:

a)

b)

c)

d)

e)

www.acasadoconcurseiro.com.br 395
2. Prova: FCC – 2012 – TST – Téc. Judiciário
Marina possui um jogo de montar composto por várias peças quadradas,
todas de mesmo tamanho. A única forma de juntar duas peças é unindo-as
de modo que elas fiquem com um único lado em comum. Juntando-se três
dessas peças, é possível formar apenas dois tipos diferentes de figuras,
mostradas abaixo.

Note que as duas figuras podem aparecer em


diferentes posições, o que não caracteriza
novos tipos de figuras. O número de tipos
diferentes de figuras que podem ser formados
juntando-se quatro dessas peças é igual a

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.
e) 8.

396 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico – Imagens e Figuras – Prof. Edgar Abreu

3. Prova: FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário

Partindo de um quadriculado n × n formado por palitos de


fósforo, em que n é um número ímpar maior ou igual a 3, é
possível, retirando alguns palitos, obter um “X” composto por
2n-1 quadrados. As figuras a seguir mostram como obter esse
“X” para quadriculados 3 × 3 e 5 × 5.

Seguindo o mesmo padrão dos exemplos acima,


partindo de um quadriculado 9 × 9, o total de
palitos que deverão ser retirados para obter o
“X” é igual a

a) 64.
b) 96.
c) 112.
d) 144.
e) 168.

www.acasadoconcurseiro.com.br 397
Gabarito

1. B 2. B 3. C

398 www.acasadoconcurseiro.com.br
Raciocínio Lógico

LETRAS

1. (Prova: CEPERJ – 2014 – RIOPREVIDÊNCIA – Assistente Previdenciário) Observe atentamente a


sequência a seguir:
ABCDEEDCBAABCDE...
A centésima primeira letra nessa sequência será:
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

2. (Prova: FCC – 2014 – TJ-AP – Técnico Judiciário) Cada termo da sequência a seguir é formado
por seis vogais:
(AAAEEI; EEEIIO; IIIOOU; OOOUUA; UUUAAE; AAAEEI; EEEIIO; . . . )
Mantido o mesmo padrão de formação da sequência, se forem escritos os 12º, 24º, 36º e 45º
termos, o número de vezes que a vogal U será escrita nesses termos é igual a
a) 1
b) 6
c) 5
d) 2
e) 3

3. Prova: FCC – 2014 – TRT 19ª Região (AL) – Técnico Judiciário


Gabriel descobriu pastas antigas arquivadas cronologicamente, organizadas e etiquetadas na
seguinte sequência:
07_55A; 07_55B; 08_55A; 09_55A; 09_55B; 09_55C;
09_55D; 09_55E; 10_55A; 10_55B; 11_55A; 12_55A;
12_55B; 12_55C; 01_56A; 01_56B; 02_56A; 02_56B;
03_56A; xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz; 04_56B.
Sabendo-se que as etiquetas xx_xxx; yy_yyy; zz_zzz representam que o código foi encoberto,
a etiqueta com as letras yy_yyy deveria, para manter o mesmo padrão das demais, conter o
código

www.acasadoconcurseiro.com.br 399
a) 03_56C.
b) 04_57C
c) 04_56C.
d) 03_56B.
e) 04_56ª.

Gabarito: 1. A 2. C 3. A

400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professor André Vieira

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

1o 2o

3o 4o

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Forma de Governo Forma de Estado

Sistema de Governo Regime de Governo

www.acasadoconcurseiro.com.br 403
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Legislativo

Executivo
Típica

Judiciário

Legislativo

Executivo
Atípica

Judiciário

404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Princípios Fundamentais (Art. 001 a 004) – Prof. André Vieira

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

CON GARRA ERRA POUCO

I – CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária;

GAR

ERRA

www.acasadoconcurseiro.com.br 405
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

AINDA NÃO CONPREI RECOS

A IN DA

NÃO

CON PRE I

RE CO S

406 www.acasadoconcurseiro.com.br
Aplicabilidade das Normas Constitucionais

Eficácia
Norma Constitucional
de Eficácia

Classificação segundo Ruy Barbosa

Direta Imediata Integral Não integral Indireta Mediata Reduzida


407
www.acasadoconcurseiro.com.br
Eficácia
Classificação segundo José Afonso Silva
Norma Constitucional
de Eficácia

Direta Imediata Integral Não integral Indireta Mediata Reduzida

408
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Aplicabilidade das Normas Constitucionais – Prof. André Vieira

409
www.acasadoconcurseiro.com.br
410
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Aplicabilidade das Normas Constitucionais – Prof. André Vieira

411
www.acasadoconcurseiro.com.br
412
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Aplicabilidade das Normas Constitucionais – Prof. André Vieira

413
www.acasadoconcurseiro.com.br
414
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Aplicabilidade das Normas Constitucionais – Prof. André Vieira

415
www.acasadoconcurseiro.com.br
A

416
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Aplicabilidade das Normas Constitucionais – Prof. André Vieira

417
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, indepen-
dentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-
fissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando ne-
cessário ao exercício profissional;

www.acasadoconcurseiro.com.br 419
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autoriza-
ção, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para re-
presentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pú-
blica, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprieda-
de particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produti-
va, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associa-
tivas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua uti-
lização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;

420
www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Prof. André Vieira

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do “de cujus”;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particu-
lar, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abu-
so de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

CRIMES
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclu-
são, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

421
www.acasadoconcurseiro.com.br
3T - 1H
CRIMES INAFIANÇÁVEIS IMPRESCRITÍVEIS INSUSCETÍVÉIS
AGA

Racismo

Tortura

Tráfico

Terrorismo

Hediondos

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e con-
tra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Princípio

422
www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Prof. André Vieira

PENAS

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

PENAS QUE RECEPCIONA PENAS QUE NÃO RECEPCIONA

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do deli-
to, a idade e o sexo do apenado;

PARTICULARIDADE NA APLICAÇÃO DA PENA

423
www.acasadoconcurseiro.com.br
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições


para que possam permanecer com seus filhos du-
rante o período de amamentação;
LXIII - o preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-
-lhe assegurada a assistência da família e de ad-
vogado;

424
www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Prof. André Vieira

EXTRADIÇÃO
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, pratica-
do antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

CONDIÇÃO PESSOAL REGRA EXCEÇÃO


NATO

NATURALIZADO

ESTRANGEIRO

LIII - ninguém será processado nem sentenciado


senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou adminis-
trativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e re-
cursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas ob-


tidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpa do até o
trânsito em julgado de sentença penal condena-
tória;

LVIII - o civilmente identificado não será submeti-


do a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;

425
www.acasadoconcurseiro.com.br
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

PRESO / PRISÃO
LXI - NINGUÉM SERÁ PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propria-
mente militar, definidos em lei;
LXII - a PRISÃO de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata-
mente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o PRESO TEM DIREITO À IDENTIFICAÇÃO dos responsáveis por sua prisão ou por seu in-
terrogatório policial;

426
www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Prof. André Vieira

LXV - a PRISÃO ILEGAL será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI - NINGUÉM SERÁ LEVADO À PRISÃO OU NELA MANTIDO, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá PRISÃO CIVIL por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento volun-
tário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

REMÉDIOS
LXVIII - conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não ampara-
do por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcio-
namento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora tor-
ne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á “habeas-data”:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufici-
ência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

427
www.acasadoconcurseiro.com.br
LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
festado adesão.

428
www.acasadoconcurseiro.com.br
Geração

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de
2015)

PS.: TTemos lazer


São direitos sociais:

alimentação demais

Direitos sociais
dos trabalhadores

Segurança

www.acasadoconcurseiro.com.br 429
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
DESTINATÁRIOS DO ART. 7º:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

430 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos


da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho;
a) (Revogada).
b) (Revogada).
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX,
XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do
cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social.

www.acasadoconcurseiro.com.br 431
SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIn 2.135-4)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão conselho de
política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados
pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19 de 1998) (Vide
ADIn 2.135-4)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

IV - SALÁRIO mínimo fixado em lei...

VII - garantia de salário,

< 645,00
NUNCA INFERIOR AO MÍNIMO,
para os que percebem remuneração
variável;

VIII - DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO


com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;

IX - Trabalho NOTURNO superior à do diurno;

XII - SALÁRIO-FAMÍLIA pago em razão


do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;

432 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

XIII - duração do trabalho normal não superior a OITO


HORAS diárias e quarenta e quatro semanais, facultada
a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XV - REPOUSO SEMANAL remunerado,


preferencialmen-te aos domingos;

XVI - remuneração do SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO


SUPERIOR, no mínimo, em cinqüenta por cento
à do normal;

XVII - gozo de FÉRIAS anuais remuneradas com, pelo


menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - LICENÇA À GESTANTE, sem prejuízo


do emprego e do salário, com a duração
LICENÇA

de cento e vinte dias;


XIX - LICENÇA-PATERNIDADE, nos termos
fixados em lei;

XX - PROTEÇÃO do mercado de TRABALHO DA MULHER,


mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXII - REDUÇÃO DOS RISCOS INERENTES AO TRABALHO,


por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXX - proibição de DIFERENÇA de salários, de exercício


de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;

www.acasadoconcurseiro.com.br 433
ANTES DA EC 72
SIDRA FLA
EMPREGADO DOMÉSTICO

434 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

NÃO TEM DIREITO

EMPREGADO DOMÉSTICO

www.acasadoconcurseiro.com.br 435
Direitos Regulamentados da Doméstica

Novos Direitos Não Tem Direito


I -ADICIONAL DE V – PISO SALARIAL PROPORCIONAL
REMUNERAÇÃO
XI – PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS
XIV – JORNADA DE SEIS HORAS
AÇÃO, QUANTO AOS
ITOS RESULTANTES XX – PROTEÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO DA
AS RELAÇÕES DE
MULHER
TRABALHO XXIII – ADICIONAL DE REMUNERAÇÃO
Veja os novos direitos
regulamentados: XXVII – PROTEÇÃO EM FACE DA AUTOMAÇÃO,
I - PROIBIÇÃO DE NA FORMA DA LEI
São eles:
ISTINÇÃO ENTRE * adicional noturno; XXIX – AÇÃO, QUANTO AOS CRÉDITOS RESUL-
TRABALHO * seguro-desemprego;
* salário família; TANTES DAS RELAÇÕES DE TRABALHO
* obrigatoriedade do recolhimento do FGTS
por parte do empregador;
XXXII – PROIBIÇÃO DE DISTINÇÃO ENTRE
V - IGUALDADE DE * auxílio-creche e pré-escola; TRABALHO
REITOS ENTRE O * seguro contra acidente de trabalho;
* indenização em caso de demissão sem XXXIV – IGUALDADE DE DIREITOS ENTRE O
RABALHADOR COM
justa causa. TRABALHADOR COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO
ULO EMPREGATÍCIO
PERMANENTE E O TRABALHADOR AVULSO
ERMANENTE E O
BALHADOR AVULSO.

FGTS
CARECE AINDA
DE AJUSTES

Dependendo d
regulamento p
Conselho Cura
do FGTS


FGTS
Carece ainda de ajustes
Depende de regulamento
pelo Conselho Curador do FGTS

Observação: O FGTS do empregado doméstico passou a ser exigido a partir da data de:

Dia Mês Ano

436 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
em qualquer grau, representativa de categoria profissional
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida
pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não
podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
judiciais ou administrativas;
IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Aposentado

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

www.acasadoconcurseiro.com.br 437
Considerações

438 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.

COLEGIADOS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

E OU E

www.acasadoconcurseiro.com.br 439
Considerações

440 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Nas empresas de:

Assegurada

Finalidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 441
Considerações

442 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

SEÇÃO II
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I − nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II − exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III − iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV − sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
V − vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI − dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII − manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII − celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
IX − decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X − decretar e executar a intervenção federal;
XI − remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura
da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;
XII − conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
XIII − exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos;
XIV − nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,
o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV − nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI − nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII − nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII − convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

www.acasadoconcurseiro.com.br 443
XIX − declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX − celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI − conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII − permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII − enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV − prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV − prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI − editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII − exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

Delegações

Principais competências privativas

444 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Presidente da República – Prof. André Vieira

Para memorizar

www.acasadoconcurseiro.com.br 445
Direito Constitucional

Julgamento de Autoridades

Autoridades do Tribunal de
Crime comum Crime de Responsabilidade
Contas
Membros do TCU
Membros do TCE-TCDF e TCM

SEÇÃO IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I − apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II − julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III − apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
IV − realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V − fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a
União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

www.acasadoconcurseiro.com.br 447
VI − fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII − prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII − aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
IX − assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X − sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara
dos Deputados e ao Senado Federal;
XI − representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas
atividades.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão
solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua
sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96. .
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que
satisfaçam os seguintes requisitos:
I − mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II − idoneidade moral e reputação ilibada;
III − notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública;

448 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil e Financeira e Orçamentária – Prof. André Vieira

IV − mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I − um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
II − dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça,
aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos
do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal
Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I − avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II − comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III − exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV − apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição
e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
que serão integrados por sete Conselheiros.

www.acasadoconcurseiro.com.br 449
Composição

Requisitos
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Nomeação

Aprovação

Tipo de aprovação

Importante

Origem
Origem

450 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil e Financeira e Orçamentária – Prof. André Vieira

Que fiscalização exerce

De quem

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Princípios

Subvenções e renúncias de receitas


Controle financeiro

www.acasadoconcurseiro.com.br 451
CE - Contará com o auxílio de quem?

CE - Atuação auxiliar do CN
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

CE - Imposição de sanção ou multa

CE - Assinar prazo

CE - Ato de sustação

CE - Prazo para o CN ou o Poder Executivo efetivar medidas cabíveis

Natureza do título

Relatório

CI - Responsabilidade solidária

CI - Denúncia popular

452 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil e Financeira e Orçamentária – Prof. André Vieira

Sede

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Jurisdição

Quadro

Equiparação

Subsídio

Aposentadoria

Garantias do auditor

Número de conselheiros junto ao TCE

Auditor do TCU no
exercício da função

Auditor do TCU
substituindo
ministro do TCU

www.acasadoconcurseiro.com.br 453
Direito Constitucional

PODER JUDICIÁRIO
Superior Tribunal Federal
Art. 101
Conselho Nacional
de Justiça
Art. 103-B

STJ TST TSE SMT


Arts. 104 e 105 Arts. 111, I, e 111-A Arts. 118, I, e 119 Arts. 122, I, e 123

TJ TRF TRT TRE


Art. 125, Arts. 106, I Arts. 111, II Arts. 118, II
§§ 1o e 6o e 107 e 115 e 120

Juízes Juízes Juízes do Juízes Juízes


do Direito Federais Trabalho Eleitorais Militares
art. 106, II art. 116 art. 118, III art. 122, II

Justiça comum Justiça Federal

www.acasadoconcurseiro.com.br 455
Julgamento de Autoridades

Poder Judiciário Crime Comum Crime de Responsabilidade

Supremo Tribunal Federal

Membros do CNJ

Tribunais Superiores

2a instância

Juízes estaduais
(DF e Territórios)

Juízies federais
(do Trabalho e Militares)

Considerações

456 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A o Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça;
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território
nacional.

Cuidado!

(...) (...)
CNJ

(...) (...)
STF

(...) (...)
TRIBUNAIS SUPERIORES

www.acasadoconcurseiro.com.br 457
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-
se, nas nomeações, à ordem de classificação;

Cargo inicial

Ingresso

OAB

Requisitos

Prazo

II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e
integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

458 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

Entrância Instância


Promoção dos Magistrados

Promoção por antiguidade Promoção por merecimento

Classificação das Comarcas


O território do Rio Grande do Sul, para efeitos da administração da justiça, é dividido atualmente
em ____________ comarcas. Cada comarca pode abranger um ou mais municípios.

Entrância

www.acasadoconcurseiro.com.br 459
Classificação dos Juízes

Entrância
para
entrância

Juíz
de
1 grau
o

III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância;
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,
constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento
do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos
demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer
caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
Teto

460 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto


no art. 40;
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;

Residirá

VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público,


fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII-A – a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno;
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente;
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial
e à respectiva população;
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório;
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 461
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Regra do Quinto Constitucional

STF CNJ

STJ TST TSE STM

TJ TRF TRT TRE

Juízes de Juízes Juízes de Juízes Conselhos


e Auditoria
direito federais direito eleitorais Militares

462 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Institucionais

Garantias do
judiciário

Funcionais
ou de órgãos

www.acasadoconcurseiro.com.br 463
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art.
169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança
assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que
lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral.

Considerações

464 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Reserva de plenário

www.acasadoconcurseiro.com.br 465
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;

Juizados especiais

II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos,
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Justiça de paz

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos
às atividades específicas da Justiça.

466 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.


§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste
artigo.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

Proposta orçamentária

§ 1o

§ 2o

§ 3o

§ 4o

§ 5o

www.acasadoconcurseiro.com.br 467
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade
ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos
na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas
referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos
de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou
tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e
responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento
de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação,
deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos
e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda
Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja
execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.

468 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre
os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora,
a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente
federado.
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de
requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para
fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes
sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição
protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal
poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e
prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 469
Conceito

Ordem

Caráter alimentar

Condição

PRECATÓRIOS
Novos beneficiários

RPV

Habilitação

Preterição da ordem

Ato: Comissivo ou omissivo / quem responde

Tipo de crime

470 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Gerais – Prof. André Vieira

Responderá também perante quem

Expedição de precatório complementar ou suplementar

Compensação de precatório

Solicitação a fazenda pública devedora


PRECATÓRIOS

Compra de imóveis públicos

Índice de atualização

Cessão de precatórios

Momento que produz efeitos

Refinanciamento de precatórios

Importante

www.acasadoconcurseiro.com.br 471
Direito Constitucional

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 473
Composição Nomeação

Requisitos
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Aprovação Tipo de aprovação

Importante

Crimes

Infração Penal Comum Responsabilidade

474 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

Estadual
LEI OU ATO NORMATIVO

Federal
ADI

Estadual
Federal
ADC

b) NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os


membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS E NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE, os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no
art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes
de missão diplomática de caráter permanente;

INFRAÇÃO PENAL COMUM CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

www.acasadoconcurseiro.com.br 475
d) o HABEAS CORPUS, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o MANDADO DE SEGURANÇA e o HABEAS DATA contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

HABEAS CORPUS

PACIENTE PACIENTE – COATOR COATOR

MANDADO DE SEGURANÇA e HABEAS DATA

476 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

Litígio
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado,
o Distrito Federal ou o Território;

Cuidado!
RO _________________

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns
e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

Causas e os conflitos

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;


h) REVOGADO.
i) o HABEAS CORPUS, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
j) a revisão criminal e a ação rescisória DE SEUS JULGADOS;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.

Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado


AÇÃO RESCISÓRIA em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;

www.acasadoconcurseiro.com.br 477
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

TODOS / MAGISTRATURA MAIS DA METADE / TRIBUNAL

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre


Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

478 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério


Público;
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos
em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

4 HC MS HD MI

pelos

4
1a Condição

2a Condição

b) o crime político;

Competência originária

Competência em R.O.

www.acasadoconcurseiro.com.br 479
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Palavra-chave REX

§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,


será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.

Considerações

480 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade:

3 CHEFES 3 MESAS 3 OUTROS

Legitimados especiais

www.acasadoconcurseiro.com.br 481
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma
legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato
ou texto impugnado.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida
em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento
de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

482 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

Objetivo

De que forma poderá ser criada

Tipo de aprovação

Discussão
SÚMULA VINCULANTE

Publicização

Tipo de efeito

Frente a quem

Esferas

Revisão

Legitimidade (aprovação - revisão ou cancelamento)

Desrespeito a SV

Dirigido a quem

Sendo procedente o que ocorre

www.acasadoconcurseiro.com.br 483
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

ORIGEM – CNJ
(3) (2)

(3) (2)

(3) (2)

I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal;


II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

484 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;


XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República
dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao
Supremo Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano;
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 485
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e
ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e
aos serviços judiciários;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros
ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente
ao Conselho Nacional de Justiça.

Considerações

486 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Supremo Tribunal Federal – Prof. André Vieira

Composição

Quem preside
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Em caso de impedimento e ausência, quem substitui

Aprovação

Tipo de aprovação

Sede

Jurisdição

Mandato

Recondução

www.acasadoconcurseiro.com.br 487
Em ausência de indicação, quem procede

Que controle exerce o CNJ

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


Processos disciplinares

Relatório estatístico

Ouvidorias

Origem do ministro corregedor

Particularidades

Quem oficia

Importante

488 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

SEÇÃO III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo:
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

www.acasadoconcurseiro.com.br 489
Composição Nomeação

Requisitos

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Aprovação Tipo de aprovação

Importante

Crimes

Infração Penal Comum Responsabilidade

490 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Superior Tribunal de Justiça – Prof. André Vieira

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;

INFRAÇÃO PENAL COMUM CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

www.acasadoconcurseiro.com.br 491
b) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

MANDADO DE SEGURANÇA e HABEAS DATA

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;

HABEAS CORPUS

COATOR OU PACIENTE COATOR

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I,


o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos;

492 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Superior Tribunal de Justiça – Prof. André Vieira

e) as revisões criminais e as ações rescisórias DE SEUS JULGADOS;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL:
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.
Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado
AÇÃO RESCISÓRIA: em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre
as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 493
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

HC pelos

Condição

2 Condição

2 MS pelos

Condição

Condição

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado,


e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

Competência originária

R.O.

494 www.acasadoconcurseiro.com.br
Do Superior Tribunal de Justiça – Prof. André Vieira

III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Palavra-chave RESP

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:


I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

Funcionarão

1 2

www.acasadoconcurseiro.com.br 495
Direito Constitucional

SEÇÃO IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 497
Composição Nomeação

Requisitos
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

Aprovação Tipo de aprovação

Importante

Origem

Crimes

Infração Penal Comum Responsabilidade

498 www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Tribunais Regionais e dos Juízes Federais – Prof. André Vieira

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e
determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 499
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

b) as revisões criminais e as ações rescisórias DE JULGADOS seus ou dos juízes federais da


região;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.
Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado
AÇÃO RESCISÓRIA em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

500 www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Tribunais Regionais e dos Juízes Federais – Prof. André Vieira

c) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato do próprio Tribunal ou de juiz


federal;
d) os HABEAS CORPUS, quando a autoridade coatora for juiz federal;

MS / HD

HC – COATOR

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

JUÍZES
VINCULADOS

JUÍZES
NÃO VINCULADOS

II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais
no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 501
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

502 www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Tribunais Regionais e dos Juízes Federais – Prof. André Vieira

XI – a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a UNIÃO FOR AUTORA serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas CONTRA A UNIÃO poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
FOR AUTORA
§ 1º UNIÃO
§ 2º CONTRA A
UNIÃO

www.acasadoconcurseiro.com.br 503
§ 3º Serão processadas e julgadas na JUSTIÇA ESTADUAL, no foro do domicílio dos segurados
ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a COMARCA NÃO SEJA SEDE DE VARA DO JUÍZO FEDERAL, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela
justiça estadual.
§ 4º NA HIPÓTESE DO PARÁGRAFO ANTERIOR, o RECURSO cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

Foro
JUSTIÇA JUSTIÇA
FEDERAL ESTADUAL

Causas

Cuidado! Recurso:

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com


a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal.

CHICO MENDES DOROTHY MAE STANG MANOEL BEZERRA DE MATTOS

504 www.acasadoconcurseiro.com.br
Dos Tribunais Regionais e dos Juízes Federais – Prof. André Vieira

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

PARA FICAR POR DENTRO!

CHICO MENDES foi assassinado na porta de sua casa, no dia 22 de dezembro de 1988.
http://www.suapesquisa.com/biografias/chico_mendes.htm
DOROTHY MAE STANG foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005.
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=231191
MANOEL BEZERRA DE MATTOS foi assassinado em janeiro de 2009, no Município de Pitimbú/PB.
http://global.org.br/programas/um-ano-da-morte-de-manoel-mattos/
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA (IDC). A Emenda Constitucional nº 45,
de 30 de dezembro de 2004, criou um novo instituto jurídico, conhecido como incidente
de deslocamento de competência, aplicável nas hipóteses de graves violações de direitos
humanos, permitindo a transferência de inquérito ou ação judicial à Justiça Federal.
http://jus.com.br/revista/texto/17761/o-incidente-de-deslocamento-de-competencia

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 505
Considerações

506 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Funções essenciais à justiça


127 a 135

1 2
Defesa do Estado Defesa do cidadão

DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA


Quem representa

A Art.

B Art.

A Art.

2 B Art.

C Art.

www.acasadoconcurseiro.com.br 507
Ministério Público
Natureza

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

Ministério Público

Estadual

Infração Penal Comum Responsabilidade

508 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público – Prof. André Vieira

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional.

Princípios
Institucionais

§ 2º Ao MinistérioCuidado!
Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento.

Autonomia

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com
os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 509
Proposta Orçamentária

PJ / 99 Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia MP / 127


administrativa e financeira. § 3o, 4o, 5o, 6o

§ 1o Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias § 3o


dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2o O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros


tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do STF e dos
Tribunais Superiores, com a aprovação dos
respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do DF e Territórios, aos
Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação
dos respectivos tribunais.

§ 3o Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem § 4o


as respectivas propostas orçamentárias dentro do
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias,
o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual, os valores aprovados
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com
os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4o Se as propostas orçamentárias de que trata este § 5o


artigo forem encaminhadas em desacordo com
os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder
Executivo procederá aos ajustes necessários
para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual.

§ 5o Durante a execução orçamentária do exercício, não § 6o


poderá haver a realização de despesas ou a
assunção de obrigações que extrapolem os limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
exceto se previamente autorizadas, mediante a
abertura de créditos suplementares ou especiais.

510 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público – Prof. André Vieira

Art. 128. O Ministério Público abrange:


I – o MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS.

Ministério Público

Organograma

CNMP

MPU MPE

www.acasadoconcurseiro.com.br 511
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado
pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos,
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para
mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República,
deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista
tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.

Ramo do MP MPU MPE/MDF/MPT

Chefe

Nomeação

Aprovação

Tipo de Aprovação

Requisitos

Mandato

Recondução

Destituição

512 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público – Prof. André Vieira

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada
Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts.
37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

Ministério Público

1 2
Garantias Vedações

www.acasadoconcurseiro.com.br 513
Vedações

Poder Judiciário Ministério Público

95, P. Ú 128, § , 5o

I. exercer, ainda que em disponibilidade,


outro cargo ou função, salvo uma de
magistério

II. receber, a qualquer título ou pretexto,


custas ou participação em processo

III. dedicar-se à atividade político-partidária

IV. receber, a qualquer título ou pretexto,


auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei

V. exercer a advocacia no juízo ou tribunal


do qual se afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento do cargo por
aposentadoria ou exoneração

514 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público – Prof. André Vieira

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da
União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a
de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que
deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas
e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se,
nas nomeações, a ordem de classificação.
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Ministério Público

Estadual

Infração Penal Comum Responsabilidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 515
Ingresso na carreria

OAB

Prazo de bacharelado

Distribuição de processos

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições
desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I - o Procurador-Geral da República, que o preside;
II - quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma
de suas carreiras;
III - três membros do Ministério Público dos Estados;
IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
Justiça;
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos
Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros,
cabendo-lhe:
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

516 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público – Prof. André Vieira

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade


dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União
e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União
ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar
e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a
remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao
tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação
do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem
prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do
Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III - requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao
Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.

Origem - CNMP
(1) (2)

(2) (7)

(0) (2)

www.acasadoconcurseiro.com.br 517
CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO Composição

Quem preside

Nomeação

Aprovação

Tipo de aprovação

Mandato

Recondução

Indicação dos membros do MP

Que controle exerce o CNMP

518 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público – Prof. André Vieira

Processos disciplinares

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Relatório estatístico

Ouvidorias

Corregedor Nacional

Particularidade

Quem oficia

Origem - CNMP
(1) (2)

(2) (7)

(0) (2)

www.acasadoconcurseiro.com.br 519
Direito Constitucional

SEÇÃO II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão
vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-mente, cabendo-lhe, nos termos da LEI
COMPLEMENTAR que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria
e as-sessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação
pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, observado o disposto em lei.

AGU / Atribuições

Advocacia Pública

Advocacia Pública Órgão Membros Chefia

União

Estado

Distrito Federal

Município

www.acasadoconcurseiro.com.br 521
Chefe

Requisitos

Nomeação

Aprovação

Ingresso

OAB

Lei que rege

Delegações

STATUS

522 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Advocacia Pública – Prof. André Vieira

Crimes

Infração Penal Comum Responsabilidade

Art. 132. Os PROCURADORES DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL, organizados em carreira, na


qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem
dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após
relatório circunstanciado das corregedorias.

Crimes

Infração Penal Comum Responsabilidade

Procuradores
Procurador-Geral da Fazenda Nacional / atribuições

www.acasadoconcurseiro.com.br 523
Organizados

Ingressos

OAB

Atribuições

Prazo de bacharelado

Vitalicidade Estabilidade

PROCURADORES

Após 2 anos Após 3 anos

Condição

524 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção III
DA ADVOCACIA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Advogado

Condições

1
2

www.acasadoconcurseiro.com.br 525
Seção IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na
forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos
Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de
carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada
a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das
atribuições institucionais.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa
e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no
inciso II do art. 96 desta Constituição Federal."(NR)

Defensoria Pública

Incumbência

Jurisdição

Vias

Que Direitos Alcança

526 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Prof. André Vieira

Forma

A Quem

Lei que Rege

Ingresso

Garantia

Vedação

Autonomia (Def. Pub. Estadual)

Proposta Orçamentária

Autonomia (Def. Pub. da União/DF)

Princípios Institucionais

www.acasadoconcurseiro.com.br 527
Regra do Art. 93

Regra do Art. 96, II

Subsídio

OAB

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão
remunerados na forma do art. 39, § 4º.

528 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

LEI COMPLEMENTAR Nº 150, DE 1º DE JUNHO DE 2015

CAPÍTULO I § 4º Poderá ser dispensado o acréscimo de


DO CONTRATO DE salário e instituído regime de compensação
de horas, mediante acordo escrito entre
TRABALHO DOMÉSTICO empregador e empregado, se o excesso de
horas de um dia for compensado em outro
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim con-
dia.
siderado aquele que presta serviços de forma
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de § 5º No regime de compensação previsto nº
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no § 4º:
âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois)
dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. I – será devido o pagamento, como horas
extraordinárias, na forma do § 1º, das pri-
Parágrafo único. É vedada a contratação de meiras 40 (quarenta) horas mensais exce-
menor de 18 (dezoito) anos para desempe- dentes ao horário normal de trabalho;
nho de trabalho doméstico, de acordo com
a Convenção nº 182, de 1999, da Organiza- II – das 40 (quarenta) horas referidas no
ção Internacional do Trabalho (OIT) e com o inciso I, poderão ser deduzidas, sem o cor-
Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008. respondente pagamento, as horas não tra-
balhadas, em função de redução do horário
Art. 2º A duração normal do trabalho domésti- normal de trabalho ou de dia útil não traba-
co não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (qua- lhado, durante o mês;
renta e quatro) semanais, observado o disposto
nesta Lei. III – o saldo de horas que excederem as 40
(quarenta) primeiras horas mensais de que
§ 1º A remuneração da hora extraordinária trata o inciso I, com a dedução prevista no
será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) inciso II, quando for o caso, será compensa-
superior ao valor da hora normal. do no período máximo de 1 (um) ano.
§ 2º O salário-hora normal, em caso de em- § 6º Na hipótese de rescisão do contrato de
pregado mensalista, será obtido dividindo-se trabalho sem que tenha havido a compen-
o salário mensal por 220 (duzentas e vinte) sação integral da jornada extraordinária,
horas, salvo se o contrato estipular jornada na forma do § 5º, o empregado fará jus ao
mensal inferior que resulte em divisor diverso. pagamento das horas extras não compensa-
das, calculadas sobre o valor da remunera-
§ 3º O salário-dia normal, em caso de em-
ção na data de rescisão.
pregado mensalista, será obtido dividindo-
-se o salário mensal por 30 (trinta) e servirá § 7º Os intervalos previstos nesta Lei, o tem-
de base para pagamento do repouso remu- po de repouso, as horas não trabalhadas, os
nerado e dos feriados trabalhados. feriados e os domingos livres em que o em-

www.acasadoconcurseiro.com.br 529
pregado que mora no local de trabalho nele V – 10 (dez) dias, para a duração do traba-
permaneça não serão computados como lho semanal superior a 5 (cinco) horas, até
horário de trabalho. 10 (dez) horas;
§ 8º O trabalho não compensado prestado VI – 8 (oito) dias, para a duração do trabalho
em domingos e feriados deve ser pago em semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.
dobro, sem prejuízo da remuneração relati-
va ao repouso semanal. Art. 4º É facultada a contratação, por prazo de-
terminado, do empregado doméstico:
Art. 3º Considera-se trabalho em regime de
tempo parcial aquele cuja duração não exceda I – mediante contrato de experiência;
25 (vinte e cinco) horas semanais. II – para atender necessidades familiares
§ 1º O salário a ser pago ao empregado sob de natureza transitória e para substituição
regime de tempo parcial será proporcional temporária de empregado doméstico com
a sua jornada, em relação ao empregado contrato de trabalho interrompido ou sus-
que cumpre, nas mesmas funções, tempo penso.
integral. Parágrafo único. No caso do inciso II deste
§ 2º A duração normal do trabalho do em- artigo, a duração do contrato de trabalho é
pregado em regime de tempo parcial po- limitada ao término do evento que motivou
derá ser acrescida de horas suplementares, a contratação, obedecido o limite máximo
em número não excedente a 1 (uma) hora de 2 (dois) anos.
diária, mediante acordo escrito entre em- Art. 5º O contrato de experiência não poderá
pregador e empregado, aplicando-se-lhe, exceder 90 (noventa) dias.
ainda, o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 2º,
com o limite máximo de 6 (seis) horas diá- § 1º O contrato de experiência poderá ser
rias. prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma
dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 (no-
§ 3º Na modalidade do regime de tempo venta) dias.
parcial, após cada período de 12 (doze) me-
ses de vigência do contrato de trabalho, o § 2º O contrato de experiência que, haven-
empregado terá direito a férias, na seguinte do continuidade do serviço, não for prorro-
proporção: gado após o decurso de seu prazo previa-
mente estabelecido ou que ultrapassar o
I – 18 (dezoito) dias, para a duração do tra- período de 90 (noventa) dias passará a vi-
balho semanal superior a 22 (vinte e duas) gorar como contrato de trabalho por prazo
horas, até 25 (vinte e cinco) horas; indeterminado.
II – 16 (dezesseis) dias, para a duração do Art. 6º Durante a vigência dos contratos pre-
trabalho semanal superior a 20 (vinte) ho- vistos nos incisos I e II do art. 4º, o empregador
ras, até 22 (vinte e duas) horas; que, sem justa causa, despedir o empregado é
III – 14 (quatorze) dias, para a duração do obrigado a pagar-lhe, a título de indenização,
trabalho semanal superior a 15 (quinze) ho- metade da remuneração a que teria direito até
ras, até 20 (vinte) horas; o termo do contrato.

IV – 12 (doze) dias, para a duração do traba- Art. 7º Durante a vigência dos contratos previs-
lho semanal superior a 10 (dez) horas, até tos nos incisos I e II do art. 4º, o empregado não
15 (quinze) horas; poderá se desligar do contrato sem justa causa,
sob pena de ser obrigado a indenizar o empre-

530 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Lei Complementar nº 150/2015 – Lei do Trabalhador Doméstico – Prof. André Vieira

gador dos prejuízos que desse fato lhe resulta- nado à prévia existência de acordo escrito
rem. entre as partes.
Parágrafo único. A indenização não poderá § 2º A remuneração-hora do serviço em
exceder aquela a que teria direito o empre- viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco
gado em idênticas condições. por cento) superior ao valor do salário-hora
normal.
Art. 8º Durante a vigência dos contratos previs-
tos nos incisos I e II do art. 4º, não será exigido § 3º O disposto no § 2º deste artigo poderá
aviso prévio. ser, mediante acordo, convertido em acrés-
cimo no banco de horas, a ser utilizado a
Art. 9º A Carteira de Trabalho e Previdência So- critério do empregado.
cial será obrigatoriamente apresentada, contra
recibo, pelo empregado ao empregador que o Art. 12. É obrigatório o registro do horário de
admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e trabalho do empregado doméstico por qualquer
oito) horas para nela anotar, especificamente, a meio manual, mecânico ou eletrônico, desde
data de admissão, a remuneração e, quando for que idôneo.
o caso, os contratos previstos nos incisos I e II
do art. 4º. Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo
para repouso ou alimentação pelo período de,
Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas)
escrito entre essas, estabelecer horário de tra- horas, admitindo-se, mediante prévio acordo
balho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta escrito entre empregador e empregado, sua re-
e seis) horas ininterruptas de descanso, obser- dução a 30 (trinta) minutos.
vados ou indenizados os intervalos para repou-
so e alimentação. § 1º Caso o empregado resida no local de
trabalho, o período de intervalo poderá ser
§ 1º A remuneração mensal pactuada pelo desmembrado em 2 (dois) períodos, des-
horário previsto no caput deste artigo de que cada um deles tenha, no mínimo, 1
abrange os pagamentos devidos pelo des- (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas
canso semanal remunerado e pelo descan- ao dia.
so em feriados, e serão considerados com-
pensados os feriados e as prorrogações de § 2º Em caso de modificação do intervalo,
trabalho noturno, quando houver, de que na forma do § 1º, é obrigatória a sua ano-
tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 da Con- tação no registro diário de horário, vedada
solidação das Leis do Trabalho (CLT), apro- sua prenotação.
vada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos
maio de 1943, e o art. 9º da Lei nº 605, de 5 desta Lei, o trabalho executado entre as 22 ho-
de janeiro de 1949. ras de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 2º (VETADO). § 1º A hora de trabalho noturno terá dura-
Art. 11. Em relação ao empregado responsável ção de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
por acompanhar o empregador prestando ser- (trinta) segundos.
viços em viagem, serão consideradas apenas as § 2º A remuneração do trabalho noturno
horas efetivamente trabalhadas no período, po- deve ter acréscimo de, no mínimo, 20%
dendo ser compensadas as horas extraordiná- (vinte por cento) sobre o valor da hora diur-
rias em outro dia, observado o art. 2º. na.
§ 1º O acompanhamento do empregador § 3º Em caso de contratação, pelo emprega-
pelo empregado em viagem será condicio- dor, de empregado exclusivamente para de-

www.acasadoconcurseiro.com.br 531
sempenhar trabalho noturno, o acréscimo § 6º As férias serão concedidas pelo empre-
será calculado sobre o salário anotado na gador nos 12 (doze) meses subsequentes à
Carteira de Trabalho e Previdência Social. data em que o empregado tiver adquirido o
direito.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos
os que abrangem períodos diurnos e notur- Art. 18. É vedado ao empregador doméstico
nos, aplica-se às horas de trabalho noturno efetuar descontos no salário do empregado por
o disposto neste artigo e seus parágrafos. fornecimento de alimentação, vestuário, higie-
ne ou moradia, bem como por despesas com
Art. 15. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho transporte, hospedagem e alimentação em caso
deve haver período mínimo de 11 (onze) horas de acompanhamento em viagem.
consecutivas para descanso.
§ 1º É facultado ao empregador efetuar
Art. 16. É devido ao empregado doméstico des- descontos no salário do empregado em
canso semanal remunerado de, no mínimo, 24 caso de adiantamento salarial e, mediante
(vinte e quatro) horas consecutivas, preferen- acordo escrito entre as partes, para a inclu-
cialmente aos domingos, além de descanso re- são do empregado em planos de assistência
munerado em feriados. médico-hospitalar e odontológica, de segu-
Art. 17. O empregado doméstico terá direito a ro e de previdência privada, não podendo a
férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias, dedução ultrapassar 20% (vinte por cento)
salvo o disposto no § 3º do art. 3º, com acrésci- do salário.
mo de, pelo menos, um terço do salário normal, § 2º Poderão ser descontadas as despesas
após cada período de 12 (doze) meses de traba- com moradia de que trata o caput deste ar-
lho prestado à mesma pessoa ou família. tigo quando essa se referir a local diverso da
§ 1º Na cessação do contrato de trabalho, residência em que ocorrer a prestação de
o empregado, desde que não tenha sido serviço, desde que essa possibilidade tenha
demitido por justa causa, terá direito à re- sido expressamente acordada entre as par-
muneração relativa ao período incompleto tes.
de férias, na proporção de um doze avos § 3º As despesas referidas no caput des-
por mês de serviço ou fração superior a 14 te artigo não têm natureza salarial nem se
(quatorze) dias. incorporam à remuneração para quaisquer
§ 2º O período de férias poderá, a critério efeitos.
do empregador, ser fracionado em até 2 § 4º O fornecimento de moradia ao empre-
(dois) períodos, sendo 1 (um) deles de, no gado doméstico na própria residência ou
mínimo, 14 (quatorze) dias corridos. em morada anexa, de qualquer natureza,
§ 3º É facultado ao empregado doméstico não gera ao empregado qualquer direito de
converter um terço do período de férias a posse ou de propriedade sobre a referida
que tiver direito em abono pecuniário, no moradia.
valor da remuneração que lhe seria devida Art. 19. Observadas as peculiaridades do traba-
nos dias correspondentes. lho doméstico, a ele também se aplicam as Leis
§ 4º O abono de férias deverá ser requerido nº 605, de 5 de janeiro de 1949, nº 4.090, de 13
até 30 (trinta) dias antes do término do pe- de julho de 1962, nº 4.749, de 12 de agosto de
ríodo aquisitivo. 1965, e nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985,
e, subsidiariamente, a Consolidação das Leis do
§ 5º É lícito ao empregado que reside no lo- Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
cal de trabalho nele permanecer durante as 5.452, de 1º de maio de 1943.
férias.

532 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Lei Complementar nº 150/2015 – Lei do Trabalhador Doméstico – Prof. André Vieira

Parágrafo único. A obrigação prevista no doméstico, os valores previstos no caput se-


art. 4º da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro rão movimentados pelo empregador.
de 1985, poderá ser substituída, a critério
do empregador, pela concessão, mediante § 2º Na hipótese de culpa recíproca, meta-
recibo, dos valores para a aquisição das pas- de dos valores previstos no caput será mo-
sagens necessárias ao custeio das despesas vimentada pelo empregado, enquanto a
decorrentes do deslocamento residência- outra metade será movimentada pelo em-
-trabalho e vice-versa. pregador.

Art. 20. O empregado doméstico é segurado § 3º Os valores previstos no caput serão de-
obrigatório da Previdência Social, sendo-lhe de- positados na conta vinculada do emprega-
vidas, na forma da Lei nº 8.213, de 24 de julho do, em variação distinta daquela em que se
de 1991, as prestações nela arroladas, atendido encontrarem os valores oriundos dos depó-
o disposto nesta Lei e observadas as caracterís- sitos de que trata o inciso IV do art. 34 desta
ticas especiais do trabalho doméstico. Lei, e somente poderão ser movimentados
por ocasião da rescisão contratual.
Art. 21. É devida a inclusão do empregado do-
méstico no Fundo de Garantia do Tempo de § 4º À importância monetária de que trata
Serviço (FGTS), na forma do regulamento a ser o caput, aplicam-se as disposições da Lei nº
editado pelo Conselho Curador e pelo agente 8.036, de 11 de maio de 1990, e da Lei nº
operador do FGTS, no âmbito de suas compe- 8.844, de 20 de janeiro de 1994, inclusive
tências, conforme disposto nos arts. 5º e 7º da quanto a sujeição passiva e equiparações,
Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, inclusive prazo de recolhimento, administração, fis-
no que tange aos aspectos técnicos de depósi- calização, lançamento, consulta, cobrança,
tos, saques, devolução de valores e emissão de garantias, processo administrativo de deter-
extratos, entre outros determinados na forma minação e exigência de créditos tributários
da lei. federais.

Parágrafo único. O empregador doméstico Art. 23. Não havendo prazo estipulado no con-
somente passará a ter obrigação de promo- trato, a parte que, sem justo motivo, quiser res-
ver a inscrição e de efetuar os recolhimen- cindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção.
tos referentes a seu empregado após a en- § 1º O aviso prévio será concedido na pro-
trada em vigor do regulamento referido no porção de 30 (trinta) dias ao empregado
caput. que conte com até 1 (um) ano de serviço
Art. 22. O empregador doméstico depositará a para o mesmo empregador.
importância de 3,2% (três inteiros e dois déci- § 2º Ao aviso prévio previsto neste artigo,
mos por cento) sobre a remuneração devida, no devido ao empregado, serão acrescidos 3
mês anterior, a cada empregado, destinada ao (três) dias por ano de serviço prestado para
pagamento da indenização compensatória da o mesmo empregador, até o máximo de 60
perda do emprego, sem justa causa ou por cul- (sessenta) dias, perfazendo um total de até
pa do empregador, não se aplicando ao empre- 90 (noventa) dias.
gado doméstico o disposto nos §§ 1º a 3º do art.
18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. § 3º A falta de aviso prévio por parte do
empregador dá ao empregado o direito aos
§ 1º Nas hipóteses de dispensa por justa salários correspondentes ao prazo do aviso,
causa ou a pedido, de término do contrato garantida sempre a integração desse perío-
de trabalho por prazo determinado, de apo- do ao seu tempo de serviço.
sentadoria e de falecimento do empregado

www.acasadoconcurseiro.com.br 533
§ 4º A falta de aviso prévio por parte do em- § 2º O benefício do seguro-desemprego
pregado dá ao empregador o direito de des- será cancelado, sem prejuízo das demais
contar os salários correspondentes ao prazo sanções cíveis e penais cabíveis:
respectivo.
I – pela recusa, por parte do trabalhador de-
§ 5º O valor das horas extraordinárias habi- sempregado, de outro emprego condizente
tuais integra o aviso prévio indenizado. com sua qualificação registrada ou declara-
da e com sua remuneração anterior;
Art. 24. O horário normal de trabalho do em-
pregado durante o aviso prévio, quando a resci- II – por comprovação de falsidade na pres-
são tiver sido promovida pelo empregador, será tação das informações necessárias à habili-
reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo tação;
do salário integral.
III – por comprovação de fraude visando à
Parágrafo único. É facultado ao empregado percepção indevida do benefício do seguro-
trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas -desemprego; ou
diárias previstas no caput deste artigo, caso
em que poderá faltar ao serviço, sem preju- IV – por morte do segurado.
ízo do salário integral, por 7 (sete) dias cor- Art. 27. Considera-se justa causa para os efeitos
ridos, na hipótese dos §§ 1º e 2º do art. 23. desta Lei:
Art. 25. A empregada doméstica gestante tem I – submissão a maus tratos de idoso, de
direito a licença-maternidade de 120 (cento e enfermo, de pessoa com deficiência ou de
vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do sa- criança sob cuidado direto ou indireto do
lário, nos termos da Seção V do Capítulo III do empregado;
Título III da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º II – prática de ato de improbidade;
de maio de 1943.
III – incontinência de conduta ou mau pro-
Parágrafo único. A confirmação do estado cedimento;
de gravidez durante o curso do contrato de
IV – condenação criminal do empregado
trabalho, ainda que durante o prazo do avi-
transitada em julgado, caso não tenha havi-
so prévio trabalhado ou indenizado, garante
do suspensão da execução da pena;
à empregada gestante a estabilidade provi-
sória prevista na alínea “b” do inciso II do V – desídia no desempenho das respectivas
art. 10 do Ato das Disposições Constitucio- funções;
nais Transitórias.
VI – embriaguez habitual ou em serviço;
Art. 26. O empregado doméstico que for dis-
pensado sem justa causa fará jus ao benefí- VII – (VETADO);
cio do seguro-desemprego, na forma da Lei nº VIII – ato de indisciplina ou de insubordina-
7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de 1 ção;
(um) salário-mínimo, por período máximo de 3
(três) meses, de forma contínua ou alternada. IX – abandono de emprego, assim conside-
rada a ausência injustificada ao serviço por,
§ 1º O benefício de que trata o caput será pelo menos, 30 (trinta) dias corridos;
concedido ao empregado nos termos do
regulamento do Conselho Deliberativo do X – ato lesivo à honra ou à boa fama ou
Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). ofensas físicas praticadas em serviço contra
qualquer pessoa, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;

534 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Lei Complementar nº 150/2015 – Lei do Trabalhador Doméstico – Prof. André Vieira

XI – ato lesivo à honra ou à boa fama ou II – termo de rescisão do contrato de traba-


ofensas físicas praticadas contra o emprega- lho;
dor doméstico ou sua família, salvo em caso
de legítima defesa, própria ou de outrem; III – declaração de que não está em gozo de
benefício de prestação continuada da Previ-
XII – prática constante de jogos de azar. dência Social, exceto auxílio-acidente e pen-
são por morte; e
Parágrafo único. O contrato de trabalho po-
derá ser rescindido por culpa do emprega- IV – declaração de que não possui renda
dor quando: própria de qualquer natureza suficiente à
sua manutenção e de sua família.
I – o empregador exigir serviços superiores
às forças do empregado doméstico, defesos Art. 29. O seguro-desemprego deverá ser re-
por lei, contrários aos bons costumes ou querido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias contados
alheios ao contrato; da data de dispensa.
II – o empregado doméstico for tratado pelo Art. 30. Novo seguro-desemprego só poderá ser
empregador ou por sua família com rigor requerido após o cumprimento de novo período
excessivo ou de forma degradante; aquisitivo, cuja duração será definida pelo Co-
defat.
III – o empregado doméstico correr perigo
manifesto de mal considerável;
IV – o empregador não cumprir as obriga-
ções do contrato; CAPÍTULO II
DO SIMPLES DOMÉSTICO
V – o empregador ou sua família praticar,
contra o empregado doméstico ou pessoas Art. 31. É instituído o regime unificado de paga-
de sua família, ato lesivo à honra e à boa mento de tributos, de contribuições e dos de-
fama; mais encargos do empregador doméstico (Sim-
ples Doméstico), que deverá ser regulamentado
VI – o empregador ou sua família ofender
no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da
o empregado doméstico ou sua família fisi-
data de entrada em vigor desta Lei.
camente, salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outrem; Art. 32. A inscrição do empregador e a entrada
única de dados cadastrais e de informações tra-
VII – o empregador praticar qualquer das
balhistas, previdenciárias e fiscais no âmbito do
formas de violência doméstica ou familiar
Simples Doméstico dar-se-ão mediante registro
contra mulheres de que trata o art. 5º da Lei
em sistema eletrônico a ser disponibilizado em
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
portal na internet, conforme regulamento.
Art. 28. Para se habilitar ao benefício do seguro-
Parágrafo único. A impossibilidade de utili-
-desemprego, o trabalhador doméstico deverá
zação do sistema eletrônico será objeto de
apresentar ao órgão competente do Ministério
regulamento, a ser editado pelo Ministé-
do Trabalho e Emprego:
rio da Fazenda e pelo agente operador do
I – Carteira de Trabalho e Previdência So- FGTS.
cial, na qual deverão constar a anotação do
Art. 33. O Simples Doméstico será disciplinado
contrato de trabalho doméstico e a data de
por ato conjunto dos Ministros de Estado da
dispensa, de modo a comprovar o vínculo
Fazenda, da Previdência Social e do Trabalho e
empregatício, como empregado doméstico,
Emprego que disporá sobre a apuração, o reco-
durante pelo menos 15 (quinze) meses nos
lhimento e a distribuição dos recursos recolhi-
últimos 24 (vinte e quatro) meses;

www.acasadoconcurseiro.com.br 535
dos por meio do Simples Doméstico, observa- termos do art. 24 da Lei nº 8.212, de 24 de
das as disposições do art. 21 desta Lei. julho de 1991;
§ 1º O ato conjunto a que se refere o caput III – 0,8% (oito décimos por cento) de con-
deverá dispor também sobre o sistema ele- tribuição social para financiamento do se-
trônico de registro das obrigações trabalhis- guro contra acidentes do trabalho;
tas, previdenciárias e fiscais e sobre o cálcu-
lo e o recolhimento dos tributos e encargos IV – 8% (oito por cento) de recolhimento
trabalhistas vinculados ao Simples Domésti- para o FGTS;
co. V – 3,2% (três inteiros e dois décimos por
§ 2º As informações prestadas no sistema cento), na forma do art. 22 desta Lei; e
eletrônico de que trata o § 1º: VI – imposto sobre a renda retido na fonte
I – têm caráter declaratório, constituindo de que trata o inciso I do art. 7º da Lei nº
instrumento hábil e suficiente para a exi- 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se inci-
gência dos tributos e encargos trabalhistas dente.
delas resultantes e que não tenham sido § 1º As contribuições, os depósitos e o im-
recolhidos no prazo consignado para paga- posto arrolados nos incisos I a VI incidem
mento; e sobre a remuneração paga ou devida no
II – deverão ser fornecidas até o vencimen- mês anterior, a cada empregado, incluída na
to do prazo para pagamento dos tributos e remuneração a gratificação de Natal a que
encargos trabalhistas devidos no Simples se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de
Doméstico em cada mês, relativamente aos 1962, e a Lei nº 4.749, de 12 de agosto de
fatos geradores ocorridos no mês anterior. 1965.

§ 3º O sistema eletrônico de que trata o § 1º § 2º A contribuição e o imposto previstos


deste artigo e o sistema de que trata o ca- nos incisos I e VI do caput deste artigo serão
put do art. 32 substituirão, na forma regula- descontados da remuneração do emprega-
mentada pelo ato conjunto previsto no ca- do pelo empregador, que é responsável por
put, a obrigatoriedade de entrega de todas seu recolhimento.
as informações, formulários e declarações a § 3º O produto da arrecadação das contri-
que estão sujeitos os empregadores domés- buições, dos depósitos e do imposto de que
ticos, inclusive os relativos ao recolhimento trata o caput será centralizado na Caixa Eco-
do FGTS. nômica Federal.
Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o re- § 4º A Caixa Econômica Federal, com base
colhimento mensal, mediante documento único nos elementos identificadores do recolhi-
de arrecadação, dos seguintes valores: mento, disponíveis no sistema de que trata
I – 8% (oito por cento) a 11% (onze por cen- o § 1º do art. 33, transferirá para a Conta
to) de contribuição previdenciária, a cargo Única do Tesouro Nacional o valor arrecada-
do segurado empregado doméstico, nos do das contribuições e do imposto previstos
termos do art. 20 da Lei nº 8.212, de 24 de nos incisos I, II, III e VI do caput.
julho de 1991; § 5º O recolhimento de que trata o caput
II – 8% (oito por cento) de contribuição pa- será efetuado em instituições financeiras in-
tronal previdenciária para a seguridade so- tegrantes da rede arrecadadora de receitas
cial, a cargo do empregador doméstico, nos federais.

536 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Lei Complementar nº 150/2015 – Lei do Trabalhador Doméstico – Prof. André Vieira

§ 6º O empregador fornecerá, mensalmen- ............................................................” (NR)


te, ao empregado doméstico cópia do docu-
mento previsto no caput. Art. 37. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
§ 7º O recolhimento mensal, mediante do-
cumento único de arrecadação, e a exigên- “Art.18...................................................
cia das contribuições, dos depósitos e do § 1º Somente poderão beneficiar-se do au-
imposto, nos valores definidos nos incisos I xílio-acidente os segurados incluídos nos in-
a VI do caput, somente serão devidos após cisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei.
120 (cento e vinte) dias da data de publica-
ção desta Lei. ............................................................” (NR)

Art. 35. O empregador doméstico é obrigado a “Art. 19. Acidente do trabalho é o que
pagar a remuneração devida ao empregado do- ocorre pelo exercício do trabalho a ser-
méstico e a arrecadar e a recolher a contribui- viço de empresa ou de empregador do-
ção prevista no inciso I do art. 34, assim como a méstico ou pelo exercício do trabalho
arrecadar e a recolher as contribuições, os de- dos segurados referidos no inciso VII
pósitos e o imposto a seu cargo discriminados do art. 11 desta Lei, provocando lesão
nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 34, corporal ou perturbação funcional que
até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capaci-
§ 1º Os valores previstos nos incisos I, II, III dade para o trabalho.
e VI do caput do art. 34 não recolhidos até
a data de vencimento sujeitar-se-ão à inci- ............................................................” (NR)
dência de encargos legais na forma prevista “Art. 21-A. A perícia médica do Instituto
na legislação do imposto sobre a renda. Nacional do Seguro Social (INSS) consi-
§ 2º Os valores previstos nos incisos IV e derará caracterizada a natureza aciden-
V, referentes ao FGTS, não recolhidos até a tária da incapacidade quando constatar
data de vencimento serão corrigidos e terão ocorrência de nexo técnico epidemio-
a incidência da respectiva multa, conforme lógico entre o trabalho e o agravo, de-
a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. corrente da relação entre a atividade da
empresa ou do empregado doméstico
e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade elencada na Classifica-
CAPÍTULO III ção Internacional de Doenças (CID), em
DA LEGISLAÇÃO conformidade com o que dispuser o re-
gulamento.
PREVIDENCIÁRIA E TRIBUTÁRIA
§ 2º A empresa ou o empregador doméstico
Art. 36. O inciso V do art. 30 da Lei nº 8.212, de poderão requerer a não aplicação do nexo
24 de julho de 1991, passa a vigorar com a se- técnico epidemiológico, de cuja decisão
guinte redação: caberá recurso, com efeito suspensivo, da
“Art.30.................................................... empresa, do empregador doméstico ou do
segurado ao Conselho de Recursos da Previ-
V – o empregador doméstico é obrigado dência Social.” (NR)
a arrecadar e a recolher a contribuição do
segurado empregado a seu serviço, assim “Art. 22. A empresa ou o empregador
como a parcela a seu cargo, até o dia 7 do doméstico deverão comunicar o aciden-
mês seguinte ao da competência; te do trabalho à Previdência Social até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocor-

www.acasadoconcurseiro.com.br 537
rência e, em caso de morte, de imedia- ............................................................” (NR)
to, à autoridade competente, sob pena
de multa variável entre o limite mínimo “Art. 35. Ao segurado empregado, in-
e o limite máximo do salário de contri- clusive o doméstico, e ao trabalhador
buição, sucessivamente aumentada nas avulso que tenham cumprido todas as
reincidências, aplicada e cobrada pela condições para a concessão do benefício
Previdência Social. pleiteado, mas não possam comprovar o
valor de seus salários de contribuição no
............................................................” (NR) período básico de cálculo, será concedi-
do o benefício de valor mínimo, deven-
“Art. 27. Para cômputo do período de do esta renda ser recalculada quando da
carência, serão consideradas as contri- apresentação de prova dos salários de
buições: contribuição.” (NR)
I – referentes ao período a partir da data de “Art. 37. A renda mensal inicial, recal-
filiação ao Regime Geral de Previdência So- culada de acordo com o disposto no
cial (RGPS), no caso dos segurados empre- art. 35, deve ser reajustada como a dos
gados, inclusive os domésticos, e dos traba- benefícios correspondentes com igual
lhadores avulsos; data de início e substituirá, a partir da
II – realizadas a contar da data de efetivo data do requerimento de revisão do
pagamento da primeira contribuição sem valor do benefício, a renda mensal que
atraso, não sendo consideradas para este prevalecia até então.” (NR)
fim as contribuições recolhidas com atraso “Art. 38. Sem prejuízo do disposto no
referentes a competências anteriores, no art. 35, cabe à Previdência Social man-
caso dos segurados contribuinte individual, ter cadastro dos segurados com todos
especial e facultativo, referidos, respectiva- os informes necessários para o cálculo
mente, nos incisos V e VII do art. 11 e no da renda mensal dos benefícios.” (NR)
art. 13.” (NR)
“Art. 63. O segurado empregado, inclu-
“Art. 34. No cálculo do valor da renda sive o doméstico, em gozo de auxílio-
mensal do benefício, inclusive o decor- -doença será considerado pela empresa
rente de acidente do trabalho, serão e pelo empregador doméstico como li-
computados: cenciado.
I – para o segurado empregado, inclusive o ............................................................” (NR)
doméstico, e o trabalhador avulso, os salá-
rios de contribuição referentes aos meses “Art. 65. O salário-família será devido,
de contribuições devidas, ainda que não mensalmente, ao segurado emprega-
recolhidas pela empresa ou pelo emprega- do, inclusive o doméstico, e ao segura-
dor doméstico, sem prejuízo da respectiva do trabalhador avulso, na proporção do
cobrança e da aplicação das penalidades ca- respectivo número de filhos ou equipa-
bíveis, observado o disposto no § 5º do art. rados nos termos do § 2º do art. 16
29-A; desta Lei, observado o disposto no art.
66.
II – para o segurado empregado, inclusive o
doméstico, o trabalhador avulso e o segura- ............................................................” (NR)
do especial, o valor mensal do auxílio-aci-
dente, considerado como salário de contri- “Art.67...................................................
buição para fins de concessão de qualquer
aposentadoria, nos termos do art. 31;

538 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Lei Complementar nº 150/2015 – Lei do Trabalhador Doméstico – Prof. André Vieira

Parágrafo único. O empregado doméstico Art. 40. Será concedido ao empregador domés-
deve apresentar apenas a certidão de nasci- tico o parcelamento dos débitos com o Institu-
mento referida no caput.” (NR) to Nacional do Seguro Social (INSS) relativos à
contribuição de que tratam os arts. 20 e 24 da
“Art. 68. As cotas do salário-família serão Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com venci-
pagas pela empresa ou pelo empregador mento até 30 de abril de 2013.
doméstico, mensalmente, junto com o
salário, efetivando-se a compensação § 1º O parcelamento abrangerá todos os
quando do recolhimento das contribui- débitos existentes em nome do empregado
ções, conforme dispuser o Regulamento. e do empregador, na condição de contri-
buinte, inclusive débitos inscritos em dívida
§ 1º A empresa ou o empregador doméstico ativa, que poderão ser:
conservarão durante 10 (dez) anos os com-
provantes de pagamento e as cópias das I – pagos com redução de 100% (cem por
certidões correspondentes, para fiscaliza- cento) das multas aplicáveis, de 60% (ses-
ção da Previdência Social. senta por cento) dos juros de mora e de
100% (cem por cento) sobre os valores dos
...........................................................” (NR) encargos legais e advocatícios;
Art. 38. O art. 70 da Lei nº 11.196, de 21 de no- II – parcelados em até 120 (cento e vinte)
vembro de 2005, passa a vigorar com a seguinte vezes, com prestação mínima no valor de R$
redação: 100,00 (cem reais).
“Art.70.................................................... § 2º O parcelamento deverá ser requerido
I – ................................................................ no prazo de 120 (cento e vinte) dias após a
entrada em vigor desta Lei.
d) até o dia 7 do mês subsequente ao mês
de ocorrência dos fatos geradores, no caso § 3º A manutenção injustificada em aberto
de pagamento de rendimentos provenien- de 3 (três) parcelas implicará, após comuni-
tes do trabalho assalariado a empregado cação ao sujeito passivo, a imediata resci-
doméstico; e são do parcelamento e, conforme o caso, o
prosseguimento da cobrança.
e) até o último dia útil do segundo decêndio
do mês subsequente ao mês de ocorrência § 4º Na hipótese de rescisão do parcela-
dos fatos geradores, nos demais casos; mento com o cancelamento dos benefícios
concedidos:
...........................................................” (NR)
I – será efetuada a apuração do valor origi-
nal do débito, com a incidência dos acrésci-
mos legais, até a data de rescisão;
CAPÍTULO IV
II – serão deduzidas do valor referido no
DO PROGRAMA DE inciso I deste parágrafo as parcelas pagas,
RECUPERAÇÃO PREVIDENCIÁRIA com a incidência dos acréscimos legais, até
DOS EMPREGADORES DOMÉSTICOS a data de rescisão.
(REDOM) Art. 41. A opção pelo Redom sujeita o contri-
buinte a:
Art. 39. É instituído o Programa de Recuperação
Previdenciária dos Empregadores Domésticos I – confissão irrevogável e irretratável dos
(Redom), nos termos desta Lei. débitos referidos no art. 40;

www.acasadoconcurseiro.com.br 539
II – aceitação plena e irretratável de todas por alguém de sua família por este designa-
as condições estabelecidas; do.”
III – pagamento regular das parcelas do dé- Art. 45. As matérias tratadas nesta Lei Comple-
bito consolidado, assim como das contri- mentar que não sejam reservadas constitucio-
buições com vencimento posterior a 30 de nalmente a lei complementar poderão ser obje-
abril de 2013. to de alteração por lei ordinária.
Art. 46. Revogam-se o inciso I do art. 3º da Lei
nº 8.009, de 29 de março de 1990, e a Lei nº
CAPÍTULO V 5.859, de 11 de dezembro de 1972.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 47. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 42. É de responsabilidade do empregador o
arquivamento de documentos comprobatórios Brasília, 1º de junho de 2015; 194º da Independên-
do cumprimento das obrigações fiscais, traba- cia e 127º da República.
lhistas e previdenciárias, enquanto essas não DILMA ROUSSEFF
prescreverem.
Marivaldo de Castro Pereira
Art. 43. O direito de ação quanto a créditos re- Tarcísio José Massote de Godoy
sultantes das relações de trabalho prescreve em Manoel Dias
5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos após
Carlos Eduardo Gabas
a extinção do contrato de trabalho.
Miguel Rossetto
Art. 44. A Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de Giovanni Benigno Pierre da Conceição
2002, passa a vigorar acrescida do seguinte art. Harvey
11-A:
Eleonora Menicucci de Oliveira
“Art. 11-A. A verificação, pelo Auditor- Este texto não substitui o publicado no
-Fiscal do Trabalho, do cumprimento DOU de 2.6.2015.
das normas que regem o trabalho do
empregado doméstico, no âmbito do
domicílio do empregador, dependerá
de agendamento e de entendimento
prévios entre a fiscalização e o empre-
gador.
§ 1º A fiscalização deverá ter natureza prio-
ritariamente orientadora.
§ 2º Será observado o critério de dupla vi-
sita para lavratura de auto de infração, sal-
vo quando for constatada infração por falta
de anotação na Carteira de Trabalho e Pre-
vidência Social ou, ainda, na ocorrência de
reincidência, fraude, resistência ou embara-
ço à fiscalização.
§ 3º Durante a inspeção do trabalho refe-
rida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho
far-se-á acompanhar pelo empregador ou

540 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Professora Alessandra Vieira

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 543
VII – de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

544 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. Do direito brasileiro, decorre a existência de d) De pai e mãe brasileiros desde que


duas classes de nacionalidade: venha morar no Brasil a qualquer
tempo.
a) A do nato e a do equiparado;
b) A do nato e a do naturalizado; 5. São brasileiros natos:
c) A do naturalizado e do equiparado;
d) A do naturalizado e do apátrida. a) Os nascidos na República Federativa do
Brasil, com exceção dos filhos de pais
2. A nacionalidade mista resulta: estrangeiros, desde que estes estejam a
serviço de seu país;
a) De casamento e da anexação do b) Os nascidos no estrangeiro, de pai ou
território; mãe brasileiros, desde que qualquer
b) Da combinação da filiação (“jus deles esteja a serviço do Brasil;
sanguinis”) com o local de nascimento c) Os nascidos no estrangeiro, de pai
(“jus solis”); ou mãe brasileiros desde que sejam
c) Da nacionalidade adquirida e da registrados em repartição brasileira
vontade do indivíduo; competente;
d) Da naturalização e do parentesco. d) todas as anteriores.
3. Uma criança nascida no Brasil, filha de pai 6. Segundo a Constituição Federal de 1988,
coreano e mãe japonesa, será considerada: uma pessoa nascida no Brasil, filha de
a) Brasileira nata; pai Uruguaio e mãe Argentina, será
b) Brasileira naturalizada; considerada:
c) Estrangeira; a) Brasileira naturalizada;
d) Brasileira nata, desde que seus pais não b) Brasileira nata, em qualquer hipótese;
estejam a serviço de seus países. c) Apátrida;
d) Brasileira nata, desde que os pais não
4. São considerados brasileiros natos os estejam a serviço de seu país.
nascidos no estrangeiro:
a) De pai ou mãe brasileiros desde que 7. Os brasileiros nascidos no estrangeiro, de
venham residir na República Federativa pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
do Brasil e optem, antes de completar qualquer deles esteja a serviço da República
a maioridade, pela nacionalidade Federativa do Brasil, são considerados:
brasileira; a) Brasileiros natos;
b) De pai ou mãe brasileiros desde que b) Brasileiros natos, desde que residam no
qualquer deles esteja trabalhando no Brasil antes da maioridade e alcançada
exterior; esta, optem, em qualquer tempo, pela
c) De pai ou mãe brasileiros desde que nacionalidade brasileira;
registrados em repartição brasileira c) Brasileiros natos, se registrados em
competente no exterior; repartição brasileira competente;
d) Estrangeiros.

www.acasadoconcurseiro.com.br 545
8. Para aquisição de nacionalidade brasileira c) A lei não pode estabelecer diferenças
pela via ordinária, os originários de países entre brasileiros natos e naturalizados,
de língua portuguesa necessitam: salvo os casos previstos na Constituição;
d) Os cargos de magistrados são privativos
a) Residir na República Federativa do Brasil de brasileiros natos.
por mais de 15 anos ininterruptamente
sem condenação penal; 12. É brasileiro nato:
b) Comprovar haver compatibilidade
entre os critérios do “jus solis” e “jus a) Todos os que nascem no Brasil;
sanguinis”; b) Todos os nascidos no exterior filhos de
c) Residir na República Federativa do pais brasileiros;
Brasil por mais de um ano ininterrupto c) O titular da nacionalidade brasileira
e demonstrar idoneidade moral; primária;
d) Preencher os requisitos previstos em lei d) Os oriundos de país de língua
ordinária. portuguesa que reside no Brasil há
um ano ininterrupto e que não tenha
9. São privativos de brasileiros natos os cargos: condenação penal.
a) De deputado federal; 13. São privativos de brasileiros natos os cargos
b) De carreira diplomática; de:
c) De Presidente do Banco Central;
d) De Secretário da Receita Federal; a) Presidente e Vice-Presidente da
e) De vereador. República, Presidente da Câmara dos
Deputados, Presidente do Senado
10. O brasileiro nato pode perder a Federal, Ministro do Supremo Tribunal
nacionalidade: Federal; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
a) Se alegar imperativo de consciência Ministro de Estado de Defesa;
para se eximir do serviço militar b) Presidente e Vice-Presidente da
obrigatório e se recusar a cumprir pena República; Deputado Federal; Senador
alternativa fixada em lei; da República; Ministro do Supremo
b) Como conseqüência de pena acessória Tribunal Federal; Carreira Diplomática;
se condenado pela prática de crime de Oficial das Forças Armadas e de
inafiançável e imprescritível; Ministro de Estado de Defesa;
c) Se, por imposição de norma estrangeira, c) Presidente e Vice-Presidente da
tiver que adquirir outra nacionalidade República; Presidente da Câmara dos
como condição para permanência em Deputados; Presidente do Senado
território estrangeiro ou para que possa Federal; Ministro do Superior Tribunal
lá exercer os direitos civis; de Justiça; Procurador Geral da
d) Se adquirir outra nacionalidade. República; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
11. Assinale a opção correta: Ministro de Estado da Defesa;
a) Em qualquer hipótese, os nascidos em d) Presidente e Vice-Presidente da
território brasileiro são considerados República; de Governador; Ministro do
brasileiros natos; Supremo Tribunal Federal; Ministro do
b) Os cargos da carreira diplomática Superior Tribunal de Justiça, da Carreira
podem ser ocupados por brasileiros Diplomática, de Oficial das Forças
naturalizados; Armadas e de Ministro de Estado de
Defesa.

546 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira

14. Casal brasileiro, trabalhando em uma c) A nacionalidade brasileira e a do país


empresa privada em Estado Estrangeiro, estrangeiro;
vem a ter um filho de nome Antônio, ao d) A nacionalidade canadense e a
qual é outorgada a nacionalidade desse brasileira.
Estado pelo fato de ali haver nascido. Com
30 anos de idade Antônio vem residir no 17. É correto afirmar que são:
Brasil. Segundo a Constituição Brasileira,
Antônio: a) considerados brasileiros natos,
os nascidos em países de língua
a) Nunca poderá ser brasileiro nato por portuguesa e de pais estrangeiros,
ser natural de outro Estado; desde que registrados nas embaixadas
b) Somente poderá ser brasileiro brasileiras;
naturalizado, desde que preencha os b) privativos de brasileiros natos,
requisitos legais para a naturalização; dentre outros, os cargos da carreira
c) Poderá ser brasileiro nato, porque, no diplomática, de senador e de deputado
caso, sempre lhe será facultado optar, federal;
em qualquer tempo, pela nacionalidade c) naturalizados os nascidos no
brasileira; estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
d) Terá automaticamente dupla brasileira, desde que venham a residir
nacionalidade. no Brasil e optem em qualquer tempo,
pela nacionalidade brasileira.
15. Ao disciplinar o direito de nacionalidade, a d) símbolos da República Federativa do
Constituição Federal: Brasil, a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais.
a) Permitiu que os portugueses com e) vedados ao Distrito Federal e aos
residência permanente no país, desde Territórios, a utilização de símbolos
que haja reciprocidade em favor de próprios.
brasileiros, adquirirem os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos 18. Um casal de brasileiros reside por
previstos na Constituição; determinado tempo na Alemanha, onde o
b) Permitiu a extradição de brasileiros marido é jogador de um clube de futebol.
natos e naturalizados; Nem o marido nem a mulher encontram-
c) Não permitiu a entrada de brasileiros se a serviço da República Federativa do
naturalizados no Conselho da República; Brasil. O filho do casal de brasileiros nasceu
d) Reservou a propriedade de empresas em território alemão, no dia 15 de maio de
jornalísticas, apenas aos brasileiros 2003.
natos.
Considerando a situação hipotética acima
16. “A”, canadense de origem, naturaliza- descrita e sabendo que a Alemanha adota
se brasileiro e passa a residir em país o sistema do jus sanguinis como forma
estrangeiro, cuja lei o obrigou a adquirir de aquisição da nacionalidade originária,
a nacionalidade local, como condição assinale a opção correta.
de permanência no território. Em face a) Se o filho do casal vier a residir na
do que dispõe a Constituição Federal, República Federativa do Brasil e optar,
“A”permanece apenas com: em qualquer tempo, depois de atingida
a) A nacionalidade do país estrangeiro; a maioridade, pela nacionalidade
b) A nacionalidade brasileira; brasileira, adquirirá a condição de
brasileiro nato.

www.acasadoconcurseiro.com.br 547
b) O filho do casal será brasileiro nato, d) Ao adquirir outra nacionalidade
desde que seja registrado em repartição voluntariamente por naturalização.
consular brasileira competente na
Alemanha ou que venha a residir no 21. Sobre nacionalidade é correto afirmar que:
Brasil antes da maioridade e, nesse
caso, opte em qualquer tempo pela a) Nos termos da Constituição, os filhos
nacionalidade brasileira. de brasileiros que não estejam a
c) O filho do casal é considerado brasileiro serviço do Brasil nascidos no exterior
nato, independentemente de qualquer poderão fazer opção pela nacionalidade
condição, uma vez que, apesar de brasileira a qualquer tempo, após
nascido no estrangeiro, é filho de pai e atingida a maioridade;
mãe brasileiros. b) Os portugueses submetidos ao
d) Caso o filho do casal obtenha a condição estado da igualdade se equiparam aos
de brasileiro nato, após atendidos os brasileiros natos;
requisitos estabelecidos na legislação c) A lei poderá estabelecer distinção entre
brasileira, não perderá jamais essa brasileiros natos e naturalizados;
condição, visto que a Constituição e) A Constituição proíbe a extradição de
Federal prevê expressamente que brasileiro nato ou naturalizado.
nenhum brasileiro nato pode perder a
nacionalidade brasileira. 22. Guerra, prefeito do Município de Pelotas,
e) Caso o filho do casal obtenha a edita um decreto no qual isenta os
condição de brasileiro naturalizado, brasileiros natos do recolhimento do I.S.S.
ainda assim poderá ter a sua Tal procedimento está correto?
naturalização cancelada, por sentença a) Sim, uma vez que se trata de imposto
judicial, mas somente em decorrência de competência exclusiva do Município;
de crime comum, praticado antes b) Não, por ser matéria de competência
da naturalização, ou de comprovado de lei estadual;
envolvimento em tráfico ilícito de c) Não, porque a lei não pode estabelecer
entorpecentes. distinção entre brasileiros natos e
naturalizados;
19. O cancelamento da naturalização em razão d) Sim, porque na hipótese, há autorização
do exercício de atividades contrárias ao expressa na Constituição Federal;
interesse nacional, dar-se-á por: e) Sim, porque se trata de lei municipal
a) Decreto do Presidente da República; sobre matéria discricionária.
b) Sentença Judicial com trânsito em
julgado; 23. O art. 12, § 2º da Constituição Federal
c) Ato do Ministro das Relações Exteriores; estabelece que não poderá haver distinção
d) Ato do Governo Estrangeiro. entre brasileiro nato e naturalizado, a não
ser que tal distinção esteja prevista:
20. O brasileiro nato pode perder a a) na própria Constituição;
nacionalidade: b) em lei complementar;
a) Por sentença judicial que cancele a c) em lei ordinária;
naturalização; d) na Constituição Estadual;
b) Em razão de extradição; e) em lei delegada.
c) Se contratado por empresa
multinacional em território alienígena;

548 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira

24. Aos portugueses que optem pela 27. Filho de pais alemães, nascido em
naturalização brasileira ordinária, é exigido: território brasileiro no período em que
seus ascendentes estavam a serviço da
a) residência por dois anos ininterruptos e Alemanha, é considerado:
idoneidade moral;
b) residência por um ano ininterrupto e a) apátrida;
idoneidade moral; b) estrangeiro;
c) residência por trinta anos ininterruptos c) brasileiro nato;
e sem condenação penal; d) alemão equiparado;
d) residência permanente e reciprocidade e) brasileiro naturalizado.
em favor dos brasileiros;
e) residência ininterrupta no Brasil por 28. Henrique, brasileiro nato, vai morar no
mais de quinze anos e sem condenação México. Lá requer e obtém a nacionalidade
penal. mexicana. Como fica sua situação em face
da nacionalidade brasileira?
25. Juan Pablo, espanhol de nascimento, reside
desde 1984, ininterruptamente no Brasil. a) Permanece com a nacionalidade
Em razão do tempo de residência, ele: brasileira;
b) Perde a nacionalidade brasileira;
a) não poderá mais se naturalizar c) Permanece com as duas nacionalidades;
brasileiro; d) Terá prazo de cinco anos para optar por
b) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades;
requerer; e) Terá prazo de dois anos para optar por
c) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades.
requerer, desde que não tenha
condenação penal neste período; 29. Os cargos de Ministro do STJ, devem ser
d) deverá esperar completar trinta providos por:
anos de residência ininterrupta, sem
condenação penal, para requerer a a) brasileiros natos;
nacionalidade brasileira; b) brasileiros;
e) não poderá retornar à Espanha sem c) brasileiros natos e portugueses
visto. equiparados;
d) brasileiros e estrangeiros residentes no
26. Pelo critério do jus sanguinis a nacionalidade Brasil;
é conferida: e) Todas as opções são falsas.

a) ao descendente de nacional pouco im- 30. Não é privativo de brasileiro nato o cargo
portando o local de nascimento; de:
b) aos que nascerem fora do território do
Estado; a) Ministro do Planejamento;
c) aos que nascerem no território do Esta- b) Oficial das Forças Armadas;
do; c) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
d) aos que nascerem em território nacio- d) Presidente do Senado Federal;
nal ou estrangeiro; e) Presidente da Câmara dos Deputa-
e) por mérito ao estrangeiro que, partici- dos.
pando das Forças Armadas Brasileiras,
tenha sido ferido em combate.
Gabarito: 1. B 2. B 3. D 4. C 5. D 6. D 7. A 8. C 9. B 10. D 11. C 12. C 13. A 14. C 15. A 16. C 17. D
18. A 19. B 20. D 21. A 22. C 23. A 24. B 25. C 26. A 27. B 28. B 29. B 30. A

www.acasadoconcurseiro.com.br 549
Direito Constitucional

DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo b) trinta anos para Governador e Vice-
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, Governador de Estado e do Distrito Federal;
com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante: c) vinte e um anos para Deputado Federal,
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
I – plebiscito; Vice-Prefeito e juiz de paz;
II – referendo; d) dezoito anos para Vereador.
III – iniciativa popular. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
fabetos.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
§ 5º O Presidente da República, os Gover-
I – obrigatórios para os maiores de dezoito nadores de Estado e do Distrito Federal, os
anos; Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
II – facultativos para: substituído no curso dos mandatos poderão
ser reeleitos para um único período subse-
a) os analfabetos; qüente. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 16, de 1997)
b) os maiores de setenta anos;
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o
c) os maiores de dezesseis e menores de
Presidente da República, os Governadores
dezoito anos.
de Estado e do Distrito Federal e os Prefei-
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os tos devem renunciar aos respectivos man-
estrangeiros e, durante o período do serviço datos até seis meses antes do pleito.
militar obrigatório, os conscritos.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdi-
§ 3º São condições de elegibilidade, na ção do titular, o cônjuge e os parentes con-
forma da lei: sanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
por adoção, do Presidente da República,
I – a nacionalidade brasileira; de Governador de Estado ou Território, do
II – o pleno exercício dos direitos políticos; Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses an-
III – o alistamento eleitoral; teriores ao pleito, salvo se já titular de man-
dato eletivo e candidato à reeleição.
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas
V – a filiação partidária;
as seguintes condições:
VI – a idade mínima de:
I – se contar menos de dez anos de serviço,
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- deverá afastar-se da atividade;
Presidente da República e Senador;

www.acasadoconcurseiro.com.br 551
II – se contar mais de dez anos de serviço, dendo o autor, na forma da lei, se temerária
será agregado pela autoridade superior e, ou de manifesta má-fé.
se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políti-
cos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca-
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros sos de:
casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade I – cancelamento da naturalização por sen-
administrativa, a moralidade para exercício tença transitada em julgado;
de mandato considerada vida pregressa do II – incapacidade civil absoluta;
candidato, e a normalidade e legitimidade
das eleições contra a influência do poder III – condenação criminal transitada em jul-
econômico ou o abuso do exercício de fun- gado, enquanto durarem seus efeitos;
ção, cargo ou emprego na administração di-
IV – recusa de cumprir obrigação a todos
reta ou indireta. (Redação dada pela Emen-
imposta ou prestação alternativa, nos ter-
da Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
mos do art. 5º, VIII;
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impug-
V – improbidade administrativa, nos termos
nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
do art. 37, § 4º.
quinze dias contados da diplomação, instru-
ída a ação com provas de abuso do poder Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral en-
econômico, corrupção ou fraude. trará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da
§ 11. A ação de impugnação de mandato
data de sua vigência. (Redação dada pela Emen-
tramitará em segredo de justiça, respon-
da Constitucional nº 4, de 1993)

552 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. João, Vereador que possuía a idade II – Estrangeiros residentes no País são ele-
mínima para candidatura quando eleito gíveis tão somente aos mandatos de Depu-
para a função no pleito de 2008, pretende tado Federal, Deputado Estadual e Verea-
concorrer nas eleições que se realizarão em dor.
2012 para Prefeito do Município em que III – Os militares são alistáveis, mas não são
exerce a vereança. Maria, sua irmã gêmea elegíveis.
e também Vereadora do mesmo Município,
pretende candidatar-se à reeleição. Está(ão) CORRETO(S):

Nessa hipótese, em tese, a) Apenas o item I.


b) Apenas os itens II e III.
a) João deverá renunciar ao mandato até c) Apenas os itens I e III.
seis meses antes do pleito, de modo a d) Apenas o item III.
ser elegível para Prefeito, e Maria estará
impedida de concorrer à reeleição, por 3. O mandato eletivo poderá ser impugnado
ser parente consanguínea de 2º grau de ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
titular de mandato no Município. dias, contados da:
b) Maria deverá renunciar ao mandato até
seis meses antes do pleito, de modo a) Eleição;
a pleitear a reeleição, e João estará b) Posse;
impedido de concorrer à eleição para c) Diplomação;
Prefeito. d) Proclamação oficial do resultado da
c) João estará impedido de concorrer eleição pela Justiça Eleitoral.
à eleição para Prefeito, a menos que
Maria renuncie ao mandato até seis 4. Um militar integrante das Forças Armadas
meses antes do pleito. e em atividade desde janeiro de 2003,
d) João não poderá concorrer ao cargo estando com 27 anos de idade, casado
pretendido, pois não terá a idade com uma Vereadora do Município em que
mínima necessária para tanto, o que reside, pretende candidatar-se a Prefeito
permitirá a Maria concorrer à reeleição. desse Município no pleito de 2012. Nessa
e) Ambos preenchem as condições de hipótese, o interessado:
elegibilidade para concorrer aos cargos
a) será inelegível para o cargo pretendido,
pretendidos respectivamente.
na medida em que não possuirá a
idade mínima para tanto exigida
2. Analise os itens abaixo:
constitucionalmente;
I – Uma das condições de elegibilidade é a b) será inelegível para o cargo pretendido,
idade mínima de 35 anos para Presidente, pois sua cônjuge é detentora de
Vice-Presidente e Senador; 30 anos para mandato eletivo na circunscrição para a
Governador e Vice-Governador; 21 anos qual tem a intenção de candidatar-se à
para Deputado Federal, Estadual e Distrital, chefia do Executivo.
Prefeito e Vice-Prefeito; e 18 anos para c) será inelegível para o cargo pretendido,
Vereador. pois os militares são inalistáveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 553
d) preencherá as condições de elegibilida- do serviço militar obrigatório, os
de para o cargo pretendido, desde que conscritos.
seja agregado pela autoridade militar b) O Presidente da República, os Governa-
superior e, se eleito, passe para a inati- dores de Estado e do Distrito Federal,
vidade. os Prefeitos e quem os houver sucedi-
e) preencherá as condições de elegibilida- do, ou substituído no curso dos manda-
de para o cargo pretendido, desde que tos poderão ser reeleitos para um único
se afaste da atividade militar. período subsequente.
c) O voto é obrigatório para os maiores de
5. Julgue verdadeiro ou falso para as dezesseis e menores de dezoito anos
proposições relacionadas à privação dos que tenham se alistado.
direitos políticos na Constituição Federal. d) Para concorrerem a outros cargos, o
Presidente da República, os Governado-
I – Constitui hipótese de suspensão dos di- res de Estado e do Distrito Federal e os
reitos políticos o cancelamento da naturali- Prefeitos devem renunciar aos respecti-
zação por sentença transitada em julgado. ( vos mandatos até seis meses antes do
) pleito.
II – A incapacidade civil absoluta é uma das
hipóteses de suspensão dos direitos políti- 7. A Constituição Federal estabelece idades
cos. ( ) mínimas para o exercício de cargos públicos
III – O brasileiro que adquire outra nacio- eletivos. Assinale a alternativa incorreta.
nalidade perderá os seus direitos políticos, a) vinte e um anos para Deputado Federal
com exceção dos casos de reconhecimento e para Deputado Estadual;
da nacionalidade originária pela lei estran- b) Trinta anos para Governador de Estado;
geira, ou ainda, imposição de naturalização, c) Trinta e cinco anos para Presidente da
pela lei estrangeira, ao brasileiro residente República;
em Estado estrangeiro,como condição para d) Vinte e um anos para Vereador e para
permanência em seu território ou para o Prefeito;
exercício de direitos civis. ( ) e) Dezoito anos para Vereador.
IV – A Carta Constitucional de 1988 permite
a cassação dos direitos políticos, que se dá 8. Assinale a opção correta:
por meio da sua perda ou suspensão. ( ) a) Todo inalistável é inelegível e todo ine-
Agora, assinale a alternativa que legível é inalistável;
corresponde, respectivamente, ao b) O partido político, pessoa jurídica de di-
julgamento CORRETO das proposições reito público, pode ter caráter regional;
acima: c) O alistamento eleitoral e o voto são fa-
a) F – V – V – F. cultativos para os estrangeiros e para os
b) V – V – F – V. conscritos, durante o período do servi-
c) F – V – F – V. ço militar obrigatório;
d) V – V – V – F. d) São condições de elegibilidade, na for-
ma da lei, a nacionalidade brasileira, o
6. Sobre os direitos políticos assegurados pela pleno exercício dos direitos políticos, o
Constituição da República, pode-se afirmar, alistamento eleitoral, o domicílio eleito-
EXCETO: ral na circunscrição, a filiação partidária
e a idade mínima estabelecida na Cons-
a) Não podem alistar-se como eleitores tituição.
os estrangeiros e, durante o período

554 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira

e) O alistamento eleitoral é facultativo b) Facultativos para os maiores de dezoito


para os analfabetos, mas uma vez alis- anos;
tados possuem obrigação de votar. c) Obrigatórios para os conscritos durante
o período do serviço militar obrigatório;
9. A lei que alterar o processo eleitoral: d) Facultativos para os analfabetos e os
maiores de setenta anos;
a) Entra em vigor na data de sua e) Facultativos para os analfabetos e
publicação, salvo estipulação em conscritos, durante o período do serviço
contrário, não se aplicando à eleição militar obrigatório.
que ocorra até um ano da data de sua
vigência; 12. A soberania popular é exercida pelo sufrágio
b) Entra em vigor sempre na data de sua universal e pelo voto direto e secreto, com
publicação, não se aplicando à eleição valor igual para todos, somente podendo
que ocorra até um ano da data de sua ser candidatos:
vigência;
c) Entra em vigor na data de sua a) Os brasileiros natos no pleno exercício
publicação, salvo disposição em dos direitos políticos;
contrário, aplicando-se à eleição que b) Os brasileiros inscritos como eleitores
ocorra até um ano da data de sua filiados a partidos políticos e no pleno
vigência; exercício dos direitos políticos;
d) Entra em vigor imediatamente, c) Os brasileiros natos, inscritos como
aplicando-se à eleição imediatamente eleitores, filiados a partidos políticos,
seguinte, sem qualquer ressalva de que estejam no pleno exercício dos
prazo. direitos políticos, desde que não sejam
e) Entra em vigor na data de sua analfabetos, tenham a idade mínima
publicação, não se aplicando à eleição pretendida para o cargo pretendido e
que ocorra até dois anos da data de sua domicílio eleitoral na circunscrição;
vigência. d) Os brasileiros que preencham as
condições da alternativa “b” e, além
10. Para que alguém possa se eleger Vereador disso, tenham a idade mínima para o
é necessário: cargo pretendido e domicílio eleitoral
na circunscrição, desde que não sejam
a) Que seja brasileiro naturalizado e tenha analfabetos ou inelegíveis;
mais de 21 anos; e) Os brasileiros natos, naturalizados
b) Que seja brasileiro nato e tenha mais de e estrangeiros que preencham as
18 anos; condições de elegibilidade previstas na
c) Que seja brasileiro nato ou naturalizado Constituição.
e tenha a idade mínima de 18 anos;
d) Que seja brasileiro nato ou naturalizado 13. São situações de inelegibilidade, segundo a
e tenha a idade mínima de 21 anos; Constituição Federal:
e) Que seja brasileiro nato ou naturalizado
e tenha a idade mínima de 30 anos. I – Os inalistáveis e os analfabetos;
II – O Presidente da República, no período
11. O alistamento eleitoral e o voto são: subseqüente, para o mesmo cargo;
a) Obrigatórios para os maiores de III – O Governador de Estado, no período
dezesseis anos e menores de vinte e um subseqüente, para o mesmo cargo;
anos;
a) I, II e III estão corretas;
b) Apenas I e II estão corretas;

www.acasadoconcurseiro.com.br 555
c) Apenas II está correta; 18. O filho de Governador de Estado pode
d) Apenas I está correta; disputar eleição para o cargo de Deputado
e) Todas estão incorretas. Estadual no território de jurisdição de seu
pai?
14. O mandato eletivo poderá ser impugnado
ante a Justiça Eleitoral no prazo de ..... dias a) Não, já que a Constituição proíbe, a não
contados da diplomação, instruída a ação ser que seja candidato a reeleição;
com provas de ............... corrupção ou b) Sim, pois o impedimento constitucional
fraude. diz respeito ao mesmo cargo;
c) Sim, já que a Constituição não trata do
a) 10 – abuso de direito político; assunto;
b) 15 – abuso do poder econômico; d) Não, em hipótese alguma;
c) 15 – abuso de prerrogativas; e) Nenhuma das respostas anteriores está
d) 12 – abuso de direito político; correta.
e) 5 – abuso do poder econômico.
19. Analise:
15. É incorreto afirmar que são inelegíveis:
I – O direito de sufrágio é bem mais amplo
a) O cônjuge de Presidente da República, que o direito de voto, pois contém, em
para vereador; seu bojo, a capacidade eleitoral ativa e a
b) O pai de Governador de Estado para capacidade eleitoral passiva.
Deputado Estadual; II – A soberania popular será exercida pelo
c) O cunhado de Prefeito, para a Câmara sufrágio universal e pelo voto direto e
de Vereadores do mesmo Município; secreto, com valor igual para todos, e, nos
d) O irmão do Governador para Deputado termos da lei, mediante plebiscito.
Estadual;
e) O primo do Prefeito, para vereador. III – São inelegíveis o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o terceiro grau,
16. Com relação aos direitos políticos, é vedada do Governador ou do Prefeito, ou de quem
sua: os haja substituído dentro dos três meses
anteriores ao pleito, ainda que titular de
a) Cassação; mandato eletivo e candidato à reeleição.
b) Perda;
c) Suspensão; IV – O mandato eletivo poderá ser
d) Aquisição; impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
e) Utilização. de quinze dias da eleição e até trinta dias da
diplomação, instruída a ação com provas da
17. É condição de elegibilidade: prática de eventual crime ou contravenção.
V – Não podem alistar-se como eleitores os
a) Ter menos de oitenta anos; estrangeiros e, durante o período do serviço
b) a idade mínima de dezoito anos para militar obrigatório, os conscritos.
ser prefeito;
c) a idade mínima de trinta anos para É correto o que consta APENAS em
analfabeto se eleger Governador de a) I, II e V
Estado; b) I e IV
d) a idade mínima de vinte e um anos para c) II e III
o estrangeiro, naturalizado brasileiro, d) II, III e IV
ser deputado federal. e) somente a I está correta.

556 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira

20. Quanto aos direitos políticos, estabelece a to do eleitorado nacional, distribuído


Constituição Federal que: pelo menos por quatro Estados, com
não menos de um décimo por cento
a) A lei que alterar o processo eleitoral dos eleitores de cada um deles;
entrará em vigor na data de sua sanção, d) à Câmara dos Deputados de projeto
aplicando-se somente à eleição que de lei subscrito por, no mínimo, dois
ocorrer até um ano da data de sua por cento do eleitorado nacional,
vigência; distribuído pelo menos por nove
b) O alistamento eleitoral e o voto são Estados, com não menos de dois
facultativos para os analfabetos, os décimos por cento dos eleitores de
maiores de sessenta e cinco anos e para cada um deles;
os menores de dezoito anos; e) à Câmara dos Deputados de projeto
c) exige-se, para concorrer aos cargos de lei subscrito por, no mínimo, um
de Deputado Federal e de Vereador, por cento do eleitorado nacional,
respectivamente, a idade mínima de distribuído pelo menos por cinco
trinta e de vinte e um anos; Estados, com não menos de três
d) o Governador, para concorrer ao décimos por cento dos eleitores de
mesmo ou a outros cargos, deve cada um deles.
renunciar ao respectivo mandato até
três meses antes do pleito; 23. Um brasileiro naturalizado que tenha 35
e) são inelegíveis os inalistáveis e os anos de idade pode exercer o cargo de:
analfabetos.
I – Vereador;
21. Constitui meio de exercício da soberania II – Prefeito;
popular, previsto na Constituição Federal,
dentre outros: III – Governador de Estado;

a) a lei delegada; IV – Deputado Federal


b) o plebiscito; A quantidade de itens certos é igual a:
c) a lei ordinária; a) 0
d) a medida provisória. b) 1
c) 2
22. A iniciativa popular pode ser exercida pela d) 3
apresentação: e) 4
a) ao Senado Federal de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento 24. Acerca dos direitos políticos, assinale a
do eleitorado nacional, distribuído pelo opção correta.
menos por onze Estados, com não me- a) O presidente da República, os governa-
nos de um décimo por cento dos eleito- dores de estado e do Distrito Federal e
res de cada um deles; os prefeitos poderão ser reeleitos para
b) ao Congresso Nacional de projeto de lei apenas um período subsequente, não
subscrito por, no mínimo, dois por cen- necessitando da renúncia para concor-
to do eleitorado nacional, distribuído rer à reeleição;
pelo menos por sete Estados, com não b) Para concorrerem aos mesmos cargos,
menos de dois décimos por cento dos o presidente da República, os governa-
eleitores de cada um deles; dores de estado e do Distrito Federal e
c) ao Senado Federal de projeto de lei os prefeitos devem renunciar aos res-
subscrito por, no mínimo, dois por cen-

www.acasadoconcurseiro.com.br 557
pectivos mandatos até seis meses antes 27. De acordo com a Constituição da República,
do pleito. são inalistáveis e inelegíveis:
c) Segundo a CF, o militar alistável é
inelegível; a) somente os analfabetos e os conscritos.
d) O cônjuge e os parentes consanguíneos b) os estrangeiros, os analfabetos e os
ou afins até o segundo grau ou por conscritos.
adoção do presidente da República, de c) somente os estrangeiros e os
governador de estado ou território, do analfabetos.
Distrito Federal e de prefeito podem d) somente os estrangeiros e os conscritos.
concorrer, no território da jurisdição do
titular. 28. A capacidade eleitoral passiva consistente
na possibilidade de o cidadão pleitear
25. Assinale a opção correta quanto aos direitos determinados mandatos políticos, mediante
políticos e à cidadania: eleição popular, desde que preenchidos
certos requisitos, conceitua-se em:
a) Entre as hipóteses de suspensão dos
direitos políticos previstas na CF está a a) alistamento eleitoral.
prática de improbidade adminsitrativa; b) direito de voto.
b) Os conscritos, durante o período c) direito de sufrágio.
de serviço militar obrigatório, não d) elegibilidade.
podem alistar-se como eleitores, e) dever sociopolítico.
salvo mediante prévia autorização do
superior hierárquico; 29. Em relação aos direitos políticos, avalie as
c) Indivíduos analfabetos não possuem proposições a seguir:
direito ao voto; I – O alistamento eleitoral e o voto são
d) A lei que alterar o processo eleitoral obrigatórios para os maiores de dezoito
entrará em vigor um ano após a data anos e facultativos para os analfabetos, os
de sua publicação, não se aplicando maiores de sessenta anos e os maiores de
à eleição que ocorra no período dezesseis e menores de dezoito anos.
subseqüente.
II – A soberania popular será exercida
26. Nos termos do que estabelece a Constitui- pelo sufrágio universal e pelo voto direto
ção Federal, a soberania popular será exer- e secreto, com valor igual para todos, e,
cida pelo sufrágio universal e pelo voto dire- nos termos da lei, mediante plebiscito,
to e secreto: referendo e iniciativa popular.
III – São condições de alistabilidade, na
a) facultativo para os analfabetos e forma da lei a nacionalidade brasileira,
maiores de 70 (setenta) anos; o pleno exercício dos direitos políticos,
b) obrigatório para os maiores de o domicílio eleitoral na circunscrição e a
dezesseis anos; filiação partidária.
c) obrigatório para todos, inclusive os
analfabetos; IV – São inelegíveis, no território de
d) obrigatório para todos, inclusive para os jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
maiores de 70 (setenta) anos; consanguíneos ou afins, até o segundo grau
e) facultativo para os maiores de 60 ou por adoção, do Presidente da República,
(sessenta) anos. de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
os haja substituído dentro dos nove meses

558 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira

anteriores ao pleito, mesmo se já titular de a) idade mínima de vinte e cinco anos de


mandato eletivo e candidato à reeleição. idade e domicílio eleitoral referente a
Está(ão) CORRETA(S): um período de dois anos.
b) idade mínima de vinte e um anos
a) Somente as proposições I, II e III. de idade e de domicílio eleitoral
b) Somente as proposições I, III e IV. na circunscrição do Município de
c) Somente as proposições II e III. Margarida.
d) Somente a proposição II. c) domicílio eleitoral na circunscrição do
e) Somente a proposição IV. Município de Margarida e de idade
mínima de trinta anos de idade.
30. Plínio filiado à partido político e brasileiro, de d) pleno exercício dos direitos políticos
reputação ilibada que acabara de completar e de idade mínima de trinta anos de
vinte anos de idade no mês de junho de idade.
2008, efetuou o seu alistamento eleitoral e) pleno exercício dos direitos políticos e
na circunscrição eleitoral do Município de de idade mínima de vinte e cinco anos
Caju, onde mantinha seu domicilio. A sua de idade.
intenção era a de concorrer ao cargo de
Prefeito no Município de Margarida, nas
eleições daquele mesmo ano, posto que
frequentava faculdade na referida Cidade,
e era presidente do diretório acadêmico,
sendo conhecido e amado pelos colegas
de faculdade e pela maioria dos habitantes
da região, com grandes chances de vencer
as eleições. Porém, sua candidatura ao
referido cargo foi barrada, porque não
preenchia os requisitos de

Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. E 5. A 6. C 7. D 8. D 9. B 10. C 11. D 12. D 13. D 14. B 15. E 16. A


17. D 18. A 19. A 20. E 21. B 22. E 23. E 24. A 25. A 26. A 27. D 28. D 29. D 30. B

www.acasadoconcurseiro.com.br 559
Direito Constitucional

DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio
e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 561
Direito Constitucional

Professor Giuliano Tamagno

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Consti-
tuição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou rein-
tegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexa-
rem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da po-
pulação diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei com-
plementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulga-
ção dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento
ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CONCEITO DE:

FORMA DE GOVERNO: República (FOGO) – Em ciência política, chama-se forma de governo (ou
sistema político) o conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza
a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. Tendo em mente a dificuldade em classificar-se
as formas de governo, estas são tradicionalmente categorizadas em: Monarquia – República –
Anarquia (Ausência de estado).
SISTEMA DE GOVERNO: Presidencialismo (SIGO)

www.acasadoconcurseiro.com.br 565
Em ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividi-
do e exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau
de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e
executivo(presidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a
dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de
governo do Reino Unido.
FORMAS DE ESTADO – FEDERAÇÃO (F + E): As formas de Estado são maneira pela qual o Estado
organiza sua população, o território e estrutura o seu poder relativamente a outros de igual
espécie.

Formas de Estado
De acordo com a classificação doutrinária, existem três formas de Estado, quais sejam o Estado
Federal, o Estado Unitário e o Estado Confederado, o Brasil adotou a forma de Estado Fede-
rado, e por essa razão iremos aprofundar os nossos estudos nesta modalidade, obviamente
traçando um paralelo com as outras formas.

Estado Unitário
O Estado unitário é relativamente descentralizado, ao invés de Estados, possuem províncias,
que por sua vez não possuem autonomia constitucional (vamos ver bem isso quando tratarmos
de Constituição Estadual).
A pedra fundamental deste tipo de Estado é prescrita pela constituição do Estado Unitário
como um todo e só pode ser modificada por meio de uma modificação nessa constituição.
As unidades possuem apenas competência para a legislação provincial, dentro do que a consti-
tuição do Estado unitário prescrever.
A legislação em matérias da constituição é totalmente centralizada, ao passo que, no Estado
federal, ela é centralizada apenas de modo incompleto, ou seja, até certo ponto, ela é descen-
tralizada.
Como exemplo de Estados Unitários temos Uruguai, Espanha e o Brasil até 1891.

Estado Confederado
A principal característica de uma Confederação é a existência de um Tratado Internacional para
unir os estados pertencentes, é o que a doutrina chama de “ligados por um cimento jurídico”
que seria este Tratado Internacional, ao invés de uma Constituição.
Outro ponto importante é que, na Confederação, os Estados constituintes não abrem mão da
sua soberania, enquanto que, na Federação, a soberania é transferida para o Estado Federal.
Geralmente a confederação é governada por uma Assembleia dos Estados Confederados, que
têm direitos e deveres idênticos. A confederação tem personalidade jurídica, mas a sua capa-

566 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Organização Político-Administrativa – Prof. Giuliano Tamagno

cidade internacional é limitada. Do ponto de vista histórico, a confederação costuma ser uma
fase de um processo que leva à federação, como nos casos dos Estados Unidos e da Suíça.

Estado Federado

Origem
O Federalismo tem origem na revolução e independência dos Estados Unidos. Os líderes colo-
niais norte americanos deram início a confronto armado contra a Inglaterra em 1776 porque
estavam descontentes com as políticas adotadas pelo Parlamento Inglês entre as décadas de
1760 e 1770 e também porque não admitiam mais que o Parlamento Inglês possuísse autorida-
de para determinar e executar às suas colônias tudo que desejasse.
Para recusar o poder exercido pela Inglaterra sobre as colônias norte americanas, os colonos
passaram a questionar a origem da soberania. Na concepção dos Ingleses a soberania perten-
cia ao Estado Inglês e as únicas limitações a ela seriam determinadas por critérios do próprio
soberano. Em contrapartida, os colonos defendiam que a soberania possui origem na popula-
ção e seria exercida pelo Estado nos limites do poder que lhe foi delegado.
A partir desse embate, foi declarada a independência das Colônias Americanas em 1776, elas
passaram a enfrentar o desafio de elaborar um novo regime constitucional para dar lugar ao
espaço antes preenchido pela Lei Britânica.
Em 1777 foi estabelecido o pacto confederativo, que criava um Estado Confederado, uma uni-
dade frágil entre os Estados autônomos norte americanos para fazer frente à Europa.
Em 1787 enfraquecidos pela forma de estado adotada, pois a liberdade trazia sérias consequ-
ências, doze delegados dos Estados Norte Americanos se reuniram na Convenção de Filadélfia
para repensar o arranjo confederativo.
Percebam o tamanho do problema!! Haviam 13 estados independentes, autônomos e livres,
que em tese, pelo pacto confederativo, precisam se unir para fazer frente a Europa. Ocorre
que na hora de enviar soldados, mantimentos, verbas, etc, para a Confederação, os estados
simplesmente não mandavam, sob o argumento de que eram livres e independentes, não pre-
cisavam mandar se não quisessem, ou seja, a confederação tinha fracassado pela ausência de
poder centralizador capaz de manter uma unidade entre os Estados.
Assim, desta reunião na Filadélfia, com duas formas de estado fracassadas na mão, os doze de-
legados, abriram mão de suas liberdades, e deram origem ao primeiro Estado Federado (deten-
tor de soberania e composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo
próprio).
Ou seja, a Constituição Federativa Americana nasceu de estado que eram livres, e se tornaram
únicos – movimento que pode cair na tua prova com a denominação “Centrípeta” ou seja, de
fora para dentro. No Brasil, tínhamos um Estado Unitário e esse bloco se difundiu e criou esta-
dos autônomos, ou seja, foi o contrário dos EUA, por isso a nomenclatura é “centrífuga”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 567
Características comuns a toda Federação
Descentralização Política: Na Constituição Federal existem núcleos de poderes políticos, refe-
rendando autonomia para os seus entes.
Constituição Rígida como base Jurídica: visa garantir a distribuição de competências entre os
entes autônomos surgindo uma estabilidade institucional.
Inexistência do Direito de Secessão: não é autorizado o direito de retirada. Uma vez que o ente
adere ao pacto federativo, não pode mais sair, sob pena de INTERVENÇÃO. Esta característica
dá luz ao princípio da indissolubilidade do vínculo federativo – lembrando que a forma federa-
tiva é um dos limites materiais ao poder de emenda.
Soberania do Estado Federal: ao ingressar na Federação os estados perdem a Soberania, pas-
sando a ser autônomos. A soberania é uma característica do todo, do país, do Estado Federal
– República Federativa do Brasil.
Auto-organização dos Estados membros: através de suas constituições estaduais (art. 25 CF/88
Órgão representativo dos Estados membros: A representação dá-se através do Senado Federal
– Art. 46 CF.
Guardião da Constituição: Toda federação tem um protetor/tradutor da Constituição, no Brasil
é o Supremo Tribunal Federal.

568 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União: XI – as terras tradicionalmente ocupadas


pelos índios.
I – os que atualmente lhe pertencem e os
que lhe vierem a ser atribuídos; § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
II – as terras devolutas indispensáveis à pios, bem como a órgãos da administração
defesa das fronteiras, das fortificações e direta da União, participação no resultado
construções militares, das vias federais de da exploração de petróleo ou gás natural,
comunicação e à preservação ambiental, de recursos hídricos para fins de geração
definidas em lei; de energia elétrica e de outros recursos mi-
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de nerais no respectivo território, plataforma
água em terrenos de seu domínio, ou que continental, mar territorial ou zona econô-
banhem mais de um Estado, sirvam de li- mica exclusiva, ou compensação financeira
mites com outros países, ou se estendam a por essa exploração.
território estrangeiro ou dele provenham, § 2º A faixa de até cento e cinqüenta qui-
bem como os terrenos marginais e as praias lômetros de largura, ao longo das fronteiras
fluviais; terrestres, designada como faixa de frontei-
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas ra, é considerada fundamental para defesa
limítrofes com outros países; as praias ma- do território nacional, e sua ocupação e uti-
rítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, ex- lização serão reguladas em lei.
cluídas, destas, as que contenham a sede de Art. 21. Compete à União:
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade ambiental fe- I – manter relações com Estados estrangei-
deral, e as referidas no art. 26, II; ros e participar de organizações internacio-
nais;
V – os recursos naturais da plataforma con-
tinental e da zona econômica exclusiva; II – declarar a guerra e celebrar a paz;
VI – o mar territorial; III – assegurar a defesa nacional;
VII – os terrenos de marinha e seus acres- IV – permitir, nos casos previstos em lei
cidos; complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele
VIII – os potenciais de energia hidráulica; permaneçam temporariamente;
IX – os recursos minerais, inclusive os do V – decretar o estado de sítio, o estado de
subsolo; defesa e a intervenção federal;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os VI – autorizar e fiscalizar a produção e o co-
sítios arqueológicos e pré-históricos; mércio de material bélico;

www.acasadoconcurseiro.com.br 569
VII – emitir moeda; XIV – organizar e manter a polícia civil, a po-
lícia militar e o corpo de bombeiros militar
VIII – administrar as reservas cambiais do do Distrito Federal, bem como prestar assis-
País e fiscalizar as operações de natureza fi- tência financeira ao Distrito Federal para a
nanceira, especialmente as de crédito, câm- execução de serviços públicos, por meio de
bio e capitalização, bem como as de seguros fundo próprio;
e de previdência privada;
XV – organizar e manter os serviços oficiais
IX – elaborar e executar planos nacionais e de estatística, geografia, geologia e carto-
regionais de ordenação do território e de grafia de âmbito nacional;
desenvolvimento econômico e social;
XVI – exercer a classificação, para efeito in-
X – manter o serviço postal e o correio aé- dicativo, de diversões públicas e de progra-
reo nacional; mas de rádio e televisão;
XI – explorar, diretamente ou mediante au- XVII – conceder anistia;
torização, concessão ou permissão, os servi-
ços de telecomunicações, nos termos da lei, XVIII – planejar e promover a defesa perma-
que disporá sobre a organização dos servi- nente contra as calamidades públicas, espe-
ços, a criação de um órgão regulador e ou- cialmente as secas e as inundações;
tros aspectos institucionais;
XIX – instituir sistema nacional de gerencia-
XII – explorar, diretamente ou mediante au- mento de recursos hídricos e definir crité-
torização, concessão ou permissão: rios de outorga de direitos de seu uso;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de XX – instituir diretrizes para o desenvolvi-
sons e imagens; mento urbano, inclusive habitação, sanea-
mento básico e transportes urbanos;
b) os serviços e instalações de energia elé-
trica e o aproveitamento energético dos XXI – estabelecer princípios e diretrizes para
cursos de água, em articulação com os Es- o sistema nacional de viação;
tados onde se situam os potenciais hidroe-
nergéticos; XXII – executar os serviços de polícia maríti-
ma, aeroportuária e de fronteiras;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-
-estrutura aeroportuária; XXIII – explorar os serviços e instalações
nucleares de qualquer natureza e exercer
d) os serviços de transporte ferroviário e monopólio estatal sobre a pesquisa, a la-
aquaviário entre portos brasileiros e fron- vra, o enriquecimento e reprocessamento,
teiras nacionais, ou que transponham os li- a industrialização e o comércio de minérios
mites de Estado ou Território; nucleares e seus derivados, atendidos os se-
guintes princípios e condições:
e) os serviços de transporte rodoviário inte-
restadual e internacional de passageiros; a) toda atividade nuclear em território na-
cional somente será admitida para fins pa-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; cíficos e mediante aprovação do Congresso
XIII – organizar e manter o Poder Judiciá- Nacional;
rio, o Ministério Público do Distrito Federal b) sob regime de permissão, são autoriza-
e dos Territórios e a Defensoria Pública dos das a comercialização e a utilização de ra-
Territórios; dioisótopos para a pesquisa e usos médicos,
agrícolas e industriais;

570 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da União – Prof. Giuliano Tamagno

c) sob regime de permissão, são autorizadas XV – emigração e imigração, entrada, extra-


a produção, comercialização e utilização de dição e expulsão de estrangeiros;
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior
a duas horas; XVI – organização do sistema nacional de
emprego e condições para o exercício de
d) a responsabilidade civil por danos nucle- profissões;
ares independe da existência de culpa;
XVII – organização judiciária, do Ministério
XXIV – organizar, manter e executar a inspe- Público do Distrito Federal e dos Territórios
ção do trabalho; e da Defensoria Pública dos Territórios, bem
como organização administrativa destes;
XXV – estabelecer as áreas e as condições
para o exercício da atividade de garimpa- XVIII – sistema estatístico, sistema cartográ-
gem, em forma associativa. fico e de geologia nacionais;
Art. 22. Compete privativamente à União legis- XIX – sistemas de poupança, captação e ga-
lar sobre: rantia da poupança popular;
I – direito civil, comercial, penal, processu- XX – sistemas de consórcios e sorteios;
al, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho; XXI – normas gerais de organização, efeti-
vos, material bélico, garantias, convocação
II – desapropriação; e mobilização das polícias militares e corpos
de bombeiros militares;
III – requisições civis e militares, em caso de
iminente perigo e em tempo de guerra; XXII – competência da polícia federal e das
polícias rodoviária e ferroviária federais;
IV – águas, energia, informática, telecomu-
nicações e radiodifusão; XXIII – seguridade social;
V – serviço postal; XXIV – diretrizes e bases da educação nacio-
nal;
VI – sistema monetário e de medidas, títu-
los e garantias dos metais; XXV – registros públicos;
VII – política de crédito, câmbio, seguros e XXVI – atividades nucleares de qualquer na-
transferência de valores; tureza;
VIII – comércio exterior e interestadual; XXVII – normas gerais de licitação e contra-
tação, em todas as modalidades, para as ad-
IX – diretrizes da política nacional de trans- ministrações públicas diretas, autárquicas e
portes; fundacionais da União, Estados, Distrito Fe-
X – regime dos portos, navegação lacustre, deral e Municípios, obedecido o disposto no
fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos
XI – trânsito e transporte; do art. 173, § 1º, III;
XII – jazidas, minas, outros recursos mine- XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespa-
rais e metalurgia; cial, defesa marítima, defesa civil e mobili-
XIII – nacionalidade, cidadania e naturaliza- zação nacional;
ção; XXIX – propaganda comercial.
XIV – populações indígenas;

www.acasadoconcurseiro.com.br 571
Parágrafo único. Lei complementar poderá União e os Estados, o Distrito Federal e os
autorizar os Estados a legislar sobre ques- Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
tões específicas das matérias relacionadas desenvolvimento e do bem-estar em âmbi-
neste artigo. to nacional.
Art. 23. É competência comum da União, dos Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Dis-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: trito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – zelar pela guarda da Constituição, das I – direito tributário, financeiro, penitenciá-
leis e das instituições democráticas e con- rio, econômico e urbanístico;
servar o patrimônio público;
II – orçamento;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da
proteção e garantia das pessoas portadoras III – juntas comerciais;
de deficiência; IV – custas dos serviços forenses;
III – proteger os documentos, as obras e ou- V – produção e consumo;
tros bens de valor histórico, artístico e cul-
tural, os monumentos, as paisagens natu- VI – florestas, caça, pesca, fauna, conserva-
rais notáveis e os sítios arqueológicos; ção da natureza, defesa do solo e dos recur-
sos naturais, proteção do meio ambiente e
IV – impedir a evasão, a destruição e a des- controle da poluição;
caracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico ou cultural; VII – proteção ao patrimônio histórico, cul-
tural, artístico, turístico e paisagístico;
V – proporcionar os meios de acesso à cul-
tura, à educação e à ciência; VIII – responsabilidade por dano ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos
VI – proteger o meio ambiente e combater de valor artístico, estético, histórico, turísti-
a poluição em qualquer de suas formas; co e paisagístico;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; IX – educação, cultura, ensino e desporto;
VIII – fomentar a produção agropecuária e X – criação, funcionamento e processo do
organizar o abastecimento alimentar; juizado de pequenas causas;
IX – promover programas de construção de XI – procedimentos em matéria processual;
moradias e a melhoria das condições habi-
tacionais e de saneamento básico; XII – previdência social, proteção e defesa
da saúde;
X – combater as causas da pobreza e os fa-
tores de marginalização, promovendo a in- XIII – assistência jurídica e Defensoria públi-
tegração social dos setores desfavorecidos; ca;

XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as XIV – proteção e integração social das pes-


concessões de direitos de pesquisa e explo- soas portadoras de deficiência;
ração de recursos hídricos e minerais em
XV – proteção à infância e à juventude;
seus territórios;
XVI – organização, garantias, direitos e de-
XII – estabelecer e implantar política de
veres das polícias civis.
educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fi-
xarão normas para a cooperação entre a

572 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da União – Prof. Giuliano Tamagno

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a § 3º Inexistindo lei federal sobre normas


competência da União limitar-se-á a estabe- gerais, os Estados exercerão a competência
lecer normas gerais. legislativa plena, para atender a suas pecu-
liaridades.
§ 2º A competência da União para legislar
sobre normas gerais não exclui a competên- § 4º A superveniência de lei federal sobre
cia suplementar dos Estados. normas gerais suspende a eficácia da lei es-
tadual, no que lhe for contrário.

UNIÃO

União é o ente que se relaciona INTERNAMENTE, é uma pessoa jurídica de direito público inter-
no (CC art. 41,I), formada pela reunião das partes componentes.
Iniciamos o nosso estudo da União apresentando os bens da União, que estão indicados no Art.
20 da CF, onde, dentre outros, estão incluídos os recursos minerais, inclusive os do subsolo, e os
potenciais de energia hidráulica (art. 20, VIII a X CF), que, após inúmeras demandas, decidiu-se
que é assegurada a participação dos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da Adminis-
tração Direta da União, no produto desta exploração ou compensação financeira.

COMPETÊNCIAS

Diante da autonomia das entidades federativas, a Constituição repartiu, entre elas, as variadas
competências, isso é, modalidades de poder em que os órgãos das entidades federativas po-
dem realizar suas funções.
Cabem à União as matérias de interesse geral ou nacional, aos estados os assuntos de interesse
regional e aos municípios os de interesse local.
A CF enumera os poderes da União (art. 21 e 22), dos estados (Art. 25 §1º) e dos Municípios
(art. 30) combinando possibilidades de delegação.
A competência material pode ser exclusiva (art. 21) e comum (art. 23) a competência legislativa
pode ser privativa (art.22) e concorrente (art. 24).

www.acasadoconcurseiro.com.br 573
Direito Constitucional

DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se tação do Estado na Câmara dos Deputados e,
pelas Constituições e leis que adotarem, obser- atingido o número de trinta e seis, será acresci-
vados os princípios desta Constituição. do de tantos quantos forem os Deputados Fede-
rais acima de doze.
§ 1º São reservadas aos Estados as com-
petências que não lhes sejam vedadas por § 1º Será de quatro anos o mandato dos
esta Constituição. Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes
as regras desta Constituição sobre siste-
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamen- ma eleitoral, inviolabilidade, imunidades,
te, ou mediante concessão, os serviços lo- remuneração, perda de mandato, licença,
cais de gás canalizado, na forma da lei, ve- impedimentos e incorporação às Forças Ar-
dada a edição de medida provisória para a madas.
sua regulamentação.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei com- será fixado por lei de iniciativa da Assem-
plementar, instituir regiões metropolitanas, bléia Legislativa, na razão de, no máximo,
aglomerações urbanas e microrregiões, setenta e cinco por cento daquele estabele-
constituídas por agrupamentos de municí- cido, em espécie, para os Deputados Fede-
pios limítrofes, para integrar a organização, rais, observado o que dispõem os arts. 39,
o planejamento e a execução de funções § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
públicas de interesse comum.
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: dispor sobre seu regimento interno, polícia
I – as águas superficiais ou subterrâneas, e serviços administrativos de sua secretaria,
fluentes, emergentes e em depósito, ressal- e prover os respectivos cargos.
vadas, neste caso, na forma da lei, as decor- § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular
rentes de obras da União; no processo legislativo estadual.
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Go-
que estiverem no seu domínio, excluídas vernador de Estado, para mandato de quatro
aquelas sob domínio da União, Municípios anos, realizar-se-á no primeiro domingo de ou-
ou terceiros; tubro, em primeiro turno, e no último domingo
III – as ilhas fluviais e lacustres não perten- de outubro, em segundo turno, se houver, do
centes à União; ano anterior ao do término do mandato de seus
antecessores, e a posse ocorrerá em primei-
IV – as terras devolutas não compreendidas ro de janeiro do ano subsequente, observado,
entre as da União. quanto ao mais, o disposto no art. 77.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia § 1º Perderá o mandato o Governador que
Legislativa corresponderá ao triplo da represen- assumir outro cargo ou função na adminis-

www.acasadoconcurseiro.com.br 575
tração pública direta ou indireta, ressalvada serão fixados por lei de iniciativa da Assem-
a posse em virtude de concurso público e bléia Legislativa, observado o que dispõem
observado o disposto no art. 38, I, IV e V. os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-
-Governador e dos Secretários de Estado

DOS ESTADOS

Os Estados Federados tem autonomia político-administrativa, frente aos demais entes fede-
rativos, regendo-se por suas próprias Constituições, ressalvando-se o que estiver vedado na
Constituição Federal, por exemplo Art. 18 §2º, 152. Os Estados não podem se contrapor àquilo
reservado à competência de outro ente, sob pena de intervenção.
Os Estados Membros, nos termos do Art. 25 organizam-se e regem-se por sua própria constitui-
ção, observados os princípios da Constituição Federal.
Sobre os bens do Estado, dispõe o Art. 26 quais pertencem aos Estados, e por óbvio são aque-
les que não pertencem a União.
O Art. 27 da CF, dispõe sobre o Poder Legislativo Estadual – Assembleia Legislativa
O Art. 28 da CF, dispões sobre o Poder Executivo Estadual – Governador, vice-governador, se-
cretários de Estado.

576 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municí-
votada em dois turnos, com o interstício míni- pios de mais de 80.000 (oitenta mil) habi-
mo de dez dias, e aprovada por dois terços dos tantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)
membros da Câmara Municipal, que a promul- habitantes;
gará, atendidos os princípios estabelecidos nes-
ta Constituição, na Constituição do respectivo f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municí-
Estado e os seguintes preceitos: pios de mais de 120.000 (cento e vinte mil)
habitantes e de até 160.000 (cento sessenta
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e mil) habitantes;
dos Vereadores, para mandato de quatro
anos, mediante pleito direto e simultâneo g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municí-
realizado em todo o País; pios de mais de 160.000 (cento e sessenta
mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito mil) habitantes;
realizada no primeiro domingo de outubro
do ano anterior ao término do mandato dos h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Muni-
que devam suceder, aplicadas as regras do cípios de mais de 300.000 (trezentos mil)
art. 77, no caso de Municípios com mais de habitantes e de até 450.000 (quatrocentos
duzentos mil eleitores; e cinquenta mil) habitantes;

III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Muni-


dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da cípios de mais de 450.000 (quatrocentos e
eleição; cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
(seiscentos mil) habitantes;
IV – para a composição das Câmaras Muni-
cipais, será observado o limite máximo de: j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Muni-
cípios de mais de 600.000 (seiscentos mil)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de habitantes e de até 750.000 (setecentos
até 15.000 (quinze mil) habitantes; cinquenta mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Mu-
mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de nicípios de mais de 750.000 (setecentos e
até 30.000 (trinta mil) habitantes; cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios
com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municí-
e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; pios de mais de 900.000 (novecentos mil)
habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios cinquenta mil) habitantes;
de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitan-
tes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municí-
pios de mais de 1.050.000 (um milhão e cin

www.acasadoconcurseiro.com.br 577
quenta mil) habitantes e de até 1.200.000 w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos
(um milhão e duzentos mil) habitantes; Municípios de mais de 7.000.000 (sete mi-
lhões) de habitantes e de até 8.000.000
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Mu- (oito milhões) de habitantes; e
nicípios de mais de 1.200.000 (um milhão e
duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- Municípios de mais de 8.000.000 (oito mi-
bitantes; lhões) de habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Muni- V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito
cípios de 1.350.000 (um milhão e trezen- e dos Secretários Municipais fixados por lei
tos e cinquenta mil) habitantes e de até de iniciativa da Câmara Municipal, observa-
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) ha- do o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
bitantes; 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Mu- VI – o subsídio dos Vereadores será fixado
nicípios de mais de 1.500.000 (um mi- pelas respectivas Câmaras Municipais em
lhão e quinhentos mil) habitantes e de até cada legislatura para a subsequente, ob-
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) ha- servado o que dispõe esta Constituição, ob-
bitantes; servados os critérios estabelecidos na res-
pectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos máximos:
Municípios de mais de 1.800.000 (um mi-
lhão e oitocentos mil) habitantes e de até a) em Municípios de até dez mil habitantes,
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) o subsídio máximo dos Vereadores corres-
habitantes; ponderá a vinte por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Mu-
nicípios de mais de 2.400.000 (dois milhões b) em Municípios de dez mil e um a cin-
e quatrocentos mil) habitantes e de até quenta mil habitantes, o subsídio máximo
3.000.000 (três milhões) de habitantes; dos Vereadores corresponderá a trinta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos
Municípios de mais de 3.000.000 (três mi- c) em Municípios de cinquenta mil e um a
lhões) de habitantes e de até 4.000.000 cem mil habitantes, o subsídio máximo dos
(quatro milhões) de habitantes; Vereadores corresponderá a quarenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos
Municípios de mais de 4.000.000 (quatro d) em Municípios de cem mil e um a trezen-
milhões) de habitantes e de até 5.000.000 tos mil habitantes, o subsídio máximo dos
(cinco milhões) de habitantes; Vereadores corresponderá a cinquenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos
Municípios de mais de 5.000.000 (cinco e) em Municípios de trezentos mil e um a
milhões) de habitantes e de até 6.000.000 quinhentos mil habitantes, o subsídio má-
(seis milhões) de habitantes; ximo dos Vereadores corresponderá a ses-
senta por cento do subsídio dos Deputados
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Mu- Estaduais;
nicípios de mais de 6.000.000 (seis milhões)
de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi- f) em Municípios de mais de quinhentos mil
lhões) de habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Verea-

578 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Municípios – Prof. Giuliano Tamagno

dores corresponderá a setenta e cinco por III – 5% (cinco por cento) para Municípios
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; com população entre 300.001 (trezentos
mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habi-
VII – o total da despesa com a remuneração tantes;
dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos
Município; por cento) para Municípios com popula-
ção entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
suas opiniões, palavras e votos no exercício
do mandato e na circunscrição do Municí- V – 4% (quatro por cento) para Municípios
pio; com população entre 3.000.001 (três mi-
lhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de
IX – atibilidades, no exercício da vereança, habitantes;
similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congres- VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por
so Nacional e na Constituição do respectivo cento) para Municípios com população aci-
Estado para os membros da Assembléia Le- ma de 8.000.001 (oito milhões e um) habi-
gislativa; tantes.
X – julgamento do Prefeito perante o Tribu- § 1º A Câmara Municipal não gastará mais
nal de Justiça; de setenta por cento de sua receita com fo-
lha de pagamento, incluído o gasto com o
XI – organização das funções legislativas e subsídio de seus Vereadores.
fiscalizadoras da Câmara Municipal;
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do
XII – cooperação das associações represen- Prefeito Municipal:
tativas no planejamento municipal;
I – efetuar repasse que supere os limites de-
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de finidos neste artigo;
interesse específico do Município, da cidade
ou de bairros, através de manifestação de, II – não enviar o repasse até o dia vinte de
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; cada mês; ou
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos III – enviá-lo a menor em relação à propor-
termos do art. 28, parágrafo único. ção fixada na Lei Orçamentária.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legisla- § 3º Constitui crime de responsabilidade do
tivo Municipal, incluídos os subsídios dos Vere- Presidente da Câmara Municipal o desres-
adores e excluídos os gastos com inativos, não peito ao § 1º deste artigo.
poderá ultrapassar os seguintes percentuais,
relativos ao somatório da receita tributária e Art. 30. Compete aos Municípios:
das transferências previstas no § 5º do art. 153 I – legislar sobre assuntos de interesse local;
e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no
exercício anterior: II – suplementar a legislação federal e a es-
tadual no que couber;
I – 7% (sete por cento) para Municípios com
população de até 100.000 (cem mil) habi- III – instituir e arrecadar os tributos de sua
tantes; competência, bem como aplicar suas ren-
das, sem prejuízo da obrigatoriedade de
II – 6% (seis por cento) para Municípios prestar contas e publicar balancetes nos
com população entre 100.000 (cem mil) e prazos fixados em lei;
300.000 (trezentos mil) habitantes;

www.acasadoconcurseiro.com.br 579
IV – criar, organizar e suprimir distritos, ob- § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conse-
servada a legislação estadual; lhos ou órgãos de Contas Municipais.
V – organizar e prestar, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, os ser-
viços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter es-
sencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do Estado, programas
de educação infantil e de ensino fundamen-
tal;
VII – prestar, com a cooperação técnica e fi-
nanceira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
VIII – promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planeja-
mento e controle do uso, do parcelamento
e da ocupação do solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio
histórico-cultural local, observada a legisla-
ção e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exerci-
da pelo Poder Legislativo Municipal, mediante
controle externo, e pelos sistemas de controle
interno do Poder Executivo Municipal, na forma
da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Muni-
cipal será exercido com o auxílio dos Tribu-
nais de Contas dos Estados ou do Município
ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas
dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão
competente sobre as contas que o Prefei-
to deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, du-
rante sessenta dias, anualmente, à disposi-
ção de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade, nos termos da lei.

580 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Municípios – Prof. Giuliano Tamagno

MUNICÍPIOS

Os Municípios tem autonomia político-administrava em relação aos demais entes federados.


REGE-SE PELA SUA LEI ORGÂNICA, e não uma Constituição. Esta lei deverá observar o disposto
na Constituição Federal e Estadual (art. 29). Assim, a Lei orgânica deve guardar relação de cor-
respondência com o modelo federal acerca das proibições e incompatibilidades dos vereado-
res – por esse motivo (separação dos poderes) que não se admite a cumulação de funções de
vereador e secretário municipal.
Outro ponto interessante é que os municípios tem poder Executivo (prefeito) e Legislativo (Ve-
readores) apenas, não possuindo poder judiciário.

Competência Municipal:
O Art. 30 dispões sobre competência (material e legislativa) municipal, que também deve ob-
servar o art. 23.
“ A constituição do Brasil estabelece, no que tange a repartição de competências entre entes
federados, que os assuntos de interesse local competem aos Municípios. Competência residual
dos Estados-membros – matérias que não lhes foram vedadas pela Constituição, nem estive-
rem contidas entre as competências da União ou dos Municípios” (STF Adin 845).

www.acasadoconcurseiro.com.br 581
Direito Constitucional

Professor Cristiano de Souza

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (DISPOSIÇÕES GERAIS)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis


aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Art. 37. A administração pública


direta e indireta de qualquer dos II – a investidura em cargo ou emprego público depende
Poderes da União, dos Estados, do de aprovação prévia em concurso público de provas
Distrito Federal e dos Municípios ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
obedecerá aos princípios de legali- complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
dade, impessoalidade, moralidade, em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
publicidade e eficiência e, também, declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
ao seguinte:
III – o prazo de validade do concurso público será de até
02 anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital


de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente


por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre


associação sindical

www.acasadoconcurseiro.com.br 585
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos


públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público;
Art. 37. A administração pública
direta e indireta de qualquer dos
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
Poderes da União, dos Estados, do
que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados
Distrito Federal e dos Municípios
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
obedecerá aos princípios de legali-
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
dade, impessoalidade, moralidade,
sempre na mesma data e sem distinção de índices;
publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
funções e empregos públicos da:
– administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
como limite nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal
de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de
pessoal do serviço público;
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
público não serão computados nem acumulados para
fins de concessão de acréscimos ulteriores;

586 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Organização do Estado: Disposições Gerais – Prof. Cristiano de Souza

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de


cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos


públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
Art. 37. A administração pública
horários, observado em qualquer caso o disposto no
direta e indireta de qualquer dos
inciso XI:
Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios a) a de dois cargos de professor;
obedecerá aos princípios de legali-
dade, impessoalidade, moralidade, b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
publicidade e eficiência e, também, científico;
ao seguinte:
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos


e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais


terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autar-


quia e autorizada a instituição de empresa pública, de so-
ciedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso,


a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as


obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
do cumprimento das obrigações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 587
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais
ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
de carreiras específicas, terão recursos prioritários
para a realização de suas atividades e atuarão de forma
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros
e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços


públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada,
§ 3º A lei disciplinará as formas a honra e a imagem das pessoas, assegurado
de participação do usuário o direito a indenização pelo dano material ou
na administração pública moral decorrente de sua violação;
direta e indireta, regulando
XXXIII – todos têm direito a receber dos
especialmente: órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;
III – a disciplina da representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão:
•• a suspensão dos direitos políticos,
•• a perda da função pública,
•• a indisponibilidade dos bens e
•• o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

588 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Organização do Estado: Disposições Gerais – Prof. Cristiano de Souza

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial,
orçamentária e financeira
dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta I – o prazo de duração do contrato;
poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre II – os controles e critérios de avaliação de desempenho,
seus administradores e o direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de III – a remuneração do pessoal."
desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor
sobre:
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou


distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo
Art. 38. Ao servidor público da ad-
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
ministração direta, autárquica e
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
fundacional, no exercício de man-
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
dato eletivo, aplicam-se as seguin-
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
tes disposições:
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no
exercício estivesse.

www.acasadoconcurseiro.com.br 589
Direito Constitucional
Aula XX

DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal II – os requisitos para a investidura;


e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de III – as peculiaridades dos cargos.
carreira para os servidores da administração pú- § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
blica direta, das autarquias e das fundações pú- manterão escolas de governo para a formação
blicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) e o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e constituindo-se a participação nos cursos um
os Municípios instituirão conselho de política de dos requisitos para a promoção na carreira,
administração e remuneração de pessoal, inte- facultada, para isso, a celebração de convê-
grado por servidores designados pelos respecti- nios ou contratos entre os entes federados.
vos Poderes. (Redação dada pela Emenda Cons- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de
titucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
dos demais componentes do sistema remu- XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requi-
neratório observará: sitos diferenciados de admissão quando a
natureza do cargo o exigir.
I – a natureza, o grau de responsabilidade
e a complexidade dos cargos componentes
de cada carreira;

ESQUEMA
DIREITOS COMUNS ENTRE TRABALHADORES URBANOS, RURAIS,
SERVIDORES PÚBLICOS E MILITARES – CONFORME A CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores Art. 39 – § 3º Aplica-se aos Art. 142 – § 3º – VIII – aplica-
urbanos e rurais, além de outros que servidores ocupantes de se aos militares o disposto
visem à melhoria de sua condição social: cargo público o disposto no no art. 7º, incisos VIII, XII,
art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, art. 37, incisos XI, XIII, XIV
XXII e XXX, podendo a lei es- e XV, bem como, na forma
tabelecer requisitos diferen- da lei e com prevalência da
ciados de admissão quando atividade militar, no art. 37,
a natureza do cargo o exigir. inciso XVI, alínea "c";

www.acasadoconcurseiro.com.br 591
I – relação de emprego protegida
contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos de lei com-
plementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direi-
tos;
II – seguro-desemprego, em caso
de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de
serviço;
IV – salário mínimo , fixado em lei,
nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com mo-
radia, alimentação, educação, saú-
de, lazer, vestuário, higiene, trans- SIM
porte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preser-
vem o poder aquisitivo, sendo ve-
dada sua vinculação para qualquer
fim;
V – piso salarial proporcional à ex-
tensão e à complexidade do traba-
lho;
VI – irredutibilidade do salário,
salvo o disposto em convenção
ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca
inferior ao mínimo, para os que SIM
percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com
base na remuneração integral ou SIM SIM
no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho
SIM
noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma
da lei, constituindo crime sua re-
tenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou
resultados, desvinculada da re-
muneração, e, excepcionalmen-
te, participação na gestão da em-
presa, conforme definido em lei;

592 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos – Prof. Cristiano de Souza

XII – salário-família pago em ra-


zão do dependente do trabalha-
SIM SIM
dor de baixa renda nos termos da
lei;
XIII – duração do trabalho normal
não superior a oito horas diárias
e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de ho- SIM
rários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para
o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remune-
rado, preferencialmente aos do- SIM
mingos;
XVI – remuneração do serviço ex-
traordinário superior, no mínimo,
SIM
em cinqüenta por cento à do nor-
mal;
XVII – gozo de férias anuais re-
muneradas com, pelo menos, um
SIM SIM
terço a mais do que o salário nor-
mal;
XVIII – licença à gestante, sem
prejuízo do emprego e do salário,
SIM SIM
com a duração de cento e vinte
dias;
XIX – licença-paternidade, nos
SIM SIM
termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de
trabalho da mulher, mediante in-
SIM
centivos específicos, nos termos
da lei;
XXI – aviso prévio proporcional
ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;

www.acasadoconcurseiro.com.br 593
XXII – redução dos riscos ineren-
tes ao trabalho, por meio de nor-
SIM
mas de saúde, higiene e seguran-
ça;
XXIII – adicional de remuneração
para as atividades penosas, insa-
lubres ou perigosas, na forma da
lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos
filhos e dependentes desde o
SIM
nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das con-
venções e acordos coletivos de
trabalho;
XXVII – proteção em face da
automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes
de trabalho, a cargo do empre-
gador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando
incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de tra-
balho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de
dois anos após a extinção do con-
trato de trabalho;
XXX – proibição de diferença de
salários, de exercício de funções
e de critério de admissão por SIM
motivo de sexo, idade, cor ou es-
tado civil;
XXXI – proibição de qualquer dis-
criminação no tocante a salário e
critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção
entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissio-
nais respectivos;

594 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos – Prof. Cristiano de Souza

XXXIII – proibição de trabalho


noturno, perigoso ou insalubre
a menores de dezoito e de qual-
quer trabalho a menores de de-
zesseis anos, salvo na condição
de aprendiz, a partir de quatorze
anos;
XXXIII – proibição de trabalho
noturno, perigoso ou insalubre
a menores de dezoito e de qual-
quer trabalho a menores de de-
zesseis anos, salvo na condição
de aprendiz, a partir de quatorze
anos;

§ 4º O membro de Poder, o detentor de § 8º A remuneração dos servidores públicos


mandato eletivo, os Ministros de Estado e organizados em carreira poderá ser fixada
os Secretários Estaduais e Municipais serão nos termos do § 4º.
remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acrésci- Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe-
mo de qualquer gratificação, adicional, abo- tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
no, prêmio, verba de representação ou ou- e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
tra espécie remuneratória, obedecido, em fundações, é assegurado regime de previdên-
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. cia de caráter contributivo e solidário, median-
te contribuição do respectivo ente público, dos
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fe- servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
deral e dos Municípios poderá estabelecer a observados critérios que preservem o equilíbrio
relação entre a maior e a menor remunera- financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
ção dos servidores públicos, obedecido, em
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de
previdência de que trata este artigo serão apo-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju- sentados, calculados os seus proventos a partir
diciário publicarão anualmente os valores dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
do subsídio e da remuneração dos cargos e
empregos públicos. I – por invalidez permanente, sendo os pro-
ventos proporcionais ao tempo de contribui-
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri- ção, exceto se decorrente de acidente em
to Federal e dos Municípios disciplinará a serviço, moléstia profissional ou doença gra-
aplicação de recursos orçamentários pro- ve, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
venientes da economia com despesas cor-
rentes em cada órgão, autarquia e funda- II – compulsoriamente, com proventos pro-
ção, para aplicação no desenvolvimento de porcionais ao tempo de contribuição, aos
programas de qualidade e produtividade, 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-
treinamento e desenvolvimento, moderni- tenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
zação, reaparelhamento e racionalização complementar;
do serviço público, inclusive sob a forma de
adicional ou prêmio de produtividade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 595
aposentadoria aos abrangidos pelo regime
de que trata este artigo, ressalvados, nos
(Redação dada pela Emenda Cons-
termos definidos em leis complementares,
titucional nº 88, de 2015) "Art.
os casos de servidores:
100. Até que entre em vigor a lei
complementar de que trata o in- I portadores de deficiência;
ciso II do § 1º do art. 40 da Cons-
tituição Federal, os Ministros do II que exerçam atividades de risco;
Supremo Tribunal Federal, dos Tri- III – cujas atividades sejam exercidas sob
bunais Superiores e do Tribunal de condições especiais que prejudiquem a saú-
Contas da União aposentar-se-ão, de ou a integridade física.
compulsoriamente, aos 75 (seten-
ta e cinco) anos de idade, nas con- § 5º Os requisitos de idade e de tempo de
dições do art. 52 da Constituição contribuição serão reduzidos em cinco anos,
Federal." em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para
o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino
III – voluntariamente, desde que cumprido fundamental e médio.
tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-
cício no serviço público e cinco anos no car- § 6º Ressalvadas as aposentadorias decor-
go efetivo em que se dará a aposentadoria, rentes dos cargos acumuláveis na forma
observadas as seguintes condições: desta Constituição, é vedada a percepção
de mais de uma aposentadoria à conta do
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de regime de previdência previsto neste artigo.
contribuição, se homem, e cinquenta e cin-
co anos de idade e trinta de contribuição, se § 7º Lei disporá sobre a concessão do bene-
mulher; fício de pensão por morte, que será igual:
b) sessenta e cinco anos de idade, se ho- I – ao valor da totalidade dos proventos do
mem, e sessenta anos de idade, se mulher, servidor falecido, até o limite máximo esta-
com proventos proporcionais ao tempo de belecido para os benefícios do regime ge-
contribuição. ral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de setenta por cento da par-
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as cela excedente a este limite, caso aposenta-
pensões, por ocasião de sua concessão, não do à data do óbito; ou
poderão exceder a remuneração do respec-
tivo servidor, no cargo efetivo em que se II – ao valor da totalidade da remuneração
deu a aposentadoria ou que serviu de refe- do servidor no cargo efetivo em que se deu
rência para a concessão da pensão. o falecimento, até o limite máximo estabe-
lecido para os benefícios do regime geral de
§ 3º Para o cálculo dos proventos de apo- previdência social de que trata o art. 201,
sentadoria, por ocasião da sua concessão, acrescido de setenta por cento da parcela
serão consideradas as remunerações utili- excedente a este limite, caso em atividade
zadas como base para as contribuições do na data do óbito.
servidor aos regimes de previdência de que
tratam este artigo e o art. 201, na forma da § 8º É assegurado o reajustamento dos be-
lei. nefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme crité-
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e cri- rios estabelecidos em lei.
térios diferenciados para a concessão de

596 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos – Prof. Cristiano de Souza

§ 9º O tempo de contribuição federal, esta- de entidades fechadas de previdência com-


dual ou municipal será contado para efeito plementar, de natureza pública, que ofere-
de aposentadoria e o tempo de serviço cor- cerão aos respectivos participantes planos
respondente para efeito de disponibilidade. de benefícios somente na modalidade de
contribuição definida.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer
forma de contagem de tempo de contribui- § 16. Somente mediante sua prévia e ex-
ção fictício. pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15
poderá ser aplicado ao servidor que tiver
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, ingressado no serviço público até a data da
à soma total dos proventos de inatividade, publicação do ato de instituição do corres-
inclusive quando decorrentes da acumula- pondente regime de previdência comple-
ção de cargos ou empregos públicos, bem mentar.
como de outras atividades sujeitas a contri-
buição para o regime geral de previdência § 17. Todos os valores de remuneração con-
social, e ao montante resultante da adição siderados para o cálculo do benefício pre-
de proventos de inatividade com remune- visto no § 3º serão devidamente atualiza-
ração de cargo acumulável na forma desta dos, na forma da lei.
Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e § 18. Incidirá contribuição sobre os proven-
de cargo eletivo. tos de aposentadorias e pensões concedi-
das pelo regime de que trata este artigo que
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regi- superem o limite máximo estabelecido para
me de previdência dos servidores públicos os benefícios do regime geral de previdên-
titulares de cargo efetivo observará, no que cia social de que trata o art. 201, com per-
couber, os requisitos e critérios fixados para centual igual ao estabelecido para os servi-
o regime geral de previdência social. dores titulares de cargos efetivos.
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen- § 19. O servidor de que trata este artigo que
te, de cargo em comissão declarado em lei tenha completado as exigências para apo-
de livre nomeação e exoneração bem como sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º,
de outro cargo temporário ou de emprego III, a, e que opte por permanecer em ativi-
público, aplica-se o regime geral de previ- dade fará jus a um abono de permanência
dência social. equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária até completar as exigências
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Fede- para aposentadoria compulsória contidas
ral e os Municípios, desde que instituam no § 1º, II.
regime de previdência complementar para
os seus respectivos servidores titulares de § 20. Fica vedada a existência de mais de
cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das um regime próprio de previdência social
aposentadorias e pensões a serem concedi- para os servidores titulares de cargos efeti-
das pelo regime de que trata este artigo, o vos, e de mais de uma unidade gestora do
limite máximo estabelecido para os bene- respectivo regime em cada ente estatal, res-
fícios do regime geral de previdência social salvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
de que trata o art. 201.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste
§ 15. O regime de previdência complemen- artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
tar de que trata o § 14 será instituído por proventos de aposentadoria e de pensão
lei de iniciativa do respectivo Poder Executi- que superem o dobro do limite máximo es-
vo, observado o disposto no art. 202 e seus tabelecido para os benefícios do regime ge-
parágrafos, no que couber, por intermédio ral de previdência social de que trata o art.

www.acasadoconcurseiro.com.br 597
201 desta Constituição, quando o beneficiá-
rio, na forma da lei, for portador de doença
incapacitante.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso pú-
blico.
§ 1º O servidor público estável só perderá o
cargo:
I – em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado;
II – mediante processo administrativo em
que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a de-
missão do servidor estável, será ele reinte-
grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade com re-
muneração proporcional ao tempo de ser-
viço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des-
necessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração propor-
cional ao tempo de serviço, até seu adequa-
do aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da es-
tabilidade, é obrigatória a avaliação especial
de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade.

598 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

Professor Cristiano de Souza

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

DIREITO ADMINISTRATIVO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido am-
plo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração
Pública.
A expressão Administração Pública, em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo,
apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,
excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.
No tocante a expressão administração pública, segundo Maria Sylvia Di Pietro, podemos classi-
ficar a expressão em dois sentidos, vejamos:

Sentido subjetivo, formal ou orgânico Sentido objetivo, material ou funcional


Designa os entes que exercem a atividade admi-
nistrativa compreendendo as pessoas jurídicas, ór- Designa a natureza da atividade exercida pelos re-
gãos, e agentes públicos incumbidos no exercício feridos entes. É a própria função administrativa,
da atividade administrativa: a função administrati- preponderantemente, ao do poder executivo.
va.
No sentido subjetivo abrange todos os entes com
atribuição do exercício da atividade administrativa.
O Poder Executivo exerce tipicamente essa fun- Abrange as atividades exercidas pelas pessoas jurí-
ção, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário dicas, órgãos e agentes no atendimento das neces-
exercem atipicamente a função administrativa. sidades coletivas. Nesse sentido temos o fomento
Portanto, todos os órgãos integrantes das pessoas por subvenções orçamentárias, a polícia adminis-
jurídicas (União, Estado, DF, Municípios) compõe a trativa com as limitações administrativas, os servi-
administração no sentido subjetivo. ços públicos assim como as intervenções estatais
Incluindo, nesta lista, as pessoas jurídicas da na regulação e fiscalização da atividade econômica
administração indireta (autarquias, fundações de natureza privada.
públicas, empresa públicas, sociedade de economia
mista, consórcio público)
Características em sentido objetivo
É uma atividade concreta que põe a execução da
vontade do Estado contida na lei;
Sua finalidade é a satisfação direta e imediata dos
fins do Estado;
Seu regime é preponderantemente público.
Resumo: em sentido objetivo, a administração pode
ser definida como atividade concreta e imediata
que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total
ou parcialmente público, para a consecução dos
interesses coletivos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 601
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

A administração pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime ju-
rídico de direito público. Portanto, o “Regime Jurídico da Administração Pública” será público
ou privado.
A definição de regime jurídico é delineada pelo próprio texto constitucional ou pelas leis in-
fraconstitucionais, mas jamais poderá definir o regime jurídico por ato uniliteral tipicamente
administrativo (ex.: portarias, decretos, regulamentos, instruções normativas), pois tal conduta
ofenderia o princípio da legalidade.
Quando atua no regime de direito privado ficará equiparada para todos os efeitos de obriga-
ções, encargos e privilégios conferidos ao setor privado, sem nenhuma prerrogativa de superio-
ridade.
Por outro lado, quando atua no regime de direito público a administração gozará privilégios
(ex.: prescrição quinquenal, processo especial de execução, impenhorabilidade dos bens públi-
cos), mas também sofrerá restrições (Ex.: limitação e definição de competências, obediências
aos princípios da finalidade, forma, motivo, publicidade).
De forma mais restrita, a expressão “Regime Jurídico Administrativo” traduz a atuação da ad-
ministração numa posição de privilégio, portanto, de direito público. Obviamente, nesse regi-
me teremos o gozo de privilégios assim como a imposição de restrições.
O binômio de prerrogativas e restrições da administração pública geralmente é expresso em
princípios que norteiam a atuação da administração quando atua no regime público.
Do privilégio surge o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular no in-
tuito da necessidade de satisfação dos interesses coletivos buscando o bem estar social (ex.:
poder de polícia quando limita o exercício de direito individuais).
De outra banda, da restrição surge o princípio da legalidade, vez que o administrador só pode
agir no estrito parâmetro da lei, representando a limitação do agente público na proteção aos
direitos individuais representado pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Conclusão: os privilégios e restrições norteadores da atuação do administrador, no re-


gime público, pode ser representado pelo princípio da supremacia do interesse públi-
co sobre o particular e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Alguns princípios estão expressos na Constituição Federal, como a legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e a eficiência, no art. 37 da norma máxima. Outros princípios estão im-
plícitos no próprio texto constitucional, como a presunção de legitimidade, boa-fé e hierarquia.
Da mesma forma encontramos princípios expressos nas normas infraconstitucionais a exemplo
da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo Federal), Lei nº 8.666/93 (Licitações e contratos),
Lei nº 8.987/95 (Concessão e permissão).

602 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS

A administração pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime


jurídico de direito público. Portanto, o “Regime Jurídico da Administração Pública” será público
ou privado.
A definição de regime jurídico é delineada pelo próprio texto constitucional ou pelas leis
infraconstitucionais, mas jamais poderá definir o regime jurídico por ato uniliteral tipicamente
administrativo (ex: portarias, decretos, regulamentos, instruções normativas), pois tal conduta
ofenderia o princípio da legalidade.
Quando atua no regime de direito privado ficará equiparada para todos os efeitos de
obrigações, encargos e privilégios conferidos ao setor privado, sem nenhuma prerrogativa de
superioridade.
Por outro lado, quando atua no regime de direito público a administração gozará privilégios (ex:
prescrição quinquenal, processo especial de execução, impenhorabilidade dos bens públicos),
mas também sofrerá restrições (Ex: limitação e definição de competências, obediências aos
princípios da finalidade, forma, motivo, publicidade).
De forma mais restrita, a expressão “Regime Jurídico Administrativo” traduz a atuação da
administração numa posição de privilégio, portanto, de direito público. Obviamente, nesse
regime teremos o gozo de privilégios assim como a imposição de restrições.
O binômio de prerrogativas e restrições da administração pública geralmente é expresso em
princípios que norteiam a atuação da administração quando atua no regime público.
Do privilégio surge o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular no intuito
da necessidade de satisfação dos interesses coletivos buscando o bem estar social (ex: poder
de polícia quando limita o exercício de direito individuais).
De outra banda, da restrição surge do princípio da legalidade, vez que o administrador só pode
agir no estrito parâmetro da lei, representando a limitação do agente público na proteção aos
direitos individuais representado pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Conclusão: os privilégios e restrições norteadores da atuação do administrador, no


regime público, pode ser representado pelo princípio da supremacia do interesse
público sobre o particular e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

www.acasadoconcurseiro.com.br 603
Alguns princípios estão expressos na Constituição Federal, como a legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e a eficiência, no art. 37 da norma máxima. Outros princípios estão
implícitos no próprio texto constitucional, como a presunção de legitimidade, boa-fé e
hierarquia.
Da mesma forma encontramos princípios expressos nas normas infraconstitucionais a exemplo
da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo Federal), Lei nº 8.666/9 (Licitações e contratos), Lei
nº 8.987/95 (Concessão e permissão)

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Representa a garantia aos direitos individuais do administrado, pois a administração pública só
pode fazer o que a lei permite. Diferente do que ocorre na relação horizontal entre particulares,
onde reina o princípio da autonomia das partes.
Encontramos esse princípio de forma expressa em duas passagens pela Constituição Federal,
vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência [...]
Portanto, o balizador da administração é os limites da lei, consequentemente, o administrador
não pode conceder direitos de qualquer espécie ou criar e impor obrigações por ato puro
administrativo, dependendo de lei formal nesse sentido.
Pela inobservância do referido princípio o administrado poderá requerer a declaração de
nulidade do ato pela via administrativa ou pela via judiciária. Exatamente nesse sentido, que
surge os sistemas de controle de legalidade na atuação do administrador público, vejamos
alguns exemplos na CF/88:
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:

604 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Princípios Constitucionais da Administração Pública – Prof. Cristiano de Souza

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer


prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a
das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

BLOCO DA LEGALIDADE
A administração pública está obrigada a respeitar o bloco da legalidade como requisito de
validade do ato administrativo. Portanto, o administrador dever respeitar outros comandos
legais concomitantemente, vejamos:
1. Constituição Federal e suas Emendas Constitucionais.
2. Constituição Estadual e Leis Orgânicas.
3. Medidas Provisórias.
4. Tratados e Convenções Internacionais.
5. Costume como fonte de direito.
6. Decretos, regimentos, resoluções.
7. Princípios gerais de direito.

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Esse princípio está diretamente relacionado com a finalidade pública (bem comum coletivo).
Sendo assim, a administração não pode atuar com o intuito de prejudicar ou beneficiar
determinada pessoa. A exemplo da ordem impessoal para o pagamento de precatórios. Assim
como, de modo inverso, também não pode beneficiar o próprio administrador público. Nesse
sentido é vedado o uso de símbolos, nomes, imagens que caracterizem a promoção pessoal do
agente público.
No campo infraconstitucional, esse princípio também aparece expresso, a exemplo da Lei nº
9.784/99, Lei nº 8.666/93, vejamos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 605
Art. 37 – § 1º – A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
Art. 100 – § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
CF/88
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente
do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento
integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os
casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação
orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro
da quantia respectiva.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
[...]
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção
Lei nº 9.784/99 pessoal de agentes ou autoridades;
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou
autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha
ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge,
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para
a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
Lei nº 8.666/93 e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA


A moralidade administrativa difere da moral comum, pois o princípio administrativo não impõe
o dever de atendimento a moral comum dos homens, mas exige um comportamento regrado
em padrões éticos de boa fé, honestidade e probidade na conduta do administrador. Vejamos
o fundamento Constitucional desse princípio:

606 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Princípios Constitucionais da Administração Pública – Prof. Cristiano de Souza

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]

Tal princípio também foi objeto de análise pelo STF culminando com a publicação da Súmula
Vinculante 13 e reiterada pelas decisões jurisprudenciais, vejamos:

Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha


reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Súmula Vinculante 13 e não exaustão das possibilidades de nepotismo
"Ao editar a Súmula Vinculante nº 13, a Corte não pretendeu esgotar todas as
possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, dada a
impossibilidade de se preverem e de se inserirem, na redação do enunciado, todas
as molduras fático-jurídicas reveladas na pluralidade de entes da Federação (União,
estados, Distrito Federal, territórios e municípios) e das esferas de Poder (Executivo,
Legislativo e Judiciário), com as peculiaridades de organização em cada caso.
Dessa perspectiva, é certo que a edição de atos regulamentares ou vinculantes por
autoridade competente para orientar a atuação dos demais órgãos ou entidades a
ela vinculados quanto à configuração do nepotismo não retira a possibilidade de, em
cada caso concreto, proceder-se à avaliação das circunstâncias à luz do art. 37, caput,
da CF/88." MS 31.697, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em
11.3.2014, DJe de 2.4.2014.
"(...) 3. A redação do enunciado da Súmula Vinculante nº 13 não pretendeu esgotar
todas as possibilidades de configuração de nepotismo da Administração Pública,
uma vez que a tese constitucional nele consagrada consiste na proposição de que
essa irregularidade decorre diretamente do caput do art. 37 da Constituição Federal,
independentemente da edição de lei formal sobre o tema. (...)" Rcl 15.451, Relator
Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgamento em 27.2.2014, DJe de 3.4.2014.

www.acasadoconcurseiro.com.br 607
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Esse princípio está atrelado ao direito de acesso dos indivíduos a informações de seu interesse
e de transparência na atuação da administração pública. Encontramos fundamento jurídico na
Constituição Federal desses direitos, vejamos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
LXXII – conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

Contudo, há exceções à publicidade prevista no próprio texto da Constituição Federal, vejamos


as exceções:

Art. 5º – X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
Art. 5º – XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA da sociedade e do Estado;
OBS: o Inc. XXXIII do art. 5º da CF/88 foi regulamentado pela Lei nº 12.527/11
conhecida como Lei de acesso à Informação.

608 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Princípios Constitucionais da Administração Pública – Prof. Cristiano de Souza

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Acrescentado pela EC nº 19/98 busca a economicidade, redução de desperdício, qualidade no
serviço público e rendimento funcional. Ou seja, busca os melhores resultados por meio da
aplicação da lei. São exemplos desse instituto, vejamos:

Art. 5º – LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Art. 37 – § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal."
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Após o Estágio
Probatório)
[...]
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Estágio
Probatório)
Lei nº 8.987/95 – Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de
serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta
Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas.

SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, Supraprincípios ou Superprincípios são os
princípios centrais dos quais derivam os demais princípios da administração pública. São eles:
a) Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado: reflete os poderes da
administração pública. Está implícito no ordenamento jurídico colocando a administração
em posição de desigualdade jurídica em relação ao administrado, pois está em posição de
superioridade. Ex: desapropriação, requisição de bens, rescisão unilateral dos contratos,
impenhorabilidade de bens, exercício do poder de polícia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 609
b) Indisponibilidade do interesse público: reflete os direitos dos administrados. Significa
que o agente público não é dono do interesse por eles tutelados. Sendo assim, não cabe
transação desses direitos.
OBS: Tanto a doutrina majoritária como o STF entende que os Supraprincípios não são
absolutos, podendo em casos excepcionais serem relativizados. Ex: compromisso arbitral.

ALGUNS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF/88


PRINCÍPIO DA FINALIDADE: Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse
público e garantir a observância das finalidades institucionais por parte das entidades da
Administração Indireta. A finalidade pública objetivada pela lei é a única que deve ser perseguida
pelo administrador. A Lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade
pública específica. O administrador, praticando o ato fora dos fins, expressa ou implicitamente
contidos na norma, pratica DESVIO DE FINALIDADE.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA : A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência
dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece à Administração o poder e dever de anular
ou declarar a nulidade dos seus próprios atos praticados com infração à Lei.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: O serviço público destina-se a atender
necessidades sociais. É com fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não
se permite de forma absoluta que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não
cumprido, pois nossa legislação já permite que o particular invoque a exceção de contrato não
cumprido na Lei 8.666/93, apenas no caso de atraso superior a 90 dias dos pagamentos devidos
pela Administração.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE: Os poderes concedidos à
Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse
coletivo, sem exageros. O Direito Administrativo consagra a supremacia do interesse público
sobre o particular, mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos
são atendidos. Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os
fins que ela tem que alcançar.

610 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

PODERES E DEVERES DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS

A Administração Pública é dotada de poderes que se constituem em instrumentos de trabalho.


Portanto, os poderes administrativos surgem com a Administração e se apresentam conforme
as demandas dos serviços públicos, o interesse público e os fins aos quais devem atingir.
Os poderes administrativos são classificados em poder vinculado e poder discricionário
(segundo a necessidade de prática de atos), poder hierárquico e poder disciplinar (segundo
a necessidade de organizar a Administração ou aplicar sanções aos seus servidores), poder
regulamentar (para criar normas para certas situações) e poder de polícia (quando necessário
para a contenção de direitos individuais em prol da coletividade).

PODER VINCULADO

Poder vinculado é a manifestação do administrador na sua competência sem margem de


liberdade, ou seja, a lei já estabelece todos os requisitos e parâmetros de sua atuação. Portanto,
onde houver vinculação o agente é mero executor da vontade legal. Exemplo desse poder está
no lançamento fiscal previsto nos art. 3º e 142, ambos, do CTN, vejamos:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente
a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo
e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Vejamos o exemplo do art. 143 da Lei 8.112/90:

www.acasadoconcurseiro.com.br 611
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

PODER DISCRICIONÁRIO

No poder discricionário o legislador estabelece uma margem (parâmetros legais) de liberdade


para que o agente público possa escolher a opção que melhor represente o interesse público
diante do caso concreto.
A discricionariedade pode residir na imprecisão quanto à descrição fática da situação
como ocorre no motivo do ato administrativo (ex: quantidade de pena de suspensão ao
servidor público). Ou, a discricionariedade pode estar na definição do objeto perquirido pelo
administrador (ex.: criação de nova espécie de aposentadoria).

Lei 8.112/90 – Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas
punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem
infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
[...]
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia
de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em
serviço.

DO PODER HIERÁRQUICO

Na visão de Di Pietro, a organização administrativa é baseada em dois pressupostos


fundamentais: a distribuição de competência e a hierarquia. Afirma ainda que a organização
hierárquica está presente em todos os poderes.
Já Hely Lopes, o Poder hierárquico é o de que dispõe o Poder Executivo para organizar e distribuir
as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do
seu quadro de pessoal (sistema hierarquizado), tendo, portanto, uma visão mais restrita em
primeiro momento.

612 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Poderes Hierárquico - Vinculado e Discricionário – Prof. Cristiano de Souza

Portanto, o poder hierárquico está presente no poder executivo, no poder legislativo e no


poder judiciário, nesses dois últimos caso, o poder hierárquico refere-se as suas funções
atípicas de administrar e em nada influência nas suas funções típicas de legislar e julgar, pois
são independentes nessa seara.

Conclusão: A hierarquia é uma característica encontrada exclusivamente no exercício


da função administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e jurisdicional
típicas.

O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades
administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Pela hierarquia é imposta ao
subalterno a estrita obediência das ordens e instruções legais superiores, além de se definir a
responsabilidade de cada um.
Naturalmente, do poder hierárquico decorrem certas faculdades implícitas ao superior, tais
como editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções) dar ordens aos subordinados
e controlar e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições e rever atos dos
inferiores anulando ou revogando, aplicar sanções em caso de infrações disciplinares.
A subordinação é decorrente do poder hierárquico e admite todos os meios de controle do
superior sobre o inferior. Não confundir com a vinculação, pois é resultante do poder de
supervisão ministerial sobre a entidade vinculada ( e não subordinada. Ex: administração
indireta) e é exercida nos limites que a lei estabelece, sem retirar a autonomia do ente
supervisionado.
Por fim, cabe salientar que a delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de descentralização administrativa, criando-se uma vinculação da
pessoa jurídica criada com a pasta ministerial responsável pelo assunto (relação horizontal). De
forma diferente acontece quando criamos outro órgão dentro da mesma estrutura, nesse caso
ocorrerá uma desconcentração derivada do poder de delegar, pois está delegando parte de sua
competência, nesse caso, há uma relação vertical de hierarquia entre superior e subordinado.
No âmbito federal, há permissão de delegação de forma expressa na Lei nº 9.784/99:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos
órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Contudo, nem todas as atribuições são passíveis de delegação para outro órgão ou entidade,
pois como regra a competência é indelegável, salvo nos casos permitidos por lei. No âmbito
federal, há vedação expressa na Lei nº 9.784/99 vedando a delegação de determinadas
matérias, vejamos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 613
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

614 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

PODERES E DEVERES DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS

A Administração Pública é dotada de poderes que se constituem em instrumentos de trabalho.


Portanto, os poderes administrativos surgem com a Administração e se apresentam conforme
as demandas dos serviços públicos, o interesse público e os fins aos quais devem atingir.
Os poderes administrativos são classificados em poder vinculado e poder discricionário
(segundo a necessidade de prática de atos), poder hierárquico e poder disciplinar (segundo
a necessidade de organizar a Administração ou aplicar sanções aos seus servidores), poder
regulamentar (para criar normas para certas situações) e poder de polícia (quando necessário
para a contenção de direitos individuais em prol da coletividade).

PODER DISCIPLINAR

É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores. O poder disciplinar


é exercido no âmbito dos órgãos e serviços da Administração. No uso do poder disciplinar,
a Administração simplesmente controla o desempenho dessas funções e a conduta de seus
servidores, responsabilizando-os pelas faltas porventura cometidas.
O poder disciplinar da Administração não deve ser confundido com o poder punitivo do Estado,
realizado por meio da Justiça Penal. O disciplinar é interno à Administração, enquanto que o
penal visa a proteger os valores e bens mais importantes do grupo social em questão.
Sendo assim, no exercício do poder administrativo disciplinar, a administração não pode aplicar
punições os particulares que cometam simples infrações, independentemente de estes se
sujeitarem às regras gerais do regime administrativo, pois o vínculo, nesse caso, é indireto com
a administração.
Contudo, é possível aplicar o poder disciplinar aos particulares quando houver entre eles uma
relação contratual, nesse caso, há vínculo direto.

Conclusão: A aplicação de sanção administrativa contra concessionária de serviço


público decorre do exercício do poder disciplinar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 615
Segundo Di Pietro, o poder disciplinar, de fato, destina-se aos servidores públicos e, além
deles, aos particulares que possuam vínculo jurídico específico com a Administração, como
concessionários e permissionários de serviços públicos. Já os empregados terceirizados
não se submetem ao poder disciplinar, porquanto não mantêm relação de subordinação à
Administração, e sim aos seus respectivos empregadores. Aliás, a característica fundamental
da terceirização lícita, como ensina a boa doutrina, é, precisamente, a inexistência de
subordinação e pessoalidade entre os empregados e o tomador do serviço.
Atenção: A aplicação de multa ao estabelecimento comercial não decorre do poder disciplinar
da administração pública, pois não há vínculo direto e/ou contratual com a administração.
Nesse caso a administração exerce o poder de polícia de fiscalização. Da mesma forma ocorre
na aplicação de multa pela administração pública a restaurante que violou norma de vigilância
sanitária, pois tal conduta não se inclui no âmbito do poder disciplinar.

616 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

SERVIÇOS PÚBLICOS

Conceito muito amplo: os serviços públicos corresponde a todas as atividades do Estado na


função pública. Isso inclui a atividade Legislativa, Judicial e Executiva.
Conceito apenas amplo: os serviços públicos abrangeriam somente as atividades da
administração em sentido material. (exclui a atividade legislativa e judicial)
Inclui a execução de:

1. Serviço público em sentido estrito e os serviços administrativos;

2. Polícia administrativa;

3. Atividades de fomento;

4. Intervenção indireta no domínio econômico

Conceito restrito: abrangeriam os serviços públicos em sentido estrito (prestados diretamente


a população) e o serviços administrativos (atividades-meio = atividades internas).

Exclui:

1. atividade legislativa e judicial.


Exclui a execução de:

1. Serviço público em sentido estrito e os serviços administrativos;

2. Polícia administrativa;

3. Atividades de fomento;

4. Intervenção indireta no domínio econômico


Conceito mais restrito: abrangeria somente os serviços públicos em sentido estrito (prestados
diretamente a população).

www.acasadoconcurseiro.com.br 617
Exclui:

1. Atividade legislativa e judicial


Exclui a execução de:

1. Serviço público em sentido estrito e os serviços administrativos;

2. Polícia administrativa;

3. Atividades de fomento;

4. Intervenção indireta no domínio econômico

FORMA DE PRESTAÇÃO:

1. CENTRALIZADA: o serviço é prestado pela própria administração.

2. DESCENTRALIZADA:
a) Por serviço: o serviço é prestado por entidade da administração indireta, a qual a lei
transfere a titularidade = outorga legal.
b) Por colaboração: o serviço é prestado por particulares mediante delegação. (art. 175, CF)

DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


Disposições constitucionais:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. (contrato administrativo)
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.
Espécies:
I – Concessão comum ou parceria público privada;
II – Permissão
III – Autorização

618 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Delegação e Serviços Públicos – Prof. Cristiano de Souza

Espécies Concessão comum (Lei nº 8.987/95)


•• Concessão mediante licitação na modalidade concorrência;
•• Feita à pessoa jurídica ou consórcio de empresas;
•• Por prazo determinado;
Espécies Concessão comum (Lei nº 8.987/95)
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total
ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse
público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência,
à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização,
por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
Espécies Concessão Público Privada – Lei nº 11.079/04
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa.
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de
que trata a Lei no 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento
e instalação de bens.
Espécie de Permissão: (Lei nº 8.987/95)
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
IV – Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Espécie de Autorização:
•• É ato administrativo discricionário pelo qual o Poder Público delega ao particular a
exploração de serviço público a título precário.
•• É unilateral
•• Discricionário
•• Como regra: é outorga sem prazo determinado, portanto, pode ser revogado a qualquer
momento.
•• OBS: a revogação de autorização concedida com prazo certo gera indenização

www.acasadoconcurseiro.com.br 619
Princípios utilizados nos Serviços Públicos

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.


DO SERVIÇO ADEQUADO
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno
atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações
e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou após prévio aviso, quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Continuidade: o serviço público, em regra, deve ser prestado ao usuário de maneira
ininterrupta, não podendo ser interrompido a não ser em situações excepcionais.
Generalidade: também conhecido como princípio da impessoalidade ou universalidade. De
acordo com este princípio, todos os usuários que satisfaçam as condições legais fazem juz à
prestação do serviço, sem qualquer discriminação, privilégio ou abusos de qualquer ordem. O
serviço público deve ser estendido ao maior número possível de interessados, os quais devem
ser tratados isonomicamente.
Eficiência: deve o Estado prestar seus serviços com a maior eficiência possível. A eficiência
reclama que o Poder Público se atualize com os novos processos tecnológicos, de modo que a
execução seja mais proveitosa com o menor dispêndio possível.
Modicidade: os serviços públicos devem ser prestados a preços módicos e razoáveis. Sua fixação
deverá considerar a capacidade econômica do usuário e as exigências do mercado, de maneira
a evitar que o usuário deixe de utilizá-lo em razão de ausência de condições financeiras, sendo,
por esta razão, excluído do universo de beneficiários do serviço público.
Cortesia: o destinatário do serviço público deve ser tratado com cortesia e urbanidade. Frise-
se que o serviço prestado é decorrente de um dever do Poder Público, ou de quem o preste
eventualmente, devidamente pago, de forma direta ou indireta, pelo usuário/contribuinte, que
tem o direito ao serviço.

620 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, REQUISITOS, ATRIBUTOS,


CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES, REVOGAÇÃO, ANULAÇÃO E INVALIDAÇÃO

Conceito de Ato e Fato


Importante, inicialmente conceituarmos os termos Ato e Fato administrativo. Ato significa uma
manifestação de vontade, que pode ou não produzir efeitos para o mundo jurídico. Por outro
lado fato é um acontecimento do mundo em que nós vivemos, mas tanto o ato quanto o fato
só terão relevância para administração se forem jurídicos, ou seja, interferirem na esfera do
Direito, mais especificamente atingir o Direito administrativo.
Concluímos, portanto, no ato administrativo tem manifestação de vontade que é passível
de anulação quando ilegal ou de revogação por conveniência ou oportunidade gozando de
presunção de legitimidade até prova em contrário.

Elementos ou Requisitos
Os elementos estão elencados na Lei nº 4.717/1965 (Lei de ação popular), senão vejamos:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as
seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais
do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em
que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada
ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 621
Conceitos Doutrinários:
a) Sujeito competente – Aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. É
vinculado. Admite convalidação somente em alguns casos (ex.: ato praticado por autoridade
incompetente). Contudo, no caso de excesso de poder o ato será nulo, não passível de
convalidação. Por fim, cabe salientar que admite delegação e avocação, salvo nos casos
elencados no art. 13 da lei nº 9.784/1999.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

b) Forma – Exteriorização, ou melhor, o modo pelo qual a declaração se exterioriza. É vinculado,


mas admite convalidação.
c) Motivo – É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo.
(Mérito do ato administrativo)
d) Objeto – é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Maria Sylvia Zanella Di Pietro dá
como exemplo o ato de demissão de um servidor público, onde o objeto é a relação funcional
do servidor com a administração, sobre a qual, recai o conteúdo do ato, ou seja, a demissão.
(Mérito do ato administrativo).
e) Finalidade – é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato. Então se
objeto é efeito imediato, a finalidade é mediato, ou seja, vem antes do ato administrativo. É
vinculado. Não permite convalidação.

Atributos do Ato Administrativo


a) Presunção de legitimidade: todos os atos administrativos presumem-se em conformidade
com a lei e verdadeiros quanto aos fatos alegados pela administração. Portanto, todo ato
administrativo presume-se Legal (legalidade) e Verídico (veracidade), mas admite prova em
contrário, sendo de presunção relativa (juris tantum). Conclui-se que para um ato ser legítimo,
tem que ser legal e verídico.
b) Imperatividade ou Coercibilidade: é o atributo pelo qual o ato administrativo se impõe a
terceiros independentemente de sua concordância, mas nem todos os atos vão possuir estas
características, como por exemplo, aqueles solicitados pelos administrados (autorização,
licença, permissão) ou apenas enunciativos (certidão, atestado, parecer), pois estes atos
apenas conferem direitos. Decorre do poder de polícia denominado poder extroverso da
administração.
c) Autoexecutoriedade: consiste basicamente na administração poder colocar em execução
seus próprios atos, sem a necessidade de intervenção do judiciário. Mas também não será
para todos os atos, mas apenas para aqueles em que a lei preveja expressamente e quando

622 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Atos Administrativos – Prof. Cristiano do Souza

se tratar de medida urgente. (ex: guinchar um carro em local proibido; dispersão de passeata
ilegal; interdição de estabelecimento)
d) Exigibilidade: é a capacidade de aplicar punição aos particulares por violação de normas.
Não está presente em todos os atos a exemplo dos atos enunciativos. (Ex.: multa de trânsito)
e) Tipicidade: é a característica pela qual o ato administrativo deve corresponder a figuras
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Está presente
nos atos unilaterais. Não está presente nos contratos, pois são bilaterais.

Classificação dos Atos:

Quanto aos Atos Descrição Exemplos


Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos Edital;
Gerais indeterminados e todos aqueles que se vêem Regulamentos;
abrangidos pelos seus preceitos; Instruções.
Destinatários
Demissão;
Destina-se a uma pessoa em particular ou a um
Individuais Exoneração;
grupo de pessoas determinadas.
Outorga de Licença
Circulares;
Os destinatários são os órgãos e agentes da
Internos Portarias;
Administração; não se dirigem a terceiros
Alcance Instruções;
Alcançam os administrados de modo geral (só Admissão;
Externos
entram em vigor depois de publicados). Licença.
Aquele que a administração pratica no gozo de Desapropriação;
Império suas prerrogativas; em posição de supremacia Interdição;
perante o administrado; Requisição.
São os praticados pela Administração em situação Alienação e
Objeto
Gestão de igualdade com os particulares, SEM USAR SUA Aquisição de bens;
SUPREMACIA; Certidões
Aqueles praticados por agentes subalternos; atos
Expediente Protocolo
de rotina interna;
Quando não há, para o agente, liberdade de Licença;
Vinculado escolha, devendo se sujeitar às determinações da Pedido de
Lei; Aposentadoria
Regramento
Quando há liberdade de escolha (na LEI)
Discricionário para o agente, no que diz respeito ao mérito Autorização
(CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE ).
Produzido por um único órgão; podem ser simples
Simples Despacho
singulares ou simples colegiais.
Produzido por um órgão, mas dependente da Dispensa de
Formação do Composto
ratificação de outro órgão para se tornar exequível. licitação
ATO
Resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos.
Escolha em lista
Complexo Não deve ser confundido com procedimento
tríplice
administrativo (Concorrência Pública).

www.acasadoconcurseiro.com.br 623
Espécies:

Requisitos Tipo do Ato Características


É O PODER, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a
COMPETÊNCIA Vinculado capacidade de praticar o ato administrativo. Admite DELEGAÇÃO
e AVOCAÇÃO.
É o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo; é ao que
FINALIDADE Vinculado
o ato se compromete;
É a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser
FORMA Vinculado
praticado; É o revestimento externo do ato.
É a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato
MOTIVO Discricionário
administrativo; é o por que do ato.
É o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é
OBJETO Discricionário
aquilo de que o ato dispõe, trata.

Invalidade: Revogação, Anulação e Convalidação:


Previsão legal da invalidade dos atos administrativos conforme lei nº 9.784/1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.

Portanto, a Administração Pública pode Anular ou Revogar seus atos administrativos; Sendo
assim, no exercício do poder de autotutela poderá rever seus próprios atos.
Por outro lado, o Poder Judiciário não pode revogar atos da administração pública, pois tem
competência apenas para a análise de legalidade e não de conveniência ou oportunidade.
Cabe lembrar que o enquanto não for revogado o ato administrativo, será ele considerado
legítimo e eficaz.
Obs. 1: efeitos decorrentes:
a) Da anulação: EX TUNC; (retroage a data de início dos efeitos do ato)
b) Da revogação: EX NUNC; (produz efeitos só para o futuro)
c) Da convalidação: EX TUNC (pois convalida os atos viciados)

624 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Atos Administrativos – Prof. Cristiano do Souza

Obs. 2: Cinco hipóteses que não admite Convalidação:


a) Atos que já exauriram seus efeitos;
b) Atos vinculados;
c) Atos que geraram direitos adquiridos;
d) Atos integrativos;
e) Atos de mero expediente.

Prescrição/Decadência:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

www.acasadoconcurseiro.com.br 625
Direito Administrativo

ELEMENTOS OU REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Alguns autores ao tratar deste assunto utilizam o termo requisitos, elementos, pressupostos,
condições de validade, componentes, partes integrantes, independente da denominação são
essenciais para a validade do ato e para a produção de seus efeitos.
Hely Lopes Meirelles menciona como sendo cinco os requisitos necessários à formação do ato:
competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
É importantíssimo salientar que a Lei de Ação Popular (Lei nº 4.717/65), enumera no seu artigo
2º, os seguintes elementos: competência, forma, objeto, motivo e finalidade, conceituando-os
no parágrafo único do mesmo artigo.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos
casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes
normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do
agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 627
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, procurou denomina-los como elementos do ato administrativo,
utilizando os cinco contidos no artigo 2º da Lei 4.717/65, porém em relação ao elemento
competência procurou utilizar o termo Sujeito, alegando que “a competência é apenas um dos
atributos que ele deve ter para validade do ato; além de competente, deve ser capaz, nos termos
do Código Civil Desta forma, para ela são apenas cinco os elementos do ato administrativo:
sujeito, objeto, a forma, o motivo e a finalidade.

1. COMPETÊNCIA
Competência nada mais é de um poder-dever legal atribuído a alguém para à prática de um ato
administrativo, sendo a competência a condição primeira de sua validade.
Agente competente significa o representante do poder público a quem o texto legal confere
atribuições que o habilitam a editar determinados atos administrativos. No direito público, as
atribuições de cada órgão ou autoridade recebem o nome de competência.
A distribuição de competência do agente se efetua com base em vários critérios:
A) Em razão da Matéria: incluídas entre suas atribuições, levando-se em conta o grau
hierárquico e possível delegação (competência “ratione materiae”);
B) Em razão do território: em que as funções são desempenhadas (competência “ratione
loci”), de muita relevância num Estado federal;
C) Em razão do tempo: para o exercício das atribuições, com início a partir da investidura
legal e término na data da demissão, exoneração, término de mandato, falecimento,
aposentadoria, revogação da delegação etc. (competência “ratione temporis”).
D) Em razão do fracionamento: a competência pode ser distribuída por órgãos diversos,
quando se trata de procedimento ou de atos complexos, com a participação de vários
órgãos ou agentes
Para Di Pietro “sujeito é aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato”, sendo
que no direito civil o sujeito precisa ter capacidade, e no direito administrativo, além da
capacidade o sujeito precisa ter competência.
Portanto, competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes,
fixadas pela lei.

628 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo – Prof. Cristiano de Souza

Conclusão: a competência não é presumida, pois é sempre legal, vez que nasce da lei
em sentido amplo.

2. FINALIDADE
A finalidade nada mais é do que o interesse público a atingir = resultado, independente se o ato
seja discricionário ou vinculado, porque o direito positivo não admite ato administrativo sem
finalidade pública ou desviado de sua finalidade específica. Sendo assim, a finalidade é o efeito
mediato.
Para Di Pietro, pode-se falar em fim ou finalidade em dois sentidos diferentes:
a) Em sentido amplo: a finalidade sempre corresponde à consecução de um resultado de
interesse público; nesse sentido, se diz que o ato administrativo tem que ter sempre
finalidade pública;
b) Em sentido restrito: finalidade é o resultado específico que cada ato deve produzir,
conforme definido na lei; nesse sentido, se diz que a finalidade do ato administrativo é
sempre a que decorre explícita ou implicitamente da lei.

3. FORMA
Segundo Hely Lopes Meirelles, “a inexistência da forma induz a inexistência do ato
administrativo”. A forma nada mais é do que a exteriorização do ato administrativo, o qual
constitui requisito vinculado e imprescindível à sua perfeição.
Como regra, os atos administrativos são escritos, porém há casos em que se admite atos
administrativos verbais ou mesmo por sinais convencionais, entretanto são raramente
utilizados.
Hely Lopes Meirelles, também diferencia a forma do ato administrativo com o procedimento
administrativo:
A doutrina divide a forma em duas concepções:
a) Uma concepção restrita: que considera forma como a exteriorização do ato, ou seja, o
modo pelo qual a declaração se exterioriza; nesse sentido, fala-se que o ato pode ter a
forma escrita ou verbal, de decreto, portaria, resolução etc.;
b) Uma concepção ampla: que inclui no conceito de forma, não só a exteriorização do ato,
mas também todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de
formação da vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à publicidade do
ato.
Segundo Di Pietro, na concepção restrita de forma, “considera-se cada ato isoladamente, e na
concepção ampla, considera-se o ato dentro de um procedimento. Procedimento nada mais é
do que uma sucessão de atos administrativos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 629
4. MOTIVO
Segundo Hely Lopes Meirelles, “motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que
determina ou autoriza a realização do ato administrativo”.
Di Pietro, conceitua motivo como “pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao
ato administrativo”.
a) Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato.
b) Pressuposto de fato, como o próprio nome indica, corresponde ao conjunto de
circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o
ato.
Segundo a autora, motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito,
de que os pressupostos de fato realmente existiram. Conclui que a motivação é necessária
tanto para os atos discricionários, quanto para os atos vinculados, para garantir a legalidade do
ato administrativo.

Conclusão 1: motivo é a causa ou situação que termina a atuação do Estado;


Motivação é a exposição dos motivos.
Conclusão 2: motivo é elemento ou requisito do ato; motivação NÃO é elemento ou
requisito do ato.

Vinculado com o motivo, há a teoria dos motivos determinantes em consonância com a qual a
validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de tal modo que, se
inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade. Por outras palavras, quando a Administração
motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só será válido se os motivos forem
verdadeiros.
Veja julgamento recente do STJ sobre o tema:
Há direito líquido e certo ao apostilamento no cargo público quando a Administração Pública
impõe ao servidor empossado por força de decisão liminar a necessidade de desistência
da ação judicial como condição para o apostilamento e, na sequência, indefere o pleito
justamente em razão da falta de decisão judicial favorável ao agente. O ato administrativo de
apostilamento é vinculado, não cabendo ao agente público indeferi-lo se satisfeitos os seus
requisitos. O administrador está vinculado aos motivos postos como fundamento para
a prática do ato administrativo, seja vinculado seja discricionário, configurando vício de
legalidade – justificando o controle do Poder Judiciário – se forem inexistentes ou inverídicos,
bem como se faltar adequação lógica entre as razões expostas e o resultado alcançado, em
atenção à teoria dos motivos determinantes. Assim, um comportamento da Administração
que gera legítima expectativa no servidor ou no jurisdicionado não pode ser depois utilizado
exatamente para cassar esse direito, pois seria, no mínimo, prestigiar a torpeza, ofendendo,
assim, aos princípios da confiança e da boa-fé objetiva, corolários do princípio da moralidade.
(STJ. MS 13.948-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/9/2012)

630 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo – Prof. Cristiano de Souza

Para finalizar, cabe ressaltar a disposição legal sobre o tema previsto na Lei nº 9.784/99 (Regula
o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal).

DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará
da respectiva ata ou de termo escrito.

5. OBJETO
Segundo Hely Lopes Meirelles, “todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação
ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à
ação do Poder Público”.
Di Pietro, “objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato produz”. Conclui ainda,
que ato administrativo é uma espécie de ato jurídico, desta forma, o objeto deve ser lícito,
possível, certo e por fim moral.

Conclusão: o objeto é aquilo sobre o que o conteúdo dispõe.

www.acasadoconcurseiro.com.br 631
ATENÇÃO: O MÉRITO do ato administrativo está nos elementos MOTIVO e OBJETO,
pois são discricionário.
•• Os elementos da Competência, Forma e Finalidade são sempre VINCULADOS.

ATO DISCRICIONÁRIO E ATO VINCULADO


Administração Pública ora atua com certa margem de liberdade ora atua sem liberdade
alguma, pois a lei não deixa ao administrador qualquer possibilidade de apreciação subjetiva
na edição do ato administrativo, regulando integralmente todos os elementos ou requisitos do
ato administrativo: sujeito, objeto, forma, motivo e finalidade. Nessa situação, o ato praticado
é vinculado ou regrado.
Por outro lado, algumas vezes a lei concede ao administrador liberdade de atuação,
conferindo-lhe o poder-dever de analisar a situação concreta e de escolher, segundo critério
de conveniência e oportunidade, uma dentre as opções legais. Nesse caso, ocorrerá a atuação
discricionária da Administração. Mas a discricionariedade é limitada ao elemento motivo e
objeto, já que com referência à competência, à forma e à finalidade, a lei impõe limitações.

ATENÇÃO: O MÉRITO do ato administrativo está nos elementos MOTIVO e OBJETO,


pois são discricionário.
•• Os elementos da Competência, Forma e Finalidade são sempre VINCULADOS.

632 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

José dos Santos Carvalho Filho conceitua o ato administrativo como “a exteriorização da
vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, nessa condição, que,
sob regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao
interesse público”.
Atributos do Ato Administrativo representam então as qualidades e os adjetivos dessa
exteriorização de vontade, que serão divididas em Presunção de Legitimidade, Imperatividade,
Autoexecutoriedade e Tipicidade.

1. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE

Esse atributo presume que o ato administrativo origina-se em conformidade com a lei, ou seja,
com observância às regras estabelecidas nas normas legais, que vão determinar sua emissão.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “é a qualidade, que reveste tais atos, de se presumirem
verdadeiros e conformes ao Direito, até prova em contrário. Isto é: milita em favor deles uma
presunção “juris tantum” de legitimidade; salvo expressa disposição legal, dita presunção
só existe até serem questionados em juízo. Esta, sim, é uma característica comum aos atos
administrativos em geral; as subsequentes referidas não se aplicam aos atos ampliativos”.
Já José dos Santos Carvalho Filho explica que “essa característica não depende de lei expressa,
mas deflui da própria natureza do ato administrativo, como ato emanado de agente integrante
da Estrutura do Estado”.
Por fim, Maria Sylvia Zanella di Pietro, ensina que “a presunção de legitimidade diz respeito
à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presume-se, até prova em
contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância na lei. A presunção de
veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros
os fatos alegados pela Administração. Assim ocorre com relação às certidões, atestados,
declarações, informações por ela fornecidos, todos dotados de fé pública”.

Podemos concluir da seguinte forma: Presunção de Legitimidade = Legalidade +


Veracidade do ato.

www.acasadoconcurseiro.com.br 633
2. IMPERATIVIDADE

É a possibilidade de a Administração impor obrigações unilaterais a terceiros. Segundo Celso


Antônio Bandeira de Mello “é a qualidade pela qual os atos administrativos se impõem a
terceiros, independentemente de sua concordância”. Isto quer dizer que, mesmo contrariando
interesses privados, a Administração impõe o cumprimento de uma obrigação visando atender
ao princípio da supremacia do interesse público.
Maria Sylvia Zanella di Pietro define “a imperatividade é uma das características que distingue
o ato administrativo do ato de direito privado, este último não cria qualquer obrigação para
terceiros sem a sua concordância”.
Portanto, a imperatividade só existe nos casos que imponham obrigações. Contudo, há
atos onde a imperatividade não existe. Essa exceção ocorre nos direitos solicitados pelos
administrados, como licenças, permissões, autorizações; e nos atos enunciativos, como
pareceres, certidões, atestados.

3. AUTOEXECUTORIEDADE

Característica peculiar onde a Administração após a prática do ato, executa e atinge seu
objetivo, sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Nas palavras de José dos
Santos Carvalho Filho, “a autoexecutoriedade tem como fundamento jurídico a necessidade
de salvaguardar com rapidez e eficiência o interesse público, o que não ocorreria se a cada
momento tivesse que submeter suas decisões ao crivo do Judiciário. Além do mais, nada
justificaria tal submissão, uma vez que assim como o Judiciário tem a seu cargo uma das
funções estatais – a função jurisdicional - , a Administração também tem a incumbência de
exercer função estatal – a função administrativa”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que a “a Administração pode autoexecutar as suas
decisões, com meios coercitivos próprios, sem necessidade de intervenção do poder judiciário”.
Contudo, faz uma diferenciação entre exigibilidade e executoriedade, vejamos:
a) Exigibilidade: a administração toma decisões executórias criando obrigações para o
particular sem a necessidade de ir preliminarmente a juízo;
b) Executoriedade: privilégio da ação de oficio que permite à administração executar
diretamente a sua decisão pelo uso da força.
Sendo assim, na exigibilidade são utilizados meios indiretos de coerção, definidos em lei, como
as sanções punitivas, tipo multas, em caso de descumprimento à obrigação decorrente do ato;
e na executoriedade, onde há o emprego de meios diretos de coerção, podendo se valer até do
uso da força, se houver a necessidade de prevalência do interesse coletivo diante de situação
emergente, onde há o risco à saúde e à segurança, ou nos casos previstos em lei.
Nesse mesmo sentido, Celso Antônio Bandeira de Mello enfatiza que “a executoriedade não se
confunde com a exigibilidade”. Há atos que possuem exigibilidade e não tem executoriedade.
Nesse caso, a Administração pode intimar o administrado a realizar uma construção de calçada
em frente à casa. A obrigação é exigível, mas não executável, porque não caberia o uso direto
da coerção, da força inclusive, para o cumprimento do ato. Na situação da construção, se não

634 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Atributos do Ato Administrativo – Prof. Cristiano de Souza

cumprida, pode resultar em uma penalidade, como multa, ao administrado, sem a necessidade
do reconhecimento do Judiciário ao direito da Administração penalizar tal descumprimento.

4. TIPICIDADE

Conceitua Maria Sylvia Zanella Di Pietro “é o atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados
resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido
em lei”. Assim, esse atributo assegura aos administrados que a Administração não praticará
atos inominados (sem previsão legal), portanto, todos os seus atos atendem ao princípio da
legalidade, ou seja, estão definidos em lei.
Importante salientar que o atributo da tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais.
Não existe nos contratos porque não imposição de vontade da administração, visto que
depende da aceitação do particular.

www.acasadoconcurseiro.com.br 635
Direito Administrativo

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

A classificação dos atos administrativos não é pacífica entre os doutrinadores. Porém, vamos
apresentar uma classificação mais usual e aceita em concursos, vejamos:

QUANTO A SEUS DESTINATÁRIOS:

São os atos normativos, que se destinam a todas as pessoas numa mesma


ATOS GERAIS
situação.
São os destinados a pessoa ou pessoas determinadas. Ex: nomeação de
ATOS INDIVIDUAIS
servidor.

QUANTO AO SEU ALCANCE

Os atos que só produzem efeitos no interior das repartições administrativas.


Nesse caso, tanto os atos internos, quanto os atos externos, podem ser gerais
INTERNOS ou individuais.
Os atos de efeitos internos dispensam a publicação em órgão oficial para que
tenham vigência, sendo suficiente a cientificação dos destinatários.
São os atos que produzem efeitos para além do interior das repartições
EXTERNOS administrativas. Os atos de efeitos externos dependem de publicação em
órgão oficial para que tenham vigência e efeito contra todos.

QUANTO AO SEU OBJETO

Caracterizam-se por sua imposição coativa aos administrados, sendo


ATOS DE IMPÉRIO informado por prerrogativas concedidas à Administração Pública em relação
aos administrados, sob um regime jurídico derrogatório do direito comum.
São os praticados pela Administração Pública sem as prerrogativas de
ATOS DE GESTÃO autoridade, visando gerir seus bens e serviços. Alguns autores ainda incluem
nesta categoria os atos negociais com os administrados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 637
ATOS DE São os destinados a conferir andamento aos processos e papéis nas
EXPEDIENTE repartições públicas, sem qualquer conteúdo decisório.

QUANTO AO SEU REGRAMENTO

Possuem todos seus elementos determinados em lei, não existindo


possibilidade de apreciação por parte do administrador quanto à
oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador apenas a verificação
VINCULADOS da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato.
Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a
praticar o ato administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática
do ato.
O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato,
devendo pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e
conveniência. A discricionariedade é sempre concedida por lei e deve sempre
DISCRICIONÁRIOS
estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não
pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a
legalidade, a competência e a forma (exteriorização) do ato.

QUANTO À FORMAÇÃO DOS ATOS

São os atos que decorrem da manifestação de um só órgão, seja unitário


SIMPLES ou colegiado. Exemplo: desapropriação de bem imóvel pelo Presidente da
República; deliberação do Tribunal de Impostos e Taxas.
São os atos que decorrem da manifestação de pelo menos dois órgãos,
COMPLEXOS unitários ou colegiados, cujas vontades formam um ato único. Exemplo:
decreto do Presidente da República referendado pelo Ministro de Estado.
São os atos que resultam da vontade de um órgão, mas dependente da
manifestação prévia ou posterior por parte de outro órgão. Exemplo: a
COMPOSTOS concessão de aposentadoria ao servidor em razão de invalidez depende de
laudo técnico que ateste dita invalidez. Os atos que dependem de aprovação,
visto, homologação, laudo técnico são atos compostos.

638 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

CLASSIFICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO EM ESPÉCIES

Maria Sylvia Zanella Di Pietro aponta a seguinte divisão: atos administrativos quanto ao
conteúdo e quanto à forma de que se revestem. Quanto ao conteúdo, os atos administrativos
podem ser negociais (autorização, licença, permissão e admissão), de controle (aprovação e
homologação) e enunciativos (parecer e visto). Quanto à forma, destacam-se os seguintes atos:
decreto, portaria, resolução, circular, despacho e alvará.

ATOS ADMINISTRATIVOS QUANTO AO CONTEÚDO

É ato unilateral, de cunho discricionário, mediante o qual a


Administração Pública faculta ao administrado a prática de
AUTORIZAÇÃO ato material ou o uso privativo de bem público, sendo, de
regra, precário. Atende a um interesse do administrado. Ex.:
autorização para porte de arma.
É ato unilateral, de cunho vinculado, mediante o qual a
Administração Pública faculta ao administrado o exercício de
LICENÇA
uma atividade, desde que preenchidos os requisitos legais.
Atende a um direito do administrado. Ex.: licença para construir.
Alguns doutrinadores ensinavam que o ato administrativo
discricionário e precário, gratuito ou oneroso, mediante o qual
a Administração Pública outorgava ao particular a execução de
um serviço público ou a utilização privativa de bem público.
Ex.: permissão de serviço público de transporte e permissão de
instalação de banca de jornal em calçadas.
PERMISSÃO Mas, conforme a Constituição Federal (artigo 175, inciso I), a
permissão de serviço público é um contrato. Nesse mesmo
sentido, a Lei nº 8.987/95, que disciplina as concessões e
permissões de serviço público, menciona a permissão como
contrato de adesão. Portanto, não é mais possível designar
a permissão de serviço público como ato administrativo
unilateral, pois é um contrato de adesão.
É o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública
confere, a quem atende aos requisitos legais, a inclusão em
estabelecimento governamental para a fruição de um serviço
ADMISSÃO
público. Ex.: o ingresso de um estudante em estabelecimento
oficial de ensino; a internação hospitalar em estabelecimento
público de saúde.

www.acasadoconcurseiro.com.br 639
ATOS ADMINISTRATIVOS DE CONTROLE

É ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração


Pública exerce o controle sobre um certo ato jurídico,
APROVAÇÃO manifestando-se prévia ou posteriormente à sua prática.
Por ser discricionário, constitui condição de eficácia do ato.

É ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração


Pública exerce o controle de legalidade do ato administrativo
HOMOLOGAÇÃO
a posteriori. Ex.: homologação do procedimento licitatório
pela autoridade competente.

ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS

É o ato mediante o qual os órgãos consultivos emitem


opiniões sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua
competência. O parecer não é vinculativo para a autoridade
Administrativa, a não ser que a lei estabeleça tal vinculação
na hipótese em concreto. Veja o art. 42 da Lei 9.784/99:
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada
necessidade de maior prazo.
PARECER
§ 1º Se um PARECER OBRIGATÓRIO E VINCULANTE deixar de
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento
até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem
der causa ao atraso.
§ 2º Se um PARECER OBRIGATÓRIO E NÃO VINCULANTE
deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa,
sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no
atendimento.
É ato unilateral de controle formal de outro ato jurídico,
não implica concordância quanto ao seu conteúdo. Ex: visto
VISTO
do chefe imediato a pedido encaminhado por servidor à
autoridade de superior instância.

640 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Espécies de Ato Administrativo – Prof. Cristiano de Souza

ATOS ADMINISTRATIVOS QUANTO À FORMA

É a forma pela qual se revestem os atos individuais ou gerais


praticados pelos Chefes do Poder Executivo nas diversas
DECRETO esferas de governo (Presidente da República, Governadores
e Prefeitos). Ex.: decreto regulamentar (ato geral); decreto
de nomeação (ato individual).
São formas pelas quais se revestem os atos gerais ou
RESOLUÇÃO E A PORTARIA individuais praticados por outras autoridades, diversas dos
Chefes do Executivo, complementando norma geral.
Visa ao ordenamento do serviço, veiculando ordens
CIRCULAR escritas, internas e uniformes, das autoridades aos seus
subordinados.
São as decisões proferidas pela autoridade administrativa
em requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.
Fala-se em despacho normativo sempre que uma decisão
DESPACHO
conferida a um caso concreto deva ser observada, por
determinação da autoridade, para todos os outros casos
idênticos.
É a forma pela qual se revestem a licença e a autorização
para a prática de ato submetidos ao poder de polícia. Ex.:
ALVARÁ
alvará para porte de arma para pesca (autorização); alvará
de licença para dirigir (licença).

Mas, segundo Hely Lopes Meirelles, podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos:

São aqueles que contém um comando geral do Executivo


visando ao cumprimento de uma lei. Podem apresentar-se
com a característica de generalidade e abstração (decreto
ATOS NORMATIVOS
geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e
concreção (decreto de nomeação de um servidor). Exemplos:
regulamento, decreto, regimento e resolução.
São os que visam a disciplinar o funcionamento da
Administração e a conduta funcional de seus agentes. Emanam
do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes
ATOS ORDINATÓRIOS
de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos
particulares. Exemplos: instruções, avisos, ofícios, portarias,
ordens de serviço ou memorandos, circulares.
São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da
Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico
ATOS NEGOCIAIS ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Público. Exemplos:
licença, autorização e permissão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 641
São todos aqueles em que a Administração se limita a
certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e
ATOS ENUNCIATIVOS
arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto
ao motivo e ao conteúdo. Exemplos: certidões, atestados e
pareceres.
São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e
aplicada pela Administração, visando a punir as infrações
administrativas e condutas irregulares de servidores ou
ATOS PUNITIVOS
de particulares perante a Administração. Exemplos: multa
administrativa, interdição administrativa, destruição de coisas
e afastamento temporário de cargo ou função pública.

Outra classificação importante para a prova:

QUANTO À VALIDADE

É o que atende a todos os requisitos legais: competência,


VÁLIDO finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto
para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não
pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as partes.
No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa,
seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo,
desde o início, entre as partes. Por outro lado, deverão ser
NULO
respeitados os direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido
atingidos pelo ato nulo. Cite-se a nomeação de um candidato
que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A
partir do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua
origem. Porém, as ações legais eventualmente praticadas por
ele durante o período em que atuou permanecerão válidas.
É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados,
convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o ato será
ANULÁVEL nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles
expressamente previstos em lei e analisados no item seguinte.
É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo,
manifestação de vontade da Administração Pública. São
produzidos por alguém que se faz passar por agente público,
INEXISTENTE
sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial
; do segundo, a ordem para matar alguém.

642 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Espécies de Ato Administrativo – Prof. Cristiano de Souza

QUANTO À EXECUTABILIDADE

É aquele que completou seu processo de formação, estando


apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde com
PERFEITO
validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-
se às etapas de sua formação.
Não completou seu processo de formação, portanto, não
está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a
IMPERFEITO
homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela
lei.
Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo,
mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
aguardando o implemento desse acessório, por isso não
PENDENTE
se confunde com o imperfeito. Condição é evento futuro e
incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo,
como uma data específica.
É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais
CONSUMADO havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração
ou a concessão de licença para doar sangue.

www.acasadoconcurseiro.com.br 643
Direito Administrativo

ANULAÇÃO E INVALIDAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO

Os atos administrativos podem ser acometidos de vícios ou defeitos capazes de afetar cada um
de seus elementos: sujeito, objeto, forma, motivo e a finalidade, comprometendo a validade
do ato ou de seus efeitos. Vamos analisar os vícios em cada elemento. Vejamos:

VÍCIOS RELATIVOS AO SUJEITO

a) OS VÍCIOS DE COMPETÊNCIA: acontece nos casos de usurpação de cargo ou função, função


de fato e excesso de poder.
A usurpação de cargo ou função e a função de fato decorrem da falta de titulação do sujeito à
prática do ato, ou seja, o agente não detém habilitação legal para exarar o ato administrativo, ou
porque é usurpador de cargo ou função, ou porque exerce função administrativa aparentando
ser titulado para tal (agente putativo).
Exemplo: ocorre no caso do chefe substituto que exerceu funções além do prazo determinado.
Nesse caso, o ato é válido pela aparência de legalidade que encerra, bem como para resguardar
terceiros de boa-fé.
O excesso de poder verifica-se quando o agente público extrapola os limites de sua
competência. O excesso de poder, ao lado do desvio de finalidade ou desvio de poder, são
espécies do gênero abuso de poder.

Conclusão: Abuso de Poder pode ocorrer em duas situações:


a) Por excesso de poder;
b) Por desvio de finalidade ou desvio de poder.

Exemplo: a autoridade competente para aplicar penalidade de suspensão, impõe a de demissão,


cuja competência para fazê-lo não lhe foi atribuída por lei. Lembre-se que a competência não
se presume, pois resulta da lei. Veja o art. 143 da Lei nº 8.112/90.

www.acasadoconcurseiro.com.br 645
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e
cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em
comissão.
Os vícios de capacidade referem-se ao impedimento e à suspeição. O impedimento gera uma
presunção absoluta de incapacidade, enquanto que a suspeição acarreta apenas presunção
relativa de incapacidade. Veja os art. 18, 19 e 20, ambos da Lei 9.784/99:
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para
efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros,
parentes e afins até o terceiro grau.

VÍCIOS RELATIVOS AO OBJETO

O objeto do ato, além de lícito, deve ser possível, moral e determinado, diz-se que haverá vício
quanto ao objeto se for ilícito, impossível, imoral e indeterminado.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro oferece os seguintes exemplos de vícios quanto ao objeto:
a) ato proibido por lei: desapropriação de imóvel do Estado membro pelo Município;
b) ato impossível: nomeação para cargo inexistente;

646 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Anulação e Invalidação de Atos Administrativos – Prof. Cristiano de Souza

c) ato imoral: parecer feito sob encomenda apesar de contrário ao entendimento de quem o
profere;
d) ato indeterminado: desapropriação de bem não definido com precisão.

VÍCIOS RELATIVOS À FORMA

O vício relativo à forma consiste na omissão ou na observância de incompleta ou irregular


de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. Sendo assim, o vício existe
sempre que o ato deva ser exteriorizado por determinada forma e isso não se verifica.
Exemplo: o edital é a forma correta para convocação dos interessados a participar de
concorrência. A falta de motivação, quando exigida para a prática do ato, igualmente acarreta
defeito do ato administrativo sob o aspecto da forma.

VÍCIOS RELATIVOS AO MOTIVO

Haverá vício quanto ao motivo se ele for inexistente ou falso. Portanto, o motivo é o pressuposto
de fato e de direito que autoriza a prática do ato. Não existindo o pressuposto de fato ou o
pressuposto de direito, o ato será viciado.
Exemplo de inexistência de pressuposto de direito: ato praticado com fundamento em norma
revogada.
Exemplo de inexistência de pressuposto de fato: demissão de servidor em razão de abandono
de cargo e posterior verificação de seu falecimento, razão única do não comparecimento ao
serviço.

VÍCIOS RELATIVOS À FINALIDADE

O vício relativo à finalidade, denominado desvio de finalidade ou desvio de poder, verifica-


se quando o agente pratica ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência.
Haverá desvio de poder ou desvio de finalidade tanto se o ato praticado se desviou de
qualquer interesse público, quanto o ato praticado atende a interesse público diverso daquele
estabelecido explícita ou implicitamente na regra de competência.
Exemplos: desapropriação de um bem imóvel para prejudicar inimigo do administrador.
Remoção de servidor para puni-lo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 647
CONVALIDAÇÃO

Conforme Maria Sylvia Zanella Di Pietro, convalidação, também chamada de saneamento, é o


ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos
à data em que este foi praticado.
Exemplo: exoneração do servidor a pedido sem que inicialmente tenha havido pedido formal.
Nesse caso, a apresentação posterior do referido pedido por parte do particular convalida o ato
administrativo.

OBS.: A convalidação só é possível se o ato puder ser reproduzido validamente no


momento presente. Ou seja, o vício é sanável.

Veja o art. 55 da Lei 9.784/99 sobre o tema:


Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.

ANULAÇÃO OU INVALIDAÇÃO

A ANULAÇÃO é a retirada do ato administrativo por razões de ilegalidade. Atinge, portanto, ato
inválido. Opera efeitos “ex tunc”, desde então, a partir da expedição do ato administrativo ora
anulado, já que ato inválido não pode gerar efeitos.
Tanto a Administração Pública quanto o Judiciário podem anular os atos administrativos que se
encontrem viciados.
A Administração Pública o faz pelo poder de autotutela podendo anular o ato de ofício ou
desde que provocada. O Judiciário o faz no exercício do controle de legalidade, mas depende
de provocação para analisar a legalidade do ato administrativo.
A anulação do ato administrativo pelo exercício da autotutela está consagrada em duas Súmulas
do STF, 346 e 473, vejamos:
SÚMULA Nº 346 – STF – de 13/12/1963 – Enunciado: A administração pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.
SÚMULA Nº 473 – STF – de 03/12/1969 – Enunciado: A administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Esse assunto também encontra respaldo jurídico na Lei 9.784/99, vejamos:

648 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Anulação e Invalidação de Atos Administrativos – Prof. Cristiano de Souza

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção
do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa
que importe impugnação à validade do ato.

REVOGAÇÃO
A revogação implica retirada do ato por razões de conveniência e oportunidade, extinguindo
ato válido. O ato de revogação é discricionário, porque proporciona ao administrador um
exame de mérito para decidir ou não pela retirada do ato, segundo os critérios da conveniência
e oportunidade. Por isso, os efeitos da revogação operam “ex nunc”, desde agora, isto é, a partir
da revogação para frente.
Diferentemente da anulação, a revogação é privativa da Administração, não cabendo ao
Judiciário, na sua função típica, revogar o ato administrativo, uma vez que não pode decidir
sobre a conveniência e a oportunidade do administrador. Assim, a autoridade que editou o
ato administrativo é normalmente a autoridade competente para a revogação. A autoridade
superior também costuma ter competência para tanto, já que tem poderes de rever o ato de
ofício ou mediante a via recursal pelo efeito devolutivo do recurso.
Veja o art. 55 da Lei 9.784/99 sobre o tema:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
[...]
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar,
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
[...]
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
[...]
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.

www.acasadoconcurseiro.com.br 649
LIMITES DA REVOGAÇÃO

Segundo classificação de Maria Sylvia Zanella di Pietro NÃO PODEM SER

REVOGADOS os seguintes atos:

1) Os atos vinculados;

2) Os que exauriram os seus efeitos;

3) Aqueles em que a competência já se exauriu em relação ao objeto do ato. Ex: a interposição


de recurso contra o ato administrativo impede que a autoridade inferior o revogue porque
ele está submetido à apreciação de autoridade superior;

4) Os meros atos administrativos, tais como certidões, atestados, votos;

5) Os integrantes de um procedimento, porque a novo ato ocorre a preclusão com relação ao


ato anterior;

6) Os que geram direitos adquiridos.

ATENÇÃO: NÃO cabe revogação de ato administrativo ilegal, pois a revogação


pressupõe um ato válido.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Os atos administrativos extinguem-se por:

1) Cumprimento de seus efeitos;

2) Desaparecimento do sujeito ou do objeto;

3) Por renúncia;

4) Por retirada, que abrange:

650 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Anulação e Invalidação de Atos Administrativos – Prof. Cristiano de Souza

a) Por revogação;
b) Por invalidade;
c) Cassação: por inadimplência total ou parcial do administrado que não cumpre o
estabelecido em lei ou contrato;
d) Caducidade: quando norma superveniente torna inadmissível a situação antes permitida;
e) Contraposição: quando emitido ato com fundamento em competência diversa que gerou
o ato anterior. Exemplo da exoneração de servidor que tem efeitos contrapostos da
nomeação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 651
Direito Administrativo

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Noções Gerais

CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO

1. Sob regime de direito privado;


2. Sob regime de direito público

CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO

1. Sob regime de DIREITO PRIVADO;


•• Princípio da igualdade entre as partes;
•• Autonomia da vontade das partes;
•• Força probatória das convenções = Pacta Sunt Servanda
•• Ex: contrato de locação com ente da administração;
2. Sob regime de DIREITO PÚBLICO;
•• São chamados de contratos administrativos;
•• Princípio da supremacia da Administração Pública;
•• Obedece o princípio da legalidade quanto ao limite da competência;
•• Mutabilidade unilateral das cláusulas do contrato;

CONCEITO
Para Hely Lopes: Ajuste que a administração pública, agindo nessa qualidade, firma com o
particular ou com outra entidade administrativa, para consecução de objetivos de interesse
público, nas condições desejadas pela própria administração.
Para Maria Sylvia: Ajuste que a administração, nessa qualidade, celebra com pessoa física
ou jurídica pública ou privada, para consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de
direito privado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 653
Características dos Contratos Administrativos
•• Acordo de vontades ou seja bilateral;
•• Incidência de prerrogativas especais;
•• Regime jurídico de direito público;

Formalização dos Contratos Administrativos


Regra: são sempre formais e escritos;
Portanto, são solenes;
Exceção: contrato verbal: pequenas compras de pronto pagamento com valor não superior a
R$ 4.000,00 sob regime de adiantamento (art. 60, p.u. da Lei 8.666/93)
Princípio da Publicidade: a publicação do resumo do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos é condição indispensável à eficácia do contrato. (Lei 8.666/93 art. 61, p.u.)
Clausulas Exorbitantes: são prerrogativas de direito público conferida por lei à Administração
Pública, que a colocam em situação de superioridade frente ao contratado.

Lei nº 8.987/95 – Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:


II – CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
prazo determinado;
III – CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDA DA EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA: a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer
obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

654 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Slides – Conceitos, Espécie e Características

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


CONCEITO: são prerrogativas de direito público conferidas por Lei à
administração pública, que a colocam em situação de superioridade
frente ao contratado.

Por isso, exorbitam das cláusulas comuns do direito privado.

São decorrentes do regime jurídico dos contratos administrativos,


pois derivam do princípio da supremacia do interesse público.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


CLÁUSULAS EXORBITANTES (exemplo)

- Exigência de garantias
- Alteração unilateral dos contrato
- Rescisão unilateral do contrato
- Fiscalização
- Aplicação de penalidades
- Ocupação temporária

www.acasadoconcurseiro.com.br 655
Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – Conceito

A critério da autoridade competente, desde que prevista no


instrumento convocatório, pode ser exigida prestação de garantia
nas contratações de obras, serviços e compras.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – características

- Ato discricionário, pois é a critério da autoridade administrativa;


- Deve estar no instrumento convocatório.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso,


e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá
ser exigida prestação de garantia nas contratações de
obras, serviços e compras.

656 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – modalidades

I) caução: em dinheiro ou em títulos da dívida pública;


II) Seguro garantia
III) Fiança bancária

OBS: as modalidades são exaustiva (rol fechado), mas caberá ao


contratado a escolha da modalidade (art. 56, §1º)

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – valor

Regra: não excederá a 5% do valor do contrato.

Exceção:
a) Até 10% para obras, serviços e fornecimento de grande vulto de
alta complexidade;
b) Garantia adicional: nos contratos que importem na entrega de
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor
desses bens. (que ficaram em depósito).

www.acasadoconcurseiro.com.br 657
Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
2) Alteração Unilateral do Contrato - conceito

Prerrogativa concedida à administração pública para,


unilateralmente, alterar os contratos administrativos.

Portanto, aos contratos administrativos não se aplica integralmente


o princípio pacta sunt servanda.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


2) Alteração Unilateral do Contrato – abrangência

Alcanças apenas as cláusulas regulamentares ou de serviço;

Não alcança as clausulas econômicas financeiras, pois tais cláusulas


estabelecem uma relação entre a remuneração do contratado e os
encargos assumidos.

Sendo assim as clausulas econômicas financeiras não podem ser


alteradas sem a prévia concordância do contratado, pois visa a
garantia do equilíbrio econômico financeiro.

658 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


2) Alteração Unilateral do Contrato – abrangência

Importante não confundir Alteração contratual com revisão e


reajuste de contrato.

- Revisão: decorre de alteração quando afete o equilíbrio


econômico financeiro (inflação);

- Reajuste: não caracteriza alteração do contrato, mas sim


atualização do valor pago frente à infração.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


2) Alteração Unilateral do Contrato – Tipos – art. 65
I) Qualitativas: modificação do projeto ou das especificações para
melhor adequação técnica aos seus objetivos. Não se sujeita a
limites objetivos.
II) Quantitativas:
a) acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato.
b) no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus
acréscimos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 659
Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
3) Rescisão Unilateral do Contrato – conceito

Prerrogativa da administração para extinguir unilateralmente o


contrato ANTES do prazo, sem a necessidade de recorrer ao poder
judiciário.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


3) Rescisão Unilateral do Contrato – casos

i) Inadimplemento do contrato;
ii) Interesse público, justificado pela autoridade máxima em
processo administrativo a que está subordinado o contratante;
iii) Caso fortuito ou força maior.

660 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


3) Rescisão Unilateral do Contrato – casos

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:


I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos
casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior (art.
78);
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no
processo da licitação, desde que haja conveniência para a
Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


4) Fiscalização

Representante da administração poderá fiscalizar a execução do


contrato;

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e


fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 661
Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
4) Fiscalização

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados


diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão
interessado.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

- Advertência
- Multa
- Suspensão temporária
- Declaração de inidoneidade

662 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

Multa: Atraso injustificado e também na inexecução do contrato.

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento
convocatório ou no contrato.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a
Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as
outras sanções previstas nesta Lei.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

Multa: Atraso injustificado e também na inexecução do contrato.

A multa pode ser descontada da garantia do contrato (art. 86,§2º) ou


aplicada juntamente com as demais sanções (art. 87,§2º).

www.acasadoconcurseiro.com.br 663
Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
5) Aplicação de Penalidades

SUSPENSÃO TEMPORÁRIA:

- Suspensão em participação de licitação;


- Suspensão de contratar com a administração;
- Motivo: inexecução total ou parcial do contrato;
- Duração máxima: 2 anos
- Competência: simples autoridade competente

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
- Abrange a suspensão temporária de licitar e contratar com a
administração pelo motivo de inexecução total ou parcial do
contrato.
- Duração Mínimo 2 anos; (pedido de reabilitação após o prazo)
- Competência exclusiva do Ministro de Estado, Secretário Estadual
e Secretário Municipal.

664 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


6) Ocupação Temporária

Conceito: para os serviços essenciais a administração possui a


prerrogativa de ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços VINCULADOS ao objeto do contrato.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


6) Ocupação Temporária

Hipóteses:
i) Como medida acautelatória para apuração de irregularidades na
execução do contrato = objetivo é apurar irregularidades.
ii) Imediatamente após a rescisão unilateral do contrato = objetivo
é assegurar a prestação do serviço público.

www.acasadoconcurseiro.com.br 665
Direito Administrativo

LICITAÇÕES E CONTRATOS

Art. 37 – CF - XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras


e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.

ADM Proc. Licitação Contrato

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993


Art.1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a


seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.

LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de
pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especificações usuais no mercado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 667
Art. 21. Compete à União:
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995


Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos
reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais
pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da presta-
ção de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

668 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LICITAÇÕES – LEI 8.666/93

Conceito: Licitação é um procedimento administrativo mediante o qual a administração pública


seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato.
Portanto, está sujeito ao princípio da legalidade e ao princípio da indisponibilidade do interesse
público.

Situações de Aplicação das Licitações:


a) Compras, alienações, serviços e obras (art. 37, XXI, CF/88);
b) Locações (art. 1º – Lei 8.666/93)
c) Concessões e permissões (art. 2º – Lei 8.987/95)

Para quem se aplica?


a) Administração Direta
b) Administração Indireta

Casos especiais:
a) Repartições sediadas no exterior:
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior
observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação
específica.

Casos especiais:
b) Empresas públicas (E.P.) e Sociedade de Economia Mista (S.E.M.)
Regra: submetem-se a lei 8.666/93 – art. 173, §1º da CF.
Exceção1: para contratação de bens e serviços que constituam sal atividade FIM.
Exceção2: Petrobras – STF – utiliza o Regulamento de Procedimento licitatório Simplificado –
Decreto 2.745/98 c/c art. 67 da Lei 9.478/97)

www.acasadoconcurseiro.com.br 669
Casos especiais:
c) Entidades Paraestatais:
•• Não integram a administração pública em sentido formal;
•• Portanto, não precisam licitar;
•• Mas os S.S.A. (serviços sociais autônomos) devem respeitar os princípios da administração
pública para suas contratações – TCU
•• Sofre o controle do TCU.

Finalidades da Licitação
a) Selecionar a proposta mais vantajosa para a administração = melhor relação custo/
benefício;
b) Assegurar a observância do princípio constitucional da isonomia promovendo a competição;
c) Promover o desenvolvimento sustentável no país.

PRINCÍPIOS

1. Legalidade
•• Na administração não há liberdade nem vontade pessoal, pois a ela só é permitido fazer o
que a lei autoriza;
•• Chamada de vontade legal.

2. Impessoalidade
•• Impõe ao administrador a busca do interesse público;
•• Diretamente ligado ao princípio da isonomia e do julgamento objetivo.

3. Igualdade ou Isonomia
•• Veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de licitantes em
detrimento dos demais;
•• Veda as discriminações injustificadas;
•• São vedadas cláusulas e condições que frustrem o caráter da licitação.

3. Igualdade ou Isonomia
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

670 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações – Lei 8.666/93 – Prof. Cristiano de Souza

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

3. Igualdade ou Isonomia – Casos especiais


a) Critério de desempate
Art. 3º – § 2º  Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.

3. Igualdade ou Isonomia – Casos especiais


b) Margem de preferência
Art. 3º – § 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de
serviços, a que se referem os §§ 5º (produtos manufaturados e para serviços nacionais) e 7º
(produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação
tecnológica realizados no País) serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a
soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos
manufaturados e serviços estrangeiros.

4. Moralidade
•• Conduta pautada na moral jurídica;
•• Exigência de atuação ética dos agentes envolvidos

5. Publicidade
•• Requisito de eficácia dos contratos oriundos de licitação;
Art. 61. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos
na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de
vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto
no art. 26 desta Lei.
•• Os atos do procedimento licitatório serão públicos, salvo quanto ao sigilo das propostas,
até a abertura dos envelopes;

www.acasadoconcurseiro.com.br 671
6. Adjudicação Compulsória
•• Significa entregar o bem ao vencedor da licitação;
•• Mas, a administração não está obrigada a convocar o vencedor para celebrar o contrato;

6. Adjudicação Compulsória – desdobramentos


a) Celebração do contrato;
b) Revogação do certame; (causa superveniente)
c) Anulação do certame; (vício de legalidade)

7. Vinculação ao instrumento convocatório


•• Edital ou carta convite é a lei interna da licitação;
•• Vincula os seus termos tanto os licitantes quanto a administração que o expediu;

8. Julgamento objetivo
A apreciação das propostas ocorre segundo critérios objetivos que devem estar definidos no
instrumento convocatório;

8. Julgamento objetivo
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável
pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º – Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo
com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de
uso.

672 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LICITAÇÕES – CONTRATAÇÃO DIRETA

Licitações – Lei 8.666/93


Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Alienação de Bens
1) Bens Imóveis:
- Interesse público justificado
- Autorização Prévia
- Autorização Legislativa
- Modalidade Concorrência
- Ressalvadas as hipóteses de licitação dispensada (art. 17, inc. I,
alínea A a I)

www.acasadoconcurseiro.com.br 673
Licitações
Alienação de Bens
Bens Imóveis:
OBS: bens adquiridos de procedimento judiciais ou de dação em
pagamento.
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição
haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade
competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de
concorrência ou leilão.

Licitações
Alienação de Bens
Bens Móveis:

- Interesse público justificado


- Avaliação prévia
- Não há exigência de autorização legislativa;

674 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Alienação de Bens
Bens Móveis:

- Para venda de móveis avaliados em quantia não superior a R$


650.000,00 (art. 17, §6º) ou para bens inservíveis para a
administração (art. 22, §5º) será permitido o LEILÃO.

Licitações
Alienação de Bens
Bens Móveis:
- Para venda de móveis avaliados em quantia não superior a R$
650.000,00 (art. 17, §6º) ou para bens inservíveis para a
administração (art. 22, §5º) será permitido o LEILÃO.

- Para os demais casos a lei não estabelece modalidade específica


de licitação, ressalvado as hipóteses de licitação dispensada. (art.
17, inc II, alíneas A a F)

www.acasadoconcurseiro.com.br 675
Licitações – Lei 8.666/93
Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Regra: exige-se licitação prévia para contratação em decorrência do


princípio da indisponibilidade do interesse público.

Exceção: Situações em que a licitação torna-se impossível ou


inadequada
- Inexigibilidade – art. 25
- Dispensa: dispensada (art. 17) e dispensável (art. 24)

676 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25

- A licitação é inexigível nas hipóteses em que haja inviabilidade


jurídica de competição (juridicamente impossível)
- O Art. 25 é meramente exemplificativo.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25


1ª - Hipótese: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
(fornecedor exclusivo)

www.acasadoconcurseiro.com.br 677
Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25


2ª - Hipótese: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta


Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação; (serviços técnicos especializados)

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
Inexigibilidade de Licitação– art. 25
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou
tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

678 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25


3ª - Hipótese: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico,


diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado
pela crítica especializada ou pela opinião pública. (profissional artístico)

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Licitação dispensável - art. 24: a licitação é juridicamente possível, ou


seja, há viabilidade jurídica de competição.

- Rol exaustivo, fechado numero clausus;

www.acasadoconcurseiro.com.br 679
Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Motivação obrigatória

DA MOTIVAÇÃO – Lei 9.784/99


Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Motivação obrigatória

DA MOTIVAÇÃO – Lei 9.784/99


Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

680 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Licitação dispensável - art. 24: a licitação é juridicamente possível, ou


seja, há viabilidade jurídica de competição.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
1) Obras, serviços e compras de pequeno valor (art. 24, I e II):
- Obras e serviços de engenharia = até 10% do valor do convite = 15 mil;
- Outros serviços e compras = até 10% do valor do convite = 8 mil;
OBS: podem adotar nas despesas o limite de 20% do convite (art.
24,§1º):
a) Consórcio público;
b) Sociedade de economia mista;
c) Empresa pública;
d) Agência executiva.

www.acasadoconcurseiro.com.br 681
Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
2) Emergência ou calamidade pública:
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa
e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade,
vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
3) Licitação Deserta
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;

OBS: ocorre quando a licitação é convocada, mas não aparecem


interessados;

682 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
4) Licitação fracassada
Art. 24 - VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que,
observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será
admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
constante do registro de preços, ou dos serviços;
Art. 48. Serão desclassificadas:
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas
forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de
oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de
convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
4) Licitação fracassada

Somente dispensará após fixar aos licitantes prazo de 8 dias úteis para
nova proposta, se for convite prazo de 3 dias úteis.

Persistindo a situação se admitida a adjudicação direta dos bens ou


serviços por valor não superior ao constante do Registro de preços.

www.acasadoconcurseiro.com.br 683
Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
5) Remanescente
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
devidamente corrigido;
- Rescisão contratual;
- Ordem de classificação;
- Nas mesmas condições.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
6) Entidades sem fins lucrativos
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à
água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as
famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de
água.

684 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
7) Organizações Sociais

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as


organizações sociais (OS), qualificadas no âmbito das respectivas esferas
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 685
Direito Administrativo

LICITAÇÕES – MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Licitações – Lei 8.666/93


Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Modalidades de Licitação

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 687
Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto.

Licitações
Concorrência:
- Qualquer interessado pode participar, mas tem que se habilitar
previamente;
- Obras e serviços de engenharia acima de 1.500.000,00;
- Compras e serviços que não sejam de eng. Acima de 650.000,00;
- Compra e alienação de imóveis;
- Concessão de direito real de uso;
- Licitações internacionais.
- OBS: se aplica a concorrência aos casos em que couber a tomada
de preço e convite.

688 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Modalidades de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.

Licitações
Tomada de preços

- Interessado devidamente cadastrados; (prévio)


- Interessados não cadastrados, mas que atenderem os requisitos
até o 3º dias anterior a data de recebimento das propostas.
- Obras e serviços de engenharia ATÉ de 1.500.000,00;
- Compras e serviços que não sejam de eng. ATÉ de 650.000,00;
- Licitações internacionais, se a administração possuir cadastro
internacional;
- OBS: a tomada de preço se aplica aos casos em que couber o
convite.

www.acasadoconcurseiro.com.br 689
Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo


pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.

Licitações
Convite
- Convidados interessados do ramo cadastrados ou não cadastrados;
- Número mínimo de 3 participantes;
- Cadastrados que manifestarem interesse até 24 horas antes do prazo
para entrega das propostas;
- Obras e serviços de engenharia ATÉ de 150.000,00;
- Compras e serviços que não sejam de eng. ATÉ de 80.000,00;
- Se não houver pelo menos 3 participante, repete-se o convite, salvo
limitação de mercado ou falta de interesse dos convidados
- Carta convite diretamente para os participantes (não é edital)

690 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Modalidades de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Concurso
- Utilizado para escolha de trabalhos técnicos, científicos ou
artísticos.
- Para serviços técnicos profissionais especializados;
- Constituição de comissão especial para julgamento;
- O Julgamento será realizado conforme critérios definidos em
regulamento próprio. (não se aplica os tipos de licitação do art.
45).

Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a
alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação

www.acasadoconcurseiro.com.br 691
Licitações
Leilão
- Adotado para Alienações
- Móveis avaliados quantia não superior a R$ 650.000,00;
- Imóveis cuja aquisição tenha sido de procedimentos judiciais ou
dação em pagamento;
- Produtos legalmente apreendidos ou penhorados.
- Permite a participação de qualquer interessado;
- Não há exigência de prévia habilitação (cadastro);
- Vencedor que ofertar maio lance igual ou superior a avaliação.

692 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

AGENTES PÚBLICOS

Conceitos: agentes públicos são todos aqueles que exercem função pública como preposto do
Estado. Ou seja, são pessoas físicas que manifestam a vontade do Estado.
Classificação: conforme Hely Lopes, os agentes públicos dividem-se em:
a) Agentes políticos;
b) Agentes administrativos;
c) Agentes honoríficos;
d) Agentes delegados;
e) Agentes credenciados.

a) Agentes políticos:
São aqueles que exercem a função política.
Exemplo: Presidente da República, Ministros de Estado, Deputados, Senadores, Juízes,
Promotores.
•• Possuem status constitucional, ou seja, não estão sujeitos as regras comuns dos servidores
públicos.
•• Em regra não são sujeitos à hierarquia, salvo os auxiliares diretos (Ministros de Estado).

b) Agentes administrativos
São aqueles vinculados ao Estado por relação permanente de trabalho, salvo a função de
caráter temporário;
São denominados servidores públicos em sentido amplo.

b) Agentes administrativos
Servidores públicos em sentido restrito.

1. Servidor Estatutário: ocupam cargo público de provimento efetivo ou em comissão. Seu


regime jurídico está num Estatuto, por isso chama-se de Estatutário.

www.acasadoconcurseiro.com.br 693
2. Empregado Público: que ocupa emprego público, pois seu regime jurídico é o contratual
conhecido como celetista.
3. Servidor temporário: exercem função temporária de caráter especial e transitório.

c) Agentes delegados
Recebem do Estado a incumbência de exercer determinada atividade pública, em seu nome
próprio e sem vínculo empregatício, mas sob fiscalização do Poder Público.
Exemplo: leiloeiro, peritos judiciais, serviços notariais, concessionários, permissionários.

d) Agentes honoríficos
Colaboram com o Estado de forma temporária em razão de sua condição cívica.
Exemplo: jurados e mesários.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

1. Acesso a Cargo, emprego e função pública:


•• BRASILEIROS: (art. 37, I, da CF/88)
a) Preencher os requisitos estabelecidos na lei; (eficácia contida)
b) o Edital não pode criar requisitos ou restrições ao acesso; (legalidade)
c) Deve estar relacionado a natureza das atribuições do cargo ou emprego;
d) Deve pautar por critério objetivo;
e) Dever pautar pela razoabilidade.

•• BRASILEIROS: (art. 37, I, da CF/88)


Exemplo: Lei 8.112/90 – Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em
lei.

694 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Agentes Públicos – Prof. Cristiano de Souza

•• ESTRANGEIROS: (art. 37, I, da CF/88)


a) Preencher os requisitos estabelecidos na forma da lei; (eficácia limitada)
Exemplo: Lei 8.112/90 – Art. 5º – § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica
e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

•• Cargos privativos de brasileiros natos:


CF/88 – Art. 12 – § 3º – São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa

•• CONCURSO PÚBLICO:
•• Obrigatório para cargo efetivo e emprego público;
•• Os cargos em comissão (CC) não precisam de concurso, pois são de livre nomeação e
livre exoneração;
•• Prazo de validade: CF/88 - Art. 37 – inciso III - o prazo de validade do concurso público
será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
•• Dentro do prazo de validade o aprovado será chamado com prioridade sobre os novos
concursados.
•• Realização de novo concurso:
a) A CF permite, desde que seja respeitado a prioridade de convocação;
b) A lei 8.112/90 não admite enquanto houver aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado. (art. 12º, §2º).
•• Portadores de Deficiência:
a) Na CF: a lei reservará percentual (%) dos cargos e empregos públicos;
b) Na lei 8.112/90 reserva de até 20% das vagas compatíveis com o cargo. (art. 5º,
§2º).

2. Estabilidade:

•• Conceto: garantia constitucional a ocupante de cargo público efetivo;


•• Objetivo: Visa assegurar a permanência no cargo enquanto atendidos os requisitos legais;

www.acasadoconcurseiro.com.br 695
•• Requisitos: (art. 41, CF/88)
I – Aprovação em concurso público para cargo efetivo;
II – 03 anos de efetivo serviço;
III – Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Situação especial: (art. 19, ADCT - CF/88)

Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da
promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido
admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço
público.

•• Hipóteses de perda do cargo após a estabilidade: (art. 41, § 1º + art. 169, § 4º)
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.

•• Hipóteses de perda do cargo após a estabilidade: (art. 41, § 1º + art. 169, § 4º)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução
de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.

696 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Agentes Públicos – Prof. Cristiano de Souza

3. Acumulação:

Regra: é vedada a acumulação de cargos, empregos ou funções.


Exceções: (desde que haja compatibilidade de horário)
a) 2 cargos de professor;
b) Cargo de professor + cargo técnico ou científico;
c) 2 cargo privativos da área a saúde*;
d) Mandato de vereador (art. 38, III)
e) Juiz + professor (art. 95, p.u., I)
f) Membros do MP + professor (art. 128, § 5º, II, d)
*OBS: EC 77/14 – Art. 142, §3º, VIII – Área da saúde – forças armadas.

4. Proventos de aposentadoria no RPPS (art. 37, § 10º – CF)

Regra: é vedada a cumulação de:


•• Proventos de aposentadoria do RPPS COM Remuneração de cargo, emprego ou função;
Exceção:
•• Cargos acumuláveis na forma da CF/88;
•• Cargos eletivos;
•• Cargos em comissão.

4. Direito à associação sindical:


CF – Art. 37 – VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
STF Súmula nº 679 – Fixação de Vencimentos dos Servidores Públicos – Possibilidade – Objeto
de Convenção Coletiva.
A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva.

5. Direito de greve:

CF – Art. 37 – VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; (eficácia limitada – não autoaplicável)
OBSERVAÇÃO: Desde o julgamento no STF, em 2007, dos Mandados de Injunção (MIs) 670, 708
e 712, resta consolidado o entendimento de que os servidores públicos não podem permanecer
reféns da morosidade legislativa para exercerem seu direito à greve, assegurado no art. 37, VII
da Constituição, devendo-se aplicar ao caso, no que couber, a lei que disciplina a matéria para o
setor privado (Lei nº 7.783/89).

www.acasadoconcurseiro.com.br 697
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina,
sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia
dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das
que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

698 www.acasadoconcurseiro.com.br
Normas Aplicáveis aos
Servidores Públicos Federais

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

TÍTULO I

CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Dica: Está é uma lei federal e não se aplica a todas as esferas administrativas, portanto, não
abrange os servidores dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Nem mesmo aos empre-
gados públicos, servidores temporários, militares, agentes políticos.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organi-
zacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter
efetivo ou em comissão.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Dica: Características do cargo público:


•• conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor
•• acessíveis a todos os brasileiros
•• são criados por lei
•• com denominação própria
•• vencimento pago pelos cofres públicos
•• para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 699
TÍTULO II
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em
lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que
são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas ofere-
cidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão pro-
ver seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e
os procedimentos desta Lei.
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada
Poder.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
I – nomeação;
II – promoção;
III – ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV – transferência; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
IX – recondução.

700 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Preliminares do Cargo Público e Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição –
Prof. Cristiano de Souza

Seção II
DA NOMEAÇÃO
Art. 9º A nomeação far-se-á:
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;
II – em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá
ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um
deles durante o período da interinidade.

Dica: CF/88 – Art. 37, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se ape-
nas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na car-
reira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de
carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.

Seção III
DO CONCURSO PÚBLICO
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital,
que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

Dica: o prazo de validade não é contado da sua realização e sim da sua homologação.

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior
com prazo de validade não expirado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 701
Seção IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribui-
ções, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em
lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em
licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII,
alíneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento.

Dica: Licenças e Afastamentos:


Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I – por motivo de doença em pessoa da família;
III – para o serviço militar;
V – para capacitação;
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de
efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I – férias;
IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em progra-
ma de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo
ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efe-
tivo;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
f) por convocação para o serviço militar;
IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar re-
presentação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei es-
pecífica;
XI – afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere.

702 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Preliminares do Cargo Público e Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição –
Prof. Cristiano de Souza

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.

§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função públi-
ca.

§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no
§ 1º deste artigo.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.

Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente
para o exercício do cargo.

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de con-
fiança.

§ 1º É de 15 dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício,


contados da data da posse.

§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação
para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, obser-
vado o disposto no art. 18.

§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o


servidor compete dar-lhe exercício.

§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de


designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não
poderá exceder a 30 dias da publicação.

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assenta-
mento individual do servidor.

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os ele-


mentos necessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamen-
to na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, re-
distribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, 10 e, no máxi-
mo, 30 dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova
sede.

§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que


se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 703
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes
aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 40 horas e observa-
dos os limites mínimo e máximo de 6 horas e 8 horas diárias, respectivamente.
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de inte-
gral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre
que houver interesse da Administração.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujei-
to a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) 36 meses, durante o qual a sua aptidão
e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fato-
res: (vide EMC nº 19)

I – assiduidade;

II – disciplina;

III – capacidade de iniciativa;

IV – produtividade;

V – responsabilidade.

§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homo-
logação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por co-
missão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento
da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enume-
rados nos incisos I a V do caput deste artigo.

§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzi-
do ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.

§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em co-


missão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e
somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, de
níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afas-


tamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para partici-
par de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Adminis-
tração Pública Federal.

§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos


arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
retomado a partir do término do impedimento.

704 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Preliminares do Cargo Público e Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição –
Prof. Cristiano de Souza

Art. 20 – § 4º Ao Servidor Art. 20 – § 5º O estágio


em estágio probatório probatório ficará SUSPENSO
Conceder-se-á ao servidor SOMENTE PODERÃO durante AFASTAMENTO: art.
AFASTAMENTO SER CONCEDIDAS os 96.
AFASTAMENTOS: arts. 94,
95 e 96.
Art 93. Afastamento para Servir a
Não Não
Outro Órgão ou Entidade.
Art. 94. Afastamento para Exercí-
SIM Não
cio de Mandato Eletivo.
Art. 95. Afastamento para Estudo
SIM Não
ou Missão no Exterior.
Art. 96. O afastamento de servi-
dor para servir em organismo in-
SIM SIM
ternacional de que o Brasil parti-
cipe ou com o qual coopere.
Art. 96. A – Afastamento para
Participação em Programa de
Não Não
Pós-Graduação Stricto Sensu no
País.

Art. 20 – § 4º Ao Servidor Art. 20 – § 5º O estágio


em estágio probatório probatório ficará SUSPENSO
Art. 81. Conceder-se-á ao
SOMENTE PODERÃO SER durante as licenças: arts 83,
servidor licença:
CONCEDIDAS AS LICENÇAS: 84, § 1º, 86.
art. 81, incisos I a IV.
I – por motivo de doença em
SIM SIM
pessoa da família; Art. 83.
II – por motivo de afastamento
do cônjuge ou companheiro; Art. SIM SIM
84.
III – para o serviço militar; Art. 85. SIM Não
IV – para atividade política; Art.
SIM SIM
86
V – para capacitação; Art. 87. Não Não
VI – para tratar de interesse
Não Não
particulares; Art. 91.
VII – para desempenho de
Não Não
mandato classista. Art. 92.

www.acasadoconcurseiro.com.br 705
Seção V
DA ESTABILIDADE
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo
adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) 03 anos de efetivo exercício. (prazo
3 anos – EC nº 19)
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado
ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Dica: CF/88 – Art. 41. São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o
prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I – redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes
para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste
artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado
de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade admi-
nistrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indeniza-
ção correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou asse-
melhadas pelo prazo de 4 anos.

706 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Preliminares do Cargo Público e Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição –
Prof. Cristiano de Souza

Seção VI
DA TRANSFERÊNCIA
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.1997)

Seção VII
DA READAPTAÇÃO
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
peção médica. (incapaz relativo)
§ 1º Se julgado incapaz (absoluta) para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exi-
gida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Seção VIII
DA REVERSÃO
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:
I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposenta-
doria; ou

Dica: § 3º No caso do inciso I (por invalidez), encontrando-se provido o cargo, o servidor


exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

II – no interesse da administração, desde que:


a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos 05 anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da apo-
sentadoria.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substi-
tuição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

www.acasadoconcurseiro.com.br 707
§ 5º O servidor de que trata o inciso II (no interesse da administração) somente terá os proven-
tos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos 05 anos no cargo.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

Seção IX
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou
no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o
disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi-
bilidade.

Seção X
DA RECONDUÇÃO
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá
de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em
outro, observado o disposto no art. 30.

Seção XI
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de
servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração
Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37, o servidor posto em disponibilidade
poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Ad-
ministração Federal – SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não
entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

708 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Preliminares do Cargo Público e Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição –
Prof. Cristiano de Souza

Dica: Disponibilidade x Aproveitamento


O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante
aproveitamento;

Em exercício Novo exercício

Disponibilidade Aproveitamento
 
Cassada Sem efeito

CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
IV – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VI – readaptação;
VII – aposentadoria;
VIII – posse em outro cargo inacumulável;
IX – falecimento.

São formas de provimento DICA São formas de vacância


Nomeação; Exoneração;
Promoção; São formas simultâneas de Demissão;
Readaptação; provimentos e vacância para Promoção;
Reversão; a lei nº 8.112/1990 Readaptação;
Promoção e Readapção
Aproveitamento; Aposentadoria;
Reintegração; Posse em outro cargo
Recondução. inacumulável;
Falecimento

www.acasadoconcurseiro.com.br 709
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á:
I – a juízo da autoridade competente;
II – a pedido do próprio servidor.

CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
Seção I
DA REMOÇÃO
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo qua-
dro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:
I – de ofício, no interesse da Administração;
II – a pedido, a critério da Administração;
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi des-
locado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta mé-
dica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados
for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou enti-
dade em que aqueles estejam lotados.

Seção II
DA REDISTRIBUIÇÃO
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no
âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia
apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
I – interesse da administração;

710 www.acasadoconcurseiro.com.br
Disposições Preliminares do Cargo Público e Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição –
Prof. Cristiano de Souza

II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou
entidade.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão
ou entidade.
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato conjunto entre o órgão cen-
tral do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declara-
da sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será
colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido
sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou
entidade, até seu adequado aproveitamento.

CAPÍTULO IV
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo
de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão,
previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o
exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos,
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia
ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titu-
lar, superiores a 30 dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que
excederem o referido período.
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organiza-
das em nível de assessoria.

www.acasadoconcurseiro.com.br 711
Direito Administrativo

VANTAGENS E REMUNERAÇÃO

TÍTULO III vantagens de caráter individual e as relati-


vas à natureza ou ao local de trabalho.
Dos Direitos e Vantagens § 5º Nenhum servidor receberá remunera-
ção inferior ao salário mínimo.
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,
CAPÍTULO I mensalmente, a título de remuneração, impor-
DO VENCIMENTO E tância superior à soma dos valores percebidos
DA REMUNERAÇÃO como remuneração, em espécie, a qualquer tí-
tulo, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária Ministros de Estado, por membros do Congres-
pelo exercício de cargo público, com valor fixa- so Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Fe-
do em lei. deral.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº Parágrafo único. Excluem-se do teto de re-
11.784, de 2008) muneração as vantagens previstas nos inci-
sos II a VII do art. 61.
Art. 41. Remuneração é o vencimento do car-
go efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98)
permanentes estabelecidas em lei. Art. 44. O servidor perderá:
§ 1º A remuneração do servidor investido I – a remuneração do dia em que faltar ao
em função ou cargo em comissão será paga serviço, sem motivo justificado;
na forma prevista no art. 62.
II – a parcela de remuneração diária, pro-
§ 2º O servidor investido em cargo em co- porcional aos atrasos, ausências justifica-
missão de órgão ou entidade diversa da das, ressalvadas as concessões de que tra-
de sua lotação receberá a remuneração de ta o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na
acordo com o estabelecido no § 1o do art. hipótese de compensação de horário, até o
93. mês subseqüente ao da ocorrência, a ser es-
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acresci- tabelecida pela chefia imediata.
do das vantagens de caráter permanente, é Parágrafo único. As faltas justificadas de-
irredutível. correntes de caso fortuito ou de força maior
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimen- poderão ser compensadas a critério da
tos para cargos de atribuições iguais ou chefia imediata, sendo assim consideradas
assemelhadas do mesmo Poder, ou entre como efetivo exercício.
servidores dos três Poderes, ressalvadas as

www.acasadoconcurseiro.com.br 713
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado Art. 48. O vencimento, a remuneração e o pro-
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a re- vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou
muneração ou provento. penhora, exceto nos casos de prestação de ali-
mentos resultante de decisão judicial.
§ 1º Mediante autorização do servidor, po-
derá haver consignação em folha de paga-
mento em favor de terceiros, a critério da
administração e com reposição de custos, CAPÍTULO II
na forma definida em regulamento. (Reda-
DAS VANTAGENS
ção dada pela Medida Provisória nº 681, de
2015) Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas
§ 2º O total de consignações facultativas de ao servidor as seguintes vantagens:
que trata o § 1º não excederá trinta e cinco I – indenizações;
por cento da remuneração mensal, sendo
cinco por cento reservados exclusivamen- II – gratificações;
te para a amortização de despesas contra-
III – adicionais.
ídas por meio de cartão de crédito (Reda-
ção dada pela Medida Provisória nº 681, de § 1º As indenizações não se incorporam
2015) ao vencimento ou provento para qualquer
efeito.
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão pre- § 2º As gratificações e os adicionais incor-
viamente comunicadas ao servidor ativo, apo- poram-se ao vencimento ou provento, nos
sentado ou ao pensionista, para pagamento, no casos e condições indicados em lei.
prazo máximo de trinta dias, podendo ser par-
celadas, a pedido do interessado. Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
computadas, nem acumuladas, para efeito de
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser concessão de quaisquer outros acréscimos pe-
inferior ao correspondente a dez por cento cuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
da remuneração, provento ou pensão. idêntico fundamento.
§ 2º Quando o pagamento indevido houver
ocorrido no mês anterior ao do processa-
mento da folha, a reposição será feita ime-
diatamente, em uma única parcela.
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em
decorrência de cumprimento a decisão limi-
nar, a tutela antecipada ou a sentença que
venha a ser revogada ou rescindida, serão
eles atualizados até a data da reposição.
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que
for demitido, exonerado ou que tiver sua apo-
sentadoria ou disponibilidade cassada, terá o
prazo de sessenta dias para quitar o débito.
Parágrafo único. A não quitação do débito
no prazo previsto implicará sua inscrição em
dívida ativa.

714 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112/90 – SERVIDORES PÚBLICOS

DIREITOS E VANTAGENS

DIREITOS E VANTAGENS
O servidor tem direito:
Vencimento
Vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
Férias
Licenças
Afastamentos
Concessões
Tempo de serviço
Direito de petição.

Direito a FÉRIAS – art. 77 a 80


O servidor fará jus a 30 dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de 02 períodos,
no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.
OBS: O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas
gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida
em qualquer hipótese a acumulação.
Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
As férias poderão ser parceladas em até 03 etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
no interesse da administração pública.
Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional de férias quando da utilização
do primeiro período.

www.acasadoconcurseiro.com.br 715
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção
interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço
declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
respectivo período;
É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço;
O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao
período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 avos por mês de
efetivo exercício, ou fração superior a 14 dias.
A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato
exoneratório.

716 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI 8.112/90 – SERVIDORES PÚBLICOS


LICENÇAS
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I – por motivo de doença em pessoa da família;
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III – para o serviço militar;
IV – para atividade política;
V – para capacitação;
VI – para tratar de interesses particulares;
VII – para desempenho de mandato classista.
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença prevista no
inciso I deste artigo.

Art. 20 - § 4º Ao servidor
Art. 20 - § 5º O estágio
em estágio probatório
Art. 81. Conseder-se-á ao probatório ficará SUSPENSO
SOMENTE PODERÃO SER
servidor licença durante as licenças: Arts.
CONCEDIDAS AS LICENÇAS:
83, 84, § 1º, 86.
Art. 81, incisos I a IV
I - por motivo de doença em
SIM SIM
pessoa da família; Art. 83.
II - por motivo de
afastamento do cônjuge ou SIM SIM
companheiro; Art. 84.
III - para o serviço militar;
SIM Não
Art. 85
IV - para atividade política;
SIM SIM
Art. 86.
V - para capacitação; Art.87 Não Não
VI - para tratar de interesses
Não Não
particulares; Art. 91.
VII - para desempenho de
Não Não
mandato classista. Art. 92.

www.acasadoconcurseiro.com.br 717
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.

Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família


CONDIÇÃO: Art. 83. § 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44.
Art. 83 - § 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada
período de doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
Art. 83 - § 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as
respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado
o disposto no § 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º.

Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge


Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
Art. 84. § 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor
público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal
direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu
cargo.

Da Licença para o Serviço Militar


Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições
previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Da Licença para Atividade Política


Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a
sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

718 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licenças – Prof. Cristiano de Souza

§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor


fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três
meses.

Da Licença para Atividade Política


Art. 86. § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções
e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será
afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até
o décimo dia seguinte ao do pleito.

Da Licença para Capacitação


Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da
Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três
meses, para participar de curso de capacitação profissional.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.

Da Licença para Tratar de Interesses Particulares


Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo
efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos
particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor
ou no interesse do serviço.

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista


Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho
de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para
prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102
desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites:

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista


I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores;
II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro)
servidores;
III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.

www.acasadoconcurseiro.com.br 719
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112/90 – SERVIDORES PÚBLICOS

DIREITOS E VANTAGENS

DOS AFASTAMENTOS
a) Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
b) Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
c) Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
d) Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País

a) Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade: ART. 93


O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da
União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
I – para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II – em casos previstos em leis específicas.
OBS: Para exercício de cargo em comissão ou função de confiança, sendo a cessão para órgãos
ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será
do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos.
OBS: A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG, com a finalidade de promover
a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal,
poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor.

b) Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo


I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;
III – investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo;

www.acasadoconcurseiro.com.br 721
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração.
No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em
exercício estivesse.
O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído
de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

c) Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior


O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
Tribunal Federal.
Prazo: A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente
decorrido igual período, será permitida nova ausência.
Ao servidor beneficiado por esse afastamento não será concedida exoneração ou licença para
tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a
hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
Essas disposições não se aplicam aos servidores da carreira diplomática.
OBS: As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no
que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.
O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

d) Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu


no País
O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em
programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País.
Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão
concedidos:
•• aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3
(três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio
probatório;
•• que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de
licença capacitação ou com fundamento no art. 96 - A nos 2 (dois) anos anteriores à data
da solicitação de afastamento.

722 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Afastamentos – Prof. Cristiano de Souza

Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos:


•• aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
04 anos, incluído o período de estágio probatório, e;
•• que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com
fundamento no art. 96 - A, nos 04 anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
OBS: Os servidores beneficiados pelos afastamentos terão que permanecer no exercício de
suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido.
Consequência: Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes
de cumprido o período de permanência deverá ressarcir o órgão ou entidade dos gastos com
seu aperfeiçoamento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 723
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112/90 – SERVIDORES PÚBLICOS

DIREITOS E VANTAGENS Parágrafo único. O requerimento e o pedi-


do de reconsideração de que tratam os arti-
gos anteriores deverão ser despachados no
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
DIREITO DE PETIÇÃO de 30 (trinta) dias.
Art. 107. Caberá recurso:
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito
de requerer aos Poderes Públicos, em defe- I – do indeferimento do pedido de reconsi-
sa de direito ou interesse legítimo. deração;
Art. 105. O requerimento será dirigido à II – das decisões sobre os recursos sucessi-
autoridade competente para decidi-lo e en- vamente interpostos.
caminhado por intermédio daquela a que
estiver imediatamente subordinado o re- § 1º O recurso será dirigido à autoridade
querente. imediatamente superior à que tiver expedi-
do o ato ou proferido a decisão, e, sucessi-
Art. 113. Para o exercício do direito de pe- vamente, em escala ascendente, às demais
tição, é assegurada vista do processo ou autoridades.
documento, na repartição, ao servidor ou a
procurador por ele constituído. § 2º O recurso será encaminhado por inter-
médio da autoridade a que estiver imedia-
Art. 110. O direito de requerer prescreve: tamente subordinado o requerente.
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de Art. 108. O prazo para interposição de pedido
demissão e de cassação de aposentadoria de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta)
ou disponibilidade, ou que afetem interesse dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
patrimonial e créditos resultantes das rela- interessado, da decisão recorrida.
ções de trabalho;
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais efeito suspensivo, a juízo da autoridade compe-
casos, salvo quando outro prazo for fixado tente.
em lei.
Parágrafo único. Em caso de provimento do
Parágrafo único. O prazo de prescrição será pedido de reconsideração ou do recurso, os
contado da data da publicação do ato im- efeitos da decisão retroagirão à data do ato
pugnado ou da data da ciência pelo interes- impugnado.
sado, quando o ato não for publicado.
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recur-
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à auto- so, quando cabíveis, interrompem a prescrição.
ridade que houver expedido o ato ou proferido
a primeira decisão, não podendo ser renovado. Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não
podendo ser relevada pela administração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 725
Art. 114. A administração deverá rever seus
atos, a qualquer tempo, quando eivados de ile-
galidade.
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior.

726 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999

Regula o processo administrativo no âmbito da segurança jurídica, interesse público e eficiên-


Administração Pública Federal. cia.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que Parágrafo único. Nos processos administra-
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a tivos serão observados, entre outros, os cri-
seguinte Lei: térios de:
I – atuação conforme a lei e o Direito;
II – atendimento a fins de interesse geral,
CAPÍTULO I vedada a renúncia total ou parcial de pode-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS res ou competências, salvo autorização em
lei;
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre
o processo administrativo no âmbito da Admi- III – objetividade no atendimento do inte-
nistração Federal direta e indireta, visando, em resse público, vedada a promoção pessoal
especial, à proteção dos direitos dos administra- de agentes ou autoridades;
dos e ao melhor cumprimento dos fins da Admi-
IV – atuação segundo padrões éticos de
nistração.
probidade, decoro e boa-fé;
§ 1º Os preceitos desta Lei também se apli-
V – divulgação oficial dos atos administrati-
cam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre-
Judiciário da União, quando no desempe-
vistas na Constituição;
nho de função administrativa.
VI – adequação entre meios e fins, veda-
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
da a imposição de obrigações, restrições e
I – órgão – a unidade de atuação integrante sanções em medida superior àquelas estri-
da estrutura da Administração direta e da tamente necessárias ao atendimento do in-
estrutura da Administração indireta; teresse público;
II – entidade – a unidade de atuação dotada VII – indicação dos pressupostos de fato e
de personalidade jurídica; de direito que determinarem a decisão;
III – autoridade – o servidor ou agente pú- VIII – observância das formalidades essen-
blico dotado de poder de decisão. ciais à garantia dos direitos dos administra-
dos;
Art. 2º A Administração Pública obedecerá,
dentre outros, aos princípios da legalidade, fina- IX – adoção de formas simples, suficientes
lidade, motivação, razoabilidade, proporcionali- para propiciar adequado grau de certeza,
dade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança e respeito aos direitos dos admi-
nistrados;

www.acasadoconcurseiro.com.br 727
X – garantia dos direitos à comunicação, à CAPÍTULO III
apresentação de alegações finais, à produ- DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
ção de provas e à interposição de recursos,
nos processos de que possam resultar san- Art. 4º São deveres do administrado perante a
ções e nas situações de litígio; Administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo:
XI – proibição de cobrança de despesas pro-
cessuais, ressalvadas as previstas em lei; I – expor os fatos conforme a verdade;

XII – impulsão, de ofício, do processo admi- II – proceder com lealdade, urbanidade e


nistrativo, sem prejuízo da atuação dos inte- boa-fé;
ressados; III – não agir de modo temerário;
XIII – interpretação da norma administrativa IV – prestar as informações que lhe forem
da forma que melhor garanta o atendimen- solicitadas e colaborar para o esclarecimen-
to do fim público a que se dirige, vedada to dos fatos.
aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO IV
CAPÍTULO II DO INÍCIO DO PROCESSO
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-
-se de ofício ou a pedido de interessado.
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos
perante a Administração, sem prejuízo de ou- Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
tros que lhe sejam assegurados: salvo casos em que for admitida solicitação oral,
deve ser formulado por escrito e conter os se-
I – ser tratado com respeito pelas autori- guintes dados:
dades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento I – órgão ou autoridade administrativa a
de suas obrigações; que se dirige;

II – ter ciência da tramitação dos processos II – identificação do interessado ou de quem


administrativos em que tenha a condição o represente;
de interessado, ter vista dos autos, obter III – domicílio do requerente ou local para
cópias de documentos neles contidos e co- recebimento de comunicações;
nhecer as decisões proferidas;
IV – formulação do pedido, com exposição
III – formular alegações e apresentar do- dos fatos e de seus fundamentos;
cumentos antes da decisão, os quais serão
objeto de consideração pelo órgão compe- V – data e assinatura do requerente ou de
tente; seu representante.
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por Parágrafo único. É vedada à Administração
advogado, salvo quando obrigatória a re- a recusa imotivada de recebimento de do-
presentação, por força de lei. cumentos, devendo o servidor orientar o
interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas.

728 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 9.784 - Processo Administrativo Federal – Prof. Cristiano de Souza

Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular
deverão elaborar modelos ou formulários pa- poderão, se não houver impedimento legal, de-
dronizados para assuntos que importem preten- legar parte da sua competência a outros órgãos
sões equivalentes. ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hie-
rarquicamente subordinados, quando for con-
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade veniente, em razão de circunstâncias de índole
de interessados tiverem conteúdo e fundamen- técnica, social, econômica, jurídica ou territo-
tos idênticos, poderão ser formulados em um rial.
único requerimento, salvo preceito legal em
contrário. Parágrafo único. O disposto no caput deste
artigo aplica-se à delegação de competên-
cia dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
CAPÍTULO V
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
DOS INTERESSADOS
I – a edição de atos de caráter normativo;
Art. 9º São legitimados como interessados no
processo administrativo: II – a decisão de recursos administrativos;
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem III – as matérias de competência exclusiva
como titulares de direitos ou interesses in- do órgão ou autoridade.
dividuais ou no exercício do direito de re-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação de-
presentação;
verão ser publicados no meio oficial.
II – aqueles que, sem terem iniciado o pro-
§ 1º O ato de delegação especificará as ma-
cesso, têm direitos ou interesses que pos-
térias e poderes transferidos, os limites da
sam ser afetados pela decisão a ser ado-
atuação do delegado, a duração e os obje-
tada;
tivos da delegação e o recurso cabível, po-
III – as organizações e associações represen- dendo conter ressalva de exercício da atri-
tativas, no tocante a direitos e interesses buição delegada.
coletivos;
§ 2º O ato de delegação é revogável a qual-
IV – as pessoas ou as associações legalmen- quer tempo pela autoridade delegante.
te constituídas quanto a direitos ou interes-
§ 3º As decisões adotadas por delegação
ses difusos.
devem mencionar explicitamente esta qua-
Art. 10. São capazes, para fins de processo ad- lidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
ministrativo, os maiores de dezoito anos, ressal- legado.
vada previsão especial em ato normativo pró-
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional
prio.
e por motivos relevantes devidamente justifi-
cados, a avocação temporária de competência
atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
CAPÍTULO VI Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas
DA COMPETÊNCIA divulgarão publicamente os locais das respec-
tivas sedes e, quando conveniente, a unidade
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exer- fundacional competente em matéria de interes-
ce pelos órgãos administrativos a que foi atribu- se especial.
ída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 729
Art. 17. Inexistindo competência legal específi- CAPÍTULO VIII
ca, o processo administrativo deverá ser inicia- DA FORMA, TEMPO E LUGAR
do perante a autoridade de menor grau hierár-
quico para decidir. DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo não
dependem de forma determinada senão quan-
do a lei expressamente a exigir.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E § 1º Os atos do processo devem ser produ-
DA SUSPEIÇÃO zidos por escrito, em vernáculo, com a data
e o local de sua realização e a assinatura da
Art. 18. É impedido de atuar em processo admi- autoridade responsável.
nistrativo o servidor ou autoridade que:
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimen-
I – tenha interesse direto ou indireto na ma- to de firma somente será exigido quando
téria; houver dúvida de autenticidade.
II – tenha participado ou venha a participar § 3º A autenticação de documentos exigi-
como perito, testemunha ou representante, dos em cópia poderá ser feita pelo órgão
ou se tais situações ocorrem quanto ao côn- administrativo.
juge, companheiro ou parente e afins até o
§ 4º O processo deverá ter suas páginas nu-
terceiro grau;
meradas sequencialmente e rubricadas.
III – esteja litigando judicial ou administra-
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se
tivamente com o interessado ou respectivo
em dias úteis, no horário normal de funciona-
cônjuge ou companheiro.
mento da repartição na qual tramitar o proces-
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer so.
em impedimento deve comunicar o fato à auto-
Parágrafo único. Serão concluídos depois
ridade competente, abstendo-se de atuar.
do horário normal os atos já iniciados, cujo
Parágrafo único. A omissão do dever de co- adiamento prejudique o curso regular do
municar o impedimento constitui falta gra- procedimento ou cause dano ao interessa-
ve, para efeitos disciplinares. do ou à Administração.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autori- Art. 24. Inexistindo disposição específica, os
dade ou servidor que tenha amizade íntima ou atos do órgão ou autoridade responsável pelo
inimizade notória com algum dos interessados processo e dos administrados que dele parti-
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, cipem devem ser praticados no prazo de cinco
parentes e afins até o terceiro grau. dias, salvo motivo de força maior.
Art. 21. O indeferimento de alegação de sus- Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-
peição poderá ser objeto de recurso, sem efeito tigo pode ser dilatado até o dobro, median-
suspensivo. te comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
preferencialmente na sede do órgão, cientifi-
cando-se o interessado se outro for o local de
realização.

730 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 9.784 - Processo Administrativo Federal – Prof. Cristiano de Souza

CAPÍTULO IX Parágrafo único. No prosseguimento do


DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS processo, será garantido direito de ampla
defesa ao interessado.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tra- Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos
mita o processo administrativo determinará a do processo que resultem para o interessado
intimação do interessado para ciência de deci- em imposição de deveres, ônus, sanções ou res-
são ou a efetivação de diligências. trição ao exercício de direitos e atividades e os
§ 1º A intimação deverá conter: atos de outra natureza, de seu interesse.

I – identificação do intimado e nome do ór-


gão ou entidade administrativa;
CAPÍTULO X
II – finalidade da intimação;
DA INSTRUÇÃO
III – data, hora e local em que deve compa-
recer; Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
averiguar e comprovar os dados necessários à
IV – se o intimado deve comparecer pesso- tomada de decisão realizam-se de ofício ou me-
almente, ou fazer-se representar; diante impulsão do órgão responsável pelo pro-
V – informação da continuidade do proces- cesso, sem prejuízo do direito dos interessados
so independentemente do seu compareci- de propor atuações probatórias.
mento; § 1º O órgão competente para a instrução
VI – indicação dos fatos e fundamentos le- fará constar dos autos os dados necessários
gais pertinentes. à decisão do processo.

§ 2º A intimação observará a antecedência § 2º Os atos de instrução que exijam a atu-


mínima de três dias úteis quanto à data de ação dos interessados devem realizar-se do
comparecimento. modo menos oneroso para estes.

§ 3º A intimação pode ser efetuada por ci- Art. 30. São inadmissíveis no processo adminis-
ência no processo, por via postal com avi- trativo as provas obtidas por meios ilícitos.
so de recebimento, por telegrama ou outro Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
meio que assegure a certeza da ciência do assunto de interesse geral, o órgão competen-
interessado. te poderá, mediante despacho motivado, abrir
§ 4º No caso de interessados indetermina- período de consulta pública para manifestação
dos, desconhecidos ou com domicílio inde- de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
finido, a intimação deve ser efetuada por houver prejuízo para a parte interessada.
meio de publicação oficial. § 1º A abertura da consulta pública será
§ 5º As intimações serão nulas quando fei- objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
tas sem observância das prescrições legais, fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
mas o comparecimento do administrado su- sam examinar os autos, fixando-se prazo
pre sua falta ou irregularidade. para oferecimento de alegações escritas.

Art. 27. O desatendimento da intimação não § 2º O comparecimento à consulta pública


importa o reconhecimento da verdade dos fa- não confere, por si, a condição de interes-
tos, nem a renúncia a direito pelo administrado. sado do processo, mas confere o direito
de obter da Administração resposta funda-

www.acasadoconcurseiro.com.br 731
mentada, que poderá ser comum a todas as propostas pelos interessados quando sejam
alegações substancialmente iguais. ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
autoridade, diante da relevância da questão, Art. 39. Quando for necessária a prestação de
poderá ser realizada audiência pública para de- informações ou a apresentação de provas pelos
bates sobre a matéria do processo. interessados ou terceiros, serão expedidas in-
timações para esse fim, mencionando-se data,
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, prazo, forma e condições de atendimento.
em matéria relevante, poderão estabelecer ou-
tros meios de participação de administrados, Parágrafo único. Não sendo atendida a inti-
diretamente ou por meio de organizações e as- mação, poderá o órgão competente, se en-
sociações legalmente reconhecidas. tender relevante a matéria, suprir de ofício
a omissão, não se eximindo de proferir a de-
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência cisão.
pública e de outros meios de participação de
administrados deverão ser apresentados com a Art. 40. Quando dados, atuações ou documen-
indicação do procedimento adotado. tos solicitados ao interessado forem necessários
à apreciação de pedido formulado, o não aten-
Art. 35. Quando necessária à instrução do pro- dimento no prazo fixado pela Administração
cesso, a audiência de outros órgãos ou entida- para a respectiva apresentação implicará arqui-
des administrativas poderá ser realizada em vamento do processo.
reunião conjunta, com a participação de titula-
res ou representantes dos órgãos competentes, Art. 41. Os interessados serão intimados de
lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos prova ou diligência ordenada, com antecedên-
autos. cia mínima de três dias úteis, mencionando-se
data, hora e local de realização.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos
que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri- Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-
buído ao órgão competente para a instrução e vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
do disposto no art. 37 desta Lei. emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo
norma especial ou comprovada necessidade de
Art. 37. Quando o interessado declarar que fa- maior prazo.
tos e dados estão registrados em documentos
existentes na própria Administração responsá- § 1º Se um parecer obrigatório e vinculante
vel pelo processo ou em outro órgão adminis- deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-
trativo, o órgão competente para a instrução cesso não terá seguimento até a respectiva
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos apresentação, responsabilizando-se quem
ou das respectivas cópias. der causa ao atraso.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutó- § 2º Se um parecer obrigatório e não vincu-
ria e antes da tomada da decisão, juntar docu- lante deixar de ser emitido no prazo fixado,
mentos e pareceres, requerer diligências e pe- o processo poderá ter prosseguimento e ser
rícias, bem como aduzir alegações referentes à decidido com sua dispensa, sem prejuízo
matéria objeto do processo. da responsabilidade de quem se omitiu no
atendimento.
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser
considerados na motivação do relatório e Art. 43. Quando por disposição de ato norma-
da decisão. tivo devam ser previamente obtidos laudos
técnicos de órgãos administrativos e estes não
§ 2º Somente poderão ser recusadas, me- cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór-
diante decisão fundamentada, as provas

732 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 9.784 - Processo Administrativo Federal – Prof. Cristiano de Souza

gão responsável pela instrução deverá solicitar CAPÍTULO XII


laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi- DA MOTIVAÇÃO
cação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado Art. 50. Os atos administrativos deverão ser mo-
terá o direito de manifestar-se no prazo máximo tivados, com indicação dos fatos e dos funda-
de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente mentos jurídicos, quando:
fixado. I – neguem, limitem ou afetem direitos ou
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Adminis- interesses;
tração Pública poderá motivadamente adotar II – imponham ou agravem deveres, encar-
providências acauteladoras sem a prévia mani- gos ou sanções;
festação do interessado.
III – decidam processos administrativos de
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do concurso ou seleção pública;
processo e a obter certidões ou cópias reprográ-
ficas dos dados e documentos que o integram, IV – dispensem ou declarem a inexigibilida-
ressalvados os dados e documentos de terceiros de de processo licitatório;
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida- V – decidam recursos administrativos;
de, à honra e à imagem.
VI – decorram de reexame de ofício;
Art. 47. O órgão de instrução que não for com-
petente para emitir a decisão final elaborará VII – deixem de aplicar jurisprudência fir-
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo mada sobre a questão ou discrepem de pa-
das fases do procedimento e formulará propos- receres, laudos, propostas e relatórios ofi-
ta de decisão, objetivamente justificada, enca- ciais;
minhando o processo à autoridade competente.
VIII – importem anulação, revogação, sus-
pensão ou convalidação de ato administra-
tivo.
CAPÍTULO XI § 1º A motivação deve ser explícita, clara e
DO DEVER DE DECIDIR congruente, podendo consistir em declara-
ção de concordância com fundamentos de
Art. 48. A Administração tem o dever de explici- anteriores pareceres, informações, decisões
tamente emitir decisão nos processos adminis- ou propostas, que, neste caso, serão parte
trativos e sobre solicitações ou reclamações, em integrante do ato.
matéria de sua competência.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mes-
Art. 49. Concluída a instrução de processo ad- ma natureza, pode ser utilizado meio me-
ministrativo, a Administração tem o prazo de cânico que reproduza os fundamentos das
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação decisões, desde que não prejudique direito
por igual período expressamente motivada. ou garantia dos interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos co-
legiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo es-
crito.

www.acasadoconcurseiro.com.br 733
CAPÍTULO XIII ministrativa que importe impugnação à
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS validade do ato.
DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não
acarretarem lesão ao interesse público nem
Art. 51. O interessado poderá, mediante mani- prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
festação escrita, desistir total ou parcialmente defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
do pedido formulado ou, ainda, renunciar a di- própria Administração.
reitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desis-
tência ou renúncia atinge somente quem a
CAPÍTULO XV
tenha formulado.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO
§ 2º A desistência ou renúncia do interes- E DA REVISÃO
sado, conforme o caso, não prejudica o
prosseguimento do processo, se a Adminis- Art. 56. Das decisões administrativas cabe re-
tração considerar que o interesse público curso, em face de razões de legalidade e de mé-
assim o exige. rito.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar § 1º O recurso será dirigido à autoridade
extinto o processo quando exaurida sua finali- que proferiu a decisão, a qual, se não a re-
dade ou o objeto da decisão se tornar impossí- considerar no prazo de cinco dias, o encami-
vel, inútil ou prejudicado por fato supervenien- nhará à autoridade superior.
te.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de
recurso administrativo independe de cau-
ção.
CAPÍTULO XIV § 3º Se o recorrente alegar que a decisão
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO administrativa contraria enunciado da sú-
E CONVALIDAÇÃO mula vinculante, caberá à autoridade pro-
latora da decisão impugnada, se não a re-
Art. 53. A Administração deve anular seus pró- considerar, explicitar, antes de encaminhar
prios atos, quando eivados de vício de legalida- o recurso à autoridade superior, as razões
de, e pode revogá-los por motivo de conveni- da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
ência ou oportunidade, respeitados os direitos mula, conforme o caso.
adquiridos.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
Art. 54. O direito da Administração de anular os máximo por três instâncias administrativas, sal-
atos administrativos de que decorram efeitos vo disposição legal diversa.
favoráveis para os destinatários decai em cinco
anos, contados da data em que foram pratica- Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
dos, salvo comprovada má-fé. administrativo:

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contí- I – os titulares de direitos e interesses que


nuos, o prazo de decadência contar-se-á da forem parte no processo;
percepção do primeiro pagamento. II – aqueles cujos direitos ou interesses fo-
§ 2º Considera-se exercício do direito de rem indiretamente afetados pela decisão
anular qualquer medida de autoridade ad- recorrida;

734 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 9.784 - Processo Administrativo Federal – Prof. Cristiano de Souza

III – as organizações e associações represen- IV – após exaurida a esfera administrativa.


tativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos; § 1º Na hipótese do inciso II, será indicada
ao recorrente a autoridade competente,
IV – os cidadãos ou associações, quanto a sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
direitos ou interesses difusos.
§ 2º O não conhecimento do recurso não
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de impede a Administração de rever de ofício o
dez dias o prazo para interposição de recurso ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
administrativo, contado a partir da ciência ou administrativa.
divulgação oficial da decisão recorrida.
Art. 64. O órgão competente para decidir o re-
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, curso poderá confirmar, modificar, anular ou re-
o recurso administrativo deverá ser decidi- vogar, total ou parcialmente, a decisão recorri-
do no prazo máximo de trinta dias, a partir da, se a matéria for de sua competência.
do recebimento dos autos pelo órgão com-
petente. Parágrafo único. Se da aplicação do dispos-
to neste artigo puder decorrer gravame à si-
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo an- tuação do recorrente, este deverá ser cien-
terior poderá ser prorrogado por igual perí- tificado para que formule suas alegações
odo, ante justificativa explícita. antes da decisão.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de re- Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de
querimento no qual o recorrente deverá expor enunciado da súmula vinculante, o órgão com-
os fundamentos do pedido de reexame, poden- petente para decidir o recurso explicitará as ra-
do juntar os documentos que julgar convenien- zões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
tes. mula, conforme o caso.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fe-
recurso não tem efeito suspensivo. deral a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciên-
Parágrafo único. Havendo justo receio de cia à autoridade prolatora e ao órgão compe-
prejuízo de difícil ou incerta reparação de- tente para o julgamento do recurso, que deve-
corrente da execução, a autoridade recorri- rão adequar as futuras decisões administrativas
da ou a imediatamente superior poderá, de em casos semelhantes, sob pena de responsabi-
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao lização pessoal nas esferas cível, administrativa
recurso. e penal.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão compe- Art. 65. Os processos administrativos de que re-
tente para dele conhecer deverá intimar os de- sultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
mais interessados para que, no prazo de cinco tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem
dias úteis, apresentem alegações. fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-
Art. 63. O recurso não será conhecido quando tíveis de justificar a inadequação da sanção apli-
interposto: cada.

I – fora do prazo; Parágrafo único. Da revisão do processo


não poderá resultar agravamento da san-
II – perante órgão incompetente; ção.
III – por quem não seja legitimado;

www.acasadoconcurseiro.com.br 735
CAPÍTULO XVI I – pessoa com idade igual ou superior a 60
DOS PRAZOS (sessenta) anos;
II – pessoa portadora de deficiência, física
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir ou mental;
da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do III – (VETADO)
vencimento.
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa,
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o esclerose múltipla, neoplasia maligna, han-
primeiro dia útil seguinte se o vencimento seníase, paralisia irreversível e incapacitan-
cair em dia em que não houver expediente te, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
ou este for encerrado antes da hora normal. espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avança-
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se dos da doença de Paget (osteíte deforman-
de modo contínuo. te), contaminação por radiação, síndrome
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos de imunodeficiência adquirida, ou outra
contam-se de data a data. Se no mês do doença grave, com base em conclusão da
vencimento não houver o dia equivalente medicina especializada, mesmo que a do-
àquele do início do prazo, tem-se como ter- ença tenha sido contraída após o início do
mo o último dia do mês. processo.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devida- § 1º A pessoa interessada na obtenção do
mente comprovado, os prazos processuais não benefício, juntando prova de sua condição,
se suspendem. deverá requerê-lo à autoridade administra-
tiva competente, que determinará as provi-
dências a serem cumpridas.

CAPÍTULO XVII § 2º Deferida a prioridade, os autos rece-


berão identificação própria que evidencie o
DAS SANÇÕES regime de tramitação prioritária.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por au- Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
toridade competente, terão natureza pecuniária publicação.
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da
fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
Independência e 111º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Renan Calheiros
CAPÍTULO XVIII Paulo Paiva
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69. Os processos administrativos específi-
cos continuarão a reger-se por lei própria, apli-
cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre-
ceitos desta Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em
qualquer órgão ou instância, os procedimentos
administrativos em que figure como parte ou in-
teressado:

736 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 8.429/1992)

O dever de punição dos atos de improbidade administrativa tem fundamento constitucional no


art. 37, § 4º, da CF/88, senão vejamos:

Art. 37, § 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Consequentemente, a condenação por improbidade administrativa poderá implicar em


suspensão dos direitos políticos por força do art. 15, inciso IV, da Carta Maior.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Mas foi somente em 1992, que o legislador regulamentou o texto constitucional com a
publicação da Lei nº 8.429/1992 dispondo sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional a qual passamos a analisar a partir de
agora.

Anotações:

www.acasadoconcurseiro.com.br 737
Lei nº 8.429, de 2 de Junho de 1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer AGENTE PÚBLICO, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
dos cofres públicos.

Dica: Entidades ou Bens protegidos pela Lei:


•• administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território,
•• Empresa incorporada ao patrimônio público ou de
•• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
de 50% do patrimônio ou da receita anual
•• contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público,
•• bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

738 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público (terceiro particular), induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.

Dica: Cade o princípio da eficiência? R: esta lei é de 1992 e o princípio da eficiência foi
introduzido somente em 1998, com a EC nº 19 na CF/1988.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público OU ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

QUADRO SISTEMÁTICO SOBRE OS ATOS DE IMPROBIDADE


Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao


Art. 6º No caso de
patrimônio público por ação
enriquecimento ilícito, perderá
ou omissão, dolosa ou culposa,
o agente público ou terceiro
do agente ou de terceiro, dar-
beneficiário os bens ou valores
se-á o integral ressarcimento do
acrescidos ao seu patrimônio.
dano.

www.acasadoconcurseiro.com.br 739
Seção III
Seção I Seção II
Dos Atos de Improbidade
Dos Atos de Improbidade Dos Atos de Improbidade
Administrativa que Atentam
Administrativa que Importam Administrativa que Causam
Contra os Princípios da
Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário
Administração Pública
Art. 9º Constitui ato de impro- Art. 10. Constitui ato de im- Art. 11. Constitui ato de im-
bidade administrativa impor- probidade administrativa que probidade administrativa que
tando enriquecimento ilícito causa lesão ao erário qualquer atenta contra os princípios da
auferir qualquer tipo de vanta- ação ou omissão, dolosa ou administração pública qualquer
gem patrimonial indevida em culposa, que enseje perda pa- ação ou omissão que viole os
razão do exercício de cargo, trimonial, desvio, apropriação, deveres de honestidade, impar-
mandato, função, emprego ou malbaratamento ou dilapidação cialidade, legalidade, e lealdade
atividade nas entidades men- dos bens ou haveres das enti- às instituições, e notadamente:
cionadas no art. 1º desta lei, e dades referidas no art. 1º desta
I – praticar ato visando fim
notadamente: lei, e notadamente:
proibido em lei ou regula-
I – receber, para si ou para I – facilitar ou concorrer mento ou diverso daquele
outrem, dinheiro, bem mó- por qualquer forma para a previsto, na regra de com-
vel ou imóvel, ou qualquer incorporação ao patrimô- petência;
outra vantagem econô- nio particular, de pessoa
II – retardar ou deixar de
mica, direta ou indireta, a física ou jurídica, de bens,
praticar, indevidamente,
título de comissão, per- rendas, verbas ou valores
ato de ofício;
centagem, gratificação ou integrantes do acervo pa-
presente de quem tenha trimonial das entidades III – revelar fato ou circuns-
interesse, direto ou indire- mencionadas no art. 1º tância de que tem ciência
to, que possa ser atingido desta lei; em razão das atribuições e
ou amparado por ação ou que deva permanecer em
II – permitir ou concor-
omissão decorrente das segredo;
rer para que pessoa física
atribuições do agente pú- IV – negar publicidade aos
ou jurídica privada utilize
blico; atos oficiais;
bens, rendas, verbas ou va-
II – perceber vantagem lores integrantes do acervo V – frustrar a licitude de
econômica, direta ou indi- patrimonial das entidades concurso público;
reta, para facilitar a aquisi- mencionadas no art. 1º
ção, permuta ou locação de desta lei, sem a observân- VI – deixar de prestar con-
bem móvel ou imóvel, ou a cia das formalidades legais tas quando esteja obrigado
contratação de serviços pe- ou regulamentares aplicá- a fazê-lo;
las entidades referidas no veis à espécie; VII – revelar ou permitir
art. 1º por preço superior que chegue ao conheci-
III – doar à pessoa física
ao valor de mercado; mento de terceiro, antes
ou jurídica bem como ao
III – perceber vantagem ente despersonalizado, da respectiva divulgação
econômica, direta ou indi- ainda que de fins edu- oficial, teor de medida polí-
reta, para facilitar a aliena- cativos ou assistências, tica ou econômica capaz de
ção, permuta ou locação de bens, rendas, verbas ou afetar o preço de mercado-
bem público ou o forneci- valores do patrimônio de ria, bem ou serviço.
mento de serviço por ente qualquer das entidades
estatal por preço inferior mencionadas no art. 1º
ao valor de mercado; desta lei, sem observância
das formalidades legais e

740 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

IV – utilizar, em obra ou regulamentares aplicáveis


serviço particular, veículos, à espécie;
máquinas, equipamentos
IV – permitir ou facilitar a
ou material de qualquer
alienação, permuta ou ou
natureza, de propriedade
à disposição de locação de
qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º bem integrante do patri-
desta lei, bem como o tra- mônio de qualquer das en-
balho de servidores públi- tidades referidas no art. 1º
cos, empregados ou tercei- desta lei, ou ainda a pres-
ros contratados por essas tação de serviço por parte
entidades; delas, por preço inferior ao
de mercado;
V – receber vantagem eco-
nômica de qualquer na- V – permitir ou facilitar a
tureza, direta ou indireta, aquisição, permuta ou lo-
para tolerar a exploração cação de bem ou serviço
ou a prática de jogos de por preço superior ao de
azar, de lenocínio, de nar- mercado;
cotráfico, de contrabando, VI – realizar operação fi-
de usura ou de qualquer nanceira sem observância
outra atividade ilícita, ou das normas legais e regu-
aceitar promessa de tal lamentares ou aceitar ga-
vantagem; rantia insuficiente ou inidô-
VI – receber vantagem eco- nea;
nômica de qualquer na-
VII – conceder benefício
tureza, direta ou indireta,
administrativo ou fiscal
para fazer declaração falsa
sem a observância das for-
sobre medição ou avalia-
malidades legais ou regula-
ção em obras públicas ou
mentares aplicáveis à espé-
qualquer outro serviço, ou
sobre quantidade, peso, cie;
medida, qualidade ou ca- VIII – frustrar a licitude de
racterística de mercadorias processo licitatório ou dis-
ou bens fornecidos a qual- pensá-lo indevidamente;
quer das entidades men-
cionadas no art. 1º desta IX – ordenar ou permitir a
lei; realização de despesas não
autorizadas em lei ou regu-
VII – adquirir, para si ou lamento;
para outrem, no exercício
de mandato, cargo, empre- X – agir negligentemente
go ou função pública, bens na arrecadação de tributo
de qualquer natureza cujo ou renda, bem como no
valor seja desproporcional que diz respeito à conser-
à evolução do patrimônio vação do patrimônio públi-
ou à renda do agente pú- co;
blico;

www.acasadoconcurseiro.com.br 741
VIII – aceitar emprego, co- XI – liberar verba pública
missão ou exercer atividade sem a estrita observância
de consultoria ou assesso- das normas pertinentes ou
ramento para pessoa física influir de qualquer forma
ou jurídica que tenha inte- para a sua aplicação irregu-
resse suscetível de ser atin- lar;
gido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das
XII – permitir, facilitar ou
atribuições do agente pú-
concorrer para que terceiro
blico, durante a atividade;
se enriqueça ilicitamente;
IX – perceber vantagem XIII – permitir que se utili-
econômica para interme- ze, em obra ou serviço par-
diar a liberação ou aplica- ticular, veículos, máquinas,
ção de verba pública de equipamentos ou material
qualquer natureza; de qualquer natureza, de
propriedade ou à disposi-
X – receber vantagem eco-
ção de qualquer das enti-
nômica de qualquer na-
dades mencionadas no art.
tureza, direta ou indireta-
1º desta lei, bem como o
mente, para omitir ato de
trabalho de servidor públi-
ofício, providência ou de-
co, empregados ou tercei-
claração a que esteja obri-
ros contratados por essas
gado;
entidades.
XI – incorporar, por qual-
XIV – celebrar contrato ou
quer forma, ao seu patri-
outro instrumento que te-
mônio bens, rendas, ver-
nha por objeto a prestação
bas ou valores integrantes
de serviços públicos por
do acervo patrimonial das
meio da gestão associada
entidades mencionadas no
sem observar as formalida-
art. 1º desta lei;
des previstas na lei;
XII – usar, em proveito pró-
XV – celebrar contrato de
prio, bens, rendas, verbas
rateio de consórcio públi-
ou valores integrantes do
co sem suficiente e prévia
acervo patrimonial das en- dotação orçamentária, ou
tidades mencionadas no sem observar as formalida-
art. 1º desta lei. des previstas na lei.

PENAS Art. 12

I – na hipótese do art. 9 II – na hipótese do art. 10 III – na hipótese do art. 11

•• ressarcimento integral
•• ressarcimento integral do •• ressarcimento integral do
do dano, quando hou-
dano, dano, se houver,
ver,

•• perda dos bens ou valores


•• perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao
acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer
patrimônio,
esta circunstância,

742 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

•• perda da função pública, •• perda da função pública, •• perda da função pública,

•• suspensão dos direitos •• suspensão dos direitos po- •• suspensão dos direitos po-
políticos de 8 a 10 anos, líticos de 5 a 8 anos, líticos de 3 a 5 anos,

•• pagamento de multa civil


•• pagamento de multa civil •• pagamento de multa civil
de até 100 vezes o valor
de até 03 vezes o valor do de até 02 vezes o valor do
da remuneração percebida
acréscimo patrimonial e dano e
pelo agente e

•• proibição de contratar com •• proibição de contratar com •• proibição de contratar com


o Poder Público ou receber o Poder Público ou receber o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos benefícios ou incentivos benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta fiscais ou creditícios, direta fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda ou indiretamente, ainda ou indiretamente, ainda
que por intermédio de que por intermédio de que por intermédio de
pessoa jurídica da qual pessoa jurídica da qual pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo seja sócio majoritário, pelo seja sócio majoritário, pelo
prazo de 10 anos; prazo de 05 anos; prazo de 03 anos.

CAPÍTULO III
DAS PENAS
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 743
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração
dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de
pessoal competente.
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada
à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência
contida no caput e no § 2º deste artigo.

CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se
esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração
dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos
arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 (trata do Processo Disciplinar) e, em
se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

744 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou


Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de
improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a
requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do
Código de Processo Civil. (forma de Medida Cautelar)

Dica: CPC – Do Sequestro


Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o sequestro:
I – de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade
ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
II – dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado
por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
III – dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se
o cônjuge os estiver dilapidando;
IV – nos demais casos expressos em lei.
Art. 823. Aplica-se ao sequestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do
arresto.
Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens sequestrados. A escolha poderá,
todavia, recair:
I – em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes;
II – em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.
Art. 825. A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o
compromisso.
Parágrafo único. Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de
força policial.

§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 745
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar.

Dica: Medida Cautelar no Código de Processo Civil

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação (TAC) nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação
do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.

Dica: Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965 – Regula a ação popular.

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades


referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado
do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,


como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade
de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

746 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

Dica: CPC – Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl – provocar incidentes manifestamente infundados.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-
fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a
parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as
despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.

§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do


requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de 15 dias.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará
a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento (A.I.).
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz
extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 747
Dica: CPP – Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os
secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes
dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e
o juiz.
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas
pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

748 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Improbidade Administrativa – Prof. Cristiano de Souza

CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I – até 05 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão (CC) ou de
função de confiança (FC);
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

Dica: Lei nº 8.112/1990. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de


aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

Anotações:

www.acasadoconcurseiro.com.br 749
Direito Administrativo

DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DOS DEVERES
Art. 116. São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por
sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações
de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da auto-
ridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra
autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárqui-
ca e apreciada pela autoridade superior àquela cfontra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando ampla defesa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 751
CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
Art. 117. Ao servidor é proibido:

Das proibições Penalidades Penalidades


I – ausentar-se do serviço du-
rante o expediente, sem prévia
autorização do chefe imediato;
II – retirar, sem prévia anuên-
cia da autoridade competente,
qualquer documento ou objeto
da repartição;
III – recusar fé a documentos
públicos;
IV – opor resistência injustifica-
da ao andamento de documen- Art. 129. A advertên-
to e processo ou execução de cia será aplicada por
serviço; escrito, nos casos de
V – promover manifestação de violação de proibição
apreço ou desapreço no recinto constante do art. 117, Art. 130. A suspensão será
da repartição; incisos I a VIII e XIX, e de aplicada em caso de rein-
inobservância de dever cidência das faltas punidas
funcional previsto em com advertência [...]
VI – cometer a pessoa estranha lei, regulamentação ou
à repartição, fora dos casos pre- norma interna, que não
vistos em lei, o desempenho de justifique imposição de
atribuição que seja de sua res- penalidade mais grave.
ponsabilidade ou de seu subor-
dinado;
VII – coagir ou aliciar subordi-
nados no sentido de filiarem-se
a associação profissional ou sin-
dical, ou a partido político;
VIII – manter sob sua chefia
imediata, em cargo ou função
de confiança, cônjuge, compa-
nheiro ou parente até o 2º grau
civil;

752 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Regime Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza

Art. 137. A demissão ou a


destituição de cargo em
comissão, por infringência
IX – valer-se do cargo para lo-
do art. 117, incisos IX
grar proveito pessoal ou de ou-
e XI, incompatibiliza o
trem, em detrimento da digni-
ex-servidor para nova
dade da função pública;
investidura em cargo
público federal, pelo prazo
de 5 (cinco) anos.
X – participar de gerência ou
administração de sociedade pri-
vada, personificada ou não per-
sonificada, exercer o comércio,
exceto na qualidade de acionis-
ta, cotista ou comanditário; (ver
o parágrafo único)
Art. 137. A demissão ou a
XI – atuar, como procurador ou Art. 132. A demissão destituição de cargo em
intermediário, junto a reparti- será aplicada nos comissão, por infringência
ções públicas, salvo quando se seguintes casos: do art. 117, incisos IX e XI,
tratar de benefícios previdenci- incompatibiliza o ex-servi-
ários ou assistenciais de paren- XIII – transgressão dor para nova investidura
tes até o 2ª grau, e de cônjuge dos incisos IX a XVI em cargo público federal,
ou companheiro; do art. 117. pelo prazo de 5 (cinco)
anos.
XII – receber propina, comissão,
presente ou vantagem de
qualquer espécie, em razão de
suas atribuições;
XIII – aceitar comissão, empre-
go ou pensão de estado estran-
geiro;
XIV – praticar usura sob qual-
quer de suas formas;
XV – proceder de forma desi-
diosa;
XVI – utilizar pessoal ou recur-
sos materiais da repartição em
serviços ou atividades particu-
lares;

www.acasadoconcurseiro.com.br 753
XVII – cometer a outro servidor Art. 130. A suspensão
atribuições estranhas ao cargo será aplicada em caso
que ocupa, exceto em situações de reincidência das fal-
de emergência e transitórias; tas punidas com adver-
tência e de violação das
XVIII – exercer quaisquer ativi- demais proibições que
dades que sejam incompatíveis não tipifiquem infração
com o exercício do cargo ou sujeita a penalidade de
função e com o horário de tra- demissão, não podendo
balho; exceder de 90 (noventa)
dias.
Art. 129. A advertência
será aplicada por Art. 130. A suspensão será
XIX – recusar-se a atualizar seus
escrito, nos casos de aplicada em caso de rein-
dados cadastrais quando solici-
violação de proibição cidência das faltas punidas
tado.
constante do art. 117, com advertência [...]
incisos I a VIII e XIX

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos se-
guintes casos:
I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade coope-
rativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, obser-
vada a legislação sobre conflito de interesses.

CAPÍTULO III
DA ACUMULAÇÃO
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos.

Dica: CF/88 Art. 37


XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no
inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

754 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Regime Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas;
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so-
ciedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, funda-


ções públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal,
dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibi-
lidade de horários.
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego pú-
blico efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas re-
munerações forem acumuláveis na atividade.
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no
parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coleti-
va.

Dica: Art. 9º A nomeação far-se-á:


[...]
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza
especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação
em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista,
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União,
direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito,
dispuser legislação específica.
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos,
quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efe-
tivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 755
CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que re-
sulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na for-
ma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via
judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Públi-
ca, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até
o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nes-
sa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no
desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes en-
tre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
nal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por
dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra auto-
ridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade
de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
pública.

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.

756 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Regime Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou ate-
nuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a
causa da sanção disciplinar.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação
ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e
de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão,
não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente,
recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, ces-
sando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser con-
vertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remunera-
ção, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o
decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver,
nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

Art. 137. Parágrafo único. Não


poderá retornar ao serviço pú-
blico federal o servidor que for
I – crime contra a administra-
demitido ou destituído do car-
ção pública;
go em comissão por infringên-
cia do art. 132, incisos I, IV, VIII,
X e XI.
II – abandono de cargo;
III – inassiduidade habitual;
Art. 136. A demissão ou a des- Art. 137. Parágrafo único. Não
tituição de cargo em comissão, poderá retornar ao serviço pú-
nos casos dos incisos IV, VIII, X e blico federal o servidor que for
IV – improbidade administrati-
XI do art. 132, implica a indispo- demitido ou destituído do car-
va;
nibilidade dos bens e o ressar- go em comissão por infringên-
cimento ao erário, sem prejuízo cia do art. 132, incisos I, IV, VIII,
da ação penal cabível. X e XI.

www.acasadoconcurseiro.com.br 757
V – incontinência pública e con-
duta escandalosa, na reparti-
ção;
VI – insubordinação grave em
serviço;
VII – ofensa física, em serviço,
a servidor ou a particular, salvo
em legítima defesa própria ou
de outrem;
Art. 136. A demissão ou a des- Art. 137. Parágrafo único. Não
tituição de cargo em comissão, poderá retornar ao serviço
nos casos dos incisos IV, VIII, X e público federal o servidor que
VIII – aplicação irregular de di-
XI do art. 132, implica a indispo- for demitido ou destituído
nheiros públicos;
nibilidade dos bens e o ressar- do cargo em comissão por
cimento ao erário, sem prejuízo infringência do art. 132, incisos
da ação penal cabível. I, IV, VIII, X e XI.
IX – revelação de segredo do
qual se apropriou em razão do
cargo;
Art. 136. A demissão ou a des- Art. 137. Parágrafo único. Não
tituição de cargo em comissão, poderá retornar ao serviço pú-
X – lesão aos cofres públicos e nos casos dos incisos IV, VIII, X e blico federal o servidor que for
dilapidação do patrimônio na- XI do art. 132, implica a indispo- demitido ou destituído do car-
cional; nibilidade dos bens e o ressar- go em comissão por infringên-
cimento ao erário, sem prejuízo cia do art. 132, incisos I, IV, VIII,
da ação penal cabível. X e XI.
Art. 136. A demissão ou Art. 137. Parágrafo único. Não
a destituição de cargo em poderá retornar ao serviço
comissão, nos casos dos incisos público federal o servidor que
XI – corrupção; IV, VIII, X e XI do art. 132, implica for demitido ou destituído
a indisponibilidade dos bens e do cargo em comissão por
o ressarcimento ao erário, sem infringência do art. 132, incisos
prejuízo da ação penal cabível. I, IV, VIII, X e XI.
XII – acumulação ilegal de car-
gos, empregos ou funções pú-
blicas;
XIII – transgressão dos incisos
IX a XVI do art. 117.

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú-
blicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia
imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de 10 dias, contados da data da ciência e,
na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização ime-
diata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:

758 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Regime Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza

I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por 02 ser-
vidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto
da apuração;
II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III – julgamento.
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor,
e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de
acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de
trabalho e do correspondente regime jurídico.
§ 2º A comissão lavrará, até 03 dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indi-
ciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata,
para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo
na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164.
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a li-
citude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo
à autoridade instauradora, para julgamento.
§ 4º No prazo de 05 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora profe-
rirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do art. 167.
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipó-
tese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,
destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empre-
gos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou enti-
dades de vinculação serão comunicados.
§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário
não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admiti-
da a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que
lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na
atividade, falta punível com a demissão.
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será apli-
cada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos
termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do
art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
penal cabível.

www.acasadoconcurseiro.com.br 759
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos
IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo
de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou
destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30
dias consecutivos.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60
dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses.
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o
procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:
I – a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencio-
nal do servidor ao serviço superior a trinta dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa jus-
tificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de
doze meses;
II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocên-
cia ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará
o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionali-
dade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instaura-
dora para julgamento.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribu-
nais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação
de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou enti-
dade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas menciona-
das no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou re-
gulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em
comissão.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

760 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Regime Disciplinar – Prof. Cristiano de Souza

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.


§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capitu-
ladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescri-
ção, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que ces-
sar a interrupção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 761
Direito do Trabalho

Professor Pedro Kuhn

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

CONCEITO DO DIREITO DO TRABALHO: Pode ser definido como o ramo do direito que regula as
relações de emprego e outras situações semelhantes. (Gustavo Filipe Barbosa Garcia).
NATUREZA JURÍDICA: O Direito do Trabalho tem natureza jurídica de DIREITO PRIVADO, pois
tem como instituto central o próprio contrato de trabalho.
FONTES MATERIAIS: É o momento anterior à lei, é a pressão exercida pelos trabalhadores em
busca de melhores e novas condições de trabalho. Ex: Greves
FONTES FORMAIS: É o momento jurídico, é a regra plenamente materializada, é a norma já
construída.
As fontes formais se subdividem em:
A) FONTES HETERÔNOMAS: Fontes criadas por agente externo, um terceiro, geralmente o
Estado, sem a participação imediata dos interessados: exs: Constituição Federal, Emendas
a Constituição, Leis (complementar e ordinária), Medida Provisória, Decreto, Súmulas vin-
culantes do STF.
B) FONTES AUTÔNOMAS: Fontes criadas com a imediata participação dos destinatários das
regras produzidas (trabalhadores) sem interferência de agente externo: exs: convenções
coletivas de trabalho, acordo coletivo de trabalho e costume.

HIERARQUIA DAS FONTES:

1. Constituição;
2. Emendas à Constituição;
3. Lei complementar e ordinária;
4. decretos;
5. sentenças normativas e sentenças arbitrais em dissídios coletivos;
6. convenção coletiva;
7. acordos coletivos;
8. costumes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 765
DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO:

1. Princípio da PROTEÇÃO: É o princípio mais abrangente e de maior importância no Direito


do Trabalho, consiste em conferir ao polo mais fraco da relação laboral – empregado – uma
superioridade jurídica capaz de lhe garantir mecanismos destinados a tutelar os seus direi-
tos mínimos.
O Direito do Trabalho precisa tratar diferente os desiguais, uma vez que, o trabalhador é a par-
te hipossuficiente (mais fraca) dentro de uma relação de trabalho, daí o desmembramento do
princípio da proteção nos seguintes princípios:

1.1 PRINCÍPIO IN DÚBIO PRÓ OPERÁRIO que induz ao intérprete da lei a optar, dentre duas ou
mais interpretações possíveis, pela mais favorável ao empregado.

1.2 PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL que faz com que apliquemos
sempre a norma mais favorável ao trabalhador, independente de sua posição hierárquica.
(artigo 620 da CLT “As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, pre-
valecerão sobre as estipuladas em acordo“).

1.3 PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA que determina a aplicação das condições mais
vantajosas estipuladas no contrato de trabalho

2. Princípio da IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS: Também chamado de princípio da IN-


DISPONIBILIDADE DE DIREITOS ou DA INDERROGABILIDADE. Está presente no artigo 9º. Da
CLT que dispõe: “Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvir-
tuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.”→
Este princípio torna os direitos dos trabalhadores irrenunciáveis, indisponíveis e inderrogá-
veis.

3. Princípio da CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO: A regra presumida, dentro do di-


reito do Trabalho, é a de que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, pas-
sando o trabalhador a integrar a estrutura da empresa de forma permanente, somente por
exceção admite-se o contrato por prazo determinado. (ex: contrato de safra, para substituir
empregado doente, para executar determinada tarefa).

4. Princípio da PRIMAZIA DA REALIDADE: A verdade real prevalecerá sobre a realidade for-


mal, não importa a documentação, por exemplo, o que vale é a verdade da relação. É bas-
tante utilizado no Direito do Trabalho para impedir procedimentos fraudatórios praticados
pelo empregador no sentido de tentar mascarar uma relação de emprego ou diminuir direi-
tos do trabalhador.

5. Princípio da INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA: Proíbe-se a alteração do contrato


de trabalho prejudicial ao empregado. O artigo 468 da CLT somente permite alterações das

766 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho - Fotnes e Princípios do Direito do Trabalho – Prof. Pedro Kuhn

cláusulas e condições fixadas no contrato de trabalho em caso de concordância do empre-


gado e desde que não cause prejuízo ao mesmo.
“Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas con-
dições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indi-
retamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
garantia.“
6. Princípio da INTANGIBILIDADE SALARIAL: Dada a natureza alimentar do salário existem di-
versos dispositivos legais que protegem o salário do trabalhador, por exemplo: a) das con-
dutas do empregador por meio de regras jurídicas que previnam a retenção, o atraso, a
sonegação ou descontos indevidos de salário. b) dos credores dada a impenhorabilidade
dos salários: c) dos credores do empregador determinando a manutenção dos direitos dos
trabalhadores em caso de falência ou dissolução da empresa. → Derivado deste princípio
surge na Constituição Federal de 1988 o princípio da irredutibilidade salarial que, como o
próprio nome diz, traz como regra a impossibilidade de redução de salários. No entanto, a
própria Constituição flexibilizou este princípio pois possibilitou, por meio de convenção ou
acordo coletivo de trabalho, a redução temporária de salários (preferiu-se, neste caso, a
diminuição temporária dos salários, preservando o bem maior do trabalhador, qual seja o
emprego).

www.acasadoconcurseiro.com.br 767
Direito do Trabalho

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

TÍTULO I de trabalhador, nem entre o trabalho inte-


lectual, técnico e manual.
Introdução Art. 4º Considera-se como de serviço efetivo o
Art. 1º Esta Consolidação estatui as normas que período em que o empregado esteja à disposi-
regulam as relações individuais e coletivas de ção do empregador, aguardando ou executando
trabalho, nela previstas. ordens, salvo disposição especial expressamen-
te consignada.
Art. 2º Considera-se empregador a empresa,
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos Parágrafo único. Computar-se-ão, na con-
da atividade econômica, admite, assalaria e diri- tagem de tempo de serviço, para efeito de
ge a prestação pessoal de serviço. indenização e estabilidade, os períodos em
que o empregado estiver afastado do traba-
§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os lho prestando serviço militar ... (VETADO) ...
efeitos exclusivos da relação de emprego, e por motivo de acidente do trabalho.
os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou Art. 5º A todo trabalho de igual valor correspon-
outras instituições sem fins lucrativos, que derá salário igual, sem distinção de sexo.
admitirem trabalhadores como emprega- Art. 6º Não se distingue entre o trabalho reali-
dos. zado no estabelecimento do empregador, o exe-
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, cutado no domicílio do empregado e o realizado
tendo, embora, cada uma delas, persona- a distância, desde que estejam caracterizados
lidade jurídica própria, estiverem sob a di- os pressupostos da relação de emprego.
reção, controle ou administração de outra, Parágrafo único. Os meios telemáticos e
constituindo grupo industrial, comercial ou informatizados de comando, controle e su-
de qualquer outra atividade econômica, pervisão se equiparam, para fins de subor-
serão, para os efeitos da relação de empre- dinação jurídica, aos meios pessoais e dire-
go, solidariamente responsáveis a empresa tos de comando, controle e supervisão do
principal e cada uma das subordinadas. trabalho alheio.
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa fí- Art. 7º Os preceitos constantes da presente
sica que prestar serviços de natureza não even- Consolidação salvo quando for em cada caso,
tual a empregador, sob a dependência deste e expressamente determinado em contrário, não
mediante salário. se aplicam:
Parágrafo único. Não haverá distinções re- a) aos empregados domésticos, assim con-
lativas à espécie de emprego e à condição siderados, de um modo geral, os que pres-
tam serviços de natureza não-econômica à

www.acasadoconcurseiro.com.br 769
pessoa ou à família, no âmbito residencial I – em cinco anos para o trabalhador urba-
destas; no, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato;
b) aos trabalhadores rurais, assim conside-
rados aqueles que, exercendo funções dire- II – em dois anos, após a extinção do contra-
tamente ligadas à agricultura e à pecuária, to de trabalho, para o trabalhador rural.
não sejam empregados em atividades que,
pelos métodos de execução dos respectivos § 1º O disposto neste artigo não se aplica
trabalhos ou pela finalidade de suas opera- às ações que tenham por objeto anotações
ções, se classifiquem como industriais ou para fins de prova junto à Previdência So-
comerciais; cial.

c) aos funcionários públicos da União, dos Art. 12. Os preceitos concernentes ao regime de
Estados e dos Municípios e aos respectivos seguro social são objeto de lei especial.
extranumerários em serviço nas próprias
repartições;
d) aos servidores de autarquias paraesta-
tais, desde que sujeitos a regime próprio de
proteção ao trabalho que lhes assegure si-
tuação análoga à dos funcionários públicos.
Art. 8º As autoridades administrativas e a Jus-
tiça do Trabalho, na falta de disposições legais
ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por equidade e ou-
tros princípios e normas gerais de direito, prin-
cipalmente do direito do trabalho, e, ainda, de
acordo com os usos e costumes, o direito com-
parado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça so-
bre o interesse público.
Parágrafo único. O direito comum será fon-
te subsidiária do direito do trabalho, naqui-
lo em que não for incompatível com os prin-
cípios fundamentais deste.
Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos pra-
ticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na
presente Consolidação.
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica
da empresa não afetará os direitos adquiridos
por seus empregados.
Art. 11. O direito de ação quanto a créditos re-
sultantes das relações de trabalho prescreve:

770 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DISPOSIÇÕES GERAIS (ART. 442 A 456)


DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

TÍTULO IV § 2º O contrato por prazo determinado só


será válido em se tratando:
Do Contrato Individual do Trabalho a) de serviço cuja natureza ou transitorieda-
de justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter
CAPÍTULO I transitório;
DISPOSIÇÕES GERAIS c) de contrato de experiência.
Art. 442. Contrato individual de trabalho é o Art. 444. As relações contratuais de trabalho
acordo tácito ou expresso, correspondente à re- podem ser objeto de livre estipulação das par-
lação de emprego. tes interessadas em tudo quanto não contrave-
Parágrafo único. Qualquer que seja o ramo nha às disposições de proteção ao trabalho, aos
de atividade da sociedade cooperativa, não contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e
existe vínculo empregatício entre ela e seus às decisões das autoridades competentes.
associados, nem entre estes e os tomadores Art. 445. O contrato de trabalho por prazo de-
de serviços daquela. terminado não poderá ser estipulado por mais
Art. 442-A. Para fins de contratação, o em- de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.
pregador não exigirá do candidato a emprego Parágrafo único. O contrato de experiência
comprovação de experiência prévia por tempo não poderá exceder de 90 (noventa) dias.
superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de ati-
vidade. Art. 447. Na falta de acordo ou prova sobre con-
dição essencial ao contrato verbal, esta se pre-
Art. 443. O contrato individual de trabalho po- sume existente, como se a tivessem estatuído
derá ser acordado tácita ou expressamente, ver- os interessados na conformidade dos preceitos
balmente ou por escrito e por prazo determina- jurídicos adequados à sua legitimidade.
do ou indeterminado.
Art. 448. A mudança na propriedade ou na es-
§ 1º Considera-se como de prazo determi- trutura jurídica da empresa não afetará os con-
nado o contrato de trabalho cuja vigência tratos de trabalho dos respectivos emprega-
dependa de termo prefixado ou da execu- dos.
ção de serviços especificados ou ainda da
realização de certo acontecimento suscetí- Art. 449. Os direitos oriundos da existência do
vel de previsão aproximada. contrato de trabalho subsistirão em caso de fa-
lência, concordata ou dissolução da empresa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 771
§ 1º Na falência constituirão créditos privi- salvo se o contrato de trabalho tiver por objeto,
legiados a totalidade dos salários devidos implícita ou explicitamente, pesquisa científica.
ao empregado e a totalidade das indeniza-
ções a que tiver direito. Parágrafo único. Ao empregador caberá a
exploração do invento, ficando obrigado a
§ 2º Havendo concordata na falência, será promovê-la no prazo de um ano da data da
facultado aos contratantes tornar sem concessão da patente, sob pena de reverter
efeito a rescisão do contrato de trabalho e em favor do empregado da plena proprie-
consequente indenização, desde que o em- dade desse invento.
pregador pague, no mínimo, a metade dos
salários que seriam devidos ao empregado Art. 455. Nos contratos de subempreitada res-
durante o interregno. ponderá o subempreiteiro pelas obrigações de-
rivadas do contrato de trabalho que celebrar,
Art. 450. Ao empregado chamado a ocupar, em cabendo, todavia, aos empregados, o direito de
comissão, interinamente, ou em substituição reclamação contra o empreiteiro principal pelo
eventual ou temporária, cargo diverso do que inadimplemento daquelas obrigações por parte
exercer na empresa, serão garantidas a conta- do primeiro.
gem do tempo naquele serviço, bem como volta
ao cargo anterior. Parágrafo único. Ao empreiteiro principal
fica ressalvada, nos termos da lei civil, ação
Art. 451. O contrato de trabalho por prazo de- regressiva contra o subempreiteiro e a re-
terminado que, tácita ou expressamente, for tenção de importâncias a este devidas, para
prorrogado mais de uma vez passará a vigorar a garantia das obrigações previstas neste ar-
sem determinação de prazo. tigo.
Art. 452. Considera-se por prazo indeterminado Art. 456. A prova do contrato individual do tra-
todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) balho será feita pelas anotações constantes da
meses, a outro contrato por prazo determinado, carteira profissional ou por instrumento escrito
salvo se a expiração deste dependeu da execu- e suprida por todos os meios permitidos em di-
ção de serviços especializados ou da realização reito.
de certos acontecimentos.
Parágrafo único. A falta de prova ou inexis-
Art. 453. No tempo de serviço do empregado, tindo cláusula expressa e tal respeito, en-
quando readmitido, serão computados os pe- tender-se-á que o empregado se obrigou a
ríodos, ainda que não contínuos, em que tiver todo e qualquer serviço compatível com a
trabalhado anteriormente na empresa, salvo se sua condição pessoal.
houver sido despedido por falta grave, recebido
indenização legal ou se aposentado espontane-
amente.
§ 2º O ato de concessão de benefício de
aposentadoria a empregado que não tiver
completado 35 (trinta e cinco) anos de ser-
viço, se homem, ou trinta, se mulher, im-
porta em extinção do vínculo empregatício.
Art. 454. Na vigência do contrato de trabalho,
as invenções do empregado, quando decorren-
tes de sua contribuição pessoal e da instalação
ou equipamento fornecidos pelo empregador,
serão de propriedade comum, em partes iguais,

772 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DA ALTERAÇÃO (ART. 468 A 470)

CAPÍTULO III artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obri-


DA ALTERAÇÃO gado a um pagamento suplementar, nunca
inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos
Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho salários que o empregado percebia naquela
só é lícita a alteração das respectivas condições localidade, enquanto durar essa situação.
por mútuo consentimento, e ainda assim desde Art. 470. As despesas resultantes da transferên-
que não resultem, direta ou indiretamente, pre- cia correrão por conta do empregador.
juízos ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.
Parágrafo único. Não se considera alteração
unilateral a determinação do empregador
para que o respectivo empregado reverta
ao cargo efetivo, anteriormente ocupado,
deixando o exercício de função de confian-
ça.
Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o
empregado, sem a sua anuência, para localida-
de diversa da que resultar do contrato, não se
considerando transferência a que não acarretar
necessariamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º Não estão compreendidos na proibição
deste artigo: os empregados que exerçam
cargo de confiança e aqueles cujos contra-
tos tenham como condição, implícita ou ex-
plícita, a transferência, quando esta decorra
de real necessidade de serviço.
§ 2º É licita a transferência quando ocorrer
extinção do estabelecimento em que traba-
lhar o empregado.
§ 3º Em caso de necessidade de serviço o
empregador poderá transferir o emprega-
do para localidade diversa da que resultar
do contrato, não obstante as restrições do

www.acasadoconcurseiro.com.br 773
Direito do Trabalho

DA SUSPENSÃO E DA INTERRUPÇÃO (ART. 471 A 476-A)

CAPÍTULO IV dor, em representação fundamentada com


audiência da Procuradoria Regional do Tra-
DA SUSPENSÃO E DA INTERRUPÇÃO balho, que providenciará desde logo a ins-
Art. 471. Ao empregado afastado do emprego, tauração do competente inquérito adminis-
são asseguradas, por ocasião de sua volta, to- trativo.
das as vantagens que, em sua ausência, tenham § 5º Durante os primeiros 90 (noventa) dias
sido atribuídas à categoria a que pertencia na desse afastamento, o empregado continua-
empresa. rá percebendo sua remuneração.
Art. 472. O afastamento do empregado em vir- Art. 473 O empregado poderá deixar de compa-
tude das exigências do serviço militar, ou de ou- recer ao serviço sem prejuízo do salário:
tro encargo público, não constituirá motivo para
alteração ou rescisão do contrato de trabalho I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso
por parte do empregador. de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que, de-
§ 1º Para que o empregado tenha direito a clarada em sua carteira de trabalho e pre-
voltar a exercer o cargo do qual se afastou vidência social, viva sob sua dependência
em virtude de exigências do serviço militar econômica;
ou de encargo público, é indispensável que
notifique o empregador dessa intenção, por II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtu-
telegrama ou carta registrada, dentro do de de casamento;
prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados III – por um dia, em caso de nascimento de
da data em que se verificar a respectiva bai- filho no decorrer da primeira semana;
xa ou a terminação do encargo a que estava IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses
obrigado. de trabalho, em caso de doação voluntária
§ 2º Nos contratos por prazo determinado, de sangue devidamente comprovada;
o tempo de afastamento, se assim acorda- V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não,
rem as partes interessadas, não será com- para o fim de se alistar eleitor, nos termos
putado na contagem do prazo para a res- da lei respectiva.
pectiva terminação.
VI – no período de tempo em que tiver de
§ 3º Ocorrendo motivo relevante de inte- cumprir as exigências do Serviço Militar
resse para a segurança nacional, poderá a referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº
autoridade competente solicitar o afasta- 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Ser-
mento do empregado do serviço ou do local viço Militar).
de trabalho, sem que se configure a suspen-
são do contrato de trabalho. VII – nos dias em que estiver comprovada-
mente realizando provas de exame vesti-
§ 4º O afastamento a que se refere o pará- bular para ingresso em estabelecimento de
grafo anterior será solicitado pela autorida- ensino superior.
de competente diretamente ao emprega-

www.acasadoconcurseiro.com.br 775
VIII – pelo tempo que se fizer necessário, dicato, com antecedência mínima de quinze
quando tiver que comparecer a juízo. dias da suspensão contratual.
IX – pelo tempo que se fizer necessário, § 2º O contrato de trabalho não poderá ser
quando, na qualidade de representante de suspenso em conformidade com o disposto
entidade sindical, estiver participando de no caput deste artigo mais de uma vez no pe-
reunião oficial de organismo internacional do ríodo de dezesseis meses.
qual o Brasil seja membro. § 3º O empregador poderá conceder ao em-
Art. 474. A suspensão do empregado por mais de pregado ajuda compensatória mensal, sem
30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão natureza salarial, durante o período de sus-
injusta do contrato de trabalho. pensão contratual nos termos do caput deste
Art. 475. O empregado que for aposentado por in- artigo, com valor a ser definido em convenção
validez terá suspenso o seu contrato de trabalho ou acordo coletivo.
durante o prazo fixado pelas leis de previdência § 4º Durante o período de suspensão contra-
social para a efetivação do benefício. tual para participação em curso ou programa
§ 1º Recuperando o empregado a capacidade de qualificação profissional, o empregado fará
de trabalho e sendo a aposentadoria cance- jus aos benefícios voluntariamente concedi-
lada, ser-lhe-á assegurado o direito à função dos pelo empregador.
que ocupava ao tempo da aposentadoria, fa- § 5º Se ocorrer a dispensa do empregado no
cultado, porém, ao empregador, o direito de transcurso do período de suspensão contra-
indenizá-lo por rescisão do contrato de traba- tual ou nos três meses subsequentes ao seu
lho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na retorno ao trabalho, o empregador pagará ao
hipótese de ser ele portador de estabilidade, empregado, além das parcelas indenizatórias
quando a indenização deverá ser paga na for- previstas na legislação em vigor, multa a ser
ma do art. 497. estabelecida em convenção ou acordo coleti-
§ 2º Se o empregador houver admitido substi- vo, sendo de, no mínimo, cem por cento sobre
tuto para o aposentado, poderá rescindir, com o valor da última remuneração mensal ante-
este, o respectivo contrato de trabalho sem rior à suspensão do contrato.
indenização, desde que tenha havido ciência § 6º Se durante a suspensão do contrato não
inequívoca da interinidade ao ser celebrado o for ministrado o curso ou programa de quali-
contrato. ficação profissional, ou o empregado perma-
Art. 476. Em caso de seguro-doença ou auxílio-en- necer trabalhando para o empregador, ficará
fermidade, o empregado é considerado em licença descaracterizada a suspensão, sujeitando o
não remunerada, durante o prazo desse benefício. empregador ao pagamento imediato dos sa-
lários e dos encargos sociais referentes ao
Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser sus- período, às penalidades cabíveis previstas na
penso, por um período de dois a cinco meses, para legislação em vigor, bem como às sanções
participação do empregado em curso ou progra- previstas em convenção ou acordo coletivo.
ma de qualificação profissional oferecido pelo em-
pregador, com duração equivalente à suspensão § 7º O prazo limite fixado no caput poderá ser
contratual, mediante previsão em convenção ou prorrogado mediante convenção ou acordo
acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal coletivo de trabalho e aquiescência formal do
do empregado, observado o disposto no art. 471 empregado, desde que o empregador arque
desta Consolidação. com o ônus correspondente ao valor da bol-
sa de qualificação profissional, no respecti-
§ 1º Após a autorização concedida por inter- vo período.
médio de convenção ou acordo coletivo, o
empregador deverá notificar o respectivo sin-

776 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DA RESCISÃO (ART. 477 A 486)

CAPÍTULO V acordem as partes, salvo se o empregado


DA RESCISÃO for analfabeto, quando o pagamento so-
mente poderá ser feito em dinheiro.
Art. 477. É assegurado a todo empregado, não § 5º Qualquer compensação no pagamento
existindo prazo estipulado para a terminação do de que trata o parágrafo anterior não pode-
respectivo contrato, e quando não haja êle dado rá exceder o equivalente a um mês de re-
motivo para cessação das relações de trabalho, muneração do empregado.
o direto de haver do empregador uma indeni-
zação, paga na base da maior remuneração que § 6º O pagamento das parcelas constantes
tenha percebido na mesma empresa. do instrumento de rescisão ou recibo de
quitação deverá ser efetuado nos seguintes
§ 1º O pedido de demissão ou recibo de prazos:
quitação de rescisão, do contrato de traba-
lho, firmado por empregado com mais de 1 a) até o primeiro dia útil imediato ao térmi-
(um) ano de serviço, só será válido quando no do contrato; ou
feito com a assistência do respectivo Sindi-
cato ou perante a autoridade do Ministério b) até o décimo dia, contado da data da no-
do Trabalho e Previdência Social. tificação da demissão, quando da ausência
do aviso prévio, indenização do mesmo ou
§ 2º O instrumento de rescisão ou recibo de dispensa de seu cumprimento.
quitação, qualquer que seja a causa ou for-
ma de dissolução do contrato, deve ter es- § 7º O ato da assistência na rescisão contra-
pecificada a natureza de cada parcela paga tual (§§ 1º e 2º) será sem ônus para o traba-
ao empregado e discriminado o seu valor, lhador e empregador.
sendo válida a quitação, apenas, relativa- § 8º A inobservância do disposto no § 6º
mente às mesmas parcelas. deste artigo sujeitará o infrator à multa de
§ 3º Quando não existir na localidade ne- 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pa-
nhum dos órgãos previstos neste artigo, a gamento da multa a favor do empregado,
assistência será prestada pelo Represente em valor equivalente ao seu salário, devida-
do Ministério Público ou, onde houver, pelo mente corrigido pelo índice de variação do
Defensor Público e, na falta ou impedimen- BTN, salvo quando, comprovadamente, o
to deste, pelo Juiz de Paz. trabalhador der causa à mora.

§ 4º O pagamento a que fizer jus o empre- Art. 478 A indenização devida pela rescisão de
gado será efetuado no ato da homologação contrato por prazo indeterminado será de 1
da rescisão do contrato de trabalho, em (um) mês de remuneração por ano de serviço
dinheiro ou em cheque visado, conforme efetivo, ou por ano e fração igual ou superior a
6 (seis) meses.

www.acasadoconcurseiro.com.br 777
§ 1º O primeiro ano de duração do contra- Art. 481. Aos contratos por prazo determinado,
to por prazo indeterminado é considerado que contiverem cláusula assecuratória do di-
como período de experiência, e, antes que reito recíproco de rescisão antes de expirado o
se complete, nenhuma indenização será de- termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido
vida. tal direito por qualquer das partes, os princípios
que regem a rescisão dos contratos por prazo
§ 2º Se o salário for pago por dia, o cálculo indeterminado.
da indenização terá por base 25 (vinte e cin-
co) dias. Art. 482. Constituem justa causa para rescisão
do contrato de trabalho pelo empregador:
§ 3º Se pago por hora, a indenização apurar-
-se-á na base de 200 (duzentas) horas por a) ato de improbidade;
mês.
b) incontinência de conduta ou mau proce-
§ 4º Para os empregados que trabalhem a dimento;
comissão ou que tenham direito a percenta-
gens, a indenização será calculada pela mé- c) negociação habitual por conta própria
dia das comissões ou percentagens percebi- ou alheia sem permissão do empregador,
das nos últimos 12 (doze) meses de serviço. e quando constituir ato de concorrência à
empresa para a qual trabalha o empregado,
§ 5º Para os empregados que trabalhem por ou for prejudicial ao serviço;
tarefa ou serviço feito, a indenização será
calculada na base média do tempo costu- d) condenação criminal do empregado, pas-
meiramente gasto pelo interessado para sada em julgado, caso não tenha havido
realização de seu serviço, calculando-se o suspensão da execução da pena;
valor do que seria feito durante 30 (trinta) e) desídia no desempenho das respectivas
dias. funções;
Art. 479 Nos contratos que tenham termo es- f) embriaguez habitual ou em serviço;
tipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado será obrigado a pagar- g) violação de segredo da empresa;
-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
remuneração a que teria direito até o termo do
contrato. i) abandono de emprego;
Parágrafo único. Para a execução do que j) ato lesivo da honra ou da boa fama prati-
dispõe o presente artigo, o cálculo da par- cado no serviço contra qualquer pessoa, ou
te variável ou incerta dos salários será feito ofensas físicas, nas mesmas condições, sal-
de acordo com o prescrito para o cálculo da vo em caso de legítima defesa, própria ou
indenização referente à rescisão dos contra- de outrem;
tos por prazo indeterminado.
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou
Art. 480. Havendo termo estipulado, o empre- ofensas físicas praticadas contra o empre-
gado não se poderá desligar do contrato, sem gador e superiores hierárquicos, salvo em
justa causa, sob pena de ser obrigado a indeni- caso de legítima defesa, própria ou de ou-
zar o empregador dos prejuízos que desse fato trem;
lhe resultarem.
l) prática constante de jogos de azar.
§ 1º A indenização, porém, não poderá ex-
ceder àquela a que teria direito o emprega- Parágrafo único. Constitui igualmente justa
do em idênticas condições. causa para dispensa de empregado a práti-
ca, devidamente comprovada em inquérito

778 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Do Trabalho – Da Rescisão (Art. 477 a 486) – Prof. Pedro Kuhn

administrativo, de atos atentatórios à segu- Art. 484. Havendo culpa recíproca no ato que
rança nacional. determinou a rescisão do contrato de trabalho,
o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à
Art. 483. O empregado poderá considerar res- que seria devida em caso de culpa exclusiva do
cindido o contrato e pleitear a devida indeniza- empregador, por metade.
ção quando:
Art. 485. Quando cessar a atividade da empre-
a) forem exigidos serviços superiores às sa, por morte do empregador, os empregados
suas forças, defesos por lei, contrários aos terão direito, conforme o caso, à indenização a
bons costumes, ou alheios ao contrato; que se referem os art. 477 e 497.
b) for tratado pelo empregador ou por seus Art. 486. No caso de paralisação temporária ou
superiores hierárquicos com rigor excessi- definitiva do trabalho, motivada por ato de au-
vo; toridade municipal, estadual ou federal, ou pela
c) correr perigo manifesto de mal conside- promulgação de lei ou resolução que impossi-
rável; bilite a continuação da atividade, prevalecerá o
pagamento da indenização, que ficará a cargo
d) não cumprir o empregador as obrigações do governo responsável.
do contrato;
§ 1º Sempre que o empregador invocar em
e) praticar o empregador ou seus prepos- sua defesa o preceito do presente artigo, o
tos, contra ele ou pessoas de sua família, tribunal do trabalho competente notificará
ato lesivo da honra e boa fama; a pessoa de direito público apontada como
f) o empregador ou seus prepostos ofende- responsável pela paralisação do trabalho,
rem-no fisicamente, salvo em caso de legíti- para que, no prazo de 30 (trinta) dias, ale-
ma defesa, própria ou de outrem; gue o que entender devido, passando a fi-
gurar no processo como chamada à autoria.
g) o empregador reduzir o seu trabalho,
sendo este por peça ou tarefa, de forma a § 2º Sempre que a parte interessada, fir-
afetar sensivelmente a importância dos sa- mada em documento hábil, invocar defesa
lários. baseada na disposição deste artigo e indicar
qual o juiz competente, será ouvida a parte
§ 1º O empregado poderá suspender a pres- contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar
tação dos serviços ou rescindir o contrato, sobre essa alegação.
quando tiver de desempenhar obrigações
legais, incompatíveis com a continuação do § 3º Verificada qual a autoridade responsá-
serviço. vel, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á
por incompetente, remetendo os autos ao
§ 2º No caso de morte do empregador cons- Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual
tituído em empresa individual, é facultado correrá o feito nos termos previstos no pro-
ao empregado rescindir o contrato de tra- cesso comum.
balho.
§ 3º Nas hipóteses das letras "d" e "g", po-
derá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das
respectivas indenizações, permanecendo
ou não no serviço até final decisão do pro-
cesso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 779
Direito do Trabalho

DO AVISO PRÉVIO (ART. 487 A 491)

CAPÍTULO VI mente os salários correspondentes ao perí-


DO AVISO PRÉVIO odo do aviso, que integra seu tempo de ser-
viço para todos os efeitos legais.
Art. 487. Não havendo prazo estipulado, a parte Art. 488. O horário normal de trabalho do em-
que, sem justo motivo, quiser rescindir o contra- pregado, durante o prazo do aviso, e se a resci-
to deverá avisar a outra da sua resolução com a são tiver sido promovida pelo empregador, será
antecedência mínima de: reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo
I – oito dias, se o pagamento for efetuado do salário integral.
por semana ou tempo inferior; Parágrafo único. É facultado ao empregado
II – trinta dias aos que perceberem por trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas
quinzena ou mês, ou que tenham mais de diárias previstas neste artigo, caso em que
12 (doze) meses de serviço na empresa. poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do
salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese
§ 1º A falta do aviso prévio por parte do do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na
empregador dá ao empregado o direito aos hipótese do inciso II do art. 487 desta Con-
salários correspondentes ao prazo do aviso, solidação.
garantida sempre a integração desse perío-
do no seu tempo de serviço. Art. 489. Dado o aviso prévio, a rescisão torna-
-se efetiva depois de expirado o respectivo pra-
§ 2º A falta de aviso prévio por parte do em- zo, mas, se a parte notificante reconsiderar o
pregado dá ao empregador o direito de des- ato, antes de seu termo, à outra parte é faculta-
contar os salários correspondentes ao prazo do aceitar ou não a reconsideração.
respectivo.
Parágrafo único. Caso seja aceita a reconsi-
§ 3º Em se tratando de salário pago na base deração ou continuando a prestação depois
de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos pa- de expirado o prazo, o contrato continuará a
rágrafos anteriores, será feito de acordo vigorar, como se o aviso prévio não tivesse
com a média dos últimos 12 (doze) meses sido dado.
de serviço.
Art. 490. O empregador que, durante o prazo do
§ 4º É devido o aviso prévio na despedida aviso prévio dado ao empregado, praticar ato
indireta. que justifique a rescisão imediata do contrato,
sujeita-se ao pagamento da remuneração cor-
§ 5º O valor das horas extraordinárias habi-
respondente ao prazo do referido aviso, sem
tuais integra o aviso prévio indenizado.
prejuízo da indenização que for devida.
§ 6º O reajustamento salarial coletivo, de-
Art. 491. O empregado que, durante o prazo do
terminado no curso do aviso prévio, benefi-
aviso prévio, cometer qualquer das faltas con-
cia o empregado pré-avisado da despedida,
sideradas pela lei como justas para a rescisão,
mesmo que tenha recebido antecipada-
perde o direito ao restante do respectivo prazo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 781
Direito do Trabalho

DA JORNADA DE TRABALHO (ART. 58 A 65)

Seção II II – A incompatibilidade entre os horários de


DA JORNADA DE TRABALHO início e término da jornada do empregado e
os do transporte público regular é circuns-
Art. 58. A duração normal do trabalho, para os tância que também gera o direito às horas
empregados em qualquer atividade privada, "in itinere".
não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde III – A mera insuficiência de transporte pú-
que não seja fixado expressamente outro limite. blico não enseja o pagamento de horas "in
§ 1º Não serão descontadas nem computa- itinere".
das como jornada extraordinária as varia- IV – Se houver transporte público regular
ções de horário no registro de ponto não em parte do trajeto percorrido em condu-
excedentes de cinco minutos, observado o ção da empresa, as horas "in itinere" remu-
limite máximo de dez minutos diários. neradas limitam-se ao trecho não alcança-
§ 2º O tempo despendido pelo empregado do pelo transporte público.
até o local de trabalho e para o seu retorno, V – Considerando que as horas "in itinere"
por qualquer meio de transporte, não será são computáveis na jornada de trabalho, o
computado na jornada de trabalho, salvo tempo que extrapola a jornada legal é con-
quando, tratando-se de local de difícil aces- siderado como extraordinário e sobre ele
so ou não servido por transporte público, o deve incidir o adicional respectivo.
empregador fornecer a condução.
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de
§ 3º Poderão ser fixados, para as microem- tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
presas e empresas de pequeno porte, por vinte e cinco horas semanais.
meio de acordo ou convenção coletiva, em
caso de transporte fornecido pelo emprega- § 1º O salário a ser pago aos empregados
dor, em local de difícil acesso ou não servi- sob o regime de tempo parcial será propor-
do por transporte público, o tempo médio cional à sua jornada, em relação aos empre-
despendido pelo empregado, bem como a gados que cumprem, nas mesmas funções,
forma e a natureza da remuneração. tempo integral.
Súmula nº 90 do TST § 2º Para os atuais empregados, a adoção
HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO do regime de tempo parcial será feita me-
diante opção manifestada perante a empre-
I – O tempo despendido pelo empregado, sa, na forma prevista em instrumento de-
em condução fornecida pelo empregador, corrente de negociação coletiva.
até o local de trabalho de difícil acesso, ou
não servido por transporte público regular, Art. 59. A duração normal do trabalho pode-
e para o seu retorno é computável na jorna- rá ser acrescida de horas suplementares, em
da de trabalho. número não excedente de 2 (duas), mediante

www.acasadoconcurseiro.com.br 783
acordo escrito entre empregador e empregado, cuja inexecução possa acarretar prejuízo mani-
ou mediante contrato coletivo de trabalho. festo.
§ 1º Do acordo ou do contrato coletivo de § 1º O excesso, nos casos deste artigo, po-
trabalho deverá constar, obrigatoriamen- derá ser exigido independentemente de
te, a importância da remuneração da hora acordo ou contrato coletivo e deverá ser co-
suplementar, que será, pelo menos, 20% municado, dentro de 10 (dez) dias, à autori-
(vinte por cento) superior à da hora normal. dade competente em matéria de trabalho,
(Vide CF, art. 7º inciso XVI). ou, antes desse prazo, justificado no mo-
mento da fiscalização sem prejuízo dessa
§ 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de comunicação.
salário se, por força de acordo ou conven-
ção coletiva de trabalho, o excesso de horas § 2º Nos casos de excesso de horário por
em um dia for compensado pela correspon- motivo de força maior, a remuneração da
dente diminuição em outro dia, de manei- hora excedente não será inferior à da hora
ra que não exceda, no período máximo de normal. Nos demais casos de excesso pre-
um ano, à soma das jornadas semanais de vistos neste artigo, a remuneração será,
trabalho previstas, nem seja ultrapassado o pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento)
limite máximo de dez horas diárias. superior à da hora normal, e o trabalho não
poderá exceder de 12 (doze) horas, desde
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de que a lei não fixe expressamente outro limi-
trabalho sem que tenha havido a compen- te.
sação integral da jornada extraordinária, na
forma do parágrafo anterior, fará o traba- § 3º Sempre que ocorrer interrupção do tra-
lhador jus ao pagamento das horas extras balho, resultante de causas acidentais, ou
não compensadas, calculadas sobre o valor de força maior, que determinem a impos-
da remuneração na data da rescisão. sibilidade de sua realização, a duração do
trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo
§ 4º Os empregados sob o regime de tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas,
parcial não poderão prestar horas extras. durante o número de dias indispensáveis à
Art. 60. Nas atividades insalubres, assim consi- recuperação do tempo perdido, desde que
deradas as constantes dos quadros menciona- não exceda de 10 (dez) horas diárias, em
dos no capítulo "Da Segurança e da Medicina do período não superior a 45 (quarenta e cin-
Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas co) dias por ano, sujeita essa recuperação
por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Co- à prévia autorização da autoridade compe-
mercio, quaisquer prorrogações só poderão ser tente.
acordadas mediante licença prévia das autori- Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previs-
dades competentes em matéria de higiene do to neste capítulo:
trabalho, as quais, para esse efeito, procederão
aos necessários exames locais e à verificação I – os empregados que exercem atividade
dos métodos e processos de trabalho, quer di- externa incompatível com a fixação de ho-
retamente, quer por intermédio de autoridades rário de trabalho, devendo tal condição ser
sanitárias federais, estaduais e municipais, com anotada na Carteira de Trabalho e Previdên-
quem entrarão em entendimento para tal fim. cia Social e no registro de empregados;
Art. 61. Ocorrendo necessidade imperiosa, po- II – os gerentes, assim considerados os
derá a duração do trabalho exceder do limite exercentes de cargos de gestão, aos quais
legal ou convencionado, seja para fazer face a se equiparam, para efeito do disposto nes-
motivo de força maior, seja para atender à re- te artigo, os diretores e chefes de departa-
alização ou conclusão de serviços inadiáveis ou mento ou filial.

784 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho – Da Jornada de Trabalho (Art. 58 a 65) – Prof. Pedro Kuhn

Parágrafo único. O regime previsto nes-


te capítulo será aplicável aos empregados
mencionados no inciso II deste artigo, quan-
do o salário do cargo de confiança, com-
preendendo a gratificação de função, se
houver, for inferior ao valor do respectivo
salário efetivo acrescido de 40% (quarenta
por cento).
Art. 63. Não haverá distinção entre empregados
e interessados, e a participação em lucros e co-
missões, salvo em lucros de caráter social, não
exclui o participante do regime deste Capítulo.
Art. 64. O salário-hora normal, no caso de em-
pregado mensalista, será obtido dividindo-se
o salário mensal correspondente à duração do
trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trin-
ta) vezes o número de horas dessa duração.
Parágrafo único. Sendo o número de dias
inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cál-
culo, em lugar desse número, o de dias de
trabalho por mês.
Art. 65. No caso do empregado diarista, o sa-
lário-hora normal será obtido dividindo-se o
salário diário correspondente à duração do tra-
balho, estabelecido no art. 58, pelo número de
horas de efetivo trabalho.
Súmula 403 do STF:
É de decadência o prazo de trinta dias para instaura-
ção do inquérito judicial, a contar da suspensão, por
falta grave, de empregado estável.

www.acasadoconcurseiro.com.br 785
Direito do Trabalho

DOS PERÍODOS DE DESCANSO (ART. 66 A 72)

Seção III os municípios atenderão aos preceitos nele es-


DOS PERÍODOS DE DESCANSO tabelecidos, e as regras que venham a fixar não
poderão contrariar tais preceitos nem as instru-
Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho ções que, para seu cumprimento, forem expedi-
haverá um período mínimo de 11 (onze) horas das pelas autoridades competentes em matéria
consecutivas para descanso. de trabalho.

Art. 67. Será assegurado a todo empregado um Art. 70. Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é
descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas vedado o trabalho em dias feriados nacionais
consecutivas, o qual, salvo motivo de conveni- e feriados religiosos, nos têrmos da legislação
ência pública ou necessidade imperiosa do ser- própria.
viço, deverá coincidir com o domingo, no todo Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja
ou em parte. duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
Parágrafo único - Nos serviços que exijam concessão de um intervalo para repouso ou ali-
trabalho aos domingos, com exceção quan- mentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma)
to aos elencos teatrais, será estabelecida hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo
escala de revezamento, mensalmente orga- em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
nizada e constando de quadro sujeito à fis- horas.
calização. § 1º Não excedendo de 6 (seis) horas o tra-
Art. 68. O trabalho em domingo, seja total ou balho, será, entretanto, obrigatório um in-
parcial, na forma do art. 67, será sempre subor- tervalo de 15 (quinze) minutos quando a
dinado à permissão prévia da autoridade com- duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
petente em matéria de trabalho. § 2º Os intervalos de descanso não serão
Parágrafo único. A permissão será conce- computados na duração do trabalho.
dida a título permanente nas atividades § 3º O limite mínimo de uma hora para re-
que, por sua natureza ou pela conveniên- pouso ou refeição poderá ser reduzido por
cia pública, devem ser exercidas aos do- ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Co-
mingos, cabendo ao Ministro do Trabalho, mércio, quando ouvido o Serviço de Alimen-
Industria e Comercio, expedir instruções tação de Previdência Social, se verificar que
em que sejam especificadas tais atividades. o estabelecimento atende integralmente às
Nos demais casos, ela será dada sob forma exigências concernentes à organização dos
transitória, com discriminação do período refeitórios, e quando os respectivos empre-
autorizado, o qual, de cada vez, não excede- gados não estiverem sob regime de traba-
rá de 60 (sessenta) dias. lho prorrogado a horas suplementares.
Art. 69. Na regulamentação do funcionamento § 4º Quando o intervalo para repouso e
de atividades sujeitas ao regime deste Capítulo, alimentação, previsto neste artigo, não for

www.acasadoconcurseiro.com.br 787
concedido pelo empregador, este ficará
obrigado a remunerar o período corres-
pondente com um acréscimo de no mínimo
50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
§ 5º Os intervalos expressos no caput e no §
1º poderão ser fracionados quando compre-
endidos entre o término da primeira hora
trabalhada e o início da última hora traba-
lhada, desde que previsto em convenção ou
acordo coletivo de trabalho, ante a natureza
do serviço e em virtude das condições es-
peciais do trabalho a que são submetidos
estritamente os motoristas, cobradores, fis-
calização de campo e afins nos serviços de
operação de veículos rodoviários, emprega-
dos no setor de transporte coletivo de pas-
sageiros, mantida a mesma remuneração e
concedidos intervalos para descanso meno-
res e fracionados ao final de cada viagem,
não descontados da jornada.
Art. 72. Nos serviços permanentes de mecano-
grafia (datilografia, escrituração ou cálculo), a
cada período de 90 (noventa) minutos de traba-
lho consecutivo corresponderá um repouso de
10 (dez) minutos não deduzidos da duração nor-
mal de trabalho.

788 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DO TRABALHO NOTURNO (ART. 73)

Seção IV
DO TRABALHO NOTURNO
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento sema-
nal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remu-
neração superior a do diurno e, para esse efei-
to, sua remuneração terá um acréscimo de 20
% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora
diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será com-
putada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos
deste artigo, o trabalho executado entre as
22 horas de um dia e as 5 horas do dia se-
guinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente
artigo, em se tratando de empresas que não
mantêm, pela natureza de suas atividades,
trabalho noturno habitual, será feito, tendo
em vista os quantitativos pagos por traba-
lhos diurnos de natureza semelhante. Em
relação às empresas cujo trabalho noturno
decorra da natureza de suas atividades, o
aumento será calculado sobre o salário mí-
nimo geral vigente na região, não sendo de-
vido quando exceder desse limite, já acres-
cido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos
os que abrangem períodos diurnos e notur-
nos, aplica-se às horas de trabalho noturno
o disposto neste artigo e seus parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno
aplica-se o disposto neste capítulo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 789
Direito do Trabalho

DO CONCEITO (ART. 76 A 83)

CAPÍTULO III da lista de provisões, constantes dos qua-


DO SALÁRIO MÍNIMO dros devidamente aprovados e necessários
à alimentação diária do trabalhador adulto.
Seção I § 2º Poderão ser substituídos pelos equi-
DO CONCEITO valentes de cada grupo, também mencio-
nados nos quadros a que alude o parágrafo
Art. 76. Salário mínimo é a contraprestação mí- anterior, os alimentos, quando as condições
nima devida e paga diretamente pelo emprega- da região, zona ou subzona o aconselharem,
dor a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador respeitados os valores nutritivos determi-
rural, sem distinção de sexo, por dia normal de nados nos mesmos quadros.
serviço, e capaz de satisfazer, em determinada
época e região do País, as suas necessidades § 3º O Ministério do Trabalho, Industria e
normais de alimentação, habitação, vestuário, Comercio fará, periodicamente, a revisão
higiene e transporte. dos quadros a que se refere o § 1º deste ar-
tigo.
Art. 78. Quando o salário for ajustado por em-
preitada, ou convencionado por tarefa ou peça, Art. 82. Quando o empregador fornecer, in na-
será garantida ao trabalhador uma remunera- tura, uma ou mais das parcelas do salário mí-
ção diária nunca inferior à do salário mínimo nimo, o salário em dinheiro será determinado
por dia normal da região, zona ou subzona. pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa
o salário em dinheiro, Sm o salário mínimo e P a
Parágrafo único. Quando o salário-mínimo soma dos valores daquelas parcelas na região,
mensal do empregado a comissão ou que zona ou subzona.
tenha direito a percentagem for integra-
do por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á Parágrafo único. O salário mínimo pago em
sempre garantido o salário-mínimo, vedado dinheiro não será inferior a 30% (trinta por
qualquer desconto em mês subsequente a cento) do salário mínimo fixado para a re-
título de compensação. gião, zona ou subzona.

Art. 81. O salário mínimo será determinado pela Art. 83. É devido o salário mínimo ao trabalha-
fórmula Sm = a + b + c + d + e, em que "a", "b", dor em domicílio, considerado este como o exe-
"c", "d" e "e" representam, respectivamente, o cutado na habitação do empregado ou em ofi-
valor das despesas diárias com alimentação, ha- cina de família, por conta de empregador que o
bitação, vestuário, higiene e transporte neces- remunere.
sários à vida de um trabalhador adulto.
§ 1º A parcela correspondente à alimenta-
ção terá um valor mínimo igual aos valores

www.acasadoconcurseiro.com.br 791
Direito do Trabalho

DO DIREITO DE FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO (ART. 129 A 133)

Seção I I – dezoito dias, para a duração do trabalho


DO DIREITO A FÉRIAS E semanal superior a vinte e duas horas, até
vinte e cinco horas;
DA SUA DURAÇÃO
II – dezesseis dias, para a duração do traba-
Art. 129 Todo empregado terá direito anual- lho semanal superior a vinte horas, até vin-
mente ao gozo de um período de férias, sem te e duas horas;
prejuízo da remuneração.
III – quatorze dias, para a duração do tra-
Art. 130 Após cada período de 12 (doze) meses balho semanal superior a quinze horas, até
de vigência do contrato de trabalho, o emprega- vinte horas;
do terá direito a férias, na seguinte proporção:
IV – doze dias, para a duração do trabalho
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não semanal superior a dez horas, até quinze
houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) horas;
vezes;
V – dez dias, para a duração do trabalho se-
II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando manal superior a cinco horas, até dez horas;
houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) fal-
tas; VI – oito dias, para a duração do trabalho
semanal igual ou inferior a cinco horas.
III – 18 (dezoito) dias corridos, quando hou-
ver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) fal- Parágrafo único. O empregado contrata-
tas; do sob o regime de tempo parcial que tiver
mais de sete faltas injustificadas ao longo
IV – 12 (doze) dias corridos, quando hou- do período aquisitivo terá o seu período de
ver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e férias reduzido à metade.
duas) faltas.
Art. 131 Não será considerada falta ao serviço,
§ 1º – É vedado descontar, do período de fé- para os efeitos do artigo anterior, a ausência do
rias, as faltas do empregado ao serviço. empregado:
§ 2º – O período das férias será computado, I – nos casos referidos no art. 473;
para todos os efeitos, como tempo de ser-
viço. “Art. 473 – O empregado poderá deixar de com-
parecer ao serviço sem prejuízo do salário:
Art. 130-A. Na modalidade do regime de tem-
po parcial, após cada período de doze meses de I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de
vigência do contrato de trabalho, o empregado falecimento do cônjuge, ascendente, des-
terá direito a férias, na seguinte proporção: cendente, irmão ou pessoa que, declarada
em sua carteira de trabalho e previdência

www.acasadoconcurseiro.com.br 793
social, viva sob sua dependência econômi- V – durante a suspensão preventiva para
ca; responder a inquérito administrativo ou de
prisão preventiva, quanto for impronuncia-
II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude do ou absolvido; e
de casamento;
VI – nos dias em que não tenha havido ser-
III – por um dia, em caso de nascimento de viço, salvo na hipótese do inciso III do art.
filho no decorrer da primeira semana; 133.
IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses de Art. 132 O tempo de trabalho anterior à apre-
trabalho, em caso de doação voluntária de sentação do empregado para serviço militar
sangue devidamente comprovada; obrigatório será computado no período aquisiti-
V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não, vo, desde que ele compareça ao estabelecimen-
para o fim de se alistar eleitor, nos termos to dentro de 90 (noventa) dias da data em que
da lei respectiva. se verificar a respectiva baixa.

VI – no período de tempo em que tiver de “Art. 472 – § 1º – Para que o empregado tenha
cumprir as exigências do Serviço Militar direito a voltar a exercer o cargo do qual se afas-
referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº tou em virtude de exigências do serviço militar
4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Ser- ou de encargo público, é indispensável que noti-
viço Militar). fique o empregador dessa intenção, por telegra-
ma ou carta registrada, dentro do prazo máxi-
VII – nos dias em que estiver comprovada- mo de 30 (trinta) dias, contados da data em que
mente realizando provas de exame vesti- se verificar a respectiva baixa ou a terminação
bular para ingresso em estabelecimento de do encargo a que estava obrigado."
ensino superior.
Art. 133 Não terá direito a férias o empregado
VIII – pelo tempo que se fizer necessário, que, no curso do período aquisitivo:
quando tiver que comparecer a juízo.
I – deixar o emprego e não for readmitido
IX – pelo tempo que se fizer necessário, dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes
quando, na qualidade de representante de à sua saída;
entidade sindical, estiver participando de
reunião oficial de organismo internacional II – permanecer em gozo de licença, com
do qual o Brasil seja membro.” percepção de salários, por mais de 30 (trin-
ta) dias;
II – durante o licenciamento compulsório da
empregada por motivo de maternidade ou III – deixar de trabalhar, com percepção do
aborto, observados os requisitos para per- salário, por mais de 30 (trinta) dias, em vir-
cepção do salário-maternidade custeado tude de paralisação parcial ou total dos ser-
pela Previdência Social; viços da empresa; e

III – por motivo de acidente do trabalho ou IV – tiver percebido da Previdência Social


enfermidade atestada pelo Instituto Nacio- prestações de acidente de trabalho ou de
nal do Seguro Social – INSS, excetuada a hi- auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,
pótese do inciso IV do art. 133; embora descontínuos.

IV – justificada pela empresa, entendendo- § 1º – A interrupção da prestação de servi-


-se como tal a que não tiver determinado o ços deverá ser anotada na Carteira de Tra-
desconto do correspondente salário; balho e Previdência Social.

794 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho – Do Direito de Férias e da sua Duração (Art. 129 a 133) – Prof. Pedro Kuhn

§ 2º – Iniciar-se-á o decurso de novo perío-


do aquisitivo quando o empregado, após o
implemento de qualquer das condições pre-
vistas neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3º – Para os fins previstos no inciso III des-
te artigo a empresa comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com an-
tecedência mínima de 15 (quinze) dias, as
datas de início e fim da paralisação total ou
parcial dos serviços da empresa, e, em igual
prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao
sindicato representativo da categoria profis-
sional, bem como afixará aviso nos respecti-
vos locais de trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 795
Direito do Trabalho

DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS (ART. 134 A 138)

Seção II período, se assim o desejarem e se disto


DA CONCESSÃO E DA não resultar prejuízo para o serviço.
ÉPOCA DAS FÉRIAS § 2º O empregado estudante, menor de 18
(dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir
Art. 134. As férias serão concedidas por ato do suas férias com as férias escolares.
empregador, em um só período, nos 12 (doze)
meses subsequentes à data em que o emprega- Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas
do tiver adquirido o direito. após o prazo de que trata o art. 134, o emprega-
dor pagará em dobro a respectiva remuneração.
§ 1º Somente em casos excepcionais serão
as férias concedidas em 2 (dois) períodos, § 1º Vencido o mencionado prazo sem que
um dos quais não poderá ser inferior a 10 o empregador tenha concedido as férias, o
(dez) dias corridos. empregado poderá ajuizar reclamação pe-
dindo a fixação, por sentença, da época de
§ 2º Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos gozo das mesmas.
maiores de 50 (cinquenta) anos de idade, as
férias serão sempre concedidas de uma só § 2º A sentença dominará pena diária de
vez. 5% (cinco por cento) do salário mínimo da
região, devida ao empregado até que seja
Art. 135. A concessão das férias será participa- cumprida.
da, por escrito, ao empregado, com antecedên-
cia de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa partici- § 3º Cópia da decisão judicial transitada em
pação o interessado dará recibo. julgado será remetida ao órgão local do Mi-
nistério do Trabalho, para fins de aplicação
§ 1º O empregado não poderá entrar no da multa de caráter administrativo.
gozo das férias sem que apresente ao em-
pregador sua Carteira de Trabalho e Previ- Art. 138. Durante as férias, o empregado não
dência Social, para que nela seja anotada a poderá prestar serviços a outro empregador,
respectiva concessão. salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude
de contrato de trabalho regularmente mantido
§ 2º A concessão das férias será, igualmen- com aquele.
te, anotada no livro ou nas fichas de registro
dos empregados.
Art. 136. A época da concessão das férias será
a que melhor consulte os interesses do empre-
gador.
§ 1º Os membros de uma família, que traba-
lharem no mesmo estabelecimento ou em-
presa, terão direito a gozar férias no mesmo

www.acasadoconcurseiro.com.br 797
Direito do Trabalho

DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS (ART. 142 A 145)

Seção IV percentuais dos reajustamentos salariais


DA REMUNERAÇÃO E supervenientes.
DO ABONO DE FÉRIAS Art. 143. É facultado ao empregado converter
1/3 (um terço) do período de férias a que tiver
Art. 142. O empregado perceberá, durante as direito em abono pecuniário, no valor da remu-
férias, a remuneração que lhe for devida na data neração que lhe seria devida nos dias corres-
da sua concessão. pondentes.
§ 1º Quando o salário for pago por hora § 1º O abono de férias deverá ser requerido
com jornadas variáveis, apurar-se-á a média até 15 (quinze) dias antes do término do pe-
do período aquisitivo, aplicando-se o valor ríodo aquisitivo.
do salário na data da concessão das férias.
§ 2º Tratando-se de férias coletivas, a con-
§ 2º Quando o salário for pago por tarefa versão a que se refere este artigo deverá ser
tomar-se-á por base a media da produção objeto de acordo coletivo entre o emprega-
no período aquisitivo do direito a férias, dor e o sindicato representativo da respec-
aplicando-se o valor da remuneração da ta- tiva categoria profissional, independendo
refa na data da concessão das férias. de requerimento individual a concessão do
abono.
§ 3º Quando o salário for pago por percen-
tagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a § 3º O disposto neste artigo não se aplica
média percebida pelo empregado nos 12 aos empregados sob o regime de tempo
(doze) meses que precederem à concessão parcial.
das férias.
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo
§ 4º A parte do salário paga em utilidades anterior, bem como o concedido em virtude de
será computada de acordo com a anotação cláusula do contrato de trabalho, do regulamen-
na Carteira de Trabalho e Previdência Social. to da empresa, de convenção ou acordo coletivo,
desde que não excedente de vinte dias do salá-
§ 5º Os adicionais por trabalho extraordi-
rio, não integrarão a remuneração do empregado
nário, noturno, insalubre ou perigoso serão
para os efeitos da legislação do trabalho.
computados no salário que servirá de base
ao cálculo da remuneração das férias. Art. 145. O pagamento da remuneração das fé-
rias e, se for o caso, o do abono referido no art.
§ 6º Se, no momento das férias, o empre-
143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do
gado não estiver percebendo o mesmo
início do respectivo período.
adicional do período aquisitivo, ou quando
o valor deste não tiver sido uniforme será Parágrafo único. O empregado dará quita-
computada a média duodecimal recebida ção do pagamento, com indicação do início
naquele período, após a atualização das im- e do termo das férias.
portâncias pagas, mediante incidência dos

www.acasadoconcurseiro.com.br 799
Direito do Trabalho

DA REMUNERAÇÃO (ART. 457 A 467)

CAPÍTULO II centuais das parcelas componentes do salá-


DA REMUNERAÇÃO rio-mínimo (arts. 81 e 82).
§ 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não
Art. 457. Compreendem-se na remuneração do serão consideradas como salário as seguintes
empregado, para todos os efeitos legais, além do utilidades concedidas pelo empregador:
salário devido e pago diretamente pelo emprega-
dor, como contraprestação do serviço, as gorjetas I – vestuários, equipamentos e outros acessó-
que receber. rios fornecidos aos empregados e utilizados
no local de trabalho, para a prestação do ser-
§ 1º Integram o salário não só a importância viço;
fixa estipulada, como também as comissões,
percentagens, gratificações ajustadas, diárias II – educação, em estabelecimento de ensino
para viagens e abonos pagos pelo emprega- próprio ou de terceiros, compreendendo os
dor. valores relativos a matrícula, mensalidade,
anuidade, livros e material didático;
§ 2º Não se incluem nos salários as ajudas de
custo, assim como as diárias para viagem que III – transporte destinado ao deslocamento
não excedam de 50% (cinquenta por cento) para o trabalho e retorno, em percurso servi-
do salário percebido pelo empregado. do ou não por transporte público;

§ 3º Considera-se gorjeta não só a importân- IV – assistência médica, hospitalar e odon-


cia espontaneamente dada pelo cliente ao tológica, prestada diretamente ou mediante
empregado, como também aquela que fôr co- seguro-saúde;
brada pela empresa ao cliente, como adicio- V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
nal nas contas, a qualquer título, e destinada a VI – previdência privada;
distribuição aos empregados.
VIII – o valor correspondente ao vale-cultura.
Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, com-
preende-se no salário, para todos os efeitos le- § 3º A habitação e a alimentação fornecidas
gais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras como salário-utilidade deverão atender aos
prestações "in natura" que a empresa, por força fins a que se destinam e não poderão exce-
do contrato ou do costume, fornecer habitual- der, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por
mente ao empregado. Em caso algum será permi- cento) e 20% (vinte por cento) do salário-con-
tido o pagamento com bebidas alcoólicas ou dro- tratual.
gas nocivas. § 4º Tratando-se de habitação coletiva, o va-
§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in lor do salário-utilidade a ela correspondente
natura" deverão ser justos e razoáveis, não será obtido mediante a divisão do justo valor
podendo exceder, em cada caso, os dos per- da habitação pelo número de co-habitantes,

www.acasadoconcurseiro.com.br 801
vedada, em qualquer hipótese, a utilização da quando este resultar de adiantamentos, de dispo-
mesma unidade residencial por mais de uma sitivos de lei ou de contrato coletivo.
família. § 1º Em caso de dano causado pelo emprega-
Art. 459. O pagamento do salário, qualquer que do, o desconto será lícito, desde de que esta
seja a modalidade do trabalho, não deve ser esti- possibilidade tenha sido acordada ou na ocor-
pulado por período superior a 1 (um) mês, salvo rência de dolo do empregado.
no que concerne a comissões, percentagens e gra- § 2º É vedado à empresa que mantiver arma-
tificações. zém para venda de mercadorias aos empre-
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipu- gados ou serviços estimados a proporcionar-
lado por mês, deverá ser efetuado, o mais tar- -lhes prestações " in natura " exercer qualquer
dar, até o quinto dia útil do mês subsequente coação ou induzimento no sentido de que os
ao vencido. empregados se utilizem do armazém ou dos
serviços.
Art. 460. Na falta de estipulação do salário ou não
havendo prova sobre a importância ajustada, o § 3º Sempre que não for possível o acesso
empregado terá direito a perceber salário igual dos empregados a armazéns ou serviços não
ao daquela que, na mesma empresa, fizer servi- mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade
ço equivalente ou do que for habitualmente pago competente determinar a adoção de medidas
para serviço semelhante. adequadas, visando a que as mercadorias se-
jam vendidas e os serviços prestados a preços
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em
de igual valor, prestado ao mesmo empregador, benefício das empregados.
na mesma localidade, corresponderá igual salário,
sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. § 4º Observado o disposto neste Capítulo, é
vedado às empresas limitar, por qualquer for-
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste ma, a liberdade dos empregados de dispor do
Capítulo, será o que for feito com igual pro- seu salário.
dutividade e com a mesma perfeição técnica,
entre pessoas cuja diferença de tempo de ser- Art. 463. A prestação, em espécie, do salário será
viço não for superior a 2 (dois) anos. paga em moeda corrente do País.
§ 2º Os dispositivos deste artigo não preva- Parágrafo único. O pagamento do salário re-
lecerão quando o empregador tiver pessoal alizado com inobservância deste artigo consi-
organizado em quadro de carreira, hipótese dera-se como não feito.
em que as promoções deverão obedecer aos Art. 464. O pagamento do salário deverá ser efetu-
critérios de antiguidade e merecimento. ado contra recibo, assinado pelo empregado; em
§ 3º No caso do parágrafo anterior, as promo- se tratando de analfabeto, mediante sua impres-
ções deverão ser feitas alternadamente por são digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
merecimento e por antiguidade, dentro de Parágrafo único. Terá força de recibo o com-
cada categoria profissional. provante de depósito em conta bancária,
§ 4º O trabalhador readaptado em nova fun- aberta para esse fim em nome de cada em-
ção por motivo de deficiência física ou mental pregado, com o consentimento deste, em es-
atestada pelo órgão competente da Previdên- tabelecimento de crédito próximo ao local de
cia Social não servirá de paradigma para fins trabalho.
de equiparação salarial. Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado
Art. 462. Ao empregador é vedado efetuar qual- em dia útil e no local do trabalho, dentro do horá-
quer desconto nos salários do empregado, salvo rio do serviço ou imediatamente após o encerra-
mento deste, salvo quando efetuado por depósito

802 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho – Da Remuneração Art. 457 a 467 – Prof. Pedro Kuhn

em conta bancária, observado o disposto no artigo


anterior.
Art. 466. O pagamento de comissões e percenta-
gens só é exigível depois de ultimada a transação
a que se referem.
§ 1º Nas transações realizadas por prestações
sucessivas, é exigível o pagamento das per-
centagens e comissões que lhes disserem
respeito proporcionalmente à respectiva li-
quidação.
§ 2º A cessação das relações de trabalho
não prejudica a percepção das comissões e
percentagens devidas na forma estabeleci-
da por este artigo.
Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de
trabalho, havendo controvérsia sobre o mon-
tante das verbas rescisórias, o empregador
é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do
comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-
-las acrescidas de cinquenta por cento".

www.acasadoconcurseiro.com.br 803
Direito do Trabalho

13º SALÁRIO

LEI Nº 4.090, DE 13 DE JULHO DE 1962 Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em con-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que trário.
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: Brasília, 13 de julho de 1962; 141º da Indepen-
dência e 74º da República.
Art. 1º No mês de dezembro de cada ano, a
todo empregado será paga, pelo empregador,
uma gratificação salarial, independentemente DECRETO Nº 57.155, DE 3 DE
da remuneração a que fizer jus. NOVEMBRO DE 1965
§ 1º A gratificação corresponderá a 1/12
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atri-
avos da remuneração devida em dezembro,
buição que lhe confere o art. 87, item I, da Cons-
por mês de serviço, do ano correspondente.
tituição, e tendo em vista o disposto no art. 6º
§ 2º A fração igual ou superior a 15 (quinze) da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965,
dias de trabalho será havida como mês in-
DECRETA:
tegral para os efeitos do parágrafo anterior.
Art. 1º O pagamento da gratificação salarial, ins-
§ 3º A gratificação será proporcional:
tituída pela Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962,
I – na extinção dos contratos a prazo, entre com as alterações constantes da Lei nº 4.749, de
estes incluídos os de safra, ainda que a rela- 12 de agosto de 1965, será efetuado pelo em-
ção de emprego haja findado antes de de- pregador até o dia 20 de dezembro de cada ano,
zembro; e tomando-se por base a remuneração devida
nesse mês de acordo com o tempo de serviço
II – na cessação da relação de emprego re- do empregado no ano em curso.
sultante da aposentadoria do trabalhador,
ainda que verificada antes de dezembro. Parágrafo único. A gratificação correspon-
derá a 1/12 (um doze avos) da remuneração
Art. 2º As faltas legais e justificadas ao serviço devida em dezembro, por mês de serviço,
não serão deduzidas para os fins previstos no § do ano correspondente, sendo que a fração
1º do art. 1º desta Lei. igual ou superior a 15 (quinze) dias de tra-
Art. 3º Ocorrendo rescisão, sem justa causa, do balho será havida como mês integral.
contrato de trabalho, o empregado receberá a Art. 2º Para os empregados que recebem sa-
gratificação devida nos termos dos parágrafos lário variável, a qualquer título, a gratificação
1º e 2º do art. 1º desta Lei, calculada sobre a será calculada na base de 1/11 (um onze avos)
remuneração do mês da rescisão. da soma das importâncias variáveis devidas nos
meses trabalhados até novembro de cada ano.

www.acasadoconcurseiro.com.br 805
A esta gratificação se somará a que correspon- Art. 6º As faltas legais e as justificadas ao servi-
der à parte do salário contratual fixo. ço não serão deduzidas para os fins previstos no
art. 2º deste decreto.
Parágrafo único. Até o dia 10 de janeiro de
cada ano, computada a parcela do mês de Art. 7º Ocorrendo a extinção do contrato de tra-
dezembro, o cálculo da gratificação será balho, salvo na hipótese de rescisão com justa
revisto para 1/12 (um doze avos) do total causa, o empregado receberá a gratificação de-
devido no ano anterior, processando-se a vida, nos termos do art. 1º, calculada sobre a re-
correção do valor da respectiva gratifica- muneração do respectivo mês.
ção com o pagamento ou compensação das
possíveis diferenças. Parágrafo único. Se a extinção do contrato
de trabalho ocorrer antes do pagamento de
Art. 3º Entre os meses de fevereiro e novembro que se trata o art. 1º, o empregador poderá
de cada ano, o empregador pagará, como adian- compensar o adiantamento mencionado no
tamento da gratificação, de uma só vez, metade art. 3º, com o valor da gratificação devida
do salário recebido pelo empregado no mês an- na hipótese de rescisão.
terior.
Art. 8º As contribuições devidas aos Institutos
§ 1º Tratando-se de empregados que rece- de Aposentadoria e Pensões que incidem sobre
bem apenas salário variável, a qualquer tí- a gratificação salarial serão descontadas levan-
tulo, o adiantamento será calculado na base do-se em conta o seu valor total e sobre este
da soma das importâncias variáveis devidas aplicando-se o limite estabelecido na Previdên-
nos meses trabalhados até o anterior àque- cia Social.
le em que se realizar o mesmo adiantamen-
to. Parágrafo único. O desconto, na forma des-
te artigo, incidirá sobre o pagamento da
§ 2º O empregador não estará obrigado a gratificação efetuado no mês de dezembro.
pagar o adiantamento no mesmo mês a to-
dos os seus empregados. Art. 9º O presente decreto entrará em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposi-
§ 3º A importância que o empregado hou- ções em contrário.
ver recebido a título de adiantamento será
deduzida do valor da gratificação devida. Brasília, 3 de novembro de 1965; 144º da
Independência e 77º da República.
§ 4º Nos casos em que o empregado for ad-
mitido no curso do ano, ou, durante este,
não permanecer à disposição do emprega-
dor durante todos os meses, o adiantamen-
to corresponderá à metade de 1/12 avos da
remuneração, por mês de serviço ou fração
superior a 15 (quinze) dias.
Art. 4º o adiantamento será pago ao ensejo das
férias do empregado, sempre que este o reque-
rer no mês de janeiro do correspondente ano.
Art. 5º Quando parte da remuneração for paga
em utilidades, o valor da quantia efetivamente
descontada e correspondente a essas, será com-
putado para fixação da respectiva gratificação.

806 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA

A prescrição, assim como a decadência, são te- Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos
mas de direito material e não de direito proces- arts. 195 e 198, inciso I (Art. 198. Também não
sual, contudo, o reconhecimento da prescrição corre a prescrição: I – contra os incapazes de
gera efeitos processuais. que trata o art. 3º).

Código Civil Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada


em lei.
Da Prescrição – Disposições Gerais Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da de-
cadência, quando estabelecida por lei.
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular
a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, Art. 211. Se a decadência for convencional, a
nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. parte a quem aproveita pode alegá-la em qual-
quer grau de jurisdição, mas o juiz não pode su-
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo
prir a alegação.
em que a pretensão.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser ex- Decadência Prescrição
pressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem Extingue o direito; Extingue a ação;
prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se
consumar; tácita é a renúncia quando se presu- Direitos reais e pesso-
me de fatos do interessado, incompatíveis com ais que envolvem uma
Atinge o direito potes-
prestação e, em conse-
a prescrição. tativo;
quência, uma obriga-
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ção da contraparte;
ser alterados por acordo das partes. São simultâneos os A ação nasce depois do
nascimentos do direito direito, após sua vio-
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em
e da ação, assim como lação, perecendo sem
qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem a sua extinção; que ele se extinga;
aproveita.
O prazo decadencial
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pes- pode advir de norma
soas jurídicas têm ação contra os seus assisten- jurídica autônoma, he-
tes ou representantes legais, que derem causa à terônoma, instrumen-
O prazo prescricional
prescrição, ou não a alegarem oportunamente. tos contratuais ou de-
somente por lei;
claração unilaterais de
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pes- vontade (testamento
soa continua a correr contra o seu sucessor. ou regulamento de em-
presa);
Da Decadência
O prazo não sofre sus- Pode ser interrompida
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, pensão ou interrupção; ou suspensa;
não se aplicam à decadência as normas que im- Pode ser alegada pela
pedem, suspendem ou interrompem a prescri- Pode ser alegada pela parte ou pronunciada
ção. parte, MP, ou de ofício de ofício pelo Juiz,
pelo juiz; ainda que se tratar de
direitos patrimoniais;

www.acasadoconcurseiro.com.br 807
Direito do Trabalho

DAS ATIVIDADES INSALUBRES OU PERIGOSAS (ART. 189 A 197)

Seção XIII bridade, notificar as empresas, estipulando


DAS ATIVIDADES INSALUBRES prazos para sua eliminação ou neutraliza-
ção, na forma deste artigo.
OU PERIGOSAS
Art. 192. O exercício de trabalho em condições
Art. 189. Serão consideradas atividades ou ope- insalubres, acima dos limites de tolerância esta-
rações insalubres aquelas que, por sua natureza, belecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura
condições ou métodos de trabalho, exponham a percepção de adicional respectivamente de
os empregados a agentes nocivos à saúde, aci- 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cen-
ma dos limites de tolerância fixados em razão to) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da
da natureza e da intensidade do agente e do região, segundo se classifiquem nos graus máxi-
tempo de exposição aos seus efeitos. mo, médio e mínimo.
Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o Art. 193. São consideradas atividades ou ope-
quadro das atividades e operações insalubres e rações perigosas, na forma da regulamentação
adotará normas sobre os critérios de caracteri- aprovada pelo Ministério do Trabalho e Empre-
zação da insalubridade, os limites de tolerância go, aquelas que, por sua natureza ou métodos
aos agentes agressivos, meios de proteção e o de trabalho, impliquem risco acentuado em vir-
tempo máximo de exposição do empregado a tude de exposição permanente do trabalhador
esses agentes. a:
Parágrafo único. As normas referidas neste I – inflamáveis, explosivos ou energia elétri-
artigo incluirão medidas de proteção do or- ca;
ganismo do trabalhador nas operações que
produzem aerodispersóides tóxicos, irritan- II – roubos ou outras espécies de violência
tes, alérgicos ou incômodos. física nas atividades profissionais de segu-
rança pessoal ou patrimonial.
Art. 191. A eliminação ou a neutralização da in-
salubridade ocorrerá: § 1º O trabalho em condições de periculosi-
dade assegura ao empregado um adicional
I – com a adoção de medidas que conser- de 30% (trinta por cento) sobre o salário
vem o ambiente de trabalho dentro dos li- sem os acréscimos resultantes de gratifica-
mites de tolerância; ções, prêmios ou participações nos lucros
da empresa.
II – com a utilização de equipamentos de
proteção individual ao trabalhador, que di- § 2º O empregado poderá optar pelo adi-
minuam a intensidade do agente agressivo cional de insalubridade que porventura lhe
a limites de tolerância. seja devido.
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Re- § 3º Serão descontados ou compensados do
gionais do Trabalho, comprovada a insalu- adicional outros da mesma natureza even-

www.acasadoconcurseiro.com.br 809
tualmente já concedidos ao vigilante por recomendações de socorro imediato e o símbo-
meio de acordo coletivo. lo de perigo correspondente, segundo a padro-
nização internacional.
§ 4º São também consideradas perigosas as
atividades de trabalhador em motocicleta. Parágrafo único. Os estabelecimentos que
mantenham as atividades previstas nes-
Art.194. O direito do empregado ao adicional te artigo afixarão, nos setores de trabalho
de insalubridade ou de periculosidade cessará atingidas, avisos ou cartazes, com advertên-
com a eliminação do risco à sua saúde ou in- cia quanto aos materiais e substâncias peri-
tegridade física, nos termos desta Seção e das gosos ou nocivos à saúde.
normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Art. 195. A caracterização e a classificação da
insalubridade e da periculosidade, segundo as
normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão
através de perícia a cargo de Médico do Traba-
lho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no
Ministério do Trabalho.
§ 1º É facultado às empresas e aos sindica-
tos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho a re-
alização de perícia em estabelecimento ou
setor deste, com o objetivo de caracterizar
e classificar ou delimitar as atividades insa-
lubres ou perigosas.
§ 2º Arguida em juízo insalubridade ou pe-
riculosidade, seja por empregado, seja por
Sindicato em favor de grupo de associado,
o juiz designará perito habilitado na forma
deste artigo, e, onde não houver, requisita-
rá perícia ao órgão competente do Ministé-
rio do Trabalho.
§ 3º O disposto nos parágrafos anteriores
não prejudica a ação fiscalizadora do Minis-
tério do Trabalho, nem a realização ex offi-
cio da perícia.
Art.196. Os efeitos pecuniários decorrentes do
trabalho em condições de insalubridade ou pe-
riculosidade serão devidos a contar da data da
inclusão da respectiva atividade nos quadros
aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeita-
das as normas do artigo 11.
Art. 197. Os materiais e substâncias emprega-
dos, manipulados ou transportados nos locais
de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saú-
de, devem conter, no rótulo, sua composição,

810 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DISPOSIÇÕES GERAIS (ART. 402 A 410)

CAPÍTULO IV I – nos locais e serviços perigosos ou insa-


DA PROTEÇÃO DO lubres, constantes de quadro para êsse fim
aprovado pelo Diretor Geral do Departa-
TRABALHO DO MENOR mento de Segurança e Higiene do Trabalho;
Seção I II – em locais ou serviços prejudiciais à sua
DISPOSIÇÕES GERAIS moralidade.
§ 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos
outros logradouros dependerá de prévia au-
desta Consolidação o trabalhador de quatorze
torização do Juiz de Menores, ao qual cabe
até dezoito anos.
verificar se a ocupação é indispensável à sua
Parágrafo único. O trabalho do menor re- própria subsistência ou à de seus pais, avós
ger-se-á pelas disposições do presente Capí- ou irmãos e se dessa ocupação não poderá
tulo, exceto no serviço em oficinas em que advir prejuízo à sua formação moral.
trabalhem exclusivamente pessoas da famí-
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade
lia do menor e esteja este sob a direção do
do menor o trabalho:
pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o
disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II. a) prestado de qualquer modo, em teatros
de revista, cinemas, boates, cassinos, caba-
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a meno-
rés, dancings e estabelecimentos análogos;
res de dezesseis anos de idade, salvo na condi-
ção de aprendiz, a partir dos quatorze anos. b) em empresas circenses, em funções de
acróbata, saltimbanco, ginasta e outras se-
Parágrafo único. O trabalho do menor não
melhantes;
poderá ser realizado em locais prejudiciais
à sua formação, ao seu desenvolvimento fí- c) de produção, composição, entrega ou
sico, psíquico, moral e social e em horários venda de escritos, impressos, cartazes,
e locais que não permitam a frequência à desenhos, gravuras, pinturas, emblemas,
escola. imagens e quaisquer outros objetos que
possam, a juízo da autoridade competente,
Art. 404. Ao menor de 18 (dezoito) anos é veda-
prejudicar sua formação moral;
do o trabalho noturno, considerado este o que
for executado no período compreendido entre d) consistente na venda, a varejo, de bebi-
as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas. das alcoólicas.
Art. 405. Ao menor não será permitido o traba- § 4º Nas localidades em que existirem, ofi-
lho: cialmente reconhecidas, instituições desti-
nadas ao amparo dos menores jornaleiros,

www.acasadoconcurseiro.com.br 811
só aos que se encontrem sob o patrocínio
dessas entidades será outorgada a autoriza-
ção do trabalho a que alude o § 2º.
§ 5º Aplica-se ao menor o disposto no art.
390 e seu parágrafo único.
Art. 406. O Juiz de Menores poderá autorizar ao
menor o trabalho a que se referem as letras "a"
e "b" do § 3º do art. 405:
I – desde que a representação tenha fim
educativo ou a peça de que participe não
possa ser prejudicial à sua formação moral;
II – desde que se certifique ser a ocupação
do menor indispensável à própria subsis-
tência ou à de seus pais, avós ou irmãos e
não advir nenhum prejuízo à sua formação
moral.
Art. 407. Verificado pela autoridade competen-
te que o trabalho executado pelo menor é pre-
judicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento fí-
sico ou a sua moralidade, poderá ela obrigá-lo a
abandonar o serviço, devendo a respectiva em-
presa, quando for o caso, proporcionar ao me-
nor todas as facilidades para mudar de funções.
Parágrafo único. Quando a empresa não
tomar as medidas possíveis e recomenda-
das pela autoridade competente para que
o menor mude de função, configurar-se-á a
rescisão do contrato de trabalho, na forma
do art. 483.
Art. 408. Ao responsável legal do menor é fa-
cultado pleitear a extinção do contrato de tra-
balho, desde que o serviço possa acarretar para
ele prejuízos de ordem física ou moral.
Art. 409. Para maior segurança do trabalho e
garantia da saúde dos menores, a autoridade
fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos pe-
ríodos de repouso nos locais de trabalho.
Art. 410. O Ministro do Trabalho, Industria e Co-
mercio poderá derrogar qualquer proibição de-
corrente do quadro a que se refere a alínea "a"
do art. 405 quando se certificar haver desapare-
cido, parcial ou totalmente, o caráter perigoso
ou insalubre, que determinou a proibição.

812 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DA DURAÇÃO DO TRABALHO (ART. 411 A 414)

Seção II Art. 414. Quando o menor de 18 (dezoito) anos


DA DURAÇÃO DO TRABALHO for empregado em mais de um estabelecimen-
to, as horas de trabalho em cada um serão to-
Art. 411. A duração do trabalho do menor re- talizadas.
gular-se-á pelas disposições legais relativas à
duração do trabalho em geral, com as restrições
estabelecidas neste Capítulo.
Art. 412. Após cada período de trabalho efetivo,
quer contínuo, quer dividido em 2 (dois) turnos,
haverá um intervalo de repouso, não inferior a
11 (onze) horas.
Art. 413. É vedado prorrogar a duração normal
diária do trabalho do menor, salvo:
I – até mais 2 (duas) horas, independente-
mente de acréscimo salarial, mediante con-
venção ou acordo coletivo nos termos do
Título VI desta Consolidação, desde que o
excesso de horas em um dia seja compensa-
do pela diminuição em outro, de modo a ser
observado o limite máximo de 48 (quarenta
e oito) horas semanais ou outro inferior le-
galmente fixada;
II – excepcionalmente, por motivo de for-
ça maior, até o máximo de 12 (doze) horas,
com acréscimo salarial de, pelo menos, 25%
(vinte e cinco por cento) sobre a hora nor-
mal e desde que o trabalho do menor seja
imprescindível ao funcionamento do esta-
belecimento.
Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do
trabalho do menor o disposto no art. 375,
no parágrafo único do art. 376, no art. 378 e
no art. 384 desta Consolidação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 813
Direito do Trabalho

DOS DEVERES DOS RESPONSÁVEIS LEGAIS DE MENORES E


DOS EMPREGADORES DA APRENDIZAGEM (ART. 424 A 433)

Seção IV inscrito em programa de aprendizagem forma-


DOS DEVERES DOS RESPONSÁVEIS ção técnico-profissional metódica, compatível
com o seu desenvolvimento físico, moral e psi-
LEGAIS DE MENORES E DOS cológico, e o aprendiz, a executar com zelo e di-
EMPREGADORES DA APRENDIZAGEM ligência as tarefas necessárias a essa formação.
Art. 424. É dever dos responsáveis legais de me- § 1º A validade do contrato de aprendiza-
nores, pais, mães, ou tutores, afastá-los de em- gem pressupõe anotação na Carteira de
pregos que diminuam consideravelmente o seu Trabalho e Previdência Social, matrícula e
tempo de estudo, reduzam o tempo de repouso frequência do aprendiz na escola, caso não
necessário à sua saúde e constituição física, ou haja concluído o ensino médio, e inscrição
prejudiquem a sua educação moral. em programa de aprendizagem desenvolvi-
do sob orientação de entidade qualificada
Art. 425. Os empregadores de menores de 18
em formação técnico-profissional metódica.
(dezoito) anos são obrigados a velar pela obser-
vância, nos seus estabelecimentos ou empresas, § 2º Ao menor aprendiz, salvo condição
dos bons costumes e da decência pública, bem mais favorável, será garantido o salário mí-
como das regras da segurança e da medicina do nimo hora.
trabalho. § 3º O contrato de aprendizagem não pode-
Art. 426. É dever do empregador, na hipótese rá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos,
do art. 407, proporcionar ao menor todas as fa- exceto quando se tratar de aprendiz porta-
cilidades para mudar de serviço. dor de deficiência.
Art. 427. O empregador, cuja empresa ou esta- § 4º A formação técnico-profissional a que
belecimento ocupar menores, será obrigado a se refere o caput deste artigo caracteriza-se
conceder-lhes o tempo que for necessário para por atividades teóricas e práticas, metodi-
a frequência às aulas. camente organizadas em tarefas de com-
plexidade progressiva desenvolvidas no am-
Parágrafo único. Os estabelecimentos situ-
biente de trabalho.
ados em lugar onde a escola estiver a maior
distância que 2 (dois) quilômetros, e que § 5º A idade máxima prevista no caput des-
ocuparem, permanentemente, mais de 30 te artigo não se aplica a aprendizes porta-
(trinta) menores analfabetos, de 14 (qua- dores de deficiência.
torze) a 18 (dezoito) anos, serão obrigados § 6º Para os fins do contrato de aprendi-
a manter local apropriado em que lhes seja zagem, a comprovação da escolaridade de
ministrada a instrução primária. aprendiz portador de deficiência mental
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contra- deve considerar, sobretudo, as habilidades
to de trabalho especial, ajustado por escrito e e competências relacionadas com a profis-
por prazo determinado, em que o empregador sionalização.
se compromete a assegurar ao maior de 14 § 7º Nas localidades onde não houver ofer-
(quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos ta de ensino médio para o cumprimento do

www.acasadoconcurseiro.com.br 815
disposto no § 1º deste artigo, a contratação § 2º Aos aprendizes que concluírem os cur-
do aprendiz poderá ocorrer sem a frequên- sos de aprendizagem, com aproveitamento,
cia à escola, desde que ele já tenha concluí- será concedido certificado de qualificação
do o ensino fundamental. profissional.
Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer na- § 3º O Ministério do Trabalho e Emprego fi-
tureza são obrigados a empregar e matricular xará normas para avaliação da competência
nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendi- das entidades mencionadas no inciso II des-
zagem número de aprendizes equivalente a cin- te artigo.
co por cento, no mínimo, e quinze por cento, no Art. 431. A contratação do aprendiz poderá
máximo, dos trabalhadores existentes em cada ser efetivada pela empresa onde se realizará a
estabelecimento, cujas funções demandem for- aprendizagem ou pelas entidades mencionadas
mação profissional. no inciso II do art. 430, caso em que não gera
§ 1ºA. O limite fixado neste artigo não se vínculo de emprego com a empresa tomadora
aplica quando o empregador for entidade dos serviços.
sem fins lucrativos, que tenha por objetivo Parágrafo único. Aos candidatos rejeitados
a educação profissional. pela seleção profissional deverá ser dada,
§ 1º As frações de unidade, no cálculo da tanto quanto possível, orientação profis-
percentagem de que trata o caput, darão lu- sional para ingresso em atividade mais ade-
gar à admissão de um aprendiz. quada às qualidades e aptidões que tiverem
§ 2º Os estabelecimentos de que trata o demonstrado.
caput ofertarão vagas de aprendizes a ado- Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não
lescentes usuários do Sistema Nacional de excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas prorrogação e a compensação de jornada.
condições a serem dispostas em instrumen- § 1º O limite previsto neste artigo poderá
tos de cooperação celebrados entre os esta- ser de até oito horas diárias para os apren-
belecimentos e os gestores dos Sistemas de dizes que já tiverem completado o ensino
Atendimento Socioeducativo locais. fundamental, se nelas forem computadas
Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais as horas destinadas à aprendizagem teórica.
de Aprendizagem não oferecerem cursos ou Art. 433. O contrato de aprendizagem extin-
vagas suficientes para atender à demanda dos guir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz
estabelecimentos, esta poderá ser suprida por completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada
outras entidades qualificadas em formação téc- a hipótese prevista no § 5º do art. 428 desta
nico-profissional metódica, a saber: Consolidação, ou ainda antecipadamente nas
I – Escolas Técnicas de Educação; seguintes hipóteses:
II – entidades sem fins lucrativos, que te- I – desempenho insuficiente ou inadapta-
nham por objetivo a assistência ao adoles- ção do aprendiz;
cente e à educação profissional, registra- II – falta disciplinar grave;
das no Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente. III – ausência injustificada à escola que im-
plique perda do ano letivo; ou
§ 1º As entidades mencionadas neste artigo
deverão contar com estrutura adequada ao IV – a pedido do aprendiz.
desenvolvimento dos programas de apren- § 2º Não se aplica o disposto nos arts. 479
dizagem, de forma a manter a qualidade do e 480 desta Consolidação às hipóteses de
processo de ensino, bem como acompanhar extinção do contrato mencionadas neste ar-
e avaliar os resultados. tigo.

816 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DISPOSIÇÕES FINAIS (ART. 439 A 441)

Seção VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 439. É lícito ao menor firmar recibo pelo
pagamento dos salários. Tratando-se, porém, de
rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao
menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência
dos seus responsáveis legais, quitação ao em-
pregador pelo recebimento da indenização que
lhe for devida.
Art. 440. Contra os menores de 18 (dezoito)
anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Art. 441. O quadro a que se refere o item I do
art. 405 será revisto bienalmente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 817
Direito do Trabalho

DA DURAÇÃO E CONDIÇÕES DO TRABALHO (ART. 372 A 378)

CAPÍTULO III idade, cor, situação familiar ou estado de


DA PROTEÇÃO DO gravidez, salvo quando a natureza da ativi-
dade seja notória e publicamente incompa-
TRABALHO DA MULHER tível;
Seção I III – considerar o sexo, a idade, a cor ou si-
DA DURAÇÃO, CONDIÇÕES DO tuação familiar como variável determinante
para fins de remuneração, formação profis-
TRABALHO E DA DISCRIMINAÇÃO sional e oportunidades de ascensão profis-
CONTRA A MULHER sional;
Art. 372. Os preceitos que regulam o trabalho IV – exigir atestado ou exame, de qualquer
masculino são aplicáveis ao trabalho feminino, natureza, para comprovação de esterilidade
naquilo em que não colidirem com a proteção ou gravidez, na admissão ou permanência
especial instituída por este Capítulo. no emprego;
Parágrafo único. Não é regido pelos dispo- V – impedir o acesso ou adotar critérios
sitivos a que se refere este artigo o trabalho subjetivos para deferimento de inscrição ou
nas oficinas em que sirvam exclusivamente aprovação em concursos, em empresas pri-
pessoas da família da mulher e esteja esta vadas, em razão de sexo, idade, cor, situa-
sob a direção do esposo, do pai, da mãe, do ção familiar ou estado de gravidez;
tutor ou do filho.
VI – proceder o empregador ou preposto a
Art. 373. A duração normal de trabalho da mu- revistas íntimas nas empregadas ou funcio-
lher será de 8 (oito) horas diárias, exceto nos ca- nárias.
sos para os quais for fixada duração inferior.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais não obsta a adoção de medidas temporárias
destinadas a corrigir as distorções que afetam o que visem ao estabelecimento das políticas
acesso da mulher ao mercado de trabalho e cer- de igualdade entre homens e mulheres, em
tas especificidades estabelecidas nos acordos particular as que se destinam a corrigir as
trabalhistas, é vedado: distorções que afetam a formação profissio-
nal, o acesso ao emprego e as condições ge-
I – publicar ou fazer publicar anúncio de em-
rais de trabalho da mulher.
prego no qual haja referência ao sexo, à ida-
de, à cor ou situação familiar, salvo quando Art. 377. A adoção de medidas de proteção ao
a natureza da atividade a ser exercida, pú- trabalho das mulheres é considerada de ordem
blica e notoriamente, assim o exigir; pública, não justificando, em hipótese alguma, a
redução de salário.
II – recusar emprego, promoção ou motivar
a dispensa do trabalho em razão de sexo,

www.acasadoconcurseiro.com.br 819
Direito do Trabalho

DO TRABALHO NOTURNO (ART. 379 A 381)

Seção II
DO TRABALHO NOTURNO
Art. 381. O trabalho noturno das mulheres terá
salário superior ao diurno.
§ 1º Para os fins desse artigo, os salários se-
rão acrescidos duma percentagem adicional
de 20% (vinte por cento) no mínimo.
§ 2º Cada hora do período noturno de tra-
balho das mulheres terá 52 (cinquenta e
dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 821
Direito do Trabalho

DOS PERÍODOS DE DESCANSO (ART. 382 A 386)

Seção III
DOS PERÍODOS DE DESCANSO
Art. 382. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho,
haverá um intervalo de 11 (onze) horas conse-
cutivas, no mínimo, destinado ao repouso.
Art. 383. Durante a jornada de trabalho, será
concedido à empregada um período para refei-
ção e repouso não inferior a 1 (uma) hora nem
superior a 2 (duas) horas salvo a hipótese pre-
vista no art. 71, § 3º.
Art. 384. Em caso de prorrogação do horário
normal, será obrigatório um descanso de 15
(quinze) minutos no mínimo, antes do início do
período extraordinário do trabalho.
Art. 385. O descanso semanal será de 24 (vin-
te e quatro) horas consecutivas e coincidirá no
todo ou em parte com o domingo, salvo motivo
de conveniência pública ou necessidade impe-
riosa de serviço, a juízo da autoridade compe-
tente, na forma das disposições gerais, caso em
que recairá em outro dia.
Parágrafo único. Observar-se-ão, igualmen-
te, os preceitos da legislação geral sobre a
proibição de trabalho nos feriados civis e re-
ligiosos.
Art. 386. Havendo trabalho aos domingos, será
organizada uma escala de revezamento quinze-
nal, que favoreça o repouso dominical.

www.acasadoconcurseiro.com.br 823
Direito do Trabalho

DOS MÉTODOS E LOCAIS DE TRABALHO (ART. 387 A 390-E)

Seção IV ninhos, onde possam as empregadas guar-


DOS MÉTODOS E LOCAIS dar seus pertences;
DE TRABALHO IV – a fornecer, gratuitamente, a juízo da au-
toridade competente, os recursos de prote-
Art. 388. Em virtude de exame e parecer da au- ção individual, tais como óculos, máscaras,
toridade competente, o Ministro do Trabalho, luvas e roupas especiais, para a defesa dos
Industria e Comercio poderá estabelecer der- olhos, do aparelho respiratório e da pele, de
rogações totais ou parciais às proibições a que acordo com a natureza do trabalho.
alude o artigo anterior, quando tiver desapare-
cido, nos serviços considerados perigosos ou § 1º Os estabelecimentos em que trabalha-
insalubres, todo e qualquer caráter perigoso ou rem pelo menos 30 (trinta) mulheres com
prejudicial mediante a aplicação de novos mé- mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão
todos de trabalho ou pelo emprego de medidas local apropriado onde seja permitido às em-
de ordem preventiva. pregadas guardar sob vigilância e assistên-
cia os seus filhos no período da amamenta-
Art. 389. Toda empresa é obrigada: ção.
I – a prover os estabelecimentos de medi- § 2º A exigência do § 1º poderá ser supri-
das concernentes à higienização dos méto- da por meio de creches distritais mantidas,
dos e locais de trabalho, tais como ventila- diretamente ou mediante convênios, com
ção e iluminação e outros que se fizerem outras entidades públicas ou privadas, pelas
necessários à segurança e ao conforto das próprias empresas, em regime comunitário,
mulheres, a critério da autoridade compe- ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de
tente; entidades sindicais.
II – a instalar bebedouros, lavatórios, apare- Art. 390. Ao empregador é vedado empregar a
lhos sanitários; dispor de cadeiras ou ban- mulher em serviço que demande o emprego de
cos, em número suficiente, que permitam força muscular superior a 20 (vinte) quilos para
às mulheres trabalhar sem grande esgota- o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos
mento físico; para o trabalho ocasional.
III – a instalar vestiários com armários indi- Parágrafo único. Não está compreendida
viduais privativos das mulheres, exceto os na determinação deste artigo a remoção de
estabelecimentos comerciais, escritórios, material feita por impulsão ou tração de va-
bancos e atividades afins, em que não seja gonetes sobre trilhos, de carros de mão ou
exigida a troca de roupa e outros, a critério quaisquer aparelhos mecânicos.
da autoridade competente em matéria de
segurança e higiene do trabalho, admitin- Art. 390-A. (VETADO).
do-se como suficientes as gavetas ou esca-

www.acasadoconcurseiro.com.br 825
Art. 390-B. As vagas dos cursos de formação de
mão-de-obra, ministrados por instituições go-
vernamentais, pelos próprios empregadores ou
por qualquer órgão de ensino profissionalizan-
te, serão oferecidas aos empregados de ambos
os sexos.
Art. 390-C. As empresas com mais de cem em-
pregados, de ambos os sexos, deverão manter
programas especiais de incentivos e aperfeiçoa-
mento profissional da mão-de-obra.
Art. 390-D. (VETADO).
Art. 390-E. A pessoa jurídica poderá associar-se
a entidade de formação profissional, sociedades
civis, sociedades cooperativas, órgãos e entida-
des públicas ou entidades sindicais, bem como
firmar convênios para o desenvolvimento de
ações conjuntas, visando à execução de proje-
tos relativos ao incentivo ao trabalho da mulher.

826 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho

DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE (ART. 391 A 401)

Seção V § 4º É garantido à empregada, durante a


DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE gravidez, sem prejuízo do salário e demais
direitos:
Art. 391. Não constitui justo motivo para a resci- I – transferência de função, quando as con-
são do contrato de trabalho da mulher o fato de dições de saúde o exigirem, assegurada a
haver contraído matrimônio ou de encontrar-se retomada da função anteriormente exerci-
em estado de gravidez. da, logo após o retorno ao trabalho;
Parágrafo único. Não serão permitidos em II – dispensa do horário de trabalho pelo
regulamentos de qualquer natureza con- tempo necessário para a realização de, no
tratos coletivos ou individuais de trabalho, mínimo, seis consultas médicas e demais
restrições ao direito da mulher ao seu em- exames complementares.
prego, por motivo de casamento ou de gra-
videz. § 5º (VETADO)

Art. 391-A. A confirmação do estado de gravi- Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver
dez advindo no curso do contrato de trabalho, guarda judicial para fins de adoção de criança
ainda que durante o prazo do aviso prévio tra- será concedida licença-maternidade nos termos
balhado ou indenizado, garante à empregada do art. 392.
gestante a estabilidade provisória prevista na § 4º A licença-maternidade só será conce-
alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Dispo- dida mediante apresentação do termo judi-
sições Constitucionais Transitórias. cial de guarda à adotante ou guardiã.
Art. 392. A empregada gestante tem direito à § 5º A adoção ou guarda judicial conjunta
licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, ensejará a concessão de licença-maternida-
sem prejuízo do emprego e do salário. de a apenas um dos adotantes ou guardiães
§ 1º A empregada deve, mediante atestado empregado ou empregada.
médico, notificar o seu empregador da data Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é
do início do afastamento do emprego, que assegurado ao cônjuge ou companheiro empre-
poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oita- gado o gozo de licença por todo o período da
vo) dia antes do parto e ocorrência deste. licença-maternidade ou pelo tempo restante a
§ 2º Os períodos de repouso, antes e de- que teria direito a mãe, exceto no caso de faleci-
pois do parto, poderão ser aumentados de mento do filho ou de seu abandono.
2 (duas) semanas cada um, mediante ates- Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto
tado médico. no art. 392-A e 392-B ao empregado que adotar
§ 3º Em caso de parto antecipado, a mulher ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.
terá direito aos 120 (cento e vinte) dias pre- Art. 393. Durante o período a que se refere o
vistos neste artigo. art. 392, a mulher terá direito ao salário integral
e, quando variável, calculado de acordo com a

www.acasadoconcurseiro.com.br 827
média dos 6 (seis) últimos meses de trabalho, SEÇÃO VI
bem como os direitos e vantagens adquiridos, DAS PENALIDADES
sendo-lhe ainda facultado reverter à função que
anteriormente ocupava. Art. 401. Pela infração de qualquer dispositivo
Art. 394. Mediante atestado médico, à mulher deste Capítulo, será imposta ao empregador a
grávida é facultado romper o compromisso re- multa de cem a mil cruzeiros, aplicada, nesta
sultante de qualquer contrato de trabalho, des- Capital, pela autoridade competente de 1ª ins-
de que este seja prejudicial à gestação. tância do Departamento Nacional do Trabalho,
e, nos Estados e Território do Acre, pelas auto-
Art. 395. Em caso de aborto não criminoso, ridades competentes do Ministério do Trabalho,
comprovado por atestado médico oficial, a mu- Industria e Comercio ou por aquelas que exer-
lher terá um repouso remunerado de 2 (duas) çam funções delegadas.
semanas, ficando-lhe assegurado o direito de
retornar à função que ocupava antes de seu § 1º A penalidade será sempre aplicada no
afastamento. grau máximo:
Art. 396. Para amamentar o próprio filho, até a) se ficar apurado o emprego de artifício
que este complete 6 (seis) meses de idade, a ou simulação para fraudar a aplicação dos
mulher terá direito, durante a jornada de traba- dispositivos deste Capítulo;
lho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora
cada um. b) nos casos de reincidência.
Parágrafo único. Quando o exigir a saúde § 2º O processo na verificação das infrações,
do filho, o período de 6 (seis) meses poderá bem como na aplicação e cobrança das mul-
ser dilatado, a critério da autoridade com- tas, será o previsto no título "Do Processo
petente. de Multas Administrativas", observadas as
Art. 397. O SESI, o SESC, a LBA e outras entida- disposições deste artigo.
des públicas destinadas à assistência à infância
manterão ou subvencionarão, de acordo com
suas possibilidades financeiras, escolas mater-
nais e jardins de infância, distribuídos nas zonas
de maior densidade de trabalhadores, destina-
dos especialmente aos filhos das mulheres em-
pregadas.
Art. 399. O Ministro do Trabalho, Industria e Co-
mercio conferirá diploma de benemerência aos
empregadores que se distinguirem pela organi-
zação e manutenção de creches e de instituições
de proteção aos menores em idade pré-escolar,
desde que tais serviços se recomendem por sua
generosidade e pela eficiência das respectivas
instalações.
Art. 400. Os locais destinados à guarda dos fi-
lhos das operárias durante o período da ama-
mentação deverão possuir, no mínimo, um
berçário, uma saleta de amamentação, uma co-
zinha dietética e uma instalação sanitária.

828 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Trabalho
Aula XX

DA ESTABILIDADE DA GESTANTE

DA ESTABILIDADE DA GESTANTE
Art. 10. Até que seja promulgada a lei comple-
mentar a que se refere o artigo 7º. Inciso I, da
Constituição:
II – Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem
justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confir-
mação da gravidez até 5 meses após o par-
to.

www.acasadoconcurseiro.com.br 829
Direito do Trabalho

DAS CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO (ART. 611 A 625)

Seção V Parágrafo único. O "quórum" de compare-


DAS CONVENÇÕES COLETIVAS cimento e votação será de 1/8 (um oitavo)
dos associados em segunda convocação,
DE TRABALHO nas entidades sindicais que tenham mais de
5.000 (cinco mil) associados.
Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o
acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou Art. 613. As Convenções e os Acordos deverão
mais Sindicatos representativos de categorias conter obrigatoriamente:
econômicas e profissionais estipulam condições
de trabalho aplicáveis, no âmbito das respecti- I – Designação dos Sindicatos convenentes
vas representações, às relações individuais de ou dos Sindicatos e empresas acordantes;
trabalho. II – Prazo de vigência;
§ 1º É facultado aos Sindicatos representa- III – Categorias ou classes de trabalhadores
tivos de categorias profissionais celebrar abrangidas pelos respectivos dispositivos;
Acordos Coletivos com uma ou mais em-
presas da correspondente categoria econô- IV – Condições ajustadas para reger as re-
mica, que estipulem condições de trabalho, lações individuais de trabalho durante sua
aplicáveis no âmbito da empresa ou das vigência;
acordantes respectivas relações de traba-
lho. V – Normas para a conciliação das diver-
gências sugeridas entre os convenentes por
§ 2º As Federações e, na falta desta, as motivos da aplicação de seus dispositivos;
Confederações representativas de catego-
rias econômicas ou profissionais poderão VI – Disposições sobre o processo de sua
celebrar convenções coletivas de trabalho prorrogação e de revisão total ou parcial de
para reger as relações das categorias a elas seus dispositivos;
vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no VII – Direitos e deveres dos empregados e
âmbito de suas representações. empresas;
Art. 612. Os Sindicatos só poderão celebrar Con- VIII – Penalidades para os Sindicatos conve-
venções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por nentes, os empregados e as empresas em
deliberação de Assembleia Geral especialmente caso de violação de seus dispositivos.
convocada para esse fim, consoante o disposto
nos respectivos Estatutos, dependendo a vali- Parágrafo único. As convenções e os Acor-
dade da mesma do comparecimento e votação, dos serão celebrados por escrito, sem
em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) emendas nem rasuras, em tantas vias quan-
dos associados da entidade, se se tratar de Con- tos forem os Sindicatos convenentes ou as
venção, e dos interessados, no caso de Acordo, empresas acordantes, além de uma desti-
e, em segunda, de 1/3 (um terço) dos mesmos. nada a registro.

www.acasadoconcurseiro.com.br 831
Art. 614. Os Sindicatos convenentes ou as em- sindical, quando provocados, não podem recu-
presas acordantes promoverão, conjunta ou sar-se à negociação coletiva.
separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assi-
natura da Convenção ou Acordo, o depósito de § 1º Verificando-se recusa à negociação
uma via do mesmo, para fins de registro e arqui- coletiva, cabe aos Sindicatos ou empresas
vo, no Departamento Nacional do Trabalho, em interessadas dar ciência do fato, conforme
se tratando de instrumento de caráter nacional o caso, ao Departamento Nacional do Tra-
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Mi- balho ou aos órgãos regionais do Ministério
nistério do Trabalho e Previdência Social, nos do Trabalho e Previdência Social, para con-
demais casos. vocação compulsória dos Sindicatos ou em-
presas recalcitrantes.
§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão
em vigor 3 (três) dias após a data da entrega § 2º No caso de persistir a recusa à nego-
dos mesmos no órgão referido neste artigo. ciação coletiva, pelo desatendimento às
convocações feitas pelo Departamento Na-
§ 2º Cópias autênticas das Convenções e cional do Trabalho ou órgãos regionais do
dos Acordos deverão ser afixados de modo Ministério de Trabalho e Previdência Social,
visível, pelos Sindicatos convenentes, nas ou se malograr a negociação entabolada, é
respectivas sedes e nos estabelecimentos facultada aos Sindicatos ou empresas inte-
das empresas compreendidas no seu cam- ressadas a instauração de dissídio coletivo.
po de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da
data do depósito previsto neste artigo. § 3º Havendo convenção, acordo ou senten-
ça normativa em vigor, o dissídio coletivo
§ 3º Não será permitido estipular duração deverá ser instaurado dentro dos 60 (ses-
de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) senta) dias anteriores ao respectivo termo
anos. final, para que o novo instrumento possa
ter vigência no dia imediato a esse termo.
Art. 615. O processo de prorrogação, revisão,
denúncia ou revogação total ou parcial de Con- § 4º Nenhum processo de dissídio coletivo
venção ou Acordo ficará subordinado, em qual- de natureza econômica será admitido sem
quer caso, à aprovação de Assembleia Geral dos antes se esgotarem as medidas relativas à
Sindicatos convenentes ou partes acordantes, formalização da Convenção ou Acordo cor-
com observância do disposto no art. 612. respondente.
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, Art. 617. Os empregados de uma ou mais em-
denúncia ou revogação de Convenção ou presas que decidirem celebrar Acordo Coletivo
Acordo será depositado para fins de regis- de Trabalho com as respectivas empresas darão
tro e arquivamento, na repartição em que o ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindica-
mesmo originariamente foi depositado ob- to representativo da categoria profissional, que
servado o disposto no art. 614. terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a di-
reção dos entendimentos entre os interessados,
§ 2º As modificações introduzidos em Con- devendo igual procedimento ser observado pe-
venção ou Acordo, por força de revisão ou las empresas interessadas com relação ao Sindi-
de revogação parcial de suas cláusulas pas- cato da respectiva categoria econômica.
sarão a vigorar 3 (três) dias após a realiza-
ção de depósito previsto no § 1º. § 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem
que o Sindicato tenha se desincumbido do
Art. 616. Os Sindicatos representativos de cate- encargo recebido, poderão os interessados
gorias econômicas ou profissionais e as empre- dar conhecimento do fato à Federação a
sas, inclusive as que não tenham representação que estiver vinculado o Sindicato e, em fal-
ta dessa, à correspondente Confederação,

832 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Do Trabalho – Das Convenções Coletivas de Trabalho ( Art. 611 a 625) – Prof. Pedro Kuhn

para que, no mesmo prazo, assuma a dire- tamente, contrarie proibição ou norma discipli-
ção dos entendimentos. Esgotado esse pra- nadora da política econômico-financeira do Go-
zo, poderão os interessados prosseguir dire- verno ou concernente à política salarial vigente,
tamente na negociação coletiva até final. não produzindo quaisquer efeitos perante au-
toridades e repartições públicas, inclusive para
§ 2º Para o fim de deliberar sobre o Acordo, fins de revisão de preços e tarifas de mercado-
a entidade sindical convocará assembleia rias e serviços.
geral dos diretamente interessados, sindica-
lizados ou não, nos termos do art. 612. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo,
a nulidade será declarada, de ofício ou me-
Art. 618. As empresas e instituições que não es- diante representação, pelo Ministro do Tra-
tiverem incluídas no enquadramento sindical a balho e Previdência Social, ou pela Justiça
que se refere o art. 577 desta Consolidação po- do Trabalho em processo submetido ao seu
derão celebrar Acordos Coletivos de Trabalho julgamento.
com os Sindicatos representativos dos respecti-
vos empregados, nos termos deste Título. Art. 624. A vigência de cláusula de aumento ou
reajuste salarial, que implique elevação de tari-
Art. 619. Nenhuma disposição de contrato indi- fas ou de preços sujeitos à fixação por autorida-
vidual de trabalho que contrarie normas de Con- de pública ou repartição governamental, depen-
venção ou Acordo Coletivo de Trabalho poderá derá de prévia audiência dessa autoridade ou
prevalecer na execução do mesmo, sendo consi- repartição e sua expressa declaração no tocante
derada nula de pleno direito. à possibilidade de elevação da tarifa ou do preço
Art. 620. As condições estabelecidas em Con- e quanto ao valor dessa elevação.
venção quando mais favoráveis, prevalecerão Art. 625. As controvérsias resultantes da aplica-
sobre as estipuladas em Acordo. ção de Convenção ou de Acordo celebrado nos
Art. 621. As Convenções e os Acordos poderão termos deste Título serão dirimidas pela Justiça
incluir entre suas cláusulas disposição sobre do Trabalho.
a constituição e funcionamento de comissões
mistas de consulta e colaboração, no plano da
empresa e sobre participação, nos lucros. Estas
disposições mencionarão a forma de constitui-
ção, o modo de funcionamento e as atribuições
das comissões, assim como o plano de participa-
ção, quando for o caso.
Art. 622. Os empregados e as empresas que ce-
lebrarem contratos individuais de trabalho, es-
tabelecendo condições contrárias ao que tiver
sido ajustado em Convenção ou Acordo que lhes
for aplicável, serão passíveis da multa neles fi-
xada.
Parágrafo único. A multa a ser imposta ao
empregado não poderá exceder da metade
daquela que, nas mesmas condições seja
estipulada para a empresa.
Art. 623. Será nula de pleno direito disposição
de Convenção ou Acordo que, direta ou indire-

www.acasadoconcurseiro.com.br 833
Direito do Trabalho

DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (ART. 625-A A 625-H)

TÍTULO VI-A § 2º O representante dos empregados de-


senvolverá seu trabalho normal na empre-
Da Comissões De Conciliação Prévia sa afastando-se de suas atividades apenas
quando convocado para atuar como conci-
Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem liador, sendo computado como tempo de
instituir Comissões de Conciliação Prévia, de trabalho efetivo o despendido nessa ativi-
composição paritária, com representante dos dade.
empregados e dos empregadores, com a atri-
buição de tentar conciliar os conflitos individu- Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do
ais do trabalho. Parágrafo único. As Comissões sindicato terá sua constituição e normas de fun-
referidas no caput deste artigo poderão ser cionamento definidas em convenção ou acordo
constituídas por grupos de empresas ou ter ca- coletivo.
ráter intersindical. Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza tra-
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da balhista será submetida à Comissão de Conci-
empresa será composta de, no mínimo, dois e, liação Prévia se, na localidade da prestação de
no máximo, dez membros, e observará as se- serviços, houver sido instituída a Comissão no
guintes normas: âmbito da empresa ou do sindicato da catego-
ria.
I – a metade de seus membros será indica-
da pelo empregador e outra metade eleita § 1º A demanda será formulada por escri-
pelos empregados, em escrutínio, secreto, to ou reduzida a tempo por qualquer dos
fiscalizado pelo sindicato de categoria pro- membros da Comissão, sendo entregue có-
fissional; pia datada e assinada pelo membro aos in-
teressados.
II – haverá na Comissão tantos suplentes
quantos forem os representantes titulares; § 2º Não prosperando a conciliação, será
fornecida ao empregado e ao empregador
III – o mandato dos seus membros, titulares declaração da tentativa conciliatória frus-
e suplentes, é de um ano, permitida uma re- trada com a descrição de seu objeto, firma-
condução. da pelos membros da Comissão, que devera
ser juntada à eventual reclamação traba-
§ 1º É vedada a dispensa dos representan- lhista.
tes dos empregados membros da Comissão
de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, § 3º Em caso de motivo relevante que im-
até um ano após o final do mandato, salvo possibilite a observância do procedimento
se cometerem falta grave, nos termos da lei. previsto no caput deste artigo, será a cir-
cunstância declarada na petição da ação in-
tentada perante a Justiça do Trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 835
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e
para a mesma categoria, Comissão de em-
presa e Comissão sindical, o interessado op-
tará por uma delas submeter a sua deman-
da, sendo competente aquela que primeiro
conhecer do pedido.
Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado ter-
mo assinado pelo empregado, pelo empregador
ou seu proposto e pelos membros da Comissão,
fornecendo-se cópia às partes.
Parágrafo único. O termo de conciliação é
título executivo extrajudicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas
expressamente ressalvadas.
Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia
têm prazo de dez dias para a realização da ses-
são de tentativa de conciliação a partir da pro-
vocação do interessado.
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a
realização da sessão, será fornecida, no últi-
mo dia do prazo, a declaração a que se refe-
re o § 2º do art. 625-D.
Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso
a partir da provocação da Comissão de Conci-
liação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe
resta, a partir da tentativa frustrada de conci-
liação ou do esgotamento do prazo previsto no
art. 625-F.
Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersin-
dicais de Conciliação Trabalhista em funciona-
mento ou que vierem a ser criados, no que cou-
ber, as disposições previstas neste Título, desde
que observados os princípios da paridade e da
negociação coletiva na sua constituição.

836 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

Professor Pedro Kuhn

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
Direito do Trabalho

DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO


(TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, TRIBUNAIS REGIONAIS DO
TRABALHO E JUÍZES DO TRABALHO) – ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 TST § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Su-


perior do Trabalho:
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES TST I – a Escola Nacional de Formação e
DO TRABALHO Aperfeiçoamento de Magistrados do Traba-
lho, cabendo-lhe, dentre outras funções, re-
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: gulamentar os cursos oficiais para o ingres-
I – o Tribunal Superior do Trabalho; so e promoção na carreira;

II – os Tribunais Regionais do Trabalho; TST II – o Conselho Superior da Justiça do


Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da
III – Juízes do Trabalho. lei, a supervisão administrativa, orçamen-
TST Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho tária, financeira e patrimonial da Justiça
compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhi- do Trabalho de primeiro e segundo graus,
dos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco como órgão central do sistema, cujas deci-
e menos de sessenta e cinco anos, nomeados sões terão efeito vinculante.
pelo Presidente da República após aprovação TRT Art. 115. Os Tribunais Regionais do Traba-
pela maioria absoluta do Senado Federal, sen- lho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, re-
do: crutados, quando possível, na respectiva região,
TST I – um quinto dentre advogados com e nomeados pelo Presidente da República den-
mais de dez anos de efetiva atividade pro- tre brasileiros com mais de trinta e menos de
fissional e membros do Ministério Público sessenta e cinco anos, sendo:
do Trabalho com mais de dez anos de efe- TRT I – um quinto dentre advogados com
tivo exercício, observado o disposto no art. mais de dez anos de efetiva atividade pro-
94; fissional e membros do Ministério Público
TST II – os demais dentre juízes dos Tribu- do Trabalho com mais de dez anos de efe-
nais Regionais do Trabalho, oriundos da ma- tivo exercício, observado o disposto no art.
gistratura da carreira, indicados pelo pró- 94;
prio Tribunal Superior. TRT II – os demais, mediante promoção de
TST § 1º A lei disporá sobre a competência juízes do trabalho por antiguidade e mereci-
do Tribunal Superior do Trabalho. mento, alternadamente.
TRT § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho
instalarão a justiça itinerante, com a rea-

www.acasadoconcurseiro.com.br 839
lização de audiências e demais funções de VII – as ações relativas às penalidades ad-
atividade jurisdicional, nos limites territo- ministrativas impostas aos empregadores
riais da respectiva jurisdição, servindo-se de pelos órgãos de fiscalização das relações de
equipamentos públicos e comunitários. trabalho;
TRT § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho VIII – a execução, de ofício, das contribui-
poderão funcionar descentralizadamente, ções sociais previstas no art. 195, I, a , e II,
constituindo Câmaras regionais, a fim de as- e seus acréscimos legais, decorrentes das
segurar o pleno acesso do jurisdicionado à sentenças que proferir;
justiça em todas as fases do processo.
IX – outras controvérsias decorrentes da re-
JUIZ Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Tra- lação de trabalho, na forma da lei.
balho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direi- § 1º Frustrada a negociação coletiva, as par-
to, com recurso para o respectivo Tribunal Re- tes poderão eleger árbitros.
gional do Trabalho. § 2º Recusando-se qualquer das partes à
JUIZ Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdi- negociação coletiva ou à arbitragem, é fa-
ção será exercida por um juiz singular. cultado às mesmas, de comum acordo, ajui-
zar dissídio coletivo de natureza econômica,
TODOS Art. 113. A lei disporá sobre a constitui- podendo a Justiça do Trabalho decidir o
ção, investidura, jurisdição, competência, garan- conflito, respeitadas as disposições mínimas
tias e condições de exercício dos órgãos da Jus- legais de proteção ao trabalho, bem como
tiça do Trabalho. as convencionadas anteriormente.
TODOS Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho § 3º Em caso de greve em atividade essen-
processar e julgar: cial, com possibilidade de lesão do interes-
se público, o Ministério Público do Trabalho
I – as ações oriundas da relação de traba- poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo
lho, abrangidos os entes de direito público à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
externo e da administração pública direta e
indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS
II – as ações que envolvam exercício do di- TRABALHISTAS (CLT)
reito de greve;
Art. 651. A competência das Juntas de Conci-
III – as ações sobre representação sindical, liação e Julgamento (Varas do Trabalho) é de-
entre sindicatos, entre sindicatos e traba- terminada pela localidade onde o empregado,
lhadores, e entre sindicatos e empregado- reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
res; empregador, ainda que tenha sido contratado
IV – os mandados de segurança, habeas cor- noutro local ou no estrangeiro.
pus e habeas data, quando o ato questiona- § 1º Quando for parte de dissídio agente ou
do envolver matéria sujeita à sua jurisdição; viajante comercial, a competência será da
V – os conflitos de competência entre ór- Junta da localidade em que a empresa te-
gãos com jurisdição trabalhista, ressalvado nha agência ou filial e a esta o empregado
o disposto no art. 102, I, o; esteja subordinado e, na falta, será compe-
tente a Junta (Vara do Trabalho) da localiza-
VI – as ações de indenização por dano mo- ção em que o empregado tenha domicílio
ral ou patrimonial, decorrentes da relação ou a localidade mais próxima.
de trabalho;

840 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho - Dos Órgãos da Justiça do Trabalho - Organização e Competência – Prof. Pedro Kuhn

§ 2º A competência das Varas do Trabalho,


estabelecida neste artigo, estende-se aos
dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja
brasileiro e não haja convenção internacio-
nal dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que
promova realização de atividades fora do
lugar do contrato de trabalho, é assegura-
do ao empregado apresentar reclamação
no foro da celebração do contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.

www.acasadoconcurseiro.com.br 841
Direito Processual
Direito do Trabalho

DA JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DAS JUNTAS (ART. 650 A 653)

Seção II lugar do contrato de trabalho, é assegura-


DA JURISDIÇÃO E do ao empregado apresentar reclamação
no foro da celebração do contrato ou no da
COMPETÊNCIA DAS JUNTAS prestação dos respectivos serviços.
Art. 650. A jurisdição de cada Junta de Concilia- Art. 652. Compete às Juntas de Conciliação e
ção e Julgamento abrange todo o território da Julgamento:
Comarca em que tem sede, só podendo ser es-
tendida ou restringida por lei federal. a) conciliar e julgar:

Parágrafo único. As leis locais de Organi- I – os dissídios em que se pretenda o reco-


zação Judiciária não influirão sobre a com- nhecimento da estabilidade de empregado;
petência de Juntas de Conciliação e Julga- II – os dissídios concernentes a remunera-
mento já criadas até que lei federal assim ção, férias e indenizações por motivo de
determine. rescisão do contrato individual de trabalho;
Art. 651. A competência das Juntas de Concilia- III – os dissídios resultantes de contratos
ção e Julgamento é determinada pela localidade de empreitadas em que o empreiteiro seja
onde o empregado, reclamante ou reclamado, operário ou artífice;
prestar serviços ao empregador, ainda que te-
nha sido contratado noutro local ou no estran- IV – os demais dissídios concernentes ao
geiro. contrato individual de trabalho;
§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou b) processar e julgar os inquéritos para apu-
viajante comercial, a competência será da ração de falta grave;
Junta da localidade em que a empresa te-
nha agência ou filial e a esta o empregado c) julgar os embargos opostos às suas pró-
esteja subordinado e, na falta, será compe- prias decisões;
tente a Junta da localização em que o em- d) impor multas e demais penalidades rela-
pregado tenha domicílio ou a localidade tivas aos atos de sua competência;
mais próxima.
V – as ações entre trabalhadores portuários
§ 2º A competência das Juntas de Concilia- e os operadores portuários ou o Órgão Ges-
ção e Julgamento, estabelecida neste artigo, tor de Mão-de-Obra – OGMO decorrentes
estende-se aos dissídios ocorridos em agên- da relação de trabalho;
cia ou filial no estrangeiro, desde que o em-
pregado seja brasileiro e não haja conven- Parágrafo único. Terão preferência para jul-
ção internacional dispondo em contrário. gamento os dissídios sobre pagamento de
salário e aqueles que derivarem da falência
§ 3º Em se tratando de empregador que do empregador, podendo o Presidente da
promova realização de atividades fora do Junta, a pedido do interessado, constituir

www.acasadoconcurseiro.com.br 843
processo em separado, sempre que a recla-
mação também versar sobre outros assun-
tos.
Art. 653. Compete, ainda, às Juntas de Concilia-
ção e Julgamento:
a) requisitar às autoridades competentes
a realização das diligências necessárias ao
esclarecimento dos feitos sob sua aprecia-
ção, representando contra aquelas que não
atenderem a tais requisições;
b) realizar as diligências e praticar os atos
processuais ordenados pelos Tribunais Re-
gionais do Trabalho ou pelo Tribunal Supe-
rior do Trabalho;
c) julgar as suspeições arguidas contra os
seus membros;
d) julgar as exceções de incompetência que
lhes forem opostas;
e) expedir precatórias e cumprir as que lhes
forem deprecadas;
f) exercer, em geral, no interesse da Justiça
do Trabalho, quaisquer outras atribuições
que decorram da sua jurisdição.

844 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
Direito do
do Trabalho
Trabalho
Aula XX

SECRETARIA DAS VARAS DO TRABALHO (ART. 710 A 712)

CAPÍTULO VI h) a realização das penhoras e demais diligên-


DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA cias processuais;
JUSTIÇA DO TRABALHO i) o desempenho dos demais trabalhos que
lhe forem cometidos pelo Presidente da Jun-
Seção I ta, para melhor execução dos serviços que lhe
DA SECRETARIA DAS JUNTAS DE estão afetos.
CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO Art. 712. Compete especialmente aos secretários
das Juntas de Conciliação e Julgamento:
Art. 710. Cada Junta terá 1 (uma) secretaria, sob a
direção de funcionário que o Presidente designar, a) superintender os trabalhos da secretaria,
para exercer a função de secretário, e que recebe- velando pela boa ordem do serviço;
rá, além dos vencimentos correspondentes ao seu
b) cumprir e fazer cumprir as ordens emana-
padrão, a gratificação de função fixada em lei.
das do Presidente e das autoridades superio-
Art. 711. Compete à secretaria das Juntas: res;
a) o recebimento, a autuação, o andamento, c) submeter a despacho e assinatura do Presi-
a guarda e a conservação dos processos e ou- dente o expediente e os papéis que devam ser
tros papéis que lhe forem encaminhados; por ele despachados e assinados;
b) a manutenção do protocolo de entrada e d) abrir a correspondência oficial dirigida à
saída dos processos e demais papéis; Junta e ao seu Presidente, a cuja deliberação
será submetida;
c) o registro das decisões;
e) tomar por termo as reclamações verbais
d) a informação, às partes interessadas e seus nos casos de dissídios individuais;
procuradores, do andamento dos respectivos
processos, cuja consulta lhes facilitará; f) promover o rápido andamento dos proces-
sos, especialmente na fase de execução, e a
e) a abertura de vista dos processos às partes, pronta realização dos atos e diligências depre-
na própria secretaria; cadas pelas autoridades superiores;
f) a contagem das custas devidas pelas partes, g) secretariar as audiências da Junta, lavrando
nos respectivos processos; as respectivas atas;
g) o fornecimento de certidões sobre o que h) subscrever as certidões e os termos proces-
constar dos livros ou do arquivamento da se- suais;
cretaria;

www.acasadoconcurseiro.com.br 845
i) dar aos litigantes ciência das reclamações
e demais atos processuais de que devam ter
conhecimento, assinando as respectivas noti-
ficações;
j) executar os demais trabalhos que lhe forem
atribuídos pelo Presidente da Junta.
Parágrafo único. Os serventuários que, sem
motivo justificado, não realizarem os atos,
dentro dos prazos fixados, serão desconta-
dos em seus vencimentos, em tantos dias
quantos os do excesso.

846 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
Direito do Trabalho

DOS DISTRIBUIDORES (ART. 713 A 715)

Seção II
DOS DISTRIBUIDORES
Art. 713. Nas localidades em que existir mais de
uma Junta de Conciliação e Julgamento haverá
um distribuidor.
Art. 714. Compete ao distribuidor:
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de en-
trada, e sucessivamente a cada Junta, dos
feitos que, para esse fim, lhe forem apre-
sentados pelos interessados;
b) o fornecimento, aos interessados, do re-
cibo correspondente a cada feito distribuí-
do;
c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos
feitos distribuídos, sendo um organizado
pelos nomes dos reclamantes e o outro dos
reclamados, ambos por ordem alfabética;
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o
solicite, verbalmente ou por certidão, de in-
formações sobre os feitos distribuídos;
e) a baixa na distribuição dos feitos, quando
isto lhe for determinado pelos Presidentes
das Juntas, formando, com as fichas corres-
pondentes, fichários à parte, cujos dados
poderão ser consultados pelos interessa-
dos, mas não serão mencionados em certi-
dões.
Art. 715. Os distribuidores são designados pelo
Presidente do Tribunal Regional dentre os fun-
cionários das Juntas e do Tribunal Regional,
existentes na mesma localidade, e ao mesmo
Presidente diretamente subordinados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 847
Direito Processual
Direito do
do Trabalho
Trabalho

PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO

Este capítulo foi resumido da obra do professor Bezerra Leite.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO

•• PRINCÍPIO DO IGUALDADE – consagrado do artigo 5º. Caput da Constituição Federal


segundo o qual todos são iguais perante a lei.
•• PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO – também constitucional pois está presente no artigo 5º.
Inciso LV. É a possibilidade de permitir a manifestação da outra parte acerca das alegações
da parte contrária ou demais atos processuais.
•• PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA – também constitucional pois está presente no artigo 5º.
Inciso LV complementando o princípio do contraditório ao não admitir, em regra, a relação
processual sem a presença do réu.
•• PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ – refere a pressuposto processual subjetivo em
relação ao juiz (art. 267, IV, CPC), o qual informa que o juiz deve ser imparcial em suas
decisões. O juiz é considerado imparcial quando não for impedido ou suspeito para julgar a
lide (art. 799, CLT, c/c art. 134 e 135, CPC). Com a imparcialidade do Juiz temos a igualdade
de tratamento das partes dentro do processo.
•• PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES – O artigo 93 da Constituição dispõe: “Todos
os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade...” Segundo o mandamento da Carta Magna o Juiz deverá
sempre motivar suas decisões.
•• PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL – é a obrigatoriedade da observância da lei na
tramitação do processo (art. 5º, LIV, CF). É uma garantia individual fundamental.
•• PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – A função jurisdicional somente será exercida por juiz
investido nela afastando, por conseguinte, o julgamento por outro poder como ainda
impede a criação de tribunais de exceção.
•• PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL – Segue a idéia do princípio do Juiz Natural mas esta
atrelado ao membro do Ministério Público.
•• PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – estabelece a possibilidade de a sentença
definitiva ser reapreciada por órgão de Jurisdição, geralmente de hierarquia superior à
daquele que a proferiu, o que se faz necessário pela interposição de recurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 849
•• PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO – consagrado no artigo 5º. XXXV da
Constituição onde diz que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.
•• PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE DA DURAÇÃO DO PROCESSO – Está recentemente posto em
nossa Constituição Federal no artigo 5º. Inciso LXXVIII que a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.
•• PRINCÍPIO DO IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS – É
também chamado de princípio da concentração. As decisões interlocutórias são as decisões
incidentais do processo que em regra não cabem recurso imediato, deverão ser atacadas
somente em sede de recurso contra a decisão definitiva.
•• PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO OU COLABORAÇÃO – este princípio orienta o magistrado
a tomar uma posição de agente-colaborador do processo, de participante ativo do
contraditório e não mais de um mero fiscal das regras.

PRINCÍPIOS COMUNS AO DIREITO PROCESSUAL CIVIL E AO DIREITO


PROCESSUAL DO TRABALHO

•• PRINCÍPIO DISPOSITIVO OU DA DEMANDA – é a emanação do princípio da livre-iniciativa


uma vez que a tutela jurisdicional somente será prestada se a pessoa que se sente lesada
ou ameaçada em seu direito buscar o poder judiciário.
•• PRINCÍPIO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL – está consagrado expressamente
no artigo 262 do Código de Processo Civil que dispõe textualmente que o processo civil
começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Isso quer dizer que
após o ajuizamento da ação o juiz assume o dever de prestar a jurisdição. Tal princípio está
albergado também no artigo 756 da CLT que estabelece: “os Juízos e Tribunais do Trabalho
terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas,
podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”.
•• PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE OU FINALIDADE – informa que os atos processuais
somente serão nulos se efetivamente não atingirem a sua finalidade ou houver manifesto
prejuízo às partes (art. 794, CLT, e art. 244, CPC), porquanto o processo é instrumento de
realização do direito postulado.
•• PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA – é a incumbência destinada ao réu para que
se manifeste precisamente quanto as alegações do autor.
•• PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE – informa que se o autor já propôs sua demanda e
deduziu os seus pedidos, e se o réu já foi citado para sobre eles se pronunciar, não poderá
mais o autor modificar sua pretensão sem anuência do réu e, depois de ultrapassado o
momento da defesa, nem mesmo com o consentimento de ambas as partes isso será
possível.

850 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho – Princípios do Processo do Trabalho – Prof. Pedro Kuhn

•• PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE – Informa que as partes devem alegar, na oportunidade


própria prevista em lei, ou por ocasião do exercício de faculdade processual, todas as
matérias de defesa ou de seu interesse.
•• PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO – A preclusão será aplicada quando a pessoa não pratica o
ato que deveria praticar no momento oportuno dentro da relação processual, perdeu o
momento correto perdeu o direito ao ato, ou seja, precluiu, já que o processo deve andar
para frente. A preclusão pode ser lógica, consumativa e temporal. Dá-se a preclusão lógica
quando a parte pratica ato incompatível com o anteriormente praticado, exemplo a parte
que ofereceu exceção de incompetência não poderá suscitar o conflito de competência;
a preclusão consumativa ocorre, por exemplo, quando a parte apresenta contestação e,
posto que no prazo, intenta apresentar nova contestação; preclusão temporal é a perda do
prazo para prática do ato.
•• PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL – consiste em obter da prestação jurisdicional
o máximo de resultado com o mínimo de atos processuais, evitando-se dispêndios
desnecessários de tempo e dinheiro para os jurisdicionados.
•• PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS (PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO) – informa
que a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevantes as
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente.
•• PRINCÍPIO DO ÔNUS DA PROVA – está consagrado no artigo 818 da CLT que diz que “a
prova das alegações incumbe à parte que as fizer”.
•• PRINCÍPIO DA ORALIDADE – encontra terreno fértil na Justiça do Trabalho pela previsão
expressa da CLT da reclamação verbal (artigo 840 parágrafo segundo da CLT).
•• PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU DA IMEDIAÇÃO – informa o dever do juiz de estar em
contato direto com a prova dos autos (depoimento das partes, testemunhas, peritos e
inspeção judicial) com a finalidade de obter um melhor esclarecimento do processo e um
julgamento mais justo.
•• PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO – decorre da concentração de atos processuais e está
consagrado no Direito do Trabalho principalmente nas previsões da CLT que informam
a continuidade da audiência (artigo 849) ou mesmo no artigo 852-C que trata do rito
sumaríssimo que terá audiência única.
•• PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL – tem como finalidade impor aos litigantes uma
conduta moral, ética e de respeito mútuo, que possa ensejar o curso natural do processo
e levá-lo à consecução de seus objetivos que são a correta prestação jurisdicional, a paz
social e a justa composição da lide. A parte que atenta contra este princípio poderá ser
condenada em litigância de má-fé e esta afirmação costuma aparecer nas provas da
Fundação Carlos Chagas.

PRINCÍPIOS PECULIARES DO PROCESSO DO TRABALHO

•• PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO – No processo do trabalho busca compensar a desigualdade


existente na realidade socioeconômica com uma desigualdade jurídica em sentido oposto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 851
•• PRINCÍPIO DA FINALIDADE SOCIAL – permite que o Juiz tenha uma atuação mais ativa,
na medida em que auxilia o trabalhador, em busca de uma solução justa, até chegar o
momento de proferir a sentença.
•• PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL – este princípio processual é derivado do princípio
da primazia da realidade já estudado por nós nos princípios do direito do trabalho. Como o
próprio nome diz, o processo trabalhista tem a finalidade de buscar a verdadeira realidade
da relação, por exemplo, uma relação de trabalho autônoma que na realidade trata-se de
relação de emprego.
•• PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE – Tendo em vista o princípio da indisponibilidade dos
direitos trabalhistas – já analisado nesta apostila nos princípios do direito do trabalho –
transporta-se este princípio para o processo do trabalho uma vez que ele busca a efetivação
do cumprimento dos direitos trabalhistas que são indisponíveis.
•• PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO – consagrado no artigo 764 da CLT que diz: “os dissídios
individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre
sujeitos a conciliação”.
•• PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA – informa a possibilidade da Justiça do Trabalho
de criar normas e condições gerais e abstratas de trabalho, através do Poder Normativo.
Esse poder deve observar as normas de proteção mínima ao trabalhador (art. 9º e 444,
CLT), assim como ao já previsto em acordo ou convenção coletivos (art. 7º, XXVI, CF).
•• PRINCÍPIO DA SIMPLICIDADE – busca a simplicidade das formas tendo em vista a natureza
social da Justiça do Trabalho e a necessidade da celeridade da prestação jurisdicional.
•• PRINCÍPIO DA CELERIDADE – conforme mencionado em epígrafe tendo em vista a natureza
social da Justiça do Trabalho e a natureza alimentar dos créditos trabalhistas.

852 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DOS ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS (ART. 770 A 782)

CAPÍTULO II Parágrafo único. Tratando-se de notifica-


DO PROCESSO EM GERAL ção postal, no caso de não ser encontrado o
destinatário ou no de recusa de recebimen-
to, o Correio ficará obrigado, sob pena de
Seção I
responsabilidade do servidor, a devolvê-la,
DOS ATOS, TERMOS no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao
E PRAZOS PROCESSUAIS Tribunal de origem.
Art. 770. Os atos processuais serão públicos sal- Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título
vo quando o contrário determinar o interesse contam-se com exclusão do dia do começo e
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) inclusão do dia do vencimento, e são contínuos
às 20 (vinte) horas. e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorro-
gados pelo tempo estritamente necessário pelo
Parágrafo único . A penhora poderá reali- juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior,
zar-se em domingo ou dia feriado, mediante devidamente comprovada.
autorização expressa do juiz ou presidente.
Parágrafo único. Os prazos que se vence-
Art. 771. Os atos e termos processuais poderão rem em sábado, domingo ou dia feriado,
ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo. terminarão no primeiro dia útil seguinte.
Art. 772. Os atos e termos processuais, que de- Art. 776. O vencimento dos prazos será certifi-
vam ser assinados pelas partes interessadas, cado nos processos pelos escrivães ou secretá-
quando estas, por motivo justificado, não pos- rios.
sam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença
de 2 (duas) testemunhas, sempre que não hou- Art. 777. Os requerimentos e documentos apre-
ver procurador legalmente constituído. sentados, os atos e termos processuais, as peti-
ções ou razões de recursos e quaisquer outros
Art. 773. Os termos relativos ao movimento dos papéis referentes aos feitos formarão os autos
processos constarão de simples notas, datadas dos processos, os quais ficarão sob a responsa-
e rubricadas pelos secretários ou escrivães. bilidade dos escrivães ou secretários.
Art. 774. Salvo disposição em contrário, os pra- Art. 778. Os autos dos processos da Justiça do
zos previstos neste Título contam-se, conforme Trabalho, não poderão sair dos cartórios ou se-
o caso, a partir da data em que for feita pesso- cretarias, salvo se solicitados por advogados re-
almente, ou recebida a notificação, daquela em gularmente constituído por qualquer das partes,
que for publicado o edital no jornal oficial ou no ou quando tiverem de ser remetidos aos órgãos
que publicar o expediente da Justiça do Traba- competentes, em caso de recurso ou requisição.
lho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edi-
tal na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 853
Art. 779. As partes, ou seus procuradores, po-
derão consultar, com ampla liberdade, os pro-
cessos nos cartórios ou secretarias.
Art. 780. Os documentos juntos aos autos po-
derão ser desentranhados somente depois de
findo o processo, ficando traslado.
Art. 781. As partes poderão requerer certidões
dos processos em curso ou arquivados, as quais
serão lavradas pelos escrivães ou secretários.
Parágrafo único. As certidões dos processos
que correrem em segredo de justiça depen-
derão de despacho do juiz ou presidente.
Art. 782. São isentos de selo as reclamações, re-
presentações, requerimentos. atos e processos
relativos à Justiça do Trabalho.

854 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DA DISTRIBUIÇÃO (ART. 783 A 788)

Seção II
DA DISTRIBUIÇÃO
Art. 783. A distribuição das reclamações será
feita entre as Juntas de Conciliação e Julgamen-
to, ou os Juízes de Direito do Cível, nos casos
previstos no art. 669, § 1º, pela ordem rigorosa
de sua apresentação ao distribuidor, quando o
houver.
Art. 784. As reclamações serão registradas em
livro próprio, rubricado em todas as folhas pela
autoridade a que estiver subordinado o distri-
buidor.
Art. 785. O distribuidor fornecerá ao interessa-
do um recibo do qual constarão, essencialmen-
te, o nome do reclamante e do reclamado, a
data da distribuição, o objeto da reclamação e a
Junta ou o Juízo a que coube a distribuição.
Art. 786. A reclamação verbal será distribuída
antes de sua redução a termo.
Parágrafo único. Distribuída a reclamação
verbal, o reclamante deverá, salvo motivo
de força maior, apresentar-se no prazo de
5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria,
para reduzi-la a termo, sob a pena estabele-
cida no art. 731.
Art. 787. A reclamação escrita deverá ser for-
mulada em 2 (duas) vias e desde logo acompa-
nhada dos documentos em que se fundar.
Art. 788. Feita a distribuição, a reclamação será
remetida pelo distribuidor à Junta ou Juízo com-
petente, acompanhada do bilhete de distribui-
ção.

www.acasadoconcurseiro.com.br 855
Direito Processual do Trabalho

DAS CUSTAS E EMOLUMENTOS (ART. 789 A 790-B)

Seção III das custas caberá em partes iguais aos liti-


DAS CUSTAS E EMOLUMENTOS gantes.
§ 4º Nos dissídios coletivos, as partes venci-
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios das responderão solidariamente pelo paga-
coletivos do trabalho, nas ações e procedimen- mento das custas, calculadas sobre o valor
tos de competência da Justiça do Trabalho, bem arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do
como nas demandas propostas perante a Justi- Tribunal.
ça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhis-
ta, as custas relativas ao processo de conheci- Art. 789-A. No processo de execução são devi-
mento incidirão à base de 2% (dois por cento), das custas, sempre de responsabilidade do exe-
observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e cutado e pagas ao final, de conformidade com a
sessenta e quatro centavos) e serão calculadas: seguinte tabela:
I – quando houver acordo ou condenação, I – autos de arrematação, de adjudicação
sobre o respectivo valor; e de remição: 5% (cinco por cento) sobre
o respectivo valor, até o máximo de R$
II – quando houver extinção do processo, 1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais
sem julgamento do mérito, ou julgado to- e trinta e oito centavos);
talmente improcedente o pedido, sobre o
valor da causa; II – atos dos oficiais de justiça, por diligência
certificada:
III – no caso de procedência do pedido for-
mulado em ação declaratória e em ação a) em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e
constitutiva, sobre o valor da causa; seis centavos);
IV – quando o valor for indeterminado, so- b) em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais
bre o que o juiz fixar. e treze centavos);
§ 1º As custas serão pagas pelo vencido, III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (qua-
após o trânsito em julgado da decisão. No renta e quatro reais e vinte e seis centavos);
caso de recurso, as custas serão pagas e
comprovado o recolhimento dentro do pra- IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e
zo recursal. quatro reais e vinte e seis centavos);

§ 2º Não sendo líquida a condenação, o juí- V – embargos à execução, embargos de ter-


zo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante ceiro e embargos à arrematação: R$ 44,26
das custas processuais. (quarenta e quatro reais e vinte e seis cen-
tavos);
§ 3º Sempre que houver acordo, se de outra
forma não for convencionado, o pagamento VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinquenta
e cinco reais e trinta e cinco centavos);

www.acasadoconcurseiro.com.br 857
VII – impugnação à sentença de liquidação: cia, segundo o procedimento estabelecido
R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e no Capítulo V deste Título.
cinco centavos);
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgado-
VIII – despesa de armazenagem em depó- res e presidentes dos tribunais do trabalho
sito judicial – por dia: 0,1% (um décimo por de qualquer instância conceder, a requeri-
cento) do valor da avaliação; mento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e ins-
IX – cálculos de liquidação realizados pelo trumentos, àqueles que perceberem salário
contador do juízo – sobre o valor liquidado: igual ou inferior ao dobro do mínimo legal,
0,5% (cinco décimos por cento) até o limite ou declararem, sob as penas da lei, que não
de R$ 638,46 (seiscentos e trinta e oito reais estão em condições de pagar as custas do
e quarenta e seis centavos). processo sem prejuízo do sustento próprio
Art. 789-B. Os emolumentos serão suportados ou de sua família.
pelo Requerente, nos valores fixados na seguin- Art. 790-A. São isentos do pagamento de cus-
te tabela: tas, além dos beneficiários de justiça gratuita:
I – autenticação de traslado de peças me- I – a União, os Estados, o Distrito Federal,
diante cópia reprográfica apresentada pelas os Municípios e respectivas autarquias e
partes – por folha: R$ 0,55 (cinquenta e cin- fundações públicas federais, estaduais ou
co centavos de real); municipais que não explorem atividade eco-
II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 nômica;
(vinte e oito centavos de real); II – O Ministério Público do Trabalho.
III – autenticação de peças – por folha: R$ Parágrafo único. A isenção prevista neste
0,55 (cinquenta e cinco centavos de real); artigo não alcança as entidades fiscaliza-
IV – cartas de sentença, de adjudicação, de doras do exercício profissional, nem exime
remição e de arrematação – por folha: R$ as pessoas jurídicas referidas no inciso I da
0,55 (cinquenta e cinco centavos de real); obrigação de reembolsar as despesas judi-
ciais realizadas pela parte vencedora.
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco re-
ais e cinquenta e três centavos). Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento
dos honorários periciais é da parte sucumbente
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de na pretensão objeto da perícia, salvo se benefi-
Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do ciária de justiça gratuita.
Trabalho, a forma de pagamento das custas e
emolumentos obedecerá às instruções que se-
rão expedidas pelo Tribunal Superior do Traba-
lho.
§ 1º Tratando-se de empregado que não
tenha obtido o benefício da justiça gratui-
ta, ou isenção de custas, o sindicato que
houver intervindo no processo responderá
solidariamente pelo pagamento das custas
devidas.
§ 2º No caso de não-pagamento das custas,
far-se-á execução da respectiva importân-

858 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DAS PARTES E DOS PROCURADORES (ART. 791 A 793)

Seção IV
DAS PARTES E DOS PROCURADORES
Art. 791. Os empregados e os empregadores
poderão reclamar pessoalmente perante a Jus-
tiça do Trabalho e acompanhar as suas reclama-
ções até o final.
§ 1º Nos dissídios individuais os empre-
gados e empregadores poderão fazer-se
representar por intermédio do sindicato,
advogado, solicitador, ou provisionado, ins-
crito na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º Nos dissídios coletivos é facultada aos
interessados a assistência por advogado.
§ 3º A constituição de procurador com po-
deres para o foro em geral poderá ser efeti-
vada, mediante simples registro em ata de
audiência, a requerimento verbal do advo-
gado interessado, com anuência da parte
representada.
Art. 792. Os maiores de 18 (dezoito) e menores
de 21 (vinte e um) anos e as mulheres casadas
poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho
sem a assistência de seus pais, tutores ou ma-
ridos.
Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de
18 anos será feita por seus representantes le-
gais e, na falta destes, pela Procuradoria da Jus-
tiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério
Público estadual ou curador nomeado em juízo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 859
Direito Processual
Direito do
do Trabalho
Trabalho

SÚMULA Nº 219 DO TST

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE


DE CABIMENTO (nova redação do item
II e inserido o item III à redação) – Res.
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e
31.05.2011
I – Na Justiça do Trabalho, a condenação
ao pagamento de honorários advocatícios,
nunca superiores a 15% (quinze por cen-
to), não decorre pura e simplesmente da
sucumbência, devendo a parte estar assis-
tida por sindicato da categoria profissional
e comprovar a percepção de salário inferior
ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se
em situação econômica que não lhe permi-
ta demandar sem prejuízo do próprio sus-
tento ou da respectiva família. (ex-Súmula
nº 219 – Res. 14/1985, DJ 26.09.1985)
II – É cabível a condenação ao pagamento
de honorários advocatícios em ação rescisó-
ria no processo trabalhista.
III – São devidos os honorários advocatícios
nas causas em que o ente sindical figure
como substituto processual e nas lides que
não derivem da relação de emprego.

www.acasadoconcurseiro.com.br 861
Direito Processual do Trabalho

DAS EXCEÇÕES (ART. 799 A 802)

Seção VI novo motivo. A suspeição não será também


DAS EXCEÇÕES admitida, se do processo constar que o re-
cusante deixou de alegá-la anteriormente,
Art. 799. Nas causas da jurisdição da Justiça do quando já a conhecia, ou que, depois de
Trabalho, somente podem ser opostas, com sus- conhecida, aceitou o juiz recusado ou, final-
pensão do feito, as exceções de suspeição ou in- mente, se procurou de propósito o motivo
competência. de que ela se originou.

§ 1º As demais exceções serão alegadas Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição,


como matéria de defesa. o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de
48 (quarenta e oito) horas, para instrução e jul-
§ 2º Das decisões sobre exceções de suspei- gamento da exceção.
ção e incompetência, salvo, quanto a estas,
se terminativas do feito, não caberá recur- § 1º Nas Juntas de Conciliação e Julgamen-
so, podendo, no entanto, as partes alegá-las to e nos Tribunais Regionais, julgada pro-
novamente no recurso que couber da deci- cedente a exceção de suspeição, será logo
são final. convocado para a mesma audiência ou ses-
são, ou para a seguinte, o suplente do mem-
Art. 800. Apresentada a exceção de incompe- bro suspeito, o qual continuará a funcionar
tência, abrir-se-á vista dos autos ao exceto, por no feito até decisão final. Proceder-se-á da
24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, deven- mesma maneira quando algum dos mem-
do a decisão ser proferida na primeira audiência bros se declarar suspeito.
ou sessão que se seguir.
§ 2º Se se tratar de suspeição de Juiz de Di-
Art. 801. O juiz, presidente ou vogal, é obrigado reito, será este substituído na forma da or-
a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por ganização judiciária local.
algum dos seguintes motivos, em relação à pes-
soa dos litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consanguinidade ou afini-
dade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
Parágrafo único. Se o recusante houver pra-
ticado algum ato pelo qual haja consentido
na pessoa do juiz, não mais poderá alegar
exceção de suspeição, salvo sobrevindo

www.acasadoconcurseiro.com.br 863
Direito Processual do Trabalho

DAS AUDIÊNCIAS (ART. 813 A 817)

Seção VIII Art. 817. O registro das audiências será feito em


DAS AUDIÊNCIAS livro próprio, constando de cada registro os pro-
cessos apreciados e a respectiva solução, bem
Art. 813. As audiências dos órgãos da Justiça do como as ocorrências eventuais.
Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede Parágrafo único. Do registro das audiências
do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente poderão ser fornecidas certidões às pessoas
fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não que o requererem.
podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas,
salvo quando houver matéria urgente.
§ 1º Em casos especiais, poderá ser desig-
nado outro local para a realização das audi-
ências, mediante edital afixado na sede do
Juízo ou Tribunal, com a antecedência míni-
ma de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º Sempre que for necessário, poderão
ser convocadas audiências extraordinárias,
observado o prazo do parágrafo anterior.
Art. 814. Às audiências deverão estar presentes,
comparecendo com a necessária antecedência.
os escrivães ou secretários.
Art. 815. À hora marcada, o juiz ou presidente
declarará aberta a audiência, sendo feita pelo
secretário ou escrivão a chamada das partes,
testemunhas e demais pessoas que devam
comparecer.
Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minu-
tos após a hora marcada, o juiz ou presi-
dente não houver comparecido, os presen-
tes poderão retirar-se, devendo o ocorrido
constar do livro de registro das audiências.
Art. 816. O juiz ou presidente manterá a ordem
nas audiências, podendo mandar retirar do re-
cinto os assistentes que a perturbarem.

www.acasadoconcurseiro.com.br 865
Direito Processual do Trabalho

DAS PROVAS (ART. 818 A 830)

Seção IX Art. 824. O juiz ou presidente providenciará para


DAS PROVAS que o depoimento de uma testemunha não seja
ouvido pelas demais que tenham de depor no pro-
Art. 818. A prova das alegações incumbe à parte cesso.
que as fizer. Art. 825. As testemunhas comparecerão a audiên-
Art. 819. O depoimento das partes e testemunhas cia independentemente de notificação ou intima-
que não souberem falar a língua nacional será feito ção.
por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presi- Parágrafo único. As que não comparecerem
dente. serão intimadas, ex officio ou a requerimento
da parte, ficando sujeitas a condução coerciti-
§ 1º Proceder-se-á da forma indicada neste ar-
va, além das penalidades do art. 730, caso, sem
tigo, quando se tratar de surdo-mudo, ou de
motivo justificado, não atendam à intimação.
mudo que não saiba escrever.
Art. 826. É facultado a cada uma das partes apre-
§ 2º Em ambos os casos de que este artigo tra- sentar um perito ou técnico.
ta, as despesas correrão por conta da parte a
que interessar o depoimento. Art. 827. O juiz ou presidente poderá arguir os pe-
ritos compromissados ou os técnicos, e rubricará,
Art. 820. As partes e testemunhas serão inquiridas para ser junto ao processo, o laudo que os primei-
pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, ros tiverem apresentado.
por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das
Art. 828. Toda testemunha, antes de prestar o com-
partes, seus representantes ou advogados.
promisso legal, será qualificada, indicando o nome,
Art. 821. Cada uma das partes não poderá indicar nacionalidade, profissão, idade, residência, e, quan-
mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tra- do empregada, o tempo de serviço prestado ao em-
tar de inquérito, caso em que esse número poderá pregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, às
ser elevado a 6 (seis). leis penais.
Art. 822. As testemunhas não poderão sofrer qual- Parágrafo único. Os depoimentos das teste-
quer desconto pelas faltas ao serviço, ocasionadas munhas serão resumidos, por ocasião da audi-
pelo seu comparecimento para depor, quando devi- ência, pelo secretário da Junta ou funcionário
damente arroladas ou convocadas. para esse fim designado, devendo a súmula ser
assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos
Art. 823. Se a testemunha for funcionário civil ou depoentes.
militar, e tiver de depor em hora de serviço, será re-
Art. 829. A testemunha que for parente até o tercei-
quisitada ao chefe da repartição para comparecer à
ro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer
audiência marcada.
das partes, não prestará compromisso, e seu depoi-
mento valerá como simples informação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 867
Art. 830. O documento em cópia oferecido para
prova poderá ser declarado autêntico pelo próprio
advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade
da cópia, a parte que a produziu será intimada
para apresentar cópias devidamente auten-
ticadas ou o original, cabendo ao serventu-
ário competente proceder à conferência e
certificar a conformidade entre esses docu-
mentos.

868 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DA FORMA DE RECLAMAÇÃO E DA NOTIFICAÇÃO (ART. 837 A 842)

CAPÍTULO III § 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a


DOS DISSÍDIOS INDIVIDUAIS termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas
pelo escrivão ou secretário, observado, no
que couber, o disposto no parágrafo ante-
Seção I
rior.
DA FORMA DE RECLAMAÇÃO
E DA NOTIFICAÇÃO Art. 841. Recebida e protocolada a reclamação,
o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta
Art. 837. Nas localidades em que houver ape- e oito) horas, remeterá a segunda via da peti-
nas 1 (uma) Junta de Conciliação e Julgamento, ção, ou do termo, ao reclamado, notificando-o
ou 1 (um) escrivão do cível, a reclamação será ao mesmo tempo, para comparecer à audiência
apresentada diretamente à secretaria da Junta, do julgamento, que será a primeira desimpedi-
ou ao cartório do Juízo. da, depois de 5 (cinco) dias.
Art. 838. Nas localidades em que houver mais § 1º A notificação será feita em registro pos-
de 1 (uma) Junta ou mais de 1 (um) Juízo, ou tal com franquia. Se o reclamado criar em-
escrivão do cível, a reclamação será, preliminar- baraços ao seu recebimento ou não for en-
mente, sujeita a distribuição, na forma do dis- contrado, far-se-á a notificação por edital,
posto no Capítulo II, Seção II, deste Título. inserto no jornal oficial ou no que publicar o
expediente forense, ou, na falta, afixado na
Art. 839. A reclamação poderá ser apresentada: sede da Junta ou Juízo.
a) pelos empregados e empregadores, pes- § 2º O reclamante será notificado no ato da
soalmente, ou por seus representantes, e apresentação da reclamação ou na forma
pelos sindicatos de classe; do parágrafo anterior.
b) por intermédio das Procuradorias Regio- Art. 842. Sendo várias as reclamações e haven-
nais da Justiça do Trabalho. do identidade de matéria, poderão ser acumu-
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou ladas num só processo, se se tratar de empre-
verbal. gados da mesma empresa ou estabelecimento.

§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá


conter a designação do Presidente da Junta,
ou do juiz de direito a quem for dirigida, a
qualificação do reclamante e do reclamado,
uma breve exposição dos fatos de que resul-
te o dissídio, o pedido, a data e a assinatura
do reclamante ou de seu representante.

www.acasadoconcurseiro.com.br 869
Direito Processual do Trabalho

DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO (ART. 852-A A 852-I)

Seção II-A intimações enviadas ao local anteriormente


DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO indicado, na ausência de comunicação.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumarís-
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor simo serão instruídas e julgadas em audiência
não exceda a quarenta vezes o salário mínimo única, sob a direção de juiz presidente ou subs-
vigente na data do ajuizamento da reclamação tituto, que poderá ser convocado para atuar si-
ficam submetidos ao procedimento sumaríssi- multaneamente com o titular.
mo.
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liber-
Parágrafo único. Estão excluídas do proce- dade para determinar as provas a serem produ-
dimento sumaríssimo as demandas em que zidas, considerado o ônus probatório de cada
é parte a Administração Pública direta, au- litigante, podendo limitar ou excluir as que con-
tárquica e fundacional. siderar excessivas, impertinentes ou protelató-
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no rias, bem como para apreciá-las e dar especial
procedimento sumaríssimo: valor às regras de experiência comum ou técni-
ca.
I – o pedido deverá ser certo ou determina-
do e indicará o valor correspondente; Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as
partes presentes sobre as vantagens da concilia-
II – não se fará citação por edital, incumbin- ção e usará os meios adequados de persuasão
do ao autor a correta indicação do nome e para a solução conciliatória do litígio, em qual-
endereço do reclamado; quer fase da audiência.
III – a apreciação da reclamação deverá Art. 852-F. Na ata de audiência serão registra-
ocorrer no prazo máximo de quinze dias do dos resumidamente os atos essenciais, as afir-
seu ajuizamento, podendo constar de pau- mações fundamentais das partes e as informa-
ta especial, se necessário, de acordo com o ções úteis à solução da causa trazidas pela prova
movimento judiciário da Junta de Concilia- testemunhal.
ção e Julgamento.
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, incidentes e exceções que possam interferir no
do disposto nos incisos I e II deste artigo im- prosseguimento da audiência e do processo. As
portará no arquivamento da reclamação e demais questões serão decididas na sentença.
condenação ao pagamento de custas sobre
o valor da causa. Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na
audiência de instrução e julgamento, ainda que
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao não requeridas previamente.
juízo as mudanças de endereço ocorridas no
curso do processo, reputando-se eficazes as § 1º Sobre os documentos apresentados
por uma das partes manifestar-se-á imedia

www.acasadoconcurseiro.com.br 871
tamente a parte contrária, sem interrupção
da audiência, salvo absoluta impossibilida-
de, a critério do juiz.
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas
para cada parte, comparecerão à audiência
de instrução e julgamento independente-
mente de intimação.
§ 3º Só será deferida intimação de teste-
munha que, comprovadamente convidada,
deixar de comparecer. Não comparecendo a
testemunha intimada, o juiz poderá deter-
minar sua imediata condução coercitiva.
§ 4º Somente quando a prova do fato o exi-
gir, ou for legalmente imposta, será deferi-
da prova técnica, incumbindo ao juiz, desde
logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e no-
mear perito.
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-
-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco
dias.
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosse-
guimento e a solução do processo dar-se-ão
no prazo máximo de trinta dias, salvo moti-
vo relevante justificado nos autos pelo juiz
da causa.
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos
de convicção do juízo, com resumo dos fatos re-
levantes ocorridos em audiência, dispensado o
relatório.
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão
que reputar mais justa e equânime, aten-
dendo aos fins sociais da lei e as exigências
do bem comum.
§ 3º As partes serão intimadas da sentença
na própria audiência em que prolatada.

872 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ART. 876 A 879)

CAPÍTULO V Parágrafo único. Quando se tratar de de-


DA EXECUÇÃO cisão dos Tribunais Regionais, a execução
poderá ser promovida pela Procuradoria da
Justiça do Trabalho.
Seção I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 878-A. Faculta-se ao devedor o pagamento
imediato da parte que entender devida à Pre-
Art. 876. As decisões passadas em julgado ou vidência Social, sem prejuízo da cobrança de
das quais não tenha havido recurso com efeito eventuais diferenças encontradas na execução
suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; ex officio.
os termos de ajuste de conduta firmados peran-
te o Ministério Público do Trabalho e os termos Art. 879. Sendo ilíquida a sentença exequenda,
de conciliação firmados perante as Comissões ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação,
de Conciliação Prévia serão executada pela for- que poderá ser feita por cálculo, por arbitra-
ma estabelecida neste Capítulo. mento ou por artigos.

Parágrafo único. Serão executadas ex-offi- § 1º Na liquidação, não se poderá modificar,


cio as contribuições sociais devidas em de- ou inovar, a sentença liquidanda nem discu-
corrência de decisão proferida pelos Juízes tir matéria pertinente à causa principal.
e Tribunais do Trabalho, resultantes de con- § 1º-A. A liquidação abrangerá, também, o
denação ou homologação de acordo, inclu- cálculo das contribuições previdenciárias
sive sobre os salários pagos durante o perí- devidas.
odo contratual reconhecido.
§ 1º-B. As partes deverão ser previamente
Art. 877. É competente para a execução das de- intimadas para a apresentação do cálculo
cisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver de liquidação, inclusive da contribuição pre-
conciliado ou julgado originariamente o dissí- videnciária incidente.
dio.
§ 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o
Art. 877-A. É competente para a execução de tí- Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo
tulo executivo extrajudicial o juiz que teria com- de 10 (dez) dias para impugnação funda-
petência para o processo de conhecimento rela- mentada com a indicação dos itens e valo-
tivo à matéria. res objeto da discordância, sob pena de pre-
Art. 878. A execução poderá ser promovida por clusão.
qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio § 3º Elaborada a conta pela parte ou pelos
Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o
termos do artigo anterior. juiz procederá à intimação da União para

www.acasadoconcurseiro.com.br 873
manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob
pena de preclusão.
§ 4º A atualização do crédito devido à Previ-
dência Social observará os critérios estabe-
lecidos na legislação previdenciária.
§ 5º O Ministro de Estado da Fazenda po-
derá, mediante ato fundamentado, dispen-
sar a manifestação da União quando o valor
total das verbas que integram o salário-de-
-contribuição, na forma do art. 28 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar
perda de escala decorrente da atuação do
órgão jurídico.
§ 6º Tratando-se de cálculos de liquidação
complexos, o juiz poderá nomear perito
para a elaboração e fixará, depois da con-
clusão do trabalho, o valor dos respectivos
honorários com observância, entre outros,
dos critérios de razoabilidade e proporcio-
nalidade.

874 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DO MANDADO E DA PENHORA (ART. 880 A 883)

Seção II Art. 882 O executado que não pagar a impor-


DO MANDADO E DA PENHORA tância reclamada poderá garantir a execução
mediante depósito da mesma, atualizada e
Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou pre- acrescida das despesas processuais, ou nome-
sidente do tribunal mandará expedir mandado ando bens à penhora, observada a ordem prefe-
de citação do executado, a fim de que cumpra rencial estabelecida no art. 655 do Código Pro-
a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e cessual Civil.
sob as cominações estabelecidas ou, quando se Art. 883. Não pagando o executado, nem ga-
tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de rantindo a execução, seguir-se-á penhora dos
contribuições sociais devidas à União, para que bens, tantos quantos bastem ao pagamento da
o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta importância da condenação, acrescida de custas
a execução, sob pena de penhora. e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso,
§ 1º O mandado de citação deverá conter devidos a partir da data em que for ajuizada a
a decisão exequenda ou o termo de acordo reclamação inicial.
não cumprido.
§ 2º A citação será feita pelos oficiais de di-
ligência.
§ 3º Se o executado, procurado por 2 (duas)
vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) ho-
ras, não for encontrado, far-se-á citação por
edital, publicado no jornal oficial ou, na fal-
ta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo,
durante 5 (cinco) dias.
Art. 881 No caso de pagamento da importância
reclamada, será este feito perante o escrivão ou
secretário, lavrando-se termo de quitação, em
2 (duas) vias, assinadas pelo exequente, pelo
executado e pelo mesmo escrivão ou secretá-
rio, entregando-se a segunda via ao executado e
juntando-se a outra ao processo.
Parágrafo único. Não estando presente o
exequente, será depositada a importância,
mediante guia, em estabelecimento oficial
de crédito ou, em falta deste, em estabele-
cimento bancário idôneo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 875
Direito Processual do Trabalho

DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO E DA SUA IMPUGNAÇÃO (ART. 884)

Seção III
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO
E DA SUA IMPUGNAÇÃO
Art. 884. Garantida a execução ou penhorados
os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao
exequente para impugnação.
§ 1º A matéria de defesa será restrita às ale-
gações de cumprimento da decisão ou do
acordo, quitação ou prescrição da divida.
§ 2º Se na defesa tiverem sido arroladas
testemunhas, poderá o Juiz ou o Presiden-
te do Tribunal, caso julgue necessários seus
depoimentos, marcar audiência para a pro-
dução das provas, a qual deverá realizar-se
dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º Somente nos embargos à penhora po-
derá o executado impugnar a sentença de
liquidação, cabendo ao exequente igual di-
reito e no mesmo prazo.
§ 4º Julgar-se-ão na mesma sentença os
embargos e as impugnações à liquidação
apresentadas pelos credores trabalhista e
previdenciário.
§ 5º Considera-se inexigível o título judicial
fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal
Federal ou em aplicação ou interpretação
tidas por incompatíveis com a Constituição
Federal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 877
Direito Processual do Trabalho

DO JULGAMENTO E DOS TRÂMITES FINAIS DA EXECUÇÃO


(ART. 885 A 889-A)

Seção IV § 2º Os servidores da Justiça do Trabalho


DO JULGAMENTO E DOS não poderão ser escolhidos ou designados
para servir de avaliador.
TRÂMITES FINAIS DA EXECUÇÃO
Art. 888. Concluída a avaliação, dentro de dez
Art. 885. Não tendo sido arroladas testemunhas dias, contados da data da nomeação do avalia-
na defesa, o juiz ou presidente, conclusos os au- dor, seguir-se-á a arrematação, que será anun-
tos, proferirá sua decisão, dentro de 5 (cinco) ciada por edital afixado na sede do juízo ou
dias, julgando subsistente ou insubsistente a pe- tribunal e publicado no jornal local, se houver,
nhora. com a antecedência de vinte (20) dias.
Art. 886. Se tiverem sido arroladas testemu- § 1º A arrematação far-se-á em dia, hora e
nhas, finda a sua inquirição em audiência, o es- lugar anunciados e os bens serão vendidos
crivão ou secretário fará, dentro de 48 (quaren- pelo maior lance, tendo o exequente prefe-
ta e oito) horas, conclusos os autos ao juiz ou rência para a adjudicação.
presidente, que proferirá sua decisão, na forma
prevista no artigo anterior. § 2º O arrematante deverá garantir o lance
com o sinal correspondente a 20% (vinte
§ 1º Proferida a decisão, serão da mesma por cento) do seu valor.
notificadas as partes interessadas, em regis-
trado postal, com franquia. § 3º Não havendo licitante, e não reque-
rendo o exequente a adjudicação dos bens
§ 2º Julgada subsistente a penhora, o juiz, penhorados, poderão os mesmos ser vendi-
ou presidente, mandará proceder logo à dos por leiloeiro nomeado pelo Juiz ou Pre-
avaliação dos bens penhorados. sidente.
Art. 887 A avaliação dos bens penhorados em § 4º Se o arrematante, ou seu fiador, não
virtude da execução de decisão condenatória, pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o
será feita por avaliador escolhido de comum preço da arrematação, perderá, em benefí-
acordo pelas partes, que perceberá as custas cio da execução, o sinal de que trata o § 2º
arbitradas pelo juiz, ou presidente do tribunal deste artigo, voltando à praça os bens exe-
trabalhista, de conformidade com a tabela a ser cutados.
expedida pelo Tribunal Superior do Trabalho.
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do proces-
§ 1º Não acordando as partes quanto à de- so da execução são aplicáveis, naquilo em que
signação de avaliador, dentro de cinco dias não contravierem ao presente Título, os precei-
após o despacho que o determinou a avalia- tos que regem o processo dos executivos fiscais
ção, será o avaliador designado livremente para a cobrança judicial da dívida ativa da Fa-
pelo juiz ou presidente do tribunal. zenda Pública Federal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 879
Art. 889-A. Os recolhimentos das importâncias
devidas, referentes às contribuições sociais, se-
rão efetuados nas agências locais da Caixa Eco-
nômica Federal ou do Banco do Brasil S.A., por
intermédio de documento de arrecadação da
Previdência Social, dele se fazendo constar o
número do processo.
§ 1º Concedido parcelamento pela Secreta-
ria da Receita Federal do Brasil, o devedor
juntará aos autos a comprovação do ajuste,
ficando a execução da contribuição social
correspondente suspensa até a quitação de
todas as parcelas.
§ 2º As Varas do Trabalho encaminharão
mensalmente à Secretaria da Receita Fede-
ral do Brasil informações sobre os recolhi-
mentos efetivados nos autos, salvo se outro
prazo for estabelecido em regulamento.

880 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho

DOS RECURSOS (ART. 893 A 902)

CAPÍTULO VI súmula ou orientação jurisprudencial do Tri-


DOS RECURSOS bunal Superior do Trabalho ou súmula vin-
culante do Supremo Tribunal Federal.
Art. 893. Das decisões são admissíveis os se- § 2º A divergência apta a ensejar os embar-
guintes recursos: gos deve ser atual, não se considerando tal
I – embargos; a ultrapassada por súmula do Tribunal Su-
perior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
II – recurso ordinário; Federal, ou superada por iterativa e notória
jurisprudência do Tribunal Superior do Tra-
III – recurso de revista;
balho.
IV – agravo.
§ 3º O Ministro Relator denegará seguimen-
§ 1º Os incidentes do processo são resolvi- to aos embargos:
dos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitin-
I – se a decisão recorrida estiver em conso-
do-se a apreciação do merecimento das de-
nância com súmula da jurisprudência do Tri-
cisões interlocutórias somente em recursos
bunal Superior do Trabalho ou do Supremo
da decisão definitiva.
Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e
§ 2º A interposição de recurso para o Supre- atual jurisprudência do Tribunal Superior do
mo Tribunal Federal não prejudicará a exe- Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la;
cução do julgado.
II – nas hipóteses de intempestividade, de-
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho ca- serção, irregularidade de representação ou
bem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: de ausência de qualquer outro pressuposto
extrínseco de admissibilidade.
I – de decisão não unânime de julgamento
que: § 4º Da decisão denegatória dos embargos
caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação
em dissídios coletivos que excedam a com- Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instân-
petência territorial dos Tribunais Regionais cia superior:
do Trabalho e estender ou rever as senten-
I – das decisões definitivas ou terminativas
ças normativas do Tribunal Superior do Tra-
das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias;
balho, nos casos previstos em lei; e
e
II – das decisões das Turmas que divergirem
II – das decisões definitivas ou terminativas
entre si ou das decisões proferidas pela Se-
dos Tribunais Regionais, em processos de
ção de Dissídios Individuais, ou contrárias a
sua competência originária, no prazo de 8

www.acasadoconcurseiro.com.br 881
(oito) dias, quer nos dissídios individuais, regulamento empresarial de observância
quer nos dissídios coletivos. obrigatória em área territorial que exceda a
jurisdição do Tribunal Regional prolator da
§ 1º Nas reclamações sujeitas ao procedi- decisão recorrida, interpretação divergente,
mento sumaríssimo, o recurso ordinário: na forma da alínea a;
II – será imediatamente distribuído, uma c) proferidas com violação literal de disposi-
vez recebido no Tribunal, devendo o relator ção de lei federal ou afronta direta e literal à
liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Constituição Federal.
Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo
imediatamente em pauta para julgamento, § 1º O recurso de revista, dotado de efeito
sem revisor; apenas devolutivo, será interposto perante
o Presidente do Tribunal Regional do Traba-
III – terá parecer oral do representante do lho, que, por decisão fundamentada, pode-
Ministério Público presente à sessão de jul- rá recebê-lo ou denegá-lo.
gamento, se este entender necessário o pa-
recer, com registro na certidão; § 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é
ônus da parte:
IV – terá acórdão consistente unicamente
na certidão de julgamento, com a indicação I – indicar o trecho da decisão recorrida
suficiente do processo e parte dispositiva, que consubstancia o prequestionamento da
e das razões de decidir do voto prevalente. controvérsia objeto do recurso de revista;
Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a certidão de julgamento, re- II – indicar, de forma explícita e fundamen-
gistrando tal circunstância, servirá de acór- tada, contrariedade a dispositivo de lei,
dão. súmula ou orientação jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho que conflite
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em com a decisão regional;
Turmas, poderão designar Turma para o jul-
gamento dos recursos ordinários interpos- III – expor as razões do pedido de reforma,
tos das sentenças prolatadas nas demandas impugnando todos os fundamentos jurídi-
sujeitas ao procedimento sumaríssimo. cos da decisão recorrida, inclusive mediante
demonstração analítica de cada dispositivo
Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma de lei, da Constituição Federal, de súmula
do Tribunal Superior do Trabalho das decisões ou orientação jurisprudencial cuja contra-
proferidas em grau de recurso ordinário, em riedade aponte.
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando: § 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais
Regionais do Trabalho ou por suas Turmas,
a) derem ao mesmo dispositivo de lei fede- em execução de sentença, inclusive em pro-
ral interpretação diversa da que lhe houver cesso incidente de embargos de terceiro,
dado outro Tribunal Regional do Trabalho, não caberá Recurso de Revista, salvo na hi-
no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dis- pótese de ofensa direta e literal de norma
sídios Individuais do Tribunal Superior do da Constituição Federal.
Trabalho, ou contrariarem súmula de juris-
prudência uniforme dessa Corte ou súmula § 3º Os Tribunais Regionais do Trabalho pro-
vinculante do Supremo Tribunal Federal; cederão, obrigatoriamente, à uniformização
de sua jurisprudência e aplicarão, nas cau-
b) derem ao mesmo dispositivo de lei es- sas da competência da Justiça do Trabalho,
tadual, Convenção Coletiva de Trabalho, no que couber, o incidente de uniformiza-
Acordo Coletivo, sentença normativa ou ção de jurisprudência previsto nos termos

882 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho – Dos Recursos (Art. 893 a 902) – Prof. Pedro Kuhn

do Capítulo I do Título IX do Livro I da Lei nº do, em qualquer caso, as circunstâncias que


5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de identifiquem ou assemelhem os casos con-
Processo Civil). frontados.
§ 4º Ao constatar, de ofício ou mediante § 9º Nas causas sujeitas ao procedimento
provocação de qualquer das partes ou do sumaríssimo, somente será admitido recur-
Ministério Público do Trabalho, a existência so de revista por contrariedade a súmula de
de decisões atuais e conflitantes no âmbito jurisprudência uniforme do Tribunal Supe-
do mesmo Tribunal Regional do Trabalho so- rior do Trabalho ou a súmula vinculante do
bre o tema objeto de recurso de revista, o Supremo Tribunal Federal e por violação di-
Tribunal Superior do Trabalho determinará reta da Constituição Federal.
o retorno dos autos à Corte de origem, a fim
de que proceda à uniformização da jurispru- § 10. Cabe recurso de revista por violação a
dência. lei federal, por divergência jurisprudencial e
por ofensa à Constituição Federal nas exe-
§ 5º A providência a que se refere o § 4º cuções fiscais e nas controvérsias da fase de
deverá ser determinada pelo Presidente do execução que envolvam a Certidão Negativa
Tribunal Regional do Trabalho, ao emitir ju- de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela
ízo de admissibilidade sobre o recurso de Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011.
revista, ou pelo Ministro Relator, mediante
decisões irrecorríveis. § 11. Quando o recurso tempestivo contiver
defeito formal que não se repute grave, o
§ 6º Após o julgamento do incidente a que Tribunal Superior do Trabalho poderá des-
se refere o § 3º, unicamente a súmula regio- considerar o vício ou mandar saná-lo, jul-
nal ou a tese jurídica prevalecente no Tribu- gando o mérito.
nal Regional do Trabalho e não conflitante
com súmula ou orientação jurisprudencial § 12. Da decisão denegatória caberá agravo,
do Tribunal Superior do Trabalho servirá no prazo de 8 (oito) dias.
como paradigma para viabilizar o conheci- § 13. Dada a relevância da matéria, por ini-
mento do recurso de revista, por divergên- ciativa de um dos membros da Seção Es-
cia. pecializada em Dissídios Individuais do Tri-
§ 7º A divergência apta a ensejar o recurso bunal Superior do Trabalho, aprovada pela
de revista deve ser atual, não se consideran- maioria dos integrantes da Seção, o julga-
do como tal a ultrapassada por súmula do mento a que se refere o § 3º poderá ser afe-
Tribunal Superior do Trabalho ou do Supre- to ao Tribunal Pleno.
mo Tribunal Federal, ou superada por itera- Art. 896-A O Tribunal Superior do Trabalho, no
tiva e notória jurisprudência do Tribunal Su- recurso de revista, examinará previamente se a
perior do Trabalho. causa oferece transcendência com relação aos
§ 8º Quando o recurso fundar-se em dis- reflexos gerais de natureza econômica, política,
senso de julgados, incumbe ao recorrente social ou jurídica.
o ônus de produzir prova da divergência ju- Art. 896-B Aplicam-se ao recurso de revista, no
risprudencial, mediante certidão, cópia ou que couber, as normas da Lei no 5.869, de 11 de
citação do repositório de jurisprudência, janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), rela-
oficial ou credenciado, inclusive em mídia tivas ao julgamento dos recursos extraordinário
eletrônica, em que houver sido publicada a e especial repetitivos.
decisão divergente, ou ainda pela reprodu-
ção de julgado disponível na internet, com Art. 896-C Quando houver multiplicidade de re-
indicação da respectiva fonte, mencionan- cursos de revista fundados em idêntica questão

www.acasadoconcurseiro.com.br 883
de direito, a questão poderá ser afetada à Seção § 6º O recurso repetitivo será distribuído a
Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tri- um dos Ministros membros da Seção Espe-
bunal Pleno, por decisão da maioria simples de cializada ou do Tribunal Pleno e a um Minis-
seus membros, mediante requerimento de um tro revisor.
dos Ministros que compõem a Seção Especiali-
zada, considerando a relevância da matéria ou a § 7º O relator poderá solicitar, aos Tribunais
existência de entendimentos divergentes entre Regionais do Trabalho, informações a res-
os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tri- peito da controvérsia, a serem prestadas no
bunal. prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1º O Presidente da Turma ou da Seção § 8º O relator poderá admitir manifestação


Especializada, por indicação dos relatores, de pessoa, órgão ou entidade com interesse
afetará um ou mais recursos representati- na controvérsia, inclusive como assistente
vos da controvérsia para julgamento pela simples, na forma da Lei nº 5.869, de 11 de
Seção Especializada em Dissídios Individuais janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recur- § 9º Recebidas as informações e, se for o
sos repetitivos. caso, após cumprido o disposto no § 7º des-
§ 2º O Presidente da Turma ou da Seção te artigo, terá vista o Ministério Público pelo
Especializada que afetar processo para jul- prazo de 15 (quinze) dias.
gamento sob o rito dos recursos repetitivos § 10. Transcorrido o prazo para o Ministério
deverá expedir comunicação aos demais Público e remetida cópia do relatório aos
Presidentes de Turma ou de Seção Especia- demais Ministros, o processo será incluído
lizada, que poderão afetar outros processos em pauta na Seção Especializada ou no Tri-
sobre a questão para julgamento conjunto, bunal Pleno, devendo ser julgado com pre-
a fim de conferir ao órgão julgador visão ferência sobre os demais feitos.
global da questão.
§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Supe-
§ 3º O Presidente do Tribunal Superior do rior do Trabalho, os recursos de revista so-
Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribu- brestados na origem:
nais Regionais do Trabalho para que sus-
pendam os recursos interpostos em casos I – terão seguimento denegado na hipóte-
idênticos aos afetados como recursos repe- se de o acórdão recorrido coincidir com a
titivos, até o pronunciamento definitivo do orientação a respeito da matéria no Tribu-
Tribunal Superior do Trabalho. nal Superior do Trabalho; ou

§ 4º Caberá ao Presidente do Tribunal de II – serão novamente examinados pelo Tri-


origem admitir um ou mais recursos repre- bunal de origem na hipótese de o acórdão
sentativos da controvérsia, os quais serão recorrido divergir da orientação do Tribunal
encaminhados ao Tribunal Superior do Tra- Superior do Trabalho a respeito da matéria.
balho, ficando suspensos os demais recur-
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do §
sos de revista até o pronunciamento defini-
11 deste artigo, mantida a decisão divergen-
tivo do Tribunal Superior do Trabalho.
te pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame
§ 5º O relator no Tribunal Superior do Tra- de admissibilidade do recurso de revista.
balho poderá determinar a suspensão dos
§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob
recursos de revista ou de embargos que te-
o rito dos recursos repetitivos também con-
nham como objeto controvérsia idêntica à
tenha questão constitucional, a decisão
do recurso afetado como repetitivo.
proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o

884 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho – Dos Recursos (Art. 893 a 902) – Prof. Pedro Kuhn

conhecimento de eventuais recursos extra- § 1º O agravo de petição só será recebido


ordinários sobre a questão constitucional. quando o agravante delimitar, justificada-
mente, as matérias e os valores impugna-
§ 14. Aos recursos extraordinários interpos- dos, permitida a execução imediata da par-
tos perante o Tribunal Superior do Trabalho te remanescente até o final, nos próprios
será aplicado o procedimento previsto no autos ou por carta de sentença.
art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil), caben- § 2º O agravo de instrumento interposto
do ao Presidente do Tribunal Superior do contra o despacho que não receber agra-
Trabalho selecionar um ou mais recursos vo de petição não suspende a execução da
representativos da controvérsia e encami- sentença.
nhá-los ao Supremo Tribunal Federal, so-
brestando os demais até o pronunciamento § 3º Na hipótese da alínea a deste artigo, o
definitivo da Corte, na forma do § 1º do art. agravo será julgado pelo próprio tribunal,
543-B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de presidido pela autoridade recorrida, salvo
1973 (Código de Processo Civil). se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho
de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do o julgamento competirá a uma das Turmas
Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regio- do Tribunal Regional a que estiver subordi-
nais do Trabalho e os Presidentes das Tur- nado o prolator da sentença, observado o
mas e da Seção Especializada do Tribunal disposto no art. 679, a quem este remeterá
para que suspendam os processos idênticos as peças necessárias para o exame da ma-
aos selecionados como recursos represen- téria controvertida, em autos apartados, ou
tativos da controvérsia e encaminhados ao nos próprios autos, se tiver sido determina-
Supremo Tribunal Federal, até o seu pro- da a extração de carta de sentença.
nunciamento definitivo.
§ 4º Na hipótese da alínea b deste artigo, o
§ 16. A decisão firmada em recurso repeti- agravo será julgado pelo Tribunal que seria
tivo não será aplicada aos casos em que se competente para conhecer o recurso cuja
demonstrar que a situação de fato ou de interposição foi denegada.
direito é distinta das presentes no processo
julgado sob o rito dos recursos repetitivos. § 5º Sob pena de não conhecimento, as par-
tes promoverão a formação do instrumen-
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em to do agravo de modo a possibilitar, caso
julgamento de recursos repetitivos quando provido, o imediato julgamento do recurso
se alterar a situação econômica, social ou denegado, instruindo a petição de interpo-
jurídica, caso em que será respeitada a se- sição:
gurança jurídica das relações firmadas sob a
égide da decisão anterior, podendo o Tribu- I – obrigatoriamente, com cópias da deci-
nal Superior do Trabalho modular os efeitos são agravada, da certidão da respectiva in-
da decisão que a tenha alterado. timação, das procurações outorgadas aos
advogados do agravante e do agravado, da
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: petição inicial, da contestação, da decisão
originária, do depósito recursal referente
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presi- ao recurso que se pretende destrancar, da
dente, nas execuções; comprovação do recolhimento das custas e
b) de instrumento, dos despachos que de- do depósito recursal a que se refere o § 7º
negarem a interposição de recursos. do art. 899 desta Consolidação;

www.acasadoconcurseiro.com.br 885
II – facultativamente, com outras peças que são, poderão recorrer, além dos interessados, o
o agravante reputar úteis ao deslinde da Presidente do Tribunal e a Procuradoria da Justi-
matéria de mérito controvertida. ça do Trabalho.
§ 6º O agravado será intimado para oferecer Art. 899. Os recursos serão interpostos por sim-
resposta ao agravo e ao recurso principal, ples petição e terão efeito meramente devolu-
instruindo-a com as peças que considerar tivo, salvo as exceções previstas neste Título,
necessárias ao julgamento de ambos os re- permitida a execução provisória até a penhora.
cursos.
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10
§ 7º Provido o agravo, a Turma deliberará (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos
sobre o julgamento do recurso principal, dissídios individuais, só será admitido o re-
observando-se, se for o caso, daí em diante, curso inclusive o extraordinário, mediante
o procedimento relativo a esse recurso. prévio depósito da respectiva importância.
Transitada em julgado a decisão recorrida,
§ 8º Quando o agravo de petição versar ordenar-se-á o levantamento imediato da
apenas sobre as contribuições sociais, o juiz importância de depósito, em favor da parte
da execução determinará a extração de có- vencedora, por simples despacho do juiz.
pias das peças necessárias, que serão autu-
adas em apartado, conforme dispõe o § 3º, § 2º Tratando-se de condenação de valor in-
parte final, e remetidas à instância superior determinado, o depósito corresponderá ao
para apreciação, após contraminuta. que for arbitrado, para efeito de custas, pela
Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da (dez) vezes o salário-mínimo da região.
sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, de-
vendo seu julgamento ocorrer na primeira au- § 4º O depósito de que trata o § 1º far-se-
diência ou sessão subsequente a sua apresen- -á na conta vinculada do empregado a que
tação, registrado na certidão, admitido efeito se refere o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de
modificativo da decisão nos casos de omissão e setembro de 1966, aplicando-se-lhe os pre-
contradição no julgado e manifesto equívoco no ceitos dessa Lei observado, quanto ao res-
exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. pectivo levantamento, o disposto no § 1º.
§ 1º Os erros materiais poderão ser corri- § 5º Se o empregado ainda não tiver conta
gidos de ofício ou a requerimento de qual- vinculada aberta em seu nome, nos termos
quer das partes. do art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setem-
bro de 1966, a empresa procederá à respec-
§ 2º Eventual efeito modificativo dos em- tiva abertura, para efeito do disposto no §
bargos de declaração somente poderá ocor- 2º.
rer em virtude da correção de vício na deci-
são embargada e desde que ouvida a parte § 6º Quando o valor da condenação, ou o
contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. arbitrado para fins de custas, exceder o li-
mite de 10 (dez) vezes o salário-mínimo da
§ 3º Os embargos de declaração interrom- região, o depósito para fins de recursos será
pem o prazo para interposição de outros re- limitado a este valor.
cursos, por qualquer das partes, salvo quan-
do intempestivos, irregular a representação § 7º No ato de interposição do agravo de
da parte ou ausente a sua assinatura. instrumento, o depósito recursal correspon-
derá a 50% (cinquenta por cento) do valor
Art. 898. Das decisões proferidas em dissídio do depósito do recurso ao qual se pretende
coletivo que afete empresa de serviço público, destrancar.
ou, em qualquer caso, das proferidas em revi-

886 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual do Trabalho – Dos Recursos (Art. 893 a 902) – Prof. Pedro Kuhn

§ 8º Quando o agravo de instrumento tem a


finalidade de destrancar recurso de revista
que se insurge contra decisão que contraria
a jurisprudência uniforme do Tribunal Supe-
rior do Trabalho, consubstanciada nas suas
súmulas ou em orientação jurisprudencial,
não haverá obrigatoriedade de se efetuar o
depósito referido no § 7º deste artigo.
Art. 900. Interposto o recurso, será notificado o
recorrido para oferecer as suas razões, em prazo
igual ao que tiver tido o recorrente.
Art. 901. Sem prejuízo dos prazos previstos nes-
te Capítulo, terão as partes vistas dos autos em
cartório ou na secretaria.
Parágrafo único. Salvo quando estiver correndo
prazo comum, aos procuradores das partes será
permitido ter vista dos autos fora do cartório ou
secretaria.

www.acasadoconcurseiro.com.br 887
Direito Processual Civil

Professor Giuliano Tamagno

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Estes institutos se interagem, se ligam, formando o que se denomina triângulo


processual ou trilogia processual.

O Estado tem o poder e a obrigação de realizar o Direito,


JURISDIÇÃO resolvendo conflitos e preservando a paz social. A esta
função estatal dá-se o nome de JURISDIÇÃO.

A ação é regida por atos complexos, petições, decisões


interlocutórias, decisões de mero expediente, recursos,
PROCESSO sentenças, acórdãos, etc... e o conjunto destes atos, damos
o nome de PROCESSO.

Umas das mais marcantes características da jurisdição é a


AÇÃO inércia, que consiste no fato de só agir quando provocada, e
o meio de se fazer isso é a AÇÃO. (Princípio da Inércia)

O Estado para fazer cumprir seus objetivos divide o seu campo de atuação em três grandes poderes,
quais sejam; Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um deles tem uma função precípua:
Legislativo = legislar.
Executivo = administrar.
Judiciário = resolver os litígios nos casos concretos.

Essa função de resolução de litígios, nada mais é que a


JURISDIÇÃO JURISDIÇÃO (que vem do latim juris dicto – dizer o direito). A
Jurisdição é uma garantia fundamental, encartada em nossa
Constituição Federal uma vez que a parte não pode ter seu
direito obstado por lei ou por contrato.

www.acasadoconcurseiro.com.br 891
I – Lide: conflito de interesses caracterizado por uma pretensão resistida.
II – Inércia: Estado deve manter inerte somente podendo, se pronunciar se for provocado.
III – Definitividade: ou seja, imutabilidade das decisões judiciais, em respeito ao principio da
segurança jurídica, art. 5º (XXXVI) da Constituição Federal.

INDECLINABILIDADE: O órgão
jurisdicional não pode recusar
nem delegar a função que lhe foi
comedita.
JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS
JUIZ NATURAL: Investido na forma
da Constituição; juiz competente,
em face das normas, para processar
e julgar o feito.
IMPRORROGABILIDADE: Os limites
da juridição são os estabelecidos
na Constituição.

JURISDIÇÃO CONTECIOSA: Jurisdição propriamente dita, poder-


dever atribuído aos juízes para que possam compor os conflitos

JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: Participação da Justiça em negócios


privados, a fim de conferir-lhe validade (v.g., nomeação de tutor,
alienação judicial).

892 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Da Jurisdição e Da Ação – Prof. Giuliano Tamagno

www.acasadoconcurseiro.com.br 893
DA JURISDIÇÃO
Art. 1º A jurisdição civil, contenciosa e voluntá-
ria, é exercida pelos juízes, em todo o território
nacional, conforme as disposições que este Có-
digo estabelece.
Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicio-
nal senão quando a parte ou o interessado a re-
querer, nos casos e forma legais.

DA AÇÃO
Art. 3º Para propor ou contestar ação é neces-
sário ter interesse e legitimidade.
Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à
declaração:
I – da existência ou da inexistência de rela-
ção jurídica;
II – da autenticidade ou falsidade de docu-
mento.
Parágrafo único. É admissível a ação decla-
ratória, ainda que tenha ocorrido a violação
do direito.
Art. 5º Se, no curso do processo, se tornar liti-
giosa relação jurídica de cuja existência ou ine-
xistência depender o julgamento da lide, qual-
quer das partes poderá requerer que o juiz a
declare por sentença.
Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome pró-
prio, direito alheio, salvo quando autorizado por
lei..

894 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil

DAS PARTES E DOS PROCURADORES

O INCAPAZ PODE SER PARTE?


SIM. Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma da lei civil.
E quando o incapaz não possui representante?

Art. 9º diz que o juiz nomeará CURADOR ESPECIAL ao:


•• Incapaz sem representante;
•• Representante com interesses colidentes;
•• Réu preso;
•• Réu revel citado por edital ou hora certa.

REPRESENTAÇÃO
União
Estados � PROCURADOR
Distrito federal
Territórios
Municípios ⟶ PROCURADOR OU PREFEITO
Massa falida ⟶ SÍNDICO*
Condomínio ⟶ SÍNDICO OU ADMINISTRADOR
Herança jacente ou vacante ⟶ CURADOR NOMEADO PELO JUÍZ
Espólio ⟶ INVENTARIANTE
Pessoa jurídica estrangeira ⟶ REPRESENTANTE/ADMINISTRADOR/GERENTE
Pessoa jurídica nacional ⟶ QUEM O ESTATUTO NOMEAR, SE OMISSO, OS DIRETORES

www.acasadoconcurseiro.com.br 895
Empresário de fato ⟶ ADMINISTRADOR
Art. 7º Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
Art. 8º Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma da lei civil.
Art. 9º O juiz dará curador especial:
I – ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os
daquele;
II – ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.
Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes,
a este competirá a função de curador especial.
Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem
sobre direitos reais imobiliários.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações:
I – que versem sobre direitos reais imobiliários;
II – resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles;
III – fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de
recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;
IV – que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre
imóveis de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.
Art. 11. A autorização do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um
cônjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossível dá-la.
Parágrafo único. A falta, não suprida pelo juiz, da autorização ou da outorga, quando necessária,
invalida o processo.
Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores;
II – o Município, por seu Prefeito ou procurador;
III – a massa falida, pelo síndico;
IV – a herança jacente ou vacante, por seu curador;
V – o espólio, pelo inventariante;
VI – as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando,
por seus diretores;

896 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Partes e dos Procuradores – Prof. Giuliano Tamagno

VII – as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos
seus bens;
VIII – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial,
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, parágrafo único);
IX – o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico.
§ 1º Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão
autores ou réus nas ações em que o espólio for parte.
§ 2º As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não poderão opor a
irregularidade de sua constituição.
§ 3º O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica estrangeira, a
receber citação inicial para o processo de conhecimento, de execução, cautelar e especial.
Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o
juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.
Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber:
I – ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;
II – ao réu, reputar-se-á revel;
III – ao terceiro, será excluído do processo.

Verificada a irregularidade (art. 13)


Quanto ao autor ⟶ NULIDADE DO PROCESSO
Quanto ao réu ⟶ REVELIA
Quanto ao terceiro ⟶ EXCLUSÃO
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – proceder com lealdade e boa-fé;
III – não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamen-
to;
IV – não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa
do direito.
V – cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de
provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da
OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da ju-
risdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar
ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não

www.acasadoconcurseiro.com.br 897
superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do
trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da
União ou do Estado.
Art. 15. É defeso às partes e seus advogados empregar expressões injuriosas nos escritos apresen-
tados no processo, cabendo ao juiz, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las.
Parágrafo único. Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz ad-
vertirá o advogado que não as use, sob pena de Ihe ser cassada a palavra.

898 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil

DEVERES DAS PARTES E PROCURADORES

DOS DEVERES

Apesar do nome atribuído ao capítulo – dos deveres das partes e seus procuradores – os incisos
impõem deveres que transcendem tais personagens, estendendo-se a todos aqueles que,
de qualquer forma, participam do processo, como os intervenientes, o Ministério Público, os
funcionários do Judiciário, os peritos e assistentes técnicos, as testemunhas e as pessoas que
são dirigidas as determinações judiciais (estas, ainda que não participem do processo).
Aquele que violar os quatro primeiros incisos do art. 14 responderá por perdas e danos que
causar (art. 16). Sem prejuízo dessa obrigação, o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento,
condenará o litigante de má-fé em multa não excedente a 1% do valor da causa, bem como a
ressarcir os honorários advocatícios e todas as despesas da parte contrária.
A violação do inciso V do art. 14, que obriga ao cumprimento exato dos provimentos
mandamentais e à não criação de embaraços aos provimentos judiciais antecipados ou finais,
constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, que não se confunde com o ato atentatório
à dignidade da justiça, tratado no art. 600, do CPC.
A sanção ao primeiro é imposta no parágrafo único do art. 14. A obrigação de cumprir o
provimento mandamental só é imposta às partes; a de não criar embaraço aos provimentos
judiciais é dirigida às partes, ao Ministério Público, aos intervenientes, e a eventuais terceiros a
quem sejam impostas as determinações judiciais.
Só não pode ser aplicada ao advogado, por força de ressalva expressa no dispositivo legal,
acrescentada ao projeto originário, por força de pressão de entidades da classe dos advogados,
ressalvada de duvidosa constitucionalidade, já que, por eximir tão somente a eles das sanções
por descumprimento de determinações judiciais, ofende o princípio da isonomia.
Sem prejuízo das sanções penais (como, por exemplo, crime de desobediência), civis ou
processuais cabíveis, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, aplicará multa não superior
a 20% do valor da causa. Pode haver violação cumulativa dos quatro primeiros incisos e do
último, caso em que serão aplicadas cumulativamente as penas de litigância de má-fé e do ato
atentatório ao exercício da jurisdição.
Diferentemente do que ocorre com a litigância de má-fé, a condenação imposta pelo juiz não
reverte em proveito da parte contrária, mas em favor da Fazenda Pública. É que, no caso da
violação do inciso V, o ofendido não é o adversário, mas a administração da Justiça. Por isso, se
não houver o pagamento, a multa será, após o trânsito em julgado, inscrita como dívida ativa
da União ou do Estado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 899
Haverá dificuldade se o autor do ato atentatório for a própria Fazenda Pública, uma vez que a
multa reverte em seu proveito. Parece-nos, que, nesse caso, deverá ser imputado ao funcionário
que desobedeceu a determinação judicial.
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – proceder com lealdade e boa-fé;
III – não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;
IV – não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa
do direito.
V – cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de
provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da
OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da
jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis,
aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta
e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido,
contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como
dívida ativa da União ou do Estado.
Art. 15. É defeso às partes e seus advogados empregar expressões injuriosas nos escritos
apresentados no processo, cabendo ao juiz, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-
las.
Parágrafo único. Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz
advertirá o advogado que não as use, sob pena de Ihe ser cassada a palavra.

900 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL

Durante a tramitação do processo o juiz tem o poder-dever de velar pela solução do litígio de
forma adequada, reprimindo aqueles atos que se manifestem contrários ao desenvolvimento
regular do feito e à dignidade da justiça.
Assim, em se verificando que uma das partes está litigando de má-fé, o juiz tem o poder-dever
e aplicar, de ofício e em qualquer grau de jurisdição, multa não excedente a 1% sobre o valor da
causa.
As hipóteses de litigância de má fé encontram-se configuradas no Art. 17 do CPC.
O rol é taxativo, não comportando ampliações.
Praticada quaisquer condutas elencadas no art. 17, além do pagamento de multa, o litigante
de má-fé será condenado a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais
honorários e despesas. (18 CPC)

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl – provocar incidentes manifestamente infundados.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar
multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos
prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção
do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrária.
§ 2º O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20%
(vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 901
Direito Processual
AulaCivil
XX

DAS DESPESAS E DAS MULTAS

Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesas
dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o início até
sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela sentença.
§ 1º O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião de cada ato processual.
§ 2º Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realização o juiz determinar
de ofício ou a requerimento do Ministério Público.
Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os
honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado
funcionar em causa própria.
§ 1º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas despesas o vencido.

www.acasadoconcurseiro.com.br 903
§ 2º As despesas abrangem não só as custas dor na causa, o direito a haver do vencido hono-
dos atos do processo, como também a inde- rários advocatícios.
nização de viagem, diária de testemunha e
remuneração do assistente técnico. Art. 23. Concorrendo diversos autores ou diver-
sos réus, os vencidos respondem pelas despe-
§ 3º Os honorários serão fixados entre o mí- sas e honorários em proporção.
nimo de dez por cento (10%) e o máximo de
vinte por cento (20%) sobre o valor da con- Art. 24. Nos procedimentos de jurisdição volun-
denação, atendidos: tária, as despesas serão adiantadas pelo reque-
rente, mas rateadas entre os interessados.
a) o grau de zelo do profissional;
Art. 25. Nos juízos divisórios, não havendo lití-
b) o lugar de prestação do serviço; gio, os interessados pagarão as despesas pro-
porcionalmente aos seus quinhões.
c) a natureza e importância da causa, o tra-
balho realizado pelo advogado e o tempo Art. 26. Se o processo terminar por desistência
exigido para o seu serviço. ou reconhecimento do pedido, as despesas e os
honorários serão pagos pela parte que desistiu
§ 4º Nas causas de pequeno valor, nas de ou reconheceu.
valor inestimável, naquelas em que não
houver condenação ou for vencida a Fazen- § 1º Sendo parcial a desistência ou o reco-
da Pública, e nas execuções, embargadas ou nhecimento, a responsabilidade pelas des-
não, os honorários serão fixados consoante pesas e honorários será proporcional à par-
apreciação equitativa do juiz, atendidas as te de que se desistiu ou que se reconheceu.
normas das alíneas a, b e c do parágrafo an-
terior. § 2º Havendo transação e nada tendo as
partes disposto quanto às despesas, estas
§ 5º Nas ações de indenização por ato ilícito serão divididas igualmente.
contra pessoa, o valor da condenação será a
soma das prestações vencidas com o capital Art. 27. As despesas dos atos processuais, efe-
necessário a produzir a renda correspon- tuados a requerimento do Ministério Público
dente às prestações vincendas (art. 602), ou da Fazenda Pública, serão pagas a final pelo
podendo estas ser pagas, também mensal- vencido.
mente, na forma do § 2º do referido art. Art. 28. Quando, a requerimento do réu, o juiz
602, inclusive em consignação na folha de declarar extinto o processo sem julgar o mérito
pagamentos do devedor. (art. 267, § 2º), o autor não poderá intentar de
Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor novo a ação, sem pagar ou depositar em cartó-
e vencido, serão recíproca e proporcionalmente rio as despesas e os honorários, em que foi con-
Distribuídos e compensados entre eles os hono- denado.
rários e as despesas. Art. 29. As despesas dos atos, que forem adia-
Parágrafo único. Se um litigante decair de dos ou tiverem de repetir-se, ficarão a cargo da
parte mínima do pedido, o outro responde- parte, do serventuário, do órgão do Ministério
rá, por inteiro, pelas despesas e honorários. Público ou do juiz que, sem justo motivo, hou-
ver dado causa ao adiamento ou à repetição.
Art. 22. O réu que, por não arguir na sua res-
posta fato impeditivo, modificativo ou extintivo Art. 30. Quem receber custas indevidas ou ex-
do direito do autor, dilatar o julgamento da lide, cessivas é obrigado a restituí-las, incorrendo em
será condenado nas custas a partir do sanea- multa equivalente ao dobro de seu valor.
mento do processo e perderá, ainda que vence- Art. 31. As despesas dos atos manifestamente
protelatórios, impertinentes ou supérfluos se-

904 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Despesas e das Multas – Prof. Giuliano Tamagno

rão pagas pela parte que os tiver promovido ou


praticado, quando impugnados pela outra.
Art. 32. Se o assistido ficar vencido, o assistente
será condenado nas custas em proporção à ati-
vidade que houver exercido no processo.
Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do
assistente técnico que houver indicado; a do pe-
rito será paga pela parte que houver requerido
o exame, ou pelo autor, quando requerido por
ambas as partes ou determinado de ofício pelo
juiz.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar
que a parte responsável pelo pagamento
dos honorários do perito deposite em juí-
zo o valor correspondente a essa remune-
ração. O numerário, recolhido em depósito
bancário à ordem do juízo e com correção
monetária, será entregue ao perito após a
apresentação do laudo, facultada a sua libe-
ração parcial, quando necessária.
Art. 34. Aplicam-se à reconvenção, à oposição, à
ação declaratória incidental e aos procedimen-
tos de jurisdição voluntária, no que couber, as
disposições constantes desta seção.
Art. 35. As sanções impostas às partes em con-
sequência de má-fé serão contadas como custas
e reverterão em benefício da parte contrária; as
impostas aos serventuários pertencerão ao Es-
tado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 905
Direito Processual Civil

LITISCONSÓRCIO

O que é? Pluralidade de partes – artS. 46 ao 49. Via de regra é definido no


momento da distribuição
da ação.
Exceção: Intervenção de
terceiros, que é ulterior.

Como autores: Como réus:


LITISCONSÓRCIO ATIVO LITISCONSÓRCIO PASSIVO

De autores e réus:
LITISCONSÓRCIO MISTO

Quanto à sentença do processo com litisconsortes

•• A sentença poderá ser:

Simples: apresenta uma relação individual para cada litisconsorte (individualizada);


Unitária: é a mesma sentença para todos litisconsortes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 907
Quanto à criação do Litisconsórcio

Litisconsórcio necessário Litisconsórcio facultativo

Art. 47 CPC Art. 46 CPC


Tem caráter obrigatório Tem caráter obrigatório
depende da vontade
Pode ser limitado

Por lei Pela relação


De ofício Pelo réu
jurídica
alegando alegando
Não pode ser limitado
Celeridade Prejuízo para defesa
processual art. 46§ ú CPC

IMPORTANTE!!

•• NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE LITISCONSÓRICO FACULTATIVO OU NECESSÁRIO COM SENTENÇA


SIMPLES OU UNITÁRIA.

SIMPLES

FACULTATIVO UNITÁRIA

SIMPLES
NECESSÁRIO
UNITÁRIA

908 www.acasadoconcurseiro.com.br
Procedimento Ordinário: Prova Testemunhal – Direito Processual Civil – Prof. Giuliano Tamagno

DO LITISCONSÓRCIO
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no
mesmo processo, em conjunto, ativa ou passi-
vamente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos
ou de obrigações relativamente à lide;
II – os direitos ou as obrigações derivarem
do mesmo fundamento de fato ou de direi-
to;
III – entre as causas houver conexão pelo
objeto ou pela causa de pedir;
IV – ocorrer afinidade de questões por um
ponto comum de fato ou de direito.
Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litis-
consórcio facultativo quanto ao número de
litigantes, quando este comprometer a rápi-
da solução do litígio ou dificultar a defesa.
O pedido de limitação interrompe o prazo
para resposta, que recomeça da intimação
da decisão.(Incluído pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando,
por disposição de lei ou pela natureza da re-
lação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de
modo uniforme para todas as partes; caso em
que a eficácia da sentença dependerá da citação
de todos os litisconsortes no processo.
Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor
que promova a citação de todos os litiscon-
sortes necessários, dentro do prazo que as-
sinar, sob pena de declarar extinto o proces-
so.
Art. 48. Salvo disposição em contrário, os litis-
consortes serão considerados, em suas relações
com a parte adversa, como litigantes distintos;
os atos e as omissões de um não prejudicarão
nem beneficiarão os outros.
Art. 49. Cada litisconsorte tem o direito de pro-
mover o andamento do processo e todos devem
ser intimados dos respectivos atos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 909
Direito Processual
AulaCivil
XX

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição per- § 6º Durante a execução orçamentária do


manente, essencial à função jurisdicional do exercício, não poderá haver a realização de
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem ju- despesas ou a assunção de obrigações que
rídica, do regime democrático e dos interesses extrapolem os limites estabelecidos na lei
sociais e individuais indisponíveis. de diretrizes orçamentárias, exceto se pre-
viamente autorizadas, mediante a abertura
§ 1º São princípios institucionais do Minis- de créditos suplementares ou especiais.
tério Público a unidade, a indivisibilidade e
a independência funcional. Art. 128. O Ministério Público abrange:
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada au- I – o Ministério Público da União, que com-
tonomia funcional e administrativa, poden- preende:
do, observado o disposto no art. 169, pro-
por ao Poder Legislativo a criação e extinção a) o Ministério Público Federal;
de seus cargos e serviços auxiliares, proven- b) o Ministério Público do Trabalho;
do-os por concurso público de provas ou de
provas e títulos, a política remuneratória e c) o Ministério Público Militar;
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua
d) o Ministério Público do Distrito Federal
organização e funcionamento.
e Territórios;
§ 3º O Ministério Público elaborará sua pro-
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
posta orçamentária dentro dos limites esta-
belecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 1º O Ministério Público da União tem por
chefe o Procurador-Geral da República, no-
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar
meado pelo Presidente da República dentre
a respectiva proposta orçamentária dentro
integrantes da carreira, maiores de trinta e
do prazo estabelecido na lei de diretrizes
cinco anos, após a aprovação de seu nome
orçamentárias, o Poder Executivo conside-
pela maioria absoluta dos membros do Se-
rará, para fins de consolidação da proposta
nado Federal, para mandato de dois anos,
orçamentária anual, os valores aprovados
permitida a recondução.
na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma § 2º A destituição do Procurador-Geral da
do § 3º. República, por iniciativa do Presidente da
República, deverá ser precedida de autori-
§ 5º Se a proposta orçamentária de que tra-
zação da maioria absoluta do Senado Fede-
ta este artigo for encaminhada em desacor-
ral.
do com os limites estipulados na forma do
§ 3º, o Poder Executivo procederá aos ajus- § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e
tes necessários para fins de consolidação da o do Distrito Federal e Territórios formarão
proposta orçamentária anual. lista tríplice dentre integrantes da carreira,

www.acasadoconcurseiro.com.br 911
na forma da lei respectiva, para escolha de f) receber, a qualquer título ou pretexto,
seu Procurador-Geral, que será nomeado auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
pelo Chefe do Poder Executivo, para manda- entidades públicas ou privadas, ressalvadas
to de dois anos, permitida uma recondução. as exceções previstas em lei.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e § 6º Aplica-se aos membros do Ministério
no Distrito Federal e Territórios poderão ser Público o disposto no art. 95, parágrafo úni-
destituídos por deliberação da maioria ab- co, V.
soluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva. Art. 129. São funções institucionais do Ministé-
rio Público:
§ 5º Leis complementares da União e dos
Estados, cuja iniciativa é facultada aos res- I – promover, privativamente, a ação penal
pectivos Procuradores-Gerais, estabelece- pública, na forma da lei;
rão a organização, as atribuições e o estatu- II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes
to de cada Ministério Público, observadas, Públicos e dos serviços de relevância públi-
relativamente a seus membros: ca aos direitos assegurados nesta Constitui-
I – as seguintes garantias: ção, promovendo as medidas necessárias a
sua garantia;
a) vitaliciedade, após dois anos de exercí-
cio, não podendo perder o cargo senão por III – promover o inquérito civil e a ação civil
sentença judicial transitada em julgado; pública, para a proteção do patrimônio pú-
blico e social, do meio ambiente e de outros
b) inamovibilidade, salvo por motivo de in- interesses difusos e coletivos;
teresse público, mediante decisão do órgão
colegiado competente do Ministério Públi- IV – promover a ação de inconstitucionali-
co, pelo voto da maioria absoluta de seus dade ou representação para fins de inter-
membros, assegurada ampla defesa; venção da União e dos Estados, nos casos
previstos nesta Constituição;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na
forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o dis- V – defender judicialmente os direitos e in-
posto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, teresses das populações indígenas;
153, § 2º, I; VI – expedir notificações nos procedimen-
II – as seguintes vedações: tos administrativos de sua competência, re-
quisitando informações e documentos para
a) receber, a qualquer título e sob qualquer instruí-los, na forma da lei complementar
pretexto, honorários, percentagens ou cus- respectiva;
tas processuais;
VII – exercer o controle externo da ativida-
b) exercer a advocacia; de policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
c) participar de sociedade comercial, na for-
ma da lei; VIII – requisitar diligências investigatórias e
a instauração de inquérito policial, indica-
d) exercer, ainda que em disponibilidade, dos os fundamentos jurídicos de suas mani-
qualquer outra função pública, salvo uma festações processuais;
de magistério;
IX – exercer outras funções que lhe forem
e) exercer atividade político-partidária; conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representa-

912 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Do Ministério Público – Prof. Giuliano Tamagno

ção judicial e a consultoria jurídica de enti- IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo
dades públicas. Tribunal Federal e outro pelo Superior Tri-
bunal de Justiça;
§ 1º A legitimação do Ministério Público
para as ações civis previstas neste artigo V – dois advogados, indicados pelo Conse-
não impede a de terceiros, nas mesmas hi- lho Federal da Ordem dos Advogados do
póteses, segundo o disposto nesta Consti- Brasil;
tuição e na lei. VI – dois cidadãos de notável saber jurídico
§ 2º As funções do Ministério Público só po- e reputação ilibada, indicados um pela Câ-
dem ser exercidas por integrantes da carrei- mara dos Deputados e outro pelo Senado
ra, que deverão residir na comarca da res- Federal.
pectiva lotação, salvo autorização do chefe § 1º Os membros do Conselho oriundos do
da instituição. Ministério Público serão indicados pelos
respectivos Ministérios Públicos, na forma
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério da lei.
Público far-se-á mediante concurso público
de provas e títulos, assegurada a participa- § 2º Compete ao Conselho Nacional do Mi-
ção da Ordem dos Advogados do Brasil em nistério Público o controle da atuação admi-
sua realização, exigindo-se do bacharel em nistrativa e financeira do Ministério Público
direito, no mínimo, três anos de atividade e do cumprimento dos deveres funcionais
jurídica e observando-se, nas nomeações, a de seus membros, cabendo lhe:
ordem de classificação. I – zelar pela autonomia funcional e admi-
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que nistrativa do Ministério Público, podendo
couber, o disposto no art. 93. expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providên-
§ 5º A distribuição de processos no Ministé- cias;
rio Público será imediata. II – zelar pela observância do art. 37 e apre-
Art. 130. Aos membros do Ministério Público ciar, de ofício ou mediante provocação, a
junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as dis- legalidade dos atos administrativos pratica-
posições desta seção pertinentes a direitos, ve- dos por membros ou órgãos do Ministério
dações e forma de investidura. Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério que se adotem as providências necessárias
Público compõe-se de quatorze membros no- ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
meados pelo Presidente da República, depois da competência dos Tribunais de Contas;
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal, para um mandato de dois anos, III – receber e conhecer das reclamações
admitida uma recondução, sendo: contra membros ou órgãos do Ministério
Público da União ou dos Estados, inclusive
I – o Procurador-Geral da República, que o contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo
preside; da competência disciplinar e correicional da
II – quatro membros do Ministério Público instituição, podendo avocar processos dis-
da União, assegurada a representação de ciplinares em curso, determinar a remoção,
cada uma de suas carreiras; a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao
III – três membros do Ministério Público dos tempo de serviço e aplicar outras sanções
Estados; administrativas, assegurada ampla defesa;

www.acasadoconcurseiro.com.br 913
IV – rever, de ofício ou mediante provoca- II – exercer funções executivas do Conselho,
ção, os processos disciplinares de membros de inspeção e correição geral;
do Ministério Público da União ou dos Esta- III – requisitar e designar membros do Mi-
dos julgados há menos de um ano; nistério Público, delegando-lhes atribui-
V – elaborar relatório anual, propondo as ções, e requisitar servidores de órgãos do
providências que julgar necessárias sobre a Ministério Público.
situação do Ministério Público no País e as § 4º O Presidente do Conselho Federal da
atividades do Conselho, o qual deve inte- Ordem dos Advogados do Brasil oficiará jun-
grar a mensagem prevista no art. 84, XI. to ao Conselho.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação se- § 5º Leis da União e dos Estados criarão ou-
creta, um Corregedor nacional, dentre os vidorias do Ministério Público, competentes
membros do Ministério Público que o inte- para receber reclamações e denúncias de
gram, vedada a recondução, competindo- qualquer interessado contra membros ou
-lhe, além das atribuições que lhe forem órgãos do Ministério Público, inclusive con-
conferidas pela lei, as seguintes: tra seus serviços auxiliares, representando
I – receber reclamações e denúncias, de diretamente ao Conselho Nacional do Mi-
qualquer interessado, relativas aos mem- nistério Público.
bros do Ministério Público e dos seus servi-
ços auxiliares;

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito Art. 83. Intervindo como fiscal da lei, o Ministé-
de ação nos casos previstos em lei, cabendo- rio Público:
-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus
que às partes. I – terá vista dos autos depois das partes,
sendo intimado de todos os atos do proces-
Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir: so;
I – nas causas em que há interesses de inca- II – poderá juntar documentos e certidões,
pazes; produzir prova em audiência e requerer
medidas ou diligências necessárias ao des-
II – nas causas concernentes ao estado da cobrimento da verdade.
pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, inter-
dição, casamento, declaração de ausência e Art. 84. Quando a lei considerar obrigatória a
disposições de última vontade; intervenção do Ministério Público, a parte pro-
mover-lhe-á a intimação sob pena de nulidade
III – nas ações que envolvam litígios coleti- do processo.
vos pela posse da terra rural e nas demais
causas em que há interesse público eviden- Art. 85. O órgão do Ministério Público será civil-
ciado pela natureza da lide ou qualidade da mente responsável quando, no exercício de suas
parte. funções, proceder com dolo ou fraude.

914 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

COMPETÊNCIAS

IDEIA GERAL DE COMPETÊNCIAS

Hierarquia
Competência absoluta:
matéria de ordem pública (inderrogável)
Matéria

Valor da causa
Competência relativa:
matéria de interesse privado (alterável)
Territorial

QUEM PODE DECLARAR A INCOMPETÊNCIA

Parte
Incompetência Absoluta
Juíz

Parte Interessada
Incompetência Relativa
(réu da ação)

Juiz pode se declarar incompetente relativo de ofício?

www.acasadoconcurseiro.com.br 915
Quando arguir e como arguir a incompetência:

Incompetência relativa: no primeiro momento, por meio de exceção de incompetência (art.


112: “Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa”) sob pena de prorrogação da
competência (art. 114: “Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do
parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e
prazos legais”).
Incompetência absoluta: Art. 113: “A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e
pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção
[...]”. DEVE SER ARGUIDA por meio de preliminar de contestação, por simples petição, ou ação
rescisória.

COMPETÊNCIA ABSOLUTA
União
Autarquias
Federal
Matéria: (art. 109 Empresas e
Justiça especializada ou comum do CF) Fundações públicas

OAB
Pessoa residente ou
Trabalho Eleitoral domiciliada no BR,
Militar
contra pais estrangeiro

Estadual (residual) Tratado ou convenção


Ações de Estado e capacidade das pessoas
Acidente do trabalho contra o INSS (vara do AT) Executar sentença
Falência, insolvência (art. 94 do CPC) estrangeira

Direitos Indígenas

COMPETÊNCIA ABSOLUTA

Funcional ou Hierárquica
A competência funcional é tratada em nosso Código de Processo Civil no seu art. 93. Dispõe o
referido dispositivo de lei:
Art. 93. Regem a competência dos tribunais as normas da Constituição da República e de organização
judiciária. A competência funcional dos juízes de primeiro grau é disciplinada neste Código.
Pode-se afirmar que a competência funcional nada mais é do que o critério de atribuição de
competência segundo a função especial desempenhada pelos respectivos magistrados, numa
mesma relação processual.
Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver
convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que
passará os autos ao seu sucessor.

916 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Da Competência – Prof. Giuliano Tamagno

COMPETÊNCIA RELATIVA

Valorda causa
JEC ESTADUAL (Lei nº 9.009/1995) Até 40 S.M. relativa
JEC FEDERAL (Lei nº 10.259/2001) Até 60 S.M. absoluta
JEC DA FAZENDA (Lei nº 12.152/2009) Até 60 S.M. absoluta

Território Ver se tem lei especial (CDC, por exemplo)

CPC, arts. 94 ao 100 são relativas

Exceção, art. 95 do CPC

Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação funda da em direito real sobre bens móveis
serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for
encontrado ou no foro do domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro
do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer
foro.
§ 4º Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de
qualquer deles, à escolha do autor.
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que
o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I ‒ da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo;
II ‒ do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía
bens em lugares diferentes.
Art. 97. As ações em que o ausente for réu correm no foro de seu último domicílio, que é também
o competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições
testamentárias.
Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu representante.

www.acasadoconcurseiro.com.br 917
E SE O AUTOR FOR INCAPAZ?

Art. 99. O foro da Capital do Estado ou do Território é competente:


I ‒ para as causas em que a União for autora, ré ou interveniente;
II ‒ para as causas em que o Território for autor, réu ou interveniente.
Parágrafo único. Correndo o processo perante outro juiz, serão os autos remetidos ao juiz
competente da Capital do Estado ou Território, tanto que neles intervenha uma das entidades
mencionadas neste artigo.
Excetuam-se:
I ‒ o processo de insolvência;
II ‒ os casos previstos em lei.
Art. 100. É competente o foro:
I ‒ da residência da mulher, para a ação de separação dos cônjuges e a conversão desta em
divórcio, e para a anulação de casamento;
II ‒ do domicílio ou da residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
III ‒ do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos;
IV ‒ do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurídica;
b) onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu;
c) onde exerce a sua atividade principal, para a ação em que for ré a sociedade, que carece de
personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se Ihe exigir o cumprimento;
V ‒ do lugar do ato ou fato:
a) para a ação de reparação do dano;
b) para a ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios alheios.
Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de
veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.

918 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Da Competência – Prof. Giuliano Tamagno

Modificação da competência
Art. 102 e seguintes do CPC

Modificação (arts. 102 a 111 do CPC)


•• Prorrogação;
•• Conceito: dar competência à quem não tem;
•• Incompetência relativa não arguida;
•• Foro de eleição;
•• Prevenção;
•• Conceito: dar mais competência para o juiz que já é competente;
•• Distribuição por dependência;
•• Por reunião de ações (ajuizadas em juízos diversos).
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência
territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
Para memorizar
Mesma comarca: aquele que primeiro despachou.
Comarca diferente: primeira citação válida.

Declaração e Modificação de Competência.

MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Existem situações em que a competência é modificada (competência relativa), dentre as


maneiras de operar-se este fenômeno temos a conexão e a continência.
A primeira, prevista no artigo 103 do CPC, diz respeito à relação que se estabelece entre duas
ou mais demandas.
As ações têm três elementos identificadores: as partes, o pedido e a causa de pedir.
Haverá conexão entre elas quanto tiverem o mesmo pedido ou causas de pedir (basta que as
duas ações tenham em comum um dos dois elementos).
Assim, para que não haja sentenças conflitantes reúnem-se as causas conexas, porém a reunião
das causas é uma faculdade do juiz.
A continência, prevista no artigo 104 do CPC, também diz respeito a uma relação entre duas ou
mais demandas, contudo, exige dois elementos comuns: partes iguais e causas de pedir, onde

www.acasadoconcurseiro.com.br 919
os pedidos sejam diferentes (do contrário haveria litispendência) onde um é mais abrangente
que o de outro.
Tal como ocorre com a conexão, na continência pode o juiz, de ofício ou a requerimento das
partes, determinar a reunião das ações propostas separadamente; para que a decisão seja
proferida simultaneamente.

ÓRGÃO COMPETENTE PARA JULGAR CONFLITO DE COMPETÊNCIA


Quando a competência for absoluta, o juiz a examinará de ofício, naquilo que os alemães
denominam “competência da competência”.
Se o juiz verifica que não é competente para a demanda, determina a remessa dos autos ao
foro ou juízo apropriados, sanando-se o vício.
O mesmo não acontece com a incompetência relativa, porque o juiz não pode conhecê-la de
ofício, mas apenas quando arguida pelo réu, em exceção, sob pena de prorrogação.
Assim, o conflito de competência ocorre quando dois ou mais juízes dão-se por competentes
ou consideram-se incompetentes para uma determinada demanda.
No primeiro caso haverá conflito positivo, e, no segundo, o negativo.
De acordo com o artigo 116 do CPC, eles podem ser suscitados, por meio de petição instruída
com os documentos pertinentes à prova do conflito em questão, por qualquer das partes, pelo
MP ou pelo próprio juiz.
O órgão competente para julgá-lo é o tribunal hierarquicamente superior aos dos juízes que
se declararam competentes ou incompetentes para apreciação da lide. Se o conflito ocorrer
entre o tribunal ou entre juízes de justiças diferentes ou entre juízes de grau inferior o Superior
Tribunal de Justiça será o órgão competente para julgamento do conflito.
Uma vez suscitado o conflito de competência o andamento do processo será suspenso e
somente serão resolvidas as medidas urgentes.
Após decisão do conflito, os autos do processo serão remetidos para o juízo declarado
competente pelo Tribunal.

SÚMULAS PERTINENTES
•• Sumula vinculante 23 do STF
•• Sumula Vinculante 27 do STF
•• Súmula 508 do STF
•• Súmula 517do STF
•• Súmula 556 do STF
•• Súmula 624 do STF

920 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Da Competência – Prof. Giuliano Tamagno

•• Sumula 1 do STJ
•• Súmula 3 do STJ
•• Súmula 11 do STJ
•• Súmula 33 do STJ
•• Súmula 34 do STJ
•• Súmula 41 do STJ
•• Súmula 42 do STJ
•• Súmula 55 do STJ
•• Súmula 59 do STJ
•• Súmula 150 do STJ
•• Súmula 177 do STJ
•• Súmula 224 do STJ
•• Súmula 235 do STJ

Das Modificações da Competência


Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou
continência, observado o disposto nos artigos seguintes.
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de
pedir.
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente.
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência
territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca, determinar-se-á o foro
pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a totalidade do imóvel.
Art. 108. A ação acessória será proposta perante o juiz competente para a ação principal.
Art. 109. O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção, a ação declaratória
incidente, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente.
Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato
delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça
criminal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 921
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da
intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a
questão prejudicial.
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das
partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações.
§ 1º O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

Da Declaração de Incompetência
Art. 112. Argui-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser
declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.
Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer
tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção.
§ 1º Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em
que Ihe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas.
§ 2º Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-
se os autos ao juiz competente.
Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do
art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais.
Art. 115. Há conflito de competência:
I – quando dois ou mais juízes se declaram competentes;
II – quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes;
III – quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos.
Art. 116. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo
juiz.
Parágrafo único. O Ministério Público será ouvido em todos os conflitos de competência; mas
terá qualidade de parte naqueles que suscitar.
Art. 117. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, ofereceu exceção de incompetência.
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte, que o não
suscitou, ofereça exceção declinatória do foro.
Art. 118. O conflito será suscitado ao presidente do tribunal:

922 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Da Competência – Prof. Giuliano Tamagno

I – pelo juiz, por ofício;


II – pela parte e pelo Ministério Público, por petição.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova
do conflito.
Art. 119. Após a distribuição, o relator mandará ouvir os juízes em conflito, ou apenas o suscitado,
se um deles for suscitante; dentro do prazo assinado pelo relator, caberá ao juiz ou juízes prestar as
informações.
Art. 120. Poderá o relator, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando
o conflito for positivo, seja sobrestado o processo, mas, neste caso, bem como no de conflito
negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Parágrafo único. Havendo jurisprudência dominante do tribunal sobre a questão suscitada, o
relator poderá decidir de plano o conflito de competência, cabendo agravo, no prazo de cinco
dias, contado da intimação da decisão às partes, para o órgão recursal competente.
Art. 121. Decorrido o prazo, com informações ou sem elas, será ouvido, em 5 (cinco) dias, o
Ministério Público; em seguida o relator apresentará o conflito em sessão de julgamento.
Art. 122. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juiz competente, pronunciando-se
também sobre a validade dos atos do juiz incompetente.
Parágrafo único. Os autos do processo, em que se manifestou o conflito, serão remetidos ao
juiz declarado competente.
Art. 123. No conflito entre turmas, seções, câmaras, Conselho Superior da Magistratura, juízes de
segundo grau e desembargadores, observar-se-á o que dispuser a respeito o regimento interno do
tribunal.
Art. 124. Os regimentos internos dos tribunais regularão o processo e julgamento do conflito de
atribuições entre autoridade judiciária e autoridade administrativa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 923
Direito Processual
AulaCivil
XX

DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

A relação jurídica, de um modo geral, cria Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou
direitos e obrigações para as partes. Na relação despachar alegando lacuna ou obscuridade da
jurídica oriunda do processo não é diferente. lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar
as normas legais; não as havendo, recorrerá à
Os sujeitos da relação processual (autor, analogia, aos costumes e aos princípios gerais
réu e juiz) possuem direitos e obrigações de direito.
estabelecidos pelos artigos seguintes.
Art. 127. O juiz só decidirá por equidade nos
PODER-DEVER DE PRESTAR casos previstos em lei.
A TUTELA JURISDICIONAL
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em
O juiz não se exime de sentenciar alegando que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de
lacuna na lei. Caso não exista norma sobre questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei
o caso concreto deve ser aplicado analogia, exige a iniciativa da parte.
costumes ou princípios do direto. Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias
Uma vez provocada, a atuação da jurisdição é da causa, de que autor e réu se serviram
inexorável. do processo para praticar ato simulado ou
conseguir fim proibido por lei, o juiz proferirá
LIMITES DA DECISÃO sentença que obste aos objetivos das partes.

Ao distribuir a petição inicial, o autor limita a Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a
demanda, sendo que o juiz ficará adstrito aos requerimento da parte, determinar as
pedidos do autos, não podendo conceder nada provas necessárias à instrução do processo,
a mais, ou fora daqueles pedidos, não podendo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente
ainda, deixar de apreciar algum dos pedidos. protelatórias.

Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova,
disposições deste Código, competindo-lhe: atendendo aos fatos e circunstâncias constantes
dos autos, ainda que não alegados pelas partes;
I – assegurar às partes igualdade de mas deverá indicar, na sentença, os motivos que
tratamento; Ihe formaram o convencimento.
II – velar pela rápida solução do litígio; Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que
concluir a audiência julgará a lide, salvo se
III – prevenir ou reprimir qualquer ato
estiver convocado, licenciado, afastado por
contrário à dignidade da Justiça;
qualquer motivo, promovido ou aposentado,
IV – tentar, a qualquer tempo, conciliar as casos em que passará os autos ao seu sucessor.
partes.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o
juiz que proferir a sentença, se entender

www.acasadoconcurseiro.com.br 925
necessário, poderá mandar repetir as pro-
vas já produzidas.
Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz,
quando:
I – no exercício de suas funções, proceder
com dolo ou fraude;
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo
motivo, providência que deva ordenar de
ofício, ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas
as hipóteses previstas no II só depois que a
parte, por intermédio do escrivão, requerer
ao juiz que determine a providência e este
não Ihe atender o pedido dentro de 10 (dez)
dias.

926 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

As causas de impedimento e suspeição es- III – que conheceu em primeiro grau de ju-
tão previstas nos artigos 134 a 138, do Códi- risdição, tendo-lhe proferido sentença ou
go de Processo Civil (CPC) e dizem respeito decisão;
à imparcialidade do juiz no exercício de sua
função. IV – quando nele estiver postulando, como
advogado da parte, o seu cônjuge ou qual-
É dever do juiz declarar-se impedido ou sus- quer parente seu, consanguíneo ou afim,
peito, podendo alegar motivos de foro ínti- em linha reta; ou na linha colateral até o se-
mo. O impedimento tem caráter objetivo, gundo grau;
enquanto que a suspeição tem relação com
o subjetivismo do juiz. A imparcialidade V – quando cônjuge, parente, consanguí-
do juiz é um dos pressupostos processuais neo ou afim, de alguma das partes, em linha
subjetivos do processo. No impedimento reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
há presunção absoluta (juris et de jure) de VI – quando for órgão de direção ou de ad-
parcialidade do juiz em determinado pro- ministração de pessoa jurídica, parte na
cesso por ele analisado, enquanto na sus- causa.
peição há apenas presunção relativa (juris
tantum). O CPC dispõe, por exemplo, que Parágrafo único. No caso do no IV, o impe-
o magistrado está proibido de exercer suas dimento só se verifica quando o advogado
funções em processos de que for parte ou já estava exercendo o patrocínio da causa;
neles tenha atuado como advogado. é, porém, vedado ao advogado pleitear no
processo, a fim de criar o impedimento do
O juiz será considerado suspeito por sua juiz.
parcialidade quando for amigo íntimo ou
inimigo capital de qualquer das partes, re- Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de par-
ceber presente antes ou depois de iniciado cialidade do juiz, quando:
o processo, aconselhar alguma das partes
I – amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
sobre a causa, entre outros.
quer das partes;
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas fun-
II – alguma das partes for credora ou deve-
ções no processo contencioso ou voluntário:
dora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes
I – de que for parte; destes, em linha reta ou na colateral até o
terceiro grau;
II – em que interveio como mandatário da
parte, oficiou como perito, funcionou como III – herdeiro presuntivo, donatário ou em-
órgão do Ministério Público, ou prestou de- pregador de alguma das partes;
poimento como testemunha;
IV – receber dádivas antes ou depois de ini-
ciado o processo; aconselhar alguma das
partes acerca do objeto da causa, ou submi

www.acasadoconcurseiro.com.br 927
nistrar meios para atender às despesas do
litígio;
V – interessado no julgamento da causa em
favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz decla-
rar-se suspeito por motivo íntimo.
Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem pa-
rentes, consanguíneos ou afins, em linha reta e
no segundo grau na linha colateral, o primeiro,
que conhecer da causa no tribunal, impede que
o outro participe do julgamento; caso em que o
segundo se escusará, remetendo o processo ao
seu substituto legal.
Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento
e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O
juiz que violar o dever de abstenção, ou não
se declarar suspeito, poderá ser recusado por
qualquer das partes (art. 304).
Art. 138. Aplicam-se também os motivos de
impedimento e de suspeição:
I – ao órgão do Ministério Público, quando
não for parte, e, sendo parte, nos casos
previstos nos ns. I a IV do art. 135;
II – ao serventuário de justiça;
III – ao perito;
IV – ao intérprete.
§ 1º A parte interessada deverá argüir o
impedimento ou a suspeição, em petição
fundamentada e devidamente instruída, na
primeira oportunidade em que Ihe couber
falar nos autos; o juiz mandará processar
o incidente em separado e sem suspensão
da causa, ouvindo o argüido no prazo de
5 (cinco) dias, facultando a prova quando
necessária e julgando o pedido.
§ 2º Nos tribunais caberá ao relator proces-
sar e julgar o incidente.

928 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

ATOS PROCESSUAIS

Forma é o conjunto de solenidades que se devem observar para que o ato jurídico seja
plenamente eficaz.
É através da forma que a declaração de vontade adquire realidade e se torna ato jurídico
processual.
Quanto à forma, os atos jurídicos em geral costumam ser classificados em solenes ou não
solenes.
Solenes são aqueles para os quais a lei prevê uma determinada forma como condição de
validade.
E não solenes, os atos de forma livre, isto é, que podem ser praticados independentemente de
qualquer solenidade e que se provam por quaisquer dos meios de convencimento admitidos
em direito.
Os atos processuais são solenes porque, via de regra, se subordinam à forma escrita, a termos
adequados, a lugares e tempo expressamente previstos em lei.
A regra geral é a forma livre dos atos (107 CC).
PRINCÍPIO IMPORTANTE: O princípio da instrumentalidade do processo instituído de forma
genérica no art. 244 do CPC preceitua que nenhuma nulidade seja declarada sem que exista um
efetivo prejuízo.
Para o Código, portanto, as formas que prescrevem são relevantes, mas sua inobservância não
é causa de nulidade, a não ser que dela tenha decorrido a não consecução da finalidade do ato.
Quando, todavia, o texto legal cominar, expressamente, a pena de nulidade para a inobservância
de determinada forma, como no caso das citações (art.247), não incide a regra liberal do art.
154, de maneira que o ato não produzirá eficácia jurídica, ainda que a ciência da in ius vocacio
tenha efetivamente chegado ao réu.
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a
finalidade essencial.
Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática
e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de
autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves
Públicas Brasileira - ICP - Brasil.
§ 2º Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e
assinados por meio eletrônico, na forma da lei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 929
Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:
I – em que o exigir o interesse público;
Il – que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em
divórcio, alimentos e guarda de menores.
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito
às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do
desquite.
Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.
Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando
acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado.
Atos das partes são aqueles praticados por autor, réu, terceiros intervenientes e Ministério
Público, regra geral produzem efeitos imediatamente (cuidado com a desistência da ação, que
produz efeito só depois de homologada pelo juiz – 158 § único).
O principal ato da parte autora é a petição inicial, que rompe a inércia, provocando o judiciário
acerca de uma questão controvertida, esperando uma decisão estatal.
Nos atos do réu, destaca-se a defesa, denominada contestação, onde o réu deve arguir toda
matéria invocada a seu favor.

DOS ATOS DA PARTE


Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade,
produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.
Art. 159. Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, todas as petições e documentos que
instruírem o processo, não constantes de registro público, serão sempre acompanhados de cópia,
datada e assinada por quem os oferecer.
§ 1º Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria irá formando autos
suplementares, dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original.
§ 2º Os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta dos autos
originais.
Art. 160. Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que
entregarem em cartório.
Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las,
impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do
juízo.
Os atos do juiz, apresentados no art. 162 do CPC, não são taxativos, sendo um rol exemplificativo,
ao passo que no curso do processo o juiz pode praticar outros atos como inspeção judicial,
inquirição de testemunha...
Sentença: antes da lei 11.232/2005 sentença era “ato pelo qual o juiz põe termo ao processo”
pois até então o processo se encerrava com a sentença. Hoje em dia, o conceito foi alterado, e

930 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Da Forma dos Atos Processuais – Prof. Giuliano Tamagno

sentença é somente mais uma fase do processo sendo o seu conceito inscupido no §1º do art.
162 “sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269
desta lei” ou seja, a sentença não encerra mais o processo, pois com o advento do sincretismo
processual não se faz mais necessário um processo de execução de sentença, mas sim o
mero cumprimento da sentença em uma nova fase, dentro do mesmo processo, denominada
cumprimento de sentença. Ressalvo que o processo de execução ainda existe, mas se destina
basicamente a fazer a execução de títulos executivos extrajudiciais.
Ainda, sentença pode ser dividida em terminativa e definitiva.
Terminativa é aquela que não resolve o mérito do processo, aplicando o art. 267 do CPC,
produzindo a coisa julgada formal.
Definitiva é a sentença que resolve o mérito, aplicando o art. 269 do CPC, produzindo, por sua
vez, coisa julgada material.
Requisitos da sentença não são importantes por hora, devendo ser estudado em apartado.
Decisão interlocutória, prevista no Art. 162 §2º é um ato de cunho decisório, que o juiz se faz
valer para resolver alguma questão incidental.
Exemplo: o Advogado da parte autora requer a oitiva de uma testemunha, o juiz indefere o
pedido por entender já provado tal fato.
Tal ato é uma sentença? Obviamente que não. Tem cunho decisório? Sim, ele decidiu que não
ouvirá mais testemunhas, então é decisão interlocutória.
Por possuir cunho decisório, cabe recurso, denominado AGRAVO, previsto no art. 522 do CPC.
Nos Tribunais também há prolação de decisão interlocutória.
Macete: todo ato do juiz com conteúdo decisório que não se enquadre como sentença, é uma
decisao interlocutória
DESPACHOS – tem a finalidade de dar andamento ao processo. Não cabe recurso.

DOS ATOS DO JUIZ


Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269
desta Lei.
§ 2º Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão
incidente.
§ 3º São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a
requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem
de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando
necessários.
Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 931
Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e assinados
pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará,
submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.
Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458; as
demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso.

DOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA


Art. 166. Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o
juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e
procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.
Art. 167. O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma
quanto aos suplementares.
Parágrafo único. Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos peritos e às
testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.
Art. 168. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas
e rubricadas pelo escrivão.
Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével,
assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-
los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.
§ 1º É vedado usar abreviaturas.
§ 2º Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais
praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente
digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que
será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos
advogados das partes.
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas
oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de
plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo.
Art. 170. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo
ou tribunal.

Art. 171. Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas
ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.

932 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

IMPORTANTE: esqueça tudo o que você sabe sobre dias úteis!


Sábado, para efeito processual é considerado um dia útil e podem ser realizadas diligências
independente de autorização expressa do juiz.
É considerado feriado, os domingos e os dias declarados por lei.
Regra geral: atos realizam-se das 6h às 20h em dias úteis. Podem ser concluídos após as 20h se
o adiamento prejudicar a diligencia ou causar grave dano.
PODE OCORRER ALGUM ATO FORA DESSE HORÁRIO? Sim, mediante autorização expressa do
juiz a penhora e a citação podem ocorrer fora do horário estabelecido na lei, inclusive nos
feriados.

DO TEMPO
Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o
adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa
do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste
artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso Xl, da Constituição Federal.
§ 3º Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta
deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de
organização judiciária local.
Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se:
I – a produção antecipada de provas (art. 846);
II – a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o sequestro,
a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos,
a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos
análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil
seguinte ao feriado ou às férias.

www.acasadoconcurseiro.com.br 933
Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:
I – os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando
possam ser prejudicados pelo adiamento;
II – as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem
como as mencionadas no art. 275;
III – todas as causas que a lei federal determinar.
Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.

DO LUGAR
Art. 176. Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-
se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo arguido pelo
interessado e acolhido pelo juiz.

934 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

PRAZO

PRAZO DOS ATOS PROCESSUAIS

Prazo é o lapso de tempo que um ato processual pode ser validamente praticado. É delimitado
pelo termo inicial e termo final.

Os prazos podem ser próprios ou impróprios:


Próprios são aqueles destinados às partes para a pratica de determinado ato, uma vez não
observados ensejam a perda da possibilidade (preclusão temporal).
Impróprios, são aqueles destinados ao juiz, que a não observância não representa nenhuma
sanção. Esta consequência fere a garantia da razoável duração do processo (art. 5º LXXVII CF).
Quanto à possibilidade de dilação os prazos podem ser dilatórios ou peremptórios.
Dilatórios são aqueles que podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das
partes. Por exemplo, prazo que o advogado continuará a representar o cliente após a revogação
(45) – prazo de suspensão do processo por convenção das partes (265,II).
Importante, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo
legítimo.
Peremptórios são fixados em lei de forma imperativa, não permitem alteração, NEM COM A
CONCORDÂNCIA DO JUIZ. Ex. prazo para contestar, recorrer.

ATENÇÃO
Qualquer que seja a natureza do prazo, o juiz pode prorrogá-lo por até 60 dias nas comarcas
onde for difícil o transporte (182).
Em casos de calamidade a prorrogação não tem limite (182, parágrafo único)

www.acasadoconcurseiro.com.br 935
Curso dos prazos
Via de regra, todo prazo é continuo, não se interrompendo nos feriados, mesmo os prolongados
como natal, semana santa, carnaval. (178)
O recesso e as férias do judiciário no fim do ano suspendem os prazos. (179)
Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte (retirada indevida dos
autos de secretaria), pela morte de uma das partes, interdição, impedimento. (180).

MARCO INICIAL DOS PRAZOS


Os prazos são contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento (184), sendo
a INTIMAÇÃO o marco inicial do prazo (240).
O prazo começa a fluir no primeiro dia útil subsequente ao dia da publicação.

Prazos para o MP, FP, e DP


Computar-se-á em quadruplo o prazo para contestar, e em dobro para recorrer quando a parte
for a Fazenda Pública ou o Ministério Público (188).
4C2R
Entende-se por Fazenda Pública:
União, Estado, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas.
Quanto à Defensoria Pública, todos os prazos serão em dobro (não está no CPC).
(art. 5º §5º lei 1.060/50– Estados) e (Art. 89, I LC 80/94– União)
Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o
juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.
Art. 178. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.
Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a
correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
Art. 180. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo
qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao
que faltava para a sua complementação.
Art. 181. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção,
porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo.
§ 1º O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação.
§ 2º As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação.

936 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Prazo – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 182. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos
peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos,
mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste
artigo para a prorrogação de prazos.
Art. 183. Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de
praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa.
§ 1º Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de
praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que Ihe assinar.
Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e
incluindo o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou
em dia em que:
I – for determinado o fechamento do fórum;
II – o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
§ 2º Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e
parágrafo único).
Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a
prática de ato processual a cargo da parte.
Art. 186. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.
Art. 187. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual
tempo, os prazos que este Código Ihe assina.
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a
parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
Art. 189. O juiz proferirá:
I – os despachos de expediente, no prazo de 2 (dois) dias;
II – as decisões, no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 190. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas e executar os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados:
I – da data em que houver concluído o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei;
II – da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
Parágrafo único. Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a hora em que ficou
ciente da ordem, referida no ll.

www.acasadoconcurseiro.com.br 937
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro
os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Art. 192. Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento
depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas.

DA VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS E DAS PENALIDADES


Art. 193. Compete ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos que
este Código estabelece.
Art. 194. Apurada a falta, o juiz mandará instaurar procedimento administrativo, na forma da Lei de
Organização Judiciária.
Art. 195. O advogado deve restituir os autos no prazo legal. Não o fazendo, mandará o juiz, de
ofício, riscar o que neles houver escrito e desentranhar as alegações e documentos que apresentar.
Art. 196. É lícito a qualquer interessado cobrar os autos ao advogado que exceder o prazo legal.
Se, intimado, não os devolver dentro em 24 (vinte e quatro) horas, perderá o direito à vista fora
de cartório e incorrerá em multa, correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do
juízo.
Parágrafo único. Apurada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados
do Brasil, para o procedimento disciplinar e imposição da multa.
Art. 197. Aplicam-se ao órgão do Ministério Público e ao representante da Fazenda Pública as
disposições constantes dos arts. 195 e 196.
Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao presidente do
Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação
ao órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator,
conforme as circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando
outro juiz para decidir a causa.
Art. 199. A disposição do artigo anterior aplicar-se-á aos tribunais superiores na forma que dispuser
o seu regimento interno.

938 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS

A comunicação dos atos processuais se dá através de carta rogatória, carta de ordem, carta
precatória, citação e intimação.
Carta rogatória é um instrumento jurídico de cooperação entre dois países. É similar à carta
precatória, mas se diferencia deste por ter caráter internacional. A carta rogatória tem por
objetivo a realização de atos e diligências processuais no exterior, como, por exemplo, audição
de testemunhas, e não possui fins executórios.
Carta precatória é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem indivíduos em
comarcas diferentes. É um pedido que um juiz envia a outro de outra comarca. Assim, um
juiz (dito deprecante), envia carta precatória para o juiz de outra comarca (dito deprecado),
para citar/intimar o réu ou intimar testemunha a comparecer aos autos. É uma competência
funcional horizontal, não havendo hierarquia entre deprecante e deprecado.
Carta de ordem é um instrumento processual pelo qual uma autoridade judiciária determina
a outra hierarquicamente inferior, a prática de determinado ato processual necessário à
continuação do processo que se encontra no tribunal.
Ambas autoridades judiciárias precisam ser, obrigatoriamente, do mesmo Tribunal e estado.

CITAÇÃO

Ato pelo qual o juiz chama à juízo o réu ou interessado, a fim de se defender (213). Pode ser
pessoal ou através de representante e procurador, se o réu for incapaz. É ato indispensável a
relação processual que deve ser estabelecida – AUTOR – JUIZ – RÉU.
O comparecimento espontâneo supre a falta de citação (214, §1º).
A citação pode ser ficta ou pessoal/real.
Ficta é quando o réu não é encontrado pessoalmente, mas há previsão legal para que se possa
presumir que ele terá ciência do processo (p.e. Hora certa e edital).
Pessoal/real é quando o réu é encontrado diretamente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 939
O art. 221 do CPC prevê as seguintes

MODALIDADES DE CITAÇÃO:

CITAÇÃO POR CORREIO:


É a forma mais rápida e eficaz das citações, já que pode ser feita em qualquer lugar do país.
Entretanto, a lei permite ao autor optar pela citação por mandado sempre que o desejar, sendo
que no seu silêncio far-se-á a citação por carta.
Importante dizer que a citação por correio não será admitida nas ações de estado; quando for
ré pessoa incapaz; quando for ré pessoa de direito público; nos processos de execução; quando
o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência, conforme
disposição do art. 222, do CPC.
A carta será registrada e o funcionário deverá exigir que o destinatário assine o recibo. O prazo
para contestação terá início da juntada aos autos do aviso de recebimento cumprido.

CITAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA


A citação por mandado é realizada por oficial de justiça, que deverá encontrar o réu, cientificá-
lo do mandado e emitir certidão sobre suas diligências.
O mandado de citação deverá preencher os requisitos do art. 225, do CPC.
Caso a diligência seja bem sucedida, o prazo para contestação começará a correr da juntada aos
autos do mandado cumprido, salvo quando existir vários réus, hipótese em que o prazo terá
início da juntada aos autos do último mandado cumprido (art. 241, III do CPC).

940 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Comunicações dos Atos – Prof. Giuliano Tamagno

A citação será feita pelo próprio oficial do juízo quando o réu residir na mesma comarca ou
em comarca contígua, de fácil comunicação, e nas comarcas da mesma região metropolitana,
caso contrário, a citação far-se-á por carta precatória, espécie de citação por mandado, mas
realizada por oficial de justiça que não está subordinado ao juízo que a ordenou.

CITAÇÃO POR HORA CERTA:


A citação por hora certa só deve ser realizada em situações bens específicas, é ficta, pois será
entregue a uma pessoa próxima ao réu.
Esse tipo de citação só será realizada se o oficial tiver procurado o réu por mais de três vezes,
em seu domicílio ou residência sem o encontrar; e que tenha fundada suspeita de que ele
esteja ocultando-se para não ser citado (art. 227 do CPC). Tais requisitos são cumulativos.
O oficial deverá informar na certidão as ocasiões em que procurou o réu e os motivos que o
levam a desconfiar da ocultação do citando.
O juiz analisará a desconfiança do oficial e, se entender que não é fundada, mandará realizar
novo ato citatório. Constatada a ocultação, o oficial intimará qualquer pessoa da família, ou,
em sua falta, um vizinho, comunicando que no dia seguinte voltará para efetuar a citação na
hora estipulada.
Nada impede que o oficial intime outra pessoa que tenha contato como o réu, tal como um
colega de trabalho.
No dia designado, o oficial volta ao local e, se o réu estiver presente, realiza a citação
diretamente (não será mais citação por hora certa). Do contrário, o oficial dará por feita a
citação, caso constate a ocultação.
Neste caso, a contrafé será entregue a pessoa da família ou ao vizinho, e lavrará a certidão,
sendo necessário que o escrivão envie ao réu a carta dando-lhe ciência de todo o ocorrido.
A expedição da mencionada carta é indispensável para a validade da citação, porém não é
necessário que seja entregue ao destinatário.
A contagem do prazo para resposta começará a fluir da juntada aos autos do mandado de
citação, e não da expedição da carta. Se o prazo da resposta transcorrer in albis, o juiz nomeará
curador especial para dar continuidade ao processo.

CITAÇÃO POR EDITAL:

A citação por edital é forma de citação ficta que se aperfeiçoa pela publicação de editais que,
por seu conhecimento geral, faz presumir que se tornem conhecidos pelo réu. Por essa razão, tal
forma de citação é usada em situações excepcionais como, por exemplo, quando desconhecido
ou incerto o réu; quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; e nos
casos expressos em lei, conforme preleciona o art. 231, do CPC.

www.acasadoconcurseiro.com.br 941
Para que se dê a citação por edital quando ignorado o local em que se encontrar o réu, é
necessário que o citando tenha sido procurado em todos os endereços que constam dos autos
e que não haja meios de localizá-lo.
São requisitos da citação por edital, segundo o art. 232 CPC:
I – a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos incisos
I e II do artigo antecedente;
II – a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III – a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo
menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias,
correndo da data da primeira publicação;
V – a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis”.
O edital deverá conter o nome das partes, o ato que deve ser praticado pelo réu, o prazo para
sua realização, e as consequências jurídicas de sua omissão.
Se o prazo para resposta transcorrer in albis, o juiz nomeará curador especial para dar
continuidade ao processo.

INTIMAÇÃO

Determina o art. 234, do CPC, que "intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos
e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa".
A intimação dos atos e termos processuais é necessária quando o interessado não toma ciência
diretamente, como ocorre com as decisões prolatadas em audiência, em que a parte já sai
intimada.
A intimação das partes é quase sempre feita na pessoa do advogado. Porém, há certos casos
em que a lei exige que a intimação seja feita pessoalmente, como acontece na intimação para
dar andamento ao processo, em 48 horas, sob pena de extinção do feito sem resolução do
mérito.
As intimações serão pessoais quando se tratar de decisão judicial para que a parte cumpra
determinado ato para qual não se exige capacidade postulatória, TAMBÉM É NECESSÁRIA A
INTIMAÇÃO PESSOAL NO CASO DO MP (246).

DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS


Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta,
conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.
Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta
rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.

942 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Comunicações dos Atos – Prof. Giuliano Tamagno

DAS CARTAS
Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
I – a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II – o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao
advogado;
III – a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto;
IV – o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1º O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa,
desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas
partes, peritos ou testemunhas.
§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em
original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3º A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio
eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.
Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas,
atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
Art. 204. A carta tem caráter itinerante; antes ou depois de Ihe ser ordenado o cumprimento,
poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama,
radiograma ou telefone.
Art. 206. A carta de ordem e a carta precatória, por telegrama ou radiograma, conterão, em
resumo substancial, os requisitos  mencionados no art. 202, bem como a declaração, pela agência
expedidora, de estar reconhecida a assinatura do juiz.

www.acasadoconcurseiro.com.br 943
Art. 207. O secretário do tribunal ou o escrivão do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a
carta de ordem, ou a carta precatória ao juízo, em que houver de cumprir-se o ato, por intermédio
do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma
vara, observando, quanto aos requisitos, o disposto no artigo antecedente.
§ 1º O escrivão, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará ao secretário do tribunal ou ao
escrivão do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que Iha confirme.
§ 2º Sendo confirmada, o escrivão submeterá a carta a despacho.
Art. 208. Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone.
A parte depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a
importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o
ato.
Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:
I – quando não estiver revestida dos requisitos legais;
II – quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III – quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
Art. 210. A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento,
ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária
estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se
o ato.
Art. 211. A concessão de exequibilidade às cartas rogatórias das justiças estrangeiras obedecerá ao
disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Art. 212. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias,
independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

DAS CITAÇÕES
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.
§ 2º Comparecendo o réu apenas para arguir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-
se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador
legalmente autorizado.
§ 1º Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador,
feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade,
onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na
pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.

944 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Comunicações dos Atos – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 216  A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.


Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se
não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
II – ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na
linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III – aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;
IV – aos doentes, enquanto grave o seu estado.
Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está
impossibilitado de recebê-la.
§ 1º O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz
nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2º Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à
sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.
§ 3º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§ 2º Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subsequentes ao despacho
que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço
judiciário.
§ 3º Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
§ 4º Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-
se-á por não interrompida a prescrição.
§ 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
§ 6º Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará
ao réu o resultado do julgamento.
Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.
Art. 221. A citação far-se-á:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – por edital.
IV – por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.

www.acasadoconcurseiro.com.br 945
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
a) nas ações de estado;
b) quando for ré pessoa incapaz;
c) quando for ré pessoa de direito público;
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando
cópias da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a
advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta
e o juízo e cartório, com o respectivo endereço.
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao
fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa
com poderes de gerência geral ou de administração.
Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou
quando frustrada a citação pelo correio.
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter:
I – os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II – o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como
a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis;
III – a cominação, se houver;
IV – o dia, hora e lugar do comparecimento;
V – a cópia do despacho;
VI – o prazo para defesa;
VII – a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em
cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as
cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.
Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III – obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.

946 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Comunicações dos Atos – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou
residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da
família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação,
na hora que designar.
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho,
comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.
§ 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.
§ 2º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou
com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma,
dando-lhe de tudo ciência.
Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.
Art. 231. Far-se-á a citação por edital:
I – quando desconhecido ou incerto o réu;
II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III – nos casos expressos em lei.
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento
de carta rogatória.
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será
divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
Art. 232. São requisitos da citação por edital:
I – a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II
do artigo antecedente;
II – a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III – a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo
menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias,
correndo da data da primeira publicação;
V – a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis.
§ 1º Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que
trata o no II deste artigo.
§ 2º A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da
Assistência Judiciária.

www.acasadoconcurseiro.com.br 947
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231,
I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.

DAS INTIMAÇÕES
Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para
que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em
contrário.
Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as
intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1º É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e
de seus advogados, suficientes para sua identificação.
§ 2º A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente.
Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de
publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do
processo, os advogados das partes:
I – pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;
II – por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.
Parágrafo único. As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei
própria.
Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo
escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único. Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço
residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às partes
atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva.
Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo
correio.
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter:
I – a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o
número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II – a declaração de entrega da contrafé;
III – a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o
Ministério Público contar-se-ão da intimação.

948 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Das Comunicações dos Atos – Prof. Giuliano Tamagno

Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se


tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.
Art. 241. Começa a correr o prazo:
I – quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de
recebimento;
II – quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do
mandado cumprido;
III – quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento
ou mandado citatório cumprido;
IV – quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da
data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V – quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são
intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§ 1º Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2º Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará
intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 949
Direito Processual
AulaCivil
XX

FORMAÇÃO, EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCESSO

Art. 262. O processo civil começa por iniciativa b) não puder ser proferida senão depois de
da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. verificado determinado fato, ou de produzi-
da certa prova, requisitada a outro juízo;
Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto
que a petição inicial seja despachada pelo juiz, c) tiver por pressuposto o julgamento de
ou simplesmente distribuída, onde houver mais questão de estado, requerido como decla-
de uma vara. A propositura da ação, todavia, só ração incidente;
produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados
no art. 219 depois que for validamente citado. V − por motivo de força maior;

Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor mo- VI − nos demais casos, que este Código re-
dificar o pedido ou a causa de pedir, sem o con- gula.
sentimento do réu, mantendo-se as mesmas § 1º No caso de morte ou perda da capaci-
partes, salvo as substituições permitidas por lei. dade processual de qualquer das partes, ou
Parágrafo único. A alteração do pedido ou de seu representante legal, provado o fale-
da causa de pedir em nenhuma hipótese cimento ou a incapacidade, o juiz suspen-
será permitida após o saneamento do pro- derá o processo, salvo se já tiver iniciado a
cesso. audiência de instrução e julgamento; caso
em que:
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO a) o advogado continuará no processo até o
Art. 265. Suspende-se o processo: encerramento da audiência;

I − pela morte ou perda da capacidade pro- b) o processo só se suspenderá a partir da


cessual de qualquer das partes, de seu re- publicação da sentença ou do acórdão.
presentante legal ou de seu procurador; § 2º No caso de morte do procurador de
II − pela convenção das partes; qualquer das partes, ainda que iniciada a
audiência de instrução e julgamento, o juiz
III − quando for oposta exceção de incom- marcará, a fim de que a parte constitua
petência do juízo, da câmara ou do tribunal, novo mandatário, o prazo de 20 (vinte) dias,
bem como de suspeição ou impedimento findo o qual extinguirá o processo sem jul-
do juiz; gamento do mérito, se o autor não nomear
novo mandatário, ou mandará prosseguir
IV − quando a sentença de mérito: no processo, à revelia do réu, tendo falecido
a) depender do julgamento de outra causa, o advogado deste.
ou da declaração da existência ou inexistên- § 3º A suspensão do processo por conven-
cia da relação jurídica, que constitua o ob- ção das partes, de que trata o nº II, nunca
jeto principal de outro processo pendente; poderá exceder 6 (seis) meses; findo o pra-
zo, o escrivão fará os autos conclusos ao

www.acasadoconcurseiro.com.br 951
juiz, que ordenará o prosseguimento do § 1º O juiz ordenará, nos casos dos nºs II e
processo. III, o arquivamento dos autos, declarando
§ 4º No caso do nº III, a exceção, em primei- a extinção do processo, se a parte, intima-
ro grau da jurisdição, será processada na da pessoalmente, não suprir a falta em 48
forma do disposto neste Livro, Título VIII, (quarenta e oito) horas.
Capítulo II, Seção III; e, no tribunal, conso- § 2º No caso do parágrafo anterior, quanto
ante Ihe estabelecer o regimento interno. ao nº II, as partes pagarão proporcional-
§ 5º Nos casos enumerados nas letras a, b mente as custas e, quanto ao no III, o autor
e c do nº IV, o período de suspensão nunca será condenado ao pagamento das despe-
poderá exceder 1 (um) ano. Findo este pra- sas e honorários de advogado (art. 28).
zo, o juiz mandará prosseguir no processo. § 3º O juiz conhecerá de ofício, em qualquer
Art. 266. Durante a suspensão é defeso praticar tempo e grau de jurisdição, enquanto não
qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, proferida a sentença de mérito, da matéria
determinar a realização de atos urgentes, a fim constante dos nºs IV, V e Vl; todavia, o réu
de evitar dano irreparável. que a não alegar, na primeira oportunidade
em que Ihe caiba falar nos autos, responde-
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO rá pelas custas de retardamento.
§ 4º Depois de decorrido o prazo para a res-
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução posta, o autor não poderá, sem o consenti-
de mérito: mento do réu, desistir da ação.
I − quando o juiz indeferir a petição inicial; Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extin-
Il − quando ficar parado durante mais de 1 ção do processo não obsta a que o autor intente
(um) ano por negligência das partes; de novo a ação. A petição inicial, todavia, não
será despachada sem a prova do pagamento ou
III − quando, por não promover os atos e di-
do depósito das custas e dos honorários de ad-
ligências que Ihe competir, o autor abando-
vogado.
nar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
Parágrafo único. Se o autor der causa, por
IV − quando se verificar a ausência de pres-
três vezes, à extinção do processo pelo fun-
supostos de constituição e de desenvolvi-
damento previsto no nº III do artigo ante-
mento válido e regular do processo;
rior, não poderá intentar nova ação contra
V − quando o juiz acolher a alegação de pe- o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe res-
rempção, litispendência ou de coisa julgada; salvada, entretanto, a possibilidade de ale-
Vl − quando não concorrer qualquer das gar em defesa o seu direito.
condições da ação, como a possibilidade ju- Art. 269. Haverá resolução de mérito:
rídica, a legitimidade das partes e o interes-
I − quando o juiz acolher ou rejeitar o pedi-
se processual;
do do autor;
Vll − pela convenção de arbitragem;
II − quando o réu reconhecer a procedência
Vlll − quando o autor desistir da ação; do pedido;
IX − quando a ação for considerada intrans- III − quando as partes transigirem;
missível por disposição legal;
IV − quando o juiz pronunciar a decadência
X − quando ocorrer confusão entre autor e ou a prescrição;
réu;
V − quando o autor renunciar ao direito so-
XI − nos demais casos prescritos neste Có- bre que se funda a ação.
digo.

952 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumá- citando-se o réu com a antecedência mínima de
rio: dez dias e sob advertência prevista no § 2º des-
te artigo, determinando o comparecimento das
I – nas causas cujo valor não exceda a 60 partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos
(sessenta) vezes o valor do salário mínimo; contar-se-ão em dobro.
II – nas causas, qualquer que seja o valor; § 1º A conciliação será reduzida a termo e
a) de arrendamento rural e de parceria agrí- homologada por sentença, podendo o juiz
cola; ser auxiliado por conciliador.

b) de cobrança ao condômino de quaisquer § 2º Deixando injustificadamente o réu de


quantias devidas ao condomínio; comparecer à audiência, reputar-se-ão ver-
dadeiros os fatos alegados na petição inicial
c) de ressarcimento por danos em prédio (art. 319), salvo se o contrário resultar da
urbano ou rústico; prova dos autos, proferindo o juiz, desde
d) de ressarcimento por danos causados em logo, a sentença.
acidente de veículo de via terrestre; § 3º As partes comparecerão pessoalmente
e) de cobrança de seguro, relativamente à audiência, podendo fazer-se representar
aos danos causados em acidente de veículo, por preposto com poderes para transigir.
ressalvados os casos de processo de execu- § 4º O juiz, na audiência, decidirá de plano
ção; a impugnação ao valor da causa ou a con-
f) de cobrança de honorários dos profissio- trovérsia sobre a natureza da demanda, de-
nais liberais, ressalvado o disposto em legis- terminando, se for o caso, a conversão do
lação especial; procedimento sumário em ordinário.

g) que versem sobre revogação de doação; § 5º A conversão também ocorrerá quan-


do houver necessidade de prova técnica de
h) nos demais casos previstos em lei. maior complexidade.
Parágrafo único. Este procedimento não Art. 278. Não obtida a conciliação, oferecerá o
será observado nas ações relativas ao esta- réu, na própria audiência, resposta escrita ou
do e à capacidade das pessoas. oral, acompanhada de documentos e rol de tes-
temunhas e, se requerer perícia, formulará seus
Art. 276. Na petição inicial, o autor apresenta- quesitos desde logo, podendo indicar assistente
rá o rol de testemunhas e, se requerer perícia, técnico.
formulará quesitos, podendo indicar assistente
técnico. § 1º É lícito ao réu, na contestação, formu-
lar pedido em seu favor, desde que fundado
Art. 277. O juiz designará a audiência de con- nos mesmos fatos referidos na inicial.
ciliação a ser realizada no prazo de trinta dias,

www.acasadoconcurseiro.com.br 953
§ 2º Havendo necessidade de produção de
prova oral e não ocorrendo qualquer das hi-
póteses previstas nos arts. 329 e 330, I e II,
será designada audiência de instrução e jul-
gamento para data próxima, não excedente
de trinta dias, salvo se houver determina-
ção de perícia.
Art. 279. Os atos probatórios realizados em au-
diência poderão ser documentados mediante
taquigrafia, estenotipia ou outro método há-
bil de documentação, fazendo-se a respectiva
transcrição se a determinar o juiz.
Parágrafo único. Nas comarcas ou varas em
que não for possível a taquigrafia, a esteno-
tipia ou outro método de documentação, os
depoimentos serão reduzidos a termo, do
qual constará apenas o essencial.
Art. 280. No procedimento sumário não são
admissíveis a ação declaratória incidental e a
intervenção de terceiros, salvo a assistência, o
recurso de terceiro prejudicado e a intervenção
fundada em contrato de seguro.
Art. 281. Findos a instrução e os debates orais,
o juiz proferirá sentença na própria audiência
ou no prazo de dez dias.

954 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DA AÇÃO RESCISÓRIA

Art. 485. A sentença de mérito, transitada em Art. 486. Os atos judiciais, que não dependem
julgado, pode ser rescindida quando: de sentença, ou em que esta for meramente
homologatória, podem ser rescindidos, como os
I – se verificar que foi dada por prevaricação, atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
concussão ou corrupção do juiz;
Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
II – proferida por juiz impedido ou
absolutamente incompetente; I – quem foi parte no processo ou o seu
sucessor a título universal ou singular;
III – resultar de dolo da parte vencedora em
detrimento da parte vencida, ou de colusão II – o terceiro juridicamente interessado;
entre as partes, a fim de fraudar a lei;
III – o Ministério Público:
IV – ofender a coisa julgada;
a) se não foi ouvido no processo, em que
V – violar literal disposição de lei; Ihe era obrigatória a intervenção;
Vl – se fundar em prova, cuja falsidade b) quando a sentença é o efeito de colusão
tenha sido apurada em processo criminal das partes, a fim de fraudar a lei.
ou seja provada na própria ação rescisória;
Art. 488. A petição inicial será elaborada com
Vll – depois da sentença, o autor obtiver observância dos requisitos essenciais do art.
documento novo, cuja existência ignorava, 282, devendo o autor:
ou de que não pôde fazer uso, capaz, por
si só, de Ihe assegurar pronunciamento I – cumular ao pedido de rescisão, se for o
favorável; caso, o de novo julgamento da causa;

VIII – houver fundamento para invalidar II – depositar a importância de 5% (cinco


confissão, desistência ou transação, em que por cento) sobre o valor da causa, a título
se baseou a sentença; de multa, caso a ação seja, por unanimidade
de votos, declarada inadmissível, ou
IX – fundada em erro de fato, resultante de improcedente.
atos ou de documentos da causa;
Parágrafo único. Não se aplica o disposto
§ 1º Há erro, quando a sentença admitir no nº II à União, ao Estado, ao Município e
um fato inexistente, ou quando considerar ao Ministério Público.
inexistente um fato efetivamente ocorrido.
Art. 489. O ajuizamento da ação rescisória não
§ 2º É indispensável, num como noutro impede o cumprimento da sentença ou acórdão
caso, que não tenha havido controvérsia, rescindendo, ressalvada a concessão, caso
nem pronunciamento judicial sobre o fato. imprescindíveis e sob os pressupostos previstos
em lei, de medidas de natureza cautelar ou
antecipatória de tutela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 955
Art. 490. Será indeferida a petição inicial:
I – nos casos previstos no art. 295;
II – quando não efetuado o depósito,
exigido pelo art. 488, II.
Art. 491. O relator mandará citar o réu,
assinando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quinze)
dias nem superior a 30 (trinta) para responder
aos termos da ação. Findo o prazo com ou
sem resposta, observar-se-á no que couber o
disposto no Livro I, Título VIII, Capítulos IV e V.
Art. 492. Se os fatos alegados pelas partes
dependerem de prova, o relator delegará a
competência ao juiz de direito da comarca
onde deva ser produzida, fixando prazo de 45
(quarenta e cinco) a 90 (noventa) dias para a
devolução dos autos.
Art. 493. Concluída a instrução, será aberta vista,
sucessivamente, ao autor e ao réu, pelo prazo
de 10 (dez) dias, para razões finais. Em seguida,
os autos subirão ao relator, procedendo-se ao
julgamento:
I – no Supremo Tribunal Federal e no
Superior Tribunal de Justiça, na forma dos
seus regimentos internos;
II – nos Estados, conforme dispuser a norma
de Organização Judiciária.
Art. 494. Julgando procedente a ação, o tribunal
rescindirá a sentença, proferirá, se for o caso,
novo julgamento e determinará a restituição do
depósito; declarando inadmissível ou improce-
dente a ação, a importância do depósito rever-
terá a favor do réu, sem prejuízo do disposto no
art. 20.
Art. 495. O direito de propor ação rescisória se
extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito
em julgado da decisão.
Sumula 401 STJ: “O prazo decadencial da
ação rescisória só se inicia quando não
for cabível qualquer recurso do último
pronunciamento judicial“.

956 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil

CONCEITO, PRESSUPOSTOS, JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

CONCEITO

Meio idôneo para provocar a impugnação e, consequentemente, o reexame da


decisão judicial, com vistas a obter, na mesma relação jurídico processual, a reforma, a
invalidação e o esclarecimento do julgado.

ESPÉCIES DE RECURSOS

RECURSO ESPECIAL EMBARGOS INFRINGENTES


APELAÇÃO
RECURSO ORDINÁRIO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
AGRAVO EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EM RESP. OU REXT.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS RECURSOS


→ Duplo Grau de Jurisdição → Taxatividade → Singularidade
→ Fungibilidade →Proibição da reformatio in pejus.

www.acasadoconcurseiro.com.br 957
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

→ Subjetivo: Legitimidade e Interesse


→ Objetivo: Cabimento, Tempestividade, Preparo, Regularidade formal e Contrariedade à
súmula do STJ, ou do STF ou inexistência de súmula sobre a matéria.

EFEITOS DOS RECUROS:


Devolutivo – Suspensivo – Obstativo da Coisa Julgada – Translativo.
Expansivo – Substitutivo – Aclaratório – Modificativo – Interrumptivo.

ATENÇÃO!!
Renuncia do recurso: ocorre antes da interposição.
Desistência do recurso: após a interposição.

DOS RECURSOS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 496. São cabíveis os seguintes recursos:
I – apelação;
II – agravo;
III – embargos infringentes;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
Vl – recurso especial;
Vll – recurso extraordinário;
VIII – embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário.
Art. 497. O recurso extraordinário e o recurso especial não impedem a execução da sentença; a
interposição do agravo de instrumento não obsta o andamento do processo, ressalvado o disposto
no art. 558 desta Lei.

958 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Conceito,Pressupostos, Juízo de Admissibilidade – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento
unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso
especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos
embargos.
Parágrafo único. Quando não forem interpostos embargos infringentes, o prazo relativo à parte
unânime da decisão terá como dia de início aquele em que transitar em julgado a decisão por
maioria de votos.
Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
Ministério Público.
§ 1º Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de
intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.
§ 2º O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte,
como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.
Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as exigências
legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir
a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições
seguintes:
I – será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo
de que a parte dispõe para responder;
II – será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no
recurso especial;
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado
inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente,
quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior.
Art. 501. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.
Art. 502. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.
Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato
incompatível com a vontade de recorrer.
Art. 504. Dos despachos não cabe recurso.
Art. 505. A sentença pode ser impugnada no todo ou em parte.
Art. 506. O prazo para a interposição do recurso, aplicável em todos os casos o disposto no art. 184
e seus parágrafos, contar-se-á da data:
I – da leitura da sentença em audiência;
II – da intimação às partes, quando a sentença não for proferida em audiência;

www.acasadoconcurseiro.com.br 959
III – da publicação do dispositivo do acórdão no órgão oficial.
Parágrafo único. No prazo para a interposição do recurso, a petição será protocolada em
cartório ou segundo a norma de organização judiciária, ressalvado o disposto no § 2º do art.
525 desta Lei.
Art. 508. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no
recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de
15 (quinze) dias.
Parágrafo único.
Art. 509. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou
opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor
aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor Ihes forem comuns.
Art. 510. Transitado em julgado o acórdão, o escrivão, ou secretário, independentemente de
despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de
deserção.
§ 1º São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União,
pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier
a supri-lo no prazo de cinco dias.
Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que
tiver sido objeto de recurso.

960 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

A EXECUÇÃO EM GERAL DAS PARTES

Art. 566. Podem promover a execução forçada: III – o novo devedor, que assumiu, com o
consentimento do credor, a obrigação resul-
I – o credor a quem a lei confere título exe- tante do título executivo;
cutivo;
IV – o fiador judicial;
II – o Ministério Público, nos casos prescri-
tos em lei. V – o responsável tributário, assim definido
na legislação própria.
Art. 567. Podem também promover a execução,
ou nela prosseguir: Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir
de toda a execução ou de apenas algumas medi-
I – o espólio, os herdeiros ou os sucessores das executivas.
do credor, sempre que, por morte deste,
Ihes for transmitido o direito resultante do Parágrafo único. Na desistência da execu-
título executivo; ção, observar-se-á o seguinte:
II – o cessionário, quando o direito resultan- a) serão extintos os embargos que versarem
te do título executivo Ihe foi transferido por apenas sobre questões processuais, pagan-
ato entre vivos; do o credor as custas e os honorários advo-
catícios;
III – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação
legal ou convencional. b) nos demais casos, a extinção dependerá
da concordância do embargante.
•• A cessão de crédito consiste no negócio
jurídico pelo qual o credor transfere a Art. 570. (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005)
terceiro sua posição na relação substan-
cial. Art. 571. Nas obrigações alternativas, quando
•• A sub-rogação corresponde a transfe- a escolha couber ao devedor, este será citado
rência, a quem paga a dívida de todos para exercer a opção e realizar a prestação den-
direitos, ações, privilégios e garantias tro em 10 (dez) dias, se outro prazo não Ihe foi
concedidos ao credor originário. Esta determinado em lei, no contrato, ou na senten-
sub-rogação pode ser legal ou conven- ça.
cional, dependendo de ser resultante da § 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o
lei ou de um ajuste de vontades. devedor não a exercitou no prazo marcado.
Art. 568. São sujeitos passivos na execução: § 2º Se a escolha couber ao credor, este a
I – o devedor, reconhecido como tal no títu- indicará na petição inicial da execução.
lo executivo; Art. 572. Quando o juiz decidir relação jurídica
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores sujeita a condição ou termo, o credor não pode-
do devedor; rá executar a sentença sem provar que se reali-
zou a condição ou que ocorreu o termo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 961
Art. 573. É lícito ao credor, sendo o mesmo o
devedor, cumular várias execuções, ainda que
fundadas em títulos diferentes, desde que para
todas elas seja competente o juiz e idêntica a
forma do processo.
Art. 574. O credor ressarcirá ao devedor os da-
nos que este sofreu, quando a sentença, passa-
da em julgado, declarar inexistente, no todo ou
em parte, a obrigação, que deu lugar à execu-
ção.

962 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DA COMPETÊNCIA PARA EXECEUÇÃO

Art. 575. A execução, fundada em título judicial, Art. 579. Sempre que, para efetivar a execução,
processar-se-á perante: for necessário o emprego da força policial, o juiz
a requisitará.
I – os tribunais superiores, nas causas de
sua competência originária;
II – o juízo que decidiu a causa no primeiro
grau de jurisdição;
III – (Revogado pela Lei nº 10.358, de
27.12.2001)
IV – o juízo cível competente, quando o títu-
lo executivo for sentença penal condenató-
ria ou sentença arbitral.
Art. 576. A execução, fundada em título extra-
judicial, será processada perante o juízo compe-
tente, na conformidade do disposto no Livro I,
Título IV, Capítulos II e III.
Art. 577. Não dispondo a lei de modo diverso, o
juiz determinará os atos executivos e os oficiais
de justiça os cumprirão.
Art. 578. A execução fiscal (art. 585, Vl) será
proposta no foro do domicílio do réu; se não o
tiver, no de sua residência ou no do lugar onde
for encontrado.
Parágrafo único. Na execução fiscal, a Fa-
zenda Pública poderá escolher o foro de
qualquer um dos devedores, quando hou-
ver mais de um, ou o foro de qualquer dos
domicílios do réu; a ação poderá ainda ser
proposta no foro do lugar em que se prati-
cou o ato ou ocorreu o fato que deu origem
à dívida, embora nele não mais resida o réu,
ou, ainda, no foro da situação dos bens,
quando a dívida deles se originar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 963
Direito Processual
AulaCivil
XX

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO

PRESSUPOSTOS GERAIS PARA A EXECUÇÃO:

Subjetivo: Competência do juízo, capacidade das partes, representação por Advogado.


Objetivo: relacionam-se com a forma processual ou com a ausência de fato que impeça a regular
constituição do processo. (forma adequada, citação válida, inexistência de litispendência, coisa
julgada, perempção e nulidades, petição apta).

PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS PARA A EXECUÇÃO

Obrigação: Certa, líquida, exigível e consubstanciada em título executivo


Inadimplemento do devedor: condição da ação executiva

Do Inadimplemento do Devedor

Art. 580. REVOGADO


Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e
exigível, consubstanciada em título executivo.
Art. 581. O credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor cumprir a
obrigação; mas poderá recusar o recebimento da prestação, estabelecida no título executivo, se ela
não corresponder ao direito ou à obrigação; caso em que requererá ao juiz a execução, ressalvado
ao devedor o direito de embargá-la.
Art. 582. Em todos os casos em que é defeso a um contraente, antes de cumprida a sua obrigação,
exigir o implemento da do outro, não se procederá à execução, se o devedor se propõe satisfazer
a prestação, com meios considerados idôneos pelo juiz, mediante a execução da contraprestação
pelo credor, e este, sem justo motivo, recusar a oferta.
Parágrafo único. O devedor poderá, entretanto, exonerar-se da obrigação, depositando em
juízo a prestação ou a coisa; caso em que o juiz suspenderá a execução, não permitindo que o
credor a receba, sem cumprir a contraprestação, que Ihe tocar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 965
Do Título Executivo
Art. 583. REVOGADO
Art. 584. REVOGADO
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais:
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento
particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação
referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos
transatores;
III – os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro
de vida;
IV – o crédito decorrente de foro e laudêmio;
V – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
VI – o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as
custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;
VII – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
VIII – todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o
credor de promover-lhe a execução.
§ 2º Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados,
os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia
executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua
celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.
Art. 586. REVOGADO
Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa,
líquida e exigível.
Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente
apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito
suspensivo (art. 739).
Art. 588. REVOGADO
Art. 589. REVOGADO
Art. 590. REVOGADO

966 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual
AulaCivil
XX

DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

A responsabilidade patrimonial é aquela que recai sobre o patrimônio do devedor como forma
de sanção em uma ação de execução.
O patrimônio é considerado a totalidade de bens economicamente mensurados que se
encontram sob o poder de alguém.
Portanto, como a ação de execução visa a satisfação do direito subjetivo da parte, esta satisfação
sempre recai, salvo raras exceções, sobre o patrimônio/bens do devedor. É o chamado princípio
da responsabilidade exclusivamente patrimonial.

ORIGINÁRIA
O patrimônio do devedor responde pela dívida.

SECUNDÁRIA
Sucessor a título singular: no caso de execução fundada em direito real ou obrigação
reipersecutória.
Sócios: teoria da desconsideração da personalidade.
Cônjuge: nos casos em que seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela
dívida.
Terceiros: quando estão na guarda do bem do devedor
Bens alienados ou gravados em fraude a execução.

DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens
presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação
reipersecutória;
II – do sócio, nos termos da lei;

www.acasadoconcurseiro.com.br 967
III – do devedor, quando em poder de terceiros;
IV – do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação
respondem pela dívida;
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.
Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:
I – quando sobre eles pender ação fundada em direito real;
II – quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de
reduzi-lo à insolvência;
III – nos demais casos expressos em lei.
Art. 594. O credor, que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente ao devedor,
não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que se achar
em seu poder.
Art. 595. O fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do
devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes
à satisfação do direito do credor.
Parágrafo único. O fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo
processo.
Art. 596. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade senão nos
casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo pagamento da dívida, tem direito a exigir que
sejam primeiro excutidos os bens da sociedade.
§ 1º Cumpre ao sócio, que alegar o benefício deste artigo, nomear bens da sociedade, sitos na
mesma comarca, livres e desembargados, quantos bastem para pagar o débito.
§ 2º Aplica-se aos casos deste artigo o disposto no parágrafo único do artigo anterior.
Art. 597. O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde
por elas na proporção da parte que na herança Ihe coube.

968 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil

DISPOSIÇÕES GERAIS DA EXECUÇÃO

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior,
o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em
Art. 598. Aplicam-se subsidiariamente à montante não superior a 20% (vinte por cento)
execução as disposições que regem o processo do valor atualizado do débito em execução, sem
de conhecimento. prejuízo de outras sanções de natureza proces-
sual ou material, multa essa que reverterá em
Art. 599. O juiz pode, em qualquer momento do proveito do credor, exigível na própria execução.
processo:
Parágrafo único. O juiz relevará a pena,
I – ordenar o comparecimento das partes; se o devedor se comprometer a não mais
II – advertir ao devedor que o seu procedi- praticar qualquer dos atos definidos no
mento constitui ato atentatório à dignidade artigo antecedente e der fiador idôneo, que
da justiça. responda ao credor pela dívida principal,
juros, despesas e honorários advocatícios.
Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade
da Justiça o ato do executado que: Art. 602. (Revogado pela Lei nº 11.232, de 2005)

I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à execução,
empregando ardis e meios artificiosos;
III – resiste injustificadamente às ordens ju-
diciais;
IV – intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco)
dias, quais são e onde se encontram os
bens sujeitos à penhora e seus respectivos
valores.

www.acasadoconcurseiro.com.br 969
Direito Processual Civil

LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006.

CAPÍTULO I eletrônico serão admitidos mediante uso de


DA INFORMATIZAÇÃO assinatura eletrônica, na forma do art. 1º desta
Lei, sendo obrigatório o credenciamento prévio
DO PROCESSO JUDICIAL no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos
órgãos respectivos.
Art. 1º O uso de meio eletrônico na tramitação
de processos judiciais, comunicação de atos e § 1º O credenciamento no Poder Judiciário
transmissão de peças processuais será admitido será realizado mediante procedimento
nos termos desta Lei. no qual esteja assegurada a adequada
identificação presencial do interessado.
§ 1º Aplica-se o disposto nesta Lei,
indistintamente, aos processos civil, penal § 2º Ao credenciado será atribuído registro
e trabalhista, bem como aos juizados e meio de acesso ao sistema, de modo
especiais, em qualquer grau de jurisdição. a preservar o sigilo, a identificação e a
autenticidade de suas comunicações.
§ 2º Para o disposto nesta Lei, considera-se:
§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário
I – meio eletrônico qualquer forma de
poderão criar um cadastro único para o
armazenamento ou tráfego de documentos
credenciamento previsto neste artigo.
e arquivos digitais;
Art. 3º Consideram-se realizados os atos
II – transmissão eletrônica toda forma de
processuais por meio eletrônico no dia e hora
comunicação a distância com a utilização de
do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do
redes de comunicação, preferencialmente
que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.
a rede mundial de computadores;
Parágrafo único. Quando a petição
III – assinatura eletrônica as seguintes
eletrônica for enviada para atender prazo
formas de identificação inequívoca do
processual, serão consideradas tempestivas
signatário:
as transmitidas até as 24 (vinte e quatro)
a) assinatura digital baseada em horas do seu último dia.
certificado digital emitido por Autoridade
Certificadora credenciada, na forma de lei
específica;
CAPÍTULO II
b) mediante cadastro de usuário no Poder DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA
Judiciário, conforme disciplinado pelos
órgãos respectivos. DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 2º O envio de petições, de recursos e a Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da
prática de atos processuais em geral por meio Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da

www.acasadoconcurseiro.com.br 971
rede mundial de computadores, para publicação ção automaticamente realizada na data do
de atos judiciais e administrativos próprios e término desse prazo.
dos órgãos a eles subordinados, bem como
comunicações em geral. § 4º Em caráter informativo, poderá ser efe-
tivada remessa de correspondência eletrô-
§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações de nica, comunicando o envio da intimação e
que trata este artigo deverão ser assinados a abertura automática do prazo processual
digitalmente com base em certificado nos termos do § 3º deste artigo, aos que
emitido por Autoridade Certificadora manifestarem interesse por esse serviço.
credenciada na forma da lei específica.
§ 5º Nos casos urgentes em que a intimação
§ 2º A publicação eletrônica na forma feita na forma deste artigo possa causar
deste artigo substitui qualquer outro meio prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos
e publicação oficial, para quaisquer efeitos em que for evidenciada qualquer tentativa
legais, à exceção dos casos que, por lei, de burla ao sistema, o ato processual deverá
exigem intimação ou vista pessoal. ser realizado por outro meio que atinja a
sua finalidade, conforme determinado pelo
§ 3º Considera-se como data da publicação juiz.
o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário da § 6º As intimações feitas na forma deste
Justiça eletrônico. artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão
consideradas pessoais para todos os efeitos
§ 4º Os prazos processuais terão início no legais.
primeiro dia útil que seguir ao considerado
como data da publicação. Art. 6º Observadas as formas e as cautelas do
art. 5º desta Lei, as citações, inclusive da Fazen-
§ 5º A criação do Diário da Justiça da Pública, excetuadas as dos Direitos Processu-
eletrônico deverá ser acompanhada de ais Criminal e Infracional, poderão ser feitas por
ampla divulgação, e o ato administrativo meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos
correspondente será publicado durante 30 seja acessível ao citando.
(trinta) dias no diário oficial em uso.
Art. 7º As cartas precatórias, rogatórias,
Art. 5º As intimações serão feitas por meio de ordem e, de um modo geral, todas as
eletrônico em portal próprio aos que se comunicações oficiais que transitem entre
cadastrarem na forma do art. 2o desta Lei, órgãos do Poder Judiciário, bem como entre
dispensando-se a publicação no órgão oficial, os deste e os dos demais Poderes, serão feitas
inclusive eletrônico. preferentemente por meio eletrônico.
§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação
no dia em que o intimando efetivar a
consulta eletrônica ao teor da intimação, CAPÍTULO III
certificando-se nos autos a sua realização.
DO PROCESSO ELETRÔNICO
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos
casos em que a consulta se dê em dia não Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário
útil, a intimação será considerada como poderão desenvolver sistemas eletrônicos
realizada no primeiro dia útil seguinte. de processamento de ações judiciais por
meio de autos total ou parcialmente digitais,
§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste utilizando, preferencialmente, a rede mundial
artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias de computadores e acesso por meio de redes
corridos contados da data do envio da inti- internas e externas.
mação, sob pena de considerar-se a intima-

972 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Lei do Processo Eletrônico nº 11.419/2006 – Prof. Giuliano Tamagno

Parágrafo único. Todos os atos processuais disposição dos interessados para distribui-
do processo eletrônico serão assinados ção de peças processuais.
eletronicamente na forma estabelecida
nesta Lei. Art. 11. Os documentos produzidos eletroni-
camente e juntados aos processos eletrônicos
Art. 9º No processo eletrônico, todas as citações, com garantia da origem e de seu signatário, na
intimações e notificações, inclusive da Fazenda forma estabelecida nesta Lei, serão considera-
Pública, serão feitas por meio eletrônico, na dos originais para todos os efeitos legais.
forma desta Lei.
§ 1º Os extratos digitais e os documentos
§ 1º As citações, intimações, notificações digitalizados e juntados aos autos pelos
e remessas que viabilizem o acesso à órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo
íntegra do processo correspondente serão Ministério Público e seus auxiliares, pelas
consideradas vista pessoal do interessado procuradorias, pelas autoridades policiais,
para todos os efeitos legais. pelas repartições públicas em geral e por
advogados públicos e privados têm a mesma
§ 2º Quando, por motivo técnico, for inviável força probante dos originais, ressalvada
o uso do meio eletrônico para a realização a alegação motivada e fundamentada de
de citação, intimação ou notificação, esses adulteração antes ou durante o processo de
atos processuais poderão ser praticados digitalização.
segundo as regras ordinárias, digitalizando-
se o documento físico, que deverá ser § 2º A arguição de falsidade do documento
posteriormente destruído. original será processada eletronicamente
na forma da lei processual em vigor.
Art. 10. A distribuição da petição inicial e a
juntada da contestação, dos recursos e das § 3º Os originais dos documentos digitali-
petições em geral, todos em formato digital, zados, mencionados no § 2º deste artigo,
nos autos de processo eletrônico, podem ser deverão ser preservados pelo seu detentor
feitas diretamente pelos advogados públicos e até o trânsito em julgado da sentença ou,
privados, sem necessidade da intervenção do quando admitida, até o final do prazo para
cartório ou secretaria judicial, situação em que interposição de ação rescisória.
a autuação deverá se dar de forma automática,
fornecendo-se recibo eletrônico de protocolo. § 4º (VETADO)

§ 1º Quando o ato processual tiver que ser § 5º Os documentos cuja digitalização seja
praticado em determinado prazo, por meio tecnicamente inviável devido ao grande
de petição eletrônica, serão considerados volume ou por motivo de ilegibilidade
tempestivos os efetivados até as 24 (vinte e deverão ser apresentados ao cartório ou
quatro) horas do último dia. secretaria no prazo de 10 (dez) dias contados
do envio de petição eletrônica comunicando
§ 2º No caso do § 1º deste artigo, se o o fato, os quais serão devolvidos à parte
Sistema do Poder Judiciário se tornar após o trânsito em julgado.
indisponível por motivo técnico, o prazo
fica automaticamente prorrogado para o § 6º Os documentos digitalizados juntados
primeiro dia útil seguinte à resolução do em processo eletrônico somente estarão
problema. disponíveis para acesso por meio da rede
externa para suas respectivas partes
§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário deverão processuais e para o Ministério Público,
manter equipamentos de digitalização e de respeitado o disposto em lei para as
acesso à rede mundial de computadores à situações de sigilo e de segredo de justiça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 973
Art. 12. A conservação dos autos do processo § 1º Consideram-se cadastros públicos, para
poderá ser efetuada total ou parcialmente por os efeitos deste artigo, dentre outros exis-
meio eletrônico. tentes ou que venham a ser criados, ainda
que mantidos por concessionárias de ser-
§ 1º Os autos dos processos eletrônicos viço público ou empresas privadas, os que
deverão ser protegidos por meio de sistemas contenham informações indispensáveis ao
de segurança de acesso e armazenados exercício da função judicante.
em meio que garanta a preservação e
integridade dos dados, sendo dispensada a § 2º O acesso de que trata este artigo
formação de autos suplementares. dar-se-á por qualquer meio tecnológico
disponível, preferentemente o de menor
§ 2º Os autos de processos eletrônicos que custo, considerada sua eficiência.
tiverem de ser remetidos a outro juízo ou
instância superior que não disponham de § 3º (VETADO)
sistema compatível deverão ser impressos
em papel, autuados na forma dos arts. 166
a 168 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 – Código de Processo Civil, ainda que CAPÍTULO IV
de natureza criminal ou trabalhista, ou DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
pertinentes a juizado especial.
Art. 14. Os sistemas a serem desenvolvidos
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o escrivão pelos órgãos do Poder Judiciário deverão usar,
ou o chefe de secretaria certificará os preferencialmente, programas com código
autores ou a origem dos documentos aberto, acessíveis ininterruptamente por meio
produzidos nos autos, acrescentando, da rede mundial de computadores, priorizando-
ressalvada a hipótese de existir segredo se a sua padronização.
de justiça, a forma pela qual o banco de
dados poderá ser acessado para aferir a Parágrafo único. Os sistemas devem
autenticidade das peças e das respectivas buscar identificar os casos de ocorrência de
assinaturas digitais. prevenção, litispendência e coisa julgada.

§ 4º Feita a autuação na forma estabelecida Art. 15. Salvo impossibilidade que comprometa
no § 2º deste artigo, o processo seguirá a o acesso à justiça, a parte deverá informar, ao
tramitação legalmente estabelecida para os distribuir a petição inicial de qualquer ação
processos físicos. judicial, o número no cadastro de pessoas
físicas ou jurídicas, conforme o caso, perante a
§ 5º A digitalização de autos em mídia não Secretaria da Receita Federal.
digital, em tramitação ou já arquivados,
será precedida de publicação de editais de Parágrafo único. Da mesma forma, as
intimações ou da intimação pessoal das peças de acusação criminais deverão ser
partes e de seus procuradores, para que, instruídas pelos membros do Ministério
no prazo preclusivo de 30 (trinta) dias, se Público ou pelas autoridades policiais com
manifestem sobre o desejo de manterem os números de registros dos acusados
pessoalmente a guarda de algum dos no Instituto Nacional de Identificação do
documentos originais. Ministério da Justiça, se houver.

Art. 13. O magistrado poderá determinar que Art. 16. Os livros cartorários e demais
sejam realizados por meio eletrônico a exibição repositórios dos órgãos do Poder Judiciário
e o envio de dados e de documentos necessários poderão ser gerados e armazenados em meio
à instrução do processo. totalmente eletrônico.

974 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Processual Civil – Lei do Processo Eletrônico nº 11.419/2006 – Prof. Giuliano Tamagno

Art. 17. (VETADO) § 3º No caso do § 2º deste artigo, eventuais


contradições na transcrição deverão ser
Art. 18. Os órgãos do Poder Judiciário suscitadas oralmente no momento da
regulamentarão esta Lei, no que couber, no realização do ato, sob pena de preclusão,
âmbito de suas respectivas competências. devendo o juiz decidir de plano, registrando-
Art. 19. Ficam convalidados os atos processuais se a alegação e a decisão no termo." (NR)
praticados por meio eletrônico até a data de "Art. 202. ..........................................................
publicação desta Lei, desde que tenham atingido
sua finalidade e não tenha havido prejuízo para § 3º A carta de ordem, carta precatória ou
as partes. carta rogatória pode ser expedida por meio
eletrônico, situação em que a assinatura do
Art. 20. A Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei."
– Código de Processo Civil, passa a vigorar com (NR)
as seguintes alterações:
"Art. 221. ..........................................................
"Art. 38. .............................................................
IV – por meio eletrônico, conforme regulado
Parágrafo único. A procuração pode em lei própria." (NR)
ser assinada digitalmente com base
em certificado emitido por Autoridade "Art. 237. ...........................................................
Certificadora credenciada, na forma da lei
específica." (NR) Parágrafo único. As intimações podem
ser feitas de forma eletrônica, conforme
"Art. 154. ........................................................... regulado em lei própria." (NR)
Parágrafo único. (Vetado). (VETADO) "Art. 365. ...........................................................
§ 2º Todos os atos e termos do processo V – os extratos digitais de bancos de dados,
podem ser produzidos, transmitidos, públicos e privados, desde que atestado
armazenados e assinados por meio pelo seu emitente, sob as penas da lei, que
eletrônico, na forma da lei." (NR) as informações conferem com o que consta
na origem;
"Art. 164. ...........................................................
VI – as reproduções digitalizadas de
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em qualquer documento, público ou particular,
todos os graus de jurisdição, pode ser feita quando juntados aos autos pelos
eletronicamente, na forma da lei." (NR) órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo
"Art. 169. ........................................................... Ministério Público e seus auxiliares, pelas
procuradorias, pelas repartições públicas
§ 1º É vedado usar abreviaturas. em geral e por advogados públicos ou
§ 2º Quando se tratar de processo total ou privados, ressalvada a alegação motivada
parcialmente eletrônico, os atos processuais e fundamentada de adulteração antes ou
praticados na presença do juiz poderão durante o processo de digitalização.
ser produzidos e armazenados de modo § 1º Os originais dos documentos
integralmente digital em arquivo eletrônico digitalizados, mencionados no inciso VI do
inviolável, na forma da lei, mediante registro caput deste artigo, deverão ser preservados
em termo que será assinado digitalmente pelo seu detentor até o final do prazo para
pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de interposição de ação rescisória.
secretaria, bem como pelos advogados das
partes. § 2º Tratando-se de cópia digital de título
executivo extrajudicial ou outro documento

www.acasadoconcurseiro.com.br 975
relevante à instrução do processo, o juiz "Art. 457. ..........................................................
poderá determinar o seu depósito em
cartório ou secretaria." (NR) § 4º Tratando-se de processo eletrônico,
observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º do
"Art. 399. .......................................................... art. 169 desta Lei." (NR)
§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará "Art. 556. ..........................................................
extrair, no prazo máximo e improrrogável de
30 (trinta) dias, certidões ou reproduções Parágrafo único. Os votos, acórdãos
fotográficas das peças indicadas pelas e demais atos processuais podem ser
partes ou de ofício; findo o prazo, devolverá registrados em arquivo eletrônico inviolável
os autos à repartição de origem. e assinados eletronicamente, na forma da
lei, devendo ser impressos para juntada
§ 2º As repartições públicas poderão aos autos do processo quando este não for
fornecer todos os documentos em meio eletrônico." (NR)
eletrônico conforme disposto em lei,
certificando, pelo mesmo meio, que se trata Art. 21. (VETADO)
de extrato fiel do que consta em seu banco Art. 22. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa)
de dados ou do documento digitalizado." dias depois de sua publicação.
(NR)
"Art. 417. ...........................................................
§ 1º O depoimento será passado para a
versão datilográfica quando houver recurso
da sentença ou noutros casos, quando o juiz
o determinar, de ofício ou a requerimento
da parte.
§ 2º Tratando-se de processo eletrônico,
observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º do
art. 169 desta Lei." (NR)

976 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública

Professor Rafael Ravazolo

www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração

CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE


A GESTÃO PÚBLICA E A GESTÃO PRIVADA

A clara separação entre esfera pública e esfera privada é a marca distintiva das sociedades
capitalistas e democráticas contemporâneas em relação às demais. Dessa separação
fundamental decorrem todas as outras diferenciações relevantes no interior dessas sociedades,
como a existente entre Direito Público e Direito Privado; entre Estado e sociedade civil; e entre
poderes do Estado e direitos do cidadão.
A Gestão Pública pode ser entendida como sendo o modo de gestão do aparelho do Estado,
ou seja, a forma como são aplicados os processos de planejamento, organização, direção e
controle pelas diversas entidades que formam o Estado.
A Gestão Privada utiliza processos semelhantes de planejamento, organização, direção e
controle, porém com alcance, objetivos e regramentos distintos da área pública.

Os poderes do Estado
Max Weber caracteriza o Estado como o monopólio do exercício legítimo da força em uma
sociedade. O Estado não admite concorrência e exerce de forma monopolista o poder político,
que é o poder supremo nas sociedades contemporâneas.
Norberto Bobbio fala da Universalidade – o Estado toma decisões em nome de toda a
coletividade que ele representa, e não apenas da parte que exerce o poder; e da Inclusividade
– em princípio, nenhuma esfera da vida social encontra-se fora do alcance da intervenção do
Estado.
Para Montesquieu, o Estado possui três funções fundamentais:
•• Legislativa: produzir as leis e o ordenamento jurídico necessários à vida em sociedade.
•• Executiva: assegurar o cumprimento das leis.
•• Judiciária: julgar a adequação, ou inadequação, dos atos particulares às leis existentes.
A primazia do público sobre o privado normativamente está fundamentada na contraposição
entre interesse coletivo e interesse individual. O bem comum não resulta da soma dos bens
individuais, razão pela qual os interesses individuais (privados) devem ser subordinados aos
interesses coletivos (o bem público).
A soberania que o Estado exerce sobre o conjunto da sociedade justifica-se sempre pelo
interesse social.
O poder extroverso caracteriza-se pela capacidade de gerar unilateralmente obrigações para
os demais entes sociais, exorbitando suas próprias fronteiras. Somente o Estado tem o poder

www.acasadoconcurseiro.com.br 979
de criar normas jurídicas, legais e administrativas que regulam a ação e o comportamento dos
demais membros da sociedade.
O poder de polícia é exercido pela Administração Pública com a finalidade de conter os abusos
de indivíduos e grupos na sociedade civil, defendendo o interesse público no seu sentido mais
amplo.
O direito positivo determina a esfera de poder do Estado sobre a sociedade. Além disso, o
princípio da Legalidade diz que a Administração Pública, e, por extensão, o agente público, só
pode fazer o que a lei permite.
Uma vez que a lei tenha delimitado o espaço público e, por exclusão, definido também a
extensão da esfera privada, os particulares que nesta se encontrarem – sejam eles indivíduos
ou empresas – poderão fazer tudo aquilo que a lei não proibir e deixar de fazer aquilo que a lei
não os obrigar.
A essa liberdade e autonomia de ação da sociedade civil (privada) convencionou-se chamar de
liberdade negativa. Simplesmente porque essa esfera de liberdade – de fato, bastante extensa
– é claramente delimitada por dois “não”:
•• pode-se fazer o que a lei não proibir; e
•• pode-se deixar de fazer o que a lei não obrigar.
Essa é a regra geral que orienta todo o direito privado – isto é, aquele que regula as relações
entre os entes privados na sociedade, como os direitos Civil, Comercial, Penal etc.

Divergências Público x Privado

Princípios: a Administração Pública brasileira, em todas as suas esferas, é regida pelos princípios
constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade; da publicidade e da eficiência.
A gestão privada não tem princípios tão bem definidos como os que regem a administração
pública. A direção das empresas privadas tem liberdade e flexibilidade para criar sua própria
filosofia e segui-la.
Interesse: a gestão pública procura satisfazer o interesse e bem-estar geral (bem público),
enquanto a gestão privada procura satisfazer os interesses de determinados indivíduos ou
grupos (bem privado).
Pessoas: na esfera pública, os indivíduos são concebidos como cidadãos, seja na posição de
servidores do Estado, seja na condição de usuários dos serviços públicos ou sujeitos submetidos
às leis e normas impostas pelo Estado. Já na esfera privada, os indivíduos são concebidos como
pessoas físicas à procura da satisfação de seus interesses particulares, podendo se associar
e constituir pessoas jurídicas com a finalidade de perseguir os mais diferentes objetivos –
econômicos, políticos, religiosos, culturais etc.
Objetivos: a gestão pública visa a consecução de seus objetivos em prol do interesse coletivo
e, em regra geral, sem buscar lucro em suas atividades (atentar às empresas públicas). Já
os empresários são motivados pela busca do lucro, ou pela satisfação de outros interesses
privados.

980 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Administração Pública x Privada – Prof. Rafael Ravazolo

Organizações: Instituições públicas são entes criados por lei para atingir objetivos específicos
(missão perene), cumprindo papéis típicos ou de interesse do Estado (saúde, educação,
proteção, regulação etc). Cada empresa privada segue sua própria filosofia e pode mudá-la a
qualquer momento - decidir em que mercados atuar, como concorrer, que metas atingir, enfim,
tudo aquilo que a lei não proíba.
Clientes/Cidadãos: a administração pública não pode fazer acepção de pessoas, deve tratar a
todos igualmente e com qualidade. O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos
previstos em lei. Por outro lado, as organizações privadas utilizam estratégias de segmentação
de “mercado”, estabelecendo diferenciais de tratamento para clientes preferenciais.
Estrutura: na administração pública, a estrutura é mais verticalizada e burocratizada,
enquanto a gestão privada há mais flexibilidade e variedade nos modelos, tendendo a ser mais
horizontalizada.
Recursos: as atividades públicas são financiadas com recursos públicos, oriundos de
contribuições compulsórias de cidadãos e de empresas, enquanto a gestão privada lida com
recursos próprios ou de investidores.
Mercado: as empresas normalmente trabalham em regime de competição; os governos usam
habitualmente o sistema de monopólio.
Privacidade/Publicidade: o principio da Publicidade obriga a ampla divulgação dos atos
praticados pela Administração Pública, seja através de diários oficiais, jornais, editais, etc. (salvo
em áreas específicas ligadas a segurança e soberania). As empresas privadas fazem o contrário,
escondem suas estratégias como forma de evitar espionagem e garantir posição no mercado.
Compras/Contratações: na gestão pública o interesse é coletivo e as ações impessoais, daí a
necessidade da realização de compra por licitações e recrutamento de pessoal por concursos
públicos (exceto CCs). Uma empresa privada pode comprar de qualquer fornecedor e contratar
qualquer pessoa de acordo com seus critérios.
Carreiras/promoções: as carreiras e promoções são mais flexíveis no setor privado, podendo
passar por reestruturações a qualquer momento de acordo com as necessidades da gestão; na
gestão pública, as regras estipuladas em lei são seguidas estritamente.
Erros: o impacto de um erro administrativo na gestão pública prejudica toda população (que
em última instância paga compulsoriamente por tal serviço), enquanto nas empresas o prejuízo
é restrito.

Convergências
As principais convergências entre gestão pública e privada ocorrem na área meio, ou seja, na
forma como empresas e instituições públicas se organizam e agem para alcançar seus objetivos.
Dentre semelhanças práticas, destaca-se:
•• Têm objetivos a serem alcançados;
•• Para alcançar tais objetivos, estruturam-se e realizam um certo conjunto de atividades;
•• Para executar estas atividades, mobilizam uma determinada quantidade de recursos
(humanos, materiais, tecnológicos, financeiros etc.);

www.acasadoconcurseiro.com.br 981
•• Usam o planejamento e a gestão estratégica;
•• Buscam avanços tecnológicos visando ao acesso facilitado a serviços;
•• Eficiência – usar os recursos adequadamente. O princípio da Eficiência, incluído na
Constituição Federal em 1998, é resultado da incorporação, pelo Estado, de técnicas de
administração privada.
•• Eficácia – alcançar objetivos – resultados;
•• Efetividade – atender às expectativas e necessidades dos stakeholders (partes interessadas
em determinado produto/serviço). Mudar a realidade.

982 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Administração Pública x Privada – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Administração Pública x Privada

Público X Privado
• Gestão Pública
‒modo de gestão do aparelho do Estado.
‒forma como são aplicados os processos de planejamento,
organização, direção e controle pelas diversas entidades que
formam o Estado.

• Gestão Privada
‒planejamento, organização, direção e controle, porém com
alcance, objetivos e regramentos distintos da área pública.

Estado Moderno

• Sociedades capitalistas e democráticas contemporâneas:


‒Clara separação entre esfera pública e esfera privada;
o Direito Público e Direito Privado;
o Estado e sociedade civil;
o Poderes do Estado e direitos do cidadão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 983
Poderes do Estado
• Max Weber:
‒Monopólio do exercício legítimo da força em uma sociedade.
‒Não admite concorrência e exerce de forma monopolista o
poder político, que é o poder supremo nas sociedades
contemporâneas.
• Norberto Bobbio:
‒Universalidade - toma decisões em nome de toda a
coletividade que ele representa, e não apenas da parte que
exerce o poder;
‒Inclusividade - em princípio, nenhuma esfera da vida social
encontra-se fora do alcance da intervenção do Estado.
4

Poderes do Estado

• Montesquieu – três funções


‒Legislativa: produzir as leis e o ordenamento jurídico
necessários à vida em sociedade.
‒Executiva: assegurar o cumprimento das leis.
‒Judiciária: julgar a adequação, ou inadequação, dos atos
particulares às leis existentes.

984 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Administração Pública x Privada – Prof. Rafael Ravazolo

Poderes do Estado
• Primazia do público sobre o privado
‒fundamentada na contraposição entre interesse coletivo e
interesse individual
• Soberania do Estado sobre a sociedade justifica-se
sempre pelo interesse social.
‒Poder extroverso - capacidade de gerar unilateralmente
obrigações para os demais entes sociais, exorbitando suas
próprias fronteiras.
‒Poder de polícia - condicionar e restringir o uso/gozo de
bens ou direitos individuais com a finalidade de conter os
abusos de indivíduos e grupos na sociedade civil.
6

Poderes do Estado

• Direito positivo:
‒Esfera de poder do Estado sobre a sociedade;
‒Legalidade - só pode fazer o que a lei permite.

• Liberdade negativa
‒pode-se fazer o que a lei não proibir; e
‒pode-se deixar de fazer o que a lei não obrigar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 985
Divergências Gestão Pública Gestão Privada
Princípios Regida pelos princípios constitucionais. Liberdade para criar a própria filosofia.
Interesse Satisfazer o interesse geral (bem público) Satisfazer interesses individuais (bem privado)
Pessoas físicas à procura da satisfação de seus
Pessoas São concebidas como cidadãos.
interesses particulares.
Objetivos Em prol do interesse coletivo. Lucro, interesses privados.
Criadas por lei para atingir objetivos Cada empresa privada segue sua própria filosofia
Organizações
específicos, cumprindo papéis do Estado. e pode mudá-la a qualquer momento.
Tratar a todos igualmente (exceto em casos
Clientes / Cidadãos Estratégias de segmentação de mercado.
previstos na lei)
Estrutura Tende a ser mais verticalizada. Maior flexibilidade e variedade nos modelos.
Oriundos de contribuições compulsórias de
Recursos Recursos próprios ou de investidores.
cidadãos e de empresas.
Mercado Habitualmente monopolistas. Normalmente há competição.
Ampla divulgação dos atos praticados pela Geralmente escondem estratégias como forma de
Publicidade
Administração Pública. garantir posição no mercado.
Contratações Licitações e concursos públicos (exceto CCs) Compra/contrata de acordo com seus critérios.
Carreiras Regras gerais estipuladas em lei. São mais flexíveis.
O impacto de um erro administrativo
Erros O prejuízo é restrito.
prejudica toda população.
8

Convergências Público x Privado


• Área-meio:
‒Têm objetivos;
‒Estruturam-se para realizar atividades;
‒Mobilizam recursos (humanos, materiais etc.)
‒Usam o planejamento e a gestão estratégica;
‒Buscam avanços tecnológicos visando ao acesso facilitado a
serviços;
‒Eficiência
‒Eficácia
‒Efetividade
9

986 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

A Administração possui dezenas de definições na literatura especializada. De forma simples,


pode-se dizer que administrar é a tarefa de tomar decisões sobre recursos para atingir objetivos.

Nesse contexto, o Processo Organizacional (ou Administrativo, ou de Gerenciamento) é o


conjunto de decisões do administrador, ou seja, as funções que o gestor executa (planejar,
organizar, dirigir, liderar, comunicar, controlar, avaliar, etc.).
Assim como um processo é uma forma sistematizada de se fazer algo (uma sequência de passos
para atingir um objetivo), o Processo Organizacional é a forma sistematizada que o gestor usa
para facilitar o gerenciamento da organização (uma sequência de funções).
Autores divergem sobre as funções que compõem o Processo Organizacional, incluindo ou
excluindo atividades em seus modelos. Algumas dessas diferenças são apenas semânticas;
outras são baseadas na importância relativa dada aos elementos. Por exemplo, dois modelos
frequentemente encontrados em editais de concursos são compostos por "Planejamento,
Direção, Comunicação, Controle e Avaliação" ou "Planejamento, Organização, Direção e
Controle".
O importante é perceber que, ao se analisar a fundo cada modelo, verifica-se que seus
elementos, mesmo com nomes diferentes, representam processos muito semelhantes.
Foi a Teoria Clássica da Administração, de Henry Fayol, que deu notoriedade às funções
administrativas. Para ele a Administração dividia-se em: prever, organizar, comandar, coordenar
e controlar. Hoje em dia, o modelo mais aceito é oriundo da teoria Neoclássica, uma evolução
do pensamento de Fayol, e possui 4 funções: Planejamento, Organização, Direção e Controle.

www.acasadoconcurseiro.com.br 987
A seguir, a figura que representa esse Processo Administrativo.

988 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

ESTRATÉGIA

O pensamento estratégico representa hoje um importante instrumento de adequação


organizacional a um ambiente competitivo e turbulento, preparando a organização para
enfrentá-lo e utilizando, para isso, suas competências, qualificações e recursos internos, de
maneira sistematizada e objetiva.
A seguir, algumas definições de Estratégia Organizacional.

Mintzberg e Quinn – Modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e as ações sequenciais de
uma organização, em um todo coeso.
Ansoff – Conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento
parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação da empresa com seu ecossistema.
Wright, Kroll e Parnell – Planos da alta administração para alcançar resultados consistentes com a
missão e os objetivos gerais da organização.
Meirelles e Gonçalves – Disciplina da administração que se ocupa da adequação da organização ao
seu ambiente.
Dess, Lumpkin e Eisner – O conjunto de ações administrativas que possibilitam aos gestores de uma
organização mantê-la integrada ao seu ambiente e no curso correto de desenvolvimento, assegurando-
lhe atingir seus objetivos e sua missão.
Certo et al. – O processo contínuo e circular que visa manter a organização como um conjunto
adequadamente integrado ao seu ambiente.
Pascale – Processo de selecionar oportunidades definidas em termos de pedidos a serem atendidos
e produtos a serem oferecidos, e, ao mesmo tempo, tomar decisões sobre investimentos de recursos
com a finalidade de atingir objetivos.
Chiavenato – Mobilização de todos os recursos no âmbito global da organização, visando a atingir
objetivos situados no longo prazo.

Qualquer que seja a definição de Estratégia, destacam-se algumas palavras-chave que sempre
a permeiam: mudanças, competitividade, desempenho, posicionamento, missão, objetivos,
resultados, integração, futuro, adequação organizacional, etc.
Quando se constrói uma estratégia, se pretende tomar decisões hoje tendo em mente o futuro.
A estratégia não é um fim em si mesma, mas apenas um meio. A estratégia não dá certeza,
mas apenas a probabilidade com relação ao futuro, portanto, ser reavaliada e reajustada
constantemente em função das mudanças.
A estratégia, nesse contexto, assim como a organização e o seu ambiente, não é algo estático,
acabado; ao contrário, está em contínua mudança, desempenhando a função crucial de

www.acasadoconcurseiro.com.br 989
integrar a organização e o ambiente em um todo coeso, sinérgico para os agentes que estão
diretamente envolvidos ou indiretamente influenciados.
Qualquer organização, conscientemente ou não, adota uma estratégia, considerando-se que a
não adoção deliberada de estratégia pode ser entendida como uma estratégia.
As estratégias são formuladas e aplicadas em duas dimensões:

Dimensão Conteúdo (Concepção): o que fazer? (Para tornar-se mais competitivo, agregar valor aos
clientes/acionistas etc.). A Análise Estratégica busca essas respostas.
Dimensão Processo (Implementação): como fazer? (Qual caminho e ações tomar para fazer acontecer
a estratégia concebida). O Planejamento Estratégico responde isso.

GESTÃO ESTRATÉGICA

A Gestão Estratégica visa assegurar o sucesso da Organização no momento atual e,


principalmente, no futuro. Ela pode ser entendida como um conjunto de ações que possibilitam
aos gestores de uma organização mantê-la integrada ao seu ambiente e ao curso correto de
desenvolvimento, assegurando o cumprimento de seus objetivos e sua missão.
Inicialmente, o planejamento estratégico restringia-se à análise dos pontos fortes e fracos
de uma organização, passando depois a se preocupar também com o planejamento e a
administração de eventuais mudanças no ambiente organizacional. Esse modelo entrou em
crise em razão da imprevisibilidade cada vez maior do ambiente externo, que exigia uma
postura mais dinâmica. Foi nesse contexto que a Gestão Estratégica ganhou espaço, por ser a
responsável pelo desenvolvimento, implementação e controle da estratégia.
Gestão Estratégica é maior que o Planejamento Estratégico, pois envolve o Planejamento, a
Execução e o Controle da estratégia.
A Gestão Estratégica, portanto, evoluiu do simples planejamento para um campo que ocupa
atualmente um papel de destaque na área de Administração, por sua potencial capacidade
norteadora e sinalizadora de caminhos mais seguros e viáveis à sobrevivência e ao crescimento
da organização. Desempenha, assim, uma função crucial: a de integrar estratégia, organização
e ambiente de forma sinérgica.

Fases
Não há unanimidade na literatura.
Oliveira: Planejamento, Organização, Direção e Controle Estratégico.
Certo e Peter:

990 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Sobral e Peci:

Maximiano:

A gestão estratégica inclui, no mínimo, três fases distintas:

1. Formulação (planejamento) da estratégia


2. Implementação (execução) da estratégia
3. Controle (avaliação) da estratégia

Obs 1: alguns autores dividem a formulação em três etapas (Análise ambiental, Estabelecimento da
direção organizacional e Planejamento estratégico), deixando a lista com cinco etapas.
Obs 2: outros autores dividem o Controle em Controle e Avaliação, como forma de dar destaque à
última etapa, a Avaliação, fechando o ciclo de melhoria da estratégia (uma espécie de PDCA).

FASE 1 – Formulação da Estratégia


•• Definição da missão e da visão da organização, ou seja, a determinação da razão de ser da
organização e do que a organização pretende ser no seu ambiente de negócios;
•• Diagnósticos estratégicos, quando são feitas as análises internas (forças e fraquezas da
empresa) e externas (oportunidades e ameaças ambientais);
•• Determinação dos instrumentos prescritivos e quantitativos, tais como objetivos, metas,
estratégias, políticas e projetos;
•• Definição do controle e da avaliação (critérios e parâmetros).
FASE 2 – Implementação da Estratégia – é a implantação das determinações definidas na
fase anterior. Esta fase consiste em converter planejamento em ações concretas e resultados,
viabilizados através de planos táticos (planos dos níveis intermediários das empresas) e
operacionais da estrutura organizacional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 991
Engloba o gerenciamento das pessoas, a alocação de recursos e a organização do trabalho.
Nessa fase de execução se pressupõe uma mudança organizacional para incorporação de
novos papéis, nova matriz hierárquica, o sistema de retroalimentação organizacional e as
peculiaridades da estrutura de pessoal.
FASE 3 – Controle Estratégico – considera as definições no plano estratégico da organização e
monitora periodicamente o grau de consecução e desvio dos padrões determinados, de modo
a corrigir distorções e aperfeiçoar os resultados alcançados. É realizado por meio de indicadores
e possibilita a geração de informações úteis para as duas fases anteriores, permitindo o
aprimoramento das ações prescritas e praticadas, viabilizando o melhoramento contínuo, por
mudanças de processos, e de adaptação a diferentes situações surgidas ao longo do tempo.

Níveis e Tipos de Estratégias


Segundo Maximiano (2000), a abrangência da administração estratégica depende do tamanho
da empresa. Numa organização de grande porte, com operações diversificadas, o moderno
enfoque da administração estratégica aplica-se a quatro níveis, são eles:
•• Estratégia corporativa: abrange os objetivos e interesses de todos os negócios das
empresas que atuam em diversos ramos de negócio.
•• Estratégia funcional: aplica-se às funções de cada negócio, ou de cada unidade em que
atua em um determinado ramo de atividade. É uma forma de implementação dos objetivos
definidos pela empresa para o ramo ou mercado que irá atuar.
•• Estratégia operativa (operacional): estabelece algumas diretrizes específicas sobre como
conduzir as atividades diárias dentro da empresa.
•• Estratégia de ramo ou de unidade de negócios: é a designação que se dá a uma empresa
de um grupo de empresas, ou a de uma divisão de uma grande corporação, que atua num
ramo particular, diferente dos ramos em que atuam as outras empresas ou outras divisões.
Quanto aos tipos, existem dezenas de definições na literatura, sendo as mais comuns citadas a
seguir.

Henry Mintzberg
Um dos grandes autores da gestão estratégica, ele trata o processo de formação das estratégias
como um somatório das estratégias deliberadas com as emergentes.
•• Estratégias Deliberadas são aquelas explicitamente planejadas e definidas de acordo com
um plano controlado da instituição, ou seja, são as estratégias pretendidas.
•• Estratégias Emergentes são padrões de ação surgidos na ausência de um plano deliberado ou
mesmo em desacordo com este plano. Estão muito ligadas ao aprendizado organizacional.

992 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Mintzberg escreveu em 1987 um artigo chamado Five P’s for Strategy (Cinco P’s para Estratégia),
no qual apresenta cinco conceitos para estratégia, pelos quais se pode realizar o diagnóstico
e levantar o perfil estratégico de uma organização. Os P’s são: Plan (Plano), Ploy (Pretexto,
Manobra), Pattern (Padrão), Position (Posição) e Perspective (Perspectiva).
Plan (Plano)
•• É o conceito mais comumente relacionado à estratégia. A estratégia é um plano abrangente
e integrado, desenvolvido conscientemente e intencionalmente, com a finalidade de
assegurar que os objetivos básicos do empreendimento sejam alcançados.
Ploy (Pretexto, Manobra)
•• É uma tática que visa enfraquecer oponentes, como um blefe. Pode ser aplicada com a
finalidade de confundir, iludir ou comunicar uma mensagem falsa (ou não) aos concorrentes.
Ex: divulgar a intenção de ampliar uma fábrica para desencorajar concorrentes a entrarem
no mercado (e não necessariamente ampliar a fábrica).
Position (Posição)
•• É uma forma de localizar a empresa no seu meio ambiente, melhorando sua posição
competitiva. Nessa concepção, a estratégia permite definir o local/nicho (dentro do
ambiente mais amplo) onde a empresa vai concentrar os seus recursos, visando manter ou
melhorar sua posição.
Perspective (Perspectiva)
•• Se estabelece dentro da organização, na verdade está dentro das cabeças dos estrategistas,
coletivamente. Procura nas lideranças internas da organização mecanismos para formular
estratégias, baseando-as no modelo de entendimento do mundo que cerca a empresa.
Pattern (Padrão)
Quando um determinada de ação traz resultados positivos, a tendência natural é incorporá-la
ao comportamento. Em outras palavras, com o tempo, algumas ações bem sucedidas formam
um padrão de atuação, uma constância de comportamento que se torna a estratégia. Ex:
quando Henry Ford fabricava seus carros modelo T somente na cor preta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 993
Mintzberg propõe que estes cinco conceitos não são excludentes, mas compatíveis e
inter-relacionados.

Mintzberg resumiu, após extensa revisão bibliográfica, as características de dez escolas do


pensamento estratégico que se desenvolveram a partir da década de 70 do século XX (divididas
em três classes):
•• Prescritiva – focalizam como as estratégias devem ser formuladas (desenho, planejamento,
posicionamento);
•• Descritiva – descrição de como as estratégias são formuladas de fato (empreendedora,
cognitiva, aprendizado, poder, cultural, ambiental);
•• Integrativa – foco é integrar vários elementos das demais escolas (configuração).

Quanto às escolas:
1. Design: a estratégia como um processo de concepção. Há um ajuste entre as forças e as
fraquezas internas com as ameaças e as oportunidades externas de seu ambiente;
2. Planejamento: a estratégia como um processo formal. A formalidade significa que o
processo estratégico pode ser decomposto em passos distintos e delineados, sustentado
por técnicas como orçamentação, programas e planos operacionais;
3. Posicionamento: a estratégia como um processo analítico, que se reduz a posições
genéricas selecionadas por meio de análises das situações. Nessa escola, a formulação da
estratégia deve ser precedida de exame profundo da organização e do ambiente externo;
4. Empreendedora: a estratégia como um processo visionário. Baseia o processo estratégico
na intuição e na visão dos líderes.
5. Cognitiva: a estratégia como um processo mental. Essa escola estuda as estratégias que
se desenvolvem nas mentes das pessoas, a fim de categorizar os processos mentais em
estruturas, modelos, mapas, conceitos e esquemas. Assim, a pesquisa é dirigida ao modo
como a mente humana processa a informação, mapeia a estrutura do conhecimento e
obtém a formação de conceitos;
6. Aprendizado: a estratégia como um processo emergente. Origina-se em toda a organização
através de seus membros individualmente ou coletivamente;
7. Poder: a estratégia como um processo de negociação, envolvendo barganha, persuasão,
confrontação e alianças entre os atores que dividem o poder, tanto na empresa quanto no
mercado.
8. Cultural: a estratégia como um processo coletivo. Enquanto o poder concentra-se em
interesse próprio e fragmentação, a cultura volta-se para os interesses comuns e integração
dentro da organização;
9. Ambiental: a estratégia como um processo reativo, ou seja, a organização é considerada
um ente passivo que consome seu tempo reagindo a um ambiente que estabelece a ordem
a ser seguida;

994 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

10. Configuração: a estratégia como um processo de transformação. Nessa linha de estudo,


as organizações são percebidas como configurações, ou seja, agrupamentos coerentes
de características e comportamentos. A fim de transformar uma organização, ela teria de
saltar de uma configuração para outra, sendo que nesse instante ocorreria uma mudança
estratégia.

Michael Porter
No livro Estratégia Competitiva, Porter aborda a concorrência entre empresas, examinando o
modo como uma empresa pode competir com maior eficácia para fortalecer sua posição no
mercado.
Estratégia competitiva é a relação entre os fins
(metas, objetivos) que a empresa pretende alcançar
e os meios (políticas, operações) necessários para se
chegar lá.
A figura a seguir, chamada Roda da Estratégia
Competitiva, mostra essa relação entre as metas (no
centro), representando a forma como a empresa irá
competir e seus objetivos econômicos e não
econômicos, e as políticas operacionais básicas com as
quais a empresa busca atingir os objetivos (raios da
roda).
De acordo com Porter, estratégia competitiva é
a busca de uma posição competitiva favorável
em uma indústria, a arena fundamental onde
ocorre a concorrência. O objetivo da estratégia
competitiva é estabelecer uma posição lucrativa
e sustentável contra as forças que determinam a
concorrência da indústria.
O contexto de desenvolvimento de uma
estratégia competitiva envolve quatro fatores
básicos, os quais determinam os limites daquilo
que uma empresa pode realizar com sucesso:
pontos fortes e pontos fracos; oportunidades
e ameaças; valores pessoais dos executivos
implementadores; expectativas mais amplas da
Sociedade.

O processo de formulação de uma estratégia competitiva envolve a resposta a três perguntas:


a) O que a empresa está realizando?
•• Identificação da estratégia corrente (explícita ou não)

www.acasadoconcurseiro.com.br 995
•• Suposições implícitas para que a estratégia faça sentido (tendências, concorrência,
posição, pontos fortes e fracos)
b) O que está ocorrendo no ambiente?
•• Análise setorial (indústria) – fatores básicos de sucesso, ameaças e oportunidades
•• Análise da concorrência – capacidades, limitações e possíveis movimentos
•• Análise da sociedade – contexto social, fatores políticos, sociais e governamentais
•• Análise da capacitação da empresa – pontos fortes e fracos em relação à concorrência
c) O que a empresa deveria estar realizando?
•• Teste de suposições e estratégias
•• Identificação das alternativas estratégicas viáveis
•• Escolha estratégica (melhor relação entre situação da empresa X oportunidades e
ameaças)
Quanto à análise da concorrência, há quatro componentes que permitem uma predição do
perfil do concorrente: metas futuras, estratégia em curso, hipóteses e capacidades.

O que Orienta o Concorrente O que o Concorrente Está Fazendo


e Pode Fazer
METAS FUTURAS
ESTRATÉGIA EM CONCURSO
A todos os níveis da administração
e em várias dimensões De que forma o negócio está
competindo no momento

PERFIL DE RESPOSTAS DO CONCORRENTE


O concorrente está satisfeito com a sua posição
atual?
Quais os prováveis movimentos ou mudanças
estratégicas que o concorrente fará?
Onde o concorrente é vulnerável?
O que provocará a maior e mais efetiva retaliação
pelo concorrente?

HIPÓTESES CAPACIDADES
Sobre si mesmo e sobre a indústria Tanto os pontos fortes como os
pontos fracos

996 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Modelo das Cinco Forças


Foi concebido por Michael Porter em 1979 e destina-se à análise da competição entre empresas.
Considera cinco fatores, “forças competitivas”, que devem ser estudados para que se possa
desenvolver uma estratégia empresarial eficiente: Rivalidade entre os concorrentes, Poder de
Negociação (barganha) dos clientes, Poder de Negociação (barganha) dos fornecedores,
Ameaça de produtos substitutos (Grau de diferenciação dos insumos), Ameaça de entrada de
novos concorrentes.
Variações dessas forças em uma
empresa afetam a sua capacidade
para servir os clientes e obter lucros.
Uma mudança em qualquer uma das
forças normalmente requer uma nova
pesquisa (análise) para reavaliar o
mercado.
1 – Ameaça de Novos Entrantes
(barreiras a novos concorrentes):
fica mais fácil para uma empresa
manter sua posição no mercado caso
haja barreiras à entrada de novos
concorrentes. Do contrário, caso seja
fácil entrar em um mercado, haverá
muita concorrência e, como possível
consequência, perda de rentabilidade.
Tais barreiras podem ser: políticas
governamentais, alto capital para
implantação, tecnologia etc.
2 – Poder de Negociação dos Fornecedores: é o mercado de insumos. Fornecedores de
matérias-primas, componentes e serviços para a empresa podem se recusar a trabalhar com a
empresa, ou cobrar preços excessivamente elevados por recursos exclusivos. Tudo depende de
quem tem maior poder e de quem perde mais com o fim da relação.
3 – Poder de Negociação dos Clientes: os clientes exigem mais qualidade por um menor preço
de bens e serviços. Seu poder depende do volume de compras, de informações etc.
4 – Ameaça de Produtos Substitutos: parte do pressuposto de que nada é insubstituível. A
existência de produtos (bens e serviços) substitutos no mercado, que desempenhem funções
equivalentes ou parecidas, é uma condição básica de barganha devido à concorrência.
5 – Intensidade da Rivalidade entre os Concorrentes: todos os fatores anteriores convergem
para este. Para a maioria das empresas, é o principal determinante da competitividade do
mercado. Às vezes rivais competem agressivamente (em relação a preço, inovação, qualidade,
marketing etc.; outras vezes podem realizar acordos tácitos de coexistência e parcerias.

Outros
Wright, Kroll e Parnell, analisando as dimensões de estratégia corporativa, destacam que uma
empresa pode adotar estratégias corporativas de crescimento, de estabilidade e de redução.

www.acasadoconcurseiro.com.br 997
Estratégia Tipos Definição / Execução
Aumento das vendas e da capacidade de produção
Crescimento Interno
da força de trabalho.
Expansão da empresa por meio da aquisição de
Integração Horizontal
outras que atuam na mesma unidade de negócios.
Aquisição de empresa de um setor externo a seu
Diversificação Horizontal campo de atuação atual, mas relacionada a suas
Relacionada competências essenciais, para aproveitar sinergias e
criar valor.
Aquisição de empresa de um setor não relacionado,
Diversificação Horizontal
geralmente por motivo de investimento financeiro,
Não Relacionada
para aproveitar oportunidades.
Aquisição de empresa por meio de transferência ou
Crescimento Integração Vertical de partilha de competências essenciais semelhantes
Empresas Relacionadas ou complementares no canal de distribuição
vertical.
Integração Vertical Aquisição de empresa com diferentes competências
de Empresas Não essenciais, o que limita a sua transferência ou
Relacionadas partilha.
União de duas empresas por meio de uma
permuta de ações, com o objetivo de partilha
Fusões
ou transferência de recursos e ganho em força
competitiva.
Parcerias em que duas ou mais empresas
Alianças Estratégicas realizam um projeto específico ou cooperam em
determinada área de negócio.
Para empresas que atuam em mais de um setor:
manutenção do conjunto atual de empresas.
Para uma empresa que atua em um único setor:
Estabilidade
manutenção das mesmas operações sem busca
de um crescimento significativo nas receitas ou no
tamanho da empresa
Visa a tornar a empresa mais enxuta e eficaz, ao
eliminar resultados não lucrativos, diminuir ativos,
Reviravolta (turnaround) reduzir o tamanho da força de trabalho, cortar
custos de distribuição e reconsiderar as linhas de
produtos e os grupos de clientes da empresa.
Ocorre quando uma empresa vende ou faz um spin-
Redução off (segregação parcial) de uma de suas unidades
Desinvestimento de negócio, se esta apresentar um desempenho
ruim ou deixar de se adequar ao perfil estratégico
da empresa.
Venda de ativos indicada somente quando nem a
Liquidação ou
reviravolta nem o desinvestimento forem viáveis,
Fechamento
em virtude de suas perdas e impactos negativos.

998 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Há quatro tipos de estratégias decorrentes da Análise SWOT (do cruzamento entre forças,
fraquezas, ameaças e oportunidades de uma organização):
1. Sobrevivência: ambiente com predomínio de ameaças x pontos fracos da organização –
estratégias de redução de custos, desinvestimento e liquidação do negócio.
2. Manutenção: ameaças x pontos fortes – estratégias de estabilidade (equilíbrio), de nicho
de mercado, de especialização de atividades/produtos.
3. Crescimento: ambiente com predomínio de oportunidades x pontos fracos da organização
– inovação, internacionalização, joint venture (parceria), expansão.
4. Desenvolvimento: oportunidades x pontos fortes – de novos mercados, de produtos, de
capacidades, financeiro, diversificação.
Miles e Snow classificam os comportamentos corporativos para se relacionar com o ambiente
em quatro categorias amplas:
1. Estratégia Defensiva: preocupa-se com a defesa e a estabilidade, ou seja, como isolar uma
parcela do mercado para criar um domínio estável, um conjunto limitado de produtos
é destinado a um segmento do mercado total. Para se defender dos concorrentes, a
organização pratica preços competitivos ou se concentra na qualidade. A eficiência
tecnológica é importante, assim como o rigoroso controle da organização.
2. Estratégia Ofensiva (prospectora): é uma estratégia exploradora e agressiva que busca
ativamente novas e inovadoras oportunidades de produtos e mercados, mesmo que isso
possa afetar a lucratividade. Isso implica em mudanças e é importante a flexibilidade, tanto
em tecnologia como em arranjos organizacionais.
3. Estratégia Analítica: é uma estratégia dual e híbrida. A empresa utiliza a estratégia defensiva
e a ofensiva, procurando minimizar o risco e, ao mesmo tempo, maximizar a oportunidade
de lucro, de maneira equilibrada.
4. Estratégia Reativa: ao contrário das outras três alternativas, a organização reage
intempestivamente ao ambiente. É um comportamento inconsistente e instável, residual
que surge quando uma das outras três estratégias é seguida de maneira inadequada.
Constitui um sinal de fracasso.
Paulo de Vasconcellos Filho classifica as interações entre uma organização e o ambiente em
três graus, cada um com seu respectivo comportamento e com as consequências esperadas:

Grau de interação Comportamento Consequências


Não reagente, não adaptativo, Sobrevivência a curto prazo –
Negativo
não inovativo Extinção
Sobrevivência a longo prazo –
Neutro Reagente, Adaptativo
Estagnação
Sobrevivência a longo prazo –
Positivo Reagente, Adaptativo, Inovativo
Desenvolvimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 999
Autores da Escola Estruturalista focam em estratégias de competição e de cooperação:
•• Competição: é uma forma de rivalidade entre duas ou mais organizações frente à mediação
de terceiro grupo. No caso de organizações industriais, o terceiro grupo pode ser o
comprador, o fornecedor ou outros. A competição é um complexo sistema de relações
e envolve a disputa por recursos (como clientes ou compradores ou ainda membros
potenciais). A competição é um processo pelo qual a escolha do objetivo pela organização
é controlada, em parte, pelo ambiente. Daí, a necessidade de disputa devido à rivalidade
pelos mesmos recursos. A competição nem sempre envolve interação direta entre as partes
rivais.
•• Ajuste ou negociação: busca negociações para um acordo quanto à troca de bens
ou serviços entre duas ou mais organizações. Mesmo quando as expectativas são
estáveis, a organização não pode supor a continuidade das relações com fornecedores,
distribuidores, operários, clientes etc. O ajuste é a negociação quanto a uma decisão sobre
o comportamento futuro que seja satisfatório para os envolvidos. O ajustamento periódico
de relações ocorre nos acordos coletivos sindicais, nas negociações com fornecedores ou
com compradores, etc. Ao contrário da competição, o ajuste envolve interação direta com
outras organizações do ambiente e não com um terceiro partido. O ajuste invade e permeia
o processo real de decisão.
•• Cooptação ou coopção: é um processo para absorver novos elementos estranhos na
liderança ou no esquema de tomada de decisão de uma organização, como um recurso
para impedir ameaças externas à sua estabilidade ou existência. Por meio de cooptação, a
organização traz para dentro de si elementos vindos de outras organizações potencialmente
ameaçadoras para compartilhar seu processo político de tomada de decisões e afastar
possíveis retaliações. A cooptação é a aceitação de representantes de outras organizações
(como bancos credores ou instituições financeiras) pelo grupo dirigente de uma
organização. Ajuda na integração de partes heterogêneas de uma sociedade complexa e
limita a arbitrariedade da organização na escolha dos seus objetivos.
•• Coalizão: combinação de duas ou mais organizações para alcançar um objetivo comum.
Trata-se de uma forma extrema de condicionamento ambiental dos objetivos de uma
organização. Duas ou mais organizações agem como uma só em relação a determinados
objetivos, principalmente quando há necessidade de mais apoio ou recursos que não são
possíveis para cada organização isoladamente. A coalizão exige o compromisso de decisão
conjunta de atividades futuras e, assim, limita decisões arbitrárias ou unilaterais. É uma
forma de controle social.

1000 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Estratégia

Estratégia
• Dess, Lumpkin e Eisner:
‒ Conjunto de ações administrativas que possibilitam aos gestores de
uma organização mantê-la integrada ao seu ambiente e no curso
correto de desenvolvimento, assegurando-lhe atingir seus objetivos e
sua missão.

• Palavras-chave: mudanças, competitividade, desempenho,


posicionamento, missão, objetivos, resultados, integração,
futuro, adequação organizacional, etc.

Estratégia
Mintzberg e Quinn - Modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e as ações
sequenciais de uma organização, em um todo coeso.
Wright, Kroll e Parnell - Planos da alta administração para alcançar resultados
consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização.
Meirelles e Gonçalves - Disciplina da administração que se ocupa da adequação da
organização ao seu ambiente.
Certo et al. - O processo contínuo e circular que visa manter a organização como um
conjunto adequadamente integrado ao seu ambiente.
Pascale - Processo de selecionar oportunidades definidas em termos de pedidos a
serem atendidos e produtos a serem oferecidos, e, ao mesmo tempo, tomar decisões
sobre investimentos de recursos com a finalidade de atingir objetivos.
Chiavenato - Mobilização de todos os recursos no âmbito global da organização,
visando a atingir objetivos situados no longo prazo.
3

www.acasadoconcurseiro.com.br 1001
Estratégia
• Duas dimensões:

‒Conteúdo (Concepção)
o O que fazer? (para tornar-se mais competitivo, agregar valor
aos clientes/acionistas etc.)
o Análise Estratégica

‒Processo (Implementação)
o Como fazer? (qual caminho e ações tomar para fazer
acontecer a estratégia concebida).
o Planejamento Estratégico
5

Gestão Estratégica

• Função crucial: integrar estratégia, organização e


ambiente de forma sinérgica.
‒Equilíbrio dinâmico.

• Gestão Estratégica é maior que o Planejamento


Estratégico

1002 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Gestão Estratégica - Fases


• Oliveira: Planejamento, Organização, Direção e Controle Estratégico.
• Certo e Peter:
Análise do Estabelecimento Formulação Implementação Controle
ambiente de diretrizes • projetar e • Mudanças • Auditorias
• Interno • Missão selecionar • Cultura • Sistemas
• Externo • Objetivos estratégias. • Estrutura

• Sobral e Peci:
Diagnóstico da Análise Formulação Implementação Controle
situação atual estratégica • Novos • Mudanças • indicadores
• Visão • Externa objetivos, • Cultura • Sistemas
• Missão • interna missão e • Estrutura
• Objetivos visão.
• Sistemas
• Estratégias • Estratégias
• Liderança
9

Gestão Estratégica
• Maximiano:
Acompanhamento e
Planejamento Implementação
avaliação

• Como entender?
‒No mínimo, três etapas :
o Formulação (planejamento) da estratégia
o Implementação (desenvolvimento, execução) da
estratégia
o Controle (avaliação) da estratégia 11
11

www.acasadoconcurseiro.com.br 1003
Níveis e Tipos
• Maximiano - Quatro níveis:
‒Estratégia corporativa
‒Estratégia funcional
‒Estratégia operativa (operacional)
‒Estratégia de ramo ou de unidade de negócios:
o Uma empresa de um grupo de empresas, ou uma divisão de
uma grande corporação, que atua num ramo particular,
diferente dos ramos em que atuam as outras empresas ou
outras divisões.

13

Mintzberg

15

1004 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Mintzberg
• Five Ps for Strategy
‒Cinco conceitos para estratégia, pelos quais pode-se realizar
o diagnóstico e levantar o perfil estratégico de uma
organização
o Plan
o Ploy
o Position
o Perspective
o Pattern

Os 5 P não são excludentes entre si


17

Mintzberg
• 10 Escolas do Pensamento Estratégico em 3 classes:
‒ A) Prescritiva: desenho, planejamento, posicionamento;
‒ B) Descritiva: empreendedora, cognitiva, aprendizado, poder,
cultural, ambiental;
‒ C) Integrativa: configuração.
A) Prescritiva:
1.Design: a estratégia como um processo de concepção; ajuste entre as
forças e as fraquezas internas e as ameaças e oportunidades externas;
2.Planejamento: a estratégia como um processo formal; decomposto em
passos, sustentado por técnicas de orçamentação, programas e planos
operacionais;
3.Posicionamento: a estratégia como um processo analítico, se reduz a
posições genéricas selecionadas por meio de análises das situações.
19

www.acasadoconcurseiro.com.br 1005
Mintzberg
B) Descritiva:
4.Empreendedora: a estratégia como um processo visionário - intuição e
visão dos líderes.
5.Cognitiva: a estratégia como um processo mental, desenvolvido nas
mentes das pessoas, a fim de categorizar os processos mentais em
estruturas, modelos, mapas, conceitos e esquemas.
6.Aprendizado: a estratégia como um processo emergente em toda a
organização através de seus membros.
7.Poder: a estratégia como um processo de negociação - barganha,
persuasão, confrontação e alianças entre os atores que dividem o
poder, tanto na empresa quanto no mercado.

21

Mintzberg
B) Descritiva:
8. Cultural: a estratégia como um processo coletivo – cultura
organizacional -, voltada para os interesses comuns e integração dentro
da organização;
9. Ambiental: a estratégia como um processo de reação a um ambiente
que estabelece diretrizes.

C) Integrativa
10. Configuração: a estratégia como um processo de transformação. A
fim de transformar uma organização, ela teria de saltar de uma
configuração (certas características) para outra, sendo que nesse
instante ocorreria uma mudança estratégia
23

1006 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Michael Porter
• Estratégia competitiva
‒Relação entre os fins (metas,
objetivos) que a empresa
pretende alcançar e os meios
(políticas, operações)
necessários para se chegar lá.
‒Objetivo: estabelecer uma
posição lucrativa e sustentável
contra as forças que
determinam a concorrência da
indústria.
25

Michael Porter

• Estratégia
Competitiva:
‒4 fatores de contexto

27

www.acasadoconcurseiro.com.br 1007
Michael Porter

• Modelo das 5 Forças

29

Michael Porter
• Três Estratégias Vantagem Estratégica
Genéricas Unicidade observada Posição de baixo
pelo cliente custo
todo o mercado
No âmbito de

Liderança em
Diferenciação
Alvo Estatégico

custo
Apenas um
segmento

Foco

31

1008 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Wright, Kroll e Parnell


Estratégia Tipos
Crescimento Interno
Integração Horizontal
Diversificação Horizontal Relacionada
Diversificação Horizontal Não Relacionada
Crescimento Integração Vertical de Empresas Relacionadas
Integração Vertical de Empresas Não Relacionadas
Fusões
Alianças Estratégicas
Estabilidade
Reviravolta (turnaround)
Redução Desinvestimento
Liquidação ou Fechamento 33

Análise SWOT
• 1- Sobrevivência: ambiente com predomínio de ameaças x
pontos fracos da organização – estratégias de redução de
custos, desinvestimento e liquidação do negócio.
• 2- Manutenção: ameaças x pontos fortes – estratégias de
estabilidade (equilíbrio), de nicho de mercado, de
especialização de atividades/produtos.
• 3- Crescimento: ambiente com predomínio de oportunidades
x pontos fracos da organização – inovação,
internacionalização, joint venture (parceria), expansão.
• 4- Desenvolvimento: oportunidades x pontos fortes – de
novos mercados, de produtos, de capacidades, financeiro,
diversificação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1009
Miles & Snow

1. Estratégia Defensiva: preocupa-se com a defesa e a


estabilidade- isolar uma parcela do mercado para criar um
domínio estável.
2. Estratégia Ofensiva (prospectora): estratégia exploradora e
agressiva que busca ativamente novas e inovadoras
oportunidades de produtos e mercados.
3. Estratégia Analítica: estratégia dual e híbrida.
4. Estratégia Reativa: a organização reage intempestivamente ao
ambiente. Constitui um sinal de fracasso.

Paulo de Vasconcellos Filho


• Interações entre uma organização e o ambiente

Grau de interação Comportamento Consequências

Não reagente
Sobrevivência a curto prazo
Negativo Não adaptativo
Extinção
Não inovativo

Sobrevivência a longo prazo


Neutro Reagente, Adaptativo
Estagnação.

Reagente, Adaptativo Sobrevivência a longo prazo


Positivo
Inovativo Desenvolvimento.
39

1010 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estratégia – Prof. Rafael Ravazolo

Escola Estruturalista
• Competição X Cooperação
‒Competição: é uma forma de rivalidade entre duas ou mais
organizações frente à mediação de terceiro grupo. Rivalidade
pelos mesmos recursos.
‒Ajuste ou negociação: busca negociações para um acordo quanto
à troca de bens ou serviços entre duas ou mais organizações.
‒Cooptação ou coopção: é um processo para absorver novos
elementos estranhos na liderança ou no esquema de tomada de
decisão de uma organização, como um recurso para impedir
ameaças externas à sua estabilidade ou existência.
‒Coalizão: combinação de duas ou mais organizações para
alcançar um objetivo comum.
41

www.acasadoconcurseiro.com.br 1011
Administração
Aula XX

TIPOS OU NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

A divisão mais comum do planejamento é a hierárquica, separando-o em três níveis: estratégico,


tático e operacional.

Planejamento Estratégico

Também chamado de Planejamento Institucional ou Organizacional, é um processo dinâmico,


sob responsabilidade da alta administração (maiores cargos) e visa à definição de objetivos
amplos e de longo prazo.
Procura estabelecer a melhor direção a ser seguida pela organização com um todo, levando
em conta seu ambiente interno (forças e fraquezas) e sua interação com o ambiente externo
(ameaças e oportunidades).
Em suma, o Planejamento Estratégico:
é um processo de definição da missão, da visão, dos objetivos globais e das estratégias
organizacionais;
busca fortalecer as sinergias entre recursos e potencialidades da organização, facilitando sua
interação com o ambiente (adaptação ao ambiente mutável);
está relacionado com os objetivos de longo prazo;
é amplo (compreensivo, sistêmico), envolve toda a organização;
é um processo de construção de consenso (quanto ao futuro) e de aprendizagem (adaptação,
mudança);
Entretanto, não pode ser aplicado isoladamente, pois depende de ações imediatas e
operacionais. Por isso, é preciso que, no processo de planejamento estratégico, sejam
elaborados de maneira integrada os planos táticos (funcionais) e operacionais.

Planejamento Tático

É notório que, para o Planejamento Estratégico dar certo, cada área da organização deve fazer
sua parte.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1013
O Planejamento Tático é justamente o desdobramento do plano estratégico em cada unidade/
área/departamento/divisão (estratégias funcionais). Em outras palavras, os planos táticos são
responsabilidade dos gerentes funcionais (marketing, recursos humanos, produção, finanças
etc.) e traduzem as estratégias globais em ações especializadas, com o objetivo de otimizar
determinada área.
É, portanto, o planejamento desenvolvido no nível intermediário, de médio prazo, visando
aproximar o estratégico do operacional. Dessa forma, produz planos mais bem direcionados às
distintas atividades organizacionais.

Planejamento Operacional

Os planos operacionais especificam atividades e recursos que são necessários para a realização
dos objetivos.
A estratégia operacional é direcionada às unidades operacionais básicas, a cada atividade. É
o desdobramento dos planos táticos, seu foco está no curto prazo e, como o próprio nome já
define, está voltada especificamente às tarefas e operações realizadas no nível operacional, ou
seja, para o dia a dia da organização.
O processo de planejamento operacional compreende, basicamente, as seguintes etapas:

1. Análise dos objetivos = que resultados devem ser alcançados?

2. Planejamento das atividades e do tempo = o que deve ser feito e quando?

3. Planejamento dos recursos = quem fará o que, usando quais recursos?

4. Avaliação dos riscos = que condições podem ameaçar as atividades e a realização dos
resultados?

5. Previsão dos meios de controle = como saber se estamos no caminho certo?"


A estratégia operacional busca a otimização de resultados e é constituída de uma infinidade
de planos operacionais que proliferam nas diversas áreas da organização: detalhamento das
etapas de projetos, prazos e cronogramas, sistemas, equipamentos, planos de ação, manuais,
regulamentos etc.
Cada plano pode consistir em muitos subplanos com diferentes graus de detalhamento. No
fundo, os planos operacionais cuidam da administração da rotina para assegurar que todos
executem as tarefas e operações de acordo com os procedimentos estabelecidos pela
organização, a fim de que esta possa alcançar os objetivos estratégicos.

1014 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Planejamento – Prof. Rafael Ravazolo

Resumo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1015
Slides – Níveis de Planejamento

Níveis / Tipos
de
Planejamento

• Questões comuns:
‒Quais são os níveis de planejamento;
‒Características de cada nível;
‒Comparações entre os níveis.
1

Três Níveis de Planejamento


(FCC: três níveis de planejamento estratégico)

ESTRATÉGICO

TÁTICO
(Funcional, Departamental)

OPERACIONAL

1016 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Planejamento – Prof. Rafael Ravazolo

Nível Estratégico
-Estratégia Institucional: macro-orientada – impacta toda a organização

-Otimiza a interação com o ambiente externo: diagnóstico estratégico

- Genérico e sintético: menor detalhamento


ESTRATÉGICO
-Objetivos de longo prazo: menor flexibilidade e maior
incerteza (riscos)

-Determina missão, visão e objetivos institucionais:


melhor direção a ser seguida

-Geralmente formulado pela Alta Administração –


Diretoria

Nível Tático
-Estratégias departamentais: desdobramento / tradução da estratégia
em cada unidade.

-Nível intermediário: gerência.

-Aproxima/integra o estratégico com o operacional.


TÁTICO -Detalhamento um pouco maior que o estratégico:
(Funcional) diminui incertezas.

-Geralmente de médio prazo.

-Ex: planos financeiros, de RH, de produção,


de marketing, etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1017
Nível Operacional
-Estratégia operacional: micro-orientada, foco nas tarefas -
desdobramento final das estratégias

-Nível das operações/atividades/tarefas: supervisores

-Detalhado e analítico - maior precisão: define “o que” e “como”


fazer, especifica atividades, recursos, prazos.

-Curto prazo: menor risco e maior flexibilidade

-Ex: rotinas, procedimentos, cronogramas, planos de


OPERACIONAL treinamento, recrutamento, etc.

Níveis de Planejamento - desdobramento


Planos táticos Planos Operacionais

Contratação
Planejamento
Benefícios
de RH
Capacitação
Planejamento
Planejamento da Produção Alcance dos
Estratégico Objetivos
Planejamento
Fornecedores
Financeiro
Transporte

Planejamento Armazenagem
Logístico
Distribuição

1018 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

PLANEJAMENTO

Constitui a função inicial da administração, pois estabelece o alicerce para as subsequentes


funções de organizar, liderar e controlar; é considerado função fundamental do administrador.
Planejar é o procedimento de analisar a organização e o ambiente, determinar os objetivos e
traçar os planos necessários para atingi-los da melhor maneira possível – o que deve ser feito,
quem fará, quando, onde, por que, como e quanto gastará.
Há, genericamente, cinco partes a serem planejadas:

1. Fins: estado futuro - visão, missão, objetivos, metas etc.

2. Meios: caminho para chegar ao estado futuro – estratégias, políticas, projetos, processos
etc.

3. Organização: estruturação para realizar os meios.

4. Recursos: dimensionamento dos recursos necessários (pessoas, tecnologia, finanças etc.).

5. Implantação e controle: definir os meios de acompanhamento da gestão.


O planejamento gera uma série de benefícios, dentre eles:
•• Foco e comprometimento – convergência e coordenação dos esforços
•• Flexibilidade – maior capacidade de adaptar-se ao ambiente
•• Agilidade e maior embasamento na tomada de decisões
•• Eficiência na utilização dos recursos
•• Definição de prazos e de métodos de controle dos resultados

Princípios e Filosofias do Planejamento

A literatura de Administração enumera diversos princípios ligados ao Planejamento. Alguns


deles são:
•• Inerência – é inerente à natureza humana, é indispensável, sendo parte integrante da
administração, e deve estar presente em todos os níveis e setores de atividades;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1019
•• Universalidade – tenta prever todas as variáveis e todas as consequências, até onde
seja possível, levando em conta todas as opiniões. Uma visão unilateral prejudica o
planejamento;
•• Unidade – abrange múltiplas facetas, que devem ser integradas num conjunto coerente;
•• Previsão – está voltado para o futuro. É, intrinsecamente, uma previsão de curto, médio e
longo prazo;
•• Flexibilidade – apesar de buscar uma situação futura específica (objetivos), deve ser feita
uma revisão constante do curso dos acontecimentos, de modo a possibilitar reajustamentos
e alterações (dentro de limites razoáveis).
Djalma Oliveira (2013) cita princípios gerais e específicos:

Princípios Gerais:

1. Contribuição aos objetivos – o planejamento deve sempre visar aos objetivos máximos da
organização. Deve-se hierarquizar os objetivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua
totalidade, tendo em vista a interligação entre eles.

2. Precedência do planejamento – é uma função administrativa que vem antes das outras
(organização, direção e controle).

3. Maior penetração e abrangência – pode provocar uma série de modificações nas


características e atividades da empresa (pessoas, tecnologia, materiais etc.).

4. Maior eficiência, eficácia e efetividade – deve procurar maximizar os resultados e


minimizar as deficiências.
Princípios Específicos: representam uma atitude e visão interativa do planejamento, conforme
Ackoff.

1. Planejamento participativo: o papel do responsável é facilitar o processo de elaboração do


plano pela própria empresa, o qual deve ser realizado pelas áreas pertinentes.

2. Planejamento coordenado (horizontal): todos os aspectos envolvidos devem ser


projetados para que atuem de forma interdependente.

3. Planejamento integrado (vertical): os vários escalões de uma empresa devem ter seus
planejamentos integrados.

4. Planejamento permanente: essa condição é exigida pela própria turbulência do ambiente,


pois nenhum plano mantém seu valor com o tempo. Apesar de o planejamento buscar uma
situação futura específica (objetivos), deve ser feita uma revisão constante do curso dos
acontecimentos, de modo a possibilitar reajustamentos e alterações (flexibilidade dentro
de limites razoáveis).

1020 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Oliveira também relaciona três tipos de Filosofias de planejamento:


Todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação. As três filosofias básicas são:

1. Satisfação: busca alcançar um mínimo de satisfação, fazer as coisas “suficientemente bem”,


sem esforços extras para superar as expectativas. É considerada uma filosofia conservadora/
defensiva, voltada para a estabilidade e a manutenção da situação existente em um
ambiente previsível e estável. Busca identificar e sanar problemas internos, conservando as
práticas vigentes. Sua base é retrospectiva – aproveita a experiência passada para projetar
o futuro, assegurar a continuidade do sucesso.

2. Otimização: busca mais que a satisfação, procura fazer “tão bem quanto possível”. É
analítica, voltada para a inovação e a melhoria incremental das práticas vigentes. Busca
assegurar a reação adequada às mudanças em um ambiente dinâmico e incerto; maximizar
o desempenho da organização, utilizando melhor os recursos disponíveis. Utiliza técnicas
matemáticas, estatísticas e simulações.

3. Adaptação: é o planejamento inovativo, dando mais valor ao processo de planejar do que


ao plano em si. Exige diferentes planos dependendo do conhecimento em relação ao futuro
(certeza, incerteza ou ignorância) e busca a homeostase – equilíbrio interno e externo após
uma mudança. Foco nas contingências, no futuro - antecipar eventos e identificar ações
adequadas em um ambiente dinâmico e incerto.

Planejamento Estratégico

É o planejamento global, projetado a longo prazo e que


envolve a organização como uma totalidade. O Plane-
jamento Estratégico orienta todo o sistema organiza-
cional e refere-se à maneira pela qual uma organização
pretende aplicar uma determinada estratégia para al-
cançar os objetivos propostos. Para tanto, deve ser des-
dobrado e detalhado em Planos Táticos, os quais são
detalhados em Planos Operacionais.
Chiavenato (2014) relaciona três parâmetros do
planejamento estratégico: validade externa, capacidade
interna e visão compartilhada.

Processo de Planejamento Estratégico


Importante: não há consenso na literatura sobre a quantidade e a ordem das fases/etapas do
planejamento estratégico.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1021
O modelo prescritivo de planejamento estratégico dos neoclássicos segue cinco estágios:

1. Formulação dos objetivos organizacionais;

2. Análise externa do ambiente (auditoria externa): condições, oportunidades, ameaças;

3. Análise interna da empresa ou auditoria interna: forças, fraquezas, recursos, competências;

4. Formulação das alternativas estratégicas e escolha da estratégia a ser utilizada;

5. Desenvolvimento de planos táticos e operacionalização da estratégia.

Maximiano define as seguintes fases:

Djalma Oliveira separa em 4 fases:

1. diagnóstico estratégico: identificação da visão, valores, análise externa/interna e


concorrentes;

2. missão da empresa: definição, propósitos atuais e potenciais, cenários, postura estratégica;

3. instrumentos prescritivos e quantitativos: objetivos, metas, estratégias, políticas, projetos,


planos de ação, etc.;

4. controle e avaliação.

1022 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

As etapas genéricas do planejamento estratégico são:

Missão, Visão, Valores e Objetivos


Enquanto a missão define qual é o negócio da organização e a visão proporciona uma imagem
do que ela quer ser, os objetivos estabelecem resultados concretos que se pretende alcançar
dentro de um prazo de tempo específico.

Missão
A missão é uma declaração sobre a razão de ser da organização: o que a organização é, qual
seu propósito e como pretende atuar no seu dia a dia. Representa sua identidade, portanto,
traduz o sistema de valores e é duradoura (atemporal).
Não pode ser ampla demais (sob risco de não especificar o que a organização faz), nem restrita
demais (a ponto de minimizar as ações da organização).
Em geral, a missão está alinhada com os seguintes aspectos:
•• A razão de ser da organização;
•• O papel na sociedade;
•• A natureza do negócio;
•• Os tipos de atividades em que ela deve concentrar seus esforços.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1023
Missão do Poder Judiciário: realizar justiça.

Visão
A visão representa aquilo que a organização deseja ser no futuro. Busca criar uma imagem que
desafie e mobilize as pessoas.
Características da Visão:
•• Situação altamente desejável, aquilo que a organização quer ser no futuro;
•• Desafiadora, mas possível, com potencial de mobilização;
•• Clara e concisa;
•• Coerente com a missão;
•• Característica temporal - longo prazo, mas não permanente.
Visão do Poder Judiciário: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento efetivo de justiça,
equidade e paz social.

Valores
Os valores são os atributos e virtudes da organização, as suas qualidades.
Refletem as crenças fundamentais, os princípios, as convicções dominantes para a maioria das
pessoas da organização. São virtudes que se pretende preservar e incentivar.
Os valores atuam como motivadores que orientam e direcionam as ações das pessoas na
organização e na tomada de decisões, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho.
Servem como padrão de comportamento e fornecem sustentação a todas as principais decisões
da organização.
Valores do Poder Judiciário: credibilidade; acessibilidade; celeridade; ética; imparcialidade;
modernidade; probidade; responsabilidade Social e Ambiental; transparência.

Objetivos Estratégicos
Em termos resumidos, pode-se dizer que objetivos são os fins ou estados futuros que desejam
alcançar por meio da aplicação de recursos.
No Planejamento Estratégico, os objetivos são desafios que, se alcançados, são suficientes para
a concretização da visão de futuro da organização. Representam um conjunto de prioridades
que esclarecem o que a estratégia quer alcançar e o que é crítico para o seu sucesso. São de
longo prazo e cobrem a organização como um sistema global.
Nos objetivos estratégicos, os resultados pretendidos incidem sobre os grandes desafios
institucionais e, portanto, devem ser definidos por pessoas pertencentes ao nível estratégico

1024 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

da organização (alta administração), que determinarão os pontos de concentração de seus


esforços.
Devem ser coerentes com a missão, visão e os valores da organização e estar de acordo com
os recursos humanos, físicos, tecnológicos, políticos e financeiros. Os prazos porventura
estabelecidos devem ser plausíveis.
Caracterizam-se por serem aceitáveis, flexíveis, mensuráveis, motivadores, inteligíveis e
alcançáveis.
Exemplo de alguns objetivos estratégicos: Aperfeiçoar a aplicação dos recursos; Ampliar e
adequar a rede de atendimento; Desenvolver cultura voltada aos valores, aos resultados e à
responsabilidade socioambiental; Promover a valorização e a qualidade de vida das pessoas;
Simplificar e desburocratizar normas e processos e uniformizar procedimentos.

Metas
Meta é um nível de desempenho que deve ser medido e realizado dentro de determinado
prazo. É uma etapa a ser realizada para o alcance do objetivo ou da missão. Exemplo: diminuir
em 5% os casos de câncer de mama no prazo de cinco anos no RS.
As metas devem refletir a realidade atual da organização e devem servir de motivação para a
melhoria dos processos e identificação de aspectos falhos. Se uma meta não é alcançada, ou
ela está superestimada ou existe algum problema no processo que precisa ser tratado.
Existe um acrônimo conhecido que auxilia a definição correta de metas: S.M.A.R.T.
S – Specific (Específico) - não se deve deixar espaço a interpretações duvidosas. Quanto mais
detalhada for a meta, melhor será sua compreensão e maiores suas chances de ser atingida. Por
exemplo, em vez de definir “Aumentar as vendas em 10%”, uma meta melhor seria “Obtenção
de 10% no aumento de vendas nacionais na área de negócios A pela equipe X, no próximo ano
fiscal, sem redução da margem de lucros e mantendo o nível de satisfação do cliente.”.
M – Measurable (Mensurável) - qualquer meta que não possa ser claramente medida, ou
transformada em um número, permite a manipulação e interpretação para que os interessados
o considerem atingido ou não.
A – Attainable (Atingível) - devem ser agressivas, mas nunca impossíveis de atingir. Definir
números que nunca poderão ser obtidos causa frustração e desânimo. O “A” também é algumas
vezes chamados de “Agreed Upon” (feito em comum acordo). Isto significa que todos os
envolvidos na definição e execução da meta a conhecem e estão de acordo com sua viabilidade
e benefícios.
R – Realistic (Realista) - ao considerar o realismo, deve-se pensar em fatores como: A equipe
aceitará perseguir o objetivo? Este objetivo está alinhado com a missão e visão da organização?
Algum princípio ético é ferido com este objetivo?
T – Timely (Em Tempo) - significa que além do início e fim do período de busca da meta serem
bem definidos, este período não deve ser tão curto que a torne impossível, nem tão longo que
cause uma dispersão da iniciativa com o tempo. O T também pode ser “Tangible” (Tangível) –
uma meta que possa ser sentida e observada tem maior chance de ser realizada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1025
•• Obs: alguns autores tratam Objetivo como sinônimo de Meta. Entretanto, a essência da
diferença está em que o Objetivo Estratégico costuma ser um alvo qualitativo, enquanto a
Meta é um alvo quantitativo. Meta é a quantificação de um objetivo.

Outras definições importantes

Fatores Críticos de Sucesso


São aspectos condicionantes do alcance dos objetivos. São os fatores que influenciam
fortemente no alcance dos resultados, que impactam fortemente no seu sucesso. A identificação
dos fatores críticos na fase de planejamento é de fundamental importância para a realização da
missão organizacional.
Exemplo: na venda de sorvetes, um fator crítico é a refrigeração do produto – sem ela não há
sorvete –, logo, a empresa deve pensar em alternativas e traçar planos para evitar a falta de
refrigeração.

Benchmarking
É o processo de análise referencial da empresa perante outras empresas do mercado, incluindo
o aprendizado do que estas empresas fazem de melhor, bem como a incorporação destas
realidades de maneira otimizada e mais vantajosa para a empresa que aplicou o benchmarking.
É um processo que visa comparar as melhores práticas do mercado, avaliando produtos,
serviços e práticas daquelas organizações que são reconhecidas como líderes.
Ex: a empresa X quer melhorar seus resultados. Para isso ela avalia produtos, serviços e
processos de trabalho da empresa Y (que é reconhecida como a detentora das melhores
práticas no mercado), com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades
de melhoria.
Essa avaliação pode ser aplicada a qualquer função - produção, vendas, recursos humanos,
engenharia, pesquisa e desenvolvimento, distribuição etc. - e produz melhores resultados
quando implementada na empresa como um todo.
O benchmarking pode ser:
•• Externo – quando proveniente de outra organização (deve-se tomar cuidado para não
confundir com espionagem)
•• Interno – dentro da própria corporação. Uma área utiliza práticas de sucesso de outras
áreas.
Exemplo: o Sistema Toyota de produção - produção enxuta, lotes pequenos, maior variedade
de produtos, eliminação de falhas, controle de qualidade, melhoria contínua - revolucionou a
indústria japonesa e passou a ser uma referência mundial, copiado por muitas empresas em
todo o mundo.

1026 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Stakeholders
Também chamados de partes interessadas, são as pessoas, grupos ou entidades afetadas pela
atividade da organização, ou que possuem interesse em quaisquer processos executados ou
resultados gerados pela mesma.
•• Stakeholders primários: indivíduos ou grupos que exercem impacto direto sobre
a organização - empregados, fornecedores, clientes, concorrentes, investidores e
proprietários.
•• Stakeholders secundários: indivíduos ou grupos que não estão diretamente ligados às
atividades da organização, mas que podem exercer influência sobre ela - governo, ONG’s,
comunidade, imprensa etc.
Obs: não confundir com Shareholders, que são os acionistas, ou seja, todos aqueles que
possuem parte da organização.
Exemplo: uma associação de pescadores é parte interessada na construção de uma hidrelétrica,
pois esta vai transformar o rio de onde retiram seu sustento. Da mesma forma, os fornecedores
do material da represa, a comunidade beneficiada com a riqueza decorrente da obra, os
acionistas privados – se houver –, os trabalhadores, os sindicatos, as ONGs preocupadas com o
impacto ambiental e o governo são alguns dos stakeholders.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1027
Slides – Planejamento Estratégico

Planejamento
• É a função inicial da Administração: determina
antecipadamente onde e como chegar.

1. Fins: estado futuro - visão, missão, objetivos, metas


2. Meios: caminho para chegar ao estado futuro – estratégias,
políticas, projetos, processos etc.
3. Organização: estruturação para realizar os meios.
4. Recursos: dimensionamento dos recursos necessários (pessoas,
tecnologia, finanças etc.).
5. Implantação e controle: definir os meios de acompanhamento
da gestão.
1

Benefícios

• Foco e comprometimento – convergência e coordenação


dos esforços
• Flexibilidade – facilidade de adaptar-se ao ambiente.
• Agilidade e maior embasamento na tomada de decisões
• Eficiência na utilização dos recursos
• Definição de prazos e de métodos de controle dos
resultados

2
2

1028 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Princípios
• Inerência – é inerente à natureza humana, é indispensável;
• Universalidade – tenta prever todas as variáveis e todas as
consequências, até onde seja possível;
• Unidade – abrange múltiplas facetas, que devem ser integradas num
conjunto coerente;
• Previsão – voltado para o futuro – é uma previsão de curto, médio e
longo prazo;
• Flexibilidade – dinâmico – constante revisão do curso dos
acontecimentos, de modo a possibilitar reajustamentos e alterações
(dentro de limites razoáveis).

3
3

Princípios
• Djalma Oliveira: princípios gerais
‒Contribuição aos objetivos
‒Precedência do planejamento
‒Maior penetração e abrangência
‒Maior eficiência, eficácia e efetividade
• Ackoff: Princípios Específicos
‒Planejamento participativo
‒Planejamento coordenado (horizontal)
‒Planejamento integrado (vertical)
‒Planejamento permanente
4
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1029
3 Filosofias
1) Satisfação: busca alcançar um mínimo de satisfação, fazer as coisas
“suficientemente bem”, sem esforços extras para superar as
expectativas. É considerada uma filosofia conservadora/defensiva,
voltada para a estabilidade e a manutenção da situação existente em
um ambiente previsível e estável.
2) Otimização: procura fazer “tão bem quanto possível”. É analítica,
voltada para a inovação e a melhoria incremental das práticas
vigentes.
3) Adaptação: é o planejamento inovativo, dando mais valor ao
processo de planejar do que ao plano em si. Foco nas contingências,
no futuro - antecipar eventos e identificar ações adequadas em um
ambiente dinâmico e incerto.
5
5

Planejamento Estratégico
• Maneira pela qual uma organização pretende aplicar uma determinada
estratégia para alcançar os objetivos propostos;
• Global;
• Longo prazo;
• Desdobrado em
Planos Táticos e Operacionais.

• Chiavenato (2014): três parâmetros

6
6

1030 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Processo de Planejamento Estratégico


• Neoclássicos
- Formulação
Formulação de alternativas Desenvolvimento
Análise Análise
de de planos táticos e
externa interna - Escolha da
objetivos operacionais
estratégia

• Maximiano
Análise da Análise do Definição de
Execução e
situação ambiente objetivos e
avaliação
estratégica externo/ interno estratégias

• Djalma Oliveira
Instrumentos
Diagnóstico Missão da
prescritivos e Controle e avaliação
estratégico empresa
quantitativos
7
7

O Processo de Planejamento
Definir a missão e a visão da organização (caso não existam);

Definir os objetivos (quantitativos e/ou qualitativos);

Fazer diagnóstico – externo e interno;

Desenvolver premissas – gerar cenários, alternativas de ação;

Escolher um curso de ação;

Desenhar os planos para alcançar os objetivos - planos de ação, cronogramas,


programas, projetos etc.

Definir mecanismos de controle e avaliação (indicadores).


8
8

www.acasadoconcurseiro.com.br 1031
Missão
X
Visão
X
Valores

9
9

Exemplo

• Poder Judiciário:
‒ Missão: realizar justiça.
‒ Visão: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento
efetivo de justiça, equidade e paz social.
‒ Atributos de Valor: credibilidade; acessibilidade;
celeridade; ética; imparcialidade; modernidade;
probidade; responsabilidade Social e Ambiental;
transparência.

10
10

1032 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Exemplo

• TRE-RS:
‒Missão: garantir a legitimidade do processo eleitoral.
‒Visão: consolidar a credibilidade da Justiça Eleitoral,
especialmente quanto à efetividade, transparência e
segurança.
‒Atributos de valor: Acessibilidade, Ética, Inovação,
Respeito Humano, Segurança, Transparência,
Sustentabilidade.

11
11

Objetivos Estratégicos
• São desafios que, se alcançados, são suficientes para a
concretização da visão de futuro da organização.
• Objetivos generalistas;
• Coerentes com missão, visão, valores e recursos
(humanos, físicos, tecnológicos, políticos e financeiros).
• Aceitáveis, flexíveis, mensuráveis, motivadores,
inteligíveis e alcançáveis.

12
12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1033
Exemplo
• Poder Judiciário:
‒Garantir a agilidade nos trâmites judiciais e administrativos;
‒Buscar a excelência na gestão de custos operacionais;
‒Facilitar o acesso à Justiça; etc.

• TRE-RS:
‒Prestar serviços de excelência;
‒ Aprimorar o processo eleitoral;
‒Buscar a excelência na gestão; etc.

13
13

Metas
• É uma etapa específica a ser realizada para o alcance do
objetivo ou da missão
• Devem refletir a realidade atual e servir de motivação
• Definição correta de metas: S.M.A.R.T
‒S – Specific
‒M – Measurable
‒A – Attainable ou “Agreed Upon”
‒R – Realistic
‒T – Timely ou Tangible
14
14

1034 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Exemplo
• Poder Judiciário – Metas 2014 CNJ:
‒Julgar quantidade maior de processos de conhecimento do
que os distribuídos no ano corrente.
‒Identificar e julgar, até 31/12/2014, pelo menos 90% dos
processos distribuídos até 31/12/2011 na Justiça Eleitoral.
‒Realizar oficinas de administração judiciária com
participação de, pelo menos, 25% dos magistrados da
Justiça do Trabalho.

15
15

www.acasadoconcurseiro.com.br 1035
Administração

ANÁLISE SWOT

A Análise SWOT (ou Matriz SWOT) é uma ferramenta e diagnóstico estratégico que consiste em
obter e analisar informações internas e externas à instituição para direcionar as decisões.
Através do diagnóstico a instituição capta e mantém atualizado o conhecimento em relação
ao ambiente e a si própria, identifica e monitora as variáveis que a afetam, se antecipa às
mudanças e se prepara para agir.
Há diversas metodologias utilizadas para realizar o diagnóstico estratégico (Matriz BCG, Modelo
das cinco forças de Porter, Matriz de Ansoff etc.), porém, na Administração Pública, a mais
utilizada é a Matriz SWOT.
O termo SWOT vem da iniciais das quatro palavras em inglês Strengths, Weaknesses,
Opportunities e Threats, que significam Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. No Brasil
também recebe o nome de Matriz FOFA, devido à tradução.

S strengths (forças)
Análise Interna
W weaknesses (fraquezas)
O opportunities (oportunidades)
Análise Externa
T threats (ameaças)

No Planejamento Estratégico, a matriz SWOT é usada para fazer análise das relações do
ambiente externo (ameaças e oportunidades) com o potencial interno da organização (forças e
fraquezas).

Análise Interna = controlável


•• áreas funcionais, desempenho, funcionários, processos, finanças,
competências, tecnologia, inovação etc.
•• Forças (pontos fortes) e Fraquezas (pontos fracos)
Análise Externa = ambiente = não controlável
•• mercado, concorrentes, tecnologia, governo, clientes, fornecedores,
sociedade, etc.
•• Ameaças e Oportunidades

www.acasadoconcurseiro.com.br 1037
Análise Externa

Constitui o estudo relativo ao ambiente externo onde a organização está inserida e visa à
melhoria da capacidade de adaptação às mudanças.
O ambiente externo das organizações pode ser dividido em Ambiente da Tarefa, aquele mais
próximo da organização - concorrência, clientes, fornecedores, agências regulatórias etc., e
Ambiente Geral, comum a todas as organizações, independentemente do ramo de atividade –
variáveis políticas, econômicas, sociais, fiscais etc.
Trata-se, portanto, de uma análise das condições externas que circundam a organização e que
lhe impõem desafios/ameaças e oportunidades.
•• Ameaça – desafio externo – não é controlado pela organização – que vem de encontro
(contra) à estratégia. Suas consequências podem ser anuladas ou minoradas desde que
previstas em tempo hábil. Ex: golpe militar, crise cambial, mudança no governo, falta de
matéria-prima, etc.
•• Oportunidade – atributo externo – não é controlado pela organização – que vem ao encontro
(a favor) da estratégia e que pode ser positivo desde que reconhecido e aproveitado. Ex:
mudança na política governamental, opinião pública favorável, crescimento do país, etc.

Análise Interna

Aqui a organização passa a estudar a si própria. Sua análise e atenção se voltam para dentro,
para suas forças e fraquezas.
•• Forças – Pontos fortes – vantagem interna e controlável que coloca a organização em
posição favorável em relação à concorrência e às ameaças e oportunidades. Ex: tecnologia,
integração organizacional, recursos financeiros, logística, incentivo à inovação, marca, etc.
•• Fraquezas – Pontos fracos – característica interna e controlável que coloca a organização
em posição de desvantagem em relação à concorrência e às ameaças e oportunidades. Ex:
quadro desqualificado, instalações precárias, comunicação ineficiente, falta de recursos,
etc.

Matriz SWOT

O cruzamento entre fatores externos e internos fornece elementos para a construção da


estratégia da organização.
Há quatro tipos de estratégias decorrentes do cruzamento entre forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades:
1. Sobrevivência: ambiente com predomínio de ameaças x pontos fracos da organização –
estratégias de redução de custos, desinvestimento, liquidação do negócio.
2. Manutenção: ameaças x pontos fortes – estratégias de estabilidade (equilíbrio), de nicho
de mercado, de especialização de atividades/produtos.

1038 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Análise SWOT – Prof. Rafael Ravazolo

3. Crescimento: ambiente com predomínio de oportunidades x pontos fracos da organização


– inovação, internacionalização, joint venture (parceria), expansão.
4. Desenvolvimento: oportunidades x pontos fortes – novos mercados, produtos,
capacidades.
A seguir, o exemplo de matriz SWOT de uma prefeitura.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1039
Slides – Análise SWOT

Análise SWOT / FOFA

• Questões comuns:
‒Interpretação da Matriz SWOT;
‒Análise de casos.

Análise SWOT / FOFA


É uma ferramenta de diagnóstico estratégico.
• Análise Interna = controlável
‒áreas funcionais, desempenho, funcionários, processos,
finanças, competências, tecnologia, inovação etc.
o Forças (pontos fortes) e Fraquezas (pontos fracos)

• Análise Externa = ambiente = não controlável


‒mercado, concorrentes, tecnologia, governo, clientes,
fornecedores, sociedade, etc.
o Ameaças e Oportunidades

1040 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Análise SWOT – Prof. Rafael Ravazolo

Análise SWOT / FOFA


• FOFA = tradução = usada por algumas bancas

Análise S strengths (forças)


Interna W weaknesses (fraquezas)
Análise O opportunities (oportunidades)
Externa T threats (ameaças)
- É bom? Forças e Oportunidades
- É ruim? Fraquezas e Ameaças
- Está fora? Não controlável. Ameaças e Oportunidades
- Está dentro? Controlável. Forças e fraquezas.

Matriz SWOT

Quatro estratégias

www.acasadoconcurseiro.com.br 1041
Administração
Aula XX

BALANCED SCORECARD

Por volta de 1990, os métodos de avaliação de performance das organizações eram fundados
apenas em dados financeiros (lucros, custos etc.).
Dois pesquisadores, Kaplan e Norton, publicaram um artigo demonstrando que apenas os
dados financeiros não bastavam para retratar a complexidade de uma organização. A proposta
dos autores media o desempenho por meio de quatro perspectivas: financeira, do cliente, de
processos internos e, por fim, de inovação e aprendizado.
Nascia, nesse momento, o Balanced Scorecard (BSC), uma expressão que, traduzida, significa
algo como “Placar Balanceado de Desempenho”.

As Quatro Perspectivas

1. Financeira: os objetivos financeiros servem de foco para os objetivos e medidas das outras
perspectivas do BSC; qualquer medida selecionada deve fazer parte de uma cadeia de
relações de causa e efeito que culminam com a melhoria do desempenho financeiro.
Exemplos de indicadores: Ativo total, Custos totais, Taxa de crescimento anual, Rentabilidade
do capital próprio, Preço da ação, etc.

2. Clientes/Mercado: é focada em como criar valor de forma sustentável e diferenciada para


os clientes, através da sua conquista, satisfação e retenção, com consequente aumento da
rentabilidade dos mesmos e de participação de mercado, indicadores estes com relações
de causa e efeito entre si. Permite o alinhamento das medidas essenciais de resultados em
relação aos clientes (satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade).
Exemplos de indicadores: Número de clientes, Clientes novos, Clientes perdidos, Participação
de mercado, Vendas anuais por cliente, Número de reclamações, etc.

3. Processos Internos: as perspectivas financeira e de clientes são de resultados. A perspectiva


de processos internos é meio. Dessa forma, ela demanda a prévia fixação dos objetivos
das duas primeiras. Um dos desafios na criação do scorecard é identificar os processos
internos críticos que dão suporte às perspectivas anteriores e que levam a estratégia da
empresa ao sucesso; outro desafio é identificar novos processos críticos que necessitam ser
desenvolvidos e monitorados para atingir a excelência no cumprimento do planejamento
estratégico.
Kaplan e Norton recomendam que os executivos definam uma cadeia de valor completa dos
processos internos: inicia com o processo de inovação – identificação das necessidades atuais e

www.acasadoconcurseiro.com.br 1043
futuras dos clientes e desenvolvimento de novas soluções para essas necessidades -; prossegue
com os processos de operações – entrega dos produtos e prestação dos serviços aos clientes
existentes –; e termina com o serviço pós-venda – que complementam o valor proporcionado
aos clientes pelos produtos ou serviços.
Exemplos de indicadores: Giro de estoques; Índice de retrabalhos; Prazos de entrega;
Porcentagem de defeitos; Novos produtos lançados; Emissões ao meio ambiente, etc.

4. Aprendizado e Crescimento: os objetivos de Aprendizado e Crescimento descrevem como


pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam para sustentar a estratégia. Esses
ativos intangíveis são a fonte definitiva de criação de valor sustentável.
Em outras palavras, busca criar um ambiente propício à mudança e ao crescimento por meio de
questões relacionadas à motivação, habilidades e produtividade dos funcionários, alinhamentos
das tecnologias e sistemas de informação.
Segundo Kaplan e Norton (1997), o aprendizado e crescimento organizacional provêm de
três principais fontes: as pessoas, os sistemas e os procedimentos organizacionais. Para que
essas três fontes trabalhem e contribuam de forma mais eficiente possível para o atingimento
dos objetivos das demais perspectivas já vistas, é necessário que as empresas invistam em
capacitação de funcionários, reciclagem de tecnologia de informação e de sistemas e no
alinhamento das rotinas diárias à gestão estratégica.
Há três categorias principais de ativos intangíveis nessa perspectiva: a) capital humano, que
envolve habilidade, talento e know-how dos funcionários; b) capital da informação, que envolve
a disponibilidade de sistemas, redes e infraestrutura de informação; c) capital organizacional,
referente à capacidade de mobilização e sustentabilidade das mudanças.
Exemplos de indicadores: Nº de acidentes no mês, Investimento em treinamentos por
funcionário, Índice de absenteísmo, Rotatividade de empregados etc.
A figura a seguir representa as quatro perspectivas do BSC.

1044 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Importante ressaltar que as quatro perspectivas não são um modelo rígido. Kaplan e Norton
admitem que, de acordo com as circunstâncias, uma organização pode renomear ou criar suas
próprias perspectivas.

Ao medir o desempenho organizacional por meio das quatro perspectivas, o BSC permite que as
organizações acompanhem o desempenho financeiro passado (tangível) e, ao mesmo tempo,
os vetores que impulsionam o desempenho futuro (a construção de capacidades e a aquisição
de ativos intangíveis).

A Evolução do BSC

Tratado inicialmente como um sistema de medição de desempenho baseado em indicadores, o


BSC evoluiu e hoje é considerado uma ferramenta de gestão da estratégia.
Três princípios permitem a integração do Balanced Scorecard à estratégia empresarial:

1. Relações de causa e efeito – os objetivos e medidas definidos para cada perspectiva devem
estar integrados por meio de uma relação de causa e efeito. O processo se inicia por uma
abordagem top-down (de cima para baixo): os objetivos e medidas da perspectiva dos
clientes são definidos de acordo com os objetivos e medidas da perspectiva financeira;
os objetivos e medidas da perspectiva dos processos internos com base nos objetivos e
medidas da perspectiva dos clientes; e os da perspectiva de aprendizagem e crescimento
com base nos objetivos e medidas dos processos internos.

2. Resultados de desempenho – O processo de construção do BSC esclarece os objetivos


estratégicos e identifica um pequeno número de vetores críticos que determinam esses
objetivos (indicadores). O BSC deve ser uma combinação de indicadores de resultados
(ocorrências - lagging indicators) e indicadores de tendência (leading indicators). As
medidas de desempenho definem a forma de como os resultados serão alcançados e
indicam se a implementação da estratégia está se dando de forma correta.

3. Relação com os fatores financeiros – o BSC deve enfatizar bem os resultados financeiros
(considerado o objetivo maior na administração privada).
Com base nesses três princípios, os componentes de cada perspectiva (objetivos, indicadores,
metas e iniciativas) formam a estrutura que traduz a estratégia em termos operacionais
(desdobra e comunica a estratégia para as áreas e para as pessoas).
Para entender como funciona essa estrutura de tradução e desdobramento da estratégia, veja
a figura a seguir, que mostra a relação entre os cinco componentes principais do BSC.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1045
1. Mapa Estratégico: é a representação visual da estratégia. Mostra a interdependência e as
relações de causa e efeito entre os objetivos de cada uma das quatro perspectivas.

2. Objetivos estratégicos: são os fins a serem perseguidos pela organização para o


cumprimento de sua missão institucional e o alcance de sua visão de futuro. Constituem elo
entre as diretrizes de uma instituição e seu referencial estratégico. Traduzem, consideradas
as demandas e expectativas dos clientes, os desafios a serem enfrentados pela organização
num determinado período

3. Indicadores: são padrões utilizados para avaliar e comunicar um desempenho alcançado


frente a um resultado esperado. Possuem, sempre, unidades de medidas associadas
(quantidade, percentual, dias etc.). Podem ser de resultado ou de tendência. Os indicadores
de resultado medem se os objetivos foram alcançados após um período de tempo. Já os
indicadores de tendência medem os meios, os processos, e permite que as organizações
ajustem os comportamentos ao desempenho.

4. Metas: representam os níveis de desempenho ou de melhoria requeridos para o alcance


de um objetivo estratégico.

5. Iniciativas: conjunto de ações necessárias ao alcance dos objetivos estratégicos e ao


preenchimento das lacunas de desempenho existentes. Frequentemente são projetos,
programas e planos de ação.
Percebe-se, portanto, que por meio das suas quatro perspectivas e dos seus cinco
componentes, o BSC consegue equilibrar (balancear):

1046 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

•• objetivos de curto e longo prazos;


•• medidas financeiras e não financeiras;
•• indicadores de tendência (leading) e de ocorrência (lagging);
•• perspectivas internas e externas de desempenho.

Outra forma de enxergar esse desdobramento pode ser vista na figura a seguir, que mostra a
relação da missão, da visão, dos valores e da estratégia com o BSC.
No bloco superior, percebe-se que a Missão da organização é o ponto de partida, pois é sua
razão de ser. Os Valores colaboram com a missão e, assim como ela, são mais estáveis ao longo
do tempo. A Visão é temporal e focada no futuro, colocando a organização em movimento,
em direção a mudanças. A Estratégia desenvolve-se e evolui para adaptar-se às mudanças no
ambiente externo e nas competências internas.
No bloco intermediário tem-se o Mapa Estratégico e o BSC, que representam a implementação
da estratégia (tradução e mensuração). O mapa descreve a lógica da estratégia (relação de
causa-efeito entre objetivos), enquanto o BSC coloca a visão em movimento, pois traduz os
objetivos do mapa em indicadores e metas.

Conclui-se, a partir da análise das duas figuras anteriores, que o BSC traduz a missão e a
estratégia num conjunto abrangente de medidas de desempenho (indicadores de cada
perspectiva) que serve de base para um sistema de medição e gestão da estratégia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1047
A Gestão Estratégica usando o BSC
Kaplan e Norton citam cinco princípios da organização focalizada na estratégia:

1048 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

1. Traduzir a Estratégia em Termos Operacionais: não é possível implementar a estratégia sem


descrevê-la. Deve-se identificar os objetivos centrais a serem perseguidos, evidenciar as
relações de causa e efeito de forma compreensível, definir indicadores, metas e iniciativas.

2. Mobilizar a Mudança por meio da Liderança Executiva: a mudança demanda trabalho em


equipe e foco nos resultados. Sem o envolvimento da alta administração as mudanças não
ocorrerão e a estratégia não será implementada.

3. Fazer da Estratégia um Processo Contínuo: a organização deve tornar a discussão sobre


estratégia uma atividade corriqueira dos funcionários, por meio de reuniões periódicas,
relatórios abertos, integração do gerenciamento tático e do gerenciamento estratégico em
um único processo ininterrupto e contínuo.

4. Transformar a Estratégia em Tarefa de Todos: exige-se que todos os empregados


compreendam a estratégia e conduzam suas tarefas cotidianas de modo a contribuir para
seu êxito. São usados geralmente três processos diferentes para o comprometimento dos
empregados com a estratégia: Comunicação e Educação; Desenvolvimento de objetivos
pessoais e de equipes (os empregados devem compreender sua capacidade de influenciar
a implantação bem-sucedida da estratégia); Sistemas de incentivos e recompensas.

5. Alinhar a Organização para Criar Sinergias: as organizações são projetadas em torno de


diversas especialidades, e cada uma tem seu próprio corpo de conhecimentos, linguagem
e objetivos. Deve-se romper com o isolamento das áreas funcionais e utilizar a estratégia
para criar sinergias entre as unidades de negócios.

Para os autores, o BSC seria um modelo capaz de inserir a estratégia no centro dos processos
gerenciais e, assim, criar “organizações orientadas para estratégia”. O modelo apoia-se nos
seguintes processos-chave:

•• Esclarecimento, consenso e atualização da estratégia;


•• Comunicação da estratégia a toda organização;
•• Alinhamento das metas de departamentos e indivíduos à estratégia;
•• Associação dos objetivos estratégicos com as metas de longo prazo e os orçamentos anuais;
•• Identificação e alinhamento das iniciativas estratégicas;
•• Alinhamento das revisões estratégicas e operacionais;
•• Obtenção de feedback para fins de conhecimento e aperfeiçoamento da estratégia.

O papel do BSC como “estrutura de ação para a estratégia”:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1049
Há três papéis críticos para a construção e incorporação do BSC:

1. Arquiteto: responsável pela construção e incorporação do BSC ao sistema gerencial (é o


"gerente de projeto" do BSC). Costuma ser um alto executivo de uma área de apoio.

2. Comunicador: faz o marketing interno - comunica as novas estratégias aos funcionários e


incentiva o fornecimento de feedback.

3. Agente de Mudanças: é um representante do executivo principal. Seu papel é ajudar a


incorporar o BSC aos processos gerenciais - moldar a rotina de uso do novo sistema
gerencial (o BSC).
Resumo:
Em uma visão moderna, pode-se definir o BSC como uma ferramenta que traduz de forma
balanceada e integrada a visão e a estratégia da organização por meio de um mapa coerente
com objetivos estratégicos organizados em diferentes perspectivas (financeira, do cliente,
dos processos internos e do aprendizado & crescimento), sendo interligados em uma relação
de causa e efeito. Além disso, o BSC promove o vínculo destes objetivos com indicadores de
desempenho, metas e planos de ação. Desta maneira, é possível gerenciar a empresa de forma
integrada e garantir que os esforços da organização estejam direcionados para a estratégia.

1050 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

BSC na Administração Pública

www.acasadoconcurseiro.com.br 1051
Slides – Balanced Scorecard

Balanced Scorecard
• 1990 – apenas métodos e indicadores financeiros na
avaliação da performance;
• Kaplan e Norton – proposta de avaliação do
desempenho organizacional englobando quatro
perspectivas:
1 – Financeira
2 – Clientes/Mercado
3 – Processos Internos
4 – Aprendizado/Inovação e Crescimento
1
1

Balanced Scorecard
BSC = Painel/Placar Balanceado de Desempenho

• Segundo Kaplan e Norton, o nome BSC foi escolhido,


pois:
“... refletia o equilíbrio entre:
objetivos de curto e longo prazo,
medidas financeiras e não financeiras,
indicadores de tendência (leading) e ocorrência (lagging),
perspectivas internas e externas de desempenho.” 2
2

1052 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas

Obs: os 4 componentes de cada perspectiva permitem traduzir a estratégia em


termos operacionais. As 4 perspectivas não são um modelo rígido.
3 3

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas

Obs: os 4 componentes de cada perspectiva permitem traduzir a estratégia em


termos operacionais. As 4 perspectivas não são um modelo rígido.
3 3

www.acasadoconcurseiro.com.br 1053
Balanced Scorecard – 4 Perspectivas
• 2) Clientes/Mercado:
‒Criar valor de forma sustentável e diferenciada para os
clientes, através da sua conquista, satisfação e retenção;
‒Escolha da proposição de valor para os clientes é o
elemento central da estratégia.

Exemplos de indicadores: Número de clientes, Clientes


novos, Clientes perdidos, Participação de mercado,
Satisfação dos clientes, Número de reclamações, etc.

5
5

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas


• 3) Processos Internos:
‒Criam e cumprem a proposição de valor para os clientes;
‒Identificar os processos internos críticos que dão suporte
às perspectivas anteriores e que levam a estratégia da
empresa ao sucesso;
‒Identificar novos processos críticos que necessitam ser
desenvolvidos.
‒definir uma cadeia de valor completa dos processos
internos: inovação, operação e pós-venda.

Exemplos de indicadores: Giro de estoques; Índice de


retrabalhos; Prazos de entrega; Porcentagem de defeitos;
Novos produtos lançados; Emissões ao meio ambiente etc. 6
6

1054 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas


• 4) Aprendizado e Crescimento (inovação):
‒Ativos intangíveis são a fonte definitiva de criação de valor
sustentável.
• Como pessoas, tecnologia e clima organizacional se
conjugam para sustentar a estratégia;
‒Três principais fontes de A&C: as pessoas, os sistemas e os
procedimentos organizacionais.
‒Três categorias principais de ativos intangíveis: capital
humano; capital da informação (infraestrutura); capital
organizacional (mobilização).
Exemplos de indicadores: nº de acidentes no mês,
investimento em treinamentos por funcionário, índice de
absenteísmo, rotatividade, etc. 7
7

Balanced Scorecard - evolução


Nasceu como um sistema de medição de desempenho baseado em
indicadores nas 4 perspectivas.

Evoluiu para um veículo que facilitava a tradução e implementação de


estratégias (esclarecer e comunicar).

Hoje é um sistema de Gestão Estratégica usado em importantes


processos gerenciais: estabelecer metas individuais e de equipes;
remunerar; alocar recursos; planejar orçamento; dar feedback do
aprendizado estratégico. 8
8

www.acasadoconcurseiro.com.br 1055
Balanced Scorecard
• Três princípios permitem integrar o BSC à estratégia:
1) Relações de causa e efeito;
2) Indicadores de resultados e de desempenho (tendência);
3) Relação com os fatores financeiros;

1 – Finanças Resultado - ocorrência


2 – Clientes/Mercado (lagging)
Causa-Efeito

3 – Processos Internos
Tendência
4 – Aprendizado e (leading)
Crescimento

Balanced Scorecard – 5 elementos

Tradução da
Estratégia

1056 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

BSC na
Gestão
Estratégica

Balanced Construção
ScorecarddonaBSC
Gestão Estratégica
= Top-Down
Missão é o ponto de partida - a razão de ser;
Valores colaboram com a missão;
Visão é temporal e focada no futuro - movimenta a organização;
Estratégia adapta às mudanças no ambiente externo e nas competências
internas.
Mapa Estratégico e BSC = implementação da estratégia = tradução e a
mensuração;
Mapa descreve a lógica da estratégia (relação de causa-efeito entre
objetivos);
BSC coloca a visão em movimento, pois traduz os objetivos do mapa em
indicadores e metas.
O BSC permite identificar um pequeno número de vetores
críticos que determinam os objetivos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1057
Balanced Scorecard na Gestão Estratégica
Planejar Formular

Balanced Scorecard na Gestão Estratégica


• Cinco princípios da organização focalizada na estratégia:

1058 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Papéis
• Três papéis críticos para a construção e incorporação do BSC:
1) Arquiteto: responsável pela construção e incorporação do BSC
ao sistema gerencial (é o "gerente de projeto" do BSC).
Costuma ser um alto executivo de uma área de apoio.
2) Comunicador: faz o marketing interno - comunica as novas
estratégias aos funcionários e incentiva o fornecimento de
feedback.
3) Agente de Mudanças: é um representante do executivo
principal. Seu papel é ajudar a incorporar o BSC aos processos
gerenciais - moldar a rotina de uso do novo sistema gerencial (o
BSC).

BSC na Gestão Estratégica


O BSC traduz a missão e a estratégia num
conjunto abrangente de medidas de desempenho
(indicadores em cada perspectivas) que serve de base para
um sistema de medição e gestão da estratégia.
• É usado nas organização para:
‒ Esclarecimento, consenso e atualização da estratégia;
‒ Comunicação da estratégia a toda organização;
‒ Alinhamento das metas de departamentos e indivíduos à estratégia;
‒ Associação dos objetivos estratégicos com as metas de longo prazo e
os orçamentos anuais;
‒ Identificação e alinhamento das iniciativas estratégicas;
‒ Alinhamento das revisões estratégicas e operacionais;
‒ Obtenção de feedback para fins de conhecimento e aperfeiçoamento
da estratégia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1059
O papel do BSC
como
“estrutura de ação
para a estratégia”

Balanced Scorecard - Papéis


• Três papéis críticos para a construção e incorporação do BSC:
1) Arquiteto: responsável pela construção e incorporação do BSC
ao sistema gerencial (é o "gerente de projeto" do BSC). Costuma
ser um alto executivo de uma área de apoio.
2) Comunicador: faz o marketing interno - comunica as novas
estratégias aos funcionários e incentiva o fornecimento de
feedback.
3) Agente de Mudanças: é um representante do executivo
principal. Seu papel é ajudar a incorporar o BSC aos processos
gerenciais - moldar a rotina de uso do novo sistema gerencial (o
BSC). 18
18

1060 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Balanced Scorecard - resumo


Traduz a visão e a estratégia da organização
por meio de
um mapa coerente, com
objetivos estratégicos
organizados em diferentes
perspectivas
sendo interligados em uma
relação de causa e efeito
vinculando os objetivos com
indicadores, metas e planos de ação. 19
19

www.acasadoconcurseiro.com.br 1061
Administração
Aula XX

PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Há seis elementos-chave ajudam um gestor a organizar o trabalho e a projetar a estrutura


organizacional: Especialização, Departamentalização, Cadeia de Comando, Amplitude de
Controle, Centralização/Descentralização e Formalização.
Esses seis elementos são a resposta a seis perguntas básicas, conforme o quadro a seguir:

Pergunta Resposta
Até que ponto as atividades podem ser subdividi-
Especialização do Trabalho.
das em tarefas separadas?
Qual a base (critério) para o agrupamento das
Departamentalização.
tarefas?
A quem as pessoas/grupos vão se reportar? Cadeia de Comando - Hierarquia.
Quantas pessoas cada chefe pode dirigir com efi-
Amplitude de Controle.
ciência e eficácia?
Onde fica a autoridade no processo decisório? Centralização e Descentralização.
Até que ponto haverá regras/normas para dirigir
Formalização.
as pessoas?

Os autores da chamada Escola Neoclássica de Administração definiram princípios semelhantes


aos supracitados: racionalismo, divisão do trabalho, especialização, hierarquia e amplitude
administrativa. A principal diferença é o Racionalismo, que pode ser definido da seguinte forma:
dentro de limites toleráveis, os membros de uma organização se comportarão racionalmente,
isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento prescritas para cada um deles. Em
outras palavras, uma organização é substancialmente um conjunto de encargos funcionais e
hierárquicos, cujos membros se sujeitam a normas e funções. Toda organização se estrutura
a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua estrutura organizacional a minimizar
esforços e maximizar o rendimento. Essa racionalidade, portanto, não é um fim, mas um meio
de permitir à empresa atingir adequadamente determinados objetivos.

Especialização do Trabalho
É viável, hoje em dia, uma pessoa sozinha criar e montar aviões?
A Divisão do Trabalho é a maneira pela qual um processo complexo é decomposto em uma série
de tarefas menores, e cada uma das quais é atribuída a uma pessoa ou grupo (departamento).
Uma atividade, em vez de ser realizada inteiramente por uma única pessoa, é dividida em um
certo número de etapas, cada uma das quais será realizada por um indivíduo diferente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1063
A habilidade de um funcionário aumenta com a repetição de uma tarefa, sendo assim, tal
divisão gera maior produtividade, rendimento do pessoal envolvido, eficiência e, por fim,
redução dos custos de produção.
A Especialização é uma consequência da divisão do trabalho: cada unidade ou cargo passa a ter
funções e tarefas específicas e especializadas. Essencialmente, ela faz com que os indivíduos se
especializem em realizar parte de uma atividade em vez de realizar a atividade inteira.
A especialização pode dar-se em dois sentidos: vertical e horizontal.
A vertical caracteriza-se pelos níveis hierárquicos (chefia), pois, na medida em que ocorre a
especialização horizontal do trabalho, é necessário coordenar essas diferentes atividades e
funções. Ex.: Presidência, Diretoria-Geral, Gerências, Coordenadorias, etc.
A horizontal representa a tendência de criar departamentos especializados no mesmo nível
hierárquico, cada qual com suas funções e tarefas. Ex.: gerência de Marketing, gerência de
Produção, gerência de Recursos Humanos, etc.
A especialização tem limites. Em
determinados trabalhos, o excesso de
especialização chegou a um ponto em que
as deseconomias humanas (tédio, fadiga,
estresse, baixa produtividade, perda de
qualidade, aumento do absenteísmo e
da rotatividade) superavam em muito as
vantagens econômicas. Por isso, muitas
empresas descobriram que dar aos
funcionários diversas tarefas, permitindo
que eles realizassem uma atividade
completa, e colocá-los em equipes com
habilidades intercambiáveis, geralmente levava a resultados melhores e ao aumento da
satisfação com o trabalho.

Departamentalização
Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é necessário agrupar as atividades
para que as tarefas comuns possam ser coordenadas. Esse agrupamento é chamado de
departamentalização.
Departamentalizar é agrupar as atividades e correspondentes recursos (humanos, materiais
e tecnológicos) em unidades, de acordo com um critério específico de homogeneidade.
Distintos critérios podem ser usados para criar departamentos, sendo os mais comuns: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.

Cadeia de Comando – Hierarquia


A Hierarquia é, basicamente, a especialização vertical. A pluralidade de funções imposta pela
especialização do trabalho exige o desdobramento da função de comando, cuja missão é dirigir

1064 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

as atividades para que essas cumpram harmoniosamente as respectivas missões. O princípio


da hierarquia é o escalar: à medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de
autoridade do administrador.
A cadeia de comando é uma linha única de autoridade, que vai do topo da organização até o
escalão mais baixo e determina quem se reporta a quem na empresa. Ela responde a perguntas
dos funcionários do tipo “Se eu tiver um problema, com quem devo falar?” ou “Por quem sou
responsável?”

Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e exigir o cumprimento de tarefas por
parte dos funcionários. A autoridade emana do superior para o subordinado, e este é obrigado
a realizar seus deveres.
A autoridade:
•• é alocada em posições da organização, e não em pessoas;
•• flui desde o topo até a base da organização - as posições do topo têm mais autoridade do
que as posições da base;
•• é aceita pelos subordinados devido à crença na cultura organizacional.
Tipos de autoridade:
Existem três tipos básicos de autoridade:
•• Autoridade linear, hierárquica, ou única – segue o princípio da unidade de comando: cada
pessoa deve ter apenas um superior a quem se reportar diretamente. Essa autoridade é
única e absoluta do superior aos seus subordinados. Um exemplo típico são as organizações
militares;
•• Autoridade funcional, ou dividida – tem como base a especialização, o conhecimento.
Cada subordinado reporta-se a vários superiores, de acordo com a especialidade de cada
um - autoridade é parcial e relativa. Nenhum superior tem autoridade total. Ex.: médicos
em um hospital;
•• Autoridade de Staff, ou de Assessoria – com base no aconselhamento e assessoramento,
visando orientar e dar suporte a decisões. Ex.: assessoria jurídica, assessoria de imprensa,
consultoria em gestão, etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1065
Responsabilidade
Dever de desempenhar a tarefa ou atividade, ou cumprir um dever para o qual se foi designado.
Dentro dos princípios da divisão do trabalho, especialização e hierarquia, cada departamento
ou cargo recebe uma determinada quantidade de responsabilidades. Nessa relação contratual,
tais áreas/cargos concordam em executar certos serviços em troca de retribuições ou
compensações financeiras.

O grau de responsabilidade é, geralmente, proporcional ao grau de autoridade da pessoa.


Dessa forma, os cargos de alto escalão possuem maior autoridade e responsabilidade que os
cargos mais baixos.

Amplitude de Controle
Amplitude administrativa (ou amplitude de comando, ou de controle) é o número de
subordinados que um gestor tem sob seu comando/supervisão.

Uma decisão importante no processo de organização é a definição da amplitude ideal de


comando, ou seja, a quantidade de pessoas que um chefe tem capacidade de gerir com eficácia.
Há vários critérios para se determinar esse número, por exemplo:

1066 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

AMPLITUDE MENOR AMPLITUDE MAIOR


CRITÉRIOS (4 a 5 pessoas (8 a 11 pessoas
supervisionadas) supervisionadas)
Os membros da equipe têm As tarefas dos membros da
Similaridade das terefas.
tarefas distintas uns dos outros. equipe são iguais.
Proximidade geográfica. Equipe dispersa. Todos juntos.
Complexidade das tarefas Tarefas altamente
Tarefas simples e repetitivas.
supervisionadas. complexas e variadas.
Necessidade de controle Equipe precisa de Equipe é capaz de
sobre a equipe. controle e direção. trabalhar sozinha.
Relações com outras Muitas relações, exigindo esforço Relações mínimas
equipes. de coordenação. com outras equipes.
Necessidade de Grande necessidade de análise e Tarefas mecânicas, sem
planejamento. resoluções de problemas. necessidade de planejamento.

Um número de subordinados maior do que a amplitude de controle gera perda de controle;


desmotivação; ineficiência nas comunicações; decisões demoradas e mal estruturadas; e queda
no nível de qualidade do trabalho.
Um número de subordinados menor do que a amplitude de controle gera capacidade
ociosa do chefe; custos administrativos maiores; falta de delegação; desmotivação; e pouco
desenvolvimento profissional dos subordinados.

Centralização e Descentralização
Muito cuidado! Na disciplina de Administração os conceitos de Centralização e de
Descentralização são distintos daqueles utilizados no Direito Administrativo. Na Administração,
esses conceitos estão ligados ao poder, ou seja, se um chefe centraliza ou descentraliza seus
poderes de decisão e de comando.
O termo centralização se refere ao grau em que o processo decisório está concentrado em um
único ponto da organização. O conceito inclui apenas a autoridade formal, ou seja, os direitos
inerentes de uma posição.
Dizemos que uma organização é centralizada quando sua cúpula toma todas as decisões
essenciais com pouca ou nenhuma participação dos níveis inferiores. Por outro lado, quanto
maior a participação dos níveis inferiores no processo decisório, maior a descentralização.

Centralização
É a concentração do poder decisório no topo da organização. Isso facilita o controle e
coordenação das atividades, além de padronizar as decisões e torná-las mais consistentes com
os objetivos globais da instituição.
Parte do princípio de que as pessoas do topo usualmente são mais bem treinadas e preparadas
para decisões, eliminando esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduzindo
custos operacionais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1067
As principais desvantagens da centralização são: as decisões ficam distanciadas dos fatos e
circunstâncias, pois os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes envolvidas e com
a situação operacional; maior demora na tomada de decisão, pois depende da disponibilidade
do gestor; as decisões passam pela cadeia escalar, dando margem a distorções e erros de
comunicação.

Descentralização
O poder decisório é deslocado para os níveis mais baixos da administração (fica distribuído pelos
diversos níveis hierárquicos). É uma tendência moderna, pois proporciona maior autonomia
aos cargos mais baixos e alivia a carga decisória da alta administração.
A descentralização altera a divisão do trabalho (e das decisões) entre os cargos e os
departamentos. Por causa disso, é mais duradoura e tem mais alcance que a delegação (que
ocorre entre pessoas).
As vantagens são: melhoria da qualidade das decisões, pois os gerentes médios ficam mais
próximos da operação e, portanto, conhecem melhor a realidade; melhoria no aproveitamento
das pessoas, com aumento da motivação, da criatividade e da autonomia; alivia os chefes
principais do excesso de trabalho decisório; agilidade e eficiência: a organização responde de
forma mais rápida.
As desvantagens são: falta de uniformidade das decisões; insuficiente aproveitamento dos
especialistas centrais; necessidade de maior estrutura de apoio.

Delegação
Delegação é a transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da tarefa delegada.
A delegação pode alcançar apenas tarefas específicas ou um conjunto de tarefas.
Cuidado: não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a responsabilidade
final/do cargo. Diversos autores afirmam que a responsabilidade final do cargo não pode ser
delegada. Delega-se apenas a execução, ou seja, a responsabilidade pelo bom desempenho
de uma tarefa e a respectiva autoridade para executá-la. A responsabilidade final pelo
cumprimento permanece com o delegante e, dessa forma, ele é o verdadeiro responsável e
deve manter supervisão aos delegados para que cumpram as funções. No serviço público, há
previsão legal (leis, resoluções, regimentos internos) explicitando responsabilidades e o que
pode ou não ser delegado.
Algumas considerações importantes sobre delegação: a autoridade deve ser delegada até o
ponto, e na medida necessária, para a realização dos resultados esperados; a autoridade deve
ser proporcional ao nível de responsabilidade alocada no cargo e/ou função considerada; a
responsabilidade não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o subordinado podem livrar-se,
totalmente, de suas obrigações, designando outros para realizá-las; e a clareza na delegação é
fundamental, com designação precisa, entendida e aceita por todos os envolvidos no processo.

1068 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Técnicas de delegação:
•• Delegar a tarefa inteira, autoridade e responsabilidade (pela tarefa);
•• Delegar à pessoa certa – nem todas as pessoas têm capacidade e motivação;
•• Comunicação com o subordinado para esclarecer dúvidas e manter controle;
•• Avaliar e recompensar o desempenho.
No quadro a seguir são citadas as principais diferenças entre descentralizar e delegar.

DESCENTRALIZAÇÃO DELEGAÇÃO
•• Ligada ao cargo. •• Ligada à pessoa.
•• Geralmente atinge vários níveis •• Atinge um nível hierárquico.
hierárquicos. •• Caráter mais informal.
•• Caráter mais formal.
•• Menos pessoal. •• Mais pessoal.
•• Mais estável no tempo. •• Menos estável no tempo.

Formalização
A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da organização são padronizadas.
Quando uma tarefa é muito padronizada, seu responsável tem pouca autonomia para decidir o
que, quando e como deve ser realizado. A padronização não apenas elimina a possibilidade de
os funcionários adotarem comportamentos alternativos, como também elimina a necessidade
de eles buscarem alternativas.
O grau de formalização pode variar muito entre as organizações e dentro de uma mesma
empresa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1069
Slides – Princípios da Organização do Trabalho

Princípios da
Organização do Trabalho

Princípios da Organização do Trabalho


• Seis elementos-chave para formular a estrutura organizacional:
‒ Especialização
‒ Departamentalização
‒ Cadeia de Comando
‒ Amplitude de Controle
‒ Centralização/Descentralização
‒ Formalização

• Princípios Básicos da Organização do Trabalho:


‒ Racionalismo
‒ Divisão do trabalho
‒ Especialização
‒ Hierarquia
‒ Amplitude administrativa
2

1070 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Princípios da Organização do Trabalho


Pergunta Resposta
Até que ponto as atividades podem ser subdivididas
Especialização do Trabalho
em tarefas separadas?
Qual a base (critério) para o agrupamento das tarefas? Departamentalização
Cadeia de Comando -
A quem as pessoas/grupos vão se reportar?
Hierarquia
Quantas pessoas cada chefe pode dirigir com
Amplitude de Controle
eficiência e eficácia?
Onde fica a autoridade no processo decisório? Quem Centralização e
detém o poder de decisão? Descentralização
Até que ponto haverá regras/normas para dirigir as
Formalização
pessoas?

Especialização
• Divisão do Trabalho: é a maneira pela qual um processo complexo
pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas, gerando
maior produtividade e rendimento do pessoal envolvido.
• Especialização: consequência da divisão do trabalho - cada órgão ou
cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas.
‒ Vertical e Horizontal

www.acasadoconcurseiro.com.br 1071
Especialização
• Limites: até que ponto as atividades podem ser subdivididas em
tarefas separadas?

Departamentalização
• Especialização Horizontal
• Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é
necessário agrupar as atividades para que as tarefas comuns
possam ser coordenadas.
• Departamentalizar = agrupar as atividades e correspondentes
recursos (humanos, materiais e tecnológicos) em unidades, de
acordo com um critério específico de homogeneidade.
• Que critérios usar para agrupar?
‒Critérios mais comuns: por função (funcional); por produtos
e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.

1072 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Cadeia de Comando - Hierarquia


• Especialização vertical.
• Se o funcionário tem um problema, com quem deve falar? A
quem deve se reportar? Que ordens deve obedecer?
• Princípio escalar: à medida que se sobe na escala hierárquica,
aumenta o volume de autoridade (e de responsabilidade) do
administrador.

Hierarquia - Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e de exigir
o cumprimento de tarefas por parte dos funcionários.
• É alocada em posições da organização e não em pessoas.
• Flui desde o topo até a base da organização.
• É aceita formalmente - racionalmente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1073
Hierarquia – Tipos de Autoridade
o Autoridade linear, ou única;
o Autoridade funcional, ou dividida;
o Autoridade de Staff, ou de Assessoria.

Hierarquia - Responsabilidade
• Dever de desempenhar a tarefa / atividade / função para a qual
a pessoa foi designada.

10

1074 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Amplitude de Controle
• Outros nomes: Amplitude administrativa, de comando.
• Número de subordinados que um gestor tem sob seu
comando/supervisão.

Estrutura achatada Estrutura aguda


– muitos subordinados e poucos chefes – muitos chefes e poucos subordinados

11

Amplitude Administrativa
• Decisão importante: quantas pessoas cada chefe
pode dirigir com eficiência e eficácia?

12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1075
Centralização x Descentralização
• Cuidado: definição distinta no Direito Administrativo
• Na Administração = poder de decisão dentro da organização.
‒Onde está o poder formal de tomar decisões?
o Centralizar é concentrar o poder de decisão no topo da
hierarquia;
o Descentralizar é distribuir o poder de decisão nos
diferentes níveis hierárquicos.

13

Centralização x Descentralização
• Centralização - maior concentração de poder decisório no topo.
• Vantagens:
‒ Facilita o controle e coordenação das atividades da organização;
‒ O chefe é quem usualmente está mais bem treinado e preparado;
‒ As decisões são mais consistentes com os objetivos globais da
organização;
‒ Elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz
custos operacionais.
• Desvantagens:
‒ As decisões ficam distanciadas dos fatos e circunstâncias;
‒ Os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes
envolvidas e com a situação;
‒ Maior demora na tomada de decisão;
‒ As decisões passam pela cadeia escalar, permitindo distorções e erros
no processo de comunicação dessas decisões.
14

1076 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Centralização x Descentralização
• Descentralização - menor concentração do poder decisório no
topo.
‒ É uma tendência nas organizações modernas.
• Vantagens:
‒ A decisão é delegada para pessoas/posições mais próximas da ação;
‒ Aumenta a eficiência, a motivação, a criatividade e a independência;
‒ Permite a formação de executivos locais mais motivados e
conscientes de seus resultados;
‒ Agilidade – a organização responde de forma mais rápida.
• Desvantagens:
‒ Falta de uniformidade das decisões;
‒ Insuficiente aproveitamento dos especialistas;
‒ Falta de equipe apropriada no campo de atividades.
15

Delegação
• Transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da
tarefa delegada.
‒ Não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a
final/do cargo.
o A responsabilidade final não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o
subordinado podem livrar-se totalmente de suas obrigações, designando
outros para realizá-las;
‒ Delegação na medida necessária para alcançar os resultados
esperados;
‒ A autoridade deve ser proporcional ao nível de responsabilidade do
cargo
‒ A clareza na delegação é fundamental.
16

www.acasadoconcurseiro.com.br 1077
Descentralização X Delegação

17

Formalização
• A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da
organização são padronizadas.
‒Tarefa muito padronizada = pouca autonomia; menor
possibilidade de os funcionários adotarem comportamentos
alternativos, como também elimina a necessidade de eles
buscarem alternativas.

• O grau de formalização pode variar muito entre as organizações


e dentro de uma mesma empresa.

1078 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura organizacional é o resultado da identificação, análise, ordenação e agrupamento


das atividades e dos recursos das empresas, incluindo o sistema de decisão, responsabilidade,
autoridade e linhas de comunicação, que definem a maneira como se integram as partes de
uma organização.

•• Sistema de Decisão: define a natureza das decisões, os responsáveis por elas e as formas
de decidir.
•• Sistema de Responsabilidades: distribuição das atividades nas organizações.
•• Sistema de Autoridade: distribuição de poder dentro das organizações – direito formal
que o ocupante de determinado cargo tem para dar ordens.
•• Sistema de Comunicação: forma de integração entre as diversas unidades da organização.

São duas as formatações básicas da estrutura organizacional:

1. Estrutura formal é aquela representada pelo organograma, estatutos e regras. Procura


consolidar, ainda que de forma geral, a distribuição das responsabilidades e autoridades
pelas unidades organizacionais da empresa.
2. Estrutura informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é formalmente
estabelecida pela empresa, as quais surgem e se desenvolvem espontaneamente, e,
portanto, apresenta situações que não aparecem no organograma.
•• A estrutura informal complementa a estrutura formal; proporciona maior rapidez no
processo decisório; reduz distorções da estrutura formal; reduz a carga de comunicação
dos chefes; motiva e integra as pessoas. Ao mesmo tempo, pode gerar problemas como o
desconhecimento da realidade empresarial pelas chefias, a maior dificuldade de controle e
a possibilidade de atritos entre as pessoas.

Modelos de organizações
Modelos são os estilos ou padrões de organizações existentes. Há diversos modelos descritos
na literatura, entretanto, pode-se dizer que suas características variam entre dois modelos
extremos: o mecanicista e o orgânico.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1079
Modelo Mecanicista
Estruturas mecanicistas têm esse nome porque buscam imitar o funcionamento automático
e padronizado das máquinas. As pessoas fazem trabalhos repetitivos, sem autonomia e sem
improvisação. O modelo mecanicista é chamado de burocrático, pois é tido como sinônimo da
burocracia racional-legal descrita por Max Weber.
São estruturas rígidas e altamente controladas, adequadas a condições ambientais
relativamente estáveis e previsíveis. Organizações deste tipo valorizam a lealdade e a obediência
aos superiores e à tradição.
O desenho é piramidal, verticalizado; as tarefas são
especializadas e precisas; regras, regulamentos e
procedimentos são bem definidos e estão escritos; a
hierarquia é rígida e a autoridade não pode ser questionada
– a fonte da autoridade é a posição da pessoa na estrutura
organizacional; a comunicação vertical é enfatizada;
o poder é centralizado e a responsabilidade pela
coordenação e a visão do todo pertencem exclusivamente
à alta administração.

Modelo Orgânico
Estruturas orgânicas têm esse nome porque imitam o comportamento dinâmico dos organismos
vivos.
Esse modelo é chamado pós-burocrático ou adhocrático* (de acordo com a demanda,
um modelo para cada situação), pois procura se adaptar a condições instáveis, mutáveis.
Ambientes assim oferecem problemas complexos que muitas vezes não podem ser resolvidos
com estruturas tradicionais.

* Adhocracia é um sistema temporário, adaptativo, que muda rapidamente, com


poucos níveis administrativos, poucas gerências e pouca normatização, organizado em
torno de problemas a serem resolvidos por grupos de pessoas dotadas de habilidades
profissionais diversas.

O desenho orgânico mais achatado e flexível denota a descentralização de decisões e o


downsizing (enxugamento - estratégia para
reduzir número de níveis e os aspectos
burocráticos da empresa).
Neste tipo de organização, há enfoque na
cooperação/interação e na comunicação de
natureza informativa (em lugar de ordens).
A liderança tende a ser democrática; a autoridade é exercida de acordo com a competência
(hierarquia é imprecisa - as pessoas podem desempenhar papel de chefe ou de subordinado); a

1080 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

capacidade de resolver problemas com autonomia e iniciativa é mais importante do que seguir
regras; a especialização é pequena (as tarefas têm escopo amplo e os cargos são definidos mais
em termos de resultados esperados do que de tarefas).

Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior - su-
Predomínio da interação horizontal; confiança e
bordinado); relacionamento baseado em autori-
crença recíprocas.
dade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e amplo
Cargos ocupados por especialistas.
conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões centraliza- Hierarquia flexível; tomada de decisão descen-
da; pouca delegação. tralizada; delegação.

Fatores que influenciam a Estrutura


Nenhuma organização é exclusivamente mecanicista ou orgânica. Também não há uma
estrutura ou modelo de organização que seja melhor que outra – cada estrutura é mais
adaptada a diferentes circunstâncias ou situações.
Os principais fatores que influenciam a escolha da estrutura ideal são: estratégia, tamanho,
tecnologia e ambiente. Outros fatores podem ser considerados, como recursos humanos e
sistema de produção.
•• Estratégia: é a variável mais importante que afeta o tipo de estrutura, afinal, a estrutura
organizacional é uma ferramenta para realizar os objetivos. Ex: se a estratégia exige
inovação, é melhor uma estrutura orgânica; se exige redução de custos, é melhor uma
estrutura mecanicista.
•• Tamanho: dependendo da quantidade de funcionários, são necessárias diferentes
estruturas para gerenciar a organização. Uma empresa muito grande tende ser mecanicista.
•• Tecnologia: de acordo com o tipo e a complexidade da tecnologia envolvida no trabalho,
as tarefas podem ser mais rotineiras (linha de produção) ou mais diversificadas (setor de
pesquisa e desenvolvimento), exigindo diferentes estruturas.
•• Ambiente: as organizações precisam se ajustar ao ambiente, que pode ser estável e
uniforme ou complexo e dinâmico.
•• Recursos humanos: são as características das pessoas, tais como tipo de formação,
experiência, perfil psicológico, motivações e mesmo relações pessoais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1081
•• Sistema de produção: nas empresas de produção em massa, o modelo mecanicista adapta-
se melhor; já a estrutura orgânica é mais apropriada quando o produto não é padronizado.
A figura a seguir mostra os determinantes e as consequências do desenho da estrutura.

Tipos de organização
Os diferentes tipos de organização são decorrência da estrutura organizacional, ou seja, da
arquitetura ou formato organizacional que assegura a divisão e coordenação das atividades dos
membros da instituição. A estrutura é o esqueleto que sustenta e articula as partes integrantes.
Cada subdivisão recebe o nome de unidade, departamento, divisão, seção, equipe, grupo de
trabalho, etc.
Cada empresa/instituição monta sua estrutura em função dos objetivos. Apesar da enorme
variedade de organizações, os autores clássicos e neoclássicos definiram três tipos tradicionais:
linear, funcional e linha-staff.
Importante ressaltar que os três tipos dificilmente são encontrados em seu estado puro, afinal,
se tratam de modelos teóricos e, dessa forma, são simplificações da realidade.

Organização Linear
É a forma mais simples e antiga, originada dos exércitos e organizações eclesiásticas. O
nome “linear” é em função das linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade
entre superiores e subordinados, resultando num formato piramidal de organização. Cada

1082 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

gerente recebe e transmite tudo o que se passa na sua área de competência, pois as linhas de
comunicação são rigidamente estabelecidas.
Típica de empresas pequenas, com baixa complexidade, mas pode ocorrer em médias e grandes
com tarefas padronizadas, rotineiras, repetitivas, onde a execução é mais importante que a
adaptação a mudanças, ou mesmo à qualidade dos produtos.

Características
•• Autoridade linear, única e absoluta do superior aos seus subordinados, ou seja, cada
subordinado reporta-se exclusivamente a um superior;
•• Linhas formais de comunicação vertical, de acordo com o organograma. Podem ser para
cima (órgão ou cargo superior) ou para baixo (órgão ou cargo inferior);
•• Centralização das decisões: a autoridade converge para a cúpula da organização;
•• Aspecto piramidal: quanto mais sobe na escala hierárquica, menor o número de órgãos ou
cargos. Quanto mais acima, mais generalização de conhecimento e centralização de poder;
quanto mais abaixo, mais especialização e delimitação das responsabilidades.

Vantagens
•• Estrutura simples e de fácil compreensão e implantação;
•• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos – nenhum órgão ou cargo interfere em
área alheia;
•• Estabilidade e disciplina garantidas pela centralização do controle e da decisão.

Desvantagens
•• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade, dificultando a inovação e
adaptação a novas circunstâncias;
•• A autoridade linear baseada no comando único e direto pode tornar-se autocrática,
dificultando o aproveitamento de boas ideias;
•• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados em suas atribuições na medida em
que tudo tem que passar por eles;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1083
•• Com o crescimento da organização, as linhas formais de comunicação se congestionam e
ficam lentas, pois tudo deve passar por elas.

Organização Funcional
É o tipo de organização em que se aplica o princípio funcional ou princípio da especialização.
Cada área é especializada em um determinado assunto, é a autoridade em um tema. Dessa
forma, ela presta seus serviços às demais áreas de acordo com sua especialidade.
É possível utilizar tal estrutura quando a organização tem uma equipe de especialistas bem
entrosada, orientada para resultados, e uma boa liderança.

Características
•• Autoridade funcional dividida: cada subordinado reporta-se a vários superiores
simultaneamente, de acordo com a especialidade de cada um;
•• Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados. A autoridade é parcial e
relativa, decorrente de sua especialidade e conhecimento;
•• Linhas diretas de comunicação, não demandam intermediação: foco na rapidez;
•• Descentralização das decisões para os órgãos especializados. Não é a hierarquia, mas a
especialização que promove a decisão.

Vantagens
•• Proporciona especialização e aperfeiçoamento;
•• Permite a melhor supervisão técnica possível;
•• Comunicações diretas, sem intermediação, mais rápidas e menos sujeitas a distorções;
•• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de execução: há uma
especialização do planejamento e do controle, bem como da execução, permitindo plena
concentração de cada atividade.

1084 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Desvantagens
•• Não há unidade de mando, o que dificulta o controle das ações e a disciplina;
•• Subordinação múltipla pode gerar tensão e conflitos dentro da organização;
•• Concorrência entre os especialistas, cada um impondo seu ponto de vista de acordo com
sua área de atuação.

Organização Linha-Staff
É o resultado de uma combinação dos tipos de organização linear e funcional, buscando
aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as respectivas desvantagens. Nela coexistem os
órgãos de linha (execução) e de assessoria (apoio e consultoria), mantendo relações entre si.
As atividades de linha são aquelas intimamente ligadas aos objetivos da organização (áreas-
fim). As atividades de staff são as áreas-meio, ou seja, prestam serviços especializados que
servem de suporte às atividades-fim.
A autoridade para decidir e executar é
do órgão de linha. A área de staff apenas
assessora, sugere, dá apoio e presta serviços
especializados. A relação deve ser sinérgica,
pois a linha necessita do staff para poder
desenvolver suas atividades, enquanto o
staff necessita da linha para poder atuar.
É possível citar algumas atividades que são
tipicamente de staff**: gestão de pessoas,
orçamento, compras, almoxarifado,
manutenção, tecnologia da informação,
assessorias em geral (jurídica, contábil,
gestão), controle interno, etc.
**Obviamente há exceções, pois a definição de área-meio e área-fim varia de acordo com o
ramo de atuação, as políticas e os objetivos de cada empresa/instituição.

Características
•• Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional;
•• Coexistência de linhas formais de comunicação com linhas diretas;
•• Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e suporte (assessores).

Vantagens
•• Melhor embasamento técnico e operacional para as decisões;
•• Agregar conhecimento novo e especializado à organização;
•• Facilita a utilização de especialistas;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1085
•• Possibilita a concentração de problemas específicos nos órgãos de staff, enquanto os órgãos
de linha ficam livres para executar as atividades-fim.

Desvantagens
•• Conflitos entre órgãos de linha e staff: experiências profissionais diversas, visões de
trabalho distintas, diferentes níveis de formação;
•• Dificuldade de manutenção do equilíbrio entre linha e staff.

Outras formas de organização

Por equipes
Utiliza o conceito de equipe multidisciplinar, buscando delegar autoridade e dispersar a
responsabilidade (empowerment) por meio da criação de equipes participativas.
Essa estrutura desmonta as antigas barreiras departamentais e descentraliza o processo
decisório para as equipes, fazendo com que as pessoas tenham generalistas e especialistas.
É comum, em empresas de ponta, encontrar equipes autogerenciadas cuidando de unidades
estratégicas de negócios com total autonomia e liberdade. Nessa estrutura podem existir dois
tipos de equipes: a permanente, que funciona como uma área normal; e a cruzada, que é a
união de pessoas de vários departamentos funcionais para resolver problemas mútuos.
A equipe cruzada ajuda a reduzir a barreira entre os departamentos. Além, disso, o poder
delegado à equipe reduz o tempo de reação a mudanças externas. Outro benefício é a
motivação do funcionário, pois o trabalho na equipe cruzada é mais enriquecedor.

Organização em Rede
A rede é muito mais do que “uma organização” – é uma entidade que congrega os recursos de
inúmeras pessoas e, grupos e organizações. Os participantes da rede são autônomos entre si,
mas são dependentes da rede como um todo e podem ser parte de outras redes.
A organização desagrega as suas funções tradicionais e as transfere para empresas ou unidades
separadas que são interligadas por meio de uma pequena organização coordenadora, que
passa a ser o núcleo central. A companhia central retém o aspecto essencial do negócio,
enquanto transfere para terceiros as atividades que outras companhias podem fazer melhor
(produção, vendas, engenharia, contabilidade, propaganda, distribuição, etc.). Trata-se de
uma abordagem revolucionária, as fronteiras das atividades da organização vão se diluindo e
as formas organizacionais de uma empresa vão se misturando às atividades organizacionais
de outras, tornando difícil reconhecer onde começa e onde termina a organização em termos
tradicionais.
Há vários tipos de redes, cada tipo serve para uma finalidade.

1086 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Comissão ou Colegiado
Comitê ou comissão é a reunião de vários profissionais, normalmente com conhecimentos
multidisciplinares, para emitir, por meio de discussão organizada, uma opinião a respeito de
um assunto previamente fixado.
São formados com objetivo de apurar situações ou tomar decisões colegiadas. Não é um órgão
da estrutura organizacional e pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos. Exemplos são algumas empresas (inclusive
públicas) que possuem Conselhos de Administração, Fiscais, etc.

Organização virtual
É uma estrutura que utiliza tecnologia da informação para unir, de forma dinâmica, pessoas e
demais recursos organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço físico e/ou ao
mesmo tempo para executar seus processos produtivos.
O atributo "virtual" é utilizado para denominar uma lógica organizacional na qual as fronteiras
de tempo, espaço geográfico, unidades organizacionais e acesso a informações são menos
importantes, enquanto o uso de tecnologias de comunicação e informação é considerado
altamente útil.
O grau de "virtualidade" depende da intensidade na utilização de tecnologias de informação e
comunicação para interagir com clientes externos ou internos, realizar negócios e operar como
um todo.
Uma segunda abordagem define uma organização
virtual como uma rede de organizações
independentes, que se unem em caráter temporário
através do uso de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim obter vantagem
competitiva. A organização virtual se comporta
como uma única empresa por meio da união das
competências essenciais de seus membros, que
podem ser instituições, empresas ou pessoas
especializadas.
Toda organização virtual é uma rede organizacional, mas nem toda rede organizacional é uma
organização virtual.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1087
Organograma
É a representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional (a apresentação
completa da estrutura organizacional só pode ser efetuada pelo manual de organização).
No organograma, ficam claramente evidenciadas as diversas unidades organizacionais (áreas,
departamentos), sua posição relativa na estrutura geral da empresa (hierarquia, especialidade)
e suas ligações (canais de comunicação).
Podem-se ter o organograma geral da empresa e os parciais dos departamentos.
•• Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da organização,
em unidades de direção, assessorias,
conselhos, gerências, departamentos, divisões,
setores, etc.
•• Autoridade e Hierarquia: as relações entre
superior e subordinado. A quantidade de
níveis verticais mostra a cadeia de comando,
ou seja, como a autoridade está distribuída
desde o diretor que tem mais autoridade, no
topo da estrutura, até o funcionário que tem
menos autoridade, na base da estrutura.
•• Canais de comunicação: as linhas verticais e
horizontais que ligam os retângulos mostram
as relações/comunicações entre as unidades
de trabalho. A linha contínua representa
autoridade, na vertical, e coordenação na
horizontal.
Dependendo da técnica de elaboração aplicada, o Organograma poderá evidenciar, além do
tipo de trabalho desenvolvido, mais: o detalhamento do tipo de trabalho; os cargos existentes;
os nomes dos titulares das unidades; a quantidade de pessoas por unidade; a relação funcional,
além da relação hierárquica.

Tipos comuns de Organogramas


Além do organograma tradicional (estrutural), representado acima, existem outros tipos:

Organograma Linear
Mostra a distribuição de
responsabilidade e de autoridade
em uma organização. Estrutura,
resumidamente, as atividades básicas
e os tipos de decisão relacionados
a cada unidade organizacional da
empresa.

1088 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Revela a atividade/decisão de cada posição ou cargo, mostrando quem participa e em que grau
quando uma atividade/decisão deve ocorrer na empresa.

Organograma Vertical
Identifica, de forma sequencial, os
diversos cargos de chefia de uma empresa,
preferencialmente junto com o nome básico
da unidade organizacional (departamento,
seção).

Organograma Circular (ou Radial)


Oferece um visual leve e tira o foco da
hierarquia, por isso, tende a reduzir a
possibilidade de conflitos entre superior e
subordinados, pois as linhas de autoridade
ficam difíceis de ser identificadas.
A autoridade hierárquica é representada do
centro para a periferia e, por isso, a existência
de muitos níveis hierárquicos dificulta a
elaboração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1089
Slides – Estrutura Organizacional

Estrutura Organizacional
• Desenho da organização = resultado da identificação,
análise, ordenação e agrupamento das atividades, dos
recursos e das pessoas.

Estrutura Organizacional
• Inclui os sistemas de: decisão, responsabilidade,
autoridade e comunicação.
‒Formal: organograma + estatutos + regras.

‒Informal: rede de relações sociais e pessoais


o Não está no organograma, nem nas regras formais.
o Pontos positivos: complementa a estrutura formal;
proporciona maior rapidez no processo decisório; reduz
distorções da estrutura formal; reduz a carga de comunicação
dos chefes; motiva e integra as pessoas.
2

1090 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Modelos Estruturais

Burocrático: controle, Adhocrático: pós-burocrático,


regras, verticalização, flexibilidade, downsizing,
hierarquia rígida, horizontalização, liderança
especialização, democrática, autonomia,
centralização,
autoridade formal. descentralização, cooperação,
adaptação, empowerment.
3

Modelos Estruturais
Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula.
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior -
Predomínio da interação horizontal; confiança
subordinado); relacionamento baseado em
e crença recíprocas.
autoridade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e
Cargos ocupados por especialistas.
amplo conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões Hierarquia flexível; tomada de decisão
centralizada; pouca delegação. descentralizada; delegação.
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1091
Fatores que influenciam a Estrutura

Tipos de Organização
• São decorrência da estrutura organizacional:
‒ autoridade, grau de delegação ou concentração de tarefas, linhas de
comando e de comunicação, centralização ou descentralização das
decisões, etc.

• Neoclássicos: Linear, Funcional, Linha-staff

• Outras: Equipes, Rede, Comissão, Virtual, etc.

1092 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Organização Linear
• Mais simples e antiga
• Autoridade linear, única – centralizadora e generalista
• Linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade entre superior e
subordinados
• Formato piramidal

Vantagens
• Estrutura simples, de fácil compreensão e implantação;
• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos e uma notável
precisão da jurisdição;
• Estabilidade e disciplina.

Desvantagens
• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade;
• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados;
• Com o crescimento da organização, as linhas formais de
comunicação se congestionam;
• As comunicações, por serem lineares, se tornam demoradas.
8

www.acasadoconcurseiro.com.br 1093
Organização Funcional
• Princípio funcional – especialização
• Autoridade funcional – dividida - decisões descentralizadas
• Comunicação direta – rapidez
• Subordinação múltipla

Vantagens
• Proporciona o máximo de especialização na organização;
• Permite a melhor supervisão técnica possível;
• As comunicações diretas são mais rápidas e menos sujeitas a
distorções;
• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de
execução.

Desvantagens
• Perda da autoridade de comando;
• Subordinação múltipla - tendência à tensão e a conflitos;
• Tendência à concorrência entre os especialistas.

10

1094 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Organização Linha-Staff
• Busca aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as
respectivas desvantagens – embasamento técnico e
operacional, uso de especialistas etc.
• Separação entre execução e assessoria.
• Conflito linha-staff

11

Organização por Equipes


• Usa equipes multidisciplinares como dispositivo central para
coordenar atividades;
• Desmonta barreiras departamentais e descentraliza o processo
decisório para as equipes;
‒Delega autoridade e dispersa a responsabilidade
(empowerment) em todos os níveis por meio da criação de
equipes participativas;
• Dois tipos de equipes: a permanente funciona como uma área
normal; e a cruzada, que é a união de pessoas de vários
departamentos funcionais para resolver problemas mútuos.

12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1095
Organização em rede
• Rede = entidade que congrega os recursos de inúmeras pessoas
e, grupos e organizações.
‒ Participantes são autônomos entre si, mas são dependentes da rede
como um todo e podem ser parte de outras redes.
‒ A organização transfere funções para empresas/unidades separadas;
‒ Fronteiras diluídas entre organizações: difícil reconhecer onde começa
e onde termina a organização em termos tradicionais.

13

Comissão ou Colegiado
• Conselhos, comissões comitês:
‒formados para apurar situações ou tomar decisões
colegiadas.
‒Geralmente não é um órgão da estrutura organizacional;
‒Pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos.

14

1096 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Virtual
• 1) Utiliza TIC para unir pessoas e demais recursos
organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço
físico e/ou ao mesmo tempo;
• 2) Rede de organizações independentes, que se unem em
caráter temporário através do uso
de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim
obter vantagem competitiva.

• Toda organização virtual é uma rede,


mas nem toda rede é virtual.
15

Organograma
• É a representação gráfica de determinados aspectos da
estrutura organizacional.
• Mostra:
‒ Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da
organização – divisões, departamentos, etc.
‒ Autoridade e Hierarquia: níveis verticais.
‒ Canais de comunicação: linhas verticais
(autoridade) e horizontais (coordenação).

16

www.acasadoconcurseiro.com.br 1097
Organograma

17

1098 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

A especialização do trabalho pode ocorrer em duas direções: vertical e horizontal.


A especialização vertical é um desdobramento da autoridade e implica o aumento de níveis
hierárquicos. A especialização horizontal ocorre quando há necessidade de um maior número
de órgãos (unidades, departamentos) especializados num mesmo nível hierárquico para facilitar
a coordenação do trabalho e dar eficiência às atividades. Departamentalização, portanto, é a
especialização horizontal.
Departamentalizar é agrupar as atividades e correspondentes recursos (humanos, materiais e
tecnológicos) em unidades, de acordo com um critério específico de homogeneidade.
O conjunto de departamentos forma a estrutura organizacional e é representado graficamente
por meio do organograma da empresa.
A departamentalização pode ocorrer em pequenas empresas, mas é uma característica típica
das médias e grandes organizações e é diretamente relacionada com a complexidade das
operações.

Princípios da Departamentalização
1. Maior uso: o departamento que utiliza mais uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição;

2. Maior interesse: o departamento que tiver mais interesse sob uma atividade deve
supervisioná-la;

3. Separação do controle: as atividades de controle devem ser autônomas, independentes e


separadas das atividades que estão sendo controladas;

4. Supressão da concorrência: eliminar a concorrência entre departamentos.


•• Diferenciação: quanto maior for a diferença entre as atividades, maior a probabilidade de
ficarem em departamentos diferentes. Exemplos de critérios: diferentes fatores humanos;
distintas tecnologias e natureza das atividades; diferentes características ambientais,
objetivos e estratégias.
•• Integração: quanto mais integradas forem as atividades (necessidade de coordenação e
economia da escala), maior é a probabilidade de estarem no mesmo departamento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1099
Abordagens
Distintas abordagens podem ser utilizadas no desenho dos departamentos, sendo as mais
comuns a Funcional, a Divisional e a Matricial (somatório da funcional com a divisional). Além
dessas, há a abordagem em Equipe (equipes multifuncionais) e em Rede (redes de empresas),
as quais são explicadas no capítulo de Estrutura Organizacional.
A abordagem Funcional segue o princípio da especialização, separando departamentos de
acordo com a função desempenhada por cada um na organização (produção, finanças, RH,
vendas, etc.).
A abordagem Divisional segue o princípio das unidades de negócio autônomas (unidades
estratégicas de negócio) e cada gestor é responsável pelos resultados de sua unidade. Essa
abordagem cria departamentos autossuficientes - cada divisão possui suas próprias funções
operacionais (conjunto de especialistas, áreas funcionais), permitindo que atue de forma
praticamente autônoma, prestando contas apenas à cúpula administrativa da empresa. É
mais indicada em organizações que produzem diferentes produtos/serviços para diferentes
mercados/clientes, pois cada divisão focaliza um mercado/cliente independente. Dentro
de abordagem divisional existem variantes, que servem para alcançar diferentes resultados
esperados de uma organização e que se baseiam em: Produtos ou serviços, Localização
Geográfica, Clientes, Projetos, etc.
Essas duas abordagens definem os critérios (tipos) mais comuns de Departamentalização: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial; mista.

Departamentalização por Função (Funcional)

É a divisão lógica de acordo com as funções especializadas que são realizadas na organização.
Cada área (departamento) passa a ser responsável por uma função organizacional específica
(Marketing, RH, Finanças, Produção, Logística, etc.).
A Departamentalização Funcional cria áreas especializadas a partir do agrupamento de
funções ou atividades semelhantes, assim, todos os especialistas em determinada função
ficam reunidos: todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de
compras, e assim por diante.
É considerado o tipo mais comum encontrado nas empresas.
A organização foca em si mesma (introversão), sendo indicada para ambientes estáveis, de
poucas mudanças, com desempenho continuado e tarefas rotineiras. É utilizada, portanto, em
empresas cujas atividades sejam bastante repetitivas, altamente especializadas e com poucas
linhas de produtos/serviços.
O administrador principal tem pleno controle dos destinos da organização, entretanto, se o
tamanho aumenta muito, certos problemas podem surgir: excessiva especialização (novas
camadas funcionais e novos cargos especializados); estrutura tende a tornar-se complexa,
piramidal e feudal, acarretando um distanciamento dos objetivos principais.

1100 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Vantagens
•• Agrupa vários especialistas de um mesmo assunto em uma mesma unidade;
•• Estabilidade nas atividades e relacionamentos;
•• Simplifica o treinamento e orienta as pessoas para uma função específica, concentrando
sua competência e habilidades técnicas;
•• Permite economia de escala pelo uso integrado de pessoas, máquinas e produção em
massa;

Desvantagens
•• Foco na especialidade em detrimento do objetivo organizacional global (cria feudos devido
à ênfase dos funcionários na própria especialidade);
•• Comunicação e cooperação deficiente entre departamentos;
•• Inadequada para ambiente e tecnologia em constante mudança, pois dificulta a adaptação
e a flexibilidade.

Departamentalização por Produtos ou Serviços


Agrupa as atividades e decisões de acordo com os produtos ou serviços executados - todas as
atividades requeridas para suprir um produto ou serviço deverão ficar no mesmo departamento,
atuando com foco no resultado final.
É realizada quando as atividades inerentes a cada um dos produtos ou serviços possuem
diferenciações significativas e necessidades específicas e, por isso, fica mais fácil administrar
cada produto/serviço individualmente.
Indicada para circunstâncias externas e mutáveis, pois induz à cooperação entre especialistas e
à coordenação de seus esforços para um melhor desempenho do produto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1101
Vantagens
•• Fortalece a especialização no produto: fixa a responsabilidade de cada departamento para
um produto/serviço ou linha de produto/serviço, pois cada uma dessas divisões funciona
como uma unidade de resultados;
•• Facilita a coordenação entre as diferentes áreas dentro de cada divisão: a preocupação
principal é o produto e as atividades das áreas envolvidas que dão pleno suporte;
•• Permite maior flexibilidade: as unidades produtivas podem ser maiores ou menores,
conforme as condições;
•• Facilita a inovação, pois requer cooperação e comunicação dos vários grupos que
contribuem para gerar o produto.
Desvantagens
•• Enfraquece a especialização funcional: dispersa os especialistas nas diversas divisões
orientadas para os produtos;
•• Gera custos operacionais elevados pela duplicidade de atividades, por isso não é indicada
para circunstâncias externas não mutáveis e para empresas com pouca variabilidade dos
produtos;
•• É difícil coordenar políticas gerais da organização;
•• Em situações de instabilidade externa, pode gerar temores e ansiedades na força de
trabalho de determinada linha de produto, em função da possibilidade de desemprego;
•• Pode desestabilizar a estrutura caso um gerente de produto adquira muito poder.

Departamentalização Geográfica (territorial, regional)

Tem ênfase territorial, na cobertura geográfica: cria departamentos tendo como critério os
locais onde o trabalho será desempenhado, ou então a área de mercado a ser servida pela
empresa. Todas atividades em determinado território são de responsabilidade de um gestor.
É utilizada geralmente por empresas que cobrem grandes áreas geográficas e cujos mercados
são extensos e diversificados (clientes e recursos dispersos), ou seja, quando as circunstâncias
externas indicam que o sucesso da organização depende particularmente do seu ajustamento
às condições e às necessidades de cada local e/ou região. A orientação da empresa, portanto, é
mercadológica (extroversão).
Exemplos: as empresas multinacionais têm este nome justamente por utilizarem a estratégia
geográfica para suas operações fora do país onde estão sediadas; lojas e empresas possuem
filiais em diversas localidades; agências bancárias; varas judiciais espalhadas pelo interior dos
estados.

1102 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Vantagens
•• Foco mercadológico: amplia a área de atuação, atingindo maior número de clientes/
fornecedores;
•• Fortalece especialização quanto ao local: agilidade e vantagem competitiva pelo maior
conhecimento do local;
•• Permite fixar a responsabilidade de lucro e de desempenho no comportamento local ou
regional, além de encorajar os executivos a pensar em termos de sucesso de território;
•• As características da empresa podem acompanhar adequadamente as variações de
condições e características locais.
Desvantagens
•• Dificuldade de coordenar políticas gerais da organização: o enfoque territorial pode deixar
em segundo plano a coordenação da empresa como um todo (aspectos de planejamento,
execução e controle), em face do grau de liberdade e autonomia nas regiões;
•• Enfraquece especialização funcional: a preocupação estritamente territorial concentra-
se mais nos aspectos mercadológicos e de produção e quase não requer apoio dos
especialistas (staff) da matriz da empresa.
•• Duplicação de instalações e de funções;
•• Em situações de instabilidade externa em determinada região, pode gerar temores e
ansiedades na força de trabalho em função da possibilidade de desemprego ou prejuízo
funcional.

Departamentalização por Clientes


•• Agrupa as atividades de acordo com o tipo de pessoa/grupo/empresa para quem o trabalho
é executado.
•• É indicado quando a organização atende a grupos de clientes com necessidades bastante
distintas (de acordo com idade, sexo, nível socioeconômico, etc.). Cada departamento
serve a um grupo de clientes – os clientes são determinantes para o sucesso do negócio e
requerem diferentes abordagens para vendas, produtos, serviços, etc.
•• Estrutura a empresa “de fora para dentro” (extroversão), enquanto a departamentalização
funcional, por exemplo, estrutura “de dentro para fora”.

Vantagens
•• Atendimento personalizado: quando a satisfação do cliente é o aspecto mais crítico da
organização, ou seja, quando um tipo de cliente é o mais importante, e os produtos e
serviços devem ser adaptados às suas necessidades;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1103
•• Dispõe os executivos e todos os participantes da organização para satisfazer as necessidades
e os requisitos dos clientes;
•• Possibilita conhecimento e atendimento contínuo e rápido às necessidades específicas de
diferentes tipos de clientes.

Desvantagens
•• As demais atividades da organização – produção, finanças – podem se tornar secundárias
ou acessórias, em face da preocupação compulsiva com o cliente;
•• Os demais objetivos da organização – lucratividade, produtividade – podem ser deixados
de lado ou sacrificados;
•• Pode gerar conflitos com outras áreas em função de tratamentos preferenciais a certos
clientes.

Departamentalização por Processo


Processo é uma sequência de atividades inter-relacionadas que transforma insumos (entradas)
em produtos (saídas).
Seguindo esse conceito, a departamentalização por processos agrupa as atividades de acordo
com as etapas de um processo. Também denominada departamentalização por fases do
processo, por processamento ou por equipamento, nela cada departamento é responsável por
uma fase do processo.
Ela é utilizada quando o produto final é tão complexo que se faz necessário fabricá-lo a partir
da divisão em processos menores, com linhas de produção distintas. Ela representa a influência
da tecnologia utilizada pela empresa em sua estrutura organizacional.
Os departamentos funcionam como elos de uma corrente, interligando as etapas de produção
do início ao fim do processo. O resultado é uma estrutura horizontal direcionada para o
atendimento das necessidades dos clientes.
A principal característica da organização por processos é ação coordenada entre os
departamentos - as funções trabalham de forma coordenada, por meio de comunicação entre
todos os departamentos envolvidos, para aumentar a eficiência ao longo de todo o processo.
Exemplo: indústria automobilística - uma linha de produção é um arranjo físico de máquinas e
equipamentos. Essa linha define o agrupamento de pessoas e de materiais para processar as
operações.

1104 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

A departamentalização por Processos é semelhante à por produtos/serviços. A diferença


é que na departamentalização por produtos/serviços o foco é o produto final, enquanto na
abordagem por processos são focados os fluxos de trabalho em si, cada um gerando partes do
produto final.

Vantagens
•• Fixa a responsabilidade e a união dos esforços dos em determinado processo;
•• Extrai vantagens econômicas oferecidas pela própria natureza do equipamento ou da
tecnologia. A tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para o agrupamento
de unidades e posições.
•• Maior especificação dos recursos alocados;
•• Possibilidade de comunicação mais rápida de informações técnicas;
•• Melhor coordenação e avaliação de cada parte do processo;
•• Maiores níveis de produtividade e de qualidade.

Desvantagens
•• Possibilidade de perda da visão global da interligação entre diferentes processos.
•• Quando a tecnologia utilizada sofre mudanças e desenvolvimento revolucionários, a
ponto de alterar profundamente os processos;
•• Deve haver especial cuidado com a coordenação dos distintos processos.

Departamentalização por Projeto

Projeto é a união temporária de recursos (pessoas, materiais, finanças, tecnologia) para atingir
um objetivo, sendo realizado conforme parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos e
qualidade. Em outras palavras, projeto é um trabalho específico, com prazo para acabar e que,
para sua realização, exige um esforço concentrado de pessoas e recursos sob a responsabilidade
de um coordenador (gerente do projeto).
Exemplos de projetos: estádios de futebol, prédios, pontes, estradas, desenvolvimento de
novas tecnologias, etc.
A departamentalização por projetos, portanto, é utilizada em empresas cujos produtos/serviços
são complexos e envolvem grandes concentrações de recursos por um determinado tempo,
que exigem tecnologia sofisticada, especialistas de diversas áreas e grande coordenação das
atividades (por exemplo, uma construtora que realiza inúmeras obras ao mesmo tempo). É
uma estrutura organizacional flexível/mutável - capaz de adaptar-se às necessidades de cada
projeto – e focada em resultados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1105
A departamentalização por Processos é semelhante à por produtos/serviços. A diferença
é que na departamentalização por produtos/serviços o foco é o produto final, enquanto na
abordagem por processos são focados os fluxos de trabalho em si, cada um gerando partes do
produto final.

Vantagens
•• Foco no resultado – permite melhor atendimento das necessidades dos clientes;
•• Alta responsabilização e engajamento da equipe e do gerente de projetos;
•• Permite a concentração de recursos e especialistas para realizar um trabalho complexo;
•• É uma estrutura organizacional flexível e mutável, que se adapta às necessidades de cada
projeto;
•• Melhoria no controle da execução – cumprimento de prazos e orçamentos.

Desvantagens
•• Isolamento da equipe no seu projeto - como cada equipe está focada em seu próprio
projeto, não há comprometimento com a empresa e há dificuldade de comunicação entre
os projetos realizados pela organização (dificuldade de coordenar políticas gerais);
•• Em projetos muito grandes, podem ocorrer dificuldades no gerenciamento da equipe;
•• Duplicação de esforços quando dois ou mais especialistas trabalham em um mesmo
problema ou assunto, mas em projetos diferentes;
•• Cada projeto é único, inédito, e envolve muitas habilidades e conhecimentos dispersos na
empresa ao longo de seu ciclo de execução. Assim, quando termina uma fase, ou mesmo
o projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou a paralisar máquinas e
equipamentos se não tiver outro projeto em vista;

Departamentalização Matricial

Chama-se matricial, pois combina dois ou mais tipos de departamentalização, formando uma
grade, conforme a figura a seguir.
Pode ser definida, também, como a combinação da abordagem divisional com a funcional, ou
então, conforme o tipo mais comum, a combinação da departamentalização funcional com a
de projetos.

1106 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Do ponto de vista evolutivo, a departamentalização matricial surgiu porque as formas


tradicionais não eram eficazes para lidar com atividades complexas, envolvendo varias áreas do
conhecimento e prazos determinados para sua realização. O desenho em matriz permite extrair
vantagens e minimizar as fraquezas de ambas as estruturas (funcional e de produto/projeto).
As unidades de trabalho são os projetos, enquanto os órgãos permanentes (funcionais) atuam
como prestadores de serviços, cedendo pessoas e outros recursos. Como a organização de cada
projeto é temporária, após sua conclusão, as pessoas são alocadas em novos projetos ou então
ficam exclusivamente em suas áreas funcionais.
Por ser uma estrutura híbrida, cada departamento passa a ter uma dupla subordinação (segue
orientação dos gerentes funcionais e dos gerentes de produto/projeto simultaneamente), com
isso, o princípio da unidade de comando deixa de existir.
A autonomia e o poder relativo de cada gestor seriam decorrentes da ênfase dada pela empresa
aos projetos ou às funções tradicionais, gerando três possíveis estruturas:
•• Matricial forte: ênfase nos projetos: possui muitas das características da organização
por projeto. Podem ter gerentes de projetos com autoridade considerável e pessoal
trabalhando para o projeto em tempo integral. O poder do gerente do projeto é soberano e
as atividades funcionais ordinárias (RH, Marketing, etc.) ficam em segundo plano (quando
não são terceirizadas).
•• Balanceada: embora reconheça a necessidade de um gerente de projetos, não fornece a
ele autoridade total e os recursos financeiros do projeto.
•• Matricial fraca: ênfase funcional: mantém muitas das características de uma organização
funcional e a função do gerente de projetos é mais parecida com a de um coordenador ou
facilitador que com a de um gerente. Os gerentes funcionais possuem mais poder que os
de projeto, criando grandes conflitos e dificultando o alcance dos resultados.
O quadro a seguir mostra as características das estruturas funcional, matricial e de projetos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1107
Vantagens
•• Maior versatilidade e otimização dos recursos;
•• Forma efetiva para conseguir resultados ou resolver problemas complexos;
•• Mais fortemente orientada para resultados;
•• Maior grau de especialização.

Desvantagens
•• Ambiguidade de papéis e relações das pessoas - conflito de interesses entre linha e projeto;
•• Duplicidade de autoridade e comando.

Departamentalização Mista
É praticamente impossível encontrar, na prática, a aplicação pura de um único tipo de
departamentalização em toda uma empresa. Geralmente encontrar-se uma reunião de diversos
tipos de departamentalização (abordagem multidivisional) em todos os níveis hierárquicos, a
qual se denomina Departamentalização Mista ou Combinada.

1108 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Há outros tipos menos difundidos de departamentalização (por quantidade, por turno, por
área do conhecimento etc.), que acabam sendo cópias conceituais dos apresentados aqui e,
por isso, não foram detalhados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1109
Slides – Departamentalização

Departamentalização  
• O  que  é  departamentalizar;  

• Tipos  de  departamentalização;  

• Vantagens  e  desvantagens  de  cada  ;po.  

Departamentalização  

1110 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Departamentalização  
Departamentalizar  é  agrupar  as  a1vidades  e  
correspondentes  recursos  (humanos,  materiais  e  
tecnológicos)  em  unidades,  de  acordo  com  um  critério  
específico  de  homogeneidade.  

• Pode  ocorrer  em  pequenas  empresas,  mas  é  uma  caracterís9ca  


:pica  das  médias  e  grandes  organizações;  
‒ Diretamente  relacionada  à  complexidade  das  a9vidades.  

Departamentalização  
Princípios:   Tipos/critérios:  
1-­‐  Maior  uso   • Funcional  
2-­‐  Maior  interesse   • Produtos  ou  Serviços  
3-­‐  Separação  do  controle   • Geográfica/Territorial  
4-­‐  Supressão  da  concorrência    
• Clientes  
• Processos  
Abordagens:   • Projetos  
1  –  Funcional:  especialização  por  função   • Matricial  e  Mista  
2  –  Divisional:  unidades  autônomas  –   (mulAdivisional)  
divisão  por  objeAvo/finalidade  
• Outros:  quanAdade,  turno  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1111
 
Departamentalização  por  função  (funcional)  
•   Considerado  o  8po  mais  comum.  
• Segue  o  princípio  da  especialização:  agrupa  as  a8vidades  de  acordo  com  
as  funções  especializadas  desenvolvidas  dentro  da  organização.    
• Indicada  para  situações  estáveis:  poucos  8pos  de  produtos,  a8vidades  
repe88vas  e  altamente  especializadas,  com  pouca  mudança  e  pouca  
necessidade  de  integração.  

Departamentalização  funcional  

• Vantagens:  
‒ Especialização:  agrupa  vários  especialistas  e  garante  pleno  
uso  das  habilidades  técnicas  das  pessoas;  
‒ Estabilidade  nas  a@vidades  e  relacionamentos;  
‒ Simplifica  o  treinamento  e  orienta  as  pessoas  para  uma  
a@vidade  específica,  concentrando  suas  competências.  
‒ Permite  economia  de  escala  pelo  uso  integrado  de  pessoas,  
máquinas  e  produção  em  massa;  

1112 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Departamentalização  funcional  

• Desvantagens:  
‒ Visão  parcial  da  organização:  foco  na  especialidade  em  
detrimento  do  obje<vo  organizacional  global;  
‒ Reduz  a  cooperação  e  comunicação  interdepartamental  –  a  
ênfase  na  própria  área  cria  feudos  de  especialização;  
‒ Dificulta  a  adaptação  e  a  flexibilidade:  inadequada  para  ambiente  
e  tecnologia  em  constante  mudança;  
‒ Se  o  tamanho  aumenta  muito,  pode  ocorrer  excessiva  
especialização  (novas  camadas  funcionais  e  novos  cargos  
especializados),  tornando  a  estrutura  complexa.  
7

 
Departamentalização  por  produtos  ou  serviços  
•   Orientada  para  resultados  dos  produtos/serviços.  
• Indicada  quando  as  a:vidades  inerentes  a  cada  um  dos  produtos  ou  
serviços  possuem  diferenciações  significa:vas  e,  por  isso,  fica  mais  fácil  
administrar  cada  produto/serviço  individualmente.  
• Indicada  para  circunstâncias  externas  mutáveis.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1113
Departamentalização  por  produtos  ou  serviços  
• Vantagens:  
‒ Fortalece  especialização  no  produto:  fixa  a  responsabilidade  de  
cada  departamento  para  um  produto/serviço  ou  linha  de  
produto/serviço;  
‒ Facilita  a  coordenação  interdepartamental  dentro  da  divisão  –  a  
preocupação  principal  é  o  produto;  
‒ Permite  maior  flexibilidade:  as  unidades  produDvas  podem  ser  
maiores  ou  menores,  conforme  as  condições;  
‒ Facilita  a  inovação,  pois  requer  cooperação  e  comunicação  dos  
vários  grupos  que  contribuem  para  gerar  o  produto;  

Departamentalização  por  produtos  ou  serviços  


• Desvantagens:  
‒ Enfraquece  especialização  funcional:  dispersa  os  especialistas;  
‒ Duplicidade  de  a<vidades  em  cada  linha  de  produto  –  aumenta  
custos  operacionais;  
‒ Dificuldade  de  coordenar  polí<cas  gerais  da  organização;  
‒ Em  situações  de  instabilidade  externa,  pode  gerar  temores  e  
ansiedades  na  força  de  trabalho,  em  função  da  possibilidade  de  
desemprego;  
‒ Pode  desestabilizar  a  estrutura  caso  um  gerente  de  produto  
adquira  muito  poder.  

10

1114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

 
Departamentalização  geográfica  (territorial)  
 • Ênfase  territorial  –  cobertura  geográfica:  departamentos  
de  acordo  com  o  local  de  trabalho  será  desempenhado,  ou  então  a  
área  de  mercado  que  será  atendida  pela  empresa.  
‒ Todas  aDvidades  em  determinado  território  são  de  responsabilidade  
de  um  departamento/gestor.  
• Indicada  quando  o  sucesso  da  organização  depende  do  ajuste  às  
condições  e  às  necessidades  de  cada  local  e/ou  região.  

11

Departamentalização  geográfica  
• Vantagens:  
‒ Foco  mercadológico:  amplia  a  área  de  atuação,  a=ngindo  maior  
número  de  clientes  /  fornecedores;  
‒ Fortalece  especialização  quanto  ao  local:  agilidade  e  vantagem  
compe==va  pelo  maior  conhecimento  do  local;  
‒ Permite  fixar  a  responsabilidade  de  lucro  e  de  desempenho  no  
comportamento  local;  
‒ Ações  mais  rápidas:  as  caracterís=cas  da  empresa  podem  acompanhar  
adequadamente  as  variações  locais.  
• Desvantagens:  
‒ Dificuldade  de  coordenar  polí=cas  gerais  da  organização;  
‒ Enfraquece  especialização  funcional;  
‒ Duplicação  de  instalações  e  de  funções;  
‒ Instabilidade  local  causa  temores.  
12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1115
 
Departamentalização  por  Clientes  
 • Ênfase  nas  necessidades  de  cada  6po  de  cliente:  caracterís6cas  da  
pessoa/grupo/empresa  para  quem  o  trabalho  é  executado.  
• Indicada  quando  a  organização  atende  a  grupos  de  clientes  com  
necessidades  bastante  dis6ntas  (de  acordo  com  idade,  sexo,  nível  
socioeconômico,  etc.)  
• Estruturação  “de  fora  pra  dentro”.  

13

Departamentalização  por  Clientes  


• Vantagens:  
‒ Atendimento  personalizado,  conforme  o  ;po  de  cliente;  
‒ Concentração  de  recursos  e  conhecimentos  sobre  as  dis;ntas  
necessidades  e  exigências  dos  clientes.  
‒ Atendimento  conCnuo  e  rápido  às  necessidades  específicas  de  
diferentes  ;pos  de  clientes.  
• Desvantagens:  
‒ As  demais  a;vidades  da  organização  (produção,  finanças)  podem  se  
tornar  secundárias,  devido  à  preocupação  compulsiva  com  o  cliente;  
‒ Os  demais  obje;vos  da  organização  (lucra;vidade,  produ;vidade)  
podem  ser  deixados  de  lado  ou  sacrificados.  
‒ Pode  gerar  conflitos  com  outras  áreas  em  função  de  tratamentos  
preferenciais  a  certos  clientes.  
14

1116 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

 
Departamentalização  por  Processo  
•   As  a4vidades  são  agrupadas  de  acordo  com  as  etapas  de  um  
processo  –  elos  de  uma  corrente.  
• É  u4lizada  quando  o  produto  final  é  tão  complexo  que  se  faz  
necessário  fabricá-­‐lo  a  par4r  da  divisão  em  processos  menores.  
• Estrutura  horizontal  –  coordenação  das  a4vidades.  

15

Departamentalização  por  Processo  


• Vantagens:  
‒ Fixa  a  responsabilidade  e  gera  união  dos  esforços  do  departamento  
em  determinado  processo;  
‒ Melhor  uso  da  tecnologia;  
‒ Maior  especificação  dos  recursos  alocados;  
‒ Comunicação  mais  rápida;  
‒ Melhor  coordenação  e  avaliação  de  cada  parte  do  processo;  
‒ Maiores  níveis  de  produEvidade  e  de  qualidade.  
• Desvantagens:  
‒ Pode  ocorrer  a  perda  da  visão  global  da  interligação  ou  da  
coordenação  entre  diferentes  processos.  
‒ Quando  a  tecnologia  uElizada  sofre  mudanças  extremas,  a  ponto  de  
alterar  profundamente  o  processo,  este  Epo  de  departamentalização  
mostra-­‐se  pouco  flexível  e  adaptaEvo.   16

www.acasadoconcurseiro.com.br 1117
 
Departamentalização  por  Projeto  
 • Projeto  =  união  de  recursos  por  um  período  específico,  para  realizar  um  
trabalho  específico,  sob  a  responsabilidade  de  um  coordenador.  
• Indicada  para  produtos/serviços  complexos,  que  envolvem  grandes  
concentrações  de  recursos  por  um  determinado  tempo,  que  exigem  
tecnologia  sofisDcada,  especialistas  de  diversas  áreas  e  grande  
coordenação  das  aDvidades.    
‒ É  uma  estrutura  organizacional  flexível;  
‒ As  aDvidades  e  as  pessoas  são  temporárias.  

17

Departamentalização  por  Projeto  


• Vantagens:  
‒ Foco  no  resultado;  
‒ Alta  responsabilização  e  engajamento  da  equipe  e  do  gerente;  
‒ Permite  a  concentração  de  recursos  e  especialistas  para  realizar  um  
trabalho  complexo;  
‒ Flexibilidade  -­‐  capaz  de  adaptar-­‐se  às  necessidades  de  cada  projeto;  
‒ Melhoria  no  controle  da  execução  –  prazos,  orçamento,  qualidade.  

• Desvantagens:    
‒ Isolamento  das  equipes  nos  projetos  –  falta  de  compromisso  com  a  
empresa  e  de  comunicação  entre  projetos;  
‒ Dificuldades  no  gerenciamento  da  equipe  em  grandes  projetos;  
‒ Duplicação  de  esforços/especialistas;  
‒ Incertezas  quanto  ao  futuro  quando  acaba  um  projeto.  

1118 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Departamentalização  Matricial  
• Sobreposição  de  dois  ou  mais  7pos  de  departamentalização.  
• Combina  dois  7pos  de  estrutura:  abordagem  divisional  e  funcional.  
‒ Tipo  mais  comum:  funcional  +  projetos.  

19

Departamentalização  Matricial  
• Surgiu  porque  as  formas  tradicionais  não  eram  eficazes  em  
a:vidades  complexas,  envolvendo  várias  áreas  do  conhecimento  e  
prazos  restritos.  
• Busca  aproveitar  vantagens  e  minimizar  desvantagens  das  
estruturas  simples;  
• As  unidades  de  trabalho  são  os  projetos,  enquanto  os  órgãos  
permanentes  (funcionais)  atuam  como  prestadores  de  serviços;  
‒ Alocação  temporária  de  pessoas  nos  projetos.  
• Dupla  subordinação:  
‒ Balanceada:  autoridade  dividida  
‒ Forte  -­‐  de  projetos:  maior  autoridade  para  o  gerente  de  projetos  
‒ Fraca  -­‐  funcional:  maior  autoridade  para  o  gerente  funcional  20

www.acasadoconcurseiro.com.br 1119
Departamentalização  Matricial  

21

Departamentalização  Matricial  
• Vantagens  
‒ Maior  versa7lidade  e  o7mização  dos  recursos  humanos;  
‒ Forma  efe7va  para  conseguir  resultados  ou  resolver  problemas  
complexos;  
‒ Mais  fortemente  orientada  para  resultados;  
‒ Maior  grau  de  especialização  nas  a7vidades.  
• Desvantagens  
‒ Dupla  subordinação:    
o Conflito  linha/projeto  –  ambiguidade  de  papéis  das  pessoas.  
o Duplicidade  de  autoridade  e  comando.  

22

1120 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo

Abordagem  Mul.divisional  
Departamentalização  Mista  

23

www.acasadoconcurseiro.com.br 1121
Administração
Aula XX

DIREÇÃO

Seguindo o fluxo do Processo Organizacional, logo após o Planejamento e a Organização tem-se


a Direção, que é a função administrativa que trata das relações interpessoais dos gestores com
seus respectivos subordinados.
Para que o planejamento e a organização possam ser eficazes, eles precisam ser dinamizados
e complementados pela orientação a ser dada às pessoas por meio de uma adequada
comunicação e habilidade de liderança e de motivação. A direção aciona e dinamiza a empresa,
faz as coisas andarem e acontecerem.
A direção utiliza o relacionamento interpessoal do gestor com seus subordinados para realizar
os objetivos da instituição. Constitui uma das mais complexas funções administrativas pelo
fato de envolver orientação, assistência à execução, comunicação, motivação, enfim todos os
processos por meio dos quais os administradores procuram influenciar seus subordinados para
que se comportem dentro das expectativas e consigam alcançar os objetivos da organização.
A base conceitual para a direção é a área do conhecimento denominada Comportamento
Organizacional, que busca a compreensão do comportamento individual e dos grupos no
ambiente de trabalho.
Dirigir, portanto, é lidar com conceitos voltados à Gestão de Pessoas: liderança, comunicação,
incentivo, motivação, satisfação, capacitação, participação, etc. As pessoas precisam ser
aplicadas em seus cargos e funções, treinadas, guiadas e motivadas para alcançarem os
resultados que delas se esperam.
Todos os gestores da organização devem ser, em certo sentido, gestores de pessoas.
A Direção é aplicada em todos os níveis hierárquicos e também segue o princípio escalar:
diretores dirigem gerentes, gerentes dirigem supervisores e supervisores dirigem funcionários
etc.
Os três níveis de direção são:

Níveis de
Níveis de direção Cargos Envolvidos Abrangência
organização
Diretores e altos A empresa ou áreas
Institucional - Global Direção
executivos da empresa
Intermediário - Gerentes e pessoal no Cada departamento ou
Gerência
Departamental meio do campo unidade da empresa
Supervisores e Cada grupo de pessoas
Operacional Supervisores
encarregados ou tarefas

www.acasadoconcurseiro.com.br 1123
Há pouco tempo, um Departamento de Recursos Humanos atuava de forma mecanicista:
contratava profissionais com experiência e conhecimento técnico, cuidava da folha de
pagamento e pressupunha que bastava o poder hierárquico e o salário no final do mês para se
alcançar a obediência dos funcionários e os resultados esperados.
Os avanços observados nas últimas décadas têm levado as organizações a buscarem novas
formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho e alcançar resultados para o pleno
atendimento das necessidades dos clientes. Devido a isso, o papel das pessoas nas organizações
foi revisto: deixaram de ser recursos (ou custos) e assumiram uma posição estratégica.
Em outras palavras, no início do processo de industrialização, as pessoas eram vistas como
um custo, um “mal necessário” às empresas. Hoje em dia, essa visão mudou e as pessoas são
vistas no ambiente de trabalho como: seres humanos, agentes ativos e inteligentes, parceiros
da organização.
Nesse contexto moderno, portanto, a Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do capital humano da organização, capital este que contribui com
seus conhecimentos, habilidades e capacidades para o alcance dos objetivos institucionais.

Pessoas como recursos Pessoas como parceiros


•• Empregados isolados nos cargos •• Colaboradores agrupados em equipes
•• Horário rigidamente estabelecido •• Metas negociadas e compartilhadas
•• Preocupação com normas e regras •• Preocupação com resultados
•• Subordinação ao chefe •• Atendimento e satisfação ao cliente
•• Fidelidade à organização •• Vinculação à missão e à visão
•• Dependência da chefia •• Independência com colegas e equipes
•• Alienação à organização •• Participação e comprometimento
•• Ênfase na especialização •• Ênfase na ética e na responsabilidade
•• Executoras de tarefas •• Fornecedoras de atividade
•• Ênfase nas destrezas manuais •• Ênfase no conhecimento
•• Mão-de-obra •• Inteligência e talento

A evolução supracitada é condizente com as Teorias X e Y de Douglas McGregor. O autor pôs


em evidência a filosofia do gestor sobre a natureza humana e a sua relação com a motivação
dos subordinados. Segundo ele, os gestores tendem a desenvolver um conjunto de crenças
ou ideias sobre os empregados, as quais podem ser divididas em dois grupos, com visões
antagônicas – a Teoria X e a Teoria Y.
•• De acordo com os pressupostos da Teoria X, as pessoas: são preguiçosas e indolentes;
evitam o trabalho; evitam a responsabilidade para se sentirem mais seguras; precisam ser
controladas e dirigidas; são ingênuas e sem iniciativa. Se o gestor tem essa visão negativa
das pessoas, ele tende a ser mais controlador e repressor, a tratar os subordinados de
modo mais rígido, a ser autocrático, a não delegar responsabilidades.
•• Nas pressuposições da Teoria Y, o trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou
descansar, portanto, as pessoas: são esforçadas e gostam de ter o que fazer; procuram
e aceitam responsabilidades e desafios; podem ser automotivadas e autodirigidas; são
criativas e competentes. Como o gestor acredita no potencial dos funcionários, ele incentiva
a participação, delega poderes e cria um ambiente mais democrático e empreendedor.

1124 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Direção – Prof. Rafael Ravazolo

Administração pela Teoria X Administração pela Teoria Y


•• Vigilância e fiscalização das pessoas •• Autocontrole e autodireção
•• Desconfiança nas pessoas •• Confiança nas pessoas
•• Imposição de regras e regulamentos •• Liberdade autonomia
•• Descrédito nas pessoas •• Delegação de responsabilidades
•• Centralização das decisões na cúpula •• Descentralização das decisões na base
•• Atividade rotineira para as pessoas •• Atividade criativa para as pessoas
•• Autocracia e comando •• Democracia e participação
•• Pessoas como recursos produtivos •• Pessoas como parceiros da organização

www.acasadoconcurseiro.com.br 1125
Administração
Aula XX

CONTROLE

O controle é a última etapa do Processo Administrativo. Deve-se controlar para que o


planejamento, a organização e a direção sejam bem sucedidos.
Controlar significa garantir que aquilo que foi planejado seja bem executado e que os
objetivos estabelecidos sejam alcançados adequadamente.
A essência do controle é verificar se aquilo que foi planejado está funcionando da maneira
certa e no tempo certo. Para isso, são fornecidas as informações e a retroação, de forma a
manter as operações dentro do curso correto de ação. A comparação do desempenho real com
o que foi planejado não busca apenas localizar as variações, erros ou desvios, mas também
localizar dificuldades e pontos passíveis de melhoria ao longo do processo. Dessa forma,
o controle permite a chamada "melhoria contínua" para que as operações futuras possam
alcançar melhores resultados.
Um sistema de controle eficaz deve possuir as seguintes características:
•• Orientação estratégica para resultados - apoiar planos estratégicos e focalizar as atividades
adequadas (aquelas essenciais, que fazem a real diferença para a organização);
•• Compreensão - apresentar dados em termos compreensíveis para apoiar o processo de
tomada de decisões;
•• Orientação rápida para as exceções (instantaneidade) - indicar os desvios rapidamente,
mostrando onde as variações ocorrem e o que deve ser feito para corrigi-las adequadamente.
Além de ser realizado no tempo certo, deve ter um custo aceitável;
•• Flexibilidade - proporcionar um julgamento individual e que possa ser modificado para
adaptar-se a novas circunstâncias e situações;
•• Autocontrole - proporcionar confiabilidade, boa comunicação e participação das pessoas;
•• Natureza positiva - enfatizar desenvolvimento, mudança e melhoria, alavancando a
iniciativa das pessoas e minimizando as punições;
•• Clareza e objetividade - ser imparcial e acurado, com o um propósito fundamental de
melhoria do desempenho.

Abrangência do controle

O controle é algo universal: todas as atividades humanas fazem uso de algum tipo controle,
consciente ou inconscientemente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1127
Nas organizações, o controle abrange todos os níveis organizacionais:

Nível Tipo de Extensão do


Conteúdo Amplitude
organizacional Controle tempo
Macro-orientado. Abor-
Genérico, sintético e da a empresa como
Institucional Estratégico Longo Prazo
abrangente. uma totalidade – de-
sempenho global.
Menos genérico e Aborda cada unidade
Intermediário Tático mais detalhado que Médio prazo (departamento) separa-
o estratégico. damente.
Detalhado, Micro-orientado.
Operacional Operacional específico e Curto prazo Aborda cada tarefa ou
analítico. operação.

O Controle estratégico avalia o desempenho global da organização na realização de sua missão


e acompanha os fatores externos que a influenciam, produzindo, assim, informações de análise
interna e externa. Exemplos: balanço patrimonial, relatórios financeiros, controle dos lucros e
perdas, análise do retorno do investimento.
O Controle administrativo (tático) focaliza as áreas funcionais (produção, marketing, finanças,
recursos humanos, etc.), produzindo informações especializadas e possibilitando a tomada de
decisão em cada uma delas. Exemplos: contabilidade de custos e controle orçamentário de
cada área.
O Controle operacional focaliza as atividades e tarefas, verificando, dentre outras coisas, o
consumo de recursos, os prazos e os resultados produzidos. Exemplos: cronogramas, diagramas,
planos de ação, controle de estoque.

1128 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Controle Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Momentos de controle

•• Pré-controle (preliminar): Orientado para o futuro. Acontece antes da execução e procura


verificar se tudo está pronto para o início de determinado processo. O maior objetivo
é evitar que ocorram disfunções, desvios de rota e demais problemas. É um controle
preventivo que se conecta diretamente à atividade de planejamento, uma vez que não
espera a implementação da ação para comparar seus resultados com as metas e sim toma
medidas antecipadas. Ex: verificação do estoque inicial.
•• Controle real (concomitante, simultâneo): ocorre durante o processo, apontando desvios
imediatamente. Preocupação com o que está em andamento. Ex: controle estatístico do
processo.
•• Pós-controle (por feedback): ocorre após o término do processo e verifica os resultados.
Também é chamado de Feedback porque é o retorno sobre algo que já aconteceu, portanto,
sua preocupação é com o passado. Ex: balanço financeiro.

O Processo de Controle
O controle é um processo cíclico/repetitivo composto de quatro fases:

1. estabelecimento de objetivos ou padrões;

2. avaliação/mensuração do desempenho;

3. comparação do desempenho com os padrões estabelecidos;

4. ação corretiva.
O controle deve ser visto como um processo sistêmico, no qual cada etapa influencia e é
influenciada pelas demais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1129
1130 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

CICLO PDCA

O Ciclo PDCA é composto por um conjunto de ações em


sequência, dada pela ordem estabelecida pelas letras
que compõem a sigla: Plan (planejar), Do (fazer), Check
(checar, verificar), Act (agir corretivamente).
Shewhart foi o autor que criou o conceito de melhoria em
ciclos, em 1939. Ele era o mentor de Deming, que mais
tarde (1951) transformou a ideia e a disseminou como
Ciclo PDCA. Por isso, o ciclo também recebe o nome de:
roda/círculo de Deming, ciclo de controle ou ciclo de
melhoria contínua. Outro expoente, Ishikawa, contribuiu
para a evolução do ciclo de Deming, agregando
novas ações dentro dos quatro passos.
O PDCA é um instrumento de gestão usado
para o controle e a melhoria contínua de
qualquer processo organizacional, do mais
simples ao mais complexo.
Seu caráter cíclico é fundamental para a
compreensão do termo Melhoria Contínua:
a melhoria contínua ocorre quanto mais
vezes for executado o Ciclo PDCA, otimizando
a execução dos processos e possibilitando
a redução de custos e o aumento da
produtividade.
A aplicação do Ciclo PDCA leva ao
aperfeiçoamento e ajustamento do caminho
que a organização deve seguir. Importante ressaltar que as melhorias também podem ser
aplicadas aos processos considerados satisfatórios e que as melhorias gradativas e contínuas
agregam valor aos produtos/serviços e asseguram a satisfação dos clientes.

1. Planejar (PLAN) - é estabelecido com bases nas diretrizes da organização.


•• Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
•• Definir o caminho e o método para alcançar os objetivos.
Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação, um cronograma etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1131
2. Executar (DO)
•• Treinar as pessoas;
•• Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
•• Coletar os dados para verificação do processo.

3. Verificar, checar (CHECK)


• Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada, dentro
da forma definida;
• Comparar os resultados com os padrões estabelecidos;
• Verificar se os itens de controle correspondem com os valores das metas.

4. Agir corretivamente (ACTION)


•• Caso sejam identificados desvios, é necessário definir e implementar soluções eliminar
suas causas;
•• Caso não sejam identificados desvios, procura-se implantar melhorias, ou segue-se com o
mesmo planejamento.
•• Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer outra parte do ciclo.
Deming, na década de 80, modificou seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act), pois acreditava
que a palavra check enfatizava a inspeção em vez da análise.
Plan: envolve identificar o objetivo ou propósito, formular uma teoria, definir métodos de
sucesso e pôr um plano em ação.
Do: implementam-se os componentes do planejamento e se produz
algo.
Study: monitoram-se os resultados para testar a validade do plano,
por meio dos sinais de progresso e sucesso ou problemas e áreas para
melhoria.
Act: integra o aprendizado gerado por todo o processo, o qual pode
ser usado para ajustar o objetivo, modificar métodos ou inclusive
reformular uma teoria completamente.
Esses quatro passos são repetidos várias vezes, como parte de um ciclo interminável de
melhoria contínua.

1132 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Ciclo PDCA

Ciclo PDCA

• Questões comuns:
‒Conceitos gerais;
‒Para que é usado;
‒Diferenciação dos elementos de cada fase.
1

Ciclo PDCA
• Nomes comuns: ciclo ou roda de Shewhart,
de Deming, de melhoria contínua,
de controle. Inspeção Especificação

• Filosofia básica:
‒Kaizen = melhoria contínua Produção

• Caráter cíclico, contínuo e gradativo


‒melhoria incremental.
• Melhoria constante = rodar o PDCA
• Aplicável na melhoria de qualquer processo
organizacional, do mais simples ao mais complexo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1133
Ciclo PDCA

Ciclo PDCA
1) Planejar (PLAN): estudar o processo e planejar a
melhoria.
‒Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
‒Definir o método para alcançar os objetivos.
o Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação,
um cronograma etc.

2) Executar (DO): implementar


‒ Treinar as pessoas;
‒ Executar as tarefas exatamente como foi previsto;
‒ Coletar os dados para verificação do processo.

1134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo

Ciclo PDCA

3) Verificar, checar (CHECK) – alguns autores chamam de


Controlar – verificar os resultados
‒Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja,
se a meta foi alcançada, dentro da forma definida;
‒Comparar os resultados com os padrões estabelecidos;
‒Verificar se os itens de controle correspondem com os
valores das metas.

Ciclo PDCA
4) Agir corretivamente (ACT)
‒ Desvios: deve-se definir e implementar soluções e eliminar
suas causas;
‒ Tudo certo: implantar melhorias, ou seguir com o mesmo
planejamento.
‒ Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer
outra parte do ciclo.
• Curiosidade: Deming, na década de 80, modificou
seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act),
pois acreditava que a palavra check
enfatizava inspeção em vez de análise.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1135
Administração
Aula XX

INDICADORES

Indicador é um mecanismo de controle estratégico, tático e operacional que auxilia a Gestão do


Desempenho de uma organização.
Segundo o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (Gespública), a Gestão
do Desempenho “constitui um conjunto sistemático de ações que buscam definir o conjunto
de resultados a serem alcançados e os esforços e capacidades necessários para seu alcance,
incluindo‐se a definição de mecanismos de alinhamento de estruturas implementadoras e de
sistemática de monitoramento e avaliação.”
Pela definição acima, percebe-se que Desempenho é o conjunto de Esforços empreendidos na
direção de Resultados.

A mensuração é parte essencial de um modelo de gestão do desempenho. Nesse contexto, os


indicadores são instrumentos de monitoramento e avaliação das organizações.
Veja, a seguir, algumas definições de Indicadores:
•• São métricas que proporcionam informações sobre o desempenho de um objeto.
•• É uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e
utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem
o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a
evolução do aspecto observado.
•• São medidas que expressam ou quantificam um insumo, um resultado, uma característica
ou o desempenho de um processo, serviço, produto ou organização.
•• É o parâmetro que permite quantificar/qualificar um processo, medindo o grau de alcance
dos objetivos e apontando a diferença entre a situação desejada e a real. Permite que
se obtenham informações sobre características, atributos e resultados de um produto,
processo ou sistema ao longo do tempo.
Assim, pode-se afirmar que indicadores de desempenho são vitais às organizações porque
atuam como instrumentos de planejamento e gerenciamento, apresentando medidas de gestão
de processos e resultados, norteando, em uma ótica maior, a realização da missão institucional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1137
Os indicadores possuem duas funções básicas: a primeira é descrever o estado real dos
acontecimentos e o seu comportamento; a segunda é analisar as informações presentes com
base nas anteriores de forma a realizar proposições valorativas.
Dessa forma os indicadores servem para:
•• mensurar os resultados e gerir o desempenho;
•• embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada decisão;
•• contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais;
•• facilitar o planejamento e o controle do desempenho; e
•• viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do desempenho de
diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes.

Seis E’s do Desempenho

Com o objetivo de mensurar o desempenho, ou seja, aquilo que se deve realizar para se
produzir um resultado significativo no futuro, o Gespública definiu um modelo de Cadeia de
Valor.
A Cadeia de Valor é uma
representação das atividades
de uma organização, ou seja, o
levantamento de toda a ação ou
processo necessário para gerar
ou entregar produtos ou serviços
a um beneficiário. Ela permite
melhor visualização do valor ou do
benefício agregado no processo,
sendo utilizada amplamente
na definição dos resultados e
impactos de organizações.
Os elementos da cadeia são
Insumos (inputs); Processos e
Projetos (ações); Produtos e
Serviços (outputs); e Impactos
(outcomes).
O modelo associa os elementos da cadeia às duas dimensões básicas do desempenho (esforço
e resultado) e as desdobra em seis dimensões (6 categorias de indicadores):
•• Esforço: economicidade, execução e excelência;
•• Resultado: eficiência, eficácia e efetividade.

1138 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Indicadores – Prof. Rafael Ravazolo

Dimensões do Resultado:
•• Indicadores de Eficiência – mostram o quanto a organização utiliza de seus recursos para
atingir seus objetivos. A eficiência trata da relação entre resultados obtidos (outputs) e
os recursos consumidos (inputs), ou seja, é uma ênfase nos meios (processos, insumos,
tempo, mão de obra ou outros recursos), no modo de fazer as coisas. Ser eficiente é fazer
bem alguma atividade, é utilizar bem os recursos. Essa medida possui estreita relação com
produtividade, ou seja, o quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados. A
eficiência de um processo será tanto maior quanto mais produtos forem entregues com a
mesma quantidade de insumos; ou os mesmos produtos e/ou serviços sejam obtidos com
menor quantidade de recursos.
•• Indicadores de Eficácia – revelam o grau de alcance do resultado esperado (quantos
resultados foram obtidos em relação aos resultado esperados). A eficácia enfatiza os
resultados e objetivos (outputs), fazer as coisas certas, entregar a quantidade e a qualidade
prometida. Uma vez estabelecido o referencial (linha de base) e as metas a serem
alcançadas, utiliza-se indicadores de resultado para avaliar se estas foram atingidas ou
superadas.
•• Indicadores de Efetividade – mostram o impacto final das ações (outcomes) no bem-
estar de uma comunidade: os efeitos positivos ou negativos, se houve mudanças
socioeconômicas, ambientais ou institucionais decorrentes dos resultados obtidos pela
política, plano ou programa. Estão vinculados ao grau de satisfação e ao valor agregado. É o
que realmente importa para efeitos de transformação social.

Dimensões do Esforço:
•• Indicadores de Economicidade – mostram o custo econômico dos resultados obtidos. O
custo econômico significa a soma da expressão monetária de todos os custos envolvidos
na prestação dos serviços (recursos humanos, materiais, tecnológicos, logísticos, etc.).
Estão alinhados ao conceito de obtenção e uso de recursos com o menor ônus possível
(minimizar custos sem comprometer os padrões de qualidade estabelecidos).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1139
•• Indicadores de Execução – referem‐se à realização dos processos, projetos e planos de
ação conforme estabelecidos.
•• Indicadores de Excelência – é a conformidade a critérios e padrões de qualidade/excelência
para a realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e
economicidade; sendo um elemento transversal. Indicadores e padrões de excelência
podem ser encontrados no Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP).
Obs: o TCU entende que o desempenho na obtenção de um determinado resultado pode ser
medido segundo 4 dimensões de análise: economicidade, eficiência, eficácia e efetividade.

Classificações
Além dos 6 E’s usados pelo Gespública, há outras classificações na literatura.
O Balanced Scorecard, criado por Kaplan e Norton, organiza os objetivos estratégicos e seus
respectivos indicadores em quatro dimensões (perspectivas):
a) Finanças – os objetivos financeiros servem de foco para os objetivos e medidas das outras
perspectivas do BSC; qualquer medida selecionada deve fazer parte de uma cadeia de
relações de causa e efeito que culminam com a melhoria do desempenho financeiro.
Exemplos de indicadores: Ativo total, Custos totais, Crescimento anual, Rentabilidade do
capital próprio, Preço da ação.
b) Clientes/Mercado – é focada em como criar valor de forma sustentável e diferenciada
para os clientes, através da sua conquista, satisfação e retenção. Ex: Número de clientes,
Clientes novos, Clientes perdidos, Participação de mercado.
c) Processos Internos – identificar e criar processos internos críticos que dão suporte à
estratégia da empresa. Ex: Retrabalho; Defeitos; Emissões ao meio ambiente.
d) Aprendizado e Crescimento – como pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam
para sustentar a estratégia. Ex: Investimento em treinamentos por funcionário, Índice de
absenteísmo, Rotatividade de empregados.
As perspectivas Financeira e de Clientes apresentam indicadores de ocorrências (lagging
indicators), ou seja, mostram o alcance de objetivos, resultados e metas (geralmente de longo
prazo). As perspectivas de Processos Internos e de Aprendizado e Crescimento representam
indicadores de tendência (leading indicators), que mostram o que está sendo feito para o
alcance dos objetivos.
Outra classificação, usada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),
permite separar os indicadores de acordo com a sua aplicação nas diferentes fases do ciclo de
gestão de uma política pública (antes, durante ou depois de sua implementação):
•• Insumo (antes): são indicadores que têm relação direta com os recursos a serem alocados,
ou seja, com a disponibilidade dos recursos humanos, materiais, financeiros e outros a
serem utilizados pelas ações de governo. Ex: médicos/mil habitantes e gasto per capita
com educação.
•• Processo (durante): são medidas que traduzem o esforço empreendido na obtenção dos
resultados, ou seja, medem o nível de utilização dos insumos alocados. Ex: percentual de
atendimento de um público-alvo, percentual de liberação dos recursos financeiros.

1140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Indicadores – Prof. Rafael Ravazolo

•• Produto (depois): medem o alcance das metas físicas - entregas de produtos ou serviços ao
público-alvo. Ex: quilômetros de estrada entregues, crianças vacinadas.
•• Resultado (depois): expressam, direta ou indiretamente, os benefícios no público-alvo
decorrentes das ações empreendidas no contexto de uma dada política e têm particular
importância no contexto de gestão pública orientada a resultados. Ex: taxas de morbidade
(doenças), taxa de reprovação escolar e de homicídios.
•• Impacto (depois): possuem natureza abrangente e multidimensional, têm relação com a
sociedade como um todo e medem os efeitos das estratégias governamentais de médio e
longo prazos. Na maioria dos casos estão associados aos objetivos setoriais e de governo.
Ex: Índice Gini de distribuição de renda e PIB per capita.
Outros tipos:
Indicadores Estratégicos – informam o “quanto” a organização se encontra na direção da
consecução de sua visão. Refletem o desempenho em relação aos fatores críticos para o êxito.
Indicadores de Capacidade – medem a capacidade de resposta de um processo através da
relação entre saídas produzidas por unidade de tempo.
Indicadores de Produtividade – medem a proporção de recursos consumidos com relação às
saídas dos processos (eficiência). Permitem uma avaliação do esforço empregado para gerar
os produtos e serviços. Devem andar lado a lado com os de Qualidade (resultado), para que
ocorra o equilíbrio necessário ao desempenho global da organização. Uma unidade quantifica
os recursos consumidos (gastos) e a outra quantifica os resultados produzidos. O resultado
indicará o quanto está sendo consumido ou utilizado para cada unidade produzida, entregue
ou realizada.
Indicadores de Qualidade – focam as medidas de satisfação dos clientes e as características do
produto/serviço (eficácia). Medem como o produto ou serviço é percebido pelos usuários e a
capacidade do processo em atender os requisitos desses usuários. Podem ser aplicados para a
organização como um todo, para um processo ou para uma área.

Elementos e propriedades de um indicador


Para Schmidt et al. (2006), os indicadores são dotados de três características básicas:
•• Elemento – assunto ou situação-base da medição (ex: faturamento).
•• Fator – combinação de elementos (ex: faturamento com a venda de determinado produto).
•• Métrica – unidade ou forma de mensuração de elementos ou fatores (ex: R$).
O Gespública lista cinco componentes básicos de um indicador:
•• Medida: grandeza qualitativa ou quantitativa que permite classificar as características,
resultados e consequências dos produtos, processos ou sistemas;
•• Fórmula: padrão matemático que expressa a forma de realização do cálculo; descreve como
deve ser calculado o indicador, possibilitando clareza com as dimensões a serem avaliadas.
•• Índice (número): valor de um indicador em determinado momento;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1141
Existe certa confusão sobre o significado de índice e indicador, os quais muitas vezes são
erroneamente utilizados como sinônimos. Um indicador pode ser um dado individual, ou
um agregado de vários dados (qualitativos ou quantitativos) que permite a obtenção de
informações sobre uma dada realidade. Um índice é o valor numérico que representa a correta
interpretação da realidade; é o valor agregado final do procedimento de cálculo.
Ex: indicador Produtividade; fórmula = toneladas/hora; índice = 10
•• Padrão de comparação (referência): índice arbitrário e aceitável para uma avaliação
comparativa;
•• Meta: é uma expressão numérica que representa o estado futuro de desempenho desejado.
As metas contêm uma finalidade, um valor e um prazo. São os valores que o resultado do
indicador procura igualar ou superar.
Objetivo X Meta: Objetivo é a descrição genérica daquilo que se pretende alcançar. Meta é a
definição em termos quantitativos, específicos, com um prazo determinado.
O Gespública define, também, algumas propriedades que caracterizam uma boa medida de
desempenho
•• Seletividade ou importância: fornece informações sobre as principais variáveis estratégicas
e prioridades definidas de ações, produtos ou impactos esperados;
•• Simplicidade, clareza, inteligibilidade e comunicabilidade: os indicadores devem ser simples
e compreensíveis, capazes de levar a mensagem e o significado. Os nomes e expressões
devem ser facilmente compreendidos e conhecidos por todos os públicos interessados;
•• Representatividade, confiabilidade e sensibilidade: capacidade de demonstrar a mais
importante e crítica etapa de um processo, projeto etc. Deve expressar bem a realidade
que representa ou mede. Os dados devem ser precisos, capazes de responder aos objetivos
e coletados na fonte de dados correta e devem refletir tempestivamente os efeitos
decorrentes das intervenções;
•• Investigativos: os dados devem ser fáceis de analisar, sejam estes para registro ou para
reter informações e permitir juízos de valor;
•• Comparabilidade: os indicadores devem ser facilmente comparáveis com as referências
internas ou externas, bem como séries históricas de acontecimentos;
•• Estabilidade: procedimentos gerados de forma sistemática e constante, sem muitas
alterações e complexidades, uma vez que é relevante manter o padrão e permitir a série‐
histórica;
•• Custo‐efetividade: projetado para ser factível e economicamente viável. Os benefícios
em relação aos custos devem satisfazer todos os outros demais níveis. Nem todas as
informações devem ser mensuradas, é preciso avaliar os benefícios gerados em detrimento
do ônus despendido.
Na visão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicada
pelo MPOG, um bom indicador deve apresentar três propriedades: relevância para a
formulação de políticas, adequação à análise e mensurabilidade.

1142 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Indicadores – Prof. Rafael Ravazolo

Outra classificação do próprio MPOG separa as propriedades dos indicadores em dois grupos
distintos:

1. Propriedades Essenciais:
•• Utilidade: devem basear-se nas necessidades dos decisores; ser úteis para a tomada de
decisões, seja no nível operacional, tático ou estratégico;
•• Validade: capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a realidade que se
deseja medir e modificar;
•• Confiabilidade: ter origem em fontes confiáveis, que utilizem metodologias reconhecidas e
transparentes de coleta, processamento e divulgação;
•• Disponibilidade: os dados básicos para seu cômputo devem ser de fácil obtenção. Devem
estar disponíveis no momento da apuração do indicador, de forma que seja garantida a
oportunidade da intervenção do gestor público para corrigir ou alterar uma situação

2. Propriedades Complementares:
•• Simplicidade: fácil obtenção, construção, manutenção, comunicação e entendimento pelo
público em geral, interno ou externo;
•• Clareza: pode ser simples ou complexo, mas é imprescindível que seja claro, atenda à
necessidade do decisor e que esteja adequadamente documentado;
•• Sensibilidade: capacidade de refletir tempestivamente as mudanças decorrentes das
intervenções realizadas;
•• Desagregabilidade: capacidade de representação regionalizada de grupos
sociodemográficos, considerando que a dimensão territorial se apresenta como um
componente essencial na implementação de políticas públicas;
•• Economicidade: capacidade de ser obtido a custos módicos;
•• Estabilidade: capacidade de estabelecimento de séries históricas estáveis que permitam
monitoramentos e comparações das variáveis de interesse, com mínima interferência
causada por outras variáveis;
•• Mensurabilidade: capacidade de alcance e mensuração quando necessário, na sua versão
mais atual, com maior precisão possível e sem ambiguidade;
•• Auditabilidade (rastreabilidade): qualquer pessoa deve sentir-se apta a verificar a boa
aplicação das regras de uso dos indicadores (obtenção, tratamento, formatação, difusão,
interpretação).

Complexidade
Segundo o MPOG, os indicadores podem ser:
•• Analíticos: são aqueles que retratam dimensões sociais específicas. Pode-se citar como
exemplos a taxa de evasão escolar e a taxa de desemprego;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1143
•• Sintéticos: também chamados de índices, sintetizam diferentes conceitos da realidade
empírica, ou seja, derivam de operações realizadas com indicadores analíticos e tendem
a retratar o comportamento médio das dimensões consideradas. Diversas instituições
nacionais e internacionais divulgam indicadores sintéticos, sendo exemplos o PIB, IDEB, IPC
e o IDH.
De acordo com o TCU, indicadores Simples representam um valor numérico (uma unidade de
medida) atribuível a uma variável. Exemplo: números de alunos matriculados no ensino médio;
número de novos postos de trabalhos criados. Indicadores Compostos, por sua vez, expressam
a relação entre duas ou mais variáveis. Indicadores simples, portanto, podem ser combinados
de forma a obter uma visão ponderada e multidimensional da realidade, gerando indicadores
complexos (também chamados de agregados, pois são o resultado da composição de diversos
indicadores, cada um com o seu grau de importância ou de representatividade).

Como construir indicadores


O Gespública define 10 passos, conforme figura a seguir.

Limitações
Segundo o MPOG, diversas limitações devem ser consideradas no uso de indicadores.
A medição interfere na realidade a ser medida – a coleta de informações que subsidiarão
decisões superiores altera o contexto no qual as informações são coletadas, interferindo nos
resultados obtidos.

1144 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Indicadores – Prof. Rafael Ravazolo

Parcimônia e confiança são necessárias – deve-se buscar uma maior aproximação entre a
fonte primária de informações (ex: professores, policiais, bancários) e as instâncias decisórias
superiores, para que o processo de aferição seja confiável, subsidiando efetivamente os últimos
sem sobrecarregar os primeiros, numa relação de parcimônia e confiança.
Não se deve subestimar o custo da medição – medições efetivas envolvem significativos custos,
principalmente pelo tempo requerido dos atores envolvidos na concepção, planejamento e
implementação dos indicadores.
A medição não constitui um fim em si mesmo – deve-se tomar o cuidado para que os indicadores
não interfiram negativamente no desempenho da organização, seja pelo consumo de recursos
das áreas fins, seja pela supervalorização dos indicadores por parte dos decisores.
Indicadores são representações imperfeitas e transitórias – não se deve confiar cega e
permanentemente nas medidas. Periodicamente, é bom realizar uma avaliação crítica acerca
da pertinência dos indicadores selecionados, considerando ainda que, a todo tempo, surgem
modelos aperfeiçoados baseados em novas teorias.
O indicador e a dimensão de interesse não se confundem - deve-se atentar que o indicador
apenas aponta, assinala, indica como o próprio nome revela.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1145
Administração
Aula XX

GESTÃO DE PROJETOS

As definições a seguir resumem o que é um projeto:

1. Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado


exclusivo/único.

2. Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-


relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites
de um orçamento e de um período de tempo.
De forma geral, ao definir projetos serão encontradas as seguintes expressões:
•• Empreendimento único, não repetitivo;
•• Sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim;
•• Busca atingir um objetivo claro e definido;
•• É conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos e
qualidade.
Exemplos de projetos: desenvolvimento de um novo produto ou serviço; construção de um
prédio, uma ponte, uma estrada; uma campanha para um cargo político; uma edição de um
jornal ou revista.

Características dos projetos

Dentre as diversas características, pode-se destacar:

Singularidade
Possui objetivos determinados, singulares/exclusivos e não repetitivos, algo que não havia
sido feito antes da mesma maneira. O resultado específico produzido, seja para caracterizar
a conclusão de uma fase do projeto, seja para finalizar o projeto todo, é chamado Entrega.
A entrega deve ser tangível, mensurável e de fácil comprovação, podendo ser: um produto,
um serviço, um documento, o desenvolvimento de algo, um novo processo de negócio, uma
mudança etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1147
Temporariedade
Temporário não significa necessariamente de curta duração. Pode durar um dia, ou anos, mas
possui cronograma com início e fim bem definidos (inclusive de suas fases), determinados em
função do problema a ser resolvido e das metas que se quer alcançar. Apesar de o projeto ser
temporário, geralmente seu resultado é duradouro. O término é alcançado quando os objetivos
tiverem sido atingidos, ou quando se concluir que esses objetivos não poderão ser atingidos,
ou quando o mesmo não for mais necessário e o projeto for encerrado.

Incerteza
Cada projeto tem algum grau de incerteza ao gerar produto ou serviço singular, pois sempre
há certo desconhecimento quanto à forma de atingir os objetivos ou de gerar os produtos e os
resultados esperados.

Elaboração Progressiva
A partir de um escopo definido e de um plano inicial, ao longo do projeto ocorrem melhorias e
maiores detalhamentos na medida em que estimativas mais exatas tornam-se disponíveis. Em
outras palavras, conforme o projeto evolui, a equipe poderá gerenciar com um maior nível de
detalhamento.

Stakeholders
O termo stakeholders é traduzido como partes interessadas. É qualquer indivíduo, grupo ou
organização que pode afetar, ser afetada, ou sentir-se afetada por uma decisão, atividade ou
resultado de um projeto. Podem estar ativamente envolvidas no projeto ou ter interesses que
possam ser positiva ou negativamente afetados pelo desempenho ou término do projeto.
Essas partes interessadas (positivas, negativas e neutras) devem ter suas expectativas alinhadas
desde antes da aprovação do projeto de forma a criar a coalização necessária à mudança trazida
pelo projeto.
O alinhamento das expectativas vai resultar na negociação do escopo possível para o projeto,
e que atenda à maioria dos interesses. Tais interesses devem ser gerenciados durante todo o
ciclo de vida do projeto, uma vez que os resultados esperados tendem a mudar com o tempo.
Exemplos de Stakeholders:
•• Gerente de projetos – a pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto.
•• Outros gerentes – caso seja uma estrutura com mais projetos ou áreas funcionais.
•• Cliente/usuário - quem utilizará o produto do projeto.
•• Fornecedores/parceiros comerciais.
•• Membros da equipe do projeto – grupo que executa o trabalho do projeto.

1148 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

•• Patrocinador – pessoa ou grupo que fornece os recursos e suporte para o projeto,


programa ou portfólio, e é responsável pelo sucesso do mesmo. Além disso, ele atua em
questões que estão além do controle do gerente de projetos e desempenha um papel
significativo no desenvolvimento do escopo inicial e do termo de abertura. Quando um
projeto é concebido, o patrocinador o defende, isso inclui servir de porta-voz para os níveis
gerenciais mais elevados buscando obter o apoio de toda a organização e promover os
benefícios que o projeto trará.
•• Influenciadores – pessoas ou grupos que, devido à posição, podem influenciar positiva ou
negativamente no andamento do projeto.

Recursos limitados
Um projeto depende de recursos, como qualquer atividade. Para realizar um planejamento
realista, a dimensão dos recursos (humanos, materiais, financeiros etc.) precisa ser conhecida
para não correr o risco de se fazer um planejamento fictício.

Responsabilidade
A definição das responsabilidades é importante tanto para poder alocar as pessoas com as suas
diversas funções dentro do projeto, quanto para conhecer as relações que o projeto tem com a
organização e o comprometimento das instâncias superiores e de outros envolvidos no projeto.

Interdisciplinaridade
Tanto faz se há uma pessoa no projeto ou milhares, o desenvolvimento de projetos requer
distintos conhecimentos, oriundos de diversas áreas. Além de técnicas específicas da área

www.acasadoconcurseiro.com.br 1149
de projetos, ferramentas e conceitos de outras disciplinas tais como administração em geral,
planejamento, controle de qualidade, informática, estatística, custos e orçamentação etc.

Escopo (Abrangência)
É a descrição do trabalho necessário para gerar o produto ou serviço do projeto. Ele inclui: as
entregas do projeto - as saídas que compõem o produto ou serviço do projeto, os resultados
auxiliares etc.; as principais atividades necessárias para garantir a entrega desses produtos; as
premissas do projeto; os critérios de aceitação de produtos/serviços; as restrições; as exclusões
(não escopo - aquilo que não vai ser feito - também deve ser esclarecido, para evitar falsas
expectativas.
A correta descrição do escopo é fundamental para o sucesso do projeto, pois favorece a
realização de melhores estimativas de prazos, recursos, custos e riscos, e, com isso, previne a
ocorrência de mudanças constantes ou que poderiam ser evitadas por meio de planejamento.
O escopo deve ser claro para não ultrapassar as limitações que qualquer projeto tem, seja em
termos de competência institucional, seja pela complexidade do trabalho ou do objeto, seja
pelas mudanças que pretende implementar.

Ciclo de Vida

Ciclo de vida de um projeto é a sequência de fases que vão do começo ao fim de um projeto.
Todo projeto começa com uma ideia e passa por diferentes fases antes de se concretizar; tais
ideias nascem de problemas, necessidades, encomendas de clientes ou da criatividade de
alguém.
O ciclo de vida de um projeto geralmente é composto por fases. As fases são divisões de um
projeto, nas quais o controle se torna fundamental para o gerenciamento efetivo do término de
uma entrega importante.
Ao final de cada fase, portanto, há uma entrega. Isso facilita o estudo e a aplicação das
técnicas de administração de projetos. O nome e a quantidade de fases são determinados pela
necessidade de gerenciamento e controle da organização e pela natureza e área de aplicação
do projeto. O entendimento do ciclo de vida permite visualizar todas as fases do projeto.
A seguir alguns modelos de Ciclo de Vida:
• Maximiano:
•• Fase 1 – Ideia; Concepção: ideia vira modelo mental.
•• Fase 2 – Desenho: o modelo mental transforma-se em um desenho detalhado do
produto.
•• Fase 3 – Desenvolvimento: o produto é gradativamente elaborado.
•• Fase 4 – Entrega: o produto é apresentado ao cliente.

1150 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

• Menezes:
•• Fase 1 – Conceitual:
•• Identificação de necessidades e/ou oportunidades;
•• Tradução dessas necessidades e/ou oportunidades em um problema;
•• Definição do problema;
•• Determinação dos objetivos e metas a serem alcançados;
•• Análise do ambiente;
•• Análise das potencialidades ou recursos;
•• Avaliação da viabilidade de atingimento dos objetivos;
•• Estimativa dos recursos necessários;
•• Elaboração da proposta e venda da ideia;
•• Avaliação e seleção com base na proposta submetida; e
•• Decisão quanto à execução do projeto (aprovação).
•• Fase 2 – Planejamento
•• Detalhamento das metas e dos objetivos, com base na proposta aprovada;
•• Definição do gerente da equipe;
•• Detalhamento das atividades e estruturação analítica do projeto;
•• Programação das atividades no tempo disponível e/ou necessário;
•• Determinação dos resultados tangíveis e seus respectivos momentos de alcance;
•• Definição dos recursos necessários: humanos, materiais, financeiros e tecnológicos;
•• Estabelecimento da estrutura orgânica formal a ser utilizada;
•• Estruturação do sistema de comunicação e de decisão a ser adotado;
•• Definição dos procedimentos de acompanhamento e controle durante a
implantação;
•• Treinamento dos envolvidos.
•• Fase 3 – Execução
•• Ativar a comunicação entre os membros da equipe do projeto;
•• Executar as etapas previstas e programadas;
•• Utilizar os recursos humanos e materiais, sempre que possível, dentro do que foi
programado (quantidade e períodos de utilização);

www.acasadoconcurseiro.com.br 1151
•• Efetuar reprogramações no projeto segundo seu status quo e adotando os planos e
programas iniciais como diretrizes, eventualmente, mutáveis.
•• Fase 4 – Conclusão
•• Aceleração das atividades que, eventualmente, não tenham sido concluídas;
•• Realocação dos recursos humanos do projeto para outras atividades ou projetos;
•• Elaboração da memória técnica do projeto;
•• Elaboração de relatórios e transferência dos resultados finais do projeto;
•• Avaliações globais sobre o desempenho da equipe e os resultados alcançados;
•• Acompanhamento ex-post.
As fases do projeto geralmente são sequenciais, mas às vezes se sobrepõem. O nome e o
número dessas fases variam de acordo com a complexidade do projeto, mas todas elas podem
ser encaixadas em uma estrutura básica de quatro fases genéricas:

1. Início

2. Organização e Preparação

3. Execução do Trabalho

4. Encerramento
Essa estrutura genérica apresenta as seguintes características:
a) Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, aumentam gradualmente até seu valor
máximo na fase de execução e depois caem rapidamente quando o projeto é finalizado.
b) No início do projeto, o nível de incertezas é mais alto e, portanto, o risco de não atingir
os objetivos é maior. A incerteza geralmente diminui conforme o projeto continua. A
capacidade que as partes interessadas têm para influenciar as características finais do
produto do projeto também são maiores no início.
c) O custo de realizar mudanças no projeto é mais baixo no início (pouco recurso foi gasto e há
pouco executado) e torna-se cada vez maior. O custo das mudanças e da correção de erros,
portanto, aumenta conforme o projeto continua.

1152 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Quando um projeto acaba?


•• Objetivo atingido;
•• Objetivo não pode mais ser atingido;
•• Necessidade do projeto não existe mais;
•• Cliente / patrocinador mandou.

Relações entre as fases


Um projeto pode ter uma única fase - englobando início, organização e preparação, execução
do trabalho e encerramento – porém, o mais comum é existirem diversas.

A transição de uma fase para a outra envolve alguma forma de transferência técnica ou entrega,
que são revisadas e aprovadas antes que o trabalho seja iniciado na próxima fase. No entanto,
pode ocorrer de uma fase ser iniciada antes da aprovação das entregas da anterior, quando os
riscos envolvidos são considerados aceitáveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1153
Fases Sequenciais: uma fase só poderá iniciar depois que acabar a anterior. Essa abordagem
reduz incertezas, mas pode eliminar opções de redução do cronograma.

Fases Sobrepostas: a fase tem início antes do término da anterior. Às vezes, ela pode ser aplicada
como um exemplo da técnica de compressão de cronograma denominada paralelismo. As fases
sobrepostas podem aumentar o risco e resultar em retrabalho caso uma fase subsequente
progrida antes que informações precisas sejam disponibilizadas pela fase anterior.

Tipos de ciclos
São as diferentes formas de se planejar as fases do projeto. A diferença básica é o grau de
incerteza do ambiente.
•• Preditivo: totalmente planejado o mais cedo possível;
•• Iterativas ou Incremental: o planejamento da próxima fase é feito de acordo com o
avanço na fase atual e nas entregas. As fases do projeto (também chamadas de iterações)
intencionalmente repetem uma ou mais atividades de projeto à medida que a compreensão
do produto pela equipe do projeto aumenta. Iterações desenvolvem o produto através de
uma série de ciclos repetidos, enquanto os incrementos sucessivamente acrescentam à
funcionalidade do produto.
•• Adaptativo (métodos ágeis): é iterativo e incremental, porém é muito rápido. Os
métodos adaptativos geralmente são preferidos quando se lida com um ambiente em
rápida mutação, quando os requisitos e escopo são difíceis de definir antecipadamente, e
quando é possível definir pequenas melhorias incrementais que entregarão valor às partes
interessadas.

1154 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Fracassos em Projetos

As principais causas são:


•• Subestimação da complexidade do projeto;
•• Falta de planejamento e de envolvimento dos stakeholders;
•• Escopo incompleto;
•• Falta de apoio executivo e de recursos;
•• Expectativas não realistas dos stakeholders;
•• Mudanças frequentes nas especificações ou produto não é mais necessário;
•• Ausência de acompanhamento executivo.

Estrutura organizacional para projetos

A estrutura da organização é um fator que pode afetar a disponibilidade de recursos e


influenciar a maneira como os projetos são conduzidos. As três formas mais comuns são:
estrutura funcional, estrutura por projeto e estruturas matriciais (algumas variações).

Funcional
É uma hierarquia em que
os funcionários são agrupa-
dos por especialidade, cada
uma com um superior bem
definido. As organizações
funcionais podem possuir
projetos, mas o escopo ge-
ralmente é restrito aos limi-
tes da função. Esse tipo de
estrutura reduz a coopera-
ção interdepartamental e dá
ênfase nas especialidades
em detrimento do objetivo
organizacional global.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1155
Por projetos
Os membros das equipes geralmen-
te são colocados juntos. A maior
parte dos recursos da organização
está envolvida nos projetos e os
gerentes de projeto possuem gran-
de independência e autoridade. As
organizações por projeto em geral
possuem outros departamentos,
mas esses grupos se reportam dire-
tamente ao gerente de projetos ou
oferecem serviços de suporte para
os diversos projetos.
A desvantagem reside no fato de que cada projeto é único, assim, quando termina uma fase, ou
mesmo o projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou a paralisar máquinas e
equipamentos se não tiver outro projeto em vista.

Matricial
Chama-se matricial, pois combina duas formas de estrutura formando uma espécie de grade.
Trata-se de uma estrutura mista, híbrida, que combina a departamentalização funcional com a
de projetos.

Matriz Fraca:
Mantém muitas das características de uma organização funcional e a função do gerente de
projetos é mais parecida com a de um coordenador ou facilitador que com a de um gerente.

1156 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Matriz Forte:
Possui muitas das características da organização por projeto. Podem ter gerentes de projetos
com autoridade considerável e pessoal trabalhando para o projeto em tempo integral.

Matriz Balanceada:
Embora reconheça a necessidade de um gerente de projetos, não fornece a ele autoridade
total e os recursos financeiros do projeto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1157
Composta:
Combina diversas estruturas.

Quadro Resumo:

Gerenciamento de Projetos

Gerir ou administrar um projeto significa tomar decisões e realizar ações de planejamento,


organização, execução e controle do ciclo de vida do projeto.

1158 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

É a combinação de pessoas, técnicas e sistemas necessários à administração dos recursos


indispensáveis para atingir com êxito o final do projeto. Significa fazer o necessário para
completar o projeto dentro dos objetivos estabelecidos.
A gestão de projeto é também é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e
técnicas nas atividades do projeto a fim de atender os requisitos. * Requisito é a tradução das
necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas (stakeholders).
Existem diversas metodologias para o gerenciamento de projetos, porém, a mais utilizada é a
do PMI – Project Management Institute. Fundado em 1969, é a principal organização mundial
no que se refere ao gerenciamento de projetos. Foi estabelecido para criar os padrões, avançar
a metodologia e promover a responsabilidade profissional no gerenciamento de projetos.
O PMI produz o PMBOK - The Project Management Body of Knowledge -, um guia com o
conjunto de padrões e regras em gerenciamento de projetos, sempre revisado e atualizado
com as boas práticas em gerenciamento de projetos.
De acordo com a versão atual do Guia (5ª Edição – 2013), um projeto pode ser mais bem gerido
através da integração e da aplicação adequada de 47 processos, que podem ser reunidos em
10 Áreas do Conhecimento e 5 Grupos de Processos.
•• Área de conhecimento em gerenciamento de projetos = uma área identificada de
gerenciamento de projetos definida por seus requisitos de conhecimentos e descrita em
termos dos processos que a compõem, suas práticas, entradas, saídas, ferramentas e
técnicas.
•• Grupo de processos de gerenciamento de projetos = um agrupamento lógico de entradas,
ferramentas, técnicas e saídas de gerenciamento de projetos (não são fases do projeto).

Dez Áreas de Conhecimento


•• Escopo, Tempo, Custos e Qualidade são os principais determinantes para o objetivo de um
projeto: entregar um resultado de acordo com o escopo, no prazo e no custo definidos,
com qualidade adequada; em outras palavras, o que, quando, quanto e como.
•• Recursos Humanos e Aquisições são os insumos para produzir o trabalho do projeto.
•• Comunicações e Riscos devem ser continuamente abordados para manter as expectativas
e as incertezas sob controle e o projeto no rumo certo.
•• Integração abrange a orquestração de todos estes aspectos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1159
Cinco Grupos de Processos

Grupo de processos de gerenciamento de projetos e mapeamento das áreas de conhecimento


Grupos de processos de gerenciamento de projetos

Áreas de Grupo de pro- Grupo de


Grupo de Grupo de
conhecimento Grupo de processos cessos de mo- processos
processos de processos de
de planejamento nitoramento de encerra-
iniciação execução
e controle mento
4.4 Monitorar
e controlar o
4.1
4. 4.2 Desenvolver 4.3 Orientar trabalho do 4.6 Encerrar
Desenvolver
Gerenciamento o plano de e gerenciar o projeto o projeto ou
o termo de
da integração gerenciamento do trabalho do 4.5 Realizar fase
abertura do
do projeto projeto projeto o controle
projeto
integrado de
mudanças
5.1 Planejar o
gerenciamento do
escopo
5. 5.5 Validar o
5.2 Coletar os
Gerenciamento escopo
requisitos
do escopo do 5.6 Controlar o
5.3 Definir o escopo
projeto escopo
5.4 Criar a estrutura
analítica do projeto
(EAP)
6.1 Planejar o gerencia-
mento do cronograma
6.2 Definir as
atividades
6. 6.3 Sequenciar as
Gerenciamento atividades 6.7 Controlar o
do tempo do 6.4 Estimar os recursos cronograma
projeto das atividades
6.5 Estimar as durações
das atividades
6.6 Desenvolver o
cronograma

1160 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

7.1 Planejar o gerencia-


7.
mento dos custos
Gerenciamento 7.4 Controlar os
7.2 Estimar os custos
dos custos do custos
7.3 Determinar o
projeto
orçamento
8.
8.1 Planejar o 8.2 Realizar
Gerenciamento 8.3 Controlar a
gerenciamento da a garantia da
da qualidade qualidade
qualidade qualidade
do projeto
9.2 Mobilizar
a equipe do
9. projeto
Gerenciamento 9.1 Planejar o 9.3 Desenvolver
dos recursos gerenciamento dos a equipe do
humanos do recursos humanos projeto
projeto 9.4 Gerenciar
a equipe do
projeto
10.
Gerenciamento 10.1 Planejar o 10.3
10.2 Gerenciar as
dos recursos de gerenciamento das Controlar as
comunicações
comunicações comunicações comunicações
do projeto
11.2 Identificar os
11. Gerencia- riscos
mento dos ris- 11.3 Realizar a análise
cos do projeto qualitativa dos riscos 11.6 Controlar
11.1 Planejar o 11.4 Realizar a análise os riscos
gerenciamento quantitativa dos riscos
dos riscos 11.5 Planejar as
respostas aos riscos
12.
12.1 Planejar o 12.4 Encerrar
Gerenciamento 12.2 Conduzir as 12.3 Controlar
gerenciamento das as aquisições
das aquisições aquisições as aquisições
aquisições
do projeto
13.
13.1 13.3 Gerenciar 13.4 Controlar
Gerenciamento 13.2 Planejar o
Identificar o engajamento o engajamento
das partes gerenciamento das
as partes das partes das partes
interessadas no partes interessadas
interessadas interessadas interessadas
projeto

Nesse contexto, “boa prática” refere-se a um acordo geral de que a aplicação dos processos
de gerenciamento de projetos pode aumentar as chances de sucesso em uma ampla série de
projetos.
Isso não significa que os conhecimentos, as habilidades e os processos descritos sempre devem
ser aplicados de forma uniforme em todos os projetos. O gerente de projetos, em colaboração

www.acasadoconcurseiro.com.br 1161
com a equipe de projetos, é responsável por determinar quais processos são apropriados e o
grau de rigor para cada um.
A equipe de projeto executa processos tanto de gerenciamento de projetos (pertencentes
às Áreas do Conhecimento e que garantem um fluxo eficaz do projeto), quanto orientados a
produtos (que especificam e criam o produto, estando ligados ao ciclo de vida e sendo variáveis
de acordo com cada projeto).

Processos de Gerenciamento
Segundo o PMBOK, uma das abordagens para conceituar a gestão de projeto considera os
processos que ocorrem no ciclo de vida do projeto visando à organização do trabalho. Nesse
aspecto, a gestão divide-se em cinco grupos de processos:

Processos de Iniciação
Atividades realizadas para definir um novo projeto ou uma nova fase de um projeto já existente,
obtendo-se autorização para tal.
São frequentemente realizados fora do escopo de controle do projeto pela organização ou
pelos processos de programa ou de portfólio, o que pode tornar os limites do projeto menos
evidentes para as entradas iniciais do projeto. Por exemplo, antes de começar as atividades do
Grupo de Processos de Iniciação, os requisitos ou as necessidades de negócios da organização
são documentados.
Nos processos de iniciação, o escopo inicial é definido, os recursos financeiros iniciais são
comprometidos e as partes interessadas são identificadas. Se ainda não foi designado, o
gerente de projetos será selecionado.
O Termo de Abertura do Projeto é um documento publicado pelo iniciador ou patrocinador do
projeto. Ele autoriza formalmente a existência de um projeto e concede ao gerente do projeto a
autoridade para aplicar os recursos organizacionais nas atividades do projeto. Quando o termo
de abertura é aprovado, portanto, o projeto se torna oficialmente autorizado. Embora a equipe
de gerenciamento possa ajudar a escrever o termo de abertura, a aprovação e o financiamento
são externos aos limites do projeto.

Processos de Planejamento
Estabelecem o escopo total, definem e refinam os objetivos e desenvolvem o curso de
ação necessário para alcançar esses objetivos. Em outras palavras, desenvolvem o plano de
gerenciamento e os documentos do projeto que serão usados para executá-lo.
À medida que mais informações ou características do projeto são coletadas e entendidas,
podem ser necessários planejamentos adicionais ou revisões (planejamento por ondas
sucessivas).
Os processos de planejamento englobam todas as áreas de conhecimento e têm como alguns
de seus resultados a coleta de requisitos, a definição do escopo, a criação da Estrutura Analítica

1162 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

do Projeto (EAD), o sequenciamento das atividades, a estimativa dos custos, analisar os riscos
etc.

Processos de Execução
Este grupo de processos envolve coordenar pessoas e recursos e também integrar e executar as
atividades do projeto em conformidade com o plano de gerenciamento, de forma a cumprir as
suas especificações.
Durante a execução do projeto, os resultados poderão requerer atualizações no planejamento
e mudanças nas linhas de base (mudanças nas durações das atividades, na produtividade e na
disponibilidade dos recursos, riscos imprevistos etc.).
Uma grande parte do orçamento do projeto será consumida na execução dos processos do
grupo de processos de execução.

Processos de Monitoramento e Controle


Envolve acompanhar, revisar e regular o progresso e o desempenho do projeto, identificando e
tratando as mudanças ocorridas.
O principal benefício deste grupo de processos é que o desempenho do projeto é observado
e mensurado de forma periódica e uniforme para identificar variações em relação ao plano de
gerenciamento.

Processos de Encerramento
Finalizam formalmente todas as atividades de um projeto ou de uma fase do projeto. Entregam
o produto terminado ou encerram um projeto cancelado.
No encerramento do projeto ou da fase, podem ocorrer, dentre as atividades: obtenção
da aceitação do cliente ou patrocinador; revisão pós-projeto/fase; documentar as lições
aprendidas e encerrar as aquisições.

Relação entre os Grupos de Processos


A natureza integrativa do gerenciamento de projetos requer que o grupo de processos de
monitoramento e controle interaja com os outros grupos de processos, conforme a figura a
seguir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1163
A próxima figura ilustra o nível de sobreposição dos grupos de processos em momentos
diferentes dentro de um projeto. Se o projeto estiver dividido em fases, os processos irão
interagir dentro de uma fase e também poderão atravessar várias fases do projeto.

Importante: os grupos de processos não são fases do projeto. Quando projetos complexos ou
de grande porte são separados em fases ou subprojetos distintos (ex: estudo de viabilidade,
design, protótipo, construção, teste, etc.), todos os grupos de processos normalmente seriam
repetidos para cada fase ou subprojeto.

1164 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Conceitos Importantes

Projetos, Programas e Portfólios


Os projetos, em programas ou portfólios, são meios de se atingir metas e objetivos
organizacionais, geralmente no contexto de um planejamento estratégico.

Um programa é definido como um grupo de projetos relacionados, que são gerenciados de


modo coordenado para a obtenção de benefícios e controle que não estariam disponíveis se
fosse gerenciados individualmente.
Um projeto pode ou não fazer parte de um programa, mas um programa sempre terá projetos.
Os projetos dentro de um programa são relacionados através do resultado comum ou da
capacidade coletiva, ou seja, o gerenciamento de programas se concentra nas interdependências
do projeto e ajuda a determinar a melhor abordagem para gerenciá-los.
Programas possuem limitação de tempo, tal como o projeto, mas com duração bem maior.
Se a relação entre projetos for somente a de um cliente, vendedor, tecnologia ou recurso
compartilhado, o esforço deve ser gerenciado como um portfólio de projetos e não como um
programa.
Um portfólio é o conjunto de projetos, programas e outros trabalhos correlatos, que são
agrupados com vistas à consecução dos objetivos estratégicos de uma organização, alinhado
com os recursos necessários para sua viabilização.
Os projetos ou programas do portfólio podem não ser interdependentes ou diretamente
relacionados. O gerenciamento de portfólio se concentra em garantir que os projetos e
programas sejam analisados a fim de se priorizar a alocação de recursos, e que o gerenciamento
do portfólio seja consistente e esteja alinhado às estratégias organizacionais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1165
Seleção de Projetos
Diferentes critérios podem ser utilizados para a seleção de projetos a serem executados.
•• Comerciais – relativos ao mercado – potencial de gerar resultados positivos para a
empresa. Ex: Potencial de faturamento e lucros; Taxa de crescimento das vendas; Avaliação
da concorrência; Distribuição do risco; Oportunidade de mudança no ramo de negócios;
Grau de inovação do produto.
•• Técnicos – viabilidade técnica (interna) para transformar a ideia em resultado. Ex:
Disponibilidade de capital; Capacidade de marketing da empresa; Capacidade industrial
da empresa; Capacidade da base tecnológica; Disponibilidade de matérias primas;
Competência gerencial.

Escritório de Gerenciamento de Projetos


O Escritório de Gerenciamento de Projetos – EGP ou PMO – é um corpo ou entidade
organizacional à qual são atribuídas várias responsabilidades relacionadas ao gerenciamento
centralizado e coordenado dos projetos de uma instituição.
É uma estrutura organizacional que padroniza os processos de governança relacionados a
projetos, e facilita o compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas, e técnicas. Suas
responsabilidades podem variar, desde o fornecimento de funções de apoio ao gerenciamento
de projetos até a responsabilidade real pelo gerenciamento direto de um ou mais projetos.
Há diversos tipos de estruturas de escritório, variando em termos de grau de controle e
influência em relação aos projetos da organização. Os tipos mais comuns são: de suporte
(consultoria), controlador (métodos, ferramentas, modelos), diretivo (gerencia projetos).
•• De suporte: desempenham um papel consultivo nos projetos, fornecendo modelos,
melhores práticas, treinamento, acesso a informações e lições aprendidas com outros
projetos. Este tipo de PMO atua como um repositório de projetos e o nível de controle
exercido é baixo.
•• De controle: fornecem suporte e exigem a conformidade através de vários meios. A
conformidade pode envolver a adoção de estruturas ou metodologias de gerenciamento
de projetos usando modelos, formulários e ferramentas específicas, ou conformidade com
a governança. O nível de controle exercido é médio.
•• Diretivo: assumem o controle dos projetos através do seu gerenciamento direto. O nível de
controle exercido é alto.
O Escritório reúne os dados e informações de projetos estratégicos corporativos e avalia como
os objetivos estratégicos de nível mais alto estão sendo alcançados. Ele é a ligação natural entre
os portfólios, programas e projetos da organização e os sistemas de medição corporativos (ex.,
Balanced Scorecard), procurando acompanhar o andamento dos projetos de forma a alinhá-los
ao planejamento estratégico.
Algumas das funções do escritório de projetos são:
•• Gerenciar recursos e cronogramas;

1166 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

•• Gerar e elaborar métodos, documentos e relatórios dos projetos;


•• Manutenção do histórico dos projetos;
•• Operar ferramentas computacionais de gerenciamento de projetos;
•• Orientar, aconselhar, treinar e supervisionar;
•• Prestar consultoria – desenvolvimento de plano de projetos, facilitação de oficinas de
planejamento etc;
•• Assessorar – negociação, gestão de contratados, avaliações e diagnósticos;
•• Intervir – salvar ou cancelar projetos problemáticos, acelerar ações, resolver conflitos,
manter documentação para referências futuras, sugerir ações corretivas para os projetos
que estejam divergindo das estratégias organizacionais etc.

Equipe de Projetos
Equipe de projeto são as pessoas encarregadas da realização do projeto, da qual faz parte o
gestor do projeto.
Uma equipe de projeto tende a ser multidisciplinar e tem vida limitada à duração do projeto. É,
geralmente, bem distinta de uma equipe funcional que é permanente.
Deve ser dada atenção às características do projeto para a montagem da equipe de projeto,
pois uma equipe que tenha tido sucesso em determinado projeto pode não ser a ideal para
outro.
Os membros da equipe de projeto podem ter dedicação integral, parcial ou por atividade
específica. É sempre recomendado que a dedicação seja integral ao projeto, especialmente
para o substituto do gestor.
O servidor, alocado com dedicação parcial durante o período do projeto, terá atribuições
relativas às atividades de rotina e ao projeto. Quando o projeto necessitar de especialista em
apenas determinada fase, é indicada a participação por atividade.
Para que um projeto tenha sucesso, a equipe deve:
•• Selecionar os processos adequados e necessários ao cumprimento dos objetivos do projeto;
•• Usar uma abordagem definida que possa ser adotada para atender aos requisitos;
•• Cumprir os requisitos para atender às necessidades e às expectativas das partes
interessadas;
•• Obter equilíbrio entre as diversas demandas concorrentes de escopo, tempo, custo,
qualidade, recursos e riscos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1167
Gerente de Projetos
Pessoa alocada pela organização executora para liderar a equipe e que é responsável
por alcançar os objetivos do projeto. É o responsável pela aplicação das competências,
conhecimentos, ferramentas e técnicas de projeto às atividades.
Dependendo da estrutura organizacional, um gerente de projetos pode ter independência ou se
reportar a um gerente funcional. Em outros casos, um gerente de projetos pode ser um dentre
vários e se reportar a um gerente de portfólios ou de programas que é, em última instância, o
responsável pelos projetos no âmbito da empresa.
O gerenciamento de projetos eficaz requer que o gerente tenha competências relacionadas às
seguintes dimensões:
•• Conhecimento: o que o gerente de projetos sabe sobre processos, ferramentas e técnicas
para as atividades de gestão de projetos;
•• Desempenho: o que o gerente de projetos é capaz de realizar enquanto aplica seu
conhecimento em gerenciamento de projetos. Ou seja, como o gerente de projetos aplica
seu conhecimento para atingir os requisitos do projeto;
•• Pessoais: refere-se ao comportamento do gerente. Abrange atitudes, personalidade e
liderança; a capacidade de orientar a equipe do projeto ao mesmo tempo em que atinge
objetivos e equilibra as restrições do mesmo.

Artefatos
Documento modelo em um formato predefinido, que fornece uma estrutura base para coletar,
organizar e apresentar informações e dados. Os artefatos podem reduzir o esforço necessário
para realizar um trabalho e aumentar a consistência dos resultados.
Ex: Termo de Abertura do Projeto - TAP, planilha de custos, cronograma, documentos de
comunicação, plano de gerenciamento, contratos etc.

Estrutura Analítica do Projeto – EAP


Estrutura Analítica do Projeto é o processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto
em componentes menores e de mais fácil gerenciamento.
É uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe
do projeto, a fim de alcançar os objetivos e criar as entregas exigidas. Ela mapeia as entregas
e os pacotes de trabalho necessários para se obter o produto ou serviço final. Cada nível
descendente da EAP representa uma definição gradualmente mais detalhada do trabalho do
projeto.
O Pacote de Trabalho é o nível mais baixo na EAP, é o ponto em que o custo e a duração das
atividades para o trabalho podem ser estimados e gerenciados com confiança.

1168 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

No contexto da EAP, o trabalho se refere a produtos de trabalho ou entregas que são o resultado
do esforço*.
*quantidade de unidades de mão-de-obra necessárias para terminar uma atividade do
cronograma ou um componente da estrutura analítica do projeto. Normalmente expresso
como equipe-horas, equipe-dias ou equipe-semanas.
A EAP representa todo produto e trabalho do projeto (escopo total), inclusive o trabalho
de gerenciamento do mesmo. Todo o trabalho nos níveis mais baixos tem que escalar aos
níveis mais altos para que nada seja omitido e que nenhum trabalho extra seja executado.
Ocasionalmente, isso é chamado da regra dos 100%.

Estratégias para gerenciar riscos nos projetos


Risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo
em um ou mais objetivos do projeto.
Existem também riscos residuais (que continuam a existir mesmo após as respostas ao risco
terem sido implementadas) e riscos secundários (que surgem como resultado direto da
implementação de uma resposta aos riscos).

Riscos negativos ou ameaças


Quatro estratégias, em geral, se aplicam a ameaças ou riscos que, se ocorrerem, podem ter
impactos negativos nos objetivos do projeto: evitar, transferir, mitigar, aceitar*.
•• Eliminar – engloba a alteração do plano de gerenciamento do projeto, ou o isolamento/
alteração de objetivos para remover totalmente a ameaça,
•• Transferir – mudança de alguns ou de todos os impactos negativos de uma ameaça,
juntamente com a responsabilidade da resposta, para um terceiro. Simplesmente passa
a responsabilidade pelo gerenciamento para outra parte, mas não elimina o risco. Ex:
seguros, garantias, fianças etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1169
•• Mitigar – redução, para níveis aceitáveis, da probabilidade e/ou do impacto de um evento
de risco adverso. Ex: adotar uma ação antecipada, escolher processos menos complexos,
fazer mais testes, escolher um fornecedor mais estável etc.

Riscos positivos ou oportunidades


Pode-se: explorar, compartilhar, melhorar, aceitar*.
•• Explorar – procura eliminar a incerteza associada com um determinado risco positivo,
garantindo que a oportunidade realmente aconteça.
•• Compartilhar – alocação integral ou parcial da propriedade a um terceiro que tenha mais
capacidade de capturar a oportunidade para benefício do projeto.
•• Melhorar – aumentar a probabilidade e/ou os impactos positivos de uma oportunidade.
A estratégia de aceitar pode ser usada tanto para riscos negativos ou ameaças como para riscos
positivos ou oportunidades. A equipe do projeto decide reconhecer a existência do risco e não
agir, a menos que o risco ocorra. É adotada porque raramente é possível eliminar todos os riscos
de um projeto. Indica que a equipe do projeto decidiu não alterar o plano de gerenciamento
do projeto para lidar com um risco, ou não conseguiu identificar outra estratégia de resposta
adequada. Pode ser passiva (deixar acontecer) ou ativa (estabelecer reservas de contingência).

1170 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Slides - Projetos

Gestão  de  Projetos  –  Visão  Geral  


Projeto:  
Esforço  temporário  empreendido  para  criar  
um  produto,  serviço  ou  resultado  exclusivo.  
• Expressões  usadas  pelas  bancas:  
‒ Empreendimento  único,  não  repe99vo;  
‒ Sequência  clara  e  lógica  de  eventos,  com  início,  meio  e  fim;  
‒ Busca  a9ngir  um  obje9vo  claro  e  definido  (produto,  serviço,  
resultado,  melhoria,  conceito,  evento,  etc.);  
‒ É  conduzido  por  pessoas  dentro  de  parâmetros  predefinidos  
de  tempo,  custo,  recursos  e  qualidade.  
1

Projetos  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1171
Projetos  x  Processos  

Caracterís)cas  dos  Projetos  


• Singularidade  
• Temporariedade  
• Incerteza  
• Elaboração  Progressiva  
• Stakeholders    
• Recursos  limitados  (materiais,  pessoas,  $$,  etc.)  
• Responsabilidades  
• Interdisciplinaridade  
• Escopo  (Abrangência)  
4

1172 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Contexto  e  dificuldades  dos  Projetos  


• Projetos  se  diferenciam  uns  dos  outros  em  função  do  grau  de  dificuldade  (para  seus  
administradores)  e  do  contexto  (condições  geográficas,  situação  econômica  /  
políAca  /  social  /  cultural,  etc.)  
‒ Complexidade:    
o Técnica:  relaciona-­‐se  com  o  produto  e  o  conhecimento  necessário  para  fazê-­‐lo.  
o Relacional:  comportamentos  das  equipes/redes  de  pessoas  (dentro  e  fora).  
o Outras:  distância  Osica  entre  pessoas  ou  recursos  do  projeto;  número  de  
pessoas,  organizações  ou  instalações  envolvidas;  diversidade  e  volume  de  
informações  a  serem  processadas;  duração;  condições  a  serem  observadas  
(clima  ,segurança).  
‒ Incerteza:  
o Com  os  métodos:  não  se  sabe  como  proceder  para  alcançar  os  objeAvos.  
o De  objeAvos:  requisitos  do  projeto  estão  mal  definidos.  
‒ Grau  de  familiaridade  ou  maturidade:  em  relação  aos  projetos  e  às  ferramentas  e  
requisitos  da  administração  de  projetos.  
5

Ciclo  de  Vida  


• Sequência  de  fases  que  vão  do  começo  ao  fim  de  um  projeto.  
PMBOK  
Maximiano  

MODELO
IDEIA MENTAL

www.acasadoconcurseiro.com.br 1173
Ciclo  de  Vida  -­‐  Menezes  
• Fase  1  –  Conceitual:    Iden2ficação  de  necessidades  e/ou  oportunidades;  Tradução  dessas  necessidades  e/ou  
oportunidades  em  um  problema;  Definição  do  problema;  Determinação  dos  obje2vos  e  metas  a  serem  
alcançados;  Análise  do  ambiente;  Análise  das  potencialidades  ou  recursos;  Avaliação  da  viabilidade  de  
a2ngimento  dos  obje2vos;  Es2ma2va  dos  recursos  necessários;  Elaboração  da  proposta  e  venda  da  ideia;  
Avaliação  e  seleção  com  base  na  proposta  subme2da;  e  Decisão  quanto  à  execução  do  projeto  (aprovação).  
• Fase  2  –  Planejamento:    Detalhamento  das  metas  e  dos  obje2vos,  com  base  na  proposta  aprovada;  
Definição  do  gerente  da  equipe;  Detalhamento  das  a2vidades  e  estruturação  analí2ca  do  projeto;  
Programação  das  a2vidades  no  tempo  disponível  e/ou  necessário;  Determinação  dos  resultados  tangíveis  e  
seus  respec2vos  momentos  de  alcance;  Definição  dos  recursos  necessários:  humanos,  materiais,  financeiros  
e  tecnológicos;  Estabelecimento  da  estrutura  orgânica  formal  a  ser  u2lizada;  Estruturação  do  sistema  de  
comunicação  e  de  decisão  a  ser  adotado;  Definição  dos  procedimentos  de  acompanhamento  e  controle  
durante  a  implantação;  Treinamento  dos  envolvidos.  
• Fase  3  –  Execução:  A2var  a  comunicação  entre  os  membros  da  equipe  do  projeto;  Executar  as  etapas  
previstas  e  programadas;  U2lizar  os  recursos  humanos  e  materiais,  sempre  que  possível,  dentro  do  que  foi  
programado  (quan2dade  e  períodos  de  u2lização);  Efetuar  reprogramações  no  projeto  segundo  seu  status  
quo  e  adotando  os  planos  e  programas  iniciais  como  diretrizes,  eventualmente,  mutáveis.  
• Fase  4  –  Conclusão:    Aceleração  das  a2vidades  que,  eventualmente,  não  tenham  sido  concluídas;  
Realocação  dos  recursos  humanos  do  projeto  para  outras  a2vidades  ou  projetos;  Elaboração  da  memória  
técnica  do  projeto;  Elaboração  de  relatórios  e  transferência  dos  resultados  finais  do  projeto;  Emissão  de  
avaliações  globais  sobre  o  desempenho  da  equipe  do  projeto  e  os  resultados  alcançados;  Acompanhamento  
ex-­‐post.  
7

Ciclo  de  Vida  -­‐  Caracterís0cas  


A)  Níveis  de  Custos  e  de  Pessoal  

1174 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Ciclo  de  Vida  -­‐  Caracterís0cas  


B)  Incertezas  e  Capacidade  de  influência  dos  stakeholders  
C)  Custos  de  Mudanças  

Fases  de  um  projeto  


• Um  ciclo  de  vida  geralmente  é  composto  por  fases;  
• Fases  =  divisões  de  um  projeto,  nas  quais  o  controle  se  torna  
fundamental  para  o  gerenciamento  efe<vo  do  término  de  uma  
entrega  importante.  
‒ Segmenta-­‐se  o  projeto  em  subconjuntos  lógicos  para  facilitar  o  
gerenciamento;  
‒ São  usadas  quando  a  natureza  do  trabalho  a  ser  realizado  é  única  
em  determinada  parte  do  projeto  
‒ Ao  final  de  cada  fase  há  uma  entrega.  
• O  número  de  fases,  a  necessidade  de  fases  e  o  grau  de  controle  
aplicado  depende  do  tamanho,  grau  de  complexidade  e  impacto  
potencial  do  projeto.  
‒ Nome  e  número  de  fases  variam  conforme  a  complexidade  do  
projeto.  
10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1175
Fases  de  um  projeto  
• Uma  fase  

11

Fases  de  um  projeto  


• Sequenciais:  
‒ Encerramento  de  uma  fase  termina  com  alguma  forma  de  
transferência  ou  entrega  do  produto.  
‒ O  final  desta  fase  representa  um  ponto  natural  de  reavaliação  dos  
esforços  em  andamento  e  de  modificação  ou  término  do  projeto,  caso  
necessário.  

12

1176 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Fases  de  um  projeto  


• Sobrepostas:  
‒ Uma  fase  tem  início  antes  do  término  da  anterior  
‒ Podem  aumentar  o  risco  e  resultar  em  retrabalho  caso  uma  fase  
subsequente  progrida  antes  que  informações  precisas  sejam  
disponibilizadas  pela  fase  anterior.  

13

Relação  entre  fases  

• Diferentes  formas  de  se  planejar  as  fases  do  projeto.  


‒ Diferença  básica:  grau  de  incerteza  do  ambiente  

o Predi>vo:  totalmente  planejado  o  mais  cedo  possível;  

o Itera>vas  ou  Incremental:  o  planejamento  da  próxima  fase  é  


feito  de  acordo  com  o  avanço  na  fase  atual  e  nas  entregas.  
o Adapta>vo  (métodos  ágeis):  é  itera>vo  e  incremental,  porém  
é  muito  rápido.  

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1177
Projetos  

• Quando  um  projeto  acaba?  


‒ Obje5vo  a5ngido;  
‒ Obje5vo  não  pode  mais  ser  a5ngido;  
‒ Necessidade  do  projeto  não  existe  mais;  
‒ Cliente  /  patrocinador  mandou.  

15

Fracassos  em  Projetos  


• Subes0mação  da  complexidade  do  projeto  
• Falta  de  planejamento  e  de  envolvimento  dos  
stakeholders  
• Escopo  incompleto  
• Falta  de  apoio  execu0vo  e  de  recursos  
• Expecta0vas  não  realistas  dos  stakeholders  
• Mudanças  frequentes  nas  especificações  ou  produto  
não  é  mais  necessário  
• Ausência  de  acompanhamento  execu0vo  
16

1178 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Estrutura  Organizacional  
• Funcional  

17

Estrutura  Organizacional  
• Por  Projetos  

18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1179
Estrutura  Organizacional  
• Matricial    
‒ Fraca  

19

Estrutura  Organizacional  
• Matricial  Forte  

20

1180 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Estrutura  Organizacional  
• Matricial  Balanceada  

21

Estrutura  Organizacional  
• Composta  

22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1181
Estrutura  Organizacional  –  quadro  resumo  
   

23

Gestão  de  Projetos  


• Tomar  decisões  e  realizar  ações  de  planejamento,  
organização,  execução  e  controle  do  ciclo  de  vida  do  
projeto.  
• Combinação  de  pessoas,  técnicas  e  sistemas  
necessários  à  administração  dos  recursos  
indispensáveis  para  aBngir  com  êxito  o  final  do  projeto.  
• É  a  aplicação  de  conhecimentos,  habilidades,  
ferramentas  e  técnicas  nas  aBvidades  do  projeto  a  fim  
de  atender  os  requisitos.  
24

1182 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Gestão  de  Projetos  

• Envolve:  
‒ Iden3ficar  requisitos;  
‒ Conjugar  necessidades,  preocupações  e  expecta3vas  dos  
stakeholders;  
‒ Garan3r  comunicação  efe3va  entre  as  partes  envolvidas;  
‒ Alcançar  metas  e  criar  as  entregas  do  projeto;  
‒ Balancear  restrições  que  competem  entre  si  (escopo,  
qualidade,  cronograma,  orçamento,  recursos,  riscos  etc.)  

25

Gestão  de  Projetos  

• PMI  -­‐  Project  Management  Ins0tute  


‒ principal  organização  mundial  no  que  se  refere  ao  
gerenciamento  de  projetos.  
‒ cria  os  padrões,  avança  a  metodologia  e  promove  a  
responsabilidade  profissional  no  gerenciamento  de  projetos.  
• PMBOK  -­‐  The  Project  Management  Body  of  Knowledge  
‒ guia  com  o  conjunto  de  padrões,  regras  e  boas  práGcas  em  
gerenciamento  de  projetos.  

26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1183
Gestão  de  Projetos  
• PMBOK  explora  três  conceitos  centrais:  
‒ Ciclo  de  vida  do  projeto;  
‒ Processo  de  administrar  projetos;  
‒ Áreas  do  conhecimento.  

47  processos  
Cinco  Grupos  de  Processos  
Dez  Áreas  de  Conhecimento  

27

Gestão  de  Projetos  -­‐  PMBOK  

28

1184 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Gestão  de  Projetos  -­‐  PMBOK  

29

Processos  de  Gerenciamento  


   
 
 
-­‐  5  Grupos  
               de    
 Processos  

• Importante:  os  grupos  de  processos  não  são  fases  do  projeto;  
eles  podem  ocorrer  em  cada  uma  das  fases;   30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1185
Processos  de  Gerenciamento  

1. Processos  de  Iniciação  


‒ a0vidades  realizadas  para  definir  um  novo  projeto  ou  uma  
nova  fase  de  um  projeto  já  existente,  obtendo-­‐se  
autorização  para  tal.  
‒ são  frequentemente  realizados  fora  do  escopo  de  controle  
do  projeto.  
‒ Exemplo:  desenvolver  TAP,  iden0ficar  stakeholders.  

31

Processos  de  Gerenciamento  


2.  Processos  de  planejamento  
‒ Coletar  requisitos  e  estabelecer  o  escopo  total    
‒ Planejar  recursos,  comunicações,  integração,  tempo,  riscos  
‒ Montar  a  EAP  

3.  Processos  de  execução  


‒  executar  o  trabalho  definido  no  plano  de  gerenciamento  do  
projeto,  de  forma  a  cumprir  as  suas  especificações.    
‒ Mobilizar  pessoas  e  executar  o  planejado  
32

1186 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Processos  de  Gerenciamento  


4.  Processos  de  monitoramento  e  controle  
‒ acompanhar  e  regular  o  progresso  e  o  desempenho  do  
projeto  
‒ iden6ficar  e  tratar  todas  as  mudanças  requeridas  

5.  Processos  de  encerramento  


‒  finaliza  formalmente  todas  as  a6vidades  de  um  projeto  ou  
de  uma  fase  do  projeto  
‒ entrega  o  produto  terminado  ou  encerra  um  projeto  
cancelado.  
33

Relação  entre  os  grupos  de  processos  

34

www.acasadoconcurseiro.com.br 1187
Outros  conceitos  importantes  

Programas  x  Por*ólio  

• Programa  -­‐  grupo  de  projetos  relacionados,  que  são  


gerenciados  de  modo  coordenado  para  a  obtenção  de  
bene<cios  e  controle  que  não  estariam  disponíveis  se  
fosse  gerenciados  individualmente.  
• Foco  do  projeto  =  entrega  do  produto/serviço  
• Foco  do  programa  =  realização  dos  bene<cios  por  ele  
perseguidos.  
‒ Bene*cios  não  são  produtos,  mas  sim  impactos  e  resultados  
percebidos  pela  sociedade,  organização,  serviços,  etc.  
36

1188 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Programas  x  Por*ólio  

• Por$ólio  -­‐  conjunto  de  projetos,  programas  e  outros  


trabalhos  que  são  agrupados  com  propósito  de  facilitar  o  
gerenciamento  efe=vo  do  trabalho  para  atender  
obje=vos.  
‒ Controle,  priorização  e  alocação  de  recursos.  
‒ Projetos  e  Programas  são  temporários;  Por*ólios  são  
conFnuos.  
• Uma  organização  pode  possuir  mais  de  um  por*ólio,  
cada  um  tratando  de  áreas  ou  obje=vos  específicos.  
37

Programas  x  Por*ólio  

38

www.acasadoconcurseiro.com.br 1189
Critérios  seleção  de  projetos  
• Comerciais  –  rela4vos  ao  mercado  –  potencial  de  gerar  
resultados  posi4vos  para  a  empresa  
‒ Ex:  Potencial  de  faturamento  e  lucros;  Taxa  de  crescimento  das  
vendas;  Avaliação  da  concorrência;  Distribuição  do  risco;  
Oportunidade  de  mudança  no  ramo  de  negócios;  Grau  de  inovação  do  
produto.  
• Técnicos  –  viabilidade  técnica  (interna)  para  transformar  a  ideia  
em  resultado  
‒ Ex:  Disponibilidade  de  capital;  Capacidade  de  marke4ng  da  empresa;  
Capacidade  industrial  da  empresa;  Capacidade  da  base  tecnológica;  
Disponibilidade  de  matérias  primas;  Competência  gerencial  

39  

Escritório  de  Projetos  


• Corpo  ou  en2dade  organizacional  à  qual  são  atribuídas  várias  
responsabilidades  relacionadas  ao  gerenciamento  centralizado  e  
coordenado  dos  projetos  de  uma  ins2tuição.  
• Três  2pos:  
‒ De  Suporte  
‒ De  Controle  
‒ De  Direção  
• Principais  obje2vos  de  um  EP:  
‒ Centralizar  as  informações;  
‒ Estabelecer  polí2cas  e  procedimentos  para  projetos;  
‒ Ser  um  centro  de  apoio  ao  2me  do  projeto  e  representar  fisicamente  o  
projeto.   40

1190 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Equipes  de  Projetos  

• São  as  pessoas  encarregadas  da  realização  do  projeto.  


• Tendem  a  ser  mul;disciplinares  e  têm  vida  limitada  à  
duração  do  projeto.  
• São,  geralmente,  bem  dis;ntas  de  uma  equipe  
funcional,  que  é  permanente.  
• Caracterís;cas  do  projeto  X  equipe  selecionada.  
• Dedicação  integral,  parcial  ou  por  a;vidade  específica.    

41

Gerente  de  Projetos  

• Pessoa  designada  pela  a  organização  para  a4ngir  os  


obje4vos  do  projeto.  
• Responsável  pela  aplicação  das  competências,  
conhecimentos,  ferramentas  e  técnicas  de  projeto  às  
a4vidades.  
• Competências:  
‒ Conhecimento  
‒ Desempenho:  habilidades  
‒ Pessoais:  a4tudes,  personalidade  e  liderança  
42

www.acasadoconcurseiro.com.br 1191
Artefatos  
• Documento  modelo  em  um  formato  predefinido,  que  
fornece  uma  estrutura  base  para  coletar,  organizar  e  
apresentar  informações  e  dados.  
‒ Artefatos  podem  reduzir  o  esforço  necessário  para  realizar  
um  trabalho  e  aumentar  a  consistência  dos  resultados.  
‒ Ex:  TAP,  planilha  de  custos,  cronograma,  documentos  de  
comunicação,  plano  de  gerenciamento,  contratos  etc.  

43

Estrutura  Analí,ca  do  Projeto  (EAP)  


• Subdivisão  das  entregas  e  do  trabalho  do  projeto  em    
componentes  menores  e  de  gerenciamento  mais  fácil.  
‒ Representa  todo  produto  e  trabalho  do  projeto  (escopo  total),    

• Pacote  de  Trabalho  =  nível  mais  baixo  na  EAP  =  ponto  em  que  o  custo  e  
a  duração  das  a,vidades  podem  ser  bem  es,mados  e  gerenciados.  
• Esforço=  quan,dade  de  unidades  de  mão-­‐de-­‐obra  necessárias  para  
terminar  uma  a,vidade  do  cronograma  ou  um  componente  da  E44AP.  

1192 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo

Estratégias  para  gerenciar  Riscos  


• Riscos  nega0vos  ou  ameaças:  
‒ Eliminar  
‒ Transferir  
‒ Mi0gar  
‒ Aceitar  
• Riscos  posi0vos  ou  oportunidades:  
‒ Explorar    
‒ Compar0lhar    
‒ Melhorar  
‒ Aceitar  
45

www.acasadoconcurseiro.com.br 1193
Administração
Aula XX

NOVA GESTÃO PÚBLICA

Também chamado de Administração Pública Gerencial, Modelo Gerencialista, ou Pós-


Burocrático, o movimento da Nova Gestão Pública (New Public Management) iniciou-se no
Reino Unido, na década de 70, foi adotado nos Estados Unidos nos anos 80 e logo se expandiu
pelo mundo, atingindo a América Latina, principalmente na década de 90.
Esse modelo é uma resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais dos
Estados, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial,
uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo
burocrático.
Buscava-se a substituição do Modelo Burocrático (ineficiente) pelo Modelo Gerencial.
O propósito da NPM era diminuir o tamanho do Estado, em particular, promover a redução do
tamanho da máquina administrativa, aumentar sua eficiência e criar mecanismos voltados à
responsabilização dos atores políticos.
O nome Gerencial advém da incorporação, pelo serviço público, de alguns pressupostos e
inovações da administração gerencial - privada -, como:
•• diminuição de níveis hierárquicos (downsizing);
•• valorização e o maior poder aos funcionários (empowerment);
•• descentralização administrativa;
•• foco nos resultados e nos clientes (serviços públicos voltados para o consumidor);
•• administração por objetivos;
•• pagamento por desempenho;
•• qualidade total etc.
A administração pública gerencial constitui, portanto, um avanço e um rompimento com os
padrões da administração pública burocrática, apesar de não negar todos os princípios da
burocracia. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na burocrática,
da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como
a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e
universal de remuneração, as carreiras, etc.
Pode-se dizer que a Nova Gestão Pública passou por três fases, ou movimentos: Gerencialismo,
Consumerismo e Serviço Orientado ao Cidadão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1195
Gerencialismo Puro (Managerialism): fazer mais com menos

O foco na eficiência (gerencialismo puro) por si só não foi suficiente. A lógica de Plano (o qual
estabelece, a partir de uma racionalidade técnica, o melhor programa a ser cumprido) foi
substituída por uma lógica de estratégia, na qual são levadas em conta as relações entre os
atores envolvidos em cada política, de modo a montar cenários que permitam a flexibilidade
necessária para eventuais alterações nos programas governamentais.
Surge, então, um novo modelo que foca na melhoria da qualidade da prestação dos serviços
para o cliente direto a partir da flexibilidade de gestão. É o chamado Paradigma do Consumidor/
Cliente: procura dar ao cidadão-usuário atendimento semelhante ao que ele teria como cliente
em uma empresa privada, ou seja, visava ao atendimento das necessidades definidas pelos
próprios cidadãos-usuários, tratando-os como consumidores a serem satisfeitos.
Três medidas faziam parte da estratégia para tornar o poder público mais leve, ágil e
competitivo:
•• Descentralização administrativa com grande delegação de autoridade, partindo do
princípio de quanto mais próximo estiver o serviço público do consumidor, mais fiscalizado
pela população ele o será;
•• Competição entre as organizações do setor público;
•• Adoção de um novo modelo contratual para os serviços públicos, em contraposição ao
monopólio estatal - a extensão do fornecimento de serviços públicos entre o setor público,
o setor privado e o voluntário/não lucrativo. Baseia-se na ideia de que, numa situação de
falta de recursos, a melhor forma de aumentar a qualidade é introduzir relações contratuais
de competição e de controle.
A visão do cidadão como simples consumidor está vinculada à tradição liberal, que dá, na
maioria das vezes, maior importância à proteção dos direitos do indivíduo do que à participação
política.

Serviço Orientado ao Cidadão: fazer o que deve ser feito


O termo em inglês é PSO (Public Service Orientation).
As críticas à visão do cidadão como cliente fizeram o modelo evoluir para o Serviço Orientado
ao Público/Cidadão, que se baseia em conceitos ignorados até então pela visão gerencial:
accountability, transparência, participação política, equidade e justiça.
O cidadão passa a ser tratado efetivamente como um agente (ativo) a ser ouvido, alguém com
direitos e deveres - cidadania.
Aqui, não se busca apenas descobrir como fazer/organizar o serviço público para agradar aos
cidadãos. A pergunta verdadeira é “o que deve ser feito?”, demonstrando para o cidadão os
benefícios, efeitos e impactos diretos ou indiretos do exercício da atividade pública (efetividade).
Entende-se que, a partir da nova gestão pública, o Estado ganha dinamismo e reduz seu papel
de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se, entretanto, no papel de regulador,
provedor ou promotor destes, principalmente dos serviços sociais como educação e saúde,

1196 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

que são essenciais para o desenvolvimento. Como promotor desses serviços, o Estado continua
a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social direto e a participação da
sociedade.

Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação


do Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os
níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais
e de infraestrutura.

Pode-se dizer, em suma, que o objetivo da Nova Gestão Pública é modernizar o aparelho do
Estado, tornando a administração pública mais eficiente, eficaz e efetiva e mais voltada para o
cidadão, buscando maior governança, controle por resultados e accountability.

Eficiência: refere-se ao bom uso dos recursos disponíveis. É a relação entre os insumos
utilizados e os produtos/serviços gerados.
Eficácia: está relacionada ao alcance dos objetivos. É a relação entre os resultados obtidos e
os resultados esperados.
Efetividade: diz respeito ao impacto positivo gerado na sociedade.
Accountability é a responsabilização dos agentes públicos pelos atos praticados e sua
obrigação ética de prestar contas. Em outras palavras, é o conjunto de mecanismos e
procedimentos que induzem os dirigentes governamentais a prestar contas dos resultados de
suas ações à sociedade, garantindo, dessa forma, maior nível de transparência, participação
da sociedade e exposição das políticas públicas. Quanto maior for a possibilidade de os
cidadãos discernirem se o agente público está agindo em prol da coletividade e de sancioná-
lo, mais accountable é um governo.
Horizontal: exercido por instituições do Estado devidamente encarregadas da prevenção,
reparação e punição de ações ilegais cometidas por agentes públicos. É feita pelos
mecanismos institucionalizados, abrangendo os Poderes e também agências governamentais
que tenham como finalidade a fiscalização do poder público e de outros órgãos estatais,
como por exemplo os Tribunais de Contas.
Vertical: são as atividades de fiscalização feitas pela sociedade procurando estabelecer
formas de controle sobre o poder público. Para grande parte dos autores, ela é exercida “de
baixo para cima”, por pessoas e entidades da sociedade civil, geralmente sob a forma de voto
ou de mobilizações. Certo autor separou a vertical em duas: Eleitoral - os eleitores avaliam
governos e fazem suas escolhas; Societal – especificamente para o controle exercido por
agentes ou entidades de representatividade social (conselhos, associações etc.), ou seja,
grupos se mobilizam para impor suas demandas em relação à prevenção, reparação ou
punição de ilegalidades. Outro autor aventou a possibilidade de uma accountability vertical
“de cima para baixo”, quando há direito de sanção a partir de uma relação de hierarquia, ou
seja, entre chefia e subordinados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1197
Governança
O termo Governança busca expandir e superar o atual paradigma de administração pública.
O termo Administração Pública está associado a um papel preponderante do estado como
executor direto no desenvolvimento, na gestão de políticas públicas e no provimento de
serviços. O modelo de gestão alinhava-se principalmente com modelos burocráticos ortodoxos,
espelhados em modelos organizacionais mecanicistas, dotados de características de hierarquia,
verticalização, rigidez, isolamento.
A Governança pública, por sua vez, baseia-se em múltiplos arranjos com a participação de
diversos atores (estado, terceiro setor, mercado etc.) no desenvolvimento, na gestão de políticas
públicas e no provimento de serviços. Governança é capacidade administrativa do Estado em
formular e implementar políticas públicas, é a forma com que os recursos econômicos e sociais
são gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimento.
Este modelo não diminui a importância do estado, mas qualifica-o com o papel de orquestrador,
coordenador, direcionador estratégico, indutor e fomentador absolutamente essencial dos
vários agentes (governamentais ou não) para atingir resultados de interesse público.
Este paradigma promove a adoção de modelos de gestão pós ou neo-burocráticos, tais como:
redes, modelos de gestão orgânicos (flexíveis, orientados para resultados, foco no beneficiário),
mecanismos amplos de accountability, controle e permeabilidade.
A orientação para resultados é uma fixação deste novo paradigma, ou seja, o que está em foco
são as novas formas de geração de resultados em um contexto contemporâneo complexo e
diversificado.
Nesse contexto, uma boa gestão é aquela que alcança resultados, independentemente
de meritórios esforços e intenções. E, alcançar resultados, no setor público, é atender às
demandas, aos interesses e às expectativas dos beneficiários, sejam cidadãos ou organizações,
criando valor público.
A função principal do Estado-nação no mundo contemporâneo – realizada por meio do
governo e da administração pública – é a de ampliar de forma sistemática as oportunidades
individuais, institucionais e regionais. Deve preocupar-se, também, em gerar estímulos para
facilitar a incorporação de novas tecnologias e inovações no setor público que proporcionem as
condições exigidas para atender às demandas da sociedade contemporânea.
Em relação aos pilares do modelo da nova gestão pública, destacam-se a participação cidadã,
a transparência e a medição de resultados.
Essas tarefas são permanentes e exigem participação proativa de todos os atores envolvidos –
dirigentes, políticos, órgãos de controle – e, especialmente, da sociedade organizada.
O termo governança, em sentido amplo, pode ser definido como um processo complexo de
tomada de decisão que antecipa e ultrapassa o governo.
Uma boa governança pública, à semelhança da corporativa, está apoiada em quatro princípios:
relações éticas; conformidade, em todas as suas dimensões; transparência; e prestação
responsável de contas. A ausência desses princípios requer mudança na forma de gestão.
Os aspectos frequentemente evidenciados na literatura sobre a governança estão relacionados:
à legitimidade do espaço público em constituição; à repartição do poder entre aqueles

1198 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

que governam e aqueles que são governados; aos processos de negociação entre os atores
sociais (os procedimentos e as práticas, a gestão das interações e das interdependências, o
estabelecimento de redes e os mecanismos de coordenação); à descentralização da autoridade
e das funções ligadas ao ato de governar; à responsabilidade em atender a sociedade; à
supervisão; ao controle; e à assistência social.
Existe um ponto em comum entre os inúmeros autores que tratam do tema que envolve
os princípios da boa governança: a responsabilidade do gestor público em prestar contas
(accountability) e a necessidade de promover o controle.
Os princípios mais relevantes a que as entidades do setor público devem aderir para
efetivamente aplicarem os elementos de governança corporativa e alcançarem as melhores
práticas são: liderança, integridade e compromisso (relativos a qualidades pessoais) e
responsabilidade em prestar contas, integração e transparência (são principalmente o produto
de estratégias, sistemas, políticas e processos).

Princípios da administração pública gerencial


O Prof. Dr. Humberto Falcão Martins define as seguintes características:
a) caráter estratégico ou orientado por resultado das decisões;
b) descentralização;
c) flexibilidade;
d) desempenho crescente e pagamento por produtividade;
e) competitividade interna e externa;
f) direcionamento estratégico;
g) transparência e cobrança de resultados (accountability);
h) padrões diferenciados de delegação decisória;
i) separação da política de sua gestão;
j) desenvolvimento de habilidades gerenciais;
k) terceirização;
l) limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego;
m) estruturas diferenciadas.
Na administração pública gerencial, a estratégia volta-se para:
•• a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade
(com foco nos resultados e nos clientes);
•• a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais
e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos
contratados;
•• a reorientação dos mecanismos de controle: o controle na perspectiva burocrática (a priori)
representa um entrave à ação eficiente e inovadora. Na medida do possível, o controle
deve ser feito a posteriori, baseado em indicadores de resultados

www.acasadoconcurseiro.com.br 1199
Estado racionalizado •• Redução das tarefas do estado.

•• Separação dos níveis estratégicos e


Separação dos níveis de decisão operacionail: A politica decide OQUE e a
administração COMO.

•• Aplicação de gestão por objetivos,


hierarquia planejada, gestão por
Gestão racionalizada projetos, remuneração de acordo com
o desempenho e métodos modernos de
liderança.

•• Orientação de acordo com o cliente:


Nova atitude nos serviços Satisfação como ponto central; mudança
de comportamento.

•• Atitudes definidas por metas claras,


Novo sistema de controle avaliação de resultados, transparência na
aplicação de recursos.

descentralização •• Tarefas, responsabilidade, competência.

•• Garantia de serviços de qualidade de


Gestão de qualidade acordo com a formação, competência e
pela transparência.

•• Descrição de todos os serviços


administrativos como "produtos":
Enfoque no produto
recursos, custos, clareza no prazo de
entrega.

Quanto aos princípios, são:


a) Reorientação dos mecanismos de controle: o controle na perspectiva burocrática (a priori)
representa um entrave à ação eficiente e inovadora. Na medida do possível, o controle
deve ser feito a posteriori, baseado em indicadores de resultados, revertendo a cultura
e as práticas gerais da administração pública, focada primordialmente nos meios e nos

1200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

recursos. Muito mais relevante que o foco no controle da legalidade e no cumprimento do


rito burocrático, é a abordagem centrada no alcance de objetivos/resultados.
b) Foco na racionalização de recursos - eficiência: o Estado não dispõe de recursos infinitos
para realizar os investimentos para o alcance de todos os objetivos sociais, devendo,
por isso, através da busca da eficiência, melhorar a qualidade do gasto público. Para
isso, é necessário aumentar a produtividade e construir uma consciência de custos na
administração pública.
c) Focalização da ação do Estado no cidadão: o Estado tem o dever de buscar melhorar a
qualidade da prestação do serviço público na perspectiva de quem o usa (cidadão),
ampliando o atendimento das demandas sociais, reduzindo o tempo de resposta e
aumentando a satisfação do cidadão-usuário (excelência no atendimento).
d) Flexibilidade administrativa: faz-se necessário o aumento de autonomia - e consequente
descentralização - que permita às organizações públicas e aos servidores alcançarem os
resultados esperados.
e) Controle social: é preciso ampliar os mecanismos de transparência através da prestação
social de contas e da avaliação de desempenho, permitindo à sociedade um melhor
controle da administração pública (accountability). A cobrança da sociedade é um fator
fundamental para a melhoria da prestação dos serviços públicos.
f) Valorização do servidor: é condição essencial para que o processo de modernização
administrativa tenha êxito, pois a qualidade profissional dos servidores e sua motivação
são condições necessárias para se alcançar todos os outros objetivos. É indispensável
descentralizar as atividades, dando empowerment (poder de decisão) para os indivíduos e
para as equipes, e responsabilizando-os pelo alcance dos resultados.
A seguir, um quadro comparativo entre a gestão burocrática e a gerencial.

Características Gestão pública burocrática Gestão pública gerencial


Modelo de gestão Rígido e ineficiente Flexível e eficiente
Maior confiança e flexibilidade
Ideologia Formalismo e rigor técnico
de gestão
Rigidez nos procedimentos,
Maior autonomia e
Atributos excesso de normas e
responsabilidade
regulamentos
Foco Poder do Estado Cidadão/ sociedade
Ênfase Processos/ procedimentos Resultados
Indicadores Produção Efetividade, eficácia e eficiência
Decisão Centralizada Descentralizada
Valorização do servidor,
Servidor público Estabilidade
investindo em capacitação

Controle “A priori” nos processos “A posteriori” nos resultados

www.acasadoconcurseiro.com.br 1201
Slides – Nova Gestão Pública

Nova Gestão Pública


• Antecedentes:
‒Estados grandes, caros e ineficientes (burocráticos);
‒Crises Mundiais;
‒Necessidade de reequilíbrio financeiro/fiscal;
‒Desenvolvimento tecnológico e globalização – competição.
• Foco:
‒Superar a Adminstração Burocrática
o Rompe com os princípios negativos, mantém os positivos.
‒Melhorar a Administração Pública
o Eficiência, Redução de Custos, Aumento da Qualidade.
1

Nova Gestão Pública


• New Public Management: Modelo Pós-Burocrático –
Modelo Gerencial
‒Conjunto de doutrinas administrativas que orientaram as
reformas da Adm. Pública em nível mundial.
‒Incorporação, pelo serviço público, de alguns pressupostos e
inovações da administração gerencial – privada
o Cuidado: não é exatamente igual à Adm. Privada.
 Downsizing e Empowerment
 Descentralização e autonomia
 Redução do tamanho da máquina administrativa
 Aumento da eficiência
 Criação de mecanismos voltados à responsabilização dos atores
políticos
2

1202 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Nova Gestão Pública


• Evolução:
‒Início: Neoliberalismo – diminuir o Estado, reduzir custos
‒Após: Qualidade dos serviços
Foco no cidadão

• Três fases (não são independentes, há um núcleo comum):


‒Gerencialismo puro: fazer mais com menos – eficiência e redução
de custos;
‒Consumerismo: fazer melhor – foco no cliente e na qualidade;
‒Serviço orientado ao cidadão: fazer o que deve ser feito –
efetividade, cidadania, equidade, Accountability.
3

1 - Gerencialismo puro (Managerialism)


• Fazer mais com menos
‒Foco no aumento da eficiência
‒Redução de custos
‒Melhoria da qualidade do gasto público
‒Evitar o desperdício
‒Aumentar a produtividade
• Cidadão = taxpayer = contribuinte = financiador

www.acasadoconcurseiro.com.br 1203
2 - Consumerismo
• Fazer melhor - melhoria da qualidade dos serviços
‒Uso de estratégia – análise de stakeholders
‒Descentralização administrativa e competição entre
organizações
‒Paradigma do Consumidor - dar ao cidadão atendimento
semelhante ao que ele teria como cliente em uma empresa
privada – visão liberal
‒Cidadão = cliente, consumidor, usuário dos serviços

Críticas ao modelo de Consumidor


• Relação cliente-fornecedor
‒Mais simples
‒Mais opções ao cliente (concorrência)
‒Tratamentos diferenciados
X
• Relação Cidadão-Servidor
• Mais complexa
• Monopólio estatal
• Serviços compulsórios
• Equidade no tratamento
6

1204 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Críticas ao modelo de Consumidor


• Conceito de consumidor deve ser substituído
pelo de cidadão!
‒Termo mais amplo
‒Cidadania implica direitos e deveres
‒Participação ativa na elaboração das políticas e na
avaliação dos serviços públicos
‒Accountability

3 - Serviço orientado ao cidadão


• Public Service Orientation
‒Fazer o que deve ser feito
‒Acrescenta conceitos ignorados até então pela visão
gerencial: accountability, transparência, participação política,
equidade e justiça.
‒Cidadão é cidadão - mais que um consumidor, titular da coisa
pública

www.acasadoconcurseiro.com.br 1205
Nova Gestão Pública
• Objetivo da Nova Gestão Pública
‒modernizar o aparelho do Estado, tornando a
administração pública mais eficiente, eficaz e efetiva e
mais voltada para o cidadão, buscando maior
governança, controle por resultados e accountability.

‒Estado ganha dinamismo e reduz seu papel de executor


ou prestador direto de serviços, mantendo-se,
entretanto, no papel de regulador, provedor ou
promotor.
9

Nova Gestão Pública


• Eficiência
• Eficácia
• Efetividade
• Governança
• Governabilidade
• Accountability
• Horizontal
• Vertical: Societal e Eleitoral
10

1206 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Governança
• Pilares: participação cidadã, transparência e medição de
resultados.
‒Participação de diversos atores (estado, terceiro setor,
mercado etc.) no desenvolvimento, na gestão de políticas
públicas e no provimento de serviços.
‒Amplia de forma sistemática as oportunidades individuais,
institucionais e regionais;
‒Promove a adoção de modelos de gestão pós ou
neoburocráticos: redes, modelos de gestão orgânicos,
mecanismos amplos de accountability, controle e
permeabilidade.
11

Governança
• É um processo complexo de tomada de decisão
que antecipa e ultrapassa o governo.

• Quatro princípios:
‒ relações éticas;
‒ conformidade, em todas as suas dimensões;
‒ transparência;
‒ prestação responsável de contas – accountability

12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1207
Nova Gestão Pública
• Prof. Dr. Humberto Falcão Martins:
a) caráter estratégico ou orientado por resultado das decisões;
b) descentralização;
c) flexibilidade;
d) desempenho crescente e pagamento por produtividade;
e) competitividade interna e externa;
f) direcionamento estratégico;
g) transparência e cobrança de resultados (accountability);
h) padrões diferenciados de delegação decisória;
i) separação da política de sua gestão;
j) desenvolvimento de habilidades gerenciais;
k) terceirização;
l) limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego;
m) estruturas diferenciadas.
13

Nova Gestão Pública

1208 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Nova Gestão Pública


• Princípios:
‒Reorientação dos mecanismos de controle
‒Foco na racionalização de recursos
‒Focalização da ação do Estado no cidadão
‒Flexibilidade administrativa
‒Controle social – participação cidadã
‒Valorização dos servidores
‒Transparência

15

Gestão Burocrática X Gerencial


Características Gestão pública burocrática Gestão pública gerencial
Modelo de gestão Rígido e ineficiente Flexível e eficiente
Formalismo, desconfiança e rigor
Ideologia Maior confiança e flexibilidade de gestão
técnico
Rigidez nos procedimentos, excesso
Atributos Maior autonomia e responsabilidade
de normas e regulamentos
Foco Poder do Estado Cidadão / sociedade
Ênfase Processos / procedimentos Resultados
Indicadores Produção Efetividade, eficácia e eficiência
Decisão Centralizada, autoritária Descentralizada, com delegação de poderes
Valorização do servidor, investindo em
Servidor público Estabilidade
capacitação
Controle
“A priori” nos processos “A posteriori” nos resultados
administrativo
Racionalidade absoluta para ser Campo de conflitos, cooperação e
Sociedade/ambiente
impessoal incertezas
16
Papel do Estado Executor Regulador, provedor ou promotor

www.acasadoconcurseiro.com.br 1209
Administração
Aula XX

EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL

Empreender significa fazer acontecer. É planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos


disponíveis da melhor maneira, de forma a alcançar os resultados da organização.
O empreendedorismo governamental ocorre quando os gestores públicos aproveitam os
recursos disponíveis de formas novas e melhores (planejamento, tecnologia, etc.), buscando a
satisfação e o benefício dos cidadãos.
O conceito de empreendedorismo governamental surgiu com o livro Reinventando o Governo
– como o espírito empreendedor está transformando o setor público, de Osborne e Gaebler.
O contexto (anos 80 nos EUA) era de grande descrença da população nas capacidades da
Administração Pública de suprir as necessidades da sociedade relativas aos bens públicos e de
vencer os desafios que apareciam.
Osborne e Gaebler se basearam em estudos de caso de órgãos e setores governamentais que
estavam buscando superar o modelo burocrático então em voga. Mostraram que o governo
americano estava longe de oferecer eficiência, pois ainda centralizava muitas operações que já
poderiam estar nas mãos da comunidade. Em função disso, os autores descreveram o governo
empreendedor como um estilo pragmático de gestão pública. Segundo eles, na ânsia de
combater os desvios do patrimonialismo, foram criadas tantas amarras para o gestor público
que se tornou cada vez mais difícil fornecer serviços eficientes e de qualidade para a população.
A burocracia criava problemas na gestão dos serviços públicos, pois tornava a máquina estatal
lenta, ineficiente e pouco responsiva às necessidades e opiniões de seus “clientes”.
O governo empreendedor caracteriza-se, diferentemente da burocracia, como um governo que
pertence à comunidade, dando responsabilidade ao cidadão em vez de servi-lo, e visa atender
aos cidadãos (no papel de clientes) e não aos interesses da burocracia.
O governo empreendedor não pretende controlar a economia, possuir empresas ou concentrar-
se no “fazer” em ampla escala, mas sim estimular a ação e a parceria com a sociedade. Ao
contrário do controle burocrático (voltado para o processo e não para os resultados), o controle
do governo empreendedor está orientado por missões, metas e objetivos.
Osborne e Gaebler não pregavam o desaparecimento do estado, e sim a substituição de um
governo extenso e impotente por um governo que é forte porque se limita a decidir e a dirigir
(administrar), deixando o ‘fazer’ para outros agentes. Por estar focada nos resultados que
melhor respondam às demandas dos cidadãos como clientes, a gestão pública empreendedora
é baseada em avaliações contínuas da sociedade para ajustar suas estratégias, planos e metas,
bem como sua ação implementadora.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1211
Os autores sugerem dez princípios que poderiam servir de base para um novo modelo de
governo, o empreendedor:

1. Governo catalisador – “navegando e não remando”, pois não compete a ele, sozinho,
assumir o papel de executor, de implementador de políticas públicas. O governo deve ser
o indutor da sociedade, o regulador, harmonizando a ação de diferentes agentes sociais na
solução de problemas coletivos.

2. Governo que pertence à comunidade - abrir-se à participação dos cidadãos no momento


da tomada de decisão; dar poder ao cidadão, ao invés de servi‐lo, pois as comunidades
locais são mais flexíveis e vivenciam mais de perto os seus diversos problemas. Cabe ao
governo apenas a responsabilidade final de que estes serviços sejam prestados.

3. Governo competitivo - criar mecanismos de competição dentro das organizações públicas e


entre organizações públicas e privadas. Quebrando o monopólio da prestação dos serviços
públicos, criar-se-ia necessidade de aprimoramento, aumento da eficiência, inovação e
melhoria da qualidade dos serviços prestados.

4. Governo orientado por missões - deixar de lado a orientação por normas e migrar a atenção
na direção da sua verdadeira missão. A administração burocrática leva à desmotivação,
pois define de antemão o que e como se deve fazer cada trabalho. Dando mais liberdade e
flexibilidade, pode-se utilizar a criatividade e o poder de inovação para alcançar os objetivos
e cumprir a missão da organização de forma mais efetiva.

5. Governo de resultados - substituir o foco no controle dos inputs para o controle dos
outputs e dos impactos de suas ações (preocupação com resultados, e não com recursos).
Como os governos não sabem medir resultados, remuneram por outros critérios (tempo de
serviço, volume de recursos, quantidade de subordinados etc), de modo que os servidores
não buscam atingir resultados melhores, mas crescer sua esfera de poder e manter seus
cargos. Ex: um hospital deveria ser remunerado não pelo número de atendimentos, mas
pela redução do número de casos de doença em sua localidade.

6. Governo orientado ao cliente: cidadão deve ser a razão da existência dos órgãos e entidades
públicos; criar mecanismos para atender às necessidades dos clientes, e não da burocracia.
Os órgãos públicos não recebem seus recursos diretamente dos seus clientes (cidadãos)
e sim do Legislativo/Executivo, então muitas vezes há maior preocupação em agradar ao
fomentador do que em atender e saber as necessidades dos cidadãos.

7. Governo empreendedor - fazer estratégias de modo a gerar receitas e não despesas.


Ampliar prestação de serviços e considerar os gastos sob uma perspectiva de investimento,
ou seja, considerando o benefício futuro de cada despesa.

8. Governo preventivo – proatividade e planejamento como forma de evitar problemas -


prevenção ao invés da cura. Concentrar-se nas causas dos problemas ao invés de tratar os
sintomas.

1212 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Empreendedorismo Governamental – Prof. Rafael Ravazolo

9. Governo descentralizado – envolver os funcionários nos processos deliberativos,


aproveitando seus conhecimentos e capacidade inovadora, elevando a flexibilidade, a
eficiência e o comprometimento dos servidores envolvidos.

10. Governo Orientado para o Mercado – induzir mudanças através do mercado, estabelecendo
regras, fornecendo informações aos consumidores, criando ou aumentando a demanda,
catalisando os fornecedores do setor privado, criando instituições que atuem no mercado
para preencher vazios, mudando a política de investimentos públicos etc.
Outros fatores de destaque são:
•• Realização de parcerias intragovernamentais, com ONGs e com a iniciativa privada, visando
a vantagens para o setor público, tais como ampliação do acesso aos clientes, à tecnologia
e ao capital, diminuição de risco e uso de infraestruturas compartilhadas.
•• Mudança do estilo de liderança, de controlador de resultados para motivador, facilitador.
•• Preocupação com o cliente - os aspectos ambiental, interpessoal, procedimental e
financeiro merecem atenção especial quando do contato com o cliente;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1213
Slides - Empreendedorismo Governamental

Empreendedorismo Governamental
• Surgimento:
‒ Livro “Reinventando o Governo – como o espírito empreendedor
está transformando o setor público” - Osborne e Gaebler
• Contexto:
‒Anos 80 nos EUA – gerencialismo X burocracia
‒Descrença da população na Adm. Pública
‒Estudos sobre eficiência do Estado
• Diagnóstico:
‒Excesso de amarras para o gestor público
‒Difícil fornecer serviços eficientes e de qualidade para a
população
‒Máquina estatal centralizadora, lenta, ineficiente e pouco
responsiva às necessidades e opiniões de seus “clientes”.
1

Empreendedorismo Governamental
• Necessidade de um governo empreendedor: um estilo
pragmático de gestão pública.
‒Empreender = fazer acontecer
o No governo: aproveitar recursos da melhor forma possível
o Descentralizar ações: gerenciar em vez de executar
o Controlar resultados, não os processos

‒10 Princípios para o novo modelo

1214 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Empreendedorismo Governamental – Prof. Rafael Ravazolo

Empreendedorismo Governamental
• Governo catalisador – “navegando e não remando”
• Governo que pertence à comunidade - dar poder ao
cidadão, em vez de servi‐lo
• Governo competitivo – quebrar monopólio -criar
mecanismos de competição dentro das organizações
públicas e entre organizações públicas e privadas
• Governo orientado por missões - deixar de lado a
orientação por normas e migrar a atenção na direção da
sua verdadeira missão – dar liberdade de ação para as
pessoas.
3

Empreendedorismo Governamental

• Governo de resultados - substituir o foco no controle


dos inputs para o controle dos outputs e dos impactos
de suas ações. Criar novos indicadores e remunerar pelo
resultado e não pela ação.
• Governo orientado ao cliente: criar mecanismos para
atender às necessidades dos clientes, e não da
burocracia.
• Governo empreendedor - fazer estratégias de modo a
gerar receitas e não despesas.
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1215
Empreendedorismo Governamental
• Governo preventivo – proatividade e planejamento para
evitar problemas - prevenção ao invés da cura.
Concentrar-se nas causas dos problemas ao invés de
tratar os sintomas.
• Governo descentralizado – envolver os funcionários nos
processos deliberativos.
• Governo Orientado para o Mercado – induzir mudanças
através do mercado, estabelecendo regras e políticas.

Empreendedorismo Governamental
• Outros fatores de destaque:
‒Realização de parcerias intragovernamentais, visando a
vantagens - ampliação do acesso aos clientes, à tecnologia e
ao capital, diminuição de risco, uso de infraestruturas
compartilhadas etc.
‒Mudança do estilo de liderança - de controlador de
resultados para motivador, facilitador.
‒Preocupação na interface com o cliente - os aspectos
ambiental, interpessoal, procedimental e financeiro merecem
atenção especial quando do contato com o cliente;

1216 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

EXCELÊNCIA NO SERVIÇO PÚBLICO

Na administração tradicional (burocrática) o paradigma principal é “o processo de trabalho


burocratizado, de acordo com a norma”. A pergunta que orienta as ações do servidor é: “o que
faço e considero ser bom está de acordo com as normas?”
Na administração gerencial, com enfoque na Qualidade, o paradigma é “o cliente”, sendo este o
usuário de um serviço ou um cidadão. O servidor deve se perguntar: “o que faço é considerado
bom pelo meu cliente?” Esse é o contexto da busca pela excelência nos serviços públicos.
Melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão e, ao mesmo tempo, tornar o
cidadão mais exigente em relação aos serviços públicos a que tem direito é o grande desafio
da administração pública. Para isso, ações de implantação da Qualidade se desenvolvem,
principalmente, no espaço em que a organização pública se relaciona diretamente com o
cidadão, seja na condição de prestadora de serviço, seja na condição de executora da ação que
lhe cabe.
Na área da administração pública, a preocupação com a qualidade está relacionada com
a questão de cidadania. A função da administração pública é prover a sociedade dos bens
e serviços de que necessita. Os cidadãos, que mantêm a máquina do governo através do
pagamento de impostos, taxas e contribuições, esperam, em contrapartida, receber serviços
públicos de qualidade equivalente à contribuição feita.
A adoção dessa nova filosofia pressupõe um esforço significativo de mudança nos padrões
culturais vigentes na administração pública, de forma a viabilizar a introdução de práticas
de trabalho mais eficientes e de modelos de gestão mais democráticos no serviço público.
Tal esforço de mudança deverá ser alicerçado numa visão sistêmica (global) da organização,
privilegiando, igualmente, tanto a modernização de métodos e processos de trabalho como o
desenvolvimento das pessoas.
A adoção da Qualidade como instrumento de modernização da administração pública leva em
conta duas dimensões: a dimensão formal – que se refere à competência para aplicar e produzir
métodos, técnicas e ferramentas – e a dimensão política – que se refere à competência para
projetar e realizar ações públicas que atendam às necessidades dos cidadãos.
O fator de coerência de todo o movimento da Qualidade está na decisão estratégica de orientar
todas as ações tendo como foco o cidadão (cliente) enquanto destinatário dos serviços públicos
e da ação do Estado e, por isso, merecedor dos melhores resultados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1217
Breve Histórico Brasileiro

Desde a abertura de mercado na década de 90, o Brasil buscou métodos que preparassem e
atualizassem as empresas e o serviço público com relação à qualidade e à produtividade.

Foi criado em 1990 o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade – PBQP, que gerou
o Subcomitê da Administração Pública, o embrião dos Programas de Qualidade no Serviço
Público.
Em 1996, com a Reforma Gerencial do Estado, foi criado o Programa Qualidade e Participação
na Administração Pública - QPAP, ainda com foco nas ferramentas para a gestão, e teve início um
discurso voltado para a qualidade como instrumento de modernização do aparelho do Estado.
Em 1999 foi criado o Programa da Qualidade no Serviço Público - PQSP, agregando a experiência
dos programas anteriores e o foco no atendimento ao cidadão, com pesquisa de satisfação
dos usuários dos serviços públicos, o lançamento de Padrões de Atendimento ao Cidadão e a
implementação de unidades de atendimento integrado, os SACs – Serviços de Atendimento ao
Cidadão.
Em 2005 o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização
- GESPÚBLICA, unificando o Programa da Qualidade com o Programa Nacional de
Desburocratização.
O GesPública é, em síntese, um programa cujo propósito é contribuir para a qualidade dos
serviços e para a geração de ganhos sociais. Os centros práticos da ação do GesPública são
os órgãos e entidades públicos, as políticas públicas - governos e a administração pública do
Estado.

Programa Nacional da Gestão Pública e Desburocratização


Por meio do Decreto 5.378/05, o governo federal criou o Programa Nacional da Gestão Pública
e Desburocratização – GesPública.
É um programa de qualidade específico para organizações públicas dos três poderes, da
administração direta e indireta, nos três níveis da federação.

1218 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

O programa tem o foco no cidadão e é voltado para a melhoria da qualidade dos serviços
públicos, o aumento da competitividade do país, a melhoria contínua da gestão e o rumo da
excelência.
Visto como uma política pública, o GesPública é baseado no Modelo de Excelência de Gestão
Pública e tem como principais características o fato de ser:
•• Essencialmente público – a gestão de órgãos e entidades públicos pode e deve ser
excelente, pode e deve ser comparada com padrões internacionais de qualidade em gestão,
mas não pode nem deve deixar de ser pública. Deve ser orientado ao cidadão e respeitar os
princípios constitucionais;
•• Contemporâneo – alinhado ao estado-da-arte da gestão, buscando melhorias e
atualizações;
•• Focado em resultados para a sociedade/cidadãos – o atendimento total ou parcial das
demandas da sociedade, traduzidas pelos governos em políticas públicas, com impactos na
melhoria da qualidade de vida e na geração do bem comum;
•• Federativo – aplicado a toda a administração pública, todos os poderes e esferas do
governo.

O artigo 2º do Decreto 5.378 preconiza:


O GESPÚBLICA deverá contemplar a formulação e implementação de medidas integradas em
agenda de transformações da gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no
plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do
cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem:
I – eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências
constitucionais do Poder Executivo Federal;
II – promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e
avaliação das políticas públicas;
III – promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos
resultados da ação pública;
IV – assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre
meios, ações, impactos e resultados; e
V – promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética.
Outros artigos relevantes do Decreto 5.378 são:
Art. 4º – Os critérios para avaliação da gestão de que trata este Decreto serão estabelecidos em
consonância com o modelo de excelência em gestão pública.
Art. 5º – A participação dos órgãos e entidades da administração pública no GESPÚBLICA dar-se-á
mediante adesão ou convocação.
§ 1º Considera-se adesão para os efeitos deste Decreto o engajamento voluntário do órgão ou
entidade da administração pública no alcance da finalidade do GESPÚBLICA, que, por meio da
auto-avaliação contínua, obtenha validação dos resultados da sua gestão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1219
§ 2º Considera-se convocação a assinatura por órgão ou entidade da administração pública
direta, autárquica ou fundacional, em decorrência da legislação aplicável, de contrato de gestão
ou desempenho, ou o engajamento no GESPÚBLICA, por solicitação do Ministro de Estado do
Planejamento, Orçamento e Gestão, em decorrência do exercício de competências vinculadas a
programas prioritários, definidos pelo Presidente da República.
Art. 6º – Poderão participar, voluntariamente, das ações do GESPÚBLICA pessoas e organizações,
públicas ou privadas.
Parágrafo único. A atuação voluntária das pessoas é considerada serviço público relevante,
não remunerado.
De forma geral, há três objetivos básicos que se espera alcançar com o Programa:

1. Facilitar e ampliar o acesso da população aos serviços públicos.

2. Estimular a participação dos cidadãos no monitoramento do setor público.

3. Promover a melhoria da qualidade do atendimento prestado pelo setor público.


Visando facilitar a disseminação dos conceitos de tecnologia de gestão e promover o uso do
modelo junto aos órgãos públicos, o programa apresenta três áreas de atuação que, juntas,
promovem apoio às organizações para buscarem a melhoria contínua:
•• Autoavaliação da gestão: os órgãos ou entidades públicas avaliam suas práticas de gestão e
o comparam ao Modelo de Excelência.
•• Gestão do atendimento: ações para que os órgãos possam melhor se preparar para o
atendimento ao cidadão. Está fortemente voltada para a divulgação de Cartas de Serviços
ao Cidadão e do Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação (IPPS). Esta área tem a nobre
incumbência de influenciar os órgãos a perceberem que o mais importante é atender as
expectativas e necessidades dos cidadãos.
•• Desburocratização: melhoria dos processos, simplificação de procedimentos e rotinas e
a busca pela desregulamentação, visando a garantir maior velocidade à máquina estatal,
condizente com as expectativas da sociedade.

Modelo de Excelência de Gestão Pública


Um Modelo de Excelência em Gestão (MEG) está baseado
em um conjunto de fundamentos já comprovados e
reunidos pela teoria da administração, extraídos da
prática de organizações líderes de classe mundial (as
“melhores práticas”). Reflete, portanto, a experiência,
o conhecimento e o trabalho de pesquisa de diversas
organizações e especialistas do Brasil e do Exterior.
Ao lado, o Modelo de Excelência em Gestão da Fundação
Nacional da Qualidade (FNQ), voltado, principalmente, às
organizações privadas.

1220 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

O MEG não é prescritivo quanto a ferramentas, estruturas ou formas de gerir o negócio. Como
todo modelo, sua relevância é inspirar, orientar e estimular as organizações a observarem
certos fundamentos para que alcancem ou certifiquem a excelência de sua gestão e atendam
às necessidades de seus stakeholders (partes interessadas).
Incentiva, ainda, o alinhamento, a integração e o compartilhamento em toda a organização,
para que ela atue com excelência e gere bons resultados.
No MEG, os chamados Fundamentos de Excelência são expressos por meio de ações gerenciais.
As organizações que realizam avaliações por meio do MEG devem evidenciar suas ações
(práticas de gestão) condizentes com os critérios de excelência. Isso possibilita a avaliação do
grau de maturidade da gestão, pontuando processos gerenciais e resultados organizacionais.
Como resultado final, a organização avança em direção à excelência da gestão e gera valor aos
clientes e acionistas, à sociedade e a outras partes interessadas, o que contribui para a sua
sustentabilidade e perenidade.
O Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP), por sua vez, foi concebido a partir da
premissa de que a administração pública tem que ser excelente sem deixar de considerar as
particularidades inerentes à sua natureza pública – ser excelente sem deixar de ser pública.
Dessa forma, o modelo faz referência a dois aspectos essenciais:
•• Técnico: fiel aos modelos internacionais.
•• Institucional: revestido de terminologia e de conceitos próprios da administração pública.
Por isso, no MEGP preconizado pelo GesPública os Critérios
(Dimensões) de Excelência têm como base os fundamentos
constitucionais e como pilares os fundamentos da excelência
em Gestão Pública (figura ao lado). Esses elementos, juntos,
representam a excelência em gestão pública no Brasil.

Fundamentos Constitucionais: Legalidade, Impessoalidade,


Moralidade, Publicidade, Eficiência, Orientação fundamental
à consecução dos objetivos da República Federativa do Brasil,
Princípio da Separação entre os Poderes, Princípio da centralidade dos direitos individuais e
sociais, Princípio da descentralização federativa, Princípio da participação social na governança
das instituições, Funcionamento em rede, Parceria com a sociedade civil.
Onze Fundamentos da Gestão Pública Contemporânea: Pensamento Sistêmico, Aprendizado
Organizacional, Cultura da Inovação, Liderança e Constância de Propósitos, Orientação por
processos e informações, Visão de Futuro, Geração de Valor, Comprometimento com as
pessoas, Foco no Cidadão e na Sociedade, Desenvolvimento de Parcerias, Gestão Participativa.
Oito Dimensões (Critérios): Governança, Estratégias e Planos, Público Alvo, Interesse Público e
Cidadania, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e, por fim, Resultados.
O modelo expressa o entendimento vigente sobre o “estado da arte” da gestão contemporânea,
representando um sistema de gestão que visa aumentar a eficiência, a eficácia e a efetividade
das ações executadas, sempre com foco em resultados e orientado para o cidadão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1221
Esse padrão de qualidade é internacional, alinhado com o modelo de excelência de gestão
utilizado pelos setores público e privado em mais de 60 países. Entre eles, destacam-se os
prêmios President's Quality Award (específico para organizações públicas) e Malcolm Baldrige
National Quality Award, dos Estados Unidos, assim como o Prêmio Nacional da Qualidade (da
Fundação Nacional da Qualidade) e o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).
Essa fidelidade a modelos nacionais e internacionais auxilia as organizações públicas que estão
em busca de transformação gerencial rumo à excelência da gestão. Também permite troca de
experiências e avaliações comparativas de desempenho entre organizações públicas brasileiras
e estrangeiras e com empresas e demais organizações do setor privado (apesar de não ser este
o objetivo do Modelo).

Fundamentos da Gestão Pública Contemporânea


Os fundamentos são conceitos que definem o entendimento contemporâneo de uma gestão
de excelência na administração pública e que, orientados pelos princípios constitucionais,
compõem a estrutura de sustentação do MEGP.
Esses fundamentos são as características e os valores praticados por organizações de sucesso,
por meio dos seus líderes e profissionais, em todos os níveis, e servem de referencial para o
desenvolvimento dos Critérios de Excelência.
Os onze pilares do MEGP são:

1. Pensamento sistêmico - entendimento das relações de interdependência entre os diversos


componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo,
com foco na sociedade.

2. Aprendizado organizacional - busca contínua e alcance de novos patamares de


conhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avaliação e
compartilhamento de informações e experiências.

3. Cultura da Inovação - promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação


e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial para a atuação da
organização.

4. Liderança e constância de propósitos - a liderança é o elemento promotor da gestão,


responsável pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melhoria
dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora
e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, a
promoção de relações de qualidade e a proteção do interesse público. É exercida pela alta
administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização.

5. Orientação por processos e informações - compreensão e segmentação do conjunto das.


atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas,
sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e
análise do desempenho, levando em consideração as informações disponíveis.

1222 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

6. Visão de Futuro - indica o rumo de uma organização e a constância de propósitos que a


mantém nesse rumo. Está diretamente relacionada à capacidade de estabelecer um estado
futuro desejado que garanta coerência ao processo decisório e que permita à organização
antecipar- se às necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, também,
a compreensão dos fatores externos que afetam a organização com o objetivo de gerenciar
seu impacto na sociedade.

7. Geração de Valor - alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento de valor


tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas.

8. Comprometimento com as pessoas - melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para


que as pessoas se realizem tanto profissionalmente quanto na vida pessoal, maximizando
seu desempenho por meio de oportunidades para o desenvolvimento de suas competências
e a prática do incentivo ao reconhecimento.

9. Foco no cidadão e na sociedade - direcionamento das ações públicas para atender, regular
e continuamente, as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na condição de sujeitos de
direitos, beneficiários dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de
Estado exercido pelos órgãos e entidades públicos.

10. Desenvolvimento de parcerias - desenvolvimento de atividades conjuntamente com


outras organizações com objetivos específicos comuns, buscando o pleno uso das suas
competências complementares para o desenvolvimento de sinergias.

11. Gestão participativa - estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta
administração que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo a
capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses individuais
e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho.

Dimensões
O Modelo de Excelência em Gestão Pública é constituído de oito elementos (dimensões)
integrados e interatuantes que colaboram para a construção de órgãos públicos de alto
desempenho. O inter-relacionamento desses elementos dá movimento e direção ao sistema
de gestão e produz uma sinergia que potencializa a capacidade de planejar, organizar, decidir,
executar e controlar a produção de resultados.
Os elementos do MEGP são, portanto, os oito quesitos que a organização deve atender com
práticas de gestão ou com resultados. Ele é geralmente representado em um sistema dividido
em 4 blocos relacionados, atuando como um Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act).
Confira a imagem a seguir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1223
Blocos (Ciclo PDCA)

1. O primeiro é o bloco do Planejamento, constituído pelas quatro primeiras dimensões do


Modelo: Governança, Estratégia e planos, Sociedade e Interesse público e Cidadania. Essas
partes movem a organização e lhe dão direcionalidade estratégica.

2. O segundo bloco representa a Execução (prática) do planejamento; é formado pelos


critérios Pessoas e Processos. Esses dois elementos representam o centro prático da ação
organizacional e transformam finalidade e objetivos em resultados.

3. O terceiro bloco, de Resultados, representa o Controle, pois apenas pelos resultados


produzidos pela organização é possível analisar a qualidade do sistema de gestão e o nível
de desempenho institucional.

4. O quarto bloco, de Informação e conhecimento, representa a inteligência da organização.


Este bloco dá ao órgão/entidade capacidade de corrigir, melhorar ou inovar suas práticas
de gestão e, consequentemente, seu desempenho.

Dimensões

1. Governança – pode ser entendida como o exercício de autoridade, controle, gerenciamento


e poder de governo. É a maneira pela qual o poder é exercido no gerenciamento dos
recursos econômicos, políticos e sociais para o desenvolvimento do país. Está, portanto,
relacionada à capacidade de implementação das políticas públicas, em seus aspectos
políticos, técnicos, financeiros e gerenciais. São aspectos de excelência institucional,
característicos da dimensão de governança, a formação e a gestão de líderes; a estruturação
do processo decisório de forma a favorecer a decisão célere, concertada e voltada para a
geração de valor social; e a prática institucional de monitoramento e avaliação sistemáticos
de seu desempenho, com base em indicadores, com vistas ao contínuo reposicionamento

1224 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

do órgão ou entidade e atualização da estratégia, a fim de melhor atender às demandas e


aos desafios internos e externos.

2. Estratégias e Planos – a estratégia deve atender aos objetivos e dispor de metas e planos
articulados para as unidades internas. Deve ser formulada a partir da prospecção dos
resultados institucionais que se espera alcançar, considerados os recursos internos e
externos; assim como os fatores intervenientes, especialmente aqueles que possam
representar riscos ou oportunidades ao desempenho organizacional.

3. Público Alvo – refere-se às práticas gerenciais direcionadas ao relacionamento do órgão/


entidade com a sociedade e abrange a imagem institucional, o conhecimento que a
sociedade tem do órgão ou entidade e a maneira como se relaciona com a sociedade e
induz sua participação.

4. Interesse Público e Cidadania – diz respeito à observância do interesse público e ao regime


administrativo e a participação e o controle social.

5. Informações e Conhecimento – examina a gestão das informações, incluindo a obtenção


de informações comparativas pertinentes. Também examina como a organização identifica,
desenvolve, mantém e protege os seus conhecimentos.

6. Pessoas – examina os sistemas de trabalho da organização, incluindo a organização do


trabalho, a estrutura de cargos, os processos relativos à seleção e contratação de pessoas,
assim como a gestão do desempenho de pessoas e equipes.

7. Processos – examina como a organização gerencia, analisa e melhora os processos


finalísticos e os processos de apoio.

8. Resultados – examina os resultados da organização, abrangendo os orçamentário-


financeiros, os relativos aos cidadãos-usuários, a sociedade, as pessoas, aos processos
finalísticos e processos de apoio, assim como os relativos ao suprimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1225
Slides - Excelência no Serviço Público

Excelência no Serviço Público


• Paradigmas:

‒Administração tradicional - o processo de trabalho


burocratizado, de acordo com a norma.

‒Administração de excelência - foco na Qualidade, no “Cliente”.


• Decisão estratégica de orientar as ações com
foco no cidadão e nos resultados.
o Dimensão formal – técnicas e métodos
o Dimensão Política – interesse em atender à sociedade

Qualidade no Serviço Público


• Histórico brasileiro:

1990 1996 1999 2005


Subprograma da Programa Programa da Programa Nacional
Qualidade e da Qualidade e Qualidade no de Gestão Pública e
Produtividade na Participação na Serviço Público - Desburocratização -
Administração Administração PQSP GESPÚBLICA
Pública Pública - QPAP
Qualidade do Gestão por
Gestão de Gestão e atendimento ao resultados orientada
Processos Resultados cidadão ao cidadão

1226 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

GesPública – Decreto 5.378/2005

Programa voltado para a melhoria da qualidade dos serviços


públicos, o aumento da competitividade do país, a melhoria
contínua da gestão e o rumo da excelência.

• Características:
‒Essencialmente público
‒Federativo
‒Contemporâneo
‒Focado no cidadão e nos resultados para a sociedade

GesPública – Decreto 5.378/2005


• Art. 2º - Objetivos:
‒I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento
das competências constitucionais do Poder Executivo Federal;
‒II - promover a governança, aumentando a capacidade de
formulação, implementação e avaliação as políticas públicas;
‒III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento
dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública;
‒IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental,
promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e
resultados; e
‒V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e
ética.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1227
GesPública – Decreto 5.378/2005
• Art. 4º - Critérios para avaliação da gestão em consonância com
o MEGP.
• Art. 5º - Participação dos órgãos e entidades mediante adesão
ou convocação.
‒§ 1º Adesão = engajamento voluntário por meio da validação da
autoavaliação.
‒§ 2º Convocação = assinatura por órgão ou entidade da
administração pública direta, autárquica ou fundacional, em
decorrência da legislação aplicável, de contrato de gestão ou
desempenho, ou o engajamento por solicitação do MPOG.
• Art. 6º - Participação voluntária de pessoas e de organizações,
públicas ou privadas.

GesPública – Objetivos do Programa


• Três objetivos básicos:
‒Facilitar e ampliar o acesso da população aos serviços públicos.
‒Estimular a participação dos cidadãos no monitoramento do
setor público.
‒Promover a melhoria da qualidade do atendimento prestado pelo
setor público.

• Três áreas de atuação:


‒Autoavaliação da gestão
‒Gestão do atendimento - Cartas de Serviços ao Cidadão e
Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação (IPPS).
‒Desburocratização: melhoria dos processos, simplificação de
procedimentos e rotinas e a busca pela desregulamentação

1228 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

Modelo de Excelência em Gestão - MEG


• Baseado em um conjunto de
fundamentos já comprovados e
reunidos pela teoria da
administração, extraídos da
prática de organizações líderes
de classe mundial.
• Não é prescritivo - busca
inspirar, orientar e estimular as
organizações a observarem
seus fundamentos para que
alcancem a excelência e
atendam aos stakeholders.

Modelo de Excelência em Gestão Pública


• Administração Pública tem que ser
excelente sem deixar de ser pública.
• Dois aspectos: Dimensões de Excelência
‒ Técnico: fiel a modelos
internacionais;
‒ Institucional: pertence à G.P.
11
• Expressa o entendimento vigente
sobre o “estado da arte” da gestão Fundamentos
pública contemporânea.
‒ Alinhado com o modelo
utilizado pelos setores público e
privado em mais de 60 países.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1229
Excelência na Gestão Pública
• Onze Fundamentos
1. Pensamento Sistêmico
2. Aprendizado Organizacional
3. Cultura da Inovação
4. Liderança e Constância de Propósitos
5. Orientação por Processos e Informações
6. Visão de Futuro
7. Geração de Valor
8. Comprometimento com as Pessoas
9. Foco no Cidadão e na Sociedade
10.Desenvolvimento de Parcerias
11.Gestão Participativa

• Modelo Referencial
de Gestão Pública

‒4 Blocos (PDCA)

1230 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

Blocos do MEGP

Blocos do MEGP

www.acasadoconcurseiro.com.br 1231
Blocos do MEGP

Dimensões

1. Governança – é o exercício de autoridade, controle,


gerenciamento e poder de governo.
- capacidade de implementação das políticas públicas, em
seus aspectos políticos, técnicos, financeiros e gerenciais.
- gerenciamento dos recursos econômicos, políticos e sociais
para o desenvolvimento do país.
- formação e gestão de líderes;
- estruturação do processo decisório;
- monitoramento e avaliação de desempenho.

1232 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Excelência no Serviço Público – Prof. Rafael Ravazolo

Dimensões
2. Estratégias e Planos - a estratégia deve atender aos
objetivos e dispor de metas e planos articulados para as
unidades internas.
3. Público Alvo – práticas gerenciais direcionadas ao
relacionamento do órgão/entidade com a sociedade.
- abrange: imagem institucional, conhecimento que a
sociedade tem do órgão, a maneira como se relaciona com a
sociedade e induz sua participação.
4. Interesse Público e Cidadania - observância do
interesse público; observância do regime administrativo;
participação e controle social.

Dimensões
5. Informações e Conhecimento - examina a gestão das
informações - como a organização identifica, desenvolve,
mantém e protege os seus conhecimentos.
6. Pessoas – como organiza o trabalho, a estrutura de
cargos, os processos relativos à seleção e contratação, a
gestão do desempenho de pessoas e equipes.
7. Processos - como a organização gerencia, analisa e
melhora os processos finalísticos e de apoio.
8. Resultados – relativos a orçamento-finanças, cidadãos-
usuários, sociedade, pessoas, processos finalísticos e de
apoio, ao suprimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1233
Administração Pública

1. ABORDAGEM HUMANÍSTICA

O tema central da escola das relações humanas no trabalho é o comportamento coletivo nas
organizações, ou seja, o entendimento das pessoas como integrantes de grupos de trabalho.
Segundo Chiavenato, a Teoria das Relações Humanas tem suas origens na necessidade de hu-
manizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da
Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida; no desenvolvimento das Ciências
Humanas, principalmente a psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas
primeiras aplicações à indústria; nas conclusões da Experiência de Hawthorne.
A Abordagem Humanística transfere o foco da gestão, antes colocado nas tarefas (pela Administra-
ção Científica) e na estrutura organizacional (pela Teoria Clássica), para a ênfase nas pessoas que
trabalham nas organizações. Em outras palavras, a Abordagem Humanística faz com que a preocu-
pação com a máquina, com o método de trabalho, com a organização formal e com os princípios de
Administração cedam espaço para a preocupação com as pessoas e com os grupos sociais, ou seja,
faz uma transição dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos.

A Teoria das Relações Humanas (ou Escola Humanística da Administração) surgiu nos Estados
Unidos, como consequência das conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por
Elton Mayo e colaboradores.
O experimento foi realizado no período de 1927 a 1933 e fez parte de um programa mais amplo,
orientado pelo professor Elton Mayo, de Harvard, e que durou até 1947. Esse experimento fez nascer
a chamada escola de relações humanas porque demonstrou que, entre os fatores mais importantes
para o desempenho individual, estão as relações com os colegas e com os administradores. O
experimento de Hawthorne, portanto, revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos
indivíduos e deu a partida nos estudos sistemáticos sobre a organização informal.
Em 1927, foi iniciada uma experiência na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company,
situada em Chicago, para avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários,
medida por meio da produção. Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência
eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica e, na tentativa de compreender melhor
esse fenômeno, ampliaram a pesquisa mais alguns anos (ao todo 4 fases).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1235
Fase 1:
•• Objetivo: conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários.
•• Método: foram escolhidos dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho e em
condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sob intensidade de luz variável,
enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante.
•• Conclusão: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas. Eles reagiam de acordo
com suas suposições pessoais, ou seja, eles se julgavam na obrigação de produzir mais quando a
intensidade de iluminação aumentava e produzir menos quando a iluminação diminuía.

Fase 2:
•• Objetivo: determinar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho (períodos de
descanso, lanches, redução no horário de trabalho, etc.) na produtividade.
•• Método: foi criado um grupo de observação (grupo de testes) com seis moças que traba-
lhavam na montagem de um certo tipo de peça. A sala do grupo de observação era separa-
da do restante do departamento por uma divisão de madeira. Essa fase foi dividida em dife-
rentes períodos de teste, cada um com alterações (para melhor ou para pior) no ambiente
ou nos métodos de trabalho das operárias.
•• Conclusão: a produção aumentou seguidamente de um período para o outro, mesmo
quando o ambiente era piorado. As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque
era divertido e a supervisão branda (o supervisor funcionava como orientador); havia um
ambiente amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida; houve desenvolvi-
mento social do grupo (amizades); o grupo desenvolveu objetivos comuns (como o de au-
mentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado a trabalhar normalmente).

Fase 3:
•• Objetivo: os pesquisadores se afastaram do objetivo inicial de verificar as condições físicas
de trabalho e passaram a se fixar no estudo das relações humanas no trabalho.
•• Método: programa de entrevistas com os empregados para conhecer suas atitudes e senti-
mentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e ao tratamento que recebiam, bem como
ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores.
•• Conclusão: revelou a existência de uma organização informal dos operários a fim de se pro-
tegerem contra as ameaças da administração (gerência e supervisão formal). Os operários
se mantêm unidos por meio de laços de lealdade – quando o operário pretende também
ser leal à empresa, essa lealdade dividida entre o grupo e a companhia traz conflito, ten-
são, inquietação e descontentamento; o nível de produção é estabelecido pelo grupo; o
grupo estabelece punições sociais; há liderança informal de alguns operários.

1236 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Abordagem Humanística – Prof. Rafael Ravazolo

Fase 4:
•• Objetivo: analisar a organização informal dos operários.
•• Método: foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com
condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador ficava dentro da sala
e um entrevistador do lado de fora entrevistava o grupo.
•• Conclusão: operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e
solidariedade grupal.

A Experiência de Hawthorne proporcionou o delineamento dos princípios básicos da Escola das


Relações Humanas. Segundo Chiavenato, suas conclusões são as seguintes:

a) O nível de produção é resultante da integração social: o nível de produção não é determi-


nado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica),
mas por normas sociais e expectativas grupais.
b) Comportamento social dos empregados: trabalhadores não agem ou reagem isoladamente
como indivíduos, mas como membros de grupos.
c) Recompensas e sanções sociais: operários que produzem acima ou abaixo da quantidade
socialmente determinada perdem o respeito e a consideração. Os operários preferem pro-
duzir menos – e ganhar menos – a colocar em risco suas relações amistosas com os colegas.
d) Grupos informais: a empresa passou a ser visualizada como uma organização social com-
posta de grupos sociais informais (com crenças, atitudes, expectativas, motivações, etc.),
cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa.
e) Relações humanas: são as ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre
pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi
no comportamento e nas atitudes das outras com quem mantém contatos e é, por outro
lado, igualmente influenciada pelas outras.
f) Importância do conteúdo do cargo: trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e
maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e
eficiência.
g) Ênfase nos aspectos emocionais: elementos emocionais não planejados e irracionais do
comportamento humano merecem atenção.

Segundo Maximiano, as principais conclusões de Elton Mayo foram:


•• Efeito Hawthorne:
•• A qualidade do tratamento dispensado pela gerência aos trabalhadores influencia for-
temente seu desempenho.
•• Bom tratamento por parte da administração, reforçando o sentido de grupo, produz
bom desempenho.
•• O efeito positivo do tratamento da administração sobre o desempenho humano ficou
conhecido como Efeito Hawthorne, por causa do nome do experimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1237
•• Lealdade ao grupo:

•• O sistema social formado pelos grupos determina o resultado do indivíduo, que pode
ser mais leal ao grupo do que à administração.
•• Alguns grupos não atingem os níveis de produção esperados pela administração, por-
que há entre seus membros uma espécie de acordo que define uma quantidade “cor-
reta”, que é menor, a ser produzida.
•• O Efeito Hawthorne não funciona em todos os casos.
•• Esforço coletivo:

•• Por causa da influência do sistema social sobre o desempenho individual, a


administração deve entender o comportamento dos grupos e fortalecer as relações
com os grupos, em vez de tratar os indivíduos como seres isolados.
•• A responsabilidade da administração é desenvolver as bases para o trabalho em equi-
pe, o autogoverno e a cooperação.
•• Conceito de autoridade:

•• O supervisor de primeira linha deve ser não um controlador, mas um intermediário en-
tre a administração superior e os grupos de trabalho.
•• O conceito de autoridade deve basear-se não na coerção, mas na cooperação e na
coordenação.

1238 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Abordagem Humanística – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Abordagem Humanística

Abordagem Humanística
• Escola das Relações Humanas no trabalho:
‒Foco = comportamento coletivo nas organizações;
pessoas como integrantes de grupos de trabalho.
• Chiavenato:
‒ “Teoria das Relações Humanas tem suas origens na necessidade de
humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos
rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos
padrões de vida.”
‒ Contexto: desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a
psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas
primeiras aplicações à indústria; conclusões da Experiência de
Hawthorne.

Abordagem Humanística
Abordagem Clássica Abordagem Humanística

• Administração Científica e • Teoria da Relações Humanas


Teoria Clássica • Pessoas, grupos sociais
• Máquinas, métodos, (equipes), relacionamentos,
organização formal, princípios aspectos psicológicos e
de Administração sociológicos.
• Homo Economicous • Homem social
(materialista)

• Experimento de Hawthorne:
‒ Realizado entre 1927 a 1933, na Western Electric Company em Chicago,
orientado pelo professor Elton Mayo.
‒ Revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos e
deu a partida para os estudos sistemáticos sobre a organização informal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1239
Hawthorne:  4  fases  
• Fase  1:  iluminação  X  produ:vidade.  
‒ a  eficiência  dos  operários  é  afetada  por  condições  psicológicas.  

• Fase  2:  outras  mudanças  no  ambiente  X  produ:vidade.  


‒ a  produção  aumentou  seguidamente.  

• Fase  3:  entrevistas.  


‒ existência  de  uma  organização  informal  dos  operários.  

• Fase  4:  análise  da  organização  informal.  


‒ Observador  e  entrevistador  verificaram  que  os  operários  passaram  a  
apresentar  certa  uniformidade  de  sen:mentos  e  solidariedade  grupal.  

Hawthorne: conclusões
• Chiavenato:
‒ O nível de produção é resultante da integração social; Comportamento social dos
empregados; Recompensas e sanções sociais; Grupos informais; Relações
humanas; Importância do conteúdo do cargo; Ênfase nos aspectos emocionais.
• Maximiano:
‒ Efeito Hawthorne: efeito positivo do tratamento da administração sobre o
desempenho humano.
‒ Lealdade ao grupo: o sistema social formado pelos grupos determina o resultado
do indivíduo, que pode ser mais leal ao grupo do que à administração.
‒ Esforço coletivo: por causa da influência do sistema social sobre o desempenho
individual, a administração deve entender o comportamento dos grupos e
fortalecer as relações com os grupos, em vez de tratar os indivíduos como seres
isolados.
‒ Conceito de autoridade: deve basear-se não na coerção, mas na cooperação e na
coordenação.

1240 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

EVOLUÇÃO, PAPÉIS E PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS

Há pouco tempo, um Departamento de Recursos Humanos atuava de forma mecanicista:


contratava profissionais com experiência e conhecimento técnico, cuidava da folha de
pagamento e pressupunha que bastava o poder hierárquico e o salário no final do mês para se
alcançar a obediência dos funcionários e os resultados esperados.
Os avanços observados nas últimas décadas têm levado as organizações a buscarem novas
formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho e alcançar resultados para o pleno
atendimento das necessidades dos clientes. Devido a isso, o papel das pessoas nas organizações
foi revisto: deixaram de ser recursos (ou custos) e assumiram uma posição estratégica.
O progresso da Gestão de Pessoas é visto de forma diferente por diversos autores:
•• Visão funcionalista – 3 fases:
1. Operacional – até a década de 60 – funções tradicionais de RH;
2. Gerencial – 60 a 80 – passa a interferir nos diferentes processos da organização;
3. Estratégica – a partir dos anos 80 – pessoas geram valor para a organização.
•• Fischer (2002) - as grandes correntes teóricas sobre gestão de pessoas podem ser agrupadas
em quatro categorias principais:
1. Modelo articulado de gestão de pessoas como departamento pessoal – até década de 20 –
foco no controle, eficiência, taylorismo, fordismo;
2. Como gestão do comportamento humano – a parit da década de 20 – uso da psicologia,
behaviorismo, pessoas têm necessidades a serem satisfeitas;
3. Como gestão estratégica – a partir da década de 70/80 – vincular GP às estratégias, pessoas
colaboram para o alcance dos objetivos;
4. Como gestão por competência e vantagem competitiva – a partir dos anos 80 – core
competences, busca e vantagens competitivas, papel das pessoas na transição entre o
estado atual das empresas e onde elas almejam estar no futuro.
As 5 fases evolutivas da GP no Brasil:
1. Fase contábil (até 1930): caracteriza-se pela preocupação com os custos da organização. Os
trabalhadores eram vistos, exclusivamente, sob o enfoque contábil.
2. Fase legal (1930 - 1950): preocupação com o acompanhamento e manutenção das recém-
criadas leis trabalhistas da era getulista.
3. Fase tecnicista (1950 -1965): o Brasil implantou o modelo americano de gestão de pessoas
e alavancou a função de RH ao status orgânico de gerência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1241
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão Técnico de Administração.
Após começo conturbado do regime militar, houve rearticulação dos trabalhadores no final
da década de 70, formando a base que implementou um movimento denominado "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual): demarcada pela introdução dos primeiros programas de
gestão estratégica de pessoas atrelados ao planejamento estratégico das organizações.
O quadro a seguir mostra a transição da visão sobre as pessoas nas organizações.
A Gestão de Pessoas é o con-
junto de políticas e práticas ne-
cessárias para cuidar do capital
humano da organização, capi-
tal este que contribui com seus
conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos
objetivos institucionais.
Capital humano é o patrimônio
(inestimável) que uma organi-
zação pode reunir para alcançar
vantagens competitivas. Possui
dois aspectos principais:
•• Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como conhecimento (saber),
habilidade (saber fazer), julgamento (saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
•• Contexto: ambiente adequado para que os talentos se desenvolvam. É determinado por:
•• Arquitetura organizacional: desenho da organização e divisão do trabalho – deve ser
flexível, integrador e facilitador da comunicação entre as pessoas.
•• Cultura: conjunto de características que difere uma organização das outras. Deve
inspirar confiança, comprometimento e satisfação.
•• Estilo de gestão: liderança, coaching, delegação, empowerment.
Hoje vivemos na sociedade do conhecimento, na qual o talento humano e suas capacidades
são vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho globalizado. Nota-se, também,
que o sucesso das organizações modernas depende, e muito, do investimento nas pessoas, a
partir da identificação, do aproveitamento e do desenvolvimento do capital humano.
Nesse novo contexto, as pessoas são vistas no ambiente de trabalho como:
•• Seres humanos: personalidade própria; diferentes entre si; origens e histórias particulares;
conhecimentos, habilidades e competências distintas.
•• Agentes ativos e inteligentes: fonte de impulso capaz de dinamizar a organização, de
mudá-la, renová-la e torná-la competitiva.
•• Parceiros da organização: a partir de uma relação ganha-ganha, as pessoas são capazes de
conduzir a organização ao sucesso e, por conseguinte, serem beneficiadas.
•• Talentos: portadoras de competências essenciais ao sucesso organizacional, consideradas
o principal ativo, pois agregam inteligência (capital intelectual) ao negócio.

1242 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

As políticas de GP referem-se às maneiras pelas quais a organização pretende lidar com seus
membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo (também) o
alcance dos objetivos individuais. Tais políticas são, portanto, como guias de ação que orientam
os processos de GP.
Dentre os objetivos da GP, pode-se destacar:
•• Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e motivadas para o alcance dos
objetivos organizacionais e individuais.
•• Desenvolver o capital humano e o capital intelectual – ativos intangíveis da organização;
•• Desenvolver a gestão do conhecimento: habilidades, competências e tecnologias aplicadas
de forma integrada para concretizar a missão e visão.
•• Formar competências essenciais que atendam às demandas dos diferentes stakeholders,
gerando vantagem competitiva.
Cabe, portanto, à moderna GP atuar nesse ambiente complexo, ajudando a organização a
realizar sua missão. Ela também gera competitividade à organização, proporciona pessoas
bem treinadas e motivadas, aumenta a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho,
mantém a qualidade de vida no trabalho, administra e impulsiona a mudança, mantém políticas
éticas e comportamento socialmente responsável.
GP como responsabilidade de Linha ou função de Staff

No passado, as decisões de RH eram


totalmente centralizadas no órgão
de RH e os gerentes de linha tinham
pouca ou nenhuma participação.
A tendência moderna é descentralizar
as decisões e ações de GP rumo aos
gerentes, que se tornam os gestores
de pessoas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1243
O Macroprocesso de Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas pode ser vista como um macroprocesso composto por diversos processos.
Tais processos, por sua vez, são compostos pelas distintas atividades que uma organização
realiza para gerenciar as pessoas:
•• Agregar pessoas/talentos à organização;
•• Integrar e orientar;
•• Modelar o trabalho (individual ou em equipe) para torná-lo significativo;
•• Avaliar o desempenho e melhorá-lo continuamente;
•• Recompensar pelo desempenho e alcance de resultados;
•• Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar feedback;
•• Treinar e desenvolver;
•• Proporcionar boas condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida;
Na literatura, não há consenso sobre o número de processos que compõem a gestão de pessoas.
Dessa forma, dependendo do autor, as atividades estarão agrupadas de formas distintas.
Modelo 1 - Dutra: três processos.
1. Movimentação: captar, internalizar, transferir, promover, expatriar e recolocar.
2. Desenvolvimento: capacitar, gerir carreira e desempenho.
3. Valorização: remunerar e premiar.
Modelo 2: Chiavenato: seis processos
1. Agregar: recrutamento e seleção.
2. Aplicar: modelagem do trabalho, orientação e avaliação do desempenho.
3. Recompensar: remuneração, benefícios e incentivos.
4. Desenvolver: treinamento, desenvolvimento, aprendizagem e gestão do conhecimento.
5. Manter: higiene, segurança, qualidade de vida e relações sindicais.
6. Monitorar: bancos de dados e sistemas de informações gerenciais.
Resumindo: a gestão de pessoas consiste na maneira pela qual uma instituição se organiza
para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho, e, para isso, define princípios,
estratégias, políticas e práticas de gestão. Através desses mecanismos, implementa diretrizes e
orienta os estilos de atuação dos gestores e das pessoas.
A seguir, um modelo de diagnóstico de Gestão de Pessoas.

1244 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1245
Slides – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas

O Papel da Área de RH
• Departamento de RH: mecanicista = contratações por experiência e
conhecimento técnico; folha de pagamento;
Antigamente poder hierárquico + salário = obediência dos funcionários e resultados.

• Busca por novas formas de gestão para melhorar o desempenho e


garantir o pleno atendimento das necessidades dos clientes.
Avanços
• O papel das pessoas nas organizações foi revisto: deixaram de ser
recursos (ou custos) e assumiram uma posição estratégica.

• Sociedade do conhecimento.
• Talento e capacidades humanas são fatores competitivos no mercado de
trabalho globalizado.
Hoje • O sucesso depende do investimento nas pessoas, a partir da identificação,
do aproveitamento e do desenvolvimento do capital intelectual.
1

Progresso da Gestão de Pessoas


• Visão funcionalista – 3 fases:
1. Operacional – até 60s – funções tradicionais de RH;
2. Gerencial – até 80s – passa a interferir em outros processos da
organização;
3. Estratégica – hoje – pessoas geram valor para a organização.
• Fischer (2002) – 4 fases – correntes teóricas:
‒ Departamento pessoal – até 20s – controle, eficiência, taylorismo,
fordismo;
‒ Gestão do Comportamento Humano – até 70s – uso da psicologia,
behaviorismo, pessoas têm necessidades a serem satisfeitas;
‒ Gestão Estratégica – 70/80 – vincular GP às estratégias, pessoas
colaboram para o alcance dos objetivos; descentralização da função RH.
‒ Gestão por Competência e Vantagem Competitiva – a partir dos 90s –
core competences, busca e vantagens competitivas, papel das pessoas na
transição entre o estado atual das empresas e onde elas almejam estar
no futuro.

1246 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Era da industrialização Era da industrialização Era da Informação


Eras Clássica (1900-1950) Neoclássica (1950-1990) (Após 1990)
Administração de Administração de
Relações industriais Gestão de pessoas
pessoas recursos humanos
Industrialização, Dinamismo, instabilidade, Mercado de serviços,
Característica do
necessidade de ordem e mudança, necessidade de turbulência, globalização,
ambiente
rotina. adaptação. necessidade de mudança.
Mista, matricial, ênfase na Fluída, ágil e flexível,
Estrutura Burocrática, mecanicista, departamentalização descentralizadora.
organizacional funcional, piramidal, rígida, por produtos ou serviços ou Ênfase em estruturas orgânicas
predominante centralizadora e inflexível. unidades estratégicas de e nas redes de equipes
negócios. multifuncionais
Transição. Foco no presente e no Teoria Y. Foco no futuro.
Cultura Teoria X. Foco no
atual. Ênfase na mudança e na
organizacional passado, nas tradições e nos
Ênfase na adaptação ao inovação. Valorização do
predominante valores conservadores.
ambiente. conhecimento e da criatividade.
Estático, previsível, Mutável, imprevisível,
Ambiente Intensificação e aceleração das
poucas e gradativas turbulento, com grandes e
organizacional mudanças ambientais
mudanças. intensas mudanças.
Pessoas como mão-de-obra Pessoas como recursos Pessoas como seres humanos
inertes e estáticas. organizacionais que devem ser proativos e inteligentes. Ênfase
Modo de lidar com
Ênfase nas regras e administrados. Ênfase nos na liberdade e no
as pessoas
controles rígidos para objetivos organizacionais para comprometimento para
regular as pessoas dirigir as pessoas. motivar as3 pessoas.

RH no Brasil
5 Fases:
1. Fase contábil (até 1930): custos
2. Fase legal (1930 - 1950): leis trabalhistas da era getulista.
3. Fase tecnicista (1950 -1964): função de RH adquire status
orgânico de gerência.
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão
Técnico de Administração. Início da articulação do "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual)
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1247
Visão sobres as pessoas

Visão moderna sobres as pessoas

• Seres humanos: personalidade própria; diferentes entre si; origens e


histórias particulares;
• Agentes ativos e inteligentes: fonte de impulso próprio capaz de
dinamizar a organização.
• Parceiros da organização: a partir de uma relação ganha-ganha, são
capazes de conduzir a organização ao sucesso e, por conseguinte, serem
beneficiadas.
• Talentos: portadoras de competências essenciais ao sucesso
organizacional, consideradas o principal ativo, pois agregam inteligência
(capital intelectual) ao negócio.

1248 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Gestão de Pessoas
Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do capital humano da organização,
capital este que contribui com seus conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos objetivos institucionais.

• Políticas de GP: maneiras pelas quais a organização pretende


lidar com seus membros e por intermédio deles atingir os
objetivos organizacionais, permitindo (também) o alcance dos
objetivos individuais

Gestão de Pessoas
• Objetivos:
‒Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e
motivadas para alcançar os objetivos.
‒Desenvolver o capital humano e o capital intelectual.
‒Gerenciar o conhecimento: competências e tecnologias
aplicadas de forma integrada para concretizar a missão.
‒Formar competências essenciais que atendam às demandas
dos diferentes stakeholders.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1249
Gestão de Pessoas
• Outros conceitos:
‒Capital humano - patrimônio (inestimável) que uma
organização pode reunir.
o Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como
conhecimento (saber), habilidade (saber fazer), julgamento
(saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
o Contexto: ambiente adequado para que os talentos se
desenvolvam (arquitetura, cultura e estilos de gestão)
‒Capital Intelectual - tecnologia, informação, habilidades e
solução de problemas.

Papéis da GP

Função de Staff Responsabilidade de Linha


(especialista em RH) (gestor de pessoas)

• Cuidar das políticas de RH • Cuidar da sua equipe


• Prestar assessoria e suporte • Tomar decisões sobre subordinados
• Dar consultoria e orientação interna • Executar ações e cumprir metas de
• Proporcionar serviços de RH RH
• Cuidar da estratégia de RH • Alcançar resultados
• Cuidar da tática e das operações

10

1250 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Papéis da GP

Tendência:
descentralizar as
decisões e ações de GP
rumo aos gerentes, que
se tornam os gestores
de pessoas.

11

Gestão Estratégica de Pessoas


• É a união do RH com metas e objetivos estratégicos, para
melhorar o desempenho organizacional e desenvolver uma
cultura voltada à inovação e à flexibilidade.
‒INTEGRAÇÃO VERTICAL busca o alinhamento das práticas de
gestão de pessoas com os objetivos e estratégias
organizacionais.
‒INTEGRAÇÃO HORIZONTAL refere-se à atuação coordenada
das diversas atividades de gestão de pessoas tais como:
Recrutamento e Seleção, capacitação, remuneração,
avaliação de desempenho, entre outras.
12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1251
Passos da moderna GP

1. Investir fortemente nas pessoas e nos gestores de


pessoas
2. Transformar Pessoas em Talentos
3. Transformar Talentos em Capital Humano
4. Transformar Capital Humano em Capital Intelectual
5. Transformar Capital Intelectual em Resultados

13

Passos da moderna GP

Quatro maneiras pelas quais a gestão de pessoas pode


colaborar com o sucesso organizacional:
1. tornar-se um parceiro na execução da estratégia
2. tornar-se um especialista administrativo
3. tornar-se um defensor dos funcionários
4. tornar-se um agente de mudança

14

1252 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Decreto nº 5.707, de 23/2/2006


Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.
Objetivos:

I - melhoria da eficiência, eficácia e qualidade dos serviços públicos


prestados ao cidadão;
II - desenvolvimento permanente do servidor público;
III - adequação das competências requeridas dos servidores aos
objetivos das instituições, tendo como referência o plano plurianual;
IV - divulgação e gerenciamento das ações de capacitação; e
V - racionalização e efetividade dos gastos com capacitação.
15

Macroprocesso de Gestão de Pessoas


• Define princípios, estratégias, políticas, práticas e estilos de atuação
dos gestores e das pessoas.
• Cada autor agrupa as atividades de formas distintas.
‒Exemplo 1: Dutra - três processos:
o Movimentação: captar, internalizar, transferir, promover, expatriar
e recolocar.
o Desenvolvimento: capacitar, gerir carreira e desempenho.
o Valorização: remunerar e premiar.
‒Exemplo 2: Chiavenato - seis processos:
o Agregar, Aplicar, Recompensar, Desenvolver, Manter, Monitorar.

16

www.acasadoconcurseiro.com.br 1253
Diagnóstico
de Gestão
de Pessoas

17

1254 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as competências


organizacionais críticas para o sucesso da organização, desdobrá-las em termos de
competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários.
A Gestão por Competência surge como resposta a uma série de novas exigências do mercado:
superar a concorrência globalizada, inovar e aprender continuamente, integrar estratégias e
pessoas (objetivos organizacionais e individuais), flexibilizar, empoderar, etc.
A Gestão por Competências figura como alternativa aos modelos gerenciais tradicionais
(focados no controle e nos cargos). É uma metodologia de gestão moderna, focada nos negócios
(mercado), nos clientes e no desenvolvimento profissional permanente (carreira de longo
prazo). Propõe-se a orientar esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes
níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à
consecução dos objetivos.
A noção de competência apresenta duas perspectivas conceituais:
•• a perspectiva estratégica enfatiza a competência como um atributo da organização, que
a torna eficaz e permite a consecução de seus objetivos estratégicos. As competências
organizacionais sustentam de vantagem competitiva, assumindo uma dimensão mais
ampla de rotinas ou capacidades organizacionais orientadas às demandas e oportunidades
do ambiente externo.
•• a perspectiva da gestão de pessoas enfatiza as competências dos funcionários para o
alcance dos objetivos. As competências profissionais e/ou humanas assumem uma posição
central nas práticas de seleção, treinamento, avaliação e remuneração.
A partir dessas duas perspectivas, o papel da Gestão por Competências é alinhar esforços para
que as competências humanas possam gerar e sustentar as competências organizacionais
necessárias à consecução dos objetivos estratégicos.

Competências Organizacionais
São as competências relacionadas com a vida íntima da organização. Correspondem ao modus
vivendi da organização, à sua cultura corporativa, a como a organização se estrutura e organiza
para realizar o trabalho.
Uma competência organizacional é mais que a soma das competências individuais, pois se refere
à harmonização de múltiplos recursos (recursos humanos, tecnológicos e organizacionais) em
rotinas que contribuam para o alcance dos objetivos estratégicos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1255
Distintos autores subdividem as competências organizacionais em:
•• Básicas: também chamadas de competências de gestão, são as aquelas relacionadas com
a gestão de recursos — financeiros, comerciais, produtivos, etc. Sem o domínio dessas
competências básicas, a organização não consegue alcançar níveis elevados de excelência.
•• Essenciais (core competences): servem para a sobrevivência na empresa e são centrais
para sua estratégia. Contribuem para os benefícios percebidos pelos clientes e são difíceis
de imitar.
•• Distintivas: diferenciais que os clientes reconhecem, aquilo que diferencia a organização
de seus concorrentes e que gera vantagens competitivas.
•• Funcionais: especializadas - cada unidade, departamento deve construir ou possuir e serve
de base para as competências essenciais.
•• De Suporte: atividade que é valiosa para apoiar um leque de competência.
•• Capacidades dinâmicas: capacidade de adaptar suas competências ao ambiente.

Competências Pessoais (Humanas, Profissionais, Individuais)


São as competências relativas às pessoas, ou seja, aquelas que cada pessoa precisa ter,
aprender, ou desenvolver para atuar na organização.
Autores as subdividem em:

•• Técnica: relaciona-se com a atividade específica, os conhecimentos, métodos e


equipamentos necessários para a realização das tarefas dentro do campo de sua
especialidade.
•• Humana: a compreensão das pessoas e suas necessidades, interesses e atitudes. A
capacidade de entender, liderar e trabalhar com pessoas.
•• Gerencial: comportamentos desejados em cada gestor.
•• Interpessoal: envolve o relacionamento entre pessoas.
•• Fundamentais: aqueles comportamentos desejados em todos os servidores.

Importante: como as classificações acima (tanto organizacionais quanto humanas) advêm de


distintos autores, elas não são excludentes entre si, pois representam distintas visões sobre um
mesmo tema.
No contexto geral apresentado, a Gestão por Competências tem como objetivo detectar,
medir e desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a realização dos
processos e atividades do trabalho e do negócio da Instituição. Trata-se, portanto, de uma
importante ferramenta de apoio à Gestão de Pessoas, uma vez que possibilita um melhor
direcionamento e planejamento das ações de capacitação e desenvolvimento.

1256 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão por Competências – Prof. Rafael Ravazolo

A competência de uma pessoa pode ser compreendida como a capacidade de gerar resultados
dentro dos objetivos organizacionais. Essa capacidade advém do conjunto de Conhecimentos,
Habilidades e Atitudes (CHA) necessário para que as pessoas possam exercer suas funções,
gerando resultados positivos para a organização.

Conhecimento (saber) – é a formação, o saber que a pessoa acumulou;

Habilidade (saber fazer) – aplicação produtiva do conhecimento;

Atitude (querer fazer) – comportamentos diante das situações.

Para Carbone (2006) a competência não é somente o conjunto de conhecimentos, habilidades e


atitudes necessários para exercer determinada atividade, mas também o desempenho expresso
em comportamentos e realizações decorrentes da aplicação deste conjunto. O desempenho da
pessoa representa, portanto, uma expressão de suas competências.

Processo de Gestão por Competências

A gestão por competências constitui um processo contínuo, que tem como etapa inicial a
formulação da estratégia organizacional. Em seguida, definem-se indicadores de desempenho
e metas no nível corporativo e identificam-se as competências necessárias para concretizar o
desempenho esperado.
Depois, por meio de ferramentas gerenciais, a organização pode identificar o seu gap de
competências, isto é, a lacuna entre as competências necessárias para concretizar a estratégia
corporativa e as competências disponíveis internamente. Feito esse diagnóstico, a organização
pode planejar ações para captar e desenvolver as competências de que necessita, bem como
estabelecer planos de trabalho e de gestão de pessoas.
Finalmente, há uma etapa de avaliação, em que os resultados alcançados são comparados com
os que eram esperados, gerando informações para retroalimentar o processo.
O processo pode ser visualizado na figura a seguir:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1257
Etapa 1. A primeira etapa da gestão por competências é a formulação da estratégia
organizacional na qual se define a missão, visão de futuro e objetivos estratégicos, bem como
se estabelece os indicadores de desempenho e metas.
Etapa 2. Mapeamento das competências necessárias à consecução da estratégia organizacional.
Em ambientes turbulentos, instáveis e complexos, a realização periódica do mapeamento de
competências é de fundamental importância para o planejamento e execução de ações de
captação e desenvolvimento.

2.1. Identificar as competências necessárias à consecução dos objetivos organizacionais


constitui uma das etapas mais importantes desse processo. Para essa identificação,
geralmente é realizada, primeiro, uma pesquisa documental, que inclui a análise do
conteúdo da missão, da visão de futuro, dos objetivos e de outros documentos relativos
à estratégia da organização. Depois, realiza-se a coleta de dados com pessoas-chave da
organização, para que tais dados sejam cotejados com a análise documental. Podem
ser utilizados, ainda, outros métodos e técnicas de pesquisa que auxiliam na realização
de um diagnóstico, permitindo não apenas a identificação da lacuna de competências,
mas também o planejamento de ações de recrutamento, seleção e desenvolvimento
profissional.

2.2. A identificação das competências já existentes na organização geralmente é realizada por


meio de instrumentos de avaliação de desempenho (balanced scorecard, avaliação 360º,
etc.)
Etapa 3. A captação (3a) refere-se à seleção de competências externas e à sua integração
ao ambiente organizacional por meio de ações de recrutamento e seleção de pessoas
(competências individuais) e de parcerias ou alianças estratégicas (competências
organizacionais). O desenvolvimento (3b) refere-se ao aprimoramento das competências
disponíveis na organização e ocorre por meio da aprendizagem (nível individual) e de
investimentos em pesquisa (nível organizacional).

1258 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão por Competências – Prof. Rafael Ravazolo

Um processo seletivo que se orienta pela gestão de competências busca pessoas adequadas
para uma carreira de longo prazo dentro da organização, ou seja, seu foco não é no cargo, mas
na trajetória profissional.
O desenvolvimento de pessoas ajustado às competências apresenta as seguintes vantagens:
•• permite assumir atribuições e responsabilidades em níveis crescentes de complexidade;
•• possibilita acoplar os conceitos de competência e complexidade à trajetória profissional;
•• cria bases para adequação das expectativas da pessoa
às da organização;
•• possibilita preparar as pessoas para o processo
sucessório conforme suas competências;
•• aprimora a forma de avaliação das pessoas na
organização, uma vez que distingue aspectos como
desenvolvimento, esforço e comportamento.
É importante ressaltar que, na ausência de ações de
captação ou desenvolvimento de competências, por parte
da organização, a lacuna tende a crescer. Isso porque a complexidade do ambiente no qual as
organizações estão inseridas faz com que sejam exigidas cada vez mais e novas competências.
Etapa 4) O acompanhamento e avaliação referem-se ao monitoramento da execução de
planos operacionais e de gestão e os respectivos indicadores de desempenho, à apuração dos
resultados alcançados e à comparação com os resultados esperados.
Etapa 5) A retribuição refere-se às ações de valorização das pessoas, de forma diferenciada,
para que haja estímulo à manutenção de comportamentos desejados e à correção de eventuais
desvios propõe-se fundamentalmente a gerenciar o gap ou lacuna de competências, ou seja,
a reduzir ao máximo a discrepância entre as competências necessárias à consecução dos
objetivos organizacionais e aquelas já disponíveis na organização.

Técnicas para o mapeamento


O mapeamento de competências (Etapa 2) tem como propósito identificar a lacuna de
competências - Conhecimento, Habilidades e Atitudes -, ou seja, a discrepância entre o que é
necessário para concretizar a estratégia corporativa e o que já existente na organização.
Deve-se, portanto, identificar as competências - organizacionais e profissionais - necessárias à
consecução dos objetivos e comparar com as competências internas da organização.
Para essa identificação são utilizadas diversas técnicas:
Pesquisa documental – inclui a análise do conteúdo da missão, da visão de futuro, dos objetivos
e de outros documentos relativos à estratégia organizacional.
Entrevista individual – seleciona-se indivíduos de maior conhecimento da organização e faz-
se um roteiro de perguntas acerca da percepção quanto às competências de relevância para a
organização.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1259
Entrevista coletiva ou grupo focal – o entrevistado é o moderador do grupo de 6 a 12 pessoas e
atua na coordenação das discussões com vistas a identificar as competências relevantes. Neste
caso o entrevistador deverá montar seu roteiro de questões e registro de dados.
Observação – consiste na análise do trabalho, no registro de seus resultados e daquilo que é
preciso para alcançá-los.
Simulações – a partir de análises de tendências do mercado, faz-se suposições sobre o futuro
do trabalho e do ambiente de trabalho.
Questionários estruturados – é o mais utilizado no mapeamento de competências nas
organizações. Permitem que os respondentes avaliem o grau de importância das competências
apresentadas.

Avaliação por competências


A Avaliação por Competências (Etapa 4) é uma maneira de estimar o aproveitamento do
potencial individual de cada pessoa na organização. Em função do trabalho de mapeamento e
mensuração do sistema de gestão por competências, o instrumento de avaliação das pessoas
se fundamenta nos perfis ideais para a organização.
Geralmente são utilizadas avaliações 360°, mas também podem ser usados demais os
instrumentos vistos no capítulo de Gestão de Desempenho. A partir desse instrumento, é
possível verificar se o perfil das pessoas da organização se ajusta ao que foi determinado; de que
forma e em que locais as pessoas podem ser mais bem aproveitadas; e quais as competências
técnicas e comportamentais que precisam ser melhoradas.

1260 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão por Competências – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Gestão por Competências

Gestão por Competências


• Metodologia de gestão moderna - focada nos negócios e no
desenvolvimento profissional permanente.
Modelo moderno: Competência
Modelo antigo: Foco no mercado, no cliente e
foco no controle, na no desenvolvimento
qualificação do Cargo. profissional (trajetória - carreira
de longo prazo.
• Orienta esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar,
nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e
organizacional), as competências necessárias à consecução dos
objetivos. 1

Gestão por Competências


Busca compreender quais são as competências
organizacionais críticas (essenciais) para o sucesso da organização,
desdobrá-las em termos de competências profissionais e
desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários.
• Duas perspectivas conceituais:
1. Estratégica: Competências Organizacionais - atributos da
organização que sustentam de vantagem competitiva.
2. Gestão de Pessoas: Competências Pessoais – atributos das
pessoas que permitem à organização alcançar seus objetivos.
‒ Papel da Gestão por Competências: alinhar esforços para que as
competências humanas possam gerar e sustentar as competências
organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos.
2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1261
Gestão por Competências
• Competências Organizacionais X Pessoais:
‒Organizacionais (2 principais):
o Competências básicas: como os recursos organizacionais são utilizados
para obter os melhores resultados.
o Competências essenciais (core competences): fundamentais para a
estratégia, para o sucesso da organização.
‒Pessoais (definições não são excludentes entre si):
o Técnica
o Humana
o Gerencial
o Interpessoal
o Fundamental - comportamentos desejados em todos os servidores.
3

Competências Pessoais

• Sinergia de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas


pelo desempenho profissional em determinado contexto.

• Capacidade de mobilizar e colocar em ação conhecimentos,


habilidades e atitudes, de forma comprometida com os
resultados esperados e a missão do órgão;

O desempenho é uma expressão da competência da pessoa.

4
4

1262 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão por Competências – Prof. Rafael Ravazolo

Competências Pessoais
CHA + (e,r) ou (ve)

Conhecimentos Habilidades Atitudes


(Saber) (Saber fazer) (Querer fazer)

É a formação, o Aplicação Comportamento


saber que a pessoa produtiva do diante das
acumulou conhecimento situações

• E = Entrega = Resultados alcançados


• V = Valores = referencial ético, respeito, etc.
• E = Emoção, Entusiasmo, Energia ou Entorno. 5

Processo de Gestão por Competências Etapa 5:


Etapa 1: Etapa 2: Etapa 3a: Retribuição
Formulação Mapeamento de Competências Captação de Premiar o bom
da Competências desempenho e
Estratégia remunerar por
Selecionar
Identificar competências
Competências
Definir Competências Externas: admitir,
Missão, Necessárias Mapear o GAP de alocar e integrar Etapa 4:
Visão e Competências e
Objetivos Acompanhamento
Planejar a
Estratégicos Captação ou o Definir e Avaliação
Desenvolvimento mecanismos:
orientar o Acompanhar e
Identificar as aproveitamento apurar os
Estabelecer Competências resultados
Indicadores Existentes
Etapa 3b: alcançados
e Metas Desenvolvimento
de Competências Comparar com o
resultado esperado

www.acasadoconcurseiro.com.br 1263
Mapeamento de Competências

• Tem como propósito identificar a lacuna (gap) de competências


entre o que é necessário para concretizar a estratégia
corporativa e o que já existente na organização.
• Hierarquia:
‒Competências essenciais da organização
‒Competências funcionais – cada unidade deve possuir para
apoiar as competências essenciais.
‒Competências gerenciais – cada gestor deve ter para lidar
com pessoas.
‒Competências individuais
7

Mapeamento de Competências
Competências necessárias para
alcançar os objetivos

Objetivos GAP
Estratégicos Competências
Existentes

1264 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Gestão por Competências – Prof. Rafael Ravazolo

Mapeamento de Competências - Técnicas

• Análise documental
• Entrevista com pessoas-chave
• Grupo focal
• Questionário estruturado
• Observação
• Simulação

Avaliação por Competências


• Visa diagnosticar e analisar o desempenho individual e
grupal dos funcionários, com o objetivo final de melhorar o
desempenho das pessoas e da organização.
• Possibilita identificar problemas de: supervisão, gerência,
integração, adequação aos cargos, falta de conhecimentos
etc.
• Serve de base para outros subsistemas de RH: capacitação,
benefícios, carreira, promoções, punições etc.
• Geralmente usa-se o tipo 360° ou a Avaliação Participativa
por Objetivos (APPO).
10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1265
Administração
Aula XX

CULTURA ORGANIZACIONAL

Organizações são agrupamentos de pessoas e de recursos realizando atividades a fim de


alcançar objetivos comuns. Uma organização tem uma razão de ser, uma missão, e para que
esta seja executada com mais eficiência é necessário que haja uma relação estável entre as
estratégias, as decisões, as atividades e os recursos disponíveis.
Uma organização é o resultado de como seus membros pensam, sentem e agem.

Sabe-se que as atividades variam de uma organização para outra. Também é notório que
há relações espontâneas que ocorrem em toda atividade humana, sem qualquer objetivo
determinado, consciente ou preciso. O trabalho, por ser uma atividade tipicamente grupal,
engloba essas duas faces das organizações: as relações formais e informais.
A partir dessa abordagem, pode-se concluir que cada organização é um sistema social complexo,
com características próprias, únicas, que são aprendidas e compartilhadas por um grupo de
pessoas. Isso é a Cultura Organizacional.
Todas as organizações desenvolvem uma cultura (sua própria cultura, sua identidade).
O elemento mais simples e mais explícito da cultura, que exemplifica esse processo, é a
linguagem: todos os grupos desenvolvem uma linguagem particular.
Exemplo: estudantes de Administração lidam com palavras como feedback, benchmark,
empowerment. Quem reconhece essas palavras, inconscientemente, está aculturado em
Administração. Para um estudante de Direito, porém, essas palavras podem não ter significado
algum, o que exemplifica o contraste entre as culturas.
As pessoas que integram um grupo nem sempre têm consciência de seus próprios valores
culturais. Para um observador externo, no entanto, alguns desses valores são evidentes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1267
Importante ressaltar que Cultura Organizacional é um conceito descritivo, ou seja, se refere à
forma como os funcionários percebem as características da organização, e não ao fato de eles
gostarem ou não delas. Isso diferencia o conceito de Cultura do conceito de Satisfação no trabalho
(que é avaliativo).

Principais Definições
Diversos autores pesquisaram e apresentaram suas visões do que é cultura e qual seu impacto nas
organizações.
As teorias podem ser enquadradas em dois grandes grupos (ou visões):

Edgar Schein é um dos autores mais bem conceituados na literatura de cultura organizacional.
Ele acredita que a
“[…] cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que um
grupo assimilou na medida em que resolveu os seus problemas de adaptação
externa e integração interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi
considerado válido e repassado (ensinado) aos demais (novos) membros
como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles
problemas.”

Ele sugere que a cultura serve para a sobrevivência da organização, uma vez que possibilita
a adaptação ao meio ambiente estratégico e a coordenação das atividades internas. Se a
adaptação for bem sucedida, a tendência será evoluir na mesma direção. Caso contrário, a
tendência será a correção para outra direção.
É necessário, portanto, avaliar se os paradigmas culturais de uma organização apoiam ou
impedem os seus objetivos e estratégias.
Geert Hofstede, outro autor de destaque, conclui que a cultura organizacional
“[...] pode ser definida como a programação coletiva da mente que distingue
os membros de uma organização dos de outra”.

Para ele, a cultura organizacional é:


•• Holística: uma visão do todo – o todo é mais do que a simples soma das partes, pois a
cultura é um conjunto riquíssimo, fruto das relações, conhecimentos, experiências etc. das
pessoas da organização;
•• Determinada historicamente: reflete a história da organização, desde seus fundadores até
os dias atuais;

1268 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

•• Relacionada com os estudos de antropólogos: heróis, rituais e símbolos coletivos;


•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas que em grupo formam a
organização;
•• Difícil de mudar: embora não haja acordo sobre o grau de dificuldade.
Outros autores trazem as seguintes definições sobre a Cultura Organizacional:
•• O repertório de experiências, conhecimentos e valores que se desenvolvem e que são
transmitidos aos novos integrantes.
•• Padrão de crenças e valores compartilhados que ajuda os indivíduos a compreender
o funcionamento organizacional e, além disso, proporciona aos mesmos normas de
comportamento a serem seguidas dentro da organização.
•• Conjunto de hábitos, crenças, símbolos, tradições, interações e relacionamentos sociais,
estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhadas por
todos os membros da organização. Representa a maneira tradicional/costumeira de
pensar e orienta o comportamento de seus membros.
•• Conjunto de fenômenos resultantes da ação humana, visualizada dentro das fronteiras
de um sistema, sendo composta de três elementos: a tecnologia, os preceitos e o
caráter.
•• Tecnologia é o conjunto de instrumentos e processos utilizados no trabalho organizacional,
inclusive em suas relações com o ambiente externo, incluindo-se aí: máquinas,
equipamentos, divisão de tarefas, estrutura de funções, leiaute, racionalização do trabalho,
recursos materiais, cronogramas, redes de comunicações, linguagem etc.;
•• Preceitos são os regulamentos e valores, explícitos e implícitos, que regem a vida
organizacional, incluindo-se aí: política administrativa, costumes sociais, estilos de gerência,
rituais, cerimônias, tabus, tradições, dogmas, padrões de conduta esperada etc.;
•• Caráter é o conjunto das manifestações espontâneas dos indivíduos que compõem a
organização: alegria, agressividade, medo, tensão, entusiasmo, carinho, apatia, etc.
A cultura é algo presente na estrutura, nos processos e nas pessoas de uma organização,
interferindo de forma determinante no seu desempenho. Tais características tornam a cultura
muito difícil de sofrer mudanças – mas não é impossível mudá-la.
No processo de análise da cultura organizacional é importante destacar que nenhuma
organização é igual à outra, ou seja, cada uma possui sua própria identidade. Existem, por
exemplo, culturas conservadoras, que se caracterizam por sua rigidez e tradição, e culturas
adaptativas, que são flexíveis e maleáveis.

Formação e Desenvolvimento
A cultura permeia toda organização, desde o recrutamento e a seleção de candidatos até os
estilos de gestão e as decisões estratégicas.
Ela é uma percepção comum mantida pelos membros da organização e é transmitida através
de seus elementos, que podem ser mais ou menos visíveis, formais ou informais, de acordo
com sua influência sobre os integrantes da instituição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1269
Criação
Os fundadores são os principais responsáveis pela criação da cultura, pois têm a visão daquilo
que a organização deve ser. Fundadores:
1. Contratam/mantêm funcionários que pensem da mesma forma que eles;
2. Doutrinam e socializam esses funcionários;
3. Agem como modelo que encoraja os funcionários a assimilarem valores e premissas.

Desenvolvimento
São as práticas da organização que visam a manter a cultura viva: histórias (relatos), rituais
(atividades), símbolos (objetos, ações com significados especiais), linguagem (símbolos
verbais), dentre outras formas.
Os líderes, devido ao seu poder, colaboram fortemente na disseminação da cultura.
Outra forma de manter a cultura é a socialização (ou aculturação), definida como o processo
pelo qual os indivíduos aprendem a maneira de ser, de fazer e de agir em uma sociedade, ou
organização. Pode ser dividida em três estágios:
1. Pré-chegada (expectativa e preparação) – é o reconhecimento de que cada indivíduo chega
com um conjunto de valores, atitudes e expectativas.
2. Encontro (ingresso) – o novo membro vê o que a empresa é realmente e confronta a
possibilidade de que as expectativas (sobre o trabalho, os colegas, o chefe e a organização
de maneira geral) e a realidade podem não ser as mesmas.
3. Metamorfose (ajustamento e integração) – ele resolve os possíveis problemas surgidos no
estágio do encontro e as mudanças acontecem para se adaptar aos valores e normas de
seu grupo.
Para Schein, as organizações desenvolvem suas próprias culturas por meio de 3 aspectos:
a) pela manutenção dos elementos da cultura que estão relacionados ao sucesso da
organização;
b) pelo alinhamento das várias subculturas;
c) pela identificação e mudança dos elementos menos funcionais, à medida que as condições
do ambiente externo mudam (dinamismo).

Opções de socialização
•• Formal – diferenciação explícita dos novatos (ex: programas de integração e orientação) ou
Informal – coloca o novato em seu cargo com pouca ou nenhuma atenção especial.
•• Coletiva (processados por um conjunto idêntico de experiências – serviço militar) ou
Individual.
•• Uniforme (fixa – estágios padronizados de transição da etapa de entrante para a etapa de
funcionário) ou variável.

1270 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

•• Seriada (papéis de encorajamento – programas de aprendizagem, tutoria) ou randômica


(aleatória – os novos funcionários ficam à vontade para atuar por conta própria).
•• Reforço (investidura – reforça certas características e atitudes) ou eliminação (despojamento
– neutraliza características indesejáveis.

Métodos de Socialização
•• Processo seletivo;
•• Conteúdo do cargo;
•• Supervisor como tutor;
•• Equipe de trabalho;
•• Programa de integração (indução).

A Fábula dos Macacos


A seguir, uma pequena história para ajudar a retratar como funciona a criação e o
desenvolvimento (aprofundamento) de uma cultura organizacional:
Um grupo de cientistas e pesquisadores colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula
colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para pegar as bananas, um jato de água gelada era jogado
nos que estavam no chão, causando-lhes grande incômodo. Depois de certo tempo, quando
um macaco subia a escada para pegar as bananas, os outros que estavam no chão o pegavam
e o enchiam de pancada. Passou mais um tempo e nenhum macaco tinha coragem de subir a
escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a
escada, sendo prontamente retirado e surrado pelos outros. Depois de algumas surras, o novo
integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo substituto foi colocado na jaula e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado com entusiasmo da surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto e, finalmente, o último dos cinco macacos iniciais foi substituído. Os pesquisadores
então tinham na jaula um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um jato
de água gelada, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se fosse possível perguntar aos macacos por que eles batiam em quem tentasse subir a escada,
com certeza, dentre as respostas, a mais frequente seria: “– Não sei, mas as coisas sempre
foram assim por aqui."

Características Gerais
Com base nas definições de diversos autores, pode-se exemplificar as seguintes características:
•• Estabilidade Estrutural – para algo se tornar cultural, além de ser compartilhado com os
integrantes do grupo, precisa ser reconhecido como estável.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1271
•• Profundidade – é a parte inconsciente para o grupo, sendo menos tangível e menos visível
que outros aspectos desse grupo.
•• Largura – é penetrante e influencia todos os aspectos de como a organização procede com
suas atividades, seus vários ambientes e operações internas.
•• Padrão ou Integração – sugere que os rituais, o clima, os valores e os comportamentos
formam um conjunto coerente; esse padrão ou integração é a essência da cultura.
•• Determinada historicamente (pelos fundadores e líderes).
•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas da organização.
•• Cada organização forma a sua própria cultura.
•• Não é inata, é aprendida.
•• Não é estática, é dinâmica.
•• Composta por normas formais e informais.
•• Representa a maneira tradicional e costumeira de pensar.
•• Orienta o comportamento das pessoas – padrão(ões).
•• Interfere no desempenho.
•• Difícil de mudar, mas não há acordo sobre o grau de dificuldade.
Importante: não existe a cultura melhor ou pior, a certa ou a errada – é necessário avaliar se a
cultura de uma organização apoia ou impede os seus objetivos e estratégias.

Componentes (Elementos) e Níveis


A análise da cultura organizacional é uma tarefa complexa, porque nem todos os seus elementos
são visíveis.
Para se conhecer uma cultura, é necessário diagnosticá-la de acordo com os diferentes níveis
de seus elementos. O nível é o grau no qual o elemento cultural é visível ao observador.
Os componentes que se situam no nível mais externo são os que se podem observar
diretamente. Os componentes que se situam nos níveis mais profundos não se revelam
diretamente à observação e são mais difíceis de analisar.

Modelo do Iceberg
Uma das formas de expressar os níveis é pela figura do iceberg: a parte na superfície da água
é facilmente visível; já a parte inferior, oculta sob a água, está fora da visão e depende de um
estudo mais aprofundado para ser identificada.

1272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Aspectos formais são facilmente perceptíveis e publicamente observáveis. Geralmente são


ditados pela estratégia e decorrem da estrutura organizacional e das atividades. Ex.: missão,
visão, objetivos, estratégias, políticas, regras, organograma, cargos, métodos e procedimentos,
tecnologia, medidas de produtividade física e financeira etc.
Já os aspectos informais são componentes ocultos. São manifestações tangíveis ou intangíveis
de valores compartilhados pelos membros da organização. Não estão registrados em manuais,
tampouco em organogramas, pois são aspectos sociais e psicológicos. Variam de valores muito
específicos de certos grupos até os que são guias gerais de comportamento. Dentre estes
componentes pode-se citar: percepções, sentimentos, atitudes, valores, padrões de influência
e poder, expectativas, interações informais, normas grupais etc.
Alguns autores estimam que o nível externo (visível – formal) corresponde a apenas 10% a 20%
da cultura. Os 80% ou 90% restantes advém da organização informal.

Modelo de Schein
Artefatos, Valores compartilhados e Pressuposições básicas são os três níveis definidos por
Schein, que vão desde o muito visível ao muito tácito e invisível.

Artefatos (superficial, observável)

Esse primeiro nível da cultura é


composto pelos fenômenos que
são vistos, sentidos e ouvidos ao se
deparar com um novo grupo. São os
sintomas da cultura desse grupo.
São considerados artefatos: organiza-
ção do ambiente físico, arquitetura,
linguagem, tecnologia, produtos, cria-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1273
ções artísticas, modos de vestir, discursos, maneiras de demonstrar emoções, mitos, heróis,
histórias, lemas, cerimônias, padrões de comportamento visíveis, processos organizacionais,
dentre outros.
Interessante saber que, apesar de ser fácil de ser observar, às vezes são difíceis de interpretar
por um observador externo que não conhece o histórico da organização.

Valores compartilhados (justificativas da organização)


É o segundo nível, um pouco menos perceptível. São os processos conscientes de pensamento
que justificam as decisões e ações. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros
e definem por que as pessoas fazem o que fazem.
Este nível já não é tão visível, e para identificá-lo é necessário maior tempo de convívio, ou
entrevistas com alguns membros da organização, ou análise de documentos.
Valores se originam a partir de um processo de transformação cognitiva, muitas vezes criados
originalmente pelos fundadores da organização, ou pelas lideranças. Ex.: ao se deparar com
uma situação nova, o grupo irá acatar a solução proposta pelo líder. Se funcionar e se o grupo
compartilhar a percepção de sucesso, este valor se transformará num valor compartilhado.
Na sequência, se as ações baseadas no valor continuarem a proporcionar sucesso, ele se
transformará em um pressuposto compartilhado (nível 3).
São conscientes enquanto podem ser debatidos, testados e contestados. Quando são
“automáticos / inconscientes” passam ao 3º nível.

Pressuposições básicas (pressupostos, inconsciente)


É o nível mais profundo, íntimo e oculto, onde reside a essência da cultura.
São as crenças inconscientes, verdades implícitas, percepções e sentimentos nos quais as
pessoas acreditam. Formadas a partir das experiências vividas em conjunto, esse processo
resulta nos mitos e crenças não confirmadas, porém aceitas sem questionamento ou análise.
Uma vez que um grupo desenvolve um conjunto de tais pressupostos, as pessoas ficarão
mais confortáveis ao conviver com outras do mesmo grupo e desconfortáveis em grupos com
outros pressupostos (pois elas não entenderão o que está acontecendo ou perceberão as ações
erroneamente).

Modelo de Hofstede
É composto por quatro elementos.
Os símbolos, heróis e rituais constituem as práticas da
organização, as manifestações visíveis que são resultado
dessa cultura. O núcleo da cultura (que explica as ações) é
formado pelos valores.

1274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Tanto Hofstede como Schein afirmam que há elementos na cultura que só podem ser decifrados
a partir da convivência com os grupos.
•• Símbolos – compreendem as palavras, gestos, ações e objetos que têm significado especial
dentro da organização.
•• Heróis – personagens vivas ou mortas, reais ou imaginárias, revestidas de prestígio na
cultura, frequentemente lembradas e que servem de modelo (positivo ou negativo) de
comportamento para seus membros.
•• Rituais – atividades coletivas, muitas vezes supérfluas do ponto de vista técnico, mas so-
cialmente indispensáveis.
•• Valores – sentimentos raramente discutíveis, quase sempre inconscientes e não direta-
mente observáveis, mas revelados através de comportamentos alternativos.

Modelo de Maximiano
Percebe-se, pelo modelo de Maximiano, que o nível mais externo (facilmente visível) é
composto pelos artefatos, pela linguagem e pelos hábitos comuns das pessoas.
O nível mais profundo (que não se revelam facilmente e são difíceis de analisar) são os valores
e crenças.Os elementos da cultura, segundo o autor, são:

1. Artefatos: componentes mais visíveis


da uma cultura - arquitetura, veículos,
roupas, produtos etc.

2. Tecnologia: as organizações transformam


o conhecimento e a experiência em
recursos, produtos e serviços. Tecnologia
é esse repertório de conhecimentos
utilizados pelas pessoas e organizações
para resolver problemas.

3. Símbolos: comportamentos e objetos


que carregam e transmitem mensagens
e significados dentro de uma cultura organizacional - cerimônias, rituais, histórias, mitos,
imagens, hábitos, linguagem, arquitetura, vestuário etc.

4. Valores: estão no íntimo da cultura organizacional - crenças, preconceitos, ideologia,


atitudes e julgamentos compartilhados nas organizações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1275
Modelo de Alves
A cultura, tanto na sociedade quanto na organização, é composta de três dimensões
interdependentes: a material, a psicossocial e a ideológica.

Resumo dos Elementos


Alguns dos elementos da cultura organizacional mais frequentemente citados na literatura
estão descritos a seguir.

ELEMENTO DESCRIÇÃO
Tudo aquilo que a organização considera importante para preservar,
Valores
realizar e manter a imagem e o sucesso.
Eventos especiais nos quais os membros da organização celebram os
Cerimônias
mitos, heróis e símbolos da empresa .
Atividades cerimoniais destinadas a comunicar ideias específicas ou
Ritos a realizar determinados propósitos (de passagem; de degradação; de
confirmação; de reprodução; para redução de conflitos; de integração).
Rituais Ações regularmente repetidas para reforçar normas e valores culturais.
Relatos de eventos passados que ilustram e transmitem normas e
Histórias / Estórias
valores culturais mais profundos.
Histórias imaginárias usadas para reforçar algumas crenças e que
Mitos ajudam a explicar atividades ou eventos que de outro modo poderiam
ser confusos.
Pessoas de sucesso, frequentemente citadas como exemplo, que
Heróis corporificam os valores e o caráter da organização e de sua cultura.
Pode ser o fundador, um gerente marcante etc.
Objetos, ações, eventos dotados de significados especiais e que
Heróis permitem aos membros, organização trocarem ideias complexas e
mensagens emocionais.

1276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Conjunto de símbolos verbais que geralmente reflete a cultura particular


Linguagem
da organização.
Questões proibidas pela organização, inquestionáveis. Estão presentes,
Tabus
mas nem sempre explicitadas.
Etiqueta O que é de “bom tom”. Ex.: pronomes de tratamento, roupas etc.
Cânones Preceitos eclesiásticos. Ex.: missão, visão, regulamentos etc.
Presentes em todas as organizações, definem os limites do
Normas comportamento esperado – aceito – e o não aceito – punido. Podem
ser formais ou informais.
Processo de troca de informações que é essencial na vida da organização.
Comunicação Pode se formal ou informal; via oral, escrita, gestos, comportamentos,
transações simbólicas.

Tipos / Modelos de Cultura

Cultura Dominante, Subculturas e Contracultura


As organizações, em sua maioria, possuem uma cultura dominante e diversas subculturas.
A cultura dominante expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros
da organização – é a cultura organizacional.
As culturas organizacionais geralmente dividem-se em subculturas, pois, à medida que
crescem, as organizações criam departamentos que se diferenciam em termos de objetivos,
de localização, de produtos, de tipos de pessoas empregadas etc. (exemplo: marketing,
contabilidade e gestão de pessoas são áreas diferentes, com perfis de especialistas diferentes).
As subculturas se referem à coexistência de diversas culturas dentro de uma mesma organização.
Representam atitudes e pontos de vista diferentes, os quais refletem problemas, situações ou
experiências específicos de certos grupos.
As subculturas, portanto, são formadas
por membros de um grupo particular que
possuem valores específicos – mesmos ideais,
funções similares, conhecimentos étnicos
e religiosos etc. –, podendo enfraquecer a
organização caso haja conflitos com a cultura
dominante e seus objetivos.
Geralmente, uma subcultura incluirá os
valores essenciais da cultura dominante,
além de valores específicos da sua área
(ocupacional) e da cultura local (regional, nacional).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1277
Há também o conceito de contracultura, que é a cultura peculiar de um grupo que se opõe à
cultura mais ampla, contestando seus padrões.
Se as organizações não possuíssem nenhuma cultura dominante e fossem constituídas apenas
de diversas subculturas, a importância da cultura organizacional seria consideravelmente
reduzida, porque não haveria nenhuma interpretação uniforme do que seria um comportamento
adequado ou inadequado. Dessa forma, seria difícil manter a coesão da empresa e o foco nos
objetivos principais.
Geert Hofstede estudou a culturas de países
(nacionais) e culturas organizacionais (de empresas),
acreditando que as duas se relacionam fortemente.
A nacionalidade é o critério possível de classificação
atribuindo-se características coletivas aos cidadãos
de diferentes países e, portanto, utilizado do ponto
de vista prático para o estudo de fatores culturais.
Para Hofstede, no nível nacional as diferenças
culturais residem mais nos valores e menos nas
práticas; no nível organizacional as diferenças
culturais residem mais nas práticas e menos nos
valores.

Culturas Fortes e Fracas


A cultura organizacional possibilita que um grupo se fortaleça ou se desintegre.
A cultura fraca é heterogênea – há poucos (ou não há) valores essenciais compartilhados.
Quanto mais membros aceitarem os valores e quanto mais se comprometerem com eles, mais
forte será a cultura. Uma cultura forte, portanto, é homogênea – os valores essenciais são
intensamente acatados e amplamente compartilhados.

Vantagens
Uma cultura forte é mais eficaz e tem melhor desempenho que uma cultura fraca, pois:
•• Define fronteiras: diferencia uma organização da outra.
•• Gera um senso de união, uma identidade organizacional: compartilhar normas, valores e
percepções proporciona às pessoas um sentido de união, um compromisso com algo maior
que o interesse individual.
•• Promove a estabilidade organizacional: há uma compreensão clara dos papéis e da maneira
como as coisas são feitas.
•• Tem influencia maior sobre o comportamento dos seus membros: alto controle
comportamental, moldando as atitudes e servindo como uma fonte de significados comuns
para explicar por que as coisas acontecem do modo como acontecem.

1278 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

•• Estabelece limites: possibilita menor preocupação em desenvolver regras e regulamentos


para orientar o comportamento dos funcionários, pois essa orientação é assimilada por
eles à medida que aceitam a cultura organizacional.
•• Gera um índice mais baixo de rotatividade da força de trabalho: a alta concordância em
relação aos pontos de vista da organização gera coesão, lealdade e comprometimento
organizacional, qualidades que, por sua vez, reduzem a propensão dos funcionários a
deixar a organização.
•• Constitui tradições: gera a memória histórica da organização.
•• Define perfis para admissão, promoção, capacitação, reconhecimento.
•• Permite, em tese, a adaptação da organização ao seu ambiente externo.

Desvantagens
As desvantagens são as chamadas disfunções da cultura, que prejudicam a capacidade de
resolver os problemas de convivência interna e adaptação externa. Nesse caso, a cultura é
considerada um passivo.
Disfunções na cultura organizacional são desvios no comportamento coletivo (degenerações
que muitas vezes não são percebidas pelos membros do grupo).
Elas acontecem quando os valores compartilhados não são aqueles necessários para melhorar
a eficácia da organização, ou seja, quando a cultura diverge das necessidades do ambiente
(interno e externo). Ex.: em um mercado estático, a consistência do comportamento é um valor
positivo. Caso o mercado se torne dinâmico, essa mesma consistência passaria a ser um fator
negativo. Assim, a cultura pode se tornar uma barreira às mudanças, quando não é adequada
para lidar com as novidades em seus ambientes.
A cultura pode se tornar também uma barreira à diversidade, quando padroniza comportamentos
e elimina as distintas experiências que as pessoas podem levar para a organização. Ex.: em
uma cultura forte, os novos funcionários contratados tendem a ser rapidamente socializados,
mesmo que não sejam parecidos com a maioria dos membros da organização.
Outro problema é quando ocorre a institucionalização, ou seja, quando a organização passa a
ser valorizada por si só e não pelos bens e serviços.
Outras possíveis disfunções da cultura organizacional são:
•• dificuldade de entender e processar mudanças ambientais;
•• resistência generalizada à necessidade de mudança interna;
•• dificuldade de aceitar outras culturas e pontos de vista alheios;
•• tendência a subestimar outros grupos, especialmente concorrentes e clientes;
•• uso excessivo de jargão como disfarce de solidez intelectual, prejudicando a
comunicação com outros grupos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1279
Outros tipos de cultura
•• Ética: longo prazo, equilibra direitos dos stakeholders, apoio para correr riscos e inovar,
desestímulo à competição.
•• Positiva: enfatiza pontos fortes dos funcionários, recompensa mais que pune, privilegia a
vitalidade e o desenvolvimento pessoal.
•• Espiritualizada: reconhece que as pessoas possuem um uma consciência espiritual, buscam
propósito no trabalho, confiança, respeito e práticas humanistas.
•• Adaptativa: foco na inovação, cuidado com clientes, mudanças, criatividade.
•• Não adaptativa: burocrática, foco no conservadorismo, nas tradições, costumes e valores.

Indicadores (Atributos)
Um indicador é um mecanismo de controle que serve para medir algo (geralmente, um
desempenho).
Pode-se fazer a analogia: da mesma forma que uma régua mede o tamanho de um objeto
(pequeno ou grande), o indicador mede a presença ou ausência de uma característica na
cultura.
Ex: Inovação/Propensão ao risco x Aversão ao
risco, Orientação para os resultados x Orien-
tação para os processos, Orientação para o
ambiente (adaptação) x Orientação interna
(conservadorismo), Foco nas pessoas x Foco
nas atividades, Foco na equipe x Foco no indivíduo, Estabilidade x Crescimento, Universalismo
(das regras) x Particularismo, Coletivismo x Individualismo, Espiritualidade, Pragmatismo etc.
Os indicadores da cultura organizacional permitem identificar a essência da cultura em uma
organização ou, em outras palavras, medem a(s) característica(s) da cultura presente(s) na
organização. Também são chamados de atributos da cultura.
Robbins afirma que há 7 características (indicadores) que capturam a essência da cultura:

1. Inovação – assumir riscos


2. Atenção aos detalhes – precisão, análise
3. Orientação para resultados (em vez de processos)
4. Foco na pessoa – decisões levam em conta impacto nas pessoas
5. Foco na equipe – atividades organizadas em equipes
6. Agressividade - competitividade
7. Estabilidade – manutenção do status quo

1280 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Hofstede examinou as culturas nacionais de acordo com os seguintes atributos:

Dimensões Nacionais
Medida do grau de aceitação, por aqueles que têm menos
Distância hierárquica (ou do poder) poder nas instituições e organizações de um país, de uma
repartição desigual do poder.
Força dos laços entre os indivíduos, ou seja, se a preocupação
Grau de individualismo ou de
do indivíduo ocorre consigo próprio (individualismo) ou com o
coletivismo
grupo (integração, coesão do grupo).
Serão ditas masculinas, as sociedades onde os papéis são
nitidamente diferenciados (o homem deve ser forte, impor-se
e interessar-se pelo sucesso material, enquanto a mulher deve
Grau de masculinidade ou de
ser mais modesta, terna e preocupada com a qualidade de
feminilidade
vida); são femininas aquelas onde os papéis sociais dos sexos
se sobrepõem (tanto os homens quanto as mulheres devem
ser modestos, ternos e preocupados com a qualidade de vida).
Mede o grau de inquietude dos seus habitantes em situações
Controle da incerteza desconhecidas ou incertas, podendo ser visualizado em forma
de estresse e de necessidade de previsibilidade.
Refere-se ao nível de incentivo proporcionado pela organização
para que as pessoas comportem-se de maneira justa, gentil,
amigável, cuidadosa, generosa, altruísta para com os outros,
Orientação para afiliação ou
buscando a construção de um ambiente de trabalho fraterno,
humanista
em que todos se relacionem bem, como em uma grande
família, onde há proteção aos mais fracos e onde as decisões
agradem a todos os envolvidos.
Grau em que se incentiva, reconhece, premia os seus membros
Orientação para a realização ou por esforços ou resultados voltados para a qualidade,
desempenho desenvolvimento, cumprimento de metas, excelência,
realizações.
A orientação para o longo prazo é mais dinâmica e possui uma
atitude pró-ativa que impulsiona as mudanças com base nos
objetivos e na mobilização dos recursos. A orientação para o
Orientação a longo prazo curto prazo é mais estática e representa uma atitude reativa e
deseja preservar a estabilidade, manter o status quo (solidez,
respeito pela tradição e reciprocidade de favores, oferendas e
gentilezas etc.).
Nível existente na organização entre a passividade e a
agressividade nas relações entre os indivíduos, na adoção de
Assertividade
comportamentos decisivos, de defesa da própria opinião, na
prática de se abordar os assuntos de forma direta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1281
Existem dezenas de indicadores, os mais comuns são:
1. Inovação/Propensão ao risco: grau em que as pessoas são incentivadas a inovar, a aceitar
desafios. As culturas inovativas são orientadas para incerteza (ambientes instáveis),
possuem alta tolerância à ambiguidade e incentivam as pessoas a preferirem os desafios,
os riscos, as mudanças e as situações de resultados duvidosos. Geralmente, organizações
com essa cultura possuem estrutura orgânica (cujas relações dinâmicas e altamente
interdependentes se assemelham aos organismos vivos, como por exemplo a relação entre
as células do corpo) e descentralizada, com foco nos sistemas abertos (interação com o
ambiente externo). Por outro lado, as culturas orientadas para a certeza (mecanicista) são
pouco tolerantes à ambiguidade e fazem as pessoas preferirem a acomodação, a rotina
e as situações estruturadas. É uma cultura com pouca capacidade de adaptação, pois o
comportamento das pessoas é mecânico, cada uma possui tarefas especializadas e a
hierarquia e o controle são valorizados.

2. Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários demonstrem precisão,
análise e atenção aos detalhes no trabalho.

3. Orientação para os resultados: o grau em que se focam os resultados mais do que as


técnicas ou os processos empregados para o seu alcance.

4. Foco nas pessoas: o grau em que as decisões levam em consideração o efeito dos resultados
sobre as pessoas dentro da organização.

5. Foco na equipe: o grau em que as atividades de trabalho em equipe são organizadas mais
em termos de equipes do que de indivíduos.

6. Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas, agressivas, em vez de dóceis ou


acomodadas.

7. Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do


status quo em contraste ao crescimento.

8. Linguagem: divide as culturas em dois tipos básicos. As de alto contexto baseiam-se na


confiança pessoal e na palavra falada. As de baixo contexto dão mais valor à palavra escrita
e à formalidade.

9. Universalismo: mede até que ponto as regras são inflexíveis e permanentes, ou então se
podem ser mudadas para se ajustar a situações particulares (particularismo).

10. Orientação para o ambiente (adaptação): as culturas adaptativas (orientadas pra fora,
sistemas abertos) preocupam-se seriamente com os clientes, acionistas e empregados. As
culturas não adaptativas (orientadas para dentro) preocupam-se principalmente consigo
mesmas, ou com algum produto ou tecnologia mais familiar.

11. Coletivismo: verifica se as pessoas já estão bem socializadas com a cultura e se há sinergia
no grupo, ou seja, se há confiança mútua entre os membros, foco no bem coletivo e nos
objetivos organizacionais. Nesse tipo de cultura, a principal forma de controle é a externa
(clientes, sociedade etc.). O inverso da cultura coletivista é a individualista, na qual há
desconfiança entre as pessoas, pouca solidariedade e baixa interação no trabalho. Nessas

1282 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

culturas é necessário um forte controle interno para corrigir os desvios de conduta e


garantir o alcance dos objetivos da organização.

12. Conservadorismo: grau de rigidez, caracterizado pelo apego à tradição, alto controle e uso
de processos corretivos e negativos (punições etc.).

13. Identidade: grau de identidade das pessoas com a organização como um todo, mais do que
com seu grupo imediato ou colegas de profissão.

14. Participação: nível de participação das pessoas no processo de administrar a organização.

15. Espiritualidade: (não tem a ver com práticas religiosas) esse indicador reconhece que as
pessoas possuem uma consciência espiritual e necessidade de trabalho significativo. Uma
cultura espiritualizada, portanto, apoia o trabalho que tenha um forte sentido de propósito
(que dê inspiração), que gere confiança e respeito mútuo entre as pessoas e que seja
baseado em práticas humanistas (horários flexíveis, recompensas coletivas, autonomia
etc.).

16. Pragmatismo: foco no mercado, nas necessidades dos clientes. Na cultura pragmática os
resultados são mais importantes que os procedimentos. O inverso é a cultura normativa:
preocupação acentuada com o cumprimento correto dos procedimentos organizacionais,
meios (processos) são considerados mais importantes que os resultados.

Aplicação

O interesse pelo assunto Cultura Organizacional se deve à tentativa de entender as diferenças


de desempenho entre as empresas.
O estudo da cultura ajuda a explicar alguns aspectos aparentemente incompreensíveis e
irracionais que ocorrem em um grupo ou organização – os indivíduos incorporam maneiras de
fazer e agir que se tornam naturais e não mais passíveis de explicações.
Vários estudos têm relacionado a cultura e o desempenho organizacional, apontando
uma associação entre ambos: o trabalho em equipe apresenta uma correlação forte com
desempenho, ou seja, organizações que adotam comportamento cooperativos tendem a ser
mais efetivas.
Os administradores usam a cultura explicitamente, por meio de credos, políticas e normas, ou
implicitamente, por meio de práticas e decisões. É um poderoso recurso para determinar a
forma como a estratégia do negócio é executada e a natureza da conduta com clientes, governo,
comunidade, meios de comunicação, acionistas, prestadores de serviços etc.
A cultura ajuda a definir, ainda, que tipos de pessoas devem ser admitidas (geralmente aquelas
cujo perfil é compatível à cultura da organização), como devem ser desenvolvidas, os critérios
que determinam a excelência do desempenho e as promoções de plano de carreira.
A cultura de certas organizações é tão forte (e reconhecida) que acaba atraindo os melhores
profissionais do mercado (ex.: Google).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1283
Os pesquisadores estão começando a acreditar que os elementos lógicos da cultura em
um ambiente altamente competitivo podem exercer uma influência ainda maior sobre o
desempenho e os resultados que os aspectos físicos das estruturas, sistemas e estratégias
organizacionais. Em outras palavras, a cultura corporativa pode ter um impacto significativo
sobre o desempenho econômico de longo prazo de uma empresa.

Mudanças

A cultura é difícil de mudar porque, além de ser estável, ela representa o aprendizado
acumulado de um grupo, bem como as formas de pensar, de sentir e, principalmente, o seu
sucesso.
As certezas culturais são compartilhadas e, para mudá-las, há que se pedir ao grupo inteiro que
mude essas certezas.
As culturas só mudam no médio e no longo prazo, pois demoram muito para sofrer modificações
por conta de seu caráter profundamente arraigado nas pessoas. Além disso, mesmo mudando,
há uma tendência de que a cultura mantenha a sua “personalidade”, que são os seus traços e
valores mais profundos.
Os processos de mudança precisam começar por meio de ações educacionais que exigem gasto
de tempo e energia.
Schein enfatiza que durante um processo de mudança o indivíduo pode sentir-se ansioso por
sobreviver ou culpado, o que gera a necessidade de abandonar alguns velhos hábitos e formas
de pensar para aprender outros. A ansiedade do aprendizado é a combinação de vários medos,
como exemplos, o medo da incompetência temporária, medo de ser punido pela incompetência,
medo de perder a identidade pessoal, medo de deixar de ser membro do grupo.
Enquanto a ansiedade oriunda do aprendizado estiver alta, haverá resistência ou criação de
desculpas para não iniciar o processo de aprendizado transformador, podendo ser observados
estágios:
a) Negação – não acredita que a mudança seja válida.
b) Indicação de um bode expiatório – jogando o problema para outro membro e se negando a
aceitar (outras pessoas devem mudar antes dele).
c) Manobrar e negociar – requer uma compensação especial pelo esforço de mudar.
Segundo o autor, para criar a segurança psicológica, é necessário seguir etapas que devem ser
realizadas de maneira simultânea. O gestor da mudança deve estar preparado para realizá-las.
São elas:
•• Criação de uma visão positiva – a liderança deve acreditar que, com essa mudança, os
indivíduos e a organização estarão em melhor situação.
•• Aplicação de treinamento formal – necessária, para que os indivíduos aprendam novas
maneiras de pensar, novas atitudes e novas habilidades.
•• Envolvimento do aprendiz – cada indivíduo deve desenvolver sua própria metodologia de
aprendizado.

1284 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

•• Treinamento informal ou grupos familiares – criar treinamentos informais e em grupo, para


estimular o desenvolvimento das novas normas e certezas em grupo.
•• Exercícios, instrutores e feedback – aplicar exercícios, para que os indivíduos possam
aprender cometendo erros e receber feedback sem prejuízo aos resultados da organização.
•• Modelos de comportamento positivo – buscar enxergar os novos comportamentos e
atitudes, antes da implementação.
•• Grupos de apoio – criação de grupos de apoio para facilitar o aprendizado dos indivíduos.
•• Sistemas e estruturas coerentes – desenvolvimento de sistemas de recompensas e
disciplina e uma estrutura organizacional que seja coerente com a nova maneira de pensar
e agir.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1285
Slides - Cultura Organizacional

Cultura  Organizacional  
• Questões  mais  comuns:  
‒ Definições/Conceitos  
‒ Caracterís:cas  gerais  
‒ Formação  e  desenvolvimento  
‒ Componentes  -­‐  Elementos  e  Níveis  
‒ Tipos,  Modelos  e  Indicadores  
‒ Aplicação  
‒ Mudanças  
‒ Clima  (quando  está  expresso  no  edital)  
1

O  que  é  Cultura?  
ü Por  que  você  fala  e  se  comporta  dessa  forma?  
o Alguém  nasce  falando  português?  Inglês?  Russo?  
o E  falando  tchê,  bah,  rapariga,  tá  com  a  molésBa,  aperreado,  
trem,  mina,  cara,  merrmão?  
o Alguém  nasce  dançando  samba,  funk,  forró,  mambo,  polca?  
 
ü Se  você  fosse  criado  por  outra  família,  em  outro  lugar  
do  país,  o  que  seria  diferente  em  você?  
 

1286 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

O  que  é  Cultura?  
• Conclusão  1:  cultura  não  é  inata,  não  é  gené7ca,  não  é  individual;  
‒ Cultura  é  aprendida  e  compar1lhada  socialmente.  

• Conclusão  2:  você  não  percebe,  mas  ela  influencia  sua  vida.  
‒ É  uma  força  poderosa,  tácita  e  inconsciente  que  determina  o  
comportamento  das  pessoas;  a  forma  de  perceber  as  coisas;  os  
padrões  de  pensamento;  os  valores  e  as  crenças.  

Sua  cultura  é  o  conjunto  de  valores,  crenças  e  comportamentos  que  


você  aprendeu  e  assimilou  socialmente,  
ao  longo  da  sua  vida.  

Cultura  
• Choque  cultural:  re.rar  uma  pessoa  do  meio  cultural  ao  qual  
está  acostumada  para  viver  em  um  outro,  com  valores,  
hábitos,  tradições,  formas  de  pensar  e  agir  diferentes.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1287
Cultura  
ü Por  que  existem  diferentes  culturas?  
• Cada  grupo  de  pessoas  deve  aprender:  
1. a  lidar  com  o  ambiente  (adaptação);  
2. a  conviver  (relacionamento).  
•  A  longo  do  tempo:  aquilo  que  funciona  é  
ressaltado;  aquilo  que  dá  errado  é  
excluído;  algumas  caracterísFcas  marcam  o  
grupo.  
O  somatório  desses  fatores  cria  a  
• Exemplo:  um  grupo  de  amigos  que  cIden%dade   do  G
onvive  bastante   rupo!   certos  
desenvolve  
comportamentos  comuns  (linguagem,  roupas,  aFtudes,  etc.)  

O  que  é  Cultura?  

• Conclusão  3:  cultura  é  fruto  da  adaptação  ao  ambiente  e  do  convívio  
do  grupo.  
‒ Cultura  é  criada  e  determinada  historicamente.  

• Cultura  é  o  conjunto  específico  de  valores,  crenças  e  aCtudes  


comparClhadas  por  um  grupo.  
‒ Cultura  cria  a  iden3dade  do  grupo.  

1288 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Cultura  nas  Organizações  

‒ Professor!?!?!?!?!?!?  
Não  entendi  essa  história  de  “Valores,  crenças,  idenAdade”  
nem  essas  “CaracterísAcas  próprias,  únicas,  que  são  
aprendidas  e  comparAlhadas  por  um  grupo.”  

‒ E  o  que  isso  tudo  tem  a  ver  com  as  organizações?  

   

7  

Cultura  nas  Organizações  


Organizações  são  grupos  de  pessoas  com:  
• Tamanhos,  estruturas,  obje=vos  e  caracterís=cas  próprias;  
• Elementos  formais  X  informais;  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1289
Cultura  nas  Organizações  
Organizações  são  grupos  de  pessoas  com:  
• Tamanhos,  estruturas,  obje=vos  e  caracterís=cas  próprias;  
• Elementos  formais  X  informais;  

Cultura  nas  Organizações  


• Como  você  imagina  o  trabalho  em  
cada  uma  dessas  duas  empresas?  

• Em  qual  delas  você  trabalharia?  


Por  quê?  

• Qual  delas  tem  mais  sucesso?  

10  

1290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Cultura  nas  Organizações  

• Por  que  essas  pessoas  se  vestem  


assim?  
 

• Qual  dos  dois  grupos  é  melhor  


para  trabalhar?  
• Qual  tem  melhores  resultados?  
11  

Por  que  estudar  Cultura  Organizacional?  


• Explicar  alguns  aspectos  (comportamentos)  aparentemente  
incompreensíveis  e  irracionais  dentro  da  organização;  
• Entender  diferenças  de  desempenho  entre  organizações:  por  
que  organizações  com  tamanho,  estrutura,  tecnologia  e  
objeGvos  semelhantes  alcançam  resultados  tão  diferentes?  
• DiagnosGcar  e,  aplicando-­‐se  certas  metodologias,    gerenciar  e  
transformar  a  cultura.    
• Definir  que  Gpos  de  pessoas  devem  ser  contratadas  e  como  
serão  treinadas/desenvolvidas.  
‒ A  cultura  de  certas  organizações  é  tão  forte  (e  reconhecida)  que  acaba  
atraindo  (ou  afastando)  os  melhores  profissionais.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1291
Cultura  Organizacional  -­‐  Definições  
É  uma  variável,  algo  
que  a  organização  tem.  
Duas  visões  sobre  a  
Cultura  
É  uma  metáfora,  aquilo  
que  a  organização  é.  

• Cultura  Organizacional  é  um  conceito  descri'vo:  


• Descreve  a  forma  como  os  funcionários  percebem  as  caracterísFcas  
da  organização,  e  não  ao  fato  de  eles  gostarem  ou  não  delas.  
• Isso  diferencia  o  conceito  de  Cultura  do  conceito  de  Clima  e  de  
SaFsfação  (avaliaFvos).  
• A  Cultura  cria  o  Clima.   13  

Edgar  Schein  
• Premissa  de  Schein:  todo  grupo  social  precisa  resolver  dois  
problemas  principais  -­‐  convivência  de  seus  integrantes  e  
adaptação  ao  mundo  exterior.  
“Modelo  (padrão)  de  pressupostos  compar3lhados,  
 que  um  grupo  assimilou  
na  medida  em  que  resolveu  os  seus  problemas  
de  adaptação  externa  e  integração  interna  
e  que,  por  ter  sido  suficientemente  eficaz,  
foi  considerado  válido  e  repassado  (ensinado)  
aos  demais  membros  (novatos)    
como  a  maneira  correta  de  perceber,  pensar  e  sen3r  
em  relação  àqueles  problemas.”   14  

1292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Schein  -­‐  implicações  


• Cultura  é  propriedade  de  um  grupo:  ela  se  forma  sempre  que  
um  grupo  possui  suficientes  experiências  comuns.  
‒ Todas  as  organizações  desenvolvem  uma  cultura  (sua  própria  cultura,  
sua  idenHdade).  
‒ Pode  haver  diversas  culturas  dentro  de  uma  organização;  
• Por  representar  o  aprendizado  acumulado  de  um  grupo,  ela  é  
profunda  e  diMcil  de  mudar.  
• Ela  serve  para  a  sobrevivência  da  organização:  disseminação  
daquilo  que  deu  certo.  
• Ela  é  repassada  aos  novos  membros  da  organização:  
‒ Processo  de  socialização  -­‐  aculturação.  
15  

Schein  -­‐  implicações  


• As  partes  mais  importantes  da  cultura  (que  realmente  dirigem  
o  pensamento  e  o  comportamento  das  pessoas)  são  invisíveis:  
crenças  e  valores  inconscientes,  aceitos  e  comparAlhados.  
‒ Os  funcionários  não  sabem  explicar  exatamente  o  que  é  a  cultura:  
“Esse  é  o  jeito  de  fazer  as  coisas  por  aqui!”  
‒ Aquilo  que  nós  enxergamos  e  jusAficamos  são  as  consequências  da  
cultura.  
• Não  existe  uma  cultura  melhor  ou  pior,  certa  ou  errada:  é  
necessário  avaliar  se  os  paradigmas  culturais  de  uma  
organização  apoiam  ou  impedem  os  seus  objeAvos.  
‒ Uma  organização  de  sucesso  fundada  por  um  autocrata  vai  considerar  
esse  esAlo  de  liderança  “o  correto”.    
‒ Uma  organização  de  sucesso  fundada  por  um  líder  democrata  
também.  
16  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1293
Geert  Hofstede  
• Premissas  de  Hofstede:  
‒ Há  um  padrão  de  crenças  e  valores  compar<lhados  que  ajuda  os  
indivíduos  a  compreender  o  funcionamento  organizacional.  
‒ Esse  padrão  proporciona  aos  membros  certas  normas  de  
comportamento  a  serem  seguidas.  
‒ A  cultura  é  manifestada  por  meio  de  símbolos,  heróis  e  rituais.  

“Programação  cole.va  da  mente  


que  dis.ngue  
os  membros  de  um  grupo  dos  de  outro.”  
17  

Outros  autores  
• Repertório  de  experiências,  conhecimentos  e  valores  que  se  
desenvolvem  e  que  são  transmi9dos  aos  novos  integrantes.  
• Conjunto  de  valores,  crenças  e  padrões  de  comportamento  que  formam  o  
núcleo  de  iden9dade  de  uma  organização.  
• As  regras  do  jogo  que  o  novato  deve  aprender  para  fazer  parte  do  grupo.  
• Maneira  costumeira  ou  tradicional  de  pensar  e  fazer  as  coisas,  que  é  
par9lhada  em  grande  extensão  por  todos  os  membros  da  organização  e  
que  os  novos  membros  devem  aprender  e  aceitar  para  serem  aceitos  no  
serviço  da  firma.  
• Normas  informais  e  não  escritas  que  orientam  o  comportamento  dos  
membros  de  uma  organização  no  dia  a  dia  e  que  direcionam  suas  ações  
para  o  alcance  dos  obje9vos  organizacionais.  
18  

1294 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Outros  autores  
• Conjunto  de  fenômenos  resultantes  da  ação  humana,  visualizada  dentro  
das  fronteiras  de  um  sistema,  sendo  composta  de  três  elementos:  a  
tecnologia,  os  preceitos  e  o  caráter.    
‒ Tecnologia  é  o  conjunto  de  instrumentos  e  processos  uDlizados  no  trabalho  
organizacional,  inclusive  em  suas  relações  com  o  ambiente  externo,  incluindo-­‐se  
aí:  máquinas,  equipamentos,  divisão  de  tarefas,  estrutura  de  funções,  leiaute,  
racionalização  do  trabalho,  recursos  materiais,  cronogramas,  redes  de  
comunicações,  linguagem  etc.;  
‒ Preceitos  são  os  regulamentos  e  valores,  explícitos  e  implícitos,  que  regem  a  vida  
organizacional,  incluindo-­‐se  aí:  políDca  administraDva,  costumes  sociais,  esDlos  de  
gerência,  rituais,  cerimônias,  tabus,  tradições,  dogmas,  padrões  de  conduta  
esperada  etc.;  
‒ Caráter  é  o  conjunto  das  manifestações  espontâneas  dos  indivíduos  que  
compõem  a  organização:  alegria,  agressividade,  medo,  tensão,  entusiasmo,  
carinho,  apaDa,  etc.  
19  

Formação  e  Desenvolvimento  
• Fábula  dos  Macacos  
 

20  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1295
Formação  e  Desenvolvimento  
• Criação:  

1. Filosofia  dos  Fundadores  -­‐  têm  a  visão  daquilo  que  a  


organização  deve  ser;  
2. Líderes  (dirigentes)  –  ajudam  a  difundir  fortemente  a  cultura.  

A. Fundadores  e  líderes  selecionam/mantêm  funcionários  que  


pensem  da  mesma  forma  que  eles;  
B. Doutrinam  e  socializam  esses  funcionários;  
C. Agem  como  modelo  que  encoraja  os  funcionários  a  assimilarem  
valores  e  premissas.  
21  

Formação  e  Desenvolvimento  
• Desenvolvimento:  
‒ A  cultura  é  transmi7da  por  meio  de  prá7cas:  
o histórias  (relatos),  rituais  (a7vidades),  símbolos  (objetos  com  
significado),  linguagem  (símbolos  verbais),  etc.  

• Socialização  (aculturação):  processo  de  transmissão  da  cultura.  


‒ Três  estágios:  
1. Pré-­‐chegada;  
2. Encontro;  
3. Metamorfose     22  

1296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Formação  e  Desenvolvimento  
• Opções  de  Socialização:  
‒ Formal  -­‐  diferenciação  explícita  dos  novatos.  
‒ Cole=va  (serviço  militar)  ou  Individual.  
‒ Uniforme  (fixa  -­‐  estágios  padronizados  de  transição)  ou  variável.  
‒ Seriada  (papéis  de  encorajamento  -­‐  tutoria)  ou  randômica  (aleatória  -­‐  livre).  
‒ Reforço  (inves=dura  –  reforça  aquilo  que  é  desejável)  ou  eliminação  (despojamento  –  
neutraliza    aquilo  que  é  indesejável).  
• Métodos  de  Socialização:  
‒ Processo  sele=vo  
‒ Conteúdo  do  cargo  
‒ Supervisor  como  tutor  
‒ Equipe  de  trabalho  
‒ Programa  de  integração  (indução)  
23  

Caracterís)cas  Gerais  da  Cultura  Organizacional  


• Determinada  historicamente  (pelos  fundadores  e  líderes);  
• Construída  socialmente:  criada  e  preservada  pelas  pessoas  da  
organização;  
• Cada  organização  desenvolve  a  sua  própria  cultura:  sua  idenAdade;  
‒ Pode  haver  diversas  culturas  dentro  de  uma  organização;  
• Não  é  inata,  é  Aprendida;  
• Não  é  estáAca,  é  Dinâmica  (adaptação);  
• Possui  Estabilidade,  Profundidade  e  Largura;  
• Possui  normas  formais  e  informais;  fatores  visíveis  e  invisíveis;  
• Representa  a  maneira  tradicional  e  costumeira  de  pensar:  
‒ Orienta  o  comportamento  das  pessoas  –  cria  padrões;  
• DiQcil  de  mudar  -­‐  mas  não  há  consenso  sobre  o  grau  de  dificuldade;  
• Fator  interno  que  interfere  nas  relações,  no  clima  e  no  desempenho.  
24  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1297
Componentes  (Elementos)  e  Níveis  
• Níveis  (Camadas)  =  grau  de  visibilidade  
‒ Facilidade  de  percepção  de  um  elemento  cultural.  

• Elementos  =  Componentes  da  cultura  


‒ Componentes  da  camada  mais  externa  –  possíveis  de  
observar  diretamente,  mas  diBceis  de  interpretar.  
‒ Componentes  das  camadas  mais  profundas  -­‐  não  se  revelam  
diretamente  à  observação.  

Iceberg  
• externo  (visível  -­‐  formal):  aspectos  
operacionais  e  de  tarefa,  missão,  
visão,  obje;vos,  polí;cas,  regras,  
cargos,  estrutura,  organograma,  
tecnologia,  etc.  

• “ocultos”  (submersos  -­‐  informal):  


aspectos  afe;vos  e  emocionais,  
sociais  e  psicológicos  -­‐  percepções,  
valores,  sen;mentos,  interações  
informais,  normas  grupais,  padrões  
de  influência  e  de  poder,  
expecta;vas,  relações  afe;vas,  etc.  
• São  mais  diGceis  de  entender  e  de  
mudar.  

26  

1298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Edgar  Schein  
• Três  níveis:    
Artefatos  
Estruturas  e  processos  visíveis  
(fáceis  de  ver,  mas  di;ceis  de  interpretar)  
Valores  compar6lhados  
Estratégias,  obje@vos,  filosofias  
(jus@fica@vas  compar@lhadas,  processos  
conscientes)  
Pressupostos  Básicos  (Essência)  
Inconsciente:  fonte  de  valores  e  ações;  
Crenças,  percepções,  pensamentos  e  
sen@mentos  tomados  como  verdades.  

27  

Elementos  e  Níveis  
• Elementos  de  Schein:  
‒ Co5diano  do  comportamento  observável  -­‐  interações,  linguagem,  
gestos,  ro5nas  comuns;  
‒ Normas  ou  regras  que  envolvem  os  grupos  e  seus  
comportamentos  nos  momentos  informais  de  lazer,  refeições  
etc.;  
‒ Valores  dominantes  defendidos  pela  organização;  
‒ Filosofia  administra5va  que  orienta  as  polí5cas;  
‒ Regras  do  jogo  -­‐  como  as  coisas  funcionam;  
‒ Clima  organizacional  -­‐  sen5mentos  das  pessoas,  as  formas  como  
interagem  entre  si  e  frente  aos  clientes  ou  elementos  externos  à  
organização.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1299
Geert  Hofstede  
   
• Modelo   da  cebola:   Símbolos  –  objetos,  imagens,  gestos  ou  
palavras  que  têm  significado  especial  dentro  
4  camadas  
da  cultura  –  reconhecidos  por  aqueles  que  
Símbolos   comparBlham  a  cultura.  
Heróis  –  pessoas  vivas  ou  mortas,  reais  ou  
imaginárias,  revesBdas  de  presEgio  na  cultura  
eis  
sív as

Heróis  
)  
(vi rá8c

-­‐    frequentemente  lembradas  e  que  servem  de  


modelo  de  comportamento.  
P

Rituais  
Rituais  –  aBvidades  coleBvas,  muitas  vezes  
Valores   supérfluas  do  ponto  de  vista  técnico,  mas  
(invisíveis)   socialmente  essenciais.  
Valores  –  senBmentos  quase  sempre  
inconscientes;  tendências  gerais  para  preferir  
certos  “estados  de  coisas”  em  vez  de  outros.  
29  

Maximiano  
1  -­‐  Artefatos:  componentes  mais  visíveis  -­‐  
arquitetura,  veículos,  roupas,  produtos  etc.  
2  –  Tecnologia:  repertório  de  conhecimentos  
uJlizados  pelas  pessoas  e  organizações  para  
resolver  problemas.  
3  –  Símbolos:  objetos  e  comportamentos  com  
significados  -­‐  cerimônias,  rituais,  histórias,  
mitos,  imagens,  hábitos,  linguagem,  arquitetura,  
vestuário,  etc.  
4  –  Valores:  estão  no  ínJmo  da  cultura  organizacional  -­‐  crenças,  
preconceitos,  ideologia,  aJtudes  e  julgamentos  comparJlhados  nas  
organizações.  

1300 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Sérgio  Alves  
• Três  dimensões  interdependentes  
Material  
relação  das  pessoas  com  o  ambiente  
2sico  –  estrutura  da  organização,  
trabalho,  recursos,  materiais  e  
tecnologia  
 

Psicossocial   Ideológica  
relações  das  pessoas  entre  si,   relações  das  pessoas  com  os  
abrangendo  a  estrutura   valores,  normas,  filosofia,  
funcional  e  de  poder,  por   arte  e  outros  elementos  
meio  das  relações  formais  e   afins,  sejam  evidentes,  sejam  
das  informais     não  manifestos  

31  

• Schein:  3  níveis  
‒ Pressupostos  (tácitos)  –  aquilo  que  é  <do  como  verdadeiro;  inconsciente.  
‒ Valores  –  aquilo  que  é  considerado  importante  para  se  a<ngir  o  sucesso;  jus<fica<vas.  
‒ Artefatos  –  o  que  você  vê,  ouve  e  sente  quando  entra  em  um  lugar.  
• Hofstede:  4  níveis  (cebola)  
‒ Símbolos  –  qualquer  objeto,  imagem,  gesto  ou  palavra  que  possui  um  significado  
‒ Heróis  –  personagens  que  marcaram  a  história;  personificam  os  valores  da  cultura.  
‒ Rituais  –  collec<ve  ac<vi<es  considered  as  socially  essen<al;  
‒ Valores  –  coração  da  cultura;  tendências  a  preferir  certos  “estados  de  coisas”.  
• Iceberg:  2  níveis  =  Formal  (visível)  X  Informal  (invisível)  
• Alves:  3  dimensões  interdependentes  =  material,  ideológica  e  psicossocial.  
• Linguagem:  elemento  mais  simples  e  mais  explícito  da  cultura;  
• Comunicação:  troca  de  informações  (formal  ou  informal);  
• Tabus:  proibições;  
• Normas:  padrões  e  regras  de  conduta  (formal  e  informal);  
• Histórias  e  Mitos  –  “contos”  que  você  ouve  a  respeito  de  fatos  –  reais  ou  não;  
• Ritos,  rituais  e  cerimônias  –  eventos  que  ocorrem  dentro  da  organização;  
‒ Ritos:  rela<vamente  elaborado,  dramá<co  -­‐  passagem,  degradação,  reforço,  renovação,  integração.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1301
Cultura  Dominante,  Subculturas  e  Contracultura  
*Níveis  
    -­‐  Hofstede  

• Culturas  Nacionais  se  diferenciam  mais  no  nível  dos  valores;  


• Culturas  Organizacionais  se  diferenciam  mais  no  nível  das  prá;cas:  
símbolos,  heróis  e  rituais.   33  

Culturas  Fortes  X  Fracas  

• Forte  -­‐  homogênea  -­‐  os  valores  essenciais  são  intensamente  


acatados  e  compar9lhados.  
‒ Quanto  mais  membros  aceitarem  os  valores  e  quanto  mais  se  
comprometerem  com  eles,  mais  forte  será  a  cultura.  

• Fraca  -­‐  heterogênea  -­‐  há  poucos  (ou  não  há)  valores  essenciais  
compar9lhados.  
‒ Não  há  interpretação  uniforme  do  que  seria  um  comportamento  
adequado  ou  inadequado.  Dessa  forma,  é  diHcil  manter  a  coesão  da  
empresa  e  o  foco  nos  obje9vos  principais.  

1302 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Vantagens  de  uma  cultura  forte  


• Dá  aos  membros  uma  iden5dade,  diferencia  organizações  
• Controla,  influencia  e  molda  a  a5tude  e  o  comportamento  das  pessoas  
• Estabelece  limites  -­‐  menor  preocupação  em  desenvolver  regras  e  
regulamentos  
• Estabilidade:  compreensão  clara  dos  papéis  e  da  maneira  de  fazer  as  
coisas  
• Gera  um  índice  mais  baixo  de  rota5vidade  da  força  de  trabalho  
• Define  perfis  para  admissão,  promoção,  capacitação,  reconhecimento  
• Senso  de  união  -­‐  compromisso  com  algo  maior  que  o  interesse  individual  
• Cons5tui  tradições,  gerando  a  memória  histórica  da  organização;  
• Permite  a  adaptação  da  organização  ao  seu  ambiente  externo.  

Desvantagens  -­‐  Passivo  


• Quando  os  valores  compar6lhados  não  são  aqueles  necessários  
para  melhorar  a  eficácia  da  organização  
• Quando  a  cultura  diverge  das  necessidades  do  ambiente  
(interno  e  externo).                                  
• Pode:  
‒ Se  tornar  uma  barreira  à  diversidade  
‒ Causar  resistência  a  mudanças  (internas  e  externas)  
‒ Subes6mar  outros  grupos  e  pontos  de  vista  
‒ Prejudicar  a  comunicação  e  o  convívio  com  outros  grupos  (choque  de  
culturas)  
‒ Ins6tucionalizar-­‐se  -­‐  passa  a  ser  valorizada  por  si  só  e  não  pelos  bens  e  
serviços  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1303
Tipos  de  Cultura  (Robbins)  
• É"ca:  longo  prazo,  equilibra  direitos  dos  stakeholders,  apoio  para  correr  
riscos  e  inovar,  deses?mulo  à  compeBção.  
• Posi"va:  enfaBza  pontos  fortes  dos  funcionários,  recompensa  mais  que  
pune,  privilegia  a  vitalidade  e  o  desenvolvimento  pessoal.  
• Espiritualizada:  reconhece  que  as  pessoas  possuem  um  uma  consciência  
espiritual,  buscam  propósito  no  trabalho,  confiança,  respeito  e  práBcas  
humanistas.  
• Adapta"va:  foco  na  inovação,  cuidado  com  clientes,  mudanças,  
criaBvidade.    
• Não  adapta"va:  burocráBca,  foco  no  conservadorismo,  nas  tradições,  
costumes  e  valores.    

37  

Tipos  de  Cultura  


• Outros  0pos  de  cultura  (diversos  autores)  
‒ Cultura  do  Poder  –  poucas  regras;  relações  baseadas  em  poder,  afinidade;  
‒ de  Funções/Papéis  -­‐  habitual  na  função  pública.  Com  forte  burocra0zação,  
especialização  do  trabalho  e  das  regras;  
‒ de  Clã  (família)  -­‐  local  de  trabalho  amigável,  com  foco  na  lealdade,  na  
coesão  e  na  tradição;  
‒ Inovadora  (empreendedora)  -­‐  estrutura  orgânica  e  descentralizada,  com  
foco  nos  sistemas  abertos  (interação  com  o  ambiente  externo);  
‒ de  Mercado  -­‐  focada  em  resultados  e  rendimentos,  busca  melhorar  sua  
posição  compe00va;  
‒ de  Tarefas  –  foco  no  trabalho,  nos  obje0vos;  
‒ de  Pessoas  –  foco  na  sa0sfação  dos  indivíduos;  
‒ Linguagem  –  alto  contexto  (fala,  confiança  pessoal);  baixo  contexto  
(escrita).  

1304 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Indicadores  -­‐  Atributos  


• Um  indicador  é  um  mecanismo  de  controle  que  serve  para  
medir  algo  (geralmente,  o  desempenho);  
• Os  indicadores  da  cultura  organizacional  permitem  iden@ficar  a  
essência  da  cultura  em  uma  organização,  em  outras  palavras,  
medem  a(s)  caracterís@ca(s)  da  cultura  presente(s)  na  organização.  
• 7  caracterís@cas  que  capturam  a  essência  da  cultura  (Robbins):  
1. Inovação  –  assumir  riscos,  desafios,    
2. Atenção  aos  detalhes  –  precisão,  análise  
3. Orientação  para  resultados  (em  vez  de  processos)  
4. Foco  na  pessoa  –  decisões  levam  em  conta  impacto  nas  pessoas  
5. Foco  na  equipe  –  a@vidades  organizadas  em  equipes  
6. Agressividade  -­‐  compe@@vidade  
7. Estabilidade  –  manutenção  do  status  quo  

Mudanças  
• A  cultura  é  di0cil  de  mudar  -­‐  representa  o  aprendizado  
acumulado  de  um  grupo,  bem  como  as  formas  de  pensar  e  de  
sen;r;  
• Mudanças  a  médio  e  longo  prazo;  
• Tendência  de  que  a  cultura  mantenha  a  sua  personalidade  -­‐  
seus  traços  e  valores  mais  profundos.  
• Estágios  da  Resistência:  
‒ Negação  
‒ Indicação  de  um  bode  expiatório  
‒ Manobra  e  negociação  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1305
Administração
Aula XX

CLIMA ORGANIZACIONAL

Principais definições

Toro (2001): consiste nas percepções compartilhadas que os membros desenvolvem através
das suas relações com as políticas, práticas e procedimentos organizacionais, tanto formais
quanto informais.
Robbins (2011): percepções compartilhadas que os membros da organização possuem sobre
ela e sobre o ambiente de trabalho.
Tamayo (1999): envolve alguns elementos da cultura, mas é mais superficial e opera somente
no nível de atitudes e valores. Pode-se afirmar que clima é parte da cultura, e diz respeito ao
nível que pode ser experimentado de modo mais imediato.
Maximiano (2012): é o produto dos sentimentos. Em essência, o clima é uma medida de como
as pessoas se sentem em relação à organização e a seus administradores. É o conjunto de
sentimentos positivos, negativos ou de indiferença, produzidos pela organização sobre seus
integrantes.

Implicações

O clima representa a qualidade do ambiente psicológico e social que existe em uma organização
e que condiciona o comportamento dos seus membros. Está intimamente ligado ao moral e à
satisfação das necessidades humanas dos funcionários.
Dependendo de como os participantes se sentem em relação à sua organização em determinada
época, o clima pode ser positivo e favorável – quando é receptivo e agradável –, ou negativo e
desfavorável – quando é frio e desagradável. O clima organizacional é a causa e a consequência
do comportamento dos participantes de uma organização.
Ele influencia direta e indiretamente nas atitudes, na motivação, na produtividade do trabalho
e também na satisfação dos funcionários e das demais pessoas envolvidas com a organização.
→ Satisfação: ligação do indivíduo com seu contexto de trabalho - julgamento avaliativo,
positivo ou negativo, que o trabalhador faz sobre seu trabalho ou situação de trabalho. Tem
natureza afetiva.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1307
O clima da organização pode se manifestar por meio de uma série de indicadores:
• Rotatividade de pessoal (turnover): taxa de contratações e demissões, que mostra a
permanência (longa ou curta) dos funcionários.
• Absenteísmo: quantidade de faltas e atrasos ao trabalho.
• Participação em programas de sugestões: a baixa participação indica falta de
comprometimento dos funcionários com os resultados e o crescimento da empresa.
• Conflitos interpessoais e interdepartamentais: indicam um clima de tensão e desagregação.
• Resultados das avaliações de desempenho: quedas no desempenho podem demostrar
variações do ânimo dos funcionários.
• Greves: formas mais hostis de se demonstrar a insatisfação generalizada.
• Desperdício de materiais, depredação: também mostram insatisfação e falta de
comprometimento.
• Reclamações no serviço médico: os funcionários expõem problemas de natureza física e
psicológica.

Cultura X Clima
O clima organizacional é, de certa forma, o reflexo da cultura da organização ou, melhor
dizendo, o reflexo dos efeitos dessa cultura na organização como um todo, mas Clima e Cultura
são conceitos bem diferentes.
• Cultura é conjunto de valores e crenças que orientam o comportamento humano na
organização.
•• Clima é a percepção compartilhada pelas pessoas quanto a esses valores, políticas e
práticas de gestão (tem natureza cognitiva - processo de adquirir e assimilar percepções,
conhecimentos).
• Cultura trata de valores muitas vezes inconscientes.
•• Clima trata de aspectos que são evidenciados e percebidos pelas pessoas nas relações
existentes na organização.
Quando se assiste à previsão do tempo na televisão, o apresentador fala que "o clima está
bom", ou "o clima está ruim, mas pode melhorar nos próximos dias". O clima organizacional
segue o mesmo princípio, mas o que varia (em vez de sol e chuva) é a percepção das pessoas
que trabalham na organização. O clima, portanto, pode variar mais facilmente (dependendo de
acontecimentos), enquanto a cultura é mais perene.
Além da cultura, alguns fatores como políticas organizacionais, formas de gerenciamento,
lideranças formais e informais, atuação da concorrência e influências governamentais também
podem alterar o clima.

1308 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Clima Organizacional – Prof. Rafael Rafazolo.

Pesquisa de Clima Organizacional

Por que as organizações avaliam o clima?


• As percepções compartilhadas alimentam a formação de opiniões/juízos acerca do trabalho.

• Essas opiniões determinam as ações, reações e decisões das pessoas (as pessoas se
comportam com base naquilo que percebem, de acordo com suas crenças a respeito da
realidade e não pela realidade).

• Diagnosticar o clima organizacional, portanto, torna possível melhorar o comportamento


humano no trabalho.

Uma pesquisa de clima organizacional busca identificar a percepção das pessoas sobre a
organização, como elas se sentem, e consequentemente, verificar qual é o nível de satisfação e
de motivação. Sendo assim, pode-se dizer que ela é um canal de comunicação entre a direção e
os empregados, ou mesmo uma forma de se obter feedback dos funcionários, mantendo o foco
voltado para suas necessidades.

Em uma pesquisa, cada funcionário terá uma realidade percebida, o que produzirá sentimentos
individuais. Por isso, para se obter uma amostra confiável do clima da organização – e saber
em que áreas agir –, é necessário aplicar questionários com o maior número possível de
funcionários e “somar” suas percepções.
Geralmente, se analisa o clima a partir de quatro dimensões que influenciam o ambiente da
organização, conforme o quadro a seguir.

Resistência à
Estresse Liderança Motivação
mudança
Relacionamento com Relacionamento com Relacionamento líder/ Relacionamento
as mudanças as ações do dia-a-dia colaborador intrapessoal
Colaboração dos
Amenizar o estresse Administrar pessoas, A organização cria
funcionários para
com ações que visem o desenvolver a estímulos para
a implantação e
bem estar dentro das organização de forma motivar o funcionário
adequação a um novo
organizações. eficaz e eficiente. (percepções).
sistema.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1309
Há diversos modelos de pesquisas de clima organizacional. A seguir, cita-se um que relaciona
Categorias de Análise com seus devidos componentes.

Categorias Componentes
Satisfação dos usuários; Percepção figurativa
da organização; Sentimento de identidade;
Imagem e Avaliação Institucional. percepção dos objetivos organizacionais;
Prestígio perante a comunidade; Valorização
profissional dos servidores.
Condições de progressão funcional;
Desenvolvimento de Recursos Humanos, Reconhecimento proporcionado; Justiça
Benefícios e Incentivos predominante; Comprometimento/Interesse
pelo trabalho; Qualidade dos benefícios.
Adequação da estrutura; Clareza organizacional;
Apoio Logístico; terceirização; Justiça
Organização e Condições de Trabalho
predominante; Comprometimento e interesse
pelo trabalho; Utilização do tempo.
Relacionamento individual e grupal; Cooperação
Relacionamento Interpessoal
entre os seguimentos; Consideração humana.
Sucessão administrativa; Credibilidade das
Sucessão político-administrativa e chefias; Competência e qualificação das chefias;
Comportamento das chefias Delegação de competências; Clareza das chefias;
Ênfase na participação; Consideração humana.
Satisfação no trabalho; Jornada de trabalho;
Satisfação Pessoal
Prestígio junto à Instituição; Reconhecimento.

Exemplos de tipos de clima:


• Desumano – é dada excessiva importância à tecnologia;
• Tenso – há forte pressão ao cumprimento de normas rígidas, burocráticas em que os
resultados podem levar a punições e/ou demissões;
•• Tranquilidade e confiança – existe plena aceitação dos afetos, sem descuidar de
preceitos e do trabalho.

1310 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Clima Organizacional – Prof. Rafael Rafazolo.

Slides - Clima Organizacional

Clima  Organizacional  
• Toro  (2001):  percepções  compar6lhadas  que  os  membros  
desenvolvem  através  das  suas  relações  com  as  polí6cas,  prá6cas  e  
procedimentos  organizacionais,  tanto  formais  quanto  informais.    
• Robbins  (2011):  percepções  compar6lhadas  que  os  membros  da  
organização  possuem  sobre  ela  e  sobre  o  ambiente  de  trabalho.  
• Tamayo  (1999):  envolve  alguns  elementos  da  cultura,  mas  é  mais  
superficial  e  opera  somente  no  nível  de  a6tudes  e  valores  -­‐  nível  
que  pode  ser  experimentado  de  modo  mais  imediato.  
‒ A  Cultura  influencia  o  Clima.  
• Maximiano  (2012):  é  o  produto  dos  sen6mentos.  Uma  medida  de  
como  as  pessoas  se  sentem  em  relação  à  organização  e  a  seus  
administradores.  
1  

Clima  Organizacional  
• É  a  qualidade  do  ambiente  psicológico  e  social  que  existe  na  
organização  em  uma  determinada  época.  
• O  clima  psicológico  é  fortemente  ligado  à  sa@sfação  (material  e  
emocional)  no  trabalho,  ao  envolvimento,  ao  comprome@mento  e  
à  mo@vação.  
‒ Sa@sfação:  ligação  do  indivíduo  com  seu  contexto  de  trabalho  -­‐  
julgamento  avalia@vo,  posi@vo  ou  nega@vo.  Tem  natureza  
afe@va.  
‒ O  Clima  influencia  diretamente  nos  comportamentos  e  na  
produ@vidade.  

2  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1311
Clima  Organizacional  
• Indicadores  que  ajudam  a  expor  o  Clima:  
‒ Rota<vidade  de  pessoal  (turnover);  
‒ Absenteísmo;  
‒ Par<cipação  em  programas  de  sugestões;  
‒ Conflitos  interpessoais  e  interdepartamentais;  
‒ Resultados  das  avaliações  de  desempenho;  
‒ Greves;  
‒ Desperdício  de  materiais,  depredação;  
‒ Reclamações  no  serviço  médico.  

3  

Clima  Organizacional  

• Cultura:  conjunto  de  valores  e  crenças  que  orientam  o  


comportamento  humano  na  organização.  
• Clima:  é  a  percepção  compar>lhada  pelas  pessoas  quanto  
a  esses  valores,  polí>cas  e  prá>cas  de  gestão.  

• Cultura:  trata  de  valores  muitas  vezes  inconscientes.  


• Clima:  trata  de  aspectos  que  são  evidenciados  e  
percebidos  pelas  pessoas  nas  relações  existentes  na  
organização.  
4  

1312 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Clima Organizacional – Prof. Rafael Rafazolo.

Pesquisa  de  Clima  Organizacional  

• Busca  iden6ficar  a  percepção  das  pessoas  sobre  a  organização  -­‐  


como  elas  se  sentem,  o  nível  de  sa6sfação  e  de  mo6vação.  
• Analisa  diferentes  vieses  e  indica  focos  de  ação:  
‒ Organização  e  Condições  de  Trabalho,  BeneIcios  e  Incen6vos,  
Relacionamento  Interpessoal,  Comportamento  das  chefias,  Sa6sfação  
Pessoal,  etc.  
• Somatório  de  percepções  individuais  =  Clima  da  Organização  
• É  um  canal  de  comunicação  entre  a  direção  e  os  empregados,  
ou  mesmo  uma  forma  de  se  obter  feedback  dos  funcionários.  

5  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1313
Administração
Aula XX

LIDERANÇA

Liderança é a capacidade de influenciar o comportamento de outra pessoa através da adesão


da mesma a um princípio, a uma meta ou a uma determinada missão.
Em outras palavras, é a capacidade de influenciar as pessoas a alcançar objetivos, portanto,
envolve competências interpessoais, inerentes às relações humanas.
A liderança é diferente da autoridade formal: enquanto a autoridade formal advém da posição
ou do cargo ocupado na hierarquia - quando um funcionário obedece ao chefe, ele o faz por
que é obrigado - a liderança advém do consentimento, ou seja, não depende de hierarquia,
tampouco parte do uso de sanções (coerção) como mecanismo de convencimento. Todo bom
chefe deve ser um líder, porém, nem todo líder é um chefe.
Para não ser confundida com manipulação, uma liderança autêntica deve ter como fundamentos
a ética e a confiança.
A liderança não é uma qualidade pessoal singular. Algumas vezes o líder emerge naturalmente,
outras ele é escolhido devido à necessidade de liderança em um grupo. Ao mesmo tempo, as
características que levam uma pessoa a ser aceita como líder em um grupo são limitadas a este
grupo.
A liderança, portanto, é um fenômeno tipicamente social, um tipo de influência entre pessoas,
realizada por meio de um processo de comunicação, que ocorre em determinada situação e
busca alcançar objetivos específicos. Neste contexto, liderança envolve relações, comunicação
e metas.
Segundo McGregor, a liderança é um processo social complexo, no qual interagem quatro
variáveis ou componentes:

1. as motivações dos liderados – ela é legitimada pelo atendimento das expectativas do grupo
de liderados;

2. a tarefa ou missão – o que liga o líder aos seguidores é uma tarefa ou missão. Sem missão,
não há liderança; apenas influência ou popularidade;

3. o líder – pessoa com certos traços de personalidade, motivações e habilidades;

4. a conjuntura – contexto, meio organizacional no qual ocorre a relação líder-liderados. Esse


meio influencia o comportamento do líder e dos liderados e define o modelo de liderança a
ser seguido (ex: ser líder em uma organização militar X ser líder de uma equipe esportiva).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1315
Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis dos Líderes

Diversos estudos, conduzidos ao longo do século XX, procuraram identificar distintas


habilidades, atividades, papéis e poderes exercidos pelos gestores (administrados, gerentes,
líderes) das organizações.

Poderes
Segundo French e Raven, existem cinco tipos de poder que um líder pode possuir:
•• Legítimo: autoridade formal, poder do cargo ocupado;
•• Coerção: poder de punição, temor;
•• Recompensa: poder de recompensar as atitudes, baseado nas necessidades;
•• Referência: carisma, identificação com o líder;
•• Perito ou Conhecimento: baseado na competência técnica, especialidade, aptidão.

Atividades (Fred Luthans)

1. Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e controlar.

2. Comunicação: trocar e processar informações; processar documentação.

3. Administrar recursos humanos: motivar, resolver conflitos, alocar pessoal, treinar.

4. Relacionamento (networking): manter relações sociais, fazer política, interagir.

Papéis (Mintzberg)
Henry Mintzberg criou uma classificação dos dez papéis dos gestores, dividindo-os em três
categorias:

1316 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

1. Papéis interpessoais (relacionamento):


a) Figura de proa – símbolo, representante, o relações-públicas.
b) Líder – relação de influência e motivação.
c) Ligação – facilita a relação intra e entre áreas.

2. Papéis de informação:
a) Monitor – receber e lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro da organização
e também entre pessoas e áreas.
c) Porta-voz – transmissão de informações para fora (ambiente).

3. Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador e planejador de mudanças.
b) Solucionador de problemas – gerenciador de turbulências e de distúrbios.
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos – tempo, pessoas, materiais etc.

Habilidades Gerenciais (Katz)


Robert L. Katz dividiu as habilidades gerenciais em três categorias:

Habilidade técnica – capacidade de aplicação de conhecimentos e habilidades específicas. Os


conhecimentos, métodos e equipamentos necessários para a realização das tarefas que estão
dentro do campo de sua especialidade.
Habilidade humana – capacidade de entender, liderar e trabalhar com pessoas. A compreensão
das pessoas e de suas necessidades, interesses e atitudes.
Habilidade conceitual – capacidade cognitiva de analisar informações, compreender e lidar
com a complexidade da organização como um todo, além de usar o intelecto para formular

www.acasadoconcurseiro.com.br 1317
estratégias. Criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto são
manifestações da habilidade conceitual.
A figura mostra que todos os gestores da organização devem ser, em certo sentido, gestores de
pessoas.
Henry Mintzberg também definiu algumas habilidades, associando-as diretamente aos
papéis gerenciais que criou: relacionamento com colegas; liderança; resolução de conflitos;
processamento de informações; tomar decisões em condições de ambiguidade; alocação de
recursos; empreendedor; capacidade de introspecção.

Teorias

As teorias relevam diferentes abordagens sobre o tema Liderança. Há três abordagens mais
comuns:

1. Traços de personalidade – foco nas características pessoais do líder.

2. Comportamentais – foco nos estilos (maneiras) de liderar os seguidores.

3. Contingenciais (situacionais) – foco na adaptação do líder às diferentes situações/contextos.

Teoria dos Traços de Personalidade


Essa abordagem teve grande força na década de 30. Segundo ela, o líder “nasce feito” e
apresenta características marcantes de personalidade, que o distinguem das demais pessoas.
Certos indivíduos possuem uma combinação especial de traços de personalidade que podem
ser definidos e utilizados para identificar futuros líderes. Alguns exemplos de traços de
personalidade:
•• Físicos: energia, aparência, altura, etc.
•• Intelectuais: adaptabilidade, iniciativa, entusiasmo e autoconfiança.
•• Sociais: cooperação, habilidades interpessoais e administrativas.
•• Relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa.
Estudos mais recentes mostraram que os traços pessoais poderiam prever o surgimento da
liderança, mas não indicam qual tipo de líder é mais eficaz ou ineficaz.

Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)


Esta abordagem surgiu na década de 40 e se refere ao que o líder faz, isto é, ao estilo de
comportamento adotado para liderar. Tais teorias sugerem que é possível treinar pessoas
para serem líderes, ou seja, a liderança deixava de ser uma característica inata e passava a
ser algo que pudesse ser adquirido, construído. Há inúmeros estudos, cada um com suas
particularidades. Os principais são:

1318 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Teoria X e Y (McGregor)
É considerada, por alguns, uma teoria de liderança, por outros, uma teoria de motivação.
Douglas McGregor pôs em evidência a filosofia do gestor sobre a natureza humana e a sua
relação com a motivação dos subordinados.
Os gestores tendem a desenvolver um conjunto de crenças ou ideias sobre os empregados, as
quais podem ser divididas em dois grupos, com visões antagônicas – a Teoria X e a Teoria Y.
•• De acordo com os pressupostos da Teoria X, as pessoas: são preguiçosas e indolentes;
evitam o trabalho; evitam a responsabilidade para se sentirem mais seguras; precisam ser
controladas e dirigidas; são ingênuas e sem iniciativa.
Se o gestor tem essa visão negativa das pessoas, ele tende a ser mais controlador e repressor, a
tratar os subordinados de modo mais rígido, a ser autocrático, a não delegar responsabilidades.
•• Nas pressuposições da Teoria Y, o trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou
descansar, portanto, as pessoas: são esforçadas e gostam de ter o que fazer; procuram
e aceitam responsabilidades e desafios; podem ser automotivadas e autodirigidas; são
criativas e competentes.
Como o gestor acredita no potencial dos funcionários, ele incentiva a participação, delega
poderes e cria um ambiente mais democrático e empreendedor.

Três Estilos (White e Lippitt)


Os autores fizeram uma pesquisa para verificar o impacto e o clima social resultante do uso de
três estilos diferentes de liderança: autocrática, democrática e liberal (laissez-faire).
I – Liderança Autocrática: apenas o líder fixa as diretrizes, determina as ações e as técnicas
para a execução das tarefas, sem qualquer participação do grupo.
II – Liderança Democrática: as diretrizes e tarefas são debatidas pelo grupo, o qual é estimulado,
assistido e mediado pelo líder.
III – Liderança Liberal (laissez-faire): há liberdade completa para as decisões grupais ou
individuais, com participação mínima do líder.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1319
A pesquisa verificou que: grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram maior
volume de trabalho, mas também maior tensão, frustração e agressividade. Sob liderança
democrática, o nível de produção foi menor, porém com maior qualidade, satisfação e
comprometimento das pessoas. Sob liderança liberal, houve mau desempenho qualitativo e
quantitativo, com forte individualismo, insatisfação e desrespeito ao líder.

Estudos da Universidade de Michigan (Likert)

Rensis Likert participou de estudos realizados na Universidade de Michigan, os quais buscavam


comparar a eficácia dos grupos de acordo com o comportamento do líder. Os pesquisadores
identificaram dois tipos de comportamento, denominados Orientação para o Empregado (foco
nos funcionários, nas pessoas) e Orientação para a Produção (foco no trabalho, nas tarefas).

•• Líder orientado para a Produção: focado na atividade rotineira do trabalho, enfatizando


seus aspectos técnicos, metódicos e práticos, caracterizado por forte pressão e supervisão
da produção.

•• Líder orientado para o Funcionário: mais voltado para os aspectos humanos do trabalho,
com foco no relacionamento interpessoal e num ambiente de trabalho que proporcione o
desenvolvimento eficaz da equipe.

Os resultados da pesquisa foram favoráveis aos líderes orientados para os funcionários. Este
tipo de liderança obteve índices maiores de produtividade e de satisfação com o trabalho.
Likert também analisou quatro fatores da administração (processo de decisão, comunicações,
relacionamento interpessoal e sistemas de recompensas e punições) e, com base nos
resultados, definiu uma escala com quatro estilos de liderança:

1. Autoritário coercitivo: típico da chefia tradicional - hierárquica, centralizadora, autocrática


baseada na punição e no medo.

2. Autoritário benevolente: também típico da chefia tradicional, ainda centralizador de


decisões, porém com certas recompensas materiais.

1320 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

3. Consultivo: um pouco menos autocrático. Algumas decisões são delegadas e outras


ocorrem no topo, mas há consulta aos funcionários - comunicação vertical descendente e
ascendente.

4. Participativo: é o mais democrático. Há delegação das decisões às equipes e incentivo ao


trabalho e relacionamento em grupo. A comunicação flui vertical e horizontalmente.

Por fim, Likert caracteriza os administradores da gerência intermediária como Pinos de


Ligação de uma camada hierárquica para outra – pessoas com capacidade de representar um
grupo, fazendo a integração das pessoas e destas com a organização. Para ele, a liderança é a
capacidade de exercer influência, seja como líder (para baixo), seja como subordinado (para
cima).

Estudos da Universidade de Ohio

Na mesma época do estudo da Universidade de Michigan e com objetivos muito semelhantes,


pesquisadores da Universidade de Ohio identificaram várias dimensões interdependentes do
comportamento do líder e, ao final do estudo, caracterizaram em somente duas dimensões:
Estrutura de Iniciação e a de Consideração.
Estrutura de Iniciação: se refere à extensão em que um líder é capaz de definir e estruturar o
seu próprio papel e o dos funcionários na busca do alcance dos objetivos. É focada nas tarefas,
no estabelecimento de padrões detalhados e de rotinas. Como o próprio nome traduz, o
líder define objetivos e trabalha estruturando e organizando as tarefas para que estas sejam
alcançadas da melhor forma pelos subordinados.
Consideração: descrita como a extensão em que um líder é capaz de manter relacionamentos
de trabalho caracterizados por confiança mútua, respeito às ideias dos funcionários e cuidado
com os sentimentos deles. O líder se preocupa mais em estabelecer bons relacionamentos
entre pessoas no trabalho ou no grupo, demonstrando apoio, apreço, confiança, e consideração
pelos seus colaboradores e agindo de modo a proporcionar a cooperação e o consenso de todos
para as atividades a serem desenvolvidas.
Dessas duas dimensões do comportamento do líder, foram desmembrados quatro tipos de
estilos, conforme a combinação entre o grau de estrutura e de consideração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1321
Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e Mouton)
A origem deste trabalho teve como base as pesquisas realizadas pelas Universidades de Ohio e
Michigan, que demonstravam duas dimensões do comportamento do líder que eram
considerados estilos opostos (foco nas pessoas X foco nas tarefas). Porém, com o
desenvolvimento das pesquisas sobre a liderança, verificou-se que as tarefas e as pessoas não
são polos opostos, mas limites (dimensões) de um mesmo território: o líder pode combinar os
dois estilos em seu comportamento, ou enfatizá-los simultaneamente, podendo ser eficaz ou
ineficaz tanto na dimensão da tarefa quanto na dimensão das pessoas.
Blake e Mouton desenvolveram a ideia da
Grade Gerencial (managerial grid, ou grade
da liderança) de acordo com esse modelo
explicativo de liderança. A grade gerencial
pressupõe que o administrador está sempre
voltado para dois assuntos: tarefa (a produção,
os resultados dos esforços) e pessoas (colegas e/
ou subordinados).
A grade é um diagrama que apresenta uma
variável relacionada à produção (eixo x), e
outra variável relacionada às pessoas (eixo
y), com intervalos ordenados de 1 a 9 (1 é a
menor intensidade; 9 a maior; 5 é um grau intermediário). A matriz bidimensional comporta
81 posições (nove por nove) ao longo da qual estão distribuídos os tipos de gerenciamento
identificados pelos pesquisadores.

1322 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Estilo Significado Participação Fronteiras Intergrupais


Mínima preocupação com
Pouco envolvimento e pouco Isolamento. Falta de Coorde-
1.1 a produção e com as pes-
comprometimento. nação íntergrupal.
soas.
Enfatiza as pessoas com Comportamento Superficial e Coexistência pacifica. Grupos
1.9 mínima preocupação com efêmero. Soluções do mínimo evitam problemas para man-
a produção. denominador comum. ter a harmonia.
Ênfase na produção com Hostilidade intergrupal. Sus-
Não há participação das
9.1 mínima preocupação com peita a desconfiança mútuas.
pessoas.
as pessoas. Atitude de ganhar/perder.
Estilo do meio termo. Ati-
Trégua inquieta. Transigência
tude de conseguir alguns Meio caminho e acomodações
5.5 rateio e acomodações para
resultados sem muito es- que deixa todos descontentes.
manter a paz.
forço.
Comunicação abertas e fran-
Elevada participação e envol-
Estilo de excelência. Ênfase cas flexibilidade e altitude
9.9 vimento. Comprometimento
na produção e nas pessoas. para o tratamento construti-
das pessoas.
vo dos problemas.

Teorias Situacionais

O verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob
condições extremamente variadas (contextos, ambientes, tarefas, objetivos, etc.).

Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)

Obs: alguns autores consideram esta teoria dentro da abordagem Comportamental, outros,
dentro da abordagem Contingencial.

Para criar este modelo, os autores se basearam no pressuposto de que a escolha de um estilo
de liderança eficaz está intimamente ligada a três fatores: forças no líder (sua experiência,
personalidade e conhecimento); forças nos subordinados (sua responsabilidade, educação e
habilidades); e forças na situação (a organização, a complexidade do ambiente e as situações
gerais).

Os líderes de sucesso seriam aqueles que conseguem colocar em evidencia as forças que são
mais importantes para o seu comportamento no momento adequado, bem como manter uma
boa interação com os subordinados, a organização e as pressões do ambiente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1323
Tannenbaum e Schmidt criaram um continuum de liderança (uma espécie de régua) que
consiste em uma faixa composta de sete atitudes possíveis para um gerente.
As atitudes de um líder variam
conforme a situação. No
extremo esquerdo da régua, o
administrador (ou líder) toma as
decisões e apenas as anuncia; no
extremo direito, o administrador
toma decisões em acordo com os
subordinados.
Este Continuum de Comporta-
mento de Liderança (ou do Admi-
nistrador), portanto, estabelece
sete estilos que a liderança pode
seguir, de acordo com o grau de
centralização ou descentralização de poder decisório nas mãos do líder.

Modelo de Fiedler
O desempenho eficaz do grupo depende da combinação apropriada entre o estilo de interagir
do líder com seus subordinados e o grau em que a situação dá controle e poder de influência
ao líder.
Fiedler dividiu seu modelo em 3 etapas:

1. Identificando o modelo de liderança: é feito por meio do questionário do colega de quem


menos gosto (tradução do inglês LPC – Least Prefered Coworker). Os respondentes são
convidados a refletir sobre o seu colega de trabalho menos preferido, ou seja, aquele com
quem tiveram maior dificuldade a trabalhar. Depois devem responder ao questionário,

1324 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

composto por 16 adjetivos contrastantes (ex: agradável-desagradável, eficiente-ineficiente,


aberto-fechado), atribuindo notas de 1 a 8 para as características. Se a pontuação for alta
(focada nos termos favoráveis) então a pessoa é orientada para relacionamento. Se a
pontuação for baixa (predominância de termos desfavoráveis), então a pessoa é orientada
para a tarefa.

Esta etapa está baseada na suposição do autor de que o estilo de liderança de cada pessoa é
único.

2. Definindo a situação: de acordo com o autor, três fatores situacionais chave determinam a
eficácia da liderança:

a) Relações líder-liderado: o grau de segurança, confiança e respeito que os subordinados


têm por seu líder;

b) Estrutura da tarefa: o grau de procedimentos que as missões de trabalho têm (isto é,


estruturadas ou desestruturadas); e

c) Poder da posição: o grau de influência que o líder tem sobre as variáveis de poder como
contratações, demissões, atos disciplinadores, promoções e aumentos de salário.

Cada uma destas variáveis recebe uma avaliação (boa/má, alto/baixo e forte/fraco
respectivamente), gerando 8 combinações.

Fatores Situacionais Favorabilidade Situacional Desfavorabilidade Situacional


Maior poder de posição; Menor poder de posição;
Poder de posição do
Muita autoridade formal; Pouca autoridade formal;
lider Alto nível hierárquico. Baixo nível hierárquico.
Tarefa estruturada, rotineira e
Tarefa não estruturada, variada e
programada;
Estrutura da tarefa não programada difícil de desem-
Fácil de desempenhar, executar e
penhar, executar e aprender.
aprender.
Relações entre líder e Bom relacionamento entre líder e Pobre relacionamento entre líder
membros os membros do grupo. e os membros do grupo.

3. Combinando os lideres com a situação: nesta etapa combinam-se os estilos de liderança


(etapa 1) com a situação em que o líder se encontra (etapa 2).

Pesquisas realizadas identificaram os líderes orientados para a tarefa como tendo um melhor
desempenho em situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis. Líderes orientados para
relacionamentos se saíam melhor em situações moderadamente favoráveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1325
Modelo de Hersey & Blanchard
O modelo faz uma relação entre a maturidade do funcionário e a necessidade de ação por
parte do líder. O sucesso da liderança é alcançado por meio da escolha do estilo adequado, o
qual depende do nível de maturidade (prontidão) do funcionário.
A maturidade é definida como o desejo de realização, a vontade de aceitar responsabilidade e a
capacidade/experiência relacionada ao trabalho dos subordinados.
Hersey e Blanchard identificaram quatro estilos ou formas de liderança, caracterizados pela
representação da letra “E” e por palavras-chave: determinar (comando), persuadir (venda),
compartilhar (participação) e delegar. Esses estilos fazem correspondência com o nível de
maturidade dos subordinados, que variam do nível de pouca maturidade (M1), ao nível em que
os subordinados são capazes de assumir responsabilidades (M4).

A imaturidade (M1) deve ser gerenciada por meio do uso forte da autoridade e do foco nas
tarefas, com pouca ênfase no relacionamento (dar ordens - E1).

1326 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

M2 caracteriza pessoas com elevada vontade de assumir responsabilidades, mas pouca


experiência ou conhecimento, as quais devem, dessa forma, o líder precisa ser ao mesmo
tempo diretivo e oferecer o apoio emocional (E2).
Em M3, as pessoas têm grande competência, mas pouco interesse em assumir responsabilidades,
devido a sentimentos de insegurança ou desmotivação, por isso, o líder orienta-se fortemente
para o relacionamento, com pouca ênfase na tarefa (E3). Quanto mais maduro o seguidor,
menos intenso deve ser o uso da autoridade pelo líder e mais intensa a orientação para o
relacionamento (E2 e E3).
Para um liderado altamente maduro (M4), não é necessário comportamento forte de tarefa,
tampouco de relacionamento (E4), pois este tipo de funcionário altamente maduro possui as
condições ideais para assumir responsabilidades – competência e motivação.

Teoria 3D (Reddin)
Os modelos bidimensionais não vinham explicando a contento o processo de liderança. Alguns
pesquisadores, então, passaram a acrescentar uma terceira dimensão, ou variável de análise do
comportamento. A teoria de Reddin, ou da Eficácia Gerencial, tem esse nome justamente por
acrescentar uma 3ª dimensão, a Eficácia.
Segundo o autor, a principal função do administrador é ser eficaz (ou seja, atingir os resultados).
O administrador deve ser eficaz em uma variedade de situações e a sua eficácia poder ser
medida na proporção em que ele é capaz de transformar o seu estilo de maneira apropriada,
em situação de mudança.
As três habilidades gerencias básicas são:
•• Sensitividade situacional - É a habilidade para diagnosticar as situações e as forças que
jogam na situação.
•• Flexibilidade de estilo - É habilidade de se adequar às forças em jogo, devidamente
analisadas e diagnosticadas.
•• Destreza de gerência situacional - É a habilidade de gestão situacional, ou seja, a capacidade
de modificar a situação que deve ser modificada.
O modelo de Reddin parte dos dois elementos (Orientação para Tarefa e Orientação para
Relacionamentos) para definir quatro estilos gerenciais básicos:

•• Relacionado: se orienta exclusivamente para as


relações que estabelece entre as pessoas;
•• Dedicado: dá ênfase às tarefas a serem realizadas;
•• Separado: tem uma atuação deficitária tanto
no que diz respeito às inter-relações, quanto à
realização das tarefas.
•• Integrado: consegue conjugar, de forma
concomitante, uma atuação eficaz tanto voltada
para a relação entre as pessoas quanto para a
realização das tarefas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1327
Não há um estilo ideal. Cada situação requer uma estratégia própria. O gerente deve modificar
seu estilo em conformidade com a exigência da situação, de forma a ser eficaz. Percebe-se,
portanto, que a Teoria 3D não dá uma direção (não propõe um estilo ideal), ela apenas ressalta
que o gerente deve buscar a eficácia.
Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e outro menos eficaz, dando lugar a
oito estilos gerenciais.

Eficaz Não Eficaz


Transigente: tolerante com algumas
atitudes ou comportamentos na
Executivo: voltado para resultados e
Líder Integrado equipe, correndo riscos de assumir
pessoas, é desafiador.
atitudes ambíguas, sem transmitir
confiança.
Promotor: enfatiza comunicações Missionário: tende a evitar conflitos,
Líder livres, desenvolvimento de talentos, postura agradável e sociável,
Relacionado trabalho eficaz em equipe e transmissão dependente dos outros, não tem o
irrestrita de confiança. foco na produção e nos resultados.
Autocrata Benevolente: age com
Autocrata: agressividade, indepen-
energia, autoridade, comprometido
Líder Dedicado dência, ambição, iniciador - fixa tare-
com qualidade, demonstra iniciativa e
fas e cobra resultados.
atitudes paternalistas.
Burocrata: segue ordens, é confiável,
Desertor: segue regulamentos, sem
lógico, com autocontrole, imparcial
envolvimentos, não emite opiniões
Líder Separado e justo em suas análises e decisões,
ou expressa posições, não coopera,
eficiente na manutenção de sistemas e
não se comunica com a equipe.
rotinas.

Teoria do Caminho–Meta (House)


A expressão caminho-meta (ou meios-objetivos) implica que o líder deve ajudar os liderados
a alcançar suas metas, oferecendo a orientação necessária (caminho) e recompensas para
assegurar que tais metas sejam compatíveis com os objetivos organizacionais.

1328 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Robert House defende que o líder eficaz deve esclarecer o caminho dos seguidores em direção
aos objetivos de trabalho, tornando essa jornada mais fácil ao reduzir os obstáculos e barreiras.
A responsabilidade do líder é aumentar a motivação dos funcionários para atingir objetivos
individuais e organizacionais.
Os líderes são flexíveis e podem assumir quatro comportamentos distintos, conforme o tipo de
situação:
•• Apoiador (suportivo): atento às necessidades dos subordinados - é amigável e acessível;
•• Diretivo: dá a direção - organiza o trabalho e fornece instruções sobre a execução;
•• Participativo: utiliza as sugestões dos subordinados em suas decisões;
•• Orientado para realizações (conquistas): apresenta metas desafiadoras para que os
subordinados ofereçam o melhor desempenho possível.
A teoria relaciona os quatro tipos de comportamentos dos líderes com dois fatores
contingenciais (características ambientais e dos funcionários), conforme figura a seguir.

Antes de adotar uma atitude, o líder deve avaliar qual a realidade da situação. O desempenho
e a satisfação do funcionário tendem a ser positivamente influenciados quando o líder oferece
algo que falte ao funcionário ou ao ambiente de trabalho. O líder será aceito pelos liderados
quando estes o virem como fonte de satisfação, imediata ou futura. Caso o líder seja redundante
em relação às fontes ambientais ou incongruente com as características dos funcionários, esse
comportamento errado pode desmotivar o subordinado e tornar o líder ineficaz.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1329
Liderança Transacional x Transformacional x Carismática
James M. Burns desenvolveu um novo paradigma, abordando a liderança como uma relação
com troca de influências, onde a energia básica é o poder. O autor aborda dois grandes
conceitos sobre liderança: a Transformacional e a Transacional.
O líder Transacional, ou negociador, apela aos interesses, especialmente às necessidades
básicas dos seguidores. Ele promete recompensas (materiais ou psicológicas) para conseguir
que os seguidores (ou subordinados) trabalhem para realizar as metas. Ele guia ou motiva seus
seguidores na direção de metas estabelecidas, esclarecendo o papel e os requisitos da tarefa
e fornecendo recompensas positivas ou negativas de acordo com o sucesso do desempenho.
Seu comprometimento é dito de curto prazo e há prevalência de características do estereótipo
masculino: competitividade, autoridade hierárquica, alto controle do líder, resolução analítica
de problemas, determinação de objetivos e processos racionais de troca.

Líder Transacional
Recompensa contingente: Negocia recompensas pelo desempenho.
Administração por exceção (ativa): Observa desvios e corrige.
Adm. Por exceção (passiva): Intervêm apenas quando resultados não são alcançados.
Laissez - faire: adbica de responsabilidade, evita decisões.

O líder Transformacional age influenciando, inspirando, estimulando e considerando


individualmente as pessoas. É um agente da mudança, utiliza técnicas de empowerment,
incita e transforma atitudes, crenças e motivos dos seguidores, tornando-os conscientes
das suas necessidades e das estratégias organizacionais. O comprometimento é de longo
prazo e as características femininas predominam: cooperação, colaboração, baixo controle e
soluções baseadas em intuição e racionalidade, ênfase no desenvolvimento de seguidores,
empowerment e criação de ligações emocionais.

Líder Transformacional
Influência idealizada - Carisma: Dá visão e sentido da missão, estimula orgulho.
Inspiração: Comunica altas expectativas e foca esforços.
Estímulo Intelectual: Promove inteligência, racionalidade.
Consideração individualizada: Dá atenção individual, personalizada.

Estudos apontam que o estilo Transformacional é superior ao Transacional.


Por fim, a Teoria Carismática afirma que os seguidores do líder atribuem a ele capacidades
heroicas ou extraordinárias de liderança quando observam determinados comportamentos.
As características principais deste comportamento são: visão, disposição para correr riscos por
essa visão, sensibilidade às limitações ambientais e necessidades de seus liderados.
A liderança Transformacional, embora possua a característica do carisma, tem um escopo
maior: a liderança transformacional gera um processo de transformação ou de mudança nos
seguidores, buscando capacitá-los para questionar as visões estabelecidas (inclusive as do
líder).

1330 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Liderança

Liderança
• Poderes
• Atividades (Fred Luthans) • TEORIAS
• Papéis (Mintzberg) ‒ Teoria dos Traços de Personalidade
‒ Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
• Habilidades Gerenciais (Katz) o Teoria X e Y (McGregor)
o Três Estilos (White e Lippitt)
o Estudos da Universidade de Michigan (Likert)
o Estudos da Universidade de Ohio
o Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e
Mouton)
‒ Teorias Situacionais
o Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
o Modelo de Fiedler
o Modelo de Hersey & Blanchard
o Transacional x Transformacional x Carismática
o Teoria 3D (Reddin)
o Teoria do Caminho–Meta (House)
1

Liderança
• Visão moderna: é a capacidade de influenciar o
comportamento de outra pessoa através da adesão da
mesma a um princípio, a uma meta ou a uma
determinada missão.

Envolve competências interpessoais, inerentes às


relações humanas.
Liderança X Autoridade Formal
Capacidade de Poder do cargo
influência
2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1331
Liderança – visão moderna
• É uma qualidade pessoal singular?
‒ Não. As características que levam uma pessoa a ser pessoa
aceita como líder em um grupo são limitadas a este grupo.
• É manipulação?
‒Não. Uma liderança autêntica deve ter como fundamentos a
ética e a confiança.
• McGregor: processo social complexo, produto de inúmeros fatores.
‒as motivações dos liderados – atendimento das expectativas do
grupo de liderados;
‒a tarefa ou missão – sem missão, não há liderança; apenas
influência ou popularidade;
‒o líder – pessoa com certos traços de personalidade, motivações
e habilidades;
‒a conjuntura – contexto, meio organizacional.
3

Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis


Visão antiga – estudos ao longo de todo século XX.

• Tipos de poder do líder:


‒Legítimo: autoridade, poder do cargo ocupado
‒Coerção: poder de punição
‒Recompensa: poder de recompensar as atitudes
‒Referência: carisma, identificação com o líder
‒Perito ou Conhecimento: baseado na especialidade, aptidão,
know-how, informação 4

1332 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Poderes do líder

Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis


• Fred Luthans - quatro tipos de atividades:
1. Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e controlar.
2. Comunicação: trocar e processar informações; processar
documentação.
3. Administrar recursos humanos: motivar, resolver
conflitos, alocar pessoal, treinar.
4. Relacionamento (networking): manter relações sociais,
fazer política, interagir.
6

www.acasadoconcurseiro.com.br 1333
Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis
• Henry Mintzberg – 10 papéis em 3 categorias
1 - Papéis interpessoais (relacionamento):
a) Figura de proa – símbolo, representante, R.P.
b) Líder – relação de influência.
c) Ligação – facilita a relação intra e entre áreas.
2 - Papéis de informação:
a) Monitor – lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro
da organização.
c) Porta-voz – transmissão para fora (ambiente).
3 - Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador
b) Solucionador de problemas
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos 7

Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis


• Katz - três categorias de habilidades:

1334 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Teorias sobre Liderança


• Três abordagens principais ao longo da história:
‒ Abordagem dos Traços de Personalidade
‒ Abordagem Comportamental
o Teoria X e Y (McGregor)
o Três Estilos (White e Lippitt)
o Estudos da Universidade de Michigan (Likert)
o Estudos da Universidade de Ohio
o Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e Mouton)
‒ Abordagem Situacional (Contingencial)
o Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
o Modelo de Fiedler
o Modelo de Hersey & Blanchard
o Transacional x Transformacional x Carismática
o Teoria 3D (Reddin)
o Teoria do Caminho–Meta (House) 9

Traços de Personalidade – década de 30


• O líder apresenta características marcantes - uma combinação
de traços de personalidade - que o distingue das demais
pessoas.
‒ Exemplos:
o Físicos: energia, aparência, altura, etc.
o Intelectuais: adaptabilidade, iniciativa, entusiasmo e
autoconfiança.
o Sociais: cooperação, habilidades interpessoais e administrativas.
o Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização,
persistência e iniciativa.
• Estudos mostraram que os traços pessoais poderiam prever o
surgimento da liderança, mas não indicam qual tipo de líder é mais
eficaz ou ineficaz. 10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1335
Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
A partir da década de 40
Estilos X e Y - McGregor
• Também é uma teoria motivacional – filosofia do gestor
baseada em um conjunto de crenças sobre as pessoas.

Visão X Visão Y
As pessoas são esforçadas e gostam
As pessoas são ingênuas, de ter o que fazer; procuram e
preguiçosas e sem iniciativa; aceitam responsabilidades e
evitam trabalho e desafios; podem ser automotivadas
responsabilidade; precisam ser e autodirigidas; são criativas e
controladas e dirigidas. competentes.
11

3 Estilos de Liderança (White e Lippitt)

• Autocrática – equipe apresenta maior volume de trabalho, mas também


maior tensão, frustração e agressividade.
• Liberal (laissez-faire) - mau desempenho qualitativo e quantitativo, com
forte individualismo, insatisfação e desrespeito ao líder.
• Democrática - nível de produção menor, porém com maior qualidade,
satisfação e comprometimento das pessoas. 12

1336 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Estudos da Universidade de Michigan (Likert)


• Buscavam comparar a eficácia dos grupos de acordo com o
comportamento do líder.
• Identificaram dois tipos de comportamento:
‒Líder orientado para o Empregado (foco nas pessoas)
‒Líder orientado para a Produção (foco no trabalho, nas tarefas).

Resultados favoráveis aos líderes orientados para os funcionários


- índices maiores de produtividade e de satisfação com o
trabalho.
13

Estudos da Universidade de Michigan (Likert)

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1337
4 Estilos de Liderança – Likert
• Analisou quatro fatores da administração (processo de decisão,
comunicações, relacionamento interpessoal e sistemas de
recompensas e punições) e definiu uma escala com quatro
estilos de liderança:
‒1. Autoritário coercitivo
‒2. Autoritário benevolente
‒3. Consultivo
‒4. Participativo

15

Estilos de Liderança – Likert


• Pino de Ligação de uma camada hierárquica para outra –
pessoas com capacidade de representar um grupo.
‒a liderança é a capacidade de exercer influência, seja como líder
(para baixo), seja como subordinado (para cima).
‒ Faz a integração das pessoas e destas com a organização.

16

1338 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Estudos da Universidade de Ohio


• Dimensões indicadoras do comportamento de Liderança:
‒Estrutura de Iniciação: se refere à extensão em que um líder
é capaz de definir e estruturar o seu próprio papel e o dos
funcionários na busca do alcance dos objetivos.
‒Consideração: a extensão em que um líder é capaz de
manter relacionamentos de trabalho caracterizados por
confiança mútua, respeito às ideias dos funcionários e
cuidado com os sentimentos deles.

17

Estudos da Universidade de Ohio

Quatro tipos de
estilos, a partir das
duas dimensões.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1339
Visão Bidimensional (Blake e Mouton)
• Liderança orientada para a
tarefa (trabalho, produção)
e para as pessoas.
‒ Tarefas e Pessoas não
são polos opostos, mas
limites (dimensões) de
um mesmo território;
• O líder pode combinar os
dois estilos em seu
comportamento, ou
enfatizá-los
simultaneamente.
19

Visão Bidimensional (Blake e Mouton)

20

1340 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Teorias Situacionais
Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
• Três forças (fatores situacionais):
no líder (experiência,
personalidade); nos subordinados
(responsabilidade, habilidades);
e forças na situação (complexidade
do ambiente e situações gerais).

Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)


• 7 atitudes possíveis para um gerente, combinando a autoridade deste
gestor com a liberdade dos subordinados, no que se refere à tomada de
decisões.

22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1341
Teorias Situacionais: Modelo de Fiedler

24

Teorias Situacionais: Hersey & Blanchard

Maturidade do
seguidor
x
Uso da autoridade
pelo líder

25

1342 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Teoria 3D - Reddin
• O gerente deve buscar a eficácia = atingir resultados em
diferentes situações;
‒ Não há um estilo ideal - cada situação
requer uma estratégia própria.

‒Quatro estilos gerenciais básicos

• Três habilidades gerencias básicas:


‒ Sensitividade situacional: diagnosticar situações e forças atuantes.
‒ Flexibilidade de estilo: se adequar às forças em jogo.
‒ Destreza de gerência situacional: capacidade de modificar a situação
que deve ser modificada.

Teoria 3D - Reddin
• Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e
outro menos eficaz.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1343
Teoria 3D - Reddin
Eficaz Não Eficaz
Transigente: tolerante com algumas
Líder Executivo: voltado para resultados e atitudes ou comportamentos na equipe,
Integrado pessoas, é desafiador. correndo riscos de assumir atitudes
ambíguas, sem transmitir confiança.
Promotor: enfatiza comunicações livres, Missionário: tende a evitar conflitos,
Líder desenvolvimento de talentos, trabalho postura agradável e sociável, dependente
Relacionado eficaz em equipe e transmissão irrestrita dos outros, não tem o foco na produção e
de confiança. nos resultados.
Autocrata Benevolente: age com
Autocrata: agressividade, independência,
Líder energia, autoridade, comprometido com
ambição, iniciador - fixa tarefas e cobra
Dedicado qualidade, demonstra iniciativa e
resultados.
atitudes paternalistas.
Burocrata: segue ordens, é confiável,
Desertor: segue regulamentos, sem
lógico, com autocontrole, imparcial e
Líder envolvimentos, não emite opiniões ou
justo em suas análises e decisões,
Separado eficiente na manutenção de sistemas e
expressa posições, não coopera, não se
comunica com a equipe.
rotinas.

Teoria do Caminho–Meta (House)


O líder deve ajudar os liderados a alcançar suas metas,
oferecendo a orientação necessária (caminho) para assegurar
que elas sejam compatíveis com os objetivos organizacionais.
• Quatro comportamentos distintos, conforme o tipo de situação:
‒Diretivo: dá a direção;
‒Apoiador: atento às necessidades dos subordinados;
‒Participativo: utiliza as sugestões dos subordinados em suas
decisões;
‒Orientado para realizações (conquistas): apresenta metas
desafiadoras para que os subordinados ofereçam o melhor
desempenho possível.

1344 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Teoria do Caminho–Meta (House)


• Antes de adotar uma atitude, o líder deve avaliar a situação.
‒ Oferecer algo que falte ao funcionário ou ao ambiente de trabalho =
tendência de satisfação e bom desempenho;
‒ Redundância e incongruências = desmotivação e ineficácia.

Teoria do Caminho–Meta (House)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1345
Transacional x Transformacional x Carismático
Líder Transacional
Recompensa contingente: negocia recompensas pelo desempenho
Administração por exceção (ativa): observa desvios e corrige
Adm. por exceção (passiva): intervém apenas quando resultados não são
alcançados
Laissez-faire: abdica de responsabilidade, evita decisões

Líder Transformacional
Influência idealizada - carisma: dá visão e sentido da missão, estimula orgulho
Inspiração: comunica altas expectativas e foca esforços
Estímulo intelectual: promove inteligência, racionalidade
Consideração individualizada: dá atenção individual, personalizada

Líder Carismático
32

1346 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão Pública

RESOLUÇÃO Nº 49 DE 18/12/2007

Ementa: Dispõe sobre a organização de Núcleo CONSIDERANDO que os dados enviados pelos
de Estatística e Gestão Estratégica nos órgãos órgãos do Poder Judiciário são obrigatoriamen-
do Poder Judiciário relacionados no Art. 92 inci- te encaminhados ao Conselho Nacional de Justi-
sos II ao VII da Constituição da República Fede- ça e vinculam a Presidência dos Tribunais (Reso-
rativa do Brasil. lução nº 4 de 16 de agosto 2005 c/c Resolução
nº 15 de 20 de abril de 2006);
Origem: Presidência
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer
Dispõe sobre a organização de Núcleo de Esta- núcleos de estatística e gestão estratégica que
tística e Gestão Estratégica nos órgãos do Poder coordenados cooperem para o pleno funciona-
Judiciário relacionados no Art. 92 incisos II ao mento do Sistema de Estatística do Poder Judi-
VII da Constituição da República Federativa do ciário, o Conselho Nacional de Justiça, com base
Brasil. no art. 103-B § 4º da Constituição Federal;
A PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE RESOLVE:
JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucio-
nais e regimentais, atenta às conclusões apre- Art. 1º Os órgãos do Poder Judiciário relaciona-
sentadas pela Comissão de Estatística e Gestão dos no art. 92 incisos II ao VII da Constituição
Estratégica decorrentes do Seminário Justiça Federativa do Brasil devem organizar em sua
em Números em 2007 que congregou órgãos do estrutura unidade administrativa competente
Poder Judiciário nacional, e para elaboração de estatística e plano de gestão
estratégica do Tribunal.
CONSIDERANDO que a função de planejamento
estratégico do Poder Judiciário é também atri- § 1º O núcleo de estatística e gestão estra-
buição do Conselho Nacional de Justiça; tégica será composto preferencialmente
por servidores com formação em direito,
CONSIDERANDO que o Sistema de Estatística economia, administração, ciência da infor-
do Poder Judiciário, instituído pelo Conselho mação, sendo indispensável servidor com
Nacional de Justiça, foi regulamentado pela Re- formação em estatística.
solução nº 15 de 20 de abril de 2006, e adotou
os princípios da publicidade, eficiência, transpa- § 2º O núcleo de estatística e gestão estra-
rência, obrigatoriedade de informação dos da- tégica tem caráter permanente e deve auxi-
dos estatísticos, presunção de veracidade dos liar o Tribunal na racionalização do processo
dados estatísticos informados, atualização per- de modernização institucional.
manente e aprimoramento contínuo;
Art. 2º O núcleo de estatística e gestão estraté-
CONSIDERANDO que o Sistema de Estatística gica, subordinado ao Presidente ou Corregedor
do Poder Judiciário concentra e analisa os dados do Tribunal, deve subsidiar o processo decisório
com a supervisão da Comissão de Estatística e dos magistrados conforme princípios estrita-
Gestão Estratégica e a assessoria do Departa- mente profissionais, científicos e éticos.
mento de Pesquisas Judiciárias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1347
§ 1º O núcleo de estatística e gestão estra-
tégica do Tribunal, sob a supervisão do Pre-
sidente ou Corregedor do Tribunal, enviará
dados para o Conselho Nacional de Justiça
quando solicitados a fim de instruir ações
de política judiciária nacional.
§ 2º Presumir-se-ão verdadeiros os dados
estatísticos informados pelos núcleos de es-
tatística e gestão estratégica dos Tribunais.
Art. 3º A Comissão de Estatística e Gestão Estra-
tégica do Conselho Nacional de Justiça supervi-
siona o Sistema de Estatística do Poder Judiciá-
rio.
Parágrafo único. Compete à Comissão de
Estatística e Gestão Estratégica, assessora-
da pelo Departamento de Pesquisas Judi-
ciárias, agregar dados estatísticos enviados
pelos núcleos de estatística e gestão estra-
tégica dos Tribunais.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação.
Ministra ELLEN GRACIE

1348 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão Pública

RESOLUÇÃO Nº 198, DE 1º DE JULHO DE 2014

Dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estra- RESOLVE:


tégica no âmbito do Poder Judiciário e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE CAPÍTULO I
JUSTIÇA (CNJ), no uso de suas atribuições legais DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
e regimentais, e
Art. 1º Instituir a Estratégia Nacional do Poder
CONSIDERANDO competir ao CNJ, como órgão Judiciário para o sexênio 2015/2020 – Estratégia
de controle da atuação administrativa e finan- Judiciário 2020 – aplicável aos tribunais indica-
ceira dos tribunais, a atribuição de coordenar o dos nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição
planejamento e a gestão estratégica do Poder Federal e aos Conselhos da Justiça, nos termos
Judiciário; do Anexo, sintetizada nos seguintes componen-
tes:
CONSIDERANDO a unicidade do Poder Judiciá-
rio, a exigir a implementação de diretrizes na- a) Missão;
cionais para nortear a atuação institucional de
seus órgãos; b) Visão;

CONSIDERANDO a necessidade de revisar o pla- c) Valores;


no estratégico estabelecido pela Resolução CNJ d) Macrodesafios do Poder Judiciário.
nº 70/2009;
Parágrafo único. Os atos normativos e as
CONSIDERANDO as propostas apresentadas por políticas judiciárias emanados do CNJ serão
todos os segmentos de justiça, para atualização fundamentados, no que couber, na Estraté-
da estratégia nacional do Poder Judiciário, em gia Nacional do Poder Judiciário.
nove encontros de trabalho ocorridos a partir
de junho de 2013; Art. 2º Considera-se, para os efeitos desta Re-
solução:
CONSIDERANDO os Macrodesafios do Poder Ju-
diciário para o sexênio 2015-2020, formulados I – Órgãos do Poder Judiciário: os tribunais
pela Rede de Governança Colaborativa e apro- indicados nos incisos II a VII do art. 92 da
vados no VII Encontro Nacional do Judiciário, Constituição Federal; o Conselho Nacional
ocorrido em Belém/PA, em novembro de 2013; de Justiça (CNJ); o Conselho da Justiça Fe-
deral (CJF); e o Conselho Superior da Justiça
CONSIDERANDO a decisão plenária tomada do Trabalho (CSJT);
no julgamento do Ato Normativo nº 0003559-
04.2014.2.00.0000 na 191ª Sessão Ordinária, II – Metas de Medição Continuada (MMC):
realizada em 16 de junho de 2014; metas aplicáveis aos órgãos do Poder Judi-
ciário e acompanhadas pelo CNJ durante o
período de vigência da Estratégia Nacional;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1349
III – Metas de Medição Periódica (MMP): gia Judiciário 2020, com a possibilidade de revi-
metas aplicáveis aos órgãos do Poder Judi- sões periódicas.
ciário e acompanhadas pelo CNJ para perí- § 1º Os planos estratégicos, de que trata o
odos predefinidos durante a vigência da Es- caput, devem:
tratégia Nacional;
IV – Metas Nacionais (MN): conjunto de I – ter abrangência mínima de 6 (seis) anos;
metas formado pelas Metas de Medição II – observar o conteúdo temático dos Ma-
Continuada (MMC) e pelas Metas de Medi- crodesafios do Poder Judiciário; e
ção Periódica (MMP);
III – contemplar as Metas Nacionais (MN) e
V – Iniciativa Estratégica Nacional (IEN): Iniciativas Estratégicas Nacionais (IEN) apro-
programa, projeto ou operação alinhado(a) vadas nos Encontros Nacionais do Judiciá-
à Estratégia Nacional do Poder Judiciário; rio, sem prejuízo de outras aprovadas para
VI – Diretriz Estratégica (DE): orientações, o segmento de justiça ou específicas do pró-
instruções ou indicações a serem observa- prio tribunal ou conselho;
das na execução da Estratégia Nacional ou
para se levar a termo uma meta ou iniciati- § 2º Os dados relativos às Metas Nacionais
va estratégica; (MN) serão informados periodicamente ao
CNJ, que divulgará o relatório anual até o
VII – Cesta de Indicadores e Iniciativas Estra- final do primeiro quadrimestre do ano sub-
tégicas: repositório de métricas de desem- sequente.
penho institucional e de iniciativas (progra-
mas, projetos e operações). § 3º Na elaboração dos seus planos estra-
tégicos, os tribunais e conselhos devem
considerar as Resoluções, Recomendações
e Políticas Judiciárias instituídas pelo CNJ
CAPÍTULO II voltadas à concretização da Estratégia Judi-
DO DESDOBRAMENTO DA ciário 2020.
ESTRATÉGIA JUDICÍARIO 2020 § 4º As propostas orçamentárias dos tribu-
nais devem ser alinhadas aos seus respecti-
Art. 3º A Estratégia Judiciário 2020 poderá ser
vos planos estratégicos, de forma a garantir
desdobrada e alinhada em três níveis de abran-
os recursos necessários à sua execução.
gência:
I – nacional, nos termos do Anexo, de apli- Art. 5º As Metas Nacionais (MN) serão, priorita-
cação obrigatória a todos os segmentos de riamente, elaboradas a partir da Cesta de Indi-
justiça; cadores e Iniciativas Estratégicas de que trata o
art. 2º, inciso VII, desta Resolução.
II – por segmento de justiça, de caráter fa-
cultativo; § 1º A Cesta de Indicadores e Iniciativas Es-
tratégicas referida no caput será definida
III – por órgão do Judiciário, de caráter obri- e revisada pela Comissão Permanente de
gatório, desdobrada a partir da estratégia Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento
nacional e, quando aplicável, também da e disponibilizada no sítio eletrônico do CNJ.
estratégia do respectivo segmento, sem
prejuízo da inclusão das correspondentes § 2º A mesma Comissão poderá definir in-
especificidades. dicadores nacionais que integrarão o Re-
latório Justiça em Números, observado o
Art. 4º Os órgãos do Judiciário devem alinhar disposto na Resolução CNJ nº 76, de 12 de
seus respectivos planos estratégicos à Estraté- maio de 2009.

1350 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão Pública – Resolução Nº 198/14 - que alterou a Resolução Nº 70/09 – Prof. Rafael Ravazolo

Art. 6º Os órgãos do Poder Judiciário devem CAPÍTULO IV


promover a participação efetiva de magistrados DA GOVERNANÇA
de primeiro e segundo graus, ministros, serven-
tuários e demais integrantes do sistema judici- Art. 10. Compete à Presidência do CNJ, conjun-
ário e de entidades de classe, na elaboração de tamente à Comissão Permanente de Gestão Es-
suas propostas orçamentárias e de seus plane- tratégica, Estatística e Orçamento, assessoradas
jamentos estratégicos, garantida a contribuição pelo Departamento de Gestão Estratégica, coor-
da sociedade. denar as atividades de planejamento e gestão
estratégica do Poder Judiciário, a preparação e a
realização dos Encontros Nacionais.
CAPÍTULO III Art. 11. À Rede de Governança Colaborativa do
DA EXECUÇÃO DA ESTRATÉGIA Poder Judiciário, coordenada pelo CNJ e com re-
presentação de todos os segmentos de justiça,
Art. 7º A execução da estratégia é de responsa- compete apresentar propostas de aperfeiçoa-
bilidade de magistrados de primeiro e segundo mento da Estratégia Judiciário 2020, bem como
graus, conselheiros, ministros e serventuários auxiliar a execução, o monitoramento dos tra-
do Poder Judiciário. balhos e a divulgação dos resultados, sem pre-
juízo de outras atribuições definidas em ato nor-
Parágrafo único. Para promover a estraté- mativo expedido pela Presidência do CNJ.
gia, devem ser realizados eventos, pelo me-
nos anualmente. § 1º Os órgãos do Poder Judiciário indicarão
representantes para compor a Rede de Go-
Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário manterão vernança Colaborativa do Poder Judiciário,
unidade de gestão estratégica para assessorar a nos termos estabelecidos no referido ato
elaboração, a implementação e o monitoramen- normativo.
to do planejamento estratégico.
§ 2º As propostas a que se refere o caput
§ 1º A unidade de gestão estratégica refe- serão submetidas aos presidentes dos tri-
rida no caput também atuará nas áreas de bunais nos Encontros Nacionais do Poder
gerenciamento de projetos, otimização de Judiciário, após ajuste e complementação
processos de trabalho e, a critério do órgão, pela Comissão Permanente de Gestão Es-
produção e análise de dados estatísticos. tratégica, Estatística e Orçamento do CNJ.
§ 2º As áreas jurisdicionais e administrati- § 3º As deliberações aprovadas nos Encon-
vas devem prestar, à respectiva unidade de tros Nacionais, sobretudo as Políticas Judici-
gestão estratégica, as informações sob a sua árias, Recomendações, Diretrizes Estratégi-
responsabilidade pertinentes ao plano es- cas (DE), Metas Nacionais (MN) e Iniciativas
tratégico. Estratégicas Nacionais (IEN), serão comuni-
Art. 9º Os órgãos do Poder Judiciário realizarão cadas ao Plenário do CNJ e divulgadas no
Reuniões de Análise da Estratégia (RAE), pelo portal do CNJ.
menos quadrimestralmente, para avaliação e
acompanhamento dos resultados, nas quais
poderão promover ajustes e outras medidas ne-
cessárias à melhoria do desempenho institucio-
CAPÍTULO V
nal. DOS ENCONTROS NACIONAIS
Art. 12. Os Encontros Nacionais do Poder Judici-
ário serão realizados preferencialmente no mês

www.acasadoconcurseiro.com.br 1351
de novembro de cada ano, observando-se os se- Art. 14. O BPIJus será constituído da seguinte
guintes objetivos, sem prejuízo de outros: forma:
I – avaliar a estratégia nacional; I – práticas sugeridas por servidores, tribu-
nais ou conselhos do Poder Judiciário, ali-
II – divulgar e premiar o desempenho de nhadas aos Macrodesafios mencionados no
tribunais, unidades e servidores no cumpri- Anexo; e
mento das Metas Nacionais (MN), na cria-
ção e na implantação de boas práticas; II – ideias inovadoras para melhoria do Ju-
diciário, apresentadas por qualquer pessoa.
III – aprovar metas nacionais, diretrizes e
iniciativas estratégicas para o biênio subse- Parágrafo único. As práticas e ideias serão
quente; incluídas no BPIJus após processo de sele-
ção, na forma de regulamento próprio a ser
IV – ajustar, quando necessário, as metas publicado pelo CNJ.
nacionais, as diretrizes e as iniciativas estra-
tégicas previamente aprovadas no encontro Art. 15. As práticas incluídas no BPIJus concor-
do ano anterior. rerão ao Prêmio Excelência em Gestão Estraté-
gica do Poder Judiciário.
§ 1º Participarão dos Encontros Nacionais
do Poder Judiciário os presidentes e corre-
gedores dos tribunais e dos conselhos, bem
como os integrantes do Comitê Gestor Na- CAPÍTULO VII
cional da Rede de Governança Colaborativa,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
sendo facultado o convite a outras entida-
des e autoridades. Art. 16. Os órgãos do Poder Judiciário terão até
§ 2º Os conselheiros do CNJ coordenarão os 31 de março de 2015 para proceder ao alinha-
trabalhos realizados durante o evento. mento a que se refere o artigo 4º.

§ 3º Os Encontros Nacionais do Judiciário Art. 17. Esta Resolução entra em vigor em 1º de


serão precedidos de reuniões preparatórias janeiro de 2015, com a revogação, a partir dessa
que contarão com a participação dos gesto- data, da Resolução CNJ nº 70, de 18 de março
res de metas e dos responsáveis pelas uni- de 2009.
dades de gestão estratégica dos tribunais,
assim como das associações nacionais de
magistrados e de servidores.

CAPÍTULO VI
DO BANCO DE BOAS PRÁTICAS E
IDEIAS PARA O JUDICIÁRIO (BPIJus)
Art. 13. O CNJ manterá disponível, no seu por-
tal, o Banco de Boas Práticas e Ideias para o
Judiciário (BPIJus), a ser continuamente atuali-
zado, com o intuito de promover a divulgação e
o compartilhamento de práticas e ideias inova-
doras, visando ao aperfeiçoamento dos serviços
judiciais.

1352 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão Pública – Resolução Nº 198/14 - que alterou a Resolução Nº 70/09 – Prof. Rafael Ravazolo

Estratégia do Poder Judiciário 2015 - 2020

•• Missão: Realizar Justiça.


•• Visão: Ser reconhecido pela sociedade como instrumento efetivo de justiça, equidade e paz
social.
•• Atributos de Valor: Credibilidade, Celeridade, Modernidade, Acessibilidade, Imparcialida-
de, Transparência e Controle Social. Ética, Probidade, Responsabilidade Socioambiental.
•• Macrodesafios:
SOCIEDADE: 1. Efetividade na prestação jurisdicional; 2. Garantia dos direitos de cidadania
PROCESSOS INTERNOS: 1. Combate à corrupção e à improbidade administrativa; 2. Celerida-
de e produtividade na prestação jurisdicional; 3. Adoção de soluções alternativas de conflito;
4. Gestão das demandas repetitivas e dos grandes litigantes; 5. Impulso às execuções fiscais,
cíveis e trabalhistas; 6. Aprimoramento da gestão da justiça criminal; 7. Fortalecimento da se-
gurança do processo eleitoral.
RECURSOS: 1. Melhoria da gestão de pessoas; 2. Aperfeiçoamento da gestão de custos; 3. Insti-
tuição da governança judiciária; 4. Melhoria da infraestrutura e governança de TIC

Mapa Estratégico:

http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/destaques/arquivo/2015/03/7694a9118fdabdc1d16782c145bf4785.pdf

www.acasadoconcurseiro.com.br 1353
Gestão de Projetos e Processos

METAS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

As Metas Nacionais do Poder Judiciário foram definidas pela primeira vez no ano de 2009. Tais
metas buscavam alinhar e nivelar os tribunais em termos de gestão e de resultados oferecidos
para a sociedade. O grande destaque foi a Meta 2, a qual determinou aos tribunais que
identificassem e julgassem os processos judiciais mais antigos, distribuídos aos magistrados até
31.12.2005.
Desde então, anualmente são estipuladas metas Nacionais para o Poder Judiciário e metas
Específicas para cada segmento de justiça (Federal, Estadual, do Trabalho, Eleitoral e Militar).
Conforme determina a Resolução 198/2014 do CNJ, que dispõe sobre o Planejamento e a
Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário:
Art. 12. Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário serão realizados preferencialmente no mês de
novembro de cada ano, observando-se os seguintes objetivos, sem prejuízo de outros:
I – avaliar a estratégia nacional;
II – divulgar e premiar o desempenho de tribunais, unidades e servidores no cumprimento das
Metas Nacionais (MN), na criação e na implantação de boas práticas;
III – aprovar metas nacionais, diretrizes e iniciativas estratégicas para o biênio subsequente;
IV – ajustar, quando necessário, as metas nacionais, as diretrizes e as iniciativas estratégicas
previamente aprovadas no encontro do ano anterior.
§ 1º Participarão dos Encontros Nacionais do Poder Judiciário os presidentes e corregedores
dos tribunais e dos conselhos, bem como os integrantes do Comitê Gestor Nacional da Rede de
Governança Colaborativa, sendo facultado o convite a outras entidades e autoridades.
§ 2º Os conselheiros do CNJ coordenarão os trabalhos realizados durante o evento.
§ 3º Os Encontros Nacionais do Judiciário serão precedidos de reuniões preparatórias que
contarão com a participação dos gestores de metas e dos responsáveis pelas unidades de
gestão estratégica dos tribunais, assim como das associações nacionais de magistrados e de
servidores.
O mais recente Encontro Nacional ocorreu em novembro de 2014, no qual foram aprovadas
sete metas nacionais para o ano de 2015, metas específicas dos segmentos de justiça e uma
diretriz estratégica nacional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1355
Diretriz Estratégica para orientar a atuação do Judiciário brasileiro em 2015

É diretriz estratégica, aplicável a todos os órgãos do Poder Judiciário, zelar pelas condições de
saúde de magistrados e servidores, com vistas ao bem-estar e à qualidade de vida no trabalho.

Metas Nacionais para o Judiciário brasileiro alcançar em 2015

As sete metas nacionais de 2015 são “Julgar mais processos que os distribuídos”, “Julgar
processos mais antigos”, “Aumentar os casos solucionados por conciliação”, “Priorizar o
julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa”, “Impulsionar
processos à execução”, “Priorizar o julgamento das ações coletivas” e “Priorizar o julgamento
dos processos dos maiores litigantes e dos recursos repetitivos”.

Meta 1 – Julgar mais processos que os distribuídos


Válida para todos os segmentos de Justiça.
Julgar quantidade maior de processos de conhecimento do que os distribuídos no ano corrente.
A meta estará cumprida se, ao final do ano, os julgamentos corresponderem à quantidade
de processos distribuídos até 31.12.2015 e, no mínimo, mais 1 para os tribunais que tenham
estoque processual.

Meta 2 – Julgar processos mais antigos


Válida para todos os segmentos de Justiça.
Identificar e julgar, até 31/12/2015, pelo menos:
•• Na Justiça Eleitoral, 90% dos processos distribuídos até 31/12/2012;
•• No Superior Tribunal de Justiça, 99% dos processos distribuídos até 31/12/2010 e 90% dos
processos distribuídos em 2011;
•• No Tribunal Superior do Trabalho, 90% dos processos distribuídos até 31/12/2012;
•• Na Justiça Militar da União, 90% dos processos distribuídos até 31/12/2013, nas Auditorias
Militares, e 95% dos processos distribuídos até 31/12/2013, no STM;
•• Na Justiça Federal, 100% dos processos distribuídos até 31/12/2010, no 1º e no 2º grau,
e 100% dos processos distribuídos até 31/12/2011 e 70% dos processos distribuídos até
31/12/2012, nos Juizados Especiais e Turmas Recursais Federais;
•• Na Justiça do Trabalho, 90% dos processos distribuídos até 31/12/2013, no 1º e no 2º grau;
•• Nos Tribunais de Justiça Militar Estaduais, 95% dos processos distribuídos até 31/12/2013,
nas Auditorias Militares, e 95% dos processos distribuídos até 31/12/2014, no 2º grau;

1356 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão de Projetos e Processos – Metas do CNJ – Prof. Rafael Ravazolo

•• Na Justiça Estadual, 80% dos processos distribuídos até 31/12/2011, no 1º grau, e até
31/12/2012, no 2º grau, e 100% dos processos distribuídos até 31/12/2012, nos Juizados
Especiais e Turmas Recursais.

Meta 3 – Aumentar os casos solucionados por conciliação


Válida para Justiça Federal e Justiça Estadual.
•• Justiça Federal: Aumentar o percentual de casos encerrados por conciliação em relação ao
ano anterior.
•• Justiça Estadual: Impulsionar os trabalhos dos CEJUSCs e garantir aos Estados que já o
possuem que, conforme previsto na Resolução 125/2010, homologuem acordos pré-
processuais e conciliações em número superior à média das sentenças homologatórias
nas unidades jurisdicionais correlatas. Aos que não o possuem, a meta é a implantação de
número maior do que os já existentes.

Meta 4 – Priorizar o julgamento dos processos relativos à corrupção e à


improbidade administrativa
Válida para STJ, Justiça Federal, Justiça Estadual e Justiça Militar da União e dos Estados.
Identificar e julgar até 31/12/2015:
•• Na Justiça Estadual, pelo menos 70% das ações de improbidade administrativa e das ações
penais relacionadas a crimes contra a administração pública distribuídas até 31/12/2012;
•• Na Justiça Federal, pelo menos 70% das ações de improbidade administrativa distribuídas
até 31/12/2013;
•• Na Justiça Militar da União e dos Estados, as ações penais relacionadas a crimes contra a
Administração Pública distribuídas até 31/12/2013; e
•• No Superior Tribunal de Justiça, 90% das ações de improbidade administrativa e das ações
penais relacionadas a crimes contra a Administração Pública distribuídas até 31/12/2012 e
60% das distribuídas até 31/12/2013.

Meta 5 – Impulsionar processos à execução


Válida para Justiça do Trabalho e Justiça Federal.
Baixar em 2015:
•• Na Justiça Federal, quantidade maior de processos de execução não fiscal do que o total de
casos novos de execução não fiscal no ano corrente; e
•• Na Justiça do Trabalho, quantidade maior de processos de execução do que o total de casos
novos de execução no ano corrente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1357
Meta 6 – Priorizar o julgamento das ações coletivas
Válida para STJ, Justiça Estadual, Justiça Federal e Justiça do Trabalho.
•• Identificar, a partir de 2015, no Superior Tribunal de Justiça, os recursos oriundos de ações
coletivas e priorizar o seu julgamento
•• Identificar e julgar, até 31/12/2015, as ações coletivas distribuídas:
•• Na Justiça Estadual, até 31/12/12012, no 1º grau, e até 31/12/2013, no 2º grau;
•• Na Justiça Federal, até 31/12/12012, no 1º grau, e até 31/12/2013, no 2º grau;
•• Nos Tribunais Regionais e Juízes do Trabalho, até 31/12/12012, no 1º grau, e até
31/12/2013, no 2º grau; e
•• No Tribunal Superior do Trabalho, até 31/12/2012.

Meta 7 – Priorizar o julgamento dos processos dos maiores litigantes e


dos recursos repetitivos
Válida para STJ, Justiça do Trabalho e Justiça Estadual.
•• No Superior Tribunal de Justiça, reduzir o tempo médio da afetação à publicação do acórdão
dos recursos repetitivos para 180 dias;
•• Nos Tribunais Regionais e Juízes do Trabalho e no Tribunal Superior do Trabalho, identificar
e reduzir em 1,5% o acervo dos dez maiores litigantes em relação ao ano anterior; e
•• Nos Tribunais de Justiça Estaduais, gestão estratégica das ações de massa com identificação
e monitoramento do acervo de demandas repetitivas.

Metas Específicas para o Judiciário brasileiro alcançar em 2015

Estas são as metas definidas individualmente para cada segmento específico de Justiça.

Justiça Eleitoral
•• Julgar, com prioridade, as ações que possam importar a não diplomação ou a perda do
mandato eletivo.

Tribunais Regionais e Juízes do Trabalho


•• Reduzir o tempo médio de duração do processo, em relação ao ano base 2014:
•• Na fase de conhecimento, para o 1º grau dos TRTs que contabilizaram o prazo médio acima
de 200 dias, em 1%;

1358 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão de Projetos e Processos – Metas do CNJ – Prof. Rafael Ravazolo

•• Para o 2º grau dos TRTs que contabilizaram o prazo médio de 201 a 300 dias, em 1%;
•• Para o 2º grau dos TRTs que contabilizaram o prazo médio acima de 300 dias, em 3%.
•• Aumentar em 1% o índice de conciliação na fase de conhecimento, em relação à média do
biênio 2013/2014.

Tribunal Superior do Trabalho


•• Reduzir, em 2015, de 503 para 454 dias o tempo médio de tramitação entre o andamento
inicial e a baixa do processo.
•• Elevar para 65% o grau de satisfação dos clientes sobre os serviços prestados pelo TST –
Índice de Satisfação dos Clientes (ISAT).

Justiça Federal
•• Julgar quantidade maior de processos criminais do que os casos novos criminais no ano
corrente.
•• Identificar e julgar até 31/12/2015, pelo menos 70% das ações penais e recursos vinculados
aos crimes relacionados à improbidade administrativa, ao tráfico de pessoas e ao trabalho
escravo distribuídas até 31/12/2013.

Superior Tribunal de Justiça


•• Reduzir para 51% a taxa de congestionamento, em 2015.
•• Aumentar para 62% o percentual de processos baixados em menos de ano, em 2015.

Justiça Militar da União e dos Estados


•• Julgar, em até 150 dias, nas Auditorias Militares da União, e em até 120 dias, no STM, 90%
dos processos distribuídos em 2015.
•• Julgar, em até 150 dias, nas Auditorias Militares Estaduais, 90% dos processos originários e
recursos, ambos cíveis e criminais, e os processos de natureza especial.
•• Julgar, em até 120 dias, no 2º grau da Justiça Militar Estadual, 95% dos processos originários
e recursos, ambos, cíveis e criminais, e os processos de natureza especial.
•• Estabelecer e aplicar parâmetros objetivos de distribuição da força de trabalho, vinculados
à demanda de processos, com garantia de estrutura mínima das unidades da área fim.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1359
Slides – Metas do CNJ

Metas do CNJ
• Anualmente são estipuladas metas Nacionais para o Poder Judiciário
e metas Específicas para cada segmento de justiça (Federal, Estadual,
do Trabalho, Eleitoral e Militar);
‒ Objetivo: alinhar e nivelar os tribunais em termos de gestão e de
resultados oferecidos para a sociedade.

• Encontro Nacional do Poder Judiciário - 2014:


‒ Foram aprovadas:
o uma diretriz estratégica nacional;
o sete metas nacionais para o ano de 2015;
o metas específicas dos segmentos de justiça.
1

Metas do CNJ
• Diretriz estratégica:
‒ Zelar pelas condições de saúde de magistrados e servidores, com vistas
ao bem-estar e à qualidade de vida no trabalho.
• Metas Nacionais:
‒ Julgar mais processos que os distribuídos. (todos)
‒ Julgar processos mais antigos. (todos)
‒ Aumentar os casos solucionados por conciliação. (JF e JEst)
‒ Priorizar o julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade
administrativa. (STJ, JF, JEst, JM)
‒ Impulsionar processos à execução. (JT e JF)
‒ Priorizar o julgamento das ações coletivas. (STJ, JF, JT, JEst)
‒ Priorizar o julgamento dos processos dos maiores litigantes e dos recursos
repetitivos. (STJ, JT, JEst)
2

1360 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão de Projetos e Processos – Metas do CNJ – Prof. Rafael Ravazolo

Metas do CNJ – Justiça Eleitoral


• Metas Nacionais:
‒ Meta 1) Julgar quantidade maior de processos de conhecimento do que
os distribuídos no ano corrente.
‒ Meta 2) Identificar e julgar, até 31/12/2015, pelo menos 90% dos
processos distribuídos até 31/12/2012, na Justiça Eleitoral.

• Metas Específicas:
‒ Julgar, com prioridade, as ações que possam importar a não
diplomação ou a perda do mandato eletivo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1361
Administração Pública

SIMPLIFICAÇÃO DE ROTINA DE TRABALHO

A gestão da qualidade prevê a eliminação ou a simplificação de processos que não adicionem


valor aos produtos e serviços. É nesse contexto que atua a simplificação do trabalho, a qual
favorece diretamente a produtividade, pois se relaciona com a melhoria de um método de
trabalho: o método passa por alterações de modo que o trabalho se torne mais simples, mais
barato, mais rápido, menos fatigante, menos perigoso, menos poluidor e com melhor qualidade.
Para adotar um método simplificado de trabalho, é necessário que as pessoas sejam treinadas
no seu uso até se acostumarem com ele e trabalharem de forma entrosada. A duração do
treinamento vai depender dos operários e do nível de dificuldade das mudanças feitas.
Existem diversas ferramentas e técnicas que promovem a simplificação de processos e rotinas,
como o Guia “d” Simplificação Administrativa (do GesPública), o Ciclo PDCA, o Programa 5S e o
uso de fluxogramas.

Guia "d" Simplificação

O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) disponibiliza tecnolo-


gias de gestão capazes de estimular e promover a melhoria continuada de processos gerenciais
e de resultados aos órgãos e entidades públicos.
O Guia deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, eminentemente prática, para re-
alizar a análise e a melhoria de processos organizacionais. Foi elaborado para auxiliar qualquer
organização pública interessada em simplificar seus processos e normas, eliminando exigências
de rotinas que geram fluxos desconexos na tramitação de documentos, que não agregam valor
ao serviço prestado pela organização e, por consequência, pelo Estado.
O documento está organizado em uma sequência lógica de 10 passos, subdivididos em 4 gran-
des etapas:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1363
I – Planejamento da Simplificação: trata do arranjo das condições para iniciar o trabalho de
simplificação, como formação e capacitação da equipe e mobilização da organização, e ainda,
da elaboração do Plano de Trabalho que deverá desembocar no processo de trabalho priorizado
a ser analisado.
•• Pré-requisitos da Simplificação Administrativa: condições necessárias que devem ser
criadas para que se possa iniciar o processo de Simplificação Administrativa (composição e
capacitação da equipe, mobilização da organização).
•• Elaboração do Plano de Trabalho: planejamento de ações a serem desenvolvidas, visando
formalizar e acompanhar o processo de implementação da Simplificação Administrativa no
Órgão (priorização, definição do escopo, elaboração e aprovação do plano).
II – Mapeamento do Processo: trata do início do trabalho de simplificação, em que serão
levantadas as etapas e as normas e desenhado o atual fluxo do processo.
•• Levantamento da Etapas e Normas: identificação das etapas que compõem o processo
organizacional priorizado, bem como das normas utilizadas em seu desenvolvimento,
culminando na identificação dos subprocessos que compõem o processo de trabalho em
estudo.
•• Identificação dos elementos do processo: identificação e visualização dos 4 (quatro)
elementos essenciais dos processos de trabalho (fornecedor, entrada, saída e cliente/
usuário) que são encadeados sequencialmente.
•• Desenho do fluxograma: é um desenho gráfico feito com símbolos padronizados, que
mostra a sequência lógica das etapas de realização de um processo de trabalho.

1364 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Simplificação de Rotina de Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

III – Análise e Melhoria dos Processos: trata da análise do fluxo atual e de outras condições
que o influenciam a identificar possíveis soluções. Ao mesmo tempo, será ainda trabalhada
a formatação do novo fluxo e dos indicadores que servirão para monitorar o desempenho do
processo e o impacto da ação de simplificação ao longo do tempo.
•• Árvore de Soluções consiste na identificação dos principais problemas que afetam
determinado processo de trabalho, com o respectivo encaminhamento para sua solução
(identificação dos problemas; análise de causa e efeito; detalhamento das causas dos
problemas; e análise e priorização de solução).
•• Modelagem: é o momento de examinar os diversos aspectos do processo de trabalho de
maneira a possibilitar a implementação de melhorias.
•• Sistema de Medição de Desempenho: atividade sistemática e contínua de medir e avaliar a
eficiência, a eficácia, a economicidade e a efetividade dos processos, por meio da aplicação
de indicadores previamente formulados. Indicadores são definidos e escritos com o uso
da linguagem matemática e servem de parâmetros de referência para medir a eficiência, a
eficácia, a economicidade e a efetividade dos subprocessos.
IV – Implementação das Melhorias: trata da etapa final da simplificação, que consiste em dis-
por as condições necessárias para a efetiva implementação do novo processo.
•• Proposta de Simplificação: documento que apresenta a síntese do Novo Desenho do
Processo de trabalho e tem como objetivo sua submissão à apreciação da autoridade
competente para que seja aprovada e implementada.
•• Implementação do Novo Processo: ações necessárias para que o novo funcionamento do
processo de trabalho seja introduzido na rotina organizacional.

PDCA

O Ciclo PDCA é composto por um conjunto de ações em sequência, dada pela ordem
estabelecida pelas letras que compõem a sigla: Plan (planejar), Do (fazer), Check (checar,
verificar), Act (agir corretivamente).
Shewhart foi o autor que criou o conceito de melhoria em ci-
clos, em 1939. Ele era o mentor de Deming, que mais tarde
(1951) transformou a ideia e a disseminou como Ciclo PDCA.
Por isso, o ciclo também recebe o nome de: roda/círculo de
Deming, ciclo de controle ou ciclo de melhoria contínua. Outro
expoente, Ishikawa, contribuiu para a evolução do ciclo de De-
ming, agregando novas ações dentro dos quatro passos.
Segundo o glossário do Gespública, o Ciclo PDCA é uma ferramenta que busca a lógica para
fazer certo desde a primeira vez. Isso condiz com os princípios da qualidade enunciados por
Deming. Para o autor, o PDCA parte da insatisfação com o status quo disseminado na cultura or-
ganizacional e pressupõe a análise de processos com vistas a realizá-los de maneira otimizada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1365
O PDCA é um instrumento de gestão usado para o controle e a melhoria contínua de qualquer
processo organizacional, do mais simples ao mais complexo.
Seu caráter cíclico é fundamental para a compreensão do termo Melhoria Contínua: a melhoria
contínua ocorre quanto mais vezes for executado o Ciclo PDCA, otimizando a execução dos pro-
cessos e possibilitando a redução de custos e o aumento da produtividade.

A aplicação do Ciclo PDCA leva ao aperfeiçoamento e ao ajustamento do caminho que a orga-


nização deve seguir. É importante ressaltar que as melhorias também podem ser aplicadas aos
processos considerados satisfatórios e que as melhorias gradativas e contínuas agregam valor
aos produtos/serviços e asseguram a satisfação dos clientes.
1. Planejar (PLAN) – é estabelecido com bases nas diretrizes da organização. Busca assegurar
alinhamento do contexto de processos de negócio e do desenho de processos com os
objetivos estratégicos da organização.
•• Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
•• Definir o caminho e o método para alcançar os objetivos.
Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação, um cronograma etc.
2. Executar (DO) – busca implementar o processo de acordo com as especificações desenvol-
vidas na fase Planejar.
•• Treinar as pessoas;
•• Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
•• Coletar os dados para verificação do processo.
3. Verificar, checar (CHECK): medir o desempenho real do processo em comparação ao de-
sempenho esperado. Um processo é mais bem monitorado a partir de duas perspectivas
– aspecto interno (conjunto de atividades) e aspecto externo (valor para o cliente).
•• Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada,
dentro da forma definida;
•• Comparar os resultados com os padrões estabelecidos;
•• Verificar se os itens de controle correspondem com os valores das metas.

1366 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Simplificação de Rotina de Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

4. Agir (ACT): visa manter a integridade do processo e assegurar que ele possa ser melhorado
continuamente para atender a novas metas de desempenho ao longo do tempo. As ações
podem ser preventivas, corretivas ou de melhoria.
•• Caso sejam identificados desvios, é necessário definir e implementar soluções que eli-
minem as suas causas;
•• Caso não sejam identificados desvios, procura-se implantar melhorias, ou segue-se
com o mesmo planejamento;
•• Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer outra parte do ciclo.

Deming, na década de 80, modificou seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act), pois acreditava
que a palavra check enfatizava a inspeção em vez da análise.
Plan: envolve identificar o objetivo ou propósito, formular uma teoria, definir métodos de sucesso
e pôr um plano em ação; Do: implementam-se os componentes do planejamento e se produz algo;

Study: monitoram-se os resultados para testar a validade do plano, por meio dos sinais de pro-
gresso e sucesso ou problemas e áreas para melhoria; Act: integra o aprendizado gerado por
todo o processo, o qual pode ser usado para ajustar o objetivo, modificar métodos ou inclusive
reformular uma teoria completamente. Esses quatro passos são repetidos várias vezes, como
parte de um ciclo interminável de melhoria contínua.
Há um outra versão, adotada pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) em seu Modelo de
Excelência em Gestão, a qual segue os passos P-D-C-Learn.

5S

O 5S ou house keeping é um conjunto de técnicas desenvolvidas no Japão. No final dos anos 60,
quando os industriais japoneses começaram a implantar o sistema de qualidade total (QT) nas
suas empresas, perceberam que o 5S seria um programa básico para o sucesso da QT.
O nome 5S vem das iniciais das cinco técnicas que o compõe:

1. Seiri – utilização, liberação da área, organização;


2. Seiton – ordem (ordenação), arrumação;
3. Seiso – limpeza;
4. Seiketsu – asseio, higiene, saúde, padronização;
5. Shitsuke – disciplina, autodisciplina.
O 5S pode ser implantado como um plano estratégico que, ao longo do tempo, passa a ser in-
corporado na rotina, contribuindo para a conquista da qualidade total e tendo como vantagem
o fato de provocar mudanças comportamentais em todos os níveis hierárquicos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1367
Alguns objetivos desse programa são:
•• melhoria do ambiente de trabalho;
•• prevenção de acidentes;
•• incentivo à criatividade;
•• redução de custos;
•• eliminação de desperdício;
•• desenvolvimento do trabalho em equipe;
•• melhoria das relações humanas;
•• melhoria da qualidade de produtos e serviços.

SEIRI – utilização, liberação da área, organização: técnica utilizada para identificar e eliminar obje-
tos e informações desnecessárias, existentes no local de trabalho. Seu conceito-chave é a utilidade,
porém, devemos tomar cuidado com o que vai ser descartado para não perdermos informações e/
ou documentos importantes. Para a execução do Seiri, devem ser definidas e instaladas áreas de
descarte. Essas áreas devem ser devidamente sinalizadas para evitar que se tornem "áreas de ba-
gunça". Todo material descartado deve ser etiquetado e controlado (materiais para recuperação,
alienação, almoxarifado, materiais para outros órgãos, reciclagem ou para lixo ou sucata).
SEITON – ordem (ordenação), arrumação: é uma atividade para arrumar as coisas que sobra-
ram depois do Seiri. Seu conceito-chave é a simplificação. Os materiais devem ser colocados
em locais de fácil acesso e de maneira que seja simples verificar quando estão fora de lugar.
Vantagens: rapidez e facilidade para encontrar documentos, materiais, ferramentas e outros
objetos; economia de tempo; diminuição de acidentes.
SEISO – limpeza: limpar a área de trabalho e também investigar as rotinas que geram sujeira,
tentando modificá-las. Todos os agentes que agridem o meio-ambiente podem ser englobados
como sujeira (iluminação deficiente, mal cheiro, ruídos, pouca ventilação, poeira, etc). Cada
usuário do ambiente e das máquinas é responsável pela manutenção da limpeza.
SEIKETSU – asseio, higiene, saúde, padronização: essa etapa exige perseverança, pois se não
houver mudanças no comportamento das pessoas e nas rotinas que geram sujeira o programa
não terá continuidade. Assim, por meio do Seiketsu, é possível manter a organização, arrumação
e limpeza obtidas pelos três primeiros S (Seiri, Seiton, Seiso). Além do ambiente de trabalho o
asseio pessoal acaba melhorando, pois os funcionários, não querendo destoar do ambiente limpo
e agradável, acabam por incorporar hábitos mais sadios quanto à aparência e higiene pessoais.
SHITSUKE – disciplina, autodisciplina: o compromisso pessoal com o cumprimento dos padrões
éticos, morais e técnicos, definidos pelo programa 5S, define a última etapa desse programa.
Se o Shitsuke está sendo executado, significa que todas as etapas do 5S estão se consolidando.
Quando as pessoas passam a fazer o que tem que ser feito e da maneira como deve ser feito,
mesmo que ninguém veja, significa que existe disciplina. Para que esse estágio seja atingido to-
das as pessoas envolvidas devem discutir e participar da elaboração de normas e procedimen-
tos que forem adotados no programa 5S. As vantagens são: trabalho diário agradável; melhoria
nas relações humanas; valorização do ser humano; cumprimento dos procedimentos operacio-
nais e administrativos; melhor qualidade, produtividade e segurança no trabalho.

1368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Simplificação de Rotina de Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Simplificação de Rotina de Trabalho

Simplificação  da  Ro/na  de  Trabalho  


• Eliminação  ou  a  simplificação  de  processos  que  não  adicionem  valor  
aos  produtos  e  serviços;  
• Melhoria  dos  métodos  de  trabalho  =  tornar  o  trabalho  mais  simples,  
mais  barato,  mais  rápido,  menos  fa/gante,  menos  perigoso,  menos  
poluidor  e  com  melhor  qualidade.  
• Capacitar  pessoas  para  implantar  a  cultura  de  melhoria  e  trabalhar  
de  forma  entrosada.  
• Principais  guias,  técnicas  e  ferramentas:    
‒ Guia  “d”  Simplificação  Administra/va  (GesPública)  
‒ Ciclo  PDCA  
‒ Programa  5S  
‒ Uso  de  fluxogramas  

Guia “d” Simplificação


• Ferramenta do GesPública para analisar e melhorar processos
organizacionais.
• Elaborado para auxiliar qualquer organização pública
interessada em simplificar seus processos e normas, eliminando
exigências de rotinas que:
‒geram fluxos desconexos na tramitação de documentos;
‒não agregam valor ao serviço prestado pela organização e, por
consequência, pelo Estado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1369
Guia “d” Simplificação

• 10 passos
subdivididos
em 4 etapas:

Guia “d” Simplificação


I - Planejamento da Simplificação
‒ Pré-requisitos da Simplificação Administrativa: composição e capacitação da
equipe, mobilização da organização.
‒ Elaboração do Plano de Trabalho: priorização, definição do escopo, elaboração e
aprovação do plano.
II – Mapeamento do Processo:
‒ Levantamento da Etapas e normas: subprocessos e normas.
‒ Identificação dos elementos do processo: fornecedor, entrada, saída e
cliente/usuário.
‒ Desenho do fluxograma.
III - Análise e Melhoria dos Processos:
‒ Árvore de Soluções: Identificação dos problemas; Análise de causa e efeito;
Detalhamento das causas dos Problemas; e Análise e Priorização de Solução.
‒ Modelagem.
‒ Sistema de Medição de Desempenho.
IV - Implementação das Melhorias
‒ Proposta de Simplificação: documento com a síntese do novo desenho.
‒ Implementação do Novo Processo.

1370 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Simplificação de Rotina de Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Ciclo PDCA

• Caráter cíclico, contínuo e


gradativo: melhoria
incremental

• Aplicável na melhoria de
qualquer processo
organizacional, do mais
simples ao mais complexo;

Programa 5S
• Programa de melhoria geral do ambiente de trabalho,
baseada em 5 Sensos.
1. Seiri – utilização, liberação da área, organização;
2. Seiton – ordem (ordenação), arrumação;
3. Seiso – limpeza;

4. Seiketsu – asseio, higiene, saúde, padronização;


5. Shitsuke – disciplina, autodisciplina.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1371
Administração Pública

Decreto Lei 200-67

Professor Mateus Silveira

www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública

DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sobre a organização da Administração II – A Administração Indireta, que compre-


Federal, estabelece diretrizes para a Reforma ende as seguintes categorias de entidades,
Administrativa e dá outras providências. dotadas de personalidade jurídica própria:
O Presidente da República, usando das atribui- a) Autarquias;
ções que lhe confere o art. 9º, § 2º, do Ato Ins-
titucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966, de- b) Empresas Públicas;
creta: c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações Públicas. (Alínea acrescida
TÍTULO I pela Lei nº 7.596, de 10/4/1987)
Parágrafo único. As entidades compreendi-
Da Administração Federal das na Administração Indireta vinculam-se
ao Ministério em cuja área de competência
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presi-
estiver enquadrada sua principal atividade.
dente da República auxiliado pelos Ministros de
(Primitivo § 1º transformado em parágrafo
Estado.
único pela Lei nº 7.596, de 10/4/1987)
Art. 2º O Presidente da República e os Ministros
§ 2º (Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei
de Estado exercem as atribuições de sua com-
nº 2.299, de 21/11/1986, e revogado pela
petência constitucional, legal e regulamentar
Lei nº 7.596, de 10/4/1987)
com o auxílio dos órgãos que compõem a Admi-
nistração Federal. § 3º (Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei
nº 2.299, de 21/11/1986, e revogado pela
Art. 3º Respeitada a competência constitucional
Lei nº 7.596, de 10/4/1987)
do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46,
inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
regulará a estruturação, as atribuições e funcio-
namento dos órgãos da Administração Federal. I – Autarquia – o serviço autônomo, cria-
(Artigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº do por lei, com personalidade jurídica, pa-
900, de 29/9/1969) trimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública,
Art. 4º A Administração Federal compreende: que requeiram, para seu melhor funciona-
mento, gestão administrativa e financeira
I – A Administração Direta, que se constitui
descentralizada.
dos serviços integrados na estrutura admi-
nistrativa da Presidência da República e dos II – Empresa Pública – a entidade dotada de
Ministérios. personalidade jurídica de direito privado,
com patrimônio próprio e capital exclusivo
da União, criado por lei para a exploração

www.acasadoconcurseiro.com.br 1375
de atividade econômica que o Governo seja TÍTULO II
levado a exercer por força de contingência
ou de conveniência administrativa podendo Dos Princípios Fundamentais
revestir-se de qualquer das formas admiti-
das em direito. (Inciso com redação dada Art. 6º As atividades da Administração Federal
pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969) obedecerão aos seguintes princípios fundamen-
tais:
III – Sociedade de Economia Mista – a en-
tidade dotada de personalidade jurídica de I – Planejamento.
direito privado, criada por lei para a explora-
ção de atividade econômica, sob a forma de II – Coordenação.
sociedade anônima, cujas ações com direito III – Descentralização.
a voto pertençam em sua maioria, à União
ou a entidade da Administração Indireta. IV – Delegação de Competência.
(Inciso com redação dada pelo Decreto-Lei V – Controle.
nº 900, de 29/9/1969)
IV – Fundação Pública – a entidade dotada
de personalidade jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, criada em virtude de au- CAPÍTULO I
torização legislativa, para o desenvolvimen- DO PLANEJAMENTO
to de atividades que não exijam execução
por órgãos ou entidades de direito público, Art. 7º A ação governamental obedecerá a pla-
com autonomia administrativa, patrimônio nejamento que vise a promover o desenvolvi-
próprio gerido pelos respectivos órgãos de mento econômico-social do País e a segurança
direção, e funcionamento custeado por re- nacional, norteando-se segundo planos e pro-
cursos da União e de outras fontes. (Inciso gramas elaborados, na forma do Título III, e
acrescido pela Lei nº 7.596, de 10/4/1987) compreenderá a elaboração e atualização dos
seguintes instrumentos básicos:
§ 1º No caso do inciso III, quando a ativida-
de for submetida a regime de monopólio a) plano geral de governo;
estatal, a maioria acionária caberá apenas à b) programas gerais, setoriais e regionais,
União, em caráter permanente. de duração plurianual;
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as enti- c) orçamento-programa anual;
dades da Administração Indireta existentes
nas categorias constantes deste artigo. d) programação financeira de desembolso.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV
deste artigo adquirem personalidade jurí-
dica com a inscrição da escritura pública de CAPÍTULO II
sua constituição no Registro Civil de Pessoas DA COORDENAÇÃO
Jurídicas, não se lhes aplicando as demais
disposições do Código Civil concernentes às Art. 8º As atividades da Administração Federal
fundações. (Parágrafo acrescido pela Lei nº e, especialmente, a execução dos planos e pro-
7.596, de 10/4/1987) gramas de governo, serão objeto de permanen-
te coordenação.
§ 1º A coordenação será exercida em todos
os níveis da administração, mediante a atu-

1376 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

ação das chefias individuais, a realização CAPÍTULO III


sistemática de reuniões com a participação DA DESCENTRALIZAÇÃO
das chefias subordinadas e a instituição e
funcionamento de comissões de coordena- Art. 10. A execução das atividades da Adminis-
ção em cada nível administrativo. tração Federal deverá ser amplamente descen-
§ 2º No nível superior da Administração Fe- tralizada.
deral, a coordenação será assegurada atra- § 1º A descentralização será posta em práti-
vés de reuniões do Ministério, reuniões de ca em três planos principais:
Ministros de Estado responsáveis por áreas
afins, atribuição de incumbência coordena- a) dentro dos quadros da Administração Fe-
dora a um dos Ministros de Estado (art. 36), deral, distinguindo-se claramente o nível de
funcionamento das Secretarias-Gerais (art. direção do de execução;
23, § 1º) e coordenação central dos siste- b) da Administração Federal para a das uni-
mas de atividades auxiliares (art. 31). dades federadas, quando estejam devida-
§ 3º Quando submetidos ao Presidente da mente aparelhadas e mediante convênio;
República, os assuntos deverão ter sido c) da Administração Federal para a órbita
previamente coordenados com todos os se- privada, mediante contratos ou concessões.
tores neles interessados, inclusive no que
respeita aos aspectos administrativos perti- § 2º Em cada órgão da Administração Fede-
nentes, através de consultas e entendimen- ral, os serviços que compõem a estrutura
tos, de modo a sempre compreenderem central de direção devem permanecer libe-
soluções integradas e que se harmonizem rados das rotinas de execução e das tarefas
com a política geral e setorial do Governo. de mera formalização de atos administrati-
Idêntico procedimento será adotado nos vos, para que possam concentrar-se nas ati-
demais níveis da Administração Federal, an- vidades de planejamento, supervisão, coor-
tes da submissão dos assuntos à decisão da denação e controle.
autoridade competente.
§ 3º A Administração casuística, assim en-
Art. 9º Os órgãos que operam na mesma área tendida a decisão de casos individuais, com-
geográfica serão submetidos à coordenação pete, em princípio, ao nível de execução, es-
com o objetivo de assegurar a programação e pecialmente aos serviços de natureza local,
execução integrada dos serviços federais. que estão em contato com os fatos e com o
público.
Parágrafo único. Quando ficar demonstrada
a inviabilidade de celebração de convênio § 4º Compete à estrutura central de direção
(alínea b do § 1º do art. 10) com os órgãos o estabelecimento das normas, critérios,
estaduais e municipais que exerçam ativida- programas e princípios, que os serviços res-
des idênticas, os órgãos federais buscarão ponsáveis pela execução são obrigados a
com eles coordenar-se, para evitar disper- respeitar na solução dos casos individuais e
são de esforços e de investimentos na mes- no desempenho de suas atribuições.
ma área geográfica.
§ 5º Ressalvados os casos de manifesta im-
praticabilidade ou inconveniência, a exe-
cução de programas federais de caráter
nitidamente local deverá ser delegada, no
todo ou em parte, mediante convênio, aos
órgãos estaduais ou municipais incumbidos
de serviços correspondentes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1377
§ 6º Os órgãos federais responsáveis pe- CAPÍTULO V
los programas conservarão a autoridade DO CONTROLE
normativa e exercerão controle e fiscaliza-
ção indispensáveis sobre a execução local, Art. 13. O controle das atividades da Adminis-
condicionando-se a liberação dos recursos tração Federal deverá exercer-se em todos os
ao fiel cumprimento dos programas e con- níveis e em todos os órgãos, compreendendo,
vênios. particularmente:
§ 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas a) o controle, pela chefia competente, da
de planejamento, coordenação, supervisão execução dos programas e da observância
e controle e com o objetivo de impedir o das normas que governam a atividade espe-
crescimento desmesurado da máquina ad- cífica do órgão controlado;
ministrativa, a Administração procurará de-
sobrigar-se da realização material de tarefas b) o controle, pelos órgãos próprios de cada
executivas, recorrendo, sempre que possí- sistema, da observância das normas gerais
vel, à execução indireta, mediante contrato, que regulam o exercício das atividades au-
desde que exista, na área, iniciativa privada xiliares;
suficientemente desenvolvida e capacitada c) o controle da aplicação dos dinheiros pú-
a desempenhar os encargos de execução. blicos e da guarda dos bens da União pelos
§ 8º A aplicação desse critério está condi- órgãos próprios do sistema de contabilida-
cionada, em qualquer caso, aos ditames do de e auditoria.
interesse público e às conveniências da se- Art. 14. O trabalho administrativo será racio-
gurança nacional. nalizado mediante simplificação de processos
e supressão de controles que se evidenciarem
como puramente formais ou cujo custo seja evi-
dentemente superior ao risco.
CAPÍTULO IV
DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Art. 11. A delegação de competência será utili- TÍTULO III
zada como instrumento de descentralização ad-
ministrativa, com o objetivo de assegurar maior Do Planejamento, do Orçamento-
rapidez e objetividade às decisões, situando-as Programa e da Programação
na proximidade dos fatos, pessoas ou proble- Financeira
mas a atender.
Art. 15. A ação administrativa do Poder Execu-
Art. 12. É facultado ao Presidente da República, tivo obedecerá a programas gerais, setoriais
aos Ministros de Estado e, em geral, às autori- e regionais de duração plurianual, elaborados
dades da Administração Federal delegar com- através dos órgãos de planejamento, sob a
petência para a prática de atos administrativos, orientação e a coordenação superiores do Pre-
conforme se dispuser em regulamento. sidente da República.
Parágrafo único. O ato de delegação indica- § 1º Cabe a cada Ministro de Estado orientar
rá com precisão a autoridade delegante, a e dirigir a elaboração do programa setorial
autoridade delegada e as atribuições objeto e regional correspondente a seu Ministério
de delegação. e ao Ministro de Estado, Chefe da Secreta-
ria de Planejamento, auxiliar diretamente
o Presidente da República na coordenação,
revisão e consolidação dos programas seto-

1378 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

riais e regionais e na elaboração da progra- Art. 19. Todo e qualquer órgão da Administra-
mação geral do Governo. (Parágrafo com re- ção Federal, direta ou indireta, está sujeito à
dação dada pela Lei nº 6.036, de 1/5/1974) supervisão do Ministro de Estado competente,
excetuados unicamente os órgãos mencionados
§ 2º Com relação à Administração Militar, no art. 32, que estão submetidos à supervisão
observar-se-á a finalidade precípua que direta do Presidente da República.
deve regê-la, tendo em vista a destinação
constitucional das Forças Armadas, sob a Art. 20. O Ministro de Estado é responsável,
responsabilidade dos respectivos Ministros, perante o Presidente da República, pela super-
que são os seus Comandantes Superiores. visão dos órgãos da Administração Federal en-
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto- quadrados em sua área de competência.
-Lei nº 900, de 29/9/1969)
Parágrafo único. A supervisão ministerial
§ 3º A aprovação dos planos e programas exercer-se-á através da orientação, coorde-
gerais, setoriais e regionais é da competên- nação e controle das atividades dos órgãos
cia do Presidente da República. subordinados ou vinculados ao Ministério,
nos têrmos desta lei.
Art. 16. Em cada ano será elaborado um orça-
mento-programa, que pormenorizará a etapa Art. 21. O Ministro de Estado exercerá a super-
do programa plurianual a ser realizada no exer- visão de que trata este título com apoio nos Ór-
cício seguinte e que servirá de roteiro à execu- gãos Centrais. ("Caput" do artigo com redação
ção coordenada do programa anual. dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
Parágrafo único. Na elaboração do orça- Parágrafo único. No caso dos Ministros
mento-programa serão considerados, além Militares a supervisão ministerial terá,
dos recursos consignados no Orçamento da também, como objetivo, colocar a admi-
União, os recursos extra-orçamentários vin- nistração, dentro dos princípios gerais es-
culados à execução do programa do Gover- tabelecidos nesta lei, em coerência com
no. a destinação constitucional precípua das
Forças Armadas, que constitui a atividade-
Art. 17. Para ajustar o ritmo de execução do or- -fim dos respectivos Ministérios. (Parágrafo
çamento-programa ao fluxo provável de recur- único acrescido pelo Decreto-Lei nº 900, de
sos, o Ministério do Planejamento e Coordena- 29/9/1969)
ção Geral e o Ministério da Fazenda elaborarão,
em conjunto, a programação financeira de de- Art. 22. Haverá na estrutura de cada Ministério
sembolso, de modo a assegurar a liberação au- Civil os seguintes Órgãos Centrais: (Vide art. 3º
tomática e oportuna dos recursos necessários à da Lei nº 6.228, de 15/7/1975)
execução dos programas anuais de trabalho.
I – Órgãos Centrais de planejamento, coor-
Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à denação e controle financeiro.
programação governamental e ao orçamento-
-programa e os compromissos financeiros só II – Órgãos Centrais de direção superior.
poderão ser assumidos em consonância com a Art. 23. Os órgãos a que se refere o item I do
programação financeira de desembolso. art. 22, têm a incumbência de assessorar dire-
tamente o Ministro de Estado e, por força de
suas atribuições, em nome e sob a direção do
TÍTULO IV Ministro, realizar estudos para formulação de
diretrizes e desempenhar funções de planeja-
Da Supervisão Ministerial mento, orçamento, orientação, coordenação,

(Vide art. 8º da Lei nº 6.036, de 1/5/1974)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1379
inspeção e controle financeiro, desdobrando-se III – Fazer observar os princípios fundamen-
em: (Vide art. 3º da Lei nº 6.228, de 15/7/1975) tais enunciados no Título II.
I – Uma Secretaria Geral. IV – Coordenar as atividades dos órgãos
supervisionados e harmonizar sua atuação
II – Uma Inspetoria Geral de Finanças. com a dos demais Ministérios.
§ 1º A Secretaria Geral atua como órgão V – Avaliar o comportamento administrati-
setorial de planejamento e orçamento, na vo dos órgãos supervisionados e diligenciar
forma do Título III, e será dirigida por um no sentido de que estejam confiados a diri-
Secretário-Geral, o qual poderá exercer fun- gentes capacitados.
ções delegadas pelo Ministro de Estado.
VI – Proteger a administração dos órgãos
§ 2º A Inspetoria Geral de Finanças, que supervisionados contra interferências e
será dirigida por um Inspetor-Geral, integra, pressões ilegítimas.
como órgão setorial, os sistemas de admi-
nistração financeira, contabilidade e audito- VII – Fortalecer o sistema do mérito.
ria, superintendendo o exercício dessas fun-
ções no âmbito do Ministério e cooperando VIII – Fiscalizar a aplicação e utilização de
com a Secretaria Geral no acompanhamen- dinheiros, valores e bens públicos.
to da execução do programa e do orçamen- IX – Acompanhar os custos globais dos pro-
to. gramas setoriais do Governo, a fim de alcan-
§ 3º Além das funções previstas neste títu- çar uma prestação econômica de serviços.
lo, a Secretaria-Geral do Ministério do Pla- X – Fornecer ao órgão próprio do Ministé-
nejamento e Coordenação Geral exercerá rio da Fazenda os elementos necessários à
as atribuições de Órgão Central dos siste- prestação de contas do exercício financeiro.
mas de planejamento e orçamento, e a Ins-
petoria-Geral de Finanças do Ministério da XI – Transmitir ao Tribunal de Contas, sem
Fazenda, as de Órgãos Central do sistema prejuízo da fiscalização deste, informes rela-
de administração financeira, contabilidade tivos à administração financeira e patrimo-
e auditoria. (Parágrafo com redação dada nial dos órgãos do Ministério.
pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
Art. 26. No que se refere à Administração Indi-
Art. 24. Os Órgãos Centrais de direção superior reta, a supervisão ministerial visará a assegurar,
(art. 22, item II) executam funções de adminis- essencialmente:
tração das atividades específicas e auxiliares do
I – A realização dos objetivos fixados nos
Ministério e serão, preferentemente, organi-
atos de constituição da entidade.
zados em base departamental, observados os
princípios estabelecidos nesta lei. (Vide art. 3º II – A harmonia com a política e a progra-
da Lei nº 6.228, de 15/7/1975) mação do Governo no setor de atuação da
entidade.
Art. 25. A supervisão ministerial tem por princi-
pal objetivo, na área de competência do Minis- III – A eficiência administrativa.
tro de Estado:
IV – A autonomia administrativa, operacio-
I – Assegurar a observância da legislação fe- nal e financeira da entidade.
deral.
Parágrafo único. A supervisão exercer-se-á
II – Promover a execução dos programas do mediante adoção das seguintes medidas,
Governo. além de outras estabelecidas em regula-
mento:

1380 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

a) indicação ou nomeação pelo Ministro ou, I – Prestar contas da sua gestão, pela forma
se for o caso, eleição dos dirigentes da enti- e nos prazos estipulados em cada caso.
dade, conforme sua natureza jurídica;
II – Prestar a qualquer momento, por inter-
b) designação, pelo Ministro dos represen- médio do Ministro de Estado, as informa-
tantes do Governo Federal nas Assembleias ções solicitadas pelo Congresso Nacional.
Gerais e órgãos de administração ou contro-
le da entidade; III – Evidenciar os resultados positivos ou
negativos de seus trabalhos, indicando suas
c) recebimento sistemático de relatórios, causas e justificando as medidas postas em
boletins, balancetes, balanços e informa- prática ou cuja adoção se impuser, no inte-
ções que permitam ao Ministro acompa- resse do Serviço Público.
nhar as atividades da entidade e a execução
do orçamento-programa e da programação Art. 29. Em cada Ministério Civil, além dos ór-
financeira aprovados pelo Governo; gãos Centrais de que trata o art. 22, o Ministro
de Estado disporá da assistência direta e ime-
d) aprovação anual da proposta de orça- diata de:
mento-programa e da programação finan-
ceira da entidade, no caso de autarquia; I – Gabinete.

e) aprovação de contas, relatórios e balan- II – Consultor Jurídico, exceto no Ministério


ços, diretamente ou através dos represen- da Fazenda.
tantes ministeriais nas Assembleias e ór- III – Divisão de Segurança e Informações.
gãos de administração ou controle;
§ 1º O Gabinete assiste o Ministro de Esta-
f) fixação, em níveis compatíveis com os cri- do em sua representação política e social, e
térios de operação econômica, das despe- incumbe-se das relações públicas, encarre-
sas de pessoal e de administração; gando-se do preparo e despacho do expe-
g) fixação de critérios para gastos de publici- diente pessoal do Ministro.
dade, divulgação e relações públicas; § 2º O Consultor Jurídico incumbe-se do as-
h) realização de auditoria e avaliação perió- sessoramento jurídico do Ministro de Esta-
dica de rendimento e produtividade; do.

i) intervenção, por motivo de interesse pú- § 3º A Divisão de Segurança e Informações


blico. colabora com a Secretaria Geral do Conse-
lho de Segurança Nacional e com o Serviço
Art. 27. Assegurada a supervisão ministerial, o Nacional de Informações.
Poder Executivo outorgará aos órgãos da Admi-
nistração Federal a autoridade executiva neces- § 4º No Ministério da Fazenda, o serviço de
sária ao eficiente desempenho de sua responsa- consulta jurídica continua afeto à Procura-
bilidade legal ou regulamentar. doria-Geral da Fazenda Nacional e aos seus
órgãos integrantes, cabendo a função de
Parágrafo único. Assegurar-se-á às empre- Consultor Jurídico do Ministro de Estado ao
sas públicas e às sociedades de economia Procurador-Geral, nomeado em comissão,
mista condições de funcionamento idênti- pelo critério de confiança e livre escolha,
cas às do setor privado cabendo a essas en- entre bacharéis em Direito.
tidades, sob a supervisão ministerial, ajus-
tar-se ao plano geral do Governo.
Art. 28. A entidade da Administração Indireta
deverá estar habilitada a:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1381
TÍTULO V TÍTULO VI
Dos Sistemas de Da Presidência da República
Atividades Auxiliares
(Vide Lei nº 10.683, de 28/5/2003)
Art. 30. Serão organizadas sob a forma de siste- Art. 32. A Presidência da República é constitu-
ma as atividades de pessoal, orçamento, estatís- ída essencialmente pelo Gabinete Civil e pelo
tica, administração financeira, contabilidade e Gabinete Militar. Também dela fazem parte,
auditoria, e serviços gerais, além de outras ati- como órgãos de assessoramento imediato ao
vidades auxiliares comuns a todos os órgãos da Presidente da República:
Administração que, a critério do Poder Executi-
vo, necessitem de coordenação central. I – o Conselho de Segurança Nacional;
§ 1º Os serviços incumbidos do exercício II – o Conselho de Desenvolvimento Econô-
das atividades de que trata este artigo con- mico;
sideram-se integrados no sistema respecti-
vo e ficam, consequentemente, sujeitos à III – o Conselho de Desenvolvimento Social;
orientação normativa, à supervisão técnica IV – a Secretaria de Planejamento;
e à fiscalização específica do órgão central
do sistema, sem prejuízo da subordinação V – o Serviço Nacional de Informações;
ao órgão em cuja estrutura administrativa VI – o Estado-Maior das Forças Armadas;
estiverem integrados.
VII – o Departamento Administrativo do
§ 2º O chefe do órgão central do sistema é Serviço Público;
responsável pelo fiel cumprimento das leis
e regulamentos pertinentes e pelo funcio- VIII – a Consultoria-Geral da República;
namento eficiente e coordenado do siste-
ma. IX – o Alto Comando das Forças Armadas;

§ 3º É dever dos responsáveis pelos diver- X – o Conselho Nacional de Informática e


sos órgãos competentes dos sistemas atuar Automação.
de modo a imprimir o máximo rendimento Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Civil,
e a reduzir os custos operacionais da Admi- o Chefe do Gabinete Militar, o Chefe da Se-
nistração. cretaria de Planejamento, o Chefe do Ser-
§ 4º Junto ao órgão central de cada sistema viço Nacional de Informações e o Chefe do
poderá funcionar uma Comissão de Coor- Estado-Maior das Forças Armadas são Mi-
denação, cujas atribuições e composição nistros de Estado titulares dos respectivos
serão definidas em decreto. (Vide art. 1º do órgãos. (Artigo com redação dada pela Lei
Decreto nº 64.777, de 3/7/1969) nº 7.232, de 29/10/1984)

Art. 31. A estruturação dos sistemas de que tra- Art. 33. Ao Gabinete Civil incumbe:
ta o artigo 30 e a subordinação dos respectivos I – Assistir, direta e imediatamente, o Presi-
Órgãos Centrais serão estabelecidas em decre- dente da República no desempenho de suas
to. ("Caput" do artigo com redação dada pelo atribuições e, em especial, nos assuntos re-
Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969) ferentes à administração civil.
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto- II – Promover a divulgação de atos e ativida-
-Lei nº 900, de 29/9/1969) des governamentais.

1382 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

III – Acompanhar a tramitação de projetos Ministério das Comunicações


de lei no Congresso Nacional e coordenar
a colaboração dos Ministérios e demais ór- Ministério da Marinha
gãos da administração, no que respeita aos Ministério do Exército
projetos de lei submetidos à sanção presi-
dencial. Ministério da Aeronáutica. ("Caput" do arti-
go com redação dada pela Lei nº 6.036, de
Art. 34. Ao Gabinete Militar incumbe: 1/5/1974)
I – Assistir, direta e imediatamente, o Presi- Parágrafo único. Os titulares dos Ministé-
dente da República no desempenho de suas rios são Ministros de Estado (Art. 20). (Pa-
atribuições e, em especial, nos assuntos re- rágrafo único acrescido pela Lei nº 6.036, de
ferentes à Segurança Nacional e à Adminis- 1/5/1974)
tração Militar.
Art. 36. Para auxiliá-lo na coordenação de as-
II – Zelar pela segurança do Presidente da suntos afins ou interdependentes, que interes-
República e dos Palácios Presidenciais. sem a mais de um Ministério, o Presidente da
Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Mili- República poderá incumbir de missão coorde-
tar exerce as funções de Secretário-Geral do nadora um dos Ministros de Estado, cabendo
Conselho de Segurança Nacional. essa missão, na ausência de designação especí-
fica ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria
de Planejamento.
TÍTULO VII § 1º O Ministro Coordenador, sem prejuízo
das atribuições da Pasta ou órgão de que for
Dos Ministérios e Respectivas titular atuará em harmonia com as instru-
Áreas de Competência ções emanadas do Presidente da Repúbli-
ca, buscando os elementos necessários ao
(Vide Lei nº 10.683, de 28/5/2003) cumprimento de sua missão mediante co-
operação dos Ministros de Estado em cuja
Art. 35. Os Ministérios são os seguintes: área de competência estejam compreendi-
Ministério da Justiça dos os assuntos objeto de coordenação.

Ministério das Relações Exteriores § 2º O Ministro Coordenador formulará so-


luções para a decisão final do Presidente da
Ministério da Fazenda República. (Artigo com redação dada pela
Ministério dos Transportes Lei nº 6.036, de 1/5/1974)

Ministério da Agricultura Art. 37. O Presidente da República poderá pro-


ver até 4 (quatro) cargos de Ministro Extraordi-
Ministério da Indústria e do Comércio nário para o desempenho de encargos tempo-
rários de natureza relevante. ("Caput" do artigo
Ministério das Minas e Energia com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
Ministério do Interior 29/9/1969)

Ministério da Educação e Cultura Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-


-Lei nº 900, de 29/9/1969)
Ministério do Trabalho
Art. 38. O Ministro Extraordinário e o Ministro
Ministério da Previdência e Assistência Social Coordenador disporão de assistência técnica e
administrativa essencial para o desempenho
Ministério da Saúde

www.acasadoconcurseiro.com.br 1383
das missões de que forem incumbidos pelo Pre- V – Sistemas estatístico e cartográfico na-
sidente da República na forma por que se dispu- cionais.
ser em decreto.
VI – Organização administrativa.
Art. 39. Os assuntos que constituem a área de
competência de cada Ministério são, a seguir, MINISTÉRIO DA FAZENDA
especificados:
I – Assuntos monetários, creditícios, finan-
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ceiros e fiscais; poupança popular.

I – Ordem jurídica, nacionalidade, cidada- II – Administração tributária.


nia, direitos políticos, garantias constitucio- III – Arrecadação.
nais.
IV – Administração financeira.
II – Segurança interna. Polícia Federal.
V – Contabilidade e auditoria.
III – Administração penitenciária.
VI – Administração patrimonial. (Inciso
IV – Ministério Público. com redação dada pela Lei nº 6.228, de
V – Documentação, publicação e arquivo 15/7/1975)
dos atos oficiais.
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES I – Coordenação dos transportes.
EXTERIORES
II – Transportes ferroviários e rodoviários.
I – Política Internacional.
III – Transportes aquaviários. Marinha mer-
II – Relações diplomáticas; serviços consu- cante; portos e vias navegáveis.
lares.
IV – Participação na coordenação dos trans-
III – Participação nas negociações comer- portes aeroviários, na forma estabelecida
ciais, econômicas, financeiras, técnicas e no art. 162.
culturais com países e entidades estrangei-
ras. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
IV – Programas de cooperação internacio- I – Agricultura; pecuária; caça; pesca.
nal.
II – Recursos naturais renováveis: flora, fau-
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E na e solo.
COORDENAÇÃO GERAL III – Organização da vida rural; reforma
agrária.
I – Plano geral do Governo, sua coordena-
ção. Integração dos planos regionais. IV – Estímulos financeiros e creditícios.
II – Estudos e pesquisas socioeconômicos, V – Meteorologia; climatologia.
inclusive setoriais e regionais.
VI – Pesquisa e experimentação.
III – Programação orçamentária; proposta
orçamentária anual. VII – Vigilância e defesa sanitária animal e
vegetal.
IV – Coordenação da assistência técnica in-
ternacional.

1384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

VIII – Padronização e inspeção de produtos VIII – Assistência aos Municípios.


vegetais e animais ou do consumo nas ativi-
dades agropecuárias. IX – Programa nacional de habitação.

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO


E DO COMÉRCIO E CULTURA

I – Desenvolvimento industrial e comercial. I – Educação; ensino (exceto o militar); ma-


gistério.
II – Comércio exterior.
II – Cultura – letras e artes.
III – Seguros privados e capitalização.
III – Patrimônio histórico, arqueológico,
IV – Propriedade industrial; registro do co- científico, cultural e artístico.
mércio; legislação metrológica.
IV – Desportos.
V – Turismo.
MINISTÉRIO DO TRABALHO
VI – Pesquisa e experimentação tecnológi-
(Vide art. 2º Lei nº 6.036, de
ca.
1/5/1974)
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA
I – Trabalho; organização profissional e sin-
I – Geologia, recursos minerais e energéti- dical; fiscalização.
cos. II – Mercado de trabalho; política de empre-
II – Regime hidrológico e fontes de energia go.
hidráulica. III – Política salarial.
III – Mineração. IV – Política de imigração. (Primitivo inciso V
IV – Indústria do petróleo. renumerado pela Lei nº 6.036, de 1/5/1974)

V – Indústria de energia elétrica, inclusive V – Colaboração com o Ministério Público


de natureza nuclear. junto à Justiça do Trabalho. (Primitivo in-
ciso VI renumerado pela Lei nº 6.036, de
MINISTÉRIO DO INTERIOR 1/5/1974)

I – Desenvolvimento regional. MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E


II – Radicação de populações, ocupação do ASSISTÊNCIA SOCIAL
território. Migrações internas. (Vide art. 2º Lei nº 6.036, de
1/5/1974)
III – Territórios federais.
IV – Saneamento básico. I – Previdência

V – Beneficiamento de áreas e obras de pro- II – Assistência Social.


teção contra secas e inundações. Irrigação.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
VI – Assistência às populações atingidas pe-
las calamidades públicas. I – Política nacional de saúde.

VII – Assistência ao índio. II – Atividades médicas e paramédicas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1385
III – Ação preventiva em geral; vigilância sa- § 2º No que se refere a execução da Política
nitária de fronteiras e de portos marítimos, de Segurança Nacional, o Conselho aprecia-
fluviais e aéreos. rá os problemas que lhe forem propostos
no quadro da conjuntura nacional ou inter-
IV – Controle de drogas, medicamentos e nacional. (Parágrafo com redação dada pelo
alimentos. Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
V – Pesquisas médico-sanitárias. Art. 41. Caberá, ainda, ao Conselho o cumpri-
MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES mento de outras tarefas específicas previstas na
Constituição.
I – Telecomunicações. Art. 42. O Conselho de Segurança Nacional é
II – Serviços postais. convocado e presidido pelo Presidente da Repú-
blica, dele participando, no caráter de membros
MINISTÉRIO DA MARINHA natos, o Vice-Presidente da República, todos os
Ministros de Estado, inclusive os Extraordiná-
(Art. 54) rios, os Chefes dos Gabinetes Civil e Militar da
Presidência da República, o Chefe do Serviço
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO Nacional de Informações, o Chefe do Estado-
-Maior das Forças Armadas e os Chefes dos
(Art. 59)
Estados-Maiores da Armada, do Exército e da
MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA Aeronáutica.
§ 1º O Presidente da República poderá de-
(Art. 63)
signar membros eventuais, conforme a ma-
téria a ser apreciada.
TÍTULO VIII § 2º O Presidente da República pode ouvir o
Conselho de Segurança Nacional, mediante
Da Segurança Nacional consulta a cada um dos seus membros em
expediente remetido por intermédio da Se-
cretaria-Geral.
Art. 43. O Conselho dispõe de uma Secretaria-
CAPÍTULO I -Geral, como órgão de estudo, planejamento e
DO CONSELHO DE coordenação no campo da segurança nacional
SEGURANÇA NACIONAL e poderá contar com a colaboração de órgãos
complementares, necessários ao cumprimento
Art. 40. O Conselho de Segurança Nacional é o de sua finalidade constitucional. (Artigo com
órgão de mais alto nível no assessoramento di- redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.093, de
reto do Presidente da República, na formulação 17/3/1970)
e na execução da Política de Segurança Nacio-
nal. ("Caput" do artigo com redação dada pelo
Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
CAPÍTULO II
§ 1º A formulação da Política de Segurança
Nacional far-se-á, basicamente, mediante DO SERVIÇO NACIONAL
o estabelecimento do Conceito Estratégico DE INFORMAÇÕES
Nacional.
Art. 44. O Serviço Nacional de Informações tem
por finalidade superintender e coordenar, em

1386 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

todo o território nacional, as atividades de in- CAPÍTULO II


formação e contrainformação, em particular as DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO
que interessem à segurança nacional.
DIRETO DO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA
TÍTULO IX
Seção I
Das Forças Armadas DO ALTO COMANDO
DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 47. O Alto Comando das Forças Armadas é
CAPÍTULO I um órgão de assessoramento do Presidente da
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES República, nas decisões relativas à política mili-
tar e à coordenação de assuntos pertinentes às
Art. 45. As Forças Armadas, constituídas pela Forças Armadas.
Marinha de Guerra, pelo Exército e pela Aero- Art. 48. Integram o Alto Comando das Forças
náutica Militar, são instituições nacionais, per- Armadas os Ministros Militares, o Chefe do Es-
manentes e regulares, organizadas com base tado-Maior das Forças Armadas e os Chefes dos
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade Estados-Maiores de cada uma das Forças singu-
suprema do Presidente da República e dentro lares.
dos limites da lei. As Forças Armadas, essenciais
à execução da Política de Segurança Nacional, Art. 49. O Alto Comando das Forças Armadas
destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos reúne-se quando convocado pelo Presidente da
Poderes constituídos, da Lei e da Ordem. República e é secretariado pelo Chefe do Gabi-
nete Militar da Presidência da República.
Parágrafo único. As Forças Armadas, nos ca-
sos de calamidade pública, colaborarão com Seção II
os Ministérios Civis, sempre que solicitadas,
DO ESTADO-MAIOR DAS
na assistência às populações atingidas e no
restabelecimento da normalidade. (Artigo FORÇAS ARMADAS
com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900,
Art. 50. O Estado-Maior das Forças Armadas,
de 29/9/1969)
órgãos de assessoramento do Presidente da Re-
Art. 46. O Poder Executivo fixará a organização pública tem por atribuições: ("Caput" do artigo
pormenorizada das Forças Armadas singulares com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
– Forças Navais, Forças Terrestres e Força Aérea 29/9/1969)
Brasileira – e das Forças Combinadas ou Conjun-
I – Proceder aos estudos para a fixação da
tas, bem como dos demais órgãos integrantes
Política, da Estratégia e da Doutrina Milita-
dos Ministérios Militares, suas denominações,
res, bem como elaborar e coordenar os pla-
localizações e atribuições.
nos e programas decorrentes; (Inciso com
Parágrafo único. Caberá, também, ao Poder redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
Executivo, nos limites fixados em lei, dispor 29/9/1969)
sobre as Polícias Militares e Corpos de Bom-
II – Estabelecer os planos para emprego das
beiros Militares, como forças auxiliares, re-
Forças Combinadas ou Conjuntas e de for-
serva do Exército.
ças singulares destacadas para participar de
operações militares no exterior, levando em
consideração os estudos e as sugestões dos
Ministros Militares competentes; (Inciso

www.acasadoconcurseiro.com.br 1387
com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, CAPÍTULO III
de 29/9/1969) DOS MINISTÉRIOS MILITARES
III – Coordenar as informações estratégicas
no Campo Militar; (Inciso com redação dada Seção I
pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969) DO MINISTÉRIO DA MARINHA
IV – Coordenar, no que transcenda os objeti- Art. 54. O Ministério da Marinha administra os
vos específicos e as disponibilidades previs- negócios da Marinha de Guerra e tem como
tas no Orçamento dos Ministérios Militares, atribuição principal a preparação desta para o
os planos de pesquisas, de desenvolvimen- cumprimento de sua destinação constitucional.
to e de mobilização das Forças Armadas e
os programas de aplicação de recursos de- § 1º Cabe ao Ministério da Marinha;
correntes. (Inciso com redação dada pelo I – Propor a organização e providenciar o
Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969) aparelhamento e adestramento das Forças
V – Coordenar as representações das Forças Navais e Aeronavais e do Corpo de Fuzilei-
Armadas no País e no exterior; (Inciso com ros Navais, inclusive para integrarem Forças
redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de Combinadas ou Conjuntas.
29/9/1969) II – Orientar e realizar pesquisas e desenvol-
VI – Proceder aos estudos e preparar as de- vimento de interesse da Marinha, obedeci-
cisões sobre assuntos que lhe forem sub- do o previsto no item V do art. 50 da pre-
metidos pelo Presidente da República. (In- sente Lei.
ciso com redação dada pelo Decreto-Lei nº III – Estudar e propor diretrizes para a políti-
900, de 29/9/1969) ca marítima nacional.
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto- § 2º Ao Ministério da Marinha competem
-Lei nº 900, de 29/9/1969) ainda as seguintes atribuições subsidiárias;
Art. 51. A Chefia do Estado-Maior das Forças I – Orientar e controlar a Marinha Mercante
Amadas é exercida por um oficial-general do Nacional e demais atividades correlatas no
mais alto posto nomeado pelo Presidente da que interessa à segurança nacional e prover
República, obedecido, em princípio, o crité- a segurança da navegação, seja ela maríti-
rio de rodízio entre as Forças Armadas. (Artigo ma, fluvial ou lacustre.
com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
29/9/1969) II – Exercer a polícia naval.
Art. 52. As funções de Estado-Maior e Serviços Art. 55. O Ministro da Marinha exerce a direção
no Estado-Maior das Forças Armadas são exerci- geral do Ministério da Marinha e é o Coman-
das por oficiais das três Forças singulares. dante Superior da Marinha de Guerra. (Artigo
com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
Art. 53. O Conselho de Chefes de Estado-Maior, 29/9/1969)
constituído do Chefe do Estado-Maior das For-
ças Armadas e dos Chefes do Estado-Maior das Art. 56. A Marinha de Guerra compreende suas
Forças singulares, reúne-se periodicamente, sob organizações próprias, pessoal em serviço ativo
a presidência do primeiro, para apreciação de e sua reserva, inclusive as formações auxiliares
assuntos específicos do Estado-Maior das For- conforme fixado em lei. (Artigo com redação
ças Armadas e os de interesse comum a mais de dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
uma das Forças singulares.
Art. 57. O Ministério da Marinha é constituído
de:

1388 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

I – Órgãos de Direção Geral. § 2º Ao Ministério do Exército compete ain-


da propor as medidas para a efetivação do
•• Almirantado (Alto Comando da Mari- disposto no parágrafo único do art. 46 da
nha de Guerra). presente Lei.
•• Estado Maior da Armada.
Art. 60. O Ministro do Exército exerce a direção
II – Órgãos de Direção Setorial, organizados geral das atividades do Ministério e é o Coman-
em base departamental (art. 24). dante Superior do Exército.
III – Órgãos de Assessoramento. Art. 61. O Exército é constituído do Exército ati-
•• Gabinete do Ministro. vo e sua Reserva.
•• Consultoria Jurídica. § 1º O Exército ativo é a parte do Exército
•• Conselho de Almirantes. organizada e aparelhada para o cumpri-
•• Outros Conselhos e Comissões. mento de sua destinação constitucional e
IV – Órgãos de Apoio. em pleno exercício de suas atividades.

•• Diretorias e outros órgãos. § 2º Constitui a Reserva do Exército todo o


pessoal sujeito à incorporação no Exército
V – Forças Navais e Aeronavais (elementos ativo, mediante mobilização ou convocação,
próprios – navios e helicópteros – e elemen- e as forças e organizações auxiliares, confor-
tos destacados da Força Aérea Brasileira). me fixado em lei.
•• Corpo de Fuzileiros Navais. Art. 62. O Ministério do Exército compreende:
•• Distritos Navais.
•• Comando do Controle Naval do Tráfego I – Órgãos de Direção Geral
Marítimo. (Item acrescido pelo Decre- •• Alto Comando do Exército.
to-Lei nº 900, de 29/9/1969) •• Estado-Maior do Exército.
Art. 58. (Revogado pela Lei nº 6.059, de •• Conselho Superior de Economia e Fi-
25/6/1974) nanças.

Seção II II – Órgãos de Direção Setorial, organizados


em base departamental (art. 24)
DO MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
III – Órgãos de Assessoramento
Art. 59. O Ministério do Exército administra os
negócios do Exército e tem, como atribuição •• Gabinete do Ministro.
principal a preparação do Exército para o cum- •• Consultoria Jurídica.
primento da sua destinação constitucional. •• Secretaria Geral.
•• Outros Conselhos e Comissões.
§ 1º Cabe ao Ministério do Exército:
IV – Órgãos de Apoio
I – Propor a organização e providenciar o
aparelhamento e o adestramento das For- •• Diretoria e outros órgãos.
ças Terrestres, inclusive para integrarem V – Forças Terrestres
Forças Combinadas ou Conjuntas.
•• Órgãos Territoriais.
II – Orientar e realizar pesquisas e desenvol-
vimento de interesse do Exército, obedeci-
do o previsto no item V do art. 50 da pre-
sente lei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1389
Seção III Parágrafo único. Constitui a reserva da Ae-
DO MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA ronáutica todo o pessoal sujeito à incorpo-
ração na Força Aérea Brasileira, mediante
Art. 63. O Ministério da Aeronáutica administra mobilização ou convocação, e as organiza-
os negócios da Aeronáutica e tem como atri- ções auxiliares, conforme fixado em lei. (Ar-
buições principais a preparação da Aeronáutica tigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº
para o cumprimento de sua destinação consti- 991, de 21/10/1969)
tucional e a orientação, a coordenação e o con-
Art. 66. O Ministério da Aeronáutica compreen-
trole das atividades da Aviação Civil.
de:
Parágrafo único. Cabe ao Ministério da Ae-
I – Órgãos de Direção Geral:
ronáutica:
•• Alto Comando da Aeronáutica
I – Estudar e propor diretrizes para a Política
•• Estado-Maior da Aeronáutica
Aeroespacial Nacional.
•• Inspetoria Geral da Aeronáutica
II – Propor a organização e providenciar o
II – Órgãos de Direção Setorial, organizados
aparelhamento e o adestramento da For-
em base departamental (art. 24):
ça Aérea Brasileira, inclusive de elementos
para integrar as Forças Combinadas ou Con- •• Departamento de Aviação Civil
juntas. •• Departamento de Pesquisas e Desen-
volvimento
III – Orientar, coordenar e controlar as ati-
vidades da Aviação Civil, tanto comerciais III – Órgãos de Assessoramento:
como privadas e desportivas.
•• Gabinete do Ministro
IV – Estabelecer, equipar e operar, direta- •• Consultoria Jurídica
mente ou mediante autorização ou conces- •• Conselhos e Comissões
são, a infraestrutura aeronáutica, inclusive
os serviços de apoio necessárias à navega- IV – Órgãos de Apoio:
ção aérea.
•• Comandos, Diretorias, Institutos, Servi-
V – Orientar, incentivar e realizar pesquisas ços e outros órgãos
e desenvolvimento de interesse da Aero-
V – Força Aérea Brasileira:
náutica, obedecido, quanto às de interesse
militar, ao prescrito no item IV do art. 50 da •• Comandos Aéreos (inclusive elemen-
presente lei. tos para integrar Forças Combinadas ou
Conjuntas)
VI – Operar o Correio Aéreo Nacional. (Ar-
•• Comandos Territoriais. (Artigo com re-
tigo com redação dada pelo Decreto-Lei nº
dação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
991, de 21/10/1969)
21/10/1969)
Art. 64. O Ministro da Aeronáutica exerce a di-
reção geral das atividades do Ministério e é o
Comandante-em-Chefe da Força Aérea Brasilei- CAPÍTULO IV
ra. (Artigo com redação dada pelo Decreto-Lei DISPOSIÇÃO GERAL
nº 991, de 21/10/1969)
Art. 67. O Almirantado (Alto Comando da Mari-
Art. 65. A Força Aérea Brasileira é a parte da Ae-
nha de Guerra), o Alto Comando do Exército e o
ronáutica organizada e aparelhada para o cum-
Alto Comando da Aeronáutica, a que se referem
primento de sua destinação constitucional.
os arts 57, 62 e 66 são órgãos integrantes da Di-

1390 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

reção Geral do Ministério da Marinha, do Exér- III – No Poder Executivo, pelos Ministros de
cito e da Aeronáutica cabendo-lhes assessorar Estado ou dirigentes de órgãos da Presidên-
os respectivos Ministros, principalmente: cia da República.
a) nos assuntos relativos à política militar Art. 72. Com base na lei orçamentária, crédi-
peculiar à Força singular; tos adicionais e seus atos complementares, o
órgão central da programação financeira fixará
b) nas matérias de relevância – em particu- as cotas e prazos de utilização de recursos pelos
lar, de organização, administração e logísti- órgãos da Presidência da República, pelos Mi-
ca – dependentes de decisão ministerial; nistérios e pelas autoridades dos Poderes Legis-
c) na seleção do quadro de Oficiais Gene- lativo e Judiciário para atender à movimentação
rais. dos créditos orçamentários ou adicionais.
§ 1º Os Ministros de Estado e os dirigen-
tes de Órgãos da Presidência da República
TÍTULO X aprovarão a programação financeira seto-
rial e autorizarão às unidades administrati-
Das Normas de Administração vas a movimentar os respectivos créditos,
Financeira e de Contabilidade dando ciência ao Tribunal de Contas.

Art. 68. O Presidente da República prestará anu- § 2º O Ministro de Estado, por proposta do
almente ao Congresso Nacional as contas rela- Inspetor Geral de Finanças, decidirá quanto
tivas ao exercício anterior, sobre as quais dará aos limites de descentralização da adminis-
parecer prévio o Tribunal de Contas. tração dos créditos, tendo em conta as ativi-
dades peculiares de cada órgão.
Art. 69. Os órgãos da Administração Direta ob-
servarão um plano de contas único e as normas Art. 73. Nenhuma despesa poderá ser realizada
gerais de contabilidade e da auditoria que fo- sem a existência de crédito que a comporte ou
rem aprovados pelo Governo. quando imputada a dotação imprópria, vedada
expressamente qualquer atribuição de forneci-
Art. 70. Publicados a lei orçamentária ou os mento ou prestação de serviços cujo custo exce-
decretos de abertura de créditos adicionais, as da aos limites previamente fixados em lei.
unidades orçamentárias, os órgãos administra-
tivos, os de contabilização e os de fiscalização fi- Parágrafo único. Mediante representação
nanceira ficam, desde logo, habilitados a tomar do órgão contábil serão impugnados quais-
as providências cabíveis para o desempenho quer atos referentes a despesas que inci-
das suas tarefas. dam na proibição do presente artigo.

Art. 71. A discriminação das dotações orçamen- Art. 74. Na realização da receita e da despesa
tárias globais de despesas será feita: pública será utilizada a via bancária, de acordo
com as normas estabelecidas em regulamento.
I – No Poder Legislativo e órgãos auxiliares,
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do § 1º Nos casos em que se torne indispen-
Senado Federal e pelo Presidente do Tribu- sável a arrecadação de receita diretamente
nal de Contas. pelas unidades administrativas, o recolhi-
mento à conta bancária far-se-á no prazo
II – No Poder Judiciário, pelos Presidentes regulamentar.
dos Tribunais e demais órgãos competen-
tes. § 2º O pagamento de despesa, obedecidas
as normas que regem a execução orçamen-
tária (Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964),

www.acasadoconcurseiro.com.br 1391
far-se-á mediante ordem bancária ou che- viço, ainda que ocorram depois do encerra-
que nominativo, contabilizado pelo órgão mento do exercício financeiro.
competente e obrigatoriamente assinado
pelo ordenador da despesa e pelo encarre- Art. 77. Todo ato de gestão financeira deve ser
gado do setor financeiro. realizado por força do documento que compro-
ve a operação e registrado na contabilidade,
§ 3º Em casos excepcionais, quando houver mediante classificação em conta adequada.
despesa não atendível pela via bancária, as
autoridades ordenadoras poderão autori- Art. 78. O acompanhamento da execução orça-
zar suprimentos de fundos, de preferência mentária será feito pelos órgãos de contabiliza-
a agentes afiançados, fazendo-se os lança- ção.
mentos contábeis necessários e fixando-se § 1º Em cada unidade responsável pela ad-
prazo para comprovação dos gastos. ministração de créditos proceder-se-á sem-
Art. 75. Os órgãos da Administração Federal pre à contabilização destes.
prestarão ao Tribunal de Contas, ou suas dele- § 2º A contabilidade sintética ministerial ca-
gações, os informes relativos à administração berá à Inspetoria Geral de Finanças.
dos créditos orçamentários e facilitarão a rea-
lização das inspeções de controle externo dos § 3 º A contabilidade geral caberá à Inspe-
órgãos de administração financeira, contabilida- toria Geral de Finanças do Ministério da Fa-
de e auditorias. ("Caput" do artigo com redação zenda.
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
§ 4º Atendidas as conveniências do servi-
Parágrafo único. As informações previstas ço, um único órgão de contabilidade analí-
neste artigo são as imprescindíveis ao exer- tica poderá encarregar-se da contabilização
cício da auditoria financeira e orçamentá- para várias unidades operacionais do mes-
ria, realizada com base nos documentos mo ou de vários Ministérios.
enumerados nos itens I e II do artigo 36 do
§ 5º Os documentos relativos à escrituração
Decreto-Lei número 199, de 25 de feverei-
dos atos da receita e despesa ficarão arqui-
ro de 1967, vedada a requisição sistemática
vados no órgão de contabilidade analítica
de documentos ou comprovantes arquiva-
e à disposição das autoridades responsá-
dos nos órgãos da administração federal,
veis pelo acompanhamento administrativo
cujo exame se possa realizar através das
e fiscalização financeira e, bem assim, dos
inspeções de controle externo. (Parágrafo
agentes incumbidos do controle externo, de
único acrescido pelo Decreto-Lei nº 900, de
competência do Tribunal de Contas.
29/9/1969)
Art. 79. A contabilidade deverá apurar os custos
Art. 76. Caberá ao Inspetor Geral de Finanças
dos serviços de forma a evidenciar os resultados
ou autoridade delegada autorizar a inscrição
da gestão.
de despesas na conta "Restos a Pagar" (Lei nº
4.320, de 17 de março de 1964), obedecendo- Art. 80. Os órgãos de contabilidade inscreverão
-se na liquidação respectiva as mesmas formali- como responsável todo o ordenador da despe-
dades fixadas para a administração dos créditos sa, o qual só poderá ser exonerado de sua res-
orçamentários. ponsabilidade após julgadas regulares suas con-
tas pelo Tribunal de Contas.
Parágrafo único. As despesas inscritas na
conta de "Restos a Pagar" serão liquidadas § 1º Ordenador de despesas é toda e qual-
quando do recebimento do material, da quer autoridade de cujos atos resultarem
execução da obra ou da prestação do ser- emissão de empenho, autorização de paga-

1392 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

mento, suprimento ou dispêndio de recur- sua regularidade certificada pelo órgão de


sos da União ou pela qual esta responda. auditoria.
§ 2º O ordenador de despesa, salvo coni- § 2º Sem prejuízo do encaminhamento ao
vência, não é responsável por prejuízos Tribunal de Contas, a autoridade a que se
causados à Fazenda Nacional decorrentes refere o parágrafo anterior no caso de ir-
de atos praticados por agente subordinado regularidade, determinará as providências
que exorbitar das ordens recebidas. que, a seu critério, se tornarem indispensá-
veis para resguardar o interesse público e a
§ 3º As despesas feitas por meio de supri- probidade na aplicação dos dinheiros públi-
mentos, desde que não impugnadas pelo cos, dos quais dará ciência oportunamente
ordenador, serão escrituradas e incluídas na ao Tribunal de Contas.
sua tomada de contas, na forma prescrita;
quando impugnadas, deverá o ordenador § 3º Sempre que possível, desde que não
determinar imediatas providências adminis- retardem nem dificultem as tomadas de
trativas para a apuração das responsabilida- contas, estas poderão abranger conjunta-
des e imposição das penalidades cabíveis, mente a dos ordenadores e tesoureiros ou
sem prejuízo do julgamento da regularidade pagadores.
das contas pelo Tribunal de Contas.
Art. 83. Cabe aos detentores de suprimentos
Art. 81. Todo ordenador de despesa ficará sujei- de fundos fornecer indicação precisa dos saldos
to a tomada de contas realizada pelo órgão de em seu poder em 31 de dezembro, para efeito
contabilidade e verificada pelo órgão de audito- de contabilização e reinscrição da respectiva
ria interna, antes de ser encaminhada ao Tribu- responsabilidade pela sua aplicação em data
nal de Contas (artigo 82 ). posterior, observados os prazos assinalados
pelo ordenador da despesa.
Parágrafo único. O funcionário que receber
suprimento de fundos, na forma do dispos- Parágrafo único. A importância aplicada até
to no art. 74, § 3º, é obrigado a prestar con- 31 de dezembro será comprovada até 15 de
tas de sua aplicação procedendo-se, auto- janeiro seguinte.
maticamente, a tomada de contas se não o
fizer no prazo assinalado. Art. 84. Quando se verificar que determinada
conta não foi prestada, ou que ocorreu desfal-
Art. 82. As tomadas de contas serão objeto de que, desvio de bens ou outra irregularidade de
pronunciamento expresso do Ministro de Esta- que resulte prejuízo para a Fazenda Pública, as
do, dos dirigentes de órgãos da Presidência da autoridades administrativas, sob pena de cor-
República ou de autoridade a quem estes dele- responsabilidade e sem embargo dos procedi-
garem competência, antes de seu encaminha- mentos disciplinares, deverão tomar imediatas
mento ao Tribunal de Contas para os fins consti- providências para assegurar o respectivo ressar-
tucionais e legais. cimento e instaurar a tomada de contas, fazen-
do-se as comunicações a respeito ao Tribunal de
§ 1º A tomada de contas dos ordenadores, Contas.
agentes recebedores, tesoureiros ou paga-
dores será feita no prazo máximo de 180 Art. 85. A Inspetoria Geral de Finanças, em cada
(cento e oitenta) dias do encerramento do Ministério, manterá atualizada relação de res-
exercício financeiro pelos órgãos encarre- ponsáveis por dinheiros, valores e bens públi-
gados da contabilidade analítica e, antes de cos, cujo rol deverá ser transmitido anualmente
ser submetida a pronunciamento do Minis- ao Tribunal de Contas, comunicando-se trimes-
tro de Estado, dos dirigentes de órgãos da tralmente as alterações.
Presidência da República ou da autoridade
a quem estes delegarem competência, terá

www.acasadoconcurseiro.com.br 1393
Art. 86. A movimentação dos créditos destina- Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públi-
dos à realização de despesas reservadas ou con- cos terá de justificar seu bom e regular emprego
fidenciais será feita sigilosamente e nesse cará- na conformidade das leis, regulamentos e nor-
ter serão tomadas as contas dos responsáveis. mas emanadas das autoridades administrativas
competentes.
Art. 87. Os bens móveis, materiais e equipa-
mentos em uso ficarão sob a responsabilidade
dos chefes de serviço, procedendo-se periodica-
mente a verificações pelos competentes órgãos
TÍTULO XI
de controle.
Das Disposições Referentes
Art. 88. Os estoques serão obrigatoriamente ao Pessoal Civil
contabilizados, fazendo-se a tomada anual das
contas dos responsáveis.
Art. 89. Todo aquele que, a qualquer título, te-
nha a seu cargo serviço de contabilidade da CAPÍTULO I
União é pessoalmente responsável pela exa- DAS NORMAS GERAIS
tidão das contas e oportuna apresentação dos
balancetes, balanços e demonstrações contá- Art. 94. O Poder Executivo promoverá a revisão
beis dos atos relativos à administração financei- da legislação e das normas regulamentares rela-
ra e patrimonial do setor sob sua jurisdição. tivas ao pessoal do Serviço Público Civil, com o
objetivo de ajustá-las aos seguintes princípios:
Art. 90. Responderão pelos prejuízos que causa-
rem à Fazenda Pública o ordenador de despesas I – Valorização e dignificação da função pú-
e o responsável pela guarda de dinheiros, valo- blica e do servidor público.
res e bens. II – Aumento da produtividade.
Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Con- III – Profissionalização e aperfeiçoamento
tingência, o orçamento anual poderá conter do- do servidor público; fortalecimento do Sis-
tação global não especificamente destinada a tema do Mérito para ingresso na função pú-
determinado órgão, unidade orçamentária, pro- blica, acesso a função superior e escolha do
grama ou categoria econômica, cujos recursos ocupante de funções de direção e assesso-
serão utilizados para abertura de créditos adi- ramento.
cionais. (Artigo com redação dada pelo Decreto-
-Lei nº 1.763, de 16/1/1980) IV – Conduta funcional pautada por normas
éticas cuja infração incompatibilize o servi-
Art. 92. Com o objetivo de obter maior econo- dor para a função.
mia operacional e racionalizar a execução da
programação financeira de desembolso, o Mi- V – Constituição de quadros dirigentes,
nistério da Fazenda promoverá a unificação de mediante formação e aperfeiçoamento de
recursos movimentados pelo Tesouro Nacional administradores capacitados a garantir a
através de sua Caixa junto ao agente financeiro qualidade, produtividade e continuidade da
da União. ação governamental, em consonância com
critérios éticos especialmente estabeleci-
Parágrafo único. Os saques contra a Caixa dos.
do Tesouro só poderão ser efetuados den-
tro dos limites autorizados pelo Ministro da VI – Retribuição baseada na classificação
Fazenda ou autoridade delegada. das funções a desempenhar, levando-se em
conta o nível educacional exigido pelos de-
veres e responsabilidade do cargo, a experi-

1394 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

ência que o exercício deste requer, a satisfa- XII – Estabelecimento de mecanismos ade-
ção de outros requisitos que se reputarem quados à apresentação por parte dos ser-
essenciais ao seu desempenho e às condi- vidores, nos vários níveis organizacionais,
ções do mercado de trabalho. de suas reclamações e reivindicações, bem
como à rápida apreciação, pelos órgãos ad-
VII – Organização dos quadros funcionais, ministrativos competentes, dos assuntos
levando-se em conta os interesses de re- nelas contidos.
crutamento nacional para certas funções e
a necessidade de relacionar ao mercado de XIII – Estímulo ao associativismo dos servi-
trabalho local ou regional o recrutamento, dores para fins sociais e culturais.
a seleção e a remuneração das demais fun-
ções. Parágrafo único. O Poder Executivo enca-
minhará ao Congresso Nacional mensagens
VIII – Concessão de maior autonomia aos que consubstanciem a revisão de que trata
dirigentes e chefes na administração de este artigo.
pessoal, visando a fortalecer a autoridade
do comando, em seus diferentes graus, e a Art. 95. O Poder Executivo promoverá as medi-
dar-lhes efetiva responsabilidade pela su- das necessárias à verificação da produtividade
pervisão e rendimento dos serviços sob sua do pessoal a ser empregado em quaisquer ati-
jurisdição. vidades da Administração Direta ou de autar-
quia, visando a colocá-lo em níveis de compe-
IX – Fixação da quantidade de servidores, tição com a atividade privada ou a evitar custos
de acordo com as reais necessidades de injustificáveis de operação, podendo, por via
funcionamento de cada órgão, efetivamen- de decreto executivo ou medidas administrati-
te comprovadas e avaliadas na oportunida- vas, adotar as soluções adequadas, inclusive a
de da elaboração do orçamento-programa, eliminação de exigências de pessoal superiores
e estreita observância dos quantitativos às indicadas pelos critérios de produtividade e
que forem considerados adequados pelo rentabilidade.
Poder Executivo no que se refere aos dis-
pêndios de pessoal. Aprovação das lotações Art. 96. Nos termos da legislação trabalhis-
segundo critérios objetivos que relacionam ta, poderão ser contratados especialistas para
a quantidade de servidores às atribuições e atender às exigências de trabalho técnico em
ao volume de trabalho do órgão. institutos, órgãos de pesquisa e outras entida-
des especializadas da Administração Direta ou
X – Eliminação ou reabsorção do pessoal autarquia, segundo critérios que, para esse fim,
ocioso, mediante aproveitamento dos ser- serão estabelecidos em regulamento.
vidores excedentes, ou reaproveitamento
aos desajustados em funções compatíveis Art. 97. Os Ministros de Estado, mediante pré-
com as suas comprovadas qualificações e via e específica autorização do Presidente da
aptidões vocacionais, impedindo-se novas República, poderão contratar os serviços de
admissões, enquanto houver servidores dis- consultores técnicos e especialistas por deter-
poníveis para a função. minado período, nos termos da legislação tra-
balhista. (Expressão "nas condições previstas
XI – Instituição, pelo Poder Executivo, de re- neste artigo" alterada pelo Decreto-Lei nº 900,
conhecimento do mérito aos servidores que de 29/9/1969)
contribuam com sugestões, planos e proje-
tos não elaborados em decorrência do exer-
cício de suas funções e dos quais possam re-
sultar aumento de produtividade e redução
dos custos operacionais da administração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1395
CAPÍTULO II b) dispensa, com a consequente indeniza-
DAS MEDIDAS DE ção legal, dos empregados sujeitos ao regi-
me da legislação trabalhista.
APLICAÇÃO IMEDIATA
§ 5º Não se preencherá vaga nem se abrirá
Art. 98. Cada unidade administrativa terá, no concurso na Administração Direta ou em au-
mais breve prazo, revista sua lotação, a fim de tarquia, sem que se verifique, previamente,
que passe a corresponder a suas estritas neces- no competente centro de redistribuição de
sidades de pessoal e seja ajustada às dotações pessoal, a inexistência de servidor a apro-
previstas no orçamento (art. 94 inciso IX). veitar, possuidor da necessária qualificação.
Art. 99. O Poder Executivo adotará providências § 6º Não se exonerará, por força do dispos-
para a permanente verificação da existência de to neste artigo, funcionário nomeado em
pessoal ocioso na Administração Federal, dili- virtude de concurso.
genciando para sua eliminação ou redistribui-
ção imediata. Art. 100. Instaurar-se-á processo administrativo
para a demissão ou dispensa de servidor efeti-
§ 1º Sem prejuízo da iniciativa do órgão de vo ou estável, comprovadamente ineficiente no
pessoal da repartição, todo responsável por desempenho dos encargos que lhe competem
setor de trabalho em que houver pessoal ou desidioso no cumprimento de seus deveres.
ocioso deverá apresentá-lo aos centros de
redistribuição e aproveitamento de pessoal Art. 101. O provimento em cargos em comissão
que deverão ser criados, em caráter tempo- e funções gratificadas obedecerá a critérios a
rário, sendo obrigatório o aproveitamento serem fixados por ato do Poder Executivo que:
dos concursados. ("Caput" do artigo com redação dada pelo De-
creto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
§ 2º A redistribuição de pessoal ocorre-
rá sempre no interesse do Serviço Público, a) definira os cargos em comissão de livre
tanto na Administração Direta como em escolha do Presidente da República; (Alí-
autarquia, assim como de uma para outra, nea acrescida pelo Decreto-Lei nº 900, de
respeitado o regime jurídico pessoal do ser- 29/9/1969)
vidor.
b) estabelecerá os processos de recruta-
§ 3º O pessoal ocioso deverá ser aproveita- mento com base no Sistema do Mérito; e
do em outro setor, continuando o servidor a (Alínea acrescida pelo Decreto-Lei nº 900,
receber pela verba da repartição ou entida- de 29/9/1969)
de de onde tiver sido deslocado, até que se
c) fixará as demais condições necessárias ao
tomem as providências necessárias à regu-
seu exercício. (Alínea acrescida pelo Decre-
larização da movimentação.
to-Lei nº 900, de 29/9/1969)
§ 4º Com relação ao pessoal ocioso que não
Art. 102. É proibida a nomeação em caráter in-
puder ser utilizado na forma deste artigo,
terino por incompatível com a exigência de pré-
será observado o seguinte procedimento:
via habilitação em concurso para provimento
a) extinção dos cargos considerados desne- dos cargos públicos, revogadas todas as disposi-
cessários, ficando os seus ocupantes exo- ções em contrário.
nerados ou em disponibilidade, conforme
Art. 103. Todo servidor que estiver perceben-
gozem ou não de estabilidade, quando se
do vencimento, salário ou provento superior ao
tratar de pessoal regido pela legislação dos
fixado para o cargo nos planos de classificação
funcionários públicos;
e remuneração, terá a diferença caracterizada
como vantagem pessoal, nominalmente iden-

1396 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

tificável, a qual em nenhuma hipótese será au- Parágrafo único. Comprovada a adjudicação
mentada, sendo absorvida progressivamente da cota-parte de multas com desobediência
pelos aumentos que vierem a ser realizados no ao que dispõe o inciso I deste artigo, serão
vencimento, salário ou provento fixado para o passíveis de demissão, tanto o responsável
cargo nos mencionados planos. pela prática desse ato, quanto os servidores
que se beneficiarem com as vantagens dele
Art. 104. No que concerne ao regime de parti- decorrentes.
cipação na arrecadação, inclusive cobrança da
Dívida Ativa da União, fica estabelecido o se- Art. 105. Aos servidores que, na data da presen-
guinte: te lei estiverem no gozo das vantagens previstas
nos incisos III, IV e V do artigo anterior fica asse-
I – Ressalvados os direitos dos denuncian- gurado o direito de percebê-las, como diferença
tes, a adjudicação de cota-parte de multas mensal, desde que esta não ultrapasse a média
será feita exclusivamente aos Agentes Fis- mensal que, àquele título, receberam durante
cais de Rendas Internas, Agentes Fiscais do o ano de 1966, e até que, por força dos reajus-
Imposto de Renda, Agentes Fiscais do Im- tamentos de vencimentos do funcionalismo, o
posto Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de Im- nível de vencimentos dos cargos que ocuparem
postos Internos e Guardas Aduaneiros e so- alcance importâncias correspondente à soma
mente quando tenham os mesmos exercido do vencimento básico e da diferença de venci-
ação direta, imediata e pessoal na obtenção mento.
de elementos destinados à instauração de
autos de infração ou início de processos Art. 106. Fica extinta a Comissão de Classifi-
para cobrança dos débitos respectivos. cação de Cargos transferindo-se ao DASP, seu
acervo, documentação, recursos orçamentários
II – O regime de remuneração, previsto na e atribuições.
Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952,
continuará a ser aplicado exclusivamen- Art. 107. A fim de permitir a revisão da legisla-
te aos Agentes Fiscais de Rendas Internas, ção e das normas regulamentares relativas ao
Agentes Fiscais do Imposto de Renda, Agen- pessoal do Serviço Público Civil, nos termos do
tes Fiscais do Imposto Aduaneiro, Fiscais disposto no art. 94, da presente Lei, suspen-
Auxiliares de Impostos Internos e Guardas dem-se nesta data as readaptações de funcio-
Aduaneiros. nários que ficam incluídas na competência do
DASP.
III – A partir da data da presente lei, fica ex-
tinto o regime de remuneração instituído a Art. 108. O funcionário, em regime de tempo
favor dos Exatores Federais, Auxiliares de integral e dedicação exclusiva, prestará serviços
Exatorias e Fiéis do Tesouro. em dois turnos de trabalho, quando sujeito a
expediente diário.
IV – (Revogado pela Lei nº 5.421, de
25/4/1968) Parágrafo único. Incorrerá em falta grave,
punível com demissão, o funcionário que
V – A participação, através do Fundo de Estí- perceber a vantagem de que trata este ar-
mulo, e bem assim as percentagens a que se tigo e não prestar serviços correspondentes
referem o art. 64 da Lei nº 3.244, de 14 de e bem assim o chefe que atestar a prestação
agosto de 1957, o art. 109 da Lei nº 3.470, irregular dos serviços.
de 28 de novembro de 1958, os artigos 8º,
§ 2º e 9º da Lei nº 3.756, de 20 de abril de Art. 109. Fica revogada a legislação que permi-
1960, e o § 6º do art. 32 do Decreto-Lei nº te a agregação de funcionários em cargos em
147, de 3 de fevereiro de 1967, ficam tam- comissão e em funções gratificadas, mantidos
bém extintos. os direitos daqueles que, na data desta Lei, ha-
jam completado as condições estipuladas em lei

www.acasadoconcurseiro.com.br 1397
para a agregação, e não manifestem, expressa- CAPÍTULO III
mente, o desejo de retornarem aos cargos de DO DEPARTAMENTO
origem.
ADMINISTRATIVO DO PESSOAL CIVIL
Parágrafo único. Todo agregado é obrigado
a prestar serviços, sob pena de suspensão Art. 115. O Departamento Administrativo do
dos seus vencimentos. Serviço Público (DASP) é o órgão central do sis-
tema de pessoal, responsável pelo estudo, for-
Art. 110. Proceder-se-á à revisão dos cargos em mulação de diretrizes, orientação, coordenação,
comissão e das funções gratificadas da Adminis- supervisão e controle dos assuntos concernen-
tração Direta e das autarquias, para supressão tes à administração do Pessoal Civil da União.
daqueles que não corresponderem às estritas (Vide art. 1º da Lei nº 6.228, de 15/7/1975)
necessidades dos serviços, em razão de sua es-
trutura e funcionamento. Parágrafo único. Haverá em cada Ministério
um órgão de pessoal integrante do sistema
Art. 111. A colaboração de natureza eventual à de pessoal.
Administração Pública Federal sob a forma de
prestação de serviços, retribuída mediante re- Art. 116. Ao Departamento Administrativo do
cibo, não caracteriza, em hipótese alguma, vín- Serviço Público (DASP) incumbe: (Vide art. 1º
culo empregatício com o Serviço Público Civil, e Lei nº 6.228, de 15/7/1975)
somente poderá ser atendida por dotação não I – Cuidar dos assuntos referentes ao pesso-
classificada na rubrica "PESSOAL", e nos limites al civil da União, adotando medidas visando
estabelecidos nos respectivos programas de tra- ao seu aprimoramento e maior eficiência.
balho.
II – Submeter ao Presidente da República os
Art. 112. O funcionário que houver atingido a projetos de regulamentos indispensáveis à
idade máxima (setenta anos) prevista para apo- execução das leis que dispõem sobre a fun-
sentadoria compulsória não poderá exercer car- ção pública e os servidores civis da União.
go em comissão ou função gratificada, nos qua-
dros dos Ministérios, do DASP e das autarquias. III – Zelar pela observância dessas leis e re-
gulamentos, orientando, coordenando e fis-
Art. 113. Revogam-se na data da publicação da calizando sua execução, e expedir normas
presente lei, os Arts. 62 e 63 da Lei nº 1.711, de gerais obrigatórias para todos os órgãos.
28 de outubro de 1952, e demais disposições le-
gais e regulamentares que regulam as readmis- IV – Estudar e propor sistema de classifica-
sões no serviço público federal. ção e de retribuição para o serviço civil ad-
ministrando sua aplicação.
Art. 114. O funcionário público ou autárquico
que, por força de dispositivo legal, puder mani- V – Recrutar e selecionar candidatos para
festar opção para integrar quadro de pessoal de os órgãos da Administração Direta e autar-
qualquer outra entidade e por esta aceita, terá quias, podendo delegar, sob sua orientação,
seu tempo de serviço anterior, devidamente fiscalização e controle a realização das pro-
comprovado, averbado na instituição de previ- vas o mais próximo possível das áreas de re-
dência, transferindo-se para o INPS as contribui- crutamento.
ções pagas ao IPASE.
VI – Manter estatísticas atualizadas sobre os
servidores civis, inclusive os da Administra-
ção Indireta.
VII – Zelar pela criteriosa aplicação dos prin-
cípios de administração de pessoal com vis-

1398 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

tas ao tratamento justo dos servidores civis, § 1º O Conselho reunir-se-á ordinariamente


onde quer que se encontrem. duas vezes por mês e, extraordinariamente,
por convocação de seu presidente.
VIII – Promover medidas visando ao bem-
-estar social dos servidores civis da União § 2º O Conselho contará com o apoio do
e ao aprimoramento das relações humanas Departamento, ao qual ficarão afetos os es-
no trabalho. tudos indispensáveis ao seu funcionamento
e, bem assim, o desenvolvimento e a reali-
IX – Manter articulação com as entidades zação dos trabalhos compreendidos em sua
nacionais e estrangeiras que se dedicam a área de competência.
estudos de administração de pessoal.
§ 3º Ao Presidente e aos Membros do Con-
X – Orientar, coordenar e superintender as selho é vedada qualquer atividade político-
medidas de aplicação imediata (Capítulo II, -partidária, sob pena de exoneração ou per-
deste Título). da de mandato.
Art. 117. O Departamento Administrativo do Art. 120. O Departamento prestará toda coope-
Serviço Público prestará às Comissões Técni- ração solicitada pelo Ministro responsável pela
cas do Poder Legislativo toda cooperação que Reforma Administrativa.
for solicitada. (Vide art. 1º Lei nº 6.228, de
15/7/1975) Art. 121. As medidas relacionadas com o recru-
tamento, seleção, aperfeiçoamento e adminis-
Parágrafo único. O Departamento deverá tração do assessoramento superior da Admi-
colaborar com o Ministério Público Federal nistração Civil, de aperfeiçoamento de pessoal
nas causas que envolvam a aplicação da le- para o desempenho dos cargos em comissão e
gislação do pessoal. funções gratificadas a que se referem o art. 101
Art. 118. Junto ao Departamento haverá o Con- e seu inciso II (Título XI, Capítulo II) e de outras
selho Federal de Administração de Pessoal, que funções de supervisão ou especializadas, cons-
funcionará como órgão de consulta e colabo- tituirão encargo de um Centro de Aperfeiçoa-
ração no concernente à política de pessoal do mento, órgão autônomo vinculado ao Departa-
Governo e opinará na esfera administrativa, mento Administrativo do Serviço Público. (Vide
quando solicitado pelo Presidente da República art. 1º Lei nº 6.228, de 15/7/1975)
ou pelo Diretor-Geral do DASP nos assuntos re- Parágrafo único. O Centro de Aperfeiçoa-
lativos à administração de pessoal civil, inclusive mento promoverá direta ou indiretamente
quando couber recurso de decisão dos Ministé- mediante convênio, acordo ou contrato, a
rios, na forma estabelecida em regulamento. execução das medidas de sua atribuição.
Art. 119. O Conselho Federal de Administração
de Pessoal será presidido pelo Diretor-Geral do CAPÍTULO IV
Departamento Administrativo do Serviço Públi- DO ASSESSORAMENTO SUPERIOR
co e constituído de quatro membros, com man- DA ADMINISTRAÇÃO CIVIL
dato de três anos, nomeados pelo Presidente
da República, sendo: dois funcionários, um da Art. 122. O Assessoramento Superior da Admi-
Administração Direta e outro da Indireta, am- nistração Civil compreenderá determinadas fun-
bos com mais de vinte anos de Serviço Público ções de assessoramento aos Ministros de Esta-
da União, com experiência em administração e do, definidas por decreto e fixadas em número
relevante folha de serviços; um especialista em limitado para cada Ministério civil, observadas
direito administrativo; e um elemento de reco- as respectivas peculiariedades de organização e
nhecida experiência no setor de atividade priva- funcionamento. ("Caput" do artigo com redação
da. (Vide art. 1º Lei nº 6.228, de 15/7/1975) dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1399
§ 1º As funções a que se refere este artigo, confiança. (Artigo com redação dada pelo
caracterizadas pelo alto nível de especifi- Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
cidade, complexidade e responsabilidade,
serão objeto de rigorosa individualização e Art. 124. O disposto no presente Capítulo po-
a designação para o seu exercício somente derá ser estendido, por decreto, a funções da
poderá recair em pessoas de comprovada mesma natureza vinculadas aos Ministérios Mi-
idoneidade, cujas qualificações, capacidade litares e órgãos integrantes da Presidência da
e experiência específicas sejam examina- República. (Artigo com redação dada pela Lei nº
das, aferidas e certificadas por órgão pró- 6.720, de 12/11/1979)
prio, na forma definida em regulamento.
(Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei nº
900, de 29/9/1969) TÍTULO XII
§ 2º O exercício das atividades de que trata Das Normas Relativas a Licitações
este artigo revestirá a forma de locação de Para Compras, Obras, Serviços a
serviços regulada mediante contrato indi-
vidual, em que se exigirá tempo integral e Alienações
dedicação exclusiva, não se lhe aplicando (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de
o disposto no artigo 35 do Decreto-Lei nú- 21/11/1986)
mero 81, de 21 de dezembro de 1966, na
redação dada pelo artigo 1º do Decreto-Lei Arts. 125. a 144. (Revogados pelo Decreto-
número 177, de 16 de fevereiro de 1967. -Lei nº 2.300, de 21/11/1986)
(Parágrafo acrescido pelo Decreto-Lei nº
900, de 29/9/1969)
§ 3º A prestação dos serviços a que alude TÍTULO XIII
este artigo será retribuída segundo crité-
rio fixado em regulamento, tendo em vis- Da Reforma Administrativa
ta a avaliação de cada função em face das Art. 145. A Administração Federal será objeto
respectivas especificações, e as condições de uma reforma de profundidade para ajustá-la
vigentes no mercado de trabalho. (Pará- às disposições da presente lei e, especialmente,
grafo acrescido pelo Decreto-Lei nº 900, de às diretrizes e princípios fundamentais enuncia-
29/9/1969) dos no Título II, tendo-se como revogadas, por
Art. 123. O servidor público designado para as força desta Lei, e à medida que sejam expedi-
funções de que trata o artigo anterior ficará dos os atos a que se refere o art. 146, parágrafo
afastado do respectivo cargo ou emprego en- único, alínea b , as disposições legais que forem
quanto perdurar a prestação de serviços, dei- com ela colidentes ou incompatíveis.
xando de receber o vencimento ou salário cor- Parágrafo único. A aplicação da presente Lei
respondente ao cargo ou emprego público. deverá objetivar, prioritariamente, a exe-
Parágrafo único. Poderá a designação para cução ordenada dos serviços da Adminis-
o exercício das funções referidas no artigo tração Federal, segundo os princípios nela
anterior recair em ocupante de função de enunciados e com apoio na instrumentação
confiança ou cargo em comissão direta- básica adotada, não devendo haver solução
mente subordinados ao Ministro de Estado, de continuidade.
caso em que deixará de receber, durante o Art. 146. A Reforma Administrativa, iniciada
período de prestação das funções de asses- com esta Lei, será realizada por etapas, à medi-
soramento superior, o vencimento ou grati-
ficação do cargo em comissão ou função de

1400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

da que se forem ultimando as providências ne- § 2º O Fundo de Reforma Administrativa,


cessárias à sua execução. cuja utilização será disciplinada em regu-
lamento, será administrado por um órgão
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o temporário de implantação da Reforma Ad-
Poder Executivo: ("Caput" do parágrafo úni- ministrativa, que funcionará junto ao Minis-
co com redação dada pelo Decreto-Lei nº tro responsável pela Reforma Administrati-
900, de 29/9/1969) va.
a) promoverá o levantamento das leis, de- Art. 149. Na implantação da reforma programa-
cretos e atos regulamentares que dispo- da, inicialmente, a organização dos novos Mi-
nham sobre a estruturação, funcionamento nistérios e bem assim, prioritariamente, a insta-
e competência dos órgãos da Administração lação dos Órgãos Centrais, a começar pelos de
Federal, com o propósito de ajustá-los às planejamento, coordenação e de controle finan-
disposições desta Lei; ceiro (art. 22, item I) e pelos órgãos centrais dos
b) obedecidas as diretrizes, princípios fun- sistemas (art. 31).
damentais e demais disposições da presen- Art. 150. Até que os quadros de funcionários se-
te lei expedirá progressivamente os atos jam ajustados à Reforma Administrativa, o pes-
de reorganização, reestruturação lotação, soal que os integra, sem prejuízo de sua situa-
definição de competência, revisão de fun- ção funcional para os efeitos legais, continuará
cionamento e outros necessários a efeti- a servir nos órgãos em que estiver lotado, po-
va implantação da reforma. (Alínea com dendo passar a ter exercício, mediante requisi-
redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de ção, nos órgãos resultantes de desdobramento
29/9/1969) ou criados em virtude da presente lei.
c) (Revogada pelo Decreto-Lei nº 900, de Art. 151. (Revogado pela Lei nº 5.843, de
29/9/1969) 6/12/1972)
Art. 147. A orientação, coordenação e super- Art. 152. A finalidade e as atribuições dos ór-
visão das providências de que trata este Título gãos da Administração Direta regularão o esta-
ficarão a cargo do Ministério do Planejamento belecimento das respectivas estruturas e lota-
e Coordenação Geral, podendo, entretanto, ser ções de pessoal.
atribuídas a um Ministro Extraordinário para a
Reforma Administrativa, caso em que a este ca- Art. 153. Para implantação da Reforma Admi-
berão os assuntos de organização administrati- nistrativa poderão ser ajustados estudos e tra-
va. balhos técnicos a serem realizados por pessoas
físicas ou jurídicas, nos termos das normas que
Art. 148. Para atender às despesas decorrentes se estabelecerem em decreto.
de execução da Reforma Administrativa, fica au-
torizada a abertura pelo Ministério da Fazenda Art. 154. Os decretos e regulamentos expedidos
do crédito especial de NCr$20.000.000,00 (vinte para execução da presente Lei disporão sobre a
milhões de cruzeiros novos), com vigência nos subordinação e vinculação de órgãos e entida-
exercícios de 1967 a 1968. des aos diversos Ministérios, em harmonia com
a área de competência destes, disciplinando a
§ 1º Os recursos do crédito aberto neste ar- transferência de repartições e órgãos.
tigo incorporar-se-ão ao "Fundo de Reforma
Administrativa", que poderá receber doa-
ções e contribuições destinadas ao aprimo-
ramento da Administração Federal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1401
TÍTULO XIV vênios com entidades públicas e privadas,
existentes na comunidade.
Das Medidas Especiais § 3º (Revogado pela Lei nº 6.118, de
de Coordenação 9/10/1974)

CAPÍTULO I CAPÍTULO III


DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ABASTECIMENTO NACIONAL
Art. 155. As iniciativas e providências que con- Art. 157. As medidas relacionadas com a formu-
tribuem para o estímulo e intensificação das lação e execução da política nacional do abaste-
atividades de ciência e tecnologia, serão objeto cimento serão objeto de coordenação na forma
de coordenação com o propósito de acelerar o estabelecida em decreto. (Artigo com redação
desenvolvimento nacional através da crescen- dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969)
te participação do País no progresso científico
e tecnológico. ("Caput" do artigo com redação Art. 158. Se não considerar oportunas as me-
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969) didas consubstanciadas no artigo anterior, o
Governo poderá atribuir a formulação e coor-
§ 1º (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de denação da política nacional do abastecimento
29/9/1969) a uma Comissão Nacional de Abastecimento,
órgão interministerial, cuja composição, atribui-
§ 2º (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de ções e funcionamento serão fixados por decreto
29/9/1969) e que contará com o apoio da Superintendência
Nacional do Abastecimento.
Art. 159. Fica extinto o Conselho Deliberativo da
CAPÍTULO II Superintendência Nacional do Abastecimento,
DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE de que trata a Lei Delegada nº 5, de 26 de se-
tembro de 1962.
Art. 156. A formulação e coordenação da políti-
ca nacional de saúde, em âmbito nacional e re- Art. 160. A Superintendência Nacional do Abas-
gional, caberá ao Ministério da Saúde. tecimento ultimará, no mais breve prazo, a assi-
natura de convênios com os Estados, Prefeitura
§ 1º Com o objetivo de melhor aproveitar do Distrito Federal e Territórios com o objetivo
recursos e meios disponíveis e de obter de transferir-lhes os encargos de fiscalização
maior produtividade, visando a proporcio- atribuídos àquela Superintendência.
nar efetiva assistência médico-social à co-
munidade, promoverá o Ministério da Saú-
de a coordenação, no âmbito regional das
atividades de assistência médico-social, de CAPÍTULO IV
modo a entrosar as desempenhadas por ór- DA INTEGRAÇÃO DOS TRANSPORTES
gãos federais, estaduais, municipais, do Dis-
trito Federal, dos Territórios e das entidades Art. 161. Ficam extintos os Conselhos Setoriais
do setor privado. de Transportes que atualmente funcionam jun-
to às autarquias do Ministério da Viação e Obras
§ 2º Na prestação da assistência médica Públicas, sendo as respectivas funções absor-
dar-se-á preferência à celebração de con- vidas pelo Conselho Nacional de Transportes,
cujas atribuições, organização e funcionamento

1402 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

serão regulados em decreto. (Expressão "lei" al- CAPÍTULO V


terada pelo Decreto-Lei nº 900, de 29/9/1969) DAS COMUNICAÇÕES
Art. 162. Tendo em vista a integração em geral
dos transportes, a coordenação entre os Minis- Art. 165. O Conselho Nacional de Telecomuni-
térios da Aeronáutica e dos Transportes será cações, cujas atribuições, organização e funcio-
assegurada pelo Conselho Nacional de Trans- namento serão objeto de regulamentação pelo
portes que se pronunciará obrigatoriamente Poder Executivo, passará a integrar, como órgão
quanto aos assuntos econômico-financeiros da normativo, de consulta, orientação e elabora-
aviação comercial e, em particular, sobre: ção da política nacional de telecomunicações, a
estrutura do Ministério das Comunicações, logo
a) concessão de linhas, tanto nacionais que este se instale, e terá a seguinte composi-
como no exterior; ção:
b) tarifas; I – Presidente, o Secretário-Geral do Minis-
tério das Comunicações;
c) subvenções;
II – Representante do maior partido de
d) salários (de acordo com a política salarial oposição no Congresso Nacional; (Inciso
do Governo). com redação dada pela Lei nº 5.396, de
Art. 163. O Conselho será presidido pelo Minis- 20/2/1968)
tro de Estado dos Transportes e dêle participará, III – Representante do Ministério da Educa-
como representante do Ministério da Aeronáu- ção e Cultura.
tica, o chefe do órgão encarregado dos assuntos
da aeronáutica civil. IV – Representante do Ministério da Justiça.
Art. 164. O Poder Executivo, se julgar convenien- V – Representante do maior partido que
te, poderá formular a integração no Ministério apóia o Governo no Congresso Nacional;
dos Transportes, das atividades concernentes à (Inciso com redação dada pela Lei nº 5.396,
aviação comercial, compreendendo linhas aére- de 20/2/1968)
as regulares, subvenções e tarifas, permanecen-
do sob a competência da Aeronáutica Militar as VI – Representante do Ministério da Indús-
demais atribuições constantes do item IV e as tria e Comércio.
do item V do parágrafo único do art. 63 e as re- VII – Representante dos Correios e Telégra-
lativas ao controle de pessoal e das aeronaves. fos.
§ 1º A integração poderá operar-se gradual- VIII – Representante do Departamento Na-
mente, celebrando-se, quando necessário, cional de Telecomunicações.
convênios entre os dois Ministérios.
IX – Representante da Empresa Brasileira de
§ 2º Promover-se-á, em consequência, o Telecomunicações.
ajuste das atribuições cometidas ao Conse-
lho Nacional de Transportes nesse particu- X – Representante das Empresas Concessio-
lar. nárias de Serviços de Telecomunicações.
XI – Representante do Ministério da Mari-
nha; (Inciso acrescido pela Lei nº 5.396, de
20/2/1968)
XII – Representante do Ministério do Exér-
cito; (Inciso acrescido pela Lei nº 5.396, de
20/2/1968)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1403
XIII – Representante do Ministério da Aero- TÍTULO XV
náutica. (Inciso acrescido pela Lei nº 5.396,
de 20/2/1968) Das Disposições Gerais
Parágrafo único. O Departamento Nacio-
nal de Telecomunicações passa a integrar,
como Órgão Central (art. 22, inciso II), o Mi-
nistério das Comunicações. CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Art. 166. A exploração dos troncos interurba-
nos, a cargo da Empresa Brasileira de Telecomu- Art. 170. O Presidente da República, por motivo
nicações, poderá, conforme as conveniências relevante de interesse público, poderá avocar e
econômicas e técnicas do serviço, ser feita di- decidir qualquer assunto na esfera da Adminis-
retamente ou mediante contrato, delegação ou tração Federal.
convênio.
Art. 171. A Administração dos Territórios Fede-
Parágrafo único. A Empresa Brasileira de rais, vinculados ao Ministério do Interior, exer-
Telecomunicações poderá ser acionista de cer-se-á através de programas plurianuais, con-
qualquer das empresas com que tiver tráfe- cordantes em objetivos e etapas com os planos
go-mútuo. gerais do Governo Federal.
Art. 167. Fica o Poder Executivo autorizado a Art. 172. O Poder Executivo assegurará auto-
transformar o Departamento dos Correios e Te- nomia administrativa e financeira, no grau con-
légrafos em entidade de Administração Indire- veniente aos serviços, institutos e estabeleci-
ta, vinculada ao Ministério das Comunicações. mentos incumbidos da execução de atividades
(Vide Decreto-Lei nº 509, de 20/3/1969) de pesquisa ou ensino ou de caráter industrial,
comercial ou agrícola, que por suas peculiari-
dades de organização e funcionamento, exijam
tratamento diverso do aplicável aos demais ór-
CAPÍTULO VI gãos da administração direta, observada sem-
DA INTEGRAÇÃO DAS FORÇAS pre a supervisão ministerial. ("Caput" do artigo
ARMADAS com redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de
29/9/1969)
Art. 168. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de
§ 1º Os órgãos a que se refere este artigo
29/9/1969)
terão a denominação genérica de Órgãos
Art. 169. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de Autônomos. (Parágrafo único transforma-
29/9/1969) do em § 1º pelo Decreto-Lei nº 900, de
29/9/1969)
§ 2º Nos casos de concessão de autonomia
financeira, fica o Poder Executivo autoriza-
do a instituir fundos especiais de natureza
contábil, a cujo crédito se levarão todos os
recursos vinculados às atividades do órgão
autônomo, orçamentários e extra-orçamen-
tários, inclusive a receita própria. (Parágra-
fo acrescido pelo Decreto-Lei nº 900, de
29/9/1969)

1404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

Art. 173. Os atos de provimento de cargos pú- Parágrafo único. Excetuam-se do disposto
blicos ou que determinarem sua vacância assim neste artigo os órgãos incumbidos do jul-
como os referentes a pensões, aposentadorias gamento de litígios fiscais e os legalmente
e reformas, serão assinados pelo Presidente da competentes para exercer atribuições nor-
República ou, mediante delegação deste, pelos mativas e decisórias relacionadas com os
Ministros de Estado, conforme se dispuser em impostos de importação e exportação, e
regulamento. medidas cambiais correlatas.
Art. 174. Os atos expedidos pelo Presidente da Art. 178. As autarquias, as empresas públicas e
República ou Ministros de Estado, quando se re- as sociedades de economia mista, integrantes
ferirem a assuntos da mesma natureza, poderão da Administração Federal Indireta, bem assim
ser objeto de um só instrumento, e o órgão ad- as fundações criadas pela União ou mantidas
ministrativo competente expedirá os atos com- com recursos federais, sob supervisão ministe-
plementares ou apostilas. rial, e as demais sociedades sob o controle dire-
to ou indireto da União, que acusem a ocorrên-
Art. 175. Para cada órgão da Administração Fe- cia de prejuízos, estejam inativas, desenvolvam
deral, haverá prazo fixado em regulamento para atividades já atendidas satisfatoriamente pela
as autoridades administrativas exigirem das iniciativa privada ou não previstas no objeto so-
partes o que se fizer necessário à instrução de cial, poderão ser dissolvidas ou incorporadas a
seus pedidos. outras entidades, a critério e por ato do Poder
§ 1º As partes serão obrigatoriamente no- Executivo, resguardados os direitos assegura-
tificadas das exigências, por via postal, sob dos, aos eventuais acionistas minoritários, nas
registro, ou por outra forma de comunica- leis e atos constitutivos de cada entidade. (Arti-
ção direta. go com redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.299,
de 21/11/1986)
§ 2º Satisfeitas as exigências, a autoridade
administrativa decidirá o assunto no prazo Art. 179. Observado o disposto no art. 13 da Lei
fixado pelo regulamento, sob pena de res- nº 4.320, de 17 de março de 1964, o Ministério
ponsabilização funcional. do Planejamento e Coordenação Geral atualiza-
rá, sempre que se fizer necessário, o esquema
Art. 176. Ressalvados os assuntos de caráter si- de discriminação ou especificação dos elemen-
giloso, os órgãos do Serviço Público estão obri- tos da despesa orçamentária.
gados a responder às consultas feitas por qual-
quer cidadão, desde que relacionadas com seus Art. 180. As atribuições previstas nos arts. 111
legítimos interesses e pertinentes a assuntos a 113, da Lei número 4.320, de 17 de março de
específicos da repartição. 1964, passam para a competência do Ministério
do Planejamento e Coordenação Geral.
Parágrafo único. Os chefes de serviço e os
servidores serão solidariamente responsá- Art. 181. Para os fins do Título XIII desta Lei, po-
veis pela efetivação de respostas em tempo derá o Poder Executivo:
oportuno. I – Alterar a denominação de cargos em co-
Art. 177. Os conselhos, comissões e outros ór- missão.
gãos colegiados que contarem com a repre- II – Reclassificar cargos em comissão, res-
sentação de grupos ou classes econômicas di- peitada a tabela de símbolos em vigor.
retamente interessados nos assuntos de sua
competência, terão funções exclusivamente de III – Transformar funções gratificadas em
consulta, coordenação e assessoramento, sem- cargos em comissão, na forma da lei.
pre que àquela representação corresponda um
número de votos superior a um terço do total.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1405
IV – Declarar extintos os cargos em comis- com exceção dos previstos em órgãos próprios
são que não tiverem sido mantidos, altera- do Conselho de Segurança Nacional.
dos ou reclassificados até 31 de dezembro
de 1968. § 1º Na Administração Federal, os cargos
públicos civis, de provimento em comissão
Art. 182. Nos casos dos incisos II e III do art. 5º ou em caráter efetivo, as funções de pessoal
e no do inciso I do mesmo artigo, quando se tra- temporário, de obras e os demais empregos
tar de serviços industriais, o regime de pessoal sujeitos à legislação trabalhista, podem ser
será o da Consolidação das Leis do Trabalho; exercidos por qualquer pessoa que satisfaça
nos demais casos, o regime jurídico do pessoal os requisitos legais.
será fixado pelo Poder Executivo.
§ 2º Cargo militar é aquele que, de confor-
Art. 183. As entidades e organizações em ge- midade com as disposições legais ou qua-
ral, dotadas de personalidade jurídica de direito dros de efetivos das Forças Armadas, só
privado, que recebem contribuições parafiscais pode ser exercida por militar em serviço ati-
e prestam serviços de interesse público ou so- vo.
cial, estão sujeitas à fiscalização do Estado nos
termos e condições estabelecidas na legislação
pertinente a cada uma.
CAPÍTULO II
Art. 184. Não haverá, tanto em virtude da pre-
DOS BANCOS OFICIAIS DE CRÉDITO
sente Lei como em sua decorrência, aumento
de pessoal nos quadros de funcionários civis e Art. 189. Sem prejuízo de sua subordinação téc-
nos das Forças Armadas. nica à autoridade monetária nacional, os esta-
Art. 185. Incluem-se na responsabilidade do belecimentos oficiais de crédito manterão a se-
Ministério da Indústria e do Comércio a super- guinte vinculação:
visão dos assuntos concernentes à indústria si- I – Ministério da Fazenda
derúrgica, à indústria petroquímica, à indústria
automobilística, à indústria naval e à indústria •• Banco Central do Brasil (Vide Decreto-
aeronáutica. -Lei nº 278, de 28/2/1967)
•• Banco do Brasil
Art. 186. A Taxa de Marinha Mercante, desti- •• Caixas Econômicas Federais
nada a proporcionar à frota mercante brasileira
melhores condições de operação e expansão, II – Ministério da Agricultura
será administrada pelo Órgão do Ministério dos
•• Banco Nacional do Crédito Cooperativo
Transportes, responsável pela navegação maríti-
(Vide Decreto nº 99.192, de 21/3/1990)
ma e interior.
III – Ministério do Interior
Art. 187. A Coordenação do Desenvolvimento
de Brasília (CODEBRÁS) passa a vincular-se ao •• Banco de Crédito da Amazônia
Ministro responsável pela Reforma Administra- •• Banco do Nordeste do Brasil
tiva. •• Banco Nacional da Habitação (Vide De-
creto-Lei nº 2.291, de 21/11/1986)
Art. 188. Toda pessoa natural ou jurídica – em
particular, o detentor de qualquer cargo públi- IV – Ministério do Planejamento e Coorde-
co – é responsável pela Segurança Nacional, nos nação Geral
limites definidos em lei. Em virtude de sua natu-
reza ou da pessoa do detentor, não há cargo, ci- •• Banco Nacional do Desenvolvimento
vil ou militar, específico de segurança nacional, Econômico.

1406 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

CAPÍTULO III Art . 194. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de


DA PESQUISA ECONÔMICO 29/9/1969)
-SOCIAL APLICADA E DO Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.636, de
FINANCIAMENTO DE PROJETOS 15/5/1998)

Art. 190. É o Poder Executivo autorizado a ins- Art. 196. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de
tituir, sob a forma de fundação, o Instituto de 29/9/1969)
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com a fina- Art. 197. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de
lidade de auxiliar o Ministro de Estado da Eco- 29/9/1969)
nomia, Fazenda e Planejamento na elaboração
e no acompanhamento da política econômica
e promover atividade de pesquisa econômica
aplicada nas áreas fiscal, financeira, externa e CAPÍTULO V
de desenvolvimento setorial. DO MINISTÉRIO DAS
Parágrafo único. O instituto vincular-se-á ao RELAÇÕES EXTERIORES
Ministério da Economia, Fazenda e Planeja-
mento. (Artigo com redação dada pela Lei Art. 198. Levando em conta as peculiaridades
nº 8.029, de 12/4/1990) do Ministério das Relações Exteriores, o Poder
Executivo adotará a estrutura orgânica e fun-
Art. 191. Fica o Ministério do Planejamento e cional estabelecida pela presente Lei, e, no que
Coordenação Geral autorizado, se o Governo couber, o disposto no seu Título XI.
julgar conveniente, a incorporar as funções de
financiamento de estudo e elaboração de proje-
tos e de programas do desenvolvimento econô-
mico, presentemente afetos ao Fundo de Finan- CAPÍTULO VI
ciamento de Estudos e Projetos (FINEP), criado DOS NOVOS MINISTÉRIOS
pelo Decreto nº 55.820, de 8 de março de 1965, E DOS CARGOS
constituindo para esse fim uma empresa públi-
ca, cujos estatutos serão aprovados por decre- Art. 199. Ficam criados:
to, e que exercerá todas as atividades correlata-
das de financiamento de projetos e programas I – (Revogado pela Lei nº 6.036, de
e de prestação de assistência técnica essenciais 1/5/1974)
ao planejamento econômico e social, podendo II – O Ministério do Interior, com absorção
receber doações e contribuições e contrair em- dos órgãos subordinados ao Ministro Extra-
préstimos de fontes internas e externas. ordinário para Coordenação dos Organis-
mos Regionais.
III – O Ministério das Comunicações, que
CAPÍTULO IV absorverá o Conselho Nacional de Teleco-
DOS SERVIÇOS GERAIS municações, o Departamento Nacional de
Telecomunicações e o Departamento dos
Art. 192. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de Correios e Telégrafos. (Vide Decreto-Lei nº
29/9/1969) 509, de 20/3/1969)
Art. 193. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de Art. 200. O Ministério da Justiça e Negócios In-
29/9/1969) teriores passa a denominar-se Ministério da Jus-
tiça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1407
Art. 201. O Ministério da Viação e Obras Públi- II – Secretário-Geral e Inspetor-Geral de Fi-
cas passa a denominar-se Ministério dos Trans- nanças: Símbolo 1-C.
portes.
III – Consultor Jurídico: igual ao dos Consul-
Art. 202. O Ministério da Guerra passa a deno- tores Jurídicos dos Ministérios existentes.
minar-se Ministério do Exército.
IV – Diretor do Centro de Aperfeiçoamento:
Art. 203. O Poder Executivo expedirá os atos Símbolo 2-C.
necessários à efetivação do disposto no Artigo
199, observadas as normas da presente Lei. V – Diretor -Geral do Departamento de Ser-
viços Gerais: Símbolo 1-C.
Art. 204. Fica alterada a denominação dos car-
gos de Ministro de Estado da Justiça e Negócios Parágrafo único. O cargo de Diretor-Geral
Interiores, Ministro de Estado da Viação e Obras do Departamento Administrativo do Serviço
Públicas e Ministro de Estado da Guerra, para, Público (DASP), Símbolo 1-C, passa a deno-
respectivamente, Ministro de Estado da Justiça, minar-se Diretor-Geral do Departamento
Ministro de Estado dos Transportes e Ministro Administrativo do Serviço Público (DASP),
de Estado do Exército. Símbolo 1-C. (Vide art. 1º Lei nº 6.228, de
15/7/1975)
Art. 205. Ficam criados os seguintes cargos:
Art. 207. Os Ministros de Estado Extraordinários
I – Ministros de Estado do Interior, das Co- instituídos no Artigo 37 desta Lei terão o mesmo
municações e do Planejamento e Coordena- vencimento, vantagens e prerrogativas dos de-
ção Geral. mais Ministros de Estado.
II – Em comissão: Art. 208. Os Ministros de Estado, os Chefes dos
Gabinetes Civil e Militar da Presidência da Re-
a) Em cada Ministério Civil, Secretário-Ge- pública e o Chefe do Serviço Nacional de Infor-
ral, e Inspetor-Geral de Finanças. mações perceberão uma representação mensal
b) Consultor Jurídico, em cada um dos Mi- correspondente a 50% (cinquenta por cento)
nistérios seguintes: Interior, Comunicações, dos vencimentos.
Minas e Energia, e Planejamento e Coorde- Parágrafo único. Os Secretários-Gerais per-
nação Geral. ceberão idêntica representação mensal cor-
c) Diretor do Centro de Aperfeiçoamento, respondente a 30% (trinta por cento) dos
no Departamento Administrativo do Serviço seus vencimentos.
Público (DASP). (Vide art. 1º Lei nº 6.228, de
15/7/1975)
TÍTULO XVI
d) Diretor-Geral do Departamento dos Ser-
viços Gerais, no Ministério da Fazenda. Das Disposições Transitórias
Parágrafo único. À medida que se forem va-
Art. 209. Enquanto não forem expedidos os res-
gando, os cargos de Consultor Jurídico atu-
pectivos regulamentos e estruturados seus ser-
almente providos em caráter efetivo passa-
viços, o Ministério do Interior, o Ministério do
rão a sê-lo em comissão.
Planejamento e Coordenação Geral e o Ministé-
Art. 206. Ficam fixados da seguinte forma os rio das Comunicações ficarão sujeitos ao regime
vencimentos dos cargos criados no Art. 205: de trabalho pertinente aos Ministérios Extraor-
dinários que antecederam os dois primeiros da-
I – Ministro de Estado: igual aos dos Minis- queles Ministérios no que concerne ao pessoal,
tros de Estado existentes.

1408 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto Lei 200-67 – Prof. Mateus Silveira

à execução de serviços e à movimentação de re- § 1º Até a instalação dos órgãos centrais in-
cursos financeiros. cumbidos da administração financeira, con-
tabilidade e auditoria, em cada Ministério
Parágrafo único. O Poder Executivo expe- (art. 22), serão enviados ao Tribunal de Con-
dirá decreto para consolidar as disposições tas, para o exercício da auditoria financeira:
regulamentares que em caráter transitório,
deverão prevalecer. a) pela Comissão de Programação Financei-
ra do Ministério da Fazenda, os atos relati-
Art. 210. O atual Departamento Federal de Se- vos à programação financeira de desembol-
gurança Pública passa a denominar-se Departa- so;
mento de Polícia Federal, considerando-se auto-
maticamente substituída por esta denominação b) pela Contadoria Geral da República e pe-
a menção à anterior constante de quaisquer leis las Contadorias Seccionais, os balancetes de
ou regulamentos. receita e despesa;
Art. 211. O Poder Executivo introduzirá, nas c) pelas repartições competentes, o rol de
normas que disciplinam a estruturação e funcio- responsáveis pela guarda de bens, dinheiros
namento das entidades da Administração Indi- e valores públicos e as respectivas tomadas
reta, as alterações que se fizerem necessárias à de conta, nos termos da legislação anterior
efetivação do disposto na presente Lei, conside- à presente Lei.
rando-se revogadas todas as disposições legais
colidentes com as diretrizes nela expressamen- § 2º Nos Ministérios Militares, cabe aos ór-
te consignadas. gãos que forem discriminados em decreto
as atribuições indicadas neste artigo.
Art. 212. O atual Departamento Administrativo
do Serviço Público (DASP) é transformado em Art. 215. Revogam-se as disposições em contrá-
Departamento Administrativo do Pessoal Civil rio.
(DASP), com as atribuições que, em matéria de
administração de pessoal, são atribuídas pela
presente Lei ao novo órgão. (Vide art. 1º da Lei
nº 6.228, de 15/7/1975)
Art. 213. Fica o Poder Executivo autorizado,
dentro dos limites dos respectivos créditos, a
expedir decretos relativos às transferências que
se fizerem necessárias de dotações do orçamen-
to ou de créditos adicionais requeridos pela
execução da presente Lei.

TÍTULO XVII
Das Disposições Finais
Art. 214. Esta Lei entrará em vigor em 15 de
março de 1967, observado o disposto nos pará-
grafos do presente artigo e ressalvadas as dispo-
sições cuja vigência, na data da publicação, seja
por ela expressamente determinada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1409
Administração Pública

Comunicação como Ferramenta de Gestão

Professora Amanda Lima Tegon

www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração

COMUNICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

A comunicação está presente em todas as atividades humanas. Mesmo com a revolução


tecnológica, a comunicação é um dos elementos fundamentais para a sobrevivência e o sucesso
de qualquer organização. A comunicação afeta fortemente a empresa, seja com seu público
interno ou com seu público externo.
A comunicação empresarial é um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias e
processos, distribuídos nas áreas mercadológica, institucional e interna. Ela está presente na
interação com a comunidade, fornecedores, órgãos reguladores, clientes e colaboradores.

É importante que a organização perceba como cada uma dessas comunicações impacta na sua
atividade, da mesma forma como suas comunicações ou até mesmo a falta de comunicação
adequada impacta na relação com esses públicos.
O processo básico das comunicações possui um emissor e um receptor, uma mensagem e um
meio pelo qual a mensagem é lançada. Além disso, toda comunicação possui ruídos. Abaixo,
apresentamos o processo básico das comunicações, não só entre as empresas e os clientes,
mas de uma maneira geral:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1413
Figura 1- Processo de Comunicação
A velocidade é uma marca da comunicação moderna. Num modelo de gestão eficaz, a
comunicação assumiu uma sistemática inovadora e integrada em que o receptor é, ao mesmo
tempo, emissor e veículo. No mundo globalizado, é preciso codificar as informações com muito
mais rapidez, para conseguir um "feedback" positivo.
Para uma empresa se manter competitiva e prosperar, é necessário ter uma comunicação
eficaz não somente com o público externo, mas também, e principalmente, em seus ambientes
internos de trabalho. É provável que a maior parte das atividades diárias nas organizações sejam
de comunicação, como pessoas criando, planejando e trabalhando juntas. Com a valorização
das relações humanas dentro das empresas, a comunicação tornou-se estratégia básica na
busca de eficiência e de resultados nos negócios.
Por outro lado, são poucas as organizações e indivíduos que percebem e dominam a
comunicação como uma ferramenta precisa e eficiente.
Com o mundo globalizado e a concorrência que cerca as empresas, a comunicação tornou-se
diferencial para que os funcionários sintam-se envolvidos nos processos e mudanças que as
empresas vêm desenvolvendo no intuito de alcançar a qualidade total. Comunicar tornou-se
sinônimo de redução de custos, otimização de recursos e agilidade na implantação de novos
processos produtivos, através de informações claras, diretas e concisas.

Áreas da Comunicação Empresarial

Para que seja possível visualizar as atividades de comunicação da empresa, são listadas abaixo
as áreas e subáreas de da comunicação organizacional integrada.
•• Comunicação Mercadológica: Propaganda, Promoção, Vendas, Feiras e exposições,
Marketing Direto, Merchandising e Venda Pessoal.
•• Comunicação Institucional: Marketing social, Marketing Cultural, Assessoria de Imprensa
e Publicidade Institucional.
•• Comunicação interna: Fluxos informativos, Redes formais e informais e Mídias Internas.

Em todas essas comunicações é necessário que haja a visão de longo prazo, planejamento e
alinhamento com a visão global da empresa.

1414 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Comunicação como Ferramenta de Gestão – Profª Amanda Lima Tegon

Como usar a Comunicação de maneira estratégica?

A comunicação empresarial assume cada vez mais uma identidade global, obrigando das
empresas o constante repasse de informações de nível corporativo para os diversos públicos
com que a empresa se relaciona, principalmente seus funcionários. Para que os gestores
consigam gerir de forma funcional a comunicação dentro das organizações, é importante:

1. Alinhar todas as ações e ferramentas de comunicação à estratégia global da empresa.

2. Planejar estrategicamente as comunicações.

3. Determinar o público – alvo e os objetivos de cada comunicação.

4. Utilizar todos canais de linguagem – corporais, orais e escritos – , de forma a atingir todos
os níveis hierárquicos dentro da organização.

5. Manter canais de comunicação que permitam obter informações relevantes (SAC, FAQ,
Ouvidoria).

6. Cruzar as informações recebidas com as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação).

7. Manter-se atualizado sobre as mudanças comportamentais e possibilidades de


comunicação existentes na empresa.

8. Aperfeiçoar os canais de comunicação permanentemente.

Referências
EMPRESA ÁGIL COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS. Comunicação Empresarial: Conceito, aplicação,
importância. Disponível em < www.empresaagil.com.br >
KUNSCH, Margarida M.K. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São
Paulo: Summus Editorial, 2003.
MELO, Luiz Roberto Dias de. Comunicação Empresarial. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
OLIVEIRA, Marcus Eduardo. A comunicação como ferramenta de gestão – estudo de caso na
General Motors do Brasil – unidade de São José dos Campos. Disponível em < http://www.
ppga.com.br/mba/2003/gen/oliveira-marcus_eduardo_de.pdf>

www.acasadoconcurseiro.com.br 1415
Slides – Comunicação como Ferramenta de Gestão

Comunicação

ü Presente em todas as atividades humanas

ü Afeta fortemente a empresa

ü Comunicações com público e externo

A empresa não é uma ilha


Órgãos Empregados e
Governamentais familiares

SIndicatos ONGs

Acionistas/
Poderes públicos
proprietários

Associações e
Clientes
entidades de Classe

Imprensa Concorrentes

Instituições
Comunidade Fornecedores
financeiras

1416 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Comunicação como Ferramenta de Gestão – Profª Amanda Lima Tegon

Comunicação atual
ü Velocidade da informação
ü Quantidade de canais
ü Comunicação tem relação direta
com competitividade
ü Comunicação está em todas as
empresas
ü É fundamental para a eficiência e
resultados nos negócios

www.acasadoconcurseiro.com.br 1417
Poucas organizações e indivíduos
percebem e dominam a
comunicação como uma
ferramenta precisa e eficiente.

Ferramenta estratégica
ü Diferencial
ü Contribui para que funcionários
sintam-se envolvidos
ü Auxilia na redução de custos
ü Possibilita otimização de recursos
ü Pode dar mais agilidade à empresa

1418 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Comunicação como Ferramenta de Gestão – Profª Amanda Lima Tegon

Áreas da Comunicação
Empresarial

• Propaganda e Promoção
• Feiras e exposições
Comunicação
• Marketing Direto
Mercadológica
• Merchandising
• Venda Pessoal

• Marketing social
Comunicação • Marketing Cultural
Institucional • Assessoria de Imprensa
• Publicidade Institucional

• Fluxos informativo
Comunicação
• Redes formais e informais
interna
• Mídias Internas

www.acasadoconcurseiro.com.br 1419
Como usar a Comunicação de maneira
estratégica?

1. Alinhar todas as ações e ferramentas de


comunicação à estratégia global da
empresa.
2. Planejar estrategicamente as comunicações.

Como usar a Comunicação de maneira


estratégica?

3. Determinar o público –alvo e os objetivos


de cada comunicação.
4. Utilizar todos canais de linguagem para
atingir todos os níveis hierárquicos dentro
da organização.

1420 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Comunicação como Ferramenta de Gestão – Profª Amanda Lima Tegon

Como usar a Comunicação de maneira


estratégica?

5. Canais de comunicação com informações


relevantes (SAC, FAQ, Ouvidoria)
6. Cruzar as informações recebidas com as TIC
(Tecnologias da Informação e Comunicação)

Como usar a Comunicação de maneira


estratégica?

7. Manter-se atualizado sobre as mudanças


comportamentais e possibilidades de
comunicação existentes na empresa
8. Aperfeiçoar os canais de comunicação
permanentemente

www.acasadoconcurseiro.com.br 1421
Administração Pública

Professor Edir Vieira

www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética

MORAL E ÉTICA

•• O homem é um ser dotado de senso moral.


•• Consciência Moral: implica noção de: bem X mal/ certo X errado/ justo X injusto.
•• Senso moral se manifesta em sentimentos, atitudes, juízos de valor, etc.
•• Moral vem da palavra Mores → do latim – costumes, hábitos.
•• A moral estabelece padrões de conduta e comportamento para os indivíduos de um
determinado agrupamento social. Tem, portanto, um caráter normativo.
•• Moral: conjunto de ideias e normas que regulam as relações sociais.
•• Cada sociedade possui um código moral que está baseado nos valores que são próprios de
sua cultura.
•• Os códigos morais variam no tempo e no espaço.
•• Atenção: o relativismo moral, ou seja, o fato de que da cultura possui
seus próprios valores não justifica o desrespeito aos princípios básicos
da dignidade humana.
•• Ética vem da palavra ethikos → do grego – Significa modo de ser ou de
agir.
•• Ética é a disciplina ou área do conhecimento (filosófico, científico ou mesmo teológico) que
estuda as origens, os princípios e os fundamentos da moral.
•• A moral tem caráter prático enquanto a ética se constitui num esforço teórico.
•• Moral e ética podem coincidir ou, eventualmente, entrar em contradição.
•• Princípios éticos possuem um significado mais geral ou podem ser aplicados à situações
especificas (ética profissional, ética política, bioética, etc.).

MORAL E DIREITO
•• As relações sociais são reguladas por normas jurídicas e normas morais.
•• As normas e os regulamentos têm caráter imperativo, porque se impõem a todos os
membros de uma determinada sociedade. São anteriores aos indivíduos.
•• Norma Jurídica: Está vinculada com o Direito e o Estado.
Possui um caráter exterior e coercitivo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1425
•• Norma Moral: Está vinculada às convicções pessoais de cada indivíduo.
Possui um caráter interior e depende de escolhas subjetivas.

MORAL, JUSTIÇA E DIREITO

•• Moral: é a quilo que está de acordo com o costume predominante.


•• Legal: é aquilo que está acordo com a lei, presente na legislação.
•• Justo: é aquilo que está de acordo com os critérios definidos pela ética.
•• Diferença entre moral e legal – mudança de valores e defasagem da lei.
•• Diferença entre legal e justo – existência de privilégios.
•• Nem sempre o que é legal é, também, justo.

MORAL E LIBERDADE

•• Consciência moral implica na liberdade de escolha (livre arbítrio).


•• Liberdade: condição que permite escolhas e impõem responsabilidades.
•• Virtude: inclinação para a prática do bem/ Vício: liberdade sem responsabilidade
•• As escolhas morais são influenciadas por fatores objetivos e subjetivos.
•• Escolhas morais │ Escolha moralmente boa ou correta.
│ Escolha moralmente má ou incorreta.
│ Recusa em obedecer norma ilegítima e desobediência civil.

Existem três grandes concepções básicas de liberdade

•• Determinismo: no seu extremo afirma que não existe liberdade. O comportamento humano
está sujeito a determinações biológicas, históricas, culturais, etc.
•• Livre arbítrio: na sua versão mais radical nega as determinações ou as reconhece mas
entende que, em última instância, o homem é um ser totalmente livre.
•• Dialética liberdade/determinação: Considera as determinações biológicas e culturais, mas
acredita que, quanto mais se eleva o nível de consciência dessas determinações tanto
mais se amplia o espaço de liberdade do homem. A liberdade, de acordo com a concepção
dialética, teria caráter histórico e seria a consciência da necessidade.

1426 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – Moral e Ética – Prof. Edir Vieira

TIPOS DE ÉTICA

•• Quanto à determinação das escolhas morais.


•• Autonomia: Determinação interna. É uma tarefa de cada indivíduo.
•• Heteronomia: Determinação externa. Como é o caso de uma ética religiosa.
•• Quanto ao conteúdo.
•• Relativista: Os valores são totalmente relativos. Não existe um bem absoluto.
•• Utilitária: Considera o Bem aquilo que causa maior benefício para a maioria.
•• Deontológica: O bem é algo universal e pode ser racionalmente determinado.

Código de Ética Profissional do Servidor Público

Das Regras Deontológicas

I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados
maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora
dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos
e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade
do ato administrativo.
IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente
por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua
finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator de legalidade.
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido
como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o
êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia
em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do
Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado

www.acasadoconcurseiro.com.br 1427
sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de
eficácia e moralidade, sua omissão constitui comprometimento ético contra o bem comum,
imputável a quem a negar.
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum
Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que
sempre aniquilam a dignidade humana e de uma Nação.
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam
o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma
ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em
que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie
de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de
desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI – 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos
erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam
até mesmo imprudência no desempenho da função pública.
XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização
do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus
colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

1428 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética

A ÉTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO

•• SOFISTAS – Acreditavam num relativismo moral. O ceticismo dos sofistas os levava a afirmar
que, não existindo verdade absoluta, não poderiam existir valores que fossem validos
universalmente. A moral variaria para cada povo, cada indivíduo e cada circunstância,
tendo um caráter relativo e subjetivo.
•• SÓCRATES – O racionalismo ético, inaugurado por Sócrates acreditava na possibilidade
de construir uma moral universal valida, baseada no conhecimento da essência humana.
Para Sócrates, essencial no ser humano é a sua alma racional. Portanto, de acordo com a
concepção socrática, é na razão que devem fundamentar as normas e os costumes morais.
O homem que age conforme a razão age de maneira moralmente correta. Aquele que age
mal o faz por ignorância.
•• PLATÃO – As virtudes não podem ser ensinadas, pois já as trazemos ao nascer. A principal
virtude é a Ideia do Bem, que só se pode alcançar por meio da razão. O corpo, que pertence
ao mundo material e imperfeito desvia o homem do caminho do Bem Supremo. A alma,
que é eterna, traz consigo o conhecimento das virtudes, que precisam ser recordadas pelo
intelecto.
•• ARISTÓTELES – Ética mais realista, sem o dualismo corpo-alma platônico. A finalidade
do homem é a eudaimonia (felicidade). O bem-viver é obtido pelo bem-agir. A virtude se
aprende pelo hábito e é um meio termo (justa medida) entre dois vícios: a falta e o excesso.
A razão nos mostra a essência da felicidade e permite realizá-la de forma consciente.
Agir corretamente significa praticar as virtudes. Aristóteles entende que a ética é para o
indivíduo o que a política é para a sociedade.
•• ESTOICISMO – O princípio ético dos estóicos é a apathéia; a atitude de aceitação de tudo
que acontece porque faz parte de um plano superior guiado por uma razão universal.
Prega o distanciamento das questões públicas e políticas e a busca da paz interior e da
tranquilidade da alma. Estimula o conformismo, a resignação, a moderação, a austeridade
e indiferença frente à dor e ao sofrimento . Liberdade é aceitar a ordem natural.
•• EPICURISMO – Para os epicuristas, adeptos de uma concepção materialista, a felicidade
consiste na satisfação dos prazeres físicos. Seu princípio ético é a ataraxia, isso é a atitude
de desvio da dor e procura do prazer. O medo da morte é a principal fonte do sofrimento.
Busca da auto-suficiência e da tranquilidade da alma através dos prazeres que são perenes.
•• SANTO AGOTINHO – Adaptou o pensamento platônico ao cristianismo. Abandonou
o racionalismo ético e retomou a dicotomia corpo-alma. Centrou a busca da perfeição
moral no amor a Deus. Afirma a necessidade da elevação ascética para compreender os
desígnios de Deus. Para explicar a origem do mal, já que Deus é bondade infinita, Agostinho

www.acasadoconcurseiro.com.br 1429
introduziu a ideia de livre-arbítrio (noção de que cada indivíduo pode escolher aproximar-
se ou afasta-se de Deus).
•• SÃO TOMÁS DE AQUINO – A ética cristã medieval foi marcada pela subjetividade, pois
tratava a moral como relação entre Deus e o indivíduo, isolando-o de sua condição social.
São Tomás recuperou a noção aristotélica da felicidade como finalidade última da existência
humana sendo Deus a fonte de tal felicidade.
•• SPINOZA – Na Idade Moderna, o Renascimento e o Iluminismo promoveram uma retomada
do humanismo e do racionalismo que caracterizaram a cultura clássica. No terreno da ética
isso deu origem a uma nova concepção moral, baseada no principio da autonomia. Para
Spinoza Deus é imanente, isto é, não se distingue da natureza. A conduta ética exigiria um
entendimento da condição humana e a liberdade seria a consciência da necessidade.
•• KANT – Abandona os valores religiosos e coloca a razão como único fundamento para a
compreensão da natureza humana e da moral. Para Kant a razão humana é legisladora
e, portanto, capaz de elaborar normas universais (um imperativo categórico). Para ele as
noções de dever e liberdade se confundem; quando o indivíduo obedece uma norma moral
esta fazendo que o uso livre da razão determinou. A ética kantiana, formalista, desconsidera
questões objetivas.
•• HEGEL – As concepções éticas contemporâneas recusam qualquer fundamentação
Transcendental, centrando no homem concreto a origem dos valores e das normas morais.
Hegel questionou o formalismo da ética Kantiana e salientou os elementos históricos-
sociais que determinam o conteúdo da moralidade de cada época.
•• MARX – Entendia a moral como um produto social cuja finalidade é a regulação das
relações sociais. A moral seria uma forma de consciência própria de cada momento
histórico da existência social. Para Marx não existem, portanto, valores universais e tem
uma fundamentação ideológica, isto é, difunde valores necessários à manutenção de uma
determinada ordem social.
•• NIETZSCHE – Critica o racionalismo ético, afirmando que há um elemento repressor nessa
moral, que impede o pleno desenvolvimento da liberdade. Afirma que o cristianismo criou
uma moral de rebanho que valoriza a fraqueza e o conformismo. Propõe uma ética que
valorize forças vitais do homem.
•• SARTRE – A liberdade é o fundamento do ser humano. O homem é um ser inacabado,
em permanente construção. O ser humano é “condenado” a ser livre, isto é, precisa fazer
escolhas pelas quais se torna responsável.
•• HABERMAS – Busca os fundamentos da ética no campo da analise da linguagem. Em
oposição à razão instrumental iluminista, a razão comunicativa, que se constrói no dialogo
deve desenvolver uma ética discursiva fundada no consenso. Essa razão interpessoal e
democrática deve embasar a ética.

1430 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética

CIDADANIA E POLÍTICA

CIDADANIA

•• A palavra vem do latim – civitas – significa cidade, no sentido de entidade política.


•• Refere-se ao que é próprio da condição daqueles que convivem em uma cidade.
•• Esta relacionado com aquilo que vincula os indivíduos de uma comunidade política.
•• Conjunto de direitos e deveres daqueles que fazem parte de uma sociedade
•• politicamente organizada.
•• Exercício dos direitos civis, sociais e políticos que estão previstos numa constituição.

CIDADANIA: DIREITOS E DEVERES

DIREITOS DOS CIDADÃO - EXEMPLOS:


•• Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência, segurança, lazer, etc.
•• Liberdade de pensamento e de expressão, de crença religiosa, de se locomover, etc.

DEVERES DOS CIDADÃO - EXEMPLOS:


•• Votar para escolher os governantes, cumprir as leis, prestar serviço militar, etc.
•• Respeitar as autoridades, proteger a natureza, preservar o patrimônio público, etc.

ÉTICA E POLÍTICA

POLÍTICA
•• A palavra vem do grego - pólis – cidade-estado, ou seja, cidade independente, com suas
próprias leis e constituição, com governo autônomo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1431
•• Para Aristóteles, o homem é um ser político, isto é, a vida em sociedade seria próprio da
natureza humana, que pode ser entendida racionalmente.
•• Na concepção aristotélica a política seria uma continuação da ética, isto é, aplicação dos
princípios éticos à vida pública para buscar a felicidade humana e o bem comum.

CIDADANIA E POLÍTICA

POLÍTICA
•• Política se refere a arte ou ciência de governar a cidade, entendida como sociedade política.
Surgiu como busca da melhor maneira de organizar e dirigir a sociedade.
•• É o campo da atividade humana relacionada com os interesses coletivos, o Estado, a
administração pública e as questões da cidadania.
•• Na política moderna, além do princípio da realização do bem comum, herdado do
pensamento antigo, é preciso considerar também o fenômeno do poder.

POLÍTICA E PODER

PODER
•• A palavra tem origem no latim – potere – e pode significar posse ou capacidade.
•• Significa, basicamente, a capacidade ou força para mobilizar os recursos e os meios
(materiais, espirituais, humanos, etc.) necessários para atingir determinados fins ou
objetivos ou produzir certos efeitos.
•• Nas sociedades modernas a política constitui um instrumento de domínio social.
•• Tipos de poder social: poder econômico, poder ideológico, poder político.

TIPOS DE PODER SOCIAL


•• O Poder Econômico: utiliza a posse de certos bens socialmente necessários para garantir o
domínio da riqueza e controlar a organização das forças produtivas.
•• O Poder Ideológico: utiliza posse de certas ideias, valores e doutrinas para influenciar o
comportamento social, determinando modos de pensar e agir dos indivíduos. Busca o
consenso social controlando os meios de comunicação, a educação, etc.
•• O Poder Político: utiliza a força institucional e jurídica para obter o controle dos meios
de coerção social, incluindo a força física legalmente autorizada pelo direito vigente, para
manter a ordem e reproduzir as relações de poder na sociedade.

1432 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – Cidadania, Política e Democracia – Prof. Edir Vieira

ESTADO E PODER POLÍTICO

ESTADO
•• A palavra tem origem no latim – status – com o significado de estar firme, no sentido de
permanência ou estabilidade de uma situação de convivência humana definida em termos
políticos.
•• Na definição tradicional formulada por Max Weber:
“O Estado é a instituição política que, dirigida por um governo soberano, reivindica o
monopólio do uso legitimo da força física em determinado território, subordinando os
membros da sociedade que nele vivem.”

ESTADO E GOVERNO

ESTADO
•• O Estado é constituído pelo conjunto das instituições e órgãos que representam o poder
político e os meios de coerção social: o governo, os parlamentos, as leis, os juízes e os
tribunais, o exército, a policia, etc.
•• O governo é o agente do Estado. O governo possui um caráter transitório, enquanto o
Estado é representado pelos elementos permanentes da ordem política.
•• Existem formas de governo (monarquia e república) e sistemas políticos diferentes que
caracterizam o funcionamento do Estado (presidencialismo, parlamentarismo).

ORIGEM DO ESTADO
•• As sociedades comunais primitivas não conheciam a existência do Estado, como uma
instituição permanente e as funções políticas não estavam bem definidas. O poder de
decisão não estava separado da sociedade. Predominava nas comunidades primitivas uma
autoridade natural ou patriarcal. Nas sociedades tribais, o chefe exercia funções militares e
religiosas e tinha o papel de mediador nas disputas que eventualmente ocorriam entre os
membros da comunidade.
•• O Estado surgiu com o aparecimento da civilização e das sociedades estratificadas, isto
é, divididas em classes sociais. Embora tenha sido um processo bastante complexo, sua
formação está relacionada com o aprofundamento da divisão social do trabalho e com
a separação de certas funções religiosas, militares e administrativas do trabalho braçal
e do esforço produtivo direto. Essas funções acabaram sendo assumidas por um grupo
específico de pessoas que passou a deter o poder, como classe dirigente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1433
A FUNÇÃO DO ESTADO
EXISTEM DUAS GRANDES CONCEPÇÕES SOBRE O PAPEL DO ESTADO:
•• Concepção Liberal: A função do Estado seria agir como mediador dos conflitos entre
os indivíduos e diversos grupos que compõe a sociedade. O Estado deveria promover a
conciliação dos interesses divergentes dentro da sociedade, buscando sua harmonia. Entre
os pensadores liberais clássicos destacam-se John Locke e J.-J. Rousseau.
•• Concepção Marxista: A função do Estado seria garantir a dominação de uma classe sobre
o conjunto da sociedade. Embora se legitime por um consenso, obtido pela hegemonia
ideológica, seu papel seria, em última instância, proteger a propriedade privada e
reproduzir as relações de dominação na sociedade.

SOCIEDADE CIVIL E PARTIDOS POLÍTICOS


•• SOCIEDADE CIVIL: O termo se refere ao extenso campo das relações sociais que se
desenvolvem fora do poder institucional do Estado. Fazem parte da sociedade civil, por
exemplo, os sindicatos, as empresas, as escolas, as igrejas, os clubes, os movimentos
populares, as associações culturais que representam os diversos segmentos sociais
organizados.
•• PARTIDOS POLÍTICOS: São agremiações ou associações, organizadas com base num
programa político, que representam os interesses de grupos ou classes sociais. Sua função
é mediar a relação entre a sociedade civil e o Estado. Os partidos políticos, devem captar as
aspirações e demandas da sociedade civil e encaminhá-las para o campo institucional das
decisões políticas do Estado.

REGIMES POLÍTICOS

REGIME POLÍTICO: O termo se refere ao modo característico e específico pelo qual cada Estado
se relaciona com a sociedade civil. Essa relação pode ser caracterizada como um esquema
fechado (quando a relação entre governantes e governados é marcada pelo autoritarismo e
pela opressão) ou um esquema aberto (marcado pela maior participação política da sociedade
nas questões do Estado).
Existem, no mundo contemporâneo, dois tipos de regime político:
•• Democracia – palavra de origem grega que significa “poder do povo”.
•• Ditadura – palavra de origem latina que significa “cargo daquele que dita ordens”.

1434 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – Cidadania, Política e Democracia – Prof. Edir Vieira

CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA

•• A democracia moderna é representativa (exercida por representantes eleitos). No seu


surgimento, na Grécia Antiga, a democracia era exercida diretamente pelo cidadãos que
participavam das assembleias e podiam ser sorteados para ocupar os cargos.
•• A participação política do povo ocorre por meio do voto direto e secreto em eleições
que se realizam periodicamente. A participação popular ocorre não somente através de
representantes eleitos mas também na realização de plebiscitos, referendos, passeatas.
•• O poder político está organizado com base na divisão funcional dos três poderes, isto é, o
legislativo, o executivo e o judiciário que possuem funções próprias e autonomia. Vigora o
Estado de direito e são respeitados os direitos e as liberdades dos cidadãos, a liberdade de
imprensa, de associação e organização, de greve, etc.

CARACTERÍSTICAS DA DITADURA

•• Governos autoritários existiram ao longo de toda a História. Nas civilizações antigas do


oriente predominavam regimes políticos despóticos de caráter teocrático. Quando não
era exercido diretamente por um monarca, o poder estava concentrado nas mãos de um
conselho aristocrático, como na República romana. Monarquias absolutistas existiram na
Europa até as revoluções burguesas que iniciaram a era contemporânea.
•• Os regimes políticos ditatoriais contemporâneos se caracterizam pela concentração
de poderes nas mãos do governante, hipertrofia do poder executivo e eliminação da
participação popular nas decisões políticas. O Estado de direito é substituído pelo Estado
de exceção. São suspensas as liberdades e os direitos individuais e criados órgãos de
repressão política. A imprensa é censurada. O governo controla os meios de comunicação e
a educação. São proibidas as manifestações e associações livres.

FORMAS E SISTEMAS DE GOVERNO

FORMAS DE GOVERNO
•• Monarquia – Poder tem caráter vitalício e é transmitido hereditariamente.
•• República – Poder tem caráter temporário e é transmitido por eleição.

SISTEMAS DE GOVERNO
•• Parlamentarismo – Poder concentrado no legislativo, na pessoa do primeiro ministro.
•• Presidencialismo – Poder concentrado no executivo, na pessoa do presidente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1435
Ética

A POLÍTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO

PLATÃO (428-347 a.C.)


Foi o primeiro grande filósofo que elaborou teorias políticas. Na sua obra A República ele
explica que o indivíduo possui três “almas” que correspondem aos princípios: racional, irascível
e passional. A sociedade idealizada por Platão esta organizada como um corpo, em que cada
parte cumpre uma função. O filósofo faz uma analogia entre as três partes que compõe o
indivíduo e a cidade (pólis). Assim os agricultores e artesãos deveriam produzir o sustento da
cidade, os guerreiros seriam responsáveis pela sua defesa e os filósofos deveriam governá-la.
Para Platão os sábios, por conhecerem a essência da justiça deveriam governar a sociedade. É a
teoria do rei-filósofo, isto é, o governo de uma elite que detém o conhecimento.

ARISTÓTELES (384-322 a.C.)


Para Aristóteles o homem é, por natureza, um ser social, pois só consegue sobreviver em
sociedade. Para ele o homem é um “animal político”, pois a existência da pólis (cidade-estado)
era algo natural e a vida digna do homem supunha, então, a participação, como homem livre
e racional, nos assuntos de interesse coletivo. Na sua obra A Política, Aristóteles afirma que a
política é para a cidade aquilo que a ética significa para o indivíduo. Entende, entretanto, que
a sociedade antecede o indivíduo e, assim, boas leis produziriam bons cidadãos e cidadãos
virtuosos criariam boas leis. Foi Aristóteles, também, que elaborou a conhecida classificação
das formas de governo: monarquia, aristocracia e politeia (democracia).

TEORIA DO DIREITO DIVINO DOS REIS


Na passagem da Idade Antiga para a Idade Média o cristianismo se impôs como força ideológica
dominante e a Igreja estabeleceu sua hegemonia sobre a vida cultural na Europa dessa época.
Santo Agostinho e, séculos mais tarde, São Tomas de Aquino procuraram estabelecer a distinção
entre as esferas do poder temporal (reis e príncipes) e do poder espiritual (bispos e papa). A
submissão do primeiro aos desígnios do segundo era um consenso entre os teólogos. Na Idade
Moderna os reis absolutistas tinham, ainda, seu poder justificado pela Teoria do Direito Divino,
que afirmava que o poder real representava a vontade de Deus e, por isso, não poderia ser
contestado. Foram defensores dessa tese pensadores como Bodin e Bossuet.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1437
NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527)
Esse pensador renascentista italiano é considerado o fundador da ciência política moderna.
Na obra intitulada, O Príncipe, ele separa, pela primeira vez, a política das questões morais e
religiosas, dando autonomia para o pensamento político. Maquiavel defende que, em política,
os fins justificam os meios e, para manter o poder, o príncipe deve utilizar todos os meios ao
seu alcance. Seu realismo político o leva a afirmar, também, que o príncipe sábio “deve preferir
ser temido do que ser amado”. É preciso considerar, todavia, o contexto histórico em que a
obra de Maquiavel foi produzida, ou seja, uma Itália fragmentada politicamente, marcada por
conflitos e disputas internas e por pressões e invasões externas.

THOMAS HOBBES (1588-1679)


Hobbes foi um pensador que viveu na Inglaterra do século XVII, período que foi marcado
por guerra civil e instabilidade política. Nesse contexto, concluiu que a natureza humana
é intrinsecamente má (homo homini lupus) e em “estado de natureza”, antes de conhecer a
lei e o governo os homens viviam numa “guerra de todos contra todos”. Para conseguir paz e
segurança os homens teriam, através de um pacto social, criado um poder soberano: o Estado.
A concepção Hobbesiana da origem do Estado influenciou outros filósofos que são, por isso,
denominados “contratualistas”. Na sua obra denominada O Leviatã Hobbes afirma que, quando
criam uma sociedade política, os homens abrem mão da sua liberdade em favor de um poder
absoluto que se estabelece sobre todos eles.

JOHN LOCKE (1770-1831)


John Locke é considerado o pai do liberalismo político e precursor do movimento iluminista. Sua
teoria reflete as transformações políticas ocorridas na Inglaterra, no fim do século XVII, quando
uma revolução burguesa derrubou o absolutismo e implantou uma monarquia parlamentarista.
Foi o primeiro pensador a afirmar os direitos naturais do homem: a vida, a propriedade e a
liberdade. Segundo ele, quando os homens fazem um pacto social que origina o Estado eles
não abrem mão da sua liberdade. O estado liberal teria como função conciliar os interesses dos
indivíduos e proteger seus direitos naturais. Na obra Segundo Tratado do Governo Civil, Locke
afirma que um governo só é legitimo se for representativo e que o povo tem direito a rebelião
contra um governo opressor.

MONTESQUIEU (1689-1755)
Na sua obra O Espírito das Leis, Montesquieu estudou as diversas formas de governo e concluiu
que “todo indivíduo que tem o poder tende a abusar dele”. Para evitar a tirania o pensador
iluminista francês formulou a teoria da divisão dos três poderes: legislativo, executivo e
judiciário. Através do principio dos “freios e contrafreios” Montesquieu propôs autonomia de
cada uma dessas esferas e mecanismos que permitam a cada um dos poderes controlar os
demais. Para ele, a forma ideal de governo seria a monarquia constitucional, isso é, o poder do
rei limitado por uma constituição, e um parlamento com representantes eleitos pelos cidadãos.

1438 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – A Política na História do Pensamento – Prof. Edir Vieira

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-78)


Rousseau é considerado o pai da democracia moderna. Na sua obra mais famosa O Contrato
Social, ele defende o princípio da soberania popular como base de um governo legítimo. O
governo deve expressar a vontade geral mas a soberania do povo, segundo ele, não pode ser
representada. Rousseau defende, portanto, uma democracia direta. Para o mais radical dos
pensadores iluministas, as desigualdades sociais, e com elas a opressão e os conflitos, tinham
nascido com a propriedade privada. Para Rousseau, a sociedade perfeita seria formada por
homens livres, pequenos proprietários capazes de prover seu sustento, que decidiriam, em
liberdade e igualdade sobre o seu destino comum. A melhor forma de governo na concepção
rousseauniana seria a república.

GEÖRG W. F. HEGEL (1770-1831)


Para Hegel não existe o homem em “estado de natureza” e o indivíduo isolado é uma abstração.
Na concepção hegeliana o indivíduo esta sempre historicamente situado dentro de um povo
e de uma cultura sendo parte orgânica de um todo: o Estado. Segundo Hegel, o indivíduo
humano é um ser social e só encontra o seu sentido no Estado. O Estado, por sua vez não é a
simples soma de muitos indivíduos, não tem origem na vontade dos homens nem é fruto de
um contrato social. O Estado precede o indivíduo e é o fundador da sociedade civil. Para Hegel
o Estado representa o ponto culminante do desenvolvimento da Razão, ou seja, a realização do
Espírito objetivo que se manifestava na história, num processo dialético e contraditório.

K. MARX (1818-83) E F. ENGELS (1820-95)


Para Marx e Engels a sociedade humana primitiva era comunal, pois não conhecia classes
sociais nem poder político permanente. O Estado teria surgido com a propriedade e a formação
de uma elite dirigente, que passou a monopolizar as decisões políticas através do controle
das funções administrativas, militares e religiosas. Na concepção marxista, o Estado, em última
instancia, é um instrumento de dominação de uma classe social, os proprietários, sobre o resto
da sociedade, isto é, aqueles que produzem a riqueza e são explorados. Marx propôs, para a
construção de uma nova sociedade, que os trabalhadores tomassem o poder e instalassem
uma “ditadura do proletariado” que abolisse a propriedade privada dos meios de produção.
Com o fim das classes sociais, acreditava ele, o Estado desapareceria.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1439
Ética

CIDADANIA E CONTROLE SOCIAL

CIDADANIA

•• A palavra vem do latim – civitas – significa cidade, no sentido de entidade política.


•• Refere-se ao que é próprio da condição daqueles que convivem em uma cidade.
•• Esta relacionado com aquilo que vincula os indivíduos de uma comunidade política.
•• Conjunto de direitos e deveres daqueles que fazem parte de uma sociedade politicamente
organizada.
•• Exercício dos direitos civis, sociais e políticos que estão previstos numa constituição.

CIDADANIA: DIREITOS E DEVERES

DIREITOS DO CIDADÃO - EXEMPLOS:


•• Direito à saúde, educação, moradia, trabalho, previdência, segurança, lazer, etc.
•• Liberdade de pensamento e de expressão, de crença religiosa, de se locomover, etc.

DEVERES DO CIDADÃO - EXEMPLOS:


•• Votar para escolher os governantes, cumprir as leis, pagar os impostos, etc.
•• Respeitar as autoridades, proteger a natureza, preservar o patrimônio público, etc.

POLÍTICA

•• A palavra vem do grego – pólis – cidade-estado, ou seja, cidade independente, com suas
próprias leis e constituição, com governo autônomo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1441
•• Para Aristóteles, o homem é um ser político, isto é, a vida em
sociedade seria próprio da natureza humana, que pode ser
entendida racionalmente.
•• Na concepção aristotélica a política seria uma continuação da
ética, isto é, aplicação dos princípios éticos à vida pública para
buscar a felicidade humana e do bem comum.

POLÍTICA

•• Política se refere a arte ou ciência de governar a cidade, entendida como sociedade política.
Surgiu como busca da melhor maneira de organizar e dirigir a sociedade.
•• É o campo da atividade humana relacionada com os interesses coletivos, o Estado, a
administração pública e as questões da cidadania.
•• Na política moderna, além do princípio da realização do bem comum, herdado do
pensamento antigo, é preciso considerar também o fenômeno do poder.

PODER

•• A palavra tem origem no latim – potere – e pode significar posse ou capacidade.


•• Significa, basicamente, a capacidade ou força para mobilizar os recursos e os meios
(materiais, espirituais, humanos, etc.) necessários para atingir determinados fins ou
objetivos ou produzir certos efeitos.
•• Nas sociedades modernas a política constitui um instrumento de domínio social.
•• Tipos de poder social: poder econômico, poder ideológico, poder político.

ESTADO

•• A palavra tem origem no latim – status – com o significado de estar


firme, no sentido de permanência ou estabilidade de uma situação
de convivência humana definida em termos políticos.
•• Na definição tradicional formulada por Max Weber:
“O Estado é a instituição política que, dirigida por
um governo soberano, reivindica o monopólio do uso
legitimo da força física em determinado território,
subordinando os membros da sociedade que nele
vivem.”

1442 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – Cidadania e Controle Social – Prof. Edir Vieira

Os elementos que constituem um Estado: governo, território, população.


•• O Estado é constituído pelo conjunto das instituições e órgãos que representam o poder
político e os meios de coerção social: o governo, os parlamentos, as leis, os juízes e os
tribunais, o exército, a policia, etc.
•• O governo é o agente do Estado. O governo possui um caráter transitório, enquanto o
Estado é representado pelos elementos permanentes da ordem política.
•• Existem formas de governo (monarquia e república) e sistemas políticos diferentes que
caracterizam o funcionamento do Estado (presidencialismo, parlamentarismo).

EXISTEM DUAS GRANDES CONCEPÇÕES SOBRE O PAPEL DO ESTADO:


•• Concepção Liberal: A função do Estado seria agir como mediador dos conflitos entre
os indivíduos e diversos grupos que compõe a sociedade. O Estado deveria promover a
conciliação dos interesses divergentes dentro da sociedade, buscando sua harmonia. Entre
os pensadores liberais clássicos destacam-se John Locke e J.J. Rousseau.
•• Concepção Marxista: A função do Estado seria garantir a dominação de uma classe sobre
o conjunto da sociedade. Embora se legitime por um consenso, obtido pela hegemonia
ideológica, seu papel seria, em última instância, proteger a propriedade privada e
reproduzir as relações de dominação na sociedade.
•• SOCIEDADE CIVIL: O termo se refere ao extenso campo das relações sociais que se
desenvolvem fora do poder institucional do Estado. Fazem parte da sociedade civil, por
exemplo, os sindicatos, as empresas, as escolas, as igrejas, os clubes, os movimentos
populares, as associações culturais que representam os diversos segmentos sociais
organizados.
•• PARTIDOS POLÍTICOS: São agremiações ou associações, organizadas com base num
programa político, que representam os interesses de grupos ou classes sociais. Sua função
é mediar a relação entre a sociedade civil e o Estado. Os partidos políticos, devem captar as
aspirações e demandas da sociedade civil e encaminhá-las para o campo institucional das
decisões políticas do Estado.
•• REGIME POLÍTICO: O termo se refere ao modo característico e específico pelo qual cada
Estado se relaciona com a sociedade civil. Essa relação pode ser caracterizada como um
esquema fechado (quando a relação entre governantes e governados é marcada pelo
autoritarismo e pela opressão) ou um esquema aberto (marcado pela maior participação
política da sociedade nas questões do Estado).

Existem, na era contemporâneo, dois tipos de regime político:


Democracia – palavra de origem grega significa poder do povo.
Ditadura – palavra de origem latina que significa ditar ordens.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1443
CARACTERÍSTICAS DA DEMOCRACIA
•• A democracia moderna é representativa (exercida por representantes eleitos). No seu
surgimento, na Grécia Antiga, a democracia era exercida diretamente pelo cidadãos.
•• A participação política do povo ocorre por meio do voto direto e secreto em eleições
que se realizam periodicamente. A participação popular ocorre não somente através de
representantes eleitos mas também na realização de plebiscitos, referendos, passeatas.
•• O poder político está organizado com base na divisão funcional dos três poderes, isto é, o
legislativo, o executivo e o judiciário que possuem funções próprias e autonomia. Vigora o
Estado de direito e são respeitados os direitos e as liberdades dos cidadãos, a liberdade de
imprensa, de associação e organização, de greve, etc.

CARACTERÍSTICAS DA DITADURA
•• Governos autoritários existiram ao longo de toda a História. Nas civilizações antigas do
oriente predominavam regimes políticos despóticos de caráter teocrático. Monarquias
absolutistas existiram na Europa até as revoluções burguesas que iniciaram a era
contemporânea.
•• Os regimes políticos ditatoriais se caracterizam pela concentração de poderes nas mãos
do governante, hipertrofia do poder executivo e eliminação da participação popular nas
decisões políticas. O Estado de direito é substituído pelo Estado de exceção. A liberdade
e os direitos individuais são suspensos e criados órgãos de repressão política. A imprensa
é censurada. O governo controla os meios de comunicação e a educação. Manifestações
públicas e associações são proibidas.

FORMAS E SISTEMAS DE GOVERNO

FORMAS DE GOVERNO
•• Monarquia – Poder tem caráter vitalício e é transmitido
hereditariamente.
•• República – Poder tem caráter temporário e é transmitido
por eleição.

SISTEMAS DE GOVERNO
•• Parlamentarismo – Poder concentrado no legislativo, na
pessoa do primeiro ministro.
•• Presidencialismo – Poder concentrado no executivo, na
pessoa do presidente.

1444 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – Cidadania e Controle Social – Prof. Edir Vieira

A expressão “controle social” pode ser entendida em 3 sentidos:


•• Primeiro: Como as formas de controle informal que a sociedade exerce sobre os indivíduos
que a compõem.
•• Segundo: Como mecanismos de controle formal que o Estado pode exercer sobre a
sociedade e sobre as pessoas.
•• Terceiro: Como conjunto de instrumentos que a sociedade civil dispõem para poder
controlar e limitar a ação do Estado.

O controle informal que a sociedade exerce sobre os indivíduos:


•• São instituições responsáveis pela manutenção da coesão social, que atuam de maneira
informal e influenciam o comportamento dos indivíduos que a integram.
•• As principais instituições com essa função seriam a
família, a escola, a igreja, os meios de comunicação, etc.
•• Existem também códigos morais, relacionados com a
cultura de cada povo, que regulam as relações entre os
indivíduos e entre eles e as instituições.

O controle formal que o Estado exerce sobre a


sociedade:
•• O Estado é a instituição que exerce o poder político
na sociedade. Ele é representado por um governo
soberano que detém o monopólio, isto é, o direito
exclusivo do uso legítimo da força e da violência
para fazer valer suas decisões e manter a ordem
social.
•• As normas jurídicas estabelecidas pelo Estado têm caráter imperativo
(são impostas para todos) e coercitivo (seu respeito pode ser garantido
pela força). As normas são definidas em códigos, assim como as
punições previstas (civil, penal, etc.)
•• O respeito às normas jurídicas é garantido por um conjunto de órgãos
e instituições, como a polícia, os juízes e tribunais, o exército, etc. O
desrespeito a essas normas pode ser punido com multas, prisão ou
outras penas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1445
CONTROLE DO ESTADO PELA SOCIEDADE

•• A questão da relação dos indivíduos e da sociedade com


o Estado apareceu com as próprias teorias políticas, entre
os pensadores da Antiguidade, como Aristóteles.
•• Na Idade Média, as concepções elaboradas pelos
teólogos afirmavam a origem divina do poder dos reis e
príncipes e subordinava, em última instância seu poder
temporal ao poder espiritual dos bispos e do papa.
•• No processo de formação do Estado Moderno, a limitação
ao poder do Estado tem origem na Inglaterra do século
XIII, quando a nobreza inglesa , através da Magna Carta (1215)
estabeleceu limites ao poder do rei.
•• Os filósofos políticos da Idade Moderna, entretanto, afirmavam
que não deveriam existir limites ao poder dos governantes.
Maquiavel afirma que “em política os fins justificam os meios” e
Hobbes defende um poder soberano e absoluto, que seria o
resultado de um pacto social para obter segurança.
•• O Bill of Rights que resultou da Revolução Gloriosa (1688), na
Inglaterra, estabeleceu o princípio de que “o rei reina, mas é o
parlamento que governa”, definindo as bases de um governo
representativo. John Locke, o pai do liberalismo político afirmava
que o povo tem direito a rebelar-se contra a tirania.
•• Nas cartas constitucionais dos países ocidentais foi adotado o
princípio da divisão dos três poderes (legislativo, executivo e
judiciário), formulado por Montesquieu, como forma de evitar o
abuso do poder. O Contrato Social, obra de Rousseau, outro filósofo
iluminista, afirmava o princípio da soberania popular, base da
democracia moderna.
•• Nas sociedade contemporânea, em regimes políticos democráticos,
existem limites constitucionais ao poder do Estado e mecanismos que permitem aos
cidadãos e às organizações da sociedade civil fiscalizar as ações dos agentes públicos.
•• Além dos dispositivos constitucionais de controle social sobre a administração pública,
existem os direitos e liberdades, como a realização de comícios, passeatas e outras
manifestações pacíficas para influenciar governantes e legisladores.
•• Também existem iniciativas para que a sociedade possa ter acesso a informações e dados
sobre os gastos públicos, como o Portal Transparência, que contribuem para um maior
controle da sociedade sobre a administração pública.
•• Audiência Pública: Trata-se de um dispositivo legal que garante o direito de participação
dos cidadãos nos assuntos da administração pública. A audiência é uma reunião informal
e acontece por iniciativa espontânea da sociedade civil através, de seus representantes.
Normalmente, é convocada por parlamentares e aberta para a a participação da

1446 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética – Cidadania e Controle Social – Prof. Edir Vieira

comunidade. Permite que os legisladores ou governantes possam, ouvir ou consultar a


parcela da população diretamente interessada em determinada questão.

•• Ação Popular: Trata-se de um dispositivo constitucional, previsto no Artigo 5º inciso LXXIII


da Constituição Brasileira, que permite a qualquer cidadão ou organização da sociedade
civil propor a anulação de ato governamental que lese ou prejudique os interesses ou
direitos coletivos. A ação popular é, então, um instrumento de defesa da sociedade contra
atos lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente ou outro interesse público. Também
pode ser utilizada em favor da exigência de moralidade na gestão dos assuntos públicos.
•• Ação Civil Pública: É um instrumento processual, previsto no Art. 129 da Constituição, que
permite ao Ministério Público mover processo em defesa de interesses coletivos ou para
garantir o cumprimento de direitos previstos.
•• Orçamento Participativo: Trata-se de um
mecanismo adotado por governos em nível estadual
ou municipal para consultar a sociedade a respeito
dos gastos públicos. Em reuniões abertas, com
votação por parte dos cidadãos e representantes
da sociedade civil, são estabelecidas as prioridades
para os gastos e investimentos públicos que serão
estabelecidos no orçamento do município ou do
Estado.
•• Existem formas comuns, mas muito importantes, de qualquer cidadão fiscalizar a ação
dos governantes, a eficiência na administração dos assuntos de interesse coletivos e a
honestidade na gestão dos recursos públicos.
•• Votar de maneira consciente na escolha dos representantes que ocuparão os cargos
no Poder Executivos e no Poder Legislativo, e cobrar para que os eleitos cumpram seus
compromissos e promessas eleitorais é uma forma de controlar o Estado.
•• Conhecer a Constituição Federal, a Constituição Estadual, as Leis Municipais os direitos
humanos, os direitos dos idosos, das crianças, adolescentes, portadores de necessidades
especiais, etc. e exigir seu cumprimento também é controle social.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1447
Administração Pública

Professor Darlan Eterno

www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

Conceitos fundamentais de
Arquivologia: teorias e princípios.
Noções de
Arquivologia
Professor Darlan
Eterno

Lei 8159/91
Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei,
os conjuntos de documentos produzidos e
recebidos por órgãos públicos, instituições de
caráter público e entidades privadas, em
decorrência do exercício de atividades
específicas, bem como por pessoa física,
qualquer que seja o suporte da informação ou
a natureza dos documentos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1451
Finalidades do Arquivo
- Servir á
Administração
- Servir á História

Função dos Arquivos

1452 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

Conceitos fundamentais de
Arquivologia: teorias e princípios.

Noções de Arquivologia
Professor Darlan Eterno

www.acasadoconcurseiro.com.br 1453
Arquivologia
Aula XX

Conceitos fundamentais de
Arquivologia: teorias e princípios.

Noções de Arquivologia
Professor Darlan Eterno

Finalidades do Arquivo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1455
Arquivologia
Aula XX

1.Classificação dos Arquivos


a) Extensão
ü Setorial
ü Central/Geral

1.Classificação dos Arquivos


b)Entidade Mantenedora
ü Público
ü Privado

www.acasadoconcurseiro.com.br 1457
1.Classificação dos Arquivos
c) Estágios de Evolução
ü Corrente
ü Intermediário
ü Permanente

1.Classificação dos Arquivos


d)Natureza dos Documento
ü Especial
ü Especializado

1458 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

Características Arquivo Biblioteca


Tipo de Documentos manuscritos, Documentos impressos e
Suporte/Quantitati audiovisuais. Apresentam-se em audiovisuais, que se apresentam
vo de Exemplares exemplares únicos ou em em exemplares múltiplos.
número limitado de vias/cópias.
Entrada de Acumulação natural Compra, permuta e doação.
documentos
Tipo de conjunto Fundos: conjunto de Coleções: Reunidas pelo conteúdo.
documentos unidos pela origem.
Tipos de fundo:
- aberto: (instituições em
funcionamento)
- fechado: (instituições extintas)
Objetivos Funcionais , administrativos Culturais, científicos.
Tipo Classificação Baseia-se nas atividades Predeterminada
institucionais

www.acasadoconcurseiro.com.br 1459
Arquivologia
Aula XX

1.Classificação dos
Documentos
a) Natureza do Assunto
• Ostensivo
• Sigiloso

b) Espécie:
Ex: Ata,Certidão e Oficio.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1461
b) Tipo (tipologia):
Espécie + função = tipologia

d) Gênero
• Textual
• Sonoro
• Cartográfico

1462 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Classificação dos Documentos de Arquivos – Prof. Darlan Eterno

d) Gênero
• Filmográfico
• Iconográfico
• Micrográfico

www.acasadoconcurseiro.com.br 1463
d) Gênero
• Informático

e)Forma
f) formato

1464 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

1. Teoria das Três Idades


• Baseia-se na:
a) Frequência de uso
b) Valores dos Documentos

1. Fase Corrente (caract)


§Frequência de Uso
§Localização
§Extensão do arquivo
§Tipo de arquivamento
§Valor
§Tipo de Acesso

www.acasadoconcurseiro.com.br 1465
1. Fase Corrente
•Atividades:
(Protocolo, Expedição,
Arquivamento,Consulta, Empréstimo,
Destinação)

1. Fase Intermediária (caract)


§Frequência de Uso
§Localização
§Extensão do arquivo
§Tipo de arquivamento
§Valor
§Tipo de Acesso

1466 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Teoria das Três Idades – Prof. Darlan Eterno

1. Fase Intermediária
•Atividades:
o Empréstimo
o Consulta
o Arquivamento

1. Fase Permanente
•Frequência de Uso
•Localização
•Extensão do arquivo
•Tipo de arquivamento
•Valor
•Tipo de Acesso

www.acasadoconcurseiro.com.br 1467
1. Fase Permanente
•Atividades:
(Arranjo, descrição, publicação,
conservação e referência)

2. Representação da Teoria (operações de destinação)

1468 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Teoria das Três Idades – Prof. Darlan Eterno

Fase (Idade)
Quadro resumo Corrente Intermediária Permanente

Frequência de Uso Uso freqüente Uso eventual Sem uso para


Administração
Localização Próximo ao setor de Pode estar próximo dos Pode estar próximo dos
trabalho setores de trabalho ou setores de trabalho ou
distante (fora da distante (fora da instituição)
instituição)
Extensão do Arquivo Setorial e/ou Central Central Central
Tipo de arquivamento Vertical Vertical/Horizontal Vertical/Horizontal
Valor Primário Primário Secundário
Tipo de Acesso Restrito Restrito Público
Atividades Protocolo, expedição, Atendimento á Arranjo, descrição,
arquivamento, consultas/empréstimos publicação, conservação e
empréstimo, consulta, referência
destinação

www.acasadoconcurseiro.com.br 1469
Arquivologia
Aula XX

Noções de
Arquivologia
Professor Darlan
Eterno

1. Classificação
a) Definição: agrupamento de
documentos, podendo a eles
atribuir códigos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1471
1.2 Plano ou Código de Classificação
a) Definição:
Instrumento que auxilia na classificação
de documentos, visando a sua guarda e
localização.

1.3 Plano ou Código de Classificação


Modelo
001 MODERNIZAÇÃO E REFORMA
ADMINISTRATIVA.
010 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
012 COMUNICAÇÃO SOCIAL
012.1 RELAÇÕES COM A IMPRENSA

1472 www.acasadoconcurseiro.com.br
Instrumentos de Gestão Arquivística, Plano de Classificação e Tabela de Temporalidade – Prof. Darlan Eterno

1.3 Plano ou Código de Classificação

c) características
• Baseia-se nas funções/atividades
da instituição

1. Avaliação
a) Definição

www.acasadoconcurseiro.com.br 1473
1.2 Objetivos
a) reduzir a MDA
b) reduzir custos
c) reduzir prazo de busca
d) garantir preservação de docs

1.3 Tabela de Temporalidade


a) Definição
• prazos de guarda
• destinação
• alteração suporte
• obs

1474 www.acasadoconcurseiro.com.br
Instrumentos de Gestão Arquivística, Plano de Classificação e Tabela de Temporalidade – Prof. Darlan Eterno

1.3 Tabela de Temporalidade


b) Modelo

1.3 Tabela de Temporalidade


c) características
• elaborada pela CPAD
• aprovada por autoridade
competente

www.acasadoconcurseiro.com.br 1475
1.3 Tabela de Temporalidade
c) características
• Prazos baseiam-se na
legislação e nas necessidades
administrativas

1476 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

1. Protocolo

1. Protocolo
1.1Rotinas de Protocolo
a) Recebimento

www.acasadoconcurseiro.com.br 1477
b) Registro

c) Autuação

d) Classificação

e)Movimentação
ü distribuição
ü expedição
f)Controle da Tramitação

1478 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

Processo
1. Definição
“Conj. de docs reunidos em capa
especial, e que vão sendo
organicamente acumulados no decurso
de uma ação adm/judiciária.”

www.acasadoconcurseiro.com.br 1479
2. Abertura (atuação)
-protocolo

1480 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Procedimentos Administrativos – Prof. Darlan Eterno

3. Numeração
- Carimbo (canto superior d)

3. Numeração
-ordem cresc. (frente da fl.)
-feita no protocolo
-vedada rasuras e letras
diferencias tais 14-A/14-B

www.acasadoconcurseiro.com.br 1481
3. Numeração
-numeração incorreta será
inutilizada por meio do carimbo

4. Operações com processos


a) Desentranhamento
•A retirada de folhas ou peças, mediante despacho da
autoridade competente
•Após último despacho (lavrado termo de
desentranhamento)

1482 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Procedimentos Administrativos – Prof. Darlan Eterno

b)Juntada
•União de um processo a outro, ou de
um documento a um processo;
•anexação (definitiva, mesmo
interessados)
•apensação (temporária)

d)Desapensação

www.acasadoconcurseiro.com.br 1483
Arquivologia
Aula XX

Arquivamento:
Conjunto de procedimentos que visa ao
acondicionamento( ) e ao
armazenamento( ) de
documentos.

1.1 Rotinas de Arquivamento


a) inspeção
b) estudo
c) Classificação
d) Codificação

www.acasadoconcurseiro.com.br 1485
1.1 Rotinas de Arquivamento
e)ordenação
f) guarda (arquivamento)

1486 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

1. Métodos de Arquivamento
– Escolha:
• Estrutura Organizacional
• Natureza dos Docs

1.Categorias
I - Padronizados
Ex: Variadex (letras e
cores)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1487
II – Básicos
a) Alfabético: (nome)

II – Básicos
b) Geográfico: local/
procedência
– Estado/País/Cidade

1488 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Métodos de Arquivamento de Documentos - Parte 1 – Prof. Darlan Eterno

Itália
•Roma
•Milão
•Veneza
Paraná
•Curitiba
•Londrina
•Paranaguá

•Por cidades:
• Araçatuba (SP)
Brasília (DF)
Brasília (MG)
Natal (RN)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1489
•c) Numérico:

üSimples
üCronológico
üDígito – terminal 158678

•d) Ideográfico (interpretação do doc e do


contexto)

d1)alfabético
üDicionário
üEnciclopédico

1490 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Métodos de Arquivamento de Documentos - Parte 1 – Prof. Darlan Eterno

Dicionário Enciclopédico

Controle de Chaves Controle


Controle de Entrada de chaves
Controle de Frequência de entrada
Divulgação de frequência
Divulgação

•d) Ideográfico
•d2) Numérico

ü Decimal
ü Dupléx
ü Unitermo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1491
Decimal Dupléx

411 Planejamento 4-1-1 Planejamento


411.1Anual 4-1-1-1 Anual
411.2 Mensal 4-1-1-2 Mensal

1492 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia

Gestão de Documentos

Gestão de Documentos
“conjunto de procedimentos referentes às
atividades de produção, tramitação, uso e
avaliação e arquivamento dos documentos
em fase corrente e intermediária, visando a
sua eliminação ou recolhimento para a
guarda permanente.”

www.acasadoconcurseiro.com.br 1493
Etapas da Gestão de
Documentos
a)Produção:
b)Utilização:

–Etapas da Gestão de
Documentos
c) Destinação (Avaliação):

1494 www.acasadoconcurseiro.com.br
Orçamento Público e Finanças

Professor Fábio Furtado

www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: ARTS. 165 A 169 DA CRFB

Introdução

AFO
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Apresentação da disciplina de AFO/Direito Financeiro
Legislação aplicável
•• CRFB/88 (Arts. 165 a 169);
•• Lei nº 4.320/1964
•• (Institui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da U, E, DF e M.)
•• LC nº 101/2000 (LRF)
Orçamento na CF/88

Artigo Principais Assuntos Relacionados


Instrumentos de Planejamento Orçamentário
165
(PPA, LDO e LOA)
166 Processo Legislativo Orçamentário
Vedações Constitucionais em Matéria
167
Orçamentária
Transferências de Recursos Financeiros pelo
168
Tesouro para os órgãos
169 Despesas com Pessoal

Orçamento na CF/88
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual (PPA);
II – as diretrizes orçamentárias (LDO);

www.acasadoconcurseiro.com.br 1497
III – os orçamentos anuais (LOA).
CRFB/88 (Art. 165)
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
(Orçamentos Fiscal e de Investimentos compatibilizados com o PPA).
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
(Princípio da Exclusividade)
Tópico: Princípios Orçamentários
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
Atualmente, utiliza-se a Lei nº 4.320/1964.
CRFB/88 (Art. 166)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

1498 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Legislação Aplicável: Arts. 165 a 169 da CRFB – Prof. Fábio Furtado

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária...
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Não passa primeiro pela Câmara dos Deputados para depois ir para o Senado.
Apreciadas de maneira conjunta, isto é, pelas duas Casas, na forma de Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem
somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
É a chamada Mensagem Retificadora do Poder Executivo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.
É considerada como uma quinta fonte de recursos para abertura de créditos adicionais (as
outras quatro estão no art. 43, § 1º da Lei nº 4.320/1964).
Art. 167. São vedados:
Vedações Constitucionais em Matéria Orçamentária.
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1499
É por isso que a LOA é chamada de Orçamento programa, pois contém Programas de Trabalho
de Governo com diretrizes, objetivos e metas a serem alcançados.
Cada Programa de Trabalho possui uma unidade gestora e um valor para ser executado.
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
Alguns chamam de Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários.
Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
É a chamada REGRA DE OURO DAS FINANÇAS PÚBLICAS.
Empréstimos não devem financiar despesas correntes, mas sim despesas de capital.
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária...e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita...
(Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;
Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é lógico
que deve ter autorização legislativa. A indicação de recursos é importante para que não ocorra
desequilíbrio fiscal.
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é lógico
que deve ter autorização legislativa.
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
Fundos Orçamentários somente podem ser criados por Lei.
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por
antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios

1500 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Legislação Aplicável: Arts. 165 a 169 da CRFB – Prof. Fábio Furtado

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento
do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade
pública, observado o disposto no art. 62
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
(Uma das exceções ao Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
A Fazenda Pública, ou seja, o Tesouro deve enviar para os órgãos até o dia 20 de cada mês
os recursos financeiros (dinheiro) para que estes possam pagar o que gastaram dos créditos
orçamentários.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Art. 19 da LRF ( LC nº 101/2000):
União: até 50% da RCL;
Outros (E, DF e M): até 60% da RCL.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências:  
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1501
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o
servidor estável poderá perder o cargo...
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,
empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.

1502 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

ORÇAMENTO PÚBLICO

Conceito
•• Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo,
•• aprovada pelo Poder Legislativo,
•• Que estima receitas e fixa despesas
•• para um determinado exercício financeiro.
CUIDADO! Incorreto:
•• Lei de iniciativa do Chefe do Poder Legislativo,
•• Que fixa receitas e fixa despesas
Observação: Podemos considerar como correto:
•• Que estima receitas e estima despesas

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Exercício Financeiro
Art. 34 da Lei nº 4.320/64:
O exercício financeiro coincide com o ano civil.
1º jan I----------------------------------------I 31/12
CUIDADO! Incorreto:
O exercício financeiro coincide com o ano comercial.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1503
Conceito:
O exercício financeiro é o período no qual o orçamento estará em vigor.
É o período em que estaremos arrecadando as receitas previstas e empenhando, gastando, as
despesas fixadas (créditos orçamentários).
1º jan I-----------------------------------------I 31/12
período de execução do orçamento público

1504 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: PPA, LDO E LOA

Instrumentos de Planejamento Orçamentário (Governamental)

•• PPA (Plano Plurianual)


•• LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)
•• LOA (Lei Orçamentária Anual)

PPA (Plano Plurianual)


Período de vigência: 4 anos
Exemplo: PPA 2008 I----I 2011
LULA
2006 eleito
2007 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2008 2009 2010 2011
I-------------------------I I--------I
Governo LULA próximo governante

PPA (Plano Plurianual)


Período de vigência: 4 anos
Exemplo: PPA 2012 I----I 2015
DILMA
2010 eleita
2011 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2012 2013 2014 2015
I------------------------I I--------I
Governo DILMA próximo governante

www.acasadoconcurseiro.com.br 1505
PPA – Plano Plurianual (Art. 165, § 1º CF de 1988)
Palavras chaves:
Regionalizada; Diretrizes, Objetivos e Metas; Despes as de Capital e decorrentes; Programas de
Duração Continuada.

CUIDADO!
Termos corretos:
Regionalizada; Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas de Capital e decorrentes; Programas de
Duração Continuada.
Termos incorretos:
Setorial; Metas e Prioridades; Despesas Correntes; Programas para o exercício financeiro
subsequente.

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias (Art. 165, § 2º CF de 1988)


Palavras chaves:
Metas e Prioridades; Despesas de Capital; LOA; Legislação Tributária; Agências Financeiras
Oficias de Fomento.

CUIDADO!
Termos corretos:
Metas e Prioridades; Despesas de Capital; LOA; Legislação Tributária; Agências Financeiras
Oficias de Fomento.
Termos incorretos:
Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas Correntes; PPA; Legislação Societária; Agências
Bancárias.

LOA - Lei Orçamentária Anual


É composta de:
OF (Administração Direta; Autarquias; Fundações Públicas; Empresas Estatais Dependentes)
OI (investimentos das Empresas Estatais)
OSS (Saúde, Previdência e Assistência Social)

1506 www.acasadoconcurseiro.com.br
Planejamento e Orçamento da Constituição Federal de 1988: PPA, LDO e LOA – Prof. Fábio Furtado

Empresa Estatal Dependente (Art. 2º, III da LRF)


Conceito
Empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1507
Administração Financeira

PRAZOS DE ENVIO E DEVOLUÇÃO (PPA, LDO E LOA)

Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT) e Envio (do Executivo para o
Legislativo)

PPA
•• Até 4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro.
•• (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I-----------------I 31/12
31/08

LDO
•• Até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro.
•• (até 15/04) 1º jan I--------------I----------------------------------I 31/12
15/04

LOA
•• Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro.
•• (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I----------------I 31/12
31/08

Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT) e Devolução (do Legislativo para o
Executivo)

PPA
Até o encerramento da sessão legislativa.
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1509
LDO
Até o encerramento do 1º período da sessão legislativa.
(até 17/07) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

LOA
Até o encerramento da sessão legislativa.
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

Sessão Legislativa (União) – CF

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de


julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

1510 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

CICLO ORÇAMENTÁRIO

Tipos de Orçamento: Misto, Legislativo e Executivo

Ciclo ou Processo Orçamentário

Poder Executivo

(1) Elaboração
do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento (2) Apreciação, Aprovação


e Avaliação do Projeto Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

•• Executivo – Elabora
•• Legislativo – Aprova
•• Executivo – Executa
•• Legislativo – Controla

Controle Externo
Na União: CN com auxílio do TCU;
No Estado do RJ: ALERJ com auxílio do TCERJ;
No Município do RJ: CMRJ com auxílio do TCMRJ;
No Município de Niterói: CM de Niterói com auxílio do TCERJ.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1511
•• TCM – Tribunal de Contas do Município:
•• Existe somente no Município do Rio de Janeiro (TCMRJ) e no Município de SP (TCMSP).
•• TC dos Municípios:
•• Em 4 Estados (BA, CE, GO, PA)

Logo, na Bahia, p. ex:


TCE/BA: auxilia a ALE/BA a fiscalizar as contas do Governo do Estado da Bahia.
TC dos Municípios/BA: auxilia as diversas Câmaras Municipais na fiscalização dos Governos
Municipais.
Possui campo de atuação nos Municípios de Salvador, Feira de Santana, Ilhéus etc.
No Estado do Rio de Janeiro:
TCE/RJ: auxilia a ALE/RJ a fiscalizar as contas do Governo do Estado do RJ.
TCE/RJ: auxilia também as diversas Câmaras Municipais na fiscalização dos Governos
Municipais.
Possui jurisdição nos Municípios de Niterói, Cabo Frio, Macaé, Nova Iguaçu etc.
Tem jurisdição em todos os Municípios que compõem o Estado do Rio de Janeiro, exceto o
Município do Rio de Janeiro.
No Município do Rio de Janeiro:
TCMRJ: auxilia a CMRJ na fiscalização do Governo do Município do RJ.
Possui campo de atuação somente no Município do Rio de Janeiro.
No total são 34 Tribunais de Contas:
•• 01 TCU;
•• 26 TCE’s;
•• 01 TCDF;
•• 04 TC dos Municípios (BA, CE, GO e PA);
•• 02 TCM’s (TCM/RJ e TCM/SP)
Total: 34

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS


O Tribunal de Contas da União (TCU) é integrado por nove ministros.
Os demais tribunais de contas são integrados por sete conselheiros.

1512 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Ciclo Orçamentário – Prof. Fábio Furtado

Tipos de Orçamento

Tipo de Orçamento Observação


É o utilizado no Brasil (segregação de
Misto
funções entre os Poderes)
Legislativo O Legislativo elabora o Orçamento
O executivo elabora, aprova, executa
Executivo
e controla.

No Orçamento Misto:
Executivo – Elabora (encaminha o Projeto de LOA para a apreciação do Poder Legislativo)
Legislativo – Aprova (recebe, aprecia, vota e devolve para o Poder Executivo)
Executivo – Executa (arrecada as receitas e empenha as despesas durante o exercício financeiro)
Legislativo – Controla (exerce o Controle Externo, com auxílio do Tribunal de Contas)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1513
Administração Financeira

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

•• Legalidade
•• Universalidade
•• Periodicidade (Anualidade)
•• Exclusividade (Art. 165, § 8º da CF/88)
•• Orçamento Bruto
•• Publicidade
•• Equilíbrio
•• Não Afetação de Receitas (de impostos)
•• Especificação (Especificidade, Especialização, Discriminação)
•• Unidade ou Totalidade

Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

LOA
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

www.acasadoconcurseiro.com.br 1515
Princípio da Universalidade
Lei nº 4.320/64:
Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.
[...]
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto
no artigo 2º.

LOA

Receitas Previstas Despesas Fixadas


(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700
Contribuições 50 Ministério da Educação (Adm. Direta)
Patrimoniais 50 Pessoal xxx
Operações de Crédito 100 Serviços de Terceiros xxx
Total “Dinheiro previsto” 900 Material de Consumo xxx
Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx
Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio da Periodicidade (Anualidade)

CRFB/88:
Art. 165, § 5º. A lei orçamentária anual compreenderá ...

Lei nº 4.320/64:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

1516 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio do Orçamento Bruto

Lei nº 4.320/64:
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 TTC 350
Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio da Publicidade

Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto


pelo caput do art. 37 da Magna Carta de 1988.
Nota do Professor:
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser publicadas
em meio oficial de comunicação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1517
Equilíbrio

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Obras e Instalações 200
Total “Cartão de Crédito” 1.100

Princípio da Não Afetação de Receitas

CRFB/88:
Art. 167. São vedados:
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
Art. 167, § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se
referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para
a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 TTC 350
Total “Cartão de Crédito” 900

1518 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

Princípio da Especificação

Lei nº 4.320/64:
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente
a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras,
ressalvado ...

LOA

Receitas Previstas Despesas Fixadas


(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700
Contribuições 50 Ministério da Educação (Adm. Direta)
Patrimoniais 50 Pessoal xxx
Operações de Crédito 100 Serviços de Terceiros xxx
Total “Dinheiro previsto” 900 Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Material de Consumo xxx
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Reserva de Contingência 20
Total “Cartão de Crédito” 900

Reserva de Contingência

Conceito
Dotação global, genérica, destinada a quitar passivos contingentes, tais como:
Demanda Judicial de uma Empresa Estatal Dependente;
Calamidade Pública.
Serve também para cobrir riscos orçamentários, isto é, risco de erro de planejamento
orçamentário quando utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais
suplementares e especiais.
Art. 5º da LRF:
A LOA conterá RESERVA DE CONTINGÊNCIA cujo montante será calculado na LDO (no Anexo de
Riscos Fiscais)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1519
Princípio da Unidade
CRFB/88:
Art. 165, § 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
•• Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.

Princípio da Exclusividade
CRFB/88:
Art. 165, § 8º – A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.

LOA
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares, até o limite de trinta
por cento do total da despesa fixada nesta Lei, para transposição, remanejamento ou transferência
de recursos, criando, se necessário, fontes de recursos, modalidades de aplicação, elementos
de despesa e subtítulos, com a finalidade de suprir insuficiências dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social, respeitadas as prescrições constitucionais e os termos da Lei Federal n° 4.320, 17
de março de 1964, em seu artigo 43, § 1º incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 4º”.
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a contrair financiamentos com agências nacionais e
internacionais oficiais de crédito para aplicação em investimentos previstos nesta Lei, bem como
a oferecer as contragarantias necessárias à obtenção de garantia do Tesouro Nacional para a
realização destes financiamentos”.

1520 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a realizar operações de crédito por antecipação de
receita, com a finalidade de manter o equilíbrio orçamentário-financeiro do Município, observados
os preceitos legais aplicáveis à matéria”.

Nota do Professor
A LOA do último ano de mandato não poderá conter essa autorização. (conforme art.
38 da LRF).

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Operações de Crédito 200 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Obras e Instalações 200
Total “Cartão de Crédito” 1.100

Operações de Crédito
OPERAÇÕES DE CRÉDITO = EMPRÉSTIMOS/FINANCIAMENTOS
(DÍVIDA FUNDADA)
Longo prazo, em regra.
Prazo de Amortização superior a 12 meses, em regra.
Finalidade: cobrir gasto orçamentário
(Despesa de Capital, em regra)
Art. 98 da Lei nº 4.320/64 e Art. 29 (I, III e §3º) da LRF

www.acasadoconcurseiro.com.br 1521
ARO
OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA (ARO)*
(Débito de Tesouraria)
(DÍVIDA FLUTUANTE)
Curto prazo (de 10/01 a 10/12)
Finalidade: cobrir insuficiência de caixa
Art. 92 da Lei nº 4.320/64 e Art. 38 da LRF
*VEDADA no último ano de MANDATO*.

Princípios Orçamentários, de acordo com o MCASP


Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN – Parte I – Procedimentos Contábeis
Orçamentários:

Princípios Orçamentários
De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN/SOF:
•• Unidade ou Totalidade;
•• Universalidade;
•• Anualidade ou Periodicidade;
•• Exclusividade;
•• Orçamento Bruto;
•• Legalidade;
•• Publicidade;
•• Transparência;
•• Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos.

Unidade ou Totalidade
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
* Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.

1522 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

Universalidade
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, recepcionado e
normatizado pelo § 5º do art. 165 da CF, determina que a LOA de cada ente federado deverá
conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgão, entidades, fundos, e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.

Anualidade ou Periodicidade
Estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964, delimita o exercício
financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das
despesas registradas na LOA irão se referir.
Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320, de 1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil e,
por isso, será de 1º de janeiro até 31 de dezembro de cada ano.

Exclusividade
Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual
não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se
dessa proibição a autorização para abertura de créditos adicionais e a contratação de operações
de crédito, nos termos da lei.

Orçamento Bruto
Previsto pelo art. 6o da Lei nº 4.320, de 1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA
pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.

Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

www.acasadoconcurseiro.com.br 1523
Publicidade
Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto pelo
caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento
ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas.

Nota do Professor
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser
publicadas em meio oficial de comunicação.

Transparência
Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49
da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar
o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução
orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a
arrecadação da receita e a execução da despesa.

Nota do Professor
A LRF determina que as informações acima deve ser disponibilizadas, para a sociedade,
em meio eletrônico de divulgação (internet).

Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos


Estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF/88, veda vinculação da receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria Constituição Federal, in verbis:
“Art. 167. São vedados:
[...]
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §8o, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
[...]
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta”.

1524 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do


produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Fundos
de Participação dos Municípios (FPM) e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste) à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do
oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1525
Direito Financeiro
Aula XX

CRÉDITOS ADICIONAIS

Conteúdo da Aula

• Créditos Adicionais.

Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Lei nº 4.320/64:

Art. 40. São créditos adicionais as


autorizações de despesas não
computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento.

Nota do Professor:

Os créditos adicionais têm como


finalidade retificar, modificar, a LOA
durante sua execução. 2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1527
Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Lei nº 4.320/64:
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional
indicará a importância, a espécie do mesmo
e a classificação da despesa, até onde for
possível.

Nota do Professor:

Tendo em vista que modificam o orçamento


público em vigor, todos os créditos
adicionais são abertos com a indicação do
valor monetário, cumprindo, assim, o art.
167, VII da CRFB/88, que dispõe:
3

Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

CRFB/88:

Art. 167. São vedados:

[...]

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

1528 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Lei nº 4.320/64:

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional


indicará a importância, a espécie do
mesmo e a classificação da despesa, até
onde for possível.

Nota do Professor:
São três espécies de créditos adicionais :
a) suplementares;
b) especiais;
c) extraordinários.
5

Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Suplementares
Finalidade: reforçar uma dotação.

Especiais
Finalidade: criar uma nova dotação.

Extraordinários
Finalidade: atendimento de despesas
imprevisíveis e urgentes.
6

www.acasadoconcurseiro.com.br 1529
Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Suplementares
Finalidade: reforçar uma dotação.

Lei nº 4.320/64:

Art. 41
[...]
I - suplementares, os destinados a
reforço de dotação orçamentária;
7

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

1530 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)
crédito adicional suplementar + 30
Tributárias 700 Pessoal 600

Contribuições 150 Serviços de terceiros 200

Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” xxx

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)
crédito adicional suplementar
Tributárias 700 Pessoal 630

Contribuições 150 Serviços de terceiros 200

Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” xxx

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1531
Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Especiais
Finalidade: criar uma nova dotação.

Lei nº 4.320/64:

Art. 41
[...]
II - especiais, os destinados a
despesas para as quais não haja
dotação orçamentária específica;
11

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Crédito Adicional Especial/
Equip. e Mat. Permanentes 40

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” xxx

12

1532 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Créditos Adicionais
Extraordinários
Finalidade: atendimento de despesas
imprevisíveis e urgentes.

CRFB/88:
Art. 167
[...]
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário
somente será admitida para atender a
despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública, observado o disposto
no art. 62.
13

Créditos Adicionais
Dependem de prévia autorização
legislativa:

Suplementares (autorização na própria LOA ou


em lei específica)
Finalidade: reforçar uma dotação.

Especiais (autorização em lei específica)


Finalidade: criar uma nova dotação.

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1533
Créditos Adicionais
• LOA:
(Exemplo)
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir
créditos suplementares, até o limite de trinta
por cento do total da despesa fixada nesta Lei,
para transposição, remanejamento ou
transferência de recursos, criando, se necessário,
fontes de recursos, modalidades de aplicação,
elementos de despesa e subtítulos, com a
finalidade de suprir insuficiências dos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social, respeitadas as
prescrições constitucionais e os termos da Lei
Federal n° 4.320, 17 de março de 1964, em seu
artigo 43, § 1º incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 4º”.
15

Créditos Adicionais
São abertos por DECRETO EXECUTIVO:
(após a prévia autorização legislativa)

Suplementares
Finalidade: reforçar uma dotação.

Especiais
Finalidade: criar uma nova dotação.

Lei nº 4.320/64:
Art. 42. Os créditos suplementares e
especiais serão autorizados por lei e
abertos por decreto executivo.
16

1534 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Créditos Adicionais
Obs.: O Crédito Adicional Extraordinário é, em regra, aberto por
Decreto do Poder Executivo que dará imediato conhecimento ao
Poder Legislativo (Art. 44 da Lei nº 4.320/64)

Na União é aberto por MEDIDA PROVISÓRIA (Art. 167, § 3º da


CRFB/88)

Extraordinário
Finalidade: atendimento de despesas imprevisíveis e urgentes.

18

Créditos Adicionais

Lei nº 4.320/64:
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder
Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Nota do Professor:
Forma de abertura muito utilizada nos Estados, Distrito Federal e
Municípios.

Na União, é aberto por Medida Provisória, conforme art. 167, 3º e art.


62 da CRFB.
19

www.acasadoconcurseiro.com.br 1535
Créditos Adicionais

CRFB/88:

Art. 167
[...]
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente
será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

20

Créditos Adicionais
CRFB/88:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I - relativa a:

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos


adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
21

1536 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Créditos Adicionais
Dependem de indicação da fonte de recursos:

Suplementares
Finalidade: reforçar uma dotação.

Especiais
Finalidade: criar uma nova dotação.

22

Créditos Adicionais
Obs.: O Crédito Adicional Extraordinário não
depende de indicação da fonte de recursos.

Extraordinário
Finalidade: atendimento de despesas imprevisíveis e urgentes.

23

www.acasadoconcurseiro.com.br 1537
Créditos Adicionais
Podem ser reabertos no próximo exercício
financeiro:

Especiais
Finalidade: criar uma nova dotação.

Extraordinários
Finalidade: atendimento de despesas imprevisíveis e urgentes.

Obs.: desde que o ato de autorização tenha


sido promulgado nos últimos 4 meses do
exercício financeiro (set, out, nov e dez).
(Art. 167, § 2º da CF/88)
24

Créditos Adicionais

CRFB/88:

Art. 167
[...]
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

25

1538 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT)


Envio (do Executivo para o Legislativo)

Até 4 meses antes do encerramento do exercício


LOA financeiro (até 31/08) .

1º jan I----------------------I---------------------I 31/12


31/08

26

Créditos Adicionais
Obs.: O Crédito Adicional Suplementar
nunca poderá ser reaberto no próximo
exercício financeiro.

Suplementar
Finalidade: reforçar uma dotação.

27

www.acasadoconcurseiro.com.br 1539
Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Lei nº 4.320/64:

Art. 43. A abertura dos créditos


suplementares e especiais depende da
existência de recursos disponíveis para
ocorrer à despesa e será precedida de
exposição justificativa.

28

Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais


suplementares e especiais
Art. 43, § 1º, da Lei nº 4.320/64:
I –Superávit FINANCEIRO apurado no Balanço PATRIMONIAL do
exercício anterior.
(Ver Art. 43, § 1º, I e 43,§ 2º da Lei nº 4.320/64)

II – Excesso de Arrecadação.
(Ver Art. 43, § 1º, II e 43,§§ 3º e 4º da Lei nº 4.320/64)

III – ANULAÇÃO parcial ou total de DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ou


de CRÉDITOS ADICIONAIS (inclusive RESERVA DE CONTINGÊNCIA)
IV – Operações de Crédito (Empréstimos; Financiamentos)

29

1540 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais


suplementares e especiais
Art. 43, § 1º, da Lei nº 4.320/64:

FINANCEIRO apurado no Balanço PATRIMONIAL do


I – Superávit
exercício anterior.
(Ver Art. 43, § 1º, I e 43,§ 2º da Lei nº 4.320/64)

Nota do Professor:
É a diferença positiva entre o Ativo Financeiro (dinheiro) e o Passivo
Financeiro (Dívida Flutuante, obrigações de curto prazo, em regra).

É uma sobra de dinheiro em relação às obrigações flutuantes a pagar.


Significa dinheiro descomprometido com obrigações. “Dinheiro
sobrando”.
30

Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)

Lei nº 4.320/64:

Art. 43, §2º. Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo
financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos
adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

31

www.acasadoconcurseiro.com.br 1541
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): 140 Passivo Financeiro (PF): 100
(Dívida Flutuante)

Bancos 140 Restos a Pagar 50


Cauções a Devolver 20
Consignações a Recolher 30
SF = AF (-) PF
SF = 140 (-) 100
SF = 40 --------------------- (dinheiro descomprometido)

32

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Crédito Adicional Especial/
Equip. e Mat. Permanentes 40
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 940
33

1542 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais


suplementares e especiais
CUIDADO!

Incorreto:

I – Superávit PATRIMONIAL apurado no Balanço FINANCEIRO do exercício


anterior.
(Ver Art. 43, § 1º, I e 43,§ 2º da Lei nº 4.320/64)

34

Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais


suplementares e especiais
II – Excesso de Arrecadação.
(Ver Art. 43, § 1º, II e 43,§ 4º da Lei nº 4.320/64)

Nota do Professor:
Significa que está entrando mais dinheiro do que estava previsto.

Tendo em vista que o orçamento público é aprovado de maneira


equilibrada, é justo que se o valor previsto de arrecadação está sendo
superado o Estado possa utilizar esse recurso a mais para
atendimento das necessidades da sociedade, por meio da abertura de
créditos adicionais suplementares e especiais.

35

www.acasadoconcurseiro.com.br 1543
Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)
Lei nº 4.320/64:

Art. 43, § 3º. Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste art., o saldo
positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a
realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Art. 43, § 4º. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de
arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no
exercício.

36

Créditos Adicionais
(Arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320/64)
Lei nº 4.320/64:

Art. 43, § 3º. Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste art., o saldo
positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a
realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Art. 43, § 4º. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de
arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no
exercício.

36

1544 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais


suplementares e especiais

III – ANULAÇÃO parcial ou total de DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS


ou de CRÉDITOS ADICIONAIS (inclusive RESERVA DE
CONTINGÊNCIA)

Nota do Professor:
O montante total autorizado não será modificado, tendo em
vista que as alterações ocorrerão “por dentro”, isto é, uma
dotação será parcialmente ou totalmente anulada para fazer face
ao aumento ou criação de outra dotação orçamentária.

37

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
(40)
Crédito Adicional Especial/
Equip. e Mat. Permanentes 40
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900
38

www.acasadoconcurseiro.com.br 1545
Fonte de Recurso: Reserva de Contingência
MCASP – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN
– Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários:
A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no artigo 91
do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a
ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o
atendimento ao disposto no artigo 5º, inciso III, da Lei Complementar nº 101, de 2000, sob
coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de
todas as esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às
classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a
codificação da ação e o respectivo detalhamento.

39

Fontes de recursos para abertura de créditos adicionais


suplementares e especiais
Art. 43, § 1º, da Lei nº 4.320/64:
IV – Operações de Crédito (Empréstimos; Financiamentos)

Nota do Professor:
São empréstimos (Dívida Fundada. Dívida de longo prazo, em regra)
contraídos para fazer face a novas despesas, isto é, à criação de novas
despesas (créditos adicionais especiais) ou ao reforço de dotações
(créditos adicionais suplementares).
Fonte de recurso para financiar despesas de capital, em regra. Se for
para financiar despesas correntes deverá ser aprovado pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta, conforme art. 167, III, da CRFB/88.
40

1546 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

41

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Operações de Crédito Adicional Especial/


Crédito 40 Equip. e Mat. Permanentes 40

Total “Dinheiro previsto” 940 Total “Cartão de Crédito” 940


42

www.acasadoconcurseiro.com.br 1547
LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material Permanente 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

43

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50
crédito adicional suplementar + 40
Operações de
Material Permanente 100
Crédito 40
Total “Cartão de Crédito” 940
Total “Dinheiro previsto” 940
44

1548 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50

Operações de
Crédito 40 Material Permanente 140

Total “Dinheiro previsto” 940 Total “Cartão de Crédito” 940


45

5ª Fonte de Recursos, conforme a CRFB/1988

CRFB/88:

Art. 166, § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto,


emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,
ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

46

www.acasadoconcurseiro.com.br 1549
Projeto de LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

47

Projeto de LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
(100)
Emenda Parlamentar
Transf. p/ Municípios comprarem
Ambulâncias 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900
48

1550 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Créditos Adicionais – Prof. Fábio Furtado

Projeto de LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Serviços de terceiros 200
Contribuições 150 VETADA
Emenda Parlamentar
Transf. p/ Municípios comprarem
Patrimoniais 50 Ambulâncias 100*
Total “Cartão de Crédito” 800*
* Ficou um diferença de 100, em
Total “Dinheiro previsto” 900* virtude do veto.
49

5ª Fonte de Recursos, conforme a CRFB/1988

Art. 166, §8º, da CRFB/88:

Nota do Professor:
A diferença de 100, ocorrida em razão do veto do Poder Executivo à
emenda parlamentar, poderá ser utilizada como fonte de recursos para
a abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais, com
prévia e específica autorização legislativa.

O valor de 100 é um exemplo de recurso que, em decorrência de veto,


emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficou sem
despesas correspondentes.

50

www.acasadoconcurseiro.com.br 1551
Direito Financeiro
Aula XX

RECEITAS PÚBLICAS

Conteúdo  da  Aula  


 
•  Receitas  Públicas  –  Conceitos  e  Classificações.  
 

 
 

RECEITAS PÚBLICAS
Classificação quanto
ao Ingresso

RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


(Ingressos Extraorçamentários)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1553
RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
(Ingressos Extraorçamentários)

-Cauções recebidas em dinheiro

-Retenções na Fonte

-Consignações em Folha de Pagamento

- Inscrição de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Operações de Crédito por Antecipação de Receita


(ARO; Débitos de Tesouraria)

-Salários Não-Reclamados

-Depósitos Judiciais

-Serviços da Dívida a Pagar


(“RP da Dívida Pública”)

RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
(Ingressos Extraorçamentários)

-Cauções recebidas em dinheiro

-Retenções na Fonte

-Consignações em Folha de Pagamento

- Inscrição de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Operações de Crédito por Antecipação de Receita


(ARO; Débitos de Tesouraria)

-Salários Não-Reclamados

-Depósitos Judiciais

-Serviços da Dívida a Pagar


(“RP da Dívida Pública”)
4

1554 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Cauções Recebidas em dinheiro

Exemplo:  
 
EMPRESA  X  
 
R$  120.000,00  (contrato  de  12  meses)  
                     X          3%  
 R$          3.600,00  
           
                                               C/C  DO  ÓRGÃO  PÚBLICO  

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      3.600,00   Cauções  a  Devolver        3.600,00  
   
   
SF  =  AF  (-­‐)  PF    
SF  =  3.600  (-­‐)  3.600   (dinheiro  em  caráter  temporário)  
SF  =  0    

www.acasadoconcurseiro.com.br 1555
RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
(Ingressos Extraorçamentários)

-Cauções recebidas em dinheiro

-Retenções na Fonte

-Consignações em Folha de Pagamento

- Inscrição de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Operações de Crédito por Antecipação de Receita


(ARO; Débitos de Tesouraria)

-Salários Não-Reclamados

-Depósitos Judiciais

-Serviços da Dívida a Pagar


(“RP da Dívida Pública”)
7

Retenções e Consignações na Fonte

Folha de Pagamento de Agosto/xxxx


Data do Pagamento da Folha: 31/08/xxxx

  R$  
Valor  Bruto   700.000,00  
   

Retenção  de  IR   (200.000,00)  


Consignações:   (200.000,00)  
     -­‐  Previdência    
     -­‐  Plano  de  Saúde   __________  
   

Valor  Líquido   300.000,00  


 
8

1556 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos              700   Salários  a  Pagar                300  
  Retenções  a  Recolher                    200  
Consignações  a  Recolher        200  
 

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                      700   Salários  a  Pagar                300  
(300)   Retenções  a  Recolher                    200  
   400   Consignações  a  Recolher        200  
   
   
SF  =  AF  (-­‐)  PF    
SF  =  400  (-­‐)  400   (dinheiro  em  caráter  temporário)  
SF  =  0    

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1557
RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
(Ingressos Extraorçamentários)

-Cauções recebidas em dinheiro

-Retenções na Fonte

-Consignações em Folha de Pagamento

- Inscrição de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Operações de Crédito por Antecipação de Receita


(ARO; Débitos de Tesouraria)

-Salários Não-Reclamados

-Depósitos Judiciais

-Serviços da Dívida a Pagar


(“RP da Dívida Pública”)
11

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      5.000,00   Fornecedores      5.000,00  
 

12

1558 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Balanço Patrimonial 31/12/x


ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                  5.000,00   Fornecedores                  5.000,00  
(4.000,00)                              (4.000,00)  
   1.000,00   Restos  a  Pagar                  1.000,00  
   
   
SF  =  AF  (-­‐)  PF    
SF  =  1.000  (-­‐)  1.000     (dinheiro  em  caráter  temporário)  
SF  =  0    

13

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1559
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
15

Receitas Correntes / Tributárias


Impostos;  
 
Taxas;  
 
Contribuições  de  Melhoria.  
 

16

1560 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
17

Receitas Correntes /
Contribuições
 CONTRIBUIÇÕES  SOCIAIS    
  CONTRIBUIÇÕES   DE   INTERVENÇÃO   NO  
DOMÍNIO  ECONÔMICO  
  CONTRIBUIÇÃO   DE   INTERESSE   DAS  
CATEGORIAS  PROFISSIONAIS  OU  ECONÔMICAS    
 CONTRIBUIÇÃO  DE  ILUMINAÇÃO  PÚBLICA  
 

18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1561
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
19

Receitas Correntes /
Patrimoniais
Aluguéis;  Dividendos;  
 
Juros  ou  Rendimentos  de  Aplicações  Financeiras;  
 
Arrendamentos;  
 
Receitas  de  Concessões  /  Permissões;  
 
Foros;  Laudêmios  

20

1562 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
21

Receitas Correntes / Agropecuárias


 
Decorrem     da     exploração     econômica,     por     parte     do     ente    
público,    de    a6vidades  agropecuárias,  tais  como  a  venda  de  
produtos:   agrícolas   (grãos,   tecnologias,   insumos   etc.);    
pecuários    (sêmens,    técnicas    em    inseminação,    matrizes    
etc.);    para  reflorestamentos  e  etc.    

22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1563
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
23

Receitas Correntes / Industriais

 
São     receitas    originárias,    provenientes    das    a0vidades  
industriais    exercidas    pelo    ente    público.    Encontram-­‐se    
nessa     classificação     receitas   provenientes   de   a0vidades  
econômicas,  tais  como:  da  indústria  extra-va  mineral;  da  
indústria  de  transformação;  da  indústria  de  construção;  e  
outras  receitas  industriais  de  u-lidade  pública.  

24

1564 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
25

Receitas Correntes / Serviços

São   receitas     decorrentes     das     a,vidades    


econômicas     na     prestação     de   serviços   por    
parte    do    ente    público,    tais    como:    comércio,    
transporte,    comunicação,  serviços  hospitalares,  
armazenagem,   serviços   recrea8vos,   culturais,  
etc.   Tais   serviços   são     remunerados     mediante    
preço    público,    também    chamado    de    tarifa.    
Exemplos     de   naturezas     orçamentárias     de    
receita     dessa     origem     são     os     seguintes:    
Serviços   Comerciais;   Serviços   de   Transporte;  
Serviços  Portuários  etc.    

26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1565
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
27

Receitas Correntes / Transferências


 
Daqui  a  pouco  veremos  Transferências  Correntes  
e  Transferências  de  Capital.  
 
Até   para   podermos   verificar   a   diferença   entre  
essas  duas  espécies  de  TRANSFERÊNCIAS.  
 
O   exemplo   que   trabalharemos   mais   adiante  
servirá  de  base  para  estudarmos  as  receitas  com  
transferências  correntes  e  de  capital,  bem  como  
a s   d e s p e s a s   c o m   e s s a s   e s p é c i e s   d e  
transferências.  

28

1566 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens


- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
29

Receitas Correntes / ORC

Recebimento  ou  Cobrança  da  Dívida  A5va;  


 
Multas;    
 
Juros  de  Mora;  
 
Indenizações  /  Res5tuições  

30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1567
Recebimento ou Cobrança da Dívida
Ativa
Exemplo:  
 

Contribuinte  X  
 
IPTU:  R$  1.000,00  
 
Vencimento:  31/03/2004  
 

31

1ª situação: 10/03/2004

R$ 1.000,00 IPTU RC/ Tributária

32

1568 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

2ª situação: 30/06/2004

R$ 1.000,00 IPTU RC/ Tributária

R$ 200,00 Multa e Juros de Mora RC/ ORC


R$ 1.200,00

33

3ª situação: 01/04/2007

R$ 1.000,00 Dívida Ativa RC/ ORC


R$ 500,00 Multa e Juros de Mora RC/ ORC
R$ 1.500,00

34

www.acasadoconcurseiro.com.br 1569
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens


- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
35

Balanço Patrimonial (Operações de


Crédito)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos            1  bilhão    
   
A'vo  Permanente(AP):   Passivo  Permanente(PP):  
  (Dívida  Fundada/Consolidada)  
Operações  de  Crédito      1  bilhão  
(Emprés<mos  a  Pagar)  
 
 
36

1570 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
37

Balanço Patrimonial (Alienação


de Bens)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos            300  milhões    
   
A'vo  Permanente(AP):   Passivo  Permanente(PP):  
  (Dívida  Fundada/Consolidada)  
Imóveis          300  milhões  
 
 

38

www.acasadoconcurseiro.com.br 1571
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens


- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
39

Balanço Patrimonial (Concessão de


Empréstimo)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos            100  milhões    
   
A'vo  Permanente(AP):   Passivo  Permanente(PP):  
  (Dívida  Fundada/Consolidada)  
Emprés'mos  a  Receber              
       100  milhões    
   
 
40

1572 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Balanço Patrimonial (Amortização de


Empréstimo)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos            100  milhões    
   
A'vo  Permanente(AP):   Passivo  Permanente(PP):  
  (Dívida  Fundada/Consolidada)  
Emprés'mos  a  Receber              
       100  milhões  
 

41

Para fixar para prova:

Operações  de  Crédito  =  Receita  de  CAPITAL  


(Pegar  emprestado  o  CAPITAL  principal)  
 
 
Amor4zação  da  Dívida  Pública  =  Despesas  de  CAPITAL  
(Devolver  o  CAPITAL  principal)    
 
 
“Juros” da  Dívida  Pública    =  Despesas  “Correntes”  

42

www.acasadoconcurseiro.com.br 1573
Para fixar para prova:
Concessão   de   Emprés/mos   =   Despesas   de  
CAPITAL/Inversões  Financeiras)  
(Emprestar  o  CAPITAL  principal)    
 
Receita   com   Amor+zação   de   Emprés+mos  
anteriormente   concedidos   =   Receita   de  
CAPITAL  
(Receber  de  volta  o  CAPITAL  principal)    
 
Receita   com   “Juros ” associados   a   esse  
Emprés/mo  concedido  =  Receitas  “Correntes”  
  43

Para fixar para prova:

Operações   de   Crédito     por   ANTECIPAÇÃO   DE   RECEITA  


ORÇAMENTÁRIA  =  Receita  Extraorçamentária  
 
 
Amor=zação,  Resgate,  Liquidação,  Pagamento    de  ARO  =  
Despesa  Extraorçamentária  
 
 
“Juros” decorrentes  desta  ARO  =  Despesas  “Correntes”  

44

1574 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito
- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens
- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos
(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
45

Transferências
TRANSFERÊNCIAS  CORRENTES:  
 
Exemplo:  
 
Foi   firmado   um   convênio   entre   a   União   e   um  
determinado   município   para   aquisição   de  
medicamentos  para  a  rede  pública  municipal.  A  
União   repassará   ao   município   um   valor   de   R$  
1.000.000,00   para   a   realização   dessa   compra  
(despesa   corrente/custeio)   ou   (despesa  
corrente/outras   despesas   correntes/aplicações  
diretas/material   de   consumo/   drogas   e  
medicamentos  =  c.g.mm.ee.dd  =  3.3.90.30.xx).  
 
 
  46
 

   

www.acasadoconcurseiro.com.br 1575
Transferências
TRANSFERÊNCIAS  CORRENTES:  
 

Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   despesa  
corrente/transferência  corrente.  
 

Para   o   município,   que   recebeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   receita  
corrente/transferência  corrente.  
 

Vale   ressaltar   que   este   é   o   momento   1,   isto   é,   o  


momento  em  que  são  realizadas  as  transferências.  
O   momento   2   será   quando   o   município   começar   a  
executar   o   objeto   do   convênio,   ou   seja,   realizar   a  
aquisição  dos  medicamentos.  
  47

Transferências
TRANSFERÊNCIAS  DE  CAPITAL:  
 
Exemplo:  
 
Foi   firmado   um   convênio   entre   a   União   e   um  
determinado   município   para     a   construção   de  
um   estádio   de   futebol.   A   União   repassará   ao  
município   um   valor   de   R$   100.000.000,00   para  
a   realização   dessa   obra   (despesa   de   capital/
invesEmentos)   ou   (despesa   de   capital/
invesEmentos/aplicações   diretas/obras   e  
instalações  =  c.g.mm.ee.dd  =  4.4.90.51.xx).  
 

   
48

1576 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Transferências
TRANSFERÊNCIAS  DE  CAPITAL:  
 

Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de  


recursos  (R$  100.000.000,00),  esta  é  uma  despesa  
de  capital/transferência  de  capital.  
 

Para  o  município,  que  recebeu  a  transferência  de  


recursos   (R$   100.000.000,00),   esta   é   uma   receita  
de  capital/transferência  de  capital.  
 

Vale   ressaltar   que   este   é   o   momento   1,   isto   é,   o  


momento  em  que  são  realizadas  as  transferências.  
O  momento  2  será  quando  o  município  começar  a  
executar   o   objeto   do   convênio,   ou   seja,   realizar   a  
obra  de  construção  do  estádio  de  futebol.  
  49

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
50

www.acasadoconcurseiro.com.br 1577
LOA (Superávit do Orçamento
Corrente)
Receitas  Previstas   Despesas  Fixadas  
 
 
(Créditos  Orçamentários)  
 

Tributárias                              700   Pessoal                                                        600  


Contribuições                  150   Serviços  de  Terceiros        200  
Patrimoniais                          50    
Total  “RC”                    900   Total      “DC”                        800  
Total  “Dinheiro  previsto” 900  
 

Aquisição  de  Imóveis      100  


SOC                            =                    100    
 
Total      “DK”                        100  
 

Total “Cartão de Crédito” 900


51

SLIDES PARA LEITURA


Receita,  de  acordo  com  o  MCASP  –  Manual  
de  Contabilidade  Aplicada  ao  Setor  Público,  
da  STN  –  Parte  I  –  Procedimentos  Contábeis  
Orçamentários:  

52

1578 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Receita Orçamentária
O     orçamento     é     um     importante     instrumento     de    
planejamento     de     qualquer     en4dade,   seja     pública   ou   privada,  
e   representa   o   fluxo   previsto   de   ingressos   e   de   aplicações   de  
recursos  em  determinado  período.    
     
A   matéria   per4nente   a   receita   vem   disciplinada   no   art.   3º,  
conjugado  com  o  art.  57,  e  no  at.  35  da  Lei  nº  4.320/64.  

53

Receita Orçamentária
“Art.     3º     A     Lei     de     Orçamentos     compreenderá     todas     as     receitas,  
inclusive  as  de  operações  de  crédito  autorizadas  em  lei.    
Parágrafo    único.    Não    se    consideram    para    os    fins    deste    arDgo    as    
operações    de    credito    por    antecipação    da    receita,    as    emissões    de  
papel-­‐moeda     e     outras     entradas     compensatórias,     no     aDvo     e    
passivo    financeiros  .    
[...]    
Art.  57.  Ressalvado  o  disposto  no  parágrafo  único  do  arDgo  3º  desta  
lei    serão    classificadas    como    receita    orçamentária,    sob    as    rubricas  
próprias,  todas  as  receitas  arrecadadas,  inclusive  as  provenientes  de  
operações  de  crédito,  ainda  que  não  previstas  no  Orçamento”.    
 
54
 

www.acasadoconcurseiro.com.br 1579
Receita Orçamentária
       Lei  nº  4.320/64:  
 
 “  Art.  35*.  Pertencem  ao  exercício  financeiro:    
 I  -­‐  as  receitas  nele  arrecadadas;    
 II  -­‐  as  despesas  nele  legalmente  empenhadas.”    
 
 Nota  do  Professor:  
 *  É  o  denominado  Regime  Orçamentário  Misto:  
 

 Para  receitas,  regime  orçamentário  de  caixa;  


 Para  despesas,  regime  orçamentário  de  competência.  
 
 Atenção:  é  diferente  de  Regime  Contábil.  
55

Receita Orçamentária
Para  fins  contábeis,  quanto  ao  impacto  na  situação  líquida  patrimonial,  
a  receita  pode  ser  “efe3va”  ou  “não  efe3va”:    
 

Receita     Orçamentária     Efe:va     –     aquela     que,     no     momento     do    


reconhecimento    do  crédito,    aumenta    a    situação    líquida    patrimonial  
da    en3dade.    Cons3tui    fato    contábil  modifica3vo  aumenta3vo.      
 

Receita     Orçamentária     Não     Efe:va     –     aquela     que     não     altera     a    


situação     líquida   patrimonial   no     momento     do     reconhecimento     do    
crédito     e,     por     isso,     cons3tui     fato   contábil   permuta3vo,   como   é   o   caso  
das  operações  de  crédito.    
   

56

1580 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Receitas
Em    sen$do    amplo,    os    ingressos    de    recursos    financeiros    nos    
cofres    do    Estado  denominam-­‐se    Receitas    Públicas,    registradas    
como     Receitas     Orçamentárias,     quando   representam    
disponibilidades     de     recursos     financeiros     para     o     erário,     ou    
Ingressos   Extraorçamentários,   quando   representam   apenas  
entradas  compensatórias.    
 
Em   sen$do   estrito,   chamam-­‐se   públicas   apenas   as   receitas  
orçamentárias.  
 
o  MCASP  adota    a    definição    no    sen$do    estrito;    dessa    forma,    
quando     houver     citação     ao     termo   “Receita   Pública”,   implica  
referência  às  “Receitas  Orçamentárias”.    
57

Ingressos Extraorçamentários
INGRESSOS  EXTRAORÇAMENTÁRIOS    
   
São    recursos    financeiros    de    caráter    temporário    e    não    integram    a    
Lei     Orçamentária   Anual.     O     Estado     é     mero     depositário     desses    
recursos,    que    cons6tuem    passivos  exigíveis    e    cujas    res6tuições    
não    se    sujeitam    à    autorização    legisla6va.      
   
Exemplos:  Depósitos    em    caução,    Fianças,    Operações    de    Crédito    
por    Antecipação    de    Receita  Orçamentária  –  ARO,  Emissão  de  moeda  
e  outras  entradas  compensatórias  no  a6vo  e  passivo  financeiros.    

58

www.acasadoconcurseiro.com.br 1581
Receitas Orçamentárias
RECEITAS  ORÇAMENTÁRIAS    
 
São     disponibilidades     de     recursos     financeiros     que     ingressam    
durante     o     exercício   orçamentário     e     cons8tuem     elemento     novo    
para     o     patrimônio     público.     Instrumento   por     meio     do     qual     se    
viabiliza     a     execução     das     polí;cas     públicas,     as     receitas  
orçamentárias    são    fontes    de    recursos    u8lizadas    pelo    Estado    em    
programas    e    ações  cuja  finalidade  precípua  é  atender  às  necessidades  
públicas  e  demandas  da  sociedade.    
 

59

Receitas Orçamentárias
RECEITAS  ORÇAMENTÁRIAS      
 
Essas    receitas    pertencem    ao    Estado,    transitam    pelo    patrimônio    do    Poder    Público,  
aumentam-­‐lhe    o    saldo    financeiro,    e,    via    de    regra,    por    força    do    Princípio  Orçamentário  
da  Universalidade,  estão  previstas  na  Lei  Orçamentária  Anual  –  LOA.      
 
Nesse     contexto,     embora     haja     obrigatoriedade     de     a     LOA     registrar     a     previsão     de  
arrecadação,  a  mera  ausência  formal  do  registro  dessa  previsão,  no  citado  documento  legal,  
não  lhes  reEram  o  caráter  de  orçamentárias,  haja  vista  o  art.  57  da  Lei  nº  4.320,  de    1964,    
determinar     classificar-­‐se     como     Receita     Orçamentária     toda     receita   arrecadada     que    
porventura    represente    ingressos    financeiros    orçamentários,    inclusive  se    provenientes    de    
operações    de    crédito,    exceto:    operações    de    crédito    por  antecipação    de    receita    –    ARO,    
emissões     de     papel     moeda     e     outras     entradas   compensatórias   no   aEvo   e   passivo  
financeiros.    

60

1582 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Quanto à coercitividade:
OBSERVAÇÃO:      
   
A   doutrina   classifica   as   receitas   públicas,   quanto   à   procedência*,   em    
Originárias  e  Derivadas.    
 
Essa  classificação  possui  uso  acadêmico  e  não  é  norma>zada;  portanto,  
não  é  u>lizada  como  classificador  oficial  da  receita  pelo  Poder  Público.    
 
Nota  do  Professor:  
 
*  É  a  chamada,  pela  doutrina,  classificação  quanto  à  coerci>vidade.  
61

Quanto à coercitividade:
Receitas    públicas    Originárias,    segundo    a    doutrina,    seriam  aquelas    arrecadadas  por  
meio   da   exploração   de   a8vidades   econômicas   pela     Administração   Pública.    

 
Resultariam,  principalmente,    de    rendas    do    patrimônio    mobiliário    e    imobiliário    do    
Estado    (receita    de  aluguel),    de    preços    públicos  (tarifas),    de    prestação    de    serviços    
comerciais    e    de    venda  de    produtos  industriais  ou  agropecuários.      
 
Receitas   públicas   Derivadas,   segundo   a   doutrina,   seria   a   receita   ob8da   pelo   poder  
público  por  meio    da    soberania    estatal.    Decorreriam    de    imposição    cons8tucional    
ou    legal    e,    por    isso,  auferidas    de    forma    imposi8va,    como,    por    exemplo,    as    
receitas    tributárias    e    as    de  contribuições  especiais.  
   

62

www.acasadoconcurseiro.com.br 1583
Codificação da Receita

CLASSIFICAÇÃO  DA  RECEITA  ORÇAMENTÁRIA  POR  NATUREZA    


 
O  §  1º  do  art.  8º  da  Lei  nº  4.320/1964  define  que  os  itens  da  discriminação  da  receita,  
mencionados   no   art.   11   dessa   lei,   serão   idenBficados   por   números   de   código   decimal.  
Convencionou-­‐se  denominar  este  código  de  natureza  de  receita.      
 

63

Codificação da Receita
CLASSIFICAÇÃO  DA  RECEITA  ORÇAMENTÁRIA  POR  NATUREZA    
 
A    fim    de    possibilitar    iden1ficação    detalhada    dos  recursos    que    ingressam    nos    
cofres  públicos,    esta    classificação    é    formada    por    um    código    numérico    de    8    dígitos    
que    subdivide-­‐se    em    seis    níveis    –      
   
Categoria    Econômica,    Origem,    Espécie,    Rubrica,  Alínea  e  Subalínea:    C    O    E    R    AA    SS    
   

64

1584 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Codificação da Receita
Quando,     por     exemplo,     o     imposto     de     renda     pessoa     -sica     é     recolhido     dos   trabalhadores,    
aloca-­‐se    a    receita    pública    correspondente    na    Natureza    de    Receita  código  “1112.04.10”,  
segundo  esquema  abaixo:    
 

 
C   O   E   R   AA   SS  
 
  1   1   1   2   04   10  
 

Onde:    
1.  Categoria  Econômica:  Receitas  Correntes;  
1.  Origem:  Tributária;  
1.  Espécie:  Impostos;  
2.  Rubrica:  Impostos  sobre  o  Patrimônio  e  a  Renda;  
04.  Alínea:  Impostos  sobre  a  Renda  e  Proventos  de  qualquer  Natureza;  
10.    Subalínea:  Pessoas  Físicas  

   
65

Categoria Econômica da Receita


CATEGORIA  ECONÔMICA  DA  RECEITA    
 
Os    §§1º    e    2º    do    art.    11    da    Lei    nº    4.320,    de    1964,    classificam    as    Receitas  
Orçamentárias  em  “Receitas  Correntes” e  “Receitas  de  Capital”.    
 
A  codificação  correspondente  seria:    
 

CÓDIGO   CATEGORIA  ECONÔMICA  


1   Receitas  Correntes  
2   Receitas  de  Capital  

66

www.acasadoconcurseiro.com.br 1585
1. Receitas Correntes
Receitas    Orçamentárias    Correntes  são    arrecadadas    dentro    do    exercício    financeiro,    
aumentam    as    disponibilidades    financeiras    do    Estado,    em    geral    com    efeito    posi9vo    
sobre    o    Patrimônio    Líquido    e    cons9tuem    instrumento    para    financiar    os    obje9vos    
definidos     nos     programas     e     ações     orçamentários,     com     vistas     a     sa9sfazer    
finalidades    públicas.    
 
De    acordo    com    o    §1  º      do    art.    11    da    Lei    nº    4.320,    de    1964,    classificam-­‐se    como    
Correntes     as     receitas     provenientes     de     Tributos;     de     Contribuições;     da     exploração    
do     patrimônio     estatal     (Patrimonial);     da     exploração     de     a9vidades     econômicas    
(Agropecuária,   Industrial   e   de   Serviços);   de   recursos   financeiros   recebidos   de   outras    
pessoas    de    direito    público    ou    privado,    quando    des9nadas    a    atender    despesas    
classificáveis    em    Despesas    Correntes    (Transferências    Correntes);    por    fim,    demais  
receitas  que  não  se  enquadram  nos  itens  anteriores  (Outras  Receitas  Correntes).    

67

2. Receitas de Capital
Receitas  Orçamentárias  de  Capital  também  aumentam  as  disponibilidades  financeiras  
do     Estado     e     são     instrumentos     de     financiamento     dos     programas     e     ações  
orçamentários,  a  fim  de  se  a:ngirem  as  finalidades  públicas.  Porém,  de  forma  diversa  
das  Receitas  Correntes,  as  Receitas  de  Capital  em  geral  não  provocam  efeito  sobre  o  
Patrimônio  Líquido.    
 
De    acordo    com    o    §2º    do    art.    11    da    Lei    no    4.320,    de    1964,    com    redação    dada    
pelo   Decreto-­‐Lei   no   1.939,   de   20   de   maio   de   1982,   Receitas   de   Capital   são   as  
provenientes  tanto    da    realização    de    recursos    financeiros    oriundos    da    cons?tuição    
de     dívidas     e     da   conversão,     em     espécie,     de     bens     e     direitos,     quanto     de     recursos    
recebidos    de    outras  pessoas    de    direito    público    ou    privado    e    des:nados    a    atender    
despesas    classificáveis  em  Despesas  de  Capital  (Transferências  de  Capital).    

68

1586 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Receitas  de  Operações  Intraorçamentárias:    


 
Operações     intraorçamentárias     são     aquelas     realizadas     entre     órgãos     e     demais    
en8dades    da  Administração  Pública  integrantes  do  orçamento  fiscal  e  do  orçamento  
da   seguridade   social   do   mesmo     ente     federa8vo;     por     isso,     não     representam     novas    
entradas    de    recursos    nos    cofres  públicos    do    ente,    mas    apenas    movimentação    de    
receitas    entre    seus    órgãos.      
 
As     receitas   intraorçamentárias   são   a   contrapar>da   das   despesas   classificadas   na  
Modalidade   de   Aplicação   “91   –   Aplicação   Direta   Decorrente   de   Operação   entre  
Órgãos,   Fundos   e   En>dades   Integrantes   do     Orçamento   Fiscal   e   do   Orçamento   da  
Seguridade  Social”  que,  devidamente  iden>ficadas,  possibilitam    anulação    do    efeito    
da    dupla    contagem    na    consolidação    das    contas  governamentais.    
 

69

Receitas  de  Operações  Intraorçamentárias:    


 
Dessa   forma,   a   fim   de   se   evitar   a   dupla   contagem   dos   valores   financeiros   objeto   de  
operações   Intraorçamentárias     na     consolidação     das     contas     públicas,     a     Portaria    
Interministerial    STN/SOF  nº  338,  de  26  de  abril  de  2006,  incluiu  as  “Receitas  Correntes  
Intraorçamentárias” e   “Receitas   de     Capital     Intraorçamentárias”,     representadas,    
respecLvamente,    pelos    códigos    7    e    8    em    suas  categorias  econômicas.    
 
Essas     classificações,     segundo   disposto   pela   Portaria   que   as   criou,   não   cons8tuem  
novas   categorias   econômicas   de   receita,   mas   apenas   especificações   das   Categorias  
Econômicas  “Receita  Corrente”  e  “Receita  de  Capital”.    

70

www.acasadoconcurseiro.com.br 1587
ORIGEM  DA  RECEITA    
   
A   Origem   é   o   detalhamento   das   Categorias   Econômicas   “Receitas  
Correntes”  e  “Receitas  de  Capital”,  com  vistas  a  iden0ficar  a  natureza  
da   procedência   das   receitas   no   momento   em   que   ingressam   no  
Orçamento  Público.      
   
Os   códigos   da   Origem   para   as   receitas   correntes   e   de   capital,   de   acordo  
com  a  Lei  nº  4.320,  de  1964,  são:  

71

ORIGEM  DA  RECEITA    


Os   códigos   da   Origem   para   as   receitas   correntes   e   de   capital,   de   acordo  
com  a  Lei  nº  4.320,  de  1964,  são:  
   
  1.  RECEITAS  CORRENTES   2.  RECEITAS  DE  CAPITAL  
 
  1.  Tributária     1.  Operações  de  Crédito  
2.  Contribuições   2.  Alienação  de  Bens  
3.  Patrimonial   3.  AmorFzação  de  EmprésFmos    
4.  Agropecuária   4.  Transferências  de  Capital  
5.  Industrial   5.  Outras  Receitas  de  Capital  
6.  Serviços  
7.  Transferências  Correntes  
9.  Outras  Receitas  Correntes  
72

1588 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

1. Receitas Correntes
1.    Receita  corrente  -­‐  Tributária    
 

Tributo    é    uma    das    origens    da    Receita    Corrente    na    Classificação    Orçamentária    por  
Categoria    Econômica.    Quanto    à    procedência,    trata-­‐se    de    receita    derivada  cuja  
finalidade  é  obter  recursos  financeiros  para  o  Estado  custear  as  aBvidades  que  lhe  são  
correlatas.     Sujeitam-­‐se     aos     princípios     da     reserva     legal     e     da     anterioridade     da     Lei,  
salvo  exceções.    
   
O  art.  3º  do  Código  Tributário  Nacional  –  CTN  define  tributo  da  seguinte  forma:    
   
"Tributo     é     toda     prestação     pecuniária     compulsória,     em     moeda   ou   cujo   valor   nela   se  
possa   exprimir,   que   não   cons=tua   sanção   de     ato     ilícito,     ins=tuída     em     lei     e     cobrada    
mediante    a=vidade  administra=va  plenamente  vinculada".    

73

1. Receitas Correntes
1.    Receita  corrente  -­‐  Tributária    
 

   
O    art.    5º    do    CTN    e    os    incisos    I,    II    e    III    do    art.    145    da    CF/88    
tratam     das     espécies   tributárias   impostos,   taxas   e   contribuições   de  
melhoria.    

74

www.acasadoconcurseiro.com.br 1589
1. Receitas Correntes
2.  Receita  corrente  -­‐  Contribuições    
   
Segundo    a    classificação    orçamentária,    Contribuições    são    Origem    da    Categoria    
Econômica  Receitas  Correntes.    
 
As  contribuições  classificam-­‐se  nas  seguintes  espécies:    
   
CONTRIBUIÇÕES  SOCIAIS    
CONTRIBUIÇÕES  DE  INTERVENÇÃO  NO  DOMÍNIO  ECONÔMICO  
CONTRIBUIÇÃO  DE  INTERESSE  DAS  CATEGORIAS  PROFISSIONAIS  OU  ECONÔMICAS    
CONTRIBUIÇÃO  DE  ILUMINAÇÃO  PÚBLICA  

75

1. Receitas Correntes
3.  Receita  corrente  -­‐  Patrimonial    
   
São     receitas     provenientes     da     fruição     do     patrimônio     de     ente     público,     como     por  
exemplo,   bens   mobiliários   e   imobiliários   ou,   ainda,   bens   intangíveis   e   par:cipações  
societárias.     São     classificadas     no     orçamento     como     receitas     correntes     e     de    
natureza  patrimonial.    
   
Quanto  à  procedência,  trata-­‐se  de  receitas  originárias.  Podemos  citar  como  espécie  de  
receita    patrimonial    as    compensações    financeiras,    concessões    e    permissões,    dentre  
outras.    

76

1590 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

1. Receitas Correntes
4.  Receita  corrente  -­‐  Agropecuária    
     
São     receitas     correntes,     cons)tuindo,     também,     uma     origem     de     receita     específica    
na   classificação   orçamentária.   Quanto   à   procedência,   trata-­‐se   de   uma   receita  
originária,   com   o   Estado   atuando   como   empresário,   em   pé   de   igualdade   como   o  
par)cular.    
   
Decorrem     da     exploração     econômica,     por     parte     do     ente     público,     de     a?vidades  
agropecuárias,  tais  como  a  venda  de  produtos:  agrícolas  (grãos,  tecnologias,  insumos  
etc.);     pecuários     (sêmens,     técnicas     em     inseminação,     matrizes     etc.);     para  
reflorestamentos  e  etc.    

77

1. Receitas Correntes
5.  Receita  corrente  -­‐  Industrial    
   
Trata-­‐se     de     receitas     correntes,     cons.tuindo     outra     origem     específica     na    
classificação   orçamentária     da     receita.     São     receitas     originárias,     provenientes     das    
a7vidades   industriais     exercidas     pelo     ente     público.     Encontram-­‐se     nessa    
classificação     receitas   provenientes   de   a7vidades   econômicas,   tais   como:   da  
indústria   extra,va   mineral;   da   indústria   de   transformação;   da   indústria   de  
construção;  e  outras  receitas  industriais  de  u,lidade  pública.  

78

www.acasadoconcurseiro.com.br 1591
1. Receitas Correntes
6.  Receita  corrente  -­‐  Serviços    
   
São    receitas    correntes,    cuja    classificação    orçamentária    cons5tui    origem    específica,  
abrangendo    as    receitas    decorrentes    das    a3vidades    econômicas    na    prestação    de  
serviços     por     parte     do     ente     público,     tais     como:     comércio,     transporte,    
comunicação,   serviços   hospitalares,   armazenagem,   serviços   recrea7vos,   culturais,  
etc.  Tais  serviços  são    remunerados    mediante    preço    público,    também    chamado    de    
tarifa.    Exemplos    de  naturezas    orçamentárias    de    receita    dessa    origem    são    os    
seguintes:    Serviços  Comerciais;  Serviços  de  Transporte;  Serviços  Portuários  etc.  

79

1. Receitas Correntes
7.  Receita  corrente  –  Transferências  correntes    
   
Na     ó%ca     orçamentária,     são     recursos     financeiros     recebidos     de     outras     pessoas     de  
direito    público    ou    privado    des:nados    a    atender    despesas    de    manutenção    ou  
funcionamento    relacionadas    a    uma    finalidade    pública    específica,    mas    que    não  
correspondam     a     uma     contraprestação     direta     em     bens     e     serviços     a     quem    
efetuou    a  transferência.    
 
Os    recursos    da    transferência    são    vinculados    à    finalidade    pública,    e    não    a    pessoa.  
Podem  ocorrer  a  nível  intragovernamental  (dentro  do  âmbito  de  um  mesmo  governo)  
ou    intergovernamental    (governos    diferentes,    da    União    para    Estados,    do    Estado    
para  os    Municípios,    por    exemplo),    assim    como    recebidos    de    ins%tuições    privadas.      

80

1592 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

1. Receitas Correntes
7.  Receita  corrente  –  Transferências  correntes    
   
Nas  Transferências  Correntes,  podemos  citar  como  exemplos  as  seguintes  espécies:    
 

A.    Transferências  de  Convênios:    


Recursos   oriundos   de   convênios,   com   finalidade   específica,   firmados   entre   en9dades  
públicas    de    qualquer    espécie,    ou    entre    elas    e    organizações    par9culares,    para  
realização    de    obje9vos    de    interesse    comum    dos    parDcipes    e    des9nados    a    custear  
despesas  correntes.    
 

B.    Transferências  de  Pessoas:    


Compreendem    as    contribuições    e    doações    que    pessoas    Gsicas    realizem    para    a    
Administração  Pública.    

81

1. Receitas Correntes
9.  Receita  corrente  –  Outras  receitas  correntes    
   
Neste  &tulo,  inserem-­‐se  multas  e  juros  de  mora,  indenizações  e  res8tuições,  receitas  
da   dívida   a8va   e   as   outras   receitas   não   classificadas   nas   receitas   correntes  
anteriores.  Podemos  citar  como  exemplos  as  seguintes  espécies,  dentre  outras:    
 
RECEITAS  DE  MULTAS    
 
RECEITAS  DA  DÍVIDA  ATIVA  

82

www.acasadoconcurseiro.com.br 1593
1. Receitas Correntes
9.  Receita  corrente  –  Outras  receitas  correntes    
   
RECEITAS  DE  MULTAS    
 
As    multas    também    são    um    -po    de    receita    pública,    de    caráter    não    tributário,  
cons-tuindo-­‐se     em     ato     de     penalidade     de     natureza     pecuniária     aplicado     pela  
Administração    Púbica    aos    administrados.    Dependem,    sempre,    de    prévia    cominação  
em  lei  ou  contrato,  cabendo  sua  imposição  ao  respec-vo  órgão  competente  (poder  de  
polícia).        Conforme    prescreve    o    §4º    do    art.    11    da    Lei    nº    4.320,    de    1964,    as    
multas   classificam-­‐se   como   “outras   receitas   correntes”.     Podem   decorrer   do  
descumprimento  de    preceitos    específicos    previstos    na    legislação    pátria,    ou    de    
mora     pelo     não   pagamento   das   obrigações   principais   ou   acessórias   nos   prazos  
previstos.    

83

1. Receitas Correntes
9.  Receita  corrente  –  Outras  receitas  correntes      
RECEITAS  DA  DÍVIDA  ATIVA    
 
São   os   créditos   da   Fazenda   Pública,   de   natureza   tributária   ou   não   tributária,   exigíveis  
em  virtude  do  transcurso  do  prazo  para  pagamento.  Este  crédito  é  cobrado  por  meio  da    
emissão    de    cer@dão    de    dívida    a@va    da    Fazenda    Pública    da    União,    inscrita    na  
forma   da   lei,   com   validade   de   Ctulo   execu@vo.   Isso   confere   à   cer@dão   da   dívida   a@va  
caráter  líquido  e  certo,  embora  se  admita  prova  em  contrário.    
 
Dívida     A@va     Tributária     é     o     crédito     da     Fazenda     Pública     proveniente     da     obrigação  
legal   rela@va   a   tributos   e   respec@vos   adicionais,   atualizações   monetárias,   encargos   e  
multas    tributárias.    Dívida    A@va    Não    Tributária    corresponde    aos    demais    créditos    da  
Fazenda   Pública.     As     receitas     decorrentes     de     dívida     a=va     tributária     ou     não    
tributária    devem    ser  classificadas  como  “outras  receitas  correntes”.    
84

1594 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

2. Receitas de Capital
1.    Receita  de  capital  –  Operações  de  crédito    
   
Origem   de   recursos   da   Categoria   Econômica   “Receitas   de   Capital”,   são   recursos  
financeiros     oriundos     da     colocação     de     :tulos     públicos     ou     da     contratação     de  
emprés>mos   ob6das   junto   a   en6dades   públicas   ou   privadas,   internas   ou   externas.   São  
espécies  desse  6po  de  receita:    
   
-­‐  Operações  de  Crédito  Internas;    
 
-­‐  Operações  de  Crédito  Externas;    

85

2. Receitas de Capital
2.    Receita  de  capital  –  Alienação  de  bens    
 
Origem   de   recursos   da   Categoria   Econômica   “Receitas   de   Capital”,   são   ingressos  
financeiros     com     origem     específica     na     classificação     orçamentária     da     receita  
proveniente  da  alienação  de  bens  móveis  ou  imóveis  de  propriedade  do  ente  público.    
 
Nos     termos     do     ar+go     44     da     Lei     de     Responsabilidade     Fiscal     –     LRF,     é    vedada    a  
aplicação     da     receita     de     capital     decorrente     da     alienação     de     bens     e     direitos     que  
integrem  o  patrimônio  público,  para  financiar  despesas  correntes,  salvo  as  des+nadas  
por  lei  aos  regimes  previdenciários  geral  e  próprio  dos  servidores  públicos.    

86

www.acasadoconcurseiro.com.br 1595
2. Receitas de Capital
3.    Receita  de  Capital  –  Amor3zação  de  Emprés3mos    
 
São    ingressos    financeiros    provenientes    da    amor3zação    de    financiamentos    ou  
emprés3mos  concedidos  pelo  ente  público  em  'tulos  e  contratos.    
 
Na    classificação    orçamentária    da    receita    são    receitas    de    capital,    origem    específica  
“amor3zação   de   emprés3mos   concedidos”   e   representam   o   retorno   de   recursos  
anteriormente  emprestados  pelo  poder  público.    
 
Embora  a  amor3zação  de  emprés3mos  seja  origem  da  categoria  econômica  “Receitas  
de  Capital”,  os  juros  recebidos,  associados  a  esses  emprés3mos,  são  classificados  em  
“Receitas  Correntes  /  de  Serviços  /  Serviços  Financeiros”.    

87

2. Receitas de Capital
4.    Receita  de  capital  –  Transferências  de  capital    
 
Na    ó%ca    orçamentária,    são    recursos    financeiros    recebidos    de    outras    pessoas    de  
Direito     público     ou     privado     e     des;nados     para     atender     despesas     em    
inves;mentos    ou  inversões    financeiras,    a    fim    de    sa%sfazer    finalidade    pública    
específica;     sem   corresponder,   entretanto,   a   contraprestação   direta   ao   ente  
transferidor.    
 
Os    recursos    da    transferência    ficam    vinculados    à    finalidade    pública    e    não    a    
pessoa.   Podem   ocorrer   a   nível   intragovernamental   (dentro   do   âmbito   de   um   mesmo  
governo)   ou     intergovernamental     (governos     diferentes,     da     União     para     Estados,     do    
Estado    para  os    Municípios,    por    exemplo),    assim    como    recebidos    de    ins%tuições    
privadas    (do  exterior  e  de  pessoas).    

88

1596 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

2. Receitas de Capital
5.    Receita  de  capital  –  Outras  receitas  de  capital    
 
São     classificadas     nessa     origem     as     receitas     de     capital     que     não     atendem     às  
especificações     anteriores;     ou     seja:     na     impossibilidade     de     serem     classificadas     nas  
origens  anteriores.    

89

www.acasadoconcurseiro.com.br 1597
Administração Financeira

ESTÁGIOS DAS RECEITAS PÚBLICAS

Conteúdo da Aula

• Estágios – Etapas – Fases – da Receita Orçamentária.

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária
Previsão

Lançamento

Arrecadação

Recolhimento

www.acasadoconcurseiro.com.br 1599
Estágios, Etapas, Fases
da Receita Orçamentária
Previsão

Lançamento

Arrecadação

Recolhimento

Previsão
Projeto de LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900


A previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas
orçamentárias que constarão na proposta orçamentária
7

1600 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Estágios das Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária
Previsão

Lançamento

Arrecadação

Recolhimento

Lançamento

Carnê do IPTU

Contribuinte: Fulana de Tal

Valor do IPTU: R$ 1.000,00

Lançamento é o ato da repartição


competente, que verifica a procedência
do crédito fiscal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta
11

www.acasadoconcurseiro.com.br 1601
Estágios, Etapas, Fases
da Receita Orçamentária
Previsão

Lançamento

Arrecadação

Recolhimento

13

Arrecadação

IPTU

CONTRIBUINTE BANCO

Corresponde à entrega dos


recursos devidos ao Tesouro
pelos contribuintes ou devedores,
por meio dos agentes
arrecadadores ou instituições
financeiras autorizadas pelo ente.
15

1602 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Estágios das Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Arrecadação

IPTU

CONTRIBUINTE BANCO

No estágio da ARRECADAÇÃO, o
valor já é de propriedade do ente
público. No entanto, ainda não está
efetivamente em seu poder. Isto,
somente, acontecerá quando ocorrer
o estágio do recolhimento.
17

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária
Previsão

Lançamento

Arrecadação

Recolhimento

19

www.acasadoconcurseiro.com.br 1603
Recolhimento

CONTA
ÚNICA
DO
TESOURO

BANCO

É a transferência dos valores


arrecadados à conta específica do
Tesouro, responsável pela administração
e controle da arrecadação e programação
financeira, observando-se o Princípio
da Unidade de Tesouraria ou de Caixa. 21

Recolhimento

CONTA
ÚNICA
DO
TESOURO

BANCO

É no estágio do RECOLHIMENTO que o


valor passa a ficar disponível para
desembolso.

23

1604 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Estágios das Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

CONTRIBUINTE Lançamento Arrecadação Recolhimento


R$ R$ R$
• A 1.000,00 1.000,00 1.000,00

B 1.000,00 1.000,00 -----------

C 1.000,00 1.000,00 -----------

D 1.000,00 ----------- -----------

TOTAL 4.000,00 3.000,00 1.000,00

25

Perguntas:
1. Quanto foi executado de receita orçamentária?
R: R$ 3.000,00 (total arrecadado).
2. Quanto foi transferido pelo agente arrecadador ao
ente público, isto é, quanto já está disponível para o
ente público poder desembolsar?
R: R$ 1.000,00 (total recolhido).
3. Qual contribuinte deverá ser inscrito em dívida
ativa?
R: O contribuinte “D” deverá ser inscrito em dívida
ativa. (Lançamento: R$ 1.000,00 – Arrecadação: 0,00 =
Dívida Ativa: R$ 1.000,00).
27

www.acasadoconcurseiro.com.br 1605
SLIDES PARA LEITURA
Estágios ou Etapas ou Fases da Receita
Orçamentária, de acordo com o MCASP –
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público, da STN – Parte I – Procedimentos
Contábeis Orçamentários e MTO – Manual
Técnico de Orçamento, da SOF:

29

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária

As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência


dos fenômenos econômicos, levando-se em
consideração o modelo de orçamento existente no
País. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a
etapa de previsão e termina com a de recolhimento.

As etapas da receita orçamentária são segregadas em:

Planejamento: Previsão;
Execução: Lançamento, Arrecadação e Recolhimento.

31

1606 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Estágios das Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária

Assim:

Planejamento:

Previsão;

Execução:

Lançamento;
Arrecadação;
Recolhimento.

33

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária

OBSERVAÇÃO:

Exceção às Etapas da Receita

Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os


tipos de receitas orçamentárias. Pode ocorrer
arrecadação não só das receitas que não foram
previstas (não tendo, naturalmente, passado pela
etapa da previsão), mas também das que não foram
“lançadas”, como é o caso de uma doação em espécie
recebida pelos entes públicos.

35

www.acasadoconcurseiro.com.br 1607
Estágios, Etapas, Fases
da Receita Orçamentária

PLANEJAMENTO

Compreende a previsão de arrecadação da


receita orçamentária constante da Lei
Orçamentária Anual (LOA), resultante de
metodologias de projeção usualmente adotadas,
observada as disposições constantes na Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).

37

1. Previsão
A previsão implica planejar e estimar a arrecadação das
receitas orçamentárias que constarão na proposta
orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade
com as normas técnicas e legais correlatas e, em especial,
com as disposições constantes na Lei Complementar no 101,
de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.
Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas


técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na
legislação, da variação do índice de preços, do crescimento
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos
últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele
a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas
utilizadas.
39

1608 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Estágios das Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

1. Previsão
No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas
orçamentárias busca assimilar o comportamento da arrecadação de
determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la
para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e
matemáticos. A busca deste modelo dependerá do comportamento
da série histórica de arrecadação e de informações fornecidas pelos
órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidos no
processo.
A previsão de receitas é a etapa que antecede à fixação do
montante de despesas que irão constar nas leis de orçamento,
além de ser base para se estimar as necessidades de
financiamento do governo.
O Anexo I ao MCASP apresenta, a título exemplificativo, algumas
fórmulas de projeção e as correspondentes hipóteses nas quais elas
seriam utilizadas.

41

Estágios, Etapas, Fases


da Receita Orçamentária

EXECUÇÃO

A realização da receita se dá em três


estágios: o lançamento, a arrecadação e o
recolhimento.

43

www.acasadoconcurseiro.com.br 1609
1. Lançamento
O art. 53 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, define o
lançamento como ato da repartição competente, que
verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta. Por sua vez, para o art.
142 do Código Tributário Nacional, lançamento é o
procedimento administrativo que verifica a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determina a
matéria tributável, calcula o montante do tributo devido,
identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a
aplicação da penalidade cabível.

Uma vez ocorrido o fato gerador, procede-se ao registro


contábil do crédito tributário em favor da fazenda pública
em contrapartida a uma variação patrimonial aumentativa.
45

1. Lançamento
Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150
da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código
Tributário Nacional, a etapa de lançamento situa-se no
contexto de constituição do crédito tributário, ou seja,
aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Além disso, de acordo com o art. 52 da Lei no 4.320, de


1964, são objeto de lançamento as rendas com
vencimento determinado em lei, regulamento ou
contrato.

47

1610 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Estágios das Receitas Públicas – Prof. Fábio Furtado

2. Arrecadação
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro
pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes
arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo
ente.

Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei nº 4.320, de 17 de


março de 1964, pertencem ao exercício financeiro as receitas
nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de
caixa* para o ingresso das receitas públicas.

Nota do Professor:

* É o denominado regime orçamentário de caixa para as


receitas públicas. Não confundir com regime contábil, pois
este é de competência, tanto para as receitas quanto para as
despesas.
49

3. Recolhimento
É a transferência dos valores arrecadados à conta
específica do Tesouro, responsável pela administração e
controle da arrecadação e programação financeira,
observando-se o Princípio da Unidade de Tesouraria ou
de Caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320,
de 1964, a seguir transcrito:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em


estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria,
vedada qualquer fragmentação para criação de caixas
especiais.

51

www.acasadoconcurseiro.com.br 1611
Direito Financeiro
Aula XX

DESPESAS PÚBLICAS

Conteúdo  da  Aula  


 
•  Despesas  Públicas  –  Conceitos  e  Classificações.  
 

 
 

DESPESAS PÚBLICAS
Classificação quanto
à Natureza

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

www.acasadoconcurseiro.com.br 1613
DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

- Cauções Devolvidas

- Retenções Recolhidas

- Consignações Recolhidas

- Pagamento de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Resgate de ARO

- Salários Reclamados

- Depósitos Judiciais Sacados

- Pagamento dos Serviços da Dívida a Pagar


(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)
3

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

- Cauções Devolvidas

- Retenções Recolhidas

- Consignações Recolhidas

- Pagamento de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Resgate de ARO

- Salários Reclamados

- Depósitos Judiciais Sacados

- Pagamento dos Serviços da Dívida a Pagar


(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)
4

1614 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Cauções Devolvidas
 Exemplo:  
 
             EMPRESA  X  
 
       R$  120.000,00  (contrato  de  12  meses)  
                             X          3%  
                               3.600,00          C/C  DO  ÓRGÃO  PÚBLICO  
           
           

Balanço Patrimonial (quando a caução


foi recebida)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      3.600,00   Cauções  a  Devolver        3.600,00  
   
   
SF  =  AF  (-­‐)  PF    
SF  =  3.600  (-­‐)  3.600   (dinheiro  em  caráter  temporário)  
SF  =  0    

www.acasadoconcurseiro.com.br 1615
Balanço Patrimonial (quando da
devolução da caução)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      3.600,00   Cauções  a  Devolver        3.600,00  
   
 

(Foi desembolsado o dinheiro que estava em caráter temporário)

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

- Cauções Devolvidas

- Retenções Recolhidas

- Consignações Recolhidas

- Pagamento de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Resgate de ARO

- Salários Reclamados

- Depósitos Judiciais Sacados

- Pagamento dos Serviços da Dívida a Pagar


(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)
8

1616 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Retenções e Consignações Recolhidas


Folha de Pagamento de Agosto/xxxx
Recolhimento em Setembro de xxxx
R$  
Em setembro Valor  Bruto   700.000,00  
   

DARF Retenção  de  IR   (200.000,00)  


Consignações:   (200.000,00)  
GPS      -­‐  Previdência    
FATURA      -­‐  Plano  de  Saúde   __________  
   

Valor  Líquido   300.000,00  


 

Balanço Patrimonial
(na apropriação da Folha, reconhecendo as obrigações
a pagar)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos              700   Salários  a  Pagar                300  
  Retenções  a  Recolher                    200  
  Consignações  a  Recolher        200  
 

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1617
Balanço Patrimonial
(no pagamento dos salários líquidos)
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos              700   Salários  a  Pagar                300  
(300)   Retenções  a  Recolher                    200  
 400   Consignações  a  Recolher        200  
   
   
SF  =  AF  (-­‐)  PF    
SF  =  400  (-­‐)  400   (dinheiro  em  caráter  temporário)  
SF  =  0  

11

Balanço Patrimonial
(no recolhimento das retenções/consignações)

ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                400   Retenções  a  Recolher                    200  
  Consignações  a  Recolher        200  
 

(Foi desembolsado o dinheiro que estava em caráter temporário)

12

1618 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

- Cauções Devolvidas

- Retenções Recolhidas

- Consignações Recolhidas

- Pagamento de Restos a Pagar


(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)

- Resgate de ARO

- Salários Reclamados

- Depósitos Judiciais Sacados

- Pagamento dos Serviços da Dívida a Pagar


(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)
13

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      5.000,00   Fornecedores      5.000,00  
   
 

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1619
Balanço Patrimonial 31/12/x
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                  5.000,00   Fornecedores                5.000,00  
(4.000,00)                              (4.000,00)  
   1.000,00   Restos  a  Pagar                  1.000,00  
   
   
SF  =  AF  (-­‐)  PF    
SF  =  1.000  (-­‐)  1.000     (dinheiro  em  caráter  temporário)  
SF  =  0    

15

Balanço Patrimonial em x+1


ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                  1.000,00   Restos  a  Pagar    1.000,00  
   

(Foi desembolsado o dinheiro que estava em caráter temporário)

16

1620 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

17

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

17

www.acasadoconcurseiro.com.br 1621
Despesas Correntes/Custeio

Lei  nº  4.320/64:  


 
“ Art.   12,   §1º.   Classificam-­‐se   como  
Despesas   de   Custeio   as   dotações   para  
manutenção   de   serviços   anteriormente  
criados,   inclusive   as   des8nadas   a   atender  
a  obras  de  conservação  e  adaptação  de  
bens  imóveis”.  
 

19

Despesas Correntes/Custeio
Lei  nº  4.320/64:  
 

“ Art.   13.   Observadas   as   categorias  


econômicas   do   art.   12,   a   discriminação   ou  
especificação   da   despesa   por   elementos,  
em   cada   unidade   administra<va   ou   órgão  
de   governo,   obedecerá   ao   seguinte  
esquema:  
 

 DESPESAS  CORRENTES  
 Despesas  de  CUSTEIO  
 

 Pessoal  Civil  
 Pessoal  Militar  
 Material  de  Consumo  
 Serviços  de  Terceiros”  
20

1622 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

21

Despesas Correntes/Transferências
Correntes
Lei  nº  4.320/64:  
 
“Art.   12,   §2º.   Classificam-­‐se   como  
Transferências   Correntes   as   dotações  
p a r a   d e s p e s a s   à s   q u a i s   n ã o  
corresponda  contraprestação  direta  em  
bens   ou     serviços,   inclusive   para  
contribuições   e   subvenções   des@nadas  
a   atender   à   manutenção   de   outras  
en@dades   de   direito   público   ou  
privado”.  

22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1623
Transferências
TRANSFERÊNCIAS  CORRENTES:  
 
Exemplo:  
Foi   firmado   um   convênio   entre   a   União   e   um   determinado   município  
para   aquisição   de   medicamentos   para   a   rede   pública   municipal.   A   União  
repassará   ao   município   um   valor   de   R$   1.000.000,00   para   a   realização  
dessa   compra   (despesa   corrente/custeio)   ou   (despesa   corrente/outras  
despesas   correntes/aplicações   diretas/material   de   consumo/   drogas   e  
medicamentos  =  c.g.mm.ee.dd  =  3.3.90.30.xx).  
 

23

Transferências
TRANSFERÊNCIAS  CORRENTES:  
 

Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   despesa  
corrente/transferência  corrente.  
 

Para   o   município,   que   recebeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   receita  
corrente/transferência  corrente.  
 

Vale   ressaltar   que   este   é   o   momento   1,   isto   é,   o  


momento   em   que   são   realizadas   as   transferências.  
O   momento   2   será   quando   o   município   começar   a  
executar   o   objeto   do   convênio,   ou   seja,   realizar   a  
aquisição  dos  medicamentos.  

   
24

1624 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Transferências
TRANSFERÊNCIAS  CORRENTES:  
 

Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   despesa  
corrente/transferência  corrente.  
 

Para   o   município,   que   recebeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   receita  
corrente/transferência  corrente.  
 

Vale   ressaltar   que   este   é   o   momento   1,   isto   é,   o  


momento   em   que   são   realizadas   as   transferências.  
O   momento   2   será   quando   o   município   começar   a  
executar   o   objeto   do   convênio,   ou   seja,   realizar   a  
aquisição  dos  medicamentos.  

   
24

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1625
Despesas Correntes/Transferências Correntes/
Subvenções
Lei  nº  4.320/64:  
 
“Art.  12,  §3º  Consideram-­‐se  subvenções,  para  os  efeitos  desta  Lei,  as  
transferências   des7nadas   a   cobrir   despesas   de   custeio   das  
en7dades  beneficiadas,  dis2nguindo-­‐se  como:  
 

I  -­‐  subvenções  sociais,  as  que  se  des7nem  a  ins7tuições  públicas  ou  
privadas  de  caráter  assistencial  ou  cultural  sem  finalidade  lucra7va;  
 

II  -­‐  subvenções  econômicas,  as  que  se  des7nem  a  empresas  públicas  


ou  privadas  de  caráter  industrial,  comercial,  agrícola  ou  pastoril”.  

27

Despesas Correntes/Transferências Correntes/ Subvenções


Lei  nº  4.320/64:  
 
“I  -­‐  Das  Subvenções  Sociais  
 
Art.   16.   Fundamentalmente   e   nos   limites   das   possibilidades   financeiras,   a   concessão   de  
subvenções   sociais   visará   à   prestação   essenciais   de   assistência   social,   médica   e  
educacional,  sempre  que  a  suplementação  de  recursos  de  origem  privada  aplicados  a  
esses  obje=vos  revelar-­‐se  mais  econômica.  
 
Parágrafo   único   -­‐   O   valor   das   subvenções,   sempre   que   possível,   será   calculado   com  
base   em   unidades   de   serviços   efe@vamente   prestados   ou   postos   à   disposição   dos  
interessados,  obedecidos  os  padrões  mínimos  de  eficiência  previamente  fixados.  
 
Art.   17.   Somente   à   ins@tuição,   cujas   condições   de   funcionamento   forem   julgadas  
sa@sfatórias  pelos  órgãos  oficiais  de  fiscalização,  serão  concedidas  subvenções”.  
28

1626 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Despesas Correntes/Transferências Correntes/ Subvenções


Lei  nº  4.320/64:  
 

“II  -­‐  Das  Subvenções  Econômicas  


 
Art.   18.   A   cobertura   dos   déficits   de   manutenção   das   empresas   públicas,   de   natureza  
autárquica   ou   não,   far-­‐se-­‐á   mediante   subvenções   econômicas,   expressamente   incluídas   nas  
despesas  correntes  do  Orçamento  da  União,  do  Estado,  do  Município  ou  do  Distrito  Federal.  
 
Parágrafo  único  -­‐  Consideram-­‐se,  igualmente,  como  subvenções  econômicas:  
 
a)as   dotações   des9nadas   a   cobrir   a   diferença   entre   os   preços   de   mercado   e   os   preços   de  
revenda,  pelo  Governo,  de  gêneros  alimenJcios  ou  outros  materiais;  
 

b)   as   dotações   des9nadas   ao   pagamento   de   bonificações   a   produtores   de   determinados  


gêneros  ou  materiais.  
 
Art.  19.  A  Lei  de  Orçamento  não  consignará  ajuda  financeira,  a  qualquer  Jtulo,  à  empresa  de  
fins   lucraPvos,   salvo   quando   se   tratar   de   subvenções   cuja   concessão   tenha   sido  
expressamente  autorizada  em  lei  especial”.   29

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1627
Despesas de Capital/
Investimentos
Lei  nº  4.320/64:  
 
“Art.   12,   §4º.   Classificam-­‐se   como  
Inves.mentos   as   dotações   para   o  
planejamento   e   a   execução   de   obras,  
inclusive   as   des7nadas   à   aquisição   de  
imóveis   considerados   necessários   à  
realização   destas   úl.mas,   bem   como  
para   os   programas   especiais   de  
trabalho,   aquisição   de   instalações,  
equipamentos   e   material   permanente  
e   cons8tuição   ou   aumento   do   capital  
de  empresas  que  não  sejam  de  caráter  
comercial  ou  financeiro”.  
31

Despesas de Capital/
Lei  nº  4.320/64:  
Investimentos
 

“Art.  13...  
 DESPESAS  DE  CAPITAL  
 INVESTIMENTOS  
 

 Obras  Públicas  
 Serviços  em  Regime  de  Programação  Especial  
 Equipamentos  e  Instalações  
 Material  Permanente  
  Par5cipação   em   Cons5tuição   ou   Aumento   de   Capital     de  
Empresas  ou  En5dades  Industriais  ou  Agrícolas  
32

1628 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

33

Despesas de Capital/ Inversões


Financeiras
Lei  nº  4.320/64:  
 

“ Art.12,   §5º.   Classificam-­‐se   como   Inversões  


Financeiras  as  dotações  des1nadas  a:  
 

I   -­‐   aquisição   de   imóveis,   ou   de   bens   de   capital   já   em  


u7lização;  
 

II   -­‐   aquisição   de   ?tulos   representa1vos   do   capital   de  


empresas   ou   en1dades   de   qualquer   espécie,   já  
cons1tuídas,   quando   a   operação   não   importe   aumento  
de  capital;  
 

III   -­‐   cons7tuição   ou   aumento   do   capital   de   en1dades  


ou   empresas   que   visem   a   obje7vos   comerciais   ou  
financeiros,   inclusive   operações   bancárias   ou   de  
seguros”.  

34

www.acasadoconcurseiro.com.br 1629
Despesas Correntes/Inversões
Lei  nº  4.320/64:  
Financeiras
“Art.  13...  
 DESPESAS  DE  CAPITAL  
 INVERSÕES  FINANCEIRAS  
 

 Aquisição  de  Imóveis  


  Par%cipação   em   Cons>tuição   ou   Aumento   de   capital   de   Empresas   ou        
 En>dades  Comerciais  ou  Financeiras  
 Aquisição  de  Títulos  Representa%vos  de  Capital  de  Empresas  em  
 Funcionamento  
 Cons%tuição  de  Fundos  Rota%vos  
 Concessão  de  Emprés>mos  
 Diversas  Inversões  Financeiras  
35

Classificação quanto às DESPESAS


Categorias Econômicas ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)

- Transferências Correntes
- Inversões Financeiras (não altera o PIB)
Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

36

1630 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Despesas de Capital/Transferências de Capital


Lei  nº  4.320/64:  

“Art.   12,   §6º.   São   transferências   de  


capital  as  dotações  para  inves5mentos  
ou   inversões   financeiras   que   outras  
pessoas   de   direito   público   ou   privado  
devam   realizar,   independentemente  
de   contraprestação   direta   em   bens   ou  
s e r v i ç o s ,   c o n s 8 t u i n d o   e s s a s  
t r a n s f e r ê n c i a s   a u x í l i o s   o u  
contribuições,   segundo   derivem  
diretamente  da  Lei  de  Orçamento  ou  de  
lei   especial   anterior,   bem   como   as  
dotações   para   amor?zação   da   dívida  
pública”.  
37

Transferências
TRANSFERÊNCIAS  DE  CAPITAL:  
 
Exemplo:  
 
Foi   firmado   um   convênio   entre   a   União   e   um  
determinado  município  para    a  construção  de  um  
estádio   de   futebol.   A   União   repassará   ao  
município  um  valor  de  R$  100.000.000,00  para  a  
realização   dessa   obra   (despesa   de   capital/
invesEmentos)   ou   (despesa   de   capital/
invesEmentos/aplicações   diretas/obras   e  
instalações  =  c.g.mm.ee.dd  =  4.4.90.51.xx).  
 
  38

 
 

   

www.acasadoconcurseiro.com.br 1631
Transferências
TRANSFERÊNCIAS  DE  CAPITAL:  
 

Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de  


recursos   (R$   100.000.000,00),   esta   é   uma  
despesa  de  capital/transferência  de  capital.  
 

Para   o   município,   que   recebeu   a   transferência  


de   recursos   (R$   100.000.000,00),   esta   é   uma  
receita  de  capital/transferência  de  capital.  
 

Vale  ressaltar  que  este  é  o  momento  1,  isto  é,  o  


m o m e n t o   e m   q u e   s ã o   r e a l i z a d a s   a s  
transferências.   O   momento   2   será   quando   o  
município   começar   a   executar   o   objeto   do  
convênio,   ou   seja,   realizar   a   obra   de   construção  
do  estádio  de  futebol.  

39

Despesas de Capital/Transferências de Capital


Lei  nº  4.320/64:  
 

“Art.  13...  
 DESPESAS  DE  CAPITAL  
 TRANSFERÊNCIA  DE  CAPITAL  
 

 Amor6zação  da  Dívida  Pública  


 Auxílios  para  Obras  Públicas  
 Auxílios  para  Equipamentos  e  
 Instalações  
 Auxílios  para  Inversões  Financeiras  
 Outras  Contribuições  
40

1632 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

41

Categoria Econômica da Despesa


CATEGORIA  ECONÔMICA  DA  DESPESA  
 A  despesa,  assim  como  a  receita,  é  classificada  em  
duas   categorias   econômicas,   com   os   seguintes  
códigos:      
     
CÓDIGO   CATEGORIA  ECONÔMICA  
3   Despesas  Correntes  
4   Despesas  de  Capital  

42

www.acasadoconcurseiro.com.br 1633
Categoria Econômica da
DESPESAS  CORRENTES  
Despesa
     
Classificam-­‐se   nessa   categoria   todas   as  
d e s p e s a s   q u e   n ã o   c o n t r i b u e m ,  
diretamente,   para   a   formação   ou  
aquisição  de  um  bem  de  capital.    

43

Categoria Econômica da
Despesa
DESPESAS  DE  CAPITAL  
 

Classificam-­‐se   nessa   categoria   aquelas  


despesas   que   contribuem,   diretamente,   para  
a   formação   ou   aquisição   de   um   bem   de  
capital.    
 

É   importante   observar   que   as   despesas  


orçamentárias   de   capital   mantêm   uma  
correlação  com  o  registro  de  incorporação  de  
a9vo  imobilizado,  intangível  ou  inves9mento  
(no  caso  dos  grupos  de  natureza  da  despesa  
4  –  inves9mentos  e  5  –  inversões  financeiras)  
ou   o   registro   de   desincorporação   de   um  
passivo   (no   caso   do   grupo   de   despesa   6   –  
amor9zação  da  dívida).    
44

1634 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

GRUPO  DE  NATUREZA  DA  DESPESA  (GND)  


 

É   um   agregador   de   elementos   de  
despesa   com   as   mesmas   caracterís0cas  
quanto   ao   objeto   de   gasto,   conforme  
discriminado  a  seguir:    
   
1   Pessoal  e  Encargos  Sociais  
   
2   Juros  e  Encargos  da  Dívida  
3   Outras  Despesas  Correntes  
4   InvesGmentos  
5   Inversões  Financeiras  
6   AmorGzação  da  Dívida  
45

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

46

www.acasadoconcurseiro.com.br 1635
 1  –  Pessoal  e  Encargos  Sociais    
 Despesas  orçamentárias  com  pessoal  a"vo  
e   ina"vo   e   pensionistas,   rela0vas   a  
mandatos   ele0vos,   cargos,   funções   ou  
empregos,  civis,  militares  e  de  membros  de  
P o d e r ,   c o m   q u a i s q u e r   e s p é c i e s  
remuneratórias,   tais   como   vencimentos   e  
vantagens,   fixas   e   variáveis,   subsídios,  
proventos   da   aposentadoria,   reformas   e  
pensões,  inclusive  adicionais,  gra0ficações,  
horas   extras   e   vantagens   pessoais   de  
qualquer   natureza,   bem   como   encargos  
sociais   e   contribuições   recolhidas   pelo  
ente   às   en;dades   de   previdência,  
conforme  estabelece  o  caput  do  art.  18  da  
Lei  Complementar  no  101,  de  2000.    
47

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

48

1636 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

 2  –  Juros  e  Encargos  da  Dívida    


   
  Despesas   orçamentárias   com   o  
pagamento  de  juros,  comissões  e  outros  
encargos   de   operações   de   crédito  
internas   e   externas   contratadas,   bem  
como  da  dívida  pública  mobiliária.    

49

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

50

www.acasadoconcurseiro.com.br 1637
 3  –  Outras  Despesas  Correntes    
   
  Despesas   orçamentárias   com   aquisição  
de   material   de   consumo,   pagamento  
de   diárias,   contribuições,   subvenções,  
auxílio-­‐alimentação,  auxílio-­‐transporte,  
além   de   outras   despesas   da   categoria  
econômica   "Despesas   Correntes"   não  
classificáveis   nos   demais   grupos   de  
natureza  de  despesa.    

51

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

52

1638 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

 4  –  Inves)mentos    
   
 Despesas  orçamentárias  com  so.wares  
e  com  o  planejamento  e  a  execução  de  
obras,   inclusive   com   a   aquisição   de  
imóveis   considerados   necessários   à  
realização   destas   úl)mas,   e   com   a  
aquisição  de  instalações,  equipamentos  
e  material  permanente.    

53

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

54

www.acasadoconcurseiro.com.br 1639
 5  –  Inversões  Financeiras    
   
  Despesas   orçamentárias   com   a  
aquisição  de  imóveis  ou  bens  de  capital  
já   em   u>lização;   aquisição   de   @tulos  
representa>vos  do  capital  de  empresas  
ou   en4dades   de   qualquer   espécie,   já  
cons4tuídas,   quando   a   operação   não  
importe   aumento   do   capital;   e   com   a  
cons>tuição   ou   aumento   do   capital   de  
empresas,   além   de   outras   despesas  
classificáveis  neste  grupo.      

55

DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

56

1640 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

 6  –  Amor(zação  da  Dívida    


   
  Despesas   orçamentárias   com   o  
pagamento   e/ou   refinanciamento   do  
principal   e   da   atualização   monetária  
ou   cambial   da   dívida   pública   interna   e  
externa,  contratual  ou  mobiliária.        

57

   
 Observação:    
 
 A  Reserva  de  Con,ngência  e  a  Reserva  
do  RPPS,  des(nadas  ao  atendimento  de  
passivos   con(ngentes   e   outros   riscos,  
bem   como   eventos   fiscais   imprevistos,  
inclusive   a   abertura   de   créditos  
adicionais,  serão  classificadas,  no  que  se  
refere   ao   grupo   de   natureza   de  
despesa,  com  o  código  "9".    

58

www.acasadoconcurseiro.com.br 1641
Codificação da Despesa
 CLASSIFICAÇÃO  DA  DESPESA  ORÇAMENTÁRIA  POR  NATUREZA    
 A  classificação  da  despesa  orçamentária,  segundo  a  sua  natureza,  compõe-­‐
se  de:    
 I  –  Categoria  Econômica;    
 II  –  Grupo  de  Natureza  da  Despesa;  e    
 III  –  Elemento  de  Despesa.    
  A   natureza   da   despesa   será   complementada   pela   informação   gerencial  
denominada  “modalidade  de  aplicação”,  a  qual  tem  por  finalidade  indicar  se  
os  recursos  são  aplicados  diretamente  por  órgãos  ou  en4dades  no  âmbito  da  
mesma  esfera  de  Governo  ou  por  outro  Ente  da  Federação  e  suas  respec4vas  
en4dades,   e   obje4va,   precipuamente,   possibilitar   a   eliminação   da   dupla  
contagem  dos  recursos  transferidos  ou  descentralizados.        
59

Codificação da Despesa
   ESTRUTURA  DA  NATUREZA  DA  DESPESA  ORÇAMENTÁRIA  
  O   conjunto   de   informações   que   cons4tui   a   natureza   de   despesa  
orçamentária   forma   um   código   estruturado   que   agrega   a   categoria  
econômica,   o   grupo,   a   modalidade   de   aplicação  e   o  elemento.   Essa  
estrutura   deve   ser   observada   na   execução   orçamentária   de   todas   as  
esferas  de  governo.    
 O  código  da  natureza  de  despesa  orçamentária  é  composto  por   seis  
dígitos,  desdobrado  até  o  nível  de  elemento  ou,  opcionalmente,  por  
oito,  contemplando  o  desdobramento  facultaFvo  do  elemento:    
 A  classificação  da  Reserva  de  ConFngência  bem  como  a  Reserva  do  
Regime  Próprio  de  Previdência  Social,  quanto  à  natureza  da  despesa  
orçamentária,   serão   idenAficadas   com   o   código   “9.9.99.99”,  
conforme   estabelece   o   parágrafo   único   do   art.   8º   da   Portaria  
Interministerial  STN/SOF  nº  163,  de  2001.    
60

1642 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Codificação da Despesa
 ESTRUTURA  DA  NATUREZA  DA  DESPESA  ORÇAMENTÁRIA  
A  estrutura  formada    por    código    numérico    de    8    dígitos    é:      
   
Categoria     Econômica,     Grupo   de   Natureza   Da   Despesa,   Modalidade   de  
Aplicação,   Elemento   da   Despesa,   Desdobramento   Faculta'vo   do   Elemento   de  
Despesa:    c.g.mm.ee.dd  
 
 
 
 

61

Categoria Econômica da Despesa


CATEGORIA  ECONÔMICA  DA  DESPESA  
 A  despesa,  assim  como  a  receita,  é  classificada  em  
duas   categorias   econômicas,   com   os   seguintes  
códigos:      
     
CÓDIGO   CATEGORIA  ECONÔMICA  
3   Despesas  Correntes  
4   Despesas  de  Capital  

62

www.acasadoconcurseiro.com.br 1643
 GRUPO  DE  NATUREZA  DA  DESPESA  (GND)  

  É   um   agregador   de   elementos   de  
despesa   com   as   mesmas   caracterís0cas  
quanto   ao   objeto   de   gasto,   conforme  
discriminado  a  seguir:    
    1   Pessoal  e  Encargos  Sociais  
    2   Juros  e  Encargos  da  Dívida  
3   Outras  Despesas  Correntes  
4   InvesGmentos  
5   Inversões  Financeiras  
6   AmorGzação  da  Dívida  
63

 MODALIDADE  DE  APLICAÇÃO  


 
A   modalidade   de   aplicação   tem   por  
finalidade   indicar   se   os   recursos   são  
aplicados   diretamente   por   órgãos   ou  
en0dades   no   âmbito   da   mesma   esfera   de  
Governo   ou   por   outro   ente   da   Federação   e  
suas   respecAvas   enAdades.   Indica   se   os  
recursos   serão   aplicados   diretamente   pela  
unidade   detentora   do   crédito   ou   mediante  
transferência   para   enAdades   públicas   ou  
privadas.   A   modalidade   também   permite   a  
e l i m i n a ç ã o   d e   d u p l a   c o n t a g e m   n o  
orçamento.      
64

1644 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

   MODALIDADE  DE  APLICAÇÃO  (alguns  exemplos)  


 
20   TRANSFERÊNCIAS  À  UNIÃO      
30   TRANSFERÊNCIAS  A  ESTADOS  E  AO  DISTRITO  FEDERAL      
40   TRANSFERÊNCIAS  A  MUNICÍPIOS      
50   TRANSFERÊNCIAS  A  INSTITUIÇÕES  PRIVADAS  SEM  FINS  LUCRATIVOS    
60   TRANSFERÊNCIAS   A   INSTITUIÇÕES   PRIVADAS   COM   FINS  
LUCRATIVOS    
70   TRANSFERÊNCIAS  A  INSTITUIÇÕES  MULTIGOVERNAMENTAIS    
80   TRANSFERÊNCIAS  AO  EXTERIOR      
90   APLICAÇÕES  DIRETAS      
91   APLICAÇÃO   DIRETA   DECORRENTE   DE   OPERAÇÃO   ENTRE   ÓRGÃOS,  
FUNDOS   E   ENTIDADES   INTEGRANTES   DOS   ORÇAMENTOS   FISCAL   E  
DA  SEGURIDADE  SOCIAL      
99   A  DEFINIR       65

 MODALIDADE  DE  APLICAÇÃO  


 

Existem   outros   códigos   de   modalidade   de  


aplicação,  como:  
22   EXECUÇÃO  ORÇAMENTÁRIA  DELEGADA  À  UNIÃO      
    31   TRANSFERÊNCIAS  A  ESTADOS  E  AO  DISTRITO  FEDERAL  -­‐  FUNDO  A    FUNDO  
32   EXECUÇÃO  ORÇAMENTÁRIA  DELEGADA  A  ESTADOS  E  AO  DISTRITO  FEDERAL    
41   TRANSFERÊNCIAS  A  MUNICÍPIOS  -­‐  FUNDO  A  FUNDO      
42   EXECUÇÃO  ORÇAMENTÁRIA  DELEGADA  A  MUNICÍPIOS      
71   TRANSFERÊNCIAS  A  CONSÓRCIOS  PÚBLICOS      
72   EXECUÇÃO  ORÇAMENTÁRIA  DELEGADA  A  CONSÓRCIOS  PÚBLICOS    

66

www.acasadoconcurseiro.com.br 1645
MODALIDADE  DE  APLICAÇÃO  
   
90  –  Aplicações  Diretas    
Aplicação  direta,  pela  unidade  orçamentária,  
dos   créditos   a   ela   alocados   ou   oriundos   de  
descentralização   de   outras   en7dades  
integrantes  ou  não  dos  Orçamentos  Fiscal  ou  
da   Seguridade   Social,   no   âmbito   da   mesma  
esfera  de  governo.    
       

67

MODALIDADE  DE  APLICAÇÃO  


91  –  Aplicação  Direta  Decorrente  de  Operação  entre  Órgãos,  Fundos  
e  EnCdades  Integrantes  dos  Orçamentos  Fiscal  e  da  Seguridade  Social    

  Despesas   orçamentárias   de   órgãos,   fundos,   autarquias,   fundações,  


empresas   estatais   dependentes   e   outras   en8dades   integrantes   dos  
orçamentos  fiscal  e  da  seguridade  social  decorrentes  da  aquisição  de  
materiais,   bens   e   serviços,   pagamento   de   impostos,   taxas   e  
contribuições,   além   de   outras   operações,   quando   o   recebedor   dos  
recursos   também   for   órgão,   fundo,   autarquia,   fundação,   empresa  
estatal   dependente   ou   outra   en8dade   constante   desses   orçamentos,  
no  âmbito  da  mesma  esfera  de  Governo.        

68

1646 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Receitas  de  Operações  Intraorçamentárias:    


 Operações    intraorçamentárias    são    aquelas    realizadas    entre    órgãos    e    demais    
en8dades    da  Administração  Pública  integrantes  do  orçamento  fiscal  e  do  orçamento  
da  seguridade  social  do  mesmo    ente    federa8vo;    por    isso,    não    representam    novas    
entradas    de    recursos    nos    cofres  públicos    do    ente,    mas    apenas    movimentação    de    
receitas    entre    seus    órgãos.      
 
As     receitas   intraorçamentárias   são   a   contrapar8da   das   despesas   classificadas   na  
Modalidade   de   Aplicação   “91   –   Aplicação   Direta   Decorrente   de   Operação   entre  
Órgãos,   Fundos   e   EnCdades   Integrantes   do     Orçamento   Fiscal   e   do   Orçamento   da  
Seguridade   Social”   que,   devidamente   idenCficadas,  possibilitam     anulação     do     efeito    
da    dupla    contagem    na    consolidação    das    contas  governamentais.    

69

ELEMENTO  DE  DESPESA  


   
Tem   por   finalidade   iden.ficar   os   objetos   de  
gasto,   tais   como   vencimentos   e   vantagens  
fixas,   juros,   diárias,   material   de   consumo,  
serviços  de  terceiros  prestados  sob  qualquer  
forma,   subvenções   sociais,   obras   e  
instalações,   equipamentos   e   material  
permanente,   auxílios,   amorEzação   e   outros  
que   a   administração   pública   u.liza   para   a  
consecução  de  seus  fins.    

70

www.acasadoconcurseiro.com.br 1647
   ELEMENTO  DE  DESPESA  (alguns  exemplos)  
    01   Aposentadorias  e  Reformas      
03   Pensões      
11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  –  Pessoal  Civil      
13   Obrigações  Patronais      
14   Diárias  –  Civil    
15   Diárias  –  Militar  
30   Material  de  Consumo      
33   Passagens  e  Despesas  com  Locomoção      
36   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Física      
39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica      
51   Obras  e  Instalações      
52   Equipamentos  e  Material  Permanente      
61   Aquisição  de  Imóveis      
71

 DESDOBRAMENTO  FACULTATIVO  DO  ELEMENTO  


DA  DESPESA  
   
C o n f o r m e   a s   n e c e s s i d a d e s   d e  
escrituração   contábil   e   controle   da  
execução   orçamentária   fica   facultado  
por  parte  de  cada  ente  o  desdobramento  
dos  elementos  de  despesa.    

72

1648 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Codificação da Despesa
 Exemplo:  
 1.  Despesas  com  Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal.  
 
c   g   mm   ee   dd  
 
3  
   
1   90   11   xx  
 Onde:    
 3.  Categoria  Econômica:  Despesas  Correntes;  
 1.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Pessoal  e  Encargos  Sociais;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 11.  eelemento  de  despesa:  Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal;  
  xx.   ddesdobramento   faculta?vo   do   elemento   da   despesa:   depende   do   código        
atribuído  pelo  Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  
despesa.    
73

Codificação da Despesa
 Exemplo:  
 2.  Despesas  com  aquisições  de  materiais  de  consumo  (medicamentos,  merendas,  
material  de  limpeza,  material  de  copa  e  cozinha,  material  de  expediente  etc.)  
 
c   g   mm   ee   dd  
 
   3   3   90   30   xx  
 Onde:    
 3.  Categoria  Econômica:  Despesas  Correntes;  
 3.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Outras  Despesas  Correntes;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 30.  eelemento  de  despesa:  Material  de  Consumo;  
  xx.   ddesdobramento   facultaFvo   do   elemento   da   despesa:   depende   do   código  
atribuído  pelo  Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  
despesa.    
74

www.acasadoconcurseiro.com.br 1649
Codificação da Despesa
 Exemplo:  
  3.   Despesas   com   contratações   de   Serviços   de   Terceiros   de   Pessoa   Jurídica  
(fornecimento   de   Energia   Elétrica,   de   água,   de   telefonia,   de   gás,   manutenção   dos  
elevadores  etc.)  
  c   g   mm   ee   dd  
  3   3   90   39   xx  
 Onde:    
 3.  Categoria  Econômica:  Despesas  Correntes;  
 3.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Outras  Despesas  Correntes;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 39.  eelemento  de  despesa:  Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica;  
 xx.  ddesdobramento  facultaFvo  do  elemento  da  despesa:  depende  do  código  atribuído  pelo  
Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  despesa.    

75

Codificação da Despesa
 Exemplo:  
  4.   Despesas   com   Obras   e   Instalações   (Construção   de   Rodovias,   Construção   de  
Escolas,  Construção  de  Hospitais  etc.)  
  c   g   mm   ee   dd  
 
4   4   90   51   xx  
 
 Onde:    
 4.  Categoria  Econômica:  Despesas  de  Capital;  
 4.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Inves5mentos;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 51.  eelemento  de  despesa:  Obras  e  Instalações;  
 xx.  ddesdobramento  facultaFvo  do  elemento  da  despesa:   depende  do  código  atribuído  
pelo  Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  despesa.    

76

1650 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Codificação da Despesa
 Exemplo:  
  5.   Despesas   com   aquisições   de   Equipamentos   e   Materiais   Permanentes  
(Ambulâncias,  Veículos  Oficiais,  Tratores,    Computadores,  Mobiliário  em  Geral,  Carteiras  
Escolares  etc.)  
 
  c   g   mm   ee   dd  
  4   4   90   52   xx  
 Onde:    
 4.  Categoria  Econômica:  Despesas  de  Capital;  
 4.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Inves8mentos;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 52.  eelemento  de  despesa:  Equipamentos  e  Materiais  Permanentes;  
  xx.   ddesdobramento   facultaMvo   do   elemento   da   despesa:   depende   do   código  
atribuído   pelo   Ente   Público   (U,   E,   DF   ou   M),   caso   tenha   desdobrado   os   elementos   da  
despesa.    
77

Codificação da Despesa
 Exemplo:  
 6.  Despesas  com  aquisições  de  Equipamentos  e  Materiais  Permanentes  USADOS,  
de   SEGUNDA   MÃO   (Ambulâncias,   Veículos   Oficiais,   Tratores,     Computadores,  
Mobiliário  em  Geral,  Carteiras  Escolares  etc.)  
 
c   g   mm   ee   dd  
 
  4  
    5   90   52   xx  
 Onde:    
 4.  Categoria  Econômica:  Despesas  de  Capital;  
 5.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Inversões  Financeiras;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 52.  eelemento  de  despesa:  Equipamentos  e  Materiais  Permanentes;  
  xx.   ddesdobramento   facultaMvo   do   elemento   da   despesa:   depende   do   código  
atribuído  pelo  Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  
despesa.    
78

www.acasadoconcurseiro.com.br 1651
Codificação da Despesa
 Exemplo:  
 7.  Despesas  com  Aquisição  de  Imóveis  (não*  necessários  à  execução  de  obras  públicas)  
  *Basta   vir   Aquisição   de   Imóveis.   Para   considerar   como   Despesas   de   Capital/
InvesCmentos  tem  que  vir  a  observação  “necessário  à  execução  de  obras”.  
 
 

 
c   g   mm   ee   dd  
 

 
4   5   90   61   xx  
 

 4.  Categoria  Econômica:  Despesas  de  Capital;  


 5.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Inversões  Financeiras;  
 90.  mmodalidade  de  aplicação:  Aplicação  Direta;  
 61.  eelemento  de  despesa:  Aquisição  de  Imóveis;  
  xx.   ddesdobramento   facultaCvo   do   elemento   da   despesa:   depende   do   código   atribuído   pelo  
Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  despesa.    
79

Codificação da Despesa
Exemplo:  
8.  Foi  firmado  um  convênio  entre  a  União  e  um  
determinado   município   para   aquisição   de  
medicamentos   para   a   rede   pública   municipal.   A  
União  repassará  ao  município  um  valor  de                  R
$  1.000.000,00  para  a  realização  dessa  compra.  
 
 
 
 
   
80

1652 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Codificação da Despesa
 TRANSFERÊNCIAS  CORRENTES:  
  Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de   recursos                          
(R$   1.000.000,00),   esta   é   uma   despesa   corrente/transferência  
corrente.  
 

    c   g   mm   ee   dd  
  3   3   40   30   xx  
   
 3.  Categoria  Econômica:  Despesas  Correntes;  
 3.  grupo  de  natureza  da  despesa:  Outras  Despesas  Correntes;  
 40.  mmodalidade  de  aplicação:  Transferências  a  Municípios;  
 30.  eelemento  de  despesa:  Material  de  Consumo;  
  xx.   ddesdobramento   faculta=vo   do   elemento   da   despesa:  
depende   do   código   atribuído   pelo   Ente   Público   (U,   E,   DF   ou   M),  
caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  despesa.    
81

Codificação da Despesa
Exemplo:  
9.  Foi  firmado  um  convênio  entre  a  União  e  
um   determinado   município   para     a  
construção   de   um   estádio   de   futebol.   A  
União   repassará   ao   município   um   valor   de   R
$   100.000.000,00   para   a   realização   dessa  
obra  .  
 
 
 
 
   
82

www.acasadoconcurseiro.com.br 1653
Codificação da Despesa
 TRANSFERÊNCIAS  DE  CAPITAL:  
  Para   a   União,   que   concedeu   a   transferência   de   recursos   (R$  
100.000.000,00),  esta  é  uma  despesa  de  capital/transferência  de  capital.  
 

   
c   g   mm   ee   dd  
  4   4   40   51   xx  
 4.  Categoria  Econômica:  Despesas  de  Capital;  
 4.  grupo  de  natureza  da  despesa:  InvesNmentos;  
 40.  mmodalidade  de  aplicação:  Transferências  a  Municípios;    
 51.  eelemento  de  despesa:  Obras  e  Instalações;  
  xx.   ddesdobramento   faculta=vo   do   elemento   da   despesa:   depende   do   código  
atribuído  pelo  Ente  Público  (U,  E,  DF  ou  M),  caso  tenha  desdobrado  os  elementos  da  despesa.    

83

SLIDES PARA LEITURA


Despesa,   de   acordo   com   o   MCASP   –  
Manual  de  Contabilidade  Aplicada  ao  Setor  
Público,   da   STN   –   Parte   I   –   Procedimentos  
Contábeis  Orçamentários:  
 
 

84

1654 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


   
  No   processo   de   aquisição   de   bens   ou   serviços   por   parte  
do  Ente  da  federação,  é  necessário  observar  alguns  passos  
para   que   se   possa   proceder   à   adequada   classificação  
quanto  à  natureza  de  despesa  e  garan>r  que  a  informação  
contábil  seja  fidedigna.    
 
  1º   Passo   –   Iden>ficar   se   o   registro   do   fato   é   de   caráter  
orçamentário  ou  extraorçamentário.    
   

85

SLIDES PARA LEITURA


   
 
  Orçamentários   –.   As   despesas   de   caráter   orçamentário  
necessitam   de   recurso   público   para   sua   realização   e  
cons7tuem   instrumento   para   alcançar   os   fins   dos  
programas   governamentais.   É   exemplo   de   despesa   de  
natureza   orçamentária   a   contratação   de   bens   e   serviços  
para   realização   de   determinação   ação,   como   serviços   de  
terceiros,   pois   se   faz   necessária   a   emissão   de   empenho  
para  suportar  esse  contrato.    

86

www.acasadoconcurseiro.com.br 1655
SLIDES PARA LEITURA
 Extraorçamentários  –  são  aqueles  decorrentes  de:    
 

  I)   Saídas   compensatórias   no   a5vo   e   no   passivo   financeiro   –  


representam  desembolsos  de  recursos  de  terceiros  em  poder  
do  ente  público,  tais  como:    
 

 a)  Devolução  dos  valores  de  terceiros  (cauções/depósitos)  –  a  


caução   em   dinheiro   cons9tui   uma   garan9a   fornecida   pelo  
contratado   e   tem   como   obje9vo   assegurar   a   execução   do  
contrato   celebrado   com   o   poder   público.   Ao   término   do  
contrato,  se  o  contratado  cumpriu  com  todas  as  obrigações,  o  
valor   será   devolvido   pela   administração   pública.   Caso   haja  
execução   da   garan9a   contratual,   para   ressarcimento   da  
Administração   pelos   valores   das   multas   e   indenizações   a   ela  
devidos,   será   registrada   a   baixa   do   passivo   financeiro   em  
contrapar9da  a  receita  orçamentária.    
87

SLIDES PARA LEITURA


  b)   Recolhimento   de   Consignações/Retenções   –   são  
recolhimentos   de   valores   anteriormente   re4dos   na   folha   de  
salários   de   pessoal   ou   nos   pagamentos   de   serviços   de  
terceiros;    
  c)   Pagamento   das   operações   de   crédito   por   Antecipação   de  
Receita  Orçamentária  (ARO)  –  conforme  determina  a  LRF,  as  
antecipações   de   receitas   orçamentárias   para   atender   a  
insuficiência   de   caixa   deverão   ser   quitadas   até   o   dia   10   de  
dezembro   de   cada   ano.   Tais   pagamentos   não   necessitam   de  
autorização  orçamentária  para  que  sejam  efetuados;    
  d)   Pagamentos   de   Salário-­‐Família,   Salário-­‐Maternidade   e  
Auxílio-­‐Natalidade   –   os   beneLcios   da   Previdência   Social  
adiantados   pelo   empregador,   por   força   de   lei,   têm   natureza  
extraorçamentária   e,   posteriormente,   serão   objeto   de  
compensação  ou  res4tuição.    
  II)   Pagamento   de   Restos   a   Pagar   –   são   as   saídas   para  
pagamentos   de   despesas   empenhadas   em   exercícios  
anteriores.    
88

1656 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


 Se  o  desembolso  é  orçamentário,  ir  para  o  próximo  passo.    
 

  2º   Passo   –   Iden%ficar   a   categoria   econômica   da   despesa  


orçamentária,   verificando   se   é   uma   despesa   corrente   ou   de  
capital,   conforme   conceitos   dispostos   no   item   4.3.1.1   deste  
Manual.  
 

 3  –  Despesas  Correntes;  e    
 4  –  Despesas  de  Capital.    
 

  Conforme   já   mencionado,   as   despesas   de   capital   ensejam   o  


registro   de   incorporação   de   a;vo   imobilizado,   intangível   ou  
inves;mento   (no   caso   dos   grupos   de   despesa   4   –  
inves;mentos   e   5   –   inversões   financeiras)   ou   o   registro   de  
desincorporação  de  um  passivo  (no  caso  do  grupo  de  despesa  
6  –  amor;zação  da  dívida).     89

SLIDES PARA LEITURA


 3º  Passo  –  Observada  a  categoria  econômica  da  despesa,  
o   próximo   passo   é   verificar   o   grupo   de   natureza   da  
despesa  orçamentária,  conforme  conceitos  estabelecidos  
no  item  4.3.1.2deste  Manual.    
 

1  –  Pessoal  e  Encargos  Sociais;    


2  –  Juros  e  Encargos  da  Dívida;    
3  –  Outras  Despesas  Correntes;    
4  –  Inves)mentos;    
5  –  Inversões  Financeiras;  e    
6  –  Amor)zação  da  Dívida.    
 

  Para   efeito   de   classificação,   as   Reservas   do   RPPS   e   de   ConHngência   serão  


idenHficadas  como  grupo  “9”,  todavia  não  são  passíveis  de  execução,  servindo  de  
fonte   para   abertura   de   créditos   adicionais,   mediante   os   quais   se   darão  
efeHvamente  a  despesa  que  será  classificada  nos  respecHvos  grupos.     90

www.acasadoconcurseiro.com.br 1657
SLIDES PARA LEITURA
  4º   Passo   –   Por   fim,   far-­‐se-­‐á   a   iden%ficação   do   elemento  
de   despesa,   ou   seja,   o   objeto   fim   do   gasto,   de   acordo  
com   as   descrições   dos   elementos   constantes   no   item  
4.3.1.4   deste   Manual.   Normalmente,   os   elementos   de  
despesa  guardam  correlação  com  os  grupos,  mas  não  há  
impedimento   para   que   um   elemento   8pico   de   despesa  
corrente   esteja   relacionado   a   um   grupo   de   despesa   de  
capital.    
   
 
 Seguem  exemplos  (não  exausDvos):    

91

SLIDES PARA LEITURA


   
GRUPOS   EXEMPLOS  DE  COMBINAÇÕES  COM  OS  ELEMENTOS  
   
  01  –  Aposentadorias  e  Reformas      
  03  –  Pensões      
1  –  Pessoal  e   04  –  Contratação  por  Tempo  Determinado      
Encargos   05  –  Outros  Bene@cios  Previdenciários      
Sociais       11  –  Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  –  Pessoal  Civil  
  13  –  Obrigações  Patronais      
16  –  Outras  Despesas  Variáveis  –  Pessoal  Civil      
17  –  Outras  Despesas  Variáveis  –  Pessoal  Militar    

92

1658 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


    EXEMPLOS  DE  COMBINAÇÕES  COM  OS  ELEMENTOS  
GRUPOS  
   
2  –  Juros  e   21  –  Juros  sobre  a  Dívida  por  Contrato      
Encargos  da   22  –  Outros  Encargos  sobre  a  Dívida  por  Contrato    
Dívida       23  –  Juros,  Deságios  e  Descontos  da  Dív.  Mobiliária  
24  –  Outros  Encargos  sobre  a  Dívida  Mobiliária  

93

SLIDES PARA LEITURA


    EXEMPLOS  DE  COMBINAÇÕES  COM  OS  ELEMENTOS  
GRUPOS  
   
  30  –  Material  de  Consumo      
  32  –  Material  de  Distribuição  Gratuita      
3  –  Outras   33  –  Passagens  e  Despesas  com  Locomoção      
Despesas   35  –  Serviços  de  Consultoria      
Correntes   36  –  Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Física    
    37  –  Locação  de  Mão-­‐de-­‐Obra      
    38  –  Arrendamento  MercanJl      
39  –  Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica    

94

www.acasadoconcurseiro.com.br 1659
SLIDES PARA LEITURA
    EXEMPLOS  DE  COMBINAÇÕES  COM  OS  
GRUPOS  
ELEMENTOS      
  30  –  Material  de  Consumo      
  33  –  Passagens  e  Despesas  com  Locomoção      
4  –  Inves;mentos   51  –  Obras  e  Instalações      
    52  –  Equipamentos  e  Material  Permanente      
    61  –  Aquisição  de  Imóveis    

95

SLIDES PARA LEITURA


    EXEMPLOS  DE  COMBINAÇÕES  COM  OS  
GRUPOS  
ELEMENTOS      
5  –  Inversões   61  –  Aquisição  de  Imóveis      
Financeiras       63  –  Aquisição  de  Títulos  de  Crédito      
    64  –  Aquis.  Títulos  Repr.  Capital  já  Integralizado  

96

1660 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


    EXEMPLOS  DE  COMBINAÇÕES  COM  OS  ELEMENTOS  
GRUPOS  
   
6  –  Amor:zação   71  –  Principal  da  Dívida  Contratual  Resgatado      
da  Dívida       72  –  Principal  da  Dívida  Mobiliária  Resgatado      
73  –  Correção  Monetária  ou  Cambial  da  Dívida  
Contratual  Resgatada      

97

www.acasadoconcurseiro.com.br 1661
Direito Financeiro
Aula XX

ESTÁGIOS DAS DESPESA PÚBLICAS

Conteúdo da Aula

• Estágios – Etapas – Fases – da Despesa Orçamentária.

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária
Fixação

Empenho

Liquidação

Pagamento

www.acasadoconcurseiro.com.br 1663
Estágios, Etapas, Fases
da Despesa Orçamentária
Fixação

Empenho

Liquidação

Pagamento

Fixação
Projeto de LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)

Tributárias 700 Pessoal 600


Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900


A fixação da despesa refere-se aos limites de gastos, incluídos
nas leis orçamentárias com base nas receitas previstas, a serem
efetuados pelas entidades públicas.
4

1664 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Ordenador de Despesas
Decreto-Lei nº 200/67:

Art. 80, § 1°. Ordenador de despesas é toda e qualquer


autoridade de cujos atos resultarem emissão de empenho,
autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de
recursos da União ou pela qual esta responda.
Art. 80, § 2º. O ordenador de despesa, salvo conivência, não
é responsável por prejuízos causados à Fazenda Nacional
decorrentes de atos praticados por agente subordinado que
exorbitar das ordens recebidas.

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária
Fixação

Empenho

Liquidação

Pagamento

www.acasadoconcurseiro.com.br 1665
Empenho
É o comprometimento do crédito
orçamentário com o fornecedor que está
sendo contratado.

É o comprometimento do crédito
orçamentário com o servidor público.

É a utilização dos créditos orçamentários


disponíveis. É começar a gastar os créditos
orçamentários.

O empenho é prévio, ou seja, precede à


realização da despesa e tem de respeitar o
limite do crédito orçamentário.
7

LOA
Receitas Previstas Despesas Fixadas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100

Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

1666 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Empenho
Lei nº 4.320/64:

Art. 58. É o ato emanado de


autoridade competente que
cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não
de implemento de condição.

Empenho
Ø Licitação/Dispensa/Inexigibilidade

Empenho Ø Autorização

Ø Formalização (Nota de Empenho)

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1667
Empenho
A licitação/dispensa/inexigibilidade precede
ao empenho da despesa e tem por objetivo
verificar, entre vários fornecedores, quem
oferece condições mais vantajosas à
administração. Existem seis modalidades de
licitação: concorrência, tomada de preços,
convite, concurso, leilão e o pregão.

11

Empenho

A autorização constitui a decisão,


manifestação ou despacho do
Ordenador, isto é, a permissão dada
pela autoridade competente para
realização da despesa. Geralmente,
nessa fase é emitida a NAD - Nota de
Autorização da Despesa.

12

1668 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Empenho
A formalização corresponde à dedução
do valor da despesa feita no saldo
disponível da dotação, e é comprovada
pela emissão da Nota de Empenho que
em determinadas situações previstas na
legislação específica poderá ser
dispensada, como nos casos das
despesas relativas a pessoal.

13

Empenho
Lei nº 4.320/64:

Art. 59. O empenho da despesa não


poderá exceder o limite dos créditos
concedidos.
------------------------------------------------------------
CRFB/88:

Art. 167. São vedados:


II. A realização de despesas ou a assunção
de obrigações diretas que excedam os
créditos orçamentários ou adicionais.
14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1669
Empenho

Lei nº 4.320/64:

Art. 60. É vedada a realização da


despesa sem prévio empenho.

15

Empenho
Lei nº 4.320/64:

Art. 61. Para cada empenho será extraído


um documento denominado "nota de
empenho" que indicará o nome do credor,
a representação e a importância da
despesa, bem como a dedução desta do
saldo da dotação própria.
----------------------------------------------------------
Art. 60, §1º. Em casos especiais previstos
na legislação específica, será dispensada a
emissão da nota de empenho.
----------------------------------------------------------
16

1670 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Empenho
MCASP:
O empenho será formalizado mediante a emissão de um
documento denominado “Nota de Empenho”, do qual
deve constar o nome do credor, a especificação do credor
e a importância da despesa, bem como os demais dados
necessários ao controle da execução orçamentária.

Embora o art. 61 da Lei nº 4.320/1964 estabeleça a


obrigatoriedade do nome do credor no documento Nota
de Empenho, em alguns casos, como na Folha de
Pagamento, torna-se impraticável a emissão de um
empenho para cada credor, tendo em vista o número
excessivo de credores (servidores).

17

Empenho
Assim:

O ato empenho (autorização da execução da


despesa e comprometimento do crédito
orçamentário, isto é, a utilização, dedução,
do crédito disponível) não pode ser
dispensado para casos de realização de
despesas públicas orçamentárias.

A emissão da Nota de Empenho pode ser


dispensada em alguns casos.

18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1671
Empenho

Os empenhos podem ser classificados em:

ü Ordinário;
ü Global;
ü Estimativo.

19

Empenho
Ordinário: é o tipo de empenho
utilizado para as despesas de valor
fixo e previamente determinado,
cujo pagamento deva ocorrer de
uma só vez.

20

1672 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Empenho

Global: é o tipo de empenho


utilizado para despesas
contratuais ou outras de valor
determinado, sujeitas a
parcelamento, como, por
exemplo, os compromissos
decorrentes de aluguéis.

21

Empenho

Estimativo: é o tipo de empenho


utilizado para as despesas cujo
montante não se pode determinar
previamente, tais como serviços de
fornecimento de água e energia
elétrica, aquisição de combustíveis
e lubrificantes e outros.

22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1673
Estágios, Etapas, Fases
da Despesa Orçamentária
Fixação

Empenho

Liquidação

Pagamento

23

Liquidação
Lei nº 4.320/64:

Art. 63. A liquidação da despesa


consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito.

24

1674 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Liquidação
• Material;

• Serviço;

• Obra.

FORNECEDOR ADMINISTRAÇÃO

Consiste em verificar que o FORNECEDOR


cumpriu, isto é, liquidou com a sua
obrigação de entregar o material, o
serviço, a obra.

25

Liquidação
Lei nº 4.320/64:

Art. 63, §1º. Essa verificação tem por


fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve
pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a
importância, para extinguir a obrigação.

26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1675
Liquidação
Lei nº 4.320/64:

Art. 63, §2º. A liquidação da despesa por


fornecimentos feitos ou serviços prestados
terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega do
material ou da prestação do serviço.

27

Liquidação
Nota do Professor:

Esses documentos comprobatórios podem


ser a Nota Fiscal ou o Cupom Fiscal
emitidos pelo fornecedor. Deve-se verificar
se na Nota ou no Cupom constam as
assinaturas e matrículas de servidores
atestando que a mercadoria foi
devidamente entregue ou o serviço foi
executado a contento.

Geralmente, são necessários dois servidores


para atestar a nota ou cupom fiscal.
28

1676 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária
Fixação

Empenho

Liquidação

Pagamento

29

Ordem de Pagamento
Entre o estágio da liquidação e o estagio do
pagamento, ocorre a chamada Ordem de
Pagamento.
A Ordem de Pagamento é o despacho exarado
por autoridade competente, determinando
que a despesa seja paga.
A Ordem de Pagamento só poderá ser exarada
em documentos processados pelos serviços de
contabilidade.
É nesse documento que o ordenador da
despesa autoriza o pagamento. É nele que vem
apresentado o famoso termo “PAGUE-SE”.

30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1677
Pagamento
É o último estágio da despesa. O pagamento da despesa
será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente
instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados. O
pagamento pode ser realizado da seguinte forma:

ücheque nominativo – mediante recibo do beneficiário;

üordem bancária – o órgão transfere ao banco a


responsabilidade de finalizar o pagamento, mediante débito
em sua conta. É o meio de pagamento mais utilizado
atualmente, onde ocorre a transmissão de arquivo ao banco
contendo a relação dos credores, nºs das respectivas contas
correntes para crédito e valores a serem creditados nas
contas de cada credor.

31

Pagamento

ADMINISTRAÇÃO FORNECEDOR

Após o fornecedor cumprir com sua


obrigação contratual de entregar o
material, o serviço ou a obra, cabe à
Administração cumprir com sua parte de
pagar pelo objeto contratado.
32

1678 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Pagamento
Lei nº 4.320/64:
Art. 62. O pagamento da despesa só será
efetuado quando ordenado após sua
regular liquidação.

Art. 64. A ordem de pagamento é o


despacho exarado por autoridade
competente, determinando que a despesa
seja paga.
Parágrafo único - A ordem de pagamento
só poderá ser exarada em documentos
processados pelos serviços de
contabilidade.

33

SLIDES PARA LEITURA


Estágios ou Etapas ou Fases da Despesa
Orçamentária, de acordo com o MCASP –
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público, da STN – Parte I – Procedimentos
Contábeis Orçamentários:

34

www.acasadoconcurseiro.com.br 1679
Estágios, Etapas, Fases
da Despesa Orçamentária

As etapas da despesa orçamentária são


segregadas em:

Planejamento: Fixação;
Execução: Empenho, Liquidação e
Pagamento.

35

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária
Assim:

Planejamento:

Fixação;

Execução:

Empenho;
Liquidação;
Pagamento.

36

1680 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária
PLANEJAMENTO

A etapa do planejamento abrange, de modo


geral, toda a análise para a formulação do
plano e ações governamentais que serviram
de base para a fixação da despesa
orçamentária, a
descentralização/movimentação de créditos,
a programação orçamentária e financeira, e
o processo de licitação e contratação.

37

1. Fixação da Despesa
A fixação da despesa refere-se aos limites de gastos, incluídos nas leis
orçamentárias com base nas receitas previstas, a serem efetuados pelas
entidades públicas. A fixação da despesa orçamentária insere-se no
processo de planejamento e compreende a adoção de medidas em
direção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis
e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo.

Conforme art. 165 da Constituição Federal de 1988, os instrumentos de


planejamento compreendem o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual.

O processo da fixação da despesa orçamentária é concluído com a


autorização dada pelo poder legislativo por meio da lei orçamentária
anual, ressalvadas as eventuais aberturas de créditos adicionais no
decorrer da vigência do orçamento.
38

www.acasadoconcurseiro.com.br 1681
2. Descentralizações de créditos
orçamentários
As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada
movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações
institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidades
administrativas possam executar a despesa orçamentária.

As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com


transferências e transposição, pois:

Ønão modificam a programação ou o valor de suas dotações orçamentárias


(créditos adicionais); e
Ønão alteram a unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do
crédito orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais.

39

2. Descentralizações de créditos
orçamentários
Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um
mesmo órgão tem-se a descentralização interna, também
chamada de provisão. Se, porventura, ocorrer entre unidades
gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente, ter-se-á
uma descentralização externa, também denominada de
destaque.

Na descentralização, as dotações serão empregadas


obrigatória e integralmente na consecução do objetivo previsto
pelo programa de trabalho pertinente, respeitadas fielmente a
classificação funcional e a estrutura programática. Portanto, a
única diferença é que a execução da despesa orçamentária será
realizada por outro órgão ou entidade.
40

1682 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

2. Descentralizações de créditos
orçamentários
Para a União, de acordo com o inciso III do §1º do art.1º do Decreto nº
6.170/2007, a descentralização de crédito externa dependerá de termo de
cooperação, ficando vedada a celebração de convênio para esse efeito.
Importante destacar que o art. 8º da Lei nº 12.309, de 9 de agosto de 2010 (Lei
de Diretrizes Orçamentárias para 2011), dispõe que:

“Art. 8º Todo e qualquer crédito orçamentário deve ser consignado, diretamente,


independentemente do grupo de natureza de despesa em que for classificado, à
unidade orçamentária à qual pertencem as ações correspondentes, vedando-se a
consignação de crédito a título de transferência a unidades orçamentárias
integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.

§1 Não caracteriza infringência ao disposto no caput, bem como à vedação


contida no art. 167, inciso VI, da Constituição, a descentralização de créditos
orçamentários para execução de ações pertencentes à unidade orçamentária
descentralizadora.”
41

2. Descentralizações de créditos
orçamentários
A execução de despesas da competência de órgãos e unidades do Ente da
Federação poderá ser delegada, no todo ou em parte, a órgão ou
entidade de outro Ente da Federação, desde que se mostre legal e
tecnicamente possível.

Tendo em vista o disposto no art. 35 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro


de 2001, a execução de despesas mediante descentralização a outro Ente
da Federação processar-se-á de acordo com os mesmos procedimentos
adotados para as transferências voluntárias, ou seja, empenho,
liquidação e pagamento na unidade descentralizadora do crédito
orçamentário e inclusão na receita e na despesa do ente recebedor dos
recursos-objeto da descentralização, identificando-se como recursos de
convênios ou similares.

42

www.acasadoconcurseiro.com.br 1683
2. Descentralizações de créditos
orçamentários
Ressalte-se que ao contrário das transferências voluntárias realizadas
aos demais Entes da Federação que, via de regra, devem ser
classificadas como operações especiais, as descentralizações de
créditos orçamentários devem ocorrer em projetos ou atividades.
Assim, nas transferências voluntárias devem ser utilizados os
elementos de despesas típicos destas, quais sejam 41 –Contribuições e
42 – Auxílios, enquanto nas descentralizações devem ser usados os
elementos denominados típicos de gastos, tais como 30 – Material de
Consumo, 39 – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica, 51 –
Obras e Instalações, 52 – Material Permanente, etc.

43

3. Programação orçamentária e financeira


A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização
do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao
ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da
arrecadação.

Se houver frustração da receita estimada no orçamento, deverá ser


estabelecida limitação de empenho e movimentação financeira, com
objetivo de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assunção
de compromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca
de socorro no mercado financeiro, situação que implica em encargos
elevados.
44

1684 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

3. Programação orçamentária e
financeira
A LRF definiu procedimentos para auxiliar a programação orçamentária e financeira
nos arts 8º e 9º:

“Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do
inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.
[...]
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá
não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”
45

4. Processo de licitação e contratação


O processo de licitação compreende um conjunto de
procedimentos administrativos que objetivam adquirir
materiais, contratar obras e serviços, alienar ou ceder
bens a terceiros, bem como fazer concessões de serviços
públicos com as melhores condições para o Estado,
observando os princípios da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e de
outros que lhe são correlatos.

46

www.acasadoconcurseiro.com.br 1685
4. Processo de licitação e contratação
A Constituição Federal de 1988 estabelece a observância do processo
de licitação pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
conforme disposto no art. 37, inciso XXI:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
[...]
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.“
47

4. Processo de licitação e contratação


A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art.
37, inciso XXI, da Constituição Federal, estabelecendo normas
gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações.

48

1686 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária

EXECUÇÃO

A execução da despesa orçamentária se dá


em três estágios, na forma prevista na Lei nº
4.320/1964: empenho, liquidação e
pagamento.

49

1. Empenho
Empenho, segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o
ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição.

Consiste na reserva de dotação orçamentária para um


fim específico.

50

www.acasadoconcurseiro.com.br 1687
1. Empenho
Empenho, segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o
ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição.

Consiste na reserva de dotação orçamentária para um


fim específico.

50

1. Empenho
O empenho será formalizado mediante a emissão de um
documento denominado “Nota de Empenho”, do qual deve
constar o nome do credor, a especificação do credor e a
importância da despesa, bem como os demais dados
necessários ao controle da execução orçamentária.
Embora o art. 61 da Lei nº 4.320/1964 estabeleça a
obrigatoriedade do nome do credor no documento Nota de
Empenho, em alguns casos, como na Folha de Pagamento,
torna-se impraticável a emissão de um empenho para cada
credor, tendo em vista o número excessivo de credores
(servidores).
Caso não seja necessária a impressão do documento “Nota
de Empenho”, o empenho ficará arquivado em banco de
dados, em tela com formatação própria e modelo oficial, a
ser elaborado por cada Ente da federação em atendimento às
suas peculiaridades.
51

1688 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

1. Empenho
Quando o valor empenhado for insuficiente para atender à
despesa a ser realizada, o empenho poderá ser reforçado.

Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa


realizada, o empenho deverá ser anulado parcialmente.

Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não


tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido emitido
incorretamente.

Os empenhos podem ser classificados em:


ü Ordinário;
ü Global;
ü Estimativo.

52

1. Empenho
Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as
despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo
pagamento deva ocorrer de uma só vez;

Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as


despesas cujo montante não se pode determinar
previamente, tais como serviços de fornecimento de
água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e
lubrificantes e outros; e

Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas


contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a
parcelamento, como, por exemplo, os compromissos
decorrentes de aluguéis.
53

www.acasadoconcurseiro.com.br 1689
1. Empenho
É recomendável constar no instrumento contratual o
número da nota de empenho, visto que representa a
garantia ao credor de que existe crédito orçamentário
disponível e suficiente para atender a despesa objeto do
contrato. Nos casos em que o instrumento de contrato é
facultativo, a Lei nº 8.666/1993 admite a possibilidade de
substituí-lo pela nota de empenho de despesa, hipótese
em que o empenho representa o próprio contrato.

54

2. Liquidação
Conforme dispõe o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação consiste na
verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo
apurar:
“Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito.

§1° Essa verificação tem por fim apurar:

I – a origem e o objeto do que se deve pagar;


II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
55

1690 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Estágios das Despesas Públicas – Prof. Fábio Furtado

2. Liquidação

§2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou


serviços prestados terá por base:

I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;


II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega de material ou da
prestação efetiva do serviço.”

56

3. Pagamento
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio
de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e
só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.

A Lei nº 4.320/1964, no art. 64, define ordem de pagamento como


sendo o despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa liquidada seja paga.

A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos


processados pelos serviços de contabilidade.

57

www.acasadoconcurseiro.com.br 1691
Direito Financeiro
Aula XX

RESTOS A PAGAR

Conteúdo  da  Aula  


 
•  Restos  a  Pagar.  

Restos a Pagar
Conceito:  
 

Despesas  EMPENHADAS,  mas  NÃO  


PAGAS  até  31/12.  
 
Lei  nº  4.320/64:  
 

Art.   36.   Consideram-­‐se   Restos   a   Pagar  


as   despesas   empenhadas   mas   não  
pagas   até   o   dia   31   de   dezembro,  
dis6nguindo-­‐se   as   processadas   das   não  
processadas.  
2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1693
Restos a Pagar
Classificação:  
 
 
Restos  a  Pagar  PROCESSADOS  
                                             (LIQUIDADOS)  
 
 
Restos  a  Pagar  NÃO  PROCESSADOS  
                                                     (NÃO  LIQUIDADOS)  

Estágios, Etapas, Fases


da Despesa Orçamentária
Fixação

Empenho

Liquidação

Pagamento

1694 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

Restos a Pagar

Estágios RPP RPNP

Fixação Fixação Fixação

Empenho Empenho Empenho

Liquidação Liquidação ---------------

Pagamento --------------- ---------------


5

Restos a Pagar

Exemplo:  Execução  Orçamentária  de  2007  


 
F  =  900  
E  =  700  
L  =  500  
P  =  400  
 

www.acasadoconcurseiro.com.br 1695
Restos a Pagar
Cálculo:  
 
RP  =  E  –  P  
 
RPP  =  L  –  P  
 
RPNP  =  E  -­‐  L  

Restos a Pagar
Exemplo:  Execução  Orçamentária  de  2007  
 
F  =  900  
E  =  700        
L  =  500                  200  RPNP              
P  =  400                  100  RPP    
             ________  
               300  RP  
Obs.:   Ocorreu,   durante   o   ano   de   2007,  
arrecadação,   no   valor   de   R$   1.000,00.   O   saldo  
inicial  da  conta  BANCOS  era  de  zero.  
8

1696 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      1.000,00    
 
 

Referente à arrecadação de R$ 1.000,00,


durante o ano de 2007.

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      1.000,00   Fornecedores      500,00  
   
   
Referente à liquidação de R$ 500,00, durante o ano de 2007,
isto é, o reconhecimento da obrigação de pagar ao fornecedor
que entregou à Administração o material, o serviço ou a obra.

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1697
Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                  1.000,00   Fornecedores              500,00  
               (400,00)                                              (400,00)  
                   600,00                                              100,00  
 

Referente ao pagamento, no valor de R$ 400,00, isto é, a


quitação de parte da obrigação da Administração junto ao
fornecedor, durante o ano de 2007.

11

Restos a Pagar
Inscrição:  31/12/2007  
RPP  =          100  
RPNP  =      200  
RP  (total)  =  300  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
No  Balanço  Financeiro:  
=  Receita  Extraorçamentária    
(Art.  103,  parágrafo  único  da  Lei  nº  
4.320/64)  
 
No  Balanço  Patrimonial:  
=  Passivo  Financeiro  (Dívida  Flutuante)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
12

1698 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

Balanço Patrimonial
31/12/2007
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                        600,00   RPP    (Fornecedores)          100,00  
  RPNP                                                                200,00  
 
 
Referente à Inscrição dos restos a pagar (processados e
não processados), em 31/12/2007.
• SF = AF (-) PF
• SF = 600 (-) 300 (dinheiro em caráter temporário)
• SF = 300 (dinheiro descomprometido) 13

Restos a Pagar
Pagamento:  durante  o  ano  de  2008  
                                                                       (ano  seguinte  ao  da  inscrição)  
 
RPNP  =  200    
(após  a  devida  liquidação  da  despesa)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
No  Balanço  Financeiro:  
=  Despesa  Extraorçamentária    
 
No  Balanço  Patrimonial:  
=  Baixa  do  A<vo  Financeiro  (saída  do  dinheiro)  e    
Baixa  do  Passivo  Financeiro  (baixa  da  obrigação)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1699
Balanço Patrimonial em 2008
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                        600,00   RPP    (Fornecedores)          100,00  
               (200,00)   RPNP                              200,00  
                   400,00   (após  a  devida  liquidação)  
 
Referente pagamento de Restos a Pagar Não-Processados, no valor de R$ 200,00,
após a devida liquidação, durante o ano de 2008. Foi desembolsado dinheiro que
estava em caráter temporário.
• SF = AF (-) PF
• SF = 400(-) 100 (dinheiro em caráter temporário referente ao RPP)
• SF = 300 (dinheiro descomprometido)
15

Restos a Pagar
Cancelamento:  31/12/2008  
(final  do  ano  seguinte  ao  da  inscrição.    
Decreto  93.872/86)  
 

RPP  =  100  (Variação  A,va  Independente  da  


Execução  Orçamentária)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐
Obs.:  A  STN  dispõe  que  não  deve  haver  
cancelamento  de  RPP:  
Os   Restos   a   Pagar   Processados   não   podem   ser  
cancelados,   tendo   em   vista   que   o   fornecedor   de   bens/
serviços   cumpriu   com   a   obrigação   de   fazer   e   a  
Administração   não   poderá   deixar   de   cumprir   com   a  
obrigação  de  pagar.    
16

1700 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

Balanço Patrimonial
31/12/2008
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                        400,00   RPP    (Fornecedores)              100,00  
   
Patrimônio  Líquido  (PL):  100,00  
 
Referente ao cancelamento do RPP, em 31/12/2008, gerando uma
Variação Ativa em virtude do aumento do Patrimônio Líquido.

Obs.: Vale lembrar que de acordo com a STN, não deve haver
cancelamento de RPP.
17

Restos a Pagar
Prescrição:  31/12/2012  
 
 5  anos  após  a  data  da  INSCRIÇÃO.  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
          Exemplo:   O   credor   reclamou   em   2012   o  
não   recebimento   do   fornecimento   feito   em  
2007.  
 
          Como   o   RP   já   foi   cancelado   deveremos  
quitar   esta   obrigação   uAlizando   a   dotação  
orçamentária  denominada  D.E.A.  –  Despesas  
de   Exercícios   Anteriores,   conforme   o   arAgo  
37  da  Lei  nº  4.320/64.  

18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1701
 Lei  nº  4.320/64:  
 
  Art.   37.   As   despesas   de   exercícios  
encerrados,   para   as   quais   o   orçamento  
respec5vo  consignava  crédito  próprio,  com  
saldo   suficiente   para   atendê-­‐las,   que   não  
se   tenham   processado   na   época   própria,  
bem   como   os   Restos   a   Pagar   com  
p r e s c r i ç ã o   i n t e r r o m p i d a   e   o s  
compromissos   reconhecidos   após   o  
encerramento   do   exercício   correspondente  
poderão   ser   pagos   à   conta   de   dotação  
específica   consignada   no   orçamento,  
discriminada   por   elementos,   obedecida,  
sempre  que  possível,  a  ordem  cronológica.  
  19

 Decreto  93.872/86:  
 

  Art.   22.   As   despesas   de   exercícios   encerrados,   para   as   quais   o  


orçamento   respec5vo   consignava   crédito   próprio   com   saldo   suficiente  
para  atendê-­‐las,  que  não  se  tenham  processado  na  época  própria,  bem  
como   os   Restos   a   Pagar   com   prescrição   interrompida,   e   os  
compromissos   reconhecidos   após   o   encerramento   do   exercício  
correspondente,   poderão   ser   pagos   à   conta   de   dotação   des4nada   a  
atender   despesas   de   exercícios   anteriores,   respeitada   a   categoria  
econômica  própria.  
 [...]  
 §  2º  -­‐  Para  os  efeitos  deste  ar5go,  considera-­‐se:    
 [...]  
  b)   Restos   a   Pagar   com   prescrição   interrompida,   a   despesa   cuja  
inscrição  como  Restos  a  Pagar  tenha  sido  cancelada,  mas  ainda  vigente  
o  direito  do  credor;    
 [...]  
  20

1702 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


Restos   a   Pagar,   de   acordo   com   o   MCASP   –  
Manual  de  Contabilidade  Aplicada  ao  Setor  
Público,   da   STN   –   Parte   I   –   Procedimentos  
Contábeis  Orçamentários:  
 
 

21

Restos a Pagar
      No   fim   do   exercício,   as   despesas   orçamentárias  
empenhadas  e  não  pagas  serão  inscritas  em  Restos  a  Pagar  
e   cons6tuirão   a   dívida   flutuante.   Podem-­‐se   dis6nguir   dois  
6pos   de   Restos   a   Pagar:   os   Processados   e   os   Não  
Processados.    
 
  Os   Restos   a   Pagar   Processados   são   aqueles   em   que   a  
despesa  orçamentária  percorreu  os  estágios  de  empenho  e  
liquidação,   restando   pendente   apenas   o   estágio   do  
pagamento.    
 
 Os  Restos  a  Pagar  Processados  não  podem  ser  cancelados,  
tendo  em  vista  que  o  fornecedor  de  bens/serviços  cumpriu  
com   a   obrigação   de   fazer   e   a   Administração   não   poderá  
deixar  de  cumprir  com  a  obrigação  de  pagar.    
22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1703
Restos a Pagar
     Serão  inscritas  em  restos  a  pagar  as  despesas  liquidadas  e  não  pagas  
no  exercício  financeiro,  ou  seja,  aquelas  em  que  o  serviço,  obra  ou  
material  contratado  tenha  sido  prestado  ou  entregue  e  aceito  pelo  
contratante.   Também   serão   inscritas   as   despesas   não   liquidadas  
quando   o   serviço   ou   material   contratado   tenha   sido   prestado   ou  
entregue  e  que  se  encontre,  em  31  de  dezembro  de  cada  exercício  
financeiro,   em   fase   de   verificação   do   direito   adquirido   pelo   credor  
ou   quando   o   prazo   para   cumprimento   da   obrigação   assumida   pelo  
credor  esDver  vigente.    
  A   inscrição   de   despesa   em   restos   a   pagar   não   processados   é  
procedida   após   a   anulação   dos   empenhos   que   não   podem   ser  
inscritos   em   virtude   de   restrição   em   norma   do   ente,   ou   seja,  
verificam-­‐se  quais  despesas  devem  ser  inscritas  em  restos  a  pagar  e  
anulam-­‐se   as   demais   para,   após,   inscrevem-­‐se   os   restos   a   pagar   não  
processados  do  exercício.    
23

Restos a Pagar
       
  No   momento   do   pagamento   de   restos   a   pagar  
referente   à   despesa   empenhada   pelo   valor   es3mado,  
verifica-­‐se  se  existe  diferença  entre  o  valor  da  despesa  
inscrita   e   o   valor   real   a   ser   pago;   se   exis3r   diferença,  
procede-­‐se  da  seguinte  forma:    
 
-­‐ Se   o   valor   real   a   ser   pago   for   superior   ao   valor   inscrito,   a  
diferença   deverá   ser   empenhada   a   conta   de   despesas   de  
exercícios  anteriores;    

-­‐ Se  o  valor  real  for  inferior  ao  valor  inscrito,  o  saldo  existente  
deverá  ser  cancelado.    
24

1704 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

        Restos a Pagar
  A   inscrição   de   restos   a   pagar   deve   observar   as  
disponibilidades   financeiras   e   condições   de   modo   a  
prevenir   riscos   e   corrigir   desvios   capazes   de   afetar   o  
equilíbrio   das   contas   públicas,   conforme   estabelecido  
na  LRF.    
 
  A s s i m ,   o b s e r v a -­‐ s e   q u e ,   e m b o r a   a   L e i   d e  
Responsabilidade   Fiscal   não   aborde   o   mérito   do   que  
pode   ou   não   ser   inscrito   em   restos   a   pagar,   veda  
contrair   obrigação   no   úlDmo   ano   do   mandato   do  
governante   sem   que   exista   a   respecDva   cobertura  
financeira,   eliminando   desta   forma   as   heranças   fiscais,  
conforme  disposto  no  seu  art.  42:    
    25

        Restos a Pagar
  “Art.  42.  É  vedado  ao  .tular  de  Poder  ou  órgão  referido  no  
art.   20,   nos   úl#mos   dois   quadrimestres   do   seu   mandato,  
contrair  obrigação  de  despesa   que  não  possa  ser  cumprida  
integralmente  dentro  dele,  ou  que  tenha  parcelas  a  serem  
pagas   no   exercício   seguinte   sem   que   haja   suficiente  
disponibilidade  de  caixa  para  este  efeito.    
 
 Parágrafo  único.  Na  determinação  da  disponibilidade  de  
caixa  serão  considerados  os  encargos  e  despesas  
compromissadas  a  pagar  até  o  final  do  exercício.”    
 
  Portanto,   é   necessário   que   a   inscrição   de   despesas  
orçamentárias   em   restos   a   pagar   observe   a   legislação  
per:nente.    
26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1705
Restos a Pagar
       INSCRIÇÃO  EM  RESTOS  A  PAGAR  NÃO  PROCESSADOS    
 

  A   norma   estabelece   que,   no   encerramento   do   exercício,   a  


parcela   da   despesa   orçamentária   que   se   encontrar  
empenhada  mas  ainda  não  foi  paga  será  considerada  restos  
a  pagar.    
 

 O  raciocínio  implícito  na  lei  é  de  que  a  receita  orçamentária  


a  ser  u?lizada  para  pagamento  da  despesa  empenhada  em  
determinado   exercício   já   foi   arrecadada   ou   ainda   será  
arrecadada   no   mesmo   ano   e   estará   disponível   no   caixa   do  
governo   ainda   neste   exercício.   Logo,   como   a   receita  
orçamentária  que  ampara  o  empenho  pertence  ao  exercício  
e   serviu   de   base,   dentro   do   princípio   orçamentário   do  
equilíbrio,   para   a   fixação   da   despesa   orçamentária  
autorizada   pelo   Poder   Legisla?vo,   a   despesa   que   for  
empenhada  com  base  nesse  crédito  orçamentário  também  
deverá  pertencer  ao  exercício.      
27

        Restos a Pagar
 Supõe-­‐se  que  determinada  receita  tenha  sido  arrecadada  e  
permaneça  no  caixa,  portanto,  integrando  o  a8vo  financeiro  
do   ente   público   no   fim   do   exercício.   Exis8ndo,  
concomitantemente,   uma   despesa   empenhada,   deverá   ser  
registrada  também  um  passivo  financeiro;  caso  contrário  o  
ente   público   estará   apresentando   em   seu   balanço  
patrimonial,   sob   a   ó8ca   da   Lei   nº   4320/64,   ao   fim   do  
exercício,   um   superávit   financeiro   (a8vo   financeiro   –  
passivo   financeiro)   indevido,   que   poderia   ser   objeto   de  
abertura   de   crédito   adicional   no   ano   seguinte   na   forma  
prevista  na  lei.  Assim,  a  receita  que  permaneceu  no  caixa  na  
abertura   do   exercício   seguinte   já   está   comprome8da   com   o  
empenho  que  foi  inscrito  em  restos  a  pagar  e,  portanto,  não  
poderia  ser  u8lizada  para  abertura  de  novo  crédito.    
   
28

1706 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Restos a Pagar – Prof. Fábio Furtado

       
Restos a Pagar
 
  Dessa   forma,   o   registro   do   passivo   financeiro   é  
inevitável,   mesmo   não   se   tratando   de   uma   obrigação  
presente,  pois  falta  o  cumprimento  do  implemento  de  
condição,  mas  por  força  do  art.  35  da  Lei  nº  4.320/1964  
e   da   correta   apuração   do   superávit   financeiro,   tem   de  
ser  registrado.    
   

29

Restos a Pagar
     Assim,  suponha  os  seguintes  fatos  a  serem  registrados  
na  contabilidade  de  um  determinado  ente  público:    
 
  1)   Recebimento   de   receitas   tributárias   no   valor   de   $1000  
unidades  monetárias;    
 
  2)   Empenho   da   despesa   no   valor   de   $900   unidades  
monetárias;    
 
  3)   Liquidação   de   despesa   corrente   no   valor   de   $700  
unidades  monetárias;  e    
 
  4)   Inscrição   de   Restos   a   Pagar,   sendo   $700   de   Restos   a  
Pagar  Processado  e  $200  de  Restos  a  Pagar  Não  Processado  
($900-­‐700).    
30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1707
Restos a Pagar
      Dessa   forma,   para   maior   transparência,   as   despesas  
executadas  devem  ser  segregadas  em:    
 

 a)  Despesas  liquidadas,  consideradas  aquelas  em  que  houve  a  


entrega   do   material   ou   serviço,   nos   termos   do   art.   63   da   Lei   nº  
4.320/1964;  e    
 

  b)   Despesas   não   liquidadas,   inscritas   ao   encerramento   do  


exercício  como  restos  a  pagar  não  processados.    
 

  Despesas   empenhadas,   mas   não   liquidadas,   inscritas   no  


encerramento   do   exercício,   correspondendo   a   restos   a   pagar  
não  processados.    
 

  O   impacto   da   inscrição   em   restos   a   pagar   no   balanço  


patrimonial   é   mais   detalhado   na   Parte   V   deste   Manual   –  
Demonstrações  Contábeis  Aplicadas  ao  Setor  Público.    
33

1708 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro
Aula XX

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Conteúdo  da  Aula  


 
•  Despesas  de  Exercícios  Anteriores  (DEA).  

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
 Lei  nº  4.320/64:  
 
  Art.   37.   As   despesas   de   exercícios  
encerrados,   para   as   quais   o   orçamento  
respec5vo  consignava  crédito  próprio,  com  
saldo   suficiente   para   atendê-­‐las,   que   não  
se   tenham   processado   na   época   própria,  
bem   como   os   Restos   a   Pagar   com  
p r e s c r i ç ã o   i n t e r r o m p i d a   e   o s  
compromissos   reconhecidos   após   o  
encerramento  do  exercício  correspondente  
poderão   ser   pagos   à   conta   de   dotação  
específica   consignada   no   orçamento,  
discriminada   por   elementos,   obedecida,  
sempre  que  possível,  a  ordem  cronológica.  
  2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1709
D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
   
 Decreto  93.872/86:  
 

  Art.   22.   As   despesas   de   exercícios   encerrados,   para   as  


quais  o  orçamento  respec5vo  consignava  crédito  próprio  
com  saldo  suficiente  para  atendê-­‐las,  que  não  se  tenham  
processado   na   época   própria,   bem   como   os   Restos   a  
Pagar  com  prescrição  interrompida,  e  os  compromissos  
reconhecidos   após   o   encerramento   do   exercício  
correspondente,   poderão   ser   pagos   à   conta   de   dotação  
des0nada   a   atender   despesas   de   exercícios   anteriores,  
respeitada  a  categoria  econômica  própria.  
   
 
 
3

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
Decreto  93.872/86:  
 

Art.   22,   §1º   -­‐   O   reconhecimento   da   obrigação  


de  pagamento,  de  que  trata  este  ar,go,  cabe  à  
autoridade   competente   para   empenhar   a  
despesa.    

1710 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
 Decreto  93.872/86:  
 

  Art.   22,   §2º   -­‐   Para   os   efeitos   deste   ar,go,  


considera-­‐se:    
 
 a)  despesas  que  não  se  tenham  processado  na  
época   própria,   aquelas   cujo   empenho   tenha  
sido   considerado   insubsistente   e   anulado   no  
encerramento  do  exercício  correspondente,  mas  
que,   dentro   do   prazo   estabelecido,   o   credor  
tenha  cumprido  sua  obrigação;    
 [...]  
 
 
5

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
Exemplo:  
 
Em   janeiro   do   ano   X,   foi   emi3do   um   empenho   es3ma3vo,   no   valor   de   R$  
120.000,00,   para   despesas   com   consumo   de   energia   elétrica,   na   natureza   de  
despesa  3.3.90.39.xx.    
 
Durante  a  execução  orçamentária  do  ano  X,  3vemos:  
 

 E:  120.000,00  (empenho  es3ma3vo);  


 L:  90.000,00  (ref.  faturas  do  consumo  de  janeiro  a  novembro  do  ano  X);  
 P:  90.000,00  (ref.  faturas  do  consumo  de  janeiro  a  novembro  do  ano  X);  
 

Houve    consumo  durante  o  mês  de  dezembro  do  ano  X,  porém,  até  31/12,  a  prestadora  do  
serviço  não  encaminhou  para  o  órgão  a  respec@va  fatura  de  cobrança.  
 

No   final   da   execução   orçamentária   referente   ao   ano   X,   houve   o   cancelamento  


parcial  do  empenho  es3ma3vo.  Foi  cancelado  o  saldo  de  R$  30.000,00.  
6

www.acasadoconcurseiro.com.br 1711
D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
Exemplo:  
 
Em  janeiro  do  ano  X+1,  foi  encaminhada,  pela  prestadora  de  serviço,  a  
fatura   de   cobrança   referente   ao   consumo   de   energia   elétrica   de  
dezembro  do  ano  X.  
 
Como   devemos   quitar   esta   despesa,   levando-­‐se   em   consideração   que  
estamos  no  período  da  execução  orçamentária  de  X+1?  
 
R:    
 

consumo  de  Dez/x      =  D.E.A.  da  LOA  de  X+1    


(empenho   D.E.A.   Referente   DC.   Natureza   da   Despesa:  
3.3.90.92.xx)  
   

Orçamento (Órgão “A”)


Programa  de  Trabalho:  xx.xxx.xx.xxx.xxxx.xxxx.xxxx                                                            Ano:  X+1  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.1.90.13   Obrigações  Patronais   22.000.000,00  

3.1.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  

3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa   7.000.000,00  


Jurídica  
3.3.90.92←   Despesas  de  Exercícios  Anteriores←   1.000.000,00  
 
Total  –  Despesas  Correntes  (DC)   133.000.000,00  
8

1712 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Orçamento (Órgão “A”)


Programa  de  Trabalho:  xx.xxx.xx.xxx.xxxx.xxxx.xxxx                                                            Ano:  X+1  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
4.4.90.51   Obras  e  Instalações   10.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   5.000.000,00  

4.4.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

4.5.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   500.000,00  

4.5.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   500.000,00  

Total  –  Despesas  de  Capital  (DK)   17.000.000,00  

Total  Geral  do  Orçamento  do  Órgão  “A”  (DC  +  DK)   150.000.000,00  
9

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
Decreto  93.872/86:  
 
Art.   22,   §2º   -­‐   Para   os   efeitos   deste   ar,go,   considera-­‐
se:    
   
[...]  
 
b)   Restos   a   Pagar   com   prescrição   interrompida,   a  
despesa  cuja  inscrição  como  Restos  a  Pagar  tenha  sido  
cancelada,  mas  ainda  vigente  o  direito  do  credor;    
 
[...]  
  10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1713
Restos a Pagar

Exemplo:  Execução  Orçamentária  de  2007  


 
F  =  900  
E  =  700  
L  =  500  
P  =  400  

11

Restos a Pagar
Cálculo:  
 
RP  =  E  –  P  
 
RPP  =  L  –  P  
 
RPNP  =  E  -­‐  L  

12

1714 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Restos a Pagar
Exemplo:  Execução  Orçamentária  de  2007  
 
F  =  900  
E  =  700        
L  =  500                                200  RPNP              
P  =  400                                100  RPP    
                 ________  
                   300  RP  
Obs.:   Ocorreu,   durante   o   ano   de   2007,   arrecadação,  
no   valor   de   R$   1.000,00.   O   saldo   inicial   da   conta  
BANCOS  era  de  zero.  
13

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      1.000,00    
 

Referente à arrecadação de R$ 1.000,00,


durante o ano de 2007.

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1715
Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
   
Bancos                      1.000,00   Fornecedores      500,00  
   
   
 
Referente à liquidação de R$ 500,00,
 
durante o ano de 2007, isto é, o
reconhecimento da obrigação de pagar
ao fornecedor que entregou à
Administração o material, o serviço ou a
obra. 15

Balanço Patrimonial
ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos              1.000,00   Fornecedores              500,00  
     (400,00)                                    (400,00)  
         600,00                                  100,00  
 

Referente ao pagamento, no valor de R


$ 400,00, isto é, a quitação de parte da
obrigação da Administração junto ao
fornecedor, durante o ano de 2007.
16

1716 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Restos a Pagar
Inscrição:  31/12/2007  
RPP  =          100  
RPNP  =      200  
RP  (total)  =  300  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
No  Balanço  Financeiro:  
=  Receita  Extraorçamentária    
(Art.  103,  parágrafo  único  da  Lei  nº  4.320/64)  
 
No  Balanço  Patrimonial:  
=  Passivo  Financeiro  (Dívida  Flutuante)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  

17

Balanço Patrimonial 31/12/2007


ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                        600,00   RPP    (Fornecedores)          100,00  
  RPNP                                                                200,00  
 

Referente à Inscrição dos restos a pagar (processados e


não processados), em 31/12/2007.
• SF = AF (-) PF
• SF = 600 (-) 300 (dinheiro em caráter temporário)
• SF = 300 (dinheiro descomprometido) 18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1717
Restos a Pagar
Pagamento:  durante  o  ano  de  2008  
                                                                       (ano  seguinte  ao  da  inscrição)  
 
RPNP  =  200    
(após  a  devida  liquidação  da  despesa)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
No  Balanço  Financeiro:  
=  Despesa  Extraorçamentária    
 
No  Balanço  Patrimonial:  
=  Baixa  do  A<vo  Financeiro  (saída  do  dinheiro)  e    
Baixa  do  Passivo  Financeiro  (baixa  da  obrigação)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  

19

Balanço Patrimonial em 2008


ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                      600,00   RPP    (Fornecedores)          100,00  
       (200,00)   RPNP                              200,00  
           400,00   (após  a  devida  liquidação)  
 

Referente pagamento de Restos a Pagar Não-Processados, no valor de R$


200,00, após a devida liquidação, durante o ano de 2008. Foi desembolsado
dinheiro que estava em caráter temporário.
• SF = AF (-) PF
• SF = 400(-) 100 (dinheiro em caráter temporário referente ao RPP)
• SF = 300 (dinheiro descomprometido) 20

1718 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Restos a Pagar
Cancelamento:  31/12/2008  
(final  do  ano  seguinte  ao  da  inscrição.    
Decreto  93.872/86)  
 

RPP  =  100  (Variação  A,va  Independente  da  Execução  


Orçamentária)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
Obs.:  A  STN  dispõe  que  não  deve  haver  cancelamento  de  
RPP:  
 
Os   Restos   a   Pagar   Processados   não   podem   ser  
cancelados,   tendo   em   vista   que   o   fornecedor   de   bens/
serviços   cumpriu   com   a   obrigação   de   fazer   e   a  
Administração   não   poderá   deixar   de   cumprir   com   a  
obrigação  de  pagar.    
21

Balanço Patrimonial 31/12/2008


ATIVO   PASSIVO  
A'vo  Financeiro  (AF):   Passivo  Financeiro  (PF):  
  (Dívida  Flutuante)  
Bancos                        400,00   RPP    (Fornecedores)              100,00  
   
Patrimônio  Líquido  (PL):  100,00  

Referente ao cancelamento do RPP, em 31/12/2008, gerando uma


Variação Ativa em virtude do aumento do Patrimônio Líquido.

Obs.: Vale lembrar que de acordo com a STN, não deve haver
cancelamento de RPP.
22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1719
Restos a Pagar
Prescrição:  31/12/2012  
 
5  anos  após  a  data  da  INSCRIÇÃO.  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
Exemplo:  O  credor  reclamou  em  2012  o  não  
recebimento  do  fornecimento  feito  em  2007.  
 
Como   o   RP   já   foi   cancelado   deveremos  
quitar   esta   obrigação   uAlizando   a   dotação  
orçamentária   denominada   D.E.A.   –   Despesas  
de   Exercícios   Anteriores,   conforme   o   arAgo  
37  da  Lei  nº  4.320/64.  

23

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
Significa   que   estou   usando   o   ORÇAMENTO  
VIGENTE   para   quitar   DESPESAS   que   são   de  
EXERCÍCIOS  ANTERIORES.  
 
No  exemplo  anterior:  
 

Estou   uHlizando   o   orçamento   de   2012   para  


quitar  uma  despesa  que  ocorreu  em  2007,  isto  
é,  em  outro  exercício.  
 

Estou  usando  a  D.E.A.  para  quitar  um  Restos  a  


Pagar  com  prescrição  interrompida.  

24

1720 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Orçamento (Órgão “A”)


Programa  de  Trabalho:  xx.xxx.xx.xxx.xxxx.xxxx.xxxx                                                        Ano:  2012  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.1.90.13   Obrigações  Patronais   22.000.000,00  

3.1.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  

3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa   7.000.000,00  


Jurídica  
3.3.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  
 
Total  –  Despesas  Correntes  (DC)   133.000.000,00  
25

Orçamento (Órgão “A”)


Programa  de  Trabalho:  xx.xxx.xx.xxx.xxxx.xxxx.xxxx                                                        Ano:  2012  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
4.4.90.51   Obras  e  Instalações   10.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   5.000.000,00  

4.4.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

4.5.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   500.000,00  

4.5.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   500.000,00  

Total  –  Despesas  de  Capital  (DK)   17.000.000,00  

Total  Geral  do  Orçamento  do  Órgão  “A”  (DC  +  DK)   150.000.000,00  
26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1721
D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
 Decreto  93.872/86:  
 

  Art.   22,   §2º   -­‐   Para   os   efeitos   deste   ar,go,  


considera-­‐se:    
   
 [...]  
  c)   compromissos   reconhecidos   após   o  
encerramento   do   exercício,   a   obrigação   de  
pagamento   criada   em   virtude   de   lei,   mas  
somente   reconhecido   o   direito   do   reclamante  
a p ó s   o   e n c e r r a m e n t o   d o   e x e r c í c i o  
correspondente.    
   
 
  27

D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores
Exemplo:  
   
O   filho   de   um   servidor   nasceu   em   novembro   do   ano   X,  
porém   este   só   deu   entrada   no   salário-­‐família   em  
março  de  X+1.  
 
Como   devemos   quitar   esta   despesa,   levando-­‐se   em  
consideração   que   estamos   no   período   da   execução  
orçamentária  de  X+1?  
 
R:    
 
Nov  I-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐I  Dez/x      =  D.E.A.  da  LOA  de  X+1    
       (empenho  D.E.A.  referente  DC)  
   
Jan    I-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐I  Mar/X+1  =  Despesa  Corrente  da  LOA  de  
X+1        (DC  do  próprio  ano)  
 
 
 
         

28

1722 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Orçamento (Órgão “A”)


Programa  de  Trabalho:  xx.xxx.xx.xxx.xxxx.xxxx.xxxx                                                            Ano:  X+1  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.1.90.13   Obrigações  Patronais   22.000.000,00  

3.1.90.92←   Despesas  de  Exercícios  Anteriores←   1.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  

3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa   7.000.000,00  


Jurídica  
3.3.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  
 
Total  –  Despesas  Correntes  (DC)   133.000.000,00  
29

Orçamento (Órgão “A”)


Programa  de  Trabalho:  xx.xxx.xx.xxx.xxxx.xxxx.xxxx                                                            Ano:  X+1  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
4.4.90.51   Obras  e  Instalações   10.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   5.000.000,00  

4.4.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

4.5.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   500.000,00  

4.5.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   500.000,00  

Total  –  Despesas  de  Capital  (DK)   17.000.000,00  

Total  Geral  do  Orçamento  do  Órgão  “A”  (DC  +  DK)   150.000.000,00  
30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1723
D.E.A.
Despesas de Exercícios Anteriores

Prescrição:  
 
5  anos  após  a  data  do  ato  ou  fato  gerador.  

31

SLIDES PARA LEITURA


Despesas   de   Exercícios   Anteriores,   de  
acordo   com   o   MCASP   –   Manual   de  
Contabilidade  Aplicada  ao  Setor  Público,  da  
STN   –   Parte   I   –   Procedimentos   Contábeis  
Orçamentários:  

32

1724 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Despesas de Exercícios Anteriores – Prof. Fábio Furtado

Despesas de Exercícios Anteriores


       
  São   despesas   fixadas,   no   orçamento   vigente,  
decorrentes  de  compromissos  assumidos  em  exercícios  
anteriores   àquele   em   que   deva   ocorrer   o   pagamento.  
Não  se  confundem  com  restos  a  pagar,  tendo  em  vista  
que   sequer   foram   empenhadas   ou,   se   foram,   ?veram  
seus  empenhos  anulados  ou  cancelados.    

33

Despesas de Exercícios
   
Anteriores
  O   art.   37   da   Lei   nº   4.320/1964   dispõe   que   as  
despesas   de   exercícios   encerrados,   para   as   quais   o  
orçamento   respec@vo   consignava   crédito   próprio,   com  
saldo   suficiente   para   atendê-­‐las,   que   não   se   tenham  
processado   na   época   própria,   bem   como   os   Restos   a  
Pagar  com  prescrição  interrompida  e  os  compromissos  
reconhecidos   após   o   encerramento   do   exercício  
correspondente,  poderão  ser  pagos  à  conta  de  dotação  
específica   consignada   no   orçamento,   discriminada   por  
elementos,   obedecida,   sempre   que   possível,   a   ordem  
cronológica.    
 
  O   reconhecimento   da   obrigação   de   pagamento   das  
despesas   com   exercícios   anteriores   cabe   à   autoridade  
competente  para  empenhar  a  despesa.    
34

www.acasadoconcurseiro.com.br 1725
Despesas de Exercícios Anteriores
      As   despesas   que   não   se   tenham   processado   na   época  
própria   são   aquelas   cujo   empenho   tenha   sido   considerado  
insubsistente   e   anulado   no   encerramento   do   exercício  
correspondente,   mas   que,   dentro   do   prazo   estabelecido,   o  
credor  tenha  cumprido  sua  obrigação.    
 
  Os   Restos   a   Pagar   com   prescrição   interrompida   são   aqueles  
cancelados,  mas  ainda  vigente  o  direito  do  credor.  
   
  Os   compromissos   reconhecidos   após   o   encerramento   do  
exercício  são  aqueles  cuja  obrigação  de  pagamento  foi  criada  em  
virtude  de  lei,  mas  somente  reconhecido  o  direito  do  reclamante  
após  o  encerramento  do  exercício  correspondente.    
35

1726 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro
Aula XX

CLASSIFICAÇÕES INSTITUCIONAL, FUNCIONAL E


PROGRAMÁTICA DA DESPESA PÚBLICA

Conteúdo  da  Aula  


 
•  Classificações  Ins.tucional,  Funcional  e  Programá.ca  da  
Despesa  Pública.  
 

 
 

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
       
  A   classificação   ins,tucional   reflete   a  
estrutura   de   alocação   dos   créditos  
orçamentários   e   está   estruturada   em   dois  
níveis   hierárquicos:   órgão   orçamentário   e  
unidade  orçamentária.    
   
   

www.acasadoconcurseiro.com.br 1727
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
      Alguns   exemplos   de   Órgão   Orçamentário   e  
Unidade  Orçamentária  do  Governo  Federal:  

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
       
ÓRGÃO   UNIDADE  ORÇAMENTÁRIA  
 
    26242     Universidade  
    Federal  de  
    Pernambuco    
26000   Ministério   26277     Fundação  
da   Universidade  
Educação   Federal  de  Ouro  
Preto    
26321   Escola  Agrotécnica  
Federal  de  Manaus    

1728 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
       
ÓRGÃO   UNIDADE  ORÇAMENTÁRIA  
 
    30107     Departamento  de  
    Polícia  Rodoviária  
    Federal    
30000   Ministério   30109        Defensoria  Pública  
  da  Jus>ça   da  União  
 
 
30911     Fundo  Nacional  de  
Segurança  Pública  

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
       
ÓRGÃO   UNIDADE  ORÇAMENTÁRIA  
 
    39250   Agência  Nacional  
    de  Transportes  
39000   Ministério   Terrestres  –  ANTT  
  dos   39252     Departamento  
Transportes   Nacional  de  
    Infraestrutura  de  
  Transportes  –  DNIT      
   
 

www.acasadoconcurseiro.com.br 1729
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
      Cons%tui   unidade   orçamentária   o   agrupamento   de   serviços  
subordinados   ao   mesmo   órgão   ou   repar%ção   a   que   serão   consignadas  
dotações  próprias  (art.  14  da  Lei  nº  4.320/1964).        
 
 Os  órgãos  orçamentários,  por  sua  vez,  correspondem  a  agrupamentos  de  
unidades  orçamentárias.    
 
 As  dotações  são  consignadas  às  unidades  orçamentárias,  responsáveis  pela  
realização  das  ações.    
   

CLASSIFICAÇÃO
INSTITUCIONAL
  No   caso   do   Governo   Federal,   o   código   da   classificação   ins,tucional  
compõe-­‐se   de   cinco   dígitos,   sendo   os   dois   primeiros   reservados   à  
iden4ficação  do  órgão  e  os  demais  à  unidade  orçamentária.  Não  há  ato  
que   a   estabeleça,   sendo   definida   no   contexto   da   elaboração   da   lei  
orçamentária  anual  ou  da  abertura  de  crédito  especial.    
 
   

XX   XXX  
Órgão   Unidade  
Orçamentário     Orçamentária  

1730 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Orçamento “Min. Transportes/DNIT”


39.252

Programa  de  Trabalho:  39.252.26.782.0663.2324.0002    Ano:  20xx  


N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  


3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica   7.000.000,00  

3.3.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  


4.4.90.51   Obras  e  Instalações   80.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   10.000.000,00  

Total     200.000.000,00  

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
 
A  classificação  Funcional  é  composta  de:  
 
Função  e  Subfunção.  
 

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1731
Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)

   
  Art.   1º   As   funções   a   que   se   refere   o   art.   2º,   inciso   I,   da   Lei   no   4.320,   de   17   de  
março   de   1964,   discriminadas   no   Anexo   5   da   mesma   Lei,   e   alterações  
posteriores,   passam   a   ser   as   constantes   do   Anexo   que   acompanha   esta  
Portaria.    
 

 §  1º  Como  função,  deve  entender-­‐se  o  maior  nível  de  agregação  das  diversas  
áreas  de  despesa  que  competem  ao  setor  público.  
 

   

11

Função: 26 (Transporte)/
Subfunção: 782 (Transporte Rodoviário);

Programa  de  Trabalho:  39.252.26.782.0663.2324.0002    Ano:  


20xx  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  

3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica   7.000.000,00  

3.3.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

4.4.90.51   Obras  e  Instalações   80.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   10.000.000,00  

Total     200.000.000,00  
12

1732 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Orçamento “Min. Transportes/DNIT”


Programa  de  Trabalho:  39.252.26.782.0663.2324.0002      
Ano:  20xx  
39   Ministério  dos  Transportes   Órgão  

252   DNIT  –  Departamento  Nacional  de   Unidade  


Infraestrutura  de  Transportes   Orçamentária  
26     Transportes   Função  
782   Transporte  Rodoviário   Subfunção  
0663   Segurança  nas  Rodovias  Federais     Nome  do  
Programa  
2324   Manutenção  da  Sinalização  Rodoviária   Ação  
(ANvidade)  
0002   Rio  de  Janeiro   Localização  
Geográfica  
13

Função: 12 (Educação)/
Subfunção: 364 (Ensino Superior);
Programa  de  Trabalho:  26.242.12.364.XXXX.XXXX.XXXX  Ano:  20xx  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  

3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica   7.000.000,00  

3.3.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

4.4.90.51   Obras  e  Instalações   80.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   10.000.000,00  

Total     200.000.000,00  
14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1733
Orçamento “Min. Educação/UFPE”
Programa  de  Trabalho:  26.242.12.364.XXXX.XXXX.XXXX      
Ano:  20xx  
26   Ministério  da  Educação   Órgão  

242   UFPE  –  Universidade  Federal  de   Unidade  


Pernambuco   Orçamentária  
12   Educação   Função  
364   Ensino  Superior   Subfunção  
XXXX   [...]   Nome  do  
Programa  
XXXX   [...]   Ação  
(AHvidade)  
XXXX   [...]   Localização  
Geográfica  
15

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

§  2º  A  função  "Encargos  Especiais"  engloba  as  despesas  em  relação  às  quais  
não  se  possa  associar  um  bem  ou  serviço  a  ser  gerado  no  processo  produ;vo  
corrente,   tais   como:   dívidas,   ressarcimentos,   indenizações   e   outras   afins,  
representando,  portanto,  uma  agregação  neutra.  
 

§   3º   A   subfunção   representa   uma   par3ção   da   função,   visando   a   agregar  


determinado  subconjunto  de  despesa  do  setor  público.  
 

§   4º   As   subfunções   poderão   ser   combinadas   com   funções   diferentes  


daquelas  a  que  estejam  vinculadas,  na  forma  do  Anexo  a  esta  Portaria.  

16

1734 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Funcional  (Art.  1º  ):  


-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
Função  
(é  o  maior  nível  de  agregação  da  despesa)  
Ex.:  Saúde,  Educação,  Transporte,  Habitação  etc.  
 
 

Subfunção  
(é  uma  parCção  da  função)  
-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  
Ex.:  Função:  Transporte.  
             Subfunções:  Transporte  Aéreo;  Transporte  
Rodoviário.  
17

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  01  -­‐  Legisla,va   031  -­‐  Ação  Legisla,va    
  032  -­‐  Controle  Externo    
  02  -­‐  Judiciária   061  -­‐  Ação  Judiciária  
    062  -­‐  Defesa  do  Interesse  Público  no  Processo  Judiciário  
03  -­‐  Essencial  à  Jus,ça   091  -­‐  Defesa  da  Ordem  Jurídica  
    092  -­‐  Representação  Judicial  e  Extrajudicial  

  04  -­‐  Administração   121  -­‐  Planejamento  e  Orçamento  


122  -­‐  Administração  Geral  
123  -­‐  Administração  Financeira  
124  -­‐  Controle  Interno  
125  -­‐  Norma,zação  e  Fiscalização  
126  -­‐  Tecnologia  da  Informação  
127  -­‐  Ordenamento  Territorial  
128  -­‐  Formação  de  Recursos  Humanos  
129  -­‐  Administração  de  Receitas  
130  -­‐  Administração  de  Concessões  
131  -­‐  Comunicação  Social  
18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1735
Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  05  -­‐  Defesa  Nacional   151  -­‐  Defesa  Área  
    152  -­‐  Defesa  Naval  
153  -­‐  Defesa  Terrestre  
  06  -­‐  Segurança  Pública   181  -­‐  Policiamento  
  182  -­‐  Defesa  Civil  
  183  -­‐  Informação  e  Inteligência  
  07  -­‐  Relações  Exteriores   211  -­‐  Relações  DiplomáMcas  
  212  -­‐  Cooperação  Internacional  
08  -­‐  Assistência  Social   241  -­‐  Assistência  ao  Idoso  
  242  -­‐  Assistência  ao  Portador    de  Deficiência  
243  -­‐  Assistência  à  Criança  e  ao  Adolescente  
244  -­‐  Assistência  Comunitária  
09  -­‐  Previdência  Social   271  -­‐  Previdência  Básica  
  272  -­‐  Previdência  do  Regime  Estatutário  
273  -­‐  Previdência  Complementar  
274  -­‐  Previdência  Especial  
19

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  10  -­‐  Saúde   301  -­‐  Atenção  Básica  
  302  -­‐  Assistência  Hospitalar  e  Ambulatorial  
303  -­‐  Suporte  ProfiláAco  e  TerapêuAco  
  304  -­‐  Vigilância  Sanitária  
305  -­‐  Vigilância  Epidemiológica  
  306  -­‐  Alimentação  e  Nutrição  
11  -­‐  Trabalho   331  -­‐  Proteção  e  BeneMcios  ao  Trabalhador  
  332  -­‐  Relações  de  Trabalho  
333  -­‐  Empregabilidade  
334  -­‐  Fomento  ao  Trabalho  
12  -­‐  Educação   361  -­‐  Ensino  Fundamental  
362  -­‐  Ensino  Médio  
363  -­‐  Ensino  Profissional  
364  -­‐  Ensino  Superior  
365  -­‐  Educação  InfanAl  
366  -­‐  Educação  de  Jovens  e  Adultos  
367  -­‐  Educação  Especial  
20

1736 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  13  -­‐  Cultura   391  -­‐  Patrimônio  Histórico,  Ar8s9co  e  Arqueológico  
392  -­‐  Difusão  Cultural  
  14  -­‐  Direitos  da  Cidadania   421  -­‐  Custódia  e  Reintegração  Social  
  422  -­‐  Direitos  Individuais,  Cole9vos  e  Difusos  
423  -­‐  Assistência    aos  Povos  Indígenas  
  15  -­‐  Urbanismo   451  -­‐  Infraestrutura  Urbana  
  452  -­‐  Serviços  Urbanos  
  453  -­‐  Transportes  Cole9vos  Urbanos  
16  -­‐  Habitação   481  -­‐  Habitação  Rural  
482  -­‐  Habitação  Urbana  
17  -­‐  Saneamento   511  -­‐  Saneamento    Básico  Rural  
512  -­‐  Saneamento  Básico  Urbano  
18  -­‐  Gestão  Ambiental   541  -­‐  Preservação  e  Conservação  Ambiental  
  542  -­‐  Controle  Ambiental  
543  -­‐  Recuperação  de  Áreas  Degradadas  
544  -­‐  Recursos  Hídricos  
545  –  Meteorologia  
21

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  19  -­‐  Ciência  e  Tecnologia   571  -­‐  Desenvolvimento  Cien7fico  
572  -­‐  Desenvolvimento  Tecnológico  e  Engenharia  
  573  -­‐  Difusão  do  Conhecimento  Cien7fico  e  Tecnológico  
  20  -­‐  Agricultura   601  -­‐  Promoção  da  Produção  Vegetal  
  602  -­‐  Promoção  da  Produção  Animal  
  603  -­‐  Defesa  Sanitária  Vegetal  
604  -­‐  Defesa  Sanitária  Animal  
  605  -­‐  Abastecimento  
606  -­‐  Extensão  Rural  
607  -­‐  Irrigação  
21  -­‐  Organização  Agrária   631  -­‐  Reforma  Agrária  
  632  -­‐  Colonização  
22  -­‐  Indústria   661  -­‐  Promoção  Industrial  
  662  -­‐  Produção  Industrial  
663  -­‐  Mineração  
664  -­‐  Propriedade  Industrial  
665  -­‐  Normalização  e  Qualidade  
22

www.acasadoconcurseiro.com.br 1737
Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  23  -­‐  Comércio  e  Serviços   691  -­‐  Promoção  Comercial  
692  -­‐  Comercialização  
  693  -­‐  Comércio  Exterior  
  694  -­‐  Serviços  Financeiros  
695  -­‐  Turismo  
  24  -­‐  Comunicações   721  -­‐  Comunicações  Postais  
722  -­‐  Telecomunicações  
  25  -­‐  Energia   751  -­‐  Conservação  de  Energia  
  752  -­‐  Energia  Elétrica  
753  -­‐  Petróleo  
754  -­‐  Álcool  
26  -­‐  Transporte   781  -­‐  Transporte  Aéreo  
  782  -­‐  Transporte  Rodoviário  
783  -­‐  Transporte  Ferroviário  
784  -­‐  Transporte  Hidroviário  
785  -­‐  Transportes  Especiais  

23

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
FUNÇÕES   SUBFUNÇÕES  
  27  -­‐  Desporto  e  Lazer   811  -­‐  Desporto  de  Rendimento  
812  -­‐  Desporto  Comunitário  
  813  -­‐  Lazer  
  28  -­‐  Encargos  Especiais   841  -­‐  Refinanciamento  da  Dívida  Interna  
842  -­‐  Refinanciamento  da  Dívida  Externa  
  843  -­‐  Serviço  da  Dívida  Interna  
844  -­‐  Serviço  da  Dívida  Externa  
  845  -­‐  Transferências  
846  -­‐  Outros  Encargos  Especiais  

24

1738 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

A  classificação  ou  estrutura  Programá(ca  é  composta  de:  


 
Programa;  Projeto/A(vidade/Operações  Especiais.  

25

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Art.  2º  Para  os  efeitos  da  presente  Portaria,  entendem-­‐se  por:    
 

a)   Programa,   o   instrumento   de   organização   da   ação  


governamental   visando   à   concre7zação   dos   obje7vos  
pretendidos,  sendo  mensurado  por  indicadores  estabelecidos  no  
plano  plurianual;  
 

   

26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1739
Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)
 

b)   Projeto,   um   instrumento   de   programação   para   alcançar   o  


obje7vo   de   um   programa,   envolvendo   um   conjunto   de  
operações,   limitadas   no   tempo,   das   quais   resulta   um   produto  
que   concorre   para   a   expansão   ou   o   aperfeiçoamento   da   ação  
de  governo;  
 

c)   A6vidade,   um   instrumento   de   programação   para   alcançar   o  


obje7vo   de   um   programa,   envolvendo   um   conjunto   de  
operações   que   se   realizam   de   modo   con9nuo   e   permanente,  
das   quais   resulta   um   produto   necessário   à   manutenção   da   ação  
de  governo;  

27

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

   
 d)  Operações  Especiais,  as  despesas  que  não  contribuem  para  a  
manutenção   das   ações   de   governo,   das   quais   não   resulta   um  
produto,   e   não   geram   contraprestação   direta   sob   a   forma   de  
bens  ou  serviços.  
 

28

1740 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Art.  3º  A  União,  os  Estados,  o  Distrito  Federal  e  os  Municípios  


estabelecerão,   em   atos   próprios,   suas   estruturas   de  
programas,  códigos  e  iden?ficação,  respeitados  os  conceitos  e  
determinações  desta  Portaria.  
   
Art.   4º   Nas   leis   orçamentárias   e   nos   balanços,   as   ações   serão  
iden?ficadas   em   termos   de   funções,   subfunções,   programas,  
projetos,  a3vidades  e  operações  especiais.  
 

Parágrafo   único.   No   caso   da   função   "Encargos   Especiais",   os  


programas  corresponderão  a  um  código  vazio,  do  ?po  "0000“.  

29

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Art.   5º   A   dotação   global   denominada   "Reserva   de  


Con3ngência",  permi1da  para  a  União  no  art.91  do  Decreto-­‐Lei  
no   200,   de   25   de   fevereiro   de   1967,   ou   em   atos   das   demais  
esferas  de  Governo,  a  ser  u1lizada  como  fonte  de  recursos  para  
abertura   de   créditos   adicionais   e   sob   coordenação   do   órgão  
responsável   pela   sua   des1nação,   será   iden1ficada   por   código  
definido  pelos  diversos  níveis  de  governo.  
 
 

30

www.acasadoconcurseiro.com.br 1741
Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)
   
  Art.   6º   O   disposto   nesta   Portaria   se   aplica   aos   orçamentos   da  
União,   dos   Estados   e   do   Distrito   Federal   para   o   exercício  
financeiro   de   2000   e   seguintes,   e   aos   Municípios   a   parDr   do  
exercício  financeiro  de  2002,  revogando-­‐se  a  Portaria  no  117,  de  
12   de   novembro   de   1998,   do   ex-­‐Ministro   do   Planejamento   e  
Orçamento,  e  demais  disposições  em  contrário.  
 
 Art.  7º  Esta  Portaria  entra  em  vigor  na  data  de  sua  publicação.  

31

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Programá(ca  (Art.  2º  ):  


 
Programa;  Projeto  /  A+vidade  /  Operações  Especiais  
Programa  é  o  que  vincula  a  LOA  ao  PPA.  
 
É  por  isso  que  a  nossa  LOA  é  chamada  de  ORÇAMENTO-­‐
PROGRAMA  

32

1742 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Programá(ca  (Art.  2º  ):  


 
 
Projeto  (Limitado  no  tempo;  /  Expansão  /  Aperfeiçoamento)  
 
A(vidade  (Modo  con:nuo  e  permanente;  Manutenção)  
 

33

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Programá(ca  (Art.  2º  ):  


 
Operações   Especiais   (gastos   que   não   servem   nem   para   a  
manutenção   nem   para   a   expansão   ou   aperfeiçoamento   da   ação   de  
governo)  
 
Ex.:   pagamento   da   dívida   pública,   pagamento   de   indenizações,  
ressarcimentos  etc.  

34

www.acasadoconcurseiro.com.br 1743
Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)

Exemplo:  
PT:  
 

XX  .  XXX  .  XX  .  XXX  .  XXXX  .  XXXX  .  XXXX  


 

Onde:  
 

Classificação  Ins0tucional    
(órgão  .  UO)  
 
Classificação  Funcional    
(Função,  Subfunção)  
 
Classificação  Programá0ca    
(Nome  do  Programa;  
Ação:  Projeto/A0vidade/Operações  Especiais;  
Localização  Geográfica)  
35

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública


(Portaria nº 42/99 do MPOG)
Exemplo:  
PT:  
 
39  .  252  .  26  .  782  .  0663  .  2324  .  0002  
 
Onde:  
 
39:  Ministério  dos  Transportes  (órgão);    
252:  DNIT  (UO)  
 
26:  Transporte  (Função);    
782:  Transporte  Rodoviário  (Subfunção)  
 
0663:  Segurança  nas  Rodovias  Federais  (Nome);    
2324:  Manutenção  da  Sinalização  Rodoviária  (Ação:  ALvidade)  
0002:  Rio  de  Janeiro  (Localização)  
36

1744 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

Orçamento “Min. Transportes/DNIT”


Programa  de  Trabalho:  39.252.26.782.0663.2324.0002    Ano:  
20xx  
N.D   Descrição   Valor  (R$)  
(c.g.mm.ee.)  
3.1.90.11   Vencimentos  e  Vantagens  Fixas  de  Pessoal   100.000.000,00  

3.3.90.30   Material  de  Consumo   2.000.000,00  

3.3.90.39   Outros  Serviços  de  Terceiros  –  Pessoa  Jurídica   7.000.000,00  

3.3.90.92   Despesas  de  Exercícios  Anteriores   1.000.000,00  

4.4.90.51   Obras  e  Instalações   80.000.000,00  

4.4.90.52   Equipamentos  e  Materiais  Permanentes   10.000.000,00  

Total     200.000.000,00   37

Orçamento “Min. Transportes/DNIT”


Programa  de  Trabalho:  39.252.26.782.0663.2324.0002      
Ano:  20xx  
39   Ministério  dos  Transportes   Órgão  

252   DNIT  –  Departamento  Nacional  de   Unidade  


Infraestrutura  de  Transportes   Orçamentária  
26     Transportes   Função  
782   Transporte  Rodoviário   Subfunção  
0663   Segurança  nas  Rodovias  Federais     Nome  do  
Programa  
2324   Manutenção  da  Sinalização  Rodoviária   Ação  
(AAvidade)  
0002   Rio  de  Janeiro   Localização  
Geográfica  
38

www.acasadoconcurseiro.com.br 1745
SLIDES PARA LEITURA
Classificações   Ins.tucional,   Funcional   e  
Programá.ca,   de   acordo   com   o   MCASP   –  
Manual  de  Contabilidade  Aplicada  ao  Setor  
Público,   da   STN   –   Parte   I   –   Procedimentos  
Contábeis  Orçamentários:  
 

39

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

      A  classificação  ins,tucional  reflete  a  estrutura  de  alocação  dos  


créditos   orçamentários   e   está   estruturada   em   dois   níveis  
hierárquicos:   órgão   orçamentário   e   unidade   orçamentária.   Cons%tui  
unidade   orçamentária   o   agrupamento   de   serviços   subordinados   ao  
mesmo   órgão   ou   repar%ção   a   que   serão   consignadas   dotações  
próprias   (art.   14   da   Lei   nº   4.320/1964).       Os   órgãos   orçamentários,  
por   sua   vez,   correspondem   a   agrupamentos   de   unidades  
orçamentárias.   As   dotações   são   consignadas   às   unidades  
orçamentárias,  responsáveis  pela  realização  das  ações.    
   

40

1746 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

 No  caso  do  Governo  Federal,  o  código  da  classificação  ins,tucional  


compõe-­‐se   de   cinco   dígitos,   sendo   os   dois   primeiros   reservados   à  
iden4ficação  do  órgão  e  os  demais  à  unidade  orçamentária.  Não  há  
ato  que  a  estabeleça,  sendo  definida  no  contexto  da  elaboração  da  lei  
orçamentária  anual  ou  da  abertura  de  crédito  especial.    
 
XX   XXX  
   
Órgão  Orçamentário     Unidade  Orçamentária  

41

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

 Exemplos  de  Órgão  Orçamentário  e  Unidade  Orçamentária  


do  Governo  Federal:  

42

www.acasadoconcurseiro.com.br 1747
CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
   

   
ÓRGÃO   UNIDADE  ORÇAMENTÁRIA  
 
    26242     Universidade  Federal  de  
    Pernambuco    
    26277     Fundação  Universidade  
26000   Ministério  da   Federal  de  Ouro  Preto    
Educação  
26321   Escola  Agrotécnica  
Federal  de  Manaus    

43

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
   
   
ÓRGÃO   UNIDADE  ORÇAMENTÁRIA  
 
    30107     Departamento  de  Polícia  
    Rodoviária  Federal    
    30109   Defensoria  Pública  da  
30000   Ministério  da  Jus>ça     União  
   
 
30911     Fundo  Nacional  de  
 
Segurança  Pública  

44

1748 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
   
   
ÓRGÃO   UNIDADE  ORÇAMENTÁRIA  
 
    39250   Agência  Nacional  de  
    Transportes  Terrestres  –  
39000   Ministério  dos   ANTT  
  Transportes       39252     Departamento  Nacional  de  
      Infraestrutura  de  
  Transportes  –  DNIT      

45

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

      Cabe   ressaltar   que   uma   unidade   orçamentária   não  


corresponde   necessariamente   a   uma   estrutura  
administra2va,   como   ocorre,   por   exemplo,   com   alguns  
fundos   especiais   e   com   as   Unidades   Orçamentárias  
“Transferências   a   Estados,   Distrito   Federal   e  
Municípios”,   “Encargos   Financeiros   da   União”,  
“Operações   Oficiais   de   Crédito”,   “Refinanciamento   da  
Dívida   Pública   Mobiliária   Federal”   e   “Reserva   de  
ConJngência”.    

46

www.acasadoconcurseiro.com.br 1749
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
      A   classificação   funcional   segrega   as   dotações   orçamentárias   em   funções   e  
subfunções,  buscando  responder  basicamente  à  indagação  “em  que”  área  de  ação  
governamental  a  despesa  será  realizada.    
  A   atual   classificação   funcional   foi   ins<tuída   pela   Portaria   nº   42,   de   14   de   abril   de  
1999,   do   então   Ministério   do   Orçamento   e   Gestão,   e   é   composta   de   um   rol   de  
funções  e  subfunções  prefixadas,  que  servem  como  agregador  dos  gastos  públicos  
por   área   de   ação   governamental   nas   três   esferas   de   Governo.   Trata-­‐se   de  
classificação  de  aplicação  comum  e  obrigatória,  no  âmbito  da  União,  dos  Estados,  do  
Distrito   Federal   e   dos   Municípios,   o   que   permite   a   consolidação   nacional   dos   gastos  
do  setor  público.    
  A   classificação   funcional   é   representada   por   cinco   dígitos.   Os   dois   primeiros  
referem-­‐se   à   função,   enquanto   que   os   três   úl<mos   dígitos   representam   a  
subfunção,   que   podem   ser   traduzidos   como   agregadores   das   diversas   áreas   de  
atuação  do  setor  público,  nas  esferas  legisla<va,  execu<va  e  judiciária.    

47

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

      A   classificação   funcional   é   representada   por   cinco  


dígitos.  Os  dois  primeiros  referem-­‐se  à  função,  enquanto  
que   os   três   úl8mos   dígitos   representam   a   subfunção,  
que   podem   ser   traduzidos   como   agregadores   das  
diversas   áreas   de   atuação   do   setor   público,   nas   esferas  
legislaBva,  execuBva  e  judiciária.    
 
    XX   XXX  
Função   Subfunção  

48

1750 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

 1.  Função    
   
  A   função   é   representada   pelos   dois   primeiros   dígitos   da  
classificação  funcional  e  pode  ser  traduzida  como  o  maior  nível  de  
agregação   das   diversas   áreas   de   atuação   do   setor   público.   A  
função   quase   sempre   se   relaciona   com   a   missão   ins3tucional   do  
órgão,   por   exemplo,   cultura,   educação,   saúde,   defesa,   que,   na  
União,   de   modo   geral,   guarda   relação   com   os   respec3vos  
Ministérios.    
   

49

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
A  função  “Encargos  Especiais”  engloba  as  despesas  orçamentárias  
em  relação  às  quais  não  se  pode  associar  um  bem  ou  serviço  a  ser  
gerado   no   processo   produ8vo   corrente,   tais   como:   dívidas,  
ressarcimentos,   indenizações   e   outras   afins,   representando,  
portanto,  uma  agregação  neutra.  Nesse  caso,  na  União,  as  ações  
estarão   associadas   aos   programas   do   ;po   "Operações   Especiais"  
que  constarão  apenas  do  orçamento,  não  integrando  o  PPA.    
 

50

www.acasadoconcurseiro.com.br 1751
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
A   dotação   global   denominada   “Reserva   de   Con2ngência”,   permi/da  
para  a  União  no  art.  91  do  Decreto-­‐Lei  nº  200,  de  25  de  fevereiro  de  
1967,  ou  em  atos  das  demais  esferas  de  Governo,  a  ser  u'lizada  como  
fonte   de   recursos   para   abertura   de   créditos   adicionais   e   para   o  
atendimento  ao  disposto  no  art.  5º,  inciso  III,  da  Lei  Complementar  nº  
101,   de   2000,   sob   coordenação   do   órgão   responsável   pela   sua  
des/nação,  será  iden2ficada  nos  orçamentos  de  todas  as  esferas  de  
Governo   pelo   código   “99.999.9999.xxxx.xxxx”,   no   que   se   refere   às  
classificações  por  função  e  subfunção  e  estrutura  programá/ca,  onde  
o  “x”  representa  a  codificação  da  ação  e  o  respec/vo  detalhamento.    

51

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
     2.  Subfunção    
   
  A   subfunção,   indicada   pelos   três   úl2mos   dígitos   da   classificação  
funcional,   representa   um   nível   de   agregação   imediatamente  
inferior   à   função   e   deve   evidenciar   cada   área   da   atuação  
governamental,   por   intermédio   da   agregação   de   determinado  
subconjunto   de   despesas   e   iden<ficação   da   natureza   básica   das  
ações  que  se  aglu<nam  em  torno  das  funções.    
   

52

1752 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
      As   subfunções   podem   ser   combinadas   com   funções  
diferentes   daquelas   às   quais   estão   relacionadas   na   Portaria  
MOG   nº   42/1999.   Deve-­‐se   adotar   como   função   aquela   que   é  
7pica  ou  principal  do  órgão.  Assim,  a  programação  de  um  órgão,  
via   de   regra,   é   classificada   em   uma   única   função,   ao   passo   que   a  
subfunção   é   escolhida   de   acordo   com   a   especificidade   de   cada  
ação   governamental.   A   exceção   à   combinação   encontra-­‐se   na  
função  28  –  Encargos  Especiais  e  suas  subfunções  =picas  que  só  
podem  ser  u@lizadas  conjugadas.    

53

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Exemplos:  
 
Ministério  da  Educação  
 
  FUNÇÃO   12   Educação  
  SUBFUNÇÃO   365   Educação  InfanAl  
 
Câmara  dos  Deputados  
 
  FUNÇÃO   01   LegislaAva    
 

SUBFUNÇÃO   365   Educação  InfanAl  


   
Nota  do  Professor  
A   subfunção   365   –   Educação   Infan4l   –   no   caso   da   Câmara   dos  
Deputados,   pode   estar   associada   à   Ação   “Assistência   Pré-­‐escolar   aos  
Dependentes   dos   Servidores   e   Empregados”,   conforme   exemplificado  
no  MTO,  editado  pelo  MPOG.      
  54

www.acasadoconcurseiro.com.br 1753
CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Toda   ação   do   Governo   está   estruturada   em   programas  


orientados   para   a   realização   dos   obje9vos   estratégicos  
definidos   no   Plano   Plurianual   (PPA)   para   o   período   de  
quatro   anos.   Conforme   estabelecido   no   art.   3º   da   Portaria  
MOG  nº  42/1999,  a  União,  os  Estados,  o  Distrito  Federal  e  
os   Municípios   estabelecerão,   em   atos   próprios,   suas  
estruturas   de   programas,   códigos   e   idenHficação,  
respeitados   os   conceitos   e   determinações   nela   conHdos.  
Ou   seja,   todos   os   entes   devem   ter   seus   trabalhos  
organizados   por   programas   e   ações,   mas   cada   um  
estabelecerá   seus   próprios   programas   e   ações   de   acordo  
com  a  referida  Portaria.    
55

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

     1.  Programa    
  Programa   é   o   instrumento   de   organização   da   atuação  
governamental   que   ar5cula   um   conjunto   de   ações   que  
concorrem  para  a  concre5zação  de  um  obje5vo  comum  
preestabelecido,   visando   à   solução   de   um   problema   ou  
ao   atendimento   de   determinada   necessidade   ou  
demanda  da  sociedade.    
   
   

56

1754 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

O   orçamento   Federal   está   organizado   em   programas,   a  


par5r   dos   quais   são   relacionadas   às   ações   sob   a   forma   de  
a5vidades,  projetos  ou  operações  especiais,  especificando  
os   respec5vos   valores   e   metas   e   as   unidades  
orçamentárias   responsáveis   pela   realização   da   ação.   A  
cada   projeto   ou   a5vidade   só   poderá   estar   associado   um  
produto,   que,   quan5ficado   por   sua   unidade   de   medida,  
dará  origem  à  meta.    
 
As   informações   mais   detalhadas   sobre   os   programas   da  
União   constam   no   Plano   Plurianual   e   podem   ser  
visualizados  no  sí5o  www.planejamento.gov.br.  
57

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA


     2.  Ação    
  As   ações   são   operações   das   quais   resultam   produtos   (bens  
ou   serviços),   que   contribuem   para   atender   ao   obje;vo   de  
um   programa.   Incluem-­‐se   também   no   conceito   de   ação   as  
transferências  obrigatórias  ou  voluntárias  a  outros  Entes  da  
Federação   e   a   pessoas   ?sicas   e   jurídicas,   na   forma   de  
subsídios,   subvenções,   auxílios,   contribuições   e  
financiamentos,  dentre  outros.    
 
  As   ações,   conforme   suas   caracterísGcas   podem   ser  
classificadas   como   a;vidades,   projetos   ou   operações  
especiais.    
58

www.acasadoconcurseiro.com.br 1755
CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

     a)  A%vidade    
 
  É   um   instrumento   de   programação   u2lizado   para  
alcançar   o   obje2vo   de   um   programa,   envolvendo   um  
conjunto   de   operações   que   se   realizam   de   modo  
con.nuo  e  permanente,  das  quais  resulta  um  produto  ou  
serviço  necessário  à  manutenção  da  ação  de  Governo.    
 
 Exemplo:  “Fiscalização  e  Monitoramento  das  Operadoras  
de  Planos  e  Seguros  Privados  de  Assistência  à  Saúde”.    
 
59

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

     b)  Projeto    
 
  É   um   instrumento   de   programação   u2lizado   para  
alcançar   o   obje2vo   de   um   programa,   envolvendo   um  
conjunto   de   operações,   limitadas   no   tempo,   das   quais  
resulta   um   produto   que   concorre   para   a   expansão   ou   o  
aperfeiçoamento  da  ação  de  Governo.    
 
  Exemplo:   “Implantação   da   rede   nacional   de   bancos   de  
leite  humano”.    

60

1756 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

     c)  Operação  Especial    


 
  Despesas   que   não   contribuem   para   a   manutenção,  
expansão   ou   aperfeiçoamento   das   ações   de   governo,   das  
quais   não   resulta   um   produto,   e   não   gera  
contraprestação  direta  sob  a  forma  de  bens  ou  serviços.    
 
 

61

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

De  acordo  com  o  MTO,  editado  pelo  MPOG:  


 

Na   base   do   sistema,   a   ação   é   iden:ficada   por   um   código  


alfanumérico  de  oito  dígitos:  
  1º   2º   3º   4º   5º   6º   7º   8º  
numérico   alfanuméricos   numéricos  
   
  AÇÃO   SUBTÍTULO  

Ao  observar  o  1º  dígito  do  código,  pode-­‐se  iden:ficar:    


1º  DÍGITO   TIPO  DE  AÇÃO  
 

1,  3,  5  ou  7   Projeto  


2,  4,  6  ou  8   AMvidade  
0   Operação  Especial  

62

www.acasadoconcurseiro.com.br 1757
CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA
     3.  Sub'tulo/Localizador  de  gasto    
 
 A  Portaria  MOG  nº  42/1999  não  estabelece  critérios  para  
a   indicação   da   localização   >sica   das   ações,   todavia,  
considerando  a  dimensão  do  orçamento  da  União,  a  Lei  
de   Diretrizes   Orçamentárias   tem   determinado   a  
idenGficação   da   localização   do   gasto,   o   que   se   faz   por  
intermédio  do  SubNtulo.    
 
  O   subNtulo   permite   maior   controle   governamental   e  
social   sobre   a   implantação   das   políGcas   públicas  
adotadas,   além   de   evidenciar   a   focalização,   os   custos   e  
os  impactos  da  ação  governamental.    
 
63

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA


No   caso   da   União,   as   a-vidades,   projetos   e   operações  
especiais   são   detalhadas   em   sub$tulos,   u-lizados  
especialmente   para   especificar   a   localização   /sica   da  
ação,   não   podendo   haver,   por   conseguinte,   alteração   da  
finalidade  da  ação,  do  produto  e  das  metas  estabelecidas.  
Vale  ressaltar  que  o  critério  para  priorização  da  localização  
Bsica   da   ação   em   território   é   o   da   localização   dos  
beneficiados  pela  ação.  A  localização  do  gasto  poderá  ser  
de  abrangência  nacional,  no  exterior,  por  Região  (NO,  NE,  
CO,  SD,  SL),  por  Estado  ou  Município  ou,  excepcionalmente,  
por   um   critério   específico,   quando   necessário.   A   LDO   da  
União   veda   que   na   especificação   do   subHtulo   haja  
referência   a   mais   de   uma   localidade,   área   geográfica   ou  
beneficiário,  se  determinados.    
64

1758 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Classificação Institucional, Funcional e Programatica da Despesa Pública – Prof. Fábio Furtado

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Na   União,   o   sub$tulo   representa   o   menor   nível   de  


categoria   de   programação   e   será   detalhado   por   esfera  
orçamentária  (fiscal,  seguridade  e  inves<mento),  grupo  de  
natureza   de   despesa,   modalidade   de   aplicação,  
iden<ficador  de  resultado  primário,  iden<ficador  de  uso  e  
fonte  de  recursos,  sendo  o  produto  e  a  unidade  de  medida  
os  mesmos  da  ação  orçamentária.    

65

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA


 4.  Componentes  da  programação  2sica    
 

 Meta  &sica  é  a  quan-dade  de  produto  a  ser  ofertado  por  ação,  


de   forma   regionalizada,   se   for   o   caso,   num   determinado  
período   e   ins-tuída   para   cada   ano.   As   metas   8sicas   são  
indicadas   em   nível   de   sub<tulo   e   agregadas   segundo   os  
respec=vos  projetos,  a=vidades  ou  operações  especiais.    
 

 Ressalte-­‐se  que  a  territorialização  das  metas  8sicas  é  expressa  


nos  localizadores  de  gasto  previamente  definidos  para  a  ação.    
 

  Exemplo:   No   caso   da   vacinação   de   crianças,   a   meta   será  


regionalizada   pela   quan-dade   de   crianças   a   serem   vacinadas  
ou   de   vacinas   empregadas   em   cada   Estado   (localizadores   de  
gasto),   ainda   que   a   campanha   seja   de   âmbito   nacional   e   a  
despesa  paga  de  forma  centralizada.  Isso  também  ocorre  com  a  
distribuição  de  livros  didá-cos.    

66

www.acasadoconcurseiro.com.br 1759
Direito Financeiro

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Conteúdo  da  Aula  


 
•  Orçamento  Programa,  Orçamento  Base  Zero,  Orçamento  de  
Desempenho  e  Orçamento  Tradicional.  
 

 
 

Orçamento-Programa
É   um   plano   de   trabalho,   um   instrumento   de  
planejamento   da   ação   do   governo,   por   meio   da  
iden.ficação   dos   seus   programas   de   trabalho,  
projetos  e  a7vidades,  além  do  estabelecimento  de  
obje7vos   e   metas   a   serem   implementados,   bem  
como  a  previsão  dos  custos  relacionados.  É  feito  de  
forma   mais   elaborada,   tendo   como   premissa   o  
planejamento   das   ações   a   serem   implementadas,  
ao  contrário  do  adotado  no    orçamento  tradicional  
de   receitas   e   despesas   (orçamento   clássico)   que   era  
elaborado   de   forma   empírica,   no   “achismo”,   não  
vinculando   o   planejamento   aos   programas   e   sim  
confeccionando   a   proposta   orçamentária   adotando  
como  base  o  ano  anterior.  
   
2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1761
Orçamento-Programa
      O   orçamento-­‐programa   é   aquele   elaborado  
com   base   nos   programas   de   trabalho   de  
governo   que   serão   executados   durante   o  
exercício   financeiro.   O   orçamento-­‐
programa   é   o   chamado   orçamento  
moderno.  A  LOA  atualmente  é  chamada  de  
orçamento-­‐programa.  
 

  Inclusive,   vale   lembrar   o   conceito   de  


programa   disposto   na   Portaria   nº   42/99   do  
MPOG:  
  Programa   é   o   instrumento   de   organização  
d a   ação   go vern amen tal   vi san d o   à  
concreKzação   dos   objeKvos   pretendidos,  
s e n d o   m e n s u r a d o   p o r   i n d i c a d o r e s  
estabelecidos  no  plano  plurianual.  
3

Orçamento-Programa
     Já  foi  cobrado  em  prova:    
 
 O  que  vincula  a  LOA  ao  PPA?  
  Resposta:   É   o   programa.   Por   isso   nosso   orçamento   é  
denominado  orçamento-­‐programa.  
 

 No  PPA,  temos  o  planejamento,  a  previsão,  dos  programas  que  


serão   realizados.   Na   LOA,   (orçamento-­‐programa)   temos   os  
recursos   orçamentários   para   a   materialização   destes  
programas,  isto  é,  para  a  execução  destes.  

1762 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Características do Orçamento Público – Prof. Fábio Furtado

Orçamento-Programa
      A   elaboração   de   um   orçamento-­‐
programa   envolve   algumas   etapas:  
planejamento   (definição   de   obje9vos   e  
m e t a s ) ;   p r o g r a m a ç ã o   ( a 9 v i d a d e s  
necessárias   à   consecução   dos   obje9vos);  
projeto   (estudo   dos   recursos   de   trabalho  
necessários);   orçamentação   (es9mação   dos  
custos   e   dos   recursos   necessários)   e  
avaliação  dos  programas.    
 
   

Orçamento-Programa
      Para   James   Giacomoni,   Orçamento   Público,   o   orçamento-­‐
programa  é  aquele  que  enfa9za:  
 

  os   obje.vos   e   propósitos   perseguidos   pela   ins9tuição   e   para  


cuja  consecução  são  u9lizados  os  recursos  orçamentários;  
  os   programas,   isto   é,   os   instrumentos   de   integração   dos  
esforços   governamentais,   no   sen9do   de   concre9zação   dos  
obje9vos;  
  os   custos   dos   programas   medidos   através   da   iden9ficação   dos  
meios   ou   insumos   (pessoal,   material,   equipamentos,   serviços,  
etc.)   necessários   à   obtenção   dos   resultados.   Tal   análise   pode,  
inclusive,   projetar   os   custos   para   mais   de   um   exercício  
financeiro;   e   medidas   de   desempenho,   com   a   finalidade   de  
medir  as  realizações  (produto  final),  os  esforços  despendidos  na  
execução  dos  programas  e  a  responsabilidade  pela  execução.  
  6

www.acasadoconcurseiro.com.br 1763
Orçamento-Programa
   
  Logo,   a   elaboração   do   orçamento-­‐
p r o g r a m a   a b r a n g e ,   e m   o r d e m  
cronológica,   as   seguintes   etapas:  
planejamento,   programação,   projeto,  
orçamentação  e  avaliação.  
 

Orçamento Base Zero


      Orçamento   Base   Zero   ou   por  
Estratégia  tem  como  caracterís,ca  a  não  
existência   de   direitos   adquiridos   da  
unidade   orçamentária   em   relação   às  
verbas   autorizadas   no   orçamento  
anterior,  cabendo  a  ela  jus;ficar  todas  as  
a,vidades  que  desenvolverá  no  exercício  
corrente.  
     
  É   considerada   por   muitos   como   uma  
técnica   para   elaboração   do   orçamento-­‐
programa.   Foi   desenvolvida   nos   EUA,  
sendo   adotada   pelo   Estado   da   Geórgia,  
no  governo  de  Jimmy  Carter.  
8

1764 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Características do Orçamento Público – Prof. Fábio Furtado

Orçamento Base Zero


Esta  técnica  tem  como  caracterís/cas:  
 

-­‐   um   reexame   crí)co   dos   dispêndios   de   cada   área  


governamental.   Nessa   técnica,   não   há   compromisso   (direitos  
adquiridos)   com   o   montante   dos   dispêndios   ou   com   o   nível   de  
a/vidade   do   exercício   anterior.   Ao   contrário   do   orçamento  
tradicional   que   já   parte   de   uma   determinada   base  
orçamentária,   acrescentando   apenas   uma   projeção   da  
inflação,  o  orçamento  base  zero,  como  o  próprio  nome  indica,  
exige   que   o   administrador,   a   cada   novo   exercício,   jus)fique  
detalhadamente  os  recursos  solicitados;  
 

-­‐  a  criação  de  alterna/vas  para  facilitar  a  escala  de  prioridades  


a  serem  consideradas  para  o  próximo  exercício  financeiro.  
   
9

Orçamento Base Zero


      Existem   palavras   chaves   para  
iden.ficarmos   quando   o   examinador  
está   se   referindo   ao   orçamento   base  
zero  ou  por  estratégia:    
   
•  não  há  direitos  adquiridos,  pois  a  base  é  
zero;  
•  há  jus1fica1va  dos  recursos;  
•  há  revisão  crí1ca  dos  gastos.  
 

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1765
Orçamento de Desempenho
      É   aquele   que   es)ma   e   autoriza   as  
despesas  pelos  produtos  finais  a  obter  ou  
tarefas   a   realizar.   Neste   orçamento   de  
desempenho   procura-­‐se   saber   as   coisas  
que  o  governo   FAZ   e   não   as   coisas   que   o  
governo   compra.   É   dado   enfoque   aos  
r e s u l t a d o s .   S e g u n d o   a l g u n s  
doutrinadores,   este   orçamento   foi  
u)lizado   em   um   momento   anterior   à  
implementação  do  orçamento-­‐programa.  

11

Conceitos extraídos do site da STN


   

A   seguir   os   conceitos   constantes   do   glossário  


 
con1do   no   site   da   STN*   (Secretaria   do   Tesouro  
Nacional)   para   Orçamento-­‐Programa;   Orçamento  
Base   Zero,   Orçamento   de   Desempenho   e  
Orçamento  Tradicional:  

   
 *  Cabe  ressaltar  que  muitas  vezes  as  bancas  examinadoras  
u5lizam  os  conceitos  a  seguir  na  elaboração  das  questões.  
     
   
12

1766 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Características do Orçamento Público – Prof. Fábio Furtado

Conceitos extraídos do site da STN


     
 Orçamento  Programa  
  Originalmente,   sistema   de   planejamento,   programação   e  
orçamentação,   introduzido   nos   Estados   Unidos   da   América   ,   no  
final   da   década   de   50,   sob   a   denominação   de   PPBS   (Planning  
Programning   BudgeAng   System).   Principais   caracterís5cas:  
integração  planejamento-­‐orçamento;  quanAficação  de  obje5vos  
e   fixação   de   metas;   relações   insumo-­‐produto;   alterna5vas  
programá5cas;  acompanhamento  =sico-­‐financeiro;  avaliação  de  
resultados  e  gerência  por  obje.vos.  
   

13

Conceitos extraídos do site da STN


     
 Orçamento  Base-­‐Zero  
  Abordagem   orçamentária   desenvolvida   nos   Estados   Unidos   da  
América,   pela   Texas   Instruments   Inc.,   durante   o   ano   de   1969.  
Foi   adotada   pelo   estado   da   Geórgia   (gov.   Jimmy   Carter),   com  
vistas  ao  ano  fiscal  de  1973.  Principais  caracterís4cas:  análise,  
revisão   e   avaliação   de   todas   as   despesas   propostas   e   não  
apenas   das   solicitações   que   ultrapassam   o   nível   de   gasto   já  
existente;   todos   os   programas   devem   ser   jus4ficados   cada   vez  
que  se  inicia  um  novo  ciclo  orçamentário.  
   

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1767
Conceitos extraídos do site da STN

 Orçamento  de  Desempenho    


  Processo   orçamentário   que   se   caracteriza   por   apresentar   duas  
dimensões   do   orçamento:   o   objeto   de   gasto   e   um   programa   de  
trabalho,   contendo   as   ações   desenvolvidas.   Toda   a   ênfase  
reside   no   desempenho   organizacional,   sendo   também  
conhecido  como  orçamento  funcional.  
   
   
   
   
 
15

Conceitos extraídos do site da STN

 Orçamento  Tradicional    
  Processo   orçamentário   em   que   apenas   uma   dimensão   do  
orçamento   é   explicitada,   qual   seja,   o   objeto   de   gasto.  
Também  é  conhecido  como  Orçamento  Clássico.  
   
   
   
 

16

1768 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Características do Orçamento Público – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


Caracterís)cas  dos  Orçamentos  
Orçamento   -­‐Integração  planejamento-­‐orçamento;  
Programa   -­‐Quan4ficação  dos  obje4vos  e  fixação  de  metas;  
-­‐Relação  insumo-­‐produto;  
-­‐Alterna4vas  programá4cas;  
-­‐Acompanhamento  Asico-­‐financeiro;  
-­‐Avaliação  de  resultados  e  gerência  por  obje4vos.  
Orçamento   -­‐  Análise,  revisão  e  avaliação  de  todas  as  despesas  propostas  e  não  
Base  Zero  ou   apenas  das  solicitações  que  ultrapassam  o  nível  de  gasto  já  existente;  
Por  Estratégia   -­‐  Programas  devem  ser  jus4ficados;  
-­‐  Criação  de  alterna4vas  para  facilitar  a  escala  de  prioridades  a  serem  
levadas  para  decisão  superior;  
-­‐  Não  há  direitos  adquiridos.  
Orçamento   -­‐  Preocupa-­‐se  com  o  que  o  governo  faz  (realizações)  e  não  com  o  que  
Desempenho   o  governo  compra;  
-­‐   Ênfase   aos   resultados,   todavia   ainda   não   se   podia   falar   em  
orçamento-­‐programa,   pois   não   havia   vinculação   com   o  
planejamento.  
17

SLIDES PARA LEITURA


Caracterís)cas  dos  Orçamentos  
Orçamento   -­‐  Documento  apenas  de  previsão  de  receitas  e  fixação  de  despesas;  
Tradicional   -­‐   Há   somente   a   preocupação   com   a   classificação   das   despesas   por   objeto   do  
gasto;  
-­‐  Principal  critério  de  classificação  são  as  unidades  administra?vas  e  elementos.  

Orçamento     -­‐   O   orçamento   de   cada   período   mantém   a   mesma   estrutura   de   despesas   do  


Incremental   orçamento  do  período  anterior,  realizando-­‐se  apenas  incremento  nos  montantes  
de  cada  despesa;  
-­‐   As   opções   e   prioridades   estabelecidas   no   passado   tendem   a   permanecer  
inalteradas  ao  longo  do  tempo;  
-­‐  Não  privilegia  a  eficiência  do  gasto  e  a  evolução  da  ação  governamental.  

Orçamento     -­‐  Busca  decisão  descentralizada;  


Par)cipa)vo   -­‐  Cria  conselhos  populares;  
-­‐  Faz  com  que  o  cidadão  desloque  seu  centro  de  atenção  para  questões  locais;  
-­‐  Gera  consciência  da  par?cipação  do  cidadão;  
-­‐  Dá  nascimento  a  dois  focos  de  poder  democrá?co:  um  pelo  voto;  outro,  pelas  
ins?tuições  diretas  de  par?cipação.  
18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1769
Direito Financeiro
Aula XX

SUPRIMENTO DE FUNDOS

  Conteúdo  da  Aula  


   
•  Suprimento  de  Fundos  (Regime  de  Adiantamento  a  Servidor).  

Suprimento de Fundos
       Lei  nº  4.320/64:  
 
  Art.   68.   O   regime   de   adiantamento   é  
aplicável   aos   casos   de   despesas  
expressamente   definidos   em   lei   e  
consiste   na   entrega   de   numerário   a  
servidor,   sempre   precedida   de  
empenho   na   dotação   própria   para   o  
fim   de   realizar   despesas,   que   não  
possam   subordinar-­‐se   ao   processo  
normal  de  aplicação.  
  2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1771
Suprimento de Fundos
     Lei  nº  4.320/64:  
 
 
  Art.   69.   Não   se   fará   adiantamento   a  
servidor  em  alcance  nem  a  responsável  
por  dois  adiantamentos.  

Suprimento de Fundos
      O   suprimento   de   fundos   deve   ser  
u.lizado  nos  seguintes  casos:    
 

a) Para   atender   a   despesas   eventuais,  


inclusive   em   viagem   e   com   serviços  
e s p e c i a i s ,   q u e   e x i j a m   p r o n t o  
pagamento;    
 

  b)     Quando   a   despesa   deva   ser   feita   em  


 caráter  sigiloso,                                    conforme  se  
 classificar  em  regulamento;  e    
 

        c)   Para   atender   a   despesas   de  


pequeno  vulto,    assim    entendidas  aquelas  
cujo   valor,   em     cada   caso,   não  
 ultrapassar  limite    estabelecido  em  ato  
norma=vo  próprio.    
4

1772 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Suprimento de Fundos – Prof. Fábio Furtado

Suprimento de Fundos
     Exemplo:  
   
 O  servidor  Fulano  de  Tal  recebe  suprimento  de  
fundos   no   valor   de   R$   4.000,00   para   realização  
de  despesas  de  pequeno  vulto.  
 

  Empenho:   R$   4.000,00   em   nome   do   servidor  


Fulano  de  Tal.  
 
 

 Há  um  prazo  autorizado  para  aplicação  (gasto)  


do   recurso.   O   Ordenador   da   Despesa   define  
qual   será   o   prazo   de   aplicação   do   recurso,  
sempre   respeitando   o   prazo   máximo   e   nunca  
ultrapassando  31  de  dezembro.  
 
   
5

       
Suprimento de Fundos
 Na  União,  o  prazo  máximo  de  aplicação  
é  de  90  dias.  
 
 
 

  No   Município   do   RJ,   por   exemplo,   o  


prazo  máximo  é  de  60  dias.  
 
 
 

  Cada   Ente   da   Federação   possui   suas  


regras.  
   
6

www.acasadoconcurseiro.com.br 1773
Suprimento de Fundos
       
  O   Valor   de   R$   4.000,00   é   depositado  
numa   conta   corrente   cujo   responsável  
pela  movimentação  é  o  servidor  Fulano  
de  Tal.  
 

   
  Na   União,   especialmente   no   Poder  
ExecuEvo,  é  muito  uElizado  como  meio  
de   pagamento   de   despesas   realizadas  
com  suprimento  de  fundos  o  Cartão  de  
Pagamento  do  Governo  Federal  (CPGF),  
m a i s   c o n h e c i d o   c o m o   C a r t ã o  
CorporaEvo.  
7

Suprimento de Fundos
     Durante  o  prazo  de  aplicação  (gasto),  o  
servidor   vai   realizando   as   despesas  
(aquisições   de   materiais   de   consumo   que  
não  possuem  estoque  no  almoxarifado,  por  
exemplo),   pagando-­‐as   com   o   suprimento   de  
fundos.   Junto   com   o   material   adquirido,   por  
exemplo,   o   servidor   leva   para   o   órgão   a  
Nota   Fiscal   de   compra,   que   deverá   ser  
atestada  por  outros  servidores.  
 
 

  Essas   notas   fiscais   farão   parte   do   processo  


de  prestação  de  contas.  
 
  O   prazo   para   Prestação   de   Contas   é   de   30  
dias.  
 
    8

1774 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Suprimento de Fundos – Prof. Fábio Furtado

Suprimento de Fundos
       
 
 Supondo  que  dos  R$  4.000,00,  R$  3.800,00  foram  
gastos   com   despesas   de   pequeno   vulto.   Ocorreu  
uma   sobra   de   R$   200,00,     de   saldo   do  
adiantamento   (suprimento   de   fundos).   Como  
ficará   composto   o   processo   de   prestação   de  
contas?  
 
   
 
 
   
9

Suprimento de Fundos
       
üR$   3.800,00   serão   comprovados   por   meio   das   notas  
fiscais   devidamente   atestadas   por   outros   servidores,  
comprovando   que   o   material   foi   adquirido   para  
u<lização  no  serviço  público.  
 

üR$   200,00   serão   comprovados   por   meio   do  


comprovante  de  depósito  na  conta  corrente  do  órgão,  
demonstrando   que   o   servidor   suprido   devolveu   aos  
cofres   públicos   o   valor   não   u<lizado.   Na   União,   é  
comprovado   por   meio   do   recolhimento   de   uma   GRU  
(Guia   de   Recolhimento   da   União),   no   código  
específico  daquele  órgão/unidade  orçamentária.  
 
 
 
   
10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1775
Suprimento de Fundos
      Esta   prestação   de   contas   será   examinada.   Caso   esteja   tudo  
correto,  o  Ordenador  de  Despesa  emi:rá  um  Termo  aprovando-­‐a.  
 
  Caso   tenha   algo   incorreto,   o   servidor   poderá   ser   declarado   em  
alcance,  pelo  Ordenador  de  Despesa.  
 
   
 
 
 
   
11

Suprimento de Fundos
     Não  se  concederá  suprimento  de  fundos:    
 

 a)  A  responsável  por  dois  suprimentos;    


 

  b)   A   servidor   que   tenha   a   seu   cargo   a   guarda   ou   u8lização   do  


material   a   adquirir,   salvo   quando   não   houver   na   repar8ção  
outro  servidor;    
 

  c)   A   responsável   por   suprimento   de   fundos   que,   esgotado   o  


prazo,  não  tenha  prestado  contas  de  sua  aplicação;  e    
 

 d)  A  servidor  declarado  em  alcance.    

12

1776 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Suprimento de Fundos – Prof. Fábio Furtado

SLIDES PARA LEITURA


  Suprimento   de   Fundos   (Regime   de  
Adiantamento),   de   acordo   com   o   MCASP   –  
Manual   de   Contabilidade   Aplicada   ao   Setor  
Público,   da   STN   –   Parte   I   –   Procedimentos  
Contábeis  Orçamentários:  
 
 

13

Suprimento de Fundos
       
  O   suprimento   de   fundos   é   caracterizado   por   ser   um  
adiantamento   de   valores   a   um   servidor   para   futura  
prestação   de   contas.   Esse   adiantamento   cons4tui  
despesa  orçamentária,  ou  seja,  para  conceder  o  recurso  
ao   suprido   é   necessário   percorrer   os   três   estágios   da  
despesa   orçamentária:   empenho,   liquidação   e  
pagamento.    
 
 Em  suma,  suprimento  de  fundos  consiste  na  entrega  de  
numerário   a   servidor,   sempre   precedida   de   empenho  
na  dotação  própria,  para  o  fim  de  realizar  despesas  que  
não   possam   subordinar-­‐se   ao   processo   normal   de  
aplicação.    
14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1777
Suprimento de Fundos
       
  Os   arts.   68   e   69   da   Lei   nº   4.320/1964   definem   e   estabelecem  
regras   gerais   de   observância   obrigatória   para   a   União,   Estados,  
Distrito   Federal   e   Municípios   aplicáveis   ao   regime   de  
adiantamento.    
 
  Segundo   a   Lei   nº   4.320/1964,   não   se   pode   efetuar   adiantamento  
a   servidor   em   alcance   e   nem   a   responsável   por   dois  
adiantamentos.    
 
 Por  servidor  em  alcance,  entende-­‐se  aquele  que  não  efetuou,  no  
prazo,  a  comprovação  dos  recursos  recebidos  ou  que,  caso  tenha  
apresentado  a  prestação  de  contas  dos  recursos,  a  mesma  tenha  
sido  impugnada  total  ou  parcialmente.    
15

Suprimento de Fundos
       
 
  Cada   Ente   da   Federação   deve   regulamentar   o   seu  
regime  de  adiantamento,  observando  as  peculiaridades  
de  seu  sistema  de  controle  interno,  de  forma  a  garan:r  
a  correta  aplicação  do  dinheiro  público.    
 
  Destacam-­‐se   algumas   regras   estabelecidas   para   esse  
regime:    

16

1778 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Financeiro – Suprimento de Fundos – Prof. Fábio Furtado

Suprimento de Fundos
       
O   suprimento   de   fundos   deve   ser   u.lizado   nos   seguintes  
casos:    
 
a)  Para  atender  a  despesas  eventuais,  inclusive  em  viagem  e  
com  serviços  especiais,  que  exijam  pronto  pagamento;    
 
b)   Quando   a   despesa   deva   ser   feita   em   caráter   sigiloso,  
conforme  se  classificar  em  regulamento;  e    
 
c)   Para   atender   a   despesas   de   pequeno   vulto,   assim  
entendidas   aquelas   cujo   valor,   em   cada   caso,   não  
ultrapassar  limite  estabelecido  em  ato  norma=vo  próprio.    
17

Suprimento de Fundos
       
 Não  se  concederá  suprimento  de  fundos:    
 
 a)  A  responsável  por  dois  suprimentos;    
 
 b)  A  servidor  que  tenha  a  seu  cargo  a  guarda  ou  u8lização  
do   material   a   adquirir,   salvo   quando   não   houver   na  
repar8ção  outro  servidor;    
 
 c)  A  responsável  por  suprimento  de  fundos  que,  esgotado  o  
prazo,  não  tenha  prestado  contas  de  sua  aplicação;  e    
 
 d)  A  servidor  declarado  em  alcance.    
18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1779
Administração Financeira

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Lei de Responsabilidade Fiscal

LC nº 101/2000

Principais Tópicos

www.acasadoconcurseiro.com.br 1781
Art. 1º
Planejamento; Transparência; Responsabilização

Art. 1º, § 1º

A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação


planejada e transparente, em que se previnem riscos e
corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados
entre receitas e despesas e a obediência a limites e
condições no que tange a renúncia de receita, geração de
despesas com pessoal, da seguridade social e outras,
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e
inscrição em Restos a Pagar.
5

Principais artigos:

ümetas de resultados entre receitas e despesas (Art.


4º);
ürenúncia de receita (Art. 14);
ügeração de despesas com pessoal (Arts. 18 a 23);
üseguridade social (Art. 24);
üdívida consolidada (Art. 29, I);
üdívida mobiliária (Art. 29, II);
üoperações de crédito (Art. 29, III);
üantecipação de receita orçamentária (Art. 38);
üconcessão de garantia (Art. 29, IV);
üRestos a Pagar (Art. 42).
7

1782 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 1º
Art.1º, §2º As disposições desta Lei Complementar
obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.

Art. 1º, §3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste


abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder
Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos,


autarquias, fundações e empresas estatais
dependentes;

Art. 1º, §3º

II - a Estados entende-se considerado o


Distrito Federal;

III - a Tribunais de Contas estão incluídos:


Tribunal de Contas da União, Tribunal de
Contas do Estado e, quando houver, Tribunal
de Contas dos Municípios e Tribunal de
Contas do Município.

11

www.acasadoconcurseiro.com.br 1783
Art. 2º
Conceitos:

§ Empresa Controlada

§ Empresa Estatal DEPENDENTE

§ Receita Corrente Líquida (RCL)

13

Empresa Controlada
Art. 2º, II

Conceito:

Sociedade cuja maioria do capital social com


direito a voto pertença, direta ou
indiretamente, a ente da Federação*.

* Ente da Federação = a União, cada Estado, o


DF ou cada Município, conforme artigo 2º, I,
da LRF.

15

1784 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Empresa Estatal DEPENDENTE


Art. 2º, III

Conceito:

Empresa controlada que recebe do


ente controlador recursos financeiros
para pagamento de despesas com
pessoal ou de custeio em geral ou de
capital, excluídos, no último caso,
aqueles provenientes de aumento de
participação acionária.

17

Receita Corrente Líquida (RCL)


Art. 2º, IV
Conceito:

soma das RC – deduções

Período: mês em referência + 11 anteriores, excluídas as


duplicidades

Nota do Professor:
A RCL é a base para apuração de qualquer limite imposto pela LRF.
Limite para despesas com pessoal, limite para endividamento, limite
para contrair operações de crédito, limite para contrair ARO, limite para
concessão de garantias, são baseados em percentuais da RCL.
19

www.acasadoconcurseiro.com.br 1785
Receita Corrente Líquida (RCL)
Art. 2º, IV

receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de


contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços,
transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos:

21

Receita Corrente Líquida (RCL)


Art. 2º, IV
[...] deduzidos:

a)na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por


determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na
alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação


constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores


para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as
receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201
da Constituição.
23

1786 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Receita Corrente Líquida (RCL)


Art. 2º, IV
§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os
valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar nº
87 , de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito


Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos
recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o
inciso V do § 1º do art. 19.

§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as


receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores,
excluídas as duplicidades. 25

ORIGEM DA RECEITA
Os códigos da Origem para as receitas correntes e de capital, de acordo
com a Lei nº 4.320, de 1964, são:
1. RECEITAS CORRENTES 2. RECEITAS DE CAPITAL

1. Tributária 1. Operações de Crédito


2. Contribuições 2. Alienação de Bens
3. Patrimonial 3. Amortização de Empréstimos
4. Agropecuária 4. Transferências de Capital
5. Industrial 5. Outras Receitas de Capital
6. Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes
27

www.acasadoconcurseiro.com.br 1787
Receita Corrente Líquida (RCL)
Art. 2º, IV
Exemplo 1:

Título Valor (R$)


Receita Tributária 1.000,00
Receita Patrimonial 200,00
Receita com Operações de Crédito 400,00
Receita com Alienação de Bens 300,00
Despesa com Transferência Tributária Constitucional 500,00
Primeiro, temos que encontrar o total das receitas correntes.

No exemplo acima, temos como receitas correntes: Tributária e


Patrimonial. Total de RC: R$ 1.200,00.

Agora, aplicaremos a dedução referente à TTC, no valor de


R$ 500,00. Assim, a RCL é de R$ 700,00.
29

Receita Corrente Líquida (RCL)


Art. 2º, IV
Exemplo 2:
Título Valor (R$)
Receita Tributária 1.000,00
Receita Patrimonial 200,00
Receita com Contribuição Previdenciária 800,00
Receita com Operações de Crédito 400,00
Receita com Alienação de Bens 300,00
Despesa com Transferência Tributária Constitucional 500,00
Primeiro, temos que encontrar o total das receitas correntes.

No exemplo acima, temos como receitas correntes: Tributária, Patrimonial e


Contribuições . Total de RC: R$ 2.000,00.

Agora, aplicaremos as deduções referentes à TTC, no valor de R$ 500,00, e à


Contribuição Previdenciária, no valor de R$ 800,00. Assim, a RCL é de R$ 700,00.
31

1788 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 3º
Vetado (tratava do PPA)

PPA, conforme artigo 165, §1º da


CRFB:

“A lei que instituir o plano plurianual


estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.”

33

Art. 4º
LDO, conforme artigo 165, §2º da
CRFB:

“A lei de diretrizes orçamentárias


compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.”
35

www.acasadoconcurseiro.com.br 1789
Art. 4º
LDO

§ Anexo de METAS Fiscais: METAS


anuais para Receitas, Despesas,
Resultado Nominal, Resultado
Primário, Dívida Pública para o
exercício a que se referirem e para os
dois seguintes.

§ Anexo de RISCOS Fiscais: Avaliação


dos RISCOS que poderão afetar o
equilíbrio das contas públicas.
Cálculo da RESERVA DE
CONTINGÊNCIA 37

Art. 4º
Assim, por exemplo:

LDO 2014 AMF 2014


(até 15/04/2013) 2015
2016

ARF 2014

LOA 2014
39

1790 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 4º
Assim, por exemplo:

LDO 2015 AMF 2015


(até 15/04/2014) 2016
2017

ARF 2015
LOA 2015

41

Art. 4º
Assim, por exemplo:

LDO 2016 AMF 2016


(até 15/04/2015) 2017
2018

ARF 2016

LOA 2016
43

www.acasadoconcurseiro.com.br 1791
Art. 4º
ANEXO DE METAS FISCAIS
Conterá:
• Avaliação do cumprimento das metas
relativas ao ano anterior;

• Demonstrativo das metas anuais


comparando–as com as fixadas nos três
exercícios anteriores.

45

Art. 4º
ANEXO DE METAS FISCAIS
Conterá:
• Evolução do patrimônio líquido nos
últimos três exercícios, destacando a
origem e a aplicação dos recursos
obtidos com a alienação de ativos;

47

1792 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 4º
ANEXO DE METAS FISCAIS
Conterá:

• Avaliação da situação financeira e atuarial:

a) Dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores


públicos e do FAT;

b) Dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

49

Art. 4º

ANEXO DE METAS FISCAIS


Conterá:

• Demonstrativo da estimativa e
compensação da renúncia de receita
e da margem de expansão das
despesas obrigatórias de caráter
continuado.

51

www.acasadoconcurseiro.com.br 1793
Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

53

Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

55

1794 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

57

Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

59

www.acasadoconcurseiro.com.br 1795
Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

61

Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

63

1796 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Anexo de Metas Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

65

Art. 4º
LDO

Anexo de RISCOS Fiscais: Avaliação dos RISCOS


que poderão afetar o equilíbrio das contas
públicas. Cálculo da RESERVA DE
CONTINGÊNCIA

67

www.acasadoconcurseiro.com.br 1797
Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

69

Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

71

1798 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

73

Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

75

www.acasadoconcurseiro.com.br 1799
Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

77

Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

79

1800 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Anexo de Riscos Fiscais/LDO 2011 (Estado RJ)

81

Art. 4º
LDO

§ Trata do Equilíbrio entre Receitas e


Despesas

§ Critérios para Limitação de


Empenho

83

www.acasadoconcurseiro.com.br 1801
Art. 5º
LOA, conforme artigo 165, §5º da CRFB:
“A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou
indireta, bem como os fundos e fundações”.
85

Art. 5º
LOA

A LOA conterá RESERVA DE


CONTINGÊNCIA cujo montante
será calculado na LDO (no ANEXO
DE RISCOS FISCAIS).

87

1802 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 8º

Até 30 dias após a publicação do orçamento, o Poder


Executivo estabelecerá a Programação Financeira e o
Cronograma Mensal de Desembolso.

89

Art. 9º
LIMITAÇÃO DE EMPENHO
(Limitação de Gastos)

Se verificado, ao final de um bimestre, que a


realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão,
por ato próprio e nos montantes necessários, nos
trinta dias subsequentes, limitação de empenho
e movimentação financeira, segundo os critérios
fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
91

www.acasadoconcurseiro.com.br 1803
Art. 9º
LIMITAÇÃO DE EMPENHO
(Limitação de Gastos)

§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda


que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos
foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções
efetivadas.

§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que


constituam obrigações constitucionais e legais do ente,
inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da
dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

93

Art. 9º, § 4º
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

MAIO, SETEMBRO e FEVEREIRO

95

1804 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 11
DA RECEITA PÚBLICA

Art. 11. Constituem requisitos essenciais


da responsabilidade na gestão fiscal a
instituição, previsão e efetiva
arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da
Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de


transferências voluntárias para o ente
que não observe o disposto no caput, no
que se refere aos impostos.
97

Art. 12
DA RECEITA PÚBLICA

Art. 12. As previsões de receita


observarão as normas técnicas e legais,
considerarão os efeitos das alterações
na legislação, da variação do índice de
preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão
acompanhadas de demonstrativo de sua
evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a
que se referirem, e da metodologia de
cálculo e premissas utilizadas.
99

www.acasadoconcurseiro.com.br 1805
Art. 12
DA RECEITA PÚBLICA

§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se


comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

[...]

§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do


Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de
suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício
subsequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo.

Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder
Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado,
quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores
de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos
créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
101

Art. 13
DA RECEITA PÚBLICA

Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as


receitas previstas serão desdobradas,
pelo Poder Executivo, em metas
bimestrais de arrecadação, com a
especificação, em separado, quando
cabível, das medidas de combate à
evasão e à sonegação, da quantidade e
valores de ações ajuizadas para cobrança
da dívida ativa, bem como da evolução
do montante dos créditos tributários
passíveis de cobrança administrativa.
103

1806 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 14

RENÚNCIA DE RECEITA

A concessão ou ampliação de incentivo ou


benefício de natureza tributária da qual
decorra renúncia de receita deverá estar
acompanhada de estimativa do IMPACTO
ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO no exercício
em que deva iniciar sua vigência e nos
dois seguintes, atender ao disposto na lei
de diretrizes orçamentárias e a pelo
menos uma das seguintes condições:

105

Art. 14
RENÚNCIA DE RECEITA

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia


foi considerada na estimativa de receita da lei
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não
afetará as metas de resultados fiscais previstas no
anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

(ou)

II - estar acompanhada de medidas de compensação,


no período mencionado no caput, por meio do
aumento de receita, proveniente da elevação de
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração
ou criação de tributo ou contribuição. 107

www.acasadoconcurseiro.com.br 1807
Arts. 15 a 17
DESPESAS OBRIGATÓRIAS
DE CARÁTER CONTINUADO

despesa corrente derivada de lei,


medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem
para o ente a obrigação legal de sua
execução por um período superior a
dois exercícios.

109

Arts. 15 a 17
DESPESAS OBRIGATÓRIAS
DE CARÁTER CONTINUADO
Deve-se demonstrar:
o IMPACTO ORÇAMENTÁRIO-
FINANCEIRO no exercício em que a
despesa deva entrar em vigor e nos 2
subsequentes.

a origem dos recursos para seu custeio.

111

1808 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Arts. 15 a 17
DESPESAS OBRIGATÓRIAS DE CARÁTER CONTINUADO
o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada
ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas
no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo seus efeitos
financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento
permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

Considera-se aumento permanente de receita o proveniente da


elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.

113

Art. 18
DESPESAS COM PESSOAL

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar,


entende-se como despesa total com pessoal: o
somatório dos gastos do ente da Federação com os
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos,
civis, militares e de membros de Poder, com
quaisquer espécies remuneratórias, tais como
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis,
subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas
extras e vantagens pessoais de qualquer natureza,
bem como encargos sociais e contribuições
recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
115

www.acasadoconcurseiro.com.br 1809
Art. 18
DESPESAS COM PESSOAL

Art. 18, § 1º. Os valores dos contratos de


terceirização de mão-de-obra que se
referem à substituição de servidores e
empregados públicos serão contabilizados
como "Outras Despesas de Pessoal".

117

Art. 18
DESPESAS COM PESSOAL

Art. 18, § 2º. A despesa total com pessoal será apurada


somando-se a realizada no mês em referência com as
dos 11 imediatamente anteriores, adotando-se o regime
de competência.

Assim:
Despesas com Pessoal (referência + 11 anteriores)
RCL (referência + 11 anteriores) x 100 = _____%

119

1810 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 19
DESPESAS COM PESSOAL

§ União: até 50% da RCL

§ Outros (E, DF e M): até 60% da RCL

Limites apurados a cada QUADRIMESTRE

121

Art. 20
União Estados Estados* Municípios
(50%) (60%) (60%) (60%)
Executivo 40,9 49 48,6 54
Legislativo 2,5 3 3,4 6
(TC)
Judiciário 6 6 6 ------
MP 0,6 2 2 ------

* Estados que possuem Tribunal de Contas dos Municípios


(BA, CE, GO e PA).

Art. 20, § 1º Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os


limites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à
média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
123

www.acasadoconcurseiro.com.br 1811
Art. 20
Exemplo:
Vamos supor que foram realizados os cálculos,
conforme disposto no artigo 20, §1º, no âmbito do
Poder Judiciário Federal. O resultado (hipotético)
foi:
Poder Limite com
Judiciário Despesas
Federal de Pessoal
(Órgãos) (%)
STF 2,2
STJ 1,0
STM 0,8
[...] 2,0
TOTAL 6,0
125

Supondo que no último Quadrimestre foi demonstrado no Relatório de


Gestão Fiscal que a situação do STJ foi:

Despesas com Pessoal/RCL x 100 = 0,87%.

Como o limite é de 1% da RCL, o STJ se encontra cumprindo o referido limite.

127

1812 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Supondo que no último Quadrimestre foi demonstrado no Relatório de Gestão


Fiscal que a situação do STJ foi:

Despesas com Pessoal/RCL x 100 = 0,93%.

Como o limite é de 1% da RCL, o STJ se encontra cumprindo o referido limite, no


entanto se encontra acima do chamado limite de alerta*.

Art. 59, §1º:

Os Tribunais de Contas alertarão* os Poderes ou órgãos referidos no art.


20 quando constatarem:

[...]

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite;


129

Supondo que no último Quadrimestre foi demonstrado no Relatório de


Gestão Fiscal que a situação do STJ foi:

Despesas com Pessoal/RCL x 100 = 0,97%.

Como o limite é de 1% da RCL, o STJ se encontra cumprindo o referido


limite, todavia ultrapassou o chamado limite prudencial*.

Art. 22, Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a *95%
do limite, SÃO VEDADOS ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver
incorrido no excesso:

[...]
131

www.acasadoconcurseiro.com.br 1813
Art. 22
DESPESAS COM PESSOAL

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do


limite, SÃO VEDADOS ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver
incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de


remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial
ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no
inciso X do art. 37 da Constituição;

II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de


despesa;

133

Art. 22
DESPESAS COM PESSOAL
IV - provimento de cargo público,
admissão ou contratação de pessoal a
qualquer título, ressalvada a reposição
decorrente de aposentadoria ou
falecimento de servidores das áreas
de educação, saúde e segurança;

V - contratação de hora extra, salvo


no caso do disposto no inciso II do §
6o do art. 57 da Constituição e as
situações previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.
135

1814 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Supondo que no último Quadrimestre foi demonstrado no Relatório de


Gestão Fiscal que a situação do STJ foi:

Despesas com Pessoal/RCL x 100 = 1,3%.

Como o limite é de 1% da RCL, o STJ se encontra acima do referido


limite, tendo que amortizar o excedente (0,3%) em dois Quadrimestres,
conforme o artigo 23 da LRF, utilizando o regramento do artigo 169, §§3º e
4º da CRFB.

No Relatório de Gestão Fiscal, constarão as medidas a serem tomadas


para reduzir o gasto excedente.

137

Art. 23
DESPESAS COM PESSOAL

Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido


no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo,
sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual
excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres
seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro,
adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º
e 4º do art. 169 da Constituição.

139

www.acasadoconcurseiro.com.br 1815
Art. 169 da CRFB/88

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base


neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida
no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências:

141

Art. 169 da CRFB/88

I - redução em pelo menos vinte por


cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;

II - exoneração dos servidores não


estáveis.

143

1816 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 169 da CRFB/88


§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o
servidor estável poderá perder o cargo...

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado


extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

145

Art. 21
DESPESAS COM PESSOAL

Parágrafo único: Também é nulo de


pleno direito o ato de que resulte
aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias
anteriores ao final do mandato do
titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20

147

www.acasadoconcurseiro.com.br 1817
Art. 24
SEGURIDADE SOCIAL
Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da
fonte de custeio total, nos termos do § 5º do art. 195 da
Constituição, atendidas ainda as exigências do art. 17.
Assim, deve-se demonstrar:
o IMPACTO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO no exercício em
que a despesa deva entrar em vigor e nos 2 subsequentes.
a origem dos recursos para seu custeio.
149

Art. 25
TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por


transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de
capital a outro ente da Federação, a título de cooperação,
auxílio ou assistência financeira, que não decorra de
determinação constitucional, legal ou os destinados ao
Sistema Único de Saúde.

151

1818 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 25
TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Para fins da aplicação das sanções de suspensão de


transferências voluntárias constantes desta Lei
Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de
educação, saúde e assistência social.

153

Art. 29
Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as
seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total,


apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do
ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos,
convênios ou tratados e da realização de operações de
crédito, para amortização em prazo superior a doze
meses;

155

www.acasadoconcurseiro.com.br 1819
Art. 29, §3º

Também integram a dívida pública consolidada as


operações de crédito de prazo inferior a doze meses
cujas receitas tenham constado do orçamento.

157

Art. 29
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por
títulos emitidos pela União, inclusive os do *Banco Central do
Brasil*, Estados e Municípios;

Art. 34. O *Banco Central do Brasil* não emitirá títulos da dívida


pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei
Complementar.

159

1820 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 29
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite
de título, aquisição financiada de bens, recebimento
antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens
e serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

161

Art. 29
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência*
de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da
Federação ou entidade a ele vinculada;

* É como se fosse o “fiador”, o “avalista” da operação.

163

www.acasadoconcurseiro.com.br 1821
Art. 29
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de
títulos para pagamento do principal acrescido da atualização
monetária.

165

Art. 30
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei
Complementar, o Presidente da República submeterá ao:

I - Senado Federal: proposta de limites globais para o


montante da dívida consolidada da União, Estados e
Municípios

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites


para o montante da dívida mobiliária federal

167

1822 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Resolução nº 40/2001 do SF:


Limites para a DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA
(Dívida Fundada menos as Disponibilidades Financeiras)
Em até 15 anos após a publicação desta Resolução, os
limites da Dívida Consolidada Líquida:

Para os Estados: 2 x a RCL


Para os Municípios: 1,2 x a RCL

O excedente será amortizado em 1/15 a cada exercício


financeiro.
Apurado Quadrimestralmente.
Demonstrado no Relatório de Gestão Fiscal.
169

Balanço Patrimonial - em 2001


ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 150

Ativo Permanente(AP): Passivo Permanente(PP):


(Dívida Fundada/Consolidada)
Operações de Crédito 500
(Empréstimos a Pagar)

Dívida Consolidada Líquida = Dívida Consolidada (-) Disponibilidade Financeira


DCL = 500 (-) 150
DCL = 350 171

www.acasadoconcurseiro.com.br 1823
Supondo que o Balanço Patrimonial anterior se refira ao Estado
do Rio Grande do Sul.

Em 2001, o Estado do Rio Grande do Sul confrontou sua Dívida


Consolidada Líquida (DCL) de 350 com a sua Receita Corrente
Líquida (RCL) de 125, por exemplo, encontrando:

DCL/RCL = 2,8.

Como o limite imposto foi de 2 x a RCL, o Estado se encontra


acima do limite, tendo que amortizar o excedente (0,8) em 15
anos.

O excedente será amortizado em 1/15 a cada exercício


financeiro.

Demonstrado no Relatório de Gestão Fiscal, a cada


Quadrimestralmente.
173

Supondo que o Balanço Patrimonial anterior se refira ao


Município de Porto Alegre.

Em 2001, o Município de Porto Alegre confrontou sua Dívida


Consolidada Líquida (DCL) de 350 com a sua Receita Corrente
Líquida (RCL) de 350, por exemplo, encontrando:

DCL/RCL = 1.

Como o limite imposto foi de 1,2 x a RCL, o Município se


encontra dentro do limite, tendo, apenas, que estar verificando
a cada Quadrimestre se a situação continua sob controle.
Demonstrado no Relatório de Gestão Fiscal, a cada
Quadrimestralmente.

175

1824 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Supondo que no último Quadrimestre foi demonstrado no


Relatório de Gestão Fiscal que a situação do Município de
Porto Alegre se encontra:

DCL/RCL = 1,6.

Como o limite imposto foi de 1,2 x a RCL, o Município se


encontra acima do limite, tendo que amortizar o excedente
(0,4) em três Quadrimestres, conforme o artigo 31 da LRF,

O excedente será amortizado em 3 Quadrimestres, sendo,


no mínimo, 25% no 1º Quadrimestre.
Demonstrado no Relatório de Gestão Fiscal, a cada
Quadrimestralmente.

177

Art. 31
Da Recondução da Dívida aos
Limites

Art. 31. Se a dívida consolidada


de um ente da Federação
ultrapassar o respectivo limite ao
final de um quadrimestre, deverá
ser a ele reconduzida até o término
dos três subseqüentes, reduzindo
o excedente em pelo menos 25%
(vinte e cinco por cento) no
primeiro.

179

www.acasadoconcurseiro.com.br 1825
Resolução nº 43/2001 do SF:
Limites:

• Operações de Crédito: 16% da RCL

• ARO: 7% da RCL

• Comprometimento Anual para


Amortização, Juros e Encargos da Dívida
Pública: 11,5% da RCL

• Concessão de Garantias: 22% da RCL

181

Art. 38
ARO
(Antecipação de Receita Orçamentária)
(Operação de Crédito por Antecipação de Receita)
(Débito de Tesouraria)

Serve para cobrir insuficiência de caixa.


É considerada Dívida Flutuante
10/01 ----------------------------- 10/12
Vedada no último ano de MANDATO
Vedada enquanto existir operação anterior não
integralmente resgatada
183

1826 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Art. 42
Restos a Pagar

É vedado ao titular de Poder ou


órgão, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato,
contrair obrigação de despesa que
não possa ser cumprida
integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja
suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.
185

Art. 44
É vedada a aplicação da receita de capital derivada da
alienação de bens e direitos que integram o patrimônio
público para o financiamento de despesa corrente, salvo
se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral
e próprio dos servidores públicos.

187

www.acasadoconcurseiro.com.br 1827
Art. 45
Observado o disposto no § 5º do art. 5º, a lei orçamentária e as
de créditos adicionais só incluirão novos projetos após
adequadamente atendidos os em andamento e contempladas
as despesas de conservação do patrimônio público, nos
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

189

Art. 48
Instrumentos de Transparência:

• Planos (PPA, LDO, LOA);


• Prestação de Contas e seu respectivo parecer prévio;
• RREO e RGF;
• Audiências Públicas.

191

1828 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 48, parágrafo único

A transparência será assegurada também mediante:

I – incentivo à participação popular e realização de audiências


públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos,
lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;

II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da


sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso
público;

III – adoção de sistema integrado de administração financeira e


controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido
pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.” (NR)
193

LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 48-A

Os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa


física ou jurídica o acesso a informações referentes a:

I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas


unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no
momento de sua realização, com a disponibilização mínima
dos dados referentes ao número do correspondente
processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à
pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e,
quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

195

www.acasadoconcurseiro.com.br 1829
LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 48-A

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de


toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a
recursos extraordinários.

197

LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 73-A

Qualquer cidadão, partido


político, associação ou
sindicato é parte legítima para
denunciar ao respectivo
Tribunal de Contas e ao órgão
competente do Ministério
Público o descumprimento das
prescrições estabelecidas nesta
Lei Complementar.

199

1830 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 73-B

Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o


cumprimento das determinações dispostas nos
incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do
art. 48-A:

I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios com mais de
100.000 (cem mil) habitantes;

II – 2 (dois) anos para os Municípios que


tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000
(cem mil) habitantes;

201

LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 73-B

III – 4 (quatro) anos para os Municípios


que tenham até 50.000 (cinquenta mil)
habitantes.

Parágrafo único. Os prazos


estabelecidos neste artigo serão
contados a partir da data de
publicação da lei complementar que
introduziu os dispositivos referidos no
caput deste artigo.

Publicação em 27/05/2009.
203

www.acasadoconcurseiro.com.br 1831
LC nº. 131/2009, incluiu o Art. 73-C

O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos


no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do
parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à
sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23 (vedado
recebimento de transferências voluntárias).

205

Art. 49
As contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo
(englobando todos os Poderes e Órgãos) ficarão disponíveis,
no Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua
elaboração, durante todo o exercício para consulta e
apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

207

1832 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

Arts. 52 a 55

RREO e RGF

209

RREO (Relatório Resumido de Execução Orçamentária)


Publicado pelo Poder Executivo consolidando os dados dos
demais poderes e Ministério Público.

Demonstrará o desempenho da arrecadação de receitas e


realização de despesas.

É composto pelo Balanço Orçamentário e outros


demonstrativos.

O Poder Executivo publicará até 30 dias após cada


BIMESTRE

Exemplo:
1º Bimestre (Jan/Fev): até 30 de Março
211

www.acasadoconcurseiro.com.br 1833
RGF (Relatório da Gestão Fiscal)

Será emitido ao final de cada QUADRIMESTRE e assinado


pelos titulares dos Poderes e órgãos, bem como pelas
autoridades responsáveis pela administração financeira e
pelo controle interno.

Demonstrará os limites de gastos com pessoal, dívida pública,


concessão de garantias; indicação das medidas para
adequação aos limites, caso necessário; montante da
disponibilidade de caixa em 31.12, bem como dos valores
inscritos em restos a pagar;

213

RGF (Relatório da Gestão Fiscal)


Cada Órgão/Poder publicará o seu RGF até 30 dias após cada
QUADRIMESTRE

Exemplo:
1º Quadrimestre (Abril): até 30 de MAIO
2º Quadrimestre (Agosto): até 30 de SETEMBRO
3º Quadrimestre (Dezembro): até 30 de JANEIRO

Obs.:
A Câmara dos Deputados publica o seu RGF
O Senado Federal também publica o seu RGF
O MP publica o seu RGF ;
O Poder Executivo publicará o seu RGF consolidando os dados dos seus órgãos..
215

1834 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Lei de Responsabilidade Fiscal – Prof. Fábio Furtado

RGF (Relatório da Gestão Fiscal)

Municípios com menos de 50.000


habitantes podem publicar o Relatório de
Gestão Fiscal até 30 dias após cada
semestre (Art. 63, II, b).

217

Art. 59 - Fiscalização da Gestão Fiscal

Pelo Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de


Contas;
Pelo Sistema de Controle Interno de cada Poder e do Ministério
Público.
Art. 59, §1º:
Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no
art. 20 quando constatarem:
[...]
II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90%
do limite;
III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das
operações de crédito e da concessão de garantia se encontram
acima de 90% dos respectivos limites.
219

www.acasadoconcurseiro.com.br 1835
Regimento Interno do TRT 14ª Região

Professora Bruna Refosco

www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno

REGIMENTO INTERNO DO TRT-RO-AC

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TÍTULO II


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª
REGIÃO REGIMENTO INTERNO REGIMENTO IN- Do Tribunal Regional do Trabalho
TERNO
Aprovado pela Resolução Administrativa nº
095/2008
CAPÍTULO I
Texto publicado no Diário Eletrônico da Justiça DA ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL
do Trabalho da 14ª Região, ano II, nº. 232, de
12-12-2008 Regimento Interno, revisado e alte- Art. 2º O Tribunal Regional do Trabalho da 14ª
rado em: 31 de Agosto de 2012. Região compõe-se de 08 (oito) Desembarga-
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO dores, nomeados pelo Presidente da Repúbli-
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª ca dentre brasileiros com mais de 30 (trinta)
REGIÃO REGIMENTO INTERNO TÍTULO I DA e menos de 65 (sessenta e cinco) anos, sendo
JUSTIÇA DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO CAPÍ- 06 (seis) mediante promoção de Juízes Titula-
TULO ÚNICO DISPOSIÇÕES PRELIMINARES res de Vara do Trabalho da Região, obedecido
o critério alternado de antiguidade e mereci-
Art. 1º São órgãos da Justiça do Trabalho da 14ª mento, 01 (um) dentre advogados e 01 (um)
Região: dentre membros do Ministério Público do Tra-
I – o Tribunal Regional do Trabalho; balho. Parágrafo único: Para o preenchimento
de vaga reservada a advogado ou membro do
II – os Juízes do Trabalho. ALTERADO o inc. Ministério Público do Trabalho, o Presidente do
II do art. 1ºI, Através da RA nº 0096/2012, Tribunal dará imediata ciência à Procuradoria-
Publicada no Diário Oficial Eletrônico em -Geral do Ministério Público do Trabalho ou às
24/08/2012 Presidências das Seções da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil nos Estados de Rondônia e Acre,
§ 1º O Tribunal Regional do Trabalho tem
informando a vacância de cargo, para formação
sede na cidade de Porto Velho e jurisdição
de lista sêxtupla a ser encaminhada ao Tribu-
nos Estados de Rondônia e Acre.
nal, que organizará, por voto da maioria de seus
§ 2º As Varas do Trabalho são, administrati- membros, em sessão pública, em votação nomi-
vamente, subordinadas ao Tribunal Regional nal, aberta e fundamentada, a lista tríplice, a ser
e têm sede e jurisdição fixadas em lei, ressal- submetida à Presidência da República. Havendo
vada a competência do Tribunal para delibe- empate entre os integrantes da lista, repetir-se-
rar sobre a oportunidade e conveniência de -á a votação. Persistindo o empate, observar-se-
alterar e estabelecer a jurisdição e transferir- -á a antiguidade na carreira, que, no caso dos
-lhes a sede de um Município para outro, de advogados, será verificada pela data de inscri-
acordo com a necessidade de agilização da ção na ordem.
prestação jurisdicional trabalhista.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1839
Art. 3º Compõem o Tribunal Regional do Traba- § 3º Publicado o ato de nomeação, encon-
lho da 14ª Região: trando-se o Tribunal em recesso ou ocor-
rendo situação excepcional, o Magistrado
I – Tribunal Pleno; poderá tomar posse perante o Presidente,
II – Turmas; assumindo plenamente suas funções, de-
vendo o ato ser referendado na sessão sole-
III – Presidência; ne de que trata o caput deste artigo.
IV – Vice-Presidência; § 4º No ato da posse, o Magistrado nomeado
V – Corregedoria Regional; deverá apresentar declaração de seus bens.

VI – Ouvidoria; Art. 5º No Tribunal, não poderão ter assento na


mesma Turma cônjuges e parentes consanguí-
VII – Escola Judicial; neos ou afins em linha reta, bem como em linha
colateral até o terceiro grau. Parágrafo único.
VIII – Juízo Auxiliar de Conciliação de Preca- Nas sessões do Tribunal Pleno, o primeiro dos
tórios; membros mutuamente impedidos, que votar,
IX – Fóruns Trabalhistas. Parágrafo único. excluirá a participação do outro no julgamento.
Para o exercício de suas funções, o Tribunal Art. 6º Os membros do Tribunal Regional do
funcionará em sua composição plena e em Trabalho têm o título de “Desembargador do
Turmas, na forma da lei e das disposições Trabalho”; e os Juízes de primeira instância de
deste Regimento. “Juiz Titular de Vara do Trabalho” e “Juiz do Tra-
Art. 4º O Magistrado tomará posse perante o balho Substituto”. ALTERADO o art. 6º, Através
Tribunal, em sessão solene do Pleno, especial e da RA nº 0096/2012, Publicada no Diário Oficial
exclusivamente convocada para esta finalidade, Eletrônico em 24/08/2012
e prestará o seguinte compromisso: “Prometo § 1º Os Desembargadores do Tribunal e os
desempenhar bem e fielmente os deveres do Juízes de primeira instância usarão, nas ses-
cargo, cumprindo e fazendo cumprir a Constitui- sões e audiências, vestes talares, conforme
ção e as leis da República.” regulamento.
§ 1º O termo de posse será lavrado em livro § 2º O Procurador do Ministério Público do
próprio e publicado no órgão oficial, poden- Trabalho que participar das sessões do Tri-
do a leitura ser dispensada pelo Presidente bunal e das Turmas também deverá usar
do Tribunal, ou, quando houver mais de um veste talar; os advogados que se dirigirem
empossando, ser lido apenas o ato referen- à tribuna, para fins de sustentação oral em
te ao primeiro empossado, estendendo-se tais sessões, deverão usar beca.
seus efeitos aos demais, devendo ser subs-
crito pelo Secretário do Pleno e assinado § 3º O Secretário do Pleno, o Secretário de
pelo Presidente e pelo empossado. No caso Turma e quem mais atuar nas sessões do
de posse do Presidente e do Vice-Presiden- Tribunal e das Turmas usarão capa, confor-
te, também o assinarão todos os Desembar- me modelo aprovado.
gadores do Tribunal presentes à sessão.
Art. 7º Cada Desembargador terá um Gabinete,
§ 2º A posse deverá ocorrer dentro de 30 com composição fixada por Resolução Adminis-
(trinta) dias, contados da publicação do ato trativa, cabendo-lhe a indicação dos servidores
de nomeação; e a entrada em exercício, em para lotação e preenchimento dos cargos em
até 15 (quinze) dias da data da posse. comissão e funções comissionadas. Parágrafo
único. O assessor deverá ser bacharel em Direi-
to.

1840 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

Art. 8º O Magistrado aposentado conservará o V – a idade. Alterado a redação do art. 11


título e as honras a ele inerentes. no inciso III, IV e V, através da RA 0080/2009
Publicada no Diário Oficial Eletrônico nº
Art. 9º O Tribunal será presidido por um de seus 179, de 25-09-2009.
Desembargadores, desempenhando outro as
funções de Vice-Presidente. Art. 12. As promoções, os acessos ao Tribunal,
as permutas e remoções a pedido de Magistra-
Parágrafo único. O Presidente exercerá, do, no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho
cumulativamente, a função de Corregedor da 14ª Região, serão apreciadas pelo Tribunal
Regional, podendo compartilhar, até a me- Pleno em sessão pública, com votação nominal,
tade, correições de Varas do Trabalho sob a aberta e fundamentada, obedecendo às normas
jurisdição deste Tribunal, ao Vice-Presiden- aplicáveis à espécie.
te e, na impossibilidade deste, ao Desem-
bargador mais antigo, sucessivamente. Al- Art. 13. O cargo de Juiz Titular de Vara do Tra-
terado o parágrafo único do art. 9º, através balho será preenchido pela remoção de outro
da RA Nº 0029/2012 Publicada no Diário titular de Vara, obedecida a antiguidade ou pela
Oficial Eletrônico em 27/03/2012 promoção de Juiz do Trabalho Substituto, sendo
que a remoção precede a promoção. ALTERADO
Art. 10. O Presidente do Tribunal tomará assen- o art. 13, Através da RA nº 0096/2012, Publica-
to ao centro da mesa, tendo, à sua direita, o Mi- da no Diário Oficial Eletrônico em 24/08/2012
nistério Público do Trabalho e, à sua esquerda, o
Secretário do Pleno. Art. 14. Para as deliberações do Tribunal Pleno,
exigir-se-á quórum de metade mais um do nú-
§ 1º O Vice-Presidente ocupará a primeira mero de seus membros, inclusive para as ques-
cadeira da ala direita e o Desembargador tões de ordem administrativa.
mais antigo, a primeira da ala esquerda, e,
assim, sucessivamente, sempre respeitada Parágrafo único. Na hipótese de existência
a ordem de antiguidade, estendendo-se a de vaga, o cálculo do quórum observará o
sistemática aos Juízes Convocados. número de ocupantes dos cargos providos.
§ 2º Em sessões solenes, e com aprovação Art. 15. As decisões serão tomadas pelo voto da
prévia da maioria de seus membros, o Tri- maioria dos Magistrados presentes, salvo na hipó-
bunal poderá convidar pessoas eméritas a tese de declaração de inconstitucionalidade de lei
tomarem assento à bancada. ou ato normativo do Poder Público, quando será
exigido o voto da maioria absoluta dos membros
Art. 11. A antiguidade dos Magistrados, para co- do Tribunal, observando-se a Constituição Federal.
locação nas sessões, substituições e quaisquer
outros fins legais e regimentais, será determina- § 1º O Presidente do Tribunal somente terá
da pela data da entrada em exercício, prevale- voto em caso de desempate, exceto na de-
cendo, em igualdade de condições: claração de inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público, de inciden-
I – a data da posse; te de uniformização de jurisprudência e em
II – a data da nomeação; matéria administrativa. Nesta, não havendo
Relator designado, votará em primeiro lu-
III – a ordem de classificação em concurso gar, tendo, ainda, o voto de qualidade.
ou a antiguidade na classe anterior, para
os Juízes oriundos do Ministério Público do § 2º Ocorrendo empate no julgamento de
Trabalho ou da Advocacia; recursos em face de decisões ou despachos
do Presidente, do Vice-Presidente, do Cor-
IV – o tempo de serviço público; e regedor ou do Relator, prevalecerá a deci-
são ou o despacho recorrido.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1841
CAPÍTULO II b) se a impossibilidade for de natureza de-
DA DIREÇÃO DO TRIBUNAL finitiva e sendo do Presidente nova aclama-
ção realizar-se-á, na forma do caput deste
Art. 16. A Presidência e a Vice-Presidência do artigo, no prazo de 8 (oito) dias, contados
Tribunal serão exercidas pelos Desembargado- da divulgação do fato impeditivo pela Im-
res mais antigos respectivamente, que ainda prensa Oficial; se do VicePresidente, a acla-
não tenham ocupado os aludidos cargos. mação será para esse cargo;

§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente se- c) em quaisquer das hipóteses da alínea “b”,


rão aclamados em sessão convocada para o a aclamação será realizada em sessão extra-
mês de outubro do ano em que findarem os ordinária, e a posse ocorrerá no prazo de 15
mandatos em curso, ocasião em que serão (quinze) dias.
eleitos os membros das Comissões Perma- Art. 17. Vagando, no curso do biênio, os cargos
nentes. de Presidente ou VicePresidente, proceder-se-á,
§ 2º Os novos dirigentes serão empossados dentro de 8 (oito) dias, a aclamação do sucessor
em sessão solene a realizar-se no mês de para o tempo restante, salvo se este for inferior
dezembro do mesmo ano, em data a ser de- a 01 (um) ano, caso em que assumirá o VicePre-
clinada pelo Presidente empossando, pas- sidente ou o Desembargador que se seguir ao
sando ao exercício das respectivas funções substituído na ordem de antiguidade, não se
a partir de 1º de janeiro. lhes aplicando o disposto no art. 16, § 4º, deste
Regimento.
§ 3º É obrigatória a aceitação do cargo, sal-
vo recusa manifesta e aceita antes da ses- Art. 18. O Desembargador aclamado Presidente
são de aclamação. continuará como Relator e Revisor dos proces-
sos judiciais e administrativos distribuídos ao
§ 4º Quem tiver exercido quaisquer cargos respectivo gabinete ou que venham a ser distri-
de direção por quatro anos, ou o de Presi- buídos até 31 de dezembro. Alterado o caput do
dente, não poderá ser aclamado, até que art. 18, através da RA Nº 0029/2012 Publicada
se esgotem todos os nomes, na ordem de no Diário Oficial Eletrônico em 27/03/2012
antiguidade. Exaurida esta, iniciar-se-á novo
ciclo que, entretanto, no mandato seguinte, Parágrafo único. Os processos remanescen-
será interrompido com a eventual posse de tes, como Relator e Revisor, serão redistri-
novo Desembargador. buídos ao Desembargador-Presidente, após
o encerramento do mandato deste.
§ 5º O Desembargador que declinar, com
aceitação do Tribunal Pleno, do direito de
aceitar um dos cargos de direção, manterá
sua posição no quadro de antiguidade, nas CAPÍTULO III
aclamações subsequentes. DO TRIBUNAL PLENO
§ 6º Na impossibilidade de posse de qual-
Art. 19. Compete ao Tribunal Pleno, além da
quer dos aclamados, na data estabelecida,
matéria expressamente prevista em lei ou em
por fato superveniente, observar-se-á o se-
outro dispositivo deste Regimento:
guinte:
I – julgar:
a) se a impossibilidade for de caráter tem-
porário, dar-se-á posse, na data marcada, a) habeas corpus contra atos do Tribunal,
ao outro dirigente, e ao remanescente, em das Turmas e das Varas do Trabalho;
data oportuna;

1842 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

b) agravos regimentais interpostos contra III – decidir, originariamente, os pedidos e


atos do Presidente, Corregedor ou contra reclamações de seus Desembargadores so-
as decisões monocráticas terminativas nos bre assuntos de natureza administrativa,
processos de competência originária do Tri- incluindo-se os expedientes relativos ao
bunal Pleno; exercício de direitos, garantias e vantagens
previstos em lei;
c) mandados de segurança e habeas data
contra atos do Tribunal, das Turmas e das IV – processar e julgar os recursos interpos-
Varas do Trabalho, inclusive aqueles pro- tos por Juízes de primeiro grau e servidores
venientes da Comissão de Concurso para em face de decisões da Presidência em pe-
provimento de cargo de Juiz do Trabalho didos e reclamações em matéria de nature-
Substituto, ou de quaisquer de seus Desem- za administrativa;
bargadores efetivos ou convocados; ALTE-
RADO a letra c do art 19, Através da RA nº V – uniformizar a jurisprudência do Tribu-
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele- nal, podendo editar, alterar ou cancelar sú-
trônico em 24/08/2012 mulas de observância no âmbito regional;

d) embargos de declaração opostos a seus VI – editar normas e conceder autorização


acórdãos; para Magistrado residir fora da sede da ju-
risdição;
e) ações rescisórias;
VII – representar às autoridades competen-
f) os incidentes, as exceções de incompe- tes sempre que houver, nos papéis e atos
tência, de suspeição ou de impedimento de sujeitos a seu exame, indícios de crime de
seus membros, dos membros das Turmas e responsabilidade ou comum de que caiba
de Juízes de primeiro grau, e as ações inci- ação penal pública;
dentais e cautelares de qualquer natureza,
em processos sujeitos a seu julgamento; VIII – determinar às Varas do Trabalho a re-
alização dos atos processuais e diligências
g) arguições de inconstitucionalidade de lei necessárias ao julgamento dos feitos sob
ou de ato normativo do poder público, em sua apreciação;
processos de sua competência originária, e
as que lhe forem submetidas pelas Turmas; IX – requisitar às autoridades competentes
as diligências necessárias ao esclarecimen-
h) ações anulatórias de cláusula de conven- to dos feitos, representando contra aquelas
ção ou acordo coletivo com abrangência que não atenderem tais requisições;
territorial igual ou inferior à jurisdição do
Tribunal; X – deliberar sobre a retirada de processo
de pauta para diligências;
i) conflitos de competência ou atribuições
entre as Varas do Trabalho da Região; XI – fiscalizar o cumprimento de suas de-
cisões e exercer, em geral, no interesse da
j) em última instância, os recursos das mul- Justiça do Trabalho, as demais atribuições
tas impostas pelas Turmas; que decorram de sua competência;
II – processar, conciliar e julgar os dissídios XII – processar a restauração de autos,
coletivos no âmbito de sua jurisdição, suas quando se tratar de processos de sua com-
revisões e os pedidos de extensão das sen- petência;
tenças normativas, bem como homologar
os acordos celebrados pelas partes; XIII – homologar os acordos e desistências
apresentados após a publicação da pauta e
até o julgamento do feito;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1843
XIV – elaborar e votar o Regimento Inter- de seus membros, assegurada ampla defe-
no e suas alterações, bem como apreciar e sa, sobre a disponibilidade e aposentado-
votar o Regulamento Geral dos Serviços do ria, por interesse público, bem como sobre
Tribunal e as propostas de Consolidação dos o afastamento preventivo de Desembar-
Provimentos e Normas Administrativas; gador do Tribunal e dos Juízes de primeira
instância, como também sobre a remoção
XV – encaminhar ao Tribunal Superior do destes, por interesse público, além dos pe-
Trabalho proposta para a apresentação de didos de remoção e permuta entre Varas
projeto de lei ao Poder Legislativo, visando do Trabalho da Região ou entre este e outro
à criação ou extinção de cargos de Magis- Tribunal Regional do Trabalho, observadas
trados e servidores, de cargos comissiona- as disposições da Constituição Federal, da
dos e funções comissionadas e de Varas do Lei Orgânica da Magistratura Nacional, da
Trabalho; Consolidação das Leis do Trabalho e normas
XVI – eleger e dar posse ao Presidente e ao editadas pelo Conselho Nacional de Justiça
Vice-Presidente; e Conselho Superior da Justiça do Trabalho;

XVII – dar posse a Desembargador nomea- XXVI – deliberar sobre os critérios de loca-
do para compor o Tribunal; lização dos Juízes do Trabalho Substitutos
da Região; ALTERADO o inc. XXVI do art. 19,
XVIII – aprovar modelos de vestes talares; Através da RA nº 0096/2012, Publicada no
XIX – eleger os Magistrados que comporão Diário Oficial Eletrônico em 24/08/2012
as Comissões permanentes; XXVII – recusar a promoção, por antiguida-
XX – estabelecer os dias das sessões do Ple- de, dos Juízes Titulares de Vara do Trabalho
no e das Turmas, bem como convocar as e dos Juízes do Trabalho Substitutos, pelo
sessões extraordinárias, quando necessá- voto fundamentado de 2/3 (dois terços) de
rias, por iniciativa de seus membros; seus membros, assegurada ampla defesa;
ALTERADO o inc. XXVII do art. 19, Através da
XXI – processar, como matéria administra- RA nº 0096/2012, Publicada no Diário Ofi-
tiva, os casos de aposentadoria de seus De- cial Eletrônico em 24/08/2012
sembargadores, bem como concedê-la aos
Juízes de primeira instância; XXVIII – fixar as normas e valores para a
concessão de diárias e ajuda de custo a
XXII – indicar comissão de Desembargado- Desembargadores do Tribunal, Juízes Ti-
res para funcionar em processo de verifica- tulares de Vara do Trabalho, Juízes do Tra-
ção de invalidez de Magistrado; balho Substitutos e servidores; ALTERADO
o inc. XXVIII do art. 19, Através da RA nº
XXIII – conceder férias, licenças e afasta- 0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
mentos a seus membros, inclusive a Juiz de trônico em 24/08/2012
primeiro grau, quando convocado para o
Tribunal; XXIX – autorizar Magistrados a se ausen-
tarem do país, quando em exercício; XXX
XXIV – proceder à convocação de Juízes – conceder afastamento aos Magistrados,
Titulares de Vara do Trabalho, nas hipóte- sem prejuízo de seus vencimentos e vanta-
ses previstas neste Regimento; ALTERA- gens, para frequência a cursos ou seminá-
DO o inc. XXIV do art. 19, Através da RA nº rios de aperfeiçoamento e estudos, pelo
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele- prazo máximo de 02 (dois) anos;
trônico em 24/08/2012
XXXI – resolver as reclamações dos Juízes
XXV – deliberar, em sessão pública, por de- de primeira instância contra a lista de anti-
cisão motivada e voto da maioria absoluta

1844 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

guidade, organizada anualmente pelo Presi- XXXVIII – deliberar, por proposta do Pre-
dente, devendo ser oferecidas no prazo de sidente, sobre a abertura e instruções de
08 (oito) dias após a publicação; concurso público para provimento de car-
gos no quadro de pessoal e constituição das
XXXII – indicar os Juízes do Trabalho Substi- respectivas comissões, bem como decidir,
tutos e os Juízes Titulares de Vara do Traba- em última instância, os recursos contra atos
lho que devam ser promovidos por antigui- destas e homologar a classificação final dos
dade, e organizar lista tríplice dos mesmos candidatos, autorizando as nomeações a se-
Juízes, quando se tratar de promoção por rem feitas pelo Presidente, podendo prorro-
merecimento, promovendo o indicado, gar o prazo de validade do certame;
quando for Juiz do Trabalho Substituto; AL-
TERADO o inc. XXXII do art. 19, Através da XXXIX – fixar o horário de funcionamento
RA nº 0096/2012, Publicada no Diário Ofi- dos órgãos da Justiça do Trabalho da Re-
cial Eletrônico em 24/08/2012 gião, bem como a jornada de trabalho dos
servidores;
XXXIII – organizar e votar a lista tríplice alu-
siva ao preenchimento de vaga reservada a XL – deliberar sobre assunto de ordem in-
advogado ou membro do Ministério Público terna, quando especialmente convocado
do Trabalho; pelo Presidente ou a requerimento de qual-
quer Desembargador;
XXXIV – julgar as reclamações dos Juízes
de primeira instância contra a apuração do XLI – resolver as dúvidas que lhe forem sub-
tempo de serviço, por motivo de classifica- metidas pelo Presidente, por qualquer de
ção para promoção; seus membros ou pelo Ministério Público
do Trabalho, sobre a ordem de serviço no
XXXV – advertir ou censurar, por delibera- Tribunal ou a interpretação e a execução
ção da maioria absoluta de seus membros, deste Regimento;
os Juízes de primeira instância, por faltas
cometidas no cumprimento de seus deve- XLII – decidir sobre a transferência ou a per-
res, assegurando-lhes ampla defesa; muta de Desembargador integrante de uma
Turma à outra;
XXXVI – deliberar sobre a realização de con-
curso público para provimento de cargos de XLIII – deliberar sobre a oportunidade e
Juiz do Trabalho Substituto, designando a conveniência de alterar e estabelecer a ju-
Comissão Organizadora e Examinadora, ob- risdição das Varas do Trabalho, bem como
servada a regulamentação específica, bem transferir-lhes a sede de um Município para
como julgar as impugnações ou recursos e outro, de acordo com a necessidade de agi-
homologar o resultado apresentado pela lização da prestação jurisdicional trabalhis-
Comissão Julgadora; ALTERADO o inc. XXXVI ta, nos termos da lei;
do art. 19, Através da RA nº 0096/2012,
Publicada no Diário Oficial Eletrônico em XLIV – estabelecer critérios para valoração
24/08/2012 objetiva de desempenho, produtividade
e presteza no exercício da jurisdição, para
XXXVII – deliberar sobre a redistribuição de efeito de promoção de Magistrado por me-
cargos vagos ou ocupados, como também recimento, dispondo sobre a frequência e o
sobre a transformação de áreas e especiali- aproveitamento em cursos oficiais ou reco-
dades de cargos efetivos do quadro de pes- nhecidos de aperfeiçoamento ou especiali-
soal, e de cargos em comissão e funções co- zação, com a respectiva gradação;
missionadas, nos termos da lei;
XLV – editar normas disciplinando o exer-
cício da docência pelos Magistrados da Re-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1845
gião, proceder à respectiva fiscalização e LV – apreciar os atos praticados ad referen-
adotar providências quando constatada a dum pelo Presidente, quando a matéria for
incompatibilidade entre as atividades juris- de competência do Tribunal, podendo avo-
dicional e acadêmica; car o feito respectivo quando não submeti-
do à devida deliberação na sessão adminis-
XLVI – regulamentar o sistema de plantão trativa que se seguir.
judiciário dos órgãos de segundo grau;
§ 1º Designada a sessão administrativa, os
XLVII – definir os critérios para avaliação de membros do Tribunal deverão ser comu-
desempenho funcional de Juízes do Traba- nicados com antecedência mínima de 02
lho Substitutos durante o período de vita- (dois) dias da data de sua realização, ainda
liciamento, eleger os Magistrados compo- que em gozo de férias ou licença, dando-se-
nentes da Comissão Especial de Orientação, -lhes ciência prévia do assunto a ser trata-
Acompanhamento e Avaliação de Estágio do.
Probatório, e apreciar o respectivo resulta-
do; ALTERADO o inc. XLVII do art. 19, Atra- § 2º Os atos administrativos do Tribunal se-
vés da RA nº 0096/2012, Publicada no Diá- rão materializados por meio de Resolução
rio Oficial Eletrônico em 24/08/2012 Administrativa, com publicação no órgão
oficial, observado o disposto no art. 139
XLVIII – definir a estrutura organizacional e deste Regimento; quando houver Relator
funcional da Escola Judicial, seu regulamen- designado, será lavrado acórdão.
to geral e regimento interno;
§ 3º Deverá ser comunicado à Corregedoria
XLIX – dispor sobre a organização do Tribu- Nacional de Justiça acerca dos seguintes fa-
nal, reestruturando e fixando a lotação de tos:
cargos efetivos, cargos em comissão e fun-
ções comissionadas dos setores administra- a) do arquivamento dos procedimentos pré-
tivos e judiciais de primeira e segunda ins- vios de apuração contra magistrados;
tâncias;
b) das decisões de instauração de processos
L – estabelecer normas e deliberar sobre a administrativos disciplinares, com cópia da
eliminação de autos findos; ata da sessão respectiva;
LI – expedir normas para uniformização e c) dos resultados dos julgamentos dos pro-
padronização da formatação de acórdãos, cessos administrativos disciplinares;
sentenças e demais expedientes adotados
no âmbito da justiça do trabalho regional; § 4º caso a proposta de abertura de proces-
so administrativo disciplinar contra magis-
LII – apreciar a proposta orçamentária anual trado seja adiada ou deixe de ser apreciada
que lhe for submetida pelo Presidente, as- por falta de quórum, cópia da ata da sessão
segurada a observância do critério de pla- respectiva, com a especificação dos nomes
nejamento estratégico; dos presentes; dos ausentes; dos suspeitos
e dos impedidos, será encaminhada para a
LIII – solicitar ou conceder cessão de servi- Corregedoria do Conselho Nacional de jus-
dores a outros órgãos públicos e decidir so- tiça, no prazo de 15 dias, contados da res-
bre requisições, nos termos da lei; pectiva sessão, para fins de deliberação,
LIV – aprovar logomarcas, medalhas, selos processamento e submissão a julgamento.
ou símbolos que, de qualquer forma, repre- Inserido no art. 19 os § 3º e 4º, Através da
sentem o Tribunal; Resolução Administrativa nº 0078/2011 e
Publicada no Diário Oficial Eletrônico nº 158
no dia 25/08/2011

1846 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

CAPÍTULO IV b) medidas cautelares nos autos dos pro-


DAS TURMAS cessos de sua competência;
c) restauração de autos, quando se tratar de
Art. 20. As Turmas do Tribunal, em número de processo de sua competência;
duas, compõem-se de três e quatro Desem-
bargadores, cada uma, alternadamente a cada III – fiscalizar o cumprimento de suas deci-
mandato. sões;
§ 1º A composição das Turmas dar-se-á se- IV – declarar as nulidades decorrentes de
gundo a antiguidade, de forma que o mem- atos praticados com infração de suas deci-
bro mais antigo ocupe a Primeira Turma e sões;
o próximo, na antiguidade, a Segunda, ado-
tando-se o mesmo critério, sucessivamente, V – impor multas e demais penalidades re-
de forma alternada. lativas a atos de sua competência;

§ 2º O mandato do Presidente das Turmas VI – exercer, no interesse da Justiça do Tra-


coincide com o do Presidente do Tribunal, balho, as demais atribuições que decorram
vedada a recondução até que todos os De- de sua jurisdição;
sembargadores componentes da Turma ha- VII – homologar acordos celebrados nos au-
jam exercido a presidência respectiva, ob- tos dos processos de sua competência;
servada a antiguidade.
VIII – determinar a remessa de processos
§ 3º O Vice-Presidente comporá uma das ao Tribunal Pleno, quando dele for a com-
Turmas, revezando-se com a outra a cada petência;
período de dois anos, coincidente com a
mudança na Administração do Tribunal. Al- IX – resolver as questões de ordem que lhes
terado o caput e parágrafo único do art. 20, forem submetidas.
através da RA Nº 0029/2012 Publicada no
Art. 22. Cada Turma funcionará, obrigatoria-
Diário Oficial Eletrônico em 27/03/2012
mente, com o quórum mínimo de três Desem-
Art. 21. Compete às Turmas, além da matéria bargadores, observadas as regras referentes à
expressamente prevista em lei ou em dispositi- distribuição de feitos. Alterado o caput do art.
vo deste Regimento Interno: 22, através da RA Nº 0029/2012 Publicada no
Diário Oficial Eletrônico em 27/03/2012
I – julgar:
§ 1º No caso de impedimento, suspeição
a) recurso ordinário e reexame necessário; ou ausência temporária do Presidente, por
b) agravos de petição, de instrumento, re- qualquer motivo, será ele substituído na
gimental e o agravo previsto no art. 557 do presidência dos trabalhos pelo Desembar-
CPC; gador mais antigo integrante da Turma que
estiver presente à sessão.
c) embargos de declaração opostos aos seus
acórdãos; § 2º Ocorrendo vacância de cargo de De-
sembargador, o Desembargador nomeado
II – processar e julgar: funcionará na Turma em que a vaga tiver se
verificado, até encerrar os mandatos direti-
a) as habilitações incidentes e os incidentes vos em curso, quando então será observada
de falsidade nos processos pendentes de nova composição, na forma do parágrafo
sua decisão; único do art. 20 deste Regimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1847
§ 3º É vedado o funcionamento da Turma de Presidente e Vice-Presidente do Tribu-
sem a presença de, pelo menos, um de seus nal.
membros efetivos.
§ 4º O Desembargador aclamado para o car-
Art. 23. Nas sessões das Turmas, os trabalhos go de Presidente do Tribunal ficará afastado
obedecerão, no que couber, a mesma ordem de suas atribuições nas Turmas, durante o
adotada pelo Tribunal Pleno. O Presidente da tempo em que estiver no exercício do refe-
Turma tomará assento ao centro da mesa, ten- rido cargo de direção da Corte, findo o qual
do, à sua direita, o Ministério Público do Traba- retornará às suas atividades judicantes nas
lho e, à sua esquerda, o Secretário da Turma. Turmas. Alterado o §4º do art. 25, através
da RA Nº 0029/2012 Publicada no Diário
Parágrafo único. O Desembargador mais Oficial Eletrônico em 27/03/2012
antigo ocupará a primeira cadeira da ala di-
reita e, assim, sucessivamente, sempre res- Art. 26. Compete ao Presidente de Turma:
peitada a ordem de antiguidade, estenden-
do-se a sistemática aos Juízes Convocados. I – aprovar as pautas de julgamento organi-
zadas pelo Secretário da Turma;
Art. 24. A transferência do integrante de uma
Turma à outra poderá ser pleiteada, admitindo- II – convocar as sessões extraordinárias
-se também a permuta, desde que aprovada quando entender necessárias, sem prejuízo
pelo Tribunal Pleno, por maioria simples, em do disposto no § 1º do art. 110 deste Regi-
ambas as hipóteses, ressalvada a vinculação aos mento;
processos já distribuídos na Turma de origem. III – dirigir os trabalhos, propondo e sub-
Parágrafo único. Nesse caso, o magistrado metendo as questões a julgamento, além
fica vinculado aos processos que tenham de votar em todos os processos, apurar os
sido distribuídos antes da transferência, votos emitidos e proclamar as decisões,
sem prejuízo do recebimento por distri- tendo, ainda, o voto de desempate, se for o
buição de processos na Turma que passar caso, cumprindo o disposto no art. 134 des-
a integrar. Acrescentado o Paragrafo Úni- te Regimento. Alterado o inciso III do art.
co do art. 24, Através da RA nº 0096/2012, 26, através da RA Nº 0029/2012 Publicada
Publicada no Diário Oficial Eletrônico em no Diário Oficial Eletrônico em 27/03/2012
24/08/2012 IV – relatar os processos que lhe forem dis-
Art. 25. A aclamação dos Presidentes das Tur- tribuídos; Alterado o inciso IV do art. 26,
mas será realizada na mesma sessão em que através da RA Nº 090/2013 Publicada no Di-
ocorrer a da nova direção do Tribunal. ário Oficial Eletrônico em 29/08/2013

§ 1º Os aclamados assumirão os cargos, in- V – manter a ordem e o decoro nas sessões,


dependentemente de qualquer formalida- ordenando a retirada dos que as pertur-
de, no dia 1º de janeiro do ano seguinte ao barem, bem como determinar a prisão de
que findar o mandato do Presidente do Tri- infratores em caso de conduta tipificada
bunal, ou no primeiro dia útil imediato. como crime, providenciando o subsequen-
te encaminhamento do preso à autoridade
§ 2º No caso de vacância das Presidências policial competente;
das Turmas, aplicam-se, no que couber, os
preceitos legais e regimentais referentes à VI – requisitar às autoridades competentes
Presidência e Vice-Presidência do Tribunal. a força necessária, sempre que, nas sessões,
houver perturbação da ordem ou fundado
§ 3º O exercício da Presidência de Turma temor de sua ocorrência;
não implica a inelegibilidade para os cargos

1848 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

VII – despachar o expediente em geral, III – Promover a primeira tentativa de con-


orientar, controlar e fiscalizar as tarefas ad- ciliação dos dissídios coletivos ajuizados na
ministrativas da Turma, vinculadas às atri- sede do Tribunal, ou delegar essas atribui-
buições judiciárias respectivas; ções ao Vice-Presidente e, na impossibili-
dade deste, a outro Desembargador respei-
VIII – encaminhar ao setor competente os tada a ordem de antiguidade, ou aos Juízes
processos que devam ser redistribuídos, de primeira instância, quando os conflitos
nos casos de afastamento e vaga de Magis- ocorrerem fora da sede do Tribunal;
trado, bem como nos de declaração de im-
pedimento ou suspeição; IV – manter a ordem e o decoro nas sessões,
ordenando a retirada dos que as perturba-
IX – determinar a baixa dos autos à instân- rem ou lhe faltarem com o devido respeito,
cia inferior, quando for o caso; aplicando as medidas cabíveis;
X – despachar as petições e os requerimen- V – manter correspondência em nome do
tos que lhe forem apresentados; Tribunal e representá-lo em todas as soleni-
XI – convocar Desembargador para inte- dades e atos oficiais, podendo delegar essas
grar o órgão que preside, a fim de compor o atribuições ao Vice-Presidente ou a outros
quórum, iniciando-se pelo Desembargador Magistrados;
mais moderno da outra Turma, e, na impos- VI – julgar, no prazo de 48 (quarenta e oito)
sibilidade de ser convocado Desembarga- horas, a partir de seu recebimento, os pedi-
dor, a convocação recairá sobre Juiz de pri- dos de revisão da decisão que houver fixado
meiro grau; o valor da reclamação para determinação
XII – deliberar acerca das ausências de seus de alçada;
Desembargadores e dos Juízes Convocados VII – homologar desistências e acordos nos
às sessões; dissídios individuais, apresentados antes da
XIII – apresentar ao Presidente do Tribunal, distribuição e após o julgamento do feito,
em época própria, o relatório dos trabalhos facultada a delegação de tais atribuições ao
realizados pela Turma no decurso do ano Vice-Presidente ou ao Juízo de primeira ins-
anterior; tância originário;

XIV – cumprir e fazer cumprir as disposições VIII – homologar as desistências, nos dissí-
do Regimento Interno do Tribunal. dios coletivos, apresentadas antes da distri-
buição e após o julgamento do feito;
IX – cumprir e fazer cumprir as decisões dos
órgãos superiores e as do próprio Tribunal,
CAPÍTULO V
bem como as resoluções, recomendações,
DA PRESIDÊNCIA enunciados, orientações e demais normas
editadas pelo Conselho Nacional de Justiça
Art. 27. Compete ao Presidente do Tribunal:
e Conselho Superior da Justiça do Trabalho;
I – a direção e representação do Tribunal;
X – nomear candidatos aprovados para o
II – convocar as sessões extraordinárias e cargo de Juiz do Trabalho Substituto; ALTE-
administrativas do Tribunal, presidilas, co- RADO o inc. X do art. 27, Através da RA nº
lher os votos, votar nos casos e na forma 0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
previstos neste Regimento e proclamar os trônico em 24/08/2012
resultados dos julgamentos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1849
XI – prover os cargos do quadro de pessoal, Tribunal, observando os prazos e critérios fi-
nomeando, readaptando, revertendo, apro- xados em normas do referido Conselho; XX
veitando, reintegrando e reconduzindo ser- – conceder licenças, férias e demais direitos
vidores; e vantagens previstos em lei aos Juízes de
primeira instância e aos servidores;
XII – dar posse aos Juízes de primeira ins-
tância, em todos os casos, e aos servidores XXI – decidir os requerimentos formulados
nomeados para o exercício de cargos efeti- por Juízes de primeira instância e servidores
vos ou em comissão, resguardada a delega- em matéria administrativa;
ção de competência e a competência defini-
da em lei, quando se tratar de Diretoria de XXII – submeter ao Tribunal, para decisão,
Vara do Trabalho; o processo de aposentadoria de Juiz de pri-
meira instância, e decidir, em quaisquer ca-
XIII – dar posse a Desembargador em perí- sos, quando se tratar de aposentadoria de
odo de recesso ou situação excepcional, ad servidor;
referendum do Tribunal Pleno;
XXIII – promover, mediante sindicância ou
XIV – exonerar Juiz Titular de Vara do Tra- processo administrativo disciplinar, a apura-
balho, Juiz do Trabalho Substituto e ser- ção de irregularidade funcional de que tiver
vidores, a pedido ou de ofício, e declarar ciência, determinar, se couber, o afastamen-
vacância de cargos, na forma da lei; ALTERA- to preventivo do acusado e impor penalida-
DO o inc. XIV do art. 27, Através da RA nº des disciplinares aos servidores, nos termos
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele- da lei;
trônico em 24/08/2012
XXIV – conceder e autorizar o pagamento
XV – determinar, de ofício, a instauração de de diárias e ajuda de custo a Magistrados
processo de aposentadoria compulsória do e servidores, de acordo com a legislação vi-
Magistrado que não a requerer até 40 (qua- gente e normas estabelecidas pelo Tribunal;
renta) dias antes da data em que irá com-
pletar 70 (setenta) anos de idade; XXV – disciplinar os serviços indispensáveis
ao bom funcionamento da Justiça do Traba-
XVI – determinar, de ofício, a abertura de lho na Região, na forma do Regulamento e
processo de verificação de invalidez de Ma- dos atos normativos necessários à organiza-
gistrado para o fim de aposentadoria; ção das atividades desenvolvidas pelos se-
tores, observada a estruturação administra-
XVII – velar pelo funcionamento regular da tiva definida pelo Tribunal Pleno;
Justiça do Trabalho na Região, expedindo os
provimentos e recomendações que enten- XXVI – nomear servidores para o exercício
der convenientes; de cargos em comissão, inclusive os Asses-
sores de Desembargador, por indicação
XVIII – elaborar, para apreciação e votação destes, bem como designar, livremente ou
pelo Tribunal, projeto de Regulamento Ge- a requerimento da respectiva chefia, os que
ral dos Serviços do Tribunal e de Consolida- exercerão funções comissionadas;
ção de Provimentos e Normas Administra-
tivas, bem como das modificações parciais XXVII – nomear servidores para o exercí-
que se fizerem necessárias; cio de cargo em comissão de Diretor de
Secretaria, por indicação do Juiz Titular
XIX – velar pela regularidade e exatidão das da respectiva Vara do Trabalho; ALTERA-
publicações da estatística da atividade juris- DO o inc. XXVII do art. 27, Através da RA n.
dicional, bem como informar ao Conselho 0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
Nacional de Justiça os dados estatísticos do trônico em 24/08/2012

1850 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

XXVIII – comunicar ao Ministério Público XXXVI – processar as representações contra


competente a ocorrência de fato capitulado as autoridades sujeitas à jurisdição do Tri-
como crime, remetendo as cópias e os do- bunal;
cumentos necessários ao oferecimento de
denúncia; XXXVII – elaborar a proposta orçamentária
anual e submetê-la à apreciação do Tribunal
XXIX – propor ao Tribunal a abertura de Pleno, para envio posterior ao Tribunal Su-
concurso público para provimento de car- perior do Trabalho, bem como supervisio-
gos do quadro de pessoal, submetendo à nar a execução orçamentária da despesa;
aprovação as instruções, critérios e consti-
tuição das respectivas comissões; XXXVIII – instituir a Comissão Permanente
de Licitação e designar seus membros e res-
XXX – antecipar, prorrogar e suspender o pectivos suplentes;
expediente dos órgãos do Tribunal, quando
entender conveniente; XXXIX – autorizar e homologar os proce-
dimentos licitatórios para construção de
XXXI – organizar a escala anual de férias dos obras, aquisição de bens permanentes e de
Juízes Titulares de Vara do Trabalho e dos consumo, desfazimento de bens, locação e
Juízes do Trabalho Substitutos, e aprovar a contratação de serviços necessários ao fun-
dos servidores, conforme critérios que es- cionamento da Justiça do Trabalho da 14ª
tabelecer para as respectivas elaborações; Região, e ratificar os atos de dispensa e ine-
ALTERADO o inc. XXXI do art. 27, Através da xigibilidade de licitação, podendo delegar
RA n. 0096/2012, Publicada no Diário Oficial tais poderes ao Ordenador de Despesas;
Eletrônico em 24/08/2012
XL – autorizar o pagamento de despesas
XXXII – autorizar consignações compulsória decorrentes de obras, compras e prestação
e facultativa em folha de pagamento de Ma- de serviços contratados pelo Tribunal, e as-
gistrados e servidores; sinar os contratos relativos à adjudicação
e homologação desses encargos, podendo
XXXIII – delegar competência a servidor do delegar tais poderes ao Ordenador de Des-
quadro efetivo para exercer a função de Or- pesas;
denador de Despesas;
XLI – encaminhar ao Tribunal de Contas da
XXXIV – determinar a publicação, no órgão União, na forma da lei e na época própria, a
oficial, até o dia 15 (quinze) de janeiro de Tomada de Contas do Ordenador de Despe-
cada ano, dos valores do subsídio e da re- sas, bem como prestar outras informações
muneração dos Magistrados e servidores, administrativas de ofício ou quando forem
em cumprimento ao disposto na Constitui- solicitadas;
ção Federal e em normas do Conselho Na-
cional de Justiça; XLII – determinar, com a assessoria do Juí-
zo Auxiliar de Conciliação de Precatórios, o
XXXV – organizar e fazer publicar a lista de processamento de precatórios e requisições
antiguidade dos Juízes Titulares de Vara do de pequeno valor para pagamento das so-
Trabalho e dos Juízes do Trabalho Substitu- mas a que forem condenados os órgãos da
tos, no primeiro mês de cada ano; ALTERA- administração pública e ordenar o seu cum-
DO o inc. XXXV do art. 27, Através da RA n. primento;
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
trônico em 24/08/2012 XLIII – submeter à apreciação do Tribunal a
aprovação de proposta, a ser remetida ao
órgão competente, para apresentação de

www.acasadoconcurseiro.com.br 1851
projeto de lei ao Poder Legislativo acerca de do-os à deliberação deste na primeira ses-
matéria de interesse do Regional; são administrativa que seguir;
XLIV – conceder vista dos autos às partes ou LI – deliberar sobre lotação, remoção, subs-
a seus procuradores, antes da distribuição; tituição, desempenho funcional e estágio
probatório, promoção, progressão, aperfei-
XLV – apresentar ao Tribunal, na última çoamento e capacitação, benefícios previ-
quinzena de março, relatório circunstancia- denciários e demais assuntos referentes à
do das atividades da Justiça do Trabalho da atividade funcional de servidores, expedin-
14ª Região no exercício anterior, deixando- do os atos normativos que considerar con-
-o à disposição dos Desembargadores, pelo venientes;
prazo de 08 (oito) dias antecedentes à data
da sessão em que for apresentado, e dele LII – estabelecer normas para a prática de
enviar cópias ao Tribunal Superior do Traba- estágio nas atividades administrativas e ju-
lho; diciais;
XLVI – exercer a Corregedoria Regional, po- LIII – regulamentar o sistema de plantão
dendo delegar essa atribuição ao Vice-Presi- judiciário dos órgãos de primeira instância,
dente ou a qualquer dos Desembargadores fazendo publicar os nomes dos respectivos
do Tribunal, na forma do que estabelece o Magistrados e servidores plantonistas;
parágrafo único do art. 9º deste Regimento;
LIV – disciplinar o porte de arma de fogo
XLVII – solicitar ao Vice-Presidente ou a nas atividades de segurança do Tribunal,
qualquer dos Desembargadores do Tribunal observando as normas estabelecidas pelo
o exercício de funções de inspeção, como Conselho Nacional de Justiça e o Conselho
ato preparatório de correição; Alterado o Superior da Justiça do Trabalho;
inciso XLVI E XLVII do art. 27, através da RA
N. 0029/2012 Publicada no Diário Oficial LV – dar ciência ao Ministério Público do
Eletrônico em 27/03/2012 XLVIII – designar Trabalho e à Ordem dos Advogados do Bra-
Juiz Federal do Trabalho Titular sil da abertura de vaga no Tribunal cujo pre-
enchimento do cargo seja reservado a re-
XLVIII – designar Juiz Titular de Vara do presentantes de tais instituições;
Trabalho para exercer a direção do Fórum
Trabalhista, nas localidades onde houver LVI – propor ao Tribunal as emendas e alte-
mais de uma Vara do Trabalho ALTERADO rações regimentais que considerar relevan-
o inc. XXXV do art. 27, Através da RA n. tes;
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele- LVII – designar Juiz do Trabalho Substituto
trônico em 24/08/2012 para auxiliar ou responder pela titularida-
XLIX – determinar a autuação, como maté- de de Vara do Trabalho; ALTERADO o inc.
ria administrativa, de expedientes relativos LVII do art. 27, Através da RA n. 0096/2012,
a assuntos administrativos de competência Publicada no Diário Oficial Eletrônico em
originária do Tribunal, sendo seu relator 24/08/2012
nato; Alterado o inciso XLIX do art. 27, atra- LVIII – conceder período de trânsito a Juiz
vés da RA N. 0029/2012 Publicada no Diário de primeiro grau promovido ou removido,
Oficial Eletrônico em 27/03/2012 fixando-o no máximo até 30 (trinta) dias,
L – conceder, em caso de urgência, férias conforme a necessidade e conveniência do
aos Desembargadores do Tribunal, e, ainda, serviço;
praticar outros atos reputados emergen- LIX – planejar, coordenar, controlar e apoiar
ciais, ad referendum do Pleno, submeten- a execução, pelas Varas do Trabalho, das

1852 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

ações itinerantes de caráter judicial, poden- IV – apreciar a admissibilidade dos recursos


do tais atividades ser delegadas à Diretoria- de revista;
-Geral de Coordenação Judiciária ou às Va-
ras; V – despachar os agravos de instrumento de
seus despachos denegatórios de seguimen-
LX – designar um Magistrado para atuar no to de recursos, acolhendo-os ou encami-
Juízo Auxiliar de Conciliação de Precatórios. nhando-os ao Tribunal ad quem;
§ 1º No caso do inciso LX, o Magistrado de- VI – conciliar os dissídios coletivos por dele-
signado poderá, a critério da Presidência, fi- gação do Presidente;
car afastado de suas atribuições usuais.
VIII – exercer outras atribuições delegadas
§ 2º As matérias previstas neste artigo po- pelo Presidente.
derão ser objeto de delegação de compe-
tência a Diretores e Secretários, conforme o § 1º Na hipótese de que trata o inciso II
Presidente entender conveniente. deste artigo, havendo impedimento ou au-
sência do Desembargador Vice-Presidente,
§ 3º Os atos administrativos do Presidente atuará como Relator o Desembargador mais
do Tribunal serão materializados por meio de antigo em exercício, ao qual serão encami-
Portaria, com publicação no órgão oficial. nhados os autos do respectivo expediente,
mediante a devida compensação na distri-
Art. 27-A. Poderá ser convocado Juiz Auxiliar buição a que estaria sujeito.
da Presidência para prestar auxílio no exercício
da atividade administrativa, por deliberação do § 2º Nos casos de ausência ou impedimen-
Presidente, observadas as regras da Resolução to do Vice-Presidente, a apreciação dos re-
n. 72, de 31 de março de 2009, do Conselho Na- cursos de revista e agravos de instrumento
cional de Justiça. Acrescentado o art 27-A, atra- caberá ao Presidente e, na impossibilidade
vés da RA. Nº 112/2010 Publicada no Diário Ofi- deste, ao Desembargador mais antigo em
cial Eletrônico em 27/10/2010 exercício.
Art. 29. O Vice-Presidente participará, em igual-
dade de condições, da distribuição das ações de
CAPÍTULO VI competência originária do Tribunal Pleno, bem
como dos feitos de competência das Turmas,
DA VICE-PRESIDÊNCIA
como Relator e Revisor, salvo quando estiver
Art. 28. Compete ao Vice-Presidente: no exercício da Presidência, por período igual
ou superior a 30 (trinta) dias consecutivos e
I – substituir o Presidente em caso de va- nos dias de exercício de atividade correicional.
cância, impedimento, férias, licenças e por Alterado o caput do art. 29, através da RA N.
convocação deste; 0029/2012 Publicada no Diário Oficial Eletrôni-
co em 27/03/2012
II – atuar como Relator nato dos recursos
administrativos, salvo naqueles em que fi- Parágrafo único. Assumindo o exercício da
gurar como recorrido, hipótese em que os Presidência do Tribunal, o VicePresidente
autos deverão ser regularmente distribuí- continuará vinculado aos processos que lhe
dos, exceto os processos disciplinares, que tenham sido distribuídos.
serão submetidos a regular distribuição;
Alterado o inciso I, II e Revogado o inciso
III do art. 28, através da RA N. 0029/2012
Publicada no Diário Oficial Eletrônico em
27/03/2012

www.acasadoconcurseiro.com.br 1853
CAPÍTULO VII VIII – organizar, quando não estabelecidos em
DA CORREGEDORIA REGIONAL lei, os modelos dos livros obrigatórios ou fa-
cultativos dos serviços da Justiça do Trabalho;
Art. 30. Incumbe ao Presidente do Tribunal, na IX – examinar, em correição, livros, autos e
função de Corregedor: Alterado o caput do art. papéis, determinando as providências cabí-
30, através da RA N. 0029/2012 Publicada no Di- veis, exceto quanto à eliminação de proces-
ário Oficial Eletrônico em 27/03/2012 sos, que será realizada na forma da lei;
I – exercer correição nas Varas do Trabalho X – expedir normas e instruções para orien-
e Fóruns Trabalhistas da Região, pelo menos tação dos Magistrados, bem como respon-
uma vez por ano; der a consultas sobre matéria administrativa;
II – realizar, de ofício, sempre que se fize- XI – exercer vigilância sobre o funcionamen-
rem necessárias, ou a requerimento, as cor- to do Tribunal, quanto à omissão de deve-
reições parciais ou inspeções nas Varas do res e prática de abusos e, especialmente, no
Trabalho, Fóruns Trabalhistas da Região e que se refere à permanência dos Magistra-
nos serviços do Tribunal; dos em suas respectivas sedes e aos prazos
III – conhecer das representações e recla- para a prolação de decisões;
mações relativas aos serviços judiciários, XII – apresentar ao Tribunal relatório das
determinando ou promovendo as medidas correições ordinárias realizadas;
necessárias à regularidade do procedimen-
to administrativo ou jurisdicional; XIII – indicar Desembargador para funcio-
nar na Corregedoria, em processos reserva-
IV – processar correição parcial contra ato dos, ad referendum do Tribunal;
ou despacho atentatório à boa ordem pro-
cessual ou funcional, e, se admitida, julgá-la XIV – propor ao Tribunal a abertura de pro-
no prazo de 10 (dez) dias, após a instrução; cedimento administrativo disciplinar para
apuração, quando houver indícios de incor-
IV – processar correição parcial contra ato reções ou descumprimento de deveres e
ou despacho atentatório à boa ordem pro- obrigações por parte de Magistrados, e, se
cessual ou funcional, e, se admitida, julgá-la for o caso, aplicação de penas disciplinares,
no prazo de 10 (dez) dias, após a instrução; na forma da lei;
Modificada a redação do inciso IV do art.
30, Através da RA Nº 0056/2012, Publicada XV – cancelar ou determinar a retificação
no Diário Oficial Eletrônico em 28/05/2012 de portarias, ordens de serviço, instruções
e outros atos baixados por Magistrados e
V – processar e decidir os pedidos de provi- seus serviços auxiliares, quando contraria-
dência; rem a lei ou este Regimento;
VI – velar pelo funcionamento regular da XVI – determinar a realização de sindicância
Justiça do Trabalho na Região, expedindo os ou de processos administrativos, ordenan-
provimentos e recomendações que entender do as medidas necessárias ao cumprimento
convenientes sobre a matéria de sua compe- de sua decisão; XVII – justificar as ausências
tência jurisdicional ou administrativa; dos Magistrados;
VII – prestar informações sobre o prontuá- XVIII – designar os servidores que devam
rio dos Magistrados para o fim de promo- auxiliar nos trabalhos de correição ou inspe-
ção por merecimento, remoção, permuta, ção; Alterado o inciso XVIII do art. 30, atra-
vitaliciamento ou aplicação de penalidade; vés da RA N. 0029/2012 Publicada no Diário
Oficial Eletrônico em 27/03/2012

1854 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

XIX – supervisionar a elaboração, pela Secre- I – receber dos usuários reclamação, denún-
taria da Corregedoria, dos relatórios estatísti- cia, crítica, elogio, sugestão ou pedido de
cos sobre o movimento processual e sobre a informação que tenha por objeto serviços
atuação jurisdicional dos órgãos e dos Magis- judiciários e administrativos prestados por
trados de primeira e segunda instâncias, de- quaisquer das unidades do Tribunal;
terminando a respectiva publicação mensal;
II – promover a apuração das reclamações
XX – opinar, com dados técnico-estatísticos, acerca de deficiências na prestação dos
nos processos sobre ampliação, adequação serviços, abusos e erros cometidos por ser-
e alteração da jurisdição das Varas do Traba- vidores e magistrados, observada a com-
lho da Região; petência da respectiva Corregedoria; Alte-
rado o inciso II do art. 32, através da RA n.
XXI – implementar medidas de normatiza- 0108/2010 Publicado no Diário Oficial Ele-
ção, fiscalização, aperfeiçoamento e contro- trônico em 27/10/2010
le do andamento processual, levantamento
estatístico, informatização e uso dos recur- III – sugerir medidas de aprimoramento da
sos de informática; prestação de serviços jurisdicionais, com
base nas reclamações, denúncias e suges-
XII – cumprir e fazer cumprir as normas e tões recebidas, visando garantir que os pro-
orientações expedidas pela Corregedoria blemas detectados não se tornem objeto de
Geral da Justiça do Trabalho e Corregedo- repetições constantes;
ria Nacional de Justiça. Parágrafo único. Os
atos do Corregedor serão materializados IV – garantir a todos que a procurarem o re-
em instrumento denominado Provimento, torno das providências adotadas a partir de
com publicação no órgão oficial. sua intervenção e dos resultados alcançados;
V – garantir aos interessados caráter de si-
gilo, quando expressamente solicitado ou
CAPÍTULO VIII quando tal providência se fizer necessária,
bem como discrição e fidedignidade ao que
DA OUVIDORIA
lhe for transmitido;
Art. 31. A Ouvidoria Geral do Tribunal Regio- VI – criar processo permanente de divulga-
nal do Trabalho da 14ª Região, subordinada à ção de seus serviços perante o público, para
Presidência, é coordenada pelo Ouvidor-Geral, conhecimento, utilização continuada e ciên-
função exercida por Magistrado escolhido pela cia dos resultados alcançados;
maioria do Tribunal Pleno, com mandato míni-
mo de um ano, permitida a recondução. VII – propor, em parceria com outros órgãos
ou comissões do Tribunal, a realização de
§ 1º O Ouvidor-Geral será substituído, em pesquisas, seminários e cursos sobre assun-
seus impedimentos e afastamentos, pelo tos relativos ao exercício dos direitos e de-
Desembargador-Presidente. veres do cidadão;
§ 2º A função de Ouvidor Geral será exer- VIII – organizar e manter atualizado o arqui-
cida sem prejuízo das atribuições jurisdicio- vo da documentação relativa às denúncias,
nais do Magistrado. queixas, reclamações, sugestões e elogios
Art. 32. A Ouvidoria tem estrutura voltada ao recebidos;
atendimento dos públicos interno e externo e IX – apresentar à Presidência do Tribunal re-
atua como um canal de comunicação entre a latório trimestral de atividades, com dados
sociedade e o Tribunal, cabendo-lhe, especifica- estatísticos sobre as manifestações recebi-
mente:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1855
das, incluindo as arquivadas e os motivos Trabalho da 14ª Região na internet, informações
do arquivamento; sobre o que significa o órgão, seu funcionamento,
quais seus objetivos e quais as formas de acesso.
X – encaminhar à Presidência do Tribunal as
manifestações que configurem delito ou in- Art. 35. Todas as unidades organizacionais da
fração funcional, assim tipificadas na legis- estrutura do Tribunal devem, sempre que ne-
lação pertinente; cessário, prestar apoio e assessoramento técni-
co às atividades da Ouvidoria.
XI – desenvolver outras atividades correla-
tas à promoção da cidadania.
XII – Organizar a agenda de atendimentos,
pela Presidência do Tribunal, relativa ao CAPÍTULO IX
“Dia do Servidor e ao “Dia do Cidadão” In- DA ESCOLA JUDICIAL
serido no art. 32 o inciso XII, através da Re-
solução Administrativa n. 070/2014 e Publi- Art. 36. A Escola Judicial do TRT da 14ª Região,
cada no Diário Oficial Eletrônico nº 1552 no também designada EJUD – TRT 14ª Região, é ór-
dia 04-09-2014. gão de preparação e formação para a magistra-
tura trabalhista, de atividades de ensino e pes-
Art. 33. As manifestações podem ser feitas pes- quisa, de aperfeiçoamento e especialização dos
soalmente, por escrito, facsímile, telefone ou Magistrados e servidores da Justiça do Trabalho
por meios eletrônicos. da 14ª Região, podendo celebrar convênios com
entidades que visem ou persigam objetivos se-
I – não serão admitidas pela Ouvidoria con-
melhantes. Parágrafo único. A EJUD – TRT 14ª
sultas, reclamações, denúncias e postula-
Região tem sede, competências e atribuições
ções que exijam providência ou manifes-
de seus órgãos administrativos e atividade letiva
tação da competência do Plenário ou da
disciplinadas no Regulamento Geral e no Regi-
Corregedoria Regional;
mento Interno aprovados pelo Tribunal Pleno.
II – notícias de fatos que constituam crimes,
Art. 37. São fins da EJUD – TRT 14ª Região:
tendo em vista as competências institucio-
nais do Ministério Público e das polícias, I – organizar, juntamente com a Presidên-
nos termos do arts. 129, inciso I, e 144 da cia e Corregedoria Regionais, programas de
Constituição Federal; treinamento dos Magistrados e, avaliação
técnica para fins de vitaliciamento dos Juí-
III – reclamações, críticas ou denúncias anô-
zes do Trabalho Substitutos; ALTERADO o
nimas.
inc. I do art. 37, Através da RA n. 0096/2012,
§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos I e II, Publicada no Diário Oficial Eletrônico em
a manifestação será devolvida ao remetente 24/08/2012
com a devida justificação e orientação sobre
II – preparar jurídica, ética e psicologica-
o seu adequado direcionamento; na hipótese
mente, os candidatos à magistratura do tra-
do inciso III a manifestação será arquivada.
balho;
§ 2º As reclamações, sugestões e críticas
III – preparar para o exercício imediato da
relativas a órgãos não integrantes do Poder
magistratura candidatos recém aprovados
Judiciário serão remetidas aos respectivos
em concurso público para Juiz do Traba-
órgãos, comunicando-se essa providência
lho Substituto e já empossados; ALTERA-
ao interessado.
DO o inc. III do art. 37, Através da RA n.
Art. 34. A Ouvidoria disponibilizará aos interessa- 0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
dos, em página no sítio do Tribunal Regional do trônico em 24/08/2012

1856 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

IV – manter, na forma da lei ou mediante II – Secretaria;


convênios com órgãos competentes, cursos
oficiais de preparação e aperfeiçoamento III – Conselho Cultural-Pedagógico.
de Magistrados; Parágrafo primeiro – O Diretor da Escola,
V – realizar cursos preparatórios para o in- desembargador do Trabalho, será eleito
gresso na magistratura de carreira, bem por seus pares, para mandato de dois anos,
como para investidura em cargo público de à época da eleição para os cargos de dire-
servidores da Justiça do Trabalho da 14ª Re- ção do Regional, permitida uma recondução
gião, na forma da lei ou mediante convênios Parágrafo segundo – O Vice-diretor e os in-
com órgãos competentes; tegrantes do Conselho Cultural Pedagógico
serão designados pelo Diretor da Escola,
VI – promover cursos de aperfeiçoamento dentre os Magistrados da 14ª Região, com
dos servidores do Tribunal Regional do Tra- mandato coincidente com o deste, permiti-
balho da 14ª Região; da apenas uma recondução. Alterado o art.
38, bem como incluir os §§ 1º e 2º, através
VII – promover cursos e eventos de interes- da Resolução Administrativa n. 070/2014
se ao estudo do Direito em suas diversas e Publicada no Diário Oficial Eletrônico nº
áreas e, em especial, do Direito Material e 1552 no dia 04-09-2014.
Processual do Trabalho, inclusive mediante
convênios com Universidades, Instituições
de Ensino Superior, Associação dos Magis-
trados Brasileiros - AMB, Associação Nacio- CAPÍTULO X
nal dos Magistrados da Justiça do Trabalho
DO JUÍZO AUXILIAR
- ANAMATRA, Associação dos Magistrados
da Justiça do Trabalho da 14ª Região – AMA- DE CONCILIAÇÃO DE PRECATÓRIOS
TRA 14, Ordem dos Advogados do Brasil –
Art. 39. O Juízo Auxiliar de Conciliação de Pre-
OAB e outras entidades culturais;
catórios, órgão auxiliar de todas as Varas do
VIII – organizar eventos culturais de toda or- Trabalho do Regional, atuará nas atividades re-
dem, inclusive cursos de idioma; lacionadas às execuções em fase de precatório,
objetivando:
IX – curso de Deontologia de Magistrado;
I – a celebração de convênios de coopera-
X – promover atividades de ensino e pes- ção mútua para pagamento de precatórios
quisas científicas; e requisições de pequeno valor;
XI – intercâmbio com outros órgãos das di- II – a inclusão em pauta, para tentativa de
versas áreas do Direito; conciliação, dos precatórios expedidos em
XIII – promover a seleção e a divulgação de desfavor das Entidades de Direito Público
trabalhos jurídicos; conveniadas, seguindo a ordem cronológica
de apresentação;
XIV – promover simpósios, seminários, ci-
clos de estudos, palestras, conferências e III – autuação e respectivo pagamento das
concursos de objetivos culturais, todos pre- requisições de pequeno valor.
ferencialmente relativos a temas de interes- Art. 40. O Juiz Conciliador poderá promover a
se jurídico, filosófico ou sociológico. realização de diligências necessárias à análise
Art. 38. São órgãos administrativos da EJUD – de erros materiais eventualmente existentes
TRT 14ª Região: nos precatórios submetidos à conciliação, bem
como requisitar os autos principais às Varas do
I – Diretoria; Trabalho de origem do precatório.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1857
Art. 41. O Juiz designado determinará a convo- Seção II
cação das partes e seus procuradores para a au- DA COMPETÊNCIA
diência de conciliação.
DO DIRETOR DO FÓRUM
Art. 42. Os precatórios conciliados serão quita-
dos na ordem cronológica, conforme numerário Art. 46. Compete ao Diretor do Fórum Traba-
transferido pelo ente público devedor, proce- lhista, além das atribuições expressamente de-
dendo-se a respectiva baixa nos registros cadas- legadas pelo Presidente do Tribunal:
trais. I – dirigir e representar o Fórum Trabalhista,
Art. 43. Os precatórios que não forem objeto de sem prejuízo de suas funções como Titular
conciliação e que não estiverem submetidos a de Vara do Trabalho;
quaisquer recursos serão pagos dentro da or- II – despachar os pedidos de distribuição
dem cronológica de apresentação. por dependência, conexão, continência ou
Art. 44. Os precatórios não conciliados e pendentes prevenção;
de decisão em grau de recurso, bem como aqueles III – manter entendimentos com os Magis-
que se encontrarem em análise com vistas a dirimir trados das demais Varas do Trabalho, visan-
dúvidas quanto aos cálculos, permanecerão sus- do à solução de problemas comuns;
pensos até decisão final, retornando à sua ordem
de colocação para quitação imediata após o trânsito IV – determinar, no limite de sua competên-
em julgado da decisão. cia, medidas administrativas que entenda
necessárias à dignidade dos órgãos e à efici-
CAPÍTULO XI ência dos serviços;
DOS FÓRUNS TRABALHISTAS V – apresentar, até o dia 15 do mês de fe-
vereiro de cada ano, relatório de suas ati-
Seção I vidades, no qual poderá sugerir medidas
DA DIREÇÃO DO FÓRUM necessárias à melhoria dos serviços e ao
funcionamento das Varas do Trabalho;
Art. 45. Nas cidades providas de mais de uma
Vara do Trabalho, será designado um Magistra- VI – delegar a representação do Fórum Tra-
do para exercer a Direção do Fórum, indicado balhista, em solenidades ou ocasiões es-
pelo Desembargador-Presidente, com mandato peciais, a Juiz do Trabalho Titular de Vara
coincidente com o deste. ou a Juiz do Trabalho Substituto; ALTERA-
DO o inc. VI do art. 46, Através da RA n.
§ 1º Em seus impedimentos ou afastamen- 0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
tos, o Diretor do Fórum será substituído, trônico em 24/08/2012
pela ordem de antiguidade, por Juiz Titu-
lar de Vara do Trabalho ou Juiz do Trabalho VII – convocar reuniões, ordinárias ou extra-
Substituto, em exercício na localidade, a ser ordinárias, dos Juízes Titulares de Vara do
indicado pelo Presidente. ALTERADO o inc. Trabalho e Juízes do Trabalho Substitutos;
§ 1º do art. 45, Através da RA n. 0096/2012, ALTERADO o inc. VII do art. 46, Através da
Publicada no Diário Oficial Eletrônico em RA n. 0096/2012, Publicada no Diário Oficial
24/08/2012 Eletrônico em 24/08/2012

§ 2º A função de Diretor do Fórum será VIII – velar pela perfeita manutenção e fun-
exercida sem prejuízo das atribuições juris- cionamento do Fórum, de todas as suas ins-
dicionais do Magistrado. talações e equipamentos;

1858 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

IX – velar pela preservação da ordem, da e desenvolvimento dos trabalhos nas Se-


segurança e da disciplina do Fórum Traba- cretarias das respectivas Varas do Trabalho,
lhista; submetendo-as, previamente, à aprovação
do Corregedor Regional.
X – decidir os requerimentos concernentes
à distribuição e protocolo de ações e de pe-
tições;
XI – administrar as atividades do Serviço Judi- CAPÍTULO XII
ciário de Distribuição de Feitos, do Serviço de DAS CONVOCAÇÕES E
Tomada de Reclamações, do Serviço de Cálcu- SUBSTITUIÇÕES NO TRIBUNAL
los e do Depósito Público, quando for o caso;
Art. 48. O Presidente do Tribunal será substi-
XII – elaborar escalas de plantão de Magis- tuído, em caso de vacância, férias, licenças, e
trados e servidores nos finais de semana, impedimentos legais, pelo Vice-Presidente e,
feriados e recesso regimental, observado o na impossibilidade deste, pelo Desembargador
disposto no Provimento Geral Consolidado; mais antigo, sucessivamente. Alterado o caput
XIII – indicar ao Presidente do Tribunal o do art. 48, através da RA N. 0029/2012 Publica-
nome de servidores para exercerem fun- da no Diário Oficial Eletrônico em 27/03/2012
ções comissionadas próprias do Fórum; Parágrafo único. À exceção do caso de va-
XIV – encaminhar ao Presidente do Tribu- cância, na forma do art. 17 deste Regimen-
nal informações necessárias à instauração to, o cargo de Vice-Presidente dispensa
de sindicância e/ou processo administrativo substituição.
disciplinar para apurar irregularidades ou in- Art. 49. Em caso de vacância de cargo ou afas-
frações funcionais de servidores lotados nos tamento de Desembargador, por qualquer moti-
setores integrantes do Fórum Trabalhista. vo, por prazo superior a 30 (trinta) dias, poderá
ser convocado Juiz Titular de Vara do Trabalho,
Seção III escolhido por decisão da maioria absoluta do
DOS JUÍZES FEDERAIS DO TRABALHO Tribunal, observando-se a ordem de antiguida-
DOS JUÍZES DO TRABALHO de, sendo facultado ao Magistrado recusar o en-
cargo.
ALTERADO A SEÇÃO III DO DOS JUÍZES DO TRA-
BALHO ALTERADO A SEÇÃO III DO CAPITULO XI, § 1º O Juiz Titular de Vara do Trabalho, en-
Através da RA n. 0096/2012, Publicada no Diário quanto estiver convocado pelo Tribunal,
Oficial Eletrônico em 24/08/2012 terá o título de Juiz Convocado e as mesmas
prerrogativas regimentais que têm os De-
Art. 47. Compete aos Juízes do Trabalho, além sembargadores do Tribunal, no Pleno e na
de processar e julgar os feitos da competência Turma onde atuar, excetuando-se as restri-
de seu juízo, inspecionar, permanentemente, ções previstas em lei ou neste Regimento
os serviços a cargo das respectivas Secretarias, ALTERADO o art. 49 e o §1º, Através da RA
dando-lhes melhor coordenação, prevenindo e n. 0096/2012, Publicada no Diário Oficial
corrigindo erros ou abusos, de modo a prover Eletrônico em 24/08/2012
a regularidade dos autos e papéis, sobre a ob-
servância dos provimentos e determinações da § 2º Em caso de urgência, a convocação
Corregedoria Regional. será feita pelo Presidente, ad referendum
do Tribunal.
Parágrafo único. É facultado ao Juiz Titular
de Vara do Trabalho expedir ordens de ser- § 3º O Juiz Titular de Vara do Trabalho, en-
viço e instruções, objetivando a organização quanto estiver convocado pelo Tribunal,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1859
terá o título de Juiz Convocado e as mesmas Magistrado para atuar na Turma da qual tenha
prerrogativas regimentais que têm os De- participado em virtude de convocação anterior.
sembargadores do Tribunal, no Pleno e na
Turma onde atuar, excetuandose as restri- Parágrafo único. Sendo impossível a nova
ções previstas em lei ou neste Regimento. convocação recair na mesma Turma, a dis-
ALTERADO o §3º art. 49, Através da RA n. tribuição dos feitos, nos quais o Juiz Convo-
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Ele- cado tenha sido Relator de recurso anterior,
trônico em 24/08/2012 dar-se-á por prevenção do Gabinete do De-
sembargador onde se deu aquela atuação
§ 4º Em caso de urgência, a convocação será do então Relator.
feita pelo Presidente, ad referendum do Tri-
bunal. Alterado o Caput do art. 49, excluído Art. 54. O Magistrado cuja convocação houver
os §§ 1º e 2º e renumerado os §§ 3º e 4º, cessado será chamado para o julgamento dos
para 1º e 2º, Através da RA n. 0123/2011 feitos em que tenha aposto o seu "visto", fican-
Publicada no Diário Oficial Eletrônico nº 217 do, nesse caso, o Magistrado substituído impe-
de 24.11.2011 dido de votar nos respectivos processos, salvo
se existir impedimento ou suspeição de outro
Art. 50. O Juiz Convocado responderá por to- integrante da Turma.
dos os processos em tramitação no Gabinete
do Desembargador substituído, de competência Parágrafo único. Ao Juiz Convocado para jul-
da Turma ou do Tribunal, à exceção dos casos gar os feitos a que estiver vinculado dar-se-á
de impedimento ou suspeição, que deverão ser a preferência na ordem de julgamento.
redistribuídos, e dos feitos não levados a jul- Art. 55. Suprimido para adequação à Resolu-
gamento em que o Magistrado anterior tenha ção n. 72/2009 do Conselho Nacional de Justi-
aposto o seu "visto". ça. Alterada a redação do art. 55, através da RA
Art. 51. Não havendo óbice legal, o Juiz Con- 0080/2009 Publicada no Diário Oficial Eletrôni-
vocado poderá assinar o acórdão do processo co nº 179, de 25-09-2009.
julgado com voto do Desembargador substituí- Art. 56. O Desembargador afastado temporaria-
do, cuja decisão esteja pendente de publicação, mente do exercício de suas funções será convo-
aplicando-se a mesma regra quando do término cado para participar das deliberações e votações
da convocação e retorno do titular do Gabinete. nos processos relativos a matéria administrativa
Art. 52. Observadas as normas legais de impe- e disciplinar, exceto se o afastamento for decor-
dimento e suspeição, o Desembargador ou o rente de decisão em processo administrativo ou
Juiz Convocado será o Relator de embargos de judicial, ou no caso de prestação jurisdicional
declaração ou de agravo regimental opostos a perante o Tribunal Superior do Trabalho.
acórdão ou a decisão monocrática de que o ou-
tro tenha sido Prolator.
CAPÍTULO XIII
Parágrafo único. Havendo afastamento de-
DAS FÉRIAS, LICENÇAS,
finitivo do Relator e sendo o próximo ocu-
pante do Gabinete impedido ou suspeito, CONCESSÕES E AFASTAMENTOS
os embargos de declaração ou o agravo re-
gimental serão conclusos ao Revisor ou ao Seção I
Magistrado mais antigo da Turma ou do Ple- DAS FÉRIAS
no que houver proferido voto convergente
com a tese vencedora. Art. 57. Os Desembargadores, os Juízes Titu-
lares de Vara do Trabalho e os Juízes do Traba-
Art. 53. A convocação de Juízes de primeiro grau lho Substitutos fazem jus a férias individuais de
observará, sempre que possível, a vinculação do 60 (sessenta) dias no ano e poderão gozá-las

1860 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

de uma só vez ou fracionadas em duas parce- adiamento ou suspensão, desde que o inte-
las iguais. ALTERADO art. 49, Através da RA n. ressado atenda aos requisitos especificados
0096/2012, Publicada no Diário Oficial Eletrôni- no regulamento.
co em 24/08/2012
Seção II
§ 1º Os Desembargadores deverão requerer DAS LICENÇAS
as férias com 15 (quinze) dias de antecedên-
cia do início de seu gozo. Em caso de prorro- Art. 62. Serão concedidas aos Desembargado-
gação, será obedecido o mesmo requisito. res do Tribunal e aos Juízes de primeira instân-
§ 2º Em casos excepcionais, por necessida- cia, sem prejuízo do subsídio ou de qualquer
de de serviço, o Magistrado poderá ter suas direito ou vantagem legal, as seguintes licenças:
férias interrompidas. I – para tratamento de saúde, até 2 (dois)
Art. 58. Somente haverá acumulação de férias anos;
por imperiosa necessidade de serviço e pelo II – por motivo de doença do cônjuge, com-
máximo de 2 (dois) meses, desde que o acúmu- panheiro, pais, filhos, padrasto, madrasta,
lo seja autorizado pelo Tribunal ou pelo Presi- enteado ou dependente que viva às suas
dente, neste caso quando se tratar de férias de expensas e conste do assentamento funcio-
Juiz de primeiro grau. nal, exigindo-se laudo de médico do Tribu-
Art. 59. Não poderão gozar férias, simultanea- nal ou por ele aprovado;
mente, o Presidente e o VicePresidente do Tri- III – à gestante, por 120 (cento e vinte) dias
bunal. consecutivos;
Art. 60. É vedado o afastamento de Desembar- IV – à adotante, por 90 (noventa) dias con-
gador do Tribunal, em gozo de férias, no mesmo secutivos, em caso de adoção ou guarda ju-
período, em número que possa comprometer o dicial de criança até 1 (um) ano de idade, e
quórum do Tribunal Pleno. por 30 (trinta) dias, se for criança com mais
Parágrafo único. Aos Juízes Convocados de 1 (um) ano de idade;
para substituição no Tribunal por até 60 V – à paternidade, por 5 (cinco) dias con-
(sessenta) dias não serão concedidas férias secutivos, pelo nascimento ou adoção de
durante o período da convocação. filhos.
Art. 61. Os Juízes de primeira instância terão § 1º A licença por motivo de doença em pes-
suas férias sujeitas à escala aprovada pelo Pre- soa da família será concedida por até trinta
sidente do Tribunal, até o final do ano anterior, dias, podendo ser prorrogada sem prejuízo
para vigência no exercício seguinte, em confor- do subsídio por até trinta dias, mediante pa-
midade com os critérios que estabelecer para a recer de junta médica oficial e, excedendo
respectiva elaboração. estes prazos, sem subsídio, por até noventa
§ 1º A escala de férias atenderá à conveni- dias.
ência do serviço e, sempre que possível, a § 2º A licença concedida dentro de 60 (ses-
de cada Magistrado. senta) dias do término de outra da mesma
§ 2º Elaborada e aprovada a escala anual de espécie será considerada como prorroga-
férias, a Presidência do Tribunal somente ção.
poderá, de ofício, alterar períodos ou sus- § 3º É garantido às magistradas o direito à
pender o gozo de férias, se ocorrer motivo prorrogação do período da licença materni-
relevante ou imperiosa necessidade de ser- dade, nos termos da legislação específica.
viço, admitindo-se pedidos de antecipação,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1861
Art. 63. A licença para tratamento da própria I – casamento;
saúde, por prazo superior a 30 (trinta) dias,
bem como prorrogações que impliquem perío- II – falecimento do cônjuge, companheiro,
do ininterrupto superior, também, a 30 (trinta) ascendente, descendente, padrasto, ma-
dias, dependem de laudo médico da junta ofi- drasta, enteado, menor sob guarda ou tute-
cial do Tribunal ou por ela homologado, proce- la e irmão.
dendo-se, se for o caso, às diligências neces- Seção IV
sárias à inspeção do paciente na residência ou
estabelecimento hospitalar onde se encontrar DOS AFASTAMENTOS
internado.
Art. 66. Conceder-se-á, ainda, afastamento ao
§ 1º Para período de licença igual ou inferior Magistrado, sem prejuízo do subsídio e vanta-
a 30 (trinta) dias, a inspeção ou homologa- gens legais:
ção do laudo poderá ser feita por médico do
I – para frequência a cursos, congressos ou
Tribunal.
seminários de aperfeiçoamento e estudos,
§ 2º Em caso de enfermidade ou tratamen- a critério do Tribunal, pelo prazo máximo de
to do Magistrado fora da sede do Tribunal 02 (dois) anos consecutivos.
ou fora da 14ª Região, e havendo necessi-
II – para exercer a presidência de associação
dade de inspeção médica, deverá o pacien-
de classe, por período igual ao do mandato.
te comparecer perante a junta médica ou
médico do serviço público da respectiva
localidade, ou apresentar-se à junta médica
oficial do Tribunal Regional do Trabalho do CAPÍTULO XIV
Estado onde se encontrar, para emissão de
laudo, a ser ratificado pela junta médica do
DA APOSENTADORIA
Tribunal.
Seção I
§ 3º O Tribunal Pleno regulamentará, por DOS TIPOS DE APOSENTADORIA
Resolução Administrativa, outros critérios
para a concessão aos Juízes de primeira e Art. 67. A aposentadoria dos Magistrados da
segunda instâncias de licenças para trata- 14ª Região dá-se por invalidez permanente,
mento de saúde e por motivo de doença em compulsória ou voluntariamente, com proven-
pessoa da família. tos integrais ou proporcionais, conforme for o
caso, segundo as regras estabelecidas na Cons-
Art. 64. Inexistindo contra-indicação médica, o tituição Federal.
Magistrado licenciado poderá proferir decisões
nos processos que lhe tenham sido conclusos Parágrafo único. O cálculo do valor dos pro-
para julgamento ou neles tenha lançado seu ventos e a pensão dos dependentes dos
“visto” como Relator ou Revisor, antes da licen- Magistrados observarão as normas consti-
ça. tucionais.

Seção III Art. 68. O processo administrativo de aposenta-


doria compulsória por idade deverá ser iniciado,
DAS CONCESSÕES a requerimento do interessado ou por ordem do
Art. 65. Sem prejuízo do subsídio ou de qual- Presidente do Tribunal, 40 (quarenta) dias antes
quer direito ou vantagem legal, o Magistrado da data em que o Magistrado irá completar 70
poderá afastar-se de suas funções até 08 (oito) (setenta) anos de idade.
dias consecutivos por motivo de: Art. 69. Os processos de aposentadoria serão
instruídos pela Secretaria de Gestão de Pesso-

1862 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

as, devendo constar, além do requerimento do § 3º Considerar-se-á incapaz o Magistra-


interessado: do que, por qualquer causa física ou men-
tal, achar-se permanentemente inabilitado
I – documento de identificação que com- para o exercício do cargo.
prove a idade do Magistrado;
Art. 71. O Magistrado que, por dois anos conse-
II – declaração de bens e valores ou cópia cutivos, afastar-se, ao todo, por seis meses ou
da declaração de imposto de renda; mais, para tratamento de saúde, deverá subme-
III – ficha financeira; ter-se, ao requerer nova licença para igual fim,
dentro de dois anos, a exame para verificação
IV – mapa de tempo de serviço/contribui- de invalidez.
ção;
Art. 72. Quando a verificação de invalidez ocor-
V – laudo da junta médica oficial, se a apo- rer por iniciativa do Magistrado enfermo, o Pre-
sentadoria for por invalidez; sidente do Tribunal funcionará como prepara-
VI – outros documentos constantes da pas- dor do processo, determinando as diligências
ta funcional, relevantes para a análise da necessárias à instrução e emissão de parecer
matéria; conclusivo da junta médica oficial. Apresenta-
das as razões finais, os autos serão distribuídos
VII – pareceres fundamentados e conclusi- ao Desembargador Vice-Presidente do Tribunal,
vos dos setores de legislação e controle in- na forma do art. 28, inciso III.
terno.
Art. 73. No processo iniciado por determinação
Seção II do Presidente ou por decisão do Tribunal Pleno,
será nomeada comissão formada por 03 (três)
DA VERIFICAÇÃO DE INVALIDEZ
Desembargadores indicados pelo Tribunal.
Art. 70. O processo de verificação de invalidez Art. 74. Iniciado o processo, o paciente será no-
de Magistrado, para o fim de aposentadoria, tificado, por ofício do Presidente da Comissão,
terá início: para alegar, em 10 (dez) dias, prorrogáveis por
I – a requerimento do Magistrado; mais 10 (dez), o que entender a bem de seus di-
reitos, podendo juntar documentos e exercer o
II – por ato de ofício do Presidente do Tribu- contraditório e a ampla defesa, a qualquer tem-
nal; e po, pessoalmente ou por meio de procurador
legalmente habilitado.
III – em cumprimento de deliberação do Tri-
bunal. Parágrafo único. Com o ofício, será remeti-
da cópia da ordem inicial.
§ 1º Instaurado o processo, o paciente po-
derá ser afastado imediatamente do exer- Art. 75. Decorrido o prazo do artigo anteceden-
cício do cargo, até decisão final, devendo te, com a resposta, ou sem ela, o Presidente da
ficar concluído o processo no prazo de 60 Comissão determinará que a junta médica ofi-
(sessenta) dias, justificada a ausência do cial proceda ao exame do paciente e ordenará
Magistrado no referido período. as demais diligências necessárias à averiguação
do caso, inclusive o deslocamento da junta mé-
§ 2º Tratando-se de incapacidade mental, o
dica ao local onde se encontrar o Magistrado
Presidente do Tribunal nomeará curador ao
comprovadamente impossibilitado de compare-
paciente, sem prejuízo da defesa que este
cer à sede do Tribunal.
queira oferecer pessoalmente ou por pro-
curador que constituir. § 1º Se o paciente estiver em tratamento
fora da 14ª Região, os exames, perícias e

www.acasadoconcurseiro.com.br 1863
quaisquer diligências poderão ser requeri- § 4º Após o relatório e a sustentação, o Re-
das ao Presidente do Tribunal do Trabalho lator dará seu voto, podendo os demais vo-
em cuja jurisdição o Magistrado se encon- tantes pedir os esclarecimentos que consi-
trar. derarem necessários.
§ 2º Ao Magistrado é facultado indicar as- § 5º Proferidos todos os votos, o Presidente
sistente e oferecer quesitos para a perícia proclamará o resultado, lavrando-se o res-
médica. pectivo acórdão.
§ 3º O paciente ou seu curador também po- Art. 79. A decisão pela incapacidade perma-
derá impugnar os médicos designados, por nente do Magistrado será tomada pelo voto da
motivo devidamente fundamentado, sendo maioria absoluta dos membros do Tribunal Ple-
a arguição decidida pela comissão, não ca- no, sendo publicado apenas o dispositivo.
bendo recurso da respectiva decisão.
Art. 80. Reconhecida a invalidez do Magistrado,
Art. 76. A junta médica oficial poderá exigir a o Tribunal concederá a aposentadoria, caso o
apresentação de todos os laudos e exames es- paciente seja Juiz de primeiro grau. Se for De-
pecializados necessários à emissão de parecer sembargador, o Presidente comunicará imedia-
conclusivo sobre a enfermidade. tamente a decisão ao Poder Executivo, para os
devidos fins.
Parágrafo único. A recusa do paciente em
submeter-se à perícia médica permitirá o Parágrafo único. Contra a decisão cabe re-
julgamento baseado em quaisquer outras curso administrativo, no prazo de 8 (oito)
provas. dias, por razões de legalidade e de mérito.
Art. 77. Concluídas as diligências instrutórias,
poderá o paciente, ou o seu curador, apresentar
alegações finais no prazo de 5 (cinco) dias. A se- CAPÍTULO XV
guir, a Comissão deverá elaborar relatório, findo
DO PESSOAL ADMINISTRATIVO
o qual iniciará o prazo para o Relator apreciar os
autos e submetê-los à decisão do Tribunal Ple- Art. 81. Aplica-se aos servidores a legislação
no. concernente aos servidores públicos civis da
Art. 78. Incluído o processo em pauta, serão re- União (Lei n. 8.112/90).
metidas aos Desembargadores cópias das peças Parágrafo único. A carreira e o regime re-
indicadas pelo Relator. muneratório dos servidores são regulados
§ 1º A critério do Tribunal, poderá ser limi- pela legislação específica aplicável aos ser-
tada a publicidade da sessão de julgamento vidores do Poder Judiciário da União.
ao paciente, seu curador ou procurador, nos Art. 82. A requisição, com ou sem ônus, de ser-
casos em que a preservação do direito à in- vidor de outro órgão, somente poderá ser feita
timidade do interessado no sigilo não preju- quando houver comprovada necessidade de
dique o interesse público à informação. serviço e com observância das normas legais e
§ 2º Findo o relatório, o Magistrado, por si regulamentares atinentes à matéria.
ou por procurador, poderá sustentar sua de- Art. 83. A designação de servidores para o exer-
fesa pelo prazo de 30 (trinta) minutos. cício de função comissionada e a nomeação
§ 3º Havendo julgamentos conexos e exis- para cargo em comissão, inclusive dos substitu-
tindo mais de um advogado, o prazo de de- tos nos afastamentos legais dos titulares, far-se-
fesa será de uma hora, divisível entre os in- -ão por ato da Presidência, sendo de livre esco-
teressados.

1864 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

lha do Presidente, quando se tratar dos setores Art. 86. O Tribunal Regional do Trabalho da 14ª
administrativos do Tribunal. Região, em suas primeira e segunda instâncias,
funcionará nos dias úteis, de segunda a sexta-
§ 1º Quando a indicação se referir aos Gabi- -feira, de forma ininterrupta, no horário das 8h
netes dos Desembargadores, observar-se-á às 18h.
o disposto no art. 7º deste Regimento, não
podendo os servidores ali lotados ser rema- § 1º Os servidores cumprirão jornada de
nejados sem a prévia concordância do titu- trabalho de 35 (trinta e cinco) horas sema-
lar do Gabinete. nais, ressalvadas as situações disciplinadas
por leis específicas, com intervalo de 15
§ 2º Nos Fóruns Trabalhistas e nas Varas do (quinze) minutos diários para descanso, re-
Trabalho, a indicação caberá ao Juiz-Diretor vezando-se no trabalho, e somente poderão
ou Juiz Titular de Vara do Trabalho, que so- ausentar-se do serviço por motivo ponde-
mente poderão escolher servidores ocu- rável, a critério e sob a responsabilidade da
pantes de cargo de provimento efetivo no autoridade superior.
Tribunal e lotados no respectivo Fórum ou
Vara. ALTERADO o § 2º do art. 83, Através § 2º O corpo funcional será dimensionado
da RA n. 0096/2012, Publicada no Diário em duas Turmas, em períodos respectivos
Oficial Eletrônico em 24/08/2012 de 8h às 15h e das 11h às 18hs, competin-
do às chefias dos respectivos setores a divi-
§ 3º O cargo de Diretor de Secretaria de são da força de trabalho de forma racional e
Vara do Trabalho deverá ser ocupado por que observe parâmetros de atendimento ao
servidor detentor de formação superior princípio constitucional da eficiência.
compatível, e, preferencialmente, possuir
experiência na área a ser ocupada, poden- § 3º No âmbito dos Gabinetes dos Desem-
do ser indicado servidor de outra Vara, de bargadores, diante da autonomia da admi-
setor do Tribunal, dependendo a efetivação nistração da jornada, a divisão da força de
do ato, neste caso, da anuência do setor de trabalho será norteada pelo respectivo De-
origem, ou de qualquer órgão do Poder Ju- sembargador.
diciário. Alterado o §3º do art. 83, através
da RA0078/2011, Publicada no diário Oficial § 4º As Varas do Trabalho observarão o
Eletrônico nº 159 de 26/08/2011 cumprimento de expediente estritamente
interno das 16h às 18h.
Art. 84. Serão publicados no Diário Eletrônico
da Justiça do Trabalho da 14ª Região todos os § 5º O ocupante de cargo em comissão ou
atos administrativos referentes a Magistrados e função comissionada de todos os níveis sub-
servidores, devendo constar o cargo, a função mete-se ao regime integral de dedicação ao
comissionada, bem como a área/especialidade, serviço, podendo, ainda, ser convocado em
a classe e o padrão em que se encontra posicio- horário excedente ou dia em que não haja
nado na carreira e a lotação, e as intimações das expediente, sempre que houver interesse
decisões proferidas em requerimentos e pro- da administração.
cessos administrativos. § 6º Os servidores sujeitos à jornada de tra-
Art. 85. Estão obrigatoriamente sujeitos ao re- balho diferenciada, prevista em lei, terão
gistro do ponto, no início e no término do expe- suas atividades organizadas de forma a não
diente diário, os servidores da Justiça do Traba- haver interrupção dos serviços prestados.
lho da 14ª Região, excetuados os ocupantes de Art. 87. Os servidores ficam obrigados a prestar
cargo em comissão, bem como facultativamente informação ou emitir parecer nos processos ad-
os lotados nos Gabinetes de Desembargadores. ministrativos, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas e em 03 (três) dias, respectivamente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1865
TÍTULO III XVI – Agravo Regimental – AgR;
XVII – Alvará Judicial – Alvará;
Da Ordem de Serviço no Tribunal
XVIII – Alvará Judicial – Lei 6.858/80 – Al-
vJud;

CAPÍTULO I XIX – Arguição de Inconstitucionalidade –


Arglnc.
DO REGISTRO, CLASSIFICAÇÃO
E DISTRIBUIÇÃO XX – Arresto – Arrest;
XXI – Assistência Judiciária – AssJud;
Art. 88. As petições e os processos recebidos se-
rão registrados no dia de seu ingresso no Tribu- XXII – Atentado – Atent;
nal. Os processos serão classificados e autuados
de acordo com as classes especificadas a seguir: XXIII – Busca e Apreensão – BusApr;
XXIV – Carta de ordem – CartOrd;
CLASSE – SIGLA
XXV – Carta Precatória – CartPrec;
I – Ação Anulatória de Cláusulas Convencio-
nais – AACC; XXVI – Carta Rogatória – Rogato;
II – Ação Civil Coletiva – ACC; XXVII – Caução – Cauçao;
III – Ação Civil Pública – ACP; XXVIII – Cautelar Inominada – CauInom;
IV – Ação de Cumprimento - ACum; XXIX – Conflito de Competência – CC;
V – Ação Rescisória – AR; XXX – Consignação em Pagamento –
ConPag;
VI – Ação Trabalhista – Rito Ordinário –
RTOrd; XXXI – Consulta – Cons;
VII – Ação Trabalhista – Rito Sumário (Alça- XXXII – Contraprotesto Judicial – CProt;
da) – RTAlç;
XXXIII – Correição Extraordinária – CorExt;
VIII – Ação Trabalhista – Rito Sumaríssimo –
RTSum; XXXIV – Correição Ordinária – CorOrd;

IX – Agravo – Ag; XXXV – Correição Parcial – CorPar;

X – Agravo de Instrumento – AI; XXXVI – Cumprimento de Sentença – Cum-


Sen;
XI – Agravo de Instrumento em Agravo de
Petição – AIAP; XXXVII – Dissídio Coletivo – DC;

XII – Agravo de Instrumento em Recurso de XXXVIII – Dissídio Coletivo de Greve – DCG;


Revista – AIRR; XXXIX – Embargos à Adjudicação – EAdj;
XIII – Agravo de Instrumento em Recurso XL – Embargos à Arrematação – EArr;
Extraordinário – AIRE;
XLI – Embargos à Execução – EE;
XIV – Agravo de Instrumento em Recurso
Ordinário – AIRO; XLII – Embargos de Declaração – ED;

XV – Agravo de Petição – AP; XLIII – Embargos de Terceiro – ET;

1866 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

XLIV – Embargos Infringentes na Execução LXIX – Pedido de Providências – PP;


Fiscal – EifEFis
LXX – Pedido de Revisão do Valor da Causa
XLV – Exceção de Impedimento – ExcImp; – PRVC;
XLVI – Exceção de Incompetência – ExcInc; LXXI – Petição – Pet;
XLVII – Exceção de Suspeição – ExcSusp; LXXII – Precatório – Precat;
XLVIII – Execução de Certidão de Crédito Ju- LXXIII – Prestação de Contas – Exigidas – Pr-
dicial – ExCCJ; CoEx;
XLIX – Execução de Termo de Ajuste de Con- LXXIV – Prestação de Contas – Oferecidas –
duta – ExTAC PrCoOf;
L – Execução de Termo de Conciliação de LXXV – Processo Administrativo Disciplinar
CCP – ExCCP em face de Magistrado – PADMag;
LI – Execução de Título Extrajudicial – ExTiEx LXXVI – Processo Administrativo Disciplinar
em face de Servidor – PADServ;
LII – Execução Provisória em Autos Suple-
mentares – ExProvAS LXXVII – Produção Antecipada de Provas –
PAP;
LIII – Exibição – Exibic;
LXXVIII – Protesto – Protes;
LIV – Habeas Corpus – HC;
LXXX - Reclamação – Rcl;
LV – Habeas Data – HD;
LXXIX –– Reclamação Disciplinar – RclDisc;
LVI – Homologação de Transação Extrajudi-
cial – HoTrEx; LXXXI – Recurso Administrativo – RecAdm;
LVII – Impugnação ao Valor da Causa – IVC; LXXXII – Recurso de Multa – RM;
LVIII – Incidente de Falsidade – IncFal; LXXXIII – Recurso Ordinário – RO;
LIX – Incidente de Uniformização de Juris- LXXXIV – Reexame Necessário – ReeNec;
prudência – IUJ;
LXXXV – Reexame Necessário e Recurso Or-
LX – Inquérito para Apuração de Falta Grave dinário – Reenec/RO
– IAFG;
LXXXVI – Reintegração / Manutenção de
LXI – Interdito Proibitório – Interdito; Posse – RtPosse;
LXII – Interpelação – Inter; LXXXVII – Requisição de Pequeno Valor –
RPV;
LXIII – Justificação – Justif;
LXXXVIII – Restauração de Autos – ResAut;
LXIV – Mandado de Segurança – MS;
LXXXIX – Sequestro – Seques;
LXV – Mandado de Segurança Coletivo –
MSCol; XC – Sindicância – Sind;
XVI – Monitória – Monito; XCI – Suspensão de Liminar ou Antecipação
de Tutela – SLAT.
LXVII – Notificação – Notif;
LXVIII - Oposição – Oposic;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1867
Art. 89. Recebidos e registrados os processos, ção na distribuição de processos como Rela-
os setores respectivos procederão à imediata tor ou Revisor (art. 26, inciso IV).
distribuição, exceto nos casos em que seja obri-
gatória a atuação do Ministério Público do Tra- § 4º Nas ações rescisórias, não poderá atuar
balho, para onde os autos deverão ser encami- como Relator ou Revisor o Magistrado que
nhados. houver sido Relator, Revisor ou Prolator do
acórdão ou tiver proferido a decisão rescin-
Parágrafo único. Os processos com recursos denda.
dirigidos ao Tribunal somente deverão ser
remetidos ao Ministério Público do Trabalho, § 5º Nos afastamentos de Desembargador
para exarar parecer, nas seguintes situações: em que não haja convocação de Juiz de pri-
meira instância para substituí-lo, manter-se-
I – obrigatoriamente, quando a parte for -á a distribuição de processos para o respec-
pessoa jurídica de Direito Público, Estado tivo Gabinete, computando-se em dobro os
estrangeiro ou organismo internacional, ou prazos de “visto”.
quando se discutir na causa interesses de
incapazes ou indígenas; Art. 92. Para a distribuição, deverá ser observa-
do o procedimento a seguir, sequencialmente:
II – facultativamente, após a distribuição,
por iniciativa do Relator, quando a matéria, I – os autos dos processos a serem distribuí-
por sua relevância, recomendar a prévia dos deverão ser agrupados:
manifestação do Ministério Público; a) processos de competência das Turmas,
III – por iniciativa do Ministério Público, previamente ordenados, primeiro por pre-
quando entender existente interesse públi- venção e dependência; depois, segundo
co que justifique sua intervenção; o número de Magistrados suspeitos e/ou
impedidos, de forma decrescente; e, após,
Art. 90. Compete à Diretoria respectiva a efeti- quando igual o número de suspeições e/ou
vação, os registros e demais atos relacionados impedimentos, segundo a antiguidade do
às distribuições e redistribuições, exceto, quan- Magistrado que esteja em uma dessas con-
to a estas, os processos que forem redistribuí- dições;
dos para Juiz em substituição no mesmo Gabi-
nete, competindo ao próprio Gabinete proceder b) processos de competência do Pleno,
à devida regularização. agrupados como descrito acima.

Art. 91. A distribuição se dará de forma imedia- II – agrupados os autos, os processos serão
ta, por sorteio, exceto nos casos de prevenção, distribuídos na ordem, observando-se o
dependência e outros descritos nos artigos se- equilíbrio entre os Magistrados e as Turmas
guintes, que levem à distribuição direcionada. e, em cada Turma, entre seus Gabinetes,
tanto para Relator como para Revisor.
§ 1º Não concorrerão à distribuição os Ma-
gistrados que estiverem impedidos ou que § 1º Serão distribuídas por dependência as
previamente tenham declarado sua suspei- causas de competência originária:
ção, nos termos da lei e deste Regimento, I – quando se relacionarem, por conexão ou
bem como o Presidente do Tribunal. RE- continência, com outra já ajuizada;
VOGADO o § do art. 91, através da RA N.
0029/2012 Publicada no Diário Oficial Ele- II – agrupados os autos, os processos serão
trônico em 27/03/2012 distribuídos na ordem, observando-se o
equilíbrio entre os Magistrados, tanto para
§ 3º O exercício da função de Presidente de Relator como para Revisor;
Turma não exclui o Magistrado da participa-

1868 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

III – quando houver o ajuizamento de ações desde que nesta haja um número menor de
idênticas. Magistrados em tais situações.
§ 2º REVOGADO § 9º. Quando da distribuição/redistribuição,
para fins de apuração com vistas ao equilí-
§ 3º Com a distribuição, o processo fica vin- brio entre os Gabinetes, será computado o
culado ao Gabinetes do Relator, indepen- processo distribuído, independentemente
dentemente do “visto” dos Magistrados do número e classe de ações/recursos a se-
que os ocupem, salvo as hipóteses de im- rem apreciados.
pedimento ou suspeição, quando será pro-
cedida nova distribuição do feito, mediante Art. 93. Reconhecendo o Relator condição de
compensação. suspeição e/ou impedimento, será o feito redis-
tribuído de forma direcionada para o Gabinete
§ 4º O Relator será sorteado quando da dis- livre da mesma Turma. Alterado o caput do art.
tribuição e, não sendo possível, por ser ne- 93, através da RA N. 090/2013 Publicada no Diá-
cessária a convocação de Magistrados, tão rio Oficial Eletrônico em 29/08/2013
logo o seja, quando, para tanto, após a con-
vocação, os autos deverão ser encaminha- Parágrafo único. Não sendo possível a re-
dos à Diretoria respectiva distribuição na forma prevista no caput, de-
verão ser observadas as disposições do § 8º
§ 5º A distribuição por prevenção destinar- do art. 92 deste Regimento. Revogado o art.
-se-á ao Gabinete do Desembargador onde 94, através da RA N. 090/2013 Publicada no
essa se originou, observando-se, quanto Diário Oficial Eletrônico em 29/08/2013
aos Juízes Convocados, em caso de nova
convocação, o disposto no parágrafo único Art. 95. Distribuído/redistribuído o processo
do art. 53 deste Regimento. para determinada Turma, serão convocados
tantos Magistrados quantos forem os que esti-
§ 6º Quando o processo já tiver sido apre- verem suspeitos e/ou impedidos com relação
ciado pelo Tribunal, qualquer que seja a sua àquele feito, naquela Turma.
classe, permanecerá como Relator, em caso
de retorno, o Magistrado que tiver atuado Art. 96. Após a distribuição/redistribuição, os
anteriormente, embora com voto vencido, autos subirão à conclusão do Relator no prazo
se da competência do Pleno; e, em se tra- de 48 (quarenta e oito) horas.
tando de competência da Turma, apenas se
a integrar. Aplicar-se-á o mesmo procedi- Art. 97. Nos afastamentos do Relator, por perí-
mento em caso de anulação ou reforma da odo igual ou superior a 3 (três) dias, sem subs-
decisão pelo Tribunal Superior do Trabalho, tituição por outro Magistrado no mesmo Gabi-
com baixa dos autos para novo julgamento. nete, deverão ser redistribuídos, mesmo que já
Alterados os §§3º, 4º e 6º do art. 92, através tenham sido vistados, os seguintes processos:
da RA n. 090/2013, Publicada no Diário Ofi- Dissídio Coletivo, Ação Rescisória com pedido
cial Eletrônico em 29/08/2013. de antecipação de tutela, Ação Cautelar, Habeas
Corpus, Mandado de Segurança, processos com
§ 7º Nas hipóteses dos §§ 5º e 6º deste ar- tramitação preferencial (Estatuto do Idoso, Me-
tigo, não sendo possível a distribuição por nor, Falência, Rito Sumaríssimo) e outros feitos
prevenção, far-se-á a redistribuição dos au- que, consoante fundada alegação do interessa-
tos na forma do art. 97 deste Regimento. do, reclamem solução urgente.
§ 8º Quando ocorrer a suspeição e/ou im- § 1º Na hipótese do caput, a relevância e ur-
pedimento de dois ou mais Magistrados gência da matéria deverão ser reconhecidas
pertencentes a determinada Turma, a distri- em despacho do Desembargador Presiden-
buição será direcionada para a outra Turma, te e a contagem do prazo inicia com o rece-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1869
bimento dos autos no Gabinete do Magis- a concessão for do Relator, a incumbência
trado afastado. Alterado caput e § 1º do art. será da Secretaria do Órgão respectivo.
97, através da RA N. 090/2013 Publicada no
Diário Oficial Eletrônico em 29/08/2013. § 2º Em ambos os casos, devolvidos os au-
tos fora do quinquídio, o setor competente
§ 2º Nos casos previstos neste artigo, sen- deverá certificar o ocorrido e submetê-los
do possível aferir-se a necessidade de re- conclusos à autoridade concedente do pra-
distribuição mesmo antes de chegado o dia zo, para que aplique as sanções previstas
inicial para a contagem, aquela deverá ser nos artigos 195 e 196 do Código de Proces-
procedida so Civil.
Art. 98. Os feitos recebidos por Juiz Convocado
e que não tenham sido vistados até o momen-
to da desconvocação serão direcionados para o CAPÍTULO II
Magistrado que vier a ocupar o Gabinete, per-
DA COMPETÊNCIA DO
manecendo a vinculação aos processos já vista-
dos, observando-se o disposto nos arts. 51, 52 e RELATOR E DO REVISOR
54 deste Regimento.
Art. 102. Compete ao Relator:
Parágrafo único. O prazo para o Juiz Con-
I – decidir pedidos de liminar ou antecipa-
vocado apor o seu “visto” no processo co-
ção de tutela, no prazo de 48 (quarenta e
meçará a fluir a partir do momento em que
oito) horas; em caso de Habeas Corpus, o
assumir o Gabinete. Para o Desembargador,
prazo é de 24 (vinte e quatro) horas;
do retorno de seu afastamento.
II – indeferir liminarmente petição inicial de
Art. 99. Quando, no mesmo processo, houver
ações de competência originária, nos ter-
interposição de mais de um recurso e o não-re-
mos da lei;
cebimento de um deles acarretar agravo de ins-
trumento, os autos deste deverão tramitar ane- III – negar seguimento a recurso, na forma
xados aos do processo principal, sendo o agravo da lei;
distribuído ao mesmo Magistrado sorteado
como Relator do(s) outro(s) recurso(s) e ambos IV – processar as ações de competência ori-
julgados na mesma sessão, e, se for o caso, em ginária do Tribunal, podendo delegar pode-
acórdãos distintos. res a Juiz de primeira instância para proce-
der à instrução, bem como os incidentes de
Art. 100. Nas hipóteses de redistribuição, exce- falsidade, suspeição e impedimento argui-
to se esta se der para Magistrado do mesmo Ga- dos pelos litigantes;
binete, deverá ser observada a compensação.
V – ordenar, mediante despacho nos au-
Art. 101. As partes e seus procuradores pode- tos, a realização de diligências necessárias
rão ter vista dos autos por 5 (cinco) dias, impror- à perfeita instrução dos processos, fixando
rogáveis, antes da distribuição, por despacho do prazos para seu cumprimento, e assinar a
DesembargadorPresidente, ou, distribuídos, do respectiva carta;
Relator, desde que não tenham sido colocados
em pauta. VI – requisitar os autos originais dos proces-
sos que vierem a seu exame em traslado,
§ 1º Vencido o prazo fixado neste artigo, se cópias ou certidões, assim como os feitos
concedido pelo DesembargadorPresiden- que, com eles, tenham conexão ou depen-
te, a Diretoria respectiva tomará imediata dência, desde que já findos ou com tramita-
providência para a cobrança dos autos; se ção suspensa;

1870 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

VII – despachar os pedidos de desistência de XIV – submeter ao Órgão Julgador, confor-


ação ou de recurso e homologar os acordos me a competência, questão de ordem para
apresentados nos dissídios individuais, após o bom andamento dos processos;
a distribuição e até a publicação da pauta,
e determinar a baixa imediata do processo, XV – lavrar em sessão ou dentro de 10 (dez)
facultada a delegação de tais atribuições ao dias os acórdãos referentes às decisões pro-
Juízo de primeira instância originário; feridas nos processos em que seu voto te-
nha prevalecido.
VIII – homologar as desistências de dissídios
coletivos apresentadas no mesmo prazo do XVI – ordenar a intimação, nas ações e pro-
item anterior; cessos de competência originária do Tribu-
nal, quando decididas monocraticamente,
IX – decidir pedidos de carta de sentença, da parte sucumbente para o recolhimento
até o julgamento do feito, e assiná- la, bem das custas processuais, bem como adotar
como outros pedidos constantes de peti- os procedimentos supervenientes correla-
ções vinculadas a processos de sua compe- tos. Revogado os artigos 103 e 104, através
tência que não excedem as atribuições do da RA N. 090/2013 Publicada no Diário Ofi-
Presidente do Tribunal, do Órgão Julgador cial Eletrônico em 29/08/2013
(Turma ou Pleno) ou da respectiva Presi-
dência;
X – conceder vista dos autos, desde que o CAPÍTULO III
processo não tenha sido colocado em pau-
DAS PAUTAS DE JULGAMENTO
ta, observado o disposto no art. 101;
XI – determinar a remessa de autos ao Mi- Art. 105. Aposto o “visto”, do Relator, os autos
nistério Público do Trabalho, por imposição serão colocados em pauta para julgamento na
legal ou quando vislumbrar na matéria rele- sessão que se seguir, obedecido o prazo para
vância que recomende a prévia manifesta- a respectiva publicação. Alterado a redação do
ção do Parquet; art. 105, através da RA N. 090/2013 Publicada
no Diário Oficial Eletrônico em 29/08/2013.
XII – vistar e devolver os feitos que lhe fo-
rem distribuídos, dentro de 40 (quarenta) Art. 106. As pautas de julgamento do Tribunal
dias, contados do recebimento, reduzido tal Pleno e das Turmas serão elaboradas, com apro-
prazo para 10 (dez) dias, quando se tratar vação do Presidente do respectivo órgão.
de processo com preferência legal de tra- § 1º A pauta será publicada no órgão oficial,
mitação (Estatuto do Idoso, Menor, Falên- sempre com antecedência mínima de 48
cia, Rito Sumaríssimo e outros feitos cuja (quarenta e oito) horas da sessão.
urgência e relevância da matéria sejam re-
conhecidas por despacho do Presidente do § 2º Organizar-se-á a pauta de julgamen-
Tribunal); ALTERADO o item XII, do art. 102, to, observando-se a ordem cronológica de
Através da RA n. 078/2015, Publicada no Di- entrada do processo na Secretaria e, tanto
ário Oficial Eletrônico em 29/07/2015. quanto possível, a igualdade numérica en-
tre os processos em que o Magistrado fun-
XIII – levar a julgamento, na primeira ses- cionar como Relator e Revisor.
são que se seguir à data de conclusão para
o “visto”, os processos de Habeas Corpus, § 3º Poderão o Relator e o Revisor solicitar
Mandado de Segurança, Habeas Data, bem preferência para processos que entendam
como os agravos regimentais e embargos de manifesta urgência ou cuja relevância da
de declaração; matéria tenha sido reconhecida por despa-
cho do Presidente do Tribunal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1871
§ 4º Terão preferência para julgamento, su- letivos e extensões de decisões normativas
cessivamente, os processos de habeas cor- independe de publicação, nos casos de ur-
pus, habeas data, dissídio coletivo, manda- gência.
do de segurança, rito sumaríssimo, os feitos
em que for parte ou interveniente menor, § 2º Na hipótese do parágrafo anterior, far-
pessoa idosa, massa falida ou empresa em -se-á notificação direta, postal, telegráfica,
liquidação ou recuperação judicial, agravo por mandado, eletrônica ou outra qualquer
regimental, de instrumento e de petição, espécie de pronta comunicação aos dissi-
conflito de competência, ação cautelar, em- dentes, lançando-se certidão nos autos.
bargos de declaração e os processos cujo
Relator ou Revisor devam afastar-se por
motivos de férias, licença ou viagem a ser-
CAPÍTULO IV
viço.
DAS SESSÕES DO
§ 5º Havendo urgência, os processos po- TRIBUNAL E DAS TURMAS
derão ser julgados independentemente de
prévia inclusão em pauta, desde que noti- Art. 110. O Tribunal Pleno e as Turmas reunir-
ficados os interessados por qualquer meio, -se-ão em sessões ordinárias e extraordinárias.
com certificação nos autos.
§ 1º As sessões ordinárias do Tribunal Pleno
Art. 107. Incluído o processo em pauta, seu serão realizadas às terçasfeiras; as da Pri-
adiamento só poderá ocorrer por motivo de for- meira Turma, às quartas-feiras; e as da Se-
ça maior, devidamente comprovado, a critério gunda Turma, às quintasfeiras, com início às
do Relator, com o referendo do Órgão Julgador. 9 (nove) horas sem necessidade de convo-
cação formal de seus membros.
Art. 108. O processo só será retirado de pauta,
para diligência, mediante deliberação do Órgão § 2º As sessões extraordinárias do Tribunal
Julgador. Art. 109. Independem de inclusão em Pleno ou das Turmas realizar-se- ão quando
pauta: necessárias e mediante convocação do res-
pectivo Presidente ou pela maioria absoluta
I – habeas corpus;
de seus membros, publicada a pauta no ór-
II – habeas data; gão oficial com antecedência mínima de 48
(quarenta e oito) horas.
III – homologação de acordo ou de pedido
de desistência em dissídio coletivo ou indi- § 3º Em casos especiais, poderá ser desig-
vidual; nado outro local para a realização das ses-
sões, afixando-se edital na sede do Tribunal,
IV – embargos de declaração sem potencial com a antecedência mínima de 24 (vinte e
de efeito modificativo do julgado; quatro) horas.
V – conflito de competência; § 4º As sessões administrativas realizar-se-
VI – agravo regimental, salvo no caso de -ão, de preferência, em dias não coinciden-
despacho do Relator que indeferir liminar- tes com os das sessões ordinárias, para elas
mente pedido de mandado de segurança; oficiados todos os Desembargadores e os
Juízes Convocados, observando-se o dispos-
VII – processo devolvido com vista regimen- to nos arts. 19, § 2º, e 56 deste Regimento.
tal até a sessão subsequente;
§ 5º O Tribunal, a requerimento de qualquer
VIII – dissídio coletivo em hipótese de gre- dos Magistrados e pelo voto da maioria dos
ve ou lockout. § 1º A inclusão em pauta de presentes, poderá transformar as sessões
dissídios coletivos, revisões de dissídios co- judiciais em administrativas.

1872 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

Art. 111. Nas ausências ou impedimentos do Art. 119. Terão preferência para julgamento, in-
Presidente e do VicePresidente, as sessões do dependentemente da ordem de colocação na
Tribunal Pleno serão presididas pelo Desembar- pauta, os processos em que haja inscrição de
gador mais antigo, sucessivamente. advogado para sustentação oral de seu recurso,
bem como aqueles cujos Relatores ou Revisores
Art. 112. Nas sessões do Tribunal e das Turmas tenham de se retirar ou que estejam convoca-
deverá estar presente o Procurador do Ministé- dos, exclusivamente, para esses julgamentos.
rio Público do Trabalho.
Art. 120. Os pedidos de preferência, formulados
Art. 113. Aberta a sessão, à hora regimental, e por advogados para sustentação oral, serão con-
não havendo Magistrados em número suficien- cedidos com observância à ordem de registro.
te para deliberar, aguardar-se-á por 15 (quinze)
minutos a formação do quórum. Persistindo a § 1º A inscrição de advogados será admitida
falta de número, a sessão será encerrada. pessoalmente ou por estagiário de Direito
com respectivo registro na OAB, a partir da
Art. 114. Sendo necessário, poderá o Presidente publicação da pauta no órgão oficial até an-
do Tribunal fazer as convocações indispensáveis tes do pregão.
para a formação do quórum.
§ 2º Também serão aceitas inscrições por
Art. 115. Nas sessões do Tribunal, os trabalhos meio de fac-símile, correio eletrônico ou
obedecerão à seguinte ordem: formulário via internet, ou ainda por tele-
I – verificação do número de Magistrados fone, desde que o interessado as faça com
presentes; clara identificação do processo, das partes,
do Órgão Julgador, da data da sessão e as
II – discussão e aprovação de ata, na hipóte- mensagens sejam recebidas com êxito na
se do art. 138; Secretaria do Órgão até as 16 horas do dia
III – indicações e propostas; antecedente ao do julgamento, observados
os dias úteis e o horário de expediente do
IV – julgamento dos processos incluídos em Tribunal.
pauta.
§ 3º O requerimento de preferência formu-
Parágrafo único. Os processos que versem lado por um mesmo advogado, em relação a
sobre a mesma questão jurídica, ainda que mais de três processos, poderá ser deferido
apresentem aspectos peculiares, poderão de forma alternada, considerados os pedi-
ser julgados conjuntamente. dos manifestados pelos demais advogados.
Art. 116. Anunciado o julgamento do processo e § 4º Sem mandato nos autos, o advogado
apregoado pelo Secretário, nenhum Magistrado não poderá sustentar oralmente, salvo mo-
poderá retirar-se do recinto, sem a autorização tivo relevante que justifique o protesto pela
do Presidente. apresentação posterior do respectivo ins-
trumento.
Art. 117. Uma vez iniciado, o julgamento ulti-
mar-se-á na mesma sessão, salvo pedido de vis- § 5º O pedido de certidão de inteiro teor
ta regimental ou motivo relevante. de transcrição de gravação de julgamento
a que o advogado tiver comparecido para
Art. 118. Nenhum Magistrado poderá eximir-se sustentação oral, desde que comprovado
de proferir voto, exceto quando não houver as- justo motivo, será dirigido ao Presidente do
sistido ao relatório, estiver impedido ou suspei- Órgão judicante.
to de acordo com a lei.
§ 6º Os advogados, quando forem requerer
ou fazer sustentação oral, ocuparão a tribu-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1873
na, sendo obrigatório o uso de beca, na for- Art. 124. Encerrada a discussão, passar-se-á à
ma do art. 6º, § 2º, deste Regimento. votação, que se iniciará com o voto do Relator,
seguido do voto do Revisor e dos demais Magis-
§ 7º O Presidente do Órgão Julgador cassará trados pela ordem decrescente de antiguidade.
a palavra do advogado que, em sustentação
oral, conduzir-se de maneira desrespeitosa Parágrafo único. Não havendo divergência
ou, por qualquer motivo, inadequada. o Presidente consultará em bloco só demais
magistrados.
Art. 121. Depois de anunciado o julgamento, o
Presidente dará a palavra ao Relator, que lerá Art. 125. As questões preliminares ou prejudi-
o relatório contendo exposição circunstanciada ciais serão julgadas antes do mérito, deste não
da causa. se conhecendo, se incompatível com a decisão
adotada.
§ 1º Estando os Magistrados aptos a votar
e não havendo oposição das partes, poderá § 1º A votação das preliminares será feita
ser dispensada a leitura do relatório. separadamente.
§ 2º Findo o relatório e após ouvido o Revi- § 2º Tratando-se de nulidade suprível, o jul-
sor, o Presidente dará a palavra às partes ou gamento será convertido em diligência, a
a seus procuradores inscritos, pelo prazo de fim de que a parte sane a nulidade, no pra-
15 (quinze) minutos para cada um, para a zo que lhe for determinado.
sustentação oral das respectivas alegações,
inclusive quanto a preliminares ou prejudi- § 3º Quando puder decidir o mérito a favor
ciais. da parte a quem aproveite a declaração de
nulidade, o Tribunal não a pronunciará nem
§ 3º Falará em primeiro lugar o recorrente mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
ou, se ambas as partes o forem, o autor; ha-
vendo recurso adesivo, o advogado do re- § 4º Rejeitada a preliminar ou a prejudicial,
curso principal. ou se com elas não for incompatível a apre-
ciação do mérito, seguir-se-á o julgamento
§ 4º Havendo litisconsortes, representados da matéria principal, sobre a qual deverão
por mais de um advogado, o tempo será pronunciar-se os Magistrados vencidos em
dividido entre eles, proporcionalmente. Se qualquer das preliminares.
a matéria for relevante, a critério do Presi-
dente, o tempo poderá ser duplicado. § 5º Quando o mérito se desdobrar em
questões distintas, a votação poderá reali-
Art. 122. Após a sustentação ou sem ela, será zar-se sobre cada uma sucessivamente, de-
aberta a discussão em torno da matéria deba- vendo, entretanto, o Relator mencioná- las,
tida, pelo tempo julgado necessário pelo Presi- desde logo, em seu todo, após a votação
dente, considerada a relevância ou controvérsia das preliminares.
da matéria, podendo cada Magistrado fazer uso
da palavra, sendo-lhe facultado pedir esclare- § 6º Antes de proclamado o resultado, na
cimentos ao Relator, dirigindo-se, inicialmente, preliminar ou no mérito, poderá o Magis-
ao Presidente. trado reconsiderar seu voto ou declarar-se
suspeito ou impedido, caso em que o voto
Art. 123. Antes de encerrada a discussão, o Pro- proferido não será computado.
curador do Ministério Público do Trabalho po-
derá intervir, quando julgar conveniente, ou a § 7º Caberá ao Presidente encaminhar a vo-
pedido de qualquer Magistrado, após a permis- tação para a boa ordem dos trabalhos.
são do Presidente. Art. 126. Iniciada a votação, não serão permiti-
dos apartes ou intervenções, enquanto estiver

1874 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

o Magistrado proferindo seu voto, exceto com a poderá o Magistrado requerer renovação
permissão do votante, sendo, todavia, permiti- se ainda não se considerar apto a proferir o
do a cada Magistrado, na oportunidade em que seu voto. Devolvidos os autos, na sessão em
votar, pedir esclarecimentos ao Relator. Pode- que o voto for proferido, deverá estar pre-
rão, também, fazê-lo aos advogados ou às pró- sente o Relator, quando necessário, mesmo
prias partes, mas, sempre, por intermédio da que ausente outro Magistrado, observada a
Presidência. preferência estabelecida no art. 119 deste
Regimento. Alterado a redação do § 1º e ca-
Parágrafo único. Entre a tomada de um voto put do art. 131, através da RA N. 090/2013
e outro será permitido ao advogado, que Publicada no Diário Oficial Eletrônico em
tenha feito sustentação na tribuna, prestar 29/08/2013.
esclarecimentos apenas sobre matéria de
fato e mediante prévia licença da Presidên- § 2º O pedido de vista não impede que vo-
cia, igual direito cabendo ao Procurador do tem os Magistrados que se tenham por ha-
Ministério Público do Trabalho. bilitados a fazê-lo e seus votos serão com-
putados, ainda que ausentes na sessão de
Art. 127. Ao Relator, após proferir seu voto, prosseguimento do julgamento do feito.
caberá o uso da palavra para esclarecimentos
que ainda forem considerados necessários. Al- § 3º Aplica-se o disposto neste artigo e seus
terado a redação do art. 127, através da RA N. parágrafos nos julgamentos de processos
090/2013 Publicada no Diário Oficial Eletrônico de natureza administrativa.
em 29/08/2013.
Art. 132. O julgamento que tiver iniciado em
Art. 128. Nenhum Magistrado tomará a palavra sessão anterior prosseguirá computando-se os
sem que esta lhe seja dada, previamente, pelo votos já proferidos, ainda que o Relator esteja
Presidente. afastado ou que o Magistrado tenha deixado
o exercício do cargo, caso se tenha esgotado a
Art. 129. Em caso de empate, caberá ao Presi- matéria a ser julgada.
dente desempatar, adotando a solução de uma
das correntes, sendo-lhe facultado adiar o julga- § 1º O Juiz Convocado, que estiver substi-
mento para a sessão seguinte. tuindo outro que já tenha proferido voto a
ser computado no julgamento, não terá di-
Art. 130. Quando as soluções divergirem, mas reito a voto sobre a mesma questão, mas
várias delas apresentarem ponto comum, deve- poderá compor o quórum para funciona-
rão ser somados os votos dessas correntes, no mento do órgão.
que tiverem de comum. Permanecendo a diver-
gência, sem possibilidade de qualquer soma, se- § 2º Somente quando indispensável para
rão as questões submetidas ao pronunciamento decidir nova questão surgida no julgamen-
de todos os Magistrados, duas a duas, eliminan- to, será computado o voto do Juiz Convoca-
do-se, sucessivamente, as que tiverem menor do, nesta matéria.
votação, prevalecendo a que reunir, por último,
a maioria de votos. § 3º Deverá estar presentes o Relator, se
ainda não tiver votado integralmente a ma-
Art. 131. Os Magistrados poderão pedir vista téria. Alterado a redação do § 3º do art.
do processo após proferido o voto pelo Relator. 132, através da RA N. 090/2013 Publicada
Sendo o pedido de vista em mesa, o julgamento no Diário Oficial Eletrônico em 29/08/2013.
se fará na mesma sessão, logo que o Magistrado
que a requereu se declare habilitado a votar. § 4º Se o Magistrado estiver participando
do julgamento pela primeira vez, poderá
§ 1º Não sendo em mesa, o prazo de vista solicitar que a matéria seja novamente re-
será de 10 (dez) dias. Decorrido o prazo, latada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1875
§ 5º Se estiver participando do julgamen- o Presidente fará realizar uma ou mais ses-
to Magistrado ausente à sessão em que foi sões extraordinárias, para o julgamento da-
feita a sustentação oral, o advogado poderá queles processos.
repeti-la, caso assim o requeira quando for
apregoado o processo. Art. 137. O Secretário do Tribunal Pleno, bem
como os Secretários das Turmas certificarão
Art. 133. Se dois ou mais Magistrados pedirem nos autos respectivos a assinatura e entrega do
vista do mesmo processo, o julgamento será acórdão na sessão de julgamento, mencionando
suspenso e cada Magistrado terá o prazo de 10 os nomes dos Magistrados que tomaram parte
dias. na decisão, do Procurador do Trabalho presente
no plenário, dos advogados que fizeram susten-
Parágrafo único. A passagem dos autos de tação oral, assim como de eventual impedimen-
um Magistrado para outro será feita direta- to e/ou suspeição de Magistrado.
mente pelos Gabinetes, mediante registro
no sistema informatizado, devendo o último Parágrafo único. Não assinado o acórdão
Magistrado restituir o processo à Secretaria na sessão, os Secretários certificarão nos
do Pleno ou Turma. autos próprios a decisão, consignando os
votos vencedores e vencidos, a designação
Art. 134. Findo o julgamento, o Presidente pro- do redator do acórdão, na hipótese de não
clamará a decisão, designando para redigir o prevalecer o voto do Relator, os nomes das
acórdão o Relator, ou, se vencido este, integral- partes, dos Magistrados que participaram
mente, nas questões de mérito ou na matéria do julgamento, do Procurador do Trabalho
considerada principal, o Magistrado que primei- presente no plenário, dos advogados que
ro se manifestou a favor da tese vencedora. Ca- fizeram sustentação oral, assim como even-
berá ao Presidente fixar os termos da questão tual impedimento e/ou suspeição de Magis-
principal. trado.
§ 1º Em qualquer caso, o relatório que não Art. 138. Das sessões, somente serão lavradas
houver sido impugnado pelo Tribunal deve- atas sobre assuntos especiais, a critério do Tri-
rá integrar, obrigatoriamente, o acórdão. bunal Pleno ou da Turma, devendo ser aprova-
§ 2º Os fundamentos do acórdão são os do das na sessão subsequente.
voto vencedor, ressalvando-se aos Magis- Art. 139. Os expedientes de ordem administrati-
trados apresentar a justificativa de seu voto, va quando submetidos à apreciação do Tribunal
vencido ou convergente, no prazo de 5 (cin- Pleno serão relatados pelo Presidente e solucio-
co) dias, contados da chegada dos autos ao nados por Resolução Administrativa, as quais
seu Gabinete para tal fim. serão numeradas seguidamente.
Art. 135. Após a proclamação da decisão, sobre § 1º As decisões administrativas do Tribu-
ela não poderão ser feitas apreciação ou crítica. nal, quando publicadas mediante resolução,
Art. 136. Encerrada a sessão de julgamento, os deverão ser assinadas pelo Presidente do
processos que não tiverem sido julgados per- Tribunal e pelo Secretário do Tribunal Pleno,
manecerão em pauta, independentemente de observando-se que:
nova publicação, conservada a mesma ordem, a) serão registrados nas resoluções os no-
com preferência sobre os demais para julga- mes dos Desembargadores eventualmente
mento na sessão subsequente. ausentes à sessão;
Parágrafo único. Sempre que, encerrada b) de igual forma, ficará consignado na re-
a sessão, restarem em pauta ou em mesa solução o nome dos Magistrados vencidos,
mais de 20 (vinte) feitos sem julgamento,

1876 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

no todo ou em parte, na decisão proclama- CAPÍTULO VI


da; DOS ACÓRDÃOS
c) na hipótese de afastamento do Presiden-
te, observar-se-á o disposto no art.48 deste Art. 145. Os acórdãos serão assinados somen-
Regimento. Alterada a redação do § 1º e da te pelos Relatores ou Prolatores designados, à
alínea “c” do art. 139, através da Resolução exceção dos processos que tramitam pelo rito
Administrativa n. 070/2014 e Publicada no sumaríssimo, nos quais bastará a certidão de
Diário Oficial Eletrônico nº 1552 no dia 04- julgamento, referendada pelo Relator ou pelo
09-2014 Magistrado condutor da tese vencedora.

§ 2º As decisões com Relator designado se- Art. 146. O acórdão será elaborado, digitado e
guirão a forma dos acórdãos judiciais. conferido pelo Gabinete do Relator ou Prolator.

§ 3º A AMATRA 14 e o SINSJUSTRA poderão Parágrafo único. Todos os processos em que


fazer sustentação oral nos feitos em que o Ministério Público do Trabalho seja parte
seja parte e no julgamento administrativo ou tenha atuado na forma do parágrafo úni-
de questão que envolva interesse coletivo co do art. 89 deste Regimento deverão ser
dos Magistrados e Servidores da Região. remetidos obrigatoriamente à Procuradoria
Regional do Trabalho da 14ª Região, após a
publicação do acórdão.
Art. 147. Assinados, os acórdãos terão suas con-
CAPÍTULO V clusões e ementas publicadas no órgão oficial,
DAS AUDIÊNCIAS em 48 (quarenta e oito) horas, contendo dados
que identifiquem o número e a classe proces-
Art. 140. As audiências para a instrução e julga- sual, o órgão julgador, a origem e os nomes do
mento dos feitos da competência originária do Relator ou Prolator, das partes e de seus procu-
Tribunal serão públicas e realizadas nos dias e radores.
horas designados pelo Magistrado a quem cou-
ber a instrução do processo, presente o Secretá- § 1º Considera-se como data de publicação
rio do Pleno. o dia útil seguinte ao da divulgação da in-
formação no Diário Eletrônico da Justiça do
Art. 141. O Secretário do Pleno mencionará na Trabalho da 14ª Região.
ata os nomes das partes e advogados presentes,
as citações, intimações, requerimentos verbais § 2º Os prazos processuais relativos aos atos
e todos os demais atos e ocorrências. publicados eletronicamente terão início no
primeiro dia útil que seguir ao considerado
Art. 142. Com exceção dos advogados, ninguém como data da publicação. § 3º A ciência dos
se retirará da sala a que haja comparecido a ser- atos processuais será feita diretamente ao
viço, sem permissão do Magistrado que presidir interessado nos casos em que houver de-
a audiência. terminação expressa em lei, bem como na-
Art. 143. O Magistrado condutor manterá a or- queles em que a parte estiver postulando
dem na audiência, observando o disposto no in- desacompanhada de advogado.
ciso IV do art. 27 deste Regimento. Art. 148. A publicação dos acórdãos dos pro-
Art. 144. A abertura e o encerramento da audi- cessos de competência do Pleno ou das Turmas
ência serão apregoados em voz alta. incumbe ao respectivo Secretário, sendo-lhes
vedado efetuar correções ou modificações nos
textos dos arquivos que lhes forem eletronica-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1877
mente enviados pelo Gabinete do Relator ou Público do Trabalho, inclusive quando for parte
Prolator designado. suscitante, pelo prazo de 05 (cinco) dias, para,
posteriormente, enviá-lo a julgamento, na pri-
Art. 149. A republicação de acórdão somente meira sessão do Tribunal.
será feita quando autorizada por despacho do
Presidente do Tribunal. Art. 156. Prolatada a decisão, comunicar-se-
-á, imediatamente, às autoridades conflitantes,
Art. 150. REVOGADO devendo prosseguir o feito no Juízo declarado
competente.

TÍTULO IV Parágrafo único. Da decisão do conflito não


caberá recurso.
Dos Processos sobre Competência Art. 157. Nos conflitos suscitados entre os Ór-
gãos da Justiça do Trabalho e os de outra Jus-
CAPÍTULO ÚNICO tiça, os autos serão remetidos diretamente ao
Superior Tribunal de Justiça, após instrução com
DOS CONFLITOS DE as provas e a informação da autoridade que o
COMPETÊNCIA E DE ATRIBUIÇÕES encaminhar.
Art. 151. Dar-se-á o conflito nos casos previstos
na legislação processual, sendo o de competên-
cia entre autoridades judiciárias e o de atribui- TÍTULO V
ções entre autoridades judiciárias e entre estas
e as administrativas, podendo ser suscitado pela Da Declaração de
parte interessada, desde que não tenha oposto Inconstitucionalidade de Lei ou de
exceção de incompetência do Juízo, pelo Minis- Ato Normativo do Poder Público
tério Público ou por qualquer das autoridades
conflitantes. Art. 158. Se por ocasião do julgamento de qual-
quer feito, perante o Tribunal Pleno ou Turma,
Art. 152. Os autos de conflito de competência verificar-se que é imprescindível decidir-se so-
serão imediatamente distribuídos e encaminha- bre arguição de inconstitucionalidade de lei ou
dos ao Relator. ato normativo do Poder Público, o julgamento
Parágrafo único. Deverão ser instruídos será suspenso.
com os documentos necessários à sua pro- Parágrafo único. A arguição de inconstitu-
va, ou com a remessa dos próprios autos, se cionalidade poderá ser suscitada pelo Re-
assim o entender o processante. lator, por qualquer Magistrado participante
Art. 153. Sempre que necessário, o Relator da sessão ou a requerimento do Ministério
mandará ouvir as autoridades em conflito, no Público do Trabalho, após concluído o rela-
prazo de 10 (dez) dias. tório.

Art. 154. O Relator poderá, de ofício ou a reque- Art. 159. Suscitada a inconstitucionalidade e
rimento de qualquer das partes, determinar, ouvido o Ministério Público do Trabalho, a ar-
quando o conflito for positivo, que seja sobres- guição será apreciada pelo respectivo Colegia-
tado o processo e, no caso de conflito negativo, do, para decidir sobre sua relevância.
designar um dos órgãos envolvidos para resol- § 1º Se a arguição for rejeitada, prosseguirá
ver, em caráter provisório, as medidas urgentes. o julgamento quanto às demais matérias do
Art. 155. Prestadas ou não as informações, o feito.
Relator dará vista do processo ao Ministério

1878 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

§ 2º Se for acolhida a arguição suscitada pe- Parágrafo único. Ocorrendo nova alegação
rante o Tribunal Pleno, este apreciará a ma- de inconstitucionalidade da mesma lei ou
téria de imediato. do mesmo ato do Poder Público, não pode-
rão as Turmas considerá-la para efeito de
§ 3º Sendo acolhida a arguição suscitada encaminhamento do processo ao Tribunal
perante a Turma, os autos serão, mediante Pleno, salvo se demonstrado que o Tribunal
acórdão circunstanciado da questão, reme- Superior do Trabalho ou o Supremo Tribu-
tidos ao Tribunal Pleno. nal Federal tenham julgado contrariamente
Art. 160. A decisão que declarar imprescindí- ao decidido pelo Pleno.
vel ou irrelevante o pronunciamento prévio do
Tribunal Pleno sobre a inconstitucionalidade de
lei, de disposição nela contida ou de ato norma- TÍTULO VI
tivo do Poder Público, bem como a decisão fi-
nal do Pleno, são insuscetíveis de recurso nessa Das Ações de
fase, sem prejuízo de recurso próprio e cabível Competência Originária
no processo em que se originou a arguição inci-
dental.
Art. 161. Somente pelo voto da maioria abso- CAPÍTULO I
luta de seus membros poderá o Tribunal Pleno DO HABEAS CORPUS
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato E DO HABEAS DATA
normativo do Poder Público, na forma da Cons-
tituição Federal. Art. 164. Impetrado habeas corpus, será ime-
diatamente distribuído ao Relator, que poderá
§ 1º Não atingida a maioria de que trata o
requisitar ao apontado coator a prestação de
caput, será rejeitada a arguição, prosse-
informações, no prazo de 48 (quarenta e oito)
guindo o julgamento do feito pelo Tribunal
horas, podendo, ainda:
Pleno ou retornando à Turma, conforme o
caso. I – nomear advogado para acompanhar e
defender oralmente o pedido, se o impe-
§ 2º Se não for alcançada a maioria abso-
trante não for bacharel em Direito;
luta necessária à declaração de inconstitu-
cionalidade, estando ausentes Magistrados II – ordenar diligências necessárias à instru-
em número que possa influir no resultado ção do pedido;
do julgamento, este será suspenso, a fim de
aguardar-se o comparecimento dos Magis- III – ordenar a soltura do paciente ou, se
trados ausentes, até que se atinja o quó- convier ouvi-lo, determinar sua apresenta-
rum. ção à sessão de julgamento;

Art. 162. Resolvida a questão constitucional, o IV – no habeas corpus preventivo, expedir


julgamento do mérito dar-se-á de acordo com o salvo-conduto a favor do paciente, até deci-
que houver sido decidido quanto à referida pre- são do feito, se houver grave risco de consu-
judicial. mar-se a violência.

Art. 163. A decisão declaratória de inconstitu- Art. 165. Instruído o processo e ouvido o Minis-
cionalidade de lei ou de ato normativo do Poder tério Público do Trabalho, em 02 (dois) dias, o
Público, observadas as exigências regimentais, Relator o colocará em mesa para julgamento,
motivará a edição de súmula. imediatamente, na primeira sessão do Tribunal
Pleno.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1879
Art. 166. A decisão concessiva de habeas corpus CAPÍTULO II
será imediatamente comunicada às autoridades DO MANDADO DE SEGURANÇA
a quem couber cumpri-la, sem prejuízo da re-
messa de cópia do acórdão. Art. 173. A petição inicial do mandado de segu-
Parágrafo único. A comunicação, mediante rança, em duplicata, deverá preencher os requi-
ofício ou qualquer outro meio idôneo, bem sitos legais, indicando, além da autoridade co-
como o salvo-conduto, em caso de ameaça atora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual
de violência ou coação, serão firmados pelo se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.
Relator. § 1º A segunda via da inicial será instruída
Art. 167. O carcereiro ou o diretor da prisão, com as cópias de todos os documentos que
o escrivão, o oficial de justiça ou a autoridade acompanharem a primeira. Havendo litis-
judiciária, policial ou militar, que embaraçar ou consortes, deverão ser fornecidas as cópias
procrastinar o encaminhamento do pedido de suficientes para a devida citação.
habeas corpus, ou as informações sobre a causa § 2º Não sendo fornecidas as cópias para ci-
da violência, coação ou ameaça, serão multados tação dos litisconsortes, deverá o impetran-
na forma da legislação processual vigente, sem te ser intimado para fornecê-las no prazo
prejuízo de outras sanções penais ou adminis- de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de
trativas. indeferimento.
Art. 168. Havendo desobediência ou retarda- § 3º Se o impetrante afirmar que o docu-
mento abusivo no cumprimento da ordem de mento necessário à prova de suas alegações
habeas corpus, de parte do detentor ou carce- se ache em repartição ou estabelecimento
reiro, caberá ao Relator tomar as providências público, ou em poder de autoridade que
necessárias ao cumprimento da decisão, com lhe recuse certidão, ou de terceiro, caberá
emprego dos meios legais cabíveis. ao Relator, preliminarmente, por ofício, re-
Art. 169. Se, pendente o processo de habeas quisitar a exibição do original ou fotocópia
corpus, cessar a violência ou coação, julgar-se-á autenticada, no prazo de 10 (dez) dias. Caso
prejudicado o pedido. a recusa seja da autoridade indicada como
coatora, a requisição se fará no próprio ins-
Art. 170. Quando o pedido for manifestamente trumento da notificação. O Diretor de Se-
incabível, ou for manifesta a incompetência do cretaria extrairá cópias do documento para
Tribunal para dele conhecer originariamente, juntá-las a segunda via da petição
ou for reiteração de outro com os mesmos fun-
damentos, o Relator o indeferirá liminarmente. Art. 174. Quando o mandado de segurança for
impetrado contra decisão do Tribunal ou ato do
Art. 171. Aplicam-se ao processo de habeas cor- Presidente, proferido em matéria administrativa
pus as normas do Código de Processo Penal. que envolva Desembargador, será julgado pelo
Tribunal Pleno, com inclusão em pauta para a
Art. 172. No processo de habeas data, a trami- sessão especialmente convocada e previamente
tação observará o procedimento previsto na Lei publicada.
n. 9.507, de 12 de novembro de 1997.
Art. 175. A petição inicial poderá ser indeferida
de plano pelo Relator, por decisão motivada,
não sendo hipótese de mandado de segurança
ou quando lhe faltar algum dos requisitos legais
ou quando decorrido o prazo legal para a impe-
tração, devendo os autos ser remetidos ao Juízo

1880 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

competente, se manifesta a incompetência do Art. 178. Havendo oficiado o Ministério Públi-


Tribunal. co do Trabalho, o processo irá a julgamento, na
primeira sessão que se seguir após o ”visto“ do
§ 1º Nos casos do caput, serão dispensadas Relator.
as informações da autoridade coatora e a
interveniência do Ministério Público do Tra- Art. 179. Comunicar-se-á à autoridade coatora,
balho. pelo meio mais rápido, a concessão ou a sus-
pensão de liminar, assim como o resultado do
§ 2º Do despacho de indeferimento liminar julgamento do mandado de segurança, compro-
cabe agravo regimental, assegurado o direi- vando-se nos autos a comunicação.
to de sustentação oral perante o Tribunal.
Art. 180. Não cabe condenação em honorários
Art. 176. Distribuído o feito e despachada a advocatícios na ação de mandado de segurança,
inicial em 48 (quarenta e oito) horas, o Relator sem prejuízo da aplicação de sanções no caso
mandará notificar a autoridade coatora, me- de litigância de má-fé.
diante ofício acompanhado da segunda via da
petição, instruída com as cópias dos documen-
tos, a fim de que preste informações, no prazo
improrrogável de 10 (dez) dias. CAPÍTULO III
§ 1º O Relator deverá, ainda, dar ciência do DA AÇÃO RESCISÓRIA
feito ao órgão de representação judicial da
pessoa jurídica interessada, enviando-lhe Art. 181. Caberá ação rescisória das decisões de
cópia da inicial, sem documentos, para que, mérito transitadas em julgado proferidas pelos
querendo, ingresse no feito. Juízes das Varas do Trabalho e dos acórdãos do
Tribunal, nos casos previstos na legislação pro-
§ 2º Se o Relator entender relevante e fun- cessual civil compatíveis com o processo do tra-
dado o pedido, e do ato impugnado puder balho.
resultar a ineficácia da medida, caso venha
a ser deferida pelo Tribunal, poderá con- Parágrafo único. A injustiça da sentença ou
ceder liminar suspendendo sua execução, acórdão e a má apreciação da prova ou er-
sendo facultado exigir do impetrante cau- rônea interpretação de fatos não autorizam
ção, fiança ou depósito, com o objetivo de o exercício da ação rescisória.
assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. Art. 182. A ação rescisória será interposta por
§ 3º Se o ato impugnado for decisão que já petição escrita, obedecido o que a respeito dis-
não possa ser modificada pela autoridade põem os arts. 282 e 283 do Código de Processo
coatora, dispensará o Relator o pedido de Civil, devendo o autor cumular o pedido de res-
informações. cisão, se for o caso, com o de novo julgamento
da causa.
§ 4º Somente em casos especialíssimos, a
critério do Tribunal, serão requisitados os § 1º A petição inicial, com seus respectivos
autos originários, nos quais se encontrem documentos, acompanhar-se-á de tantas
os fundamentos do ato impugnado, jurisdi- cópias quantos forem os réus.
cional ou não. § 2º Para o ajuizamento da ação, exige-se o
Art. 177. Parágrafo único. A Secretaria do Tribu- depósito prévio de 20% do valor da causa,
nal Pleno deverá efetuar o controle dos proces- salvo prova de miserabilidade jurídica do
sos remetidos ao Ministério Público, certifican- autor.
do a extrapolação do prazo previsto no caput do Art. 183. Proposta a ação, será feita a distribui-
art. 12 da Lei n. 12.016/2009. ção, nos termos deste Regimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1881
Art. 184. O Relator indeferirá a petição inicial lator e ao Revisor, e, posteriormente, incluí-
nos casos previstos no Código de Processo Civil, dos em pauta para julgamento.
cabendo agravo regimental de sua decisão.
Art. 188. O ajuizamento da ação rescisória não
Art. 185. Atendidos os pressupostos legais, ao impede o cumprimento da sentença ou acórdão
Relator compete: rescindendo, ressalvada a concessão de medi-
das de natureza cautelar ou antecipatória de
I – ordenar as citações, notificações e inti- tutela, se imprescindíveis e sob os pressupostos
mações requeridas; previstos em lei.
II – processar todas as questões incidentes; Art. 189. Para cumprimento e execução, o acór-
III – receber ou rejeitar, in limine, as exce- dão da rescisória e a certidão de julgamento ins-
ções opostas, designar audiência especial truirão os autos da ação que lhes deu origem.
para a produção de provas, se requeridas
ou lhe parecerem necessárias; CAPÍTULO IV
IV – submeter a lide a julgamento antecipa- DOS DISSÍDIOS COLETIVOS
do, quando for o caso;
Seção I
V – delegar competência a Juiz de primei- DOS DISSÍDIOS COLETIVOS DE
ro grau do local onde deva ser produzida a
NATUREZA ECONÔMICA
prova, fixando prazo para a devolução dos
autos, se for o caso; Art. 190. Frustrada, total ou parcialmente, a au-
VI – pedir dia para julgamento das questões tocomposição dos interesses coletivos ou a ar-
incidentes e das exceções opostas, quando bitragem, poderá ser ajuizada ação de dissídio
regularmente processadas; coletivo.

VII – mandar ouvir o Ministério Público do Art. 191. Recebida e protocolada a petição de
Trabalho sempre que necessário e, em to- dissídio coletivo, revisão ou extensão de dissídio
dos os casos, após as alegações finais das coletivo, estando regular a representação, será
partes. designada audiência de conciliação, no prazo
máximo de 10 (dez) dias.
Art. 186. Feita a citação, o Réu, no prazo mar-
cado pelo Relator, e que não poderá ser inferior § 1º Verificando o Presidente que a petição
a 15 (quinze) dias, nem superior a 30 (trinta), não preenche os requisitos da lei ou está
apresentará a contestação. em desacordo com as instruções em vigor,
ou, ainda, que apresenta defeitos e irregu-
Parágrafo único. Contestada a ação, ou laridades capazes de dificultar sua aprecia-
transcorrido o prazo, o Relator fará o sane- ção, determinará que o suscitante a emen-
amento do processo, deliberando sobre as de ou complete, no prazo de 10 (dez) dias.
provas requeridas.
§ 2º Não cumprida a diligência, o processo
Art. 187. Ultimada a fase probatória, será aber- será extinto sem resolução de mérito.
ta vista dos autos, sucessivamente, ao Autor
e ao Réu, para razões finais, pelo prazo de 10 3 º A citação far-se-á por via postal, por
(dez) dias. meio de registro em AR. Nos casos de ur-
gência, poderá ser feita por oficial de justi-
Parágrafo único. Findo o último prazo, ou- ça, fac-símile ou outro meio eletrônico.
vido o Ministério Público do Trabalho, serão
os autos conclusos respectivamente, ao Re- § 4º Será assegurado ao suscitado prazo
não inferior a 5 (cinco) dias para responder

1882 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

aos termos da representação, salvo nos ca- § 3º A instrução dos processos de dissídio
sos em que estejam em risco necessidades coletivo, revisão ou extensão de dissídio co-
inadiáveis da comunidade e seja necessário, letivo deverá ser concluída no prazo de 30
a juízo do Presidente do Tribunal, a aprecia- (trinta) dias.
ção do dissídio em caráter de urgência.
§ 4º Inexistindo acordo, e respeitados os pra-
Art. 192. O pedido de instauração de dissídio co- zos de 20 (vinte) para o Relator, o feito será
letivo de natureza econômica, devidamente fun- incluído em pauta para julgamento imediato.
damentado, atenderá ao disposto no artigo 858
da CLT, bem como às instruções expedidas pelo § 5º A publicação dos acórdãos em dissídios
Tribunal Superior do Trabalho, devendo vir acom- coletivos, de revisões de dissídios coletivos e
panhado, se for o caso, de certidão ou cópia au- de extensões de decisões terá preferência e
tenticada do último aumento salarial concedido será realizada independentemente da publi-
à categoria profissional. cação de outros processos.

§ 1º Na impossibilidade de encerramento § 6º Nos casos de urgência, Relator examinará


da negociação coletiva antes do termo final os autos de modo a possibilitar o julgamento
da convenção, acordo ou sentença normati- imediato do dissídio, que poderá ser colocado
va em vigor, a entidade interessada poderá em pauta preferencial sobretudo na ocorrên-
formular protesto judicial, em petição enca- cia ou iminência de paralisação do trabalho.
minhada ao Presidente do Tribunal, a fim de Alterado a redação dos §§ 4º e 6º do art. 193,
preservar a data-base da categoria. através da RA N. 090/2013 Publicada no Diá-
rio Oficial Eletrônico em 29/08/2013.
§ 2º Deferido o protesto judicial, o dissídio
coletivo será ajuizado no prazo máximo de Art. 194. Na apreciação dos processos de dissí-
30 (trinta) dias, contado da intimação da de- dio, os Magistrados proferirão seus votos, cláu-
cisão, sob pena de perda da eficácia da me- sula a cláusula, podendo alterá-los, até a procla-
dida. mação final do julgamento, quando entenderem
seja necessário para assegurar que a sentença
§ 3º Os mesmos requisitos do caput deverão normativa, no seu conjunto, traduza a justa com-
ser observados no pedido de revisão de nor- posição dos interesses coletivos em conflito.
ma coletiva em vigor há mais de um ano.
Art. 195. Noticiando os autos a paralisação do
Art. 193. A audiência será conduzida pelo Presi- trabalho, em decorrência de greve em serviços
dente do Tribunal ou pela autoridade competen- ou atividades essenciais, o Presidente do Tribu-
te a quem delegar a instrução do feito. nal ou o Relator poderá expedir ato dispondo
sobre o atendimento das necessidades inadiá-
§ 1º Comparecendo as partes ou seus re- veis da comunidade.
presentantes, o Presidente os convidará à
conciliação. Não havendo acordo, colhida a Art. 196. Tratando-se de dissídio em localidade fora
contestação e documentos, os autos serão da sede do Tribunal, caberá à autoridade delega-
remetidos ao Ministério Público para mani- da tomar as providências devidas, na tentativa da
festação. Retornando os autos, serão distri- conciliação; inexistindo acordo, elaborará relatório
buídos a um Relator que continuará a instru- circunstanciado, com a maior brevidade possível,
ção do dissídio se entender necessário. encaminhando os autos ao Presidente do Tribunal,
indicando a solução que lhe parecer conveniente.
§ 2º Havendo acordo, o Presidente o subme-
terá ao Tribunal para homologação, na próxi- Art. 197. A sentença normativa conterá indica-
ma sessão. ção da data de sua entrada em vigor, observa-
dos os requisitos legais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1883
Art. 198. O acordo judicial homologado no pro- do Trabalho, salvo em se tratando de causa
cesso de dissídio coletivo, envolvendo a totali- de alçada;
dade ou parte das pretensões, tem força de de-
cisão irrecorrível para as partes. II – reexame necessário;
III – agravo de petição;
Seção II
DOS DISSÍDIOS IV – agravo de instrumento;
COLETIVOS DE GREVE V – agravo (art. 557 do CPC).
Art. 199. Nos dissídios coletivos de greve, rece-
bida e protocolada a petição, o Presidente de-
signará audiência de conciliação, a realizar-se CAPÍTULO II
dentro de 05 (cinco) dias, intimando-se as par-
DO RECURSO ORDINÁRIO
tes na forma da lei.
Parágrafo único. Se a paralisação se der em Art. 203. O Recurso Ordinário será distribuído
atividade essencial, a audiência será desig- automaticamente, na forma deste Regimento,
nada para a primeira data desimpedida. e, após, concluso ao Relator, pelos prazo de 20
(vinte) dias, para a aposição do seu visto, sendo,
Art. 200. Os prazos para relatório e revisão do em seguida, incluído em pauta para julgamento.
feito serão, respectivamente, de 24 (vinte e qua- Alterado a redação do art. 203, através da RA N.
tro) horas, devendo o julgamento ser realizado, 090/2013 Publicada no Diário Oficial Eletrônico
com preferência, na primeira sessão possível e em 29/08/2013.
publicado de imediato o competente acórdão.
Art. 204. Os processos de competência recursal
Seção III do Tribunal retornarão à instância de origem, in-
DOS DISSÍDIOS COLETIVOS DE dependentemente de despacho, imediatamen-
te após o trânsito em julgado das respectivas
NATUREZA JURÍDICA E DAS AÇÕES decisões.
ANULATÓRIAS DE CONVENÇÃO OU
ACORDO COLETIVO
Art. 201. Aos dissídios coletivos de natureza ju- CAPÍTULO III
rídica e às ações anulatórias de convenções ou DO RECURSO ORDINÁRIO EM
acordos coletivos aplica-se, no que couber, o PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
disposto neste capítulo.
Art. 205. No Recurso Ordinário em Rito Suma-
TÍTULO VII ríssimo, o Relator disporá do prazo de 10 (dez)
dias, para a aposição do visto, sendo, em segui-
Dos Recursos para o Tribunal da, remetido ao setor competente, para inclu-
são na primeira pauta de julgamento.
Art. 206. As certidões de julgamento, quando
CAPÍTULO I
servirem de acórdãos, serão lavradas conforme
DAS ESPÉCIES DE RECURSOS o disposto no art. 148 deste Regimento e, em
seguida, publicadas.
Art. 202. Para o Tribunal são admissíveis os se-
guintes recursos: § 1º À exceção da hipótese de não-provi-
mento do recurso pelos fundamentos da
I – recurso ordinário das decisões definiti-
própria sentença, para efeito do disposto no
vas ou terminativas proferidas pelas Varas

1884 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

caput deste artigo, o Gabinete do Relator § 1º Só será recebido o agravo, se houver


ou Prolator remeterá ao Secretário da Tur- delimitação justificada das matérias e dos
ma, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, valores impugnados.
as razões de decidir.
§ 2º O agravo será processado nos autos
§ 2º Havendo provimento parcial do re- principais.
curso, além da parte dispositiva, poderão
constar da certidão de julgamento apenas Art. 211. Sempre que o inconformismo do agra-
as respectivas razões e o registro de que, no vante não compreender a integralidade do valor
mais, negou-se acolhida pelos fundamentos devido, decidirá o Juiz da Execução, a requeri-
da própria sentença. mento da parte interessada, sobre a extração de
Carta de Sentença ou formação de instrumen-
Art. 207. O Ministério Público do Trabalho, que- to, para subida do agravo, de modo a permitir o
rendo, oferecerá parecer oral, com registro na prosseguimento da execução no que concerne
certidão de julgamento. aos valores incontroversos.
Art. 212. Após o visto do Relator, o feito será
CAPÍTULO IV incluído em pauta de julgamento, sendo irre-
corrível a decisão, salvo na hipótese de viola-
DO REEXAME NECESSÁRIO
ção direta e literal de norma constitucional. Al-
Art. 208. O reexame necessário, após autuação, terado a redação do art. 212, através da RA N.
será remetido ao Ministério Público do Trabalho 090/2013 Publicada no Diário Oficial Eletrônico
e terá procedimento idêntico ao do recurso or- em 29/08/2013.
dinário quanto à distribuição, prazo para aposi- Art. 213. Cabe, ainda, agravo de petição das de-
ção dos vistos e julgamento. cisões proferidas em embargos de terceiro, o
Art. 209. Caberá decisão monocrática com rejei- qual será sempre processado dentro dos autos
ção liminar da remessa necessária sempre que: dos embargos.

I – a condenação, ou o direito controverti- Art. 214. Ao agravo de petição interposto em


do, for de valor certo não excedente a 60 processo sujeito ao rito sumaríssimo aplicam-se
(sessenta) salários mínimos, bem como no os prazos e procedimentos idênticos ao recurso
caso de procedência dos embargos do de- ordinário do mesmo rito.
vedor na execução de dívida ativa do mes-
mo valor;
CAPÍTULO VI
II – quando a sentença estiver fundada em DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
jurisprudência do plenário do Supremo Tri-
bunal Federal ou em Súmula ou Orientação Art. 215. O Agravo de Instrumento será distribu-
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Tra- ído automaticamente e autuado de forma vin-
balho. culada ao processo originário.
§ 1º Caberá à parte interessada instruir de-
CAPÍTULO V vidamente o recurso de agravo de instru-
DO AGRAVO DE PETIÇÃO mento, obrigatoriamente, com cópias da
decisão agravada, da certidão da respectiva
Art. 210. Caberá agravo de petição das decisões intimação, e das procurações outorgadas
proferidas pelo Juízo da Execução, no prazo de aos advogados do agravante e do agravado;
08 (oito) dias, a contar da data em que a parte da petição inicial, da contestação, da deci-
for notificada da decisão agravável. são originária, da comprovação do depósi-
to recursal e do recolhimento das custas e,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1885
facultativamente, com outras peças que o b) do despacho do Presidente que resolver
agravante entender úteis. definitivamente pedido de requisição de
pagamento de importâncias devidas pela
§ 2º As peças trasladadas serão autentica- Fazenda Pública;
das e conterão informações que identifi-
quem o processo do qual foram extraídas. c) dos despachos dos Presidentes de Tur-
Tais peças poderão ser declaradas autênti- mas, contrários às disposições regimentais;
cas pelo próprio advogado, sob sua respon-
sabilidade pessoal. d) das decisões do Corregedor Regional,
em correição parcial; Modificado a redação
§ 3º Não será válida a cópia de despacho ou da alínea “d” do art. 218, Através da RA Nº
decisão que não contenha a assinatura do 0056/2012, Publicada no Diário Oficial Ele-
Magistrado prolator, nem as certidões subs- trônico em 28/05/2012
critas por serventuário sem as informações
necessárias. e) dos despachos dos Relatores que indefe-
rirem liminarmente a petição inicial ou que
Art. 216. Cumpre à parte interessada providen- concederem ou denegarem liminares em
ciar a correta formação do instrumento, sob ações da competência do órgão.
pena de não conhecimento, podendo o Relator
denegar seguimento por despacho. A omissão II – para as Turmas, dos despachos mono-
não comporta determinação de emenda ou cráticos do Relator que decidirem pedidos
conversão em diligência para suprir a ausência de concessão dos benefícios da justiça gra-
de peças, ainda que essenciais. tuita, ou que concederem ou denegarem
liminares em ações cautelares alusivas a
Art. 217. Provido o Agravo de Instrumento, a processos sob sua apreciação, ou quando
Turma deliberará sobre o julgamento do recurso contrários às disposições regimentais.
principal, observando-se, se for o caso, daí em
diante, o procedimento relativo a esse recurso. Art. 219. O agravo regimental, após protocolado
no Tribunal e juntado aos autos principais, será
TÍTULO VIII concluso ao Magistrado prolator do despacho
agravado, que poderá reconsiderar o seu ato
ou submetê-lo ao julgamento do Plenário ou da
Dos Recursos das
Turma, a quem caiba a competência, na sessão
Decisões Proferidas no Tribunal seguinte, observado o disposto no art. 109, VI,
deste Regimento.
CAPÍTULO I § 1º Quando se tratar de agravo regimen-
DO AGRAVO REGIMENTAL tal em face de despacho do Presidente que
resolver definitivamente pedido de requisi-
Art. 218. Cabe Agravo Regimental, oponível no ção de pagamento de importâncias devidas
prazo de 8 (oito) dias, contados da intimação ou pela Fazenda Pública, a autuação do recurso
publicação no órgão oficial: Alterado a redação será em autos apartados, cabendo à parte
do Art. 218, através da RA Nº 103/2013, Publica- recorrente apresentar cópias necessárias
da no Diário Oficial Eletrônico em 26/09/2013. que possibilitem a apreciação do mérito da
matéria, sendo:
I – para o Tribunal Pleno:
I – obrigatoriamente, cópia da decisão agra-
a) das decisões do Presidente do Tribunal vada e da petição que lhe deu origem, se for
de que não caibam outros recursos previs- o caso; da certidão da respectiva intimação;
tos em lei e neste Regimento; das procurações outorgadas aos advogados
do agravante e do agravado; da petição ini-

1886 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

cial; da contestação; das decisões transita- § 4º No julgamento do agravo não haverá


das em julgado nas fases de conhecimento sustentação oral, salvo quanto ao mérito do
e execução; e da conta de liquidação homo- recurso principal, quando provido aquele.
logada;
Art. 223. Julgado o agravo manifestamente inad-
II – facultativamente, com outras peças que missível ou infundado, o agravante será condena-
o agravante reputar úteis ao deslinde da do a pagar ao agravado multa de 1 (um) a 10 (dez)
matéria de mérito controvertida. por cento, fixada sobre o valor corrigido da causa,
ficando a interposição de qualquer outro recurso
Art. 220. O agravo regimental não terá efeito condicionada ao depósito do respectivo valor.
suspensivo.
Art. 221. O Prolator do despacho agravado, com
direito a voto, redigirá o respectivo acórdão; se
a decisão agravada for reformada pelo Colegia- CAPÍTULO III
do, será designado redator do acórdão o Magis- DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
trado cuja tese tenha prevalecido.
Art. 224. Os embargos de declaração serão
§ 1º Se a decisão recorrida for do Presiden- opostos e processados na forma do art. 897-A
te ou Corregedor do Tribunal, o agravo será da CLT e dos arts. 535 a 538 do CPC.
distribuído a Relator.
Art. 225. Os embargos serão opostos, no prazo
§ 2º Em caso de afastamento do Relator, de 5 (cinco) dias, da data da publicação do acór-
será observado o disposto nos artigos 52 e dão, em petição dirigida ao Relator, sorteado
97 deste Regimento. ou designado, com indicação do ponto obscuro,
contraditório ou omisso (art. 536 do CPC), não
estando sujeitos a preparo.

CAPÍTULO II § 1º Será, desde logo, indeferida, por des-


DO AGRAVO (art. 557 do CPC) pacho irrecorrível, a petição que não indicar
o ponto a ser declarado.
Art. 222. Das decisões monocráticas que indefe- § 2º O Relator do acórdão apresentará os
rirem o processamento ou derem provimento a embargos em mesa, na primeira sessão or-
recursos, conforme os casos previstos no artigo dinária seguinte, fazendo relatório e profe-
557 e parágrafos do CPC, caberá agravo para o rindo seu voto.
Colegiado respectivo, no prazo de 8 (oito) dias.
Art. 226. Os embargos de declaração interrom-
§ 1º O agravo, que independe de preparo, pem o prazo para interposição de outros recur-
será processado nos autos principais, de- sos, por qualquer das partes.
vendo o setor competente fazer a identifi-
cação, em sobrecapa, da palavra “Agravo”, § 1º Quando declarados manifestamente
com sigla “Ag”, observando o registro do protelatórios os embargos, o Órgão Julga-
novo recurso para fins estatísticos. dor condenará o embargante a pagar ao
embargado multa não excedente de 1% (um
§ 2º Mantida a decisão, os autos deverão por cento) sobre o valor da causa. Na reite-
ser apresentados em mesa, sem contrami- ração de embargos protelatórios, a multa
nuta, proferindo o Relator o seu voto. é elevada até 10% (dez por cento), ficando
§ 3º Provido o agravo, o recurso terá segui- condicionada a interposição de qualquer
mento. outro recurso ao depósito do valor respec-
tivo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1887
§ 2º Havendo afastamento ou impedimento cia originária, no prazo de 08 (oito) dias, conta-
superveniente do Relator, será observado o do da publicação do acórdão no órgão oficial.
procedimento previsto no art. 52 deste Regi-
mento. Art. 229. Admite-se Recurso Ordinário das deci-
sões proferidas em:
§ 3º Quando uma das partes postular efeito
modificativo do acórdão, mediante os em- I – dissídio coletivo;
bargos de declaração, e sendo plausível a II – agravo regimental, salvo nas decisões
hipótese de o Relator imprimi-lo, será aber- proferidas em reclamações correicionais;
ta vista dos autos às partes contrárias para,
no prazo de 5 (cinco) dias, se manifestarem. III – ação rescisória;
Alterado a redação §3º do art. 226, através IV – medida cautelar;
da RA N. 090/2013 Publicada no Diário Ofi-
cial Eletrônico em 29/08/2013. V – mandado de segurança;
§ 4º Os embargos de declaração serão jul- VI – habeas corpus;
gados na sessão seguinte à devolução dos
autos pelo Relator. VII – habeas data;

§ 5º Os embargos em que há plausibilidade VIII – ação declaratória;


de acolhimento de efeito modificativo de- IX – ação anulatória.
verão ser incluídos em pauta.
§ 1º O recurso ordinário estará sujeito ao
TÍTULO IX preparo, na forma da lei.

Dos Recursos para o Tribunal § 2º Admitido o recurso, a parte recorrida


será notificada a oferecer contrarazões, se-
Superior do Trabalho guindo os autos à instância superior ao tér-
mino do prazo legal.
CAPÍTULO I § 3º Do despacho que denegar seguimento
DAS ESPÉCIES DE RECURSO ao recurso será intimado o recorrente.

Art. 227. Das decisões do Tribunal, são admissí-


veis os seguintes recursos para o Tribunal Supe-
rior do Trabalho: CAPÍTULO III
I – recurso ordinário nas ações de compe- DO RECURSO DE REVISTA
tência originária; Art. 230. O recurso de revista, apresentado em
II – recurso de revista; petição fundamentada, dentro do prazo de 8
(oito) dias seguintes à publicação da parte dis-
III – agravo de instrumento. positiva do acórdão no órgão oficial, deverá ser
processado na forma do art. 896 da CLT, obser-
vado o disposto no art. 28, IV, deste Regimento.
CAPÍTULO II
DO RECURSO ORDINÁRIO § 1º O Vice-Presidente receberá o recurso
de revista ou denegar-lhe-á seguimento,
EM AÇÕES ORIGINÁRIAS
fundamentando, em quaisquer das hipóte-
Art. 228. Cabe Recurso Ordinário para o Tribu- ses, sua decisão.
nal Superior do Trabalho das decisões finais do
Tribunal Pleno em processos de sua competên-

1888 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

§ 2º Recebido o recurso, dar-se-á vista ao TÍTULO X


recorrido, para contra-razões, no prazo le-
gal. Dos Processos Incidentes
§ 3º Será facultado ao interessado reque-
rer a expedição de carta de sentença para a CAPÍTULO I
execução provisória da decisão, observadas
as disposições legais. DAS SUSPEIÇÕES E IMPEDIMENTOS
Art. 231. A carta de sentença será extraída de Art. 233. Os Magistrados deverão se declarar
acordo com o estabelecido no Código de Pro- impedidos ou suspeitos nos casos previstos em
cesso Civil, no que for compatível com o proces- lei. Parágrafo único. O Magistrado também po-
so trabalhista. derá dar-se por suspeito se afirmar a existência
de motivo de ordem íntima que, em consciên-
cia, o iniba de julgar.

CAPÍTULO IV Art. 234. A suspeição e o impedimento do Re-


lator poderá ser declarado previamente à Presi-
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO dência ou por despacho nos autos; neste caso,
serão remetidos ao setor competente, para re-
Art. 232. Cabe Agravo de Instrumento, no pra-
distribuição. Alterado a redação o caput do art.
zo de 08 (oito) dias, para o Tribunal Superior do
234, através da RA N. 090/2013 Publicada no Di-
Trabalho de despacho do Presidente ou do Vice-
ário Oficial Eletrônico em 29/08/2013.
-Presidente do Tribunal, observadas suas com-
petências estabelecidas neste Regimento, que Parágrafo único. Os demais Magistrados
tenha indeferido o encaminhamento do recurso declararão seu impedimento ou suspeição,
interposto contra acórdão proferido pela Turma verbalmente, na sessão de julgamento.
ou pelo Tribunal Pleno.
Art. 235. Não se declarando suspeito ou impedi-
§ 1º O Agravo de Instrumento não requer do, o Magistrado poderá ser recusado por qual-
preparo e será processado em autos apar- quer das partes.
tados.
§ 1º A arguição de suspeição ou impedi-
§ 2º Autuado, o agravo será concluso ao mento deverá ser deduzida em petição diri-
prolator do despacho agravado, para refor- gida ao Relator, assinada pela própria parte
ma ou confirmação da decisão impugnada. ou por procurador com poderes especiais, e
oposta até antes de ser anunciado o julga-
§ 3º Será certificada nos autos principais a
mento, indicando os fatos que a motivaram,
interposição do Agravo de Instrumento e
a prova documental e rol de testemunhas,
a decisão que determinou o seu processa-
se houver.
mento ou a que reconsiderou o despacho
agravado. § 2º Acatado o impedimento ou suspeição
pelo Relator do feito, será juntada a petição
§ 4º Mantido o despacho, será intimado o
com os documentos que a instruem aos au-
agravado a apresentar contrarazões rela-
tos, sendo ordenada a redistribuição des-
tivas ao agravo e, simultaneamente, ao re-
tes. Alterado a redação do § 2º do art. 235,
curso principal, juntando as peças que en-
através da RA N. 090/2013 Publicada no Di-
tender necessárias, para o julgamento de
ário Oficial Eletrônico em 29/08/2013.
ambos, encaminhando-se, após, ao Tribunal
Superior do Trabalho. Art. 236. Não aceitando a suspeição ou impe-
dimento, o Magistrado continuará vinculado à
causa, mas será suspenso o julgamento até a so-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1889
lução do incidente, que será autuado em apar- CAPÍTULO II
tado. DO INCIDENTE DE FALSIDADE
Parágrafo único. Sendo o Magistrado re-
cusado o Relator dos autos principais, será Art. 242. O incidente de falsidade será suscita-
designado Relator distinto para o incidente. do e processado perante o Relator do proces-
so principal, autuado em separado e apenso a
Art. 237. Autuada e conclusa a petição, e se re- este, que terá seu curso suspenso até a decisão,
conhecida, preliminarmente, a relevância da aplicando-se, subsidiariamente, as normas do
arguição, o Relator mandará ouvir o Magistrado processo civil atinentes à matéria.
recusado, no prazo de 03 (três) dias e, havendo
ou não resposta, prosseguirá a instrução do fei- § 1º Processado o incidente de falsidade,
to, colhendo as provas a serem produzidas. este será submetido a julgamento pela Tur-
ma ou Tribunal Pleno, conforme for o caso.
§ 1º Rejeitar-se-á, liminarmente, a arguição
de impedimento ou suspeição manifesta- § 2º A decisão declarará a falsidade ou a au-
mente improcedente. tenticidade do documento.

§ 2º Se o Magistrado recusado afirmar-se


impedido ou suspeito, ainda que por outro
fundamento, põe-se fim ao incidente. CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO DE SEGURANÇA, DE
Art. 238. Processado e instruído, o Relator leva-
rá o incidente à mesa, na primeira sessão que EXECUÇÃO DE LIMINAR, DE TUTELA
se seguir, quando se procederá ao julgamento, ANTECIPADA E DE LIMINAR EM AÇÃO
sem o voto do Magistrado recusado. CIVIL PÚBLICA
Art. 239. Acolhida a arguição, prosseguir-se-á Art. 243. O Presidente do Tribunal, nos termos
no julgamento do processo principal sem a par- da legislação vigente, a requerimento do Minis-
ticipação do Magistrado impedido ou suspeito, tério Público do Trabalho ou da pessoa jurídica
sendo nulos os atos por ele praticados, exceto de direito público interessada, em caso de ma-
os que possam ser aproveitados sem prejuízo nifesto interesse público ou de flagrante ilegiti-
para os litigantes, redistribuindo-se o feito se o midade e para evitar grave lesão à ordem, à saú-
recusado for o Relator ou Revisor. de, à segurança e à economia públicas, poderá,
Art. 240. Não se fornecerá, salvo ao arguente e mediante despacho fundamentado, suspender
ao argüido, certidão de qualquer peça do pro- a execução de liminar, de tutela antecipada e de
cesso de suspeição. liminar em ação civil pública concedidas pelos
Juízes do Trabalho nas ações movidas contra o
Art. 241. A exceção de suspeição ou de impe- Poder Público ou seus agentes.
dimento oposta a magistrado de primeiro grau
será por ele decidida, e caso não reconhecida, § 1º O Presidente, se necessário, poderá
aplicar-se-á o procedimento previsto no Código ouvir o autor em 5 (cinco) dias e, em igual
de Processo Civil. prazo, o Ministério Público do Trabalho, na
hipótese de não ter sido ele requerente da
Parágrafo único. Acolhido o impedimento medida.
ou suspeição do juiz, será designado ou-
tro magistrado, que incluirá o processo em § 2º Aplica-se o disposto neste artigo à sen-
pauta no prazo máximo de 10 (dez) dias. tença proferida em processo de ação cau-
telar inominada e à sentença concessiva de
mandado de segurança, enquanto não tran-
sitadas em julgado.

1890 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

§ 3º Do despacho que conceder ou negar a TÍTULO XI


suspensão caberá agravo regimental, sem
efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias. Das outras Espécies de Processo
§ 4º A suspensão vigorará até a sentença
enquanto pender o recurso, ficando sem CAPÍTULO I
efeito se a decisão concessiva da medida DA APLICAÇÃO DE PENALIDADES
for mantida pelo órgão julgador ou transitar
em julgado. Art. 247. Serão aplicadas, pelo Tribunal Pleno,
as penalidades estabelecidas em caso de defla-
Art. 244. Na ação civil pública, o Presidente do gração de lockout ou de greve ou demais pena-
Tribunal poderá suspender a execução de me- lidades por ato ilícito de empregador que se ne-
dida liminar (Lei n. 7.347/1985, art. 12, § 1º), o gue a reconhecer direitos tutelados legalmente
mesmo podendo ocorrer nas hipóteses de que a seus empregados, bem como quando tiver de
trata o art. 4º da Lei n. 8.437/1992. conhecer da desobediência, violação, recusa,
Parágrafo único. Da decisão que suspender falta ou coação.
a medida liminar caberá agravo regimental Parágrafo único. A aplicação de penalidade
para o Tribunal. será promovida ex officio, ou mediante re-
presentação de qualquer interessado legiti-
mado ou do Ministério Público do Trabalho.
CAPÍTULO IV Art. 248. Tomando conhecimento do fato impu-
DAS AÇÕES CAUTELARES tado, o Presidente do Tribunal mandará autuar
e distribuir o processo, cabendo ao Relator de-
Art. 245. O procedimento cautelar será admiti- terminar a notificação ao acusado para apre-
do nas hipóteses e na forma da lei processual, sentar, no prazo de 10 (dez) dias, defesa por es-
podendo ser instaurado antes ou no curso do crito, e, tanto a ele, como ao denunciante, para
processo principal, sendo deste dependente. requererem produção de provas que tiverem,
inclusive o depoimento de testemunhas, até o
§ 1º Se a medida for requerida em caráter
máximo de 05 (cinco).
preparatório, a distribuição dar-se-á para
Magistrado integrante do Pleno ou Turma, Art. 249. Encerrada a instrução, seguir-se-ão ra-
conforme seja a competência do órgão co- zões finais das partes denunciante e denuncia-
legiado para o julgamento da ação principal, da, em 05 (cinco) dias sucessivos, e, depois de
para a qual o Relator da cautelar ficará pre- ouvido o Ministério Público do Trabalho, o Re-
vento. lator, apondo seu "visto", no prazo de 10 (dez)
dias, o colocará em pauta de julgamento.
§ 2º Se for ação incidental, o pedido caute-
lar será distribuído ao Relator do processo Art. 250. Sempre que o infrator incorrer em
principal. pena criminal, far-se-á remessa das peças ne-
cessárias à autoridade competente.
Art. 246. O pedido cautelar será autuado em
apenso e processado sem interrupção do pro-
cesso principal.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. O Relator poderá apreciar DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS
a liminar e conceder a própria medida cau-
telar, nos termos da lei, ou submetê-las ao Art. 251. A restauração de autos dar-se-á de ofí-
órgão julgador competente. cio ou a pedido de qualquer das partes ou do
Ministério Público do Trabalho, devendo ser

www.acasadoconcurseiro.com.br 1891
apresentada ao Presidente do Tribunal e distri- Art. 255. Da petição inicial da correição parcial
buída, por prevenção, ao Relator do processo constará, obrigatoriamente:
desaparecido, ou ao seu substituto.
I – a qualificação do autor e a indicação da
§ 1º Aplicam-se à restauração de autos as autoridade a que se refere a impugnação;
normas do Código de Processo Civil.
II – breve exposição dos fatos com a indica-
§ 2º O Relator determinará a citação da par- ção dos fundamentos jurídicos do pedido;
te contrária, abrirá prazo para que as par-
tes apresentem, ordenadamente, cópia das III – o pedido e suas especificações.
peças de que disponham para a autuação e § 1º A petição inicial deverá ser instruída
promoverá outras diligências que sejam ne- por certidão de inteiro teor ou cópia repro-
cessárias. gráfica da decisão ou do despacho reclama-
§ 3º Concluídas as diligências, o Relator ho- do, além dos documentos indispensáveis a
mologará a restauração que se tenha pro- seu processamento, incluindo-se o manda-
cessado por consenso das partes, ou sub- to do advogado com poderes específicos,
meterá a reconstituição a julgamento do sob pena de não-conhecimento, e das pro-
órgão correspondente, caso tenha havido vas necessárias à demonstração dos fatos
contestação. alegados.

§ 4º Responderá pelas despesas de restau- § 2º A petição inicial e os documentos que a


ração o litigante que tiver dado causa ao ex- acompanham deverão ser apresentados em
travio dos autos. tantas vias quantas forem as autoridades
reclamadas.
Art. 252. Julgada a restauração, o processo reto-
mará o seu curso. Art. 256. O Corregedor indeferirá liminarmente
o pedido intempestivo ou quando entender não
Parágrafo único. Encontrados os autos ex- ser caso de correição parcial ou, ainda, quando
traviados, neles terá seguimento o proces- a petição inicial não contiver os requisitos pre-
so, trasladando-se dos autos restaurados os vistos no artigo anterior, podendo a parte inter-
atos supervenientes até então praticados e por agravo regimental.
apensando-se-lhe os autos reconstituídos.
Art. 257. Estando a petição em ordem e regu-
larmente instruída, o Corregedor a receberá,
DA CORREIÇÃO PARCIAL mandará autuá-la e ordenará a notificação da
autoridade reclamada, encaminhando-lhe cópia
Art. 253. Cabe correição parcial para corrigir da inicial e dos documentos apresentados pelo
ações, omissões, abusos e atos contrários à boa reclamante, para que se manifeste no prazo de
ordem processual, que impliquem erro de pro- 10 (dez) dias, podendo este ser prorrogado, a
cedimentos, desde que não haja recursos ou critério do Corregedor e mediante solicitação
outro meio processual específico para impugnar do Magistrado, na ocorrência de força maior ou
a inversão ou tumulto causado pelo ato do Ma- de outro motivo relevante.
gistrado.
§ 1º Poderá ser concedida decisão liminar
Art. 254. A parte que se sentir prejudicada de- se for relevante o fundamento do pedido ou
verá, por meio de advogado, apresentar a cor- quando do ato impugnado puder resultar a
reição parcial ao Desembargador-Corregedor ineficácia da medida, caso seja deferida so-
Regional, no prazo de 05 (cinco) dias, a contar mente a final.
da ciência inequívoca do ato impugnado ou da
omissão processual. § 2º O Corregedor poderá determinar a ins-
trução do pedido com as provas que enten-

1892 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

der convenientes, cientificando o autor e a II – quando houver divergência entre julga-


autoridade reclamada. dos dos órgãos do Tribunal com relação ao
julgamento de determinada matéria;
§ 3º Se o Magistrado reconsiderar o ato im-
pugnado ou suprir a omissão comunicará ao § 1º As partes e o Ministério Público do Tra-
Corregedor, perdendo a correição parcial balho podem, a qualquer tempo, antes da
seu objeto. proclamação do julgamento em sessão, sus-
citar o incidente, devidamente fundamen-
Art. 258. Finda a instrução, o Corregedor deci- tado, sem necessidade de contraditório,
dirá a correição parcial, fazendo as recomen- cuja admissibilidade será votada a começar
dações ou determinações que julgar cabíveis, pelo Relator.
se for o caso, oficiando ao Magistrado para dar
imediato cumprimento à decisão. § 2º Suscitado em sessão, se necessário,
será assegurado ao suscitante o prazo de 48
Parágrafo único. Se entender necessário, o h (quarenta e oito horas) para comprovar a
Corregedor poderá determinar a remessa divergência.
de cópia da decisão transitada em julgado a
outros Juízes Titulares de Vara do Trabalho § 3º Reconhecida a divergência no Tribunal
e Juízes do Trabalho Substitutos, para ob- Pleno ou na Turma, o Desembargador que
servância uniforme. suscitar o incidente, ou no caso dos sus-
citados pela parte, Ministério Público do
Art. 259. Se as determinações não forem acata- Trabalho ou Juiz Convocado, o primeiro De-
das, o Corregedor submeterá a questão ao Tri- sembargador que o admitir, será o Relator,
bunal Pleno, para os fins de direito. ficando o julgamento do processo suspenso
Art. 260. Aplicam-se as disposições deste capí- até a deliberação do Tribunal Pleno.
tulo, no que couber, ao pedido de providências. § 4º O Relator do incidente demonstrará
nos autos, com seu voto, a divergência e
TÍTULO XII distribuirá cópia a todos os Desembargado-
res, inclusive aos que, embora de licença ou
Da Uniformização de Jurisprudência férias, estejam em condições de participar
do julgamento.
CAPÍTULO I § 5º Ouvido o Ministério Público do Traba-
DO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO lho, o incidente será julgado pelos membros
do Tribunal, observados o quórum legal e o
DE JURISPRUDÊNCIA rito regimental, sem Revisor, nem sustenta-
Art. 261. O incidente de uniformização de juris- ção oral, votando o Presidente da sessão.
prudência reger-se-á pela legislação adjetiva co- § 6º A tese prevalecente, obtida do voto
mum, podendo ser suscitado por qualquer dos da maioria absoluta, poderá ser objeto de
Magistrados votantes na sessão, nas seguintes súmula e constituirá precedente na unifor-
hipóteses: mização da jurisprudência; a resultante do
I – nos julgamentos em que o Tribunal Ple- voto da maioria simples valerá apenas para
no funcionar com a participação de seis ou o caso em julgamento.
mais de seus membros e estiver sendo pro- § 7º Havendo empate, prevalecerá, no pro-
ferida decisão divergente de outra anterior cesso que originou o incidente, a decisão
do mesmo Tribunal, tomada esta com qual- proferida na forma do rito regimental.
quer composição;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1893
§ 8º Na hipótese do parágrafo anterior, não § 2º O relatório e o parecer deverão ser en-
se editará súmula, tampouco, existirá im- caminhados, no prazo de 30 (trinta) dias do
pedimento para uniformização da jurispru- recebimento dos temas, para deliberação
dência em julgamento ulterior no qual se do Tribunal Pleno, em pauta especificamen-
verifique idêntica divergência. te designada para tal fim.
§ 9º A decisão que acolher o incidente de Art. 264. Os projetos de edição, alteração ou
uniformização de jurisprudência ou rejeitá- cancelamento de súmulas serão considerados
-lo será irrecorrível. aprovados se obtida a maioria absoluta dos
membros efetivos do Tribunal, presentes na ses-
§ 10 Não se processará incidente quando a são.
matéria suscitada constituir tese sumulada
pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Tribu- Art. 265. As súmulas aprovadas e numeradas
nal Superior do Trabalho ou pelo próprio sequencialmente, independentemente do ano
Tribunal. em que forem editadas, serão objeto de Resolu-
ção Administrativa, que indicará a data da apro-
vação de cada uma delas e fará referência aos
precedentes que as espelham, devendo ser pu-
CAPÍTULO II blicada no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com
DA EDIÇÃO DE SÚMULA intervalo mínimo de 48 (quarenta e oito) horas
entre as publicações, entrando em vigor a partir
Art. 262. As propostas de edição, alteração ou da terceira, para todos os fins legais, em espe-
cancelamento de súmula da jurisprudência do- cial para o disposto no artigo 557 do Código de
minante deste Regional poderão ser de iniciati- Processo Civil.
va de qualquer das Turmas.
§ 1º Caberá à Secretaria do Pleno cientificar
Parágrafo único. Qualquer Desembargador os Desembargadores quando da ocorrência
poderá formular as propostas referidas no da terceira publicação.
caput deste artigo, devendo, no entanto,
encaminhá-las ao Presidente de sua respec- § 2º Por deliberação das Turmas, qualquer
tiva Turma. tema sumulado poderá ser revisto, envian-
do-se o pedido de revisão à Comissão de Ju-
Art. 263. À Comissão de Jurisprudência com- risprudência, para adequação aos trâmites
pete organizar os temas enviados e sugerir re- determinados por este Regimento.
dação, apresentando relatório circunstanciado,
bem como emitir parecer a respeito, lastreado § 3º O procedimento previsto no caput des-
nos seguintes critérios: te artigo será adotado nas hipóteses de can-
celamento ou alteração de súmula.
I – decisão das 2 (duas) Turmas no mesmo
sentido quanto à matéria, em pelo menos 4 § 4º Os verbetes cancelados ou alterados
(quatro) decisões; ou guardarão a respectiva numeração, toman-
do novos números os que forem editados.
II – decisão unânime de pelo menos 1 (uma)
Turma quanto à matéria, em 4 (quatro) ou § 5º Ouvido o Ministério Público do Traba-
mais decisões; lho, o incidente será julgado pelos membros
do Tribunal, observados o quorum legal e o
§ 1º Os acórdãos catalogados para fins de rito regimental, sem sustentação oral, vo-
edição de súmula deverão ser de Relatores tando o Presidente da sessão. Alterado a
diversos, proferidos em sessões distintas redação do § 5º art. 261, através da RA N.
com periodicidade de pelo menos 1 (um) 090/2013 Publicada no Diário Oficial Eletrô-
ano. nico em 29/08/2013.

1894 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

Art. 266. As súmulas indicarão a orientação ma- Art. 269. Deferido o pedido, os autos da execu-
joritária das Turmas, não vinculando os Magis- ção provisória serão remetidos ao Juízo da Exe-
trados de primeiro grau ou os integrantes deste cução, no qual receberão o mesmo número de
Tribunal, respeitado o disposto no artigo 557 do registro dos autos principais quanto à autuação
Código de Processo Civil. e formação, bem como observação às disposi-
ções relativas à numeração única estabelecida
Art. 267. Existindo matéria revestida de relevan- pelo Tribunal Superior do Trabalho.
te interesse público, já decidida pelo Colegiado,
poderá qualquer dos órgãos judicantes, a Co-
missão de Jurisprudência, o Ministério Público
do Trabalho, o Conselho Seccional da Ordem CAPÍTULO II
dos Advogados do Brasil ou Federação Sindical
DA EXECUÇÃO CONTRA
com base territorial no Estado de Rondônia, re-
querer ao Presidente do Tribunal a apreciação, A FAZENDA PÚBLICA
pelo Tribunal Pleno, de proposta de edição, revi-
Art. 270. As requisições para os pagamentos de-
são ou cancelamento de súmula.
vidos pela Fazenda Pública, em decorrência de
Parágrafo único. Nessa hipótese, será de- sentença judicial, far-se-ão mediante Precatório
liberada preliminarmente, por dois terços – Precat – encaminhados ao Presidente do Tri-
dos votos do Tribunal Pleno, a existência de bunal pelo Juiz da Execução, ou Requisição de
relevante interesse público. Pequeno Valor – RPV, diretamente pelo Juízo da
Execução, informando o valor total da condena-
TÍTULO XIII ção, incluídos os honorários advocatícios e peri-
ciais, as contribuições previdenciárias, o impos-
Da Execução to de renda e outros débitos, se houver.
Parágrafo único. As instruções necessárias
à formação e tramitação dos Precatórios e
CAPÍTULO I das Requisições de Pequeno Valor serão fi-
DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA xadas pela Presidência do Tribunal, segundo
as normas jurídicas aplicáveis.
Art. 268. O exequente, ao requerer a execução
provisória, instruirá a petição com cópias auten- TÍTULO XIV
ticadas das seguintes peças do processo:
I – sentença ou acórdão exequendo; Das Comissões
II – certidão de interposição do recurso não
dotado de efeito suspensivo; CAPÍTULO I
III – procurações outorgadas pelas partes; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
IV – decisão de habilitação, se for o caso; Art. 271. As Comissões podem ser permanentes
ou temporárias e colaboram no desempenho
V – facultativamente, outras peças proces- dos encargos do Tribunal, sendo constituídas
suais que considere necessárias. com finalidades específicas.
Parágrafo único. As cópias das peças do Parágrafo único. O Presidente do Tribunal
processo poderão ser declaradas autênticas poderá convidar os integrantes de qualquer
pelo próprio advogado, sob sua responsabi- comissão, com direito a voz, para compare-
lidade pessoal. cimento à sessão em que será examinada a
matéria por ela elaborada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1895
Art. 272. São Comissões Permanentes: de de quaisquer dos membros das comis-
sões, proceder-se-á à eleição de novo mem-
I – Comissão de Regimento Interno; bro, com mandato pelo tempo que restar.
II - REVOGADO; § 2º Cada Comissão será secretariada por
III – Comissão de Orientação, Acompanha- um servidor do quadro de pessoal do Tribu-
mento e Avaliação de Estágio Probatório; nal.

IV – Comissão de Informática.
V – Comissão de Responsabilidade Socio- CAPÍTULO II
ambiental. Dada nova redação do inciso II
ao art. 272, através da RA nº 111/2010, Pu- DA COMISSÃO DE
blicada no Diário Oficial Eletrônico no dia REGIMENTO INTERNO
27/10/2010 RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA
n. 0128/2010 RESOLVEU, à unanimidade, Art. 276. À Comissão de Regimento Interno
em razão da conveniência e oportunidade compete:
administrativas, revogar integralmente a I – manter o Regimento Interno permanen-
Resolução Administrativa n. 111/2010, Pu- temente atualizado, propondo emendas ao
blicada no Diário Oficial Eletrônico da Jus- texto em vigor;
tiça do Trabalho da 14ª Região – Ano IV –
n. 197, do dia 27-10-2010. Inserir o inciso II – emitir parecer sobre matéria regimen-
V no Art. 272, através da RA Nº 103/2013, tal, no prazo de 10 (dez) dias;
Publicada no Diário Oficial Eletrônico em
III – estudar as proposições de reforma ou
26/09/2013.
alteração regimental, emitindo parecer fun-
Art. 273. As Comissões temporárias serão insti- damentado e propondo sua redação, se for
tuídas pelo Presidente, extinguindo-se logo que o caso, também no prazo de 10 (dez) dias.
cumprido o fim a que se destinam.
Art. 274. As Comissões Permanentes ou Tempo-
rárias poderão: CAPÍTULO III
I – sugerir ao Presidente do Tribunal normas DA COMISSÃO DE JURISPRUDÊNCIA
de serviço relativas a matérias de sua com- E REVISTA DO TRIBUNAL
petência;
Art. 277. À Comissão de Jurisprudência e Revis-
II – manter entendimentos com outras au- ta compete:
toridades ou instituições, nos assuntos de
sua competência, mediante delegação dos I – velar pela expansão, atualização e publi-
Órgãos que as criaram. cação da Jurisprudência do Tribunal;

Art. 275. As Comissões permanentes serão II – ordenar o serviço de sistematização da


compostas por Magistrados e/ou servidores, os jurisprudência do Tribunal, determinando
primeiros eleitos pelo Tribunal Pleno, que desig- medidas atinentes à seleção e ao registro
nará quem a presidirá, e os demais, indicados dos temas para fins de pesquisa, bem como
pelo Presidente. Alterado a caput do Art. 275, administrar a base de dados informatizada
através da RA Nº 103/2013, Publicada no Diário de jurisprudência;
Oficial Eletrônico em 26/09/2013. III – propor e deliberar, exclusivamente, so-
§ 1º Nos casos de renúncia, impedimento bre o cabimento e o encaminhamento, ao
definitivo, aposentadoria ou disponibilida- Presidente do Tribunal, de propostas de edi-

1896 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

ção, alteração ou cancelamento de verbetes CAPÍTULO IV


da súmula da jurisprudência dominante; DA COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO,
IV – sugerir ao Presidente do Tribunal nor- ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
mas de serviço relativas à matéria de sua DE ESTÁGIO PROBATÓRIO
competência;
Art. 279. À Comissão de Especial de Orienta-
V - REVOGADO; ção, Acompanhamento e Avaliação de Estágio
VI – manter entendimentos com outras au- Probatório, composto por 3(três) Desembarga-
toridades ou instituições, nos assuntos de dores, compete: Alterado a caput do Art. 279,
sua competência, mediante delegação do através da RA Nº 103/2013, Publicada no Diário
Presidente do Tribunal. Oficial Eletrônico em 26/09/2013).

Art. 277. À Comissão de Jurisprudência e Revis- I – acompanhar a atuação do Magistrado vi-


ta compete: taliciando durante o estágio probatório;

I – velar pela expansão, atualização e publi- II – orientar a atuação do Magistrado vita-


cação da Jurisprudência do Tribunal; liciando no que diz respeito à conduta pro-
fissional e atuação junto às partes, procura-
II – ordenar o serviço de sistematização da dores, servidores, público em geral e outros
jurisprudência do Tribunal, determinando Magistrados, pessoalmente por quaisquer
medidas atinentes à seleção e ao registro dos membros da Comissão ou por meio de
dos temas para fins de pesquisa, bem como correspondência dirigida ao interessado,
administrar a base de dados informatizada em caráter sigiloso, contendo as respectivas
de jurisprudência; recomendações;
III – propor e deliberar, exclusivamente, so- III – avaliar a atuação do Magistrado vitali-
bre o cabimento e o encaminhamento, ao ciando, mediante a elaboração fundamen-
Presidente do Tribunal, de propostas de edi- tada de relatórios trimestrais e de avaliação
ção, alteração ou cancelamento de verbetes final, a serem encaminhados ao Desembar-
da súmula da jurisprudência dominante; gador Corregedor, com cópia ao Magistrado
IV – sugerir ao Presidente do Tribunal nor- vitaliciando, atentando-se para as disposi-
mas de serviço relativas à matéria de sua ções normatizadas pelo Tribunal.
competência; IV – solicitar, por iniciativa própria, ou a
V – REVOGADO; requerimento de qualquer dos desembar-
gadores do Tribunal, se necessário, infor-
VI – manter entendimentos com outras au- mações sobre juiz vitaliciando à Ordem dos
toridades ou instituições, nos assuntos de Advogados do Brasil, Ministério Público e a
sua competência, mediante delegação do outros órgãos ou entidades correlatas;
Presidente do Tribunal.
279-A. Poderá a Comissão de Vitaliciamento
Art. 278. A Comissão realizará reuniões ordi- formar quadro de Orientadores a ser compos-
nárias, bimestralmente. As reuniões extraordi- to por magistrados ativos ou aposentados, que
nárias serão realizadas sempre que se fizer ne- contem com o tempo de judicatura na Região
cessário para deliberação sobre propostas de não inferior a 5 (cinco) anos e que demonstrem
edição, alteração ou cancelamento de verbetes aptidão para a formação e o acompanhamento
da súmula da jurisprudência dominante. dos juízes vitaliciandos.
§ 1º A designação de magistrados aposen-
tados como Orientador de juiz do trabalho

www.acasadoconcurseiro.com.br 1897
substituto, pela Comissão de Vitaliciamen- VII – planejar e supervisionar a execução
to, se dará sob a modalidade de voluntaria- de cursos para Magistrados e servidores na
do e será condicionada a exibição de decla- área de informática;
ração negativa de exercício da advocacia.
VIII – levantar as necessidades do Tribunal
§ 2º Está impedido de atuar como juiz na área de informática, para inclusão de
Orientador o magistratdo que for cônjuge, previsão de recursos na proposta orçamen-
companheiro, parente consanguíneo ou tária, apresentando relatório até o final do
afim, em linha reta ou colateral, a o 3º grau, mês de abril de cada ano.
amigo íntimo ou inimigo do juiz vitalician-
do. (inserir o inciso IV no Art. 279 e inserir Art. 281-A À Comissão de Responsabilidade So-
o Art. 279-A e §§ 1º e 2º, através da RA Nº cioambiental compete planejar, coordenar, re-
103/2013, Publicada no Diário Oficial Ele- comendar, instituir procedimentos, apresentar
trônico em 26/09/2013). relatórios, divulgar e supervisionar a execução
do programa, tendo como principais diretrizes e
objetivos:
I – promover a conscientização sobre ques-
CAPÍTULO V tão ambiental e a qualidade de vida no am-
DA COMISSÃO DE INFORMÁTICA biente de trabalho, divulgando experiências
e ações positivas relacionadas ao tema;
Art. 280. À Comissão de Informática compete:
II – desenvolver uma cultura anti desperdí-
I – planejar e definir a política de informáti- cio e de utilização coerente dos recursos na-
ca do Tribunal; turais e do patrimônio público;
II – promover o intercâmbio e a parceria III – estimular, gradativamente, a substitui-
com outras instituições; ção dos insumos e dos materiais utilizados
III – propor ao Presidente a regulamentação em serviço por produtos recicláveis e de
do uso dos recursos de informática; forma a não acarretar danos ao meio am-
biente;
IV – opinar sobre a aquisição de equipa-
mentos e programas, definindo-lhes a des- IV – desenvolver estudos para viabilizar a
tinação; implantação da coleta seletiva solidária de
resíduos;
V – receber e analisar as ponderações, crí-
ticas e sugestões dos usuários, visando ao V – disponibilizar treinamento adequado à
aperfeiçoamento dos sistemas em opera- execução do programa;
ção; VI – solicitar, quando houver necessidade,
VI – apreciar os pedidos de contratação de o treinamento daqueles que prestam servi-
fornecimento de materiais e programas e ços ao Tribunal quanto aos procedimentos
de prestação de serviços na área de infor- essenciais à correta execução do programa,
mática, destinados ao aperfeiçoamento dos particularmente no que se refere à coleta e
serviços administrativos e judiciários do Tri- separação de materiais;
bunal, excluídos os referentes à continuida- VII – estabelecer parcerias com organiza-
de das atividades de informática e à mera ções públicas e privadas que sejam compro-
manutenção e instalação de equipamentos metidas com o exercício da cidadania, a in-
e programas; clusão social e a preservação ambiental;

1898 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

VIII – estabelecer procedimento com vista à posta poderá ser objeto de deliberação na
doação de material reciclável às associações própria sessão em que for apresentada.
e/ou cooperativas de catadores de mate-
riais recicláveis e às entidades filantrópicas § 4º Com o parecer da Comissão, dar-se-á
reconhecidamente de utilidade pública pelo ciência prévia do conteúdo da proposta aos
Governo Federal. Desembargadores; após, em sessão admi-
nistrativa própria, será discutida e votada.
Art. 281-B. A Comissão de Responsabilidade
Socioambiental será composta pelos seguintes § 5º O quórum para alteração regimental é
membros permanentes: de 2/3 (dois terços).

I – o Presidente e o Vice- Presidente do Tri- Art. 283. Quando ocorrerem mudanças na legis-
bunal; lação que motivem alteração do Regimento In-
terno, a proposta de emenda será apresentada
II – os Juízes Diretores dos Fóruns Trabalhis- ao Tribunal pela Comissão de Regimento, no pra-
tas; zo de 10 (dez) dias, contados da vigência da lei.
III – o Diretor-Geral das Secretarias; Art. 284. As emendas considerar-se-ão aprova-
das, se obtiverem o voto favorável de dois ter-
IV – o Assessor de Planejamento e Desen- ços dos membros do Tribunal, não entrando em
volvimento Institucional; vigor antes de sua publicação no Diário Eletrôni-
V – o Secretário Judiciário; co da Justiça do Trabalho da 14ª Região.

VI – o Secretário de Tecnologia da Informa- Art. 285. As emendas regimentais aprovadas


ção e Comunicação. serão numeradas ordinalmente, independen-
temente do ano em que forem publicadas, en-
quanto vigente o Regimento Interno ao qual se
TÍTULO XV
referirem.
Das Alterações e Art. 286. Instaurar-se-á procedimento de revi-
Emendas ao Regimento são regimental no caso de pretensão de alte-
ração de todo o conteúdo do Regimento, nos
Art. 282. Qualquer proposta de reforma ou termos de Emenda Regimental específica e sob
de alteração do Regimento Interno deverá ser a coordenação da Comissão de Regimento, que
apresentada, por escrito, perante o Tribunal, apresentará o anteprojeto para discussões e
sendo, a seguir, encaminhada à respectiva Co- emendas, garantida a participação de todos os
missão, para parecer, no prazo de 10 (dez) dias, Magistrados da Região, na fase de proposição.
quando não houver sido de sua iniciativa.
Art. 287. As matérias constantes de emendas
§ 1º A iniciativa de emenda ao Regimento submetidas ao Tribunal Pleno e não aprovadas
Interno cabe a qualquer membro ou comis- apenas poderão ser novamente apresentadas
são do Tribunal. após o decurso do prazo de 01 (um) ano.
§ 2º Nenhuma proposta de reforma ou de
alteração do Regimento Interno será sub-
metida à discussão e votação do Tribunal TÍTULO XVI
Pleno, sem prévio pronunciamento da Co-
missão de Regimento Interno. Das Disposições Finais e Transitórias
§ 3º Em caso de comprovada urgência, e Art. 288. O Juiz Titular de Vara do Trabalho deve-
desde que a Comissão se encontre habilita- rá residir no local em que for sediada a respec-
da a emitir seu parecer de imediato, a pro- tiva Vara do Trabalho, salvo se for devidamente

www.acasadoconcurseiro.com.br 1899
autorizado pelo Tribunal Pleno, nos termos do Juízes do Tribunal
inciso VI do art. 19 deste Regimento, e, ainda, Vulmar de Araújo Coêlho Junior,
desde que preenchidos os requisitos estabeleci- Maria do Socorro Costa Miranda,
dos na normatização interna.
Elana Cardoso Lopes Leiva de Faria e
Art. 289. O Tribunal no âmbito de sua jurisdição Vania Maria da Rocha Abensur;
suspenderá as atividades no período de 20 (vin- Juízes Convocados
te) de dezembro a 06 (seis) de janeiro seguinte,
observando o recesso referido no item I do ar- Arlene Regina do Couto Ramos e
tigo 62 da Lei n. 5.010, de 30 de maio de 1966. Shikou Sadahiro.

§ 1º Durante o recesso, não se praticará ne-


nhum ato processual que implique a aber-
tura de prazo, observando-se, quanto aos já
em curso, o disposto no artigo 179 do Códi-
go de Processo Civil, com relação às férias.
§ 2º Serão designados Magistrados e servi-
dores para permanecerem de plantão nos
órgãos jurisdicionais de primeiro e segundo
graus durante o recesso forense e, a crité-
rio da Presidência, poderão ser escalados
servidores dos setores administrativos, com
direito a compensação posterior dos dias
efetivamente trabalhados.
Art. 290. Ressalvado ao Presidente do Tribunal
o direito de suspender as atividades dos órgãos
da Justiça do Trabalho da 14ª Região em outros
dias, por conveniência administrativa, serão ob-
servados, como feriados regimentais, além dos
fixados em lei, apenas os seguintes: segunda e
terça-feira de Carnaval; quarta-feira de Cinzas;
quarta, quinta e sexta-feira da Semana Santa; 11
de agosto; 28 de outubro; 1º e 2 de novembro;
8 de dezembro e, em cada Município, aqueles
feriados locais equiparados aos feriados nacio-
nais, segundo a lei federal.
Art. 291. Este Regimento Interno revoga o ante-
rior, bem como as demais disposições em con-
trário, e entrará em vigor no dia 1º de Janeiro
de 2009.
Sala de Sessões do Tribunal Pleno, 20 de novembro
de 2008.

Presidente
Juiz Carlos Augusto Gomes Lôbo;
Vice-Presidente
Juíza Maria Cesarineide de Souza Lima;

1900 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

Slides - Regimento Interno do TRT-RO-AC

PARA QUE SERVE O REGIMENTO INTERNO


DO TRT DA 14ª REGIÃO???

ORGANIZAR O UNIFICAR
NORMAS DISCIPLINAR
TRT 14ª
INTERNAS COMPETÊNCIAS
REGIÃO

COMPOSIÇÃO DO TRT DA 14ª REGIÃO -


ÓRGÃOS INTEGRANTES

TRIBUNAL
JUÍZES DO
REGIONAL DO
TRABALHO
TRABALHO

JURISDIÇÃO NOS ESTADOS DE


RONDÔNIA E ACRE (SEDE EM
PORTO VELHO)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1901
COMPOSIÇÃO DO TRT DA 14ª REGIÃO -
MEMBROS

08 DESEMBARGADORES NOMEADOS
PELO PRESID. DA REPÚBL.

01 DENTRE
06 JUÍZES DE VARA MEMBROS DO
DE TRABALHO 01 DENTRE MINISTÉRIO
PROMOVIDOS ADVOGADOS PÚBLICO

COMPOSIÇÃO DO TRT DA 14ª REGIÃO -


ÓRGÃOS

TRIBUNAL TRIBUNAL REGIONAL DO OUVIDORIA


PLENO TRABALHO DA 14ª REGIÃO
ESCOLA
JUDICIAL
TURMAS
JUÍZO AUXILIAR
DE CONCILIAÇÃO
PRESIDÊNCIA
DE PRECATÓRIOS

VICE- CORREGEDORIA- FÓRUNS


PRESIDÊNCIA REGIONAL TRABALHISTAS

1902 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

POSSE DOS MAGISTRADOS

PERANTE O TRIBUNAL EM POSSE NO PRAZO DE 30


ATO SOLENE E PRESTARÁ DIAS A CONTAR DA
COMPROMISSO NOMEAÇÃO

LAVRATURA DO TERMO DE
EXERCÍCIO NO PRAZO DE
POSSE EM LIVRO PRÓPRIO E
15 DIAS DA POSSE
PUBLICADA EM ÓRGÃO OFICIAL

CUIDADOS:
EM CASO DE RECESSO DO TRIBUNAL, A POSSE
PODERÁ DAR-SE PERANTE O PRESIDENTE;

NO ATO DE POSSE, DEVERÁ OCORRER A


DECLARAÇÃO DE BENS,

ORGANIZAÇÃO DO TRT 14ª REGIÃO -

- ANTIGUIDADE DOS MAGISTRADOS - CRITÉRIOS

- DATA DA POSSE

- DATA DA NOMEAÇÃO

- ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO NO CONCURSO

- TEMPO DE SERVIÇO PÚBLICO

- IDADE

www.acasadoconcurseiro.com.br 1903
ORGANIZAÇÃO DO TRT 14ª REGIÃO

DISPOSIÇÕE SOBE MAGISTRADOS (votações)

* PROMOÇÕES/ACESSOS/PERMUTAS/REMOÇÕES – Quando solicitadas pelo


Magistrado, serão deliberadas pelo Tribunal Pleno.

*DELIBERAÇÕES DO TRIBUNAL PLENO – Exige-se quórum de maioria absoluta de


seus membros.

*DECISÕES EM GERAL – Voto pela maioria relativa (simples) dos


desembargadores (exceto em casos de declaração de inconstitucionalidade de
Lei/Ato Normativo; uniformização de jurisprudência e em matéria adm).

DIREÇÃO DO TRT 14ª REGIÃO

• Presidência e Vice-Presidência: exercidas pelos


desembargadores mais antigos (QUE AINDA NÃO
TENHAM OCUPADO ESTES CARGOS)

• O prazo de exercício dos respectivos cargos será por


um biênio, salvo se houver vacância dos mesmos no
decorrer deste prazo.

1904 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –


COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS
TRIBUNAL PLENO EDITA
COMPETÊNCIA ART. 19 NORMAS
JULGADORA
ELABORA/VOTA
REGIMENTO
PROCESSA/ INTERNO
CONCILIA
ELEGE/POSSE
JULGA PARA A
RECURSOS DIRETORIA

UNIFORMIZA
DECIDE HOMOLOGA DELIBERA
JURISPRUDÊNCIA
ORIGINARIAMENTE ACORDOS ASSUNTOS DE
ORDEM INTERNA

TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –


COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS

COMPETÊNCIA PARA JULGAR:

a) habeas corpus contra atos do Tribunal, das Turmas e das Varas do


Trabalho;
b) agravos regimentais interpostos contra atos do Presidente,
Corregedor ou contra as decisões monocráticas terminativas nos
processos de competência originária do Tribunal Pleno;
d) embargos de declaração opostos a seus acórdãos;
e) ações rescisórias;
i) conflitos de competência ou atribuições entre as Varas do Trabalho da
Região;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1905
TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –
COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS
PROCESSAR/CONCILIAR:

I - dissídios coletivos no de sua jurisdição;


II- revisões e os pedidos de extensão das sentenças normativas;
III - homologar os acordos celebrados pelas partes.

DECIDIR ORIGINARIAMENTE

I - pedidos e reclamações de seus Desembargadores sobre assuntos de


natureza administrativa;

II - expedientes relativos ao exercício de direitos, garantias e vantagens


previstos em lei.

TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –


COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS
PROCESSAR E JULGAR RECURSOS:
•Aqueles interpostos por Juízes de primeiro grau e servidores em face de
decisões da Presidência em pedidos e reclamações em matéria de
natureza administrativa;

UNIFORMIZAR JURISPRUDÊNCIA
•Mediante os seguintes atos: editar, alterar ou cancelar súmulas de
observância no âmbito regional;

EDITAR NORMAS
•E também conceder autorização para Magistrado residir fora da sede da
jurisdição;

1906 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –


COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS

HOMOLOGA:
• Acordos e desistências apresentados após a publicação da pauta e
até o julgamento do feito;

ELABORAR/ VOTAR
• O Regimento Interno e suas alterações, bem como apreciar e votar o
Regulamento Geral dos Serviços do Tribunal e as propostas de
Consolidação dos Provimentos e Normas Administrativas;

ELEGER/DAR POSSE
•Ao Presidente e ao Vice-Presidente;

TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –


COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS

DELIBERAR SOBRE Assuntos de


ordem interna
Pedidos de
remoções e
permutas.
Assuntos de
ordem interna
Colocação em
disponibilidade/ Critérios de Abertura de inscrições
aposentadoria e localização dos para concurso público
afastamento Juízes do Trabalho para provimento de
preventivo. substitutos. cargos

www.acasadoconcurseiro.com.br 1907
TRIBUNAL PLENO DO TRT 14ª REGIÃO –
COMPETÊNCIAS PRINCIPAIS

IMPORTANTE:

Os atos administrativos do TRT da 14ª


Região materializam-se por meio de
RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA

DAS TURMAS – TRT 14ª REGIÃO

- TOTAL DE DUAS TURMAS NO TRT DA 14ª REGIÃO;

- COMPOSIÇÃO DE 3 E 4 DESEMBARGADORES, DE FORMA


ALTERNADA, A CADA MANDATO;

- O CRITÉRIO DE OCUPAÇÃO É DE ANTIGUIDADE (OU SEJA,


MAIS ANTIGO COMPÕE A PRIMEIRA TURMA)

- O MANDATO DE PRESIDENTE DE TURMA COINCIDE COM O


DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL.

1908 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DAS TURMAS – TRT 14ª REGIÃO

COMPETÊNCIAS
(PRINCIPAIS)

JULGAR DEMAIS
ATRIBUIÇÕES

PROCESSAR/
FISCALIZAR HOMOLOGAR
JULGAR

DAS TURMAS – TRT 14ª REGIÃO – COMPETÊNCIAS


PRINCIPAIS – art. 21

JULGAR:

a) recurso ordinário e reexame necessário;

b) agravos de petição, de instrumento, regimental e o


agravo previsto no art. 557 do CPC;

c) embargos de declaração opostos aos seus acórdãos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1909
DAS TURMAS – TRT 14ª REGIÃO – COMPETÊNCIAS
PRINCIPAIS – art. 21

PROCESSAR E JULGAR:

a) as habilitações incidentes e os incidentes de falsidade nos


processos pendentes de sua decisão;

b) medidas cautelares nos autos dos processos de sua


competência;

c) restauração de autos, quando se tratar de processo de sua


competência;

DAS TURMAS – TRT 14ª REGIÃO – COMPETÊNCIAS


PRINCIPAIS – art. 21

FISCALIZAR:

• cumprimento de suas decisões;

HOMOLOGAR

• acordos celebrados nos autos dos processos de


sua competência;

1910 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DAS TURMAS – TRT 14ª REGIÃO – COMPETÊNCIAS DO


PRESIDENTE DA TURMA – art. 26 (PRINCIPAIS)

- Dirigir os trabalhos, propondo e submetendo as questões a julgamento, além


de votar em todos os processos, apurar os votos emitidos e proclamar as
decisões, tendo, ainda, o voto de desempate,

- Relatar os processos que lhe forem distribuídos;

- Apresentar ao Presidente do Tribunal, em época própria, o relatório dos


trabalhos realizados pela Turma no decurso do ano anterior;

- Cumprir e fazer cumprir as disposições do Regimento Interno do Tribunal.

PRESIDÊNCIA DO TRT 14ª REGIÃO - PRINCIPAIS


COMPETÊNCIAS – art. 27

• É o responsável por dirigir o TRT 14ª região;

• Cumpre e faz cumprir decisões de órgãos superiores;

•Prove cargos/nomeia juízes/ dá posse à juízes de 1ª instância e


servidores

• Promove PAD/ Sindicâncias e aplica penalidades;

•Autoriza/Homologa Processos Licitatórios e Contratação Direta.

•Elabora proposta orçamentária anual.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1911
PRESIDÊNCIA DO TRT 14ª REGIÃO - PRINCIPAIS
COMPETÊNCIAS – art. 27

• Encaminha a Tomada de Contas ao TCU.

• Exercer funções correicionais;

• Delibera sobre lotação/remoção/distribuição/


probatório/promoção/ capacitação de servidores;

• Propõe emendas/alterações ao Regimento Interno;

VICE-PRESIDÊNCIA DO TRT DA 14ª REGIÃO


(PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS) Art. 28

• Substitui o Presidente (nos casos de licença/vacância/férias deste);

•Exerce a admissibilidade dos recursos de revista;

•Exerce as atribuições delegadas pelo Presidente.

- IMPORTANTE – PARTICIPA EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES DAS DISTRIBUIÇÕES DAS


AÇÕES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL PLENO –

- PERMANECE VINCULADO AOS PROCESSOS QUE LHE FORAM DISTRIUÍDOS MESMO


QUANDO OCUPA A PRESIDÊNCIA - !!!!

1912 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

CORREGEDORIA REGIONAL – TRT 14ª REGIÃO –


COMPETÊNCIAS ART. 30
CORREGEDOR-REGIONAL =
EXPEDE NORMAS/
PRESIDENTE DO TRT 14ª INSTRUÇÕES PARA
CORREIÇÃO NAS
VT’S E FÓRUNS
REGIÃO ORIENTAR
MAGISTRADOS
TRABALHISTAS

APRESENTA
DE OFICÍO/ A
RELATÓRIO DAS
PEDIDO: INSPEÇÃO
CORREIÇÕES
NAS VT’S, FÓRUNS
REALIZADAS
E SERVIÇOS

CONHECE DE DETERMINA
RECLAMAÇÕES/ DESIGNA REALIZAÇÃO DE
PROCESSA
REPRESENTAÇÕES SERVIDORES QUE SINDICÂNCIAS/
RECLAMAÇÃO
DOS SERVIÇOS DEVEM AUXILIAR PROCESSOS ADM.
CORREICIONAL
NESTA ATIVIDADE

OUVIDORIA TRT 14ª REGIÃO – DISPOSIÇÕES –ART. 31

PRESIDÊNCIA
O Ouvidor-
Geral exerce
OUVIDORIA – OUVIDOR- suas funções
GERAL sem prejuízo
das atribuições
de Magistrado!!

OUVIDOR-GERAL -
MAGISTRADO ESCOLHIDO PELO TRIBUNAL
PLENO (MANDATO MÍN. DE 1 ANO,
RECONDUÇÃO POSSÍVEL).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1913
OUVIDORIA TRT 14ª REGIÃO – ALGUMAS
COMPETÊNCIAS – ART. 32

•Recebe reclamações/críticas/sugestões/elogios e pedido de informação;

• Faz a apuração das reclamações registradas;

• Sugere medidas para aprimorar os serviços;

• Cria processo permanente de divulgação de seus serviços;

•Desenvolve outras atividades relacionadas à promoção da cidadania.

OUVIDORIA TRT 14ª REGIÃO – FORMAS DE


MANIFESTAÇÃO – ART. 33

MANIFESTAÇÕES
(PEDIDOS)

PESSOALMENTE MEIO
TELEFÔNICO

MEIO
ELETRÔNICO
FAC-SÍMILE
POR ESCRITO
NÃO SÃO ADMITIDAS
DENÚNCIAS ANÔNIMAS!!!

1914 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

ESCOLA JUDICIAL TRT 14ª REGIÃO –ART. 36

• É Órgão de preparação de formação da magistratura;

• Realiza atividades de ensino/pesquisa;

• Promove o aperfeiçoamento e especialização de


servidores/magistrados;

• Tem competência para celebras convênios com


entidades que visem os mesmos interesses.

ESCOLA JUDICIAL TRT 14ª REGIÃO –ÓRGÃOS


ADMINISTRATIVOS– ART. 38

ESCOLA JUDICIAL

CONSELHO
DIRETORIA CULTURAL
PEDAGÓGICO
SECRETARIA

www.acasadoconcurseiro.com.br 1915
“AUSÊNCIAS” - TRT 14ª REGIÃO – ART. 57 e s.s.

“AUSÊNCIAS”

FÉRIAS AFASTAMENTOS

LICENÇAS CONCESSÕES

FÉRIAS DOS JUÍZES - TRT 14ª REGIÃO –ART. 57

• Serão concedidos 60 dias de férias aos juízes no período de 1


ano (gozo único ou fracionamento em duas parcelas iguais);

• Casos excepcionais podem interromper as férias;

• Acumulação somente será possível se houve necessidade de


serviço, pelo período máximo de 2 meses e acúmulo
autorizado pelo Tribunal;

• A escala de férias atenderá a conveniência do serviço.

1916 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

LICENÇAS - TRT 14ª REGIÃO – ART. 62 e s.s.

LICENÇAS
PATERNIDADE
(5 DIAS)
SAÚDE (ATÉ 2 ANOS).
APRESENTAR LAUDO
MÉDICO ADOTANTE (90 DIAS
CRIANÇA ATÉ 1 ANO E 30
DIAS CRIANÇA + DE 1
DOENÇA DO ANO
CÔNJUGE/OUTROS GESTANTE (120
(COMPROVAÇÃO VIA LAUDO DIAS
MÉDICO) - PZ. 30 d. + 30 c/ R$ CONSECUTIVOS)

LICENÇAS- TRT 14ª REGIÃO – DISPOSIÇÕES


IMPORTANTES

• A licença para acompanhar cônjuge/pessoa às expensas do


servidor/dependente é concedida quando o servidor comprova
que a pessoa consta em seus assentamentos.

• A licença por motivo de doença de pessoa da família vige por


30+30. Acima desse prazo prejudica a remuneração e o máximo
são 90 dias;

•Todas as licenças por motivo de saúde necessitam de laudo


médico .

www.acasadoconcurseiro.com.br 1917
CONCESSÕES - TRT 14ª REGIÃO – ART. 65 e s.s.

CONCESSÕES

FALECIMENTO
(CÔNJUGE/ASCENDENTE/
CASAMENTO DESCENCENTE/PADRASTO/M
ADRASTA/ ENTEADO/ MENOR
AMBAS PELO PRAZO SOB GUARDA OU TUTELA/
CONSECUTIVO DE 8 IRMÃO).
DIAS!!!

AFASTAMENTOS - TRT 14ª REGIÃO – ART. 66 e s.s.

AFASTAMENTOS

PRESIDÊNCIA DE
FREQÜÊNCIA EM
ENTIDADE DE CLASSE
CURSOS/ DIVERSOS
(PELO PRAZO DO
(PRAZO DE ATÉ 2 ANOS)
SEM PREJUÍZO DO MANDATO)
SUBSÍDIO/
VANTAGENS!!!

1918 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

APOSENTADORIA - TRT 14ª REGIÃO – ART. 67 e s.s.

APOSENTADORIA
(regras da CF)

COMPULSÓRIA VOLUNTÁRIA INVALIDEZ

O processo deve
começar 40 d antes do INTEGRAL PROPORCIONAL PROCEDIMENTO
magistrado completar 70 ESPECIAL
anos.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - ART. 70 e s.s.


(TRÂMITE DE ATÉ 60d)
INÍCIO VIA:
I - Req. Do magistrado; POSSIBILIDADE
POSSIBILIDADE
II - Ato de ofício do NOMEAR
DE AFASTAMENTO
Presidente do TRT 14ª; CURADOR (CASO
DO EXERCÍCIO
III - Deliberação do TRT 14ª DE INCAPACIDADE)

REALIZAÇÃO DE PROCESSO
NOTIFICAÇÃO NOMEAÇÃO INICIADO NA
EXAME PELA JUNTA
PARA ALEGAÇÕES COMISSÃO 3 HIPÓTESE DOS
MÉDICA OFICIAL
(PZ. 10+10d) DESEMBARG. INC. II E III

CONCLUSÃO ALEGAÇÕES INCLUSÃO


RELATÓRIO
DA INSTRUÇÃO FINAIS (PZ. 5d) EM PAUTA

POSSIBILIDADE DE
DECISÃO E VOTOS DO
RECURSO NO PZ 8d POSSIBILIDADE DE
LAVRATURA TRIBUNAL
(RAZÕES DE LEGALIDADE E SUSTENTAÇÃO ORAL
DO ACÓRDÃO
MÉRITO )

www.acasadoconcurseiro.com.br 1919
PESSOAL ADMINISTRATIVO- TRT 14ª REGIÃO –
DISPOSIÇÕES IMPORTANTES – ART. 81

•A legislação que rege os servidores do TRT 14ª região é a Lei 8.112/90;

• Requisições com e sem ônus dependem de comprovação da


necessidade do serviço e preenchimento de requisitos legais;

• Todos os atos relativos a magistrados e servidores serão publicados


Diário Eletrônico da Justiça do TRT 14ª;

•Todos os servidores estão submetidos ao registro do ponto, salvo os


ocupantes de cargo em comissão e, facultativamente, aqueles lotados
em gabinete de desembargador.

ORDEM DE SERVIÇO NO TRT 14ª REGIÃO


ART. 88 e ss.
PETIÇÕES /
REGISTRO E CLASSIFICAÇÃO DISTRIBUIÇÃO
PROCESSOS
(SIGLA CONFORME O
RECEBIDOS
PROCEDIMENTO)
AGRUPAMENTO
CONCLUSÃO AO **POSSIBILIDADE DE CONFORME A
RELATOR (PZ. 48h) REDISTRIBUIÇÃO EM CASO DE COMPETÊNCIA
IMPED. OU SUSP. (OU NÃO)**

VERIFICAR SE NÃO É
VISTO DO VISTA ÀS PARTES (PZ.5d) (MAS
CASO DE RELEVÂNCIA
JUIZ ESTA SE DÁ ANTES DA
E URGÊNCIA
DISTRIBUIÇÃO)!!!)

1920 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

COMPETÊNCIAS DO RELATOR -TRT 14ª REGIÃO –


MAIS IMPORTANTES– ART. 102 e ss.

Decidir pedidos de liminar ou antecipação de tutela, no prazo de 48 (quarenta


e oito) horas; em caso de Habeas Corpus, o prazo é de 24 (vinte e quatro)
horas;

Indeferir liminarmente petição inicial de ações de competência originária, nos


termos da lei;

Negar seguimento a recurso, na forma da lei;

Processar as ações de competência originária do Tribunal, podendo delegar


poderes a Juiz de primeira instância para proceder à instrução, bem como os
incidentes de falsidade, suspeição e impedimento arguidos pelos litigantes;

COMPETÊNCIAS DO RELATOR -TRT 14ª REGIÃO –


MAIS IMPORTANTES– ART. 102 e ss.

Despachar os pedidos de desistência de ação ou de recurso e homologar os


acordos apresentados nos dissídios individuais, após a distribuição e até a
publicação da pauta, e determinar a baixa imediata do processo, facultada a
delegação de tais atribuições ao Juízo de primeira instância originário;

Determinar a remessa de autos ao Ministério Público do Trabalho, por


imposição legal ou quando vislumbrar na matéria relevância que recomende a
prévia manifestação do Parquet;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1921
COMPETÊNCIAS DO RELATOR -TRT 14ª REGIÃO –
MAIS IMPORTANTES– ART. 102 e ss.

XII – vistar e devolver os feitos que lhe forem distribuídos,


dentro de 40 (quarenta) dias, contados do recebimento,
reduzido tal prazo para 10 (dez) dias, quando se tratar de
processo com preferência legal de tramitação (Estatuto do Idoso,
Menor, Falência, Rito Sumaríssimo e outros feitos cuja urgência
e relevância da matéria sejam reconhecidas por despacho do
Presidente do Tribunal); IMPORTANTE – ALTERAÇÃO DE 2015!!!

PAUTA DE JULGAMENTO E SESSÕES- DISPOSIÇÕES


GERAIS ART. 105 e ss.
APOSTO DO PUBLICAÇÃO REALIZAÇÃO
COLOCAÇÃO
VISTO DOS AUTOS DA PAUTA DA SESSÃO
EM PAUTA
AO REVISOR 48h ANTES

DISCUTE/
APROVA A VERIFICA Nº DE ABERTURA SESSÕES ORDINÁRIAS
ATA MAGISTRADOS DA SESSÃO OU EXTRAORDINÁRIAS

DECISÃO (PELO
INDICAÇÃO DE JULGAMENTO VOTAÇÕES PRESIDENTE)
PROPOSTAS DOS PROCESSOS

ASSINATURAS/ CERTIFICAÇÃO
DAS ASSINATURAS E ENTERGA REDIGIR O
DO ACÓRDÃO ACÓRDÃO

1922 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DISPOSIÇÕES RELEVANTES SOBRE A PAUTA DE


JULGAMENTOS
Existe possibilidade do Relator solicitar preferência em razão da natureza do feito
a ser apreciado. Ex. um HC, HD, Dissídio Coletivo.

Nas sessões do Tribunal e das Turmas o Representante do MPT deve estar


presente.

Advogados poderão solicitar preferência para realizar sustentação oral,


respeitada a ordem de registro (o adv. Deve estar munido de procuração, salvo
motivo relevante para apresentar posteriormente).

Os votos iniciam-se pelo do Relator e, após, o do Revisor. Na seqüência, dos


demais magistrados conforme critério decrescente de antiguidade.

O Presidente realiza o desempate

AUDIÊNCIAS - ART. 140 e ss.

PÚBLICA E EM DIA SECRETÁRIO DO PLENO


AUDIÊNCIA DE
E HORA MENCIONA NA ATA NOMES
INSTRUÇÃO E
MARCADOS DAS PARTES/ADVS, DEMAIS
JULGAMENTO
ATOS E OCORRÊNCIAS

MAGISTRADO
EXCETO OS ADVS,
CONDUTOR
NINGUÉM SE RETIRA
MANTÉM A ORDEM
DA SALA SEM INÍCIO DA
DA AUDIÊNCIA
PERMISSÃO DO AUDIÊNCIA
MAGISTRADO

ABERTURA E ENCERRAMENTO
DE AUDIÊNCIAS APREGOADOS
EM VOZ ALTA

www.acasadoconcurseiro.com.br 1923
DISPOSIÇÕES RELEVANTES SOBRE ACÓRDÃOS – ART.
145 e ss.

1 – São assinados somente pelos Relatores/Prolatores, salvo os processos que


tramitam pelo rito sumaríssimo.

2 – Assim que forem assinados, terão suas ementas e conclusões publicadas em


48 horas no órgão oficial.

3 – Para fins de contagem de prazo, é considerado como dia útil o dia


subseqüente ao da publicação (data da publicação é o dia útil seguinte ao da
divulgação da informação no Diário Eletrônico da Justiça do TRT 14ª).

4 – A publicação é incumbência do Secretário, ao qual é vedado realizar


correções, supressões e alterações nos textos dos arquivos.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA - ART. 151 e ss.

CONFLITO DE
COMPETÊNCIA SUSCITADO PELA AO
POSITIVO E PARTE DISTRIBUIÇÃO RELATOR
NEGATIVO INTERESSADA

CASO CONFLITO POSITIVO:


SOBRESTAR O FEITO. RELATOR PODE OUVIR
SE NEGATIVO, DESIGNAR AS AUTORIDADES EM INSTRUÇÃO DO
AUTORIDADE PARA CONFLITO NO PZ. DE PROCEDIMENTO
MEDIDAS URGENTES 10 DIAS

PROLATA A DECISÃO E
VISTAS AO MPT ENVIA PARA PROSSEGUE NO FEITO AQUELE
NO PZ DE 5d. JULGAMENTO QUE É DECLARADO
COMPETENTE

1924 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE-
ART. 158 e ss.
ARGUIÇÃO DA
INCONST. (DE REJEITADA
RELATOR OU ARGUIÇÃO
LEI OU ATO MPT SUSCITAM
NORMATIVO) ACEITA

*SE A MAIORIA NÃO FOR VOTO DA MAIORIA


ATINGIDA – REJEIÇÃO ABSOL. DO APRECIAÇÃO PELO
*SE FOR ATINGIDA - TRIBUNAL PLENO TRIBUNAL PLENO
DECLARAÇÃO PARA DECLARAR OU REMETIDO AO
MESMO

DECLARAÇÃO DE EDIÇÃO DE
INCONSTIT. SÚMULA

HABEAS CORPUS- ART. 164 e ss.

48h PARA O
IMPETRA O DISTRIBUIÇÃO
COATOR PRESTAR INSTRUI O
HABEAS AO RELATOR
INFORMAÇÕES FEITO

DENEGA
NO PRAZO DE 2d
RELATOR COLOCA OITIVA DO
CONCEDE EM MESA PARA MPT
JULGAMENTO

COMUNICAÇÃO PARA AS
AUTORIDADES PARA O COLOCA EM
CUMPRIMENTO DA LIBERDADE
DECISÃO

www.acasadoconcurseiro.com.br 1925
MANDADO DE SEGURANÇA - ART. 173 e ss.

PETIÇÃO DO INSTRUÇÃO DA
MS (EM 2ª VIA COM DISTRIBUIÇÃO INDEFERE – CABE
DUPLICATA) DCTS. AG. REGIMENTAL

DEFERE

CONCEDE A SEGURANÇA
PRESTAR INFO.
NOTIFICAÇÃO DA
(PZ 10d)
DENEGA A SEGURANÇA AUTORIDADE
COATORA (PZ. 48h)

PS.1. PODE MANDAR OUVIR O MPT;


PS.2. NÃO CABE PEDIDO DE CONDENAÇÃO EM
HONORÁRIOS (SEM PREJUÍZO DA SAÇÃO DE
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ).

DISSÍDIOS COLETIVOS DE NATUREZA ECONÔMICA-


ART. 190 e ss.

CABÍVEL NAS HIPÓTESES DE OCORRER TOTAL OU


PARCIAL FRUSTRAÇÃO DA:

* Autocomposição dos interesses coletivos;


* Arbitragem.

Neste caso, poderá ser ajuizada ação de dissídio


coletivo.

1926 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DISSÍDIOS COLETIVOS DE NATUREZA ECONÔMICA-


ART. 190 e ss.
DESIGNAÇÃO VIA POSTAL (AR);
PROTOCOLO CITAÇÃO
AUDIÊNCIA DE OF. DE JUSTIÇA;
DA AÇÃO
CONCILIAÇÃO MEIO ELETRÔNICO
PZ. 10d
CONCILIAÇÃO - OK
AUDIÊNCIA PEDIDO DE
AO MPT S/CONCILIAÇÃO – INSTAURAÇÃO
CONTESTA DE DISSÍDIO

INSTRUÇÃO E COLOCA EM JULGAMENTO E


RETORNO – SENTENÇA
CONCLUSÃO PAUTA
AO RELATOR
PZ. 30d

SENTENÇA NORMATIVA COM INDICAÇÃO


DE DATA E ENTRADA EM VIGOR

DISSÍDIOS COLETIVOS DE GREVE- ART. 199 e ss.

DESIGNAÇÃO INTIMAÇÃO DAS


PROTOCOLO
AUDIÊNCIA DE PARTES (NOS
DA AÇÃO
CONCILIAÇÃO TERMOS DA LEI)
PZ. 5d

PUBLICAÇÃO JULGAMENTO COM RELATÓRIO E


IMEDIATA DO PREFERÊNCIA NA REVISÃO DO
ACÓRDÃO PRIMEIRA SESSÃO FEITO PZ. 24 hrs

www.acasadoconcurseiro.com.br 1927
RECURSOS PARA O TRIBUNAL ART. 202 e ss.
SÃO ADMISSÍVEIS OS SEGUINTES RECURSOS JUNTO AO TRT 14ª
REGIÃO:

I – recurso ordinário das decisões definitivas ou terminativas proferidas


pelas Varas do Trabalho, salvo em se tratando de causa de alçada;

II – reexame necessário;

III – agravo de petição;

IV – agravo de instrumento;

V – agravo (art. 557 do CPC).

RECURSO ORDINÁRIO EM PROCEDIMENTO


SUMARÍSSIMO- ART. 205 e ss.
RELATOR NO PZ
DE 10d PARA
PROTOCOLO DAR O VISTO REMETE AO SETOR
DO RECURSO AO RECURSO COMPETENTE

NÃO PROVIMENTO-
RAZÕES DA SENTENÇA
REMETE AO SEC. DA INCLUSÃO NA
JULGAMENTO PAUTA
TURMA EM 48hrs PARA
“RAZÕES DE DECIDIR”

CERTIDÃO DE
JULGAMENTO

1928 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

REEXAME NECESSÁRIO - ART. 208 e ss.

RELATOR NO PZ
P/
REMETE AO DE 10d PARA
AUTUAÇÃO AUTORIDADE
MPT DAR O VISTO
COMPET.
AO RECURSO

NÃO PROVIMENTO-
RAZÕES DA SENTENÇA INCLUSÃO NA
JULGAMENTO PAUTA
REMETE AO SEC. DA
TURMA EM 48hrs PARA
“RAZÕES DE DECIDIR”
CERTIDÃO DE
JULGAMENTO

AGRAVO REGIMENTAL ART. 218 e ss.


SITUAÇÕES DE ADMISSIBILIDADE
I – para o Tribunal Pleno:
a) das decisões do Presidente do Tribunal de que não caibam outros recursos previstos em lei
e neste Regimento;
b) do despacho do Presidente que resolver definitivamente pedido de requisição de
pagamento de importâncias devidas pela Fazenda Pública;
c) dos despachos dos Presidentes de Turmas, contrários às disposições regimentais;
d) das decisões do Corregedor Regional, em correição parcial;

e) dos despachos dos Relatores que indeferirem liminarmente a petição inicial ou que
concederem ou denegarem liminares em ações da competência do órgão.

II – para as Turmas, dos despachos monocráticos do Relator que decidirem pedidos de


concessão dos benefícios da justiça gratuita, ou que concederem ou denegarem liminares em
ações cautelares alusivas a processos sob sua apreciação, ou quando contrários às
disposições regimentais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1929
AGRAVO REGIMENTAL- ART. 218 e ss.

OPOSIÇÃO PZ. 8 DIAS CONTADOS JUNTADA CONCLUSÃO


DA INTIMAÇÃO OU PUBLICAÇÃO AUTOS AO
NO ÓRGÃO OFICIAL PRINCIPAIS MAGISTRADO

DECISÃO PROLATOR DO RECONSIDERA OU


AGRAVADA DESPACHO AGRAVADO MANDA PARA
PODE SER REDIGE O ACÓRDÃO JULGAMENTO
REFORMADA
OU NÃO
NÃO HÁ EFEITO
SUSPENSIVO!!!

RECURSOS PARA O TST ART. 227 e ss.

SÃO ADMISSÍVEIS OS SEGUINTES RECURSOS JUNTO AO TST

I – recurso ordinário nas ações de competência


originária;

II – recurso de revista;

III – agravo de instrumento.

1930 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

SUSPEIÇÕES E IMPEDIMENTOS ART. 233 e ss.


OITIVA DO
PETIÇÃO AO AUTUAÇÃO E
MAGISTRADO INSTRUÇÃO
RELATOR DISTRIBUIÇÃO
RECUSADO PZ. 3d DO FEITO

ACOLHE / REALIZAÇÃ
NÃO ACOLHE JULGAMENTO O DA 1ª COLHEITA DE
O PEDIDO SESSÃO PROVAS

PROSSEGUE O JULGAMENTO DESIGNAÇÃO DE


DO FEITO PRINCIPAL SEM O OUTRO MAGISTRADO
SE ACOLHER MAGISTRADO SUSPEITO/ QUE INCLUIRÁ O
IMPEDIDO PROCESSO EM PAUTA
NO PZ DE 10d.

APLICAÇÃO DE PENALIDADES - ART. 247 e ss.


EM CASO DE DEFLAGRAÇÃO DE
LOCKOUT OU GREVE (E ATOS PRESIDENTE DO TRT
ONDE O EMPREGADOR SE NEGA A 14 MANDA AUTUAR E AO RELATOR
RECONHECER DIREITOS DE SEUS DISTRIBUIR
EMPREGADOS

ENCERRA A PRODUÇÃO DE DEFESA PZ. NOTIFICAÇÃO


INSTRUÇÃO PROVAS 10 DIAS AO ACUSADO

OPOSIÇÃO DE EM PAUTA
RAZÕES FINAIS VISTO DO
OITIVA MPT PARA
DAS PARTES PZ. RELATOR JULGAMENTO
5 DIAS PZ10 DIAS

www.acasadoconcurseiro.com.br 1931
CORREIÇÃO PARCIAL- ART. 253 e ss.

EM CASOS DE APRESENTAÇÃO NO
OMISSÕES/ABUSOS/ PZ. 5d CONTADOS DA
CIÊNCIA DO ATO AO CORREGEDOR
CORREÇÃO DE
AÇÕES IMPUGNADO

AUTORIDADE INDEFERE OU
AUTUAÇÃO/ SE DEFERERIR/ DEFERE O
RECLAMANTE (PZ 10d
NOTIFICAÇÃO RECEBIMENTO PEDIDO
PARA MANIFESTAÇÃO

DECISÃO/RECOMENDAÇÕES
DECISÃO DA
INSTRUÇÃO A SEREM ACATADAS PELO
CORREIÇÃO
MAGISTRADO QUE DEVE
CUMPRIR A DECISÃO

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA


ART. 261 e ss.

OCORREM NOS SEGUINTES CASOS:

I – nos julgamentos em que o Tribunal Pleno funcionar com


a participação de seis ou mais de seus membros e estiver
sendo proferida decisão divergente de outra anterior do
mesmo Tribunal, tomada esta com qualquer composição;

II – quando houver divergência entre julgados dos órgãos


do Tribunal com relação ao julgamento de determinada
matéria;

1932 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA ART.


261 e ss. (PROCEDIMENTO)

PZ DE 48 HORAS
SUSCITADO ANTES PARA COMPROVAR RECONHECIMENTO
DO JULGAMENTO A DIVERGÊNCIA DA DIVERGÊNCIA

DISTRIBUIÇÃO SUSPENSÃO
JULGAMENTO OITIVA DO DO
DA CÓPIA DA
DO INCIDENTE MPT PROCESSO
DIVERGÊNCIA

* TESE PREVALENTE - TORNA-SE SÚMULA E PRECEDENTE


(SE MAIORIA ABSOLUTA);

*SE MAIORIA SIMPLES – APLICA-SE APENAS AO CASO


CONCRETO

EDIÇÃO DE SÚMULAS - ART. 262 e ss. (PROCEDIMENTO)

PROPOSTA/ APROVAÇÃO POR


ALTERAÇÃO/ APRESENTA O MAIORIA ABS. DOS
CANCELAMENTO PROJETO MEMBROS DO
DE SÚMULA TRIBUNAL

PUBLICAÇÃO EM
PUBLICAÇÃO ÓRGÃO OFICIAL (3 RESOLUÇÃO NUMERAÇÃO
FINAL VEZES) ADMINISTRATIVA

As súmulas indicarão a orientação majoritária das Turmas, não


vinculando os Magistrados de primeiro grau ou os integrantes
deste Tribunal, respeitado o disposto no artigo 557 do Código de
Processo Civil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1933
DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 271 e ss.

AS COMISSÕES PODERÃO SER PERMANENTES OU


TEMPORÁRIAS E COLABORAM COM O
DESEMPENHO DAS ATIVIDADES DO TRIBUNAL.

** As Comissões temporárias serão instituídas pelo


Presidente, extinguindo-se logo que cumprido o
fim a que se destinam**

DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 271 e ss.


COMISSÕES PERMANENTES
(COMPOSTA POR MAGISTRADOS
E/OU SERVIDORES

COMISSÃO DE
INFORMÁTICA

COMISSÃO DE
REGIMENTO
INTERNO COMISSÃO DE
COMISSÃO DE
ORIENTAÇÃO E
RESPONSABILIDADE
AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO
SOCIOAMBIENTAL
PROBATÓRIO

1934 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 276 e ss.

COMPETÊNCIAS COMISSÃO DE REGIMENTO INTERNO

I – manter o Regimento Interno permanentemente


atualizado, propondo emendas ao texto em vigor;

II – emitir parecer sobre matéria regimental, no prazo de 10


(dez) dias;

III – estudar as proposições de reforma ou alteração


regimental, emitindo parecer fundamentado e propondo sua
redação, se for o caso, também no prazo de 10 (dez) dias.

DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 276 e ss.

COMPETÊNCIAS COMISSÃO DE JURISPRUDÊNCIA E REVISTA

I – velar pela expansão, atualização e publicação da Jurisprudência do Tribunal;

II - ordenar o serviço de sistematização da jurisprudência do Tribunal,

III - propor e deliberar, exclusivamente, sobre o cabimento e o encaminhamento,


ao Presidente do Tribunal, de propostas de edição, alteração ou cancelamento de
verbetes da súmula da jurisprudência dominante;

IV - sugerir ao Presidente do Tribunal normas de serviço relativas à matéria de


sua competência;

VI - manter entendimentos com outras autoridades ou instituições, nos assuntos


de sua competência, mediante delegação do Presidente do Tribunal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1935
DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 276 e ss.

COMPETÊNCIAS COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO/ORIENTAÇÃO E


AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO PROBATÓRIO

I – acompanhar a atuação do Magistrado vitaliciando durante o estágio


probatório;

II – orientar a atuação do Magistrado vitaliciando no que diz respeito à


conduta profissional e atuação;

III – avaliar a atuação do Magistrado vitaliciando, mediante a elaboração


fundamentada de relatórios trimestrais e de avaliação final, a serem
encaminhados ao Desembargador-Corregedor, com cópia ao Magistrado
vitaliciando, atentando-se para as disposições normatizadas pelo Tribunal.

DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 276 e ss.


COMPETÊNCIAS COMISSÃO DE INFORMÁTICA (mais relevantes):

I – planejar e definir a política de informática do Tribunal;

II – promover o intercâmbio e a parceria com outras instituições;

III – propor ao Presidente a regulamentação do uso dos recursos de informática;

VII – planejar e supervisionar a execução de cursos para Magistrados e


servidores na área de informática;

VIII – levantar as necessidades do Tribunal na área de informática, para inclusão


de previsão de recursos na proposta orçamentária, apresentando relatório até o
final do mês de abril de cada ano.

1936 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DAS COMISSÕES DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 276 e ss.

COMPETÊNCIAS COMISSÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (mais


relevantes):

I – promover a conscientização sobre a questão ambiental;

II – desenvolvimento da cultura anti-desperdício, utilização correta dos recursos


naturais e do patrimônio público;

III – estímulo gradativo da utilização de insumos e materiais utilizados no


serviço por produtos recicláveis e não agressivos ao meio ambiente;

IV – desenvolver estudos para viabilizar a implantação da coleta seletiva


solidária de resíduos

COMISSÃO DE INFORMÁTICA DO TRT 14ª REGIÃO –


ART. 281 e ss.
COMISSÃO DE
INFORMÁTICA

1 JUIZ DE 1º DIRETOR DE
GRAU SECRETARIA DE
TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO
DOIS
DESEMBARGADORES DIRETOR-GERAL DE DIRETOR-GERAL DE
COORDENAÇÃO COORDENAÇÃO
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA

www.acasadoconcurseiro.com.br 1937
COMISSÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
DO TRT 14ª REGIÃO – ART. 281- B.
COMISSÃO DE
RESP. SOCIO.AMB.
PRESIDENTE E
VICE
SECRETÁRIO DE
TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO E DA
SECRETÁRIO COMUNICAÇÃO
JUDICIÁRIO
ASSESSOR DE
JUIÍZES DIRETORES PLANEJAMENTO E
DIRETOR-GERAL DA
DOS FOROS DESENVOLVIMENTO
SECRETARIA
TRABALHISTAS INSTITUCIONAL

ALTERAÇÕES E EMENDAS AO REGIMENTO - ART. 282 e ss.


(PROCEDIMENTO)
CIÊNCIA PRÉVIA DA
À COMISSÃO PARA
APRESENTAÇAÕ PROPOSTA AOS
PARECER (PZ.10
DA PROPOSTA DESEMBARGADORES
DIAS)

SESSÃO
VOTAÇÃO DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA

**QUÓRUM PARA ALTERAÇÃO REGIMENTAL – 2/3

** MATÉRIAS CONSTANTES DE EMENDAS SUBMETIDAS AO PLENO


E NÃO APROVADAS PODERÃO SER NOVAMENTE APRESENTADAS
APÓS O PRAZO DE 1(UM) ANO.

1938 www.acasadoconcurseiro.com.br
Regimento Interno do TRT-RO-AC – Profª Bruna Refosco

DISPOSIÇÕES FINAIS – ART. 288 e ss.

O RECESSO JUDICIÁRIO SERÁ DE 20 DE DEZEMBRO A 06 DE JANEIRO;

MAGISTRADOS E SERVIDORES SERÃO DESIGNADOS PARA


PERMANECER EM PLANTÃO DURANTE O RECESSO;

DURANTE O RECESSO NÃO SERÃO PRATICADOS ATOS QUE IMPLIQUEM


EM ABERTURA DE PRAZO, RESSALVADOS OS PRAZOS QUE JÁ ESTAVAM
EM CURSO;

COMO REGRA O JUIZ DO TRABALHO DEVERÁ RESIDIR NO LOCAL ONDE


É SEDIADA A VARA DE TRABALHO (RESSALVADAS AUTORIZAÇÕES
DIVERSAS).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1939

Você também pode gostar